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INSTRUÇÕES:
1. Segundo Weber, quando o exercício do poder é visto como legítimo trata-se de dominação, que ele classifica em
três tipos. Um deles é caracterizado pela confiança na ordem, nas regras e na competência técnica dos que exercem
a dominação. A esse tipo (puro) de dominação, o autor nomeia como:
a) legal
b) tradicional
c) carismático
d) devocional
e) irracional
2. Segundo Max Weber, a dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem; toda dominação
busca a legitimidade e o reconhecimento social de sua validade. Assinale a opção correta acerca dos conceitos de
dominação propostos por Max Weber.
a) Na dominação patrimonial, a legitimação vem da crença na justiça e na qualidade do modo como os
antepassados resolveram seus problemas. A obediência de seus súditos está garantida pelo respeito à linhagem que
representa e pela lealdade de sua pessoa.
b) Na dominação tradicional, a legitimidade provém da crença na justiça da lei. O povo obedece às leis não porque
seja comandado por um chefe carismático, mas porque elas são decretadas segundo procedimentos corretos. Essa
crença também é partilhada pelos governantes. Obedece-se às ordens impessoais, objetivas e legalmente instituídas
e aos superiores por ela designados, não importando a pessoa em si ocupante do cargo ou da posição.
c) A dominação legal é caracterizada pelo fato de os funcionários, isto é, os membros do aparato administrativo,
serem servidores pessoais do senhor. Eles são seus empregados, parentes ou favoritos, e dele dependem do ponto
de vista econômico. É a dominação exercida com quadro administrativo, quando as pessoas são recrutadas segundo
critérios de dependência doméstica ou pessoal.
d) A dominação carismática é legitimada pela fé e pelas qualidades sobrenaturais do líder. A legitimidade vem da
crença nas qualidades excepcionais de alguém para dirigir um grupo social. Os seus discípulos, por sua vez, o
obedecem por terem fé em suas qualidades e em sua pessoa.
e) Nenhuma das alternativas acima.
3. O mercado tende a gerir e regulamentar todas as atividades humanas. Até há pouco, certos campos — cultura,
esporte, religião — ficavam fora do seu alcance. Agora, são absorvidos pela esfera do mercado. Os governos
confiam cada vez mais nele (abandono dos setores de Estado, privatizações). RAMONET, I. Guerras do século
XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes, 2003.
No texto é apresentada uma lógica que constitui uma característica central do seguinte sistema socioeconômico:
a) Comunismo.
b) Feudalismo.
c) Socialismo.
d) Mercantilismo
e) Capitalismo
4. Participei de uma entrevista com o músico Renato Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as diferenças
entre a música sertaneja antiga e a atual. A resposta dele surpreendeu a todos: “Não há diferença alguma. A música
caipira sempre foi a mesma. É uma música que espelha a vida do homem no campo, e a música não mente. O que
mudou não foi a música, mas a vida no campo”. Faz todo sentido: a música caipira de raiz exalava uma solidão, um
certo distanciamento do país “moderno”. Exigir o mesmo de uma música feita hoje, num interior conectado,
globalizado e rico como o que temos, é impossível. Para o bem ou para o mal, a música reflete seu próprio tempo.
BARCINSKI, A. Mudou a música ou mudaram os caipiras? Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).
A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte aspecto socioeconômico do atual campo brasileiro:
a) Fortalecimento do modelo de organização cooperativa.
b) Persistência de trabalho escravo no campo.
c) Globalização da cultura presente na vida moderna urbana.
d) Crescimento da produção de soja no Brasil.
e) Incentivo à monocultura no campo brasileiro.
6. A partir da reflexão sugerida pelo poema de Bertolt Brecht, “O Analfabeto Político” – “O pior analfabeto é o
analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de
vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil
que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o
político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” – é CORRETO afirmar que
a) o desinteresse pela política tem consequências econômicas e sociais que afetam todas as pessoas: tanto as que
participam ativamente da política como aquelas que se abstêm.
b) todas as pessoas deveriam participar diretamente da política institucional: quer dizer, se candidatar a algum
cargo eletivo, já que vivemos em uma democracia participativa.
c) Brecht sugere que as pessoas analfabetas não se interessam por política e por isso são culpadas pelo surgimento
de problemas sociais, como prostituição, corrupção e altos preços de alimentos.
d) a política é, como mostra Brecht, uma atividade altamente especializada que deve ser exercida apenas por
profissionais – sobretudo economistas, que conseguirão tomar as melhores decisões.
e) o envolvimento de pessoas analfabetas na política – que podem votar e se candidatar a cargos eletivos – é o
responsável pela situação crítica que enfrentamos e pela corrupção.
