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Lubrificação industrial
© SENAI-SP, 1991
Trabalho elaborado pela Divisão de Currículos e Programas e editorado pela Divisão de Material Didático
da Diretoria de Tecnologia Educacional, SENAI-SP, para o Departamento Nacional do SENAI, dentro do
Acordo de Cooperação Técnica Brasil-Alemanha para o curso de Formação de Supervisores de Primeira
Linha.
621
(CDU, IBICIT, 1976)
E-mail senai@sp.senai.br
Home page http:// www.sp.senai.br
Lubrificação industrial
Sumário
Conteúdos 5
Objetivos gerais 7
Noções básicas sobre lubrificação 9
Características dos lubrificantes 23
Aditivos 45
Graxas 57
Princípios fundamentais 77
Lubrificação de equipamentos 117
Produtos especiais 147
Planejamento da lubrificação 171
SENAI
Lubrificação industrial
SENAI
Lubrificação industrial
Conteúdos
Aditivos 2 horas
• Antioxidantes, anticorrosivos
• Antidesgaste, antiespumante
• Dispersantes, detergentes
• Extrema pressão
• Abaixadores do ponto de fluidez
• Aumentadores do I.V.
• Agentes de adesividade
SENAI 5
Lubrificação industrial
Graxas 3 horas
• Composição e características
• Aditivos
• Ensaios de caráter geral
• Ensaios especiais
Teste I 1 hora
Teste II 1 hora
Total 27 horas
6 SENAI
Lubrificação industrial
Objetivos gerais
Objetivos
Ao final deste programa o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Princípios que regem a lubrificação;
• Características e usos dos produtos lubrificantes;
• Classificação dos lubrificantes;
• Planejamento da lubrificação.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Mecanismos de formação da película lubrificante;
• Tipos de lubrificação;
• Composição e aplicação dos lubrificantes;
• Unidades usadas nos ensaios para determinação de características e
comportamento;
• Lubrificação de equipamentos específicos;
• Procedimentos para planejar, programar e controlar a lubrificação.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Identificar problemas causados por lubrificação deficiente;
• Interpretar e fazer especificações de óleos e graxas;
• Orientar aplicação e armazenagem dos lubrificantes;
• Executar o planejamento da lubrificação.
SENAI 7
Lubrificação industrial
8 SENAI
Lubrificação industrial
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Substâncias lubrificantes;
• Petróleo, sua origem e refinação;
• Atrito, suas causas e tipos;
• Tribologia e desgaste.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Óleo lubrificante e suas categorias;
• Lubrificantes não minerais;
• Atrito, seus tipos e influências;
• Desgaste e suas leis;
• Substâncias lubrificantes e seus tipos.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Identificar problemas causados por atrito;
• Orientar a aplicação das substâncias lubrificantes.
SENAI 9
Lubrificação industrial
Introdução
Substâncias lubrificantes
Lubrificantes gasosos
São usados em casos especiais, onde não é possível o emprego dos lubrificantes
convencionais.
Lubrificantes sólidos
Esses lubrificantes têm a finalidade de substituir a película fluida por uma película
sólida.
10 SENAI
Lubrificação industrial
Lubrificantes pastosos
São as graxas e as composições betuminosas.
Lubrificantes líquidos
Os líquidos são em geral preferidos como lubrificantes. Eles possuem excelente
penetração entre as partes móveis e atuam, também, como removedores de calor.
Petróleo
SENAI 11
Lubrificação industrial
Origem
No ano de 2.500 a.C., Noé calafetou sua arca com betume ou piche.
Em 1.600 a.C., a mãe de Moisés, para salvar seu filho, colocou-o numa arca untada
com piche. Os egípcios também usavam um derivado do petróleo para conservar as
múmias.
Teoria vegetal
Imensas vegetações teriam sido cobertas, ocorrendo sua decomposição e
fermentação. Após milhares de anos nesse processo, desses depósitos subterrâneos
teria surgido o petróleo.
Teoria animal
Grande quantidade de animais e plantas marinhas teriam sido soterrados por
cataclismas. Após milhares de anos em decomposição, esses depósitos subterrâneos
teriam se transformado em petróleo.
Atualmente, os geólogos aceitam um misto das duas teorias como o mais provável.
Refinação
Inicialmente, o óleo cru é levado a um reservatório para separar por gravidade a água
e a areia. Em seguida, é bombeado para a torre de destilação, passando por um forno.
Logo após, o resíduo rico (óleo) passa por outro forno e é levado à torre de vácuo.
Nessa fase, o óleo separa-se em leve, médio e pesado.
12 SENAI
Lubrificação industrial
Destilação primária
SENAI 13
Lubrificação industrial
Destilação a vácuo
14 SENAI
Lubrificação industrial
Esses óleos são chamados óleos básicos e, ainda, não servem como base para os
lubrificantes sendo necessários para tanto os seguintes tratamentos:
• Refinação por solvente;
• Desparafinização;
• Hidrogenação.
Quando a agitação pára, ocorre a separação entre óleo e solvente o qual, por ser mais
pesado que o óleo, aglutina-se no fundo do recipiente.
Desparafinização
Consiste em tirar as ceras parafínicas do óleo básico. Essas ceras provocam alta
fluidez nos óleos.
Hidrogenação
Tem o objetivo de estabilizar quimicamente os óleos, eliminando os compostos de
enxofre instáveis.
Após a hidrogenação, o óleo fica mais claro e diminui sua tendência à oxidação.
SENAI 15
Lubrificação industrial
Essas categorias apresentam propriedades peculiares que indicam os óleos para umas
aplicações e contraindica-os para outras. Portanto, não há sentido em dizer que uma
categoria é melhor que outra.
Naftênico
É obtido do petróleo rico em asfalto e praticamente não tem parafina.
Parafínico
É obtido do petróleo rico em resíduo ceroso (parafinas) e não contém asfalto.
Misto
É obtido do petróleo com resíduos asfálticos e parafínicos e não é adequado à
lubrificação.
16 SENAI
Lubrificação industrial
Óleos graxos
São óleos vegetais e animais. Têm como vantagem uma boa aderência a superfícies
metálicas. Entretanto, são caros, não resistem à oxidação (ranço) e tornam-se ácidos e
corrosivos com o uso.
Os principais óleos graxos usados atualmente são o óleo de mamona e o óleo de
baleia.
Óleos compostos
São misturas de óleos minerais com óleos graxos. A proporção de óleos graxos na
mistura varia entre 1 e 25 %.
Óleos sintéticos
São óleos obtidos em laboratório e com qualidades superiores às dos óleos minerais.
Os principais óleos sintéticos são os ésteres de silicato, o silicone e os ésteres de
poliglicol.
Ésteres de silicato
Agüentam altas temperaturas (200º C) mas, em presença de água, formam uma pasta
abrasiva.
São usados como fluidos de transferência de calor, fluidos hidráulicos para altas
temperaturas e em graxas especiais de baixa volatilidade.
Silicone
É obtido do silício e possui mínima variação da viscosidade em função de mudança de
temperatura.
Sua volatilidade é muito baixa e a resistência à oxidação é alta, porém seu custo é
muito elevado.
Ésteres de poliglicol
Esses óleos têm baixa volatilidade, boa estabilidade térmica, bom poder lubrificante e
resistem a se inflamar.
SENAI 17
Lubrificação industrial
São usados como fluidos hidráulicos especiais. Podem aparecer, também, como
compostos solúveis ou não, em água.
Atrito
Sempre que houver movimento relativo entre duas superfícies, haverá uma força
contrária a esse movimento. Essa força chama-se atrito ou resistência ao movimento.
O atrito é, em alguns casos, necessário e útil, como nos sistemas de freios. Em outros
casos, porém, é indesejável porque dificulta o movimento, gera calor e consome
energia motriz, sem produzir o correspondente trabalho.
Atrito sólido
Ocorre quando há o contato de duas superfícies sólidas entre si. O atrito sólido é
subdividido em: atrito de rolamento e atrito de deslizamento.
Atrito sólido
Atrito de rolamento
Ocorre quando o deslocamento de uma superfície se efetua através da rotação de
corpos cilíndricos, cônicos ou esféricos, colocados entre essa superfície e outra. A
oposição ao movimento, neste caso, é menor do que no atrito de deslizamento.
Atrito de deslizamento
Ocorre quando uma superfície se desloca diretamente em contato com a outra.
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Lubrificação industrial
Atrito fluido
Quando existe uma camada fluida (líquida ou gasosa) separando as superfícies em
movimento, tem-se o atrito fluido.
Causas do atrito
As superfícies sólidas, mesmo as mais polidas, apresentam asperezas e
irregularidades. Tais irregularidades originam dois fenômenos: o cisalhamento e a
adesão.
Cisalhamento
Ocorre quando picos de duas superfícies entram em contato entre si. O atrito é
provocado pela resistência à ruptura que possuem os picos.
Existem casos onde a dureza das duas superfícies é a mesma, então ocorre o
cisalhamento em ambas as partes.
SENAI 19
Lubrificação industrial
Adesão
Quando as superfícies em contato apresentam microáreas planas, ocorre uma adesão
entre essas microáreas, provocando o atrito.
Tribologia
A partir disso, o governo inglês constituiu um grupo de trabalho para estudar o assunto.
Os estudos contaram com a participação de institutos internacionais de normalização e
pesquisa.
Ao fim das pesquisas, em 1968, criou-se uma nova ciência: a tribologia. A palavra
tribologia tem sua origem na língua grega – “tríbos” (atrito).
20 SENAI
Lubrificação industrial
Desgaste
Muito embora o objetivo da lubrificação seja reduzir o atrito, pode-se considerar que
sua finalidade última seja diminuir o desgaste.
O conhecimento das leis do desgaste ajuda-nos a saber como evitá-lo e como fazer
uma lubrificação correta; são elas:
• A quantidade de desgaste é diretamente proporcional à carga;
• A quantidade de desgaste é diretamente proporcional à distância deslizante;
• A quantidade de desgaste é inversamente proporcional à dureza da superfície.
Questionário – resumo
SENAI 21
Lubrificação industrial
7 O que é tribologia?
22 SENAI
Lubrificação industrial
Características dos
lubrificantes
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Principais características dos óleos lubrificantes;
• Métodos e aparelhos usados nos ensaios que identificam as características dos
lubrificantes.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Importância das características para aplicação prática dos óleos;
• Unidades usadas nos diversos ensaios e seu uso industrial.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Interpretar especificações de óleos.
Introdução
Num laboratório, são feitos testes para avaliar as condições dos diferentes
lubrificantes, porém a palavra final virá do uso prático.
