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Adernara A. M. 8.

Cotrim

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PEARSON
Prentice
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instalacões
elétricas
s 2 edicão
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instalacões

sº edicão

Adernara A. M. B. Cotrim

Revisão e a1ualização cécnicas


Hilton Moreno
Engenheiro eletricisia pela escola Politécnica da USP
Profe.~sor universi1ário, consultor. 1ncn1bro de co,nis.s:õcs técnica...~ da ABNT

José Aquiles Baesso Grimoni


Professor associado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP
Diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo - IEEUSP

-PEARSON
Prentice
Hall

São Paulo

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1

C"f'"' Alexandre Mieda


E,liroraçt.io eletrônica e (/ia,1:ra111açâo: ERJ Composiç-ão Edi1orial

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Bras ileira do Livro, SP, Brasil)
Co1rim, Ademaro A.M.B .. 1939-
lnstalações elétricas/ Ademaro A.M.B. Coirirn ;
revisão e adaptação técnica José Aquiles Baesso
Gromoni e Hil1on Moreno. •• 5. ed . .• São Paulo :
Pearson Prentice Hall. 2009.

Bibliogrnfoa
ISBN 978-85-7605-208- 1

1. Instalações elétricas 1. Título.

08-10784 CDD-621.3192

Índice para catálogo sistemático:


1. Instalações elétricas : Êngenharia 621.3192

2008
Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos à
Pcarson Educa1ion do Brasil L.tda.,
tuna e1npres,1 do grupo Pearson Educa1ion
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Sumário

Capítulo 1 Fundamentos
1.1 Sistemas e instalações elétricas . . ... ..... . .... .. .. • ... . .. ..•.. ......... 1
1.2 Norma NBR 541 O .. . . . .. .. . .. .. .. ... . • ... .. .. . ... .. ...•... ...... . . 1
1.3 Componentes das instalações ... . • ........ • ....... • ................ ....3
1.4 Tensões elétricas . ... .. .. .. .. .. .. .. ... . ... .. .. . • .. ... . . .... ... .. .. ..5
1.5 Choque elétrica . .. .. ... .. .. . . .. .. .. .. ... .. ... • ... .. .. . .... . ... .. . .7
1.6 lnsta laçõo de baixa tensõa .. .. . • ... . ... , • .. .. ... • ... . .... , .. .. ... .. ..8
1.7 Equipamentos de utilizoçõo . ... . . • ... .. .. . . ... .. .. . ... .. ... . .. ... .. .. 11
1.8 Circuitos .. . ... .. ... .. .. . .... • . ...... • ... . . .. •• ... . ... • ... .. .. .. 14
1.9 lnffuêncios externos ... • ... .. .. • ... . .... • .. ... . . • .. .. . ... • ... .. . ... 17
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . • . . . . . . . . • . . . . . . . • • . . . . . . . .28
Capítulo 2 Conceitos fundamentais
2. 1 Potência em corrente olternodo . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . .29
2.2 C6lculos práticos de circuitos .. . .. ....... ... . . .. .. .. • .... . . . •• . .. . .. . .36
2.3 Princípio do compensoçõo da energia reativo . .. ... .. .. . ... .. ... . ... .. .. .. 41
2.4 Componentes simétricos .... .. .. .. ... . ... . .. .. . ... • ... . ... •• .. .. .. . .43
2.5 Valores par unidade ...... .. ... • ... .. ... • ... . ... . .... . ... . ... .. .. ..53
2.6 An61ise de um circuito RL . .. . ... • ... .. .. . • .. ... .. • •.. .. ... • ... .. .. ..59
2.7 Transformadores de potência . ... • ... . ... . . ... .. .. . .... . ... • ... .. .. ..60
Exercícios .. .. .. . .. . ... .. ... . ... . ... . .... . ... . ........ . ... • ... .. .. . .65
Capítulo 3 Proteção contra choques elétricos - fundamentos
3.1 A corrente elétrico no corpo humano . .. . ... . . . .. .. .. .. .. . .... • .. .... . ..67
3.2 Fundamentos do proteção contra choques elétricos .. ... ... • . ...... •• . ... ... .75
3.3 Aterromento e eqüipatencializoçõo .. . ....... .. . ..... • .... . ... • ... .. .. . .78
3.4 As isolações e os grous de proteção . . ....... • ... . ... •• ... .... •• .. ......93
3.5 Proteção básico (contra contatos diretos) . .. .. . . ... .. .. . .... . ... . ... .. .. ..97
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . • . . . . . . . • • . . . . .. l 02
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VI lnslalações elétricas

Capítulo 4 Planejamento da instalação


4. 1 Demando e curvo de cargo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . • ....... .. ... 103
4.2 Fatores de projeto . .. . . .... . ....... . .... . . . . • ...... . • .. . . ... •. ... 104
4.3 Polência de a limenlação e correnle de projelo . .. .. .. • . ... ... . • .. .. . .. . ... 108
4.4 Corrente de projeto em circuitos terminais . . ... .. .. . •... . ... . ... . ... .. ... 122
4.5 Conservação e uso racional de ener9io elétrico ......•...... . • .. ... . ...... 123
4.6 O projeto de instalações elélricas . . . ..... ........ • . . .. .. . . • ...... . • ... 125
4.7 Simbologia gr6fico . .. .. ... . ... .. .. . • .. .. ....... .. ... • ... . ... . • ... 131
Exercícios . .. .. ....... . ... .. . • .. . .... • ... ..... •.... . .. •• ...... . • ... 132
Capítulo 5 Linhas elétricas
5.1 Aspectos gerais .......... . ............ . ............ . ............ 133
5.2 Materiais condutores, condutores e suas característicos . . ... . . . . . •. . . . .... . .. 139
5.3 Isolações .. . ... ... . ... .. . ..... ..... . .............. .• .... . . . . ... 151
5.4 Blindagens . .. .. .. ... . ... . .... . .. .. ... .. ... • ... . ... • ....... .. .. . 154
5.5 Proteção ................................. • ....... • . . ...... . ... 155
5.6 Níveis de isolomenlo doscabos de potência ... . .... . ... . ... . • .. . .... . ... 156
5.7 Perdas dielétrico, .. ... . ... . ... .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. . . ....... .. .. . 160
5.8 Comportomenlo elas cabos em condições de fogo e incêndio . ... .. • . . ...... ... 161
5.9 Desi9noção dos condulores e dos cabos isolados
(de acordo com o N.BR 931 1) . ... .. ....... . ... . .... . ... • .. .. ... • . ... 162
5.1 O Normas brasileiros de cabos de potência ... . ... . .. . ..... . . • .. ..... . . . .. 167
5.11 Tipos de linhas elétricos . ... .. . ...... . .. . . ... . • ... . ... •• .. . ........ 168
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ... .. .. .. . .... . ... • ... . ... • . ... 188
Capítulo 6 Dispositivos de manobra, proteção, comando e
seccionamento não automático
6.1 Generalidades .. .. ... . ..... . .. .... . ... . .... . ... . ... . ... . .. .. • ... 189
6.2 G randezas coracteríslicos dos disposilivos de proteção e de manobro ........... 193
6 .3 Dispositivos fusíveis de baixa tensõo .. ... . ... . ... .. .. .. .. ... . .. .... . .. . 195
6 .4 Disjuntores de baixo tensão ........................ . ... •• ...........204
6.5 Dispositivos o corrente diferenciol·residuol . . .. ..... • •...... .•. ..... .• . ...2 14
6 .6 Seccionamento nõo outomótico e comoncla .. . .. ... . ... .. .. . • .. . .. .. • . .. .222
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ . ..225
Capitulo 7 Medidas de proteção contra choques e létricos (1) - básica e supletiva
7.1 Introdução . .. .. .... . ... ..... ... .. .. . .. ....... .. ... ... ...... . ...227
7.2 Medido de proteção por limitação do lensão de olimenloçõo - uso de
extrobaixo tensão de segurança . .................... . .... . .. . . .. • . .. .227
7.3 Extrobaixo tensão funcional .. . ... ... . ... . .. ... ... . .. ... .. . ... .. .. ...229
7.4 Proteção pelo emprego de equipomenlos classe li ou por isolação
equivolenle .. .. . .... . .. . . ... . . .. . ... . . .... . . . .. ... . . ...... • . .. .230
7.5 Proleção em locais não condutores . .. .. .. . . .. ... . ... .. ... • .. ... .. • . .. .231
7.6 Proleçõo por li9oções eqüipolenciois locais não aterrados . .. .. ... • . . .. .......232
7.7 Proteção por separação elétrico . . . . .. ........... ... . .. .. • ....... • . ...232
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . .. .234
Capítulo 8 Medidas de proteção contra choques elétricos (11) -
seccionamento automático
8.1 Fundomenlos do proteção por seccionomenlo
oulomótico do olimentoçõo ... ... . .............•..... . . •• ....... . .. .235
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Sumário VII

8.2 Esquema TN .. . . • . . . .. .. . • . . . .. . . • . . ... . . , • . ...... • . . . . . . . • . . ..237


8.3 Esquema TT . .. . . . . . . . . . •• . . . .. . •• .... .. . • .. . .249
8 .4 Esquema IT .. . . ... . . . ... . ... .. . ......... . •• .. .. ... , ... . ... • ... .252
8.5 Aplicação dos esquemas de oterromento . .. . .. . ... • ... .. .. . • .. .. ... • .. . .258
8.6 Aplicação dos dispositivos DR .... . . .. ......... . ...... ... ... . .. .. . . . .261
8.7 Condutores de proteção . ... .. .. . ... . • . ...... •• . . . . . . . .. .. . ... • .. . .268
8.8 locais especiais ...... . ... • ... .... • , ... . . .. •• ... ... . • . ... ... • ... .271
Exercidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... .. .. • . .. .278
Capítulo 9 O aquecimento dos condutores e a queda de tensão
9.1 Introdução . . . . . .. . . . .. . . . . .... .. . . . .. . 281
9.2 Equilíbrio térmico e corrente em regime permanente nos
condutores e cabos isolados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... • . .. .281
9.3 Capacidades de condução de corrente ... .. . . . . . . •• .. .... •• ....... • .. . .286
9.4 Critério da capacidade de condução de corrente .. . . .• .. . . .. . • ... . ... • . . .. 296
9.5 Condutores em paralelo . ... .. .. .. .. .. ... . ... .. .. . . .. . • ... . ... • .. . .297
9 .6 Transitório térmico e tempo de sobrecarga admissível . .. .. .. .. . . .. .. ... . .. . .298
9.7 Transitório ténmico rápido . . . .. .. .. .. . . . . ... . . . . .. .. .. . • .. .. . . . . . . .. 304
9.8 Quedo de tensão nos circuitos .. .. .. . .. , . . . . . . .•• .. . ... . • . . .. .. . , . . . .305
9.9 ~ão do condutor neutro . .. . ... .. .. , • ... . . .. • • .. .. ... • .. .... . • .. . .311
Exercícios . .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. , . ... . ... •• .. .. .. . • .. .. ... • .. . .314
Capítulo 1 O Cálculo de correntes de falta
1O. 1 Introdução .. . ........... . .. .. .. • • ... . ... •• .. .. .. • . ........... .3 15
10 .2 As fontes de correntes de falto . .. .. .. .. ... . .. ... .. .. .. . .. .. . ... . .. . .3 15
10.3 Análise do corrente de curto-circuito . .. . . . . . . ... •• .. .. ... . ... . ....... .316
10.4 Fundamentos dos cálculos de corrente de falto . . . . . . • . . . .... . .. .. . . . • .. .. 318
10.5 Impedância de curto-circuito ....... . . . . . . . . . . , • ...... •• ... . ... • .. . .322
10.6 Cálculo dos correntes de falto presumidos . .. . . ... . ... .. .. •• .. .. ... . .. . .324
Exercícios . .. . . . . .. .. . . . . ... . .... . ... . .. . . ... •• . . . . ... • . ......... . .334
Capítulo 11 Proteção contra sobrecorrentes
11.1 Corocterizoção dos sobrecorrentes .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. . • .. .. ... . . .. .335
11.2 limitação do duração de uma corrente de sobrecarga ... .. .. .. ... . ... . .. . .336
11.3 A integral de Joule ... .............. . . ... ... . . ... .. •• ... . ..... . . .337
11.4 Critérios gerais da proteção contra sobrecorrentes . .. • . ... ... . . .. . ... • . . . .346
11.5 Proteção contra correntes de sobrecarga .. . .. . ... .. .. .. .. •• .. .. . .. • .. . .349
11.6 localização dos dispositivos de proteção contra correntes
de sobrecargas .. . . . . . .. .. . . .. .. .. . . . . . . . .. . . .. .. . , ....... , . . .. 356
11.7 Omissão da proteção contra sobrecargas . . . ... . . •• . . . . .. •• .. . .. . . , . .. . 356
11.8 Proteção contra correntes de curto-circuito . . ...... •• . . . .... • ... . ... • ... .358
11.9 localização dos dispositivos de proteção contra
correntes de curto-circuito .. . ... .. .. .. ... .. .. .• .. .. ... • ... . ... • ....360
11. 10 Omissão da proteção contra curtos·circuitos . . . ... . • .. .. .. , • .. .. ... • . .. . 361
11.11 Proteção dos condutores de fase ... . ...... . . . . •• . ..... •• ... . . .. • .. . .361
11.12 Proteção do condutor neutro .. .. .. .. .. ... . ... . ... .. ... • ... . ... . ....362
11.13 Coordenação seletivo do proteção contra sobrecorrentes . .. .. • . .. .. ....... .363
Exercícios ........................................... • , ... . .. . , ... .368
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VIII lnslakições elétricas

Capítulo 12 Prot~ões contra sobretensões


12 . l Aspectos gerais ..................... . ........ . ................ .371
12.2 Sobretensões devidas ôs de~argas atmosféricas (surtos de tensõo} ... . .... . .. .. 371
12.3 Sobretensões causadas por folhas da isolaçõo para outra instalaçõo
de tensõo mais elevada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. .. .. 383
Exercícios . . ... ... . ... ... .. .. . . • • .. . .... • ... .. .. • .. .. .... • • .. .. . . . .386
Capítulo 13 Dimensionamentos
13. l Circuitas de motores .. ... . ... . ... .. ... . ... . ... .. ....... • ... .. ... .387
13.2 Circuitos que não contêm motores . .. .. .. ... . ... . ... .. .. .. . • .. ... .. .. 394
13.3 Critério econômica para dimensionamento das linhas elétricas ...... • ... .. .. . .4 11
Exercícios .. .. . ... . ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. . .. .... . ... . ... • ... .. ... .4 18
Capítulo 14 Compensação da energia reativa
14.1 lntroduçõo . . . . ... .. . . ... .. .... .. . . . • • . . . . . . •• . .... • ••• .... .. .. 419
14.2 Aspectos conceituais . .. . . .............. • . .. ... •• ....... • • .... ... .420
14.3 Razões do baixo fator de potência e
comportamento das instalações .......... • • . ... . .. • , ...... •• .. ... ... 422
14.4 Compensaçõo da energia reativa ....... .. .. . ... .. • ........ . .. ....... 422
14.5 Métodos de campensaçõa ... .. .. .. .. ... .. .. . ... . • , ....... , .. .. .. .. 424
14.6 Aspectos da carga - presença de harmônicas e
regime de operaçõo . . ... . ... .. .. .. ... . .. ... .. , • ... . ... • ... .. ... .429
Exercícios . .. .. ... .. . . .. ... . ... .. .. .. ... . ... .. .. . ... .. .. . • ... .. .. .. 433
Capítulo 15 Instalações de segurança e de reserva
15.1 lntroduçõo ........ . .. . . ..... .. . ..... . . . . . .. • , ....... • , ... . . .. .435
15.2 Conceitos básicos .. ................ . . ••. . ... . , •• .... ..••. .. . .. .. 436
15.3 Fontes de segurança e de reserva ............ .... .. , ....... • • . ....... 436
15.4 Classilicaçõo das a limentações de segurança ........ . • ... .... .•.. ...... .437
15.5 Circuitos de segurança ... .. . ... ... .. . ... .. .. .. • , . ... ... . , .. .. .. .. 437
Exercícios .. .. . ..... . ...... .. . . • ..... . . . , .. ... .. •• ....... , • . ... .. .. 438
Capítulo 16 Luminotécnica
16.1 Fundamentos . . . . .. .. . .. ... .. .. .. ... • .. ... .. • .... . ... . ... .. .. .. 439
16 .2 Tipos de lõmpodos . .. .. .. .... . ....... , ... .. .. • •. . .. ... •• .. .. . .. .441
16.3 Cólculos próticos de iluminação interior .... • , .... .. • , ....... • , ........ 450
Exercícios .. .. ... .......... .. .. .. .. . .... • , .. . ... • • ....... • • .. .. ... .464
Apêndice A Influências externas
A.1 Seleção dos componentes em função das inffuéncios externas ... . ... , • ... . . .. .465
A.2 Seleção das linhos elétricas em funçõo das inRuências externas .. . ... . ... . ... .. 465
Apêndice B O s eletrodos de fundação e a equalização de potencial
8.1 Os eletrodos de fundação e a prática a lemã ......... .. ...... ... . ........ 478
8.2 Aterramento do SPOA . . ... . . ..... .• . . .... .. • . . .... . .. 480
8.3 Compatibilidade eletromagnética .......... . ... . ... . , ....... • • .. . .. . . .48 1
8.4 Resistência de a terramento . . ... . ............ .. . . . . . .. . ..... . . .. .. .. 48 1
8.5 Barramento de eqüipatencialização principal (8EP) .. . ... . , , .. . ... •• .. . ..... 48 1
8.6 Aterramento de antenas externas ... . .. . . ... . . .. . .. , , . .... . . • • .... .. . .483
8.7 Condusõo ... ........ . ... . ................................. . .. .484
lndice rem.issivo .•.... . ... . ......•.... . •. . .......•.•. . .. .. . . .485
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Prefácio

A presente edição do livro Instalações Elétricas, mais do que atualizar seu conteúdo, adequando-o aos últimos
requisitos da norma NBR 541 O e incluindo novos assuntos, mantém vivo o ideal do saudoso professor e engenheiro
Aden1aro Cotrim.
Incansável estudioso e divulgador cios temas ligados às instalações elétricas, o professor Cotrim foi, sem dúvida,
referência para a engenharia elétrica nacional. Seu legado como professor, por meio deste livro, extrapolou as pare·
des das salas de aula nas quais alguns tiveram a felicidade de poder ouvi-lo. Além disso, provocou mudança estru·
tural na área de instalações elétricas - tão c,1rente de modernização. Deixou, desde 2000, uma lacuna no meio
profissional difícil de ser preenchida.
A obra magistral do professor Cotrim não poderia cair na obsolescência. ~ neste sentido que, desde a última
publicação da norma N BR 541 O, em 2004, e tendo em vista o surgimento de novos temas e tecnologias, crescia a
clen1anda por uma adequada revisão e atualização do conteúdo do livro original.
Tendo o extremo cuidado de não alterar a essência e o estilo do texto do professor Cotrim, os professores e enge-
nheiros eletricistas Hihon Moreno e José Aquiles Baesso Crimoni, com a colaboração de outros profissionais em
alguns temas específicos, conseguiram revisar e atualizar o texto de fonna bastante adequada. Além disso, ao apre·
sentar no final de cada capítulo uma lista de exercícios, que não existiam nas edições anteriores, a presente edição
se coloca con10 referência essencial e n1oderna no ensino de instalações elétricas no Brasil. Aos profissionais, entre-
ga-se, com esta edição, um verdadeiro guia de entendimento da complexa norma NBR 541 O, além de farta iníor·
mação atualizada sobre conceitos, dimensionamentos, nonnalização, produtos e tecnologias ligadas ao setor.
O esforço ele todos que, direta e indiretamente, colaboraram com a publicação desta obra é incentivo aos leitores
no sentido ele aproveitaren1 ao máximo o conteúdo deste livro. Dessa forn'la, estarão en1 contato com os ensinan,en-
tos eternos do professor Cotrim, um grande professor, profissional ela engenharia e homem.

Aderbnl de Arruda Penteado .Ir.


Diretor da ARCESP
Professor doutor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Sn$W
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Apresentação
Hilton Moreno1
José Aquiles Baesso Grimoni2

Foi con1 indescritível honr(, e prazer que aceitamos o convite, e o desafio, ele revisar e atualizar esta n1agnííica obra
cio saudoso professor Aclemaro Cotrim. Apesar de não estar mais entre nós desde agosto ele 2000, seu livro continua
sendo um clássico e uma das principais referências bibliográficas do setor elétrico nacional.
Esta quinta edição foi totalmente baseada na norma "ABNT NBR 5410 - lostalações elétricas de baixa tensão",
publicada ern 2004 e em vigor no momento desta publicação.
Assim, esta obra tem como objetivo atualizar e adequar o texto de acordo com essa úhima edição da norma, além de
acrescentar algur'ls temas, con10 iluminação, correção do fator de potência, harn1ônicas e p<oteção contra sobretensões.
Diferentemente das anteriores, esta ediç.io inclui, ao final de cada capitulo, uma seção de perguntas que visam a
aferir o grau de aprendizado do leitor. Destaque também para a nova diagramação e estilo de redação do livro, que
torna sua leitura mais agradável e fácil, e para a atualização de alguns exemplos e para a inclus.io de novos.

O livro conta, ainda, com um site de a1>oio exclusivo, para o qual desenvolvemos um interessante mate-
rial. Nesse site, os alunos encontrarão uma planta-modelo de instalações elétricas e os professores têm
acesso a apresentações en1 PowerPoint que auxiliam a utilização do livro en1sala de aula. (Os editores aler·
tan1 que, para ter acesso a esse conteúdo., os professores que adotam o livro devem entrar e1n contato con1
seu representante Pearson ou enviar um e-n1ail para universitarios@pearsoned.com.)

Sinceramente, esperamos que com esta contribuição possamos ajudar a manter este livro como referência no
ensino/aprendizagem de instalações elétricas e como guia de uti lização da norma ABNT NBR 54 1O pelos profis-
sionais do setor.
Por sua qualidade, esta nova edição - revisada e atualizada -, é livro-texto fundamental para diversas escolas
de engenharia, nas disciplinas que tratam de instalações elétricas.

1. Hihon ~io~no
Engt:nheiro élélricista pela l!scol:1 Poli1&·nic~, da Uni\·trsidude tk $do Pttulo < 1980): con.sultc>r: professor 1itul.1r de ln~13I*!> Elétrica~ dà
~cola de Engenharia l\-tauá ( 1987""2004): 1nc:1nbro do Con1i1ê Brasileiro de Elc:1ricidOOC da ABNT. ;uuanclo. c:n1re OOU':IS. na Co1nissào da nom,a
AON'f NllR 5410. i\1<.'1nbro do Nntional J!irc i>ro1cc1ioo Associ:tlion (Nf'PA) dos ês-lados Unidos: au1or e co-autocde vários livros n:t área elétri·
c:t. de dh·cr:sos 3rligC>S 1écnicos sobre in-s1alaçõcs clé1ric.u e qllalid3dc de energia: ruiiculís13 d., Rc\'it1a d-e Eletricidade Moderna e colabor.<1dor
<~ outr:is rcYiS1ilS lécnic~ espccfali;,11.d:is: fKtll!Strtlnle ;llu.'lnte com e<.nten:,s de ::ipresen1açõcs ret1.li;,,3(1a5 no llr:"LSil e no e:t,erior. Const.lhl'.il'() da
UL do Ornsíl Cenificações e da Associação Brasiteim de Engenheiros Eleuicistas (ABEfi-SP).
2. José Aquiles H3CSOO Grin1oni
Engenheiro e~1rícis1a (1980). n1es1re ( 1989) e dou1or ( 1994) pel::i Esrota Poli1écnica d::t Uni\'Cl'$idade de S;io Paulo. Einre 1981 e 1988...trabalh<>u
n:1ASEA. CESP . Urown·Bo\'cri e FO'l"E e. a p;lriir de 19$9. tomou-se professor de gr.l<lu.'l.Ç3o e. :t (mrtir de 1994. de: pós·grndu::içiJo d:t E.iwla
Polité<:nica da USP. Entn:: 2003 e 2007. foi vice-diretor do Instituto de Eng{!nharia Elétrica da Uni\'ersidade de São Paulo ( IEBUSP). do <1ual é
dire1or desde esse ar)(). Co~uhor de crnpresas de cnerg.ia c1n projcu.>S de J)C"squisa e dcscn\'OIYi~ mo e proft.-ssor d:i di:sciplina de lns1:ilaç&s
ESétrkas 1~ 11~ola J>olilécnic.'I da Uni\'erS:idade de São l>:lulo desde 1993; 3u1or de dh-ersos artigo.,; ,écnic-os- em re,ii.stas e conj;.ít'Si;OS ,ia irea de
cncrg.i3 elé.lrica e mc1nbro do IEEE e dti ABEE·SP.
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Fundamentos

1. 1 Sistemas e instalações elétricas em corrente alternada (CA) ou a 1.500 V em corrente


contínua (CC).
Circuito elé11ico é um conjunto de co~,os, componen- As instalações que possuem tensão nominal superior
tes ou meios, no qual é possível que haja co"ente elétrica. a 1.000 V em CA e inferior a 36.200 V em CA são gene-
Um sistema elétrico é um circuito ou conjunto de cir- ricamente chamadas de instalações elétricas de média
cuitos elétricos inter·relacionados, constituído para tensão. E as instalações com tensão nominal superior a
determinada finalidade (Quadro 1.1). ~ formado, essen- 36.200 V em CA são genericamente chamadas instala-
cialrnente, por componentes elé1ricos que conduzem ções elétricas de alta tensão.
(ou podem conduzir) corrente. Por sua vez, as instalações com tensão nominal igual
Já uma instalação elétrica inclui componentes elétri- ou inferior a 50 V em CA ou a 120 V em CC são instala-
cos que não conduzem corrente, mas que são essenciais ções elétricas de extra baixa tensão.
ao seu íuncionarnento, tais co1no condutos, caixas e A NBR 541 O fixa as condições a que as instalações de
estrutura de suporte. Enfim, unia instalação elétrica é o baixa tensão elevem atender, a fim de garantir seu funcio-
sisten1a elétrico físico, ou seja, é o conjunto de compo· namento adequado, a segurança de pessoas e animais
nentes elétricos associados e coordenados entre si, com· domésticos e a conseivação de bens. Apl ica-se a instala-
posto para um fim específico. ções novas e a reformas em instalações existentes, enten-
Dessa forma, a cada iMtalação elétrica corresponde- dendo-se como •reforma•, em principio, qualquer
rá um sistema elétrico. an1pliaç..:io de instalação existente (como criação cfe novos
Em um projeto elétrico, as plantas e os detalhes (por circuitos e alimentação de novos equipamentos), bem
exemplo, cortes, esquemas unifilares e trifilares) represen- como qualquer substituiç.io de componentes que impli-
tam a instalação, enquanto os circuitos elétricos envol- que alteração de circuito.
ventes representan, o sisten1a. A norma abrange praticamente todos os tipos de ins-
Porém, observe que os termos "sisten1a elétrico" e ltllação de baixa tensão, tais como:
"instalações elétricas" são utilizados con10 sinônin1os
por muitos autores e projetistas. • Edificações residenciais e comerciais, em geral.
• Estabelecimentos institucionais e de uso público.
• Estabelecimentos industriais.
1.2 Norma NBR 541 O • Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros.
A NBR 5410- Instalações Elétricas de Baixa Tensão • Edificações pré-fabricadas.
(última edição da norma, de 2004), baseada na norma • Reboques de acampamento (traílers), locais de acam-
internacional IEC 60364 - Electrical lnstallations oí pamento (campings), marinas e locais análogos.
Buildings, é a norma aplicada a todas as instalações elé- • Canteiros de obras, feiras, exposições e outras insta-
tricas cuja tensão nominal é igual ou inferior a 1.000 V lações temporárias.
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2 lnslaloções elétricas

Quadro 1.1 • Algumas defin~ões contidas na norma NBR 5456


• Fonte monofásica: fonte que fornece uma única tensão elétrica (ou corrente) alternada.
• Fonte polifásica: fonte que fornece um conjunto de duas ou mais tensões elétricas (ou correntes) alternadas, inter-
relacionadas, de mesma freqüência. Pode ser classificada de acordo com o número de fases. Por exemplo, fontes
''bifásica'\ ·~trifásica", "hexafásica'>.
• Fonte polifásico simétrica: fonte polifásica cujas 111 tensões elétricas (ou correntes) têm a mesma fom,a de onda e
a 111esn1a a,nplitude, e cujas defasagens sucessivas são iguais a 36()0/rn.
• Dispositivo monofásieo: fonte monofásica ou um dispositivo previsto para ser alimentado por uma fonte monofásica.
• Dispositivo polifásico: fonte polifásica ou um dispositivo previsto para ser alimentado por uma fonte polifásica.
• Circui10 1110110/ásico: circuito elérrico que co1npreende u,n conjunto de dispositivos ntonofásicos interligados.
• Circuito 110lifásico: circuito elétrico que compreende um conjunto de dispositivos polifásicos interligados.
• Siste111a 1110110/ásico: caso particular de sistema polifásico, reduzido a un1a única tens.ão de fase.
• Sistema polifásico: sistema elétrico constituído por um ou mais circuitos polifásicos.
• Sistema polifásico simétríco: sistema polifásico tal que, em representação gráfica. os fasores das tensões de fase
podem ser dispostos segundo um polígono funicular regular fechado, de 111 lados.
• Polfgono Ji,nicular: representação gráfica de unl conjunto de vetores. deslocados paralelamente a si 1nesn1os até que o
ponto de aplicação de cada vetor coincida com a extremidade do vetor precedente e sua extremidade coincida com
o ponto de aplicação do vetor subsequente. Nora: Esse-conceito é válido para a representaç~o gráfica de fasores.
• Tensão de fase: cada uma das tensões de n1esn1a freqüência e defas.."l.das entre si que cons1ituern unt sis1en1a ou cir·
cui10 polifásico. Sinônimo: tenstio fose-11ewro.
• Tens<io tle linha: tensão entre duas fases de um circuito ou equipan1entos polifásicos.

A norma aplica-se, também, a: A NBR 5410 é com1>lemenlada atualmente por outras


duas normas: a NBR 13570 - Instalações Elétricas em
• Circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal
Locais ele Afluência de Público: Requisitos Especlíicos e a
igual ou inferior a 1.000 V em CA, com freqüências
NBR 13534 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão -
inferiores a 400 Hz, ou a 1.500 V em CC. Requisitos Especlíicos para Instalação em Estabelecimentos
• Circuitos elétricos que não os internos aos equipa- Assistenciais de Saúde. Ambas complementam, quando
mentos, os quais, embora alimentados por meio de necessário, prescrições de caráter geral contidas na NBR
instak1ção corn tensão igual ou inferior a 1.000 V em 541 O, relativas a seus respectivos campos de aplicação.
CA, funcionam con, tensão superior a 1.000 V, como A NBR 13570 aplica-se às instalações elétricas ele
é o caso de circuitos de lâmpadas de descarga, de locais como cinemas, teatros, danceterias, escolas, lojas,
precipiladores eletrostáticos etc. restaurantes, estádios, ginásios, circos e outros loc.ais
• Qualquer linha elétrica (ou fiação) que não seja espe- indicados, com capacidades mínimas ele ocupação (n•
cificamente coberta pelas normas dos equipamentos de pessoas) especificadas.
de utilização. A NBR 13534, por sua vez, aplic.1-se a determinados
• Unhas elétricas foxas de sinal, com exceção dos circui- locais como hospitais, ambulatórios, unidades sanitárias;
tos internos dos equipamentos, relacionadas exclusi- cl ínic;i_s médicas, veterinárias e odontológicas; entre
vamente à segurança (contra choques elétricos, outros, lendo em vista a segurança dos pacientes.
incêndios e efeitos térmicos em geral) e à compatibi-
lidade eletromagnética. Define-se estabelecimento a.i,sistencial de saúde (ou.
simplesmente, estabelecinrento de $3úde) como o esta·
Por sua vez, a nonna não se aplica a: belec-i,nento dcsrinado ao atendi1nento n1édico, de cnfer-
n,age1n e para1n&lico (exan,e, trata1nenio. n1on.itoran1en10,
• Instalações de distribuição de energia elétrica (redes) transporte etc.) de pessoas. Corresponde ao tenno heolrh
e de iluminação pública. ,·arefadliry utilizado na1íngua inglesa.
• lnslalações de tração elétrica, de veículos auton1oto- lnS1<llação elftrica em esta~elecimento assistencial de
res, embarcações e aeronaves. saúde é definida como o conjunto de componentes e
• Instalações en1 minas. equipamentos (exceto os aparelhos eletrornédicos) devi-
• Instalações de cercas eletrificadas. da1nente interligados e dispostos de maneira apropriada
em áreas e locais de- um estabelecimento assiStc,ncial de
• Equipamentos para a supressão de pertwbações r,1dioe-
s.aóde. tendo ent vista o suprin1ento. a transfonnação. o
létricas, uma vez que eles não comprometam a segu- annazenan1ento. a distribuição e a utiliz-ação de energia
rança das instalações. elétrica de n1odo compatíve-1 com as necessidades e a
• Instalações específicas para proteção contra descar- segurança específicas de cada recinto para fins médicos
gas atmosféricas diretas. (diagnósticos ou terapêuticos).
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Capítulo 1 • Fundamentos 3

A terminologia de instalações elétricas de baixa ten· um transformador (em un1poste:), um disjuntor (em uni
são é tratada na norma NBR IEC 60050 (Vocabulário quadro), um aparelho ele ar-condicionado (em parede
Eletrotécnico Internacional, em seu Capítulo 826 - ou janela).
Instalações Elétricas em Edificações). • Eswcionários: não são movimentados quando em fun-
cionan1ento, não possuem alça para trans1>0rte ou
1.3 Componentes das instalações possuem massa tal que não podem ser movimentados
facilmente, como geladeira ou freezer doméstico,
Nesta seção, abordaremos os principais componen· lavadora de roupa, microcomputador, disjuntor
tes de uma instalação elétrica, a saber: componente, extraível (de um cubículo de subestação).
equipamento elétrico, aparelho elétrico, linha elétrica, dis- • Porl,íteis: são equipamentos n1ovimentados quando
positivo elétrico, carga elétrica, potência instalada, falta em íuncionamento ou que podem ser facilmente
elétrica, sobrecarga, sobrecorrente e curto-circuito, corren- deslocados de um lugar para outro, mesmo quando
te de fuga e corrente diferencial residual. ligados à fonte ele alimentação, como é o caso ele
certos eletrodomésticos (por exemplo, enceradeira e
Componente aspirador de pó) ou aparelhos de medição (como
Componente de uma instalação elétrica é um termo muhímetros).
em1xegado para designar itens da instalação que, clepen- • Manuais: são os portáteis, projetados para serem
clenclo do contexto, podem ser materiais, acessórios, suportados pelas mãos durante utilização normal,
dispositivos, instrumentos, equipamentos (de geração, como é o caso das íerramentas portáteis (por exem-
conversão, transformação, transmissão, armazenamento,
plo, furadeira, !erro de passar roupas e amperímetro
d istribuição ou utilização ele eletricidade), máquinas,
tipo alicate).
conjuntos_, ou n1esn10 segn1entos oo partes da instalação
(como linhas elétricas). Assim, um eletrocluto e um con-
j unto de condutores isolados, por exemplo, são compo- Aparelho elétrico
nentes de u1na linha elétrica., visto ser ela constituída por O termo aparelho elétrico é usado para designar
condutores isolados contidos em eletroduto. equipamentos de medição e certos equipamentos de uti·
lização, tais como:
Equipamento elétrico
• Aparelho elelfodomés1ico: destinado à utilização resi-
Um equipamento elétrico é uma unidade funcional, dencial ou análoga (por exemplo, aspirador de pó,
completa e distinta, que exerce uma ou mais funções
liquidificador, lavadora de roupa e chuveiro elétrico).
elétricas relacionadas com geração, transmissão, distri·
• Aparelho eletroprofissional: clestinado à utilização
buição ou ulilização de energia elétrica, tal como
em estabelecimentos comerciais ou análogos (como
máquinas, transformadores, dispositivos elétricos, apare.
máquina ele escrever, copiadora e microcomputador),
lhos de medição, proteç.io e controle. Em particular, um
equipamento de utilização é o equipamento elétrico íncluindo os ec1uipamentos eletromédicos.
destinado a converter energia elétrica em outra forma de • Aparelho de iluminação: é o conjunto constituído, no
energia diretamente utilizável (mecânica, térmica, lun1i· caso mais geral, por uma ou mais lâmpadas, luminá-
nosa, sonora etc.). rias e acessórios (como reator e starter).
Em uma instalação elétrica, é possível ter os seguin·
tes tipos ele equipamentos: Linha elétrica
• Equipamentos relacionados à fonte ele energia elétrica Uma linha elétrica é o conj unto constituído 1>0r um
ela instalação, que são os transformadores, os gerado- ou mais condutores, com os elementos ele fixação ou
res e as baterias. suporte e, se for o caso, de proteção mecânica, destina·
• Dispositivos de comando (manobra) e proteção, tais do a transportar energia elétrica ou a transmitir sinais
como chaves, seccionaclores, disjuntores, fusíveis e elétricos. O termo corresponde ao inglês wiring system e
relês. ao francês canalizalion.
• Equipamentos ele utilização, que podem ser classifi-
caclos em equipamentos não-industriais (aparelhos As linhas elé1ricas podem ser cons1itufdas apenas por
condutores con1 os eleme,uos de fi.x.ação e/ou suporte,
eletrodomésticos e eletroprofissionais), equipamen-
como é o caso de condutores fixados a paredes ou tetos
tos incluwiais (tornos, compressores, prensas, fornos)
e de condu1ores fixados sobre isoladores (em paredes,
e aparelhos de iluminação. tetos ou postes). Poden1 1an1bé1n ser fom1adas l)Of con·
Quanto à instalação, os equipamentos em geral dutores esn con<lutos (co1no eletrodutos, eletrocalhas.
podem ser classificados em: bandejas). Observe que un1a linha elétrica pode conter
un1 ou vários circuitos (por exentplo, vários circuitos cm
• Fixos: são projetados para serem instalados perma- uma bàndeja ou cm um eletrodu10).
nentemente em um lugar determinado, 1>0r exemplo,
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4 lnslalações elétricas

Dispositivo elétrico • Cargas lineares: constituídas pelos equipamentos elétri-


cos cuja forma de onda ele tensão e corrente ele entrada
Dispositivo élétrico é um équipamento integranté dé
permanecem senoidais em qualquer ponto de opera-
um circuito elétrico cujo objetivo é desempenhar uma
ção. ~ o caso típico de motores ele indução usuais, da
ou mais funções de manobra, proteção ou controle. ~
iluminaç.'\o incandescente e ele cargas de aquecimento.
importante obsérvar que um dispositivo elétrico pode,
• Cargas não-lineares: constituídas basicamente pelos
por sua vez, ser parte integrante de uma unidade maior.
equipamentos eletrônicos cujas tensão e corrente
Norn1aln1ente, o termo é utilizado para designar um
elétricas são distorcidas, contendo harmônicas.
con1ponente que conson1e um rníni,no de energia elétri-
ca no exercício de sua função (geralmente comando, O tenno equipamento de tecnologia da informação
manobra ou proteção), correspondendo ao termo devi· (ETI) é usado pela IEC para designar 1odos os tipos de
ce, como é definido na norn1a norte--an1ericana NEC - equipamentos elétricos e eletrônicos utilizados e,n ins-
National Electrical Code. talações comerciais. bem como equipamentos de 1ele-
con1unicação. É o caso de:
As principais funções exercidas pelos dispositivos
elétricos (device) são: • Equipàn1cntos de processamento de dados.
• F.quipamcntos- de telecomunicação e transmissão de
• Manobra: rnuclança na configuração elétrica de um dados.
circuíto, íeita manual ou auton1aticamente. • ·Fontes CC que ali1nen1arn. equipa,nentos de tecnolo-
• Comando: ação destinada a efetuar a manobra, que gia da in(onnação no interior de edificações.
1:>0cle ser de desligamento, ligação ou variação da ali- • Equipamenios e insialações de CPGT (Centrais
mentação de energia elétrica de toda ou parte de uma Privadas de Comu,ação Telefônica).
instalação, sob condições de funcionamento normal. • Redes locais (LAN).
• Proteção: ação automátic.1 provocada por dis1>0Siti· • Sistcn1as de a.larme.
• Sistemas de auton1ação predial.
vos sensíveis a deternlinadas condições anorn1ais • Sistemas-CAM (Co111puter Aidetl Manufocturing).
que ocorrem em un1 circuito, a fin, de evitar danos às
1:>essoas e aos animais e evitar ou limitar danos a um Aparelhos com material ferromagnético e que ope·
sistema ou equipamento elétrico. ran, na região ele saturação são tan,bén1 cargas não·
• Controle: ação de estabelecer o funcionamento de lineares, porque as harn1ônicas decorrentes clessa satura-
equipamentos elétricos sob determinadas condições ção distorcem as ondas de tensão e correntes.
de operação.
Potência instalada
Carga elétrica
A potência instalada de uma instalação elétrica, ele
Carga elétrica, na linguagem usual de eletrotécnica, um set0r de uma instalação ou de um conjunto de equi·
pode ter vários significados, como: pamentos de utilização é a soma das potências nomi-
• Conjunto de valores elas grandezas elétricas (e mecã- nais cios equipamentos de utilização da instalação, do
nic.as, no caso de máquinas} que caracterizan, as setor ela instalação ou do conjunto de equipamentos.
solicitações impostas a um equipamento elétrico Um equipamento que absorve energia elétrica é um
(transformador, máquina etc.) em dado instante, por equipamen10 de utilização; dependendo da necessida-
um circuito elétrico (ou dispositivo mecânico, no de, a potência ativa consumida pode variar de zero até
caso de máquina). sua potência nominal.
• Equipamento elétrico que absorve potência ativa.
• Potência (ou corrente) transferida por um equipa· Falta elétrica
n1ento elétrico. U1na falta elétrica é o contato ou arco acidental entre
• Potência instalada. partes com potenciais diferentes, bem como de uma ou
Por sua vez, para u1n circuito ou equi1>amento elétri- mais dessas partes par,) a terra,. em um sistema ou equi·
co, fala-se em: pamento energizado. As faltas são geraln1ente causadas
por falha de isolan1ento entre as partes, e a in,pedância
• Fvncionamen,o em carga: quando o circuito ou o entre elas pode ser baixa ou desprezível, quando então é
equipamento está transferindo ou absorvendo ener-
denominada fá/ta direta. Quando uma das partes envol-
gia elétrica.
vidas é a terra, tem-se falta para terra.
• Funcionamento em vc1zio: quando o circuito ou o equi-
Um curto·circuito é um caminho condutor acidental
pamento não está transferindo energia, sendo porém
ou intencional entre dois ou mais pontos de um circui-
nonnais as outras condições de funcionamento.
to, por meio de uma impedância baixa ou desprezível.
Para o equipamento de utilização, as cargas podem Quando o curto-circuito é acidental e os pontos esião
ainda ser caracterizadas como: sob potenciais diferentes, tem-se uma falta direta.
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Capitulo 1 • Fundamentos 5

Sobrecarga, sobrecorrente Supondo que o circuito esteja alimentando uma


carga elétrica equilibrada ou desequilibrada, mas que
e curto-circuito não tenha corrente ele fuga, pode·se determi nar para o
Sobrecarga é a parte ela carga existente em um cir- ponto P, de acordo com a 1• Lei de Kirchhoff, que:
cuito ou e<1uipamento que exce<fe a plena carga. Por sua
vez, sobrec.orrente é uma corrente que excede o valor (1.1)
nominal, que, no caso de condutores elétricos, é a capa-
cidade de condução de corrente. Da mesma maneira, onde i 1, i2 , i3 e (v são os fasores ou valores instantâneos
sobretensifo é un1a tensão cujo valor excede o n1aior das correntes que percorrern os condutores vivos do cir-
valor nominal cio sistema ou equipamento elétrico. cuito. No caso da Express.10 1.1, a corrente diferencial·
residual é igual a zero.
Nas instalações elétricas, as sobrecorrentes podem
Caso haja corrente de fuga ou corrente de falta 1>ara
ser de dois tipos: a terra, a soma dos valores instantâneos das correntes
• Corrente de falta: corrente que ílui de um condutor será diferente ele zero.
para outro ou de un, condutor para a terra, no caso Pode·se, então, determinar, no caso geral, que
de uma falta e no local desta.
• Corrente de sob">carga: sobrecorrente em um circuito (1.2)
ou equipamento elétrico sem que haja falta elétrica. ou, em termos fasoriais (ver diagrama fasorial da Figura
A chamada corrente de curto·circuíco, caso panicular 1.1 ), que
de corrente de falta, é a sobrecorrente resulk1nte de uma
IDI< = / 1 + I, + I, + l.v (1.3)
falta direta entre condutores energizados que apresentam
uma diferença de potencial em funcionamento normal. onde I ,, 1,, 13 e /,, são os fusores das correntes nos condu·
tores e IOJt é o fasor da corrente diferencial residual.
Corrente de fuga
A corrente de fuga, como conceito geral, é uma cor-
rente muito pequena que percorre um caminho diferen·
1.4 Tensões elétricas
te do previsto. Em panicular, a corrente de iuga de uma De acordo com a IEC 60038, os sistemas elétricos são
instalação ou de pane dela é a corrente que, na ausên· caracterizados por três valores de tensão eficaz, a nonli-
eia de falta, flui através do dielétrico do material isolan· nal, a máxima e a mínima.
te dos condutores, ou, em caso de rede de distribuição A tensão non1inal de un1 sistema é <1quela que carac-
ele energia elétrica, flui sobre as saias dos isoladores (ver teriza a tensão do sistema e à qual são deferidas certas
Tabela 3.9). características operacionais.
As tensões rnáx;ma e mlnima de un1 sistema são, reis·
Corrente diferencia l-residual pectivamente, o maior e o n1enor valor de tensão que
A corrente diferencial·residual (Ir,,) de uma instala· podem ocorrer em condições normais de operação, em
ção ou de um setor de uma instalação é definida como qualquer tempo e em qualquer ponto do sistema, excluí-
a son1a dos valores instantâneos das correntes que per· das as condições transitórias e anormais.
correm todos os condutores vivos do circuito considera· Para uma instalação elétrica, a tensão nominal (de
cio, em dado ponto. acordo com a NBR IEC 60050 (Capítulo 826)) é defini·
Seja o circuito trifásico com neutro apresentado na ela como a tensão pela qual a instalação (ou pane dela)
Figura 1.1. é designada.

- ->- i1 ~

L1
I \
~i2 ;,..
Li
- ->- i3
L)

L_:
_..,.\, \ I
'-.../
p ;, i,

Figura 1 , l • Corrente diferenciaJ.resicluol


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6 lnslalações elétricas

Uma tensão igual ou inferior a 1.000 V em CA ou a A respeito dessa tabela, são válidas as seguintes observa-
1.500 V em CC é considerada b,1ix,1 tensão. Tensões supe- ções:
riores a esses valores são designadas genericamente como
• A tabela corresponde à Tabela 1.1 da IEC 60038, de
altas tensões. Já tensões iguais ou inferiores a 50 V em CA
2002.
ou a 120 V em CC são chamadas extra b,1ixas tensões
• As tensões superiores a 230/400 V destinam-se
(EBn ou extra·low voltage (ELV).
exclusivamente a instalações industriais e comerciais
Para sistemas com tensão nominal superior a 1.000 V,
de porte.
(isto é, de •alta tensão"), a IEC define a tensão máxima
• As tensões nominais ele equipamentos de utilização
de operação de um equipamento como a maior tensão monofásicos não devem exceder 240 V.
para a qual o equipamento é especificado, tendo em
• Recomenda-se que a tensão nos terminais de alimen-
vista a isolação e outras características que possam ser
tação não difira da tensão nominal de mais de± 10%.
referidas a essa tensão nas especificações respectivas.
Os equipamentos ligados a sistemas de baixa tensão A Tabela 1.2 mostra as tensões nominais de sistemas
(BT) elevem ser caracterizados pela tensão nominal do de baixa tensão usuais "° Brasil, enquanto a Tabela 1.3
sistema, tanto para isolação como para operação. mostra as tensões nominais norm:dmente encontradas
A Tabela 1.1 indica as tensões nominais de siste- em nossos equipamentos de utilização.
mas ele baixa tensão, trifásico a três e quatro condutores, A Tabela 1.4 indica as tensões nominais de siste1nas
e de sistemas monofásicos a três condutores, freqüência de tensões acima de 1 kV e até 35 kV e as corresponden-
de 60 Hz, incluindo os circuitos ligados a esses sistemas. tes tensões máximas para equipamentos, de acordo
As tensões são indicadas por U, ou por U, onde u. é a com a IEC. A Série 1. para sistemas de 50 ou 60 Hz, cor-
tensão entre fase e neutro e U é a tensão entre fases. responde aos padrões europeus, enquanto a Série li,

I Taliela 1.1 • Tensões nominais ele sistemas ele baixa tensão.em au Hz, !IEC) 1
Sistemas trifásicos a três e quatro condutores (V) Sistemas monofásicos a três condutores (V)
230/400 120/240
277/480
480/690
1.000

I Tabela 1.2 • Tensões nominais de sistemas de baixa tensão usuais no Brasil l


Sis temas trifásicos a três ou quatro condutores (V) Sistentas 1nonofásicos a dois ou lrês condutores (V)
115/230 110/220
120/208 115/230*
127/220• 127/254•
220/380• 220/440*
254/440• 120/440•

Talitla 1.3 • Tensões nominais de eauiDGmentos de utilizasãc> usuais no Brasil i


Tipo Tensão nominal (V)
110
115
Monofásicos 120
127
220
220
Trifásicos 380
440
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Capítulo 1 • Fundamentos 7

Tabela 1.4 • Tensões nominais de sistemas com 1 kV < u• .;; 35 kV e tensões máximas correspon·
dentes para equipamentos (IEC)
Série I Série n
- >---
Tensão n1áxinla para Tensão n1:ixi1na para
Tensão no,ninal de Tensão norninaJ de
equipa1nentos equipa,nen1os
sistema (kV) sistema (kV)
(kV) (kV)
3.6
7.2
3,3•
6.6
3•
6•
- - 4,4
-
4,16*
-
-
-
-
12 11
-
-
-
-
,--
-
10 -
13.2
13.97
+ r
-
12.47
13.2

---
14,52 13,8•
(17,5)
- - - ( 15)
- .... - -- -
24 22 20 - ~
-
- - - 26,4 24,94
36 33 - - -
- - - - 36.5
~
34.5
r
40.5 - 35 - -
para sistemas ele 60 Hz, corresponde aos padrões norte- No Brasil, as tensões usuais - entre 1 kV e 35 kV -
americanos. A IEC recomenda que um 1>aís utilize ape- estão indicadas na Tabela 1.5.
nas un,a das séries e, no caso de a opção ser pela Série
1, que apenas uma das listas seja usada. São feitas as
seguintes observações: 1.5 Choque elétrico
• Para um sistema normal da Série 1 a tensão máxima
1
Choque elé1rico é a 1>erturbação, ele na.tureza e efei·
e a tensão mínima não devem diferir além de :1: 10% los diversos, que se manifesla no organismo humano ou
da tensão nominal. anin1al quando este é percorrido por uma corrente elé·
• Em um sistema normal da Série li, a tensão máxin1a trica. Dependendo ela inlensidade e do tempo do cho·
não deve diferir alén1 de + 5% e a tensão mínima, além que elétrico, a corrente elétrica provoca maiores danos
cle - 10% ela tensão nominal. e efei1os fisiopatol6gicos no homem. No estudo ela pre·
• As tensões assinaladas com asterisco (ª) não devem venção cio choque elétrico, devem-se considerar:
ser usadas em redes públicas. • Conc,1tos diretos: é. quando a pessoa toca diretamen·
• Estuda-se a unificação elas tensões 33 e 35 kV. te a parte viva (condutores energiL:1dos) de uma ins-
• Os valores indicados entre parênteses são considera- talação elétrica. Isso pode ocorrer quando a pessoa
dos não preferenciais. toca inadvertidamente os condutores energizaclos ou
outra 1>arte do circuito de um equipamenio, ou devi-
do a uma fissura (falha) cio material isolante do fio,
Taliela 1.5 • Tensões nominais na faixa 1 kV como mostra a figura 1.2.
< u. ,. 35 kV usuai5 no Brasil (kV)
• Contatos indiretos: contatos de pessoas ou animais
2,4
com massas que ficaram sob tensão devido a uma
falha ele isolamento (figura 1.2).
3,8
4,16
1 Os contatos diretos, que a cada ano provocam milha-
res de acidentes graves (muitos até fatais), são provocados
6,6°
geralmente por falha de isolamento, por ruptura ou remo·
13,2 ção indevida de partes isolantes ou por imprudência de
13,8° uma pessoa com relação a uma parte viva (energizada).
23,0' Terminais de equipamentos não isolados, condutores e
34.5' cabos com isolação danific,,da ou deteriorada e equipa-
Nota: mentos de utilização velhos são as "fontes" mais comuns
1. Usadas cn1 rode.~ das. concessionárias de dislribuição de ele choques 1>or contatos diretos. Observe, por exemplo,
cnc,:sia elé1ricà. que o (mau) hábito de desconectar o plugue da tomada
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8 lnslalações elétricas

Contato direto Con1a10 indire10

.,
o~ D
Figura 1.2 • Contatos direto e indireto

de aparelhos portáteis (como ferro de passar roupa e Alimentação diretamente


sec.,clor de cabelos) ou móveis (como enceradeira e aspi-
rador de pó) puxando o cabo ou o fio aumenta em muito
em baixa tensão
o perigo de acidentes elétricos. A entrada de serviço é o conj unto de equipamentos,
Os contatos indiretos, por sua vez, são particular- condutores e acessórios instalados entre o ponto de deri·
mente perigosos, pois quando o usuário encosta a n1ão vação da rede da concessionária e o quadro de medição
em uma massa (por exemplo, na carcaça de um equipa- ou proteção, estando este incluído.
n1ento de utilização), ele não suspeita de uma eventual O ponto de entreg,1 é o ponto até onde a concessio-
energização acidental, provocada por foha ou por defei- náría deve fornecer energia elétrica, participando cios
to interno no equipamento. investimentos necessários e responsabilizando-se pela
execução dos serviços, pela operação e pela manuten-
ção, não sendo necessariamente o ponto ele medição. O
1.6 Instalação de baix a tensão 1 ponto de entrega é o ponto a partir do qual se aplica a
NBR 54 10:2004.
As instalações de baixa tens,fo (BT) podem ser ali- A entrada consumidora é o conjunto de equipamen-
mentadas de várias maneiras: tos, condutores e acessórios instalados entre o ponto
• Diretamente, por uma rede de distribuição de ener- de entrega e o quadro de proteção e medição, estando
gia elétrica de baixa tensão, por meio de um ramal este incluído.
de ligação; é o caso típico de edificações residen- O ramal de ligação é o conjunto de condutores e
ciais, con1erciais ou industriais de pequeno porte. acessórios instalados entre o ponto de clerivaç.10 da rede
• De uma rede de distribuição de alta tensão (AT), por da concessionária e o ponto de entrega.
n1eio de uma subestação ou de um transformador O ramal ele entrada é o conjunto de condutores e
exclusivo, de propriedade da concessionária; é o acessórios instalados entre o ponto de entrega e o qua·
caso típico de instalações residenciais de uso coleti· dro de proteção e medição.
vo (apartamentos) e comerciais de grande porte. A Figura 1.3 mostra esquematicamente os compo-
• De uma rede de distribuição de alta tensão, por meio nentes da entrada de serviço.
de uma subestação ele propriedade do consumidor; é
o caso típico de edificações industriais e con1erciais Alimentação em alta tensão
de médio e grande portes. Uma subestação é uma instalação elétrica destina-
• Por fonte autônoma, como é o caso de instalações de da a manobra, transformação e/ou outra forma de con-
segurança ou de instalações situadas íora de zonas versão de energia elétrica. Quando esse termo é
servidas por concessionárias. empregado sozinho, subentende-se uma subestação
ele transíormaçiio.
1. As definições apre.sen1ad:i..s llC$1C 1cx10 es1âo de :,cordo com Observe que: na Figura 1.3, a proteção está localiza·
às nottni\$ NOR 5460 e NOR IEC 60050 (826) e t:ó1n ri ter· da antes da medição, mas algumas concessionárias do
n1inologi3 usu~•I <L'LS concessionárias de cncrgi3 elétrica.. Brasil a utilizam depois da medição.
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Capítulo 1 • Fundamentos 9

~
Pon10 de
Ramal de derivação
ligaçáo
Ponto de Quadro
/entrega
' - - - - - - -+ - -- -c-:----:---:1Pro1eçào Mediçiio
R;l1nal de en1rada - - l>i

Entrada consun1 idora - - - --+!


Entrada de serviço

Figura 1.3 • Esquema bósíc:o de entrado de serviço

Unidade consumidora alguns casos mais de un,a) e a distribui a um ou 1nais cir·


cuitos. Pode, também, desempenhar funções de prote·
Chama-se unidade consumidora a instalação elétrica
ção, seccionamento, controle e medição. Um quadro
pertencente a um único consumidor, e que recebe ener-
(de distribuição) terminal é aquele que alimenta exclusi-
gia em un1 só ponto, con1 sua respectiva n1eclição.
vamente circuitos terminais. A Figura 1.4 traz alguns
l importante observar que, no caso de edificações exemplos, com circuitos e quadros ele distribuição e cir-
de uso coletivo - residenciais ou comerciais - com
cuitos e quadros terminais.
vários consumidores, a cada unidade consumidora
Verifica-se, então, que o termo •quadro de
(apartamento, conjunto de salas, loja, administração
distribuição11 é absolutamente geral e inclui desde os
etc.) corresponde uma instalação elétrica cuja origem
simples • quadros de luz• até os mais complexos CCMs
está localizada nos tern1inais de saída do respectivo dis-
(centros de controle de motores).
positivo geral de comando e proteção, ou do medidor,
se lor o caso. Tomada de corrente e
ponto de tomada
Tensão nominal e tensão de serviço
Uma tomada de corrente pode ser definida como
A tensão nominal de uma instalação de baixa tensão um dispositivo elétrico com contatos ligados perma-
de uma unidade consumidora é a tensão na origem da nentemente a uma fonte de energia elétrica, que ali-
instalação, ou seja, no ponto de entrega. menta um equipamento de utilização por meio da
A tensão de serviço pode, por razões óbvias, ser dife- conexão de um plugue.
rente da tensão non1inal; no entanto, em todos os cálcu- Um ponto de tomada, de acordo com a NBR 541O,
los que envolvem tensão, a nominal é a considerada. A
é um ponto de uti lização em que a conexão do equ,-
Resolução da ANEEL n~ 505, ele novembro d: 2001,
pamento ou cios equipan,entos a seren, alin, entados é
define a tensão nominal na origem da instalaçao, bem
feita por meio de tomada de corrente. E pode conter
como a variação permitida.
uma ou n,ais ton,adas de corrente. Além disso, um
ponto de tomada pode ser clas.silicado, entre outros
Circuito
critérios, de acordo com a tensão do circuito que o ali·
Um circuito de uma instalação elétrica é o conjunto menta, o número de tomadas de corrente nele previs-
de componentes da instalaÇ<io alimentados da n1esn1a to, o tipo de equipamento a ser alimentado e a corren·
origem e protegidos pelo mesmo dísposHivo de prote- te nominal das tomadas de corrente nele utilizadas.
ção. Em uma instalação há dois tipos de circuitos: os de Veja na Figura 1.5 o exemplo de um ponto de tomada
distribuição e os terminais. com quatro tomadas 2P+ T (modelo conforme NBR
Um circuito de distribuição é o circuito que alimenta 14136).
um ou n1ais quadros de distribuição, e un, circuito lern,i· Em uma instalação, podem-se distinguir:
na/ é aquele que está ligado diretamente a equipamentos
de utilização ou a tomadas de corrente.
• Ton1c1dc1s ele uso especlfico, nas quais s.:io ligados equi-
pamentos fixos, por exemplo, aparelhos de ar·condi·
cionado e certos equipamentos estacionários de maior
Quadro de distribuição porte, como é o caso de máquinas copiadoras.
Um quadro de distribuição é um equipamento elétri- • Tomadas de uso geral, nas quais são ligados equipa-
co que recebe energia elétrica de uma alimentação (em rnentos móveis, portáteis e estacionários.
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1O lnslolações elétricas

Quadro 1crn1inal
Disjuntor
Ponto de entrega
(origcn1 da instalação)
Rainal de
entl":lda Caixa de ,ncdição Fusí\'cl
(BT) . - - - - - - -'-"'7'Í Circuito de
distribui ão
Circuitos tenninais )
(a)

1
Medidor

Ponto de entrega

~ Ra,nal de entrada (AT)

Trunsforn1ador

.,._ Origcn1
Quadro ele
Disjun1or
distribuição Circuito de
Quadro de distribuição
TC divisionário
distribuição Circuito de
dis1ribuição
principal

Circuitos tenninais )

(b)

Figura 1.4 • Esquemas típicos de instalações: (oi alimentação por rede público BT; (b) alimentação por rede p<iblico AT

Pontos de uso específico


Pode-se ainda falar em pontos de uso específico, que
geralmente são caixas de ligação, nas quais são ligados
equipamentos fixos (que não utilizam plugues). to caso
da maior parte dos equipamentos industriais e de certos
equipamentos eletrodomésticos e eletroprofissionais.
••• •••
Instalações temporárias
Instalação temporJria é uma instalação elétrica
prevista para un1a duração lin1ítada às circunstâncias
que a motivam. São adm itidas durante um período ele
construção, reparos, manutenção, reformas ou den10-
lições, instalação de estruturas ou equipamentos. Figura 1.5 • Ponto de tomodo com quotro tomados 2P+T
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Capítulo 1 • Fundamentos 11

Podem ser considerados três tipos de instalações tem- Aparelhos de iluminação


porárias: Os c1parelhos de iluminação estão presentes en,
• lt>StafaçJo de reparos: substitui uma instalação defei- qualquer local e em todo tipo de instalação. Podem
tuosa e é necessária sempre que ocorre um acidente ser clas.sificados, de acordo com o tipo de fonte utili-
que impede o funcionamento de uma instalação zada, em:
existente ou de um de seus setores.
• Aparelhos inc,,ndescentes: utilizam as lâmpadas
• Instalação de trabal/10: pem,ite reparos ou modifica-
inc.1ndescentes comuns ou refletoras e as halógenas.
ções em uma instalação existente, sem interromper
• Aparelhos de clescarga: utilizam lâmpadas de des-
seu funcionamento. carga, que podem ser fluorescentes, ele vapor de
• Instalação semipermanente: destinada a atividades mercúrio, de vapor de sódio, de multivapores melá·
não habituais ou que se repetem periodicamente, licos etc.
como é o caso das "instalações em canteiros de
obras", assim consideradas as que se destinan1à cons· Equipamentos industriais ou análogos
trução de edificações novas, aos trabalhos de reforma,
modific.1ção, ampliação ou demolição de edificações Os equipan1entos inclustriais ou análogos são os uti-
existentes, bem como à construção de obras públic.1s lizados nas áreas de produção das indústrias e em
(como redes de água, gás, telefonia, eoergia elétrica e outras aplicações bem específicas. Podem ser classifica-
obras viárias). dos em:
• Equipamentos de força motriz: inclui compressores,
Serviços de segurança ventiladores, bombas, equipamentos de levantamen-
O Sistema de Alimentaç.fo Elétrica p,,ra Serviços de to (como elevadores e guir1dastes) e equi1>amentos ele
Segurança (SAESS) é o sistema que mantém o funciona- transporte (como pórticos, pontes rolantes e correias
mento de equipamentos e/ou instalações essenciais à transportadoras).
segurança das 1>essoas e à salubridade, quando exigido • Máquinas-ferramentas: inclui ele tornos e fresas até as
pela legislaÇ<'io loc.11, para evitar danos ao meio ambien- máquinas operatri2es mais potentes e solisticadas.
te ou a outros materiais. O SAESS compreende a fonte, • Fomos eléuicos: que são os fornos a arco elétrico, à
os circuitos até os terminais dos equipan1entos de utili· resistência elétrica e ele indução.
zação e, eventualn1ente, os próprios equipamentos de • Caldeiras elétricas: são as caldeiras à resistência e a
utilização. Como exemplos de aplicação do SAESS, eletrodo.
podem-se citar: • Equipamentos de solda elétrica: de eletrodo ou ponto
a ponto.
• Iluminação ele segurança (ou de emergência).
• Sinalização de rotas de fuga para a evacuação de
Equipamentos não-industriais
locais.
• Sistemas de detecÇ<'io de fumaça e fogo. Os equipan1entos não--inclustri,1is são utilizados em
• Sistemas ele exaustão de fumaça e gases tóxicos. locais comerciais, institucionais, residenciais etc. e até
• Bombas de água para incêndio. mesmo em indústrias fora das áreas de produção (em
• Compressores para sistemas de extinç.10 de incêndio; escritórios, depósitos e laboratórios). Podem ser classifi·
• Certos equipamentos eletromédicos. cados e,n:
• Certos processos industriais (como na indústria • Aparelhos eletJodomésticos (ver definição na Seção 1.3).
petroquímica e de cimento) cuja interrupção pode • Aparelhos eletroprofissionais (ver definição na Seção
trazer problemas de segurança. 1.3): inclui desde uma simples máquina de escrever
• Certos serviços específicos, como iluminaç.ão ele pis- até um sofisticado equipamento de processamento
tas ele pouso em aeroportos e heliportos, de túneis, ele dados.
entre outros.
• Equipc1mentos de ventilação, exat.1stão, aquecimen·
to e ar·condicionado: são todos os equipamentos
1.7 Equipamentos de utilização impostos pelos sistemas industriais de ventilação.
aquecimento ambiental e ar-condicionado. Obser-
Classificação ve que os ventiladores e os circuladores de ar por-
Os equipamentos ele utilização podem ser classifi- táteis, assin, como os aparelhos de ar·condiciona-
cados em três grandes categorias: aparelhos ele ilumi- do (de parede ou de janela) e os aquecedores de
nação, equipamentos industriais ou análogos e equipa- ambiente portáteis, são considerados "aparelhos
mentos não-industriais. eletrodomésticos".
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12 lnslolações elétricas

• Equipan1enros hidráulicos e sanitários: inclui todos os Tipos de motores elétricos


equipamentos associados aos sistemas hidrfolicos e Os motores de correllle continua (Figura 1.6) neces-
sanitários elas edificações, tais como i>ombas de sitam ele uma fonte de corrente contínua ou retificada e
recalque, compressores de ar, bombas de vácuo, podem funcionar com velocidade ajustável entre limites
i>ombas de esgoto e ejetares de poços. amplos. São usados principalmente em aplicações espe·
• Equipamentos de aquecimento de ,igua: inclui aque- cííicas que exigem conjugados elevados e/ou variação
cedores e caldein1s utilizados para aqueci,nen10 de de velocidade, como em prensas, tração elétrica e
água em eclific.1ções, excluindo-se os chuveiros e tor- a.lguns tipos de máquinas-ferramentas.
neiras elétricos e os aquecedores residenciais, classi- Os motores de corrente aflemada são os mais usa-
ficados como •aparelhos eletrodomésticos•. dos, uma vez que a corrente alternada é a mais co,num,
• Equipamentos de uansporte veflical: inclui os eleva- pois é obtida diretamente das fontes usuais. Eles podem
dores, as escadas rolantes e os n1onta-cargas. ser síncronos ou de inclução.
• Equipamentos de cozinhas e lavanderias: equipa- Os motores sfncronos com velocidade fixa são utili·
mentos utilizados em cozinhas e lavanderias indus- zados para grandes cargas (em virtude de seu alto custo
triais, con1erciais e institucionais, co1n exceção de para aparelhos n1enores) ou quando se necessita de
•eletro-clomésticos• típicos de cozinhas e lavande- velocidade constante. Graças a seu fator de potência
rias residenciais e ele pequenas cozinhas comerciais. elevado e variável, são também usados na correç<'io de
• Equipamentos especiais: aqueles que não se enqua· fator de potência, necessitando de fonte de corrente
drarn nas categorias anteriores, t_ais como equipa- contínua ou retificada para sua excitação, além de exigi·
mentos hospitalares e equipamentos de laboratórios. rem um complexo equipamento de controle.
• Equipamentos de tecnoloi;ia da informação (ETIJ: Os motores de indução funcionam com velocidade
termo empregado pela NB R 5410 para designar, praticamente constante abaixo da velocidade síncrona,
principaln1ente, equipan1entos concebidos con1 o e variam ligeiramente com a carga n,ecânica aplicada
objetivo de receber dados de uma fonte externa (por ao eixo. Por sua robustez e J>elo baixo custo~ xio os
meio ele linha de entrada de dados ou pelo teclado) motores mais utilizados, principalmente os do tipo gaio-
ou de processar os dados recebidos (por exemplo, la (Figura 1.7), e são adequados para a maioria cios equi-
executar cálculos, transformar ou registrar os dados, pamentos encontrados na indústria.
arquivá-los, triá-los, memorizá-los, transferi-los), ou,
ainda, de fornecer dados de saída (seja a outro equi-
pamento, seja reproduzindo dados ou imagens). São
exemplos de ETls:
• Equipamentos de telecomunic.1ção e de transmis·
s.'io de dados.
• Equipamentos de processamento de dados.
• Instalações que utilizam tronsmisS<io de sinais
com retorno pela terra, interna ou externamente
ligadas a uma edificação.
• Equipamentos e instalações de centrais privadas
de comutaçfo telefônica (PABX) . Figura 1.6 • Motor de corrente contínuo
• Recles locais (LAN) de computadores.
• Sistemas de alarme contra incêndios e contra
roubo.
• Sistemas de automação preclial.
• Sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing)
e outros que utilizam computadores.

Equipamentos a motor
Os equipamentos de utiliz,1ção acionados por moto·
res constituem a maior parte dos equipamentos de uso
industrial ou análogos e i>oa parte dos equipamentos
não,.industriais. Neles, são utilizados ,notares ele cor-
rente alternada e motores de corrente contínua. Figura 1.7 • Motor de indução tipo gaiola
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Capítulo 1 • Fundamentos 13

No Quadro 1.2, são apresentadas definições sucintas fabricantes, para condições de luncionamento estabele·
dos tipos de máquinas elétricas, que são equipamentos cidas. Assim, ten1-se:
de ulilização.
• Corrente nominal 0.v): corrente cujo valor é especifi-
cado pelo fabricante do equipamento de utilização,
Corrente de partida de motores
em A.
As cargas constituídas por motores elétricos apresen- • Tensão nominal (U.vl: tensão atribuída a um equipa·
ta,n características peculiares, uma vez. que a corrente mento por seu fabricante, e que serve de relerência
absorvida durante a partida é bastante superior à de lun·
para o projeto, funcionamento e realização de
cionamento normal em carga. Na partida, o rotor cio
ensaios, em V.
motor de indução está parado, portanto a corrente elétri-
• Potência nominal (P"' ou 5,-.:): potência (ativa ou apa·
ca inicial é grande. Com o aumento da rotação do rotor,
rente) de entrada atribuída pelo fabricante, quando o
a corrente de alimentação decresce até atingir seu valor
equipamento funciona sob tensão e freqüência nomi-
em regime permanente, Considerando partida direta do
motor de indução trifásico, a corrente de partida pode ser: nais, na temperatura normal e com carga normal ou
na condição ade<1uada de dissipação de calor, em W,
• lp = 4,2 a 9 f.,·, para motores de dois pólos. kW ou VA, kVA.
• lf)= 4,2 a 7 /N, para motores com mais de dois pólos • l're9üência nominal (em Hz): freqüência atribuída
(valor médio de 6 IN). pelo fabricante e à qual são referidas as outras
Para motores de inclução de anéis ou de corrente grandezas nominais do equipamento, geralmente de
contínua, a corrente de partida depende da resistência 50 ou 60 Hz.
do circuito da partida do rotor valendo, em média, 2,5 f.v· No caso de equipamentos de utilização do tipo
motor, a potência nominal indicada na placa é a potên-
Classificafão dos equipamentos cia mecânica úti l no eixo do rotor (em kW ou CV), isto
a motores elétricos é, a potência de saída no seu eixo. De maneira seme·
A potência absorvida em funcionamento é determi- lhante, para certos aparelhos de ilumi nação, a potência
nada pela potência mecânica do eixo, solicitada pela nominal indicada é a potência (total) das lâmpadas. Em
carga acionada. A NBR 541 O classifica os equipamentos ambos os casos deve ser considerado o rendimento (h ),
a motor utilizados em aplicações normais em dois gru· razão entre a 1>0tência de saída (designada por P '.,-) e a
pos principais: potência de entrada (designada por P,,).
• Carg<1s índustric1is e sinlHares: constituídas por motores ~ (aída P:,,
de indução trifásicos tipo gaiola, com pOlências nomi- 71= - - = -
Pcnlr.>d:I /~,1
nais unitárias não superiores a 150 kW (200 CV), acio-
nando cargas em regime S1 (contínuo), e com caracte- O fator de potência nominal (cos </>,,.) é definido como
rísticas conforme a NBR 7094. a razão entre a potência nominal ativa (P,-) e a potência
• Cargas residenciais e comerci,1is: constituídas por non1inal aparente (S,..).
n1otores com potências non,inais não superiores a
1,5 kW (2 CV), integrando ap.1relhos eletrodomésticos PN
cos <I> = -
e eletroprofissionais. S1v
A Figura 1.8 representa simbolicamente um equipa-
Essa classificação cobre a maioria das aplicações mento genérico de utilização.
práticas. Podem-se determi nar, para os equipamentos de uti-
li zação, as seguintes expressões relacionando os valo-
Caracte rísticas no minais res nominais:
Os equipamentos de utilização são caracterizados (1 ,4)
por valores nominais, especificados e garantidos pelos

Equiprunento de utilizaç-iio

(Entmda) (Saída)

Figura 1.8 • Valores nominoÍ$ de um equipamento de utiliz:oção


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14 lnsloloções elétricas

Quadro 1,2 • Definições contidas na norma NBR 5457


• Máquina (elétrica) girante: equipamento elétrico que utiliza a indução eletromagnética para seu funcionamento,
constituído por co1nponenles capazes de cfc1uar um movin,ento relativo de ro1ação e destinado à conversão ele1ro-
n1ccânica de energia.
• A1áquina assb1,·rona (0111náqui11a ,Je ;nduçáo): n1áquina de corrente alternada na qual a velocidade da carga e a fre..
qüência do sistema ao qual est,1 ligada não estão em uma razão constante.
• Má<1uina <le corrente c:0111(11ua (co111 co111u1,1dor): n,áquina constituída por u1na annadora. um con1u1ador a ela liga-
do e pólos magnéticos excitados por uma fonte de corrente contínua ou constituídos por ímãs penmanemes.
• Máquina síncrona: 111áqui11a de corrente alternada na qual a freqt'iência da tensão induzida e a velocidade estão
eu, tuna razâo consr,11ue. A velocidade do ro1or é co11s1<11u,r.
• Motor elétrico: máquina que converte energia elétrica em energia mecânica de rotação no seu eixo.
• Motor de indução: máquina de indução que funciona con10 1no1or.
• Motor (de indução) de anéis: motor de indução de rotor bobinado no qual as extremidades do enrolamento do rotor
são ligadas a anéis coletores.
• Motor (tle indução) tle gaiola: motor de indução cujo enrolamen10 primário, geralmente alojado no estator. é ligado
à fonte de alimentação, enquanto o enrolamento secundário. de gaiola e nom1almente alojado no rotor. é percorri-
do pela corrente induzida.
• Motor uni\•ersal: motor que pode funcionar com corrente contínua ou con1 corTente alternada 1nonofásica. nas fre-
qüências usuais dos sistemas de distribuição de energia elétrica.

(1.5) EXEMPLO
P,, S,, Dada unia churrasqueira elétrica de 3 kW, co1n 71 •
IN = c:i-- (1.6) 60% em 220 volts, calcular a corrente elétrica e a
t· U,v · cos<hN r· UN
1>0tência ativa de entrada na churrasqueira.
Tem-se:
sendo t um fator que vale V3
para os equipamentos tri-
fásicos e 1 para os monofásicos. p• N = 3.000 w,'1 = 0,6, U,v = 220 V
Note que, nas expressões 1.4, 1.5 e 1.6, as grandezas
siio assim relacionadas:
P'N P'.v 3.000
'1)=-~ P,, = -;;, = 0.60 = 5.000 W
P,v
• Equipamenco mono(Asico: u,. representa a tensão de
fase. PN 5.000
• Equipamento trifásico: UN representa a 1ensão de JN= UN = 220 =22,72A
linha a linha e P.v e S,\' são potências totais, isto é, lri-
íásicas. A Tabela 1.6 apresenta as características nominais
típicas ele diversos aparelhos eletrodomésticos e eletro·
lntroduzinclo a potência ele saída (P'.,) na Expressão 1.6, profissionais.
obtém-se a Expressão 1.7.
f>'.v 1.8 Circuitos
I ~' = ---"--~- (1.7)
' rUNr, cos <í>N
Um circuito de uma instalação, como deíinido na
Seção 1.6, compreende, além cios condutores elétricos,
EXEMPLO todos os dispositivos nele ligados, isto é, no caso ma is
geral, os clis1>0sitivos de proteção, os dispositivos de
Calcular a corrente nominal do mo1or de indução comando, as tomadas de corrente etc., não incluindo os
trifásico tipo gaiola de 15 CV, 380 V. com '1 = 0,8 e equi1>an1entos de utilização alin1ent.:idos. Sua caracterís·
COS <J>N = 0,85. tíca principal é a proteção cios condutores contra sobre-
Tem-se: correntes, que pode ser assegurada J>Or um único dispo-
sitivo (protegendo contra correntes de sobrecarga e de
J",, = 15 CV, '11 = 0,8, cos <l>N = 0,85
curto-circuito) ou por dois disposit.ivos (um protegendo
Da Expressão 1.7 e lembrando que 1 CV = 736 W: contra correntes de sobrecarga e outro, contra correntes
de curto-circuito). Os condutores podem não possuir a
_ 15 X 736 _ ? mesma seção nominal ao longo do circuito, desde que
J,, - - 24, A
V3 X 380 X 0,8 X 0,85 o(s) dispositivo(s) de proteção seja(m) escolhido(s) em
função cios condutores de menor seção nominal .
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Capítulo 1 • Fundome<1los 1S

Tatiela 1,6 • Potências nominais típicas de aparell>os eletrodomé1tíco1 e eletroprofi11ionaia


Aparelho Potências nonlinais típicas (entrada)
Aquecedor de água central (boiler)
soa 100 1 i.OOOW
150a2001 l.250W
2501 i.500W
300a3501 2.000W
4001 2.SOOW
Aquecedor de água de passage111 4.000 a 8.200 W
Aquecedor de ambiente (portátil) 500 a 1.500 W
Ar-condicionado central 8.000W
Ar-condicionado ripo janela
7.100 blO/h 900W
8.500 btu/h l.300W
10.000 btu/h l.400W
12.000 brn/h l .600W
14.000 btu/h l.900W
18.000 btu/h 2.600 W
21.000 btu/h 2.SOOW
30.000 btu}h 3.600W
Aspir•dor de pó (residencial) 500 a 1.000W
Barbeador Sa 12W
Batedeira 100 a 300\V
Cafeteira 1.000 W
CaJxa regis1rodora 100\V
Centrífuga 150a300W
Churr-.tSqueira 3.000W
Chuveiro 4.000 a 6.500 W
Congelador (ji·ee:e.r) (residencial) 350 a 500 VA
Cortador de grama 800 a 1.500 w
Distribuidor de ar (1011 ccil) 250 W
Ebulidor 2.000W
&1crilitador 200W
Exaustor de ar para cozinha (residencial) 300 a 500VA
Faca elé-irica 135\V
Fernunenras ponáteis 500 a l.800W
Ferro de passar rou1>a 800 a 1.650 W
Fogão (residencial) por boca 2.500W
Foma (residenci"l) 4.500W
Foma de microondas (residencial) l.200VA

(continua)
SU$ W li

16 lnslalações elétricas

(continuação)
Aparelho Potências nominais típicas (entrada)
Geladeira (residencial) 150a SOOVA
Grelha elétrica 1.200 W
Impressora 80a350W
Lavadora de pratos (residencial) 1.200 a 2.800 VA
Lavadora de roupa (re.sidcncial) 770VA
Liquidificador 270VA
Máquina de costura (não-profissional} 60 a 150W
Máquina de escrever 150VA
Máquina copiadora 1.500 a 3.500 VA
Mic-roco1npu1ador 150a250W
Monitor 200a 300W
Projetor de siide.ç 250W
Retroprojetor 1.200 W
Sctutuer IOOa lSOW
Secador de cabelos (nilo-profissional) SOO a 1.200\V
Secadora de roupas (residencial) 2.500 a 6.000 w
Televisor 75a300W
Ton1eira 2.800 a 5.200 w
Torradeira (residencial) 500• 1.200\V
Triturador de lixo (na pia) 300W
Ventilador (circulador de ar) de pé 300W
Ventilador (circul:.,dor de ar) ponátil 60a IOOW

Divisão da instalação em circuitos Un, circuito de distribuição1 no caso mais comum,


alimenta um único quadro de distribtJição, no qual
Uma instalaÇ<io deve ser dividida en1 vários circuitos,
reconsidera a carga concentrada em sua extremidade.
a fim ele:
Um circuito tern1inal pode alin1entar u1n ou n1ais
• Limitar as conseqüências de uma falta, que provoca- pontos de utilização. Em princípio, desde que o circuito
rá (por meio de dispositivo de proteção) apenas o seja corretamente dimensionado, não existe limitação
seccionamento (desligamento) do circuito atingido, quanto ao nún1ero de pontos seNidos; deve-se apenas
deixando apenas essas cargas sem energia. observar a compatibilidade entre a seção dos condutores
• Facilitar as inspeções, os ensaios e a manute1ição. e as dimensões cios terminais de ligação dos equipamen-
• Evitar os perigos que possam resultar da falha de um tos alimentados. No entanto, por razões práticas e até
circuito único (por exemplo, no caso de iluminação}. mesn10 de segurança é conveniente que não se tenha
1

Norn1aln1ente, nas instalações1 utilizam-se distribui- um nú1nero excess;vo de pontos de utilização en1 un1 cir-
ções radiaisl con10 mostra a Figura 1. 9, nas quais poden1 cuito terminal, o que é função do tipo e das característi-
ser distinguidos os circuitos de distribuição principais, os cas da instalação. A título apenas de exemplo, para as
circuitos divisionários e os circuitos tern1inais, já apresen- unidades residenciais, o guia da norma francesa de insta-
tados na Figura 1.5. t importante observar que o circtJito lações elétricas de baixa tensão NFC 15-100 recomenda
terminal é o circuito protegido pelo último dispositivo de um máximo de oito pontos para os circuitos terminais de
proteção, contado da origem da instalação, não conside- iluminação e de tomadas, e as tomadas duplas (ou triplas)
rados os eventuais dispositivos especííicos de proteção no são con1putadas con10 um único ponto.
próprio equipamento de utilização. Os circuitos tern1inais individuais em locais de habita-
A NBR 541 O recomenda que os circuitos terminais ção que a NBR 541 O chama "independentes•, isto é, os
sejam individualizados, com base na funç,io dos equipa- que alimentam um único ponto de utilização, são geral-
mentos (ou pontos) de utilização alimentados. Assim, devem mente destinados a tomadas de corrente non1inal elevada
ser previstos circuitos terminais distintos para iluminação, ou a equipamentos fixos de potência nominal elevada. A
para tomadas de cooente, para equipamentos a motor etc. norma recomenda que sejam previstos drcuitos indepen-
SU$W ü

Capitulo 1 • Fundamentos 17

dentes para equipamentos de corrente nominal superior a • Condições an1bientais: independentes da natureza das
1O A (por exemplo, d1uveiros e torneiras elétricas), em instalações e dos locais considerados, relacionadas a
unidades residenciais e em acomodações de hotéis, fatores exteriores provenientes da atmosfera, do clima,
motéis e similares. ela situação e de outras condições da região onde se
encontra a instalação; compreendem 14 parâmetros.
Esquema de condutores vivos • Condições de 1.1lilizc1ção: rela1ivas aos locais onde se
situa a instalação; compreendem cinco parâmetros.
O tipo e o número dos condutores vivos de uma
• Condições relacionadas com a construção das edifi-
instalação elétrica, ou seja, o esquema ele condutores
cações: sua estrutura e os materiais utilizados; com-
vivos, são escolhidos levando-se em conta principal-
preendem dois parâmetros.
mente a natureza dos equipamentos ele utilização ali-
mentados (trifásicos, bifásicos ou monofásicos); no Para facilitar a classificação dos diferentes parâme-
caso ele alimentação por rede de baixa tensão, os tros, foi estabelecido um código alfanumérico constante
lirnites são fixados pela concessionária de energia de duas letras e un1 algarismo. A primeira letra indica a
elétrica. O número de condutores de uma instalação categoria geral da influência externa, podendo ser A
consumidora se enquadra nos dados apresentados na (condições ambientais), B (condições de utilização) e C
Tabela 1.7. (construção); a segunda letra indica a natureza da
influência externa. O conjunto das duas letras caracteri-
za o parâmetro, como mostrado a seguir, e o algarismo
1.9 Influências externas indica a classe de cada parâmetro. São as seguintes as
A classificação das influências externas apresentada influências consideradas:
pela NBR 5410 é a classificação internacional da IEC. AA - Temperatura ambiente
Trata-se de um inventário, o mais completo possível, de A8 - Condições climáticas do ambiente
todas as condições exteriores a que podem estar sujeitos AC - Altitude
os diversos con1ponentes da instalação e que, logica- AD - Presença ele água
mente, poderão influir nos procedimentos de projeto e AE - Presença de corpos sólidos
de execução. Af - Presença de substâncias corrosivas ou poluentes
Os diferentes parâmetros de influências externas são AC/AH - Solicitações mecánicas (impactos/vibrações)
classificados em três grandes categorias: AK - Presença de ílora e mofo

Orige1n du instal:,ç.ão

Circuitos de distribuição
principal

Circuitos de distribuição
divisionários

l 1 l
Circuitos 1ern1inais

Figura 1,9 • Distribuição radial: circuitos de distribuiçõo e terminais {ver simbologia no Seçõo A.7)
SU$W ü

18 lnslalações elétricas

AL - Presença de fauna 88 - Resisiência elétrica do corpo humano


AM - Fenômenos eletromagnéticos de baixa freqüência BC - Contatos das pessoas com o potencial da terra
- conduzidos ou radiados (harmônicas e inter BD - Condições de fuga das pessoas em emergências
harmô11icas, tensões de sinalização, variações de BE - Natureza dos materiais 1,rocessados ou arn1aze·
an1plitucle e tensão, desequi líbrio de tensão, varia- nados
ção de freqüência, componentes contínuos em CA - ,'1.1.lteriais de conSlrução
redes, campos magnéticos radiados, campos CB - Estrutura das edificações
elétricos)
As tabelas 1.8 a 1.30 apresentam a classificação das
AN - Radiação solar
influências externas, conforme consta da NBR 541 O.
AQ - Descargas atmosféricas
No Apêndice A são apresentadas tabelas indicando
AR - Movimentação do ar
as características dos componentes elétricos em geral e
AS -Vento
das linhas elétricas em função das influências externas.
BA - Competência elas pessoas

Tabela 1,7 • Número ele condutores ele uma instalação consumidora (uquemas apresentados
na f",gura 1, 1O)

1nonofásico a dois condutores


ntonofásico a três condutores
E1n corrcn1e al1ernada bifásica a ores conduoores
trifásico a 1rês condutores
1rifásico a qua1ro condutores
dois condutores
E1n corrente contínua
1ri!s canduoores

~ - - - - --L,
Sisten1as en1 CA

,::..._...r,,y,"-.--'>.--- Lz

• ------- --- ---- •N
'---------L3
Monofásico '-------N 1'rifásico a três ~------L,
a dois ou quatro condutores
condutores ~-----Li

-------------- •N

'-----Lz
'-- - - - - - - - L3
Monofásico a três
condutores
Siste,nas e.01 CC

doiscondutores
Bifásico a três L-
N
condutores
L+

três condutores N
Lz
L-
Figura 1.1O • Esquemas de condutares vivos segundo a NBR 5<1 1O
SU$ W ü

Capítulo 1 • Fundamentos 19

[ Tabela 1.8 • Temperatura ambiente 1

Faixas de temperatura
Código Classificação Aplicações e exemplos
Limite inferior ºC Limite superior ºC
AA I Frigorífico - 60 +5
Câmaras frigoríficas
AA2 Mui 10 frio - 40 +5
AA3 Frio - 25 +5 -
AA4 Te,nperado -5 + 40 -
AA5 Quente +5 + 40 Interior de edificações
AA6 M ui10 quente +5 + 60 -
AA7 - 25 + 55
AA8
Ex1ren1a
- 50 + 40 -
Noi:ts:
1. ,\s c-ht'iSJCS de lC1n~rn1urn :.mibitme s.io aplic.•h·cis a1x:n:1s quando n.."'io h:i inOUC.ncia da urTU1lade.
2. O valor médio ent u1n período de 24 hC>t:U n5o dcYc exceder o lin1i1e: superior nlenos s<>c.
3. l>ar:i ccnoi; antbicn1cs. pode ser n~rio con1bin3r duas faix:u: de 1en1pcra1t.1rn... Por exemplo. lnstal~ s ao ar livre podem ser subl'tlC-lidas .l
cen1pemturtts <'ntn' - SºC e + SO"C. oorres.1>0ndentes a AA4 + AA6.
4. ln:s1al:tçõcs subme1idas a 1cmpcr.1tura.'> difcrcnlcs das indic;1d:i:s deve.,n ser obje10 de prcscriÇÕi.•,,; p.irticulàreS.

I Tai..la 1.9 • Condições climáticas do ambien~ 1


Caracteris1ícas
Tempe ratura do ar 1>c Umidade r elativa % Umidade absoluta g/ml
Código Aplicações e exemplos
l .. imite Limite Limite Limite lJmite Lilnite
inferior superior inferior super ior inferior supe.rior
An1bien1es intentos e ex1en1os cont
ABI - 60 +5 3 100 0.003 7 ce,nper-.uuras cxtrc,n,unentc baixas
Arnb.ientcs inten1os e exten1os cont
All2 - 40 +5 IO 100 0.1 7
tentperaturas baixas
AB3 -25 +5 10 100 7
A1nbien1es intentos e ex tentos con1
0.5 1en1per-Jturas baixas
Loc.ais abrigados ~ 1n co111role da
AB4 -5 +40 5 95 1 29 ternper.uura e da u1nidade. Uso de
calefüç.io possível

+5 Locais abrigados com te111per atura


AB5 + 40 5 85 t 25
antbicnte controlada
Arnbientes intentos e extcn1os con1
tcrnperJturas cx1re1na1ncntc altas.
AB6 +5 + 60 10 100 1 35 protegidos contra baixas 1e1n1>er:11ur.1s
a1nbientais. Ocorrência de radiação
solar e de calol'
Arnbientes intentos e abrigados sen1
-25 + 55 controle da ten1pcratura e da un1i·
AB7 10 100 0.5 29
dadc. Podcn1 ter aberturas parJ o
exterior e são sujeitos a radiação soJar
An1bien1es externos e sen1 proteção
A88 - 50 + 40 15 100 0,04 36 con1ra inre1npéries, suj eitos a a.Iras e
baixas 1entnera1uros
No1:1s.:
1. ·rodi>$ Q.i valores cspt."Cif,c.ados $../(<) lin1i1es. «>m b:tix.a prooobilidadc de serem excedidos.
2. 0& valores de umidade rel:uh•a , infc.riore& e superiores. são limi1:uloS pelos \ .'\lo«'$ ~ rresp()ndcn1cs de umidade ab:;olura.
1

O Apéndice H d3 JtC 60364·5-5 I:2001 lr:\Z infOITOOÇÔC$ sobre:, intt rdcpendéor.· i:t d3 1en1per.:uur:a do :1t. umidade fl'l:uiva e umitL'\00 nbsolu1a
p.1ra as: cln:,ses de condições c li1ni1irns CSJX.-'Clíicas.
SU$ W li

20 lnsloloções elétricos

I Tabela 1.1O • Altitude 1


Código Classificaçiio Características Aplicações e exemplos
ACI Baixa s 2.000m Para alguns co1n1>0nentes, podetn ser necess~rias ,necli·
AC2 Alia > 2.000 m d.is especiais a panir de 1.000 m de altitude

I Tabela 1.11 • Presenca ele ~ua 1


Código Classificação Características Aplicações e exemplos

A probabilidade. de- presença de


Locais en1 que as paredes gerahnen1e não apresen1a111
AO I Oesprezivel tunidade. 1nas pode1n apresentá-la durante cunos perfo-
água é ren1ot.a
dos 1 e sccant rapida1ncn1c corn urna boa aeração
locais cn1 que a umidade se condensa ocasionalrnente
Possibilidade de gorejan1cn10 de
A02 Gotejarncnto sob fom,a de gotas de água. ou em que há presença
água na venical
ocasional de vapor de água
Possibilidade ele chuV'.t caindo en1 Locais ern que a água íonna urna película contínua nas
A03 Precipitação
ângulo 1náximo de 60° con1 a \'ertica.l paredes e/ou pesos
A aspersão corresponde ao efeilo de unla ·'chu,r;f' vinda
Possibilidade de "chuva" de qual- de qualquer direção. São exen1plos de co1nponentes
AD4 Aspersão
quer direção sujeitos a aspe~lo certas lun,inárias de uso exrcmo e
painéis elétricos de canteiros de obras ao ten1po
Locais e1n que ocorre1n lavagens corn água sob
Possibilidade de jatos de água sob
AOS Jatos pressão, como passeios públicos, áreas de lavagem de
pressão, en1 qualquer d ireção
veículos etc.
Locais situados à beira·ntar, co1no praias, picrs~anco·
AD6 Ondas Possibilidade de ondas de água
radouros etc.
Locais sujeitos a inundação e/ou onde a água possa se
Po..,;.sibil idnde de imersão e1n
elevar pelo menos 15 cm acima do pcnto mais alto do
AD7 Imersão água. parcial ou total. de modo
con1ponente da instalação elétrica. estando sua parte
in1cnnitcnte
1nais baixa no ,náxi,no 1 1n abaixo da superfície da água
Locais onde os con1ponen1es da instalação elé.trica
Subn1ers.ão tot·al e1n água, de n1odo
AOS Submersão sejam toralmeme submersos. sob uma pressão a IO kPa
pennanente
(0, I bar ou I mca)

I Tabela 1, 12 • Presen~a ele con,o5 s;,lidos 1


Código Classificação Característica.~ Aplicações e exemplos
Ausência de poeira e1n quantidade
AE I Oesprezivel
apreciável e de e-0r1>0s estranhos -
Presença de corpos sólidos cuja
AE2 Pequenos objc1os ,ncnor di,ncn.são seja igual ou Fcrr.uncnlas. ,natcrial grdnulado ele.
superior a 2..5 mn11
Presença de co~>os sólídos cuja
AE3 Objetos muito pequenos 1nenor din1e1tsão seja igual ou Fios n1ctálicos, arantes etc.
superior a 1 11101'
Deposição de J>Oeira ,naior que 10 111g/n1:
AE4 Poeira leve Presença de leve deposição de poeira
e. no má.xin10. igual a 35 1ng/m: por dia
Presença de média deposição Deposição de poeira maior que 35 n1g/m'
AE5 Poeira n1oderada
de poeira e no n1áxi1no igual a 350 n1g/111: por dia
Pl'esença de elevada deposição Deposição de poeira nlaior que 350 n1g/111?e
AE6 Poeira intensa
de poeira no n1áxi1no igual a 1.000 1ng/1n: por d ia
Nota:
l. Nas condiç&s AE2 eA[~ . pooo i:xisti'r pocim. d._-sdc que cstil n3o K'nh.1 signilic.:ui~ influência sobro os componcnle$ elélri~.
SU$ W ü

Capítulo 1 • Fundamentos 21

[ Tabela 1. l3 • Presenca de substâncias COITOIÍVas ou ~ntes 1


Código Cla.<sificação Características Aplicações e exemplos
A quantidade ou natureza dos
Af l Desprezível agentes corrosivos ou poluen1es -
não é significativa
Instalações próxiTnns da orla n1arítiina ou de es1a-
Presença significativa de belccin1entos industriais que produzen1 poluiçfio
agentes corrosivos ou a1n1osférica significativa. 1ais como indús1rias
AF2 Atn1osférica
poluentes de orige,n quí1nicas. fábricas de ei1nento etc. Esse tipo de
atn1osférica poluição prové1n principal,nente da e ,nissão
de poeiras abrasivas, isolan1es ou condu1ivas
Locais onde se manipulaff1 produtos quí1nicos e1n
pequenas quantidades e onde o contato desses pro-
Presença inrenn itcn1e ou aci-
dutos con1 os co,nponentes da instalação seja mera.
dente de produtos quí1nicos
AF3 lntcnnitente ou acidental n,e,ne acidental. Tais condições poden, ocorrer cn,
corrosivos ou poluentes de uso
laboratórios de fábricas etc.. ou e 111 locais onde são
corre1ue
tuilii.ados hidrocarbonetos (cen1r-..1 is de calefação.
oficinas etc.)
Presença pennanente de
produtos químicos corrosivos
AF4 Pem1ancnte lndlístrias quín1icas etc.
ou poluentes en1 quanridades
significativas

Tabela 1.14 • Solici~ s mecânica s


Código Classificação Características Aplicações e exemplos
Impactos (AG)
Locais domésticos, escritórios (condições de
AG l Fracos Impactos iguais ou inferiores a 0,225 J
uso doméstico e análogas)
AG2 Médios hnpactos iguais ou inferiores a 2 J Condições industriais nonnais
AG3 Severos Impactos iguais ou inferiores a 20 J Condições industriais severas
Víbraçoos (AH)
Condições domésticas e analógicas em que
Nenhuma vibração(óes) eventual(ais) sem
AH I Fracas os efeitos das vibrações podem ser geral-
innuência significativa
1nen1e desprezados
Vibrações com freqüências compreendidas
AH2 Médias entre 10 e 50 Hz e a1nplitude igual ou inferi· Condições indus1riais nonnais
or a 0, 15 1n1n
Vibrações com íreqüências compreendidas
AJB Severas entra 10 e 150 Hz e amplitude igual ou infe- Condições industriais severas
rior a 0>35 nun

I Tabela 1.15 • ~ a desflora e mofo l


Código Classificação Características Aplicações e exemplos

AK I Desprezível
Se1n risco de danos devidos à flora
ou ao 111ofo -
Os riscos dependem das condições locais e da
natureza da nora. Pode.-.se dividi-los en, riscos
AK2 Prejudicial Risco de efeitos prejudicais
devidos ao descnvolvi1nen10 prejudicial da vege·
1ação e riscos devidos à sua abundância
SU$ W li

22 lnslalações elétricas

Tabela 1.16 • Presen a ele faum,


Código Classificação Característ icas Aplicações e exemplos
Se1n risco de danos devidos
ALI Dcspre-tívcl
à fa un,1
-
Os riscos depende1n da natureza da fauna. Pode-se
Risco de efei1os prejudiciais de\li~ dividi·IOS e1n: perigos devidos a insetos e1n quanti·
AL2 Prejudicial dos à fauna (insetos. pássaros. dades prejudiciais ou de natureza agre!>siva; presença
pe<1uenos anin1ais) de pequenos anin1ais ou de pássaros en1 quantidades
prejudiciais ou de natureza agressivn

Tabela 1.17 • Fet1ômenos eletrmna9'!!!l<as ele baixa freqüência (canduziclos • rocliadas)


Código ! Classificação Características Aplicaçã<,s c exemplos Rcfcrências
Harntônie:ns e inter·har,nõnie:as (,\Ml )
Aparelhos clc1ro1nédicos Abaixo da tabela I da
AMl-1 Nível controlado Situação con1rolnda
lnstrun1en1os de 1ncdição IEC 61000-2-2:2002
Habitações Dentro do es1ipulado na
AMl -2 Nível nom,al Redes de baixa tensão Locais conterciais tabela I da
lndtístria leve íEC 61000·2·2:2002
Indústrias ou grandes prédios Localn1en1e acinta da
AMl-3 Nível alto Redes poluídas co,nerciais alin1en10.dos por 1rans· tobela I da
formação AT/BT dedicada IEC 61000-2-2:2002
Tensões de sinalização (tensões sobrepostas para fins de telecomando) (AM2)
l~taloções protegidas ou parte Inferior ao espe-cificado
AM2·1 Nível controlado Son1ente sinais residuais
1>rotegida de un1::1 i.ns1a_lação abaixo
Presença de tensões de sinaliza- lns1alações l'esidenciais, IEC 61000-2-1 e
AM2-2 Nível médio
ção na rede co1nerciais e indus1riais IEC61Q00.2-2
AM2·3 Nível alto Ressonância
. casos especiais
.
-
Var1acoes de an10 rtude de tensao (AM3)
Cargas sensíveis. con10 equipa..
AM3-I Nível controlado Uso de UPS 1nen1os de tecnolog.ia da infor- -
inação
Flutuações de tensiio, afunda-
Habitações locais, con1erciais e
AM3-2 Nível nom1al 111en1os de tensão e
indústrias
-
interrupções
Oese<1uilíbrio de tensão (AM4)

AM4 Nível non.nal - - De acordo coo, a


IEC6 1000·2·2
Variações de freqüência (AMS)
Pequenas variações de :!:. 1 Hz de acordo co,n a
AM5 Nível nonnal Coso geral
freqüência IEC 61000-2-2
Tcnsõcs induzidas de baixa freqüência (AM6)
Geradas pem1anen,e1nen1e ou na
AM6 Sem classificação caso geral ITU-T
ocorrência de faltas
Componentes contínuas cm redes e.a. (AM7)
Ocorrência de faha a jusante de
AM7 Se1n classificação
re1ificadores
Coso geral -
(continua)
SU$ W ü

Capítulo 1 • Fundamentos 23

(continuação)
Código I Classificação Características AplíCl!ções e exemplos Referêncías
c.ampos magn éticos
' ra d'1ados (AM8)
Produzidos por linhas de ener-
gia. 1ransforn1adorcs e outros Habililações. locai.s comerciais e Nível 2 da
Al'..t8- I Nível médio
equipan1entos de frcqtiência indústrias leves IEC 61000-4-8:2001
indus.rial e suas harrnônicas
Indústrias pesadas. subestações
Grande proxi,nidade dos elen1en-
Nível 4 da
AM8-2 Nível alto AT/BT. quadros elétricos e proxi-
ros nlencionados an1e.rionnen1e
IEC 61000-4-8:2001
ou de oulros sin1ilares 1nidade de linhas fe.iToviárias
Campos elétricos (AM9)
AM9-I Nível desprezível Caso geral - -
AM9-2 Nível médio De acordo con1 o valor da 1ensão
Al',19,3 Nível alto Proxin1idadc de linhas aéreas dé
e da localização, interna ou íEC 61000-2-5
AT ou subestações de AT
AM9-4 Nível n1uito allo exten1a à edific.ação

Tabela 1.18 • Fen&nenos elelt v11,agnéticos de alta freqüência conduzidos, induzidos ou radiados
contínuos ou transitários)
Códígo Classificação Características j Aplicaç;io e exemplos j Referéncías
Tellsões ou cor rentes índu<idas oscilantes (AM2l)
Principalmeme perturb.1ções de modo
AM21 Se,n classificação con1un1 geradas por c:uupos ele1ro1nag· - IEC 61000-4·6
né1icos ,nodulados cn1 AM ou FM
Transitórios unidirecionais conduzidos, na faixa do nanossegundo (AMZ2)
Salas de c,omputadores. Nível Ida
AM22-I Desprezível Ambiente protegido
salas de controle lEC 61000-4-4:2004
Nível 2 da
AM22-2 Nível médio Ambiente protegido - IEC 61000-4· I:2004
Chavea1nen10 de pequenas cargas ioduti-
Nível 3 da
AM22-3 Nível alto vas, ricochete de contatos de rel6s Redes de baixa tensiío
IEC 61000-4-4:2004
Faltas
Indústrias pesadas,
Subestações AT/llT
quadros de distribuição Nível 3 da
AM22-4 Nível n1uito alto Equipa,nento de manobra a SP6 ou a
principais ou in1er- IEC 61000-4-4:2004
vácuo
1nediários
Transitórios unidíre<:ionais conduzidos, na faixa do micro ao milíssegundo (AM23)
Circuitos ou ins1alações t((uipadas oo,n
AM23-1 Nível controlado dispositivos de proteção contra sobreten- Situações controladas -
sões. iransfonnadore., alterados
Descarga aunosférica distante (n1ais de
I km): forma de onda 10 µ.s/ 1.000 µ.se
impedância da fonte 20 !l-300 !l Oescarg"s a11nosféricas
TrJnsilórios de chavean1cnto (por cxcn1- distantes de redes
pio, intel'rupção da corrente de falia por subterrâneas
AM23-2 Nível médio 4.2.6.1.12,5.4.2 e 6.3.5
u1n fusível): fornta de ondtt 0 1 I n1s/l n1s
dn NllR 5410:2004
e impedância da fonte 50 O
Descarga aonosférica próxi,na (a ,nenos Descargas atn1osféricas
próxilnas de unia rede
AM23-3 Nível alto de I km): fonna de onda 1.2 µ./50 µ.se
aérea ou de t1111a edifi-
impedância da fonte I H- IO!l
cação
(continua)
SU$ W ü

24 lnslalações elétricas

(continuação)
Códígo Classificação Caracter,sticas Aplicação e exemplos j Referêncías
Transitórios oscilantes conduz.idos (AM24)
Fenô,nenos de chaveanlento
toe-ais residenciais,
AM24-1 Nível 1nédio presentes nonnalnlente ern IEC 61000-4-12
con1crciais e industriais
insial'1çõcs de edificuçõcs
Fcnô1ncnos associados a
AM24-2 Nível alto Subestações AT/MT IEC 60255-22-1
chavca.n1cntos/n1anobras
Fenômenos radiádos de alta freqüência (AM25)
Estações de rádio e televisão a Residências e locais Nível I da
AM25· 1 Nível desprezível
,nais de I k1n con1erciais IEC 61000-4-2:2002
Tr~lnsccp1ores ponátcis a Nível 2 d•
AM25-2 Nível rnédio Indústrias leves
não n1enos de I m IEC 61000-4-2:2002
Indústrias pesadas e
Transceptores de alta potência nas Nível 3 da
AM25-3 Nível alto aplicações de alia
proxhnidades IEC6 I 000-4-2:2002
confiabilidade

Tabela 1.19 • De~• eletrostática s 1


Código Classificação Características Aplicações e exemplos Referências
Nível I da
AM31- I Nível baixo
fEC 6HJ00-4-2:2001
Descargas gera-das particular- Nível 2 da
AM31 -2 Nível n1édio n1ente por 1>CSSoas caminh~tndo De ::.cordo corn 3 IEC 61000-4-2:2001
sobre carpetes sintélicos confiabilidade
Nível dependente do tipo de requc.rida Nível 3 da
AM3 1-3 Nível alto
carpete e da un1iclade do ar IEC 61000-4-2:2001
Nível 4 da
AM31-4 Nível 1nuito alto
IEC 61000-4-2:2001

I Tabela 1.20 • ,Rcid~ões ionizantes l


Código Classificação Caracteristicas Aplicações e e~em1>los

AM41 -1 Sern classificação


Presença de radiações
ioniz:tntes perigosas -
I Tabela 1.21 • Rad~ão solar 1
Código Classificação Características Aplicações e exemplos
ANI Desprezível l111e11sidade :s 500 W/1112 -
AN2 Média 500 < Imensidade :s 700 W/m2 -
AN3 Aha 700 < l111ensidade s 1120 W/rn2 -
[ Tabela 1.22 • Desea~s atmosférica s _J
Código Classificação Cáracterísticas Aplica~ws e exemplos
AQI 0CSJ>íCZívcis s 25 dias por ano -
=::: 25 dias por ano
AQ2 lndiretas Riscos provenientes da rede de l11Stalações ali1ucnt;\dus por redes aéreas
alimenração
Riscos provenienres da exposi!tâO dos Partes da instalaç.ão situadas no exterior
AQ3 Diretas
con1poncn1es da insu1lação das edificações
SU$W ü

Capítulo 1 • Fundamentos 25

Código Classincação Características Aplicações e exemplos


AR I Desprezível Velocidade :S 1 m/s -
AR2 Média I m/s < velocid•de :s 5 m/s -
AR3 Forte 5 m/s < velocidade s 10 m/s -
Tabelo 1.24 • Vento

Código Classificação Características Aplicações e exemplos


AS I Desprezível Velocidade s 20 m/s -
AS2 Média 20 m/s < velocidade :S 30 m/s -
AS3 Forte 30 m/s < velocidade :s 50 m/s -
I Tabelo 1.25 • Co "náa elas P . ! - 1
Código Clas.<ificação Características Aplicações e exemplo.<
8AI Cornuns Pessoas inadvertidas -
8A2 Crianças Crianças en1 locais a elas destinados Creches. escolas
Pessoas que não dispõem de completa
8A3 lncopaeitadas capucidade física ou intelectual Casas de repouso, unidade de saúde:
(idosos, doente.<)

Pessoas sufi-cienrcmente infonnadas ou


supcrvision.tdas por pessoas qualífi·
8A4 Advertidas cadas. de tal forma que lhes pem,ita Locais de serviço elétrico
evitar os perigos de eletricidade (pes·
soai de 1nanurenção e/ou operação)

Pessoas con1 co,1heciinento técnico ou


experiência taJcruc lhes 1>crnli1a evirar
8A5 Qualificadas Locais de serviço elétrico fechados
os perigos da eletricidade (engenheiros
e 1écnicos)

[Jabelo 1.26 • Resistênáa elétrica cio <O!J>O--l!l!.mano - l


Código Cla.s.<ificaçiio Característica.~ Aplicações e exemplos

Circuns1âncias nas quais a pele está seca (nenhunla u1nidade.


881 Alta Condições secas
inclusive suor)

Passagenl da corrente elétrica de unm mão à outra ou de unla mão a um


B82 Nomial Condições úmidas
pé. c0tn a 1>ele ú,nida de suor. se.ndo a superfície de contato si.gnHicativa

Passagem da corrente elétrica cn1re as mãos e os pés. estando as pessoas


883 Baixa Condições molhadas conl os pés 1nolhados a ponto de poder desprezar a resistência da pele e
dos pés

BB4 Muito baixa Condições hnersas Pessoas in1ersas na água. por exemplo, enl banheiras e piscinas
SU$ W ü

26 lnslalações elétricas

I Tabela 1.27 • Contato das pessoas com o ~ da l9n'a


- 1
Código Clas.,ific-.içáo Características Aplicações e exemplos

Locais en1 que o piso e as parede..~ sejan1 isolantes e


BC I Nulo Locais não-condutivos
que não possua1n nenhu1n cle1nento condutivo

E1n condições habituais, as pessoas Locais c1n que o piso e as paredes scjarn isolantes.
não estão ern contato con1ele1nen1os com elen1en1os condutivos em pequena quan1idade ou
BC2 Raro
condutivos ou postadas sobre super- de 1iequenas dimensões. e de 1al fonna que a proba-
flcies condutivas bilidade de comato possa ser desprezada

Pess&Js em con1a10 co1n elementos Locais cn1 que o piso e as paredes sejam condutivos
BC3 Freqncnce condutivos ou pos.tadas sobre super· ou que possua1n elen1eruos condutivos en1 quantidade
ffcics condutiv:;,s ou de di1nensões consideráveis

Locais corno caldeira~ ou vasos nlCtálicos cujas


di1nensõc.~ sejam tais que as pessoas que neles pene-
Pessoas c1n con1a10 pennanente co1n
tren1 estejam continua,nente em contato con1 as pare-
paredes n1e1álicas e conl pc<1uena
BC4 Contínuo de.~. A reduç.ão da liberdade de n1ovi1nentos das
possibilidade de incerroinpcr o
pessoas pode, de un1 lado, in1pedi-las de romper
co1ua10
volunta.ria1nente o contato e. de outro, aurnentar os
riscos de contato involuntário

I Tabela 1.28 • ~ õ e s de N9<! das l)!!SOGS em .......nàas 1


Código Classííicação Características Aplicações e exemplos

Edificações residenciais con1 altura inferior a 50 nt e cdifi·


Baixa densidade de ocupação
BDI Nonn;tl caçõcs não.n...-sidcnciais com baixa densidade de ocupação
percurso de fuga breve
e altura inferior a 2.8 1n

Edificações residenciais co1n altura superior a 50 111 edifi-


Baixa densidade de ocupação
BD2 Longa caçõcs não.residenciais com baixa densidade de ocupação
1iercurso de fuga longo
e altura superior 28 m

Locais de afluência de ptíblico (tcarros. cine1nas, lojas de


Alia densidade de ocupação
BD3 Tun1ultuada depar1an1entos. escolas erc.): edificações não-residenciais
percurso de fugll breve
cont alta densidade de ocupação e altura inferior a 28 111

Locais de anuência de público de ntaior po11e (shop1>ing


centers, grandes hotéis e hospitais, es1abelecin1ento de
Alca densidade de ocupação
BD4 Longa e tu1nultuada ensino que ocupen1 diversos pavin1entos de un1a edificação
percurso de fuga longo
etc.): edificações não-residenciais cont alia densidade de
ocupação e altura superior a 28 01

No1x apHeaçôe'S e c.xcn1plos destin,m,se apenas 3 st1.l>sidi:tt 3 av.,Ji~.ão de si1uaÇõeS reais. romeccndo ele,nen1os roais q\l:llil:uh'OS que quanth3·
tivos. Os (Ódigos loc-àis de ~ urança co,uro i~ndio e pf1.11ioo poden, con1er patân1e1ros ma.is e.~uitos. Ver 1.1.rnbén1 1\BN'I" NOR 13570.
SU$ W ü

Capítulo 1 • Fundamentos 27

(!abela 1,29 • Natureza dos mallel iais processados ou annaz-,ados _J


Código Classificação Car.icterísticas Aplicações e exemplos
BE i Riscos desprezíveis - -
Locais de proce.'isa1nenlo ou annaienage1n
Presenç.a de substâncias co1nbus1íveis.
de pnpel. feno i palha, aparas ou gravetos.
BE2 Riscos de incêndio corno fibrose líquidos co1n aho ponto
fi bras de algodão ou lã, hidrocarbonetos.
de fulgor
plásticos granulados

Locais de processan1ento e annazenage,n


Presença de substâncias inflan1ávcis. de pós·con1bustíveis (a1nido de ntilho.
conto líquidos co1n baixo ponto de fui· açúcar. farinhas. resinas. fcnólicas. plásti·
BE3 Riscos de explosão gor. gases e vapores. p6s-<:on1bustíveis e.os, enxofre. alu1nínio, rnagnésio etc.);
s ujeitos a explosão e substâncias expio· indústrias quín1icas e pe1rolííeras; usi1las e
Si\füS depósitos de sás: fábricas e depósitos de
explosivos

Indústrias alin1en1ícias, gr.,nde-S cozinhas.


Cenas 1>recauções podem ser necessárias
Presença de ali1nen1os, produtos ranna·
BE4 Riscos de contan1innção 1>ara evilar que os produtos en1 processa-
cêuticos e análogos, sen1 proteção
,nento sejan1 conutntinados. por exentplo.
por rra,g1nen1os de lílntpadas

L,Tabela 1,30 • Materiais de co~ão .1


Código Cl!tssificac;ão Característjc.as Aplicações e exemplo$
CA I Não-cornbustíveis - -
Edificações construídas prcdo1ninante111cnte
CA2 Contbus1ívcis Edificações de n1adcira e si1nil;1res
com n1:.ttcri:üs co1nbustíveis

I Tabela 1,31 • Estrutura das ~ õ e s 1


Código Classificação Características Aplicações e exemplos

CBI Riscos desprezíveis - -


Edificações cuja fonna e di1nensões Edificações de grande altura ou edi·
Sujei1as a propagação de
CB2 facilitcn1 a propagação de incêndio ficações con1 sis1c111as de ventilação
incêndio
(por exemplo. efeito chaminé) forçada

Riscos devidos, 1>0r exemplo, a dcs lo·


Edificações de gr.inde co1nprin1ento
can1e:11tos entre 1>at1es distintas de tuna
CB3 Sujci1as a 111ovi1ncn1açâo ou construídas sobre 1crrenos não
edificação ou entre ela e o solo; aco-
estabilizados
1nodação do terreno ou das fundações

Es1rutur.1s frágeis ou sujeitas a n1ovi~ Tendas, estru1uras inflá,•eis.


C64 Flexíveis ou i11stáveis
n1en1os (.por exe,nplo, oscilação) divisória." rernovíveis. forros falsos
SU$W ü

28 lnsloloções elétricas

EXERCÍCIOS

1. Quais são as principais funções exercidas pelos dispositivos elétricos?


2. Qual é a definição da potência instalada de uma instalação elétrica?
3. Quais tipos ele sobrecorrente podem ocorrer em uma instalação elétrica?
4. Como se define a baixa tensão?
5. O que é um choque elétrico?
6. Defina ramal de ligação.
7. Quais são os 1rês tipos de instalação temporária considerados pela norma NBR 5410?
8. Calcule a corrente nominal de um motor de indução trifásico tipo gaiola, de 30 CV, 440 V, com rendimento de
O, 9 e fator ele potência de 0,8.
9. Determine a corrente elétrica de um forno elétrico de potência de 3 kW, monofásico, com rendimento de
70 por ce11to em 220 V.
1O. Quais são as categorias dos parâmetros de influências externas consideradas na norma NBR 541 O?
SU$W ü

Conceitos fundamentais

2. 1 Potência em corrente alternada Potência elétrica de uma carga


monofásica
Fórmula fundamental da potência
Suponha que o circuito da Figura 2.1 seja em corren-
A potência é definida como a taxa de variação da te ahernada, na qual as grandezas II e i sejam a tensão e
energia no tempo, ou seja: a corrente senoidais instantâneas. De modo geral, elas
1/u, são representadas pelas expressões 2.3 e 2.4:
p =- ( 2.1)
(li 11 = V2 U scn wr (2.3)
Em eletricidade, suma carga elétrica é definida por
un1a tensão u instantânea aplicada, que geta uma cor- = V2 l scn (wr - <1>) (2.4)
rente i entrando pelo sinal de +, como representado onde:
esquematicamente na Figura 2 .1.
• U = valor eficaz da tensão elétrica.
A potência instantânea p absorvida pela carga é dada • I = valor eficaz da corrente elétrica.
pela Expressão 2.2, a qual é considerada a íórmul. fun· • <I> = defasagem angular entre a onda senoidal de ten-
damenral da potência e é assim representada: s.cio u e a onda senoidal de corrente i.
p -= ui (2 .2) Subslituindo as expressões 2 .3 e 2 .4 na Expressão
2.2, tem·se:

p = V2 U scn wr · V2 I scn (wt - <J)) =


+7 = U/ cos <'f> - Ul cos(2wt - <l)) (2.5)
Representando graficamente p x wr, obtém-se a Figura
2.2(a), que mostra a tensão, a corrente e a potência em
um circuito com carga monofásica. Note que a potência
li
Carga instantânea transmitida à carga oscila em torno de um
valor médio UI cos <I>, com uma freqüência angular 2w.
Em determinados intervalos, a potência torna-se negativa,
o que indica que a energia flui para a fonte.
Aplicando algumas relações trigonométricas à Expres-
s.io 2.5, obtém·se:
p = UI cos <I> ( 1 - l'()S 2wt) - UI cos <I>e-os 2«H (2.C,)
Figura 2. 1 • Dio9romo do umo cargo elétrico
(1) (l i)
SU$W ü

30 lnslalações elétricas

/1
~, / I \
I U I
I \
I I \
\
(a) . . •. .• 1

PotÇnc-ia,total

······ >
P mU/ cos <l>

Figura 2.2 • Grólicos ela lenm, da corrente e ela potÔileia in,tantõneas em um circuito monol6sico

A potência instantânea p da Expressão 2.6 é dividida potência que vai ela fonte para a carga e vice-versa, a
em duas parcelas, (1) e (li). A primeira oscila em torno cio qual não é consumida, ,nas trocada entre as reatâncias
mesmo valor médio, UI cos <I>, e nunca se torna negati· indutivas e capacitivas do circuito cujo valor n1édio é
va e a segunda apresenta valor médio nulo. A Figura nulo, embora seja representada pelo valor máximo Q,
2.2(b) mostra o gráfico da Expressão 2.6 cios componen- conhecido con10 potência reativa absorvida pela carga.
tes separados expressos por I e li. Os tem1os lixos ela Assim, pode-se representar a carga ela Figura 2 .1 por
Expressão 2.6 podem ser representados por: aquela ela Figura 2.3 para o caso de CA.
A potência em corrente alternada pode ser expres-
P = UI cos <I> (2.7)
sa por
Q = Ulscn<I> (2.8)
s = f' + jQ = s tl. (2.1 O)
Assim, a Expressão 2 .6 é igual a
p = P {l - cos 2"'1) - Q sen 2cot (2.9) P-->
..___,._.. Q -->
()----'>--~ ~ ~ ~ ~
(1) (li)

A parcela (1) corresponde à potência instantânea, que


é sempre fornecida à carga; seu valor nunca se torna
f i
negativo e seu valor médio é a potência ativa (P), que Carga
também é o valor médio de p. A parcela (li) representa a ü elétrica Í=R +jX
potência instantânea que é trocada entre a carga e
a fonte, o que não é desejável cio ponto de vista da trans-
ferência de energia; seu valor médio é nulo e seu valor
má.xin10 é a potência reativ<1 Q. A grandeza P represen·
!
ta a potência ativa al>sorvida pela carga elétrica ela
Figura 2.1, e a potência ela parcela (li) representa a Figura 2.3 • Dia9roma de uma cor9a elétrica em CA
SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamentais 31

onde: O ângulo <l>, fase da impedância ou ângulo do S,


define o fator de potência, cos <l>, expresso por:
• S = potência aparente em VA.
• P = f>Otência ativa em W. p R
cos<f>=-=- (2.14)
• Q = potência reativa em var. . s z
As potências P e Q têm a dimensão de •wau•; O fator de potência deverá ser acompanhado elas pala-
porém, para enfatizar o fato de que a potência Q repre- vras "indutivo" (atrasado) ou NcapacitivoN (adiantado),
senta uma com1>0nente "não-ativa•, ela é medida em para caracterizar bem a carga elé1rica, 1>0rque o cos <I>
volt-ampêres reativos (var). sempre será positivo para qualquer ângulo <I>.
A carga da Figura 2.3 pode ser representada por uma A Tabela 2.1 indica, par.1 os diversos tipos ele carga
impedância equivalente Z, composta pela resistência R elétrica, o fator de potência e as potências ativa e reati-
e pela reatância X equivalentes: va. Observe que uma carga indu1iva absorve Q positiva,
isto é, um indutor consome potência. reativa. Para uma
Z= R + jX = Z.L!l?. = Z cos (I> + jZ sen •1> (2 .11 ) carga capacitiva., temos a absorção de Q negativa, ou
Pode-se escrever: seja, u1n capacitor gera potência reativa. ~ fácil verificar
. . . que uma mudança de sinal de Q significa simplesmente
U=ZI uma defas.1gem de 180º na parcela (li) da Expressão 2.9.
A potência aparente (S) 1>0de ser expressa 1>0r:

s= p + jQ = i.;,• = i ii• = Z/ 2 EXEMPLO


Os valores na entrada de um circuito que alin1enta
.s· = (R + jX)/2 = R/2 + jX/ 2 uma carga elétrica monofásica são:
Portanto, tem-se
U= 200 130º V e i = 10 160' A
J> = R/ 2 (2.12)
Calcular:
Q= x,2 (2 .13) A impedância da carga:
Pode-se representar a carga da Figura 2.3 por aquela
da Figura 2.4. z· = ~
Ú
J
=
200 130º
10 160º
= 20 i=.;m: n
No circuito da Figura 2.4, observe que a resistência
elétrica R representa o elemento ativo e consome a A potência ativa:
potência ativa P1 e que a reatância elétrica X representa
o elemento reativo (indutivo ou capacitivo) e, quando I' = UI cos •J:•
indutivo, consome a potência reativa Q. Pode-se, de
P = 200 X 10 cos (-30º )
modo geral, dizer que a carga elétrica está consumindo
uma potência aparente S, composta pela parcela de
potência ativa I' e reativa Q. I' = 200 X 10 X " ; = 1.732 W

,,_ A potência reativa:

Q = UI sen <I> = 200 x 10 x scn (-30")


Q.-
Q = - l.000 var (a carga é capacitiva)
+ i 1
O fator ele potência:

l
1
<

ü
R :
: c,,rga cos <t> = cos (- 30°) = ';3 =0,866
: elé1rica
1
(capacitivo ou adiantado)

! jX 1:

---1
<
< Potência em circuito trifásico
Seja o sistema trifásico mostrado na Figura 2.5, con-
siderando-se as tensões instantâneas de fase em relação
Figura 2.4 • Diagramo de cargo elétrica em CA represen· ao neutro:
todo por um re-sistor e um indutor
110 º V2 U s~n wr
SU$W ü

32 lnslalações elétricas

Tabela 2 .1 • Ca,gas elétricas genéricas _J


Potência absorvida
Tip0 de carg;i
R elação Defasagem Fator de pela carga
fasorial ângulodcZ potência p Q

D
- \! R
i u <~ a ()O cos<I>= 1 P> O Q =O

:==] ~ <I>= +90° cos <I> = o /> =O Q>O


cl
J LJ <D = - 90" cos<l> = O P=O Q<O

~ ou
°'Ç;
u
0" < <1> <+90" O< cos<l>< J P> O Q>O

33
j /; u
' cT u - 90° < <~ < 0° O< cos<l• < J P> O Q<O
ou •

33
Se a carga elétrica for equilibrada, as três correntes
instantâneas de fase poderão ser escritas como:
;.
(a)
- i. = V2 / scn (wr - <1> )
Carga
ib
(b)
-
elé1rictl
cquilibrad:1
;,, = V2 / sen (,ot - 120° - <1>) (2 .1 6)

;, "ª i, = V2 / sen ( wt - 240º - <T>)


(e) -
A potência instantânea total trifásica tn:1nsmitida à
llJt llc carga elétrica será igual à soma das potências instantâneas
de cada fase, ou seja,
-- -~ -- (2.17)

Figura 2.S • Diagrama de vm circuito mfósico equilibrado Substituindo os valores das tensões e correntes das
expressões 2. 15 e 2. 1ó e utilizando as devidas relações
11, = V2 U sen (wt - 120°) (2.15) trigonométricas, obtém-se a potência ativa total entregue
à carga equilibrada:
u, = V2 U sen (wt - 240º) P,nr = 3 UI cos <I> = 3P (2. 18)
SU$W ü

Capítulo 2 • Conceitos fundamentais 33

P,,;r = 3UFl ,,cos <l> = V3 U,J,. C()S <I> (2.19)

• l'\lra a potência reativa pode-se chegar a uma expres-


são análoga, ou seja:
UL u,. i Q,0 , = 3Q = 3u,.1,. sen <l> = V3 u,J,. sen <I>
(2.20)
Pode-se obsetvar que, en1 Cilcla fase, a potência rea-
0----------- -------------- tiva é monofásica, tal como descreve a Expressão 2. 9.
Portanto, não teria sentido falar em •potência reativa
trifásic..:1H assin1 con10 significaria (alar em uma "corren ..
te trifásica*' 3/. No entanto, é con1un1 en1pregar Qnif• por
analogia com P.,11, sempre que se referir à potência rea·
tiva em um sistema trifásico, .
Considere cargas triíásicas equilibradas em Y ou !!.
a.presentadas na Figura 2.6, onde se te1n, fasorialn,ente,
UL=V3U, para tensão e corrente:
Estrela { . .
lt = ,,
Potência aparente
Seja uma carga qualquer apresentada na Figura 2.7.
De modo geral, as tensões e as correntes elétricas em
CA em regime senoidal podem ser representadas por

;,.. iJ = uill (2.21 )

u, u,. i =ltl (2.22)


O fasor conjugado ela corrente i é dado por

z J* = 1,-1 (2.23)
A potência aparente será dada por
S= ui• (2.24)
u, = Ur
Obtém-se, elas expressões 2.21 e 2.23 na Expressão
Triângulo . .
{ ,,.=V3,, 2.24

Figura 2.6 • Oi~romo de cor90, equilibroda, em Ye A


Note que a potência ativa consumida pela carga i
lrifásica é igual ao triplo da potência ativa que passa +
1>0r fase.
Eis algumas observações i1nportantes para sistemas
trifásicos equilibrados:
• A soma algébrica das três correntes de fase é igual a
zero, não havendo, portanto, necessidade de condu-
tor de retorno.
• A soma algébrica das três tensões ele fase também é
igual a zero.
• As figuras 2.5 e 2.6 indicam as relações entre tensões
e correntes eficazes de linha e de fase (índices /, e F,
respectivamente) para cargas ligadas em estrela e em
triângulo. É fácil verificar que, para ambas as liga·
ções, pode-se escrever: Figura 2.7 • Diogromo de umo corgo elétrico genérico
emCA
SU$W ü

34 lnslaloções elétricas

é chamado potência aparence, medido em volt-amperes


p (VA) e utilizado na caracterização de equipamentos.
Em sistemas trifásicos equilibrados, pode-se definir

1:
Q
do mesmo modo em que foi feito para P e Q

S,rit = 3.5 = 3U,.fp = v':i U,J,. (2.30)

s As relações entre as potências ativa, a reativa e a apa·


rente podem ser representadas pelo triângulo ele potên·
cias, mostrado na figura 2.8.
O triângulo de potências é invertido para ser coeren-
te com o ângulo da impedância i . Portanto, como mos-
Figura 2,8 • Diagrama do triângulo de potências
tra a Figura 2.8, a potência reativa Q indutiva é direcio-
nada para baixo e a capacitiva, par,, cima. O ângulo ,f,
Sendo o ângulo de íase J.!L - J.1.. igual a <I>, isso é tem valor positivo no sentido horário.
igual ao ângulo da impedância i. Assim, De acordo com o triângulo, as relações a seguir são
s· = UI~= UI cos <!> + jUI scn <J> = P + jQ evidentes:
(2.25) P =S cos<~ (2.31)
Utilizando Q = Ssen <I> (2.32)
ú= ti e i= vú (2.26) Q J'
tg<t>=-
P e cos<l>. = -S (2.33)
chega-se às expressões

S = zii• = Z/ 2 = Rl 2 + jXl 2 = P + jQ s= yp2 + Q' (2.34)


(2.27)
A seguir, será examinada a regra ela soma das potên-
cias complexas. Para isso, toma·se, ínicialmente, o cir·
s= uv•u• = v•u 2 (2.28) cuito em série mostrado na figura 2.9(a).
A grandeza complexa S - da qual as potências ativa
e reativa são, respectivamente, a parte real e a 1>arte ima-
ginária - recebe o nome de potência aparente comple-
A potência total absorvida será
. .
S,0 , = UI
. (2.35)

xa. Seu módulo dado por Do circuito~tem..se

s = YP' + Q' = UI (2.29) ú= iz. + iz, + ... + ii. = (Z, + z, + ... + i.)i
(2.36)

i
i,,

(a)

i
+

Figura 2. 9 • Diogromos de circuitos com impedôncios em série e odmitâncios em porolelo


SU$W ü

Copitulo 2 • Conceitos fundamentais 35

Substituindo a Expressão 2.36 na 2.35, tem-se Como o circuito é equilibrado, pode-se trabalhar
apenas com uma das fases (fase (a), por exemplo).
s,.. = (i, + Z, + ... + Z,,)ii• = Assim, tem·se
= 1zz, + JZZz + ... + J?i,n
i = Ú. = 2081\/3 S .l20 ·
i36.90 :. l.=24 l-36.90A
e considerando a Expressão 2.27, obtém-se ª Z 4 + j3

.s,., = Ln ; .. 1
s,= L" <Pi + iQ,l
i• 1
(2.37)
Observe que o ângulo <I>da impedância da c:irga é
36, 90' , portanto
Para o circuito com admitância em paralelo da
Figura 2.9(b), tem-se cos <!> = 0,8

+ úv,. (2.38) sen <!> = 0,6


Substituindo a Expressão 2.38 na 2.35, obtém-se A potência ativa total será a da Expressão 2 .19
5;0
, = iJ (iJy, + iJy, + ... + ÚY,,)" P = 3PF = \/3 U,J,. cos <I> =
s,., = U[Ú(Y, + v, + .. . + Y,,) J* = = \/3 · 208 · 24 · 0,8 = 6.917 W
= iJiJ•cY, + Y, + + Y,,)°
6.917
!', = 3 = 2.305,7 w (por rase)
.s-... = u\v,• + vt + + Y,;)
Para a potência reativa, tem-se, ela Expressão 2 .20
(2.39)
Comparando a Expressão 2.39 com a 2.28, chega-se a Q = 3Q,, = v':i u,. 1,, sen <l> =
s.•• = L
"
S; = L

(P,+ jQ,)
(2.40) = V3 · 208 · 24 · 0,6 = 5.188 var (total)
, .. 1 i • l
Assin,, tanto para cargas em série quanto para cargas Qp = 5.1.88 = J.729,3 var (por fase)
em paralelo, a potência aparente total é a soma das '.\
potências aparentes absorvidas por carga.
Pode-se resolver este mesmo exemplo utili zando o
conceito de potência aparente. Como a tensão e a
impedância são dadas, pode-se utilizar a Expressão
EXEMPLO 2 .28, ou seja,
Uma carga trifásica ligada em estrela é constituída
por impedâncias iguais a 4 + j3 fl/íase (Figura 2.1 O).
Sendo a tensão de linha igual a 208 V, determine as A admitância por fase na carga será igual a
potências ativa e reativa, por fase e total.
1 4 11
Y = -4+}3- = -
25
= O16 - JiO 12
' '
Ia
(a) - 1
• z 1
• ou seja,
'.!08 V
y• = 0,16 + j0,12
(b) -- •
• z •
• Ao fazer a substituição, tem-se
Ú0
(e)
-- 1

(4+;'3)fi

z . 1 1,. = co.16 + j0.12iCü;;)' ; 2.305,7 + jl.729,3
v3
Portanto, obtém~se, por (ase:
.,_,. .,,,,.
J',. ; 2.305,7 W por fase
Figura 2. 1 O • Diagromo ele corgo trifó,ica boloneeodo Q,· = 1.729,3 var por fase
emY
SU$W ü

36 lnslalações elétricas

2 .2 Cálculos práticos de circuitos e I é o comprinlento do circuito, isto é, a distância entre


a origem do circuito e a carga.
A equação fasorial do circuito pode ser escrita como
Circuito com carga concentrada na
extremidade ú, = 2/Í(r + jx) + ú, = Ú2 + 2rlÍ + j2x/Í2
A Figura 2.11 (a) mostra um circuito monofásico, (2.41)
fase-fase ou fase-neutro, constituído por dois condutores Tendo Ú2 como referência, o fasor i é dado por
iguais e com uma carga elétrica em sua extremidade,
consumindo uma potência aliva /' con, u1n fator de Í = ll-<1> (2.42)
potência (indutivo) cos <I>. Sejam V, e U2 as tensões (efi- onde f pode ser obtido em função de P, V, ecos <!>, ou
cazes), respectivamente, na origem do circuito e na seja,
carga, onde f é a corrente (eficaz), r é a resistência CA
por condutor, por unidade de comprimento, x a reatân- /= p (2.43)
cia indutiva por condutor, por unidade de comprin1en10, U2 cos <I>

{ ~ I'••\'

+
- +·

..
i--: R
.•• ..•
u, ú, .• .
1- - •
P, cos ti>

.,...\ X
.-:

ú;(N) - - - r . .,·
1
I 1
(a)

-
àUaJ)rox

E rro

(b)

Figura 2 .1 1 • Diagramo de corgo monofósico concentrado no exlermidode do circuito e diogromo de fosores


SU$W ü

Capítulo 2 • Conceitos fundamentais 37

De acordo com a Expressão 2.41, pode-se construir AU = 2//(rcos + xsen <1>) (2.57)
o diagrama fasorial da Figura 2 .1 l(b).
Expressão que representa a queda de tensão no cir·
De P, cos <I> e /, é possível definir a impediincia equi-
cuito da Figura 2.11, desprezando-se a defasagem entre
valenle da carga como
U, eu,.
Z = p (2.44) Considere agora o circuito trifásico equilibrado (com
/
2
cos <I> ou sem neutro), mostrado na Figur,, 2 .12(a), onde U, e
sendo u, são as tensões de linha (fase-fase) na origem do cir-
cuito e na carga, respectivamente. Estas estão relaciona-
i ~Z~ = R +jX
das às tensões de fase (fase-neutro), Uí e Ui por:
onde R e X são a resistência equivalenre e a reatância
indutiva equivalente da carga, respectivamente. Uj = U1/V3
A qued,1 de lensão do circuito é definida como
U2 = U2/V3
ó.V= U, - U, (2.45)
Tratando-se de un, circuito equilibrado, pode-se ira-
onde pode-se obter do diagrama fasorial da Figura 2. l l(b).
balhar com um circuito equivalente monofásico (fase-
U, = OD -AD (2.46) neutro), como indicado na Figura 2.1 2(b) e cuja equação
fasorial 1>ode ser escrita
OD = v'OC' - CD'= V Ui - CD' (2.47) U-í = 11 -{r + jx) + U- ;

CD = 2<1I cos <!> - 2rl I sen <I> (2.48) onde a corrente é dada por:
I = P/3 (2.58)
AD = 2rll cos <1> + 2,'// sen <!> (2.49) uz
cos <l>
Substituindo a Expressão 2.48 na 2.47, obtém-se Procedendo como no caso anterior, obtém-se pela
Expressão 2.56 a queda de tensão, que pode ser dada por:
OD = Vlf'l - (2r//cos <1> - 2r/scn <1>)2 (2.50)
AU' = Uj - U2 = // (re<l6<1>+xscn<I>)
e agora substituindo as expressões 2.49 e 2.50 na Ex- (2.59)
pressão 2.46:
A queda de tensão de linha será igual à
u, = v'Ui - (2rl / cos <1> - 2,U scn <1> ) 2
ó.V = V3 // (r=<l> +xsen<l>) (2.60)
- (2r//cos <!> + 2r//scn <!>) (2.51 )
Por sua vez, da Expressão 2 .19, a corrente poderá ser
O ângulo a entre os fasores U- 1 e U-2 terá por tangente
escrita como:
tga = -
CD (2.52)
OD I= p
(2.61)
Pode-se escrever para OD V3 U,cos <~
00 = U2 + 2J'/I coo <J> + 2rlI sen <I> (2.53)
Substituindo as expressões 2.48 e 2.53 na 2.52, tem-se Circuitos com carga distribuída
Considere o circuito monofásico representado na
lr// oo;; <1> - 2rl/ wn <I) (2.54) Figura 2.13, que alimenta duas cargas conectadas em
tg a = - - - - - - - - - - -
U1 + 2r// cos i.J> + 2YII wn i.J> pontos diferentes do circuito, as quais consomem as
potências ativas /'3 e I'1 e cujos fatores de potência são,
Substituindo a 2.51 na 2.45, a queda de tensão será:
respectivan1ente, cos <l>:.1 e cos <D2. Se as tensões nessas
ÁU = U1 + 2r// cos <I> + 2YII sen <I> cargas forem U, e U,, as correntes serão iguais a:
- v'U1 - (lr// cos<I> - 2r//sen<l>)2 (2.55)
Na prática, o ângulo a é muito pequeno e podemos
I,-- u, cos
P,
<I>, (2.62)
considerar, co1n boa aproxin,ação, que OC é igual à sua
projeção OD, o que equivale a nulos o ângulo a e sua tan- P,
/2 =-.....:.~ (2 .63)
gente; ou seja, com a Expressão 2 .54 chega-se a u,cos <!>,
2<11 cos <I> - 2rll sen <T> = O (2.56) A corrente total do circuito ser~. fasorialmente,
Assim, substituindo a Expressão 2.56 na 2 .55, tem-se . . .
1, =1,+ 1, (2.64)
SU$W ü

38 lnslala900s elétricas

_,
1., -

,,, -
-
u, __, -
~r. x

u, ' Carga

-l
__, '
trifásica

P, cos <f>

N() ···················································
1 I
1
(a) --!
_, .,
Ouga
por fase

('(!,, cos ·~

N()················································ 't .
(b)

u·, ,1
'
...
' C
o
u·, " ···-·········
4> D

Ir/ l.d
B
illl

--
IW
'
Erro
(e)

Figura 2. 12 • (a) dia9rama de circuito lrifósico equilibrado com carga na extremidade; (b) diagrama de circuito equivolen·
te por fose; (c) diagrama fosoriol do circuito equivalente por lose

_,_,_ ri. ,t' 1 "2.-"2


~
/,

!'J
,,,
u,

,,
U3 P3
<!>>

,,
u,
tl>z o
u, __,, ,..
-
[., r.. ,
/2

(•) (b)

Fig u ra 2 . 13 • Diogramo de circuito monofõsico com duas derivações


SU$W ü

Capítulo 2 • Conceitos fundamentais 39

>

(b)

lz ~ .. -
··- ..
~~
,,
(e)

,,
{d)

Fígura 2, 14 • Diogromos fosorioís cio circuito do Figuro 2.13


SU$W ü

40 lnslolações elétricas

A IJ C M N
,.
0------.>-----.-----<l--• · --. -. ----· ... -·- - ~
l 1, ,,.
r.x

r . ,1, I <I> I • <I> I • <I> 1 . (~


" •• <
"' "
Figura 2.1 S • Diagramo de circuito monofósico com cargos d istribuídos, de fatores de potência iguais e condutores com
corocteristícos iguais

Sejam V, a tensão na origem do circuito e (r,, x1) e (r-,, l!,.LJ = U1 - Ui = ( U, - U;) + { U.1 - U2 )
x,) as características dos condutores nos dois trechos defi- (2.70)
nidos, de comprimento 11 e 1,,, como mostra a Figura 2.13.
Pode-se iniciar o c.-ílculo pelo último trecho, consi- Se houver mais de duas derivações no circuito, para
derado um circuito isolado com uma carga em sua extre- calcular a queda de ten><io total, procede~se da fftaneira
midade, onde o respectivo diagrama íasorial pode ser descrita anteriormente, começando pelo último trecho.
visto na Figura 2.14(a). Sendo conhecidos P.,, U, e <l>,, Um caso específico importante é um circuito mono-
além das características do circuito r21 x2 e I~, obtém-se íásico com várias derivações cujas cargas têm fatores
da Expressão 2.63 a corrente /2 e, do triângulo OCD do de potências iguais, em que a resistência r e a reatân-
cliagran,a., obtén1~se U3 e a 1 . cia x são constantes ao longo do circuito, con10 n1ostra
Conhecendo /'3, ,r,, e U3, obtém-se da Expressão a Figura 2.15.
2.63 a corrente /3, que resulta no diagrama fasorial ela Nessas condições, conhecidas as diversas correntes,
Figura 2.1 4(b). /~ l., ..., !.,, o comprimento dos diversos trechos, (. 1., ..., I.,,
as características do circuito, r ex, e o fator de potência
A corrente 11 que circula pelo pri meiro trecho é, (constante) cos <(), a queda de tensão total pode ser deter-
como indica a Expressão 2 .64, o resultado da soma minada, com razoável aproximação., por meio da que<Ja
íasoria l de /2con1 l3r con10 n1ostra o diagran1a ela Figura cle tensão uni(ária (ZAP) definida, da Expressão 2.57, como
2 .14(c). Conhecendo-se 12, /3, <1>2, <P, e a,, o valor de / 1
pode ser obtido por ZM, = rcos <!> + .rsen <t> (V/A · km ) (2.71 )

A ZA,• representa a queda de tensão que ocorre em


/3 = <!>, + a, - <J>, (2 .65)
L km do condutor, quando passa uma corrente elétrica
de IA.
A = 180º - /3 (2 .66)
Assim, a queda de tensão nos diversos trechos será:
• Trecho OA
(2.67)
ll Uo, = 2/0 ( /0 + /• + I, + ... + lm + t. ) · z,,.
Tem-se também que
• Trecho AB
/ 3 sen /3 6 U,- = 2/1,(/• + I, + 1,1 + ... + 1., + /,.) · ZM·
tgO = (2.68)
/3COS /3 - /2
• Trecho BC
S = 180º - (O+ A) (2.69) 6U11c = 21,(I, + 14 + I, + ... + !., + !,.) · Z,,r
Com a corrente / 1, atrasada de <I>, = S + <P3 em rela-
ção a U.,, é possível determinar, a partir do diagrama
fasorial da Figura 2. l 4(d), a tensão U, na origem do cir- • Trecho MN
cuito, bem como o ângulo a,, considerados conhecidos flU.u,v = 21,,I,, Z,, 1,
r 1, x, e / 1• A defasagem entre V, e / 1 será de <1>1 + a,.
A queda de tensão no segundo trecho será Igual a A queda ele tensão total serei igual a
U., - U, e no primeiro será igual a U 1 - u.,.
A queda total
óU = óU°" + óU,111 + 6U8 c + ... + óU,m (2 .72)
no circuito será igual a
SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamentais 41

Q A 8 e D
,., ,~ lc /J
,.

.
I , <I> I . <I>
d
"
Figura 2. 16 • Diagrama de circuito monofósico com corgas distribuídas e com fator de potência constante

EXEMPLO 2 .3 Princípio da compensa~ão


da energia reativa
Considere o circuito monofásico, mostrado na fi·
gura 2.16, onde: Considere o circuito trifásico mostrado na Figura 2.17,
• I. = 2 A; I. = 10 m com duas cargas e supostamente ec1uilibrado. Slio dados:
• lb = 5 A; /• = 25 m • A tensão de linha: U = 220 v
• t, = 7 A; I, = 12 m • As potências consumidas pelas cargas:
• I, = 10 A;/"= 32 m
P, = 60 kW
• r = 4,5 !l I km; x = O
P1 = 168kW
cos <J> = 0,8 para todas as cargas elétricas.
• Os fatores de potência das cargas:
A queda de tensão unitária será dada pela cos <l>, = 0,75 (indutivo)
Expressão 2.71, assim cos <1>2 = 0,80 (indutivo)
ZAI' = 4,5 X 0,8 = 3,6 V/A· km Sendo um circuito equilibrado, !)Ode-se trabalhar
con, o circuito monofásico ec1uivalente, mostrado na
As quedas de tensão serão:
Figura 2 .18(a). Têm-se os seguintes valores:
• Trecho OA
(a) Carga 1
ó.Uo, = 2 X 10 X 10- 3 X (2 + 5 + 7 + 10) X 3.6
• Potência ativa:
= 1,73 V
P, 60
• TrechoAB P,1 = - = -:;- = 20 kW
3 J

ó.UMJ =2 X 25 X 10"3 X (5 + 7 + 10) X 3.6 • Potência reativa da Expressão 2.33:


=3,%V Q,1 = P,1 tg <1> 1 = 20 X 0,87 = 17,4 kvar
• Trecho BC
(b) Carga 2
ó.U11c =2 X 12 X 10- 3 X (7 + lO) X 3.6 = 1,47 V • Potência ativa:
Trecho CD /'., 168
• A1 =-= = - = 56 kW
· 3 3
ó.Uc,, =2 X 32 X JQ- 3 X 10 X 3,6 = 2,30 V
• Potência reativa:
• Total (00) 5 9,46 V
Q21 = P,1 tg <1>2 = 56 x 0,75 = 42 kvar

• Q) @
u
r r, Pz
cos: 11> 1 cos <f>2

L; •

Figura 2. 17 • Diogromo de circuilo trilósico olimentondo duas cargos equilibrados


SU$W ü

42 lnslaloções elétricas

'

CD 0
220/../:i
20k\V 56 k\V
17.4 kvar 42 kva.r
0.75 0.80

NO ' (a)

.,

76k\V
2101,f3 59.4 kvar
96.5 kVA
0.787

NO
,,
(1>)

Figura 2.1 8 • Diagrama de circuitos monofásicos equivalentes ao da figura 2. 17

Os valores totais por fase (Figura 2.18(b)) serão: • Potência aparente:


• Potência ativa: S' = VP'2 + Q'2 = V762 + 36,82 = 84,4 kVA
P = PI/+ P11 = 20 + 56 = 76 kW A carga original necessitava, para seu funcionamen~
• Potência realiva: to, ele uma potência reativa (por fase) de 59,4 kvar, que
inicialmente era fornecida pela fonte. Com a colocação
Q = Q,1 + Q,1 = 17,4 + 42 = 59.4 kvar cio equipamento anteriormente referido, em paralelo, a
• Potência aparente da Expressão 2.34: fonte passou a fornecer apenas 36,8 kvar, como ilustra a
Figura 2.19. Assim, o equipamento considerado será
S= VP' + Q' = Y76' + 59,42 = 96,5 kVA un1a "fonte de potência reativa", que fornecerá:
• Fator de potência da Expressão 2.33: Q" = 59,4 - 36,8 = 22,6 kvar (por fase)
cos "
,,, '=p
S = %765 = 0
,7 8 '.
7 ,ndut,vo O equipamento com essas caracterfsticas é o ca,paci-
• tor ou banco de capacitares cujo consumo ele potência
ativa é des·prezível diante da potência reativa que ele
Considere agora que, em paralelo com fase da carga, "fornecerá". Verifica-se que, com a correção cio fator de
seja instalado um equipamento que (praticamente) não potência de 0,78 para 0,90,
consome potência ativa e aumenta o íator de potência
global para 0,90. Nessas condições, tem-se uma carga • Houve redução ela potência aparente pela carga, que
lotai (por fase) com as seguintes caracterfslicas: passou de
• Potência ativa: /'' = P = 76 kW 3 X %,5 = 289,5 kVA
• Fator de potência: cos <I>' = 0,90
para
• Potência reativa:
Q' = P'tg <!>' = 76 X 0,484 = 36,8 kvar 3 X 84,4 • 253.2kVA
SU$W ü

Capítulo 2 • Conceitos fvndamenlais 43

.,.• ....... ...... ···---····----------------·-·-


..
.•

- ..'' 22.6 kvar


76 k \V . . 76kW '
59,4 kvar Capacitor
36 ,8 k\Tar .'' 96.5 kVA
COS<l> =0,9 ..' 0.787
..
.'
.'
N -- .'-·--------·---------·-------- ·---------·----- ---·
Figura 2. 19 • Diagramada ação de carga copac.iliva em paralelo

o que significa uma •liberação" no circuito ele sistema original, denominado sistema de seqüência
36,3 kVA. negativa.
• Houve recluçJo ela corrente consumida pela carga, • Um sistema de fasores cujos máxi1nos são alcança-
que passou de dos no n1es1no instante, isto é, um sisten1a ele (asores
em fase designado por sistema de sec1üência zero.
289,5 X 101 = 762 A
V3 X220 Sistemas de seqüência
para A Figura 2.20 mostra três sistemas de tensões equili-
bradas: um de seqüência positiva (ik.,, lk.., lk,,), um de
253,2 X 10' = 66(5 A seqüência negativa (É.,2, lk.,, É, 2) e um de seqüência zero
V3 X 220 (É;JJ, ÉJoQ, É.ol-
Os três sistemas podem coexistir em uni mesmo cir·
com a conseqüente reduç.io de perdas e de queda ele
tensão no circuito. cuito e sua composição dá origem a um sistema desequi-
librado de fasores. No caso dessas tensões, tem-se:

2.4 Componentes simétricos fase a ~ É., = Ê;,1 + t.2 + É"° (2.73)

fase b ~ É. = É., + Êlfl + É1,; (2 .74)


Introdução
O mét0clo dos componentes simétricos consiste em (2.75)
uma ferramenta de grande utilidade para o engenheiro
eletricista, muito usada no cálculo de circuitos elétricos onde ct•. t ,. t ,) é o sistema trifásico desequilibrado de
trifásicos equilibrados e desequilibrados. fas'!res, _do qual os sistemas (lk,, 1, É••· É,,), (Éo2, É.,, Ér2.)
Foi apresentado pela primeira vez por Charles L. e (E.o, E,,;, /:i.,,) são os componentes simétricos.
Fortescue, no trabalho Me(hocl ofsymmeuical coordina!es
applied co the solution of polyphase networks (Transactíons Operador a
AIEE, 37, de 1918), e desde essa época tem sido objeto No que diz res1>eito a fasores, utiliza-se o 01:>erador j,
de inúmeros artigos, publicações, investigações experi· que produz uma rotação de 90° no sentido anti-horá-
mentais e aplicações reais. rio, quando aplicado a um íasor, ou seja,
Ele estabelece que qualquer sistema trifásico dese-
qui librado de fasores (tensões ou correntes) pode ser de- j = ei9'1' = 1 190" = O + j 1
composto em três sistemas trifásicos equilibrados, com Duas a1>licações sucessivas desse operador produ-
as seguintes características: zem uma rotação de 180°, isto é.,
• Un1 sistema de fasores em que as tensões ou corren-
tes alcançam os máximos na mesma seqüência do j2 = j xi = 1 HMº = - l
sistema original, chamado sistema de seqüência Outras potências de j podem ser obtidas por uma
pos;av.1 . análise sen1elhante. A seguir, são inclícadas as principais
• Un1 sisterna de fasores no qual os n1áximos são al- funções desse operador.
cançados em uma seqüência inversa da seqüência do
SU$W ü

44 lnslalações elétricas

que produz uma rotação de 120º no sentido anti-hor.lrio


e cujas princi1>ais funções são indicadas a seguir.
e,,
a = 1 l 120" = - 0,5 + j 0,866
a' = 1 (2400 = -0,5 - j0,866
.. SeqOência positiva a' = l (360° = l + jO = l
(a/x:)
6111 a• = 1 1480" = 1 l 120" = a

12oc. ,,s = 1 1600' = 1 1240" = a'


l+a2 +a=O (2 .77)
Êbl
= V3 1900 = jV3
a - a2
iJ.bz. a' - a = V3 1-90" = -j\13

120"
1- a= V3 1- 3()" = 1,5 - j0,866
.. SeqOência nt..-ga1i-..•a 1- a'= V3 1+30" = 1,5 + ; 0.866
(t1/x·)
120"( 11112 A utilização desse operador permite que os sistemas
de seqüência 1>0siliva, e negativa sejanl descritos enl fun-
120" ção de uma das fases (por exemplo, fase (a)), como indi-
cam as expressões a seguir, resultantes da simples obser-
vação da Figura 2 .20.
Êr1
• Seqüência f>Ositiva: Ê111 = 1';,1
· · nw .,. (2.78)
Eb1 = Eu i ei-· = a-E"1
Êr:1 = 1k,,1 el•'UJO = a É.,1
• Seqüência negativa: E.,2 = Ê"1
'-. '120' • . (2 .79)
Figura 2.20 • Representação lasarial cios sistemas de E,,2 = e' E./l = aE.2
seqüêncio positiva, negativo e zero
1;,,: = e'1MI'i:..:,2 = á1· /~.,1.
j = 1 190" = o+ j Para o sistema de seqüência zero, pode..se escrever

f= 1 !1 80" = -1 + jO= -J Ê.,, = Ê,,0

/ = 1 1270" = -o - j = -j Êw = f:...o (2 .80)


Ê,o = É.o
j' = l 1360º = -1 + jO = l
Resolução de componentes de
j5 = 1 1450" = l 190" = j
seqüência
j + j1 = V2 1135° = -) + j Sejam É., Ê• e Ê, as três tensões de fase desequilibra-
das de um circuito trifásico qualquer. Suas expressões,
em função dos componentes simétricos, foram indicadas
j - j2 = V2 145° = J + j nas expressões 2.73, 2.74 e 2.75.
Entrando nessas equações com as expressões 2.78,
j+j3=0+ j 0=0 2.79 e 2 .80, tem-se
j - i' = 2 190º =O+ 2j t. = É., + é., + É,.z
Utiliza-se agora o operador 11, definido como: . . l . .
E,, = Ell-0 + t, Ei,1 + 0Ea1 (2 .81)
a = efl2t1' = 1 n20• = _.!e + j V3 (2.76)
2 2 É, = É-, + ll Ê,,, + a2É.z
SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamenlais 45

Pretende-se, agora, cletenninar os três componentes da E., + a2Ê,. +ai:,,= É,;:,+ É.,, + Ê,,2 + a2 É,,, + a'Ê,,, +
fase a, É,., Ê,, e É.., em função cios três fasores desequi· 1 . • ~ • J .
libraclos t., Ê• e É,. +,,.E.a+ llE,IO + a· E-.,1 + a E"2 =
Somando as expressões 2.81, obtém-se
Ê... + Ê,
.... + Ê.. = 3Ê14,) + (1 + a' + a)Ê<IJ + (1 + a + a')Ê<>:
Desse modo,
co1no
(1 + ,,z + a) = O Ê,, + a2 Ê,. + aÊ, = 3t.,,
onde E, portanto,

i·, = .!.ct
3 ,, + ª2,:- + af.:) (2.84)
e i,;,u, ,;,1, ""('

• 1 • • .
e., = 3 (E. +e.+ t;.) (2.82) Com as expressões 2.82, 2.83 e 2.84 é possível,
dados os três fasores l':.,,, É,, e É,, desequilibrados, obter
Muhiplic.indo a segunda equação das expressões diretamente os componentes de seqüência da fase a. Se
2.81 por a, a terceira por t12 e somando as duas com a necessário, os componentes das fases b e e poderão ser
primeira, tem-se obtidos das expressões 2.78, 2.79 e 2.80.
A Figura 2.2 1 ilustra as construções de diagramas
Ê. + aÉ. + a2É,. = É.o+ É. , + É,2 + aÉ.o + a3Ê., + fasoriais indicadas pelas expressões 2.82, 2.83 e 2.84.
+ t11.Ê.a + a?.Êr,0 + a3i~, + a~Ê"2 =
= (1 +a+ a')É.o + (1 +a'+ a>)É,1 + (l +a'+ a')É,2 EXEMPLO
como
Sejam três tensões desequilibradas dadas por:
(1 +a+ a')= O
a3 = 1 t. = (60 + jO)V
tr' = (/
Dessa maneira, É• = (45 - j15)V
~ . 2 . .
l:.{J + aE,. + a Ih-= 36.. 1 É,= (-21 + jl20)V
e (a) Os componentes de seqüência da fase a serão:
• Da Ex1>ressão 2.82:
"r.""1 -- .!.
3 ( i.· + al;· + a 2V"'(') (2.83)
l ,ji, .,,,

Multiplicando a segunda equação das expressões 2.81


É,;:, = k((60 + jO) + (45 - j75) + (-21 + 120) ] j =

por a2, a terceira por II e somando as <luas com a primei· = 28 + j 15 = 31.76 128,17° V
ra, obtém-se

240~,, .. - -,'
' '
'
01--• E., Éa
.~
o-=::::::~
~ . . ~i'2w ? •
a-E~-

,; ,..'
th Eh th
Fasorcs originais Seqüência zero Seqüência positiva ScqUên<:ia negativa
desequilibrados (Expressão 2.82) (Expressão 2.83) (Expressão 2.84)

Figura 2 .21 • Obtenção 9rófica fosoriol de É.o, t., e É.,2 partindo de É., É e É, 1,
SU$W ü

46 lnslaloções elétricas

EXEMPLO
• Expressão 2.83:
. 1 Considere que o sistema trifásico desequilibrado de
E., = [(60 + jO) + (-0,5 + j0,866)(45 - j75) +
3 correntes seja dado 1>0r:
+ (-0,5 - j0,866)(-21 + j120)] = 72,2 + i,, = 10 130" A
+ jlt,5 = 73,11 19,05° V i,, = 30 1- 60" A
• Expressão 2.84: i, = 15 1145º A
. 1
E.i = ((60 + jO) + (-0,5 - j0.866)(45 - j75) + (a) Os componentes de seqüência positiva serão:
3 • Da Expressão 2.83:
+ (-0,5 + j0,866)(-21 + jl20)] = -40,2 -
·
,., = 31 (!.· + ª'•· + (12 !,• ) = 31 ( 10 130" +
- j26,5 = 48,14 l-146.6º V
(b)Os com1>0nentes elas fases b e e serão: + 1 !120" ·30 1-(,00+ 1 1240" ·15 114~0 ) =
• Da Expressão 2.78: = 17,6 145º A
t..,= a E., = l
2
1240º · 73,'11 19,05º = • Da Expressão 2.78:
= 73,11 l-110.94° V i., = a i., = 1 12400
2 · 17,6 145° = 17,6 1285° A

/" = a/ = 10, 1120" · 17,6 145° = 17,6 1165º A


E"= aÊ 0, = 1 1120° · 73,11 19.05° =
(b) Os com1>0nentes ele seqüência negativa serão:
= 73,11 l 129.05° V • Da Expressão 2.84:
• Da Expressão 2.79: . J . ,· .
fu2 = - (!., + w/1, + ai,) =
É.,= aÊ.2 = 1 1120º · 48,14 l-146,6° = 3

= 48,14 1-26.6° = 31 (10 130" + 1 1240" . 30 1- 60° +


+ 1 l 12()'> · 15 !145° = 8,25 l203,8" A
É,,,= a2 Ê., = 1 1240° · 48,14 1-146,6° =
• Da Expressão 2.79:
= 48,J4 193,4° V
Í., =ai,,= 1 1120º · 8.25 1203,8° = 8.25 1323,8º A
• Da Expressão 2.80:
EbO = f.«1 = Ê;,o = 28 + j 15 = 31,76 128.17º V Íri = a2Í,,, = 1 1240" · 8,25 1203.&° = 8,25 183,8° A
(c) Verificação: (c) Os componentes de seqüência zero serão:
• Fase a: • Da Expressão 2.82:
. 1 . . '
t. = t., + t., + t ... = (72,2 + jll.5) + ,, (!. + 1,, + !, ) =
,,,, = :;-
+ ( - 40,2 - j26,5) + (28 + jl5) = 60 + jO
• Fase b:
t,, = t,,, + t,,, + ti,()= (-26.14 - j68,28) + • Da Express,io 2.80:
+ (-43,05 - j21.65) + (28 + jl5) = 45 + j15 ibO = i,0 i,,o = 5,6 1312.6°
• Fase e:
Cargas ligadas em Y e A
É,ª Êd + É.-, + É,o ª (- 46,06 + j56,78) +
A Figura 2.22 mostra duas cargas, uma ligada em Y
+ (-2.85 + j48,66) + (28 + jJS) = -21 + j120 e outra em !J., e indica os sentidos de referências elas ten-
sões e das correntes.
SU$W ü

Capítulo 2 • Conceitos fundamentais 47

i(I
- . a a

ü,,.f
U,.,, Ürn u,,,, Üca
" ~
,,
'
/:
'·. ,, u,,,, b
lb
b
/

;,,.
' e
iJ.,.
J, J,
e e
(a) (b)

Figura 2.22 • Cargos ligados em Y e A

Para ambas, as lensões de linha serão iguais a: E, portanto, as tensões de fase devem possuir compo-
nentes de seqüência zero, mesmo sendo nulos os com-
Únh = Úrm - Úb,, ponen1es de seqüência zero das tensões de linha.
. . . Ao utilizar con,ponentes simétricos, na maioria elas
U,,r = U,m - ~.,, (2.85) vezes é vantajoso, no caso de cargas ligadas em 6, utili-
. . . zar o Y equivale111e (ver Figura 2 .23).
u(i, = uc.,1 - udtl
Apresenta-se agora, para uma carga em Y, como
Somando essas equações, obtém-se: determinar os componentes das tensões de fase em ter-
mos de componentes de tensões de linha.
ú.,,, + Út,c + ú... = o (2.86) Para a seqüência positiva, tem.se., das expressões
Nessas condições, obtém-se das expressões 2.80 e 2.82 2.78 e 2.85
. . . . 2 . 2 .
. • • 1 . • . Uu1,1 = U ,m l - ubt1I = u,,111 - 0 U,t11I = ( l - 0 )U.1,,1
U.oo = U,.-0 = U.,;:, =
3 (u.,, + U1,c + U"' ) = O Como ( 1 - 2
11 ) = V3 130", tem-se:
(2.87)
Úftbl = \/3 f30º · Ú an1
ou seja, as tensões de linha, índependenlemente do grau
de desequihbrio, não possuem componentes de seqüên- e
cia zero. Elas poderão ser decompostas apenas em um
sistema de seqüência positiva (Ú~,, 1, ú""l' ÚCVl 1) e em um ú.,., (2.89)
cfe seqüência negativa (Ú"bz, ÚIH:2 e Ún.2).
Com a carga ligada e1n Y, as tensões de fase Ú,u,, Ú, 111 Do mesmo modo, obtém-se
e ú,. poderão ter qualquer valor, desde que a soma das
respectivas lensões de linha seja igual a zero (como indi· .
u.,,, =
ú,,,,,
• r. !30"
ca a Expressão 2.86). Em geral, se a carga for desequili- (2.90)
v3
brada, tem-se:
1: importante observar que não se pode obter os com-
(2.88) ponentes de seqüência zero das tensões de fase partir
A A

ZA
i,
ic
c ~ - -- - ~ 1 1 e is o

i c=
z, Z3
i,+ Zz + Z3
Figura 2.23 • Diagrama da equivalência enlre cargas Y - à
SU$W ü

48 lnslalações elétricas

dos componentes de seqüência zero das tensões de (b) As correntes de fase serão iguais a:
linha, un1a vez que estas, como se S<tbe, são nulas.
En1 un1 circuito trifásico a três condutores, as corren-
. 100 10° .
l,• = _ = 20J.!t. A = 20 + JO
)
tes de linha não podem ter componentes de seqüência
zero, visto que, para uma carga em Y ou para uma carga
. 100 l=.llllº _ . .
J.., = =, l- l20" A= -2.S + J4,33
em /!., tem-se sempre: 20
j = lOO J.rur'. = 10 l 12<Y' A = - 5 + 1'8 66
i.+i.+i,.=O (2.91) "' LO ' '
formando, portanto, un1 sistema de íasores cJese·
Em uma carga ligada em I!., em geral, as correntes de quilibrado.
fase têm sua son1a diferente de zero e assi,n conterão con1· (e) As correntes de linha serão iguais a:
ponentes de seqüência zero. i. = i,b - i,. = {20 + jO) - ( - 5 + j8,66) =
Da mesma maneira como foi feito para as tensões,
pode-se demonstrar para as correntes de fases de I!. que = 25 - jS,66 = 26,45 l- 19.1° A

. ,~,
,.,,, = . e: !30" (2 .92)
i. = i,,.. - i,,,, = (_2,5 - j4,33) - (20 + iO) =
v3 = - 22,5 - j4,33 = 22,9 l- 169.1° A
e
. ,:2 i, = i.. - ibr = ( - 5+ j 8,66) - ( - 2,5 - j4,33) =
/..., = - 1-30" (2.93) = -2,5 + j 12,99 = 13,22
=· V3 1 100.8" A
que também formam um sistema de fasores dese-
No caso das correntes em circuitos trifásicos a três
quilibrado.
condutores, também não se pode obter os componentes
(d) Os componentes simétricos das correntes de fase
de seqüência zero das correntes de fase em função cios
serão iguais a:
componentes de seqüência zero das correntes de linha.
• Das expressões 2.82, 2.83 e 2.84:
• 1 • • •
EXEMPLO ,,.,,., = 3 (1,•• + ,,,.. + /,.) =
Tem-se uma carga ligada em /!. composta pela asso- = * ((20 + jO) + {-2,5 - j4,33) + (-5 + jS,66)]
ciação de três resistências - 5, 1Oe 20 n -. como mos-
tra a Figura 2.24, alin1entadas por um sisten,a equilibr3cfo
de tensões com 100 V ele valor eficaz.
= t [(12,5 + j4,33) = 4,16 + j l,44 = 4,40 119" A
(a) Pode-se escrever para as tensões de linha:
. 1 . . '.
ú•• = 100...ut_ V 1•• , = 3 (/.,. + "'"" + ti I,.) =
Ú,,.. = 100 l-120" V 1
= 3l(20+j0) + (-0,5-j0.866)+ (-2,5- j4,33) +
Ú,. = 100 l 120" V
+ (- 0.S - j0.866)(- 5 + j8.66)] =
o a
=i(35+j0) = ll,67 A

Ur11, UN,
i.
its
sn 1on~"' .
/ubl =
l . l .
3 {/,. + {/ t,H. + {l/a,) =
.

,, ,, 20n

l
l'
= ~ ((20+i0)+ (-O.S - j0,866)(- 2,5- j4,33) +
h Íi.- J
ü,~
e + ( - 0,5 + j0,866)(- 5 + j8,66)] =

Figura 2,24 • Diagrama de carga desequilib.-ada em ~


= i {12.5 + j4,33) = 4.16 + jl,44 = 4,40 119" A
SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamentais 49

• Da Expressão 2.78: i.,, = a2i., = (-0,5+j0.866)(7,5 + j1,44)=-2.5+


i1x, = a2 i,,,,, = 1 !240" · ll,67 = 11,67 !240" A + j7,22 = 7,64 .l.!º2,.!° A
i,., = ai•• , = l 1120" · 11,67 = 11,67 1120" A • Da Expressão 2.80:
• Da Expressão 2.79: i .. = i,o= Í.o=O
iwi =ai,,,,,= 1 ! 120" · 4,40 l 19" = 4,40 l 139" A
Impedâncias de seqüências
i,.2 = a2i••, = l !240" · 4,40 H9"= 4.40 1- lOlºA A Figura 2.25 mostra um trecho assimétrico (desequi-
• Da Expressão 2.80: librado) de um sistema a quatro condutores, com as impe-
i bdl = i,..,o = i,,.o = 4,40 IJ9" A
dâncias (totais do trecho), por fase i., e ;i;, -, onde i.z.
é a impedância do condutor neutro. Considere É., É, e É,
as tensões ele fase aplicadas.
(e) Os componentes simétricos das correntes de linha
serão, da mesma n,aneira, Sendo /~, 1;, e /~ as correntes de linha e ,:, a corrente
no neutro, ten1·se:
• Das expressões 2.82, 2.83 e 2.84:
. 1 . . • (2 .94)
f,;, =
3 (1. + ,,, + /,) = o
. 1 . . 2.
1., = 3 (1. + a'• + " /,) =
Z,,i,, + Z,, i,,
*
= [(25-j8,66)+(-0,5 +j0,866)+(-22,5-j4,33)+
Ê,, = (2 .95)

+ (-0,S - j0,866)(-2,5 + j12,99)] =


Das expressões 2.94 e 2.95, após algumas manipula-
= * ((52,5 - j30,'l2) = 17,5-jl0,1 =20,20 !30ºA ções algébricas em função dos componentes simétricos
de /,., '•e !,, obtém-se
. 1 . ? . •
1•., = (1. + a·J. +ai,.)= 7,64 ll0.8"A
3 É, = (i. + 37,,,)i .o + z., i,,, + i, i.a
• Da Expressão 2.78:
. . . . 2. . . .
Í,,1 = a2i., = 1 1240" · 20,20 l3!l° = 20,20 1-90" A é,,= (Z• + 32,,)/ .o + a Z,, 1.,1 + a z. 1.2 (2 .96)
. . . . . . 2 • .
Í, 1 = oi0 1 = l !120" · 20,20 !30" = 20,20 1150" A E,= (Z + 3Z,,)l.o + 11Z, 1,,1 + 11 Z, 1. ,
• Da Expressão 2.79:
;., =oi,,,= (-0.5 + j 0,866)(7..5 + j l ,44) = -5 + Agora, substituindo os valores de É., É• e É, dados
na Expressão 2.96, em 2.82, 2.83 e 2.84, tem-se a
+ j5,18 = 7,64 !130.8° A Expressão 2.97, colocando·se em evidência i~ i., 1 e /~2•

,,, 1 1
Êu - ' Zu
li,
Eb: '
'
i1,
,,
É(';; - '
1 Z, '
1

neutro
,,,
- . 1
1 Z,,
1
1

Figura 2.25 • Diagramo de impedâncKJs de um sistema o quotro condutores


SU$W ü

50 lnslolações elétricas

· 1 · · · · · 1 · · , · 1 · · 2 • ·
E..,•
3 (Z, + z. + z, + 9Z,,)l..o + 3 (Z. + a 2z, + oZ,)l,. +
3 (Z., + aZ,, + a Z,)l,z
. 1 . . 2 • • 1 . • . . l . 2 • • •
E., = :l (Z. + oz, + a Z,)l,o + 3 (Z., + z. + Z,)1,1 + 3 ( Z, + a Z, + 11 Z, )1-, (2 .97)

3 (Z. + •Z• + "2,)/,,1 + 3 (Z. + Z,, + Z,)l.a


• l · l · · · l • , ?• · l , · , •
E,,=
3 (Z, + " Z, + "Z,)l"' +

Essas equações indicam que, em um circuito trifásico


com impedâncias desequilibradas, a tensão de seqüência
é função de todas as correntes de seq(iência.
Se as três impedâncias de fase forem iguais a i, ou
seja, se o circuito for construfdo ele modo a ficar e<1uili-
brado, obtém-se da Expressão 2.97:

Ê,IJ = { i + 32,.)Í,IJ
/)))/)))/))) / )/)//)))))/ ))))/ )/)/))/
Ê., = ti., (2.98) (a)

É'.2 = i i,,,
As Expressões 2.98 mostram que, em um circuito
simétrico (balanceado), não há interação entre as seqüên-
cias, isto é, un,a tensão de dada seqüência é função ape-
nas da corrente de mesma seqüência.
A,_.._ . . . 1
A ilnpedância de um circuito, quando apenas circu-
lam correntes de seqüência positiva, é chamada impe-
clância de seqüência positiv,1 (Z1); de maneira análoga, . . . . . __ _-_-_-]
podem-se definir as impedâncias de seqüência negatí·
va (Íz) e zero (Z,). Assim, para o circuito em estudo,
/ //)/)7))//ll/7/J)//))//)) / //)///7//
(b)
i, = t .,li., = i
ti =É.l i..,= i (2.99)

Zi = É,,/i.,, = i + 32,
Dessa maneira, ao se considerar citeuitos trifásicos sirné-
tricos, pode-se definir impedância de seqüência positiva cio
circuito, ou de um componente, como a impedância apre-
sentada pelo circuito ou componente qoanclo por ele circu-
lam correntes ele seqüência positiva (Figura 2.26(a)). Por sua
vez, a impedállcía de seqü~llcia llegativa é aquela que o
V
circuito ou o componente apresenta quando percorre
correntes de seqüência negativa (Figura 2.26(b)). Em com-
ponentes estáticos, con10 linhas elétricas e transfoml.c1cfo. ///////1///////I//I //////1/1//I/

res, as impedâncias ele seqüência negativa e de se<1üência (e)


positiva são iguais.
A in1pedlincia de seqüência zero de un, circuito ou de Figura 2.26 • Representação do significado e esquema
um componente é a que o circuito ou con1ponente apre- de medição dos impedâncias de seqüência de uma linho de
transmissão: (a} seqüência positivo, (b} seqüência negativo
senta quando por ele circulam correntes ele seqüência
e {e) seqüência zero
zero (Figura 2.26(c)). É evidente que essas correntes só
podem circular em circuitos nos quais exista um condu~ Na a1>licação do método dos componentes simétri-
tor (neutro ou terra) ligado ao ponto neutro do circuito. cos, devem ser utilizados os valores das impedâncias de
Note que a impedância do neutro ou do terra a1>arece no seqüência positiva., negativa e zero dos c01nponentes n1ais
circuito da seqüência zero com o valor três vezes maior. importantes do circuito.
SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamentais 51

Quando a carga está equilibrada, a corrente é somen· Considere, agora, que haja um curto-circuito trifásico,
te de seqüência positiva. Portanto, a solução usual dos cir· como mostra a Figura 2.28. Trata-se de um circuito equi-
cuitos equilibrados é, na verdade, um c.:1so específico, que librado e, portanto, i.,2 • i"" • O e Ú" 1 ª ú..2 • Úr,0 • O.
envolve apenas o sistema de seqüência positiva, ou seja, Nessas condições, da Expressão 2. 100 resulta
tensões, correntes e impedâncias de seqüência positiva.
Os geradores, como foram construídos bem equili·
. t,,
(2.101 )
brados, só produzem tensões de seqüência positiva. As '·· = i
tensões ele seqüência negativa e zero resultam de quedas
Pode-se então escrever:
em im1>edâncias produzidas pela circulação de compo-
nentes de seqüência negativa e zero da corrente. . . É,,
l=l,= -a-
Tensões e correntes de seq(iência positiva (negativa)
produzem e estão associadas a campos magnéticos nas
" "' z
máquinas, que giram no sentido (oposto ao) da rotação . - 2'
ft, - (l ~' (2.102)
da máquina.
As correntes ele seqüência zero estão em fase nos três i, = niu
condutores de um circuito trifásico. Para que possam cir· Para um cur(o·circuilo bif.isico nas fases b e e (Fi-
cular, o ponto neutro deverá estar ligado a um quarto gura 2.29), tem-se como condições do defeito
condutor ou à terra. As três correntes se somam no ponto
neutro e tornan,wse 3/a0 110 condutor neutro ou no de Í. = O, ib = - i, e Úb = Ú,
terra. Elas produzem nas máquinas um campo magnéti·
Ec1uacionando o problema e aplicando as condições
co estacionário e pulsante. As correntes de seqüência
impostas, chega-se à expressão
zero são raramente encontradas e1n motores, pois neles
dificilmente o neutro é aterrado.
. . .. r- É. (2 .103)
Jb = -1, = -1 V 3 . a
o= (Z + 37.,)i.., + ú.., Z, + Z2
No caso de uma falta clire(a fase-terr,, (Figura 2.30(a)),
as condições desse defeito serão
o = :â,a + ú,,, (2.100)
ú, = O, i, = i,. = Oresultando em
i::. = ti., + ú., . 3Í;,
1.= Í. + i,+Z,+3Í. (2.104)
Aplicações Se tiver uma falta não-direta fase-terra (Figura 2.30(b))
Considere o circuito simétrico mostrado na Figura 2.27, con) Z,.. como in,pecfância ele falta, resultará em
na qual são apresentadas as im1>edâncias de cada fase,
com exceção da impedância de carga (ligada entre fase . 3É,, (2.1 OS)
e neutro). fu =:: • • • • •
2 1 + Z1 + Z 0 + 32,, + 3ZF
Lembrando que Ê..o = Ê~, = O e E,, = E. (gerador
síncrono), 1>0de-se escrever da Expressão 2.98:

Ê,,
u,,
z
E,,
i u~
Ec u,
z

.i,:n

Figura 2 .27 • Diagramo de um circuito simétrico


SU$W ü

52 lnslala900s elétricas

E,,
~ ·· ~l
z
i:.,,
- .. t,,
i
- ..Ê,. ,,. z 1

2,.
-~
Figura 2.28 • Diagrama de um curlo·circoito trifásico no final da linho

-
- yy
E" 1
• z 1
--
- y
~b-
y
,. ' z ' u.
' '

- - y
Ec_
y
i, 1
• i 1
u,
1
• i,i 1 --

Figura 2.29 • Diagramo de um curto·circuito bifásico

Ê,, i«
- .' '
' z •

-
Eb
. '
' i •

E, 1 1
- yy
1 z 1

1 1
1 i., 1

(a)
-~
E. i/1
i
t.
z
Ec-
i
z
(b)

Figura 2.30 • Diagrama de foltas fase-terra: (a) direta e (b) nõo·direta


SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamentais 53

Resumo das equações fundamentais 0 = z,i.2 + Ú,n,; Ú,n, = -Z,Ídl


A Figura 2.3 1 apresenta o sistema geral, incluindo o
gerador síncrono e a linha da transmissão. Apresenta-se, o = Zoi..o + Ú,,o; ú,., = -i,,i..,
a seguir, um resumo das equações fundamentais dos
componentes simétricos.
ú. = Ú.,, + ú.2 + ú,., = É. - i,i., - z,i., - i,,i,.,
(a) Se conhecidas as correntes de linha i., i. e Íu
obtém-se:
. 1 • • • . •
l,JJ =
3 (/. + ,. + l,) = ,,,, = l.o •
U, =

au., 1 • • .
+ tt Ua2 + U.., = aE. -
• '
az,1., -
. 1 . . . . .
'"' = 3 ( /.,+ai,, + t12fc); /111 = a2/" 1: /,1 = alna

Í,n, = i (Í. + til Í• + ai, ); Í.z = aÍ. 2; i.,, = ,h.2


2.5 Valores por unidade
(b) Se conhecidas as tensões de fase Ú., ú. e ú,,
obtém-se: Definição
• 1 . . • • • O sistema •por unidade", abreviadamente pu, é um
u.., = 3 (U, + u. + U.) = U00 = U,0 meio conveniente de expressar grandezas elétricas.
Impedâncias, correntes, tensões e potências s.c:1o muitas
. l . . ? • • ., • • • vezes expressas em pu, em vez de em ohms, ampe,es,
U.., = (u. + a u. + rr V.,): u., = a· u.,; u,, = a u,,,
3 volts e watts.
O valor por unidade de uma grandeza é definido
·_..!.·
u., - 3 ( u. + a2'u. + áU,), u,,, - au.,. u,., - (/ u.2
· · ·-·.·_2· como a relação entre o valor da grandeza e um valor da
mesma grandeza tomado como base. Assim, para uma
(c) Outras exi>ressões: grandeza de valor g, o valor pu g.,., na base g8 , ser~
i. = i., + Ía2 + id) g valor real da grandeza
. . . . ,·
li, = ,. , + 1,, + IM = a 1,.
. . g,.. = g,, = valor base da grandeza (2.106)
2 1 + a la2 + 1..,
. . . . - z· . O valor i>ercentual, g%, será cem vezes o valor por
I, = I,, + 1.,, + l,o = a1., + a la2 + 1,., unidade, ou seja,

ú. = Ú., + Úa2 + údJ g% = .IOOg.., (2.107)


Assim, por exemplo, se a tensão-base for de 127 V.
úb = ú,,, + u.2 + út,() = a'Ú,,, + aÚ.,z + ú,., as tensões de 120, 127 e 220 V ficam em pu, com os
• . . . . 2 . .
U,. = Uc1 + V.e+ U.-0 = aU,., + a u., + u.., valores de
120
Ê" = Z1 Í"1 + Úa1; Úul = Ê.., - i1Í111 = 0,94 pu ou 94%
127

É,, ,,. Í 11 >-- - - - - - - - - -• Ua


~-~~

é. lb
~-~~
z > - - - - - - - - - - -• ub
E.e ,.. i ,. u,.

Figura 2.3 1 • Diagramo geral de t.1 m gerador síncrono e de uma linho de transmissão
SU$W ü

54 lnslalações elétricas

127 Ou então
127 = L,0 pu ou 100%
zII(n) = [ u,,{kv)J' x 10' (2.110)
220 _ '.l S11 (kVA)
127 - 1,7. pu ou 173%

O uso dos valores por unidade ou dos valores per-


centuais conduz a cálculos bem mais simples, por exen,- EXEMPLO
plo, na determinação de correntes presumidas de curto-
circuito em sistemas elétricos. Por sua vez, o método pu Considere o circuito n1onofásico apresentado na
apresenta a vantagem de que o produto de dois valores Figura 2.32, na qual a carga indutiva consome 100 kVA,
pu é um valor pu, ao passo que o produto de dois valo- com fator de potência 0,8, e é alimentada por um gera-
res percentuais deve ser dividido por 100 para que o dor síncrono, por meio ele uma linha cuja impedância é
resultado seja também um valor percentual. de (0,024 + j 0,08) ohms. A tensão na carga é de 200 V.
Tensão, corrente, potência e impedância são grande- (a) Adote como bases:
zas que se relacionam de tal maneira que a escolha de S,, = 100 kVA
valores-base para quaisquer duas delas determina os valo- U• = 200V = 0,2 kV
res-base para as outras duas. Nessas condições, se forem Das expressões 2.108 e 2.109, calculam-se as
especilicadas, por exemplo, as bases para a corrente e a bases para a corrente e a impedância:
tensão, será possível determinar as bases para a impe- 100
dância e a potência. A impedância-base será a que apre- I,, = 0,2 = 500 A
sentar unia queda de tensão entre seus terminais igual
à tensão-base, quando por ela circular a corrente-base; a
, 0,22 X lO'
potência-base (considerando um sistema monofásico) z,, =
100
= o,4n
será o produto da tensão-base pela corrente-base.
(b) Os valores pu relativos aos dados serão:
Sistema monofásico • A impedância da linha:
De modo geral, para os sistemas monofásicos, adote , 0,024 + j0,08 .
como bases a potência aparente, em kVA, SB (kVA), e a z;,,, = 0,4 = 0,06 + ,0,21
tensão, em kV, U8 (kV). Nessas condições, têm-se as
seguintes expressões para as bases das demais grandezas: • A tensão na carga:
• Corrente-base en1 an1pêres: 0.2
u,.. = -0,2
·- = 1
S11(kVA)
I,.(A) = Ui kV) (2.108)
• A potência na carga:
• Impedância-base em ohms: 100
S =-=1
• U11( V) "" 100
Z,,(!l) = I,,(A) (2 .109)

(0.24 + ,;o.os1 n
(0,06 + j0.2 I) J>U
+
200 V IOOkVA
I pu
I J>U
0,8 indutivo

Figura 2.32 • Circuilo monofósico


SU$W ü

Capítulo 2 • Conceitos fundamentais SS

(c) Resolvendo o circuito, obtém-se: Com isso, tem-se, para as bases, a relação
• A corrente:
1
S 100 U,, 8 =. r.U1 ,,
/ = - = - = 500A · v3 ··
U 0,2
E para a tensão pu
• O fasor corrente (referência):
u =Up U1 •
-=-
Í= 500..IJ!A pu u,.._,, u,. 11
• A tensão na carga: o que significa que o valor pu de uma tensão de fase,
cuja base é uma tensão de fase, é igual ao valor pu da
Ú = 200J.co~- • 0.8 = 200 137"= (160 + jJ20) V
tensão de linha correspondente cuja base é a tensão de
• A tensão no gerador: linha correspondente à base anterior. Assim, por exem-
plo, se o valor ele
Üc; = :ii + IÍ
U,.. 11 = lOkV
Üc; = (0.024 + j0.08)500 + (160 + j120) =
tem-se
= (172 + jl60) V= 234,9 l43•V l
U,:11 = V3 10 = 5,77 kV
(d) Resolvendo em pu, obtém-se:
• A corrente:
Para uma tensão de linha,
t•. = l ..lJ! u,. = 4,16 kv,
• A tensão na carga: A tensão ele fase correspondente será igual a
ú,.. = 1 137" = 0,8 + j0,6
Ur- =
l
V3 4,16 = 2,4 kV
• A tensão no gerador:
o que resulta em
ú0 ,.. = :i,.J.., + ú,. =
4.15 2.4
= (0,06 + j0,21) 1 + 0,8 + j0,6 = u•• = W = • = 0,416 pu
5 77
= 0.86 + j0,8 = l,175 l 43° A potência aparente trifásica é igual ao triplo da
potência aparente por fase, ou seja,
• A tensão em vohs:
S.,,1 = 3S
Úo = 1,175 143° X 200 = 234,9 143° V
De maneira semelhante, tem-se para as bases
Sistema trifásico
Os circuitos trifásicos, quando equilibrados, são
resolvidos como uma linha simples (fase), com retorno Com isso,
pelo neutro, isto é, como um circuito n,onofásico. No
diagrama ele impedâncias, que será apresentado adiante,
as bases são a potência aparente por fase, em kVA, e a
tensão ele fase (entre a linha e o neutro), em kV. Nos sis-
O valor pu da potência aparente trifásica, cuja base é
temas trifásicos são, e,n geral, fornecidas a potência apa-
uma potência aparente trifásica, é igual ao valor puda po-
rente trifásica e a tensão de linha (entre linhas). Isso pode
tência aparente por fase correspondente cuja base é a
dar origem a un1a confusão entre un1a tensão de linha pu
potência aparente por fase correspondente à base ante·
e uma tensão ele fase pu. Embora uma tensão ele linha
rior. Assim, por exemplo, se a base for
possa ser a base, a tensão a ser usada no circuito mono-
fásico equivalente é ainda a tensão de fase. S.,11,11 = 30.000 kVA
Para un1 sis1ema triíásico equilibrado, tem-se, en1re as
ten1-se
tensões de linha, U,., e de fase, U,·, a relação
1 3
SH = 0.000 = 10.000 kVA
u,.= . r.
v3
u,· 3
SU$W ü

56 lnslalações elétricas

Para uma potência I


S..;, = 18.000 kVA
a potência por fase correspondente será igual a 480V1 z
\Í3°
S = !S.~OO = 6.000 k V A 480V (1 pu)
( 1 pu)

Então,
18.000 6.000
s•• = 30.000 = 10.000 = 0•6 pu
É comum, nos sistemas trifásicos, adotar como bases
a potência aparente trifásica em kVA e a tensão ele linha
em kV. Nessas condições, para as demais grandezas,
te,n-se:
• A corrente-base em an1pêres: Figura 2.33 • Diagrama de um sistema trifásico

S11 (kVA) (a) A corrente em 1>u será, por definição, igual a:


l11( A) = . r. (2.111) u,,.. 1
v3 UJJ(kV)
,... = zpu = .575 o-·= 17,39
, .Xl ·
• A impedância-base em ohms:
(b) A corrente-base será, da Expressão 2 .111 ,
z (íl) = [ U,i(kV)/\/3] X 10
2 3
1.000
,.1 S11 (kVA)/3 l n=. r. = l.203A
v3 X 0 ,48
[ U,,(kV) ]2 X 10' (e) A corrente em amperes será igual a:
(2.112)
S11 (kVA)
I = 17,39 X l.203 = 20.920 A
É importante observar que a mesma expressão pode (d) A impedância valerá, da. Expressão 2.113,
ser usada para determinar a impedância-base em circui·
tos monofásicos e trifásicos (expressões 2 .11 O e 2.1 12). Z = 0 0575 0,4S' X 1()3
•• ' X L.000 0,01325 n
Deve-se atentar, porém, para o fato de que, em um siste-
ma monofásico, a tensão-base, Uu(kV), é a tensão ele
fase, e a potência-base, S,,(kVA), a potência por fase, ao (e) A corrente, em amperes. também poderá ser obti-
passo que, no sistema trifásico, esses mesmos símbolos da por:
indican'I, respectivamente, tensão de linha e potência tri- _ 480/\/3 _ ,
fásica. I - 0,01325 - 20.9_0 A
Pode-se escrever, para a impedância em ohms,
Z= Z,, X Z11(fi) Mudança de bases
e, da Expressão 2 .1 12, tem-se Muitas vezes a im1>edância de um componente de
um sistema é expressa em pu ou porcentagem, em uma
[ U11(kV)] 2 X !O' base diferente da adott1da para a parte do sistema em
z = z,,.. X S11( kVA)
(2.113) que o componente se situa. Para efeito ele cálculo, como
todas as impedâncias de qualquer parte de um sistema
e devem ser expressas na mesma base, é necessário proce-
.. _ S11(kVA) der-se a uma mudança ele base ou bases.
Zpu = z X [U11(kV)]2 X 103 (2.1 14) Considere uma in1pedância Z, originaln1ente defini-
da por um valor z,,.,, em um grupo de bases s,.. e Um.
Pode-se escrever, da Expressão 2.1 14
EXEMPlO , Z X Sm
z,.,, 0
U111 X 10) (2. 115)
Em um sistema trifásico cujas bases são 1.000 kVA e
0,48 kV, tem-se uma impedância de S,75 por cento, à qual Adotando agora como bases s., e u.,, a mesma
é aplicada a tensão de I pu, como mostra a Figura 2.33. impedância Z terá um valor por unidade Z,..2, dado por
SU$W ü

Capítulo 2 • Conceitos fundamentais 57

z 2_ Z X S1, 2
(2.116)
EXEMPLO
"" - UJ12 X 1Q}
Considerando um motor ele induç.'io trifásica de 800
Dividindo a Expressão 2. 11 6 1>ela 2.11 5, obtém-se HP, 2.300 V, com reatância subtransitória de 15%, ren-
uma expressão que permite mudar as bases da impedân-
dimento de 90% e fator de potência igual a 0,88.
Sm, u.,>
cia Z, de (Sn,, Um ) 1>ara < (a) A potência non1inal de entrada será igual a:

:po2 = (s'") x (u'" )2 Sn ,( kVA) = Pn...,(HP) X 0,746 ;


z,,., 5 Um
111
(2.117)
.., 17 X cos <p

800 X 0,746
= 0,90 X O,S8 ; 753,5 k VA
EXEMPLO
(b) O valor em ohn,s da reatãncia subtransitória será,
Considere uma impedância de S !l, nas bases 1O kV
ela Expressão 2 .113,
e 15.000 kVA. Seu valor pu será, da Expressão 2 .1 15,
igual a X" = 0,15 X 2,32 X 1()3
753,5 l ,OS !l
, 5 X 15.000
z,.,, = lQ2 X JQ} = 0,75
Na prática, são usadas as seguintes relações, que
Mudando as bases para 1S kV e 30.000 kVA, o fornecem valores bem aproximados:
novo valor pu da impedância ele 5 !l será, ela Expres- • Motores de inclução e motores síncronos com fator
são 2 .1 17, igual a de potência igual a 0,8:
S00,.(k VA); P00.,(H Pou CV ) (2.118)
( 1º) 0 667
2
zp,'2 = O'75. X (30.000)
15.000 X 15 = • • Motores síncronos com fator ele potência unitário:
s..,,,( kVA) = 0,8P.... (HPouCV) (2.119)
Escolha de base s
Para um transformador, o valor da impedância em
A escolha cios valores-base a serem utilizados quan-
ohms depende do lado em que é medido, se no lado da
do se estuda um sistema (por exemplo, para cálculos de
alta ou no da baixa tensão. Quando a impedância for
curto-circuilo) deve ser feila tendo em vista a simplifica-
dada em porcentagem (ou em pu), a tensão-base será a
ç.io cio trabalho. A princípio, são escolhidas as bases para
nominal ele baixa, se a impedância se referir à baixa, ou
uma parte do sistema, sendo que as bases para as demais
será a tensão nominal de alta, se ela se referir à alta.
partes, separadas da inicial e interligadas por meio de
Sejam:
transformadores, serão determinadas de acordo com os
• Z,r: impedância referida ao lado de alta (ohms).
princípios expostos a seguir.
• Z,n·: impedância referida ao lado de baixa (ohms).
As bases escolhidas inicialmente devem conduzir à
• U,11, tensão nominal de alta (kV).
obtenção, sempre que possível, de valores pu de ten-
• U,,,.: tensão nominal de baixa tkV).
sões e correntes próximos de 1, para simplificar os cál·
Pode-se escrever
culos. Por sua vez, haverá grande economia de tempo se
a escolha for feita de modo que poucos valores pu, pre-
viamente determinados, tenham de ser convertidos e1n
Z111· = (U•r)' (2.120)
ZM· UAT
novas bases.
Para equipamentos como transformadores e máqui- Da Expressão 2.114, onde Sé a potência nominal do
nas girantes, os fabricantes fornecem, em geral, as impe- transformador e levando em conta a Expressão 2.120,
dâncias (ou as reatâncias) em porcentagem cujas bases pode-se escrever
são a potência e a tensão nominais dos equipamentos.
No caso de motores, são geralmente especificadas a
, .. =-~-~
z,, z,,.,. S
X (Uu/UAr)2ZAT X S
potência non1inal, que é a potência de saída, no eixo do
• ,.,,. U11· X lOJ UJn. X 103
motor em HP, CV ou kW, e a tensão nominal, tensão de
Z,,r X S
linha, para motores trifásicos. Assim, conhecendo-se o ; u~.,. X 10' = ZA7: pu
rendimento e o fator de potência, será fácil determinar a
potência aparente no,ninal na entrada do n1otor, que é a Dessa n1aneira, en, un, transforn,ador, a impedância
base adotada. pu será a mesn1a em ambos os lados (alta e baixa ten-
SU$W ü

58 lnslaloções elétricas

são), o que é uma das grandes vantagens de se utilizar os • Os dois valores relacionam-se entre si de acordo
valores em pu. com a Express.io 2 .120:
A escolha adequada das diferentes bases para as par- 2
tes de um sistema interligado por transformador pode 1,27 = ( 13,8)
simplificar bastante os cálculos com valores pu. Nesse 127 138
caso, recomenda-se as seguintes regras:
• Para circuitos ligados por transformador monofásico, as
tensões-base devem estar relacionadas en1re si como a EXEMPLO
relaç;io nominal dos números de espiras do transforma- Suponha que o gerador de 20.000 kVA, 13,8 kV, X;
dor. Dessa maneira, com a mesn1a potência-base, o 30% seja ligado ao lado da baixa do transformador do
valor pu de uma impedância será o mesmo, indepen- exemplo anterior.
dentemente de ela ser expressa em função da tensão· • Sua reatância em ohms será, da Expressão 2 .113,
base relativa ao lado em que está situada ou em fun· igual a:
ção da tensão-base relativa ao outro lado do
transformador. 0,30 X 13,82 X l(Y
• P.lra circuitos 1.riíásicos interligados por transformador X= 20.000 =
(ou banco de transformadores), as tensões-base nos = 2,86 n (no lado de 13,8 kV)
dois lados devem estar relacionadas entre si em uma
relação igual à das tensões nominais (de linha) em • Quando o gerador é visto do lado de 138 kV do
ambos os lados. Nessas condições, as tensões-base transíorn1ador, a reatância em ohms será, da
deverão ter a mesma relação que as tensões (nomi· Expressão 2.120, igual a:
nais) entre fase e neutro em ambos os lados do trans-
formador, e a mesma relaçfo de números ele espiras X = 2,86 x{ ;3.;,)' = 286 n (no lado de 138 kV)
de um transfom1ador ligado em Y - Y.
que, em 1>u, representa, ela Expressão 2.114:

X 286 X 20.000 • O"O s 30%


EXEMPLO P•
s
1382 X [01 .~

Considere o transformador esquematizado na Fi- • Os valores pu ou percentuais podem ser somados,


gura 2.34, com valores nominais 15.000 kVA, 13,8 kV, desde que as respectivas bases sejam iguais. Assim,
138kVeX;10%. ,1clotando como bases 13,8 kV e 20.000 kVA, a rea·
• A reatância em ohms, relativa ao lado de 13,8 kV, será, tãncia total ligada ao lado da baixa cio transformador
ela Expressão 2.113, igual a: será igual a:
2 20.000
X = 0,10 X 13,8 X 10' = l 27 fl 0,30 + 0.10 X - = 0,30 + 0.1333 =
15.000 ' 15.000

• Para o lado de 138 kV, tem-se, da Expressão 2.113: = 0,4333 pu ou 43.33%

No lado da alta, a reatância pu será a mesma, desde


X= 0,10 X 1382 X JO' = fl que a potência-base seja igual a 20.000 kVA e a tensão·
127
15.000 base passe a ser 138 kV.

