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UTFPR - UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA QUÍMICA

ANA CAROLINA MICHALOWSKI


BRUNA HELLEN FRANCO
KOEMA DE ALMEIDA CAVICCHIOLLI
PATRÍCIA FLORÊNCIO DE ANDRADE

ENSAIO COM ADSORÇÃO DE CORANTE DE AZUL DE METILENO

RELATÓRIO DE LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA C

APUCARANA
2019
ANA CAROLINA MICHALOWSKI
BRUNA HELLEN FRANCO
KOEMA DE ALMEIDA CAVICCHIOLLI
PATRÍCIA FLORÊNCIO DE ANDRADE

ENSAIO COM ADSORÇÃO DE CORANTE DE AZUL DE METILENO

Relatório apresentado à disciplina de


Laboratório de Engenharia Química C, do
curso de Engenharia Química, da UTFPR
câmpus Apucarana - PR, como requisito
para obtenção de nota parcial.
Orientadora: Professora Drª. Ana Maria
Ferrari.

APUCARANA
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
1.1 ISOTERMAS ......................................................................................................... 5
1.2 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS ADSORVENTES ......................................... 9
1.3 CINÉTICA DE ADSORÇÃO .................................................................................. 9
1.4 PARÂMETROS IMPORTANTES QUE AFETAM A ADSORÇÃO ....................... 10
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 11
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 12
3.1 MATERIAIS ......................................................................................................... 12
3.2 MÉTODOS .......................................................................................................... 13
3.2.1 Curva de Equilíbrio Estático ............................................................................. 13
3.2.2 Cinética de Adsorção ....................................................................................... 13
3.2.3 Curva de Equilíbrio Dinâmico ........................................................................... 14
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 15
4.1 Curva de Equilíbrio Estático ................................................................................ 15
4.2 Curva Cinética de Adsorção ................................................................................ 18
4.3 Curva de Equilíbrio Dinâmico .............................................................................. 21
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26
4

1 INTRODUÇÃO

A adsorção é uma operação de transferência de massa do tipo sólido-fluido,


na qual certo sólido tem a capacidade de concentrar em sua superfície de
determinadas substâncias existentes em soluções líquidas ou gasosas, permitindo
separá-las dos demais componentes dessa solução (GOMIDE, 1988).
Os componentes que participam do processo de adsorção são classificados
como adsorvatos e adsorventes. Os adorventes são substâncias que retém outras
substâncias. Já os adsorvatos são substâncias gasosas ou líquidas que ficam retida
na superfície do sólido adsorvente (NASCIMENTO et al, 2014). A Figura 1
esquematiza o adsorvato e o adsorvente no processo de adsorção.

FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DA ADSORÇÃO

FONTE: FRANCO et al., 2015.

A aplicação industrial da adsorção pode ser exemplificada na


desumidificação de gases, remoção da umidade da gasolina, branqueamento das
soluções de açúcar, tratamento de água (GOMIDE, 1988). Para que esses
processos ocorra pode-se aplicar a adsorção química ou a adsorção física.
Na quimissorção (também chamada de adsorção química) as moléculas
unem-se à superfície do adsorvente por ligações químicas, usualmente ligações
covalentes e tendem a se acomodar em sítios que propiciem o número de
coordenação máximo com o substrato. A distância entre a superfície do adsorvente
e o átomo mais próximo do adsorvato é menor na adsorção química do que na
adsorção física (ATKINS; PAULA, 2008).
Na fisissorção há uma interação de van der Waals entre o adsorvato e o
adsorvente. As interações de van der Waals são de longo alcance, mas fracas. No
5

processo de adsorção física não há alteração molecular nas substâncias envolvidas,


mantendo a natureza química, tornando um processo reversível (ATKINS; PAULA,
2008).
O processo de separação por adsorção são classificados em três
mecanismo. O primeiro é o mecanismo estérico, em que os poros do material
possuem diversos diâmetros para que a espécie desejada possa entrar. O segundo
é o mecanismo de equilíbrio, que têm-se habilidades dos diferentes sólidos para
acomodar diferentes espécies de adsorvatos. E por fim o mecanismo cinético, que
depende da difusividade das espécies nos poros dos adsorventes. O mecanismo
cinético é estabelecido pela taxa de remoção do adsorvato no fluido em relação ao
tempo (NASCIMENTO et al., 2014).