SENAI 23
Lubrificação industrial
Viscosidade
Pode-se dizer que a viscosidade é a propriedade principal dos lubrificantes, pois está
ligada com a capacidade para suportar carga, ou seja, quanto mais viscoso for o óleo,
mais carga pode suportar.
A viscosidade é conseqüência do atrito interno dos fluidos. Resulta desse fato a grande
influência da viscosidade do lubrificante na perda de potência do motor e na
intensidade do calor produzido nos mancais.
24 SENAI
Lubrificação industrial
Escalas de viscosidade
Viscosidade cinemática
É definida como a razão entre a viscosidade absoluta (VA) e a densidade, ambas à
mesma temperatura.
A unidade usada é o stoke (cm2/s). Como um stoke é muito grande para o uso
convecional, usa-se o centistoke que é a centésima parte do stoke.
SENAI 25
Lubrificação industrial
Viscosidade absoluta
É definida como a força (em dina) necessária para fazer deslocar uma superfície plana
de 1 cm2 sobre outra, do mesmo tamanho, com velocidade de 1 cm/s. Estando as duas
superfícies separadas por uma camada de fluido com 1 cm de espessura.
Sua unidade é o poise, que tem as dimensões em gramas por centímetro vezes
segundo. Também nesse caso emprega-se a centésima parte do poise: o centipoise.
26 SENAI
Lubrificação industrial
g
p=
s . cm
VA Onde: s - Stoke
s=
d
VA - Viscosidade absoluta em poise
d - Densidade em g/cm3
cm 2
s=
s
cm 2
cSt =
s . 100
mm 2
cSt =
s
Viscosidade convencional
A viscosidade convencional ou empírica é medida por meio dos seguintes
viscosímetros:
• Saybolt – usado na América do Norte;
• Redwood – usado no Reino Unido;
• Engler – usado na Europa.
SENAI 27
Lubrificação industrial
Viscosímetro de Saybolt
28 SENAI
Lubrificação industrial
Volume de
Viscosímetro Símbolo Temperaturas
óleo
segundos -
Engler o
200 ml 20º, 50º C, 100º F
graus E
Saybolt furol
É um modelo quase idêntico ao saybolt universal, possuindo apenas o orifício inferior
do tubo maior que o do universal. Destina-se a medir óleos de elevada viscosidade, tal
como os óleos combustíveis.
Graus engler
Nesse caso, o tempo gasto para o óleo escorrer é dividido pelo tempo gasto, nesse
mesmo ensaio, por um volume de água destilada igual ao volume de óleo a ser
testado.
Conversão de viscosidades
A conversão entre os vários métodos pode ser feita considerando a mesma
temperatura para os ensaios, ou considerando várias temperaturas para um único
ensaio (Tabelas: Viscosidades cinemáticas aproximadas em várias temperaturas
(baseadas num grupo representativo de óleos minerais) e Conversão de viscosidades
à mesma temperatura).
SENAI 29
Lubrificação industrial
Viscosidade (cSt)
3,03 2,95 2 - - - - - - -
30 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 31
Lubrificação industrial
Índice de viscosidade
32 SENAI
Lubrificação industrial
O método do IV foi criado em 1929 e tomou como padrões o óleo mais sensível e o
menos sensível conhecidos na época.
O mais sensível recebeu o índice 0 (IV = 0); o menos sensível recebeu índice 100 (IV =
100). Foram tomadas por padrões as viscosidades medidas às temperaturas de 100 e
210º F (37,8 e 99º C) e mais recentemente a 40 e 100º C.
Portanto, encontramos no mercado óleos com IV abaixo de zero e outros com IV acima
de 100.
Interpretação do IV
Pelo fato de as temperaturas de serviço às quais os óleos estão sujeitos serem muito
variáveis, torna-se importante conhecer o IV. Esse valor é obtido por meio do catálogo
do fornecedor.
No caso oposto, a baixas temperaturas, o óleo pode tornar-se tão viscoso que não
consiga circular; ou, ainda, pode gerar forças que dificultem a operação da máquina.
Portanto, óleos sujeitos a considerável variação de temperaturas devem ter alto IV. É o
caso dos automóveis, das máquinas-ferramentas e dos aviões.
Cor
SENAI 33
Lubrificação industrial
Existem vários aparelhos para determinar a cor dos óleos lubrificantes, são os
colorímetros. O mais usado para fins industriais e automotivos é o colorímetro Union.
Colorímetro Union
A cor é importante para os óleos brancos, pois eles têm aplicação como lubrificantes
de fibras têxteis sintéticas. Elas não podem sofrer manchas.
Densidade
34 SENAI
Lubrificação industrial
141,5
ºAPI = - 131,5
densidade a 60º F
ºAPI
10 11 12 13 14 15 20 30 40 50
3
Densidade (kg/dm )
1,000 0,993 0,986 0,979 0,972 0,966 0,934 0,876 0,825 0,780
Ponto de fulgor
SENAI 35
Lubrificação industrial
O aparelho mais usado para esse teste é o “cleveland open cup”, isto é, o “cleveland
vaso aberto”.
Óleos com ponto de fulgor inferior a 150º C não devem ser empregados para fins de
lubrificação. Produtos de petróleo, lubrificantes ou combustíveis, com ponto de fulgor
abaixo de 70º C, são considerados, por lei, como de manuseio perigoso.
Ponto de combustão
É a temperatura a que o produto deve ser aquecido para inflamar de modo contínuo,
durante um mínimo de cinco segundos. É também chamado de ponto de inflamação.
36 SENAI
Lubrificação industrial
São dois testes feitos em um óleo no mesmo aparelho. Por serem visuais, estão
limitados aos produtos que apresentam a transparência necessária.
O teste consiste em colocar o óleo num tubo com termômetro e mergulhá-lo num
ambiente frio. A cada queda de 5º F (3º C) no termômetro, a amostra é retirada e
observada.
Ponto de névoa
É a temperatura na qual é observada uma névoa ou turvação da amostra.
SENAI 37
Lubrificação industrial
Ponto de fluidez
É a mais baixa temperatura na qual o óleo ainda flui nas condições normais do teste.
Acidez e alcalinidade
O grau de acidez ou alcalinidade de um óleo pode ser avaliado pelo seu número de
neutralização.
Nem sempre o óleo é ácido. Quando ele é básico, utiliza-se uma solução ácida como
ácido clorídrico ou sulfúrico para neutralização.
38 SENAI
Lubrificação industrial
A função principal desse número está no controle de óleos usados, pois nos ensaios
pode-se verificar a variação desse número e saber se o óleo está deteriorado ou
contaminado.
Demulsibilidade
Por outro lado, o óleo oxidado se emulsifica mais facilmente que o novo.
SENAI 39
Lubrificação industrial
É desejável que exista a facilidade para emulsificar nos óleos para cilindros a vapor,
compressores de ar e marteletes para facilitar a lubrificação das válvulas.
Corrosão
O processo consiste em mergulhar uma lâmina de cobre bem polida numa amostra de
óleo aquecida a 100º C.
Ensaio de corrosão
40 SENAI
Lubrificação industrial
Após três horas, a lâmina é retirada e lavada. Então, sua cor é comparada com uma
escala de padrões.
Oxidação
Espuma
Para evitar a formação de espuma, são usados aditivos nos óleos lubrificantes.
Ponto de anilina
SENAI 41
Lubrificação industrial
Quanto mais baixo for o ponto de anilina de um óleo, maior será seu poder solvente e
maiores serão os danos causados à borracha. O principal desses danos é o aumento
de volume da peça. O gráfico abaixo mostra a relação entre o aumento de volume das
peças de borracha e o ponto de anilina.
Cinzas
Ao se queimar um óleo que contenha um aditivo de base metálica ou que já tenha sido
usado e esteja contaminado, haverá formação de um resíduo, as cinzas.
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Lubrificação industrial
Análise espectrográfica
Questionário – resumo
SENAI 43
Lubrificação industrial
44 SENAI
Lubrificação industrial
Aditivos
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Aditivos usados em lubrificantes;
• Funções, composição, aplicação e testes dos aditivos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Função dos principais aditivos usados nos óleos lubrificantes;
• Vários testes para lubrificantes com EP.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Listar aditivos necessários para óleos de uso comum.
Introdução
SENAI 45
Lubrificação industrial
Extrema pressão
A função principal dos lubrificantes é separar as superfícies em movimento. Com isso,
reduz-se o atrito, o desgaste e a geração de calor.
Existem, porém, situações onde a pressão exercida sobre a película lubrificante é tão
elevada que ocorre o seu rompimento. Aí, o contato metal-metal é extremamente
danoso.
Tais compostos químicos têm baixa resistência ao cisalhamento e por isso evitam as
escoriações, as soldagens, etc.
46 SENAI
Lubrificação industrial
Teste almen
Uma barra cilíndrica é posta a girar, prensada entre dois semimancais. A cada intervalo
de dez segundos, aumentam-se duas libras na carga. O resultado é expresso pela
carga aplicada no início das escoriações.
Teste tinken
Um bloco de aço é impelido contra o anel de aço do cilindro rotativo durante dez
minutos. O resultado é dado pela pressão mais alta aplicada sem que haja
escoriações.
SENAI 47
Lubrificação industrial
Teste SAE
Dois cilindros que giram com velocidades diferentes são impelidos um contra o outro. A
carga é aumentada até que ocorre a falha. Esse aparelho difere dos dois anteriores
devido ao fato de que os dois cilindros criam uma combinação de atritos de rolamento
e escorregamento, enquanto os outros possuem apenas atrito de escorregamento.
Teste falex
Dois mancais duros pressionam crescentemente um eixo mais mole, no qual ocorre o
desgaste.
48 SENAI
Lubrificação industrial
Uma esfera de aço de 1/2 polegada gira em contato com outras três esferas iguais
fixas. Isso proporciona três pequenas áreas circulares de desgaste. O desgaste e o
coeficiente de atrito são medidos periodicamente até que, devido ao atrito e ao
aumento de pressão, as esferas soldam-se.
Antioxidantes
Os aditivos antioxidantes são elementos que têm maior afinidade com o oxigênio do
que os hidrocarbonetos formadores do óleo, ou seja, são receptores preferenciais de
oxigênio.
SENAI 49
Lubrificação industrial
Anticorrosivos
Em resumo, é necessário que o aditivo seja alcalino e forme uma película impermeável
sobre os metais.
Inibidores de ferrugem
Esses aditivos são produtos que têm mais afinidade com o ferro do que com a água.
Assim, aderem ao metal e deslocam a umidade da superfície.