>
""
00
,,; >
""
oc

Figura 2 .34 • Di09rama de vm translormodor trilósico ti. - Y


SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamentais 59

2 .6 Análise de um circuito RL
A Figura 2.35 mostr,, um circuito constituído pela
associação em série de uma resistência R ede uma indu-
tâncía L, alimentado por uma tensão instantânea II e
- i R l

provido de uma chave S, inicialmente aberta. A equação


do circuito será
li
s
li=

oncle i é a corrente instantânea.


Rl. + L -di
tlt

Suponha que a tensão u seja senoidal e que, no ins-


(2.121)
o- - - 'J
Figura 2 .35 • Diagramo de circuito em série Rl

tante do fechamento da chave S, sua fase seja ,J, (fase ini- ~ possível determinar o valor de A, lembrando que
cial), como mostra a Figura 2.36. i = Ono instante 1 = O(fechamento da chave). Assim, da
Seja U.., seu valor de crista, pode-se escrever: Expressão 2.124, tem-se

11 = u.., sen (w1 + 'li ) O= l,11sen('1' - <P) + A


(2.122)
e então
Substituindo a Expressão 2.122 na 2.121, obtém-se a
equação diferencial A = - 1..,sen ( 'I' - <1>) (2.126)
Substituindo a Expressão 2.126 na 2.124, obténHe
R 1. + L -di = u..,sen (,oi+ q, ) (2.123) para a corrente
t 1i

cuja solução é
i = l,11 sen (wl + 'I' - <J>) -
(2. 127)
i = I,,sen (M + w- <1>) + Ae-(~' (2. 124) - ( 11 sen ( \JI - <l>)e·(:)'
cuja expressão indica que a corrente é constituída por
onde J,, vale
dois com1>0nentes:
I - U,11 • Componente periódico:
11, - V'
R· + (wL)·, /.11 scn ( wl + "1 - <I>)
e <!>, defasagem entre II e i, é • Componente aperiódico:
li - f.11scn ( IJI - <l>)e-(:)'
C05 <P = --:====
Y R' + (wl,)2
(2.1 25)
como mostra a Figura 2.37.

li

(w1)

_ _.. q,

r=O
(F<:ch,unen,o da chave S)
Figura 2 .36 • Gráfico da tensão aplicado ao circuito Rl
SU$W ü

60 lnslolações elétricas

Observe que: A Figura 2.37 mostra uma corrente totalmente assi·


(a) O valor inicial do componente aperiódico (1 = O): n1étrica enl un, circuito em série /{ />#, o que indica a pre-
sença de seus componentes periódico e aperiódico.
A = - 1.,, sen (IJi - <T>) O fechamento da chave S no circuito RL da Figura
• Será n1áxi,no quando 2.35 é uni fenômeno semelhante a um curto--circuito em
urn sistema eni que os parâmetros do circuito entre a fonte
sen ('1' - <J:>) = :!: 1 ou ('l' - <J.>) = ±90" e a falta são R e X = wL, cujos valores são considerados
o que caracteri,.., a pior condição de assime· constantes.
tria da corrente i.
• Será nulo quando 2 .7 Transformadores de potência
scn ( 'l' - <I>) = O ou ('l' - <!>) = (]'
Definições
(bl Da Expressão 2.125, para R e ,ai, = X dados, o
A potência nominal, SN, de um transformador de
ângulo <I'> é constante e, assim, a maior ou menor
potência é uni valor convencional de potência ;iparente,
assimetria dependerá da fase inicial 'i' da tensão u.
que serve ele base ao projeto, aos ensaios e às garantias
(c) A relação wLIR = XIR (onde L/R é a constante
do fabricante, e que determina o valor da corrente nomi·
de tempo do circuito) indica a taxa de decréscimo
nal que circula, sob tensão nominal, em condições espe·
do componente aperiódico. Desse modo,
cificadas. ta potência que o transformador pode fornecer
• R = O(circuito puramente indutivo) -> XIR ='-", isto
a determi nada carga, sob condições de tensão e freqüên-
é, o componente aperiódico permanece constante: cia nominais, dentro dos limites especificados.
Em um transformador a dois enrolamentos, ambos -
Ae -(f'f = Aeº = A prin1ário e secundário - têm a n1esma potência nominal,
• X= O(circuito puramente resisti\'O) -> XI R = O, ou seja, que é a potência nominal do transformador.
o componente aperiódico não existe A tensão no,ninal, UN, de um enrolan1ento de um trans·
formador de potência é a tensão especificada a ser aplica-
Ae -(!f'f = A e-• = O da, ou induzida e1n vazio, nos tern1inais de linha de um
enrolamento de um transformador polifásico ou monolási·
(d) Quando há predominância da reatância indutiva co. As tensões nominaisde todos os enrolamentos manifes.
sobre a resistência (X >> R), pode-se considerar tam·se sin1ultaneamente em vazio, quando a um deles é
<I) ~ 90<> e a pior condição de assin1etria ocorre· aplicada a respectiva tensão noniinal. Assim, quando em
rá, praticamente, para um transformador a doisenrolamentos se aplica a 1,.1m deles
sua tensão nominal, nos terminaisdo outro, en1 vazio, apa-
'i' - 90" = :!: 90" ou 'i' = O", 180", 360" recerá a tensão nominal respectiva.

I
i
Co1nponente periódico
Co111ponente aperiódico

A
.. ''• •••.
''.... .... '' .
'.....' .'
• '
••
: ,l.._' '
~-1-.~-+1--~;!---if----l!---+-~+.-'-=-=-'1""--+~+---1~+----l'---+--+~~> wl
.•

•• .
••
.• ••.

••• •

' • '.
' .
•• ',:
r= O

Figura 2.37 • Grófieo do corrente O$$imétrico em um circuito em série RL


SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamentais 61

No caso de transformadores monofásicos para ban· Formulário


cos trifásicos, a tensão nominal de um enrolamento des·
O transformador elementar de dois enrolamentos,
ti nado a ser ligado em estrela é indicada por uma fração
alimentando uma carga, é apresentado na Figura 2.38.
cujo numerador é a tensão entre os terminais ele linha cio
A seguir, é apresentada uma análise sobre o transfo,.
banco e cujo denominador é ·vi
mador que opera de n1aneira ideal. Um 1ransforn1ador
A corrente nominal, f .v, de um enrolamento de un,
ideal opera com as seguintes características:
transformador de potência, é a corrente que circula no
terminal de li nha do enrolamento e cujo valor é obti· • Todo o fluxo magnético está confinado no núcleo.
do dividindo-se a potência nominal do enrolamento • As perdas no ferro e no cobre são nulas.
pela respectiva tensão nominal e pelo fator de fase • A corrente de excitação é desprezível (altfssima per-
aplicável, isto é, 1 para transforn,adores monofásicos e meabilidade do núcleo).
\/3 para trifásicos. No caso ele transformadores monofá- • As perdas Joules nas bobinas são nulas.
sicos para bancos trifásicos, a corrente nominal de um
Nesse caso, as equações a seguir são válidas.
enrolamento destinado a ser ligado em triângulo é indi·
w1da por uma fração cujo numerador é a corrente de d,p
u 1 = et = N 1- (2.128)
linha correspondente e cujo denominador é v':i. dt
A relaçào de tensões nominais (ou relação de trans-
d,p
formação), ,,.,, é a relação entre as tensões nominais de u., =e,= N,,- (2.129)
- - -,lt
dois enrolamentos de um transformador, sendo sempre
igual ou superior a 1. C1 U.1 N,
- (2 . 130 )
A impedância de curto·circuito de um transformador ei U,z N2= '"''
= - = -
a dois enrolamentos, z,.., é a in1pedância entre os termí·
nais de un, dos enrolamentos. com os terminais do outro N,i, = Nzi2 (2 .131)
en, curto-circuito, e1n condições especificadas. A in,pe-
(2.132)
dãncia de curto-circuito é expressa em ohms por fase ou
em pu cujas bases são a tensão nominal do enrolamen·
to e a potência nominal do enrolamento.
A tensão de curto~ircuilo de un, transformador a (2.133)
dois enrolamentos, U,, é a tensào que, aplicada entre os
tenninais de um dos enrolamentos, com o outro em
curto-circuito, íaz circular no primeiro uma corrente
igual à respectiva corrente nominal. A tensão de curto-
circuito pode ser expressa em porcentagem (ou em pu)
em relação à tensào nominal do enrolamento. Em pu, a (2 .134)
tensão de curto-circuito tem o mesmo valor da impedân-
cia de curto-circuito do transformador.

IJ
N,
N,:..1-+it-l'HJ-'-1e_2-O:---': \ 1112
,.,
'P1 Carga
Pri1nário Secunddrio
\.
-
Núcleo

Figura 2.38 • Diagrama de um tran,farmad0< do dois enrolamento,


SU$W ü

62 lnslalações elétricas

A
+
1,
• • /2
r

~
ci, >

8 - 1
N,
(a)

(NYNiJZi
1,
• • i,.·- ,,
A
+ A-+ -
1

u, >
> ci, (N(NJ'z1
B - 1
N, l\'2
B
(b) (e)

Figura 2.39 • Diogromas de três circuitos equivalentes, vistos dos terminais A e 8

acompanhando o laço de histerese. Essas perdas são


ti=u,
12
(2.135> proporcionais à área do laço de histerese.
• Há perdas joules nas resistências elétricas das bobinas
. . . primárias e secundárias cio transformador.
E, / N
-. = -,-2 = -. 1 = IN (2.136)
O transformador ideal tem como circuito equivalente
E, 1, N,
por fase o circuito apresentado na Figura 2.40.
Para o transformador ideal, cujo circuito equivalente
~, =(N•)'~, = (N') z, = z·,
2
<2.137) é o da Figur,, 2.40, as seguintes equações são válidas:
/1 N, /2 N2
ú, = u,i, + jX,i, + É, (2.138)
O transformador ela Figura 2 .38 pode ser representa·
cio simbolicamente pelo circuito da Figura 2.39. É, = j,oN,.j, (2.139)
Em relação aos terminais A e B, os três circuitos são
equivalentes. Na realidade, os transformadores não são ideais,
n,as equi1:>an1entos reais, con1as seguintes características:
i, = ií + i. (2 .140)

• Nem todo o fluxo magnético está confinado no ·, N2 · corrente secundária


/., = - /, (2 .141)
núcleo magnético, pois uma pequena parcela 'I', ela • N, • referida ao primário
Figura 2 .38 não se concatena com a bobina 2. Esse
fluxo é denominado de fluxo disperso (<p,). O mesmo (2.142)
ocorre com o q>?;
• Na operaçlío, o núcleo magnético cio transformador (2.143)
se aquece por dois motivos: . .
• Perdas por correntes elétricas parasitas induzidas no E, N, lí
~=-=-:""" = /N (2.1 44)
núcleo. E, N, /2
• Perdas por histerese, que correspondem às geradas pelo
atrito cios domínios magnéticos elementares que giram ú, = - R,i, - jX,i, - Éz (2.145)
SU$W ü

Capitulo 2 • Conceitos fundamentais 63

;, --- -------
.,
'1f2...+ J, 1
~ ....:...+•
+ x, 1 ;~
X2 +
y
•• 112

/~!
ü, x., 'IÊ .,'
i.,,1 U2
' 1

I f..'1 N2 1

1 -------- 1

Figuro 2.40 • Diagrama do circuito equivalente por fase de transformador ideal

Ri =(Z:)'Rz (2 .146) X, = YZi - Ri = X,:o= X,+X', (2.151)


A seguir, apresenta-se um resu1no das características
2
x2 = (NN'.) x, (2.147) dos transformadores.
~ • Valores non1inais -transformadores a dois rolamentos.
Pode-se referir o circuito secundário para o prin1ário, • Potência non1inal : !,'N
resultando no circuito equivalente da Figura 2 .41. • Tensões nominais: UNI, U,v,
No circuito equivalente ela Figura 2.41, pode-se elimi- • Correntes nominais: l.,·1, l,vz
nar a parcela à direita, na qual está representado o trans- !,'l·l
monofásico: lN =- (2. 152)
formador ideal. UN
Dependendo da análise cio estudo a ser considerado,
SN
podem-se utilizar vários modelos simplificados ele circui- trifásico: f,v = -""""- (2.153)
tos equivalentes do transformador, como os apresentados VJUN
na Figura 2.42, na qual a impedância séria é dada por • Relação ele transformação: l.v = - (.d)
~\li
(2.154)
U,n
Z,CI ª R,Q + jX,:o - R', + Ri + i(X, + X, ) (2.148) • lm1>edância ele curto-circuito: z,
No ensaio de curto-circuito, utiliza-se o modelo da • Tensão de curto-circuito: U,
Figura 2 .42{b), onde o ramo em derivação foi desconsi- Valores pu (ver Seção 2.5)
derado, o que resulta no circuito da Figura 2.43. • Bases: S,,(kVA) = SN(kVA)
u.(kV) = U.v.a·,{kV)
z. = ~· = z"í! (2 .149J
2
(2.1 55)
(U {kV) ] _ X_
10)
,,,. , Z(fi)
II
=.;_.;N~.-~7..;._..;.:..
R, = , = RliQ = R, + R2 (2.150) S,v(kVA)
1

x; ;,
--1i.. X, ~

+ i.J,
ii., ••
ú, R,, Xm t, ú; ú,

N, N2

Figura 2.41 • Diagramo de circuito equivalente referido ao primôrio


SU$W ü

64 lnslakições elétricas

/'
-4

ü,

(a)

(b)

(e)

f igura 2.42 • Diagramas dos cira.iitos equivalentes simplificados


• Impedâncias (transformador trifásico) • l [ U.v. 11 r( kV)J2
(2.15 6) Z11r(íl) = 1i Z,r(!l) = " • S,v( kYA ) X 1<>3
V,(kY) X 10-'
z,.,..,(nJ = - - ~ - -
\131,. ,1( A ) (2.159)

Z,.11r (2.160)
z. = -z;; = " • (2.15 7)

[U ( kY )) 2 (2.161)
Z · (fi) = N.A1 X 103 (2.158)
AT " • SN( kYA)

X= YZ2 - R1 (2.162)
SU$W ü

Capítulo 2 • Conceitos fundamentais 65

x, X',

••

Ut"' t% a6% U,v - + Z, = Z,:Q


Pk = Perdas no cobre

Figurc:1 2.43 • Diagramo cio ensaio de curto·circuito no transformador

EXERCÍCIOS

1. Calcule as potências aparente, ativa e reativa de uma carga monofásica com uma tensão e correntes de
U = 220/íf' V e I = J0/-3<:!' A

2. Uma carga trifásica ligada em estrela tem impedâncias iguais de 10 + j 10 ll por fase. Com uma tensão de linha
de 220 V. quais são as potências ativa e reativa da carga?
3. Dado um circuito monofásico com três cargas, no desenho a seguir, detenninar as quedas de tensão em cada tre-
cho e a total.
Considere que os cabos tenham r = 4,5 !1/m, x = O e ocos<!> = 0,8 indutivo para todas as cargas.
10 m 15 111 20 m

10 A 30 A

4. Dada uma carga trifásica com potência ativa de 50 kW e reativa de 50 kvar indutiva, determine a potência do
banco de capacitores para corrigir o fator de potência para 0,92.
S. Determinem as componentes simétricas das seguintes correntes:
t. = 20/9<:f' A, !• = 20/-9<:f' A e /, = O A
6. Para uma carga trifásica ligada em delta com as impedâncias z..,, =
:lOll, Z"' =
10/90" !l e z.. =
10/-90" !l e
com tensões V.. = 220/íf' V, V,,.. = 220/J2<r V e V"' = 220/- 12<:f' V, determine as correntes de linha e as com·
ponentes simétricas.
7. Qual é o valor real da impedância de um gerador monofásico de 20 porcento cuja potência nominal é de 10 kVA
e tem tensão de 220 V?
8. Qual é o novo valor da impedância em pude cinco por cento representada nas bases 13,8 kV e 30 MVA, se repre·
sentada nas bases 138 kV e 60 MVA?
9. t dado um gerador trifásico ele 20 MVA em 13,8 kV com reatância de 30 por cento ligado a um transformador ele
20 MVA, de 13.8 para 138 kV e reatância de dez por cento. Determine a tensão do gerador em pu, quando uma
carga de 15 MVA com fator de potência 0,8 indutivo sob uma tensão de 138 kV for ligada no secundário do trans·
formador.
1O. Para as medições do ensaio de curto-circuito do transformador monofásico de 2.000 VA e tensões de 200 V no pri·
mário e 100 V no secundário, determine a impedância série em pu.

P = 8 W, I = 10 A e U = l V
Sn$W
SU$W 6

Proteção contra cho~ues elétricos


- fundamentos

3 . 1 A corrente elétrica no corpo 4. llnpedância elé1rica do corpo hurnano


humano 5. Efeitos da corrente al1e,nada de freqUências compreen-
didas entre 1S Hz e 100 H~
O aumento substancial elas aplicações e ela utiliza- 6. Efeitos da corrente contínua
ção da energia elétrica nas últimas décadas levou pes- Anexo A: Medições das imped!lncias do corpo hu1nano
Anexo B: Influência da freqüência na impedância do
quisadores de diversos países a realizar n1inuciosos estu·
corpo humnno
dos sobre os perigos que a corrente elétrica pode causar Anexo C: Resistência do corpo hu1nano para corrente
ao passar pelo corpo hun,ano. contínua
As pesquisas sobre o assunto começaram em 1930, Anexo O: Exemplos de cálculos de impedâncias do
com os estudos pioneiros de H. Freiberger e L. P. Ferris, aos corpo humano
quais se seguiram os de C. F. Dalziel, W. 8. Kouwenhoven, A publicação IEC/fS 60479-2 (Edição 3.0/2007):
W. R. Lee, P. Osypka, 1~. Antoni, entre outros. Com o EffeG·ts of c11r1·e11r 011 luu1u111 bei11gs aud /hresrock - Par,
objetivo de avaliar o grau ele periculosidacle ela corrente 2: Specia/ aspects é dividida étn onze capítulos, assim
elétrica, esses estudiosos realizaram experiências conl discrinlinados:
anin1ais (bezerros, porcos, carneiros, cães e gatos), seres 1. Obje1ivo
humanos e cadáveres. 2. Nonnas
O documento internacional, considerado orientação 3. Definições
básica para a proteção de seres humanos e animais 4. Efeitos da corrente alternada ae freqüências acirna
domésticos contra choques elétricos em instalações elé- de 100 Hz
tricas, é composto por cinco publicações da série IEC 5. Efe.itos de fom1as de onda especiais de correnres
604 79: Effects of current on lwman beings and lives1ock, 6. Efeitos das correntes alternadas com controle de fase
que consolidam os estudos realizados sobre o assunto. 7. Efeitos das correntes alternadas com controle n1ulti·
ciclos
Esse trabalho foi publicado pela primeira vez em 1974,
8. Es1iinativa do limiar equivalente de correntes para
depois ele ter sido preparado por um grupo seleto de estu- freqüências misturadas
diosos, com base em uma longa pesquisa na literatura e 9. Efeitos dos pulso-< de corren1e repelidos na fibrilação
na avaliação das respostas a um questionário preparado. cardíaca
10. Efeitos da corrente e1étrica en1 corpos imersos
A publicação JEC/fS 60479-1 (Edição ~.0/2005): 11. Efe.ítos de in1pulsos de correntes unidirecionais de
Ejfects o/ currenl ou luunan be.ings and livestock - Part cuna duração
J: General aspec1s é dividida c1n seis capí1ulos e quatro
anexos. assim djscriminados: A publicação IEC/fS 60479·'.l (Edição 1.0/1998):
Ejfecrs of ,.:urre,u 011 /111111011 beings oud /ivc,uoak - Pari
1

1. Objerívo 3.: Effects o/ currems passi11g rhrough rhe body o/ tives·


2. Nom1as t()C.k é dividida e1n cinco capf1ulos, assin1 discrin1inados:
3. Definições
SU$ W ü

68 lnslaloções elétricas

fibra muscular. Se houver um segundo estímulo antes do


1. Gera.! repouso, os doís efeitos poderão se somar. Diversos estí-
2. Características das impedâncias dos corpos de ani·
mulos simultâneos produzem contrações repetidas do
mais domésticos
3. Valores da impedância total dos corpos músculo, de modo progressivo; é a chamada conlfação
4. Valores da resistência inicial dos corpos tetJnica. Quando a freqüência cios estímulos ultrapassa
5. Efeüos nos anin1ais don1éslicos <ia corrente ahemada certo limite, o músculo é levado à contração completa e
de freqiiências compreendidas entre 15 Hz e 100 Hz permanece nessa condição até que cessem os estímulos,
A publicação IEC/TR 60479-4 (Edição 1.0/2004): Effec1s retornando lentamente ao estado ele repouso.
o/ curre.111 on J1111na11 bei11gs and livesto<·k - Part 4: O mesmo fenômeno, descrito de modo simplificado
Efft!ct.t o/ lightning strokes on hu,nan heings and /ives- par.a unla fibra elementar nervin1uscular, ocorre de n1anei-
10,:k é dividida e1n seis capítulos. assim discriminados: ra muíto mais complexa no corpo humano que é atra-
1. 0bjetivo vessado por un,a corrente elétrica.
2. Normas As freqüências usuais ele 50 e 60 Hz são suficientes
3. Definições para produzir uma tetanização completa, dependendo
4: A íísjca das descargas atmosféricas da intensidade da corrente elétrica. Uma pessoa em con-
5, As interoções entre as desçargas elétricas e os seres tato com uma peça sob tensão pode íicar •agarrada" a ela
hu1nanos e os anin1ais don1ésticos
no período em que durar a diferença de potencial, que,
6. Efeitos das. descargas atmosféricas sobre os corpos
dos seres hunumos e dos animais do1nésticos dependendo da duração, pode levar à inconsciência e
até à morte. ~ importante observar que o fenômeno é
A publicação IEC/TR 60479-5 (Edição r.on007):
mais perigoso se considerarmos que a resistência elétrica
Ejj'ects o/ <·urre111 ou /111111(111 beingJ' <1nd Jivesto<·k - Part
5: Tcuch vo/1age 1hreshot,1 ,·alues for physiological do corpo humano diminui com a intensidade da tensão
éjfects é dividida em cinco capftulos e qµaoro aJ1exos. elétrica.
assim discrin1ioados: ~ra valores elevados de corrente, a excitação mus-
1. Objetivo cular pode ser suficientemente violenta, de modo a pro-
2. Normas vocar uma explosão de contração muscular, levando
3. Oclinições u1na pessoa a se movimentar muitas vezes, a íin1 ele
4. Condições e valores-limito libertar-se do choque elétrico. Dependendo das condi,
5. Valores-limite de tensão de eo1ua10 ções, a pessoa pode ser lançada a certa distância.
Anexo A: lmpedilncias do corpo A corrente contínua produz a tetanização, desde que
Anexo 8: Tensões de contato tenha intensidade e duração suficientes. Isso porque,
Anexo C: Detenninação da$ tensões de contato sob cer- embora ela possa produzir efeitos eletrolíticos no san-
tas condições
gue, estes só adquirem dada consistência em tempos
Anexo I!>: Limites de apli<'Jção
longos e em correntes n1ais intensas.

Os perigos da eletricidade limite de largar


Qualquer atividade biológica, seja ela glandular, Define-se o lin1ite ele Jarg<tr como a corrente máxima
nervosa seja muscular, é estimulada ou controlada por que uma pessoa pode suportar ao segurar um condutor
impulsos de corrente elétrica. Se essa corrente fisiológi· energizado. Ela pode largá-lo usando os músculos volun·
ca interna se somar a outta corrente de origem externa, tariamente estimulados. Em outras palavras, o limite de
devido a um contato elétrico, ocorrerá un,a alteração largar é o valor n1áximo de corrente que unla pessoa,
das funções vitais norn,ais no organisn10 humano, que tendo à mão um objeto energizado, pode ainda o largar.
!'.>Ode levar o indivíduo à morte, dependendo da dura- Para essa grandeza, estudos mostram que, em corrente
ção da corrente. alternada de 50 a 60 H1, os valores se situam entre 6 e
Os princi1>ais efeitos que uma corrente elétrica 14 mA em mulheres (média de 10 mA) e entre 9 e 23 mA
(externa) produz no coqio humano são tetanização, em homens (média ele 16 mA). Em corrente contínua,
parada respiratória, quein1adura e fibrilação ventricular, foram encontrados os valores médios ele 51 mA em
descritas a seguir de uma maneira sin1plific3da. mulheres e 76 mA em homens.
Correntes inferiores ao limíte ele largar, mas com
TetanizafÕO pouca intensidade, embora não produzam, en1 geral,
A tetanização é um fenômeno decorrente da con- alterações graves no organismo, podem dar origem a
tração muscular produzida por uma corrente elétrica. contrações musculares víolentas e, indiretamente,
Verifica-se que, sob a ação de um estímulo, o músculo provocar acidentes, como quedas e ferimentos causados
se contrai e, em seguida, retorna a.o estado de repouso, por partes móveis de máquinas ou movimentos bruscos
devido a uma diferença de potencial elétrico em uma que levan1 a outros riscos.
SU$W li

Capítulo 3 • Proteção contra choques elétricos - lvndome<1tos 69

Correntes superiores ao limite de largar, mas com Se à atividade elétrica fisiológica normal se acres-
pouca intensidade, podem causar uma parada respirató· centa urna corrente elétrica de origen, externa e n1uitas
ria, se a corrente for de longa duração. Essas correntes vezes maior que a corrente biológica, é fácil imaginar o
produzem sinais de asfixia na 1:>essoa, graças à contração que sucede com o equilíbrio elétrico do corpo. As íibras
de músculos ligados à respiração e/ou à paralisia dos do coração passam a receber sinais elétricos excessivos
centros nervosos que comandan, a funÇ<iO respiratória. e irregulares, e as fibras ventriculares ficam superestí-
Se a corrente pem1anece, a pessoa perde a consciência muladas de maneira caótica e passam a contrair-se
e morre por asfixia. desordenadamente, uma independente da outra, de
Por isso é in1portante prestar os primeiros socorros, modo que o coração não possa mais exercer sua fun·
fazendo respir,,ção artiíicial (boca a boca). É necessário ção. É a fibrilação ventricular, respons.ivel por tantas
intervir imediatamente a1>Õs o acidente (no máximo em mortes decorrentes de acidentes elétricos, na qual as
três ou quatro minutos), para evitar asfixia ou lesões irre- fibras musculares cio ventrículo vibram desordenada-
versíveis nos tecidos cerebrais. mente_, estagnando o sangue dentro do coração. Des~1
maneira, não há irrigação sangüínea pelo corpo, a pres-
Q ueimaduras são arterial cai a zero e a pessoa desmaia e fica em esta~
A passagem ela corrente elétrica 1>elo corpo humano do de morte aparente. A fibrilação ventricular é acom-
é acompanhada do desenvolvimento de calor por efeito panhada da parada respiratória da vítima.
Joule, podendo produzir queimaduras. A situação torna· O fenômeno da fibrilação ventricular é irreversível.
se mais crítica nos pontos de entrada e de saída da cor- No entanto, sabe-se hoje que, se adequadamente aplica·
rente., uma vez que: da, uma carga elétrica violenta pode reverter o processo
• A pele apresenta elevada resistência elétrica, enquan- de fibrilação. Isso é feito com um clesfibrilador elétrico,
to os tecidos internos indican'I resistência baixa. que utiliza dois eletrodos aplicados ao tórax, os quais
• À resistência de contato entre a pele e as partes sob provocam uma descarga elétrica na região cardíaca do
tensão soma-se a resistência da pele. paciente. Mesmo assim, para efeitos práticos, a fibrilação
• A densidade de corrente é alta nos pontos de entrada é considerada fatal, pois dificilmente existem pessoas
e de saída da corrente, principalmente se as áreas de especializadas à dis1>0sição e equipamento necess.'\rio
contato forem pequenas. para prestar socorro à vítin1a e1n tempo hábil. Observe
que, cessada a atividade cardíaca normal, depois ele três
Quanto maior a densidade de corrente e mais longo
n1inu1os con1eçan1 a ocorrer lesões irreparáveis no teci-
o tempo pelo qual a corrente permanece, n1ais graves
do cerebral.
são as queimaduras produzidas. Nas altas tensões, em
A onda T representa o período de repolarização das
que há o predomínio dos efeitos térmicos da corrente, o
fibras musculares do ventrículo do coração.
calor produz a destruição de tecidos superíicíais e pro-
O período vulnerável corresponde a uma parte rela-
fundos, bem como o rompimento ele artérias, con, con-
seqüente hemorrasia e destruição dos centros nervosos. tivamente 1:>equena do ciclo cardíaco, durante a qual as
fibras cio coração estão em um estado inicial de re1>0la-
Observe que as queimaduras produzidas por correntes
rização. A fibrilação ventricular ocorrerá se elas forem
elétricas são internas, profundas e de difícil cura.
excitadas por uma corrente externa de intensidade sufi-
Fibrilação ventricular ciente. O 1>eríodo vulnerável corres1>0nde à primeira
O fenômeno fisiológico mais grave que pode ocorrer parte da ondil 7· (como indicado) e representa cerca de
quando a corrente elétrica passa pelo corpo humano é a 10% a 20% do ciclo cardíaco.
fibrilação veniricular do coraç,'io. Trata-se ele um fenôme- Os pesquisadores têm concentrado seus esforços na
no complexo e geralmente fatal, como explicado de procura pelo valor mínimo de corrente capaz de dar iní-
maneira simplificada a seguir (ver figuras 3 .1 e 3.2). cio à fibrilação, em função do tem1>0 pelo qual a corren-
Sabe-se que o músculo cardíaco (miocárdio) se con· te circula pelo cor1>0 humano. Os experimentos não têm
trai ritmícanlente de 60 a 90 vezes por n1inuto e susten- fornecido resultados coerentes, un1a vez que as n1aiores
ta, con10 se fosse un,a bon1ba, a circulação sangüínea dificuldades que impedem uma definição precisa do
nos vasos. A contração da libra muscular é estimulada lin1iar de fibrilação ventricular são as seguintes:
por impulsos elétricos provenientes do nódulo sinoatrial • Impossibilidade de realizar experiências com seres
(NSA), situado na parte su1:>erior do átrio direito, e é um humanos e dificuldade ele adequar ao corpo humano
gerador biológico de impulsos elétricos que comanda o os resultados obtidos com animais.
coração. Por meio de tecidos especfficos de condução • A corrente /0 que atinge o coração e causa direta·
(feixe de His e rede de Purkinje), os impulsos de coman· mente a fibrilação é apenas uma fração da corrente I
do provenientes do nódulo sinoatrial são transmitidos às que circula pelo cor1>0 humano; como apenas / é
fibras musculares da parede do ventrículo do coração. mensurável, a ela se refere o limiar ele fibrilação; como
SU$W ü

70 lnslolações elétricas

Á1rios

Ventrículos
, Despolarização 1
1 1
1( •i 1
R 1 Rceo1an7 1

1
1. . ..3Çí.10
• 111 I
1
1 1
1 1
1 1
1 T 1
2 3 51
1
1
1 1
/' 1 1 1
4 1 1 1
1 1 1
1
1
1
1
Q 1 1
s

Período vulnerável
i; \l
' J

dos ventrículos

Figura 3.1 • Ciclo cordioeo com indicoçõo do período vulneróvel dos ventrículos (os n(,meros sinalizam os etapas progres·
sivos do ciclo)
a relaÇ<i.o /0 / / não é constante, pode variar de pessoa A Zona I é aquela em que a corrente elétrica não
1>ara pessoa e também em uma mesma pessoa, produz reação algun1a no corpo humano. Situa-se abai-
dependerá do trajeto da corrente. xo do chamado limiar de percepção (0, 5 mA) e é repre·
• As condições o rgânicas são distintas no s seres hu· sentada pela reta da Figura 3.3. ~ importante salientar
manos. que esse valor varia de acordo com a pessoa. sendo
menor para mulheres e crianças.
Zonas de efeitos A Zona Z é aquela em que a corrente não produz
nenhum eíeito íisiopatológico perigoso. Está entre o limiar
A publicação IEC!TS 60479- 1 deíine cinco zonas de de percepção e a curva limite de corrente fisiopatologi·
efeitos para correntes alternadas ele 50 ou 60 Hz e lev,1 camente perigos., (curva b) e é dada pela Expressão 3.1,
em consideração pessoas que pesam 50 kg e um trajeto a seguir.
de corrente entre as extremidades do corpo (mão/mão
ou mão/pé), mostradas na Figura 3.3 . 10 (3 .1)
/ = ! ,, + - I

R R ~ hoquc elétrico

ECG

Q
Fibrilação ventricular
Pressão árterial

mmHg
40
400 ms

o
Figura 3.2 • Elelrocardiogromo (ECG} que mostro o fibrilação ventricular e o pre,sõo arterial
SU$W li

Capítulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 71

Legcndn:
Zona 1: E 111 geral. nenhurna reação.
Zona 2: E,n geral. nenhurn cfeiro tisiopatológico perigoso.
Zona 3: E,n geral. nenhu,n risco de fibrilação.
Zona 4: Fibrilação pos.,ívcl (probabilidade de até 50%).
Zona 5: Risco de fibrilação ( probabil idade superiora 50%).

t(ms)
10.000

5.000
\ \
2.000
o
\;' \
e d
\
1.000
\ \
\ ' \
500
Q) @ \ Q) \ © \ ®
200 '
100

50
"' \ \
\
\

\
\ \
""' """
20
tO
-
\ \ l(mA)

Nol~ :
0, 1 0,2 0,5 2
' 'º 20
50 100 200 500 1.000 2.000 5.000 10.000

1. No que-diz. n-sl')l!ito :1 fibrilação vcntricul:lr. a Figura 3.4 rel.:iciona-sc co1n os efcilos do:t oom:ntc que p..'l~i.<, no trajeto ··indo esquerda/pés"'.
2. No ponlo 500 ,n,VIOO 1ns há probabilidade de 0.14% de ocorrer fibrilação.

Figura 3.3 • Zonas de efeito de corrente alternado (50 ou 60 Hz) sobre adultos

onde J é o valor eficaz da corrente (mA), / 1_ é o limite de dacle ele respiração e perturbações reversíveis no coração.
largar (valor eficaz) igual a 1O mA (em mulheres) e 1 é o e,.
A Zona 3 é limitada pelas curvas b e Na Zona 4, além
tempo de duração do choque. dos efeitos da Zona 3, a probabilidacle de fibrilação ventri-
Na Zona 3, con1preendida entre a curva b e a curva cular aumenta cerca de 5 por cento (curva e,) a 50 por
e, não há risco de fibrilaçilo ventricular, n1as a corrente cento (curva e,) e acima de 50 por cento além d,, curva e,.
pode provoc.1r outros i11co11veníe11tes - de modo geral, A publícação IEC/TS 60479- 1 define o fator de cor·
não perigosos - caso a duração da corrente não seja rente do coração (f) como o fator que relaciona a equi-
longa. 1\Jessa zona, se a duração for n1uito extensa, há valência ela corrente elétrica no coração para dado per-
possibílidades de problemas respiratórios. curso com urna corrente que passa entre a mão esquerda
Na Zona 4, a corrente do choque elétrico pode provo· e o pé. O fator de corrente do coração permite calcular
car fibrilação ventricular, com uma probabilidade que as correntes/" para percursos diferentes desse, que repre--
vai ele 0,5 por cento (curva e) a 50 por cento {curva d). sentam o mesmo perigo de fibrilação ventricular que o
Na Zona 5, situada após a curva d, há o perigo efetivo correspondente à corrente de referência /~e,, entre a mão
d, ocorrência de fibrilação ventricular. esquerda e o pé, ou seja,
No caso de corrente alternada, com freqüência de 15
a 100 Hz, são caracterizadas quatro zonas, con10 n1ostra a
Figura 3.4, para correntes de choque entre mão e pé. (3 .2)
Na Zona J não ocorre nenhuma reação. Na Zona 2,
não ocorre nenhum efeito fisiológíco perigoso. Na Zona un1a vez que os valores de f " estão na Tabela 3.1, para
3, 11ão acontece, em geral, nenhum dano orgâníco. Para trajetos diferentes da corrente elétrica que passa pelo
tempos longos ocorrem contrações musculares, dificul- corpo humano.
SU$W ü

72 lnslakições elétricas

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1

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0.1 0.2 0,5 2 5 10 20 30 50 10() 200 500 1.0002.0005.000 10.000
mA
Correme que passa pelo corpo I -

Figura 3.4 • Zonas de efeito de corrente alternada (15 a 100 Hz) entre mão e pé sobre as pessoas

Assim, por exemplo, uma corrente de 200 mA entre Onde:


as mãos tem o mesmo efeito no coração que uma cor· • Curva 1: n1ostra o lin,ite convencional das intensida-
rente de 0,4 x 200 = 80 mA da mão esquerda ao pé. des de corrente elétrica do choque que não resulta
em nenhuma percepção.
Influência da freqüência da corrente • Curva 2: é o início da percepção para 50 por cento
elétrica no corpo humano das pessoas.
Sabe-se que o eíeito da corrente elétrica no corpo • Curva 3: é o início da percepção para 99,5 por cento
hu1nano din1inui con1 o aumento da freqüência. A ten- das pessoas.
dência das correntes de alta freqüência é passar pela • Curva 4: é a corrente de largar para 99,5 por cento
parte superficial do corpo humano e agir apenas na pele, das pessoas.
sem afetar os órgãos vitais. Esse fenômeno é conhecido
• Curva 5: é a corrente de largar para 50 por cento das
como efeito pelicular ou efeito Skin. As curvas da Figura
pessoas.
3.5 n,ostram os valores da corrente elétrica ele choque
senoidal versus freqüência, para as rnesmas condições • Curva 6: é a corrente de não larg,,r para 99,5 por
de contrações musculares. cento das pessoas.

I Tabela 3.1 • Valants da fator de carrente do co~õoI F} f!!!rG diferentes traietos da corrente 1
Trajeto da corrente que pas.sa pelo corpo hun1ano F
Da ,não esquerda ao pé esquerdo. ao pé direito ou a a111bos os pés 1,0
Das mãos aos pés 1,0
Da 1niio esquerda à direita 0.4
Da mão direiia ao ])é esquerdo. ao pé direi10 ou a ambos os pés 0.8
Das cos.tas à nü1o direi1a 0,3
Da'> costas à rnão esquerda 0.7
Do peito à nlão direita 1,3
Do peito à n1ão esquerda 1,5
Mão esquerda, mão direita ou mãos e nádegas 0.7
SU$W ü

Capítulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 73

l (mA) 100 .'


....:..... ..
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---
50 ' ' /

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V
' . ' ' ' ' .' '
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1
-------- /
0.5

o 10 50 100 500 1.000 5.000 10.000 / (liz)

Figura 3.5 • Correnle elétrico vef'$(1.S freqüência poro o mesmo contrcçõo musOJlor

Note que há uma acentuada alteração MS valores da


corrente elétrica com variaÇclO ela freqliência para a mesn1a
condição de contração muscular.
As correntes de choque menores que as demarcadas
pela Curva 1 não 1>rovocam nenhuma percepção nas pes·
soas. Ch0<1ues com correntes elétricas maiores que a
limitada pela Curva 3 já podem ser constatadas. P<1ra cho~
ques com correntes menores que as da Curva 4, as con-
trações estão dentro dos limites do comando da vontade
da pessoa. A pessoa ficará presa se o choque for maior --- .. 1..I-
que o da Curva 6. 1 1
Observe que as freqüências de 50 ou 60 Hz não são 1
favoráveis ao ser hun1ano, com respeito à contração 27. L.,-: Z.
_l_ •
muscular, devido à corrente de choque elétrico.
-T-
As condições de correnie de não /,,rgar em CC e na ---J
freqüência ele 1O kHz em CA são as mesmas.

Impedância do corpo humano


O corpo humano é um conjunto heterogêneo de
líquidos e tecidos orgânícos de resistividade variável
cujos valores n1aiores são encontrados na pele, no tecido
ósseo e no tecido adiposo. Do ponto de vista elétrico,
pa<le·se representar o corpo humano como um conjunto
ele resistores e capacitares, como mostra a Figura 3 .6. A
corrente reparte-se no "nó" de entrada e converge no de Figuro 3,6 • Impedância do corpo humano
saída. Para alguns valores, há resistência do corpo huma-
no em função cio trajeto da corrente de choque elétrico. A resistência (ou a impedância) do corpo não é cons-
O Quadro 3.1 apresenta esses valores. tante, pois varia de pessoa para pessoa e também na

Quadro 3.1 • Valores médios da resistência do corpo humano em fun~ão do trajeto da corrente
• Mão/pé: 1.000 a 1.500 fi • Mão/mão: 1.000 a 1.500 a • Mão/tórax: 450 a 700 fi
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74 lnslolações elétricas

mesma pessoa, de acordo com as condições fisiológicas A publicação IECITS 60479· 1 define uma série de
e ambientais. As principais variáveis que influem no valor impedâncias para o corpo humano e apresenta o •mode-
da resistência elétrica do corpo humano são: lo elétrico• que está reproduzido na Figura 3.6.
• Estado da pele: a maior resistência do corpo está na
Impedâncias interna, da pele e total do
pele, nos pontos de entrada e saída da corrente. A umi-
dade diminui a resistência da pele, e o suor (solução
corpo humano
condutora de cloreto de sódio e de outros sais) agrava A impedância intema do corpo humano (Z 1) é a
ainda mais a situação. O contato da pele com um con- impedância entre dois eletrodos em contato com duas
dutor energizado em um ponto em c1ue há um corte ou partes cio corpo, após a remoção da pele sob os eletro-
uma ferida din1inui a resistência à corrente. Ao contrá- dos. Pode ser considerada puramente resistiva, unia vez
rio, se na zona de contato a pele está endurecida, por que seu valor depende do trajeto da corrente e, em
exemplo, com calos, o aumento de espessura da pele menor intensidade, da superfície de contato.
contribui para aumentar a resistência, íavorecendo a A impedânci,1 da pele (Z") é a impedância entre um
segurança. eletrodo sobre a pele e os tecidos condutores subjacen-
tes. Pode ser considerada um circuito equivalente de
• Local do cont,1to: a resistência do corpo hun1ano
depende, logicamente, do trajeto ela corrente, que, resistência e capacitância em paralelo, e sua estrutura é
por sua vez, é determinado pelas partes do corpo constituída por uma camada semicondutora e por peque-
nos elementos condutores (poros). Seu valor decresce
nas quais é aplicada a tensão elétrica, por exemplo,
rapidamente com o aumento ela corrente elétrica. De
mão/mão, mão direita/pé esquerdo etc.
modo geral, pode-se dizer que a ímpedância da pele
• Área de contato: o aumento ela área de contato com depende da tensão, da freqüência, da dtoração da passa-
a parte sob tensão clirninui a resistência cio corpo. gem ela corrente, do estado de umidade da pele e da
Ampla superfície de contato torna a pessoa muito temperatura.
vulnerável. É o que pode ocorrer, por exemplo, com A ímpedâncía total do corpo huma,10 (Z,) é definida
pessoas trabalhando no interior de uma caldeira ou como a soma das impedâncias internas e da pele, de acor·
de uma tubulação (condição BC4). do com o modelo apresent,,do na Figura 3.6.
• Pressão de contato: quanto maior a pressão de con-
tato, menor a resistência elétrica da pele. É o caso Tensão de contato
das ferran1entas portáteis, seguras firmemente pelo Para dado percurso de choque elétrico pelo corpo
operador durante o uso. humano, o perigo depende do valor da corrente elétrica e
• Dvr,,ção do contato: ao prolongar o tempo de con- do tempo que ela persiste. As zonas de efeito tempo-cor-
tato, a resistência diniinui. No entanto, se a quanti- rente perniitetn avaliar as conseqüências causadas a unia
dade de calor desenvolvida chegar a queimar a pele, pessoa pela circulação de dada corrente, durante certo
a resistência elétrica ela pele atingirá valores muito período e para deterniinado trajeto. No entanto, essas
baixos. zonas não são convenientes para aplicação ao projeto ele
• Natureza ela corrente: os valores da resistência do instalações elétricas. Em geral, é mais útil ao projetista que
corpo humano medidos em corrente contínua e nas as prescrições prátícas de segurança sejam especificadas
freqüências de 50 a 60 Hz são quase os mesmos. Em em termos de tensão elétrica. Por isso é importante definir
freqüências elevadas, a resistência, mais precisa· o que é "tensão de contato".
1nente a inipedância, aumenta bastante, devido ao Nas Seções 3.2 e 3.3 são definidas e analisadas a "ten-
efeito pelicular. são de contato-limite" e a •tensão ele contato". Tensão de
• Ta.xa de álcool no sansue: verifica-se que uma eleva- cont,ito é definida como a tensão que pode aparecer aci·
da taxa de álcool no sangue diminui a resistência dental mente, por ocasião ele uma falha ele isolamento entre
elétrica do corpo. duas partes ao mesmo tempo acessíveis.
O critério para estabelecer a proteção contra cho-
• Tens,lo elétrica do choque: a resistência do corpo
ques elétricos é o do limite admissível da tens.10 de con-
diminui com o aumento da ten.são elétrica de choque,
tato, isto é, o produto ela corrente que passa pelo corpo
ocorrendo as maiores variações nos níveis mais baixos humano por sua impedância total em função do tempo.
de tensão. Tensões elevadas provocam queimaduras e A relação entre a tensão e a corrente elétrica não é
danificam a pele.
linear, uma vez que a impedância do corpo humano
Além cressas variáveis, é muito importante observar que varia co1n a tensão de contato.
a resistência elétrica está intimamente ligada à atividade A publicação IEC/TS 60479-1 apresenta uma tabela
biológica do corpo humano e que varia, por exemplo, com dos valores da impedância lotai do co~>o humano em
a excitação, a concentraÇ<io mental, o cansaço físico e a função da tensão de contato (Tabela 3.2). Os valores de
doença. Z, nela indicados são válidos para os seres vivos, con-
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Capírulo 3 • Proteção contra choques elétrícos - fundamentos 75

(]a bela 3,2 • lm~ &ncia total do,c- humano (Z,) e m~ ão da tensão de contato 1

Valores da imped.ância total (!l) do corpo humano que n.ão são ultrapassados por
Tensüo de contato (V) 5% 50% 95 %
da população
25 1.750 3.250 6.100
50 1.450 2.625 4.375
75 1.250 2.200 3.500
100 1.200 1.875 3.200
125 1.125 1.625 2.875
220 1.000 1.350 2.125
700 750 1. 100 1.550
1.000 700 1.050 1.500
Valor assint61ico 650 750 850

síderando um trajeto da corrente elétrica de mão a mão operário que toca na carcaça acidentalmente energizada
ou de mão a pé, superfícíes de contato de tamanho razoá· de un, n,otor elétrico, e, ainda, para un1a dona de casa
vel (de 50 a 100 cm2), condições secas e correntes alter- que encosta a mão na caixa metálica de uma máquina
nadas. de lavar roupa ou de uma geladeira, colocada sob tensão
P.lra tensões de contato alé 50V, os valores medid05 em por uma falha na isolação.
superiícíes de contato molhadas com água normal são de ( n,uito importante observar que, para uma pessoa,
75 por cenlo a 90 por cento dos valores indicados; com o perigo não está sin1plesnleote en, tocar un, elen1ento
soluções condutoras, a impedância diminui consideravel- energizado, seja uma 1>arte viva (cor>t.110 direto) seja
mente, chegando à metade dos valores medidosem condi· un1a massa sob tensão (contato indireto), e sim en1 tocar
ções sec.1s. Para tensões superíores a 150 V, a impedância simultaneamente outro elen,ento que possui um poten-
depende pouco da umidade e da superfície de contato. cial diferente do primeiro, ou seja, o perigo é prove11ien-
Observando a Tabela 3.2, verifica-se que para uma te da diferença de potencial. Como regra, deve-se levar
tensão (de contato) aplicada de SO V a impedância total em consideração que as pessoas estão sempre em con-
do corpo humano em 95 por cento dos casos pode atin· tato com um elemento da edificação - por exen1plo, o
gira 4.375 n, enquanto em cinco por cento pode bai· piso ou a parede - com um potencial bem-definido, em
xar até cerca ele 1.450 n. Com 220 V a situação é bem geral o ela terra; nessa condição, qualquer contato com
mais desfavorável, uma vez que em 95 por cento dos outro elemento que esteja em um potencial diferente
casos a impedãncía pode atingir 2.125 n, enquanto em pode ser perigoso.
cinco por cento pode reduzir para 1.000 n. Os contatos diretos, em sua maior parte, são devidos
a desconhecimento, negligência ou irnprudência das
pessoas, e por isso são ,nais raros. Os contatos incliretos,
3.2 Fundamentos da p roteção por sua vez, são mais freqüentes e imprevisíveis, e repre~
contra choques elétricos sentam maior perigo. A eles a norma ckí maior importân·
eia, como não poderia deixar de ser.
A exemplo de outras normas. a NBR 5410 dá grande
A NBR 5410:2004 introduziu os conceitos de "pro·
in1portãncia à proteção contra choques elétricos, o que
teção básica" e "'proteçflo supletiva", que corresponden1,
é plenamente justificável, tendo em vista a quantidade
de equipamentos elétricos utilizados pela população. respectivamente, aos conceitos de "proteção contra con·
tatos diretos• e de "proteção contra contatos indiretos",
Com eíeito, se nas instalações elétricas de qualquer
que eram utilizados nas versões anteriores da norma.
local não forem adotadas medidas •1>ropriadas de segu·
rança e proteção, serão altos os riscos de ferimentos ou
até mesmo de morte por eletrocussão. Princípio fundamental de proteção
contra choques elétricos
Contatos direto e indireto A NBR 5410:2004 indica que o princípio fundamen-
O perigo pode existir tanto para o eletricista que, por tal relativo à proteção contra choques elét.ric~ compreen-
acidente, toca em uma barra energizada de uma subos, de que as partes vivas perigosas não devem ser acessíveis,
tação ou ele um quadro de distribu ição, como para o a fi m de evitar o contato direto, e que as massas ou
SU$W li

76 lnslakições elétricos

partes condutoras acessíveis não devem oferecer peri· Regra da p roteção contra
go, a fim de evitar o contato indireto, seja em condições
choques elétricos
normais, seja em caso de alguma falha que as torne aci-
dentalmente vivas. A regra da proteção contra choques elétricos conti·
Bas~ida nesse princípio fundamental, a norma indi· da na NBR 54 1O (as partes vivas não devem ser acessí-
ca, então, que a proteção contra choques elétricos inclui veis e as massas acessíveis não devem oferecer perigo}
dois tipos de proteções: a básica e a supletiva. estabelece que seja assegurado, no mínimo, o provi-
mento conj unto de proteção básica e de proteção suple-
Proteção básica tiva, mediante combinação de meios independentes ou
mediante aplic.:,ção de uma medida capaz de prover am~
A proteção básica (contra contatos diretos), a ser bas as proteções, simultaneamente.
estudada na Seção 3.5, é garantida pela qualidade dos
componentes e da instalação e por determinadas dispo·
sições físicas dos componentes, que podem ser utiliza-
Proteções ativa e passiva
dos para: Os métodos prescritos pela NBR 541 Opara a proteção
contra choques elétricos podem ser divididos em dois
• Isolação das partes vivas. grupos: proteção passiva e proteção ativa.
• Barreiras ou invólucros de proteção. A proteçlio passiva consiste em limitar a corrente elé-
• Obstáculos. trica que pode atravessar o corpo humano ou em impe-
• Colocação fora do alcance das pessoas. dir o acesso de pessoas a partes vivas. São medidas que
• Dispositivos de proteção à corrente diferencial residual. não levam en1 conta a interrupção ele circuitos com íalta.
• Limitação de tensão. A prowç.fo ativ,, consiste na utilização de métodos e
dispositivos que proporcionam o seccionamento (abertu-
Proteção sup letiva ra) automático de um circuito, sempre que houver faltas
que possam trazer perigo para o operador ou usuário.
A proteção supletiva (contra contatos indiretos), a A Tabela 3.3 resume a classificação dos métodos de
ser abordada nos capítulos 7 e 8, é prevista por meio
proteção contra choques elétricos prescritos pela N BR
de medidas que incluem a adoção de eqüipotenciali- 541 O divididos em ativos e passivos.
zação e seccionamento auton1ático da alimentação, o
As medidas de proteção por seccionamento (abertu-
emprego de isolação suplementar e o uso de separação
ra) automático da alimentação não dependem da qua-
elétrica.
lidade da instalação. De acordo com essas medidas,
A proteção supletiva (contra contatos indiretos) pode
um dispositivo de proteção deve fazer o seccionamen-
ser omitida para:
to de um circuito quando ocorrer uma falta para terra,
• Suportes metálicos de isoladores de linhas aéreas e impedindo que essa situação resulte en1 perigo para as
partes metálicas associadas (por exemplo, ferragens), pessoas. Sua aplicação exige a coordenação entre o es-
se não estiverem dentro da zona de alcance normal quema de aterramento e as características dos dispositivos
das pessoas (ver Seção 3.5). de proteção, levando em consideração os seguintes
• Postes de concreto reforçados com aço em que o esquemas:
reforço não seja acessível. • Esquema TN.
• Massas que, por suas dimensões reduzidas (até 50 • Esqueman.
mm x 50 mm) ou por sua disposição, não possam • Esquema IT.
ser agarradas ou não possam estabelecer contato
significativo com parte do corpo humano, desde Influê ncias exter na s dete rminantes
que a ligação a um condutor de proteção seja difí-
Para a seleção das medidas de proteção contra cho-
cil ou pouco confiável (por exemplo, parafusos,
ques elétricos (por contato direto ou indireto), a N BR
pinos, placas de identificação e grampos de fixação
541 O recomenda que sejam especialmente observadas
de condutores).
as seguintes condições de influências externas:
• Tubos ou i,wólucros metálicos que protejam equipa-
mentos Classe li ou com isolação equivalente. • BA - competência das pessoas;
• BB - resistência elétrica do corpo humano;
As proteções básica e svple(iva combinadas (conYa • BC - contato das pessoas com o potencial da terra.
contatos dirmos e indiretos), a ser estudada no Capítulo 7,
têm como base o uso ele tensões extrabaixas e pode ser A Figura 3.7 indica os valores da resistência (impe-
realizada por: dância) do corpo humano, em função da tensão ele con-
tato, para correntes alternadas de até 100 Hz, conside-
• Tensão extrabaixa de segurança (SELV). rando pele seca (condição BB 1) e pele úmida (condição
• Tensão extrabaixa funcional (PELV). 682), respectivamente, zonas (1) e (2).
SU$ W ü

Capírulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 77

Tabela 3.3 • C:lassific ão elas métodos ele "==ca


ãc::o..;•c.:ontra choques elétricos
Proteção Tipo Pas.'iiva Ativa
Isolação das partes vívns Li,nitação de tensão
Medida de proteção co1npleta
Barreiras ou invólucros (SELV. PELV)
Obstáculos
Ilásica
(contatos diretos)
Medida de proteção parcial
Cotocaç,1o fora do alcance das pcsSO<IS
-
Dispositivos de 1>roteção à
Medida de proteçiio adicional - colTénte difercncial--residu:.ll
de alia sensibilidade
E<)Uipotencializaçilo
Isolação dupla ou reforçada Scccionan1en10 auton1ático
Supletiva
(contatos indiretos) - Scpar:,çào clé1rica
limitação de tensão (SELV,
PELV)
Locais não condutivos

Nas condições 881 e 882, considera-se o contato local considerado; em particular, o piso e as paredes são
entre as mãos ou entre uma mão e os pés. É o caso, por isolantes. Nessa situação podem, eventualmente, ser
exemplo, de uma pessoa com os pés no chão, que toca admitidos contatos diretos com um único condutor
com a mão um objeto sob tensão. Nas condições 003 (parte viva). Na condição ele contatos fracos (8C2), o
(pele molhada) e 884 (pele imersa em água), admite-se o piso e as paredes são isolantes, mas podem existir ele-
contato duplo entre as mãos e os pés; por exemplo, uma mentos condutores em pequena quantidade ou de
pessoa com os pés molhados que toca com as mãos, tam· pequenas dimensões, que gera(mente não são tocados
bém molhadas, um objeto energizado (883) ou que toma por pessoas ou, então, as pessoas que os tocam não
um banho de imersão (884). estão en, contato simultâneo con1 n1assas de equipa·
Nas condições de contato nulo com o potencial da mentas elétricos. Os locais BC1 e BC2 são chamados
terra (BCI), não existe qualquer elemento condutor no locais não condutores; é o caso de salas, quartos e escri-

s~-.-~"T""~~-.-~~---,.--~~..-~~-.

Z(kfl)
41--~-',!--~--!l--~--!~~--4~~-l

O 25 50 100 200 250 300 400 500


U(V)
Legenda:
(D Condições BB I
(%) Condições BB2
@ Valores considcrJdos pela IEC 60479- 1

Figura 3.7 • Impedância do corpo humano em função da lensõo de conlolo (CA com olé 100 Hz)
SU$W li

78 lnslakições elétricas

·tórios, como, por exernplo, pisos de madeira e paredes A NBR 541O estabelece os seguintes valores para a tensão
de alvenaria. de contato-limite (Tabela 3.5): SOV na Situação 1, 2SV na
A condição ele contatos freqüentes (BC3) corresponde Situação 2 e 12 V na Situação 3, levando em considera-
ao caso em que o piso e as paredes são condutores e/ou ção tensões alternadas de 15 a 1.000 Hz e, respectiva-
onde o local comporta elementos condutores <1ue podem mente, 120, 60 V e 30 V, para tensões contínuas sem
ser tocados simultaneanlente com massas de equipamen .. ondulação. Uma tensão contínua sem ondulação é defi·
tos elétricos. Por exemplo, é o caso de cozinhas, banhei- nida como a que apresenta uma faixa de ondulação não
ros, locais externos e locais industriais em geral. superior a 10% em valor eficaz; o valor de crista máxi-
A condição de contatos contínuos (BC4) corresponde a mo não deve ultrapassar 140 V para um sistema em cor-
locais estreitos e condutores, em que a falta de liberdade rente contínua sem ondulação com 120 V nominais, ou
de movimentos impede que as pessoas escapem facilmen- 70 V para un1 sistema em corrente contínua sen1 ondula-
te do perigo. ~ o caso de caldeiras, tubulações e outros ção com 60 V nominais.
recintos metálicos cujas dimensões sejam tais que as pes-
soas que penetrem nesses recintos estejam continuamente
em contato com as paredes. 3 .3 Aterramento e
eqüipotencialização
Situações 1, 2 e 3 Conforme a NBR 541 O, o aterramente e a eqüipoten·
A NBR 541 0:2004, no Anexo C, define três "situa- cialização xio fundamentais para a garantia do funciona-
ções', função das influências externas BB e BC. Quando mento adequado dos sistemas de proteção contra cho-
existem as duas influências sin, ultaneamente, a situa- ques elétricos.
ção a ser levada em conta é a mais grave considerada Para entender a diferença entre aterramente e e.:1üi·
individualmente. potencialização, vejamos as definições a seguir:
• Situação I: corresponde às condições 881, 882, • Aterran,ento: ligação elétrica intencional e de baixa
BC1, 8C2, 8C3; é a mais encontrada nos locais resi- impedância com a terra (solo).
denciais (por exemplo, em quartos. salas, cozinhas e • Ugação ec,üipotencial: ligação elétrica que coloca
corredores), comerciais (por exemplo, em lojas e massas e elementos condutores praticamente no
escritórios) e industriais (é o caso de depósitos e da mesmo potencial.
maior parte dos locais de produção).
• Situação 2: corresponde às condições 883 e 8C4; é Assim, o conceito de NaterramentoN envolve necessa-
encontrada en1 áreas externas (c.omo e1n jardins e en, rian1ente algun1 tipo ele contato das n1assas e elen1entos
feiras), canteiros de obras, estabelecimentos pecuá· condutores com o solo, visando levar todos os componen-
rios, ca,npings, n1arinas, trailers, compartin1entos tes do sistema de aterramente a ficar no potencial mais
condutivos, edificação, volume 1 de banheiros e pis- próximo possível cio solo. Por sua vez, o conceito de
cinas, dependências interiores molhadas e,n uso nor- lfeqüipotencializaçãoN não envolve diretan1ente o solo,
mal, entre outras. mas está relacionado ao objetivo de colocarmos todas as
• Situ,1ção 3: corresponde à condição 884; é encon- massas e elementos condutores no mesmo potencial entre
trada princi1>almente no volume O de banheiros e si, independentemente de qual seja esse potencial em
piscinas. relaç.cio ao solo.

A Tabela 3.4 indica as situações t, 2 e 3 descritas.


Fundamentos sobre aterramento
Tensão de contato-limite Solo
Pode-se definir tensão ele contato·limite como o valor A terra, isto é, o solo pode ser considerado um conclu·
mais alto da tensão de contato que pode se manifestar, tor por meio do qual a corrente elétrica pode fluir, disper-
no caso de ocorrer falta de impedância desprezível. sando-se. A Tabela 3.6 apresenta as resistividades típicas

Tabela 3A • Situa~s 1, 2 e 3 1
Condição de influência externa Situação
88 1. 882
BCI. B<.'2. BC3
BB3 2
BC4 2
884 3
SU$ W ü

Capítulo 3 • Proteção contra choques elétrícos - fundamentos 79

Tabela 3,5 • Vai-da tensão de contaio-limite U (~


Nature1..a da corrente Sítuação t Sítuação 2 Sítuação 3
Alternada, 15 Hz - 1.000 Hz 50 25 12
Co11rínua sem ondulaç-ão 120 60 30

de ali;uns tipos de solos. Observe que são considerados Pode·se falar tan1bém no aterramento de trab,1/ho
"'bons condutores" solos co1n resistividades entre 50 e (temporárío) cujo objetivo é permitir ações seguras de
100 nn, (apenas como comparação, a resístivídade do manutenção em 1>artes da instalação normalmente sol>
cobre é de 17 X 10- 1 !!m). tensão, 1>ostas fora de serviço para esse fim. Trata-se de um
aterran1ento provisório.
Aterramento
Arerramento é a lígação intencíonal da carcaça de Eletrodos de aterramento
um equípamento elétríco com a terra, que pode ser rea- O eletrodo de aterramento é o condutor ou o conjun·
I izada utilízando apenas os condutores elétricos neces- to de condutores enterrado(s) no solo, íntímamente liga-
sários - é o aterramento direto - ou por meio cfa inser· clo(s) à terra para fazer um aterramento. O termo se apli-
ção (íntencíonal) de um resístor ou reator, íntroduzindo ca tanto a uma simples haste enterrada como a várías
uma impedância no caminho da corrente à terra (ater- hastes enterradas e interligadas, e a diversos outros tipos
ramento indireto). de condutores em dive~as configurações.
Nas ínstalações elétrícas são considerados doís típos
ele aterramento: 0s solos. geralmente, são constituídos por n1is1uras de
materiais isolantes (silicatos e óxidos) con1 sais nlinerais
• Aterr<11nen10 funcional: co,,siste na ligação à terra de
ionizáveis, água~ por vezes, carbono. como resíduo da
um dos condutores do sistema, geralmente o neutro,
decomposição de vegetais. Neles, a condução de corren·
e está relacionado ao íuncionamento correto, seguro tes elétricas se dá pela ionizaç.ão dos sais.
e confiável da instalação. A resístivídade do solo depende. logicamen1e. de sua
• Aterramento de proteção: consiste na ligação à terra composição, sendo mui10 influenciada pela temperatura
das massas e dos elementos condutores estranhos à e pela um\dade.
instalação, que visa à proteção contra choques elétrí· Os sol.os que apresen1an1 resistividade rnais baixa são çs
cos por contato indireto. que contê1n resíduos vegetais, os pantanosos e os situa-
dos no fundo de vales e nas n1argens de rios. Os de 1naior
De acordo com determinadas condições, pode-se ter, resistividade são os arenosos, os rochosos e os situados
em urna instalaÇ<io, um alerran1enlo (combinado) func-io· en1 locais altos e desprovidos de vegetação.
na/ e de proteção.

Tabela 3.6 • Valores riplcos de resistividade de solos


Natureza do solo Resístívidade (!l · m)
Solos alagadíçosfpamanosos 5 a 30
Lodo 20 a 100
l·lúrnus IOa 150
Argila plás1ica 50
Margas e argilas co,npactas 100a200
Areia argilosa 50 a 500
Are-ia silicosa 200a 3.000
Solo pedregoso nu 1.500 a 3.000
Solo pedregoso con1 relva 300a 500
Calc.áreos 111oles 100 a 400
ôilcáreos compac1os 1.000 a 5.000
Calcáreos fissurados SOO a 1.000
Xisto 50a 300
Micaxisto 800
Granito/arenito 100 a 10.000
SU$W li

80 lnslalações elétricas

Resistência de aterramenta da eletrodo


Um eletrodo ele aterramento constituído por uma
haste, ao ser percorrido por un,a corrente /, assumirá um
potencial V,. em relação a um ponto distante de poten-
cial zero. Define·se resistência de (1terran1ento (R,, ) do U,111
eletrodo como a relação

R,, = I
u,. (3.3)

Os pontos do solo 1>róximos à haste indicam poten·


ciais intermediários entre u.,
e zero; ou seja, o potencial
do solo diminui ao afastar-se da haste até quase se anular
em um ponto "'suficientemente distanteJt, con10 mostra a
Figura 3.6.
'
Resistência de aterramento do conjunto
eletrodo-solo
Um condutor elétrico "tradicional" apresenta uma
resistência dada por R =p li S, onde p é a resistividade,
I é o con1primento percorrido peta corrente e S, a seção
"atravessada" pela corrente. No caso do conjunto eletro·
do-solo, o cálculo da resistência é mais complicado.
Para simplificar, considere que a corrente saia da Figura 3. 9 • Hipótese simplificadora para o deliniçõo do
haste perpendicularmente à sua superficie e que se re$i$1énc io de oterromento do conjunto
difunda horiz<>ntaln,ente no solo, como indica a Figura elelroclo-solo
3. 9'. A corrente atravessará superfícies eqüipotenciais
Considerando p constante, isto é, solo homogêneo,
cilíndricas cada ve2 maiores à n1edida que aumentar a a resistência de •cascas• iguais ele solo (espessura d
distância à haste. A resistência que o solo, compreendi·
constante) será, 1>ara dado eletrodo, função apenas da
do entre duas su1>erfícies cilíndricas A e /3, ofere<:e à distância r. A resistência da primeira "'~1sca"' é muito ele-
passagem da corrente é dada por vada, a da segunda, unl pouco n1enor, a da terceira,
d ,nenor ainda e assin1 por diante. A resistência de aterra-
R -;,, p - (3 .4)
mento cio eletrodo será a soma das resistências das diver·
21rrl
sas • cascas• do solo. A distribuição dos potenciais ao
onde pé a resistividade do solo, ti é a distância entre as longo do solo corresponderá à clistribuiç.io das resistên·
superfícies A e 8, ré o raio da superfície cilíndrica inter· cias elementares. A queda de tensão na primeira será
mediária e I é o comprimento da haste (cilíndrica). maior que na segunda, a qual, por sua vez, será maior
que na terceira, e assim por diante, até praticamente se
anular nas Ncascas. . suíicientemente distantes do eletro-
do. A chamada zona de dispersão cio eletrodo é a zona
Vr dentro da qual o solo dispersa totalmente a corrente e
fora da qual a tensão é zero, como indica a Figura 3.10.
Caso haja um condutor elétrico de seção variável,
Solo 1Crrn de com seções crescentes, de un1a seçcio inicial, a resistên·
referência
t' eia cios diversos trechos do condutor é de<:rescente e
tende a anular-se para seções infinitamente grandes. Se o
perfil do condutor for de maneira que a resistência de
cada um ele seus trechos corresponda a uma das resistên·
Figura 3.8 • Variação das tensões geradas na sola pelo cias elementares (isto é, das "cascas" de solo) de dado
passagem ele corrente em um eletrodo de eletrodo de aterramento, a resistência total do condutor
oterromento
será equivalente à do eletrodo. Segundo a lei que varia a
seção, o perfil do condutor dei>ende cio tipo de eletrodo
1. Na rcalitfade. a hipótese da dispe,.são s6 é v.ilid., 1>ar:i a zona
J><óxinm da hasac. Oen1onsua,se que, a unu1 distiincia sulici<:n1c e da resistividade do solo, un1a vez que a seção inicial
do elelcodo, as superHc::it.>s e<.JÜÍ!X>lenciais silo SEmlJ:lfe hemisíé,i- equivale à seção externa cio eletrodo cio qual flui a cor·
cas, par;1 c1ualqucr fot1n,1 de clctfOc.lo. rente. A Figura 3 .11 mostra o condutor equivalente.
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Capirulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 81

20V

u• 43 V
7V

4V
3V
~ 2.25 V
1.8 V 1.5 V
t,3 V
, 1.15 V
o 1 2 4 5 6 7 8 9 10 - IV

40 t.40 o.so 0.60 0.45f 0.36í o.:io 0.26í 0.23f 0.20


1 = 5A
Rr• 8,6!1
V

Figura 3. 1O • Resistência de oterromento e variação da tensão

Figura 3. 11 • Condulor elétrico equivolenle de seção variável

Eletrodos de aterramento independentes flui entre eles. Tudo se passa como se a corrente, em vez
de ircula r no solo, percorresse um condutor equiv.ile nte
Sejam E, e E, dois eletrodos (no c.,so, hastes) sufi- formado pela justaposição dos conduto res equivalentes
cientemente distantes um do outro e I a corrente que dos ele trodos E, e E,, como mostra a Figura 3.12.
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82 lnslalações elétricos

M N

I
- --

M N

Figura 3.12 • Corrente circvlonclo entre dois eletrodos independentes

No trecho MN, a seção do condutor é tão grande que Observe que a tensão de passo diminui à medida que
a resistência se anula e, con1 ela, a tensão necessária a pessoa se afasta do aterramento. A tensão de passo será
para fazer circular a corrente no trecho. É o que ocorre máxima quando um pé estiver junto ela haste de terra e
no solo: a uma distância suficientemente grande do ele-- o outro, afastado unl n1etro.
trodo, a seção do terreno por onde circula a corrente é A tensão de falta (U,}- ou "tensão total para terra•
tão grande que a resistência é praticamente nula (a ten- - é a tensão que aparece, entre uma massa e unia
são tende a zero para pontos muito distantes do eletro- haste de aterran1ento ele referência, quando ocorre
do). A resistência que o solo oferece entre os eletrodos uma falha de isolamento.
E, e E,, sendo o trecho MN de resistência nula (seção A tensão de co111ato (U8) é a tensão que pode aparecer
infinita), é independente da distância entre eles; ou seja, acidentalmente entre duas partes ao mesmo tempo acessí-
tat1to faz os eletrodos estarem a 50 m ou a 50 km que a ,,eis, quando há uma falha de isolamento. A Figura 3.1 4
resistência ent.re eles não muda, uma vez que sueis res· iloslra esses dois conceitos; nela, R é a resistência entre o
pectivas zonas de dispersão n,10 se tocam. Os eletrodos elemento condutor e a terra, por meio da qual se tem a ten-
E, e Ez são eletrodos de aterramento independentes. são U"' e R., a resistência de aterramento das massas
(resistência do eletrodo de aterramento ele referêl1cia). Pelo
Tensões de passo, de falta e de contato circuito da Figura 3.14, tem-se:
A corrente que entra no sistema de aterramento !ie dis·
persa no solo, gerando tensões elétricas. Essas tensões, se u,, = U11 + U11 (3 .5)
aplicadas ao ser humano, provocam choques elétricos e
De acordo com a Expressão 3.5, a tensão de conta·
podem causar a fibrilação ventricular do coração.
A tensiío de passo (U,J é definida como parte da tensão to<V.> é, em geral, inferior à tensão de falta (U,). Se o
de um sistema de aterran1ento à qual pode ser submetida elemento condutor estiver no 1>otencial da terra, onde
uma pessoa com os pés separados pela distância equiva- N = O e U • = O, então U r, = U11 • No Capítulo 8, as
lente a um passo (geralmente igual a um metro). A tensão prescrições da NBR 541 O levam em consideração a ten-
de passo, indicada na Figura 3.1 3, depende da posição do são de falta, e não a tensão ele contato, pois está a favor
passo da pessoa no solo em relação à haste de aterramento. da segurança .
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Capírulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 83

u,, [
----- .... --
1

1 1
1 1

'k'
1 1

-
1 1
1 1
1
solo I
I lll

haste

Figura 3. 13 • Tensão de posso U,

Observe que, no caso de uma ligaç,10 eqüipotencial Eletrodos de aterramento


entre a massa e o elemento condutor, tem.seu,. = e u. De acordo com a Seção "fundamentos sobre ater-
a tensão de contato será nula.
ramento", o termo eletroclo de c1terra,nento aplic.a-se a
um ou mais "'condutores"' enterrados no solo, ou seja,
o eletrodo de terra pode ser constituído por um ou
nla is elementos.

Tipos de eletrodos de aterramento


Conforme a NBR 541 O, toda edificação eleve dispor ele
urna infra-estrutura de aterr«-rmento, denominada eletrodo
de a1erramenco, sendo admitidas as seguintes opções:
(O) • Preferencialmente, elevem ser usadas as próprias
armaduras cio concreto das fundações.
• Usar fitas, barras ou cabos metálicos, especialmente
previstos, imersos ,,o concreto das fundações.
• Utilizar n1alhas n1etálicas enterradas, no nível das fun-
dações, cobrindo a área da edificação e, quando
necessário, complementadas por hastes verticais e/ou
cabos dispostos radialmente.
• Usar anel metálico enterrado, circundando o perfmetro
cl.l edificação e, quando necessário, complementado
R !u,, por hastes verticais e/ou cabos dispostos radialmente.
A infra-estrutura de aterramento deve ser acessível,
(b) no mínimo, junto de cada ponto de entrada e de saída de
condutores e utilidades da edificação e em out<os pon-
Figura 3.1 4 • Tensão de contato (U,l e tensõo de falto (U1) tos que forem necessários à eqüipotencialização.
SU$ W li

84 lnslalações elétricas

Materia is dos eletrodos de aterramento blocos de fundação e vigas baldrames), pode-se conside-
Os materiais dos eletrodos de aterramento e as rar que as interligações naturalmente existentes entre
dimensões desses materiais devem ser selecionados de esses elementos são suficientes para se obter um eletrodo
modo a resistir à corrosão e a apresentar resistência de aterramento com características elétricas adequadas,
n1ecânica adequada. sendo dispensável qualquer medida adicional.
A Tabela 3.7 mostra os materiais e as características Uma característica importante desse tipo ele eletrodo é
dos eletrodos mais comumente utilizáveis em eletrodos que a corrosão dos elementos metálicos da armadura é pra-
de aterramento. ticamente inexistente, em conseqüência de sua imersão no
É importante observar que as canalizações metáli- concreto. Além disso, geralmente a resistência elétrica total
cas de forn.ecin1ento cre água e outros serviços não são desse eletrodo (armadura metálica + concreto) resulta
admitidos como eletrodos de aterramento, tendo em extrema1nente baixa, principalmente 1.>0r causa da natureza
vista o uso muito difundido de componentes isolantes altamente higroscópica (absorção de umidade) do concreto.
nessas canaliwções. No segundo caso, mais usual em edificaçê<.,s de menor
Também se deve notar que, quando forem utiliw- porte, a infra-estrutura de aterramento pode ser consútuí·
dos diferentes metais na infra-estrutura de aterramento, da por fita, barra ou cabo de aço galvanizado imerso no
devem ser tomadas precauções contra os efeitos da cor· concreto das fundações, formando, no mínimo, um anel
rosão eletrolítica. em todo o perímetro da edificação. Nessa situação, a fita,
a barra ou o cabo devem ser envolvidos por uma camada
Eletrodo de aterramento nas fundações de concreto de, no mínimo, 5 cm de espessura, a uma
Há duas formas básicas de realizar o eletrodo de ater- profundidade ele, no n1ínin,o, 0,5 n,, sendo suas seções
ramento pelo uso das fundações de uma ediíicação: os mínin1as aquelas indicadas na Tabela 3.7.
elen,entos metálicos são constituídos pelas próprias arnla- Os condutores de aterramento, que ligam o eletrodo
duras ernbutidas no concreto ou insere·,n-se no concreto (composto 1>0r fita ou cabo de aço) aos condutores de
os elementos metálicos diferentes daqueles da armadura. proteção d:is massas, devem ser constituídos de verga·
No primeiro caso, mais comum em edificações de lhões redondos lisos para concreto de, pelo menos,
nlaior porte, nas quais a infra-estrutura de aterramento é 50 mm' de seção, imersos no concreto durante a cons-
constituída pelas próf)fias armaduras embutidas no con· trução da edificação, e ser soldados às fitas ou aos cabos
creto das fundações (armaduras de aço das estacas, dos que constituem o eletrodo.

Tabela 3.7 • Eletrodos de aterramento mais comumente utt1izáwis, de acordo com a NBR 541 O
Dimensõts n1íninlaS
Material Superfície For1na Espessura média
Diâmetro Seção Espessura do
do re\•estil_
nento
mm mm• n1aterial em mm
µm
Fitn1 100 3 70
Zincndn a Perfil 120 3 70
quente• ou Haste de seção circular' 15 70
inoxidável' Câbo de seção circular 95 50
Aço Tubo 25 2 55
Capa de cobre Haste de seção circular' 15 2.000
Revesiida de
cobre po,· Haste de seção circular' 15 254
c lctrodcposição
f ita 50 2
Cabo de seçílo circular 50
Nu'
Cobre Cordoa lha 1,8 (cada veia) 50
Tubo 20 2
Zincada Fita1 50 2 40
No1ns...
1. Pode ser u1iU1.ado paro embutir no conc:~10.
2. Fita oom can1os arredondadolt
3. Par.t elt 1rodo 00 profundidade.
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Capírulo 3 • Proteção contra choques elétrícos - fundamentos 85

Deve-se ligar ao conjunto eletrodo-condutores de como mostrado pela Expressão 3 .6. Em geral, não são
proteção os elementos con(futores da construção, tanto usadas hastes com diân1etro superior a 25 n1m.
os elementos metálicos quanto as arn,ações de concreto, Muito iníluente na resistência de atermmento é a pro-
no maior número de pontos possível. Além disso, é fundidade da haste (distância de sua extremidade infe-
aconselhável evitar ligar ao sistema eqüipotencial, assim rior à superfície). De fato, observa-se facilmente que, se
constituído, armaduras ativas de pretensão e suas capas a haste for enterrada a uma grande profundidade a área
eventuais. de dispersão da corrente elétrica, será n1aior e conse·
Nessa configuração, do ponto de vista de obtenção de qüentemente ter.-\ uma resistência elétrica menor.
uma eqüipotencialização ideal, além do anel envolvendo A haste encravada verticalmente no solo apresenta
todo o perín1etro da edificação, seria recomencL:ível a bons resultados para as correntes de curto-círcuito na
existência de uma malha interna a esse anel com dimen· freqüência industrial e para surtos de corrente prove-
sões máximas em torno de 20 m X 20 m. nientes dos surtos de tensões induzidas ou das descargas
atmosférícas diretas. No caso de hastes profundas, os
Eletrodo de oterramento constituído curtos-circuitos e os surtos são dispersos profundamente
por hastes no solo, atenuando os perigos das tensões de passo e de
As l1as1es de aço com capa de cobre constituem o tipo toque na superfícíe do solo.
de e1etrodo mais sin,ples e mais comun,, e são utilizadas A ligação de hastes em paralelo reduz a resistência
maciçamente nos sisten1as de aterran1ento, sobretudo resi· do sistema de aterramento. Se as hastes 1>aralelas forem
denciais. cravadas próximas urnas das outras, haverá uma zona de
A Figura 3.15 mostra uma haste de aterramento de interferência que reduz a eíiciência do sistema de aterra-
comprimento I = AD e diâmetro d cravada em um solo mento (ver Fígura 3.1 6(b)). Se elas forem afastadas, a
homogêneo de resistívidade f>, com sua extremidade A zona de interferência diminuirá até atingir o ponto de
na superfície do solo. A resístência de aterramento teóri- interferência nula (ver Figura 3.18(a)).
ca R-r é dada pela Expressão 3 .6: Na prática.., utiliza.se muito o afastamento entre has-
tes ígual ou superior ao comprimento da haste. Todas as
Rr= 2:,1n [;:] (3.6) hastes deverão ser conectadas por um condutor de cobre
para formar o sistema de aterran1ento.
A Expressão 3.6 mostra que, quanto maior o compri-
mento da haste, menor a resistência de aterramento. No Expressões práticas da resistência
entanto, não é prático utilizar hastes muito longas, pois
de aterramento
não são tão simples de cravar no solo. As mais usadas
são as que medem 2,4 e 3 m. Os valores da resistência de aterran1ento podem ser cal-
A importância cio diân1etro da haste é bem 111enor, culaclos de maneira aproximada pelas seguintes expressões:
uma vez que a resistência depende do seu logaritmo, (a) Condutor enterrado horizontalmente no solo

2p
R1· = - (3.7)
I
onde p (ílm) é a resistívidade do solo e 1 (m) é o
comprimento que pode ser considerado igual:
• Ao próprio perímetro, em anéis de fundo de
escavação ao longo do perímetro da edificação
ou en, anéis enterrados a 0,5 n1 ao longo do
1>erimetro.
• Ao comprimento da vala, em valas horizontais.
(b) H,1s1e cravada verticalmenle no solo.
Uti lize a Expressão 3.6, onde I (m) é o compri-
mento da haste e d é o diâmetro em metros.
(c) Chapa emerrada verlicalmenle no solo

y (3.8)
B
Figura 3. 1S • Eletrodo con•tituiclo por uma ho•te cravado onde / (m) é o perímetro da placa.
verticolmente no $OIO
SU$W ü

86 lnslalações elétricas

..-- - - X- - -- ---- X- - --.

Solo l
li
li
I I Has.te
I \
I \
I \

/
I '
''
/
/
''
' , ........
---
/
,.,,..,,. /
(a) Eficiência 1ntixin1a
.... __ ---

+-- - - x - - -..
.-- -- X- -- -+

Solo 1I I'
I I
Hasre
\,\ I
,'~
\ I
X
/ '' Zonas de inlel'fcrência
_______ _ _,,..,,."'
/
/
' ',, ....
--- ---
....

(b) Eficiência reduzida

Figu ra 3.16 • Hastes em paralelo

(cl) Viga met,ilica basta (como muitos supõem) que não possuam elementos
,, 3/ (por exemplo, hastes e cabos) comuns. De fato, dois ele-
Rr = O 366 - log - (3.9) trodos próximos podem influenciar-se eletricamente, ou
' I cr
seja, é possível encontrar en1 un1 deles un1a tensão elétri·
onde I (m) é o comprimento da viga enterrada no ca imposta pela passagem de corrente no outro. Por exem-
solo e a(m) é o diâmetro cio círculo circunscrito à plo, considere que o eletrodo A ela Figura 3.17 dispersa no
seção transversal da viga. O eventual revestimen- solo uma corrente I e admite uma tens.'io de 300 V e o ele-
to com cimento que está enterrado no solo e que trodo 8 , um pouco distante, tem uma tensfo de 70 V,
se mantém úmido ajuda a diminuir o valor de R,.. nesse caso, A e 8 não são eletricamente independentes.
As diferentes correntes para as quais os aterran1entos
Eletrodos de aterramento são dimensionados podem ser o motivo de a indepen-
independentes dência não ser necessarian1ente recíproca. Assim, por
Pode-se definir eletrodos de awramento eletricamen- exemplo, se o eletrodo A dispersa uma corrente máxima
te independentes como eletrodos localizados a distân- de 1 .000 A e IJ apenas 1O A, dependendo do valor da
cias entre si, uma vez que, quando um deles é percorri· resistência cio aterr,1mento de A e 8, é provável que A
do pela corrente máxima para ele prevista, a variação do possa gerar em /J uma tensão perigosa, mas é difícil que
potencial dos demais não ultrapassa um valor específico o inverso ocorra. Nessas condições, A será independen-
(em geral, adota-se o valor ele 50 VJ. te de 8, mas 8 não será independente de A.
Na prática, pode-se dizer que, para que dois eletrodos Por sua vez, não se pode esquecer ela influência do
de aterramento sejam considerados independentes, não solo, como ilust.ra a Figura 3.18.
SU$W ü

Capírulo 3 • Proteção contra choques elétrícos - fundamentos 87

dente de um eletrodo vizinho, principalmente se esse não


estiver bem-dimensionado e/ou executado.
Apenas eletrodos •suficientemente" afastados podem
3-00V ser considerados independentes. Em geral, na prática,
considera-se suficiente a distância cinco vezes maior
que a das dimensões do maior sis1ema de aterran,ento
para garantir a índependência (ver a Figura 3.19).
1 1
I
1
IA :n Eís algumas observações práticas:
• Em edificações que abrigam a subestação, não é pos·
777777~777fr'ijl/J)ll/77/ll/7 sível coo.siderar independentes os aterramentos da
Solo subestação e das massas da instalação da edificação.
Aasle Por esse motivo, é recomendável a utilização do sis·
tema elétrico do tipo TN-S.
Figura 3 . 17 • No elelrodo 8, situado na área de inffuência • Quando uma ediíícação for alímentada por subesta·
do eletrodo A, oparece uma lensão devida ção externa, os aterramentos da subestação e das
à corrente que se dispersa por A
massas da instalação da edificação só poderão ser
Salienta-se que, se o eletrodo B é independente do considerados Independentes se a distância entre a
eletrodo A, não signifíca que A seja independente ele B. edificação e a subestação (or de no mínimo, 15 m, e
1

P.Jra veríficar a índependência entre os doís eletrodos, é se a ligação entre os dois for feita por linha aérea ou
necessário, inicialn1ente, fazer passar por um deles a cor- por linha subterrânea sem elementos metálicos e não
rente para a qual ele é dimensionado e medir a tensão no houver qualquer canalização metálica entre eles.
outro, que não deverá ultrapassar SOV; em seguida, deve·
se repetír o procedimento com o outro eletrodo. • Nos centros urbanos, em r.aZcio da pequena distância
É evidente que um eletrodo de aterramente, ainda ent<e edificações e da existência de diverSc1s canaliia·
que bem-dimensionado e executado, não poderá garantir ções metálícas no subsolo, é extremamente difícil ter
uma proteção adequada se não for eletricamente indepen· eletrodos de aterramente independentes.

I
A 8

(a)
Solo ,nau condu1or Solo bo,n condutor Solo excelente condutor
I
A

Figura 3. 18 • Devido o, corocieristico, do ,alo {nõo·homogêneo): {o) o corrente que ffvi do ele1rodo A dirige·,e, em suo
moior porte, ô áreo no quol está contido o eletrodo 8; (b) o correnle que Rui do elelrodo Botinge frocomen·
te o eletrodo A Nessas condições, A é indep<1nden1e de B, ma, B podo não ser indep<1ndenle de A
SU$W li

88 lnslalações elétricas

Caixa de inspeção
Haste

1.,;,; 51
(a)

l "Z:. 5d

(b)

Figura 3.19 • Distância mínimo de separação en1re sistemas de oterramento: {o) hostes iguais; (b) molhos (indicado o con·
torno dos molhas)

Com ponentes do aterra mento de Todos esses elementos devem ser escolhidos e instala·
dos de modo a resistir às solicitações térmicas, elétricas e
proteção e eqüipotencialização mecânicas, bem como às influências externas a que pos,
As medidas de proteção contra choques elétricos, san1 estar sujeitos.
de acordo com a NBR 541 O, obrigatórias em qualquer A resistência de aterra,nento deve ser medida entre
tipo ele edificação, baseiam-se na eqüipotencialidacle o barramento de eqüipotencialização principal e um
das massas e dos elementos condutores estranhos à ponto no solo distante. Para isso, deve ser previsto
instalação. um dispositivo, combinado ao barramento, que possibi-
Seu "coração" é o barramento de eqüipolencializa· lite desligar o condutor de aterramento. O valor medido
çào principal (BEP), geralmente uma barra, que realiza a inclui, portanto:
chamada ligação eqliipo1encial principal (ver figuras 3.20
• Resistência do condutor de aterramento, resistência
e 3.21 - cortesia de Celso L. Pereira Mendes):
do eletrodo de aterramento e resistências das cone-
• O condutor de a1erramento liga o barramento de
xões respectivas.
eqüipotencialização principal ao eletrodo de aterra-
1nento. • Resistência de contato entre o eletrodo e o meio cir-
cundante (solo).
• O(s) condutor(es) de eqüipo1encialidade principa/(is)
liga(m) ao barramento de eqüipotencialização princi· • Resistência do solo que circunda o eletrodo.
pai as canalizações n1etJlicas de água, gás e outras O primeiro componente tem, eni geral, pouca influên-
utilidades, as colunas ascendentes de sistemas de cia, uma vez que essa resistência 1xxle ser reduzida ainda
aquecimento central ou de ar-condicionado, os ele- mais com o aumento da seção do condutor de aterramen-
mentos metálicos da construção e outras estruturas to e do eletrodo de aterramento. Varia com o tempo devido
metálicas, os cabos de telecomunicação (com o con- à corrosão que pode ocorrer nas conexões, em função
sentimento da empresa operadora); quando qualquer
do meio em que elas se encontram. Utilizando uma solda
desses elementos se originar no exterior da edifica-
ou revestindo as conexões com material emborrachado,
ção, sua ligação ao terminal de aterramento principal
pode-se minimizar o efeito de corrosão.
deve ser feita o mais próximo do ponto en1 que
O segundo componente também pode ser considera-
entram na edificação.
do desprezível se o eletrodo e a terra que o envolve não
• Os condutores de descida de pára,raios devem ser contiveren, gorduras, óxidos, materiais orgânicos, tinta,
ligados diretamente aos eletrodos de aterramento. vernizes, pedras, entre outros.
• Os condutores de proreção principais s.,o os conduto- Pode também variar com o tempo, devido à oxidação
res de proteç.'ío que estão diretamente ligados ao bar- do eletrodo. A utilização de eletrodos cobreados minimi-
ramento de eqüipotencialização principal. za o efeito da corrosão.
SU$W ü

Capírulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 89

Condutor de projeção
principal Condu1orde
eqiiipo1c:ncialidi,dc
principnl

Ligação do neu1ro
(esquema TN) ~---1--+--1-~

Condutor de ~ 8arr~ul1cn10 de
:11errn1nento~ eqilipotencialização principal
(a)

Condutor de proteção
priocipal

Condutor de

Ligação do neutro
A } eqüipotcnci.,lid:.tdc
principal
(esquema Tii)
~ Barr::unen10 de
Condutor de
eqliipote1lch1lização pri11cipa1
:ue1Ta1ne1110

(b)

Condutor de proteção
Neu1ro ·rerr,t da antena
Tcrr.t da instafaç·ão telefônica Terra da tubulação de gás
- ·rcrra da tubulação de água e esgoto
1C-rr,1 da calefação e ar
condicion:l.do

Condutor de Ao eletrodo
:.uerr::unento de fundação
(e)

Figura 3.20 • Barramento de eqüípolencializoçõo principal

O terceiro con1ponente é o de maior importância. De aeotdo com a Seção •Fundamentos sol>re aterra·
Depende da geometria e das dimensões do eletrodo e da mento•, a resistência elétrica do solo é calculada pela
resistividade do solo, que varia com a temperatura e com soma das resistências das diversas •cascas• do solo. Inter·
a umidade. Em grande parte, esse componente define a postas entre superfícies eqüipotenciais espaçadas, essas
resistência de aterramento, ou seja, a corrente de curto- "cascas" apresentanl superfícies de passage,n de corrente
circuito é limitada por ele. cacfa vez maiores à medida que se afastam do eletrodo.
SU$W ü

90 lnslalações elétricas

Qf) de unidade Trata..se·de un1a definição bastante abrangente, na qual se


'\ inclue1n o condutor de aterramento, os condutores de
ílarr:11ncn10 de eqüipotencialidade. alén1 cios condutores que, na prática,
cqüipolcncioJiwç;io s;1o efetivamente chamaélos de ''condutores de proteção",
local representados pelá sigla PE (Protection Earth).
O condutor PEN (de PE + N) é o condutor aterrado
que combina as funções ele neutro e de condutor de pro-
teç.io, utilizado nos esquemas TN-C e TN·C·S (ver Seção
"'P& princi
"Expressões práticas da resistência de aterramento").
r 1 Ainda fazem parte do 'sistema• de proteção contra
"- llarra,ne,11ode
choques elétricos os condutores de eqüipotencialidade
cqüipo1c.1lcio.l i~.ação principal
(a) utilizados nas chan1adas ligiJções eqüipotencic1is, que são
apresentadas no Capítulo 8.

Esquemas de aterramento
QJ) de unidade
Barrnn1cn10 de
Os aterran1entos deven1 assegurar, de n1odo efic.az, as
necessidades de segurança e de funcionamento ele uma
' eqüipotencialização
local instalação elétrica, constituindo-se em um dos pontos
........_ PE principal éôn1un1 mais importantes de seu projeto e de sua montagem.

Aterramento de proteção
O aterramento de proteção consiste na ligação à terra
das massas e dos elementos condutores estranhos à insta·
( 1 lação. Possui como objetivos:
"' O.arran1<.:nlo de c<1iiípotenciali1.:tção
J>rincipal • Limitar o potencial entre n1assas, entre n1as.sas e ele--
n1entos condutores estranhos à instalação, e entre os
(b)
dois e a terra, a um valor seguro sob condições nor·
Figura 3.21 • Condutar de proteção principal mais e anormais de íunciona111ento.
Conseqüentemente, as "cascasN internas, mais próximas • Proporcionar às correntes de falta um caminho de
do eletrodo, são as que apresentam valores mais elevados retorno para lerra de baixa in11>ed5nci~ de modo
de resistência. que o dispositivo de proteção possa atuar adequada·
mente.
Quando o neutro do sistema de alimentação da ins·
talação é aterrado junt<1n1ente com as n1assas, sua liga ..
ção ao eletrodo de aterramento é feita pelo barramento
Aterramento funcional
de eqüipotencialização principal. É o caso dos esquemas O aterramento funcional - a ligaç.'ío à terra de um
TN (ver Seção "Expressões práticas ela resistência de dos condutores vivos do sistema (em geral, o neutro) -
aterramento,,), nos quais existe un1 aterramento combi· proporciona:
nado, ou seja, funcional e de proteção. • Definição e estabili zação da tensão da instalação em
Os condutores energizados cios circuitos terminais relação à terra durante o funcionamento.
devem ser acompanhados por condutores de proteção,
• Limitação de sobretensões devidas a manobras, des·
que visam a eqüipotencializar as massas dos equipa·
n1entos de utilização e originan1-se nos barran1entos de cargas atn1osféricas e contatos acidentais com linhas
de tensão mais elevada.
eqüipotencialização local dos quadros de distribuição
de onde partem os circuitos terminais. Sua ligação às mas- • Retorno ao s-iste1na elétrico da corrente de curto-cir-
sas é íeita diretamente ou pelo 1erminal terra das tomadas cuito monofásica ou bifásica à terra.
de energia elétrica. Quanto ao aterramento funcional, os sistemas podem
Segundo a N8R I.EC 60050 (826). condu1or de proteção ser classiíicados em:
(símbolo PE) é definido como o condutor que interliga
• Diretamente aterrados.
elerrican1eote n1a.')sas. elementos condutores estranhos :.\
instalação, os barr.unentos de eqUipotencializ.ação e/ou • Aterrados por n1eio de ín1pedãncia (resistor ou reator).
pontos de alimcntaç.'lo ligados à !erra. • Não aterrados.
SU$W li

Capírulo 3 • Proteção contra choques elétrícos - fundamentos 91

Esquemas de aterramento definidos De acordo com a íígura 3.22, R" é a resistêncía do


aterramento da fonte de alimentação e R,, é a resistên-
na NBR 5410 cia do aterramento da massa cio equipamento elétrico.
De acordo com a NBR 541O, as instalações de baixa Trata-se de um esque1na em que o percurso de un1a
tensão devem obedecer. quanto aos aterramentos fun- corrente proveniente de 1,1ma falta fase-nlassa (ocorrida
cional e de proteção, a três esquemas de alerramen(o em um componente ou em um equipamento de utilização
básicos, classificados em função do aterramento da fonte ela instalação) inclui a terra e que a elevada impedância
de alimentação da instalação (transformador, no caso (resistência) desse percurso limita o valor da corrente de
mais comum, ou gerador) e das massas, e designados por curto-circuito. Nesse caso, a corrente de curto- círcuito é
urna_sin, bologia que utiliza duas letras fundamentais: praticamente dada pela Expressão 3.6:
• 1il letra: indica a situaç3o da alin1entação en, relaç:cio à
UFN
terra. Í cuno-til('l1Í 1() = R + R (3.10)
• T: um ponto diretamente aterrado. /li p
• 1: nenhum ponto aterrado ou aterramento por meío
de impedância razoável. Nesse esquema n; a corrente de curto-circuito
• 2• letra: indica as caracterislicas do aterramento de depende da qualidade do aterramento da fonte e da
n,asSd. massa. Se o aterramento não for bom, a proteção pode
• T: n,assas díretamente aterradas, independenten,ente não atuar ou demorar n1uito para atuarl colocando en1
do eventual aterramente da alimentaÇcio. risco a segurança hun1ana.
• N: massas sem um aterramento próprio no local, mas As correntes de falta direta fase-massa são de íntensicla-
que utilizam o aterramento da fonte de alimentação de inferior à de uma corrente de curto-circuito la.se-neutro.
por meio de um condutor separado (PE) ou condutor Uma das possíveis utílizações do esqueman é quan-
neutro (PEN). do a fonte de alimentação e a carga estiverem muito dis-
• 1: massas isoladas, ou seja, não aterradas. tantes uma da outra.

Outras letras: especificam a forma do aterramento ela Esquemo TN


massa, util izando o aterramento da fonte de alimentação:
No esquema TN, um ponto da alímentaçào - em
• S: separado, isto é, o aterramento da massa é feito por geral, o neutro - é diretamente aterrado e as massas cios
um condutor (PE) diferente do condutor neutro; equipamentos elétricos são ligadas a esse ponto por um
• C: comum, isto é, o aterran,ento da n1assa do equipa- condutor metálico.
mento elétrico é feito com o próprío condutor neutro Esse esquem,, será do tipo TN-S (ver Figura 3.23(a)),
(PEN). quando as funções de neutro e de proteção forem feitas por
São considerados pela norma os esquemas n; TN e IT. condutores distintos (N e PE), ou TN-C (ver Figura 3.23(b)),
quando essas (unções forem asseguradas pelo mesmo con-
Esquemo TT dutor (PEN). Pode-se ter, ainda, um esquema místo TN-C-S.
No esquema TT, o ponto da alimentação (em geral, o O esquema é concebido de modo que o percurso ele
secundário do transformador com seu ponto neutro) está uma corrente de falta fase-massa seja constituído por ele-
diretamente aterrado e as n1assas da instalação estão mentos condutores metálicos e, portanto, possua baixa
ligadas a um eletrodo de aterramento (ou a mais de um ímpedâncía e alta corrente de curto-circuíto. Observe
eletrodo), independentemente do eletrodo de aterramen- que uma corrente de falta direta fase-massa será equiva-
to da alimentação. lente a uma corrente de curto·circuito fase-neutro.
Fonte
/'v'Y"--!1---- - - - - - - - - ---- - - - - - LI
e--'Y'<'"'---1--- - - - -- - - - - - - l - - - - - - - L 2
rYY'l-1---------------l---<ll>--- - - L3
-------1----- - - - ---- - - - + - - - + - - - - - N
Secundário do
1r:.1 nsforn1ador Massa genérica
PE .__ __, do cc1uipa111cnto
elétrico

Figura 3.22 • Esquema TT


SU$W li

92 lnslalações elétricas

Fonte

l'YY"'l----1-----------------...- - - - - LI
rY--Y-"--<~--------------t------L2
l'Y"Y"'-1---------------+-~ .--- - -L3
e--- - - - 1 - -- - ---- - - - -----,1---+----N
Secundá.rio do 1ransforn1aclor
e------------------ --t---+-----PE

Massa genérica
..,. R,.·
L.::::::::::J do equipa1nen10 elétrico
(a) Esquema TN-S

Fonte

rY--Y-"--<~- - ---- -- - - - --41>------LI


rYY"'l----1------ --- - - - - - - + - - - - -l2
rYY"'l----l-------- ------ - + ---.-- - - l 3
.----+-- - ---------- -+-- t -- -- PEN
Secundário do 1ransforrnador

Massa genérica
do equi1nunento elétrico
'--------'
(b) Esquema TN·C

Figura 3.23 • Esquema TN

A cor,ente de curto-circuito, no sistenla TN, não fase passa para a massa da carga, colocando em risco a
depende cio valor do aterramento da fonte (R,), mas segurança humana (ver Figura 8.4).
somente elas impedâncias dos condutores pelas quais o
sistema é constituído. Por isso, ela é elevada e a prote- Esquema IT
ção é íortemente sensibilizada" provocando sua atuação. No esquema IT, não existe nenhun1 ponto ela alimen-
Deve-se sempre dar preferência ao sistema TN-S por- tação diretamente aterrado; ele é isolado da terra ou
que, na operação normal do sistema, todo o condutor PE aterrado por uma impedância (Z) ele valor elevado. As
está sempre praticamente no mesmo potencial do aterra· massas são ligadas à terra por meio de eletrodo ou ele-
mento da fonte, ou seja, com tensão zero ou quase zero trodos de aterramento próprios (ver Figura 3.24).
em toda sua extensão. Nesse esquema, a corrente resultante de u1na úoica
Por sua vez, no sistema TN-C, a tensão do condutor falta fase-massa não possui, em geral, intensidade sufi·
PEN junto da carga não é igual a zero, porque existem ciente para fazer a proteção atuar, mas pode representar
correntes de carga (incluindo harmônicas) e de desequi· um perigo para as pessoas que tocarem a n1assa energi-
líbrio retornando pelo neutro, causando assim quedas de zada, em virtude das capacitâncias da linha em relação
tensão ao longo do condutor PEN. Portanto, as massas à terra (principalmente no caso de alimentadores longos)
dos equipamentos elétricos não estão no n1esmo poten· e à eventual impedância existente entre a alimentação e
cial do aterrarnento da fonte. Nesse caso, sempre há uma a terra. Somente em dupla falta fase-massa, em fases dis-
diferença de potencial entre a mão e o pé do operador tintas, a corrente de curto-circuito poderá provocar a
que toca o equipamento elétrico. Outro perigo do siste- atuação da proteção.
ma TN·C é a perda (ruptura) do condutor neutro (NJ, Muitas indúst,rias utilizam em alguns setores o siste--
quando, instantaneamente, o potencial do condutor de ma IT, no qual a impedância (Z) é constituída por uma
SU$W li

Capítulo 3 • Proteção contra choques elétrícos - fundamentos 93

Fonte

./',"Y'\.--1---- - - -- -- ----· - - - - - - l I
1-....rY'<'"'---I----- - -- --- - - - + - - - - - - l 2
rY"Y'\'-l---------------+--t~- - -l3

Secundário do transfonnador

z Massa genérica
'------' do equipan1ento elétrico

Figura 3.24 • Esquema IT

reatâncía projetada, a fim de que a corrente ele curto-cir- dutores elétricos específicos). No primeiro caso, a NBR
cuíto, para a primeira falta fase-massa, seja limitada a um 5419 reconhece os seguintes tipos: pilares metálicos ela
valor pequeno (por exemplo, 5 A). Essa corrente ele curto- estrutura; elementos da fachada (perfís e suportes metáli-
circoito sinaliza apenas a existência ela primeira falta, se,n cos) e instalações metálicas da estrutura (por exemplo,
necessidade de desligar o circuito, acionando apenas a tubulações metálicas - exceto gás), desde que possuam
equipe de manutenção. seções elétricM adequadas e contiiiuiclade garantida; e
A equipe de manutenç.io não precísa corrigir a falha armaduras de aço interligadas das estruturas de concreto
imediatamente; a produção do setor industrial contínua arn1ado.
normalmente, e a equipe ele manutenção pode progra-
• Se não houver SPDA, deve ser instalado um condutor
mar seu serviço para um horário mais adequado.
ele descida exclusivo para o aterramento da antena,
com seção mínima de 16 mm' em cobre, ligado ao
Interligação dos aterramentos de eletrodo de aterramento.
baixa tensão, do sistema de proteção Con10 afirmado anteriorn1ente, os aterramentos do
contra descargas atmosféricas (pára· SPDA, do mastro ela antena e da instalação de baixa ten-
são elevem ser interligados. De preferência. deve ser uli·
raios) e dos mastros das antenas lizado um único eletrodo de aterramento, como mostra
Conforme a NBR 541 O, como todas as opções de ele- a Figura 3.2S(c). No entanto, se o eletrodo de aterra-
trodos de aterramentos previstas na norma são também mento cio pára-raios e/ou da antena for distinto do da
reconhecidas pela NBR 5419 - Proteção de estruturas instalação de baixa tensão, é preciso que haja uma inter-
contra descargas atmosférícas, então o eletrodo de ater· ligação entre os dois, como indicado nas Figuras 3.25(a)
ramento de uma edificação deve ser usado conjunta- e (b).
mente pelos sistemas de baixa tensão e de proteção con-
tra descargas atmosféricas (SPDA).
De acordo com a NBR 5419, o mastro metálico da 3.4 As isolações e os graus de
antena externa de televisão ou sua torre de suporte, ins- proteção
talados sobre uma estrutura, deverão ser aterrados
segundo uma das seguintes alternativas: Os diversos componentes elétricos são isolados, ou
seja, possuem isolação, o que signifíca que não só prole·
• O mastro metálico da antena deve ser conectado ao gem contra choques elétricos, como também asseguram
condutor de descida do SPDA, por meio de solda exo- o funcionamento adequado cio componente.
térmica ou braçadeira com dois 1x1rafusos M8. Essa São considerados os seguintes tipos de isolação:
ligação deve ser a mais curta e retilínea possível e uli·
lizar um condutor ele cobre ele, no mínimo, 16 mm' • Isolação básica, que é a isolação aplicada às partes
(ou condutor de alumínio de, no mínimo, 25 mm 2, vivas para assegurar o mínimo de proteção contra
ou liga de aço de seção mínima 50 mm' ). A cone- choques elétricos.
xão com parafusos M8 cfeverá ser coberta com • Isolação suplen1ent<.1t, que é un1a isolaçiio adicional
material emborrachado. e independente da isolação básica, destinada a asse-
O condutor de descida do SPDA a que se reíere este gurar a proteção contra choques elétricos no caso de
i1en1 pode ser natural ou não natural (instalação de con· falha ela isolação básica.
SU$W ü

94 lnslalações elétricas

u.-gcndn:
BEP = Barran1ento de eqliipotencializaç.."io principal
CB = Condu1or de eqüipo1encialídade
CA = Condutor de ,uel'ra,nento principal
EF = Eterrodo e1nbu1ido na rundaçiio ou enterrado no solo

(a) Atcrrantento da antena <1uc utiliza a descida do 1>árJ-r~1ios

lll,P
CB

+ çA
(b) Aterrarnento cxclusÍ\IO dn antena s.en1 pára~mios

BEP
+ CA (e) Alcrramcnto da antena. do pám~raios e da instalação
elétrica que utiliza 0111 eletrodo comunt (por exe,nplo. embutido
na fundação ou en1errndo no solo)
~ EF• CE

Figura 3.25 • Aterromento ele SPDA, ela instalação ele baixo tensão e do antena

• Isolação dupla, que é a isolação composta por isola· técnica de isolar eletricamente tem sentido estrila·
ção básica e isolação suplementar. mente qualitativo.)
• Isolação reforçada, que é uma isolação única, não • Isolamento: conjunto das propriedades adquiridas por
necessariamente homogênea, aplicada às partes vivas um corpo condutor, decorrentes de sua isolação.
e que tem propriedades elétricas equivalentes às de !Nota: Esse termo tem sentido estritamente quantita·
uma isolação dupla. tivo e seu emprego é sempre associado à idéia de
valor, que pode ser dada de forma explícita (isola·
As isolações dos com1>0nentes de uma instalação mento para baixa tensão, isolamento para 698 V etc.)
desem1)enham um papel fundamenial na proteção con· ou implícita (coordenação do isolamento, distância
tra choques elétricos, por contato direto ou indireto. É
de isolamento, nível de isolamento, resistência de iso-
im1>0rtante lembrar que as faltas elétricas são geralmen·
lamento etc.J
te causadas por "falhas de isolação".
Da NBR 5456, têm·se as seguintes definições: As isolações podem, com o passar do tempo, devi·
do a causas naturais (por exemplo, ação de umidade e
• lsolaç,io: conjunto dos ma1eriais isolanies u1ilizados temperaturas elevadas ou baixas) ou acidentais {con,o é
para isolar eletricamente. (Nota: Por extensão, a ação ou o caso ele choques mecânicos), ter suas propriedades
SU$W li

Capítulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 95

prejudicadas. No limite, há a possibilidade de ocorrer uma internas dos aparelhos. Éo caso dos aparelhos eletro-
Nanulay:io" do isolamento garantido pela isolaç-<iO. Dessa domésticos de maior porte ou potência (lava-louças,
maneira, é produzida uma falha de isolação, que resulta na ar-condicionado, forno de microonclas, entre outros)
propagação do potencial da parte viva para as massas que e da maioria dos aparelhos eletroprofissionais (como
estejam em contato. máquina copiadora e equipamento odontológico).
Na prática, a falha da isolaç.ão manifesta•se por um • Classe /1: equipamento que tem isolação dupla ou
"caminho condutor", seja na superfície da isolação ou reforçada em todas as suas 1>arte-s vivas, sem previ·
por perfuração no interior cio material isolante. Produz- são para aterramento ou outras precauções que
se uma "fuga" de corrente, que pode evoluir para uma dependam elas condições da instalação. Podem ser
corrente de curto·circuito. ele três tipos:
O uso ele uma isolação dupla em um componente
• Con, carcaça isolante durável e substancialmente
reduz os riscos, uma vez que, se uma das isolações
contínua, que envolve todas as partes metálicas
falhar, a outra mantém a segurança do componente, que
(exceto pequenas partes, como, por exemplo, pla-
passa a contar apenas com uma isolação. ~ possível
cas de iclentiíicação, parafusos e rebites), as quais
argumentar que, nessas condições, se corre o risco de
elevem ser isolada.s das partes vivas por isolação
uma falha na isolação restante.
(>elo menos equivalente à isolaç.'io reforçada.
Os equipamentos elétricos (em particular, os apare-
Nesse caso. poden1oscitar a maioria dos aspiriJdo-
lhos eletrodomé'Sticos e eletroprofissionais) são classifica-
res de pó, alguns chuveiros elétricos e quase todas
dos pela IEC 61140 - Protection against electric shock
- Common aspects for installalion and eqvipment quan· as furadeiras elétricas.
to à proteção contra choques elétricos. Trata-se de classi- • Com carcaça metálica substancialmente contí-
ficação internacional aplicável aos equip.,"lmentos previs.. nua, que tem isolação dupla em todas as suas par..
tos para serem alimentados por fonte externa sob tensões tes internas, exceto naquelas em que é utilizada
de até 400 V entre fases ou de até 250 V entre fase e neu- isolaçc"ío reforçada por ser impraticável a aplica-
tro, destinados a uso póblico em residências, escritórios, ção de isolação dupla. Como exemplo, tem-se o
oficinas, escolas, fazendas e locais semelhantes, bem caso de ferramentas elétricas portáteis com carca-
como à prática médica e odontológica. São consideradas ças externas metálicas.
cinco classes, descritas a seguir: • Co,n carcaça nlist(1 que conlbina as características
• Classe O: equipamento ou aparelho no qual a proteção dos típos com carcaça isolante e com carcaça
contra choques elétricos é assegurada exclusivamente metálica, como em algumas ferramentas portáteis.
pela isolação básica, não sendo previstos n,eios para • Classe Ili: equipamento no qual a proteção contra
ligar as partes metálicas acessíveis, se existentes, ao choques elétricos é assegurada pela sua alimentação
condutor de proteção d.> instalação. Em caso de falha em extrabaixa tensão, pois, durante seu funciona·
ela isolação básica, a proteção dependerá apenas do mento, não poden1 ser induzidas tensões 1nais eleva-
meio ambiente. Como exemplo, podem-se citar os das. É o caso, por exemplo, de equipamentos para
aparelhos eletrodomésticos portáteis, como liquidifo- uso subaquático, como ilumi nação de piscinas,
~1dores e bate<Jeiras. hidromassagem etc.
• Classe OI: equipamento ou aparelho que tem pelo Observe que, quando um equipamento tiver partes
menos isolação básica em todas as suas partes vivas e com diferentes classes de isolamento, a parte de menor
possui tern1inal para aterramento das partes metálicas classe é considerada a classe do equipamento, para efei-
acessíveis não destinadas a conduzir corrente (n1as.- to de aplicações de todas as medidas de proteção contra
sas), e que pode ficar sob tensão em caso de falha de choques elétricos.
isolação. Entretanto, o cabo de alimentação não pos- A Tabela 3.8 mostra as correntes de fuga máximas
sui condutor de proteção e o plugue não possui o pino típicas de diversos equipamentos elétricos.
terra. é o caso, por exemplo, de algumas geladeiras e Os invólucros cios equipamentos elétricos são classifi-
lavadoras de uso caseiro. Nesses equipamentos, o con- cados por waus de proteção, definidos pela norma NBR
dutor ele proteção (PE) do circuito elétrico deve ser IEC 60529 - Graus de proteção para invólucros de equi-
conectado à massa (c.1rcaça) metálica do aparelho. pamentos elétricos (código IP) e indicados f>elas letras
• Classe/: equipamento no qual a proteção contra cho- "IP" e, em seguida, por dois algarismos. O primeiro alga-
ques elétricos não é assegurada apenas pela isolação, rismo indica a proteção contra a penetração de corpos
mas inclui uma precaução de segurança adicional, sólidos estranhos e contatos acidentais, e o segundo indi-
em que o cabo de alimentação contém um condutor ca a proteção contra a penetração de líquidos. As tabelas
ele proteção (PE) conectado diretamente às massas 3.9 e 3.10 apresentam os algarismos utilizados.
SU$ W ü

96 lnslaloções elétricos

Tabela 3 .8 • Valores máximos ti~cos de correntes de fugc,


Equipamento Corrente de fuga máxima (mA)
IEC 60335
Classes O. OI e lll 0.5
Portáteis classe I 0,75
Ponátcis classe l co,n n1otor 3.5
0,75 ou 0,75/k\V de potência no1ninalt o que for n1aior
Estacionários classe I
co1n un1 máximo de 51
Classe n 0,25
VOE 0720 E 0875
Aquecedor elétrico de água don1é$tico tipo i1ne~ão 1.0
Eletrodoméstico a motor: 3.5
• fixo/es1acionário 0,5
• portátil
Aparelho para 1rat:nncn10 de 1>ele 0,5
Fe1·ran1enta portátil
• classe I 0,5
• classe U 0.1
Forno:
• cornu1n 10.0
• de microondas 0.5
• de n1aior po11e 10,0/kW de potência nominal
Crill (doméstico) 5.0
No1as:
1. P3ra 3p.Wlh0$ t létri('OS de 3CllJl'Cimc.n10 de :'igua. o valor n1X<imo de 0.25 mA é fixo pela água.

Tabela 3.9 • Graus de prole ã o dos invólucros contra a P.!!ne~ão de C2!'f!OS sólidos
Proteção contra o ingresso de corpos sólidos estranhos e contra acesso a 1>artes perigosas
Primeiro algaris mo Grau de proteção
Nenhu1na proteção de pessoas contra o con1a10 con1 partes internas sob tens.lo ou en1 n1ovi-
o n1ento. Nenhun1a J>roteção do equipan1ento contra a penetração de corpos sólidos estranhos.
Proceção contra contato acidental ou inadvenido de grande superfície do corpo hun1ano. Por
1 exe,nplo. a n1ão, co,n as partes intentas sob ten$.10 ou en1 n1ovin1ento. Não oferece, porén1~ pro-
teção contra a penetmção de srandes corpos sólidos estranhos.
Proteção contra o con1a10 dos dedos con1 as par1es in1en1as sob 1ensiio ou e1n n1ovin1ento.
2
Proteção contra a penetraç-ão de corpos sólidos estranhos de n1édio porte.
Proteção contra o con1ato de fcrrnn1entas, tios ou outros objetos, de dí1nensão míni1na superior a
3 2,5 n1n1, co,n as panes in1en1as sob lensão ou e111 1novi1nen10. Pro1eçao contra a penetração de
corpos sólidos estranhos de pequeno porte.
Pro1eção contra o co111.1to de ferr::unentas. fios ou ou1ros obje1os. de di1nensão n1íni111á superior a
4 1 1nn1. con1 as panes intentas sob tensão ou e1n 1novilnento. Proteção contra a peneiração de cor·
pos sólidos estranhos de pequeno porte.
Proteçâo to1al con1ra o contato con1 as panes sob 1cnsâo ou en1 1novi1nen10 dentro do invólucro.
5 Proteção contra pó. A penetração de p6 não é evitada 1otallnen1e, mas o pó não pode entrar e1n
quantidade. que possa prejudicar o funcionamento sa1isfa16rio do equipamc,uo.
Proteção total co,un, o c-0ntato co1n as partes sob 1ensão ou en1 1novi1nento. Proteção 10H1I contra
6 a penetração de pó.
SU$ W 6

Capítulo 3 • Proteção contra choques elétrícos - fundamentos 97

Proteção do equipamento contra a penetração de líquidos


Segundo álgarismo Grau de proteção
o Nenhun1a pro1eçilo contra a penetr.ição de líquidos.
Proteção contra gotas de líquidos condcnSi1dos. As gotas não deven1 ptejudicar as partes inten1as
1
do equipan1ento.
Proteção contra gotas de líquidos. A queda de go1as de líquidos não de\•C ter efeito prejudicial.
2
con1 inclinação do invólucro não superior a 1s• cn1 relação à venical.
Proteção contra chuva. A queda de água en1 fomta de c hu\'a, e1n ângulo n:.1o s uperior a 60• en1
3
relação à venical, não deve 1er efeito prejudicial.
Proteção contra respingos. Respingos de líquidos provcníentcs de qual<1uer direção não devem
4
ter efeito prejudicial.
Proteção contra jatos de ~gua: a água projetada por un1 bocal. proveniente de qualquer direção,
5
sob as condições prescritas, não dever.t 1cr eícito prejudicial.
Proteção contra as condições de convés de navios (relativan1en1e a e,quipan1entos à prova de {i.gua
6 para o convés). A água de vagalhãés não deve penetrar nos invólucros. sob as condições prescritas.
Proteção contra in1ersão en1 água. A água não deve penetrar no invólucro sob as condições prese
7
critas de pressão e ten1po.
Proteção con1ra in1crsão por 1e1npo indefinido en1 água sob pressão prescri1a. A água não deve
8 penetrar no invólucro.

3.5 Proteção básica gos não são considerados proteção adequada. Quando a
ísolaçào for provída durante a execução da instalação,
(contra contatos diretos) ela eleve ser verificada por meio de ensaios análogos aos
A NBR 541 O considera que a proteção básica (contra aplicados aos componentes montados em fábrica.
contatos diretos} possa ser de três tipos: completa, 1>ar-
cial ou adicional. Da NBR IEG 60050 (826), têm-se as seguintes definições:
• /Jdrreira: ele1nento que assegura a proteção contra con-
Proteção completa tatos diretos, em toda,; as direções habituais de acesso.
• invólucro: eletnCJUO que assegura a groteção de un1 equj-
A proteç.'io complet.1 é necessária nos locais acessí-
pamento conlrn detcnninadas influências ex.temas e a
veis a qualquer tipo de pessoa, principalmente pessoas proteção con1ra contatos dire1os en1 qualquer direção.
comuns (BA 1), crianças (BA2) e incapacitados (8A3).
• obstáculo: elemento que jm_pcde um cont;-tto direto
Pode ser realizada por isolação básica das partes vivas,
acidental, 1nas não impede o contato direto por ação
por meio de invólucros ou utilizando barreiras (tratados deliberada.
no Anexo B da NBR 541 O).
Uso de barreiras ou invólucros
Isolação básica das partes vivas
Por definição, o uso de barreiras ou invólucros desti-
A isolação das parles viv,,s (energizadas} consiste no na-se a ímpedir qualquer contato com partes vivas, cum-
recobrimento total dessas partes por orna isolação que só prindo assim o 1x1pel ele proteção b,isica.
pode ser removida com sua destruição. A norma indica que as partes vívas devem ser confi-
Para os componentes montados em fábrica, a ísolação nadas no interior de invólucros ou atrás de barreiras que
deve atender às prescrições relativas a esses componen- confiram, pelo menos, o grau de proteç,10 IP2X (proteção
tes, geraln1ente indicadas nas normas técnicas cabíveis. contra contato cios dedos com partes vívas; abertur,,s de
Para os demais com1>0nentes, ou seja, aqueles que diâmetro inferior a 12 mm).
são providos, completados ou restaurados na execução Admilem-se, no entanto, aberturas superiores às IP2X
da inst.ilação, a proteção deve ser garantida por uma íso- para a substituição de partes (troca de lâmpadas ou fusí-
laç.:io capaz de suportar as solicitações n1ecãnicas, quí- veis) ou quando necessárias ao funcionamento adequae
micas, elétricas e térmicas a que possa ser submetida. Em do de um equipamento ou componente (para ventilação,
geral, os vernizes, as lacas, as tintas e os prodtdos análo- por exemplo). Em todos os casos, as aberturas elevem ser
SU$W li

98 lnslolações elétricas

as mínimas compatíveis com as necessidades de substi· Obstáculos


tuição ou funcionamento adequado. Os obslácufos, tais como telas de arame, corrhnãos e
Edevem ser tomadas medidas para impedir que pes,. painéis, devem impedir uma aproximação física não inten-
soas ou aninlais domésticos toquen, nas partes vivas e cional das partes vivas, bem como contatos não intencio-
garantir que as pessoas ton1en1 conhecin1ento de que as nais com parte1ô vivas quando os equipamentos estão sob
partes acessíveis pela al>ertura e1õtão energizaclas (vivas) tensão. Pcxlem ser cle1õmontáveis sem a ajuda ele ferramen-
e não deven1 ser tocadas intencionahnente. ta ou chave; deve111, no entanto, ser fixados de n1odo a
Por sua vez, barreiras ou invólucros horizontais que
impedir qualquer remoção involuntária.
sejam facilmente acessíveis elevem atender, pelo
Quando for utilizada proteção parcial por meio de
menos, ao grau de proteção IP4X (proteção contra con-
obstáculos, as distâncias mínimas a serem observadas
tato ele ferramentas, fios ou outros objetos ele dimensão
nas passagens cleslinadas à operação e/ou manutenção
mínima superior a 1 mn,, con1 partes vivas). Isso se
são aquelas indicadas na Tabela 3.11 e ilustradas nas
aplica, principalmente, às partes de invólucros ou bar-
figuras 3.27, 3.28 e 3.29.
reiras sobre as quais as pessoas possam passar norn1al-
mente, como é o caso, por exemplo, de passarelas
Colocação fora de alcance
colocadas acima ele barramentos. Essa prescrição visa a
impedir que a queda acidental de ferramentas metáli- A proteção parcial por colocação fora de alcance des-
cas atinja as partes vivas, o que poderia trazer perigo tina-se a impedir contatos íortuitos com partes vivas. A
para as pessoas que passassem pelo local ou tentassem norma define uma zona de alcance normal (Figura 3.27),
pegar a peça caída. dentro da qual não deven, se encontrar partes sin1ulta-
As barreiras e os invólucros devem ser fixados de neamente acessíveis, isto é, que estejam a uma distância
maneira segura e ser ele uma robustez e ele uma durabili· de no máximo 2,50 m, sob potenciais diferentes.
dade suficientes para manter os grnus de proteç.10 exigi- Quando a superfície sobre a qllal pessoas qualifica-
dos e a separaç.:io adequada elas J)ilrtes vivas nas condi- das e/ou advertidas se posicionam ou circulam habi-
ções normais de serviço, considerando-se as condiçõe1õ tualmente for limitada por um obstáculo (por exemplo,
n0tn1ais ele influências externas. corrimão ou tela) com grau de proteção inferior a IP2X,
A retirada das barreiras, a abertura dos invólucros ou as distâncias que lin1itan1 a zona de alcance norn,al
a retirada ele partes de invólucros só devem ser possíveis: elevem ser determinadas desse obstáculo. No sentido
vertical, a zona ele alcance normal é limitada a 2, 50 m
• Com o uso de chave ou ferramenta.
da superfície S, sem levar em conta obstáculos interme-
• Após a desenergização das parte1ô vivas protegidas,
diários que possuam grau de proteção inferior a IP2X.
não podendo ser religada a tensão enquanto as con-
Esses afastamentos consideram apenas a possibilidade
dições não forem restabelecidas.
de as 1>artes vivas serem tocadas <liretamente com as
• Se existir uma segunda barreira interposta entre a pri·
mãos, não incluindo a hipótese de serem tocadas por
meir.1 barreira e a parte viva, que só poss..:1 ser retirada
objetos condutivos compridos ou volumosos (ferramen-
com auxílio de chave ou ferramenca e que impeça
tas ou escadas, por exemplo). Nesses casos, os afasta-
qualquer contato con, as partes vivas, a qual apresen-
mentos indicados na Figura 3.26 devem ser aumenta-
te, pelo menos, grau de proteç.\o IP2X.
dos, levando-se em conta as dimensões de tais objetos.
Proteção parcial Proteção adicional
A proteção parcial con1ra contatos diretos só é acln,i-
A proteção adicional não é reconhedda pela N BR
tida en, locais acessíveis apenas a pessoas advertidas
541 Ocomo constituindo em si uma medida de proteção
(8A4) ou qualificadas (8A5) e, mesmo assim, se forem
com1>leta e não dispensa de maneira alguma o emprego
atendidas as seguinte1ô condiçõe1õ:
de medidas ele proteção completa ou parcial, conforme
• As tensões nominais dos circuitos exislentes não o caso. Seu objetivo é assegurar uma proteção contra
podem ser superiores a 600 V entre fase e terra ou a contatos diretos, no caso de falha das medidas aplicadas
1.000 V entre fases, para corrente alternada, ou a 900 ou ele de1õcuiclo ou imprudência cios usuários.
V entre pólo e terra ou a 1.500 V entre pólos, para O uso ele clis1>0sitivos ele proteção diferenciais-resi-
corrente contínua. duais (DR) com corrente diferencial-residual no,ninal
• Os locais devem ser adequadamente sinalizados - de igual ou iníerior a 30 mA é reconhecido como proteção
forma clara e visível - , por meio de indicaçõe1õ apro- adicional contra contatos diretos pela NBR 541 O,
priadas. Os casos em que o uso de clis1>0sitivo diferencial-resi-
Essa proteção pode ser realizada por meio de obstá- dual de alta sensibilidade como proteç.10 adicional é
culos e/ou por colocação fora de alcance. obrigatório são os seguintes:
SU$ W li

Capírulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 99

Tabela 3,11 • Distâncias minimas a serem observadas nas passagens de serviço (considerando os
serviços de manutenção e ão)
Oistânc.in míni,na (m)
Deseriçâo Proteção completa ou
parcial existente Proteção inexistente'
Entre obstáculos' 0,7 -
Entre manípulos de dispositivos elétricos {punhos. ,•olantes:. alavancas
etc.)'
0,7 -
En1re obstáculos C· partde 1 0,7 -
En,re 1na,1rpulos e parede1 0.7 --
Altura de J>a..wigent sob tela ou painel 1 2,0
Apenas un1 dos lados apresenta partes vivas despro1egidas:
• entre paredes e partes vivas - 1.0
• passagen1 livre defronte a 1nanípulos de dispositivos elétricos (pu·
nhos, vola1ues. alavancas etc.) - 0.7

A1nbos os lados· aprese111an1 1>at1es vivas desprotegidas:


• entre panes vivas de cada lado em passagen1 destinada son1ente :\
111:mutcnção, prevendo que qualquer trabalho de manutenção seja - 1.0
precedido de colação de barreiras pro1e1oras.
• entre partes vivas de cada lado em passage1n destinada son1entc à
manuteção. não sendo previstos a colocação de barreiras. - 1,5

• passage,n des1inada 1an10 à operação quan10 à rna.nutenção prevendo


antecipadan1en1e a colocação de barreiras.
- 1.2

• colocação
passagen1 destinada 1anto à operação quanto à n1anutenção sen1
de barreiras.
1
- 1,5

• passag,c,n livre destinadn à 1nanu1cnção defronte e a n1.anf1>ulos de


dispositivos elétricos (punhos, volantes e alavancas). - 0.9

• disposi1ivos
passagenl lh,rc destinada à n1anutenção defronte e a manípulos de:
eléiricos (punhos. volan1es para a equipe de operação). - 1.1

Altura das panes vivas aci1na do solo - 2.3


NOl.3$:
1. Considera.das as 1>ar1es dos p:linéis n1on13d~ e fechad.1$.
2. ~idcrnndo que sejan1 c:oloc,:1.dt1S b.1neirns :tdequadlS an.1es d~ stT iniciado o ser.•iço de manutenção ou de OJ)ém~.ão.

• Os circuitos que sirvam a pontos de utilização situa- situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias,
dos em locais contendo banheira ou chuveiro. áreas de serviço, garagens e, no gerat em áreas inter·
• Os circuitos que alimenten1 ton1adas de corrente nas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.
(cada 1omada até 32 A) situadas em áreas externas à
Em todos os casos, a proteção dos circuitos 1>0cle ser
edificação. realizada individualmente, por equipamento, por ponto ele
• Os circuitos de tomadas de corrente (cada tomada
utilização, por circuito ou por grupo de circuitos.
até 32 A) situadas em áreas internas que possam vir a
alimentílr equipamentos na área externa. Omissão da proteção contra
• Os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pon·
tos de utilização situados en1cozinhas, copas<ozinhas, contatos diretos
lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais depen- A norma admite que sejam omitidas as medidas de
dências internas molhadas em uso noonal ou sujeitas a proteção contra contatos diretos nos locais acessíveis
lavagens. Exclui-se dessa exigência os pontos que ali- somen1e a pessoas advertidas (BA4) ou qualificadas
n1enten1 aparelhos de ilun1inação posicionados a un1a (BA5), desde que elas sejam devidamen1e ins1ruídas com
ahura igual ou superior a 2,50 m. relação às condições cio local e às tarefas a serem execu-
• Os circuitos que, em edificações não residenciais, tadas, se forem simultaneamente atendidas as seguintes
sirvam a pontos de tomada (cada tomada até 32 A) condições:
SU$W ü

100 lnslaloções elétricas

2.50 111 2,50m

G 1,25 rn

1,25 m
s
(a) Vista lateral

1.25 111 S - Superílcie sobre a

~-~---~__ j_ __ 0.75m ··---


' ''
(1ual s.e posiciona,n ou
circul;.un 1>cssoas

------------------'

' s
( b) Vista superior

Figura 3.26 • Zona de alcance normal

Partes vivas

Obs1áculos
,. .. _
.•
................... ..
.
----~
''
.---···········''
'

'
''
2.000 nln1 ;' '
'' .' Parede
'
J' :t '

J
'
''
/ j ''
'

Hrrr,--rrr-r,-rrrrr,'777"77rrl-r7-,>77"777~~~
· 7777"77"777r)7"77~

I• 700mm •I I• 700 ""'' • I I• 700,mn•I


Figura 3.27 • Passagens destinadas à operação e manutenção em locais com proteção parcial par meio de ob,táculos

• Os locais devern ser sinalizados de maneira clara e • As portas de acesso aos locais devem permitir a fácil
visível; não é possível entrar nos locais, a não ser saída das pessoas, abrindo no sentido da fuga (abrin-
corn o auxílio ou a liberação de algum dispositivo do para fora). A abertura das portas, pelo lado inter-
especial. no dos locais, deve ser possível sem o uso de chaves,
SU$W ü

Capírulo 3 • Proteção contra choques elétricos - fundamentos 1 O1

mesmo que as portas sejam fechadas à chave pelo ma.s com comprimento superior a 6 m, também
lado de fora. sejam acessíveis nas duas extremidades.
• As passagens cuja extensão for superior a 20 m • As passagens livres elevem obedecer às distâncias
devem ser acessíveis nas duas extre1n idades, reco~ mínimas indicadas na Tabela 3 .11 e ilustradas nas
mendando-se que as passagens de serviço menores, figuras 3.27, 3.28 e 3.29.

Part.;s cncrgizadas

2.300 nun

7001nn1

~
1.000 llllll ~1 1.000 1n1n • I
I• I•
Figura 3.28 • Passagens sem proteção com portes energizaclos ele um único lodo

Pat1es
Q) oncrgizad~
• CD .

(
Ala,-anca /~. 2.300nun

900 1nn1 1.000 lll lTI 1.500 nnn Passagc,n destinada


l+ ---"'=-="'--->I !t manulcnçâo

1.100 nun 1.200 rnn1 I.SOO inin Pn.ssagc.n1 destinada


l+ ---===c._->1 à oper,ção
L...egeoda:
1. Caso cn1 que iodo 1r.1b:tlho de n1anute11ção é precedido d;1colocação de. tx1rrciras prO!etoras.
'2. C:lSo c,n que os 1rabalh06 de 1n:1nu1cnção não ~io precedidos da coloca~io de b,:trrciras pro1c1(was.
Figura 3.29 • Passagens destinados à operoçõo e à manutenção em locais sem proteção com portes energizados (vivas}
dos dois lados
SU$W ü

102 lnslalações elétricas

EXERCÍCIOS

1. Quais são os principais efeitos que uma corrente elétrica externa pode produzir no corpo hun,ano?
2. Defina o que é o conceito "limite de largar" de uma corrente elétrica.
3. Quais são os valores médios do "limite de largar" em corrente alternada para 50 e 60 Hz para homens e
n"llllheres?
4. O que é o fenômeno da fibrilação ventricular?
5. Quais são as principais variáveis que influem no valor da resistência elétrica do corpo humano?
6. Como se definem proteção básica e proteção supletiva?
7. O que são proteção 1>assiva e proteção ativa contra choques elétricos?
8. Quais as condições de influências externas devem ser observadas na seleção das medidas de proteção contra cho-
ques elétricos (por contato direto ou indireto)?
9. Qual é a diferença entre aterramento e eqüipotencialização?
1O. Que valores podem ter as duas letras utilizadas na simbologia cios esquemas básicos de aterramento, para repre-
sentar a Íl1nçâo do aterramento da fonte de .alimentaÇ<io da instalação (transforn1ador, no caso n1ais comum, ou
gerador) e das massas?
SU$W li

Planeiamento da instalação
.........""'"'~~------

4 . 1 Demanda e curva de carga l ,... dor


D=- j
d/ '
P(t) · dt (4 .1)

Demanda como mostra a Figura 4.1.


Em uma instalação predial qualquer (industrial, A definição dada pela Expressão 4. 1 indica que a
co,nercial, residencial, entre outras), a potência elétrica demanda é medida em unidades ele potência ativa (W,
i nstantânea consumida (ver Figura 4.1) - a potência kW). Pode-se também definir uma demanda reativa, Du
ativa - é v.,riável em função do número de cargas liga· (var, kvar), e uma demanda aparente, D, (va, kVA), obti-
das e da son1a das potências consun1idas por carga. Para das por:
fins ele projeto de uma instalação elétrica, é mais conve-
niente trabalhar com um valor médio da potência, e uti-
Da = D; tg <
I>} (4.2)
li za-se a demanda (D}, que é o valor médio da potência
ativa (P) em um intervalo de tempo (â r) especificado D =--
' cos <I>
(geralmente ât = 1/4 h = 15 min, ou seja,

P (kW)

D --- --- --- - - --- - -- -- - ----- i -4 ::--- ,

9-1- - e (k\Vh) = D · '11

- -1-- - - - - - - --+- - -- - - , - - - - - - --.,(h)


o , .
• llt
t + .dt

S:::::-.._ _ _ Geralnle111e 1/4 h


Figura 4. 1 • Curvo de cargo e definição do demando D
SU$W li

104 lnslalações elétricas

onde <1> é o ângulo cujo cosseno é o fotor de potência da possui uma forma característi<:<1 para sua curva de carga
instalação elétrica. diária. Por um lado, a curva diária típica de um prédio
A área entre a curva P(I) e o eixo dos tempos é a de escritórios é diíerente da ele um prédio de apartamen-
energia consumida pela instalação no intervalo conside· tos, e ambas são diferentes da de uma indústria química.
rado. De acordo com a Figura 4 .1, pela própria defini- Por outro )ado, em instalações situadas em regiões onde
ção ele demanda, a área cinza é a energia e consumida as estações do ano são bem-diferenciadas, as curvas de
durante 61, ou seja, carga típica variam confonne a época do ano.
t +àl
É importante observar que os conceitos de demanda
e = D · tlt = j, P(t ) · dt (4.3) e curva de carga apresentados valem não só para uma
instalação (como um todo), mas também para os diver·
sos setores considerados em uma instalação, para um
Curva de carga circuito apenas ou mesmo para um conjunto de equipa·
Define-se ct1rva ele cc1r3(1 como a curva que apresen· mentos elétricos.
ta a demanda em função do tempo, D(t), para dado t con1um indicar, con1 a curva de carga, a potência
período T (ver Figura 4.2). Na verdade, ela é constituída instalada da instalação ou do setor considerado, como é
por patamares; no entanto, é mais comum apresentá·la apresentado na Figura 4.3.
como uma curva, resultado da união dos pontos médios
das bases superiores dos retângulos de largura AI. Para
um perio<io 1; a ordenada máxima da curva deíine a 4.2 Fatores de projeto
dem,1nda máxima (D-"). A energia lotai consumida no
Fatores ele projeto são os fatores utilizados durante o
período &.,. é medida pela área entre a curva e o eixo dos
projeto de uma instalação elétrica, mais precisamente na
tempos, ou seja,
fase ele quantificaç,io (ver Seção 4.6), para a determina-
T
ção das demandas máximas dos diversos setores da ins·
&·r = Ío D(t) · tit (4.4)
ta lação e ela demanda máxima global. Nesta seção, são
apresentados os fatores ele llli/ização, de demanda e de
A demanda média (D.,) é cleíinicla como a altura de
diversidade, bem como suas definições e características.
um retângulo cuja base é o período T e cuja área é a
Na Seção 4.3, serão analisados os detalhes de sua apli-
energia total (e,.), ou seja,
cação prática.
&•r É apresentada, também nessa seção, a deíinição do
D., = T (4.5)
fator de carea, que, embora não seja especificamente
um fator de projeto, pode ser utilizado no planejamento
como mostr,1 a Figura 4.3.
da instalação (por exemplo, quando for necessário esti·
A demanda média é, em outras palavras, a demanda
mar a demanda média ou o consumo de energia).
constante que uma instalação elétrica deve apresentar
para, no período considerado, consumir uma energia
igual à que é consumida en, funcionamento norn1al. Fator de utilização
PMa estudos e análise do desempenho de instalações No regime de funcionamento de um equipamento de
prediais, a curva de carga diária (ou seja, para T = 24 h) utilização pode ocorrer de a potência eíetivamente
é a mais comun1, unia vez. que cada tipo de instalação absorvida seja inferior à respectiva potência nominal. É,
por exemplo, o caso dos motores elétricos, suscetíveis
de funcionar abaixo de sua carga plena. O fator de 11tili·
O(t) O,i - - -
zação (11) é definido, para um equipamento de utiliza-
ção, como a razão da potência (máxima) eíetivamente
absorvida W.v) - também chamada de potência de tra·
balho -, para sua potência nominal (P.v), ou seja,

(4.6)

onde, logicamente, 11 s 1.
O fator de utilização, citado em muitas norn,as euro·
péias e na antiga NBR 5410: 1980, só pode ser aplicado
o T no projeto quando há um perfeito conhecimento do
equipamento e ele suas condições ele uso. Embora esse
íator não tenha sido incluído nas edições posteriores da
Figura 4.2 • Curvo de corgo do$ demondo$ norma, ainda pode ser útil em situações específicas.
SU$W ü

Capítulo ,4 • Plonejomento do instalação 105

D(kW)

Pinsi 1------------------~ ~ - - - - - - - - -
Ocn1anda 1náxin1a Potência instalada
D~, ...................................... . .. .

D,,, - --·-··-- --- -·-· · - ··· ·--·- ----,


Oc,nanda ntédia

•r

- 0 - + - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ' T -+ t(h)

Figura 4.3 • Curvo de cargo e potência instalado

Assim, em uma instalação i11dustrial usual, os equipa- nar simultaneamente. A potência ele alimentação deve
mentos a motor apresentam, geraln1ente, fatores de utili- corresponder à demanda máxima presumida de uma ins·
zação na faixa de 0,3 a 0,8; para tais equípamentos, a talação, ou ele uma parte da instalação, em um período
exemplo de outras normas, a NBR 541 O: 1980 admitia, ele 24 horas.
na falta ele indicação mais precisa, o uso de 11 = 0,75. A potência instalada (de uma instalação, de uma
Por sua vez, para os aparelhos de iluminação, para equi- parte da instalação ou de um conjunto de equipamentos
pan1entos de aquecifftento e de ar-condicionado, a norn1a de utilização), Pir.Su é a soma das !X)tências no1ninais de
recomendava que o fator ele utilização fosse sempre con- todos os equipamentos ele utilização existentes ou pre-
siderado igual a 1. vistos na instalação, na parte considerada da instalação
É muito importante observar que, se mal-aplicado, o ou no conjunto de equipamentos considerado.
fator de utiliwção pode conduzir ao subdimensionamen· Dessa íorma, ten1os:
to ele circuitos (terminais e de distribuição). Portanto, seu
emprego eleve ser cercado de iodo o cuidado. g' = D," (4.7)
p ll'l$t

Fator de demanda Esse fator, sempre inferior à unidade, deve ser aplica-
O fator de demanda de um conjunto de equipamen- do a "pontos de distribuição" da instalação, isto é, a qua-
tos de utiliwção (g') é definido pela NBR IEC 60050 (826) dros de distribuição em geral. Leva em conta a provável
como a razão entre a soma das potências nominais dos não simultaneidade no funcionamento cios equipamen-
equipamentos - de um conjunto de equipamentos ele tos ligados a um ponto de distribuição e, nessas condi-
utilização suscetíveis de funcionar simultaneamente em ções, sua aplicação exige o conhecimento detalhado do
determinado instante - e a potência inst,Jlada do con- ti1>0 de instalação que está sendo projetado.
junto. Geralmente, o instante considerado é aquele cor- Seja uma instalação elétrica, seja um setor de uma
respondente à demanda máxima da instalação ou da instalação, constituída(o) por três conjuntos de cargas, A,
parte ela instalação que alimenta o conjunto. B e C (por exemplo, motores, iluminação e tomadas de
Define,se também o fator de demanda da inswfaçào corrente). Cada conjunto possui sua 1>0tência instalada e
ov de parte da instalação (g') como a razão entre a sua curva de carga diária, e as denlandas 1náxin,as (D·"'"
potência de alimentação, ou da parte considerada da D.une D,",:) ocorren, nos instantes ,,L• 18 e te, respectiva-
instalação, e a respectiva potência instalada. mente, como mostra a Figura 4.4.
Por sua vez, a potência de alimentação (de uma insta· Os fatores de demanda dos setores A, B e C, são. res-
lação ou de parte de uma instalação), D,,1, é considerada pectivamente:
a soma elas potências nominais de todos os equipamen-
tos de utilização existentes ou previstos na instalação, ou
D ,\IA , D.11c
=--egu =--ice = - -
P ins1,t1
º·"" ,
Pins1.11 P;~i. c:
na parte considerada da instalação, suscetíveis de íuncio·
SU$W ü

106 lnslalações elétricas

º"ª

~ ./
'J.•
. ....' ''
:"... .;- ..:"-
.
o i rc T

Figura 4.4 • Curvas de carga dos conjuntos de cargas A, B e C de uma instalação e curva de carga total

A curva de carga total é a soma elas três curvas e "


apresenta ~1ma demanda máxima D,., no instante i. D tl/ = Lc,.
i• I
P;nt,tJ (4.9)

Então, para a instt1la<;<io ou setor considerado, é possível


definir um fator de demanda g', que será No caso apresentado na Figura 4.4, tem-se:
fatores de demanda práticos:
, D,v
g =- D~ O~ e O~
/ln,. t g, = - - , 8n = - - 8c = - -
PinM.A Pin.,1,/J P in.SI.C
onde P,0 11 é a potência instalada total, que é igual à soma
demanda máxima total:
das potências instaladas dos conjuntos, ou seja,
D,,, = DA + D'u + D'c =
Pinst = P1ns.i.A + P '!11is.1.H + f'1nS1.C
= 811 • P in$t,/\ + g,, ' P iJtStr.H + gc · P ins1.C
Para determinar a den,anda máxima,. D ,v , das 1>0tên-
cias instaladas cios conjuntos ele c.1rgas, é necessário defi-
nir, para cada conjunto de cargas, o fator de demanda
EXEMPLO
prático (g1), definido como a razão da demanda do con-
junto (D;> no instante em que ocorre a demanda A tabela a seguir mostra um exemplo de cálculo de
máxin1a total D,u, instante i, para a potência instalada do demanda, cios fatores de demanda práticos e da deman-
conjunto (P ;..,.;), ou seja, da máxima total, com base no que foi apresentado ante-
riormente.
(4.8) Nesse caso, o fator de demanda global da instala-
ção será igual a:
A demanda n1áxin1a da instalação ou do setor consi· 215
derado pode ser escrita, para n conjuntos ele carga, como: g' = 47 = 0457
' .

Conjunto de DA,, D'J,.


P...,., i (kW) D,,, í (kW) D{ (kW) g', = - - g, = - - g1 • l',Mo i (kW)
cargas Pill)I, / ~.,~,.,
A 12 10 9 0,83 0.75 9
B 15 14 4,5 0,93 0,30 4,5
e 20 15 8 0.75 0,40 8
Pitw. = 47 D/.1= 2 1,5 D,, = 21,5
SU$W li

Capitulo ,4 • Planejamento do instalação 107

Em geral, os projetistas não têm disponíveis os valo-


res do fator de demanda prático, pois essa técnica não é
usual. Os fatores de demanda típicos são observados e
colocados em tabelas para o uso em planejamento e pro-
jetos de novas instalações.

Fator de diversidade
Note que, na Figura 4.4, as demandas m,~ximas da
instalação e dos setores A, B e C não ocorrem ao mesmo
tempo, n1as em instantes distintos, u1na vez que há un1a
diversidade de consumo de energia em cada trecho da
instalação elétrica. e D
Desse modo, deíine·se o f.lror de diversidade (d) o ,,, T
para un1 ponto de distribuição de energia como a razão
da soma das demandas máximas dos diversos conjuntos Figura 4.5 • Tempo de utilização
de cargas ligadas ao ponto (D.,u) para a demanda máxi·
ma do f>Onto de distribuição ( D,,), ou seja:

"
LDM.I
(/ = .!l.:c
• :..
I --
(4 .1O) ou seja,
D,,,
-,,, =-D"' (4.13)
onde o fator de diversidade é, logicamente, maior ou T D.11
igual a 1.
Então, da Expressão 4 .1 2, tem-se:
No exenlplo anterior, tem-se:
1,, (4.14)
I = 1.0 + 14 + 15 = 1 Sl c= -
T
' 21.5 '
Das expressões 4. 13 e 4.5, obtém-se:
Assim, a demanda máxima de urna instalação ou de
um setor de uma instalação do ponto de distribuição er = D,11 • T = D 1,, , ,, (4.15)
(geral) da instalação ou do setor, à qual estão ligados 11
conjuntos de carga, é dada por:
onde e., é a energia elétrica consumida pela instalação
no período T.
"
LDM.I
A Ex1>ressão 4. 15 mostra que o tempo ele utilização
,..
D,\{ = -'--~-
(4.11 ) (1.) é o tem1>0 no qual a instalação deve funcionar com a

d demanda máxima, pa.ra que o consumo de energia seja


igual ao consumo reíerente ao período (real) de íuncio·
namento. A Expressão 4.14, por sua vez, mostra que
Fator de carga o fator de carga pode ser definido pela relação entre o
O fator de carga, e, é deíinido para uma instalação tempo de uti lização e o período de funcionamento.
como a razão da demanda média, D.,. para a demanda Da Expressão 4.12, multiplicando o numerador e o
máxima (D..,) da instalação, em dado período 1; ou denominador pelo período T e considerando a Figura
seja: 4.5, ten1-se:

c= -Dm (4.12) e=
Dm · T ,írea FGDO
= (4.16)
D,, D..,· T área EADO
sendo c :S 1. A área FGDO corresponde à energia consumida, e."'
A Figura 4.5 n1ostra uma curva de carga e indica a no período 7; e a área EA DO, corres1>0nde à energia,
demanda média.., D,,,, e a máxima, D,v· s.u, que seri~ consumida durante 7', caso íosse n,antida
Trace a reta que une o ponto O ao ponto A, situado a demanda n1áxirna, D.v· Assi1n, da Expressão 4. 16, ten1-
sobre o eixo vertical traçado na abscissa 7; na altura cor- se:
respondente à ordenada D \r· Essa rela cruza a correspon-
1
e,· (4.17)
dente Dm no ponto 8; desse ponto, baixa-se a vertical c= -
que encontra o eixo das abscissas no ponto C. Chama-se
e,,,
a abscissa OC de tempo de utilização, t,.. Dos triângulos e então
semelhantes OBC e OAD, pode·se escrever: (4.18)
SU$W ü

10 8 lnslakições elétricas

onde o fator de carga pode ser inteq>retaclo como um fator Portanto,.


percentual ela energia consumida. Em outras palavras, a Ip
instalaç,10 só consome uma porcentagem igual a e em vez e,= e,. 24 (4.24)
de consun1ir con, a demanda n1áxima mantida durante o
período. Dessa maneira, o fator de carga diário é igual ao pro-
O fator de carga depende do tipo de instalação e do duto do fator de carga relativo ao tempo de funcionamen-
período considerado. Mantida a demanda máxima, quan· to diário pela relaç,10 entre esse tempo de funcionamento
to maior o período, menor o fator de carga. Em geral, o e 24 horas.
fator de carga diário (T = 24 h), considerado o valor
médio para os dias úteis, é o mais usado.
Considere agora a instalação cuja curva de carga diá· EXEMPLO
ria é a n1ostrada na Figura 4.6.
Seja 1, o tempo de funcionamento (em horas) ela ins- Considere uma indústria na qual o consumo mensal
talação. Em relação a 1,; é possível definir uma deman- de energia elétrica gira em torno de 50.611 kWh, cuja
1.,
da média D,,, 1, um tempo de utilização e um fator de conta indica 275 kW como a demanda n1áxin1a. A
carga e,, das expressões 4.12 e 4. 13. indústria funciona, em média, l 6,25 horas por dia e 25
dias por mês.
D,111 t,,1
C1= - =- (4.19) A energia consumida (em média) em um dia será
l)M lf' igual a:
Para um período de 24 horas, tem-se uma demanda 611
média D,,,,< Dm,• um tempo de utilização 1. 2 e um fator &·,· = SO '
25 = 2 .024'44 k Wh
de carga diário e, < e,, que é dado por: A demanda média relativa ao tempo de funciona-
D,,, t,a. mento (1,, = .L6,25 h) será, da Expressão 4 .15, igual a:
e , = 2- = -
- D.., 24 (4.20) 2.024,44
D.,., = , = 124,58 kW
16 25
O consumo diário será, da Expressão 4.15, igual a:
(4.21)
O fator de carga relativo ao tempo de funcionamen-
to será, da Expressão 4.19, igual a:
do qual se tem que:
124,58
(4.22) c1 = ~ = 0,453 = 45,3%
Pode-se ainda escrever, das expressões 4 .18 e 4.20, Para o íator de carga diário, tem-se, da Expressão
que 4.24:
lir = C1 lp = C2 • 24 (4.23) 16,25
e, = O,453 · U = O,3O7 = 3O,7%
ou, então,
A demanda média diária será igual a:
D,,,i = Cz D,, = 0,307 · 275 = 84,42 kW
Curva de carga
D
4.3 Potência de alimentação e
corrente de projeto

Potência de alimentação
Como vimos anteriormente, a potência de alimema-
ção deve corresponder à demanda. máxima presumida
de uma instalação, ou de un1a parte da instalaÇ<.i.o, en1 un1
período ele 24 horas.
De acordo com a NBR 541 o, a determinação da
24 h I
potência de alimentação é essencial para a concepção
lp econômica e segura de uma instalaçãol dentro de limites
adequados ele elevação de temperatura e de queda de
Figura 4 .6 • Cargo operando em um ciclo menor que 24 tensão. Na determinação da potência de alimentação,
horas
SU$W li

Capítulo ,4 • Plonejomento da instalação 109

devem ser computados os equipamentos de utilização a f>A ~~A


Jn ; = -- (4.29)
ser alimentados, con, suas respectivas potências nomi· t · UN · cos<I> t · U.v
nais e, em seguida, consideradas as possibilidades de
não simultaneidade de funcionamento desses equipa-
onde U,v é a tensão nomi nal do circuito e t é um fator
mentos, bem como capacidade de reserva para futuras que vale V3 para os circuitos trifásicos e 1 para os cir-
ampliações.
cuitos monofásicos.
Na elaboração de um projeto de instalação elétrica,
deve ser cletenninada a potência de alimentação de cada
um dos pontos de distribuição, seja do ponto ele alimen-
Potência nominal e fator
tação de toda a instalação (quadro de distribuição geral), de potência
dos quadros termi nais, seja cios quadros de distribuição No projeto de uma instalação, r>ara determinar a
intennediários. Desses valores, serão dimensionados os potência ele alimentação dos diversos quadros de distri-
condutores e os dispositivos de proteção dos diversos buição - ou seja, dos diversos setores da instalação,
circuitos de distribuição. incluindo o quadro geral, cuja potência ele alimentação
Considere um ponto de distribuição de uma instala- é a da própria instalação como uni todo-, é necesS<írio
ção ao qual estejam ligados, em diversos circuitos, r1 conhecer a potência nominal e o fator de potência de
conjuntos de cargas, cada um com uma potência insta- todos os pontos de utilização previstos, como:
lada P..,,.,,
um fator de demanda prático g, e um fator de
• Pontos de luz (aparelhos de iluminação).
potência cos (l)i, e ,n cargas individuais, cada uma con,
uma potência nomi nal de entrada P,,_ 1 e um fator de • Pontos de tomadas ou pontos de uso específico (onde
potência cos <1>1. A potência ele alimentação do ponto é são ligados, geralmente, equip;imentos fixos).
• Pontos de tomadas de uso geral (onde são ligados,
igual a:
en1 geral, equipa,nentos estacionários, ,nóveis ou
"
LPins,.i·g,.+ (4 .2 5)
portáteis).
l•I Devem-se considerar:
e a correspondente potência (de alimentação) reativa, • Para cada ponto de luz e tomada ou ponto de uso
igual a: específico, a potência nominal de entrada e o fator
de potência nominal do equipamento previsto para
L" Pin'>Li.
"' P-,,. • tg <1> (4 .26)
g; . tg (I>, + ~ 1 1 ser ligado.
l• I j•I
• Para os pontos de tomadas de uso geral, em princí-
A potência de alimentação aparente do ponto de dis- pio, a cada tomada devem ser atribuídos a potência
tribuição é igual a: nominal de entrada e o fator de potência do equipa·
mento mais potente com possibilíclade de ser ligado.
(4.27)
O Quadro 4. 1 apresenta os valores típicos de rendi-
A Figura 4.7 apresenta uma carga com o consumo mentos de lâmpadas.
real estimado na hora da ponta. Uma vez determinadas as potências nominaisde vários
O fator de potência cio ponto de distribuição, em pontos ele utiliz.-.ção, podem-se obter, ao somá-las, as
condições ele demanda máxima, é igual a: potências nominais correspondentes e as potências instala·
das cios diversos conjuntos de cargas. Somando esses valo-
P,
cos <I> = -- (4 .28) res com as potências oon1inais das cargas individuais exis-
s. tentes em cada setor, é possível obter as potências dos
diversos setores e a potência instalada global da instalação.
Corrente de projeto Para calcular as diversas potências de iluminação,
A corrente de projeto (/8 ) do circuito de distribuição devem-se utíl izar as expressões 4.25, 4.26 e 4.27, apli-
que alimenta o ponto ele carga é igual a: cando criteriosamente os fatores de demanda práticos
convenientes.

Fatores de demanda
- -+ !,, PA,QA,s,, A escolha dos fatores de demanda a serem uti lizados
costJ> no projeto de uma instalaç.'io elétrica deve levar em con-
sideração, no caso mais geral:
• As atividades previstas para os diversos locais cio
prédio.
Figura 4 .7 • Ponto de distribuiçõo
SU$ W ü

11 O lnsloloções elétricas

Quadro 4 .1 ,. Valores típicos de rendimentos de lôm~clas


A detenninação da potência nominal dos aparelhos de iluminação, bem como sua quantidade e localização, deve, em
princípio, ser obtida de um projeto específico de iluminação (ver Capítulo 16).
Para os aparelhos de iluminação incandescente, a potência nominal a ser considerada é a soma das potências nomi-
nais das lâmpadas.
Para os aparelhos de iluminação à descarga (com lâmpadas a vapor de mercúrio. fluorescentes, a vapor de sódio, emre
outras)., a son1a das potências nominais das Jân1padas corresponde à potência de saída. À potência de entrada do cir·
cuito das _lâmpadas. deven1-se considerar as perdas nos i:eatores ou transfonnadores e as correntes harmônicas; o ren-
dimento j á leva em coma esses raiares. Esses aparelhos apresentam os seguintes rendimentos:
• Vapor de sódio a baixa pressão: de O,7 a 0,8
• Vapor de sódio a alta pressão: 0,9
• Fluorescente: de 0.54 a 0.83
• Vapor de mercúrio: de 0.87 a 0,95
• Iodeto metálico: de 0,9 a 0,95
Os valores típicos do fator de potência dos aparelhos de iluminação à descarga são 0,5 para os aparelhos não compen-
sados e 0,85 para os compensados.

• O funcionamento previsto para os diferentes equipa- cm risco toda a instalaç.:io. Por sua vez, a otilízação
mentos de utilização. No caso específico de equipa- de um fator de demanda maior que a real produz um
mentos de aquecimento e de refrigeração, devem ser superdimensionamento da instalação elétrica, que, do
considerados os fatores climáticos. ponto de vista da segurança, é ótimo, mas penaliza o
lado econômico.
• As possibilidades de alteração de layout de equipa-
A Tabela 4.1 apresenta os valores típicos dos fatores
mentos, isto é, a flexibilidade necessária nos diversos
de demanda globais e dos fotores de carga diários para
setores do prédio, no que diz respeito aos circuitos.
vários r,:sn,os ele atividade. As tabelas 4.2 a 4.6 mostram
• As condições econômicas locais.
os valores típicos dos fatores de demanda práticos em
A adoção de fatores de demanda muito baixos diversas situações e s;io os resultados da experiência de
conduz ao subdimensionamento do circuito que ali- companhias concessionárias e de projetistas. Em particu-
menta o ponto de distribuição considerado. Esse faro, lar, são mostradas algun1as tabelas da concessionária
en1 pri ncípio, causará problenlas principaln,ente na AES Eletropaulo, mas isso deve ser tomado pelo leitor
hora do pico do consumo cuja corrente real será apenas como exemplo. É importante destacar que essas
maior que a projetada. Com o tempo, esse sobreaque- tabelas podem não ser adequadas em algumas situações,
cimento diminuirá a vida útil da isolação, colocando tendo em vista as particularidades da concessionária de

Tabela 4.1 • Valores rielco• cio fator ele demanéla g lobal (9) e cio fa- de carga diário (e) para
diverso, tipos de inotala,ões. (Fonte: Cesp)
Ramo de atividade da empresa Potência instalada g e
Extra\'.âO de ntinerais
J - Pedreira. 0.64 0,16
2 - Extração de n1incrais ,nctálicos e não n1etálicos (extração de n1incrais: Até200 kW 0,43 0.17
ex1ração de areia; extração e beneficia,nerno de rninerais: nlineração de argila.
calco e xisto). Acima de 200 k\11 0.57 0.33
-
Produtos n11ncrais nao metálicos
1- Brita,nento de pedra (bri1an1ento de granito; brita1nen10 de pedras; pedreira e
Acé5()()k\V 0,55 0,15
britador associados).
2 - Aparelha1ncnto de pedras, mánnorc. granito, serraria de gr.inito. O.SI 0,39

3 - Fabricação de cal.
Alé 500 k\V 0.47 0.17
Acima de 500 k\V 0,62 0,74
4 - Ccrâ.inica (sem especificação). Acé 150 RW 0,79 0,22
Acima de 150 k\11 0.62 0.38
(continua)
SU$ W li

Capítulo ,4 • Plonejomento da instalação 111

(continuação)
Ramo de atívida de da empresa Potência instalada g e
Cerftn1i<:3
Até 75 k\V 0,82 0,24
5 - Cerâ1nica de lijolos. 1el_has e telhões
Acima de 75 k\V 0,68 0,22
Até 140kW 0,57 0.21
6 - Cerâ1nica de n1anilhas, associada ou não a telhas. lajota.~. tubos e conexões
Acima de 140 kW 0.69 0,29
7 - Cerâ1nica de lajotas. associada ou não a tijolos, telhas. tubos e guias 0,5 1 0.24
8 - Cerâmica de rcfr.llários 0,48 0,27
Até 250 kW 0.62 0,39
9 - Pisos cerâ,nicos, vi1.rificados. es,naltados. ladrilhos e 1>astilhas
Acima de 250 kW 0,56 0.64
IO- Louças e porcelanas. 0.62 0,48
J 1 - Cerârnica de nuue.rial vazado, associado ou não a outras cerâ1nicas 0,65 0,24
12 - Anefatos de cimento (cin1cnto a,nianto. chapa de ci1nento. telhas: caixas
0,28 0,36
d'água)
13 - Fabricação e elaboração de vidro (de fib ras de vidro. fábrica de garrafas.
0,67 0,6 1
vidraria)
14 - Moage,n de pó calcário. nlincração e n1oage1n de calc-~rio, pó c alcário) Até IOOkW 0.75 0, 15
Acima de 100 k\V 0,65 0,30
...: ,.
Metalurgia
1 - Metalurgia (n1etalurgia, redução e refino de cobre, fundição, recuperação de Até300kW 0,28 0,22
meio.is) Acima de 300 k\V 0.37 0,43
2 - Lan1inação e n1c.tais 0.42 0.22
3 - Melalurgia: diversos (fábrica de arantes, esquadrias n1etálicas. artefa1os de Até 150kW 0.28 0, 16
nletais. annaçõcs e cs1ruturns n1e1álicas. serralharias. cutelaria) Acima de 150 k\V 0,25 0,3 1
Mecâruca
J - Fabrição de n1áquioas operatrizes (indt1stria de 1náquioas pesadas. fundição de Até500 k\V 0,25 0,23
n1áquinas. índústria 1nccânica1 indús1ria de 1náquinas e cquip;unentos, índús~
triade n1áquinas-ferran1entas) Acima de 500 kW 0.25 0,37
2 - Fabricação de n1áquinas agrícolas (fabric:,ção de arado~. de peças de tratores e
0,35 0,25
de máquinas. i1nple1ne111os e ferran1en1as agrícolas)
3 - Indústria de femunen1as agrícolas e-indústrias rnecãni-cas diversas (pregos.
corrente.,ç, panelas, caldeirões. frigideiras, enxadas. enxadões. peneiras, 0 ,48 0,19
adubadeiras)
Materiais elélrict,s e de con1unicaçoes -
1 - lndtí.-stría de trnnsfomH1dores e equipantentos elétricos 0,34 0.33
2 - Fabricação de 1naterial elétrico e de co1nunicações: diversos (indús1ria de
eletrofones. geradores, equipa1ne1tto elevador de c.arga, controles elétricos, 0,44
chaves elétricas, válvulns. instalações 1cm1clétricas industriais)
Material de trnnsporle
1 - Estaleiro (oficina naval. oficina rnecãnica paro conserto de barcos. instalações
0.26 0.32
navais)
2 - lndústri:1 de rodas 0.35 0 ..25
3 - Indústria de escapanientos 0.48 0.28
4 - Indústria de freios para veículos (autopeças) e la111ernas 0.23 0.34
5 - lndúsoria de tanques (tanques. basculames, reboque.,, carretas) 0.22 0,19
6- Indústria de carrocerías 0.47 0,20
7 - Indústria de carrinhos de bebês 0.4 1 0,23
8 - Indústria de n1ancais é buchas 0,44 0,25
(continua)
SU$ W li

11 2 lnslalações elétricas

(cominuaçâo)
Ramo de atividade da empresa Potência instalada e
Madeira
1 - Serraria e carpintaria 0.4 1 0.18
2 - Fabricação de 1naterial de e,nbalagen, (fábrica de caixas de ,nadcirn. de c1nbalagen~
0. 35 0,24
de madeira. palha de 1nadeir.1 para c111balagcm)
3 - Fabricação de artigos de n1adeira e la1ninação de madeira {cabides, cruzetas de Até 100 kW 0,59 0, 19
rnadcir:t. anefatos de ,nadeira, ponas. janelas, 1acos1 donnen1es, 1anoaria) Acima de 100 kW 0.25 0.23
Mobilillrio
l - Fábrica de 1n6veis (n1óvei.s de 1nadeira, de fónnic:3, es1ilo colo11ial. n1óveis para Até 120 kW 0.40 0,19
escritório) Acima de 120 kW 0.30 0,28
2 - F.íbrica de móveis e cofre,; de aço 0.24 0.28
3 - Fábrica de móveis estofados 0,62 0,23
Celulose, papel e 1>apclão
Até IOOkW 0.3 1 0.31
1 - Fábrica de papel e papelão (indústrias de celulose, papel, cartolina, papelão, Acima de 100 kW e até
0,54 0.56
papel miolo. papelão ondulado, saco de papel) I.OOOkW
Acima de 1.000 kW 0.62 0.66
Borracha, quhnica e 1>rodutos farrnacêuhcos e vetcr1nár1os
Até 300 kW 0.66 0, 13
l - Indústria e usina de asfal10
Acima de 300 kW 0,37 0.20
2- Diversos (indústria de adubos. produtos fannacêuticos. ,1uín1icos. veterinários.
pirotécnicos, inse1icidas. p6 e talco para inseticida, pneus e resso.lage111,
artefatos de borracha. 1in1a para ,nadcir-J, cera par-d assoalho. tintura têxtil. 0.40 0,37
extn1ç.ão de 1anino. óleo lubrific.ante, derivados: de petróleo. indústria de sinléti·
cos, resinas anificiais)
Couros e peles
Até 100 kW 0.43 0,27
Acima de 100 kW e até
l - Indústria de peles. cunun1e e indlístria de couro 0.29 0,2 1
300 kW
Acima de 300 k\V 0,45 0,43
Produtos de matéria pláshca
Até 150 kW 0.54 0.23
1 - Indústria de plástico (beneficiamento de plástico e espuma)
Acima de 150 kW 0.40 0,55
2 - Recuperação de plá.~tieo 0,6 1 0.38
3 - Indústria de embalagem de plástico (sacos plásticos, cordas e fios plásticos) 0.52 0.35
T êxtil
l - 8cneficia1ne1uo e industrialização de algodão 0.25 0,31
2 - Fi<1ção (sem especificação) 0,57 0.58
3 - Torção e rotação de fios: indústria de linhas para coser 0,48 0,68
4 - I ndústria têxtil - 1ecclagcn, - fábrica de 1ecidos 0.58 0,40
5 - Fiação e tecelagcn1 associados 0,47 0,45
6 - Fábrica de tecidos de tergal. de tecidos de fios plásticos. de tecidos de algodão 0,47 0,34
7 - Fábrica de 1ncias. rendas. n1alharia. chcnilhas e pelúcia 0.46 0.45
8 - Tecelagen1 de sacos 0,60 0,29
Vestuário, calçados e artefatos de tecído
l - Indústria de chapéus associado ou não a calçados ou a confecções têx1cis 0.46 0,24
Até 150 kW 0,33 0,27
2 - lnchlstria de calçados: calçados plásticos
Acima de 150 kW 0.59 0,26
(continua)
SU$W li

Capítulo .4 • Planejamento do instalação 113

lconrinvaçiio)
Ramo de atívidade da empresa Potêncía instalada g e
Produtos ali1nentares
l - Fábrica de chá. bencficia,nento de chá 0.43 0.38
Até IOOkW 0,60 0.17
2 - Beneficia.n1e1Ho de café e a,·roz, associada ou não ao a,nendoim
Acima de 100 kW 0.26 0.18
3 - Beneficiamento de café associado ao algodão à rnção. ao cereal - Até90kW 0.50 0.09
Benelician1cnto. torrefação e ,noagcnt de café Acima de 90 kW 0,45 0.15
4 - Ucncficia,nento de a1nendoin1. ass1Xiado ou oão ao café 0.26
5 - Bcneticia1nento de café 0,45 0. 13
6 - Bcncticia1ncnto de arroz - 111ác1uina de arroz 0,64 0.23
7 - Cli1natização de banana - industrialização de banana 0.39 0,43
8 - Industrialização de laranja (barracão de laranja~benefician1ento de laranja,
0.59 0,25
comércio e embalagem de laranja)
9 - Indústria de gelo Até 500 kW 0,64 0,53
Acima de 500 kW 0,62 0.7 1
10 - lndúsll'ia de óleo vegetal - extraçilo de óleo vegetal 0.37 0.47
11 - Fecularia (se1n especificação) - fábrica de farinha 0.33 0. 16
12 - Fecularia de 1ni1ho 0,54 0,22
13 - Produtos derivados da n1andioca (fecularia. ração de ,nandioca,
0,36 0,25
industrialização de n1andioca)
14 - Abate de anirnais (indústria e cornércio de frongos. ,na1adouro. abate de
0,38 0.39
aves, fábrica de conservas de carne)
15 - lndus tríalização de pe.~cado 0,46 0,4()
16 - Frígorítico 0.41 0.42
Até60kW 0,71 0,30
Acima de 60 kW e até
l7 - Rc..'\fria1ncn10 de leite. posto de recebi1ncn10 de leirc 0,63 0.37
IOOkW
Acima de 100 kW 0.44 0.38
18 - Pas1eurização de leí1e e/ou man,eiga 0.57 0.29
Até50kW 0.78 0.33
19 - lndus1rialização de leite (sen1 especificar a oper"çào. laticínios. usinas de
Acima de 50 kW 0.63 0.39
leite, cooperativa de leite)
Acima de 150 kW 0,56 0.48
20 - Derivados de leíte (fábrica de leite em p6, queijo. manteiga) 0,33 0,38
21 - Fabricação e refino de açúcar, associado ou não à fabricação de álcool,
0.28 0,39
melaço o u moogem de café
22 - Fabricação de ,nassas a1i1nentícítts - pastifício 0.50 0,35
23 - Produtos alirnentares diversos (fábrica de rações, farinha de ossos, 111oagen1
0,50 0,26
de l'açâo, farelo~geléia. conservas de , 1egerais. veg_crais indus1rializados)
Bebídns
A1é80kW 0.72 0.16
1 - Indústria de bebídas (cerveja, reírigeranles)
Acima de 80 kW 0.49 0.40
Até 140kW 0,38 0.27
2 - indústria de aguardente (destilaria, alan1biquc, engenho)
Acima de 140 kW 0,28 0,42
3 - Engarrafamento de água e de aguardente 0,55 0,34
4 - E.x.1ração de suco cítrico e derivados (indústria de sucos. indústria de suco de
0.73 0,58
laranja)
(continva)
SU$W li

114 lnslalações elétricas

(continuação)
Ramo de atívídade da empresa Potência inS1alada g e
Indústria de transforn1açõcs divcrs<L'i
1 - Diversos (fábrica de enfeite.e; me1áHcos, instru1nen1os n1usicais. jóia..~; indústria
0.36 0.24
gráfica, annações de óculos. perucas. escovas. cadcmos)
lndústría de oonS1ruçiio
1 - Construção c ivil (engenharia de const'rução, cante iro de obras, constn1tora) 0,45 0.29
2 - Pavimentação - terr.:tplenagen1 - construção de estradas (cons1rução., pavimen-
0.38 0.31
1ação e/ou conservação de es1radas)
Agr icultura e c riação de animais
Até80kW 0,25 0,30
Acima de 80 kW e até
1 - Agricultura (estação experimental de agricultura: pesquisa de agricultura) 0.38 0,37
150 kW
Acima de 150 k\V 0.18 0.36
Até 150 kW 0.30 0.31
2 - Agropecuária
Acima de 150 k\V 0.19 0.34
3 - Criação de eqüinos 0.36 0,40
4 -Granja (sem especificação) Até 70 kW 0.74 0,40
Acima de 70 k\V 0.45 0.47
5 - Avicultura (granja avícola. agricuhura e avicultura, agropc-cuária e avicultura) 0,33 0,43
6 - Incubação de ovos 0.32 0.47
7 - Floricultura e fruticultura (granja e cultivo de flores. irrigação de norcs) 0.45 0.30
8 - Posto de se,ncnte (classificação. secagen1. tratamento de sen1e111es) 0.23 0,23
9 -Alividades agrícolas. diversas (alividade rural senl especificação. cultivo de
cogu1nelo, rcnorcsta1nenro, cooperJtiva agrícola, hortoflorestal, produção de 0,27 0,36
1n udas1 piscicultura. prestação de servjços e agriculU.1l'a)
Serviço de tr••nsporte
1- Ferrovia 10.28 10.40
Serviço de alojamento e alirnentação
Até80kW 0,56 0,30
Acima de 80 kW e até
1 - Hotel e n1otel 0.19 0.37
200kW
Acima de 200 kW 0,16 0.51
2 - Hotel e restaurante, refeitório e alojan1ento 0,31 0.34
3 - ResraurJ1ue (cantina, bar e restaurante. escritório e refeitório) 0,77 0.50
Ser\•íço de n,nnutençâo, reparaçiio e conservação
1-Oficina 1nec.ânica (oficina de locomo1ivas. manutenção de locomo1ivas.
retífica de n1áquinas de temtplenage,n. garagen1 e oficina, recondjcionan1ento 0,35 0,31
de máquinas, escritório e oficina)
Serviços 1>essoais
Até80 kW 0.37 0.28
Acima de 80 kW e até
1 - Hospiral (as.~istência hospitalar, Santa Casa, hospilal com pro,no-socorro) 0,31 0,38
200kW
Acima de 200 k\V 0. 18 0.46
2 - Hospital psiqui~\trico 0.43 0.49
3 - Ambulatório. centro de saôde 0.22 0.23
4 - Hospital e matemidade 0.24 0,37
Até 100 k\V 0.40 0,22
5 - Sanatório
Acima de 100 k\V 0.27 0.39
(continua)
SU$W li

Capítulo .4 • Plonejomenlo do in,tolação 115

(continuação)
Ramo de a tividade da empresa Potência instalada g e
6 - Es1abeleci111en10 de ensino de ,~ e 2~· graus: traclicional (es1abelecirnen10 ele
ensino técnico-educacio-nal. educandário. ginásio pluricurricular. escola nonnal. 0.36 0. 17
colégio, ginásio. escola, centro educacional. instituto de educação)
7 - Estabclecilnento de ensino superior: faculdade 0.35 0,33
8 - Escola profissionalizante (estabeleci1nen10 de ensino indus1rial. escola do
Se.nai. ginásio industrial, ginásio vocacional. escola profissionalizante, colégio 0,29 0,23
técnico-agrfcola 1 ginásio orientacio11al)
Serviços comerc1a1s
..
1 -Annazéns gerais (silos e amlazén1. depósito de n1ercadorias. depósito de Até40kW 0.44 0,34
gêneros alünentícios. annazé1n de café e cereais. depósilo e d istribuição de
petróleo e derivados) Acima de 40 kW 0,24 0.33
Entidades financeiras
1 - E.stabelecintento de crédho (banco. es1abeJecirltento bancário. casa bancária. Até80kW 0,59 0,32
centro de computação de dados de banco) Acima de 80 kW 0,61 0,25
Co1nérc10 varejista
l - Contél'cio varejista de ve{culos (agência de veículos. agê.ncia de tratores, con· Até60 kW 0.52 0.23
cessionária de veículos, associada ou não ao pos10 de gasolina e oficina. co1nér·
cio de 1náquina..~ e in1plen1entos agrícolas) Acima de 60 kW 0.28 0.24
Até40 kW 0.67 0.43
2 - Posto de gasolina. associado ou não à lubrificação
Acima de 40 kW 0,41 0,53
Até90kW 0.58 0.49
3 - Posto e res1aurante
Acima de 90 kW 0.46 0.53
4 - Posto de ga.wlina associado a outras forn1as de co1nércio (exceto restaurante e
0.41 0.22
lubrificação)
Até80 k\V 0.62 0,59
5 - Su1>em1ercado, associado ou não à panificação
Acima de 80 kW 0.49 0,5 1
- enlldades e associaçoes
Fundaçoes, - de fins nao lucrallvos -
l - Entidades beneficentes, religiosas e assistenciais (instituto bíblico, assistência Até 130kW 0, 16 0,20
social, pro1noç;lo social. n1os1eiro, i11S1ituto bcncficiente, previdência social. asilo) Acima de 130 kW 0,26 0,43
2 - Organizações para a prática de esporte (praça de esportes. c lube de campo, Até 150kW 0,52 0,23
clube náu1ico~ c::unpo de fu1ebol, clube esponivo e re.creacivo. ginásio de
esportes, sociedade esportiva) Acima de 150 kW 0,31 0.39
Até70 kW 0.47 0,34
3 - Colônia de férias: balneários
Acima de 70 kW 0.23 0.25
Até80kW 0.62 0.24
4 - Clube social (clube, clube recreativo. centro rccrea1ivo)
Acima de 80 kW 0.41 0.27
-
Serviço de cornun1caçoes
Até 75 kW 0.58 0,50
1 - Tclcco1nunicações
Acima de 75 kW 0.13 0,35
Indústria de utilidade pública
1 - Trotomento e distribuição de água (abastecimento de água. bomba, poço. Até 150 kW 0.67 0,53
trata1nen10) captação, serviço de água e esgoto) Acin,a de 150 kW 0,53 0,58
Admini~1raç:ão pública direta e autírquica
1 - Adn1inistração ptíblica 1nunicipalt federal ou es1adual (cadeia, delegacia de Até70 kW 0.31 0,29
polícia. paço. f6ru1n. auditório. depaname.nto de estr..i.da de rodage1n) Acima de 70 kW 0, 14 0,35
2-Quanel 0.29 0,39
Residenchll
Até IOOkW 0,35 0,41
l - Administração de prédios de depana1nentos
Acima de 100 kW 0.13 0,29
Até200kW 0.39 0,33
2 - Resideocial (re.sidência, colônia residencial. núcleo residencial)
Acima de 200 kW 0,20 0.33
SU$ W ü

11 6 lnslalações elétricas

Taliela 4.2 • Fatores ele ilemanela para iluminafão e toiiicii:las ele uso geral em uniclãdes residen·
ciais e acomodafÕOS ele hotéis, motéis e similares (Fonte: NBR 5410:2004)

Potência - P (k W) Fator de demanda(%)
O < P :S I 86
l < P:S2 75
2 < P :S 3 66
3 < P :S 4 59
4 < P:S5 52
5 < P:S6 45
6 < P :S 7 40
7 < P:S8 35
8 < P:S9 31
9 < P :S 10 27
Acima de 1O 24

f Tabela 4 .3 • coletivo,
Fatores ele demanda para iluminQfãa e tomadas ele uso geràl em edificQfões ele uso
com finalidade comercial ou industrial (Fonte: AES Eletropaulo) 1
Dcscrii;ão Fator de demanda(%)
Auditórios. salões para exposiç~io e sernelhantes 1.0
Bancos, lojas e sen1elh:u11es 1,0
Barbearia.'i, salões de beleza e semelhant.es 1.0
Clubes e se1nelhantes 1.0
1,0 para os primeiros 12 kW e
Escolas e sen1elh.antes
0,5 pam o que exceder a 12 k\V
1,0 pam os primeiros 20 k\V e
Escri1órios
0.7 para o que exceder a 20 kW
Garagens co1nerciais e semelhantes 1.0
0.4 para os primeiros 50 kW e
Hospi1ais e sc1nelhantes
0.2 para o que exceder a 50 kW
Igrejas e semelhantes 1.0
Indústrias 1,0
Restaurantes e se,ne1hantes 1,0

Tabela 4.4 • Fatores de demanda para aparelhos ele ar-condicionado (tipo janela ou centrais indivi·
duais) ªf>licáveis a edifícios reoiclenciais e comerciais (Fonte: AES Eletrof'_Clulo)
-- -
Número de aparelhos Faiõr d-;;r.;;;anda (%-) - -
2 88
3 82
4 78
5 76
6 74
7 72
8 71
9 a li 70
12 a 14 68
15 a 16 67
17 a 22 66
23 a 20 65
31 a 50 64
Acimade50 62
NoLa.: Em Ulll3 unid.td~ residencial eon, tnais de um .1p.1.relho. tt(01nenda-se uülizat g • 1.
SU$ W li

Capítulo .4 • Planejamento do instalação 117

ITatiela 4 ,5 • !Fonte:
Fatores demandei de alguns equipamentos ele usa residencial
AIS El~ulo)
de
l
Chuveiro, torneira Máquinas de lavar Aquecedor Fogão elétrico, Máquina de secar
Núrnero de Hídro-
elé,trica, aquecedor indi· louças, aquecedor cen- central de- fomo de roupas. sauna. 1nassagem
aparelhos
vidual de passagen1 traJ de passagem acun1ulação n1icroondas ferro elétrico
01 100 100 100 100 100 100
02 68 n 71 60 100 56
03 56 62 64 48 100 47
04 48 57 60 40 100 39
05 43 54 57 37 80 35
06 39 52 54 35 70 25
07 36 50 53 33 62 25
08 33 49 51 32 60 25
09 31 48 50 31 54 25

'ºª 11
12 a 15
30
29
46
44
50
50
30
28
50
46
25
20
J6a 20 28 42 47 26 40 20
21 a 25 27 40 46 26 36 18
26 a 35 26 38 45 25 32 18
36a40 26 36 45 25 26 15
41 a45 25 35 45 24 25 15
46a 55 25 34 45 24 25 15
56a65 24 33 45 24 25 15
66a 75 24 32 45 24 25 15
76a80 24 31 45 23 25 15
81 a90 23 31 45 23 25 15
9 1 a 100 23 30 45 23 25 15
101 a 120 22 30 45 23 25 15
121 a 150 22 29 45 23 25 15
151 a 200 21 28 45 23 25 15
201 a 250 21 27 45 23 25 15
251 a 350 20 26 45 23 25 15
351 a 450 20 25 45 23 25 15
451 a800 20 24 45 23 25 15
801 :1 1.000 20 23 45 23 25 15
Norns:
1. So,ucn1e p,.1r.l. o cálculo da dcm.:'lnda de cl1u\·ciros elé1riros e aqucct~ clt eticosde passagem ulilb..·1dos e,n lav':l.1órios. pias e bld~. e,n qualquer
dí:J)("1tdênci:t d:t uttidàde de consu,no. dt\'tOt·se $01nar a.~ qu3111idade-s de aparelhos é aplic3r o fator de dcrn:J.nda COl'1\1'$po11den1e à w n1a16ri:1 de suas
po1énci:1s. P.'.lr.l os demais equipa,ne1uos. 3 detcnnin~lO do f3h)f d~m.'l.Oda dt\'t ser feha por tipo de cquip.tn~n10.
2. l:Wa fomos cléuicos illdus1riais a dcmand3 dC\'C ser de 100% i»ra q1.1al,qucr qua111ld3dc. dc .'tp.1tclhos.

energia no local da instalação em quesrão. Sempre con- b) Aplica-se o fator de demanda ele 100 por cenro para
sulte as rabeias específicas da concessionária local. o moror de maior potência e 50 por cenro para os
demais motores, em kVA.
Motores elétricos
De acordo com a orientação da concessionária AES Cargas especiais
Elerropaulo, a demanda dos motores elétricos deve ser De acordo com a orienraç.'\o da concession.iria AES
determinada conforme a seguir: Elerropaulo, são considerados equi1>amentos especiais os
a) Converre-se as potências ele motores, de CV/HP para a1>arelhos de raio X, as máquinas de solda, os fornos elétri-
kVA, utilizando-se a Tabela 4.6. cos a arco, os fornos elétricos de inclução, os retificadores
SU$W li

11 8 lnsloloções elétricas

Talitla 4 ,6 • Fatores ele clemancla de motores elétricos. (Fonte: AES Eleh apaulo)

Potêncía no,ninal Potência absorvida na rede Corrente à plena carga (A] Corrente de partida [AI
cos g) médio
(CV ou HP)
kW kVA 380V 220V 380V 220V
1/3 0,39 0,65 0,90 1,70 4.10 7, 10 0.6 1
1/2 0,58 0.87 1.10 2.30 5.80 9,90 0,66
3/4 0.83 1.26 1,90 3,30 9.40 16.30 0.66
1 1.05 1.52 2.30 4.00 11.90 20.70 0.69
1,5 1,54 2.17 3,30 5.70 19.10 33.10 0.7 1
2 1,95 2.70 4.1 0 7,10 25.00 44,30 0,72
3 2,95 4,04 6. 10 10,60 38.00 65,90 0.73
4 3,72 5.03 7.60 13.20 43.00 74.40 0.74
5 4,51 6,02 9, 10 15,80 57.10 98,90 0,75
~
1.5
-~ 6.57 8.65 12.70 22.70 90.70 157.10 0.76
~
~ 'º
12.5
8,89
10.85
11 .54
14.09
17.50
2 1.30
30.30
37.00
116.10
156.00
201, 10
270.50
0.77
0.77
YI
...
o 15 12,82 16,65 25.20 43,70 196.60 340,60 0.77
õ
:. 20 17,01 22, 10 33,50 58,00 243,70 422, 10 0,77
25 20.92 25,83 39,10 67,80 275,70 477,60 0,8 1
30 25,03 30,52 46,20 80, 10 326,70 566,00 0,82
40 33,38 39,74 60.20 104,30 414,00 7 17,30 0.84
50 40,93 48.73 73,80 127.90 528.50 9 15,50 0.84
60 49.42 58, 15 88.10 152.60 632.60 1.095.70 0.85
75 61.44 72.28 109.50 189.70 743.60 1.288.00 0.85
100 81.23 95.56 144.80 250.80 934.70 1.6 19.00 0.85
125 100,67 117,05 177,30 307,20 1162.70 2.0 14.00 0,86
150 120,09 141,29 2 14,00 370,80 1455.90 2.52 1,70 0,85
200 161 ,65 190,18 288, 10 499,10 1996.40 3.458.00 0 .85
1/4 0,42 0.66 5.90 3.00 27.00 14.00 0.63
~
1/3 0,5 1 0.77 7,10 3,50 31,00 16.00 0,66
..
8
1o 1/2
3/4
0,79
0.90
1,18
1,34
11 ,60
12,20
5,40
6, 10
47,00
63.00
24,00
33,00
0.67
0.67
"e
o
1 1,14 1,56 14,20 7, 10 68,00 35,00 0,73
YI
...
o 1,5 1,67 2,35 21,40 10,70 % ,00 48,00 0,71
õ
:. 2 2,17 2,97 27,00 13,50 132,00 68,00 0,73
3 3,22 4,07 37,00 18,50 220,00 110,00 0.79

e os equipamen1os de elelrólise, as máquinas injetoras e Previsão de cargas de iluminação


as extrusoras de plástico ele.
A demanda, em kVA, desses equipamentos pode ser
e tomadas em locais destinados à
determinada consicleranclo-se 100 por cento da potên· habitação
eia, em kVA, cio maior equipamen10 e 60 por cento da No caso de locais destinados à habitação - as uni·
potência, em kVA, dos demais equipamen1os S(>mados. dades residenciais (casas e apartamen1os) e as acomoda,
SU$W li

Capítulo 4 • Plonejomento da instalação 1 19

çôes (apartamentos) de hotéis, Oats, motéis e similares - Quanto à potência a ser atribuída a cada ponto de
a detenninação da potência instalada e da potência de tomada, ela é função dos equipamentos que o ponto
alimentação pode ser feita, segundo a NBR 5410, consi- poderá vir a alimentar e não cfeve se-r inferior aos seguin-
derando-se as seguintes condições: tes valores 1nínimos:
• Em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas,
lluminafÔO áreas ele serviço, lavanderias e locais análogos, no
A potência de iluminação mínima de dado local é mínimo 600VA por ponto de tomada, até três pontos,
obtida em função da área ($) : e 100 VA por ponto para os excedentes, consideran-
• P.lra S s 6 m' adota-se 100 VA. do-se cada um desses ambientes separadamente.
• P.lra S > 6 m' adota-se 100 VA para os primeiros 6 Quando o total de tomadas no conjunto desses
m2 e son1a-se 60 VA J)<1ra cada 4 m l inteiros. ambientes íor superior a seis pontos, admite-se que o
critério de atribuição de potências seja de no mínimo
Ponto s de tomada 600 VA por ponto de tomada, até dois pontos, e 100
VA por ponto para os excedentes, sempre conside-
O número ele pontos de tomada deve ser determina- rando e.ida um dos ambientes separadamente.
do em função da destinação do local e dos equipamen- • Nos demais cômodos ou dependências, no mínimo
tos elétricos que podem ser nele utilizados, observando- 100 VA por ponto de tomada.
se no mínimo os seguintes critérios:
A NBR 5410 indieaque emcadaeômodoou dependência
• Em lxlnheiros, deve ser previsto pelo menos um deve Ser previ$fo pelo n1enos u1n ponto de luz fixo no teto.
ponto de ton1ada próximo ao lavatório. comandado por interruptor. No enranto. adn1ite-se que o
• Em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de sesviço, ponto de luz, fixo no teto seja substituído por ponto na
cozinha-área de sesviço, lavanderias e locais análogos, parede em espaçoo sob escada. dep6si100, despensas. lava·
deve ser previsto, no mínin10, un1ponto de toma-c"-1 para bos e varandas. desde que de pequenas dimensões e onde
cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, e acima da banca- a colocação do ponto no teto seja de difl<:il exe<:uçi!o ou
da da pia deven1 ser previstas1 no n1ínin10, duas ton1adas não conveniente. Além disso, nas acomodações de hotéis.
motéis e similares, pode-se substituir o ponto ije luz fixo
de corrente, no mesmo ponto ou em pontos dist.intos.
no reto por tomada de corrente, com potência mfuima de
• Em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de 100 VA. comandada por intem,pcor de-parede.
tomada, admitindo-se que o ponto de tomada não seja
instalado na própria varanda, mas próximo ao seu acesso,
quando a varanda, por razões construtivas, não comportar Potência de alimentação de
o ponto de tomada, quando sua área for inferior a 2 n>' ou, iluminação e tomadas
ainda, quando sua prof1indiclade for inferior a 0,80 m.
• Em salas e dormitórios devem ser previstos pelo A potência de alimentação de iluminação e tomadas
n1enos un1 ponto de lon1ada para cada 5 01, ou fração pode ser calculada por:
de perímetro, devendo esses pontos ser espaçados
tão uniformemente quanto possível. Particularmente, Pa = (/'""'" + P,.5)g + (4.30)
no caso de s.1las de estar, deve-se atentar para a pos-
sibilidade de que um ponto de tomada venha a ser onde
usado para alimentação de mais de um equipamen-
• J'ilu.·m = potência instalada de ilu1ninaÇ<io.
to, sendo recomendável equipá-lo, portanto, com a
quantidade de tomadas julgada adequada.
• P.,, = potência instalada ele tomadas de uso geral.
• g = fator ele demanda relacionado na Tabela 4 .2, em
• Em cada um cios demais cômodos e dependências de
função ela potência instalada de iluminação e toma-
habitação devem ser previstos pelo menos um ponto
das de uso geral (P;i.,,. + P,.g).
ele tomada, se a área do cômodo ou dependência for
igual ou inferior a 2,25 m' (admite-se que esse ponto
seja posicionado externamente ao cômodo ou L"' PN.; = soma das potências nominais dos
dependência, a até 0,80 m no máximo de sua porta ,. , equipamentos específicos.
ele acesso). Se a área do cômodo ou dependência for
Deve-se ainda observar que:
superior a 2,25 m1 e igual ou inferior a 6 m1, deve ser
previsto um ponto ele tomada. E se a área cio cômo- • O fator de potência das cargas de iluminação depen-
do ou dependência for superior a ó m' , deve ser pre- derá do tipo de lâmpada utilizada. Como geralmente
visto um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração são utilizadas Ul"mpadas incilndescentes, o mais
de perimetro, devendo esses pontos ser espaçados comum é adotar-se um fator igual à unidade, Para
tão uniformemente quanto possível. outros tipos de lâmpadas, ver Quadro 4.1.
SU$W li

120 lnslalações elétricas

• O fator de potência atribuído às tomadas de uso geral (a) Os valores mínimos das cargas de i luminação são:
é, quase sempre, igual a 0,8 indutivo;
• Hall: l 00 VA
• Para a instalação global, no caso de ilun1inação incan-
• Salas: 40 m' = 6 m' + 8 X 4 m' + 2 m2 _ _
descente, adota-se o íator de potência 0,95 i11dutivo.
100 + 6 X 60 = 580VA
En, projetos, para o din1ensionamento de circuito, • Varanda: 100 VA
com respeito às tomadas de uso geral, observe que, • Lavabo: 100 VA
quando se atribui certa potência aparente a uma tomada • Distribuição: 11 m' = 6 m' + 1 x 4 m' + 1 m'
de uso geral, corno 100 ou 600 VA nos locais de habita- _ _ 100 + 1 X 60 = 160VA
ção, considera-se, na real idade, um fator ele utilização. • Dormitório 1: 18 m 1 = 6 m1 + 3 x 4 m 2 _ _
Assim, 1>0r exemplo, para uma tomada de 1 O A em 100 + 3 X60 =280VA
um circuito de 127V, a potência nominal é igual a 10 X • Banheiro 1: 100 VA
127 = 1.270 VA, e os fatores de utilização serão: • Dormitório 2: 14 rn' = 6 rn 2 + 2 X 4 m'__
100 + 2 X 60 = 220VA
100
• Para 100 VA ---> l.270 = 0,078 • Banheiro 2: 100 VA
• Dormitório 3: 20,25 m' = 6 m' + 3 X 4 m' +
600 2,25 m' _ _ 100 + 3 X 60 = 280VA
• Para 600VA ---> I.270 = 0,47 • Copa-cozi nha: 24,75 m' = 6 ml + 4 x 4 m' +
2,75 m 2 _ _ 100 + 4 X 60 = 340VA
• Área ele serviço: 16,5 m' = 6 m2 + 2 x 4 m' +
EXEMPLO 2,5 m•__ 100 + 2 X 60 = 220 VA
• Quarto de empregada: 100VA
Calcule a potência instalada de um apartamento
• Banheiro de empregada: 100 VA.
padrão de um prédio residencial com as seguintes depen-
dências e respectivas dimensões (em metros): Os resultados estão na Tabela 4.7.
• Hall ele entrada 2x 2 lb) Determinação da quantidade e potência dos pontos
• Salas (conjugadas) 5X8 de tomadas de uso geral:
• Varanda 1,5 X 5
• Hall: 1 _ _ 1 X 100 = lOOVA
• Lavabo 1,5 X 1,5 • Salas: 26/5 = 5,2 _ _ 6 _ _ 6 x 100 =
• Distribuição 2 X 5,5 600VA
• Dorn1itório 14,5 X 4 • Varanda: 1 _ _ 1 x 100 s 100VA
• Banheiro 1 2,5 X 2 • Lavabo: 1 _ _ 1 X 100 = lOOVA
• Dormitório 2 3,5 X 4 • Distribuição: 15 I 5 = 3 _ _ 3 _ _ 3 X 100 =
• Banheiro 2 2 X2 300VA
• Dormitório 3 4,5 X 4,5 • Dormitório 1: 17/5 • 3,4 _ _ 4 _ _ 4 X
100 = 400VA
• Copa-cozinha 4, 5 X 5,5
• Banheiro l: 1 _ _ 1 x 600 = 600 VA
• Área ele serviço 3 X 5,5
• Dormitório 2: 15/5 = 3 _ _ 3 _ _ 3 x 100
• Quarto de empregada 2 X 2,5 = 300VA
• Banheiro de empregada 2 X 1,5 • Banheiro 2: 1 _ _ 1 x 600 = 600VA
Estão previstos os seguintes pontos ou pontos de • Dormitório 3: 18/5 = 3,6 _ _ 4 x 100 = 400
tomadas de uso específico: VA
• Copa e cozinha: 20/3,5 • 5,7 _ _ 6 _ _ (3
• Aquecedor de água (central) de 300 l itros, ou 2.000 X 600) + (3 x 100) = 2. lOOVA
W, na área de serviço • Área de serviço: 17/3,5 = 4,8 _ _ 5 _ _ 3
• Chuveiro de 6.000 W no banheiro de empregada
X 600 + 2 X 100 C 2.000VA
• Exaustor de 300 W na cozinha
• Quarto de empregada: 1 _ _ 1 x 100 • 100
• Forno de microondas de 1.200 VA (cos <1> = 0,8) na VA
cozinha • Banheiro de empregada: 1_ _ l X 600 = 600
• Lava-louç,1 de 2.800 VA (cos <f> 0 0,8) na cozinha
VA
• Torneira elétrica ele 5.000 W na cozinha
• Lavadora de roupa de 770 VA (cos <I> = 0,8) na área Os resullados estão na Tabela 4.7.
de serviço (c) D eterminação da potência instalada:
• Secadora de roupa de 5.000 W na área de serviço • Iluminação P,,,~ = 2.780 x 1 = 2.780 W
• Três aparelhos ar-condicionador de l 0.000 BTU/h, • Ton,adas de uso geral /',ur. =
1.400 W cada, um por dormitório. 8.300 X 0,8 = 6.640 W
SU$ W ü

Capítulo .4 • Plonejomenlo da in,talaçõo 121

J Tcmela 4.7 • Potência initalada ele um apartamento-padrão ele um préclio residencial J


Dimensões JlurninaçliO Tomadas de uso geral Tomadas/pontos de uso especifico
Depe·n dências Área Perín1etro N'de Potência N' de J>otência Potência
Descrição
(m') (m) pontos (VA) pontos (VA) (W)
Hall 4 - 1 100 1 100 - -
Salas 40 26 3 580 6 600 - -
Varand:l 7.5 - 1 100 1 100 - -
Lava.bo 2,25 - 1 100 1 100 - -
Distribuição li 15 1 162 3 300 - -
Dorrni16rio 1 18 17 2 280 4 400 Ar-colldicionndo 1.400
Banheiro I 5 - 2 100 1 600 - -
Donni16rio 2 14 15 1 220 3 300 Ar-condicionado 1.400
Banheiro 2 4 - 2 100 1 600 - -
Donnitório 3 20.25 18 2 280 4 400 Ar-condicionado 1.400

24.75 20 2 340 6 2. 100 Exaustor 300


Copa e Fomo de n1icroondas 960
cozinha
Lava-louças 2.240
'forncira elétrica 4.000
Área de 16.5 17 1 220 5 Aquecedor de dgua 2.000
2.000
serviço Secadora de roupas 5.000
Quarto de
en,pregada 5 - 1 100 1 100 -
Banheiro de
crnpregada
3 - 1 100 1 600
Chuveiro
6.000

175.25 21 2:780 38 8.300 24.700

m
Iluminação
• Tomadas/pontos de uso específico ~ PN./ =
j• I As cargas de iluminação (quantidade e potência)
P,,. = 24.700 W devem ser determínadas como resultado da aplícação da
• P.,., = 34.120 W ABNT NBR 5413. Para os aparell1os fixos de iluminação
à cfescarga, a potência nominal a ser considerada deve
(d) Determinação da potência de alimentação conside- íncluir a potência das lâmpadas, as perdas e o íator ele
mndo a Tabela 4.2: potência dos e<1uipamentos auxiliares.
• P,,., + P,,. = 9.420W _ _ g = 0,27 (Tabe~14.2)
• Da Expressão 4.30 _ _ P,1 = 9.420 X 0,27 + Pontos de tomada
24.700 = 27 .243,4 W
• Em halls ele serviço, salas de manutenção e salas ele
equipamentos, tais como casas de máquinas, salas
Previsão de cargas de iluminação e ele bombas, barriletes e locais análogos, deve ser pre-
tomadas em locais não destinados visto no mínimo um ponto de tomada de uso geral, e
à habitação aos circuitos terminais respectivos deve ser atribuída
uma potência de no mínimo 1.000 VA.
f\s prescrições da NBR 54 1O sobre cargas de ilumína-
ção e tomadas em locais não destinados à habitação • Quando um ponto de tomada for previsto para uso
(estabelecimentos con1erciais, i ndustriais, institucionais específico, deve ser a ele atribuída uma potência
etc.) são as seguintes: igual à potência nominal do equipan1ento a ser
SU$W li

122 lnslalações elétricas

alimentado ou à soma das potências nominais dos equi· EXEMPLO


pamentos a serem alimentados. Quando valores precisos
não forem conhecidos, a potência atribuída ao ponto de Em um quadro de distribuição de um local comer-
tomada deve seguir um dos dois seguintes critérios: a cial são ligadas as seguintes cargas cujas características
potência ou soma das potências dos equipamentos mais são indicadas na Tabela 4 .8:
potentes que o ponto pode vir a alimentar, ou a potência O quadro é alimentado por um circuito de distribui·
deve ser calculada com base na corrente de projeto e na ção trifásico (3F-N), 127/220 v.
tensão do circuito respectivo. Para calcular as potências de alimentação ativa, rea-
• Os pontos de tomada de uso específico elevem ser tiva e aparente, bem como a corrente de projeto, utili·
localizados no máximo a 1,5 m do ponto previsto za-se o quadro de carga ela Tabela 4.9.
Assim, tem-se, cios valores calculados na Tabela 4.9:
para a localização do equipamento a ser alimentado.
• Os 1>0ntos de tomada destinados a alimentar mais de • Da Expressão 4.25:
u1n equipamento devem ser providos com a quanti·
dacle adequada de tomadas. PA = 20,24 + li = 31,24 kW
Como verificado nas prescrições anteriores, a NBR • Da Expressão 4.26:
541O não faz nenhuma referência específica à quantida·
de e potência mínimas ele pontos de tomadas de uso QA = 13,21 + l ,88 = 15,09 kvar
geral, em locais não destinados à habitação. Isso não • Da Expressão 4 .27:
teria muito sentido, tendo em vista que a quantidade e a
potência das tomadas dependem do tipo ele ocupação SA = V 31,242 + 15,092 = 34,69 kVA
dos diversos locais.
Quanto à iluminação, geralmente o projeto especíli· • Da Expressão 4.28:
co é indispensável. No entanto, para os pontos de toma-
cos <1) = 3l.24 = 0.9
das ele uso geral, as sugestões referentes a escritórios e
34,69
lojas a seguir podem ser úteis em muitos casos: • Da Expressão 4.29:
• Para escritórios comerciais ou locais sin1ilares com 3
área igual ou inferior a 40 m1 , a quantidade mínima 111 =
31,24 X 10 = l, l A
9
de tomadas de uso geral deve ser calculada pelo cri- \/3 X 220 X 0,9
tério, dentre os dois seguintes, que conduzir ao maior
núnlero:
• Um 1>0nto ele tomada para cada 3 m, ou fração, de 4 .4 Corrente de projeto em
perímetro. circuitos terminais
• Um ponto de tomada para cada 4 m', ou fraç.io,
de área. No caso de circuitos terminais, a corrente de 1>roíeto é
• Para escritórios con1erciais ou locais análogos com definida, para várias cargas (do mesmo tipo), em função
área superior a 40 m1, a quantidade mínima de toma .. das potências nominais das cargas alimentadas. Dessa
das de uso geral deve ser calculada com base no maneira, se P,,~1é a potência nominal de uma carga gené-
seguinte critério: dez pontos de tomadas para os pri- rica, 11 é o número de cargas ecos <I> é seu fator de potên·
meiros 40 m2 e um ponto de tomada para cada 1O eia, a corrente de projeto é d1da pela Expressão 4.31:
,n2, ou fração, de área restante. n

• Em lojas e locais similares devem ser previstos pon- -


L PN.I
,• • (4 .31)
tos de tomadas de uso geral em quantidade nunca l
"- 1 · UN cos <l)
inferior a um ponto de tomada para cada 30 m2, ou
fração, não consideradas as tomadas para a ligação Para u1n circuito ternli nal que alin1enta uma única
ele lâmpadas, tomadas de vitrines e tomadas para a carga, de potência nominal P,,·, tem-se:
demonstração de aparelhos.
l ____P~.v_ _
11
(4.32)
• A potência a ser atribuída aos pontos de tomadas de - , . UN · cos<J>

uso geral em escritórios comerciais, lojas e locais


simi lares não deverá ser inferior a 200 VA por 1>0nto onde t é um fator que vale v':i (para circuitos trilási·
de tomada. cos e 1 para circuitos monofásicos.
SU$ W ü

Capítulo .4 • Plonejomento da instalação 123

[!atiela 4 ,8 • C..,..as em um quii<lro ele clistril>u~ão ele um local camercial .1


Potência
Potência Fator de Potência
Te.nsão aparente
nominal de Rendimento potência nominal Fator de
Quantídade no,ninal nominal de
u,.(V) salda P'.,· 11 nominal de entrada
entrada, s,.. demandag
(kW) cos<I> PN(kW)
(kVA)
Aparelho de ilu·
1ninação íluores- 32 220 4 • 0.04 0.7 0.85 2.5 - 1
centc

Aparelho de ilu-
1nin:tção incan~ 8 127 0.1 1 1 - - 1
descente
Tomada de uso
ge.r::il
28 127 - - 0.9 - 0.2 0.3

To1nada para ar-


condicionado
6 220 - - 0.8 - 2,2 1

To,nada para
chuveiro elétrico
1 220 - - 1 6 - -
Ton1ada para
aquecedor de
1nanni1as
1 220 - - 1 2,5 - -
To,nada para
1náquina 1 220 - - 0.8 2,5 - -
copiadora

Quando uma carga trabalhar com fator de utilização transporte vertical, refrigeração, produção de vapor,
menor que a unidade e esse íator for conhecido, nas bombeamento de água, preparação de alimentos e
expressões 4.25, 4 .26, 4.31 e 4.32, deve ser usada a aquecímentos de água).
potência máxima (ou de 1rabalho) da carga. Este é o caso • O dimensionamento dos equipamentos elétricos a
de certos equipamentos industriais de grande porte. serem utilizados nos diversos processos (como transfor-
madores e motores, aparelhos de iluminação).
• O dimensíonamento dos demais componentes elétri·
EXEMPLO cos a serem utilizados na instalação (como cabos,
condutos e barras).
Do quadro de distríbuição do exemplo anterior par·
• Cuidados a serem tomados na execuç.io da instalação.
tem os circuitos tern,inais indicados nas colunas 1, 2 e 3
• Regime de funcionamento dos diversos equipamentos.
da Tabela 4.10 a seguir. As respectivas correntes de pro·
• Manutenção da ínstalaçào (incluindo equipamentos).
jeto são calculadas, utilí2ando as expressões 4.3 1 e 4.32,
por meio das colunas 4, 5, 6, 7 e 6 da referida tabela. t fácil 1:>erceber que a conservação e o uso racional
de energia elétrica, no tocante à instalação elétriC<1 pro~
príamente dita, começ.,m no projeto, passam pela exe·
4 .5 Conservação e uso racional de cução e conti nuam con, a n,anutenção periódica.
energia elétrica A NBR 541O, que justamente se refere ao projeto, à
execução e à manutenção de instalações de baixa ten·
A conservação e o uso racional de energia elétrica em
são, n1uito e1nbora não seja especifican1ente un,a. norma
determínado loc.,I consístem, basicamente, em uti lizar o
que trate de conservação e uso racional de energia elé·
mfnimo de energia elétrica que possibilite a realiwção
trica, tem como um de seus objetivos garantir o bom
de todas as ativídades inerentes ao local. ~ conseguída
funcion<1n,ento da instalaçfio e i!.present.:i inún,eras pres·
com um conjunto de procedimentos que envolvem:
crições englobando a otimização de desempenho e a
• A escolha dos processos a serem utilizados para a redução de perdas, entre elas:
realização das atividades (por exemplo: iluminação,
-
~

(!àbela 4 .9 • Valores calculado s do exemplo 1 ;;


5'
Carga
PN(k\V) P,.., (kW)
Conjuntos de cargas

P..,,_ X g (k\V) tg <I> P..,. X g X tg q, (kvar) P,(kW)


Cargas Isoladas

tg <I> PN X tg <I> (kvar)


~
..·
õ
~

3'
flu1ninação nuorescenre 4 X 0,04 - 0229 32 X 0.229 = 7.33 7,33 X 1 = 7,33 0.62 7.33 X 0.62 = 4.54 - - - ê
0 ,7 '

llu1ni11ação incandes-
centc
0,1 =
1
o•I 8 X 0,1 = 0,8 0.8Xl=0,8 o 0,8 X O= 0 - - -
Tornadas de uso geral 0.2 X 0.9 • 0. 18 28 X 0,18 • 5.04 5.04 X 0,3 e 1.51 0.48 1.5 1 X 0.48 e 0,72 - - -

Ar-condicionado 2,2 X 0,8 = 1,76 6 X 1,76 = 10,6 10.6 X 1 = 10,6 0,75 10.6 X 0,75 = 7,95 - - -
Chuveiro elétrico - - - - - 6 o o

Aquecedor de n1am1i1a - - - - - 2,5 o o

Máquina copiadorn - - - - - 2,5 0.75 2,5 X 0,75 = 1.88

23.77 20,24 13,21 1t 1,88

(±1';.fl ,·~)
/• I
(±,.,
P;,,u · g, · tg <!>)
.
~ PN.j
j• I
) ,f /• I
PN.j . lg q,)
'
SU$W li

Capítulo .4 • Planejamento da instalação 125

Tabela 4 .10 • Circuitos terminais ele um quadro de distribui~õo e suas respectivas cornmtes
de .