1.1 ISOTERMAS

As isotermas de adsorção são diagramas que mostram a variação da


concentração de equilíbrio no sólido adsorvente com a pressão parcial ou
concentração da fase líquida, em uma determinada temperatura. Ao analisar as
isotermas é possível verificar a purificação requerida, fornecer uma estimativa da
quantidade máxima de soluto que o adsorvente adsorverá, como também
informações que determinam se o adsorvente pode ser economicamente viável para
a purificação do líquido (SCHONS, 2015).
As isotermas são classificadas como linear, côncavas e convexas. A
isoterma linear que sai da origem, indica que a quantidade adsorvida é proporcional
a concentração do fluido, não indicando uma capacidade máxima de adsorção. As
isotermas côncavas são favoráveis, pois extraem quantidade relativamente altas
mesmo em baixos níveis de concentração de adsorvato no fluido. Já as isotermas
convexas possuem uma baixa capacidade de remoção em menores concentrações,
assim, são chamada de desfavoráveis. Isotermas desfavoráveis são raras, mas
muito importantes para entender o processo de regeneração, isto é, a transferência
de massa do sólido de volta para a fase fluida, quando a isoterma é favorável
(SCHONS, 2015).
6

FIGURA 2 – DIFERENTES TIPOS DE ISOTERMAS

FONTE: SCHONS, 2015.

Muitas equações de isotermas foram propostas com dois ou mais


parâmetros para interpretar as isotermas. Dentre as mais comumente utilizadas,
encontram-se as equações de Freundlich e Langmuir (SCHONS, 2015).
O modelo proposto por Freundlich relaciona a quantidade de material
adsorvida e a concentração do material na solução. O modelo considera o sólido
heterogêneo, e aplica-se uma distribuição exponencial para caracterizar os vários
tipos de sítios de adsorção que possuem diferentes energias adsortivas. O modelo é
representado pela Equação 1 a seguir:

𝑄𝑒 = 𝐾𝑓 . 𝐶𝑒 1/𝑛 (1)

Onde:
n é um parâmetro empírico;
1/n está relacionada com a intensidade de adsorção;
Kf é a constante de Freundlich (mg.g-1);
Qe é a quantidade adsorvida por grama do adsorvente (mg.g-1);
7

A constante n indica a intensidade de adsorção, já a capacidade de


adsorção é demonstrada pela constante de Freundlich. Para valores de n entre 1 e
10, sabe-se que a adsorção é favorável.
A equação na forma linearizada, torna-se:

1
𝑙𝑜𝑔𝑞𝑒 = 𝑙𝑜𝑔𝐾𝑓 + 𝑙𝑜𝑔𝐶𝑒 (2)
𝑛

O gráfico de qe versus logCe fornecerá uma inclinação de 1/n e um


intercepto logKf.
Langmuir propôs uma teoria para explicar a adsorção sobre uma superfície
uniforme, simples, infinita e não porosa. O modelo baseia-se na hipótese de
movimento das moléculas adsorvidas pela superfície do adsorvente, de modo que, à
medida que mais moléculas são adsorvidas há uma distribuição uniforme formando
uma monocamada que recobre toda a superfície (SCHONS, 2015).
Considerando que existe um número definido de sítios, e que os sítios têm
energia equivalente. A adsorção ocorre em uma monocamada e cada sítio pode
comportar apenas uma molécula adsorvida, a equação que representa a isoterma de
Languimir é dada por:

