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Conversão de Energia
a
Prof Dra. Stefani Freitas

MÓDULO II

Transformadores

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, A. L.; CAMACHO, J. R.; SILVA, E. P. Transformadores: Aulas Práticas e Ensaios, 3ª ed.
Universidade Federal de Uberlândia, 2010.
KOSOW, I. W. Máquinas elétricas e transformadores. São Paulo: Globo, 5ª edição, 1998.
OLIVEIRA, J. C. Transformadores, teoria e ensaios. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 1984.
http://www.escoladoeletrotecnico.com.br – Curso preparatório para concursos. Aula 2, 2009.
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2.10 LIGAÇÕES TRIÂNGULO E ESTRELA DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

O transformador trifásico é construído a partir de três transformadores monofásicos,


cujos enrolamentos primário e secundário podem ser ligados em Estrela (Y) ou em
Triângulo (∆).
3.
: potência aparente trifásico
: potência aparente monofásico

Tipos de ligações

a) Ligação ∆-∆

Figura 2.16 – Ligação ∆ - ∆.


Fonte: http://www.escoladoeletrotecnico.com.br.

 Na ligação delta (∆), a tensão de linha (VL) é igual à tensão de fase (VF).
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b) Ligação Y–Y

Figura 2.17 – Ligação Y – Y.


Fonte: http://www.escoladoeletrotecnico.com.br.

 Na ligação estrela (Y), a corrente de linha (IL) é igual à corrente de fase (IF).

c) Ligação Y-∆

Figura 2.18 – Ligação Y - ∆.


Fonte: http://www.escoladoeletrotecnico.com.br.
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d) Ligação ∆-Y

Figura 2.19 – Ligação ∆ - Y..


Fonte: http://www.escoladoeletrotecnico.com.br.

Sendo:
VL1 - a tensão de linha no primário do transformador
VL2 - a tensão de linha(entre duas fases) no secundário do transformador
VF1 - a tensão de fase(entre uma fase e o neutro) no primário do transformador
VF2 - a tensão de fase no secundário do transformador
IL1 - a corrente de linha no primário do transformador
IL2 - a corrente de linha no secundário do transformador
IF1 - a corrente de fase no primário do transformador
IF2 - a corrente de fase no secundário do transformador
a (α) - a relação de transformação do transformador ou a relação de espiras

 Os transformadores de potência possuem transdutores de temperatura, de pressão e


de corrente.
 O fato de um transformador ter a polaridade aditiva e a outra subtrativa, não impede
que eles sejam ligados em paralelo, basta ter o cuidado de interligar terminais de
mesma polaridade.
 Só se pode ligar em paralelo transformadores monofásicos que têm as mesmas
tensões.
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15. Numa ligação Y-∆ trifásica, cada transformador tem uma razão de tensão de 4:1. Se a
tensão de linha do primário for de 660 V, calcular:
a) a tensão de linha do secundário.
b) a tensão através de cada enrolamento do primário.
c) a tensão através de cada enrolamento secundário.
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16. A tensão de linha do secundário de um conjunto de transformadores ∆ - Y é de 411 V. Os
transformadores têm uma razão de espiras de 3:1. Calcule:
a) a tensão de linha do primário.
b) a corrente em cada enrolamento ou bobina do secundário se a corrente em cada linha do
secundário for de 60ª.
c)a corrente de linha primária.
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17. Um fábrica drena 100 A com fator de potência igual a 0,7 em atraso, do secundário de
uma bancada transformadora de distribuição de 60 kVA, 2300/230 V, ligada em Y–Δ.
Calcule:
a) A potência real consumida e a aparente.
b) As correntes secundárias nominais de fase e de linha da bancada, levando em
consideração a capacidade do transformador.
c) O percentual de corrente para cada transformador.
d) A capacidade em kVA de cada transformador.
e) As correntes primárias de fase e de linha de cada transformador (considerando que o
transformador trifásico é composto de 3 transformadores monofásicos).
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18. Repita o exercício 17, usando uma transformação Δ-Δ e compare as correntes de linha
primárias com as da transformação Y-Δ.
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2.11 REGULAÇÃO DE TENSÃO A PARTIR DO ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO

O circuito equivalente simplificado referido ao primário é mostrado na figura 2.20 (a).