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)


Circuito Potência Tensão Fator de Corrente de
Fator
Nºdo Nºde nominal non1innl potência projeto
Discriminação P,. (W) U.v (V)
1
1. (A)
circuito pontos <05 (~

1 llun1i113ção nuoresce,ue tO 229 220 1 0,85 12,2


2 llun1in.:içílo fluorescente 10 229 220 1 0.85 12.2
3 llun1inaçâo nuorescente 12 229 220 1 0.85 14,7
4 l lun1inação incandescente 8 100 127 1 1 6,3
5 To111aclas de uso geral 10 180 127 1 0.9 15,7
6 Tomados de uso geral 14 180 127 1 0,9 22
7 ·10,nada para ar-condicionado 1 1.760 220 1 0.8 10
8 Tornada para :lr-condicionado 1 1.760 220 1 0.8 10
9 Tornada para ar-condicionado 1 1.760 220 1 0,8 10
10 Ton1ada para ar-condicionado 1 1.760 220 1 0,8 10
li To1nada para ar-condicionado 1 1.760 220 1 0,8 10
12 To1nada pa.ra ar-condicionado 1 1.760 220 1 0.8 10
13 To,nada para chuveiro elé1rico 1 6.000 220 1 1 27,3
14 To1nada para aquecedor de n1annita 1 2.500 220 1 1 11.4
15 Ton1ada para n1áquina copiadora 1 2.500 220 1 0,8 14,2

• Exigência dos corretos dimensionamentos dos con- racional, selecionar, dimensionar e localizar os equipa·
dutores e equipamentos. mentos e outros componentes necessários para propor-
• Exigência de coordenação entre condutores e dispo· cionar, de modo seguro e eletivo, a transferência de ener·
sitivos de proteção contra correntes de sobrecarga, gia elétrica de uma fonte até os pontos de utilização.
limitando o aquecimento dos condutores e, portanto, O projeto de instalação elétríc.1 não se resume em
reduzindo as perdas. um simples trabalho mecânico ele consulta a tabelas e de
• Exigências do equilíbrio das cargas elétricas, evitan- aplicação de formas e fórmulas padroni zadas. Muito
do perdas decorrentes do desequilíbrio. pelo contrário, o projeto é dinâmico e diretamente liga·
• Exigência de instalação de condutores ele proteção cles- do aos avanços tecnológicos. O projetista deve conhecer
tinados a provocar a atuação ela proteção, eliminando a fundo todas as técnicas usadas pela engenharia elétri-
o deleito (e as conseqüentes r>erclas) rapidamente. ca, bem como toda a nonnalização aplicável; e, uma
• Exigência {e1n várias situações) de instalação de dis.· ve·z familiarizado com o projeto que vai executa,:. deve
positivos de proteção a corrente diferencial-residual, ter a preocupação constante com a conservação de ener·
que detectam e eliminam as correntes de fuga e de gia elétrica.
falta para a terra. Convém lembrar que o projeto de instalações elétricas
Nessas condições, pode-se afinnar que a conserva-
é apenas um dos vários projetos necessários para a cons·
troção de um prédio, assim, sua elaboração deve ser
ção e o uso racional de energia elétrica começa com a
conduzida em perfeita harmonia com os demais projetos
observ,;ncia da NBR 5410 e é completada com outras
(como arquitetura, estrutura e tubulações).
medidas específicas de cada caso.
Passa-se, agora, a enumerar as etapas que devem ser
seguidas em un1 projeto de instalações elétricas prediais,
4.6 O projeto de instalações válidas, a princípio, para qualquer tipo de prédio (indus-
trial, residencial ou comercial). A ordem indicada é a
elétricas
geralmente seguida pelos projetistas de empresas de
engenharia. No entanto, é bom frisar que, em muitos
O projeto e suas etapas casos, não só a ordem pode ser alterada, como também
Projetar uma instalação elétrica para qualquer tipo de etapas podem ser suprimidas ou, ainda, duas ou mais ela·
prédio ou local consiste essencialmente em, de maneira pas podem vir a ser única. São elas:
SU$W ü

126 lnslalações elétricas

• Análise inicial. Análise inicial


• Fornecimento de energia normal. ~ a etapa preliminar do projeto de instalações elétri-
• Quantificação da instalação.
cas de qualquer prédio. Nela, são colhidos os dados
• Esquema básico da instalação. básicos que orientarão a execução do trabalho. Consiste,
• Seleção e dimensionamento dos componentes. a princípio, nos passos descritos a seguir.
• Especificações e contagem dos componentes.
• Estudo, com o cliente e/ou arquiteto, ele todos os dese-
Elas são apresentadas resumidamente na Tabela 4.1 1 nhos constantes do projeto ele arquitetura- implanta-
e em detalhes nas seções ll'Análise inicial" a ção, plantas, cooes, de1alhes importantes, entre outros
' Especificações e contagem cios componentes•. -. verificando a utilização de todas as áreas do prédio.
Verificação do cronograma cl.1 obra.
I Tabela 4 .11 • EtaDOs de um DrOieta de instalaçãa e létrica Dara qualquer tiDO de prédio l
Etapa lllcmcntos necessários Determinar D<><:umcntos gerados
1. Análise inicial • Oes:c.nhos de arqui1eruro • Uso previs10 para iodas as áreas do prédio: • Tabela(s)/plantas(s)
• Contato co1n consul- li1ni1açõs físicas à insraJação con1 a classificação
1ores/projetis1as de • U,y,>ut (planta) dos equipan\en1os de utiliza- de 1od:,s as áreas
outros siste1nas do ç.ão previs1os quanto às innuências
prédio • Ct1rac1erís1icas eléiricas dos equipamenios de ex1ernas
• Cronog.ra1na da obra u1ilização previstos
• c1 ..ssificação de todas as áre~s do prédio
quanto às influências excernas
• Tipos. de linhas elétricas a serc,n utiliz.ad.ls
• Sc1ore.Wequipan1entos que nccessita1n de ener·
gia de subSliluição
• Setores que necei;sita111 de ilu1ninação de
segurança
• Equipa1nentos que neces.sita1n de ali1nentação
de segurança
• Resistividade do solo
• Es1i1nativa preJi1ninar de po1ência instalada e
de alimentação globais
• Loc.alii ação preferencial da entrada de e11ergia

2. Fornoci1nen10 de • Dados ob1idos em (1) • Modt1lidade e 1ensões de fomecimento: 1ipo


energia nonnal • Regula1nen10 da conces- de entrada
sionári3 • Ponto de entrada e localiz.açào de en1rada de
a Contato co,n a conce.v energia
sionária • Padrão de enrrada a ser utilizado
• Nível de cuno--circuito no pon10 de cn1rega
• Esquc,nla de aterriunento a ser(en1)
utilizado(s)

3. Quantificação da • Dados ob1idos em (1) • llu,ninação de todas as áreas: n1arcação dos


insto lação e (2) pontos de luz. e1n planta
• Ton1aclas de corrente e outros pontos de utiliza-
ção e,1n todas as áreas: n1nrcação en1 plan1a
• Divisão da instalação ent setores/subsetores
• Localização dos centros de carga dos
setore.Wsubsetores
• Potências ins1:1l11das e de ali1ncn1açâo dos
selores/subsetores e global

(continua)
SU$W li

Capítulo ,4 • Plonejomento do instalação 127

lconrinuaçiio)
Etapa Elementos necessários Determinar D<>cun1entos gerados
3. Quantificação da • Localização/características du(s) fontc(s)
instalação de subs1i1uição: rnarcação crn planta
(continuação) • Localizaçào/caracterlsticas da(s) fonte(s)
de segurança: n1arcação e1n plarua
• Tensões de distribuição e utilização

4. Esquema básico • Dados obtídos em (2) e • Esque1na unifilar b(1sico da instalação


da instalação (3) (Componentes e ligações principais)
5. Seleção e dimen· • Dados obtidos cm (2), • Seleção dos con1ponentcs da entrada: • Esquen1as unifiliares
sion,unen10 dos (3) e (4) din1ensionan1cn1os • Esquernas trifilares
cornponentes • Seleção dos componentes da(s) • Esl)uen1as funcionais
subes1ação(ões): din\ensiona,nen10 • Desenhos de
• Seleção dos con1ponentes das linhas elétricas ilun1inação
e respectivas proteções: din1ensionan1en1os • Desenhos de força
• Seleção dos cornponcntes dos aternunentos • Desenhos da entrada
funcional e de proteção~ din1ensionan1e1uos • Dc.~cnhos de
• Seleção dos componentes do(s) sistcma(s) de a1erra111en10
proteç.ão con1ra descargas a11nosféricas • Desenhos de
• Co1nplcn1cntação dos desenhos pá.ra-raios
• Cálculos de cuno-circuito • Me111ória de cálculo
• Verificação da coordenação seletiva das
proteções
• Revisão dos desenhoS/veriticaçcão de
interíerê11cias

6. Especificações e • Dados obtidos em (5) • Especificações dos co111ponentes • Especificações dos


con1agen1 dos • Con1agen1dos con1ponenres co1n1>0nentes
con1ponentes • Lista/relação
quantitativa dos
con1ponentes

• Determinação, com o cliente e/ou consultores e pro- ela instalação (como cabos em bandejas, em eletro-
jelistas dos demais sistemas a serem implantados no clutos embutidos. em eletrodutos aparentes, barra-
local (hidráulicos, tubulações, ar-condicionado, mentos blindados e sistema vndercJrper).
entre outros), do layout cios equipamentos de utiliza- • Verificação de quais setores e/ou equipamentos
ção (elétricos), de suas características de instalação e necessitam de energia de substituição. ~ o caso, por
funcionamento e, muitas vezes, no caso de instala· exemplo, de centros de processamentos de dados
ções industriais, dO(s) iluxograma(s) do(s) processo(s) (CPDs), de elevadores, ele certos equi1>amentos envol-
envolviclo(s). Devem também ser estudadas as possí- vidos em determinados processos etc.
veis limitações (físicas) à instalação de componentes • Verificação dos setores que necessitam de iluminação
elétricos nos diversos locais, graças à instalação pre- ele segurança e dos e<1uipamentos que necessitam de
vista para con1ponentes não elétricos dos outros sis· alimentação ele segurança (por exemplo, bombas ele
temas (por exemplo, tubulações de água, ele ar-con- incêndio e elevadores utilizados para a evacuaÇ<i.o de
dicionaclo e de outros fluidos). · locais).
• Em função dos dados obtidos anteriormente, devem • Estimativa preliminar de potência instalada global e
ser classiíicadas todas as áreas do prédio quanto às de potência de alimentação (demanda) global, obti-
influências externas, tendo e,n vista o meio an1biente, das, em geral, com base em tabelas ele densidade de
as utilizações e a construção. Para consulta posterior, potência e de fatores ele demanda e de carga conve-
devem ser anotadas eventuais restrições existentes nientes. Como exemplo, são apresentadas as tal)elas
quanto ao tipo ou uso <fe componentes nos vários 4. 12, 4.13 e 4.14, relativas a densidades de potência
locais. típicas.
• Determinação dos tipos de linhas elétricas a serem • Determinação da localização preferencial da entra-
utilizadas em função das características e limitações da, que pode ser, dependendo da instalação, cabina
SU$W li

128 lnslakições elétricas

primária, subestação, cabina de barramentos ou sim- provém de rede de distribuição de energia elétrica (de
ples caixas de entrada. Densidades de potência típi· baixa ou de média tensão), ou seja, da concessionária.
cas de força motriz em áreas de produção industriais. Assim, nessa fase, é imprescindível conhecer os regu-
lamentos locais de fornecimento ele energia e, quase
Fornecimento de energia normal sempre, estabelecer contato com a concessionária, a fim
Nessa etapa, deverão ser cfetenninadas as condições de determinar:
em que o prédio será alimentado com a energia elétrica • O tipo de sistema de distribuição (rede aérea ou sub-
chamada NnormalN, ou seja, a energia que o alimentará terrânea, em n1édia ou en1 baixa tensão) e ele ent,rada
em condições normais. Esta, na maior parte dos casos, (aérea ou subterrânea).

I Taliela 4.12 • Densidacles de ~tência tí~icas de ~ a motriz em áreas ele ~ ução industriais J
Atividade Densidade de potência (kVAim')
Pintura 0,35
Caldeiraria 0.45
Usinagcm 0.30
Montagem 0.07
Expedição 0.05
Trata1nento rénnico 0,70

I Tai)ela 4.13 • Densidacles de DOtência típica s oara diversos locais J


Densidade de potêncía (VAirn')
Local Outros equipamentos (com exceção
Iluminação e tomadas de uso geral
de ares-condicionados)
Auditórios/le~uros
• Geral 20-30 o
• Palco 200-400 5
Galerias de arte 45-60 IO
Ag(ncias b.1ncárias 35-45 20
Lanchoneces 50-60 10
Igrejas 20-40 5
Lojas 30-70 5-15
Garagens co,nerciais 5 2
Hospi1ais 20-30 10
Hotéis
• R«:epção 60-80 5
• Apar1an1e11tos/quarros 15-25 5
Laboratórios 50-70 50-200
Bibliotecas 40-70 10
Centros n1édicos 40-60 20
Motéis 15-20 5
Prédios de escritórios 50-70 20
Restaurante 20-30 3
Escolas 30-50 20
• Dcpósitos co1nerciais 3-10 3
SU$W 6

Capítulo ,4 • Plonejomenlo do instalação 129

• O esquema ou esquemas de aterramento a utilizar pria) e a parte comum (geralmente uma instalação sepa-
em funç,io do tipo de instalação. rada) formada em geral pelos subsetores, pelas garagens,
• As tensões de íornecin1ento. pelo hall principal, pela escadaria, pelo hall dos andares
• Os pontos de entrega de energia em (unção dos regu· e pelas casas de máquinas (elevadores e bombas).
lamentos (legislação) e das condições do prédio. A quantificação da instalação é íeita, no c.1so mais
• O padrão de entrada e medição a ser utilizado em geral, em vários níveis: em subsetores, setores e global-
íunç,io da potência instalada (ou de alimentação), mente. Em cada um, os pontos de utilização devem ser
das condições de fornecimento e do tipo de prédio. agrupados, de acordo com seu tipo e características de
São várias as possibilidades: cabina primária, subes- funcionamento_, ou seja, em "conju1,tos homogêneos".
tação, cabina de barramentos, caixas de entrada, um Os demais pontos, que aparecem isoladamente, isto é,
ou mais centros de medição, entre outras. um de cada tipo, devem ser considerados individualmen-
• O nível de curto-circuito no ponto de entrega de te. Por exemplo, em determinado setor de uma instalação
energia elétrica, a ser obtido da concessionária. industrial, em uma áre,1 de produção, é possível ter ilumi·
nação, tomos, pontos de força (tomadas para ligação de
No caso de o prédio íazer parte de um conjunto de
equipamentos móveis ou portáteis), forno (um ponto).
prédios (por exemplo, em uma indústria com diversos
Em um prédio de escritórios, considerado globalmente,
prédios independentes), é comun1 ter uma única entrada
pode-se ter iluminação, tomadas de uso geral, chuveiros
{por exemplo, unia única cabina primária) e o prédio ser
elétricos, elevadores e bombas.
alimentado por uma rede de distribuição interna, de pro-
Para cada conjunto de pontos de utiliz.1çào, a potência
priedade do consumidor.
instalada será a soma das potências nominais dos diversos
Nessas condições, essa etapa é aplicável à referida
pontos, e a potência de alimentação será obtida da aplica-
entrada única.
ção dos fatores de projetos convenientes à potência ins·
talada. Para pontos de utilização individuais, a potência
Quantificacão
'
das instalacões
, de alimentação será, exceto no c,1so da eventual aplica-
Nessa etapa, devem ser determinadas as potências ção de íator de utilização, igual à respectiva potência
instaladas e as potências de alimentação da instalação nominal.
como um todo e de todos os setores e subsetores a serem Nessas condições, para cada subsetor, setor e instala-
considerados. A rigor, isso só poderá ser (eito quando ção global, tem-se:
todos os pontos de utilização forem conhecidos.
Lembre-se de que muitos deles (geralmente equipamen- • Um valor de potência instalada e um valor de potên-
cia de alimentação (demanda) para cada um cios
tos de produção e/ou os relacionados com os sistemas
•conjuntos homogêneos• de pontos de utilização.
de utilidades) já íoram detenninados na análise inicial.
Portanto, agora deverão ser deternlinados, ou seja, loca· • Um valor de potência nominal e um valor de potên·
lizados, caracterizados e rnarcados em planta: eia de alimentação (geralmente iguais) para cada um
dos pontos de utilização de cargas individuais.
• Os pontos de luz (aparelhos de iluminação), geral- • Se necessário, um valor único de potência instalada
mente no(s) projeto(s) de luminotécnica. e de potência de alimentação, obtido, em princípio,
• As tomadas de corrente (uso geral e específico). pela son1a dos respectivos valores ele cada conj unto
• Outros equipamentos de ulilizaç,io que possivelmen· e de cada ponto isolado do subsetor, do setor Oll da
te não tenham sido determinados. instalação geral.
t importante observar que, em muitos casos (por exem- Denomina-se cenuo de carga o ponto teórico em que,
plo, grandes prédios industriais ou comerciais), é comum para eíeíto de distribuição elétrica, pode-se considerar
que, durante a elaboração do projeto, não tenham ainda concentrada toda a potência (carga) ele determinada área.
sido escolhidos todos os equipamentos de utilização. t t o ponto em que deveria se localizar o quadro de distri-
então necessário recorrer a inforn1ações ou previsões coo,... buição ou a subestação da área considerada, ele modo a
plementares, com dados obtidos, em geral, de instalações reduzir ao mínimo os custos de instalação e funcionan1en-
semelhantes, obviamente sujeitos a revisões posteriores. to. Existe um processo analítico para sua cfetern1inação,
Em qualquer tipo de prédio, a instalaç,io elétrica deve em função da potência e das coordenadas dos diversos
ser dividida en1 setores, e estes, se possível, en, subseto-- pontos alimentados (pontos de utilização ou quadros ele
res. Assim, por exemplo, em um prédio industrial pode- distribuição) no quadro de distribuição ou da subestação
se ter uma ou mais áreas de produção, nas quais cada considerada (cuja posição se quer determinar).
uma pode ser dividida (em (unção do layoul) em diversas Cada subsetor, setor e instalação como um todo
subáreas, além de depósito, expedição e escritórios. Em possuem seus centros de carga e, nesses pontos, deve-
um prédio comercial ou residencial há conjuntos de riam idealmente se localizar os respectivos quadros de
salas, lojas ou apartamentos (a rigor, cada um constitui distribuição ou subestações. Na prática, apenas em casos
uma instalação separada, desde que possua medição pró- excepcionais se efetua a determinação exata dos centros
SU$W li

130 lnsloloções elétricas

de ca.rga, recorrendo-se quase sempre à determinação Inicialmente, deve ser escolhido o sistema de distribui-
aproximada, considerando-se as exigências e as limita· ção adequado às condições da instalação. Nesse esque-
ções de cada área. n,a, não deven1 constar detalhes quantitativos resultantes
Nessa etapa, elevem ser localizados (incluindo marca- ele dimensionamentos (feitos posteriormente), mas ape-
ção em planta) e qua11tificados os diversos centros de car- nas aspectos qualitativos.
gas "reais" cio prédio, ou seja, os diversos quadros de dis- O esquema básico pode se< concebido, a princípio,
tribuição e subestações. A cada um desses centros de carga como um esquema simples, no qual são indicados, como
devem se.r associados um ou mais valores de 1>0tência ins- blocos, as subestações e os quadros ele distribuição delas
talada e de potência ele alimentação, que são os valores derivados, inte<ligados por linhas, representando os respecti·
correspondentes à área servida pelo quadro de distribuição vos circuitos de distribuição. Nessa etapa, eleve se,- feita tam-
ou pela subestação respectiva, já determinados anterior- bém uma escolha preliminar dos dispositivos de proteção.
mente. Nas instalações alimentadas em baixa tensão, tem- A seqüência do projeto consiste na implementação do
se, em ge<al, apenas quadros de distribuição, que podem esquema básico, transformando-o, por meio do dimensio-
se,- simples quadros de luz ou painéis ou centros de namento de todos os componentes, no esquen,a uniíilar
comando de motores (CCMs). Nas instalações alimentadas final da instalação.
e.rn média tensão, além dos quadros de distribuição, é pos-
sível ter uma ou mais subestações distribuídas na área. Escolha e dimensionamento dos
Na análise inicial, foram determinados os setores e/ou componentes
equipamentos que necessitam ele energia de substituição
e ele alimentação de segurança. Agora, ainda nessa etapa, É a etapa íundamental de um projeto de instalações
devem-se escolher e quantificar as respectivas fo11tes, elétricas, que consiste basicamente nos seguintes passos:
com base no tipo de potência dos equipamentos a serem • Em função ele dados obtidos em etapas anteriores,
alimentados, be.rn como as localizar (em planta) de modo escolha os componentes de todas as partes da insta-
adequado, levando-se em consideração as exigências e laç,io e proceda a todos os dimensionamentos neces·
as limitações do prédio. Tanto grupos geradores como sários. Devem ser considerados, enl princípio:
baterias de acumuladores deverão ser instalados em local • Entrada {cabine primária, cabine de barramentos
apropriado, obedecendo a critérios rígidos e, no caso de ou, simplesmente, caixa ele entrada), incluindo a(s)
grupos geradores, deverá ser cuidadosamente analisado o respectiva(s) linha(s) elétrica(s).
problema de ruídos e armazenamento ele combustível. • Subestação(ões) de distribuição.
Também nessa fase deverão ser fixados os diversos • Linhas elétricas relativas aos diversos circuitos de dis-
níveis e valores de tensões a seren, utilizados no prédio. tribuição e terminais com as respectivas proteções.
Em instalações ele médio e de grande porte, existem • Quadros de distribuição (quadros de luz, painéis
geralmente três níveis ele tensão: de força, CCMs, entre outros).
1. Nível ele entrada, com média ou alta tensão. • Aterramento(s) ele proteção e/ou funcional(is).
2. Nível de distribuição, com média tensão. • Sistema(s) de proteção contra descargas atmos-
3. Nível de utilização, com baixa ou média tensão. féricas.
• Complementação dos diversos desenhos que vinham
A escolha dos valores das tensões, nos diferentes sendo elaborados ao longo das etapas anteriores.
níveis, é função de un1a série de fatores, entre os quais • Cálculos ele curto-circuito, obtendo valores ele correntes
se destacam: de curto-circuito presumidas em todos os pontos neces-
• Tensões de fornecin1ento da concessionária. sários, o que poderá, eventualn1ente, alterar a escolha
• Tensões nominais dos equipamentos de utilização de certos dispositivos de comando e de proteção, e
previstos. mesmo de certos condutores que haviam sido escolhi-
• Existência, na instalaç.io, de equipamentos especiais, dos e di1nensionados previamente.
por exemplo, grandes motores, fornos a arco, máqui- • Veriíic.1ção da coordenação dos diversos dispositi·
nas ele soldas e equipamentos com ciclos especiais vos de proteção, o que também J>Oderá conduzir a
de funcionamento. alterações nos dispositivos previamente escolhidos.
• Distâncias entre o ponto ele entrega da. concessioná· • Revisão final dos diversos desenhos, verificando e
ria e os centros de carga principais, e entre eles e os corrigindo possíveis interferências con1 outros sis·
centros de carga secundários. temas do prédio.

Esquema básico da instalação Especificações e contagem dos


Nessa etapa, cleve.rá resultar um esquema uniíilar ini- componentes
cial, no qual estarão indicados os componentes principais As especificações e a contagem dos com1>0nentes é a
da instalação e suas interligações elétri~.;,s fundamentais. última eta1>a e consiste em:
SU$W ü

Capítulo 4 • Planejomenlo da instalação 131

• Especificações de todos os componentes da instala· nhos de projetos de instalações elétricas. A norma bra·
ção, constando, para cada um, de descrição sucinta, sileira em vigor - NBR 5444: 1989 - Símbolos
citação da(s) norma(s) a que deve atender e, sempre Gráficos para Instalações Elétricas Prediais: Simbo·
que possível, indicação de pelo menos um tipo e logia -, por várias razões. nunca íoi plenamente ado·
uma marca de referência. tada pelos projetistas.
• Contagem de todos os componentes da instalação. Por isso, a simbologia apresentada na Tabela 4.14
baseada na Publicação IEC 60617 - (Graphical Sym·
bois for Diagram), íoí complementada, quando neces·
4 .7 Simbologia gráfica sário, por símbolos adotados em diversos países mem-
Infelizmente, não existe ainda no Brasil um consen· bros da IEC e por outros que são de uso já consagrado
so a respeito ela simbologia a ser utilizada nos dese- no Brasil.

Tatiela 4 , 14 • Simliologia

DisposiJivo fusível

Chave fusível

Disjunlor
Condu10 (ele1rodu10) embu1ido em 1e10 ou parede
Condu10 (ele1rodu10) a))(1ren1e
Condu10 (ele1roduto) e1nbu1ido no piso
Condu1ores de fase. neu1ro. de proteção e rc1on10 (rcs))C(tiva,ncnte)
Ili' en1 condu10

li Conduto (clc1roduto) que sobe e desce {rcspectivarnente)

d ou s ln1crrup1or simples (1 pólo)

/ ou S3 Interruptor paralelo (1ree-n 1a,r)

X º" s,
li
huerruptor in1emH.?diário (four·u·ay)

~ ou s Jruem1ptor bipolar

Din,mer

e (Baixa FN)
1
,......._ ou
l
€) (Baixtt 2F)
& (Alia FN)
€),, (Alfa 2F)

6:1 (Baixa FN)


Tom;1da bipolar (2P). em parede ou rodapé

I
;>""<; ou
l
C (Baixa 2F)
@-< (Alia FNl
C, (Alfa 2F)
'J'o1n:1da bipolar con, conta10 de terra (2P + ·r), e1n pare<te ou rodapé

ldern an1criores. no piso

Caixa de 1>assagc111
Ponto de força 1r'ifásico

• Pon10 de ligação de equipa1nen10

(con1inu,1)
SU$W ü

132 lnslaloções elétricas

(continuação>

e (Notem)
X Otl { 6<Embutido)
Ponto de lui inca11desceote

>i 4 ou Arandela (i,1ca11descen1e)

1--i ou ce=, Ponto de luz fluoresccn1e

~ ou ~ Ponto de luz. (circui10 de scgur.:u1ça)

X Bloco autôno1no (circui10 de segurança)

~ ou õ Can1painha
l
:~ interruptor DR

1
:~ Disjuntor DR

-
1!:31
0

(®:
Botão dn c~unpainha
Quadro de distribuição
Quadro de dis1ribuição geral

Projetor de luz

--®-- Tmnsfonnador (símbolo gemi)

@ Motor (símbolo geral)


1

l Chave (símbolo geral)

El Medidor de Cllergia

EXERCÍCIOS
1. Defina os fatores de demanda, de utilização e de c~rga.
2. Qual é a definição do fator de diversidade para um ponto de distribuição de energia?
3. P.va uma indústria que consome 2.000 kWh diários, trabalhando 24 l1oras por dia, calcule a demanda média e o
fator de carga p..1rc1 unla demanda máxima de 200 kW?
4. Defina corrente de projeto para circuitos monofásicos e trifásicos.
5. Qual é o critério para obter a potência ele iluminação mínima em função da área do cômodo?
6. Qual é o número mínimo ele pontos ele tomadas de 600 VA para banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas
de serviço, lavanderias e locais análogos?
7. Quais são os passos ela etapa preliminar da análise inicial ele um projeto ele instalações elétricas ele qualquer prédio?
8. Qual é a definição de centro ele carga?
9. De quais fatores dependem a escolha dos valores das tensões, nos diferentes níveis de uma ins1alação elé1rica?
1O. Quais são os símbolos dos condutores fase, neutro, de proteção e de retorno/
SU$W ü

Linhas elétricas

5. 1 Aspectos gerais 1 Linha pré-fabricada é uma linha elétrica constituída


por peças em tamanhos padronizados, contendo condu-
Os condutores elétricos são os principais componen- tores de seção maciça com proteção mec.'lnica, que se
tes das linhas elétricas' e são responsáveis pela condu- ajustam entre si no local da instalação. Os barramentos
ção da energia ou dos sinais elétricos. blindados e os sistemas vndercarper' são dois exemplos
Chama-se condutor eléuico o produto metálico, de linhas pré-fabricadas.
geralmente de forma cilíndrica e de comprimento muito Chama-se barran>ento o conjunto de barras de
maior que a sua n1aior din,ensão transve-rsall utilizado n1esma tensão nominal, com seus suportes e acessórios.
para transportar energia elétrica ou para transmitir sinais Um barramento blindado é uma linha pré-fabricada cujos
elétricos. Os condutores "elementares• são de dois tipos condutores são barras (ver Figura 5.1), acondicionados
- os fios e as barras - , que serão definidos nesta seção. em caixas metálicas, por meio de isoladores.
! importante observar que o termo "condutor Condutor encordoado é um condutor constituído por
elétricoN, na prática, é usado em um sentido mais amplo: um conjunto de fios dispostos helicoidalmente. Essa
para designar, além do condutor propriamente dito (defi- construção confere ao condutor maior flexibilidade em
nido anteriormente). os condutores isolados, os cabos relaç.io ao condutor sólido (fio). O condutor encordoa-
uni e n1uhipolares, os íios e os cabos nus, os fios e os cio é dito compactado quando os interstícios entre os
cabos cobertos, as barras e os barramentos blindados. fios componentes tiverem sido reduzidos por compres-
Fio é um produto metálico, maciço e flexível, de são mecânica, por trefilação ou pela escolha adequada
seção transversal invariável e de comprimento muito da forma ou da clis1>0siç.io dos fios. t evidente que esse
maior que a sua seção transversal. Os fios, geralmente tipo de construção reduz a área ela seção tra11sversal e
de forma çilíndrica, podem ser usados diretamente também a flexibilidade do condutor.
como condutores elétricos (com ou sem isolação) ou Para condutores de cobre, a NBR NM 280 define seis
para a fabricação de •condutores encordoados·. classes de encordoamento:
Barra é um condutor rígido, em forma de tubo ou de • Classe 1: condutores sólidos (fios).
seç.io perfilada, fornecido em trechos retilíneos. As bar· • Classe 2: condutores encordoados, compactados
ras são usadas como condutores (geralmente sem iso- ou não.
lação) em equipamentos, tais como quadros de distri- • Classe 3: condutores encordoados não compactados;
buição, painéis, subestações desabrigadas, abrigadas ou • Classes 4, 5 e 6: condutores flexíveis com graus de
blindadas. flexibilidade crescentes.

1. ~ flniçOC's de t\('O(d<> oon1 :1 NOR 147 1. 3. Stste,na cons1i1ufdo por cabo tipo r:.çc (/111t t'011d11ctQr roblr). com
2. Vcrdcfinjção n::a Seção 1.3. os respec1í"os protetores. co,~ tof'Cs. tennináii. ad.tprndorcs. cai·
X.IS e rcC(ptáculos. <k-sen,vh·ido para in:;.1.11aç!lo sob o carpct~.
SU$W ü

134 lnslalações elétricas

Figura S.1 • Barramento blindado com caixa (cofre) de derivação

Para condutores ele alumínio, a N8R NM 280 indica


as classes 1, 2, 3, 8, C e O, que também diferem entre si
pelo grau ele flexibilidade.
Cabo é o conjunto de fios encordoados, isolados ou
não entre si, podendo o conjunto ser isolado ou não.
3 fios 7 roos 12 fios 19 fios

Corda é um componente de um cabo, constituído


por um conjunto de fios encordoados e não isolados entre
si. Perna é a corda destinada a ser encordoada para a for-
mação de •cochas• ou para a formação ele uma corda 37 tios 6 1 fios 91 ÍIOS 127 tio,;
com encorcloamento composto. Cocha é a corda fonnada
(3)
por pernas, destinada a ser encordoada para a forma·
ção ele uma corda com encorcloamento bicomposto.
Assim, podem-se definir três tipos ele encordoamento (ver
Figura 5.2):
• Simples: formado por fios.
49 lios 133 fios 133 fios 259 íiüs

'ti~@-
• Composto: formado por pernas.
• Bicomposto: formado por cochas.
Coroa é o conjunto ele componentes ou de partes de
componentes de um cabo, dispostos helicoidalmente e
eqüidistantes de um centro de referência. Alma é o fio
ou conjunto de fios que fonnam o núcleo central do 259 fios 427 lios 427 ÍIOiõ
cabo, para aun1entar a sua resistência n1ecânica. Nas 37x7 7x6t 6 1x7
linhas de transmissão são muito comuns os cabos de Figura S.2 • Cabos com encordoomento simples (o) e com·
alumínio com alma de aço (CAA) (ver Figura 5.3). posto (b). O. espaços vazios do ter~iro oo
A Tabela 5.1 sintetiza o número de fios e cordas nos último cabo de (b) são os mesmos da ~no
cabos apresentados na Figura 5.3. preenchido
SU$W ü

Copírulo 5 • ünhos elétricas 135

I Tabela 5.1 • Fios e cordas dos cabos da Figura 5.3 1


ND de fios no cabo N• de cordas no cabo
• Alun1ínio Aço Alun1ínio Aço
'
6 1 1 -
18 1 2 -
36 1 3 -
12 7 1 1
26 7 2 1
45 7 3 1
54 7 3 1
54 19 3 2
84 19 4 2

36 AJ/1 aço
18 Al/1 aço
6AI/I aço

45 A l/7 aço 54 Al/7 :iço

54 Al/ 19 aço 84 Al/19 :iço

figura 5.3 • Exemplo de cabos de alumínio com a lma de aço (CAA)


SU$W ü

136 lnslalações elétricas

3
Scçtio 1ransversaJ
Legenda:
1. Condutor de cobre
2. lsolaç~o de PVC
3. Capa constituída por enfr1ixa1nen10 con1 fi1a de J>Oliéstcr
4. Cobertu,:a de J'VC

Figura S.4 • Cabo de controle tipo SintenCIX

Os cabos de potência são os cabos usados 1>ara o


trans1>0rte ele energia elétrica em instalações de gera-
ção, trans1nissão, distribuição e utilização. Trata-se, por-
tanto, ele uma família de cabos que engloba desde os
cabos ele linhas ele transmissão até os cordões usados na
ligação ele aparelhos às tomadas ele corrente. Podem ser
condutores nus (íios ou cabos), condutores cobertos (fios
ou cabos), condutores isolados (fios ou cabos), cabos uni
ou multipolares, cabos multiplexados ou corcloos.
Por sua vez, os cabos de controle s.io os uti lizados nos
circuitos de controle ele sistemas e equi1>amentos, sendo,
en1 sua n1aioria, cabos multipolares (ver Figura 5.4).
Revestimento é uma camada delgada ele um metal Figura S.5 • Condutore$ isolodo$ da linho Supero,tic <:vio
ou liga, a qual é depositada sobre um metal ou liga dife- isoloçõo é con,tiluido por duo, comodo$ de
rente, para fins de proteção ele corrosão ou de ataque de PVC, sendo o camada externo mais resisten·
atmosfera agressiva. Um fio revestido é um fio dotado de te à abrasão e boslante deslizante
revestimento, como é o caso, por exemplo, do ttfio
estanhado" (isto é, revestido ele estanho). Um cal:>c Cobertura de um fio ou cabo é um invólucro externo
revescido é um cabo sen, isolação ou cobertura, consti· não metálico e contínuo, sem função de isolação, desti-
tuíclo por fios revestidos. nado a proteger o fio ou cabo contra influências exter-
A isolação é o conjunto dos materiais isolantes utili· nas, tais co1no: sol, vento, chuva, elen1entos agressivos
zados para isolar eletricamente. No caso dos condutores do ar, fezes de páss.1ros e insetos e toque de árvores etc.
elétricos, a isolação é aplicada sobre o condutor, para Um fio coberto é um fio con, ou sem revestin1ento, dota-
isolá-lo eletricamente cio ambiente que o circunda e dos do apenas de cobertura. Por sua vez, um cabo coberto é
outros condutores que estão próximos. Não se deve con· um cabo dotado somente ele cobertura (ver Figura 5.6).
fundir isolação com isolamento; isolação tem um sentido
estritamente qualitativo (isolação de PVC, de XLPE etc.),
enquanto isolamento tem sentido quantitativo (resistên·
eia de isolamento, nível de isolamento etc.). As isolações
serão analisadas na Seção 5.3.
Condutor isolado é o fio ou cabo dotado apenas de
~.....___I_
isolação, e esta pode ser constituída por uma ou n1ais Cabo Cobertura
camadas. O termo building wire é utilizado para clesig·
nar o condutor isolado usado em construção civil (ver Figura 5.6 • Cabo coberto utilizado em rede, aéreo, de
Figura 5.5). dislribuiçõo
SU$W 6

Capítulo 5 • linhos elétricos 137

-- - -.,_- - ---- - - ---- --- ---- ;::::

Figura 5 .7 • Cabos uni e multipolar Figura 5.9 • Cabo multiplexado

Fio nu é um fio sem reveslimento, isolação ou cober· Algumas vezes, nos cabos uni e muhipolares são usa-
tura, enquanto cabo nu é um cabo sem isolação ou dos os separadores, que são invólucros não metálicos
cober1ura, constituído por fios nus. sem função de isolação, colocados entre os componen-
Cabo unipolar é um cabo isolado do1ado de coberiu- tes dos cabos para impedir conlatos diretos en1re eles.
ra. Cabo multipolar é cons1i1uído por dois ou mais cabos As coberturas, capas, armações etc. são abordadas
isolados e do1ado, no mínimo, de cobertura. Os condu- na Seção 5.5.
tores isolados que fazem parte dos cabos uni e multipo- Um cabo multiplexado é um cabo formado por dois
lares são denominadas veias. Os cabos multipolares que ou n1ais condutores isolados ou 1>0r cabos unipolares,
contêm 2, 3, 4 ou mais veias são chan1ados, respectiva· dispostos helicoidalmen1e, sem cobertura. Um cabo
men1e, cabos bipolares, tripolares, letrapolares e assim multiplexado auto-sustentado (ou cabo pré·reunido) é
por diante (ver Figura 5.7). um cabo multiplexado que contém um elemento ou
Nos cabos uni e multipolares, a coberiura age princi- condu1or de sustentação, isolado ou não. Os condutores
palmen1e como proteção da isolação, impedindo seu con· isolados - ou mesmo os cabos unipolares cons1i1uin1es
talo direto com o ambiente. Deve, portanto, possuir pro· dos cabos muhiplexados e dos cabos pré-reunidos -
priedades con1patíveis com as características do lambém são chamados veias. A Figura 5.9 moslra um
ambiente e do cabo. cabo multiplexado formado por condutores isolados.
Enchimento é o malerial utilizado em cabos mult.ipo- U1n condutor setori<1l é un1 condutor cuja seção trans-
lares, para preencher os interslícios entre as veias. Capa é versal 1em a forma aproximada de um setor de um circulo.
o invólucro interno, n1etálíco ou não, aplicado sobre unia Um cabo setorial é um cabo multipolar cujas veias são
veia ou sobre um conjunlo de veias de um cabo. As capas condutores isolados setoriais, geralmente compactados.
não me1álicas, geralmen1e de polímeros 1ermopláslicos, Esse lipo de cons1rução reduz o diâmetro externo do cabo,
têm como finalidade principal dar ao cabo a fonna cilín· resultando em economia nos ma1eriais da capa e cober-
drica. As c.;1pas n1etálicas, nom1almente, de chumbo ou de tura (ver Figura 5.1O).
alumínio, exercem também função mecãnica e elétrica. Cordo,1/ha é um condutor com forma de 1ecido de
A armaç,10 de um cabo é o elemento me1álico que o fios me1álicos, ex1remamente flexível.
prolege conlra esforços mecânicos. O acolchoamento wdào é um cabo flexível com reduzido número de
consiste no material não metálico que protege mecani· condutores isolados (em geral 2 ou 3) de pequena seção
camente o componente situado sob ele, en1 uni cabo uni transversal, dispostos em paralelo ou torcidos (Figura 5.11 ).
ou multipolar. Geralmente, o acolchoamento é colocado Blindagem é o envol1ório condulor ou semicondutor,
sob a armação nos chamados • cabos armados" (ver aplicado sobre o condutor ou sobre o condulor isolado
Figura 5 .6). (ou eventualmente sobre um conjunlo de condutores iso-
lados), para fins elé1ricos. As blindagens são analisadas
na Seção 5.4.
Cabos secos são cabos unipolares ou multipolares cuja
isolação é cons1i1uída exclusivamente por ma1erial sólido.
Cabo sob pressão é um cabo de po1ência cuja isola-
ção é mantida sob pressão superior à pressão atmosféri-
ca, por meio de um fluido adequado com função isolan-
te. No cabo a óleo fluido, o fluido u1ili2ado é um óleo
isolante que pode mover..se livremente en1 seu interior;
no cabo a gás, o fluido é um gás inerte (por exemplo,
hexafluorelo ele enxofre, SF6).
Um cabo concêntrico é um cabo multipolar consti-
tuído por um condutor central isolado e por uma ou mais
camadas isoladas en1re si de condutores dispostos con-
Figura 5.8 • Cabo armado (com onnoçõo} cen1ricamen1e (ver Figura 5.12).
SU$ W ü

138 lnslalações elétricas

Legenda:
1. Condutor: fios de cobre nu
2. lsol<,ção de vohalene
(Polic1ile110-Reticulado). cor 1,re1a
3. Enchime1110 de PVC
4. Enfaixarnento: fila de poliéster
5. Cobertura de PVC, na cor preta

ldcntific.a ção cios condutores:


Condutores nunierados cor branca

Figura 5.1 O • Cabo lripolar selaria!

Figura 5.11 • Cordões

3 2
Legend;1:
1. Cond111or fase
2. lsolnç.ão da fase
3. Conduor neutro (e/ou de proteção)
4. CobenurJ
Figura 5.12 • Cabo concêntrico

O Quadro 5.1 apresema algumas aplicações de cabos Os cabos de potência são caracterizados por três 1em·
e1n instalações elétricas de baixa tens<io. peraiuras (medidas no condutor):

Quadro 5.1 • ~icoções dos calios de potência em instalasões de l>iiixa tensão


• Condutores isolados: circui1os tenninais, circuitos de distribuição e ligações internas de quadros de distribuição
(principalmen1e os flexíveis).
• Cabos unipolares: ctrcuitos tem1inais e circuitos de distribuição.
• Cabos multipolares: circuitos temlinais, circuitos de distribuição e ligações de equipamentos móveis ou ponáteis
(os cabos flexíveis).
• C,bos rnulliplexados: circuitos de disrribuição e circuitos 1enninais (e1n certos casos).
• Cordões: ligações de equipamentos móveis ou ponáteis.
SU$W li

Capítulo 5 • Unhas elétricas 139

1. Temperatura em regime permanente: que é a tempe· O alumínio para condutores, com uma pureza de cerca
ratura alcançada em qualquer ponto cio condutor em de 99,5 por cento, é obtido normalmente por laminação
condições estáveis de funcionan1ento; é tan1bém cha· contínua. Por meio ele processos análogos aos do cobre,
macia temperatura máxüna para serviço contínuo (ver obtém-se, o alumínio meio·cluro. O uso desse metal baseia-
Seção 9.2). se principalmente na relação condutividade/peso, a mais
2. Temperatura em regime de sobrecarga: que é a tem· elevada entre todos os materiais condutores, e 110 seu
peratura alcançada em qualquer ponto do condutor preço, bem mais estável que o cio cobre e inferior a ele.
em regime de sobrecarga (ver Seção 9.6).
3. Ten1per,1tur(1 en1 regime de curto-circuito: que é a tem· Resistência, resistividade e
peratura alcançada em qualquer ponto cio condutor condutividade
durante o período do curto-circuito (ver Seção 9.7).
A resísténcia elétrica (R) de um condutor cilíndrico
A capacidade de condução de corrente de um condu- de comprimento/, seção transversal uniforme S, é obtida
tor constituinte ele um condutor isolado ou ele um cabo pela Expressão 5 .1
isolado é a corrente m,íxima que pode ser conduzida
continuamente pelo condutor, em condições especifica· (5. 1)
das1 sen1 que sua temperatura em regin1e pern1anente
ultrapasse um valor especificado (ver Seção 9.2). onde p é a resistivíclade do material, também chamada
A tens.ia de isolamento nominal de um cabo é uma resistividade de volume, expressa em ohm X n1etro
característica relacionada com o material isolante, com a (11.m) ou, em termos mais práticos, ohm X milímetro
es.pessura da isolação e com as carac,erísticas de íuncio· quadrado por metro (l1.mm 2/m).
namento cio sistema (instalação) em que o cabo vai atuar.
p
s
= R (0.mou0.mm2/ m) (5.2)
É indicada por dois valores de tensão separados por uma 1
barra, designados por Vo!V, onde Vo se refere à tensão A resis1ividade de massa, P= de um condutor é defi·
fase-terra e V à tensão fase-fase, em volts ou em quilo· nida como a relação entre o produto ela resistência (R)
volts. Os valores normalizados são os seguintes: cio condutor por sua massa (111) e o quadrado ele seu
• Baixa tensão: 300/300V; 300/SOOV; 450/750V; 0,6/1 comprimento, I, sendo medida em ohm x grama por
kV. metro quadrado. (O.gim' ), isto é
• Média tensão: 1,8/3 kV; 3.616 kV; 6/1o kV; 8,7/1 s kV;
= R. "'(" . , ' ) (5.3)
12/20 kV; 15/25 kV; 20/35 kV; 27/35 kV. Pm (- "·Y m

A variação da resistividade com a temperatura é dada


5.2 Materiais condutores, condutores pela Expressão 5 .4
e suas características ,,, = ,,,[ 1 + a,(o, - O,)] (5.4)
onde p1 é a resistividade à temperatura 01, p1 é a resisti-
Generalidades vidade à temperatura O, e a , é o coeficiente de tempera·
O cobre e o alumínio são os dois metais mais utiliza- tura relativo a 01• Normalmente, a resistividade é referi·
dos na fabricação de condutores elétricos, tendo em vista da a 20ºC.
suas propriedades elétricas e mecânicas, bem como seu A condurividacle é o inverso da resistividade,. sendo
custo. Ao longo cios anos, o cobre tem sido o mais usado, medida em siemens por metro (S/m).
sobretudo em condutores providos de isolação. O alumí· l (5.5)
nio praticamente domina o campo dos condutores nus T = - (Sfm)
para transmissão e distribuição, sendo também usado na
fabricação de condutores com isolação, embora em esca-
"
O padrão internacional para a condutividade é o
paclrào internacional de cobre recozido, IACS (Inter-
la bem inferior ao cobre. nacional Annealed Copper Standard), que corresponde
O cobre utilizado nos condutores é o cobre eletrolí- à condutividade ele um fio de cobre com l m de compri-
tico, com pureza ele até 99,99 por cento. Esse tipo de mento, 1 mm' ele seção e resistividade ele 0,01724
cobre é obtido em lingotes, que, por processo de lami- !l.mm2/m a 20ºC. A condutividade de um material con·
nação ou extrusão a quente, são transformados em ver- dutor é geralmente expressa em unia porcent~gem, obti·
ga/hões, que são produtos de seção maciça circular. Do da pela relação entre a condutividade de uma amostra
vergalhão, os condutores são obtidos por "estiramento a cio material a 20ºC, , ,,,. e a condutividade do padrão ' v.cs
frio", que origina o cobre duro, ou por "'recozimento", (também a 20ºC), isto é
que origina o cobre mole ou recozido; entre esses dois
tipos, tem-se o cobre ,ne;o-.duro. (5.6)
SU$W ü

140 lnslakições elétricos

A Tabela 5.2 apresenta os valores ele resistividade e • k, é um fator que depende do tipo de reunião dos
de condutividade de alguns materiais condutores impor- condutores, valendo:
tantes. • 1,00 para condutores isolados, cabos unipolares e
A norma brasileira NBR NM 280 para condutores ele cabos multipolares cujos condutores não são tor-
cobre e alumínio apresenta, para o cálculo da resistência cidos.
a 20-C, R,., a seguinte expressão: • 1,2 para cabos multipolares de alumínio e para
cabos multipolares não flexíveis de cobre cujos
4p,o
Rro =----=:;, · k,k2k., (.nlkm) (5 .7) condutores são torcidos.
lt 7r a- • 1,05 para cabos multipolares flexíveis de cobre
onde cujos condutores 5'io torcidos.

• Pio é a resistividade-padrão do material em 0.mm 2/m, Da Expressão 5.4, fazendo O, = 20ºC e O, = O,


valendo 17,241 x 10"' para o cobre e 28,264 X 10"' obté m-se
para o alun1ínio. R• = R20(! + a 20(8 - 20) J
• n é o número de fios no condutor.
• k, é um fator que depende do diâmetro dos fios e da e então
natureza do metal, sendo dado na Tabela 5.3 . 1
• k, é um fator que depende da classe de encordoa- R,o = R• . 1 + a 20(0 - 20)
mento do condutor, sendo dado na Tabela 5.4 . (5.8)

I Tabela 5.2 • Resistividades e condutividades de alguns materiais (fios) 1

Diâmetros nominais Re.~istividade a 20-C Condutividade a 20°C


Material
d (mm) (0 mm'/m) (%)
Cobre recoúdo - 0.0 17241 100,00
1.00 :s <i :s 8.00 0.0 17837 96,66
Cobre meio-duro
8.00 :s (/ :s 11..20 0.017654 97.66
1.00 :Se/ :s 8.00 0,017930 96, 16
Cobre duro
8,00 :s d :s 11,20 0,017745 97, 16
0.075 :s ti :s 0.280 0.0 18508 93,15
0.280 :s ti :s 0.510 0.018312 94,16
Cobre es1anhado 0.5 1O :s <i :s 2.62 0.017930 96.16
2.62 :s ti :s 7.36 0,0 17745 97.16
7,36 :s d :s 11 ,70 0,017654 97,66
Alumínio 1350 - 0,028264 61 ,00
Liga de alun1inio - 0.032840 52.50

I Tabela 5.3 • Valores do fator kl , ~ undo a NBR NM 280 1


Diâmetro máximo dos fios
Condutor maciço Condutor encordoado
do condutor
Até e
Acima de Cobre Cobre Alumínio Cobre Cobre Alumínio
inclusive
(mm) re,·estido nu nu revestido nu nu
(mm)
0.05 0, 10 - - - 1.1 2 1,07 1,12
0. 10 0.3 1 - - - 1,07 1.04 1.07
0,31 0,91 1,05 1,03 1,05 1,04 1,02 1,04
0.91 3.60 1,04 1.03 1.04 1.03 1.02 1,03
3,60 - 1,04 1,03 1,04 - - -
SU$W ü

CopíttJlo 5 • linhos elétricos 14 1

Tabela 5A • ValON1s do fator k, segundo a NBR NM 2 80

Valor Cobre Alumínio


1.00 Condutores n1aciços
Condutores encordoados cl~tsses 2 e 3. se o diâ1nc1ro Condutores encordoado$ classes I , 2~e 3, se o diân1e1ro
1.02 11on1inal dos fios excede 0.6 01111. non1inal dos fios excede O. 6 1nn1.
Condutores encordoados c lasses 4, 5 e 6. se o diântetro
1.03 nonlinal dos fios for superior a 0.6 nun.
-
Condutores encordoados c lasses 2, 4 1 5 e 6, se o Condutores encordoados classe 2, se o diâmetro nontinal
1,04
di!l1ne1ro no,nina.l dos íios for igual ou inferior a 0,6 nun. dos fios for igual ou inferior a 0.6 ,n,n,

Fazendo As resistências até aqui consideradas referem·se à


corrente contínua. Em corrente alternada ocorre um au-
1 - K mento ela resistência (R) devido ao aumento das perdas
1 + a.,(9 - 20) - • (5.9) causado pelos efeitos pelicular e de proximidade.
tem-se
• Efeito pelicular é o fenô1neno pelo qual o valor da
R 20 = R• · K, (5.10) densidade de uma corrente alternada é maior perto da
Considerando a resistência R,. em .!}/km e sendo R, superfície externa de un1 condutor do que no seu
referente a um cabo de comprimento /, em metro, resul- interior.
tar da Expressão 5 .1 O t o fenômeno caracterizado
• Efcit/J de pr().<imi</{ldt
por uma distribuição não uniforme da densidade de
1.000 corrente em un\ condutor. causada pela influência da
R20 =R · K. · - - (5. 11)
" " I rrente en1 condutores próxin10:c,;.
co_

Para o cobre, a NBR NM 280 considera a,.= 0,004 Assim, chamando de R a resistência em corrente
•e-• e, para o alumínio, adota cr,0 = 0,00403 •e-•. contínua e de Ro. a resistência em corrente alternada,
Nessas condições, tem-se: pode-se escrever:

• Cobre
RcA = R + ó.R (!l/ km) (5 .16)

1 250 sendo
K, = 1 + 0,004(0 - 20) = (230 + 6) (5. 12) ó. R = R(ys + Y1,) (5 .1 7)

• Alumínio onde y, e y, são fatores que levam em conta os efeitos


pelicular e de proximidade, respectivamente, podendo
K _ 1 = 248 ser obtidos pelas Expressões 5.18 e 5.20.
• - 1 + 0,00403(0 - 20) (228 + O) (5.13)

Portanto, resultará da Expressão S.1 1: Ys = 192 + 0,8x; (S .18)


• Cobre
com
R _ R . 250 . 1.000
20
- • (230 + O) I (5.14)
Xs = (R
811!
· 10-• · k,)'li. (5.1 9)

• Alumínio e
248 1.000
Rio = R, . {228 + 9) (5.15)
I x;
192 +O.&; . (d')'[
I 0,3 l 2 - ,d; +
As Tabelas 5.5 e 5.6, respectivamente, dão os valores
de K, para condutores de cobre e de alumínio.
Conhecendo-se o valor ela resistência R ele uma
amostra ele comprimento l à temperatura O, pode-se obter
a resistência /?20 a 20ºC, em !lJkm, usando-se a Expressão +- , -'-
1,18_ ] (5.20
.r,,
5.11 e as Tabelas 5.5 ou 5.6 ou, ainda, usando-se a -,19_
-?-'--- , + 0,27
+ 0,8x1,
Expr~o 5.14 ou a Expressão5.15.
SU$W li

142 lnslalações elétricas

I Tabela 5.5 • ' - ele e - ela temp11ahlra_,(/(, ) aara conclu"'"'• êle cobre 1
Temperatura do condutor no momento da medição (' C) Fator de correção para condutores de cobre K,
5 1.064
6 1,059
7 1.055
s 1,050
9 1.046
10 1,042
tI 1.037
12 1.033
13 1.029
14 1.025
IS 1,020
16 1,016
17 1,012
18 1.008
19 1,004
20 1,000
21 0.996
22 0,992
23 0,988
24 0,984
25 0,980
26 0.977
27 0.973
28 0,969
29 0.965
30 0.962

Tabela 5.6 • Fatoreo ele - ela ~ 1alura (/{, ) ~ cond......_ ele alumínio 1

Temperatura do condutor no momento da med ição ('C) Fatores de correção para condutores de alun1ínio K.,
5 1,0644
6 1.0598
7 1,0553
8 1,0509
9 1.0464
10 1.0420
11 1.0377
12 1.0333
13 1.0290
14 1.0248
15 1,0206
(continua)
SU$W ü

Capítulo 5 • linhos elétricos 143

(continvaçiio)
Temperatura do tondutor no momento da medição ('C) Fator~ de correção para condutor~ de alumínio K,
16 1.0164
17 1.0122
18 1.0081
19 1.0041
20 1.0000
21 0,9960
22 0,9920
23 0.9881
24 0.9841
25 0.9802
26 0.9764
27 0,9726
28 0,9688
29 0.9650
30 0.9612
.. . .

con1 As seções nominais são dadas em milímetros quadra-


dos, de acordo com o padrão IEC, sendo car,,cterizadas
(5.21) pelas normas NBR NM 280, para condutores de cobre e
onde de alumínio, em função da classe de encordoamento,
como é indicado nasTabelas 5.7 a 5.16.
• d, é o diâmetro do condutor (mm); para cabos com
= =
condutores setoriais ti, d, diâmetro equivalente
Reatância indutiva
de um condutor circular de mesma seção.
• 1 é a distância ent.re eixos dos condutores (mm); para A indutância l de um condutor e sua respectiva rea-
cabos com condutores setoriais 1 = d, + 2c, sendo e tância indutiva X,. dependem não só das caracteríslicas
a espessura do material isolante (mm); do condutor propriamente dito, como também das dis-
• fé a freqüência (Hz). tâncias entre os diversos condutores do circuito. Para a
• kJ e kr são os valores experimentais, muitas vezes indutância e a reatância, tênl-se:
tomados iguais à unidade. 25
As perdas por efeito Joule em um condutor podem L = k + 0,46 log--.!!! (mH/km) (S.23)
d,
ser escritas:
f';= R0 , · / ;,( W/ km) e
(5.22)
X,. = 27Tfl X 10- 3 (!1/km) (5.24)
onde / 0 é a corrente de projeto que circula pelo condutor.
onde
Seções nominais
Os condutores elétricos são simplesmente caracteri- • k é o fator que depende cio número de fios do con-
zados pela sua seção nominal. Essa seção nominal - dutor, dado na Tabela 5.17;
que não <leve ser confundida com a seção geométrica • ti, é o diâmetro do condutor (mm);
total (área da seção transversal), do fio ou cabo - está • S"' é a distância média geométrica dos condutores
vinculada ao seu valor máximo de resistência a 20ºC (mm), definida como a média geométrica das distân-
cias entre os eixos dos diversos condutores do circuito
(R, 0 em !l/km) e, em muitos casos, também é comple-
mentada por outras características (como quantidade
•f = freqüência (fl,)
,nínima de fios ou diãn1etro máximo cios íios que a A Tabela 5.18 mostra alguns valores típicos de distân-
compõem). cia média geométrica.
SU$W li

144 lnslakições elétricos

Tabela 5,7 • Condutof'es sólidos (macil;os) ,de cobre para cabos uni e muhi~res (NBR NM 280) J
R~ístência má.xirna do condulor a 20 °C
Condutores circulares
Seçiio nominal (mm!)
Fios nus Fios revestidos
(fl/km) (a/km)
0,5 36,0 36,7
0,75 24.5 24,8
1 18, 1 18.2
1.5 12.1 12.2
2,5 7,41 7,56
4 4.61 4,70
6 3.08 3,11
10 1.83 1,84
16 1.15 1.16
25 0,727 (A) -
35 0,524 (A) -
50 0.387 (A) -
70 0,268 (A) -
95 0, 193 (A) -
120 0.153 (A) -
150 0,154 (A) -
Nota:
(A) Condu1Qre$ sólillO:; de si..-ç4o =-c.•i1na de 16 n1m! si1Q para ti1>0s dé éabo:; c..•spcciai.s.

I Tabela 5,8 • Clàsse 2 - condutores é encordoados narà cabõs ,uni'e multi~ares l


Resistência máxima do
Seção Número mínhno de fios no condutor
condutor a 20 'C
nominal
(mm') Condutor não· Condutor Condutor compacto Formados com fios Formados com fios
compacto circular compacto circular não~circular nus (!llkm) re,·estJdos (O /km)
0.5 7 - - 36.0 36.7
0,75 7 - - 24.5 24,8
1 7 - - 18, 1 18,2
1,5 7 6 - 12,1 12,2
2.5 7 6 - 7,4 1 7.56
4 7 6 - 4 ,6 1 4,70
6 7 6 - 3,08 3.11
10 7 6 - 1.83 1,84
16 7 6 - 1.15 1.16
25 7 6 6 0 .727 0.734
35 7 6 6 0.524 0.529
50 19 6 6 0,387 0,391
70 19 12 12 0.268 0.270
95 19 15 15 0, 193 0.195
120 37 18 18 0.153 0.154
150 37 18 18 0.124 0.126
(continua)
SU$ W ü

Copírulo 5 • linhos elétricas 145

(continuação)
Resistência máx,ima do
Seção Número rnínin,o de fios no condutor
condutor a 20 -C
nominal
(mm') Condutor não Condutor Condutor compacto Formados com fios Forn1ados con1 fios
con1pacto circular con1pacto circular não circular nus (O/km) revestidos (O/km)
185 37 30 30 0,0991 0. 100
240 61 34 34 0,0754 0,0762
300 61 34 34 0,060 1 0,0607
400 61 53 53 0.0470 0,0475
500 61 53 53 0.0366 0.0369
630 91 53 53 0.0283 0,0286
800 91 53 - 0.0221 0,0224
1.000 91 53 - 0.0 176 0,0 177
1.200 (A) (A) - 0.0 151 0.015 1
1,400 (B) (A) (A) - 0.0 129 0.0 129
1.600 (A) (A) - 0,0113 0,0 113
1.800 (B) (A) (A) - 0.0 10 1 0,0 10 1
2,000 (A) (A) - 0,0090 0,0090
NOt:t$:
(A) NU.mero tn(nimo de fios n3o c-specifk·ados
(H) Seções n:lo recomend3dtl~

I Tabela 5.9 • Classe 3 - condutores encordoados não-com~ctoclos !!!'Ira cqbos uni e multi~ares 1

Resistência máxima do condutor a 20 •e


Número mínimo dos fios
Seção nominal (mm')
no condutor Forn1ados com fio nus Fornu.1dos com fios
(fllkm) revcstidO<S (O/km)
10 12 1,83 1.84
16 19 1.15 l, 16
25 19 0.727 0,734
35 19 0.524 0,529
50 27 0.387 0,391
70 37 0,268 0,270
95 37 0. 193 0, 195
120 61 0, 153 0. 154
150 61 0.124 0, 126
185 91 0,()991 0, 100

I Tabela 5.10 • Classe 4 - condutores flexiveis ~ra cabos uni e multi~ lares -,
Resistência máxima do condutor a 20 •e
Diâmelro nu'iximo dos fios
Seção nominal (mm') no condutor Formados com Forn1ados con1
(mm) fios nus fiO<S revestidO<S
(ntkm) (fl/km)
o.5 0.3 1 39.0 40, 1
0.75 0. 31 26.0 26,7
1 o.3 1 19,5 20,0
(continva)
SU$W li

146 lnslalações elétricas

(continuação)

Resistência rnáxima do condutor a 20 "C


Diâmetro máximo dos rios
Seção nominal (mm') no condutor Formados com Formados com
(mm) fios nus rios revestidos
(O/km) (O/km)
1.5 0,41 13,3 13,7
2.5 0.41 7.98 8.21
4 0.51 4.95 5.09
6 0,51 3,30 3,39
10 0.51 1.91 1,95
16 0.61 1.21 1.24
25 0,61 0,780 0.795
35 0,68 0,554 0,565
50 0.68 0.386 0.393
70 0.68 0.272 0.277
95 0,68 0,206 0.2IO
120 0,68 0, 161 0.164
150 0,86 0,129 0, 132
185 0.86 0.106 0.108
240 0.86 0,0801 0.08 17
300 0.86 0,0641 0,0654
400 0.86 0,0486 0,0495
500 0.86 0.0384 0.0391

[Jabela 5.11 • Classe 5 - cond.utores flexlveis ~ al>os uni e multipolares _J


Rtsistencia 1ná:d1na do condutor a 20 "C
Diâmetro máximo dos fios
Seção nominal (mm')
no condutor (mm) Forn1ndos co,n fios nus Forn1ados com fios
(O/km) revestidos (O/km)
0.5 0,21 39,0 40, 1
0,75 0.21 26,0 26,7
1 0,21 19.5 20.0
1,5 0,26 13,3 13,7
2.5 0.26 7,98 8,2 1
4 0.31 4.95 5.09
6 0.31 3.30 3,39
10 0,41 1,91 1,95
16 0.41 1.21 1,24
25 0,41 0.780 0.795
35 0,41 0,554 0,565
50 0,41 0.386 0.393
70 0,51 0,272 0,277
95 0.51 0.206 0,210
120 0,51 0,16 1 0.164
150 0,51 0, 129 0,132
185 0,51 0.106 0.108
(continua)
SU$ W li

Copírulo 5 • linhos elétricas 147

(continuação)
Resistê.ncia máxima do condutor a 20 ºC
Diâmetro n1áximo dos fios
Seção nominal (mm') Formados com fios nus Formados com fios
no condutor (mm)
(D/km) revestidos (nlkm)
240 0,51 0,0801 0,817
300 0,51 0,0641 0,0654
400 0.51 0.0486 0.0495
500 0.6 1 0.0384 0.039 1
630 0.61 0,0287 0.0292

I Tabela 5.12 • Classe 6 - condutores flexívéis Dara cabos uni e multiDÕlares --,
Resistência máxima do condutor a 20 11C
Diâmetro nuíxin10 dos fios
Seç,io nominal (mm') Formados com fios nus Formados com fios
no condutor (mm)
(.O/km) revestidos (.O/km)
0.5 0.16 39.0 40.J
0.75 0,16 26,0 26,7
1 0.16 19.5 20.0
1.5 0.16 13.3 13,7
2,5 0.16 7.98 8,21
4 0.16 4.95 5.09
6 0.2 1 3,30 3,39
10 0.2 1 1.9 1 1.95
16 0.2 1 1.21 1,24
25 0,21 0.780 0,795
35 0,2 1 0.554 0.565
50 0.31 0.386 0.393
70 0.31 0.272 0.277
95 0.3 1 0.206 0,2 10
120 0,3 1 0.161 0,164
150 0.3 1 0.129 0.1 32
185 0.4 1 0, 106 0. 108
240 0,4 1 0,0801 0.0817
300 0,41 0.0641 0,0654

I Tabela 5.13 • Cabos P!lrG insto~ões fixas - condutores circulares de alumínio Classe 1 1
Número ,nJnimo Resistência máxima do condutor a 20 •e
Seção nominal (mn,z) de fiQS no Condutores de alu,nínio
condutor Unipolares (.nlkrn) Multipolares (.nlkn,)
1 1 29.3 29.9
1.5 1 19.7 20.0
2.5 1 11.8 12.0
4 1 7.39 7.54
6 1 4.9 1 5.01
10 1 2,94 3.00
16 1 1,85 1,89
25 1 1,17 1,20
35 1 0.859 0,876
50 7 0,592 0.604
(continua)
SU$W li

148 lnslalações elétricas

(continuação)

Nú1ncro mfnirno Resistência máxima do condutor a 20 ºC


S~ão nominal
de fios no Condutores de alumínio
(mm')
cond utor Unipo.lare.~ (!llkm) Multípolares (ntkm)
120 19 0,245 0.250
150 19 0.194 0,198
240 37 0.126 0.128
300 37 0,0998 O,I02

H abela 5.14 ,• Cabos nnra instalações fixas - condutores circulares e oerfilaclos de aluminio Classe 2 1
Número mínimo d e fios no condutor Res.istência máxinta do condutor a 20 11C

Seção nominal Codutorcs de alu mínio


(mm') Condutores Condutores circulare.~
círculares compactados Unipolares Multipolares
(O/km) (.íl/km)

1 7 - 34,8 35,4
1,5 7 - 22,2 22,7
2,5 7 - 12.1 12,4
4 7 - 7.5 7,70
6 7 - 4.99 5.09
10 7 1 2.% 3,02
16 7 1 1.87 1,91
25 7 1 1, 18 1,20
35 7 6 (A) 0,85 1 0.868
50 (B) 19 6 (A) 0,628 0.641
70 19 15 (A) 0.435 0.443
95 19 15 (A) 0.313 0,320
120 37 15 (A) 0,148 0,253
150 37 15 (A) 0.202 0.206
185 37 30(A) 0, 161 0.164
240 61 30(A) 0.122 0.125
300 61 30(A) 0.0976 0.100
400 61 53 0.0763 0.0778
500 61 53 0,0605 0,06 17
630 127 114 0,0469 0,0478
soo 127 - 0,0367 0.0374
1.000 127 - 0,0291 0,0297
N04.lS:
(A) Para :ipticaçôes n1ui10 especiais. esses çondutores poden1 ser f.'lbricados como çondu1or~ m.,'lciços.
(U) A $eÇ!io crc1i\'A é. de nproxim3damcnte 47 1nn12•
SU$W li

Capítulo 5 • linhos elétricos 149

[!abela 5, 15 • Cabos para instalacões fixas - condutores circulares de alumínio Classe 3 _J


Resistência máxima do condutor a 20 'C

Seção nominal N ún1ero mínín10 de tios no Condutores de alumínio


(mm') condutor
Unipolares Multipolares
(O/km) (O/km)
10 12 2 .9 1 2.97
16 19 1,84 1,88
25 19 1,09 1, 11
35 19 0,850 0,867
50 27 0.598 0,6 10
70 37 0,4347 0,445
95 37 0.323 0,329
120 61 0.242 0.247
150 61 0.1 96 0.200
185 91 0, 162 0.1 66

I Tabela 5.16 • Condutores para instalasões fixas -


cákulo dos valores de resistência
formasões de condulores utilizados para o
l
Classe I Classe 2 Classe3
Seção nominal Número de Diâmetro dos Número de Diâmetro dos Número de Diânletro dos
(mm') fios fios (d) fios fios (d) fios fios (d)
(n) (mm) (n) (mm) (n) (mm)
1 1 1.13 7 0 .40 - -
1,5 1 1.38 7 0.50 - -
2,5 1 1.78 7 0 .67 - -
4 1 2.25 7 0 .85 - -
6 1 2.76 7 1.04 - -
10 1 3,57 7 1,35 12 1,04
16 1 4.50 7 1.70 19 1,04
25 1 5.65 7 2. 14 19 1.35
35 1 6.60 7 2.52 19 1.53
50 7 3.02 19 1,78 27 1,53
70 - - 19 2, 14 37 1.53
95 - - 19 2.52 37 1,78
120 19 2.85 37 2.03 61 1.60
150 19 3,20 37 2,25 61 1,78
185 - - 37 2 .52 91 1.60
240 37 2.85 61 2.25 - -
300 37 3.20 61 2.52 - -
400 - - 61 2 .85 - -
500 - - 61 3.20 - -
630 - - 127 2 ,52 - -
800 - - 127 2.85 - -
1.000 - - 127 3.20 - -
SU$W ü

15 0 lnslakições elétricas

I Tabela 5.17 • Valonts do fator k !mH/km!, l


N• de fios
con1poncntes k (mHlkm)
do condutor
1 0,0500
2 O.o772
7 0,0642
19 0.0555
37 0,0528
61 0,05 15
»61 0.05 12
Corda co1npacta 0,0500

Tabela 5.18 • Distâncias médias geométricas ~ algumas cli~s· ões de cabos em circuitos trifásicos

Disposição dos condutores

Três cabos unipolares


a~~:,
T
Esquema

.: s •'' SM =~
Cálculo de$"'

SRT. s.s. Ssr = º··


c m triíólio ~
D,
S•r = S•s = Ssr = D,
R

Um cabo ,ri polar


'~• 1--4•
' s.,= 47
,,, = ll1
d;
SRT = S,s = Ssr = d;
R
·rrês cabos unipolares
(/~ (( 3
V
cnl triângulo co,n
distância iguais de a rô ,,0 :s S11 , = a. a. a= t1

SRr • S1<s c:a Ssr :s a

R s T

Três cabos unipolares 000


. .. . a a ,
J ~ -
en, plano co1n
SRs ~ li
s..,= 'v(/.2((.(l=o 2
distância iguais de a SRT = 2(1
S.;T = (I
R

óº-,,;/:o
ªRS
Três cabos unipolares
espaçados a S1u = ~ ªRs · ªS1· · ªR.r
,1s:sin1e1rican1cn1e
T S
SU$W li

Copíwlo 5 • linhos elétricas 1S 1

Para cabos com condutores setoriais, devem-se con- • O alumínio representa a solução ideal para linhas de
siderar d, e S,, com valores iguais aos de um cabo com transmissão e de distribuição (cabos nus), tendo em
condutores redondos e seção equivalente. vista, principalmente, a relação condutividade/peso,
com a utilização de maiores vãos empregando~se
Cobre versus alumínio menor nú,nero de torres de transmissão.
O cobre e o alumínio são os n1ateriais condutores • Em instalações em que as linhas possuam muitas
mais utilizados na fabricação dos condutores elétricos. A conexões, não são realizadas manutenções periódicas
e/ou são utilizados componentes com liga de cobre
seguir, são apresentados alguns aspectos comparativos
em seus pontos de contato (por exemplo, interrupto-
entre esses dois 111etais.
res, tomadas de corrente etc.), geralmente os condu·
• Condutividade: o alumínio apresenta uma condutivi· tores ele cobre (condutores e/ou cabos isolados) são
dade de cerca de 60 por cento da do cobre. Assim, os mais recomendados.
para dada capacidade de condução de corrente, é • Em locais da alta salinidade, tais como em regiões lito-
necessário usar um condutor de alumínio com seção râneas, os condutores ele cobre são recomendáveis.
nomi nal de 1,67 vez maior que a seção do condutor
A NBR 5410, em sua última edição, só admite o uso
de cobre.
de condutores de alumínio:
• Densidade: a densidade do alumínio é de 2,7 gtcm'
e a do cobre de 8,89 gtcm•. Por ser mais leve, o alu- • Em linhas aéreas externas, sem qualquer restrição cio
n1ínio é mais fácil de ser transportado e suspenso. ponto de vista elétrico.
• A relação entre as densidades e as condutividades • Em instaláções industriais, desde que sejam atendidas
mostra que 1 kg de alumínio realiza o mesmo "traba- as três condições a seguir:
lho elétrico• que cerca de 2 kg de cobre. (a) A seção nominal elos condutores deve ter, no
• Oxidação: quando ex1)()Sta ao ar, a superfície cio alu· n1ínimo, 16 mm2.
mínio fica recoberta por uma camada invisível de lb) A instalação de alumínio deve ser alimentada
óxido, de características altamente isolantes e de difí- diretamente por uma subestação, por um trans-
cil renloção. Nas conexões con, alumínio, un, bom formador ou por geração própria.
contato só será conseguido com a ruptura dessa cama· (c) A instalação e a manutenção devem ser realiza-
da . Com efeito, a principal finalidade dos conectores das por pessoas qualificadas (BAS).
utilizados, de pressão e aparafusados, é a de romper o
filme de óxido. Uma vez removida a camada inicial, • Em inscalações comerciais (e análogas), desde que se-
jam atendidas as três condições a seguir:
costuma-se usar, durante a preparação de uma cone-
xão, compostos que inibem a forn1ação de uma nova (a) A seção nomi nal cios condutores deve ter, no
camada de óxido. O cobre, com relação a esse aspec· mínin,o, 50 mmª.
to, é superior ao alumínio. (b) O local deve ser de baixa densidade de ocupa·
• Escoamento: 1>0r ser mais n1ole que o cobre, o alumí- ção e possuir condições de íuga fáceis, isto é,
nio escoa com pec1uenas pressões. Por esse motivo, os local BD l (como é o caso de prédios comer-
conectores usados em condutores cfe alun,ínio devem ciais de até seis andares).
ter as superfícies de contato grandes o suficiente para lc) A instalaçã.o e a manutenção devem ser reali-
distribuir as tensões e evitar danos no local cio condu· zadas por pessoas qualificadas (BAS).
tor a ser comprimido. Por sua vez, é indispensável o Por sua vez, a NBR 541 O não admite, sob nenhuma
reapeno periódico dos conectores, afrouxados pelo circunstância, o uso de condutores de alumínio em
escoamento, r>ara evitar a formação de óxiclo, que locais de alta densidade de ocupação e com condições
eleva a resistência elétrica da conexão, provocando o de fuga difíceis, isto é, locais 804 (caso de hotéis, hos-
seu aquecimento. Para o condutor ele alumínio, as pitais, casas de sh O\\IS etc.) e em locais residenciais.
conexões devem atender às normas NBR 9513, NBR
9313 e a NBR 9326.
• Eletropositividacle: o alumínio e o cobre estão sepa· 5.3 lsolações4
rados eletroquímicamente por 2 V. Essa diferença de
potencial é responsável pela predisposição ela cone- Gradiente de potencial e rigidez
xão cobre-alumínio (ou liga de cobre - liga de alumí· dielétrica
nio) à corrosão galvânica. Devem-se utilizar conecto-
Chama-se gr,1diente ele potencial, dado normalmente
res especiais pa.ra evitar a ocorrência da corrosão
em kV/mn1, a relação entre a ten$<iO aplicada a un1a cama·
galvânica. da elementar ele dielétrico e a espessura dessa camada.
Dos aspectos comparativos apresentados, pode-se
chegar a algumas conclusões, a seguir elenc<1das: 4. ~1:u~rial cedido pcl:t Prysmi:in.
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152 lnslolações elétricas

Sabe-se que o gradiente não é uniforme em toda a Materiais utilizados


espessura do dielétrico, sendo mais elevado nas proxi·
As isolações dos cabos de potência podem ser consti-
midades do condutor e n,ais baixo na superfície externa
tuídas por materí,1is sólidos ou podem ser do tipo ewati-
da isolação, como mostra a Figura 5.13.
ficada. Os materiais sólidos podem ser termoplásticos
O gradiente médio é fornecido pela relação entre a
(cloreto de polivinila e polietileno) e termoflxos (borracha
tenScio íase-terra e a espessura total isolante, o gradiente
etileno-propileno e polietileno reticulado). As isolações
máximo corresponde ao gradiente na superfície de conta-
estratificadas são as que utilizam papel impregnado.
to entre o condutor e a isolação, e o gradiente mínimo é
O papel impregnado é ainda utilizado, princil)<ilmen-
usado no local de contato entre a superfície externa da
te, em cabos de média e de alta tensão; em cabos de
isolação e a terra (ou blindagem externa do cabo, que é
baixa tensão essa isolação íoi substituída, em quase todos
aterrada 1.
O gradiente de perfuração do dielétrico, ou rigidez
os casos, por isolantes sólidos. Trata·se de uma isolação
estratificada constituída por fitas delgadas de papel, colo-
dielé1rica, é um dos parâmetros mais importantes na
cadas helicoidalmente em diversas camadas e impregna-
escolha do material isolante. ~ necessário ressaltar; entre-
das, após rigoroso processo de secagem, por um material
tanto, que a rigidez varia de seção para seção no <:<1bo,
isolante cujas característic.1s variam com o tipo de cabo.
apresentando uma clispers.io considerável em torno do
valor médio. O papel impregnado é hoje utilizado nos c,1bos ,, óleo
sob pressão (c.1bos OF e cabos tipo pipe) e nos cabos
Essa dispersão é aleatória e proporcional ao núme-
ro de vazios ou de in1purezas localizadas na isolação, com massa não escoante.
que se constituem em pontos de ionização, com enfra- O cabo OF é um cabo a óleo mineral fluido submeti-
quecimento da rigidez dielétrica nesse local. do a uma baixa pressão, idealizado nos laboratórios da
Prysmian, em Milão, no início do século XX, e apliçado
Por meio de provas de tensão em amostras, observa- com sucesso até hoje na área de transmissão subterrânea
se que a dispersão de valores de rigidez é muito menor (faixa de 69 a 345 kV no Brasil e até 1.100 kV no exterior).
Os c~bos com massa não escoante vieram substituir
com vantagens os cabos tradicionais de papel impregna-
do em óleo mineral e encontram grande aplicação nas
redes de distribuição subterrânea em média tensão.
Potcnci;.d
Os isolantes sólidos são, hoje em dia, os mais utiliza-
de r.'ISC dos nos c.1bos ele baixa e de média tensão. Possuem
do eo1ldutor diversas características con1uns, porén1 cada tipo possui
1 Porencial 1.cro
propriedades específicas cujo conhecimento é determi-
nante na escolha do material. A seg1.1ir, são apresentadas
as características comuns.
Condutor • Homogeneidade ela isolação e boa resistência ao
envelht>cimento em serviço: os cuidados sempre cres·
ISOl'1Çào centes con1 a hon1ogeneidacfe e con1a elirninaçâo de
vazios nesses isolantes fazem que sejam reduzidos ao
Figura 5 . 13 • Gradienle de polenciol no dielétrico mínimo os riscos de envelhecimento por causas elé-
tricas, que no caso dos cabos de papel impregnado
nos dielétricos estratificados que nos sólidos (extruda- eram pr<'lticamente inexistentes. Outros mecanismos
dos). Explica-se isso pelo fato de que o método de aplica- de envelhecin1ento, por causas químicas ou térmicas,
ção da isolação estratiíicada e subseqüente impregnação podem apresentar-se, mas são eficazmente combati-
(aplicação elas fitas de papel em sala com pressurização dos por uma formulação adequada das misturas.
positiva mantida em condições ideais de limpeza, seca- • Ausência de escoamento: sendo sólido o isolante, o
gen1, degaseificação e in,pregnação) evita a presença de risco de escoamento é mínimo mesmo na posição
vazios localizados na isolação; já o processo de prepara· vertical.
ção e aplicação dos dielétricos sólidos torna quase • Reduzida sensibilidade à umidade: os isolantes sóli-
impossível garantir a total ausência desses vazios. dos praticamente não absorvem a umidade, permitin-
Entretanto, a dispersão ela rigidez nos dielétricos sóli- do que se dispense a capa metálica em muitos cabos.
dos pode ser sensivelmente melhorada mediante um rígido • Insensibilidade às vibrações: os cabos com isolação
controle elas matérias-primas, da utilização ele um equi- sólida geralmente são insensíveis às vibrações, gr<'lças
pamento adequado e da limpeza dos locaisde preparação à insensibil idade apresentada pelos n1ateriais isolan·
e aplicação elas massas isolantes. tes utilizados como isolação, capa ou cobertura. O
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Copíl\Jlo 5 • linhos elétricas 153

uso de uma proteção mecânica só é imposto por con· • Seu ângulo de perdas é bastante baixo para as mistu·
dições de instalação ou de funcionamento. ras destinadas aos cabos de média tensão.
• Bom comportamento ao fogo: a resistência à propa· • Possui uma resistência à deformação térmica que
gação do fogo pode ser garantida por composições permite temperaturas de 250' C, durante os curtos-
adequadas de isolantes sólidos, e a atenuação de pro- circuitos.
pagação pode ser obtida com o uso ele isolações espe· • Apresenta uma absorção razoável de umidade, que,
ciais e por uma construção judiciosa cio cabo. no ental\lo, pode ser reduzida por meio de formula-
As características específicas dos três isolantes sóli- ção adequada.
dos mais usados nos cabos de potência - o PVC (termo- • Possui boa característica no que diz respeito ao enve·
plástico), o EPR e o XLPE (termoíixos) - são apresenta· lhecimento térmico, o que permite conservar densida-
das a seguir. des de corrente aceitáveis quando os cabos íuncio·
nam en1 ten1peratura ambiente elevada.
Cloreto de polivinila (PVC} • Apresenta baixa dispersão da rigidez dielétrica e é
• É uma mistura de cloreto de polivinila puro (resina praticamente isento do treeing - fenômeno que con-
sintética), plastificante, cargas e estabilizantes. siste na formação de arborescências no material, pro..
• Sua rigidez dielétrica é elevada, porém, comparado vocando descargas parciais localizadas e sua conse-
com o polietileno, seu poder indutor específico é alto qüente deterioração.
e sua resistência de isolamento mais fraca. • A borracha EPR é considerada um ótimo isolante sóli-
• Suas perdas dielétricas são elevadas, princip.1lrnen1e do. Há exaustiva experiência n1undial e nacional de
acima de 20 kV, limitando o seu emprego a sistemas utilização desse material, em baixa e em média ten-
ele até I o kV. sões, bem como em alta tensão.
• Sua estabilidade química é considerável ante os pro-
dutos usuais. Misturas adequadas são muito pouco Polietileno reticulado (XLPE}
sensíveis à água. • A reticulação química do polietileno torna-o um mate-
• Trans1nite mal o fogo, mas sua co,nbustão (em gran-
rial termofixo adequado à construção de isolações ele
de quantidade) provoca a produção de fumaça, gases
cabos. O processo de reticulação consiste em criar, no
corrosivos e tóxicos. A quantidade de gases e fumaça
interior do material, pontos intern1oleculares estáveis
pode ser reduzida pela utilização de un,a mistura de
por via química, corn o auxílio de peróxidos orgânicos
formulação adequada.
ou ele moléculas de ligação especiais. Pode-se dizer
• O envelhecimento térmico pode ser eficazmente
que o polietileno sofre uma transformação interna aná-
combatido por estabilizantes apropriados.
loga à da borracha quando vulcanizada.
• É facilmente colorido com cores vivas.
• O material apresenta uma resistência à deformação
• É um isolante muito bom para os cabos ele potência
térmica bastante satisfatória em temperaturas ele até
e para os cabos de teletransmissão a distância média.
• De modo geral, o fabricante pode jogar com a íormu·
2so•c.
• A reticulação faz desaparecer por completo a tendên-
lação da mistura para satisfazer às mais variadas exi-
gências. Assim, pode-se conseguir, por exemplo, para cia à fissuração (stress cracking). apresentada pela
resina original.
as coberturas, uma fraca absorção de água e uma ele-
vada resistência mecânica e à abrasão, um bom com· • A reticulação não modifica sensivelmente o bom com-
portamento com relaç.io ao fogo e resistência especí- portamento do polietileno a baixas temperaturas e. por
fica aos solventes ou à gasolina. outro lado. reforç.1 a estabilidade química.
• A reticulação cio polietileno permite a incorporação
Borracha etileno·propileno (EPR} de cargas minerais e orgânicas uti lizadas para melho·
rar o com1>0rtan,ento mecânico, a resistência às in·-
• Os compostos de EPR são, em geral, reticulados por
tempéries e, $0bretudo, o comportamento ao logo.
meio de 1~r6xidos orgânicos. As misturas correspon-
• O XLPE é utilizado em cabos de baixa e de média
dentes tên1, por conseguinte, a ,nelhor resistência
tensões. Apresenta dispersão relativamente aha da ri·
possível ao envelhecimento térmico e aos agentes
giclez dielétrica, bem como o fenômeno cio treeing
oxidantes.
• Sua flexibilidade é muito grande, mesmo a tempera- (com certa freqüência); por isso, seu uso para tensões
turas inferiores a OºC. superiores a 15 kV exige certos cuidados.
• Apresenta uma resistência excepcional às descargas O Quadro 5.2 apresenta a identific.1ção dos condu·
e radiações ionizantes, mesn10 a quente. tores pela cor.
SU$W ü

154 lnsloloções elétricas

5.4 Blindagens extruclada), isso é alcançado mediante a extrusão simultâ·


nea do material semicondutor e da camada isolante.
No caso de isolação esuatifiC<1da, a blindagem é cons-
Blindagem sobre o condutor tituída por fitas ele papel semicondutor aplicadas helicoi-
(blindagem interna) clalmente.
A Figura S.14(a) apresenta um condutor encordoado
recoberto apenas por uma camada isolante e na figura Blindagem sobre a isolação
5.14 (b) está coberto por uma blindagem. Consiste em uma canlada de material semicondutor e,
Com essa construção simples, o cam1)0 elétrico assu- na maioria dos casos, também em unla ca.nlada ele nlate-
n1e uma forma distorcida, aco1npanhando as irregulari- rial condutor, ambas aplicac~,s sobre a superfície da iso-
clacles da superfície do condutor, o que provoca concen- lação. Sua finalidade principal é confinar e distribuir uni-
tração de esforços elétricos em determinados pontos. formemente o campo elétrico dentro do cabo isolado.
Na Figura 5.15(a), o cabo sem blindagem, isto é •o
campo não radial", apresenta distribuição irregular cio
campo elétrico; na Figura 5 .1 S(b), o cabo blindado,
denominado "campo radial•, apresenta campo elétrico
distribuído ele forma equilibrada e radial em relação ao
condutor. A construção cio campo radial é preferível,
principalnlente, para tensões mais elevadas, uma vez
que garante solicitações elétricas uniformes em cada
Condutor Condutor camada isolante (conjunto ele pontos da isolação eqüi·
se1n blindage,n corn blindagc1n distantes do condutor).
(a) (b)
C:tn1po clé1rieo não r:1diâl
Figura 5, 14 • Campo elétrico do condutor (o) sem blindo·
geme (b) com blindagem

Nessas condições, as solicitações elétricas concentradas


podem exceder os limites permissíveis da isolação, oca-
sionando uma depreciação na vida do cabo. Além disso,
no caso de cabos com isolação sólid11, a e.xistência de ar
entre o condt1tor e o isolante pode dar origem a ionizações
localizadas, com conseqüências danosas para o material
isolante.
Com a interposição de uma camada sen1icondutora,
o campo elétrico torna-se uniforme e os problemas são l;nchi,ncnto
' -- -
minimizados ou mesmo totalmente eliminados. ~ - - - lsol.1ção cJo condutor
Evidentemente, p,,ra um perleito desempenho dessa ~ - - - Hlindagc1n in1ema
função, a blindagem interna, constituída pela camada Condutor
semiconclutora, deve estar em íntimo contato com a super- (3)

fície interna da isolação. No caso de cabos secos (isolação

Quadro 5.2 • Identificação dos condutores pela cor


De acordo com as nom1as de cabos (e com a NBR 5410), quando os condutores forem identificados pela cor, às cores
verde, verde-amarelo e azul-claro são reservadas aplicações específicas. Assim:
• o tmd-claro deve ser usado na isolação de condutores isolados ou de veias de cabos multipolares, ou na cobertura
de cabos unipolares, quando a função do condutor for a de ncwro e, se a função do condutor for PEN. utiliza-se a
mesma cor azul~claro conl anilha verde-amarela nos pontos visíveis ou acessíveis;
• o ,·erde, ou a dupla coloração verde-amarelo. deve ser usado na isolação de condutores isolados ou de veias de
cabos multipolares. ou na cobertura de cabos unipolares. quando a função dos respectivos condutores for a de con-
,itr,or dt proteção (PE).
Observe que a veia com isolação azul-claro de um cabo multipolar pode ser usada paro outras funções que não a de
condutor de proteção. fsso ocorre quando o ci.rcuito não possui condutor neutro ou quando o cabo tem um condutor
periférico utilizado como neutro.
SU$W li

Capil\Jlo 5 • linhas elétricas 155

C:unpO clé1rico rJdi:11 as íitas cuja resistência ôhmica depende essencialmente


da condiç,10 de contato superficial no remonte destas
(ver Figura 5.16).
Indicamos a blindagem a íios isolados como a mais
recomendável 1>ara cabos de potência com dielétricos
sólidos.

Cabos em papel
Aplicação de pa1>el semicondutor. Nesses cabos em
papel, o elemento de baixa impedância é constiluíclo pela
Cinta isolante capa metálica (chumbo ou alumínio) que os recobre.
Ênchimcnto
~ - - lsolnç-
j o do condutor
1
~ - - 8l indngc1n i n1cn1a 5.5 Proteção
Condu1or
As proteções dos cabos podem ser de dois tipos: não
(b)
n,etálicas e metálicas.
Figura 5.1 5 • Blindo9em sobre o isoloçõo
Proteções não metálicas
Da mesrna maneira que a blindagem interna, a blin· Os cabos de potência são normalmente protegidos
dagem externa deve ser construída de modo a eliminar com uma cobertura, geralmente íeita com PVC, polieti·
qualquer possibilidade de vazios entre ela e a superfície leno ou neoprene, polietileno clorossulfonado e outros,
externa da isolação. Isso pode ser obtido por meio das se- e sua escolha ba.seia-se na resistência e nas ações ele
guintes formas: natureza mecânica ou química.
Na n1aioria dos casos, a cobertura dos cabos com
Cabos secos isolação seca é de PVC (ver Figura 5 .17), que é um mate·
• Extn,são simultânea do material semicondutor e iso- rial mais econômico e com resist@ncia suíiciente para o
lação. uso corrente.
• Aplicação de uma camada contínua de verniz se,ni· O polietileno (pigmentado com negro ele lumo para
condutor seguida de fila têxtil semicondutora (em torná-lo resistente à luz solar) é utilizado nas instalações
desuso). em ambientes com alto teor de ácidos, b.1ses ou solventes
Nos cabos secos, a camada condutora é constituída orgânicos.
por filas ou íios de cobre e fornece um caminho de baixa Não metálicas (PVC)
in,pedância para a conclução das correntes induzidas
provenientes das correntes de curto-circuito de outros
cabos. Quando se deseja uma capacidade de condução
de corrente bem-definida, a construção mais indicada é
a de fios cuja resistência ôhmica é praticamente constan-
te ao longo da vida do cabo, o que não ocorre com
OE o
Figura 5. 17 • Proteçõo não metâlico
Em cabos de uso móvel, que requerem boa llexibi·
!idade e grande resistência à abrasão e à laceração, a
capa usual é o neoprene ou o polietileno clorossulfona-
do (H)'palon) .
Verniz scn1icondutor
Nos cabos isolados em pa1>el, exige-se uma cobertura
Fita se1nicondutora
metálica do tipo contínuo, para assegurar a estanqueida-
Fila de cobre
de do núcleo. Emprega-se tradicionalmente o chumbo e,
mais recenten,ente, o alumínio.
Esses materiais são protegidos contra corrosfo por
uma cobertura de PVC ou polietileno.

Proteções metálicas
Scn1icondu1orn cx1n1dada Proteções metálicas adicionais com íunção ele arma-
l'ios de cobre ção são empregadas nas instalações sujeitas a danos
n,ecânicos.
Figura 5. 16 • Cabos blindados
SU$W ü

156 lnslakições elétricas

Os tipos mais usados de proteções metálicas s,io: 5.6 Níveis de isolamento dos cabos
• Armações de fitas planas de aço, aplicadas helicoi- de potência
dalmente.
• Armações de fita de aço ou alumínio, aplicadas trans- A n,aioria dos circuitos elétricos destinados a trans-
versalmente, corrugada e intertravada (interlocked). ~ mit,ir potência, em corrente alternada, tem a configura-
o tipo mais moderno, que confere boa flexibilidade ção trifásica, ou seja, é constituído por três fases, com ou
ao cabo, além de garantir maior resistência aos esfor.. sem o neutro. Nos equipamentos elétricos (por exemplo,
ços radiais que o tipo tradicional (fitas planas). geradores, transformadores, motores etc.), as três fases
• Empregam-se armações de fios de aço nos casos em podem ser interligadas em estrela ou em delta (triângu·
que se deseja atribuir ao cabo resistência aos esforços lo). A Figura 5.19 apresenta uma ligação em estrela.
de tração (cabos submarinos, por exemplo). Nesses sisten1as, indívidualizan1-se dois valores para
a tensão, quais sejam:
A Figura 5.18 apresenta três cabos com proteção
(a) Tensão entre as fases: U.
metálicas.
(b) Tensão entre iases e neutro: U0 •

-- ---·

Annação :i
Condu1or Isolação E11chi1nc1110 fi1as pl.1nas Cobertura

Condutor Isolação Capa intcn1:t ritas nrrnancx Cobcnura

131inda.gcn1 ,\colchoamcnto
Condutor Cobcruira
n1c1:1.ltCa

Blindagen1
~u1icondutora J;nchilncn10 Annação a fios
do c-0ndu1or do condutor

Figura 5.18 • Proteções metálicos ck,s cabos


SU$W ü

Capítulo 5 • linhos elétricas 157

Cabo

Í'.1SC I
u u Carga.
111olor ou oulro
······-----------·----
~"'---
Fase3
..... ut ... Neutrú
Cabo ••
e<1uipa1nenlo
elétrico
F"sc2
Uy Cabo
Trnnsíonnador ou gerador

Figura 5. 19 • ligação em estrela

Em uma carga equilibrada, a tensão fase-fase e fase- menta fase-fase' denominada V. O valor dessa tensão é
neutro (fase-terra) é dilda pela seguinte expressão: dado por:
(5.25) (5.26)
O diagrama fasorial das tensões de fase-neutro e de Seguindo a tendência internacional, as normas brasi-
fase-fase é apresentado na Figura 5.20. leiras passaram a adota.r, para designação das classes de
O projeto elétrico dos cabos e seus respectivos aces- tensão dos cabos e acessórios, o par de valores VofV cuja
sórios, embora seja feito de maneira desvinculada do definição é:
sistema, utiliza os mes1nos conceitos anteriormente
• V0 = tensão fase-terra para a qual o cabo ou o aces-
abordados. Isso pode ser mais bem visualizado no caso sório é projetado.
ele cabos a •campo elétrico radial", ou seja, naqueles • V = tensão fase-fase para a qual o cabo ou o acessó-
cabos que possuem uma blindagem sobre a isolação (ver rio é projetado.
Figura 5 .21 ).

Figura 5.21 • Cabos com blindagen, sobre o i,olaçõo

1:f:-=Uo ,·os3o·=u.1[ Tensões de isolamento


Os sistemas elétricos de baixa e média tensões são
U= Uo. -ff previstos para várias classes de tensão. Objetivando
Figura 5 .20 • Diagramo fasoriol dos tensões (fose·neutro racionalizar a utilização de cabos e acessórios para esses
e fase-fase) sistemas, a NBR 6251 padronizou as seguintes tensões
Tais cabos são projetados em função da tensão fase- de isolamento:
terra. Essa tensão é denominada "tensão de isolamento
V,IV = 0,6/1 - l,8/3 - 3,6/6 - 6/10 - 8,7/15 -
do cabo", representada por V0 • Assim, quando se diz que
um cabo ou um acessório é para 15 kV, subentende-se
que ele é adequado para oper<1r cm um sistema cuja ten· - 12120 - 15/25 - 20/35 - 27/35 (k V)
são fase-terra pode chegar a 15/\0 "" 8,7 k V, porque
este é o valor no qual foi baseado o cálculo da isolação.
De maneir;i similar aos sistemas elétricos, pode-se 5. O , 1llor dé ,cn.~no fas,e.fasc é de pârtiruta:r intl'ressc parn o projc10
1

associar ao cabo e ao acessório uma tensão de isola· de cabos .i cainpo f:léuico rtno•t:X1i.ll.
SU$ W 6

158 lnsloloções elétricas

Esses valores podem ser entendidos como as classes secundária de um transformador. O neutro, ponto comum
de tensão para cabos e acessórios de potência. dos enrolamentos, pode ter uma das seguintes ligações:
Para uma adequada escolha da tensão de isolamento • Diretamente ligado à terra.
do cabo é necessário un1 prévio conhecin,ento da cale-
• Completamente isolado da terra.
goria do sistema elétrico a que se destina. Essa categoria
• Ligado à terra par meio de impedância.
é definida considerando-se a possibilídade de uma falta
para a terra (curto·circuito) de u1na fase do sistema. Na Figura 5.22, apresenta-se a condição normal de
A norma NBR 6251 define duas categorias de siste· operação cio sistema.
mas para a escolha da tensão de isolamento do cabo. Nessas condições, a tensão Ué a n1esn1a entre quais-
quer duas fases do sistema. Entre qualquer fase e o neu·
(a) Categoria /: abrange os sistemas que, sob condição Iro a tensão é U/V3.
de uma falta de urna fase-terra são previstos para con- Supondo a ocorrência de uma falta provocada pelo
tinuar operando por um curto período, desde que contato acidental fase-terra ou urn dano mecânico ele uma
somente com uma fase-terra. Esse período, em geral, fase do cabo isolado, pode-se ter uma das seguintes situa-
não deve exceder urna hora; porém, um período ções, que dependerá da condição ele ligação do neutro:
maior pode ser tolerado para o camr>o elétrico radial
e em circunstâncias especiais. TodaviaF em nenhun,a • No caso ele neutro diretamente ligado à terra, uma
condição esse período pode exceder oito horas. intensa corrente percorrerá o circuito NCDT (ver
(b) Catesoria 2: compreende todo o sistema que não se Figura 5.23), fazendo 01>erar a proteç,'\o. Durante o
enquadra na Categoria 1. período ele curto-circuito, o patencial de N permane-
ce aquele ele terra e as tensões entre as fas~ não afe·
Esses critérios devem ser utilizados também para a esco- taclas e terra continuam a ser iguais a U/V3.
lha,da tensão do isolamento dos acessórios, uma vez que • No caso ele neulfo isolado ela terra, o potencial da fa-
estes devem suportar as mesmas condições de sobreten- se C passa a ser aquele da t'l(ra e o potencial cio
são previStas para os cabos aos quais se Qestin.a.n,. panto N assume o valor U/V3. Nessa condição, a
tensão entre as fases não afetadas e terra assun1e o
Após definida a categoria à qual pertence o sistema, valor U; portanto, a isolação dessas fases fica sujeita
a escolha da tensão ele isolamento cio cabo (Vo) pode ser a uma tens.ão 1,73 superior à tensão normal de servi·
feita utiliz.1ndo-se a Tabela 5.19. ço (ver Figura 5.24).
• No caso ele neutro ligado à terra por meio de impe·
A ten$ão máxiana de operação de urn si~lema é a tensão dância, a corrente de curto.circuito que circulará no
n1á.xima existente entre as fa~c; (valor: eficaz). que pode circuito NCDT é limita<Li pela impedância a um valor
ser n1antida cm condições nonnais de operação cm qual- suficiente para operar o sistema de proteção, reduzin-
quer te,1npo e cm qualquer ponto do sisten1a.
do os danos causados aos componentes dos sistemas
envolvidos. O potencial do ponto N dependerá cL1
Interpretação das categorias do queda de tensão na impedância Z, podendo atingir,
sistema no máximo, o valor UIV3. A tensão entre as fases
não afetadas e terra pode assumir valor entre U/V3 e
Para melhor interpretação das categorias do sistema,
U (ver Figura 5.25).
considere urna carga sendo alimentada pela bobina

I Tabela 5.19 • Ti-• de tensão do isolamento élo ca bo - 1


Tensão de isofan1ento do
Tensão nontinaf Tens~o ntáxitna de cabo v. (kV)
do sisten1a operação do sistema
(kV) (kV) Categoria 1 Categoria 2
'
'
1 1,2 - 0.6
3 3,6 - 1,8
6 7.2 3.6 6
10 12.0 6 8.7
15 17.5 8.7 12
20 24.0 12 15
25 30.0 15 20
35 42.0 20 27
SU$W ü

Capítulo 5 • linhos elétricas 159

u u

Figura S.22 • Sistema elétrico: fonte e carga

N 8 Carga

i I
Fonte
- Solo

Figura 5.23 • Defeito fose·lerro no sistema aterrado

Carga

Figura S.24 • Defeito fose·terro no sistema isolado

Das considerações anteriores, pode-se concluir que, da atuação da proteção. Éde esperar, portanto, que a es-
en1 sisten1as com o neutro direta,nente ligado à lerra, pessura da isolação dos cabos previstos para esses siste·
uma falta não provoca solicitações extras na isolação dos mas seja maior que a espessura da isolação dos cabos
cabos das fases não afetadas, ou seja, a tensão dessas em sistemas com o neutro diretamente ligado à terra.
fases para a terra continua igual a u/\/3. As normas norte-americanas para cabos de potência
Em sistemas com o neutro completamente isolado ela (ICEA e AEIC) defi nem três níveis de isolamento para os
terra ou ligado à terra por meio de impedância, uma falta cabos isolados, quais sejam:
provoca uma elevação na tensão das fases não afetadas, (a) Nível 100 por cento - NA: cabos com essa categoria
podendo chegar a assumir um valor 1,73 vezes superior podem ser usados em sistemas com proteções tais que
àquele de regime normal. A isolação dos cabos fica, por- faltas para a terra são eliminadas em um tempo máxi-
tanto, subrnetida a unia tensão muito superior àquela e1n mo de um minuto. Tais sistemas normalmente pos-
regime normal, por um período que é função do temi><> suem o neutro diretamente ligado à terra .
SU$W ü

160 lnslalações elétricas

~ . fl. . /j Carga

z t,. I
I• - i - D

Figura 5.25 • Defeito fose·terra no sistema aterrado por meio de uma impedância Z

(b) Nível 133 por cento - N/: cabos com essa ca1egoria não existir uma correspondência direta entre a classifi-
podem ser usados em sislemas em que o tempo de cação segundo as normas norte-americanas e a norma
desligamen10 de no máximo um minuto não pode ser brasileira - NBR 6251.
garaniido, 1>0rém exisle significa1iva probabilidade de Todavia, no que se refere às dimensões dos cabos, é
que a faha possa ser eliminada em um 1empo máximo possível estabelecer uma equivalência entre as duas clas-
de un)a hora. Tais sistemas norn1almente possuem o sificações. Essa equivalência, baseada exclosiv<1mente
neu1ro isolado ou aterrado por meio de impedância. nas dimensões dos cabos, é dada na Tabela 5.20.
(c) Nível 113 por cento - cabos com essa caiegoria
devem ser usados em sistemas que não se enquadram
nas categorias anteriores, ou seja, cujo tempo de des-
5.7 Perdas dielétricas
ligamen10 é indefinido. As perdas dielélricas ocorrem nos cabos energizados
Comparando essa classificação com a apresen1ada do mesmo modo que nos capaci1ores. A corren1e I que
pela NBR 625 1, verifica-se que os cabos de Calegoria 1 flui pelo dielélrico é composta por duas parcelas, uma
englobam os níveis de isolamenlo 100 por cenlo e 133 ativa (perdas) e oulra puramenie reativa (capaciliva ) (ver
por cenlo, ou seja, níveis NA e NI. Figura 5 .26).
Na prática, os acessórios (terminais e emendas) são A corren1e verdadeira I que flui pelo dielé1rico dos
normalmen1e definidos em função dos cabos uliliza- cabos é dada pela Expressão 5.27.
dos, os quais foram previamenle especificados com
base nas lensões de isolamenlo, em que se observou I = Y/2p + / '2 (5.27)

Tabela 5.20 • E uivalêncla da classlfica~ão ele tensões


Classificação de tensões (kV)
Norn,as
Normas NBR 6251
norte-americanas
0.6 0,6/1
3 1.8/3
5 3.6/6
8 Nl 6/10
15NA 8.7/15
15 Nl 12/20
25NA 15/25
25 NI 20/35
35NA 20/35
35 Nl 27/35
SU$W ü

CopíttJlo 5 • linhos elétricos 161

onde 5.8 Comportamento dos cabos em


• / , = corrente en, fase co1
1
n a tensão fase-terra Vo, res- condições de fogo e incêndio
ponsável pelas perdas no dielétrico do material iso-
lante do cabo; Introdução
• I, = corrente que flui pelo capacitor equivalente cio A construção dos cabos elétricos envolve volumes sig-
material isolante. A corrente está adiantada de 90° nificativos de n1iueriais orgânicos na isolação, na cober-
em relação a tensão U0. tura e en1 outros con1ponentes. Tais n1ateriais são com·
Pelo diagrama fasorial da Figura 5.2 6, pode-se escre- bustíveis e podem conferir ao cabo, durante a ocorrência
ver, para as perdas dielétricas: de un, incêndio, as perigosas características de elemento
propagador de íogo e de emissor ele fumaça de gases tóxi-
P., = Uol,, (5 .28) cos e corrosivos.
Em locais de alta densidade de ocupação (locais 802
(5.29) e 803), como teatros, cinemas, casas de shows, sho1>·
Substituindo a Expressão 5.29 na Expressão 5.28, pings, hotéis, aviões, hospitais e prédios ele grande altu-
tem-se ra, ou em ambien1es fechados, tais como centrais elé1ricas,
túneis subterrâneos e galerias de cabos, podem ocorrer
/ ~1 = Uo I, tg li (5 .30) sérios problemas em conseqüência da fumaça gerada
A reatância capacitiva (X,.) é definida em função da por cabos elétricos em combustão. A perda de visibilida-
capacitância C e da fre<1üência f, isto é, de e o comprometimento da respiração são fatores muito
importantes, que podem, além de causar pânico, dificultar
l a fuga elas pessoas e o combate ao fogo. Adicionalmente,
X, = Z7rfC (fl · km ) (5 .31 )
a presença ele certos gases tóxicos e corrosivos na fuma-
ça é extremamente prejudicial à saúde das pessoas
(com C dado em f/km) (sendo fatal em muitos casos), além de promover danos
Pode-se escrever também pela lei de Ohm e falhas em equipamentos e, em longo prazo, iniciar um

I = -
u. (S.32)
processo ele deterioraç.'\o da estrutura do prédio.
Por sua vez, apenas a propagação da chama - con-
' X,
siderada isoladamente - é sempre indesejável, uma vez
Substituindo as Expressões 5.31 e S.32 na Expressão que pode transformar um incêndio ele pequenas propor-
5.30, obtêm-se duas expressões para as perdas dielétri- ções em uma grande tragédia.
cas, isto é,
Classificação
1~1 = 2'1T[CUõ • tg 15 (W/km ) (5 .33) Em princípio, tendo em vista o comportamento ele
seu invólucro externo, isto é, a isolação no caso de con-
dutores isolados e a cobertura no caso ele cabos uni e
multipolares, os condutores e cabos isolados podem ser
classificados em cinco categorias:
(a) Propagador da chama
:, -··----------------------· '" (b) Com propagação reduzida da chama
(c) Resistente à chama
'
(d) Resistente à chama, com baixa en, issão de fumaça e
gases tóxicos e corrosivos
'e (e) P.ua circuitos de segurança

O cabo propagador da chama é o que, quando sub-


Figura S.26 • Definição do ângulo d
metido à ação direta da chama, mesmo que por um
curto intervalo de tempo, entra em combustão e a man-
u' · tg ô tém, mesmo após a retirada da chama ativadora. O polie-
P., = oX (W/km) (5.34) tileno reticulado (XLPE) e a borracha etileno-propileno
' (EPRI podem ser considerados materiais propagadores
O fator tg ll é chamado fator de perdas cujos valores de chama.
máximos admissíveis à temperatura ele serviço são: O cabo com propagação reduzida ela chama é aque-
le que, embora utilize na isolação e/ou na cobertura
• o,100 para cabos com isolação em PVC. algum tipo de material não propagante, como é o caso
• 0,040 para cabos com isolação em EPR. do PVC e do neoprene, tem seu comportamento depen-
• 0,008 para cabos com isolação em XLPE. dente em grande parte do tempo da exposição à chama,
SU$W 6

162 lnslolações elétricos

da intensidade da chama, do agrupamento com outros De acordo com a NBR 5410,em áreas comuns. em áreas
cabos etc. Os condutores isolados de cobre com isola- de circulação e em áreas de concentração de páblico, em
ção ele PVC cio tipo BW (NBR NM 247-3) enquadram-se tocais B02, BD3 e 804, as linhas elétricas aparentes e as
nessa categoria. linhas no interior de paredes oca.5 ou de outros espaços de
Os cabos resistentes à cham,1 (não propagantes de construção devem atender a u1na das seguintes condições:
chama) são aqueles em que a chama não se propaga, • No caso de linhas consti1uídas por cabos fixados em
mesmo em caso de exposição prolongada ao fogo. paredes ou em te1os. os cabos devem ser não propa-
Quando submetidos ao rigoroso ensaio de queima verti- gantes de chama. livres de haJogênio e co,n bajxa
cal, efetuado em feixe de cabos com concentração de e,nissão de fun,aça e gases tóxicos.
material combustível bem-definida (de acordo com as • No caso de linhas coostituídas por condutos abertQ$.
normas NBR NM IEC 60332-3-1 O, 3-22, 3-23, 3-24 e 3- os cabos deven1 ser não P,ropagantes de ch:una, livres
25), os danos causados pela chama ficam limitados a ae Halogênio e com baixa em.issão ae fumaça e gases
poucas dezenas de centimetros. tóxicos. Já os condutos, caso não sejam me1álicos ou
de outro marcrial incombuslívcl, devem ser não propa·
Cabos com baixa emissão de fumaça games de chama. livres de halogênio e com baixa
e de gases tóxicos e corrosivos emissão de fumaça e gases tóxicos.
• No caso de linhas em condu1os fechados. os condutos
A obtenç,10 da propriedade de resistência à chama, ou que não sejam 1netálicos ou de outro n1aterial incom·
seja, a propriedade de não propagação do fogo sol> condi- bustfvel deven1 ser não propagantes de chama, livres
ções simuladas de incêndio (queima vertical) é, em muitos de halogênios e com baixa emissão de fu1naça e gases
casos, conseguida à custa da utilização de compostos tóxicos. Na primeira hipótese (condutos me1álieos ou
halogenados (à base de cloro, bromo e flúor), que são de outro n1a1erial incon1bustfvel), pode,n ser usados
incombustiveis. No entanto, cabos que empregam esses condutores e cabos apenas não propagantes de chama:
materiais geran, fun,aça e gases tóxicos e corrosivos, o que na segunda. devem ser usados cabos não propagantes
os torna inadequados para uso em linhas elétricas abertas, de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de
em áreas comuns, de circulação e de concentração de fu,naça e gases tóxicos.
público locais 6D2 e 8D3 e em ambientes fechados.
Tais cabos elevem ser construídos e ensaiados segun- A construção dos cabos da Figura 5.2 7 caracteriza-se
do a NBR 13248:2000 - Cabos de potência e controle e por utilizar materiais de alta resistência a ten1peraturas
condutores isolados sen, cobertura, com isolação extruda- elevadas, garanti ndo que, n1esmo e.m u,n incêndio, o
da e com baixa emissão de fumaça para tensões até 1 kV cabo manterá a integridade cio circuito de segurança.
- Requisitos de desempenho. Isso permite a continuidade do funcionamento durante
A Tabela 5.21 apresenta os gases mais importantes, incêndios de circuitos de detectores, alarmes e bombas
suas fontes e seus efeitos, enquanto a Tabela 5.22 mostra de incêndio, além de iluminação de emergência.
as concentrações letais desses gases. A Tabela 5.23 apre-
senta uma comparação de diversos n1ateriais quanto ao
.,índice de toxidez".
5.9 Designação dos condutores e
dos cabos isolados (de acordo
Cabos para circuitos de segurança com a NBR 9311 )6
Os cabos para circuitos de segur,wça são os cabos
utilizados nas linhas elétricas das instalações de seguran- Introdução
ça, conforme recomenda a NBR 5410.
Os condutores e os c.1bos isolados são classificados
Esses cabos devem ser construídos e ensaiados de
acordo com a NBR 13418:1995: Cabos resistentes ao de acordo com a norma NBR 93 11 .
fogo para instalações de segurança. Segundo essa norma, eles são designados por siglas
compostas pela seguinte sucessão, partindo do condu-
tor (propriamente dito) para a parte externa do condutor
l$olaçiio c1n con1posto de ou cabo:
alia pcrfonuancc ,10 fogo.
livre de hatog~nio • Número, seção nominal e eventuais 1>articularidades
Condu1or de cobre do(s) condutor(es).
• Material, grau de flexibilidade e forma cio condutor.
• Material e qualidade ela isolação.

""' • Condutor concêntrico ou blindagem me1álica sobre o


cabo unipolar ou sobre cada veia de cabo multipolar.

Figura 5.27 • Cabo que atende à norma NBR 13418 6. Col:'lbomçl'to dOengcnhéir() l..uii!'. C:,sfos Str:tcicri.
SU$W li

Copíwlo 5 • linhos elétricas 163

[ Tabela 5,21 • Gases tóxicos, suas fontes e seus efeitos .l


Gás Fonte Efeito

Ácido cianídrico (HCN) Là. seda. nailon. poliure1a110. Bloqueio da função respim1ória.

PVC, bormchas clomdas


Ácido clorídrico (HCI) ln-irance do 1r.uo respiratório.
(Hypalon, Neoprene).
Ácidos fluorídico ou bro1nídrico Ma1eriais íluorados con1pos1os dt
l1Ticante do 1ra10 respiratório.
(HF. H8r) bron10.
Óxidos de nitrogênio
Com1>0s1os nitrogenados. Ede111a puhnonar.
(NO. NO,)

Óxido de enxofre (SO,) Co1npos10 con1enxofre. Fone irri1an1e do 1rato respira16rio.

Dióxido e n1onóxido de
Composto orgânicos. Falia de oxigenação.
carbono (CO,. CO)

I Tabela 5,22 • Concen~ões letais de gases tóxicos 1


Gás Concentração letal (ppm)
Dióxido de carbono (CO,) 100.000
Monóxido de carbono (CO) 4.000
Gás sulfídrico (H,S) 750
Amônia (NH,) 750
Ácido clorídrico (HCI) 500
Dióxido de enxofre (SO,) 400
óxidos nitrogenados (NO + NO,) 250
Ácido cianídrico (HCN) 150
Ácido bromídrico (HBr) 150
Ácido fluorídrico (HF) 100

• Proteção sobre o cabo unipolar ou sobre cada veia grupos distintos e esses grupos, 1>0r sua vez, são reunidos
ele cabo multiplexado ou multipolares. para formar o núcleo do cabo -, também abrangida
• Composição e forma cio cabo. pela NBR 9311.
• Condutor concêntrico ou blindagem metálica sobre a
reunião de veias de cabos n1ultipolar. Número, seção nominal e eventuais
• Proteção(ões) sobre a reunião de veias de cabo mul-
particularidades do(s) condutor(es)
tipolar.
• Eventuais con1ponentes esJ>ecíficos. Para a designação cios condutores (principais), que
• Tensão de isolamento do condutor ou do cabo iso- constituem o cabo, xi.o indicados o nún1ero e a seção
lado. non1inal em n1mi, separados pelo sinal de n1uhiplicação.
Assim, por exemplo:
Diz a nornla, ainda, que, na eventualidade de un1 ou
mais símbolos requererem uma indicação complemen- • 3 x 70 indica um cabo tri1>0lar com três condutores
tar, deve ser colocado um asterisco ao final da sigla, de 70 mm•.
seguido dessa indicação complementar. Por sua vez, • 1 X 25 pode indicar um condutor isolado ou um
cabos que possuam designação própria prevista na res- cabo unipolar ele 25 mm•.
pectiva especi ficação (como BW ou BWF, segundo a Quando faz(em) parte clo(s) cabo(s) conclutor(es) com
NBR NM 247-3) não necessitam seguir a N BR 9311 . forma, identificação ou seção espedfica, este(s) é(são)
Esta se<;<io não fará referência à designação utilizada caracterizado(s) pela seç.10 nominal em mm' seguida
para condutores ele cabos para sinali zação, controle e pelas letras T, N, C ou C7; indic.,ndo seu possível
instrumentação - nos quais as veias são reunidas ern emprego, como se segue:
SU$W li

164 lnslakições elétricas

• 1': condutor de mesma seção dos condutores principais Material e qualidade da isolação
ou não, com isolação de cor verde ou verde-amarelo
A qualidade da isolação é relativa a uma ou mais
ou não isolado, singelo ou subdividido, para uso como
características próprias do composto isolante, por exem·
condutor de proteção (PEJ.
pio, temperatura máxin1a de serviço, condição não mi-
• N: condutor isolado ou não, quando de seção infe- grante da isolação em papel impregnado etc.
rior à dos condutores principais, para uso con10 con-
Para designação da isolação, util izam-se uma ou
dutor neutro; no caso de cabo multiplexado auto-sus-
mais letras que definem o material que serviu de base
teniado, a letra N designa o condutor neutro de
para sua composição_, seguida(s) ou não de un1 algarismo
sustentação, mesmo que seja de seção igual ou supe-
que i ndica sua qual idade. A ausência do algarismo indi-
rior às dos condutores principais.
ca a isolação no seu tipo mais usual. A Tabela 5.24 mos-
• C: condutor concêntrico de qualquer seção ou
tra os materiais isolantes mais con,uns.
forma, isolado ou não.
• cr: condutor de verificação do aterramento. Condutor concêntrico ou blindagem
A notação dos condutores específicos deve seguir a metálica sobre a veia
dos condutores pri ncipais, intercalada por um sinal de
Para um condutor concêntrico ou uma bl indagem
adiç.io. Exemplos:
metálica sobre a veia de cabos unipolares ou multipola-
• 2 >< 50 + 25 T: i ndica um cabo tripol ar com dois res, são usadas uma ou mais letras, seguidas ou não de
condutores de fase de 50 mm' e um condutor de pro- um algarismo, isto é:
teção de 25 mm' . • C (ou A): condutor concêntrico de cobre (alumínio),
• 3 x 35 + 25 N + 25 C: indica um cabo multipolar
constituído por uma coroa helicoidal de fios.
com três condutores de fase de 35 mm' , um condu-
• Cl (ou A 1): condutor concêntrico de cobre (alumí-
tor neutro ele 25 mn1 2 e u1n condutor concêntrico de
nio), apl icação S-Z (tipo •ceancler").
25 mm' . • H: blindagem hel icoidal de fios redondos ou fios cha-
No caso de cabos multiplexados, são indicados o tos.
número de condutores e a seção nominal, em mm2, • H l : bli ndagem helicoidal de fitas de cobre.
intercalados por (xx). Assim: • H2: blindagem de trança de fios de cobre.
• H3: blindagem S - Z (tipo "ceander" ).
• 3 x 1 X 50 indica um cabo triplexado com três con-
• H4: bli ndagem de dupla trança de cobre
dutores ele 50 mm' ;
• H5: bl indagem de J>apel ou plástico metalizado ou
• 3 x 1 x 70 + 70 N: indica um cabo multiplexado
papel carbono ou tecido misto de têxtil e cobre.
auto-sustentado com três condutores de fase de 70
• H6: bli ndagem de fita de alumínio longitudinal cola-
mm1 e um condutor neutro de 70 n1mi .
da à cobertura de pol ietileno (A PL).

Material, grau de flexibilidade e Ent todos este.s casos. o cobre pode ser revestido ou não.
forma do condutor
Qua ndo o materi al do condutor for cobre, nenhum Proteção sobre cabo unipolar ou
símbol o é u ti li zado; quando for alumíni o, usa-se a le- sobre cada veia de cabo multipolar
tra *A".
ou multiplex ado
Conforme a flexibil idade e a forma do condutor, são
uti lizadas as seguintes designações: As designações estão apresentadas na Tabela 5.25.

• M : condutor redondo de seção maciça. Diversos


• SM : condutor setorial de seção maciça. (a) Composição e forma do cabo: é atribuída urna letra,
• S: condutor encordoado setorial.
conforme a construção do cabo, sendo:
• Rc: condutor redondo encordoado, compactado.
• R2: condutor redondo encordoado, normal, encor- • O: veias, eventualn1ente providas de l)roteção, reuni·
doamento classe 2. das com ou sem enchimento, formando um cabo
• R3: condutor redondo encordoado, normal, encor- substancialmente redondo.
doamento classe 3. • Z: veias, como acima, reunidas sem cobertura (cor-
• R4: condutor redondo encordoado, encordoamento dões e cabos multi plexados).
classe 4. • D: veias,. corno no prin1eiro caso, reunidas em p.ara·
• RS: condutor redondo encordoado, encordoamento leio, formando um cabo de formato plano.
classe 5. • W: condutores isolados paralelos com um sulco
• R6: condutor redondo encordoado, encordoamento intermediário (cordões planos divisíveis, com bordas
classe 6 ou superior. vivas ou arredondadas).
SU$W li

Capítulo 5 • linhos elétricas 165

(b) Condutor concêntrico ou blindagem metálica sobre a (b) 1 X 25 R2 V-F 450/750 V: condutor isolado, consti·
reunião ele veias ele cabo multipolar: como indicado tuído por um condutor de cobre de seção nominal 25
na Seção "Condutor concên1rico ou blindagem metá· mm', encordoamento classe 2, isolação de PVC para
lica sobre a veia", son1ente os sín1bolos são escritos temperatura de serviço de 70ºC, tens.iode isolamen-
na seqüência de construção, após os símbolos indi· to 450/750 V. resistente à chama.
cados no item (a). (c) 1 x 4 R4 V-F 450/750 V: condutor isolado, consti·
(c) Proreção(ões) sobre a reunião ele veias ele cabo mui· tuído por um condlltor de cobre ele seção nominal 4
tipo/ar: como na Seção 'Proteção sobre cabo unipo- mm•, encordoamento classe 4, isolação de PVC para
lar ou sobre c,,da veia de cabo multipolar ou muhiple· temperaturn de serviço de 70°(, tens.iode isolamen·
xado", somente os símbolos são escritos na seqüência to 450/750 V. resistente à chama.
de construção. após o símbolo correspondente indi· (d) 1 X 35 R 2 VV - F 0,6/1 kV: cabo unipolar, consti·
cado no item (a). tuído por um condutor de cobre de seção nominal 35
(d) Eventuais componentes específicos: caso exista um mm', encorcloamento classe 2, isolação de PVC para
elemento de sustentação, ele é indicado com a letra: 70ºC, cobertura de PVC, tensão de isolamento 0,6/1
kV, resistente à chan1a.
• S: se for de material metálico incorporado na cober-
(e) 3 x 25 R2 E OV 0,6/1 kV: cabo tripolar, constituído
tura; ou
• Y: se o elemento de sustentação for inserido entre as por condutores de cobre de seção nominal 25 mm•,
encordoamento classe 2, isolação de EPR para 90'C,
veias ou ligado externan1ente ao CTtbo.
cobertura de PVC, tensão de isolamento 0,6/1 kV.
(e) Tensão ele isolamento cio cabo: após a sigla alfanu- (0 3 x 70 x OV 0,6 /1 kV: cabo tripolar, constituído por
mérica, é acrescentada a tensão de isolamento do condutores de cobre de seção nominal 70 mm', setorial
cabo, tal como previsto na respectiva especificação. encordoado, isolação em XLPE para 90ºC. cobertura ele
{0 C.aract_erístic~,s adicionais: eventuais caraclerísticas PVC, tensão de isolamento 0,6/1 kV.
adicionais do cabo, por exemplo, resistência à chama, (g} 2 x 2,5 R4 VW 300/300V: cordão bipolar, constituído
resistência aos óleos etc., podem ser evidenciadas por condutor de cobre de seção nominal 2,5 mml,
acrescentando, após o último símbolo da sigla, o sím- encordoamento classe 4, isolação de PVC para 70 ºC,
bolo correspondente a essa característica, intercalado com veias paralelas divisíveis, fornlando um conjunto
por um hífen, como segue: de formato plano, tensão de isolamento 300/300 V.
• F: cabo resistente ao ensaio de queima vertical (NBR (h) 3 x 70 AR2 EHOV 8.7115 kV: cabo tripolar, consti·
NM IEC 60332-3). tuído por condutores de alumínio de seção nominal
• HF: cabo resistente ao ensaio de queima vertical 70 mm', encordoamento classe 2, isolação de EPR
(NBR NM IEC 60332-3), porém isento de halogê- para 90ºC, com blindagem individual de íios de cobre,
nios. veias reunidas, cobertura de PVC, tensão de isolamen·
• RO: cabo resistente aos óleos. to 8,7/15 kV.
• WR: cabo resistente às intempéries. (i) 3 x 1 x 95 + 50 N AR 2 x Z 0,6/1 kV: condutor neu-
tro de alumínio liga NU - cabo multiplexado autO·
sustentaclo, com três condutores fase de alumínio
Exemplos
seção nominal 95 mm', condutor neutro de sustenta·
(a) 1 X 6 MV·F 450/750 V: condulor isolado, constituído ção de alu1nínio liga NU de seção non1inal 50 rru11~,
por um condutor de cobre de seção nominal 6 mm', encorcloamento classe 2, condutores íase isolados em
maciço. isolação de PVC para temperatura de servi· XLPE para 90ºC e reunidos ao redor do neutro, ten-
ço de 70ºC, tensão de isolamento 450/750V resisten- s.io de isolamento 0,6/1 kV.
te à chama.

ÍTdbela 5.23 • indice ele tôxiêlez dos materiais 1


Material Gases des1>rendidos índice de toxide',
Kynar CO,. CO.HF 547
CPS (Hypalon) CO,. CO. HCI. SO, 53
Polietileno co,,co 0,90
Isolação A fun1c.x (Prys1nian) co,.co 1,45
Cobertura Afumex (Prysmian) co,.co 0.85
SU$W ü

166 lnslalações elétricas

ÍTabela 5.24 • MGMrioi1 P:!!'° iaol~o e 1uos qualidades .J


Material Designação Significado
V Te,nperatura de serviço 70 'C: indica PVC/A ou PVC/8
VI Temperatura de serviço 80 'C
Cloreto de polivinil3 (PVC)
V2 ·ren1peratura de serviço 90 °C
V3 Temperatura de serviço 105 •c
p Baixa densidade
Polietileno 1crrnoplás1ico PI Média densidade
P2 Alta densidade
ll Temperatura de serviço 70 'C
Elastômero (borracha sintética)
81 Temperatura de serviço 80 'C
82 Temperatura de serviço 90 'C
83 Ten1pera1ura de se.rviço 95 "C: silicone
Polietileno clorossulíonado
87 Ten1peratura de serviço 200 °C: silicone
Etilcno-propilcno (EPR) ou 1i . { 85 110. cabos navais
E ernperatura de serviço
90•c
Etilcno-propilcnodieno (EPR) E2 Temperatura de serviço 130 •C
. { 85 ºCi cabo.s navais
X Ten1peratura de serviço
Polietileno reticulado (XLPE) 90•c
X2 Tcmperat11ra de serviço 125 •c
FL Temperatura de serviço 200 'C
Polímeros n uorados FLI Ten1pcratura de serviço 260 °C
FL2 Tcrnperatura de serviço 125 °C
l Composto nonnal
li Con1pos10 não-n1igran1e
Papel i1npregnado
12 Sob pressão de gás
1, Sob pressão de óleo fluido

I Tabela 5.25 • ~ õ e s sobre cabo ou veia de cabo 1


Natureza Materialfflpo Designação Significado
PVC V -
Polietileno p Composto ST3
Borracha sintética
B Composto SE3
(e.stirólica ou similar)
Policloropreno.
Não mei;\lica
polietileno
k Composto SEI/A, SEI/A, SEUB, SE4 ou SE.'\
clorossulfonado ou
polítnero si,nilar

Trança têxtil T -
Revestimento de juta J' -
Nota:
1. Antes e/ou d~pc,is da protcçãó rn<:lálic:1. conforme. a protc:ção 00 cabo.

(continua)
SU$W li

Copírulo 5 • linhos elétricos 167

(continuação)

Nature-1_.a Materialll'ipo Designação Significado


A Arn1ação helicoidal de fitas planas
Am1ação helicoidal de fitas conforn1adas e
AI
inte.rtravadas
Alu1níni.o (ou liga de ahunínio) A2 A.rnH1ção helicoidal de coroa de fios
A3 Armação de tranças de fios
A4 Capa exrruturada lisa
A5 ô,pa cx.trutur.ida corrugada
Metálica L Capa ex.truturada de chun1bo puro
Chumbo (ou liga de chumbo)
LI Capa extru1urada de liga de chu,nbo
F Annaçilo helicoidal de fitas pla,ms
Arn1ação helicoidal de firas confonnada~ e
FI
in1crtrJvadas
Aço
F2 Arn1açílo helicoidal de íios redondos
1'3 Annação helicoidal de fios chatos
F4 Arruação de trança de fios

5. 1O Normas brasileiras de cabos • NBR NM IEC 60332·3-10/2005: métodos de ensaios


para cabos elétricos submetidos ao fogo - Parte 3· 1O:
de potência Ensaio de propagação vertical da chama de cabos em
As principais normas brasileiras de cabos ele potência feixes na posição vertical - Equipamento de ensaio.
estão descritas a seguir. • NBR NM IEC 60332-3-21/2005: métodos de ensaios
para cabos elétricos sob condições de fogo - Pilrte 3·
Normas básicas e gera is 21: Ensaio de propagação vertical da chama em con-
dutores ou cabos em feixes montados verticalmente -
• NBR 511 1/97: fios de cobre nu de seção circular para
Categoria A F/R.
fins elétricos - Especificação.
• NBR NM IEC 60332-3-22/2005: métodos de ensaios
• NBR 5368/97: fios de cobre n1ole estanhados para
para c.1bos elétricos sob condições de fogo - Parte 3-
fins elétricos - Especificação.
22: Ensaio de propagação vertical ela chama em con-
• NBR 5471/86: condutores elétricos.
dutores ou cabos em feixes montados verticalmente -
• NBR NM 280/2002 Condutores ele cabos isolados
(IEC 60228, MOO). Categoria A.
• NBR NM IEC 60332-3-23/2005: métodos de ensaios
• NBR 6524/1998: fios e cabos de cobre duro e meio
duro com ou sem cobertura protetora para instala- para cabos elétricos sob condições de fogo - Pilrte 3·
ções aéreas - Especificação. 23: Ensaio ele propagação vertical da chama em con-
• NBR 5118/2007: fios ele alumínio 1350 nus, ele seção dutores ou cabos em feixes montados verticalmente -
circular, para fins elélricos. Categoria B.
• NBR 5285/85: fios de alumínio liga nus de seção cir· • NBR NM IEC 60332 ·3·24/2005 : métodos de ensaios
cular para fins elétricos - Especificação. para cabos elétricos sob condições de fogo - Parte 3-
• NBR 6251/2006: cabos de potência com isolação 24: Ensaio de propagação vertical da chama em con·
extrudada para tensões de I kV a 35 kV - Requisitos elutores ou cabos em feixes montados verticalmente -
construtivos. Categoria C.
• NBR 9311/86: cabos elétricos isolados - Designação • NBR NM IEC 60332-3-25/2005: métodos ele ensaios
- Classificação. para cabos elétricos sob condições de fogo - Pilrte 3.
• NBR 11301/90: cálculo da capacidade de condução 25: Ensaio de propagação vertical da chama em con-
de corrente de cabos isolados em regime permanen· dutores ou cabos em feixes montados verticalmente -
te (fator ele carga 100%) - Procedimento. Categoria D.
• NBR 7011 /89: fios ele aço-alumínio nus, encruados • NBR 13416/95: Cabos resistentes ao fogo para insta·
de seção circular para fins elétricos - Especificaç.10. lações ele segurança.
SU$W li

168 lnslalações elétricas

Normas específicas • NBR 7271/88: cabos de alumínio para linhas aéreas.


• NBR NM 247-3/2002: cabos isolados com policloreto • NBR 10298188: cabos de alumínio liga para linhas
de vinila (PVO para tensões nominais até 450/750\1; aéreas.
inclusive - Parte 3: Condutores isolados (sem cobertu· • NBR 10712/89: cabos de aço-alumínio nus para
ra) para instalações fixas (IEC 60227-3. MOO). linhas aéreas.
• N6R13249/2000: cabos e cordões flexíveis para ten- • NBR 13246/2000: cabos de potência e controle e
sões até 750 v - Especificação. condutores isolados sem cobertura, com isolação
• NBR 9113/85: cabos flexíveis multipolares com iso- extrudada e com baixa emissão de fumaça para ten·
lação sólida extruclada de borracha sintética para ten- sões até 1 kV - Re<1uisitos de desempenho.
sões até 750 V - Especificação. • NBR 13249/2000: cabos e cordões flexíveis para ten-
• NBR 8661/97: cabos de formato plano com isolação sões até 750 V - Especificação.
sólida extrudada ele cloreto de polivini la (PVC) para
tensÕ(,s até 750 V - Especificação. S. 11 Tipos de linhas e lé tricas
• NBR 9317186: cabos flexíveis para ferro de passar
roupa e outros aparelhos ele aquecimento, com isola-
Definições 7 e aspectos básicos
ção sólida extrudada de borracha etileno-propileno
(EPR), para tensões de 300V - Especificação. Como apresentado na Seção 1.3 do Capítulo 1, o
conceito de "linha elétrica• engloba os condutores e os
• NBR 7288194: cabos de potência com isolação sóli-
eventuais elementos de fixação, suporte e proteção
da extrudada de cloreto de polivinila (PVC) ou polie-
tileno (l'E) para tensões de 1 kV a 6 kV.
mecânica a eles associados. São vários os tipos de linha,
a saber:
• NBR 13249/2000: cabos e cordões flexíveis para ten-
sões até 750 V - Especificação. • Linh,, (elé1rica): conjunto constituído por um ou mais
• NBR 7286/2001: cabos de potência com isolação sóli- condutores, com os elementos de sua fixação e
da extrudada de borracha etileno-propileno (EPR) para sur>0rte e, se for o caso, de proteção mecânica, des-
tensões de 1 a 35 kV - Requisitos de desempenho. tinado a transportar energia elétrica ou a transmitir
• NBR 7285/2001: cabos de potência com isolação sinais elétricos.
sólida extrudada de polietileno termofixo (XLPE) para • Linh,, aberla: linha em que os condutores são circun·
tensão de 0,6/1 kV - Sem cobertura - Especificação dados por ar ambiente não confinado.
• NBR 7287192: cabos ele potência com isolação sóli- • Linha aérea: linha (aberta) em que os condutores
da extrudada de 1>0lietileno reticulado (XLPE) para ficam elevados cn, relação ao solo e afastados de
tensões de 1 kV a 35 kV. outra.s superfícies que não os respectivos suportes.
• NBR 8344/83: cabos de potência com isolação de • Linha aparenle: linha em que os condutos ou os con-
papel impregnado para tensões de 1 a 35 kV - Espe- dutores não estão embutidos.
cificação. • Linha em parede ou no 1e10: linha ap.1rente em que
• NBR 8182/2003: cabos de potência multiplexados os condutores ficam na superfície de uma parede ou
auto-sustentados com isolação extrudada de l'E ou de um tetO, ou em sua proximidade imediata, dentro
XLPE para tensões até 0,6/1 kV - Requisitos de ou fora de um conduto.
desempenho. • Linha embulicla: linha em que os condutos ou os con-
• NBR 9024/90: cabos de potência multiplexados dutores são encerrados nas paredes ou na estrutura
auto-sustentados com isolação sólida extrudada de da edificação, com acesso apenas em pontos deter·
EPR ou XLPE para tensões ele 1O kV a 35 kV. minados.
• NBR 6524198: fios e cabos ele cobre duro e meio • Linha sub1erránea: linha construída por cabos isola-
duro com ou sem cobertura protetora para instala· dos, enterrados diretamente no solo ou instalados em
ções aéreas - Especificação. condutos enterrados no solo.
• NBR 9375/94: Cabos de potê11cia com isolação sóli- • Linha pré-fabricada•: linha construida por peças de
da extrudacla de borracha etileno-propileno (EPR) tamanhos padronizados, contendo condutores de seç.i.o
blindados, para ligações móveis ele equipamentos
para tensões ele 3 kV a 25 kV.
• NBR 7270/88: cabos de alumínio com alma de aço 7. O. 3cordo com 3 NBR IEC 60050 (826): 1997.
para linhas aéreas. 8. Vi:r Seçào5. I .
SU$W ü

CopiltJlo 5 • linhos elétricas 169

maciça com proteção mecânica, que se ajustam entre si • Eletrocalha: elemento ele li nha elé1rica fechada e
no local da instalaç.10. aparente, constituído por uma base com cobertura
Os condutores, e os eventuais elementos de fixação, desmontável, destinado a envolver r>or completo
suporte e proteção mecânica a eles associados são os condutores elétricos providos de isolação, permi-
seguintes: tindo também a acomodação de certos equipamen-
tos elétricos. As calhas podem ser metálicas (aço,
• Bandeja: suporte de cabos constituído por uma base alumínio) ou isolantes (plástico); as paredes podem
contínua, com rebordos e sem cobertura, podendo ser lisas ou perfuradas (ver Figura 5.28) e a tampa
ser perfurada ou não (lisa). A Figura 5.31 apresenta simplesmente encaixada ou íixada com auxílio de
unla instalação elétrica com bandejas e eletrodutos ferramenta.
aparentes.
• Bloco alveolado: bloco de construção com um ou
mais furos que., por justaposição, forman, un1 ou mais
condutos (ver Figura 5.29).
• Caixa de derivação (ver Figura 5.33) é uma caixa uti-
lizada para passagem e/ou ligações ele condutores
entre si e/ou dispositivos nela instalados. Espelho é a
peça que serve de tampa para uma ec1ixa de deriva-
l~[(l{((~[([([~~[(I
ção ou de suporte e remate para dispositivos de aces-
so externo.
• Canaleta: elemento de linha elétrica instalado ou
construído no solo ou no piso, ou acima do solo ou
do piso, aberto, ventilado ou fechado, com dimen-
sões insuficientes para a entrada de pessoas, n1as que
permitem o acesso aos condutores ou eletrodutos
nele instalados, em toda a sua extensão, durante e
após a instalação. Uma canaleta pode ser parte, ou
(= ==º
não, ela construção da edificação (ver Figura 5.31).


Condulete: é un1a caixa ele derivação para linhas apa-
rentes, dotada de tampa própria (ver Figura 5.35)
Conduto elétrico: elemento de linha eléuica destina-
do a conter condutores elétricos.
((((((((((((0
• Escada ou leito 1>ara cabos: suporte de cabos consti-
tuído por uma base descontínua, formada por traves-
sas ligadas rigidamente a duas longarinas longitudi-


nais, sem cobertura (ver Figura 5.32).
Espaço de construção: espaço existente na estrutura
ou nos com1>onentes de uma edificação, acessível
( ((((0
apenas em determinados pontos.
• Eletroduto: elemento de linha elétrica fechada, de
seção circular ou não, destinado a conter condutores

o
elétricos providos de isolação, permitindo tanto a
enfiação como a retirada destes. Na prática, o lermo
se refere tanto ao elemento (tubo), como ao conduto
fom1ado por diversos tubos. Os eletroclutos podem ser
metálicos (aço, alumínio) ou de material isolante
(PVC, polietileno, fibrocimen10 etc.). São usados em
linhas elétricas en1butidas, subterrâneas ou aparentes. Figura 5.28 • Alguns tipos de eletrodutos
SU$W ü

170 lnslolações elétricas

DDDDDD
Piso
ou solo 1+---Coth

Figura S.29 • Eletrocolho com paredes perfuradas e Figura S.31 • Carte de uma canaleta (com tampo) ventilada
tampa removível encaixado
parede/piso, a moldura é também denominada
Nrodapé"'.
• Perfilado: eletrocalha ou bandeja de dimensões trans-
versais reduzidas. Um dos tipos mais comuns de per-
filados tem a dimensão 38 x 38 mm.
• Poço: espaço de construção vertical, estendendo-se
geralmente por t0<los os pavimentos da edificação.
• Prateleira para cabos: suporte contínuo para condu-
tores, engastado ou fixado em uma parede ou teto
por um de seus lados, e com uma borda livre.
Figura S.30 • Carte de um bloco olveolado com dois furos • Suportes horizontais /Jara cabos: suportes individuais
espaçados entre si, nos quais é fixado n1ecanica1nen-
• Galeria: corredorcujas dimensões pern1iten1 quepes- te um cabo ou um eletroduto.
soas transitem livremente por ele em toda a sua ex-
tensão, contendo estruturas de suporte para os con- Nas instalações de baixa tensão, a NBR 5410 pres-
dutores e suas junções elou outros elementos de linhas creve, nas linhas elétricas, o uso de condutores isolados,
elétricas. cabos uni e multipolares, cabos multiplexados e condu-
• Moldura: conduto aparente, fixado ao longo de tores nus, de cobre e de alu,nínio {ver Seção *Cobre ver-
superfícies, compreendendo uma base fixa, com sus alumfnio", em 5.2).
ranhuras para a colocação de condutores e uma Para linha pré-fabricada e barramento blindados, ver
tampa desmontável. Quando fixada junto ao ângulo Quadro 5.3.

Figura S.32 • Instalação utilizando bondejo e eletradutos


SU$W 6

Copíwlo 5 • linhos elétricos 171

Quadro 5.3 • Normas para linha pré-fabricada e barramento blindado


As linhas pré-fabricadas devem atender às nonnas específicas, ser instaladas de acordo com a.~ instruções do fabrican-
te e atender às prescrições da NBR 541 O.
Os barramentos blindados devem atender às prescrições da nom,a NBR IEC 60439-2:2004 - Conjuntos de manobra
e controle de baixa tensão - Parte 2: Requisitos particulares para linhas elétricas pré-fabricadas (sistemas de barra-
mentos blindados).

Aspectos gerais das linhas Exceto nos c.,sos de linhas aéreas e de linhas de con-
tato que alimentam equipamentos móveis, as conexões
Conexões de condutores entre si e com equipamentos não devem
Aspectos gerais das conexões ser submetidas a qualquer esforço ele tração ou de torsão.
Recomenda a NBR 541 Oque as conexões entre con- Devem ser tomadas todas as precauções para evitar
dutores e com equipamentos devem ser realizadas de que as partes metálicas das conexões energizem outras
modo a assegurar contatos firmes e duráveis e permitir partes metálicas normahnente isoladas de partes vivas.
sua inspeção. É importante observar que tais conexões As conexões devem estar em condições de suportar
devem estar contidas em invólucros adequados (tais os esforços provocados por correntes de valores iguais às
como caixas, quadros, canaletas etc.), que garantam a capacidades de conclução de corrente e por correntes de
necess.íria proteção mecânica, e, na escolha dos dispo- curto.circuito determinadas pelas características dos dis..
sitivos de conexão, devem ser considerados: positivos de proteção. Por sua vez, as conexões não
• O material cios condutores. deven, sofrer modiíic.:,ções inadn1issíveis em clecorrên·
• A quantidade e a forma dos condutores. eia de seu aquecimento, do envelhecimento dos isolan-
• A seção dos condutores. tes e das vibrações que ocorrem em serviço normal. Em
• O número de condutores a serem ligados entre si. particular, devem ser consideradas as influências da dila-
tação térmica e <las tensões eletroquímicas, que vatiam
As conexões devem satisfazer às seguintes condições:
de metal 1>ara me.tal, bem como a influência das tempe-
• Serem garantidas por dis1>0sitivos adequados à natu- raturas que afetam a resistência mecânica dos materiais.
reza cios condutores e a sua seção. As conexões devem ser realizadas de modo que a
• Serem acessíveis, mas apenas após a desmontagem pressão de contato não dependa cio material isolante.
de uma tampa ou de um obstáculo com o auxílio de
uma ferramenta, de modo a permitir a inspeção dos Soldagem e contato a pressão
contatos. As conexões elevem ser feitas 1>0r soldagem ou por con-
tato a pressão. Observe-se que o uso de conexões soldadas
É importante observar que a acessibilidade das cone- deve s.er evilado em circuitos cfe potênciaJ sendo ainda
xões é dispensada em certos casos, para atender a neces- proibida a aplica<;Jo de solda a estanho na terminação de
sidades específicas, tais como a proteção contra corro- concfutores, para conectá-los a bo,nes ou tern1inais de dis-
são, penetração de líquidos, inacessibilidade, vibrações positivos ou equipan,entos elétricos. No entanto, se usa-
etc. É o que ocorre em: das, devem ser concebidas levando em conta o escoamen-
• Emendas de cabos diretamente enterrados. to e os esforços mecânicos. Por sua vez, deve ser lembrado
• Emendas encapsuladas ou preenchidas com massa. que o uso de solda em condutores e cabos com isolação
• Equipamentos especiais termofixa limita a temperatura de curto-circuito a 1óOºC.
No caso de conexões soldadas, as superfícies dos metais
devem ser devidamente preparadas e protegidas de oxi-
dação, principalmente no caso do alumínio.

Figura 5.34 • Dois tipos de Goixos de derivação


SU$W li

172 lnsloloções elétricas

As conexões prensadas devem ser realizadas por meio deve ser utilizado um eletroduto por condutor, devendo
de ferramentas adequadas ao tipo e ao tamanho de conec- a distância entre os condutores ser a mesma adotada fora
tor utilizado, de acordo com as recomendações do labri· da travessia.
cante do conector. Na travessia de pisos, deve ser assegurada a proteção
da linha, no nível do piso acabado, contra as degrada-
Conexões de condutores de alumínio
ções mecânicas e o escoamento de líquidos que possam
Os meios de conex.io utilizados na ligaç.io direta de con·
ser derramados. Se a travessia for efetuada com conduto-
dutores de alumínio a terminais de dispositivos ou equipa-
res contidos em eletroclutos, estes devem ser estanques e
me,itos elétricos c1ue admi~1m tal conexão devem atende< aos
sua extremidade superior deve ficar acima cio piso, a
requisitos elas nonnas aplicáveis a conexões para alumínio.
uma altura no mínimo igual à dos rodapés, se existirem,
Na faha de meios ele conexão adequados para conexão
e de pelo menos 11 centímetros.
direta com alumínio, o condutor deve ser emendado com
um condutor ele cobre, por meio de conector especial, e Proximidade de linhas não-elétricas
então ligado ao equipamento. Nos casos de vizinhanças entre linhas elétricas e
As conexões para alumínio com aperto por meio de linhas (canalizações) não·elétrícas, as linhas e as ~1nali-
parafuso devem ser executadas de forma a garantir pres· zações devem ser dispostas ele nlaneira a nlanter entre
são adequada sobre o condutor de alumínio. Essa pressão suas superfícies externas uma distância tal que toda
é assegurada pelo controle de torque durante o aperto do intervenção realizada em uma instalação não danifique
parafuso. O Iorque adequado deve ser fornecido pelo fa. as demais. Na prática, uma distância de 3 cm é conside-
bricante do conector ou cio equipamento que inclua os rada suficiente. Essa recomendação não se aplica às li·
conectores. nhas e canalizações embutidas.
Em condutores ele alumínio somente são admitidas Na vizinhança de canalizações de calefação, de ar
emendas por meio de conectores por compressão ou solda quente ou ele dutos de exaustão de fumaça, as linhas elé·
adequada. trícas não devenl correr o risco de atingir uma tenlpera-
A conexão entre cobre e alu1nínio deve ser realizada tura prejudicial e, por conseguinte, devem ser mantidas
exclusivamente por meio de conectores adequados a esse a uma distância suficiente ou ser separadas daquelas
fim (conectores bimetálicos). canalizações por telas (anteparos) adequadas.
As linhas elétricas não elevem utilizar dutos de exaus-
Condições gerais de instalação tão de fumaça ou de ventilação, nem ser colocadas para-
Influências externas lelamente abaixo de canalizações que possam gerar con-
A proteção contra as influências externas conferida densações (tais como tubulações de água, de vapor, de
ao tipo de linha instalada deve ser assegurada de ,nanei- gás etc.), a menos que sejam tomadas precauções para
ra contínua, de acordo com as condições apresentadas proteger as linhas dos efeitos dessas condensações.
no Apêndice A. Não é recomendável que as linhas elétricas utiliz.en1
as 1nesn1as canaletas ou poços que as canalizações não-
Extremidades
elétricas, a menos que sejan, atendidas, sinluhanean1ente,
Nas extremidades das linhas elétricas e especialmente
nos locais ele entrada nos equipamentos, a proteção eleve as condições a seguir:
se manter de maneira contínua e, se necessário. deve ser • A proteção contra contatos indiretos eleve ser assegu-
assegurada a sua estanqueidade. rada, con.siderando·se as canalizações metálicas não-
elétricas como elementos condutores.
Travessías de paredes e pisos • As linhas elétricas devem ser completamente protegi-
Nas travessias de paredes, as linhas elétricas elevem
das contra perigos que possam resultar da presença
ser providas de proteção mecânica adequada, a menos
de outras instalações.
que sua robustez seja suficiente para garantir a integrida-
de nos trechos de travessia. Proximidade de outras linhas elétricas
Para as travessias entre locais que poss.,m apresentar As linhas elétricas de baixa tensão e as linhas de ten-
diferenças importantes de estado higrométrico, devem sões superiores a 1.000 V não devem ser colocadas nas
ser ton,aclas precauções especiais, a fim de evitar a intro- mesmas canaletas ou poços, a menos que sejam toma-
dução e a condensação de água na travessia. Se forem das precauções adequadas para evitar que, em caso de
utilizados condutos não obturados, estes devem ser incli· defeito, a linha de alta tensão energize a linha de baixa
nados no sentido do local mais úmido e dispostos de tensão.
maneira que os condutores sejam ventilados livren1ente. Além disso, os circuitos sob tensões que se enqua·
As mesmas precauções deve,n ser ton1adas em rela- drem uma(s) na faixa I e outra(s) na faixa li. definida(s) na
ção às travessias para o exterior. Tabela 5.26, não devem compartilhar a mesma linha elé-
Se os condutores forem nus, as travessias deven1 ser trica, a menos que todos os condutores sejam isolados
efetuadas por meio de buchas de passagem ou de eletro- para a tensão mais elevada presente ou, então, que seja
dutos de material isolante não hidrófilo. Nesse caso, atendida uma das seguintes condições:
SU$W 6

Copírulo 5 • linhos elétricos 173

[!abela 5,26 • Faixas ele tensão .


Sistemas não direta,nente
Sistemas diretamente aterrados
aterrados
Corrente Corrente
Faixa Corrente alternada (V) Corrente <'Ontinua (V)
allernada (V) contínua (V)

Entre fase e Entre pólo e


Entre fases Entre pólos Entre fases Entre pólos
terra terra
1 U s 50 U s 50 us 120 U s 120 usso us 120
li 50 < U s 600 50 < U s 1.000 120< U S900 120 < U s 1.500 50 < U s 1.000 120 < U s 1.500

• Os condutores com isolação apenas suficiente para a • Ter uma resistência aos produtos de combustão equiva-
aplicação a que se destinam forem instalados em lente à dos elementos da construção nos quais íorem
compartimentos separados do conduto a ser compar- aplicadas.
tilhado. • Apresentar u1n grau de proteção contra penetração
• Forem utilizados condutos fechados separados. ele água pelo menos igual ao requetido dos elemen-
tos da construção nos quais forem aplicadas.
Obturações
• Ser protegida, tanto quanto as linhas, contra goras de
Quando uma linha elétrica atravessar elementos da água que, escorrendo ao longo da linha, possam vir
construção, tais como pisos, paredes, coberturas, tetos a se concentrar no ponto obturado, a menos que os
etc., as aberturas remanescentes à passagem da linha de- materiais utilizados sejam todos resistentes il umida-
vem ser obturadas ele modo a preservar a característica de, originalmente e/ou após finalizada a obturação.
de resistência ao fogo de que o elemento for dotado.
A obturação de travessias pode ser executada com Em particular, nos espaços de construção e nas gale-
materiais específicos, tais con,o compostos de an1ianto, rias cfeven, ser tomadas precauções adequadas para evi-
fibras, cerâmicas etc. Tais obturações deven1 permitir tar a propagação de um incêndio, colocando-se, por
modificações na instalação, sem afetar as linhas elétricas exemplo, obturações nos pontos ele entrada e de saída
existentes. Deve,..se atentar para o fato de que a presen· de condutos e/ou condutores desses locais.
ça de materiais de obturaç<'io pode reduzir, significativa-
mente, a capacidade de condução de corrente dos con- Instalação de condutores
dutores e cabos instalados, que é função da resistividade Segundo a NBR 541 O, os cabos multipolares só elevem
térmica dos materiais, de sua espessura e das dimensões conter os condutores de um e apenas un1 circuito e, se for
da obturaç.10. o caso, seu respectivo condutor de proteção.
Toda obturação deve atender às seguintes prescrições: Nos condutos fechados (eletrodutos, nas eletroca-
• Ser con,patível com os materiais da linha elétrica lhas, nos blocos alveolados etc.), podem ser instalados
com os quais tiver contato. condutores de mais de um circuito nos seguintes casos:
• Permitir as dilatações e contrações da linha elétrica {a) quando íorem atendidas simuhanean1ente as três
sem que isso reduza sua efetividade como barreira condições a seguir:
corta-fogo. • Os circuitos pertençam às n1esn1as instalações, isto é,
• Apresentar estabilidade mecânica adequada, capaz originem-se cio mesmo dispositivo geral de manobra
de suportar os esforços que podem sobrevir de danos e proteç.10, sem a interposição de equipamentos que
causados pelo fogo aos meios ele fixação e de supor- trans(ormem a corrente.
te da linha elétrica. Esta prescrição é considerada • As seções nominais dos condutores de fase devem estar
atendida se a fixação da linha elétrica for reforçada contidas em um intervalo de três valores normalizados
com grampos, abraçadeiras ou suportes, instalados a sucessivos (por exemplo, 2, 5, 4 e 6 mm').
não mais de 750 mm da obturação e capazes de • Os condutores isolados ou cabos isolados devem ter
suportar as cargas 1necânicas esperadas en, conse- a n1esma ten1peratura máxi1na para serviço contínuo.
qüência da ruptura dos suportes situados do lado da • Todos os condutores forem isolados para a mais alta
parede já atingido pelo fogo, e de tal forma que tensão nominal presente.
nenhum esforço seja transmitido à obturação, ou se a (b) no caso dos circuitos de força, de comando e/ou
concepção da própria obturação garantir uma susten-
sinalização de um mes1no equipan,ento.
tação adequada, na situação considerada.
• Suportar as mesmas influências externas a que a A NBR 5410 recomenda, ainda, que os condutores
linha elétrica for submetida. isolados e os cabos unipolares de un1 mesn10 circuito
SU$W 6

174 lnsloloções elétricas

sejam instalados próximos uns dos outros, o mesmo Tipos de linhas recomendados pela
ocorrendo com o condutor de proteção correspondente.
No caso ele condutores em p.1ralelo, eles elevem ser reu·
NBR 5410
niclos em tantos grupos quantos forem os condutores em A NBR 54 10 indica que a inS1alação de um circuito
paralelo, cada grupo contendo um condutor ele cada ou de uma linha elétrica deve se enquadrar nos seguin-
fase; os condutores de cada grupo devem ser instalados tes tipos de linhas elétricas (maneira de instalar), confor·
nas proxin1idades imediatas uns dos outros. Esses proce- me apresentado na Tabela 5.27.
din1entos, conforme apresentados no Capítulo 8, visam à
redução da reatância indutiva dos circuitos, no caso do Linhas com eletrodutos
condutor ele proteção, bem como à redução ela impe- A função principal de um eletroduto é conter o cami·
dância cio percurso da corrente ele falta. Msim, por nho da fiação elétrica e proteger os condutores elétricos
exemplo., no caso ele um circuito com três íases, neutro contra certas influências externas (por exemplo, choques
e condutor de proteção, com três condutores por fase e mecânicos, agentes qurmicos etc.). Podem também, em
instalação em eletroduto, a solução poderia ser utilizar alguns casos, proteger o meio ambiente contra incêndios
três eletrodutos, cada um contendo as três fases, um neu· e das explosões resultantes de curto-circuito envolvendo
tro e uni condutor de proteção, e1nbora esta não seja a condutores.
solução mais econômica. Outra solução poderia ser utili- Os eletrodutos, dependendo do material usado, po-
zar um único eleirocluto, contendo os nove condut0<es fase, dem ser metálicos ou isolantes, ou ainda magnéticos ou
um neutro único e um condutor de proteção único. Nesse não magnéticos. Classificam-se em rígidos, curváveis,
caso, o efeito tét'mico é m.ais acentuado. trallSversalmente elás6cos e flexíveis. Veja o Quadro 5.4.

Quadro 5A • Classific~ão dos eletrodutos rígido• ou i...tantes


• Ehuroduto rtsido: eletroduto que não pode ser curvado. a não ser co1n ajuda n1ecânica. co1n ou sen1 tra1an1en10 espe-
cial.
• Ele1roduto <,·ur,•ável: eletroduto que pode ser curvado co1n a mão, usando unta força razoável, mas sen1 qualquer
outra ajuda.
• Eletrod1110 1ra11sversalme111e elástico: eletroduto curvável que, defonnado sob ação de uma força transversal apli·
cada durante um cuno intervalo de tempo. retoma sua fonna original logo após a cessação da força.
• Eletrm/1110 jlexfrel: eletroduto curvável que pode ser dobrado com a mão, com uma força razoavelmente reduzida,
mas sem ajuda de outro meio, e que é destinado a ser freqüentemente dobrado em serviço.

Tabela 5.27 • Tipos de linhos elétricas (maneira de instalar)


~

- -
Método de referência a
Método de
Esquema ilustrativo da utilizar para a capaci·
instalação DO$<rição da instalação
instalação dade de condução de
número
corrente'

~
Condutores isolados unipolares
e1n eletroduto de seção circular
1 AI
e111butido e,n parede 1ermican1ente
isolante. 1

~
Cabo mullipolar cm clctroduto de
2 seção circular en1butido em parede A2
tem1ican1en1e isolan1e.

p
Condutores isolados ou cabos

[Q
unipolares en1 elc1roduto aparente
3 de seção circular sobre 1>arcde ou 81
espaçado desta ,nenos 0,3 vez o
diâme1ro do cle1roduto.

(continua)
SU$W ü

Copírulo 5 • linhos elétricas 175

(concinvaçào)

Método de referência a
Método de
Esquema ilustrath·o da ulili7..ar para a c.apaci-
instalação Descrição da instalaç,io
instalação dade de condu,.io de
núm,ero
corrente'

Cabo ,nu1tipolar e,n cletroduto

~~
aparente de seção circular sobre
4 parede ou espaçado des1a 1nenos 82
de 0.3 "ºt o diâmetro do
cletroduto.

tJ
Condutores isolados ou cabos
unipolares en1 eletroduto aparente
5 81
de seção não c ireular sobre
parede.

~
Cabo 1nultipolar ern elc1rodu10
6 aparente de seção nfio circular 82
sobre parede.

lil
Condu1ores isolados ou cabos
7 unipolares en1 cletrodu10 de seção BI
circular e1nbu1ido e,n alve-naria.

a Cabo 1nultipolar en1 eletroduto de


seção circular entbutido ent alve-
naria.

Cabos unipolares ou cabo multi-


B2

~~
polar sobre parede ou afastado
li
desta menos de 0,3 "ºto diâmetro
c
do cabo.'

V
Cabos unipolares ou cabo
I IA muhipolar fixado direta1nen1e c
no teto.J

118
1@J Cabos unipolares ou cabo
rnultipolar afastado do 1cto n1ais
de 0.3 vez o diâ1netro do cabo:'
c

r--.__ Cabos unipolare.~ ou c-.tbo


mulli1>0lar c.,n bandeja
c
~
12
não perfurada, perfilado
ou prateleiril.-'
"'
(continva)
SU$W ü

176 lnslolações elétricas

(conrinuação)

Método de referência a
Métod.o de
F...~quen1a ilu.c;trativo da utíii1..ar para a capaci·
instalação D~criç.ão da inSlalaçào
instalação dade de condução de
número
corrente 1

~--
Cabos unipolares ou cabo
E (multipolar)
13 n,ullipolar en1 bandeja
P (unipolares)
perfurada, horizon1al ou venic,;tl ...

°'' cabo
~
Cabos unipolares
1nuhipolar sobre supones E (multipolar)
14
horizontais, eletroc.alha ara1nada F (unipolares)
ou tela.

~
Cabos unipolares ou c.abo
multipolar afas1ado(s) da parede E (multipolar)
15
1nais de 0.3 vez o diântetro do F (unipolare.,)
cabo.

16

1 Cabos unipolares ou cabo


1nuhípolar en1 lci10 (escuda).
E (multipolar)
F (unipolares)

@e
Cabos unipolares ou cabo
E (multipolar)
17 multipolar suspenso(s) por cabo
I' (unipolares)
de supone. incorporado ou não.

~
Condutores nus ou isolados sobre
18 AI
isoladores.