𝑄𝑚 . 𝐾𝐿. 𝐶𝑒
𝑄𝑒 = (3)
1 + 𝑄𝑚 . 𝐶𝑒

Onde:
Qm é a camada constante relacionada com a energia de adsorção (L.mg-1);
Ce é a concentração do adsorbato no equilíbrio (mg.L-1);
Qe é a quantidade adsorvida por grama do adsorvente (mg.g-1);
KL é a constante de Langmuir que dá a capacidade de adsorção teórica na
monocamada (L.g-1).
Os parâmetro de adsorção Qm e KL, podem ser determinados transformado a
equação de Langmuir para a forma linear. A equação linearizada de Langmuir é
dado por:

𝐶𝑒 1 1
= + 𝐶 (4)
𝑄𝑒 𝑄𝑚 . 𝐾𝐿 𝐾𝐿 𝑒
8

A representação gráfica de Ce/Qe em função de Ce é uma reta com


intersecção 1/(KL.Qm) e inclinação 1/KL. O parâmetro de equilíbrio RL permite prever
a forma da isoterma de adsorção, indicando se a adsorção é favorável ou
desfavorável e pode ser calculado pela equação:

1
𝑅𝐿 = (5)
1 + 𝑄𝑚 . 𝐾𝐿

A relação entre o valor de RL e a possibilidade de adsorção é dado pela


Tabela 1.

TABELA 1 – RELAÇÃO ENTRE O FATOR DE SEPARAÇÃO E O TIPO DE ISOTERMA.


Fator de separação (RL) Tipo de Isoterma
RL > 1 Desfavorável
RL = 1 Linear
0 < RL < 1 Favorável
RL = 0 Irreversível

FONTE: NASCIMENTO et.al, 2014.

A Figura 3 representa as isotermas de Freundlich e Langmuir.

FIGURA 3 – ISOTERMAS DE FREUNDLICH E LANGMUIR

FONTE: GEANKOPLIS (1998).


9

1.2 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS ADSORVENTES

Um adsorvente deve possuir uma série de características favoráveis de


seletividade, porosidade, polaridade, eficiência, resistência mecânica, perda de
carga, custo, inércia química e densidade, porém o mais importante é a área
interfacial. Os adsorvente mais utilizados na indústria e suas característica são:
a) Carvão ativo: são carvões microporosos, oriundos da madeira, casca de coco.
Possui área superficial entre 300 e 1200 m2/g e é aplicado principalmente na
adsorção de substâncias orgânicas. É utilizado no tratamento de água,
cosméticos e remédios.
b) Alumina: trata-se de um produto altamente poroso, granular ou em pó. É aplicado
na secagem de gases e líquidos, com uma área superficial de 200 a 500 m 2/g.
c) Sílica-gel: é um produto granular duro e de grande porosidade obtido por
precipitação da sílica com ácidos a partir de soluções de silicato de sódio. É
utilizado na secagem de gases, condicionamento de ar, purificação de gases e
refino de produtos destilados de petróleo.
d) Argila ativada: Após tratada a argila é moída em tamanho de 2 e 5 mm, podendo
ser empregada para branquear produtos de petróleo (GOMIDE, 1988).

1.3 CINÉTICA DE ADSORÇÃO

A cinética de adsorção é expressa como a taxa de remoção do adsorvato na


fase fluida em relação ao tempo, envolvendo a transferência de massa de um ou
mais componentes contidos em uma massa líquida externa para o interior da
partícula do adsorvente, os quais deverão migrar através dos macroporos até as
regiões mais interiores desta partícula. A cinética de adsorção pode ser conduzida
por processos como:
a) Transferência de massa externa: corresponde a transferência de moléculas da
fase líquida para a superfície externa da partícula adsorvente, via a uma camada
de fluido que envolve a partícula.
b) Difusão no poro: é ocasionada pela difusão de moléculas no fluido para o interior
dos poros.
c) Difusão na superfície: a qual corresponde à difusão das moléculas totalmente
adsorvidas ao longo da superfície do poro (NASCIMENTO et.al, 2014).
10

