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GESTÃO PÚBLICA: uma experiência com mulheres artesãs no município de


Abaetetuba, no ano de 2018.

Kiara Cristina Santos da Cunha 1


Maria Aparecida da Costa2
Regiane do Socorro de Vilhena Ferreira3

Resumo: Este artigo tem o objetivo realizar uma reflexão sobre a Gestão Pública a partir do
Projeto Mulheres Empreendedoras: Fazendo a Diferença, com mulheres artesãs do Município
de Abaetetuba, no ano de 2018, e o processo de construção do empoderamento feminino com
a participação no referido projeto. Identificando as políticas públicas voltadas aos direitos das
mulheres, e sua realidade socioeconômica com relação ao artesanato local; os benefícios do
Projeto “Mulheres empreendedoras”, para o desenvolvimento social e sustentável do
Município de Abaetetuba; e por fim analisar os limites e as possibilidades do trabalho de
geração de renda para mulheres, e os novos desafios para a constituição dos direitos da
mulher e sua organização. No campo metodológico, realizou-se pesquisa bibliográfica como
embasamento teórico e documental para levantamento de dados, informações de arquivos,
análise do projeto desenvolvido pelas mulheres, relatórios das ações, legislações. E na coleta
de dados as entrevistas realizadas com as mulheres que fazem parte do projeto. O principal
resultado da pesquisa relacionou-se com a importância de uma gestão pública que fomente
projetos, programas e serviços condizentes com as necessidades e especificidade local,
mudança de vida das mulheres envolvidas, desencadeando no empoderamento feminino, nas
decisões e na busca de novas oportunidades para se desenvolverem pessoal e
profissionalmente, e se posicionar como mulheres empreendedoras e na luta pela garantia de
seus direitos; desenvolvendo suas habilidades e potenciais, a partir da cooperação mútua e de
aquisição de conhecimentos.

Palavras- chave: Gestão Pública; Projeto Mulheres Empreendedoras; Mulheres artesãs.

Abstrat: This article aims to reflect on Public Management from the Women Entrepreneurs
Project, Making a Difference, with women artisans from the Municipality of Abaetetuba, in
the year 2018, and the process of building women's empowerment with participation in this
project. Identifying the public policies focused on the rights of women, and their
socioeconomic reality with regard to local crafts; the benefits of the Project "Entrepreneurial
Women" for the social and sustainable development of the Municipality of Abaetetuba; and
finally to analyze the limits and possibilities of income-generating work for women, and the
new challenges for the constitution of women's rights and their organization. In the
methodological field, bibliographical research was carried out as theoretical and documentary
1
Bacharel em Serviço Social/UNIP Universidade Paulista. kiaracristina88@hotmail.com
2
Bacharel em Serviço Social/UNIP Universidade Paulista. apcosta762@gmaill.com
3
Bacharel em Serviço Social/ UNIP Universidade Paulista. regianevilhena01@gmail.com
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basis for data collection, file information, analysis of the project developed by women, reports
of actions, laws. And in the collection of data the interviews carried out with the women who
are part of the project. The main result of the research was related to the importance of public
management that promotes projects, programs and services that are in keeping with local
needs and specificity, changing the lives of the women involved, triggering women's
empowerment, making decisions and finding new opportunities to develop personally and
professionally, and to position themselves as women entrepreneurs and in the struggle for the
guarantee of their rights; developing their skills and potentials, from mutual cooperation and
knowledge acquisition.

Keywords: Public Management; Women Entrepreneurs Project; Women artisans.

