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Poluição Ambiental
Avaliação da qualidade da água do Córrego Brejo Comprido
Fevereiro
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CÂMPUS PALMAS
BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
Poluição Ambiental
Avaliação da qualidade da água do Córrego Brejo Comprido
Fevereiro
2019
1. INTRODUÇÃO
A água possui grande importância para atividades urbanas, porém o crescimento populacio-
nal associado ao desenvolvimento industrial tem agravado a qualidade dos sistemas aquáticos urba-
nos, tornando-as inapropriadas (REBOUÇAS, 2006). De acordo com Carvalho et al. (2000) as alte-
rações químicas e ecológicas de um corpo aquático conduzem a modificação da fauna e da flora
resultando no desequilíbrio econômico local e até no aumento do custo de tratamento de água para
consumo.
A poluição de águas naturais pode ser atribuída ao lançamento de efluentes domésticos
e industriais, sendo esses compostos essencialmente de matéria orgânica biodegradável, compostos
orgânicos não biodegradáveis tais como detergentes e surfactantes, além de contaminantes como mi-
croorganismos e metais potencialmente tóxicos (LIBÂNIO, 2007). Com isso, a avaliação da quali-
dade da água de uma bacia hidrográfica é de fundamental importância para o seu gerenciamento e
seus usos múltiplos (STRIEDER, 2006).
Devido às suas propriedades de solvente e à sua capacidade de transportar partículas, a água
não se apresenta no ambiente na forma puramente molecular (H2O). Nela estão presentes compostos
de origem natural e antropogênica (VON SPERLING, 2014), tais como sais, metais, microrganismos,
matéria orgânica, entre outros. Estes constituintes, também conhecidos como parâmetros de qualidade
da água, são responsáveis pela caracterização da qualidade da mesma (VON SPERLING, 2014),
sendo assim, os responsáveis pela sua classificação de acordo com a nobreza de seu uso. No
Brasil, os padrões de potabilidade da água, segundo as diferentes classes, foram estabelecidos pelo
COMANA nº 20 na Portaria nº 518, de 25 de março de 2004, e os padrões de qualidade de água para
corpos hídricos são definidos pela Resolução nº 357, de 17 de março de 2005 que dispõem sobre as
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece condições e padrões de lança-
mento de efluentes. Com isso, o seguinte relatório tem como objetivo analisar qualidade da água
do Corrégo Brejo Comprido, por meio das medições de parâmetros físicos, químicos e biológicos,
identificando a relação dos mesmos com os aspectos urbanos e locais.
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2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para fazer as análises de água é a “Standard Methods for the Exami-
nation of Water and Wastewater publicação da American Public Health Association (APHA), Ame-
rican Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation ’’, esse método é aplicá-
vel a água potável,águas (superficiais e subterrâneas), e efluentes (domésticos e industrial), é padro-
nizado em todo mundo como o mais utilizado para fazer esse tipo de análises.
As análises determinadas nesse trabalho foram: Sólidos totais dissolvidos, Condutividade
Salinidade, PH, Temperatura, Oxigênio Dissolvido, Turbidez, Cor, Sólidos totais suspensos, nitrato,
nitrito e nitrogênio amoniacal.
Vidrarias
– Proveta graduada (50ml e 100ml)
– Pipeta graduada e volumétrica
– Cápsula de porcelana de 50ml de capacidade
– Cápsula de porcelana de 100ml de capacidade
– Cadinho de porcelana de 50ml de capacidade
– Conjunto kitassato para filtração
1.3 Determinação do pH
Materiais e reagentes
– 2 provetas de 50 mL
– 2 cubetas de 25 mL
– Pisseta com água destilada
– Espectrofotômetro DR5000
Procedimento
– Preencha uma cubeta com 25 ml da água desmineralizada (este será o branco).
Para determinação de cor aparente utilize água desmineralizada não filtrada.
– Entre com o programa para Cor.
– Filtre aproximadamente 50 ml de amostra.
– Preencha outra cubeta com 25 ml da amostra filtrada no passo 7.
– Faça a leitura segundo o DR.
– Zerar com o branco.
– Imediatamente coloque a amostra preparada no compartimento de análise e faça a leitura.
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1.11 Procedimento para realização da análise de nitrato
Materiais e reagentes
– 2 cubetas de 25 mL
– 2 sachês de NitraVer 5 Nitrate Reagent Powder Pillow
– 2 provetas de 25 mL
– Espectrofotômetro DR5000
Método
– Entre com o programa para Nitrato.
