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Unidade II

RELAÇÕES CIÊNCIAS,
TECNOLOGIA E SOCIEDADE

Prof. Bruno César


Conhecimento pós-moderno

 Em todas as épocas da civilização (Antiguidade à


Modernidade), na arte, na ciência e na tecnologia, tem como
base a natureza enciclopédica.

 Início da Europa moderna: distinção entre conhecimento


teórico e prático (filósofos – scientia X empírico – ars).

 Outra distinção: conhecimento público e privado, ou seja,


informação restrita a um grupo particular da elite.
O conhecimento privado consistia nos segredos
do Estado e da natureza.
Conhecimento pós-moderno

 Reforma: Lutero e demais afirmavam que o conhecimento


deveria ser dividido com os leigos.

 Conhecimento público cresce com o surgimento da imprensa.


Contudo, questiona-se até que ponto a curiosidade intelectual
era legítima ou não passava de uma vaidade ou pecado.

 Conhecimento masculino (esfera pública e superior) X


conhecimento feminino (piedade e domínio doméstico).

 Árvore do saber: troncos e fragmentos de saberes.


Conhecimento pós-moderno

 Sistema é um conceito mais abstrato e complexo que a árvore,


presente no século XV em diante, englobando três
subdivisões:
 Currículo: (século XVI) considerado um movimento
disciplinador nas escolas e nas universidades, assim
como nas igrejas.
 Biblioteca: os livros reproduziam o currículo da
universidade, sustentando o sistema tradicional de
disciplinas (artes, teologia, direito e medicina).
 Enciclopédia: significa “círculo do aprendizado”,
aplicado a certos livros organizados da mesma
maneira que o sistema educacional.
Conhecimento pós-moderno

 (Convento de Arrábida – Portugal, 1994): Congresso de


Transdisciplinaridade, abordando o crescimento exponencial
do saber, a autodestruição material e espiritual de nossa
espécie, desigualdades crescentes etc.

 A visão transdisciplinar ultrapassa o campo das ciências


exatas, dialogando com a arte, a literatura, a poesia e a
experiência espiritual.

 A transdisciplinaridade não é religião, filosofia, metafísica ou


ciência das ciências. É o papel da intuição, da imaginação, da
sensibilidade.
Conhecimento pós-moderno

 Carta da Transdisciplinaridade: há um aspecto político nos


temas transversais, principalmente em educação. Há dois
objetivos centrais da educação: instrução e formação ética.

 A instrução trata dos conhecimentos construídos


historicamente pela humanidade e que cada cultura decide
transmitir às futuras gerações.

 A formação ética proporciona ao cidadão a faculdade de


exercer e participar efetivamente da vida política e da vida
pública da sociedade, de forma crítica e autônoma.
Ciência e seus paradigmas

 A ciência é um fenômeno social, oposto a um natural, ou seja,


é fruto da cultura. Isso implica dizer que é oposta a
fenômenos naturais.

 A instrução trata dos conhecimentos construídos


historicamente pela humanidade e que cada cultura decide
transmitir às futuras gerações.

 Os estudos e seus resultados estão em constante mudança.


O conhecimento é permanentemente construído. Não há
teorias, métodos e generalizações fixas.
Ciência e seus paradigmas

 O discurso científico da pesquisa tem sua origem em um


“não saber” verificado no paradigma vigente.

 Esse “não saber” é relativo a uma suspeita de que um


problema já resolvido não apresenta mais resolução
satisfatória ou de que existe um problema novo a ser
resolvido.

 No primeiro caso, a nova resolução para um problema já


resolvido é procurada por outros investigadores. No segundo
caso, o cientista recorre a teorias e métodos vigentes em
busca de solução.
Ciência e seus paradigmas

Nesse contexto, segundo Silveira (2012), o cientista é aquele


capaz de:
 Suspeitar do saber pré-construído e saber questioná-lo, uma
vez que esse saber tornou-se constitucionalizado em um
contexto social e histórico.