1. INTRODUÇÃO

Buscou-se aqui fazer uma breve reflexão acerca da importância da gestão pública no
processo de constituição de políticas, programas e projetos sociais. As reflexões se deram a
partir do Projeto Mulheres Empreendedoras, Fazendo diferença executado no município de
Abaetetuba pela Secretaria de Administração Pública durante a gestão de 2018.
Segundo leituras bibliográficas e o contato com as mulheres do projeto “Mulheres
Empreendedoras”, a respeito do contexto da realidade, atualmente vivenciam-se algumas
mudanças estruturais e comportamentais no que se refere aos direitos humanos das mulheres,
tendo em vista novas concepções sobre a questão de gênero e diversidade cultural, que se
configura fortemente no contexto historicamente construído. Um dos aspectos a ser
considerado nesta análise é a cultura, pois se trata de populações de comunidades tradicionais,
que habitam tanto no campo quanto na cidade, que perpassam várias questões, desde a racial,
de gênero quanto a grupos étnicos.
Ao longo do tempo vários estudos e pesquisas apontam que um dos fatores que
justifique essa situação, se dá em consequência de dependerem financeiramente de seus
cônjuges. Em que historicamente as mulheres foram vítimas de maus-tratos e do "machismo"
de uma sociedade preconceituosa e discriminadora, bem como de dependência financeira, em
que as mulheres deviam viver a mercê dos seus maridos ou cônjuges, e que, portanto,
encontram-se até hoje vulneráveis, e a maioria dos casos, é por conta da ausência de renda
própria e proporcionar maior cidadania e autonomia.
Nesta pesquisa têm-se como sujeito, as mulheres artesãs integrantes do Projeto
Mulheres Empreendedoras, do Município de Abaetetuba, compondo-se de oito grupos de
produção de artesanato local, vindas das comunidades tradicionais da zona rural e urbana,
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visto que nesta região ainda é muito forte a identificação da cultura local do artesanato,
gerando uma fonte de renda para as famílias.
Metodologicamente optou-se por um estudo de abordagem qualitativa-quantitativa,
onde foi realizado o levantamento bibliográfico como aporte teórico, fez- se uso também, da
pesquisa documental, onde realizou-se informações de arquivos, projeto desenvolvido pelas
mulheres, relatórios das ações e legislações. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas
com as mulheres que fazem parte do projeto.
Para realização das entrevistas, se foi a campo, estava sendo realizada uma atividade
com as mulheres participantes do projeto, na oportunidade foram realizadas cinco entrevistas.
O objetivo das entrevistas foi de coletar dados sobre os impactos sociais para as mulheres
envolvidas no projeto, sendo um dos aspectos mencionados, a luta por políticas públicas
voltadas para as mulheres, muito escassa no município e na região, com isso cresce o índice
de violência contra a mulher em suas diversas formas, e que no contexto histórico estiveram
sempre a mercê da participação desta instância e de outros espaços.
As entrevistas foram utilizadas para subtrair dados qualitativos e dos benefícios na
vida das mulheres envolvidas nesta política pública, da equipe técnica da Secretaria de
Administração e parceiros envolvidos, como ferramenta qualitativa para a construção de
relatos e histórias de vidas, no levantamento de dados sobre a realidade regional, para análise
das conclusões e resultados.
O trabalho buscou responder alguns objetivos. Sendo o objetivo geral: realizar um
estudo da Gestão Pública da Secretaria de Administração de Abaetetuba com as mulheres
artesãs, a partir do Projeto Mulheres Empreendedoras Fazendo Diferença. E específicos:
compreender a importância do Projeto Mulheres Empreendedoras, Fazendo a Diferenças, na
vida das participantes; Traçar o perfil das mulheres integrantes do projeto; Entender a
importância da finalidade da gestão pública na garantia de direitos.
A partir do resultado da pesquisa, o artigo foi estruturado em seis tópicos, sendo o
primeiro momento trabalhou-se o desenvolvimento de uma breve reflexão a cerca da gestão
pública e as políticas para as mulheres. No segundo tópico, frisaram-se o entendimento a
cerca do Projeto Mulheres empreendedoras; e no terceiro tópico a identificação e localização
do município de Abaetetuba e suas características. No tópico quarto apresentou-se o perfil
socioeconômico das participantes do projeto. Assim como no quinto tópico apresentaram-se
as atividades desenvolvidas e os resultados. No item sexto, abordou-se o conteúdo sobre a
importância do projeto para a vida das mulheres artesãs e o papel do Assistente social na
intervenção junto ao trabalho com as mulheres e os impactos sociais.
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2. GESTÃO PÚBLICA: uma breve reflexão

Pode se disser que gestão pública é o ato e/ou atividade executado pelo Estado, através
de um gestor, ou seja, o gestor público. Sendo o gestor público o responsável por reavaliar e
implementar políticas públicas nas esferas da união, estados e municípios.
Segundo Paro (2006) apud Filho (2016), a gestão tem uma caracterização em geral
remetendo-se a duas questões fundamentais, primeiramente é importante salientar que a
gestão requer racionalidade, sendo assim, trata-se de uma tarefa humana destinada a atingir
um objetivo, por conseguinte a gestão também se faz importante na forma de como esse
recurso4 será utilizado.
Para Filho (2016), a gestão é o campo de conhecimento e prática que se dedica a
descobrir e aplicar racionalmente os elementos conceituais e materiais necessários para
potencializar a “racionalização do trabalho” e a “coordenação do esforço humano coletivo” ou
“coordenação, para atingir determinados fins. Ainda conforme Filho (2016) é a finalidade que
irá determinar de que forma o recurso será aplicado para que determinado fim seja alcançado.
Desta forma, gestar alude dizer que, é: uma ação racional voltada para definição da
finalidade a ser atingida, o gestor deve sempre estar preocupado com a análise racional das
finalidades da organização em que atua, assim como, com a adequação dos recursos ao fim
visando o emprego econômico dos mesmos.
Outra importante reflexão trazida por Filho (2016), acerca da gestão é a de que a
finalidade e o recurso são direcionados conforme a razão do gestor, ou seja, cada gestor irá
direcionar as atividades a serem executadas conforme a dimensão da sua razão e/ou
orientação teórica que tenha.
Para Netto (1999) e Braz; Teixeira (2009) defendem que gestão e organização de
serviços, programas e projetos sociais por qualquer profissionais deve esta orientado para

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Os recursos referem-se aos elementos conceituais materiais que a humanidade utiliza – seja na sua
relação com a natureza (relação homem x natureza), seja em sua inter-relação (relação homem-homem) – para
produzir os bens materiais e ideológicos necessários para a sociedade se manter e se produzir. Dessa forma, os
recursos que são utilizados, através da relação entre que o homem estabelece com a natureza e/ou com outros
homens, atingem tanto a dimensão da produção social quanto a dinâmica da reprodução social (PARO, 2006
apud FILHO, 2016).
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ampliação e aprofundamento de direitos na perspectiva de construção de uma sociedade


fundamentada na igualdade, onde as relações não sejam baseadas na exploração e/ou
dominação de classe, etnia e gênero.
Desta forma, entende-se que a finalidade da gestão encontra-se orientada por dois
víeis: orientação pelo viés destinado a manutenção da ordem de exploração e dominação e o
viés em defesa de um mundo de liberdade para todos (FILHO, 2016. p.33). Faz-se necessário
que haja dentro da gestão pública uma gestão social, posto que, políticas, programas e
projetos sociais são respostas a demandas sociais muitas vezes historicamente postas
(CARVALHO, 1999. p. 12).
Aqui buscaremos apresentar o Projeto Mulheres Empreendedoras desenvolvido pela
gestão pública da Secretária de Administração do município de Abaetetuba no ano de 2018.
Esse projeto foi realizado com mulheres artesãs da região do Baixo Tocantins.