Cabos unipolares ou cabos


multipolares em espaço de
construçuo.' sejam eles lançados
1,50, :s; V < 50,
21
~li]1 dire1a1nente sobre a superfície do
espaço de cons1rução. sejam
instalados cm suportes ou condu~
tos abertos (bandeja, prateleirn.
B2
50, :s; V < 500,
ll I
tela ou leito) dispostos no espaço
de construção/·ô

(continua)
SU$W ü

Capítulo 5 • linhas elétricas 177

(continuação)

Método de referência a
Método de
Esquen1a ilu.~trativo da utilizar para a capaci-
instalação Descrição da instalação
inst.alaç.ã o dade d e condução de
número
corrente( 11

1.50, s V < 200,


Condutores isolados c111 clctroduto
82
22 I~' de seção circular em espaço de
con.srrução. ~. 7 V;;, 200,
.i:~ ~ 81

Cabos unipolares ou cabo


nu11tipolar en1 ele1roduto de seção
23 circular em espaço de
62
construção.~· 1

Condutores isolados em eletroduto 1,50, s V < 200,


24 0
·:l1 &, ili de seção não circular ou
eletrocolha cm espaço de
construç.ão.s
82
\!;;, 200,
81

25 ,,, ,, Cabos unipolares ou cabo


nn1hipolar ent eletroduto de
seção não cireular ou ele1rocalha
em es1>aço de construção.'
82

1.50 , s \! < 200,


Condutores isolados ern eletroduto
82
26 de seção não cireular en1butido co1
alvenaria.& 50, s V< 500,
BI

Cabos unipolares ou cabo


27
·················
•••••••••n•u•••• 1nul1i1>0lar em ele1roduto de
......
: : : : : ~ :. 82
...... .-• seção não circular en1bu1ido
.................
.....
•u••
en1 alvenaria·

31
Condutores isolados ou cabos
tutipola~s en1eletrocalha sobre
~~~~~~~~~~+-~~~~~~~~~~ 81
parede en1 percurso
horiionrul ou vertical.

32

(continua)
SU$W ü

178 lnslalações elétricas

(conrinvaçâo)

Método de referência a
Método de
Esquenta ilustrativo da utilizar para a C'dpaci·
instalação Descrição da instalação
instalação dadc de condução de
nún1cro
corrente'

~
Cabo multipolar em ele1rocalha
31A sobre parede e1n percur.so
horizontal.

82

nn Cabo 1nullipola.r em eletrocalha


32A sobre parede em percurso
vertical.

Condurores isolados ou cabos


33
1 i,,ííj unipolares en1 canaleta fechada
embutida no piso.
81

34
l,i l ....._3
Cabo 1nut1ipolar ern canale1a
fec hada embutida no piso.
82

Condutores isolados ou cabos


35 -~ unipolares e1n ele1rocalha ou 81
perfilado suspensa(o).
&.

36 -- Cabo 1nullipolar cm clctrocalha


ou perftlado suspensa(o).
82

Condutores isolados ou c.,bos


1.50, s\I < 200,

rº ll
unipolares e1n eletroduto de seção
41 circular contido em canaleca
82
fechada co1n percurso horizontal \I ~ 20D,
ou venica1.7 BI

(continua)
SU$W ü

Copírulo 5 • linhos elétricas 179

(concinvaçào)

Método de referência a
Método de
Esquema ilustrat.i,,o da utili1...ar para a capaci-
instalação Descrição da instalação
instalação dade de condução de
núntero
cor rcnte 1

Condutores isolados cm cletroduto


de seção circular contido en1
42 canaleca ventilada en1bu1id~\ no Bl
piso.

Cabos unipolares ou cabo


43 1nullipola_r em canaleca vencilada Bl
c1nbut ida no piso.

Cabo multipol:tr cn1butido


51 direta1nente e,n parede AI
1eml.ican1ence isolante.~

Cabos unipolares ou cabo


multipolar cmbo1ido(s)
52
diretan1ente en1 alvenaria sem
e
pro1eção ,necâoica adicio,1al.

Cabos unipolares ou cabo


mullipolar cmbo1ido(s)
53
dire1a1nente en1 alvenaria con1
e
proteção mecânica adicional.

Cabo n1ultipolar en1 elctroduto


(de seção circular ou não) ou em
61 D
canaleta não ven1i1~,da
e,11errado(a).

Cabos rnultipolares cn, elclroduro


(de seção não-circular ou não)
61A D
ou en, canaleta 11ão ve,1tilada
en1erm.do(a).*

(continua)
SU$W ü

180 lnslolações elétricas

(conrinuação)

Método de referência a
Método de
Esquema iluSlrativo da utili1,ar para a capaci·
instalação Descrição da inSlalação
inst alação dade de condução de
número
corrente•

Cabos unipolares ou cabo


n1ultipolar d íretan1ente
63 D
en1e1'mdo(os). com proteção
mecânica adicional.

Condutores isolados ou cabos


71 AI
uni1>0lares en1 n1oldura.

72 13· Condutores isolados ou cabos


uni1>0Jares enl canaleta pro\fida BI
~· de separações sobre parede.

Cabo n1ullipolar ent canaleta


72A provida de separações sobre B2
parede.

Condutores isolados em
eletroduto, cabos unipolares ou
73 AI
cabo ntultipolar entbutido(s) en1
caixi lho de pona.
Vista superior

Condutores isolados en1


eletroduto. cabos uni1>olarcs ou
74 C'Jbo multipolar cmbutido(s) cm
AI

Vista superior caixilho de janela.

Condutores isolados ou cabos


75 unipolares e1n canaleta en1butida BI
en1 parede.

(continua)
SU$W ü

Copíwlo 5 • linhos elétricas 181

lconrinvaçiio)

Método de referência a
Método de
Esqucnla ilustrativo d.a utilii.ar para a capaci·
instalação Descrição da instalação
instalação dade de condução de
número
correntc 1

Cabo 1nuhipolar enl can~lleu1


75A 82
c1nbutida ent parede.

Nol:t$:
1 ~ié1Q<Jo de reJcrência :.. ser t.11ilii.:ldo nu (k•1crmin:1ção da t.1p:1cid:1de de condução de corrcn1e.
2 Ms,1mc-~ <11.lC a Íat."e d:t parede apre.scn1a um:1 condu1ânci:1 1énnica não inferior ;1 10 \V/m:·K.
3 Admi1cm-se u1mbé1n rondutore! isol.ooos c,n perlilOOO.
4 A 4..·;1.p.; cid.ide de oondução de CQfre11te 1>.1ra OOndej.'\ perfur:'lda íoi dettnninOOa oonside.r;11ido-se que os furos ocupasssern 1\0 mínimo 30% da :1.n!à
da ba1ideja Se os furos ocupattm ,nenos de 30'~ da :1rea da bondéja. ela deve ser 1."0nsider"Odil conu) "n."io-petfumda"'.
5 Confonne a ABNT NBR lEC 60050 (826). ~ poços.as s;alcl'W. os pisos 1ée:njc0$, os conduto.ç formados Jk)r blocos alv'"-01.-c.1os. os íorros r.11sos.
os pisos ete,-ados e os csp:.ços internos e.xis1en(es en, certos tipos de divisórias (como. por cxc1nplo. :is paredes de gc."SSO :i.canonado) s.iio oonsi·
dcrados t!"SJl3ÇOSde conscn1ç~).
6 Deé o diilmclro cxlcmo do cabo. no caso de cabo n,ullipolar. No caso de cabos unipolares ou condulorcs isolados. disdns ucm·sc duas situações:
- tlis cabos unipolan:.s (ou condutores isol:M.los) dispostos cm trifólio: De> dcvc ser 1on1ado islml a 2.'2 ,-czcs o diâ,nctro do cabo uni1>0lar ou con·
dutor isoln.do;
- três c:abós unipolares (Ou condutOl'C$ isolados) agn,p;ldos num nll!Sn10 plano: De deve St.':r 1omado igual ;i 3 , ~ o diâme1ro do en.bo unipolilf
ou conduto!' isolado.
7 D4' é o diâme1ro exierno do clc1rodu10. quando de $1.."ÇÜO circular'. ou at1ut.Vprofundid;1de do clettotluto de S\.."\-.;i.o nào-ci.reul:i.r ou da elt1l'ocalht1.
8 Adn,ile,se tan1bém o uso de condu1ores isolados.
9 Admi1cm-se c:.tbos dil'CJ:t.t»ente en1e1Tados sem pro1eç,'\o n1ecll.nic:, :i.dicional. d~cle qw esses cabos siejan, pr'ovidos de ann:,ç;1o. Oe\·e~se notar',
porém. que l!Ssa nonna nt\o fom...,-c valores de cap;1cid:idc de condl.tÇ;lo de t-omnte p..va ~bos 3nnados. Tais cap.1cid.1dé-s Je\'e1n ser detc,.'fflli·
nada.5 como indic-ado na ABNT NJ)R 11301.
No1a: e,n linh:.s ou tn.."éhOS \>tl1k:Us. qu.tndo a vtntilaçao for n..-s1.ri1a. de\·t·se a1tn1ar p.'113 risoo de aumento roosiderjvel d,11empe-.r.11ul<'I ambii!nte
no topo do trecho ,'t11ical.

Eletrodutos metálicos Os eletrodutos metálicos rígidos, fabricados de acor-


do com a NBR 5597 (que podem ser • pesado' e • extra")
Os ele1roduros melálicos rfgidos são, geralmente, de e segundo a NBR 5598 (um ónico tipo), de paredes mais
aço.carbono, con1 proteção interna e externa feita con1 grossas, são destinados, em princípio, a instalações
1nateriais resistentes à corros.i:io, podendo, en1 certos industriais e análogas. Os esmaltados só devem ser usa-
casos, ser fabricados em aço especial ou em alumínio dos em instalações internas, em linhas embutidas ou em
(mui to comum nos Estados Unidos). Normalmente, a linhas aparentes, em locais onde a presença de substân-
proteção dos eletroclutos de aço-carbono é realizada cias corrosivas não seja notável (locais AF1 e AF2). Os
pelo revestimento de zinco aplicado por imersão a quen- galvani zados são geralmente aplicados em instalações
te (galvanização) ou z.incagem en1 linha co1n cron1atiza- externas (aparentes) ou em linhas subterrâneas,. e1n con·
ção, ou ainda pelo revestimento com tinta ou esmalte, tato direto com a terra ou envelopados em concreto. Os
ou com composto asfáltico (externamente). No Brasil, os fabricados conforme a NBR 5624 (um único tipo), de
eletrodutos metálicos rígidos com revestin1ento protetor paredes mais finas, são destinados, em princípío, à insta-
devem estar em conformidade com as seguintes normas:
lações não industriais, e estão sujeitos às mesmas restrie
ções cios esmaltados e galvanizados, quanto à aplicação.
NBR 5597/2006: Eletroduto de aço-carbono e acessó-
A Figura 5 .35 indica as dimensões a considerar em
rios, con1 revestin1ento protetor e rosca NPT - Requisitos
um e(etrocluto e as Tabelas 5.28 e 5.29 apresentam as
NBR 5598/2006: Eletroduto de aço-carbono e acessó-
dimensões normalizadas dos eletrodutos rígidos ele aço-
rios, com revestimento protetor e rosca BSP - Requisitos carhono e ele PVC, respectivamente.
NBR 5624/93 : Eletroduto rígido de aço-carbono, com Os eletradutos metálicos rígidos são fabricados em
costura, com revestimento protetor e rosca NBR 8133 - Nvaras" de três metros,. sendo suas dimensões principais
Especificação. indicadas na Tabela 5.30.
SU$W ü

182 lnslakições elétricas

Tabêla 5,28 • Eletroclutos rígidos a~o-car6ono

Diâ1netro interno
Tamanho
(Designação da rosca)
no1ninal
(polegadas)
10 3/8
15 1/2
20 3/4
25 1
32 1 1/4
40 1 1/2
50 2
65 2 1/2
80 3
90 3 1/2
100 4
Figura 5.35 • Conduletes 125 5
150 6
Eletrodutos isolantes
Os ele1tod11tos isolanres rfgidos constituem outro tipo Tabela 5,29 • Eletroclutos rígidos de PVC
im1>ortante de concluro. São fabricados em PVC, polieri-
Diâmetro interno
leno ele alta densidade, barro vitrificado (manilhas),
Tamanho nominal (Designação da rosca)
cimento-a111ianto etc. P<1ra linhas acima do solol aparen-
(polegadas)
tes ou en1butidas e para linhas subterrâneas en1 envelo-
16 1/2
pes de concrero, os de PVC são os mais utilizados no
20 3/4
Brasil. Eles devem atender à norma NBR 15465:2007 -
25 1
Sistemas de eletroclutos plásticos para instalações elétri-
32 1 1/4
cas de baixa tensão - Requisitos de desempenho, que
40 1 1/2
prevê elerrodutos roscáveis e soldáveis, com duas espes-
50 2
suras (classe A e classe B) e •varas" também de 3 merros.
60 2 1/2
Os demais tipos, com exceção dos de polietileno, são
15 3
usados exclusivan1ente en1 linhas subterrâneas ou, even-
85 3 1/2
tualmente, contidos em canaletas. A Tabela 5.31 apre-
senra as principais dimensões dos elerroclutos ele PVC.

Eletrodutos flexíveis Acessórios de e/etrodutos


Os eletrodutos llexfveis podem ser metálicos, consri- Em unla linha elétrica con, eletrodutos1 são usados os
ruídos em geral por uma fita de aço enrolada em hélice, acessórios elencados a seguir.
1>0r veies com uma cobertura impermeável ele plástico, • luv,, (rlgidos): peça cilíndrica rosqueada internamente,
ou isolanres, ele polietileno ou de PVC. Sua aplicação destinada a unir dois tubos ou um tubo e uma curva.
típica é na ligação de equipamentos que apresentem • Bucha (rígidos): peça de arremate das extremidades
vibrações ou pequenos movimentos durante seu funcio- dos eletrodutos, destinada a evitar danos à isolaçã.o
namento. dos condutores por eventuais rebarbas, durante o
puxamenro, insralada na parte interna da caixa de
Diâmetro interno e tamanho nominal derivação.
Tradicionalmente, no Brasil, os eletrodutos eram desig- • Arruela (rígidos): peça rosqueada internamente (por-
nados por seu ditimerro interno em 1>0legadas. Com o ca), colocada na parte externa da caixa de derivação,
advento das novas norn1as, a designação passou a ser complemenrando a fixação do elerroduto à caixa.
feita pelo ta,nanho nominal, um simples número se,n • Curva (rígidos): de 45° e 90°.
dimensão. l importante indicar as equivalências entre as • Braçadeira (rígidos e flexíveis).
duas designações. Essas equivalências s.io apresenradas • 8ox (flexíveis): peça destinada a fixar um eletroduto
nas tabelas a seguir: flexível a uma caixa ou a um eletroduto rígido.
SU$W li

CopíltJlo 5 • linhos elétricas 183

[ Tabela 5.30 • Dimensões erincipais dos eletroclutos rígidos de ato-carbono .1


Ta manho Diãn1e1ro externo (mm) Espessura de parede (mm) Espessura de pared e (mm)
NBR 5597 Série extra Sér ie pesada
IO 17.1 :!: 0.38 2,25 2,00
15 21,3 :!:0.38 2.65 2t25
20 26,7 :!: 0,38 2,65 2.25
25 33.4 :!: 0,38 3.00 2,65
32 42,2 :!: 0,38 3.35 3.00
40 48,3 :!: 0.38 3,35 3,00
50 60,3 :!: 0.38 3.75 3.35
65 73.0 :!: 0.64 4,50 3,75
80 88.9 :!: 0.64 4.75 3.75
90 101,6 :!: 0.64 5.00 4,25
100 114,3 :!: 0.64 5,30 4,25
125 141.3 :!: 1% 6.00 5.00
150 168,3 :!: 1% 6,30 5,30
NBR 5598
10 17,1 :!: 0,40 2,00
15 21,3:!:0.40 2.25
20 26.9 :!: 0.40 2,25
25 33,7 :!: 0,40 2,65
32 42.4 :!: 1% 3.00
40 48.3 :!: 1% 3,00
50 60.3 :!: 1% 3.35
65 76.1 :!: 1% 3.35
80 88.9 :!: 1% 3.75
90 101.6 :!: 1% 4,25
100 114.3 :!: 1% 4,25
125 139.7 :!: 1% 5,00
150 161,1 :!: 1% 5.30
NBR 5624 Mínima Máxi ma
10 16,3 16,5 1,50
15 20.0 20.4 1.50
20 25,2 25,6 1,50
25 31.5 31.9 1.50
32 40,5 41,0 2,00
40 46,6 47. 1 2,25
50 58.4 59.0 2.25
65 74,1 74,9 2.65
80 86.8 87.6 2.65
90 99,0 100.0 2.65
100 111,6 112.7 2,65
Notas:
1. Parn os cktrodu1os fabricados de acordo co1n :..s Norn1as NllR S597 e NllR 559$. s3o adntitid.ts v:iri:içõcs na cspcssurn d:i parede que n1io
cJt«d:t.m 12.5 por ccmo p313 menos. ficando c.rn abeno as variações p:ira m:üs.
2. Os ck1rodu10.s deve1n ser fabfiC'ados: em \'ar:l.S de 3.000 : 20 m1n,
3. As design;ições "'série cxm," e "série pesada" só se aplicain aos cle1rodu1os que atendem à NBR 5597.
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184 lnslakições elétricas

Tabela 5.31 • Dimensões Drincipc,is cios eletrodutos rigiclos ele PVC .(NBR 154651 J
Espessura de parede (mm)
Tan1anho nominal Diâmetro externo (mm)
Classe A I Cla.s.~e B
Tipo soldável
16 16.0 ::!: 0.3 1.5 1.0
20 20.0 :t 0.3 1.5 1.0
25 25,0 :t 0.3 1,7 1,0
32 32.0 :t 0.3 2. 1 1,0
40 40,0 :t 0,4 2,4 1,0
50 50.0 :t 0.4 3.0 1.1
60 60.0 :!: 0.4 3.3 1.3
75 75.0 :t 0.4 4,2 1.5
85 85,0 :t 0.4 4,7 1,8
Tapo rosd,el
16 16,7 :t 0,3 2.0 1.8
20 2 1.1 :t 0.3 2,5 1,8
25 26.2 :t 0.3 2.6 2,3
32 33,2 :t 0.3 3.2 1.,7
40 42.2 ::!: 0.3 3,6 2.9
50 47,8 :!: 0.4 4.0 3.0
60 59.4 :t 0,4 4,6 3.1
75 75, I ::!: 0,4 5,5 3,8
85 88.0 ::!: 0,4 6,2 4,0
N otas.
1. Para ambos os tipos Sõi.o adn1i1id.,s as scguin1cs YMi~ n.'I espessura oo p:,.n.."dc:
• p:i.r.t uunanhos de 16 a 32 + 0.4 - 0:
• p.,ra t.1manhos de 40 a 75 + 0.5. - O:
• p.m r.1manho $$ + 0.6. - O.
2. Os clc1rod1Jtos dc\-çm ser íabricados cn1 vnms de 3.00 m com v:uiaçóes de+ 1 par cento e • 0.5 por ccn1o.

Prescrições gerais de instalação do nos procedimentos de enfiação e retiracl.1 dos conduto-


A NBR 541 O prescreve que é proibido o uso, como res quantas vezes for necessário. Na montagem das linhas a
eletroduto, ele produtos que não sejam expressamenle serem embutidas em concreto armado, os ele1rodu1os
apresentados e comercializados como tal, por exemplo, devem ser dispostos ele modo a evitar sua deformação
produtos caracterizados por seus fabricantes como durante a concretagem. As caixas, bem como as bocas dos
•mangueiras•. Isso quer dizer que produtos oferecidos eletrodutos, devem ser fechadas com vedações apropriadas,
ao mercado como eletrodutos deve1n, em primeiro lugar, que impeçam a entrada de argamassas ou a nata de concre-
atender às normas de fabticação e ensaio de eletrodutos. to durante a concretagem.
Nesse senlido, é muilo importante que os íomecedores As junções dos ele1roclu1os embutidos elevem ser efe-
de ele1rodu1os indiquem, em seus materiais de divulga- tuadas com o au.xílio de acessórios estanques aos n1ate-
ção, a qual norma técnica seu produto a1ende. além de riais de construção.
gravar no produto a respectiva norn,a. A norma determina que, em todos os tipos ele insta·
A NBR 541 O determina que nos eletrodutos só sejam lações, sejam ulilizados apenas eletrodutos não propagan-
instalados condutores isolados, cabos unipolares e cabos tes da chama, como é o caso dos metálicos e dos PVC
multipolares, admitindo-se a utilização ele condutor nu em auto-extinguíveis.
eletroduto isolante exclusivo, quando tal condutor sedes- Os ele1rodu1os só elevem ser cortados pe,pendicular-
tinar a aterramento. men1e ao seu eixo. Deve ser retirada toda rebarba suscetí-
A norma permite o embu1imen10 de qualquer tipo de vel de danificar a isolação dos condutores.
eletroclu10, desde que ele resista aos esforços caracterís· Nas juntas de clilataç.io, os eletrodutos rígidos devem
tícos do tipo de conSlruç,io uliliz,,do e não seja danifica- ser seccionados, o que pode exigir cenas medidas compen-
SU$W li

Copil\Jlo 5 • linhos elétricas 185

satórias, como o uso de luvas flexíveis ou cordoalhas desti· Caixas de derivação


nadas a garantir a continuidade elétrica de um eletrocluto As caixas de derivação devem ser previstas:
metálico.
• Em tocfos os pontos de entrada ou ele saída de condu-
Quando necessário, os ele1roclutos rígidos isolantes
tores ou cabos na tubulação, exceto nos pontos ele
devem ser providos de junias de expar1são, para compensar transiç.cio ou passagen, de linhas abertas para linhas
as variações térmicas. em eletrodutos, dos quais, nesses casos, devem ser
A enfiação cios condutores só deve ser iniciada depois rematados com buchas.
que a montagem cios eletrodutos for concluída, não res- • Em todos os pontos de emenda ou derivaç.ão dos
tar nenhum serviço de construção suscetível de danificá· condutores ou cabos.
los e a linha for submetida a uma limpe2a completa. F\lra • Para dividir a tubulação, quando necessário, caso a
facilitar a enfiação dos condutores, poclem ser utilizados distância entre duas caixas íor grande.
guias de 1>uxamento, talco, parafina ou olllros lubrifican-
A localização das caixas deve garantir que elas sejam
tes que não prejudiquem a isolaç.io dos condutores.
facilmente acessíveis. Elas elevem ser providas de tampas
ou, caso alojem interruptores, tomadas de corrente e
Ocupação de elefrodutos, comprimentos congêneres, fechadas com os espelhos que completam a
máximos e número de curvas instalação desses dispositivos. As caixas de saída para
alimentação ele equi1>amentos poclem ser fechadas com
As dimensões internas dos eletrodutos e respectivos as placas destinadas à fixação desses equipamentos.
acessórios, os comprimentos entre os pontos ele puxada Admite-se a ausência ele tampa em caixas ele deriva-
e o número de curvas devem ser tais que os condutores ção ou ele passagem instaladas em forros ou pisos falsos,
ou cabos a serem protegidos possam ser facilmente ins- desde que essas Caixas, efetivan1ente, só se tornem aces-
talados e retirados após a instalação dos eletrodutos e síveis com a remoção das placas do forro ou cio piso
acessórios. Para tanto1 é necessário que: falso, e que se destinem exclusivamente a emenda e/ou
derivação de condutores, sem acomodar nenhun1 dispo-
• Os condutores ou cabos não ocupem uma porcenta· sitivo ou ec1uipan1ento.
gem da aérea útil cio eletroduto superior a 53 por cento Os condutores deven1 formar trechos contínuos entre
para um condutor ou cabo, 31 por cento para dois, e as caixas, não se admitindo emendas e derivações senão
40 por cento para três ou mais. no interior dils caixas. Condutores enlendaclos ou cuja
• Os trechos contínuos de tubulação, sem interposi· isolação tenha sido danificada e recomposta com íita
ção ele caixas ou equipamentos, não excedam 15 m isolante ou outro material não deven, ser enfiados em
de comprimento para linhas internas às edificações eletrodutos.
e 30 m 1>ara as linhas em áreas externas às edifica·
ções, se os trechos forem retilíneos. Se os trechos
inclufrem curvas, o limite de 15 m e o ele 30 m
EX.EMPLO 1
devem ser reduzidos em 3 m para cada curva de Cálculo ela ocupação de um eletroduto.
90º; assim, por exemplo, um trecho de tubulação A área útil de um eletroduto (A,) é dada pela
com 3 curvas não poderá ter um comprimento Expressão 5 .35 (ver Figura 5 .35):
superior a 15 - (3 x 3) = 6 m 1f
A ,; =
4(d, - 2e)' (mm') (5 .35)
Quando não for possível evitar a passagem da linha onde d. é o diâmetro externo (mínimo) do eletroduto e
por locais que impeçam, por algum motivo, a colocação e a espes~ura, ambos em mm.
de caixa intermediária, o comprimento do tred,o contí- A área total ele um condutor/cabo isolado (A,), por
nuo pode ser aumentado, desde que seja utilizado um sua vez, é dada por:
eletroduto de tamanho nominal imediatanlente superior
para cada 6 n,, ou fração, de aumento da distância máxi· A, = }P (mm 2
) (S.36)
ma calculada. Assin1, um aumento, por exemplo, de 9 m
implica um eletroduto com tamanho dois degraus acima sendo d o diâmetro externo do condutor/cabo isolado,
dado pelo fabricante (mm).
do inicialmente definido, com base na taxa de ocu1>ação
O número máximo de condutores ou cabos isola-
máxima indicada anteriormente.
dos (N), iguais entre si, que pode ser contido em um
Em cada trecho de tubulação entre duas caixas, ou
eletroduto será
entre extremidades, ou ainda entre caixa e extremidade,
só devem ser previstas, no máximo, 3 curvas de 90°, ou 0.4A
1 ,
N = -- · (S.37)
seu equivalente até, no máximo, 270~, não devendo ser A,
previstas curvas com deílexão superior a 90º. (admitindo-se três ou ma is condutores ou cabos).
SU$ W ü

186 lnslalações elétricas

Sejam, por exemplo, condutores isolados de seção • Tamanho nominal 16


nominal 2,5 mm', cujo diâmetro nomi nal é d = 3,7 'TT
0,3) - 2 x 2,0]2 = 120,76 mm2
mm, e seja um eletroduto ele aço carbono ele tamanho
nominal 20, de acordo com a NBR 5598:
4 ((16,7 -
Da Tabela 5 .28, obtém-se • Tamanho nominal 20

d, = 26,9 - 0,4 = 26,5 mm : ((21.1 - 0.3) - 2 X 2,5]' = 196.1 mm2


Da Expressão 5.35
• Tamanho nominal 25
A ,, = : (26,5 - 2 X 2.25)2 = 380 mm2
: [ (26,2 - 0.3) - 2 X 2,6]2 = 336.54 mm 2
Da Expressão 5.36, tem-se
• Tan1anho non1inal 32
A (" = "' 2
4 X .3,7 = 10t75• mm
2 'TT
x 3.2]2 = 551,55 mm2
4((33,2 - 0,3) - 2
Da Expressão 5.37
O eletroduto escolhido é o que possui área maior
. 0.4 X 380 ou igual a 365,S mm?, que é o caso do tan1anho nomi·
N= 14,14-+ 14 condutores
10,75 nal 32 (o qual, pela Tabela 5.29, é equivalente ao antigo
1 1/4).

EXEMPLO 2 Linhas com molduras, eletrocalhas e


blocos alveolados
Admita-se que se queira instalar três circuitos em As molduras e as eletrocalhas são condutos para ins-
um eletrocluto rígido ele PVC, todos com condutores talação aparente, não podendo, portanto, ser embutidas
isolados, conforme especificado a seguir: ou cobertas por qualquer material (por exemplo, papel
• Circuito 1 com três condutores de 2,5 mm' de parede, tecido etc.).
(d = 3,70 mm). Nas molduras, s6 podem ser instalados condutores
• Circuito 2 com três condutores de 4 mm' isolados (caso mais comum) ou cabos unipolares, e cada
(e/ = 4,20 mm). uma de suas ranhuras, cujas dimensões deven1 ser sufi-
• Circuito 3 com quatro condutores de 6 mm' cientes, só podem conter condutores ou cabos de um mes-
(d = 4,80 mm). mo circuito.
Nas eletrocalhas, podem ser instalados condutores
Dimensionar o eletroduto mínimo ele PVC que com- isolados e cabos uni e multipolares.
porta os três circuitos. Nos blocos alveolados, nos quais os condutores são
• Área ocupada pelos condutores, da Expressão 5.36 instalados por puxamento, devido às irregularidades (nas
• Circuito 1 paredes dos blocos e nos pontos de j unção dos blocos),
recomenda·se a instalação de cabos uni ou n1ultipolares.
3 X : X 3,702 = 32,26 mm2
No entanto, sob a estrita aplicação da norma, poderiam
ser utilizados condutores isolados, uma vez que os blo-
• Circuito 2
cos alveolados são condutos fechados.
3 x ,71
x 4,20'') -- 4.1,56 mml M uito en,bora a NBR 541O não faça referência à área
4 máxima que pode ser ocupada pelos condutores no inte-
rior das eletrocalhas e dos blocos alveolaclos, é recomen-
• Circuito 3
dável que ela não seja superior a 40 por cento da área útil.
4 X 4)80·• = 72,.38 mm'
4 X -'TT
Perfilados
A, = 146,2 mm' Nos perfilados, podem ser instalados condutores iso-
Área mínima do eletroduto lados, cabos unipolares e c<1bos multipolare5. Os condu-
tores isolados só podem ser utilizados em perfilados de
_ A< _ 146,2 _ 2 paredes não perfuradas e com tampas que s6 possam ser
A,: - 0,4 - 0.4 - 365,5 mm
removidas com auxílio de ferramenta.
Admite-se o uso de condutores isolados em perfilados
Área de eletroclutos de PVC (NBR 15465, tipo ros-
se.m tan1pa ou con, tampa desn1ontável sen1auxílio de fer-
cável, classe A, Tabela 5.29), da Expressão 5.35 ramenta, ou em perfilados com paredes perfuradas, com
SU$W 6

Copírulo 5 • linhos elétricas 187

ou sem tampa, desde que sejam instalados em locais só Espaços de construção, poços e
acessíveis a pessoas advertidas (BA4) ou qualificadas
{BAS), ou sejan, instalados a uma altura mínin,a de 2,50 m
galerias
cio piso. Nos espaços ele construção, nos poços e nas gale-
Os perfilados devem ser escolhidos e dispostos de rias•, podem ser instalados condutores isolados e cabos
modo a não danificar os cabos nem comprometer seu uni ou multipolares em linhas cios tipos constantes da
desempenho. Eles devem possuir propriedades que lhes Tabela 5.2 7, desde que os condutores ou cabos possam
permitam suportar sem danos as influências externas a ser colocados ou retirados sem intervenção nos elemen-
que forem submetidos. tos de construção do prédio.
Nas galerias, <1 solução n1ais comu1n consiste em insta~
Linhas subterrâneas e em canaletas lar diversas camadas ele bandejas ou escadas para cabos,
A NBR 5410 admite, em linhas enterradas (cabos dire-
em uma ou em ambas as paredes laterais.
Para as prumadas de prédios verticais, uma solução
tamente enterrados ou contidos em eletrodutos enterra-
con1un1 consiste em utiliic1r poços com cabos uni ou
dos), somente cabos unipolares ou multipolares, e, em
multipolares fixados a bandejas ou a escadas verticais.
linhas com cabos diretamente enterrados desprovidas de
proteção mecânica adicional, só são admitidos cabos
armados. Admite-se o uso ele condutores isolados em ele-
Bandejas, leitos, prateleiras,
troduto enterrado se, no trecho enterrado, não houver suportes hori:r:ontais e fixação direta
nenhuma caixa de passagem e/ou derivação enterrada e dos cabos em paredes ou tetos
for garantida a estanqueidade do eletrocfuto. Muito embora para esses tipos de linha só sejam
Como regra, a norma recomenda que os cabos sejam recomendados cabos unipolares e cabos multipolares,
protegidos contra as deteriorações causadas por movi· admite·se utilizar condutores isolados, com isolação de
mentação ele terra, contato com corpos duros, choque de XLPE, que atendam à NBR 7283, devido à espessura da
ferramentas (no caso de escavações) e também contra isolação.
umidade e ações químicas. Geralmente, isso s6 é conse- No caso de bandejas, escadas para cabos e pratelei·
guido com cabos uni ou multipolares cuja cobertura ras, a norma recomenda que os cabos sejam dispostos
garanta uma estanqueidade suficiente, providos de ar· em uma única camada, porén, admite a existência de
mação, contidos em eletroduto, ou com outra proteção várias camadas, o que está mais de acordo com a reali-
mecânica . dade, desde que seja reduzida a possibilidade de propa·
A NBR 54 1Orecomenda, ainda, que a linha subterrã· gação ele incêndio pelas isolações, capas ou coberturas
nea seja adequadamente sinalizada por um elemento de cios cabos. Para isso, é recomendado que o volume ele
advertência, que pode ser uma fita colorida, situada, no material combustível por metro linear de linha não exce-
mínimo, a 0,1O m acima da linha. da a 3,5 clm', para cabos ela categoria B da NBR NM IEC
São ainda fixadas, como prevenção contra os eíeitos 60332·3·23, e 7 clm' para cabos da categoria A ou A F/R
da movimentação de terra, profundidades mínimas para elas NBR NM IEC 60332-3-22 e 3-21, respectivamente.
a instalação dos cabos: Seja, por exemplo, um cabo unipolar categoria A ele
50 mm' com isolação e cobertura de PVC, com diâmetro
• 0,70 1n em terreno normal; nominàl do condutor d, = 8,05 mm e com diâmetro exter-
• 1 m na travessia de vias acessíveis a veículos e corn no nominal d = 14 mm. O volume de material combustí·
0,50 m de largura disponível, de um lado ao outro da vel (isolação e cobertura) será, por metro linear (em dm'):
via.
A classific&Ç'lo dos cabos - para efeito do ensaio de
Tais profundidades podem ser reduzidas em terreno queima vertical - é feita c.m três categorias. em função
rochoso ou quando os cabos estiverem protegidos, por da quantidade de material combustível:
exemplo, por eletrodutos que suportem as influências
• NBR NM IEC,60332-3-22 categoria A ou NBR NM
externas a que possan1 ser subn1etidos.
IEC 60332·3-2 I A FIR: quer corpos de prova em
Deve ser observado um afastamento mínimo de 0,20 número suficiente, de modo a se obter um volume
m entre duas linhas elétricas enterradas que venham a se total de material cornbustívcl de 7 dm' por ,netro
cruzar, além de urn afastan1ento n1ínin10 de 0,20 m entre linear do feixe:
uma linha elétrica enterrada e qualquer linha não-elétri· • NBR NM IEC 60332,3-23 ca1egori11 8: idem. com
ca cujo percurso se avizinhe ou cruze co,n o da linha 3.5 dm 1 por 1netro linear do feiÃe:
elétrica. As canaletas, classificadas sempre como local • NBR NM IEC 60332-3-24 c<11egoria C: idem, com
AD4 (sujeito a projeções ele água), podem conter cabos 1..5 dm.l por n1crro iinear do.feixe.
unipolares ou multipolares ou mesmo condutores isola-
dos, desde que contidos em eletrodutos. 9. Nllocitnd~ na N8~ 5410.
SU$W ü

188 lnslakições elétricas

1T

4 · [(14 X 10-
2 2
) - (8,05 X 10- 2)Zj · 10 = de incêndio, terraços e locais análogos, devendo, para
tanto, atender a uma das seguintes condições:
= 0,103 dm3 • Estar a uma distância horizontal de, no mínimo, 1,20 m.
Considerando apenas as condições de p,opagaçJo • Estar acima do nível superior das janelas.
de fogo, 1>0de-se ter, agrupados, até • Estar a uma distância vertical de, no mínimo, 3,50 m
7 acima do piso ele sacadas, terraços ou varandas.
- - = 67,96 • Estar a uma distância vertical de, no mínimo, 0,50 m
0.103 = 68 cabos
abaixo do piso de sacadas, terraços ou varandas.
o que, logicamente, não é uma solução adequada do
ponto de vista da capacidade de condução ele corrente.
Linhas sobre isoladores
Linhas aéreas externas Nas linhas constituídas por condutores montados
sobre isoladores, podem ser usados condutores nus, con-
Nas linhas aéreas externas, podenl ser utilizados con-
dutores isolados, condutores isolados em feixe, cabos
dutores nus ou providos ele cobertura resistente às intem-
péries, condutores isolados com isolação resistente às unipolares, cabos multipolares e barras (as barras são
inten1péries, ou cabos n1uhiplexados resistentes às intem- limitadas aos locais ele serviço elétrico).
péries montados sobre postes ou estruturas. Devem ser Seu uso não é permitido em locais ele habitação.
observadas distâncias n1ínimas entre o ponto mais baixo No caso de locais comerciais ou análogos, só se
da linha e o solo, que, segundo a NBR 5410, são: admite o uso de linhas co,n condutores nus, conlo linhas
em extrabaixa tensão, para alimentação ele lâmpadas ou
• 5,50 monde houver tráfego de veículos pesados; equipamentos móveis.
• 4,50 m onde houver tráfego de veículos leves; No caso de locais industriais, os condutores nus
• 3,50 monde houver passagem exclusiva de pedestres. montados sobre isoladores só são admitidos em locais de
Por sua vez, no caso de condutores nus, estes devem serviço elétrico e em utilizações específicas, como é o
fic.:,r fora do alcance de janelas, sacadas, escadas, saídas caso de 1>0n1es rolantes.

EXERCÍCIOS

1. Qual a diferença entre condutor elétrico e fio elétrico?


2. Quais as seis classes ele encorcloamento dos condutores de cobre?
3. O que s.io cabos de 1>0tência?
4. O que é isolação de um cabo elétrico?
5. Quais as três temperaturas que caracterizam um cabo de potência?
6. Qual expressão pern1ite calcular a variaç·ão da resistividade en1 função da n1udança de temperatura?
7. Quais efeitos devem ser considerados para corrigir a resistência em corrente alternada?
8. Qual expressão permite calcular a reatãncia indutiva X, de um condutor em função das características cio condu-
tor e das distâncias dos diversos condutores do circuito?
9. Qual a principal finalidade da blindagem ele um cabo?
1o. Quais os principais ti1>0s ele condutos elétricos utilizados?
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Dispositivos de manobra! proteção,


comando e seccionamento
,
nao automat1co
- .
6 . 1 Generalidades 1 Pólo
Pólo é uma parte do circuito principal de um disposi-
tivo de manobra associada exclusivamente a uma fase do
Dispositivos de baixa e alta tensões circuito, não incluindo as peças que assegur3m a fixação
Os dispositivos de manobra (ou de comando) e de e a operação conjunta ele todos os pólos.
proteção podem ser classificados em:
• Disposilivos de baixa 1ensão, quando projetados para Operação de um dispositivo
emprego em circuitos cuja tensão de linha é inferior de manobra
ou igual a 1.000 V. A operação ele um dispositivo de manobra é o movi-
• Disposilivos de alia tensão, quando projetados para mento dos contatos móveis do circuito princi1><1I do dispo-
emprego em circuitos cuja tensão de linha é superior sitivo, de uma posição para outra. ~ in1po,1ante observar
a 1.000V. que a operação de um dispositivo pode ser considerada
tanto do ponto de vista elétrico (para estabelecer ou inter-
Circuitos internos de um dispositivo romper uma corrente) como do ponto de vista mec.'\nico
No caso mais geral, pode-se distinguir em um dispo· (para abrir ou fechar os contatos principais).
sitivo de manobra ou de proteção três tipos de circuitos Ciclo de operc1Ç<io de um dispositivo de manobra é a
internos: sucessão de operações de uma posição à outra e a volta
à posição inicial, passando por todas as outras posições,
1. O circuito principal, que é o circuito constituído pelo se existentes.
conjunto de todos os circuitos associados, cujo dis~ Seqüência de operações é a sucessão de operações
positivo de manobra ou de proteção tem a função de especificadas em determinados intervalos de tempo.
fechar ou abrir.
2. O circuilo de com,1ndo, que é um circuito diferente
do principal e comanda a operação de fechamento,
Classificação dos dispositivos
de abertura ou ambas. de manobra
3. O circuito auxiliar, que é um circuito diferente do Os dispositivos de manobra podem ser também classi-
principal e do circuito de con1ando, usado tan1bém ficados:
para outras finalidades, tais como sinaliz.ação, inter· • De acordo com o meio em que seus contatos fecham
travamento ele. e abrem; assirn, temos. r>0r exemplo, dispositivos a ar
(ou secos), a óleo, a vcícuo, a SF6 etc.
1. Definições de á<:ordc> com as normàS NOR 5459. NOR IEC 60050
• Quanto ao número de pólos, em unipolares, bipola-
(446) e NOR IGC 60947-2. res, tripolares etc.
SU$W ü

190 lnslalações elétricas

0
•• •
Figura 6. 1 • Disjuntore. tripolares

Disjuntor • Fusível: peça substituível após a sua operação e que


contém o elemento íusível, que é o componente que se
Disjuntor é um dispositivo de manobra (mecânico) e
funde quando percorrido por uma corrente que excede
de proteção, capaz de estabelecer, conduzir e interrom·
per correntes en1 condições norn1ais cio circuito, assim um valor de referência durante um tempo especificado.
como estabelecer, conduzir por tempo especificado e • Base: parte fixa do d ispositivo, com contatos e
term inais.
interromper correntes em condições anormais especifi-
cadas cio circuito, tais como as de curto-circuito. Ver 6.4, • Indicador. parte do dispositívo que dá uma indicação
para maisdetalhes. Na Figura 6.1 , são encontrados exem- visível que ele operou.
plos ele disjuntores. • Percussor: dispositivo mecânico integrante que, na ope-
ração do dispositivo, libera a energia necessária para
Dispositivo fusível acionar outros dispositivos ou indicadores, ou para fa.
zer um intertrava1nento.
Um dispositivo fusível é um dispositivo ele proteção • Porta-fusível: parte móvel de um dispositivo fusível
que, pela fusão de uma parte especialmente projetada,
no qual se instala un1 fusível, n1as não inclui este.
abre o circuito no qual se acha inserido e interrompe a
corrente, quando esta excede um valor de referência A Chave fusível de rede aérea de diSlribuição é o dis-
durante um tempo especificado. (Ver Seção 6.3 para positivo fusível no qual, após a fusão cio elo, o porta-
mais detalhes.) A Figura 6.2 apresenta as 1>artes básicas fusível é levado, pela ação da gravidade, a uma posição
dos fusíveis NH e Diazed. tal que assegura a distância ele isolamento especificada
As partes ele um dispositivo fusível são, em geral: e dá uma indicação visível ela sua al\Jação.

o~
g Porta-fusível

- - - - - - - - - Base ~
ô Dincd

Figura 6.2 • Dispositivos fusíveis NH e Diozed e respeclivos por1M componentes


SU$W 6

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 191

O Elo fusível de uma chave fusível de distribuição é


um fusivel ele construção flexível destinado a manter a
chave na posição iechac~,, quando em funcionamento, e
provocar a sua abertura automática após a fusão do ele-
mento fusivel.

Chave
Chave é um termo geral que designa um dispositivo
de manobra (mecânico) que, na posiç,;o aberta, assegu·
ra uma distância de isolamento e, na posição fechada,
mantém a continuidade do circuito elétrico, nas condi-
ções especificadas.
Uma chave de faca é uma chave na qual, em cada
pólo, o contato móvel é constituído por uma lâmina ani- Figura 6,3 • Chave soccionodoro·fusível
culada em uma extremidade, enquanto a outra extren1i·
dade se encaixa no contato fixo correspondente. Em cer-
tos tipos, o contato móvel é um tubo. A chave de faca
não é adequada para operar o circuito sob carga.
Chave eletromagnética é un1a chave na qual a forç<1
necessária para o fechamento e a abertura dos contatos
principais é íei1a por un'I eletroírnã.
Chave de parüda de um motor elétrico é o conjunto
de todos os n1eios necessários para dar a partida e par(lr
o motor, combinado com uma proteção adequada con-
tra sobrecargas.

Seccionador
Figura 6.4 • lnlerruplor trifásico
Seccionaclor é um d ispositivo de manobra (mecânico)
que assegura, na posição aberta, uma distância de isola- como as de curto-circuito, f>Or tempo especificado. A
mento que satisfaz os requisitos de segurança especifica- Figura 6.4 mostra um interruptor trifásico freqlientemen1e
dos. usado como chave em quadros de distribuição.
Um seccionado, deve ser capaz de fechar ou abrir um Um interruptor-seccionado, (lambém chamado "sec-
circuito quando a corrente estabele<:ida ou interrompida cionado, sob carga") é uma chave que reúne as carac-
é desprezível ou, ainda, quando não se verifica uma terísticas ele um interruptor e de un1 seccionacfor.
variação significativa na tensão entre os termin~is de Um interruptor de uso geral é uma chave seca de baixa
cada um cios seus pólos. Um seccionador também eleve tensão, de construção e características elétricas adequa-
ser capaz de conduzir correntes em condições normais das à manobro de circuitos de iluminação, de aparelhos
do circuito, bem como de conduzir, por tempo especifi- de iluminação, de aparelhos ele1,oclomésticos e aplica·
cado, correntes enl condições anormais do circuito, tais ções equivalentes.
co,no as de curto-circuito.
A Figura 6.3 mostra um dispositivo geralmente desig- Contator
nado por "chave seccionaclora-fusivel"'. Cont,110, é um dispositivo de manobra (mecânico) ele
or>eração não manual (geralmente eletromagnética), que
Interruptor tem uma única posição ele repouso e é capaz de estabe-
Um interruptor' é uma chave capaz de estabelecer, lecer, conduzir e interromper correntes em condições
de conduzir e ele interromper correntes sob condições normais cfe circuito, inclusive sobrecargas.
normais cio circuito- que podem incluir sobrecargas de
funcionamento especifica~,s -, e também de conduzir Relé
correntes sob condições anormais especificadas, tais Relé é o dispositivo elétrico destinado a produzir modi-
ficações súbitas e predeterminadas em um ou mais cir-
cuitos elétricos de saída, quando certas condições são
2. A definição de -intcm1ptor"' dada na NUR S4~9 cotTcspondc à que
satisfeitas nos circuitos ele entrada que controlam o dis-
se ~rescnta :iqui para "'iruerruptor de uso get;.d", positivo. t importante observar que a definição se aplica
SU$ W ü

19 2 lnslaloções elétricas

aos relés elétricos de qualquer tipo e para qualquer fina- ção. São elas: a proteção contra choques elétricos (conta·
lidade, no sentido elen1entar, isto é, con1 apenas unla tos indiretos), a 1Jroteçâo contra sobrecorrentes, o con1an-
função lógica entre os circuitos de entrada e os circuitos do funcional e o seccionamento não automático, apre-
de saída, incluindo todos os elementos adicionais neces- sentadas sucintamente a seguir:
s:irios ao seu perfeito funcionamento específico. • A proreçiio contra choques elétricos (contatos indire·
Os relés são associados eletricamente aos disjuntores tos) destina-se a proteger as pessoas e os animais
ou contatores, provocando sua abertura quando detecta- domésticos contra os perigos que possam resultar de
da alguma condição anormal (sobrecorrente, subtensão, um cont(ltO com massas energizadas. Consiste na
desequilíbrios etc.). No Quadro 6.1 são apresentadas detecção de tensões de contato perigosas e no sec-
algumas definições relativas aos relés. cionamento automático do circuito e,n que ocorreu
Não se deve confundir relé com disparador. Muito o problema.
embora an,bos possam funcionar sob o n1esn10 princípio • A promção conua sobre<:orrences tem como objetivo
e realizar íunções análogas, o relé é associado eletrica- limitar as conseqüências destrutivas das sobrecorrentes
mente ao dispositivo ele manobra, ao passo que o dispa- e separar o restante da instalação da parte em que ocor-
rador é associado mecânica e diretamente ao dispositivo. reu o problen1a. Con1porta a detecção de correntes de
sobrecarga e de falta (principalmente de curto-circuito)
Dispositivo DR e o seccionamento automático do circuito protegido.
Um dispositivo a corrente diferencial-residual (disposi- • O con,,1nclo funcional pern1ite ao usuário intervir1 vo-
tivo DR) é um dispositivo de proteção que detecta a exis- luntariamente, em qualquer setor da instalação, sec-
tência de corrente diferencial em un, circuito. Ele provo- cionando ou ligando circuitos, sob carga, bem como
ca a abertura do circuito quando o valor da corrente ligando ou desligando equipamentos ele utiliz.1ção.
diferencial ultrapassa um valor preestabelecido. • O seccionamento não automático (manual) é destinado
a garantir a separação de uma parte da instalação de
Funções básicas dos dispositivos de sua fonte ele tensão, a fim de permitir a execução de tra-
balhos, consertos, localizaç.io de defeitos, substituição
manobra e proteçã o de componentes ou medição cio isolamento da parte
Em uma instalação elétrica de baixa tensão, pode-se da instalação correspondente. Consiste no secciona-
distinguir quatro funções básicas, que 1>0dem ser exerci- mento n1anual, e,n carga ou em vazio, do circuito que
das por um ou mais dispositivos de manobra e/ou prole· alimenta o setor considerado.

Quadro 6.1 • Definições relativas aas relés contidas na nonna NBR IEC 60050 (446)
• Relé eletromecânico: é aquele no qual a operação lógica é produzida pelo movimento relativo de elementos mecâ-
nicos, sob a ação de uma corrente elé.trica nos circuitos de entrada.
• Relé estático 011 eletrônico: é aquele no qual a operação lógica é produzida por componentes eletrônicos. magnéti-
cos. ópticos ou outros. sem movimento mec.ânico de componentes.
• Relé monoestável: é aquele que, tendo alterado seu estado sob a ação de uma grandeza de alimeniação de entrada.
ou de sua grandeza característica, retoma a seu estado anterior após a remoção da grandeza.
• Relé biestável: é aquele que, tendo se alterado sob a ação de uma grandeza de alimentação de entrada, ou de sua
grandeza caractcris1ica. pem1anccc no mesn10 estado após a re,noção da grandeza. sendo necessária uma ação
suple1nen1ar para alterar seu estado.
• Relé de te111110 especificado: é aquele no qual um ou mais dos tempos que o caracterizam deve(m) satisfazer a requi-
sitos especificados, sobretudo quanto à exatidão.
• Relé de tempo não esf)ecijicado: é aquele para cujos tempos que o caracterizam não se especificam quaisquer exi-
gênci,L5 relativas à exatidão.
• Relé de medição: é aquele destinado a comutar quando sua grandeza característica alcança, sob condições e com
exatidão especificadas. seu valor de operação. Pode ser de dois tipos:
1. A temf)O der,e11dentc: relé a tempo especificado para o qual os tempos dependem, de maneira especificada. do
valor da grandeza característica.
2. A tempo i11depe11de111e: relé a tempo especificado para o qual o tempo especificado pode ser considerado inde-
pendente do valor da grandeza característicá. dentro de limites especificados desta.
• Relé tél'mico: é aquele de medição a tempo dependente, que protege um equipamento contra danos téimicos de ori-
gem elétrica. pela medição da corrente que percorre o e<juipamento protegido e utilizando uma curva característica
que sin1ula se.u conl ponan1ento 1ém1ico.
SU$W li

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 193

6 .2 Grandezas características dos estabelecimento por um dispositivo ideal, no pólo


considerado; em um circuito polifásico supõe-se que
dispositivos de proteção e de a corrente seja estabelecida simultaneamente em
manobra3 todos os pólos, embora se considere apenas a corren-
te em um dos pólos (o valor de crista pode ser dife-
Correntes rente de um pólo para outro, dependendo do instan-
Para um dispositivo de manobra ou de proteção, a te do estabelecimento da corrente em relação à onda
corrente nominal Os) é o valor eficaz da corrente de regi· ele tensão entre os tem1inais ele cada pólo).
me permanente que o dispositivo pode conduzir indefi- • Valor de crista máximo: é o valor de crista que se veri·
nidamente, sem que a elevação de temperatura de suas fica quando o estabelecimento da corrente ocorre no
diferentes partes exceda os valores especificados, nas con-
instante que leva ao maior valor possível de crista,
dições previstas na norma pertinente.
Para um disparador de sobrecorrente, define-se cor- no pólo considerado; para um dispositivo multipolar
rente de operação como o valor acima cio qual o dispa· em un, circuito polifásico, esse valor ocorre en1 u1n
rador deve operar. único pólo.
Corrente de ajuste (ou de ajust,1gem) é o valor da cor· • Corrente presumida permanen<e: é o valor eficaz da
rente de operação para o qual o disparador é ajustado e corrente presumida alternada, que é estabelecida em
são definidas as suas condiÇÕ<!$ de operação. um instante tal que nenhum fenômeno transitório se
Faixa de corrente de ajusre (ou de ajustagem) é a faixa segue ao seu estabelecimento no pólo considerado.
compreendida entre os valores máximo e mínimo da cor·
rente ele ajuste. A Figura 6.5 ilustra o aspecto ela corrente de curto·cir·
Para um dispositivo ele proteção, definimos corrente cuito presumida em um ponto de uma instalaç.io, indi·
convencional de atuação (de fusão, no caso ele clispositi· cando o valor de crista (nláximo) e a corrente presumida
vos fusíveis) como o valor especificado ele corrente que assimétrica. No Capítulo 1O, será feito um estudo porme-
provoca a atuação cio dispositivo dentro de um tempo norizado das correntes de falta, em partícula, das de
especificado (o 'tempo convencional'), sendo designada curto-circuito.
por 1, pela NBR 541O. Para um dispositivo de manobra ou de proteção, a
A correme convencional de não awaçào (de não fusão,
corrente de interrupção é a corrente em um pólo do dis·
no caso de dispositivos fusíveis) é o valor especificado de
positivo no instante do início do arco, no decorrer de um
corrente que pode ser suportado pelo dispositivo durante
um tempo especificado (o •tempo convencional'). processo de interrupção.
O tempo convencional varia de acordo com o tipo e A corrente de corte é o valor instantâneo n1áximo da
a corrente nominal do dispositivo. Por sua vez, as corren- corrente durante um processo de interrupç.io, quando o
tes convencionais de atuação {de fusão) e de não atua- dispositivo 01:>era ele tal modo que não seja atingido ova-
ção (de não fusão) são superiores à corrente nominal ou lor ele crista da corrente presumida do circuito. A Figura 6.6
de ajuste do dispositivo. mostra a ação ele um dispositivo limitador de corrente
A maioria das definições apresentadas a seguir íoi ex· (fusível ou disjuntor), indicando as correntes de interru1>·
traída ela NBR IEC 62271·100. ção e de corte.
A correme presumida (ou real) de um circuito, em
A correme suportável de curta duração é a corrente
relação a um dispositivo de manobra ou de proteção
nele inserido, é a corrente que circularia no circuito en, que um dispositivo ele manobra ou de proteção pode
que se acha inserido o dispositivo considerado, se cada conduzir na posição fechada, durante curto intervalo
um de seus pólos fosse substituído por um condutor de especificado, e nas condições previstas de emprego e
impedância desprezível. funcionamento. Em particular, é muito importante o
A corrente presumida de interrupção é aquela avalia· vc1lor de cristc1 da corrente suportável.
da no instante em que se inicia o processo de interrup. A capacidade de interrupção de um dispositivo ele
ção, definido na norma pertinente. Geralmente, esse ins- manobra ou proteção é um valor de corrente ele interru1>·
tante é definido como o do início do arco. ção presumida que o dispositivo é capaz de interrom1:,er,
A correme presumida de estabelecimento é aquela esta·
belecicla em condições especificadas, quanto ao método e sob uma tensão dada e em condições prescritas ele
ao instante em que se inicia o processo ele estabelecimen- emprego e funcionamento. Quando as condições pres-
to, definidos na norma pertinente. critas incluen, um curto-circuito nos terminais de saída
PMa a correme presumida são considerados os seguin· do dispositivo, denomina-se capacidade de interrupção
tes valores: em curto·circuito e capacidade de estabelecimemo em
curto·circuito.
• Valor de crista: é o valor da primeira crista durc1nte o
intervalo de tempo transitório que se segue ao seu
Tensões
3. De acordo co1n as nonn.'IS NBR 5459. RTQ DA ronaría do lnmc1ro A tensão nominal de um dispositivo de manobra ou
24.3/2006 e N BR LIZC 60947-2-1. de proteção é o valor eficaz ela tensão pela qual o dispo-
SU$W li

194 lnslalações elétricas

~ Valor de crista (1n:'ixin10)


I
Corrente pr~sun1id::t
da corrente prcsunlidtl
pcnnaocntc
Corrente prciun1ida ass1mdtrica
,.,
__/r ,.. ,.. ~
,.., ,.
'
'
.'·' .' --.. . . ----. .. -.. -- .. -. --- . . .. --. ... ----- . -... -. . .
' ...
·- .. ·- . .. . -..
....... ---- ...

'-'
Instante enl que ocorre ~
~

o eurto-c1rcuuo

Figura 6.5 • Corrente presumido de curto-circuito em um ponto de umo in,tolaçõo

sitivo é designado, e ao qual são referidos outros valores tante em que se inicia o arco; em un, dispositivo ele n1ano-
no,ninais. bra multipolar é o intervalo de tempo entre o instante em
Em particular, a NBR IEC 60947-2 define para um dis- que se inicia e se extingue o arco no prin1eiro pólo e o ins-
positivo de baixa tensão: tante da extinção final do arco em todos os pólos.
Tempo ele interrupção é o intervalo de tempo que
• Tensão nominal' (UJ é o valor de tensão ao qual são
decorre entre o início do tempo de abertura de um dispo-
referidas as capacidades de interrupção e de estabe-
sitivo de rnanobra, de proteção ou o início do ternpo de
lecin1ento noff1inais, ben, co1no as categorias de
fusã.o de um dispositivo fusível e o fim do tempo de arco.
desempenho em curto-circuito; para circuitos polifá-
Pàra um dispositivo de manobra ou de proteção, o
sicos é a tensão entre Iases.
tempo ele fechamento é o intervalo de tem1>0 que decorre
• Tensão de isof,,menio nominal (U1) é o valor de ten-
erllre o instante en1 que se inicia a operação de íechan-ien-
são que designa o dispositivo e ao qual são referidos
to, definido na norn,a pertinente, e o instante e1n que os
os ensaios dielétricos e as distâncias de isolamento e
contatos se tocam em todos os pólos.
de escoamento; a não ser quando indicado ern con- O tempo de estabelecimento é o intervalo de tempo que
trário, a tensão de isolamento nominal é o valor da decorre entre o instante em que se inicia a operação de
n1áxima tensão non1inal.
fecharnento, definido na norma peninente, e o instante em
que a corrente começa a percorrer o circuito principal.
Tempos Tempo morto (durante um religamento automático) é o
Tempo de fusão de um dispositivo fusível é o interva- intervalo de tem1>0 que decorre entre o instante da extin-
lo de tempo que decorre entre o instante em que a cor- ção final do arco em todos os pólos, na operação de aber-
rente atinge valor suficiente para fundir o elemento fusí- tura, e o primeiro restabelecimento de corrente em qual-
vel e o instante em que se inicia o arco. quer pólo, na operação ele fechamento subseqüente.
Tempo de abertura de um dispositivo de manobra ou O tempo de estabelecimento-interrupção é o intervalo
proteção é o intervalo de tempo entre o instante em que de tempo que decorre entre o instante em que começa a
se inicia a operação de abertura, definido na norma per· circular corrente em um 1>álo e o instante da extinção final
tinente, e o instante de separação dos contatos de arco do arco em todos os pólos.
em todos os pólos.
Tanto o tempo de fus.io como o de abertura podem ser Integral de Joule
chamados tempo ele pr~arco. O 1empo de arco em um A integral de /ou/e (símbolo / 21) é a integral do qua-
pólo de um dispositivo de manobra, de proteção ou de drado da corrente ern um intervalo de tem1>0 especifica-
um dispositivo fusível é o intervalo de tempo entre o ins- do, isto é:

4. Ckno,nin:tdo pela JEC-157-1 de R:ucd Opcr.uion:tl Vollal:,'C, l 2t = J: i 2 • dt [A 2sJ


SU$W ü

Copitvlo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 195

I
~ Valor de cris1.-
/ -,
I
/
''
Corrente de c o r t e ~ I \
I \
1 \
- - - • J •• \ Corrente de curto-circuito
Corrente de interrupção~ ~ presumida
1

1
1
1
\

\
\
\

Te,npo de intem1pção Tempo de pré-arco


'

Figuro 6.6 • Ação de um dispositivo limitodor de corrente

A integral de Joule dá o valor da energia térmica por a sua alta resistência 1 sofre um aquecimento maior que o
unidade de resistência (1 A 2s = 1 J/Ü) liberada em um dos outros condutores à passagen1 da corrente. ?.ira unia
circuito. relação adequada entre a seção do elemento fusível e a
Trata-se de uma grandeza que atualmente assume do condutor protegido, ocorrerá a fusão do metal do ele-
uma import3ncia fundamental nos estudos de proteção, mento, quando o condutor atingir uma temperatura pró-
assunto tratado no Capítulo 11. xima da máxima admissível.
O elemento fusível é um fio ou uma lâmina, geral-
Representações gráficas mente de cobre, prata, estanho, chumbo ou l iga, coloca-
do no interior do corpo do fusível, em geral de porcela-
A c.1r;1cterfslica ten,po·corrente de um dispositivo de
na, esteatite ou 1>apelão, hermeticamente fechado.
manobra ou de proteção é a representação gráfica do
A lguns fusíveis possuem um indicador, que permite
tempo de fusão - ou do tempo de operação-, em fun-
verificar se o dispositivo fusível operou ou não, o qual
ção da corrente presumida, em condições de operação
é composto por um fio (por exemplo, de aço) ligado
especificadas. É muitas vezes designada por "caracterís.-
em paralelo com o elemento fusível e libera uma mola
tica de atuação#.
após a operação. Essa mola atua sobre uma plaqueta
A cc1raclerfstica de corte de um dispositivo ele mano·
ou botão, ou mesmo sobre um parafuso preso na
bra ou de proteção é a representação gráfica da corren-
tampa do corpo.
te de corte em função da corrente presumida, em condi-
A maioria dos fusíveis contém material granulado
ções de operação especificadas.
ex(intor em seu i nterior, envolvendo por completo o ele-
mento fusível; para isso se utiliza, em geral, areia de
6.3 Dispositivos fusíveis de quartzo de granulometria conveniente.
A Figura 6.7 mostra a composição de um fusível {no
baixa tensão caso mais geral).
Generalidades O elemento fusível pode ter diversas formas. Em
Os dispositivos fuslveis constituem a proteção mais função da corrente nominal cio fusível, ele pode ser
tradicional dos circuitos e dos sistemas elétricos. Sua composto por um ou mais fios ele lâminas em parale-
operação consiste na iusão do elemento fusfvel (elo) con- lo, com trecho{s) ele seção reduzida. No elemento íusf-
tido no fusível. vel existe, ainda, uni n1aterial adicional, um ponto de
O elemento fusível, isto é, o '"'ponto fraco" do circuito, solda cuja temperatura de fusão é bem menor que o do
é um condutor de pequena seção transvers.11 que, devido elemento.
SU$W ü

196 lnslalações elétricas

A corrente que pode percorrer o lusível permanente-


14 2 3 mente sem que esse valor-limite seja ultrapassado é defi-
5 5
nida como a corrente nominal do fusível. A passagem de
uma corrente superior à nominal resulta na elevação da
temperatura ao longo do fusível. Enquanto o pico de tem-
peratura, OM,.v com certa margem de segurança, permane-
ce abaixo da temperatura de fusão do elemento fusível Os,
o lusível permanece intacto.
l.egeoda: O aquecimento necessário à fusão cio elemento elo
1. cle,ne,uo fusível fusível compõe-se:
2. 001'1)0 • Do aquecimento necessário à elevação da tempera-
3. indicador de incerrupçl.'to tura até o valor de fusão, se não ocorrer dissipação
4. nlcio extintor de calor.
5. tcrnlinal • Do aquecimento necessário à compensação da dis·
sipação ele calor para o meio adjacente ao elemen-
Figura 6 .7 • Componente, típicos de um fv,ivel to fusível.
Se o fusível for percorrido por uma corrente muito
superior à nominal, por exenlplo, dez vezes maior, os
Operação trechos de seção reduzida das lâminas do elo sofrerão
Na Figura 6.8, mostra-se, de maneira simplificada, ape- fusão antes cio ponto de solda, em virtude da alta densi-
nas o elemento fusível em série com os condutores do cir- dade de corrente. Se a corrente for ainda mais elevada,
cuito operando normalnlente en1 regime permanente. por exemplo, 50 vezes a corrente nominal, em um
Operando em regime permanente, o condutor e o ele- tempo de lusào de s 1 ms, os trechos de seção redu·
mento fusível são percorridos por uma corrente /. que os zicla do elemento lusível serão levados à temperatura de
aquece. A temperatura do condutor assume um valor fusão antes que a energia calorííica possa íluir para as
constante (0 1). Devido à alta resistência do elen1ento fusí· partes adjacentes.
vel, este sofre um aquecimento m;,ior O,, que é transferido Após a lusão, o elemento fusível está interrompido
para o meio adjacente, principaln1ente por meio das mecanicamente, porém a corrente que o levou à fusão
conexões com os condutores. A baixa capacidade de não é interrompida, sendo mantida pelo arco elétrico
transmissão de calor resulta em alta temperatura no ponto pela fonte e pela indutância do circuito. Ela circula atra·
médio do elemento fusível. vés do arco formado no ponto de interrupção do ele-
A temperatura decresce desde o ponto médio até as mento fusível, como mostra a Figura 6.9.
extremidades do elemento lusível, conforme mostra a A fusão e o arco elétrico provocam a evaporação do
figura 6.8. Os pontos de conexão não estão submetidos à material metálico do elo. O arco, que é estreitamente
mesma temperatura do ponto médio, porém possuem envolvido pelo elemento extintor, vaporiza. O va1>or do
metal sob alta pressão é empurrado contra a areia, na
uma temperatura maior que a dos condutores (01) . A tem-
qual grande parte do arco é extinta. A areia penetra e
peratura OA não deve ultrapasst1r determinado valor, para
retira a energia calorífica do arco, provocando então sua
não prejudicar a vida útil da isolaç.io dos condutores; esse
extinção. Após o processo, resta um material sinterizado,
valor é limitado por norma. que é misturado com o vapor do elemento fusível.

, Tc1nperatuta Tt.!1npcra1ura 1nais elevada



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: Corre.nle J':ustvel Ponto de Condutor
de cari;:i (/) solda

Figura 6 .8 • Temperatura do elemento fusível em regime normal ele corga


SU$W li

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 197

~·1:11crial s i1ncrit ado


~ - - - - Arco clé1rico

êlo fusível

(3) (b)

Figura 6.9 • Atuação de um fusível após a fusão

Nos fustveis limitadores de corrente, devido às eleva- nominal) e a capacidade de interrupção nominal; são,
das sobrecorrentes que ocorren) em um curto-circuito, a assim, fusíveis que atuan, em íaix<1 p<1rclal.
fusão pode ocorrer em um tempo inferior a 5 ms, isto é, Os fusíveis "L" são adequados para proteção ele cabos
dentro do primeiro quarto de ciclo, como mostra a e linhas, os "M" protegem equipamentos eletromecâni-
Figura 6.1O. cos (motores), os " R" são próprios para proteção de dis-
positivos sen,iconclutores, e os na" são recomendados
Características para instalações em condições pesadas (por exemplo,
locais de mineração etc.).
A NBR IEC 60269-1 - Dispositivos fusíveis de baixa
tensão, baseada na série de publicações IEC 60269, con- Nas instalações elétricas de baixa tensão, os tipos
sidera, 1>ara a proteçiío de circuitos (em CA, com tensão mais comuns são: gl, gC, gM e aM.
até 1 kV e em CC, até 1,5 kV), dispositivos limitadores de Os fusíveis gugc são de aplicação geral, utilizados na
proteção de circuitos contra correntes de sobrecarga e
corrente, com ca1>acidade de interru1>Ção de corrente a
l)artir de 6 kA.
contra correntes de curto~circuito. São caracl'erizados
por um único valor de corrente nominal (/,-).
Formato dos fusíveis Os fusíveis aM são destinados à proteção ele circuitos
de motores contra correntes de curto-circuito, sendo
Um fustvel cartucho é um fusível de baixa tensão cujo
também caracterizados por um único valor de corrente
elemento físico é encerrado em um tubo protetor de nominal U.vl e apresentando o limite inferior da faixa de
1naterial isolante, com contatos nas extren1idades {en1
atuação indicado por K, 1,- (com K2 > ! ).
fonna de virola ou de faca), fed1ando o tubo. Os fusíveis gM, destinados à proteção de circuitos ele
Um fustvel rolha é um fusível de baixa tensão em que motores contra correntes de curto-circuito, são caracteri-
um dos contatos é uma peça roscada, a qual se íixa no zados por dois valores de corrente: o primeiro, l.v, repre-
contato roscado correspondente da base. senta a corrente nominal do fusível e do respectivo
Um fustvel encapsulado é um fusível cujo elemento porta-fusível (isto é, elas respectivas partes condutoras); o
fusível é completamente encerrado em um invólucro
segundo, r.. (se11do 1,1, > l.vl, refere-se à característica
fechado, capaz de impedir a formação de arco externo e tempo-corrente do fusível, correspondendo à de um fusí-
a emissão de gases, chama o u partículas n,etálicas para vel C; a indicação é feita por l.v M r...Assim, por exem-
o exterior, durante a fusão cio elemento fusível, dentro plo, 16M32 A indica um fusível gM montado em um dis-
dos limites ele sua característica nominal. positivo cuja corrente permanente máxima é de 16 A e
cuja característica tempo-corrente é igual à de um fusí·
Faixa de interrupfão e categoria de vel gG ele 32 A.
utilização
Os fusíveis são classificados inicialmente de acordo Tipo de pessoa indicada para utilização
com a faixa de interrupçJo e com a catt~orh1 de ulilização, As norn,as ainda classificam os dispositivos fusíveis
sendo usadas, P<,ra isso, duas letras - a prin,eira n,inúscu- q uanto ao tipo de pessoa indicada para sua utilização,
la, llg" ou Na", indicando a faixa, e a segunda, maiúscula, en, "para uso por pessoas aotorizadas,,. e "para uso por
"C" ou 'M", indicando a categoria. pessoas não qualificadas•.
Os fusíveis "gN são aqueles capazes de interromper Os dispositivos fusíveis para uso por pessoas autoriza·
todas as correntes que causam a fusão do elemento fusí- <las (anteriormente denominados Hdispositivos fusíveis
vel, até sua capacidade de interrupção nominal; são, para uso industrial") são destinados a instalações em que
portanto, fusíveis que atuam em toda a faixa. Os fusíveis os fusíveis são, intencionalmente, só acessíveis para
são capazes de interromper todas as correntes com·
l;aN reposição por pessoas BA4 (qualificadas) e BA5 (habilita-
preendidas entre um valor prefixado (sllperior à corrente das). Podem ser gUgC, gM ou aM, com correntes nomi-
SU$W ü

198 lnslalações elétricas

A
I0.000
1. Carac.1crís.1ic.a~ do cu110-citcui10:
corrcn1c pre.su,nida de 4.000 A (valor
eficaz): 10.000 A de cris1a (ad1niti11do
onda assirné1rica). 2.000
2.5 nlS

A
10.000 .. '
2. O curto-circoi10 se desc,l\·olve: o
clcn1en10 rusJvcl se a<1uc<.-c: a
tCnlper:uum da scç5o reduzida do
clcn1ento :uingc l .08:'\°C. ponto de
3.SOO
fusão do cobre.
4 11\S

A •••••••• --~· .
3. O curto--circuito é lin1itado: o I0.000
clcn1cnto fusível ;1Ci1ba de fundir-se
5.000
cm duas panes; cria-se u,n arco
eléLrit'O que. pode atingir 2.000 11C; a
corre,nc co,uinua a 1>assar.
4.S lllS

A -----------··
.'
10.000
4. O arco elétrico fa1. rundir a areia
(e,xtinlor) e o clc1nento fusí\'cl;
3 areia, ao fundir-se. resfria o arco e 3.000 •• •
au1nenta a resistência interna
do fusível: a corrente cai. 6 1ns

A ----------.....'
10.000
''
S. O arco está extinto: o elc1ncn10
fush•cl dcsaJX.lrc<.1.:u: n u.:1npcr;uur;1 intcn,a
do fusível está caindo: a areia rundida se
solidifica: a corrcnlc não p~,ss:i 111:1is.
9.5 ,ns

Figuro 6. 1O• Ação de fusíveis limitaclores de corrente com dois elos em paralelo (Cortesio da l egrand)

nais até 1.250 A, capacidades de interrupção não infe- Os disposilivos fusíveis para uso por pessoas não qua-
riores a 50 kA (com tensão nominal até 660 V. em CA) ou lificadas (anteriormente designados por "dispositivos fusí·
25 kA (com tensão nomi nal até 750 V. em CQ, sendo veis para uso doméstico"') destinan,.-.se a instalações en,
considerados os fusíveis: que os íusíveis são acessíveis e poden, ser substituídos
por pessoas comuns. São gl/gG, com correntes non,inais
• Com contatos cilíndricos (geralmente chamados
até 100 A, capacidades de interrupç.'\o não inferiores a 6
"cartuchos tipo industrial").
kA (com tensão nominal até 240 V) ou 20 kA (com ten-
• Com contatos tipo faca (correspondendo ao tipo NH). são nominal superior a 240 V e até 500 V), sendo consi-
• Com contatos parafusados. derados os fusíveis:
SU$ W 6

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 199

Quadro 6 .2 • Fusíveis cartucho e fusíveis rolha não permitidos pela NBR 541 O
Deve-se considerar que osji,sfveis ctmucho-' cobenos pela nonna NBR IEC 60269-1 nada têm a ver com outros tipos
de fusíveis cartucho ainda existentes no n1ercado. con1 corpo de papelão e se-111 n1eio extintor. Tais fusíveis. que deve1n
atender às nom1as NBR 6254/1988 e NBR 6996/1988. devem ser cenificados compulsoriamente, de acordo com a
Ponaria do lnmetro 101. de 16 de julho de 2001.
Existem tarnbérn ainda disponíveis no mercado os fusíveis do tipo rolha, que devem atender à., nonnas NBR
5113/1988. NBR 5157/1988. NBR 6253/1988 e NBR 6280/1988, e devem ser certificados compulsoriamente, de
acordo com a Portaria do Inrnetro 101, de 16 de julho de 2001.
Tanto os fusíveis do tipo canucho da nonna NBR 6254 quanto os fusíveis do tipo "rolha" da nomia NBR 5113 não
são pemlitidos pela NBR 541 O para utilização como dispositivos de proteção contra sobrccorrentc desde a sua edi·
ção de 1997. Isso significa que as novas instalações elétricas de baixa tensão e as refomms realizadas a começar daque-
le ano não poderian1 n1ais empregar tais disposi1ivos.

• Cartucho. Correntes convencionais de fusão e


• Tipo D (geralmente designados por diazed). não fusão
Para garantir que a reposição desses fusíveis fosse per- As correntes convencionais típicas de fusão e de não
mitida, no ec1so de queima, e visando garantir unia quali-
fusão (ver definições na Seção 6.2) de fusíveis são indi-
dacle mínima desses produtos, é que o lnmelro publicou, cadas na Tabela 6.2.
em 2001, a citada Portaria 101 . Dessa forma, os "antigos" Característica tempo-corrente
fusíveis do tí1><> c<1rtud10 - com corpo de papelão e do A característica tempo-corrente de um fusível dá o
tipo rolha - ainda são fabricados e comercializados no tempo virtual ele fusão ou de interrupção, em função ela
Brasil, visando unican1ente ao mercado ele reposição, corrente presumida si,nétrica, sol> condições especifica-
sendo, desde 1997, proibidos em instalações novas. Ver o das de operação. A faixa compreendida entre a caracterís-
Quadro 6.2. tica "tempo n,ínimo de fusão-corrente" e a característica
"tempo máximo de interrupção-corrente", sob condições
Tensões nominais especificadas, é denon1inada zona ten,po·cortente. A
São definidas duas series de valores padronizados Figura 6.1 1 mostra a zona tempo-corrente de um fusível
para tensões nominais (em CA) dos dispositivos fusíveis, tipo gG e a Figura 6.12, a de um fusível tipo aM.
como indicado na Tabela 6.1 . Segundo a NBR IEC 60269-1:
• As características tempo·corrente devem ser apresen·
Correntes nominais tadas para, no n1ínimo, te1npos de íusão superiores a
0,01 s, com corrente em abscissa; e tempos em orde-
r\s correntes nominais dos fusíveis, expressas en1 nada devem ser usados escalas logarítmicas em
amperes, devem ser escolhidas entre os seguintes valo- ambos os eixos coordenados.
res: 2 - 4 - 6 - 8 - 10 -12 - 16 - 20 - 25 - 32 - 40 - • As bases das escalas logarítmicas (as dimensões de
50-63 - 80 - 100 - 125 -1 60 - 200 - 250-315 - 400 uma década) devem estar na raz.lo de 2/1, com a
- SOO - 630 - 800 - 1.000 - 1.250. Para os porta-fusí- maior dimensão na abscissa; no entanto, devido à
veis, as correntes non1inais devem ser escolhidas dentre prática há muito seguida nos Estados Unidos, a razão
esses valores, a menos que haja indicação em contrário. de 1/1 é reconhecida como um padrão alternativo.

I Tabela 6.1 • Tensões nominais do s di.......sitivos .f usíveis 1


Série 1 (V) Série II (V)
120
220 (230) 208
240
277
380 (400) 415
500 480
660 (690) 600
SU$W ü

200 lnslalações elétricas

Tabela 6 .2 • Conentes convencionais ele fvsõo e não fusão J


I. (A) /"' 1, ,, (h )

S4 1.5 ,. 1
2.1 '"
4 < 1.S IO 1,51. 1.9 ,,. 1
10 < 1. s 25 1,4 ,. 1,75 ,. 1
1 (:s 63A)
25< / . S IOO 1.3 ,. 1.6/,.
2(S IOOA)
2(100 S 1. s 160A)
100 < 1. s 1.000 1.2 ,. 1.61,. 3 ( 160 < 1. S 400A)
4 (400 < 1. S 1.()()0 A)
= corrente nornin;.d do fusível
/ 11

'" = corrente conve11cional de não fusão do fusível


11 = corrente convencional de fusão do fusível
,, = te1npo convencional de fusão

• As curvas devem ser apresentadas em papel tama- A seguir, é apresentada a definição da curva tempo
nho A3 ou A4. versus corrente do dispositivo fusível segundo a ANSI.
• As dimensões das décadas devem ser escolhidas das A atuação ele um fusível limitador fica bem-definida
séries: 2 cm, 4 cm, 8 cm, 16 cm e 2,8 cm, 5,6 cm e por meio da característica de corte. Essa curva, definida
11,2 cm (são considerados preferenciais os valores para valores nominais especiíicados (lensão, freqüência e
de 2,8 cm e 5,6 cm). fator de potência do curto-circuito), permite obter, dada a
• Salvo indicação em contrário, as curvas devem refe-- corrente presun,ida shnétrica:
rir-se à temperatura ambiente de 20 •e.

,, Curva ten1po n1ínin10 de fusão..corrcnte

Zona te1npo~corrente

Legenda:
'" = Te,npo convencional de fusão
lnt= Corrente convencional de não Í\ISâo
11= Correrue convencional de fusão

Fig ura 6 . 11 • Zona tempo-corrente de um fusível de usa geral {gG)


SU$W ü

Capítulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 201

104
4
2
.,,..li1ni1e rétmico (P~\r:t lod:i.s âS oorrentes
1()3
/ no1nin:1is)
4

2
\
r,,.
'
1()2
'\ i... Curva 1cnlpo 1níniino de fus.'io-correntc:
4 1
/
2
1

\ .V
101
Curva tcn1 ,o 1n:ixin10 de intern1pçiio·corrente
4

2 \ \
,oo \
4 \ \
2
\ \
10 - 1
\
4
\
2
"
10· ! "
4
100 2 :l 4 5
'º' 2 3 4 5
"" 102 22 3 4 5 1()3

Figura 6, 12 • Zona tempo·corrente de um fusível tipo aM (menor valor a interromper 4 !.,.)

As normas ANSI dcfine1n a cur:,•a 111ldia " ten1po de fabricantes geralmente apresentam duas linhas diagonais,
fusão·corrente" co1no a curva que indica o ten1po ntédio uma para o fator de 1>0tência de curto-circuito 100 por
nccessá.rio para fundir o elemento fusível. Es~as nonnas cento, isto é, XIR = O, correspondendo a V2 "" 1,4, e
recomendam que a corrente de fusão não deve variar de outra para o fator de potência 15 por cento, isto é, XI R =
::!: 10 por cento para ~ualquer valor do tempo. Nessas 6,6, corresponden<lo a A Y2 "'
2,5 (ver Capítulo 1O).
condições~ em vez de uma curva. temos uma faixa (ou As Figuras 6.14 e 6.1 S mostram as características
zona) de ± 10 por cento e1n tomo da curva n1édin; os te1npo-corrente para fusíveis gG.
limites dessa faixa são a.~ curva.~ "tempo ntfnimo de
fusão.,corrente" e ..,entpo 1náxirno de fusão-corrente".
Ainda de acordo com a ANSI. para tempos superiores a
EXEMPLO
0,08 s. a curva ''tempo máx:in10 de íusão-correntet' repre-
senta a característica ''tempo de intcrrupção~onente..; A Figura 6.16 mostra a característica de corte de
para tcnipos inferiores a 0,08 s os fabricantes devein indi· um fusível limitador gL, considerando fator de potên-
car a curva "tempo de interrupção-corrente''. cia de curto-circuito 1Opor cento, correspondendo a
AV2 a 2,5
• O valor de crista da corrente presumida. Considerando uma corrente de c urto<ircuito presu·
• A corrente de corte. n1ída sin1étrica de
t, = 0,9 kA = 900A
A Figura 6.13 mostra a característica de corte e indica
como, para dado fusível (ele corrente nominal l,v), dada a o valor de crista seria de
corrente presumida simétrica J., obtém-se o valor de crista AV2 i, = 2.5 X 0,9 = 2.25 kA = 2.2.'iO A
da corrente presumida, AV2 /• e a corrente de corte lc. Os como mostra a Figura (>.16.
SU$W ü

202 lnslalações elétricas

_
Valor de cris1a ,náxi,na da corrente J>rcstnnida (..\
_ __,/
../2 tK )
/
• Presu1nida (>. ,f7f IR)

IN - Correntes non1inais
dos fusíveis (A)

Figura 6, 13 • Característico de corte de um fusível limitador

Figura 6.14 • Zonas tempo-corrente paro fusíveis tipo ' gG" de 2, 6, 16, 25, 40, 63, 100, 160, 250, 400, 630 e 1.000 A

A corrente de corte, limitada pelo fusível, será, para O Quadro 6.3 apresenta as características básicas cios
um fusível de 16 A fusíveis.
/,. = 0.90 kA = 900 A
SU$ W ü

Copitvlo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 203

1
10 2 3 4 5 2 3 4 5 2 3 4 5 2 3 4 5

Figura 6.1 S • Zonas tempo·corrente poro fusíveis tipo 'gG' de 4, 10, 20, 32, 50, 80, 125, 200, 315, 500, 800 e 1.250 A

Quadro 6,3 • Características básicas do• fusivei•


• São de operação simples.
• São, geralmente, de baixo custo.
• Níio possuem capacidade de efetuar manobras e. portanto. são normalmente associados a chaves.
• Silo unipolares e, conseqüentemente. suscetíveis de causar danos a motores pela possibílídade de operação desequi-
librada. Podem. por sua vez. não isolar completamente o circuito sob cuno-circuito.
• Possuem característica tempo-corrente não ajustável. Esta somente pode ser alterada pela mudança do "tamanho"
do fusível (mudança de corrente nominal) ou do tipo de fusível.
• Não são de operação repetitiva. Devem ser trocados. após a atuação, havendo a possibilidade de ser substituídos por
um fusível inadequado.
• Constituem . essencialn1ente, un1a proteção contra correntes de curto-circuito. Principaln1ente, os limitadores de cor-
rente são mais rjpidos que os disjuntores para sobrecorrentes elevadas, sendo, em geral, relativamente lentos para
pequenas sobrecorrentes.
• Podem tomar-se defeituosos sob a ação de correntes elevadas que sejam interrompidas (por outros dispositivos)
antes de provocar sua fusão. Nessas condições. existe a possibilidade de atuação indevida, sob a ação de correntes
subseqüentes, interro1npendo desnecessariamente o circuito.
• Não tênt unta curva ternpo versus corrente be1n-definida, ,nas u1na faixa da prováve.l atuação.
• Difícil de coordena,· com relés a montante.
SU$W li

204 lnslolações elétricas

Corrcrue de
cone (kA)
.
?

100
9

i•
50

10
9
8
·-
-
' 1 -
......
;-
1 ...
......1
... 100
80
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5
6
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16

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2 3 .i 67 8 9 1 3 4 6 7 $9
0.1 o.s I 5 10 50 100
l ikA)

Figura 6. 16 • Caracteríslico de corte de um fusível gl (cos ,p • O, 1) (Cortesia de Legrand)

6.4 Disjuntores de baix a tensão {c) Promovem o seccionamenro de um circuito, na


medida em que, ao abrir um circuito, asseguram uma
Generalidades distância de isolamento adequada.
A seguir, são indicados alguns casos em que não se
Funções de um disjuntor pode esperar que um disjuntor atue adequadamente na
Os disjuntores são, simultaneamente, dispositivos de proteção cios circuitos.
proteção e de manobra, e exercen,, a princípio, três fun- • Choques elétricos: de moclo geral, os disjuntores não
ções básicas que caracterizan, tais dispositivos: protegem as pessoas e os animais don1ésticos contra
choques elétricos. No entanto, sob certas condições
{a) Promovem a proteção elétrica de um circuito, isto é,
bem-definidas na NBR 5410, é permitida a utilização
de seus co11dutores, por meio da detecção de sobre- de disjuntores para a proteção contra contatos indire-
corre11tes e da abertura cio circuito. tos em instalações com esquemas de aterramento TN.
(b) Permitem comandar, por meio ela abertura ou do • Faltas ele b,1ixa intensidade entre condutores: supo-
f'echan1ento voluntário, sob carga, circuitos ou equi- nha que o cordão que alimenta um ferro de passar
pan1entos de utilizaÇ<io. roupas se torne quebradiço em decorrência de seu
SU$W li

Copitvlo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 205

uso freqüente. Isso pode levar a uma situação em que periódicas e verificação cuidadosa das condições dos
os fios elementares que fazem rarte do condutor fle- contatos elétricos.
xível de uma fase laçam contato com os da fase opos-
ta, estabelecendo, assim, um arco elétrico com uma Disparadores de um disjuntor
corrente abaixo da corrente nominal do disjuntor. Um disparador é um dispositivo associado mecanica-
Nesse caso, claran1ente não haverá uma $0brecorren· mente a um disjuntor e que libera os órgãos de retenção
te, os condutores não estarão experin1entando unia (trava) dos contatos principais, provocando seu fecha-
temperatura excessiva e, conseqüentemente, por defi- mento ou abertura.
nição~ o disjuntor não vai atuar. Um disparador de sobrecorrente é aquele que provo-
Caso o arco permaneça, ele poderá causar um incên- ca a abertura de u1n disjuntor, conl ou senl retardo inten-
dio. Pode ser também que esse arco leve ao rompimento cional, quando a corrente no disparador exc::ede um valor
total da isolação dos condutores, levando-os a uma situa- predeterminado, em condições especificadas. Pode ser
ção de curto<ircuito, ía.zendo então o disjuntor atuar; n1as direto, quando energi1..ado pela corrente no circuito prin·
isso poderá ocorrer, em alguns casos, somente após um cipal do disjuntor, ou indirélo, quando a energização é
incêndio já ter sido i niciado. feita por meio de um transformador de corrente ou ele um
O exemplo foi dado para um ferro de passar roupas, derivado,.
mas poderia facilmente ser t.ransportado para o caso gené- No que diz respeito ao retardo, o disparador de sobre·
rico de uso de extensões, em que o •enrola-desenrola" de corrente pode ser:
condutores é usual. A melhor proteção, nesses casos, é a • lnstantáneo: quando opera sem qualquer retardo
freqüente inspeção e manutenção de todos os cordões fle- intencional de tempo.
xíveis de aparelhos e extensões, com a imediata substitui- • Com retardo (ou tempo) definido: quando opera
ção ou reparo dos produtos suspeitos de defeitos. com um retardo definido, que pode ser:
• Ajustável, mas que é independente do valor da sobre-
• Correntes de falta à terra de pequena intensidade: as
corrente;
correntes de falta à terra são similares às faltas entre
• A tempo inverso: quando opera após um retardo
linha, exceto que elas pode111 apresentar uma inten·
inversa1nente ao valor da sobrecorrente.
sidade muito menor, uma vez que as impedâncias
envolvidas no circuito fase-terra podem ser maiores Um disp,1rador de sobrec,1,ga é um disparador ele
do que as de um circuito fase-fase ou fase-neutro. sobrecorrente destinado à proteção contra sobrecargas.
Nesses casos, os disjuntores poden, não ser cc1pazes Um disparador térmico de sobrecarga é um disparador
de detectar essas correntes, o que levaria a instala- de sobrecarga a tempo inverso que depende, para sua
ção a uma eventual situação perigosa. ~ra essa operaç.'io (incluindo seu retardo), da ação térmica da cor-
si luação de falta fase-terra, os dispositivos DR são os rente que circula no disparador.
recomendados. Dispar,,dor en, derivação é aquele energizado por uma
• Surtos de tenS<io: durante uma tempestade com raios forne de tensão.
ou devido às manobras na rede das concessionárias, Um disparador de subtensão é um disparador em deri-
pode ocorrer a propagação de sobretensões em uma vação que provoca a abertura de um disjuntor, com ou sem
instalação pela linha de alimentação do consumidor. retardo intencional, quando a 1ensão ,,os 1erminais do dis-
No entanto, essa sobretensão não é reconhecida parador cai abaixo de um valor prede1erminado.
pelos disjuntores como uma sobrecorrente e o disjun-
tor não vai atuar. Para esses casos, a solução indica- Câmara de extinção
da na NBR 54 1O é o emprego de dispositivos espe- A c3ma,a de extinção de um disjun1or é o comparti-
cializados en1 identificar sobretensões. chamados mento que envolve os contatos do circuito principal,
dispositivos de proteção contra surtos (OPS). capaz de resislir às solicilações térmicas devidas ao arco,
• Sobreaquecimentos em conexões: se a ligação entre projetada especificamente para promover a extinção ele
um condutor e um tern1inal de um componente qual· arco elélrico.
quer não está adequada, podem ocorrer sérias eleva-
ções ele temperatura naquele ponto de mau contato. Características básicas
O equipamento pode ser dani ficado e até incêndios Pode-se a.presentar conlo c.an.l cterísticas básicas dos
podem ser provocados por esse motivo. Apesar do disjuntores as seguintes:
enorme calor naquela conexão e da progressiva dete- • Operam por meio de disparadores ou, principal-
rioração do componente, a corrente que circula pela mente no caso dos de média e alta tensão, de relés
inslalação eslá normal e, portanto, não há uma sobre- separados.
corrente que possa ser detectada pelo disjuntor. • Apresentam (os tipos multipolares), ao contrário dos
Nesses casos, a rnelhor proteção para a instalação é a dispositivos fusíveis, atuação multipolar, evitando a
prática de uma cuidadosa manutenção, com insp(!ÇôeS operação desequilibrada em equipamentos trifásicos,
SU$W li

206 lnslakições elétricas

tal como a que pode ocorrer com a queima de um • Disparadores de subtensão.


único fusível de uma proteção à fusível.
São, geralmente, utilizados para proteção e manobra
• Oferecem larga margem de escolha de correntes de circuitos de distribuição e tern1inais, montados em
non1inais, podendo, em muitos casos, admitir ajust~ quadros de distribuição padronizados.
nos disparadores, o que, além de ampliar a margem
de escolha, simplifica a coordenação com outros dis- • Disjuntor aberto: disjuntor seco de baixa tensão que
positivos de proteção. possui todas as partes componentes montadas em
• Sua operação é repetitiva, isto é, podem ser religados uma estrutura aberta, geralmente metálica. Os disjun-
após terem atuado, sem necessidade de substituição. tores abertos geralmente são tripolares de corrente
• Sua característica tempo<:orrente, além de ajustável nominal acin1a de 200 A, con1 acionamento manual
en1 muitos casos, não é afetada por correntes que ou motorizado, podendo ser equipados com:
provocaram outros disparos. • Disparadores de sobrecorrente eletromagnéticos,
• Muito embora não sejam tão rápidos como os fusí- instantâneos ou com retardo definido, para prote-
veis (principalmente os limitadores) para sobrecor- ção contra sobrecargas e curtos-circuitos.
rentes elevadas, eles o são para sobrecorrentes de • Disparadores térmicos de sobrecarga.
pequena e média intensidades, as mais comuns no • Disparadores ele sul,,tensão.
dia-a-dia das instalações.
São utilizados para proteção e manobra de circuitos
• Permiten1, em alguns casos, o comando a distância.
de distribuição principais (de porte) e para proteção de
alternadores, transformadores, ca1><1citores etc., monta-
Tipos de construções de disjuntores dos em subestações, cabines ou em quadros de distribui-
Existem diversos tipos de disjuntores em relação ao ção de grande porte.
seu tipo de construção, a saber:
• Disjuntor seco: seus contatos principais operam no Niveis de proteção
ar, sob pressão atmosférica. Os disjuntores possuem, em geral, pelo menos dois
• Disjuntor a gás: seus contatos principais operam em níveis de proteção em relação às sobrecorrentes:
um gás diferente do ar. • Contra sobrecorrentes pequenas e moderadas (geral-
• Disjuntor a ar con1prin1ido: s.eus contatos principais mente correntes de sobrecarga), por meio de dispara-
operam sob um jato de ar comprimido. dores térmicos; esses disjuntores são chamados ape-
• Disjuntor a SF6: seus contatos principais operam em nas ""térmicos".
hexafluoreto de enxofre. • Contra sobrecorrentes elevadas (em geral correntes
• Disjuntor a grande volume de óleo: seus contatos de curto-circuito), por meio de disparadores eletro-
principais operam imersos em óleo, em quantidade magnéticos; esses disjuntores s.10 denominados ape-
suficiente 1>ara a isolaç.10 entre as partes vivas e a nas "n1agnéticos•.
terra;
• Disjuntor a pequeno volume de óleo: seus contatos Os disjuntores de baixa tensão mais comuns operam
principais operam imersos em óleo, que serve essen- com disparadores térmicos e eletromagnéticos; são os
cialmente para a extinção do arco e não necessaria- disjuntores termomagnéticos. Neles, a atuação dos dis-
paradores térmicos é normalmente caracterizada por um
n1ente para a isolação entre as partes vivas e a terra.
limiar bastante próximo da corrente nominal ou de ajus-
• Disjuntor a sopro ,nagnético: seus contatos pdncipais te, permitindo detectar sobrecorrentes de pequena inten-
oper,,m em um campo magnético produzido pela sidade. Por sua vez, os disparadores eletromagnéticos
própria corrente que percorre o circuito principal. atuam, em geral, em uma faixa de sobrecorre11tes cujo
• Disjuntor a viicuo: seus contatos principais operam limite inferior é maior que as correntes de sobrecarga
em um vácuo especificado. usuais e cujo limite superior é igual à capacidade de
• Disjumor em caixa moldada: disjuntor seco de baixa interrupção do disjuntor.
tensão, montado em uma caixa de material isolante
moldado, que suporta e encerra todas as partes com- Cotegorias de disjuntores termomagnéticos
ponentes cio disjuntor. Os disjuntores em caixa molda- em reloção ao tempo de abertura
cla, de construção compacta, podem ser unipolares, Os disjuntores termomagnélicos são geralmente elas·
bipolares ou tripolares, geraln1ente con1 acionamento sificaclos em três categorias: disjuntores lentos, r~pidos
manual, podendo ser equipados com: e limitadores. Isso com base no tempo de abertura (ou
tempo de pré-arco), que é o tempo decorrido do instan-
• Disparadores de sobrecorrente eletromagnéticos, te em <1ue se maniiesta a sobrecorrente e se inicia a aber-
instantâneos ou com retardo definido, para prote- lur,1 dos contatos até o n1omento en1 que os contatos se
ção contra curtos-circuitos. separam, dando início ao arco, como n1ostra1n as Figuras
• Disparadores térmicos de sobrecarga. 6.17 e 6.18.
SU$W ü

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 207

'o li.!111 início a falta

r1- t
0
= 1cn11>0 de
pré-a.rco
',
t - I - lClllf)O de
2 1
arco

, - 1 = 1cn1podc
2
o interrupção

'
'
'o ', '2

Figura 6 . 17 • O tempo de abertura (tempo e pré·arco) nas disjuntores

A caracterização de cada tipo de disjuntor é: com respeito a seu valor teórico máximo; nessas con-
• Disjuntores lentos: com tempos de pré-arco longos, dições, o arco se extingue durante o primeiro semici-
superiores a 60 ms, destinados a intervir apenas em clo de corrente e o tempo de interrupção é, em geral,
casos extrenlos, quando, por exemplo, o curto-circui- inferior a 10 ms. A Figura 6.16 mostra um oscilogra-
to ocorre no circuito de distribuição principal, a ma típico da atuação de um disjuntor limitador.
montante dos disjuntores divisionários. Os pequenos disjuntores termomagnélicos em caixa
• Disjuntores rápidos: com tempos de pré-arco da moldada são hoje utilizados na proteção da grande
ordem de 2 a 3 ms, com os quais a corrente de curto· maioria dos circuitos terminais, em todos os tipos de ins-
circuito não chega a estabili4e1r-se com seu valor teó- talação. Sua imporlânci<, é decisiv<1. na proteção da insta·
rico n1áximo, antes que se forme o arco de interro1:r
lação, uma vez que os incêndios de origem elétrica
çâo; nessas condições, o arco se extingue à prin1eira
geralmente se iniciam de problemas nos circuitos termi-
passagem da tensão pelo zero.
nais ou nos equipamentos a eles ligados, por exemplo,
• Disjuntores limitadores de corrente: com tempos de
pré-arco da ordem de 0, 6 a 0,9 ms, com os quais a
en1 unia fiação em canaleta, em uma tomada de corrente,
corrente de curto-circuito resulta fortemente limitada em uma derivação para a ligação de um equipamento etc.

u Lc~,cnda:
t /
1 ='Tc1npo de abcnura
a
'L.•Ten,po de arco
Un= ·rcnsaode :lrco
1 = Corrente de cone
'
1 • Corrc,uc de -cuno.-circui10
s Valor de cris1a da corrente de
i cuno-circuito presu,n ida

t
I -+t
'' I

'' ' - /
/

Figura 6 . 18 • O scilograma típico da atuação de um disjuntor limitador de corrente


SU$W ü

208 lnslakições elétricas

Operação ração (corrente de ajuste). Por essa razão, os fabricantes


costumam indicar, para esses dispositivos, "íaíxasN na
Disparador eletromagnético c.aracterística tempo-corrente.
Funcionamento
Disparo instantâneo
A Figura 6.1 9 n1ostra, esquen1atican1ente, um dispara·
O disparador é dito installtâneo quando promove o
dor eletromagnético (também chamado "disparador
magnético"). Sua armadura é tensionada por meio de dis1>aro direto e instantâneo do disjuntor. Nesse tipo, com
uma mola, de tal maneira que apenas acima de um valor a diminuição do entreíerro, aumenta a força da mola a
definido de corrente, a corrente de operação (corrente de ser vencida pela armadura. Em um disparador extra·rápi·
ajuste), é vencida a inércia da armadura e a tensão da cio, usado em disjuntores limitadores de corrente, de
mola; a armadura é então atraída pelo núcleo, promoven- mecanismo mais sofisticado (contendo uma armadura e
do, 1>or meio de conexões mecânicas, a abertura dos con.. um circuito magnético auxiliares}, a estratégia é diminuir
tatos principais do disjuntor. a força da mola durante a ação da alavanca.
A força necessária para equilibrar a ação da mola é Disparo temporizado
pro1>0rcional ao quadrado da força magnetomotriz do Um disparador eletromagnético é 1emporizado quan·
circuito magnético, N.f., sendo N o número de espiras do o movimento da armadura não promove a atuação
da bobina e I a corrente de operação do disparador (que
instantânea do disjuntor, que se dá após um tempo de
circula pelo circuito protegido e pela bobina}. Assim,
retardo.
qualquer corrente superior a I provocará o fechamento
Dependendo do tipo de dispositivo, a temporização
do entreferro, isto é, a atuação do dispositivo. Observe
pode diminu ir com o aumento da corrente ou indepen-
que, mantidas todas as demais condições, se o ajuste for
der dela. No primeiro caso, é obtida de forma simples,
uma corrente <1e operação menor, maior deverá ser o
com o acoplamento de uma massa adicional à armadu-
número de espiras da bobina.
A corrente de operação pode ter um va lor único íixa- ra; no segundo caso, nos disparadores a tempo definido,
do ou pode ser variável en, uma f(1ixa de correnle de a ten1porização é conseguida por meio de un, circuito
ajuste (a chamada correllle de ajuste é um valor da cor- pneumático, hidráulico, mecânico (preíerencialmente},
rente de operação escolhido nessa faixa}, o que é con- em alguns casos, elétricos ou, mais recentemente, ele-
seguido pela variação do entreíerro, da tensão da mola trônico.
ou da mudança do número de espira da bobina magne- A temporização é classificada em '"longa• e •curta".
tizante. Se for maior que 0,5 s, denomina-se temporização 'º"8ª
Os disparadores eletromagnéticos não são de grande ou de lollga duraç,10 (LD); até 0,5 s, tem-se a temporiza-
precisão, admitindo erros em torno da corrente ele ope- çào curta ou de curta duração (CD).

Entreferro

!
Mola

Arn1adura ( ala\!anca)

Ntíclco ,nagnéttCo

Figura 6. 19 • Princípio do luncionomento de um di, porador eletromagnético


SU$W ü

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 209

1.000

1l\ ~ C-0rren1c non1inal


<lo dispamdor
600A

\
\ Tcmpo ,oial
de extinção

100
Lilnite inferior_J\
·"-
\\
Carac,1críS1.ic.1 de
longa duração
(1, 1)) ajusie
100%
da / , ,

J- lns.tan1ânoo
ajuslado para
9 X IN= 5.400A

·re,npo 1náxi1no
de intcm.ipção do
instantâneo
o.1

'

O.O I
0.5 10 100 1.000 10.000
Corrente e,u a.1npCres X 100

Figura 6.20 • Coraderístico tempo·corrente de um disparador eletromagnético com carocteris.ticas de longa duração e
instantâneo

Muitas vezes são utilizados disparadores eletromag- • Característica LD: faixa de corrente de ajuste de 80
néticos que con,binan, diferentes características, tais por cento a 160 por cento de IN; corrente de ajuste
con10: fixada em 100 por cento /N = 600 A
• Característica instantânea: (aix_a de corrente de ajuste
• LD + CD.
ele 6 a 12 l ,v; corrente de ajuste fixada em 9 lN =
• LD + instantâneo.
5.400A
• LD + CD + instantâneo.
A Figura 6.20 most.ra a característica tempo·corrente
Disparador térmico
de um disparador com as características de longa dura-
ção e instantânea, usadas em alguns disjuntores abertos. Funcionamento
Tem-se: Os disp,1r.,dores 1érmicos operam baseados no princípio
• Corrente nominal: IN = 600 A dos pares (bimetálico) termoelétricos, isto é, n.1s diferentes
SU$W ü

21 O lnslalações elétricas

,..
/'

Bi1ne1:tl

,.t
n
(a) Posição d!! repouso (b) Posição de auiaç;io

Figura 6.21 • Princípio de funcionamento de vm disparo·


dor térmico bimet61ico Legenda:
1. Co111ato fixo
dilatações que apresentam os metais quando submetidos a 2. Alavanca de disparo
uma variação de temperatura. Duas lâminas de metaisdife- 3. Lân1ina bi1nc1álíca de con1pensação
rentes ligadas por meio de solda, sob pressão ou ele1roliti· 4. ('ursor
camente, quando aquecidas dilatam-se diferentemente, 5. L.5n1inas bilnelálicns das rases
cuivando-se o conjunto, que provoca: 6. Rc.sisténcias de 3quccilncnto d:.s
Jân1inas das fasc-.s
• A liberação do dispositivo de irava, com a conseqüen·
te abertura dos contatos principais do disjuntor. Figura 6.22 • Principio de funcionomento de um dis·
• O fechamento de um contato, que energiza um cir· porodor térmico com compensação de
cuito que promove a abertura do disjuntor. tempera tura

A Figura 6.21 mostra o funcionamento de um dispara- que está calibrado a uma temperatura O, com uma cor·
dor térmico bimetálico. rente de operação /:
onde: • ~ ra urna ten,peratura a,nbiente O + ó.O, as lâminas
• I = corrente de operação do circuito protegido. Se a bimetálicas sofrem dilatação e se curvam, fazendo
corrente for maior que o ajuste, ela promove o aque- com que o cursor se desloque, percorrendo parte do
cimento que é transferido ao bimetal, que se curvará seu percurso.
acionando a mudança nos contatos iluxiliares. • Para uma corrente igual a /, o disparador já poderia
• /' = corrente auxiliar de um circuilo qualquer, por atuar o que não aconteceria se a ternperalura
1

exen1plo, sinalização, intertravan1ento etc. ambiente fosse igual a O.


• r = corrente que aciona um mecanismo de abertura • Para evitar tal atuação, é colocada uma lâmina bime-
do disjuntor. tálica de compensação de mesmo material e mesmas
dimensões que as lâminas, mas que não é percorrida
Nos disjuntores, os disparadores térmicos geralmente pela corrente do circuito protegido.
são percorridos pela corrente de carga do circuito e • Para a temperatura ambiente O + 6.0, a lâmina ele
devem operar de uma corrente de operação, referida a compensação (3) se cuivará na mesma proporção que
uma temperawra de c,1/ibraçào (ou seja, a temperatura as lâminas (5), permanecendo constante a distância D.
na qual o disparador é calibrado). Para elevadas tempe- • Assim, as lâminas aquecidas pela corrente deverão
raturas ambientes, 1>0rém inferiores à temperatura de percorrer o n1esrno trajeto e resultará sen1pre o
calibração, o disjuntor pode aluar com correntes inferio- mesmo tempo de disparo, para uma faixa específica
res à de operação previamente fixada. de temperaturas ambientes.
Alguns disparadores térmicos possuem uma faixa de
corrente de ajuste como variação realizada, atuando Disparador eletrônico (microprocessado}
sobre o alongamento ou sobre a curvatura das lâmi nas
Alguns disjuntores podem usar componentes elelrô·
bimetálicas.
nicos (dispositivos semicondutores microprocessados)
Compensaç.'io de temperatura para monitorar os níveis de corrente, em vez de dispa-
Muitos disjuntores utilizam os disparadores. com radores nlagnéticos e térmicos. Esses elen1entos são
compensaç,'io de temperatura. A Figura 6.22 mostra o muito mais precisos que os convencionais e desligam o
princípio de funcionamento de um desses dispositivos, circuito mais rapidamente.
SU$W li

Copitvlo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 211

Os disjuntores equipados com disparadores eletrôni· • Regulamento Técnico da Qualidade - RTQ da


cos são indicados para aplicações em que se requer ajus· Portaria do lnmetro 243/2006 (em A): S, 1O, 15, 20,
tes de disparo e seletividade muito precisos. 25, 30, 35, 40, 50, 63.
Geralmente o sistema eletrônico de disparo contra • NBR NM 60898 - Disjuntores para proteção de
sobrecorrentes compõe-se, fundamentalmente, de trans- sobrecorrentes para instalações domésticas e simila-
formadores de corrente,. de un,a monitoração eletrônica res (IEC 60898 : 1995, MOO) (em A): 6, 8, 10, 13, 16,
por microprocessador e de um relé ele disparo. 20, 25, 32, 40, 50, 63, 80, 100, 125.
• NBR IEC 60947-2 -Dispositivos ele manobra e coman-
do de baixa tensão - Parte 2: Disjuntores (em A): 16,
Regulamentos e normas técnicas de
20, 25, 32, 40, 50, 63, 70, 80, 90, 100, 125, 150, 175,
disjuntores 200, 225, 250, 275, 300, 320, 350, 400, 450, soo,
No Brasil, são utilizados os seguintes documentos téc- 600, 700, 800, 1.000, 1.200, 1.400, 1.600, 1.700,
nicos para disjuntores, col>forrne a sua aplicação: 1.800, 2.000, 2.500, 3.000, 3.200, 4.000, 4.500,
5.000, 6.300.
• Disjuntores de alta tensão: NBR IEC 62271-100 -
Equipamentos de alta tensão - Parte 100: Disjuntores O disparador térmico ou magnético de um disjuntor
ele alta tensão de corrente alternada. pode, e1n muitos casos, ser ajusuivel e, nessas condições,
• Disjuntores de baixa tensão para uso residencial: o disjuntor é caracterizado por uma corrente de oper<1·
• Regulamento Técnico da Qualidade - RTQ da çJo diferente da corrente nominal. Por exemplo, seja um
Portaria do lnmetro 243/2006. disjuntor termomagnético de corrente nominal /,, : 100
A, com disparador térmico com faixa ele corrente de
• NBR NM 60898 - Disjuntores para proteção de
ajuste de 0,7 l,v a 1,0 l ,v, Nesse caso, pode-se afirmar
sobrecorrentes para instalações domésticas e
que a corrente non1inal do disjuntor é 100 A e a sua cor-
similares (IEC 60898:1995, MOO).
rente de 01:>eração poderá variar, conforme o ajuste, ele
• NBR IEC 60947-2 - Dispositivos de manobra e
70A a IOOA.
comando de baixa tensão - Parte 2: Disjuntores. Recomenda a NBR IEC 60947·2 que os disparadores
• Disjuntores de baixa tens<io fh1ta uso industri<1/: NBR a sobrecorrente que não os térmicos 01:>erem, indepen-
IEC 60947-2 - Dispositivos de manobra e comando dentemente da temperatura ambiente, na faixa de -5 •e
de baixa tensão - Parte 2: Disjuntores. a + 40 ºC. Para os disparadores térmicos, a corrente de
01:>eração (igual à corrente nominal no caso de dispara-
dores não ajustáveis) deverá ser referida a unia ten11>era-
Características nominais tura ambiente de + 20 ºC ou de + 40 •e.A NBR NM
Os disjuntores de baixa tensão são caracterizados por 60898 estabelece a temperatura de referência a + 30 ºC,
diversos valores nominais dependendo do documento enquanto o Regulamento Técnico da Qualidade - RTQ
que lhes é aplicável (ver a Seção •Regulamentos e nor- da Portaria do lnmetro 243/2006 determina a calibração
a + 25 ºC. Em todos os casos, caberá ao fabricante indi-
mas técnicas de disjuntores"). Independentemente do
car a jnfluência das variações dessa temperatura na cor-
regulamento ou norn1a técnic.:1 en1questão, destacam-se rente de nominal ou de operação.
os seguintes valores nominais, comuns a todas elas:
• Correntes convencionais de atuação e de não atua·
• Tens.10 nominal: valor ele tensão ao qual são referidas ção (ver definições na Seção 6.2): a Tabela 6.3 indi-
certas características de funcionamento do disjuntor, ca os valores non1inais utilizados para essas correntes
1>0r exemplo, as capacidades ele interrupção e de esta· nos diferentes documentos.
belecimento nominais, bem como as categorias de
desempenho em curto-circuito. Para circuitos polifási- EXE.MPLO
cos é a tensão entre fases e para circuitos monofásicos
é a tens.c:io entre fase e neutro. Seja um disjuntor em caixa moldada conforme RTQ
da Portaría do lnmetro 243 com corrente nominal l,v =
São típicos os seguintes valores de tensões nominais 35A. Pela Tabela 6.3, veriíic.1-se que suas correntes
de disjuntores de baixa tensão (em V): 127, 220, 240, convencionais de atuaç.10 e ele não atuação valem
380, 415, 440, 460, 480, 500, 600, 690.
/0 : '2 :1,35 X 35 : 47.25 A
• Corrente nominal: maior valor ele corrente que pode 1,,, = 1,05 X 35 : 36,75 A
circular continuan1ente 1>elo disjuntor sem provocar
seu desligamento automático nem danificar seus e que o tempo convencional é de 1 hora. Isso signific.1
con1ponentes internos e externos. que o disjuntor deve poder conduzir a corrente ele
36,75 A por 1 hora, sem atuar e que, circulando a cor-
São típicos os seguintes valores de correntes nominais rente de 47,25 A, sua atuação deve dar-se, no máximo,
de disjuntores de baixa tensão: em I hora.
SU$W ü

212 lnsloloções elétricas

Tabela 6.3 • Correntes convencionais de atuação, de não atuação e tempos convencionais para
disjuntores tennomagnéticos, de acordo com o RTQ da Portaria do lnmetro 243, a
NBR NM 60898 e a NBR IEC 60947·2

Documento I , (A) e. ('C) ,_ 1. t, (h)

RTQ do Portaria do s 50 1
25 1,05 1. 1,35 1.
hunetro 243 > 50 2
S 63 1
NBR NM60898 30 1.13 1. 1,45 1.
> 63 2
S6'.l 1
NBR IEC 6()<)47-2 30 1.05 1. 1.30 /,
> 63 2
I. = rorrenle uontinal (ou se ajuste) do d~jun!Of
1_ = co1Tcn11~con,·ccional de não a1uaçik> do disjumor
l. = rom:n1c <:onct.-çion-11 de atuaç:lo do disjuntor
e.• tcn1pcr.llura do ar nmbie.ntal durante o ensaio
• FrecJüência nominal: 60 Hz. • Faixa 8: atuação instantânea do disparador para cor-
• Capacidade de in<errupção: também reíerido como rentes acima de 3 J" até 5 l,v, inclusive. São indica-
capacidade de ruptura, é a maior corrente de curto· dos para a proteção ele circuitos onde são previstas
circuito que o disjuntor consegue interromper sem baixas correnles de curtO·,circuito presun,idas, como
se danificar, referida às suas características non1inais aquele,; compostos por linhas longas de condutores
de tensão, freqüência e para um fator de potência ele pequena seção transversal. Devem ser evitados
onde houver equipamentos com corrente,; de partida
determinado.
ou correntes transitórias moderadas ou altas.
Os valores de capacidade de interrupção de disjun- • Faixa C: atuação instantânea do disparador para cor-
tores de baixa tensão poden, variar, geralmente, na rentes acima de 5 J" até 1O J,v, inclusive. São indica-
dos para a proteção de circuitos elétricos em geral e
faixa de 1,5 a 200 kA, dependendo do modelo de cada
devem ser evitados onde houver altas correntes de
fabricante.
partida ou transitórias.
• Faixas de atuaçiio instant(lnea: no caso específico da • Faixa O: atuação instantânea do disparador para cor-
norma NBR NM 60898, são definidas três faixas de rentes acima de 1O JN até 20 f.,•, inclusive. São indi-
cados para a proteção de circuitos com elevadas cor-
atuação instantâneas (em curto-circuito), a saber (ver
rentes de partida ou transitórias.
Figura 6.23):
A faixa de atuação instantânea deve vir gravada no
corpo dos disjuntores. Por exemplo, 050, significa que o
disjuntor é do tipo (faixa ou curva) D com corrente nomi-
e
« ,,, i:l l nal 50 A.
Sl' 2 10 ' Nos casos do RTQ da Portaria do lnmetro 243 e da
t:
:os
.g i ª o norma NBR IEC 60947-2, a definição ela íaixa ele atua-
ção instantânea é deixada por conta de cada fabricante.
oo. - - 1 ~

E
~
\ ' Dessa iom1a, é irnportante ter acesso às curvas caracte-
~ 1 rísticas tempo-corrente, para que seja escolhido o disjun-
'' tor mais adequado em íunção do tipo de circuito a ser
' ' ~~ protegido. A Figura 6.24 fornece um exemplo de curva
' '' carac1erística de urn disjuntor caixa n1oldada conforme a
' -
0.1 m •' -=
NBR IEC 60947-2.

O.OI ' - Disjuntores em caixa moldada


2 3 5 10 20 30 X J,. Os disjuntores em caixa moldada são o tipo mais
comum ele disjuntor ele baixa tensão. Em sua grande
Figura 6.23 • Faixas de atuação instantâneos de disjunto· maioria, são tennomagnéticos, equipados com dispara~
res conforme o NBR NM 60898 dores térn1icos {cuja característica pode ser considerada
ele longa duração) e disparadores eletromagnéticos ins-
SU$ W ü

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 213

120

r 90
60
50
40
30
20

10
8 \
6 \
4
\
2
\ i\.

\ '\ Valor máx.

I' \. IY
30
'\ '
i\
20

10 " "'
8
6
Valor ruín.
/

' '
4 ' i' ~~
2

1
0.8
0.6
is 0.4
'O
<,
0.2
t
0,1
0,08
0.06
0.04

0.02

0,01
~ \..
0,008 '
0,006
0.004
"
0,002

0,001
1 2 3 4 5 6 7 8 910 15 20 40 50 60708090
100
Múhi1,lo d:t corrente (xi,,)

Figura 6.24 • Curvo coro<:teri,tico de um disjunt0< em coixo moldodo, conforme o NBR IEC 60947·2
SU$W 6

214 lnslalações elétricas

Figuro 6.25 • Disjuntores conforme RTQ da Portaria do lnmetro 243

tantâneos, com correntes nominais de 5 a 3.000 A. São eficaz ele proteção das pessoas (e dos animais domésti·
utilizados na 1>roteçã.o de circuitos ele distribuição, de cos) contra choques elétricos, sendo largamente utiliza-
circuítos terminais e de equipame11tos. geralmente mon- dos hoje em quase todos os países cio mundo. São o
tados em quadros de distribuição. único n1eio "ativo" ele proteção contra contatos diretos e,
Dentre os disjuntores enl caixa moldada destacam·se na grande n,aioria dos casos, o meio mais adequado
os chamados pequenos disjun<ores (ou "minidisjun- para proteção contra contatos indiretos. Por sua vez,
tores"). con1 correntes nominais na faixa de 5 a 125 A, podem exercer proteção contra incêndios e também se
utilizados, 1>rincipalmente, na proteção de circuitos ter- constituir em "vigilantes" da qualidade da instalação.
minais e também na proteção e no comando de certos O dispositivo DR detecta a soma fasorial das corren-
equipamentos (por exemplo, condicionadores de ar tipo tes que percorrem os co,1dutores vivos de um circuito em
janela) e na proteção de circuitos de distribuição divisio- determinado ponto do circuito, ou seja, a corrente dife-
nários. A figura 6.25 mostra exemplos de disjuntores rencial·resid11<1I (11>«> no ponto considerado provoca a
conforme RTQ ela Portaria cio lnmetro 243. A figura 6.26 interrupção do circuito, dentro de um tempo especifica-
n1ostra curva característica de disjuntores conforn1e NBR do, quando l t>R ultr,1passa un, valor preestabelecido,
NM 60898. chamado corrente diferenci,1/-residual nominal de atua·
Dependendo cio documento técnico correspondente, ç.io (l,,,vl. Ver Figura 6.28.
os pequenos disjuntores são calibrados a 20 ºC. 25 ºC Teoricamente, em un, circuito normal, il soma fasorial
ou 40 º C e, em geral, são instalados em quadros de dis- das correntes que percorrem os condutores vivos, n1esn10
tribuição. Nesses quadros, a temperatura é superior à que haja um desequi líbrio ele correntes (circuito trifásico
temperatura ambiente cio local em que se encontram, de desequilibrado) é igual a zero (1• lei de Kirchhoff),
no mínimo 1 O ºC, dependendo da ocu1>ação (quantida- ou seja, a corrente diferencial-residual é nula. Na práti·
de de disjuntores). ca, no entanto, não existe nenhum circuito absolutamen~
Como geralmente, os pequenos disjuntores etn caix<, te "normal": os equipamentos de utilização e as linhas
moldada não são compensados, a corrente nomina.1(isto elétricas sempre apresentam correntes de fuga conside-
é, a corrente de operação dos dis1:,,1radores ténnicos) radas "norn,ais"'. São essas correntes e as eventuais cor-
pode ser mocliíicada e fica reduzida pela aplicação de rentes de falta fase-massa que os dispositivos DR sentem,
um fator, conforme exemplo da Figurá 6.27. isto é:
• Sem fuga ou falta
6.5 Dispositivos a corrente
d iferencial-residual ~I + i.1 + + i!, ::: 0 Um, = O)
i_J
{
,, + ,, + /3 + '· = o (i,,« = O)
Generalidades • Com fuga ou la lta
Os dispositivos a corrente diferencial-residual, abre-
viadamente dispositivos DR, constituem-se no meio mais (il)R * O)
(ÍI)« t, O)
SU$W ü

Copitvlo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 21 S

o o
• •

Figura 6.26 • Disjuntores conforme NBR NM 60898

Principais funções de um DR exemplo, por um transformador ou por um sistema


As três principais funções que os componentes de um eletrônico.
dispositivo DR devem desempenhar são: (b} Avaliação: é a função que dá ao DR a possibilidade
ele 01>erar quando a corrente residual detectada exce-
(a} Detecção: consiste em o dispositivo sentir a presença
de certo valor de referência especificado.
de uma corrente residual. Isso pode ser feito, por

1.3
..............
.. .. '---.... . . . ... Bipolar- 1'ripolar
1.2
~..r:-:--- Unipolar

1.1
··~
~
~
""'-:..
0.9

o.s

50"
1
- 10 o 10 20 30 40

Figura 6.27 • Falo, de correção típico aplicável aos disjuntores termomagnéticos. libro e Supertibro (Cortesia da Bticino)
SU$W ü

21 6 lnslala900s elétricas

(e). Interrupção: consiste em mover automalicamente os A Figura 6.29 indica esquematicamente as partes
contatos principais do DR da posição fechado para a essenciais de um dispositivo DR, assinalando as respec-
posição aber(O, interrompendo assim o íluxo de cor- tivas funções.
rente por ele. O circuito magnético de um DR., para poder detectar
a corrente cliferencial-resiclual, eleve envolver todos os

Lt
1,_
"'-
Ir-+"
l2

/, . /3 ->-

N 1.---+

l11R-
'
""' \
E
\
Condu1or de pfo1cção Dc1ccção rlO JlOIHO
P do circui10

Son1a rasorial d:is correntes


do circuilo

Figura 6.28 • Corrente dileren<ial·residvol em vm circvilo

+-- - - Oispar.tdor (avaliação


e seccionantcnlo)

L l - - - - --e
,.___ _ _ Circuito n1agné1ico
(dcoccçõo)
L2------.. ~ .-------1--<0-~ - - - -

L~~------e

PE----------------------
Figura 6.29 • Partes essenciais de vm dispositivo DR
SU$W li

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 2 17

condutores vivos do circuito (íase e neutro); o condutor proteção contra sobrecorrentes, isto é, contra corren-
de proteção correspondente deve ser exterior ao circuito tes ele sobrecarga e de curto-circui to.
magnético (Figuras 6.26 e 6.29). Em circuitos de i nstala-
~ importante notar que ambos os tipos exercem tam-
ções com esquema TN-C (isto é, que usam condutores
bém as funções de comando e de seccionamento.
PEN) não podem ser aplicados dispositivos DR.
No dispositivo DR, o disparador pode ser acionado
Princípio de funcionamento de
diretamente pelo circuito magnético ou por meio de um
amplificador de estado sólido, e deve promover o sec- um DR eletromecânico
cionamento (abertura) de todos os condutores vivos do Um dispositivo DR do tipo eletromecânico é consti-
circuito. tuído por (Figura 6.30):

• Um tr;insforn1ador com núcleo laminado de material


DRs com e sem fonte auxilia r com alta permeabilidade, com tantas bobinas primá-
Os D Rs podem ser classificados em dois grandes gru- rias quantos forem os pólos do dispositivo e com uma
pos, quanto ao modo como são realizadas as suas fun- bobina secundária destinada a detectar a corrente
ções principais: diferencial -residual; os condutores vivos s.io ligados
às bobinas primárias.
(a) DRs sem fonte auxiliar: são aqueles nos quais as fun- • Um relé polarizado (disparador di ferencial) consti -
ções de detecção, avaliação e interrupção não depen- tuído por u1n núcleo1 un, í1nã pennanente, u,na
dem de uma fonte auxiliar <geralmente a própria rede bobina l igada à bobina secundária do transforma-
de alimentação normal da instalação). Isso ocorre, por dor e uma peça móvel fixada de um lado por uma
exemplo, quando o disparador é acionado diretamen- mola e ligada mecanicamente aos contatos do dis·
te pelo circuito magnético, como é o caso dos cHspo- positivo; na condição de repouso a peça móvel está
sitivos eletro,necânicos; na posição fechada, encostada no núcleo e tracio-
(b) DRs com fon<e auxiliar: são aqueles nos quais as fun- nando a mola.
ções de detecção, avaliação e i nterrupção dependem • Un1 circuito <le J)rova contendo uma resistência e um
de uma fonte auxiliar (geralmente a própria rede de botão (ele prova), destinado a si mular uma falta, pro·
alimentação normal da instalação). Isso ocorre, por vocando a abertura dos contatos.
exemplo, com os chamados DRs eletrônicos. • Eventualmente, um circuito comutador de sensibili·
dacle constituído 1>0r uma bobina enrolada no núcleo
Sensibilidade do transformador e por um comutador (de sensibili-
dade), destinado a alterar a corrente diferencial-resi-
Os dispositivos DR podem ser também classificados
dual nominal de atuação do dispositivo.
quanto à sensibilidade: quanto maior o valor da corrente
diíerencial·residual nominal de atuação, menor a sensi· Na condição (teórica) de correntes iguais nos condu-
bilidade. Os dispositivos com J,,v s 30 mA são conside- tores vivos cio circ ui to, as forças magnetomotri zes das
rados de alta sensibiliclacle, oferecendo proteção contra bobinas prilnárias se anulam e não existe €luxo no
contatos diretos e contra contatos i ndiretos; aqueles com núcleo do transformador; na bobina secundária não é
l ,.v > 30 mA siio ele baixa sensíbiliclacle, oferecendo ape- gerada nenhuma força el etromotriz. A parte móvel cio
nas proteção contra contatos i ndiretos. relé polarizado está en, contato com o núcleo, tracio·
nando a mola, atraída pelo campo do ímã permanente.
Interruptores e disjuntores DR Q uando o fluxo resultante no núcleo do transforma-
dor for diferente de zero, isto é, quando existir uma
No que concerne às funções executadas, os DRs
corrente diferencial-residual, será gerada uma força
podem ser:
eletron1otri z na bobina secundária e u1na corrente per-
• Interruptores DR: desti nados unicamente à proteção correrá a bobina do núcleo do relé pol arizado.
contra choques elétricos por contato direto (os de alta Quando a corrente diferencia 1-residual for igual ou
sensibilidade) e por contato indireto (os de alta e de superior à corrente diferencial-residual non1inal de
baixa sensibilidade); possuem, geralmente, baixa atuação do dispositivo, o fluxo criado no núcleo do
capacidade de interrupção e podem ser acoplados a relé polarizado pela corrente proveniente ela bobi na
um disjuntor. secundária do transformador provocará sua desn1agne-
• Disjuntores DR: dispositivos mais completos, com tizaçâo. A ação da mola desloca o braço bZ que libera
capacidade de interrupção mais elevada, que garan- a trava, abri ndo os contatos principais do dispositivo,
tem, além da proteção contra choques elétricos, a desenergizando o circuito.
SU$W ü

21 8 lnslalações elétricas

~~~~~~~~~~~~~~~~-<1>-~~~~~~~~~~~ L,

·~~~~~~~~~~~~~~~1----~1~~~~~~~~-Li (ooN)
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Legenda:
A • Tr:.1nsfom1ador
a 1 • bobinas priln~ri:.1 s E
fl 2- bobina Sc.!Cundári.1
13 - RclÇpolarii ado
b1- i,ni'í pcrnli1ncn1e
b2 • 1>artc 1nóvel
C - Contatos priix~ipais
D - Circuito.~ vivos do circuito
E· Circuito de prova
e1 - rcsistancin
e2 • bolão
17 - Circuito con11,11ador
/ 1- con1u1:1dor
/2 • bobina

Figura 6.30 • Dispositivo DR Bipolar

Fechando o contato do circuito de prova, simula-se a Observe que a segurança e a precisão de um disposi-
existência de un1a corrente diferencial-residual superior tivo DR residem na utilização de materiais magnéticos de
ao valor nominal (por meio de resistência adequada) e alta qualidade e em un1a construção mecânica acurada.
pode-se verificar o funcionamento correto do dispositivo. São conseguidos tempos de atuação da ordem de poucas
O fechamento do contato do circuito comutador de dezenas de milissegundos para qualquer corrente acima
sensibilidade provoca, no caso de existência de corrente da corrente diferencial-residual nominal de atuação.
diferencial-residual no circuito, o aparecimento de outra
força magnetomotriz no núcleo do transformador, redu- Características
zindo o fluxo resultante e, portanto, reduzindo a sensibi- Conforme a IEC 60755, os dispositivos DR, interrup-
lidade do dispositivo. Em outras palavras, com essa ope- tores ou disjuntores, são caracterizados pelos seguintes
ração s.:io inseridas espirais adicionais no secundário do valores nominais:
transforn1ador., sendo então necessário un'I valor maior de • Corrente nominal(/,,,): maior valor de corrente que pode
corrente diferencial-residual para detern1inar a atuação circular continuamente pelo dispositivo e que pode ser
do dispositivo. interrompida sem danificar seus componentes. Os valo-
SU$ W ü

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 219

res caracteríS1icos são (em A): 6, 1O, 16, 20, 25, 40, 50, também as corremes com componentes contínuas.
63, 80, 100, 125, 160, 200. Dessa forma, os DRs são classificados em três categorias:
• Tensão non1inal (UN): valor de tensão ao qual são
(a) Tipo AC: sensível apenas a correntes alternadas
referidas certas características de funcionan1ento do
senoidais.
DR. Os valores característicos são (em V): 100, 1 1O,
(b) Tipo A: sensível a correntes alternadas senoidais e
120, 200, 220, 230, 240, 380, 400, 415 e 440.
• Freqüência nominal (1). Os valores característicos são correntes contínuas pulsantes.
(e) Tipo 8: sensível a correntes alternadas senoidais, cor-
(em Hz): 50/60 Hz.
• Corrente diferencial-residual nominal de atuação(/'"'): rentes contínuas pulsantes e correntes contínuas
corrente diferencial-residual que provoca a atuação do puras {lisas).
dispositivo. Os valores c.1racteríS1icos são (em A): 0,006; Em instalações elétricas com grande presença ele car·
0,01; 0,03; 0,1; 0,3; 0,5, 1; 3; 5; 10; 20. gas eletrônicas deve ser considerada a utilização de,
• Capacidade de interrupç,'ío nominal (/ çN): maior cor- pelo menos, ORs tipo A, enquanto que nas instalações
rente de curto-circuito que o DR consegue suportar mais usuais, tais quais as residenciais, o DR tipo AC
sern se danificar, referida às suas características nomi· pode funcionar adequadamente.
nais de tens.ão, freqüência e para un1 íator de potência
determinado. Os valores característicos são (em kA): Tipos construtivos de DRs
0,5; 1; 1,5; 3; 4,5; 6; 1O; 20; 50. Os tipos construtivos de DRs existentes no mercado
Deve-se ainda considerar a corrente diferenc;;:,J-resi· mundial podem ser agrupados como segue:
dual de não atuação (/,..,.> fixada em 0,5 1,,, . Isso signi- • Interruptores diferenciais-residuais para uso em
fica que um dispositivo DR pode atuar para qualquer painéis (ver Figura 6.31).
valor de corrente diferencial-residual superior a 015 I ~N· • Disjuntores con1 proteção clife,encial-residual incor-
Por essa razão1 na escolha de un1 DR para un1 cfeterrni- porada para uso em painéis (ver Figura 6.32).
nado circuito, deve ser es1imada criteriosamente a cor-
• Tomadas com interruptor diferencial-residual incor-
rente de fuga que pode circular durante o luncionamen·
porado para uso em caixas ele ligação instaladas em
to normal das cargas alimentares pelo circuito. Se o valor
parecles ou tipo condulete (ver Figura 6.33).
dessa corrente íor superior a 0,5 1,,,, o dispositivo pode·
rá atuar sem que haja nada de anormal no circuito.
Assim, para o correte funcionamento de um dispositivo
DR, eleve ser observada a condição
t1 s 0,5 I õ.,,
sendo Ira corrente de fuga total pelo isolamento das car·
gas alimentadas.
Os tempos de atuação máximos cios dispositivos DR
são fixados em função de valores da corrente difere11cial-
residual múltiplos de t,,v. como mostra a Tabela 6.4.

Tipos de correntes que são


detectadas pelos DRs
É importante observar que certos equipamentos de Figura 6.31 • lntern.,ptores diferenciois·re-siduois poro uso
utilização podem dar origem a componentes contínuos em painéis
em circuitos CA; é o caso de equipamentos contendo
diodos, tiristores etc. Com isso, os DRs devem ser capa-
zes de detectar não apenas as correntes senoidais, mas

ÍTabela 6A • Tem~s máximos ele atuação dos dis-silivos DR J


Tempo máximo (s)
I.JN (mA)
f,J.N 21~,,· 0.25A
6 5 1 0.04
10 5 o.os 0.04
30 0,5 0,2 0,04
SU$W ü

220 lnslolações elétricas

Figuro 6.32 • Disjuntores com proteção dilerenciol·resi· Figura 6.35 • lnlerruplores diferenc.iois·residoois poro uso
dual incorporacla poro uso em painéis móvel ou incorporado o cordões de ligoções
de equipamentos

• Interruptores diferenciais-residuais para uso en,


caixas de ligação instaladas em paredes ou tipo con-
dulete (ver Figura 6.34).
• Interruptores diferenciais-residuais para uso móvel ou
I I incorporado em cordões de ligações ele equipamen-
• tos (ver Figura 6.35).
CJ • Blocos diferenciais-residuais acopláveis a disjuntores
D • Componentes avulsos, tais como relés diferenciais e
11 transformadores de corrente, que são associados ao
• disparador de disjuntores e contatores .

Proteção contra contatos diretos


Os fatos mostram que a maior parte dos acidentes de
origem elétrica é devida a contatos diretos, resultantes
Figuro 6.33 • Tomados com interruptor dilerenciol·resi· de falta de manutenção, de negligência ou de imprudên·
dual incorporado poro uso em caixas de cia dos usuários. Como exemplo, são comuns os aciden-
ligoçõo instalados em paredes ou tipo con· tes em que há o contato con, un, condutor "cfesC<1scado"'
dulete de um cabo multipolar flexível que alimenta um apare-
lho portátil, con10, un,a enceradeira ou un, ferro de pas-
sar roupa, ou a introdução, por un, a criança, ele uni
<D grampo ou de um clipe em um dos orifícios de uma
tomada ele corrente.
As medidas de proteção contra contatos diretos pres-
critas pela NBR 541 0 (e analisadas na Seção 3.5) são
passivas, relacionadas princi1>almente com disposições

a de ordem construtiva. Entretanto, por mais bem executa·


das que sejam, tais medidas têm sua eficácia comprome-
D tida com o passar do tempo, pelo uso do componente,
pelo envelhecimento dos materiais etc.
Nessas condições, foca bastante evidente a necessidade
de proteção adicional contra contatos diretos, proporcio-
nada pelos dispositivos DR de alta sensibilidade, como
<D recomenda a NBR 5410.
A Figura 6.36 mostra a atuação de um dispositivo DR
Figura 6.34 • Interruptores dife-re:nciois·residuois poro uso com 1,,. = 30 mA na proteção contra contatos diretos,
em coixos do ligação instalados cm paredes superpondo sua característica ele atuação às zonas ele
ou tipo conclulele tempo-corrente da IEC-60479.
SU$W ü

Capítulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 221

1($)

10

0.2 ®•• ©
0.1 . DR~c30mA

/(mA)
10 3-0 100 350 1.000 10.000

Figura 6.36 • Atvoçõo de um dispositivo DR de 30 mA no proteção contro contoto, diretos

Verifica-se que o dispositivo oferece (considerando os Felizmente, os casos de contato de uma pessoa com
tempos m:íximos de atuação) proteção entre 30 e 350 duas fases de um circuito são muito raros e, quando
mA, isto é, para correntes inferiores a 30 mA, ele pode ocorrem, norrnalmente se con1ple1am co,n um terceiro
não atuar, e, para correntes superiores a 350 n,A, ele contato com um elemento no potencial da terra, por
pode não atuar em um tempo considerado como sufi- exemplo, o piso, o que garante a atuação do DR.
ciente; no primeiro caso, com correntes entre 1O e 30 Além ele desenergizar o circuito, a ação cio DR limita
mA., a abertura ocorre na zona 3, onde os efeitos são o tempo da corrente através do corpo humano. Sua ação
reversíveis, e para correntes menores dentro zona 2, de proteção consiste em abrir o circuito tanto n1ais rapi·
onde os eíeitos não são danosos; no segundo caso, exis.· damente quanto maior for a corrente que atinge a pes-
te o perigo de fibrilação ventricular. soa, sem influir no valor dessa corrente.
Analisando ern termos de resistência do corpo hun,a· A proteção adicional contra contatos diretos propor·
no, para um sistema de 127J220V, a pessoa ficará prote- cionada pelos DRs de alta sensibilidade (com corrente
gida se sua resistência para terra estiver compreendida diferencial-residual nominal igual ou inferior a 30 mA) é
entre 363 e 4.233 fl; para um sistema de 220/380 V, os obrigatória, segundo a NBR 5410, nos seguintes casos:
limites serão ele 629 e 7.333 n. Resistências inferiores a
363 n são muito pouco prováveis, só ocorrendo en, casos • Os circuitos que sirvam a pontos de utilização situa·
excepcionais (corpo totalmente imerso); assim, o DR de dos em locais contendo banheira ou chuveiro.
30 mA oíerece uma proteção muito eficaz contra a fibri- • Os circuitos que alin,entem tomadas de corrente
lação ventricular do coração humano para a condição situadas em áreas externas à edificação.
682 ela pele. Por sua vez, resistências superiores a 4.233 • Os circuitos de tomadas de corrente situadas em
n já são mais freqüentes devido à presenç., de sapatos e áreas internas que possan1 vir a alimentar equipa-
à existência de pisos mais ou menos isolantes; no entan· mentos no exterior.
to, nesse caso, os eventuais efeitos sobre uma pessoa só • Os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a
serão mais evidenciados para tempos longos. pontos de utilização situados em cozinhas, copas~
Assim, podemos concluir que um DR de 30 mA é
cozinhas, lavanderias, áreas ele serviço, garagens e
uma boa proteção contra contatos diretos, embora valo-
demais dependências internas molhadas em uso nor-
res menores de J._,, (tais como l O mA ou 6 mA) sejam
mal ou sujeitas a lavagens.
altamente recomendados em situações críticas (locais
úmidos, molhados, presença de crianças etc.). • Os circuitos que, em edificações não residenciais,
Deve-se observar, ainda, que os DRs não protegem con· sirvam a pontos ele tomada situados em cozinhas,
tra contatos diretos entre dois condutores ele fases dife<en· copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, gara-
tes, pertencentes ao n1esn10 circuito. Aliás, não existe gens e, no geral, en, áreas internas molhadas em uso
atualmente nenhum dispositivo que proteja nessa situação. normal ou sujeitas a lavagens.
SU$W 6

222 lnslalações elétricas

6 .6 Seccionamento não Seccionamento para manutenção mecânica


automático e comando O seccionan1ento para mc1nutenção ,necânica deve ser
previsto quando a manutenção (mecânica) de um equipa-
Asp ectos gera is mento alimentado por energia elétrica (caso de máquinas
girantes, sis1emas de aquecimento e equipamentos eletro-
Nesta seção, abordaremos o seccionamento não auto-
magnéticos) envolver riscos de qualquer dano. ~ o caso
n1ático cuja finalidade é evitar ou anular perigos en1 ins-
típico de elevadores, escadas rolantes, n,áquinas-íerra-
talações e/ou equipamentos alimentados com energia
menta, guindastes, bombas, correias transportadoras etc.
elétrica, incluindo o seccionamento para manutenção
Devem ser previstas medidas apropriadas para impe-
mecâniC<1, o seccionamento de emergência e o comando
dir qualquer religamento inadvertido do equipamento
funcional, como indica a NBR 54 1O. durante sua n1anutenção meecinica, a menos que o dis-
positivo ele seccionamento esteja permanentemente sob
A "ação não..auton1ática'' (ou ·~1nanual'') deve ser enten·
controle do pessoal encarregado dessa manutenção.
ijida con10 u1na,ação \fOluntária~ efetuada J)Ol'iun1a pêSSOa, Essas precauções podem incluir a colocação de avisos, o
ao contrário da "a.utó1nática", que resuha cio con1ando de travan1ento do dispositivo de seccionan1ento por cadea-
u1n dispositivo (geralmente um relé) sensível a detenni· do ou mesmo a instalação do dispositivo em local ou em
nada grandeza eléttiea. ©bserveque-o seccionamento e o um invólucro fechado a chave.
comando não auto1nátic-os não excluem a intervenção de
um dispositivo entre a pessoa e o dispositivo de secciona· Seccionamento de emergência
,nento proprian1ente dito. caso do "co1nando a dis.tância". O seccionc1n1ento de en1ergência deve, por sua vez,
ser previsto para toda parte ela instalação em que
Segundo a norma, os condutores vivos (isto é, os con- possa ser necessário seccionar a alimentação a fim de
dutores de fase e neutro) de Ioda a inslalação devem suprimir rapidamente um perigo inesperado, sendo apli-
poder ser seccionados em sua origem (exceto no esque- cável, por exemplo, no bombeamento de líquidos infla-
ma TN-S, no qu.c,1não é necess.círio seccionar o condutor máveis, em sistemas de ventilação, sistemas de compu-
neutro). Isso equivale a dizer que, em todos os circuitos tação de grande porte, em salas de caldeiras, em
da instalação, circuitos de distribuição e terminais, eleve grandes prédios, em cozinhas industriais e comerciais,
haver a possibilidade de seccionamento nas respectivas em laboratórios elétricos e instalações de pesquisa, em
origens. Admite.se, no entanto, que, quando houve, con- circuitos de lâmpadas de cargas alimentadas em AT etc.
veniência por razões de serviço, um mesmo dispositivo Por sua vez, a par,1cla de en1ergência (caso particular
seccione un, conjunto de serviços. do seccionan1ento de emergência) é necessária quando
Éimportante observar que o condutor de pro1eção não os movimentos produzidos 1>0r meios elétricos puderem
pode ser interrompido por razões óbvias ele segurança causar perigo, como en1 elevadores, escadas rolantes,
esteiras transportadoras, portas controladas por elelrici-
(proteção contra contatos dire1os); conseqüentemente, no
dade, instalações de lavagem de aulomóveis, máquinas-
esquema TN-C o condutor PEN não pode ser seccionado.
ferramentas etc.
A energização inadvertida de um equipamento, que
pode trazer sérias conseqüências funcionais e de segu- Comando funcional
rança, deve ser evitada fazendo-se uso de medidas
O comando funcional é aplicado aos circuitos ou par-
apropriadas, que podem ser a colocação ele avisos, o
tes de circuitos que necessiten1 ele un1 comando inde-
travan1ento do dispositivo de seccionan1ento por cadea-
pendente. Os dispositivos que o realizam não precisam
do ou mesmo a instalação do dispositivo em local ou
necessariamente atuar (seccionar) sobre todos os condu-
em um invólucro fechado a chave. Quando houver
tores vivos, devendo-se observar que o neutro não deve
necessidade, como medida complementar, as partes conter nenhum dispositivo unipolar.
vivas devem ser curto-circuitadas e aterradas (é o "ater- A NBR 541 O prescreve que iodo equipamento de utili-
ramento de trabalho"). zação S<?ja comandado por um dispositivo de comando
Um aspecto importante que não pode ser esquecido funcional, admitindo, que um único dispositivo comande
refere-se ao caso de um equipamento ou invólucro que vários equipamentos clestinilclos a funcionar simultanea-
contenha partes vivas ligadas a mais de un1 circuito. mente. Por sua vez, quando um equipamento possuir um
Nesse caso, a menos que haja um dispositivo capaz ele dispositivo de comando já incorporado em fábrica, não
garantir o seccionamento de todos os circuitos, deve ser será necessário prever outro dispositivo na instalação para
colocado un1 aviso ele maneira que toda pessoa que o circuito que o alimenta. Plugues e tomadas podem ser
tenha acesso às partes vivas seja prevenida da necessi· empregados como dis1>0sitivos de comando funcional,
dacle de seccionar os diferentes circuitos. desde que sua corrente nominal não seja superior a 20 A.
SU$W ü

Capitulo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 223

F Dispositivos
N A Tabela 6.5 apresenta as características que, segundo
a NBR 541 O, devem ser atendidas pelos dispositivos uti·
lizados no seccionamento e no comando funcional.
U1npadaou Como exemplos de dispositivos usados no secciona·
RctOnlO
grupo de mento, podem ser citados os seccionadores, os interrup·
: ------: ~ lâ,npadas tores-seccionadores, as tomadas de corrente, os fusíveis
.
' •
,, cn, paralelo
!__ . _.. _: , interruptor si1nples
(retirada de), as barras, os terminais especialmente con·
cebidos que não exijam a retirada de condutores, os dis-
Co1na.11do de u1n ponto (Interruptor sin1ples) positivos de comando e os contatares.
Para o seccionamento de n1anutenção mecânica
Figura 6.37 • Tipos de comando com interruptores unipo· podem ser usados, por exemplo, interruptores multi1>0la-
lares (simples) res, disjuntores multipolares, dispositivos de comando,
que 1>0ssam ser travados na posição aberta e tomadas de
Os dispositivos de comando íui,cional, que garantem
corrente.
a permutação de fontes de alimentação, devem abranger
O seccionamento de emergência pode ser executado,
todos os condutores vivos e, a menos que seja especial- por exemplo, por meio de interruptores multi1>0lares,
mente requerido, não devem poder colocar as fontes em disjuntores multipolares e dis1>0sitivos de comando
paralelo. atuando sobre contatores.
Segundo a norma, os circuitos de comando devem ser
Para o comando funcional podem-se utilizar interru1>·
concebidos, dispostos e protegidos de modo a limitar os
tores, dispositivos a semicondutores, disjuntores, conta·
perigos que possam resultar de faltas entre o circuito de
tores, telerruptores e tomadas de corrente com corrente
comando e outras partes condutoras que venham a pro-
nominal igual ou inferior a 20 A etc.
vocar um funcionamento inadequado do equipamento
comandado, por exemplo, uma manobra inadvertida.

N Comando de dois pomos


(dois interruptores par.tlelos)
'----~

;---e-- -:
• , A: Lâ1npada ou gnapo de
O .,

', e"O .•
I 1 ; t
lâ1npadas c1n paralelo
, e .•
'O"
· · · · · · · · ~ · · · · · · ·'

Interruptores paralelos (111ree-Way)


F

N
©® ©®
lnten·uptorcs paralelos
nas extrcn1idades
, .
: · · · :- ~ · -
'
· ··: . Lân1pt1ela ou gn1po de
.....
1
' .
1
....
~ ....
'
' '
.. , .. .. ' ' •
lân1padas en1 paralelo
:.......• '..\·····' '········ Retomo
lnrem1ptorcs intern1ediflrios (four \Vay)
Con1:indo de três ou 1nais pontos (Par.l N pontos - dois intcn11prores paralelos+ (N- 2) lntc1Tuptores intcm1cdiários)

Figura 6.38 • Tipos de comondo com interruptores unipolores (poro/elos e intermediários)


SU$W li

22 4 lnsloloções elétricas

Tabela 6.5 • Características dos di~sitivos ele seccionamento e comando ~undo a NBR 5410

Função Características dos dispositivos


- D<:A•e1n ser seccionados efe1ivamente todos os condutores vivos do circuito (no ·rN-C condutor PEN
não de\1e ser seccionado).
-A distância de abenuni dos conuuos deve ser clara e confiaveln1cn1e indicada pel..lS ,na.reações
"desligado"" (ou ··o•· ) e '"ligado"" (ou '"("" ).
- Não deve,n ser utilizados dispositivos a semicondutor.
Seccionan1ento
- Dcvc111 ser projetados e instalados de 1nodo a in1pcdir qualquer rcstabclcci1ncnto inadvcnido.
- No caso de dispositi"os cles:tinados ~ abenura sent carga clevern ser 101nadas precauções para protegê-los
contra aberturas acidentais ou desautorizadas (por exe,nplo. colocando o dispositivo e,n local/invólucro
fechado a chave ou através de intertravan1ento con1 outro dispositivo de abenura sob carga):
- Oeve,n ser usados preferenciahnente dispositivos ntuhipolares; adntite-se o uso de dispositivos
unipolares colocados lado• lado.
- Deven1 ser preferenci;,1h11en1e instalados no c-ircuito princi1>al de ali,nentaç,ão: en1 casos espedficos
podcn1 atuar no circuito de co1nando.
- Não precisan1 oecess.i1rian1en1e seccionar todos os co,1dutores vivos.
- Dcvc1n ser de opcrdÇ'Jo n1anuaJ (os dispositivos propriamente d itos ou os respectivos dispositivos de
Seccionamento contato).
para n1antnenção
n1ecânica - Distância de abenuro dos con1atos deve ser clara e confiavehnente indicada pelas n1arcações "desli-
gado"' (ou "'O") e '"ligado'' (ou'·(" ).
- Dcvc1n ser concebidos e/ou instalados de n1odo a in1pcdir qualquer restabclcci111cnto inadvertido.
- Devc,n ser localizados de n1odo a scrcn1 faciln1en1c ide11tificados e deve,n ser adequados ao uso
previsto.
- Deve1n poder interro1nper a co1Tente de plena carga da parte correspondente da instalação, levando
crn conta. cventuahncntc. corrente do rotor travado.
- Pode,n ser constituídos por um único dispositi\•O capaz de interro1npcr direu.unente a alimentação
apropriada ou por u,na con1binação de dispositivos. desde que acionados por un1a única operação
capaz de intcrron1pcr u ali1nentação apropriada.
- No caso de parada de e.1nergência pode ser necessário n1anter a alin,entação {por exen1plo. a fre-
nage1n de parte 111óveis).
- Ois1>0si1ivos a contando 1nanual dcve,n. prcferenciahncnte. ser escolhidos paro o secciona1nento
Seccionan1ento direto do circuito principal; dispositivos acionados ou a distância dcve1n abrir quando intcrro1npida
de e,nergência a ali1ne1nação das bobinas ou outras técnicas con1 segurança e<1uivalente deve1n ser utili1..adas.:
(incluindo parada
de emcrsência) - Os ele,nentos de con1ando (punhos. botoeiras etc) dos dispositivos devern ser claran1ente identifica-
dos. de preferência pela cor vcnnelha controstando con1 fundo an1arelo.
- Deven1 ser localizados e ,narcados de n1odo a seren1 facihnente identificados e deven1 ser adequa-
dos ao uso previsto.
- Deve,n ser faciln1ente acessíveis a partir dos locais onde possa ocorrer 0111 perigo e. quando for o
caso. de qualquer outro loc-al de onde uni perigo possa ser elitninado a dis1ância.
- Os elementos de c:on1ando deve1n ser travados na posição aberta do dis1>0sitivo. a menos que esses
ele1nentos e os de recnergização do circuito cstejant ambos sob o controle da mes1na pessoa.
- Deven1ter caracte1ísticas apropriadas às condições majs severas sob as quais possan1 funcionar.

Contando funcional - Podenl apen,,s intcrron1per a con-ente se1n, necessario111eote. abrir os pólos correspo1ldcnte.~ (caso.
por exen1plo. dos d ispositivos a sc1nicondutor).
- Não deve1n ser us.1dos dispositivos fusíveis, b.1rms e seccionadore.s.
SU$W ü

Copitvlo 6 • Dispositivos de manobro, proteção, comando e seccionamento não automático 225

Interruptores de luz monofásicos do tipo fase-neutro; nesses casos. são usa-


dos interruptores unipolares, con10 os apresentados na
Os tipos mais comuns de interruptores de uso geral são Figura 6.37, usando um interruptor simples e na Figura
aqueles destinados ao comando de iluminação, isto é, ao 6.38, utilizando interruptores paralelos.
comando de uma ou mais luminárias (pontos de luz) de A Figura 6.38 mostra o esquema de ligação, enquan-
uni circuito de iluminação, desde u,n ou 1nais pontos. to a Figura 6.39 apresenta a mesma ligação u1ilizando os
No caso mais comum de instalações em locais de componentes reais de interruptores paralelos.
habitação (residências, hotéis, motéis e similares) e em Em alguns locais comerciais (supermercados, centros
locais con1erciais (escritórios, lojas etc.) e institucionais comerciais etc.) e na maioria das instalações industriais,
(escolas, templos etc.), os circuitos de iluminação são os circuitos de ilun1inação são monofásicos do tipo fase,-

Rede
N r;
. .
'
fase; aí são usados interruptores bipolares (ver Figura
6.40) ou, por vezes, contatores.
Os interruptores unipolares são normalmente fabrica-
f3se
dos com os valores nominais de 1OA e 250 V, ao passo
o o que os bipolares são geralmente de 25 A e 250 V.

BI BI D
lmcrrupior par.ll1"1o
o o

N ·r; rase
Interruptor
bipolar

Rede (fonte} Carga {lâmpadas)

Fase

Figura 6 .39 • Esquemas ele ligaçõo de inlemiplores uni· Figura 6.40 • Esquema do ligaçõo de interruptor bipolar
polares

EXERCÍCIOS

1. Quais são os três tipos de circuitos internos dos dispositivos de manobra e ele proteção?
2. Qual é a diferença dos conceitos ciclo ele operação e seqüência de operações?
3. O que é um disjuntor?
4 . O que é um dispositivo fusível?
5. Como é feita a indicação visível da atuação de uma chave fusível de distribuição ele energia elétrica?
6. A quais elementos são em geral associados os relés provocando a abertura destes em condições anormais?
7. Quais são as quatro funções básic.15 exercidas pelos dispositivos de manobra e de proteção?
8. Quais são as características básicas dos fusíveis?
9. Quais são as características básicas dos disjuntores?
1O. Qual é a diferença entre interruptores e disjuntores DR?
Sn$W
SU$W ü

Medidas de protecão contra


choques élétricos (1)
- básica e supletiva

7 . 1 Introdução 7.2 Medida de proteção por


limitação da tensão de
Conforme tratado na Seção 3.2, a NBR 541 0:2004
indica que o princípio íunclan1ental relativo à proteção
alimentação - uso de extra-
contra choques elé1ricos compreende que as partes vivas baixa tensão de segurança
perigosas não cleven1 ser acessíveis ~>ara evitar o conta-
to direto) e que as massas ou partes condutoras acessí- Definições
veis não deve.o) oferecer perigo, seja enl condições nor- O sistema ele extrabaixa tensão de segurança, deno-
minado pela NBR 5410 de SELV (do inglês, Separated
mais, seja em caso ele alguma falha que as torne
EJ<tra·Low Voltage), é considerado pela norma como uma
aciden1almenle vivas (para evitar o contato indirelo).
medida de proteção contra contatos diretos e indiretos,
Baseado nesse princípio fundamental, a norma a qual envolve prescrições relativas à alimen1ação e à
indica, enlão, que a proteção conlra choques elétricos instalação dos circuitos. Trata-se de um sistema eletrica-
inclui dois lipos de proteção: a básica e a supleliva. menle separado da terra e de ouiros sislemas, de tal
A proteção básica (contra contatos diretos) pode modo que a ocorrência de uma única falta não resulta
compreender: isolação das parles vivas; uso de barrei- em risco de choque elélrico. Os circuitos SELV não têm
ras ou invólucros de proteção; obstáculos; colocação qualquer pon10 a1erraclo nem massas alerradas.
íora do alcance das pessoas; uso de disposilivos de A sigla PEI.V (do inglês, Protected Extra-Low Volt,1ge)
pro1eção à corrente diferencial-residual; e limitação refere-se a um sistema de exlrabaixa tensão de seguran-
ça que não é ele1ricamenle separado ela terra, mas que
de tensão.
alende a todos os requisitos ele um SELV, ele modo equi-
A proteção supletiva (contra contatos indiretos) é
valenle. Podemos dizer, simplífícadamenle, que o PELV
prevista por meio de medidas que incluem a adoção é a versão "aterrada" do SELV, ou seja, os circuilos PELV
de eqüipotencialização e seccionamento automático podem ser alerraclos ou ler massas alerradas.
ela alimen1ação, o emprego de isolação suplemen1ar e A característica principal cfesses n1étodos consiste en1
o uso de separação elétrica. limitar a tensão cios circuitos alimentados a valores que,
Nos capítulos 7 e 8, !ralaremos dessas medidas ele mesmo em caso de folia, não possam ser superiores à
pro1eção contra choques elé1ricos. tensão de contato-limi1e (UJ, evitando, assim, riscos para
a vicia hun1ana no caso ele contatos diretos ou indiretos.
SU$W li

228 lnsloloções elétricas

I Tabela 7. 1 • Limites de tensão !VI de alirnenlafáO dos sistemas SELV e PELV _j


Sisten1as não diretamente
Siste,nas diretatnente aterrados
aterrados
Faixa Corrente Corrente
Corrente nlter nadn Corrente continua
alternada contínua
Entre fase e terra Entre fases Entre p61o e terra Entre pólos Entre fases Entre pólos
1 U :S 50 U :S 50 us 120 us 120 U :S 50 us 120
n 50 < U s 600 50 < U s 1.000 120 < U s 900 120 < U s 1.500 50 < U s 1.000 U s 1.500

Isso só é assegurado na tensão nominal do circuito ondulação é definida, convencionalmente, como a que
em SELV ou em PELV, não podendo ser superior aos limi- apresenta uma taxa de ondulação não superior a 1O por
tes da faixa I da Tabela 7. 1. cento em valor eíicaz; o valor de crista n1áximo não deve
ultrapassar 140 V, para um sistema em corrente contínua
Proteção básica (contatos diretos} em sem ondulação com 120V nominais, ou 70V para um sis-
sistemas SELV e PELV tema em corrente contínua sem ondulação com 60 V
Dependendo da tensão nominal do sistema SELV ou nominais.
PELV e das condições de influências externas, a proteção
contra contatos diretos nos seus circuitos é proporciona· Proteção supletiva (contatos indiretos} em
da pela limitação da tensão, pela isolação básica ou pelo sistemas SELV e PELV
uso de barreiras ou invólucros.
Nos sistemas SELV e PELV, a proteção supletiva é
Assim, as partes vivas de um sistema SELV ou PELV
assegurada pelos seguintes meios:
não precisam necessarian1ente ser inacessíveis, podendo
dispensar isolação básica, barreira ou invólucro nos casos • Se1>aração de proteção entte o sistema SELV ou PELV e
elencados a seguir. quaisquer owos circuitos que não sejam SELV ou PELV,
• Se a tensão nominal elo sistema SELV ou PELV não for incluindo o circuito primário da fonte SELV ou PELV.
superior a 25\/, valor eficaz, em corrente alternada, ou • Isolação básica entre o sistema SELV ou PELV e
a 60 V em corrente contínua sem ondulação, e o sis· outros sistemas SELV ou PELV.
tema lor usado sob condições ele influências externas • Especificamente no caso de sistemas SELV, isolação
cuja severidade, elo ponto de vista ela segurança con- básica entre o sistema SELV e a terra.
tra choques elétricos, não ultrapasse aquela corres-
1>0nden1e às condições BB 1, 882, BCl, BC2 e BC3. Fontes SELV ou PELV
• Se a tensão nominal elo sistema SELV ou PELV não for
Os circuitos em SELV e PELV devem ser alimentados
superior a 12 V, valor eficaz, em corrente alternada,
por fontes que proporcionem uma completa se1>aração
ou a 30 V em corrente contínua sem ondulação, e o
galvânica entre eles e os circuitos a tensão mais elevada
sistema for usado sob condições de influências exter·
ou por fontes autônomas. Assim, podem ser as seguintes
nas cuja severidade, do ponto de vista da segurança
fontes:
contra choques elétricos, não ultrapasse aquela cor-
respondente às condições 883 e BC4 (áreas externas, • Um /fansformador ele separação ele segurança (TSS),
jardins, feiras, canteiros de obras, campings, volume que é um transfonnador cujos enrolamentos são sepa-
1 de banheiros e piscinas, compartimentos conduti- rados por isolação pelo menos equivalente à isolação
vos, dependências molhadas em uso normal et.c). dupla ou reforçada (ver Seção 3.4) e cujo enrolamento
• No caso de sistemas PELV, se as massas e/ou partes secundário, sem espiras comuns com o enrolamento
vivas, cujo aterramento for previsto, estiverem vincu .. primário, é projetado para fornecer ex1rabaixa tensão
lactas, via condutores de proteção, à eqüi1>0tenciali- de segurança. Esse transforn1ador deve se, conforme
zação principal. a norma IEC 61558-2·6.
Não sendo satisíeitas essas condições, as partes vivas • Uma fonte ele corrente que garanta um grau de sepa-
do sistema SELV ou PELV devem ser providas ele isolação raç3o equivalente ao ele um TSS, por exemplo, um
básica ou ele barreiras ou invólucros. grupo motor-gerador com enrolamentos possuindo
De todo modo, a tensão nominal do sistema SELV ou separação elétrica adequada.
PELV não pode exceder o limite superior da faixa I da • Uma fonte eletroquímica (pilhas ou acumuladores) ou
Tabela 7, 1: 50 V em corrente alternada ou 120 V em cor- outra que não dependa de circuito de tensão mais ele-
rente contínua. sem ondulação. Unia tens.Ii.o contínua sem vacla, por exemplo, um grupo motor térmico-gerador.
SU$W li

Capítulo 7 • Medidas de proteção contra choques elétricos {I) - básica e supletivo 229

• Uma fonte eletrônica na qual, mesmo ocorrendo um As tomadas de corrente dos circuitos em SELV não
defeito interno, a tensão de saída seja mantida igual devem possuir contato para o condutor de proteção nem
ou inferior a U, .. permitir a introduç.'io de plugues ele sistemas de tensões
A NBR 541O admite o uso de fontes de segurança diferentes. Por sua vez, não deve ser possível inserir plu·
1nóveis desde que, adicionaln,ente, 1>0ssuam isolação gues de circuitos em SELV em tomadas alimentadas sob
equivalente à da classe ti ou isolação equivalente. outras tensões.
Essa medida de proteção deve ser usada para apa-
Circuitos SELV ou PELV relhos classe Ili (ver Seção 3.4), tais como brinquedos
elétricos e aparelhos elétricos para tratamento de pele,
No que diz respeito aos circuitos em SELV, deve haver
cabelos etc.
unla .separação con1pleta entre suas partes vivas e as de
Os componentes dos sistemas PELV e/ou suas massas
outros circuitos de tensão mais elevada, por ,neio de
podem ser aterrados.
dupla isolação ou isolação reforçada, por exemplo.
Tan,bém podem ser en,pregadas uma isolação básica e
blindagem ele proteção, dimensionadas para a tensão 7.3 Extrabaixa tensão funcional
mais elevada.
Isso se refere não só aos condutores vivos,. con10 tam· Quando, por razões funcionais, for usada extrabaixa
bém às partes vivas cfe relês, interruptores etc. tensão, n, as não for possível ou necesxírio respeitar
As formas de separação de proteção relacionadas quaisquer das condições impostas à SELV e à PELV, a
anteriorn1ente resultam nas seguintes possibilidades, em extrabaixa tensão não 1>0derá ser considerada "de
relação às linhas elétricas SELV ou PELV, sendo admitida segurança". A NBR 541 O utiliza o termo extrabaixa len-
qualquer un,a delas: são funcional, denominada de FELV {do inglês, Functional
Extra-low Voltage). Isso ocorrerá quando um sistema em
• Condutores dos circuitos SELV e/ou PELV providos de
cobertura não-metálica ou envolvidos por um invólu- extrabaixa tensão for alimentado de um sisten1a de tensão
cro isolante (eletroduto, moldura etc.), adicionalmen- mais elevada, por um e<Juipamento que assegure pelo
te à sua isolação básica. menos separação básica entre os dois sistemas, mas não
• Condutores dos circuitos SELV e/ou PELV providos de preencha os requisitos de SELV e PELV mencionados
sua isolação básica, separados dos condutores dos anteriormente. ~ o caso, por exemplo, de:
circuitos em outras tensões por uma cobertura metá- • Circuitos alimentados por fontes que não sejam de
lica aterrada ou uma blindagem metálica aterrada. seguranç.1.
• Compartilhamento pelo circuito SELV e/ou PELV e • Circuitos com um ponto aterrado.
outros circuitos en, outras tensões, de un, n,esmo • Circuitos com equipamentos (relés, contatores, inter-
cabo multipolar, desde que os condutores, em espe- ruptores etc.) que não apresentem propriedades de
cial os dos circuitos SELV e/ou PELV, sejam isolados
ísolamento suficiente em relação aos circuitos de ten-
para a tensão mais elevada presente.
são mais elevada.
• Condutores SELV e/ou PELV e condutores de outros
circuitos em outras tensões, todos providos de sua A FELV não se constitui, por si só, en, un,a medida ele
isolação básica, formando um agrupamento, desde proteção, devendo ser complementada por outras medi-
que os condutores, em es1:>ecial os dos circuitos SELV das. Assim, no caso de contatosdiretos, se a alimentação
e/ou PELV, sejam isolados para a tensão mais elevada do circuito for proveniente de fonte de segurança e se
presente. todos os componentes do circuito estiverem adequada-
• Condutores de circuitos SELV e/ou PELV físicamente mente separados de outros circuitos, como indicado na
separados dos condutores de qualquer outro circuito. Seção 7 .2, a proteção deve ser garantida por barreiras ou
Tanto as panes vivas como as massas de circuitos em invólucros ou, então, por meio ele isolação capaz ele
SELV não devem possuir qualquer ligação com elementos suportar uma tensão de 500 V (CA) durante um minuto.
suscetíveis de propagar potenciais incompativeis com a No caso de não ser o circuito alimentado por fonte de
segurança proporcionada pela extrabaixa tensão de segu· segurança ou de seus componentes não estarem adequa-
rança. Nessas condições, não deve existir nenhuma liga- damente separados dos outros circuitos, a proteção contra
ção de qualquer componente de um circuito em SELV contatos diretos eleve ser assegurada por meio de barreiras
con, a terra nem con1 condutores de proteção ou n,ass..1 ou invólucros, ou, por meio de isolação correspondente
ele outras instalações nem tan,pouco con, elen1entos con- à tensão mínima requerida pelo circuito prin,ário.
dutores estranhos à instalação (a não ser que haja urna Observe que, por meio de um circuíto em FELV, é
garantia de que tais elementos não possan, ser levados a possível alimentar con1ponentes cuja isolação corres·
um potencial superior à extrabaixa tensão do circuito). ponda a um valor iníeríor, desde que a isolação das par-
SU$W ü

230 lnslalações elétricas

tes acessíveis, não condutoras, seja reforçada na execu- 7 .4 Proteção pelo emprego de
ção da instalação, de modo a poder suportar uma tensão
de ensaio de 1.SOOV (CA) por um minuto.
equipamentos classe li ou
No que diz respeito à proteção contra contatos indire- por isolação equivalente
tos, quando o circuito em FELV tiver um ponto aterrado, A utilização ele equipamentos classe li (definidos na
porém forem atendidas todas as demais condições impos- Seção 3.4) é por si só uma medida de proteção, dispen-
tas à SELV, não será necessária qualquer outra n1edida de sando qualquer outra. Tais equipamentos, cuja seguran-
proteção con1plementar contra contatos indiretos, con10 ça é garantida pela própria construção, não devem ser
podemos verificar com o auxílio da Figura 7. 1. aterra.cios (diretamente) nem ligados a condutores de pro-
No circuito mostrado, só são significativas as resistên~ teção, o que poderia expor acidentalmente suas partes
cias U,, do corpo e RA de aterramento. metálicas a um potencial perigo (ver Figura 7.2).
Nessas condições a relação entre a tensão U s U,. e I'. importante observar que certos equipamentos ele-
a tensão de contato U• será trônicos necessitan1 de un1 aterramento por razões técni-
cas, o que nada tem a ver con1 proteção contra contatos
U R,, indiretos. Nesses casos, as disposições adequadas para
- = 1+ -
u,, !?,,
(7.1) impedir que tal aterramento comprometa a segurança
conferida pela classe li devem ser observadas.
indicando que Uu será sen1pre inferior a U1/ A chamada "isolação equivalente• (à classe li) é uma
No caso de o circuito não ser alimentado por fonte isolação suplementar colocada em torno de componen-
de segurança ou se não houver separação adequada tes elétricos que tenham uma isolação básica. Assim, o
entre seus con1ponentes e os de outros circuitos, a prote,. equipamento passa a apresentar uma segurança equiva-
ç.cio contra contatos indiretos deve ser garantida: lente à da classe li. ~ o caso, por exemplo:
• De linhas elétricas constituídas por condutores isola-
• Pela ligação das massas dos componentes do cir-
dos contidos em eletrodutos isolantes, 1>0r cabos uni-
cuito em FELV ao condutor de proteção cio circuito
polares ou 1>0r cal>as multipolares
primário, desde que o circuito primátio atenda
• De dispositivos ele comando e de proteção contidos
uma das medidas de proteção 1>0r seccionamento em caixas isolantes
automático da alimentação (ver Capítulo 8); isso
não im1>ede a ligação de um condutor vivo do cir- A NBR 541 O apresenta prescrições bastante comple-
cuito em FELV ao condutor de proteção do circuito tas quanto à construção e às disposições a ton1ar para a
prin,ário. instalação desses componentes, de tal modo que a segu-
• Pela ligação das massas dos componentes do cir- rança apresentada pelo conjunto seja equivalente à da
classe li.
cuito em FELV ao condutor de eqüipotencialidacle
não aterrado cio circuito primário, quando nele seja lovólucro
aplicável a proteção por separação elétrica (ver ntelilit.~
Seção 7.7). C\'en1ual

As tomadas de corrente de circuitos em FELV não


devem permitir a introdução de plugues de outros cir-
cuitos. Por sua vez, os plugues para FELV não devem Isolação
poder ser introduzidos em tomadas de outros circuitos. básica

~R,,
-
Figura 7 . 1 • Proteção contra contatos indiretos em circui· Figura 7 .2 • Exemplo de equipomento d osse li com seu
tos FELV respectivo símbolo
SU$W ü

Capítulo 7 • Medidas de proteção contra choques elétricos {I) - básica e supletiva 231

Tais prescrições são, essencialmente., as seguintes: 7.5 Proteção em locais não


• O invólucro isolante deve ser adequado às influências condutores
externas a que possa ser exposto em seu uso normal, e
suas propriedades devem manter-se ao longo elo tempo. São considerados locais não condvtores aqueles
• Não é permitida qualquer ligação a eletrodo de ater- cujas paredes e pisos apresentam resistência mínima, em
ramento ou a condutor de proteção. qualquer ponto, ele 50 k!l, se a tensão nominal da insla·
A isolação suplementar deve ser fixada ao compo- lação não for superior a 500 V, ou de 100 kfl, se a ten-
nente de maneira segura e durável. são nominal da instalação for superior a 500 V. É o caso
Não são permitidos elementos ou disposições que de locais com piso de madeir,, ou com revestimento não
possam vir a comprometer a segurança equivalente à removível de malerial isolanle e paredes de alvenaria.
classe li (por exemplo, introdução de elementos no Nos locais não condulores, a proteção passiva contra
invólucro, tais como alavancas de comando; quando contatos indiretos é garantida se as pessoas não puderem
isso íor necessário, devem ser tomadas providências entrar en1 contato sin1ultanea1nente con1 cfuas rnassas ou
para evitar o comprometimento da segurança). con, uma massa e un1 elemento condulor estranho à ins·
talaçào, caso tais elementos sejam suscetíveis de encon-
Observe que é permitido usar uma isolação reforça- trar.se en1 potenciais diferentes no e.aso de falha da iso·
da (ver Seção 3.4) aplicada diretamente às partes vivas, lação principal das partes vivas. Para isso, detern,ina-se
quando condições construtivas impedirem a utilização de
uma dessas condições:
isolação dupla.
A utilização dessa medida de proteção exige uma • O afastan,ento entre n,assas e eloo1entos condutores
rigorosa verificaç,io por meio de um exame detalhado e não deve ser inferior a 2 m, podendo ser reduzido para
de ensaios, alguns difíceis de realizar no local da monta- 1,25 m fora da zona ele alcance normal (ver Figura 7.3).
gem (como os ensaios dielétricos). Por essa razão, sua • É necessário que sejam interpostos obstáctJlos (não
aplicação restringe-se a situações particulares, em que as aterrados e, se possível, de material isolanle) enlre
condições de execução possam ser perfeitamente super- massas ou entre massas e elementos condutores estra·
visionadas e controladas. nhos à instalação, i.:arantindo distanciamentos equi-

;;,: 1.25 m

Elemento
condutor~
~I
es1r:1nho ---------- --'
E
l'arc"dc
isol:1111c ou
provida de·
isolação

e:. 2 lll :!:: 2 nt


Piso isolante Piso isolante

Peça isolante

Elc1nc1uo
Obstáculo
condu1or
estranho

Ji :!: 2111 ,I t >2111 ,I


Piso isolante

Figura 7.3 • Condições do aplicação da, medida, do proteção om locais não condutore<
SU$W li

232 lnsloloções elétricas

valentes aos indicados anteriormente (ver Figura 7 .3 Nesse sistema de proteção passiva, a segunda dessas
para essas duas condições). condições deve ser cumprida, o qtie significa que entre
• Os elementos condutores devem possuir uma isola- os pontos que 1:><>ssam estar ao alcance elas mãos e elos
ção com resistência mecânica adequada e que supor· pés de uma pessoa não deve existir tensão, ou seja, eles
te uma tensão de ensaio de no mínimo 2.000 V, elevem ser eqüipotenciais. Na prática, isso significa ligar
sendo de no máximo 1 mA a corrente de fuga em todas as partes metálicas que o corpo possa tocar. Com
condições normais. essa ligaçáo, qualquer que seja a tensão ele falta, a ten-
são de contato será (praticamente) nula.
Nos locais não conduto res, não deve ser possível a
As ligações ,'<)üipotenci.Jis locais não elevem ser con-
ligação de qualquer equipamento com um condutor de
fundidas com as outras ligações eqüi1:><>tenciais, a princi-
proteção, devido ao perigo de ser introduzido acidenial-
pal e as suplementares, de aplicação geral, definidas na
mente um potencial perigoso. Nessas condições, os equi-
Seção 3.3 e descritas no Capítulo 6. Trata-se, aqui, de
pan1entos utilizados deven1 ser, em princípio, das classes
uma medida de proteção inde1>endente, cuja aplicação
O e OI.
é lin,itada, na prátic.c1, a certos locais de trabalho onde
As providências tomadas para garantir a proteção
seja difícil ou inviável a aplicação de outras medidas
contra contatos indiretos deven1 ser duráveis e não deve
de proteção, em particular as que provoquem o seccio-
ser possível torná·las ineficazes, o que poderia ocorrer,
namento auton1ático da alimentação.
por exemplo, com a introdução posterior de um elemen- Segundo a NBR 5410, todas as massas e todos os ele-
to condutor estranho à instalação (tal como uma canali-
mentos condutores elevem ser interligados por conduto-
zação metálica de água ou de ar-condicionado).
res de eqüipotencialidacle, e a ligação eqüipotencial local
É importante observar que, muito embora as medidas
não deve ter qualquer ligação com a terra, seja direta-
prescritas sejan1 principalmente aplicáveis a locais que mente, seja por intermédio de massas ou de elementos
só possuam equipamentos fixos, admite-se a utilização condutores.
de equipamentos móveis, recomendando que, nesse caso, Se o conjunto eqüipotencial estiver totalmente isola-
sejam tomadas providências para garantir a segurança; do da terra, não haverá perigo., pois unia pess0<1 não
uma dessas providências poderá ser a instalação de poderá tocar simultaneamente em um componente elo
tomadas de corrente a uma d istância mínima de 1 m conjunto e em ou1ro elemento extemo. ~ importante obser-
ele qualquer elemento condutor estranho à instalação. var que o piso elo local tanto pode ser isolante como liga-
Na prática, a aplicação dessa medida de proteção é do à ligação eqüipotencial.
limitada a certos locais de trabalho nos quais possa haver A NBR 541 O recomenda, ainda, que devem ser toma-
uma supervisão constante por pessoal qualificado e onde das precauções para garantir o acesso de pessoas ao local
não seja conveniente a utilização da proteção por seccio- considerado, sem que elas possam ser submetidas a uma
namento da alimentação: por exemplo, em uma instalação diferença ele potencial perigosa. Isso se aplica, principal-
TN ou n, para a alimentação ele um e<1uipamento cujo mente, ao caso en1que un, piso condutor isolado do solo
funcionamento não deva ser interron1pido, seja por r,1zões é ligado à ligação eqüipotencial (ver Figura 7.4).
de processamento ele um produto vital ou de segurança.
A aplicaç.ão dessa medida de proteção a certos seto·
res de locais ele habitação (por exemplo, salas, quartos, 7 .7 Proteção por separação elétrica
corre<lores com piso ele madeira e paredes de alvenaria)
A proteção por separação elétrica, prevista na NBR
deve ser encarada con1 certa reserva, pois nesses locais,
5410, consiste na ali111entação de um circuito por n1eio
geralmente, não há qualquer supervisão por pessoal qua- de uma fonte de separação, que pode ser um transforma-
lificado e podem ocorrer modificações (relacionadas ou dor de st!paração (caso mais comum), confonne normas
não com a instalação elétrica) que anulem a segurança da série IEC 61558, ou uma fonte de corrente que asse·
prevista. gure um grau de segurança equivalente ao do transfor-
mador de separação, por exemplo, um gru1><> motor-
geraclor com enrolamentos que forneçam uma separação
7 .6 Proteção por ligações e<1uivalente.
eqüipotenciais locais não Esse sistema de proteção baseia-se na impossibilidade
aterradas ele •fechamento" da corrente pela terra no caso ele conta-
to ele uma 1>essoa com uma 1>arte energizada, como ilus-
Para que a corrente elétrica passe através cio corpo tra a Figura 7.5. Tal impossibilidade perdura enquanto
humano, é necessário que un.1 pessoa toque em dois pon- estiver garantida a isolação para a terra e cessa após a pri-
tos das extremidades de um circuito e que en1re os pontos meira falta para a terra, o que toma evidente a necessidade
tocados exista uma diferença de potencial. de controlar permanentemente o isolamento.
SU$W ü

Capítulo 7 • Medidos de proteção contra choques elétricos (1) - básico e supletivo 233

Luv-J isolada

na saída. na entrada
e nas proxio1id:1des
Ligação
cqüipotcncia1

Figura 7.4 • ligação eqüipotenciol local não aterrado

A fonte de separação pode ser fixa ou móvel. No O comprimento cio circuito separado deve ser limit.ido,
caso de fonte fixa, esta deve ser de classe li ou possuir a fim de evitar acoplamentos capacitivos com a terra.
isolação equivalente, ou deve ser ele tal forma que o cir- Nesse sentido, recomenda-se que o produto da tensão
cuito secunclárío esteja separado do circuito primário nominal do circuito separado, que não deve ser superior a
por isolação equivalente à classe li; se uma fonte desse 500 V, pelo co,nprimento cfo circuito, em metros, não ultra-
ti1>0 alimentar vários equipamentos, suas n1assas não passe 100.000 e que o comprimento do circuito não seja
devem estar ligadas ao invólucro metálico da fonte. superior a 500 m.
Se a fonte for móvel ela deverá ser ele classe li ou pos- As partes vivas elo circuito separado não elevem ter
suir isolação equivalente. qualquer ponto con1un1 con1 outro circuito nen1 qual-
quer ponto aterrado. Para evitar riscos de faltas para
terra, recomenda a NBR 5410 que seja dada atenç,io
especial à isolação dessas partes em relação à terra, prin·
cipalmente no que concerne aos c,1bos flexíveis. Estes
devem ser visíveis em toda sua extensão e capazes de
suportar solicitações mecânicas (condições AC2) - podem
ser usados cabos uni ou multipolares flexíveis ou condu-
tores isolados flexíveis, nesse caso, contidos em eletro-
Defeito dutos isolantes ou metálicos.
Transfor,nador
de s.eparaç5o
Os condutores de um circuito devem estar fisicamen-
te separados cios condutores de outros circuitos, não
havendo, no caso ele cabos não flexíveis, quaisquer res-
trições quanto ao tipo ele linha.
Quando um circuito separado alin1entar uni único
equipamento, suas massas não devem ser ligadas intendo·
nalmente a condutores de proteção, a massas de outros cir-
Figura 7.5 • A falto não dó origem o nenhuma corrente do cuitos ou a elementos condutores estranhos à instalação.
falta, devido à inexistência de um percurso Quando forem alimentados dois ou mais equipamen-
de retorno ao circuito tos (ver Figura 7.6), as massas existentes elevem ser ligadas
SU$W ü

234 lnslalações elétricas

..

U,v ,s 500V Com1>ri,,1cnto
..•• docirçui10 s 1
.•
>
.••• >
..
con1 un1n1áxilno de 500 m

º
'fr:1nsforn1:a-ção Ligação
de separação 1 c<1Uipotcncial

Q 000 Ó 000
lsola.n\Cnto ' Não ligue

~ 1.ooonx u
(Q) (Q) - àlem

'\. '/
--
- --
- 7-"'-
Figura 7.6 • Circuito seporodo alimentando maii de umo cargo

entre si por condutores de eqüipotencialidacle não ater- possuir um contato exclusivo para a ligação aos condu-
rados; esses condutores não devem ser ligados a con- tores de eqüipotencialidade. No caso de serem uti liza-
dutores de proteção, às massas de outros circuitos nem dos cabos flexíveis, estes devem possuir um condutor
a elementos condutores estranhos à instalação. As de proteção, que será utilizado como condutor de eqüi-
tomadas de corrente eventualmente exist·entes devem potencialidade.

EXERCÍCIOS

1 . O que compreende o princípio fundamental relativo à proteção contra choques elétricos?


2. Explique o que são as proteções básica e supletiva?
3. Defina o que é um sistema SELV.
4. Defina o que é um sistema PELV.
5. Quais são as possíveis fontes que proporcionam uma completa separação galvânica entre os sistemas SELV e PELV
e os circuitos a tensão mais elevada ou por fontes autônomas?
6. O que é o tenno exvabaixa tensão funcional, denominada FELV?
7. Quais são as prescrições quanto à construção e às disposições a tomar para a instalação dos componentes de uma
instalação elétrica, de tal modo que a segurança apresentada pelo conjunto seja equivalente à ela classe 111
8. Quais as características dos locais considerados não condutores?
9. No que consiste a proteção por se1>aração elétrica?
1O. O que a NBR 541 O recomenda para evitar riscos de faltas para terra, principalmente no que concerne aos cabos
flexíveis?
SU$W ü

8
Medidas de proteção contra
choques elétricos (11)
,
seccionamento automat1co
.- .
8. 1 Fundamentos da proteção por (hl Seccionamento da corrente de falta por um dispositi-
vo de proteção apropriado, atuando em um tempo
seccionamento automático da adequado.
alimentação
A primeira condição implica a existência de ligações
A proteção por seccionamento automático da a/imen· de todas as massas da instalação a uma "infra-estrutura
wção é a principal medida de proteção supletiva contra ele aterramente• de proteç,lo (ver Quadro 8.1 ), o que
contatos indiretos, prescrita pela NBR 541O. Destina-se a possibilit.irá a formação de um caminho para uma even-
evitar que uma tensào de contato (Uni superior à tensão tual corrente ele falta fase-massa. A constituição de tal
de contato-limite (U1) se mantenha por um tempo que cami nho, o percurso ela corrente ele falta, dependerá do
possa resultar em risco de efeito fisiológico adverso (fibri- esquema de aterramento adotado.
lação ventricular) para as pessoas (ver Figura 8.1).
A proteção por secionamento automático ela alimen- Qualquer que seja o esquema de ate1Tanlento, TN~Tf ou
frl'. a instalação deverá possuir uma infra-estrutura de
tação baseia-se, fundamentalmente, em duas condições:
aterran,e1110 de proteç<io. constituído pelos condutores de
(a) Existência ele um percurso para a corrente de falta proteção (das m~ e principais). pelo condutor de ater-
fase-massa (/ ,~ cuja composição depende do tipo de rnmentos e pelos condutores das ligações eqUipotenciais,
esquema de aterramente adotado (TN, n ou IT). 1odos ligados ao tenninal de ate.rran1en10 principal.

_
~ - - -- : ~ IF
:__!.,,!.: r = f(Uh)
DP
,,.. 1 - ~ - / Curvado OP
.
...
,.. I
(a)
(b)

Figura 8. 1 • (o) Proteção contro contoto$ indireto$ por $eccionomento outomótico do olimentoção; (bl o di$po$itivo de pro·
teçõo (OPJpercorrido por corrente t. otuo no tempo 1, determinado de u.
SU$W ü

236 lnslalações elétricas

.... -l..____J----,
Uo z, Z.,
.
DP :
.. * ...
.- . . .1 . . . :

, la.t

'-- --

(Zs =

! Z·)
l• I I

lp z. Z;+ 1

Figura 8.2 • Circuito equivalente ao esquema da Figura 8 .1

A segunda condição exige a instalação de dispositivos uma falta (entre parte viva e massa ou entre parte viva e
de proteção cujas características são definidas de acordo condutor de proteção) no circuito ou equipamento der
com o esquema TN, n ou IT. origen, a u,na tensão de contato su1>erior ao valor perti-
A tensão de contato presumida CU,,) em qualquer nente da tensão de contato limite U,..
massa da instalação energizada devido a uma falta, é As tensões de contato limite para diferentes situações,
admitida igual à tensão de fa lta CU,) e depende da tensão em função das influências externas don1inantes, são
fase-neutro da instalaç.10 Uo, e das impedâncias existentes dadas na Tabela 8. 1.
no percurso da corrente de falta (ver Figura 8.2). As condições a serem observadas no seccionamen-
U n"I dispositivo de proteção deve seccionar automa- to automático da ali mentação, incluindo o tempo máximo
ticamente, en1 un1 tenlpo adequado, a alimentaç.:io do admissível para atuação do dispositivo de proteção, são
circuito ou equipamento por ele protegido, sempre que aquelas estabelecidas adiante em 8.2 (para o esquema

I Tabela 8.1 • Valores da tensão de contato limite u,. (V) j


Natureza da corrente Situação l' Situaç-Iio 22 Situação 3'
Alternada, 15 Hz - 1.000 Hz 50 25 12
Contínua sem ondulação' 120 60 30
Noia:s.:
1. U1na tcns.'lo oon1ínt.ta ··se,n ondulaçào" é f.'Ol'l\'e11cionalmentc dcfinid:. como apresien1ando un1a tax:i de 011dul.\Çâo não superior :i 10 por cento em
,·:llorefic.,z.: o"ª'º' d.: aist.'I n1áximo não de"e uht':\pa.ss.v 140 V. para t1m s.isten.a em com::ntc con1ínu;1 sem ondular;.l\o con1 120 V nomin~s ou
70 V p.,rn u,n sis1ema em 4.-orrcn1c con1fnu:1 sem ondulaç!io t-on1 60 V non1inais
2. Situ..i.ç5o 1 =80 1. 002. BCI. BC2. OC3: Si1uaç;)o 2 = 803. OC4: Situaç.ão 3 = 004
SU$W li

Capítulo 8 • Medidos de proteção contro choques elétricos (li) - seccionamento outomático 237

de aterramento TN), 8.3 (para o esquema de aterramen·


to TI), e em 8.4 (para o esquema de aterramento tn.
-
Independentemente do esquema ele aterramento, ~

admite-se um tempo de seccionamento maior que os defi- ~

nidos para cada esquema de aterramento, mas não supe- J


N
rior a 5 s, para circuitos de distribuição, bem como para I Pt,
I
circuitos termina is que alimentem unicamente equipa-
mentos lixos, desde que uma falta no circuito de distri·
S.X.md.lrio Prol~gcral
dolrafQ d:, ins:tal~o ,,. ~
' principal

1
buiç.10, circuito terminal ou equipamento lixo (para os Atl'man,euiodo PF P11 T '-L...J' 1
_/l'tC-lll roe d:iS Ol.US.'\$ • :,,,,::
quais esteja sendo considerado o tempo de secciona·
mento de até 5 s) não propague, para equipamentos por- Esq\lClll:\ TN·S

táteis ou equipan1entos 1nóveis cfeslocados n1anualnlen-


te em funcionamento, ligados a outros circuitos --1=3f--;-~~~~~-l1
terminais da instalação, uma tensão de contato superior
-iE::!--1------~,~
ao valor pertinente de U,.. Se, na aplicação do secciona-
mento automático da alin1entação, não for possível aten-
--'E::!--l-- - - - -~ l 3
- - + - - i - -- .- - - - l)l;N
der aos tempos de seccionamento máximos indicados
St.-cundário f>rot(~ .ão gt~I
em cada esquema ou não superior a 5 s, como explica- do 1.rafo d:i iosrn.lação
do anteriormente, deve-se então realizar uma eqüipoten· Alcrr.m,cnto do
cialização suplementar. . /1leUII'oed~ ow i:as
Os dispositivos apropriados, que loram desenvolvidos
décadas atrás com a finalidade específica ele proteção
contra contatos indiretos, indepenclentemente do esque-
1na de aterl'cln1ento utilizado, são os dispositivos à corren-
.. - Lo
te diferencial-residual (DR). Tais clispositívos devem, por·
.. - l2
tanto, controlar o tempo de ação da tensão de contato
-- \
L3
entre uma massa sob falta e qualquer elemento condutor
\ í'êN
pEN \ Circuíto de dis1ribtiiçfi()
estranho à instalação simultaneamente acessível. Sob cer· 1 princip.'ll
tas condições muito particulares, nos esquemas TN e IT, a Secu1K1itio L,
dotr:i.fo 1--i
norma admite o uso cios dispositivos usuais de proteção
contra sobrecorrentes (disjuntores e fusíveis) na proteção =e ' y
'' N
contra os contatos indiretos. No entanto, apesar de acln1i-
tidos pela norma e serem uma solução de custo relativa-
mente mais baixo, deve-se ressaltar que tais dispositivos (:squcma 1 N-C ·S
4 'circuito de
'«= 1 d!s~ri.buiç~o
dl\'1s11)n:\no
PE

não íor,lm inventados para a proteção contra choques elé-


tricos, n1as, sin,, como o próprio non1e indica, foram Figura 8.3 • Tipos de esquemas TN
desenvolvidos para a proteção contra sobrecorrentes de
condutores e equipamentos elétricos. Dessa forma, seu Nesse esquema, o ponto da alimentação - isto é, o
uso como medida de proteção contra choques elétricos secundário do transforn1ador (ou, eventualn1ente, o gera-
deve ser cercado ele todo o cuidado. dor) - , em geral, o ponto neutro, é diretamente aterra-
do, sendo as massas da instalação ligadas a esse ponto
por meio de condutores de proteção. Se o ponto neuiro
8.2 Esquema TN não for disponível nem acessível, un1 condutor de íase
poderá ser aterrado junto do secundário cio transforma-
Generalidades dor (ou gerador).
O esquema TN, como apresentado na Seção 3.3 (em São três os tipos de esquemas TN: o TN-5, em que os
"Esquemas de Aterramento•), é concebido de maneira condutores neutro e ele proteção são separados; o TN-C,
que o percurso de uma corrente resultante de uma falta em que o condutor PEN exerce a dupla função de neu-
fase-massa em um componente ou em un1 equi1>amento tro e de condutor de proteç.,o; o TN-C-5, que é um
elétrico da instalação seja constituído, exclusivamente, esquema híbrido que combina os outros dois. Os três
por elementos condutores metálicos (fios e cabos elétri- tipos são apresentados na Figura 8.3.
cos ou barramentos blindados).
A imped,ncia desse percurso tem um valor suficiente- Esquema TN-C
mente baixo, de modo que toda corrente de falta direia No esquema TN·C, considerado o TN •original", há
fase-massa é Uff'la corrente de curto-circuito (fase-neutro). econonlia de um condutor, uma vez que é utilizado o
SU$W li

238 lnslalações elétricas

condutor PEN. É importante observar que esse condutor Em um esquema TN, as massas estão sempre sujeitas
é, antes de mais nada, um condutor de proteção e deve às sobretensões do neutro do sistema de alimentação. Por
obedecer a todas as características e condições exigidas sua vez, como se pode observar na Figura 8.3, em um
para os condutores de proteção. O rompimento de um eS<1uema TN-S, a tensão nas massas, em condições nor-
condutor PEN em uma instalação traz problemas sérios mais, é aproximadamente ígual à tensão no ponto de
para a segurança, como mostra a Figura 8.4, em que um ligação entre o neutro e o condutor de proteção (no BEP);
equipan1ento alin1entado com fase e neutro ficará, devi- no esquema TN-C, a tensão nas massas, en, condições
do ao rompimento do PEN, com a massa em um poten- normais, é igual à tensão no ponto de ligação entre o
cial igual ao da fase em relação à terra. Nessas condi- neutro e as massas. Assim, a tensão nas n,assas será n,aior
ções, a NBR 5410, para minimizar os riscos, só admite o no TN-C cio que no TN-S devido à queda de tens.io no
uso do esquema TN-C em instalações fixas cujos condu- condutor neutro.
tores tenham seção mínima de 10 mm2, em cobre, ou 16
mm2, ern alumínio, e que não utilizen, cabos flexíveis. Condições de proteção
Acrescente~se, ainda, que nesse esquen,a não se admite A Figura 8.5 indíca uma situação de falta fase-massa
o uso de dispositivos OR, pelo simples motivo de que tal
em um esquema TN. São consideradas a resistência de
dispositivo não seria capaz de funcionar adequadamen-
aterramento elo secundário do transformador (R 11), a resis-
·te, como tratado na Seção 6.5.
tência e a reatância do secundário do transformador (R,,
e X,), a resistência e a reatância (totais) dos condutores
Esquema TN·S
de fase, desde o transformador até a massa sob falta (R,.
Para o esquema TN-S não existen1 as restrições indica- e X 1.), a resistência e a reatância (totais) cios condutores
das 1>ara o TN-C, isto é, ele pode ser usado em instalações de proteção - e/ou dos condutores PEN nos esquemas
que não sejam fixas, com condutores de qualquer tipo e TN-C ou TN-C-S -, desde a massa sob falta até o termi-
seção, além de permitir o uso de dispositivos OR, quer nal de aterramento principal (R rr, e x ,.,), a impedância
como proteção contra contatos indiretos quer como pro- de falta (Z,J, a impedância do corpo humano (Z 11), e a
teção adicional contra contatos diretos. Devemos lem- resistência entre a pessoa e a terra (R ) - resistência do
brar, no entanto, que no TN-S não existe a •economia" de piso e, se for o caso, elo sapato.
um condutor, visto que o neutro e o condutor de prote- Tendo em vista os valores de Z11, R e R11 (da ordem
ção (PE) s.io separados.
de muitos ohms), geralmente muito superior à impedân-
cia total dos condutores de proteção e/ou PEN (da ordem
Esquema TN·C·S de miliohms), pode-se considerar a malha superior como
Na prática, 11rincipalmente em instalações de porte, o único percurso da corrente de falta l ,. Para uma falta
utiliza-se também o esquema TN-C-S nos circuitos de direta fase-massa, Z" = o, pode-se escrever para a impe-
maior seção, co1n condutores PEN, e nos demais circui- dância desse percurso, Zs=
tos, contendo separadamente os condutores neutro e de
proteção. É importante observar que, 1>artindo do ponto Zs= Y(R,:+ u,. + u,.EJ2 + (Xr.+ x,. + x,.,y (8.1)
en, que esses condutores se separanl., a NBR 541 O não
chamando U0 à tensão fase-neutro, pode-se escrever
permite juntá-los novamente.

Uo/U
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-
L1
l,z
l;
PEN
' "'

~ · -
,__
1-

Figura 8.4 • O rompimento do condutor PEN do sistema TN·C coloca a ma ssa em um potencial i9ual ao da fase em
refação à terra
SU$W ü

Capírulo 8 • Medidos de proteção oontro choques elétricos (li) - seccionamento automático 239

R,.. x,.

-;-
.•

f igura 8.5 • Percurso do corrente de falta fase·mossa em um esquema TN

Uo e lpZs e f,.,\f(R,-: + R1, + R,.,;)l + ( X,:+ X,. + X,.,-:)2 sua se<;<i.o. Por sua vez, é fácil verificar que o sin1ples c1ter~
(8.2) rãn1ento das m,1ssas~ou seja, sua ligação aos condutores
de proteção, não é su(icienu, para garantir uma siwação
A tensão de contato U8 , que, no pior caso, é igual à s~ ura: de fato, da Express1io 8.8, mesmo com Rp6 = 111,
tens1io de falta U,. (por se ter desprezado a malha infe- (condutores de proteção de mesmo tipo, seção e compri-
rior), será igual à queda de tensão (total) dos condutores mento que os respectivos condutores de fase) e desprezan-
de proteção (e/ou PEN), isto é, a queda entre os pontos do a resistência da fonte de alimentação ideal, isto é, R,:
Me O, ou sej a :::: O, tem·se:
(8.3) • ComU0 =127V Un = 63,5 V
dividindo a Expressão 8.2 pela Express.i o 8.3, tem-se: • Com U0 = 220V U 8 = 110V
sendo ambos os valores de tensão de contato considera-
U0 Y(f?,: + R1• + fi nJ' + (X,: + X1• + XnJ2
dos perigosos, se não houver um seccionamento do cir-
U11 = Vti;,,.. + X ~e cuito correspondente em um tempo adequado (cerca de
(8.4) 0,85 s para 63,5 V e 0,36 s para 110 V, situação 1 ela
Figura 3.8).
Desprezando-se as reatâncias do percurso de 1"' o
A condição de proteção prescrita pela NBR 541 O,
que, na prática, só é possível para condutores de
seção igual ou inferior a 35 mm' , e admitindo-se a admitindo íalta direta fase-massa, é:
instalação dos condutores de proteção junto dos con- Zs · I. :s Uo (8.9)
dutores vivos (para se desprezar a reatância mútua), ob-
tém-se, da Expressão 8.1 onde:
Zs = 1111 + R,. + R,,E (8.5) • Zs é a impedância, em ohms, do r>ercu~o da corren-
te de falta, composto pela fonte, pelo condutor vivo,
da Expressão 8.2
até o ponto de ocorrência da falta, e pelo condutor de
U0 = 1, lR 8 + R,. + R,,,;2 (8.6) proteção, do ponto de ocorrência da falta até a fonte.
• 1(1 é a corrente, en1 ampêres, que assegura a atuação
e da Expressão 8.3 do dispositivo de proteção em um tempo no máximo
U11 a 1,.11,.,, (8.7) igual ao especificado na Tabela 8.2, ou a 5 s, nos
casos descritos anteriormente (alimentação de equi-
Dividindo a Expressão 8.8 pela Expressão 8.7, tem-se:
pamentos fixos).
Uo • R,: + 111• + l (8 _8) • U0 é a tensão nominal, em volts, entre fase e neutro,
U8 R1,, valor eficaz em corrente alternada.