1.4 PARÂMETROS IMPORTANTES QUE AFETAM A ADSORÇÃO

Os principais parâmetros que afetam a adsorção são a temperatura, pH,


área superficial.
O efeito da temperatura sobre o sistema afeta a constante de velocidade de
adsorção. O aumento da temperatura pode ocasionar o aumento de energia cinética
e na mobilidade das espécies do adsorvato, e provocar um aumento na taxa de
difusão intrapartícula do adsorvato (NASCIMENTO et.al, 2014).
O pH é outro parâmetro fundamental no processo de adsorção em solução,
pois determina a carga da superfície do adsorvente e governa as interações
eletrostática entre o adsorvente e o adsorvato (NASCIMENTO et.al, 2014).
A intensidade de adsorção é proporcional à área superficial específica. Para
partículas maiores, a resistência à difusão é menor e grande parte da superfície inter
da partícula não é disponibilizada para adsorção.
11

2 OBJETIVOS

 Determinar a curva de equilíbrio estático (em processo batelada no banho


termostático) na adsorção de um soluto (corante azul de metileno), em
solução aquosa, pela superfície de um adsorvente granulado, para uma
concentração inicial do soluto e para uma temperatura distinta.
 Obter a curva cinética de adsorção para esta mesma temperatura
(isoterma).
 Determinar as condições de equilíbrio dinâmico (em processo contínuo
em uma mini coluna), para as mesmas substâncias do primeiro caso, e
mesma temperatura.
12

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

 Béqueres;
 Tubo de ensaio;
 Pipetas de 5mL e 10mL;
 Pêra;
 Banho termostático de bandeja/suporte para agitação;
 Erlenmeyers de 125 mL com tampa;
 Provetas de 10mL e 100 mL;
 Balança analítica;
 Papel toalha;
 Cronômetro;
 Espectrofotômetro;
 Cubeta de vidro;
 Centrífuga clínica e tubos para centrífuga;
 Carvão ativo (granulometria entre 14 e 20 Mesh Tyler);
 Solução de corante azul de metileno (30 ppm e250ppm);
 Água destilada;
 Módulo experimental de adsorção (Figura 4)

FIGURA 4 - MÓDULO DE ADSORÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO.

FONTE: ECO EDUCACIONAL


13

3.2 MÉTODOS

3.2.1 Curva de Equilíbrio Estático

Inicialmente, pesou-se 6 amostras de carvão ativo com o auxílio de uma


balança analítica, de aproximadamente 0,14; 0,25; 0,35; 0,5; 1,0 e 1,5g cada,
inserindo-as respectivamente em 6 erlenmeyers de 125 mL com tampa e
identificando-os.
Posteriormente, em cada erlenmeyer, foi adicionado 50 mL de solução
aquosa de azul de metileno a 0,03 g/L, utilizando uma pipeta volumétrica. Em
seguida, colocou-se as amostras nos suportes da bandeja do banho termostático, a
uma temperatura de 27ºC e ligou-se a agitação, permanecendo por 30 minutos no
banho, até atingir o equilíbrio do sistema.
Após estabelecido o equilíbrio, retirou-se uma parte de cada amostra e
inseriu-as nos tubos para centrífuga, e centrifugou-se a 2400 rpm por 15 minutos.
Para realizar a leitura no espectrofotômetro, preparou-se uma solução de
referência, diluindo-se alíquotas da solução de azul de metileno com água destilada,
até atingir concentrações de 1; 5,0; 10,0; 15,0; 20 e 30 mg/L.
Ajustou-se o espectrofotômetro para 625 nm e fez-se a leitura das soluções
de referência, utilizando a água destilada como branco, anotando-se os resultados.
Em seguida, substituíram-se as soluções de referência pelas amostras centrifugadas
e fez-se outra leitura, anotando-se novamente os resultados.

3.2.2 Cinética de Adsorção

Pesou-se em erlenmeyers, aproximadamente 1g de carvão ativo, para as oito


amostras e identificou-os. Adicionou-se em cada erlenmeyer 50 mL de solução
aquosa de azul de metileno a 0,03 g/L, com o auxílio de uma pipeta volumétrica.
Colocou-se as amostras nos suportes da bandeja do banho termostático,
ajustou-se a temperatura para 27ºC e ligou-se a agitação, permanecendo as
amostras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 por 30; 20; 15; 10; 7,5; 5; 2,5 e 1 min.,
respectivamente.
Após cada tempo, retirou-se uma parte de cada amostra e inseriu-as nos
tubos para centrífuga, em seguida, centrifugou-se cada uma a 2400 rpm por 15
14

minutos. Ajustou-se o espectrofotômetro para 625 nm e fez-se a leitura das 8


amostras, utilizando a água destilada como branco, anotou-se os resultados.