3. GESTÃO PÚBLICA: o projeto mulheres empreendedoras, no município de Abaetetuba

Diante da necessidade de promover possibilidades e oportunidades de políticas


públicas e geração de renda para as mulheres, é que surge o Projeto "Mulheres
Empreendedoras, Fazendo a Diferença”. Este projeto foi embasado no anseio de promover um
trabalho e valorizar as mulheres do município de Abaetetuba, em que na maioria delas,
produzem e aprendem desde pequena as artes culinárias e adereços artesanais, justamente para
o sustento da própria familiar, e por esta região ser movida com a cultura local, como o
artesanato de Miriti e outras culturais populares.
Os principais desafios à implementação de políticas públicas para mulheres, estão
fundamentados na perspectiva de transformação das condições concretas que
permitam às mulheres reverter sua condição de desigualdade, principalmente no
sentido de promover propostas que possibilitem a ampliação das condições de
autonomia pessoal e auto-sustentação das mulheres de forma a favorecer o
rompimento com os tradicionais ciclos de dependência e subordinação, propiciando
sua autonomia pessoal e econômica, encarada como condição para o exercício da
cidadania (GODINHO, 2004).

Foi com este propósito que aconteceu a mobilização e articulação de várias


instituições parceiras que se juntaram para motivar as mulheres a resgatar sua autoestima, e a
serem desafiadas a buscarem novas oportunidades tanto de crescimento pessoal quanto
profissional, a partir das capacitações, encontros motivacionais; de definições de ações
conjuntas e de levantamento de dados sobre seus anseios e sonhos. Tendo a perspectiva de
ocasionar a emancipação feminina, a geração de renda e a valorização das mulheres. E
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seguido anseio impetuoso de fomentar o trabalho desenvolvido pelas mulheres artesãs e dar
visibilidade no mesmo.

2.1 Localizações do município

Abaetetuba é um município do estado do Pará, situado na região nordeste do estado,


a aproximadamente 90 km da capital de Belém, possui aproximadamente 156.292,00
habitantes, composto de 72 ilhas, É uma cidade-pólo da Região do Baixo Tocantins e a 7°
mais populosa do Estado. O município está localizado as margens do Rio Maratauíra, um
afluente do Rio Tocantins. É uma típica cidade da Amazônia. (IBGE 2018).

Mapa do Município de Abaetetuba/PA

Fonte: IBGE- Google

Segundo dados de indicadores de desenvolvimento, o IDH- Índice de


Desenvolvimento humano acima, o município de Abaetetuba, passou de 0,493 para 0,727.
Isso implica em uma taxa de crescimento de 62,69% para o município e 47% para a UF. No
ranking, Abaetetuba ocupa a 3519ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros segundo o
IDHM. Neste sentido, constata-se que o maior IDHM é 0,862, que são do município de São
Caetano do Sul e o menor é 0,418, de Melgaço.
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Índice de Desenvolvimento Humano

Fonte: PNUD/2010.

Dados de entrevista in locu relatam que a experiência do Projeto Mulheres teve


inicialmente como público mulheres que já produziam artesanato, posteriormente, forma
inseridos grupos e/ou localidades do município, a saber: Comunidades Quilombolas do Caeté,
Piratuba e Genipaúba, Comunidade do Jarumã, Vila de Beja, Feira do Produtor, Grupo
Samaúma, tanto das Ilhas quanto da estrada, zona rural e urbana.
Um importante aspecto a ser destacado no projeto, é o fato em se pensar políticas
públicas que respeite e alcance a especificidade local, trabalhando não só a questão do
artesanato uma importante atividade economia no município, como também, inserindo a
mulher e destacando seu importante papel social e econômico. Conforme análise feita a cerca
do projeto, e nas entrevistas realizadas, pode-se perceber que através da pratica
empreendedora, buscou-se resgatar nessas mulheres a cidadania enquanto sujeitas de direitos,
ao ponto que se promoviam as qualificações, visando uma melhor inserção ao mercado de
trabalho.