 Apresentar alternativas durante a vigência de um paradigma


para possibilitar o surgimento de outro de forma a apresentar
soluções novas.

 Observar novos fatos e buscar descrevê-los ou explicá-los


para melhor compreensão de sua realidade.
Ciência e seus paradigmas

 No ponto de vista de Khun (CORACINI, 1991), a ciência evolui


nos períodos de crise, que precedem as chamadas revoluções
científicas, que provocam o aparecimento de novas teorias.

 Tais períodos críticos se caracterizam pela proliferação de


versões teóricas ou de paradigmas concorrentes, a fim de
criar uma alternativa mais adequada.
Ciência e seus paradigmas
Ciência e seus paradigmas

A adesão, a complementaridade e a oposição ao paradigma


vigente implicam argumentação, para convencer ou persuadir o
outro. Neste caso, intensifica-se a investigação que leva a três
consequências:

 o paradigma em vigor consegue, de modo satisfatório,


resolver as anomalias e tudo volta ao normal;
Ciência e seus paradigmas

A adesão, a complementaridade e a oposição ao paradigma


vigente implicam argumentação, para convencer ou persuadir o
outro. Neste caso, intensifica-se a investigação que leva a três
consequências:

 as anomalias são abandonadas, provisoriamente, pela


comunidade científica, que não consegue resolvê-las naquele
momento;

 o paradigma anterior é questionado e, na busca da resolução


das anomalias, substitui-se o antigo por um novo paradigma,
caracterizando uma revolução científica.
Interatividade

Das afirmativas, segundo Silveira (2012), qual delas não está


ligada ao cientista?
a) Suspeitar do saber pré-construído e saber questioná-lo, uma
vez que esse saber tornou-se constitucionalizado em um
contexto social e histórico.
b) Apresentar alternativas durante a vigência de um paradigma
para possibilitar o surgimento de outro de forma a apresentar
soluções novas.
c) Observar novos fatos e buscar descrevê-los ou explicá-los
para melhor compreensão de sua realidade.
d) Julgar o saber construído e o saber novo, chegando a uma
nova conclusão.
e) Repetir a vigência de paradigmas, sem questionar
a realidade.
Paradigmas da ciência

 Na história da ciência, nos últimos séculos, encontram-se dois


grandes paradigmas. Santos (2001) diz que vivemos uma fase
de transição entre dois paradigmas: uma ciência vigente,
calcada em bases epistemológicas que se remetem ao século
XVI, e uma emergente, prenunciada na metade do século XX.

 Ex.: A Linguística, fundada em 1916, é fruto da ciência


vigente desde o século XVI. Seu primeiro paradigma é o
Estruturalismo, que foi refutado e teve lacunas apontadas
por cientistas.
Paradigmas da ciência

 A ciência vigente vem moldando a sociedade científica e


educacional desde o século XVI, quando as descobertas e as
ideias revolucionárias emergem contra a filosofia aristotélica e
o dogmatismo medieval.

 No combate à autoridade religiosa, os cientistas adotam a


observação e a experiência como método, colocando-as
acima da religião, produzindo resultados espantosos nos
séculos subsequentes.

 Assim, nos séculos XVII e XVIII, intensificam-se as pesquisas


nas áreas de exatas e biológicas.
Paradigmas da ciência

 O próprio Estado passa a se interessar pela ciência e muitos


países fundam academias científicas.

 Bacon, um dos eruditos dessas academias, The Royal Society,


propõe uma ciência experimental, cujos procedimentos são
coleta, classificação e catalogação de dados referentes a cada
assunto pesquisado, para que sejam identificadas as
características e a natureza do fenômeno estudado.
Paradigmas da ciência

 O Positivismo caracteriza-se por quatro princípios: do


indivíduo, da substância, do evolucionismo e do naturalismo.
 Indivíduos são os casos particulares que constroem as
generalizações.
 Substância releva os fatos estudados como substância
material, sem consideração à sua função.
 Evolucionismo leva em conta o próprio fato estudado e sua
evolução.
 Naturalismo busca leis que regulam os fatos, estabelecer-lhes
normas gerais e prever o seu desenvolvimento.
Paradigmas da ciência

 Para Morin (2002), a ciência vigente obedece ao princípio de


redução, que limita o conhecimento do todo ao conhecimento
de suas partes.