Os inibidores de ferrugem podem ser usados em qualquer tipo de óleo. Porém, torna-
se necessário verificar se esses aditivos corroem os não ferrosos.
Detergentes e dispersantes
Os aditivos detergentes são compostos que auxiliam a manter limpas as superfícies
metálicas, minimizando a formação de borras e lacas de qualquer natureza, por meio
de realizações ou processos de solução.
50 SENAI
Lubrificação industrial
Antidesgaste
SENAI 51
Lubrificação industrial
Assim, a função do aditivo antidesgaste é a mesma dos aditivos EP; alguns fabricantes
chegam a englobar os aditivos antidesgaste sob a denominação de agentes EP leves.
Antiespumantes
Melhoradores do I.V.
Agentes de adesividade
Certas aplicações dos óleos lubrificantes requerem óleos com alto poder de adesão,
quais sejam: na indústria têxtil e na alimentícia, que precisam evitar o gotejamento de
óleo sobre os produtos; ou, ainda, em componentes de máquinas com vazamentos,
folgas ou sujeitos à centrifugação.
52 SENAI
Lubrificação industrial
Assim, a temperatura considerada ponto de fluidez para um óleo com esse aditivo
passa a ser inferior àquela considerada ponto de fluidez para o óleo sem este aditivo.
Aditivos especiais
São basicamente de dois tipos:
• Corantes – sua finalidade é dar uma cor definida para identificação de um produto,
por exemplo gasolina, álcool e fluidos de corte;
• Antissépticos – sua função é inibir o crescimento de fungos e bactérias e seu uso
se restringe aos óleos de corte.
SENAI 53
Lubrificação industrial
Questionário – resumo
54 SENAI
Lubrificação industrial
3 Qual é o modo de atuar dos vários testes para óleos com EP?
SENAI 55
Lubrificação industrial
56 SENAI
Lubrificação industrial
Graxas
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Composição das graxas;
• Características e aplicações;
• Ensaios de comportamento;
• Vantagens e desvantagens em relação ao óleo lubrificante.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Composição, características, aditivos e aplicações das graxas;
• Ensaios gerais e especiais.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Identificar graxas;
• Interpretar especificações de graxas.
Introdução
SENAI 57
Lubrificação industrial
O termo original graxa era restrito a gorduras moles, encontradas nos tecidos dos
animais. Essas gorduras, à temperatura ambiente, tornavam-se sólidas ou semifluidas.
Assim, quando as graxas tornaram-se artigos comerciais, foram chamadas graxas
duras.
Vantagens
• Devido a sua consistência, a graxa forma uma camada protetora na peça
lubrificada, isolando-a de corpos estranhos;
• A adesividade da graxa é particularmente vantajosa para peças deslizantes ou
oscilantes;
• Torna possível a fabricação de mancais ou sistemas de engrenagens selados;
• No caso de rolamentos, permite a operação em várias posições;
• No caso de mancais de deslizamento, permanece onde é necessário durante as
partidas e operações intermitentes.
Desvantagens
• Menor dissipação de calor;
• Menor resistência à oxidação;
• Maior atrito fluido, isto é, em altas rotações o aquecimento é maior.
A trama de sabão mantém-se coesa pela ação de forças de atração fracas entre as
fibras. Esta coesão é que dá à graxa sua consistência, ou “corpo” em repouso.
58 SENAI
Lubrificação industrial
Quando, em seu trabalho, a coesão é rompida, a graxa flui. Após cessar o trabalho, a
trama original forma-se novamente restituindo à graxa sua consistência inicial.
Esse comportamento permite que, na lubrificação com graxa, existam regiões com
reserva de lubrificantes.
É o caso dos rolamentos blindados, nos quais a graxa retida pelo espaçador e as
placas de blindagem sofre menor modificação do que a porção que atua entre as
esferas. Desse modo, esta graxa dos espaçadores e placas atua como reserva e
vedação.
Agentes espessantes
Os sabões metálicos não diferem muito, em sua essência, dos tradicionais sabões de
lavar roupa.
De modo simplista pode-se considerar que os sabões são obtidos pela reação química
entre um ácido graxo (geralmente sebo) e um sabão alcalino. Exemplos:
• A cal virgem dá sabão de cálcio;
• A soda cáustica dá sabão de sódio;
• O hidróxido de lítio dá sabão de lítio.
SENAI 59
Lubrificação industrial
Cálcio
As graxas com sabão de cálcio são resistentes à ação da água; têm custo baixo;
apresentam estrutura macia e amanteigada; não são indicadas para mancais de
rolamento; têm aplicação limitada a 70º C de temperatura e são conhecidas como
graxa para copo.
Existem graxas de cálcio estabilizadas com acetato de cálcio. Isso evita a separação
de óleo.
Sódio
As graxas com sabão de sódio têm boa resistência ao calor seco. Podem ser usadas
até 150º C e resistem bem à ferrugem.
Essas graxas não resistem à água e têm bombeamento mais difícil do que as de
cálcio.
O sabão com fibras longas é usado em graxas para superfícies deslizantes. Enquanto
o sabão com fibras curtas é usado em mancais de rolamento.
Lítio
As graxas com sabão de lítio possuem excelentes qualidades de aderência e não são
laváveis por água. Têm ótima bombeabilidade e trabalham a temperaturas de – 70º C a
150º C.
60 SENAI
Lubrificação industrial
Alumínio
As graxas feitas com estearato de alumínio são transparentes, resistentes à água e à
oxidação e têm boa adesividade.
Espessante misto
Para algumas aplicações particulares foram desenvolvidas as graxas com mistura de
sabões. Exemplo: graxa de sódio com adição de pequena quantidade de sabão de
cálcio.
Essa mistura resulta numa graxa de consistência mais macia do que a graxa de sódio
sem afetar sua resistência ao calor.
Outras misturas de sabões usadas como espessantes para obtenção de graxas são
sódio com alumínio e cálcio com lítio.
As graxas com espessante misto têm uso muito restrito, pois são de obtenção
delicada, tendem a engrossar em uso ou em contato com a água.
• Resistência à água;
• Oferece ótima proteção contra o desgaste;
• Boa resistência ao calor;
SENAI 61
Lubrificação industrial
As graxas de sílica-gel oferecem boa proteção contra o desgaste, resistem ao calor até
150º C, têm boa estabilidade mecânica, porém não resistem à água.
Lubrificante líquido
O lubrificante líquido que faz parte de uma graxa pode ser um óleo mineral ou óleo
sintético.
Tanto um óleo como o outro são empregados pelo fabricante tendo em vista o
desempenho esperado da graxa. Assim, ao usuário basta tomar os cuidados com as
especificidades da graxa sem se preocupar com o óleo que a compõe.
Aditivo
Como é difícil obter uma graxa com todas as qualidades desejadas pela simples
seleção do espessante e do óleo, incluem-se os aditivos.
Inibidor de oxidação
É um produto químico da classe das aminas e dos fenóis. Sua presença é
indispensável em graxas para rolamentos e em outras graxas onde o período de
serviço é longo.
62 SENAI
Lubrificação industrial
Inibidor de corrosão
É um composto químico denominado cromato, dicromato, sulfonato de petróleo ou
sabão de chumbo; a água raramente remove esses compostos das superfícies
metálicas.
Agente de untuosidade
São gorduras e óleos vegetais com a função de melhorar o poder lubrificante das
graxas.
Modificadores de estrutura
São compostos destinados a alterar a estrutura da fibra do sabão. Em algumas graxas,
faz-se necessária essa mudança para evitar a tendência de separação do óleo.
Agente de adesividade
Quando a necessidade requer uma graxa mais pegajosa são adicionados polímeros
orgânicos viscosos ou látex em solução aquosa.
Lubrificantes sólidos
São pós adicionados às graxas para dar-lhes qualidades especiais.
SENAI 63
Lubrificação industrial
Mica, asbestos, zinco e chumbo também são usados para evitar a grimpagem de
peças, principalmente roscas.
Corantes e odoríferos
São produtos usados em geral com finalidades comerciais. Eles melhoram o aspecto
da graxa e permitem sua identificação pela cor ou cheiro.
As características das graxas importantes para uso industrial são determinadas por
ensaios. Esses ensaios são empíricos e definem os padrões de uso e comercialização.
Cor
A cor da graxa indica, de modo vago, o tipo de óleo que a compõe. Assim, as graxas
escuras podem indicar que são feitas com óleos escuros ou possuem aditivos que lhes
dão a cor preta esverdeada.
Não existe escala para a cor das graxas. Portanto, esta é uma característica de
pequena importância.
64 SENAI
Lubrificação industrial
Consistência
Penetrômetro
SENAI 65
Lubrificação industrial
No caso de graxa muito dura, que não permita fazer a leitura usando-se o cone, lança-
se mão de agulhas padronizadas. E no caso de graxa muito mole, substitui-se o cone
de aço ou de latão por um de alumínio ou plástico.
Penetração trabalhada
Nesse caso, a graxa é submetida a um trabalho determinado, num aparelho chamado
trabalhador de graxa.
Trabalhador de graxa
66 SENAI
Lubrificação industrial
O trabalhador de graxa possui uma placa perfurada que penetra na graxa sessenta
vezes. A graxa assim preparada é enviada ao penetrômetro. Isso permite avaliar a
alteração da consistência do produto quando em serviço.
Classificação da consistência
Esta classificação foi estabelecida pela NLGI (National Lubrificating Grease Institute) e
não leva em conta a composição nem as propriedades das graxas, isto é, considera
apenas a consistência.
000 445/475
00 400/430
0 355/385
1 310/340
2 265/295
3 220/250
4 175/205
5 130/160
6 85/115
Interpretação do ensaio
A penetração não trabalhada, devido aos inúmeros fatores que nela influem, não
costuma ser determinada. Exceção feita às graxas extremamente duras (“block
greases”).
SENAI 67
Lubrificação industrial
Essas graxas são usadas em grandes mancais e funcionam por gotejamento, isto é,
um bloco é colocado acima do mancal de modo que, sob ação do calor, a graxa goteje.
Essas graxas são empregadas em fábricas de cimento e papel.
Viscosidade aparente
Devido a essa diferença das graxas em relação aos óleos, a viscosidade da graxa é
denominada viscosidade aparente.
68 SENAI
Lubrificação industrial
Ponto de gota
É a temperatura na qual uma graxa torna-se suficientemente fluida para gotejar. Essa
temperatura é determinada por meio de um dispositivo especial, segundo a norma
ASTM D566.
As graxas apresentam ponto de gota variável em função dos seus componentes. Mas,
de modo geral, elas podem ser classificadas conforme a tabela a seguir.