Se o secundário de baixa tensão de um transformador é curto-circuitado, (tensão
terminal secundária) e (impedância de carga secundária) são zero. O circuito
equivalente para um tal transformador, com o secundário curto-circuitado, é mostrado na
figura 2.20 (b). Fica claro que, se o secundário de um transformador é curto-circuitado,
apenas as resistências e reatâncias primárias e secundárias o estão carregando.
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Consequentemente, a corrente I1 drenada de V1 é determinada apenas pela impedância


equivalente interna Ze1, onde I1 = V1/Ze1.
I1Z1 I1Z1
R1 x1 R1 x1

I1 I1

V1 α V2 α2.ZL V1

(a) Circuito equivalente simplificado para um (b) Circuito equivalente do transformador com o
transformador carregado. secundário em curto.
Figura 2.20 – Circuitos equivalentes referidos ao primário.

A figura 2.21 mostra um disposição típica de instrumentos e dispositivos para se


obterem os dados do ensaio a curto-circuito de um transformador. O processo é o que
segue:

Figura 2.21 – Ligações típicas de instrumentos para o ensaio de curto-circuito, visando a determinação de Ze1,
X1 e R1.
Fonte: KOSOW (1982).

1. Curto –circuitam-se os terminais de B.T. do transformador.


2. Lenta e cuidadosamente aumenta-se a tensão usando-se um varador de tensão
(variac), até que a corrente nominal do transformador seja lida no amperímetro (a
corrente nominal primária é determinada a partir da capacidade nominal do
transformador em VA, dividida pela tensão nominal do lado de alta tensão, VA/V1)
3. Lê-se a potência de curto-circuito PCC; a tensão de curto-circuito VCC e a corrente
primária de curto-circuito ICC = I1 (nomina).
4. Calcula-se a impedância equivalente Z1 pela relação das leituras do voltímetro e do
amperímetro.

5. Calcula-se R1 pela relação da leitura do wattímetro dividida pela leitura do


amperímetro ao quadrado:
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6. Usando o teorema de Pitágoras, calcula-se X1 a partir de Z1 e R1, obtidos pelos passos


4e5.

ou

cos ( )

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19. Um transformador abaixador de 20 kVA, 2300/230 V, é ligado conforme mostra a figura
2.21, com o lado de baixa tensão curto-circuitado. Os dados lidos no lado de A.T. são:
 Leitura do wattímetro = 250 W
 Leitura do voltímetro = 50 V
 Leitura do amperímetro = 8,7 A
Calcule:
a) A impedância, a reatância e a resistência equivalentes referidas ao lado de A.T.
b) A impedância , a reatância e a resistência equivalentes referidas ao lado de B.T.
c) A regulação de tensão para um FP unitário.
d) A regulação de tensão para um FP de 0,7 em atraso.
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2.12 RENDIMENTO A PARTIR DO ENSAIO A VAZIO E DE CURTO-CIRCUITO

Além da regulação de tensão, é possível usarem-se os dados do ensaio a vazio e do


ensaio de curto-circuito para prever o rendimento do transformador. Deve-se notar que
ambos os testes empregam técnicas convencionais, em vez do carregamento direto. Um
transformador cujo secundário está a circuito aberto apenas consome potência para suas
perdas no núcleo, menos de um por cento de sua potência nominal. A potência consumida
durante o ensaio de curto-circuito, semelhantemente, é muito pequena, uma vez que a
potência de entrada é essencialmente a correspondente às perdas nominais no cobre, que,
novamente serão menos de um por cento da potência nominal.
A equação (2.26) aplica-se ao rendimento de transformadores para qualquer valor de
carga:

(2.26)

Nota-se que o numerador da equação acima representa a potência útil transferida do


primário ao secundário e à carga. O termo entre colchetes, do denominador, representa as
perdas que ocorrem durante esta transferência. Estas perdas são de dois tipos:
1) Perdas fixas, as perdas no núcleo
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2) Perdas variáveis, as equivalentes perdas no cobre, referidas ao secundário.


