Você está na página 1de 5

Cidd medieval

Com a lenta queda do império Romano, e de tudo o que este implicava quanto á
organização política e instituições, o mundo ocidental foi mudando de aspecto, e as
cidades decrescem de tal maneira que muitas desaparecem por completo. A população
espalhou-se por toda a área rural, deixando de estar agrupada em grandes concentrações.

Por essa altura realizava-se o esquema ideal de implantação rural. Um dos


esquemas mais conhecidos é o chamado sistema hexagonal: por meio de uma rede de
hexágonos os vários centros ficam localizados hierarquicamente, desde a mais
elementar aldeia até á capital. Considera-se que a distância entre eles está relacionada
com o percurso que se pode fazer a pé numa viagem de ida e volta.

A cidade da época medieval só aparece em começos do século XI e desenvolve-s


nos séculos XII e XIII. Até esse momento a organização feudal e agrária da sociedade
domina completamente. O crescimento das cidades é originado principalmente pelo
desenvolvimento de grupos específicos, do tipo mercantil e artesão. O que dá lugar ao
nascimento das cidades medievais e que, é o fundamento da sociedade em geral, é o
comércio e a indústria, que começam a despontar passado o ano mil.

Com o desenvolvimento do comércio, nos sec. XI e XII, vai constituindo-se uma


sociedade burguesa que é composta não só por mercadores viajantes, mas também por
outra fixada permanentemente nos centros onde o tráfico se desenvolve: portos, cidades
de passagem, mercados importantes. Estabelecem-se nestas cidades pessoas que
exercem todos os ofícios requeridos pelo desenvolvimento de negócio: armadores de
barcos, fabricantes de aparelhos de velejar, de barris, de embalagens diversas.

Foram fundadas comunidades, devido á necessidade rapidamente sentida pelos


burgueses de um sistema de contribuições voluntárias para fazer face às obras comunais
mais urgentes, fundamentalmente a construção da muralha da cidade. Esta contribuição
adquiriu rapidamente carácter obrigatório e que não se submetia a esta contribuição era
expulso da cidade e perdia os seus direitos. Era um agrupamento com personalidade
jurídica própria e independente.

A cidade medieval não era uma cidade aristocrática no que se deferência


fundamentalmente da cidade antiga, visto que esta ultima era ao mesmo tempo sede de
nobreza, tendo surgido precisamente como tal. Em contrapartida, a cidade europeia
ocidental da idade média vê-se a si própria como cidade antinobiliária, como sede do
terceiro estado.

A cidade medieval também é altamente característica no que diz respeito ao seu aspecto
físico. Por necessidade de defesa fica geralmente situada em locais de difícil acesso,
procurando principalmente as confluências ou sinuosidades, de modo a utilizar os leitos
fluviais como obstáculos para o inimigo.

O facto de ter, muitas vezes, que se adaptar a uma topografia irregular condicionou a
fisionomia especial e o pitoresco da cidade medieval. O traçado das ruas tinha de
resolver as dificuldades da localização, o que fazia com que elas fossem irregulares.
O perímetro das cidades costumava ser sensivelmente circular ou elíptico, eram mais
económico e de mais fácil defesa. O centro da cidade era sempre ocupado pela catedral
ou templo, pelo que a cidade adquiriu uma importância espiritual de primeira ordem. A
mesma praça onde se encontrava a catedral servia habitualmente também para as
necessidades de mercado, e era nela que erguiam os edifícios mais característicos da
organização da cidade.

A variedade de esquemas planimétricos das cidades medievais e inesgotável, pela


simples razão de não ter havido ideias prévias e de todas terem surgido segundo um
crescimento natural e orgânico.

Luigi Piccinato definiu os tipos fundamentais da seguinte maneira: cidades lineares, são
as cidades construídas ao longo de um caminho; cidades em cruz, nestas, em vez de rua
geratriz e suas paralelas, á duas ruas básicas que se atravessam perpendicularmente uma
á outra; cidades em esquadria, que não são muito diferentes da anterior; nuclear,
pertence mais ou menos a este tipo a grade maioria das cidades, medievais, formadas
em torno de um ou mais pontos dominantes; binuclear; espinha de peixe, uma rua
principal de onde saem outras secundárias, paralelas entre si mas obliquas em relação á
principal; acrópolis; radioconcêntricas, que são muito usadas no ocidente medieval.

Quanto á morfologia haverá maior clareza se reduzirmos tudo aos três tipos
fundamentais que abarcam todas as variantes e diversidades. Estes três tipos
fundamentais são o irregular, radioconcêntrico e o regular.
Arq romanica

A Europa atravessa uma fase difícil: invasões diversas assolam seu território em
todas as direções. Essa instabilidade colabora para a propagação da crença de que o
mundo acabaria no ano mil. Os homens vivem aterrorizados com a perspectiva do
juízo final pregado pela Igreja, temem o caos.

