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AtualizaMDP14 PDF
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5.3 Conselho de Recursos do Seguro Social – CRSS da Previdência Social – CRPS
1
BALERA, Wagner. Noções Preliminares de Direito Previdenciário. São Paulo: Quartier Latin, 2004,
p. 87.
2
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
Decreto 70.235/72. De acordo com o art. 25 do Decreto 70.235/72, o julgamento de
processos sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil compete: (I) em primeira instância, às Delegacias da Receita
Federal do Brasil de Julgamento (DRJ); e (II) em segunda instância, ao Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais.
CRPS
II. aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não
superior a três meses, prorrogável, presta serviço para atender a necessidade
transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo
extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da legislação própria.
3
SUSSEKIND, Arnaldo. Op. cit. p. 210.
contribuições mensais, para o segurado especial, a carência não é contada em
número de contribuições, mas em número de meses de efetivo exercício de
atividade rural ou pesqueira, ainda que de forma descontínua.
Além dos documentos supra, o Regulamento da Previdência Social (art. 62, §2º, II,
“l”) ainda admite como prova de exercício da atividade rural a “certidão fornecida pela
Fundação Nacional do Índio – FUNAI, certificando a condição do índio como trabalhador
rural, desde que homologada pelo INSS”.
O STJ entende que o rol de documentos descrito no art. 106 da Lei 8.213/91 é
meramente exemplificativo, e não taxativo, aceitando como início de prova material do
tempo de serviço rural as certidões de óbito e de casamento, qualificando como lavrador o
cônjuge da requerente de benefício previdenciário (STJ, AgRg no Ag 1399389/GO, Rel.
Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, DJe 28/06/2011). O STJ já se manifestou pela aceitação, a título
de início de prova material, de documentos relativos à qualificação do então marido da
autora, mesmo diante da separação ou do divórcio do casal, quando as informações
contidas na documentação foi confirmada pela prova testemunhal.4
O STJ também tem entendido que a declaração sindical não homologada pelo INSS,
pura e simples, não constitui início razoável de prova material, porém quando acompanhada
de robusta prova testemunhal poderá, em razão das peculiaridades que envolvem o
trabalho rural, constituir início de prova material apto a suprir os requisitos do art. 106 da Lei
8.213/91, ainda mais por se tratar de mero rol exemplificativo.5
4
STJ, AgRg no AREsp 47907/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe 28/03/2012.
5
STJ, AgRg no REsp 1083346 / PB, Rel. Min. Og Fernandes, 6ª T., DJe 16/11/2009.
É firme a orientação jurisprudencial do STJ no sentido de que, para concessão de
aposentadoria por idade rural, não se exige que a prova material do labor agrícola se refira
a todo o período de carência, desde que haja prova testemunhal apta a ampliar a eficácia
probatória dos documentos, como na hipótese em exame (STJ, AR 3986/SP, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, DJe 01/08/2011).
O STJ editou a Súmula 577, estabelecendo que “é possível reconhecer o tempo de
serviço rural anterior ao documento mais antigo apresentado, desde que amparado em
convincente prova testemunhal colhida sob o contraditório”.
Observação:
Em regra, para que o empresário individual possa optar pela sistemática de
recolhimento aplicada ao MEI, ele não pode contratar empregados (LC 123/06, art.
18-A, §4º, IV). Todavia, poderá se enquadrar como MEI o empresário individual que
possua um único empregado que receba exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o
piso salarial da categoria profissional (LC 123/06, art. 18-C).
2.3 Dependentes
"O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do
seu mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, §
3º do Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da
pensão seja posterior à vigência da Medida Provisória 1.523/96, reeditada e
convertida na Lei 9.528/97. Funda-se essa conclusão na qualidade de lei especial do
Estatuto da Criança e do Adolescente (8.069/90), frente à legislação previdenciária."
2.3.6 Os pais
5 Inscrição do dependente
Benefício Carência
Auxílio-doença 12 6
Aposentadoria por
12 6
invalidez
Salário-maternidade 10 5
Exemplo 1: Maria Marta, 47 anos de idade, contribui para a previdência desde os
17 anos de idade, contando com 30 anos de contribuição. Sua expectativa de
nos. Qual é o valor do
sobrevida, de acordo com a tabela do IBGE, é de 33,1 a
fator previdenciário?
