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MANUAL DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Atualização da 14ª para a 15ª edição


Hugo Goes

Para realizar as atualizações, usaremos o seguinte método:

Os textos que serão E


​ XCLUÍDOS​ estão tachados e realçados em vermelho.
Os textos que serão A​ CRESCENTADOS​ estão realçados em azul.
Os textos que serão M ​ ODIFICADOS​ estão realçados em verde.

Página 5 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

A Lei 8.689, de 27/07/1993, extinguiu o INAMPS; posteriormente, a LBA, a


FUNABEM e a CEME também foram extintas; a DATAPREV continua em atividade, sendo
empresa pública vinculada ao Ministério da ​Fazenda​ ​Economia​.

1.7 Instituto Nacional do Seguro Social – INSS

A Lei 8.029, de 12/04/1990, criou o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,


mediante a fusão do IAPAS com o INPS. O INSS é uma autarquia federal vinculada ao
Ministério ​do Desenvolvimento Social e Agrário​ ​da Economia​.

Páginas 6 a 7 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

A ​Medida Provisória 696, de 2 de outubro de 2015 ​Lei 13.266/2016 alterou a Lei


10.683/2003 para, entre outras medidas, promover a fusão do Ministério do Trabalho e
Emprego com o Ministério da Previdência Social, dando origem, mais uma vez, ao
Ministério do Trabalho e Previdência Social.
A Lei 13.341/2016 também promoveu alterações na Lei 10.683/2003, dando uma
nova organização aos ministérios. Entre as medidas adotadas pela Lei 13.341/2016,
podemos destacar as seguintes:
● O Ministério do Trabalho e Previdência Social foi transformado em Ministério do
Trabalho (Lei 13.341/2016, art. 2º, III);
● O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome foi transformado em
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (Lei 13.341/2016, art. 2º, V);
● O INSS e o Conselho de Recursos do Seguro Social foram transferidos do Ministério
do Trabalho e Previdência Social para o Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário (Lei 13.341/2016, art. 7º, parágrafo único, I);
● Foram transferidos para o Ministério da Fazenda: a Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (Previc), o Conselho Nacional de Previdência
Complementar, a Câmara de Recursos da Previdência Complementar, a Dataprev e
o Conselho Nacional de Previdência (Lei 13.341/2016, art. 7º, parágrafo único, II e
III).
A Lei 13.502/2017 revogou a Lei 10.683/2003 e estabeleceu uma nova organização
dos Ministérios. De acordo com essa estrutura ministerial, a Previdência Social ficou dividida
entre o Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério da Fazenda. O INSS, o
Conselho Nacional de Assistência Social e o Conselho de Recursos da Previdência Social
foram vinculados ao Ministério do Desenvolvimento Social. Ficaram vinculados ao Ministério
da Fazenda: o Conselho Nacional de Previdência, a Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (Previc), o Conselho Nacional de Previdência Complementar, a
Câmara de Recursos da Previdência Complementar e a Dataprev.
A Medida Provisória nº 870, de 1º de janeiro de 2019, revogou a Lei 13.502/2017 e
estabeleceu uma nova organização dos Ministérios. De acordo com essa nova estrutura
ministerial, a Previdência passou a ser área de competência do Ministério da Economia (MP
870/2019, art. 31, X).

1.9 Leis básicas da Previdência Social

Páginas 12 a 14 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde.

A Lei 12.154, de 23/12/2009, criou a Superintendência Nacional de Previdência


Complementar – PREVIC, autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da ​Fazenda
Economia​, com sede e foro no Distrito Federal e atuação em todo o território nacional. A
PREVIC atuará como entidade de fiscalização e de supervisão das atividades das entidades
fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o Regime de
Previdência Complementar operado pelas entidades fechadas de previdência
complementar.

[...]

Para os servidores públicos federais ocupantes de cargos efetivos que tiverem


ingressado no serviço público a partir do início da vigência do Regime de Previdência
Complementar acima referido, independentemente de sua adesão aos respectivos planos
de benefícios, aplica-se o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral
de Previdência Social (RGPS) às aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União. Para os que já tinham ingressado
no serviço público antes da vigência da Funpresp, o teto do RGPS somente será aplicado
mediante sua prévia e expressa opção (CF, art. 40, §16). Atualmente, o teto dos benefícios
do RGPS é ​R$5.839,45​.

Página 26 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

A seletividade atua na delimitação do rol de prestações, ou seja, na escolha dos


benefícios e serviços a serem mantidos pela Seguridade Social, enquanto a distributividade
direciona a atuação do sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo
o grau de proteção.1 Os benefícios da assistência social, por exemplo, serão concedidos
apenas aos necessitados; os benefícios salário-família e o auxílio-reclusão só serão
concedidos aos beneficiários de baixa renda (atualmente, para aqueles que tenham renda
mensal inferior ou igual a ​R$1.364,43​).2

Página 44 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

São órgãos colegiados da Seguridade Social: o Conselho Nacional da Previdência


(CNP), os Conselhos de Previdência Social (CPS), o Conselho de Recursos ​do Seguro
Social (CRSS) ​da Previdência Social (CRPS)​, o Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Neste capítulo, serão estudados o CNP, os CPS e o ​CRSS ​CRPS​. O CNAS será
estudado no capítulo referente à Assistência Social.

Página 45 – Acrescentar o azul.

Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos


empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e
confederações nacionais (Lei 8.213/91, art. 3º, §2º).
O Conselho Nacional de Previdência é um órgão colegiado integrante da estrutura
básica do Ministério da Economia (Medida Provisória nº 870/2019, art. 32, XX).

5.1.2 Competência do CNP

Página 48 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

5.3 Conselho de Recursos ​do Seguro Social – CRSS​ ​da Previdência Social – CRPS

O Conselho de Recursos do Seguro Social – CRSS, colegiado integrante da


estrutura do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, é órgão de controle
jurisdicional das decisões do INSS, nos processos referentes a benefícios a cargo desta
Autarquia (RPS, art. 303).
Ao Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) compete a jurisdição
administrativa e o controle das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos
processos de interesse dos beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
O CRPS é um órgão colegiado integrante da estrutura básica do Ministério da
Economia (Medida Provisória nº 870/2019, art. 32, XXXI).
Antes da edição da Lei 11.457/2007, o ​CRSS ​CRPS também tinha competência
para julgar matérias de interesse dos contribuintes referentes às contribuições
previdenciárias. Mas atualmente, por força do art. 25 da Lei 11.457/2007, o processo
administrativo fiscal relativo às contribuições previdenciárias regula-se pelas normas do

1
BALERA, Wagner. Noções Preliminares de Direito Previdenciário. São Paulo: Quartier Latin, 2004,
p. 87.
2
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
Decreto 70.235/72. De acordo com o art. 25 do Decreto 70.235/72, o julgamento de
processos sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil compete: (I) em primeira instância, às Delegacias da Receita
Federal do Brasil de Julgamento (DRJ); e (II) em segunda instância, ao Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais.

Página 49 – Alterar o verde.

5.3.1 Composição do ​CRPS

CRPS

O ​CRPS é presidido por representante do Governo, com notório conhecimento da


legislação previdenciária, cabendo-lhe dirigir os serviços administrativos do órgão.
O mandato dos membros do ​CRPS é de dois anos, permitida a recondução,
atendidas às seguintes condições:
I. os representantes do Governo são escolhidos entre servidores federais,
preferencialmente do INSS ou do Ministério ao qual o INSS esteja vinculado, com
curso superior em nível de graduação concluído e notório conhecimento da
legislação previdenciária, que prestarão serviços exclusivos ao ​CRPS​, sem prejuízo
dos direitos e vantagens do respectivo cargo de origem;
II. os representantes classistas, que deverão ter escolaridade de nível superior,
exceto representantes dos trabalhadores rurais, que deverão ter nível médio, são
escolhidos dentre os indicados, em lista tríplice, pelas entidades de classe ou
sindicais das respectivas jurisdições, e manterão a condição de segurados do
RGPS; e
III. o afastamento do representante dos trabalhadores da empresa empregadora não
constitui motivo para alteração ou rescisão contratual.

Página 50 – Alterar o verde.

O conselheiro afastado por qualquer das razões elencadas no Regimento Interno do


CRPS​, exceto quando decorrente de renúncia voluntária, não poderá ser novamente
designado para o exercício desta função antes do transcurso de cinco anos, contados do
efetivo afastamento.

Página 51 – Alterar o verde.

5.3.5 Gratificação dos membros do ​CRPS

Páginas 83 a 84 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O trabalhador voluntário não é segurado obrigatório do RGPS, podendo, se assim


desejar, ser segurado facultativo.

II. aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não
superior a três meses, prorrogável, presta serviço para atender a necessidade
transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo
extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da legislação própria.

II. aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em


legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de
substituição de pessoal permanente ou a demanda complementar de serviços de
outras empresas.

Trata este dispositivo do trabalhador temporário, regido pela Lei 6.019/74. O


trabalhador temporário presta serviço à empresa de trabalho temporário, cuja atividade
consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores
devidamente qualificados. Assim, ocorre uma operação triangular, em virtude da qual a
empresa contratada fornece pessoal para trabalhar sob o poder de comando da empresa
contratante. ​O trabalho temporário é utilizado apenas em duas situações: para atender à
necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo
extraordinário de serviços. Substituição de pessoal é o caso, por exemplo, em que a
empresa contrata, por intermédio da empresa de trabalho temporário, um trabalhador
temporário para substituir uma pessoa que está em férias ou que ficou doente. Acréscimo
extraordinário de serviço ocorre, por exemplo, quando uma empresa comercial, durante as
festas de Natal e Ano Novo, em razão do aumento de suas vendas, contrata trabalhadores
temporários. O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou
cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de três meses, salvo
autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho (Lei 6.019/74, art. 10). O
Ministério do Trabalho editou a Portaria 789/2014, estabelecendo a possibilidade de
prorrogação do prazo de três meses nos seguintes casos:

Art. 2º Na hipótese legal de substituição transitória de pessoal regular e permanente,


o contrato poderá ser pactuado por mais de três meses com relação a um mesmo
empregado, nas seguintes situações:
I – quando ocorrerem circunstâncias, já conhecidas na data da sua celebração, que
justifiquem a contratação de trabalhador temporário por período superior a três
meses; ou
II – quando houver motivo que justifique a prorrogação de contrato de trabalho
temporário, que exceda o prazo total de três meses de duração.
Parágrafo único. Observadas as condições estabelecidas neste artigo, a duração do
contrato de trabalho temporário, incluídas as prorrogações, não pode ultrapassar um
período total de nove meses.
Art. 3º Na hipótese legal de acréscimo extraordinário de serviços, será permitida
prorrogação do contrato de trabalho temporário por até três meses além do prazo
previsto no art. 10 da Lei 6.019, de 3 de janeiro de 1974, desde que perdure o
motivo justificador da contratação.

A empresa de trabalho temporário deverá solicitar as autorizações previstas nos


arts. 2º e 3º da Portaria 789/2014 por meio da página eletrônica do Ministério do Trabalho.
De acordo com o art. 2º da Lei 6.019/74, trabalho temporário é aquele prestado por
pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à
disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de
substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.
Assim, o trabalho temporário é utilizado apenas em duas situações: para atender à
necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda
complementar de serviços.
Substituição transitória de pessoal permanente é o caso, por exemplo, em que a
empresa tomadora de serviços contrata, por intermédio da empresa de trabalho temporário,
um trabalhador temporário para substituir um empregado que está em férias ou que ficou
doente. Vale frisar que é proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição
de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei (Lei 6.019/74, art. 2º, § 1º).
Demanda complementar de serviços é aquela que seja oriunda de fatores
imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente,
periódica ou sazonal (Lei 6.019/74, art. 2º, § 2º). A título de exemplo, podemos citar o caso
de uma empresa comercial que, durante as festas de Natal e Ano Novo, em razão do
aumento de suas vendas, contrata trabalhadores temporários.
Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no
Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras
empresas temporariamente (Lei 6.019/74, art. 4º).
Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que
celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa de trabalho
temporário (Lei 6.019/74, art. 5º).
Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de
emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário
(Lei 6.019/74, art. 10).
O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá
exceder ao prazo de 180 dias, consecutivos ou não (Lei 6.019/74, art. 10, § 1º). Este prazo
poderá ser prorrogado por até 90 dias, consecutivos ou não, quando comprovada a
manutenção das condições que o ensejaram (Lei 6.019/74, art. 10, § 2º). O trabalhador
temporário que cumprir esses prazos somente poderá ser colocado à disposição da mesma
tomadora de serviços em novo contrato temporário, após 90 dias do término do contrato
anterior (Lei 6.019/74, art. 10, § 5º). A contratação anterior ao prazo de 90 dias caracteriza
vínculo empregatício com a tomadora (Lei 6.019/74, art. 10, § 6º).
O trabalhador temporário não deve ser confundido com o trabalhador eventual, que
também é segurado obrigatório do RGPS, porém, na qualidade de contribuinte individual.
Trabalhador eventual é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter
eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego (Lei 8.213/91, art. 11, V, “g”).

Página 85 – Alterar o verde; Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

A empresa de trabalho temporário também se diferencia da empresa


terceirizada. Tanto uma como outra colocam seus obreiros para prestarem
serviços nas dependências da empresa tomadora dos serviços. A diferença é que
no caso da empresa de trabalho temporário, os trabalhadores ficam ​à disposição
da empresa tomadora por no máximo ​três meses ​180 dias (podendo esse prazo
ser prorrogado ​por mais 90 dias​), para atender a necessidade transitória de
substituição de pessoal ​regular e permanente ou a ​acréscimo extraordinário
demanda complementar de serviço; já no caso da empresa terceirizada, não há
limite de prazo, nem há vinculação a substituição de pessoal ou a ​acréscimo
extraordinário ​demanda complementar de serviço. Outra diferença é que, na
terceirização, os serviços são executados sob o poder de comando dos dirigentes
ou prepostos da firma terceirizada, enquanto no trabalho temporário, o poder de
comando é da empresa tomadora dos serviços.3 Os casos de terceirização
ocorrem com mais frequência, por exemplo, nos serviços de vigilância, de asseio
e conservação etc. ​No entanto, com o advento da Lei 13.467/2017, a
terceirização passou a ser possível em qualquer atividade da empresa
contratante, inclusive em sua atividade principal.
Essas confusões devem ser evitadas, embora tanto o trabalhador
temporário, como o empregado contratado por prazo determinado, como
também o empregado de uma empresa terceirizada sejam todos segurados
empregados.

Páginas 99 a 100 – Alterar o verde.

O segurado especial recebe essa denominação em razão de ter tratamento


favorecido em relação aos demais segurados: (a) enquanto os outros segurados
pagam suas contribuições previdenciárias incidentes sobre seus salários de
contribuição, o segurado especial contribui com uma alíquota reduzida (​1,3%​)
incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
(b) para os demais segurados terem direito aos benefícios previdenciários, é
necessário cumprir a carência, que corresponde a um número mínimo de

3
SUSSEKIND, Arnaldo. Op. cit. p. 210.
contribuições mensais, para o segurado especial, a carência não é contada em
número de contribuições, mas em número de meses de efetivo exercício de
atividade rural ou pesqueira, ainda que de forma descontínua.

Páginas 109 a 111 – Acrescentar o azul; Excluir o vermelho.


ATENÇÃO: excluir também a nota de rodapé.

2.1.4.9 Comprovação da atividade rural

De acordo com o art. 38-A da Lei 8.213/91, o Ministério da Economia


manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de
Informações Sociais - CNIS e poderá firmar acordo de cooperação com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da
administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a manutenção
e a gestão do sistema de cadastro. Esse sistema preverá a manutenção e a
atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à
caracterização da condição de segurado especial, nos termos do disposto no
Regulamento (Lei 8.213/91, art. 38-A, § 1º). A mencionada atualização anual
será feita até 30 de junho do ano subsequente. Decorrido esse prazo, o
segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuado
em época própria o recolhimento na forma prevista no art. 25 da Lei nº 8.212,
de 1991 (contribuição previdenciária de 1,3% incidente sobre receita bruta
proveniente da comercialização da sua produção). É vedada a atualização do
cadastro após o prazo de cinco anos, contados a partir 30 de junho do ano
subsequente aos fatos (Lei 8.213/91, art. 38-A, § 6º).
De acordo com o art. 38-B da Lei 8.213/91, o INSS utilizará as
informações constantes do cadastro de que trata o art. 38-A para fins de
comprovação do exercício da atividade e da condição do segurado especial e do
respectivo grupo familiar. O cadastro de que trata o art. 38-A é o CNIS.
A partir de 1º de janeiro de 2020, a comprovação da condição e do
exercício da atividade rural do segurado especial ocorrerá exclusivamente pelas
informações constantes do CNIS (Lei 8.213/91, art. 38-B, § 1º).
Para o período anterior a 1º de janeiro de 2020, o segurado especial
comprovará o tempo de exercício da atividade rural por meio de autodeclaração
ratificada por entidades públicas credenciadas (Entidades Executoras do
Pronater), e por outros órgãos públicos, na forma prevista no Regulamento (Lei
8.213/91, art. 38-B, § 2º).
Na hipótese de haver divergência de informações, para fins de
reconhecimento de direito com vistas à concessão de benefício, o INSS poderá
exigir a apresentação dos documentos referidos no art. 106 da Lei 8.213/91.
De acordo com o disposto no art. 106 da Lei 8.213/91, a comprovação do
exercício de atividade rural será feita, ​alternativamente ​complementarmente à
declaração de que trata o art. 38-B​, por meio de:
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência
Social;
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador
rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde
que homologada pelo INSS;
III - (Revogado pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária – INCRA, no caso de produtores em regime de economia
familiar;
IV - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (PRONAF), de que trata o inciso II do do art. 2º da Lei
12.188/2010 (é um documento que identifica os beneficiários do
PRONAF), ou por documento que a substitua, emitidas apenas por
instituições ou organizações públicas;
V – bloco de notas do produtor rural;
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias emitidas pela empresa
adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como
vendedor;
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à
cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do
segurado como vendedor ou consignante;
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social
decorrentes da comercialização da produção;
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda
proveniente da comercialização de produção rural; ou
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra.

Além dos documentos supra, o Regulamento da Previdência Social (art. 62, §2º, II,
“l”) ainda admite como prova de exercício da atividade rural a “certidão fornecida pela
Fundação Nacional do Índio – FUNAI, certificando a condição do índio como trabalhador
rural, desde que homologada pelo INSS”.
O STJ entende que o rol de documentos descrito no art. 106 da Lei 8.213/91 é
meramente exemplificativo, e não taxativo, aceitando como início de prova material do
tempo de serviço rural as certidões de óbito e de casamento, qualificando como lavrador o
cônjuge da requerente de benefício previdenciário (STJ, AgRg no Ag 1399389/GO, Rel.
Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, DJe 28/06/2011). O STJ já se manifestou pela aceitação, a título
de início de prova material, de documentos relativos à qualificação do então marido da
autora, mesmo diante da separação ou do divórcio do casal, quando as informações
contidas na documentação foi confirmada pela prova testemunhal.4
O STJ também tem entendido que a declaração sindical não homologada pelo INSS,
pura e simples, não constitui início razoável de prova material, porém quando acompanhada
de robusta prova testemunhal poderá, em razão das peculiaridades que envolvem o
trabalho rural, constituir início de prova material apto a suprir os requisitos do art. 106 da Lei
8.213/91, ainda mais por se tratar de mero rol exemplificativo.5

4
​STJ, AgRg no AREsp 47907/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe 28/03/2012.
5
​STJ, AgRg no REsp 1083346 / PB, Rel. Min. Og Fernandes, 6ª T., DJe 16/11/2009.
É firme a orientação jurisprudencial do STJ no sentido de que, para concessão de
aposentadoria por idade rural, não se exige que a prova material do labor agrícola se refira
a todo o período de carência, desde que haja prova testemunhal apta a ampliar a eficácia
probatória dos documentos, como na hipótese em exame (STJ, AR 3986/SP, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, DJe 01/08/2011).
O STJ editou a Súmula 577, estabelecendo que “é possível reconhecer o tempo de
serviço rural anterior ao documento mais antigo apresentado, desde que amparado em
convincente prova testemunhal colhida sob o contraditório”.

2.1.5 Segurado contribuinte individual

Página 127 – Excluir o vermelho; Alterar o verde; Acrescentar o azul.

Não poderá optar pela sistemática de recolhimento aplicada ao MEI o empresário


individual: (a) que possua mais de um estabelecimento; (b) que participe de outra empresa
como titular, sócio ou administrador; ​(c) que contrate empregado; ou (​c​) cuja atividade seja
tributada ​pelos ​na forma dos anexos ​IV ou V ​ou VI da Lei Complementar 123/06, salvo
autorização relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo Comitê
Gestor.
Poderá enquadrar-se como MEI o empresário individual ou o empreendedor que
exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito
rural que possua um único empregado que receba exclusivamente um salário mínimo ou o
piso salarial da categoria profissional (LC 123, art. 18-C). Ou seja, para enquadrar-se como
MEI, o mencionado empresário ou empreendedor terá duas alternativas: (a) não contratar
nenhum empregado; ou (b) contratar apenas um empregado. Se ele contratar mais de um
empregado, não será permitido o seu enquadramento como MEI. Ainda que só possua um
único empregado, se o referido empresário ou empreendedor decidir pagar a tal
empregado uma remuneração superior ao salário mínimo ou ao piso salarial da categoria
profissional, ele também ficará impedido de enquadrar-se como MEI.