3.2.3 Curva de Equilíbrio Dinâmico

Pesou-se uma quantidade de carvão ativo granulado necessária para encher


a mini coluna de leito fixo. Colocou-se uma proveta de 500 mL ao lado da mini
coluna para coletar o volume total de solução aquosa de azul de metileno que
passou durante a operação.
Iniciou-se uma alimentação ascendente contínua de solução pela mini coluna
e regulou-se a vazão através de uma bomba peristáltica e com o auxílio das
medidas de vazão por proveta de 10 mL e cronômetro.
A partir do momento que os primeiros traços começaram a aparecer, retirou-
se, a cada 1 ou 2 minutos, amostras e realizou-se leituras das mesmas no
espectrofotômetro para acompanhar o acréscimo de coloração ao longo do tempo.
Quando a amostra apresentou uma concentração próxima à concentração da
solução de azul de metileno, interrompeu-se a alimentação e registrou-se o tempo
total decorrido e o volume total que passou pela coluna.
15

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CURVA DE EQUILÍBRIO ESTÁTICO

Inicialmente, calibrou-se o espectrofotômetro com a solução de azul de


metileno, os dados estão contidos na Tabela 2.

TABELA 2 - ABSORBÂNCIA PARA CURVA DE EQUILÍBRIO.

Concentração de azul de metileno (mg/L) Absorbância (nm)


1 0,004
5 0,057
10 0,113
15 0,167
20 0,245
30 0,412

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

Com os dados da Tabela 2, elaborou-se a curva de equilíbrio, Figura 5.

FIGURA 5 – CURVA DE EQUILÍBRIO.

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

Realizou-se a linearização da curva de equilíbrio, obtendo a Equação 6.

𝑦 = 0,0138 𝑥 − 0,0204 (6)


16

Na Tabela 3 constam os dados da massa de carvão ativo adicionado em cada


erlenmeyer.

TABELA 3– MASSA DE CARVÃO ATIVO.

Erlenmeyer Massa de carvão(g)


1 0,14
2 0,25
3 0,35
4 0,50
5 1,00
6 1,50

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

Com base na Equação 6, calculou-se as concentrações residuais de azul de


metileno de cada amostra de acordo com suas absorbâncias. Os dados são
apresentados na Tabela 4.

TABELA 4 - CONCENTRAÇÃO RESIDUAL DE AZUL DE METILENO.

Erlenmeyer Absorbância (nm) Concentração Residual (mg/L)


1 0,077 7,058
2 0,036 4,087
3 0,024 3,217
4 0,020 2,927
5 0,015 2,565
6 0,012 2,348

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

As massas de azul de metileno foram calculadas de acordo com a Equação 7.

𝑀𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝐶 ∗ 𝑉 (7)

𝑚𝑔
𝑀𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 7,058 ∗ 0,05𝐿 = 0,353 𝑚𝑔
𝐿

Para encontrar a massa adsorvida, subtraiu-se a massa inicial (1,5 mg) da


massa final de cada erlenmeyer. Os dados estão contidos na Tabela 5.
17

TABELA 5 – MASSA ADSORVIDA DE AZUL DE METILENO

Erlenmeyer Massa Final de Azul de Metileno Massa adsorvida (mg)


(mg)
1 0,353 1,147
2 0,204 1,296
3 0,161 1,339
4 0,146 1,354
5 0,128 1,372
6 0,117 1,383

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

Para se obter as constantes (Qm e kL) da isoterma de Langmuir, calculou-se a


massa adsorvida por massa de adsorvente e a concentração residual por massa
adsorvida / massa adsorvente, sendo os dados apresentados na Tabela 6.