O cristianismo cuja fé levada pelas convenções em massa, se impôs como


elemento aglutinador de uma Europa dividida e decadente. A acção da Igreja crista
durante toda a alta idade media ultrapassou as obrigações religiosas, pastorais e
doutrinais, que teve um papel civilizacional.

O medo do Juizo Final movimentou os fieis nas peregrinações a lugares santos.


Mosteiros e igrejas adquiriram mais importância quando tinham relíquias de santos,
tornando-se em lugares de peregrinação.

O feudalismo era a nova ordem da sociedade. Até esse momento, a arquitetura


não diferenciava formalmente palácios de igrejas, e os beneditinos foram os primeiros a
propor em suas construções as formas originais do românico. Surge assim uma
arquitetura abobadada, de paredes sólidas e delicadas colunas terminadas em
capitéis cúbicos.

Uma abobada não é mais que um conjunto de sucessivos arcos: uma superfície
curva que recebe toda a carga na sua parte mais alta e transmite à sua parte mais baixa.
As abobadas usadas no período românico são de vários tipos. A abobada de berço é
muito espalhada e é a mais simples de todas. Mas a típica abobada românica é a
chamada de arestas, já conhecida dos romanos ela provem da intersecção em ângulo
recto das abobadas de berço. Daí resulta um vão quadrado, com quatro arcos
semicirculares aos lados e dois arcos elipticos ao longo das diagonais. A grande
vantagem da abobada de estas é q pode ser construída em todas as direcções.
Da união da abobada de arestas com o seu suporte nasce outro grande conceito
desta arquitectura, o tramo. Este é composto por uma abobada de cruzaria apoiada em
pilares cruciformes.
Sendo esta a mais típica e requintada expressão da arquitectura românica tem
dois significados, um estrutural e outro estético. Do ponto de vista estrutural era o
nascer da concepção da arquitectura como esqueleto de sustentação. Do ponto de vista
estético o tramo era considerado como o modulo da construção românica.

A Igreja é o único edifício onde se reúne a população, e parte importante da


vida social se desenrola no seu interior. Foi nas igrejas que o estilo românico se
desenvolveu em toda a sua plenitude.

As Igrejas românicas são caracterizadas pela sua força e solidez. A sua planta
deriva da basílica latina. A nave principal é cortada pelo transepto, o que lhe dá a forma
de cruz. As naves laterais permitiam que muitos peregrinos circulassem sem interromper
as celebrações dos rituais. Nas absides, pequenas capelas semi-circulares que arrematam
as naves, encontravam-se as imagens sagradas, e as valiosas relíquias eram encerradas
na cripta, sob o altar principal. Entre o altar principal e as absides situa-se o coro, e tem-
se acesso a essas capelas por uma passagem em semicírculo, o deambulatório.
Sendo que as naves são cobertas com abobadas, a pressão das abobadas laterais
na direcção tende a contrabalançar a das abobadas centrais na direcção do exterior.
Dado q as abobadas não são iguais a pressão é reduzida, e poderá ser absorvida por uma
serie de contrafortes adoçados as paredes laterais ou por um moderado espaçamento de
parede. Este sistema é utilizado em muitas igrejas da época.

Um dos sistemas utilizados, a q chamam normando, é o organismo típico da


igreja românica, cuja serie de funções e formas correlacionadas o tornam num
verdadeiro estilo. Estilo esse que não se limita a elaboração de esquemas construtivos,
mas a estes acrescenta uma boa serie de elementos decorativos.
O elemento decorativo para alem de funcional e uma das componentes mais
importantes na arquitectura românica é o arco, quase sempre de volta perfeita. Muitas
vezes o arco é ainda acompanhado por uma moldura que lhe realça o perfil. Tal
moldura é ainda, ou então de pedra e tijolo, e dai surge uma bicromia, isto é, um jogo
de claro escuro que é um dos mais pitorescos e frequentes elementos decorativos nesta
época.
Outro elemento decorativo usual é a rosácea: uma grand abertura circular,
preenchida de vitrais, que surge como principal ornamento de fachada e que tem as
funções de uma ampla janela.