Resposta:
Es = 33,1;
Tc = 30 + 5 = 35 (acréscimo para mulheres);
Id = 47;
a = 0,31.
f= 35 x 0,31 x [1 + (47 + 35 x 0,31) ] = 0,517
33,1 100
Exemplo 2: Joaquim José, 66 anos de idade, após completar 34 anos de
contribuição, requereu aposentadoria por idade. Sua expectativa de sobrevida, de
acordo com a tabela do IBGE, é de 18 anos. Qual é o valor do fator
previdenciário?
Resposta:
Es = 18;
Id = 66;
Tc = 34;
a = 0,31.
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Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
Regulamento da Previdência Social (Lei 8.213/91, art. 21-A). Ou seja, o nexo técnico
epidemiológico – NTE permite que a perícia médica do INSS reconheça determinada
incapacidade como acidentária, mesmo que a empresa ou o empregado doméstico não
tenham feito nenhuma Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT à Previdência Social.
Mas a empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo
técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa,
do empregador doméstico ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência do
Seguro Social (Lei 8.213/91, art. 21-A, §2º)
c) Salário de benefício
9
STJ, REsp 1104004/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T., DJe 01/02/2010.
VII - é vedada a contagem recíproca de tempo de contribuição do RGPS por regime
próprio de previdência social sem a emissão da CTC correspondente, ainda que o
tempo de contribuição RGPS tenha sido prestado pelo servidor público ao próprio
ente instituidor; e
VIII - é vedada a desaverbação de tempo em regime próprio de previdência social
quando o tempo averbado tenha gerado a concessão de vantagens remuneratórias
ao servidor público em atividade.
Parágrafo único. O disposto no inciso V do caput não se aplica ao tempo de serviço
anterior à edição da Emenda Constitucional nº 20, de 1998, que tenha sido
equiparado por lei a tempo de contribuição.
10
STJ, AR 2510/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 3ª Seção, DJe 01/02/2010.
O STF também segue o mesmo entendimento, conforme se verifica no seguinte
julgado:
Não será devido o auxílio-doença para o segurado recluso em regime fechado (Lei
8.213/91, art. 59, § 2º).
O segurado em gozo de auxílio-doença na data do recolhimento à prisão terá o
benefício suspenso. Essa suspensão será de até 60 dias, contados da data do recolhimento
à prisão, cessado o benefício após o referido prazo. Na hipótese de o segurado ser
colocado em liberdade antes desse prazo, o benefício será restabelecido a partir da data da
soltura.
11
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
Exemplo:
Maria e Joaquim, empregados da empresa Beta S.A., são casados e têm, em
comum, quatro filhos: Mateus (16 anos de idade), Marcos (12 anos), Lucas (8 anos)
e João (4 anos). A remuneração mensal de Maria é R$1.100,00, e a de Joaquim,
R$1.200,00. Neste caso, Maria receberá três cotas de salário-família, sendo
R$32,80 o valor de cada cota, perfazendo um total de R$98,40. Joaquim também
receberá três cotas, sendo R$32,80o valor de cada cota, perfazendo um total de
R$98,40. Note-se que, apesar da existência de quatro filhos, cada um dos
segurados só terá direito a três cotas de salário-família, pois o primeiro filho (Mateus)
já tem mais de 14 anos de idade.
Pagamento do salário-maternidade
Previdência
Empregada do MEI
Empregada Social
Parto ou aborto não
criminoso Empregada Previdência
intermitente Social
Previdência
Demais seguradas
Social
Adoção ou guarda
Previdência
judicial para fins de Todos os segurados
Social
adoção
No caso de falecimento
da segurada ou Cônjuge ou companheiro
Previdência
segurado que fizer jus sobrevivente que tenha a
Social
ao recebimento do qualidade de segurado.
salário-maternidade.
2.9.12 Acumulação
De acordo com o disposto no art. 74 da Lei 8.213/91, a pensão por morte será
devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar
da data:
No caso do disposto no inciso II, a data de início do benefício será a data do óbito,
aplicados os devidos reajustamentos até a data de início do pagamento, não sendo devida
qualquer importância relativa ao período anterior à data de entrada do requerimento (RPS,
art. 105, §1º). Ou seja, tratando-se de benefício de pensão por morte cujo requerimento
tenha sido formulado após o decurso do prazo de noventa dias do óbito, a data do início do
pagamento (DIP) será a data do requerimento, ainda que a data do início do benefício (DIB)
seja fixada no óbito. Neste caso, as prestações somente serão devidas a partir da data da
entrada do requerimento (DER).