Deve-se também notar que, apenas é fixo na equação (2.26) o termo perdas no núcleo. A
potência útil de saída e as perdas equivalentes no cobre são ambas função de I2, corrente
secundária.
O máximo rendimento ocorre quando as perdas fixas e variáveis são iguais, ou
á (2.27)

Sendo:
a perda no núcleo, uma perda fixa determinada a partir do ensaio a vazio.
Além disto, deve-se notar que o FP de carga, cosθ2, determina o valor do termo
potência útil secundária na equação (2.26). Para o mesmo valor da corrente nominal de
carga, I2, uma redução no fator de potência é acompanhada pela correspondente redução no
rendimento. Finalmente, como no caso de todas as máquinas, elétricas ou outras, a curva de
rendimento de um transformador segue a mesma forma geral ditada pela equação (2.26).
Sob cargas relativamente leves, as perdas fixas são elevadas em relação à saída, e o
rendimento é baixo. Sob cargas pesadas (saída além da nominal), as perdas variáveis (no
cobre) são elevadas em relação à saída e o rendimento é novamente baixo. O rendimento
máximo, evidentemente, ocorre a um valor de carga para o qual as perdas fixas (no núcleo)
igualam as pardas variáveis (no cobre), como sumarizado na equação (2.27). A curva do
rendimento, portanto, eleva-se desde zero (com saída zero, a vazio) até um máximo à,
aproximadamente, metade da carga nominal, e cai novamente para cargas pesadas (acima
da nominal)
O exercício a seguir indica como utilizar os dados do ensaio a vazio e em cc pare
predizer o rendimento para vários valores de carga, e a carga para a qual ocorre o
rendimento máximo do transformador e teste.
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20. Um transformador de distribuição de 500 kVA, 2300/208 V, 60 Hz teve seus testes de
rotina constando de um ensaio a vazio e um de cc, antes de ser colocado em serviço como
transformador abaixador. Os dados obtidos dos ensaios são:
 A vazio: Vo = 208 V, Io = 85 A, Po = 1800 W
 Curto-circuito: Vcc = 95 V, Icc = 217,5 A, Pcc = 8,2 kW
Calcule:
a) O rendimento do transformador quando este é carregado por uma carga resistiva
pura (FP = 1) correspondendo a ¼, ½, ¾, 1 e da carga nominal. Tabele a perda
total, a potência de saída e potência de entrada em função da carga.
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Entrada
Fração de Perdas no total
carga Perdas no Perdas Saída total Rendimento
cobre (W) Saída +
(carga núcleo (W) totais (W) (W) (%)
Perdas
nominal)
(W)
¼ 1800 512
½ 1800 2050
¾ 1800 4160
1 1800 8200
5 1800 12800
4

b) Repita a alínea (a) para as mesmas condições de carga, mas sendo o FP = 0,8 em
atraso.

Entrada
Fração de total
carga Perdas no Perdas no Perdas Saída total Rendimento
Saída +
(carga núcleo (W) cobre (W) totais (W) (W) (%)
Perdas
nominal)
(W)
¼ 1800 512
½ 1800 2050
¾ 1800 4160
1 1800 8200
5 1800 12800
4

c) A corrente de carga para a qual ocorre o máximo rendimento, independente do FP.


d) A fração de carga para a qual ocorre o rendimento máximo.
e) o máximo rendimento para FP unitário.
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2.13 RENDIMENTO DIÁRIO

Além de permitir o cálculo da regulação e do rendimento, os ensaios a vazio e de cc


fornecem dados úteis para o cálculo do rendimento diário de transformadores de
transmissão e distribuição, nos quais, por definição, o rendimento diário, durante 24 horas,
é:

(2.28)
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Estabelecido em forma de equação, o rendimento diário é expresso por:

(2.29)
( )