3.2. O surgimento do Projeto Mulheres Empreendedoras, no município de Abaetetuba.

Conforme análise de Relatórios de 2017/2018 do projeto, a consolidação do projeto


deu-se a partir do fomento da Secretaria de Administração, para a realização de cursos,
oficinas, contato com feiras, divulgação dos produtos nos meios midiáticos e impressos, foi à
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base que impulsionou a realização do trabalho com as mulheres artesãs de Abaetetuba,


envolvendo os diversos grupos e organizações em vista da busca de posicionamento no
mercado e reconhecimento produtivo das mulheres empreendedoras.
O projeto possui parceiros para sua execução, como: a Associação Comercial de
Abaetetuba (ACA), Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE),
Secretaria Municipal de Agricultura (SEMAGRI), o Conselho Municipal da Mulher, e a nível
governamental o CREAM- Centro de Referência Especializado de Atendimento a Mulher, o
qual recebe mulheres vitimas de violência e maus-tratos ou em situação vulnerável.
Segundo as coordenadoras do projeto Mulheres Empreendedoras, o projeto visou criar
uma rede de parceiros para o desenvolvimento de capacidades e habilidades que possam
proporcionar as mulheres integrantes, maior autonomia, valorização, sustentabilidade e
geração de renda, aperfeiçoando suas habilidades, para que assim possam obter maior
autonomia econômica.
Empoderamento Feminino “significa fortalecer as mulheres para que elas
tenham condições de se pronunciar e se desenvolver, de ser independentes e
exigir as mesmas oportunidades e o mesmo respeito que os homens
possuem”. (Governo do Brasil – Brasil Mulher, 2018).

É interessante destacar, que o projeto foi pensado a partir da necessidade de apoiar e


inserir no plano de metas 5, ações que visem criar alternativas para a preservação da cultura
local e do desenvolvimento do público alvo. Segundo Secretária de Administração Eliza
Silva, esta integração representa um desafio para a execução de propostas inovadoras vindo
da gestão pública municipal para minimizar as consequências da crise econômica, e trabalhar
com mulheres artesãs na perspectiva do cooperativismo, e de fomento local, tendo uma visão
empreendedora e não assistencialista, que se visualiza como uma oportunidade no
desenvolvimento econômico e fortalecimento das mulheres a partir do empreendedorismo
feminino.
Considera-se por fim esta atuação de gestão as ações da Prefeitura Municipal e da
promoção da inovação de processos, produtos, gestão e marketing, bem como quanto à
sustentabilidade social, ambiental e econômica, beneficiando os pequenos negócios, neste
caso as mulheres artesãs de Abaetetuba.
Neste sentido, a contribuição para o Município foi de produção e elaboração de
materiais ilustrativos, utilizando-se dos meios de comunicação radiofônicos, redes sociais,
sites, jornais impressos e eletrônicos, de temáticas voltadas para o exercício da cidadania. E

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É um plano estratégico das ações, projetos e serviços da Administração pública para os próximos quatro anos
de gestão municipal, feita a partir das necessidades do município com relação à execução das políticas públicas.
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através dos meios sociais e da difusão da cultura do respeito combater a violência contra as
mulheres, promovendo a luta conjunta por políticas públicas voltadas as mulheres, que no
contexto histórico estiveram sempre a mercê da participação desta instância e de outros
espaços.
Destacaram-se a consolidação do trabalho a partir de instrumentais dos resultados
alcançados. Considerando os seguintes instrumentais, observaram-se os formulários e
pesquisas sobre os resultados; freqüência exigida de 85% de aproveitamento; as reuniões
técnicas de avaliação do projeto, bem como rodas de conversa com o público alvo envolvido;
aplicação de formulário de avaliação e apresentação de resultados em gráficos, tabelas,
entrevistas. Detectou-se um aumento na geração de renda familiar; melhoria da situação das
mulheres envolvidas no projeto, resgate da autoestima e condições de vida, cooperação
solidária, e por fim a sistematização dos resultados em um subsídio demonstrativos dos
resultados alcançados.
.

4. O PERFIL DAS PARTICIPANTES

O perfil das mulheres participantes do projeto foi traçado a partir de um levantamento


iniciado no segundo semestre de 2017 e início de 2018, conforme informação contida no nos
relatórios do projeto, onde foi realizado um levantamento a partir da materialização de um
estudo socioeconômico. O estudo foi sistematizado, para melhor visualização, leitura e
possível análise do conjunto das participantes do projeto.
A sistematização do estudo socioeconômico deu-se através da elaboração de gráficos a
partir dos dados, de forma a compreender e observar a demanda e público atendido. Abaixo, a
partir da pesquisa documental, acerca do projeto Mulheres Empreendedora gestado pela
prefeitura do município de Abaetetuba através da Secretaria de Administração, no ano de
2018, buscou-se traçar o perfil das mulheres atendidas pelo Projeto.
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Gráfico 1: Faixa etária das Mulheres

Fonte: SEMAD- 2017/2018

Observa-se que a maioria das 130 mulheres cadastradas tem entre 30 a 39 anos, com
38 mulheres, considerando que somando as mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos, com 37
mulheres, obtém-se um percentual considerável, em que o público alvo se apresenta entre os
20 a 39 anos, considerando parte ou maioria jovem – somando-se tem –se um total de 75
mulheres, ou seja, no total considerável. Sendo que 23 não responderam ou não preencheram
estes dados.

Gráfico 2: Estado Civil das mulheres pesquisadas

Fonte: SEMAD-2017/2018

Constatou-se que a maioria das mulheres considera-se solteiras, num total de 63 das
pesquisadas, contra 39 que se encontram casadas, e 20 mulheres em união estável, se somado
casados e união estável temos a média de 59 mulheres que se apresentam com cônjuge. Estes
dados revelam um equilíbrio de diferentes perfis de convivência e de vida e relacionamento
conjugal, sendo este, um dado a considerar com relação a sua vivência, em que influencia
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diretamente aos resultados, devido à situação socioeconômica e o grau de dependência


financeira do seu cônjuge.