SENAI 69
Lubrificação industrial
Interpretação do ensaio
Em serviço, é comum utilizar-se uma graxa cujo ponto de gota esteja acima pelo
menos 30º C da temperatura de trabalho.
Teor de sabão
De modo análogo ao teor de óleo mineral, a porcentagem de sabão é um dado de
muita importância para a produção da graxa.
Para o uso das graxas é muito mais significativo conhecer o metal de que foi feito o
sabão, pois esta informação indica as propriedades gerais da graxa.
Teor de água
É o percentual de água presente na graxa e auxilia na seleção do produto.
Por outro lado, as graxas de sódio, alumínio e lítio não precisam conter água. Isso as
torna confiáveis em temperaturas elevadas.
70 SENAI
Lubrificação industrial
Número de neutralização
Esse número indica a quantidade (em miligramas) de hidróxido contido em um grama
de amostra.
Cargas
Cargas são os lubrificantes sólidos colocados na graxa. São eles: grafite, mica,
asbesto, dissulfeto de molibdênio, negro de fumo, lã de vidro, zinco, chumbo, etc.
Ensaios especiais
Os dados obtidos com os ensaios especiais são usados como modalidade de controle
de fabricação. Ou, ainda, podem fazer parte das especificações do consumidor,
quando somente as características gerais não bastam.
Extrema pressão
Os ensaios para a qualidade extrema pressão das graxas são os mesmos usados para
os óleos, ou seja, são os ensaios almen, four ball, falex, SAE e timken, já descritos na
unidade “Aditivos”. O ensaio timken é o mais usado para graxas.
SENAI 71
Lubrificação industrial
Resistência à água
De modo geral, uma graxa pode ser solúvel ou insolúvel em água. A solubilidade é
determinada pelo sabão contido na graxa.
As graxas de lítio, alumínio e cálcio são insolúveis em água, enquanto que as de sódio
são solúveis.
Estabilidade à oxidação
Como todos os materiais orgânicos, as graxas tendem a se oxidar em contato com o
ar. A velocidade de sua oxidação é proporcional à temperatura do ar ambiente.
72 SENAI
Lubrificação industrial
O grau de oxidação é avaliado pela queda de pressão, uma vez que o oxigênio é
consumido nas reações com a graxa.
De modo geral, considera-se uma queda de pressão até 51 lb/pol2 como ótima
estabilidade à oxidação.
Uma queda de pressão entre 5 e 10 lb/pol2 indica uma boa estabilidade à oxidação.
Estabilidade ao trabalho
Estabilidade ao trabalho é a propriedade que a graxa possui de manter a sua
consistência após ter sido submetida a solicitações de esmagamento.
O outro teste é o de rolamento shell. Consiste em fazer a amostra ser esmagada por
um rolete pesado dentro de um cilindro oco.
Interpretação do ensaio
Quando o ensaio indica um percentual baixo (< 10 %), significa alta estabilidade ao
trabalho.
SENAI 73
Lubrificação industrial
As graxas com boa estabilidade são recomendadas para serviço onde o produto não
deve amolecer demasiadamente, como em caixas de engrenagens, onde o
amolecimento exagerado provocaria vazamentos.
As graxas com média estabilidade, percentual entre 10 e 20, são indicadas para
serviços onde é necessário que a graxa escorra.
As graxas com baixa estabilidade, percentual acima de 20, só devem ser usadas em
baixas velocidades.
O teste consiste em deixar a graxa em contato com uma lâmina polida de cobre,
durante 24 horas. A temperatura durante o teste é de 38º C.
De modo geral, as graxas de boa qualidade não têm ação alguma sobre o cobre.
Grau de contaminação
O grau de contaminação das graxas refere-se à contaminação por partículas sólidas.
Por outro lado, o consumidor pode ter sua parcela de culpa, no caso de manter os
recipientes abertos em atmosfera carregada de partículas.
Para determinar o grau abrasivo de uma graxa existe o método dos pratos plásticos.
Tal método consiste em colocar uma quantidade de graxa entre dois pratos de plástico
e sujeitá-los a uma determinada pressão. Em seguida, promove-se a rotação dos
pratos, observando depois seu estado superficial.
74 SENAI
Lubrificação industrial
Composições betuminosas
Questionário – resumo
SENAI 75
Lubrificação industrial
76 SENAI
Lubrificação industrial
Princípios fundamentais da
lubrificação
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Princípios que regem a formação das películas lubrificantes e orientam a prática da
lubrificação;
• Métodos de aplicação e armazenagem.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Mecanismos de formação da película lubrificante;
• Tipos de lubrificação;
• Sistemas e dispositivos usados para aplicação dos lubrificantes;
• Procedimentos para armazenagem.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Orientar o uso dos diferentes dispositivos de lubrificação;
• Manter o funcionamento correto dos sistemas de lubrificação sob sua
responsabilidade;
• Orientar o recebimento e estocagem de óleos e graxas.
Películas lubrificantes
SENAI 77
Lubrificação industrial
Película fina
É uma película que não tem espessura suficiente para manter a separação completa e
constante das superfícies. Ou seja, a espessura da película é menor do que os mais
altos picos da rugosidade superficial.
Película espessa
É uma película com espessura suficiente para manter a separação total entre as
superfícies durante o trabalho. Ou seja, a espessura da película é maior do que a
soma das alturas da rugosidade das superfícies.
Lubrificação hidrodinâmica
Nesse método, teoricamente, não há desgaste, uma vez que as superfícies lubrificadas
nunca entram em contato.
Formação da película
A película de fluido é também conhecida como cunha de óleo. Tem esse nome devido
a seu formato angular (inclinação máxima 11’).
A figura a seguir ilustra a formação da película entre superfícies planas. Para que isso
ocorra, são necessárias as seguintes condições:
• A borda de uma das superfícies deve ser chanfrada ou arredondada;
• Uma das superfícies deve permitir a inclinação necessária à entrada do óleo;
• A peça suportada deve ter área tal que permita sua flutuação sobre o fluido.
78 SENAI
Lubrificação industrial
Observando a figura, pode-se notar que antes de iniciar o movimento existe o contato
metal-metal. Uma vez iniciado o movimento, o atrito é considerável, até que a borda
arredondada encontre o fluido.
Formação da película
Então, começa a formar-se a cunha, até o momento em que a quantidade de óleo que
entra é igual a que sai. Aí, é atingida a espessura definitiva da película (espessura de
equilíbrio), completando a cunha.
SENAI 79
Lubrificação industrial
80 SENAI
Lubrificação industrial
Ainda sobre a formação da película em mancais pode-se analisar a curva ZN/P. Essa
curva relaciona o atrito com a rotação (N), a viscosidade (Z) e a pressão (P) do mancal
sobre o fluido.
Curva ZN/P
SENAI 81
Lubrificação industrial
Nesse caso, a pressão exercida pelo trabalho obriga o óleo a afastar-se da área de
carga. Porém, a viscosidade impede que o óleo escape totalmente de imediato. Disso
resulta uma película capaz de suportar a carga por algum tempo.
Esse tempo é suficiente para que a carga mude seu ponto de aplicação e ocorram
outros esmagamentos em seqüência.
82 SENAI
Lubrificação industrial
Mas, antes que a película possa ser totalmente expelida, deixando as superfícies em
contato direto, a carga inverte-se passando a ser ascendente. Nesse instante, o
esmagamento passa a ocorrer na parte superior do casquilho.
Como a biela oscila em relação ao pino, é improvável a formação de uma película por
efeito hidrodinâmico. Apesar disso, esses mecanismos que funcionam com a película
formada por esmagamento são bastante eficientes.
As películas formadas por esmagamento têm papel importante não só para as bielas
como também para:
• Engrenagens, onde o esmagamento ocorre ao longo da evolvente;
• Rolamentos, onde o esmagamento ocorre na periferia das esferas;
• Guias lineares e outros sistemas onde o ponto de aplicação da carga muda de
posição relativamente ao corpo lubrificado.
Lubrificação hidrostática
Lubrificação hidrostática
Para melhorar as condições de partida, nesses casos, é bombeado fluido aos mancais
por uma bomba auxiliar. Essa bomba pode ter acionamento manual ou automático e
sua atuação faz com que o eixo se eleve sobre o mancal.
SENAI 83
Lubrificação industrial
Película limite é a própria película espessa já citada nesta unidade. Ela é chamada de
limite, em muitos tratados sobre lubrificação, porque películas menores ocasionam
grandes desgastes.
Velocidade e carga
A película espessa, em um mancal que normalmente trabalhe com ela, pode se tornar
demasiado fina desde que a carga aplicada se eleve ou a velocidade diminua.
A elevação da carga pode ser controlada, mas a diminuição da velocidade, devido aos
momentos de partida e de parada, não pode ser evitada. Assim, esses momentos
devem ter a menor duração possível.
Viscosidade
Em qualquer tipo de lubrificação, a viscosidade é fator crítico.
Suprimento de óleo
Os elementos de máquinas lubrificados precisam ter abastecimento contínuo de
lubrificante e em quantidade suficiente, uma vez que o fornecimento intermitente
impede a formação correta da película.
84 SENAI
Lubrificação industrial
Folga
A folga entre as superfícies a serem lubrificadas é um dado essencial, pois é nela que
o lubrificante se aloja.
Entretanto, uma lubrificação eficiente não será possível se não for garantido o
fornecimento do lubrificante em quantidade e intervalos corretos.
SENAI 85
Lubrificação industrial
86 SENAI
Lubrificação industrial
Almotolia
Pode ser do tipo comum ou do tipo bomba. Ambas devem ser mantidas limpas e com
os bicos desobstruídos.
Almotolias
SENAI 87
Lubrificação industrial
Copo graxeiro
O copo graxeiro pode ser manual ou automático.
Copos graxeiros
O copo manual faz a graxa chegar ao ponto de aplicação por meio do rosqueamento
da tampa ou do êmbolo.
O copo automático usa a pressão de uma mola para aplicação, evitando a atenção
freqüente do operador.
88 SENAI
Lubrificação industrial
Além do reenchimento e limpeza, pouca atenção é requerida por esses copos. Porém
problemas por falta de lubrificação podem ocorrer quando o mancal aquecer a ponto
de provocar o escorrimento livre da graxa. Dessa maneira, ela vaza pelas
extremidades do mancal e o copo se esvazia rapidamente.
Pistola graxeira
A aplicação de graxa com pistola graxeira é simples quando se usam pistolas com
acionamento manual (figura a seguir). Quando, porém, usa-se ar comprimido ou
bombas elétricas para forçar a graxa nos mancais a aplicação é chamada complexa.