Observação:
Em regra, para que o empresário individual possa optar pela sistemática de
recolhimento aplicada ao MEI, ele não pode contratar empregados (LC 123/06, art.
18-A, §4º, IV). Todavia, poderá se enquadrar como MEI o empresário individual que
possua um único empregado que receba exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o
piso salarial da categoria profissional (LC 123/06, art. 18-C).

O Microempreendedor Individual – MEI, em regra, é segurado obrigatório do RGPS,


na qualidade de contribuinte individual (RPS, art. 9º, V, “p”). Contudo, o empreendedor que
exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito
rural que efetuar seu registro como MEI não perderá a condição de segurado especial da
Previdência Social (LC 123/06, art. 18-E, §5º).
Página 128 – Excluir o vermelho.

De acordo com o art. 20 da Lei 12.871/2013, o médico participante do Projeto Mais


Médicos para o Brasil enquadra-se como segurado obrigatório do RGPS, na condição de
contribuinte individual. Mas, nos termos do parágrafo único do referido artigo, são
ressalvados dessa obrigatoriedade os médicos intercambistas: (I) selecionados por meio de
instrumentos de cooperação com organismos internacionais que prevejam cobertura
securitária específica; ou (II) filiados a regime de seguridade social em seu país de origem,
o qual mantenha acordo internacional de seguridade social com a República Federativa do
Brasil.

XXXII. O atleta de modalidade olímpica ou paraolímpica beneficiário de Bolsa-Atleta


de valor igual ou superior a um salário mínimo

De acordo com o § 6º do art. 1º da Lei 10.891/2004, o atleta de modalidade olímpica


ou paraolímpica, com idade igual ou superior a dezesseis anos, beneficiário de Bolsa-Atleta
de valor igual ou superior a um salário mínimo, é filiado ao Regime Geral de Previdência
Social como contribuinte individual. Durante o período de fruição da Bolsa-Atleta caberá ao
Ministério do Esporte efetuar o recolhimento da contribuição previdenciária, descontando-a
do valor pago aos atletas (Lei 10.891/2004, art. 1º, § 7º).

2.1.6 Situações específicas

Página 132 – Acrescentar o azul.

Cabe ressaltar que a lista supramencionada é meramente exemplificativa. Na


verdade, para a pessoa física poder filiar-se como segurado facultativo, basta cumprir os
seguintes requisitos: (I) ser maior de dezesseis anos de idade; e (II) não ser segurado
obrigatório do RGPS ou de Regime Próprio de Previdência Social.
De acordo com o § 6º do art. 1º da Lei 10.891/2004, o beneficiário da Bolsa-Atleta
com idade igual ou superior a 16 (dezesseis) anos que não seja filiado a regime próprio de
previdência social ou que não esteja enquadrado em uma das hipóteses do art. 11 da Lei
8.213/91, poderá filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social como segurado facultativo.

2.3 Dependentes

Páginas 140 a 141 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: excluir também a nota de rodapé.

Percebe-se, portanto, que há um conflito entre as normas estabelecidas no art. 16,


§2º, da Lei 8.213/91 (na redação dada pela Lei 9.528/97) e o §3º do art. 33 da Lei 8.069/90
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
No âmbito do STJ, o tema é controverso. A 1ª Seção vem entendendo que o
Estatuto da Criança e do Adolescente deve prevalecer, mantendo o menor sob guarda no
rol dos equiparados a filho, conforme pode ser visto no seguinte julgado:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA JUDICIAL.
APLICABILIDADE DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA.
INTERPRETAÇÃO COMPATÍVEL COM A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E
COM O PRINCÍPIO DE PROTEÇÃO INTEGRAL DO MENOR.
1. Caso em que se discute a possibilidade de assegurar benefício de pensão por
morte a menor sob guarda judicial, em face da prevalência do disposto no artigo 33,
§ 3º, do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, sobre norma previdenciária de
natureza específica.
2. Os direitos fundamentais da criança e do adolescente têm seu campo de
incidência amparado pelo status de prioridade absoluta, requerendo, assim, uma
hermenêutica própria comprometida com as regras protetivas estabelecidas na
Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
3. A Lei 8.069/90 representa política pública de proteção à criança e ao adolescente,
verdadeiro cumprimento da ordem constitucional, haja vista o artigo 227 da
Constituição Federal de 1988 dispor que é dever do Estado assegurar com absoluta
prioridade à criança e ao adolescente o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
4. Não é dado ao intérprete atribuir à norma jurídica conteúdo que atente contra a
dignidade da pessoa humana e, consequentemente, contra o princípio de proteção
integral e preferencial a crianças e adolescentes, já que esses postulados são a
base do Estado Democrático de Direito e devem orientar a interpretação de todo o
ordenamento jurídico.
5. Embora a lei complementar estadual previdenciária do Estado de Mato Grosso
seja lei específica da previdência social, não menos certo é que a criança e
adolescente tem norma específica, o Estatuto da Criança e do Adolescente que
confere ao menor sob guarda a condição de dependente para todos os efeitos,
inclusive previdenciários (art. 33, § 3º, Lei nº 8.069/90), norma que representa a
política de proteção ao menor, embasada na Constituição Federal que estabelece o
dever do poder público e da sociedade na proteção da criança e do adolescente (art.
227, caput, e § 3º, inciso II).
6. Havendo plano de proteção alocado em arcabouço sistêmico constitucional e,
comprovada a guarda, deve ser garantido o benefício para quem dependa
economicamente do instituidor.
7. Recurso ordinário provido.6

Já as Turmas da 3ª Seção (5ª e 6ª Turmas), por outro lado, continuam entendendo


que, em face da alteração introduzida no art. 16, §2º, da Lei 8.213/91, pela Lei 9.528/97, o
§3º do art. 33 da Lei 8.069/90 não se aplica aos benefícios previdenciários, que são regidos
por legislação própria. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENSÃO


POR MORTE. MENOR SOB GUARDA. ANÁLISE DE DISPOSITIVOS
CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. É pacífica a jurisprudência desta Corte
no sentido de ser indevida pensão por morte a menor sob guarda se o óbito do
segurado tiver ocorrido sob a vigência da MP nº 1.523/96, posteriormente convertida
na Lei nº 9.528/97. Precedentes. [...]7
6
​STJ, RMS 36034 / MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Seção, DJe 15/04/2014.
7
​STJ, AgRg no REsp 1141788 / RS, Ministro Rogerio Schietti Cruz, 6ª Turma, DJe 24/11/2014.
Em prova de concurso público, como não há consenso na jurisprudência, o
candidato deve seguir a literalidade do art. 16, §2º, da Lei 8.213/91, na redação dada pela
Lei 9.528/97. Ou seja, o candidato deve considerar que o menor sob guarda não é
beneficiário do RGPS na condição de dependente.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem avançado na matéria,


passando a reconhecer ao menor sob guarda a condição de dependente do seu
mantenedor, para fins previdenciários. No dia 11/10/2017, no julgamento do REsp
1.411.258/RS, adotando procedimento previsto para os Recursos Repetitivos (CPC, art.
1.036), o STJ fixou a seguinte tese jurídica:

"O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do
seu mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, §
3º do Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da
pensão seja posterior à vigência da Medida Provisória 1.523/96, reeditada e
convertida na Lei 9.528/97. Funda-se essa conclusão na qualidade de lei especial do
Estatuto da Criança e do Adolescente (8.069/90), frente à legislação previdenciária."

Em prova de concurso público, o candidato deve adotar o seguinte raciocínio: (a) se


a questão fizer referência à jurisprudência do STJ, o candidato deve considerar que o
menor sob guarda equipara-se a filho mediante declaração do segurado e, desde que
comprovada a dependência econômica, tem direito à concessão do benefício de pensão por
morte; (b) todavia, se a questão de concurso não fizer nenhuma referência à jurisprudência,
o candidato deve considerar que o menor sob guarda judicial foi excluído do rol dos
dependentes equiparados a filho, conforme se verifica do art. 16, §2º, da Lei 8.213/91, com
nova redação dada pela Lei 9.528/97.

2.3.6 Os pais

Páginas 144 – Acrescentar o azul; Excluir o vermelho; Alterar o verde.

Presentes os pressupostos da filiação, admite-se a inscrição ​post mortem


(posterior à morte) do segurado especial ​(RPS, art. 18, § 5º)​. ​Para os demais
segurados é vedada a inscrição post mortem. ​Não será admitida a inscrição ​post
mortem de segurado contribuinte individual e de segurado facultativo (Lei
8.213/91, art. 17, § 7º).

5 Inscrição do dependente

Página 145 – Acrescentar o azul; Excluir o vermelho; Alterar o verde.

A companheira e o companheiro são beneficiários do RGPS, na condição


de dependente, desde que comprovem a união estável. Para estes dependentes,
não há necessidade de comprovação de dependência econômica, pois esta é
presumida para os dependentes de primeira classe. Já os dependentes das
classes II e III, bem como o enteado e o menor sob tutela, devem comprovar a
dependência econômica.
A prova de união estável e de dependência econômica exigem início de
prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente
testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior e ou caso fortuito,
conforme disposto no Regulamento (Lei 8.213/91, art. 16, § 5º).
De acordo com o disposto no §3º do art. 22 do RPS, para comprovação do
vínculo (união estável) e da dependência econômica, conforme o caso, devem
ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos:

Página 186 – Acrescentar o azul; Excluir o vermelho.

Assim, o período de carência do segurado especial não é contado em


número de contribuições previdenciárias recolhidas, e sim em número de meses
de efetivo exercício na atividade rural. Todavia, se o segurado especial fizer a
opção por contribuir, facultativamente, com a alíquota de 20% sobre o salário de
contribuição, será dele exigido o recolhimento das contribuições.
De acordo com o art. 38-A da Lei 8.213/91, o Ministério da Economia
manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de
Informações Sociais - CNIS e poderá firmar acordo de cooperação com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da
administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a manutenção
e a gestão do sistema de cadastro. Esse sistema preverá a manutenção e a
atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à
caracterização da condição de segurado especial, nos termos do disposto no
Regulamento (Lei 8.213/91, art. 38-A, § 1º). A mencionada atualização anual
será feita até 30 de junho do ano subsequente. Decorrido esse prazo, o
segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuado
em época própria o recolhimento na forma prevista no art. 25 da Lei nº 8.212,
de 1991 (contribuição previdenciária de 1,3% incidente sobre receita bruta
proveniente da comercialização da sua produção). É vedada a atualização do
cadastro após o prazo de cinco anos, contados a partir 30 de junho do ano
subsequente aos fatos (Lei 8.213/91, art. 38-A, § 6º).
De acordo com o art. 38-B da Lei 8.213/91, o INSS utilizará as
informações constantes do cadastro de que trata o art. 38-A para fins de
comprovação do exercício da atividade e da condição do segurado especial e do
respectivo grupo familiar. O cadastro de que trata o art. 38-A é o CNIS.
A partir de 1º de janeiro de 2020, a comprovação da condição e do
exercício da atividade rural do segurado especial ocorrerá exclusivamente pelas
informações constantes do CNIS (Lei 8.213/91, art. 38-B, § 1º).
Para o período anterior a 1º de janeiro de 2020, o segurado especial
comprovará o tempo de exercício da atividade rural por meio de autodeclaração
ratificada por entidades públicas credenciadas (Entidades Executoras do
Pronater), e por outros órgãos públicos, na forma prevista no Regulamento (Lei
8.213/91, art. 38-B, § 2º).
Na hipótese de haver divergência de informações, para fins de
reconhecimento de direito com vistas à concessão de benefício, o INSS poderá
exigir a apresentação dos documentos referidos no art. 106 da Lei 8.213/91.
De acordo com o disposto no art. 106 da Lei 8.213/91, a comprovação do
exercício de atividade rural será feita, ​alternativamente ​complementarmente à
declaração de que trata o art. 38-B​, por meio de:

I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência


Social;
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador
rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde
que homologada pelo INSS;
III - (Revogado pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária – INCRA, no caso de produtores em regime de economia
familiar;
IV - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar, de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº
12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua,
emitidas apenas por instituições ou organizações públicas;
V – bloco de notas do produtor rural;

Página 188 – Acrescentar o azul.

Benefício Carência

Aposentadoria por idade, por tempo


de contribuição, especial e da pessoa Em regra, 180 contribuições mensais.
com deficiência.

Aposentadoria por invalidez e


Em regra, 12 contribuições mensais.
auxílio-doença.

Para as seguradas contribuinte


Salário-maternidade. individual, especial e facultativa: 10
contribuições mensais.

Auxílio-reclusão 24 contribuições mensais.

Página 189 – ​Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

1.1.4 Perda da qualidade de segurado


No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para
a concessão dos benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e
salário-maternidade, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à
Previdência Social, com metade dos períodos de carência exigidos para tais
benefícios (Lei 8.213/91, art. 27-A). Enquanto o segurado não atingir essa
quantidade de contribuições, ele não poderá recuperar, para efeito de carência,
os recolhimentos anteriores à perda da qualidade de segurado. Basicamente,
este pagamento funciona como uma forma de "pedágio" ao segurado que perdeu
a qualidade e, posteriormente, voltou ao sistema protetivo.
Assim, no caso da aposentadoria por invalidez e do auxílio-doença, para
efeito de carência, o segurado só poderá recuperar os recolhimentos anteriores
à perda da qualidade de segurado, depois que, a partir da nova filiação à
Previdência Social, recolher 6 contribuições mensais. No caso do
salário-maternidade, só depois de recolher 5 contribuições mensais.

CARÊNCIA CONTRIBUIÇÕES EXIGIDAS A


BENEFÍCIO
(em regra) PARTIR DA NOVA FILIAÇÃO

Auxílio-doença 12 6

Aposentadoria por
12 6
invalidez

Salário-maternidade 10 5

Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão


dos benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez, de
salário-maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir da
data da nova filiação à Previdência Social, com os períodos integrais de carência
(Lei 8.213/91, art. 27-A).
Ou seja, para fins de concessão de auxílio-doença, de aposentadoria por
invalidez, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão, havendo perda da
qualidade de segurado e, posteriormente, havendo uma nova filiação, o
segurado recomeçará do zero a contagem do seu período de carência. As
contribuições recolhidas em períodos anteriores à perda da qualidade de
segurado não serão computadas para efeito da carência dos benefícios de
auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez, de salário-maternidade e de
auxílio-reclusão.
Vale frisar que a regra aqui discutida somente é aplicada para os
benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez​, ​e de
salário-maternidade ​e de auxílio-reclusão​. Para os demais benefícios, as
contribuições recolhidas em períodos anteriores à perda da qualidade de
segurado serão sempre computadas para efeito da carência. E mesmo quando se
trata de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e salário-maternidade, a
regra em tela somente será aplicada para os casos em que esses benefícios
exigem carência. Há casos em que a concessão desses benefícios independe de
carência (Lei 8.213/91, art. 26, II e VI).

Página 203 – Alterar o verde.

Tábua de expectativa de vida – IBGE ​2017​ – ​ambos os sexos

Idade Expectativa de Idade


Expectativa de vida
exata vida exata
45 anos 34,8​ ​anos 56 anos ​ nos
25,6​ a
46 anos 34,0​ ​anos 57 anos ​ nos
24,8​ a
47 anos ​ nos
33,1​ a 58 anos ​ nos
24,0​ a
48 anos ​ nos
32,2​ a 59 anos ​ nos
23,2​ a
49 anos ​ nos
31,4​ a 60 anos ​ nos
22,4​ a
50 anos ​ nos
30,5​ a 61 anos ​ nos
21,6​ a
51 anos ​ nos
29,7​ a 62 anos ​ nos
20,9​ a
52 anos 28,8​ anos 63 anos ​ nos
20,1​ a
53 anos ​ nos
28,0​ a 64 anos ​ nos
19,4​ a
54 anos ​ nos
27,2​ a 65 anos ​ nos
18,7​ a
55 anos ​ nos
26,4​ a 66 anos ​ nos
18,0​ a

Página 204 – Alterar o verde.

Exemplo 1:​ Maria Marta, 47 anos de idade, contribui para a previdência desde os
17 anos de idade, contando com 30 anos de contribuição. Sua expectativa de
​ nos. Qual é o valor do
sobrevida, de acordo com a tabela do IBGE, é de ​33,1 a
fator previdenciário?

Resposta:
Es = ​33,1​;
Tc = 30 + 5 = 35 (acréscimo para mulheres);
Id = 47;
a = 0,31.
f= 35 x 0,31 x [1 + (47 + 35 x 0,31) ] = ​0,517
33,1 100

Exemplo 2:​ Joaquim José, ​66 anos de idade, após completar 34 anos de
contribuição, requereu aposentadoria por idade. Sua expectativa de sobrevida, de
acordo com a tabela do IBGE, é de ​18 ​anos. Qual é o valor do fator
previdenciário?

Resposta:
Es = ​18​;
Id = ​66​;
Tc = 34;
a = 0,31.

f= 34 x 0,31 x [1 + (​66​ + 34 x 0,31) ] = ​1,034


18 100

Página 205 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

A regra é que a renda mensal do benefício não terá valor inferior ao do


salário mínimo (hoje, ​R$998,00​), nem superior ao limite máximo do salário de
contribuição (hoje, ​R$5.839,45​),8 respeitados os direitos adquiridos.

Página 209 – Alterar o verde.

Os benefícios do RGPS serão reajustados na mesma data de reajuste do salário


mínimo, mas não necessariamente pelo mesmo índice de reajuste do salário mínimo. Em
janeiro de ​2019​, por exemplo, os benefícios do RGPS foram reajustados em ​3,43%
(Portaria ​Mecon 9/2019​), enquanto o salário mínimo foi reajustado em ​4,61% (Decreto
9.661/2019​).

Página 214 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da


incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho
e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado
doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação
Internacional de Doenças – CID, em conformidade com o disposto na Lista B do anexo II do

8
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
Regulamento da Previdência Social (Lei 8.213/91, art. 21-A). Ou seja, o nexo técnico
epidemiológico – NTE permite que a perícia médica do INSS reconheça determinada
incapacidade como acidentária, mesmo que a empresa ou o empregado doméstico não
tenham feito nenhuma Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT à Previdência Social.
Mas a empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo
técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa,
do empregador doméstico ou do segurado, ao Conselho de Recursos ​da Previdência ​do
Seguro​ Social (Lei 8.213/91, art. 21-A, §2º)

Páginas 217 a 218 – Excluir o vermelho; alterar o verde

A aposentadoria por invalidez é um benefício provisório, pois o segurado pode, em


certos casos, recuperar-se. O segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a
qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a
aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente (Lei 8.213/91, art. 43, § 4º). Por
isso, o segurado aposentado por invalidez está obrigado, sob pena de suspensão do
benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de
reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente,
exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos (Lei 8.213/91, art. 101). No
entanto, o aposentado por invalidez que não tenha retornado à atividade estará isento
desses exames ​nos seguintes casos: (I) após completarem 55 anos ou mais de idade e
quando decorridos 15 anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do
auxílio-doença que a precedeu; ou (II) após ​completar 60 anos de idade. Mas a referida
isenção não se aplica quando o exame tem as seguintes finalidades:

Página 219 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

Havendo perda da qualidade de segurado, para habilitar-se ​novamente ao benefício


da aposentadoria por invalidez, o segurado necessitará cumprir, ​a partir da data da nova
filiação à Previdência Social, o período de ​a carência de ​mais 12 contribuições mensais
(Lei 8.213/91, art. ​27, parágrafo único ​27-A​). Ou seja, para fins de concessão de
aposentadoria por invalidez, havendo perda da qualidade de segurado e, posteriormente,
havendo uma nova filiação, o segurado recomeçará do zero a contagem do seu período de
carência. As contribuições recolhidas em períodos anteriores à perda da qualidade de
segurado não serão computadas para efeito da carência da aposentadoria por invalidez.

Página 222 – Acrescentar o azul.

Previdenciário. Aposentadoria por invalidez. Adicional de 25%. Inovação da Lei nº


8.213/1991. Necessidade de requerimento. Aplicação retroativa. Impossibilidade. 1.
Nos termos do artigo 45 da Lei de Benefícios, o segurado aposentado por invalidez
que necessitar de assistência permanente de outra pessoa, fará jus a um acréscimo
de 25%. 2. Se na época em que concedida a aposentadoria ao recorrente não havia
previsão legal de acréscimo, somente a partir do surgimento da nova regra,
mediante requerimento da parte interessada e comprovada a necessidade, nasce
para o segurado o direito ao complemento. 3. O advento da norma autorizativa, por
si, não impõe à Previdência o dever de revisar as aposentadorias em manutenção,
haja vista a exigência de que o beneficiado necessite de assistência de outrem. Com
efeito, a aferição de tal circunstância depende, sem dúvida, da iniciativa do próprio
interessado. 4. Recurso especial improvido.9

O STJ tem-se posicionado a favor da extensão desse acréscimo de 25% a todos os


aposentados que sejam inválidos e comprovem a necessidade de assistência permanente
de outra pessoa, independentemente da espécie da aposentadoria. No dia 22/08/2018, no
julgamento do REsp 1.648.305/RS, adotando procedimento previsto para os Recursos
Repetitivos (CPC, art. 1.036), o STJ fixou a seguinte tese jurídica:

“Comprovadas a invalidez e a necessidade de assistência permanente de terceiro, é


devido o acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento), previsto no art. 45 da Lei
8.213/91, a todos os aposentados pelo RGPS, independentemente da modalidade
de aposentadoria.”

c) Salário de benefício

Página 247 – Acrescentar o azul.

A comprovação do tempo de serviço, inclusive mediante justificação administrativa


ou judicial, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material ​contemporânea
dos fatos​, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de
motivo de força maior ou caso fortuito (Lei 8.213/91, art. 55, §3º). Nesse sentido, confira o
seguinte julgado do STJ:

Páginas 252 a 253 – Acrescentar o azul.