Gráfico 3: Escolaridade das mulheres

Fonte: SEMAD- 2017/2018

O gráfico 3 acima apresenta as informações acerca da escolaridade das participantes,


as informações nos revelam que a maioria está entre ensino fundamental incompleto e ensino
médio, somando-se num total de 83 mulheres, e que nestes grupos têm-se a presença de
mulheres com especialização e ensino superior num total de 16 mulheres, mas 11 mulheres
não responderam.

Gráfico 4: Moradia/ localização

Fonte: SEMAD- 2017/2018

Os dados acima apresentados pelo gráfico 4, nos informa que a maioria é residente na
zona rural do município, advindos das comunidades quilombolas, com 70 mulheres,
somando-se as especificas da zona rural (estradas), com 50 participantes, e se somarmos estes
dados tem-se um total de 120 mulheres da zona rural, e 10 mulheres da cidade. Estes dados
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são de fundamental importância para repensar propostas direcionadas ao público com sua
realidade local, para identificar suas necessidades. Visto que a região do Baixo Tocantins é
marcante a cultura do artesanato, em que sua raiz está na região das ilhas de Abaetetuba,
portanto representa uma fundamental importância para estas mulheres o resgate da cultura e
das tradições.

Gráfico 5: Situação da moradia

Fonte: SEMAD-2017/2018

Na situação habitacional, tem-se observado que a maioria mora em casa própria, no


total de 104 mulheres, 17 moram em casa cedida, ou dos pais ou com grupos de pessoas, 2
somente moram em casa alugada, mas 7 não responderam. De acordo com dados coletados,
na análise das informações dos formulários, neste sentido sentiu-se a necessidade de
realização de visitas domiciliares as casas, para uma aproximação maior entre o projeto e os
participantes, no olhar as suas realidades, não somente em grupo, mas individualmente. No
conhecimento de sua história de vida, e na presença a fim de buscar melhores resultados, no
desenvolvimento pessoal, coletivo e profissional das mulheres envolvidas no projeto
posteriormente.

Gráfico 6: Quantidades de pessoas na moradia


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Fonte: SEMAD-2017/2018

Observou-se que os dados com relação à moradia/habitação no que se refere à


quantidade de pessoas por moradia. Onde 25 mulheres responderam morar com 1 a 3 pessoas
na moradia, 5 responderam morar com 8 a 10 pessoas, 4 moram sozinhas, 2 responderam
morar com mais de 10 pessoas, 24 não responderam. Sendo assim, na maioria, 70 mulheres
responderam morar com 4 a 7 pessoas na sua residência/moradia.

Gráfico 7: Ocupação /trabalho

Fonte: SEMAD-2017/2018

O gráfico 7 fornece dados referentes à ocupação desenvolvida, a maioria 54 mulheres


trabalham na agricultura, pesca, agricultura familiar, dentre outros, por ser a maioria da zona
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rural. Destes considera-se um número de 11 mulheres, parte do funcionalismo público, 8


participantes em atividades informais, ou em casa somam-se 26 mulheres. As que dizem
trabalhar somente no lar sem remuneração somam 16 mulheres, mas que desenvolvem suas
atividades em casa, fazendo suas produções para vendas e na parte de acabamento dos
produtos artesanais. Neste caso detectamos que algumas por fazer somente o acabamento ou
finalização do produto, não se consideram artesã. Diante deste, a Secretária de Administração
com sua equipe técnica viram a necessidade de um maior entendimento de seu papel junto aos
grupos e na própria família, como membro que gera sustentabilidade e tem papel e
importância dentro das atividades desenvolvidas.

Gráfico 7: Renda mensal

Fonte: SEMAD-2017/2018

O gráfico 7 demonstra a renda a partir do levantamento socioeconômico realizado. A


interpretação do gráfico apresentado permite inferir que, que a renda das participantes
(mulheres artesãs) está em até um salário mínimo, na maioria 61 mulheres responderam em
que 14 sem nenhuma renda, 31 mais de um salário e 24 não responderam. Vemos que os que
obtêm renda até 1 salário mínimo sustentam uma casa com 3 a 7 pessoas morando, pode se ter
uma média per capta de quase R$130,00 (por pessoa).
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Gráfico 8: Participação em programa social

Fonte: SEMAD-2017/2018

O gráfico 8 apresenta a situação das mulheres em relação inserção em programa e/ou


programas sociais. Neste item das pesquisadas 69 mulheres informaram participar do
Programa Bolsa Família, e somente oito não participam de nenhum programa governamental,
considerando que 53 não informaram ou responderam. Este cenário é a realidade de muitas
famílias no município de Abaetetuba, que na maioria da população vive com a renda do
Programa Bolsa família, e que não conseguem desenvolver um plano B, para suprir suas
necessidades básicas, por isso observar os impactos sociais e econômicos que este projeto
propõe, com a valorização do artesanato local, da possibilidade de criar novas oportunidades
emprego e renda.

Gráfico 9: Organização social /cidadã

Fonte: SEMAD-2017/2018

Segundo dado acima informado, a maioria considerou sim, num total de 85 mulheres,
vale ressaltar que estes estão na maior parte ligadas aos grupos de produção e/ou comunidades
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remanescentes de quilombo, por estar na zona rural. Neste contexto 45 das mulheres não se
consideram parte do grupo e/ou não estão envolvidas diretamente em comunidades, e grupos
de produção, ou somente trabalham em casa com seus trabalhos. Percebe-se uma ausência de
participação social em movimentos de mulheres, ou em lutas por políticas públicas voltadas
aos direitos das mulheres, assim sentiu-se a necessidade de estar discutindo e aprofundando
esta temática de participação cidadã, dentre dos grupos, movimentos para fortalecer a
organização de mulheres empreendedoras do município de Abaetetuba e se fazer presente nos
espaços de discussão.