TABELA 6 – DADOS ISOTERMA DE LANGMUIR.

Erlenmeyer MAdsorvida / MAdsorvente Conc. Res / MAdsorvida /


(mg/g) MAdsorvente (mg/g)
1 8,193 0,862
2 5,184 0,788
3 3,826 0,841
4 2,708 1,081
5 1,372 1,870
6 0,922 2,547

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

Construiu-se a Figura 6 com os dados da Tabela 6.

FIGURA 6 - AJUSTE DE LANGMUIR

3
Conc.Res/(Madsorvida/Madsorv

2.5 y = -0.2349x + 2.2006


R² = 0.3281
2
ente) (g/L)

1.5

0.5

0
0 2 4 6 8
Concentração Residual de Azul de Metileno (mg/L)

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.


18

Pode-se observar que os dados não se ajustaram a Equação de Langmuir


(Equação 8):

𝐶𝑒 1 𝐶𝑒
= + (8)
𝑄𝑒 𝑄𝑚 ∗ 𝑘𝐿 𝑘𝐿

Quando se compara a Equação ajustada da reta (Figura 6) com a Equação de


Langmuir, percebe-se que as constantes Qm e kL assumem valores negativos, não
sendo coerente com a realidade, pois esses parâmetros estão associados à
quantidade máxima e a energia de adsorção, respectivamente.
Há diversos fatores que podem ter colaborado para este resultado, como o
tempo de adsorção que pode ter sido insuficiente, uma parcela do carvão ativo pode
ter ficado na parede do erlenmeyer, problemas de leitura no espectrofotômetro e
possível erro do analista durante a realização do experimento.

4.2 CURVA CINÉTICA DE ADSORÇÃO

Por meio dos dados encontrados para a absorbância de cada amostra,


utilizou-se a Equação 6 para obter suas respectivas concentrações. Os resultados
foram dispostos na Tabela 7.

TABELA 7 - MASSA DE CARVÃO, ABSORBÂNCIA E CONCENTRAÇÃO DE CADA AMOSTRA.

Massa (g) Tempo (min) Abs (nm) C (mg/L)


1,004 30,0 0,011 2,275
1,004 20,0 0,010 2,203
1,002 15,0 0,013 2,420
1,022 10,0 0,010 2,203
1,018 7,5 0,013 2,420
1,001 5,0 0,032 3,797
1,018 2,5 0,065 6,188
1,024 1,0 0,071 6,623

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

De modo análogo, as massas finais de azul de metileno foram calculadas pela


Equação 7 e em seguida calculou-se sua massa adsorvida. Os resultados obtidos
foram dispostos na Tabela 8.
19

TABELA 8 - MASSA ADSORVIDA DE AZUL DE METILENO.

Massa final de Azul de Massa adsorvida (mg)


Tempo (min)
Metileno (mg)
30,0 0,114 1,386
20,0 0,110 1,390
15,0 0,121 1,379
10,0 0,110 1,390
7,5 0,121 1,379
5,0 0,190 1,310
2,5 0,309 1,191
1,0 0,331 1,169

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

Afim de obter a velocidade específica média de adsorção, calculou-se a


massa adsorvida por massa de adsorvente e a concentração residual por massa
adsorvida/massa de adsorvente. Os resultados foram dispostos na Tabela 9, em
seguida, construiu-se o gráfico da Figura 7.

TABELA 9 - DADOS PARA VELOCIDADE ESPECÍFICA.

Tempo (min) MAdsorvida / MAdsorvente (mg/g) Conc. Res / MAdsorvida /


MAdsorvente (mg/g)
15,0 1,376 1,758
10,0 1,360 1,620
7,5 1,355 1,787
5,0 1,309 2,901
2,5 1,170 5,291
1,0 1,141 5,802

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

FIGURA 7 – MASSA ADSORVIDA/MASSA ADSORVENTE X TEMPO.

1.450
MAdsorvida / MAdsorvente

1.400
1.350
1.300
(mg/g)

1.250
1.200
1.150
1.100
0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0
Tempo (min)

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.