IV. o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à


Previdência Social só será contado mediante indenização da contribuição
correspondente ao período respectivo, com acréscimo de juros moratórios de 0,5%
ao mês e multa de 10%.
V - é vedada a emissão de Certidão de Tempo de Contribuição - CTC com o registro
exclusivo de tempo de serviço, sem a comprovação de contribuição efetiva, exceto
para o segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso;
VI - a CTC somente poderá ser emitida por regime próprio de previdência social para
ex-servidor;

9
STJ, REsp 1104004/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T., DJe 01/02/2010.
VII - é vedada a contagem recíproca de tempo de contribuição do RGPS por regime
próprio de previdência social sem a emissão da CTC correspondente, ainda que o
tempo de contribuição RGPS tenha sido prestado pelo servidor público ao próprio
ente instituidor; e
VIII - é vedada a desaverbação de tempo em regime próprio de previdência social
quando o tempo averbado tenha gerado a concessão de vantagens remuneratórias
ao servidor público em atividade.
Parágrafo único. O disposto no inciso V do caput não se aplica ao tempo de serviço
anterior à edição da Emenda Constitucional nº 20, de 1998, que tenha sido
equiparado por lei a tempo de contribuição.

Segundo o entendimento do STJ, o segurado que manteve dois vínculos


concomitantes com o RGPS [...]

Página 254 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: excluir também a nota de rodapé.

No período anterior a novembro de 1991, o trabalhador rural não estava obrigado a


recolher contribuição para a Previdência Social. Apesar disso, para fins de concessão dos
benefícios do RGPS, o tempo de serviço prestado pelo trabalhador rural anteriormente à
competência novembro de 1991, sendo devidamente comprovado, conta como tempo de
contribuição, exceto para efeito de carência. Mas para fins de contagem recíproca, este
tempo de serviço somente será reconhecido mediante a indenização (RPS, art. 123,
parágrafo único). ​Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ: ​Seguindo essa linha de
raciocínio, no dia 25/04/2018, no julgamento do REsp 1.682.678/SP, adotando
procedimento previsto para os Recursos Repetitivos (CPC, art. 1.036), o STJ fixou a
seguinte tese jurídica:

“O segurado que tenha provado o desempenho de serviço rurícola em período


anterior à vigência da Lei 8.213/1991, embora faça jus à expedição de certidão
nesse sentido para mera averbação nos seus assentamentos, somente tem direito
ao cômputo do aludido tempo rural, no respectivo órgão público empregador, para
contagem recíproca no regime estatutário se, com a certidão de tempo de serviço
rural, acostar o comprovante de pagamento das respectivas contribuições
previdenciárias, na forma da indenização calculada conforme o dispositivo do art. 96,
IV, da Lei 8.213/1991.”

PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. TRABALHADOR RURAL.


APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE RURAL ANTERIOR À
LEI Nº 8.213/91. CÔMPUTO. RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES.
NECESSIDADE. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. PEDIDO RESCISÓRIO
IMPROCEDENTE. 1. Para a contagem recíproca de tempo de contribuição,
mediante a junção do período prestado na administração pública com a atividade
rural ou urbana, faz-se necessária a indenização do período rural exercido
anteriormente à Lei nº 8.213/91. 2. Ação julgada improcedente.10

10
​STJ, AR 2510/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 3ª Seção, DJe 01/02/2010.
O STF também segue o mesmo entendimento, conforme se verifica no seguinte
julgado:

Página 281 – Excluir o vermelho.

O fato de o reconhecimento da incapacidade ter sido feito mediante recepção da


documentação médica do segurado não afasta a possibilidade de o INSS convocar o
segurado, em qualquer hipótese e a qualquer tempo, para avaliação pericial (RPS, art.
75-A, § 4º). O segurado em gozo de auxílio-doença, concedido judicial ou
administrativamente, poderá ser convocado a qualquer momento, para avaliação das
condições que ensejaram a sua concessão e a sua manutenção (Lei 8.213/91, art. 60, §
10). O segurado que não concordar com o resultado de tal avaliação poderá apresentar, no
prazo máximo de trinta dias, recurso da decisão da administração perante o Conselho de
Recursos do Seguro Social, cuja análise médica pericial, se necessária, será feita pelo
assistente técnico médico da junta de recursos do seguro social, perito diverso daquele que
indeferiu o benefício (Lei 8.213/91, art. 60, § 11).
Em regra, a avaliação pericial é realizada pela perícia médica do INSS. Mas, nos
casos de impossibilidade de realização de perícia médica pelo órgão ou setor próprio
competente, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das
atividades e de atendimento adequado à clientela da previdência social, o INSS poderá,
sem ônus para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, convênios, termos de
execução descentralizada, termos de fomento ou de colaboração, contratos não onerosos
ou acordos de cooperação técnica para realização de perícia médica, por delegação ou
simples cooperação técnica, sob sua coordenação e supervisão, com órgãos e entidades
públicos ou que integrem o Sistema Único de Saúde (Lei 8.213/91, art. 60, § 5º).
O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua
atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o
exercício de sua atividade habitual ou de outra atividade (Lei 8.213/91, art. 62). O
auxílio-doença será mantido até que o segurado seja considerado reabilitado para o
desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não
recuperável, seja aposentado por invalidez (Lei 8.213/91, art. 62, parágrafo único).

Página 282 – Acrescentar o azul; Alterar o verde

Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao RGPS já portador de


doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício, salvo quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

2.6.4 Segurado recluso em regime fechado

Não será devido o auxílio-doença para o segurado recluso em regime fechado (Lei
8.213/91, art. 59, § 2º).
O segurado em gozo de auxílio-doença na data do recolhimento à prisão terá o
benefício suspenso. Essa suspensão será de até 60 dias, contados da data do recolhimento
à prisão, cessado o benefício após o referido prazo. Na hipótese de o segurado ser
colocado em liberdade antes desse prazo, o benefício será restabelecido a partir da data da
soltura.

2.6.5​ Segurado que exerce mais de uma atividade

Página 285 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde.

I – ao segurado empregado​, exceto ao submetido ao contrato de trabalho


intermitente, a partir do 16º dia do afastamento da atividade ou a partir da data de
entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do
requerimento decorrerem mais de 30 dias; ​e
II – ao segurado empregado submetido ao contrato de trabalho intermitente, previsto
no art. 452-A da CLT, a partir da data do início da incapacidade ou da data de
entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias; e
II – aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada
do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias.

Tratando-se de segurado empregado, ​exceto ao submetido ao contrato de


trabalho intermitente, se requerido até o 30º dia do afastamento, o
auxílio-doença será devido a contar do 16º dia do afastamento da atividade. É
assim porque durante os primeiros 15 dias consecutivos de afastamento da
atividade por motivo de doença ou de acidente de trabalho ou de qualquer
natureza, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral
(Lei 8.213/91, art. 60, §3º). Quando o auxílio-doença for requerido pelo
empregado após o 30º dia do afastamento, o benefício será devido a contar da
data do requerimento.
O art. 452-A da CLT disciplina o denominado contrato de trabalho
intermitente, que é um tipo de contrato de trabalho que remunera o trabalhador
por hora ou por dia de trabalho. Os trabalhadores submetidos a esse tipo de
contrato de trabalho são considerados como segurados empregados. Contudo,
em relação ao auxílio-doença, o § 13 do art. 452-A da CLT estabeleceu uma
regra diferente da aplicada para os demais segurados empregados. O referido
dispositivo legal determina que, para o empregado submetido ao contrato de
trabalho intermitente, o auxílio-doença será devido a partir da data do início da
incapacidade, vedada a aplicação do disposto § 3º do art. 60 da Lei 8.213/91.
O § 3º do art. 60 da Lei 8.213/91 determina o seguinte: “durante os
primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de
doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário
integral”. Considerando que o § 13 do art. 452-A da CLT vedou a aplicação desse
dispositivo legal para o empregado intermitente, na hipótese de incapacidade
temporária por prazo inferior ou igual a 15 dias, ele ficará desprovido de
qualquer cobertura, seja pela previdência social ou pelo empregador, pois o
auxílio-doença só será devido ao segurado que ficar incapacitado por mais de 15
dias consecutivos (Lei 8.213/91, art. 59).
Para os demais segurados, se requerido até o 30º dia do afastamento, o
auxílio-doença será devido a partir da data do início da incapacidade. Quando
requerido após o 30º dia do afastamento, o benefício será devido a contar da
data do requerimento.

Página 299 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

O salário-família será devido, mensalmente, aos segurados empregado, empregado


doméstico e trabalhador avulso que tenham salário de contribuição inferior ou igual a
R$1.364,43​,11 na proporção do respectivo número de filhos

Página 300 – Alterar o verde.

Os R$360,00 citados pela art. 13 da EC 20, corrigidos pelos mesmos índices de


reajuste aplicados aos demais benefícios do RGPS, correspondem, atualmente, a
R$1.364,43​.

Página 301 – Alterar o verde.

I. ​R$46,54​, para o segurado com remuneração mensal não superior a ​R$907,77​; e


II. ​R$32,80​, para o segurado com remuneração mensal superior a ​R$907,77 e igual
ou inferior a ​R$1.364,43​.

Os valores acima são os vigentes a partir de ​1º/01/2019​, de acordo com a Portaria


Mecon nº 9, de 15/01/2019​. Esses valores são corrigidos na mesma data e pelo mesmo
índice de correção dos demais benefícios do RGPS.
Como se vê, os segurados que tenham remuneração mensal superior a ​R$1.364,43
não têm direito ao salário-família.
Para fins de reconhecimento do direito ao salário-família, considera-se remuneração
mensal do segurado o valor total do respectivo salário de contribuição, ainda que resultante
da soma dos salários de contribuição correspondentes a atividades simultâneas (Portaria
Mecon nº 9/2019​, art. 4º, §1º). O direito à cota do salário-família é definido em razão da
remuneração que seria devida ao empregado no mês, independentemente do número de
dias efetivamente trabalhados (Portaria ​Mecon nº 9/2019​, art. 4º, §2º).
Todas as importâncias que integram o salário de contribuição serão consideradas
como parte integrante da remuneração do mês, exceto o 13º salário e o adicional de férias
previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal, para efeito de definição do direito
à cota de salário-família (Portaria ​Mecon nº 9/2019​, art. 4º, §3º).

Página 302 – Alterar o verde.

11
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019.
Exemplo:
Maria e Joaquim, empregados da empresa Beta S.A., são casados e têm, em
comum, quatro filhos: Mateus (16 anos de idade), Marcos (12 anos), Lucas (8 anos)
e João (4 anos). A remuneração mensal de Maria é ​R$1.100,00, e a de Joaquim,
R$1.200,00​. Neste caso, Maria receberá três cotas de salário-família, sendo
R$32,80 o valor de cada cota, perfazendo um total de ​R$98,40​. Joaquim também
receberá três cotas, sendo ​R$32,80​o valor de cada cota, perfazendo um total de
R$98,40​. Note-se que, apesar da existência de quatro filhos, cada um dos
segurados só terá direito a três cotas de salário-família, pois o primeiro filho (Mateus)
já tem mais de 14 anos de idade.

No exemplo supra, a empresa Beta S.A. pagará, a título de salário-família, um valor


total de ​R$196,80 (que corresponde a ​98,40 + ​98,40​). Quando a empresa Beta S.A. for
recolher as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração dos segurados
que lhes prestam serviço, terá o direito de se reembolsar desse valor despendido com o
pagamento de salário-família.
O salário-família do trabalhador avulso independe do número de dias trabalhados no
mês, devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota (RPS, art. 82, §2º).
Já para o empregado, a cota do salário-família é devida proporcionalmente aos dias
trabalhados nos meses de admissão e demissão (Portaria ​Mecon nº 9/2019​, art. 4º, §4º).

Página 305 – Alterar o verde.


O restante da tabela permanece como está.

Quadro Resumo – Salário-família

Ser segurado de baixa renda (SC de até ​R$1.364,43​); e


Fato gerador
Ter filho (ou equiparado) até 14 anos de idade ou inválido.

a) Segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador


avulso;
Beneficiários b) Aposentado por invalidez ou por idade; e
c) Demais aposentados a partir dos 65 anos de idade, se homens,
ou 60 anos de idade, se mulheres.

Carência Não é exigida.

Uma cota em relação a cada filho (ou equiparado) até 14 anos de


idade ou inválido. O valor da cota é de:
I - ​R$46,54​, para o segurado com remuneração mensal não
Renda mensal
superior a ​R$907,77​; e
II - ​R$32,80​, para o segurado com remuneração mensal superior a
R$907,77​ e igual ou inferior a ​R$1.364,43​.

Página 312 – Excluir o vermelho.


Fugindo à regra geral, o salário-maternidade devido à empregada do
microempreendedor individual (MEI) será pago diretamente pela Previdência Social (Lei
8.213/91, art. 72, §3º). ​No caso de empregada submetida a contrato de trabalho
intermitente, o salário-maternidade também será pago diretamente pela Previdência Social
CLT, art. 452-A, § 14).
Também como exceção à regra geral, na hipótese de adoção ou guarda judicial para
fins de adoção, o salário-maternidade será pago diretamente pela Previdência Social,
mesmo que o adotante seja segurado empregado ou empregada (Lei 8.213/91, art. 71-A,
parágrafo único).

Página 313 – Excluir o vermelho.

Pagamento do salário-maternidade

Fato gerador Beneficiário Quem paga?

Regra geral A empresa

Previdência
Empregada do MEI
Empregada Social
Parto ou aborto não
criminoso Empregada Previdência
intermitente Social

Previdência
Demais seguradas
Social

Adoção ou guarda
Previdência
judicial para fins de Todos os segurados
Social
adoção

No caso de falecimento
da segurada ou Cônjuge ou companheiro
Previdência
segurado que fizer jus sobrevivente que tenha a
Social
ao recebimento do qualidade de segurado.
salário-maternidade.

Página 314 – Acrescentar o azul; Alterar o verde

Compete à interessada instruir o requerimento do salário-maternidade com os


atestados médicos necessários (RPS, art. 95). Quando o benefício for requerido após o
parto, o documento comprobatório é a Certidão de Nascimento, podendo, no caso de
dúvida, a segurada ser submetida à avaliação pericial junto ao INSS (RPS, art. 95,
parágrafo único).
2.9.11 Prazo para requerer o salário-maternidade

O direito ao salário-maternidade decairá se não for requerido em até 180 dias da


ocorrência do parto ou da adoção, exceto na ocorrência de motivo de força maior e ou caso
fortuito, conforme disposto no Regulamento (Lei 8.213/91, art. 71-D).

2.9.12​ Acumulação

Páginas 320 a 321 – Excluir o vermelho: Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: excluir também a nota de rodapé.

De acordo com o disposto no art. 74 da Lei 8.213/91, a pensão por morte será
devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar
da data:

I. do óbito, quando requerida até noventa dias depois deste;


I. do óbito, quando requerida em até 180 dias após o óbito, para os filhos menores
de dezesseis anos, ou em até 90 dias após o óbito, para os demais dependentes;
II. do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior;
III. da decisão judicial, no caso de morte presumida.

No caso do disposto no inciso II, a data de início do benefício será a data do óbito,
aplicados os devidos reajustamentos até a data de início do pagamento, não sendo devida
qualquer importância relativa ao período anterior à data de entrada do requerimento (RPS,
art. 105, §1º). Ou seja, tratando-se de benefício de pensão por morte cujo requerimento
tenha sido formulado após o decurso do prazo de noventa dias do óbito, a data do início do
pagamento (DIP) será a data do requerimento, ainda que a data do início do benefício (DIB)
seja fixada no óbito. Neste caso, as prestações somente serão devidas a partir da data da
entrada do requerimento (DER).
Segundo entendimento do STJ, no que diz respeito ao termo inicial da pensão por
morte, o dependente absolutamente incapaz tem direito ao benefício no período
compreendido entre o óbito do segurado e a data do pedido administrativo.
Também conforme o STJ, a pensão por morte será devida ao dependente menor de
dezoito anos desde a data do óbito, ainda que tenha requerido o benefício passados mais
de noventa dias após completar dezesseis anos. De acordo com o inciso II do art. 74 da Lei
8.213/1991, a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que
falecer, aposentado ou não, a contar da data do requerimento, caso requerida após noventa
dias do óbito. Entretanto, o art. 79 da referida lei dispõe que tanto o prazo de decadência
quanto o prazo de prescrição são inaplicáveis ao “pensionista menor”. A menoridade de que
trata esse dispositivo só desaparece com a maioridade, nos termos do art. 5º do CC –
segundo o qual “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil” –, e não aos dezesseis anos de idade.
Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:

PREVIDÊNCIA SOCIAL. PENSIONISTA MENOR. INÍCIO DO BENEFÍCIO. A


expressão “pensionista menor”, de que trata o art. 79 da Lei nº 8.213, de 1990,
identifica uma situação que só desaparece aos dezoito anos de idade, nos termos
do art. 5º do Código Civil. Recurso especial provido para que o benefício seja pago a
contar do óbito do instituidor.12

O STJ ​também tem entendido que a pensão por morte, cujo fato gerador tenha
ocorrido antes da vigência da Lei 8.213/91, é devida a partir do óbito do instituidor da
pensão, independentemente de ter sido requerido tardiamente, ressalvando-se, contudo, a
prescrição quinquenal.13

Páginas 324 a 325 – Excluir o vermelho: Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: excluir também a nota de rodapé.

A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de
outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em
exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou
habilitação (Lei 8.213/91, art. 76). ​Seguindo essa linha de raciocínio, o STJ decidiu que a
viúva que vinha recebendo a totalidade da pensão por morte de seu marido não deve pagar
ao filho posteriormente reconhecido em ação de investigação de paternidade a quota das
parcelas auferidas antes da habilitação deste na autarquia previdenciária, ainda que a
viúva, antes de iniciar o recebimento do benefício, já tivesse conhecimento da existência da
ação de investigação de paternidade. Confira o julgado:

RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. PENSÃO POR


MORTE. TERMO INICIAL. MENOR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. DATA DO
ÓBITO. TEMPUS REGIT ACTUM. PLURALIDADE DE PENSIONISTAS. RATEIO
DO BENEFÍCIO. RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE POST MORTEM.
RECEBIMENTO DE VALORES PELA VIÚVA, PREVIAMENTE HABILITADA.
INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ. PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE DAS VERBAS
PREVIDENCIÁRIAS.
1. A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é a vigente na
data do óbito do segurado (tempus regit actum).
2. Aplica-se o art. 74 da Lei de Benefícios, na redação vigente à época da abertura
da sucessão (saisine), motivo pelo qual o termo inicial da pensão por morte é a data
do óbito.
3. Havendo mais de um pensionista, a pensão por morte deverá ser rateada entre
todos, em partes iguais, visto ser benefício direcionado aos dependentes do
segurado, visando à manutenção da família.
4. Antes do reconhecimento da paternidade, seja espontâneo, seja judicial, o vínculo
paterno consiste em mera situação de fato sem efeitos jurídicos. Com o
reconhecimento é que tal situação se transforma em relação de direito, tornando
exigíveis os direitos subjetivos do filho.
5. Ainda que a sentença proferida em ação de investigação de paternidade produza
efeitos ex tunc, há um limite intransponível: o respeito às situações jurídicas
definitivamente constituídas.
6. O mero conhecimento sobre a existência de ação de investigação de paternidade
não é suficiente para configurar má-fé dos demais beneficiários anteriormente

12
STJ, REsp 1405909 / AL, Rel. Min. Sérgio Kukina, 1ª Turma, DJe 09/09/2014.
13
STJ, AgRg no REsp 1075296 / ES, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, DJe
18/06/2012.
habilitados no recebimento de verbas previdenciárias e afastar o princípio da
irrepetibilidade de tais verbas.
7. A filiação reconhecida em ação judicial posteriormente ao óbito do instituidor do
benefício configura a hipótese de habilitação tardia prevista no art. 76 da Lei nº
8.213/1991.
8. Recurso especial conhecido e provido.14

Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este


poderá requerer a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte,
exclusivamente para fins de rateio dos valores com outros dependentes, vedado o
pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da decisão judicial que reconhecer
a qualidade de dependente do autor da ação (Lei 8.213/91, art. 74, § 3º). Caso a referida
ação judicial seja julgada improcedente, o valor retido, corrigido pelos índices legais de
reajustamento, será pago de forma proporcional aos demais dependentes, de acordo com
as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios (Lei 8.213/91, art. 74, § 4º).
O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de
alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes da classe I (Lei
8.213/91, art. 76, §2º). ​A respeito deste tema, o STJ tem um entendimento mais favorável à
mulher divorciada ou separada judicialmente. De acordo com a Súmula 336 do STJ, “a
mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão
previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente”. ​Todavia, na hipótese de o segurado falecido estar, na data de seu
falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge,
ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo
remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do
benefício (Lei 8.213/91, art. 76, §3º).
O cônjuge ausente somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação
e mediante prova de dependência econômica, não excluindo do direito a companheira ou o
companheiro (Lei 8.213/91, art. 76, §1º). Trata-se, neste caso, de uma exceção à regra: a
dependência econômica do cônjuge é presumida (Lei 8.213/91, art. 16, §4º), salvo se
ausente. Cônjuge ausente é aquele que se afasta do convívio conjugal por longo período.