– Transfira 25 mL de amostra para cubeta.
– Adicione o conteúdo de um NitraVer 5 Nitrate Reagent Powder Pillow à cubeta. Tampe-a.
– Inicie um período de agitação de 1 minuto terá início.
– Quando o tempo bipar Inicie um período de reação de 5 minutos
– Transfira 25 mL de amostra para outra cubeta (este será o branco).
– Faça a leitura segundo o DR.
– Zerar com o branco.
– Imediatamente coloque a amostra preparada no compartimento de análise e faça a leitura.
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1.15 Determinação de DBO(Demanda bioquímica de oxigênio)
Procedimento Winkler com semente
– Regular o pH das amostras para 6,8 a 7,2 quando estiverem a temperatura ambiente. Utilize para o
ajuste soluções levemente ácidas ou básicas como HCl 0,01 mol.L-1 ou NaOH 0,01 mol.L-1;
– Anotar o nº e o volume do frasco ou porcentagem da amostra adicionada em uma ficha de controle;
– Adicionar o volume da amostra ao frasco de DBO preparado evitando a formação de bolhas e tur-
bulências;
– Em um frasco em separado, incubar a semente, adicionando 2ml da semente preparada, comple-
tando o volume com água de diluição;
– Completar o volume do frasco com água de diluição evitando a formação de bolhas e turbulências;
– Medir o ODinicial por meio do método modificado pela azida sódica (ver POP-01);
– Levar as amostras de DBO5 para a incubação (20±1ºC);
– Após 5 dias determinar a concentração de ODfinal da amostra por meio do método modificado pela
azida sódica ;
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3. ANÁLISE TÉCNICA
3.1. Análises do monitoramento do corpo hídrico
Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e pa-
drões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
Nas amostras coletadas, foram apresentados 17 (treze) parâmetros entre físico-químicos e bi-
ológicos verificados no corpo hídrico brejo comprido. Dos parâmetros analisados, 07 (cinco) tiveram
seus resultados comparados com os Valores de Referência (VR) estabelecidos na Resolução Conama
nº. 357/2005 (CONAMA, 2005), sendo 6 (seis) parâmetros que não possuem VR definidos pela
legislação ambiental.
Conforme a Resolução Conama nº. 357/05 não poderão conferir ao corpo receptor caracterís-
ticas de qualidade em desacordo com as metas estabelecidas nessa lei onde classifica os corpos hídri-
cos como classe I, II e III. Complementarmente, supracitada norma determina que o não cumprimento
ao disposto nessa Resolução sujeitará os infratores, entre outros, ás sanções previstas na Lei nº 9.605,
de 12 de fevereiro de 1998 e respectivos regulamentação.
No artigo 15 da Resolução Conama nº. 357/2005 (CONAMA, 2005), foram estabelecidos
parâmetros que se aplicam as aguas de classe 2, ressalvadas algumas seções dentre elas a seção I que
diz “I - não será permitida a presença de corantes provenientes de fontes antrópicas que não sejam
removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração convencionais”. E também estipu-
lados VMP, os quais trabalhamos com fósforo, oxigênio dissolvido (OD), turbidez, cor nitrogênio
total, coliformes termotolerantes e demanda bioquímica de oxigênio.
Os locais centro desse estudo estão localizados nas coordenadas 10º 10’ 48’’ S para o ponto
1 e 48º 21’ 16’’ O para o ponto 2, estando o ponto 1 no território pertencente a Universidade Federal
do Tocantins e o ponto 2 situada sob a ponte da AV. NS 15. Versando sobre a qualidade da água do
corpo, o córrego brejo comprido, considerar-se-á os resultados referentes ao ponto de monitoramento
no ponto 1 e no ponto 2. Para o monitoramento ambiental do corpo hídrico foram todos os parâmetros
foram averiguados e discutidos conforme o estabelecido pela Resolução Conama nº. 357/2005 (CO-
NAMA, 2005).