4.1 Atividades desenvolvidas com as participantes

De acordo com a análise dos documentos dentre as atividades desenvolvidas no


projeto destacaram-se os trabalhos junto a Secretaria de Agricultura do Município que busca
maior envolvimento dos ribeirinhos, pescadores, e agricultores para a geração da cultura
cooperativista. E foram inseridas nesta ideia as mulheres do projeto, neste realizaram-se dois
encontros de formação, escuta e relações humanas, que definiu o nome do Projeto “Mulheres
empreendedoras, Fazendo a diferença”, na ocasião foi feita a reinauguração do projeto com a
participação da Secretária Municipal de Administração, incluindo como prioritário no eixo de
projetos e a participação dos parceiros locais ACA- Associação Comercial de Abaetetuba, e
do Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), e do Instituto SICOOB, onde aconteceu
à apresentação do projeto, bem como frequência de participação, como referenda a
coordenadora do Projeto.
Outras atividades conforme pesquisa realizada com as mulheres in locu (entrevista),
foram à participação em eventos culturais e feiras de exposição de produtos, como a
participação na IX Fórum Internacional de Pedagogia (FIPED), onde puderam expor
artesanato local, de maneira que criaram uma maior visibilidade ao projeto.
Segundo dados dos relatórios 20172018, do Projeto Mulheres empreendedoras, em
suas ações, também se realizou a sistematização e análise dos dados coletados do perfil
socioeconômico das mulheres diretamente envolvidas no projeto, trabalho que subsidiou a nós
conhecer o perfil do público alvo do projeto. Ocorreu a primeira feira da mulher artesão em
2018. Observou-se também na leitura dos relatórios, que em encontros foram abordadas as
seguintes temáticas conforme itens abaixo:
✓ Diálogos de enfrentamento com órgãos público e privado para a construção de
programas voltados ao atendimento a mulheres;
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✓ Campanhas de sensibilização e discussão sobre a valorização da mulher e seu


mercado de trabalho, bem como valorização do trabalho das mulheres artesãs;
✓ Desenvolvimento de programa de capacitação para detectar violação contra os direitos
da mulher;
✓ Diagnóstico socioeconômico para traçar o perfil das mulheres vítimas de violência e
mobilização de parcerias com outras frentes e instituições para discussão da
violência doméstica;
✓ Formação continuada sobre empreendedorismo, empoderamento feminino e novas
oportunidades de negócios; cursos de aperfeiçoamento e de artesanato local, no
transpasse de saberes entre as artesãs e terapia de grupo.

Gráfico 10: Tempo que desenvolve o trabalho artesanal

Fonte: SEMAD-2017/2018

Conforme dados coletados do perfil socioeconômico, pode ser observado o tempo em


que desenvolve atividade produtiva, apesar de 47 não informou seu tempo de atividade, a
maioria desenvolve este trabalho há pouco tempo, ou dentro da instituição ou grupo que
participa, destes 29 até 3 anos, 16 mulheres entre 4 a 10 anos, e 21 afirmaram mais de 10
anos. Observa-se que pela faixa etária tem-se um público alvo jovem. Deste, vale ressaltar que
17 consideraram não produzir, ou seja, neste caso algumas destas mulheres por fazer somente
a fase de finalização do trabalho, não se consideram artesãs ou mesmo, não se sentem parte
deste grupo ou realizam outras atividades. Sendo assim, observou-se que é fundamental um
trabalho mais aprofundado com dados e relatórios qualitativos a cerca dos trabalhos
desenvolvidos elencados nos dados das tabelas a seguir, de forma que individualmente, no
relatório sistemático destes itens.
18

4.2. A IMPORTÂNCIA DO PROJETO PARA A VIDA DAS PARTICIPANTES

Apontaram-se alguns aspectos importantes, foram os benefícios concedidos pela


prefeitura municipal de Abaetetuba para o fomento ao projeto de produção de matéria prima,
aquisição de aporte financeiro e de locomoção para os eventos e exposições, além da parceria
com projetos sociais, do apoio das entidades da sociedade civil para a realização de suas
atividades.
Fortaleceu os grupos envolvidos e as parcerias construídas com as mulheres
empreendedoras, por gerar uma ideia consistente de economia solidária e da valorização da
cultura local do artesanato e o ecoturismo da região, ligado ao empoderamento da figura
feminina na produção familiar, pouco desenvolvido, mas que apoio a realização da feira do
agricultor, as sextas e sábados.
Em depoimento uma das mulheres participantes do projeto, a senhora V.R.S.,
esclarece que:
“O artesanato entrou na minha vida desde meus 10 anos. Tenho praticado essa
arte há muito tempo, pois é onde encontro realização, sem palavras. Pra mim é
como uma terapia, e sei que no artesanato não existe fronteiras... Sempre me
dediquei em aprender mais e mais porque sonhava em fazer parte do grupo e ser
reconhecida. Hoje dou graças a Deus, pois meu sonho está sendo reconhecido.
Sim! Hoje posso dizer com grande sorriso no rosto que sou uma mulher
empreendedora. Muito Obrigada ao apoio, a essa oportunidade que pra mim é
como uma jóia rara”.