Página 336 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

2.11 Auxílio-reclusão

O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos
dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa
nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em
serviço (Lei 8.213/91, art. 80).
O auxílio-reclusão será devido nas condições da pensão por morte, respeitado o
tempo mínimo de carência de 24 contribuições mensais, aos dependentes do segurado de
baixa renda recolhido à prisão em regime fechado, que não receber remuneração da
empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, pensão por morte, salário-maternidade,
aposentadoria ou abono de permanência em serviço (Lei 8.213/91, art. 80).

14
STJ, REsp 990549 / RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 3ª Turma, DJe 01/07/2014.
O inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 20/98,
restringiu a concessão do auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa
renda. De acordo com o art. 13 da Emenda Constitucional 20/98, “até que a lei discipline o
acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus
dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta
mensal igual ou inferior a R$360,00, que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelos
mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social”. Os
R$360,00 citados pela art. 13 da EC 20, corrigidos pelos mesmos índices de reajuste
aplicados aos demais benefícios do RGPS, correspondem, atualmente, a ​R$1.364,43​.15
Assim, para fins de concessão de auxílio-reclusão, considera-se segurado de baixa
renda aquele que, na competência de recolhimento à prisão tenha renda de valor igual ou
inferior àquela prevista no art. 13 da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de
1998, corrigido pelos índices aplicados aos benefícios do RGPS (Lei 8.213/91, art. 80, § 3º).
Vale frisar que a renda do segurado preso é a que deve ser utilizada como
parâmetro para a concessão do benefício e não a de seus dependentes. Nesse sentido,
confira o seguinte julgado do STF:

Páginas 337 a 342 – Alterar o verde; Acrescentar o azul.

a) Tenha sido recolhido à prisão ​em regime fechado​;


b) Não receba remuneração da empresa;
c) Não esteja em gozo de auxílio-doença, ​pensão por morte, salário-maternidade,
aposentadoria ou abono de permanência em serviço; ​e
d) Tenha cumprido o período de carência de 24 contribuições mensais; e
e​) Desde que, ​na competência seu de recolhimento à prisão, ​o seu último salário de
contribuição​ ​sua renda mensal bruta​ seja igual ou inferior a ​R$1.364,43​.

A aferição da renda mensal bruta para enquadramento do segurado como de baixa


renda ocorrerá pela média dos salários de contribuição apurados no período de doze meses
anteriores ao mês do recolhimento à prisão (Lei 8.213/91, art. 80, § 4º).
Considera-se pena privativa de liberdade, para fins de reconhecimento do direito ao
benefício de auxílio-reclusão, aquela cumprida em regime fechado ou semiaberto, sendo:

I – regime fechado aquele sujeito à execução da pena em estabelecimento de


segurança máxima ou média; e
II – regime semi-aberto aquele sujeito à execução da pena em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.

Os dependentes do segurado detido em prisão provisória (preventiva ou temporária)


terão direito ao benefício desde que comprovem o efetivo recolhimento do segurado por
meio de documento expedido pela autoridade responsável (IN INSS 77/2015, art. 381, § 1º).
Ao término da prisão provisória, o auxílio-reclusão pago aos dependentes deverá ser
cessado e, caso nova prisão ocorra, ainda que em razão do mesmo evento causador da
primeira privação de liberdade, proceder-se-á a nova análise de dependência, qualidade de
segurado e renda, em novo requerimento de auxílio-reclusão (IN INSS 77/2015, art. 381, §
4º).

15
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
Equipara-se à condição de recolhido à prisão a situação do maior de 16 e menor de
18 anos de idade que se encontre internado em estabelecimento educacional ou
congênere, sob custódia do Juizado da Infância e da Juventude (IN INSS 77/2015, art. 381,
§ 2º).
A privação da liberdade será comprovada por documento, emitido pela autoridade
competente, comprovando o recolhimento do segurado à prisão e o regime de reclusão.
Para o maior de 16 e menor de 18 anos, serão exigidos certidão do despacho de internação
e o documento atestando seu efetivo recolhimento a órgão subordinado ao juiz da Infância e
da Juventude.
Não cabe a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que esteja
em livramento condicional ou que cumpra pena em regime aberto.
O cumprimento de pena em prisão domiciliar não impede o recebimento do benefício
de auxílio-reclusão pelos dependentes, se o regime previsto for o fechado ou semiaberto (IN
INSS/PRES 77/2015, art. 382, § 4º).
O STJ tem entendido ser possível a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes
do segurado que recebia salário de contribuição pouco superior ao limite estabelecido como
critério de baixa renda pela legislação da época de seu encarceramento. Nesse sentido,
confira o seguinte julgado:

RECURSO ESPECIAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO.


POSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAÇÃO DO CRITÉRIO ECONÔMICO ABSOLUTO
PREVISTO NA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PREVALÊNCIA DA FINALIDADE
DE PROTEÇÃO SOCIAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. RECURSO ESPECIAL DO
INSS A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. O benefício de auxílio-reclusão destina-se diretamente aos dependentes de
segurado que contribuía para a Previdência Social no momento de sua reclusão,
equiparável à pensão por morte; visa a prover o sustento dos dependentes,
protegendo-os nesse estado de necessidade.
2. À semelhança do entendimento firmado por esta Corte, no julgamento do Recurso
Especial 1.112.557/MG, Representativo da Controvérsia, onde se reconheceu a
possibilidade de flexibilização do critério econômico definido legalmente para a
concessão do Benefício Assistencial de Prestação Continuada, previsto na LOAS, é
possível a concessão do auxílio-reclusão quando o caso concreto revela a
necessidade de proteção social, permitindo ao Julgador a flexibilização do critério
econômico para deferimento do benefício, ainda que o salário de contribuição do
segurado supere o valor legalmente fixado como critério de baixa renda.
3. No caso dos autos, o limite de renda fixado pela Portaria Interministerial, vigente
no momento de reclusão da segurada, para definir o Segurado de baixa-renda era
de R$ 710,08, ao passo que, de acordo com os registros do CNIS, a renda mensal
da segurada era de R$720,90, superior aquele limite.
4. Nestas condições, é possível a flexibilização da análise do requisito de renda do
instituidor do benefício, devendo ser mantida a procedência do pedido, reconhecida
nas instâncias ordinárias.
5. Recurso Especial do INSS a que se nega provimento.16

É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não


houver salário de contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão,
desde que mantida a qualidade de segurado (RPS, art. 116, §1º).

16
STJ, REsp 1479564 / SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Turma, DJe 18/11/2014.
O STJ tem entendido que, na análise de concessão do auxílio-reclusão a que se
refere o art. 80 da Lei 8.213/1991, o fato de o recluso que mantenha a condição de
segurado pelo RGPS (art. 15 da Lei 8.213/1991) estar desempregado ou sem renda no
momento do recolhimento à prisão indica o atendimento ao requisito econômico da baixa
renda, independentemente do valor do último salário de contribuição. Nesse sentido, confira
o seguinte julgado:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO OU


SEM RENDA. CRITÉRIO ECONÔMICO. MOMENTO DA RECLUSÃO. ÚLTIMO
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
1. A questão jurídica controvertida consiste em definir o critério de rendimentos ao
segurado recluso em situação de desemprego ou sem renda no momento do
recolhimento à prisão. O acórdão recorrido e o INSS defendem que deve ser
considerado o último salário de contribuição, enquanto os recorrentes apontam que
a ausência de renda indica o atendimento ao critério econômico.
2. À luz dos arts. 201, IV, da Constituição Federal e 80 da Lei 8.213/1991 o benefício
auxílio-reclusão consiste na prestação pecuniária previdenciária de amparo aos
dependentes do segurado de baixa renda que se encontra em regime de reclusão
prisional.
3. O Estado, através do Regime Geral de Previdência Social, no caso, entendeu por
bem amparar os que dependem do segurado preso e definiu como critério para a
concessão do benefício a “baixa renda”.
4. Indubitavelmente que o critério econômico da renda deve ser constatado no
momento da reclusão, pois nele é que os dependentes sofrem o baque da perda do
seu provedor.
5. O art. 80 da Lei 8.213/1991 expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o
segurado recolhido à prisão “não receber remuneração da empresa”.
6. Da mesma forma o § 1º do art. 116 do Decreto 3.048/1999 estipula que “é devido
auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver
salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que
mantida a qualidade de segurado”, o que regula a situação fática ora deduzida, de
forma que a ausência de renda deve ser considerada para o segurado que está em
período de graça pela falta do exercício de atividade remunerada abrangida pela
Previdência Social. (art. 15, II, da Lei 8.213/1991).
7. Aliada a esses argumentos por si sós suficientes ao provimento dos Recursos
Especiais, a jurisprudência do STJ assentou posição de que os requisitos para a
concessão do benefício devem ser verificados no momento do recolhimento à
prisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Nesse sentido: AgRg no
REsp 831.251/RS, Rel. Ministro Celso Limongi (Desembargador convocado do
TJ/SP), Sexta Turma, DJe 23/5/2011; REsp 760.767/SC, Rel. Ministro Gilson Dipp,
Quinta Turma, DJ 24/10/2005, p. 377; e REsp 395.816/SP, Rel. Ministro Fernando
Gonçalves, Sexta Turma, DJ 2/9/2002, p. 260.
8. Recursos Especiais providos.17

A respeito dos requisitos necessários à concessão do auxílio-reclusão, confira o


seguinte julgado do STJ:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. CONCESSÃO AOS DEPENDENTES DO


SEGURADO DE BAIXA RENDA. DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 8º

17
STJ, REsp 1480461 / SP, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe 10/10/2014.
DA LEI 8.213/91. REQUISITOS DA PENSÃO POR MORTE. APLICABILIDADE.
PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM. INCIDÊNCIA. RECOLHIMENTO À PRISÃO.
LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA. OBEDIÊNCIA. RECURSO PROVIDO. I – A EC
20/98 determinou que o benefício auxílio-reclusão seja devido unicamente aos
segurados de baixa renda. II – Nos termos do +artigo 80 da Lei nº 8.213/91, o
auxílio-reclusão é devido nas mesmas condições da pensão por morte aos
dependentes do segurado recolhido à prisão, desde que não receba remuneração
da empresa nem auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em
serviço. III – A expressão “nas mesmas condições da pensão por morte” quer
significar que se aplicam as regras gerais da pensão por morte quanto à forma de
cálculo, beneficiários e cessação dos benefícios. Em outros termos, as regras da
pensão por morte são em tudo aplicáveis ao auxílio-reclusão, desde que haja
compatibilidade e não exista disposição em sentido diverso. IV – A jurisprudência da
Eg. Terceira Seção entende que a concessão da pensão por morte deve observar os
requisitos previstos na legislação vigente ao tempo do evento morte, em obediência
ao princípio tempus regit actum. V – Quando foi o segurado recolhido à prisão, não
era considerado de baixa renda, não fazendo jus seus dependentes ao benefício
auxílio-reclusão, em razão de Portaria posterior mais benéfica. Incide, à espécie, o
princípio tempus regit actum. VI – A concessão do benefício auxílio-reclusão deve
observar os requisitos previstos na legislação vigente ao tempo do evento
recolhimento à prisão, porquanto devem ser seguidas as regras da
pensão por morte, consoante os termos do artigo 80 da Lei nº 8.213/91. VII –
Recurso conhecido e provido.18

Durante o período em que os dependentes estiverem recebendo auxílio-reclusão, o


segurado recluso não terá direito aos benefícios de auxílio-doença, pensão por morte,
salário-maternidade, abono de permanência em serviço e de aposentadoria, ainda que,
nessa condição, contribua como segurado facultativo. Contudo, será permitida a opção pelo
benefício mais vantajoso, desde que tal opção também seja manifestada pelos dependentes
(Lei 10.666/2003, art. 2º, §1º). A opção pelo benefício mais vantajoso deverá ser
manifestada por declaração escrita do segurado e respectivos dependentes, juntada ao
processo de concessão (IN INSS/PRES 77/2015, art. 383, §4º).

2.11.1 Beneficiários

Os beneficiários do auxílio-reclusão são os dependentes do segurado


recolhido à prisão ​em regime fechado​ (respeitada a ordem das classes).
Aplicam-se ao auxílio-reclusão as normas referentes à pensão por morte,
sendo necessária, no caso de qualificação de dependentes após a reclusão ​ou
detenção do segurado, a preexistência da dependência econômica (RPS, art.
116, §3º). Se, por exemplo, a realização do casamento ou constituição de união
estável ocorrer durante o recolhimento do segurado à prisão, o auxílio-reclusão
não será devido ao seu cônjuge, considerando a dependência superveniente ao
fato gerador (IN INSS 77/2015, art. 388).
O filho nascido durante o recolhimento do segurado à prisão terá direito
ao benefício de auxílio-reclusão a partir da data de seu nascimento (IN INSS
77/2015, art. 387).

18
STJ, REsp 760767/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, 5ª T, DJ 24/10/2005, p. 377.
O exercício de atividade remunerada pelo segurado recluso em
cumprimento de pena, em regime fechado ​ou semiaberto​, que contribuir na
condição de ​contribuinte individual ou ​segurado facultativo, não acarreta perda
do direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes (Lei
10.666/2003, art. 2º, caput).

2.11.2 Carência

A concessão do auxílio-reclusão ​independe ​depende do período de carência ​de


vinte e quatro contribuições mensais​ (Lei 8.213/91, art. ​26, I​ ​25, IV​).
Havendo perda da qualidade de segurado, para o dependente do segurado
habilitar-se ao auxílio-reclusão, o segurado necessitará cumprir, a partir da data da nova
filiação à Previdência Social, o período de carência de 24 contribuições mensais (Lei
8.213/91, art. 27-A). Ou seja, para fins de concessão de auxílio-reclusão, havendo perda da
qualidade de segurado e, posteriormente, havendo uma nova filiação, o segurado
recomeçará do zero a contagem do seu período de carência. As contribuições recolhidas
em períodos anteriores à perda da qualidade de segurado não serão computadas para
efeito da carência do auxílio-reclusão.

2.11.3 Requerimento do benefício

O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão do efetivo


recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação
de declaração de permanência na condição de presidiário (Lei 8.213/91, art. 80, parágrafo
único).
O requerimento do auxílio-reclusão será instruído com certidão judicial que ateste o
recolhimento efetivo à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a
apresentação de prova de permanência na condição de presidiário (Lei 8.213/91, art. 80, §
1º).
O INSS celebrará convênios com os órgãos públicos responsáveis pelo cadastro dos
presos para obter informações sobre o recolhimento à prisão (Lei 8.213/91, art. 80, § 2º).
A certidão judicial e a prova de permanência na condição de presidiário poderão ser
substituídas pelo acesso à base de dados, por meio eletrônico, a ser disponibilizada pelo
Conselho Nacional de Justiça, com dados cadastrais que assegurem a identificação plena
do segurado e da sua condição de presidiário (Lei 8.213/91, art. 80, § 5º).
É vedada a concessão do auxílio-reclusão após a soltura do segurado (RPS, art.
119).

2.11.4 Conversão em pensão por morte

Página 343 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

Será devida a pensão por morte aos dependentes se o óbito do segurado ocorrer
até doze meses após o livramento (prazo de manutenção da qualidade de segurado),
mesmo que os dependentes não recebam o auxílio-reclusão em razão do salário de
contribuição do segurado recluso ser superior a ​R$1.364,4319 (RPS, art. 118, parágrafo
único).

Páginas 344 a 345 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

2.11.6 Data de início do benefício


A data de início do benefício será fixada na data do efetivo recolhimento do
segurado à prisão, se requerido até 90 dias depois desta, ou na data do requerimento, se
posterior (RPS, art. 116, §4º c/c Lei 8.213/91, art. 74, I).
A data de início do auxílio-reclusão será fixada na data:

I - do efetivo recolhimento do segurado à prisão, quando requerida em até 180 após


a reclusão, para os filhos menores de dezesseis anos, ou em até 90 dias após a
reclusão, para os demais dependentes; ou
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior.

2.11.7 Período de duração

O auxílio-reclusão é devido, apenas, durante o período em que o segurado estiver


recolhido à prisão sob regime fechado ​ou semiaberto (RPS, art. 116, §5º)​. Ou seja, o
auxílio-reclusão será mantido enquanto o segurado permanecer ​detento ou recluso ​(RPS,
art. 117)​.

[...]

Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, o mesmo será


considerado para a verificação da perda ou não da qualidade de segurado (RPS, art. 117,
§3º).
Os pagamentos do auxílio-reclusão serão suspensos na hipótese em que o
segurado, com a concordância dos dependentes, faça opção pelo recebimento do
auxílio-doença. Nesse caso, o auxílio-reclusão será restabelecido no dia seguinte à
cessação do auxílio-doença (IN INSS 77/2015, art. 395).
Os pagamentos do auxílio-reclusão também serão suspensos se o dependente
deixar de apresentar atestado trimestral, firmado pela autoridade competente, para prova de
que o segurado permanece recolhido à prisão (IN INSS 77/2015, art. 395, II).

2.11.9 Cessação do pagamento da cota individual

[...]

Recolhimento à prisão​, em regime fechado,​ do segurado de baixa


renda que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo
Fato gerador
de auxílio-doença, ​pensão por morte, salário-maternidade,​ ​de
aposentadoria ou ​de​ abono de permanência em serviço.

Beneficiários Os dependentes do segurado recolhido à prisão (respeitada a ordem

19
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
das classes).

Carência Não é exigida.​ ​24 contribuições mensais.

100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a


Renda mensal que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data em que
foi recolhido à prisão.

I - data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, quando requerida


em até 180 após a reclusão, para os filhos menores de dezesseis anos,
Início do
ou em até 90 dias após a reclusão, para os demais dependentes; ou
benefício
II - data do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no
inciso anterior.

Período de O auxílio-reclusão será mantido enquanto o segurado permanecer


duração detento ou​ recluso.

Os pagamentos do auxílio-reclusão serão suspensos nos casos de:


I – fuga do segurado;
Suspensão do II – opção pelo recebimento do auxílio-doença;
benefício III – o beneficiário deixar de apresentar atestado trimestral de que o
segurado permanece recolhido à prisão.
No caso de fuga do segurado.

Página 354 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

Conforme o caput do art. 115 da Lei 8.213/91, podem ser descontados dos
benefícios: (I) contribuições devidas pelo segurado à Previdência Social; (II) pagamento ​de
benefício além do devido ​administrativo ou judicial de benefício previdenciário ou
assistencial indevido, ou além do devido, inclusive na hipótese de cessação do benefício
pela revogação de decisão judicial, nos termos do disposto no Regulamento​; (III) Imposto
de Renda retido na fonte; (IV) pensão de alimentos decretada em sentença judicial; (V)
mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente
reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados; (VI) pagamento de empréstimos,
financiamentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil concedidos por
instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, ou por entidades fechadas
ou abertas de previdência complementar, públicas e privadas, quando expressamente
autorizado pelo beneficiário, até o limite de 35% do valor do benefício, sendo 5% destinados
exclusivamente para: (a) amortização de despesas contraídas por meio de cartão de
crédito; ou (b) utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.

Página 356 – Acrescentar o azul.

Serão inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-Geral Federal os créditos


constituídos pelo INSS em razão de benefício previdenciário ou assistencial pago
indevidamente ou além do devido​, inclusive na hipótese de cessação do benefício pela
revogação de decisão judicial (Lei 8.213/91, art. 115, § 3º)​. Neste caso, para fins de
execução judicial, aplica-se o disposto na Lei 6.830/80, que dispõe sobre a cobrança judicial
da Dívida Ativa da Fazenda Pública.
Também será objeto de inscrição em dívida ativa, em conjunto ou separadamente, o
terceiro beneficiado que sabia ou deveria saber da origem do benefício pago indevidamente
em razão de fraude, dolo ou coação, desde que devidamente identificado em procedimento
administrativo de responsabilização (Lei 8.213/91, art. 115, § 4º).
A alienação ou a oneração de bens ou rendas, ou o início de um desses processos,
por beneficiário ou responsabilizado inscrito em dívida ativa, nas hipóteses previstas nos §§
3º e 4º do art. 115 da Lei 8.213/91, será presumida fraudulenta.
Nos casos em que, após o óbito do aposentado, seu cônjuge, em vez de requerer a
pensão por morte, continua, indevidamente, recebendo a aposentadoria do de cujus, o STJ
tem entendido que não há que se falar em má-fé, mostrando-se inviável impor a restituição
dos valores recebidos. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:

Páginas 359 a 360 – Acrescentar o azul.

A tese fixada servirá de parâmetro para mais de 68 mil processos sobre o tema, que
estão sobrestados (suspensos) nos demais tribunais.

9. Programa permanente de revisão dos benefício

De acordo com o art. 69 da Lei 8.212/91, o INSS manterá programa permanente de


revisão da concessão e da manutenção dos benefícios por ele administrados, a fim de
apurar irregularidades ou erros materiais.
Na hipótese de haver indícios de irregularidade ou erros materiais na concessão, na
manutenção ou na revisão do benefício, o INSS notificará o beneficiário, o seu
representante legal ou o seu procurador para, no prazo de 10 dias, apresentar defesa,
provas ou documentos dos quais dispuser. A mencionada notificação será feita:

I - preferencialmente por rede bancária ou notificação por meio eletrônico, conforme


previsto em regulamento; ou
II - por via postal, por carta simples, considerado o endereço constante do cadastro
do benefício, hipótese em que o aviso de recebimento será considerado prova
suficiente da notificação.