 O autor é contra a inteligência parcelada, compartimentada,


mecanicista, disjuntiva e reducionista, fruto dessa ciência que
rompe o complexo do mundo em fragmentos disjuntivos,
fraciona os problemas, separa o que está unido, torna
unidimensional o multidimensional.
Paradigmas da ciência

 Vários fatores e criações levam a outros paradigmas


científicos, formadores de uma ciência emergente.
 Dois princípios surgem: a Teoria da Relatividade (Einstein –
1905) e o Princípio da Incerteza (Heisenberg – 1927).
 Entramos na era da pós-modernidade, ainda não
compreendida, com grandes repercussões nas nossas vidas:
pessoal, de consumo, científica etc., como bem elucida
Bauman (2005).
 Um deles é o rompimento dos estudos científicos com as
dicotomias.
Paradigmas da ciência

 O século XX revela a perda do futuro. Para Morin (2002, p. 81),


“o futuro chama-se incerteza”, já que se torna um tempo
incerto, aberto e imprevisível.

 A civilização adquire muitas certezas pela ciência, mas


igualmente se depara com inúmeras zonas de incerteza,
que precisam ser enfrentadas.

 Morin propõe o princípio de estratégias, por intermédio das


quais elaboramos as nossas ações para o enfrentamento das
(in)certezas e (im)probabilidades.
Conhecimento científico e os gêneros textuais

 Faz parte do papel social do cientista comunicar suas


pesquisas. O cientista pode publicar em forma de artigo
científico, dissertação, tese, em forma de capítulo de livro, em
livro, em comunicação em congresso, em forma de palestra,
em resenhas, ensaios.

 Independente da forma, o público-leitor é o especialista na


área do cientista: alunos de graduação e de pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado), professores (do ensino
básico e do Ensino Superior), especialistas vinculados a
diversas instituições e empresas.
Conhecimento científico e os gêneros textuais

 Assim, o conhecimento científico precisa ser socializado e é


na e pela comunidade científica.

 Os resultados de uma pesquisa são comunicados em forma,


por exemplo, de artigo científico, cuja finalidade é divulgar
para a comunidade científica resultados mais recentes
de uma pesquisa.

 Há artigo científico de revisão, de ensaio e de pesquisa.


Conhecimento científico e os gêneros textuais

 O artigo científico de revisão causa dificuldade em ser


caracterizado, pois abrange revisão de livros, artigos de
revisão e de outras revisões com abordagem de um
assunto maior.

 Silveira (2012): a revisão é uma nova leitura do revisor de


problemas atuais ou um aspecto histórico, com objetivo de
informar ou criticar.

 As pesquisas tecnológicas que visam a descobrir novas


técnicas são objeto de revisão também.
Interatividade

Dos itens a seguir, qual deles não está presente na estrutura


composicional de um texto de revisão crítica?

a) Título.
b) Resumo.
c) Justificativa.
d) Custo financeiro governamental.
e) Objeto de revisão.
Conhecimento científico e os gêneros textuais

 Outro gênero textual científico é o ensaio. O ensaio nem


sempre é aceito para publicação em periódicos científicos,
pois dispensa o discurso da descoberta científica, de
pesquisa original ou da revisão.

 Em suas origens, o ensaio é um gênero textual que aparece


no Renascimento, com caráter pessoal e crítico como reação
ao autoritarismo medieval, já em decadência na época.