Segundo entendimento do STJ, no que diz respeito ao termo inicial da pensão por
morte, o dependente absolutamente incapaz tem direito ao benefício no período
compreendido entre o óbito do segurado e a data do pedido administrativo.
Também conforme o STJ, a pensão por morte será devida ao dependente menor de
dezoito anos desde a data do óbito, ainda que tenha requerido o benefício passados mais
de noventa dias após completar dezesseis anos. De acordo com o inciso II do art. 74 da Lei
8.213/1991, a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que
falecer, aposentado ou não, a contar da data do requerimento, caso requerida após noventa
dias do óbito. Entretanto, o art. 79 da referida lei dispõe que tanto o prazo de decadência
quanto o prazo de prescrição são inaplicáveis ao “pensionista menor”. A menoridade de que
trata esse dispositivo só desaparece com a maioridade, nos termos do art. 5º do CC –
segundo o qual “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil” –, e não aos dezesseis anos de idade.
Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:
O STJ também tem entendido que a pensão por morte, cujo fato gerador tenha
ocorrido antes da vigência da Lei 8.213/91, é devida a partir do óbito do instituidor da
pensão, independentemente de ter sido requerido tardiamente, ressalvando-se, contudo, a
prescrição quinquenal.13
A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de
outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em
exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou
habilitação (Lei 8.213/91, art. 76). Seguindo essa linha de raciocínio, o STJ decidiu que a
viúva que vinha recebendo a totalidade da pensão por morte de seu marido não deve pagar
ao filho posteriormente reconhecido em ação de investigação de paternidade a quota das
parcelas auferidas antes da habilitação deste na autarquia previdenciária, ainda que a
viúva, antes de iniciar o recebimento do benefício, já tivesse conhecimento da existência da
ação de investigação de paternidade. Confira o julgado:
12
STJ, REsp 1405909 / AL, Rel. Min. Sérgio Kukina, 1ª Turma, DJe 09/09/2014.
13
STJ, AgRg no REsp 1075296 / ES, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, DJe
18/06/2012.
habilitados no recebimento de verbas previdenciárias e afastar o princípio da
irrepetibilidade de tais verbas.
7. A filiação reconhecida em ação judicial posteriormente ao óbito do instituidor do
benefício configura a hipótese de habilitação tardia prevista no art. 76 da Lei nº
8.213/1991.
8. Recurso especial conhecido e provido.14
2.11 Auxílio-reclusão
O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos
dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa
nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em
serviço (Lei 8.213/91, art. 80).
O auxílio-reclusão será devido nas condições da pensão por morte, respeitado o
tempo mínimo de carência de 24 contribuições mensais, aos dependentes do segurado de
baixa renda recolhido à prisão em regime fechado, que não receber remuneração da
empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, pensão por morte, salário-maternidade,
aposentadoria ou abono de permanência em serviço (Lei 8.213/91, art. 80).
14
STJ, REsp 990549 / RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 3ª Turma, DJe 01/07/2014.
O inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 20/98,
restringiu a concessão do auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa
renda. De acordo com o art. 13 da Emenda Constitucional 20/98, “até que a lei discipline o
acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus
dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta
mensal igual ou inferior a R$360,00, que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelos
mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social”. Os
R$360,00 citados pela art. 13 da EC 20, corrigidos pelos mesmos índices de reajuste
aplicados aos demais benefícios do RGPS, correspondem, atualmente, a R$1.364,43.15
Assim, para fins de concessão de auxílio-reclusão, considera-se segurado de baixa
renda aquele que, na competência de recolhimento à prisão tenha renda de valor igual ou
inferior àquela prevista no art. 13 da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de
1998, corrigido pelos índices aplicados aos benefícios do RGPS (Lei 8.213/91, art. 80, § 3º).
Vale frisar que a renda do segurado preso é a que deve ser utilizada como
parâmetro para a concessão do benefício e não a de seus dependentes. Nesse sentido,
confira o seguinte julgado do STF:
15
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
Equipara-se à condição de recolhido à prisão a situação do maior de 16 e menor de
18 anos de idade que se encontre internado em estabelecimento educacional ou
congênere, sob custódia do Juizado da Infância e da Juventude (IN INSS 77/2015, art. 381,
§ 2º).
A privação da liberdade será comprovada por documento, emitido pela autoridade
competente, comprovando o recolhimento do segurado à prisão e o regime de reclusão.