Se não for possível realizar a notificação, o INSS poderá suspender cautelarmente o


pagamento de benefícios nas hipóteses de suspeita de fraude ou irregularidade constatadas
por meio de prova pré-constituída (Lei 8.212/91, art. 69, § 9º). Contudo, se o beneficiário
apresentar defesa dentro do prazo legal, o pagamento do benefício será reativado até a
conclusão da análise pelo INSS. A defesa poderá ser apresentada por canais de
atendimento eletrônico definidos pelo INSS.
Mesmo no casos em que o INSS consegue notificar o beneficiário, o benefício será
suspenso na hipótese de não apresentação da defesa no prazo de 10 dias, contados da
data da notificação.
O benefício também será suspenso na hipótese de a defesa ser considerada
insuficiente ou improcedente pelo INSS, que deverá notificar o beneficiário quanto à
suspensão do benefício e lhe conceder prazo de 30 dias para interposição de recurso (Lei
8.212/91, art. 69, § 5º). Neste caso específico, o mencionado recurso não terá efeito
suspensivo (Lei 8.212/91, art. 69, § 12).
Decorrido o prazo de 30 dias após a suspensão do benefício, sem que o
beneficiário, o seu representante legal ou o seu procurador apresente recurso administrativo
junto aos canais de atendimento do INSS ou a outros canais autorizados, o benefício será
cessado.

10. Comprovação de vida

De acordo com o § 8º do art. 69 da Lei 8.212/91, aqueles que receberem benefícios


realizarão anualmente a comprovação de vida nas instituições financeiras, por meio de
atendimento eletrônico com uso de biometria ou por qualquer meio definido pelo INSS que
assegure a identificação do beneficiário, observadas as seguintes disposições:

I - a prova de vida e a renovação de senha serão efetuadas por aquele que receber
o benefício, mediante identificação por funcionário da instituição, quando realizada
nas instituições financeiras;
II - a prova de vida poderá ser realizada pelo representante legal ou pelo procurador
do beneficiário legalmente cadastrado no INSS ou na instituição financeira
responsável pelo pagamento;
III - a prova de vida de segurados com idade igual ou superior a 60 anos será objeto
de prévio agendamento, que será disciplinado em ato do Presidente do INSS;
IV - o INSS disporá de meios, incluída a realização de pesquisa externa, que
garantam a identificação e o processo de fé de vida para pessoas com dificuldades
de locomoção e idosos acima de 80 anos que recebam benefícios; e
V - o INSS poderá bloquear o pagamento do benefício encaminhado às instituições
financeiras até que o beneficiário atenda à convocação, permitida a liberação do
pagamento automaticamente pela instituição financeira.

Para fins de comprovação de vida do beneficiário, preservada a integridade dos


dados e o sigilo eventualmente existente, o INSS:

I - terá acesso a todos os dados biométricos mantidos e administrados pelos órgãos


públicos federais; e
II - por meio de convênio, poderá ter acesso aos dados biométricos da Justiça
Eleitoral e de outros entes federativos.

...........................
Exercícios de Fixação

Página 369 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

106. (TRF-2ª Região/FCC/2012​/Adaptada​) Joaquim, segurado da previdência social,


faleceu deixando apenas sua esposa Gabriela. Manoel, também segurado da previdência
social, faleceu deixando apenas sua esposa Fábia. Considerando que Gabriela requereu o
benefício previdenciário da pensão por morte no décimo no sexto dia após óbito de Joaquim
e Fábia o requereu no ​trigésimo ​nonagésimo sexto dia do óbito de Manoel, a pensão por
morte será devida a contar
a) da data do óbito.
b) da data do requerimento.
c) da data do óbito e da data do requerimento, respectivamente.
d) do dia seguinte à data do óbito.
e) do dia seguinte à data do óbito e da data do deferimento da concessão, respectivamente.

Página 395 – Alterar o verde.

Em valores atualizados, a partir de ​01/01/2019​, a tabela de contribuição destes


segurados é a seguinte:

Salário de contribuição (R$) Alíquota


Até 1.751,81 8%
De 1.751,82 até 2.919,72 9%
De 2.919,73 até 5.839,45 11%

[...]

A incidência não cumulativa pode ocasionar uma situação interessante, que será
demonstrada através do seguinte exemplo: João recebe uma remuneração mensal de
R$2.920,00​, e Pedro, ​R$2.919,00​. Apesar de João ter uma remuneração maior que a de
Pedro, após o desconto da contribuição previdenciária, sua remuneração líquida será menor
que a de Pedro. Vejamos:

Contribuição do Remuneração
Empregado Remuneração Alíquota
segurado líquida
João R$2.920,00 11% R$321,20 R$2.598,80
Pedro R$2.919,00 9% R$262,71 R$2.656,29

A forma usada para o cálculo das contribuições previdenciárias é diferente da


utilizada para o cálculo do imposto de renda. No cálculo do imposto de renda da pessoa
física não ocorre a distorção verificada no exemplo acima.
A contribuição do segurado só incide até o teto do salário-de-contribuição (que
atualmente é ​R$5.839,45​). Sobre o valor da remuneração que ultrapassar ​R$5.839,45​, o
segurado não paga nada. Todavia, a contribuição da empresa (que será estudada mais
adiante) incide sobre a remuneração integral. Exemplo: o empregado cuja remuneração
mensal é de R$9.000,00 terá descontado de sua remuneração a contribuição previdenciária
de ​R$642,34 (que é o equivalente a 11% de ​R$5.839,45​). Mas a contribuição da empresa
incidirá sobre R$9.000,00.

Página 396 – Alterar o verde.

Exemplo 2: ​o segurado tem vínculo empregatício com duas empresas.

Salário de
Empresa Remuneração Alíquota Contribuição
contribuição
Alfa S.A. 4.000,00 4.000,00 11% 440,00
Beta S.A. 2.500,00 1.839,45 11% 202,34
Total 6.500,00 5.839,45 11% 642,34

Página 397 – Alterar o verde; Excluir o vermelho.

Exemplo 3: ​o segurado tem vínculo empregatício com duas empresas.

Salário de
Empresa Remuneração Percentual Contribuição
contribuição
Alfa S.A. 7.000,00 5.839,45 11% 642,34
Beta S.A. 3.000,00 - - -
Total 10.000,00 5.839,45 11% 642,34

[...]

Assim, quando houver pagamento de remuneração relativa a 13º salário,


este não deve ser somado à remuneração mensal para efeito de enquadramento
na tabela de salários de contribuição, ou seja, aplicar-se-á a alíquota sobre os
valores do 13º salário em separado.
Os segurados enquadrados como empregados que, no somatório de
remunerações auferidas de um ou mais empregadores no período de um mês,
independentemente do tipo de contrato de trabalho, receberem remuneração
inferior ao salário mínimo mensal, poderão recolher ao RGPS a diferença entre a
remuneração recebida e o valor do salário mínimo mensal, em que incidirá a
mesma alíquota aplicada à contribuição do trabalhador retida pelo empregador
(CLT, art. 911-A, § 1º). Na hipótese de não ser feito esse recolhimento
complementar, o mês em que a remuneração total recebida pelo segurado de
um ou mais empregadores for menor que o salário mínimo mensal não será
considerado para fins de aquisição e manutenção de qualidade de segurado do
RGPS nem para cumprimento dos períodos de carência para concessão dos
benefícios previdenciários (CLT, art. 911-A, § 2º).
A contribuição do segurado empregado é descontada pela empresa,
devendo ser recolhida até o dia 20 do mês seguinte.

Página 400 – Alterar o verde.

Exemplo:
Paulo, bombeiro hidráulico, reformou a estrutura hidráulica da residência de Rosana
e cobrou R$1.000,00 pelo serviço. Este foi o único serviço prestado por Paulo
durante o mês de fevereiro de ​2019​. Neste caso, a contribuição previdenciária de
Paulo, referente à competência ​02/2019​, será de R$200,00 (que corresponde a 20%
de R$1.000,00). Paulo terá até o dia ​15/03/2019 para recolher sua contribuição por
iniciativa própria, pois, neste caso, Rosana (pessoa física) não tem a obrigação de
descontar a contribuição do segurado contribuinte individual.

Se no caso acima exposto, a remuneração recebida por Paulo fosse, por exemplo,
de R$7.000,00, a contribuição que o segurado teria de recolher seria de ​R$1.167,89 (que
corresponde a 20% de ​R$5.839,45​). Se a remuneração de Paulo tivesse sido de R$700,00,
sua contribuição seria de ​R$199,60 (que corresponde a 20% de ​R$998,00​). É assim porque
a contribuição do contribuinte individual deve respeitar os limites (mínimo e máximo) do
salário de contribuição.

Página 402 – Alterar o verde.

Exemplo:
No dia ​02/04/2019​, a advogada Rosana (segurada contribuinte individual) prestou
serviço à empresa Alfa S.A. e recebeu R$7.000,00 pelos serviços prestados. No dia
25/04/2019​, Rosana prestou serviço à empresa Delta Ltda. e recebeu R$1.000,00
pelos serviços prestados.
A empresa Alfa é obrigada a descontar da remuneração de Rosana a contribuição
de ​R$642,34 (que corresponde a 11% x ​R$5.839,45​). Assim, a remuneração líquida
que a empresa Alfa pagou a Rosana foi de ​R$6.357,66 (que corresponde a
R$7.000,00 – ​R$642,34​). A contribuição a cargo da empresa é de R$1.400,00 (que
corresponde a 20% x R$7.000,00). A empresa Alfa é obrigada a recolher a
contribuição descontada de Rosana juntamente com a contribuição a seu cargo até
o dia ​20/05/2019​. Neste caso, o valor a ser recolhido pela empresa Alfa é de
R$2.042,34​ (que corresponde a R$1.400,00 + ​R$642,34​).
A empresa Delta Ltda. não é obrigada a efetuar nenhum desconto na remuneração
de Rosana, pois, no mês de ​abril de 2018​, a segurada já contribuiu sobre o limite
máximo do salário de contribuição (​R$5.839,45​). Todavia, a empresa Delta é
obrigada a recolher a contribuição a seu cargo, no valor de R$200,00 (que
corresponde a 20% de R$1.000,00).

Se, no exemplo anterior, a remuneração de Rosana na empresa Alfa tivesse sido de


R$5.000,00 (em vez de R$7.000,00), a contribuição descontada da segurada pela empresa
Alfa seria de R$550,00 (que corresponde a 11% x R$5.000,00). Na empresa Delta
(mantendo-se a remuneração de R$1.000,00), a contribuição descontada seria de ​R$92,34
(que corresponde a 11% x ​R$839,45​). Ou seja, a empresa Delta descontaria a contribuição
da segurada sobre o valor que faltava para atingir o teto de ​R$5.839,45​.

Página 403 – Alterar o verde.

Exemplo:
Pedro, contribuinte individual, prestou serviço para a empresa Beta S.A. recebendo
uma remuneração de R$700,00. Este foi o único serviço prestado por Pedro durante
o mês de fevereiro de ​2019​. Neste caso, a empresa descontará da remuneração de
Pedro a quantia de R$77,00 (que corresponde a 11% x R$700,00), sendo obrigada a
recolher o valor descontado, juntamente com a contribuição a seu cargo, até o dia
20/03/2019​. Pedro terá de recolher, por iniciativa própria, até o dia ​15/03/2019​, a
contribuição de ​R$59,60 (que corresponde a 20% de ​R$298,00​) para complementar
sua contribuição mensal.

Páginas 404 a 405 – Alterar o verde.

Exemplo 1:
Um contribuinte individual, durante o mês de março de ​2019​, prestou serviços a uma
missão diplomática, e recebeu pelo trabalho o valor de R$2.000,00. Sua
contribuição, incluindo a dedução permitida por lei, será de:
• Contribuição do segurado (sem dedução) = R$400,00 (que corresponde a 20% de
2.000,00).
• Contribuição da missão diplomática = R$400,00 (que corresponde a 20% de
2.000,00).
• Possibilidade de dedução = R$180,00 (que corresponde a 45% de 400,00).
• Limite de dedução = R$180,00 (que corresponde a 9% de 2.000,00).
• Contribuição do segurado = R$220,00 (que corresponde a R$400,00 – R$180,00).
Obs.: Neste caso, o salário de contribuição foi de R$2.000,00.

Exemplo 2:
Um contribuinte individual (um eletricista, por exemplo) prestou serviço a outro
contribuinte individual (um médico, por exemplo, em seu consultório particular) e
recebeu uma remuneração de R$10.000,00.
• Neste caso, o salário de contribuição do eletricista é ​R$5.839,45​.
• Contribuição do segurado (sem dedução) = ​R$1.167,89 (que corresponde a 20%
de ​R$5.839,45​).
• Contribuição patronal do médico (contribuinte individual equiparado a empresa) =
R$2.000,00 (que corresponde a 20% de 10.000,00).
• Dedução (sem aplicação do limite máximo) = R$900,00 (que corresponde a 45%
de 2.000,00).
• Limite máximo da dedução = ​R$525,55​ (que corresponde a 9% x ​5.839,45​).
• Contribuição do segurado = ​R$642,34 (que corresponde a ​R$1.167,89 –
R$525,55​).

Página 406 – Alterar o verde

Considera-se MEI o empresário individual que tenha auferido receita bruta, no


ano-calendário anterior, de até ​R$81.000,00​, optante pelo Simples Nacional e que não
esteja impedido de optar por esta sistemática de recolhimento (LC 123/06, art. 18-A, §1º).
No caso de início de atividades, o limite máximo da receita bruta para que o empresário
individual se enquadre como MEI será de ​R$6.750,00 multiplicados pelo número de meses
compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário,
consideradas as frações de meses como um mês inteiro.

Página 409 – Alterar o verde.


Exemplo:
No mês de março de ​2019​, o segurado Joaquim, na condição de empregado da
Construtora Edifica Ltda., recebeu uma remuneração de R$4.000,00. No mesmo
mês, Joaquim prestou um serviço eventual à empresa Moda Moderna Ltda.,
recebendo uma remuneração de R$2.500,00. Em relação à empresa Moda
Moderna, Joaquim é considerado contribuinte individual. Neste caso, a contribuição
descontada do segurado ocorre da seguinte forma: a Construtora Edifica desconta
R$440,00 (que corresponde a 11% de 4.000,00); a Moda Moderna desconta
R$202,34​ (que corresponde a 11% de ​1.839,45​).

Página 414 – Alterar o verde


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

Direito à
Aposentadoria
Situação Base de cálculo Alíquota
por tempo de
contribuição
Salário-de-contribuição,
respeitados os limites
Com direito Regra geral 20%
de ​R$998,00​ a
R$5.839,45​.20
Regra geral Um salário mínimo. 11%
Segurado facultativo
sem renda própria que
se dedique
exclusivamente ao
Sem direito
trabalho doméstico no Um salário mínimo. 5%
âmbito de sua
residência, desde que
pertencente a família de
baixa renda.

Se o segurado facultativo desejar ter direito à aposentadoria por tempo de


contribuição, a sua contribuição será de 20% sobre o seu salário de contribuição (Lei
8.212/91, art. 21, caput). Para o segurado facultativo, o salário de contribuição é o valor por
ele declarado, observado o limite máximo de ​R$5.839,45 e o limite mínimo de um salário
mínimo mensal (atualmente, ​R$998,00​).

Página 429 – Alterar o verde.

Exemplo:
No mês de ​abril de ​2019​, o resumo da folha de pagamento dos segurados que
prestaram serviço à empresa Alfa Industrial Ltda. foi o seguinte:

20
​Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
Nome do segurado Categoria previdenciária Remuneração

Joaquim Segurado empregado R$1.000,00

Rosana Segurada empregada R$2.000,00

Mateus Contribuinte individual R$7.000,00

Agora, vamos calcular as contribuições previdenciárias, levando-se em consideração


que: (a) o grau de risco de acidente do trabalho desta empresa é grave; (b) o FAP da
empresa é igual a 1,2773; (c) o empregado Joaquim exerce atividade com exposição a
agentes nocivos, tendo direito à aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho; (d)
Rosana não está exposta a agentes nocivos; e (e) Mateus é o sócio-gerente da empresa,
recebendo os R$7.000,00 a título de pro-labore:

Contribuição da empresa incidente


sobre a remuneração do segurado
Contribuição Total a recolher
Segurado descontada do (empresa +
Para a
Para o RAT (antigo segurado segurado)
Seguridade
SAT)
Social

Joaquim 20% x 1.000,00 9,8319% x 1.000,00 8% x 1.000,00 378,32

Rosana 20% x 2.000,00 3,8319% x 2.000,00 9% x 2.000,00 656,64

Mateus 20% x 7.000,00 0,00 11% x ​5.839,45 2.042,34

TOTAL R$2.000,00 R$174,96 R$902,34 3.077,30

A empresa Alfa Industrial Ltda. recolherá aos cofres da Previdência Social, até o dia
20/05/2019​, o valor de ​R$3.077,30​. Ressalte-se que, neste valor, estão incluídas a parcela
da contribuição a cargo da empresa e a parcela que foi descontada dos segurados.

Páginas 430 a 431 – Acrescentar o azul.

Acerca do tema “contribuição adicional de 2,5% sobre a folha de salários de


instituições financeiras instituída pela Lei 8.212/91”, o Supremo Tribunal Federal (STF), em
30/03/2016, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 598.572, fixou a seguinte tese
de repercussão geral:

É constitucional a previsão legal de diferenciação de alíquotas em relação às


contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de salários de instituições
financeiras ou de entidades a elas legalmente equiparáveis, após a edição da
Emenda Constitucional nº 20/1998.

No dia 06/06/2018, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) RE 599.309, o


STF manteve o mesmo entendimento e fixou a seguinte tese de repercussão geral:
É constitucional a contribuição adicional de 2,5% (dois e meio por cento) sobre a
folha de salários instituída para as instituições financeiras e assemelhadas pelo art.
3º, § 2º, da Lei 7.787/1989, mesmo considerado o período anterior à Emenda
Constitucional 20/1998.

2.3.2.6 Desoneração da folha de pagamento

Páginas 432 a 433 – Acrescentar o azul; Excluir o vermelho; Alterar o verde.

Empresas Alíquota

a) que prestam serviços de tecnologia da informação (TI) e tecnologia da


informação e comunicação (TIC);
b) que exercem atividades de concepção, desenvolvimento ou projeto de
circuitos integrados;
c) do setor hoteleiro enquadradas na subclasse 5510-8/01 da
4,5%
Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0;
c​) do setor de construção civil, enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e
439 da CNAE 2.0;
d​) de construção de obras de infraestrutura, enquadradas nos grupos
421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0.

a) de call center; 3%

a) de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo,


municipal, intermunicipal em região metropolitana, intermunicipal,
interestadual e internacional enquadradas nas classes 4921-3 e 4922-1
da CNAE 2.0;
2%
b) de transporte ferroviário de passageiros, enquadradas nas subclasses
4912-4/01 e 4912-4/02 da CNAE 2.0;
c) de transporte metroferroviário de passageiros, enquadradas na
subclasse 4912-4/03 da CNAE 2.0.

a) de transporte aéreo de carga;


b) de transporte aéreo de passageiros regular;
c) de transporte marítimo de carga na navegação de cabotagem;
d) de transporte marítimo de passageiros na navegação de cabotagem;
e) de transporte marítimo de carga na navegação de longo curso;
f) de transporte marítimo de passageiros na navegação de longo curso;
g) de transporte por navegação interior de carga;
h) de transporte por navegação interior de passageiros em linhas
1,5%
regulares;
i) que realizam operações de carga, descarga e armazenagem de
contêineres em portos organizados, enquadradas nas classes 5212-5 e
5231-1 da CNAE 2.0;
a​) de transporte rodoviário de cargas, enquadradas na classe 4930-2 da
CNAE 2.0;
k) de transporte ferroviário de cargas, enquadradas na classe 4911-6 da
CNAE 2.0; e
b​) jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens de que
trata a Lei 10.610, de 20 de dezembro de 2002, enquadradas nas
classes 1811-3, 5811-5, 5812-3, 5813-1, 5822-1, 5823-9, 6010-1, 6021-7
e 6319-4 da CNAE 2.0.
c​) que fabricam os produtos classificados na TIPI nos códigos 6309.00,
64.01 a 64.06 e 87.02, exceto 8702.90.10.