A análise das Expressões 8.4 ou 8.8 mostra que a rela- t importante notar que, no caso de uso de dispositi·
ção U,!U8 cresce e que, portanto, o perigo diminui (já que vos DR, na prática, essa condição nen1 precisa ser verifi.
U0 é constante), ao diminuir a impedância (ou a resistên· cada. Isso porque z.,
é da ordem de mn
(condutores
eia) dos condutores de proteção, isto é, ao aumentar metálicos) e,.
é da ordem de mA (corrente de atuação do
SU$W ü

24 0 lnslolações elétricas

[ Tabela 8.2 • Tempos de seccionamento máximas no esquema TN J


Tempo de seccionan.1e-nto
u, (s)
( V)
Sit uação l Situação 2
115. 120. 127 0,8 0,35
220 0.4 0 ,20
254 0,4 0 .20
277 0.4 0,20
400 0.2 o.os

DR), resultando no produto z,.1. da ordem de µ,V, valor • Basta então verificar se o produto Zs · l,, é igual ou
signific.1tivamente inferior a Uo, indicado na Tabela 8.2. inferior a Uo,.
No entanto, embora simples, a aplicação dessa con-
dição é sempre necessária no caso do emprego de dispo-
sitivos de proteção contra sobrecorrente, para a proteção EXEMPLO
contra choques elétricos. Assim:
• A tensão fase-neutro, Uo, é sempre conhecida. Seja o trecho de instalação mostrado na Figura 8.6,
• A impedância, Zs, pode ser calculada pela Expressão onde se tem uma subestação (com um transformador),
8.3 ou pela Expressão 8.7. un, circuito de distribuição e un, circuito terminal, que
• Conhecendo a situação (1 ou 2), entra-se com u, na alimenta uma massa admitida sob falta.
Tabela 8.2 e obtém-se o tempo máximo de secciona- São dados:
mento t. • Transíorn1ador:
• Entrando com I na curva tempo-corrente do dispositivo 50 kVA; 220/380 V; RI! • 27,9 mn, XI! • 42,4 mn
de proteção escolhido, obtém-se a corrente de atuação
l,. (no caso de circuitos de distribuição e de circuitos • Circuito ele distribuição:
terminais que só alime.ntenl equipamentos fixos, na • fases e neutro
situação 1, entra-se diretamente na curva do dispo- S, = 35 mm', I = 100 m; r, = 0,841 mn/m,
sitivo com 1 = 5 s). x, = o, 101 mn tm

UtfU S1 (3F- N)

\,,
~ ------------ --- ------------- ---~-----~--- ----
.....•
~

Sub<:s",ção
\sn:,. .!••
••

1- - -
.
;

....!...
'... '
Quadro de
distribuiç!io

Sen ~ Si(2F)
-.._; 12
,
'
\. u.
Figura 8.6 • Diogromo do exemplo
SU$W li

Capítulo 8 • Medidas de proteção contra choques elétricos (li) - seccionamento automático 241

I Tabela 8.3 • Determi~ão de impedâncio z, 1


- -
R (fi) X (!l)
Transform;.tdor 27.9 X 10· > = 0.03 42.4 X to· > = 0.04
fase S, 0.84 1 X 10"' X 100 = 0.08 0.101 X IQ•J X 100 = O.OI
Fase S, 5,51 X 10-> X 30 = 0. 17 0 .143 X 10· > X 30 = o
Pra,eção S,m 5.57 X 10-> X 30 = 0.17 0.143 X 10-> X 30 = o
Proteção s,.. 1.41 X 10· > X 100 = 0. 14 0,1 12 X 10· > X 100 = 0,01

Rs = 0.59 x, = 0.06
• condutor de proteção 10.000
s,.m = 1& mm1, 1 = 100 m; rp,:1 = 1,41 mO/m, , - (s)
x,.m = O,11 2 mO/m
1.000 -
• Circuito terminal:
5 2 = 5 111-:z = 4 mm2, /1 = 30 m;
100
\ 1\
r2 = r1,,:1 = 5,57 mO/m, :r2 = x,,;2 = O, 143 m!l/m
• Disjuntor (circuito terminal) conforme NBR NM \ i\
60898, 25 A.
10 \ \.
• Situação 1. 5 - --1-> --
(a) Impedância do 1>ercurso da corrente de falta, da
Expressão 8.3 "1.1"
~
Zs = Vo.s9' + o,o62 "' o,59 n 't
- -- -- • --
(b) Entrando com U0 = 220 V na Tabela 8.2 (Situação
0.2 -- >
.'
~

1). obtém-se o tempo de seccionamento máximo ••


I = 0,4 S.
0. 1
..•
(c) Entrando com 0,4 s na característica do disjuntor,
conforme NBR NM 60898, ele 25 A (Figura 8.7) O.OI

••
.•
t
obtém-se a corrente (máxima) de atuação .••
I, = 10 X 25 = 250 A 0.001 .• 11 il
1 11
1 1,5 2 3 4 5 7 10 15 20 30
11
50 100
(cl) Aplicando a concliç.io dada na Expressão 8.9 Ili,,
A' vezes a co1Tente no1nina.l
0,59 X 250 < 220 V
....__,.._... Figura 8.7 • Característico típico de atuação de um disjun·
147,5 tor conforme NBR NM 60898
o que n1ostra que, nesse caso particular, o disjuntor
escolhido atende às prescrições ela norma em relação à Impedância Z,
proteção contra contatos indiretos. Quando se pretende usar dispositivos ele proteção
(e) Se o circuito só alimentar equipamentos fixos, entra· contra sobrecorrentes para a proteção contra choques
se na curva do disjuntor com t = 5 s, obtendo (ve.r elétricos nos esquemas TN, é de fundamental importân-
Figura 8.7) cia conhecer a in11>edãncía Zs, qu.e, no caso mais geral,
inclui a in1pedância do secundário do transformador e as
I. = 4 ,5 X 25 = 112,'i A impedâncias de todos os condutores (fase e de proteção)
entre o transformador e a falta.
e então da Expressão 8.11
A impedância Zs pode ser medida (no caso de verifi-
0,59 X 112,5 = 66,4 < 220 V caç,io elas instalações) ou calculada (o que é mais impor-
tante no caso de projeto). Para tanto, é importante que
mostrando que, também nessas condições, o disjuntor os condutores de proteção (ou PEN), integrantes do per-
escolhido atende às prescrições da norma em relação à curso da corrente ele falta, se encontrem instalados jun-
proteção contra contatos indiretos. tos aos condutores vivos cios circuitos correspondentes.
SU$W ü

242 lnslalações elétricas

0,35 2,44m
R ;:; Resistência. Clll !11300 111, 50 ·e 25,nrn
0,30 X= Rcmância cm fl/300 m, 60 Hz
Z = Lmpcdânci;i, (R +jX)
Ê 0.25
~ Esp:t,Çantento:
1õ 0,20
8" 0, 15

0.10

0.05

RXZ RXZ RXZ RXZ RXZRXZ


Seção: 240 nun1 70mm2 25 1111112
Figura 8.8 • Influência do espaçamento sobre a reatõncio induliva (X} dos condutores {Fonle: ANSI/IEEE 142.1 982)
{Cortesia ele Celso l. Pereira Mendes)
Na prática, isso é conseguido quando, em cada um dos
circuitos da instalação, o condutor de proteção faz parte Uo - - -+ l p
y y
da mesma linha elétrica que os condutores vivos (por
exemplo, quando está no mesmo eletroduto que os con- PE
dutores vivos ou quando é uma das veias do cabo multi- p
polar que contém aqueles condutores).
Se os condutores de proteção não estão nas proximi·
dades dos condutores vivos dos circuitos, não é possível
J,, [u, - 1
calcular de modo simples a impedância do 1>ercurso da
corrente de falta, uma vez que a determinação das rea- R8
. e.
,, .. iRe
tâncias múluas se torna muito complexa. Consegue·se
apenas obter o Villor por medição feita logicamente,
1 Figura 8.9 • Esquema elélrica indicando falta direta entre
após a execução da instalação. O distanciamento dos fose e terra
condutores de proteção aumenta sensivelmente a reatân-
cia indutiva do percurso e, conseqüentemente, o valor de 1. = 4.5 1,. (8.11)
Zs (principalmente se, no percurso, houver elementos
e então, da Expressão 8.1O
metálicos). Isso pode ser visto na Figura 8.8.
Com base na Expressão (8.11 ), pode-se definir uma _ Uo (8.12)
impedllncia máxima, Zsr1tS..t para o percurso da corrente Zsm:lx = 4,,.'i/N
de falta dada por
A Tabela 8.4 apresenta os valores de Zs.,1 , calculados
ela Expressão 8.13, para as diversas correntes nominais
(8.10) cio disjuntor conforme NBR NM 60898 indicados na Fi-
gura 8.7.
Para dada ten«io fase-neutro, fixando determinado Considera-se agora a situação mostrada no esquen1a
tipo de dispositivo de proteção (disjuntor ou dispositivo elétrico da Figura 8.9, onde se len1 indicada un-,a falta dire-
fusível) e um tempo máximo ele seccionamento, pode-se ta entre fase e terra. Trata-se de um caso que pode ocorrer
tabelar z.,·mi, em função elas correntes nominais do dis- nas li nhas aéreas. Sejam Rn a resistência ele aterramento
positivo. global e Rr. a resistência mínima presumida de contato
Veja-se o exemplo genérico de um disjuntor termo· com a terra cios elementos condutores não ligados ao con-
magnético em caixa moldada conforme NBR NM 60898 dutor de proteç.10.
(característica ele atuação dada na Figura 8. 7). Para um A corrente de falta (11,) percorrerá o caminho indicado
tempo de seccionamento r = 5 s (indicado para circuitos e elevará o potencial do ponto P e, conseqüentemente,
que só alimentem equipamentos fixos, Situação 1), tem- cio condutor de proteção e elas massas a ele I igadas. Seja
se, da característica U,. a tensão entre P e a terra, isto é, o potencial do ponto
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidas de proteção contra choques e létricos (li) - seccionamento automático 243

Tabela 8A • ValON1s máximas ela impedância da percurso da corrente de falta fase-massa (Z,,...) .
quando a proteção contra cantatas indiretos é realizada por disjuntares em caixa
moldada conforme NBR NM 60898, considerando-se o tempo de seccionamento de
5 !!'9Unclos '

Corrente nominal /,,. (A)


z,..., (fi)
V,= 127V V,= 220 V
5 5.64 9,78
10 2,82 4.88
15 t,88 3,25
20 1,41 2,44
25 1,13 1,95
30 0,94 1,63
35 0.8 1 1,40
40 0,71 1.23
50 0,56 0,97
60 0,47 0.81
70 0,40 0.69
90 0,31 0,54
100 0,28 0,48

I' e das massas por ocasião da ocorrência da falta. Des· já se U0 = 220 V. tem-se
considerando-se as imi>edãncias da fonte e dos cabos de
alimentação, pode-se escrever:
R11 s: 1,47 n
Se o circuito apresent.iclo na Figura 8.9 for protegido
Uo= (R11 + R,;}lp (8.13)
por un1 dispositivo D~ a proteção contra contato indire-
to nas massas estará sempre assegurada.
Ur = R11 , 1,, (8.14)
Das Expressões 8.13 e 8. 14, obtém-se Dispositivos de proteção
A N8R 5410 indica, para a proteção contra contatos
R11
U,. = U0 (8.15) indiretos nos esquemas TN, o uso de dispositivos DR
R11 + Ri;
(logicamente, nunca nos esquemas TN-C) ou dispositivos
Para ter-se a proteção na situação mostrada, é neces· de proteção a sobrecorrente.
sário que as massas dos equipa1nentos elétricos não atin- O uso de DRs de ah.a sensibilidade é obrigatório,
jam um potencial superior à tensão de contato-limite pela nornla, en1 circuitos tern,inais:
W,). isto é: • Que sirvam a pontos de utilização situados en, locais
R,, contendo banheira ou chuveiro.
Uo s U,. • Que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas
RJJ + RR
externas à edificação.
rearranjando essa expressão, tem-se • De tomadas de corrente situadas en1 áreas internas
que possam vir a alin1entar equipamentos no exterior.
- s : - U,.
R11
~- (8.16) • Que, en, locais de habitação, sirvam a pontos de uti-
R,: Uo - U,. lização situados en, cozinhas, copas-cozinhas, lavan..
derias, áreas de serviço, garagens e demais depen-
Assim, por exemplo, com U0 = =
127 V, V,. 50 V dências internas n1olhadas em uso norn1al ou sujeitas
(Situação 1) e R,:= s n, a resistência de aterramento da ali-
a lavagens.
mentação e das massas deverá ser, da Expressão 8.16, ele
• Que, em edificações não residenciais, sirvam a pon·
tos de ton,ada situados em cozinhas, copas-cozinhas,
R8 s /~ · 5 = 3,250 lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral,
12 50
SU$W ü

244 lnslalações elétricas

,.l"-rv'-~~~..-~~~~~~~~~~~~~~~~~~L ,

~Y"'>r""l..~~~~l--.-~~~~~~~~~~~~~~~~~~~.Li

if"--V-'--~~--1--1---~~~~~~..._~~~~~~~-~
1-~~~~~~1--1-~~~~~~~~+-....~~~~~~~~~N

t--~~~.-~-,--;--~~~~~~~-;--+,;-~~~~~~~~PE

Circuito a ser
cos1sid~rado
co1no 1T

Figura 8.1 O • Aplicação de dispositivos DR em um esquema TN

em áreas internas molhadas em uso nom,al ou sujei· Aplicação prática da condição


tas a lavagens.
de proteção
Observe que, nesses casos, os dispositivos DR tam· Para a aplicação ela condição de proteção contra
bém estarão proporcionando a já citada proteção adicio- contatos indiretos nos esquemas TN, é necessário calcu-
nal contra contatos diretos. É importante observar, tam· lar a impedância do percurso da corrente ele falta (Z., ), o
bém, que, para os circuitos referidos, a proteção que exige o conhecimento da impedância de todos os
diíerencial poderá ser feita individualmente (1 DR por cir· elementos que constituem o referido 1>ercurso, incluindo
cuito) ou por srupos de circuitos (1 DR servindo a vá.rios a íonte. Os condutores vivos e os de proteção deverão
circuitos). fazer parte das mesmas linhas elétricas.
Por sua vez, ainda segundo a NBR 5410, quando em Considere um ponto de referência como o ponto mais
dado setor ele uma instalação com esquema TN a condi- próximo ele uma massa e cujo 1>0tencial, no caso de uma
ção dada na Expressão 8.9 não puder ser cum1>rida, falta nessa massa, permaneça sensivelmente igual ao
deve-se assegurar a proteção utilizando clis1>asitivos DR potencial do local onde ela está situada e igual ao poten·
ou, como alternativa, executando uma ligação eqüipo- cial dos elementos condutores que possam ser tocados
tencial suplementar no local. simultaneamente com a referida massa. Tal ponto pode
Isso acontece quando a impedância cio percurso da ser obtido, na prática, com a realização de uma ligação
corrente de falta (Z.;) possui um valor suíicientemente ele- eqüi1>0tencial local, no nível do quadro ele distribuição
vaclo para não permitir a atuação dos dispositivos de pro- de onde parte o circuito tern, inal que alimenta a massa
teção a sobrecorrente no tempo adequado. É o caso, por considerada, ligando o tenninal ele aterramento cio qua-
exemplo, de instalações em prédios com subestação dro a um elemento condutor estranho à instalação (tubu-
própria, cujas distâncias à subestação são muito grandes laç.io metálica, ferro de construção erc.), como sugere a
(devido à grande altura ou ao grande comprimento do Figura 8.11.
prédio). A tensão de contato presumida (U.) pode agora ser
Quando íorem usados dispositivos DR, deve-se obser- obtida da impedância cio percurso da corrente ele falta
var que as massas dos equipamentos protegidos podem no trecho entre a falta e o ponto de referência, aplican·
não ser ligadas ao condutor de proteção cio esquema TN, do-se um fator de correção que leva em consideração a
desde que sejam ligadas a um eletrodo ele aterramento impedância do percurso a montante cio ponto ele refe-
cuja resistência seja compatível com a corrente de atua- rência. Assiml sendo Ri e R,.e, respectivamente, a
ção do dispositivo DR. Nesse caso, o circuito em questão resistência do condutor de fase e do condutor de prote-
deve ser consideraclo de acordo com o Esquema TT (ver ção entre a massa sob falta e o ponto de referência, e
Figura 8.1O). 1/C o fator que corrige (ou seja, majora) a impedância
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidos de proteção contro choques elétricos (li) - seccionamento automático 245

Ligação eqüipotencial loc;,1

""-
-
~

----
R PE
~
Ponto de Mas..">-"l
Ele1ne1110 referência
condutor

PE principal

Ligação
eqllipotenc ia.1
princiJ>al
"-... Darran1ento de
'r-,.. 1• •
,
1
&1üipotencializnção Principal (BEP)
- 1

l
Figura 8. 11 • Exemplo de ponto de referência

(R,. + R,,,;), pode-se escrever, a partir da Expressão 8.17: • Para U0 = 127V_ _ _ _ _ 38,1 V s U• s 95,JV
• Para U0 = 220 V 66 V s U n s 165 V
Rl'I! R,.,H
u,. = U0 - cU0 ---'-"--
(8.17) Da Expressão 8.9, pode-se escrever, considerando as
.!.e (J'\ J. + R,,,:) I?,. + R,,e
condições im1>ostas:
Chamando ma relação de R,w para R,, obtém-se da
Expressão 8.17
el (R,. + R,,e) · I. S Uo

e daí
u,, = cU0 -1-+111- 111
(8.18)
J s
cUo
(8.20)
Observe que, se os condutores forem do mesmo li R,. + !?,,,:
material, 111 tan1bé1n será igual à relação da seção do
Sendo p a resistividade do material dos condutores e
condutor de fase para a do condutor de proteção, isto é,
I o comprin1ento do circuito terminal, ten, ..se, da
R ,,c S,. Expressão 8.20
Ili =1- - - (8.19)
R,. S1,,: cU0
1
Assim, de acordo com a Expressão 8.20, na.s condi- • s p( il - +1-)
ções indicadas, a tensão de contato pode ser determina- s,. s,,F.
da em função apenas da tensão fase-neutro e dos fatores e n, ultiplicando numerador e denominador por S,., con-
e e m. O fator e pode variar de 0,6 (caso de circuito siderando a definição ele m dada na Expressão 8.19,
muito distanciado da fonte) a 1 (caso de circuito ligado obtém-se
diretamente à fonte), sendo geralmente tomado igual a
0,8, o que atende à maior parte dos casos verificados na I s cUo .S
prática. Por sua vez, 111 varia de 1 a 3, sendo geraln,ente " pi (1 + m) ,.
igual à unidade para seções iguais e inferiores a 16 mm' .
e então
Considerando 0,6 :s: e s 1 e I s m s 3, verifica-se
que a tensão de contato presumida (U0 ) pode variar de cUo S
IS . I (8.21)
0,3 U0 a 0,75 U0 • Assim: pl, (l + m) ·
SU$W li

246 lnslalações elétricas

Pode-se então escrever Tal critério é aplicado, geralmente, após o dimensio-


nan1ento do circuito pelos critérios traclícionais, isto é,
cU0
após a determinação da seção nominal dos condutores
'·~· :s pi,( 1 + 111) • s,. (8.22)
vivos (ou seja, Si e S,,c e, conseqüentemente, m) e cio
onde tipo e da corrente nominal (/,v) do dispositivo de prote-
ção contra sobrecorrentes, conhecido, logicamente, o
• /m.:ix é o comprin1ento n1áximo do circuito tern1inal comprimento I cio circuito. Consiste en1:
(111).
• U0 é a tensão fase-neutro da instalação (V). • Definir o tipo de circuito terminal quanto ao(s) equi-
• e é um fator que leva em conta o percurso da corren- pamento(s) a ser(em) alimentado(s) - íixo(s) ou não.
te de falta a montante do circuito terminal. • Definir a situação (1 ou 2) do local em que se situa o
• S,. é a sessão nominal dos condutores vivos do circui- circuito.
to terminal (mm2) . • Determin;ir o tempo máximo de seccionan1ento (t) do
• pé a resistividade do material dos condutores do cir· circuito, sendo:
cuito terminal (ú.mm'lm); considera-se geralmente • t = 5 s, quando o circuito somente alimentar equipa-
para o cobre (caso mais comum) o valor 0,0225 mento(s) lixo(s) na Situação 1.
!l.mm' lm, que corresponde a uma temperatura de • t obtido da Tabela 8.2 nos demais casos.
cerca de 98ºC. • Da característica te1npo corrente do dispositivo de
• !,, é a corrente que garante a atuação do dispositivo a proteção obter a corrente de atuação 1. correspon-
sobrecorrente em um tempo ,, obtido da Tabela 8.2 dente ao tempo t.
ou igual a S s, conforme o caso. • Calcular o comprimento 1.,:,, pela Expressão 8.24 e
• m é a relação da seção dos condutores vivos para a con1parar com /; se I :s: /11'1~ o clispositivo a sobrecor-
do condutor de proteção do circuito. rente J)rotege o circuito contra contatos indiretos; se
1> lm,.. deve-se
Para circuitos tern, inais con1 comprimento superior a • Aumentar a seção dos condutores e proceder à
lm,, o dispositivo de proteção a sobrecorrente niio asse· nova verificação; ou
gura a proteção comra contatos indiretos. • Instalar um dispositivo DR (somente nos esquemas
TN-S ou TN-C-S); ou
• Estabelecer ligações eqüipotenciais suplementares.
EXEMPLO
A Tabela 8.5 dá os valores de 1...,, para os casos mais
Circuito terminal de tomadas de corrente. Condutores cornuns de circuito tern1inais, considerando disjuntores
de cobre (p = 0,0225 !l.mm•tm), S,. = S,., = 2,5 mm2 com curva de atuação conforme f igura 8.8.
(m = 1), proteção com disjuntor conforme NBR NM No caso de ser a proteção contra contatos indiretos,
60898 de 16 A. Tensão fase-neutro da instalação U0 = realizada por dispositivos fusíveis, o que é comum, sobre.
127 V. Situação 2, e= 0,8. Calcular a máxima distância tudo em instalações industriais, a determinação do con1-
do circuito terminal que ainda é assegurada à proteção prirnento n1áxin10 do circuito terminal é un1 pouco n1ais
por contatos indiretos. trabalhoS.c"l, uma vez que as características tempo-corren-
te dos fusíveis não podem ser, como no caso de disjun·
=
• Da Expressão 8.20: U11 0,8 X 127 X 112 =50,8 V tores termomagnéticos, colocadas sob a forma de duas
• Da Tabela 8.2: t = 0,35 s curvas para toda un1a gan1a de correntes nominais; para
• Da curva do disjuntor (Figura 8.7): I. = 10 X 16 = cada corrente nominal haverá um par de curvas.
1 l>O A
• Da Expressão 8.24:

0,8 X 127
EXEMPLO
l,ná., • 0,0225 X 160 X 2 X 2•5 • 35•3 m
Admite-se que o circuito terminal do exemplo ante-
A Expressão 8.24 é a base do •critério da proteção rior seja protegido por um dispositivo fusível com um
contra contatos indiretos", aplicável a circuitos terminais fusível gG de 16 A (cuja característica é dada na figura
de instalações TN, protegidos por dispositivos a sobre· 8. 12).
corrente, admitindo-se que: • Tem-se do exemplo U0 = 127 V e t = 0,35 s (ver
Tabela 8.2)
• O condutor de proteção esteja contido na mesma • Da f igura 8.1 2: /., = 110A
linha elétrica dos condutores vivos. • Da Expressão 8.24:
• Exista un1 ~ponto ele referência" no nível ela origem
0.8 X 127
do circuito.
ln,j, ; 0,0226 X l10 X 2 X 2 •5 ; St ,3 m
SU$ W ü

Capítulo 8 • Medidos de proteção contro choques e létricos (li) - seccionamento outomático 247

Tabela 8.5 • C.omprimento máximo de circuitos terminais protegidos por disjuntores termomagnéti·
co• confonne N BR NM 60898 contra oobrecorrenles e contra contatos indiretos (esque-

-

mo TN), considerondo:

Condutores isolados, Cu/PVC, instalados em eletroduto (aparente, embutido em alvenaria ou con-


.
tido em canaleta em calha ou em moldura.
• Cabos uni ou multipolares, Cu/PVC, instalados em eletroduto (aparente, embutido em alvenaria ou
contido em canaleta) ou em eletrocalha ou em bloco alveolado.
• Temperatura ambiente no local de instalação dos circuitos, 30ºC.
• Na Situação 1 - circuitos de tomadas.
• Na Situação 2 - qualquer c ircuito termina l.

I (S)

4
2
102
4
2
10•
4
2
10"
0.35 s

2
10- 1
4
2
10- z
4 '--l-+-+- -+- -f--+--Hf----1-1~-+--+-++- I (A)
2 '.l 4 5 10• 2 3 4 3 1()2 2 3 4 5
IIOA

Seções dos Circuito com 2 Circuito con1 3 Circ:uito com 4 Circuito com 6
condutores condutores carregados condutores carregados condutores carregados condutores carregados
(mm') 1,.., (127/220 V) (m) ,.., (127/220 V) (m) /..;, (127/220 V) (m) I.,., (127/220 V) (m)
l.v l,v l .v l.v
Vh,os PE (A) Situação Situação (A) Situação Situação (A) Situação Situação (A)
Situação Situação
1 2 1 2 1 2 1 2
1.5 1.5 16 50/39 22/39 16 50/39 22/39 10 75/59 34/59 10 75/59 34/59
2.5 2,5 20 63/49 28/49 20 63/49 28/49 16 84/65 38/65 16 84/65 38/65
4 4 30 67/52 30/52 25 80/62 36/62 25 80/62 36/62 20 1oons 45fl8
6 6 40 75/59 34/58 35 86/67 38/66 30 1oons 45n& 25 120/94 54/94
10 10 50 ,oons 45n8 50 ,oons 45ns 40 126/98 56191 40 126/98 56/98
16 16 70 11 5/89 52189 60 134/104 61/105 60 l'.l4/I 04 61/105 50 161/125 72/ 125
25 16 100 49n6 44n6 70 45/109 63/109 70 45/ 109 63/109 70 45/109 63/1 09
35 16 100 52/86 49/86 100 52/86 49/86 100 52/86 49/86 70 75/122 71/122
50 25 100 84/130 75/130 100 84/130 75/130 100 84/130 75/130 100 84/130 75/130

Figura 8.12 • Coroderíslico lempo·correnle de fusível gG de 16 A


SU$W ü

248 lnslalações elétricas

Analisando agora a instalação esquematizada na Figura


8. 14(a), na qual o con<)utor ele proteção está aterrado nos
dois extremos (resistências de aterramento R8 , e R8 -i).
Desprezando as reatâncias dos condutores e acln1itin-
do a massa sob a falta no extremo cio circuito, resultará
o ciréuito equivalente mostrado na Figura 8.14(b).
A impedância do percurso ela corrente de falta /, será

, R,.11 · (R 111 + R,,2}


(a)
Z s = R, +
· • 111•6 + n,,, + R 02
(8.23)

A corrente de falta divide-se em duas: uma "principal",


I"' por meio do condutor ele proteção, e outra, /_,, muito
inferior à primeira, pela terra. Pode-se escrever:

u., Uo
1,. • - s - - - - - - ' - - - -
. Zs I< + Rr,11 • (Rm + Rm)
Uo (8.24)

'· R1,6 + R,,, + R111


A tensão entre os eletrodos será
(b)
R,,K • ( R111 + R,,,)
U' = 1,.. · - ~ - - - ~ ~ (8.25)
Figura 8 .13 • Variação do potencio! ao longo do condutor R,,e + R 111 + R,,2
de proteçõo. A tensão U,., poder6 ser sufi· e as correntes l" e ln serão, da Expressão 8.25
ciente poro acionar a proleção de (1) (por
exemplo, 40 V, considerando o Situ<,ção 1), R ,,: • (R, + R,n)
porém, o tensõo U,n poderá ser perigoso e l, · -1- ~ -
11
---
U' R,,,: + R111 + R,,, (8.26)
não será seccionado, embora o falto não I f.'I = - = ---'-"'---'"'----=-
ocorro em (2) (por exemplo, se (2) estiver no
R,,,: /?,,,:
Situação 2 e li., = 30 V) R,.,; • (R111 + Rn2)
1,- • -'-"---'-=--e;:.;.
O estabelecimento do ponto de referênci,,, como Í p'l =
U' ' = --~'----'~-~
R,,,,
+ R,,, + (8.27) R"'
descrito anteriormente, na realidade, contribui para 1181 + R 8, 1< 111 + R ,12
reduzir a impedância total do percurso da corrente de
E os potenciais dos eletrodos serão
falta, uma vez que coloca em paralelo com o condutor
de proteção principal o elemento condutor estranho à U1 = ln · R111 (8.28)
instalaçâo, ao qual é feita a ligação eqüipotencial local
{ver Figura 8.11 ).
u, = ln · Rm (8.29)
Assim, como mostra a Figura 8.14(c), o potencial no
Aterramento múltiplo do condutor PE condutor de proteção, igual à tensão de contato presu·
Recomenda-se que, sempre que possível, o condutor micfa, variará entre U 2 e U1, anulando-se em dado ponto
de proteç.'lo, isto é, o "sistema" de condutores de prote- P entre os eletrodos.
ção, seja aterrado em vários pontos {aterramento múlti·
pio), a fim ele assegurar, em caso de falta, que seu poten-
cial e o das massas que lhe são ligadas fique tão próximo EXEMPLO
quanto possível cio potencial ela terra.
Sejam na Figura 8.14(a):
Seja uma instalação com esquema TN·S cujo condu-
• Condutor fase 25 mm' : r,, = 0,88 m!l/m
tor de proteção esteja aterrado apenas junto da. fonte (ver
• Condutor de proteção 16 mm' : ,,,,. = 1,41 m!llm
Figura 8.13(a)).
No caso de uma falta direta fase·nlassa em ~1ma dada
• Resistência ele aterramento: [(111 11., 1On = =
• Tensão fase-neutro: U0 = 220 V
massa da instalação, a tensão de contato presumida
• Comprimento do circuito: 1 = 50 m
(sendo admitida igual à tensão ele falta) assume valores
As resistências dos condutores serão
perigosos. Essa tensão, muito embora vá diminuindo até
anular-se ao longo do condutor de proteção, poderá re- R 1, = 0,88 X 10-3 X 50 = 0,0044 !1
presentar perigo para outras massas ligadas entre a fonte e
a massa sob falta (ver Figura 8.13(b)). R1,,: = 1,41 X 10- , X 50 = 0,070!1
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidos de proteção contra choques e létricos (li) - seccionamento outomótico 249

~ ..
Uo lp
R/,

l"' ln
<C------'-'+
... Pé
R,,e V'

"
u, }n
, ~l
u, \_L
lF

-~ ln ... ._R112

u• (a)

(b)

u, Terra
vinual
(e)

Figura 8.14 • Condutor de proteção aterrado em dois pontos

A impedância do percurso da corrente de falta será, Com esse exemplo, percebe-se que o aterramento
da Expressão 8.26 múltiplo do condutor de proteção, feito a intervalos
0,070 X 20 regulares, reduzirá as tensões de contato presumidas ao
Zs = 0,044 + 0.070 + = 0,114 n longo da instalação. Observe-se, no entanto, que nem
20 sempre é possível (ou viável) realizar tal aterramento
A corrente de falta será, da Expressão 8.25 múltiplo. A desvantagem do aterramento múltiplo é que
as correntes de curtos-circuitos de outros circuitos
220
I ,· = 0.1 l = 1.929,S A podem compartilhar desse caminho condutor de baixa
4 irnpedância, "contaminando" as massas dos equipamen-
A tensiío entre os eletrodos será, da Expressão 8.26 tos elétricos (introduzindo 1>0tenciais indesejado nessas
massas).
,_ 0.o70X20_
U - 1.929,8 X 0,0 0 +
7 20 134,6 V
As correntes parciais de falta serão, das Expressões 8.3 Esquema n
8.27 e 8.28
Genera lidades
134.6
1" • 0,070 • l.92•3 A Como apresentado na Seção 3.3 .6, o esquema TT é
concebido de tal moclo que o percurso de uma corren-
134,6
ln= 20 = 6,73 A te 1>roduzida por uma falta fase-massa em um compo-
nente ou em um equipan1ento cfe utilização da instalação
As tensões nos eletrodos serão inclua a terra e que a elevada impedância desse percur-
so limite o valor da corrente ele falta. Nesse esquema,
U0 = U2 = 6,73 X l.O = 67,3 V um 1>0nto da alimentação, isto é, cio secundário cio trans-
isto é, a maior tensão de contato presumida na instala- formador (ou, eventualmente, o gerador), geralmente, o
ção será de 67,3 V; se o aterramento fosse feito apenas ponto neutro, é diretan1ente aterrado, sendo as n1assas
no transformador, essa tensão poderia atingir 134,6 V. da instalação aterradas, individualmente ou por grupos,
SU$W li

250 lnslolações elétricas

--------- L,

--------- l,z

--------- LJ
N
---------
Secundário Pro1eção PE
do crafo geral PE

Atcmunen10 Atcrra,ncnto
do neutro das n1as.."as
/ ~
~ .
Figura 8. 15 • Esquema TT

utilizando eletrodos de aterramen10 eletricamenle inde- Condições d e p roteção


pendentes do eletrodo da alimentação. como mostra a
Em u,na instalação que siga o esquerna TT, as corren-
Figura 8.15.
tes de falta direla fase-massa, graças às altas resistências
Todas as massas da instalayio deven1 ser protegidas existentes en, seu percurso, apresentam un,a intensidade
contra contatos indiretos por um mesmo dispositivo de
bem inferior à de uma corrente de curto-d rcuito fase-
proteção,. para evitar o surgin1ento de eventuais tensões neutro. No entanto, tais correntes podem ser suficientes
perigosas, e devem ser ligadas a um mesmo eletrodo de para provocar o aparecimento de tensões de contato
aterramento. Pelo mesmo motivo, também as massas que perigosas.
íoren1si1nultanearnente acessíveis deven, ser aterradas no A Figura 8.16 indica uma situa<;<'\o de falta fase-
mesmo eletrodo. massa em um esquema n.
Nas instalações que utilizam o esquema TT, a proteção São consideradas as resistências /?", de aterramento
contra contatos indiretos deve ser g.arantida, obrigatod,1- das n1assas, R,i, ele aterramento do secundário, do trans·
meme, por dispositivos de proteção à corrente diferencial- formador, !?,;. ela bobina secundária cio transformador,
residual (dispositivos DR), que detectam diretamente a Ri, dos condutores de fase entre o transformador e o
corrente que escoa para a terra. equipamento sob falta, R,., da falta, U11, do corpo da
Por um lado, a aplicação desse esquema é extrema- pessoa e R, entre a pessoa e a terra; seja U 0 a 1ensão
mente simples, não exigindo vigilância permanente da fase-neutro e I , a corrente de falta.
instalação, a não ser o controle 1>erióclico dos dispositivos Em principio, desprezam-se l?n, R 1, e R,· diante das
DR. Por outro lado, e eficiência desse esquema baseia-se demais resistências envolvidas e desconsidera-se R,
totalmente no funcionamento sem falhas e adequado cio para analisar o pior caso, em que toda a tensão v,..seja
dispositivo DR. igual a Vu.

Uo
Rt,
'"
~

+
Ra
f8
Uo
- ~
Rn
-.•
1 - - - · · · · · · - - · · - · - · · · · · ; __ _

Circuito si,nplificado Circuito co1nple10

Figura 8. 16 • Circuito de falta fo,e-mossa em esquema TT


SU$W ü

Capítulo 8 • Medidas de proteção contra choques elétricos (li) - seccionamento automático 251

Nessas condições, pode-se es,;rever para o circuito Isso mostra que apenas o aterramento das massas,
embora ben1~executado, não é suficiente para garantir
RA • R11 ) tensões ele contato suficientemente baixas, ainda mais
Uo = 1,.( RA + R11 + 1111 (8.30)
porque geralmente não se tem, no caso típico de instala-
A tensão de contato, U11 (igual à tensão de falta, U,., ção alimentada por rede pública de baixa tensão, con-
por ter-se desconsiderado R), será trole algum sobre o valor da resistência de aterramento
da alimentação (secundário do transformador). É neces-
li,, . 1?11
U11 • I,, • J'\ A + Rli (8.31) sário, portanto, que, além do aterramento das massas,
exista um dispositivo em condições ele proporcionar o
seccionan1ento automático em um tempo adequado,
Dividindo a Expressão 8.30 pela Expressão 8.31,
obtém-se sempre que a tensão ele contato atinja valores perigosos.
No esquema TT, a impedância do percurso ela corren-
R. • R11 R te de falta será limitada praticamente por
+ li
Uo R,. + R 11 = 1 + R 11 + R 11
(8.32) Zs = R,, + lln (8.34)
U11 = /IA º R11 RA R11
RA + R11 Por sua vez, da Expressão 8.33, obtém-se
Considerando que a resistência de aterra,nento da
alimentação, 118 , é pequena (geralmente de 1 a 1O!l) em
( R,,)
Uo= U11 1 +R- = U11
,1
RA +
R
A
R,, (8.35)
con11>aração com a do corpo hun1ano, R11 (em geral,
substituindo a Expressão 8.34 e a Expressão 8.35 na
superior a 1.000 !l), pode-se escrever, ela Expressão 8.32 Expressão 8.9, tem-se
Uo
-= 1 (8.33) <
I., - R,1
u,,
U11
A análise dessa expressão mostra que a relação U0 /U1, e fazendo u. = U 1,
cresce, e, portanto, o perigo diminui, com a redução da
resistência de aterramento das massas, /?A- Fazendo RA
(8.36)
tender a zero, U0 /U11 tenderia ao infinito e o perigo, isto é,
a tensão de contato u. tenderia a anular-se. Observe que
não se pode, na prática, contar efetivamente corn isso, seja ou então, como apresenta a NBR 541O(ver Figura 8.17)
porque a resistência de aterramento, !~1,, da alimentação é R11 • la s: U,, (8.37)
geralmente baixa, seja porque dificilmente se consegue
reduzir R. a valores desprezíveis ante a R,,. onde /,,, é a corrente que assegura a atuaÇ<io do dispositi·
Sejam, por exemplo, U0 = 127V, RA = 5 n e R. = 4 n. vo de proteção. Quanclo a proteção for realizada por dis-
A tensão de contato valerá, da Expressão 8.35 positivos a sobrecorrente, 1., será a corrente que garante
o seccionamento em 5 segundos, situação quase impos-
5 sível de ocorrer devido à exit,'€ncia, 1>ara atender a essa
U11= RA
RA + R,,
u..=-
5+4
- · l27=706Y
' condição, de que ela só será possível com baixíssimos
valores de resistência ele aterramento.
que é uma tensão perigosa, com o agravante que a cor-
rente de falta (curto-circuito) é muito baixa (/,. = 14, 11 /p
A), podendo ser até menor qtie a corrente de demanda - '
Uo
máxima do circuito, impossibilitando a atuação cios dis-
positivos automáticos de proteção a sobrecorrente. Isso
ilustra por que é obrigatória a utilização dos dispositivos
,,
DRs nos esquemas TT. --
Para que a tensão de contato seja inferior à tensão de
contato-limite, U,. = 50 V (Situação 1), deve-se ter:
• para U0 = 127V
• R, s 0,65 R11
• para U0 = 220V
• RA s 0,29 R11 -~º -!-A - -
Assim, por exemplo, para 1111 = 4 !l, deveríamos ter,
com Uo= 127V, li,,= 2,6 íl e Uo = 220 V, RA = 1, 16 Q, Figura 8. 17 • Circuito equivalente considerado pela
valores não muilo fáceis de se obter na prática. NBR 5410
SU$ W li

252 lnslalações elétricas

Seja, por exemplo, a proteção contra contatos indire- O valor de t,,, é, como apresentado na Seção 6.5,
tos exercida, em dado circuito1 por un1 disjuntor tern10· geralmente muito baixo (desde uns poucos miliam1:ieres
n1agnético con1 /,,, = 20 A cuja característica tempo·cor- a1é 2 ou 3 A), pem1itinclo assim que as resistências de
rente é mostrada na Figura 8.18; a corrente 1. será da aterramento das massas tenham valores elevados, corno
ordem de 90 A. se pode verificar por meio da expressão a seguir
Se as massas protegidas estiverem na situação 1, U,.
= 50 V, a resistência de aterramento das massas deverá (8.39)
valer, da Expressão 8.37
A Tabela 8.6 indica os valores máximos típicos de RA-
50
R,, s 90 = 0,55 !1

na prática um valor difícil ele obter e manter. 8.4 Esquema IT


Assi1n, veriíica·s.e que em um esque1na TT, pani que
ocorresse o seccionamento aotomático em condições de
Generalidades
falta fase-ma.ssa, usando-se apenas dispositivo de prote- Enl un1 esquen1a IT não existe, como descrito na
ção a sobrecorrente (o que não é permitido), seria neces- Seção 3.3 .6, o aterramento direJo de qualquer ponto da
sário que a resistência de aterramento das n1assas tivesse alimentação estando as massas aterradas em un, ou em
um valor muito baixo, difícil ele obter na prática e de con- mais eletrodos de aterramento (independenles, em geral,
servar ao longo cio tempo. Dessa forma, para o esquema do eletrodo de aterramento eventualmente existente para
TI, a NBR 5410 obriga o uso de dispositivos DR e, nesse a alimen1ação). Nele, quando ocorre uma primeira falta
caso, a condição ele proteção da Expressão 8.38 fica fase-massa, a corrente resultante é limitada de maneira a
sendo a Expressão 8.38. que nenhuma tensão de contato perigosa.. isto é, superior
à tensão de contato-limite (U1), possa aparecer em qual-
RA1,,,. s u,. (8.38) quer massa ela instalação.
onde /.l.1v é a corrente diferencial·residual nominal de Nessa condição, não é irnperativo o seccionamento
atuação cio dispositivo. automático decorrente cfe uma primeira falta, permitindo
que o setor atingido continue íuncionanclo. No entanto,
é importante que o defeito seja rapidamenJe localizado
10.000
e eliminado, do contrário a instalação poderá compor-
1(s) tar-se como se o esquema fosse TN ou TT, ocorrendo
com dificuldade e com imprecisão o seccionan1ento -
J.000 se acontecer uma segunda falta antes de ter sido elimi-

100
\ nada a primeira.
No sistema IT o primeiro defeito deve ser corrigido
in,ediatan,ente, portanto eleve ser previsto unl dispositivo
\ I\ supervisor de isolamento (DSI), para indicar a ocorrência

.g 10 \D de uma primeira falta à massa ou à 1erra. Esse dispositi-


vo deve acionar um sinal sonoro e/ou visual direta·
is .. ... ..
"' '\;~f' mente à equipe de n1anutenção, ou a distância, por
meio do siste,na de supervisão.
O esquema IT (principalmente aterrado por meio de
'
' impedância), com indicação adequada de faltas, encon-
tra aplicação em instalações onde seja fundamental a
0. 1 continuidade no funcionamento de equipamentos; é o
caso de certos setores de indústrias (onde existam fornos,
trefilas etc.), de alguns setores nos hospitais, em instala·
0,01 ções de mineração e em algumas instalações de proces-
'- samento de dados. Em particular, em usinas siderúrgicas,
o esquema JT é empregado em áreas como manuseio de
0.00 1 ' 1 coque, carvão e aciaria.
1 1.5 2 3 4 5 7 IO 15 20 30 50 100
II vezes a corrcn1e no1ni11al Tipos de esquema IT
Uma instalação que utiliza o esquema IT pode ser
Figura 8.18 • Caracterí,tica lempo·carrente lípica de dis· isolada da terra ou aterrada por n1eio de urna impedán·
juniores conforme NBR NM 60898 eia de valor suficientemente projetada para esse fim.
SU$W 6

Capítulo 8 • Medidos de proteção oontro choques elétricos (li) - seccionamento automático 253

Tabela 8.6 • Valores máximos ela resistência de aten"Gmento das massas (R, ) em um esquema n, '
em fu~ão da conente diferencial-residual nominal de atuação do dispositivo DR (1..,.) ej
d!' tensão de contato-limite (U,.l
Valor máximo de R, (!l}
l ,1,,·
Situação 1 Situação 2
(A)
(U,. =
50 V) =
(U,. 25 V)
0,03 1,667 833
0.3 167 83.3
0.5 100 50

No caso de ser a instalação isolada da terra (Figura radas em eletrodo(s) independente(s) (Figura 8.19(b)), a
8. 19(a}), a corrente produzida por uma primeira falta condição ele 1><oteção, análoga à ele um esquema TT,
fase-massa fecha-se por meio das capacitãncias das duas pode ser escrita
outras fases em relação à terra. R,1 • 11, s U,. (8.40)
Quando a instalação é ligada à terra por uma impe-
dância {Figura 8.19(b)), a corrente produ1,ida 1>0r uma sendo 11,a corrente ele falta, que, no caso de instalação
primeira falta fase-massa é limitada pelas resistências de isolada, leva em consideração as correntes de fuga natu-
aterramento dos dois eletrodos, R,, das massas e R11 da rais e a impedância global de aterramento da instalação,
alimentação, e pela impedância Z. e RA, a resistência de aterramento elas massas.
Quando os aterrame.ntos da alin1entação e das mas- Quando os eletrodos de aterramento da alimentação
sas se confundem (Figura 8.19(c)), a limitação da corren- e das massas se confundem (Figura 8.19(C)), não a1>are-
te é feita apenas por z. ce, em uma massa sob falta, nenhuma tensão de conta-
Quando a alimentação é aterrada por meio de impe- to perigosa, pois esta é igual à queda de tensão nos con-
dância, as capacitãncias das duas fases não envolvidas na dutores de proteção {como em um esquema TN) cujas
falta fase-massa apresentam, em geral, uma impedância impedâncias, no caso, são desprezíveis, se con1paradas
muito superior a Zf a menos que a instalação possua cabos con1 a in1pedância Z de aterramento da alimentação.
de grande comprimento ou uma cobertura metálica. Nesse caso, não é necessário, na prática, verificar a con·
A ligação da ai imentação à terra por meio de uma diçào dada na Expressão 8.40.
impedância é prevista principalmente quando são Muito embora em uma primeira falta não haja neces·
esperadas sobretensôes ou oscilações de tensão, devi- sidade de provocar o seccionamento automático da ali·
das a fenômenos de ressonância. O valor de Zé esco- mentação cio respec1ivo circuito, ela deve ser delectacla,
lhido de modo a evitar oscilações e a provocar a circu- localizada e eliminada no menor 1empo possível.
laç.'io ele uma corrente de falta que possa ser detectada,
com o objetivo de promover a sinalização. Esta não eleve Condições de proteção - 2!! falta
ser muito elevada para não provocar aquecimentos inde- Se a primeira falta fase-massa não for eliminada e
sejáveis nos condutores de proteção e, eventualmente,
ocorrer uma segunda falta fase-massa, envolvendo outra
nos eletrodos de aterramento.
fase, circulará na instalação uma corrente de clupla falt<1,
Em geral, adota-se para Z um valor ela ordem ele
na verdade, uma corrente de falta entre duas fases. Esta
cinco a seis vezes a tensão U0 = UV3 da instalação, ou
deverá ser eliminada por seccionamento automático.
seja, aproxinladamente 1.000 n, para un1a instalaçà'o
com U = 380V. O seccionamento automático da alimentação que
~ conveniente, em princípio, não distribuir o condu· visa à proteção contra choques elétricos na ocorrência de
tor neutro em instalações IT. Com efeito, se tal ocorrer, uma segunda falta deve ser equacionado, seguindo-se as
uma falta para terra envolvendo aquele condutor suprimi- regras definidas para o esquema TN ou TT, dependendo
rá as vantagens obtidas com seu não aterramento direto. de como as massas estão aterradas.
Quando a proteção envolver massas ou grupos de
massas vinculadas a eletrodos de a1erramen10 distintos,
Condições de proteção - lll falta as condições aplicáveis são aquelas prescritas para o
Nos esquemas IT, é necessário assegurar que, quan· esquema TI e, quando a proteção envolver massas ou
do da ocorrência de un1a primeiriJ ftdta l(1se·massa, a grupos de massas que eslejam todas interligadas por
massa em questão não assuma um potencial perigoso, condulor de pro1eção (vinculadas todas ao mesmo ele-
isto é, superior à tensão de contato-limite u,.. No caso trodo de aterramento), as considerações aplicáveis são
de instalações isoladas da terra (Figura 8. 19(a)) e de ins· aquelas do esquema TN, devendo ser atendida a seguin-
talações aterradas por impedância, com as massas ater- te condição, quando o neutro não for diwibuído:
SU$W ü

254 lnslalações elétricas

Fonrc

-- 1.,
1.,:
L,
---+
tr
! 1., e, e,

Fo111e.
!''

(,)
rrr
r·onlc
L, "-1
L1 L1

...,,, - ,, !
1.,

r -· ,, !
1.,

" •
,,
~
" -(b)
~ kAB
+---

(C)

Figura 8.19 • Tipos de esquema IT indicando os respectivos percursos de corrente de falta (primeira falta)

z., s u12 1. das separadamente ou pertencentes a diferentes grupos


ele massas), a condição de proteção é a mesma do esque-
No caso do neutro ser distribuído, a condição é a ma n, como mostra a Figura 8.20 tendo a fonte de ali·
seguinte: n,entação a tens<'lo U.
z, s U,12 1,,
Onde: EXEMPLO
• z., é a impedância, em ohms, do percurso da corren- Admite-se na instalação IT esquematiuda na Figura
te de falta quando o neutro não é distribuído, com-
8.20, as tensões 220/380 V, a impedância Z = 1.000 n
posto pelo condutor de fase e pelo condutor de pro-
e as resistências de aterramento das massas /?., = 3 n

teção do circuito.
Z'~ é a in1pedJnci<1, en1 ohn1s, do percurso da corren-
e H.,= 5 !'!.
te de falta quando o neutro é distribuído, composto • Uma primeira falta fase·massa daria origen, , na
pelo condutor neutro e pelo condutor de proteção do massa 1, à corrente de falta e tensão de contato:
circuito. 220
• U é a tensão nominal entre fases, em volts, valor efi- massa 1 -> 1,1 = 000 0 = 0,219 A:
l. + ·'
caz en, corrente alternada.
• U0 é a tensão non1i nal entre fase e neutro, en1 volts,
U111 = 0,219 · 3 = 0,66 V
valor eficaz em corrente alternada. • Para uma falta dupla, isto é, nas massas 1 e 2, tem-
• !,, é a corrente que assegura a atuação do dispositivo se a corrente
de proteção em um tempo no máximo igual ao espe- 380
cificado na Tabela 8.7, ou a 5 s, nos casos previstos Im = ;;----
5
= 47,5 A
·' +.
anteriormente (alimentação de equipamentos íixos).
e as tensões de contato
Quando, em uma mesma instalação, as massas são
Um = 47,5 · 3 = 142,5 V e Um. = 47,5 · 5 = 237,5 V
aterradas individualmente ou por grupos, no caso de duas
faltas em fases distintas envolvendo duas massas (aterra- muito superiores à tensão de contato-limite.
SU$ W li

Capítulo 8 • Medidos de proteção contro choques elétricos (li) - seccionamento automático 25 5

I Tabela 8.7 • Tempos ele seccionamento máximos na esauema IT -12" falta! 1


Tempo de se<:ci onamento
Tensão nominal do circ.uito
(s)

u u, Neutro não distribuído Neutro distribuído


(V) (V) Situação I Situaç.io 2 Situação l Situação 2
208, 220, 230 115, 120, 127 0.8 0,4 5 1
380.400 220. 230 0.4 0,2 0.8 0.5
440,480 254,277 0.4 0,2 0,8 0.5
690 400 0.2 0,06 0.4 0.2

NOl.lS:
1. Ué 1cns:lo non1in.'l.l cnll\! , ~ v:,IOf ..:íicat cm corrtntc al1crrnida.
2. U0 é tens:'io nominal entre fase e oeu1ro, \':llor cfica1, cm concn1e al1cm:1da.
3. l>am v:,IOfeS in1ermcdiários de ,ens.10. de\•e s.,?r ado1nd0 o v:ilor (da 1abel:V imedi.ru:in~1e s,1perior.

É lógico que, nessas condições, deve-se dar preferên- cuito em u1n único circuito, visto que, agora, sfio dois os
cia às proteções diferenciais-residuais, isto é, aos DRs. circuitos envolvidos, como mostra a Figura 8.21.
Observe, no entanto., que é necessário garantir a não Desprezando-se o risco de contato simultâneo com
atuação desses disposilivos quando ocorre uma primeira ns duas massas sob falta, a tensão de contato a conside-
falta; para tanto, reconlencla-se que, para cada dispositi- rar será a que aparece, quando ocorre a segunda falta,
vo, a corrente diferencial-residual ele não atuação seja, entre uma ,nassa e o tern,inal de aterran1ento principal,
no mínimo, igual à corrente que circula no respectivo isto é, a queda ele tens.ia nos condutores de proteção
circuito em uma prin1eira falta direta fase-massa~ou seja, entre a massa e o referido terminal.
Admita-se que sejam previstos pontos de referência
(8.41) no nível dos quadros terminais (tal como foi feito no
esquema TN), por exemplo, ligando o terminal ele aterra-
Assirn, no exemplo anterior, deveríamos ter, nos cir- mento de cada quadro a um ponto ela ferragem da estru-
cuitos 1 e 2, dispositivos DR com t.,,v .e 438 mA, ou tura do prédio; sejam P 1 e P, os pontos de referência
seja, DRs de 500 mA. para os circuitos 1 e 2. Nessas condições, a impedância
Considere agora o esquema IT com as massas interli- do percurso ela corrente ele dupla falta (Zsl poderá ser
gadas. A corrente de dupla falta, no caso de faltas dire- escrita, desprezando as reatãncias (ver Figura 8.21):
tas fase-massa, afetando duas fases distintas, será uma
corrente de curto-circuito entre fases, porém sua intensi-
dade será bem maior que a de uma corrente de curto-cir-
z.• = -e1 (R1,1•,, + R,.,,- + R2 + R,) (8.42)

t
'
r .......,

:' z :'
: :
~. r . · '
'

Figura 8 .20 • Corrente de duplo falto em um esquema IT com mossas não interligados
SU$W ü

256 lnslalações elétricas

sendo R, e R, as resistências cios condutores vivos fazendo 1,,11,, = p, virá da Expressão 8.47
(envolvidos na falta) dos circuitos 1 e 2, RN:, e R,.., as ,,,, 1
resistências dos respectivos condutores de proteção e 1/c ,,,,, = - - = ,,. , - - (8.48)
p + l l+p
u,n fator que corrige a son,a das resistências dos dois cir·
cuitos levando em considera~io a impedância a mon- Da Expressão 8.50, verifica-se que, se I , 1 for superior
!
1

tante de ambos (ou seja, entre os pontos de referência e


a / 1.1 , isto é, se p for inferior a 1, a relação P será
o terminal ele aterramente principal). 1
Fazendo, comonoTN, 111 1 = Rre,IR, em2 = R,,dR'b sen1pre maior que 1/2, unia vez que seu denominador
tem-se, da Expressão 8.42 será sempre inferior a 2. Conseqüentemente, ln será neces·
sariamente superior a I ,., 12 .
Pode-se também escrever, da Expressão 8.49
Zs = ~[R 1(1 + m 1 ) + R2(l + 1111)] (8.43)
,,., 1
lm = 1 + 1/p = l,11 + llp (8.49)
A corrente de dupla falta, l,u, obtida dividindo-se a
tensão de linha U pela impedância Zs (Figura 8.2 1),
Verifica-se, da Expressão 8.51, que se 1,, for superior
pode ser escrita:
a I n, isto é, se p for superior a 1, a relação
lm = 1
u 1
;(R1(1 + 111 1) + R2(1 + 11~)] 1 + Jlp

isto é será sempre maior que 1/2, visto que seu clenominaclor será

,,.,2= - ---------
cu sempre inferior a 2, ou seja, / 1.12 será necessariamente
superior a l n 12.
(8.44)
R, (l + 111 ) + R,(1 + 111 )
1 1
Assim, a corrente ele dupla falta / 1.12 será sempre
Chamando 1,, à corrente de falta que circularia no superior à metade da menor das correntes 1,., e l 11z; e são
circuito 1, devido a uma (única) falta direta fase-massa, essas correntes de falta (única) direta fase-massa que cir·
admitindo que a instalação seguisse o esquema TN (com culariam nos circuitos 1 e 2, respectivamente se a insta·
1

uma fase aterrada). tem-se lação fosse TN.


Dessa forma, pode-se concluir que, em um esquema
1,, = - - - - -
cu IT com as massas interligadas, a condição de proteção por
(8.45)
R, (1 + 1111 ) seccionamento au1omá1ico da alimentação é satisfeita se
o dispositivo de proteção de cada circuito assegurar o sec-
Analogamente, para uma falta em 2
cionamento de uma corrente, no mínimo, igual à metade
I
cu
=-..,..---- da corrente de falta direta fase-massa, que circularia se a
(8.46) instalação fosse TN. Portanto, pode-se escrever, da
" /? ( l + 111 )
2 2
Expressão 8.2 (ou da Expressão 8.11 ), como condição de
Das Expressões 8.45, 8.46 e 8.47, pode-se escrever seccionamento automático à segunda falta, que

(8.47) 1
u
• "' 2 Zs

p
R2.X2 t
1,X1._.,
l(p1.:.·, X l'I}'

Rplf'1. i
Uo , Uu2
Xpe1 XPh'2

0 0
,,
Figura 8.21 • Corrente de dupla folia em um esquema IT com massas interligadas
SU$W li

Capítulo 8 • Medidas de proteção contra choques elétricos (li) - seccionamento automático 257

ou, como indica a NBR 54 1O escrever as seguintes expressões para o comprimento


n1áximo de circuitos tern1inais de esquemas IT, protegi·
.
Zs s
\/3 u. dos por dispositivos a sobrecorrente:
21 (8.50)
' • sem neutro distribuído
_ _ r.. cU0
onde / 11 = é a corrente que asse:gura a atuação do dispo-
/~,. = 0 .., V 3 I (l ) S,. (8.54)
sitivo de proteção em um tempo, no máximo, igual ao p " + IIJ
especificado na Tabela 8.6, ou a 5 s, como nos casos pre-
vistos na Seção 6.1 . • co1n neutro distribuído
No caso de ser o neutro distribuído, a condição de
e U0
dupla falta - envolvendo uma delas o condutor neutro
- é a mais des(avor.'lvel, por dar origen1 à menor corren·
, ..,, = 0,5 p l e,('l + Ili ) s,.• (8.55)
te de dupla falta, tomada igual à metade da corrente de
sendo
falta no esquema TN, que determinará a proteção contra
contatos indiretos. Se a condição de proteção for satisfei- • J..., o comprimento máximo do circuito terminal (s);
ta por uma falta dupla fase-massa e neutro-massa, tam- • U0 = Ul\/3 tensão ele fase (V).
bém o será para uma falta dupla fase-massa. • e = um fator que leva em conta o percurso ela cor-
No caso de neutro distribuído, a condição de prote- rente de falta a montante do circuito terminal.
ção pode ser escrita • S,. = a seção nominal dos condutores vivos do cir·
u.
J. s 2Z-
cuito terminal (mm1) .
,,.s • = a resistividade do material cios condutores do cir·
p
cuito terminal (0.mm' l m).
ou • 1. = a corrente que garante a atuação do dispositivo
u. a sobrecorrente em um tempo 1, obtido da Tabela 8.6,
Z.,, : S
2 I- (6.51) ou igual a 5 s, coníorn1e o caso.
" • ,n = a relação da seção cios condutores vivos f)ara a
Nas Expressões 8.52 e 8.53: cio condutor de proteção do circuito.
• Z,; é a impedância do percurso da corrente de (dupla) Dessa forma, o comprimento máximo de um circuito
falta, que pode ser considerada, no caso ele existir um terminal em um esquema IT com massas interligadas
ponto de referência na orige1n dos circuitos terminais poderá ser obtido muhi1>licando-se o comprimento máxi·
e estando os condutores de proteção da instalação mo ele um circuito análogo em um esquema TN por:
nas proximidades imediatas dos respectivos conduto-
res vivos, igual a R + !~,.,.> sendo /? a resislência cio
• 0,5\/3 se o condutor neutro não for distribuído, ou por
• 0,5 se o condutor neutro for distribuído.
condutor vivo (do circuito terminal considerado)
entre a falta e o ponto de referência e 1?1•8 a resistên- Assim como no esquema TN, também no esquema IT
cia do respectivo condutor de proteção. com massas interligadas aplica-se o critério da proteção
• U0 é a tensão de fase U0 ; Ul\/3); contra contatos indiretos a circuilos terminais protegidos
• lu é a corrente que assegura a atuaÇ<io do dispositivo 1>0r dispositivos a sobrecorrente, adn1itindo-se que:
de proteção em um tempo menor ou igual ao obtido • O condutor de proteção esteja instalado j unto do cir-
por meio da Tabela 8.l>, ou a 5 segundos na Situação cuito dos condutores vivos.
1, para circuitos que son1ente alirnenten1 equipamen· • Exista um "ponto de referência" no nível da origem
tos fixos. do circuito.
A tensão de contato presumida poderá ser escrita, da
Expressão 8.18: Dispositivos de proteção
• sem neutro distribuído Nos esquemas IT, só deve ocorrer o seccionamento
au1on1ático de um circuito quando nele vier a ocorrer
(8.52) uma falta fase-massa, preexistindo outra falta fase-massa
em outro circuito ou em outra fase. Para tanto podem ser
utilizados, em princípio, dispositivos de proteção a sobre-
cUo correote e dispositivos DR, com a condição de que não
u,, = o.s - -
l + lll
(8.53) atuen, em uma pri1neira falta.
No caso de esquen1as IT com massas aterradas indivi-
Ainda considerando o caso de massas interligadas, dualmente, a exemplo cios esquemas TT, a proteção con·
pode-se, da Expressão 8.22 válida para o esquema TN, tra contatos indiretos deve, preferencialmente, ser reali·
SU$W li

258 lnslakições elétricas

zada por dispositivos DR, observada a condição indica- do neutro na origem da instalação, só podem ser
da na Expressão 8.41. usados os esquemas TN e TT (ver Seção 8.6).
No caso de esquemas IT com massas interligadas, a • Em instalações alimentadas por transformador (ou
proteção pode ser garantida por dispositivos a sobrecor- gerador) próprio, em princípio, qualquer esquema
rente (disjuntores ou dispositivos fusíveis) como no esque- r>0de ser utilizado, entretanto, é preferível utilizar
ma TN, desde que observada a condição dada na o esquema TN (caso típico de instalações indus-
Express.10 8.52, quando o neutro não for distribuído, ou triais e ele certos prédios comerciais ou institucio-
na Expressão 8.53, quando existir condutor neutro. nais de porte) e, em alguns casos específicos, o
Quando tal condição não puder ser cumprida, devido ao
esquema IT (como em certos setores industriais
elevado valor e~, impedância do percurso ela corrente de
hospitalares e em instalações de mineração).
falta (isto é, no caso ele circuitos cujo comprimento seja
(b) Equip,,mentos de utilização:
superior ao valor máximo dado na Express.io 8.54 ou na
• Quando existirem na instalação equi~><1mentos de
Express.io 8.55, a proteção deve ser executada por dispo-
sitivos DR ou, alternativanlente, eíetuando·se unia ligação utilização com elevada corrente ele fuga, como
eqüipotencial suplementar. fornos e certos tipos de filtros, não é conveniente
Quando as massas forem aterradas por grupo,, a pro- utilizar o esqt1ema TT, em virtude da possibilidade
teção de cada circuito deverá ~tuar: ele disparos intempestivos dos DRs.
• No caso de equipan1entos com elevada vibração
• Con,o no caso de massas aterradas individualn1ente, mecânica, não é recomendável o uso do esquema
para quando a primeir,1 falta tiver ocorrido e1n um
TN, devido à possibilidade de rompimento cio con-
outro grupo de massas.
dt1tor de proteção (contido na mesma linha elétri-
• Como no caso de n1assas interligadas, para quando
ca dos condutore, vivos).
a primeira falta tiver ocorrido no mesmo grupo de
massas. (c) Nawreza dos locais:
• Em locais com risco de incêndio (BE2) ou de
Ness.,s condições, a proteção ideal é a efetuada por explosão (8E3), f>Ocle não ser conveniente o uso
dispositivos DR, observando a condição dada na Ex-
cio esquema TN, devido ao valor elevado das cor-
pressão 8.43.
rentes de faha fase-massa.
(d) Funcionamento:
8.5 Aplicação dos esquemas de • Em instalações onde seja fundamental e indispen-
aterramento sável a continu idade no serviço, como em certos
setores de hospitais, de indústrias etc., deve-se
Comparação optar pelo esquema IT.
A escolha do esquema de aterramento a utilizar em
uma instalação deve ser feita pelo projetista logo no iní- Aterramentos de subestações
cio do projeto, tendo em vista a influência que isso terá
em diversas etapas do trabalho (escolha ele dispositivos de transformação
de proteç.io, dimensionamento de circuitos etc.). Deve A análise dos aterramentos ele subestações de trans,
basear.se em dados de nature.za diversa a serem conside+ formação (ou de •postos primários•, na terminologia de
rados em conjunto, a fim de ser tomada un1a decisão que algumas concessionárias) envolve considerações a res-
traduza a solução ótima para a instalação.
peito de:
Em princípio, os três esquemas oferecem o mesmo grau
de segurança no tocante à proteção elas pessoas, apresen- • Aterramento de proteção da subestação, ou seja, o
tando, no entanto, características de aplicação diferentes, aterramen10 elas massas, dos elementos condutores
que se traduzem em vantagens e desvantagens fundamen- estranhos à instalação e cios pára-raios.
tais na escolha para uma instalação. • Aterramento (funcional) do neutro do{s) transíorma-
Pode-se considerar quatro aspectos funclamen~1is para dor(es).
a escolha do esquema de aterramento: • Aterrameoto de proteção da instalação de baixa tensão.
• Alimentação. As posições relativas ela subestação e cio prédio, cuja
• Equi1><1mentos ele utilizaç.io.
instalação é alimentada, conduzem a duas soluções
• Natureza dos locais.
possíveis:
• Funcionamento.
A seguir, a análise de cada u,n desses aspectos: (a) Interligação dos aterramentos ele proteção ela subes-
(a) Alimentaç,io: tação e da instalação de baixa tensão.
• Em instalações alimentadas por rede pública em (b) Separação cios aterramentos de proteção da subesta-
baixa tenxio, devido à exigência de aterran1ento ção e da instalação de baixa tensão.
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidos de proteção contro choques elétricos (li) - seccionamento automático 259

A primeira solução é a indicada para subestações Aterramento de instalasões


internas ou próximas aos prédios (na prática, essa "proxi· a!im,en!a,!,fas P.º!' rede d~
midade" pode ser traduzida por distâncias iníeriores ou d1stribu1çao publica em baixa tensão
iguais a 15 m), tendo em vista a provável não impeclân·
Uma rede de distribuição pública em baixa tensão é
eia (ver Seção 3.3.6) entre os respectivos eletrodos de
aterra,nento. Nessa situação, pela n1esma razão, o ater-
aterrada em vários pontos ao longo de toda sua exten-
são. No entanto, segundo as concessionárias, para que
ramento do neutro também deve ser integrado à interli-
gaç.'io, e a instalação ele baixa tensão deve seguir o seja atingido um grau de efetividade mínimo no aterra-
mento do neutro, é necessário que o condutor neutro ele
esquema TN.
É preciso observar que, mesmo no caso de uma cada ramal de ligação seja aterrado na origem da respec·
subestação distante do prédio, essa solução é a indicada tiva instalação consumidora. Isso, aliás, é uma exigência
quando existir ligação entre eles por meio de cabos com da NBR541Opar,, todas as instalações alimentadas daque-
armação metálica ou por meio de condutos metálicos. A le tipo de rede.
segunda solução só deve ser utilizada quando íor possí- Nessas condições, para as instalações cuja alimenta-
vel garantir a independência dos eletrodos cios aterra- ção seja proporcionada por rede ele distribuição pública
mentos de llroteção da subestação e do prédio. Nesse en1 baixa tensão, só poderão ser util izados os esquen1as
caso, o neutro da subestaç.10 deve ser aterrado junta- TN-C-5 ou TT. como mostra a Figura B.22 .
mente com as massas e elementos condutores da subes- No caso de esquema TN·C·S (Figura 8.22(a)), existem
tação (já que não tem sentido separá-los), e a instalação (pelo menos) dois aterramentos, o do secundário do trans·
de baixa tensão do prédio pode seguir o esquema n. formador, com resistência R,,, e o do neutro na origem da

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(b)
1 1

R,l

~ -~~
Figura 8.2 2 • Esquemas de aterramentos em instalações olimentoclos por rede de distribuição em baixo tensão· (a) TN·C·
~~n .
SU$W ü

260 lnslalações elétricas

instalação do consumidor, con, resistência /~ ',Jt não sendo impedância do percurso da corrente de falta poderá ser
necessária a independência elétrica entre ambos. A impe- calculada (aproximadamente) por:
dância do percurso da corrente de falta será constituída
basicamente por: 2,. = -e1 (R,
- -
. + R1,p)
. (8.57)
• li" - resistência do secundário do transfonnador.
• n·,.- resistência do condutor de fase da rede, desde onde R,. é a resistência do condutor fase do circuito ter·
o transformador até o ponto de derivação. minai e ii,./i, a resistência cio respectivo condutor de pro-
• ll'í. - resistência cio condutor de fase desde o ponto teção, como sugere a Figura 8.23, e e um fator que pode
de derivaç.'\o da rede até a origem da instalação. variar de 0,6 a 1 (geralmente tomado igual a 0,8).
• 1?1• - resistência dos condutores de fase desde a ori· Outra solução é proteger a instillaçâo con10 se o
gen, da instalação até <"' massa sob falta. esquema utilizado fosse TI, isto é, utilizando dispositivos
• !?,,,: - resistência dos condutores de proteção, desde a DR. Esta, por sinal, pode ser a solução mais indicada no
massa sob falta até o terminal de aterramento principal. caso de ser aérea a rede de distribuição pública, onde
• !?",, - resistência do condutor neutro (na realidade, existe maior probabilidade de rompimento do condutor
PEN) desde o terminal de aterramento principal até o neutro. (Rompendo o condutor neutro da rede, o percur-
ponto de derivação. so da corrente de falta envolverá a terra e, na prática,
• li',,, - resistência do condutor neutro (na realidade, tem-se um esquema TI.)
PEN) desde o ponto de derivação ela rede até o O uso de um esquema TI em uma instalação alimenta-
secundário do transformador. da por rede pública ele baixa tensão (ver Figura 8.22(b))
pressupõe, em princfpioi a existência de três aterramentos,
Pode-se escrever:
o do secundário do transformador, de resistência R11, o cio
Zs = 1111 + Ri + Ri. + R,. + R,,e + R",, + ll;v (8.56) neutro, de resistência Rí,, e o das massas, de resistência
!?A, esses dois últimos eletrodos deverão ser eletricamente
É importante observar que as resistências R,, !<',. e
independentes, o que nem sempre é possível em centros
R·N devem ser fornecidas pela concessionária e, em
urbanos, devido não só às distâncias, como também à exis-
geral, são inacessíveis na fase de projeto da instalação.
tência, em n1uitos C<'lSOS, de elen1entos metálicos no subso-
Portanto, em princípio, o valor de Zs não pode ser deter-
lo que acabam interliganclo os eletrodos.
minado pelo projetista e não é possível verificar a condi-
A impedância do percurso ela corrente de falta será
ção de proteção dada na Expressão 8.9.
O problema pode ser resolvido se for previsto um Zs = R, + Rí,IIR" (8.58)
ponto de referência no nível de quadro terminal, como
apresentado na Seção 8.2, isto é, se for prevista uma Se ocorrer o rompimento cio condutor neutro da rede,
o esquen,a permanece TT e a impedância Z.,· passa a valer
interligação entre o terminal de aterramento do quadro e
um elen1ento condutor estranho à instalação. Assin1, a (8.59)

L, -
!.,, _-
_-_-
_-_-
_-, -,
N-----~
PE -,~ --.

QD
Pomo de Barrn de Barra de
rcfc.rência atcrra1ncnto neu1ro

Elen1cn10 condutor
cs:iranho à instalação

Figura 8.23 • Es1abelecimonlo do ponto do referência


SU$W li

Capítulo 8 • Medidos de proteção oontro choques elétrico, (li) - seccionomento outomático 261

Na prática, não é necessário que os eletrodos de tribuição (geral) da instalação, desde que o trecho com·
aterramento do neutro (na origem da instalação) e das preendiclo entre a origem e o dispositivo não possua
massas sejam eletricamente independentes para que a qualquer massa e satisfaça a medida de proteção pelo
instalação seja considerada TT. Basta que o percurso de emprego ele componentes Classe li ou pela aplicação de
uma corrente de falta fase..massa inclua a terra, o que, isolação suplementar. Na prática, essa condição pode
geralmente, lhe confere uma impedância razoavelmente ser realizada se, entre a origem e o dispositivo, existirem
elevada . ~ o que ocorre, por exemplo, quando a conces· apenas condutores isolados em eletroduto isolante ou
sionária exige, além do aterramento do neutro na orige1n cabos uni ou multi1>0lares contidos ou não em eletrodu·
ela instalação, outro {separado) para as n1assas. to isolante.
No Brasil, para as instalações elétricas alimentadas
~ importante observar que:
por redes de distribuição pública em baixa tensão, a ado·
çâo do esquema TN-C-S é, em geral, a solução mais con- • O DR único deverá ser, na maioria dos casos, de alta
veniente do ponto de vista ele segurança, uma vez que; sensibilidade, tendo em vista as necessidades de pro·
• É utilizado um único sistema de aterramento na ori· teção adicional con1ra contatos diretos.
gem da instalação do consumidor. • Para que seja viável a uti lização de um único DR ele
• As correntes de curto-circuito são elevadas e a prote- alta sensibilidade (na caixa de entrada ou no quadro
ção atua efic,,zmente. geralt é fundamental que ele não atue com a corren·
• A rápida atuação da proteção diminui o tempo de cho- te de fuga total normal da instalação; assim, no caso
que elétrico, proporcionando proteção contra o conta- ele um DR de 30 mA, a corrente de fuga em condi·
ções normais não deve ultrapassar 15 mA.
to indireto.
• O surgimen<o de uma falta fase-massa que provoque
o aparecin1ento de uma tensão de contato perigosa
8.6 Aplicação dos dispositivos DR deverá fazer o dispositivo atuar, desligando toda a
instalação.
Generalidades Nessas condições, o uso de um único DR (interruptor
Os dispositivos DR são utilizados na proteção contra ou disjuntor) é, em geral, uma solução aplicável a insta·
contatos indiretos qualquer que seja o esquema de aterra- lações de pequeno e médio porte.
mento utilizado (TN, n ou 1n, podendo, em princípio, ser Assim pode-se utilizar, por exemplo:
utilizados dispositivos de baixa ou de alta sensibil idade.
• Um disjuntor DR de alla sensibilidade na caixa de
~ preciso observar, por sua vez, que os DRs ele alta
entrada de uma unidade isolada, o que penmite reu·
sensibilidade constituem uma proteção adicional obriga-
nir, em un, único dispositivo, a "chave geral da
tória contra contatos diretos, conforme a NBR 5410.
instalação" de proteções contra sobrecorrentes e
contra choques elétricos (ver Figura 8.24(a)).
Esquema TT • Um interruptor ou disjuntor DR de alta sensibílidade
Nas instalações com esquema TT, como enfatiza a no quadro de distribuição de cada unidade, em pré-
NBR 541 O, o DR é atualmente o único meio adequado dios com várias unidades (observadas as condições,
para proteção contra contatos indiretos, o mesmo ocor- já citadas, que permitem o deslocamento do DR),
rendo com as instalações alimenladas por redes p,íblicas com proteção de retaguarda adequada no centro de
em baixa tensão com esquema TN·C.S. medição !disjuntor ou dispositivo fusível) (ver Figura
A norma admite nesse esquema o uso de un1 único 8.24(b)).
dispositivo DR, instalado na origem da instalação, pro· Quando não for possível ou recomendável utilizar
porcionando uma proteção geral contra contatos indire- um único DR, duas são as soluções mais indicadas:
tos. Assin1, nas unidades de consumo alin1en1adas por
rede pública em baixa tensão, o dispositivo 1>0deria ser (a) Instalar um disjuntor DR de baixa sensibilid,1de como
localizado junto do medidor, isto é: proteção geral (na origem ou no quadro de distribui-
ção, quando possível) e disjuntores DR de alra sensi·
• Na caixa de entrada de unidades isoladas (como nas bilidade nos circuitos terminais onde se faça necessá-
residências e em pequenos estabelecimentos rio; obtendo-se uma coordenação entre os DRs (ver
con1erciais). Figura 8.25(a)).
• No centro de 1nediç,ão de prédios com várias unida· (b) Instalar um inrem,ptor DR em cada derivação da ins-
eles (por exemplo, em prédios residenciais ou comer- talação, isto é, em cada um dos circuitos de distribui·
ciais e em shopping centers). ção, se existir mais de um, ou em cada subdivisão
No caso de un1 único DR, a norn1a acln1ite seu deslo- feita no próprio quadro. Observe que os dispositivos
camento da origem, por exemplo, para o quadro de dis- só poderão ser instalados no quadro de distribuição
se, entre a origem e o quadro, forem observadas as
SU$W ü

262 lnslalações elétricas

FN. 2F, 2F-N


3F.3P-N Qnadro de
distribuição
Caixa de e,urada

Disjuntor DR (30 mA)


Alin1c1u aç-ão N ' de C-on·en1es non1inais
pó los (A)
FN ou 2F 2 25, 40
2Fou 2F-N 4 40, 63
3F ou 3F,N 4 40.63
(a)

Condutores isolados e 111 eletroduto


isolante ou e,n cabos uni ou multipolares
(contidos ou não e1n e-le1roduLo i sol ante)

FN. 2F, 2F·N


3F, 3F,N
• Interruptor DR (30 1111\
4 1>6los. 40 e 63 A ou
• Disjuntos DR (30 mA)
, 2 pólos. quando a corrente
: não ullrapassar 40 A ou
;• Disjuntor DR (30 mA)
: 4 pólos. quando a c,orrenre

l
não ultra.passar 63 A

Cha\•e-gcral e

~
protcçâo de
retaguarda do
DR (disjuntor ou fusível)
Centro de no caso de ser usado unt
rncdi ão interruptor
(b)

Figura 8.24 • Exemplos de utilização de um único DR: (a) unidade isolada; (b) unidade de prédio com vários unidades

condições indicadas anteriorn1ente (para o desloca~ derivações. Assim, por exen1plo, se na instalaçêlo repre-
mento de um DR da origem para outra posição). A sentada na Figura 8.25(b) tiver um DR de 30 mA e outro
corrente nominal de cada DR não cfeverá ser inferior de 300 mA, a resistência deverá valer, 1>ara = 50 V u,.
à soma das correntes de projetos dos circuitos deriva, 50
dos (ver Figura 8.2S(b)). li, S X • = 167 0
300 10 3
No caso de uma instalação con1 várias derivações,
cada uma protegida por um DR (como na Figura 8.25(b)) Existe, no entanto, a 1>0ssibilidade de que correntes
e com um aterramento comum, a resistência de aterra- diferenciais-residuais (de fuga ou de falta) nas deriva-
ções, um pouco inferiores aos l .,,v, dos respectivos DRs e
mento (li,) deve ser obtida pela expressão a seguir
que não provoquem sua atuação, somando-se, colo-
li S,~ (8.60) quem sob tensão as d iversas massas. Essa condição é
A / ,1.1\' nux mostrada na Figura 8.26.
onde J~.,·nui é o maior dos valores de corrente diferen- Considerando /IA= 167 O e,,,=l n = 0,2 A e'"'=
cial-residual nominal de atuação dos DRs utilizados nas 0,019 A, ten1-se, nas n1assas, a censão
SU$W li

Capítulo 8 • Medidos de proteção contro choques elétricos (Ili - seccionamento automático 263

2F. 2F-N
3F, 3F-N Quadro de

---+
Entrad• distribuição

Disjuntor DR (300/500 mA)


4pótos.63. t00c t25A
Disjuntor DR (30 mA)
2 pólos. 25 e 40 A
l
FN.2F FN, 2F

(a)

Quadro de
\
Condutores isolados cn1 clc1roduto ~
dis1ribuiç5o
Emrada
isolante ou e,n cabos uni ou ,nuhipoJares
(con1idos ou oão e,n elctroduto isolante)

l FN. 2F. F-N


3F, 3F-N

Interruptor DR
4 pólos. 40 e 63 A

Ili Ili
(b)

Figura 8.25 • Exemplos de utilizações típicos de DRs: (oi disjuntor DR ele 85 no entrado e disjuntor DR de AS em determi·
nodos circuitos terminais; (bl um interruptor DR em cada subdivisão da instalação

Up = U,, = 167 · (0,2 + 0,2 + 0,019) = 70 V dai-residual pouco inferior ao l.,Ndo DR respectivo, é tam-
bém verdade que tal possibilidade é bastante remota. Por
Para evitar esse problema e reduzir a tensão de conta· outro lado, como sabemos, o DR pode atuar para qualquer
to, a resistência de aterramento deverá ser dimensionada valor ele Ir na faixa 1,"'2 s I,, s /,,, . Nessas condições, é
com base na soma das correntes diferenciais-residuais geralmente suficiente dimensionar R, pela Expressão 8.62.
nominais de atuaç.'io dos diversos DRs instalados nas deri- No caso de um aterran1ento con1um a várias unida·
vações cujo aterramento é comum. Assim, tem-se no caso eles de consumo, como enl unl p(édio de apartan1encos
do esquema da Figura 8.26 ou de escritórios (com esquema n, onde sejam impor-
tantes os valores de corrente de luga das diversas unida-
n, s :~ = 79,4n
0• 0 des, para maior segurança, é oportuno considerar a
máxima corrente diferencial residual que possa perma-
Mas, se é verdade que existe a "possibilidade" citada, necer na instalação comum de terra, sem provocar a
isto é, que em cada derivação exista uma corrente diferen- atuação das proteções rliíerenciais.
SU$W ü

264 lnslalações elétricas

P.lra dispositivos trifásicos, o problema é diferente,


uma vez que cada um desses dispositivos pode atuar sob
ação de uma corrente diferencial·residual em qualquer
300 mA das trê,; fases. Querer considerar, para o cálculo de R., a
soma de todas as correntes diferenciais-residuais nomi-
nais de atuação dos ORs trifásicos significa admitir a
ocorrência de algo possível, mas pouco provável: que
<D em cada derivação circular a corrente diferencial-resi-
u, = u, dual seja máxima e que todas elas estejam na mesma
fase, como mostra a Figura 6.29.
Para concluir, pode·se dizer que a resistência de ater·
ramento de uma instalação TT con, várias derivações
Figura 8.26 • Circuitos individuais protegidos com DRs protegidas com DRs, ou de várias instalações protegidas
por DRs com aterramento comum, deve ser calculada da
Ao cli1nensionar a resistência de aterramento com Expressão 8.63, onde /.>.Nmi, é o mais elevado dentre os
base na máxima corrente diferencial-residual, é necessá· valores da corrente diferencial-residual nominal de atua-
rio considerar as fases que alin,entam cada derivação. ção dos DRs que protegem as derivações ou as instala-
P.lra isso, as três derivações (ou instalações) mostradas na ções.
Figura 6.27, por exemplo, são alimentadas por duas fases Se o objetivo é obter maior segurança para o aterra-
de um sistema trifásico e apresentam urna corrente dife- mento, no caso de várias instalações con1 aterran1ento
rencial-residual (de fuga ou de falta) em uma elas fases. comum sujeitas a correntes ele fuga consideráveis, pode-
Seja / 1 a corrente diferencial-residual na derivação 1, na se levar em conta, no dimensionan1ento de R11 • a máxi·
fase R, 12 na derivação 2, na fase 5, e /~na derivação 3, ma corrente diferencial-residual que pode permanecer na
na fase T, obtém-se a corrente total pela soma (fasorial) instalaçiio comum de terra, como foi apresentado ante-
das três correntes. rionnente.
Admita-se que as correntes diferenciais-residuais este- Uma resistência de aterramento inferior à obtida pela
jam em fase com as respectivas tensões e que o siste1na Expressão 8.62 oferece a vantagem adicional de poder
de tensões seja simétrico. Como a soma de três fasores fazer frente a eventuais correntes unidirecionais para
defasados de 120" não pode ser superior ao maior deles, terra que, embora de valor notavelmente sur>erior a l , ,v.
considerando a pior hipótese (n1áxin1a corrente e1n uma não provoquem a atuação dos DRs.
fase, correntes nulas nas outras duas), dimensiona-se R. Seja, por exemplo, o prédio de ap,1rtamentos esque-
com base na mais elevada dentre as son,as das correntes matizado na Figura 8.30, onde cada apartamento é pro-
diferenciais-residuais nominais de atuação dos dispositi- tegido por um DR de 30 mA.
vos DR instalados em cada fase. No exem1)IO da Figura Devido às imperfeições das isolações, cada ins1alação
6.26, a maior das somas corresponde à fase S. (isto é, cada apartamento) pode apresentar uma corrente

R
s
T

I DR I I DR I 1 DR I

~
- I.<' CD
~

I.<' Q)
~
CD -
,,t '1+ 1
IR
Figura 8.27 • Derivações ou instoloções
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidos de proteção contra choques elétricos (li) - seccionamento automático 265

s
T

1 0.5 A I 1 0.3A J 1 0.5 A J 10,03A I 10,03A I

--< - --< - --< - --< - --< -

1, Legenda:
RS=0,5 A
ST = 0,5 + 0,03 = 0,53 A
RT = 0,3 + 0,03 = 0,33 A
R = 0.5 + 0,33 = 0,83 A
S=0.5 +0,53= l.03A
T = 0.53 + 0.33 = 0.86 A
Figura 8.28 • Fose S com maior corrente

de fuga de alguns miliamperes, insuficiente para provo- L lp=4 + 3 + 10 + ... +8 = 80 mA (8.61)


car o disparo do respectivo OR. As correntes de fuga dos
e a resistência de aterramento valer
diversos apartamentos poderão, confluindo pelo condu-
tor de proteção principal comum, determinar o apareci- RA = 1.ooon (8.62)
mento de tensões de contato perigosas nas massas das as tensões de contato valerão
instalações. Assim, por exemplo, se a soma de todas as
correntes de fuga (admitidas em fase) for u,, = RA · L ,,.= 1.000 X 80 X 10- 3 = 80 V (8.63)

s
T

1 0.5 A I 1 0.3A I 10.03AI 1 0.3A J

'> '> ', 1\

1,13A
- - - -
~- i0.5A i0,3A i 0,03A i0,3A

1
Figura 8.29 • Defeito simultâneo na mesma fase (improvável)
SU$W ü

266 lnslakições elétricas

r

-
DR DR

DR
!

- !
DR

<(- -

Fig ura 8.30 • Proteçõo oom DR, em edifício de uso coletivo

Nessas condições, a resistência de aterramente deve- atuará, uma vez que não é detectada 1>0r ele nenhuma
ria estar coordenada com a soma das correntes de fuga. corrente diferencial-residual.
No entanto, sendo a corrente de fuga total de difícil (pra· A solução para garantir proteção contra contato indi-
tic.1mente impossível) determinação, é usual adotar-se reto para esse problenla seria dín,ensionar R" em função
para R, um valor não superior a 100 !!, o que geralmen- da corrente que garante a atuação do disjuntor em 5 s, o
te é suficiente. que fatalmente levaria a um valor extremamente baixo e
A análise feita é pessimista, na verdade, uma ve.z que praticamente impossível de obter. Outra solução mais
as correntes de fuga de fases diferentes estão defasadas e adequada seria prover o circuito (1) de dispositivo DR.
a soma fasorial delas, na realidade, é menor que o valor
apresentado pela Expressão 8.63, fornecendo uma tensão Esquema TN
de contato menor que a apresentada pela Expressão 8.64.
Nas instalações com esquema TN (exceto nas que
Outro aspecto interessante a observ<1r é sugerido na
Figura 8.31. utilizam o TN·C), como apresentado na Seção 8.2, os
dispositivos DR, geralmente, são a melhor opção para a
Duas cargas (ou duas instalações) (1) e (2), uma pro-
proteção de circuitos em que não puder ser atendida a
tegida contra contatos indiretos por um disjuntor termo-
condição de proteção dada pela Expressão 8.11, como
magnélico e outra por Lun DR, co,n u1n aterran1ento
no caso de circuitos terminais n1uito distantes do trans-
comum cuja R,. foi escolhida em função do DR.
forrnador (por exemplo, em prédios de grande altura ou
Ocorrendo uma falta fase-massa em (1), com corrente lt,
comprimento). Nesses casos, as massas protegidas
a1>arecerá uma tensão de contato
podem não ser ligadas ao condutor de proleç,io ao TN,
u/J. = ,,.. · R,, mas devem ser ligadas a um eletrodo de aterran,ento
provavelmente superior à tensão de contato-limite, que cuja resistência seja compatível com a corrente diferen-
n.io será eliminada em tempo hábil {devido ao valor de cial-residual nominal de atuação do DR utilizado. Então,
R,), porque o esquema é TI. O condutor de proteção nessas condições, o setor da instalação considerado
colOC<1 (2) sob tensão de contato Um = Um e o DR não deve ser admitido como TI.
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidos de proteção oontro choques elétricos (li} - seccionamento automático 267

I ( 1) (2)

lfs,

PE

Figuro 8.3 1 • Proteção oom disjuntor e DR

Também, em instalações alimentadas por rede de dis· neutro, ou na Expressão 8.53, quando o neutro for distri·
tribuição pública em baixa tensão, com esquema TN-C- buído. No caso, são válidas as observações referentes à
S, a proteção (global) por DR é a solução indicada: aplicação da proteção diferencial do esquema TN.
• Quando não houver possibilidade de verificar a condi-
ção de proteção, devido ao desconhecimento das im· Outros aspectos
pedâncias situadas entre a entrada e o transfonmador da A experiência internacional com o uso de dispositi-
concessionária, incluindo a deste (caso freqüente). vos ORI que já vem de vários anos tanto na Europa como
• Quando não puder ser garantida a integridade do nos Estados Unidos e em outros países da América Latina
neutro da concessionária (o condutor PEN), como (Chile e Argentina), onde existem dezenas de milhares
ocorre em alimentações por rede aérea (para essa de dispositivos instalados, mostra que muitos acidentes
situação, o DR é explicitamente recomendado pela - choques por contato direto e por contato indireto e
NBR 5410). princípios de incêndio - já foram evitados, salvando-se
Nesses dois casos, as instalações devem ser conside- vidas, equipamentos e propriedades.
radas como se seguissem o esquema n . Pode-se relacionar, com base na citada experiência,
que os disparos dos dispositivos DR se devem a:
Esquema IT • Uso de equipamentos com elevado nível de corrente
Nas instalações com esquema IT, o DR é o dispositivo de fuga (por exemplo, chuveiros elétricos metálicos
mais indicado no caso de massas aterradas individual- co1n resistência nua).
mente ou por grupos, observando-se que, para garantir • Faltas em aparelhos eletrodomésticos e em aparelhos
sua não atuação em uma primeira falta, a corrente dife- ele iluminação.
rencial-residual de cada dispositivo deve, no mínimo, ser • Umidade em eletrodutos (ou eletrocalhas) metálicos,
igual ao dobro da corrente que circularia no circuito se sendo essa umidade geralmente resultante de inun·
ocorresse uma primeira falta (direta) fa.se·n1assa (ver dações, de lavagem de pisos ou de condensações.
Expressão 8.43). Valem, no caso, todas as observações • Introdução de agulhas, clipes ou objetos análogos em
concernentes à aplicação do dispositivo no esquen1a TT. tomadas de corrente.
Quando as massas forem todas interligadas, o uso dos • Falhas nas isolações de condutores, provenientes de
DRs é particularmente indicado na proteção de circuitos problemas na instalação (puxamento de condutores
em que não possa ser atendida a condição de proteção isolados em eletrodutos metálicos com rebarbas ou
dada na Expressão 8.52, quando não houver condutor com estreitamento ele seção em curvas).
SU$W li

268 lnsloloções elétricas

• Contato direto de uma pessoa com um condutor • Em um circuito terminal ligando a(s) massa(s) do(s)
•desencapado" de um cabo flexível de alimentação equipamento(s) de utilização e, se for o caso, o(s) ter·
de um equipamento ele utilização (aparelho eletrodo- minal(is) "terra• da(s) tomada(s) ele corrente, alimen-
méstico ou de iluminação móvel ou poriátil). taclo(s) pelo circuito ao terminal de aterramento cio
quadro ele distribuição respectivo.
O emprego de dispositivos DR é um bom diagnóstico
• Em um circuito de distribuiç,io, interligando o termi-
para detectar instalações mal-executadas ou em mau
nal de aterramento do quadro ele onde 1><1r1e o circui-
estado de conservação. A corrente diferencial-residual
to ao terminal de aterramento do quadro alimentado
funciona como um elemento ele controle do nível de iso-
por circuito.
lamento ele uma instalação ou ele um setor ele uma insta-
lação e, conseqüentemente, da segurança e do conforto Um condutor de proteção deve fazer parte ela mesma
das pessoas. Nessas condições, o dispositivo DR, princi- linha elétrica do circuito, como está explicitamente reco-
palmente o de alta sensibilidade, é um vigilante da boa mendado pela NBR 541 O no caso dos esquemas TN (ver
qualidade de uma instalação elétrica, pern1itindo n1an- Seção "Condições de proteção"). Por sua vez, pode-se ter
ter a instalação em bon1 estado. Por sua vez, ao limitar um condutor ele proteção comum a vários circuitos, desde
as correntes de fuga a valores aceitáveis, o dispositivo que estes estejam contidos na mesma linha elétrica.
evita o desperdício, contribuindo para a conservação da Podem ser usados como condutores ele proteção:
energia elétrica.
• Veias ele cabos multipolares.
Por último, é importante observar que os dispositivos
• Condutores isolados, c.1bos unipolares ou condutores
DR podem ser utilizados na proteção contra incêndios.
nus en1conduto co1num co,n os condutores vivos.
Com efeito, uma corrente de falta fase-massa elevada (da
• Armações, coberturas metálicas ou blindagens de
ordem de algumas centenas ele miliam1>i?res) pode provo-
cabos.
car aquecimentos indesejáveis em seu percurso, que mui-
• Eletrodutos metálicos e outros condutos metálicos,
tas vezes é imprevisível, devido a circunstâncias locais.
desde que sua continuidade elétrica seja assegurada
Tais aquecimentos, quando ocorrem em ambientes que
por disposições construtivas ou conexões adequadas,
armazenen1 ou processem materiais conlbustíveis,
e que constituam proteção contra deteriorações de
podem significar o início ele um incêndio.
natureza meecinica, quín1ica ou eletroquímica. Além
Nessas condições, a NBR 541 Orecomenda que os cir-
disso, desde que sua condutância seja, no mínimo,
cuitos terminais situados em ambientes classificados
igual à resultante da aplicação ela Expressão 8.65.
como BE2 contenham dispositivos DR com corrente dife-
rencial-residual nominal máxima de 500 mA, o que Quando a instalação contiver barramentos blindados
representa uma proteção eficaz contra riscos de incêndio com invólucros metálicos, esses invólucros podem ser
de origem elétrica. Na realidade, a NBR 541 O apresenta, usados como condutores ele proteção, desde que satisfa-
além da solução com DR, que nos parece a mais viável, çan, sin1ultanean1ente às três prescrições seguintes:
outra que consiste na supervisão do circuito por um dis-
(a) Sua continuidade elétrica deve ser assegurada por dis-
positivo supervisor (0$1) pem,anente de isolamento que
posições construtivas ou conexões adequadas, que
sinalize quando surgir uma falta no esquema IT. constituam proteção co,nra deteriorações de natureza
Pode~se~ adicionaln1ente, colocar dispositivos próprios
n1ecânica, química ou eletroquímica.
para detectar princípios de incêndios, tais como detector
(b) Sua condutância seja, no mínimo, igual à resultante
de fumaça, de calor, de radiações infravermelhas etc.
ela aplicação da Expressão 8.65.
(c) Permitam a conexão de outros condutores ele proteção
8 .7 Condutores de proteção em todos os pontos de derivação predeterminados.
Muito embora a NBR 5410 utilize a expressão •con- No caso de elementos condutores estranhos à insta-
dutor de proteção" referindo-se principalmente aos con- lação, é importante observar que sua aplicação a esse
dutores de proteção 'dos circuitos', isto é, os que acom- uso deve ser analisadél e, se necessário, deven1 ser feitas
panhan, os circuitos terminais e ele distribu ição, o tern,o as adaptações necessárias.
apresentado na Seç.ão 3.3 (em "Eletrodos de aterramento") Os seguintes elementos metálicos não são admitidos
é mais abrangente, englobando todos os condutores liga- como condutor de proteção:
dos ao aterramento de proteção da instalação, o que inclui
• Tubulações de água.
os condutores de aterramento e os de eqüipotencialidade
• Tubulações ele gases ou líquidos combustíveis ou
(ver Figura 8.32). Todos eles devem sempre estar presen-
inflamáveis.
tes nas instalações, seja qual for o esquema de aterramen-
• Elementos ele construção sujeitos a esforços medni-
to adotado (TN, n ou IT).
cos em serviço normal.
Os condutores de proteção (cios circuitos) (PEs) • Eletrodutos flexíveis, exceto quando concebidos para
devem estar presentes: esse fim.
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidas de proteção contra choques elétricos (li) - seccionamento automático 269

Condutores de proteção
QD
Ban-amento P E - - ---+ • • •

Condutor de proteção principal""" Elernento condu1or


estranho à
Condutores de eqüipotencialidade ~ instalação
(ligação eqüipotcnci:tl principal)
/
Condutor de
cqüipotcncialidadc suplc1ncntar
Condutor de :.ucrnuncnto

~ ~ Eletrodo de aterramento
8arru1nen10 de
eqüipotencialização
principal

Figura 8.32 • Os condutores de proteção de uma instalação

• Partes metálicas ílexíveis. • K é um fator que depende do material do condutor


• Annadura do concreto. ele proteção, de sua isolação e de out.ras partes e
• Estruturas e elementos metálicos da edificação. das temperaturas inicial e final, sendo dado pelas Tabe-
Nenhuma ligação que vise à eqüipotencialização ou las 8.9, 8.1O, 8.11, 8.1 2, 8.13 (citadas na NBR 5410).
ao aterramento, incluindo as conexões às armaduras cio Os condutores de proteç,ío devem estar conveniente·
concreto, pode ser usada como alternativa aos conduto- mente protegidos contra as cfeteriorações rneecinicas e
res de proteção dos circuitos. químicas e contra os esforços eletrodinâmicos. Suas liga-
As seçõ~ cios condutores de proteção elevem atender çõ~ elevem ser acessíveis para verificações e ensaios,
a dois critérios, o mecânico e o elétrico. com exceção das executadas dentro ele caixas moldadas
Assim: ou juntas encapsuladas.
• Os condutores ele proteção devem possuir uma resis- Nenhum dispositivo de comando ou de proteção
tência mecânica suficiente para resistir aos esforços
deve ser inserido no condutor de proteção, porém podem
ser utilizadas ligações desmontáveis por meio de ferra-
mecânicos a que possam ser submetidos.
mentas, para fins de ensaio. Quando for utilizado um dis-
• A passagem de uma corrente de falta por um condu- positivo ele controle de continuidade de aterramento, as
tor ele proteção não deve provocar um aquecimento bobinas de operação não devem ser inseridas no condu·
que possa pôr en, risco sua integridade, sua continui- tor de proteç.ío.
dade elétrica e suas ligaçõ~. Os condutores de aterramento elevem, em princípio,
As seções mínimas dos condutores de proteção ter sua seção mínima detenninada pela Expr~são 8.65 ou
devem ~ lar de acordo com a Tabela 8.8. pela Tabela 8.9; no entanto, quando enterrados no solo
Em alternativa ao uso da Tabela 8.8, a seção mínima do devem atender à Tabela 8.14.
condutor ele proteção pode ser calculada pela Expr~são Deve-se observar que, na execução da ligação de um
8.63, obtida da Expressão 11.7 (aplicável apenas para condutor ele aterramento a um eletrodo ele aterramento,
tempos de atuação dos dispositivos ele proteção que não deve ser garantida a continuidade elétrica e a integrida·
excedam 5 segundos) de do conjunto.
Os condutores de eqüipotencialidade da ligação
VÍ', eqiiipotencial principal devem possuir seções não infe-
S,w = ! ( (8.65)
riores à metade ela seção do condutor de proteção de
maior seção da instalação, com um n, ínimo de 6 n,m2,
Onde: podendo ser limitadas a 25 mmt se o condutor for de
• S1,, é a seção do condutor (mm' ). cobre, ou à seç,'io equivalente, se de outro metal.
• I é o valor eficaz da corrente de falta que pode circular Os condutores de eqüipotencialidade das ligações
pelo dispositivo de proteção, para uma falta direta (A). eqüipotenciais suplementares, quando ligarem duas mas-
• t é o tempo ele atuação do dispositivo de proteção (s); sas, devem possuir uma seção equivalente igual ou supe·
SU$W ü

270 lnsloloções elétricas

, Tabela 8.8 . -s;.ãa mínima das ~ulonls de ~te<ãa 1


Seção dos condutores de fase do circuito Seção mínima do condutor de proteção correspondente
S (mm') S,.• (mm')
Ss 16 s
16<Ss35 16
S> 35 S/2

Tabela 8.9 • Fator k para condutor de prateção isolado não Incorporado a cabo multipolar e nãa
enfeixado com outras cabos
Isolação
Material do condutor
PV(:<"> EPR ou XLPE
Cobre 143/133 176
Alumínio 95/88 116
Aço 52/49 64
(*) O valor m;\is balxo aplica-se 3 condu1orcs c:01n scç.ão n1aiot <1ue 300 n1m 1
Not3s:
1. A 1cn1pcr:11urn inicial considerada é de 30 •'(:.
2. A 11.•n1pcr:ttum lin:11 cunside:r:1d:l é:
• PVC,ué 300 1n1n!: 160 "C.
• rvc n13iorq11e 300 1nm!: 140~.
• EPR e XI.PF.: 250 <C.

Tabela 8.1O • Fator k para condutor de prateção nu em contato cam a cobertura de cabo, mas não
enfeixado com outras cabos
Cobertura do cabo
Material do coi:adutor
PVC Polietileno
Cobre- 159 138
A lu,nínio 105 91
Aço 58 50
Now:
1. A 1cn1Jl('raturft inicial c:onsider:Mla é de 30 l'Ç'.
2. A 1e1nperatur.1 fin:d considerada é de 200 "C para o PVC e 150 "C pata o poli<:tllcno.

Tabela 8. 11 • fator k para condutor de prai.ção con,tituído pc>!' veia de cabo multipolar ou enfei·
X ado com outros ca bos ou cond utores .I soladó
• 1

Cobertura do cabo
Material do condutor
PVC Polietileno

Cobre 159 138


A lu1nínio 105 91
Aço 58 50
Now:
1. A (l'ffiJ)CfijlUrn inki:ll CQn1>idcr:tda é de 30 ''C
2. A ten,pcr:uum final considemd:1 é de 200 ~ pam o PVC e 150 CC [h"lt.l. o polietileno.
SU$ W 6

Capítulo 8 • Medidos de proteção oonlro choques elétricos (li) - seccionamento automático 271

ITabela 8.12 • Fator k para condutor de pro~ ão constituído por armação, capa metálica ou
condutor concêntrico de um cabo _J
Isolação
Material do condutor
PVC EPR ou XLPE
Cobre 141 128
Alumínio 93 85
Chumbo 26 23
Aço 51 46
No1as:
1. A te111pemh1ra inicial considet3da é de 60 "C (101'3 o PVC e 80 "C p.\rn o EPR e o XLPE.
2. A tcmpt.•ratura linal considerada é de 200 "C p.,ra o PVC. (\J>Jt e X LPf:.

I Tabela 8.13 • Fator k para condutor de pro~ão nu onde não houver risco de que a s tempet"atu::J
indicadas possam danificar qualquer material adjace nte
Material do condutor
Cobre Alumínio Aço
Ternperatura Temperatura Tem1>eratura Ten1peratura
Condições Fator k Fator k Fator k
inicial ('C) máxima (•C) máxima ('C) máxima (>C)
Visível e e1n áreas restrita$ 30 228 500 125 300 82 500
Condições normais 30 159 200 105 200 58 200
Risco de incêndio 30 138 150 91 150 50 150

I Tabela 8.14 • ~ães mínimas de condutores de aterramento e nterrados no solo _j


Protegido contra Nào protegido contra
dano..li mecânicos danos mecânicos
Cobre: 2,5 1111n-.: Cobre: 16 mm'
Protegido contra corrosão
Aço: 10 mm' Aço: 16 1111112
Cobre: 50 mm' (solos ácidos ou alcalinos)
Não protegido con1ra con"Osão
Aço: 80 mm'

rior à seção do condutor de proteção de menor seção o potencial da terra, merecem um tratamento ~pecial
ligado a essas massas. Quando ligarem uma massa a um por parte da NBR 541 O.
elemento condutor estranho à instalação, devem possuir Nessas áreas são considerados quatro volumes, con-
uma seção equivalente igual ou superior à metade da forme indicado nas Figuras 8.33 e 8.34.
seção do condutor de proteção ligado a essa massa, com Em caso de cabine de banho pré-fabricada, no volu-
uma seção mínima de 2,5 mm2, se protegidos n,ecanica· me gerado a 60 cm ela porta ele entrada, não ;>Ode ser
mente, ou de 4 mm2, caso contrário. instalado nenhum interruptor de tomada de corrente,
1: importante observar que uma ligação eqüipotencial conforme mostra a Figura 8.35.
su1>lementar pode ser executada por elementos conduto- A Tabela 8.15 apresenta as características dos com1>0·
res estranhos à instalação, desde que não desmontáveis, nentes da instalação em cada um dos volumes definidos.
como é o caso ele estruturas metálicas. No volume O, admite-se apenas o uso de SELV com
tensão nominal não superior a 12 V, e as partes vivas do
sistema SELV, qualquer que seja sua tensão nominal,
8.8 Locais especiais elevem ser providas de isolação capaz ele suportar ensaio
de tensão aplicada de 500 V durante 1 min ou devem ser
Locais contendo banhe ira ou chuveiro usadas barreiras ou invólucros com grau de proteção
Os locais contendo banheira ou chuveiro, onde é pelo menos IP2X. Além disso, a fonte de segurança deve
maior o perigo do choque elétrico devido à redução da ser instalada fora cio volume O e deve ser realizada uma
resistência elétrica do corpo humano e ao contato com eqüipotencialização supleme,1tar, reuninclo todos os ele-
SU$W ü

272 lnslalações elétricas

(a) 6'rnheira (b) Banheiro com p"rede fixa


...
•-
"
-E
.•
.•
..
•-"g
~
...
.•
" . ~
~ Volu1ne: Volun,e Volun1e 1 Volu1ne
o
"
2 . • 3
o
"E
2
...• 3
•j . .'•• f,t,E1
...'
...•

~ 0.60 lll : 2.40m ~
,..; 2.40 111
~

.
,.

.•
~

.• •

~ .
E ,•
. '' .•
~---··-·'"' ..
,, '' ... 9

(d) Chuveiro ou ducha


(e) Chuveiro ou ducha con1 parede fixa

••
.
~J ~
Vol. 2 : Vol. 3 Vol. 2: Vol.3
0.60m: 2,40m .••
. . ''
.•'
f.-------- .. .. .
,,
.•.

,•
..••
11 ,- ''
',...... ,
, ,•
' 2.40 m
·.
..
-
(e) Chuveiro ou ducha se1n clara (1) Chuveiro ou ducha sem piso do boxe e
delimitação do boxe se111 rebaixo. n1as corn parede fixa

Ponto do
() --., chuveiro
"62> I '

___ _,,:">O''5o
Vol. 1

• ... --- Vohunc 2 ,
.!),., .,'

Volu,ne 2 ·' ...


'·vo.,, ,
Volu1ne3 ,
Voh1n1c 3 .
,'

Figura 8.33 • Dimensões cios volumes (planta baixa)

mentos condutivos dos volumes O, 1, 2 e 3 e os condutores Nos volumes O e 1, admite-se apenas o uso de SELV
de proteção de todas as massas situadas nesses volumes. com tensão nominal não superior a 12 V em corrente
alternada, ou 30 V en, corrente contínua~e as partes vivas
do sistema SELV, qualquer que seja sua tensão nominal,
Piscinas devem ser providas de isolação capaz de suportar ensaio
A redução da resistência elétrica do corpo humano e de tensão aplicada de 500 V durante 1 min ou devem ser
o contato com o potencial da terra toma as piscinas usadas barreiras ou invólucros com grau de proteção pelo
(inclusive lava-pés e áreas adjacentes) locais tão perigo- menos IP2X. Além disso, a fonte de segurança deve ser
sos quanto os que contêm banheira ou chuveiro. instalada fora dos volumes O, 1 e 2.
A NBR 541 Oconsidera, nesse caso, três volumes con- No volume 2, são admitidas uma ou mais das seguin-
forme indicado nas Figuras 8.36 e 8.37. tes medidas de proteção:
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidas de proteção contra choques elétricos (li) - seccionamento automático 273

~) Banhcim ( h) Chuveiro ou ducha

~--·--~----------~
!
>-·- ·- --~---------~
!
. _':'~n1e 2f Volume2 1
i r--·-·-·- ·-1 ~--·, r--·-·-·-·- ·1
E Vólume I j j j \l)lum• 1 J ,· ·,

"' j~ Volume 3 . E I•-"'• j Volume 3 .


"'"' ~~i i · 2..40 m 1=
!~
240 111 1 Ir)

1 ;:! 1!
- ~·~ 1 1 - '"'·- · ,; ! !

(i) Chuveiro ou ducha se,n piso-boxe e


se,n rebaixo, ,nas co,n parede fixa

-·--·,
Votume2 I
;
" i Ii 1

E
,......
\ ~ lume I •

·- Volu111e 3
1 E
~ ! 1 2.40 111
i '1
('Í
! i 1 "'
1 1 i

Figura 8.34 • Dimensões dos volumes {vista em elevação)

• Uso de SELV, sendo a fonte de segurança instalada


fora dos volumes O, 1 e 2.
• Eqüipotenciali,;ação e seccionamento auton1ático da
alin1entaç.ci.o, sendo o seccionan1ento auton1ático
provido por dispositivo DR com corrente diferencíal-
residual nominal não sup&ior a 30 mA. 0.60 111
• Separaç.io elétrica individual (ver 5 .1.2.4), sendo a
fonte de separação instalada fora dos volumes O, 1 e 2.
Cabine de banho
A Tabela 8.16 apresenta as características dos compo· 1>ré-fabricada Pona
/
nentes da instalação em cada um dos volumes definidos.
Parede
Compartimentos condutivos t-~~~r-~~_....,q6o
São considerados compartimemos condutivos os
,,,
locais cujas paredes são constituídas essencialmente de
partes metálicas ou condutivas e no interior dos quais
uma pessoa pode, por meio de uma parte substancial de
sel1corpo, entrar en1 contato com as partes condutoras
circundantes, sendo limitada a possibilidade de interrup-
ção desse contato, em geral, devido às dimensões desses
locais. Éo caso, por exemplo, de tanques metálicos onde
os operários precisan1 entrar para realizar n1anutenção. Figura 8.35 • Cabine de bonho pré-fobricodo
SU$W ü

274 lnslalações elétricas

I Tabela 8.15 • Características dos coml)Clflentes instalados em locais com banheira ou chuveiro
Volume O
-Volume 1 Volume2 Volume 3
_J

IPX3 lPXJ
Grau de proteção 1nínin10
IPX7 IPX4 IPX5 IPX5
dos eo1n1>0ncn1es
(banheiros públicos) (banheiros públicos)
Linhas elétricas aparentes Linhas li111itadas son1ente à necessidade de alin1cntação Linhas aparentes ou en1butidas
ou embutidas (até a prof,111- dos equipa_1nen1os usados nesses voh1n1es. Uso de (a1é a profundidade de 5 cm)
didade de 5 cm) condu1ores isolados ern condutos fechados isol:uues, iguais às pern1i1idas nos volun1es
cabos uni ou n1ultipolare.~ dispostos ou não e,n O. 1 e 2; ou linhas constituídas por
condutos de quakJucr tipo condutores isolados ou por cabos
unipolares contidos en1 condutos
fechados metálicos embutidos.
desde q ue sejam incluídos na lig·
aç5o eqUipo1encial
suple1nen1ar. e que os circui1os
seja,n protegidos por DR de ai.ia
sensibilidade
Ligação equipotencial Ligação eqüipotencial sup1e,nent~\r deve reunir todos os elen1entos condutivos dos volu,nes
suple1ncntar O. l. 2 e 3 e os condutores de proteção de todas as ,nassas desses volu1nes
Dispositivos de co1nando, Ncnhun, dispositivo de J)rotcção, co,nando ou Apenas 10,nadas de con'Cnte.
de proteção e seccion:unen· scccionan1ento ou tomada. Nos volumes l e 2 são desde q ue:
to, 1on1adas de corrente adn1itidos cordões isolantes de inte.rruptores acionados a • Alimentadas
cordão, desde que atendam aos requi.sitos da JEC 60669-1, in<lividualme,ue por
ben1 con10 ele1nentos de co,nando (circuitos auxiliares) 1ransfonnador de separaç-{io ou
ali,nc111ados e1n SELV ou funcionando por • Ali111entadás enl SELV ou
rndiofreqüência. infrave.nnelho ou outro 111eio que • Protegidas por DR de alta
ofereça grau de segurança equivalente sensibilidade
Apenas Apenas :1quc· Apenas aquecedores de Ncnhu1na restrição
cquiparncn- cedores de água elé1ricos e aparelhos
Outros ros previstos água elétricos de ilun1inação elas.~ li,
para uso cm classe 11 ou classe 1 ou protegidos por
Con1poncn1es fixos
banheira. protegidos por DR de alta sensibilidade.
DR de alta
sensibilidade.

, -·- · · · -·· - ···-······- · ··- -


:e I.S 1n , ; 1c I Sm , :
-,-····-· · · ...··· · · ··· ···· ······ ···' ' ' ········· ····r·· ······-, · ···
e
E
Volurne2 Vohune 1
....
"l Volun1e 1 Volu111e 2

Volume O

--·--·--·---·---·--·
VolunlcO
1,5 lll 2,001 2.0m l,Sm
Vohune O
Lava-pés

Figura 8.36 • Dimeniões dos volumes poro pisdnos e lava·pés. As dimeniões podem ser mediclas levando·se em conta
paredes e diví,ões fixos
SU$W ü

Copírulo 8 • Medidos de proteção contro choques elétricos (li) - seccionamento automático 27 5

,,, ················· ........ -.. ',


''
''

w
'
,,,•" ~
·------------r-···- Volu1ne 1 c-Í ----~--

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•' h •• ''
' •• ''
••' •• ''

...• .'
' • '
Vohnne 2 ''
''
=
"'
.,; - ........................ Volu,n e2
''

.''' . .- --O -.
.1. .1.
Volu111c
J. .1. .1. .l .1. ..
..•• ..''
..
• • • VolunteO
h
.• .
•'
'
1 '

.
'• • .... •
.•
'
: 1

' 1.5 m '' 2.0 111 .


''
Piscina
.' 2,0 m
•• 1.5 m ''

Figura 8 .37 • Dimensões dos volumes poro piscina acima do soJo. As dimensões podem ser medidas leva ndo-se em conto
paredes e d imensões lixos

0,3 mi Volurnc 4

Vohnnc 3 Volun1c I

0.5 111

0,5 "'I Volu,nc 2


bo li li

1
0,5 111

0,5ml

/
Isolação ténnica b = caixa de ligação

Figura 8 .38 • Dimensões dos volumes de uma sauna


SU$W ü

276 lnslalações elétricas

Tabela 8.16 • Características cios comaonentes instalados em pi"inas


Volume O Volume I
- Volurne2
!

!PX5 lPX2 (pan1 as piscinas cobenas )


IPX4 (para pequenas piscinas IPX4 (para as piscinas ao tempo)
Grau de proteção
!PX8 cobertas que não seja1n nonnal- !PXS (quando o volume estiver
1nínin10 dos co,nponentes
1ncn1e sub1ue1idas a lnvagen.,; com sujei10 a lavagens com jatos d'~gua
jatos d 'água sob pressão) sob pressão)
Linhas elétricas aparentes Linhas lin1i1adas son1cnte à necessidade de aJin1entação As linhas não dttve1n componar
ou cn1bu1idas (a1é a proíundi- dos c<1uipan1en1os usados nesses volun1cs. ncnhu1n revc.s1in1cn10 ,nctjJ ict>
dade de 5 cm) As linhas não c.Jcvc,n componar accssí\'CI. Os acessível. Os rcvcstin1cntos
rovcs1imentos 1nc1álicos não acessíveis Wven1 ser n1e1álicos n:lo acessíveis deve1n ser
incluídos n,l eqUipoti.:ncializaç-Jo sup1cmcntar. incluídos na cqüípolenciali1.açào
suplc1ne111ar.
Liga\a1o cqllipo<cncial Ligação cqüipotencial local (BEL) deve reunir todos os clen1en1os condu1ivos dos volunu:s
suplcn1cn1ar O. 1 e 2 e os condutores de proteção de todas as 1nassas dc.~cs \'Oh101es.
Nessa eqüipotencializ.açào~ a função de BEL pode ser dese1npenhad.a. pela barra PE do quadro de
distribuição tl!nninal ,nais pr6xirno. por algu1n acessório especi,11mcnte prevís10 ou nh:smo pelo
terminal PE de algum cquipa.n1cnto, se 1:tl tcm1inal compona as interligações envolvidas.
As rnas.sas dos sis1en1as SELV 11ão dc.vern ser in1cncionah11c111e conec1adas à 1crra. a
condutores de proteção ou massas de outros circ.utos e/ou a e1en1cntos condutivos.
Dispositivo de con1ando. de Nenhum dis1~itivo de proteção. <.-ornando ou secciona.· Apenas ton1:tdas de corrcruc e
proteção e sccciona,nc,uo. nlc,110 ou tomada. Conlo exceç.ão. enl pequenas J>iscinas intcrruptotcs. desde que:
l01nadas de corrente onde a instalação de tomadas de corrente fora do volume • Ali1nc111:tdos indivídualntente por
I não for possível. ad,nitc-se sua ins1alaçtío no volu,ne 1, transfonnadot de sc1>.'lrnçtt0; ou
desde que-as ton1adas não possuan1 corpo é/ou coberlura • Ali1nentados e111 SELV; ou
,nc1álic.a, scj,1m posicionadas fo-rn do alc.anc:c da mão • Pro1c~ido por DR de alia
(dislância igual ou superior a 1.25 m). do limite do vol- sensibilidade.
u,ne O. e no rníni,no .:i 0.3 ,n aci,na do piso. Alérn disso.
as tornadas deven1 ser:
• Aliincn1adas em SELV sob tensão no1nina1 nao superior
a 25 V e1n corrente alternada ou 60 V cm COIT'C-nle
contínua e sendo a fon1~ de segur;u1ç-a in:nal.1da fora dos
volume$ Oe 1~ ou
• l>rotcgidas por disp0sitivo l)R com corrente diferencial·
residual no,ninal não superior a 30 1nA: ou
• Protegidas por sep.aração elétrica individual. sendo as
fon1c.s de se1>ataç.lo. 1a,uas quantas rorem as 101nadas.
inst:.dadas íora dos volumes Oe 1.
Outros <.'Omponcntcs lixos Apenas equipa· Equipa1ncn1os fixos cxprcss.1.n1cntc Equipan,en1os alin1en1ados pOr
,nc111os destinados a uso cn1 piscinas (por 1ransfonnador de 54::p::iração. ou da
(lu,ninárias cxem1>lo. grupos de filtração. hidro- classe li. ou da classe I pro1eg_idos
subaquáticas 1nass..igc1n). ali1nc,nados cn1 tensão por DR de alla sensibilidade.
conforn1e JEC que não SELV limitada a 12 V CA. ou
60598-2- l 8. 30 V CC. se as condições a seguir
boJubas etc.) !'orem si1nul1anean1en1e atendidas:
aiin1cn1ados c111 • Os cq11i1>arnentos deven1 ser provi-
SE.LV co1n tensão dos, por disposição construtiva ou
no,ninal lin1i1ad.a ern sua i1lstalação. de invólucro cuja
a. 12V CAe isolação seja cqui\1alcn1e a u1na iso-
30V CC. lação suplen1cn1ar e garanla pro-
tcç3o n1cclinic::a A(i2.
• O acesso ao cquip.'ln1cnto só deve
ser possível por 1ncio de 1a1npa ou
porta cuja abertura requeira chave
ou ferramen1a. e que. ao se.r aberta.
provoque o scccionan1cn10 de todos
os condutores vivos. O dispositivo
responsável pelo scccionanlcnlo e a
linha de :;1li1ne,unção devc,n ser de
classe li ou providos de proteÇ"Jo
equivalente. seja por disposição
cons1ru1iva, seja na sua ins1alação.
(Conlinva)
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidos de proteção oontro choques elétricos (li} - seccionamento automático 277

(Continuação)
Volume O Volume l Volume2
IPX5 IPX2 (para as piscinas cobertas)
IPX4 (para pequenas piscim,s 1PX4 (para as piscinas ao 1cmp0)
Grau de proreção
IPX8 cobert3S que não sejam nonnal· IPX5 (quando o volume estiver
1ní11in10 dos con1ponen1cs
n1ente sub,netidas a lavagens com sujeito a lavagens con1jatos d'água
jatos d ' água sob pres.são) sob pressão)
• Uma vez aberta a tan1pa ou a port:t.
o grau de pro1eção apresentado pelo
cquipatnen10 deve ser IPXXB. no
nlÍnin10.
• A alimcntaçüo do cquip;.in1cnto
deve ser:
• Ern SEI...V sob 1cns:ão não superior
a 25 V CA ou 60 V CC. sendo a
fonte de segurança ins1al.1da fora
dos volun1es O. 1 e 2: ou
• Pro11:gido por dispositivo l)R
con1 corrente diferencial-residual
no,ninal não superior a 30 ntA; ou
• Protegida por separação elénica
individual. sendo a fon1c de scpa-
r:1ção insu1htda rora dos \tOlun1es
O. t e2.
En1 1>e<1ucnas piscinas onde a ins1a-
Jação de luminárias fora do volu1nc 1
não for possível. ad1ni1e-se sua ins1a-
lação no voltnni! 1. desde que elas
fiquc111 posicionadas fora de alcance
(1.25 m) do volume Oe
possuam invólucro que assegure
isolaçao classe li (ou equivalente) e
protcç5o mecânica AG2. Afé,n disso.
as lun1ínarias devem ser:
• Afhnentadas c1n SELV: ou
• Protegidas por disposilivo DR
cont corren1c difcn:ncial-rcsidual
no1ninal não superior a 30 rnA: ou
• Protegidas J>Ot separação clC:1.rica
individu,d. sendo as fonlcs de
scparnção. 1anu1s qu:uuas forem
as lumin:iri:.s. instaladas fora dos
volu1ncs Oe 1.

Nesses locais, quando for utilizada SELV, a proteção Locais contendo aquecedores
contra contatos diretos, qualquer que seja a tensão de sauna
nominal, deve ser garantida por barreiras ou invólucros Os locais contendo aquecedores de sauna também
com grau de proteção IP2X, no mínimo, ou por isolação merecem um tratamento especial por parte da NBR 5410.
capaz de suportar um ensaio de tensão aplicada de 500 Nessas áras são considerados quatro volun1es, confor-
V, por um minuto. Observe que não são permitidos, me indicado na Figura 8.38.
como proteção contra contatos diretos, o uso de obstá- Em locais destinados a sauna, quando for usada SELV
culos e a colocação fora de alcance. ou PELV, as partes vivas do sistema SELV ou PELV, qual-
quer que seja sua tensão nominal, devem ser providas ele
No que diz respeito à proteção contra contatos indi- isolação capaz de suportar ensaio de tensão aplicada de
retos, as medidas indicadas pela NBR 54 10 são indica- 500 V durante 1 min ou se< protegidas por barreiras ou
das na Tabela 8.1G. invólucros com grau de proteção pelo menos IP2X.
A Tabela 8.18 apresenta as características dos compo-
nentes da instalação em cada um dos volumes definidos.
SU$W ü

278 lnslolações elétricas

I Tabela 8.17 • Medidas ele proteção contra contatos indiretos em comportimenlos condutivos 1
Equipamento Medidas de proteç,io Observações
f'erran1cn1as ponátcis e Preferência ao uso de equiparncntos classe li:
• SELV: ou adn1i1ido o uso de equipamen1os classe 1.
ap,1..rcJhos de ,ncdiçtio • Separação clé1,rica (u1n e<1uip:.uncn10 por enrola1ne,n10
portáteis secundário do transformador de separação). con1. pel o n1enos. punhos cm n1atcrial
isolante ou t..-0111 reves1irncn10 isolant~.
• Sl!LV: ou
LâmJl"d~s ponáteis • Aparelho nuore.~<..-en1c com transfom1ador de dois:
cnrolantentos incorporado e al in1cn1:1çào Clll $€1.~V.
• Seccionamento auton1á1ico dà ;1.li1ncntação e
rc~1liz.ando-sc ligação cqUipo1cncial suplc1nc111ar
envolvendo as rnassas dos cquipa1ncntos fixos e
as 1>al'ICS coodutoras do con11>:1ni1nc,nto: Qu
Equipan1en1os fixos
• SELV: ou
• Sep:iração clf1rica lin1i1ada a un1 úni<."O equip::i1oon10
por cnrola,ncnto secundário do trans-fomuu.tor
<lc scpantção.
No1as:
l . As fon1cs. de segurança e as de s e ~ . execro as deslinadas à alin1er.i1aç~ ele ferranlén1as a ap3rclhos de medição portá1eis e de (.'(l\1ip.1men10$
fixos. devem s..:r instalad~ for:i do <"omp.1nimcn10 condu1or.
2. se ccnos cquip..,n1en1os fixos.. 1ais cont0 1.-'(luipa111en1os de n1cdiç!o e de controle. nc..-c.:ssiU\ren, de a1errn1nc1uo funcional. de\'e ser n.·ali·1,:id:i tuna
lig,.ç.llo cqtiipo1encial envolvendo todas as n,as~i.s. 1odos os ele1ne01os condu1ores no imerior do com1>3njmen10 e o :11cmn1cn10 funcion3I.

I Tabela 8.18 • Caracteristicas dos com~entes instalados em sounas 1


Volume I Volume 2 Volumc3 Volume4
Grou de proteção 11'24 !P24 (P24 IP24
mínin10 dos Só se admite da Os con1ponentes da
Os con1ponentes Só são adn1i1idos dispositivos de
con1ponen1es ins1alaçào do instalação localizados devc~n set capazes controle do aquecedor (temlostatos
próprio aquecedor no volun1e 2 não estão de suportar, e1n e protetores témlicos) e as linhas
e eventuais sujeitos a nenhu1n serviço contínuo, respectivas.
acessórios. requisito especial urna 1c1npcra1ura de Os conlponentes devcn1 ser capazes
quanto à suportabili· no n1ínimo 125 ~e. de suportar, en1 serviço contínuo, uma
dade térmica. temperatura de no ,nínimo 125 °C.
Linhas elétricas Linhas constiluídns de cabos uni ou multipolares:. dispos,~ ou não en1 condutos e. n~e caso.
independenten1ente do tipo de conduto: ou l inhas dispostas e1n condutos fechados não n1etálicos.
sob a condição de que sejnn1 utilitados no ,nfnirno condutores isolados.
Os condutores e cabos deve111 pos.,uir isolação capaz de suporta. en1 serviço contínuo. urna
te1npera1ura de no n1ínisno 170 9 C.
Dispositivos de Dispositivos de proteção. comando ou ,nanobr-J que não integre111 o aquecedor da sauna devem ser
corna.ndo. de instalados fora do local da sauna.
proteção e Não são ad1nitida...,. 1on1adas de corrente, e1n nenhun1 volun1e1 dentro do locaJ ela sauna.
sccéiona1nen10. Deve ser instalada dispositivo c-~tpaz de desligar auto1na1ic;Jmcn1e a ali1ne111ação do aquecedor quando
tomadas de a temperatura, medida no volume 4. ultropassar 140 'C.
corre,ne

EXERCÍCIOS

1. Quais são as duas condições e111 que se baseia a proteção por seccionamento auton1ático da alimentiição?
2. Qual é o tempo máximo, independentemente do esquema de aterramento, que se admite para o seccionamento
e,n cada esquema de aterramento?
3. Quais dispositivos apropriados foram desenvolvidos déc;idas atrás com a finalidade específica de proteção con·
tra contatos indiretos, independentemente do esquema de aterramento utilizado?
SU$W ü

Capítulo 8 • Medidas de proteção contra choques elétricos (li) - seccionamento automático 279

4. Quais são os três tipos de esquemas TN1


5. Qual é a limitação dos sistema TN ·C que não permite o uso cio DR?
6. O uso de DRs ele alta sensibilidade é obrigatório pela norma em quais ti1>0s ele circuitos terminais?
7. Quais são os quatro aspectos fundamentais para a escolha cio esquema de aterramento1
8. Quais análises dos aterramentos de subestações de transformação devem ser feitas?
9. Explique as razões que justificam a adoção, no Brasil, das instalações elétricas alíme,11adas 1>0r redes ele distribui-
ção pública em baixa tensão, do esquema TN-C-S, con10 a solução mais conveniente cio 1>01llo de vista ele segu·
rança.
1O. Quais são as principais c.1usas relatadas ele disparo de DRs?
Sn$W
SU$W ü

O aquecimento dos condutores e


a queda de tensão
--~~--~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-

9 . 1 Introdução calor será possível e o condutor ou cabo isolado mante·


rá certa temperatura, que permanecerá constante desde
O dimensionamento correto dos condutores e de sua que não haja nenhum aporte posterior de potência tér-
proteção contra correntes de sobrecarga e de curto-cir· mica, interno ou externo.~ o que mostra a Figura 9.1.
c.uito é, para as instalações de baixa tensão, es.sencial· Assim, circulando uma corrente I constante pelo
n1ente um problen1a tér,nico. Trata·se de limitar a cor- condutor, inicialn1ente à temperatura an1biente O,.., após
rente, tanto a de regi,ne pern1anente corno a transitória., um período t.ransitório, é atingido o equilíbrio térmico
de modo que os condutores co,1stituintes dos co,1duto· com o condutor na temperawra de regime O,. Nessas
res isolados e cios cabos uni e multipolares não atinjam, condições, à corrente I corresponderá uma sobretempe·
por efeito Joule, temperaturas que possam afetar a inte· rawr,, de regime AO• = o. -0.- Pode-se escrever para
gridacle física, quín1ica e n1ecânica, bem como a durabi- o equilíbrio térmico
lidade da isolação.
Éimportante observar que os danos que uma isolação
I 2
pode sofrer dependem não só da temperatura, mas tám· P -1 = KAO
s • (9.1 )
bém e principalmente da duração da solicitação tém1ica.
onde pé a resistividade do condutor; I, seu comprimen-
to; S, sua seção; e K, a co11clutâ11cia térmica global do
9.2 Equilíbrio térmico e corrente condutor ou cabo isolado, definida por
em regime permanente nos
condutores e cabos isolados kA
1
K = - - ( W/ºC) (9.2)
A corrente elétrica transportada por um condutor z
n1etálico, constituinte de um condutor isolado ou de um
cabo isolado, produz, devido a sua resistência elétrica, expressão válida para uma parede plana de área A e
uma quantidade de calor (por efeito Joule) cuja dissipação espessura z. sendo k, o coeficiente ele transmissão glo·
depende da natureza dos materiais que compõem o con· balde calor que é função do material isolante.
dutor ou o cabo isolado e do meio em que ele se situa.
Se a corrente no condutor for constante, o equilf· Temperatura de funcionamento
brio ti!rmico será atingido quando o ca lor produzido A temperatura de funcionamento (O•) é considerada
for igual ao calor dissipado, isto é, quando a potência na superfície de separação entre o condutor e a isola·
térnliCa produzida no condutor se dissipar totalmente ção, como mostra a Figura 9.2, sendo definida em con·
no ambiente. Nessas condições, nenhum acúmulo de dições de equilíbrio térmico.
SU$W li

282 lnslalações elétricas

º• .....................................................
Tc,npcnttura de rcgin,e
.

Tc111pcrJturJ a1nbicntc
o,, ---------------- ------- ------------------------------

.,._ Transitório - ->1 + - Reg_i1ne pennane11te

Figura 9.1 • Equilíbrio térmico em um condutor oo cabo isolado

Condutor l sol:i.çilo 1, •I
o
Condu1or
Isolação r

r - Raio do condutor
'' (COn$Kl~rnnd<> un1 éilindro hon1o~oê11<.."<>)
' : - Espessu~ da iS.Oln~-3.o
''
{·········r1' Te1nperalura
1 1
' __ .,1 ____ cxten1~, Figura 9.3 • Modelo simplificado de condutor isolado
_ ____ 1
1 __

Substituindo as expressões 9.3 e 9.4 na Expressão


9.2, obtém-se
- - Diagr.:una real
- - - - - Oiagrtuna Sitnplific.ado K = k, 2,rr / = k, 2,rr•s,
0,7Vr 0.7
Figura 9.2 • Variação de lemp;,raMa em um condutor
isolado e fazendo

Modelo simplificado
A Figura 9.3 mowa um modelo simplificado ele condu- virá
tor isolado. O condutor propriamente dilo é um cilindro
2,r, o0.2<
homogêneo ele raio r; a isolação tem uma espessura z. K = k, ~ .,--· /
0,7-rr
Valem as relações
resultando

z = 0.1\Ír = o.s2 = vs.=


' o.s2 s0•1' <9.3) K = 6,74 k 1l\fs (9.5)
A Tabela 9.1 a1>resenta uma con1paração entre os expressão simplificada da condutância térmica.
valores ela espessura z fornecidos pela Prysmian Verifica-se que. para seções pequenas (até 1O mm' ),
para seus condutores isolados e os obtidos pela Ex- a Expressão 9.5 apresenta erros por excesso de cerca de
1>ressão 9.3. 30%. Assim, para tais seções, adota-se
A superfície de condutor da Figura 9.3 é dada por
K = 5k,I VS (9.6)
A = 2r.r/ (9.4)
SU$W 6

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 283

Tabela 9 .1 • Compa~ão entre valores reais ela espessura z da isolaçãa e valores calculados pela
- z = O,7 Vrr Dara con d utores I'solad os SU Der'aStic
exoressao "'
Fios Cabos
Seção Espessura F.s pes-sura
nominal Díilmctro Raio Oi,lmctro Ra ío
nominal d a nominal da
(mm') nominal r= d/2 0,7 Vr nominal r = d/2 0,7Vr
iso lação isolação
d (mm) (mm) d (mm) (mm)
z(mm) z(mm)
1.5 1.36 0.68 0.70 0.58 1.55 0.78 0.70 0,62
2.5 1.74 0.87 0,80 0.65 2,00 1,00 0.80 0,70
4 2.20 1,10 0.80 0.73 2,50 1,25 0.80 0,78
6 2,70 t.35 0,80 0.8 1 3.10 1,55 0.80 0,87
3,50 1,75 1,00 0.92 3,75 1,88 1,00 0,96

16 4.4 1 2.2 1 1,00 1.04 4,75 2,38 1,00 1,08
25 5,95 2,98 1,20 1,21
35 7.00 3.50 1.20 1,31
50 8.05 4.03 1.40 1,41
70 9,70 4 ,85 t,40 1,54
95 11,45 5,73 1,60 1,68
120 12.80 6.40 1,60 1.77
150 14,25 7,13 1,80 1,87
185 15,85 7.93 2,00 1,97
240 18,35 9. 18 2,20 2.12
• Condutores isolados de cobre com isol:iç:lo e PVC. 1ipo o,vr. 1cn.s::\o de isol.:uncn10 450/750 V.
de acordo con1 as nonn:l$ NOR Nl\11 247·3. NUR 6245 e NOR N~1 lt(.'60332-3.

Substituindo a Expressão 9.5 ou a Expressão 9.6 na ra máxima para serviço contínuo, 07., função do material
Expressão 9.1 e explicitanclo o valor de /, corrente em que constitui a isolação do condutor ou cabo. A Tabela
regime permanente, obtém-se 9.2 indica os valores de o,.para as isolações usuais de
condutores e cabos de baixa tensão.
I = (2,2 OU 2,6) J[j- v7i:õ;, = 5<MlS (9.7) 1
Capacidade de condução de corrente
Para dado condutor isolado, para uma mesma sobre-
ten1peratura de reginte, a corrente em regime permanente Para dado condutor isolado ou cabo isolado, em de-
pode ser escrita por terminada condição de instalação e para dada tempera-
I = a S"-62:S tura ambiente O., a capacidade de condução de corren·
(9.8)
te (/z) é a corrente que, circulando continuamente pelo
sendo a uma constante. condutor, produz a máxima sobretemperawra de regime,
ti.O,. = o,. - O.- Assim, pode-se escrever da Expressão
Temperatura máx.i ma para serviço 9.7:
contínuo
A temperatura de regime de um condutor ou de um
1, = {2,2 ou 2,6) ~~ 5o.r u
(9.9)

cabo isolado não deve ultrapassar a chamada 1emperaw- expressão que evidencia que l z clepende:
I Tabela 9 .2 • Temf!!t.raturas máximas nnrn servi~o contínuo 1

Material de isolação Temperatura máxima pa ra serviço contínuo 6, ('C)


Cloreto polivinila (PVC) 70
Borracha etileno-propileno (EPR) 90
Polietileno reticulado (XLPE) 90
1. O ...alor 2.2-é usado p.tnl seções de a1é 10 nttn:. e o valor 2.6 p~ra
as den1ais.
SU$W ü

284 lnslakições elétricas

• Do material condutor, representado pela resistividade p. Generican1ente, 1>ara a temper;itura nláxima enl regi·
• Da seç.io nominal S. n,e pernlanente do condutor, tenl-se
• Da máxima sobretemperatura de regime ilOz, isto é,
da temperatura máxima para serviço contínuo Oz e da
AO. / 2
- - = - ou
o,, - ºA :i -
,2
temperatura ambiente ou do solo (para linhas sub- ll.O, I; O, - 11,1 /;
e daí
terrâneas) O,.
• Do coeficiente de transmissão global de calor k 1, que
depende do material da isolação e das condições de (9.12)
instalação (1naneira de instalar, agrupan1ento de con· ou ainda
clutores e, no caso cfe linhas subterrâneils, da resisti-
vidade térmica do solo). (9.13)
Em diversas publicações, a capacidade ele condução
ele corrente dos condutores isolados e dos cabos isola- expressão que permite obter a temperatura final (de regi·
dos, para dada temperatura ambiente e em certa condi· me) O, produzida por uma corrente /, conhecendo-se a
ção de instalação, é expressa por capacidade de conduç.ão ele corrente /-,, a temperatura
n1á.xima para serviço contínuo Ox. e a ten,peratura an,bien-
I, = o S"l,Zj (9.1 O) te O,,. Da Expressão 9.13, obtém-se os gráficos da Figura
E a se refere à capacidade de condução ele corrente de 9.4, para os condutores isolados com PVC e com EPR
um condutor ou cabo isolado de mesmo tipo e com ou XLPE, que permí1em determinar a temperatura Ok
seção unitária (1 mn12), na mesma temperatura ambiente conhecendo-se l llz.
e nas mesmas condições ele instalação e de ambiente, e Considere, agora, um condutor isolado com dado O;,;
S à seção nominal do condutor ou cabo. A Tabela 9.3 e que, a uma temperatura ambiente de 30 ºC, possuí
apresenta os valores de a para diversos tipos de linhas uma capacidade de condução de corrente!;,;. Determine
(ver Tabela 5.28) considerando dois e três condutores sua nova capacidade de condução de corrente I r.,
carregados e un1a ten1peratur(, an1biente de 30 ºC. sabendo-se que são mantidas as demais condições e que
a temperatura ambiente (1• é diferente de 30 ºC. Assim,
Temperatura (final) de regime ela Expressão 9.11, pode-se escrever
Em relação à Expressão 9.7, para determinado tipo de
tJ.O. /~
condutor isolado, em dada condição ele instalação (por-
tanto k ,. p e S constantes), pode-se escrever que a cor-
AO;, = 11, (9.14)
rente / é igual a uma constante multiplicada pela raiz
fazendo
quadrilda da sobretemperatura dOR. Para duas condições
ele sobretemperatura no mesmo condutor, pode-se che- AO, = O, - 30
gar à expressão e
tJ.O,, = O, - O,
virá, da Expressão 9.14
(9.11)

I Tabela 9,3 • Valorei dó coeficienbl a P_!!ra al!l',!n• ti1>n1 de linhas (tem-ratvra ambiente 30 ºC) 1
Valor deac
Condutor de cobre Condutor de alumínio
Tipo de
Isolação de PVC Isolação de EPR/XL PE Isolação de PVC Isolação de EPR/XLPE
linha
·2 condutores 3 condutores 2 condutores 3 condutores 2 condutores 3 condutores 2 condutores 3 c.-ondutores
carregados carregados corregudos CBrregados carregados carregQdOS carregados carregados
A 11 10.5 15 13.5 8.5 8 11 .5 8
B 13.5 12 18 16 10.5 9.5 14 9.5
e 15 13.5 19 17 11 ,5 10,5 15 10,5
D 17.5 l4.5 21 17.5 13.5 11,5 16 11 .5
E 17 l4,5 21 l8 13 ll 16 13,5
F 17 14.5 21 18 13 11 16 13.5
SU$W ü

Copítolo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo ele tensão 28 5

Quadro 9.1 • Vida útil de condutores elétricos

A panir desses dados. pode-se concluir que não convém levar a tempera1ura de regime de um cabo a limites extre-
n1os~ porque o pouco que se ganha en1 corrente não co111pensa o risco que se corre de reduzir excessivan1ente a vida
útil do cabo. Com efei10. a vida ótil de um cabo é de cerca de 20 anos, considerando sua utilização em temperaturas
não superiores à temperatura máxima para serviço contínuo. Admite.se que, para cada 5 º C al~1n de Oz, cai pela meta·
de a vida útil do cabo. Assim, por exemplo, es1ima-se que um condu1or de cobre isolado com PVC (Oz = 70 ºC) dure
dez anos com 75 ºC, dois anos e meio com 85 ºC e pouco mais de se1e meses com 95 ºC, desde que opere em regi-
me conrínuo com a corrente de sobrecarga. n1antida.

e daí
1,,=l,M (9.15)
, k,
(2,2 ou 2,6·)
'
Pao, = ,,.'
o que evidencia o foro de que, com uma tempera1ura
ambiente sul)erior a uma temperatllra prefixada - no Considerando condutores de cobre, onde p = 20 x
caso, 30 •e -, ocorre uma redução ela capacidade de LO-, fl · mm 1/m (faixa de 70 a 90 ºC), então
conclução de corrente.
(2' 22 ou 2 16' )k 1 e 20 X 10· 3
ae:
2
a
EXEMPLO ou
Seja um circuito trifásico constituído por três con· 20 X 10- 3 ,
(5 ou 6.7)k 1 = <l. tr
dutores de cobre, isolado com PVC, de 4 mml, instala- o,
do em eletroduto, embutido em alvenaria em um local
onde a temperat.ura ambienie é de 30 ºC. Para isolação de PVC, com O, = 30 ªC, !!.01, = 40 ºC,
(a) A capacidade de conclução de corrente pode ser a expressão fica
obtida da Expressão 9.1 O (5 OU 6,7) k 1 = 0,5 X 10- 30 2 (9.16)
• Da Tabela 9.3, tipo de linha B, 3 condutores car-
regados: a = 12 A Para isolação de EPR ou XLPE, com O, = 30 ' C, !!.Oz
= 60 ºC, a expressão é
I, = 12 X 40.62.S = 28 A
(5 ou 6, 7) k1 = 0,33 X 10"3a2 (9.17)
(b) A temperatura de regime atingida com uma corren-
Tirando o valor de k, das expressões 9.16 e nas 9.17
te I = 56 A pode ser obtida da Express.'lo 9.1 3, lem- e substituindo nas expressões 9.5 e 9.6, obtém-se:
brando que O, = 70 ºC e O• = 30 ºC
• Para PVC

º• = 30 + c10 - 30) G-68)" = 190 °c


?

K = 0.5 X I0- 3 a2 /VS (9.18)


(c) Com / = 14 A, virá da Expressão 9.13 • Para EPR ou XLPE

On = 30 + (70 - 30) 14)2= 40 ºC


(28 K = 0.13 x 10- 3 a2 /VS (9.19)
Substituindo as expressões 9.18 e 9.19 na Expressão
(d) Os resultados de (b) e (c) podem também ser obti- 9.1 e considerando p = 20 x 10-.1 n · mm2/m, obtém-
dos utilizando o gráfico da Figura 9.4, entrando com se para a corrente em regime pemlanente /,
11 = 2 e n = 0,5, respeclivan1ente. • No caso de condutor de cobre, isolação de PVC
(e) A capacidade de condução ele corrente para uma
temperatura ambiente de 45 •e pode ser obtida uti- / = 0.158 a _s<>.6l5VAõ,; (9.20)
lizando-se a Expressão 9.15; • No caso de condutor de cobre, isolação de EPR ou XLPE

1, , = 28
Fiõ=45 =22.13 A
V~ I = 0.128aS"·625 VAõ,; (9.21)
Das expressões 9.20 e 9 .21 , obtém-se uma expres-
Igualando-se as expressões 9.9 e 9.10, obtém-se são 1>ara O•·
que será

(2,2 ou 2,6) JFi. v"Áô, 5"!,ZJ = {IS"·"" (9.22)


SU$W li

286 lnslakições elétricas

onde P vale 0, 158 para isolação em PVC e O, 128 para cidade de condução de corrente de cabos isolados em
isolação em EPR ou XLPE, da qual também se pode regime pennanente (fator de carga 100%) - Procedimento.
obter os gráficos da Figura 9.4. As tabelas de capacidades de condução de corrente
Para o item (b) do exemplo ante.rior, obtém-se, utili- de condutores e cabos isolados de baixa tensão indica-
zando a Expressão 9.22, das na NBR 541 O foram mont.idas utilizando valores
562 obtidos por ensaios ou por cálculos. Nas tabelas, os
O - • +30-!90 ºC valores de lx são apresentados em função de:
R - 0.1581 X 122 X 41.?S • -
• Material condutor (cobre ou alumínio).
• Tipo de isolação (PVC, EPR ou XLPE).
9.3 Capacidades de condu~ão • Tipo de linhas elétricas (de acordo com a Tabela
de corre nte 5.28).
• Número de condutores carregados (2 ou 3).
Os valores das capacidades de condução ele corrente • Temperatura ambiente ou do solo (30 •e
ou 20 •e,
de condutores isolados e cios cabos isolados, funcionando respectivamente).
em regime permanente, en, todas as tensões alternadas ou • Resistividade térmica do solo, para linhas subterrâ-
em tensões contínuas até 5 kV, enterrados diretamente no neas (2,5 K.mlW).
solo, contidos em condutos ou ao ar livre, podem ser deter-
Na Tabela 5.28, os ensaios ou cálculos foram basea-
minados a partir da n0<ma NBR 11301: Cálculo da capa-
dos em métodos de referência, de acordo com o tipo de

400

300

250

200

150

O'
~
!!
·..," 100
.,,,,
~

e 80
.'::
r:
g-
;,;
;-

50

40

30
o 0.5 1.0 t.5 2.0 3,0
I
n= -
1:

Figura 9 .4 • Temperatura de regime permanente em h,nçõo do relação II poro condutore• de cobre com isolações ele PVC
e de EPR ou XlPE poro temperatura ambiente de 30 •e
SU$W li

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 287

linhas elétricas utilizadas. Os métodos de referência são fases e neutro, se existir, não sendo levada em conside-
caracterizados por: ração a existência de condutor de proteção, a menos que
se trate de condutor PEN.
• A 1 --> condutores isolados em eletroduto de seção
Em particular, no caso de circuito trifásico com
circular en1butido en, parede tern1ican1ente
neutro, quando a circulação de corrente no neutro não
isolante.
for acompanhada de redução correspondente na carga
• A , --> cabo multipolar em eletroduto de seção circu-
dos condutores de fase, o neutro deve ser computado
lar embutido em parede termicamente isolante.
como condutor carregado. É o que acontece quando a
• IJ, --> condutores isolados em eletroduto de seção
corrente nos condutores de fase contém componentes
circular sobre parede de madeira.
harmônicas de ordem três e múltiplos em uma taxa supe..
• /J2 --> cabo multipolar em eletroduto de seção circu-
rior a 1So/o. Nessas condições, o circuito trifásico com
lar sobre parede de madeira.
neutro deve ser considerado como constituído de 4 con-
• C--> cabos unipolares ou cabo multi1>0lar sobre
dutores carregados e a determinação da capacidade de
parede de madeira.
condução de corrente dos condutores deve ser afetada
• D --> cabo multipolar em eletroduto enterrado no
do fator de correção devido ao carregamento do neutro.
solo a uma profundidade de 70 cm;
Tal fator, que em caráter geral é de 0,86, independente-
• E-+ cabo multipolar ao ar livre;
mente do método de instalação, é aplicável então às
• F -+ c.1bos unipolares justapostos (na horizontal, na
capacidades de condução de corrente válidas para três
vertical ou em trifólio) ao ar livre.
condutores carregados.
• G--, cabos unipolares espaçados ao ar livre.
As tabelas de capacidade de condução de corrente
Com base nessas referências, que estão relacionadas (Tabelas 9.4 a 9.7) trazem colunas para dois e p;,ra três
na Tabela 5.28, foram feitos os ensaios ou cálculos da condutores carregados, mas nenhuma coluna válida
capacidade de condução de corrente <1ue estão apresen- especificamente para quatro condutores carregados. Por
tados nas tabelas 9.4, 9.5, 9.ó e 9.7. Essas tabelas corres- isso, a determinação da capacidade de condução de cor-
pondem às tabelas da NBR 5410 e são válidas para cir- rente para quatro condutores carregados deve ser feita apli-
cuitos simples com dois ou três condutores carregados, cando-se o fator de 0,86 às capacidades de condução de
is1oé: corrente válidas para três condutores carregados, sem
prejuízo dos demais fato,es ele correção eventualn1ente
• dois condutores isolados, dois cabos unipolares ou
aplicáveis, como os referentes a temperatura ambiente,
un1 cabo bipolar; ou
resistividade térmica do solo e agrupamento de circuitos.
• três condutores isolados, três cabos unipolares ou um Alternativamente, o fator de correção devido ao car-
cabo tripolar. regamento do neutro pode ser determinado caso a caso,
Nos métodos E, F e G, a distância entre o cabo mul- de acordo com o método de instalação, assumindo-se
ti1>0lar - ou qualquer cabo unipolar - e qualquer que quatro condutores carregados correspondem a dois
superfície adjacente deve ser de, no mínimo, 30% do circuitos de dois condutores carregados cada. Nessas con-
diâmetro externo do cabo, para o multipolar, ou no míni- dições, o fator de correção devido ao carregamento do
mo igual ao diâmetro do cabo, para cabos unipolares. neutro corresponde então ao fator de agrupamento válido
No método G, o espaçamento mínimo entre os cabos para dois circuitos e para o método de instalação consi-
deve ser igual ao diâmetro externo do cabo. derado e é aplicável às capacidades de condução ele
Os valores apresentados nas tabelas 9.4, 9.5, 9.6 e corrente válidas para dois condutores carregados.
9.7 são valores em amperes da corrente de 17, que em Em ,esumo, te.nos a seguinte situação para o núm~
regime permanente levará a temperatura interna do con- ro ele condutores carregados a considerar:
dutor a 70 ºC para PVC ou a 90 ºC para EPR ou XLPE. • dois condutores carregados: circuito monofásico a dois
Por exemplo, um c.1bo tripolar de cobre, isolaç,io de condutores e dois fases sem neutro.
PVC, de 1O mm1, temperatura ambiente de 30 ºC, operan-
do dentro de um eletroduto de seção circula, embutido • três condutores carregados: circuito monofásico a três
condutores, duas fases com neutro, trifásico sem neu-
em parede de alvenaria, terá pela Tabela 5.28 o método de
tro e trifásico com neutro.
referência 82, e pela Tabela 9.4, a corrente n1áxima em
regime permanente será de 46 A. Essa corrente de 46 A
levará a temperatura interna cio condutor a 70 ºC. Temperatura ambiente
O valor da temper,,wra ambiente a utilizar é o da
Número de condutores carregados temperatura cio meio circundante, quando os condutores
Em princípio, o número de condutores carregados a ou cabos considerados não estiverem operando. As tabe-
considerar é o de condutores vivos do circuito, isto é, las 9.4 a 9.7 consideram como temperaturas de referên·
cia: 20•c, para cabos enterrados diretamente no solo ou
SU$W 6

288 lnsloloções elétricas

Tabela 9 .4 • Capacidades de cond~ão de corrente em amperes, para os mélados de referência


Ar, A2, sr, 82, e e D

• Condutores isolados, cabos unipolares e multipolares - cobre e alumínio, isolação de PVC


• Temperatura ele 70 •e no condutor
• Temperatura: 30 ºC (ambiente); 20 ºC (solo)
Métodos de instalação e de referência defenidos na Tabela 5.58
Seções
nominais
Al A2 81 82 e D
(mm')
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
cc cc cc cc cc cc cc cc cc cc cc cc
(l) (2) (3) (4) (S) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
Cobre
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0.75 9 9 9 9 11 10 11 10 13 li 15 12
1,0 li 10 li 10 14 12 13 12 15 14 18 15
1,5 14,5 13,5 14 13 17.5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24
4,00 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6.00 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86
35 99 89 92 83 125 110 11 1 99 138 119 125 103
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
150 240 216 219 196 309 275 265 236 344 299 278 230
185 273 245 248 223 353 314 300 268 392 341 312 258
240 321 286 291 261 415 370 361 313 461 403 361 297
300 367 328 334 298 477 426 401 358 530 464 408 336
400 438 390 398 355 571 510 477 425 634 557 478 394
500 502 447 456 406 656 587 545 486 729 642 540 445
630 578 514 526 467 758 678 626 559 843 743 614 506
800 669 593 609 540 881 788 723 645 978 865 700 577
1.000 767 679 698 618 1.012 906 827 738 1.125 996 792 652
'
Alu1111n10
.
16 48 43 44 41 60 53 54 48 66 59 62 52
25 63 57 58 53 79 70 71 62 83 73 80 66
35 77 70 71 65 97 86 86 77 103 90 96 80
50 93 84 86 78 118 104 104 92 125 110 113 94
70 118 107 108 98 150 133 131 116 160 140 140 11 7
95 142 129 130 118 181 161 157 139 195 170 166 138
120 164 149 150 135 210 186 181 160 226 197 189 157
150 189 170 172 155 24 1 214 206 183 261 227 213 178
185 215 194 195 176 275 245 234 208 298 259 240 200
240 252 227 229 207 324 288 274 243 352 305 277 230
3 ()() 289 261 263 237 372 331 313 278 406 351 313 260
400 345 311 314 283 446 397 372 331 488 422 366 305
500 396 356 360 324 512 456 425 378 563 486 414 345
630 456 410 416 373 592 527 488 435 653 562 471 391
800 529 475 482 432 687 612 563 502 761 654 537 446
1.000 607 544 552 495 790 704 643 574 878 753 607 505
Nota:
CC = condn1orc$ cancgados
SU$W 6

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 289

Tabela 9,5 • Capacidade ele condução ele corrente, em ampêres, para as métodos ele referência A 1,
A2, 81, 82, Ce D

• Condutores isolados, cabos unipolares e multipolares - cobre e alumínio, isolação ele EPR ou XLPE
• Temperatura no condutor: 90 ºC
• Temperatura: 30 •e (ambiente); 20 •e (solo)
Métodos de ínstalação e de referência defenidos na Tabela 5.58
Seçõe.~
no1ninais AI A2 81 82 e D
(mm')
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
cc cc cc cc cc cc cc cc cc cc cc cc
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
Cobre
0,5 10 9 10 9 12 10 tI 10 12 li 14 12
0,75 12 li 12 11 15 13 15 13 16 14 18 15
1 15 13 14 13 18 16 17 15 19 17 21 17
1,5 19 17 18,5 16,5 23 20 22 19,5 24 22 26 22
2.5 26 23 25 22 31 28 30 26 33 30 34 29
4 35 31 33 30 42 57 40 35 45 40 44 37
6 45 40 42 38 54 48 51 44 58 52 56 46
10 61 54 57 51 75 66 69 60 80 71 73 61
16 81 73 76 68 100 88 91 80 107 96 95 79
25 106 95 99 89 133 11 7 119 105 138 119 121 101
35 131 117 121 109 164 144 146 128 171 147 146 122
50 158 141 145 130 198 175 175 154 209 179 173 144
70 200 179 183 164 253 222 221 194 269 229 213 178
95 241 216 220 197 306 269 265 233 328 278 252 211
120 278 249 253 227 354 312 305 268 382 322 287 240
150 318 285 290 259 407 358 349 307 441 371 324 271
185 362 324 329 295 464 408 395 348 506 424 363 304
240 424 380 386 346 546 481 462 407 599 500 419 351
300 486 435 442 396 628 553 529 465 693 576 474 396
400 579 519 527 472 751 661 628 552 835 692 555 464
500 664 595 604 541 864 760 718 63 1 966 797 627 525
630 765 685 696 623 998 879 825 725 1.1 22 923 711 596
800 885 792 805 721 1.158 1.020 952 837 1.3 t I 1.074 811 679
1.000 1014 908 923 826 1.333 1.173 1.088 957 1.5 15 1.237 916 767
Alurnínio
16 64 58 60 55 79 71 72 64 84 76 73 61
25 84 76 78 71 105 93 94 84 101 90 93 78
35 103 94 96 87 130 116 115 103 126 112 11 2 94
50 125 113 115 104 157 140 138 124 154 136 132 112
70 158 142 145 131 200 179 175 156 198 174 163 138
95 191 171 175 157 242 217 210 188 241 211 193 164
120 220 197 201 180 281 251 242 216 280 245 220 186
150 253 226 230 206 323 289 277 248 324 283 249 210
185 288 256 262 233 368 330 314 281 371 323 279 236
240 338 300 307 273 433 389 368 329 439 382 322 272
300 387 344 352 313 499 447 421 377 508 440 364 308
400 462 409 421 372 597 536 500 448 612 529 426 361
500 530 468 483 426 687 61 7 573 513 707 610 482 408
630 611 538 556 490 794 714 658 590 821 707 547 464
800 708 622 644 566 922 830 760 682 958 824 624 529
1.000 812 712 739 648 1.061 955 870 780 1.108 950 706 598
No1a:
CC = C01kh.tlOl'CS (.'Ml\!&~dos
SU$W li

29 0 lnsloloções elétricas

Tabela 9 ,6 • Capaciclacles ele condução ele corrente, em amperes, para os métodos de referência
E, F e G

• Condutores isolados, cabos unipolares e multipolares - cobre ou alumínio, isolação de PVC


• Temperatura de 70 ºC no condutor
• Tem1>eratura ambiente: 30 ºC
Métodos de instalação e de referê.ncia definidos na Tabela 5.28

J~ J~ r~ r~i
lt E F F p G G

j~-
Seções
...
j~ ~~
nominais
: : ou
( 1nm1) r,,y
i0
0
: º•
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (1) (8 )
Cobre
0-5 11 9 li 8 9 12 10
0,75 14 12 14 li li 16 13
1 17 14 17 13 14 19 16
1,5 22 18,5 22 17 18 24 21
2.5 30 25 31 24 25 34 29
4 40 34 41 33 '.l4 45 39
6 51 43 53 43 45 59 51
10 70 60 73 60 63 81 71
16 94 80 99 82 85 110 97
25 119 101 13 1 110 11 4 146 130
35 148 126 162 137 143 18 1 162
50 180 153 196 167 174 219 197
70 232 196 251 216 225 281 254
95 282 238 304 2(>4 275 341 311
120 328 276 352 308 321 396 362
150 379 3 19 406 356 372 456 419
185 434 364 463 409 427 521 480
240 514 430 54ó 485 507 615 569
300 593 497 629 561 587 709 659
400 715 597 754 656 689 852 795
500 826 689 868 749 789 982 920
630 958 798 1.005 855 905 1. 138 1.070
800 1.118 930 1. 169 971 1.119 1.325 1.251
1.000 1.292 1.073 1.346 1.079 1.269 1.528 1.448
Alun1ín10
16 73 61 73 62 65 84 73
25 89 78 98 84 87 112 99
35 11 1 96 122 105 109 139 124
50 135 11 7 149 128 133 169 152
70 173 150 192 166 173 217 196
95 210 183 235 203 2 12 265 24 1
120 244 2 12 273 237 247 308 282
150 282 245 316 274 287 356 327
185 322 280 3(,3 31 5 330 407 :l76
240 380 3:lO 4:,0 375 392 482 447
300 439 381 497 434 455 557 519
400 528 458 600 526 552 67 1 629
500 608 528 694 610 640 775 730
630 705 6 13 808 711 640 775 730
800 822 714 944 832 875 1.050 1.000
1.000 948 823 1.092 965 1.015 1.213 1.161
SU$W li

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 291

Tabela 9 .7 • Capacidades de condu~ão de corrente, em amperes, para as maneiras de instalar E,


Fe G

• Condutores isolados, cabos unipolares e multipolares - cobre e alumrnio, isolação de EPR ou XLPE
• Temperatura de 90 ºC no condutor
• Temperatura ambiente: 30 •c
~1étodos de instalação e de referência definidos nu làbeJa S.28
p

J~ ~~
E E F F G G
Se\-iies
non1innis
(mm')

(J)
Cobre
Jf(2)
~~
(3)
~~

: ou

:<,)

(4)
~ !
~
(5)
: ou

i
(6)
: º•
(7)
r
~~º•
(8)

0.5 13 12 13 10 10 15 12
0.75 17 15 17 13 14 19 16
1 21 18 21 16 17 23 19
1.5 26 23 27 21 22 30 25
2,5 36 32 37 29 30 41 35
4 49 42 50 40 42 56 48
6 63 54 65 .53 55 73 63
10 86 75 90 74 77 101 88
16 115 100 121 10 1 105 137 120
25 149 127 161 135 141 182 161
35 185 158 200 169 176 226 201
50 225 192 242 207 2 16 275 246
70 289 246 3 10 268 279 353 318
95 352 298 377 328 342 430 389
120 410 346 437 38'.l 400 5()0 454
150 473 399 504 444 464 577 527
185 542 456 575 510 533 661 605
240 641 538 679 607 634 781 719
300 74 1 621 783 703 736 902 833
400 892 745 940 823 868 1.085 1.008
500 1.030 859 1.083 94<, 998 1.253 1. 169
630 1.1 96 995 1.254 1.088 1. 151 1.454 1.362
800 1.396 1. 159 1.460 1.252 1.328 1.696 1.595
1.000 1.613 1.336 1.683 1.420 1.511 1.958 1.849
~ '

16 91 77 90 76 79 103 90
25 108 97 121 103 107 138 122
35 135 120 150 129 135 172 153
50 164 146 184 159 165 2 10 188
70 211 187 237 206 2 15 271 244
95 257 227 289 253 264 332 300
120 3()() 263 337 296 308 387 35 1
150 346 304 389 343 358 448 408
185 397 347 447 395 4 13 515 470
240 470 409 530 471 492 6)1 561
300 543 471 6 13 547 571 708 652
400 654 566 740 663 694 856 792
500 756 652 856 770 806 991 92 )
630 879 755 996 899 942 1.154 1.077
800 J.026 879 1.164 1.056 1.1 06 1.351 1.26(,
1.000 1.186 1.0 12 1.347 1.226 1.285 1.565 1.472
SU$W ü

292 lnsloloções elétricas

contidos em eletrodutos enterrados; e 30 ºC, para as Para linhas subterrâneas, quando forem conhecidos
den1ais maneiras de instalar. valores mais precisos de resistividade térmica cio solo e
No caso ele a tem1>ert1tura an1biente ou do solo no estes forem diferentes do valor de referência, 2,5 K.m/W,
local da instalação ser diferente das temperaturas de refe- utiliza-se à Tabela 9.9, que apresenta fatores ele corre-
rência, haverá alteração no valor da capacidade de condu- ção lf,).
ção de corrente, e Quanto maior a resistividade térn,ica, piores as con·
• Iz será reduzido para OA > 30 •e ou 20 ºC; e dições de dissipação e, portanto, menor t,..
• /7. aun,entará. paraº"< 30 ~e ou 20 ~e.
Fatores de agrupamento
como pode ser deduzido da Expressão 9.15. Nessas con-
dições, devem ser utilizados os fatores ele correção (!,) Quando for instalado mais ele um circuito na mesma
constantes ela Tabela 9.8. linha elétrica, ou quando tivermos linhas elétricas conti-
~ importante observar que tais fatores não consicle- guas, devem ser aplicados os f.,tores de agrupamento (h)
r,1n1 o aumento de temperatura devido à radiação solar das tabelas 9.1O a 9.13, extraídas da NBR 541 O.
ou a outras radiações infravermelhas. Quando os cabos ou
condutores forem submetídos a tais radiações, as capaci- Omissão dos fatores de
dades de condução de corrente deverão ser calculcadas
pelos métodos especificados na NBR 11301. agrupamento
Os fatores de agrup.1n1ento são sempre calculados
Resistividade térmica do solo
admitindo-se que todos os condutores ou cabos agrupados
Para as linhas subterrâneas, as tabelas consideran, u1na sejam de mesmo tipo, têm a mesma seção e estão igual-
resis(iviclacle térmica cio solo de 2,5 K.m/W, valor reco-
mente carregados, condições que ocorrern n1oito raramen·
mendado pela IEC no caso geral para percursos no inte-
te na prática. Em geral:
rior ou em torno de prédios.
• Os condutores ou cabos 1>0ssuem seções diferentes,
A resistividade tém1ica do solo é extremamente sen- que podem, eventualmente, até ser de tipos diferen-
sível ao conteúdo de umidade, que pode apresentar tes.
grandes variações ao longo do tempo, dependendo do • Os agrupamentos podem compreender condutores
tipo de solo, das condições topográficas e meteo- ou cabos de circuitos de potência e de circuitos de
rológicas e, sobretudo, do carregamento do cabo. Por comando, sinalização etc.
isso, ent linhas elétrjca~ subterrâneas constituídas gor
• As capacidades de condução de corrente dos condu-
cabos diretamente e111errados, quando se deseja man- tores e cabos podem ser sensivelmente superiores às
ter un1 conteúdo mínimo de umidade residual, n1esmo
correntes de projeto dos circuitos correspondentes,
sob severos gradientes ténnicos, é costume reconsti-
por exemplo, devido às quedas de tensão.
tuir a região da vala em tomo dos cabos com areias
selecionadas (bllckfills). • Os condutores ou cabos não são pe,corridos constan-
No entanto, pesquisas recentes realizadas no Brasil temente pelas correntes de projeto dos respectivos cir-
indicam. ao contrario do que se estabelecerá até então. cuitos, podendo as cargas ser cíclicas ou intermitentes.
que o uso de areias com carac1erísticas controladas • Os condutores ou cabos dos diferentes circuitos não
não goranre a 1nanutençüo de uma quantidade míni1na são simultaneamente carregados com as respectivas
de umidade do solo e, ponanto. de um valor aceitável correntes de projeto.
de resistividade ténnica. Nessas condições pode-se, na aplicação dos fatores
A partir dos resultados de tais pesquisas. a tendência de agrupamento, deixar de computar:
atual é utilizar materiais de formulação específica (os
chamados bllckfil/s estabilizados) em tomo dos • Os condutores ou cabos cuja seção seja sensivelmen-
cabos. que garantam uma baixa resistividade tém1ica te superior à correspondente corrente de projeto do
(inferior a I I<.m/W), mesmo em condições de baixís- circuito respectivo, por exemplo, devido ao critério
simo conteúdo de umidade. Quando isso não for feito, ele atendin1ento à queda de tensão; é o CilSO de ter-se
silo recomendados critérios restritivos 110 climer1sio- 111 :S 0,7 t,., considerados os outros fatores de corre-
1ll11ne1110 tér111ico dos G't1bos. tais con10 fixar u1na ção eventuais (r>0r exemplo, o fator de correção de
temperatura-limite na cobenura dos cabos (da ordem temperatura ambiente).
de 50 ºC) para conter a migração de umidade ou utili- • Os condutores ou cabos levemente carregados, como
zar a resistividade 1énnica na condição de solo seco é o caso cios circuitos de comando, sinalização e
(da ordem de 2,5 K.m/W). análogos.
SU$W li

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 293

ITabela 9,8 • Fatores ele correção para temperaturas ambientes d iferentes de 30 'C para linhas
não-subterrâneas e ele 20 'C (temperatura do solo) para linhas subterraneas l
Tempi:ratura Isola~ão
('C) PVC EPR ou XLPE
10 1.22 1. 15
15 1.17 1. 12
~ 20 1,12 1,08
..."c
.. 25 1.06 1.04
~ 35 0.94 0,96
.Q

."oe.
'f 40 0.87 0,91
45 0,79 0,87
V.

"
.e
c
50 0.7 1 0,82
:::l 55 0.6 1 0.76
60 0.50 0,71
65 - 0,65
70 - 0,58
75 - 0.50
80 - 0,4 1
10 1.10 1,07
15 1.05 1,04
25 0.95 0.96
"""'c 30 0.89 0,93
..
·e
35 0,84 0,89
J:i
::, 40 0.77 0,85
"'~
.e 45 0.7 1 0.80
=
:::l 50 0,63 0.76
55 0.55 0,71
60 0.45 0.65
65 - 0,60
70 - 0,53
75 - 0,46
80 - 0,38

Tabela 9 ,9 • Fatores ele correção para cabos contidos em eletrodutos enterrados no solo, com resis·
tividades térmicas ele 2,5 K.m/W, a serem aplicados às capacidades ele condução ele
corrente do método ele refet-ência O
Resislívídade térmica (K.m\W) 1 1.5 2 3
Fator de correção 1,18 1, 1 1.05 0.96
NOl3S:
1. Os fhtore.1 de correção dados s.llo \':tlorcs nlédios para ai; seções non1inais incluídas n:15 Tabelas 9.4 e 9.5. con1 un1a dispc~o gcmlmcntc inferior
a cinco por cento.
2. Os falares de correç:Jo s.1lo aplicáveis a cabos c1n elclmdutos enterrados. a urna profundidade de até 80 c,n.
3. Os f:itores de correção p:.m cabos din.:ta1ncntc cn1crr.'ldos são mnis elevados ~va re.sisti\'id.'ttks 1érmicJS inrcriOrC$ a 2.5 K.m/\V e J)O(lc,n ser C'!l·
c ul 3dos pck>s 1né1odo.,; d:idos n.1 NBR 11301.
SU$W 6

294 lnsloloções elétricas

Tabela 9 .10 • Fatores de coneção aplicáveis a condutores em linhas abertas ou fechadas, agrupados
em um mesma plano e em camada única

Forn•.a de Nún1ero de circu.itos ou de cabos mullipolares Tabel as dos


Ref. agrupamento 9a 1Z a 16 a métodos de
dos condutores J 2 3 4 s 6 7 8
lJ IS 19 i!: 20 referência
En1 feixe: ao ar livre
ou sobre superficie: 36a 39
1 1.00 0.80 0.70 0.65 0.60 0,57 0.54 0.52 0.50 0.45 0,4 1 0.38
e1nbutídos: en1 condu10 (mé1odos A a F)
fe<:hado
Carnada única sobre
parede, piso. ou em
2 1.00 0,85 0,79 0,75 0,73 0.72 0.72 0.71 0.70
bandej,\ não perfurada 36a 37
ou prateleira (mé10<lo C)

3 Carnada única no telo 0.95 0.81 0.72 0.68 0.66 0.64 0.63 0.62 0,6 1

Ca1nada única e1n


4 1,00 0,88 0,82 0,77 0,75 0,73 0,73 0,72 0,72
bandeja perfurada 38 c39
Can1ada única sobre (mé10<los E e F)
5 1.00 0,87 0.82 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,78
leito! suporte e1c.
Now:
1. Esses ratore.s sào !'lplicáveis .1 ~ upos hon1ogéneos de c.ibos. unifonr.c1nente cJ.tregados.
2. Quando a dis1ânci.- hori1.ontal ent~ cabos :'ldj.'lCCn1es for svperior .-io dobro de seu cli!unietro cx1e,,10. n.1o é neccss:.1.río :lpllc.1r nenhu,n fa.tor de
reduç,io.
3. O nú1nero de circuiros ot• de C.'lbos con1 o qu.11 se consu11a a tabela refere-se:
• à quanticiade de grupos de dois ou U\~ colldu1orcs isolados ou cabo.s unipol3res. cada grupo cons1huindo un1 circuito (supondo,.se um só coo·
du1or pot rase. is10 é. se.n1 cond,11ores en1 p.,ralelo)~ .:/ou
• à quantidade de cabos 1nuhipolaf\~s que oon1põc o .'lgtup:11nc1uo. qualquer que sej.'I 1.".Ss.'I oon1posiç~o (só condt..uores isolados. só c.1.bos unipo·
lares. só cabos 1nuhi1>01MtS ou quakjocr combinação).
4. Se o ayup.'llllCnto for oons1i1u(do. .1.0 n,esn10 1c,n1>0, de cabos bipolares e ll'ipol:ires. deve-se eonsidem o núl'l'ICro t~áJ 00 cabos 1.,.-on10 o nún'ICro
de circuhos e. de posse do faior de .1gtupàl'nen10 resultante. a de1ennín~çl0 dM cap.acld:tdes de con<h.1ç-ão de corren1c. nas tabelas 36 a 39. deve
ser então efetuada:
• 11a coturl!l de dois condutores i.'átl'cg.,oos. p.va os cabos bipolares: e
• ,1a colu1\.'I de ui.s cond111ores cal'regados. pa~ os c.lboS tripol;'lt('.S,
5. U1n agrup.1nM!tllOcom I\' tondu1ores iSól:td0$, ()ti/\' cabos unipolttres, pode :ser c."Omidcrndo composto 1anto por N/2 circuit0$ con1 dois condu·
1oret csrrcg.ados qu.1.mo por N/3 circui1os co1n 1ris condu1ores carregados.
6. Os valores indicados são rnédios 1w.1 a faixa usual de seçõeS no1nin..1is. oom dispersão 1,.1tr.tln1en1e inferior a cinco por «n10.

Tabela 9 .11 • Falares de corresão aplicáveis a agrupamentos que oon,iotem em mais de uma
camada de condutores: aplicar - s métodos de referência C (tâbelas 9.4 e 9.5), E e F
(tâbela s 9.6 e 9.7)

Quantidade de circuitos trifásicos ou de cabos multipolares por cantada


2 3 4ou5 6ou8 9 e n1ais
2 0.68 0.62 0.60 0.58 0.56
3 0.62 0,57 0.55 0.53 0.5 1
Quantidade
4 ou 5 0.60 0.55 0,52 O.S I 0,49
de camadas
6a8 0,58 0.53 0,51 0,49 0.41l
9 e rnais 0.56 0.51 0,49 0,48 0.46
Notas:
1. Os fatores são válidos. indcpendcntcn1cn1c dá dispos~.lo da c,unada. se hotiwn1:d ou \'Cnk:'11.
2. Sobrt ~ndu1ores ."lt;.n1pádos cm un1:t ,ínic;a 1.,.'3m:td:i,, \'Cr Tobcl3 9.10 (linhas 2 :i S da 1.tbcl.t).
3. Se forem nc<1ess!trios ,':'IIOteS mais precisos. deve·se recomr à A8NT NOR 11301.
SU$W 6

Capitulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 295

I
Tabela 9 .12 • fatores ele agrupamento para mais de um circuito - cabos unipalares ou cabos
mullipalaref diretamente enterrados (método ele referência D) l
Número de
Distância entre cabos (a)
circuitos
Nula 1 diâmetro de cabo 01125 m o,zs m O,Sm
2 0,75 0,80 0,85 0.90 0,90
3 0.65 0,70 0 ,75 0,80 0.85
4 0.60 0.60 0.70 0.75 0.80
5 0.55 0,55 0,65 0,70 0.80
6 0,50 0,55 0,60 0,70 0,80

Cabos multipolares Cabos unipolares

No1a:
®® @@
---l•f-- ---l•f-- -- --
1@)__
---l•f--
1@)__
---l•f--
Os valores indic.:,,d0$ s!io ~pticá\'eis p..va uma profundidade de 0,7 1n e uma rc.sisth•idade térmica do solo de 2.5 K.m/\V. S.'lo valores médios para as
dinu~ns6es dos cabo$ constantes n:t.i 1:lbcl~ 9.4 e 9.5. Os valores médi()S am:doodado.s poden1 apre$Cntar erros de ± 10% en1 cer10.~ C:lSOS.. Se roren,
rte<XS$.-1.rios v:1.lores ma.is precisos. de\-e·se 1\.--correr à NHR 11301 •

Tabela 9.13 • fatores de agrupamento para mais de um circuito - cabos em eletrodutos


diretamente enterrados

Cabos mullipolares•. em elelródulOS - 1 cabo por elelrodulo


Nún1ero de circ.uitos E.~3\'1menlo enlrc eletrodulos (a)
Nulo 0,25m 0,5 m l,Om
2 0.85 0.90 0.95 0.90
3 0.75 o.ss 0.90 0,95
4 0.70 0.80 0.85 0,90
5 0.65 0.80 0.85 0.90
6 0,60 0.80 0.80 0.80
Cabos unipolares em eletrodutos - 1 cabo por eletroduto
Núrnero de circuito
Espaçamento entre elelrodutos (a)
(2. ou 3 c-abos)
Nulo 0,25m O,Sm 1,0 m
2 0,80 0.90 0.90 0,95
3 0.70 0.80 0.85 0.90
4 0.65 0.75 0,80 0,90
5 0,60 0,70 0,80 0,90
6 0,60 0,70 0,80 0,90
Cabos multiPolares Cabos unipolares

(@) (@)
-----i•I-
(;Q c;x;)
-----i•I-
No1x
Os v.tlól'e$ indic-.ados s;\o ~plicáveis pará um., proíundid:tdc de 0.7 1n e umà resistivid.1.dc 1érmic:1 do solo de 2.5 K.mJ\V. São valores nlédios para tu
dln,cnsõc:s dos (.Lhos cons1an1es n.u Tàbcl:.s 9.4 e 9.5. Os valores 1nédios arredond,\dos pode1n apresentar erros de ± 1~ en, certos casos. Se fortn,
1"ttX:css:1rios \•;dores mais pre<:is-os. de\-C•st re<:OITer ~ NBR l l 30l •
SU$W li

296 lnslalações elétricas

9 .4 Critério da capacidade de • 111 = 210 A.


condução de corrente • Condutores isolados, cobre com isolação de PVC.
• Eletroduto aparente de seç.io circular instalado rente
Para a aplicaç.'io cio critério da capacidade de conclu- à parede (Tabela 5.28, método ele referência 81).
ção de corrente ao dimensionamento de circuitos, é neces·
sário conhecer:
• º• = 30ºC.
• Circuito trifásico a 3 condutores
• A corrente de projeto do circuit.o (/8 ) . (a) Da Tabela 9.4 coluna B, com 3 condutores car·
• O tipo de condutor isolado ou de cabo isolado. regados
• O tipo de linha elétrica, isto é, a maneira de instalar
• 1,1 = 210 A--> S, = 120 mm 2 com /z = 239 A.
(Tabela 5.28).
• A temperatura ambiente ou cio solo, no caso de linhas (b) A temperatura de regime permanente do condutor
subterrâneas. de 120 mm' será de:
• A resistividade térmica do solo, no caso de linhas
subterrâneas • º• = 30 + (70 - 30)(
210 '
239
) = 60,88 ºC
• O número de condutores carregados.
• A proximidade de oi,tros condutores ou cabos (isto é, (c) Se O, = 45 •e e no eletroduto houvesse mais um
as condições de agrupamento). circuito, teríamos:
Quando se tem condutores isolados ou cabos isola- • Da Tabela 9.8 -> f, = 0,79.
dos com isolações de PVC, EPR ou XLPE, instalados de
• Da Tabela 9.10-> A= 0,8.
acordo com a Tabela 5.28 do Capítulo 5 e sendo:
• A temperatura ambiente de 30 ºC ou, para linhas sub- • o fator de correção total será-> f = 0,79 X 0,8
terrâneas, a temperatura do solo de 20 ºC. = 0,632
• A resistividade térmica do solo (no caso de linhas • Da Expressão 9 .23
subterrâneas) igual a 2,5 K.m/W.
• O número de condutores carregados igual a dois ou lí, • O~;i2 • 332.27 A
três; pode-se entrar diretamente com a corrente de pro-
jeto /8 na coluna adequada das tabelas de 9.4 a 9.7 e • Da Tabela 9.4, coluna 8 1 com 3 condutores
obter a menor seção nominal, Si, para a qual lx ~ J,'l- carregados com 3.12,27 A -> S, = 240 mm 2•
• A capacidade de conclução ele corrente dos
Quando se tem para o circuito condições de tempe-
condutores de 240 mm' será obtida multipli·
ratura an1biente ou do solo, ou de resistividade térmica
cando-se o valor constante ela Tabela 9.4, /'. =
do solo, ou de açrupamento, diferentes daquelas a que
370 A, pelo fator de correção f = 0,632, isto é
se referem as tabelas citadas, deve-se recorrer aos fatores
de correção da capacidade de condução de corrente, li'.= 370 X 0,632 = 233,84]
que são: A valor que deve ser comparado com 11, = 210 A.
• Fator de correção da temperatura ambiente ou do
Note que a Tabela 9.4 foi feita para um circuito
solo, f,, dado na Tabela 9.8.
carregado, operando à temperatura ambiente de 30 ºC.
• Fator ele correção ela resistividade tém1ica cio solo, f,,
Nesse caso, tênl-se dois circuitos trifásicos operando a
daclo na Tabela 9.9.
uma temperatura ambiente de 45 ºC, portanto a corren-
• Fator ele (correção de) agrupamento,/,, dado nas tabe·
te fictícia (lí,), representa a corrente que passaria em um
las 9.10 a 9.13, conforme o caso.
circuito trifásico operando a un1a temper,1tura ambiente
Utiliia-se, então, a corrente fictícia ele projeto (/,;), de 30 ºC, que produziria dentro do eletroduto a mesma
definida por: elevação de temperatura final. Ver Figura 9.5.
A Figura 9.5 traduz bem a equivalência térmica, isto
l oi -- ' " (9.23) é, dois circuitos trifásicos de 240 mml operando com 21O
! A a uma temperatura ambiente de 45 ºC produzem o
onde fé o fator de correção aplicável ou, se for o caso, mesmo efeito térmico que um circuito trifásico de 240
o produto dos fatores de correção aplicáveis, proceden- mm' operando com 332,27 A a uma temperatura
do-se a seguir corno descrito anteriorn1ente. ambiente de 30 ºC.
(d) A temperatura de regime atingida pelos conduto-
res de 240 mm2 será
EXEMPLO • Da Expressão 9. 13 -->

Circuito ele distribuição com as seguintes carac-


terísticas:
Ox = 45 + (70 - 45)c:~~f
4
= 65,16 ºC
SU$W li

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 297

Elctroduto

Condutor (332.27 A)
0, =65.16 'C
Condutor (2 tO A)

Equivalente

o,.=45 ·e 0,=30 ' C


Dois circuitos c,.1,rrcg_ados U1n circui10 carregado

f igura 9,5 • Equivalência de dois circuitos carregados com um circuito carregado

EXEMPLO Para o circuito b, ten1-se:

Linha subterrânea com dois circuitos de distribuição, • Da Expressão 9.2 -> 1;16 = o.~~2 = 202,9 A
a e b, com as seguintes características:
• Da Tabela 9.5, coluna D com 3 condutores carre-
• 18, = 123 A; IIJ• = 150 A. gados, tem-se que:
• Cabos unipolares, cobre com isolação de EPR e
cobertura de PVC. s,. = 95 mm!, com
• Eletrocluto enterrado a 70 cm no solo (Tabela 5.28, I',.. = 211 X 0,7392 = 155,97 A
método de referência D).
• º• = 25 ·e (solo).
9.5 Condutores e m paralelo
• Resistividade térmica do solo 1,5 K.m/W.
• Circuito a: 3/.-.N, alimentando carga constituída prin·
cipalmente por aparelhos de iluminação com lâmpa- O uso de condutores em paralelo em vez de um único
das de descarga, ligadas entre fases e neutro condutor, na mesma fase ou polaridade, pode representar
• Circuito b: 3F uma solução mais prática e ecorlÕmica quando se trata
de transportar correntes elevadas.
Dentro do eletroduto., têm-se dois circuitos, um Embora não haja qualquer restrição normativa, por
co,n quatro condutores carregados - circuito a - e razões práticas geralmente não são utilizados em parale-
outro com três condutores carregados - circuito b. Isso lo condutores cuja seção nominal seja inferior a 50 mm'
e<Juivale a ter três circuitos no eletroduto, sendo dois de cobre ou a 70 mm' de alumínio.
circuitos com dois condutores carregados e um circuito Os condutores isolados, os cabos unipolares ou as
com três condu1ores carregados; assim veias de cabos multipolares são reunidos eletrican1ente
• Circuito a: dois circuitos de dois condutores carrega-
em ambas as extremidades, devendo ser tomadas medi-
dos cada. das para garantir igual divisão ele corrente entre eles.
• Circuito b: um circuito com tri:--s condutores carregados.
Assim:
• Da Tabela 9.10-+ !, = 0,7.
Os demais fatores sã.o: • Os condutores devem ter a mesma constituição, a
mesma seção nominal e aproximadamente o mesmo
• Da Tabela 9.8 -, !. = 0,96.
comprimento, e não devem apresentar derivações ao
• Da Tabela 9.9 -, f, = l,l.
longo de seu percurso.
• O fator de correção total será-> f = 0,7 X 0.% X
• No caso de condutores isolados ou cabos unipolares
l,l = 0,7392
em trifólio, em formação plana ou em conduto fecha·
Para o circuito a virá: do, com seção igual ou inferior a 50 mm' em cobre,
ou 70 mm' em alumínio, cada grupo ou conduto
• Da Expressão 9.23 -> lí,. = ,123 = 1664A
·
0 7392 fechado deve conter todas as fases ou polaridades e
o respectivo neutro, se existir.
• Da Tabela 9.5, coluna D com dois condutores • No caso de cabos unipolares com seção superior a 50
carregados, tem-se que: mm• em cobre ou 70 mm' em alumínio, eles devem
ser agrupados segundo configurações especiais adap-
sld = 50 mm 1, co1n tadas a cada caso, cada grupo contendo todas as fases
f,.= 173 X 0,7392 = 127,88 A e o respectivo neutro, se existir, sendo as configur<Jções
SU$W li

298 lnslalações elétricas

definidas de modo a obter-se o maior equil íbrio possí· No caso de cabos unipolares em bandejas, escadas
vel entre as impedâncias dos condutores de cada fase. para cabos ou ern prateleiras, recomenda-se que a dis-
tância entre os grupos de cabos (cada um com as fases
Os condutores ligados em paralelo devem ser reuni·
dos em tantos grupos quantos forem os condtitores por R, Se 7) seja cerca do dobro da distância entre os cabos
fase ou polaridade, cada grupo contendo um condutor de ele um grupo. Observe que a seqüência de fases nos
cada fase ou polaridade. Assim, em um circuito trifásico diversos grupos é também de grande importância.
com três fases e neutro sendo dois condutores por fase e Dependendo do número de grupos. recomenda-se fazer
dois para o neutro, deve-se ter dois grupos de condutores, RST TSR RST TSR etc.
cada um contendo as três fases e o neutro, podendo ser, Con1 esse arranjo, as reatâncias indutivas dos cabos
em princípio, em paralelo de uma mesma fase serão muito parecidas,
• Dois grupos de quatro condutores isolados ou cabos diferindo, no entanto, de fase para fase. Essa diferença
unipolares; ou é menos crítica do que se fossem diferentes as reatân·
• Dois cabos tetrapolares. cias de cabos da mesma fase.
Se os cabos unipolares estiverem dispostos em dife-
Os condutores de cada grupo deverão estar instala- rentes níveis de bandejas, escadas para cabos ou prate-
dos nas proxin1idades in1ediatas uns dos outros, n1esn10 leiras, os cabos de cada fase não devem ser colocados
que se situem em linhas elétricas separadas. Pode-se ter,
lado a lado. A distância vertical entre os níveis não
por exemplo, todos os condutores instalados no mesmo
deve ser inferior a 300 mm. Se o espaço for suficiente,
eletroduto ou em eletrodutos separados e próximos, cada
dois grupos com seqüências de fases opostas podem
conduto contendo um grupo.
ocupar o mes1no nível. Assin,, deve-se tec

EXEMPLO RST TSR


RST TSR
Circuito de distribuição com as seguintes caracterís- RST TSR etc.
ticas: Com esse tipo de arranjo, também serão pratica·
mente iguais as reatâncias indutivas dos cabos de cada
• ln= 750A. fase e diferentes as reatâncias nas três fases.
• Cabos unipolares de cobre com isolação e cobertura
Considerando um único grupo, apenas na formação
de PVC.
em trifólio, isto é,
• Escada (leitos) P<"ª cabos; cabos contíguos (Tabela T
5.28, método de referência F).
R S
• º• = 30 'C. as reatJncias elas fases serão iguais. Com vários gru-
• Circuito trifásico (3f); três cabos unipolares por fase,
totalizando 9 cabos no circuito. pos em trifólio, é aconselhável dispor os cabos como
Tudo se passa como se tivéssemos três circuitos tri· indicado a seguir:
fásicos, a três condutores cada, e cada um com r T T r
RS SR RS SR etc.
I,, = -:;--
750 = 25OA
., ~ importante observar que, no caso ele diferentes
níveis, não é recon1endável a fornlação em trifólios,
• Três circuitos trifásicos contíguos depositados hori·
ainda que as reatâncias indutivas dos cabos em parale-
zontalmente no leito (escada) -> fj = 0,96
lo diferirão consideravelmente.
• Da Expressão 9.23: Ií, = : = 260,4 A
9 .6 Transitório térmico e tempo de
• Da Tabela 9.6, letra f, coluna (6): S, = 95 mm 2, com
sobrecarga admissível
/~ = 275 X 0,96 = 264 A
Considere-se um condutor, constituinte <le unl con-
Assim, deveremos ter, na escada (leitos) para cabos, dutor isolado ou de um cabo isolado, inicialmente com
três grupos de três cabos de 95 mm', um por fase em uma corrente na 1e1nperatura 00. Ao circular por esse
cada grupo. condutor uma nova corrente I constante e maior, antes
Quando vários condutores forem conectados em de ser atingido o equilíbrio térmico, parte da energia
paralelo, eles elevem ser de mesmo material, mesma térmica acumula-se no condutor ou cabo isolado, ele-
seção nominal, mesn10 comprimento e n1esma isola· vando a temperatura, e parte se dispersa no ambiente.
çào; para garantir unia igual clistribuiÇcio de corrente Ao ser atingido o equilíbrio térmico (temperatura de
entre os condutores de mesma fase, é necessário tan1- .>,
regime Q toda a energia produzida pelas perdas no
condutor é dissipada. A Figura 9.6, apresenta a evolução
bém que a reatância indutiva desses condutores seja a
mesn,a. da temperatura no condutor.
SU$ W ü

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 299

o..
º• ----------- Te1npern1ura
1náxin1a (regin1c)

AO

ºº ----------- 'fe111per:.uura
inici:tl
ll00
Te1npc1-a1um
QA - -- -- - · -··- ·- --------- - - ------·- - - -- - --- - - - -··· · - tunbicnte

Transitório Equilíbrio ténnico

Figura 9.6 • Transitório e equilíbrio térmico em um condutor ou cabo isolado

A equação cio transitório pode ser escrita como indica a Tabela 9.14; a operação nessas temperaturas
não deve superar 100 h durante 12 meses consecutivos
' nem superar 500 h durante a vicia do cabo.
AO= i!,.OR - (ão. - Mo)e°;;;: (9.24)
Analisam-se dois casos separadamente: quando o tran-
onde Ao.=º• - o,.. ll00 = 80 - º• e k r é a constante sitório ténnico parte da temperatura ambiente, ON e quan-
do ele parte ela temperatura máxima para serviço contínuo,
de tempo.
Podemos escrever O,. Seja a corrente I (admitid.1 constante) definida por
/ =11 /7. (9.26)
sendo / 2 a capacidade de conclução de corrente e n a
refação de sobrecarga
(9.27)

e dai Por sua vez, a sobretemperatura AO é definida por


(9.25) /li!= O - º• = 1111l07. (9.28)

expressão que dá o tempo necessário para que o condu- sendo


tor atinja a sobretemperatura AO. ll07. • o, - o, (9.29)
a máxin1a sobreten1peratura en1 regime pern,anente e
Temperatura de sobrecarga
Interessa detern1inar o ten1po necessário para que o AO
Ili = - - (9.30)
condutor atinja determinada temperawra de sobrecarga Os, MI,
Observe que as normas de cabos fixam uma temperatura a relação de sobrecarga térmica.
máxima de sobrecarga em função do material da isolação,

I Tabela 9.14'• Tem-roturas ele sabrecar~ --,


Material de isolação Temperatura-limite de sobrecarga 8, ('C)
'
Cloreto de polivinila (PVC) 100
Borracha etileno-propileno (EPR) 130
Polietileno reticulado (XLPE) 130
SU$W ü

300 lnslalações elétricas

Para uni condutor ou cabo isolado com isolação de PVC r = k,. ln ., (9.35)
tem-se O, = 70 'C. Considerando a temperatura (m:!xi- Jr - IU
ma) de sobrecarga 85 = IOO'C (rabeia 9.14) e uma tem-
Essa expressão permite determinar, para dado condu-
peratu_ra ambieme OA = 30 'C. virá
tor ou cabo isolado (isto é, tipo e seç,10 conhecidos), o
!l.Oz = 70 - 30 = 40 'C 1 _ 70 _ tempo necessário para atingir unla ten1peratura de sobre-
!J.O = 100 -30 =W'C --" m - 40 - 1,75 carga prefixada, quando percorrido por uma corrente de
Analogamente. para isolação em EPR ou XLPE. tem-se sobrecarga, considerando inicialmente o condutor na
temperatura ambiente ('parlida' a frio). Observe que,
!J.O~ = 90 - 30 = 60'C 1 100
para essa condição, se pode ter m = l , isto é, conside-
!J.O ~ 130 - 30 = 100 'C -> 111 = 60 = 1.67
rar como temperatura final a temperatura máxima para
serviço contínuo Oz.
Da Expressão 9.20 ou 9.21, lembrando que 0, 158 a No caso de ser a temperatura inicial igual a tem- o,.,
So,•15 ou 0.128 a So,615 é constante para dado condutor ou se que tJ.00 = O,. - O• = !J.O,. e um procedimento análo-
cabo isolado e designando por h tal valor, pode-se go ao feito anteriormente conduz à expressão
escrever
,,, - 1
f = "-Jiõ;, (9.31) t =kr ln , (9.36)
1r - n,
e também que sendo f, para dado condutor ou cabo isolado, o tempo
necessário para atingir uma temperatura de sobrecarga
prefixada, quando percorrido por determinada corren1e
resultando
,, (9.32)
de sobrecarga, considerando inicialmente o condutor na
temperatura máxima pt1ra serviço contínuo 61 ('partida' a
quente). Pela expressão, sem = 1, o logaritmo será zero
ªº• = " ' e também 1, e, portanto, para o início do transitório é
/~ necessário que m > 1, ou seja, !J.O > !J.O,.
tl.O;,.= é (9.33)
Ver temperatura de regime, a seguir.
Considerando inicialmente que o transitório tenha
início com o conduior na temperatura ambiente 00 = O• Considerando a Expressão 9.27. tem-se para a expressão
e - tJ.00 = O, pode-se escrever, então, a partir da 9. 13
Expressão 9.25
º• = º" + (07, - º•)I•'
e daí
(9.34) (9.13)

,,
substituindo as expressões 9.32 e 9.28 na Expressão 9.34
Pretende-se determinar o valor da constance de tempo
kr, que representa o tempo necessário para atingir a
1 • k 7·1o ,
1 "'
li' - 111t!.8z
temperatura de regime com dissipação de calor nula, isto
é, em uma situação de balanço térmico igual à inicial
(r = 0), como mostra a Figura 9.7.
A partir da Expressão 9.34, pode-se facilmente con-
considerando a Expressão 9.33 cluir que a constante de ten1po representa o tcn,po neces·
/~ sário para atingir um 60 de cerca de 63% de !J.O•· Com
efeito, fazendo naquela expressão f = k,·, resultará que
r =k, ln
f2
--11,-
"' f 7.2
t!.O" t!.OR
Ji? h2 lo o.o. _ tJ.O • 1 - - .-_~
60
tJ.-fJ .. 2.1
e considerando finalmente a Expressão 9.26, resultará
11
2
li 68 "' 0,63 o.o.
,T Vemos que, nas expressões 9.35 e 9.36, a constante
1 = k,. ln , , 12
,,,
ll 1X
---111-
%
,,, de tempo k 7 aparece multiplicando

e, portanto ,í' 1 ,í'-1


1n e n
n2 - 111 1/- - IIJ
SU$W ü

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e a qveda de tensão 301

kr Ternper.uura de regilne
l<----'---->1- - -- -- - - - - - - - - - - - - - -- - - -- - --- -- - - - - - - - - - --- - - - - - - - - - -

0.63 ,:,.o.

Figura 9.7 • Significado g rólico do consionte de lempo

Isso significa que o tempo para alcançar dada tempe- virá


ratura de sobret.<1rga é diretamente proporcional à cons· C 1,vc = 2,)7 AI (9.40)
tante de tempo. Da Figura 9.3, pode-se escrever
Verifica-se que, nos sistemas térmicos, a constante de
tempo pode ser definida como a relação entre a capaci- A= 1r(r + z)2- .,,,:; = 1r(zl + 2,·z) (9.4 1)
dade térmica C e a condutância térmica K, ou seja fazendo

e
k.,=-
K
(9.37)
r = /!; = 0,564 5"5 (9.42)

e substituindo as expressões 9.3 e 9.42 na Expressão


A Citpacidade térn1ic<1 de unia massa representa i't. 9.41 virá
relação entre a quantidade de calor acumulada e a tem- A= 1r[(0,52S°-")' + 2(0,564Sº5 X 0,52.5°2') ) =
peratura atingida, quando é nulo o calor dissipado.
Pode-se escrever: = 1r(0,27 5°-1 + 2 X 0,564 S'" X 0,52 ~-<>.Z)
Cm cy V (9.38) resultando
A = 0,848 5°5 + 1,84 Sº·'s (9.43)
onde
Por fim, substituindo a Expressão 9.43 na Expressão
• e é o calor específico U/g ºC). 9.40
• y é a n1assa especííica (glcm,). (9.44)
• V é o volume (cm' ).
(c) Capacidade térmica total, cobre com PVC; das
Para um condutor de cobre isolado com PVC, que expressões 9.39 e 9.44
obedeça ao modelo simplificado da Figura 9.2, tem-se: C = C.,. + C•vc a 3,5 IS + 1,84 /~'°-' + 3,99 !S'·15
(a) Capacidade térmica do condutor de cobre, com (9.45)

• e = 0,393 J/g ºC Para o condutor isolado, cobre com PVC. a constan-


• y = 8,89 g/cml (ou gim x mm') te de tempo poderá ser obtida substituindo as expressões
• V = Sl (mm' x m) (Sé a seção do condutor e /, o 9.45 e 9.18 na Expressão 9.37
comprimento). k· 3,5 IS + 1,8 /~ + 4 /~,;.75 :.
1
virá 0,5 X 10- 3tr /5oz
10'
(9.39) k,· a - , (0,7 s"·" + 0,8 So-' + 0,36 Soi') (9.46)

(b) Capacidade térmica ela isolação ele PVC, com Percebe-se que k,. é dada em função da seção cio
condutor, S, e da capacidade ele condução de corrente
• e = 1,67 J/g º C
• y = 1.30 g/cm' (ou gim x mm' ) correspondente à seção unitária, a.
• V = Al (mm' x m) (A é a área da 'coroa' isolante e A Figura 9.8 mostra o diagrama de k,. em funç,10 de
/, o comprimento). S, para alguns valores de a, obtido da Expressão 9.46 e,
SU$W li

302 lnslalações elétricas

a = 12
3.600
3.000
,..,, a e: 13,5
a= 15
,/
/ /
a= 11
2.000 ,
a;:;10,5 / ,V VV ªª 19
V V ,... , a =21
1.500
/
/ , ....---::: V / V V ,V
'.§: 1.000
, , , ,
8. 700 , , , , ,
~ / , , / ,
- 500
a 400
, , , , , ,
, , ,
j:,, 150
/
./

/ /
,
,

/
,
/

/
/
/

/
/
,

1/

/, :--:::: :.--::: /
/

100
/
,
, ,
/
50
1 1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50 70 95120130 185240
Seção (mm')

Figura 9.8 • Constante de tempo (k ,1,) em função de S, para alguns valores de a; condutores isolados Cu/PVC

portanto, válido 1>ara condutores isolados de cobre com EXEMPLO


isolação de PVC, de acordo com o modelo simplificado
da Figura 9.2 . Seja um circuito constituído por três condutores isola·
Para condutores isolados, cobre com EPR ou XLPE, dos de cobre com isolação de PVC, seção de 6 mm•, iM-
tem·se a expressão talado em eletroduto en1buticlo em alvenaria (n1aneira de
1 instalar {31), sendo de 30 °C a temperatura ambiente.
k 1, i l ~ (S~15 + S"·' + Sº2 ' ) (9.47) (a) Pode-se obter, da Tabela 9.3, o valor do fator a (capa-
a
~ importante obseivar que, no caso de cabos unipola- cidade ele condução de corrente de um condutor de
res, is.to é, cabos com uma cobertura isolante sobre a iso. mesn10 tipo, instalado nas mesn1as condições e con1
lação, a capacidade térmica e a constante de tempo seção de 1 mm' )
se,ão n1aiores e, portanto., as condições serão mais favo- • Tabela 9.3 (B 1 com 3 condutores carregados)
ráveis. ->a = 12 A
Na prática, o tempo para que um condutor atinja a da Tabela 9.4, obtén,-se a ca1>acidade de condução de
ten1peratura de regime (tR) a partir da temperatura corrente lx
ambiente é de cerca ele 4,6 vezes a constante ele tempo. • Tabela 9 .4 (81 com três condutores carregados)
Com efeito, se, na Expressão 9.34, fazendo = 0,99 ao -> l, = 36A
ao•. obtém-se (valor que também poderia ser obtido da Expressão
9.10
IR a, k r fll -a-0-11 - -ªº"
-,"'- -a
0 99 011
- - = k,. /11 100 -+ I , = 12 X 6º"''"'36A
:. '• ao 4.6 k,· (9.48) (b) A constante de tempo k,. pode ser obtida da
No caso de aquecin-iento a partir da temperatura Expressão 9 .4 6
rmíxima para serviço contínuo, o valor de r• dependerá JO'
da relação entre 0 e ao ao•·
Assim, por exemplo, para k•r "' 12' (0.7 X 6º·" + 0.8 x 6º·' + 036 x 6"2> ) = 366s
ao0 = 0,5 ao11, virá, da Expressão 9.25, com ao = 0,99 (utilizando a Figura 9.8, obtém-se praticamente o
ªº• ao. - 0,5 Mn mesmo resultado)
'•"' k ,. ln ªº" _0,99 ªº" = k,. ln 50 = 3,9 k,, (cJ A equação do transitório será, no caso, da utilizaç.10
da Expressão 9.24
Para ªº•= 0,57 M •
ao. - 0~,7 M11
'• "' k,·ln ao. _ 0,99 M" - k 7, lo 43 = 3,76kr
SU$W ü

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o qvedo de tensão 303

O ('C) O ('C)
o, i--~~-,t-~~-:::""'"""T"~~~

AO,

40

1.6&4 1 (s) 1 (s)


366 366
'•
A() = AO, - AO, e

l<i6
A() = M , - (AO,- 40) e

36<

(a) (b)

Figuro 9.9 • Transitório e equilíbrio térmico no condutor isolado do exemplo; (o) partido o frio, (b) partido o quente

_ 1.000
sendo
AO = 57,6 - (57.6 - 40)c 364 = 56.4 ºC
AOR = 011 - 30º e A00 = 00 - 30°
Considerando partida ·a frio' , isto é, e, portanto
O = 56,4 + 30 = 86.4 º C
00 = O, = 30° e, portanto, A00 = O
Nesse caso, sendo
te,n-se
AOR = 86.4 - 30 = 56.4 ºC
'
364
AO = á/J11 - AO• ; A00 e 40 º C
Nesse e.aso, na Expressão 9.48, a temperatura de a temperatura de regime será alC<1nçada em
regin)e será alcançada após
56,4 - 40
111 a 4,6 X 366 = l.684.r r« ili 366 ln , _ 0, X ,4 = 3,38 X 366 = 1.237 s
56 4 99 56
~ o que mostra a Figura 9.9 (a) Para partida •a
(e) Circulando pelo condutor uma sobrecorrente I =
quente". isto é, com
52,2 A (n = 1,45), a temperatura de regime será, da
00 =o, =70 º Ce A()0 = 70 - 30 = 40 ºC, tem-se Expressão 9.13
OR = 30 + (70 - 30) 1.45' = 114 ºC
AO = A011 - (A011 -
'
40)e " 366
Calcular, para essa sobrecorrente, qual o ten1po
como mostra a Figura 9.9 (b), sendo'• função deº•· necessário para atingir a temperatura de sobrecarga Os
{d) Circulando pelo condutor uma sobrecorrente I = = 100 º C, admitindo partida a írio. A relação de sobre-
43,2 A (11 = 1,2), a temperatura de regime será, da carga térmica, 111, será pela Expressão 9.30
Expressão 9.13 100 - 30
º• = 30 + c10 - 30)1 ,22 = 87,6 ·e Ili = 70 - 30 1,75
Calcular a temperatura que o condutor atingirá com e então, da Expressão 9.35 obtém-se
43.2 A após 1.000 segundos, partindo da temperatura 1,45'
ambiente ('a frio'). Da Expressão 9.25', com AO• = 1 = 366 ln l ,45' _ 1_75 = 654 s
87,6 - 30 = 57,6 •e, tem-se

AO= 57,6 - 57,6 e


-~
53,8 ºC 364 =
Admitindo partida a quente, virá
1 452 - 1
1 = 366 ln ' _ = 417 s
e, portanto, 1,452 - 1,7)
O = 53,8 + 30 = 83.8 ºC
Para um dado condutor ou cabo isolado, em dada
Partindo de 02 = 70 ºC ('a quente'), tem-se, da condição ele instalaç.'io, têm-se valores fixos ele k,.
Expressão 9.2s• (determinados em função do material da isolação, da
SU$W li

304 lnslalações elétricas

seção e da maneira de instalar, como indicam as expres- capacidade ele condução de corrente, o tem1>0 necessá-
sões 9.46 e 9.47 e de m (determinados em função das rio para atingir unla temperatura perigos.a torna· se uma
temperaturas de sobrecarga e máxima para serviço con- pequena fração da constante de tempo. Assim, por
tínuo, ambas dependentes da isolação e da temperatura exemplo, com 11 = 20, o tempo necessário para atingir
ambiente). Portanto, pode-se obter elas expressões 9.35 uma sobretemperatura igual ao dobro da má.xima sobre-
e 9.36 as curvas t = f(n}, que fornecem o tempo neces· temperatura em regime permanente (.d07), isto é, ,n = 2,
sário para o condutor atingir uma temperatura de sobre· será, para partida a quente, da Expressão 9.36
carga, considerando partida a frio e a quente, para os
202 - 1
diversos valores da relação de sobrecarga. São as cha- t = k·r ln _ - 0,0025 kr
madas curvas de sobrecarga elo condutor ou cabo isola· 202 2
do. Para um tempo tão curto, onde não há dissipação de
A Figura 9.10 mostra as curvas de sobrecarga de um calor, o transitório térmico deve ser considerado em seu
condutor isolado ou de um cabo isolado para kr = 300 início e pode-se escrever a respeito da Figura 9.11 que
se m = 2.
No exemplo indicado, para u1n<1 relação de sobrecar- 110, 1111.
- - • t0 a • - -
ga 11 = 4, isto é, com uma corrente de sobrecarga igual a 111 " kr
quatro vezes a capacidade de conclução de corrente, a resultando
temperatura ele sobrecarga Os prefixada é atingida em tJ.o. · tJ.1
cerca de 45 segundos, no caso de 1><1rtida a frio, ou em 110,=-~-- (9.49)
k1·
cerca de 20 segundos, par,, partida a quente.
onde !J.OK é a diferença entre dada temperatura de curto-
circuito e a ten1peratura n,áxin'la para serviço contínuo
9.7 Transitório térmico rápido (07),admitida como temperatura inicial.
A sobretemperatura de regime ti.o. pode ser definida
Se em um condutor ou cabo isolado a sobrecorrente como a relação entre a potência desenvolvida por eleito
(curto-circuito) for da ordem ele 1Oa 20 vezes a respectiva Joule (P1) e a condutância térmica (/(), ou seja,

l(S) 3 .6()()
2.000

1.000

500
400
300
200

100 ~ """" Í's.