Sendo:
, , etc. são as energias requeridas do transformador pelas diferentes cargas ligadas,
durante o período de 24 horas.
( ) é a soma das energia perdidas, constituída das pedas no núcleo (fixas) e no
cobre (variáveis), para o período de 24 horas..
Nota-se que a energia perdida durante um período de 24 horas, ( ) , consiste das
perdas no núcleo para 24 horas (desde que o transformador está sempre energizado) mais
as perdas variáveis no cobre, que variam diretamente com a carga flutuante durante o
período de 24 horas.
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21. O transformador de distribuição de 500 kVA do exercício 1 tem, supostamente, os
seguintes requisitos de carga para um período de 24 horas:
 A vazio, 2 horas
 20% da carga nominal, cos θ2 = 0,7, durante 4 horas
 40% da carga nominal, cos θ2 = 0,8, durante 4 horas
 80% da carga nominal, cos θ2 = 0,9, durante 6 horas
 Carga nominal, cos θ2 = 1, durante 6 horas
 125% da carga nominal, cos θ2 = 0,85, durante 2 horas
Admitindo-se constante a tensão de alimentação e constantes as perdas no núcleo, calcule:
a) As perdas no núcleo durante o peíodo de 24 horas.

b) A energia total perdida durante o período de 24 horas.


% da carga Perda de Potência em kW Período de Perda de Energia
nominal tempo em h kWh
20
40
80
100
125

Perda total de energia no período de 24h =


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c) A energia total entregue durante o período de 24 horas


% da carga kVA Período de Energia entregue
Cos θ kW
nominal cosθ tempo em h em kWh
20
40
80
100
125

Energia total requerida pela carga no período de 24h =

d) O rendimento diário.
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2.14 POLARIDADE DOS ENROLAMENTOS E IDENTIFICAÇÃO DE FASES

Além dos ensaios a vazio e de curto-circuito, usados na determinação da regulação de


tensão, do rendimento e do rendimento diário de transformadores comerciais, é usual
executarem-se outros ensaios antes de colocá-los em operação. Dois desses ensaios
referem-se à identificação das fases e à polaridade, respectivamente, do transformador em
questão. A identificação das fases é o processo pelo qual os terminais individuais dos
diferentes enrolamentos de um transformador são identificados e corrigidos. O ensaio de
polaridade é realizado de modo que os terminais individuais, das diferentes bobinas do
transformador, sejam marcados ou codificados, de modo que os terminais que têm a mesma
polaridade instantânea sejam identificados.

2.14.1 POLARIDADE

A figura 2.22 mostra um transformador com dois enrolamentos de alta tensão e dois
enrolamentos de baixa tensão. As bobinas de alta tensão (as que tem muitas espiras) são
codificadas, usando-se a letra “H” para designar os seus terminais. Os terminais de baixa
tensão conforme mostra a figura 2.22, são designados pela letra X.
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Figura 2.22 – Determinação da polaridade instantânea de transformadores utilizando a convenção de pontos.


Fonte: KOSOW (1982).
Conforme mostra a figura 2.22, a polaridade instantânea é codificada através do
subíndice. O código usado na figura em questão adota números ímpares como subíndices na
designação das polaridades positivas de cada enrolamento. Note-se que os subíndices
ímpares também correspondem aos terminais pontuados que representam a fem induzida
positiva em cada enrolamento.
Assim, se ocorre que as bobinas devam ser ligadas seja em série, seja em paralelo.
Para se obterem várias relações de tensão, a ligação pode ser executada corretamente com
a devida atenção à polaridade instantânea. O próprio leitor deve verificar a maneira pela
qual o ponto (ou o subíndice ímpar) é utilizado para assinalar os enrolamentos.
Imagine que o primário, H1-H2, é energizado e que H1 é instantaneamente ligado ao
terminal positivo da fonte. O fluxo mútuo, Φm, estabelece-se instantaneamente no núcleo no
sentido dos ponteiros do relógio, conforme assinalado. De acordo com a lei de Lenz, as fem
induzidas estabelecem-se nos demais enrolamentos no sentido mostrado. Um método
alternativo, para verificar a convenção dos pontos na figura 2.22, é comparar-se a maneira
pela qual as bobinas são enroladas no mesmo núcleo. As bobinas H1 – H2, X3 – X4 são
enroladas na mesma direção, portanto o ponto situa-se no terminal da esquerda. As bobinas
X1 – X2 e H3 – H4 são enroladas no mesmo sentido um em relação ao outro, mas em oposição
a H1 – H2. Essas bobinas devem ter o ponto no terminal direito, para significar polaridade
positiva e, também, polaridade oposta a H1 – H2.
Infelizmente, é impossível examinar um transformador comercial para se deduzir o
sentido do enrolamento das bobinas, e daí determinar-se a identificação das fases e a
polaridade relativa dos terminais. Um transformador de múltiplos enrolamento pode tanto
ter apenas 5 bornes como 50 na sua placa de terminais. Se for possível examinar os
condutores de cada bobina, o diâmetro dos fios pode fornecer alguma pista como o que os
bornes ou terminais são associados às bobinas de alta tensão ou de baixa tensão. As bobinas
de baixa tensão terão condutores de maior seção transversal que as de alta tensão. Por
outro lado, as bobinas de alta tensão terão enrolamento mais pesado que os de baixa. De
qualquer forma, o exame físico não fornece nenhuma indicação no que diz respeito à
polaridade ou indicação de taps ou fins de bobina associados às bobinas individuais que
estejam isoladas umas das outras.
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MÉTODOS DE ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DE POLARIDADE