 Montaigne apresenta digressões pessoais, enquanto


Bacon tem textos longos, objetivos e formais.
Conhecimento científico e os gêneros textuais

 Essas variações do ensaio deram origem às duas grandes


tendências para a elaboração ensaística: avaliação e indagação.
O esquema textual do ensaio pode ser:
Conhecimento científico e os gêneros textuais

 O artigo científico de pesquisa, o terceiro a ser apontado, trata


dos resultados obtidos pela descoberta do próprio autor do
texto, em diálogo com o paradigma vigente, construindo um
saber novo.

 A pesquisa científica pode ser teórica, experimental e


tecnológica.

 O discurso científico da pesquisa diferencia-se do discurso


tecnológico, embora haja uma ligação entre ambos, uma vez
que um realimenta o outro.
Conhecimento científico e os gêneros textuais

 O cientista opõe-se ao paradigma vigente, desconfiando da


veracidade atribuída a um de seus resultados relativos à teoria
ou ao método.
Escalas e normas para avaliação de textos científicos

 Artigo científico, resenhas, monografias, dissertações, teses e


outros textos científicos são avaliados, aceitos ou recusados,
pela comunidade científica.

 A linguagem, a profundidade no tema, estrutura textual e


outros elementos colaboram para o afastamento e a interação
entre os resultados científicos e a sociedade geral e leiga.

 Avaliação da originalidade da pesquisa ou o tipo de


colaboração dado à comunidade científica: a clareza da
redação, a delimitação do tema, a viabilidade dos objetivos e
procedimentos metodológicos.
Escalas e normas para avaliação de textos científicos

A escala é composta por nove itens, sendo que a qualidade do


artigo é avaliada em uma escala de cinco pontos, cujo valor é
atribuído a partir do seguinte:

 excelente – todos os requisitos exigidos pelo item são


satisfeitos; nada de essencial pode ser acrescentado;
 muito bom – a maioria dos requisitos é satisfeita;
 bom – alguns requisitos são satisfeitos;
 fraco – poucos requisitos são satisfeitos;
 pobre – nenhum ou somente muito poucos requisitos são
satisfeitos.
Escalas e normas para avaliação de textos científicos

A estudiosa em textos científicos, Silveira (2012), faz um


confronto entre as normas e as orientações publicadas em
diversos periódicos e constata que:

 artigo de pesquisa pode apresentar resultados tanto de


pesquisa científica teórica, metodológica e experimental,
quanto pesquisa tecnológica;

 artigo de revisão é a revisão de saberes já publicados e precisa


apresentar uma avaliação crítica do estágio de conhecimento;
Escalas e normas para avaliação de textos científicos

A estudiosa em textos científicos, Silveira (2012), faz um


confronto entre as normas e as orientações publicadas em
diversos periódicos e constata que:

 a revisão pode ser de livros ou de temas, sempre bem


documentada e produzida por especialista da área;

 ensaio é visto como uma contribuição interpretativa original


de dados e conceitos de domínio público ou como um
comentário que oferece uma discussão e insight sobre uma
questão científica.
A divulgação científica (DC)

 A ciência, seus resultados e a comunicação dos textos


científicos são restritos à comunidade científica.

 No entanto, nas mais diversas práticas de letramento, que


envolvem textos de diferentes gêneros e semioses, os leitores
– crianças, jovens e adultos, leigos e nem tão leigos assim –
procuram informações científicas.

 Em cadernos especiais e suplementos em jornais, programas


de televisão, séries de TV, filmes, peças de teatro,
documentários, reportagens, notícias, tweets, sites...
A divulgação científica (DC)

 A maioria das informações de divulgação científica e da


tecnologia dirigida ao grande público é transmitida pelos
meios massivos de comunicação: a imprensa, o rádio, a
televisão e a internet.

 Informações científicas são espalhadas por jornalistas,


especialistas, professores, pesquisadores e outros agentes.

 Na metade do século XIX, surge a preocupação de divulgar as


descobertas da ciência ao público em geral, ou seja, a uma
população leiga excluída.
A divulgação científica (DC)

 Essa idealização se inicia no jornal L’Ami des Sciences, criado


em 1855, e estende-se a outros jornais criados especialmente
para atender a essa prática, como La Science pour Tous, La
Presse, L’Année Scientifique et Industrielle, Science Populaire
e Revue des Cours Scientifiques, entre outros.