50 ' ' P,
40
30 ' '
-· -- _..
20 I• ~i---
.. __ -- ~ , ):, '
1 ' I'~

1
'
5 .
4 ' '
3 '
1
'
2 '
1 ' ~

1
1 ' ' ,,
1,5 2 3 4 5 6 7 S 9 'º 15 11

Figura 9.10 • Curvas 1 = f(n) para k -r = 300 s em = 2, considerando partida a Iria (11) e a quente (r2)
SU$W ü

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 305

!l.O, = -O, -o,

Figura 9.1 1 • Sobrelevoção do temperoluro poro o curfo·circuilo

!l.On = K
P,
(9.50) h'fli dt = !l.O, · cySI
1 (9.55)

Substituindo a Expressâo 9.50 na Expressão 9.49 e expressão que dá a energia necessária para, en1 um pro-
considerando o valor ela capacidade térmica C, obtido cesso adiabático, elevar a temperatura cio condutor ele
ela Expressão 9.37, tem-se !l.O,, isto é, desde a temperatura máxima para serviço
contínuo, Oz., até uma temperatura.limite de curtO·Circui·
P !l.t r::, to O,, prefixada.
!l.O, e C1 • C (9.5 1)
As normas ele cabos e inclusive a NBR 541 O fixam os
onde E, é a energia desenvolvida por efeito Joule. Essa valores de O« em função do material da isolação, como
expressão indica que a temperatura de curto-circuito 60,: está apresentado na Tabela 9.1 5.
é independente da condutância térmica K. A Tabela 9. 16 apresenta o resun10 das temperaturas
Pode-se admitir que o aquecimento do condutor ou características cios condutores de cobre com isolação ele
cabo isolado ocorra em um inteivalo de tempo tão peque- PVC, EPR e XLPE.
no que o calor 1ransrnitido, do condu1or propriamente
dito aos meios que o circundam, possa ser desprezado 9.8 Queda de tensão nos
diante cio calor armazenado. Nessas condições, toda
energia térmica desenvolvida é usada para elevar a tem·
circuitos
peratura do condutor; é o aqul'Cimento adiabático.
Assim, pode-se escrever que Introdução
Em uma instalação elétrica, a tensão nos terminais
!l.O• =
s,
C (9 .52) de um equipamento ele utilização, qualquer que seja
< ele, deve ser igual à respectiva tensão nominal, admitin-
onde C, é a capacidade térmica apenas cio condutor. do-se sempre uma pequena variação, fixc1da, en, geral,
A energia desenvolvida no condutor é na norma correspondente. Pode-se afirmar que, sempre
que a tensão aplicada varia além dos limites prefixados
E1 = !o' R{1·d1 (9 .53) (V.- :!: AU), alguma coisa é sacrificada, seja na vida útil,
perdas, seja no desempenho do equipamento. Alguns
sendo R a resistência cio condutor. casos típicos:
Da Expressão 9.38, pode-se escrever
• Nos motores de indução, os efeitos principais de uma
C,. = c-y SI (9.54)
tensão muito baixa são a redução do conjugado de
onde e é o calor es1>ecífico do material do condutor, -y é partida e a elevação da temperatura em condições
a sua massa específica, S é a seção do condutor, e I é o de carga plena; o pri1neiro é crítico em acionamen·
seu comprimento. tos de cargas de inércia elevada, resultando em
Substituindo as expressões 9.53 e 9.54 na Expressão 1:>eríodos muito longos de aceleração, e o segundo
9.52, obtém-se reduz a vida útil da isolação do motor.
SU$W ü

306 lnslalações elétricas

[ Tabela 9 . 15 • Temperaturas ele curto· circuito 111«1


Material de isolação Temperatura-limite de curto-circuito 8« ('C)
Clorc10 de polivinila (PVC) 160
Borracha etileno-propileno (EPR) 250
Polietileno reticulado (XLPE) 250

I Tabela 9 . 16 • Tem-raturas carachtrísticas cios condutores 1


Tem1>eraturn máxin1a para Tempe.ratura-lin1ite de Te.1nperatura-lin1ile de un1
Tipos de isolação
.ser viço contínuo li, ('C) e,
sobrecarga ('C) curto-circuito li« ('C)
Cloreto de polivinila (PVC) 70 100 160
Borracha ctilcno·propilcno
90 130 250
(EPR)
Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250

• Nas lãn1padas incandescentes, o fluxo luminoso e a • Quedas de tensão diferentes nas fases provocam
vida útil são muito afetados pela tensão aplicada; desequiltbrio nas tensões dos circuitos trifásicos, com
assim, uma queda ele tensão de 10% reduz em cerca graves conseqüências, principaln1ente nos nlotores
de 30% o fluxo luminoso emitido, enquanto uma trifásicos de indução, onde a seqüência negativa atua
sobretensão de 1Oo/o reduz a menos de um terço a freando a rotação do rotor, produzindo acentuadas
vida útil da lâmpada. perdas Joules e vibrações no eixo do rotor.
• As lâmpadas de descarga, en1 geral, são menos afeta~ A queda de tensão deve ser calculada durante o pro-
das do que as incandescentes por variações ele ten· jeto, quer em condições de funcionamento normal dos
são, no que diz respeito à vida útil, porém não são circuitos quer considerando a partida ele motores, r>ara
desprezíveis as reduções de fluxo luminoso causadas que se 1>ossa verificar se a tensão permanecerá dentro
por redução da tensão aplicada, devendo-se também dos limites tolerados. A Figura 9.12 dá um exemplo das
observar que uma tensão muito baixa pode dificultar quedas que ocorrem em uma instalação elétrica em
ou impedir a partida da lâmpada. 01>eração.

Transronnador

--<IDi
~
'-~~~~~4-K~
Orige111 da Quadro
i1lStalaç-.ào 8'1" geral
Circuito de
distribuição
Quadro
~ Circuito
1em1inal tcmlinal

380
V 1 3.5V
370
l 9.5V 26V

360
0% 0.92% 3.42% IJV
350
6.84%

Figura 9.12 • Exemplo típico do queda do tensão em in,lolaçõo BT


SU$W ü

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 307

Cálculos de queda de tensão As expressões da queda de tens.io em função da


A queda de tensão em um circuito com carga con- queda de tensão unitária, ó.U, podem ser escritas, das
expressões 9.56, 9.57 e 9.58:
centrada na extremidade (ver Figura 9.13) pode ser dada,
Para circuito com carga concentrada na extremidade
como apresentado na Seção "Circuito con, carga con-
centrada na extremidade", no Capítulo 2, pela expressão tJ.U=t!.UXlr,XI (9.59)
tJ.U=1 ·ln/ (rcos<l> +xseo<I>) (9.56) Para circuito com cargas distribuídas

onde ó.Ué a queda de tensão (\/), ln é a corrente de pro· •


jeto do circuito (A), cos q, é o fator de potência da carga,
tJ.U= tJ.UX Llif,
l• I (9.60)
ré resistência do condutor do circuito (Ü/km), x é a rea-
A queda de tensão percentual (ó.U%), em relaç.io à
tãncia (ú/km), I é o compri,nento do circuito (/mi e t é
tensão nominal do circuito (UN), é definida por
um fator que vale 2 para circuito monoíásico eV3 para
circuito trifásico. ó.U
tJ.U% = - X 100 (9 .61)
Fazendo, u,,.
- tJ.U Utilizando-se as expressões 9.59 e 9.6 1, obtém-se a
tJ.U = - - = t(rcos <~ + xscn q,)
ln • I Expressão 9.62 que dá a queda ele tensão unit;íria para
un, circuito com uma carga elétrica concentrada na sua
onde as Tabelas 9.17 e 9.18 dão, para as diversas seções
extermidade.
norn,alizadas de condutores, as quedas de tensão unitá-
rias, tJ. U isto é - tJ.U%UN
tJ.U = 100/1,I (9.62)
ó.U = t(rcos <J> + xscn •11) (9.57)
Para cargas elétricas distribuídas ao longo do circuito
considerando condutores isolados e cabos uni e multipo- de alimentaç.io, utilizando-se as expressões 9.60 e 9.61,
lares de cobre, en1 diversos tipos de linhas elétricas, com
obtém-se a Expressão 9.63, que fornece a queda de ten-
fatores de potência 0,8 e 0.95 (que são os casos mais são unitária.
comuns).
No caso de um circuito com cargas distribuídas, como - ó.U%UN
tJ.U = •
está apresentado na Figura 9.14, tem-·se, adn1itindo o
,nesmo condutor ao longo do circuito e cargas com o 100 ~ li/,
l• I (9.63)
mesmo fator de potência, de acordo com a Seção 2.2 (em
'Circuitos- com carga distribuída'),

" · I, EX EMPLO
tJ.U=t(rcos<~ +.rsen<~)L/1 (9.58)
,., Circuito de distribuição com as seguintes caracterís·
ticas:
--+ 1
1
• 111 = 2!0 A.
• Condutores isolados, cobre com isolação de PVC
carga cos <I> (Superastic).
• Elettoduto circular ele PVC instalação aparente
(Tabela 5.28, letra 1)1).
• O• = 30 ºC {temperatura ambiente).
Figura 9. 13 • Cargo conc:entrodo no extremidade do circuito • Circuito trifásico a três condutores, 220\/, com cos q,
= 0,8.

Un .J..... A ...l.. B * ••••••


~H ~ J R-!..+
) ,, 1 I, ( ········~
1 1 1

1 1 1 1 1 1
Í;t,COS ti> /9,COS <.I> 111,COS <I> 11, cos <J) /R,cos <I>

Figura 9. 14 • Circuito com cargas distribuídas


SU$ W li

308 lnsloloções elétricos

Tabela 9.17 • Queda de tensão em V/ A.km Cortesia ela l"rys:.:m


=ian
= - - - - - - - - - - - -..
Eletroduto e elelrocalha' Eletroduto e eletrocalha'
(material magnético) (material não-magnético)

Seção Cabo Superas tic,


no1ninal Cabo Superastic Super e Cabo Superastic, Cabo Superastic Super e Afumex 750 V
(mm)' Afumex 750 V
Circuito n)onofásico e trifásico Circuito monofásico Circuito triftisico
FP = 0,8 FP = 0,95 FP = 0,8 FP = 0,95 FP = 0,8 FP = 0,95
1,5 23 27.4 23.3 27,6 20.2 23,9
2.5 14 16,8 14.3 16,9 12,4 14.7
4 9.0 10.5 8,96 10.6 7,79 9, 15
6 5.87 7.00 6,03 7.07 5.25 6.14
10 3.54 4,20 3,63 4.23 3.17 3.67
16 2.27 2.70 2,32 2.68 2.03 2.33
25 t,50 t.72 1,5 1 1,7 1 t ,33 1,49
35 1,12 1,25 1.12 1,25 0,98 1,09
50 0,86 0,95 0,85 0,94 0,76 0,82
70 0,64 0,67 0,62 0,67 0,55 0,59
95 0.50 0.51 0.48 0.50 0.43 0.44
120 0.42 0,42 0,40 0.41 0,36 0,36
150 0.37 0,35 0.35 0.34 0.31 0,30
185 0,32 0.30 0,30 0,29 0,27 0.25
240 0.29 0.25 0.26 0.24 0,23 0.21
300 0.27 0,22 0,23 0,20 0,2 1 0, 18
400 0.24 0,20 0,21 0.17 0, 19 0.15
500 0.23 0,19 0,19 0, 16 0, 17 0.14
Notas:
1. As dhnensõcs do ekltoduto e da cle1rocalh.;1 adotádas são 1ais que a área dos cabos não uhmp.issa 40% d,1área iruema de:s1e$.
2. Tempcr.thrrn do <..-oodutor • 70 •e.

(a) Como já apresentado no primeiro exemplo da Se- 2 X 220


ção 9.4, o critério da capacidade de condução de - 100
corrente resultou em uma seção de 120 mm' . au =2IO X lOOX 10- , = 0,209VIA.km
(b) Da Tabela 9.17, eletroduto não magnético, circuito Na Tabela 9.17, considerando eletroduto não mag·
tri fásico, cos ~ = 0.8, obtém-se nético, circuito trifásico, cos ~ = 0,8, obtém-se que a
queda unitária mais próxima inferior é de O, 19 VIA.km,
S = 120mm2 Vhll = 0,36 V/A . km
correspondendo à seção de 400 mm 1, que deve ser a
Se o circuito tiver um comprime11to I = 100 m, a adotada.
queda de tensão será, da Expressão 9.59 Em qualquer projeto elétrico, os dois critérios devem
ser empregados, isto é, o critério de carga e o critério de
aU e 0,36 X 210 X 100 X 10-! a 7,56 V queda de tensão; a escolha definitiva de condutor será
o que tiver maior bi tola.
e da Expressão 9 .61
7,56 Limites de queda de tensão
AU% = 100 = 3,43%
220 estabelecidos pela NBR 541 O
Se quiser limitar a queda de tensão no circuito a
2%, virá da Expressão 9.62 Em qualquer ponto de utilização da instalação, a
queda de tensão verificada não deve ser superior aos
. , . 1
Instalação ao ar livre 1

Cabos Sintenax, Cabos Sintenax Flex e Yoltalene


Cabos Cabos
Cabos unipolar.s' unipolares t rifásicos ou
Seção ou bipolares tetrapolares
nominal
(mm)'

S; 10 cm
.._............
~o
S; 20 cm S :2D S = 10 cm
~o
s
~ll'iüs,c,o

S:20 cm S :2D ~
- .......
.
-
@oo
o...

@@
......
~

FP: FP; FP = fp; FP = FP: FP= FP = FP : fp; FP : FP= FP =


"' FP= "'
FP; FP : FP= FP =
0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95
1,5 23.6 27.8 23.7 27.8 23.4 27.6 20.5 24 .0 20.5 24.1 20.3 24.0 20.2 23,9 23,3 27.6 20.2 23.9
2.5 14,6 17, 1 14,7 17, 1 14.4 17.0 12.7 14.8 12,7 14,8 12,5 14,7 12,4 14.7 14,3 16.9 12,4 14,7
4.0 9.3 10.7 9.3 10.7 9, 1 10.6 8,0 9.3 8, 1 9.3 7.9 9,2 7.8 9.2 9.0 10.6 7,8 9.1 ~
6.0 6.3 7.2 6,4 7.2 6.1 7. 1 5.5 6.3 5.5 6,3 5.3 6.2 5.2 6. 1 6.0 7.1 5.2 6.1
}
10 3.9 4,4 3.9 4.4 3.7 4 ,3 3.4 3.8 3.4 3.8 3 ..2 3.7 3.2 3.7 3.6 4,2 3.1 3.7
..,o

16 2.6 2.8 2,6 2,8 2,4 2,7 2 ,2 2,4 2,3 2,5 2,1 2,4 2,0 2,3 2,3 2 ,7 2,0 2,3 o
25
35
1.73
1.33
1.83
1.36
1.80
1.39
1.86
1.39
1.59
1.20
1.76
1,29
1.52
1.17
1,59
1. 19
1,57
1.22
1.62
1.22
1.40
1.06
1,53
1.13
1.32
0,98
1.49
1.09
1.50
1. 12
1,7 1
1.25
1.31
0.97
1.48
1.08 i.
3
50
70
1.05
0 ,8 1 '·°"
0,76
, •li
0 .87
1,07
0.80
0,93
0,70
0.97
0,7 1
0.93
0 ,72
0,91
0,67
0.98
0,77
0.94
0,70
0,82
0.63
0.85
0.62
0.75
0.55
0,82
0.59
0,85
0,62
0,93
0 ,67
0.74
0,54
0.8 1
0,58
1
95 0 .65 0.59 0.7 1 0.62 0.56 0.54 0.58 0.52 0.64 0.55 0.50 0.47 0.43 0.44 0.48 0.50 0.42 0.43
t
120
150
185
240
0.57
0.50
0,44
0 ,39
0,49
0,42
0,36
0.30
0 .63
0,56
0 ,5 1
0 .45
0.52
0,45
0,39
0.33
0,48
0,42
0,37
0.33
0.44
0.38
0,32
0.27
0.51
0.45
0,40
0.35
0.43
0.37
0,32
0.27
0 ,56
0.5 1
0 .46
0 .4 1
0.46
0,40
0,35
0.30
0.43
0,38
0,34
0 .30
0.39
0,34
0,29
0,24
0.36
0,31
0,27
0.23
0,36
0,30
0.25
0.21
0.40
0,35
0,30
0.26
0.41
0.34
0.29
0.24
0.35
0.30
0,26
0.22
0.35
0.30
0,25
0.20
t..
Q

300
400
0.35
0,32
0.26
0,22
0.41
0,37
0.29
0,26
0,30
0.27
0,23
0,2 1
0.32
0,29
0.23
0,20
0.37
0,34
0.26
0,2 3
0.28
0,25
0.21
0, 19
0,21
0,18
0.1 9
O.IS
0.23
-
0.20
-
0,20
-
0 .18
- lg-
500 0 .28 0.20 0.34 0.23 0,25 0, 18 0 ,26 0, 18 0 .32 0,21 0,24 0.17 0 .17 0.14 - - - - 1
630 0.26 0.17 0 .32 0.21 0,24 0, 16 0.24 0. 16 0.29 0.19 0.22 0.15 0. 16 0.12 - - - - oª'
800 0.23 0, 15 0.29 O. IS 0,22 0. 15 0 .22 0. 14 0.27 0. 17 0.21 0. 14 0. 15 O.li - - - -
1.000 0 ,21 0, 14 0,27 0, 17 0.2 1 0.14 0,20 0. 13 0,25 0, 16 0.20 0, 13 0, 14
º·'º - - -
(contmua)
-. "',oo
(cominuação)
Instalação ao ar livre'
-
(.)

o
Cabos Eprotenax, Eprotrenax Grelte e Afumex 0,6/ lk V
;;
Cabos Cabos
5'
~
·"
Cabos unipolares' unipolares trifásicos ou õ

-
Seção ou bipolares tetrapolares
nominal .,.._ ....... .......
·--a...
~

......

OroMo n'O'-cf6.~ ~
~
(mm)' a·
S=lOcrn
~o
S=20 crn S= 20 S = 10 crn S=20crn S = 20
@~
., @@
:,.
ê
FP: FP: FP= FP: FP : FP : FP: FP = FP= FP= FP = FP: FP: FP = FP= FP: FP = FP=
0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95
1.5 23.8 28.0 23.9 28.0 23,6 27.9 20.7 24.2 20,7 24,3 20.5 24.1 20.4 24. 1 23.5 27.8 20.3 24.1
2,5 14.9 17,4 15,0 17.5 14,7 17.3 12.9 15, 1 13,0 15. 1 12.8 15.0 12.7 15,0 14,6 17.3 12,7 15,0
4.0 9.4 10,9 9,5 10,9 9,2 10.8 8.2 9.5 8,2 9,5 8.0 9,4 7,9 9,3 9. 1 10.8 7,9 9,3
6.0 6.4 7,3 6.4 7.3 6.2 7.2 5.5 6.3 5.6 6.3 5.4 6.2 5,3 6.2 6. 1 7.1 5.3 6.2
10 3,9 4,4 4.0 4,4 3,7 4,3 3,4 3,8 3,5 3,8 3,3 3,7 3,2 3,7 3,6 4.2 3,2 3,7
16 2.58 2,83 2.64 2.86 2.42 2.74 2.25 2,46 2.31 2.48 2.12 2.39 2.05 2,35 2,34 2.70 2.03 2.34
25 1,74 1,85 1,8 1 1.88 1,6 1 1,77 1,53 1,6 1 1,58 1,64 1,41 1.55 1,34 1,5 1 I.S2 1,73 1,32 1,50
35 1.34 1,37 1,40 1.41 1,2 1 1,30 1.18 1,20 1,23 1.23 1.06 1, 14 0,99 1,IO 1,15 1.26 0.98 1.0')
50 1.06 1.05 1.12 1.09 0.94 0.99 0.94 0.92 0.99 0.95 0.83 0.87 0.76 0 ,83 0.86 0.95 0.75 0.82
70 0,81 0,77 0,88 0.80 0,70 0.71 0,72 0.68 0,78 0.70 0.63 0,63 0.56 0,59 0.63 0.67 0,54 0.58
95 0,66 º ~~9 0,72 0,62 0,56 0,54 0,59 0,52 0,64 0,55 0,50 0,48 0,43 0,44 0,48 0,50 0,42 0,44
120 0.57 0,49 0.63 0.53 0.48 0.45 0.51 0,44 0.56 0.46 0.43 0.40 0,36 0.36 0.40 0.4 1 0.35 0.35
150 0 ,50 0,42 0.57 0,46 0,42 0,38 0,45 0.38 0,51 0,4 1 0,39 0,34 0.32 0 ,3 1 0,35 0.35 0.30 0,30
185 0.44 0,36 0,51 0,39 0,38 0,32 0.40 0,32 0,46 0,35 0,34 0,29 0.27 0 ,26 0,30 0.29 0.26 0,25
240 0.39 0.30 0.45 0.33 0.33 0,27 0.35 0,27 0.41 0.30 0.30 0,24 0,23 0.2 1 0.26 0.24 0.22 0.21
300 0,35 0,26 0,4 1 0,29 0.30 0,24 0,32 0,24 0,37 0,26 0,28 0,21 0,21 0 ,18 0,23 0,20 0,20 0, 18
400 0.31 0.23 0,38 0,36 0.27 0.21 0.29 0,2 1 0,34 0.23 0.25 0.19 0.19 0 ,16 - - - -
500 0,28 0,20 0.34 0.23 0.25 0. 18 0,26 0, 18 0.32 0.2 1 0 .24 0.17 0, 17 0.14 - - - -
630
800
0.26
0.23
0, 17
0,15
0.32
0,29
0,21
0, 18
0,24
0 .22
0, 16
0, 15
0.24
0.22
0, 16
0,14
0,29
0.27
0, 19
0, 17
0,22
0,2 1
0.15
0, 14
0, 16
0. 15
0 ,12
0,1 1
-- -- -- --
1.000 0 .21 0, 14 0.27 0. 17 0 .21 0. 14 0,21 0.1 3 0.25 0. 16 0 .20 0.13 0, 14 0 .10 - - - -
NôljS:
1. Válido p.i.m in$L.1l:iç-ão cn1 clctroduto nâo·lnaJ;,nético e dirctan1ente cn1errado.
2. A1,lká\·el p~V'.'I fixaçlo direta na parede ou 1e10. en1 calh.a. abéna, ,-entilad3 ou rcch:i.da. en1 poços. em es-1,:.ço de e0tis1ruçào. e.1n Nndej:a. em prateleira. cn1supones sobre isol:tdores e em linha .\érca.
3. i\plicá\·el 1M1bém ;.os conJu1orcs isolados Cabo Supçras1ic. C.i.bo Su1>cros1ie Super e i\f111ncx 750V sob<c isol.-dores e cn1 linh.:l ~ n;:a.
SU$W 6

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 311

seguintes valores, dados em relação ao valor da tensão ca de ordem " 11" e / 1 é o valor eficaz da corrente funda-
nominal da instalação: mental. Assim, 15% refere-se ao THD, = 15%. Por
exen1plo, se a corrente fundamental en1 un, circuito é
(a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do
transformador MT/BT, no C.150 de transformador de
100 A e a corren1e de 3' harmônica é 15 A , leremos um
propriedade da(s) uniclade(s) consumiclora(s);
THD., = 100 /,.//1 = lOO x 151 LOO = 15%.
Em segundo lugar, como se sabe, as correntes de ordem
(b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários cio
3 e seus múltiplosque circulam pelas fases somam-se alge-
transformador MTJBT da empresa dist.ribuidora de ele-
bricamente no neutro, quando este existir, obviamente.
tricidade, quando o ponto de entrega for aí loc.1lizado;
Assim, se tivermos um circuito trifásico c.om neutro,
(c) 5%, calculados a partir do ponto ele entrega, nos
onde a correnle fundamental nas iases é 100 A e a cor-
demais casos de ponto de entrega com fornecimento
rente de 3' harmônica é 15 A (fHD, = 15%), a corren-
em tensão secundária de distribuição;
te no neu1ro será f,v; = 15 + 15 + 15 = 45 A, inferior à
(d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do
corrente total na fase, permilindo assim, sob certas con·
gerador, no caso de grupo gerador próprio.
dições indicadas a seguir, que possa ser reduzida a seção
Esses limites ele queda de tensão são válidos quando cio neutro em relação à seçfo do condutor de fase.
a tensão nominal cios equipamentos de utilização previs- En1 outra situação. poderíamos ter, por exemplo, um
tos íor coincidente com a tensão nominal da instalação. circuito trifásico com neutro, onde a corrente fundamen·
En1 nenhun1 caso a queda de tensão nos circuitos termi- tal nas fases é 100 A e a corrente de 3• harmônica é 33
nais p<Xfe ser superior a 4'Yi,. A (THD, = 33%). Nesse caso, a corrente no neutro será
Nos casos (a), (b) e (d), quando as linhas principais da f ,v; = 33 + 33 + 33 = 99 A , valor pra1icamente igual à
instalação tiverem um comprimento superior a 100 m, as corrente 101al na fase, indicando assim que a seção do
quedas de tensão podem ser aumentadas de 0,005% por neutro deve ser igual à seção do condutor de fase.
metro de linha superior a 100 m, sem que, no entanto, E, por fim, poderíamos ter um caso em que, por
essa suplementação seja superior a 0,5%, exen11>lo, e1n um circuito trifásico com neutro, a corren-
A norma admite quedas de tensão superiores às indi· 1e fundamen1al nas fases é 100 A e a corren1e de 3' har-
cadas, no caso de equipamentos com correntes ele parti- mônica é 50 A (THD., = 50%). Nessa hipótese, a cor-
da elevadas, durante o período de partida, desde que rente no neutro será /.,, = 50 + 50 + 50 = 150 A, valor
dentro dos limites permitidos em suas respectivas nor- maior que a corrente total na fase, indicando assim que
mas e nas recomendações das concessionárias de distri· a seção cio neu1ro deve ser maior do que a seção cio
buição de energia elétrica. conclu1or de fase.
Os esquemas da Figura 9 .1 5 elucidam os casos (a)
a1é (d) descritos anteriormente. O neutro pode ser menor que o
condutor de fase
9 .9 Seção do condutor neutro
A norma acln,ite que em um circuito tri íásico com
A NBR 541 O fa7. considerações sobre o dimensiona- neutro, onde os condutores de fase tenham seção maior
mento cio condu1or neutro em função da taxa de 1erceira que 25 mm•, a seção do neutro pode ser menor que a do
harmônica (e suas múltiplas) presentes no circuilo. Dessa condu1or de fase, limitada aos valores da Tabela 9.19,
forma, são consideradas 1rês situações: 1axa inferior a 15%, desde que (1) o circuito seja equilibrado, (2) a taxa ele 3•
taxa entre 15% e 33% e taxa superior a 33%. harmônica e múltiplas seja menor que 15% e (3) qtie o
neutro seja pro1egido contra sobrecorrentes. Ora, na prá-
Por que os números 15 e tica, garantir o atendimento a essas três condições não é
33 por cento são utilizados? nada fácil e, conseqüenten1ente, reduzir a seção do neu-
tro deve ser uma decisão tomada somente após uma aná-
Em primeiro lugar, vamos rever a definição de taxa de lise muito cri1eriosa do caso. No1e que a norma não obri-
distorção harmônica (THD), que é dada por THD = 100 ga a redução do neutro, mas apenas deixa uma
/ , 1/ / 1, onde/" é o valor eficaz de uma corrente harn1ôni- possibilidade para que essa redução aconteça.

I Tabela 9 .19 • ~ão reduzida cio condutor neutro 1

Taxa de 3 1 harmônica e múltiplM Taxa de 31 harmônica e múltiplas entre Taxa de 31 harmônica e n1úlliplas
menor que 15 por cento 15 por cento e 33 por cento inclusive superior a 33 por cento
O nculro pode ser ,nenor que o fase. O neutro pode ser igual ao fase. O neutro pode ser 1naior que o fase.
SU$W ü

3 12 lnslalações elétricas

BT- ~
"--~~~~~--l-><~

5%

(a)

~
AT-(])T
"-~~~~~~~-!-,~

5%
7%

(b)

Figura 9.1 5 • limites de queda de tensão: (a) instalação alimentada por rede de distribuição pública em baixa
tensão; (b) instalação alimentada por subestação de transformação ou por transformador próprio.

EXEMPLO v'(773.0)2 + (64,0)2 + (24,8)2 + ( 12,8}2 = 776.1 A

Seja um transformador de 1.000 kVA, que alimenta Sendo a corrente de terceira harmônica no condu-
inúmeros computadores, central telefônica e toda a tor de fase igual a 64,0 A e a corrente fundamental de
sorte de equipamentos de tecnologia de informação. fase é 773,0 A, temos que o THD, = 64.0 I 773.0 X
Tais equipamentos são grandes geradores de terceiras 100% = 8.'.1%.
harmônicas, que têm u1na influência significativa sobre Em circuitos trifásicos com neutro com taxas de ter-
o dimensionamento dos condutores neutros, conforme ceiras harmônicas e suas n1últiplas superiores a 1 So/o nos
visto ~nteriormente. condutores de fase, o circuito deve ser considerado
Seja um circuito de três fases com neutro instalado como constituído de quatro condutores carregados e
sozinho no interior de unla bandeja, con, temperatura
deve ser aplicado um fator de correção devido ao car-
ambiente de 30 ·e, onde são utili1.ados cabos unipola-
regamento do neutro igual a 0,86, independentemente
res em trifólio com isolação em EPR.
do método de instalação. Esse fator é aplicado sobre a
As correntes máximas nos condutores de fase que
capacidade de corrente válida para 3 condutores carre-
estão presentes nesse circuito são de ordens 1 (funda-
gados. Como em nosso exemplo o THD3 é menor do
mental), 3 (terceira harmônica), 5 (quinta) e 7 (sétima),
que 15%, então o circuito será considerado como ape-
com intensidades (valores eficazes) de, respectivamen·
nas de três condutores carregados.
te, 773.0 A , 64,0 A, 24,8 A e 12,8 A. Nessas condições,
a corrente de projeto 111 a considerar no cálculo da Assim, entrando com o valor de 111 = 776,J na Tabe-
seção dos condutores desse circuito é calculada por: la 9.7, coluna de três condutores carregados, método
F, temos que a seção dos condutores de fase será S,-,.
111 = v'rt + /~+ I; + /~= = 400 mm1 (lz = 823 A).
SU$W li

Capítulo 9 • O aquecimento dos condutores e o quedo de tensão 313

Se admitirmos que esse circuito trifásico con1 neu· '• = v'tl + tl + ... + [;,
tro é equilibrado e que o neulro será protegido contra
sobrecorrentes, uma vez que a taxa ele 3' harmônica A norma faz uma observação que é muito útil na prá-
(8,3%) é menor que 15%, então a seção do neutro tica e que resulta em um dimensionamento a favor da
pode ser menor que a do condutor de fase. Entrando na segurança: na falta de estin1ativa mais precisa da taxil de
Tabela 9.20, então S.v = 185 mm'. 3• harmônica, recomenda-se a adoção dos maiores fato-
Assim, a especiflcação desse alimentador será 3 x res da tabela, ou seja, 1,73 e 1,41, res1>ectivamente, para
# 400 mm' + # 18.5 mm 2 (o condutor de proteção teria cirçuitos trifásicos e duas fases.
seção de # 24-0 mm2J.

O neutro pode ser igual ao condu· EXEMPLO


tor de fase Seja um no·break ele 100 kYA, trifásico, 220/380 V,
Em 6.2, admite-se que, respectivamente, em um que alimenta computadores, central telefônica e toda a
circuito trifásico com neutro e em um circuito duas fases sorte de equipamentos de tecnologia de informação.
com neutro, a seção cio neutro pode ser igual a do con- Como sabemos, tais equipamentos são grandes gerado-
dutor ele fase desde que a taxa de terceira ham1ônica (e res de terceiras harmônicas, que tê1n unia influência
suas múltiplas) presentes no circuito seja maior ou igual
significativa sobre o dimensionamento dos condutores
a 15% e menor ou igual a 33%. neutros, conforn,e visto anteriormente ..
Seja um circuito de 3 fases com neutro instalado
O neutro deve ser maior que a fase sozinho no interior ele uma bandeja, com temperatura
Em 6 .2, admite-se que em um circuito trifásico com
ambiente de JO'C, onde são utilizados cabos uni1>0la-
neutro ou en, um circuito duas fases con1 neutro, a seção
res em trifólio com isolação em EPR.
cio neutro pode ser maior que a cio condutor de fase
AS correntes máximas nos condutores de fase que
desde que a taxa ele terceira harmônica (e suas múltiplas)
estão presentes nesse circuito são de ordens 1 (funda-
presentes no circuito seja maior ou igual a 33%. Tais
mental), 3 (terceira harmônica), 5 (quinta) e 7 (sétima),
taxas são muito comunsen1 circuitos que alimentan,, por
com intensidades (valores eficazes) de, respectivamen-
exemplo, computadores e outros equipamentos ele tec-
te, 70 A, 45 A, 28 A e 12 A (não consideraremos as
nologia ele informação.
De acordo com o anexo F da norma, a seção do neu- demais hannônicas). Nessas condições, a corrente de
tro nessas condições pode ser determinada calculando- projeto f 8 a considerar no cálculo da seção dos condu-
se a corrente por: tores desse circuito é calculada 1>0r:
,,, = !,, ,,, 111 = Y/; + f ~ + 13 + 11 =
Onde f,,, é a corrente no neutro, considerando a pre- = Y(70)' + (45)2 + (28) 2 + (12)2 = 88.6 A
sença das harmônicas de J·' ordem e suas múltiplas; é r. Sendo a corrente de terceira harmônica no condu-
um fator obtido na Tabela 9.21; e 111 é a corrente de pro-
jeto no condutor de fase, incluindo todas as harmônicas tor de fase igual a 45 A e a corrente fundamental de
calculada por. ' fase 70 A, o THD.1 = 45 / 70 X 100% = 64,3%.

Í Tabela 9,20 •·Sefõo cio condutor neutn> l


Seção dos condutores rase (mrn2J Seção min ima do condutor neutro (mm2)
S "- 25 s
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
SU$W ü

314 lnslalações elétricas

A norma estabelece que, em circuitos trifásicos com Em nosso caso, uma vez que a taxa de terceira har-
neutro com tax.as de terceiras harmônicas e suas n1últi· mônica presente no circuito (64,3%) é maior do que
pias superiores a 15% nos condutores de fase, o circui- 33%, então a seç.io do neutro será maior do que a cio
to deve ser considerado como constituído por quatro condutor ele fase e o cálculo será feito de acordo com
condutores carregados e deve ser aplicado um fator de o Anexo F ela NBR 5410.
correção devido ao carregamento do neutro igual a Entrando com THD, = 64,3% na Tabela 9.21, temos
0,86, independentemente do método de instalação. 1. = J,64.
Esse fator é aplicado sobre a capacidade de corrente Enlão, 18 ,,. = !,, 111 = 1,64 X 88,6 = 145,3 A.
válida para três condutores carregados. Entrando com esse valor na Tabela 9.7, coluna de 3
Em nosso caso, a taxa de 3" harmônica é igual a condutores carregados, método r-: vemos que a seção
64,3% e. dessa forma, a corrente fictícia de projeto (lí1) dos condutor neutro será S.v = 35 mm2 Uz = 169 A)
a ser utilizada para determinar a seção do condutor de Assim, a especificação deste alimentador será 3 X
t;,
fase será = 88,6/0,86 = 103,0 A. Entrando com esse # 25 mm' + # 35 mm' (o condutor de proteção teria
valor na Tabela 9.7, coluna de 3 condutores carrega- seção ele # 16 mm2).
dos, método /~ vemos que a seção dos condutores de
fase será S1, . = 25 mm' {/z = l:15 A).

T~a 9.21 • Falor /, para a c!etermi~é:!o da corrente de neu!l'O 1

Taxa de 3' harmônica(%)


,.
Circuito trifásico com neutro Circuito com duas fases e neutro
33 o 35 1,15 1.15
36 040 1,19 1.19
4 1 a 45 t,24 1.23
46 a50 1.35 1.27
51 a 55 1.45 1.30
56 a 60 1.55 1.34
6 1 a 65 1.64 1.38
;,, 66 1.73 1.41

EXERCÍCIOS

1. Do que dependem os danos que uma isolação de um condutor pode sofrer?


2. O que é a capacidade de condução de corrente de um condutor para determinada condição de instalação e para
dada temperatura ambientei
3 Qual é a vida útil estimada de un1 cabo elétrico? Qual é a relação entre a diminuição da vida útil con1 o aumen-
to da temperatura acima da temperatura máxima para serviço contínuo?
4. Que tipos de circuitos caracterizam 2 ou 3 condutores carregados?
5. Quais são os fatores de correção da capacidade de condução de corrente?
6. Quais são as temperaturas-limite para situações de sobrecarga para o PVC, EPR e XLPE como materiais de isolação?
7. Quais são as temperaturas-l in1ite para situações de curto-circuito para o PVCI EPR e XLPE con10 materiais de
isolação?
8. Quais são os efeitos de quedas de tensões diferentes, que ocasionam desequilíbrio nas tensões dos circuitos trifá-
sicos, nos ,notores de trifásicos de induç..ão?
9. Quais são os limites de queda de tensão para os diversos tipos de instalação definidos pela NBR 54 1O?
1O. Em que casos o condutor de neutro deve ter a seção menor, igual e maior que a dos condutores de fase?
SU$W ü

10

Cálculo de correntes de falta

1O. 1 Introdução1 • Do instante do início da falta com relação à onda


senoidal da tensão aplicada (fase inicial).
Nas instalações elétricas, n1esmo nas nlais ben1 pro-
Na pnítica., admite·se unl contato direto entre os con~
jetadas e executadas, ocorrem faltas que resultam em
dutores vivos, isto é, um curto--circuito, além de algumas
sobrecorrentes elevadas. Nessas condições, os cfispositi·
hipóteses simplificadoras que conduzem à chamada cor-
vos ele proteção devem atuar com rapidez e segurança,
rente de curto-circuito presumida, valor geralmente supe-
isolando as faltas com o n1íni,no de clano às linhas e aos
rior à nláxin,a corrente de falta possível.
equipamentos alimentados e, se possível, sem alterar subs·
tancialmente o funcionamento global ela instalação. Os
cabos, as barras, as chaves, bem como os den1ais con1- 10.2 As fontes de correntes de falta
po11entes, devem ser capazes de suportar, por um deter-
minado ten1po, os efeitos térmicos e n1ecânicos resultan- As correntes de freqüência industrial (50/60 Hz) que
tes da circulação da corrente de curto-circuito. circulam durante uma falta provêm de máquinas elétri·
A avaliação das correntes de falta passíveis de ocor- cas girantes. Os capacitores de potência também podem
rer em u1na instalação é, a rigor, um problen1a bastante 'produzir' correntes de falta (ou de manobra) transitórias
complexo, que depende de diversos fatores, muítos dos extremamente altas, porém, geralmente de curta dura-
quais totalmente imprevisiveis. No caso de falta entre ção e de freqüência muito superior à industrial.
condutores vivos, o valor da corrente (em particular, seu São considerados fontes de correntes de falta os gera-
valor de crista) depende, no caso de instalação de baixa dores síncronos, os n1otores e os compensadores síncro-
tensão: nos, os motores e os sistemas das concessionárias de
energia elétrica etc. A corrente de falta produzida por uma
• Da impedância de toda a rede de distribuição de mé-
máquina girante (gerador ou mO!or) é limitada pela impe-
dia e de alta tensão que alimenta o defeito.
dância i11terna da máquina, que é variável com o tempo, e
• Do tipo e da potência da fonte ou das fontes envol-
pela impedância existente entre a máquina e a falta.
vidas. Quando ocorre uma falta (defeito) nos terminais de
• Da impedância das linhas de baixa tensão até o local
um gerador síncrono, a corrente resullante começa
do defeito.
com um valor elevado e, decorrido algum tempo, decresce
• Da resistência (impedância) da falta (contato geral·
a um valor de regime permanente.
mente mais ou menos perfeito), dependendo do arco
Se o gerador continuar a ser acionado por sua máqui·
elétrico.
na motriz e a ter seu campo excitado por uma fonte
externa, o valor de regin,e da corrente de falta pern,ane-
cerá o mesmo até que atue um dis1>0sitivo de proteção.
1. Ver. na Seção 1.3. :is définiçües de f:dw. cuno·cireui10. corrente de Os motores sincronos fornecem corrente para uma
falia e com:.n1e de cuno·circui10. falta de modo análogo aos geradores síncronos.
SU$W li

31 6 lnslalações elétricas

Quando unia (alta faz que a tens.cio de alimentação caia, o atrasada em relação à da tensão, o que só poderá ocor·
n1otor passa a receber menos potência para acionar sua rer se o seu eixo de simetria estiver deslocado do eixo
carga e, ao n1esn10 tempo, a tensão induzida interna faz original. como mostra a Figura 1 0.1 (b).
circular corrente para a falta. A inércia do motor e a carga Os dois casos mostrados na Figura 10 .1 são extre·
agem como máquina motriz e, mantida a excitação do mos: o caso (a) mostra uma corrente simétrica e o caso
campo, o motor passa a agir como gerador, alimentando a {b), uma corrente completamente assimétrica. Se em um
corrente de falta. Esta diminuirá gradativamente, com o sisten1a con1cos <1>.c. =O o curto acontecer em um instan-
decréscimo da ro~1ção do rotor da máquina. te em que a tensão não estiver passando nem por zero
A contribuição dos motOrii,s ele indução tipo gaiola nem por seu valor de crista, sempre haverá um desloc.1-
também resulta da ação da inércia do rOlor após a ocor· mento cio eixo da corrente, cujo valor dependerá do ins-
rência da falta. Nesse caso, o fluxo de campo é produzi· tante em que ocorre a falta em relação à onda de tensão.
do por induç.io ao estator, em vez de sê-lo por bobina de Em sistemas onde a resistência não seja desprezível
campo. Como esse fluxo decai com a remoção da fonte em relação à reatância, o deslocamento da senóicle da
de tensão, devido à ocorrência da falta, a contribuição corrente de curto-circuito tan1bén1 variará de zero até un1
desses motores desaparece rapidamente. A excitação de valor máximo. No entanto, o ponto na onda ele tensão no
campo não é mantida, portanto, não aparece um valor qual o curto deverá ocorrer, para que se tenha máxima
considerá,•el para a corrente de falta produzida, como no assimetria, depen<ferá da relação entre a reatância indu·
caso das máquinas síncronas. tiva e a resistência do sistema. A máxima assimetria será
Os motores de indução do tipo anéis, que funcio· obtida quando o curto se der no instante correspondente
nam normalmente con, os anéis no rotor curto·cire-uita· ao ângulo (90° + <I>,), medido a partir do ponto de tensão
cios, atuarão em uma falta de modo idêntico aos do tipo zero; a corrente será simétrica quando o curto ocorrer a
gaiola. Ocasionalmente, motores maiores, que funcio- 90' desse ponto. Como exemplo, considere um circuito
nam con1 resistência externa nos circuitos cio rotor,
1>0derão ter desprezada sua contribuição para uma cor· Tensão
rente de falta.
Os geradores síncronos do sistema de trans,nissâo ou
L.;- ~orrcntc ~~ c.urto--cirtuho

da concessionária constituem também uma fonte de su.


primento de corrente de falta.
.•. ..' •
' ' .''

10.3 Análise da corrente de


curto-circuito
Quando ocorre um curto-circuito em uma instalação,
estabelece-se instantaneamente um percurso de baixa
impedância entre a fonte (ou as fontes) e o ponto de falta,
produzindo-se, então, uma corrente (de curto-circuito)
r .. .'. ''.
• •'
.
.. '

·-·
'
O cuno.circuito ocorre neste po,110
(3)
'
''
'• '
;

bastante elevada em relação às correntes ' normais' da ins·


talação1 que pode atingir valores altíssimos em un1 tempo
extreman,ente curto. r, (', (\ r,
-Corrente
O fawr de poténcia de curto·circvito (cos <I),) é deter- ensao
n1inado a partir da reatância indutiva e da resistência
totais cio percurso da corrente de curto-circuito, incluin-
do todos os componentes existentes entre a fonte (tam- ~ .-· •'..' •... ''" .
Ocuno ·Circuito ,' ~ '
. '' . • •
'
• • •
bém considerada) e o ponto em que se dá a falta.
Assim, em um sistema em que a reatância seja muito
ocorre nCSIC
pon10
~ i. ''
••
. .' ' ''
•• .'' '•.• . . '' '
,:. ''
maior que a resistência, a corrente de curto,.circuito será 1• : ' ' 1

• '
'.
praticamente de 90° em relação à tensão. Se o curto ocor·
•'• . • '
'. •'
..
rer no instante em que a tensão esteja passando por seu
• •' •
valor de crista, a corrente instantânea de curto con1eçará
de zero e traçará uma senóide sin1étrica em relação ao
'' '
'.' ."
' ' '.
•• '
,,' • ''
"
mesmo eixo da tensão, como mostra a Figura 10.1 (a). (b)
Se, no mesmo sisterna, o curto ocorrer no instante
em que a tensão estiver passando por zero, a corrente Figura 10. 1 • Corrente$ de curto·circvilo em um $Í$temo
de curto começará de zero, porém, não poderá ter o com fator de potência praticamente i9uol o
mesmo eixo de simetria que a tensão, porque ficaria em zero; (a) corrente simétrico, (b) corrente
totalmente ossimétrico
fase com ela. A senóide da corrente deverá estar 90º
SU$W ü

Capitulo I O • Cálculo de correntes de falto 31 7

cuja resistência seja igual à reatância, isto é, cuja rela· É importante observar que os exemplos apresentados
ção ent.re reatância e resistência seja igual a 1 . A defa· nas figuras 10.1 a 10.3 têm apenas a finalidade de ilus·
sagenl entre tensão e corrente será ct>t = 45° e a máxin,a trar a análise do fenômeno. Nos circuitos reais,. o con,-
assimetria será obtida quando o curto-circuito ocorre, a ponente 'contínuo' decresce rapidamente.
90 + 45 = 135º do ponto zero da onda de tensão, como O valor do componente co,1tínuo da corrente de curto-
mostra a Figura 10.2. circuito depende do instante em que ocorre a falta, poden·
Para simplificar a análise, considere a corrente de do variar de zero até un, valor máxin,o igual ao valor de
curto-circuito assimétrica como formada por duas com- crista do componente alternado (Figura 10.3). Quando o
ponentes: uma ,,/remada (senoidal) e outra contínua. A curto não é totalmente assimé1rico, o valor cio componen-
soma de ambas dará a corrente assimétrica real, como te contínuo é igual ao da corrente simétrica no instante da
mostra a Figura 10.3. falta, como mostra a Figura 10.4.

Corrente

'
''
''• '•
Ponto ',..._. ·1cnsão
zero ' '
'
''
••
135·, ; :; •
'•

'' ''
'
' ,
,'
,'

'• '' ' ' ,•


' ,,' ' ,'
,
' ., '
o cuno de,re ' ' ' • ,'
ocorrer aqui
para produzir :,
máxhna
assin1etria

Figura 10.2 • Curto-circuito com máxima ossimetrio em um circuito com o resistência igual õ reotôncio

Corrente 10 1:-\I
assin1étricn

)
Conlponcnte CC

.'' ..'•
-,....,-'
'
'
.. --~--·---
,' ' ,'
•' '
' . ---' --
'
-····T-...j
•' •

'
.
'•
, •
•'


lnsra,~te ~e _J
ocorrcnc1a , ~
de curto-circui10 :
' .. '
'
''
.'. ,'. \..-->
'
Contponente CA (sin1é1rica)

' ·.' ,,' •. ••


'' ''
'
'·' "
' ',

Figura 10.3 • Componentes allemodo e contínuo de umo corrente de curto-circuito assimétrico


SU$W ü

31 8 lnslalações elétricas

Quando se anula o componente aperiódico, tem-se


I
uma corrente de curto-circuito simétrica.
A corrente mostrada na Figura 10.5 é, como apresen-
tado na Seção 2 .6, análoga à que circula em um circuito
COn'Cll(C IOHll RL provido de uma chave (Figura 10.6), a partir do ins-
..---' tante en1 q ue esta é fechada.
,. ,,
' ' 10.4 Fundamentos dos cálculos de
..'---"'\. --------v
'' ''
/ \ Cornpone111e CC
,- - - J.
' . ••
corrente de falta
.•• • A expressão básica para o cálculo de qualquer corren-
te ele íaha é a da Lei de Ohm, sob a forma I p = UIZ, onde
/ . Ipé o valor eíicaz da corrente de falta, Ué o valor eficaz
da tensão ela fonte, e Z é a impedância entre a fonte e a
Instante do '•
curto-circuito • ~ Con1ponen1e CA íaha, incluindo a imJ)e(hincia da fonte.
••
' .
\,'
. ' \~
''.
A grande maioria das instalações possui várias íontes
de tensão que alimentam a corrente de falta, tais como
os motores e geradores que dão a sua contribuição. Um
passo importante para o cálculo da corrente de curto-cir-
Figura 10.4 • Valor da com~nte continuo da corrente
cuito consiste na simpliíicação do circuito, de modo que
de cvrla·circvila
possa ser aplicada diretamente a equação básica.
O co1nponente contínuo não continua a circular com ; - ~-~
um valor constante, a n1enos que a resistência do circui- 1----"""Y"' - - - ~
R L
to seja zero. Como geralmente não existe tensão contí·
nua no sistema para manter a circulação desse compo-
nente, a energia correspondente será dissipada no chave
circuito sob a forma de perda Joule através da resistên-
cia. Se esta for nula, o componente contínuo circulará "
com um valor constante até q ue o circuito seja interrom-
pido. No entanto, na prática, todos os circuitos possuem
resistência, e o componente COl'1 tínuo - d'lamado '-
a1>eriódico' - decrescerá; so1nando-o ao con1ponente
0---------------~
alternado, tem-se a corrente ass;métrica, como mostra a Fi gura 10-6 • Circuito RL
Figura 10.5.

Corrente to1al assi1né1rica


/ Con1ponente a1>eriódico

Con1ponen1e ;llten1ado

.
...' '-:..
. ..
J ' .,''" . .'.. '.'
'
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,.
'
,,
••
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~ ....... .. ·-,
-......

.• .•
.• ' .• ..•'
•• •• '•


.. '
.•

•.
. .••
''
' ',,''
'
·'
.'·'
Figura 10.5 • Corrente de curfo·circuito assimétrica
SU$W li

Capitulo I O• Cálculo de correntes de falto 319

• As impedâncias de seqüência negativa são admitidas


l3--c>-,----- l3 --c,-,----- iguais às de seqüência positiva.
L2-e-+--.---- L2 - e - + - - - - - • A influência dos motores pode ser desprezada, desde
L1-e-1--t-,- - - LI--+--,- - - que atendida a condição dada na expressão 10.8.
A Figura 10.7 mostra os tipos de falta considerados
neste estudo.
II//Jlfl/7/lll/lllllfll I/Jlfl//Jllfll/Jllll//1 Nos cálculos das correntes de falta nas instalações de
(a) (b) baixa tensão, considera-se um circuito (como apresenta-
do nas seções 10.3 e 2.6), com uma resistência (total) R,
e un1<1 reatância (total) X1.,, e calcula-se a corrente de
L3 - - - - - - - cur1o·circui10 presumida, admitindo a pior condição de
assimetria, isto é, que o curto ocorra no instante en, que
l.2--------
a fase inicial da tens.io aplicada tenha
1.1-e I r;, •fr = <l>, ::!: 90 (1 0.1)
sendo <I>, o ângulo de defasagem entre tensão e corren·
itllllllll~tlllllltlll te, ou seja
(e)

Figura 10.7 • Corocterizoçõo do, falto, con,ideroda>, >en· (10.2)


do: (oi falto trifásico direto, (b) falto bifásico
direlo, (e) fa~o direto fo.e·terro A Figura l 0.8 mostra o traçado esquemático da cor·
rente de curto-circuito com seus componentes periódico
A complexidade das instalações e dos equipamentos (alternado) e aperiódico.
atuais, bem como a falta de parâmetros, muitas vezes, Pode-se definir as seguintes correntes:
tornam extremamente complicados e mesmo impossí-
• Corrence de cur10-circui10 (falta direta) simétrica ini-
veis os cálculos de correntes de falta mais exatos. Nor-
cial (/j,) - valor eficaz do componente alternado da
malmente, no cálculo de curto-circuito, é desnecess.íria
corrente de curto-circuito (falta direta) presumida
uma grande preci$ào e são usados processos aproxima·
no instante da ocorrência da falta, admitindo que a
dos que envolvem diversas hipóteses simplificadoras.
impedância (R, + jX,) mantenha seu valor inicial.
São elas: • Correme de curto·circ11i10 (falta direta) perma11er11e
• A falta é admitida distante de qualquer gerador (fonte) (/,) - valor eficaz da corrente de curto-circuito (falta
e é alimentada em um único ponto por uma rede de direta) presumida, que se mantém após a cessação dos
alimentação. fenômenos transitórios.
• A rede de baixa tensão é radial Admitindo-se falta distante do gerador
• Os valores d,, tensão de alimentação e as impedân-
cias dos diferentes componentes são supostos como 1, = l i. (10.3)
constantes. pretende-se calcular (ver Figura 10.7):
• As resistências de contato e as impedâncias de falta
não são levadas em consideração, isto é, consideram- • t,,: corrente de curto-circuito trifásico permanente.
• li 1 : corrente de curto-circuito bifásico pern1anente.
se faltas diretas.
• 1.,: corrente de falta direta fase·terra permanente.
• A falta é simultânea em todas as fases, se for polifásica.
• As correntes de falta não são calculadas para faltas O v.1/or de crista da corrente de curto-circuito (falta
internas em um cabo de um conjunto de cabos em direta) presumida, i,. é definido como o valor instantâ-
paralelo. neo máximo possível da corrente presumida. De1>encle
• Não ocorrem modificações nos circuitos durante a fal- da relação RIX (ou XIR), sendo dado por:
ta; o nún1ero de fases envolvidas pern, anece o mes1no
(por exemplo, um curto-circuito trifásico pennanece 11, = A V2 i''t = A V2/, (10.4)
trifásico durante a duração do curto). sendo
• As capacitâncias das linhas e as admitâncias parale-
las dos elementos passivos são desprezadas. A "' 1,02 + 0,9 e-,wx (10.5)
• As faltas duplas para a terra em diferentes locais não Observe que, quanto maior o valor de RIX, ou quan-
são consideradas. to menor o valor de XIR (lembrar que R e X $ão parâ-
• Os comutadores de derivações dos transformadores metros característicos do circuito, desde a fonte até a
são aclmiliclos na posição principal. falta), menor A, isto é, menor a assimetria da corrente.
SU$W ü

320 lnslalações elétricas

Corrente • ro,

Envollório superior

-,+,--+'-,..,, , / Componente aperi6dico

-·T ·
~
··1
11 ',
- 1 -- - -- - --- --- ---

'• ., V
.
Tempo
·,

...

Figura 10.8 • Corrente de curto·cireuito presumida relativo a uma falta distante do gerador

A Figura 10.9 indica os valores de ).. em função de alimentado por um sistema de tensões de seqüência
IUX ede XIR. negativa. (Ver SEção 2.4 .)
A Tabela 10.1 apresenta os valores de,\ e de AV2em • Impedância de curto-circuito ele seqüência zero (.Í,)
função de XIR (XI R = tg <!>,), indicando também o valor - razão da tensão ele fase para a corrente de curto-cir-
correspondente ele cos <!>,; são utilizados valores típicos cuito de uma fase ele um componente alimentado por
de XIR. uma fonte ele tensão alternada monofásica, qtoando
Nos cálculos das correntes ele curto-circuito (ou de os três condutores de fase estão em paralelo para a
faha direta) em sistemas de baixa tensão, são considera- corrente de saída e um quarto condutor e/ou a terra
das as seguintes impedâncias para os diversos compo- funcio11a como condutor comum de retorno. (Ver
nentes: Seção 2.4.)
• Impedância de curto-circuito de seqüência positi va Considerando faltas distantes dos geradores, pode-se
{i1) - razão da tensão de fase para a corrente de curto- admitir que 7-, = z,.
circuito da fase correspondente em um componente Nos cálculos, são consideradas as impedâncias de
alimentado por um sistema de tensões de seqüência curto-circuito i, e Zo
vistas do ponto em que ocorre a
positiva. (Ver Seção 2.4.) falia (ver Figura 10. 1O), definidas por:
• Impedância de curto·circuito de sec1üêncla negativa
(?.,)- razão da tensão ele fase para a corrente de curto- . u,
Z1 = -.- (10.6)
circuito ela fase correspondente em um componente 1,

(a) (b)
2.0 ......
\ ~
1.8
1.6 \ /
/'

t 1.4 "\. t
>.
J
A
1,2 " '- r---
/
,.o ~
/
O 0.2 0,4 0.6 0.8 1.0 1.2 0.5 1 2 5 10 20 50 100 200
R/X - X/R-

Figura 10 .9 • Fator A em função de (a) RI X e de (b) XI R


SU$W ü

Capítulo I O• Cálculo de correntes de falta 321

I Tabela 10.1 • Valores de Ae de A V2 em função de co s ci>, e de X/R


XIR cos e!>,
- A
.
vi l
1

o 2.00 2,8:)
"'
9,95 0.10 1,75 2,47
8.27 0,12 1,70 2,41
6,59 0.15 1,64 2,32
3.18 0,30 1.40 1.98
1,98 0,45 1,23 1,75
1,33 0,60 1.12 1,59
0,88 0,75 1,05 1.49
o 1.00 1.00 1.41

A fonte ele tensão a considerar nos cálculos, isto é, a


L3 fonte que alimenta o circuito RL, é chamada fonte e</Ui·
L2 valente de tensão, definida como uma fonte ideal que
aplica no local em que ocorre a falta, uma tensão (de
LI
fase) ele seqüência positiva igual a cU,I\G, onde e é o

.l
u,
fator de tensão e U,,. é a tensão nominal cio sistema.
O fator e cujos valores são apresentados na Tabela
10.2, é introduzido para levar em conta:
• As variações ele tensão no tempo e no espaço.
(a)
• As mudanças de derivação dos transfonnadores.
• O fato de nã_o teren, sido consideradas as reatâncias
capacitivas.
L3 A tensão cU\/\/"'5 é considerada a única ativa do sis-
1

tema, sendo nulas todas as demais fontes, isto é, a rede


LI de alimentação, os motores assíncronos e os motores
síncronos. O fator e, como mostra a tabela, depende da

.l
Uo
(b)
i. tensão do sisten1a e de ser a corrente de falta máxima ou
a corrente ele falta mínima.
A corrente de curto-circuito presumida, no caso ele
um curto trifásico, é calculada a partir do circuito (RL)
equivalente, mostrado, por exemplo, na Figura 10.1 1,
Figura 10.1 O • Circuitos paro o obtenção dos impedâncias onde são consideradas, no caso n,ais geral, as seguintes
de curtos·circuitos de seqüência positivo impedâncias:
e de seqüência zero
• Rede ele alta tensão (valor referido ao lado da baixa
tensão)
, _ Uo
Z~o - -.- (10.7)
'•
I Tabela 10.2 • Valores do fator de tensão e 1
Fator de tensão 1>ara cálculo de
Tensões non1jnais
Corrente de curlo-circuito má.xhna c,11$~ Corrente de curto-circuito mínima e"'"'
Baixa 1c1\siiO
• 2J0/400V 1.00 0,95
• outros valores 1,05 1,00
Alia tensão 1.10 1.00
SU$W ü

322 lnslalações elétricas

RcdeAT LinhasAT Tr.u1sfonnador Linhas BT


cU,i
-11
,,
/"

Figura 10.11 • Circuito equivalente poro o cólculo de corrente de curto-circuito trifósico presumido

• Linha de alta tensão (valor referido ao lado da baixa sendo c0 o fator de tensão relativo ao barramento Q
tensão) (Tabela 10.2) e U.vo a tensão nominal da rede.
Para o cálculo das correntes de curto-circuito máxi·
Z,:r a R,.,. + jX1:r n,a e n1ínin1a no sistema são utilizados na Expressão
• Transformador (valor referido ao lado da baixa tensão) 10.9 os valofes lkmS._" e l kfl""' respectivamente. Se lkmrn
não for conhecido, o valor de Z0 a considerar pode ser
Zror = Rr,rr + jX,·11·r o mesmo utilizado para calcular a corrente de curto-cir·
cuito máxin1a.
• Li1,ha de baixa tensão
Quando não se conhece o valor preciso da resistência
Zl = N,. + jX1• R0 nem o da reatância XQ, o que é muito comum,
pode-se utilizar as expressões:
A contribuição dos motores assíncronos à corrente de
curto-circuito I Z será desprezível se (1 0.10)

(10.8)
e

sendo -:il.,, o somatório das correntes nominais dos moto- (1 0.11 )


res ligados diretamente (sem 'intermediação' de transfor· Normalmente, não é necessário conhecer a impe-
madores) à rede onde ocorre a falta, e I ',, a corrente de dância de seqüência zero da rede de alta tensão, uma
curto-circuito sin, étrica inicial na ausência de motores. vez que 3 nlaior parte dos trc1nsforn1adores 'desacopla'
os sistemas de seqüência zero de alta e de baixa tens.ia,
que é o caso, por exemplo, do transformador eleita e es-
10.5 Impedância de curto-circuito trela ate<rada.
A Figura 10.12 mostra um sistema elétrico alimenta- Se a impedância da rede no ponto de ligação da ali-
do através de um transformador, onde ocorre uma falta F mentação (ponto Q) é dada sob a forma de potência apa-
no lado de baixa tensão. rente de curto-circuito, St0 , a tensão U(J que determina
Se for conhecida a corrente de curto-circuito 3<1> Sío é geralmente especificada. Nessas condições, a impe-
simétrica inicial I Zo da rede de alta tensão, ao nível do dância equivalente que representa a rede elétrica será
barramento Q, o módulo da impedância equivalente de dada por:
curto-<:ircuito de seqtiência positiva ZQ dessa rede no
ponto Q é dado por (10.12)
, . C(! •U,vQ(kV) X JO'
ZQ(m!l) = . r. (10.9) Quando não é fornecido o valor da corrente de curto-
V 3 1'.ío ( kA) circuito simétrica inicial da rede no ponto ele entrega (ou,
o que dá no mesmo, a potência aparente de curto-circui·
to), pode-se utilizar para 1, 0 o valor da capacidade de

U.v
Q
AT BT AKF Falia
interrupção mínima do disjuntor de proteção da entrada,
geralmente fixado pelas concessionárias.
A impedância ele curto-circuito de seqüência positiva
dos transformadores a dois enrolamentos separados
21 = 27 = R 7 + jX7 é calculada, a partir de suas c.,rac-
terlsticas nominais.
Figura 1 O. 12 • Diagramo unifilor de um sislemo elétrico O módulo da impedância referida ao lado da baixa,
z.,." é obtido em função da tensão de curto-circuito
SU$W li

Capitulo IO • Cálculo de correntes de falta 323

nonlinal, U,.,.., da tensão nominal da baixa, U.v1: ,ni e da cálculo das correntes de falta máximas e uma t.empera·
potência aparente nominal S,vr, isto é tura mais elevada para o cálculo das correntes de falta
n1ínin1as) e da reat<íncia por unidade de comprimento
, . ·{ = 11•.v( %). [U,vr.11,{V) J' (10.13) X'í. (para as linhas ele alta tensão, usa-se as designações
mll) IOO SN-r(kVA)
Z11n
7i\ e X'i para dife.renciar.
Por sua vez, a resistência R.,.,,., pode ser obtida em Pode·se escrever para uma linha de alta tensão:
função de U,vr.11 .,., de s,,,
e da queda de t.ensão resistiva R1.(mH) = /(m) X Rí.(mílfm) (10.17)
nominal, UNN• isto é
e
R ( !l) _ 11•,v(%) [ U.vr.f!r(V)J' (10.14)
rm m - 100 · SNr(kVA) x,.(m!l) = /(m) x Xí. (1 0.18)
ou a partir das perdas no cobre, P tN• e da corrente no,ni- Os valores de Rí. e de Xí. (geralmente dados em
nal de baixa tensão INt ,,rr, sendo !Vkm • mn/m são obtidos de c.1tálogos de fabricantes.
pkN(\V) , Para uma linha de baixa tensão, te1n·se:
N,m(míl) = J [f,vr. ,,.,{A ) ]' X 10· (10.15)
R,.(mn) = i(m) X Rí.(m!l/ m) (1 0.19)
P(1ra as reatâncias, X·r. 1:,1; tem-se: e
Xr,,r = V'Z},,,, - R~1,1· (10.16) x,.(míl) = l(m) x Xí.(mnlm) (10.20)
A Tabela 10.3 apresenta as potências nominais e os
Os valores de R11• e ele X 11• podem ser obtidos, para
respectivos valores de tensão de curto-circuito nominal e
os casos mais comuns, na Tabela 10.4, e, em casos espe-
de perdas no cobre tí1>icos de transformadores de potên·
cias fabricados no Brasil.
ciais,X,,. pode ser calculado.
. A impedância ele curto-circuito ele seqüência zero,
A série de normas NBR 5356 considera como 'valo-
2 01., depende do percurso de retorno da corrente e pode
res típicos', 4,0% até 630 kVA, inclusive, e 5,0% até
ser determinada, seja com o auxílio das relações R00/R1•
1.250 kVA.
e X 0 ,/ X 1, seja por medida ou por cálculo.
A impedância de curto-circuito de seqüência zero 01• z Para calcular a corrente de curto-circuito en1 baixa
dos transformadores, do lado da baixa, pode ser obtida
tensão, todas as impedâncias do lado ela alta devem ser
do fabricante ou determinada pelas relações X<t,tX,.,,.,e referidas ao lado da baixa tensão. Isso é leito por meio
R0,tR.,•.,.. . . da relação de transformação nominal, l,v, definida pela
As impedâncias Z 11• e Zo,. elas linhas elétricas podem
razão da tensão non1inal de alta do transforn1ador, U,vr.,rr,
ser obtidas de normas e/ou de catálogos ele fabricantes.
para a respectiva tens.fio non1inal de baixa., U N·i; H1i isto é
A impedância de curto-circuito ele seqüência positiva
z,.
211• = = R1• + jX,. é determinada a partir da resis- (10.2 1)
tência por unidade ele comprimento Ri. (a 20 ºC para o

I Tabela 10.3 • ValONJs típico• cle-lnJnsformadONI$ nacional, (dados fornecidos - fabrica ntes) J
Potência nominal (kVA) Tensêlo de curto·circuito1 (%) Perdas no cobre (W)
15 3.5 340
30 3.5 570
45 3,5 780
75 3.5 1.140
112.S 3.5 1.500
ISO 3,5 1.910
225 4 ,5 2.700
300 4.5 3.360
500 5.0 6.800
750 5.0 12.650
1.000 5,0 14.550
Nota:
1. A NOR 5356 considera como ·\JtjJores típicos·. 4.0% :ué 630 l:V;\, incluSÍ\'e, e 5.0%:i1é 1.2501:VA.
SU$W li

324 lnslalações elétricas

Tabela lOA • Valores da resislincia e da reatância ele condutores ele cobre (utilizáveis nas cákulos
ele curto-circuito)
Reatânc.ia induti,·a
Seção nominal (mm') Resistência (m!l/m) Condutores i.solados
Cabos unipolares (millm)
(m!l/m)
1.5 12, 1 0,1236 0.1585
2 ,5 7,41 0,1202 0.1459
4 4.61 0.1 130 0. 1430
6 3.08 0,1068 0.1 335
10 1,83 0.1090 0,1262
16 1.15 0,1036 0.1175
25 0.727 0.1020 0. 1146
35 0.524 0.0980 0.1 095
50 0.387 0,0974 (), 1090
70 0.268 0.0963 0. 1038
95 0,193 0.0945 0. 1024
120 0.153 0,0933 0.0993
150 0.124 0,0915 0,0990
185 0,099 1 0,0916 0,0986
240 0.0754 0.09 J I 0,0976
300 0.060 1 0,0918 0,0968
Notas:
1. Rcsistêncins ffil\xin1as a 20 º C segundo a NUR N~-t 280, considcrnndo-sc condutores Cl:u.se li.
2. Rc-,cincias induli\':IS e~culnd.1S considerando-se c:ibos di.spos1os cn1 1rifólio.
3. Vakm.~s \'álidos para condutores isol:\dos Supcr.u1ic e t.tbos Wlípolares Síntcoo.x Af.

As impedâncias do lado AT referidas à BT podem N~se caso, para correntes de curto-circuito cuja
ser obtidas como indica a Expressão 10.22. localização está distante do gerador, a corrente de curto-
circuito tri fásico permanente, t,,, "a maior das corren-
Z ~1r,t = +zAT
16"
(10.22) tes de falta presumida, sendo a mais utili zada e, também,
a mais fáci I de se obter.
(o índice I i ndica os valor~ referidos à 87). Para um curto-circuito bifásico, a obtellção ela corrente
é feita recorrendo-se aos component~ simétricos (ver
Seção 2.4). Sua expr~são, considerando-se Zi z, = =z,,
10.6 Cálculo das corre ntes de falta será
presumidas
.. cU.v V31
Expressão das correntes I " = ,., = 2 z, = T 11
" (10.24)

No caso de um curto·circuito tril.isico, a solução é


extremamente simples, unia vez que é de un, circuito tri- No caso de fo/ta direta fase·terra, também recorrendo
fásico equilibrado e que, portanto, pode ser resolvido aos component~ simétricos, obtém-se
pelos métodos tradicionais. Na Figura 10.11, a corrente
sin,étrica inicial, /';3 , é igual à corrente permanente, ,,..J, V3cU,v
/'=/ = ---~ (10.25)
considerando-se que a falta é distante do gerador, e vale " " 122, + Z.,i
cUN
ÍÍ.:3 = 11.3 = ---
v:i z, (10.23) onde 21 • z, é a impedância de curto-circuito total de
seqüência positiva e i 0 a ele seqüência zero.
onde e é o fator de tensão (Tabela 10 .2), UN é a tensão A impedância Zo 2
equivale a 1 + 3ZN (~aso de re-
nominal (de linha) do sistema ele baixa tensão e Z, é a torno P<1lo neutro) ou, no caso mais geral, + 3 Z1,,;, z,
impedância total vista do ponto em que ocorre a falta. sendo Z,,e a impedância do condutor de proteção.
SU$W ü

Capitulo IO• Cálculo de correntes de falto 325

• RedeAT
U<Q = 13,8 kV
! r 'l"''" = 15 kA; obtém-se c(I = l ,l (Tabela 10.2)

• Linha Ll
I = 1,7 km
cabos unipolares Sintenax 12/20 kV, 3 X 1 X 150
mm2, con,
Rí. = O, 1S1 nlkm (mnlm)

1 i i
ee,. . . .... . . l Mn
Xi = O, 132 Q/km (mnlm)

• Transformador T1
S,vr = 400 kVA
U,v,:•,-= 13,8 kV
Um:n-r= 380 V
llt.v = 4°/o
lln.v= 1, 15o/o
Figura 10.13 • Aplicoçâ<> do contribviçõo cios motores
no.s correntes de curto~circuilo
• Linha L2
Assim, chamando de U0 à tensão de fase, U,I VJ, tem-
I= S m
se da Expressão 10.25
cabos unipolares Sintenax AF, 2 X (4 X 1 X 240 mm');

17:, = ft1 =
e· V3
.
· V3Uo
.
obt.ém·se (Tabela 10.4)
Rí. = 0,0754 mnlm
132, + 32,,,:1 Xí. = 0,0976 mnlm
e daí
Linha L3
• cU0
(10.26) I = 20 m
' ·· = i., = . + Z,.d
IZ, .
cabos unipolares Sintenax AF, 4 x 1 x 70 mm';
obtém-se (rabeia 10.4)
expressão absolutamente análoga (com exceção do fator
e, que é qua~e sempre igual a 1) à Expressão 8.1, onde Rí. = 0,268 mnlm
Zs = IZ, + Z,.,;1.
Xí. = O, 1038 mnlm

Influência dos motores • Linha 4


Quando a condição dada na Expressão 1O.O não
I = 10 m
cabos Superastic, AF, 5 X 1 X 6 mm'); obtém-se
for atendida, será necessário considerar a contribuição
dos motores (de indução) à corrente de curto-circuito (Tabela 10.4)
presumida. Rí. = 3,08 mnlm
Na realidade, a influência eletiva dos motores de Xí. = o, 1068 mnlm
indução ligados diretamente à rede onde ocorre a falta é
praticamente impossível de ser determinada com exati- • Motor Ml
dão. Para a maior parte dos sistemas de baixa tensão, é P_,11 = 20 kW
suficiente considerar uma contribuiç.-io l ,:"' dada por cos (J>, = 0,85
,.,, = 4 L ,.,, '1, = 0,93
(10.27)
onde r.1,1 é a soma das corrente non,inais dos n101ores a • Motor M2
ser somada à corrente presumida (sem os motores). A P.,12 = 40 kW
Figura 10.1 3 demonstra esse procedimento. cos <1>2 = 0,85
'1, = 0,93
EXEMPLO
• Admitir chave 51 aberta.
Calcular as correntes ele curto-circuito presumidas
máximas nos pontos indicados por Fl, F2, F3 e F4 no (1) O cálculo das impedâncias de seqüência positiva ao
esquema unililar da Figura 10.14. São dados: lado da alta tensão é apresentado na Tabela 10.5.
SU$W ü

326 lnslalações elétricas

Q l';Q= 15 kA
U,,o = 13.8 kV
Linha LI
l =l.7 km
-,.- - - --+-- - - - , - 13.8 K V
S,\'l'l = 400 kVA ~ s.,,.1 = 400 kVA
T2

L2. I = 5 111

380V

L3 MI M2
3-
1 = 20m Pm = 20 k\V P,12 = 40 kW

l
Figura 10.14 • Diagrama unifilar do exemplo citado no exemplo anterior
1 ::410 111

~4

( Tabela 10.S • Cálculo deu impeclancias ele seqüência positiva do lado éla alta tensao (c.,....ntes ele
cul'to-circuilo P.!!!Sumidos máximas) 1
l.f.vQ = 13,8 kV 1 1:Q"fflh = 15 kA 1 CQ: 1,1

Componente Ex1>ressão Cálculo


R X z
mfi mfi mfi
U N(J
X !Os 1.1 X 13.8 X 10'
ZQ• cQ \/3 ZQ= 584.3
3 /1.(!rnSx V3 · 15
Rede
XQ = 0,995ZQ XQ = 0.995 X 584.3 58 1.4

UQ = 0,1 XQ U0 = 0,1 X 581 ,4 58, t

R,. = IR.'1• U1• = 1.700 X 0,151 256.7


Linha I
X,. = IXí. X1. = 1.700 X 0,132 224.4

Ll<Ar 314.8
L ZAT·
L XAr 805,8
(Continu,:1}
SU$W ü

Capítulo I O• Cálculo de correntes de falta 327

(Con tl1JU/JÇJO)

Componente Expres.'tâo Cálculo


R X z
m!l mn m!l
Relação de ~vr. ,,·r '13,$ ,
1ronsfom1ação tv = - - -
; ul'...,. ,rr l.v = º~'8 =.>6.3
l l 0.239
2:RA1l = 2 2: RAJ'
l ,v 2'.RAn = 36,3' X 3 14,8
2: Z.rn
L X ATt o -r1
IN
~ XAT L XA·n = 36'.3, X 805,8
0.6 12

(2) O cálculo das impedâncias ele seqüência 1>0sitiva (3) O cálculo das impedâncias de seqüência positiva
do transformador referidas li baixa tensão é apresentado ao lado da baixa tens.10 é apresentado na Tabela 10.7.
na Tabela 10.6.

ITabela 10.6 • Cálculo das impedâncias de seqüência positiva dos transformadores referidas á
baixa ten5éio (corrente• de curto-,cin:uito pre1umida1 máxima•) 1
Transrormador Express.io Cálculo
R X z
m!l m!l m!l

.., likN LJ~"r.1n· , 4 380' 14,44


Z·r,n· = 100 · - -sN1'.-
~
Zrll'r = 100 X 400

U~"r.lJT 1,)5 3802


Rr,rr= -"''
100*'" · R1·11r = --
100 X - -
400
4 ,15
SNr
Tl
f'kN
Rr,rr = . . .,
., INt.ol'
X 10; -

X,,,..,. = VZlt,r - Ri·wr Xr11r = Vl4,442 - 4,15'1 13.83

ITabela 10,7 • Cálculo das impedâncias de seqüência ao lado ela baixa ten5éio (conentes de curto· 1
circuito presumidas máximas) .
R X
Componente Expressão Cálculo
m!l m!l
1
Linha L2 (dois cabos
R ,. = IR\. R ,. =
2 x 5X 0.0754 0.188

em paralelo por fase)


l
X,. =
X,. = IXí
2 X 5 X 0,0976 0,244

R1• = IRí. R 1• = 20 X 0,268 5,36


U nha L3
X,. = !Xí. X,.=20 X 0,1038 2,076

(Co,uit>u.J}
SU$W ü

328 lnslolações elétricas

R X
Componente Expn?SSiio Cálculo
mfi mfi

R,. = IRí. R,. = 10 X 3,08 30.8


Linha LA
Xi= IX',, X,. = 10 X 0,1068 1.068

(4) O c.ílculo das correntes de curto-circuito presumi· Nessas condições, o valor inicial da corrente presu·
das máximas é apresentado na Tabela 10.8. mida a considerar é o da corrente de curto-circuito per-
(S) Avaliação da influência dos motores manente no secundário do transformador, l,r, que pode
ser obtido das expressões 10.23 e 10.13. Assim, fazendo
i,111 = 20 = 0,0384 k A e: = 1, U.v = UN'I:IJ1, e 2 4, = Zr/Jr, virá
\/3 X 0.8.5 X 0.93 X 380
U,w:irr
,.,. = -:--'"--- (10.28)
40 V3 Zr,rr
{.,r, = = O0769 kA
~
V3 X 0,8.5 X 0,93 X 380 '
V'l substituindo a Expressão 10.13 na Expressão 10.28

- F2 _ _ /', = 14,262 kA 0,01 I, = 0,14 kA


chega ..se a

0,1153 < 0,14


Portanto, analisando a Figura 10.14, pode-se despre- 100
. r.:
s,,,, lOO
= - - · l,rr11r
za.r a influência dos n1otores en1 F2 e, conseqüenteanen .. V ~5 U,vr. ,rr "1. N'!f '
te, em FJ e em F4. Em Fl, não há influência dos motores.
que pode ser escrita
Cálculos simplificados
l,r(kA) 0
..12L . S.vr(kVA)
Nos cálculos de curto-circuito em sistemas de baixa 11,,(%) V3 U.v1·,11r (Y)
tensão, é muito con1um que o trecho a n1ontante do
transfonnador (linhas e rede de alta tensão) possua uma
100
= li;,.(%) · l.v,: ,,,.(kA) (10.29)
potência de curto-circuito infinita (SZQ--> oo), ou seja,
com uma impeck1ncia de curto-circuito, ZQ, igual a zero
onde u.., é a tensão de curto-circuito nominal do transfor·
(ver Figura 10.15).
mador, s,.,,., sua potência nominal, Um: o·h sua lensão
nominal <le baixa e l , ~,:,rr, sua corrente non1inal de baixa.
É muito interessante observar a Tabela 10.9, prepa·
rada por Celso Pereira Meneies, que mostra, na prática,
para as situações mais comuns, a influência da potên-
cia de curto-circuito da rede de alta sobre a corrente
de curto-circuito simétrica inicial, incluindo a contri-
~ z,,· = o buição cios motores (considerando o caso totalmente
desfavorável de carga 100% motriz).
Considere o esquema mostrado na Figura 10.16, onde
1, 0 é a corrente de curto-circuito trifásico presumida no
S,vr, li<o• ponto F0 e 1, é o valor correspondente ao ponto/. O tre-
cho entre F0 e Fé constituído por um circuito trifásico de
U,vr. 11r: ~\'T, ur comprimento /, condutores de seção S, resistência /? e
reatância X.
/1,7 Cha1nando Z.lo = R,0 + jXko à in1pedãncia a n1on-
tante de f'o, pode-se escrever para l,-0, ela Expressão 10.23,
Figura 1O. 15 • Sarro de AT consicleroda borra infinita fazendo e = 1 e observando que
[ L ____ ---- . -· - . .- - - - ------- - .. - -- -.. - .-.- --- --- ---
. ,;: - .- .- -- .-
.. ... - --.- ..- _---_.:·- -- - .- ----. -- . .. - - .-. --- -. -,
,
e 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 li
o
1 Correntes de
Impedância d e Correntes de curto·cire,uito máximas
u curto•c,ircuito máximas
n curto-circuito (curto t.rif:lsíco)
(curto bifásico)
8 Local da
L Componente cu,... R, . v':i. falta
i R, x, ZK • VRr+ xi !',:= //(= - - ,\ ;, = AV2 /} r,a-2
- v':irK lp2=21,,
n
h
v':i z. x.
a mn mn mn kA - - kA kA kA

1 LZAn 0,239 0.612

2 TIBT 4.1 5 13.83

3 1+2 4,389 14,442 15,094 14,535 0,304 1,381 28,38 12,59 24,57 Fl
4 L2 0.188 0.244

5 3+4 4,577 14.686 15,383 14,262 0,3 12 1,372 27,67 12,35 23,96 F2

7
L3

5+6
5.36

9.937
2,076

16.762 19.486 11.259 0,593 1.171 18.64 9.15 16.14 F3


f
o

()
8 L4 30,8 1,068 O•
2
9 7+8 40.737 17.83 44.468 4.934 2.285 1.021 7.12 4.27 6. 17 F4 õ
g-

~
IIN = 380 V; C = 1.00
[
g-
Õ'

ª
...,
(.)

,o
~
~

10.9 • lnfluênci 10lênci


-- --
ircuito do rede ia (S,0 ) sob , inicial (1.,.) no deum
(.)
(.)
o
ITansfor,
u,.T= 220 v
, (à coh
-· lui o contribui, motores(/, ...
U,.r=380V
-
o 100% motri,
U.,;460 V

S0 T(kVA) S;q(MVA) / '.-,


(kA)
l í.A,
(kA)
I,. (kA) S, T(kVA) S.,(MVA) l í.r
(kA)
l',.u
(kA)
!I, (kA) s.r (kVAl S',q (MVA) l (r
(kA)
/ ',."
(kA)
I,.
(kA)
;;
5'
.1-00

111 =4%
50
100
1!\()
16.9

1$.7
20.1
2 1.4
20,9 111
300

-= 4%
50
100
150
9.8
10.5
10.8
11.6
12.3
12.6
500

"· =4%
50
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14.8
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~
·"
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~

~
3.2 1.8 2.5 3'.
250 19.0 21.2 250 11.0 12,8 250 14.9 17.4
ê
500
..
soo

50
19.4
19.7
25.8
22.6
22.9
3 1. 1 500
500

"50
11.2
11.4
14.9
13.0
13.2
17.9 750
500

"
50
15.2
15.7
14.1
17.7
18.2
17.9
100 28.9 34.2 100 16.7 19.7 100 16.1 19.9
u, = 4% 150 30.1
5.3
35.4 "t = 4% 150 17.4
3.0
2().4 11, = 4% 150 16.9
3.8
20.7
250 31. 1 36.4 250 18.0 21.0 250 17.7 21.5
soo 31.9 37.2 500 18.5 21.5 500 18.2 22.0
32.8 38.1 19.0 22.0 18.8 22.6
750
"
50 29.6 37.5 750
"
50 17.1 21.6 1.000
"
50 17.4 22.4
100 33.8 41.7 100 19.6 24.1 100 20.6 25.6
u,= 5% 150 35.5 43.4 "t • 5% 150 20.5 25.0 11, • 5% 150 21.9 26.9
7.9 4.5 5.0
250 36.9 44.8 250 21.4 25.9 2.50 23.0 28.0
500 38.1 46.0 500 22.0 26.S 500 24.0 29.0
39.3 47.2 22.8 27.3 25.1 30.1
" " "
1.000 50 .ló.5 47.0 1.000 50 21.1 27.1 1.500 50 20.2 27.7
100 43.0 53.5 100 24.9 30.9 100 24.6 32.1
,,, = 5<4 150 45.8 56.3 " ~= 5% 150 26.5 32.5 it, =5% 150 26.5 34.0
10.5 6.0 7.5
250 48.3 58.8 250 27.9 33.9 2.50 28.2 35.7
500 50.l 60.8 500 29.1 35.1 500 29.7 37.2
52.5 63.0 30.4 36.4 31.3 38.8
" " "'
1.500 50 24.5 33.5 2.000 50 24.1 34.1
100 29.8 38.8 100 30.6 40.6
"i =6% 150 32.1
9.0
41.1 1t1=6% 150 33.6
10.0
43.6
250 34.2 43,2 2.50 36.5 46.5
500

"
36.0
38.0
45.0
47.0 ..
500 38.9
41.8
48.9
51.8
l':ontç: ~·lcndes, ClJ>, CQm:ntcs de cuno,circuilo cm n.:dc$ industriais
SU$W ü

Capítulo I O• Cálculo de correntes de !oito 331

e daí

(10.30) (10.35)

Acrescentando, na Expressão 10.32, a resistência R em


Analogamente para l, virá, desprezando a reatância função da resistividade p, do comprimento I e da seção S
X (o que, em princípio, pode ser feito para seções até 50 e, considerando as expressões 10.33, 10.34 e 10.35,
mm' ) obtém-se
u. (10.31) Uo
'· = -;===:;:::=;::
V(R,. + R)' + x~.
'· = --:==========~
Uo 2U pcos<l>,
0 pi 0/ (10.36)
-+ +-
e desenvolvendo o denomi naclor
ti.o f,,,S S'

I Uo (10.32) Essa expressão permite calcular, para circuitos trifási-


,• "R2 X2 2 2'' cos, a corrente de curto-circuito trifásico presumida em
V 'º + 'º + R + "'''º um ponto, f,, partindo ela corrente de curto-circuito trifá-
Da Expressão 10.30, obtém-se sico presunlida inicial (a n1ontante), Ít.o, e considerando
condutores de seção até 50 mm'. A corrente f;o pode ser,
R,o2 + x,o=
2 ui
T (10.33) por exemplo, a corrente de curto-circuito no secundário
f 'º de um transformador e f,, a corrente de curto-circuito
O fator de potência cos <l>.to pode ser escrito, consi· presumida no barramento de um quadro de distribuição
cleranclo a Expressão 10.30 imediatamente a jusante. Logicamente, a expressão pode
ser aplicada sucessivan1ente.
R,-0 R,o A aplicação desse método aproximado é feita, tradi-
cos <I>,,o = -. - = 14<,- (10.34)
Z,o Uo cionalmente, considerando-se os condutores a uma tem-
peratura ele cerca ele 95 •e.
Assim, para condutores ele
cobre, p = 22,4 míl.mm2/m, e circuitos com tensões
220/380 V (U0 =220 V) virá, da Expressão 10.36:

f, = 22
4$4 l()()co,;q\,0 1 5/2 (10.37)
J,1.
-+
f, 0 S
+-
S1-
e para circuitos com tensões 127/220 V (U 0 = 127 VJ
12,7
I. = --;======= =
162 57 CúS <l>;o / 5/l (10.38)
/-+
' ,1. ,,,,s +-
s2
U,v= VJU. O fator ele potência cos <J>,. é dado em função de I,o,
na Tabela 10.1O:
Dobrando o valor do comprimento /, a Expressão
10.37 é aplicável a circuit.os monofásicos de 220 V e a
Expressão 10.33 a circuitos monofásicos de 127 V.
As expressões 10.37 e 10.38 dão origem aos gráficos
.,, das figuras 10.1 7 e 10.18, respectivamente .

S.R.X / f
EXEMPLO
F /V k

Circuito de distribuição trifásico, 380\1, condutores de


cobre, seção 16 mm', comprimento 20 m, corrente
de curto-circuito presun1ida no início da linha 15 kA,
fator de potência correspondente de 0,3. Deseja-se
determinar o valor da corrente de curto-circuito presu-
Figura 10.16 • Esquema unifilor mida na extremidade da linha.
SU$W ü

332 lnslalações elétricas

Tabela 10.10 • Falol' ele potência em função ele 1,0


1,. (kA) 1,5 a 3 3,1 a4,5 4,6 a 6 6,1 a 10 10,1 a 20 Maiorque20
cos 4>.u, 0.9 0,8 0,7 0.5 0,3 0,25

25
20
,,. (kA)
15

10
9 \
8
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7
6 \ \\
5\ .\'
' ' ' ...:
4 ' '' 1\.
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200
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16

2S '"8'
"'
...t
~
5
35
300

Fig ura 10 .17 • Diagramo poro o determinação rápido do corrente de curto·circuito presumido (Cortesia do Sticino)

(a) Pela Expressão 10.37 (b) Pelo gráfico da Figura 10.18


22 • Determina·se o ponto />, interseção da curva de
~- 484 lOO X 0,3 X 20 S 20"
= 16 mml com a ordenada 20 m.
\ / -.yl- + 15 X 16 + X -l& • A vertical levantada a partir de /' encontra a curva
de /1-0 = 15 kA no ponto P,.
6,2kA • A ordenada de 1'1 é o valor procurado, ou seja 6 kA.
SU$W ü

Capítulo I O• Cálculo de correntes de falta 333

25
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/(111)
300 Y1'
·u1ilir.Jvel 1an,OOm fJá~ linhas n1onoíásicas de 220 V. dobrando o v~lor do c-0n1pri1nen10 I

Figura 1O. 18 • Diagrama poro o determinação rápido do corrente de curto-circuito presumida {Cortesia da Bticino)

Corrente de curto-circuito origem, isto é, do ponto de aplicação do dispositivo ele


proteç.io.
presumida mínima
• A tensão na origem do circuito, quando ocorre a falta, é
No es1uclo da coordenação enlre dispositivos de pro· considerada igual a 80% da tenS.10 nominal do circuito.
teÇ<io apenas contra curtos·circuitos e condutores, mui· • A resistência (resistividade) dos condutores do circui·
tas vezes é necessário conhecer o valor da corrente de to, devido ao aumento de temperatura provocado
curto-circuito presumida mínima(!..,,,), na exlfemidade pela falta, é majorada de 50%; adota-se para o cobre
do circuito (lado da carga). f' = 0,027.!tmm1/m e para o alumínio p = 0,043
Para avaliar essa corrente, são feitas as seguintes ü.mm2/m.
hipóteses simplificadoras: • Para seções até 120 mml, despreza-se a reatância;
• Só é considerado o circuito em questão, sendo des.· para 150 mm', aumenta-se de 15% a resistência; para
prezados todos os componentes a montante de sua 185 mm', de 20%; e para 240 mm', de 25%.
SU$W ü

334 lnslalações elétricas

• O curto-circuito é sempre entre dois condutores, fase- • I é o comprimento do circuito (m).


fase ou fase-neutro. • Se a seção do condutor neutro íor a metade da dos
condutores de fase, o valor de hmrn obtido pela Expres-
A expressão utilizada é:
sã.o 10.39 deve ser multiplicado por 0,67.
0,8US (10.39)
I J.rn,n .;: rp2 I
onde EXEMPLO
• Ué a tensão non'linal entre fase e neutro, se o circui-
to 1>0ssuir neutro distribuído, ou entre Iases no caso No exemplo apresentado na Figura 10.14, calcule a
contrário, em V. corrente de curto-circuito presun1ida n1ínin1a nos pon-
• S é a seção cios condutores, em mm'. tos F3 e F4, utilizando a Expressão 10.39.
• r é um fator que vale =
F3__1inha L3_3F + N, U 220 V, S 70 mm', =
cobre, I = 20 m
r
0,8 X 220 X 70
1,00 s 120 lkmô• = 1 X 0,027 X 2 X 20 - 11.407 A = 11 ,4 kA
1,15 150
1,20 185 F4 __1inha L4_ 3F + N + PE, U = 220 V, S = 6 mm1,
1,25 240 cobre, I = 10 m
0,8x220x6
• p é a resistividade igual a 0,027 O.mm'/m para o cobre !,..,,;. = l X0,027 X 2 X 10 = 1.956 A = 1,96 kA
e 0,043 n.111111'/m para o alumínio.

EXERCÍCIOS

1. O valor da corrente de crista de falta em instalações de baixa tensão depende de quais parâmetros?
2. Quais fontes de correntes de faltas são consideradas as principais?
3. Como é determinado o lator ele potência de curto-circui to?
4. Qual é a clelinição da corrente de curto-circuito simétrica inicial (r,)?
S. Qual é a definição da corrente de curto-circuito simétrica permanente ( t,)1
6. Delina valor de crista da corrente de curto-circuito.
7. Quais são as impedâncias consideradas para os diversos componentes nos cálculos elas correntes de curto-circui·
to em sisten1as de baixa tensão?
8. Em que situação deve ser considerada a contribuição dos motores assíncronos à corrente de curto·circuito?
9. Qual é a relação entre as correntes de curto-circuito bifásica ( f',.) e a fase-terra ( r.,>com a corrente de curto-cir-
cuito trifásica ( r,,)?
1 o. Quando temos impedância de neutro (Z.l, a impedância Z,, é acrescida de que valor?
SU$W ü

11

Proteção contra sobrecorrentes


-----~-
11. 1 Caracterização • As lâmpadas incandescentes, que apresentam cor-
rentes ele partida extremamente elevadas (cerca de
das sobrecorrentes 12 vezes a corrente nominal). No entanto, o tempo
1'\Jas instalações elétricas# as sobrecorrentes são tradi- de partida é de alguns milésimos de segundos e, por-
cionalmente divididas em dois tipos: corremes de sobre- tanto, não ocorrem solicitações térmicas significati·
carga, que ocorrem em um circuito sem que haja falt<1. vas nos condutores.
e correntes de curto-circuito, que resultam de falta dire- A má avaliaÇcio da simultaneidade de funcionamento
ta entre condutores vivos. ~ comum considerar~se as pri- dos equi1>a1nentos ele utilização de um setor ele uma ins-
meiras como de pequena intensidade e as outras como talação, isto é, a adoção de fatores de demanda mais bai·
de grande intensidade, o que nem sempre corresponde xos que os reais, pode provocar correntes de sobmc,1rga
à realidade. no circuito ele distribuição que alimenta o setor.
As 1><1rtidas de muitos equipamentos de utilização dão Geralmente, tais sobrecorrentes são ele 1O por cento a 20
lugar a sobrecorrentes por vezes elevadas, car(1cterizadas
por cento superiores às capacidades de conclução de cor-
como correntes de sobrecarga transitórias, que não de-
rente cios condutores, sendo particularmente perigosas
vem, logicamente, provocar a atuação dos dispositivos
pela dificuldade em controlá-las. ~ fácil verificar que tais
de proteção. Pode-se citar: níveis de sobrecorrentes elevam a temperatura dos con-
• As correntes de partida de motores de indução, que dutores ele 1OºC a 15 ºC acima da temperatura máxima
podem ser da ordem de sete vezes a corrente nomi· para serviço contínuo, contribuindo para a re-dução da
nal, porén1, con, duração limitada a uns poucos se- vida útil dos condutores isolados e dos cabos isolados.
gundos. Tais sobrecorrentes somente serão danosas As faltas ocorrem quando partes sob potenciais
aos condutores no caso de se repetirem em intervalos diferentes, uma das quais aterrada, entram em contato,
de tempo tão curtos que não permitam seu resfria· direlamente ou por meio de uma impedância (de con·
mento. Nesse caso, haverá necessidade de aumentar tato), devido às falhas nas isolações. Uma corrente de
a seção dos condutores, considerando uma corrente falta para terra ele um equipamento de utilização pode
de projeto adequadamente majorada em relação à dar origem, quando somada à corrente do circuito, a
corrente nominal. l o que ocorre no acionamento de uma sobrecorrente, geralmente de pequena intensida·
elevadores, monta-cargas etc. de, nem sempre interrompida em tempo adequado. Por
• As lâmpadas de descarga, especialmente as de alta outro lado, as faltas não-diretas entre condutores vivos
pressão, que ar>resentam sobrecorrentes de partida de linhas ou de equipamentos de utilizaç,io quase sem-
de duas ou três vezes a corrente nominal, por alguns pre evoluem pa,a faltas diretas, dando origem, portanto,
minutos. No entanto, como geralmente ta is partidas a correntes de curto-circuito.
não são repetitivas, não lrazenl nenhum risco aos t importante notar que, em uma instalação, pode-se
condutores. ter ainda:
SU$W li

336 lnslakições elétricas

• Correntes de sobrec.1rga provoc.1das pela substituição


de equipamentos de utilização previstos ou já instala- o
dos por outros de maior potência ou pela inclusão de
novos equipamentos de util ização, o que só se resolve
con1 o redin1ensionamen10 ou se1R1ração do circuito.
• Correntes de sobrecarga provocadas por motores so-
brecarregados, isto é, que estejam acionando cargas
excessivas para sua potência nominal.
• Correntes de curto<ircuito provocadas por erros de
ligação (por exemplo, durante uma manutenção) ou
mesmo pela ligação de um equipamento de utiliza-
ção que esteja em curto. lliiO
~1uaç:Jo
Para finalizar, deve-se observar que, embora na maio-
ria dos casos as correntes de curto-circuito sejam de inten·
sidade superior à das correntes de sobrecc1rgai há situa-
ções em que pode ocorrer exatamente o contrário. Assim,
por exemplo, enquanto motores de indução, quando
sobrecarregados, podem absorver correntes (de sobre-
carga) n,uito elevadas, curtos-circuitos nas extren1idades
de linhas muito longas com resistência de contato consi-
derável podem dar origem a correntes (de curto-circuito)
muito baixas.

11.2 Limitação da duração • ()s 1cn1r>os de atuação ,,, t1, tl etc. dcvc,n ser 1an10 menores
de uma corrente de sobrecarga quanto nlaior for ::t reloção de sobrec,1rg.1 11 .
• Para ,, • l.45, ad,ni1e.se un1 tc!nlpo de atu~1ção no nlá>:in10 igual
Como apresentado no Capítulo 9, na Expressão 9.13, ;:io lcmpo con\'enc.Onal (ir> <lo dispositivo.
a temperatura final assumida por um condutor aumenta
figura 11 . 1 • Atuação o tempo inverso
com o quadrado da corrente que circula por ele. Do pon-
to de vista dos efeitos térmicos produzidos, as c0<rentes
A partir desse conceito são obtidas as chamadas cur-
de sobrecarga de pequena intensidade e as de grande vas-limites de sobrecarga apresentadas na Seção 9.6.
intensidade podem ser consideradas separadamente.
Assim, para dado condutor ou cabo isolado, em da-
Uma correnle de sobrecarga é considerada de pe·
da condição de instalação, existem duas curvas t ~ f
quena intensidade quando a temperatura de regi1ne
(11), tempo em função da relação de sobrecarga, que
atingida não for superior à temperatura (máxima) de
dão o tempo necessário 1x1ra o condutor atingir un1a
sobrecarga O, (ver Tabela 9.16). Tais correntes não
temperatura de sobrecarga prefixada O., (ver Figura
devem tornar-se permanentes para não comprome1er a
9.1 O); a primeira válida para a hipótese do inicio da
vida da isolação, mas podem ser supo<1adas por 1empos
relalivamente longos, acima de uma hora. Pode-se dizer, sobrecarga com o c.1bo na temperatura ambiente (par-
fazendo referência à NBR 541 O, que são consideradas de tida a frio) e a segunda, acentuadamente mais baixa,
pequena intensidade corren1es de sobrecarga de até 1,45 válida para o início da sobrecarga com o cabo na tem-
vez a capacidade de conclução de corrente do condutor peratura máxima para serviço contínuo (partida a
ou cabo isolado. quente). As duas curvas delimitam a zona de <1tuação
Se a corrente de sobrecarga for de grande intensidade, ideal de um dispositivo de proteção; se a curva do dis-
a temperatura de regime assume valores excessivamente positivo estiver abaixo das duas curvas de sobrecarga,
elevados, que comprometem não só a durabilidade da não se aproveita plenamente a 1>ossibilidade de o con-
isolação., con10 tan11>ém sua integridade física e qufn1ica. dutor, ou cabo isolado, suportar sobrecargas transitó-
Assim, por exemplo, com uma corrente de sobrecarga rias; se estiver acima das curv.,s de sobrecarga, o con ..
de 21,, um condutor com isolação de PVC atinge uma dutor atingirá e superará a temperatura O, sem que o
temperatura da ordem de 190 •c,
que provoca a rápida dispositivo ele proteção alue (em tempo hábil). A Figura
destruição da isolação, possibilitando, comoconseq(iên- 11 .2 mostra a condição ideal. Observe que a curva de
cia, uma falta. Nessas condições, é necessário que o cir- atuação indicada para o dispositivo é a que correspon-
cuito seja interrompido em um tempo tanto menor quanto de à pior condiçiio, isto é, a curva ten1po máxin10 de
maior a corrente de sobrecarga, como ilustra a Figura 11.1. atuação-corrente.
SU$W ü

Capítulo 11 • Proteção contra sobrecorrentes 337

11.3 A integral de Joule


Curva de Conceituação
sobrecarga
A integral de Joule ( T' t) é uma grandeza qtie assume
---do cabo
', • (panida a frio) uma importância fundamental no estudo de fenômenos
' Cur\1â te1npo relacionados com pulso de corrente não senoidais de
1n1lxin10 de curta duração, con10 os criados por dispositivos de sec-

--
aruaç50-corren1e cionamento a estado sólido e por dísposítivos de proteção
do disposilivo
a sobrecorrente do tipo límítador (fusíveis e disjuntores).
de pro1eçào
(condição ideal) Em particular, Pt é uma ferramenta de grande utilidade no
Curva de sobrecarga do trabalho com problemas térmicos resultantes da circula-
cabo (partida a qucnle)
ção de correntes de valor elevado e de curta duração,
como as de falta direta em círcuítos elétricos, no que con-
cerne ao aquecimento dos condutores e à atuaçào das
proteções.
Quando as sobrecorrentes assumem valores muito ele-
li vados, con10 no caso de curtos-circuitos, ten1peraturas
da ordem de centenas de graus são atingidas pelos con-
Figura 11.2 • Curvos·limite de sobrecarga e curvo de dutores em tempos muito pequenos, freqüentemente da
atuação ideal de um dispositivo de proteção ordem de centésimos de segundos. P.lra tempos tão cur-
contra sobrecargas tos não é viável considerar constanle o valor eficaz da cor-
rente, como no caso de correntes de sobrecarga.
Nas figuras 11.3(a) e 11 .3(b), são mostradas duas situa- De fato, seja pela forma de onda da corrente, seja
ções bastante comuns: pelo efeito da indutância da linha, nos primeiros ciclos
• O dispositivo de proteção contra corrente de sobre- da corrente de falta direta, seus efeitos não devem ser
carga só protege a partir de determinado valor da rela- avaliados pelo valor eficaz. Assim, para o estudo dos
ção de sobrecarga (ver Figura 11 .3(a)). eíeitos térmicos dessa corrente, considerando ten1pos
• O dispositivo de proteção contra correntes de sobre- extremamente pequenos, não se pode separar a grandeza
carga só protege até determinado valor da relação de corrence ela grandeza tempo, sendo necessário conside-
sobrecarga (ver Figura 11.3(b)); rá-las em conjunto no produto integral
1

h [i(1) ]2 · dt = 111 (1 1.1)

Curva de sobrecarga do
cabo (partida a frio)
Cur,•a de sobrecarga do cabo
(partida a frio) Curva te1n1>0 n,áxin10 de
atuação-corrente do dispositivo

Cul"\1a te1npo n1áxi1no de


/ ;1tui\Ção-corre1ue do disposicivo

,,
"• (a) "
(b}

Figura 11.3 • Proteçõo de condutor contra correntes de sobrecarga: (a) dispositivo só protege a partir de n, ; (b) di,po,itivo
só protege até ""
SU$ W ü

33 8 lnsloloções elétricas

A respeito da in1eg,at de Joule (1'1), diz o 8111! Book do Integral de Joule dos condutores
IEEE (Recomnumded Practice{or Pr()le<:1io11 mui Coordi- Nos cabos de baixa tensão, as faltas de origem inter·
nation oflndustrial and Conunercial Pon1er Syscen,s - na geralmente não são causadas pela tensão aplicada.
Std 242 - ): "O conceito de 121 foi introduzido para suple-
Neles, a espessura da isolação, por razões exclusivamente
n1entar o conceito de corrente simétrica porque reprc·
senta os esforços ténnicos e magnéticos reais impostos mecânicas, é sempre bastante superior à que seria ne-
a um con1ponc.nte conduzindo uma corrente de curto· cessária para garantir a rigidez dielétrica diante das (mo-
circuito nos printeiros ciclos. A grandez.a / lt representa destas) tensões aplicadas.
Nos condutores isolados, ben1 con10 nos cabos uni e
]i dt
1
multipolares de baixa tensão, em linhas elétricas fixas, as
a integtal do.quadrado<!• corrente durante o intervalo de faltas, geralmente, são causadas por problemas termome-
tempo considerado. Valores nominais de l 't estão sen- cânicos, ou seja, pelas solicilações mecânicas a <1ue o
do aplicados cada vez mais a equipa,nenl'os elétricos. e cabo é submetido durante seu funcionamento (movi·
alguns disposítivos de proteção são e<>ordenados tam- mento do(s) condutor(e,;) provocado por seu aquecimento
bé1n con1 base em / 21, en1 vez de considerar·se so1nente e resfriamento) associadas a unia ten11:>eratura superior à
a 1náxima corrente de cuno..circuito.'" ten1peratura anlbiente.
Na isolação de um condutor ou cabo isolado, o mate-
Essa grandeza é proporcional à área compreendida
rial isolante que a compõe possui uma 'vida útil conven-
entre a curva i' = /(1) e o eixo das abcissas, como mos-
cional', ao fin1 da qual suas características n1ecânicas es·
tra a Figura 11.4.
tarão bastante prejudicadas. É importante observar que,
A integral de Joule pode ser calculável ou mensurável
caso a caso, em ensaio de curto-circuito. Observe que, há
nessas condições, a isolação ainda poderia suportar a
algum tempo, a integral de Joule não constituía nenhum baixa tensão do circuito (normalmente as propriedade,;
proble.rna para o projetista, e sim apenas para o fabricante
elétricas não decaem como as mecânicas), desde que o
de dispositivos de proteção. Hoje, tal grandeza é bastan- cabo não esteja submetido a qualquer movimento. Na
te utilizada na análise da coordenação entre condutores prática, isso não é possível, ainc~1 que, mesmo en1 linhas
e dispositivos de proteção contra sobrecorrente,;. fixas, exista movimentação graças à dilatação térmica dos
No estudo da proteção dos condutores contra sobre- componente,; do cabo.
correntes, é muito importante d ispor das curvas i 2 = f( [), A curva de vida convencional de um material isolante
integral de Joule, em funç.'\o da corrente para os condu- fornece o correspondente tempo de vida útil, para cada
tores e para os dispositivos de proteção. temperatura de funcionamento, adn1itindo·se continua-
mente n1antida . A curva A da Fi~ura 11 .5 n1ostra a curva
;cc de vida convencional de urna isolação de PVC, como a
utilizada nos condutores isolados que atendem à N8R
NM 247-3.
A temperatura de 700C é a 1emperawra máxima para
serviço contínuo dos cabos com isolação de PVC. Com
essa temperatura, a isolação e, conseqüentemente, o cabo
têm uma vida úti l estimada de ce,ca de 20 anos. Assim
como em n1uitas instalações, os cabos funcionan, com
temperaturas inferiores à máxima admissível, em razão,
por exemplo, de limitar a queda de tensão. Para que a
o vida útil dos cabos ultrapasse os 20 anos, não devem ser
submetidos à carga máxima durante as 24 horas do dia
l (como em locc1is residenciais, con1erciais etc.)
l 2nn x f - - --,-,. Por outro lado, a vicia dos cabos pode ser bastante
reduzida por solicitações anormais que ocorrem com fre-
qüência nas instalações. ( por exemplo, o caso de:
• Elevada temperatura dos condutores nos pontos de
conexão con1 dispositivos de proteção; mesmo en1
serviço normal, essa temperatura pode ser superior à
temperatura máxima para serviço contínuo caracte-
rística da isolação.
• Concentração de esforços de compressão sobre a iso-
º !+-- - - ' - - -~
lação, em alguns pontos de um circuito, provocada
Figura 11.4 • lnterpretoçõo do integral de Joule pe la dilatação térmica do condutor.
SU$ W Ci

Capítulo 11 • Proteção cootro sobrecorrentes 339

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A • PVC IOOI;\ ..... ,..,
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Figuro 11.5 • Curvos de vida útil relativos os isolações do PVC e EPR

• Sobreten,peratura.s verificadas nos condutores, cau· A hipótese de o cabo perder, a cada ocorrência ele
sacias por sobrecorrentes. sobrecorrente, 1/1 .000 ele sua vicia útil é arbitrária e, sem
dúvida, está a favor da segurança, não influenciando de-
A isolação de PVC apresenta uma vida útil bem infe-
cisivamente; no entanto, na escolha da proteção do cabo
rior aos 20 anos para temperaturas superiores a 70 •c,
contra as sobrecorrentes.
tanto menor quanto maior a temperatura. Assim, por
Na Figura 11 .5, a curva A e a curva C, da sobretem-
exemplo, com funcionamento permanente a 100 ' C (tem-
peratura admissível durante a ocorrência ele uma sobre-
peratura de sobrecarga) sua duração é de cerca de 200
corrente, são cortadas em correspondência à temperatura
dias (Figura 11.5). Logicamente, a temperatura ele 100 •c
de 160 ' C (Tabela 9.17), que é a temperawra de curto·cir·
em um condutor ou cabo isolado só é admissível em con-
cuito característica do PVC, na qual a mistura isolante
dições de sobrecorrente por um tempo sensivelmente infe-
sofre um amolecimento de tal ordem que a mais leve soli-
rior a 200 dias, devendo o cabo conservar boa parte de
citação de compressão aplicada 1>0Cle determinar a com·
sua vida útil para assegurar o funcionamento a 70 ºC.
pleta destruição da camada isolante.
Geralmente, admite-se que, para cada sobrecorrente,
Desse modo, para determinado cabo, com um tipo de
um cabo possa permanecer exposto à correspondente
isolação, para cada sobretemperatura e, portanto, para
sobretemperatura por um tempo igual a 1/1.000 de sua
cada sobrecorrente, há determinado tempo admissível.
vida útil, de 1nodo que, mesn10 ocorrendo certo núme.ro
Nessas condições, a cada sobrecorrente, corresponde
ele sobrecorrentes ao longo da vida do cabo, elas não
~ma 'energia específica' l'r, que pode 'passar' pelo cabo.
provoquem uma redução sensível de sua vida útil.
E possível, portanto, traçar uma curva (/21) = f{I), isto é,
De acordo com essa consideração, a duração do fun·
integral de Joule admitida pelo cabo, em função da cor-
cionamento admissível para cada sobretemperatura (e
rente que circula pelo cabo. A Figura 11 .6 mostra uma
para cada ocorrência) é representada, para o PVC, pela
curva típica, na qual:
curva Cela Figura 11 .5, na qual cada temperatura corres-
ponde a uma duração de 1/1 .000 da indicada na curva A. • O trecho assintótico vertical corresponde a um valor
Assim, por exemplo, tome-se a temperatura ele 80 •c: ele corrente igual à capacidade de condução de cor-
• Funcionando continuan, ente com seu condutor a rente (fz) cio cabo, fazendo que o condutor atinja sua
80 ºC, Ufn cabo pode durar até, aproximadamente, temperatura máxima para serviço contínuo (Oi> o
seis anos (2.190 dias) (curva A). que, como vimos, corresponde um valor ele / 21 prati·
• Uma sobrecorrente que eleve a temperatura do con· camente iníinito.
•c
dutor a 80 deverá ter uma duração máxima de cer· • O trecho assintótico horizontal corresponde aos valores
ca de dois dias (2.190/1.000) (curva q. de corrente para os quais o aquecimento cio condutor
SU$W ü

340 lnslalações elétricas

rada constante e igual a /Jeo (valores correspondentes a


un,a temperatura internlediária). Pode-se escrever que
l
Rr,<! = Pr1QS (11.4)

substituindo a Expressão 11.4 na Expressão 11.3 virá,


isolando a integral de Joule

J,'itlt = (o. - 8.)" cyS·


2 ?
(11.5)
o ""º
.
--------,------------
fazendo

....
(O• - OJ ,,,,
..: PtQ
cy = " - (11.6)

(não confundir K com condutância térmica) virá, ela


Expressão 11.S
lz \ I (11)
Li1ni1e adiabático (11 .7)
Figura 11,6 • Curva (121) = f(I) típica de um cabo
expressão que dá a integral de Joule necessária para, em
é adiabático, isto é, sem troca ele calor entre condutor um processo adiabático, elevar a temperatura cio condu-
e isolação, 1'1 = cre. tor desde a temperatura máxima para serviço contínuo,
• A região entre as duas assíntotas é obtida pelo crité- Oz, até un-ia temperatura de curto·circuito, 01: 0 O,,,. pre-
rio ele redução de 1/1.000 da vida cio cabo para cada fixada (160 ºC, para isolação de PVC, e 250 ºC, para iso-
sobrecorrente. lação de EPR ou XLPE).
Os valores de K apresentados na NBR 541 O não são
A energia necessária para elevar a temperatura cio con-
obtidos da Expressão 11 .6 e sim de outra mais exata,
dutor desde a temperatura máxima para serviço contí-
indicada a seguir, em que aparecem o coeficiente de tem-
nuo, 07., até a temperatura de curto-circuito, o,., em um per,1tura e a resistividade do metal do condutor a 20 ºC,
processo adiabático, pode ser expressa por respectivamente, a 20 e P1.0·
,
hRi ,h 2 = ( o, - 9:)c-ySI (11 .2)
e(- 1-20 + 20) 1
-- + o,
onde i é o valor instantâneo ela corrente, r é o tempo em
que ela circula, /? é a resistência do condutor, e é o calor
K= " /11 ª"' (11 .8)
P1JJ _I_ + O.
específico do material do condutor, y é sua massa espe- ª20 ~
cífica, Sé a seção do condutor e I seu comprimento. A Tabela 11 .1 dá os valores de K e os demais valores
A resistência R não é, logicamente, independente da utilizados em sua obtenção pela Expressão 11.8.
temperatura e, portanto, não pode ser colocada fora A Expressão 11.7 permite que se calcule a integral ele
da integral. No entanto, sendo lixos os dois limites de Joule correspondente à elevação da temperatura do con-
variação dessa grandeza, isto é, para Oz e para Ot, a dutor de Ox a o,, admitindo processo adiabático. É o que
Expressão 11 .2 pode ser escrita mostra a Tabela 11.2.
Assim, a curva (/ 21) = f(l) ele um condutor isolado
l?.:ohi' 2tlr = (O, - O, kySI (11 .3) ou de um cabo isolado dá os valores máximos ela inte-
gral de Joule que o condutor ou cabo deixa passar sem
A existência de limites prefixados de temperatura ini· danificar-se, isto é, sem que o respectivo condutor atinja
cial e fínal permite que a resistência seja tratada corno um uma temperatura perigosa e nela permaneça por um
valor constante l?,;o, ou que a resistividade seja conside- tempo suficiente para danificar a isolação:

[ Tabela 11. 1 • Obten.cõa dos valores de K dados na NBR 541 O _J


e P~t O, = Occ
Metal lia., Isolação K
(JI-C mm') (Q. mm) (• C)
3,45 X 10"·1 17,24 1 X io· • PVC 160 115
Cobre 234,5
EPR/XLPE 250 135
2,5 X 10· > 28,264 X 10· • PVC 74
Alu1nínio 228 234.5
EPR/XLPE 87
SU$W li

Capítulo 11 • Proteção coofro sobrecorrenfes 34 1

E la 11 ,2 • Valores da in:-J..ral ele Joule (121) para aquecimento adiabálico dos condutores ele 8, a '
8,; condutores cobre
Seç,io (mm1) Integral de Joule (A's X 10')
Isolação de PVC Isolação de EPR ou XLPE
1.5 29.7 46
2,5 82,6 127
4 21 1.6 327
6 476, I 736
10 1.322.S 2.045
16 3.385 5.235
25 8.265.6 12.781
35 16.200 25.050
so 35.062 51.123
70 64.802 100.200
95 119.355 184.552
120 190.440 294.466
150 297.562 460.103
185 452.625 699.867
240 761.760 1.177.862

• Para correntes inferiores ou iguais à respectiva capa- ele valor eficaz constante ele 2.000 A poderá circular por
cidade de condução de corrente (!,.) o condutor um tempo máximo de
deixa passar um valor de (121) que tende a infinito
(indeterminado). a. l.322,5 X 1<l3 = O
1 2.0002 ,13
.. s
• O valor de (f-t) vai decrescendo até que a corrente
assuma determinado valor, chamado ' limite adia- No caso de correntes de curto-circuito cujo valor efi-
bático'. caz possa ser considerado constante (por exemplo, cur-
A Figura 11.7 mostra as curvas {f'i) = f(f) para con- tos-circuitos de duração superior a O, 1 s = 6 ciclos),
dutores e cabos isolados de cobre, considerando linhas pode-se escrever da Expressão 11 .7
elétricas tipo B (Tabela 5.28), com dois condutores carre-
gados, indicando aproximadamente os 'limites adia-
báticos'.
É importante observar que pequenas alterações nos e daí
valores das capacidades de condução de corrente pratica-
mente não aheram as curvas. Nessas condições, em prin- 1
cípio, as curvas apresentadas podem ser consideradas I = KS--
válidas para todos os tipos de linha elétrica. Vt (11.10)
Por exemplo, um condutor isolado Cu/PVC ele seção expressão da qual resultam as curvas I = f(s), tendo I
nominal de 1O mm' (Figura 11.7(a)) a uma corrente de como parâmetro, como as curvas n,ostradas na Figura
200 A possuirá uma energia de aproximadamente 4 x 11.8 referentes aos cabos Sintenax da Prysmian.
1O" A' s, significando que uma corrente de valor eficaz
constante de 200 A pode circular pelo condutor por um
ten1po máximo de A integral de Joule dos disjuntores
termomagnéticos
4 X 106
1 "' 2oo' = 100 s A característica (/ 21) = /(/) dos disjuntores termo-
magnéticos representa o valor máximo da integral de
Por outro lado, para esse condutor, verifica-se que o Joule onde o dispositivo deixa passar, em função do valor
limite adiabático é de cerca ele 1.030 A e que, a partir eficaz da corrente que por ele circula. A curva caracterís-
daí, a energia máxima que o condutor deixa passar é de tica é mostrada na Figura 11 .9, onde se dest.acam quatro
1.322,5 x 10 ' A's. Assim, por exemplo, uma corrente regiões:
SU$ W ü

342 lnslalações elétricas

,~,
(A' · s)

10•

10' 95 nun1
70
50
· 35
10' '. 2~
16
10• 10

10'
2
f 1.5 mn1
/(A)
10'
1 10 10'
(3)
,-:, 10
1
º
(A'- s)

10•

io' 1 1 li Jl 95 ,urn:
70
50
35
10' 25
16
10
10•
6
4

10' 2.5
1_5 rnn,:

/(A)
10'
1 10 10' 10' 10' 10'
(b)

AL $ X 10' 1,. (A) Limite adiabático (A) AL S X 10' 1, (A) (,imite adiabático (A)
119.355 232 1.200 184.552 306 1.050
64.802 142 1. 100 100.200 254 1.050
35.062 151 1.100 51.123 198 1.050
16.200 125 1.100 25.050 164 1.050
8.265,6 101 1.1 00 12.781 133 1.050
3.855,6 76 1.050 5.235 100 1.050
1.322"~ 57 1.030 2.045 74 1.100
476.1 41 1.030 736 54 1.100
2 11 ,6 32 1.100 327 42 1.100
82.6 24 900 127 31 1.100
29.7 17,5 900 46 23 1.100

Figure, 11,7 • Curvas (!2-1) = f(l) poro condulores e cabos isolados de cobre, com isolação de PVC (a) e EPR ou XLPE (b),
considerando a maneira de inslalar B e dois condulores carregados (Cortesia da Blicino)
SU$W li

Copílulo 11 • Proteção coofro sobrecorrentes 343

103 200 _, i i i 11
Vi;,, IA}'rt
1 1 11 1 1 11 I li I I 1 11 1 1
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-b4 4;zV-./
1
J/
1 ./
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1
V
Máxilna tc1npcratura c1n regi1nc
~oniinuo .................. ............................... 70 •e
Máxiina tc111pcratura do curto·circuito.. 160 ºC
=
--
-
--
-
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~+ ~~~+,?- -
0,7
0,6 ~ m 1'.'.:b:z '!7 , -
-
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Seção non1inal do conduto!' - 1n1n2

Fígura 11.8 • Curvos de corrente de curto·circuiio em função dos seções, com o lempo (em ciclos) como parômelro poro os
cobos Sintenox 0,6/ 1 kV do Prysmion

• Região (1): correntes J ,; /,,·, sendo 1,, a corrente nomi- Para os disjuntores rápidos, sendo praticamente lixo o
nal do disjuntor - não existe limitação. tempo máximo de atuação (ela orde1n de 13 minutos), a
• Região (li): corrente 1.- < J ,; 1,., sendo!,, o limiar de integral ele Joule é, aproxin1adan1ente, pro1>0rcional ao
atuação magnética - os tempos de atuação são rela· quadrado da corrente na região (Ili). Nessas condições,
tivamente longos (atua o disparador térmico); a curva no diagrama (escala logarítmica), a característica aparece
pode ser obtida da característica tempo-corrente do sensivelmente retilínea. Assi1n, aceita essa simplificação,
disjuntor. bastará um único valor ele 12,, correspondente a dada cor-
rente, para que possam ser calculados todos os outros
• e.-
Regíão (Ili): corrente I ,. , < I ,; I CN• sendo I a capa- valores compreendidos entre o lin1iar de atuação n1agné·
cidade de interrupção nomínal; os tempos de atua- tica e a capacidade de interrupção. A título de ilustração,
ção são curtos (atua o disparador eletromagnético); a a Figura 11.1 O apresenta as curvas (1 11) = / (/) de alguns
integral de Joule aumenta com a corrente; a curva disjuntores tipo rápido.
pode ser obtida a partir de um ensaio de curto-circui· Para os disjuntores limitadores, cujas curvas (1 11) = /(/)
to com o fator de potência igual ao indícado pela estão na Figura 11.11, a integral ele Joule na região Ili não é
norma cio disjuntor para a determinação de I c.v· nem aproxímadamente proporcional a I ' e a ca.racterlstica
• Região (IV): correntes I > l çN - o disjuntor não eleve é curva. Nesse caso, não é possível nenhum cálculo, deven-
ser utilizado. do os valores ser obtidos diretamente da característica.
SU$ W ü

344 lnslolações elétricas

A Figura 11.12 mostra a ação de um disjuntor limita·


dor de corrente por meio de um oscilograma: a corrente
de curto-circuito presumida, que teria um valor de crista
de 8,5 kA, fica limitada a 3,2 kA (crista); a integral de
Joule desenvolvida no processo, que seria de 360.000
A' s, fica limitada a 45.000 A's.
(1) cm (lfl) (IV)
As características (121) = f(l) dos disjuntores, como as
apresentadas nas figuras 11 .1 O e 11 .1 1 são obtidas por
meio de ensaios de curto-circuíto, e, para todos os valores
de correntes de prova, é necessário obter os oscilogran1as
e calcular a integral de Joule. Na Figura 11.13, é repro-
duzido o oscilograma da interrupção de uma corrente de
curto-circuito.
lcN
A integral de Joule dos fusíveis
Disparo
~1 Durante um curto-circuito, os fusíveis comportam-se
rnagnético de modo totalmente distinto dos disjuntores. Diferente-
mente destes, que são reutilizados após a atuação, o que
Figura 11.9 • Cor<rderístko (l'I) = f(J) típico de vm dis· se exige dos fusíveis é apenas que não ofereçam perigo
juntor retmomognélico na interrupção. Por outro lado, o tempo de pré-arco -

1
'
\
r--.. ...
ICP
~'
3
4 , 1,/'
ffil
\ ,T)

5 /, '

104
\ ' ~~

ln. ,- ~
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.,.
e /
t V
1

10' '" 1.1.,.f/ ,


,

/
1
lo'
ªº' l(Y 10'
/(A)
Legenda:
1 • Disjuntor rápido 3P SOA 380 V-
2 · Disjuntor rápido 3P 35 A 380 V-
3 • Disjuntor rápido 3P 20 A 380 V-
4 • Disjuntorrápido 2P 15 A 220 V-
5 - Disjuntor 1'ápido IP IOA 110 V-

Figura 11 .1 O • Curvos (l'r) = /(/) do d isiunlores rápidos; disparo térmico com partida o quente (70 •q
SU$W li

Capítulo 11 • Proteção contra sobrecorrenles 345

2 2
/ 1[A iJ ~~~~=--~~~

'°' ~lill~ffflft

, .<H-H-11Hl--l--H-H+l-tl---l--l-Hf-Htll

10º ~~~~~~~~~~~~
100 101 10' ,os
I (A)

Figura 1 1.1 1 • Curvos (/ 2() =/(/)de disjuntores limitadores; disparo térmico com partido a quente (70 ' C)

que é praticamente fixo nos disjuntores rápidos -, nos arco, que é a integral de Joule que o fusível deixa passar
fusíveis, além de certos limites de sobrecorrente, pode entre os limites do tempo ele arco; e a de interrupção,
ser considerado, com alguma aproximação, inversamente que é a que o fusível deixa passar entre os limites do
proporcional ao quadrado da corrente, razão pela qual tempo de interrupção. Ess.1 última corresponde, para dado
exercem um forte poder de limitação sobre os valores de valor de corrente, à soma das outras duas.
crista das correntes de curto-circuito. Por isso, é relativa- No que diz respeito à proteç.io dos condutores, a
mente fácil obter capacidade de interrupção elevada. Na característica (1 21) =/(/) que interessa é a de interrupção,
grande maioria dos casos, os fusíveis atendem às condi- ou seja, a que dá o valor máximo da energia específica
ções mais críticas, sencfo quase sen1pre dispenS<ível a que o fusível deixa passar, em função do valor eficaz da
determinação da corrente ele curto-circuito presumida corrente que por ele circula. Seu aspecto é mostrado na
no ponto de aplicação do dispositivo. Figura 11.14.
No caso dos fusíveis, há que se considerar: a integral Como se pode verificar pela forma das curvas, o pro-
de Joule de fusão, isto é, a integral de Joule que o fusível blema da limitaç.io da integral de Joule praticamente ine-
deixa passar entre os limites do tempo ele fusão; a de xiste para valores elevados de corrente.
SU$W ü

346 lnslalações elétricas

I (kA)
U(V)

8 f-1 ª 360.000 A2 s

600
7

500
6
Uarco
400 5

4
300

3 121 = 45.000 A2s

200
2

100

5 10 1 ( ms)

Te

Figura 11, 12 • Ação de um disjuntor limitador de corrente

As atuais normas de dispositivos fusíveis definem as Tais gráficos são utilizados principalmente para a veri-
'c~racterísticas 121 de fusão e de interrupção', isto é, as ficação da seletividade enlfe fusíveis. A Figura 11 .16 apre-
curvas (/ '1) = /(/), e recomendam que os fabricantes for- senta os valores de I '1para alguns fusíveis gG.
neçam:
• A característica / 2t de fusão, para tempos inferiores a 11 .4 Critérios gerais da proteção
O, 1 s até o tempo correspondente à <:<1pacidade de
interrupção nominal. contra sobrecorrentes
• A característica / 2/ de inte-rrup~1.o, tendo a tensão
con,o parân,etro, para tempos inferiores a O, t s. Os condutores vivos de um circuito devem ser prote·
gidos contra sobrecorrentes, isto é, contra correntes de
São também apresentadas tabelas que dão, para o
valor de corrente nominal, os valores de ' 111 de fusão sobrecarga e contra correntes de curto.,círcoito. Excetua·
mínimo' e de 'l't de interrupção máximo', ambos consi- se o caso em que os condutores sejam alimentados por
derando um ten1po de O,1 s, muito importantes para o uma fonte cuja impedância (interna) seja tal que a máxi-
estabelecimento da seletividade entre fusíveis. ma corrente que possa ser fornecida seja inferior à capa-
Os fabricantes costumam fornecer, para cad,1 valor de cidade de condução dos condutores; é o c.iso de certos
corrente nominal, um gráfico, com uma das formas apre- transformadores de solda, de alguns tipos ele geradores
sentadas na Figura 11 .15, dando os valores de J'r de fusão, termoelétricas e de certos transformadores para disposi-
de arco e de interrupção em condições especificadas. tivos sonoros.
SU$W li

Capítulo 11 • Proteção cootro sobrecorrentes 347

C. l

C.2

8 16 24 32 40 48 56 64 72 ms
M ax corrente de cuno·circuito (C. I) 2.598 Â
Max tensão de rc,tomo (C.2) 334 ~
Max tensão ele arco (C.3) 305 ~
Ângulo de. inserção 3 grau
lCn11>0101al deextinç·ão 9.4 1llS
Tcn1po de pré..arco 2,1 lllS
Po1ên<:i,1 do ;lrco 696 kW
Energi3 do arco 2.884 J
Energia específica de pré-arco 1.040 A2s
Energi3 específic.a de arco 26. 101 A2s
Energia específie:.\ tot:tl 27.14 1 A2s
escala (C. I ): 256 A/mm escala (C.2): 13 V/nun

Figura 11. 13 • Oscilogromo

É importante observar que as prescrições da NBR • Intervenha sempre, embora em um tempo longo, com
541O se referem exclusivamente à proteção dos condu· correntes de sobrecarga até 1,45 1,..
tores, o que não garante, necessariamente, a proteção • Intervenha em tempos decrescentes, desde uma ou
dos equipamentos ligados aos circuitos. mais horas até uns poucos segundos, para correntes ele
As sobrecorrentes e1n uni circuito deven, ser inter· sobrecarga com1>reendidas entre 1,45 e 6 ou 7 I ,.
rompidas antes que possam provocar efeitos térmicos ou • Intervenha em tempos brevíssimos no caso ele cor-
mec.inicos prejudiciais aos condutores ou cabos isolados, rentes ele curto-circuito.
às ligações, aos terminais ou às vizinhanças da linha.
Pode-se definir um dispositivo de proteção ideal co- A Figura 11.17 n1ostra a característica de atuação ideal
de um dispositivo, con1paracla com as características reais
mo aquele que:
de disjuntores termomagnéticos e de fusíveis de uso geral.
• Não intervenha para correntes inferiores ou iguais à Com esse gráfico, pode-se verificar que os disjuntores
capacidade de condução de corrente I,. do condutor. termonlagnéticos estão próxin-tos da condição ideal no
SU$W ü

348 lnslalações elétricas

campo das sobrecorrentes consideradas como correntes • Disjuntores conforme RTQ da Ponaria lnmetro 243/
de sobrecarga, assim como para correntes de cuno-circui· 2006, NBR IEC 60947-2, N BR NM 60898 ou IEC
to não excessivamente elevadas; os fusíveis comportan1-se 61009-2.1.
bem no caso de correntes ele cuno-circuito elevadas e não • Dispositivos fusíveis tipo gG, conforme NBR IEC
tão bem no caso de correntes de sobrecarga, principal- 60269· 1 e NBR IEC 60269-2 ou NBR IEC 60269·3.
mente nas menos intensas. • Disjuntores associados a dispositivos fusíveis, confor·
me NBR IEC 60947-2 ou NBR NM 60898.

A 2S Proteção apenas contra sobrecarga


150.000 Os dispositivos que garantem a proteção apenas con·
~~
li - 1 1
100.000 !e ~
50.000 lo ~ 1,...
'z -·· '
tra correntes de sobrecarga devem possuir uma c.:1racterís-
tic.a de atuação a tempo inverso (con10 os disjuntores e os
1
il•
20.()00 z. dispositivos fusíveis com fusíveis de uso geral), podendo
'\ '\
'\
ter uma capacidade de interrupção inferior à corrente de
~ I' \ !'..~
10.000 curto-circuito presumida no ponto de aplicação do dispo-
.. = ;lê sitivo. Observe que não é possível pro{eger um circuito
5.000 ' contra correntes de sobrecarga com dispositivos de atua·
3.000 '
ção instantânea, uma vez que estes não permitiriam a al:r
~

2.000 ,... sorç.io de correntes de partida.


1.000 i '
50 100 200 300 500 l.500A Proteção apenas contra
curto-circuito
Figura 11.1 4 • Coracterí,ticos /11 de interrupção poro
alguns fusíveis tipo gG (Cortesia do Bticino) Os dispositivos que garantem apenas a proteção contra
correntes de curto-circuito podem ser utilizados quando a
Assim, a escolha dos dispositivos de proteção exige a proteção contra correntes de sobrecarga não for necessária
verificação acurada do con1porta,nento dos fusíveis com ou quando for realizada por outros meios. A NBR 541O
correntes de sobrecarga e do comportamento dos disjun- admite o uso de:
tores termomagnéticos com correntes de curto-circuito. • Disjuntores conforme RTQ da Portaria lnmetro 243/
2006, NBR IEC 60947-2, NBR NM 60898 ou IEC
Proteção simultânea contra 61009-2.1;
sobrecarga e curto-circuito • Dispositivos fusíveis com fusíveis tipo gG, gM ou aM,
conforme NBR IEC 60269-1 e NBR IEC 60269·2 ou
Para a proteção simultânea contra correntes de
NBR IEC 60269-3.
sobrecargas e contra correntes ele curto·circuito, um
dispositivo deve poder interromper qualquer sobrecor- Tais dispositivos devem, logicamente, ter condições
rente inferior ou igual à corrente de curto-circuito pre· de interromper qualquer corrente de curto-circuito infe-
sumida em seu ponto de instalação. A NBR 5410 admi- rior ou igual à corrente de curto-circuito presumida em
te o uso de: seu ponto de instalação.

12, de
lnterrupção

f21dc
fusão

/21 de
121 de lnterru1,ção
fusão

~ - - - - ~ - - - - -+ l ,v (A) ~ - - ~ - ~ ~ ~ - - --+ IN(A)


l,v1 IN1 l 1tt2. f,v3...,
(:1) (b)

Figura 11. 1S • Tipos de 9ráficos /Zt apresentados pelos fobricontes do fusíveis


SU$ W 6

Copílulo 11 • Proteção coolro sobrecorrenles 349

8
( 1i§ -~
6
• lt-
11-
-
.- ,,-__-
t-
2 ~

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1-

s = ~ : I~[;
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6
• = ,_- ' ,_ ,_
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8 1- ~

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L

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- ~ - 1= -- --- - . lt~
8
6
c:c
-
- :e
1-
1- li
- ,-.
... . --
-- L

---
Legenda:
i==J cos q,, = 0. 1 rusuo
[=i Arco paru 220 V
- ArcoparaSOOV
Fígura 11 . 16 • Valores de (/' ri poro fusíveis gG (Cortesia do Legrondl

11 . 5 Proteção contra correntes de 11, s ,,,1 (11.111


sobrecarga evitando, assim, a atuação do dispositivo durante o fun·
cionamento normal do circuito.
O díspositivo destinado a proteger os condutores vi· A segunda condição impõe que a corrente nominal
vos de um circuito contra correntes <fe sobrecarga ou (ou ele ajuste) do dispositivo de proteção não seja supe-
contra qua lquer falta capaz ele produzir sobrecorrentes rior à capacidade de condução de corrente (1,.) dos con-
na 'íaíxa' das correntes de sobrecarga deve estar adequa- dutores ou dos cabos do circuito, ou seja
damente coordenado com os condutores. Para isso, a
NOR 5410 impõe três condições. (11.12)
Em prímeíro lugar, a corrente nominal do díspositi·
o que significa que o dispositivo deve ficar 'sobrecarrega·
vo de proteção(/,,.) ou, no caso de dispositivo ajustável,
do' quando ocorrer uma sobrecarga no circuito. Agru-
a corrente de ajuste (também designada por /,\'), não
pando as expressões 11.11 e 11 .12, teni-se:
deve ser inferior à corrente de projeto do circuito (/11),
isto é: / 11 s /N s lx
SU$ W ü

350 lnslolações elétricas

t (S) 10.000 •
5.000
2.000
1.000 .
500
200
100 ,,,'
50 ~+
' , 1 -...!!A
10 iq'
'-'
1i
5
2 1
"
1
0.5 '-B
0.2 ' .
0. 1
0.05
'
0.02
o.o,
0.005 .
0.002 '
0.00 1
0.8 1,52 345 'º 15 20 50 100 200 500
1/1,v
Legenda:
A A1uação ide,,11 p...1r:- correntes de sobrecarga
B - - - .. Atuação ideal para correntes ele curto-circuito
- -- Característic-a típica de disjuntor 1en1101nagné1ico
.. .. .. .. .. .. ... Ca.rac1crís1ica típica de fusível de uso geral (Tipo gG)

Figuro 11.17 • Coroclerístico de atuação ideal comparado com os corocterislicos de ohJoçõo típicos de disjuntores lermo·
mo9néticos e fusíveis de uso geral

A última condição diz que o dispositivo de proteção sendo a o fator indicado na Tabela 6 .1. Assim a condi·
deve atuar com segurança (dentro do tempo convencio- ção dada na Expressão 11 .13 pode ser escrita
nal, ,,, lixado pela norma respectiva) para sobrecorrentes
não superiores a 1,45 J,, o que pode ser escrito: (11.14)
Quando percorrido por uma sobrecorrente constante
,, s 1,45 /Y. (11.13) I = 1,45 I,. (isto é, n = 1,45), o condutor atingirá uma
temperatura de regime que pode ser calculada pela
sendo /2 a corrente convencional ele atuação para clis·
juntares ou a corrente convencional de fusão para fusí-
Expressão 9.13 (considerando o,=
30 ºC, ou seja):
veis (tabelas 6. 1 e 6.2). O condutor, na pior elas hipóte- I ,
ses, deverá suportar uma sobrecorrente correspondente a OH =ºA + (O, - OA>(,J
11 = 1,45 por um tempo igual ao tempo convencional do
dispositivo ele proteção. Eo caso de 12 = 1,45 /Y.·
• ~ra isolação de PVC
As condições dadas pelas expressões 11.11 , 11.12 e
11.13 são representadas na Figura 1 1.18. OH= 1,45? X 70 - ( 1,45? - l } 30 = 114 ºÇ
O bserve que, nas expressões 11 . 12 e 11.13, /Y. é a ca-
pacidade de condução de corrente do condutor ou cabo, • ~ ra isolação EPR/XLPE
considerando c1S condições reais de instala.çiío.
A corrente convencional ele fusão ou de atuação dos OH e 1,45? X 90 - ( 1,45? - l ) 30 = 156°C
clis1>0sitivos de proteç.10 (fusíveis ou disjuntores) pode se<
posta em função ela respectiva corrente nominal, ou seja, A temperatura de sobrecarga, o.,
(Tabela 9 .1 6), que
vale 100 •e para isolação de PVC, e 130 •e no caso de
/2 = '· (ou ,,) = e,/,, ,
EPR ou XLPE, ser alcançada, 1>0rtanto, ainda no período
SU$W ü

Capítulo 11 • Proteção cootra sobrecorrenles 351

lz
·-----------· .
ln

1.45/7.
'• /z

/,v ,, • . I

l ,v

,,
Figura 11 . 18 • Condições de coorclenoçõo entre condutores e d ispositivos ele proteção contra sobrecargas, ele acordo com
o NBR 54 10

transitório. O tempo correspondente pode ser calculado • P.1ra PVC


pelas expressões 9.35 e 9.36, valendo: 114 - 30
m = 70 - 30 = 2 ,l
• Partindo de O,
2
• Para EPR/XLPE
Is, = k1' ln
1,45
, = k r ln 2 ,1 (1 1 15)
·
1,45- - 111 2, ] - m 111
= L56 - 30 = 2 l
90 -30 '
• Partindo ele Ox O cálculo aproximado do tempo para atingir a tem-
peratura de regime a partir ele o,.
já foi apresentado ante-
1,452 - 1 1,1 riorn1ente.
lsz = k rln , = k .,. ln -....:...- (11.16)
1,45- - 111 2,1 - m O tempo aproxhnado para atingir a ten1peratura ele
sendo k·r a constante ele tempo e m a relação ele sobre-
regime a pa11ir cio o•.
é obtido pela Expressão 9.25; isto é
carga térmica dada por ,., = kr 1n( -~\ ) = 4,6k,.
84 16
Os - O,
'" = 87. - o, O valor anterior é o mesmo para PVC, EPR ou XLPE.
Todos os valores e análise estão resumidamente apresen-
Como apresentado 11a Seção 9.6, 111 vale 1,75 para tados na Figura 11 .19
isolação de PVC e 1,67 para EPR/XLPE, assim:
0 cálculo aproxi,nado do ten1po para atingir a tempera-
• Para PVC tura de regime a partir de O.z, é obtido utilizando-se a
Expressão 9.2-5:
2,1
Is, = kr ln = 1,79 k ,. (1 1.17) llO, - ll8
2.1 - 1,75 I = ki- ln -"'----"0
llO• - llO
1,1
Is, = kr ln .l _ 1. = 1,15 k,,, (1 1 .18) • PVC
2 75 • llO• = 114 - 30 = 84 oe
• ll00 = 70 - 30=40•c
• Para EPR/XLPE • llO = 0.9.9 ~4_=4fr1.16 'C
• ,., "' lv.·ln 84 - 83,16 = 3.95 kr
2,1
t" = krln = 1 58 k,. (1 1.19) • EPR/XLPE
· 2,1 - 1,67 "
• llO• = 156 - 30 = t26'C
l,l 094 • AOo= 90-30=60 ºG
t.,;i = k r lll • _ l ,
21 67
= , k,· (11.20) • llO = 0,99 X 126 = 124,74 'C
126 - 60
PMa as temperaturas de regime correspondentes a " ' •, "' k,. ln 126 - 124,74 = 3•95 k,,.
11 = 1,45, isto é, 11 4 ºC para PVC e 156 ºC para
EPR/XLPE, tem.se:
SU$W li

352 lnslalações elétricos

</>

EPR
PVC ou
XLPE
.• . .
. .
,---------k----J----
º• 114 °C 156 °C ••

Os IOO ºC 130°C

.. ..

: : I + 1
····r·r·····--- ~---------~-
• - --,·---
• • •

07. 70°C 90°C

ts,

ts,
'Sl IR'l
'••
PVC 1,15 kr 1.19kr
3,95 k7 4.6kr
EPR
0.94k7 l,58kr
º"
XLPE

Figura 11 .19 • Aquecimenlo de um condulor com I - 1.45 1,

EX EMPLO • partindo de o, =70 ·e_


(a) Seja um condutor isolado, Cu/PVC. de 1,5 mm1, de ' • 2'" 3,95 X 130 = 514 S
um circuito com dois condutores carregados instalado (b) Para um condutor isolado, Cu/PVC, de 1O mm', nas
em um eletrocluto embutido em parede de alvenaria: mesmas condições:
• Da Tabela 5.28, tem-se letra B, e, da Tabela 9.4, • l z=57A
obtém·se I, = 17,5 A. • a • 13.5 A
• Da Tabela 9.3, obtém-se a = 13,5 A.
• Da Expressão 9.46 k .,. = · IOº·") =
_ llO'
3,5 2 (07
• · 10º·"+08
' · 100s + 036
'

k . as lO' (0 7· Jü°·"+08· lü°-'+ 036· 100·15) = = 130s


r 13,52 ' ' ...
= 394s Com I = 1,45 lz = 1,45 x 57 É 83 A virá:

Com uma corrente de sobrecarga I = 1,45; l z = • ts, "' 1,79 k,· = 705 s
1,45 x 17,5 = 25,4 A, a temperatura de sobre<:arga • lso iil J,15 k r = 453 S
O, = 100 •e (m = 1,75) será atingida em um tempo
• 1., '" 4,6 X 394 = 1,812 s
• partindo de O, = 30 •e, da Expressão 11.17
• 1•2 • 3,95 X 394 = 1,556 s
ts, = 1,79k7 = 1,79 · 130 = 232,7s
• partindo de o,.= 70 •e, da Expressão 9.18 Curvas-limites de sobrecarga
,,-2 = 1,15 k,. = J50 s Considerando as três condições ela NBR 541 O, po-
dem-se definir as curvas·limiles de sobrecarga (ver
Permanecendo essa corrente, a temperatura de
seç.'io 11 .2) a partir das expressões 9.35 e 9.36, adotan-
regime de 114 ºC será atingida em um tempo de (ver
do param o valor arredondado 2. Tem-se, portanto:
o quadro cinza na página 35 1)
• Para partida a frio (O,)
• partindo de O,= 30 ºC _ ,i?
I = k,- ln - , - - (11.21 )
/RI ' " 4 ,6 X 130 = 598 S ,r - 2
SU$W li

Capítulo 11 • Proteção contra sobrecorrentes 353

Para partida a quente (O,.) ele EPR ou XLPE.' A Figura 11.20 mostra três conj untos
,,. - 1 dessas curvas.
I = k7· lll -y--- (1 1.22) Quando o tempo convencional cio dispositivo ele pro-
2 /J -
teção for superior ao tem1>0 necessário para o condutor
Essas curvas delimitam a zona de atuação ideal do atingir a ten1peratura de regime, o condutor poderá per·
dispositívo de proteção contra correntes de sobrecar- manecer nessa temperatura durante certo tempo, o que
ga, considerando as temperaturas 'de sobrecarga' ele constitui unla condição bastante crítica. É o caso dos
11 o •e para isolação ele PVC e 150 •e para isolação condutores de pequena seçfo (até 1O mm' ), como foi

l(S)
3.600 EElEEl33HEffil
1000

100

10

1.5 2 2.5 3 4 15 20

100

1.5 2 2.5 3 4

Figura 11 .20 • Curva·limite de sobrecarga nos condições da NBR 541 O para 111 = 2 e k 1• = 130, 300 e 500 segundos

1. Tcmpcr~turas 00íro$ponden1es a ,,, = 2.


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354 lnslalações elétricas

mostrado no exemplo anterior. Tais condutores são, em Quando forem previstas pequenas correntes de so-
geral, protegidos contra correntes de sobrecarga por dis· brecarga, para garantir unia atuação tão logo a corrente
positivos para os quais o tempo convencional é ele uma supere a capacidade de condução do condutor, deve-se
hora (ver tabelas 6.2 e 6.3). Assim, nas condições do escolher fusíveis com corrente nominal não superior a
exemplo citado, um condutor de 1,5 mm' poderá per· 55 por cento a 60 por cento de I z, o que significa eles·
manecer a 114 ºC por 3.600 - 598 = 3.002 segundos frutar apenas 55 por cento a 60 1>0r cento do condutor
{partida a frio) ou 3.600 - 514 = 3.086 segundos {partida de cobre instalado. Esse problema assume rlOlável impor-
a quente); p.ira um condutor de 1O mm' os tempos serão tância econômica em instalações de médio e grande
de 3.600- 1.612 = t .786 se 3.600 - 1.556 = 2.044 s, portes, nas quais, desejando-se proteger os circuitos
respectivamente. contra pequenas correntes ele sobrecarga, se gasta segu·
Na Tabela 6.3, Capítulo 6, verifica-se que, para os dis· ramente mais cobre do que se economiza em disposili·
j uniores, o fator <X (que multiplica a corrente nominal para vos de proteção.
obter a corrente convencional de atuaç.io) vale 1,30, 1,35
ou 1,45. Ness.is condições, basta escolher um dispositivo
com corrente nominal l.v não superior à ca1l<lciclacle de EXEMPLO
conduç.io ele corrente cio condutor (!,,), para garantir que
a corrente convencional de atuação do disjuntor (/., ) ntío Circuito com condutores isolados, Cu!PVC, contido
seja superior a 1,45/x. em ele1rodu10 embutido em parede de alvenaria, com
En, outras palavras, para os disjuntores, tendo e1n vista dois condutores carregados, corrente de projeto / 11 e 28
os valores de a, a condição dada na Expressão 11.12 é A. A temperatura ambiente considerada é de 30 °C e é
mais crítica que a dada na Expressão 11.13 ou 11.14; previsto outro circuito no mesmo eletroduto.
atendendo a condição das expressões 11.12, 11.13 ou
11 .14 estará automaticamente atendida. (a) Critério da capacidade de condução de corrente:
É evidente que, quanto maior a faixa entre I 8 e Jx, • Da Tabela 9.1O, obtém-se, para dois circuitos com·
mais fácil é encontrar o disjuntor con, corrente nominal partilhando o mesmo eletroduto, o fator h = 0,8;
adequada à proteção do circuito, que satisfaça as expres· • A corrente fictícia de projeto será
sões 11.1 2 e 11 .13.
Os disjuntores termomagnéticos em caixa moldada,
como apresentados na Seção 6.4, podem ser mais ou
lí, = ~! = 35 A

menos sensiveis à temperatura do local em que estão ins· • Da Tabela 5.27, obtém-se a letra 8, e, da Tabela
talados; esta é geralmente superior {caso de quadros de 9.4, tem-se a seção de 6 mm', para a qual a c,1pa·
distribuição) à temperatura ambiente externa. Os fabri· cidade de condução de corrente real será, no caso
cantes, além de indicar a corrente nominal cio disjuntor
I, = 41 X 0,8 = 32,8 A
n.1 temperatura ele referência (geralmente 20 ou 40 ºCJ,
devem tan1bén1 indicar: (b) Proteção contra correntes de sobrecarga feita com
• F;itores a aplicar para ten,peraturas diferentes da de disjuntor tennomagnético em caixa moldada cujas
referência. correntes non1inais são referidas ~ 40 ºC.
• Correntes nominais en1 diversas ten1peraturas. Deverão ser atendidas as condições dadas pelas
~ importante observar que, para os disjuntores termo· expressões 11.11 e 11.12. Assim, considerando
magnéticos em caixa moldada, a corrente nominal a con·
igual a 40•c (30 •c
+ 10 º() a temperatura no qua·
dro de distribuição onde está instalado o disjuntor,
siderar na aplicação das Expressões 11.11 e 11.12 é a
tem-se:
correspondente à temperatura no local da instalação do
disjumor. • Da Expressão 1 t .11
Para os fusíveis, o fator pode variar ele 1,6 a 2, 1 (ver
28s l.v
Tabela 6.2). Nessas condições, é fácil verificar que não
basta escolher un, dispositivo con, corrente non1inal não na qual o menor disjuntor escolhido é com l,v = 30A.
superior à capacidade de condução de corrente do con·
• Da Expressão 1 1.1 2
dutor. Com efeito, da Expressão 11.1 4, tem-se que:
30 < 32,8 A
I < 1,45 I
j, , - a : atendendo, portanto, à segunda condição prevista
pela NBR 54 t O.
o que leva a concluir que o limite superior da corrente
nominal do fusível deverá estar contido na faixa ele 69% (c) Proteção contra correntes de sobrecarga feita com
a 91% de 1,,. dispositivo fusível gG.
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Capítulo 11 • Proteção coofro sobrecorrenfes 355

Deverão ser atendidas as condições dadas pelas não atendendo à condição da Expressão 11.12.
expressões 11.11 e 11.14: Utilizando um condutor de 1O mm 2, virá:
• Da Expresão 11.11 1,6 X 35 < 1,45 X 45,6
28 :s 1.,
o que atende à condição da Expressão 11 .1 2.
escolhendo-se fusíveis gG com /,v = 35 A.
A Tabela 11.3 permite efetuar um dimensionamento
• Da Tabela 6.1, obtém-se, 1>ara o fusível de 35 A,
a= 1,6. rápido de circuitos protegidos por disjuntores termomag·
néticos ern caixa n'loldacla. se,n levar err1 consideração a
• Para o condutor de 6 nlm:t, virá queda de tens.io. Considerando condutores de cobre com
1,6 .X '.l5 > 1,45 X 32,8 isolação de PVC nas condições indicadas, pode-se:

Tabela 11.3 • Condutores e cabos com isolação de PVC/70 •e, temperatura ambiente de 30 •e, tem·
peratura máxima no local ele instalação dos disjuntores ele 40 •e (C-sia da Bticlno)
Corrente no,ninal máxin1a dos disjuntores
Seção 6 condutores carregad~
non1inal 2 3
4 condutores carregados
(mm') condutores condutores
(2 circuitos com 2 condutores cada) (3 circuitos com (2 circuitos com
carregados carregados
2 condutores cada) 3 condut ores cada)
Método de referência (letra B da Ta bela 5.27)
Cobre
1,5 15 15 10 10 10
2,5 20 20 15 15 15
4 30 25 25 20 20
6 40 35 30 25 25
10 50 50 40 40 40
16 70 60 60 50 50
25 100 70 70 70 70
35 100 100 100 70 70
50 100 100 100 100 100
Alumínio
35 90 70 70 60 60
50 100 100 90 70 70
Método de referência (letra C da Tabela S.Z.7)
Cobre
1,5 15 15 15 10 10
2,5 25 20 20 15 15
4 35 30 25 25 25
6 40 40 35 30 30
10 60 50 50 40 40
16 70 70 60 60 60
25 100 90 90 70 70
35 100 100 100 90 90
50 100 100 100 IOO 100
Aluntínio
35 100 90 70 70 70
50 100 100 100 70 70
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356 lnslaloções elétricas

• Obter a corrente nominal máxima do disjuntor para Admite-se deslocar o ponto de aplicação do disposi-
proteger um circuito com condutores de dada seção. tivo de proteção ao longo do circuito protegido, se a
• Obter o disjuntor e a seção dos condutores, conhe- parte da linha compreendida entre a troca ele seção -
cendo a corrente de projeto. de natureza, ele modo de instalação ou ele constituição
- e o dispositivo de proteção não possuir qualquer deri-
vação nem tomada de corrente e atender a uma das duas
EXEMPLOS condições a seguir:
(apliC<1ções da Tabela 11.3) • Estar adequadan,ente J:>rotegida contra curtos.circuitos.
• Circuito com condutores Cu/PVC de 6 mm', manei- • Seu comprin1ento não exceder a 3 m, ser instalada de
ra de instalar B,, três condutores carregados, tempe- modo a reduzir ao mínimo o risco de curto-circuito e
ratura ambiente de 30 ºC: o disjuntor a utilizar na não estar situada nas proximidades de materiais com-
proteção contra sobrecargas será de 35 A. bustíveis.
• Do exemplo anterior, se / 11 = 28 A, circuito em ele-
troduto embutido en, parede de alvenaria, dois cir-
cuitos com dois condutores carregados, 0,1 = 30 ºC: 11 .7 Omissão da proteção contra
• na parte correspondente à maneira de instalar 8 1, sobrecargas
ton1a-se a coluna de dois circuitos con1 dois con-
dutores C<1rregados e escolhe-se o valor mais pró- A NBR 541 O permite omitir a proteção contra corren-
ximo (superior) de 28 A; obtém-se, assim, 30 A, tes de sobrecarga, desde que os circuitos não estejam
que corresponde a l,v do disjuntor; situados em locais que apresentem riscos de incêndio
• na linha correspondente a l.v = 30 A, obtém-se a (BE2) ou ele explosão (BE3), ou que sejam sujeitos a pres-
seção S = 6 mm'. crições particulares, nos seguintes casos:
(os mesmos valores obtidos na pane (b) do exem-
(a) Em uma linha situada a jusante de uma troca de se-
1>IO anterior).
ç.:io, de natureza,, de rnodo de instalação ou de consti-
tuição, e efetivamente protegida contra correntes de
11.6 Localização dos dispositivos sobrecarga por um clisposilivo ele proteção localizado
de proteção contra correntes a. montante.
(b) Em uma linha que não seja suscetível de ser percor-
de sobrecargas rida por correntes de sobrecarga, desde que essa linha
Como regra, pode-se dizer que todo circuito, desde esteja adequadamente protegida contra correntes de
que sujeito a COlfentes de sobrecarga, deve ser protegido curtos-circuitos e não possua deriv<1ções ou tomadas
por um dispositivo acleqt1ado instalado e1n série no circui- de corrente.
to a montante da carga. (e) Nas instalações de telecomunicaç,io, de comando,
Tendo em vista que os dispositivos de proteção contra de sinalização e análogas.
correntes de sobrecarga destinam-se à proteção dos con· O caso (a) ocorre, por exemplo, quando um circuito
dutores, recomenda-se, em princípio, sua localização no é protegido contra correntes de sobrec.1rga, com condu-
ponto em que uma 11n1udanç.a"' venha a provocar unia tores cuja seção s, tenha sido determinada pelo critério
redução na capacidade de condução de corrente dos con· da queda de lensão ou quando há uma derivação cujos
dutores. Tal •mudança• pode ser: condutores têm uma seção S,,, devidamente coordenada
• Uma uoca (redução) de seção. com o dispositivo de proteção a n1on1ante. Nesses casos
• Uma alterar;Jo na natureza dos condutores, por exem- a linha ele instalação está adequadamente protegida, co-
plo, a passagem de um conjunto de barras para um mo mostra a Figura 11 .21(a).
conjunto de condutores isolados, como nos quadros O caso (b) ocorre:
de distribuição.
• Quando o circuito alimenla exclusivamente equi-
• Uma alteração no modo de instalação, por exemplo,
pamentos que já esteíam individualmente protegi-
a passagem de u1na linha aérea para unia linha em
dos contra correntes de sobrecarga, como é o caso
eletroduto.
de motores protegidos por relês térmicos, ou que
• Uma mudança de consrítuição dos condutores, isto é,
não possam dar origem a correntes de sobrecarga,
uma mudança do tipo de material usado como con-
caso de aquecedores de água, radiadores, fogões
dutor, por exemplo, de cobre para alumínio, ou do
elétricos etc., e de motores cuja corrente de rotor
tipo de isolação, por exemplo, de EPR para PVC.
travado não seja superior à capacidade de condu-
Na n,aioria das vezes, o ponto em que ocorre a n1u- ção de corrente dos condutores (ver Figura
dança é a origem do circuito. 1 1.21(b1 )).
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Capítulo 11 • Proteção coofro sobrecorrenfes 357

s, s,
S11 < S1
(Não h:i necessidade de
($11 coordenada con1 l)P}
prOl(:_gcr ;\ deriv:tção)

(a)

(Con1r:\ curios)
(Proteção indi, idual do
1

111otor contra sobrecargas)

(bl)

(b2)

Figura 11,21 • Exemplos de omis.õo do proteção oontro sobrecargas

• No caso de uni circuito principal que alin1ente vários protegidos por dispositivo a corrente diferencial-residual
circuitos protegidos individualmente contra corren- ou em que todos os componentes, incluindo linhas elé-
tes de sobrecarga. quando a soma das correntes tricas, sejam de Classe li ou possuam isolação equivalen-
nominais dos dispositivos de proteção dos circuitos te. Em um esquema IT, a corrente ele falta resultante de
(or inferior à corrente non1inal do dispositivo que duas falhas de isolamento em dois circuitos diferentes
protegeria o circuito principal (ver Figura 11 .21(b2)). pode ter uma intensidade inferior à da corrente de curto-
Por outro lado, a norma recomenda a omissào da pro- circuito presumida mínin,a em um dos circuitos. Nessa
teção contra sobt<.>cargc1s, por razões de segurança, quan· situação, o tempo de interrupção dessa corrente pode
do a abertura inesperada do circuito puder causar perigos. ser suficientemente longo e pode danificar os conduto-
t o caso típico de: res ele um dos circuitos.
• Circuitos de excitação de máquinas rotativas.
• Circuitos de alimentação de eletroímãs para eleva-
EXEMPLOS
ção de cargas.
• Circuitos secundários de transformadores de corrente.
Circuitos protegidos por disjuntores que atendem
Nesses casos, pode ser útil a previsão de un, disposi· ao RTQ ela Portaria lnmetro 243/2006.
tivo de sinalização de correntes de sobrecarga. (a) Na Figura 11 .22, a derivação com t,. = 42 A já está
t importante observar que nos esquemas IT só pode- protegida pelo disjuntor geral com /,v = 40 A; da
rão ser deslocados ou omitidos os dispositivos de prote- Expressão 1 1.12, tem-se que 40 < 42 A.
ção contra correntes de sobrecarga no caso de circuitos (b) Na Figura 11 .23:
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358 lnslolações elétricas

• Os circuitos derivados em B, C e D estão adequa-


damente protegidos contra correntes de sobrecar·
ga pelos disjuntores indicados.
• Os trechos AB, BC e CD cio circuito principal, ele 1,
seções diferentes, já estão protegidos pelos disjun-
tores das derivações.

-
Dispositivo de proteção Linha clé1tica
(IN. lcN· Pr) (S. K2S2)

Figura 11 .24 • Condições de proteção contra correntes


'""-= 40 J-\ de curto-circuito
qualquer do circuito, não seja superior ao tempo ne-

1 cessário para aquecer os condutores até a temperatura-


limite ele curto-circuito, O., (ver Tabela 9 .15).
Em outr,15 palavras, a integral de Joule c1ue o disposi-
tivo deixa passar, { 21 :::: Ío'i (/t, não deve ser supe.rior à
2
Figura 1 1,22 • Diagramo do item (a)
integral de Joule (K' S' l necessária ao aquecimento do
condutor desde a temperatura máxima para serviço con-
11 .8 Proteção contra correntes de tínuo O,) até a temperatura ele curto-circuito. Pode-se
escrever
curto-circuito
1

Condições gera is fo í2dt s K 2S2 (11.24)

No estudo da proteç.io contra correntes ele curto-cir- Para curtos-circuitos de qualquer duração, onde a
cuito, elevem, el'n princípio, ser determinadas as corren-
assimetria da corrente não seja signiíicativ.1, bem como
tes de curto-circuito presumidas simétricas em todos os para curtos·circuitos assin1étricos de duração na faixa de
pontos julgados necessários. Essa determinação pode ser O, 1 a 5 segundos, a condição pode ser escrita
feita por um cios métodos apresentados no Capítulo 1O.
O dispositivo destinado a proteger os condutores vivos tl · r s K 2S2 (11.25)
de um circuito deve estar adequadamente coordenado
onde ' • é a corrente de curto-circuito presumida simétri-
com os condutores. Para isso, a NBR 54 1O impõe duas
condições: ca e 1, sua duração.
A Figura 1 1.24 ilustra as condições dadas nas Expres-
(al Que a capacidade de interrupção nominal do disposi- sões 11.23e 11 .24.
tivo Uc,,·) seja, no mínimo, igual à corrente de curto-cir-
cuito presumida simétrica (!,) no ponto de aplicação Condição específica: capacidade de
do dispositivo, isto é
interrupção menor do que a corrente
(11.23)
de curto-circuito presumida
(b) Que o tempo de interrupção ele toda corrente resultan- A NBR 5410 admite, como exceção, que seja insta-
te ele um curto-circuito, que se produza em um ponto lado em dado ponto um dispositivo de proteção cuja

A lz m 40A B lz = 30A C l z = 20A

!8 s (IO + 10 + 15)A ln S (10 + t5)A lnS 15A

1! l!
Figura 11 .23 • Diagramo do item (b)
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Capítulo 11 • Proteção confra sobrecorrenfes 359

capacidade de interrupção nominal seja inferior à cor- de curto·circuito presumida simétrica por um dos méto·
rente ele curto-circuito presumida simétrica no ponto, dos simplificados apresentados na Seção 10.6.
desde que, a montante, seja instalado outro dispositivo Para que haja coorden.,ção entre o dis1>0sitivo de pro-
com a capacidade de interrupção necessária. As caracte- teção contra correntes ele curto-circuito e o condutor pro-
rísticas dos dois dispositivos devem ser coordenadas de tegido, é necessário que:
tal maneira que a energia que o dispositivo situado a A corrente /", correspondente à interseção da curva
montante deixa passar não seja superior à que podem de atuação do disjuntor (limíte superior da zona de
su1>0rtar, sem danos, o dispositivo e as linhas situadas a atuação) com a curva do tempo em função da correme
jusante. Éo que mostra a Figura 11.25: a integral ele Joule de curto-circuito dos condutores, seja igual ou inferior
do dispositivo situado a montante, (l't) 1, não deve ser à corrente de curto·circuito presun1ida mínima (ver em
superior à linha por ele protegida, K'SI nem à do dispo- "Corrente de curto-circuito presumida mínima", Capítulo
sitivo a jusante, (1'1)1, nem a das linhas a jusante, K'Sf. 1O, Seção 10.6) ,.,,,, como mostra a Figura 11.26. Isso
garante a atuação do disjuntor mesmo nas condições
Uso de disjuntores mínin,as de curto-circuito.
Quando a proteção con1ra correntes de curtos-circui-
1 ...
tos for realizada por disjuntores, exige-se, essencialmente,
que o disjuntor possua uma capacidade de interrupção Curvn de
non1inal não inferior à corrente de curto-circuito presu- +------ atuaç.l.o do
mida simétrica no ponto de aplicação e que o disposi- disjuntor
tivo atue e,n um tempo suíicientemente breve para evi· (lirnite superior)
tar que a integral de Joule supere o valor suportável
pelo cabo.
Para atender à primeira condição, no caso ele disjun-
tores instalados em quadros próximos ao 1>0nto de entre- Curva de
ga de energia ou à cabine prin1ária, é necessária uma solicitação
cuidadosa avaliação de ' • pelo método analítico. Nesse
~t---- té-m1ica
ad,niSSÍ\'el
caso, o disjuntor <geral) deverá 1>0ssuir uma capacidade dos condutores
de interrupção nominal elevada (geralmente acima de
1O a 20 kAJ. Em geral, os disjuntores divisionários tam-
bém deverão possuir capacidades de interrupções eleva-
das (as mesmas do disjuntor geral). No entanto, os dis-
juntores divisionários poderão até possuir capacidades
de interrupção inferiores aos respectivos 1,, bastando
para isso que a energia que o disjuntor geral deixa pas- Figura 11. 26 • Limite inferior do corrente de curto·c-ircuito
sar não seja superior à suportável sem danos pelos dis- pre,sumido mínimo
juntores divisionários e pelos cabos instalados a jusante. A corrente 1,,. correspondente à interseção das curvas
Logicamente, ess., condição exige estudos de coordena- / 21= f(I) do disjuntor e do condutor (ver figuras 11.6 e
ção acurados. 11 .9), deve ser no 1nínin10 igual à corrente de curto-cir-
Para a proteç.'\o de quadros de distribuição de setores, cuito presumida simétrica no 1>0nto de instalação do dis-
de andares ou de apartan,entos, basta avaliar a corrente juntor, como mostra a Figura 11.27.

l cNI > ft
K2S2
(12,J, s { cl,>2'
K2S\
DPl t-~~~~~--t~ ~ ~~~-:-:--~
.f<2s',)
(S1 1, s'i)
(S 1.K1

llcN? (/ 2 t)zl

Figura 11.25 • Condições poro in,tolor um di,posifivo cujo copocidode ele interrupçõo nominal seja inferior à corrente de
curto·circuito presumido no ponto de instoloçõo
SU$W ü

360 lnslalações elétricas

A citada curva do tempo em função da corrente de Uso de fusíveis


curto-circuito cios condutores nada mais é que a Devido à sua elevada capacidade de interrupção, os
cu"'a obtida da expressão íusíveis2 não criam problenlas de interrup~io para cor-
f; 1 = l(lSZ, rentes de curto·circuito elevadas. Na maioria dos casos,
é dispensável a verificação da corrente de curto-círcuito
.o u seja
K2S1 presumida simétrica no ponto de aplicação.
1= - - No que concerne à integral de Joule, verifica-se que,
11 ao contrário do que ocorre com os disjuntores, l't au-
menta co,n a diminuição da sobrecorrente. Nessas con·
As curvas (/Zr) = /(/) podem ser utilizadas também
dições, o fusível apresenta um comportamento crítico
na verificação da proteção em condições 1nínimas de para pequenas correntes de curto-circuito; isto é1 ele po·
curto-circuito, bem co1no na proteção contra cor,entes
clerá não atuar em um tempo suficiente, permitindo o
ele sobrecarga, como mostrado na Figura 11 .28.
aquecimento excessivo do condutor.
O disjuntor Dl protege o condutor de seção S para
Se o fusível for dimensionado para proteger o condu·
correntes de curto-circuito con1preendida.s entre /," e l ,v;
tor tan,bém contra correntes de sobrecarga, não existirão
o disjuntor 02 protege o condutor de seção S contra cor-
correntes críticas e, na prática, não haverá necessidade
rentes de sobrecarga e contra correntes de curto-circuito
ele verificar a integral ele Joule. Se, no entanto, o fusível
até'•· for superclimensionaclo em relação à cap.1cidade de con-
clução de corrente do condutor, devem ser verificadas as
Cun•:t/2,
condições ele proteção no caso de corrente de curto-cir-
do disjun1or
cuito mínima.
A corrente / 0 , correspondente à interseção da curva
ele atuação do fusível (limite superior da zona de atua-
ção) com a curva do tempo em função da corrente de
curto-circuito do condutor, deve ser igual ou inferior à
corrente de curto-circuito presurnida n'línima, f,urln, como
indica a Figura 11.29.

Curva de
\U\lflÇâ.O e.lo
, ...________ rosívcl
(limi1c superior)

Figura 11 .27 • limite superior do corrente de curto•circuito Cur.1a de


solicitaç-5o
presumida simétrica ténnica
;'>---/ achnissível
d0$ condutores

Figura 11.29 • limite inferior cio corrente ele curto·circuito


02
------ .-:_y:-,.,___:_:u.,,_ _ ptesvmido mínimo

.: s
11.9 Localização dos dispositivos
de proteção contra
correntes de curto-circuito
.. Os dispositivos ele proteção contra correntes de
curto-circuito destinam-se à proteção dos condutores.

Figura 11 .28 • Aplicaçõe, das curva, (l'r) = f(I) da, 1. Considere-se 3qui apcn."\S os r~f\'cls que ,t1en~m à série de tlOC'l"ll 3.~
disiuntores NOR l~C 60269.
SU$W ü

Capítulo 11 • Proteção contra sobrecorrenle, 361

Por essa razão, recomenda·se, en, princípio, sua locali· não esteja situada nas proxin,idades de n,ateriais con,.
zação no ponto em que uma ' mudança' provoque uma bustíveis, nos seguintes casos:
redução do valor ela capacidade de condução de corren-
• Em linhas ligando geradores, transíormadores, retifi-
te dos condutores, ponto este que, geralmente, é a ori-
cadores ou baterias aos quadros de comando respec-
gem do circuito (ver Seção 11.6).
tivos. estando os dispositivos de proteção situados
A NBR 541O admite que o ponto de aplicação do dis-
nesses quadros.
positivo seja deslocado em relação ao ponto em que ocor-
re a eirada mudança em duas situações: • Em circuitos cujo desligamento possa trazer perigos
para a instalação correspondente, tais como os secun-
(a) Quando outro dispositivo de proteção situado a mon- dários de transiormadores de corrente, os de excitação
tante proteger adequadamente os condutores contra
ele máquinas rotativas e os circuitos de alimentação dé
corrente de curto-circuito (como mostra a Figura
eletroímãs para elevação de cargas.
11 .30).
Em alguns circuitos de medição, coníorme caso a caso.
s,

(f'r) ~ Origern (lo


11 . 11 Proteção dos
condutores de fase
cin:uito 2
Como regra da NBR 541 O. a detecção de sobrecor-
rentes deve ser prevista em todos os condutores de fase
e deve provocar o seccionamento do condutor em que a
sobrecorrente íor detectada, não precisando, necessaria-
mente, provocar o seccionan,ento cios outros conduto,es
Dis1>0siti\'O
deslocado vivos (ver figuras 11 .31 e 11.32).
Porén,, existem exceções a essa regra . A prin1eira
/ acontece nos casos em que o seccionamento de uma só fa-
se pode causar perigo, por exemplo, em motores trifásicos,
caso em que devem ser tomadas precauções apropria-
das, para que todos os condutores de fase sejam seccio-
nados sin1ultanean1ente.
Outra exceção é o caso de locais de habitação, onde
Figura 11.30 • Exemplo de ,ilvOçõo em qve se pode de,· a norma prescreve que todo circuito tertninal eleve ser
locar o di,posilivo de proteçõo contra cor- protegido contra sobrecorrentes por dispositivo que asse-
rentes de curto·circvito gure o seccionamento simultâneo de todos os conduto-
(b) Quando a parte da linha compreendida entre o ponto res ele fase. Isso significa que o dispositivo ele proteção
em que ocorre a mudança e o dispositivo atender, deve ser multipolar, quando o circuito for constituído de
simultaneamente, às três seguintes condições: mais de uma fase. Dessa forma, dispositivos unipolares
• Seu comprimento não exceda a 3 m. montados lado a lado, apenas com suas alavancas de
• Esteja instalada de modo a reduzir ao mínimo os manobra acopladas, não são considerados dispositivos
riscos ele curto-circuito (por exemplo, reforçando multipolares; portanto, essa montagem não é permitida
as proteções da linha contra iníluências externas). J:>ela norma.
• Esteja instalada de modo a reduzir ao mínimo os
riscos de curto-circuito (por exemplo, reíorçanclo
as proteções da linha contra influências externas). - L, ' ;:'_,._ ,ec/
,~-,-)-P-,'1------ __s_-,
• Não esteja localizada próxima de materiais ' 1
co1nbustíveis.
carga
11 . 1O Omissão da proteção
contra curtos-circuitos 1

A NBR 5410 permite omitir a proteção contra corren-


N ~--/

tes de curto·circuito, desde que a linha seja instalada de


modo a reduzir ao mínimo o risco de curto·circuito e Figura 11.31 • Proteção só em vm condutor
SU$W li

362 lnslalações elétricas

11 • 12 Proteção do condutor neutro • A corrente máxima suscetível de percorrer o condu-


tor neutro em serviço normal for claramente inferior
As condições de proteção contra sobrecorrentes do ao valor da capacidade de conduç.io de corrente
condutor neutro dependem do esquema de aterramento desse condutor. Isso pode ser conseguido se a potên-
utilizado na instalação, conforme será visto a seguir. cia transportada pelo circuito for distribuída tão uni-
formemente quanto possível entre as diferentes fases,
Esquemas TT e TN por exemplo, se a soma das potências absorvidas
pelos equipamentos de uti lização alimentados entre
Seção do condutor neutro igual au maior cada fase e o neutro for muito inferior à potência total
que a seção dos condutores de fase transportada pelo circuito em queslão. Embora a
Quando a seção do condutor neutro for pelo menos NBR 54 1O não especifique, pode-se considerar que,
igual ou equivalente à dos condutores de fase, não ser,i ne· se a soma das potências dos equipamentos for da
cessário prever detecção ele sobrecorrente no condutor ordem de 1O por cento da po1ência total do circuito,
neutro nem dispositivo de seccionamento nesse condu- esxt condição estará satisfeita.
tor (ver figuras 11.31 e 11.32).
Caso de ocorrência de dupla falta em
Seção do condutor neutro menor que a esquema TN ou TT
seção dos condutores de fase Em certas condições, em uma instalação com esque-
Como regra, quando a seção do condutor neutro for ma TN ou TI, se preexistir uma falta entre o condutor
inferior à dos condutores de fase e escolhida de acordo neutro de um circuito e a terra, a corrente ele íaha resul-
com os valores mínimos especificados na Tabela 9.22 tante de uma segunda falta, envolvendo o condutor de
(Ca1>ítulo 9), será necessário prever detecção de sobrecor- fase de outro circuito (da mesma instalação), poderá per-
rente no condutor neutro, adequada à seção desse con- correr aquele condutor neutro, produzindo uma sobre.
dutor. Essa detecção deve provocar o seccionamento dos corrente (ver Figura 11.33).
condutores de fase, mas não necessariamente do condu· Na primeira falta, Figura 11.33, o condutor neutro N,
tor neutro. ficará en, paralelo com o aterrarnento, sen, maiores con-
Admite-se omitir a detecção de sobrecorrente no con- seqüências.
dutor neutro, se as duas condições seguintes forem aten- Na ocorrência da segunda falta no equipamento 8,
didas simultaneamente: que caracteriza unl curto-circuito bifásico à terra, a cor-
rente de falta (la + / ,J 1>assará pelo condutor neutro, por
• O condutor neutro estiver protegido contra curtos- ter menor impedância que a resistência do aterramento
circuitos pelo dispositivo de proteção dos condutores <R1c + R, ); portanto, a corrente /, é muito pequena e
de fase cio circuito. Isso deve ser verificado pelo estudo p0<fe ser desconsiderada. Esse curto-circuito fará atuar os
de proteção contra curtos-circuitos e depende da cor- dois dispositivos de proteção A e 8. Dependendo do
rente de curto-circuito presumida e das característi· ajuste, os dispositivos de proteção não operam no mesmo
cas dos dispositivos de proteção dos condutores de tempo; eles podem abrir um mais rápido que o outro,
fase escolhidos. voltando o circuito a ficar con, uma falta.

Disjuntor D

L,o- -

~o--

l-'3 0 - -

N <">-~~~~~~-1-~1---1-~ _.~ ~ - l - ~+-~ ~l----<1>--~ - I - ~ ~ -

Figura 11.32 • Proleçõo nos condutores d e fase


SU$W li

Copiiulo 11 • Proleção contra sobrecorrenles 363

Esquema IT • O circuito considerado estiver protegido por um dis-


positivo a corrente diferencial-residual cuja corrente
Em um esquema IT, a presença simuhãnea de duas fal-
difetencial-resiclual nominal de atut1ção seja, no
tas na instalação pode dar origem a uma sobrecorrente no
máximo, igual a 15 por cento da capacidade de con-
condutor neut:ro, se sua seção for inferior à do condutor
dução de corrente do respectivo condutor neutro. Tal
fase ele outro circuito em que ocorra a segunda falta.
dispositivo deve seccionar todos os condutores vivos
Nessas instalações., deve.se considerar, como foi apresen· do circuito, inclusive o neutro.
lado na Seção 8.4, que uma primeira falta terá con10 única
conS<.~üência a ele fixar o potencial de um ponto da ins,. Essa segunda solução pode ser re.1lizada também se o
talação, não provocando a atuação de nenhum dispositi- diS[X>Sitivo DR for colocado a montante cios circuitos ter-
vo de proteção. A Figura 11.34 indica essa situação. minais, por exemplo, na origem da instalação, e se a sua
Uma primeira falta envolve o neutro e a massa no cir- correnle diferencial-residual nominal de atuação for igual
cuito B, sendo esse condutor de seç.io S 11; uma segunda ou inferior a 15 por cento da capacidade de concluyio ele
falta ocorre entre um condutor fase e a massa do circuito corrente do condutor neutro de menor seção ela instalação.
A, sendo S, a seção desse condutor. Uma terceira solução, expressamente recomendada
Estando as massas A e B interligadas por um condutor pela norma, consiste em não distribuir o con<lutor neu-
ele proteção, a corrente passará inteiramente pela falta em tro, alimentando entre fases todos os equipamentos de
B e, conseqüentemente, pelo condutor neutro do circuito. utilização.
Pode ocorrer que S11 seja muito inferior a S,1 e que a cor-
rente de falta seja uma sobrecorrente no neutro. Nesse 11 , 13 Coordenação
caso, o condutor neutro deve ser protegido contra sobre- seletiva da proteção
correntes. contra sobrecorrentes
Assim, prescreve a NBR 541O que, em um esquema
IT, quando o neutro for distribuído, deve ser prevista a de· Conceitos gerais
lecção de sobrecorrentes e o seccionamento no condutor
Quando dois ou mais dispositivos de proteção contra
neutro de todos os circuitos, devendo ser seccionados to·
sobrecorrentes forem iMtalados em série, na grande maio-
dos os condutores vivos de cada circuito, inclusive o neu·
tro. No entanto, isso não senl necessário se: ria dos casos, suas caracterís-ticas de atuação devem ser
escolhidas de modo a que, no caso de circulação de
• O neutro considerado estiver efetivamente protegido uma sobrecorrente no circuito situado mais a jusante (pro-
contra correntes de curto-circuito por um dispositivo vocada, por exemplo, por uma falta), só atue o dispositi·
de proteção situado a montante. vo que protege esse circuito.

~V• ."'. Lo
-y - y - Faso b
~

_,b Fase e

-
~ y y

fu + lb
N,
f' '11 ,, ,, N

i Jb
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13

1 -i::-
~

Pt,
__ Rp J,
~ ............... ~ .................... T Rs

Figura 11 .33 • Se pree><i$te uma foko ne<ilro·te«o em A, o aporecimenlo de umo segundo folio em 8 provoco o circuloçõo no
condut0< N. (ne<Jlro) de umo corrente cujo intensidade pocleró ser superior à wo copocidocle cle condução ele
corrente, principalmente se suo seção for inferK>t' à dos condutores do circuito B
SU$W ü

364 lnslalações elétricas

- y y

- • y

- y y

t'
., ., .,
s.
s"
.....,. 2' fa ha
I' falta H f--- -
z B
-- 'T T T
A
-
-,
--
' -+----
1 7
Pe
~-----·--···----~----··-------------·--- ·
Fig ura 11.34 • Dupla folia no esquema IT

/ eia/ se for limitada a uma sobrecorrente inferior àquele


tp valor, devendo ser indicada essa sobrecorrente-limite.

Seletividade entre fusíveis


A Dois fusíveis colocados em série são, em princípio,
considerados seletivos quando suas características (cuivas)
tempo-corrente não se interceptam e mantên1 entre si
um distanciamento (de tempo) adequado. No entanto,
! _.,F no caso de corrente de falta elevada (geralmente em cor-
rentes de curto-circuito), essa condição pode não bastar.
Para garantir uma seletividade total entre dois fusíveis

! gG, é necess,írio que a corrente nominal do fusível a mon-


tante seja, no mínin10, igual a 1,6 vez a corrente nominal
do fusível a jusante1 isto é,
B (1 1.26)
Assim, por exemplo, um fusível gG de 63 A só será
seletivo com outro de, no mínimo,
1/F
y
Fal~ 63 X 1,6 = 100,S-+ 100 A
~ necessário, muitas vezes, garantir que o fusível ins-
Figura 11.3 5 • Dois dispositivos de proleçõo A e B, em talado a montante não tenha iniciado o processo de
série, percorridos pelo mt»mo corrente de fusão do elemento fusível, o que poderia provocar uma
falta
atuação intempestiva. Para isso, é necessário que a inte,.
Assim, com referência à Figura 11.35, um dispositivo gral de Joule de interrupção do fusível instalado a jusan-
B é seletivo em relação a outro A, in.stal1,do a montante, te seja inferior à integral de Joule de fusão do fusível ins·
se só atua esse dispositivo, para uma gan1a ele sobrecor- talado a montante, como está ilustrado na Figura 11.36.
rentes produzidas a jusante de B. Para os fusíveis tipo D (que são também gG), na faixa
A seletividade será total se a gama de sobrecorrentes de 6 a 1O A, a relação entre as correntes nominais é 2,
estender·se até a máxima corrente de curto-circuito pre- ou seja,
sumida no ponto de aplicação do dispositivo B. Será par-
f ,\'A =2 / .V/1 (1 1.27)
SU$ W li

Copilulo 11 • Proteção coolro sobrecorrenles 365

(A)~
( importante distinguir as condições de seletividade
' para correntes de sobrecarga (pequenas sobrecorrentes)
ela seletividade para correntes de curto-circuito (sobre-
correntes elevadas).
No primeiro caso, é suficiente que o disjuntor a mon-
-
(B) ' tante possua uma característica tempo·corrente mais alta
que a do disjuntor a jusante e que ambas não se inter-
(121) de (111) de ceptem, como está ilustrado na Figura. 11.37, para os
i,uc.mipçiio fusão disjuntores A e B. No exemplo, o limite de seletividade é
1.000 A.
Para os disjuntores termomagnéticos, tendo em vista a
forma ele suas características tempo-corrente, para garan-
1 - tir a seletividade em toda a gama de pequenas sobrecor-
rentes, isto é, na região de atuação do disparador térmi-
Figura 11.36 • Condiçõo de .eletividode lolol entre fusíveis co, verilica-se que a corrente nominal (ou de ajuste) do
disjuntor a jusante, 1,,,1,, não deve ser em princípio supe-
rior a 40 por cento da corrente nominal (ou de ajuste) do
Seletividade entre disjuntores disjuntor imediatamente a montante, (w., ou seja
N;;is instalações de baixa tensão é muito comum a
existência de diversos disjuntores em série, como mostra
a Figura 11 .37.
Nessas condições, é necessário que, em caso de sobre- isto é
corrente, só atue o disjuntor que protege o circuito onde (1 1.28)
teve origem a sobrecorrente. Em outras palavr<1s, para que
o disjuntor C seja seletivo em relação ao disjuntor B, e B sendo a seletividade limitada ao valor inferior do limiar
em relação ao disjuntor A, é preciso que, ocorrendo uma de atuaç.io magnética do disjuntor a montante.
sobrecorrente a jusante ele C, só atue o disjuntor C e, veri- A Tabela 11 .4 mostra a seletividade entre disjuntores
ficando-se urna falta entre C e B, só atue o disjuntor B. termomagnéticos usuais, considerando sobrecorrentes de
Observe que, considerando os trechos a e b como cir- pequena intensidade.
cuitos ele distribuição e o trecho c como circuito terminal, Quanto à seletividade para sobrecorrentes elevadas
apenas nesse último poderá ter origem uma corrente de (como as de curto-circuito), é necessário que o disjuntor
sobrecarga; nos outros dois as sobrecorrentes só poderão a montante possua um tempo ele disparo relativamente
provir de faltas (curtos-circuitos ou faltas para terraJ. superior ao do disjuntor a jusante.

1(<)
10.000
l.v,i.= 1251\
1.000

A \ \A

100 1'-
10
. d" ' 1
' '
...... 1- -~ ,;: ~
--~
0.1

B
• • ••
b 0.00 1 111 11
t; < t.OOOA "º ;o so 100 ,;o 200 300 400 500 800 1.000 1.500
/(A)

e
figura 11 .37 • Seletividade entro disjuntores
SU$W 6

366 lnslalações elétricas

Tabela 11 A • Seletividade parcial entre disjuntores termamc,gnéticas usuais


Disjuntor a
montante lx (A)
(índicado o limite
de seletividade)
15 20 25 30 35 40 50 60 70 90 100
(75A) (100 A) (125 A) (150 A) ( 175 A) (200 A) (250 A) (300 A) (350 A) (450 A) (SOO A)

Disjuntor a
jusante I ., (A)

6
10
15
20
25
30
35
40

Se1e1ivo até o lin1ite indicado para o disjuntor a 1no111an1e (SI.\• do disjuntor a n1001ante)

Não-seletivo

Apenas os disjuntores lentos possuem um tempo ele Por sua vez, os pequenos disjuntores rápidos só são
disparo suficientemente retardado (de 60 a 100 minu- seletivos para sobrecorrentes inferiores a cerca ele clez ve-
tos) cm relação aos disjuntores rápidos e podem garan- zes a corrente nominal do disjuntor instalado a 1nontante.
tir a seletividade até mesn10 para sobrecorrentes muitís- De modo geral, pode-se dizer que, tratando-se de dis-
sin10 elevadas. Eles são dispositivos de porte maior, juntores termomagnéticos, existem grandes possibilidades
com correntes nominais na (a ixa de 600 a 1.000 A, de ter atuação seletiva se, a montante dos pequenos dis-
indicados apenas para a proteção de I inhas de grande juntores de 25 a 32 A, forem instalados disjuntores de 80
seção e/ou para a proteção geral de uma instalação ou a 100 A e, por sua vez, a montante desses, forem instala-
de um setor. dos dispositivos com correntes nominais (ou ele ajuste)
Os pequenos disjuntores limitadores de corrente, se não inferiores a 250 A. Nessas condições, as correntes de
instalados a jus,1nte de disjuntores rápidos de maior curto-circuito de menor intensidade agirão sobre os dispa-
porte, podem garantir, e m geral, uma seletividade radores eletromagnéticos dos disjuntores menores e sobre
bastante razoável, un,a vez que atuan1 antes que as cor- os disparadores térmicos dos maiores.
rentes de curto-circuito atinjam valores elevados. No Do exposto, pode-se tirar uma regra prática para a
entanto, as reais condições de seletividade para sobre- subdivisão dos circuitos de uni a instalação utilizando
correntes de alto valor só podem ser avaliadas a partir da disjuntores: a corrente de operação do disjun<or a mon·
análise das características (curvas) dos dispositivos, for- tante deve ser, pelo menos, o triplo da corrente de ope-
necidas pelos fabricantes. raç,io do disjuntor a jusante.
l (S) fl1(AZs IQ})
10.000 - 1
-'
11 2 :
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1lt 5.000

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O.OI
0.001 •
1 ~
,=, .
40 100 200 300 500 1.000 3.000 10.000 A 100 .100 1.000 5.000 10.000 A
/(A) / (A)

Figura 11.38 • Condições poro a praleçõo de retagoorda com lusivel o montante e disjuntor o jusante
SU$W 6

Capítulo 11 • Proteção coolro sobrocorrentes 367

Coordenação entre disjuntor e fusível próximo possível (mas não superior) à capacidade ele
interrupção cio disjuntor, pern1anecendo, no restante,
Um caso particular muito importante é o ela coorde-
nação entre disjuntor terrnomagnético (geralmente em a característica do fusível acima do disjuntor.
caixa moldada) e fusível a montante, quando a capaci- • A integral de Joule de interrupção do fusível deve ser
dade de interrupção nominal do disjuntor é inferior à inferior à do disjuntor, após a capacidade de interrup-
corrente ele curto-circuito presumida no ponto de apli- ção do disjuntor.
cação do disjuntor. Assim, caberá ao fusível a função de Geralmente, para dado tipo de disjuntor, a cada valor
atuar no caso ele sobrecorrentes superiores à capacida- de corrente nominal existe un1a faixa de valores de cor-
de de interrupção do disjuntor, deixando a esse último rentes nominais de determinado tipo de fusível, para os
a tarefa de interromper todas as sobrecorrentes inferio- quais é garantida a proteção de retaguarda. Com valores
res. Na prática, o disjuntor atuará na grande maioria dos inferiores ao mínimo, há o risco de atuaç,'ío do fusível
casos e o íusível se constituirá apenas em u,n 'dispositi· para sobrecorrentes de pequena intensidade; com valo·
vo de segurança' para garantir a íntegridade do disjun- res superiores ao máximo, não haverá proteção de reta-
tor. É a chamada proceção de retayvarda (backup). guarda até um sobrecorrente igual à capacidade de
Esse tipo de coordenação deve satisfazer a duas con- interrupção do fusível.
dições, como está indicado na f igura 1 1.38: A Tabela 11.S trata da proteção de retaguarda exer-
• As características tempo-corrente dos dois dispositi- cida por fusíveis gG sobre disjuntores termomagné1icos
vos somente deven1 cruzar-se em uma região o n1ais usuais.