7. O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a partir de uma dimensão procedimental,
calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade democratica exige que o processo de tomada de decisões
políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo
corresponde a um processo coletivo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão.
VITALE, D. Júrgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006
(adaptado).
O conceito de democracia proposto por Júrgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo
com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a)
a) participação indireta periódica do cidadão.
b) debate livre e racional entre cidadãos e Estado.
c) interlocução entre os poderes governamentais.
d) eleição de lideranças políticas com mandatos temporários.
e) controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos.
8. “(...) Durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito,
eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os
homens” (HOBBES. Leviatã. Cap. XIII).
“Diz-se que um Estado foi instituído quando uma multidão de homens concordam e pactuam, cada um com cada
um dos outros, que a qualquer homem ou assembléia de homens a quem seja atribuído pela maioria o direito de
representar a pessoa de todos eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem exceção, tanto os que votaram a
favor dele como os que votaram contra ele, deverão autorizar todos os atos e decisões desse homem ou assembléia
de homens, tal como se fossem seus próprios atos e decisões, a fim de viverem em paz uns com os outros e serem
protegidos dos restantes homens. É desta instituição do Estado que derivam todos os direitos e faculdades daquele
ou daqueles a quem o poder soberano é conferido mediante o consentimento do povo reunido” (HOBBES. Leviatã.
Cap. XVIII).
Considerando as duas passagens da obra O Leviatã, é CORRETO afirmar.
a) Os homens já nascem em sociedade onde vivem de modo harmonioso, na medida em que cooperam uns em
relação aos outros.
b) Os homens vivem em estado de natureza e é preciso estabelecer um pacto social para a formação do Estado.
c) O estado de natureza é um estado pacífico, em que reina a harmonia entre os homens e nenhum deles está
preocupado com aquilo que é do outro.
d) Para ascender ao Estado civil, é necessária a constituição de um partido revolucionário que se oponha à
exploração que é própria das sociedades capitalistas.
e) O estado de natureza, conforme o caracteriza Hobbes, é marcado pelo medo do Leviatã.
9. “A globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. [...] No fim
do século XX e graças aos avanços da ciência, produziu-se um sistema de técnicas presidido pelas técnicas da
informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema
técnico uma presença planetária. Só que a globalização não é apenas a existência desse novo sistema de técnicas.
Ela é também o resultado das ações que asseguram a emergência de um mercado dito global, responsável pelo
essencial dos processos políticos atualmente eficazes.” SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do
pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 23-24.
Considerando o enunciado, sobre o processo de globalização na sociedade contemporânea, assinale a alternativa
correta.
a) A globalização é um processo exclusivamente baseado no desenvolvimento das novas técnicas de informação e
sua origem está diretamente relacionada com a difusão e universalização do uso da internet, que se deu a partir do
final da década de 1990.
b) Entre as características próprias da globalização temos a alteração profunda na divisão internacional do trabalho,
em que a distribuição das funções produtivas tende a se concentrar cada vez mais em poucos países, como é o caso
dos Estados Unidos e do Japão.
c) Sobre as ações que asseguram a emergência do mercado global, o autor está se referindo à doutrina econômica
neoliberal que, entre outros princípios, defende o fortalecimento do Estado e a intervenção estatal como reguladora
direta dos mercados – industrial, comercial e financeiro.
d) Atualmente, as relações econômicas mundiais, compreendendo a dinâmica dos meios de produção, das forças
produtivas, da tecnologia, da divisão internacional do trabalho e do mercado mundial, são amplamente
influenciadas pelas exigências das empresas, corporações ou conglomerados multinacionais.
e) As estratégias protecionistas tomadas pelos governos em todo o mundo, dificultando a entrada de produtos
estrangeiros em seus mercados nacionais, são consideradas como características marcantes do processo de
globalização.