Segundo a ABNT, os métodos usados para a determinação da polaridade de
transformadores monofásicos são:
 Golpe indutivo.
 Corrente alternada.
 Transformador padrão.
Será abordado neste módulo o método do golpe indutivo.

Golpe Indutivo
Procedimento:
Pelo método do golpe indutivo, a polaridade de cada coluna do transformador é
determinada de acordo com a montafem da figura 2.24

2.24 – Ensaio para determinação de polaridade – Golpe indutivo.


Fonte: AGUIAR (2010).
Ao ligar a chave, se V1 defletir positivamente, observar a deflexão de V2 ao desligar.
 Se V2 defletir positivamente, a polaridade é aditiva.
 Se V2 dletir negativmanete, a polaridade é negativa.

2.14.2 IDENTIFICAÇÃO DAS FASES


A figura 2.25 mostra um transformador cujos terminais de bobina foram trazidos a
uma placa terminal, mas não foram, ainda, identificados no que diz respeito às fases ou
polaridade. Um método simples para identificação das fases dos enrolamentos do
transformador é o usado na figura 2.25. Um lâmpada de 115 V, ligada em série a uma fonte
de 115 V – CA, fornece um meio de se proceder a identificação das bobinas. Se o terminal
“explorador” é ligado ao X4, a lâmada não se acende. Movendo-se o terminal livre da direita
para a esquerda através da placa de terminais, a lâmpada não indicará nada até ser
encontrado o terminal H4.
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Figura 2.25 – Ensaio para determinar os terminais das bobinas do transformador e os respectivos taps.
Fonte: KOSOW (1982).
A lâmapda irá acender nos terminais H4, H3 e H2, indicando que apenas os quatro
terminais da esqueda são parte de uma única bobina. O brilho relativo da lâmpada pode
também fornecer indicações no que diz respeito aos taps, pois a lâmpada brilha mais
quando ligada a H1 – H2, e menos quando ligada a H1 – H4. Uma forma mais sensível de se
identificarem as fases e taps seria utilizar-se de um volt metro CA (1000 Ω/V), em lugar de
uma lâmpada, ligado na escala de 150 V. O voltímetro lerá a tensão da fonte para cada tap
de uma bobina comum, uma vez que a sua resistência interna (150 Ω)é muito maior que
‘normalmente’ é a resistência do enrolamento do transformador. Um Ohmômetro a pilha ou
eletrônico pode então ser usado para identificar os taps através da medição da resistência e
também para verificar os enrolamentos da bobina pelo teste de continuidade.

2.15 LIGAÇÃO DOS ENROLAMENTOS DE UM TRANSFORMADOR


Conhecer a polaridade e a identificação das fases de um transformador é
fundamental quando se considera a maneira pela qual os enrolamentos múltiplos de um
mesmo transformador ou vários transformadores individuais podem ser ligados em série
ou em paralelo, para se obterem diferentes tensões. Inicialmente, considere o primeiro
transformador de múltiplos enrolamentos mostrado na figura 2.26, tendo uma tensão
nominal de 115 V para cada enrolamento de A.T. e 10 V para cada enrolamento de B.T.