Pistolas graxeiras
SENAI 89
Lubrificação industrial
A construção dos pinos graxeiros inclui uma mola atuando sobre uma esfera, vedando
o escape de graxa e a entrada de sujeira.
A graxa, entrando sob pressão, força a esfera para trás vencendo a força da mola. Ao
cessar a entrada de graxa, a vedação é restabelecida.
Pistolas de óleo
São de tipo construtivo semelhante às pistolas graxeiras. Têm uso em pinos para óleo
encontrados em máquinas-ferramentas, roletes de esteiras, etc.
Pincel
O método de aplicação de lubrificante com pincel é empregado em engrenagens,
cabos de aço, correntes, etc., quando são usados produtos especiais como
composições betuminosas e compostos antiferrugem.
Lubrificação a pincel
Em alguns casos, o pincel é fixo no corpo da máquina e o óleo goteja sobre ele. Desse
modo, o pincel promove a distribuição contínua.
Espátula
Destina-se à aplicação de graxa, composições betuminosas, composições para
estampagem e outros produtos muito viscosos.
90 SENAI
Lubrificação industrial
Copo conta-gotas
É um dispositivo que permite a aplicação do lubrificante na quantidade e periodicidade
desejadas. Porém, exige atenção constante do operador para verificação do nível de
óleo, reenchimento e regulagem do número de gotas por minuto.
Copo conta-gotas
O copo com vareta consiste em um reservatório que possui em seu interior uma haste
cuja extremidade toca no eixo. Com o movimento do eixo, ocorre a vibração da haste
que permite a passagem do óleo através de uma folga.
SENAI 91
Lubrificação industrial
92 SENAI
Lubrificação industrial
As mechas, por atuarem como filtros, devem ser lavadas ou trocadas periodicamente.
SENAI 93
Lubrificação industrial
O fluxo de óleo é regulado por meio do tampão (mecha). Nota-se ainda que a tampa do
dispositivo deve ter um pequeno furo que permita a passagem do ar.
Esse dispositivo é usado em partes de máquinas com movimentos bruscos, tais como
em bielas de grandes bombas e bielas de prensas.
Lubrificador mecânico
Esse mecanismo consiste em um reservatório de óleo e várias unidades individuais de
bombeamento. Essas unidades fornecem o óleo em pequenas quantidades, sob
pressão, para tubos que conduzem o óleo ao ponto de aplicação.
Lubrificador mecânico
94 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 95
Lubrificação industrial
96 SENAI
Lubrificação industrial
Lubrificador hidrostático
É usado para lubrificação dos cilindros e órgãos de distribuição das máquinas a vapor.
O lubrificador hidrostático introduz o óleo na canalização de abastecimento do vapor, a
pouca distância da máquina. O vapor ao passar pela canalização espalha ou pulveriza
o óleo e o distribui às superfícies do cilindro.
Lubrificador hidrostático
SENAI 97
Lubrificação industrial
Mancais de cavidade
Esses mancais, geralmente, trabalham em altas temperaturas, como os mancais
secadores de papel. Possuem cavidades onde são aplicadas graxas em bloco com
conformação adequada.
A graxa de bloco deve ficar livre na cavidade. Para isso, corta-se o bloco de graxa
ligeiramente menor que a cavidade. Ali, por ação do próprio peso, a graxa exerce
pressão sobre o eixo. O calor do atrito das superfícies em contato (graxa e eixo) causa
o amolecimento da graxa e lubrifica o mancal.
Lubrificação centralizada
É um sistema de lubrificação para graxa ou óleo com a finalidade de lubrificar um
elevado número de pontos a partir de um distribuidor central.
98 SENAI
Lubrificação industrial
Linha simples
Esse sistema é usado em máquina de pequeno e médio porte; usa bombas manuais,
pneumáticas ou elétricas.
SENAI 99
Lubrificação industrial
Linha dupla
Esse sistema usa duas linhas principais. Uma para acionamento e outra para retorno
dos dosadores. Assim, a válvula direcional ora pressuriza uma linha, ora pressuriza a
outra.
O sistema centralizado por linha dupla não tem molas, gaxetas ou outras peças
facilmente desgastáveis. Por isso, opera por muitos anos sem problemas de
manutenção.
100 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 101
Lubrificação industrial
Sistema progressivo
Consiste em uma bomba ligada a
um número variável de dosadores
interligados.
Cada qual contém um pistão, orifícios e canais para o fluxo interno do lubrificante.
Embora fisicamente idênticas, as secções possuem pistões com diâmetros variáveis,
de acordo com a necessidade de cada ponto.
102 SENAI
Lubrificação industrial
Por não haver perdas, após certo tempo é necessário trocar o óleo, visto que os
aditivos perdem sua eficiência.
SENAI 103
Lubrificação industrial
É importante que se mantenha o nível de óleo constante, pois nível baixo causa falta
de lubrificação. Por outro lado, o nível muito alto causa excesso de agitação,
provocando a formação de espuma e o aumento da temperatura.
Devido ao movimento do eixo, o anel também gira e transporta o óleo até um canal de
distribuição. Pode também ser usada uma corrente no lugar do anel.
Óleos muito viscosos são inadequados a esse sistema pois prendem o anel.
104 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 105
Lubrificação industrial
106 SENAI
Lubrificação industrial
É constituído por uma almofada de lã fiada, contida em armação que é forçada por
molda contra o eixo do mancal.
O óleo é retirado do reservatório pela ação capilar da franja de mechas que sai da
almofada. A quantidade de óleo varia de acordo com o número de mechas.
Sistemas circulatórios
São sistemas que usam bombas para distribuir o lubrificante.
SENAI 107
Lubrificação industrial
Estocagem e manuseio
Para que o lubrificante cumpra sua função, ele precisa chegar intacto ao seu local de
uso. Para isso, certos cuidados durante o recebimento, armazenagem e manuseio são
fundamentais.
108 SENAI
Lubrificação industrial
Pau de carga
Armazenagem
SENAI 109
Lubrificação industrial
110 SENAI
Lubrificação industrial
Armazenagem horizontal
Os tambores devem ser mantidos na posição horizontal, deitados sobre ripas de
madeira, sem o contato com o solo, evitando corrosão.
Armazenagem horizontal
Os bujões dos tambores devem ficar numa linha horizontal e abaixo do nível do
lubrificante. Esse procedimento ajuda na detecção de vazamentos e usa o próprio
lubrificante como auxiliar de vedação.
Em cada extremidade de uma fila horizontal de tambores, devem existir escoras firmes
que impeçam qualquer movimentação.
Armazenagem vertical
Os tambores devem ser estocados na posição vertical somente se a estocagem
horizontal for impossível.
SENAI 111
Lubrificação industrial
Armazenagem vertical
Almoxarifado de lubrificantes
O almoxarifado de lubrificantes deve ser bem arejado e ficar distante de fontes de calor
e poeira.
O piso não deve soltar poeira e nem absorver óleo, depois de um derrame acidental.
A retirada de óleo dos tambores pode ser feita com bomba apropriada ou por torneiras.
112 SENAI
Lubrificação industrial
Ser forem usadas torneiras, os tambores devem ficar deitados sobre cavaletes e
possuir coletores de respingos.
A torneira geralmente é colocada no bujão menor, ficando o bujão maior para os óleos
muito viscosos.
No caso das graxas, é conveniente extraí-las dos tambores por meio de bombas. Na
impossibilidade usa-se espátula, nunca o contato manual.
Devido a sua própria natureza, muitos lubrificantes podem oxidar-se ainda em estoque.
Esse é o problema crítico dos fluidos de corte.
Questionário – resumo
SENAI 113
Lubrificação industrial
114 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 115
Lubrificação industrial
116 SENAI
Lubrificação industrial
Lubrificação de
equipamentos
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Métodos e produtos empregados na lubrificação dos elementos de máquinas.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Lubrificação dos principais elementos que formam as máquinas;
• Lubrificação de motores de combustão interna;
• Classificações baseadas na viscosidade e nos tipos de serviços.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Selecionar óleos para uso nos elementos de máquina;
• Identificar problemas decorrentes da má lubrificação.
Introdução
SENAI 117
Lubrificação industrial
Essa escolha depende das particularidades de cada elemento, porém é preciso ter em
mente algumas características gerais.
O óleo é um produto de alta mobilidade, por isso pode transferir calor eficientemente. A
graxa, por sua vez, não possui essa propriedade.
Existe mais facilidade em lubrificar um mancal com óleo do que com graxa. A queda de
pressão ao longo das tubulações quando se usa óleo é bem menor do que quando se
usa graxa.
A graxa, também, é indicada em ambientes onde há muita poeira, porque ela age como
vedante nas extremidades do mancal.
Os retentores para graxa são mais robustos e duram mais do que os retentores para
óleo.
Mancais de deslizamento
118 SENAI
Lubrificação industrial
ISO 100
De 75 a 125 Com reaproveitamento por perda ISO 68 ISO 46
ISO 150
ISO 68
De 75 a 125 Com reaproveitamento por perda ISO 220 ISO 150
ISO 100
De 125 a 175 Com reaproveitamento por perda ISO 220 ISO 150 ISO 100
Nota
Para mancais com rpm entre 2.400 e 6.000, usar ISO 22.
SENAI 119
Lubrificação industrial
Observação
O fator de velocidade é obtido multiplicando-se o número (N) de rotações por minuto
pelo diâmetro (D) em milímetros.
120 SENAI
Lubrificação industrial
Ranhura de distribuição
SENAI 121
Lubrificação industrial
Na área de pressão, não deve haver ranhuras nem orifícios de alimentação para que
não seja necessário introduzir lubrificante sob pressão.
No caso de ser usada a ranhura auxiliar, ela deve ter o lado da rotação chanfrado.
122 SENAI
Lubrificação industrial
Os mancais bipartidos devem ter as arestas chanfradas para impedir que elas raspem
o óleo.
Quando o comprimento do mancal for superior a 200 mm, serão necessários dois ou
mais pontos de alimentação de óleo. Esses pontos devem ser interligados por
ranhuras.
Folga
A folga entre o eixo e o mancal pode ser conseguida na Tabela “Folgas mínimas em
µm” (Unidade “Princípios fundamentais”) ou pela seguinte regra prática:
F = 0,001 D
Onde:
F – folga diametral
D – diâmetro do eixo
SENAI 123
Lubrificação industrial
Vias de deslizamento
Formação da cunha
Para formar e manter a cunha lubrificante nas vias de deslizamento, são feitas
ranhuras e bolsas de lubrificação nos carros.
124 SENAI
Lubrificação industrial
O quadro abaixo mostra as formas usuais das ranhuras e bolsas e seu desempenho.