 A base do objetivo da vulgarização científica volta-se à


filosofia positivista, que prega, ao contrário das correntes
atuais, a ciência como progresso.
A divulgação científica (DC)

 No cenário brasileiro, alguns jornais e revistas circulavam


notas ou curiosidades científicas sobre novas teorias e
descobertas ou de livros nacionais de ficção científica.

 “Ciência para o Povo” (1881) tratava de temas como saúde e


comportamento (BUNZEN; MENDONÇA, 2013).

 Essas revistas científicas brasileiras se aproximavam do


formato dos livros, mas já era possível perceber pequenas
mudanças, como o uso de ilustração e a disposição dos
textos em colunas.
A divulgação científica (DC)

 Ao contrário do que aconteceu na França, os jornalistas


brasileiros não atuavam tão diretamente nos dias atuais
para a divulgação científica.

 Eram professores, engenheiros, médicos e cientistas


nacionais e estrangeiros os responsáveis pela comunicação
dos saberes científicos.

 A partir do século XX, os meios de comunicação de massa


desempenham importante papel na divulgação de informação
científica. O rádio contribuiu para a consolidação da
divulgação com programas informativos, cursos, palestras.
A divulgação científica (DC)

 Entre os anos 1930 e 1970, no Brasil, livros, revistas e jornais


fortalecem-se como impressos importantes para a divulgação
científica, assim como a criação de novos institutos de
pesquisa e do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq),
em 1951.

 A revista “Ciência Popular”, publicada entre 1948 e 1960, foi


responsável por disseminar informações científicas para o
público em geral, constituído por assinantes e consumidores
que a compravam em bancas de jornal.
A divulgação científica (DC)

Após a década de 1970, os meios de comunicação de massa


(televisão, revistas e jornais – cadernos, seções, suplementos)
dominam o processo de (in)formar o público sobre as questões
científicas. Alguns exemplos são:
 “Ciência Hoje” (1982), “Super Interessante” (1987), “Globo
Ciência” (1991 – “Galileu”); “Scientific American”/Brasil
(2002);

 Os mais diversos programas de televisão trazem temas que


envolvem o processo de DC, tais como “Globo Ciência”
(1984), “Globo Repórter” (1973), “Fantástico” (1973) e “Bem-
Estar” (2011).
Interatividade

Dos conteúdos a seguir, qual deles não propaga o discurso


científico?

a) “Jornal Hoje”.
b) “Globo Ciência”.
c) “Super Interessante”.
d) “Bem-Estar”.
e) “Revista Galileu”.
A divulgação científica (DC)
A DC precisa ser o resultado de uma adaptação de linguagem
especializada, realizada por mediadores, em um sentido único
(especialista–mediador–público não especializado). Vogt define
uma estratégia:
A divulgação científica (DC)

 Em linhas gerais, a divulgação científica (DC) opera uma


espécie de tradução intralingual, na medida em que busca
equivalência entre o jargão científico e o jornalismo.

 O texto de vulgarização científica busca propiciar, ao leitor


leigo, o contato com o universo da ciência por meio de uma
linguagem que lhe seja familiar.

 Por outro lado, aspectos característicos do discurso científico


como: objetividade e impessoalidade da linguagem ainda se
encontram (em maior ou menor grau) presentes no discurso
de DC.
A divulgação científica (DC)

 A DC é, dessa forma, uma prática eminentemente


heterogênea, na medida em que incorpora no seu fio
discursivo tanto elementos provenientes daquele que lhe
serve de fonte – o discurso científico – quanto daquele que
pretende atingir – o discurso jornalístico.