Que fabricam os produtos classificados na TIPI nos códigos 02.03,


0206.30.00, 0206.4, 02.07, 02.09, 02.10.1, 0210.99.00, ​03.03, 03.04,
1%
0504.00, 05.05,​ 1601.00.00, ​16.02, 1901.20.00 Ex 01, 1905.90.90 Ex 01
e 03.02, exceto 0302.90.00.​ ​1602.3, 1602.4, 03.03 e 03.04.

a) de manutenção e reparação de aeronaves, motores, componentes e


equipamentos correlatos;
b) de navegação de apoio marítimo e de apoio portuário.
c) de manutenção e reparação de embarcações;
d) de varejo que exercem as atividades listadas no Anexo II da Lei
12.546/2011;
e) que fabricam os produtos classificados na TIPI, nos códigos referidos
no Anexo I da Lei 12.546/2011 (ressalvados os códigos enquadrados
nas alíquotas de 1,5% e 1%).
Empresas que fabriquem os produtos classificados na Tipi nos códigos:
a) 3926.20.00, 40.15, 42.03, 43.03, 4818.50.00, 6505.00, 6812.91.00,
8804.00.00, e nos capítulos 61 a 63;
b) 41.04, 41.05, 41.06, 41.07 e 41.14;
c) 8308.10.00, 8308.20.00, 96.06 e 96.07;
d) 87.02, exceto 8702.90.10, e 87.07;
e) 4016.93.00; 7303.00.00; 7304.11.00; 7304.19.00; 7304.22.00;
7304.23.10; 7304.23.90; 7304.24.00; 7304.29.10; 7304.29.31;
7304.29.39; 7304.29.90; 7305.11.00; 7305.12.00; 7305.19.00;
7305.20.00; 7306.11.00; 7306.19.00; 7306.21.00; 7306.29.00;
7308.20.00; 7308.40.00; 7309.00.10; 7309.00.90; 7311.00.00; 2,5%
7315.11.00; 7315.12.10; 7315.12.90; 7315.19.00; 7315.20.00;
7315.81.00; 7315.82.00; 7315.89.00; 7315.90.00; 8307.10.10; 8401;
8402; 8403; 8404; 8405; 8406; 8407; 8408; 8410; 8439; 8454; 8412
(exceto 8412.2, 8412.30.00, 8412.40, 8412.50, 8418.69.30, 8418.69.40);
8413; 8414; 8415; 8416; 8417; 8418; 8419; 8420; 8421; 8422 (exceto
8422.11.90 e 8422.19.00); 8423; 8424; 8425; 8426; 8427; 8428; 8429;
8430; 8431; 8432; 8433; 8434; 8435; 8436; 8437; 8438; 8439; 8440;
8441; 8442; 8443; 8444; 8445; 8446; 8447; 8448; 8449; 8452; 8453;
8454; 8455; 8456; 8457; 8458; 8459; 8460; 8461; 8462; 8463; 8464;
8465; 8466; 8467; 8468; 8470.50.90; 8470.90.10; 8470.90.90; 8472;
8474; 8475; 8476; 8477; 8478; 8479; 8480; 8481; 8482; 8483; 8484;
8485; 8486; 8487; 8501; 8502; 8503; 8505; 8514; 8515; 8543;
8701.10.00; 8701.30.00; 8701.94.10; 8701.95.10; 8704.10.10;
8704.10.90; 8705.10.10; 8705.10.90; 8705.20.00; 8705.30.00;
8705.40.00; 8705.90.10; 8705.90.90; 8706.00.20; 8707.90.10;
8708.29.11; 8708.29.12; 8708.29.13; 8708.29.14; 8708.29.19;
8708.30.11; 8708.40.11; 8708.40.19; 8708.50.11; 8708.50.12;
8708.50.19; 8708.50.91; 8708.70.10; 8708.94.11; 8708.94.12;
8708.94.13; 8709.11.00; 8709.19.00; 8709.90.00; 8716.20.00;
8716.31.00; 8716.39.00; 9015; 9016; 9017; 9022; 9024; 9025; 9026;
9027; 9028; 9029; 9031; 9032; 9506.91.00; e 9620.00.00;
f) 03.02, exceto 03.02.90.00;
g) 5004.00.00, 5005.00.00, 5006.00.00, 50.07, 5104.00.00, 51.05, 51.06,
51.07, 51.08, 51.09, 5110.00.00, 51.11, 51.12, 5113.00, 5203.00.00,
52.04, 52.05, 52.06, 52.07, 52.08, 52.09, 52.10, 52.11, 52.12, 53.06,
53.07, 53.08, 53.09, 53.10, 5311.00.00, no capítulo 54, exceto os
códigos 5402.46.00, 5402.47.00 e 5402.33.10, e nos capítulos 55 a 60.

Página 436 – Alterar o verde; Acrescentar o azul.

De acordo com o art. 25 da Lei 8.870/94, a contribuição devida pelo empregador,


pessoa jurídica, que se dedique à produção rural, incidente sobre o total da receita bruta da
comercialização da produção rural, é de:

I. ​1,7% destinados à Seguridade Social. Esta contribuição é devida em substituição


à contribuição da empresa de 20% sobre as remunerações pagas, devidas ou
creditadas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, prevista no art. 22,
I, da Lei 8.212/91.
II. 0,1% para o financiamento do benefício de aposentadoria especial e daqueles
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientais do trabalho (RAT). Esta contribuição é devida em substituição
à contribuição da empresa para o RAT de 1%, 2% ou 3% sobre o total das
remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos, prevista no art. 22, II, da Lei 8.212/91.

Não integra a base de cálculo da contribuição em tela a produção rural destinada ao


plantio ou reflorestamento, nem o produto animal destinado à reprodução ou criação
pecuária ou granjeira e à utilização como cobaia para fins de pesquisas científicas, quando
vendido pelo próprio produtor e por quem a utilize diretamente com essas finalidades e, no
caso de produto vegetal, por pessoa ou entidade registrada no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento que se dedique ao comércio de sementes e mudas no País (Lei
8.870/94, art. 25, § 6º).
A contribuição do produtor rural pessoa jurídica, aqui estudada, não incide sobre as
receitas decorrentes de exportação de produtos, cuja comercialização ocorra a partir de 12
de dezembro de 2001, por força do disposto no inciso I do §2º do art. 149 da Constituição
Federal, alterado pela Emenda Constitucional 33/2001 (IN RFB 971/2009, art. 170).

Página 438 – Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: acrescentar também a nota de rodapé.

A suspensão promovida pela Resolução nº 15, de 2017, não afeta a contribuição do


empregador rural pessoa física reinstituída a partir da Lei nº 10.256, de 2001, com
base no art. 195, I, “b”, da CF/88 (incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998), uma vez que: (i) a tributação levada a efeito a partir de então está amparada
por contexto normativo substancialmente diverso daquele submetido ao STF quando
do julgamento do RE nº 363.852/MG e do RE nº 596.177/RS, aos quais a Resolução
senatorial se reporta; (ii) entendimento contrário implicaria desprezo à tese firmada
pelo STF no RE nº 718.874/RS, que assentou a constitucionalidade formal e material
da tributação após a Lei nº 10.256, de 2001.

Sobre este tema, a Coordenação-Geral de Tributação da Receita Federal, por meio


da Solução de Consulta nº 92 - Cosit, de 13 de agosto de 2018, posicionou-se da seguinte
forma:

a) A Resolução do Senado nº 15, de 2017, deve ser interpretada nos exatos limites
da declaração de inconstitucionalidade decorrente do RE n.º 363.852/MG, não se
referindo a contribuição do empregador rural pessoa física reinstituída a partir da Lei
10.256, de 2001;
b) As contribuições previstas no art. 25, I e II, assim como a responsabilidade dos
adquirentes pela retenção, hipótese da sub-rogação prevista no art. 30, IV, da Lei
8.212, de 1991, são válidas desde a edição da Lei 10.256, de 2001, em
conformidade com a constitucionalidade declarada nos autos do RE n.º 718.874/RS.

E para que não fique nenhuma dúvida, o Supremo Tribunal Federal, em 23/05/2018,
no julgamento dos Embargo de Declaração relativo ao RE 718.874/RS, declarou que “a
Resolução do Senado Federal 15/2017 não se aplica a Lei nº 10.256/2001 e não produz
qualquer efeito em relação ao decidido no RE 718.874/RS”. Confira a ementa da referida
decisão do STF:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA


DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU OMISSÃO. IMPOSSIBILIDADE DE
REDISCUSSÃO DE QUESTÕES DECIDIDAS PARA OBTENÇÃO DE CARÁTER
INFRINGENTE. INAPLICABILIDADE DA RESOLUÇÃO 15/2017 DO SENADO
FEDERAL QUE NÃO TRATA DA LEI 10.256/2001. NÃO CABIMENTO DE
MODULAÇÃO DE EFEITOS PELA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.
1. Não existentes obscuridades, omissões ou contradições, são incabíveis Embargos
de Declaração com a finalidade específica de obtenção de efeitos modificativos do
julgamento.
2. A inexistência de qualquer declaração de inconstitucionalidade incidental pelo
Supremo Tribunal Federal no presente julgamento não autoriza a aplicação do artigo
52, X da Constituição Federal pelo Senado Federal.
3. A Resolução do Senado Federal 15/2017 não se aplica a Lei nº 10.256/2001 e
não produz qualquer efeito em relação ao decidido no RE 718.874/RS.
4. A inexistência de alteração de jurisprudência dominante torna incabível a
modulação de efeitos do julgamento. Precedentes.
5. Embargos de Declaração rejeitados.21

Diante do exposto, entendo que as contribuições previstas nos incisos I e II do art.


25 da Lei 8.212/91, e a obrigação da empresa adquirente de retê-las, são exigíveis desde a
entrada em vigor da Lei 10.256/2001.

21
​STF, RE 718874 ED / RS, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Julgamento em 23/05/2018,
publicado no DJe-191 em 12/09/2018.
Página 441 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

Considera-se Microempreendedor Individual – MEI o empresário individual que se


enquadre na definição do art. 966 do Código Civil, ou o empreendedor que exerça as
atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural, que
tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 81.000,00 (oitenta e um
mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela
sistemática de recolhimento aplicada ao MEI (LC 123/06, art. 18-A, §1º).
Em regra, para que o empresário individual possa optar pela sistemática de
recolhimento aplicada ao MEI, ele não pode contratar empregados (LC 123/06, art. 18-A,
§4º, IV). Todavia, poderá se enquadrar como MEI o empresário individual que possua um
único empregado que receba exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial da
categoria profissional (LC 123/06, art. 18-C). ​Poderá enquadrar-se como MEI o empresário
individual ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização
e prestação de serviços no âmbito rural que possua um único empregado que receba
exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional (LC 123/06,
art. 18-C). Nesta hipótese, o MEI está sujeito ao recolhimento da contribuição patronal
previdenciária, calculada à alíquota de 3% (três por cento) sobre o salário de contribuição
do empregado que lhe presta serviço (LC 123/06, art. 18-C, §1º, III). Esta é a única
contribuição patronal previdenciária a cargo do MEI.

Páginas 443/444 – Alterar o verde; Excluir o vermelho; Acrescentar o azul

III – Empregador rural pessoa física

Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT

Receita bruta proveniente da


1,2% 0,1%
comercialização da sua produção.

Total das remunerações pagas ou


creditadas aos segurados 20% -
contribuintes individuais.

IV – Produtor rural pessoa jurídica ​e agroindústria

Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT

Receita bruta proveniente da


1,7% 0,01%
comercialização da sua produção.
Total das remunerações pagas ou
creditadas aos segurados 20% -
contribuintes individuais.

​V - Agroindústria

Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT

Receita bruta proveniente da


2,5% 0,1%
comercialização da sua produção.

Total das remunerações pagas ou


creditadas aos segurados 20% -
contribuintes individuais.

VI​ – Associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional

Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT

Receita bruta, decorrente dos


espetáculos desportivos de que
participem em todo território
nacional em qualquer modalidade
desportiva, inclusive jogos
internacionais, e de qualquer 5%
forma de patrocínio, licenciamento
de uso de marcas e símbolos,
publicidade, propaganda e de
transmissão de espetáculos
desportivos.

Total das remunerações pagas ou


creditadas aos segurados 20% -
contribuintes individuais.

VII​ – Microempreendedor individual – MEI

Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT

Salário de contribuição do
3% -
empregado que lhe presta serviço.
[...]
O salário-família é devido ao empregado com salário de contribuição de até
R$1.364,43​.22

Página 447 – Alterar o verde.

Exemplo:
Anderlaine trabalha como empregada doméstica na residência de Kerolaine. No mês
de fevereiro de ​2019​, a remuneração mensal de Anderlaine foi de R$7.000,00.
Nesse caso, incidiram as seguintes contribuições previdenciárias:

I - Contribuições previdenciárias a cargo da empregadora doméstica:


a) 8% X ​5.839,45​ = ​467,16
b) 0,8% X ​5.839,45​ = ​46,71
II - Contribuição descontada da empregada doméstica = 11% X ​5.839,45​ = ​642,34

No caso em tela, a empregadora doméstica ficou obrigada a recolher aos cofres da


Previdência Social, até o dia ​07/03/2019​, o valor de ​R$1.156,21 (que corresponde à
soma das contribuições da empregadora com a da empregada).

Página 454 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

A contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos encontra amparo na


competência outorgada pelo art. 195, III, da Constituição Federal, que autoriza a sua
instituição.
Concursos de prognósticos são todos e quaisquer concursos de sorteios de
números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos
federal, estadual, do Distrito Federal e municipal (Lei 8.212/91, art. 26, §1º).
A contribuição em exame é composta pela renda líquida dos concursos de
prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Fundo de Financiamento ao
Estudante do Ensino Superior – FIES (Lei 8.212/91, art. 26, caput).
Entende-se por renda líquida o total da arrecadação, deduzidos os valores
destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de despesas com a administração,
conforme fixado em lei, que inclusive estipulará o valor dos direitos a serem pagos às
entidades desportivas pelo uso de suas denominações e símbolos (Lei 8.212/91, art. 26,
§2º).
Dentre outras fontes, constituem receitas do FIES 30% da renda líquida dos
concursos de prognósticos administrados pela Caixa Econômica Federal, bem como a
totalidade dos recursos de premiação não procurados pelos contemplados dentro do prazo
de prescrição (Lei 10.260/2001, art. 2º, II).
A contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos também pode ser
constituída de 5% sobre: (a) o movimento global de apostas em prado de corridas; e (b) o

22
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
movimento global de sorteio de números ou de quaisquer modalidades de símbolos (RPS,
art. 212, §2º).
De acordo com o art. 26 da Lei 8.212/91, constitui receita da Seguridade Social a
contribuição social sobre a receita de concursos de prognósticos a que se refere o inciso III
do ​caput ​do art. 195 da Constituição Federal. Ou seja, o produto da arrecadação desta
contribuição será destinado ao financiamento da Seguridade Social (Lei 8.212/91, art. 26, §
4º).
A base de cálculo da contribuição equivale à receita auferida nos concursos de
prognósticos, sorteios e loterias (Lei 8.212/91, art. 26, § 5º).
A alíquota da contribuição corresponde ao percentual vinculado à Seguridade Social
em cada modalidade lotérica, conforme previsto em lei (Lei 8.212/91, art. 26, § 6º).

2.5 Desvinculação das Receitas da União (DRU)

Página 458 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

Limites
Segurado Conceito de salário de contribuição
Mínimo Máximo

A remuneração auferida em uma ou mais


empresas, assim entendida a totalidade dos O piso salarial
rendimentos pagos, devidos ou creditados a legal ou
qualquer título, durante o mês, destinados a normativo da
retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua categoria ou,
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos inexistindo piso
Empregado e
habituais sob a forma de utilidades e os salarial, o
trabalhador
adiantamentos decorrentes de reajuste salário mínimo,
avulso
salarial, quer pelos serviços efetivamente tomado no seu
prestados, quer pelo tempo à disposição do valor mensal,
empregador ou tomador de serviços, nos diário ou
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de horário,
R$5.839,4523
convenção ou acordo coletivo de trabalho ou conforme o
sentença normativa ajustado e o
tempo de
A remuneração registrada na carteira trabalho efetivo
Empregado
profissional e/ou na Carteira de Trabalho e durante o mês
doméstico
Previdência Social

A remuneração auferida em uma ou mais


Contribuinte O salário
empresas ou pelo exercício de sua atividade
individual mínimo mensal
por conta própria, durante o mês
(atualmente,
R$998,00​)
Facultativo O valor por ele declarado

Páginas 468 a 469 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

23
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
Mas no julgamento do REsp 1.230.957/RS, a egrégia Primeira Seção do STJ, na
sessão realizada no dia 26/02/2014, decidiu pela não incidência de contribuição
previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado. De acordo com o entendimento do STJ, se o
aviso-prévio é indenizado, no período que lhe corresponderia o empregado não presta
trabalho algum, nem fica à disposição do empregador. Para o STJ, as importâncias pagas a
título de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo à
disposição do empregador, não ensejam a incidência de contribuição previdenciária. Vale
frisar que o REsp 1.230.957/RS foi submetido à sistemática de julgamento dos recursos
repetitivos (CPC, art. 543-C), passando a ser considerado como paradigma a ser observado
pelas instâncias inferiores, quando se depararem com questão idêntica (CPC, art. 543-C, §
7º). ​Em prova de concurso, caso a questão mencione a jurisprudência, o candidato deve
posicionar-se a favor da incidência sobre o aviso-prévio trabalhado e da não incidência
sobre o aviso-prévio indenizado.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, por meio das Notas PGFN/CRJ
485/2016 e PGFN/CRJ 981/2017, incluiu o tema “contribuição previdenciária sobre o aviso
prévio indenizado” na lista de dispensa de contestar e recorrer. Assim, seguindo o disposto
no art. 19 da Lei 10.522/2002, fica a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN)
autorizada a não contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto,
na hipótese de a decisão versar sobre contribuição previdenciária sobre o aviso prévio
indenizado.
De acordo com as mencionadas Notas da PGFN, o entendimento firmado pelo STJ
no julgamento do REsp 1.230.957/RS não abrange o reflexo do aviso prévio indenizado no
13º salário (gratificação natalina), por possuir natureza remuneratória (isto é, não tem cunho
indenizatório).
A Receita Federal também passou a adotar a posição do STJ, no sentido da não
incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado (Instrução
Normativa RFB Nº 925/2009, art. 7º). Contudo, a Receita Federal entende que o valor do
13º salário correspondente ao aviso prévio indenizado continua sofrendo a incidência de
contribuição previdenciária (Instrução Normativa RFB Nº 925/2009, art. 7º, parágrafo único).

XV. Comissões e percentagens.

Página 479 – Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: acrescentar também a nota de rodapé.

TNU, Súmula 67 – O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado


ao Regime Geral da Previdência Social integra o salário de contribuição e sujeita-se
à incidência de contribuição previdenciária (DOU 24/09/2012, pg. 114).

Em seus mais recentes julgados, o STJ também tem entendido que incide
contribuição previdenciária sobre o auxílio-alimentação pago em pecúnia e com
habitualidade. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DÉCIMO TERCEIRO


PROPORCIONAL AO AVISO PRÉVIO INDENIZADO. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO
PAGO EM PECÚNIA, COM HABITUALIDADE. INCIDÊNCIA.
1. ​Pacífico o entendimento jurisprudencial deste Tribunal Superior pela
incidência da contribuição previdenciária sobre o décimo terceiro
proporcional ao aviso prévio indenizado em razão da natureza remuneratória,
como também sobre o auxílio-alimentação pago em pecúnia e com
habitualidade.
2. O Supremo Tribunal Federal, após o reconhecimento da repercussão geral no
RE 565.160/SC, decidiu que "a contribuição social a cargo do empregador incide
sobre ganhos habituais do empregado, a qualquer título, quer anteriores, quer
posteriores à Emenda Constitucional n. 20/1998 - inteligência dos artigos 195,
inciso I, e 201, § 11, da Constituição Federal".
3. Agravo interno não provido.24

Assim, para a empresa fornecer alimentação aos seus empregados e não sofrer a
incidência de contribuição previdenciária sobre tal valor, ela poderá manter serviço próprio
de refeição ou de distribuição de alimentos, inclusive os não preparados (cesta de
alimentos), bem como firmar convênios com entidades que forneçam ou prestem serviços
de alimentação coletiva.

Página 491 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

XXIV. as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria


canavieira de que trata o art. 36 da Lei 4.870/65.

O art. 36 da Lei 4.870/65 foi revogado pela Lei 12.865/2013. Assim, embora este
item ainda conste da relação de parcelas não integrantes do salário de contribuição (Lei
8.212/91, art. 28, § 9º, “o”), trata-se de uma parcela que deixou de existir.
De acordo com o disposto no ​O revogado art. 36 da Lei 4.870/65​, ​determinava que
os produtores de cana, açúcar e álcool ​são ​eram obrigados a aplicar, em benefício dos
trabalhadores industriais e agrícolas das usinas, destilarias e fornecedores, em serviços de
assistência médica, hospitalar, farmacêutica e social, importância correspondente no
mínimo, às seguintes percentagens: (a) de 1% sobre preço oficial de saco de açúcar de 60
quilos, de qualquer tipo; (b) de 1% sobre preço oficial da tonelada de cana entregue, a
qualquer título, às usinas, destilarias, anexas ou autônomas, pelos fornecedores ou
lavradores da referida matéria; (c) de 1% sobre preço oficial do litro de álcool, de qualquer
tipo, produzido nas destilarias. Esses valores não ​compõem ​integravam a base de cálculo
das contribuições previdenciárias.

XXV. o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativas a
programa de Previdência Complementar Privada, aberta ou fechada, desde que
disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes.

Página 496 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde.

XXXVII. Os prêmios e os abonos.


Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador, até duas
vezes ao ano, em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado, grupo de

24
​STJ, AgInt no REsp 1719071/CE, Rel. Min. GURGEL DE FARIA, 1ª Turma, julgado em 18/09/2018,
publicado no DJe de 22/10/2018.
empregados ou terceiros vinculados à sua atividade econômica em razão de desempenho
superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades (CLT, art. 457, § 22).
Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de
bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de
desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades (CLT,
art. 457, § 4º).
Abono é um complemento de salário, um bônus geralmente de caráter temporário,
um valor a mais que é concedido ao empregado.
Não incide contribuição previdenciária sobre os prêmios e os abonos (Lei 8.212/91,
art. 28, § 9º, “z”).

XXXVIII. os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em conformidade com a


Lei 10.891/2004.
A Lei 10.891/2004 instituiu a Bolsa-Atleta, destinada prioritariamente aos atletas
praticantes do esporte de alto rendimento em modalidades olímpicas e paraolímpicas, sem
prejuízo da análise e deliberação acerca das demais modalidades.
A concessão da Bolsa-Atleta não gera qualquer vínculo entre os atletas beneficiados
e a administração pública federal. O beneficiário da Bolsa-Atleta não é segurado obrigatório
do RGPS. Assim, não incidirá contribuição previdenciária sobre os valores recebidos por
estes atletas a título de bolsa-atleta.

XXXIX​. outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei

Página 497 – Alterar o verde.

O salário mínimo é estabelecido em valor mensal, diário e horário. Conforme


estabelece o ​caput ​do art. 1º do Decreto ​9.661/2019​, “a partir de ​1º/01/2019​, o salário
mínimo será de ​R$998,00​”. O parágrafo único do art. 1º determina que “em virtude do
disposto no caput, o valor diário do salário mínimo corresponderá a ​R$33,27 e o seu valor
horário a ​R$4,54​”.