Figura 2.26 – Transformador de múltiplos enrolamentos.


Fonte: KOSOW (1982).
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São obtidas quatro combinações possíveis de relações de tensão usando-se o


transformador de acordo com a figura 2.27.

(a) Bobinas de A.T. em série, bobinas de B.T. em (b) Bobinas de A.T. em série, bobinas de B.T. em paralelo.
série.

(c)Bobinas de A.T. em paralelo, bobinas de B.T. (d) Bobinas de A.T. em paralelo, bobinas de B.T. em
em série. paralelo.

Figura 2.27 – Ligação de igual tensão de um transformador, em série e em paralelo.


Fonte: KOSOW (1982).

Nota-se que, quando as bobinas são ligadas em paralelo, as bobinas que têm a
MESMA tensão e polaridade instantânea são postas em paralelo (terminais que têm
números ímpares são ligados a um lado da linha e os de números pares ao outro).
Note-se que as combinações de tensão produzidas pelas quatro ligações da figura
2.27 são respectivamente: 230/20 V; 230/10 V; 115/20 V; 115/10 V. Logo, sejam
conseguidas quatro combinações de tensão e corrente através destas ligações, apenas três
relações de transformação são conseguidas, ou seja: 23/1; 11,5/1; 5,75/1.
Apenas bobinas com idênticas tensões nominais podem ser ligadas em paralelo. A
razão para isso, como mostra a figura 2.27 (d), é que, quando as bobinas são ligadas em
paralelo, as fem induzidas opõem-se instantaneamente umas às outras. Assim, se duas
bobinas de diferentes tensões nominais fosse ligadas em paralelo, circulariam elevadas
correntes em ambos os enrolamentos, uma vez que as suas impedâncias internas
equivalentes são relativamente pequenas, enquanto que a diferença líquida entre as fem
induzidas é relativamente grande.
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Quando se ligam bobinas em série, as bobinas de polaridade instantânea oposta são


ligadas juntas (um terminal ímpar é ligado a um terminal par), de modo que as tensões
somam-se em série. As tensões induzidas iriam se opor (dando tensão de saída nula) se
fossem ligadas em oposição. Esta última questão pode, entretanto, ser desconsiderada
quando se ligam bobinas de diferentes tensões nominais, como se descreve a seguir, figura
2.28.

(a) 120V/ 115, 110, 95, 90, 75, 65, 60,


55, 50, 45, 40, 25, 20, 5 V
Diferentes tensões produzidas por
transformação direta ou
combinações utilizando apenas
polaridade aditiva.

(b) 120V/ 85, 70, 35, 30, 15, 10 V


Algumas diferentes tensões
produzidas por ligações utilizando
polaridades subtrativas.

Figura 2.28 – Ligação de enrolamentos de tensões desiguais de um transformador.


Fonte: KOSOW (1982).

22. Um transformador para filamento de 10 VA, tensão primária 115 V, tem dois
enrolamentos secundários de 6,3 V e 5 V, com impedâncias de 0,2 Ω e 0,15Ω,
respectivamente. Calcule:
a) A corrente secundária nominal quando os secundários de B.T. são ligados em série, com
as tensões se somando.
b) A corrente circulante quando os enrolamentos são ligados em paralelo e a porcentagem
de sobrecarga produzida.
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23. Os dados do ensaio de curto-circuito, para o lado de alta tensão do transformador de 20


kVA mostrado na figura a seguir, são 4,5 V, 87 A, 250 W. Calcule:
a) A impedância equivalente referida ao lado de
A.T, bobinas ligadas em série.
b) A impedância equivalente referida ao lado de
B.T.
c)A corrente secundária nominal.
d) A corrente secundária se as bobinas da figura
são curto-circuitadas com a tensão nominal
aplicada ao lado de A.T., e a sobrecarga percentual
produzida.

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