20

Observa-se na Figura 7 que a adsorção atinge o equilíbrio dinâmico após 30


minutos de agitação. A divergência dos pontos apresentados, podem ser explicados
pela presença de carvão nas paredes dos erlenmeyers e também que as partículas
de carvão não possuem uma superfície totalmente homogênea.
Para calcular a velocidade específica média, encontra-se a concentração de
azul de metileno adsorvido e em seguida calcula-se dados para uma taxa de
pseudoprimeira ordem e de segunda ordem, por meio das Equações 9 e 10,
respectivamente.

ln(Ca ) = ln(Ca0 ) − k ∗ 𝑡 (9)

1 1
= + k ∗t (10)
Ca Ca0

Onde Ca e Ca0 são as concentrações finais e iniciais, t é o tempo de


adsorção e k é a velocidade específica. Os resultados estão dispostos na Tabela 10.

TABELA 10 - DADOS DE PSEUDO PRIMEIRA E SEGUNDA ORDEM PARA A TAXA DE


ADSORÇÃO.

Tempo (min) Ln(Ca) 1/Ca


15,0 -2,622 0,073
10,0 -2,610 0,074
7,5 -2,606 0,074
5,0 -2,572 0,076
2,5 -2,459 0,086
1,0 -2,435 0,088

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.


Por meio dos dados da Tabela 10 acima, obtêm-se as Figuras 8 e 9 a seguir.
21

FIGURA 8 – PSEUDO-PRIMEIRA ORDEM.

-2.400
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0
-2.450
y = -0.0214x - 2.425
Ln(Ca) -2.500 R² = 0.8796

-2.550

-2.600

-2.650
Tempo (min)

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

FIGURA 9 – PSEUDO-SEGUNDA ORDEM.

0.100

0.080

0.060
1/Ca

0.040 y = -0.0017x + 0.0883


0.020 R² = 0.8739

0.000
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0
Tempo (min)

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

De acordo com os resultados dispostos nas Figuras 8 e 9, observa-se que o


perfil de pseudo-primeira expressou de forma mais satisfatória a série de dados.
Desse modo, a velocidade específica (k) é 0,0214 min-1.

4.3 CURVA DE EQUILÍBRIO DINÂMICO

Para calcular a densidade aparente do carvão ativo fez-se a razão entre a


massa de carvão utilizada e o volume do leito considerando os espaços vazios. O
leito cilíndrico possui 30 cm de comprimento e 3 cm de diâmetro. O volume do leito
foi de 212,057 cm3. A massa de carvão do recheio foi de 58,400 g. Logo, a
densidade aparente do carvão foi de 0,277 g/cm3.
22

O diâmetro do carvão ativo utilizado possuía mesh entre 14 (1,168 mm) e 20


(0,833 mm). Realizou-se a média entre os meshs, que resultou em um diâmetro
médio das partículas de carvão de 1 mm.
De acordo com dados da literatura, a massa específica do carvão ativo é de
1,3 g/cm3. Calculou-se o volume de carvão por meio da multiplicação da massa
(recheio) pela massa específica, resultando em 75,920 cm3.
Para calcular a porosidade do leito, utilizou-se a Equação 11:

𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 − 𝑉𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜
ℇ= (11)
𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜

212,057−75,920
ℇ= 212,057
= 0,642

Na Tabela 11 estão apresentados os dados de absorbância para a adsorção,


tempos, as concentrações e as razões entre C/C0.

TABELA 11 - DADOS DE EQUILÍBRIO DINÂMICO.

Absorbância Tempo Concentração


Amostra C/C0
(nm) (min) (mg/L)
1 0,021 103 3,000 2,000
2 0,027 104 3,435 2,289
3 0,046 105 4,812 3,208
4 0,103 106 8,942 5,961
5 0,207 107 16,478 10,985
6 0,259 110 20,246 13,497
7 0,412 112 31,333 20,889
8 0,634 114 47,420 31,613
9 0,888 116 65,826 43,884
10 1,114 118 82,203 54,802
11 1,344 120 98,870 65,913
12 1,699 123 124,594 83,063
13 2,094 126 153,217 102,145
14 2,403 132 175,609 117,072
15 2,533 135 185,029 123,353
16 2,582 138 188,580 125,720

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.