Tabela 11.5 • ~ ã o de re~uarda - fusíveis ~ e disjuntores termo~ néticos usuáis _J

20 25 32 40 50 63 80 100

IP
6 2P
3P
IP
10 2P
3P
IP
15 2P
3P
IP
20 2P
3P 1
IP
25 2P
3P 1
IP
30 2P
3P
IP •
35 2P
3P 1
Protege ' Não protege

(contin ua)
SU$W ü

368 lnslalações elétricas

(continuação)

20 25 32 40 50 63 80 100

IP
40 2P
3P
IP
50 2P
3P
IP
60 2P
3P
IP
70 2P
3f>
IP
90 2P
3P
IP
100 2P
3P
Protege N5o 1>rotege

EXERCÍCIOS

1. Quais são os dois tipos possíveis de sobrecorrente?


2. Qual é a vida estimada ele um condutor com cobertura de PVC para serviço contiínuo a 70 ºC?
3. Quais são os limites de temperatura para correntes de curto-circuito em cabos ele cobertura de PVC e cabos de
cobertura de EPR e XLPE/
4. Quais são os limites de temperatura para correntes ele sobrecarga em cabos ele cobertura ele PVC e cabos ele
cobertura de EPR e XLPE?
5. Em quais condições que um dispositivo de proteção ideal não deve intervir e em quais ele eleve intervir?
6. Quais condições podem provocar redução na capacidade de condução de corrente dos condutores que definem
o ponto da localização cios dispositivos de proteção contra correntes de sobrecarga?
7. Em que casos a NBR 541 Opermite omitir a proteção contra correntes de sobrecarga desde que os circuitos não
estejam situados em locais que apresentem riscos de incêndio (BE2) ou de explosão (BE3), ou que sejam sujeitos
a prescrições particulares?
8. Em uma situação de curto-circuito em que são utilizados disjuntores como dispositivos de proteção, exige-se
essencialn1ente que eles possuam quais caraclerísticas?
SU$W ü

Capítulo 11 • Proteção cootro sobrecorrentes 369

9. Das afirmações a seguir, indique quais são corretas, no caso de dois fusíveis colocados em série e considerados
seletivos:
(a) As suas características (curvas) tempo-corrente não se interceptam e mantêm entre si um distanciamento (de
tempo) adequado.
(b) É necessário que a integral de Joule de interrupção do fusível instalado a jusante seja inferior à integral de Joule
de fusão do fusível instalado a montante.
(cl Entre dois fusíveis gG, é necessário que a corrente nominal do fusível a montante seja, no mínimo, igual a 1,6
vez a corrente nominal do fusível a jusante.
1O. Quão superior deve ser o ajuste da corrente nominal do disparador térmico do disjuntor U.v,l a jusante em rela-
ção ao do disjuntor imediatamente a montante U.v8 )?
Sn$W
SU$W ü

12

Protecões
, contra sobretensões
Por Eng. Jobson Modena

12. 1 Aspectos gerais lugar: quando ocorre uma falta para terra no lado da ins·
t<liação de tensão mais elevada; quando un1 condutor do
As sobretensões que podem ocorrer em uma instala- circuito nessa te11são acidentaln1ente entra eo1 contato
ção elétrica de baixa tensão são classificadas, de acordo com outro do circuito de baixa tensão; ou, ainda, quan-
com sua origem, em: do ocorre um defeito no transformador (contato entre
enrolamentos de aha e de baixa tensão ou, o que é n1ais
• Sobretensões transit6rias
comun,, contato ent,e en,olamento de alta tensão e car-
As sobretensões transit6rias são aquelas originadas
principalmente das descargas atmosféricas e manobras. caça). São consideradas sobretensões à freqüência indus-
As sobretensões provenientes das descargas atmosfé- 1rial (60 Hz) e caracterizam-se por seu valor eficaz.
ricas, que inciden, diretamente nas edificações, en, Para caracterizar o comportamento dos componentes
redes aéreas de alimentação da instalação ou muito pr6· da instalação diante das sobretensões, define-se um
xin10 a elas, produzen1 tensões conduzidas e induzidas
nível de isolamento que se baseia na suportabilidade às
com impulsos caracterizados por seu valor de crista, na tensões em freqüência industrial e de impulso.
prática, são as sobretensões que podem causar danos A suportabilidade à sobretensão em freqüência indus·
triai durante um minuto, que está relacionada con1 o com-
mais freqüentes às instalações, aos equipamentos por
elas se.rvidos e a seus usuários.
portamento dos componentes contra sobretensões devidas
As sobretensões de manobra não dependem, em a falias entre instalações de tensões diferentes, é a lensâo
geral, da intensidade da corrente seccionada. Decorrem normalizada do ensaio de rigidez dielétrica a que são sub-
do seccionamento rápido (brusco) de corrente em um metidos todos os componentes, de um modo geral.
circuito de indutância elevada; é o caso, por exemplo,
Asuportabilidade à sobre1ensão impulsiva está relacio-
dos curtos-circuitos caracterizados por baixos fatores de nada à coordenação ele isolamento em baixa tensão. Essa
potência. O valor da sobretensão é tanto maior quanto coordenação tem como referência a IEC 60664· 1, e os
menor for o tempo real de seccionamento e pode chegar valores, apresentados em quatro categorias distintas, cons-
a quatro ou cinco vezes a tensão nominal para ten1pos
tam também da Tabela 31 da NBR 5410 (Tabela 12.1).
inferiores a 1 ms, como os obtidos com disjuntores de
abertura rápida ou pela atuação de dispositivos fusíveis. 12.2 Sobretensões devidas às
• Sobretensões temporárias descargas atmosféricas
Temos como exemplos de fontes de sobretensões (surtos de tensão}
ten1porárias a falha cJe isolan1ento para outra instalaç.:io
de tensão mais elevada e a perda do condutor neutro em No caso dos surros de rensão, deve-se considerar, sepa·
esquemas TN e n. ,,,damente, a proteçiio das redes de distribuição em baixa
As sobretensões causadas por falhas do isolamento tensão que alimentam edificações, as edificações propria-
em instalayio de tensão mais elevada para outra tên1 mente ditas e suas instalações elétric.is internas.
SU$W ü

372 lnsloloções elétricas

Tabela 12.1 • Suportabilidade a impulso exigível dos componentes ela instalação (Tabela 31 da
NBR 5410)

Tensão de impulso suportável requerida


Tensiío nominal da instalação kV
V
Categoria de produto

Produto a ser Produto a ser


Produtos
utilizado na utili?..ado em circuitos Equipamentos de
Sistcn\as e.~pec.ialmente
Sistemas entrada da de distribuição e utili1.açiio
ntonofásjcos protegidos
trifásicos instalação circuitos terminais
com neutro
Categoria de suportabilídade a impulsos
IV Ili li 1
115-230
120/208
120-240 4 2.5 1.5 0,8
127/220
127-254
220/380
230/400 - 6 4 2,5 1.5
277/480

400/690 - 8 6 4 2,5

Nota:
~til coo,ponen1es :associ;1dos a linhas de sil\.1.1 udH;,.ados na enu:ula da in.stalaç;·IO (C3teg_oria IV de :w1>0ttabilldade}. a 1ens.lo dt hnpulso suPoná\'el
mínima é de 1500V (vtr lEC 61663·2).

Para as redes subterrâneas, e1n região onde o índice • Surtos conduzidos ou diretos
ceráunico seja menor que 25, a NBR 5410 dispensa a Quando un1a descarga atmosférica incide diretamente
utilização de proteção. Para as redes aéreas, situadas em sobre um componente da instalação, sobre a edificação
região com índice ceráunico maior que 25, e para locais ou sobre pontos muito próximos a eles, todos os elemen·
onde haja incidência direta de raios na instalação ou tos n1etálicos ali existentes e o eletrodo de aterran1ento
muito próximo a ela, a proteção deve ser realizada. ficam, por frações de segundo, submetidos a níveis dife-
Basican1ente, a necessidade da proteção contra surtos rentes de tensão. Essas diferenças de tensão vão gerar
deve prever as seguintes situações: correntes de surto que circularão por diversos pontos ela
estrutura, inclusive, e, no nosso caso, principaln1ente pela
• Surtos induzidos ou indiretos instalação elétrica.
Quando as descargas atmosféricas atingem as linhas Podem ocorrer, ainda, diferenças de tensão entre ele-
de transn1issão e distribuição de energia e incidem dire- trodos de aterramente de estruturas diferentes; por exem-
1an1ente en, árvores, estruturas ou no solo, as ondas ele- plo, o eletrodo do prédio e o(s) eletrodo(s) de aterramen-
tromagnéticas originadas pela corrente elétrica que cir- to do{s) serviço(s) público(s) (concessionárias de energia,
cula no canal da descarga atmosférica se propagam pelo TV a cabo, telefonia etc.). Quando chega à terra, por
meio (geralmente o ar), induzindo corrente elétrica nos incidência direta ou através de condutores aterrados, a
condutores n1etálicos que estiverem em seu raio de alcan· corrente elétrica das descargas atmosféricas ílui pelo
ce. Estima-se essa distância da ordem de 1 a 3 km. solo. Ao encontrar resistência (oposição) à sua passa-
Manobras na rede elétrica de energia, como chave. gem, dá origem a linhas de tensão assin1étricas e com
amento para abertura ou fechamento de circuitos elé- intensidades diferentes. Essas linhas têm ponto de origem
tricos de trans1nissão e distribuição, tambén1 geram no local de incidência da corrente na terra e podem man·
impulsos de tensão na rede elétrica. Esses impulsos são ter valor significativo, en-ibora decrescente, a distâncias
chan,ados 'surto ele n1anobra' e, do ponto de vista da que variam conforme as influências do solo e outros ele-
proteção, seus efeitos devem ser tratados e, portanto, mentos enterrados. As diferenças de tensão no solo
atenuados, ela mesma forma que os efeitos indiretos podem gerar correntes circulantes indesejáveis em mui-
causados pelos raios. tos componentes que tenham suas partes condutoras ele
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Copirulo 12 • Proteções contra sobretensões 373

eletricidade integradas a duas ou mais dessas linhas com diferença de tensões entre os componentes envolvidos
tensões diferentes. - aqui incluída a instalação de pára·raios de linha e de
Se uma instalaç.,o elétrica de energia e de sinal (dados, OPS do tipo comutador de tensão -, bem como a dimi-
voz, vídeo etc.) possui vários eletrodos de aterramento nuição elas tensões induzidas que adeniram a instalação,
diierentes e independentes, haverá circulação dessas realizadas por meio de DPS cio tipo atenuador de tensão.
correntes indesejáveis entre os equipamentos servidos Nessa linha de pensamento, os parâmetros conside-
pela instalação, o que pode causar danos significativos rados ao se iniciar a verificação das condições das insta-
ou até definitivos a eles. Assim, não é concebível a exis- lações elétricas para determinação da necessidade de
tência ele eletrodos de aterramento distintos para servir proteção contra surtos, bem como os resultados do rotei-
componentes diferentes de un1a instalação na mesma ro mostrado a seguir, deverão fornecer as condições
edificação. necessárias para que o projetista defina se a proteção a
ser instalada será contra surtos conduzidos ou induzidos.
Devem ser considerados:
Proteção contra surtos
• A probabilidade de danos a essas instalações, causados
Conceitos preestabelecidos ele que somente a instala- por impacto direto de descargas atmosféricas (raios).
ção de pára-raios ele linha ou de dispositivo de proteção
• O índice ceráunico d;i região (~
t:,) e a forma como os
contra surto (OPS) seria medida suficiente para a prote-
condutores alin1entadores, de energia e de sinal,
ção contra surtos cfe tensão induze,n a ulilizaÇ<1o indevida
adentram na edificação.
desses componentes e fazem com que a proteção resulte
inócua. Com a ajuda do n,a.pa isoceráunico, co1no o n1ostra-
As condições mínimas para proteção da instalaç;fo do na Figura 12 .1, que mostra o número médio de dias
elétrica, segundo a NBR 5410 e a NBR 5419, são a exis· con1 ocorrência de trovoadas em uma região por ano,
tência ele um eletrodo ele aterramento eficiente, a garan- apresentado na NBR 5419, há como obter dados iniciais
tia das ligações equipotenciais locais de uma menor para essa análise.

Figura 12.1 • Mopo isoceróunico do Brasil (fonte: NBR 5<1 19:2005)


SU$W li

374 lnslolações elétricas

Parâmetros da edificação 12.3, 12 .4, 12.5, e 12.6), apresentadas a seguir, e obtém-


e = comprimento se a avaliação geral de risco (N.,J:
L = largura
A = altura Freqüência admissível de danos (Ndc)
N.ir=N.,x AxBxCxD xE (12.4)
Densidade anual de descargas atmosféri-
cas para a terra {N9 } • N,1, .o 10->(um dano a cada mil anos): freqüência de
danos, causados por impacto direto na edificação,
N, = 0.04 X 7}" (12 .1) considerada inaceitável pela NBR 54 19 .
Sendo: Con1 isso, entende--se que. probabilislican1enle, haverá
N, o número de descargas atmosféricas por km' por dano na edificação ou estrutura por incidência direta de
ano na região. descarga atmosférica a cada, pelo menos, mil anos. A
NBR 5419 determina a instalação do Sistema de
Área de exposição da estrutura {A.) Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPOA) no loc.11
estudado.
A,= CI, + 2CA + 21,A + 1rA 2 (m2) (12 .2) Embora a correlação ' necessidade da existência de
SPO,\ X condição para proteção da instalação contra sur-
Freqüência média anual previsível de tos conduzidos' seja considerada tecnicamente viável, é
descargas atmosféricas sobre a estrutura {Nd} importante desenvolver o cálculo da análise de risco toda
vez que se estudar a necessidade da aplicação de OPS na
N,, = N, X A, X 10- 6 ( 12.3) instalaç.ão elétrica, independentemente do projeto do
SPOA, principalmente se o estudo para determinar a
À freqüência média anual previsível de descargas necessidade da proteção contra surtos conduzidos for
atmosféricas sobre a estrutura (N,1) são aplicadas os valo- desenvolvido em época diferente da instalação do SPOA.
res das Tabelas B.1 a 8.5 da NBR 541 9 (Tabelas 12 .2, Se as condíções de influências exlernas ou a situação da

I Tabela 12.2 • fator A: Tina de OCUf!!!SÕO da eafnltura ('!'.abéla B.1 da NBR 5419) l
Tipo de cx:upação Fator A
Casas e ou1ras estruturas de pone equivalente 0,3
Casas e outras estruturas de porte equivalente com antena externa 0,7
Fábricas. oficinas e labomtórios 1,0
Ediíícios de escritórios. hotéis e ,,p-.m,unc.ntos e ouiros edifícios residenciais não incluídos a seguir 1.2
Locais de afluência de público (1>0r exe,nplo: igrcjo\S, pavilhões. teatros. ntuscus. exposição. lojas de t,3
dep-.1nan1ento~correios, estações e aeroportos. estádios de esportes)
Escolas. hospi1ais, creches e outras instituições. estruturas de 1nlíltiplas atividades 1,7

I Tabela 12.;J • fa1ot, B: Ti~ de constn,,ão da estrutura ('!'.abela B.2 da NBR 5419) 1
Tipo de ton.st ruçáo Fator B
Es.trutura de aço revestida, com cobertura não·metáfica 1 0,2
Estrutura de concreto annado. com cobertura não-n1e1álica 0.4
Estrutura de aço reves1ida1 ou de concreto annado, co1n cobertura n1et:11ica 0,8
E.\trutura de alvenaria ou concreto sin,ples. con, qualquer cobertur.1, exce10 metálica ou de palha t,O
Estrutura de n1adeir.1. ou revestida de n1adeira. co111 qualquer cobenur.1. exceto n1e1álica ou de palha 1.4
Estrutura de n1adcira. alvenaria ou concreto si,np1cs. con1 cobertura ,netálic.;.t 1.7
Qualquer estrutura co1n 1e10 de palha 2.0
1. f..si rutur.tS de nli!tlll :tp:i.ren1c que $C}am ('Ontínuas até o nível do solo estão éx('.luí<.1'1$ tk.st:l l;tbela.. porque rcquen,m lipt·nas um su1)si.stc1na dé
;tlcrr.unento.
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Capirulo 12 • Proleções contra sobretensões 375

(!abela 12A • Fator C: Conteúdo ele estnitura (Tabela B.3 da NBR 54191. 1

Conteúdo da estrutura ou efeitos-indiretos Fator C


Residências co,nuns. edif ícios de escritórios. fábricas e ofici nas que não con1enha1n objetos de valor ou ))articular-
1nentc suscetíveis a danos
0,3

Estruturas industrh,is e agrícolas contendo objetos paniculanncntc suscetíveis a danos' 0,8


Subestação de e nergia elétrica, usinas de gás, centrais telefônicas, estações de rádio 1,0
Indústrias estn.itégicas. n1onun1entos antigos e prédios his16ricos. 111useus. g:\lerias de-tirte e ou1ras estruturJS con1
1.3
objetos de valor especial
Escolas. hospitais. creches e outra.,; insti1uiçõcs! locais de afl uência de plíblico 1,7
No1a:
1. lostalação de alto \ alor ou n,areriais vulncrá.,-cis a il'WXndios e ài suas con.scqüéncias.
1

Tabela 12.5 • Fa- D: Localização da estrutura (1'.abela B.4 da NBR 5419) 1


Localização Fator O
Estrutura localizada cn1 urna grande área contendo estrutura.$ ou ár\'orcs d;.1 n1esn1a allurd ou n1ais altas (por
0,4
exe1n1>lo: en1 grandes cidades ou e,n nores1a)
Estrutura localizada en1 u,na área contendo pouc.as estruturas ou árvores de altura si1nilar 1,0
Estrutura con1p1e1nentar isolada ou que uhrapassa no 1nínin10 du:1s vezes a altura de estrutura ou árvores
2,0
próxin1as
Indústrias estratégicas. monun1entos an1igos e prédio..~ his1óricos. n1useus, galerias de arte e oulr':lSes1rutunts com
1,3
objetos de valor especial

I Tabela 12.6 • Fator E: Topi,grafia da !!19ião (!abela B.5 da NBR 54,1 9)


Topografia Fator E
Planície 0.3
Elevações n1ode1Jdas1 colinas 0. 1
Montanhas entre 300 me 900 n1 1,3
Montanhas acima de 900 n1 1,7

edificação tiverem-se alterado favoravelmente, estaremos o índice ceráunico da região (T,, > 25) e a configu-
superdimensionando a proteção contra surtos. Por exem· ração da instalaÇ<io da rede (aérea), para, assin,,
pio: construção de edificações mais altas, que melhoram determinar a necessidade da instalação da proteção
as condições de proteção ela eclificaçfo no local; refor- para surtos induzidos.
mas na própria edificação; algum outro fator que tornou O intervalo compreendido por 10-s s N,,r < t0-3
aquele SPDA desnecessário, embora ele não tenha sido
é mencionado na N BR 5419 como sendo motivo de
desinstalado. estudo individualizado (caso a caso) em função da
• N,0 s 10- s (um dano a cada 100 mil anos): freqüên- ocupação, utilização, construção e localização da edi·
cia ele danos considerada aceitável pela NBR 5419. íicaç.ão, da instalaç"ão e seus componentes. Portanto, a
Com isso, entende-se que, probabilisticamente, somen- necessidade e o tipo de proteção contra surtos cle1:>en·
te haverá uma incidência direta de raio a cada 100 mil derão de decisão simultânea tomada quanto à instala·
anos na eclificaç.'lo. Nessas condições, eleve-se verificar ção ou não do SPDA no local.
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376 lnslakições elétricas

Dispositivo de Proteção contra Características dos DPSs


Surtos (DPS) • Nível ele proteção de tensão do OPS (U,): valor que é
Segundo a NBR IEC 61643- 1, o DPS é um dispositivo caracterizado pela limitação de tensão do DPS entre
destinado a limitar as sobretensões transitórias (chamado seus terminais.
atenuador de tensão ou supressor de surto) ou a desviar • Tensão residual do DPS (U•.,): valor do pico da ten-
correntes de surto (chamado comutador de tensão ou são entre os terminais do DPS devido à passagem da
curto~circuitante). corrente de descarga gerada pela atuação do DPS.
Para uma correta análise e comparação de produtos • Tensão de operação contínua cio DPS (Uc): máxima
tensão que pode ser aplicada continuadamente ao
por parte do projetista, os fabricantes devem íornecer as
modo de proteção do DPS sem comprometer seu
seguintes in(ormações dos DPS:
funcionamento. Éa tensão nominal cio OPS.
• Nome do fabricante ou marca con1ercial e n1odelo. • Modo de proteção do DPS: cada possibilidade de liga-
• Método de montagem ou modo ele proteç.10, prefe- ção de um DPS na instalação (entre: fase / fase, fase /
rencialmente acompanhado de croqui orientativo de neuuo, fase/ terra, neutro/ terra e outras combinações).
posicionamento na instalação. • Corrente máxima do DPS (!"""): valor de crista de um
• Tensão máxima de operação contínua U0 que é a in1pulso utilizado na forma de onda tempo X corren-
tensão nominal do DPS (um valor para cada modo de te para ensaio do DPS.
proteção), e freqüência nominal. • Corrente nominal do DPS (/,,.): fração do valor de
• Classificação ele ensaio (classe I, li ou Ili) e parâme- crista de um impulso cuja forma de onda tempo x
tros de descarga. corrente representa o mais fielmente possível o
• Corrente máxima /";.x (kA), parâmetro da onda em impulso gerado pelos surtos induzidos. É utilizada
que o OPS foi ensaiado. para ensaio e classificação de DPS classe li. A N8R
• Corrente ele impulso 11,,, (kA) e carga Q (A.s), para o IEC 61643-1 utiliza o parâmetro l.v também para
DPS classe 1(valor para cada modo de proteção). determinar a vida útil do DPS. Ele deve suportar, pelo
• Corrente de descarga nominal l ,v (kA) para o DPS menos, 15 a 20 surtos com o valor de l,v.
classe li (valor para cada modo de proteção). • Corrente de impulso do DPS (I".,): fração do valor de
• Nível de proteção de tensão U, (valor para cada crista (l,,wc) de um impulso cuja íorma de onda temr>0
modo de proteção). X corrente representa o mais fielmente possível o pri·
• Suportabilidacle a sobretensões temporárias. meiro golpe de uma descarga atn1osíérica. Esta é uti·
• Suportabilidade a correntes de curto-circuito no ponto lizada para ensaio e classiíicação de DPS classe 1.
ele instalação. Outro parâmetro importante a ser considerado na
classificação deste OPS é a carga (Q), em Ampére por
Parâmetros mínimos que devem constar dos dados de segundo; dessa forma~ pode~se conhecer a energia
placa do DPS, bem como das especificações ele projeto: que o DPS suportará ao dissipar a corrente impulsiva.
• DPS Classe 1: Uc, u,, l,,;,x. 1.,..., Q e curva 'T,ff,' de
ensaio; Classificação dos DPS
• DPS Classe li: Uc, U,, I,,;,,, /,v e curva 'T,ff,' de Segundo a NBR IEC 61643-1, um DPS é classiíicaclo
ensaio; conforme as especificações de construção cio fabricante
• DPS Classe 111: Uc, U,, Uoc, ''""'' l.v, e, principalmente, a função cios parâmetros de ensaio a
que é submetido:
Tipos de DPS • Classe I
DPS ensaiado em condições de corrente que melhor
• DPS comutador de tensão ou curto-circuitante simule o primeiro golpe da descarga atmosférica, 1,..,
Dispositivo que tem a propriedade de mudar brusca- (kA) sob carga Q (A.s) (surtos conduzidos). A literatura
mente o valor de suil i,npedância, de n1uito alto para internacional adota como onda que melhor simula o
praticamente desprezível, em (unção do aparecimen· impulso para este ti1>0 de ensaio aquela que tem tem1>0
to ele um impulso ele tensão e,n seus terminais. de frente (T,) ele 10 µsao atingir 90% da corrente máxi·
• DPS atenuador de tens.ia ou supressor de surto ma do ensaio e tempo de cauc~, (T2) de 350 µs para
Dispositivo que tem a propriedade de mudar paulati· atingir SOo/o da n1esn1a corrente. Daí, curva 10/350.
namente o valor de sua impedância, de muito alto • Classe li
para praticamente desprezível, quando aparece um DPS ensaiado em condições de correntes que melhor
impulso de tensão em seus terminais. simulem os golpes subseqüentes elas descargas
• DPS combinado atmosféricas e as condições de influências indiretas
Incorpora no mesmo dispositivo as propriedades dos nas instalações, l .v(surtos induzidos). Têm tem1>0 de
DPSs comutadores e dos atenuadores de tensão. frente ele 8 µs e de cauda de 20 µs. Daí, curva 8/20.
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Capitulo 12 • Proleções contra sobretensões 377

• Classe Ili Seleção dos DPS


Por ser um dispositivo atenuador de ajuste de tensão,
A correta seleção de um DPS depende da definição
utilizado em níveis internos ele proteção, este DPS é
dos seguintes parâmetros:
ensaiado com forma ele onda combinada, isto é, com
um 'gerador combo', circuito aberto. Aplica-se no DPS • Tensão de operação contínua do DPS (Uc). A determi·
um im1>ulso de tensão (Uoc) ele 1,2/50 µs e um impul- nação do valor ele Uc depende do conhecimento cio
so de corrente (/.vl de 8/20 µsem curto-circuito. Dessa modo ele 1>r01eção e do esquema de aterramento da ins-
relação ele valores aplicados (\/, 1), obtém-se um resul- talação, para aplicá-los de forma direta à Tabela 12.7.
tado conhecido como impedância fictícia CZ..), que não
pode ultrapassar 2 O. EXEMPLO
Definidas as classificações cios DPSs, conhecendo sua
• Tensão da instalação: 220 I 380 V.
forma de operação e aplicação, há como desenvolver as
• Esquema de aterramento empregado: TN·C.
seguintes associações de conceitos: • Modo de instalação do DPS: Entre os condutores de
• Riscos de danos provenientes cios efeitos indiretos Fase e PEN.
gerados pelas descargas atmosféricas nas linhas de
alimentação que adentrem a edificação •surtos indu· Uc = 1,l X 220 = 242 (V) (12.5)
zidos• DPS Classe li instalado no primeiro nível de A especificação do DPS deve ser no valor comer-
proteção. cialmente disponível de Uc imediatamente superior ao
A proteção contra riscos indiretos eleve ser feita, basi- calculado. Para esse caso, 250 ou 255 V são opções
came1\le, com DPS de característica de atenuador de ten· tecnicamente viáveis.
são (supressores de surto) ou combinado. Vale lembrar
que esse tipo de proteção também é eficaz para os efei· Corrente de impulso (11MP) para
tos cios surtos de tensão causados por manobras na rede.
DPS classe I e nominal (IN)
• Riscos de danos provenientes do impacto direto das
descargas atmosféricas no SPDA, em outros compo- para DPS classes li
nentes da instalação ou muito próximo a ela ..surtos A NBR 5410 fornece parâmetros mínimos para a
conduzidos• DPS Classe I instalado no primeiro nível especificação do conjunto ele DPS no primeiro nível ele
de proteção. 1>roteção da instalação e determina um estudo de neces·
A proteção contra riscos diretos deve ser feita, basica· sidade ele proteção nos demais níveis, baseado nos valo·
mente, com DPS com característica de comutador de ten· res de suportabilidaele a tensões impulsivas.
são (descarregador de corrente) ou combinado, minimi- Entretanto, os dados que constam da IEC 62305·4
zando o surto por meio do escoamento ele uma parcela da fornecem os valores das correntes ele primeiro raio para
corrente impu lsiva diretan1ente pa ra a terra e/cu para os as condições de correntes de impulso conduzidas, em
condutores de alimentação da instalação (concessioná· função cio nível de proteção atribuído ao SPDA a ser ins-
rias e redes de serviços públicos), dependendo do esque- talado no local. Esses valores permitem dimensionar
nla de aterramento no local. com maior precisão a corrente 1,.,,,. para o DPS classe 1.

E '° 12,7 • Va lOI' minima de U, exigível da DPS, em função cio esquema de atel'l'amento (Ta bela
49 da N BR 541O! .,

DPS conectado entre


Esquema de a terramento
(modo.de instalação)
IT com neutro IT sem neut ro
Fase Neutro PE PEN TT TN·C T N-S
d ls1rlbuído dis1ribufdo
X X l , t Uo 1,1 Uo 1,1 Uo
X X 1.1 Uo l.l Uo '13 Uo u
X X 1,1 Uo
X X Uo Uo Uo
No1as:
1. A\ISÇnci.:i de indic:iç:lo significa q11,e :i conc.1C.'1.o considera.d., n.'lo se aplic.1 ao esquema de :uerr.'lmcnto.
2. Uo é a rc1tS:lo (a.se - nc1.11ro.
3. U é a 1cns.ió emre rases.
J. Os va.lon.'S ad«111a.dos de Ut p<>tlcm ser signific:ui\•ame111e $Uperiol'l!s :lOS. v:don.>s mfnin,os d:11abcl:t
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378 lnslalações elétricas

[ Tabela 12,8 • Exem~os de classificacõo de estruturas !Tabela 8 .6 ela NBR 54191 J


Classmcação Efeitos das descargas
Tipo da estrutura Nível de proteção
da estrutura atmosféricas

Perfuração da isolação de instnfações


elétricas, incêndio e danos m:ttcriais.
Residências Danos nom1al1nente li1ni1ados a ru
objetos no ponto de impacco ou 110
cantinho do raio.

Risco direto de incêndio e tensões de


passo perigosas.
Risco indireto devido à interrupção
Fazendas e estabeleci1nentos
de energia e risco de vida para anilnõlis 111 ou TV'
agropecuários
devido à perda de coniroles
eletrônicos. ventilação, suprin1en10
de alimentação e outros.

Danos às instalações elétricas (p. ex.:


Teatros, escolas. lojas de
iluminação) e possibilidade de pânico.
departa1nen1os, áre.as esporti- [I
Falha do sisten1a de alam1e contra
Estruturas co1nuns1 vas e igrejas
incêndio, causa,1do atraso no socorro .

Co,uo acin1a. alérn de efeitos indiretos


Bancos. co,npanhias
con1 a perda de conu1nicações. falhas [I
cornerciai!; e outros
dos compu1adores e perda de dados.
Como para escolas. além de efei1os
Hospi1ais. casas de repouso e indiretos para pessoas enl trata1nen10
prisões inte1Jsivo e dificuldade de resgate de
n
pessoas irnobilizádas.
Efeitos indire.tos confonne o contet'ido
das es1ru1uras. variando de danos
lndúsrrias Ili
pequenos a prejuízos inaceitáveis e
perda de produção.

Perda de 1>.'t1rin1ônio culturill


Museus. locais arqueológicos li
insubstituível.
Intem1pç.ão inaceitável de serviços
p6blicos por período breve ou longo.
Estruturas com Estações de 1eleeomunicação.
Risco indireto para as ilnediações devi- 1
risco confinado usinas elétricas, indústrias
do a incêndios, outros con1 risco de
incêndio.
Estruturas co1n Refinarias, postos de con1 •
Risco de incêndio e exploração para a
risco para os bus1ível, fábricas de fogos, 1
instalação e seus arredores.
arredores fábricas de 1nuniçffo
Es:1ruturas co1n lndústrias quín1icns. usinas Risco de incêndio de falhas de oper-~·
risco para o n1eio nucleares. laboratórios bío~ ção, con1 c-onseqüências perigosas para 1
a1nbic1ne quhnicos o local e para o n1eio ~trnbie,nc.
Notas:
1. Equip.,nlCnlos de 1ccnologia da informaç.ão ((:.TI) podem ser ins1al:.dos cnt lodos os lipos de cs1nuuras.. inclusive cs1ru1ur;is comuns. É
irnpra1icá\'CI a pro,1c.-ção rotai contra danos causados pelos raios dcn1ro dess.ns csiru1ur.1s: n~o obs1an1c.. Je\·enl ser 1omadas nl<:didas (confom1e
a ABN1' NRR .5410) de n1odo a limitar os prcjuf7,Q$ a nh·c is acci1ávci:s.
2. Es1n.,wra.s de ,nadeíra: n(\'el Ili: estru1uras 11fvel IV. Estnuuras con1eodo ptodu1os :i.gr(colas poicnclaln1cnte combtls1fvcis (pós de gt:ios)
sujei1os à explornç-1lo s!to considér:\dOit <.'Ont riSC(>p:tr.\ arredores.
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Copírulo 12 • Proteções contra sobretensões 379

[ Tabela 12.9 • Parâmetros aara a correnle ele simulacão ela Drimeira clescargc, atmosférica 1
Nível de proteçã o para o SPDA
Parâmetros de corrente
1 II Hl elV
Corrente de pico (kA) 200 150 100
Tempo de frente (T,) (1<s) 10 10 10
Tempo de 50% da cauda (T,) (j.<s) 350 350 350
Carga para condições de pritneiro raio (Q,)1 (C) 100 75 50
Energia específica (WIR)' (MJ/!!) 10 5,6 2.5
No1as;
1. Ocsde que par11! substancial da c.1.rsa lotal (Qi) cs1h•c.r conlid:t no prime.iro raio.
2. IX'Sdc que J),lrtc substancial d.-i energia ~pe,cflica (\V/R) csli\'c.r con1id:t no primeiro r:,io.

A NBR 5419 define os nfveis de proteção, consideran- EXEMPLO"-_


do: estrutura., utilização, localização, topologia e outros
(Tabela 12 .8). Para a edificação de uma indústria que esteja em
Para os casos de dano provocados por impacto dire- situação de risco coníínaclo (nfvel I de proteção) e seja
to na instalação, devem ser considerados os seguintes alimentada por uma rede trifásica com esquema de
parâmetros: aterramento TN-C:
• Corrente da descarga atn,osférica:
• Nível 1: 200 kA (10/350) µ.s
I = 200 kA, (10/350) µ.s
• Nível li: 150 kA (10/350) µ.s
• Corrente do surto conduzido ao interior da instalação:
• Níveis Ili e IV: 100 kA (10/350) µ.s
lsuRro = J/2 = JOOkA, (10/350) µ.s (na instalaç,io)
A IEC 62305-4 convenciona que a corrente elétrica • Número de condutores nietálicos, externos, que aden-
da descarga atmosférica se divide ao longo cio SPDA, tram na edificação:
sendo que, ao chegar ao solo, metade dessa corrente N = 4 (3 fases + PEN)
se dispersa nele e a outra metade retorna para a insta-
lação, em função da diferença de tensão que aparece • Corrente de surto imposta a cada condutor:
entre os aterramentos da edificação e da fonte de ali- l suar ocoNo = fsu•1'0IN = 100/4 = 25 kA
n1enlação.
A corrente ' "" especificada para o ors eleve ter
Conforme explicado no parágrafo anterior, é fácil
valor comercialmente encontrado imediatamente supe-
notar que, somente com o SPDA instalado, os níveis de
rior a l suftl'ocoso·
corrente e a tensão dos surtos que circulan, na instalação
elétrica desprovida de OPS aumentam descontrolada- A NBR 5410 estabelece limites mínimos de corrente
mente no monlento da ocorrência da descarga atn,osfé- para cada situac;cio:
rica, fator que eleva a probabilidade da ocorrência de
• I,.,,..= 12,5 kA, por modo ele proteção.
danos à instalação. Então, pode-se concluir que: SPOA
• 1,.,.,. =2 5 kA para DPS de neutro em ligações monofási-
não protege a instalação eléltica, tampouco seus compo· cas. Tanto para l,,.,r quanto 1:,.,1ra /,,,, o DPS cfe neutro é
nentes, elos (/anos causados por surlos de tensão. assin, denon1inado por ter características de suportabi-
Retomando o dimensionamento ele 1..,., o SPDA, lidade diferentes cios DPS utilizados em outros modos
en1bora passando a maior parte ele sua ~vida' sem con· ele ligação.
duzir corrente elétrica, deve, por definição, estar ele- • 1,.,,.. = 50 kA para DPS de neutro em ligações trifásicas.
tricamente vinculado à instalação elétrica através do
barramento ele eqüipotencialização principal (BEP), Se o estudo visa à proteção contra surtos induzidos e
seu foco é minimizar surtos já atenuados pela impedân-
tornando-se parte integrante dessa instalação. Assim, ao
cia das linhas ou por DPS classe I instalado a montante,
se calcular a proteção local contra impacto direto de
os valores ele 1.,. podem ser calculados pelo método cio
descargas atmosféricas, pode·se estimar o valor da cor·
nível de exposição a sobretensões indiretas, provenien-
rente atribuído ao primeiro nfvel de proteção para aque-
tes das descargas atmosféricas.
la edificação e dividir esse número pela quantidade de
condutores me1álicos que a adentram. F = T, (1.6 + 2l11r + 6) (12.6)
SU$W ü

380 lnslalações elétricas

Quadro 12.1 • Posicionamento, situ~ão e to~~ia da linha aérea e da edificasão


li = O- Pam linha aérea e edificação completamente envolvidas por outras estruturas
li = 0,5 - Para linha aérea e edificaçiio com algumas estruturas próximas ou em situação desconhecida
S = 0,75 - Para linha aérea e edificação em terreno plano ou descampado
ll = 1 - Para linha aérea e edificação sobre morro. em presença de água superficial e área mosa

Sendo: nominal /,v= 10 kA e outro com I,, = 20 kA é muito peque-


, F: Nível de exposição a surtos provenientes das na, se considerarmos as mesmas condições de exposição e
descargas atmosféricas atuação. Então., os parâmetros determinantes nessa compa-
, T,: Índice ceráunico raç,io serão o valor da mão-de-obra para instalação do DPS,
• L81.: Con1primento, em k,n, da linha aérea de ali· o provável tempo de parada para troca dos dispositivos e o
n,entação da instalação ncímero de uoeo:,s.
, ll: Posicionamento, situação e topologia da linha
aérea e ela edificação (ver Quadro 12 .1 ). Coordenação de proteção
Comparando o resultado obtido com os padrões esta· Determinação do nível de proteção de tensão (U,)
beleciclos a seguir, tem·se uma referência para o valor IN:
Um trecho da Tabela 12 .1, particularizado na Tabela
I' S 40 -> l ,v = 5 kA 12.1 O, permite exemplificar como definir o valor U1, para
um DPS e, ainda, entender o conceito do estabelecimen-
40<F S 80-> /,v=lOkA to dos níveis de proteção.
Ao se considerar que cada segmento contido em uma
F>10 ->l,v=20kA instalação elétric.a deve ter sua característica de suporta·
bitidade a impulso previamente definida, pode-se esta-
As correntes nominais n1ínin1as norn1alizadas são: belecer que o nível de proteção está localizado no ponto
• f,v = 5 kA, por modo de proteç.io. em que há alteração dessa categoria. No caso da rede
externa, quando para proteção de surtos conduzidos, o
• /" = 10 kA para DPS de neutro em ligações rnonofá- primeiro nível de proteção está localizado exatan1enl'e
sicas.
no ponto onde os condutores adentram a edificação, o
• f.v = 20 kA para DPS de neutro em ligações trifásicas.
segundo nível de proteção está localizado onde se inicia
É importante ressaltar que, no caso de instalar DPS a distribuição dos circuitos - geralmente, o quadro de
classe li no 1>rimeiro nível ele proteção da i11stalação, é distribuição principal (QDP) -, o terceiro nível está
prudente que l,v tenha valores maiores do que aqueles junto de outros quadros secundários (QDS), e assim
que constam da NBR 541 O. Essa afirmação tem o objeti· sucessivamente. Se a proteção visar a mitigar os surtos
vo de garantir a efetiva coordenação e a proteção do induzidos, o primeiro nível de proteção estará situado
conjunto (DPS Instalação), pois a vida útil do OPS classe diretamente no QDP, o segundo nível no QDS etc.
li, construído com componente(s) semicondutor(es), tipi· Em geral, não há linearidade espacial na determina·
camente varistor(es), está diretamente ligada a /N. Então, ção dos níveis de proteção. Uma edificação terá tantos
quanto maior /,v, maior será a vida útil provável do OPS. primeiros níveis de proteç.'io quantos locais em que con·
Outro fator de grande importância é a relação custo x juntos de condutores metálicos a adentrarem, bem como
benefício: a diferença de valor entre um DPScom corrente poderá ter mais de um determinado nível de proteção

I Tabela 12.1O • Cásp narticular da •Tabela 12. 1 qua nto à sunortabilidade a surtos J
Tensão nominal da Tensão de impulso suportá,·el requerida kV
instalação (V) Categoria de produto
P.roduto a ser utili,,ado
Produto a ser utilizado
em circuitos de Equipamentos de Produtos especial-
na entrad.a da insta-
distribuição e circuitos utilização ntc-nte protegidos
Sistemas trifásicos lação
terminais
Categoria de suporlabilidade a impulsos
IV llJ li 1
220/380 6 4 2,5 1,5
SU$W li

Capirulo 12 • Proteções contra sobretensões 381

(segundo, terceiro, etc.) repetido, dependendo da locali· Para a coordenação por tempo, considera-se que cada
zaç.io dos circuitos, componentes e equi1>amentos a DPS tem um tempo de resposta (atuação) em função cios
serem protegidos. componentes que foram utilizados em sua construção.
Como o nível ele proteção deve obedecer às tensões Geralmente, adota·se a seguinte correlação: DPSs com
impulsivas normalizadas, e a característica de U, en1 u,n nlaior capaciclacle de dissipação de energia levan1 mais
DPS é determinada pela tensão que aparecerá em seus tem1>0 1>ara 'sentir' o surto. Essa característica exige que
terminais a jusante do 1>0nto onde este estiver instalado, o projetista coordene adequadamente os dispositivos na
deduz-se que o DPS deve ter U, igual à categoria de instalação, para que o DPS mais robusto sempre atue
suportabilidade a impulso subseqüente ao seu ponto de primeiro.
instalação (ver Figura 12 .2). Para que haja coordenação efetiva, os fabricantes ado-
A NBR 54 1Odetermina que, quando for instalado um tam distâncias mínimas de condutores entre os níveis de
único conjunto ele DPS, no primeiro nível de proteção da proteção. Quando não existe essa distância n1ínima reco-
mendada, há necessidade da inserção no circuito de um
instalação, este deve possuir U, compatível com a cate·
elemento que 'atrase' o surto, geralmente indutores ou ter·
goria li para qualquer tensão ou sistema de distribuição.
mistores, a fim de fazer com que o DPS instalado no
Os conceitos de nível de proteção da instalação e
primeiro nível de proteção 'sinta' o surto e atue antes cio
classe do DPS não devem estar diretamente atrelados,
OPS instalado no segundo nível ele proteção, e assim
1>0r exemplo:
sucessivamente.
• O DPS classe I sempre deve ser instalado no primeiro
nível de proteção da instalação, quando o objetivo Posicionamento dos DPS no
for o da proteção contra surtos conduzidos. primeiro nível de proteção da
• O OPS classe li também pode ser instalado no
primeiro nível de proteyio da instalação, quando o
instalação
objetivo for o da proteção contra surtos induzidos, ou Seguindo a classificação das influências externas e
no segundo e demais níveis de proteção da instala- análise de riscos, a NBR 541 O divide em duas as possi-
ção, quando o objetivo for proteger contra surtos bilidades de instalação do conjunto de DPS no primeiro
conduzidos e houver um DPS cla.sse I já instalado no nível de proteção:
primeiro nível de proteção.
• Proteção contra surtos induzidos na linha externa de
• O DPS classe Ili funciona como 'atenuador local' que alimentaç.'io ou contra surtos causados por manobra.
praticamente restabelece as condições normais de Os DPSs devem ser instalados junto do ponto ele
tensão. Con1parado como un1 'ajuste fino' na prote- entrada da linha na edificação ou no QDP, localiza·
ção, está sempre instalado nos últimos níveis de pro· do o mais próximo possível do ponto de entrada.
teção, ou seja, exatamente antes do equipamento, Simplificando: para a proteção contra surtos condu·
algumas vezes embutido nele. ziclos, é correto instalar os OPSs sempre no QOP.

Categoria de suportabílidadc a irupulsos


JV ll1 o l
6 4 2,5 2,5

OPS OPS OPS OPS


U,=6 U,= 4 U,= 2,5 U.= l,5
kV kV kV kV

19 Ní\ el
de
Proteçào
1
2" Nível
de
Proteç,'io
39 Ní, el
de
Proteção
1 4 9 Ní\'el
de
Proteção
-
Ex: Ponto Ex:QOP Ex: QOS Ex:
de ou Ton1adas
Entr:ida 1·on,ndas pnra E'fl

Figura 12.2 • Determinação de U, e coordenação a suportabilidade de tensõo impulsiva


SU$W li

382 lnslolações elétricas

• Proteção contra sobretensões provocadas por descar- prescreve que o circuito do DPS deverá ser provido de
gas atmosféricas diretas sobre a edifiC<1ção ou próxi· proteção contra curto·circuito instalada a n1ontante. As
mo a ela, surtos conduzidos. Os DPSs devem ser ins- alternativas de arranjos J>ara instalação desses clispositrvos
talados unicamente no ponto de entrada da linha na podem permitir, na hipótese de falha cio DPS, priorizar a
edificação. O ponto de entrada da instalação na edi- continuidade do serviço ou a continuidade ela proteção.
ficação é definido pela NBR 54 1O como o ponto em Então, os dispositivos de proteção contra sobrecorrentes
que o condutor penetra (adentra) a edificação. Vale podem estar posicionados:
salientar que nem sempre o QDP está posicionado
• Em série com a linha ele conexão do DPS - esse dis-
nesse local. Assim, medidas devem ser estudadas para
positivo ele prOleção também pode ser um desligaclor
que se cumpra essa deternlinação.
interno que, eventualmente, integre o dispositivo, mas
~ admitida apenas uma exceção: quando há edifica- não deve ser confundido com o dispositivo desligado,
ções de uso individual, atendidas pela rede pública de auton1ático instalado nos DPSs à base de varistores
distribuição e,n baixa tenS<io, a barra PE utilizada na caixa para prevenir as falhas causadas por correntes de ava-
da medição deve ser interligada ao BEP, e essa caixa de lanche. Essa ligação assegura continuidade de serviço,
medição não deve distar mais de dez metros do ponto de mas signiíica ausência de prOleção contra qualquer
entrada da instalação na edificação. Nessas condições, os novo surto que venha <'l ocorrer antes da troca do DPS.
DPSs podem ser instalados junto do barramento na caixa • No circuito ao qual está conectado o DPS - corres-
de medição. ponde, geralmente, ao próprio dispositivo de prote-
ção contra sobrecorrentes do circuito. Afeta a conti·
Condutores de conexão nuidade do serviço, uma vez que a atuação do
dispositivo de proteção, devido à falha do DPS, inter-
entre DPS e instalação
rompe a alimentação do circuito. Cuidados especiais
O comprimento dos condutores para a conexão do com a coordenação devem ser considerados.
DPS deve ser o mais curto possível, sem curvas ou • Em uma repetição da primeira situação., com redun·
laços. No prin,eiro nível de proteção, o comprimento dância da proteção. Embora ele maior custo, essa
total do condutor de ligação não deve exceder 0, 5 m. A alternativa mi nimiza a possibilidade ele perda de pro-
justificativa dada para a coordenação por tempo pode teç.io contra surto em caso de dano em um dos DPSs.
ser utilizada para explicar essa prescrição. Se, nas con .. Para essa situação, os dispositivos devem ter as me-s·
dições de instalação o DPS, for posicionado no quadro mas características técnicas.
de modo a existir excesso de condutores - as íamosas
'folgas' -, poderão ocorrer as seguin1es situações de O dispositivo de 1><oteção contra sobrecorrentes a ser
mau funcionamento: instalado deve possuir corrente nominal compatível à indi-
cada pelo fabricante do DPS. A capacidade de interrupção
• Excesso de cabo a montante do DPS. Atraso no deve ser superior ou igual à corrente de curto-circuito pre-
tempo de atuação do dispositivo, fazendo com que sumida naquele ponto.
uma parcela n1aior de surto passe para o próximo A seção nominal dos condutores destinados à cone-
nível de proteção ou para a instalação. xão do dispositivo de proteção co11tra sobrecorren1es
• Excesso de cabo a jusMte do DPS. Dificuldade na es·peciíicamente previsto para e-liminar um curto-circuito
dissipação da corrente do surto, elevando a energia aos condutores de fase do circuito deve ser dimensiona·
dissipada (calor) no DPS e chegando, em situação da, levando em conta a n1áxin1a corrente de curto-circui-
extrema, a explodir o dispositivo. to possível no local. Essa recomendação também eleve
A seção nominal mínima do condutor para interligação levar em consideração a seção mínima estipulada para
do DPS à instalação deve seguir as seguintes prescrições: esses condutores.

• Proteção contra surtos induzidos. No mínimo 4 mm'


em cobre ou equivalente.
Coordenação entre DPS e
• Proteçc:io contra surtos conduzidos. No mínil'no 16 mn1 2 dispositivos DR
em cobre ou equivalente. Devem ser respeitadas as seguintes condições:
• ~ ra prevenir desligamentos intempestivos do DR cau-
Obrigatoriedade de proteção sados por correntes de fuga inerentes ao DPS, especi-
contra sobrecorrentes ficamente aqueles que utilizem componentes semi-
Por atingir o final de sua vida útil ou por falha interna, condutores, o DPS deve ser instalado a montante do
há a possibilidade de o DPS entrar em curto-circuito per· dispositivo DR.
manentemente, criando uma falta à terra naquele ponto • Quando, por qualquer razão, o DPS for posicionado a
do circuito. Prevendo esse tipo de situação, a NBR 54 1O jusante do dispositivo DR, seja ele instantâneo ou tem-
SU$W li

Copirulo 12 • Proteções contra sobretensões 383

porizado, também deve possuir imunidade a correntes rer o rompimento de um condutor de alta tensão e seu
de surto de, no mínimo, 3 kA (8/20). DR tipo 'S'. contato con, um condutor de baixa tensão nas linhas
aéreas de distribuição, o que não é n,uilo cornun, nas ins-
talações de consumidores. Nessas instalações, geralmente,
12.3 Sobretensões causadas os circuitos de alta e de baixa tensào estão contidos em
por falhas da isolação para condutos separados, por exemplo, bandejas ou escadas
para cabos superpostos, ou, ainda, em eletrodutos. Di-
outra instalação de tensão ficilmente, os condutores de AT e BT compartilham o
mais elevada 1 mesmo conduto (p. ex., a mesma bandeja).
l recomendado que os condutores de baixa tensão
Considera-se, aqui, o caso de instalações elétricas de não utilizem os mesmos condutos que os condutores ele
baixa tensão alimentadas a partir de subestações de alta tensão, a não ser que sejam tomadas inedidas para
transformação de responsabilidade do consumidor, ou evitar que os condutores de baixa tensão sejam submeti-
seja., locais (p. ex., industriais) que possuem subestação dos a uma tensão superior à sua tensão non,inal, mesmo
própria e/ou circuitos ele distribuição em alta tensão. no caso de falha da isolação dos condutores ele alta ten-
O contato acidental entre condutores vivos de alta e são, o que pode ser conseguido, por exemplo, por meio
ele baixa tensão, bem como o contato entre os enrola- ele uma barreira que separe os dois circuitos.
1nentos de alta e de baixa tensão em un1 transformador Para as instalações com esc1uema IT, recomenda-se
com cleieito, faz com que o mesmo potencial (ou prati- ligar um limitador de sobretensões na origem da insta-
can,ente o mesmo) apareça em ambos os circuitos, de lação, entre o eletrodo de aterramento (das massas) da
alta e de baixa tensão, através do ponto ele contato. Se instalação e o ponto neutro ou um condutor de fase.
a instalação de baixa tensão não tiver seu neutro dire-- A seguir, apresenta-se o caso da ocorrência de un,a
tamente aterrado (esquema IT), seu potencial atingirá o falta para terra na instalação de alta tensão ocorrida
ela instalação de alta tensão. No entanto, se a instala- por causa ele um condutor rompido e caído ao solo ou
ção de baixa tensão tiver seu neutro diretamente ater· pelo contato acidental da fase-carcaça no interior do
rado (esquema TN ou TT), embora possa circular uma transfornlaclor.
corrente elevada a partir cio circuito de alta tensão, o Se as massas da instalação ele baixa tensão estiverem
potencial atingido na instalação de baixa tensão será ligadas ao eletrodo de aterramento da subestação (ver
muito menor. Figura 12.3), situação muito comum, a falta para terra na
São extren1amente raros os deíeitos en, transformado· alta tensão poderá levar as massas cio lado da baixa ten-
res que dêem origem a contatos entre enrolamentos de são a potenciais perigosos, isto é, poderão surgir tensões
alta e de baixa tensão. Por sua vez, é mais provável ocor- de contato perigosas.

AT 13T
~
'/-V "'V \. -' y -V-V R

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~ lpRA = Un
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Figura 12.3 • Folto poro terra no AT: esquemo TN com mossos interligado,

1. Coh1bomç~ do El•S.· (iilbcno José C.:ipc.lcuo.


SU$W ü

3 84 lnslakições elétricas

Nesse caso, a condição de proteção pode ser escrita


(12.8)
!?, s e;:: (1 2.7)
sendo U, a menor tensão suportável ~. íreqüência indus·
sendo ft,.. a resistência de aterran1ento da subestação triai dos equipamentos de baixa tensão (da instalação ou
(O), U11 a tensão de contato presumida corres1>0ndente da subestação, conforme o caso).
ao tempo de atuação da proteção da rede de alta tensão No que tange às medidas de proteção contra os elei-
ou, caso o tem1>0 não seja conhecido, a tensão de con· tos provocados por falta para terra na instalação ele alta
tato limite (U 11 = U 1) , e / 1, a corrente máxima de falta tensão, utiliza-se o conceito da eqüipotencialidacfe.
para terra na instalação de alta (An, valor a ser forneci- Devido à impossibilidade prática de ser conseguida a
do pela concessionária de energia elétrica. eqüi1>0tencialidade em sua expressão máxima, a to1>0lo-
Por exemplo, se o tempo de atuação da proteção for gia de potenciais deve ser a mais plana possível em toda
0,03 s, U11 = 580 V (admitindo Situação 1) e se a cor- a região da instalação (ver Figura 12.6). Para garantir a
rente de falta for I,= 500 A, a resistência de aterramento segurança das pessoas contra tensões de transferência,
deverá ser eleve-se obedecer à expressão
Um;, (x,y) - Um;. (x,y) :S Un(t) (12. 9)

onde:
Se as massas da instalação de baixa tensão não forem
interligadas ao eletrodo de aterramento da subestação • (x, y) indica todos os pontos da região onde 1>0derão
(ver figuras 12 .4 e 12 .5), enfatiza-se a necessidade de ser encontradas massas de ec1uipamento.
evitar, no caso de falta para terra no sistema de alta ten· • U,,;, (x, y) é a maior tensão em relação à terra que
são, o surgimento de 1ensões superiores à tensão supor· aparece na região (x, y) quando ele uma falta íase-
tável à freqüência industrial: lerra.
• U.,rs (x, y) é a menor tensão em relaç.io à terra que
• De qualquer dos equipamentos ligados à instalação aparece por ocasião de uma falta fase-terra.
de baixa tensão, se o neutro for ligado ao eletrodo de • U8 (t) é a tensão máxima de contato permitida.
aterramento da subestação (ver Figura 12 .4).
• Somente dos equipamentos ele baixa tensão ligados • (t) é o tempo máximo de operação da proteção para a
ao eletrodo de aterramento ela subestação (geral- corrente de falta fase-terra, no local, sendo que o
mente, equipamentos BT da própria subestação), se o valor ela corrente de falta eleve ser fornecido pela con-
neutro for ligado ao eletrodo das massas ou a outro cessionária.
eletrodo independente (ver Figura 12 .5). Além dessa precaução, eleve ser garantida a segurança,
Para atender a essas prescrições, basta que no que se refere às tensões de passo, pela expressão

Subes1ação Instalação BT
AT BT
., y ~ • . R

-
.I y y - T
s

-Ir,
y y y .
.
T

Faha

lp
! ~ 1

~11/i!I
PE U0 = O

-- 1
--
Figura 12.4 • Folta poro terra no AT: esquemo TN com ma, ,o, nõo interligada, e neutro ligock, oo eletrodo do subestaçõo
SU$W ü

Capirulo 12 • Pro!eções contra sobretensões 385

Sul>estação Instalação BT
AT
y
llT
' '
.. R
.11
., y y y s
1

./
--
T T Y .11 T
.1
.. N

Falia .11
· ~. PE
1 .1
.1 l
l =O

)uQ: IFRA1 ) Q uedu no
1lCUlfO

-~
. RA ///////////// ! "'.::!:- II//IIIIIIII!
Figura 12.5 • Falta para terra na AT: esquema TN com mossas não interligados e neutro ligado ao eletrodo independente

U(x.y) passos U,(t) (1 2.10) • Ujt) é a tensão limite de segurança para o tempo
onde: máximo ' t' de abertura da proteção, para a corrente
• U (x, y) passo é a tensão máxima de passo pern,itida ele falia fase-terra no local. O valor da corrente ele
para qualquer ponto (x, y) do local. falta deve ser fornecido pela concessionária.

• U (x,y)

.
l.JJ-~""-'*'..;....;+,+~,._~~~--x
,•,• ,, ,•,
y
,: , : ,
.
,, •, ·: ,' •,'
1

,:, :~.... ~· ~;?~:::t;!--


:• ,:, , Malha de a1crra1ncn10
Observação: o nún1ero de hastes. a proníundidade
1
,
.,, .. \ \ , • ..
,..-.} ~ :,.-..~ • ·;V
,##.. . d e caua
., un1a,o a1·astan1cn10 entre e1as e sua
;.,{:_'.;; .:". ••'\ ,_. configuração geográfica são logicamemc
'-Httste função do projeto e dos ajustes após as
ncccs.-.árias 1nedições dos potenciais.
L!.U,o.(x = (U •.1,.(x.y)- u.,N.(x,y))
para (x,y) e corrente na malha l 1 no ponto X.
\
1
U (x.y) X
Corte Ox ou Ov
U,-d~

.••
o : u>t.<x.:•
A F
Hastes

Figura 12.6 • Plonificoçõo do topologia de potenciais


SU$W ü

386 lnslalações elétricas

EXERCÍCIOS

1. Apresente dois exemplos de causas de sobretensões transitórias.


2. Quais são as quatro categorias de produtos cios quais se exige a suportabiliclade a impulso em instalações de baixa
tens.'io, como descríto da NBR541O?
3. Quais situações ele surtos devem ser previstas para definir a necessidade da proteção?
4. Quais sào as condições mínimas para proteção da instalação elétrica, segundo as NBR 5410 e NBR 54191
S. Quais são os fatores que elevem ser considerados para que o projetista defina se a proteção a ser instalada será
contra surtos conduzidos ou induzidos?
6. Quais são os fatores que influenciam no cálculo da freqüência admissível de danos?
7. Segundo a norma NBR IEC 61643-1 , o que é um OPS1
8. Quais são os três tipos de OPS?
9. Quais as possíveis situações ele mau funcionamento se, nas condições de instalação, o OPS for posicionado no
quadro ele modo a existir excesso de condutores, as famosas 'folgas'?
10. Quais são as seções nominais mínimas do condutor, para interlig<1ção do DPS à instalação contra surtos induzidos
e conduzidos?
SU$W ü

13

Dimensionamentos

13. 1 Circuitos de motores dos pela NBR 541 Oe apresentados na Seção "Limites de
queda de tensão e<;tabelecidos pela NBR 54 1 o•, no
Introdução Capítulo 9.
Basicamente, existem três configurações clássicas para
Vimos antertiormente que as características que dife-
a ligação de equipamentos a motor. ~o elas:
renciam os equipamentos a motor das demais cargas e
também os dois grandes grupos em que podem ser dividi- (a) Circuitos terminais individuais, um para cada motor,
das tais cargas: inclus(riais e similares e residenci(1is e partindo de um quadro de distribuição (p. ex., um
con1erciais. Agorc1, o assunto é o din1ensionamento dos cir- CCM); eventualmente, poderão partir, do quadro,
cuitos terminais e de distribuição que alimentam as cargas, circuitos terminais para outras cargas; é a configura-
de acordo com as prescrições da NBR 54 1O, quais sejam: ção mais comum (Figura 13.l(a)).
(b) Circuitos ele distribuição com derivações em pontos
(a) Cargas industriais e similares:
determinados e com circuitos terminais individuais
• Motores de indução de gaiola trifásicos de (um por motor), podendo também existir derivações
potência não superior a 150 kW (200 CV), para outras cargas; caso típico de instalação com
com características normalizados conforn1e a barramento blindado (Figura 13.1(b)).
NBR 7094. (c) Circuito terminal único que serve a vários motores e,
• Cargas acionadas em regime S, e com carac- eventualmente, a outras cargas; caso típico de moto-
terísticas de 1><1rtida conforme e<;peciíicadas res de pequeno porte (figura 13 .1 (c)).
na NBR 7094.
A Figura 13.2 indica os diversos componentes dos
(b) Cargas residenciais e comerciais: circuitos de equipan1entos a n1otor, no caso n1ais geral:
• Motores de potência non1inal não su1>erior a
1,5 kW (2 CV), constituindo parte integrante • Conduto,es do circuito terminal: condutores que vão
ele aparelhos eletrodomésticos e eletroproíis- desde o QO, na configuração (1 ), ou desde o circuito
sionais. de distribuição, na configuração (2), até o motor.
• Dispositivo de proteção do circuito terminal: disposi-
Os equipamenl'os a n1otor não deve1n, durante sua tivo com a função de proteger os condutores do cir-
partida, causar perturbações inaceitáveis na rede de dis- cuito terminal, o dispositivo de comando e o motor
tribuição, na instalação propriamente dita e nos demais contra correntes de curto-circuito; geralmente, dispo-
equipamentos. Énecessário consultar sempre as conces- sitivo fusível (Figura 13.3).
sionárias para a partida direta de motores com potência • Dispositivo de seccionamemo: destina-se a desligar o
acima de 3,7 kW (5 CV), em instalações alimentadas por circuito tern,inal, o dispositivo de con,ando e o motor;
rede pública em baixa tensão. Por outro lacto, durante a geralmente, são usaclos seccionadores, interruptores
partida, a queda de tensão nos demais pontos de utiliza- ou dis1>0sitivos que atuam sobre contatores e que pos-
ção d;. inst;.layio não deve ultrap<1ssar os valores indic.:1- sam ser travados na posição aberta (Figura 13.3).
SU$W ü

388 lnslala900s elétricas

QI) - - - ~ - - - - -
Circuito de dis:tribuiçrto

Circuitos
tenninai.s

,.
~1otores Ou1ras t-.1otorcs Outras
cargas cargas
(a) (b)

ºº---~-----
Circuito 1cnnin:rl

Motores Ou1r.,s
cargas
(e)

Figura 13.1 • Configurações de circuitos de motores: (a) circuitos terminais individuais; (b) circuito de distribuição
com derivações; (c) circuito terminal com derivações

Dispositivo de protcçito
/ de reia.guarda

Condutores do circuito
~ de diS1ribuição

Dispositivo de pro1cç.\o
....____ do circuito tenninal

~ sposilivo de scccion:uneruo

l --- Condutores- do t·ircuito


.,._ circuí10 tcnninal

---
Dispositi\'O dé co1nando

Oisposi1ivo de proteção
co,nra correntes de sobrctarga

~1otor

Figura 13.2 • Componentes de circuito de motor


SU$W ü

Capítulo 13 • Dimensionamentos 389

• Dispositivo de comando: dispositivo cuja finalidade


principal é partir e parar o motor; geralmente, um
contator (Figura 13.4).
• Dispositivo de proteção do motor: dispositivo desti-
nado a proteger o motor contra correntes de sobre-


carga; geralmente, um relé bimetálico (Figura 13.S).
Condutores do círcui/o de distribuição: condutores •• ••
que alimentam o quadro ele distribuição, na configu-
ração (1li ou diretamente os circuitos terminais, na
configuração (2). Figura 13 -6 • Chave de portído direto de motores
• Proteção de retaguarda: dispositivo que protege o cir- • Dispositivo de comando (p. ex., contator tripolar).
cuito ele distribuição contra corrente de curto-circui- • Dispositivo ele proteção contra correntes ele sobrecar-
to; geralmente, dispositivo íusível. ga (p. ex., relé bimetálico).
• Proteção do circuito terminal contra correntes de cur-
tos-circuitos (p. ex., clíspositívo fusível).
Partida de motores
trifásicos de gaiola Um desses dispositivos é mostrado na Figura 13 .6.

Partida direta Pa rtida indireta


Sempre que possível, a partida de um motor trifásico Caso a partida direta não seja possível, quer por
de gaiola deve ser direta, isto é, feita a plena tensão, por imposição da concessionária (que, no caso de instala-
meio de um dispositivo ele comando - geralmente, um ções de baixa tensão, costun,a exigirque n1otores acin1a
contator. Existem conjuntos pré-montados 1>ara a partida ele 5 CV partam com tensão reduzida), quer por exigên-
direta cte n,otores, que reúnem no mesmo invólucro: cias da própria instalação, podem-se usar sistemas ele
partida indireta com tensão reduzida, com o objetivo ele
din1inuir a corrente de partida.
Em alguns casos, ainda, 1>0de ser necessária uma par-
tida mais suave, como é o caso de esteiras transportado-
ras, redutores. teares etc. Nesses casos, utilizam~se
n1uito: partida con1 chave estrela-triângulo e con1 chave
compensadora e sistemas de 1>artida suave (soft-starter).
Chave estrela-triângulo
Para a partida com chave esrrela-triângulo, é funda-
figura 13.3 • Chave seccionodoro mental que o motor possa trabalhar com ligação em
dupla tensão, por exemplo, 220/380 V, 380/660 V ou
440/760 V; os motores devem ter, no mínimo, seis bor-
nes de ligação.
A partida estrela-triângulo pode ser usada quando a
curva de conjugados de motor for suficientemente eleva·
da para garantir a aceleração da máquina com a corren-
te reduzida.
Na ligação estrela, a corrente fica reduzida em cerca
de 25% a 33% ela corrente de partida na ligação-triângu-
Figura 13.4 • Contotor lo; a curva do conjugado também é reduzida na mesma
proporção. Por esse motivo, sempre que for necessária
uma partida estrela-triângulo, deverá ser usado um
motor com conjugado elevado.
A Figura 13.7 apresenta uma chave estrela-triângulo
automática.
Na Figura 13.8(a), tem-se um motor com alto conju-
gado resistente (CR). Se a partida for em estrela, o motor
acelera a carga até a velocidade n, aproximadamente
85% ela rotação nominal; então a chave deverá permu-
Figura 13-5 • Relé bimetálico tar para a ligação em triângulo. Nesse caso, a corrente-
SU$W li

390 lnslakições elétricas

partida de motores de corrente alternada trifásica. Pela


variação do ângulo de disparo dos SCRs da ponte, conse-
gue-se variação da tensão eficaz aplicada nos tern1inais
motor. Assim, pode-se controlar a corrente de partida do

///,, CJC,,
6

5 2

4 e.
Figura 13.7 • Chove eslréki·triôngulo aulomálica
3
que era aproxin1aclamente a non1inal, ou seja, 100 por
cento - salta para 320 por cento, o que não é van-
tajoso, pois, na partida em Y, a corrente era somente de
2
190 por cento.
Na fig,ira 13.6(b), vê-se o motor com as mesmas carac-
terísticas, porém o conjugado resistente da carga é bem
n1enor. Na ligação Y, o motor acelera a carga até 95 por
cento da rotação nominal. Quando a chave é ligada em e.,
a corrente, que era aproximadamente 50 por cento, sobe O O'--~~~~~~~~~-"'
li
para 170 por cento, ou seja, praticamente igual à da parti-
O 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100%
da em Y. Aqui, a ligação estrela-triângulo apresenta vanta- rprn
gem, porque, se a ligação do n1otor fosse direta, a corren· (a)
te ele partida seria de 600 por cento.
Geralmente, a chave estrela·triângulo so1nente deve IJI,, CJC.,
ser empregada em partidas em vazio ou com carga 1>ar- 6
cial; ou a c,1rga (lotai) só poderá ser aplicada depois de
ter sido atingida a rotação non1i nal,.
5
A Figura 13.9 mostra esquemalic,1mente a ligação 2
estrela-triângulo em um motor, para um circuito de 220
V; nota-se que, durante a partida, a tensão é reduzida
4
para 127 V.
Chave compensadora
A chave compensadora pode ser usada para a partida J
de motores sob carga. Ela reduz a corrente de partida,
pOfém deixa o motor com um conjugado suficiente para
a partida e aceleração. 2 /y
A tensão na chave compensadora é reduzida por
meio de um autotransformador que possui, normalmen·
te, taps de 50 por cento, 65 por cento e 80 por cento da
tensão nominal.
A Figura 13.10 mostra uma chave compensadora
auto1nática, equipada con1 autotransforn1ador, dispositi· o ot...::::::::=::::::=--~~~_;_1
vo fusível para a proteção do circuito terminal, dis1>0· li

sitivo fusível para a proteção do circuito de comando. O 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100%


(b) rpm
três contatores e um relé térmico.
O Quadro 13.1, trata das vantagens e desvantagens
entre a chave estrela-triângulo e as chaves compensado-
Figura 13.8 • Curvas de conjugado e de corrente de dois
ras auton1áticas. motores; ' • = corrente em triângulo; l v = corrente em
Sistema de partida suave (soft-starter) estrela; e. . a conjugado em triângulo; e,. .;;:. conjugado
Soft-srarier é um dispositivo eletrônico formado por em estrela; C'lC., = relação entre o conjugado do motor e
uma ponte de tiristores (SCR) que controlam a corrente de o conjugado nominal; e. = conjugado resistente
SU$W ü

Capírulo 13 • Dimensionamentos 391

220V. 220V.

Panida ó.
1+--- 220V--.i
Figura 13. 1O • Chave compensadora automática
22ov_.l220v
motor, proporcionando uma "partida suave", de forma a
não provocar quedas de tensão bruscas na rede de ali-
...
>
N
mentaç<'ío. como ocorre em partidas diretas. Com o soft·
starter, consegue--se, tambén,, menores quedas de tensão
do que com as chaves estrela-triângulo e compensadoras.
O soft·starter funciona, geraln1ente, com un1a tecnolo-
gia chamada by-pass, na qual, após a partida do motor,
PanidoY liga-se um contator que substitui os módulos de tiristores,
evitando assim o sobreaquecin1ento deles, aumentando
Figura 13.9 • Esc1uema de tensões na ligação Y sua vida útil.

Quadra 13, 1 • Vm11agens e desvantagens entre chaves estrela·lriângula e compensadoras automáticas


l. Estrela-triângulo (automática)
Vantagens:
• A chave estrela-triângulo é muito utilizada devido a seu custo reduzido.
• Não tem limites quanto ao seu número de manobras.
• Os componentes ocupam pouco espaço.
• A corrente de partida fica reduzida em aproximada111cnte l/3.
DeS11011tage11s:
• A chave só pode ser aplicada a motores cujos seis bomes ou tem, inais das bobinas sejam acessíveis.
• A tensão da rede deve coincidir com :1 tensão em triângulo do motor.
• Com a corrente de partida reduzida para aproximadamente 1/3 da corrente nominal. reduz-se também o momento
(conjugado) de partida para 1/3.
• Caso o motor não atinja pelo menos 90% de sua velocidade nominal, o pico de corrente na comutaçào de estrela
para triângulo será quase como se fosse uma panida direta. o que prejudica os contatos dos contatares e não traz
nenhun1a vantagen1 para a rede elétrica.
U. a,ave compensadora (automática)
Vantagens:
• No 1ap de 65%. a correme de linha é aproximadamente igual à da chave estrela-triângulo; entretanto. na passagem
de tensão reduzida para a tensão da rede. o motor não é desligado, e o segundo pico é bem reduzido, visto que o
autotransfonnador por curto tempo se toma uma reatãncia.
• É possível a variação do tap de 65% para 80% ou até para 90% da tenS<io da rede, a fim de que o motor possa par-
tir satisfatoriamente. Isso quer dizer que sua aplicação é própria para partida de bombas. ventiladores ou outras
máquinas que demoram para atingir a velocidade nominal.
Des,•autagens:
• A grande desvantagem é a limiiação de sua freqüência de manobras. Na chave compensadora automática. é sempre
necessário saber a freqiiência de 1nanobra para de1em1inar-se o autotransfonnador.
• A chave compensadora é bem mais cara que a chave estrela-triângulo, devido ao autotransfonnador.
• Devido ao uunanho do au101ransfonnador, a construção toma-se volu1nosa, necessitando de quadros maiores (pai-
néis). o que eleva o seu preço.
SU$ W li

392 lnslalações elétricas

cidades determinadas para cada motor mais as correntes


non,inais das outras cargas eventualn1ente alimentadas
pelo n1esn10 circuito. Isso se ilplica, em princípio, às três
configurações apresentadas na Figura 13.1. Assim, con-
siderando um circuito que alimenta n equipamentos a
nlOtor e m cargas de outro tipo, chamando cfe (lfi a cor·
rente nominal de um motor genérico, de f,1 ao corres-
pondente fator ele serviço e ele 1,,1 à corrente nominal ele
uma carga genérica de outro tipo, pode-se escrever:
Figura 13. 1 l • Soft·starter
" m ] (13 .2)
As principais aplicações de soft·starters incluem: (z 2 [ L,!,, õ,: , ,,,, + L, l,v1
bombas centrífugas, ventiladores, exaustores, soprado· l• I /• I
res, compressores de ar, misturadores, aeradores.. centrí- No caso de circuitos ele distribuição que alimentam
fugas, serras e plainas, transportadores de carga, escadas vários motores e, eventualmente, outras cargas, é possí-
rolantes, esteiras de bagagem etc. vel, em alguns casos, aplicar fatores de demanda especí-
A Figura 13. 11 mostra um exemplo de soft·starter. ficos. É importante observar que a escolha desses fatores
deve ser precedida ele uma análise minuciosa da situa·
Dimensionamento dos condutores ção. levando em consideração, entre outras coisas, o
Capacidade de condução de corrente número de motores e, se for o caso, de ou1ra_s cargas en,
funcionamento simultâneo, bem como o número ele par-
Nas apliec1ções nonnais, os condutores do circuito
tidas simultâneas cios n1otores.
terminal, que servem a un, único motor, deve,n ter un1a
capacidade de condução de corrente (/iJ não inferior à
Queda de tensão
corrente nominal do motor (I,~) multiplicada pelo fator
de serviço !/.,), se existir. No dimensionamento dos circuitos (terminais e de
distribuição) que alirnentan, motores, é in1portante con-
lz 2 A· 1.., (13.ll siderar que as quedas de tensão nos terminais dos moto,.
res e nos demais pontos de utilização não elevem ultra-
O fator de se111iço de um n1otor é un1 multiplicador guc passar os valores indicados na Seção 9.8 (em 'Limites de
pode ser aplicado -à potência que este pode fornecer sob queda de tensão estabelecidos pela NBR 541 O').
1ensão e freqüência nominais, se.m con1prometer o lin1i- Por outro lado, durante a partida ele um motor, a
te de elevação de te,nperaH1ra do enrolamento. queda de tensão nos terminais do dispositivo de partida
não eleve ultrapassar 1O por cento ela tensão nominal do
Quando u1n motor possuir característica non1inal com motor, observados os lin,ites dados na seção recén,.cita-
mais ele uma potência e/ou velocidade, o condutor a ser
da, para os demais pontos de utilização da instalação.
escolhido deverá ser o que resulte em maior seção, ao
O cálculo da queda ele tensão durante a partida cio
serem consideradas individualmente cada potência e
motor deve ser efetuado considerando a corrente de
velocidade.
rotor bloqueado e, na falta de um valor mais preciso,
Os condutores que alimentam dois ou mais motores
pode ser considerado um fator de potência igual a 0,3
e, em alguns casos, outras cargas, devem ter capacidade
(Figura 13.12).
de conclução de corrente não inferior à soma das capa-

c AU :S 10% , Dispositivo
(Durante a partida) / de panida
l
>-i-f....lf--1,....-1-~~~~~~~~~-l--í"l-~--{M
1

·rransformador Carga
nonnal
AU :5 7%
(En1 funciona1ncnto nom1nl)

AU :5 7%
(Mesmo dura111e o partida do motor)
Figura 13.12 • Limites de quedo de tensão em instolo.ção de motores e corgos normais
SU$W ü

Capítulo 13 • Dimensionamentos 393

Corrente de ,vtor bloqueailo é·a n1áxima corre.nte absor.- contatos, por meio dos quais o circuito fica normal-
vi~ pelo motor com o rotor travado (velocidade zero) nlente fechado. Se ocorrer uma sobrecarga no motor e
sob tensão e freqtiêncin no1ninais. sua ten1peratura subir a u1n dado valor, o disco 1>assa
Nota: a cxJ>rcssão 'máxima' detom: da possibilidade de i1 para a posição 'abeno' e abre o circuito. O dispositivo
wrrcntc aboorvida variar com a posição angular do rotor. ainda inclui uma bobina de aquecimento em série com
Corrente. de partida é a corrente -absorvida pelo 1notor o enrolan1ento do motor, que faz com que o disco se
durante a partida. sob ten,$,ão e freqüência nominais. aqueça mais rapidamente no caso ele uma súbita e
/i.,Ola: O tenno 'pM:ida' diz rospci10 ao funcionamento do severa sobrecarga. Uma vez aberto o circuito, o dispo-
n1otor atelei'anclo. no in1ervalo de velocidade$ que. vão dc.'7.CJ'O sitivo, após o resfriamento do motor, fecha auton,atica~
até a \'Clõcidadc detc.•nninada pela condição de cargà do mOlor. mente e parte o motor. Esse tipo de dispositivo é muito
Portanto. a rigor. a corrente de panjda 1en1, dur..\llte CSSé inter· utilizado em geladeira, freezer, compressor etc. Em
valo. valor variá-.,cl decl'C$CCOte. que vai do vnlor inicial. cor· algumas aplicações isso pode não ser desejável, e, nes-
responden1c ao Válor do rotor bloqueado. até o VàlOr detenni·
ses casos, o dispositivo é projetado ele modo que, uma
nad!) pela condição de C'.'tfSá em n..--gi,nc pcnnanente do rnotor.
vez aberto, o contator do motor seja desarmado, dei·
Na prá1icat o termo 'corrente de partida· é en1pregado
xando o circuito do motor desenergizado. Para que o
co1no sinônimo de 'corrente de rotor bloqueado.
motor entre novamente em operação, o dispositivo
deve ser ativado manualmente (por meio de um botão),
Deve-se observar que, em casos específicos, a queda
a fim ele que volte à posição ' fechado'. O motor e o
de tens.'\o nos terminais do dispositivo de r>anida cio
dispositivo integrante devem ser ensaiados em conjunto
motor pode ser su1>erior a 1 0% da tensão nominal, levan-
e, segundo o NEC, sua atuação deve ocorrer com uma
do-se em consideração o tempo ele aceleração devido à
corrente que não exceda as seguintes percentagens da
menor tensão nos terminais.
corrente nominal do motor:

Proteções • Motor com corrente nominal não superior a 9 A:


170%.
Proteção contro correntes de sobrecarga • Motor com corrente nominal de 9,1 a 20 A (inclusi-
ve): 156%.
A proteção contra correntes ele sobrecarga dos circui-
• Motor com corrente nomi nal acima de 20 A: 140%.
tos que alimentam motores pode ser provida por clispo-
si1ivos de proteção integrados ao motor, sensíveis à tem· Quando for utilizado um dispositivo independente,
peratura dos enrolamentos (Figura 13.13), ou por sensível à corrente absorvida pelo motor, este deve ter
dispositivos de proteção externos ao nlotor, sensíveis à corrente nominal igual à corrente nominal do motor mul-
corrente cio respectivo circuito. tiplicada pelo fator ele serviço, se existir, 1,u possuir uma
A Figura 13.13 mostra um dispositivo de proteção faixa de ajuste que abranja tal valor. Como a série de cor-
contra sobrecargas integrante cio motor. Esse dispositivo é rentes nominais dos dispositivos apresent(I incren1entos
colocado dentro ela carcaça cio motor, em série com o discretos, admite-se, na prática, uma diferença ele até
enrolamento, e contém um disco bimetálico com dois 12º/o entre as duas correntes.

rechado Aberto Carcaça


do lll OIOI'

Ligação ao .
enrola1nen10

(a) (b) (e)

Figura 13. 13 • Dispositivo de proteç.io contra correntes de sobrecarga integrante do motor: (a) posição 'fechado';
(b) posição 'abeno'; (c) montagem do dispositivo
SU$W li

394 lnslolações elétricas

Os relés térmicos bimetál icos são os dispositivos Deve-se observar que, para motores de indução
(independentes) mais uti lizados na proteção ele motores fabricados conforme a NBR 7094, pode ser adotado,
contra correntes de sobrecarga, sendo, geraln1ente, aco· para corrente de rotor bloqueado, o valor máximo
piados a contatores. As tabelas de escolha dos relés admissível indicado na norma.
bimetálicos apresentadas pelos fabricantes costumam No caso de um circuito terminal que alimenta mais
trazer as seguintes informações: de um motor e, eventualmente, outras cargas, deve-se
observar o seguinte:
• As potências máximas de motores protegidos.
• As faixas de corrente de ajuste cio relé de sobrecarga. • Os motores devem ser protegidos individualmente
• As correntes non1inais máximas de fusíveis que pro- contra correntes de sobrecarga.
tejam contra correntes de curto-circuito. • A proteção contra correntes de curto-circuito pode
ser realizada utilizando-se um dos dois equipamen-
Assim, por exemplo, um relé Siemens tipo 3RU11 tos a seguir:
26-4CBO protege contra correntes de sobrecarga motores • Um dispositivo de proteção capaz ele proteger
de 7,5 CV em 220 V (/,1 = 21 A); sua faixa de ajuste é de os condutores da derivação cio motor de menor
17 a 22 A, e o maior fusível recomendado é de 32 A. corrente nominal e que não atue indevida-
Motores de potência nominal não superior a 0,5 CV, mente sob qualquer condição de carga nor-
integrantes de aparel hos eletrodomésticos e eletroprofis· mal do circuito;
sionais, podem ser considerados protegidos contra cor· • Uma proteção individual na derivação de
rentes de sobrecarga quando utilizado um dispositivo de cada motor, o que é recomendado para moto-
proteção cio circuito terminal escolhido de acordo com res de potência superior a 0,37 kW (0,5 CV).
as regras apresentadas na Seção 11 .5.
No entanto, convém observar que a solução para
Proteção contra correntes de curto-circuito que un1 único circuito terminal contenha vários motores
só se justifica, na prática, quando os motores são de
Conforme a NBR 541 O, quando os condutores dos cir- pequeno porte. Por outro lado, é sempre preferível que
cuitos que alimentam motores forem protegidos contra cargas de outra natureza sejan1 alin1entadas por outros
correntes de sobrecarga por dispositivos que se limitem a circuitos terminais.
essa proteção, como relés térn1icos, a proteção contra cor-
rentes de curto-circuito pode ser assegurada por dispositi-
vo de proteção exclusivamente contra curtos-circuitos. 13.2 Circuitos que não
Os dispositivos que protegem exclusivamente contra contêm motores
curtos~circuitos podem ser:
• Disjuntores equipados apenas com disparadores de Apresentação
sobrecorrente instantâneos: recomenda-se, na práti- O dimensionamento de um circuito ele uma instala·
ca, que a corrente de disparo magnético seja maior ção de baixa tensão, circuito de distribuição ou circuito
que a corrente de rotor bloqueado do motor, porém terminal consiste na determinação da seção dos condu-
não superior a 12 vezes a corrente nominal do motor. tores, na escolha cla(s) proteção(ões) contra sobrecorren-
• Dispositivos fusíveis con1 característica gM ou aM: tes e, eventualmente, no dimensionamento do conduto
recomenda-se que, para aplicações normais, a cor- que conterá os condutores.
rente nominal dos fusíveis não seja superior ao No caso mais geral, devem ser cumpridas as seguin-
va lor obtido multiplicanclo-se a corrente de rotor tes etapas:
bloqueado do motor pelo fator i ndicado na Tabela (a) Escolha cio tipo de l inha elétric.1 (ver Tabela 5.27), o
13: t (elaborada a partir das características tempo- que inclui a escolha da maneira de instalar, propria-
corrente dos fusíveis gMJ. Quando o valor obtido mente dita, do tipo de conduto e do tipo de condutor.
não corresponder a um valor padroni zado, podem (b) Determinação ela corrente de projeto do circuito.
ser utilizados fusíveis de corrente nominal imedia- (c) Aplicação do critério ela capacidade de condução de
tamente superior. corrente.

Tabela 13.1 • Fàtor pc,ra a determinação ela corrente nominal máxima de fusíveis ti 'gl,!'

Corrente de rotor bloqueado I,(A) Fator

1, s 40 0.5
40 < 1,s 500 0..4
500 < Ir 0.3
SU$W ü

Copirulo 13 • Dimensionamentos 395

(d) Aplicação do critério da queda de tensão. • Carga (caso geral)


(e) Escolha do dispositivo de proteção contra correntes de
sobrecarga e determinação da seç.'io dos condutores (13.3)
que atendam às condições pertinentes ele coordenação
(critério da proteção contra correntes de sobrecarga). • Carga com 11 (:S l )
(O Escolha do dispositivo de proteção contra correntes de
curto-circuito e determinação da seção dos condutores (13.4)
que atendam às condições pertinentes ele coordenação
(critério ela p<oteção contra correntes de curto-circuito). Sr = uS.v (13.5)
(g) Verificação das condições de proteção con1ra conta-
tos indiretos, no caso de circuitos en1 instalações TN ,~, s,
ou IT (critério de proteção contra contato indiretos). !,.= =- (13.6)
l~v COS <l>N /~v
A chamada seção técnica dos condutores do circuito
• Conjunto de p cargas de mesmo tipo
será a seção norn,alizacfa que atenda a todos os critérios,
ele 3 a 7, quando aplicáveis, correspondendo, portanto, à
maior das S<1Ções determinadas por esses critérios. A P;,o, = f PNJ
l• I
(13.7)
seção técnica poderá, eventualn1ent·e, ser aun1entada para
atender ao 1critério econômico'; é a seção econômica que
assun1e grande importância, tendo em vista as necessida· (13.8)
eles crescentes de conservação ele energia elétrica.
Os critérios anteriormente enun1erados já íoran, apre- l'í, (W) = potência nominal de saída;
sentados e analisados em outros capítulos, conforme
indicado na Tabela 13.2. Trata-se aqui de metodizar sua _ { l --> carga monoíásica
aplicação a partir das considerações já enunciadas e,
quando for o caso, introduzir novas tabelas.
1
- V3 ~ carga trifásica

Cálculos preliminares: U,v (V) tensão (de linha) nominal, para circuito trifási-
co e tens.ão de fase, para circuito monofásico
potências e correntes
71 = rendimento
Ex.pressões' cos <I>,,, = fator de potência nominal
l'.v (W) = potência nominal de entrada
Seja a representação simbólica do dispositivo de uti-
S,v (VA) = potência aparente nomi nal de entrada
lização do circuito da Figura 13.14.
l,v (A) = corrente nominal
li = fator de uti lização
A,. (W) = potência de trabalho
cos <t>,.,, I''
.V S, (VA) = potência aparente ele trabalho
') / 1{A) corrente de trabalho
P,,. (W) • potência instalada
Observação: O fator de utilização pode ser usado com
Figura 13.14 • Corgo genérico certos equipamentos, por exemplo, máquinas de grande

I Tabela 13,2 • Localiz~ão cios critérios ele dimensionamento ele circuitos J

Critério Capítulo Seções

C.apacidade de condução de corrente 9 9.4


Queda de tensão 9 9.8
Proteç5o contra correntes de sobrccarg_
a 11 11.5
Proteção con1ra conentes de cuno-circuito 11 11.8
Proteção contra con1atos indiretos 8 8.1

1. Ver Seções 1.6 e 4.3.


SU$W ü

396 lnslaloções elétricas

porte com vários motores de íuncionamento não-simul- = { 1 -+ FN, 2F, 2FN;


1
tâneo, e no caso de tomadas de corrente, e1n detern1ina- V3-+ 2F,2FN;
das aplicações. A potência de trabalho corre1aponde à
potência máxima. ln (A)= corrente de projeto;
P, (W) = potência ativa de alimentação;
EXEMPLO 1 QA (var) • potência de alimentação reativa;
S,, (VA) = potência de alimentação aparente;
Potência aparente de trabalho de tomada de corren-
g = íator de demanda.
te monofásica, com corrente nominal 1,., = 10 A, liga-
da em circuito com tens,io nominal U., • 127 V e fator Nas expressões 13.9 e 13.13 podem ser usadas,
de utilização u = 0,472. quando for o caso, as potências de trabalho.
Das expressões 13.3 e 13.5:

Sr= u t U,., l,v = 0,472 X 1 X 127 X 10"' 660 VI\


EXEMPLO 3
Potência instalada do quadro de distribuiçfo de um
apartamento, alimentado com U.v = 220 V (2 FN), con-
EXEMPLO 2 tendo:

Fator de utilização de uma tomada de corrente trifá- • Conjuntos de cargas:


sica, com corrente no1ninal /A.• 16 11, ligada en, cir- • Ilumi nação: 7 pontos com S.v = 100 VA,
cuito com tensão nominal U,. = 220 V, com potência cos <~= 1, g = 0,7
ele trabalho Sr= 1 k VA. • Tornadas: 8 pontos com Sr = lOOVA,
Das expressõe1a EQ 13.3 e 13.5: cos <1> º 0,6, g = 0,3
5 Pontos com Sr= 600 VA,
10 cos <I> = 0,8. g = 0,3
' = 0,164
V3 X 220 X 16 • Cargas isoladas:
• Lavadora ele pratos com SN = 2.640 VA, cos <1> =
0,8
Pontos de distribuição e circuitos de • Chuveiro com P.,• = 4.000 W, cos <~ = 1
distribuição • Da Expressão 13.9: PA = [(7 X 100 X 1 X 0,7) + (8
Expressões X 100 X 0,6 X 0,3) + (5 X 600 X 0,8 X 0,3)1 +
Seja o ponto de distribuição ele circuito apresentado [(2 .640 X 0,8) + 4.0001 = 7.514 W
na Figura 13.15. (Ver Seção 4.3 .) • Da Expressão 13.10: QA = [(7 x 100 X 1 x 0,7 X
• 0) + (8 X 100 X 0,8 X 0,3 X 0,75) +
"'
PA = L P,,.\t,i
l• I
g; + °'2:,P,.,;
j• I
(13 .9) (5 X 600 X 0,8 X 0,3 X 0,75)1 +
[(2.640 X 0,8 X 0,75) + 4.000 X OI = 2 .268 var

• • Da Expressão 13.11:
L, P.,,,_, "'
QA =
i• I
g, tg <I>, + L
/• I
P.".f tg <1>1 (13. 1O)
9 S,, = v'7.5 l 42 + 2.2682 = 7.849 VA
• Da Expressão 13 .12:
(13.11 )
. 7.514
,.,w <I>
=
=- - = O.•
7.849 9'i7
(13. 12)

II conjunto EXEMPLO 4
PA. QA· SA I - -• de cargas
Corrente de projeto do circuito de distribuição que
cos ((:> ,n cargas
isoktdas alimenta o quadro do Exemplo (3).
• Da Expressão 13 .13:
Figura 13. 15 • Ponto de distriooição
l - 7.514 35 7 ;\
PA s,, 8
- l X 220 X 0,957 . '
18 = -,_U_
.v..,.cos'--<-
1> U (13 .13)
I ,V
SU$W ü

Capitulo 13 • Dimensionamentos 397

Corrente de projeto de circuito


(13.16)
terminal
Expressões f=f, XfiXh (13.17)
A corrente de projeto do circuito termi nal (ver Figura
13.16) pode ser calculada pela Expressão 13.1 4. (Ver
(13.18)
Seção 4.3).

(13.19)
U,v
li>--'-><
· ·· ··- - -~
I,. (A) = capacidade ele condução ele corrente cio condutor;
o (A) = capacidade de condução de corrente do condu-
tor de seção unilária (S = 1 mm1);
P,v1 PA'2 f):\'K - 1 P,vK
cos cf> cos <!> cos <I> cos (() S (mm') = seção nominal do condutor;
O,. (0 0 = temperatura máxima 1><1ra serviço contínuo cio
Figura 13. 16 • Circuito terminal condutor/cabo isolado, valendo 70 •e para isolação em
PVC e 90 •e para isolação em EPR/XLPE;

L
• P.v.1 •
L S,v.1
6A 0 = 1emperatura ambiente;
(
0

(13 .14) ÕA (ºC) = ternpera1ura ambien1e de referência, valendo


I11 -- ,- , = -"''-- '-'- - 20 •c para linhas subterrâneas e 30 •c para os demais
I U.,,cos "' I U,v
cabos;
Observaçâo: Para circuitos terminais com uma un1ca
/ 1 = íator ele correção para ten1peratura ambiente;
carga (k • t), tem-seque / 11 • /,v (ou I,, quando for ocaso).
/2 = fator de correção para resistividade lérmica do solo;
/ 3 = fator ele agrupamento;
EXEMPLO 5
f ; fator global de correção;
Corrente de proje10 de circuito 1erminal (FN) de 1;, (A) = corrente fictícia de proje10 cio circuito;
tonlaclas, alimentado com UN = 127 V, contendo três 7,. (A) capacidade de condução ele corrente do condutor
1omaclas com potência ele trabalho S,,. = 600 VA e nas condições especificadas nas tabelas.
outras três com S., = 100 VA.
Observação: A Expressão 13.15 é aproximada e não
• Da Expressão 13.14: eleve ser aplicada a cabos em linhas subterrâneas.
(3 X 600 + 3 X 1()()) .
ln = 1 X 127 = 16,5 A Tabelas
Tipos de linhas eléiricas de baixa tensão (de acordo
com NBR 5410): Tabela 5.27.
EXEMPLO 6 Valores do coeficíen1e a para linhas tipos A, B, C, D,
E e F: Tabela 9.3.
Corrente de proje10 de circuito terminal alimentan· Capacidade de condução ele corrente para linhas tipo
do um motor de gaiola trifásico com P.v A, 6,Ce D.
= 15 CV, UN = 220V, 11 = 0,8 ecos~= 0,85. • Isolação de PVC: Tabela 9.4.
Da Expressão 13.9:
• Isolação de EPR/XLPE: Tabela 9.5.
15 X 736
/,v = . ;:: 42,6 A = 111 Capacidades de conclução de corrente para linhas
. 0,8 X V3 X 220 X 0,85
ti1X> E, F e e.
• Isolação de PVC: Tabela 9.6.
Critério da capacidade de condução • Isolação de EPR/XLPE: Tabela 9.7.
de corrente
Fatores ele correção para 1emperatura ambiente:
Expressões Tabela 9.8.
Fatores de correção para resis1ividade térmica:
(13.15) Tabela 9.9.
SU$W ü

398 lnslakições elétricos

Fatores de agrupamento, tabelas 9.10, 9.11, 9.12 e • Temperatura ambiente, Q, (ºC).


9.1 3. • Resistividade térmica cio solo, (K·m/WJ - para a
• Casos particulares de instalação em bancos de eletro- linha D.
dulos: Tabela 13.3. • Agrupamentos de circuitos ou cabos multipolares na
• Seções mínimas dos condutores: Tabelas 13.4. linha (ou número de condutores fase e neutro da
linha, no caso de condutores em paralelo).
Dados básicos • Corrente de projeto, 111 (A).
• Tipo de linha (de acordo com a Tabela 5.27).
• Tipo de condutor/cabo isolado:
EXEMPLO 7
• Cobre ou alun1ínio.
• Isolação (temperatura n1áxinla para serviço contí· Capacidade de condução de corrente de condutor
nuo, O, (ºC)). isolado, Cu/PVC, S = 16 mm' de um circuito com 3
• Número de condutores carregados do circuito, de condutores carregados instalado em eletroduto embuti-
acordo com as tabelas 9.4, 9.5, 9.6 e 9.7. do em alvenaria, O, = 30 ºC.

Tabela 13.3 • Fatores de aQ_rupamento aplicáveis a casas particulares de bancos de eletrodutos


(Cortesia ela Prysmian)

~ 78cm
~
1
78cm • 20cm 78cm
Multiplicar pel<>S valores
da coluna 0 /3cc
da Tabela 9.4 ou
da Tabela 9.5
. . .I,, @@ •
00,, '°"" ~ . . I. I•
@@ •
@O l '°""
,!
53cm
®@ I..,..
@@
I• 53CITI •I
Até sec-Jo 95 ,nol2
53cm
0.91 "'""
0.85 0.79
Acima de 95 mm' 088 0.81 0.73

Multiplicar pelos valores


3P~ -76Ctn
~~ J
,_
'ª"" ' -
~~
,.,....,
-

da coluna Dt3cc @@ •20cm @@ •i @@


53cmí
@@ I
53<M 20cm 53CM
da 1àbela 9.4 ou
da Tabela 9.5 .L
00 ~
.L
@O
lt I• 63cm •I 1,
Até seção 95 mm'
Acima de 95 mm'
53cm
O9 1
0.88
il
0.85
0.81
53,m
0.79
0.73
"
I Tabela 13A •Secões minimas dos cond utores ~undo a NBR 54 ÍO 1
Tipo de.instalação Utili1.ação do c.ircu.ito Seção mínima do condutor (mm') - material
Circui1os de ilun1inação 1,5 Cu 16A/
Cabos
lns1alações Circt1i1os de força 2.5 Cu 16A/
isolados
fixas em Circui1os de sinaliz:ação e circuitos de controle 0.5Cu
gemi Condu1ores Circui1os de força 10 C\o 16 A/
nus Circuitos de s inalização e circuitos de controle 4 Cu
Para un1 equipan1ento específico Conlo especificado na no1n1a do equipan1ento
Ligações flexíveis feitas Para qualquer ou1rn especificação 0,75 Cu
con1 cabos isolados Circuitos a cxtrabaixa tensão para aplicações
0.75 Cu
especiais
No1ai:
1. f!n, circuhos de sinali;:..tção e t.Xmllt>lc de$tinados a cquip.u.menlos clelrôniéos S:ló adn1i1idas .seções de nté 0.1 n11n:.
2. J;m cabos 11,ul1ipol::treS: nexf\"cis contendo sete ou m.,is ,-ei:is s.'\o 3dmi1id:tS seções de :ué 0.1 n1m!.
:t Os cin'.:uil~ de t<.nnad:1$ de corrence SOO coosidera.<k>$ circuit0$ de rorça.
SU$W li

Capítulo 13 • Dimensionamentos 399

• Da Tabela 5.27--> linha tipo 7, letra 81 . EXEMPLO 10


• Da Tabela 9.3 --> PVC, B/3 cc - a = 12 A.
• Da Expressão 13. 15--> lz u 12 X 16°"''S • 68A. Seção de circuito trifásico destinado a transportar
• Da Tabela 9.4--> 16 mm', 8113 cc-lz = 68A. ln = 850 A, utilizando cabos unipolares de cobre com
isolação de EPR, três cabos por fase. considerando
EXEMPLO 8 duas possibilidades: cabos em trifólio (cada trifólio
com as três fases), com separação de dois diâmetros
Fator de correção aplicável a condutores/cabos iso- externos ele cabo entre os trifólios, sobre escada para
lados com isolação em EPR com temperatura ambiente cabos (horizontais) ou banco de eletrodutos subterrâ·
de 45 •c, linha não subterrânea. neo com rrêi eletrodutos ocupados, em cada um as
• Da Expressão 13.16: trêi fases, de acordo com as dimensões indicadas na
Tabela 13.3.
!, = JH = 0,866 • 1• opção (com O• = 30 ºC):
• Da Tabela 9.14, linha 14 -> /, = 1,0
• Da Tabela 9.8: !, = 0,87
• Da Expressão 13.19: l'o =
s·o
"'283 A
)
1. X 1'0
EXEMPLO 9
• Da Tabela 9.7: coluna 5 - S • 95 mm' (1, • 328 A)
Seções dos circuitos (1), (li) e (Ili), constituídos por • Da Expressão 13 .18: l z = 1,0 X 328 e 3.28 A
condutores isolados, Cu/PVC, instalados em um
mesmo eletroduto aparente ele seção circular sobre • 2' opção (com O• • 20 ºC):
parede, com temperatura ambiente 40 ºC, sendo: • Da Tabela 13.3:f, = 0,81
850 ..
• Circuito (1)--> 3F • Da Expressão 13.19: /\, = 3 X O,SI =.349,79 A
Corrente ele projeto --> I 111 = 85 A
• Circuito (li) --> 3F- N (circuito não-e<ruilibrado) • Da Tabela 9.5: D/3 cc, coluna 13 - S = 240 mm'
Corrente ele projeto --> 11111 = 100 A lz = 35 1 A
• Circuito (Ili) --> 2F • Da Expressão 9. 18: /? = 0,81 X 351 "'284 A
Corrente ele projeto -> /111 11 = 90 A
(a) Fatores de correção Critério da queda de tensão
Da Tabela 9.8 --, !, = 0,87
Da Tabela 9.1 O -> 4 circuitos (o circuito Ili é consi· Expressões (ver Seção 9.8)
derado igual a 2 circuitos com 2 condutores carrega· Que<la de tensão para carga concentrada (ver Figura
dos cada) --> !, = 0,65 13.17).
Da Expressão 13.1 7-> f = 0,87 X 0,65 = 0,566
tb) Seções l!.U = t / 11 1 X 10- 1 (rcos <I> + xsen <I>) (13.20)
• Circuito (1)
' = O,Só6
8.S "" 1"' l!.U = 111 / l!,.U* X t0· 3 (13.2 1)
Da Expressão 13.19 1111 ·"' A
Da Tabela 9.4-> 81 13 cc - 5 = 70 mm' tJ. u• - /!,. U.11 (13.22)
tix, = 171 A ) " - ln/ X 10· >
Da Expressão 13.18-> 1,., • 0,566 x 171 • 96,8 A
Queda de tensão considerando cargas distribuídas
• Circuito (li) (ver Figura 13.18).
100
Da Expressão 13.19 --> 1'011 = "' 177 A
0 566
'
Da Tabela 9.4--> 81/2 cc - S = 70 mml
lm = 192 A u,V). - ),,f/J

Da Expressão 13.18--> l w = 0.566 x 192 = 109 A


• Circuito (Ili)
Da Expressão 13.19 --> l\1111 =
90
Or'\ = l 59 A
Ó cos<I>
66
Da Tabela 9.4-, 81/2 cc - S = 70 mm' I
lxm = 192 A
Da Expressão 13.18--> l lm = 0,566 x 192"' 109 A Figura 13. 17 • Cargo concentrado no final do circuito
SU$W li

400 lnslaloções elétricas

S.r.x
U 1,=1,.
NO ----+- A ----+- 8
)

,,,. cos <!> !,, cos <!>

Figura 13. 18 • Cargas distriboídas na circuito


.. • Quedas de tensão unitárias para cabos Sintenax,
l!.U = 1 x 10-l(rcos <~ + xsen <I>} 2'. 1,1, (13.23) Sintenax Flex, Voltalene, Eprotenax, Eprotenax Gseue
; 111 1
e Aíumex 0,6/1 kV, linhas tipo E, F e G, fatores de
.. potência 0,8 e 0,95: Tabela 9.20 .
I!. U = I!. U" x 10- 3 L 1,1, • Valores do fator k para o cálculo da reatância induti·
i• I (13.24)
va, x(!l/km): Tabela S.17.
au..,- -
a~, = - - ~~. • Distâncias médias geométricas para algumas disposi-
(13.25) ções de cabos em circuitos trifásicos, S.,: Tabela S.18.
10-~X ~ l/1 • Valores de (1 + cr,., 110): Tabela 13.5.
i• 1

Dados básicos
(13.26)
• Tipo de linha (Tabela 5.28).
• Tipo de condutor:
r = r:ro(l + «:rol!.O) = r:ro{ I + "'"'(º• - 20) ] (13.27) • Condutor isolado, cabo unipolar ou cabo tri/tetra-
polar.
X = 2r.f X 10- { k+ 0.46 log 2Sd;") (13.28) • Cobre ou alumínio.
• Isolação: PVC ou EPR/XLPE.
• Disposição dos condutores ou cabos isolados.
l!.UCV) = queda de tensão do circuito; • Tipo de circuito:
/(ml = comprimento do circuito ou do trecho; • Monofásico (1 = 1).
r(O/km) = resistência dos condutores na tempe- • Trifásico (/ = 3).
ratura de regin1e; • Temperatura ambiente, O, (ºC).
x(O/km) = reatãncia cio circuito; • Para circuitos com carga na extremidade:
l!.U' (V/A.km) = queda de tensão unitária; • Corrente de projeto, ln(A).
au.. <vi = queda de tensão máxima; • Comprimento do circuito, /(m).
r"'(O/km) resistência dos co11dutores a 20 ºC; • Para circuitos com carga distribuída:
()( (ºC-') • Correntes nos trechos entre derivações 11(A).
= coeíiciente de ten,peratura;
• Ois1ância da origem do circuito à primeira deriva-
º•
[(Hz)
k
(ºO

S.11 (mm)
=
-
temperatura de regime dos condutores;
freqüência;
= fator usado no cálculo da reatância;
= distância média geométrica;


ção e distâncias entre derivações. l, (m).
Fator de potência do circuito, cos <I>.
Tensão nominal do circuito, U.v(V).

de (mm) diâmetro do condutor;


E)(EMPLO 11
l!.U(V/A.km) = queda de tensão unitária tabelada.
Queda de tens,'io em circuito trifásico de distribui-
ção, U.v = 220 V, constituído por condutores (cabos)
Tabelas
isolados, Cu/PVC, com S = 25mm2, corrente de proje-
• Resistências 1náxin1as a 20 ºC: to 18 = 75 A, contidos em e!etroduto circular não mag-
• Condutores de cobre: Tabelas 5.7, 5.8, 5.9, 5.10, nético aparente sobre parede, sendo de 60 m o compri-
5.11 e 5.1 2. mento do circuito e cos <I> = 0,8.
• Condutores de alumínio: Tabelas 5. 13, 5.14 e 5.15 .
• Quedas de tensão unitária para condutores isolados • Da Tabela 5.27 e da Tabela 9.4 _, Bl/3 cc - lz = 89A.
Cabo Superastic, Cabo Superastic Super e Aíumex • Da Expressão 13.26 _,

(7895)2= 58,4 •e
750V, linhas tipo A, B e C, fatores de potência 0,8 e
0,95 : Tabela 9.19.
o. = 30 + (10 - 30)
SU$W li

Copirulo 13 • Dimensionamentos 401

~ la 13.5 • Valores ele (1 + a- '19) 1


fator (1 + a.,. .õ.8)
Temperatura no condutor - ºC
Cobre Alumlnio
20 1.00 1,00
25 1,0196 1.0202
30 1,0393 1.0403
35 1,0590 1,0604
40 1,0786 1.0806
45 1,0982 1,101
50 1.118 1,121
55 1, 138 1,141
60 1.157 1.161
65 1.177 1.182
70 1.196 1,204
75 1.216 1,225
80 1,236 1,245
85 1.225 1,265
90 1.275 1.285
95 1.293 1.305
100 1.314 1.325

• Da Tabela 5.8-+ r,o a 0,727 O/km. 1


• Da Tabela 9.19-+ AU = 1,33 VIA.km.
• Da Expressão 13.27 -+ r = 0,727 11 + 0,004 (58,4 - • Da Expressão 13.21 ....
20)) = 0,838 ntkm.
AU = 75 X 60 X l,33 X 10- 3 = 5.99V
• Do catálogo Prysmian (cabo Superastic):
• S = 25 mm•.
• Diârnet,o externo: D.. = 8, 50 n1n1.
• Diâmetro do condu1or sete fios: d, = 5,85 mm.
• Da Tabela 5.18, admitindo disposição em t.rifólio:
EXEMPLO 12
-=----
Din1ensionamento de circuito tern,inal de ilumina-
S.11 a D , • 8,50 mm. ção en1 indústria, com as segui ntes características:
• Da Tabela 5.1 7: k = 0,0642 mH/km.
• Da Expressão 13.28. • Cabos Sintenax unipolares de cobre com isolação ele
PVC em bandeja perfurada; na maior parte do percur-
x = 217 X 60 x 10-)(0,0642 + 0.46 log
2
~:,,:~5º) =
)
so existem quatro circuitos na bandeja, formando
uma camada de cabos contíguos.
= 0,105 !}/km • Circuito monofásico.
• Da Expressão 13.20
• o,,= ·e.
30
• Circuito contendo dez aparelhos de iluminação a vapor
AU = V3 X 75 X 60 X IO-J (0,838 X 0,8 + 0,105 de mercúrio, cada um com PN • 400 W, li = 0,87 e
cos <l> = 0,8.
X 0,6) = 5,22 V <lU 2,37% 1 • Disposição das cargas/distâncias: Figura 13. 19.

o A 8 e o E r G ... J K

7m
IOm
,, Ólll óm
., 8m 6m
., IOm Sm 8m IOm
'
Figura 13 . 19 • Circuito com lâmpadas de vapor de mercúrio distribuídos
SU$W ü

402 lnslalações elétricas

I Tabela 13.6 • Quedas ele tensão nos trechos ela Figura 13,19 1
Trecho 11 [AI 11 fm] 11 • 11 (A.111)
OA 26.1 10 261,00
AB 23.49 6 140.94
BC 20.88 6 125.28
co 18,27 8 146, 16
DE 15.66 6 93,96
EF
FG
13,05
10,44
'º5 130,50
52.20
GH 7,83 7 54.81
HJ 5,22 8 41 ,76
JK 2.61 10 26, 10
'Y.I, 1, 1.072.71

• U;; = 220 V. • Da Tabela 9.4: Bll3cc"' S = 6 mm 2 {fz = 7% = 36 A).


(a) Correntes de cada carga e de projeto; seção. • Da Tabela 9.19: l!.U = l!.U* = 7,07 V/A.km.
• Da Express.'ío 13.3: • Da Expressão 13.22: com
400 l!.U = l!.U,, = 0,03 X 220 = 6.6 V
Í;; = 0,87 X 1 X 220 X 0,8 - 2·61 A
66
• l n = 10 X 2,6 1 = 26,1 A . /= • 26 m
• Da Tabela 9.10: quatro circuitos: /j = 0,77. 35,9 X 7,07 X 10- 3

• Da Express.io 13.19: 1'8 = ~j! = 33,8 A.


EXEMPLO 14
• Da Tabela 5.28, letra F, e ela Tabela 9.6, coluna 4,
tem·se que: S = 4mm 2• Cálculo das quedas de tensão no sistema elétrico
(b) Queda de tensão. apresentado na Figura 13 .20.
• Pela Tabela 9.20, o valor da queda de tensão unitária é (a) Admitir que as potências e os fatores de potência
l!.U = l!.U* = 9,0V/A.km permaneçam constantes e também que a tensão na ori-
gem da instalação tenha o valor nominal.
'º 1,/,
L,
; .. J (b) Trecho OA :
• Da Expressão 13.24: • 700 X 10'
3
• Da Expressao 13.13 -+ 1111 = . r.. = 1.064 A
..... l!.U = 9,0 X 10- X 1.072,71 = 9,65 V = 4,38% V3 X 380

• Da Expressão 13.21, com


EXEMPLO 13
l!.u• = l!.U = 0,091 V / A.km ..... t!.U, = 1.064
Circuito de distribuição que alimenta o quadro de X 15 X 0,091 X 10- J = 1,45 V OU 0,38%
distribuição do apartamento cio Exemplo 3, sendo:
• Portanto, U, = 380 - 1,45 = 378,6 V.
• Condutores isolados, Cu/PVC, em eletrocluto circular
não n1agnético ernbutido en1 parede de alvenaria. (e) Trecho A B:
• Circuito monofásico, 2F-N, 1271220 V.
• e,= 30 "C. 350 X 10'
• lm. = • r.. = 266,9 A.
• P, • 7.514 W; cos O• 0,95. 2 X v3 X 378,6
Oetenninar a seção mínin,a como o comprin1ento • Da Expressão 13.2 1, com
máximo cio circuito para que a c1ueda de tensão não
ultrapasse 3%: l!.u• = l!.U = 0,23 V / A.km ..... l!.Uz = 266,9 x 150
• 7514
• Da Expressao 13.13: 18 = X 0, = 35,9 A. X 0,23 X 10-, = 9,21 V
220 95
SU$W ü

Capítulo 13 • Dimensíonamenlos 403

220/380V
o
8<1rrnmen10 bl indado de 1.250 A. 3F + N + PE:
AU = O. 091 V/A.km (c/cos <I> = 0.8): / = 15 m
A
700 kVA; cos <I> • 0.8: 220/380 V

Cabos unipolares Eprotcnnx de.: 240 mm2. 2 por fase.


trifólios cm bandeja. lfü = 0 ,23 V/A.km
(e/ cos <!'> = 0,8); I = 150 m

8
350 kVA: cos <I> = 0,8; 380 V

Cabos unipolares Sinlenax de 25 n1m2t


tri fólios em bandeja. AU = 1.32 V/A.km
(e/ cos <J) = 0 .8): I = 52 m

e
PM = 50 CV: '7 = 0.8: cos<l> = 0.8

Figura 13 .20 • Circuito cio Exemplo 14

• Portanto, U 11 = 378,6 - 9,2 1 = 369,4 V. /.v(A) = corrente nominal ou de ajuste do dispositivo ele
proteção;
(d) Trecho BC: / 2(A) = corrente convencional de atuação (ou de fusão,
50X736 _ no caso de fusíveis) do dispositivo de proteção
• 111, = . r. - 899
, A.
V3 X 369,4 X 0,8 X 0,8 lz
(X ;:- -
l.v
• Da Expressão 13.21, com
ó.V"= ó.V= 1.32 VIA.km-> ó.V;= 89.9 X 52 Observações:
• Para disjuntores termomagnéticos, o valor IN deve
X 1,32 X 10- 3 = 6,17 V . referir-se à temperatura prevista para o local da insta-
lação do dispositivo.
• Portanto, Vc = 369,4 - 6.17 = 363,2 V. • P<1ra disjuntores termon1agnéticos con-1 / 2 s 1,45 l.v a
(e) A queda total será condição dada na Expressão 13.29 é suficiente.
ó. U,,,. = 380 - 363,2 = 16,8 V = 4,4%
Tabelas e gráficos
Critério da proteção contra • Correntes convencionais de não fusão e de íusão para
fusíveis de baixa tensão (ver Tabela 6.2).
correntes de sobrecarga • Correntes convencionais de atuação, de não atuação
Expressões e tempos convencionais para disjuntores termomag-
néticos de acordo com o RTQ da Por1aria 243 cio
111 s l,v s /z (13.29) lnmetro, a N8R NM 60898 e a NBR IEC 60947-2 (ver
Tabela 6.3).
(13.30) • Tabela para a escolha de disjuntores em função da
seção nominal dos condutores e do número de con·
l,45 clurores carregados na linha elétrica, para linhas tipo
l,v s 7 11. (13.3 1)
8 e C: Tabela 11 .3.
SU$W ü

404 lnslalações elétricas

EXEMPLO 15 • Da Tabela 9.3: 11 = 12 A.


• Da Figura 13 .21, entrando com S = 4 mm 2 e a = 12,
Determinaç.'io da corrente nominal ele um disjuntor oblém-se o ponlo P; a horizontal tirada de P encon-
termomagnético em caixa moldada destinado a prote- tra o eixo vertical en1 um ponto entre os valores 25 a
ger contra correntes de sobrecarga, um circuito consti· 32 A; escolhe-se o mais baixo menor que I z, isto é,
tuído por três condutores isolados, Cu/PVC, de 4 mm', (,, = 25 A.
contidos em um eletrocfuto circular embutido em alve-
naria. Admite-se que a temperatura ambiente no local
da instalação seja de 30 ºC e que não ultrapasse os EXEMPLO 16
40 •e no quadro onde será instalado o disjuntor.
• Da Tabela 5.27, letra Bl e Tabela 9.4: I r.= 28 A. Delerminação da corrente nominal de fusível gl
Utilizando disjuntor com / 2 :s 1,45 /,,: destinado a proteger contra correntes de sobrecarga um
• Da Expressão t3.29: l.v S 28 A-+ l.v a 25 A. circuito constituído por um cabo tripolar, Cu/EPR/PVC,
Utilizando disjuntor com /,,, = 2S A: de 10 mm2, instalado sobre parede.

• Da Tabela 6.1: a= 1,75. • Da Tabela 5.28, letra C e Tabela 9.5: l z = 71 A.


1,45 • Da Expressão 13.29: ' "' s 71 A-> l.v = 63 A.
• Da Expressão 13.31: 25 > -1,7:'•.) x 28 -+ não
• DaTabela6.1:a = 1,6.
atende a Expressão 13 .31. • 1,45
• Da Expressao 13.31 : --, 63 < X 71 --, aten-
Utilizando disjuntor com !,, = 20 A (tr = 1,75), da
de a Expressão 13 .31. I, 6
Expressão 13.31:
1,45
2O < -- X 28 -+ atende a Expressão 13 .31. Recorrendo à Figura 13.22:
1.75
Com o gráfico da Figura 13.21 (disj untor com / 2 s • Da Tabela 9.3: a = 17 A.
1,45 /,,): I• Da Figura 13 .22 : f., = 63 A.

600
500
Mn 17
.-
23 ? I
I / / / 19
ªl
IN (J\)400 ./. './ ~ fi
15

i 300
250
,:. ,, ,,.
; "/ 13.5
..,.,,,, 12
200 ~ ~~ / ~
., 10,5
175 ,,.. ...... ~ ; ..... .....
~

9
150 ...... ........ V. ,, "
125
./.
.... "'9 ~ ~~
., ..... / 8

100
...... V/ ~ ~ ~ ~
80
63 0 // ~ ~ ~
50 ~ :ó' w V,.. /
40 ló.: :.;,: ~ f i V
32 _ ,M ., 'l. ~ './""
vh
1:,., / /
~ v,... ~
25
20
16 ~ ~~
,,z
10
~~
V
6
1 15 2.5 4 6 10 16 25 35 50 70 9:1 120 150 2:10
- S (1111112)

Figura 13.21 • Gráfica poro o oblençõo do correnle nominal de disjuntores lermomognético, com /1 s 1.45 1, , em função
do seçõo nominal dos condutores e cio fa1or 'o' (Tobela 9.3) (Cortesia do Bticino)
SU$W ü

Copírulo 13 • Dimensionamentos 405

25 35 50 70 95 150
- scnun2)

Figura 13.22 • Gráfico poro a obtenção da corrente nominal de fusíveis tipo gl (com t..,;;,: 32 A), em função da seção nomi·
nal dos condutores e do fator 'a' (Tabela 9.3) (Cortesia da Bticino)

EXEMPLO 17 Ulilizando a figura 13.21:

Detern1inação da corrente nominal de um disjuntor


tem1on1agnético em caixa n1oldada, conforme a NSR

I• Da Tabela 9.3:" = 12.
Valor corrigido: " = 0,8 X 12 = 9,6.
NM 60898, destinado a proteger contra correntes de
sobrecarga o circuito do Exemplo 5, constituído por
I • Entrando na Figura 13 .21 con1 a = 9,6 e S = 4 n1m2,
obtém-se f .v a 20 A.

três condutores isolados, Cu/PVC, contidos em um ele· Critério da proteção contra


trod uto circular embulid o em alvenaria, no qual existe
outro circuito também a dois condutores. Admitir, para correntes de curto-circuito
a linha, a temperatura ambiente de 30 •e e, para o qua·
Expressões
dro, a temperatura de 40 ºC.
Na Figura 13.23, apresenta-se uma linha com as cor-
• Do Exemplo 5: /8 =16,5 A rentes de curtos-ci rcuitos nos extre1nos.
• Da Tabela 9.1 0: !, = 0,8 A figura 13.24 apresenta uma linha com a carga elé·
' trica concentrada no final e sendo protegida por um dis·
• Da Expressão 13.19: 111 = 16,5 20 6
0,8 = • A positivo de proteção (DP) no início.
• Da Tabela 9.4
• Da Expressão 13:18
S 2.'i mm2 - t,. = 21 A
=
lx = 0,8 X 21 = 16,8 A ,.
Utiliz.1ndo:
fc ·I
• '~<\ •
~,..
~

~ ,.
• A Expressão 13.29: .16,5 s /N s 16,8 A - não existe
disjuntor que atenda a Expressão 13 .29; sendo assim,
deve-se passar para outro condutor com seção ime--
diata1nente superior.
• f>assando para S = 4 mm', da Tabela 9.4: 1,. = 28 A.
• Da Expressão 13.18: fx = 0,8 X 28 = 22,4 A. Figura 13.23 • Correntes de cvrtos·circuitos nos extremos
• Da Expressão 13.2 9: 1.6,5 s I,, s 22,4 A; f .v = 20 A. de uma linha elétrica
SU$W ü

406 lnslakições elétricas

K = { 1151><1ra c:ondu1c;irl'S de c:ohre c<>n1 isol;iç~o cn, rvc;


135 5>.'lra condut0<es de cobre oo,n isolação e,n EPR
Ou XLPE;
DP
S(mm2) = seção nominal dos condutores a proteger;
/(m) = comprimento do circuito a proteger;
rs. P.1. ,,.,,~-z1 p(O.mm 2/m) = resistividade (0,027 para o cobre);
1,,.,,(A) = corrente de curto-circuito presumida mfnima
(no ponto extremo do circuito);
1,00 para S :s 120 mm2:
Figura 13.24 • Dispositivo de proteção (DP) no início da
linha elétrica

'• = --;=========.
22
484 100 cos <1>, 0 /0 5 /5 (13.32)
-+
l i:<) '10 So
+-

r =

l 1,15 para S = 150 mm';


,,
1,20 para S = 185 mnr:
1,25 para S = 240 mm2;
U(V) = tensão nominal do circuito a proteger; se o cir-
cuito possuir neutro será a tens.:io entre fase e
neutro;
l 0 (A) = corrente correspondente à interseção entre a
12,7
'· = --;==========;, curva t • f(J) dos condutores e a curva de atua-
Jã (13.33)
-162 + 57 cos <l>,o /o +)- ção (limite superior) do dis1>0sitivo ele proteção;
l i:o l,oSo Sã l...,(m) = comprimento máximo do circuito protegido
pelo dispositivo de proteção;
(13.34) 1..,.,(s) = tempo máximo de atuação do dispositivo de
proteção.

lo' i2 · d1 :s K'S 2 (13.35) Observação:


• As expressões 13.32 e 13.33 são aplicáveis para S :s
50 mml; a Expressão 13.32 aplica-se a circuitos com
(i · r :s K'S2 (13.36) 2201380 V, e a Expressão 13.33, a circuitos com
127/220V.
o.sus (13.37)
• A Expressão 13.36 aplica-se a curtos-circuitos nos
hmt• = r () 21 quais a assin1etria da corrente não seja significativa,
qualquer que seja a duração do curto, e para curtos-
I _ 0,8US circuitos assimétricos com duração entre O, 1 e S
ml x - 2rpl" (13.38) segundos.
• Quando o dispositivo de proteção está devidamente
coordenado com os condutores quanto à proteção
4 r2p2K 212
1 - - - - 2- (13.39) contra correntes de sobrecarga, não é necessário cer-
""' - 0,64U tificar a condição dada pela Expressão 13.35 ou pela
J,(kA) = corrente de curto-circuito presumida no 1>0nto Expressão 13.36.
de aplicação cio dispositivo de proteção; • Geralmente, para os fusíveis, não é necessário verifi-
l,.(kA ) = corrente de curto-circuito presumida num car a condição dada pela Expressão 13.35 ou pela
ponto a montante cio ponto de aplicação do Expressão 13.36, bastando verificar-se a condição
dispositivo; dada pela Expressão 13.39.
cos <I>,. • fator de potência ele curto-circuito no ponto • No caso de circuito trifásico com seção <le neutro
correSf>0ndente a ,,.; igual a S/2, a corrente l,mr, dada pela Expressão
S0( mm2) = seç.10 dos condutores a montante cio 1>0nto 13.37 deve ser multiplicada por 0,67.
de aplicação cio dis1>0sitivo de proteção;
f.(m) = comprimento cio circuito a montante do ponto Tabelas e gráficos
ele aplicação; • Diagramas para a obtenção rápida ela corrente de
fcikA) = capacidade de interrupção nominal do clis- curto-circuito presumida (corres1>0ndente às expres-
posítivo de proteção; sões 13.32 e 13.33 : figuras 10.1 7 e 10.16.
lo' i 2
• dl = integral de Joule cio dis1>0sitivo de proteção


Valores ele t'rele condutores de cobre: Tabela 11.2.
Curvas (121) = f(J) para condutores de cobre: Figura
(A2 • s); 11 .7.
SU$W ü

Copítulo 13 • Dimensionomentos 407

• Curvas (I'r) = f(f) para disjuntores: •Na Figura 13 .26, verifica-se que o disjuntor NBR NM


• Disjuntores rápidos: Figura 11.1 O.
• Disjuntores limitadores: f igura 11.11.
Fator para a detern1inação da corrente nominal máxi-
I 60898 de 36 A cumpre a condição da Expressão
13.35, com efeito
para S = 4 mm' ... K'S' = 211.600 A1s e
ma de fusíveis tipo 'gG': Tabela 13.1.
• Zonas tempo-corrente para fusíveis tipo 'gC': figuras para l ,v = 36 A ... Ío' i tlr "' 12.000 A s
2 2

6.14 e 6.15. (dl A corrente de curto-circuito presumida mínima


• Características tempo-corrente de disjuntores: será, da Expressão 13.37
• conforme NBR NM 60898: Figura 6.23.
• Relação entre ' •• ecos <I>,.: Tabela 10.1O. 0.8 X 220 X 4
l X 0,027 X 2 X 30 - 435 A
0

• Características nominais de disjuntores: conforme t,..,;, =


6.4.4.
(e) Na Figura 13.25, verifica-se que o disjuntor também
• Fator para a determinação da corrente nominal máxi-
protege os condutores no caso&? t,m1,; com efeito
ma de fusíveis gG na proteção de motores contra cor·
rentes do curto-circuito: Tabela 13 .1 . (f 2t)d,,f"" 3.500 A's

(1 21),..., .. 30.000 A2s


EXEMPLO 18 Pode-se, também, verificar a condição de 1>roteção
p.)ra fttnitl de outra maneira, como mostrado a seguir.
Verificação da aplicabilídacle de um disjuntor bipo-
(f) O te,npo máxi1no de atuaç-<i.o do dispositivo será,
lar N BR NM 60898 de 36 A na situação mostrada na
da Expressão 13.39
Figura 13.25.
• A corrente no ponto ele aplicação do disjuntor será, 4 X l X 0,0272 X 1152 X 302 _ l l
da Expressão 13.32, considerando o valor de cos <l>,-
1 2
" "' = 0,64 X 220' - ' s
obtido da Tabela 10.1 O
22 (g) Enlranclo na curva característica do disjuntor (ver
h = --;,=========2 = J,44 kA Figura 6.23) com t,m1/ f,v = ~ "' 12, a atuação dá-se
484 100 X 0,3 X 65 + , _65
-12-
2 + __L_2_X-10-- ., 102 entre 0,005 e 0,02 segundos (0,02 < 1, 12 s).

• Escolhemos um disjuntor que apresenta, em 220 V,


l<w = 5 kA (conforme 6.4.4), atendendo, portanto, à EX EMPLO 19
condição dada pela Expressão 13.34, pois
5 > 1,44 kA Verificação da aplicabilidade de um dispositivo
fusível com fusíveis gG na prote<;<'io contra correntes ele
curto-circuito no circuito indicado na Figura 13.27.
_ _ _ __ _ _ _ _ 220/380 V
• A condição dada na Expressão 13 .34 é atendida,
\ li,,= 12 kA posto que 20 > 7 kA.
• A condição dada na Expressão 13.35, pode ser omi·
sp~ 10 n1111"! tida.
,. =65111
• A corrente de curto-circuito presun,ida n,ínima será,
da Expressão 1 3 .3 7
----4.__\_ ,,_.- 220/380 V
0,8 X 380 X 2,5 .
t,.,;,, = l X 0,027 X 2 X 25 "' ) 63 A
l,v=36 A
• O tempo máximo de atuação do fusível será, da
Expressão 13.39
S • 4 1111112 (Cu/PVC)
/=30111
_ 4 X I X 0,0272 X Jl52 X 252 _ .
1
'"'"' - 0,64 X 380' 026
- . 5

~........~ Chuveiro
(6kW) • Na Figura 6.15, verificamos que, para 1,.,1• = 563 A,
o fusível de IN = 32 A atuará em um tempo máximo
Figura 13.25 • Diogromo do circuito do Exemplo 18 ele 0,02 s < 0,26 s, atendendo a condição.
SU$W ü

408 lnslalações elétricas

IOS'

) 50 nlln2
\
'
\ '~
10'

16 l)llll2
~ l_,,_
i
8
o-
~o ~ \ ......,~ 10 1111112
106
e
-
" r--,

"'
v,;<t
"
o'° \ 1

10.S
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2.5 1n1n?
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/

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~~
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/

-,, /

103 I" - ';


7~
/

V31ores 111áxin1os d:i ituegral de


Jouli! p;1rt1. condutores c,n cobre
com isol~, ilo de PVC 70/160 o C
/

102

10•
100 10' 102 1().' 10' l(A) 10>

Figura 13.26 • Corocteristica de atuação térmico o quente (0-0 = 70 ºC) 1,. = corrente de.curto-circuito presumido simétri·
ca (valor eficaz em A) r-, = integral de Joule em A's (Cortesia da Bticino)

• Na Tabela 13.1 verifica-se que, para /,, = 76 A, a cor- Seções dos condutores neutro e
rente nominal máxima de fusível gG, que ptoteje o
n1otor contra correntes de curto-circuito será de proteção
IN = 0,4 X 76 = 30,4 A Os condutores neutros devem ser din1ensionados
o que mostra que o fusível (previamente) escolhido de conforme Seção 9.9, e os condutores de proteção, con-
l.v s 32 A atende a condição. forme Seção 8.7.
SU$W li

Copírulo 13 • Dimensionamentos 409

• A potência de alimentação (admitindo fatores de


- - - --41>-----380 V demanda iguais à unidade) será
IN = 32 A
(lo,= 20 kA) P, = 3.280 + 2.840 + 2.920 + 12.000 +
12.000 + I0.200 = 43.240W
• Em nenhuma fase se tem potência superior a 10% ele
S • 2,5 mm2, Cu/PVC P,, isto é, 4.324 W, ligada ao neutro (P = Pl + P2
/= 25 m + P3 + Pl 2 + P23 + P31 ). Ver Figura 13.28.
• A corrente de projeto será, da Expressão 13.13,
admitindo-se cos <1> = 0,95.

43.240 S
I 11= = 119,. A
V:Í X 220 X 0,95
M 1,.,=19A
/p = 76A • Desprezando a queda de tensão, tem-se para os con-
dutores fase, da Tabela 9.4, B,13 cc: S = 50 mm1 .
Figura 13.27 • Circuito do Exemplo 19 • A Tabela 9.22 indica, nesse caso, para o condutor
neutro, a seção 1nínima de 25 mm 2 .
• A pior condição para o neutro é estarem ligadas ape-
EXEMPLO 20 nas as cargas de L, (maior carga total).
Nessas condições_.. a corrente de neutro seria de
Alimentaç,io de quadro de distribuição de adminis-
tração de prédio; circuito JF-N, 127/220V. Cargas indi- 3.280 2- S
cadas a seguir. Admitir condutores isolados, Cu/PVC, f,v = 1 X 127 X l = ), A
em eletroduto circular embutido em alvenaria e queda
de tensão desprezível. Considerar, ainda, que a taxa de e, da Tabela 9.4 (B 1/2 cc), verifica-se que seria sufi-
3• harmônica e múltiplas é menor que 15% e que o neu- ciente uma seção de 4 mm', i11íerior à seç,'lo mínima
tro é protegido contra sobrecorrentes (ver Seção 9.9). que será a adotada, ou seja, SN= 25 mm1.

[}õbela 13.7 • Tabela de ca rgas - ..:J


Potências (W)
L, - N L, - N L., - N L,-L, L, -L! L, -L,
Iluminação da <$Cada' 600 - - - - -
Iluminação do hall ' -- 920 - -- - --
Jlu1ninação do salão' - 720 -
Ilu1ninação do \VC. vesliário, copa e cozinha 1 1.000 - . - - -
llu1ninação cx1erna 1 - 1.200 - - -
Uu1ninação do jardin11 - - 1.400 - - -
To111adas da escada - 240 - - - -
Tomadas do hall - 480 . - - -
Ton1adas do salão - - 800 - - -
Tomadas do \VC, vestiário. copa e cozinha 1.680 - - - - -
Chuveiro - - . 6.000 - -
Chuveiro - - - - 6.000 -
Chuvei.ro - - - - - 6.000
Chuveiro - - - 6.000 - -
Chuveiro - - -
.
- 6.000 -
Ton1eiras
TOTAIS
- - - - 4.200
3.280 2.840 2.920 12.000 12.000 10.200
No1a:
1. llun1inação ifl\·:uidcscen1c.
SU$W ü

41 O lnslalações elétricos

,v ,.__
- - -- - ~'·'-',.,_______,__ _.,
Í.Ji

Figura 13.28 • Representoçõo simbólico do cargo

• Da Tabela 8.7, verifica-se que, para o condutor de 111 (13.41)


U11 = cU0- -+ ,,,
-
proteção, a seção mínima será de S,,e = 25 mm' 1
• Na hipótese de utilizar um condutor PEN (3F-PEN),
sua seção, que dever,i atender tanto às condições de • Esquema IT:
neutro como às condições de condutor de proteção, • Sem neutro distribuído
será logicamente Sr,:N = 25 mm2• _V33 cUo • (13.42)

Critério da proteção contra contatos


1
""' = º") p l.( l + m,5 1

indiretos . r- cUo (13.43)


U11 =00'i v3-- -
1 + l1l
Expressões
• Com neutro distribuído
A Figura 13.29 apresenta um circuito genérico com
carga no terminal. l = 0,5 cUo S
.,., p l.(J + m) '· (13.44)
• Esquema TN:
cUo 0cU (13.45)
/ mb = pi.( 1 + Ili) S,. (13.40) u,, = 0.5 -1--
+m

F---i- -e

F_

PE
Princ ipal

PE

Circuito tcrn1inal

QD

Ele,nento condutor
estranho á instalação I· ·I
Figura 13.29 • Circuito genérico com condutor de proteçõo PE
SU$W li

Capírulo 13 • Dimensionamentos 411

/(m) = comprimento do circuito terminal; 13.3 Critério econômico para


l,.f,Jm) = con1prilnento máximo do circuito terminal; dimensionamento das
U(Y) = tens.iode linha;
linhas elétricas
u.(v) = u!V?.;
S,.(mmZ) = seção cios condutores vivos;
s,E(mmZ) = seção do condutor ele proteção; Introdução
111 = 5/ 5,.,; A aplicação dos critérios usuais de dimensionamento
e • fator que pode variar de 0,6 a 1, geraln1ente igual a dos cabos de potência constituintes das linhas elétricas
0,8; de média e de baixa tensão resulta na mínima seção
non1inal admissível, isto é, na menor seção nominal que
U.(Y) = tensão ele contato presumida;
atende a todos os critérios técnicos utilizados. t a cha-
p (!l.mml /m) = resistividade cio condutor; para o cobre, mada seção cécnica (S,,), Ao conduzir uma corrente, os
igual a 0,0255 n .mni'/m;
cabos de uma linha consomem parte da energia trans-
/ 0 (A) = corrente que assegura a atuação do dispositivo
portada. São, principalmente, as perdas Joule, inversa·
ele proteç,io em um tempo I que pode ser: mente proporcionais à seção dos cabos. A seção técnica,
• Igual a 5 s quando o circuito se enquadra na situa- que reduz ao mínimo o investimento inicial, representa-
ção 1 e só alimenta equipamentos fixos. do pelo custo dos cabos e por sua instalação (incluindo
• Obtido da curva de segurança nos demais casos. os condutos ou outros elementos empregados), não con·
sidera o custo das perdas de energia ao longo da vida útil
Tabelas e gráficos da instalação, que 1>0clem ser bastante significativos.
• Tabela 8.2. Atualmente, o uso racional da energia - a conserva-
• Co1nprin1entos n1áximos de circuitos terininais prote- ção de energia - é uma obrigação universal, seja do
ponto de vista puramente econômico, seja envolvendo
gidos por disjuntores termomagnéticos contra conta-
tos indiretos no esquema TN: Tabela 8.4. também o aspecto ecológico, o aspecto da capacidade
de geração ou transmissão de energia. Por outro lado,
estão sendo utilizados, hoje em dia, na fabricação dos
cabos, materiais isolantes com temperaturas de serviço
EXEMPLO 21
mais elevadas, como é o caso do EPR e do Xl PE, cuja
Circuito terminal de iluminação industrial, monofá- temperatura máxima para serviço contínuo é de 90 ºC, o
sico, F1'-l, esquema TN, Situação 2, com: que significa maiores perdas Joule. Nessas condições,
considerando também os custos crescentes da energia
• ln= 31,3 A. elétrica, deve-se observar, além dos critérios t<adicionais,
• Cabos unipolares Cu!PVC/PVC de 6 n, m2 em bande- o lado econômico no dimensionamento dos cabos.
ja; agrupamento com outros circuitos tal que 17. = Traia.se de reduzir ao n1ínimo não apenas o custo ini·
34,5A. cial, e sim a soma deste com o custo das perdas de ener-
• U.v = U. = l27 V. gia durante sua vida útil. A escolha de uma seção supe-
• Proteção contra sobrecorrentes com disjuntor de rior à seção técnica significa redução de perdas, para
/,-= 32A. unia dada quantidade de energia a ser transmitida,
• I = 54 m. podendo constituir-se na solução mais adequada.
(a) Da Tabela 8.7 .... S., = 6 mm' e, portanto, m = 1. Quando, no projeto ele um circuito., for previsto seu
lb) Da Expressão 13.4 1 adotando funcionan,ento em regi1ne contínuo, com uma corrente
que não apresente grandes variações e quando predomi-
e= 0,8 .... U11 = 0,8 X '127 X l ! l = 50,8 V nar no dimensionan1ento (técnico) o critério da c-apaci·
dade de conclução de corrente, a adoção de urna seção
nominal superior à seção técnica, obtida a partir de um
(o mesmo valor pode ser obtido na Tabela 8.3).
procedimento consistente, certamente resultará em redu-
(c)u. = 127 V e t • 0~15 s (ver Tabela 8.2). ção de custos. Isso pode não ser verdade quando, no
(d) Da curva do disjuntor (f igura 6.23), entrando com t din1ensiona.n1ento técnico, predon1i nar outro critério
= 0,35 s, obtém-se I , = 7,2 x 32 = 230,4 A. (por exemplo, o da queda de tensão), ou seja, quando a
(e) Da Expressão 13.40, tem-se seção técnica for superior à que atenderia apenas às exi-
0,8 X 127 gências do aquecimento normal dos condutores, ou
l.,i, = 0,0225 X 230.4 X 2 X Ó = SS,7 m quando a corrente apresentar variações consideráveis ao
longo ele um período de trabalho da linha elétrica.
(0 Nessas condições, sendo I = 54 m, o circuito está O chamado critério econômico tem sido aplicado,
protegido contra contatos indiretos pelo disjuntor. embora com freqüência bem inferior à desejável, quase
SU$ W ü

41 2 lnslakições elétricas

exclusivamente a sistemas de distribuição em média ten- • f.u é a máxima corrente {valor eficaz) prevista para
são, resultando, geralmente, em economia de energia e circular por unl condutor-fase do circuito, durante o
en1 reduções de custo bastante significativas. Em siste- e!imeiro ano (A).
mas de baixa tensão, o uso desse critério pode ser bas- • R é a resistência em corrente alternada de um con·
l'ante vantajoso em instalações industriais, comerciais e dutor-fase por unidade de comprimento (Mm).
institucionais, considerando principalmente circuitos de • I é o comprimento da linha (km).
distribuição com seções iguais ou superiores a 25 mm' . • 11 é o número ele conclulores-fase ela linha, ou seja,
~ importante acrescentar que o dimensionamento cios no caso mais geral, o produto do número de fases
cabos de potência de um circuito pelo critério econômi- pelo número de condutores por fase.
co, admitindo que a seção obtida seja superior à seção • li é o número de horas por ano em que eleve circu-
técnica, traz algun,as vantagens adicionais, como o lar a corrente 1,., para produzir as mesmas perdas que
aumento da vida útil cios cabos e seu melhor comporta- a corrente real (de valor eficaz) variável, /(1) (hfano).
mento diante das sobrecorrentes e das quedas de tensão.
A resistência R deve ser considerada a uma tempera-
No estudo que se segue, foi utilizado o documento
tura (Om) inferior à temperatura máxima para serviço con-
IEC 60287-3-2: Electric cables - Calculation of the cur-
tínuo (O.:>, adn1itindo que a seção econômica seja inferior
rent rating - Part 3: Sections on operating conditions -
à determinada considerando apenas o aquecimento nor-
Section 2: Economic optimization of power cable size.
mal. Considera-se, em princípio, chamando de O, a tem-
peratura ambiente, que:
Equacionamento básico
Considere uma linha elétrica constituída por condu- O = 67. - o, + o,.
m 3 (13.49)
tores isolados por cabos unipolares ou multipolares e
con1 custo total C, incluindo a con1pra e a instalação dos Por sua vez, o tempo li é definido pela expressão
cabos, bem como sua operação durante uma vida (eco-
nômica) de N anos. Considerando-se valores referidos à ,s.,ro t(r)Z l ,s.,ro
li = l o -,-- rlt = -;. }o /(1)2.r/1
data da instalação (ver Quadro 13 .4) e expressos em ,., ,,, (13.50)
uma dada unidade n,onetária u, pode·se escrever:
O custo das perdas de energia no primeiro ano (Cn,>
C=C,+C, (13.46) será, da Expressão 13.48
onde:
Cm = 1, · R · I · 11 · H · e X 10- .1 (13.51)
• e, é o custo do comprimento instalado de linha (1t). sendo o custo da energia (ufkWh).
• C, é o custo das perdas Joule durante uma vida de N O custo da capacidade adicional para prover as per-
anos, en1 valores atuais (11).
das será, no primeiro ano

Diz o citado dl)Cumento lEC: Cm, = l j , · li · I · 11 · d X 10- 3 (13.52)


"A fim de combinar os custos de compra e lnstalaç-ão onde d é o custo da demanda (ufkW.ano).
com os das perdas de energia que ocorrem durante a Assim, das expressões 13.51 e 13.52, o custo total
vida econôrnica de urn .cabo, é necessário de1nonstrá-los das r>erdas no primeiro ano será
em valores cconô1nieos contparáveis, isio é. e1n valores
referidos à n1es,na época. É eonveoiente utilizar a data IO--'
de contpra da instalação conto referência charnando-a de C11 = l~r· U·/·11(N·e+d) X
I
.-atual'. Os custos 'futuros' das perdas de energia são J+-
enião convenidos a seus equivalentes valores atuais.~~ 100 (13.53)
considerando os custos pagos ao final do ano e conver~
O custo C, pode ser dividido em duas partes, uma tidos a valores atuais, sendo t (em o/o) a taxa anual de
correspondendo às r>erdas ele energia consumida (kWh), juros, não incluídos os efeitos da inílação.
C,,:, e outra correspondendo à capacidade adicional de Para os N anos, o custo total em valores atuais será
fornecimento para prover tais perdas (kW), Cm, isto é Q X 10-.l
C, = C,,: + C11, (13.47)
C1 = ,11 • R • 1 · 11( H · e + ri) X
I

As perdas de energia durante o primeiro ano (pn), em I + 100 (13.54)


kWh, serão dadas por: sendo Q um coeficiente que leva em consideração o
aumento de carga, a, o aurnento do custo de energia, b,
/Jm = G, · R · I · 11 • H X 10; (13.48)
(a e bem %, sendo que b não considera o efeito da infla-
onde: ção) e a taxa de juros, valendo
SU$W ü

Capitulo 13 • Dimensionamentos 413

" J - ,"' Por sua vez, a resistência R(S) pode ser dada pela
Q= í: l-1= - - (13.55) expressão
/=I 1. - r

sendo
R(S) = ±· P'11J • B [I + a o(O., - 20)]
2
(13 .63)

sendo

B = (l + y, + y1,)(l + A, + Àz) (13.64)


(13.56)

Fazendo, para simplificar a Expressão 13.54 e

Q • p,. a resistividade do metal condutor a 20 ºC, consi-


M = 11( /-/ · e + d) X-=-- derando-se valores de 18, 35 fl.mm'ikm para o cobre
1
1+- e de 30,3 fl.mm' /km para o alumínio, valores um
100 (13.57)
1>0uco superiores aos reais, adotados pela IEC para
permitir o cálculo da resistência dos condutores dire-
assim, obtém-se tamente a partir da seç,io nominal (e não a partir da
seção real).
e, = f;, . R . 1 • M x 10-> (13.58) • a ~ o coeficiente ele ten-iperatura a 20 ºC, de valor
3,93 X 1O·• °C· ' para O cobre e 4,03 X 1o·• •c-•
Pode-se escrever para o custo total C, da Ex1>ressão para o alumínio.
13.46 e da Expressão 13.58 • y, e y1, fatores relacionados com os efeitos pelicular e
de proximidade.
e= e, + 1;, · n · 1 · M x 10- 3 (13.59J • AI e A2 fatores de perda na blindagem e na armação
do cabo.
A seção econômica, s,,
para os cabos da linha elétrica O valor da seção econômica, S,, em mm', será obti-
considerada será a seção S que minimiza a função do derivando a Expressão 13.60 e igualando a zero.
Obtém-se, considerando as expressões 13.61 e 13.63
y = C1(S) + /;, · R(S) · I · M X 10- 3 (13.60)

onde C1(S) e R(S) são expressos em função da seção dos


S, • J~ X Il, • M · filo · 8(1 + a.,(Om - 20)) X 10' 3

cabos. (13.65)
Adotando um modelo linear para o custo inicial e
considerando o tipo de cabo e a instalação, pode-se Cada seção de um cabo possui uma 'faixa eco·
escrever nôn,ica' de correntes para unia dada condição de insta-
lação. O limite superior de corrente para uma dada
C1(S) = l(F + GS) (13.61 ) seção é o limite de corrente 1>ara a seção imediatamente
superior. Assim, considerando a Expressão 13 .59, pode-
sendo se escrever


G o componente variável do custo relacionado com
a seção do cabo (u/km.mm').
F o com1>0nen1e constante do custo, não afetado
J
M
=J C,-C11
M · (R, - R)
X10~ (13 .66)

pela seç.io do cabo (u/km).


O componente variável G pode ser escrito sob a
forma 1,, - _J Cn - e,
M · (R - Rz
)xlO
,
(13 .67)
p, - p
G= • ' onde o custo total C, e a resistência R correspondem à
Si - S, (13.62) seção considerada, e,, e R, à seção imediatamente infe.
rior, e Ca e 7i2, à seção imediatamente superior.
sendo 1'1 e P2 os custos, em u/km, dos c.1bos da linha, de
A Tabela 13.8 apresenta o conjunto elas variáveis
seções S, e S,, respectivamente, e de sua instalação (aí
apresentadas no cálculo, com as respectivas unidades,
incluindo o custo dos condutores e/ou outros elementos
relacionadas com a versão apresentada.
utilizados).
SU$W li

414 lnslalações elétricas

Tabela 13.8 • Conjunto de variáveis utilizadas no trabalho !


IEC
Significado Símbolo Unidade Observações
Sfmbolo Unidade
Custo total e u CT u -
Cu~10 do comprintcnto instalado de linha e, u C/ u -
Custo d.as perdas Joule dur.uue N anos e, u CJ u fndicc/corrcspondcnte ao 1~ ano
Ctisto dJls perdas de energia e,, - - Idem
Custo correspondente à de1nanda C,o
"u - - Idem

,....-,
Perdas de energia Pe kWh - Idem
Corren1e ,náxirna durante o l o ano A A -
Resistência CA de unt condutor por unidade '"'ii
de con1pri1nen10
O/km R 0/m -
Con1prin1ento da linha I kn1 I m -
Núntero e condutores-fase pior ciruito - - N,, - -
Nún1ero de circuitos con1 a 1nes1na corrente - - N, - -
Níintero de condutore.<;-fase da linha li - - - 11 ::: 1\1,. X Nr
Tc1npo de operação con1 perda n1áxhna H h T h -
•e -
Temperatura de operação do condutor
·1e 1nperatur.1 n1áxi1n.:, p,ira serviço contínuo
º·o, 'C
º·- 'C
- -
Tc.1nperatura an1bicnte
º· •e o, 'C -
Corrente variável (valor eficaz) /(t) A /(1) A -
Cus-rode c1,ergia u/k\Vh p u/Wh -
Custo anual de de1nanda ,,' u/W.ano D 1
u/\\ .aoo -
Variável auxiliar Q - Q - Definida em (9)
Taxa anual de juros 1
,.
% i
,.
% -
Variável :.,uxiliar - - Definida e,n ( 11)
Aun1e1lto anual de carga a % a % -
Au1nento anual de energia b % b % -
Variável auxiliar M u/kW F u/W -
Co111ponente variável do custo relacionado
com a seção do cabo
G u/1n.m1n~ A - -
Componente o <:usto não áfetado 1>ela seção
do cobo
F
" e u -
Preço dos cabos da linha e res1>ectivn
instalação
p u/km - - -
Resistividade p fl.n1ni1Jkn1 p n.,n -
Coeficien1e de ternperatur.l a 'C''
"s
,ç·• -
Seção nominal s n1n12 111012 Índice E pnro n seção econô1ni·
Variável auxiliar 8 - IJ - ca Definida por (19)
Fatores de perdas dos condutores ys. )'/J - )'S, )'/1 -
Fa1ores de 1>erdas na blindagc,n e na annação
dos cabos
Ài, À: - À,. ,1, -
SU$W ü

Copirulo 13 • Dimensionamentos 4 15

Tabela 13.9 • l'1'.e os cios cabos e ele sua instala - o


Custo inicial (u/m)
Seção nominal (mm')
Cabo Instalação Total
25 10,62 17,23 27.85
35 11.65 17,33 28,98
50 13,19 17.49 30.68
70 15.24 17.71 32.95
95 17.81 17.97 35.78
120 20,37 18,24 38,61
150 23.45 18.55 42.00
185 27.04 18,92 45,98
240 32,69 19.51 52.20
300 38.85 20, 14 58,99
400 49.1 1 21.20 70,3 1

EXEMPLO 22 • Da Expressão 13.57

Linha triíásica subterrânea constituída por um cabo M = 3(2.250 X 60,9 X 10- 3 + 3) X Z3,08l
tripolar de cobre com isolação ele EPR, 6/1 O kV, sendo 1 + ....?_
100
dados:
• Comprimento ela linha: / = 500 m = 0,5 km. = 9.234,04 u/kW
• Corrente máxi1na no primeiro ano: IJ, e 160 A.
(b) Cálculo das 'faixas econômicas' das diversas seções
• Tem1>era1ura ambiente: O, = 20 ºC. non1inais:
• Preços dos cabos e de sua instalação (valores íictí·
• Da Expressão 13 .49
cios) (em u/m): na Tabela 13.9.
• Vida econôn1ica considerada para o cabo: N = 30 90 - 20
o,,. = + 20 = 43,3 •e
anos. 3
• Tem1>0 de operação con, perda máxin,a: 11 m • Da Expressão 13.63
2.250 h/ano. - 1
• Custo da energia ao íim do pri1neiro ano: e= 60,9 R(S) u
5 x 18,35X 1,023(1 + 3,93x 10-'(43.3 - 20) )
X 1O" u/kWh.
• Custo da demanda: d= 3,0 ulkW ano. = Sl X 20,491
• Aumento anual de carga: a = 0,5% ano.
• Aumento anual do custo da energia: b ~ 2,0%. • Das expressôes 13.66 e 13.67, utilizando os valo-
• Taxa anual de juros: t = 5,0º/o. res de R(S) e os custos fictícios anteriormente
(a) Cálculo das grandezas auxiliares: indicados, obtêm-se as faixas de correntes indica-
• Da Expressão 13.56 das na Tabela 13.10.
Para a corrente indicada ele 160 A, a seção indica-
o.sxl + ~)
(l + 100 200
da ser.í, pela Tabela 13.8, de 185 mm' .
(c) Cálculo pela Expressão 13.65:
r= = 0,98 117 • Da Expressão 13 .62, considerando as seções 150
5
l +- e 185 mm2, obtém-se
100
• Da Express.io 13.55 ( 45,96 - 42,00) x 1(P
G= _ - 113.14 u/km .mm2
185 150
1 - 098117'.lO
Q = 1 - 0,98117 23,081 • Da Expressão 13.65

l
.SH= , X 1602 X 9234 X 1$,35 X 1,023[1 + 3,93 X 10- 3(43,3 - 20) X 10-3]
113 14
S 11 = 207 mm2
SU$W li

416 lnslalações elétricas

Tabela 13. 10 • Vários valores de Se seus custos


S (mm') R (!l/km) Custo total (u/km) Faixa de correntes (A)
25 0.820 27,85 X 10' - 22,8
35 0.585 28.98 X 10' 22,8 32.4
50 0,410 30.68 X 10' 32,4 45,8
70 0.293 32.95 X 10' 45.8 63.1
95 0.216 35.78 X t()l 63.1 82.5
120 0.171 38,61 X t()l 82.5 104
150 0,137 42,00 X 10' 104 128
185 0.111 45.96 X t()l 128 161
240 0.085 52.20 X 10' 161 208
300 0.068 58.99 X 10' 208 269
400 0.051 70,3 1 X 10' 269 -
A seção a ser escolhida é de 185 mm', valor padro- visto pela aplicação da Expressão 13.49, corresponde
nizado mais próximo de 207 mm'. a cabos com 07, = 90 •e
e ambiente de O,, = 30 •e.
(f) O crescimento anual de carga, geralmente situado na
Cálculos simplificados faixa de 0,5 a 5 por cento, é considerado como " =
1,5 por cento.
O cá lculo da seção econômica, usa ndo·«~ a
Expressão 13 .65, que é, basicamente, a indicada pela
(g) O aumento anual no custo da energia elétric.1 (sem
considerar o efeito da inflação), geralmente na faixa de
IEC 60267-3-2, envolve um grande número de variáveis,
2 a 12 por cEmto, é considerado nulo, isto é, b = O.
e sua aplicação é um tanto complicada. Assi1n, con, vis·
(hl A taxa anual de juros, geralmente na faixa de 5 a 12
tas princi1><1lmente à utilização do critério em linhas de
por cento (sem considerar os efeitos da inflação), é
baixa tensão, é conveniente obter~se un,a expressão rnais
considerada como t = 1O por cento.
simples, que apresente uma precis.io razoável.
(i) O tempo de operação com perda máxima calculado
Considerando algumas hipóteses simplificadoras:
por
(a) O custo da instalação (incluindo o custo dos condu·
tos e/ou de outros elementos utilizados) é constante, consun10 anual prcvlsH> (k Wh/ano)
// = - - - - - - - ' - - - ' - - - - ' - ~ -
independentemente da seção dos cabos usados, o dcntanda corrcspondenrc à carga 1náxinla (k\V)
que, na prática, é bem próximo da realidade; assim, (13.69)
na aplicação da Expressão 13.62 ou da Expressão
(j) A corrente máxima durante o primeiro ano é igual à
13.68, esse custo desaparece na subtração P2 - P, .
corrente de projeto, ou seja f.11 = J,,.
(b) Para simplificar a expressão final, considera-se o
A partir dessas hipóteses, temos:
parâmetro G', definido por
• Da Expressão 13 .56
G' = G = P2 - P1
n(S, - S,) (13.68) 15
IOO
)2 X l
II (1 +
r= = 0,937 (13.70)
(c) As perdas devidas aos efeitos 1>elicular e de proximi-
1 + ..!.Q_
dade, bem como as devidas às perdas nas blindagens 100
e armações, são desprezadas, o que é bastante razoá-
• Da Expressão 13 .55
vel, mesn,o para os cabos de média tensão até 630
nim• operando na freqüência de 50 ou 60 Hz; assim, Q = l - 0,937,v =l - 0,937"
(13.71 )
tem-se 8 = 1. 1 - 0,937 0,063
{d) O custo anual da demanda é desprezado, isto é, d =
• Da Expressão 13 .54
O, o que se justifica pelo fato de ser, normalmente,
He 2: d, na Expressão 13.57, sendo que, mesmo que l - 0,937,v 1
isso não ocorra o in1pacto de considerar d • O não M = 11·H· e 0,0
63
X
trará grandes alterações na Expressão 13.65, o que
pode ser facilmente demonstrado.
(e) A temperatura de serviço é considerada O,,. = 50 •e, = 11 • N · e
1 - 0,937.v
(13.72)
valor bastante razoável, uma vez que, como pode ser 0,0698
SU$W ü

Copírulo 13 • Dimensionamentos 417

• Da Expressão 13.65, levando em conta as expres· Exemplo 23


sões 13.68 e 13.72
Circuito de distribuição trifásico constituído por 3
cabos unipolares Cu!PVC/PVC, sendo dados:
• Corrente de projeto: /8 = 143 A.
• Temperatura ambiente: O• = 30 •e.
Para o cobre, tem-se • Custo da energia elétrica: e= US$ 36 X 10->Jkwh.
• Tempo anual com perda máxima: H = 2.250 h/ano.
• Vida útil considerada para o cabo: N = 20 anos.
S,: = 111) ~ ' H e (1 - 0,937"') X 294,44 X 10- 3
• Preços dos cabos e valores de G' (da Expressão
13.68): estão na Tabela 13.11.
e daí (a) Cálculo das grandezas auxiliares

_1 /N· e (1 - 0,037.v)
• Da Expressão 13.72
S" - l.S4 ', G' (13.74) -; 1 - 0,93710 .,
M • :l X 2.250 X 36 X 10 X 0.06 S • 2.534 US,, kW
9
fazendo • Da Expressão 13.75

e,,= 2,66
vii (13.75) e,, = J&o -o,os6
2.250
e • Da Expressão 13.76
e,, = o,69
' V I - 0,937"'
(1 3.76) C.v = vô,69 = 0,809
VI - 0,9372º
virá, da Expressão 13.74 (b) Cálculo da seção econômica
• Da Expressão 13.77, adotando para G' o valor

e,, '"· C.v Va-


íê
511 (13.77) médio 117 US$/mm2.km
=
S,, = _ 143 36 X 10- 3 _ - 2
Chega-se à mesma expressão para o alumínio, com o . 0,0)6 X 0,809 li? - :>S,4 mm
mesmo valor de C,v e com
o que leva a uma seção de 50 mm'
e,,= 2,01 (c) Cálculo da faixa econômica para 50 mm'
(13.78)
VH • S=~m~~~=" m~e~=ro m~

L!abela 13.11 • ~01 cios cabos e valores ele G' .J


G' = P2 - P1
ses-ão Preço do cabo Preço da linha' 3(S2 - S,)
(mm') US$1km USSlkm
US$1mm' .km

25 3.169 9.507 -
35 4.308 12.924 114
50 5.969 17.907 t li
70 8.256 24.768 t 14
95 11.209 33.627 11 8
120 13.976 4 1.928 111
150 17.470 52.4 10 116
185 21.546 64.638 116
240 28.964 86.892 135
No1a:
1. Tli.'$ c:tbos.
SU$W ü

41 8 lnslalações elétricos

• Da Expressão 13.63, com B = 1 e O., = 50 ºC _ / 17.907 - 12.924 x ~ _


1" - '-.2.534(0,566 - 0.396)
7i(S) -i x 1s.4s11 + , .93 x 10-'cso - 30JJ• 1x 19.s • l imite superior de /8
lO - lOB A

• para Sl = 35 mm' _, R, = 0,566 Wkm; 24.768 - 17.907 "'


• para S = 50 mm• -, R = 0,396 Wkm; 11, = 2.534(0,396 - 0.283) X h r = 155 A
• para S = 70 mm' -, R2 = 0,283 W km;
• Das expressões 13 .66 e 13 .67 e da Tabela 13.9 ~preciso utilizar o cabo com S = 70 mm2, que tem
• Linlile inferior de fu /• = 143 A< t ,. = 171 A.

EXERCÍCIOS

1. Quais são as características das cargas industriais e sinli lares consideradas na NBR 5410 para dimensionan1ento
dos circuitos terminais?
2. Quais são as características das cargas residenciais e comerciais consideradas na NBR 541 O para dimensionamen-
to dos circuitos terminais?
3. Quais são as três configurações clássicas para a ligação de equipamentos a motor?
4. No caso de partida de motores mais suaves, quais são os três métodos ele partida mais utilizados?
S. Quais são as vantagens e desvantagens da chave estrela.triângulo?
6. Quais são as vantagens e desvantagens da chave compensadora?
7. Qual é o limite da queda de tensão nos terminais cio dispositivo de partida durante a J)<lrtida ele um motor?
8. Quais são os dispositivos específicos para 1>roteção contra curto-circuito?
9. Quais são as etapas para o dimensionamento de um circuito de uma instalação de baixa tensão, circuito de dis-
tribuição ou circuito terminal, incluindo a determinação da seção dos condutores, a escolha da(s) proteç.io(ões)
contra sobrecorrentes e, eventualmente, o dimensionamento cio conduto que conterá os condutores?
1O. Quais são os critérios para escolha da proteção contra correntes de sobrecarga e contra correntes de curto-circui-
to de disjuntores ele baixa tensão?
SU$W ü

14

ctompensação da energia reativa


Por Eng. José Starosta

14. 1 Introdução de forma a injetar energia reativa de acordo com aquela


consumida pela carga; outras características ela instala·
Com o advento da automação industrial, surgiu a ção t;imbém devem ser consideradas.
necessidade do controle preciso da operação das cargas Historicamente, e muito antes da proliferação de
1>resentes não s6 nas indústrias, mas também nas insta- cargas não-lineares nas instalações e também do início
lações elétricas de prédios e centros con1erciais, em cen· da regulamentação ela cobrança dessa energia reativa
tros de processamento de dados e mesmo nas instalações (excedente) 1>elas concessionárias ele energia, os capa-
residenciais. O tratamento do tema relativo à compensa- citores já vinham sendo aplicados para melhorar a
ção de energia reativa, c1ue até anos atrás podia considerar regulação ele tensão das instalações. A correta aplica·
uma condição de fontes constantes alimentando cargas ção de capacitores em uma inst;ilação elétrica impõe
co1n 1:>erfis 'con1portados' e com características pratica- significativo incremento na qualidade de energia de
mente lineares, deve ser expandido em abordagens que alimentação das cargas, com i1nportantes conseqüên·
considerem necessarian,ente: cias na produtividade, aumento ela capacidade, reclu·
ção de perdas elétricas e redução de investimentos em
• Comportamento ela carga na instalação (variação e
infra-estrutura. O tema, sempre discutido, é relaciona-
curva de carga).
do à estreita relação da energia reativa (fornecida pelos
• Característica de não-linearidade da carga e seu con-
capacitores) com a qualidade de energia fornecida às
teúdo harmônico.
cargas da instalação.
• Possíveis fontes distintas que alimentarão as mesmas
cargas. As perdasen1processos industriais relativas a problen1a.~
• Impacto da con1pensação rec1tiva na instalação. com consu1no de energia reativa e qualidade de energia
• Regulamentação tarifária e cobrança da energia rea- tenden1 à ser 1nais imponantes e considecáveis que as
tiva excedente pelas concessionárias de energia. próprias cobrnn~as de excedente de energia rcativá
• Impactos na eficiência energética e custos opera· (rnulta$) pelas concessionárias devidas ao baixo fator de
cionais. potência. que este consumo de reallvos possa causar.
• Impactos na qualidade de energia e as1>ectos relati-
Tal condição pode ser entendida como a necessida-
vos à produtividade.
de ele se adequar a tensão de fornecimento (regulação,
A injeção ele r·eativos é uma valiosa ferran1enta para balanceamento, ausência de alundarne11tos, controle da
melhorar a regulação de tensão e a eficiê11cia de equipa- distorç,io harmônica, entre outras), sob 1>ena de perdas
mentos, be,n con10 1>ara reduzir as perdas e as correntes no processo de produção.
elétricas nos circuitos de instalações industriais e comer- A popularização do uso dos capaci1ores pelos consu-
ciais de grande porte. Não basta o simples tratamento de midores ocorreu em maiores proporções justamente
questões relativas ao dimensionamento de capacitores, quando as concessionárias passaran1 a n1ultar os consu-
SU$ W li

420 lnslolações elétricas

midores que apresentassem valores médios mensais de a definição do fator de potência incorpora não só as
fator de potência menores que um valor fixo definido, componentes de 60 Hz, mas também as outras freqüên·
inicialmente de 65 por cento. cias eventualn1ente presentes no sisten1a,. os novos n1ecli·
A mudança desse valor para 92 por cento ocorreu dores eletrônicos implementados para atender à portaria
juntamente com a mudança cio período ele medição para (atual ANEEL 456) de e11ergia reativa podem considerar,
média horária, conseguindo-se assim um grau bem indiretamente, o incremento do 'consun10 de energia
maior de sofisticação de avaliação, graças aos medidores reativa' na presença de cargas distorcidas. Isto é, as car-
eletrônicos que chegavam ao nlercado. Essa n1udança, gas distorcidas consideradas pelo novo sistema de medi-
que ocorreu no Brasil na primeira metade ela década de ção acabam por reduzir o fator de potência em relação
1990, seguiu urna tendência mundial e trouxe a necessí· ao conceito anteriorn1ente empregado no uso dos medi-
dade ele ajuste fino da injeção de reativos, pois diversas dores eletromec.inicos, ou mesmo de eletrônicos de pri·
instalações que estavam incólumes ao critério anterior meira geração, nos quais son1ente a componente funda·
passaram a ser consideradas na cobrança da multa. mental (60 ~lz) era considerada.
O que se observou, então, foi uma ve-rcfadeira corrida
pela adequação cio fator de potência aos novos níveis e
padrões estipulados. Consumidores desavisados assistiam 14.2 Aspectos conceituais
às falhas de seus capacitores, e nem sempre descobriam
as causas e as soluções para os problemas. Definições
Entre outras mudanças, o que era tratado como •multa Em qualquer instalação alimentada em corre11te alter·
por fator de potência# passou a ser tratado como "tarifação nada, a energia elétrica absorvida pela carga pode ser
de energia reativa excedente" ou outras tern1inologias decomposta em:
si1nilares. Muitas dessas expressões ainda não foram absor-
viclas até hoje pelos consumidores, que 1><1gam as contas • Energia aciv,,, medida em kWh, transformada em
de energia sem as entender e analisar adequadamente, em energia n1ecânica, em calor ou em outra n1odalidacfe.
todos os seus aspectos. A relação entre a energia ativa consumida em um
Alguns consumidores consideram o 'faturamento de intervalo de tempo e esse próprio período é definida
energia reativa' como uma cobrança normal, tal qual a como a demanda média, ou simplesmente a deman-
energia ativa, sem a mínin1a idéia de seu potencial em da de energi<1 ativa, ou, ainda, a potência aava desse
'gerar' sua prói>ria energia reativa con1 a correta aplicação intervalo (medida em kW). A potência ativa ou
de ca1><1eitores. Outros consumidores ainda absorvem tais demanda costuma ser representada 1>ela letra P.
custos, pois consideram equivocadamente a inexistência • Energia reaciv,,, medida em kvarh, necessária à exci·
de tecnologia para adequação do fator de potência e taç.io magnética dos equipamentos indutivos (moto-
compensação reativa da instalação. Cansados de observar res, transformadores etc.). Analogamente, a demanda
sistemas simplesmente explodirem, com fortes implica· de energia ativa, que é obtida 1>ela relação entre a
ções na produção, eles se permitem arcar com os custos energia reativa e o período em que foi consumida,
de uma energia mais cara, a fim de preservar a capaci· define a demanda de energia reativa, ou potênci,1
dade de produção. reativ;, média do intervalo (medida em kvar). A po-
Por outro lado, nem todas as concessionárias alertam tência reativa é representada pela letra Q.
e orientam seus consun1idores para a situação, infonnan· A potência apareme, medida em kVA (quilo volt
do sobre a possibilidade de evitar o faturamento adicio- ampere), é representada pela letra S, sendo definida
nal de forma adequada e, ainda, com ganhos técnicos. como o produto das correntes e tensões eficazes:
É muito importante observar que, para a escolha da
metodologia e do projeto de compensação de energia S = U 1, X / 1• (14.1)
reativa, o perfil ele carga da instalação deve ser consi- onde:
derado cuidadosa,nente, pois a simples análise do fator
• U L = tensão de linha;
de potência médio induzirá, na n1aioria dos casos, à
• 11• = corrente de linha .
escolha de solução inadequada. Esse perfil de carga
pode ser obtido com o uso de instrumento adequado Em um sistema trifásico,
pelo próprio consumidor, ou, em muitos casos, pode (14.2)
ser solicitado às concessionárias, que gera lmente S= V3 X U 1, X Ir.
cobram por esse serviço. O fator ele potência é definido pela relação das
Outra discussfo pertinente refere-se à própria legisla· potências ativa e aparente:
ção, que sen1pre utiliza o termo l.1tor ele potência, sen1
p
nenhuma referência às componentes harmônicas. Como FP= - (14.3)
S
SU$W ü

Capitulo 14 • Compen.s açôo da energio reativa 4 21

Cargas lineares Um modelo interessante e de fáci I compreensão,


adotado por alguns autores, modifica o modelo do triân-
Uma carga é linear quando a corrente elétrica cio cir-
gulo das potências para o do •tetraedro das poténcias',
cuito que a alimenta não possui outras componentes
e un1a nova variável chamada de "potência ele distorção~
(harmônicas) de freqüência além de 60 Hz. Neste caso,
passa a ser inserida nesse contexto. Essa #potência de
pode-se considerar a potência aparente como o resulta-
do da composição de um modelo vetorial das potências distorção•, simbolizada pela letra D, guarda uma rela-
ativa e reativa, coníom,e representado nas Expressões ção física com perdas e, matematicamente, é o acrésci-
14.4 e 14.S e na Figura 14.1, conhecida como triângulo mo (relação não-linear) da potência aparente quando
das potências. existem componentes harmônicas na carga. A medida ele
D é o kVAO (kVA de distorção).
S1 = P1 +Q' (14.4) O tetraedro é representado conforme mostra a Figura
14.2, e a nova relação entre as variáveis é apresentada
S= v'(pi + Q 1) (14.5)
nas expressões 14.8 a 14.14:
Pode-se ainda, neste caso, equacionar o fator de potên- S' 2 = P' + Q 2 (14.8)
cia como o co-seno do ângulo <I> formado pelas duas
variáveis (P e S): (14.9)
FP = cos q, (14.6)
S2 = P2 + Q1 + 0 1 (1 4.10)
Cargas não-lineares s = Y(P2 + Q 2 + D') (14.11)
Na maioria dos casos das instalações atua is, a carga
é n<lo~li near, e o modelo anteriormente exposto torna-se Como o fator de potência é deíinido como a relação
impreciso, na medida em que a corrente ele carga pos- entre as potências ativa e aparente, ou seja, FP = />/S,
sui, além de sua componente em 60 Hz, outras freqüên- te lllOS:
cias múltiplas de 60 Hz (harmônicas de corrente). Nesse I' = S' x cos<D (14 .12)
caso, a corrente eficaz do circui to torna-se diferente
(maior) da corrente em f>O Hz (corrente fundamental) S = S'/cos A (14.13)
e, conseqüentemente, a potência aparente também será
diferente (maior). FI' = (S' X ~'OS <1>)/(S'/cos A)
A corrente eficaz (rms) que considera as componen·
tes ham1ônicas é definida con10:
= (cos <I> x cos A) (14.1 4)

,.... = v(~,,~,) (14.7)


Portanto, com a multiplicação por um novo íator
menor que 1 (cos A), o fator de potência - que no regi-
me de carga linear era definido como o cos 1T> - assu-
me un, novo valor, reduzindo assinl o fator de potência
Tetraedro versus triângulo das relativo ao regime linear. Essa conclusão confirma a
potências expectativa de um menor fator de potência do sistema
A potência aparente de um sistema não-linear é devido às c.argas não-líneares.
maior que a potência aparente de um sistema com car· O cos <!>, ou fator de potência em 60 Hz, também é
gas lineares. O modelo do triângulo elas potências (Figura tratado por DPF ou fator de potência de deslocamento.
14.1) passa a não ser compatfvel com a nova realidade,
pois, na presença de cargas não-lineares, a potência apa-
rente deverá contemplar também as correntes harmônicas. s
D

·~ p
Figura 14.1 • Triângulo das potências (válido openos
Q --------- S'
,,
I I
I

Figura 14.2 • Representação do •tetroedro de potências•


poro cargos lineares)
SU$W li

422 lnsloloções elétricas

14.3 Razões do baixo tivas), tiveram essa condição alterada ao longo do tempo,
graças à presença de, por exemplo, sistemas de controle
fator de potência e de potência no próprio chuveiro (que podem reduzir o
comportamento das instalações fator de potência) e sistemas de iluminação fluorescentes
também com baixo fator de potência (notadamente as
O baixo fator de potência das instalações pode advir
lâmpadas fluorescentes compactas). As bombas, eleva-
de diversas causas, sendo estas as principais: dores e sistemas de ar condicionado, também presentes
• Motores de induçáo operando em vazio ou sobre- nas instalações prediais (de uso residencial), são cargas
carregados: tais motores consomem praticamente a que merecem atenção do ponto de vista de baixo fator
1nesma energia reativa,. quer operando em vazio, de potência.
quer operando à plena carga. A energia ativa, entre- Nos prédios con1erciais, como edifícios de escritórios
tanto, é diretamente proporcional à carga mecânica e corporativos, shoppings centers, hospitais, agências
aplicada ao eixo do motor. Nessas condições, quan· bancárias, supermercados e centros de processamento
to n1enor a carga, n1enor a energia ativa consumida e de dados (data centers), devido à forte presença de car·
menor o fator de potência. gas de sisten1as de resfriamento e ar condicionado, bon1·
• Transformadores operando em vazio ou com peque· bas, sistemas de transporte vertical (elevadores, escadas
nas cargc1s: analogamente aos n1otores, os transíor· rolantes, monta cargas), iluminações fluorescentes, UPSs
,nadores,. quando superdi1nensionados para a carga (Uninterruptible Power Supply), cargas de tecnologia de
que devem alimentar, consomem uma quaniidade inforn,ação e outras, o fator ele potência merece atenção,
de energia reativa relativamente grande, se compara- pois essas cargas possuem forte característica indutiva.
da à energia ativa, dando origem a um fator de Nas indústrias, a situação não é diferente. Há alto
potência baixo. consumo de energia realiva pelas cargas típicas indus ..
• Uimpadas de descarga: as lâmpadas de descarga triais, como as injetoras, extrusoras, fornos de indução
(vapor de mercúrio, vapor de sódio, fluorescentes ou a arco, sistemas de solda, prensas, guindastes,
etc.) necessitam do auxílio de um reator para funcio- monta-cargas e ponte rolantes, bombas, compressores,
nar. Os reatores n1agnéticos, co1no os motores e os ventiladores, tornos, retíficas, sistemas de galvanoplastia
transíorn1adores, possuem bobinas que conson1en1 e eletrólise, entre tantos outros.
energia reativa, contribuindo para a redução do fator
de potência. O uso de reatores compensados (com
alto fator de potência) pode contornar o problema.
14.4 Compensação
Os reatores eletrônicos, de boa procedência e espe- da energia reativa
cificação, apresentam um bom comportamento rela-
tivo ao fator de potência, alguns até próximos de Princípio
100%.
A elevação, ou adequação, do íator de potência é
• Grande quantidade de motores de pequena potên·
realizada com a instalação de sistemas de compensação
eia: a grande quantidade de motores de pequena
potência provoca, muitas vezes, um baixo fator de de energia reativa compostos por capacitores, também
potência, pois o correto dimensionamento de tais chamado de bancos de capacitores, em ligação em para·
motores em funç.:lo elas n1áquinas a eles acopladas leio (tipo sl>unt) conectado no mesmo ponto da carga ou
pode apresentar dificuldades. por motores síncronos superexcitados. A determinação
• Tensão achna da nominal: a potência reativa é, apro~ da potência reativa dessa instalação adicional pode ser
ximadan1ente, proporcional ao quadrado da tensão feita com o auxílio das expressões utilizadas nas defini·
aplicada; já no caso dos motores de induçlío, a çôes do 'triângulo ou tetraedro das potências'.
potência ativa só depende_, pratica,nente, da carga A resposta ao problema é definir quanto de potência
reativa (Q) injetar, de modo a compe11sar a potência rea-
mecânica aplicada ao eixo do motor. Assim, quanto
maior a tensão aplicada aos motores, maior a energia tiva consumida pela carga. A convenção de sinal adotada
reativa consumida e menor o fator de potência. para a potência reativa, considera a potência consumida
pela carga com sinal positivo e aquela injetada pelos
De modo geral, o comportamento do fator de potên- capacitores com sinal negativo.
cia nas instalações elétricas vari.J conforn1e a atividade e Outra possibilidade de injeção de energia reativa é o
o tipo das cargas. Instalações residenciais, que outrora uso de motores síncronos superexcitados, que possuem
possuíam comportamento com fator de potência próxi· a possibilidade de injetar maior volume de energia reati·
mo da unidade, em função da maciça presença de chu- va que seu consumo próprio e podem ser um bom recur-
veiros elétricos e lâmpadas incandescentes (cargas resis- so nas instalações industriais de grande porte.
SU$W ü

Capítulo 14 • Compensação da energia reativa 423

Análise de compensação reativa Portanto, o método para obter·se aumento do fator de


potência, con1 redução da potência aparente e redução
com carga linear da potência reativa (Q) consumida, é a injeção da ener-
Numa análise simplificada, com a inexistência de gia reativa fornecida por capacitores de potência.
corren1es harmônicas, onde >. = O (do modelo do tetrae- É importante notar que essa definição considera uma
dro de potências}, pode-se calcular o valor do reativo situação instantânea de carga, o u unia carga sen1 varia-
consumido diretamente 1:>ela Expressão 14.15 (do triân- ção. A rigor, a análise eleve ser estendida a todas as con-
gulo das potências da Figura 14.3): dições típicas ele carga - máximas, mínima.s, médias etc.
Q = p X ,g (P ou Q = V (S' - P') (14.15)
A injeç.<io de energia reativa será mais eficiente à EXEMPLO
medida que o ângulo de fase <l> se aproxime de zero e,
por conseqüência, toda a potência reativa seja com- Uma instalação apresenta uma carga típica (potência
pensada. ativa) de 200 kW, relativa a um grupo de motores com
A redução da corrente clic.n e da potência aparente carga constante e com acionamento direto, podendo-se
será, nesse caso, proporcional ao incremento do fator de desprezar as componentes hannônícas ela corrente ele
potência, conforme a Figura 14.3, somente aplicável em carga. Sabendo-se que o fator de potência da carga é
situações em que a carga seja linear. de 80 por cento, detern1inar qual a injeção reativa neces.
O modelo clássico de compensação reativa represen· sária para elevar o fator de potência para 95 por cento.
tado na Figura 14.3 ilustra uma potência reativa Q, con- Temos:
sumida pela carga linear, a potência reativa injetada P= 200 kW
pelos capacitores Q...,, e a potência reativa resultante Q,
FP, = 0,80
= (Q, - Q0 .>. Nessa situação, espera-se que Q, seja
menor que Q, (apesar ele, eventualmente, poder ser FP, = 0,95
maior) e, como conseqüência, ocorra uma redução da Então:
potência aparente de S, para S, e uma redução do ângu-
lo <1> 1 para <J:>2• O fator de potência final (FP,J será maior 2
SI =~= 00 =250 kVA
que o original (FP1). FI',
0,$
Q, = Vcs12 - "'> = V(2so 2 - 200') = 1so kvar
Q (kvar) • • ••••••• • •• S, (k VA)
p
• S2 = - ·= 210kVA
Q, F/'2
;...~-~
•••••••••• _: S2 (kVA) Q2 = V(S22 - />2 ) = \!(2102 - 2002 ) = 64 kvar
Q.,P = Q, - Q, = 150 - 64 = 86 k var

A injeção ele 86 kvar reduzirá a potência aparente


do circuito de 250 kVA para 210 kVA com a conse-
qüente redução da corrente. E o fator de potência será
elevado de 80 por cento 1>ara 95 por cento.
P(k\V}
Análise de compensação reativa
com carga não-linear
Onde: As questões matemáticas das estimativas e cálculos
associados que objetivam definir quanto de potência
• Qa e S, são as potências re-.itiva e aparente da co1npen·
reativa injetar tornam-se de importância limitada na
saç!io de reativos;
medida em que a ca,ga a ser compensada apresenta
• <1> 1é o ângulo de fase a111es da c-0,npensação de reativos:
• Q2 e S2 são as potênci3S reativa e apare111e após a com- comportame1110 variável ao longo do tempo e con1ém,
J>Or sua própria característica operacional, correntes har·
pensação:
• <1>2 é o ângulo de fase a1>6s a co,npensação de reativos:
mônicas (característica ele não-linearidade). A solução a
• Q~JI' é a 1>0tê11cia reativa injetada pelos capacitores: ser implantada deverá garantir adequada Oj>eração da
instalação durante todo ciclo de carga. Os capacitores
• Q, - Q...,, = Q,.
deverão con1pensar a carga em todos os seus ciclos de
f ig ura 14.3 • Esquema de oompensoçõo reativo em regi· operação, sem causar efeitos paralelos como sobreten-
me de corgo linear sões e ressonâncias.
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424 lnsloloções elétricos

Os novos valores do fator de potência corrigido e da 14.5 Métodos de compensação


nova potência ap.irente dependerão também do conteú·
do harmônico da carga. Em última analise, o fator de Generalidades
potência total está relacionado diretamente aos valores da
A compensação da energia reativa em uma instalação
potência de distorção, potência aparente, potência apa-
deve ser analisada com o devido cuidado, evitando-se
rente relativa à componente fundamental e do ângulo À.
soluções imediatistas, que podem conduzir a resultados
Devido à característica de variação da carga ao longo
técnicos e/ou econômicos não satisíatórios. É necesS<írio
da operação da instalação, a injeção de reativos deve
critério e experiência para efetuar uma compensação
acompanhar essa variação, a fim de manter o fator de
adequada, analisando cada caso, uma vez que não há
potência adequado em todos os instantes.
uma solução padronizada.
Em princípio, a elevação do fator de potência pode
EXEMPLO ser obtida com:
• O aun,ento do consumo de energia aliva.
Nun1 caso similar ao exemplo anterior, porém com
• A utilização de n1áquinas síncronas.
carga que possua os mesmos 250 kVA relativos apenas
à corrente fundamental (60 Hz) e 270 kVA relativos a • A utilização de capacitores.
valores eficazes que representam a soma da corrente Independentemente do método a ser utilizado, o
fundamental co1n correntes em outras freqüências har- fator de 1>0tência ideal, tanto para a instalação (isto é,
mônicas, o modelo a ser utilizado com o auxilio do para o consumidor) como para a concessionária, seria o
tetraedro de potências será o apresentado a seguir. unitário~ o que significaria a inexistência de potência
Temos: reativa na instalação.
P = 200kW Caso o objetivo da com1>ensação reativa seja unica-
S a 270 kYA mente a isenção do pagamento da energia reativa exce-
dente para a concessionária, pode-se adotar o fator de
S' = 250 kVA
potência final em valores da ordem de 95 por cento,
Então: uma vez que a atual legislação considera o valor limite
S' de 92 por cento. Considerar, ainda, que, durante a
S=- madrugada (OhOO às 6h00), a legislação limita não mais
cosA
250 o íator de potência indutivo, mas o capacitivo, isto é, a
COSA=
270 = 093
'. injeção exagerada de energia reativa nesse período
incorrerá em fator de 1>0tência capacitivo, tratado tan,.
Q = V(S'2 - P 2 ) = V(2SO' - 2002 ) = 150 kvar bém como 'negativo'. Conforme a portaria ANEEL 456
P 200 (ver Quadro 14.2), o fator de potência capacitivo nesse
cos <I> =S' = 25Õ = 0,80 período estará sujeito aos mesmos modelos de cobran-
ças de exce<lente, como o são os indutivos durante os
D= V(S' - ( S'' ) = V(270' - 2502} = 101 kVAD outros períodos do dia (6h00 às 24h00). Portanto, a solu-
FP = COS <I> X COS A = 0,93 X 0,80 = 0.74 ção escolhida - injeção de energia reativa - deve ser
A injeção de 150 kvar reduzirá a potência reativa a considerada também para o período da madrugada,
zero e levará ocos <I> a 100%. No entanto, caso as har- eventualn1ente, co,n o desligamento dos capacitores.
mônicas não sejam filtradas, o máximo fator de potên- Caso a injeção de energia reativa esteja consideran·
cia passível de ser obtido será 93 por cento. À medida do a necessidade de melhorar a regulação de tensão ou,
que as harmônicas venham a ser filtradas, com a redu~ ainda, tenha como objetivo a liberação de carga em um
ção de 'D', a potência aparente S tenderá a atingir a determinado transfom1ador, o valor de fator ele potência
potência ativa P. a ser obtido de 100% não pode ser considerado como
Caso a injeção dos 150 kvar fosse efetuada com filtro exagero, e sua aplicação tem sido n1uito comum, princi·
sintonizado nas freqüências harmônicas (ou parte delas) paimente na busca pela qualidade de energia e eficiên·
presentes, o ângulo >. seria sensivelmente reduzido e, eia energética nas instalações elétricas.
conseqüentemente, cos >. tenderia a 100 por cento. A qualidade de energia de uma instalação está inti·
mamente relacionada con1 a regulação de tensão; a
Conclui-se que, em função do conteúdo harmônico redução de perdas é proporcional ao quadrado da redu·
de uma carga, a obtenção cio fator de 1>0tência próximo da ção da corrente elétrica, e o aumento da capacidade da
unidade requer um tratamento especial, não somente inje- instalação é proporcional à redução da 1>0tência aparen·
tando energia reativa, mas também filtrando algumas har· te. As Expressões 14.16 e 14.17 quantificam os ganhos
n1ônic.as presentes. devido à redução de perdas (' tip') e aumento da capaci·
SU$W li

Capítulo 14 • Compensação da energia reativa 425

d ade ('llcap') de uma instalação com potências aparen- Capacitores


tes 5 1 e S2 (antes e depois da com1>ensação) e fator de O método dos capacitores é o mais utilizado nas ins-
potência FP, corrigido para FP,. talações industriais, sendo, em geral, o mais econômico e
o que permite maior flexibilidade de aplic.1ção. Os capa-
llp% = [1 -(;;;)'] X 100% e (14.16) citores usados, chamados de 'capacitores de potência',
são caracterizados por sua 1>0tência nominal (ver Quadro
t.cap% = [ 1 - -FP ] 14.1), sendo fabricados em unidades monofásicas e trifá-
1
x 100% (14.17)
FP2 sicas, para alta e baixa tensão, com valores padronizados
Os aspectos relacionados à regulação de tensão de potência, tensão e freqüência, ligados internamente
podem ser observados na Figura 14 .6, no comportamen- normalmente em delta e com potências de até 50 kvar
to da tensão durante o consumo instantâneo de potência em baixa tensão. Os capacitores de alta tensão são
reativa, sem e com a operação de compensação de ener· n1onofásicos con1 potências não superiores a 100 kvar e,
gia reativa adequada. em suas aplicações, são ligados externamente em estrela.
Na maior parte das aplicações, os capacitores são
Aumento do consumo de utilizados em bancos (trifásicos), montados com unida-
des triíásic.u ou monofásicas (caso de alta tensão), o que
energia ativa permite a obtençfio de potências relativan1ente elevadas,
O aumento do consumo de energia ativ,, pode ser além de uma maior flexibilidade de instalação e de
conseguido pela adição ou transferência de novas cargas manutenção. Projetos de aplicação de capacitores em
com alto fator de 1>0tência. Tem muito pouca aplicação baixa tensão em tensões superiores (por exemplo, 480 V)
prática, mas não deixa de ser uma solução possível, costuff'lan1 ser n,ais econôn1icos.
além de poder comprometer critérios de eficiência ener·
gética da instalaÇci.o. Localização dos capacitores e forma
Assinl, por exe1nplo, não é conveniente substituir u,n
forno a óleo por um forno elétrico à resistência (cujo
de injeção de reativos
fator de potência é praticamente igual a 100%) apenas Para a análise da localização dos capacitores em uma
para aun1entar o fator de potência. No entanto, se a instalação, deve·se ter sempre presente que as vantagens
indústria possuir dois fornos, um elétrico e outro a óleo, relativas ao seu uso a1>enas se aplicam à parte da insta-
funcionando alternadamente, ampliar os períodos de uso lação situada a montante de seu ponto de ligação. A
do forno elétrico pode ser uma boa opção para corrigir o Figura 14.4 indica alguns pontos onde os capacitores são
fator de potência da indústria, desde que se tenha bene- norn1almente inseridos.
fício econôn1ico. No caso da compensação individual, isto é, da ligação
de capacitores diretamente aos bomes de ligação dos
Máquinas síncronas motores ou dispositivos de manobra, devem ser tomadas
algun1as precauções en1 relação ao regin,e da corrente de
As máquinas sfncronas também podem fu ncionar
partida do motor. Além disso, a corrente do capacito, (ou
como 'geradores' de potência reativa, seja acionando
do banco) deve ser inferior à corrente de magnetização do
cargas mecânicas, seja funcionando en1 vazio (nesse
caso, chamadas de 'com1>ensaclores síncronos'). Essa motor - a 1>0tência do capacito, (com tensão nominal)
não deve ser superior a 90 por cento da potência absorvi-
propriedade é controlada 1>ela excitação. Quando
subexcilados, eles não geram potência reativa suficiente da pelo motor em vazio.
para suprir suas próprias necessidades e, conseqüente- A Tabela 14. 1 indíc.1 a potência máxima dos capaci·
1nente, deven1 receber do sislerna uma potência reativa tores ligados a motores.
adicional. Quando superexcitados (funcionamento nor- A localização dos capacitares 110 quadro de distribui·
mal), suprem suas próprias necessidades de reativos e ção principal proporciona uma compensação global à
também fornecem rea1ivos ao sistema. instalaç.io. Nesse caso, ocorre a liberação da carga no
É preciso considerar que a uti lização desse método transformador, porém não há redução de perdas nos
nem sempre é compensadora, sob o 1>0nto ele vista eco· diversos circuitos, visto que por eles circulará a corrente
nômico, sendo somente recomendada quando são acio- reativa original. É a solução índic.1da para instalações
nadas cargas mecânicas de grande 1>0rte, com potências mais sin1ples, e,n que não existen1 conjuntos de cargas
su1>eriores a 200 CV (caso, por exemplo, de grandes n1uito diferentes entre sí.
compressores) e funcionando por 1>eríodos longos (supe- Esse lipo de ligação pode proporcionar uma econo-
riores a 8 horas por dia). Nesses casos, o motor síncrono mia apreciável, 1>ela aplic.1ção de fatores de demanda
exercerá a dupla função de acionar a carga e aumentar convenientes, desde que se leve e,n conta, no din1ensio-
o fator de potência da instalação. namento dos capacitores, a diversidade entre os diferen-
SU$W ü

426 lnslolações elétricas

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Possibilidade de localização dos cnpacitores (bancos) cnt u111a instalação elétrica

Figura 14.4 • Possibilidades de locolizoçõo dos copocitores (bancos) em vmo instoloçõo elétrico

tes circuitos ele distribuição (principais) que partem do A localização dos capacitares em um quadro de dis·
quadro geral. tribuição divisionário representa uma solução internle-
Haverá necessidade, nesse caso, de instalar-se um diária entre as d~1as anteriores, sendo indicada quando
dispositivo ele manobra que permita desliga, os capaci· um ou mais dos circuitos de distribuição principais ali·
tores quando a instalação cessar suas atividades diárias. mentam quadros em que estão ligadas muitas cargas de
Do contrário, poderão ocorrer sobretensões indesejáveis pequeno porte, para as quais não se justifica a compen-
na instalação, além das já citadas cobranças ele reativos sação individual.
capacitivos no período da madrugada.