A fachada é simples. Sobre a porta central está o óculo, abertura circular para
iluminação e ventilação do interior. O resultado final é sempre um conjunto imponente
de interiores sombrios. O estilo românico sintetiza a alma dos homens que o criaram.
Por um lado, reflete o medo que dominava as populações da Europa ocidental; por
outro, exprime o profundo sentimento religioso que marcou o período. À medida que o
tempo passava e o poderio da Igreja aumentava, as construções foram se tornando mais
e mais requintadas. O luxo da Abadia e dos inúmeros mosteiros chegou a tal ponto que
motivou protestos dentro da própria Igreja.
Cdd medieval A Europa atravessa uma fase difícil: invasões
diversas assolam seu território em todas as direções. Essa
instabilidade colabora para a propagação da crença de
que o mundo acabaria no ano mil. Os homens vivem
aterrorizados com a perspectiva do juízo final pregado
Com a lenta queda do império Romano, pela Igreja, temem o caos.
e de tudo o que este implicava quanto á organização
política e instituições, o mundo ocidental foi mudando
de aspecto, e as cidades decrescem de tal maneira que O cristianismo cuja fé levada pelas convenções em massa, se
muitas desaparecem por completo. A população impôs como elemento aglutinador de uma Europa dividida e
espalhou-se por toda a área rural, deixando de estar decadente. A acção da Igreja crista durante toda a alta idade
agrupada em grandes concentrações. media ultrapassou as obrigações religiosas, pastorais e
Por essa altura realizava-se o esquema doutrinais, que teve um papel
ideal de implantação rural. Um dos esquemas mais civilizacional.________________O medo do Juizo Final
conhecidos é o chamado sistema hexagonal: por meio movimentou os fieis nas peregrinações a lugares santos.
de uma rede de hexágonos os vários centros ficam Mosteiros e igrejas adquiriram mais importância quando
localizados hierarquicamente, desde a mais elementar tinham relíquias de santos, tornando-se em lugares de
aldeia até á capital. Considera-se que a distância entre peregrinação.
eles está relacionada com o percurso que se pode fazer
a pé numa viagem de ida e volta.
A cidade da época medieval só aparece O feudalismo era a nova ordem da sociedade. Até esse
em começos do século XI e desenvolve-s nos séculos momento, a arquitetura não diferenciava formalmente palácios
XII e XIII. Até esse momento a organização feudal e de igrejas, e os beneditinos foram os primeiros a propor em
agrária da sociedade domina completamente. O suas construções as formas originais do românico. Surge
crescimento das cidades é originado principalmente assim uma arquitetura abobadada, de paredes sólidas e
pelo desenvolvimento de grupos específicos, do tipo delicadas colunas terminadas em capitéis cúbicos.
mercantil e artesão. O que dá lugar ao nascimento das
cidades medievais e que, é o fundamento da sociedade
em geral, é o comércio e a indústria, que começam a Uma abobada não é mais que um conjunto de sucessivos
despontar passado o ano mil. arcos: uma superfície curva que recebe toda a carga na sua
Com o desenvolvimento do comércio, parte mais alta e transmite à sua parte mais baixa. As
nos sec. XI e XII, vai constituindo-se uma sociedade abobadas usadas no período românico são de vários tipos. A
burguesa que é composta não só por mercadores abobada de berço é muito espalhada e é a mais simples de
viajantes, mas também por outra fixada todas. Mas a típica abobada românica é a chamada de arestas,
permanentemente nos centros onde o tráfico se já conhecida dos romanos ela provem da intersecção em
desenvolve: portos, cidades de passagem, mercados ângulo recto das abobadas de berço. Daí resulta um vão
importantes. Estabelecem-se nestas cidades pessoas quadrado, com quatro arcos semicirculares aos lados e dois
que exercem todos os ofícios requeridos pelo arcos elipticos ao longo das diagonais. A grande vantagem da
desenvolvimento de negócio: armadores de barcos, abobada de estas é q pode ser construída em todas as
fabricantes de aparelhos de velejar, de barris, de direcções.
embalagens diversas. Da união da abobada de arestas com o seu
suporte nasce outro grande conceito desta arquitectura, o
Foram fundadas comunidades, devido á necessidade tramo. Este é composto por uma abobada de cruzaria apoiada
rapidamente sentida pelos burgueses de um sistema de em pilares cruciformes.
contribuições voluntárias para fazer face às obras Sendo esta a mais típica e requintada expressão
comunais mais urgentes, fundamentalmente a da arquitectura românica tem dois significados, um estrutural
construção da muralha da cidade. Esta contribuição e outro estético. Do ponto de vista estrutural era o nascer da
adquiriu rapidamente carácter obrigatório e que não se concepção da arquitectura como esqueleto de sustentação. Do
submetia a esta contribuição era expulso da cidade e ponto de vista estético o tramo era considerado como o
perdia os seus direitos. Era um agrupamento com modulo da construção românica.
personalidade jurídica própria e independente.