Para o maior de 16 e menor de 18 anos, serão exigidos certidão do despacho de internação
e o documento atestando seu efetivo recolhimento a órgão subordinado ao juiz da Infância e
da Juventude.
Não cabe a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que esteja
em livramento condicional ou que cumpra pena em regime aberto.
O cumprimento de pena em prisão domiciliar não impede o recebimento do benefício
de auxílio-reclusão pelos dependentes, se o regime previsto for o fechado ou semiaberto (IN
INSS/PRES 77/2015, art. 382, § 4º).
O STJ tem entendido ser possível a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes
do segurado que recebia salário de contribuição pouco superior ao limite estabelecido como
critério de baixa renda pela legislação da época de seu encarceramento. Nesse sentido,
confira o seguinte julgado:
16
STJ, REsp 1479564 / SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Turma, DJe 18/11/2014.
O STJ tem entendido que, na análise de concessão do auxílio-reclusão a que se
refere o art. 80 da Lei 8.213/1991, o fato de o recluso que mantenha a condição de
segurado pelo RGPS (art. 15 da Lei 8.213/1991) estar desempregado ou sem renda no
momento do recolhimento à prisão indica o atendimento ao requisito econômico da baixa
renda, independentemente do valor do último salário de contribuição. Nesse sentido, confira
o seguinte julgado:
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STJ, REsp 1480461 / SP, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe 10/10/2014.
DA LEI 8.213/91. REQUISITOS DA PENSÃO POR MORTE. APLICABILIDADE.
PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM. INCIDÊNCIA. RECOLHIMENTO À PRISÃO.
LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA. OBEDIÊNCIA. RECURSO PROVIDO. I – A EC
20/98 determinou que o benefício auxílio-reclusão seja devido unicamente aos
segurados de baixa renda. II – Nos termos do +artigo 80 da Lei nº 8.213/91, o
auxílio-reclusão é devido nas mesmas condições da pensão por morte aos
dependentes do segurado recolhido à prisão, desde que não receba remuneração
da empresa nem auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em
serviço. III – A expressão “nas mesmas condições da pensão por morte” quer
significar que se aplicam as regras gerais da pensão por morte quanto à forma de
cálculo, beneficiários e cessação dos benefícios. Em outros termos, as regras da
pensão por morte são em tudo aplicáveis ao auxílio-reclusão, desde que haja
compatibilidade e não exista disposição em sentido diverso. IV – A jurisprudência da
Eg. Terceira Seção entende que a concessão da pensão por morte deve observar os
requisitos previstos na legislação vigente ao tempo do evento morte, em obediência
ao princípio tempus regit actum. V – Quando foi o segurado recolhido à prisão, não
era considerado de baixa renda, não fazendo jus seus dependentes ao benefício
auxílio-reclusão, em razão de Portaria posterior mais benéfica. Incide, à espécie, o
princípio tempus regit actum. VI – A concessão do benefício auxílio-reclusão deve
observar os requisitos previstos na legislação vigente ao tempo do evento
recolhimento à prisão, porquanto devem ser seguidas as regras da
pensão por morte, consoante os termos do artigo 80 da Lei nº 8.213/91. VII –
Recurso conhecido e provido.18
2.11.1 Beneficiários
18
STJ, REsp 760767/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, 5ª T, DJ 24/10/2005, p. 377.
O exercício de atividade remunerada pelo segurado recluso em
cumprimento de pena, em regime fechado ou semiaberto, que contribuir na
condição de contribuinte individual ou segurado facultativo, não acarreta perda
do direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes (Lei
10.666/2003, art. 2º, caput).
2.11.2 Carência
Será devida a pensão por morte aos dependentes se o óbito do segurado ocorrer
até doze meses após o livramento (prazo de manutenção da qualidade de segurado),
mesmo que os dependentes não recebam o auxílio-reclusão em razão do salário de
contribuição do segurado recluso ser superior a R$1.364,4319 (RPS, art. 118, parágrafo
único).
[...]
[...]
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Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
das classes).