23

A partir da Tabela 11, obteve-se o perfil de C/C0 variando com o tempo (Figura
10).

FIGURA 10 – PERFIL DE C/C0 EM FUNÇÃO DO TEMPO.

140

120

100

80
C/C0

60

40

20

0
100 105 110 115 120 125 130 135 140
Tempo (min)

FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, 2019.

Para fins de comparação, obteve-se na literatura, a curva de efluência em


processo de adsorção (Figura 11).

FIGURA 11 – CURVA DE EFLUÊNCIA EM PROCESSO DE ADSORÇÃO.

FONTE: GARCIA, 2014.

Observando-se as Figuras 10 e 11 percebe-se que a curva obtida


experimentalmente não está completa. Alguns pontos não seguem a tendência,
24

devido à má calibração do espectrofotômetro e também porque a solução de azul de


metileno utilizada, possivelmente, não estava com a concentração correta.
O tempo de experimento não foi suficiente para obter-se a curva de efluência
completa, logo não foi possível dimensionar uma coluna experimental. Para evitar
isto poderia preparar uma solução inicial mais concentrada ou diminuir a quantidade
de carvão utilizada para o recheio da coluna.
25

5 CONCLUSÃO

O experimento realizado não apresentou dados satisfatórios, pois não obteve


o perfil esperado na literatura. Isto pode ter ocorrido devido a não homogeneidade
da superfície do carvão ativo, a baixa concentração da solução de azul de metileno
utilizada para determinar a curva de calibração, ao tempo de adsorção, a
degradação da solução de do azul de metileno pela luz, o erro do analista e
instrumentos descalibrados.
A curva de equilíbrio estático não apresentou resultados precisos, devido ao
tempo de adsorção, o qual não foi suficiente para alcançar o equilíbrio e a massa de
carvão ativo que ficou retida nas paredes do erlenmeyer.
Na curva cinética de adsorção constatou-se que o modelo de pseudo-
primeira ordem se mostrou mais adequado, tendo que os resultados encontrados
foram aceitáveis, já que o gráfico da representação dos dados aproximou-se do
perfil dado pela literatura, atingindo-se uma velocidade específica no intervalo
esperado (0,0214 min-1).
Para o equilíbrio dinâmico notou-se uma curva incompleta, pois o tempo de
experimento foi insuficiente para se obter a curva de efluência completa, desta forma
não foi possível dimensionar a coluna de adsorção.
26

REFERÊNCIAS

ATKINS, P. W.; PAULA, J. de. Físico-Química. v. 2, 8. ed. Rio de Janeiro: LTC,


2008.

FRANCO, C. C.; CASTRO M. M.; WALTER M. E. – Estudos das cascas de banana


das variedades prata, caturra e maçã na biossorção de metais pesados
gerados pelos efluentes dos laboratórios do centro universitário de Belo
Horizonte – Exacta, 2015.
GARCIA, Carolina Gil. Montagem e operação de unidade de adsorção em leito
fixo para remoção de H2S de corrente gasosa. 2014. 121 p. Dissertação de
Mestrado (Engenharia Hidráulica e Saneamento) - Universidade de São Paulo, São
Carlos, 2014.

GOMIDE, Reynaldo , Operações Unitárias, Capítulo IV, Volume IV, 1988.


NASCIMENTO, F. R. et al. Adsorção: aspectos teóricos e aplicações
ambientais. Universidade Federal do Ceará-UFC. 2014. Ed. Imprensa Universitária.
Disponível em <
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10267/1/2014_liv_rfdnascimento.pdf>
Acesso em 26 de Março de 2019.
SCHONS, E. Fenômenos interfaciais: Adsorção, isotermas e filmes
monomoleculares. 2015. Universidade Federal de Goiás. Disponível em: Acesso
em 28 de Março de 2019.

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