Quadro 14.1 • Capacitares


Carx1citor é um dispositivo elétrico utilizado para introduzir capacitância em um circuito. É constituido por um sis·
tema de condutores e dielétricas que têm a propriedade de armazenar energia elétrica quando submetidos a um campo
elétrico.
Unt capacitor é caracterizado por:
• Ca1,acitli11c:ia 11011,inal: valor da capaci1ância atribuído pelo fabricante (µ,P).
• Te11sáo 110111i11al: valor efica1,da 1ensão senoidal entre os seus tenninais, para a qual um capacitar é projetado (V. kV).
• Corrente ,u,111i110/: valor eficaz da corrente correspondente à sua potência nominal. quando aplic..1da ao ca.pacitor a
sua tensão nominal sob freqüência nominal (A).
• Potência nominal: potência reativa sob tensão e freqüência nominais. para a qual o capacitar é projetado (kvar).
Carga de um capacitar é a acumulação de cargas elétricas no dispositivo. resultando em elevação da tensão entre suas
placas: por extensão. o termo também significa o valor de carga elétrica acumulada.
Os capacitares possuem um dispositivo de descarga que é um dispositivo elétrico (basicamente. um resistor) ligado
entre os temtinais do capacitor ou a ele incorporado. ou ligado enrre os condutores de alimentação, para reduzir prati·
camente a zero a 1ensão entre os seus tenninais, quando o capacitor é desligado da fonte de ali1nentação.
Um banco de capacitares é um conjunto de capacitares de potência, estnoturas de supone e com os necessários dis·
positvos de manobrJ. controle e proteção, 1nontados de rnodo a constituir un1 equipa1nen10 c01npleto.
SU$W li

Capítulo l 4 • Compensação da energia reativa 427

[!abela 14.1 • Potência máxima dos capamores ligados a motores 1


Velocidade síncrona do motor em rotações por minuto (rpm)
Potência do
motor 3.600 1.800 1.200 900 720 600
(CV)
kvar kvar kvar kvar kvar kvar
5 2 2 2 3 4 4.5
7.5 2,5 2,5 3 4 5.5 6
10 3 3 3.5 5 6.5 7.5
15 4 4 5 6.5 8 9,5
20 5 5 6,5 7,5 9 12
25 6 6 7,5 9 li 14
30 7 7 9 10 12 16
40 9 9 li 12 15 20
50 12 li 13 15 19 24
60 14 14 15 18 22 27
75 17 16 18 21 26 32.5
100 22 21 25 27 32.5 40
125 27 26 30 32,5 40 47,5
150 32,5 30 35 37.5 47,5 52.5
200 40 37,5 42.5 47,5 60 65
250 50 45 52.5 57.5 70 77.5
300 57.5 52,5 60 65 80 87.5
400 70 65 75 85 95 105
500 77,5 72,5 82,5 91.S 107.5 115

Essa solução, com a utilização de fatores de deman- ções pode resultar em economia na quantidade de capa-
da adequados, pode proporcionar uma economia razoá· çitores a instalar.
vel (embora, geralmente, menor que a do caso anterior). Em instalações que possuam equipamentos cujas
Com ela, haverá, além da liberação de carga no transforma· potências absorvidas sejam variáveis e extremamente
dor, a redução de perda nos circuitos de distribuição que variáveis e cujas variações possam levar o fator de potên-
alimentam quadros onde estejam ligados os capacitores. cia a valores indesejáveis, justifica-se a utilização da
A localização dos capacitores no lado da média ou alta compens<1çlío automática, aplicada globalmente ou a
tensão é uma solução usada em instalações de grande setores da instalação, conforme o caso.
porte em que grandes volumes de energia reativa são A forma de ligação dos capacitares nos diversos pon-
compensados próximos li entrada da concessionária. tos da instalação definirá como a injeção da energia rea-
Apesar de economicamente interessante, essa solução tiva será efetuada. Os capacitares podem ser constituí-
não proporciona liberação de capacidade no transforma- dos por células (ou bancos) fixas(os), automáticas(os)
dor nem redução de perdas, além de exigir a uti lização (con1 manobra eletron1ecãnica O\J estática) ou sen1i-auto-
de um dispositivo de manobra e proteç.ío de alta tensão máticas(os). conforme descrito a seguir.
para os capacitares, muito embora o preço por kvar cios (a) Banco fixo:
capacitares seja menor para tensões mais elevadas. Os capacitares são instalados junto das cargas, ligados
Necessariamente, essa instalação somente é viabilizada diretamenle aos barramentos, podendo ainda ser instala-
quando a medição de energia pela concessionária é feita dos no primário das instalações alin1entadas em média ou
em alta tensão a montante do banco de capacitares. alta tensão. A injeção ele energia reativa é fixa, indepen-
Geralmente, essa solução só é utilizada em instalações de da carga e tem como principais características:
de grande porte, com várias subestações transformado- • Baixo custo.
ras. Nessas condições, a diversidade entre as subesta- • Impossibilidade de controle.
SU$W 6

428 lnslalações elétricas

• Possibilidade de sobretensões devido a sobrecom- • Cuidados quando aplicados em conjunto a dispositi·


pensações em período de baixa carga. vos de acionamentos estáticos (inversores de freqüên-
• Possibilidade de pagamento da tarifação de energia cia e soít-starters).
reativa no período da madrugada (reativo capacitivo). (d) Compensação estática ele energia reativa ou com-
(b) Banco semi-automático pensação de energia reativa en1 'tempo real'
Os capacitores são instalados e inseridos no sistema Um banco automático de capacitores é constituído por
simultaneamente com a carga, podendo ser ligados unidades que poderão ser ligadas ou desligadas em função
(e alimentados} no mesmo dispositivo de manobra desta. do fator de potência detectado, fornecendo, portanto, uma
Essa configuração possui as seguintes características quantidade variável de potência reativa em função das
principais: necessidades de instalação ou do setor alimentado.
Instalações elétricas com cargas extren1amente variá·
• Aun1ento do investimento inicial, clevido à necessida-
veis (soldas, prensas, elevadores, guindastes, injetor<1s e
de ele associar cada carga a um respectivo capacitor.
outras) merecem cuidados especiais, uma vez que a inje-
Quanto maior for a diversidade operacional elas car-
ção de energia reativa deve ser efetuada da mesma forn1a
gas, mais capacitores serão necessários ao siste,na.
que é consumida. Bancos automáticos convencionais
• Nem sempre o dispositivo de manobra ela carga per- não possuem velocidade para tal, sendo ne<.:essário que
n1ite fisicamente a ligação dos capacitores, sendo às os capacitores sejam manobrados por elementos estáti·
vezes necessário dotá-los de dispositivo de manobra cos. Essa é a chamada 'compensação estática de energia
independente, comandando pelo dispositivo de ope- reativ.i - tempo real; que possibilita a manobra de capa-
ração da carga (alimentação da bobina do contatar citares em período de até 1 ciclo (16,7 milissegundos).
do capacitor 1>0r contato auxiliar do contatar da A Figura 14.5 ilustra um equipamento de compensa-
carga, aun1entanclo os custos). ção de energia reativa (demonstração) de potência nomi-
• Problemas operacionais e defeitos devidos a liga- nal ele 300 kvar. Podem-se verificar, na parte inferior, os
mentos consecutivos ou 'repiques de contatares' sem capacitores, na parte intermediária do painel, os reatores
que os capacitores tenham sido descarregados. anti-ressonantes, e na parte superior, a entrada dos cabos,
• Queimas de dispositivos de acionamentos estáticos a dispositivos fusíveis e bornes de ligação. Na parte supe-
semicondutores na manobra dos capacitores (inver- rior, frontal, encontram-se os elementos estáticos de
sores de freqüência e sof!·st,,rters). manobra e o controlador- este último recebe as informa-
ções da carga por transforrnaclores de corrente instalados
(c} Banco automático
convenienten1ente.
O sistema foi concebido para atendimento a cargas
variáveis e pode ser entendido, sob aspecto de controle,
con10 uma evolução das outras configurações.
Os capacitor<?s são montados em bancos centraliza-
dos manobrados em grupos por contatores distintos. O
acionamento desses contatores é feito por meio de um
controlador eletrônico dedicado, que recebe informa-
ções da corrente da carga pelo transformador de corren-
te instalado na entrada do quadro geral da instalação.
Com essa inforrnação e com o ajuste do fator de potên-
cia desejado, o controlador manobra os capacitores con-
forme lógica programável e interface com o usuário.
A aplicação desse sistema em cargas com perfil sem
muita variação é uma solução bastante empregada e
deve estar vinculada a alguns cuidados:
• Transitórios na rede causados pela ma,1obra dos
capacitores, podendo causar interferências em outras
cargas e redução da vida dos capacitares.
• Efeito de sobretensão, devido à sobrecompensação
ele reativo, uma vez que a resposta do sistema pode
ser lenta. Os capacitores podem levar dezenas de
segundos até serem desligados após o desligamento
da carga. Nesse período, a sobrecompensação pode
comprometer as outras cargas que continuam ope- Figura 14.5 • Compensador estático de energia reativa
rando no sistema . (Fonte: Elspec lld.)
SU$W 6

Capitulo 14 • Compensação da energia reativo 429

As restrições apontadas nos modelos apresentados Cuidados com a compensação


podem ser minoradas com a injeção de energia reativa
com a aplicação de elementos estáticos de manobra de
reativa em instalações com sistemas
capacitores (ou conjuntos de reator e capacitorJ, também backup por geradores
chamada de compensação em tempo real devido à rápi·
Geradores de backup ou ele emergência, cada vez mais
da comutação cios componentes. Essa é outra forma de
presentes nas instalações comerciais, possuen1 restrição na
compensação do fator de potência, notadamente quan-
alimentação de cargas capacitivas. Essa constatayio pode
do o ciclo da carga é muito rápido e a especificação dos
ser observada na d1amada curva de capabiliclacle, tfpic.1
sistemas não é adequada.
dos geradores de backup. O fato é que a carga 1>ode
As principais características cJo sistema de con1pensa·
tornar-se capacitiva por alguns instantes durante a mano·
ção estática são:
bra (desligan1ento) das cargas indutivas não acompanha·
• Tempos de manobra desde 16,7 milissegundos, apli- das pelos bancos de capacitores. Nessa situação, os gera-
cados en, cargas 'rápidas', tais co1no prensas, siste- dores enxergam a carga com fator ele potência
mas de solda a ponto, fornos a arco, guindastes, ele- capacitivo, causando alteração na excitação e, conse·
vadores, sistemas de geração eólica, injetoras, qüentemente, atuação da proteção com desligamento.
equipamentos para indústria gráfica e de papel, equi· Sistemas rápidos de compensação, típicos da com-
pan1entos eletron1édicos, centrífugas para indústria pensação estática, possibilitam alteração do fator de
de açúcar e outras cargas que, apesar de tratadas potência de referência cio controle quando a fonte é alte·
como 'especiais', estão cada vez mais presentes e,n rada para o gerador, melhorando, inclusive, o desempe-
todos os processos. nho da carga, mesmo quando alimentada pelo gerador.
• Isenção de transientes de manobra: a característica Cuidados adicionais devem ser tomados, considerando·
conhecida como zero crossing da manobra estática se a mudança da impedância da fonte (rede-gerador),
permite compensação reativa com isenção de tran- como comentado na Seção 14.6.
siente de manobra. A outra possibilidade é desligar o sistema de com·
• Possibilidade de compensação reativa n1onofásica: pensação reativa quando os geradores assumem a carga.
cargas ligadas entre duas fases ou entre fase e neutro,
tais como soldas a ponto, podem ter sua energia reati· 14.6 Aspectos da carga -
va compensada com a inserção de cap.1citores ligados
da mesn,a íorma que as ei:1rgas, pron1ovendo injeção
presença de harmônicas e
reativa adequada. regime de operação
• Eficiência na regulação de tensão: quanto mais
rápida for a compensação, melhor será a regulação Compensação de energia reativa na
de tensão. presença de cargas não-lineares -
• Equivalência entre as potências ativa e aparente: ressonância harmônica
pode-se assumir que a potência aparente (kVA) e a
Capacitares de potência ligados em uma rede elétrica
potência ativa (kW) serão iguais durante todo o
indutiva podem ser modelados, com bo,1 aproximação,
tempo de operação ela c.irga, desde que o compensa·
por um circuito LC com uma freqüência de ressonância.
dor reativo seja dimensionado para tal.
Por outro lacro, as cargas não-lineares presentes nas insta-
• Compensação ele (/icker: a compensação instantânea
lações possuem espectro harmônico típico do seu contro-
de energia reativa confere ao sistema competência
le e acionamento, As cargas industriais acionadas por
para compensar o flicker (cintilação) c.1usado por afun-
conversores de 6 pulsos, por exemplo, possuem compo·
damentos de tensão provocados, en, geral, porcargas
nentes tl<1rmônicas de S!, 7~, 11 ~. 13~ e outras ordens com
que consomem consideráveis quantidades de energia
menores intensidades. Os conversores ele 12 pulsos pos-
reativa em curtos intervalos de tempo e em ciclos
suem correntes de alimentação a panir da 111 harmônica.
repetitivos.
As cargas monoíásicas, tais como os computadores e
A Figura 14.6 ilustra o con11>0rtamento da tensão cargas de iluminação, possuem componentes harmôniec1s
antes e depois da compensação estática de energia rea- desde a 3~ harn1ônica.
tiva em um sistema industrial de solda a ponto. Observa- Se a freqüência de ressonância formada pelo conjun-
se, ainda, a sensível redução <fe corrente e a conseqüen· to das impedâncias da rede e dos capacitares iicar pró-
te redução das perdas elétricas. xima da freqüência de uma das correntes típicas cio
A Figura 14.7 ilustra o comportamento da tensão em espectro harmônico ela carga, haverá o fenômeno da res-
função cio consumo de potência reativa ela c,1rga (eleva- sonância. Como conseqüência da ressonância, correntes
dor em prédio comercial, alimentado por gerador), cau- harmônicas circularão pelos capacitares, causando
sando o efeito do flicker (cintilação) em valores superio- ainda c.1créscimo de corrente na rede de alimentação e
res aos lin1ites estabelecidos pelas nonnas aplicáveis. sobretensões exageradas.
SU$W ü

430 lnslalações elélricas

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:40 :42 :44 :46 :48 :50 :J2 :54 :56 :58 :00 :02 :04 :06 :08
1 1(ms)

Figura 14.6 • Compensação estático lempo real em sistemas de solda o ponto (Fanle: Elspec Ltd.}

Tens..lo e Potência Reativa


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Figura 14.7 • Regislro de Rickcr, cousoclo por conwmo instantâneo de energia reativa (Fonte: Ação Engenharia e
Insta lações.}

Na situação de ressonância, todos os componentes da onde:


rede (fonte, carga e ca1>acitores) correm riscos de danos • fr é a freqüência de ressonância;
irreversíveis, sendo a situação mais favorável, aquela em • Lé a indutância equivalente da rede no local onde os
que os capacitores são desconectados do circuito, quer capacitares são conectados;
pela atuação do dispositivo de proteç.io (dos capacitores) • C é a, ca1>acitância total dos c.apacitores;
ou mesmo pela queima dos próprios capacitares. hr é a ordem harmônica de ressonância;
Essa freqüência de ressonância pode ser calculada por: • P« é a potência de curto·circuito trifásico na barra
em que os capacitares são instalados;
"' = v~
íiC • kvar é a potência dos capacitores em operação.
• A soluçáo para os casos em que possa existir resso-
1
fr = -
2,r
VlC (14.18) nância é a inserção de reatores anti ressonantes en1 4

série con, os capacitores, aun,entancfo, desse ,nodo,


SU$W ü

Capítulo 1.4 • Compensação da energia reativa 431

Quadro 14,2 • Resolução ANEEL 456


A resolução ANEEL 456 de 2000. em seu artigo 64, detem1ina o modelo dessa cobrança de energia reativa. A reso·
lução 456 C$tá disponível no site da ANEEL: www.aneel.gov.br.
Concei1uahnente, o modelo aplicado na cobrança considera a necessidade da medição das energias ativas e reativas,
sejam indutivas ou capacitivas. consumidas em e-ada intervalo de integração de un1a hora. A cada um desses int·crva-
los de integração, calcula-se o fator de potência médio, comparando-o ao 'Fator de potência de referencia'. estabele-
cido em 0,92.
Se em detem1inado intervalo de medição (a cada hot"d) o fator de potência registrado for menor que 0.92. caberá ao
consumidor o pagamento de um valor adicional, que será proporcional à energia consumida naquele intervalo e à rela-
ç.ão entre o fator de potência de referência (0,92) e aquele medido.
assim a impedância do ramo de ligação do capacitar Como a maioria das cargas industriais possui espec-
à instalação. A compe11Saçào de energia reativa das tro de harmônicas típico, é possível especificar o reator
cargas atualmente empregadas em instalações indus- para cada tipo de instalação, sem que em cada caso seja
triais e complexos comerciais não pode ser feita sem a necessário calcular reatores especííicos, os quais agrega·
consideração da inserção desses reatores en1 série co1n rian, ainda mais custos aos sistemas de compensação de
os capacitares, sob pena de queima precoce, além de energia reativa. Assim, os fabricantes padronizam a
outras anon1alias possíveis. impedância dos reatores em função dos capacitares a
A Figura 14 .8 representa o modelo elétrico de capa- que serão interligados (Tabela 14.2).
citares que são instalados na presença ele cargas que A convenção adotada para o din1ensionan1ento do
contenhan1 harn,ônic.as. reator é relacionar a impedância do reator à do capacitar
A Figura 14.9 representa o mesmo modelo da Figura (na freqüência fundamental), em que ele será conectado
14.8, mas após a inserção de reator no ramo do c.,pacitor. em série. A relação das duas impedâncias, em valores
percentuais, definirá a especificação do reator.
Definição do reator anti-ressonante ll
p,o /,
=-
z (14.19)
a inserir no ramo de compensação Z,
A técnica ela anti-ressonância ou clessinlonia é obtida
P % = -wL 2
- = wXI, C (14.20)
com a escolha do reator a ser instalado em série com o
cap.1citor, de forma que a impedância total cio próprio con-
junto LC e a rede em paralela apresentem comportamento
C.ic)
P<1ra avaliar·se a sintonia do filtro, tem-se:
que não venha a ser alterado pela presença das harmôni-
cas da carga com a consec1üente ressonância.
ZLO
w= ~(~~) (14.21)
Além disso, deve-se atentar para a elevação da ten-
são no capacilor quando associado em série con1 um
Zrcdc reator. Dessa forma, os capacitores aplicados em siste-
mas anti-ressonantes deverão ser sobredimensionaclos
li em tensão, conforme a regra:
u,.., (14.22)
U.,.p;;,, 1 - p%

Figura 14.8 • Modelo elétrico de copacilor in>tolodo em Portanto, capacitares preexistentes em uma instala-
rede com harmônicos ção, especificados apenas de acordo com a tensão
nominal do sistema, não poderão ser reaproveitados
ZLO na construção de um novo sistema anti-ressonante para
a mesn1a instalação.
Zn:de
EXEMPLO
tt
Capacitar trifásico de 40 kvar - 480V, com impe-
dância total trifásica de 5,76 n e capacitãncia total ele
462 µ.F (3 x 154 µ.F). Para a instalação de capacita r
Figura 14.9 • Modelo elétrico de conjunto copocitor/rea·
de forma anti-ressonante com reator de p = 7 por cento
tor inserido em rede com honnônicos em rede 440 V, teremos a seguinte situação:
SU$W ü

432 lnslalações elétricas

• Valor do reator: ZL = 7 % X Zr; Z L = 0,40 O; Sistemas ressonantes - filtro


L,0 ,., = l ,07 mH sintonizado
• Tensão no capacitar em tensão nominal da rede:
Outra possibilidade de aplicação de reatores em série
com os capacitores está relacionada ao uso de filtros
U' = ( 1 -440 -47"V
0 ,07) - ,, passivos sintoniZ<1dos en1 determinadas freqüências.
Ao contrário da solução anterior, quando o ramo lC
• Impedância torai do ramo: Z = - j 5,76 !1 + j 0,4 O ten, sua in1pedância elevada para todas as freqüências,
= -j 5,36 O
• Potência reativa injetada: Q = ~
2
• ~1: •
36kvar
evitando a circulação das correntes harmônicas pelos
capacitares, a situação sintonizada ou ressonante consi·
dera a circulação das harmônicas pelo conjunto. Essa
Notas: situação deve considerar, necessariamente, outro aspec·
• O valor da tensão de operação do capacitor (473 V) to construtivo do conjunto, uma vez que o caminho de
deve ser comparado à tensão nominal da rede (480 V). menor impedância será justamente o ramo lC. Nesse
Oiso a rede apresente uma sobretensão de, por exem· caso, o filtro passivo terá dupla função: injetar energia
pio, 5 por cento, o val0< da tensão de operação atingi- reativa e filtrar harn1ônicas.
rá 4% V, 3 por cento acima da tensão nominal do Cada fabricante ten1 suas técnicas próprias para
capacitar. Eventos repetidos dessa natureza contri- dimensionar o filtro, mas. em geral, o que se faz é garan·
buem para o desgaste prematuro do capacitar, tir que boa parte {e não 100%) das correntes harmônicas
circule pelo filtro. Assim, um filtro de S• harmônica é sin-
• Caso esse mesmo capacitar seja instalado com reator
tonizado em 282 Hz (ou em 4,7H), pouco abaixo dos
de p = 14 por cento, observa-se que a tensão de ope-
300 Hz (SH), que seria a freqüência de sintonia.
ração atingirá, em rede 440 V, o valor de 51 1 V, por-
Caso seja utilizado o mesmo capacito, do exemplo
t.anto acima dos 480 V nominais do capacitar. Nesse
anterior para um filtro sintonizado próximo da 5~harmô-
caso, será necessário especificar o capacito, con, ten-
nica (4,7HJ, o valor cio reator será p = 4,5 por cento
são nominal maior, por exemplo, 525 V.
(conforme expressão (14.1 9). Então:
• A instalação do capacitor com potência reativa
non1inal (Qoo.1J e com tensão nominal (Uno.11) , sem
• Valor do reator: z,. = 4,5% x Z,;
reator anti -ressonante em uma rede com tensão de 2,. = 4,5% X 5,760 = 0.260
(U00), sendo U.,. < U....,, reduzirá a injeção nomi- lror,11. = 0,69 mH
nal de potência reativa na relação quadrática das
t.ensões: • Tensão fundamental no capacitor em tensão nomi-
A potência reativa injetada <Qini>será: 440
nal da rede: Uc = (l _ 0,04S) = 461 V
u ,
Q;,; • Q..., X (u...,,
op )" (14.23)
• Impedância total do ramo: Z = -j 5,76 !1 + j0,26 n
Neste exemplo: Z= - jS,500
2 • Potência reativa injetada:
40 X ( 440) = 33 kvar
Q,,, = 480 u2 4402
{redução de 16 por cento c~1 potência reativa nominal) Q= z = S,SO = 35.2 kvar

L!abela 14.2 • Reatores típicos anti-ressonantes de mercado (fonte: Elspec Ltd.) 1


Impedância do reator em relU\'ÍiO à
Freqüência de sintonia Harn1ônica
do capacitor (p%)
7 227 Hz H 3,78
6 245 Hz H 4,08
14 100 Hz H 2,67
5.67 252 Hz H4.2
SU$W ü

Capítulo l .4 • Compensação da energia reativa 433

Prensas 1-lidráulicttS
~4cdiçõcs de variáveis clé1rica!)
""""
> ·~ .-5
e.. 380
r~
> 370
1500
< 1000
500
200
,."
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00
"" "' "' V,

Tempo IHH:MM:SS I
Figura 14. 1O • Comportamento dos variáveis elétricas de transformador que a limento prensas com cons.umo instantâneo
de energia realiva - período de integração: 1 ciclo (Fonte: Ação Engenharia e ln,talaçõe. Ltda.)

• As correntes harmônicas previstas no filtro em função Regime da carga


das cargas distorcidas deverão ser somadas à corren-
Além da não linearidade, as cargas de uma instalação
te de componente fundamental. Caso a carga não-
não operan1 en1 regin,e constante. Con1 isso, a avaliação
linear ligada a esse circuito contenha em seu conteú-
do 50 A de corrente harmônica de quinta ordem (!,) do íator de potência e das outras variáveis elétricas deve
e considerando-se que a relação ele impedâncias em ser, necessarian,ente, efetuada, com registros convenien-
300 Hz da rede e do circuito do filtro seja tal que o tes ao longo de um período, ele fonna que seu comporta-
filtro absorva 70% dessa corrente, então a corrente mento possa ser compreendido da forma também mais
total prevista no filtro será: apropriada . O período de observação deve ser suficiente
para que se observe o comportamento ela carga em todas
fr.,.,0 e V(/1 + t,)2 a 60A as situações. Uma intervent;<io en, u1na instalação elétri·
ca baseada em observações pontuais, incompletas ou
Alguns autores efetuam a soma algébrica no cálculo
incorretas poderá incorrer en, sérios danos às cargas e
estimado da corrente do íiltro, chegando, nesse caso, a
fontes. A Figura 14.1 O ilustra o comportamento real de
83 A. Essa diferença de critério é até justificável, pois
un, transformador que alimenta prensas en1 indústria
outras correntes presentes e não consideradas poderão
ser absorvidas pelo filtro. automotiva, ao longo cio tempo.
Em função dessas correntes harmônicas previstas, Outras variáveis importantes, considerando-se o as·
surgirão tensões harn,ónicas adicionais nos capacitores pecto elas medições para o diagnóstico da solução, são a
que deverão também ser consideradas no cálculo da ten- taxa de aquisição dos instrumentos (pelo menos 256 a
são rms total e especificação dos capacitores. 1.024 amostras por ciclo) e o tempo de integração para
Os componentes do filtro deverão ser especificados as variáveis elétricas; ou ainda$ cargas rápidas 1>0ssuem
e,n corrente e tensão, conforn,e a expectativa da opera- comportamento de operação que podem atingir valores
ção, uma vez que a circulação das correntes harmônicas menores que 300 milís~gunclos. Caso o período de inte·
pelo filtro vai elevar a temperatura operacional e a ten- gração cio instrumento não seja adequado, o resultado
são nos compo,,entes. das medições simplesmente nfo representará a real solu-
Com a injeção reativa em sistema ressonante, além ção, e a solução será prejudic.1cla.
ela redução da energia reativa, também a potência de Normalinente, a medição para análise da operação
distorção será reduzida, isto é, tanto o ângulo <f> como o de cargas extremamente variáveis deve considerar perío-
À serão reduzidos. do ele integração ele I ciclo.

EXERCÍCIOS

1. Quais são as funções da injeção de reativos na rede elétrica?


2. Quais sâo as principais causas cio baixo fator de potência das instalações?
3. Qual a definição do tetraedro de polência para cargas não-lineares?
SU$W ü

434 lnslalações elétricas

4. Qual a expressão que pern,ite determinar o valor da potência reativa do banco de capacit_ores para realizar a cor·
reção do fator ele potência em função da potência ativa da carga e dos valores dos ângulos entre tensão e corren-
te, antes e depois da correção?
5. Quais são os métodos para aumentar o fator de potência?
6. Quais são as principais características das instalações de bancos de capacitores fixos?
7. Quais são as principais características das instalações de bancos de capacitores semi-automáticos?
8. Quais são os pri ncipais cuidados que devem ser tornados em instalações de bancos ele capacitores automáticos
acionados por contatores?
9. Quais as principais características do sistema de compensação estática?
1O. Quais são as soluções para os casos em que possa existir ressonância devido ao foto de a freqüência de ressonân-
cia forn,ada pelo conjunto das impedâncias da rede e dos capacitores ficar próxima da freqüência de un1a das
correntes típicas cio espectro harmônico da carga?
SU$W ü

15

Instalações de segurança
e de reserva

15. 1 Introdução como nos centros cirúrgicos, nas unidades de terapia


intensiva etc., os tempos de interrupção toleráveis são
De modo geral, qualquer instalação elétrica está su- extremamente curtos.
jeita a ter problemas em sua alimentação de energia Na indústria, tanto no setor de utilidades como no de
elétrica. Variações de tensão, de freqüência ou mesmo produção propriamente dita, a falta de energia elétrica po-
interrupções no fornecimento de energia podem ocor- de signilicar grandes prejuízos na produção e mesmo
rer, seja no sisten1a da concessionária que alin1enta a perda de equipamentos. Por outro lado, com a sofistica-
instalação, seja na própria instalação, pelas causas mais ção dos processos, dos controles e da instrumentação,
diversas. são cada vez menores os tempos admitidos para a íalta
O sistema da concessionária pode ser afetado por de alimentação elétrica.
descargas atn1osféricas, vendavais, acidentes, como o Para os n1odernos equipan,entos eletrônicos e para os
choque de veículos com postes, falhas em ec1uipamen- computadores utilizados atualmente nas mais diversas ati-
tos, manobras etc. Internamente à instalação, curtos-cir· vidades comt."f'ciais e industriais, torna..se crítica a neces·
cuitos e faltas em geral, sobrecargas temporárias, dese- sidade de um fornecimento de energia elétrica contínuo,
quilíbrios de fase, falhas humanas, falta de fase, confiável e de alta qualidade. Muitas instalações exigem
incêndios e outros acidentes podem comprometer a ali- uma energia ini nterrupta, virtualmente livre de variações
mentação de energia da instalação como um todo ou de de tensão e de freqüência, de surtos e de transitórios.
un, ou n,ais de seus setores. Nessas condições, é fácil entender a grande impor·
Atualmente, a continuidade no fornecimento de ener- tância dadil aos sisten1as auxiliares de fornecin1ento de
gia elétrica e, em certos casos, a 'qualidade' de energia energia elétrica, fontes e circuitos, que devem ser acio-
fornecida são de vital importância 1>ara inú1neras ativicla- nados quando da falha na alimentação normal de uma
des e situações. instalação. São as alimentações e inst.alações de segu-
Nos prédios ele grande altura (802), nos prédios de rança e de reserva.
alta densidade de ocupação (803) (lojas de departamen- Hoje em dia, as principais normas de instalações elé-
tos, supermercados, cinemas, teatros, casas de sho,vs tricas tratam do assunto com bastante destaque, como é
etc.) e nos hospitais e hotéis (BD4l, no caso de falta de o caso do NEC norte-americano, da norma francesa
energia elétrica, certos serviços essenciais à segurança NFClS-100, da IEC60364 e da NBR 5410.
das pessoas devem ser restabelecidos rapidamente. É o Acrescente-se que as instalações de segurança são
caso da iluminação das rotas de fuga em condições de hoje objeto ele rigorosas exigências das autoridades em
perigo, dos sistemas de detecção e alarme de incêndio, diversos países, inclusive no Brasil, exigências essas que,
das bombas de água para combate ao fogo etc. Para os geralmente:, variam em função das característiC<1s dos
hospitais, deve-se acrescentar que, em certos setores, prédios e de sua ocupação.
SU$W li

436 lnsloloções elétricas

15.2 Conceitos básicos da alimentação elétrica pode causar situações de descon-


forto ou prejudicar atividades comerciais e industriais,
como, 1>0r exemplo, equipamentos de processamento de
Sistema de alimentação de dados, comunicação, ar-condicionado, equipamentos
industriais etc.
segurança
PodE>-se definir sisrema de alimentação elérrica para
serviços de segvr,wça como um sistema de alimentação 15,3 Fontes de segurança e de
elétrica previsto para manter o funcionamento de equi- reserva
pamentos e instalações essenciais à segurança das pes-
soas e à salubridade e/ou exigido pela legislação para Nas instalações de segurança e de reserva, podem ser
evitar danos significativos ao n1eio ambiente ou a outros usados como fonres:
n1ateriais.
• baterias;
São exemplos ele serviços ele segurança: a iluminação • geradores independen1es da alimenração normal;
de segurança (iluminação ele emergência), as bombas de • ramais separados da rede de dist.ribuição, efetivamen-
incêndio, os elevadores para brigada de incêndio e bom- te independentes da alimentação normal;
beiros, os sisten1as de alarme, con10 os ele incêndio, • sistemas especiais.
fumaça, CO e intrusão, os sistemas ele exaustão ele fuma-
ça, os equipamentos médicos essenciais. As baterias são utilizadas, en1 princípio, na alimen-
As instalações de segurança também devem obser- tação de equipa,nentos à corrente contínua; no entan-
var, no que for pertinente, a legislação referente a edifi- to, quando combinadas com inversores (CC/CA), po-
cações, os códigos ele segurança contra incêndio e pâni- dem alimentar equipamentos à corrente ahernada. São
co e outros códigos de segurança aos quais a edificação utilizadas, sobretudo, na alin1entação de ilun1inação de
e/ou as atividades nela desenvolvidas possam estar segurança.
sujeitas. Os geradores são usados como fonte de segurança ou
Um sistema de alimentação de segurança é constituí- de reserva em instalações de maior potência, sendo prE!-
do por uma fonte, por circuitos, chamados de circuitos vistos p.ira serviços de longa duração. Na grande maio-
de sesurança, que vão até os terminais dos equipamen- ria das aplicações, os geradores são ele baixa tensão,
tos de utilização e, em certos casos, incluem os próprios podendo ser de alta tensão em certos casos especiais de
equipamentos alimentados. instalações de potência muito elevada.
A fonte deve possuir capacidade, confiabiliclade e Uma instalação ele segurança ou de reserv,, pode ser
disponibilidade ade<1uadas para permitir o funcionamen- alimentada por um ramal da re<le ele distribuição da con-
to simultâneo de todos os equipamentos por ela servidos, cessionária, física e eletricamente separado cio ramal
durante o tem1>0 necessário à eliminação do problema. normal de alimentação da instalação total, de modo a
No caso de falha da alimentação normal, os circuitos minimizar as possibilidades de interrupções simultâneas.
de segurança devem ser alimentados com a necessária As entradas dos dois ramais devem ser separadas, e sua
rapidez e por um tempo suficiente, para evitar riscos à alimentação deve provir de transfonnadores separados
segurança das pessoas. ou mesmo de subestações diferentes.
As instalações de segurança são utilizadas de um mo- Certas instalações de segurança e de reserva necessi-
do geral, mas principalmente para garantir uma ilumi- tam ele fontes especiais, os chamados sistemas de ener-
nância tal que permita uma evacuação segura e fácil das gía inínterrupta, também designados pela sigla UPS
pessoas, em situações de emergência, em prédios de al- (Uninterruptible Power Supply), que geralmente incluem
tura considerável e/ou que sejam ocupados por grande retificador, bateria de acu1nuladores e inversor. Tais siste-
número de pessoas, sejam eles comerciais, institucionais, mas podem ser bastante complexos e são utilizados em
industriais ou mesmo residenciais; trata-se da ih11nina· algumas áreas ele hospitais, como centros cirúrgicos,
ção de segur,,nç,,, também chamada de iluminação de UTls etc., e em setores de controle de võo em aeropor-
emergência. tos, como centros de processamento de dados.
As fontes de segurança e as de reserva elevem ser ade-
Sistema de alimentação quadamente selecionadas em função do serviço a que se
destinam e das características cios equipamentos de uti-
elétrica de reserva lização a serem alimentados, uma vez que deverão man-
Os siscemas de alimemação elétrica de reserva, ter a alimentação pelo tem1>0 necessário à elimi nação cio
opcionais, são previstos para n1anter o funcionamento da problema surgido com a fonte normal.
instalação ou de partes da instalação no caso de inter- Devem ser instaladas como equipamentos fixos, em
rupção da alin1entação nonnal, por razões outras que a locais acessíveis apenas a pessoas advertidas (BA4) ou
segurança das pessoas. São casos nos quais a in1errupção qualificadas (BA5), e de tal modo que não sejam afeta-
SU$W li

Capítulo 15 • lnstolações de segurança e de reserva 437

das por falha de fonte normal. Observe que o local de 15.5 Circuitos de segurança
instalação das fontes deve ser suficientemente ventilado,
de maneira a evitar que gases ou fun1os delas provenien·
tes possam penetrar em áreas ocu1>adas por pessoas. Generalidades
Uma fonte de segurança só pode ser utilizada para
Nas instalações ele segurança, os circuitos, tanto os
outros serviços que não os de segurança se is.so não
ele distribuição quanto os tenninais, são independentes
comprometer sua disponibilidade para os serviços de
dos circuitos 'normais' da instalação. Isso significa que
segurança. Em um equipamento alimentado por dois cir-
nenhuma falta, intervenção ou n1oclificação em circuito
cuitos distintos (normal e segurança), uma falta em um
não pertencente aos serviços de segurança deve afetar o
dos circuitos não eleve prejudicar a proteção contra cho-
funcioi,amento elo(s) circuito(s) dos serviços de seguran-
ques elétricos nem o funciont1mento correto do outro
ça. Para tanto, pode ser necessário separar os circuitos
circuito. Além disso, qualquer falta ou perturbação que
dos serviços ele segurança dos demais circuitos, median-
venha a ocorrer em circuito não d~tin.ado a alimentar
te materiais resistentes ao fogo, condutos e/ou percursos
serviços de segurança não deve provocar a abertura de
distintos.
nenhum circuito que alimente serviços de segurança. En1
No caso de equipamentos alimentados individual-
situações de eme'l,>ência, e quando o serviço de seguran-
ça envolvido assim exigir, pode ser necessário o desliga- mente por baterias autônomas, a alimentação para carga
mento automático de cargas não vinculadas a serviços da bateria autônon1a não precisa ser independente da
de segurança. alimentação de outros circuitos. Entende-se por bateria
autônon,a o conjunto constituído de bateria isenta ele
manutenção, carregador e dispositivo de teste.
1 5,4 Classificação das alimentações Os circuitos de segurança podem, em princípio, ser
de segurança instalados ele todas as maneiras normalizadas, obede-
cendo a todas as prescrições relativas aos circuitos nor·
As alimentações elas instalações de segurança, segun- mais de uma instalação. Seus componentes devem ser
do a NBR 541O, podem ser: dispostos de modo a facilitar os ensaios, a inspeção e a
• Não-automáticas: quando sua ligação é realizada por manutenção r>eriódicos.
um operador. As linhas elétricas com circuitos ele serviços de segu-
• Automáticas: quando sua ligação não depende da rança não devem atravessar locais com riscos de incên·
intervenç.'io ele um operador. dio (BE2), a menos que elas sejam resistentes ao fogo. As
linhas não devem atravessar, em nenhuma hipótese,
Preferencialmente, as instalações ele segurança locais com riscos de explosão (8E3).
devem ser alimentadas automaticamente.
As alimentações automáticas podem ser classificadas
em função da duração da comutação, como:
Cabos para circuitos de segurança
Os cabos elétricos devem ser considerados compo-
• Sem interrupç.lo: quando a alimentação pode ser ga- nentes críticos de uma instalação de segurança, uma vez
rantida de modo contínuo, nas condições especifica- que são os responsáveis pela detecção e sinalizaç.'io (ali-
das durante o período de transição, por exemplo, no
mentando detectores de fogo e fumaça, alarmes etc.),
que diz respeito às variações de tensão e freqüência. bem como 1>elo acionamento dos equipamentos ele
• Com interrupção muito breve: quando a alimentação
segurança (bombas de incêndio, ilumi nação de seguran-
fica indisponível em até O, 15 segundo.
ça etc.).
• Com interrupção breve: quando a alimentação fica
Os cabos para circuitos de segurança (ver Seção 5.8,
indisponível em até 0,5 segundo.
em "Cabos para circuitos de segurança") devem suportar
• Com interrupção média: quando a alimentação fica
os efeitos da exposição ao fogo por um tempo adequado
indisponível em, no máxin10, 15 segundos.
sem perder suas propriedades elétricas.
• Com interrupção longa: quando o tempo de comuta-
ção é superior a 15 segundos.
Proteções
Para os serviços de segurança destinados a funcionar
em condições de incêndio (bomba de incêndio, ilumina- No que diz respeito às proteções contra contatos
ção ele emergência etc.), deve-se selecionar uma fonte indiretos, as instalações ele segurança devem atender ao
ele segurança que possa manter a alimentaç.lo pelo tem- esquema IT, isto é, não deve haver seccionamento quan·
po adequado, e todos os componentes do sistema devem cio ocorrer uma primeira falta íase·niassa. No entanto,
apresentar adequada resistência ao fogo, seja conwuti- devem ser utilizados dispositivos de controle de falha do
vamente, seja por meio de disposições equivalentes isolamento que produzam uma indicação sonora e vi-
quando de sua instalação. sual por ocasião da primeira falta.
SU$W ü

438 lnslalações elétricas

Os circuitos de segurança, sejam elés de distribuição No que se refere à proteção contra choques elétricos,
ou terminais, devem ser protegidos contra corrente de a parte da instalação representada pelos serviços de
curto·circuito. No entanto, tendo ern vista principalmen- segurança (fontes, linhas e equipamentos alimentados)
te as características dos cabos e a natureza elo serviço, a deve ser, preferencialmente, objeto de medida que não
proteção contra correntes de sobrecarga pode ser omiti· in1plique seccionamento automático da alin1entação na
da, por exemplo, se a 1>erda da alimentaç,10 representar ocorrência de uma falta. Se os serviços de segurança
um perigo maior. forem concebidos, eletricamente, como um esquema IT,
Os dispositivos de proteção contra sobrecorrente o conjunto deve ser provido de dispositivo supervisor de
devem ser selecionados e inst.alados de modo a evitar isolamento (DSI).
que a sobrecorrente em um circuito prejudique o funcio· Os dispositivos de proteção, manobra e controle,
namento correto dos demais circuitos dos serviços de incluindo os controles da ilun1inação de en1ergência,
segurança. deven1ser claran1ente identiíicaclos e acessíveis apenas a
A proteção contra curtos-circuitos deve ser sempre pessoas advertidas ou qualificadas (BA4 ou BAS).
garantida, exceto nos casos dispensados pela legislação.

EXERCÍCIOS

1. Em quais tipos de prédios o restabelecimento de energia de serviços essenciais à segurança das pessoas deve ser
leito, no caso de falta de energia elétrica?
2. Em quais setores cios hospitais os tempos ele interru1:,ção toleráveis são extremamente curtos?
3. Quais são as principais normas de instalações elétricas que tratanl de instalações de segurança e de reserva?
4. Qual é a definição de sistema de alimentaç.'io elétrica para serviços de segurança?
s. Apresente alguns exemplos de serviços ele segurança.
6. Que elementos compõem uma instalação de serviços de segurança?
7. Quais fontes podem ser utilizadas em instalações de segurança e de reserva?
8. Como podem ser classificadas as alimentações automáticas, em função da duração da comutação?
9. Que tipos de locais as linhas elétricas com circuitos de serviços de segurança não devem atravessar?
1 O. Quanto às proteções contra contatos indiretos, as instalações de seguranç,, devem atender a qual esquema de
aterramento?
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16

Luminotécnica

16. 1 Fundamentos 1 • 495 a 566 nm: verde;


• 566 a 589 nm: amarelo;
Radiação é a emissão ou transporte de energia sob • 589 a 627 nm: laranja;
a forma de ondas eletromagnéticas (ou de partículas) • 62 7 a 780 nm: venmelho.
que atravessam o vácuo a uma velocidade próxima a
300 X 1O' km/s. Quando a radiação atravessa um meio As radiações eletromagnéticas com comprimentos
material (por exemplo, ar ou vidro), a velocidade de de onda imediatamente i nferiores ao da cor violeta e
propagação é reduzida em função do índice de propa- superiores ao do vermelho do espectro visível são cha-
gação do meio. madas, respectivamente, de radiações ultravioleta e in-
Para cada tipo de onda, a velocidade de propagação fravern1elha.1 Ceraln1ente, suas faixas s.cio consideradas
(c) é igual ao produto do comprimento de onda (X) pela iguais a:
freqüência (f), isto é • Ultravioleta: de 100 a 400 nm.
{H, .1) • Infravermelha: de 780 nm a 1.000 nm.

O íluxo (ou potência) radiante é a potência emitida, Fluxo luminoso {<~) é uma grandeza derivada do fluxo
transferida ou recebida em forma de radiação, sendo radiante pela avaliação da radiação, de acordo com a sua
medidoemW. ClÇâO sobre um recept<>r seletivo, cuja sensibilidade
A luz {ou 'radiação visível') pode ser definida como espectral é definida pelas curvas de eficácia espectral
a radiação eletromagnética capaz de produzir uma sen- padrão CIE (Comissão Internacional de ilumi nação).
sação visual. é a radiação eletromagnética compreendi- É entendido como a quantidade total de luz emitida por
da em uma faixa de comprimentos de onda cujos l imi- segundo por uma fonte luminosa, sendo medido em
tes, ainda não perfeitamente definidos, são ger<1lmente lumens (lm). Um lúmen (1 lm) corresponde à quantidade
considerados entre 380 e 400 nanômetros (nm), como de luz produzida em 1 segundo por uma radiação
limite inferior, e 760 e 780 nanômetros, como limite eletromagnética com X = 555 nm e fluxo radiante de
superior. 1/680 W.
O espectro visível pode ser dividido em um certo Eficácia luminosa {de uma radiação) é a razão do
número de faixas de compri mento de onda, cada uma fluxo luminoso para o fluxo radiante correspondente. O
causando no olho humano uma impressão de cor. São tern10 'eíicácia' foi adotado lh"IJa indicar a qualidade de
elas: uma radiação de ser eíicaz quanto à possibilidade de pro·
• 380 a 436 nm: violeta; duzir uma sensação lu1ninosa, não devendo ser confundi-
• 436 a 495 nm: azul; da com eficiência. A eficiência para as lâmpadas (elétric-

1. Definições de acordoco,n a NOR 5461. 2. Os prctixQS ··uttr:,.. e "infra.. C;St.1lo rcl:;1cion.,dos- à froqOência.
SU$W ü

440 lnslalações elétricas

as) é dada pela razão do lluxo luminoso produzido para a recomendados de iluminamento (médio), de acordo com
potência elétrica consumida, sendo indicada em lm/W. a N6R 5413.
A intensidade luminosa (1) de uma fonte em uma Uma lun,inária é um aparelho que distribui_, dire,.
direção dada é o lin,ite da razão do fluxo luminoso no ciona, filtra ou converte a luz en1itida por un,a ou mais
interior de um ângulo sólido' cujo eixo é a direção con- lâmpadas e que contém todos os dispositivos necessários
siderada para esse ângulo sólido quando tende para zero para fixar e proteger essas lâmpadas e para ligá-las ao cir-
r
(Figura 1 6 .1 ). medida em candeias (cd), sendo que 1 cd cuito ele alimentação.
corresponde à intensidade luminosa de uma fonte esféri· São considerados rec1uisitos bc:ísicos de un'la luminária:
ca com en1issão uniíorn1e en, todas as direções, que • Proporcionar suporte e conexão elétrica para a(s) lãm-
emite um fluxo total de 12,56 lm. Pode-se escrever: pada(s).
. ti. <l> d•~ • Controlar e distribuir o fluxo luminoso proveniente
I = ;A~. Ml = dfl (16.2)

da(s) lâmpada(s).
Manter a temperatura de operação da(s) lâmpada(s)
A íluminância ou iluminamento (E) é o limite da dentro de limites prefixados.
razão do fluxo luminoso recebido por uma superfície, • Permitir uma instalação fácil da(s) lâmpada(s) e de ou-
en, torno de un, ponto considerado, para a área dessa tros equipamentos (se for o caso).
superfície (Figura 16.1). É medida em lux (lx), observan· • Permitir fácil n1anutenção.
do-se que 1 lx é a iluminância de uma superfície de 1 m2
• Ser adequada ao an, biente, quanto a aparência e
sobre a qual incide um fluxo luminoso ele 1 lm. Pode-se influências externas.
escrever:
• Se metálica, permitir fácil ligação do condutor ele
âtf-> d<J> proteção.
E = lim
.is~o
--=-
as dS (16.3)
• Absorver o mínimo de fluxo luminoso produzido
pela(s) lâmpada(s).
A iluminância (iluminamento) ele ambientes de tra- O termo "aparelho de iluminaç.10• é muitas vezes
balho costuma ser definida em termos de iluminância usado como sinônin10 de "luminária".
média no plano de trabalho (Em), sendo este um plano Uma parte cio fluxo luminoso emitido por uma lâm-
horizontal imaginário acima do piso, com uma altura pada é absorvida pela lurninária e não contribui para a
variando de 0,75 a I m, cobrindo a área total. A ilu- iluminaç.'io do ambiente. O fluxo restante é irradiado
minância média é calculada por parcialmente para cima e parcialmente para baixo, ou
tJ~T seja, por cima e por baixo do nível de um plano hori-
/!"' ;:::; T.71·11 (16.4) zontal que passa pelo centro da lun,inária, como mostra
a Figura 16.2. A parte ela luz irradiada diretamente para
onde </>7 é o lluxo luminoso total emitido pelas lâmpadas o plano de trabalho é a que mais contribui para o ilumi·
(lm), Sé a área cio plano de trabalho (m2), 1J é o " fator de namento. Apenas uma parte da luz irradiada para o teto
utilização" e d é o " fator de depreciação". A Tabela 16.1 e paredes atinge esse plano, muitas vezes, após várias
apresenta, em função cio tipo de atividade, os valores reílexões. O fator de utilização (11) é a razão do fluxo útil,

1
1

h:
...... 1
1
··.... ······....
...........
1
. ....' 1

--· 1

Figura 16.1 • Intensidade luminosa e iluminõncio (Corlesio do Bticino)

3. Âng1.1lo sólido é <> ângulo subemendido n<> centro de u1na esfern por
tuna áre:t na sua superfície.
SU$W ü

Capítulo 16 • Luminotécnico 441

Tabela 16.1 • !luminância s recomendadas a NBR 5413

Atividade lluminâncias (lx)

Mínin10 para ambientes de trabalho 150


Tarefas visuais shnp1es e variadas 250 a 500
Observações conlínuas de detalhes n1édios e finos
500• 1.000
(trabalho nomtal)
Tarefas visuais contínuas e precisas
1.000 a 2.000
(tabatho fino, por exemplo, desenho)
Trabalho muito fino
Aci111a de 2.000
(iluminação local, por exemplo, conseno de relógios)

Plano de
trabalho

Figura 16 .2 • Di,tribuiçõo do Ruxo luminoso do lõmpodo, sendo q,,


o porte que incide diretamente no plano de trabalho,
<1>, o que incide sobre o parede por baixo do luminária, <1>3 o que incide sobre o parede por cimo do
tuminório e <l.>4 o porte do Ruxo que incide sobre o teto

isto é, aquele que incide efetivamente sobre o plano de u111 certo período de uso da iluminação, para o ilumina-
trabalho, para o fluxo total emitido. mento médio obtido nas mesmas condições, com a illsta-
O fator de utilização depende: laç.,o nova. Esse fator leva em consideração o fato de
• Da distribuição de luz da lun,inária. que, com o decorrer do te111po, haverá acumulação ele
• Do rendimento da luminária, entendido como a poeira nos aparelhos de iluminação, o teto e as paredes
razão do fluxo emitido para a soma dos fluxos (indi- ficarão sujos, e as lâmpadas fornecerão menor quanti-
viduais) das lâmpadas. dade de luz. Alguns desses problemas pode111 ser elimina·
• Da reflexão do teto, paredes e plano de trabalho (ou cios ou an1enizados por n1eio de mi'tnutenção periódica,
piso). sendo que, na prática, pode111 ser adotados os valores
indicados na Tabela 16.2. Os fabricantes fornecem, para
• Do fator do local (K), função das dimensões do ambi-
ente e definido por cada conjunto de luminárias, os fatores de utilização
e depreciação.
K=-1-·_b_ (16.5)
h.,(l + b)
16.2 Tipos de lâmpadas4
Onde:
• I = cornprin1ento do local; Lâmpadas incandescentes
• b = largura do local;
As principais partes de unia lâmJ>ada incandescente
• h., = altura de montagem da luminária (distância da
são o filamento, o bulbo, o gás e a base, como mostra a
fonte de luz ao plano de trabalho) (ver Figura 16.2);
Figura 16.3.
• Da distribuição das luminárias no ambiente.
O fator ele depreciação (d) pode ser definido co1110 a 4, Co,n b:t$e na publkaçtio N(J(Qrs b6slc,,s ,I<· l/11,11/,u1t·1io da rhilips
razão do iluminamento médio no plano de trabalho, após llu1nin.1ção.
SU$W li

442 lnsloloções elétricas

[ Tabela 16.2 • Valon,s usuais do fator de de~iafão 1


Per íodo de manutenção (h)
Tipo de ambiente
2.500 5.000 7.500
Limpo 0,95 0,91 0,88
Normal 0.91 0.85 0.80
Sujo 0,80 0.66 0.57

baionetas. Essas bases sfo identificadas pela letra E(Edson)


e B (baioneta) na referência do tipo, seguidas por um
número que indica o diâmetro (l(l base em milín1etros. O
material da base é, geraln1en1e, latão, alumínio ou níquel.
Partes principais As lâmpadas incandescentes espelhadas têm um
de un1a lân1pada espelho sobre a parte da superfície interna cio bulbo.
2---'..._-
incandescen1e: Esse reíletor interno, não está sujeito a corrosão ou a
1 - fi la,nento contaminação de quaisquer espécies; conseqüente·
3 -- -l 2 • Gás n1ente, cus1os de manutenção s..:io evitados e uma aha
3 · Bulbo eíiciência é n1an1ida durante a ida da lâmpada.
4 • Base A alta tem1>eratura do filamento em uma lâmpada
incandescente norn1al causa a evaporação de par1ículas
ele tungstênio, que se condensam na parede do bulbo,
Figura 16 .3 • lâmpada incandescente resultando no escurecimento. As lâmpadas halógenas
Quanto maior a ten11,eratura do filamento, maior a contêm halogênio (isto é, iodo, ílúor e bromo} adiciona-
proporção da energia radiada na região visível do espec- do ao gás normal e funcionam sob o princípio do ciclo
tro e maior a eficácia da lâmpada. O filamento usado nas de halogênio regenerativo, para evitar o escurecimento.
lãmr>adas incanclescentes modernas é leito de tungstênio, Nessas lâmpadas, a temperatura do bulbo é suficien-
que tem um ponto elevado ele fusão e um ponto baixo de temente elevada para evitar a condensação. O tungs-
evaporação. Assim, 1>ermite temperaturas maiores de tênio eva1>0rado combina com o halogênio para formar
operação e, conseqüentemente, maior eficácia cio que um componente tungstênio-halogênio, em forma de gás.
seria obtida con, outros metais. Esse gás, por força das correntes de convenções, aproxi-
Um aumento da eficácia é obtido espiralando-se o ma-se cio filamento, é decom1>0sto pela alta tem1>eratura
filamento. O filamento duplamente espiralado (o que e volta ao li lamento. Esse ciclo recebe o nome ele ciclo
aun,enta ainda mais a eficácia e din,inui, ao n1esn10 regenerativo.
tempo, o tamanho cio filamento) é usado em muitos tipos O invólucro tubular da lâmpada é feito de quartzo
de lâmpadas incandescentes. Um filamento espiralado especial, resistente às altas temperaturas necessárias ao
apresenta uma superfície eletiva menor para o gás, e a funcionan1ento cio ciclo ele halogênio. São muito me-
perda ele cafor por conclução e convecção é reduzida. nores en1 ta1nanho que as lâmpadas incandescentes nor-
O filamento de uma lâmpada incandescente é colo- mais, sendo usadas, principaln1ente, em instalações con1
caclo em um invólucro de vidro selado, chamado de projetores de diversos tipos e como fonte de luz para
bulbo, que pode ser transparente ou ter acabamento auton1óveis.
argenta (leitoso). As lâmpadas com acabamento argenta As lâmpadas incandescentes com relletor dicróico com-
proporcionam uma boa distribuição do íluxo luminoso, binam os benefícios de uma lâmpada halógena com a van-
atenuando as son1bras e o ofuscamento. tagem de um reíletor multifacetado. Este, recoberto com
O bulbo é disponível em uma grande variedade ele uma película constituída por um fiftro químico (dicróico},
forn,as. permite a reflexão da luz visível e a trilnsn1issão, para a
A evaporação elo filamento é reduzida enchendo-se o parte de trás da lâmpada, de mais de 50% da radiação
bulbo com um gás inerte; conseqüentemente, a tempera- infravermelha, resultando em um facho de luz mais frio.
tura de funcionamento do filamento poderá ser maior.
Nitrogênio e argônio Seio os gases mais comun1ente usa- Lâmpadas de descarga
dos. Criptônio é um gás inerte que causa menor perda por
conduçfo e convecção, porém, por causa do seu preço, Aspectos gerais
até agora só é usado em algun1as lân1padas esJ)eciais. A luz ele uma lâmpada de descarga não é, como no
A l>ase serve para conectar a lâm1>ada ao receptáculo. caso da lâmpada incandescente, produzida pelo aqueci·
Para iluminaç.io geral, existem bases de rosca e bases mento ele um filamento, mas por uma contínua descarga
SU$W li

Capitula 16 • Luminotécnica 443

elétrica em um gás ou vapor ionizado, às vezes em com· é eletricamente ligado à base da lâmpada através de uma
binação com a lu,ninescência de fósforos, que são exci- ligação hermética.
tados pela radiação da descarga. Lâmpadas de descarga A base pode ser do tipo rosca ou baioneta, servindo
geralmente não podem ser operadas sem um dispositivo para ligar a lâmpada ao receptáculo.
de limitação da corrente, ou reator, ligado no circuito da Exceto no caso da lâmpada fluorescente tubular, o
lâmpada. tubo de descarga é colocado em um bulbo externo. Esse
As partes principais de uma lâmpad;:i de descarga, bulbo serve para proteger o tubo ele descarga contra
como a lâmpada de mercúrio de alta pressão, são mo- influências externas. Para essa finalidade, ele é preenchi-
stradas na Figura 16.4. do com um gás inerte (nitrogênio) ou é mantido a vácuo.
O tubo no qual a descarga elét.rica se manifesta tem, O bullx> poderá ser internamente coberto com un1a ec1ma..
geralmente, a forma cilíndrica. Em lâmpadas fluores- da difusa ou com uma camada de fósforo para melhorar a
centes tubulares (ou mercúrio de baixa pressão), esse reprodução de cor. Ele absorve a radiação ultravioleta
tubo é feito de vidro alcalino-silicato transparente. Em emitida por diversos tipos de lâmpadas. Algumas fonnas
lâ1npadas de n,ercúrio de alta pressão, é usado quartzo típicas de bulbos são apresentadas na Figura 16.5.
ou sílica. Nas lâmpadas de sódio de baixa pressão, é As lâmpadas de descarga são operadas juntamente
usado um tubo de vidro alcalino forrado internamente com um reator, cuja principal função é limitar a cor-
com vidro borosilicato resistente ao sódio; para sódio rente na lâmpada ao valor recomendado. Na maioria
de alta pressão, o material usado é o óxido de alun1ínio das vezes, o reator é uma combinação de uma indutân·
sintetizado e transluzente. eia e de capacitores.
Os eletrodos geralmente são feitos ele tungstênio, Um starter ou ignitor é usado para iniciar a descarga.
espiralados em forma de colméia, dependendo do ti1>0 Sozinho ou em combinação com o reator, ele fornece
de lâmpada. Em todos os casos, contêm um material pulsos de 1ensão, que facilitam a ionização do caminho
en,issivo para íacilitar a emissão de elétrons. O eletrodo da descarga e provocam a partida da lâmpada.

Lô,npada a vripo1· de 1nerclÍrio de alta pressão:


1- Mola de suporte
2- Bulbo exlemo de vidro du ro, fonna ovóide
1-1-- 3 3- C:unada interna de fósforo
H"-l- - 4 4- Fio de cntnlda/suportc
. ......._,___ 5 5- Tubo de descarga de quanzo
..........-1-- - 6 6- E letrodo auxiliar
7- Eletrodo principal
7
8- Resistor de partida
\~"td-- s 9- Base de rosca

---9

Figura 16.4 • Lõmpada a vapor de mercúrio de oito pre>sõo

ML, SON!f Hf'lfl' 2.000


HPL.-N Hl'I(r
HPl
SON

Figura 16.5 • Formos típicas de bulbos de lâmpadas de descarga


SU$W li

444 lnslakições elétricas

A ignição é seguida pela estabilização do gás ou Na lâmpada de partida instantânea, a ignição de-
vapor, que poder,l demorar alguns minutos, dependendo pende exclusivamente da aplicação de uma alta tensão
do tipo de lâmpada. Ourante esse tempo, o fluxo lumi- sobre a lâmpada, sendo essa tensão fornecida pelo reator.
noso aumenta com o aumento do consumo, até a lâmpa- Atualmente, os reatores eletrônicos produzem uma fre-
da atingir seu valor nominal. qüência elevada, facilitando a partida da lâmpada.
Lâmpadas fluorescentes t~m um tempo de estabiliza-
ção menor, sendo esse tempo maior para lâmpadas de Lâmpadas fluorescentes compactas
alta pressão. A lâmr>ada fluorescente compacta, como mostra a
A descarga forma um espectro de linhas múltiplas, Figura 16.7, possui uma única base e é formada de tubos
cuja composição é determinada pelo gás associado à sua finos íluorescentes. Podem possuir reator e base já incor-
pressão. A lâmpada de sódio de baixa pressão. com porados aos tubos fluorescentes ou não incorporados;
somente uma linha de ressonância, é um exemplo nesse caso, é necessário o uso de equipamentos auxilia-
extremo de uma fonte de luz monocromática. Um exem- res de partida separados da lâmpada.
plo oposto é a lâmpada de mercúrio de alta pressão com As lâmpadas compactas possuem as boas caracterís·
aditivos de diversos metais e terras rarasl cujo espectro ticas de cor das lãn1padas incandescentes, porém con1
de linhas múltiplas abrange completamente a faixa visí- unl consun10 consideravelmente menor de energia. Essas
vel, tendo melhor reprodução de cores. qualidades tornam a lâmpada compacta adequada para
O atual conhecimento do mecanismo de percepção um grande número de aplicações, especialmente quan-
da cor e o avanço da tecnologia de pós fluorescentes do se desejJ criar unia atmosfera agradável, como en1
foram um avanço para conseguir-se uma boa reprodução residências, hotéis, restaurantes, museus e teatros, sen1
de cor. Uma reprodução de cor é combinada com a alta perder as vantagens das lâmpadas fluorescentes.
eficácia pela aplicação de pós íluorescentes especiais, os A lâmpada está disponível em versões de 5 até 55 W.
quais contêm certos tipos de elementos de terras raras e
proporcionam um pico de radiação com comprimento Lâmpadas a vapor de mercúrio
de onda bem deíinido.
As lâmpadas a vapor de ,nercúrio são disponíveis na
faixa de 80 até 1.000 W. Além de um reator, não há
Lâmpadas fluorescentes tubulares
necessidade de dispositivos de controre especiais. A igni-
A lâmpada fluorescente é uma lâmpada de descarga ção costuma ser obtida por um e letrodo auxiliar monta-
de baixa pressão, na qual a luz é predominantemente do ao lado de um eletrodo principal, porém, ligado ao
produzida por pós fluorescentes ativados pela energia
ultravioleta da descarga.
A lâmpada, geralmente em forma de um bulbo tubular
longo, com um eletrodo em cada extremidade, contém Tubo fluorescente
vapor de mercúrio sob baixa pressão, com uma pequena
quantidade de gás inerte para facilitar a p,1rtida. A superfí-
cie interna do bulbo é coberta com um pó fluorescente ou
fósforo, cuja composição determina a quantidade e a cor ª"'e-------
da luz emitida (ver Figura 16.6).
As lâmpadas fluorescentes tubulare1; são produzidas
na faixa de 15 até 110 W e em duas modalidades, com
e sem starter (ignição de partida da lâmpada). Figura 16 .7 • l õmpado Huore..:ente compacto

Jl adiaç5o ultravioleta

Pó fl uorescente Átomo de Elétrons Eletrodo


n1erctírio

Fig u ra 16.6 • lômpodo fluorescente


SU$W li

Capítulo 16 • luminotécnico 445

outro eletrodo por meio de um resistor. Na energização nifica que as instalações de iluminação existentes, quan-
da lân,pada, n,anifesta·se un1a lun, inescência entre o do usam lâmpadas incandescentes, podem substituí-las
eletrodo principal e o auxiliar, provocando a formação de facilmente por lâmpadas de luz mista, pois estas têm
uma quantidade de íons e elétrons suficiente para iniciar praticamente duas vezes a eficiência e quase seis vezes
a descarga. A luminescência é limitada pelo resistor. Após a vida daquelas, sem o custo extra em termos de
a ignição, a corrente flui entre os eletrodos principais. reatores, fiação ou luminárias.
O bulbo externo geralmente contém um gás inerte
(sob pressão atmosférica, quando a lâmpada está em Lâmpadas de sódio de alta pressão
operação), que estabil iza a lâmpada, mantendo uma O tubo de descarga em uma lâmpada de sódio de
temperatura praticamente constante sobre a faixa normal alta pressão contém um excesso de sódio, para dar
das condições ambient;iis. condições de saturação do vapor quando a lâmpada está
A lâmpada de mercúrio de alta pressão tem a aparên- funcionando ta uma pressão entre 13 e 26 kN!m' ) e para
cia branco-azulada, com uma emissão de radiações na permitir absorção interna na superfície. Também é usado
região visível nos comprimentos de onda de amarelo, um excesso de mercúrio para proporcionar um gás de
verde e azul, faltando, porém, a radiaç,io vermelha. O proteção, e o xênon é incluído sob baixa pressão para
arco de mercúrio puro tem aparência e reprodução de facilitar a ignição e limitar a condução do calor cio arco
cor pobres, porém, emite uma quantidade significativa de de descarga para a parede do tubo. O tubo ele descarga,
sua energia na região ultravioleta do espectro. Usando-se feito de óxido de alun,ínio sinterizado, para resistir à
uma can'lada de fósforo na parede interna <lo invólucro, intensa atividade quín1ica do vapor de sódio à ten1per·
que será incitado pela energia ultravioleta, produz um atura de operação de 700 •e, é colocado em um invólu-
componente vermelho que melhora a reprodução de cor cro de vidro duro a vácuo.
e a cor a1,arente. As lâmpadas de sódio de alta pressão irradiam ener·
gia sobre uma grande parte do espectro visível.
Lâmpadas a vapor metálico Em comparação com as lâmpadas ele sódio de baixa
A lâm1>ada a vapor metálico, muito similar em cons- pressão, elas proporcionam uma reprodução de cor razoa-
trução à lâmpada de mercúrio, contém aditivos de velmente boa. São disponíveis com eíiciência luminosa ele
iodeto, como índio, tálio e sódio, para melhorar a sua cerca de 150 lm/W e uma temperatura de cor de aproxi-
eficácia e a reprodução de cor. madamente 2.100 K.
São identificadas pelas letras HPI (bulbo ovóide As lâmpadas de sódio de ah.a pressão, com sua ele-
com camada difusa) e HPlfT (claro, tubular). É espe- vada eficiência luminosa e propriedade de cor agradá·
cialmente usada na iluminação de campos para a práti· vel, são usadas em escala sempre crescente para rodos
ca de esportes e em outras áreas silnilares, como cen· os tipos de iluminação externa e para iluminação
tros de cidades. industrial de grande altura. Os tipos SON e SON-H têm
Na sua forma mais compacta, essas lâmpadas são um bulbo elíptico com uma camada difusora na parede
usadas en1 diversas aplicações, sendo disponíveis na interna; o invólucro da lâmpada SONfT é claro e de
faixa de 400 a 2.000 W. forma tubular.
A título de exemplo, as Tabelas 16.3 e 16.4 apresen-
Lâmpadas de luz mista tam as características genéricas elas lâm1>adas Philips.
A lâmpada de luz mista consiste em um bt1lbo
preenchido com gás, cuja parede interna é revestida com LED
t1m fósforo, contendo um tllbo de descarga ligado em LED é a sigla em inglês para Light Emitting Diode, ou
série com um íilamento de tungstênio. Diodo Emissor de Luz.
Na lâmpada de luz mista (série M L), assim como na Trata-se de um diodo semicondutor (junção P-N)
lâmpada de mercúrio HPL-N, da qual é derivada, a radi- que, quando energizado, emite luz visível, por isso LED
ação ultravioleta da descarga de mercúrio é convertida (Diodo Emissor ele Luz).
em radiação visível pela camada de fósforo. Somada a O processo de emissão de luz pela aplicação de uma
essa radiação visível pela camada de fósforo está a radi· fonte elétrica de energia é chamado eletroluminescência.
ação visível do próprio tubo de descarga, bem como a Em qualquer junção P-N polarizada diretamente, dentro
luz de cor quente do íilamento incandescente. A radi- da estrutura, próximo à junção, ocorrem recombinações
ação das duas fontes mistura-se harmoniosamente, pas- de lacunas e elétrons. Essa recombinação exige que a
sando através da camada de fósforo, para fornecer uma energia possuíd<1 por esse elétron, que até então era livre,
luz branca difusa com uma aparência de cor agradável. seja liberada, o que ocorre na forma de calor ou fótonsde
O filamento age como um reator para a descarga, luz. Como a recombinação ocorre mais facilmente no
estabili2anclo, assim, a corrente da lâmpada. Tais lâm- nível de energia mais próximo da banda de condução,
padas poderão ser ligadas diretamente à rede. Isso sig- podem-se escolher adequadamente as impurezas para a
SU$W 6

446 lnslalações elétricas

Tabela 16.3 • Princi-is características elas lâmpadas Philips para iluminaçãa comercial e de
escrit6rios
Tabela Geral de Lâmpadas
Fluxo Eficiência lndicc de
Potência 1Cmpcrarura
Código comercial Cor Base luminoso luminosa reprodução
(w) de cor (K)
(hn) (lm/W) de cor (lRC)
Fluorescentes TI,5
TL5 • 14 W • HE/830 83 14 G5 3.000 1.350 96 85
TL5 • 14 W • HE/840 84 14 G5 4.000 1.350 96 85
TL5 · 14 W • liE/850 85 14 G5 5.000 1.350 96 85
TL5 · 28 W · li.EJ830 83 28 G5 3.000 2.900 103 85
TL5 · 28 W • liE/840 84 28 G5 4.000 2.900 103 85
TL5 · 28 W · HEJ850 85 28 G5 5.000 2.900 103 85
TL5 . 49 W • H0/840 84 49 G5 4.000 4.900 100 85
TL5 · 54 \V • H0/840 84 54 G5 4.000 5.000 92 85
' .
Fluorescentes TLDRS Serie 80
TLDRS 16 W-$83-25 83 16 Gl3 3.000 1.200 75 85
TLDRS 16 W-584-25 84 16 Gl3 4.000 1.200 75 85
TLDRS 16 W-585-25 85 16 Gl3 5.000 1.150 71 85
TLDRS 32 W-583-25 83 32 Gl3 3.000 2.700 84 85
TLDRS 32 W-$84-25 84 32 Gl3 4.000 2.700 84 85
TLDRS 32 W-S85·25 85 32 Gl3 5.000 2.600 81 85
TLD 18 W-830 83 18 Gl3 3.000 1.350 75 85
TL.036 W-830 83 36 Gl3 3.000 3.350 93 85
TLD 18 W-840 84 18 Gl3 4.000 1.350 75 85
TLD36 W-840 84 36 Gl3 4.000 3.350 93 85
TLD58 W-840 84 58 Gl3 4.000 5.500 89 85
Fluorescentes TLO Série 90
TLD 18 W/930 93 18 Gl3 3.000 940 52 95
TLD 18W/940 94 18 Gl3 3.800 1.000 55 95
TLD 18 W/965 965 18 Gl3 6.500 1.050 58 95
TLO 36 W/930 93 36 Gl3 3.000 2.250 62 95
TLD 36 W!')40 94 36 Gl3 3.800 2.400 66 95
TLD 36 \V/%5 965 36 Gl3 6.500 2.300 63 95
TLD58 W/965 965 58 Gl3 6.500 3.700 63 95
Fluorescentes TLTRS Série 80
TL:rRS 20 W-$84-25 84 20 Gl3 4.000 1.350 67 85
TLTRS 20 W-$85-25 85 20 Gl3 5.000 1.300 65 85
TLTRS 40 W-$84-25 84 40 Gl3 4.000 3.250 81 85
TLTRS 40 W-$85-25 85 40 Gl3 5.000 3.150 78 85
TL:l'RS li OW-$84 84 110 DCE 4.000 9.500 86 85
TLTRS li OW-S85 85 110 DCE 5.000 9.500 86 85
Fluorescentes Compactas PL-C
PL-C/2P 13 W1827 827 13 GX23 2.700 860 66 82
PL·C/2P 13 W/840 84 13 GX23 4.100 860 66 82
PL-C/2P 18 \V/827 827 18 GX240-2 2.700 1.200 67 82
PL-C/2P 18 \V/840 84 18 GX240-2 4.000 1.200 67 82
PL-C/2P 26 W/827 827 26 GX240-3 2.700 1.800 69 82
PL·C/2P 26 W/840 84 26 GX240-3 4.000 1.800 69 82
(conânua)
SU$W 6

Capítulo 16 • Luminotécnico 447

(continuação)
Fluxo Eficiência bidice de
Potência Ten1pemtum
Código co,nercial Cor Base lu1ninoso lun1inosa reprodução
(w) de cor (K)
(lm) (hn/W) de cor ([RC)
Fluorescentes Compactas PL· T
PL-T/4P 18W/827 827 18 GX24Q·2 2.700 1.200 66 82
PL·T/4P 18W/840 84 18 GX24Q·2 4.000 1.200 66 82
PL·T/4P26W/827 827 26 GX24Q·3 2.700 1.800 69 82
PL-T/4P26W/840 84 26 GX24Q·3 4.000 1.800 69 82
PL·T/4P 32W/827 827 32 GX24Q·3 2.700 2.400 75 82
PL-T/4P 32W/840 84 32 GX24Q·3 4.000 2.400 75 82
PL· T/4P 42W/827 827 42 GX24Q-4 2.700 3.200 76 82
PL·T/4P 42W/840 84 42 GX24Q-4 4.000 3.200 76 82
Fluorescentes Compactas PL-L
PL·L/4P 36W/827 827 36 2GII 2.700 2.900 80 82
PL-L/4P 36W/840 84 36 2G I I 4.000 2.900 80 82
PL·I.J4P 55W830HF 827 55 2G I I 2.700 4.800 87 82
PL-I.J4P 55W840HF 84 55 2011 4.000 4.800 87 82
Fluorescentes Compactas PL-S
PL-S/2P 9\V/827 827 9 G23 2.700 600 66 82
PL·S/2P 9\V/840 84 9 G23 4.000 600 66 82
PL-S/2P 11W/827 827 11 G23 2.700 900 81 82
PL·S/2P 11W/840 84 11 G23 4.000 900 81 82
PL-S/2P 13\V/827 827 13 GX23 2.700 810 62 82
PL·S/2P 13\V/840 84 13 GX23 4.000 810 62 82
Fluxo Eficiência f,ldice de
Tensão Potência Temperatura
Código Comercial Base luminoso luminosa reprodução
(V) (W) de cor (K)
(lm) (lm/W) de cor (IRC)
Fluorescentes Con1pactas: lntegr-..1das
PL ELET 15W-230V
0 0 230-240V 15 E27 2.700 900 60 82
PLE/T· l 5W-230V-D 230-240V 15 E27 6.500 820 53 78
PL-ELET· l 5W-l 20V 120· 127V 15 E27 2.700 900 60 82
PLE/T· l5W-120V-D 120· 127V 15 E27 6.500 820 53 78
PL-ELET-20W-230V 230-240V 20 E27 2.700 1.200 60 82
PLE/T-20W'230V·D 230·240V 20 E27 6.500 1.100 55 78
PL-ELET·20W-l 20V 120·127V 20 E27 2.700 1.200 60 82
PLE/T-20W-l 20V·D 120· 127V 20 E27 6.500 1.100 55 78
PL·ELET·23W-230V 230·240V 23 E27 2.700 1.500 65 82
PLE/T-23W-230V-D 230-240V 23 E27 6.500 1.4 10 59 78
PL-ELET-23W- l 20V 120-127V 23 E27 2.700 1.500 65 82
PLE/T-23W-l 20V-0 120- 127V 23 E27 6.500 1.410 59 78
Mastercolour CDM-TC
CDM-TC 35W/830 83 35 G8.5 3.000 3.300 94 81
Mastercolour COM-T
CDM-T 35W/830 83 35 G l2 3.000 3.400 97 81
CDM-T 70W/830 83 70 G l2 3.000 6.600 94 83
CDM·T 70\V/942 942 70 G l2 4.200 6.400 91 92
CDM·T ISOW/830 83 150 G l2 3.000 14.000 93 85
CDM·T 150\V/942 942 150 G l2 4.200 12.700 84 96
(continva)
SU$W li

448 lnslolações elétricas

(continuação)
Fluxo Eficiência lodice de
Pocência Teo1pecatura
Código Cornercial Cor
(W)
Base de cor (K)
lu1niooso lu1ninosa reprodução de
(lm) (lm/W) cor (IRC)
MastercotourCOM-TO
COM-TO 70\V/830 83 70 RX7S 3.000 6.100 87 82
COM-TO 70W/942 942 70 RX7S 4.200 5.800 82 92
COM -TO 150\V/830 83 150 RX7S-24 3.000 12.500 83 85
COM-TO ISOW/942 942 150 RX7S-24 4.200 12.000 80 96
Mastcrcolour COM-ET
CDM-ET 70\V/830 83 72 E27 3.000 5.900 82 83
COM-ET 150\V/830 83 147 E40 3.000 13.000 88 85
Mastercolour COM-TT
CoM:n 70W/830 83 72 E27 3.000 6.300 87 83
COM-Tf150W/830 83 148 E40 3.000 13.500 91 85
Máxin1u Índice de
Potência 'fempcratura
Código Comercial Cor Base intensidade reprodução
(W) de cor (K)
luminosa (cd) de cor (IRC)
M,1stercolour COM-R
COMR 3SWPA.R20LIOG 83 38 E27 3.000 23.000 81
CDMR 35WPAR20WOG 83 38 E27 3.000 5.000 81
CDMR 35WPAR30LIOG 83 38 E27 3.000 44.000 81
CDMR 35WPAR30L30G 83 38 E27 3.000 7.400 81
COMR 70WPAR30LIOG 83 73 E27 3.000 69.000 83
COMR 70WPAR301AOG 83 73 E27 3.000 10.000 83
Máxi,na inten- índice de
Tensão Potência Abertura de Te1nperntura
Código Comercial Base sidade lumi· reprodução de
(V) (W) Facho de cor (K)
nosa (cd) cor (IRC)
Halógcna< Oicróica JIRILLIANThne
DIC 12V 20W-t0-F 12 20 GU 5.3 ,o• 3.1 00 5.000 100
DIC12V 20W-36-F 12 20 GUS.3 36° 3.1 00 780 100
OIC l2V 20W-60-F 12 20 GU 5.3 60º 3. 100 350 100
DIC l2V SOW-10-F 12 50 GU 5.3 10• 3.200 13.000 100
DIC 12V 50W-36-F 12 50 GU 5.3 36° 3.200 2.200 100
DIC 12V 50W-60-F 12 50 GU 5.3 60º 3.200 1.100 100
Hnlógena< AI.Uline
ALRI I l- 12V50-8G 12 50 G53 8º 3.000 23.000 100
ALRll 1-12V75-8G 12 75 G53 8º 3.000 30.000 100
ALRI I l-12V l00-8G 12 100 GS3 8º 3.000 48.000 100
ALRI 11 -1 2V50-24G 12 50 053 24º 3.000 4.000 100
ALRI 11 · 12V75-24G 12 75 G53 24° 3.000 5.300 100
ALR I l l-12VI00-24G 12 100 G53 24° 3.000 8.500 100
SU$W li

Capítulo 16 • luminotécnico 449

Tabela 16.4 • Principais características das lâmpadas Philips para iluminafão industrial (conti·
nuação)
Tabela Geral d e Lâmpadas
Fluxo Eficiência Índice de
Potência Temperatura
Código co,nercial Base lutninoso luntinosa reprodução de
(w) de cor (K)
(lm) (lm/\V) cor (IRC)
Ulmpa da de vapor metá lico
HPI Plus Ovóide com reator de mercúrio
HPI Ptus 250 WBU 256 E40 4.200 19.000 76 69
HPI Ptus 400 WBU 400 E40 4.200 35.000 87 69
HPI Plus 400 WBUS 400 E40 4.200 35.000 87 69
HPI Plus 400 WBUP 400 E40 4.200 35.000 87 69
HPI Plus o,•óide com reator de sódio
HPl Plus 250 WBU 302 E40 3.800 25.500 102 69
HPI Plus 400 WBU 454 .640 3.800 42.500 106 69
Hi>l .Plus 400 WBU 454 .640 3.800 42.500 106 69
HPI Plus 400 WBU 454 E40 3.800 42.500 93 69
HPI-T Plus tubular con1 reator de mercúrio
Hi>I-T Plus 250 W 250 E40 4.500 19.000 76 65
HPI-T Plus 400 W 400 E40 4.300 35.000 87 65
Hi>I-T 1.000 W 985 E40 4.500 85.000 85 65
HPI-T2.000 W/220V 1.960/220V E40 4.900 189.000 94 65
l{Pl-T 2.000 W/380V l .930/380V E40 4.300 183.000 91 65
HPI-T Plus tubuhir com reator de sódio
HPI-T Plus 250 W 250 E40 3.800 23.000 92 65
HPI·T Plus 400 W 400 E40 3.800 38.000 95 65
Lâmpada de vapor de mercúrio
HPL-N
HPL N 80W 80 E27 4.300 3.700 48 48
HPL N 125W 125 E27 4.100 6 .200 46 46
HPL N 250 W 250 E40 4.100 12.700 40 40
HPL N 400 W 400 E40 3.900 22.000 40 40
Hi>L N 700W 700 E40 3.900 40.000 45 45
~IPL N 1.000 W 1.000 E40 3.900 58.000 45 45
Làm11a da de vapor de sódio
SON
SON 70W-E 70 E27 1.950 5.600 80 25
SON 150W-E 147 E40 1.950 14.500 97 25
SON250W-E 250 E40 1.950 27.00 !08 25
SON 400W-E 400 E40 1.950 48.000 120 25
SON-H
SON H 220W 220 E40 2.000 20.000 91 25
SON H 350\V 350 E40 2.000 34.000 97 25
SON-T
SON-T 150\V-RE 150 E40 1.950 15.000 100 25
SON-T 250 W-RE 250 E40 1.950 28.000 112 25
SON-T 400 W-RE 400 E40 1.950 48.000 120 25
SU$W li

450 lnslakições elétricos

confecção dos LEDs, de modo a exibirem bandas ade- 16.3 Cálculos práticos de iluminação
quadas para a emissão da cor ele luz desejada (compri- interior5
mento ele onda específico).
A luz en1itida n.io é monocromática, n1as a banda Nos cálculos de iluminação interna, eleve ser seguido
colorida é relativamente estreita. A cor, portanto, depen- o seguinte roteiro:
dente do cristal e da impureza ele clopagem com que o
com1>0nente é fabricado. O LED que utiliza o arseneto (a) Escolha criteriosa do ti1>0 de lâmpada e luminária
de gálio emite radiações infravermelhas. Dopando-se adequado ao local.
com fósforo, a emissão pode ser vermelha ou amarela, (b) Escolha do iluminamento (é), utilizando, 1>0r exem-
de acordo com a concentração. Utilizando-se íosfeto de plo, a Tabela 16.1 ou os valores recomendados pela
gálio com clopagem de nitrogênio, a luz emitida pode ser norma NBR 5413 ou pela NR 1S.
verde ou amarela. Conl o uso de outros ff'lateriais, con· (c) Cálculo do fator elo local (/(), a partir da Expressão
seguem-se fabricar LEDs que emitem luz azul, violeta e 16.5.
até ultravioleta. Existem também os LEDs brancos, que (d) Determinação do fator de utiliwção (1)), com o
são geralmente emissores ele cor azul, revestidos com auxílio dos valores fornecidos pelo fabricante, ou pela
oma can,ada de fósforo do mesmo tipo usado nas lân,- Tabela 16.6. Atenção: <1s lun1inárias indicadas na
padas fluorescentes, o qual absorve a luz azul e emite a Tabela 16.6 são a1,enas exemplos para fins dick'lticos;
luz branca. Há ainda os LEDs brancos chamados RGB, nos casos reais, o projetista deverá consultar o fabri-
que são formados por três 'chips', um vermelho (R de cante para saber os valores reais das luminárias con-
red), um verde (G de green) e um azul (6 de blue). sideradas no projeto.
Em geral, os LEDs operam com nível ele tensão de 1,6
a 3,3 V, sendo compatíveis com os circuitos de estado As refletãncias são indicadas por três algarismos, cor-
sólido. ~ interessante notar que a tensão é dependente do respondendo a teto-paredes-piso (ver Tabela 16.5).
comprimento da onda emitida. Assim, os LEDs infraver- Caso o valor de K calculado em (Ili) não correspon-
melhos geralmente funcionam com menos de 1,5 V, os da a nenhum valor constante ela Tabela 16.6, adota-se o
vermelhos, com 1,7 V, os amarelos, com 1,7 V ou 2,0 V, mais próxin,o.
os verdes entre 2,0V e 3,0V, enquanto os LEDs azuis, vio-
leta e ultravioleta em geral precisam de mais de 3,V. A (e) Determinação do fator de depreciação (d), por exem-
potência de um LED está na faixa típica de 1O a 150 mW, plo, utilizando a Tabela 16.2 ou valores fornecidos
com um tempo de vida útil de 100.000 ou mais horas. pelo fabricante.
Os LEDs tem muitas vantagens sobre lâmpadas (f) Cálculo do fluxo total (q>.,), sendo, da Expressão 16.4
incandescentes convencionais. Uma delas é que eles SE (16.6)
não tên1 un1 fi la1nento que se queime e então duran1 <!>.,= -
11d
muito mais tempo. Além disso, seus pequenos bulbos
de plástico tornam-nos muito mais duráveis. Eles tam· (g) Determinação do número de luminárias através de
bém cabem mais facilmente nos modernos circuitos
eletrônicos. Mas a principal vantagem é a eficiência . N = tf>t
(16.7)
tf>
Em uma lân1pada incandescente convencional, o
processo de produção de luz envolve a geração de Sendo <l>(lm) o fluxo de cada luminária.
muito calor (o filamento deve ser aquecido), enquanto
os LEDs geram pouco calor. Uma percentagem muito (h) Distribuição elas luminárias: o espaçamento entre as
n1ais alta de energia elétrica está indo diretan1ente para luminárias depende ele sua altura em relação ao
a geração de luz, o que diminui a demanda de eletrici· plano de trabalho (h.J e da sua distribuição de luz;
dade consideravelmente. esse valor situa-se, geralrnente, entre 1 e 1,5 vezes a

Tabela 16.5 • Refletâncias


ln dice Rencxão (%) Significado
1 10 Superfície 111édia
3 30 Superíície média
5 50 Superfície clara

7 70 Superfrcie br.:ulCa

S. Com base n.t pubfic.:.çlio Cálrulo tlc lhuninação h1u•r110 d:t l'hilips-
llumin~ção.
SU$W ü

Capítulo 16 • luminotécnica 451

altura de h,., em ambas as direções; o espaçamento b = 9m;


até as paredes deve corresponder, aproximadamente, h,,, = 2,2 n1 (lun1i nária no teto e n1esas a 0,8 m).
à 1ne1ade desse valor. Da Expressão 16.5: K =
18 X 9
EXEMPLO
2,2 (18 + 9) ~ 2•1·
(d) Entra-se nas Tabelas 16.6 com K = 2,5 e conside-
Iluminação de escritório com 18 m de comprimento, ra-se para o local 551, obtendo 1) = 0,53.
8 m de largura e 3 m de altura (pé direito), com (e) Da Tabela 16.2, considerando ambiente normal e
luminárias Philips TCS 029, com duas lâmpadas fluores- manutenção a cada 5.000 h, obtém-se d = 0,85.
centes de 32 W, Branca Comíort. (f) Da Express.io 16.6:
(a) Aparelho de ilumi nação: (18 X 9) X 500
• Luminária TCS 029. <l>r = O,).
· 3 X Os·
' )
"' 179.800 lm
• Duas lâmpadas TLDRS 32/64 (Tabela 16.4)
(g) Da Expressão 16.7:
= 2 X 2.500 = 5.000 lm ,, 179.800 36 1 . ,. .
,, = _OOO iilif . un11nc1r1as
(b) Da Tabela 16.1, adota-se E = 500 lx. ).

(e) Tem-se: (h) Ver Figura 16.8, para fazer a distribuição de lu-
I • 18 m; minárias.

Figura 16.8 • Distribuição dos luminárias


SU$W 6

452 lnsloloções elétricas

HDK 472
ZDK472

HDK 472 CI ZDK 472 • HPL-N 250W SDK 472 d ZDK 472 • SON 400W
Roosn Reíletâncias Roon1 Renetâncias
lndex lndex
K 75 1 731 7 11 55 1 531 331 3 11 000 K
511 751 73 1 7 11 551 53 1 5 11 331 31 1 000
0.60 0.47 0.43 0.40 0.46 0.42 0,40 0.42 0.40 0.38 0.60 0,39 0.35 0.32 0.39 0.35 0.32 0.35 0.32 0.31
0,80 0,54 0,50 0.47 0,53 0,49 0,47 0.49 0.46 0.45 0,80 0,46 0,42 0.39 0,45 0,42 0.39 0,4 1 0.39 0,38
1.00 0.59 0.55 0.53 0.58 0.55 0.52 0.54 0.52 O.S I 1.00 O.SI 0.47 0.45 o.so 0.47 0.44 0,47 0.44 0.43
1.25 0.64 0.60 0.58 0.63 0,60 0,57 0.59 0.57 0.56 1.25 0.56 0,52 0.50 0.55 0.52 0 .49 0.5 1 0.49 0,48
1.50 0 .67 0.64 0.61 0.66 0.63 0.61 0,62 0.60 0.59 1.50 0.59 0.56 0.53 0.58 0.55 0.53 0.54 0.52 O.SI

2.00 0.71 0.69 0.67 0.70 0.68 0.66 0,67 0.66 0.64 2.00 0,63 0.61 0.59 0.62 0.60 0.58 0.59 0.57 0.56
2.50 0.74 0,72 0,70 0,72 0.71 0,69 0,70 0.69 0,67 2,50 0,65 0.63 0,62 0,64 0,62 0.61 0.62 0,60 0,59
3,00 0,75 0,74 0,72 0,74 0,73 0,71 0,72 0 ,7 1 0.69 3,()() 0,67 0,65 0.64 0,66 0,64 0 ,63 0,63 0,62 0,61
4.00 0 .77 0,76 0,74 0.76 0.74 0,73 0.73 0 ,72 0,7 1 4,00 0.69 0.67 0.66 0,67 0.66 0.65 0,65 0,64 0,63
5.00 0,78 0,77 0,76 0,76 0,75 0,75 0.74 0 .74 0,72 5,00 0,70 0.68 0,67 0,68 0.67 0.66 0,66 0.65 0,64

HDK 472 d ZDK 472 • HPL-N 400W HDK 472 d ZDK 473 • HPL-N 250W
Roo1n Rcflctâncias Roo1n Rcflctâncias
lndcx lndex
K 751 731 71 1 551 531 51 1 331 311
000 K 751 731 711 551 531 511 331 31 1 000
0,60 0,39 0,35 0,33 0,39 0,35 0.33 0,35 0,32 0,31 0.60 0.51 0,47 0,44 0,50 0.47 0.44 0,46 0.44 0.43
0.80 0,46 0,42 0,39 0.45 0,42 0,39 0,4 1 0.39 0,38 0.80 0.57 0,53 0.50 0,57 0,53 0,50 0,52 0,50 0,49
1.00 0,5 1 0.47 0,45 0,50 0 .47 0.44 0.46 0,44 0,43 1.00 0,62 0,59 0.56 0,61 0,58 0.56 0,58 0.55 0 ..54
1.25 0 .55 0,52 0,49 0,54 0 ,51 0,49 0.51 0.49 0.48 1.25 0.67 0,63 0,6 1 0,66 0,63 0,60 0.62 0,60 0,59
1,50 0.58 0.55 0,53 0,57 0,55 0.52 0,54 0,52 0,51 1.50 0,70 0,67 0,64 0.69 0,66 0.64 0,65 0,63 0.62

2,00 0 ,62 0,60 0,58 0,61 0 .59 0,57 0,58 0,57 0.56 2,00 0,74 0.72 0,70 0,73 0,71 0.69 0,70 0,68 0,67
2.50 0.65 0.63 0.61 0.64 0 .62 0.60 0.6 1 0.60 0.58 2.50 0.77 0.75 0.73 0.76 0.74 0.72 0.73 0.72 0.70
3.00 0,66 0.65 0,63 0,65 0.64 0.63 0.63 0.62 0.60 3.00 0.79 0.77 0.76 0,77 0.76 0.75 0.75 0.74 0.72
4.00 0.68 0.67 0.66 0,67 0.66 0.65 0,65 0.64 0.62 4,00 0.81 0,79 0,78 0.79 0.78 0.77 0,77 0.76 0.74
5,00 0.69 0,68 0,67 0,68 0,67 0,66 0,66 0,65 0,63 5,00 0,82 0.8 1 0,80 0,80 0,79 0 ,78 0.78 0,77 0.75
(continl/J)
SU$W 6

Capitula 16 • Lumínotécníca 453

(continuação)

Tabela 16.6 • Fator de utiliza cio ('ll

SDK 472 c/ZDK 472 - SON 150W HDK 472 d ZDK 473 - HPL-N 400W
Room Reíletâncias Room Rene,âncias
lndcx lndcx
K 75 1 731 711 55 1 53 1 511 331 3 11 ()()() K 751 73 1 711 551 53 1 511 331 3 11 ()()()

0,60 0.47 0,43 0,40 0.46 0.43 0,40 0,43 0.40 0.39 0.60 0,50 0,46 0.42 0.50 0.45 0.42 0,45 0.42 0.4 1
0.80 0.53 0,49 0.47 0.52 0.49 0,47 0.49 0.46 0.45 0.80 0.58 0,53 0.49 0.57 0.52 0.49 0,52 0.49 0.48
1.00 0.58 0.55 0.52 0.57 0.54 0.52 0.54 0.52 0.50 1.00 0.63 0.59 0.56 0.62 0.58 0.55 0.58 0,55 0.54
1,25 0,62 0,59 0,57 0.6 1 0,59 0.56 0.58 0.56 0.55 1,25 0.68 0.64 0,61 0,67 0.63 0,6 1 0,63 0,60 0.59
1.50 0,65 0,62 0,60 0,64 0,62 0,60 0,61 0.59 0,58 1,50 0,72 0,68 0,65 0,70 0,67 0,65 0,66 0,64 0,63

2,00 0,69 0,67 0,65 0,68 0,66 0,64 0.65 0.64 0,62 2.00 0.77 0,74 0.71 0,75 0,73 0,7 1 0,72 0,70 0.68
2.50 0,71 0,70 0.68 0 .70 0.69 0,67 0,68 0.67 0.65 2.50 0,80 0,77 0,75 0,78 0.76 0.74 0.75 0,74 0.72
3.00 0.73 0,71 0,70 0,72 0.70 0.69 0,69 0.68 0.67 3.00 0.82 0,80 0.78 0.80 0.79 0.77 0,77 0,76 0.74
4.00 0.74 0,73 0.72 0.73 0.72 0.71 0.71 0 ,70 0,69 4.00 0,84 0,82 0.81 0.82 O.S I 0,80 0.80 0.79 0.77
5.00 0.75 0,74 0.73 0.74 0.73 0,72 0.72 0.71 0.69 5.00 0,85 0,84 0,83 0.83 0 .82 0.8 1 0.81 0,80 0.78

SDK 472 e/ ZDK 473 • SON lSOWTS HDK 475 d ZDK 475 • HPL-N 250W
Roon1 Rcfletâncias Roo1n Reflelâncias
lndex lndex
K 75] 731 711 55 1 53 1 51 1 331 3 11 000 K 751 73 1 711 551 53 1 511 331 3 11 000
0.60 0.52 0,48 0,45 0,51 0.48 0,45 0.47 0.45 0.44 0.60 0,34 0.29 0,25 0,34 0,28 0.25 0,28 0,25 0.23
0.80 0.58 0.54 0.51 0.57 0.53 0.51 53 0.51 0.50 0.80 0.42 0.36 0.32 0,41 0.36 0.32 0.35 0.32 0.30
J.()() 0,62 0,59 0,56 0,61 0,58 0,56 0,58 0,56 0 ,54 1,00 0,48 0,43 0,38 0,47 0.42 0,38 0,41 0,38 0 ,36
1.25 0.66 0.63 0.61 0.65 0.62 0.60 0.62 0.60 0 .59 1.25 0.54 0.48 0.44 0.52 0.48 0.44 0.47 0.44 0.42
1.50 0.69 0.66 0.64 0.68 0.65 0.63 0.65 0,63 0,62 1.50 0.58 0.53 0.49 0,56 0.52 0.49 0,51 0,48 0.46

2.00 0.73 0.71 0,69 0.72 0.70 0.68 0.69 0.68 0.66 2.00 0.63 0.59 0,56 0.62 0.58 0.55 0,57 0.55 0.53
2.50 0.76 0.74 0.72 0.74 0.73 0.71 0.72 0.71 0.69 2.50 0.67 0.64 0.61 0.65 0.62 0.60 0.61 0.59 0.57
3.00 0.77 0.76 0.74 0,76 0.75 0.74 0.74 0.73 0.7 1 3.00 0.70 0.66 0,64 0.68 0,65 0.63 0,64 0.62 0.60
4.00 0.79 0.78 0;77 0,77 0.77 0.76 0.75 0.75 0 .73 4 ,00 0.72 0.70 0.68 0.71 0,69 0.67 0.67 0.66 0.64
5,00 0.80 0,79 0,78 0,78 0,78 0,77 0,76 0.76 0 .74 5,00 0.74 0.72 0.70 0.72 0.7 1 0,69 0.69 0,68 0 ,66
(continua)
SU$W 6

454 lnsloloções elétricas

(continuação)

Tabela 16.6 • F - de utilização '11s-----------------------

SDK 472 cl ZDK 473 • SON 250W HDK 475 cl ZDK 475 • HPL-N 400W
Roo,n Rcílctâncias Roo,n Rcílctâncias:
Indcx Jndex
K 751 73 1 711 551 531 511
331 311 000 K 751 731 71 1 55 1 531 511 331 3 11 000
0.60 0.53 0.49 0.47 0.53 0.49 0.47 0.49 0.46 0.45 0.60 0.33 0.27 0.23 0.32 0.27 0.23 0.26 0.23 0.22
0.80 0.59 0.55 0.53 0,58 0,55 0.52 0.54 0.52 0.51 0,80 0.40 0.34 0.30 0.39 0.34 0.30 0.33 0.30 0.28
1.()0 0,64 0,60 0.58 0.63 0.60 0.57 0,59 0.57 0.56 1,00 0.46 0,40 0.36 0.44 0,40 0,36 0.39 0,36 0,34
1.25 0,68 0.65 0,62 0,67 0,64 0.62 0.64 0,62 0.60 1,25 O.SI 0.46 0,42 0,50 0,45 0 ,42 0.44 0.41 0,40
1,50 0.71 0.68 0,66 0,70 0,67 0 ,65 0.66 0,65 0,63 1,50 0.55 0,50 0.46 0,53 0,49 0,46 0,49 0,46 0,44

2 ,00 0.75 0,73 0,71 0.74 0,72 0.70 0.7 1 0,70 0,68 2.00 0.60 0.57 0.53 0,59 0,56 0,53 0.55 0,52 0,50
2 ,50 0,78 0,76 0,74 0,76 0.75 0.73 0.74 0,73 0,71 2.50 0,64 0,61 0,58 0,62 0.60 0,57 0.58 0,56 0.54
3.00 0.79 0.78 0.76 0.78 0.77 0.75 0.76 0,75 0.73 3.00 0.66 0.63 0.6 1 0,65 0.62 0.60 0,6 1 0,59 0,57
4,00 O.SI 0.80 0.79 0.79 0.78 0.78 0.77 0,77 0.75 4.00 0.69 0.67 0.65 0.68 0.66 0.64 0.65 0.63 0.61
5.00 0.82 0.8 1 0.80 0.80 0.80 0.79 0.78 0.78 0,76 5.00 0.7 1 0.69 0.67 0,70 0.68 0.66 0.67 0.65 0,63

SDK 472 e/ ZDK 473 • SON 400W HDK 475 cl ZDK 475 • SON 250W
Room Reflc.16.ncias Roorn Refle1âncias
Index lndex
K 751 73 1 71 1 551 SI I 331 3 11 000 K
531 751 73 1 71 1 55 1 531 5 11 331 3 11 000
0 ,60 0.45 0,4 1 0,38 0,44 0,40 0.37 0,40 0,37 0,36 0,60 0,36 0,30 0,26 0,35 0,29 0 ,25 0.29 0,25 0,24
0.80 0,51 0,47 0.44 0,50 0,47 0.44 0.46 0.44 0.42 0.80 0.44 0 ,38 0,33 0.42 0,37 0.33 0.37 0,33 0.31
1,00 0.56 0,53 0,50 0,55 0.52 0,49 05 1 0.49 0.48 1.00 0.50 0,44 0.40 0,49 0.43 0.39 0.43 0,39 0,37
1.25 0.61 0.57 0.55 0.60 0,57 0.54 0.56 0,54 0.52 1,25 0.56 0.50 0,46 0.54 0,49 0.46 0,49 0.45 0.43
1,50 0.64 0.61 0.58 0,63 0.60 0.58 0.59 0,57 0.56 1,50 0,60 0,55 0.5 1 0.58 0,54 0.50 0.53 0.50 0,48

2 .00 0.69 0.60 0,64 0.67 0.65 0.63 0,64 0,63 0 .61 2 .00 0,66 0.62 0,58 0,64 0.61 0.57 0,59 0,57 0.55
2.50 0 .71 0.69 0.67 0.70 0,68 0.67 0.67 0.66 0.64 2.50 0.70 0,66 0.63 0.68 0.65 0.62 0.64 0.61 0,59
3.00 0 .73 0.7 1 0,70 0.72 0,70 0,69 0,69 0,68 0 .66 3.00 0.72 0,69 0.66 0,70 0,68 0.65 0.66 0,64 0.62
4.00 0.75 0.74 0.72 0.74 0,72 0.7 1 0.7 1 0.70 0.69 4.00 0.15 0.73 0.70 0.73 0.71 0.69 0.70 0,68 0,66
5,00 0,76 0,75 0,74 0,75 0,74 0,73 0,72 0,72 0,70 5,00 0.77 0,75 0,73 0,75 0.73 0,72 0,72 0.70 0,68
(cominl/a)
SU$W 6

Capitula 16 • Lumínolécníca 455

(continuação)

Tabela 16.6 • Fator de utiliza cio ('ll

HDK 475 e/ ZDK 475 • SON 400W TCS029-D-2TLD16W


Roorn Refletâncias Roo1n Rcfletãncias
lndex lndex
K 751 731 711 551 53 1 51 1 331 311 ()()() K 75 1 731 711 551 531 511 331 311 000
0,60 0.34 0.28 0,24 0,33 0.28 0,24 0,28 0.24 0.23 0,60 0,27 0,33 0,20 0,26 0,22 0,19 0.22 0, 19 0, 18
0,80 0.42 0.36 0.32 0.4 1 0.36 0_12 0,35 0.31 0,30 0,80 0.33 0.28 0.25 0.32 0,28 0,25 0,27 0,24 0,23
1.00 0.48 0.42 0.38 0.47 0.42 0.38 0,41 0,37 0,36 1.00 0.37 0.33 0.30 0.36 0.32 0.29 0.32 0..29 0.27
1.25 0,54 0.48 0.44 0.52 0,48 0,44 0,47 0,43 0.42 1,25 0,4 1 0.37 0.34 0,40 0.37 0,34 0.36 0,33 0,32
1,50 0,58 0.53 0,49 0,56 0,52 0,48 0,51 0,48 0,46 1,50 0.45 0,41 0,38 0,43 (),40 0,37 0,39 0,37 0,35

2,00 0,64 0.60 0,56 0,62 0.59 0.56 0,58 0.55 0.53 2.00 0.49 0,46 0.43 0.48 0,45 0,42 0.44 0,42 0.40
2,50 0,68 0,64 0,61 0,66 0,63 0,60 0,62 0,59 0,57 2,50 0.52 0.49 0,47 0.50 0,48 0,46 0,47 0,45 0,43
3.00 0.70 0.67 0,64 0.69 0.66 0.63 0,65 0,63 0,6 1 3,00 0.54 0.51 0,49 0.52 0.50 0,48 0,49 0,47 0,46
4,00 0,73 0.7 1 0,68 0.72 0,69 0,67 0,68 0.66 0.64 4.00 0.56 0,54 0.52 0.55 0.53 0.51 0,52 0.50 0.48
5,00 0,75 0,73 0,71 0.74 0.72 0,70 0.70 0,69 0.67 5,00 0,58 0.56 0,54 0.56 0,55 0,53 0.53 0,52 0,50

TCS029-2TLO 16W TCS 029-0 • 2 TLO 32W


Room Refletância... Roo1n Rcflctâncias
lndex Jndex
K 75 1 731 711 551 531 511 331 311 000 K 75 1 731 711 55 1 531 5 11 331 31 1 000
0,60 0,31 0.26 0,23 0.30 0.26 0,23 0,26 0.23 0,2 1 0,60 0.29 0,24 0.21 0,28 0.24 0,21 0.23 0,20 0, 19
0.80 0.37 0.32 0.29 0.36 0.32 0.29 0.32 0.29 0.27 0.80 0.35 0.30 0.27 0,34 0.30 0,26 0.29 0.26 0.25
1,00 0,42 0,37 0,34 0,41 0,37 0,34 0,36 0,34 0,32 1,00 0,40 0,35 0,32 0,39 0,34 0,31 0.34 0,31 0,29
1.25 0.46 0.42 0.39 0.45 0.42 0.39 0.41 0.38 0,37 1,25 0.44 0.40 0.37 0.43 0,39 0.36 0.38 0..36 0.34
1,50 0,50 0.46 0.43 0,49 0.45 0.42 0.44 0.42 0.4 1 1.50 0,48 0,44 0.40 0.46 0,43 0.40 0.42 0,39 0,37

2,00 0,55 0.51 0,49 0,53 0,50 0,48 0,50 0.48 0,46 2,00 0,52 0,49 0.46 0.5 1 0.48 0.45 0,47 0.45 0,43
2.50 0.57 0.55 0.52 0.56 0.54 0.52 0.53 0.51 0.50 2.50 0.55 0.52 0.50 0.54 0.51 0.49 0.50 0.48 0.46
3,00 0,60 0.57 0.55 0,58 0.56 0,54 0.55 0.54 0.52 3.00 0,58 0.55 0.53 0.56 0.54 0.52 0,52 0,5 1 0.49
4,00 0.62 0.60 0.58 0.61 0.59 0.57 0.58 0,57 0.55 4.00 0.60 0.58 0.56 0.58 0.57 0,55 0.55 0.54 0.52
5,00 0,63 0,62 0,60 0,62 0,61 0,59 0,59 0.58 0.57 5,00 0,62 0,60 0,58 0.60 0.58 0,57 0.57 0,56 0.54
(continua)
SU$ W li

456 lnsloloções elétricas

(continuação)

Tabela 16.6 • F - de util" ão " ' - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

TCS 029 • 2 TLD 32W TCS 029 TV-2 TLD 16W


Roon1 Rcílc1âncias Roon1 Refletâncias
lndex Jndex
K 751 731 71 1 551 531 51 l 331 311 000 K 751 731 711 551 53 1 5 1l 331 311 000
0,60 0,29 0.24 0,3 1 0,28 0.24 0,2 1 0,24 0,21 0,20 0.60 0 ,13 0, 12 0. 12 0,13 0.12 0, 12 0,12 0,12 O, l l
0,80 0,34 0,30 0 ,27 0,34 0.30 0,27 0,29 0,26 0,25 0 ,80 0,15 0, 14 0. 13 0.15 0,14 0, 13 0.14 0,13 0, 13
1,00 0.39 0.35 0.32 0,38 0,34 0,3 1 0,34 0,31 0,30 1,00 0.16 0, 15 0, 15 0,16 0,15 0, 15 0,15 0,14 0, 14
1,25 0.43 0.39 0 ,36 0,42 0.39 0,36 0,38 0,36 0.34 1,25 0.17 0, 16 0, 16 0.17 0.16 0, 16 0.16 0.16 0.15
1.50 0,46 0.43 0.40 0.45 0.42 0.39 0,41 0.39 0.38 1.50 0.18 0.17 0. 17 0.17 0,17 0. 16 0,17 0.16 0. 16

2,00 0,51 0.48 0,45 0,50 0.47 0 ,45 0,46 0,44 0,43 2.00 0.19 0, 18 0.18 0.18 0,18 0, 18 0,18 0,17 0, 17
2.50 0.54 0.5 1 0.49 0.53 0.50 0.48 0.49 0,48 0.46 2.50 0.19 0.19 0, 19 0.19 0.19 0, 18 0.18 0.18 0. 18
3,00 0.56 0.53 0.5 1 0,54 0.52 0.5 1 0.52 0,50 0,49 3,00 0.20 0.19 0, 19 0.19 0,19 0, 19 0,19 0.19 0, 18
4.00 0.58 0.56 0.54 0.57 0.55 0.54 0,54 0,53 0.51 4.00 0.20 0.20 0,20 0.20 0.20 0, 19 0.19 0.19 0, 19
5,00 0,59 0,58 0,56 0,58 0,57 0,55 0.56 0,55 0,53 5,00 0,20 ·0,20 0,20 0,20 0,20 0.20 0,20 0,19 0. 19

FCS029-2Pt• uw TMS soo - 1 TI, 20W


Room Reíle1ância.s Room Reflerâncias
lndcx lndcx
K 75 1 731 711 551 531 511 331 311 000 K 75 1 731 711 551 531 511 331 31 1 000
0.60 0,30 0.26 0.23 0,29 0,26 0,23 0.25 0,23 0.22 0,60 0,3 1 0,24 0,19 0,28 0,22 0, 18 0,20 0,16 0,13
0.80 0,36 0.32 0.29 0.35 0.31 0,29 0.31 0.28 0.27 0,80 0.38 0.31 0.26 0.35 0.28 0.24 0.26 0.22 0.17
1.00 0.41 0,37 0.33 0.40 0.36 0,33 0.36 0,33 0.32 l,00 0.44 0.37 0.31 0.40 0,34 0,29 0.30 0.26 0.21
1,25 0,45 0,41 0.38 0.44 0,40 0,38 0.40 0,37 0.36 l,25 0,50 0,43 0.37 0 ,45 0.39 0,34 0.35 0.3 1 0.26
1,50 0,48 0,44 0 ,42 0.47 0,44 0,41 0,43 0,4 1 0,39 1,50 0,54 0,47 0 ,42 0,49 0.43 0.38 0,39 0,35 0.29

2,00 0,52 0,49 0.47 0,5 1 0,48 0,46 0,48 0,46 0,44 2,00 0,6 1 0,54 0,49 0 ,55 0.50 0,45 0,45 0,4 1 0,35
2,50 0.55 0.52 0.50 0.54 0.51 0,50 0.51 0,49 0.48 2.50 0.65 0,59 0.54 0.59 0.54 0.50 0.49 0.46 0.39
3,00 0,57 0.55 0.53 0.55 0,54 0,52 0.53 0,5 1 0,50 3,00 0,68 0,63 0.58 0 ,62 0,58 0,54 0,52 0.49 0,42
4.00 0.59 0.57 0.55 0.58 0.56 0.55 0.55 0.54 0.52 4.00 0.72 0,68 0.64 0.66 0.62 0.59 0.57 0.54 0.46
5.00 0.60 0.59 0.57 0.59 0,57 0.56 0.56 0,55 0.54 5.00 0.75 0,71 0,68 0.68 0.65 0.62 0.60 0,57 0.49
(continua)
SU$W 6

Capítulo 16 • Luminotécnico 457

(continuação)

Tabela 16.6 • Fator de utilizo ão ('li__. _ _ ~ - - - - - - - - - - - - - -

FCS 021-2 PL*13 W l 'MS 500-J TLD16W


Roorn Re.íletâncias Roo,n R.efletSncias
lndex Indcx
K 751 731 7 11 551 531 511 331 311 000 K 751 73 1 7 11 551 531 511 331 311 000
0.60 0.30 0,26 0.23 0.30 0.26 0.23 0,25 0.23 0.22 0.60 0.33 0.26 0.21 0,30 0.24 0.19 0.22 0. 18 0.14
0.80 0.36 0.32 0,29 0.35 0.32 0.29 0.31 0.29 0.27 0.80 0.40 0.33 0.27 0.36 0.30 o.25 0.28 0,23 0.19
1.00 0.4 1 0.37 0,34 0.40 0.36 0,34 0.36 0.33 0.32 1.00 0.46 0.39 0,33 0,42 0.36 0,3 1 0,33 0,28 0,23
1,25 0,45 0,41 0,38 0.44 0,4 1 0,38 0,40 0.38 0.36 1.25 0,52 0,45 0,39 0.47 0.4 1 0,36 0,38 0,33 0.28
1,50 0,48 0,45 0,42 0,47 0,44 0.42 0,43 0,41 0,40 1,50 0.56 0.49 0,44 0,51 0,45 0,4 1 0,42 0,37 0,31

2,00 0,53 0,50 0,47 0,52 0,49 0,47 0,48 0,46 0,45 2,00 0,63 0,57 0,52 0,57 0,52 0,48 0,48 0,44 0,37
2,50 0.55 0,53 0,51 0.54 0,52 0,50 0,51 0,49 0.48 2.50 0,68 0.62 0,57 0.62 0.57 0,5'.l 0,52 0,49 0.42
3,00 0.57 0,55 0,53 0,56 0.54 0,52 0.53 0.52 0.50 3,00 0.71 0,66 0,61 0,65 0.60 0.57 0,55 0,52 0.45
4,00 0.59 0.58 0,56 0.58 0.57 0.55 0.56 0.54 0.53 4.00 0.75 0.7 1 0.67 0.69 0.65 0.62 0.60 0.57 0.49
5,00 0,6 1 0,59 0,58 0,59 0.58 0.57 º"'7 0,56 0.54 5,00 0.78 0,74 0,71 0,71 0.68 0.65 0,63 0,60 0.52

FBN801-1PL" l3W TMS SOO - 1 TL 40W


Roo,n Refletftncias Roon1 Reflctâncias
lndex lndex
K 751 731 71 1 551 531 511 33 1 31 1 000 K 751 731 711 551 531 511 '.\31 311 000
0.60 0,32 0,27 0.24 0,3 1 0.27 0.24 0,27 0,24 0,22 0,60 0.3 1 0,24 0,19 0.28 0,22 0,18 0,20 0. 17 0,13
0.80 0.39 0,34 0.30 0.38 0.33 0.30 0.33 0.30 0.28 0.80 0.39 0.3 1 0.26 0.35 0.29 0.24 0,26 0.22 O.IS
1,00 0,44 0,39 0.36 0.43 0.39 0,35 0.38 0.35 0.34 1.00 0.44 0,37 0.31 0.40 0.34 0,29 0,31 0.27 0,22
1,25 0.49 0.44 0.41 0,47 0.44 0.40 0.43 0.40 0.39 1.25 0.50 0.43 0.37 0.45 0.39 0.34 0.36 0.32 0.26
1.50 0.52 0.48 0,45 0.5 1 0.47 0.44 0.47 0.44 0.42 1.50 0.55 0.48 0.42 0.49 0.44 0.39 0.40 0.36 0.29

2.00 0.57 0.54 0,51 0.56 0.53 0.50 0.52 0.50 0.48 2.00 0.610,55 0.49 0,55 0.50 0.46 0.46 0,42 0.35
2.50 0.60 0.57 0.44 0.59 0.56 0,54 0.55 0.54 0.52 2.50 0.660.60 0.55 0.60 0.55 0.51 0.50 0.47 0.39
3.00 0.62 0,60 0,58 0,61 0.59 0.57 0,58 0,56 0.55 3.00 0.69 0.64 0,59 0,63 0,58 0.54 0.53 0.50 0,43
4,00 0,65 0,63 0,61 0,6'.l 0,62 0,60 0,61 0.59 0.58 4,0() 0,730,69 0,65 0,67 0,63 0,60 0,58 0,55 0,47
5.00 0,66 0,65 0,63 0.65 0,63 0,62 0,62 0,61 0,59 5.00 0.76 0.72 /69 0.69 0,66 0,63 0.60 0,58 0,50
(continua)
SU$ W 6

458 lnslalações elétricas

(continuação)

Tabela 16.6 • " - de utiliza ão (nl__

FBN 801

TMS 500 • 2 TLD 32W TMS 500 e/ RN 500 • 1 TLD 16W


Room Rcflctâncias Roo,n RcOccãncias
lndex lndex
75 1 73 1 711 55 1 53 1 511 331 31 1 ()()() 75 1 731 7 11 551 53 1 511 331 311 ()()()
K K
0.60 0.33 0.26 0.21 0,30 0.24 0.19 0,22 0, 18 0, 14 0,60 0.34 0,27 0,22 0,32 0.26 0.22 0,26 0,22 0,20
0.80 0.40 0.33 0.27 0,37 0.30 0.25 0.28 0,23 0.19 0,80 0,41 0.35 0.29 0,40 0.34 0.29 0.33 0.29 0.27
1.00 0,46 0.39 0.33 0.42 0,36 0.3 1 0.33 0.28 0,23 1.00 0,48 0.41 0.35 0,46 0.40 0,35 0.39 0.35 0.33
1.25 0.52 0.45 0.39 0.47 0.4 1 0.36 0.38 0.33 0,28 1.25 0.54 0,47 0.42 0,52 0.46 0.4 1 0.45 0.41 0,39
1.50 0,57 0,50 0,44 0,52 0,46 0.41 0,42 0,38 0,31 1,50 0.58 0.52 0,47 0,56 0.51 0,46 0,50 0,46 0,43

2.00 0.64 0,57 0.52 0.58 0.52 0.48 0,48 0.44 0.37 2.00 0.65 0.60 0.55 0.63 0,58 0.54 0.57 0.53 0.51
2 ,50 0,68 0,62 0.57 0,62 0,57 0,53 0,52 0,49 0,42 2,50 0.70 0,65 0,61 0,67 0,63 0,60 0,62 0,59 0.57
3.00 0,71 0,66 0,62 0,65 0,61 0,51 0.56 0,52 0,45 3,00 0,73 0.69 0.65 0,70 0.67 0 ,64 0,66 0,63 0,60
4.00 0 ,76 0.71 0,67 0,69 0.66 0.62 0,50 0.57 0.49 4.00 0.77 0.74 0,70 0,75 0.72 0,69 0,70 0.68 0.66
5.00 0,79 0 ,75 0.71 0.72 0,69 0.66 0.63 0,61 0,52 5,00 0.80 0,77 0,74 0,77 0.75 0,72 0,73 0.71 0.69

TMS 500 • 1 TL65W TMS 500 C/RN 500 • 1 TL 40W


Roonl Rctle1ãncias Roo,n Rcflctâncias
lndcx lndex
K 75 1 731 7 11 55 1 531 5 11 331 311 000 K 751 731 711 551 53 1 511 331 311 000
0,60 0,32 0.25 0,20 0,29 0,22 0.18 0.20 0, 17 0, 13 0,60 0,32 0,24 0,22 0,32 0,26 0,2 1 0,25 0,24 0,20
0.80 0.39 0.3 1 0.26 0.35 0.29 0.24 0.26 0.22 0. 18 0.80 0,40 0.33 0.29 0,39 0.33 0.28 0.32 0.28 0.24
1,00 0,45 0,37 0.32 0,40 0,34 0.29 0.3 1 0,27 0,22 1,00 0,46 0.40 0,35 0,45 0,39 0,34 0.38 0,34 0,32
1.25 0.50 0.43 0.37 0.45 0,39 0.34 0.36 0.32 0.26 1.25 0.52 0.46 0.41 0.50 0.45 0.40 0.44 0.40 0.38
1,50 0.55 0.48 0.42 0,49 0,44 0.39 0.40 0.36 0.29 1.50 0,56 0.51 0.46 0,55 0.50 0.45 0,49 0,45 0.43

2.00 0.61 0,55 0.50 0,56 0,50 0.46 0,46 0,42 0,35 2.00 0,63 0.58 0.54 0,61 0,57 0.53 0,56 0,53 0.50
2.50 0.66 0.60 0.55 0.60 0.55 0.5 1 0.50 0.47 0.39 2.50 0.67 0.63 0.59 0.66 0.62 0.59 0.6 1 0.58 0.55
3.00 0.69 0.64 0.59 0,63 0,58 0.55 0.53 0,50 0,42 3.00 0,71 0,67 0.63 0.69 0.65 0,62 0.64 0.61 0.59
4.00 0.73 0,69 0.65 0.67 0,63 0.60 0.57 0,55 0,47 4,00 0,74 0.71 0.69 0,72 0,70 0.67 0,60 0,66 0,64
5,00 0 ,76 0,72 0,69 0,69 0,66 0,63 0,60 0,58 0,49 5,00 0 .77 0.74 0,72 0,75 0,73 0.74 0,7 1 0,69 0,67
(continua)
SU$W 6

Capitula 16 • Lumínotécníca 459

(continuação)

Tabela 16.6 • Fator de utiliza cio ('ll

TMS 500 e/ RN 500 - 1 T L 20W TMS 500 CI RN 500 - J TLD 32W


Room Refle1ãncias Room Refletância!;
lndex lndex
K 75 1 731 71 1 551 531 511
331 3 11 000 K 75 1 731 7 11 551 53 1 511 33 1 3 11 000
0.60 0.33 0.26 0.21 0.32 0.26 0.21 0.25 0.21 0.19 0.60 0 .35 0.28 0.23 0.34 0.27 0.23 0.27 0.23 0.2 1
0.80 0.40 0.33 0.28 0.39 0.33 0.28 0.32 0 .28 0.26 0.80 0.42 0.35 0,30 0.41 0 .35 0.30 0,34 0,30 0.28
1.00 0.46 0.39 0,34 0.45 0.39 0.34 0.38 0,34 0,3 1 1.00 0.49 0,42 0.37 0 .47 0,4 1 0,36 0.40 0,36 0,34
1.25 0.52 0.46 0.41 0.50 0.45 0.40 0,44 0.40 0.37 1.25 0.55 0.48 0.43 0 .53 0.48 0.43 0,47 0 .42 0.40
1,50 0,57 0,51 0,46 0 ,55 0,49 0.45 0.48 0,44 0,42 1.50 0.60 0,54 0,49 0,58 0,52 0,48 0,5 1 0,48 0,45

2,00 0,63 0.58 0,54 0.61 0,57 0.53 0,56 0,52 0.50 2.00 0 ,67 0,61 0,57 0,65 0.60 0.56 0,59 0,56 0.53
2,50 0,68 0,63 0.59 0 ,66 0,62 0,58 0,60 0,57 0.55 2,50 0,7 1 0,67 0.63 0,69 0.65 0,62 0,64 0,61 0,59
3,00 0,7 1 0,67 0,63 0.69 0,65 0,62 0,64 0.61 0.59 3,00 0 ,74 0,70 0,67 0.72 0,69 0,66 0,68 0,65 0,63
4.00 0,75 0,72 0,69 0.73 0.70 0.67 0,68 0.66 0,64 4 .00 0.79 0,75 0.72 0.77 0.74 0,7 1 0.72 0.70 0.68
5.00 0.78 0.75 0.72 0.75 0.73 0.71 0.71 0.69 0.67 5.00 0,8 1 0.78 0.76 0 .79 o.n 0.75 0,75 0.73 0.7. 1

TMS 500 e/ RN 500 - 1 TL 65W TMS 500 - 2 TL 20W


Roon1 Reíleiâncias Roon1 ReOetâncias
~,dex lndex
K 75 1 73 1 7 11 551 3 11 000 K
53 1 51 1 331 75 1 73 1 711 55 1 53 1 5 11 331 31 1 000
0,60 0,33 0,27 0,22 0 ,32 0,26 0,22 0,26 0.22 0,20 0,60 0,31 0.25 0,2 1 0,27 0,22 0,18 0, 19 0,16 0,12
0.80 0,4 1 0.34 0 ,29 0 ,40 0.34 0 ,29 0,33 0.29 0.27 0.80 0.38 0 ,32 0.27 0.33 0 ,28 0,24 0.24 0.21 0.15
1,00 0,47 0,40 0 ,35 0.46 0,40 0,35 0,39 0,35 0.33 1.00 0.44 0 ,37 0.33 0,38 0.33 0.29 0,28 0.25 0,19
1.25 0.53 0.47 0.42 0.52 0.46 0.41 0.45 0,4 1 0,39 1,25 0.49 0.43 0.38 0,43 0.38 0,34 0,32 0.29 0,22
1,50 0,58 0,52 0.47 0.56 0.51 0,46 0.50 0,46 0,43 1,50 0,53 0.47 0,43 0,46 0.41 0.38 0.36 0,33 0,24

2.00 0.65 0.59 0,55 0,63 0.58 0,54 057 0,53 0.51 2.00 0,59 0,54 0,50 0,51 0 ,47 0,44 0.41 0,38 0 .29
2.50 0.69 0.65 0 ,61 0,67 0,63 0.60 0.62 0.59 0,57 2.50 0.63 0 .59 0.55 0,55 0.51 0.48 0,44 0.42 0 .34
3,00 0 ,72 0,68 0,65 0,70 0,67 0.64 0,66 0,63 0,60 3.00 0,66 0,62 0,58 0,57 0,54 0,5 1 0.47 0,44 0,34
4.00 0,77 0.73 0.70 0.75 0,72 0,69 0.70 0.68 0,66 4,00 0.70 0.66 0.63 0,61 0.50 0.55 0,50 0.48 0.37
5,00 0.79 0.76 0 ,74 o,n 0,75 0,72 0,73 0.71 0,69 5,00 0,72 0,69 0,66 0,63 0 ,60 0,58 0,52 0,50 0,38
(continua)
SU$ W 6

460 lnsloloções elétricas

(continuação)
Tabela 16.6 • F - de utilização

TMS500

TMS 500 e/ RA 500 • 1 TLD 32W TMSS00-2TLD16W


Roo,n Refletâncias Room Rcflctâncias
Indcx lndex
K 751 731 71 1 551 531 511 331 311 000 K 751 731 711 551 53 1 511 331 31 1 000
0.60 0,44 0.38 0.34 0.43 0.38 0.34 0.38 0.34 0.33 0.60 0.31 0.25 0,2 1 0,27 0,22 0.18 0.19 0.16 0 .12
0.80 0,52 0,46 0,42 0.5 1 0.46 0,42 0,45 0.42 0,40 0,80 0,39 0,32 0,27 0,33 0,28 0,24 0,24 0,21 0.15
1,00 0,59 0,53 0,49 0.57 0.52 0,49 0.52 0,48 0.46 1.00 0,44 0,38 0.33 0,38 0,33 0.29 0.29 0,25 0.19
1.25 0,64 0,59 0,55 0,63 0,58 0,55 0,58 0.54 0,52 1,25 0.50 0 .44 0,39 0,43 0.38 0,34 0.33 0,30 0,22
1,50 0,69 0,64 0,60 0,67 0,63 0,59 0.62 0,59 0,57 1,50 0,54 0.48 0.43 0.47 0,42 0,38 0,36 0,33 0.25

2 ,00 0,75 0,7 1 0,67 0.73 0.70 0,67 0,69 0.66 0.64 2,00 0.60 0,55 0,50 0,52 0,48 0 ,44 0.4 1 0.38 0.29
2,50 0,79 0,75 0.72 0.77 0,74 0,71 0,73 0 ,7 1 0,69 2,50 0,64 0,60 0.55 0,56 0,52 0.49 0,45 0,42 0.32
3.00 0,8 1 0.78 0,76 0.79 0.77 0.75 0.76 0.74 0,72 3,00 0.67 0.63 0.59 0,58 0.55 0.52 0,47 0.45 0.34
4,00 0.84 0.82 0.80 0.82 0.80 0.79 0.79 0.78 0,75 4.00 0.71 0.67 0.64 0.62 0.59 0.56 0.5 1 0.49 0.37
5.00 0.86 0.84 0,82 0.84 0.82 0,81 0.81 0.80 0.77 5.00 0.73 0,70 0.67 0.64 0,61 0.59 0.53 0,51 0.39

TMS 500 d RF 500 • 1 TLD 32W TMS 500 • 2 T LD 40\V


Room Reflet!l.ncias Room Reflcrâncias
Tndex lndex
K 751 73 1 71 1 551 531 511 331 311 000 K 751 73 1 7 11 551 53 1 5 11 331 31 1 000
0,60 0,37 0,33 0,29 0,37 0.32 0,29 0,32 0,2<) 0,28 0,60 0,32 0,25 0,2 1 0,28 0,22 0, 19 0,19 0. 16 0, 12
0.80 0.44 0.39 0.36 0.43 0.39 0.36 0.38 0.35 0,34 0,80 0.39 0.32 0.28 0,34 0.28 0.24 0,25 0.21 0.16
1.00 0,50 0,45 0,41 0,49 0,44 0,41 0,44 0.4 1 0,39 1.00 0,45 0.38 0.33 0,39 0,33 0.29 0,29 0,26 0, 19
1.25 0.55 0.50 047 0.53 0.50 0.46 0.49 0,46 0,45 1.25 0,50 0.44 0,39 043 0.38 0.34 0.33 0.30 0.22
1,50 0,58 0,54 0,51 0.57 0,53 0.50 0,53 0.50 48 1,50 0,54 0,48 0.44 0,47 0,42 0,38 0.36 0,33 0,25

2.00 0.63 0,60 0,57 0.62 0,59 0.57 0.58 0.56 0.54 2,00 0,60 0.55 0.5 1 0,52 0.48 0,45 0.4 1 0,39 0.29
2.50 0.67 0.64 0.61 0.65 0.63 0,61 0.62 0.60 0,58 2.50 0.64 0.60 0.56 0.56 0.52 0.49 0.45 0.42 0.32
3.00 0,69 0.66 0,64 0 .67 0,65 0,63 0.64 0,63 0,61 3,00 0,67 0,63 0,59 0.58 0.55 0 ,52 0.47 0.45 0.34
4,00 0.7 1 0,69 0.68 0.70 0.68 0,67 0.67 0.66 0,64 4.00 0,71 0,67 0 ,64 0,62 0.59 0.56 0.5 1 0.49 0.37
5,00 0,73 0,71 0,70 0.7 1 0,70 0,69 0,69 0,68 0,66 5,00 0,73 0,70 0,6.7 0,64 0,61 0 ,59 0,53 0,51 0.39
(continl/J)
SU$W 6

Capitula 16 • Lumínotécníca 461

(continuação)

Tabela 16.6 • Fator de utiliza cio ('ll

TMS 500 · 2 TLD 32W TMS 500 C/ RN 500 - 2 TLD 16W


Roo1n Refletâncias Roo,n Renetâncias
lndex lndex
K 751 731 71 1 551 531 511 331 311 000 K 75 1 731 711 551 531 511 331 311 000
0.60 0.31 0.25 0.20 0.27 0.22 0.18 0.19 0.16 0.1 1 0.60 0.32 0.26 0.31 0.26 0.23 0.26 0.22
0.23 0.21
0.80 0.38 0,32 0.27 0.33 0,28 0.24 0.24 0.2 1 0, 15 0.80 0.39 0.33 0,38 0.33 0.29 0.32 0.29
0.29 0.27
1.00 0.44 0.37 0.32 0.38 0,33 0.29 0.28 0.25 O. IS 1,00 0.44 0.39 0.35
0,43 0.38 0.35 0,38 0,34 0,33
1,25 0.49 0,43 0,38 0.42 0.37 0.34 0.32 0.29 0,22 1,25 0.49 0.44 0.41
0.48 0.44 0.40 0.43 0.40 0,38
1,50 0.53 0,47 0,43 0,46 0,41 0.37 0.35 0.32 0,34 1.50 0.53 0.48 0.45 O.SI 0,48 0.44 0,47 0.44 0,42

2,00 0.59 0.54 0,50 0.5 1 0,47 0,44 0.40 0.38 0.28 2.00 0.58 0.54 0.5 1 0,57 0.54 O.S I 0,53 0.50 0,48
2,50 0.63 0,58 0,54 0,55 0,51 0,48 0.44 0,41 0,31 2,50 0,62 0,58 0.56 0,60 0,57 0.55 0,56 0,54 0,52
3.00 0,66 0,62 0,58 0.57 0,54 0,51 0,46 0,44 0,34 3,00 0,64 0,61 0,59 0,63 0.60 0,58 0,59 0,57 0,55
4,00 0.69 0.66 0.63 0.60 0.58 0.55 0.50 0.48 0,36 4.00 0.67 0.65 0.63 0.65 0.63 0.62 0,62 0.61 0.59
5.00 0.72 0.69 0.66 0.62 0.60 0,58 0.52 0.50 0.38 5,00 0,69 0.67 0.65 0,67 0.65 0,64 0.64 0.63 0.61

TMS SOO • 2 TLD 65W TMS 500 d RN 500 • 2 TL 40W


Roo1n Rene1ânci3s Room Rene1ilncias
lndex lndex
K 751 731 71 1 551 531 511 331 3 11 000 K 75 1 731 7 11 551 531 511 331 311 000
0,60 0,31 0,25 0,20 0,27 0,22 0, 18 0.19 0,16 0, 12 0,60 0.30 0,25 0,22 0.29 0,25 0.22 0,25 0,24 0,20
0,80 0,38 0.32 0,27 0,33 0.28 0.24 0,24 0,21 0,15 0.80 0.37 0,32 0,28 0,36 0,31 0,28 0,31 0.27 0,26
1,00 0,43 0,37 0.32 0.38 0,33 0.29 0.28 0,25 0, 18 1,00 0,42 0,37 0.33 0.41 0.36 0.33 036 0,33 0,31
1.25 0,49 0,43 0.38 0.42 0.37 0.33 0.32 0.29 0,22 1.25 0,47 0.42 0.38 0,45 0.41 0.38 0,41 0.38 0,36
1.50 0,53 0.47 0,42 0,46 0.41 0,37 0.35 0.32 0.24 1.50 0,50 0.46 0.42 0,49 0.45 0.42 0,44 0.42 0.40

2.00 0,59 0.54 0,49 O.S I 0.47 0.43 0,40 0,38 0,39 2,00 0,55 0,52 0,49 0,54 0.51 0.48 0,50 0.47 0.46
2.50 0.63 0.58 0.54 0.54 0.51 0.48 0.44 0.4 1 0.31 2.50 0.59 0.55 0.53 0,57 0.54 0.52 0.53 0.51 0.50
3.00 0,65 0,61 0,58 0.57 0.54 0.51 0.46 0.44 0.33 3,00 0,6 1 0.58 0.56 0.59 0.57 0.55 0,56 0,54 0,52
4.00 0.69 0.66 0.62 0.60 0.57 0.55 0.49 0.47 0.36 4.00 0.64 0.61 0.59 0,62 0,60 0.58 0,59 0.58 0.56
5,00 0,71 0,68 0,66 0,62 0,60 0,58 0,51 0,50 0.38 5,00 0,65 0,63 0.62 0,64 0,62 0,6 1 0,61 50 0,58
(continua)
SU$W 6

462 lnsloloções elétricas

(continuação)

Tabela 16.6 • F - de utilização

TMS 500 d RN 500 - 2 TL 20W TMS 500 e/ RN 500 - 2 TLD 32W


Rooni Refletâncias Roorn Reflelância.">
Tndex lndex
fK_ 751 731 711 551 531 511 331 311 ()()()
K 751 731 711 551 53 1 511 331 311 ()()()

0.60 0.3 1 0.26 0.22 0.30 0.26 0.22 0.25 0.22 0.21 0.60 0.31 0.26 0.22 0.30 0.25 0.22 0.25 0.22 0.21
0.80 0.38 0.32 0,29 0.37 0.32 0,28 0.32 0.28 0.27 0.80 0,37 0.32 0.29 0.37 0,32 0,28 0.31 0.28 0.27
1,00 0,43 0.38 0,34 0.42 0.37 0,34 0.37 0.34 0,32 1,00 0,43 0,38 0,34 0,42 0,37 0.34 0,37 0,34 0.32
1,25 0.48 0.43 0.39 0,47 0.42 0,39 0,42 0.39 0,37 1,25 0.48 0.43 0.39 0.46 0,42 0.39 0,42 0.39 0.37
1,50 0.52 0,47 0,44 0.50 0,46 0,43 0,46 0,43 0.41 1,50 0,51 0,47 0,43 0,50 0,46 0,43 0,45 0,43 0,41

2,00 0,57 0,53 0.50 0,56 0.52 0.49 0.51 0.49 0,47 2,00 0.57 0,53 0,50 0,55 0,52 0,49 O.S I 0.49 0.47
2,50 0,60 0,57 0,54 º "59 0,56 0.53 0,55 0,53 0,51 2,50 0,60 0,57 0,54 0.58 0,56 0,53 0,55 0,53 0,51
3.00 0,63 0,60 0,57 0,6 1 0,59 0,56 0,50 0,56 0,54 3,00 0,62 0.59 0.57 0,61 0,58 0,56 0,57 0,55 0.54
4,00 0.66 0,63 0.61 0.64 0.62 0.60 0.61 0.59 0.57 4.00 0.65 0,63 0.6 1 0,63 0,61 0.60 0.60 0.59 0,57
5.00 0.67 0.65 0.63 0.66 0.64 0.62 0.63 0.6 1 0.59 5,00 0.66 0,65 0.63 0.65 0,63 0.62 0.62 0,61 0.59

TMS 500 d RN 500 - 2 TL 6SW TCW 502 - 2 TL 40W


Room Refietãncias Room Re-íle1âncias
lndex lndex
K 751 731 711 551 531 511 33 1 3 11 000 K 751 731 7 11 551 531 5 11 331 311 000
0,60 0,29 0,25 0,21 0,29 0.24 0.21 0,24 0,2 1 0,20 0,60 0,23 0, 19 0,15 0,22 0, 18 0.15 0, 17 0,14 0.13
0.80 0.36 0.31 0.27 0.35 0.30 0,27 0.30 0,27 0,25 0,80 0.29 0,24 0,20 0.27 0.33 0,19 0,22 0.19 0.17
1.00 0,4 1 0,36 0,32 0,40 0.35 0,32 0.35 0.32 0,30 1,00 0,33 0.28 0,24 0,31 0,27 0,23 0,26 0,23 0.26
1,25 0.45 0.4 1 0.37 0.44 0.40 0,37 0.39 0,37 0,35 1.25 0,37 0.32 0,28 0,35 0.31 0.28 0,30 0.27 0.24
1,50 0,49 0,44 0.41 0.47 0,44 0,41 0.43 0.40 0.39 1,50 0,40 0,36 0.32 0.38 0,34 0,3 1 0.33 0.30 0,27

2.00 0,54 0,50 0.47 0.52 0,49 0.47 0.48 0,46 0.44 2.00 0,45 0.41 0.37 0,43 0,39 0,36 0.38 0,35 0.32
2.50 0.57 0.54 0.51 0.55 0.53 0.50 0.52 0.50 0.48 2.50 0,48 0.45 0.4 1 0.46 0.43 0.40 0.41 0.39 0.36
3.00 0.59 0.54 0,54 0.58 0,55 0,53 0,54 0.53 0,51 3,00 0,51 0,47 0,44 0.48 0.45 0,43 0,43 0.4 1 0,38
4.00 0.62 0,59 0.57 0.60 0,58 0,57 0.57 0.56 0.54 4.00 0,53 0,51 0.48 0.51 0.49 0.46 0.46 0.45 0.42
5.00 0,63 0,61 0,60 0.62 0,60 0,59 0,59 0,58 0,56 5,00 0,55 0.53 0,5 1 0,53 0,51 0,49 0,49 0,47 0.44
(continua)
SU$W li

Capítulo 16 • luminolécnico 463

(continuação)

Tabela 16.6 • Fator de utilizasão 'li

TMS 500 cl RA 500-2 TLD 32W TCH75- 2 TL 20W


Roo1n Refle1âncias Roam Reíle1âncias
lndex lndex
K 751 731 71 1 551 531 51 1 331 3 11 000 K 75 1 73 1 7 11 551 531 511 331 311 000
0.60 0,37 0.33 0,29 0,37 0.32 0.29 0.32 0.29 0.28 0,60 0,28 0.22 0,18 0,27 0.22 0.18 0,2 1 0, 18 0,14
0.80 0.44 0,39 0.36 0.43 0,39 0.36 0.38 0.35 0.34 0,80 0,34 0.29 0,24 0.33 0.28 0.24 0.27 0,23 0.22
1,00 0.50 0,45 0.4 1 0.49 0,44 0,41 0,44 0,4 1 0,39 1.00 0.40 0.34 0.29 0,38 0,33 0.29 0,32 0.28 0,26
1,25 0,55 0,50 0,47 0,53 0,50 0.46 0.49 0.46 0,45 1,25 0.44 0.39 0,34 0,43 0.38 0,34 0,37 0.33 0.31
1,50 0.58 0,54 0,5 1 0,57 0,53 0,50 0,53 0,50 48 1,50 0,48 0.43 0,38 0,46 0,42 0,38 0,40 0,37 0,35

2,00 0,63 0,60 0.57 0,62 0,59 0,57 0.58 0,56 0,54 2,00 0,54 0,49 0,45 0,52 0,48 0,44 0,46 0,43 0,4 1
2,50 0,67 0,64 0.61 0.65 0,63 0,61 0.62 0,60 0,58 2.50 0.57 0.53 0.50 0.55 0.52 0.48 0.50 0,47 0.45
3.00 0.69 0.66 0.64 0.67 0,65 0.63 0.64 0,63 ,.0.61 3,00 0,60 0.56 0.53 0.58 0.55 0.52 0.53 0.50 0.48
4.00 0.71 0.69 0.68 0.70 0,68 0.67 0.67 0.66 0.64 4.00 0.63 0.60 0.57 0.61 0.58 0.56 0.57 0.55 0.52
5.00 0.73 0,71 0.70 0.71 0,70 0.69 0.69 0,68 0.66 5,00 0.66 0,63 0.60 0,63 0,61 0.59 0.59 0,57 0.54

TCW 501 - 1 TL 40\'I' TCH 751 - 1 TL 40W


Room Rcfle-tânci;.,s Roon1 Rene1!i.ncias
lndex lndex
K 751 73 1 71 1 551 531 51 1 331 311 000 K 75 1 73 1 7 11 551 531 511 331 311 000
0,60 0.27 0,21 0, 170,25 0,20 0, 16 0, 19 0.15 0. 13 0,60 0,28 0,22 0,18 0,27 0.21 0.17 0,20 0, 16 0.14
0.80 0,33 0.26 0.22 0.3 1 0.25 /21 0.24 0.20 0. 17 0.80 0.35 0.28 0.23 0.33 0.27 0.22 0.25 0.22 0.19
1.00 0,38 0,31 0.26 0.35 0,30 0.25 0.28 0.24 0,21 1,00 0.40 0.33 0.28 0.38 0.32 0.27 0,30 0.26 0,23
1.25 0.42 0.36 0.31 0.40 0.34 0.30 0.32 0.39 0.25 1.25 0.45 0.39 0.34 0.42 0.37 0.32 0.35 0.31 0.27
1.50 (),46 0.40 0.35 0.43 0,38 0.34 0.36 0.32 0.29 1.50 0,49 0.43 0.38 0.46 0.41 0.36 0.38 0.35 0.31

2.00 0.52 0.46 0.42 0,48 0,44 0.40 0.41 0.38 0.34 2.00 0.55 0.49 0.45 0.52 0.47 0.43 0.44 0.41 0.37
2.50 0.55 0.51 0,46 0.52 0.48 0,44 0.45 0.42 0.38 2.50 0.59 0.54 0.49 0.55 0.51 0.47 0,48 0.45 0.41
3.00 0.58 0,54 0.50 0,55 0,51 0,48 0.48 0.45 0.41 3,00 0,62 0.57 0.53 0,58 0.54 0,51 0,51 0,48 0,44
4.00 0,62 0,58 0,55 0,58 0,55 0,52 0,52 0,50 0,45 4,00 0,66 0.62 0,58 0,62 0.59 0,56 0,56 0,53 0,48
5,00 0.64 0.61 0.58 0.61 0,58 0,55 0,55 0,53 0,48 5.00 0.68 0.65 0.6 1 0.64 0,61 0.59 0,58 0,56 O.SI
(continua)
SU$W ü

464 lnslalações elétricas

(continuação)
Tabelei 16.6 • F - de util" ão 'll,_____________________~ -

TCH 151 - 2 TI, 40W TCH751 -4TlAOW


Roonl Reílct5ncias Roo111 Reíletâncias
lndex lndex
K 75 1 731 7 11 55 1 531 5 11 331
31 1 000 K 751 731 7 11 551 531 51 1 331 3 11 ()()()

0.60 0,27 0.21 0.17 0,26 0 ,21 0.17 0,20 0.17 0.15 0.60 0.24 0,19 0.16 0.23 0.19 0.16 0.18 0.16 0.14
0,80 0.33 0.27 0.23 0,31 0,26 0.22 0,25 0,22 0.20 0.80 0.29 0,24 0.21 0.28 0.24 0.21 0.23 0.29 0,19
1.00 0,37 0.32 0,28 0,36 0.3 1 0.27 0.30 0.26 0.24 1.00 0.33 0,29 0.25 0.32 0.28 0.25 0.27 0.24 0,23
1.25 0,42 0,37 0,32 0,40 0,35 0,32 0,34 0,31 0,29 1,25 0,37 0,33 0,30 0.36 0,32 0,29 0,31 0,28 0,27
1.50 0,46 0,4 1 0,36 0,44 0,39 0,35 0.38 0,35 0,32 1,50 0,40 0.36 0,33 0,39 0,35 0,32 0,34 0,32 0.30

2.00 0,51 0,46 0,43 0,49 0 ,45 0.4 1 0,43 0.40 0.38 2.00 0.45 0,41 0.38 0.43 0,40 0,37 0,39 0,37 0,34
2.50 0.55 0,56 0,47 0,52 0.49 0,46 0,47 0,44 0.42 2.50 0,48 0,45 0.42 0.46 0,43 0,41 0.42 0,40 0,38
3.00 0.57 0,53 0,50 0.55 0.51 0.49 0.50 0.47 0.44 3,00 0.50 0.47 0.44 0 ,48 0.46 0.43 0.44 0,42 0,40
4.00 0.60 0.57 0.54 0.58 0.55 0,53 0,53 0,51 0.48 4.00 0.52 0.50 0.48 0.50 0.48 0.47 0.47 0.45 0.43
5,00 0.62 0,60 0.57 0.60 0,58 0.55 0.56 0.54 0.51 5.00 0.54 0.52 0.50 0.52 0.50 0.49 0,49 0,47 0.45

EX ERCÍCIOS

1. Quais são as faixas de comprimento de onda do espectro visivel1


2. Defina fluxo luminoso N>).
3. Quais são os requisitos básicos de uma luminária?
4. Que parâmetros afetam o fator ele utilização de uma luminária?
5. Qual é o princípio de funcionamento de uma lâmpada incandescente?
6. Qual é o princípio de funcionamento de uma lâmpada de descarga de gases?
7. Quais são os componentes de un1a lâmpada de luz mista?
8. Qual é o princípio de emissão de luz do LED?
9. Quais são as principais vantagens do LED sobre as lâmpadas incandescentes?
1O. Que roteiro deve ser seguido nos cálculos de iluminação interna?
SU$W ü

A
Apêndice

Influências externas

A. 1 Seleção dos componentes nom,as do componente, forem realizados sob tais condi·
ções.
em função das influências Para eleito de entendimento da Tabela A.1, são con-
externas sideradas 'normais' as seguintes classes de influências
externas:
Os componentes da instalação devem ser seleciona-
dos e instalados de acordo com as prescrições da Tabe- • M (temperatura ambiente): M4.
la A 1. As características cios componentes são determi· • AB (umidade atmosférica): A84.
nadas por um grau de proteção ou por conformidade • Outras condições ambientais (AC a AS): XX 1 de cada
com ensaios. parâmetro.
Quando um componente não possuir características • Condições de utilização e de construção das edifica-
cons.trutivas con1patíveis com as influências externas ções (B e C): XXl de cada parâmetro, exceto no caso
presentes no local, ele pode ser utilizado sob a condição do parâmetro BC, que é BC2.
de que lhe seja provida, na execução da instalação, uma
A palavra 'normal' que aparece na terceira coluna da
proteção complementar apropriada. Essa proteção não
deve afetar as condições de funcionamento do compo- Tabela A.1 significa que um componente que atenda aos
nente.
requisitos das norn1as técnicas aplicáveis, dentro das con·
Quando diferentes influências externas ocorrerem dições de funcionamento por elas definidas como nor-
simultaneamente, seus efeitos podem ser independentes n,ais, reúne as características necessárias para operar
ou mútuos, e os graus de proteção devem ser escolhidos satisfatoriamente sob as influências externas descritas.
de acordo.
A escolha das características dos componentes em A.2 Seleção das linhas
função das influências externas é necessária não somen-
te para seu funcionamento correto, n,as tan1bén1 1:>ara elétricas em função das
garantir a confiabilidade das medidas de proteção es1:>e· influências externas
cificadas na NBR 5410.
As medidas de proteção associadas à construção do As prescrições relativas à seleção e à instalação das
componente são válidas para condições de influências linhas elétricas, sob o ponto de vista das influências
externas apenas se os ensaios respectivos, previstos nas externas, são apresentadas na Tabela A.2.
SU$W ü

466 lnsloloções elétricas

Carade.risticas exigidas para seleção e instalaç.;io


Influências externas
dos componentes
Condições ambientais (4.2.6. 1)
Código AA - Temperatura ambiente (4.2.6.1.1) Referências
Fnixas de temperatura
L-imíte inferior Limite superior
•c 'C
AA l - 60 +5
Con1ponentes projetados especiahnente pnra a aplicação ou
AA2 - 40 +5
medidas adequadas•
AA3 - 25 +5
Nom1al (e1n certos casos podern ser necessárias precauções
AA4 -5 +40
especiais)
AA5 +5 +40 Nonnal
Con,ponentes projetados especiahncnte para a aplicação ou
AA6 +5 +60
nicdidas adcquadas 1
AA7 -25 +55 Co,nponentes proje1ados especiahnente para a aplicação ou
AA8 - 50 + 40 medidas adequadas'

AB - Condições do ambiente (4.2.6.1.2)


Umidade
·1en1pera:tura Umidade
a bsoluta
do ar 'C relativa%
v/m'
~ ~ ~

l5 u,g
.:" ·e ~.g ~
~.g
E~ ·..Je8. ·=·-" ·e:l5,:: ·-'ê 8."
=~
" o
.:·e
E~ Ê&
~-= ·- " ..J ·- ..J ~
~
·-,::
..J ·- ·-
..J ~"
ABl - 60 +5 3 100 0.003 7 R04uer medidas adequadas'
AB2 - 40 +5 10 100 0, 1 7 Requer mc<lidas adequadas'
AB3 -25 +5 10 100 0.5 7 Requer n1edidus adC4.1uadasz
AB - Condições climáticas do ambiente (4.2.6.1.2)
Umidade
Ten1peratura Umidade
absoluta
doar'C relativa %
&fm'

·-~.2
=~ ~
- ~
~

-·-~·[" ·-!?=~.2 'ê.....B·g8. ,g.g


=~
~.g
·e !!.
-
~.= ·- " ..J ~ ..J ·- ..J ~
~
:J ·- ,::
..J · - ~
AB4 - 5 + 40 5 95 1 29 Nornlal
AB5 +5 + 40 5 85 1 25 Non11al
AB6 +5 + 60 10 100 1 35 Requer mc<lidas adequadas'
AB7 -25 +55 10 100 0,5 29 Requer 111edidas adequadas1
A88 -50 +40 15 100 0.04 36 Requer n1edidas adequadas2

AC - Altitude
AC I s 2.000m Nonnal
Poden1 ser necessárias prec-auções especiais con10 a aplicaç:-l o
de faiores de correção
Nora: Para cenos co,nponenres pode1n ser necessárias medidas
AC2 > 2.000 m
especiais a pa.11ir de l .000 111
Fon1c: 'l'3bcla 32 da NBR S4l0
(COfltillud)
SU$W ü

Apêndice A • Influências externas 467

JnOuências Características exigidas pora seleção e instalação


Código Referências
externas dos componentes
AD - Presença de água (4.2.6.1.4)
AD I Desprezível IPXO
A02 Go1cjan1ento IPXI ou IPX2
A03 Precipitação IPX3
AD4 Aspersào [PX4
A05 Ja1os íPX5
A06 Ondas íPX6
AD7 Imersão íPX7
AD8 Sub1ncrsào IPX8

AE - Presença d e corpos sólidos


AEI Desprezível [pQX
AE2 Pequenos objetos (2.5 mm) IP3X
AE3 Objetos muito pequenos (1 mm) IP4X
JP5X caso a peneiração de poeira não prejudique o funciona·
AE4 Poeira leve
mc,nto do cornpo1\Cnte
AE5 Poeira moderada 1P6X caso a poeira não dev~ pene.irar no co,nponente
AE6 Poeira intensa IP6X
AF - Presenç.1 de substâncias corrosivas ou poluentes (4.2.6.1.6)
AFI Desprezível Normal
AF2 Agen1es atmosféricos Confonne a natureza dos agentes
Proteção contra corrosão definida pelas especificações dos
AF3 ln1cm1itcntc
con1ponen1es
Con1poncntc cspccial,ncntc concebidos, c,onformc a natureza
AF4 Pennanente
dos agentes

AG - Choques mecânicos (4.2.6.1.7)


me 60721·3·
32002. classes
3MIIJM2/3M
3c rnC60721 ·
3-4:1987.
classcs
4Ml/4M2/4M
Nomlal. Por exem1>lo, con'lponenres para uso do,néstico e. 3
AG I Fracos
análogo ·~e 00121.3.
3.2002.classes
3M4/3M5/3M
6
t lasscs
3M413M5/3M
6c feC60721·
3-4:1987
el:1$5(."'$
Con1ponen1es para uso industrial. quando aplicável. ou 4~14/4ti.15/4~·
AG2 Médios 6
proteção reforçada
IEC 60121·~·
3:l002. çQ~(
3~f7f.\~18 e
AG3 Severos Proteção rcfo,·çada IECó0721·3·
.. :1987,(b~
~P.t7/-IP.18

(COlllitt(IJ)
SU$W ü

468 lnslalações elétricas

(continuJçiio)

AH - Vibraçiíés
Mi l Fr..tcas Nonnal
AH2 Médias Contponentes projetados especiahnente para a aplicação~ou
AIH Severas 1nedidas adequadas 1

AK - Presença de fibra ou mofo


Nomtal
AKI Desprezível Proteções especiais. co,no:
- grau de pro1eção aumcn1ado (ver AE)
- co,nponerues especiais ou revestin1eiuos pro1egendo os
AK2 Prejudicial invólucros
- ntedidas para C\'itar a presença de flora

AL-Presença de fauna

Nomtal
A pro1eção pode compreender:
ALI Desprezível
- grau de pro1eção adequado con1ra a peneiração de corpos
sólidos (ver AE)
- resistência 1nccâ.nica suficien te {ver AG)
- J>recauções para evitar a presença da rauna (co1no lintpeza.
AL2 Prejudicial uso de pes1icidas)
- contponentes especiais ou revestintentos protegendo os
invólucros

AM - l nfluência.'i elctromagnét1ca..~ eletro~táhcas ou ion,zantes


AMl - Harmônicas e inter-harmônicas
Inferior à
Dcve1n ser tornadas precauções para que a si1uação controlada tabela 1 da
AMl -1 Nível con1rolado !EC 61000·
não seja prejudicada
2-2.2002
De acordo
com a
AMl-2 Nível nom1al Tabela I da
!EC61000·
2-2.2002
Medidas especiais no projeto da ins1alação, tais co,no filtros
Localmente
superior à
AMl-3 Nível alio tabela I da
IEC 6l000-
2-2.2002
AM2 -Tensões de sinalização
Tnferior aos
AM2- I Nível con1rolado Circuitos de bloqueio. por exemplo especifica·
dos abaixo

Se,n requisi1os adicionais


AM2-I Nível médio
IEC 6 HlOO-
2- 1 e !EC
61()()().2-2
AM2-3 Nível :11!0 Rec1ucr medidas adequadas

(continuJ)
SU$W ü

Apêndice A • Influências externas 469

(cOt1ti1JuaçJo)

AM 3 - Variações de a mplitude da tensão


AM3·1 Nível controlado

AM3-2 Nível nonnal Ver 5.4 e 5.5

AM4 - Desequilíbrio de tensão


AM4 Nível nom1al De acordo com a LEC 6 1000·2·2

AMS - Variações de freqüência


AM5 Nível nonnal +· 1 liZ de acordo com a fEC 61000-2-2

AM6 - T<,nsõe,, induzida.< de baixa freqü.ê ncia (4.2.6.1.10)


Ver 5.4.3 Alta s uportabilidacle dos sistemas de siualização e
AM6 Sem c lassificação ITU-T
cornaodo de dis1>0sitivos de 1nanobra

AM7 - Componentes contínuas em redes e.a. (4.2.6.1.10)

Medidas para li1nitnr seu nível e duração nos C(1uipa1ncntos


AM7 Sem c lassificação
de utilização ou ent suas proxin1idades

AM8 - Campos magnéticos r adiados (4.2.6.1.10)


Nível 2 de 1EC
AM8-1 Nível médio Norn1al 61000·4·
8:2001

Ní\-tl 4 d:t lEC


Proteção por medidas adequadas. tais como blindagem e/ou
AM8 - 2 Nível alto 61000-4-
separação 8:2001

AM9 - Campos elétricos


/u\119 - 1 Nível desprezível) Nom1al
AM9-2 N ível ntédio Ver IEC 61000-2-5
IEC 61000-2·~
AM9 - 3 Nível alto Ver TEC 61000-2-5
AM9-4 Nível 111uito allo Ver fEC 61000·2·5

AM21 - Tensões ou correntes induzidas oscilantes


AM2 1 !Sem classificação !Nonnal j mc 6t()()().4-õ
AM22 - Transitórios unidirecionais conduzidos, na faixa do nanossegundo
N(vel I da IEC
AM22- I Nível desprezível) Requer medidas de proieç.ão 61000-4·
4:2004

N(\'CI 2 de JEÇ
AM22 - 2 Nível n1édio Requer 1nedidas de proteção 61000-4-
J:2004

Nível 3 de IEC
AM22-3 Nível alto Equipan1en10 nonnal 61000·4·
4:2004

Nh·el 4 da lêC
AM22-4 Nível rnuito alto E<1uiparncnto nonnaJ 61000-4-
4:2004

(continua)
SU$W ü

470 lnslalações elétricas

(Contifluaçdo)

AM23-I Nível conu-olado Suponabilidade a impulsos dos componen1es e pro1eção con-


ira sobretensõe.s. levando~se e1n conta a tensão norninal da 4.2.6.1.12.
1\M23-2 Nível rnédio
inslalaçílo e a c-,.ucgoria de suponabilidade. de acordo con1 5.4.2 e 6.3.5
AM23-3 Nível alro 5,4.2

AM24 - Transitórios oscilantes conduzidos


Ver !EC
AM24- I Nível médio Ver IEC 61000-4-12
6 HJ00-4-12
Ver IEC
J-\ ~124-2 Nível alto Ver !EC 60255-22-1
60255-22- 1
AM25- Fenômeno.~ radiados de alta freqüência (4.2.6.1.10)
Nível I da
AM25· 1 Nível desprezível IEC 61000·
4-3:2002

Nível 2 da
AM25-2 Nível médio Nom1al IEC 61000-
4-3:2002

Nível 3 da
AM25-3 Nível alio Nível reforçado IEC 61000-
4-3:2002

AM31 - DescargllS eletroestática.s (4.2.6.1.10)


Nível Ida
AM31· 1 Nível baixo Nom1al IEC 61000·
4-2:2001
Nível 2 da
AM31-2 Nível médio Nom1al IEC 61000-
4-2:2001
Nlvel 3 da
AM31 -3 Nível alio Nonnal LEC 61000-
4-2:2001
Nível 3 da
AM31·3 Nível 1nuito alto Reforçada IEC 61000·
4-2:2001

AM41 - Radiaçõe~ ioni,,antes (4.2.6.1.10)


Proteção tSpeciais, tais conto distancian1ento de fonte, inter·
A~141 · 1 Sem classificação
posição de blindngens. invólucro de n1a1eriais especiais

AN - Radiação solar (4.2.6.1.11)


1EC60721-
ANI Desprezível Nom1al
3.3
Requer 1nedida.~ adequadas'! IEC6072 1-
AN2 Média
Requer 111edidas adequadas1. tais con10: 3 -3
- con1ponente resistente à radiação ultravioleta
CEC 6072 1-
AN3 Aha - reve.sti1nento de cores especiais
3-4
- irncrposiçio de anteparos
(<:Ortli11u;,)
SU$W li

Apêndice A • Influências externas 471

(contl,1u1JçJo)

AQ - Descargas atmosféricas (4.2.6.1.12)


AQI Desprezíveis Nom1al
Ver 5.4.2 e 6.3.S
1\Q2 Indiretas
Ver 5.4.2 e 6.3.5
Quando aplicável, a pro<cçào co,nrn descargas n1n1osféricas
AQ3 Diretas
deve ser confonnc ABNT NBR 54 19

AR - Movimentação do ar (4. 2. 6. 1. 13)


A.RI Desprezfvcl Requer medidas adequadas'
AR2 Médi" Requer medid<IS adequadas'
AR3 Fone Requer mcdid,15 adequadas'

AS - Vento (4. 2. 6. 1. 14)


ASI Desprezível Nom,nl
AS2 Médio Requer medidas "dequadas'
AS3 Fone Requer medidas adequadas'

B - Utilização (4. Z. 6. 2)
BA - Competência de pes.<oas (4. 2. 6. 2. 1)
BAI Con1uns Nonnal
Co1nponcnte com grau de proteção superior a lP2X
Co1nponcntes cont te1nperaturas de superfície exten1a
BA2 Crianças
superiores a 80 •c (60 "C 1>ara creches e locais análogos)
deven1 ser inaces:síveis

BA3 lncap."lcitadas Conforn1c a natureza da deficiência

BA4 Adve11idas Co1nponcntcs não protegidos contra contatos dirc1os adrnitidos


apenas en1 locais de acesso res1ri10 a pessoas devidanlente
BAS Qualificadas nu1oriz.adas

88 - Resistência elétrica do corpo humano (4. 2. 6. Z. 2)


BBI Alla Nonnal
BB2 Nom1al Nonnal
883 Baixa Medidas de proteção adequadas (ver 5. 1 e Seção 9 e Anexo C)
BB4 Muito baixa Medidas de proteção adequadas (ver 5.1 e Seção 9 e Anexo C)

BC - Contatos das pessoa., cóm o potenc.ial da te.r ra (4. 2. 6. 2. 3)


Condição excepcional. não considerada. na prática para IEC
BCI Nulo
seleção dos con1ponentcs 61140:2001
BC2 Raros Componentes classes 1, n e III
BC3 Freqüente Componentes classes 1. U e LU
BC4 Contínuo Medidas especiais
SU$W ü

472 lnslalações elétricas

(continuJçiio)

80 - Fuga da.~ pessoas em


. emeregências (4.2.6.2.4)
BOI Nonmll Nonnal
BD2 Longa
803 Tun1ultuada Ver 5.2.2.2
804 Longa e tu1nuhuada

BE - Natureza dos materiais processados ou arma,,.enados (4.2.6.2.5)


BEi Riscos desprezíveis Nonnal 5.2.2.3

Co,nponentes constituídos de materiais não-propagantes de


cha1na. Precauções para que u1na elevação significativa da
BE2 Riscos de incêndio
ten1peratura ou un1a centelha no conlponenle não possa provo-
car incêndio cxtemruncntc

BE3 Riscos de explos.io Co,nponentes adequados para a1n1osferas explosivas


Medidas adequadas. tais como:
-1>roteção con1ra fr.1gn1en1os de lâ1npadas e de outros objetos
BE4 Riscos de conta1ni1,aç5o frágeis
- anteparos contra radiações prejudiciais. con10 infravcnnel hos
e ultravioletas

C - Construção das edificações (4.2.6.3)


CA - Materiais de construção (4.2.6.3.1)
CA I Niio-co,nbus,rvcis Nonnal
CA2 Co1nbus1íveis Ver 5.2.2.4

CB - Estrutura das edificações (4.2.6.3.2)


CB I Riscos desprezíveis Nonnal

No1a: Con1ponente.,; oons-tituídos: de nl{1teriais não-propagantes


de chan1a, inclusive de orige1n não-elétrica. Barreira~
CB2 Sujeilas, a propagação de incêndio 5.2.2.5
co11a-fogo
Nota: Podenl ser previstos detectores de incêndio

CB - F..strutura da.s edificaçâ<!s (4.2.6.3.2)


CB3 Sujci1as a 1novi1nentação Juntas de contração ou de expansJ"o nas linhas elétricas
C64 Flexíveis ou ins.áveis (em estudo)
No1:1:s;
J. Podem ser ~$$.1.ri:u prcçt1UÇÕC$ suplcméntares (por C..'tcmplo. lubrificaç:\o c.speci:11).
2. ~1edidas especiais de\'Clll s-,:r :ido1;1(f.a:s en!N o r,rojç1is-1a da in:stal:111;:lo e o Í.lbric.:intc do componente, por c.x-c1npJo. conlponcnic:s es,x-çi;,llmcn1e
concebidos p.va a :iplic:iç3o.
SU$W ü

Apêndice A • Influências externas 473

Tabela A.2 • Se~ão e instalação de linhas elétricas em função das influêncios externas (origem:
Tabela 34 da NBR 5410)
CódigoJ Classificação Sí:leção e instalação das linhas
A - Condições ambientais
AA - Temperatura ambiente
AAI -60°C +5 'C
Sob ten1pcratums inferiores a - 10 (IC os condu1ores ou cabos con1 isolação
AA2 -40 °C +5'C e/ou cobcnura de PVC. bem como os condu1orcs de PVC não devem ser
AA3 -25 °C + 5'C n1anipulados nen1 sub,netidos a esforços n1ccânicos, visto que o PVC pode se
AA4 - 5 °C +40 ' C tonar quebradiço
AAS + s •c + 40 °C Quando a ten11>era1ura a1nbien1e (ou do solo) for superior aos valores de
AA6 + s •c + 60 ' C referência (20 •e para linhas sub1erraneas e 30 'C para as demais). as capaci-
AA7 - 25'C + 55 °C dades de condução de corre nte dos condutores e cabos isolados devcn1 ser
reduzidas de acordo com 6.2.5.3.3
AA8 -so•c +40 •C
AC - Altitude (sem influência)
AD - Presença de água
ADI Despre2ível
O uso de ,nolduras só é pennitido em AD I
A02 Go1ejan1ento
AD3 Precipi1açuo Nas condições A03 a A06 só devem ser usadas linhas com pro1eção adicional
AD4 Aspersão à penetração de águn. co1n os graus JP adequados. e111 princípio se1n revesti..
AD5 Ja1os mento 1nerático externo
A06 Onda Os c.abos uni e n,uhipolares do1ados de cobenura cx1rudada pode1n ser usados
AD7 ln1crs.:1o c.1n qualquer tipo de linha. n1es1no cont condutos 1netálicos
AD8 Submersão Cabo~ para uso subnterso
AE - Presença de corpos sólidos
AEI Desprezível Nenhunta lin1itação
AE2 Pequenos obje1os Nenhu,na limitaç-Jo, desde que não haja exposição a danos n1ecânicos
AE3 Objetos ntuíto pequenos Nenhurna li1nitoç-ão
AEA Poeira teve Pode1n sei· necessárias precauções para evitar que a deposição de poeira ou
outras substâncias chegue ao ponto de prejudicar n dissipação térn1ica das
AE5 Poeira moderada
linhas elétric-as.tsso inclui a seleção de u1n ntétodo de instalaç.ão que facilite a
AE6 Poeira intensa remoção da poeira
AF - Presença de substâncias corrosivas ou poluentes
AFI Desprezível Nenhurna li1nitaç-ão

AF2 At1nosféric;.l As linhas devenl ser protegidas contra corrosão ou contra agentes quínt icos:
os cabos uni e mullipolares con1 cobercura ex1rudad;.\ são considerados ade·
quados: os condutores isolados só po<le111 ser usados en1 eletrodutos que apre·
AF3 lntern1itente se1Hc1n rcsis1ência adequadas aos agc11tes 1>resentes
Só é admitido o uso de cabos uni ou ,nuhipolares adequados aos ,,gentes
Af4 Pennanente
quín1icos presentes
(COl>rinua)
SU$W ü

474 lnslakições elétricas

(continu,>ç,i o)

AH - Vibrações
AHI fracas Nenhu,na li1nhaçào
AH2 Médias Podem ser nccess:1rias linhas flexíveis

Só pode,n ser uti liiadas l inhas flexíveis constiluídas por cabos uni ou 1nulti-
AH3 Severas
polares flexíveis ou condutores isolados flexíveis em eletroduto flexível

AK - Presença de n ora ou mofo


AK I Desprezível Nenhu1na li111itação
Deve ser avaliada a necessidade de utilizar:
- cabos providos de ann;lçâo. se dircuunente entCIT'Jdos
AK2 Prejudicial
- condutores isolados en1 condutos cont grau de proteção adequado
- rn;.ueriais especiais ou rcvesti1ncnlo adequados protegendo cabo.sou ele1rodutos

AL - Presença de fauna
ALI Desprezível Nenhuma limitação
Linhas com proteção especial. Se exisrir risco devido à presença de roedores
e cupin.s, deve ser usada u,na das soluções:
- cabos providos de annaç{io
AL2 Prejudicial
- condutores isolados ern condutos co1n grau de proteção adequado
- 1nateriais espooiahncnte adilivados ou tevestinlc11to adequado c,n cabos ou
clctrodutos

AN - Radiação solar '


ANI DcsprczívcJ Nenhuma limitação

AN2 Média Os cabo$ ao ar livre ou e1n condutos abertos deven1 ser resistentes às inte,n-
péries. A elevação da 1e1npennurn da superrfcie dos condutores ou cabos deve
AN3 Alta ser levada en1 conta nos cálculos da capacidade de condução de corrente

B - U1ili7.ações
BA - Compelência das pessoas (stm iníluência)
BB - ResíS1êncla clélriea do corpo humano
B81 Alta Nenhu1na lin1itação
882 Norn1al
883 Saixa Ver 5.1 e Seção 9
884 Muito baixa

BC - Contalo das pe.s.soas com o potencial da terra


BCI Nulo Nenhu1na lirnitação
8C2 Raro
BC3 Freqüente Ver 5.1 e Seção 9
BC4 Contínuo

BD - Fuga das pe.ssoas cm emergência


BDI Norn1al Nenhun1a lhnitação
81)2 Longa
803 Tu,nultuada Ver 5.2.2.2
804 Longa e tun1ulc-uada
(c.on(inua)
SU$W ü

Apêndice A • Influências externas 475

(conti11uaçio)

BE - Naturet..a dos materiais processados ou arn1aze.nados


BEi Riscos desprezível Nenhurnu li1nitaç-ão
BE2 Risco de incêndio Ver 5.2.2.3
Linhas protegidas por escolha adequada da 1naneira de instalar (para BE3.
BE3 Riscos de explosão
ver ABNT NBR 95 18)
BE4 Riscos de co,11an1inaçllo

C - Construção das edificações


CA - Materiais de construção
CAI Não--cornbustívcl Nenhurna limitação
CA2 Con1bus1íveis Ver 5.2.2.4

CB - Estrutura das edifica~-óes


CBl Riscos dCSJ)TC·ZÍVCI Ncnhurna li1nitnção
CB2 Sujeitas à propagação de incêndio Ver 5.2.2.3
CB3 Sujeitas à ,novhncntnção Linhas ílexfveis ou contendo juntas de dilatação e de ex1>ansão
CB4 Flexíveis Linhas nexíveis
Sn$W
SU$W 6

B
Apênd ice

Os eletroclos de fundação e a
equalização de potencial
Por Celso Luiz Pereira Mendes
Consultor, SM IEEE, VDE

A iníra·estrutura de aterramento de uma edificação, nicos, ou de choques elétricos causados por essas
cujo elemento central é o eletrodo de aterramento, deve correntes.
observar os seguintes requisitos da norma NBR 541 O ela • Quando aplicável, atender também aos requisitos
ABNT, conforme edição 2004: funcionais da instalação.
• Ser confiável e satisfazer os requisitos de segurança Eletrodos de aterramento embutidos nas fundações
das pessoas. represe1,tam u1na soluçllo econô1nica e altamente eficaz
• Poder conduzir correntes de falta à terra sen1 risco para assegurar a manutenção de suas características
de danos térn1icos, termon1e<:ânicos e eletron,ecã- durante a vida útil das edificações.

Figura B, 1 • Armoduro de um bloco de fundação industrio!


SU$W ü

478 lnslalações elétricas

Tennioal
interno do
eletrodo

Figura B.2 • Elerrodo de alerramenlo em fundação sem armadura

Dentre os tipos de eletrodos de aterramento admiti· B. 1 Os eletrodos de fundação


dos pela norma brasileira, dest·acam-se os seguintes:
e a prática alemã
• Preferencialmente, uso das próprias armaduras do
concreto das íundações. Na Alemanha, os eletrodos de fundação figuram na
• Uso de fitas, barras ou cabos metálicos, especialmen· norma OIN VOE 014 1 (A1errame1110 de instalações com
te previstos, imersos no concreto das fundações. tensões nominais > 1 kV) desde 1976 e foram incorpora-
• Uso de malhas metálicas enterradas, no nível das dos à DIN VOE 0100 (equivalente à NBR 541 Oela ABNT)
fundações, cobrindo a área da edificação e comple- em 1983. Suas especificações e sua execução são regi·
nlentadas, quando necessário, por hastes verticais das pela norma DIN 18014:2007 (Eletrodos ele íunda·
e/ou cabos dispostos radialmente. ção), e eles se aplicam a qualquer tipo de edificação,
• No n,ínimo, uso de anel metálico enterrado, circun- sendo dispensáveis apenas en1 caso de estrutura inteira-
dando o perímetro da edificação e complementado, mente metálica, interligada às fundações. A instalação
quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos cio eletrodo deve começar simultaneamente à constru·
dispostos radialmente. ção das fundações. A supervisão eleve estar a cargo de
A prín1eira alternativ;i está ilustrad;t na Figura 8.1. profissionais especializados, e todas as etapas de monta·
gem devem ser documentadas mediante desenhos, foto-
Em 1987, Eletricidade Moderna publicou um traba·
lho pioneiro do engenheiro Armando P. Reis Miranda, grafias e protocolos de mediç.io.
em que o autor comenta a evolução da técnica dos ele- Há uma diferença importante entre as normas DIN e
trodos embutidos nas fundações, tanto nos Estados a norma NBR 541 O. Enquanto esta admite preferencial-
Unidos como na Alemanha, além de descrever e ilus· mente o uso das próprias armaduras das fundações como
trar exemplos de aplicação em projetos de sua respon· eletrodo, a norma alemã exige, incondicionalmente, uma
sabilidade. fila ou barra de aço de seção circular, conectada às arma-
Ao longo dos anos, os eletrodos ditos naturais, que duras a cada dois metros. Nos demais aspe<:los, os proce-
utilizam a armadura de aço das fundações, têm encon· dimentos de instalação praticados na Alemanha são per-
trado a devida aceitação no Brasil, por exemplo, em feitamente compatíveis com os objetivos da NBR 5410,
edifícios de apartamentos, escritórios e hotéis, entre devendo-se atentar, apenas, para eventuais diferenças no
outros. Eles facilitam a execução, de modo prático e dimensionamento dos componentes. Os materiais utilizá·
eficaz, do aterran1ento unificado do sistema elétrico, de veis como eletrodo de fundação e suas dimensões mini·
telecomunicações. de tecnologia da informação, do mas constam da Tabela 51 da NBR 54 1O.
sistema de proteção contra descargas atmosféricas Em linhas gerais, aplicam-se os seguintes critérios:
(SPOA) e das conseqüentes medidas de eqiiipotenciali- (a) O eletrodo de fundação consiste de uma fita ele aço
zação. Atualmente, ambas as normas brasileiras - medindo no mínimo 30 x 3, 5 mm, ou 25 x 4 mm, ou
NBR 541 O e NBR 5419 - clefinem requisitos para essa de um cabo de aço com seção mínima de 95 mm' . O
configuração. aço pode ser zincado a quente ou inoxidável.
SU$W ü

Apêndice B • Os eletrodos de lvndaçõo e a equalizaçõo de potencial 479

(b) O eletrodo deve formar um anel fechada, embutido da, instalando-se essa emenda em um nicho na 1>are·
nas fundações ao longo de todo o perímetro do pré- de. Além disso, toda e qualquer junção que conec1e
dio, ele n1odo a se situar, no n1ínin10, 5 cn, acin1a do metais distintos eleve ser protegida contra os efeitos
fundo do concreto (Figura B.2). da corrosão eletrolrtica.
(c) A fita de aço deve ser disposta com a largura na verti· (g) A norma alemã determina que conexões e derivações
cal, para facilitar que fique completamente imers.1 no no eletrodo de fundação embutidas no concreto
concreto, o que lhe confere proteção contra corrosão. sejam soldadas, a1>araíusaclas (Figura B.6) ou tenha
(d) Se a fundação for de concreto armaclo, a norma NBR conectores de pressão específicos para tal fim, dispo-
541 O admite o uso das armaduras como eletrodo níveis no mercado. O uso de solda nas armaduras cio
natural, como já mencionado, sendo suficientes as concreto depende de aprovaç,io prévia dos enge-
an1arrações com aran1e de aço torcido existentes. nheiros responsáveis pela estrutura.
Pela norma alemã, nesse caso o eletrodo deve ser (h) O terminal ele acesso ao eletrodo ele fundação eleve
assentado logo acima da armadura mais profunda aflorar no local de entrada do cabo de energia elétri·
(Figura 8 .3). ca (pressupondo-se entrada subterrânea). Nesse
(e) Se a fundação não for de concreto armado, será ponto, deve situar·se, também, o barramento de eqüí·
necessário cravar suportes de fixação a cada 2 m potencialização principal (BEPJ cio prédio. A Figura
(Figura 8.4), de modo a manter o eleirodo em posi· 8.2 ilustra o terminal em questão. Trata-se ele uma fita
ção, como prescrevem os itens (b) e (e) anteriores. de aço zincada a íogo, ou revestida contra corrosão, de
(() Juntas de di latação existentes en1 estruturas armadas seção igual à do eletrodo, emergindo a 30 cm do piso
elevem ser transpostas pelo eletrodo de fundação por cio pavimento mais baixo e prolongando-se por 1,5 m
meio de elementos ílexíveis externos ao concreto até o BEP. Essa conexão é tratada em 6.4.1.2.3 da
(Figura B.51. A proteção mecânica poderá ser provi· NBR 5410.

1
A
.
1
-,
Tenninal
intcn10 do
eletrodo
1 1 _, -~
g
1 1 o
(">
Ili Piso acaba do
1 1 .r
1 1
••

t . •1 • .j

Figura 8.3 • Eletrodo de oterromento em lvndoçõo de concreto ormodo

fita de aço

Figura 8.4 • Suporte do elelrodo de fundação


SU$W ü

4 80 lnslalações elétricas

Figura 8.5 • Emenda exJerna da eletrodo nos juntas de dilotoçõo

. o b,
<l o
o o . /:,

o /:,
<l
o o
o •
A,;.ão

Figura 8 .6 • Conexõo aparafusado emb<itida no concreto

Legenda:
1 • Fita de "Ǻ
2 - "fenninal inten\O
3 - Conexões en1butidas
4 - Tenninais para as descidas dos párn-raios
5 .. Ligaç-ão transversal
Figura 8. 7 • lnfro·estrutwa de oterramento da edificaçõo

(i) O eletrodo de fundação poderá ser provido de outros 8 .2 Ate rramento do SPDA
terminais que afloram externamente ao prédio, desti-
nados a receber as descidas dos pára-raios (Figura Quando o eletrodo de fundação for utilizado também
8.7). Aqui se aplicam, também, as prescrições da para aterramento do sistema de proteção contra descar-
norma NBR 5419. gas atn1osféricas (SPDA), a norma alen1ã prescreve liga-
SU$W li

Apêndice B • Os eletrodos de lvndoçõo e o equalizaçõo de potencial 481

ções no sentido transversal, através das fundações, de estacas profundas, tendem a apresentar resistências de
modo que o reticulado interno não exceda 20 X 20 m aterramente extremamente baixas.
(figura 8.7). Em galpões industriais onde houver pilares P<1ra determinar o valor de /?A, pode-se adotar a
internos, estes podem eventualmente funcionar como equação simplificada da resistência de aterramento de
condutores de descida das correntes dos raios. Nesses um anel não-circular:
casos, é necesStírio que os pilares internos sejan1 interli·
gados com o eletrodo de fundação instalado no períme-
tro do prédio. O projeto deve contemplar os requisitos
de segurança específicos para a equalização de poten- onde:
cial no solo. • RA = resistência de aterramento do eletrodo (!l);
• ,, =resistividade do solo (!l.m);
B.3 Compatibilidade eletromagné·
tica
• D=J(A;, 4)=1.13VA;
Com a disseminação das instalações e equipamentos • A ;;; área circunscrita pelo anel (m2).
de tecnologia da informação (TI), as medidas de compa- A partir de medições realizadas em eletrodos insta·
tibilidade eletromagnética tornaram-se mais rigorosas. lados, a Associação das Concessionárias Alemãs de
Nos locais com uso extensivo de TI, recomendam·se Energia Elétrica (VOEW) demonstra que esse método é
malhas de aterramento com módulos de no má.ximo 5 x suficientemente exato. Já outros autores sugerem uma
5 m ligados às armaduras da fundação (41. Nesses locais, fórmula específica:
dois outros requisitos são relevantes: a eqüipotencializa-
ção dita funcional, tratada na seção 6.4.5 da NBR 5410,
e o aterran1ento do neutro num único ponto (quando
existem mais de um transformador ou fonte de seguran-
na qual V é o volume das fundações de concreto.
ça), com o fim de evitar perturbações eletromagnéticas
A NBR 54 19 assim se refere à resistência de aterra-
causadas pela circulação de correntes de retorno no sis-
n,ento:
te.ma de aterrarnento.
5.1.J .1.2 - Para assegurar a dispersão da corrente de
descarga atmosférica na terra sem causar sobretensões
8.4 Resistência de aterramento perigosas, o arranjo e as dimensões do subsistema de
aterramento são mais importantes que o próprio valor
Medições relatadas por Wiesinger e Hasse, pesquisa- da resistência de aterramento. Para o caso de eletrodos
dores alemães muito atuantes nos fóruns de norn1aliza· não naturais, recomenda.se uma resist~ncia de aproxi·
ção internacional, den1onstran1 que a resistividade cio maciamente 1O n. como forma de reduzir os gradientes
solo (p), até uma profundidade de 1,5 m, sofre variações de potencial no solo e a probabilidade de centelhamen-
sazonais da ordem de 60% (+/- 30% em torno de um to perigoso.
valor médio), verificando~se o valor n1áxin10 no inverno Como se observa, quando se utilizam eletrodos natu·
e o n,ínimo no verão, devido às variações climáticas. rais (de fundação) a NBR 5419 não se preocupa em fixar
Nas profundidades n1aiores que 1,5 m, essa variação un1 valor específico de resistência de aterramento.
pode diminuir para 20%. Em ambos os casos, entende- Outros requisitos para eletrodos naturais são definidos
se excluída a influência das chuvas. em 5.1.3.3 da norma. Sabe-se ainda que, devido à topo-
O elemento metálico do eletrodo de fundação não logia dos eletrodos de fundação, sua impedância de
se acha em contato direto com a tecra, mas por nteio da surto Z1, isto é, sua i1npedância perante um impulso de
camada de concreto que o envolve. Uma vez que o corrente, como nas descargas atmosféricas, pode ser
concreto conserva calor e certo teor de umidade, a considerada menor <1ue a resistência de aterramento R,.
resistência de aterramento (RA) de um eletrodo de fun-
dação resulta mais estável que a de qualquer outro ti1>0
de eletrodo. Na prática, essa resistência situa-se entre 1 B.5 Barramento de eqüipotenciali·
n. n
e 1O sendo de 2 a 6 para edificações habitacionais :z:ação principal (BEP)
uniíamiliares típicas, conforme a resistividade do solo,
as características do concreto e as condições de tempe- Um requisito fundamental das nonnas NBR 541 O e
ratura e un1idade. OIN VOE 0100, diretamente vinculado à questão cio
Eletrodos de fundação naturais em edifícios de múlti· aterramento, é a equalização de potencial. Em cada edi-
pios pavimentos e análogos, providos de fundações de ficação, um ou mais condutores de eqüipotencialização
concreto arn,ado extensas, em ger<1I construídas sobre principal deven1 reunir os seguintes elen1entos:
SU$W ü

482 lnslalações elétricas

±O
....... ...... · 1.====

14

Legenda:
1 - Condulor de atemunento princi1>al
2 - Conclu1or de pro1cção principal (PEN)
3 • Canalização de água
4 - Canalização de aquecin1c1HOce111ral
5 • Canalização de g:1$
6 - Ao eletrodo de ,nerran1cn10 da antena
7 • À instalação de teleco1nunicação
8 - Ao cleirodo de a1errmnen10 do p;lra-raios
9 · Reser. a
1

10 · Luva isolante interposta na canalização de gás


11 • Canalização de esgoto, quando n1e1álica
12 - Barra de Jig_aç.ão eqi.lipo1e11ci.d principal
13 - M ufla do cabo de cn1r.1.da de baixa tensão
14 · Eletrodo de atcrr.uncnto n:1s fundaçàés

Figura 8.8 • Eqüipolendolizoçõo prindpol (ver Ane•o G do NBR 5410)

• As armaduras de concreto annado e outras estruturas • O condutor neutro da alimentação elétrica, salvo se
metálicas da edificação. não existente ou se a edificação precisar ser alhnen-
• As tubulações metálicas de água, de gás combustível, tada, por qualquer motivo, em esquema TI ou IT.
de esgoto, de sistemas de ar-condicionado, de gases • O (s) condutor(es) ele proteção princi1>al(is) da instala-
industriais, ele ar comprimido, de vapor e1c., bem ção elétrica (interna) da edificação.
como os elementos estruturais metálicos a elas asso- Atestando a importância da eqüipotencialização
ciados. como medida de seguranç.1, observa-se que, já na déca-
• Os condutos metálicos das linhas ele energia e de da ele 1980, idênticos re<1uisitos constavam das normas
sinal que en1ram e/ou s.1em ela edificação. NFPA-78 (Estados Unidos), BS-6651 (Grã-Bretanha), UTE
• As blindagens, armações, coberturas ou capas melá· C17-100 (França), VDE 0100 (Alemanha) e no projeto
licas de cabos das linhas de energia e de sinal que IEC 81(C0)6, que deu origem à revisão da NBR 541 9 na
entran, e/ou saem da edificação. época.
• Os condutores de proteção das linhas de energia e de O objetivo da eqüipotencialização é evitar tensões
sinal que en1ram e/ou saem da edificação. de contato perigosas em caso de faltas fase-massa inter-
• Os condutores ele interligaç.'io provenientes ele outros nas ou externas à edificação (transferência de poten-
eletrodos de aterramento porventura e,istentes ou cial). Analogamente, a eqüipotencialização contra des-
previstos no entorno ela edificação. cargas atmosféricas (8/Uzschu1z-Po1en1ialausgleic/1, da
• Os condutores de interligação provenientes de ele- norma DIN VDE) visa evitar centelhamentos perigosos
trodos de a1erramento ele edificações vizinhas, nos causados pelos raios. A proteção adicional contra
casos em que esta interligaç.io for necessária ou sobretensões transitórias deve ser provida por dispositi-
recomendável. vos de proteção contra surtos (DPSJ; uma abordagem
SU$W ü

Apêndice B • Os eletrodos de fundação e a equalizaçõo de potencial 483

Condutores de ligaçJo cqüipotencial

(Cobre ou "Ç0 zincado)

Ao eletrodo de Ao eletrodo de
a1ernunento do fundação
pira.raios

Figura 8.9 • Barramento de eqüipotcncializaçõo principal (BEPJ

minuciosa desse conceito encontra·se no Capítulo 12. sos M6) ou simples (um parafuso M 10), protegidas con-
No ãmbilo iniernacional, este tópico é tratado pela tra danos mecânicos, ténmicos e químicos. Conexões
nonma IEC 62305 :2006 - Parte 4. subterrâneas ou em atmosferas agressivas podem ser pro-
Em instalações industriais, a eqüipotencialização tegidas com luvas termocontráteis conforme DIN 30672.
principal de uma área pode ser realizada no barramento
PE do quadro geral de baixa tensão da respectiva subes·
ta<;<io tr,,nsformadora. Já para locais de habitação, o B.6 Aterramento de antenas
arranjo físico recomendado é mostrado na Figura B.8, externas
associado a um eletrodo de fundação. Essa figura, extraí·
da originalmente da nom1a alemã, íoi de certa forma A Figurn B.8 indica que está prevista a eqüipotencía·
precursora cio atual Anexo G ela NBR 541 O. lização com o eletrodo de aterramento da antena (posi-
O barramento OEP padroni zado, reproduzido na ção n• 6 na legenda). De lato, o mastro de uma antena
Figura 8.9, é de cobre com seção de 25 mm' ou de aço externa de TV instalado sobre uma estrutura deve ser
zincado a fogo com seção equivalente, e dispõe no míni- aterrado conforme prescreve a NBR 5419, Anexo A,
mo dos seguintes terminais: seção A.3.1. A norma adn1ite duas alternativas:
• 1 ele 30 x 4 mm ou <I> 10 mm. • O mastro da antena deve ser interligado ao SPDA
• 1 ele 50 mm>. co1n solda exotérn1ica ou braçadeira con1 dois para·
• 6 de 6 a 25 mm' . fusos M8 (uma interligação curta e retilínea, para
• 1 de 2,5 a 6 mm'. obter baixa indutância).
Os condutores de eqüipotencialização são conecta- • Se não hou11er SPDA, a antena deve 1>0Ssuír um condu·
dos às tubulações em 1>0ntos acessíveis e identiíicados, tor de aterran,ento exclusivo, de seção 0tio inferior a 16
mediante braçadeiras metálicas duplas (com dois parafu- mm" em cobre, ligado a um eletrodo ele aterramento.

(a) (b)
Mastro da antcnn ligado ao Condutor de aterra1nento
coodutor de descida do pára·raios exclusivo para a antena

Figura 8. 1O• Atorramento ele antena,: {ai eletrodo do fundação; (b) eletrodo do antena
SU$W ü

484 lnslalações elétricos

A Figura B.1 O mostra que os condutores de aterra- B.7 Conclusão


mento de antenas e/ou ele pára-raios devem ser ligados,
externamente à edificação, ao respectivo eletrodo; inter- En1 su1na, os eletrodos de aterramento embutidos nas
namente à edificação, o eletrodo é conectado ao barra- fundações impõem-se pelas seguintes características:
mento de eqüipotencialização principal. O objetivo é
garantir que o escoamento da corrente de descarga • Asseguram baixos valores de resistência de aterra-
atmosférica para a terra não seja feito através do BEP, e mento, praticamente in,unes às alterações climáticas.
sim diretamente no eletrodo. • O anel embutido no concreto (assim como as arma-
Tanto a norma brasileira (NBR 5419:2005) quanto a duras) fica protegido contra danos mecânicos e corro-
alemã (DIN EN 62305:2006) - esta última já harmoni- são, e tem vida útil compatível com a das edificações.
zada com a série IEC 62305 :2006 - admitem, sob • Sua topologia é ideal para a eqüipotencialização dos
condições específicas, que as armaduras dos pilares de sistemas elétricos, eletrônicos e de proteção contra
concreto armado sejam utilizadas como condutores descargas atmosféricas.
naturais de descida das correntes de descarga atmosfé-
rica. Isso também se aplica ao mastro da antena, que, Sob a ótica da segurança das pessoas contra tensões
nesse caso, deve ser conectado à armadura dos pilares, de contato perigosas, bem como contra centelhamentos
de acordo com a norma. perigosos na ocorrêncía de descargas atmosféricas, a
Quando uma edificação estiver dispensada da instala· unificação dos aterran1entos e a convergência de todas
ção de pára~raios, mas possuir antena externa, o aterra~ as massas e elementos condutivos para um sistema de
mento desta será apenas u,na niedida preventiva. Não eqüipotencialização constituem uma medida de prote-
significa, evidentemente, que uma antena possa substituir ção eficaz, da qual se beneficiam também os equipa-
o pára·raio quando a norma indicar qt1e ele é necessário. mentos eletrônicos e de tecnologia da informação.
SU$W li

Índice remissivo

A prática ela co11clição de pro· pri11cipal, 88


teção, Aplicação, 244 resistência ele, 80, 88
Acessórios para linha elétrica com
eletroduto, 184 Aplicações Aterramentos, 78-93
de circuito simétrico, 51·52 básicos, 91
Admitância em paralelo, 34
Agrupamento, fatores de, 292, 398 Aquecimento de proteção, 235
adiabático, 305 Atuação da proteção, 384
omissão dos, 292-295
dos condutores e queda de ten· Ausência de escoamento, 152
Alimentação
são, 281·314
diretamente em baixa tensão, 8 B
Arruela, 182
em alta tens.'io, 8· 9
Aspectos gerais das linhas, 171 -173 baixa tensão, Instalação ele, 8
Alma, 134
Aterramento Banco
Análise
aplicação dos esquemas de, 258 automático de capacitores, 428
da corre11te de curto-circuito,
aspectos fundamentais para a de capacitores, 422
316
escolha do, 258 Bandeja, 168
de um circuito, 59
condutor de, 88 Barra, 133
inicial, 126
condutores de, 270 Barramento, 133
Aparelho
de instalações alimentadas por blindado, 133
de ilumi11ação, 3 rede de distribuição, 259·261 Blindagem
elétrico, 3
de pára·raios e a11tenas, 93 sobre a isolação, 154
eleuodoméstico, 3
de proteção, 79, 88, 90, sobre o condutor, 154
eleuoprofisisonal, 3
de subestações de uansfor· Blindagens, 154·155
Aparelhos mação, 258 Bloco alveolado, 169
de descarga, 11 de proteção, 258 Bobina magneti zante, 208,
de ilumi11ação, 11 (funcional) do neutro, 258 Bom comportamento ao fogo, 152
incandescentes, 11 de proteção da instalação Borracha etileno-propileno, 153
Aplicação de baixa tensão, 258 Box, 182
dos dispositivos DR, 261·268 eletrodo de, 79, 80·88 Braçadeira, 182
esquema TI, 261-266 escolha do esquema ele, 258 Bucha, 182
esquema TN, 266-267 esquemas ele, 90, 258
esquema IT, 267·268 funcional, 79·90 e
dos esquemas de acerramento, por rede pública em baixa ten· Cabo, 134
258 são, 258 a gás, 137
SU$W li
486 lnsla~ões elétricas

,, óleo íluido, 137 Caldeiras elétricas, 11 de corte, 195


com propagação reduzida da Calha ou eletrocalha, 169 nomin,1is, 13
chama, 161 Calor, dissipação de, 300 tempo-corrente, 195
composição e forma do, 164 Câmera de extinção, 205-206 Caracterização das sobrecorrentes,
concêntrico, 137 Canaleta, 169 335-336
cordão, 137 Capacidade Carga
propagador da chama, 161 de condução de corrente, 139, elé1rica, 4, 30
mulciplexado, 137 283, 286·296 fator de, 107
revestido, 136 iatores de agrupamento, genérica,
Cabos 292 t1ifásica, .35
a óleo fluído, 137 número de condutores car- Cargas
regados, 287
a óleo sob press,10, 152 elét1icas genéricas, 32
omissão dos fatores de
armação de um, 137 agrupamento, 292 industriais e similares, 13, 387
com baixa emissão de fumaça e resistividade térmica do indutivas, 429
de gases tóxicos e corrosivos, solo, 292 ligadas em Y e D, 46·49
162,
temperatura ambiente, 286 lineares, 4, 421
com massa não escoante, 152 não-lineares, 4, 421
de estabelecimento, 193
de baixa tensão, 152
em curto-circuito, 193 residenciais e comerciais, 13,
de controle, 136 387
de imerrupção, 193
de poténcia, 136 Cartuchos tipo industrial, 198
em curto-circuito, 193
aplicação dos, em insta- térmica, 301 Chave, 191
lações ele baixa tensão, 138 compensador,1, 389
Capacidades de condução de cor·
em condições de fogo e incên-
rente, 286-295 de faca, 191
dio, Comportamento dos, 161-
162 Capacitância nominal, 426 eletromagnética, 191
em papel, 155 Capacito, estrela-triângulo, 389
escada ou leito para, 169 capacitânci,1 nominal do, 426 estrela-triângulo e compensado·
corrente do, 425 ras automáticas, 391
para circuitos de segurança, 162
corrente nominal do, 426 ele partida, 191
prateleira para, 170
potência nominal cio, 426 Choque e létrico, 7
resistentes à chama, J62
tensão nominal do, 426 contatos diretos, 7
secos, 137, 155
Capacitores, 425 contatos indiretos, 7
sob pressão, 137
banco automático ele, 428 Choques elétricos, 175,
suportes horizontais para, 170
bancos de, 422 Ciclo de operação, 189
uni e multipolares, 137, 230
constiwiçào dos, 427 Circuito
acolchoamento, 137
banco fixo, 427 auxiliar, 189
enchimento, 137
banco semi-auton1ático, com carga concentrada na
Caixa de derivação, 169, 185 extremidade, 36
428
Caixa moldada comutador de sensibilidade, 217
banco automático, 428
disjuntores em, 206, 212-214 de distribuição, 206
compensação estática de
disjuntores termomagnélicos em, energia reativa ou compen- de prova, 2 J7
207 sação de energia reativa en1 elétrico, 1
Cálculo de correntes de falta, 315- tempo real, 428
334 magnético, 208
de potência, 425
monofásico, 2
presumidas, 324·325 localização dos, 425
Cálculos polifásico, 2
no quadro de distribuição
ele queda de tensão, 307 terminal, 362
principal, 425
práticos de circuitos, 36-4 1 trifásico, 31
no lado da média ou alta
preliminares de potências e cor- tensão, 427 equilibra,lo, 37
rentes, Características Circuitos, 14-17
simplificados, J28-33 J Msicas dos fusíveis, 203 com carga distribuída, 37-41

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