Formação da cunha
boa ótima
Observação
As setas largas representam a direção do movimento enquanto as
setas estreitas representam o fluxo de óleo.
Mancais de rolamentos
Podem ser lubrificados com óleo ou graxa, os quais devem ter como principais
funções:
• Evitar o atrito de deslizamento entre o separador e os elementos rolantes;
• Evitar o atrito de deslizamento em pontos onde eventualmente não aconteça o
movimento rotativo;
• Resistir ao contato, caso aconteça, entre o separador e as pistas;
• Proteger o mancal contra a ferrugem;
• Dissipar o calor gerado no mancal;
• Vedar o mancal para evitar a entrada de sujeira.
SENAI 125
Lubrificação industrial
50 ISO VG 68 ISO VG 68
50 – 30 ISO VG 46 ISO VG 46
De 0 a 60º C
300 – 3.000 ISO VG 32 ISO VG 46
O nível de óleo dentro da caixa de rolamentos deve ser mantido abaixo do centro do
corpo rolante que, em relação aos outros corpos rolantes, está na posição mais baixa.
Esse procedimento evita o turbilhonamento do fluido.
Nível de óleo
126 SENAI
Lubrificação industrial
Intervalos de relubrificação
O período de troca de óleo depende da temperatura de funcionamento do equipamento
e da possibilidade de contaminação que existe no ambiente. Por isso, o melhor
procedimento é seguir as recomendações do manual do equipamento.
Para temperaturas de trabalho em torno de 100º C, o intervalo para troca de óleo cai
para 60 ou 90 dias.
SENAI 127
Lubrificação industrial
Intervalos de relubrificação
Estão relacionados com o tempo de vida útil da graxa e podem ser estimados pela
fórmula:
14 . 10 6
Ir = k - 4d
n d
Tipo Fator k
Rolos convexos ou cônicos 1
Rolos cilíndricos e agulhas 5
Esferas 10
Q = 0,005 DL
128 SENAI
Lubrificação industrial
Engrenagens
Continuando o movimento, o
deslizamento volta a aumentar e o
rolamento volta a cair.
Movimento das engrenagens
SENAI 129
Lubrificação industrial
Tipo de engrenagem
Nas engrenagens cilíndricas e cônicas de dentes retos, helicoidais e espinha de peixe,
a linha de contato se desloca tão rapidamente que não há tempo para desalojar a
película de óleo. Além disso, a direção do deslocamento facilita a formação da cunha
de óleo.
Rotação do pinhão
Quanto maior for a velocidade do pinhão, maiores serão as velocidades de
deslizamento e rolamento em cada dente.
Com um pinhão trabalhando em altas rotações, grande porção de óleo é levada à área
de pressão, e o tempo disponível para que o óleo seja desalojado é curto. Com as
baixas velocidades ocorre o contrário.
Portanto, quanto menor for a rotação do pinhão, maior será a viscosidade do óleo.
Grau de redução
Nos redutores de velocidade com engrenagens, o óleo deve ser escolhido para
atender as condições do pinhão de pequena velocidade.
130 SENAI
Lubrificação industrial
Temperatura de serviço
O calor do trabalho eleva a temperatura do óleo. As engrenagens cilíndricas, cônicas e
helicoidais operam com aumento de 15º C em relação à temperatura ambiente.
Potência
Quanto maior for a potência transmitida, maior deverá ser a viscosidade do óleo. Isso é
válido para manter uma película adequada, visto que a pressão entre os dentes tende
a esmagar a película lubrificante.
Natureza da carga
Se a carga transmitida for uniforme, o torque e as pressões suportadas pelos dentes
serão também uniformes. Entretanto, a ocorrência de choques, ou sobrecarga no início
do movimento, faz com que a película de óleo tenda a romper-se.
Nesses casos, deve-se usar um óleo bastante viscoso ou óleo contendo aditivo EP
para evitar a ruptura da película.
Tipo de acionamento
Quando o torque transmitido pelas engrenagens é fornecido por motores elétricos,
turbinas a vapor ou hidráulicas, o movimento é uniforme.
No caso de o acionamento ser feito por máquina a vapor ou motor diesel, ocorrem
esforços extraordinários e variáveis sobre os dentes. Para essas situações, usa-se
óleo com grande viscosidade ou com EP.
Escolha da viscosidade
A viscosidade pode ser determinada pela tabela a seguir, que reproduz a especificação
da Associação Americana dos Fabricantes de Engrenagens AGMA (“American Gear
Manufactures Association”).
A AGMA designa os óleos por números e, quando possuem aditivo extrema pressão,
acrescenta EP.
SENAI 131
Lubrificação industrial
Observação
• Os óleos de 1 a 6 devem possuir I.V. mínimo de 30 para aplicações simples
• Quando as temperaturas ultrapassarem 44º C o I.V. mínimo é 60
• Os óleos de 7 a 8A devem ter I.V. mínimo de 90, e são compostos com 3 a 10 % de
material graxo
Serviço leve
Mancais lubrificados:
• Com óleo exclusivo para mancal 4 4 4 7 -
• Com óleo de engrenagem 4 3 4 7 -
Engrenagens lubrificadas: por banho - - - 7
Serviço pesado
Mancais lubrificados:
• Com óleo exclusivo para mancal 5 EP 5 ou 6 EP 5 EP -
• Com óleo de engrenagem 4 ou 5 EP 2 ou 3 EP 5 EP -
Observação
• Os óleos devem conter os aditivos anticorrosão, antiespuma e antioxidação
• Temperatura ambiente de 5 a 40ºC
132 SENAI
Lubrificação industrial
Elas requerem fluidos de alta viscosidade e alta adesividade para que a película não
seja desalojada pelo engrenamento dos dentes ou pela força centrífuga.
Temperatura
Devido a sua natureza, as engrenagens abertas trabalham em condições de
lubrificação limítrofe. Por isso, qualquer diminuição da viscosidade pode acelerar o
desgaste. Em conseqüência, quanto maior for a temperatura mais viscoso deverá ser o
óleo.
Método de aplicação
Os métodos por pulverização e por banho não apresentam problemas particulares.
SENAI 133
Lubrificação industrial
Condições ambientais
Se o ambiente estiver poluído, a contaminação do lubrificante pode formar, nas raízes
dos dentes, depósitos duros que, comprimidos pelos dentes, forçam
desnecessariamente os mancais.
Material da engrenagem
Quando as engrenagens são metálicas, os lubrificantes recomendados estão na tabela
abaixo, e seguem a classificação AGMA.
Aplicação
Lubrificadas por
8 EP 8 EP - 8 EP
banho
Lubrificadas
5 ou 6 EP 8 EP 8 EP 8 EP
manualmente
Observação
• Os óleos da tabela devem conter aditivos antidesgaste, antiespuma, antiferrugem,
antioxidação, EP e melhorador do I.V.
• Temperatura ambiente de 5 a 40º C
Sistema hidráulico
134 SENAI
Lubrificação industrial
Fluidos hidráulicos
Os principais são:
• Óleos minerais;
• Fluidos sintéticos;
• Fluidos resistentes ao fogo.
Óleos minerais
São os mais usados nos sistemas hidráulicos pois têm ótimas propriedades
lubrificantes, faixa de temperatura para uso amplo e podem ter aditivos conforme a
necessidade.
Fluidos sintéticos
São compostos químicos que podem trabalhar acima dos limites dos óleos minerais.
Eles são compostos por silicatos, ésteres, etc.
SENAI 135
Lubrificação industrial
Esses fluidos foram desenvolvidos para uso em situações com risco de incêndio, tais
como em forjaria, laminação a quente e fornos.
De modo geral, o fluido deve ser filtrado a cada seis meses e trocado quando for
estritamente necessário.
Sistema pneumático
136 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 137
Lubrificação industrial
Viscosidade SAE
É a classificação mais conhecida e deve-se à SAE (“Society of Automotive Engineers”).
Baseia-se na viscosidade, não considerando fatores de qualidade ou desempenho.
Os números seguidos da letra W, inicial de “winter” (inverno), indicam que o óleo foi
testado e aprovado em condições de frio intenso.
5W Máxima 6.000
10 W Máxima 12.000
20 W Máxima 48.000
Nível de desempenho
São especificações militares norte-americanas que estabelecem características físicas
e químicas dos lubrificantes. Também estabelecem os testes, feitos em motores padrão
que indicam a qualidade do óleo.
138 SENAI
Lubrificação industrial
Serviço API-SAE-ASTM
Para facilitar a seleção dos óleos, independente da viscosidade, o Instituto Americano
do Petróleo adotou, em 1.947, um sistema com três classes de óleos:
• Regular - que é óleo mineral puro;
• Premium - que é óleo mineral com inibidor de oxidação;
• HD (“heavy duty”) - que é óleo aditivado para trabalho pesado.
Depois de alguns anos, notaram-se as deficiências dos sistemas SAE e API. Criou-se,
então, a classificação API-SAE-ASTM.
Essa classificação contou com a designação feita pela SAE; com a descrição do tipo
de serviço, feita pela API; e com a descrição básica do óleo feita pela ASTM.
Série – SA SAE
Óleo:
Óleo:
• Não aditivado, podendo conter antiespumante e abaixador de fluidez.
Série – SB SAE
Óleo:
Óleo:
SENAI 139
Lubrificação industrial
Série – SC SAE
Óleo:
• Aplicado para motor a gasolina de autos e caminhões de fabricação entre 1.964 e 1.968.
Óleo:
Série – SD SAE
Óleo:
Óleo:
Série – SE SAE
Óleo:
Óleo:
• Com aditivos para prevenção contra corrosão, dispersantes para baixa temperatura, aditivos
140 SENAI
Lubrificação industrial
Série – SF SAE
Óleo:
Óleo:
Série – CA SAE
Óleo:
• Para motor diesel operando em condições moderadas de trabalho, usando combustível de alta
qualidade;
Óleo:
• Com aditivos inibidores de corrosão, além de dispersantes e detergentes;
Série – CB SAE
Óleo:
• Para motor diesel operando em condições moderadas de trabalho, usando combustível de baixa
qualidade;
Óleo:
SENAI 141
Lubrificação industrial
Série – CC SAE
Óleo:
trabalho;
Óleo:
Série – CD SAE
Óleo:
• Para motor diesel turbinado, operando em alta velocidade com alto rendimento, podendo usar
combustível variável;
Óleo:
reforçadores de película;
Troca de óleo
Os óleos de melhor qualidade (SE, SF, CC ou CD) são trocados entre 2.500 a 5.000
km rodados. Quanto mais moderno for o motor, maior poderá ser o período de troca.