Fófosforo Total
1 0,96
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,3
0,2
0,1
0,03
0
Ponto 1 Ponto 2
CONAMA 357/05
A respeito do Nitrogênio total, podemos afirmar que assim como o fósforo é macronutriente
também, essencial ao metabolismo dos seres vivos pois, após o carbono é o elemento exigido em
maior quantidade pelas células vivas e ao contrário do fósforo (P), é abundante no ambiente aquático
(na grande maioria dos casos, visto que pode atuar também como nutriente limitante). Sua importân-
cia se deve, principalmente, a sua participação na formação de proteínas e, em baixas concentrações,
atuando como nutriente utilizado na produtividade primária, etapa metabólica dos ambientes aquáti-
cos. Em ambientes aquáticos, o nitrogênio encontra-se presente em diferentes espécies: N2 (nitrogênio
molecular), NO2- (nitrito), NO3- (nitrato), N2O (óxido nitroso), nitrogênio orgânico dissolvido, nitro-
gênio orgânico particulado, NH4+ (íon amônio), NH3 (amônia), sendo a soma desses dois últimos o
nitrogênio amoniacal total. Dentre essas espécies, o nitrato e o íon amônio são de grande importância
para os ecossistemas aquáticos, por representarem a principal fonte de nitrogênio para os produtores
primários (Ex.: fitoplâncton).
O estado de oxidação dos compostos de nitrogênio em corpos aquáticos pode indicar a idade
e o grau de poluição. Isto significa dizer, por exemplo, que as formas reduzidas apontam para um
foco de poluição próximo, enquanto a prevalência de NO2- (baixa concentração) e NO3-, ao contrário,
indica que a influência de atividades antropogênicas, como os lançamentos de esgotos, se
encontram distante, considerando que os estados reduzidos ou oxidados são função, principalmente,
da concentração de oxigênio dissolvido na coluna d’água.
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Diante do exposto, efetuamos a análise de Nitrogênio Total conforme a CONAMA 357/05 de
acordo com o artigo 10, inciso 3ª “Para águas doces de classes 1 e 2, quando o nitrogênio for fator
limitante para eutrofização, nas condições estabelecidas pelo órgão ambiental competente, o valor de
nitrogênio total (após oxidação) não deverá ultrapassar 1,27 mg/L para ambientes lênticos e 2,18
mg/L para ambientes lóticos, na vazão de referência”. O corpo estudado é ambiente lênticos então o
valor de referência é 2,18 mg/L, no ponto 1 encontramos 1,723 mg/L e ponto 2, 1,016 mg/L assim,
ficando claro esse paramento atende a lei preconizada. Em vista disso, para melhor análise pode-se
notar o gráfico a seguir:
Nitrogenio Total
2,4
2,18
2,1
1,723
1,8
1,5
1,2 1,0106
0,9
0,6
0,3
0
Ponto 1 Ponto 2
CONAMA 357/05
Da mesma forma ao verificar a cor verdadeira do curso de água em estudo podemos notar que
no ponto 1 foi encontrado 134 mg Pt/L e ponto 2, 139 mg Pt/L, diante do exposto ao verificarmos
com a lei regida podemos perceber que esse parâmetro também encontra-se em desacordo uma vez
que o estabelecido pelo não deve ultrapassar 75 mg Pt/L. Para melhor entendimento segue o gráfico
abaixo:
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Cor Verdaeira
139
140 134
120
100
80 75
60
40
20
0
Ponto 1 Ponto 2
CONAMA 357/05
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Oxigênio Dissolvido (OD)
8,1 7,7
7,2 6,65
6,3
5,4 5
4,5
3,6
2,7
1,8
0,9
0
Ponto 1 Ponto 2
CONAMA 357/05
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Demanda Bioquimica de Oxigenio (DBO)
8,1
7,2
6,3
5,4 5
4,5
3,32
3,6 3
2,7
1,8
0,9
0
Ponto 1 Ponto 2
CONAMA 357/05
Quando nos referimos aos sólidos na água são compostos maciços/compactos ou residual de
todas as matérias suspensas ou dissolvidas na água, provenientes de despejos domésticos ou industri-
ais. Pode-se interpretar o termo sólido a partir de uma definição operacional, como sendo a matéria
que permanece como resíduo após evaporação, secagem ou calcinação, a uma determinada tempera-
tura padrão e por um tempo fixo de um volume de amostra conhecido. Os sólidos de uma água podem
ser classificados de acordo com o fluxograma disposto abaixo:
De acordo com o tratamento térmico efetuado na amostra, pode-se, ainda, fragmentar os sóli-
dos em termos de “fixos” e “voláteis”, sendo que o primeiro é aplicado ao resíduo total, em suspensão
ou dissolvido, após aquecimento e secagem por um período específico e a uma temperatura especí-
fica. A massa perdida por ignição é chamada de “sólidos voláteis”; a determinação dessas porções
não permite distinguir com precisão a matéria orgânica e inorgânica, uma vez que a perda por ignição
não envolve apenas a matéria orgânica, podendo ocorrer perdas (pequenas, considerando a tempera-
tura utilizada) na decomposição ou volatilização de sais minerais.