 Os elementos linguísticos e textuais que fazem parte do texto


de DC são: definição, vocabulário técnico, objetividade,
argumentação, presença do locutor, intertexto, figuras de
linguagem, elementos articuladores.
A divulgação científica (DC)

1. Definição: permitir ao leitor leigo a obtenção de informações


sobre um tema. Um dos recursos do autor é a elaboração de
definições que expliquem os termos científicos.
 As definições seguem a estrutura: S é P, em que S é sujeito; é,
verbo ser, e P predicado.
A divulgação científica (DC)

2. Vocabulário técnico/objetividade/argumentação: O
vocabulário técnico e a objetividade marcam o caráter
científico do texto. A objetividade dá ao texto uma veracidade
que reforça a argumentação do discurso.
A divulgação científica (DC)

3. Presença do locutor: o autor de texto de DC manifesta-se por


meio de expressões linguísticas que atestam sua presença no
texto para aproximar-se do leitor e atraí-lo.

 Essas marcas expressam julgamentos, opiniões, sentimentos


e são formuladas a respeito do conteúdo temático, bem como
indicam as fontes dessas avaliações.

Torna-se indispensável, então, entender o real significado do


nosso genoma para “nós mesmos”.
A divulgação científica (DC)

4. Intertexto: como divulgador da ciência, o autor assume o


papel de um jornalista e, por isso, objetiva transmitir e
divulgar informação de uma forma atraente que interesse o
público não especializado.

 Assim, pode fazer referência(s) a outro(s) texto(s) que seja(m)


conhecido(s) pelos leitores.
A divulgação científica (DC)

5. Figuras de linguagem:

 Entre outros recursos empregados pelo autor da DC para


aproximar-se do leitor não especializado encontra-se a
comparação, como vemos no exemplo a seguir:

 Esse enfoque “genomocêntrico” é enganoso e perigoso.


Enganoso por sua simplicidade atraente. Perigoso porque,
como o cavalo de Troia, carrega em seu ventre um inimigo: o
conceito nocivo do determinismo genético.
Infográfico

 Em 2008, o Poynter Institute (apud KANNO, 2013) fez uma


pesquisa com leitores, apresentando-lhes textos sem versão
tradicional em linhas.

 Ou melhor, a pesquisa objetivou saber em que o leitor foca


quando lê textos com narrativas em apresentações
alternativas.
Infográfico

Os recursos usados para atrair o leitor são:


 Padronização: o infografista evita utilizar, por exemplo,
fotografias e desenhos de diferentes origens no mesmo
infográfico.

 Vistas inusitadas: são utilizadas imagens explicativas,


mas que também aguçam o olhar.

 A fonte das imagens: imagens são bem produzidas, com


altíssima qualidade. Adquiridas em bancos de imagens
especializados, com pequenas alterações, como cor, fundo,
aplicação de transparências, redesenho etc.
Infográfico

Os recursos usados para atrair o leitor são:


 Arranjos visuais: teorias como a da gestalt são usadas ao
desenhar o infográfico: simetria, assimetria, contraste,
equilíbrio, desequilíbrio, proximidade etc.

 Imagens recortadas: imagens que perdem seus


enquadramentos originais. Maior dinâmica visual com objetos
que “entram no texto”.

 Cores contrastantes: aposta em cores menos convencionais


foi aumentada. Paletas de cores em sintonia com tendências
de moda, arquitetura...
Infográfico

Os recursos usados para atrair o leitor são:


 Sentido de leitura a apresentação de um itinerário de leitura,
uma vez que o espaço reúne uma série de informações

 verbais e visuais.
 Padronização da área: o infográfico precisa ter todas suas
informações reunidas em um espaço facilmente reconhecível
pelo leitor.

 Tipografia: títulos, legendas e corpo do texto mantêm-se em


sintonia com o projeto gráfico do jornal, revista ou site.
Interatividade

Dos itens a seguir, qual deles não é uma evidência linguística


que compõe um texto de DC?

a) Definição.
b) Vocabulário técnico, objetividade, argumentação.
c) Presença do locutor.
d) Figuras de linguagem.
e) Elementos elencadores.
ATÉ A PRÓXIMA!

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