Páginas 511 a 512 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

e) importâncias recebidas a título de férias indenizadas

158. (Seger-ES/Cespe/2013) Em relação às normas que regulam o salário de contribuição


do RGPS, assinale a opção correta.
a) Aplica-se o limite máximo do salário de contribuição às contribuições do empregado e do
empregador.
b) Conforme jurisprudência do STJ, incide contribuição previdenciária sobre o valor relativo
às férias gozadas durante a vigência do contrato de trabalho, com exceção do terço
constitucional de férias, dada a sua natureza indenizatória.
c) As parcelas de natureza remuneratória integram o salário de contribuição, mas não o
salário-maternidade, que tem natureza indenizatória.
d) O décimo terceiro salário integra o salário de contribuição, inclusive para o cálculo de
benefício.
e) Nenhum valor de diária, destinado a indenizar despesas do empregado com alimentação,
hospedagem e deslocamento, quando este precisar se deslocar transitoriamente a serviço
da empresa, integra o salário de contribuição.

158. (IPSM/VUNESP/2018) Sobre o salário de contribuição no Regime Geral de


Previdência Social, assinale a alternativa que está de acordo com o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
(A) O pagamento de férias gozadas não possui natureza remuneratória e salarial
e não integra o salário de contribuição.
(B) A parcela relativa ao décimo terceiro salário integra o salário de contribuição,
exceto para efeito de cálculo do salário de benefício.
(C) O auxílio acidente não integra o salário de contribuição para fins de cálculo
do salário de benefício de aposentadoria previdenciária.
(D) O salário paternidade não integra o salário de contribuição, pois não possui
natureza de verba salarial.
(E) O auxílio alimentação, ainda que pago habitualmente e em dinheiro, não
integra o salário de contribuição.

159. (TRT-1ª/FCC/2012) Pode optar pela proteção previdenciária mínima, com


exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição,
visando pagar contribuição previdenciária mensal pela alíquota de apenas 5%
incidente sobre o limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o pertencente
a família de baixa renda na condição de segurado

Página 528 – Excluir o vermelho.

1.4 Cooperativa de trabalho


Não haverá retenção de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal emitida por
cooperativa de trabalho. ​A empresa que contratar a cooperativa de trabalho é que fica
obrigada a recolher uma contribuição de 15% incidente sobre o valor bruto da nota fiscal.
Neste caso, não se trata de uma retenção, mas de uma contribuição a cargo da empresa
contratante.
1.5 Empresas beneficiadas pela desoneração da folha de pagamento

Página 546 – Excluir o vermelho: Acrescentar o azul.

Vale frisar que o Decreto 8.373, de 11 de dezembro de 2014, instituiu o Sistema de


Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas – eSocial. As
informações prestadas por meio do eSocial substituirão as constantes na GFIP, na forma a
ser disciplinada no Manual de Orientação do eSocial (Decreto 8.373/2014, art. 2º, §3º). ​O
Comitê Gestor do eSocial editará uma resolução para estabelecer o cronograma de
implementação do eSocial.
O Comitê Diretivo do eSocial editou a Resolução CDES nº 2/2016, estabelecendo o
seguinte cronograma de implementação do eSocial:

Art. 2º O início da obrigatoriedade de utilização do eSocial dar-se-á:


I – em 1º de janeiro de 2018, para os empregadores e contribuintes com faturamento
no ano de 2016 acima de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais); e
II - em julho de 2018, para o 2º grupo, que compreende as demais entidades
integrantes do "Grupo 2 - Entidades Empresariais" do Anexo V da Instrução
Normativa RFB nº 1.634, de 6 de maio de 2016, exceto os optantes pelo Regime
Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) de que trata o art.
12 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que constam nessa
situação no CNPJ em 1º de julho de 2018, e as entidades empresariais pertencentes
ao 1º grupo, referidos no inciso I;
III - em janeiro de 2019, para o 3º grupo, que compreende os obrigados ao eSocial
não pertencentes ao 1º, 2º e 4º grupos, a que se referem respectivamente os incisos
I, II e IV, exceto os empregadores domésticos; e
IV - em janeiro de 2020, para o 4º grupo, que compreende os entes públicos,
integrantes do "Grupo 1 - Administração Pública" e as organizações internacionais,
integrantes do "Grupo 5 - Organizações Internacionais e Outras Instituições
Extraterritoriais", ambas do Anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.634, de 2016.
§ 1º A prestação das informações dos eventos relativos à Saúde e Segurança do
Trabalhador (SST) deverá ocorrer a partir de:
I - julho de 2019, pelos empregadores e contribuintes a que se refere o inciso I do
caput (1º grupo);
II - janeiro de 2020, pelos empregadores e contribuintes a que se refere o inciso II do
caput (2º grupo);
III - julho de 2020, pelos empregadores e contribuintes a que se refere o inciso III do
caput (3º grupo); e
IV - janeiro de 2021, pelos empregadores e contribuintes a que se refere o inciso IV
do caput (4º grupo).

2 Folha de pagamento

Páginas 576 a 577 – Acrescentar o azul; Excluir o vermelho.


ATENÇÃO: excluir também a nota de rodapé.

1.2 ​Impossibilidade de Compensação de ​créditos relativos às contribuições


previdenciárias com ​débitos de​ outros tributos federais

De acordo com o disposto no ​caput ​do art. 74 da Lei 9.430/96, “o sujeito passivo que
apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou
contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de
ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer
tributos e contribuições administrados por aquele Órgão”.
Acontece que o parágrafo único do art. 26 da Lei 11.457/2007 determina que o
disposto no art. 74 da Lei 9.430/96 não se aplica às contribuições sociais previdenciárias.
Fica, portanto, evidente que a legislação em vigor não permite a compensação de
contribuições previdenciárias com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil.
Assim, a compensação somente poderá ser efetuada com parcelas de contribuição
da mesma espécie (RPS, art. 251, §2º). Ou seja, o crédito do sujeito passivo relativo às
contribuições previdenciárias só pode ser compensado com débitos de contribuições
previdenciárias. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:

Recurso especial. Tributário. Compensação. Tributos administrados pela antiga


Receita Federal (créditos de PIS e COFINS decorrentes de exportação) com
contribuições previdenciárias. Impossibilidade. Art. 26 da Lei nº 11.457/07.
Precedentes.
1. É ilegítima a compensação de créditos tributários administrados pela antiga
Receita Federal (PIS e COFINS decorrentes de exportação) com débitos de
natureza previdenciária antes administrados pelo INSS (art. 11 da Lei nº 8.212/91),
ante a vedação legal estabelecida no art. 26 da Lei nº 11.457/07. Precedentes.
2. O art. 170 do CTN é claro ao submeter o regime de compensação à expressa
previsão legal. Em outras palavras, é ilegítima a compensação não prevista em lei.
No caso, há regra expressa no ordenamento jurídico, especificamente o art. 26 da
Lei 11.457/07, a impedir a compensação pretendida pela recorrente. 3. Recurso
especial não provido.25

Conforme determinação prevista no art. 26-A da Lei 11.457/2007, o disposto no art.


74 da Lei 9.430/96:

I - aplica-se à compensação das contribuições sociais previdenciárias efetuada pelo


sujeito passivo que utilizar o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), para apuração das referidas contribuições,
observado o disposto no § 1º deste artigo;
II - não se aplica à compensação das contribuições sociais previdenciárias efetuada
pelos demais sujeitos passivos; e
III - não se aplica ao regime unificado de pagamento de tributos, de contribuições e
dos demais encargos do empregador doméstico (Simples Doméstico).

De acordo com o § 1º do art. 26-A da Lei 11.457/2007, não poderão ser objeto da
compensação de que trata o inciso I do ​caput ​ deste artigo:

I - o débito das contribuições sociais previdenciárias:


a) relativo a período de apuração anterior à utilização do eSocial para a apuração
das referidas contribuições; e
b) relativo a período de apuração posterior à utilização do eSocial com crédito dos
demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil
concernente a período de apuração anterior à utilização do eSocial para apuração
das referidas contribuições; e
II - o débito dos demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil:

25
​STJ, REsp 1243162/PR, Rel. Min. Castro Meira, DJe 28/03/2012.
a) relativo a período de apuração anterior à utilização do eSocial para apuração de
tributos com crédito concernente às contribuições sociais previdenciárias; e
b) com crédito das contribuições sociais previdenciárias relativo a período de
apuração anterior à utilização do eSocial para apuração das referidas contribuições.

1.3 Compensação de ofício

Páginas 598 a 601 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: excluir também as notas de rodapé.

3.1 Decadência

É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do


segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia
primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso,
do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito
administrativo (Lei 8.213/91, art. 103, caput).
Assim, os beneficiários do RGPS (segurados e dependentes) têm um prazo de 10
anos para pedir revisão do ato de concessão dos seus benefícios previdenciários. Há dois
pontos de partida para a contagem deste prazo de 10 anos:
1º ponto de partida: do primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira
prestação. A partir desta data, o beneficiário tem um prazo de 10 anos para, na via
administrativa ou judicial, pedir a revisão do ato de concessão do seu benefício.
2º ponto de partida: do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória
definitiva no âmbito administrativo. Neste caso, o beneficiário já ingressou com o pedido de
revisão na via administrativa, mas o pedido foi indeferido. A partir da data em que toma
conhecimento deste indeferimento definitivo, o beneficiário tem um prazo de 10 anos para,
na via judicial, pedir revisão do ato de concessão do seu benefício.
Esta regra de decadência abarca principalmente matéria pertinente ao cálculo da
renda mensal inicial dos benefícios previdenciários. Tem-se, aqui, um benefício concedido,
e a discussão envolve revisão de um elemento do ato de concessão, qual seja a fixação da
renda mensal inicial da prestação.
Mas o STJ tem entendido que o alcance do art. 103 da Lei 8.213/91 é mais amplo e
não abrange apenas revisão de cálculo do benefício, mas atinge o próprio ato de concessão
e, sob a imposição da expressão “qualquer direito”, envolve inclusive o direito à renúncia do
benefício (desaposentação).26
Discussões sobre o benefício previdenciário, que não digam respeito ao seu ato de
concessão, ficam fora do prazo decadencial. Assim, o prazo decadencial não pode ser
invocado para impedir ações revisionais que busquem a correção de reajustes aplicados
erroneamente aos benefícios previdenciários. Nesse sentido, confira o teor da Súmula 81
da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU):

81 – Não incide o prazo decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91,
nos casos de indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação às
questões não apreciadas pela Administração no ato da concessão.

26
STJ, AgRg no REsp 1308683 / RS, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe 19/12/2012.
De acordo com o art. 79 da Lei 8.213/91, “não se aplica o disposto no art. 103 desta
Lei ao pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei”. Assim, o prazo de
decadência ora comentado não corre contra pensionista menor, incapaz ou ausente.
De acordo com o art. 103 da Lei 8.213/91, o prazo de decadência do direito ou da
ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento,
cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não
concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado:

I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou


da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; ou
II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento,
cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de
deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo.

Assim, os beneficiários do RGPS (segurados e dependentes) que queiram pedir


revisão do cálculo dos seus benefícios ou que queiram ajuizar ações contra decisões do
INSS que tenham indeferido, cessado ou cancelado seus benefícios têm um prazo de 10
anos para tomar tal providência. Há dois pontos de partida para a contagem deste prazo de
10 anos:
1º ponto de partida: do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da
primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto.
Neste caso, o benefício foi concedido, mas o beneficiário discorda do seu valor. A partir da
data aqui referida, o beneficiário tem um prazo de 10 anos para, na via administrativa ou
judicial, pedir revisão do cálculo do seu benefício.
2º ponto de partida: do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de
indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de
deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo. Neste caso,
o beneficiário já ingressou com o pedido na via administrativa, mas o pedido foi indeferido,
cancelado ou cessado. A partir da data em que toma conhecimento desta decisão
administrativa do INSS, o beneficiário tem um prazo de 10 anos para reclamar os direitos
que ele julga ter.
Também Vale ressaltar que não há decadência do direito ao benefício​, já que o
caput do art. 103 da Lei 8.213/91 é aplicado somente à revisão de ato concessório, isto é,
de benefício já em manutenção​. Daí decorre que o segurado pode, a qualquer tempo,
requerer, judicial ou administrativamente, benefício cujo direito tenha sido adquirido a bem
mais de dez anos.27
O prazo decadencial de 10 anos para revisão de benefício foi instituído pela Medida
Provisória 1.523-9/1997 (convertida na Lei 9.528/1997), que alterou a redação do art. 103
da Lei 8.213/91. Posteriormente, este prazo decadencial foi reduzido para 5 anos pela Lei
9.711/98. No entanto, a Lei 10.839/2004 voltou a fixá-lo em dez anos.
O STJ, no julgamento do REsp nº 1.309.529/PR, realizado no dia 28 de novembro
de 2012, decidiu que o prazo decadencial de dez anos para a revisão dos benefícios
previdenciários também se aplica aos benefícios concedidos antes da entrada em vigor da
Medida Provisória 1.523-9/1997 (benefícios concedidos antes de 28/06/1997).
Com relação aos benefícios concedidos antes da Medida Provisória 1.5239/1997, o
prazo de decadência para a revisão do ato de concessão do benefício tem como termo
inicial a data de entrada em vigor da referida Medida Provisória, isto é, 28 de junho de 1997.
Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado do STJ:

27
FORTES, Simone Barbisan e PAUSEN. Direito da Seguridade Social. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2005, pp. 252/253.
EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO
ART. 103 DA LEI 8.212/1991 AOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTERIORMENTE
À MP 1.523-9/1997. TERMO INICIAL: DATA DE SUA ENTRADA EM VIGOR
(28/6/1997).
1. A Seção de Direito Público do STJ definiu que o prazo de decadência para a
revisão de RMI, em relação aos benefícios concedidos anteriormente à Medida
Provisória 1.5239/1997, tem como termo inicial a data de sua entrada em vigor, isto
é, 28.6.1997.
2. Hipótese em que a ação de conhecimento foi ajuizada em 9/10/2008. Decadência
configurada.
3. Essa orientação foi consolidada pela Primeira Seção do STJ, no julgamento do
REsp 1.309.529/PR, de minha relatoria, em sessão realizada no dia 28.11.2012,
mediante a utilização da sistemática dos recursos repetitivos, prevista no art. 543-C
do Código de Processo Civil, incluído pela Lei 11.672/2008.
4. Agravo Regimental não provido.28

O Pleno do STF, no julgamento do Recurso Extraordinário 626.489/SE, assentou a


constitucionalidade da instituição do prazo decadencial de dez anos para a revisão de
benefícios previdenciários. Confira a ementa do acórdão:

Página 616 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

A entidade que atue em mais de uma área deverá requerer a certificação e sua
renovação no Ministério responsável pela área de atuação preponderante da entidade.
Considera-se área de atuação preponderante aquela definida como atividade econômica
principal no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica ​(CNPJ) do Ministério da ​Fazenda
Economia​.

Página 624 – Alterar o verde.


Alterar apenas a nota de rodapé.

c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior ao


estabelecido periodicamente mediante Portaria, incorporado ao ativo permanente da
empresa;29 e

Página 636 – Acrescentar o azul.

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior


àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

28
STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1309252 / PR, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe
19/12/2012.
29
A partir de ​1º/01/2019​, esse valor é de ​R$60.281,11​ (Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​).
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior
àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento
de suas execuções fiscais.

1.1 Conduta típica

Página 649 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

b) a folha de pagamento mensal não ultrapasse o valor de R$1.510,00, sendo este


valor reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos
benefícios da Previdência Social. Atualmente, para que se aplique o disposto no §3º
do art. 337-A do CP, a folha de pagamento mensal não pode ultrapassar a
R$5.155,31​.30

Página 661 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

Por infração a qualquer dispositivo das Leis 8.212/91, 8.213/91 e 10.666/2003, para
a qual não haja penalidade expressamente cominada, fica o responsável sujeito a multa
variável de ​R$2.411,28​ a ​R$241.126,88​, conforme a gravidade da infração (RPS, art. 283).31

1 Valores das multas

I. a partir de ​R$2.411,28​ nas seguintes infrações:

Páginas 662 a 663 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

II - a partir de ​R$24.112,64​ ​nas seguintes infrações:

[...]

e) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial


de exigir a apresentação do documento comprobatório de inexistência de débito na
alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel incorporado ao ativo
permanente da empresa, de valor superior a ​R$60.281,11​;32

30
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
31
Os valores das multas previstas neste capítulo foram atualizados, a partir de ​1º/01/2019​, pela
Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
32
​Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
Página 668 – Alterar o verde.
ATENÇÃO: alterar as notas de rodapé.

Multa: pelo descumprimento dessas obrigações será aplicada multa de ​R$317,23 a


R$31.724,89​, para cada competência em que tenha havido a irregularidade (RPS, art. 287,
caput).33

[...]

1.6. Demais infrações

As demais infrações a dispositivos da legislação, para as quais não haja penalidade


expressamente cominada, sujeitam o infrator à multa de ​R$2.411,28​ (RPS, art. 283, § 3º).34

Página 669 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

d) A multa será elevada em três vezes a cada reincidência no mesmo tipo de


infração, e em duas vezes em caso de reincidência em infrações diferentes,
observados os valores máximos de ​R$241.126,8835 e, no caso de acidente de
trabalho, o limite máximo do salário de contribuição por acidente que tenha deixado
de comunicar dentro do prazo.

Página 673 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O julgamento do processo compete: (I) em primeira instância, às Delegacias da


Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), órgãos de deliberação interna e natureza
colegiada da Secretaria da Receita Federal do Brasil; (II) em segunda instância, ao
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, paritário, integrante da
estrutura do Ministério da ​Fazenda ​Economia​, com atribuição de julgar recursos de ofício e
voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial.

Página 676 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: excluir/acrescentar também a nota de rodapé.

I. exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor


total (lançamento principal e decorrentes) superior a ​R$1.000.000,00 (um milhão de

33
Valores atualizados, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
34
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
35
Valor atualizado, a partir de ​1º/01/2019​, pela Portaria ​Mecon nº 9, de 15/01/2019​.
reais)​ ​R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais)​;36

Página 678 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

Das decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários caberá recurso
para o Conselho de Recursos ​do Seguro​ ​da Previdência​ Social (​CRSS​ ​CRPS​).
É de 30 dias o prazo para interposição de recursos, contados da ciência da decisão
(RPS, art. 305, §1º). A partir da data da interposição do recurso, inicia-se a contagem do
prazo de 30 dias para o INSS oferecer contrarrazões.
Admitir ou não o recurso é prerrogativa do ​CRSS ​CRPS​, sendo vedado a qualquer
órgão do INSS recusar o seu recebimento ou sustar-lhe o andamento, exceto quando
reconhecido o direito pleiteado, antes da subida dos autos ​CRSS​ ​CRPS​.

2.1 Instâncias recursais

O Conselho de Recursos ​do Seguro ​da Previdência Social compreende os seguintes


órgãos: (I) vinte e nove Juntas de Recursos, com competência para julgar, em primeira
instância, os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do
INSS, em matéria de interesse de seus beneficiários; (II) quatro Câmaras de Julgamento,
com sede em Brasília, com a competência para julgar, em segunda instância, os recursos
interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei,
regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial; (III) Conselho Pleno, com a
competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária ​mediante enunciados,
podendo ter outras competências definidas no Regimento Interno do CRPS (RPS, art. 303,
§1º).
Assim, em matéria de interesse dos beneficiários do RGPS, há duas instâncias
recursais:
1ª Instância do ​CRSS ​CRPS​: Junta de Recursos – JR, com a competência para
julgar os recursos interpostos contra decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS.
2ª Instância do ​CRSS ​CRPS​: Câmaras de Julgamento – CAJ, com a competência
para julgar os recursos interpostos contra decisões proferidas pelas Juntas de Recursos
que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial.

2.2 Efeito dos recursos

Os recursos tempestivos contra decisões das Juntas de Recursos do ​CRSS ​CRPS


têm efeito suspensivo e devolutivo (RPS, art. 308). Todavia, para estes fins, não se
considera recurso o pedido de revisão de acórdão endereçado às Juntas de Recursos e
Câmaras de Julgamento (RPS, art. 308, §1º).

Página 699 – Alterar o verde.


ATENÇÃO: excluir também a nota de rodapé.

36
Valor estabelecido pela Portaria MF ​3, de 3 de janeiro de 2008​ ​nº 63, de 9 de fevereiro de 2017​.
2. Um servidor federal ocupante de cargo efetivo, com remuneração
mensal de R$10.000,00, que tenha ingressado no serviço público até a
data da instituição da FUNPRESP, e que a ela tenha aderido, contribuirá
para o RPPS da União com 11% de R$​5.839,45​.
3. Um servidor federal ocupante de cargo efetivo, com remuneração
mensal de R$10.000,00, que tenha ingressado no serviço público depois
da data da instituição da FUNPRESP, contribuirá para o RPPS da União
com 11% de R$​5.839,45​, independentemente de ter aderido ou não à
FUNPRESP.

Página 703 – Alterar o verde.

Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas


pelo RPPS que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, com
alíquota igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos (CF, art. 40,
§18). Quando o beneficiário for portador de doença incapacitante, conforme definido pelo
ente federativo e de acordo com laudo médico pericial, a contribuição incidirá apenas sobre
a parcela de proventos de aposentadoria e de pensão que supere o dobro do limite máximo
estabelecido para os benefícios do RGPS (CF, art. 40, §21). Atualmente, o limite máximo
dos benefícios do RGPS é ​R$5.839,45​.