Uma boa norma é trocar o óleo mediante análises periódicas. Entretanto, isto só é
possível quando se tem uma frota de veículos, devido ao alto custo das análises.
Caso não seja possível fazer análises, deve-se observar o período de troca
recomendando pelo fabricante.
142 SENAI
Lubrificação industrial
Consumo de lubrificante
O consumo de lubrificantes nos motores de combustão interna é normal dentro de
certas especificações. Em geral, considera-se como normal o consumo de um litro para
cada 1.000 a 1.200 km rodados.
Mistura de óleos
Em princípio não é aconselhável misturar óleos de diferentes marcas. Apesar de
pertencerem à mesma designação API-SAE-ASTM.
Ocorre que os aditivos usados para cumprir as especificações de serviço não são
iguais. Isto pode gerar incompatibilidade química, resultando na formação de borras.
Exceção deve ser feita aos óleos com especificação MIL-L-2104B ou MIL-L-2104C,
pois uma das características desses óleos é a compatibilidade com os demais óleos.
Óleo multiviscoso
É um tipo de óleo que atende a duas ou mais especificações SAE. É ideal para climas
frios e possui aditivação da melhor qualidade.
Trata-se de um produto que mantém sua viscosidade tanto sob frio intenso quanto sob
calor intenso.
Um dos mais comuns é o SAE 20W40 – comporta-se como um óleo SAE20 no inverno
e como um SAE40 no verão.
Engrenagens de veículos
Esses óleos devem reduzir o atrito, remover o calor, proteger o metal contra a
ferrugem.
SENAI 143
Lubrificação industrial
75 máxima 15.000
80 15.000 – 100.000
90 75 – 120
É conveniente que a especificação seja feita tendo por base as duas especificações.
144 SENAI
Lubrificação industrial
Questionário – resumo
SENAI 145
Lubrificação industrial
146 SENAI
Lubrificação industrial
Produtos especiais
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Composição e aplicação de fluidos de corte, lubrificantes sólidos, óleos para
tratamento térmico, produtos antiferrugem.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Preparo, cuidados e controle das emulsões;
• Classificação e aplicação dos óleos de corte;
• Características e aplicações dos lubrificantes sólidos, óleos isolantes, protetores
contra ferrugem, banhos de óleo para têmpera.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Orientar a utilização dos fluidos de corte e dos demais produtos estudados.
Fluidos de corte
Para o trabalho de corte de metais, descobriu-se que a velocidade poderia ser alta.
Isso seria possível se as superfícies de contato na usinagem fossem mantidas em
baixa temperatura. Assim, surgiram os fluidos de corte.
SENAI 147
Lubrificação industrial
Com o avanço das experiências, notou-se que o fluido de corte pode contribuir de
muitos modos para a melhoria do corte. Assim, suas funções são:
• Refrigerar;
• Lubrificar (ação anti-solda);
• Melhorar o acabamento de superfície;
• Reduzir o desgaste da ferramenta;
• Remover aparas por ação de lavagem;
• Proteger contra a corrosão.
Nem todas as funções citadas são exigidas em todas as operações. A seleção do fluido
de corte adequado depende do tipo de serviço a executar.
Ar
Água
A água foi a primeira substância a ser usada como fluido de corte. É o melhor
refrigerante disponível, porém não tem poder lubrificante. Além disso, provoca a
oxidação dos metais ferrosos e tem baixo poder umectante.
Soluções químicas
148 SENAI
Lubrificação industrial
Essas soluções devem ser diluídas em água para o uso; refrigeram bem e dão boa
proteção contra a corrosão, porém não lubrificam.
Emulsões de óleo
Como é do conhecimento geral, o óleo mineral não se mistura com a água. Para que a
mistura ocorra, é necessário aditivar o óleo com emulsificadores.
SENAI 149
Lubrificação industrial
Esse fenômeno forma uma película capaz de evitar que as gotículas de óleo se
aglutinem e se separem da emulsão.
Note-se ainda que a região hidrófila possui carga elétrica negativa. E, como pólos
iguais se repelem, a emulsão se torna estável.
Quanto mais emulsificador tiver na mistura, menor será a gotícula, pois o óleo deve
aumentar sua superfície para acomodar todas as regiões hidrófobas.
Preparo da emulsão
Toda a emulsão deve ser preparada misturando lentamente o óleo na água com
agitação contínua. Esse é o modo adequado de fazer uma emulsão óleo-em-água.
Caso a água seja adicionada ao óleo tem-se uma emulsão água-em-óleo. E, mesmo
com agitação prolongada, será muito difícil transformá-la numa emulsão óleo-em-água.
Dureza da água
A dureza da água provém dos sais de cálcio e magnésio nela contidos.
A medida para a dureza da água é dada pela quantidade em ppm (partes por milhão)
de carbonato de cálcio (CaCO3) contido na água. Para cada 17 ppm de CaCO3 tem-se
um grau de dureza (1ºd).
150 SENAI
Lubrificação industrial
Contudo, não se pode retirar todos os sais da água, pois água muito branda também
facilita a formação de espuma.
As emulsões devem ser feitas com água de dureza entre 5 e 20º d. A dureza ideal é de
11º d.
A água canalizada das cidades em geral tem sua dureza dentro da faixa admissível.
Porém, caso seja preciso corrigir, usa-se nitrato de cálcio para endurecer e carbonato
de sódio ou fosfato trissódio para abrandar.
pH da água
O valor do pH indica se um líquido é ácido, neutro ou alcalino. O pH da água para
emulsão deve ser 7, ou seja, neutro. Enquanto que o pH de uma emulsão recém-
preparada deve ficar entre 8 e 9,5, ou seja, alcalino.
Escala de pH
SENAI 151
Lubrificação industrial
A outra parte é constituída por óleo emulsionável. Este tem duas funções principais:
lubrificar e refrigerar.
Durante a usinagem dos metais, o óleo contido na emulsão é consumido. Isto ocorre
porque o óleo tem grande afinidade com os metais, combina-se com os cavacos e é
lançado fora.
Com a água contida nas emulsões, onde a temperatura de usinagem é alta, ocorre a
evaporação.
Outro ponto a ser controlado é o pH visto que a contaminação por bactérias ou por
resíduos de produção pode alterar o pH.
152 SENAI
Lubrificação industrial
Controle da concentração
Refratômetro
O visor mostra duas regiões: uma clara e outra escura. O valor da concentração é
determinado pela linha que separa as duas regiões.
SENAI 153
Lubrificação industrial
Controle do pH
O método mais simples para controlar o pH é com papel indicador. E desde que se use
papel com graduação precisa, os resultados são confiáveis.
Filtragem da emulsão
154 SENAI
Lubrificação industrial
Filtragem de emulsões
SENAI 155
Lubrificação industrial
Desses métodos, o menos eficaz é o da filtragem por correia. Devido ao fato de não
reter as partículas menores e dificultar a remoção da borra. Além disso, a borra se
acumula no tanque e reduz a durabilidade da emulsão.
O filtro de correia magnética pode ser usado em vários tipos de máquinas, mas é mais
adequado às retificadoras porque os seus resíduos são em pó. E o pó facilita o
transporte por magnetismo.
O filtro por correia e papel filtrante é o melhor dos métodos, sendo particularmente
indicado para sistemas centralizados.
Nesse tipo de filtro, as impurezas depositadas no papel filtrante atuam como auxiliar de
filtragem, pois o engrossamento dos depósitos retém progressivamente pequenas
partículas. Assim, a filtragem é mais fina do que a sugerida pelo tamanho dos poros do
papel.
Quando em uso, as emulsões estão sujeitas à ação de bactérias que causam odor
insuportável e alteração na cor.
As bactérias podem ser introduzidas na emulsão pelo ar, água, poeira ou resíduos de
usinagem.
156 SENAI
Lubrificação industrial
Limpeza pessoal
Todo o operador envolvido com o manuseio de emulsões deve lavar muito bem as
mãos e braços, ao menos duas vezes por dia.
Os sabões abrasivos e os solventes não devem ser usados para esta finalidade. São
recomendados sabões neutros ou levemente ácidos. Uma escova macia também é útil.
O operador deve enxugar-se somente com toalha limpa de seu uso exclusivo ou com
toalha descartável.
Óleos de corte
Nas operações de corte, onde o calor gerado pelo atrito é maior do que o calor gerado
pela deformação, usa-se óleo em lugar de emulsão. Isto ocorre por exemplo no
brochamento, no rosqueamento, na fresagem, etc.
Nos casos citados, lubrificar é mais importante do que refrigerar por isso prefere-se
empregar óleo.
Quanto mais baixa for a viscosidade de um óleo, maior será sua capacidade de
refrigeração. Os óleos menos viscosos são indicados para operações de alta
velocidade; os óleos mais viscosos são recomendados para operações de baixa
velocidade (mandrilagem, fresagem, etc.).
SENAI 157
Lubrificação industrial
Óleos graxos
São óleos animais ou vegetais. Possuem boa oleosidade, média capacidade
refrigerante e fraca propriedade anti-soldante. Dão fino acabamento às peças.
Óleos compostos
São misturas de óleos graxos com óleos minerais. A concentração de óleo graxo varia
de 5 a 25 %.
Esses produtos são recomendados para usinagem de cobre e suas ligas, e também
para fresagem e furação.
Óleos EP
São óleos minerais com aditivo de extrema pressão, geralmente enxofre, cloro ou
fósforo. Podem ser de dois tipos:
• Ativos – contêm enxofre livre e mancham o cobre e suas ligas;
• Inativos – não contêm enxofre e não atacam o cobre.
158 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 159
Lubrificação industrial
Pontas de tubeira
O método consiste em aplicar um jato muito fino e de alta pressão por baixo, entre a
peça e a ferramenta. O resfriamento é tão bom que se pode pegar o cavaco com a
mão assim que ele cai.
O problema deste método é manter o jato exatamente no lugar pois qualquer desvio
torna deficiente sua utilização.
Lubrificantes sólidos
160 SENAI
Lubrificação industrial
Desses materiais, os que têm maior quantidade de aplicações são os três primeiros.
Autolubrificantes a seco
A lubrificação sólida do tipo seco consiste em construir as buchas dos mancais em
metal e, na superfície de atrito, efetuar furos ou rebaixos. Nestes detalhes são
colocados insertos de lubrificante sólido.
Buchas autolubrificantes
SENAI 161
Lubrificação industrial
Após a colocação dos insertos, é aplicada uma camada (de 15 a 20 µm) de lubrificante
sólido sobre toda a superfície de trabalho da bucha.