E apesar do grande celeiro de talentos artesanais que se constituiu, foram


potencializados os recursos, com aperfeiçoamento da produção e pelos saberes buscar serem
repassados, bem como desenvolvimento do turismo pouco explorado do município, onde
possam encontrar peças e produtos, e para isso, o impacto da melhoria do saneamento básico,
principalmente nas ilhas e/ou área ribeirinhas, melhorando aspecto da qualidade de vida desta
população.
Ainda pela vasta produção de peças artesanais, pelo reconhecimento das mulheres
enquanto artesãs, e pelas outras atividades de cada curso que foram trabalhadas
especificamente por proximidade de atividade produtiva, a fim de facilitar a participação e
interação dos grupos, para um aproveitamento melhor e para futura gestão dos cooperados
e/ou grupos de produção.
Estes grupos foram responsáveis em fazer levantamento dos recursos utilizados em
suas atividades de produção, bem como custos e quantificar estes materiais. Este trabalho
facilitou o envolvimento e empoderamento dos grupos de produção, gerando maior liderança
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e responsabilidade na composição de peças e produtos, bem como o escoamento e


administração do produto ou serviços a serem oferecidos.
O relato de uma das participantes aponta como o projeto contribui para o
fortalecimento pessoal e econômico do grupo de mulheres:
A partir do momento que o grupo Samaúma começou a fazer parte do projeto
mulheres empreendedoras começamos a ter novas oportunidades. O espaço
conseguido no terminal rodoviário fez com que o grupo começasse a divulgar o
seu trabalho, que antes era muito difícil, pois só conseguia alguma renda e
encomendas quando participávamos de alguns eventos, como: Miriti Fest,
Semana da Arte, festa de conceição, entre outros. Mas para conseguirmos espaço
nesses eventos era muito difícil, muitas das vezes tínhamos até prejuízo. Apesar
de todos os transtornos (M. N.M.S. Grupo e/ou Comunidade: Samaúma)

Segundo a Secretaria de Administração, este trabalho facilitou o envolvimento e


empoderamento dos grupos de produção, gerando maior liderança e responsabilidade na
composição de peças e produtos, bem como o escoamento e administração do produto ou
serviços a serem oferecidos. E no oferecimento de atividades que visam à cultura da
cooperação entre o público alvo e no enfrentamento dos desafios, produziram-se resultados
como multimídia, vídeos, produção e elaboração de materiais audiovisuais para a difusão da
luta da violência contra a mulher e das redes sociais e site de campanhas contra a violência a
mulher.

Vivendo desafio de trabalhar em grupo, com pessoas de diferentes pensamentos e


opiniões. A alegria do aumento de vendas, contribuindo com a renda familiar. Além
dos produtos que estava o bastante tempo pronto, só fazendo volume. E o que
fortalece é estar aqui, no terminal, e a força e compreensão da família pelo tempo
ausente estão muito grata a Deus, por ter colocado a equipe do projeto mulheres
empreendedoras em meu caminho. (V.N.F./ Grupo e/ou Comunidade: Feira do
Agricultor).

Segundo a Coordenação da equipe técnica do projeto Mulheres empreendedoras, uma


das percepções foi em relação aos impactos sociais do Projeto, dentre este vale ressaltar que
com as ações de divulgação, o projeto teve uma maior visibilidade a área rural ribeirinha, e
urbana, a partir da formação das mulheres promovendo a defesa da vida e do meio ambiente,
reaproveitamento dos bens e materiais da biodiversidade amazônica. Que constituiu na visão
de mercado onde foi desenvolvida a produção local e sustentável.
Nos depoimentos citados abaixo se vê a importância do referido projeto para as
mulheres envolvidas, que se conclui uma mudança significativa na vida das mesmas.

O que mudou na minha vida foi a rotina. Vejo que mudou tudo. Agora acordo
as 05h00 como moro nas ilhas de Abaetetuba pego barco e chego as 07h00 da
manhã, e venho andando até o terminal e volto as 17h00 e chego em casa as
18h00. É cansativo, você pegar o barco às vezes enfrentando chuva e ao
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mesmo tempo o perigo dos rios, mas tá valendo a pena em termos pessoas em
nosso município que se preocupam com nós, mulheres, pois sabemos a
dificuldade de termos espaços em nossa sociedade de vez e voz. Nossa
associação vem lutando há quase 10 anos (D.C.C./ Grupo e/ou Comunidade:
Genipaúba).

Percebe-se, portanto, um empoderamento feminino surgido a partir da participação


das mulheres, com a valorização, o respeito e a autoestima elevada, e bem como, na melhoria
na qualidade de vida, o cuidado com a saúde, a acolhida entre elas geraram maior
proximidade de seus problemas e uma forte ânsia de enfrentamento da violência doméstica, e
principalmente nos próprios depoimentos das participantes, o sentido de cooperação e ajuda
mútua entre elas, surgindo um espírito de superação, solidariedade, partilha das experiências e
novas perspectivas de geração de renda, além da autonomia de não depender do conjugue, da
abertura de espaços para exporem sua produção e divulgar seus trabalhos, e principalmente da
maior valorização da sua cidadania e dignidade humana.