A cidade medieval não era uma cidade aristocrática no A Igreja é o único edifício onde se reúne a população, e
que se deferência fundamentalmente da cidade antiga, parte importante da vida social se desenrola no seu
visto que esta ultima era ao mesmo tempo sede de interior. Foi nas igrejas que o estilo românico se desenvolveu
nobreza, tendo surgido precisamente como tal. Em em toda a sua plenitude.
contrapartida, a cidade europeia ocidental da idade
média vê-se a si própria como cidade antinobiliária,
como sede do terceiro estado. As Igrejas românicas são caracterizadas pela sua força e
solidez. A sua planta deriva da basílica latina. A nave principal
A cidade medieval também é altamente característica é cortada pelo transepto, o que lhe dá a forma de cruz. As
no que diz respeito ao seu aspecto físico. Por naves laterais permitiam que muitos peregrinos circulassem
necessidade de defesa fica geralmente situada em sem interromper as celebrações dos rituais. Nas absides,
locais de difícil acesso, procurando principalmente as pequenas capelas semi-circulares que arrematam as naves,
confluências ou sinuosidades, de modo a utilizar os encontravam-se as imagens sagradas, e as valiosas relíquias
leitos fluviais como obstáculos para o inimigo. eram encerradas na cripta, sob o altar principal. Entre o altar
principal e as absides situa-se o coro, e tem-se acesso a essas
O facto de ter, muitas vezes, que se adaptar a uma capelas por uma passagem em semicírculo, o deambulatório.
topografia irregular condicionou a fisionomia especial
e o pitoresco da cidade medieval. O traçado das ruas
tinha de resolver as dificuldades da localização, o que Sendo que as naves são cobertas com abobadas,
fazia com que elas fossem irregulares. a pressão das abobadas laterais na direcção tende a
O perímetro das cidades costumava ser sensivelmente contrabalançar a das abobadas centrais na direcção do
circular ou elíptico, eram mais económico e de mais exterior. Dado q as abobadas não são iguais a pressão é
fácil defesa. O centro da cidade era sempre ocupado reduzida, e poderá ser absorvida por uma serie de contrafortes
pela catedral ou templo, pelo que a cidade adquiriu adoçados as paredes laterais ou por um moderado
uma importância espiritual de primeira ordem. A espaçamento de parede. Este sistema é utilizado em muitas
mesma praça onde se encontrava a catedral servia igrejas da época.
habitualmente também para as necessidades de
mercado, e era nela que erguiam os edifícios mais
característicos da organização da cidade. Um dos sistemas utilizados, a q chamam normando, é o
organismo típico da igreja românica, cuja serie de funções e
A variedade de esquemas planimétricos das cidades formas correlacionadas o tornam num verdadeiro estilo. Estilo
medievais e inesgotável, pela simples razão de não ter esse que não se limita a elaboração de esquemas construtivos,
havido ideias prévias e de todas terem surgido segundo mas a estes acrescenta uma boa serie de elementos
um crescimento natural e orgânico. decorativos.
O elemento decorativo para alem de funcional
Luigi Piccinato definiu os tipos fundamentais da e uma das componentes mais importantes na arquitectura
seguinte maneira: cidades lineares, são as cidades românica é o arco, quase sempre de volta perfeita. Muitas
construídas ao longo de um caminho; cidades em cruz, vezes o arco é ainda acompanhado por uma moldura que lhe
nestas, em vez de rua geratriz e suas paralelas, á duas realça o perfil. Tal moldura é ainda, ou então de pedra e
ruas básicas que se atravessam perpendicularmente tijolo, e dai surge uma bicromia, isto é, um jogo de claro
uma á outra; cidades em esquadria, que não são muito escuro que é um dos mais pitorescos e frequentes elementos
diferentes da anterior; nuclear, pertence mais ou menos decorativos nesta época.
a este tipo a grade maioria das cidades, medievais, Outro elemento decorativo usual é a rosácea:
formadas em torno de um ou mais pontos dominantes; uma grand abertura circular, preenchida de vitrais, que surge
binuclear; espinha de peixe, uma rua principal de onde como principal ornamento de fachada e que tem as funções de
saem outras secundárias, paralelas entre si mas uma ampla janela.
obliquas em relação á principal; acrópolis;
radioconcêntricas, que são muito usadas no ocidente
medieval. A fachada é simples. Sobre a porta central está o óculo,
abertura circular para iluminação e ventilação do interior. O
Quanto á morfologia haverá maior clareza se resultado final é sempre um conjunto imponente de interiores
reduzirmos tudo aos três tipos fundamentais que sombrios. O estilo românico sintetiza a alma dos homens que
abarcam todas as variantes e diversidades. Estes três o criaram. Por um lado, reflete o medo que dominava as
tipos fundamentais são o irregular, radioconcêntrico e populações da Europa ocidental; por outro, exprime o
o regular. profundo sentimento religioso que marcou o período. À
medida que o tempo passava e o poderio da Igreja aumentava,
as construções foram se tornando mais e mais requintadas. O
luxo da Abadia e dos inúmeros mosteiros chegou a tal ponto
que motivou protestos dentro da própria Igreja.

Você também pode gostar