Esses materiais, apesar de serem constituídos por lubrificantes sólidos, não dispensam
a lubrificação por óleo ou graxa no momento da partida.
Politetrafluoretileno (PTFE)
O PTFE é, atualmente, um polímero com inúmeras aplicações. Possui as seguintes
características:
• Coeficiente de atrito entre 0,05 e 0,1;
• Boa resistência à abrasão;
• É inerte quimicamente;
• Mantém o mesmo coeficiente de atrito até 260º C;
162 SENAI
Lubrificação industrial
O PTFE é encontrado comercialmente sob as marcas: Teflon, TFE, Halon TFE e Fluon
PTFE.
Grafite
O grafite natural é constituído por carbono na forma cristalina. E é possível sua
moagem sem perder a estrutura lamelar.
o
O grafite é usado sob forma coloidal, isto é, partículas entre 0,1 a 1 A , como aditivo
para óleos e graxas.
O grafite resiste a temperaturas de trabalho de até 600º C, embora tenha seu melhor
desempenho até 370º C.
SENAI 163
Lubrificação industrial
O grafite pode ser usado também como revestimento para buchas de metal. Nesta
situação, é preciso ter em conta sua fragilidade, ele resiste somente a 14 kg/cm2.
As principais aplicações das buchas revestidas com grafite estão nas bombas de
combustível, vapor e produtos químicos.
Ainda, o grafite pode ser usado como anéis de segmento para pistões ou como anéis
de vedação.
O MoS2 tem uso recomendado até a temperatura de 400º C, acima da qual sofre
oxidação. É grande sua capacidade de aderência aos metais e é usado como agente
EP.
Metais
Alguns metais, como ouro, prata, platina, chumbo, bário, cádmio, tálio e outros podem
ser usados como lubrificantes sólidos em situações especiais.
Atualmente, existem rolamentos usados em máquinas de raios X que têm suas pistas
revestidas com prata; há, também, experiências com ouro para fins espaciais.
164 SENAI
Lubrificação industrial
A experiência tem demonstrado que, com alguns tipos de aço, as altas temperaturas
dão ótimos resultados, isto é, reduzem consideravelmente o aparecimento de trincas e
distorções sem causar a perda de dureza.
Contudo, é usual tomar como regra prática a quantidade de dez litros para cada quilo
de aço temperado por hora, determinando-se assim a capacidade do tanque.
SENAI 165
Lubrificação industrial
Exemplo:
Se, numa empresa o ritmo de trabalho é de 30 kg de aço temperado por hora, a
capacidade do tanque de óleo será de 300 litros.
Óleos isolantes
Os óleos isolantes devem ser bem protegidos da contaminação pela água, pois uma
pequena quantidade de água já afeta a rigidez dielétrica.
166 SENAI
Lubrificação industrial
Produtos antiferrugem
Existe ainda outro produto do mesmo tipo adequado à armazenagem ao ar livre. Trata-
se de um produto de base asfáltica que se torna fluido pela adição de um solvente
volátil.
Após a aplicação, o solvente evapora e deixa uma película dura e forte, muito
semelhante a tinta. Essas películas podem ser retiradas esfregando um pano
embebido em solvente.
As suas películas são espessas, pegajosas e não secam. Têm aspecto entre opaco e
transparente. Além disso, apresentam tendência de recuperação.
Esse tipo de protetivo pode ser removido com um pano molhado em solvente.
SENAI 167
Lubrificação industrial
Sua aplicação é feita substituindo-se o óleo de lubrificação normal pelo óleo protetivo.
Em seguida, coloca-se a máquina que deve ser protegida em funcionamento por
alguns minutos.
Esses produtos atuam tomando o lugar da água nas superfícies metálicas. Formam
sobre elas películas impermeáveis e emulsionam-se com a água eventualmente
presente.
Questionário – resumo
168 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 169
Lubrificação industrial
170 SENAI
Lubrificação industrial
Planejamento da lubrificação
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Sistema de lubrificação planejado;
• Requisitos para implantar sistemas de lubrificação organizados.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Inventário de equipamentos a serem lubrificados;
• Programação e controle da lubrificação;
• Codificação de lubrificantes;
• Orientações básicas para lubrificadores;
• Procedimentos para a coleta de amostras de óleos e graxas.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Coordenar um sistema planejado de lubrificação.
Introdução
SENAI 171
Lubrificação industrial
172 SENAI
Lubrificação industrial
As fichas devem ser feitas em duplicata, ficando uma no setor de lubrificação e outra,
protegida por envelope plástico, fixada à máquina.
SENAI 173
Lubrificação industrial
Ficha de lubrificação
Modelo 2 8 5 Setor 2 0 4 5
174 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 175
Lubrificação industrial
É importante também que seja feita uma tabela de equivalência entre as várias marcas
comerciais. Isso facilita o abastecimento dos depósitos e recipientes de aplicação.
Programação
Elaborar o programa de lubrificação significa determinar as tarefas e os tempos.
Roteiro de lubrificação
Deve ser determinado em função do leiaute das máquinas, sua disponibilidade,
freqüência de aplicação e tempos de deslocamento e lubrificação.
O roteiro deve ser o mais racional possível a fim de obter o máximo de produtividade.
Calendário de serviços
O calendário de serviços deve ter a programação diária das tarefas e abrangência de
um ano.
Para elaborar o calendário, é preciso dividir o ano em semanas de sete dias (de
segunda a domingo) e meses de quatro semanas, isto é, divide-se o ano sem
considerar as variações nos meses apresentadas pelo calendário civil.
176 SENAI
Lubrificação industrial
As rotinas e programações citadas devem ser feitas por meio de fichas. A finalidade
das fichas é racionalizar o trabalho e, simultaneamente, dar-lhe um caráter
documental.
SENAI 177
Lubrificação industrial
178 SENAI
Lubrificação industrial
SENAI 179
Lubrificação industrial
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180 SENAI
Lubrificação industrial
Tempo de
Local Inventário do equipamento Partes a lubrificar Capacidade Serviço Código lubrificante Quantidade Observações Visto
execução
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Ficha do lubrificador
SENAI 181
Lubrificação industrial
Codificação e identificação
Devido à necessidade de identificar com rapidez os produtos lubrificantes, deve ser
elaborada uma codificação.
Codificação DIN
A norma DIN 51502 estabelece os códigos quanto ao lubrificante deixado à livre
escolha o código para a ocasião de aplicar (freqüência).
182 SENAI
Lubrificação industrial
Óleo de corte VG 32
Óleo emulsionável VG 46
SENAI 183
Lubrificação industrial
Codificação convencional
É uma codificação com boa aceitação entre as empresas. Consiste no uso de figuras
geométricas para indicar a freqüência de aplicação do lubrificante, e no uso de cores
para indicar a finalidade ou o tipo de lubrificante.
Freqüência
Amarelo Graxas
Marrom Fuso
Preto Usinagem
Branco Refrigeração
Prata Transformador
184 SENAI
Lubrificação industrial
Os números podem ser usados também para indicar freqüências que não constam
entre as figuras.
Controle
Esse controle é feito por meio de análise diária da “rotina individual do lubrificador”
(figura Ficha do lubrificador).
SENAI 185
Lubrificação industrial
A análise deve ser feita no início do período de trabalho, para detectar os eventuais
serviços não cumpridos no dia anterior. Com isso, é possível reprogramar e evitar
falhas na lubrificação.
Controle do consumo
Esse controle visa à previsão de estoques e detectar prováveis desperdícios.
186 SENAI
Lubrificação industrial
Lubrificantes
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Total do mês corrente
Média mensal
SENAI 187
Lubrificação industrial
Lubrificantes
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Média anual
188 SENAI
Lubrificação industrial
Controle de estoque
O estoque de lubrificantes habitualmente é administrado pelo sistema do estoque
médio. Entretanto, se for possível contar com fornecedores confiáveis, pode-se
administrar pelo estoque mínimo.
O controle do estoque é feito por meio de uma ficha que deve conter no mínimo os
seguintes itens:
• Datas de entrada e saída;
• Estoque existente;
• Destinatário;
• Nível de ressuprimento, isto é, momento para novo pedido;
• Ponto de ressuprimento, isto é, chegada de um novo lote;
• Tempo de ressuprimento, isto é, prazo de entrega.
A figura abaixo apresenta uma ficha para controlar estoques contendo os itens
mínimos.
Produto Código
Ressuprimento
Nível Ponto Tempo
Estoque Destinatário
Data Observação
Entrada Saída Saldo Requisitante Turno
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SENAI 189
Lubrificação industrial
Recomendações
190 SENAI
Lubrificação industrial
Precauções
O prolongado contato da pele com os lubrificantes pode causar dermatoses. Isso
porque os óleos e graxas obstruem as glândulas sudoríparas e os poros. Com isso,
surgem a secura e as irritações da pele que evoluem para estágios de infecção.
Óleos e graxas devem ser removidos da pele imediatamente, lavando-se com água
morna e sabão.
Caso haja contato com os olhos, estes devem ser lavados com um jato abundante de
água, até a remoção total do produto.
Amostragem de lubrificantes
Esses desajustes podem ser causados por óleos que podem estar sendo trocados
antes do momento certo; ou, ainda, por produtos que foram substituídos por um similar
e este não corresponde às expectativas.
Para que as análises forneçam resultados confiáveis, é necessário fazer uma coleta de
amostras adequadas.
SENAI 191
Lubrificação industrial
As amostras de óleo devem ser retiradas com a máquina em movimento. Se isto for
impossível, as amostras devem ser retiradas rapidamente após a parada da máquina.
Esse procedimento é para evitar a falsa amostragem. Essa ocorre quando o óleo está
em repouso e alguns contaminantes se concentram no fundo ou na superfície do
depósito.
Quando da retirada de graxa, deve-se tomar cuidado para que sua estrutura não sofra
alteração.
Os frascos devem ser lavados com solvente de petróleo, secos e em seguida lavados
com o produto a ser amostrado.
Note-se que a gasolina não deve ser usada para a lavagem, pois pode deixar resíduos
de chumbo.
Alguns lubrificantes costumam atacar as tampas dos frascos. Se houver dúvida quanto
à adequação da tampa, basta envolvê-la em papel alumínio comum.
192 SENAI
Lubrificação industrial
Quantidade de amostras
A quantidade das amostras deve ser conseguida junto ao laboratório porém, como
regra geral, temos:
• Um litro, para amostras de óleo;
• 1/2 quilo, para amostras de graxas.
Questionário – resumo
SENAI 193
Lubrificação industrial
10 Quais são os cuidados que devem ser tomados quando for necessário retirar uma
amostra de lubrificante?
194 SENAI