Dessa maneira, em laboratório realizamos o ensaio do sólidos dissolvidos totais (SDT) e o
produto encontrado no ponto p1 e a p2 expressaram uma concentração de 13,74 e 15,24 mg/L res-
pectivamente. E também dos Sólidos Suspensos Totais (SST) e podemos extrair os seguintes resulta-
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dos ponto 1 com 23 mg/L e ponto 2 com 24 mg/L a vista disso se somarmos ambos os sólidos encon-
trados pode chegar ao valor do sólidos totais presente no corpo hídrico alvo do estudo no quais no
ponto 1 foi de 36,74 mg/L e o ponto 2 de 39,24 mg/L. Para melhor assimilação segue a tabela abaixo:
Parâmetro Unidade Ponto 1 Ponto 2
SDT mg/L 13,74 15,24
SST mg/L 23 24
ST mg/L 36,74 39,24
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Turbidez
110
100
100
90
80
70
60
50,2 49,4
50
40
30
20
10
0
Ponto 1 Ponto 2
CONAMA 357/05
Por fim, fizemos a análise dos Coliformes Termotolerantes e Totais conforme o preconizado
pela resolução CONAMA 357/05, art. 15 parágrafo II é dito “coliformes termotolerantes: para uso de
recreação de contato primário deverá ser obedecida a Resolução CONAMA no 274, de 2000. Para os
demais usos, não deverá ser excedido um limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100 milili-
tros em 80% ou mais de pelo menos 6 (seis) amostras coletadas durante o período de um ano, com
freqüência bimestral. A E. coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes ter-
motolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental competente”. Diante do ex-
posto e após a verificação em laboratório chegamos aos seguintes dados os Coliformes Totais em
ambos os pontos excederam 2419 mg/L já os C. Termotolerantes foram distintos em nos dois pontos
sendo 532 mg/L no ponto 1 e 568 mg/L no ponto 2, assim ao verificarmos na lei notamos que está de
acordo o valores estabelecidos. Para melhor consistência segue o gráfico abaixo:
Coliformes Termotolerantes
1050 1000
900
750
532 568
600
450
300
150
0
Ponto 1 Ponto 2
CONAMA 357/05
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4. CONCLUSÃO
Por fim a análise dos parâmetros físico-químicos e biológica, realizada do ponto 1 e ponto 2,
permitiu de maneira geral, verificar que maioria dos valores encontrados, dos dois pontos amostrados,
são condizentes com os da classe II, segundo a resolução Conama 357/2005, com exceção apenas do
fósforo, cor verdadeira e coliformes termotolerantes se encontram fora dos padrões, ou seja, a inges-
tão da água do Córrego Comprido Brejo pode trazer riscos à saúde do consumidor, por exemplo
doenças gastrointestinais.
No entanto, é importante ressaltar que apesar das análises físico-químicas e biológicos tenham
sido realizadas de forma pontual e medidas instantaneamente nos pontos amostrais, é necessário um
grande número de medições para que se obtenha uma maior precisão nos resultados, o que não foi
possível de ser realizado no presente estudo.
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5. ANEXOS
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6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APHA. American Public Health Association. Standard methods for the examination ofwater and
watwater, 21st ed. Washington, 2005.
CONAMA. Resolução no. 357/2005 - Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento
de efluentes, e dá outras providências. . 2005, p. 58–63.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.º 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre pro-
cedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu pa-
drão de potabilidade. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Seção 1, 04 de
janeiro de 2012, p. 43-49.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de qualidade e tratamento de água. 2 ed. São Paulo: Átomo 2007
REBOUÇAS, A. BRAGA, B. TUNDISI, J. Águas doces no Brasil: Capital ecológico, uso e con-
servação. 3 ed. São Paulo: Escrituras, 2006.
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 4. ed. Belo Ho-
rizonte: Editora UFMG, 2014.
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