Página 714 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

De acordo com o art. 1º da Lei Complementar 51/1985, na redação dada pela Lei
Complementar 144/2014, o servidor público policial será aposentado:
I – ​(Revogado pela Lei Complementar nº 152, de 2015) ​compulsoriamente, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 65 (sessenta e cinco) anos
de idade, qualquer que seja a natureza dos serviços prestados;
II – voluntariamente, com proventos integrais, independentemente da idade:
a) após 30 (trinta) anos de contribuição, desde que conte, pelo menos, 20 (vinte)
anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial, se homem;
b) após 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que conte, pelo menos, 15
(quinze) anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial, se mulher.

O Supremo Tribunal Federal entende que o art. 1º da Lei Complementar 51/85 foi
recepcionada pela atual Constituição. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:

Ementa: Agravo regimental no mandado de injunção. Aposentadoria especial de


Servidor Público policial. Atividade de risco. Art. 40, § 4º, Inc. II, da Constituição da
República. Lei Complementar nº 51/1985. Inexistência de omissão legislativa. 1. A
Lei Complementar n. 51/1985, que trata da aposentadoria especial dos servidores
públicos policiais, foi recepcionada pela Constituição da República de 1988 (ADI
3.817/DF). [...]37

Assim, no caso do servidor público policial, a aposentadoria especial de que trata o


art. 40, §4º, II e III, da Constituição Federal, já está devidamente regulamentada pela Lei
Complementar 51/1985.
Conforme entendimento do STF, o disposto no art. 1º da Lei Complementar 51/1985
não se aplica aos guardas municipais. Nesse sentido, confira decisão prolatada pelo STF,
em 20/06/2018, nos autos do Mandado de Injunção nº 6.515/DF:

Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE


INJUNÇÃO. GUARDA MUNICIPAL. ALEGADA ATIVIDADE DE RISCO.
APOSENTADORIA ESPECIAL.
1. Diante do caráter aberto da expressão atividades de risco (art. 40, § 4º, II, da
Constituição) e da relativa liberdade de conformação do legislador, somente há
omissão inconstitucional quando a periculosidade seja inequivocamente inerente ao
ofício.
2. A eventual exposição a situações de risco a que podem estar sujeitos os guardas
municipais e, de resto, diversas outras categorias, não garante direito subjetivo
constitucional à aposentadoria especial.
3. A percepção de gratificações ou adicionais de periculosidade, assim como o porte
de arma de fogo, não são suficientes para reconhecer o direito à aposentadoria
especial, em razão da autonomia entre o vínculo funcional e o previdenciário.
4. Agravo a que se nega provimento por manifesta improcedência, com aplicação de
multa de 5% (cinco por cento) do valor corrigido da causa, ficando a interposição de
qualquer recurso condicionada ao prévio depósito do referido valor, em caso de
decisão unânime (CPC, art. 1.021, §§ 4º e 5º).38

4 Regras de transição para concessão de aposentadoria

Página 722 – Alterar o verde.

Atualmente, o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS é


R$5.839,45​.

Exemplo 1:
Maria, servidora aposentada pelo RPPS, recebe proventos no valor de R$10.000,00.
Caso venha a falecer, a pensão por morte que Maria deixará para o conjunto de
seus dependentes será calculada da seguinte forma: ​5.839,45 + 70% x (10.000,00 –
5.839,45​) = ​8.751,83​.

Página 729 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

37
STF, MI 2518 AgR / DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe-089 de 13/05/2011.
​STF, MI 6515 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 20/06/2018, publicado no
38

DJe-262 em 06/12/2018.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios, desde que instituam Regime
de Previdência Complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo
efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
RPPS, o mesmo limite máximo estabelecido para os benefícios ​do RGPS (CF, art. 40, §14).
Dessa forma, o RPPS garantirá o pagamento do benefício até o teto do RGPS, e o eventual
complemento será pago ​pela​ ​pelo Regime​ Previdência Complementar ​Pública​.
Contudo, o teto do RGPS será aplicado ao RPPS somente em relação ao servidor
que ingressar no serviço público após a data da criação ​da ​do correspondente ​Regime de
Previdência Complementar ​Pública​. Quanto ao servidor ingresso até a data da publicação
do ato de instituição ​da ​do Regime de Previdência Complementar ​Pública​, ​estas regras ​o
referido teto​ somente ​serão aplicadas​ ​será aplicado​ mediante sua prévia e expressa opção

Página 731 – Alterar o verde.

Assim, para os servidores públicos federais ocupantes de cargos efetivos que


tiverem ingressado no serviço público a partir do início da vigência do Regime de
Previdência Complementar acima referido, independentemente de sua adesão aos
respectivos planos de benefícios, aplica-se o limite máximo estabelecido para os benefícios
do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) às aposentadorias e pensões a serem
concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União. Para os que já
tinham ingressado no serviço público antes da vigência da Funpresp, o teto do RGPS
somente será aplicado mediante sua prévia e expressa opção (CF, art. 40, §16).
Atualmente, o teto dos benefícios do RGPS é ​R$5.839,45​.

Página 732 – Acrescentar o azul.

Os servidores com remuneração superior ao limite máximo estabelecido para os


benefícios do RGPS, que venham a ingressar no serviço público a partir do início da
vigência da Funpresp, serão automaticamente inscritos no respectivo plano de previdência
complementar desde a data de entrada em exercício (Lei 12.618/2012, art. 1º, § 2º). Mas
fica assegurado ao participante o direito de requerer, a qualquer tempo, o cancelamento de
sua inscrição, nos termos do regulamento do plano de benefícios (Lei 12.618/2012, art. 1º, §
3º). Na hipótese de o cancelamento ser requerido no prazo de até noventa dias da data da
inscrição, fica assegurado o direito à restituição integral das contribuições vertidas, a ser
paga em até sessenta dias do pedido de cancelamento, corrigidas monetariamente (Lei
12.618/2012, art. 1º, § 4º). A contribuição aportada pelo patrocinador será devolvida à
respectiva fonte pagadora no mesmo prazo da devolução da contribuição aportada pelo
participante (Lei 12.618/2012, art. 1º, § 6º).
Alguns Estados da Federação também já instituíram Regime de Previdência
Complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo: São Paulo
(SP PREVCOM), Espírito Santo (PREVES), Minas Gerais (PREVCOM MG), Rio de Janeiro
(RJPREV), Santa Catarina (SCPREV), Rio Grande do Sul (RSPREV), Bahia (PREVBAHIA)
e Goiás (PREVCOM-GO).
11 Abono de permanência

Página 757 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O órgão fiscalizador das EFPC é a Superintendência Nacional de Previdência


Complementar – PREVIC. O órgão regulador é o Conselho Nacional de Previdência
Complementar – CNPC, responsável pela expedição de normas administrativas de
observância obrigatória pelas EFPC. A PREVIC e o CNPC são vinculados ao Ministério da
Fazenda​ ​Economia​.

Página 761 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O órgão regulador das EAPC é o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP,


vinculado ao Ministério da ​Fazenda​ ​Economia​.
De acordo com o art. 37 da LC 109/01, compete ao órgão regulador, entre outras
atribuições que lhe forem conferidas por lei, estabelecer: (I) os critérios para a investidura e
posse em cargos e funções de órgãos estatutários de entidades abertas, observado que o
pretendente não poderá ter sofrido condenação criminal transitada em julgado, penalidade
administrativa por infração da legislação da seguridade social ou como servidor público; (II)
as normas gerais de contabilidade, auditoria, atuária e estatística a serem observadas pelas
entidades abertas, inclusive quanto à padronização dos planos de contas, balanços gerais,
balancetes e outras demonstrações financeiras, critérios sobre sua periodicidade, sobre a
publicação desses documentos e sua remessa ao órgão fiscalizador; (III) os índices de
solvência e liquidez, bem como as relações patrimoniais a serem atendidas pelas entidades
abertas, observado que seu patrimônio líquido não poderá ser inferior ao respectivo passivo
não operacional; e (IV) as condições que assegurem acesso a informações e fornecimento
de dados relativos a quaisquer aspectos das atividades das entidades abertas.
O órgão fiscalizador das EAPC é a Superintendência de Seguros Privados –
SUSEP, também vinculada ao Ministério da ​Fazenda​ ​Economia​.

Página 773 – Alterar o verde.

Embora o texto constitucional não determine expressamente, é óbvio que para


aquele servidor que tiver seus proventos de aposentadoria e pensão limitados ao teto do
RGPS, a base de cálculo de sua contribuição ao RPPS também obedecerá ao mesmo teto
(atualmente, ​R$5.839,45​).
Sendo assim, suponhamos um servidor ocupante de cargo efetivo que receba uma
remuneração mensal de 10.000 reais e tenha ingressado no serviço público após a
instituição da Previdência Complementar Pública. Esse servidor contribuirá para o RPPS
sobre ​R$5.839,45 (teto do RGPS). Mediante adesão facultativa, contribuirá para a
Previdência Complementar Pública sobre ​R$4.160,55 (parcela da remuneração que excede
ao teto do RGPS). Caso não tenha aderido à Previdência Complementar, contribuirá
somente para o RPPS sobre ​R$5.839,45​.

Página 806 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.


ATENÇÃO: acrescentar também a nota de rodapé.

O Benefício de Prestação Continuada ​deverá ser requerido junto às agências da


Previdência Social ​poderá ser requerido por meio dos canais de atendimento do INSS ou
aos órgãos autorizados para este fim (Decreto 6.214/2007, art. 14). A data de início do
benefício é a data do requerimento administrativo. Nos casos em que o benefício é
requerido pela via judicial, o STJ entende que, na ausência de requerimento administrativo,
o termo inicial do benefício deve ser fixado na data da citação do INSS, dado ser este o
momento em que a autarquia previdenciária toma efetivo conhecimento da pretensão da
parte autora.39
São requisitos para a concessão, a manutenção e a revisão do benefício as
inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF e no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal – CadÚnico (LOAS, art. 20, § 12).
O requerimento, a concessão e a revisão do benefício ficam condicionados à
autorização do requerente para acesso aos seus dados bancários, nos termos do disposto
no inciso V do § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 105/ 2001.40
Apesar de não se tratar de um benefício previdenciário, a concessão e a
manutenção do benefício de prestação continuada são feitas pelo INSS. Isso ocorre devido
a preceitos práticos: se o INSS já possui estrutura própria espalhada por todo o país, em
condição de atender à clientela assistida, não haveria necessidade da manutenção em
paralelo de outra estrutura.

Páginas 810 a 811 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem (LOAS, art. 21).
A cessação do pagamento do benefício ocorrerá nas seguintes situações:
I. superação das condições que lhe deram origem;
II. morte do beneficiário;
III. morte presumida do beneficiário, declarada em juízo;
IV. ausência declarada do beneficiário, na forma do art. 22 do Código
Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002;

39
STJ, AgRg no Ag 1418168/SP, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 28/09/2011.
40
De acordo com o inciso V do § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 105/2001 "não constitui
violação do dever de sigilo a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos
interessados.
V. falta de comparecimento do beneficiário portador de deficiência ao exame
médico-pericial, por ocasião de revisão de benefício;
VI. falta de apresentação pelo idoso ou pela pessoa portadora de deficiência da
declaração de composição do grupo e renda familiar, por ocasião de revisão de
benefício.
O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua concessão ou
utilização​.

7.1.1 Suspensão do BPC/LOAS


De acordo com o art. 47 do Decreto 6.214/2007, o Benefício de Prestação
Continuada será suspenso nas seguintes hipóteses:
I - superação das condições que deram origem ao benefício;
II - identificação de irregularidade na concessão ou manutenção do benefício;
III - não inscrição no CadÚnico após o fim do prazo estabelecido em ato do Ministro
de Estado da Cidadania;
IV - não agendamento da reavaliação da deficiência até a data limite estabelecida
em convocação;
V - identificação de inconsistências ou insuficiências cadastrais que afetem a
avaliação da elegibilidade do beneficiário para fins de manutenção do benefício,
conforme o disposto em ato do Ministro de Estado da Cidadania; ou
VI - identificação de outras irregularidades.
A suspensão do benefício deve ser precedida de notificação do beneficiário, de seu
representante legal ou de seu procurador, preferencialmente pela rede bancária, sobre a
irregularidade identificada e da concessão do prazo de dez dias para a apresentação de
defesa. Se não for possível realizar a referida notificação pela rede bancária ou pelo correio,
o valor do benefício será bloqueado. O bloqueio do valor do benefício consiste no comando
bancário que impossibilita temporariamente a movimentação do valor referente ao
benefício, observadas as seguintes regras:
I - o bloqueio terá duração máxima de um mês;
II - o valor do benefício será desbloqueado após contato do beneficiário, do seu
representante legal ou do seu procurador, por meio dos canais de atendimento do
INSS, presenciais ou remotos, ou de outros canais definidos para esse fim;
III - no momento da solicitação do desbloqueio, o INSS ou outros canais definidos
para esse fim deverão notificar o beneficiário, o seu representante legal ou o seu
procurador sobre a situação de irregularidade e sobre a concessão do prazo para
apresentação de defesa, devendo o interessado confirmar ciência.
Após a notificação e o desbloqueio, o beneficiário, o seu representante legal ou o
seu procurador terá o prazo de 10 dias para apresentar a defesa junto aos canais de
atendimento do INSS ou a outros canais autorizados para esse fim. O INSS terá o prazo de
30 dias, prorrogável por igual período, para analisar a defesa interposta. O benefício será
mantido caso a defesa apresentada seja acatada.
A suspensão do pagamento do benefício consiste na interrupção do envio do
pagamento à rede bancária e observará as seguintes regras:
I - o benefício será suspenso:
a) quando o beneficiário, o seu representante legal ou o procurador for notificado e
não apresentar defesa no prazo de 10 dias;
b) quando os elementos apresentados na defesa forem insuficientes;
c) quando o beneficiário não entrar em contato com os canais de atendimento do
INSS ou outros canais autorizados para esse fim no prazo de 30 dias, contado da
data do bloqueio bancário do valor do benefício;
d) quando informada a ausência do beneficiário pelo representante legal ou pelo
procurador, na forma da lei;
II - o beneficiário, o seu representante legal ou o seu procurador deverá ser
comunicado sobre os motivos da suspensão do benefício e sobre o prazo de 30 dias
para a interposição de recurso junto aos canais de atendimento do INSS ou a outros
canais autorizados para esse fim; e
III - o recurso interposto será analisado pelo Conselho de Recursos da Previdência
Social - CRPS.
A interposição de recurso não gera efeito suspensivo. O benefício será restabelecido
caso o recurso interposto ao CRPS seja provido, sendo devidos os valores desde a
suspensão do benefício, respeitado o teor da decisão.

7.1.2 Suspensão do BPC/LOAS em caráter especial


O BPC/LOAS será suspenso pelo órgão concedente ​em caráter especial quando a
pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de
microempreendedor individual (LOAS, art. 21-A).
Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora e, quando for o caso,
encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não tendo o beneficiário
adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser requerida a continuidade do
pagamento do benefício suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou
reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade para esse fim, respeitado o período de
revisão a cada 2 anos, previsto no caput do art. 21 da LOAS. ​Neste caso, o benefício será
restabelecido:
I - a partir do dia imediatamente posterior, conforme o caso, da cessação do contrato
de trabalho, do encerramento da atividade empresarial, da última competência de
contribuição previdenciária recolhida como contribuinte individual ou do
encerramento do prazo de pagamento do seguro desemprego; ou
II - a partir da data do protocolo do requerimento, quando requerido após noventa
dias, conforme o caso, da cessação do contrato de trabalho, da última competência
de contribuição previdenciária recolhida como contribuinte individual ou do
encerramento do prazo de pagamento do seguro-desemprego.
Contudo, Vale frisar que a contratação de pessoa com deficiência como aprendiz
não acarreta a suspensão do BPC/LOAS, limitando a 2 anos o recebimento concomitante
da remuneração e do benefício. ​Assim, a pessoa com deficiência contratada na condição de
aprendiz terá seu benefício suspenso somente após o período de 2 anos de recebimento
concomitante da remuneração e do benefício.
O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a
realização de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não
constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência
(LOAS, art. 21, §3º).
O benefício de prestação continuada é intransferível, não gerando direito a pensão
por morte a herdeiros ou sucessores, extinguindo-se com a morte do beneficiário. Todavia,
o valor residual não recebido em vida pelo beneficiário será pago aos herdeiros.
O benefício de prestação continuada não gera direito a pagamento de abono anual
(gratificação natalina ou 13º salário).

7.1.3 Cessação do BPC/LOAS


De acordo com o art. 48 do Decreto 6.214/2007, o Benefício de Prestação
Continuada será cessado:
I - nas hipóteses de óbito, de morte presumida ou de ausência do beneficiário, na
forma da lei;
II - quando o beneficiário, o seu representante legal ou o seu procurador não
interpuser recurso ao CRPS no prazo de 30 dias, contado da suspensão do
benefício; ou
III - quando o recurso ao CRPS não for provido.

7.1.4​ BPC/LOAS para criança vítima de microcefalia


De acordo com o art. 18 da Lei 13.301/2016, fará jus ao benefício de prestação
continuada temporário, a que se refere o art. 20 da Lei 8.742/93, pelo prazo máximo de três
anos, na condição de pessoa com deficiência, a criança vítima de microcefalia em
decorrência de sequelas neurológicas decorrentes de doenças transmitidas pelo Aedes
aegypti.
O benefício será concedido após a cessação do gozo do salário-maternidade
originado pelo nascimento da criança vítima de microcefalia (Lei 13.301/2016, art. 18, § 2º).
O montante da multa decorrente da regularização de recursos mantidos no exterior,
de que trata a Lei 13.254/2016, destinado à União, poderá ser utilizado no pagamento do
BPC/LOAS da criança vítima de microcefalia (Lei 13.301/2016, art. 18, § 5º). Certamente,
aqui, o legislador buscou cumprir o disposto no § 5º do art. 195 da Constituição Federal, que
estabelece que “nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”.
7.1.5 Outras informações sobre o BPC/LOAS
O benefício de prestação continuada é intransferível, não gerando direito a pensão
por morte a herdeiros ou sucessores, extinguindo-se com a morte do beneficiário. Todavia,
o valor residual não recebido em vida pelo beneficiário será pago aos herdeiros.
O benefício de prestação continuada não gera direito a pagamento de abono anual
(gratificação natalina ou 13º salário).
O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito a desconto de qualquer
contribuição.

7.2 Benefícios eventuais

Páginas 849 a 850 – Acrescentar o azul.

577 – É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento mais antigo
apresentado, desde que amparado em convincente prova testemunhal colhida sob o
contraditório.
612 – O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS), no prazo de sua
validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus efeitos à data
em que demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei complementar
para a fruição da imunidade.
622 – A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a
constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo
para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo
concedido pela Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional
para a cobrança judicial.

3 Súmulas da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais

Página 851 – Excluir o vermelho.

31 – A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início


de prova material para fins previdenciários.
32 – O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins
de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do
Decreto 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na
vigência do Decreto 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto 4.882,
de 18 de novembro de 2003.
33 – Quando o segurado houver preenchido os requisitos legais para concessão da
aposentadoria por tempo de serviço na data do requerimento administrativo, esta data será
o termo inicial da concessão do benefício.
Páginas 852 a 853 – Excluir o vermelho.

50 – É possível a conversão do tempo de serviço especial em comum do trabalho prestado


em qualquer período.
51 – Os valores recebidos por força de antecipação dos efeitos de tutela, posteriormente
revogada em demanda previdenciária, são irrepetíveis em razão da natureza alimentar e da
boa-fé no seu recebimento.
52 – Para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a regularização do
recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual posteriormente a seu
óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por empresa tomadora de
serviços.

[...]

57 – O auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez não precedida de auxílio-doença,


quando concedidos na vigência da Lei 9.876/1999, devem ter o salário de benefício apurado
com base na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição
correspondentes a 80% do período contributivo, independentemente da data de filiação do
segurado ou do número de contribuições mensais no período contributivo.
60 – O décimo terceiro salário não integra o salário de contribuição para fins de cálculo do
salário de benefício, independentemente da data da concessão do benefício previdenciário.
61 – As alterações promovidas pela Lei 11.960/2009 têm aplicação imediata na regulação
dos juros de mora em condenações contra a Fazenda Pública, inclusive em matéria
previdenciária, independentemente da data do ajuizamento da ação ou do trânsito em
julgado.
62 – O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de atividade especial
para fins previdenciários, desde que consig
63 – A comprovação de união estável para efeito de concessão de pensão por morte
prescinde de início de prova material.
64 – O direito à revisão do ato de indeferimento de benefício previdenciário ou assistencial
sujeita-se ao prazo decadencial de dez anos.
65 – Os benefícios de auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez
concedidos no período de 28/3/2005 a 20/7/2005 devem ser calculados nos termos da Lei
8.213/1991, em sua redação anterior à vigência da Medida Provisória 242/2005.

Páginas 854 a 855 – Acrescentar o azul.


83 – A partir da entrada em vigor da Lei nº 8.870/94, o décimo terceiro salário não integra o
salário de contribuição para fins de cálculo do salário de benefício.
85 - É possível a conversão de tempo comum em especial de período(s) anterior(es) ao
advento da Lei nº 9.032/95 (que alterou a redação do §3º do art. 57 da Lei nº 8.213/91),
desde que todas as condições legais para a concessão do benefício pleiteado tenham sido
atendidas antes da publicação da referida lei, independentemente da data de entrada do
requerimento (DER).
...................................................
Exercícios de Fixação

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