5. O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NA INTERVENÇÃO DO PROJETO


MULHERES EMPREENDEDORAS DE ABAETETUBA.

O profissional, assistente social teve um papel fundamental na prática do projeto em


si, respeitando suas particularidades. Foram usados os seguintes instrumentais: visitas
domiciliares e de grupos, que aconteceram como, escutas qualificadas das necessidades
psicossociais e assim conhecer a realidade das mulheres, foram realizadas entrevistas,
aplicação de formulários sobre o perfil socioeconômico para identificar a situação das
mulheres envolvidas no projeto, realizando o cadastramento das mesmas, e avaliando as ações
em conjunto com o público alvo, bem como no encaminhamento de casos das integrantes e
familiares do projeto; auxiliando em formações, na organização de capacitações, oficinas
artesanais e de aperfeiçoamento, treinamentos e gerenciamento do mesmo, encaminhando os
casos de intervenção relacionados à vida destas mulheres e de atendimento psicológico.
Atuando também no auxilio, na construção da convivência social e familiar e a
desvelar suas necessidades; contribuindo para o empoderamento feminino e na
implementação de políticas públicas voltadas as mulheres.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se este como um projeto da linha do Agente de desenvolvimento, instituída


pelo SEBRAE a nível nacional, em que o mesmo projeto foi selecionado para concorrer à
final do Prêmio Prefeito Empreendedor. A gestão pública tem o papel fundamental de
fomentar projetos de desenvolvimento local, econômico, e social, buscando parcerias de
cooperação dentro da comunidade, e com isso promover o controle social.
Por isso, dentro do plano de metas inseriu-se esta proposta construída, monitorada e
acompanhada por uma equipe técnica capacitada, composta por uma assistente social, uma
psicóloga, uma socióloga e uma pedagoga; contanto com uma pessoa responsável pelas ações
estratégicas do projeto. Neste sentido percebe-se o interesse em fazer a diferença, por isso, as
mulheres escolheram sua marca, seu nome, e as ações que definiram suas metas.
Por fim, o projeto iniciou-se com a totalidade de 130 cadastradas, no decorrer da
implementação das atividades e formações, houve uma evasão de alguns participantes, devido
à imposição do companheiro ou cônjuge e com a conquista do trabalho formal. Entretanto,
continuaram 50 mulheres, atuantes até dezembro de 2018.
No que se refere ao planejamento, está surgindo para 2019, à proposta da formação da
primeira cooperativa de Mulheres Empreendedoras de Abaetetuba, com o apoio da instituição
SESCOOP- Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo e SICOOB- Sistema de
Cooperativas de Crédito do Brasil, a fim de que possam exercer sua autonomia enquanto
instituição, sendo este um processo de aprendizado para alinhar as atividades e suas metas, e o
caminho está sendo construído com processo de escuta e atitudes inovadoras para a
cooperação, buscando novos caminhos para juntas chegarmos não somente a conquista e
valorização da cultura local, mas da garantia dos direitos humanos das mulheres, e que muito
ainda precisa ser conquistado. Todavia, o projeto Mulheres Empreendedoras está dando certo,
conquistando seu espaço e desenvolvendo as suas habilidades com novas expectativas para
seu crescimento e 2019.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Lúcia Silva Barroso, Sylvia Helena Terra; Conselho Federal de Serviço social- CFESS
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Disponível em: Acesso em: 17 de agosto. 2018.

BRAZ, M.; TEIXEIRA, J.B. O Projeto ético-político do Serviço Social. In: CFESS/ABEPSS.
Serviço Social: direito sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/BPSS, 2009.

CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Introdução a temática da gestão social. In: ÁVILA,
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______. Lei Maria da Penha: Lei nº 11.340. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para
Mulher, 2006.

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Nacional: diálogos sobre violência doméstica e de gênero: construindo políticas públicas.
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GODINHO, Tatau. Construir a igualdade combatendo a discriminação. In: GODINHO,


Tatau; SILVEIRA, Maria Lúcia da. Políticas Públicas e igualdade de gênero.São Paulo:
Coordenadoria Especial da Mulher, 2004. (Cadernos da Coordenadoria Especial da
Mulher)

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
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PLANO DE METAS DO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA, Prefeitura Municipal de


Abaetetuba- Secretaria Municipal de Administração-SEMAD, 2017-2020.
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PLANO DE AÇÃO DA SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO. Gestão 2017-2020,


Abaetetuba/PA

PROJETO MULHERES EMPREENDEDORAS DE ABAETETUBA, 2017/2018

PORTAL DO EMPREENDEDOR – EMPREENDEDOR INOVAÇÃO, GESTÃO E VALOR


AOS NEGÓCIOS. Disponível em: http://www.empreendedor.com.br. Acesso em: 16 de
agosto. 2018.

SER MULHER. Centro de estudos e ação da mulher urbana e rural. Disponível em: Acesso
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SOUZA Filho, Rodrigo de. Gestão democrática e serviço social: princípios e propostas para a
intervenção crítica / Rodrigo de Souza Filho, Cláudio Gurgel – São Paulo: Cortez, 2016. –
(Coleção Biblioteca básica de Serviço social; v.7)

https://eadvocacia.adv.br/os-direitos-humanos-das-mulheres-o-empoderamento-feminino-no-
meio-urbano-e-rural - Acesso em 20 de fev. 2019.

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