Conforme o caput do art. 115 da Lei 8.213/91, podem ser descontados dos
benefícios: (I) contribuições devidas pelo segurado à Previdência Social; (II) pagamento de
benefício além do devido administrativo ou judicial de benefício previdenciário ou
assistencial indevido, ou além do devido, inclusive na hipótese de cessação do benefício
pela revogação de decisão judicial, nos termos do disposto no Regulamento; (III) Imposto
de Renda retido na fonte; (IV) pensão de alimentos decretada em sentença judicial; (V)
mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente
reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados; (VI) pagamento de empréstimos,
financiamentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil concedidos por
instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, ou por entidades fechadas
ou abertas de previdência complementar, públicas e privadas, quando expressamente
autorizado pelo beneficiário, até o limite de 35% do valor do benefício, sendo 5% destinados
exclusivamente para: (a) amortização de despesas contraídas por meio de cartão de
crédito; ou (b) utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.
A tese fixada servirá de parâmetro para mais de 68 mil processos sobre o tema, que
estão sobrestados (suspensos) nos demais tribunais.
I - a prova de vida e a renovação de senha serão efetuadas por aquele que receber
o benefício, mediante identificação por funcionário da instituição, quando realizada
nas instituições financeiras;
II - a prova de vida poderá ser realizada pelo representante legal ou pelo procurador
do beneficiário legalmente cadastrado no INSS ou na instituição financeira
responsável pelo pagamento;
III - a prova de vida de segurados com idade igual ou superior a 60 anos será objeto
de prévio agendamento, que será disciplinado em ato do Presidente do INSS;
IV - o INSS disporá de meios, incluída a realização de pesquisa externa, que
garantam a identificação e o processo de fé de vida para pessoas com dificuldades
de locomoção e idosos acima de 80 anos que recebam benefícios; e
V - o INSS poderá bloquear o pagamento do benefício encaminhado às instituições
financeiras até que o beneficiário atenda à convocação, permitida a liberação do
pagamento automaticamente pela instituição financeira.
...........................
Exercícios de Fixação
[...]
A incidência não cumulativa pode ocasionar uma situação interessante, que será
demonstrada através do seguinte exemplo: João recebe uma remuneração mensal de
R$2.920,00, e Pedro, R$2.919,00. Apesar de João ter uma remuneração maior que a de
Pedro, após o desconto da contribuição previdenciária, sua remuneração líquida será menor
que a de Pedro. Vejamos:
Contribuição do Remuneração
Empregado Remuneração Alíquota
segurado líquida
João R$2.920,00 11% R$321,20 R$2.598,80
Pedro R$2.919,00 9% R$262,71 R$2.656,29
Salário de
Empresa Remuneração Alíquota Contribuição
contribuição
Alfa S.A. 4.000,00 4.000,00 11% 440,00
Beta S.A. 2.500,00 1.839,45 11% 202,34
Total 6.500,00 5.839,45 11% 642,34
Salário de
Empresa Remuneração Percentual Contribuição
contribuição
Alfa S.A. 7.000,00 5.839,45 11% 642,34
Beta S.A. 3.000,00 - - -
Total 10.000,00 5.839,45 11% 642,34
[...]
Exemplo:
Paulo, bombeiro hidráulico, reformou a estrutura hidráulica da residência de Rosana
e cobrou R$1.000,00 pelo serviço. Este foi o único serviço prestado por Paulo
durante o mês de fevereiro de 2019. Neste caso, a contribuição previdenciária de
Paulo, referente à competência 02/2019, será de R$200,00 (que corresponde a 20%
de R$1.000,00). Paulo terá até o dia 15/03/2019 para recolher sua contribuição por
iniciativa própria, pois, neste caso, Rosana (pessoa física) não tem a obrigação de
descontar a contribuição do segurado contribuinte individual.
Se no caso acima exposto, a remuneração recebida por Paulo fosse, por exemplo,
de R$7.000,00, a contribuição que o segurado teria de recolher seria de R$1.167,89 (que
corresponde a 20% de R$5.839,45). Se a remuneração de Paulo tivesse sido de R$700,00,
sua contribuição seria de R$199,60 (que corresponde a 20% de R$998,00). É assim porque
a contribuição do contribuinte individual deve respeitar os limites (mínimo e máximo) do
salário de contribuição.
Exemplo:
No dia 02/04/2019, a advogada Rosana (segurada contribuinte individual) prestou
serviço à empresa Alfa S.A. e recebeu R$7.000,00 pelos serviços prestados. No dia
25/04/2019, Rosana prestou serviço à empresa Delta Ltda. e recebeu R$1.000,00
pelos serviços prestados.
A empresa Alfa é obrigada a descontar da remuneração de Rosana a contribuição
de R$642,34 (que corresponde a 11% x R$5.839,45). Assim, a remuneração líquida
que a empresa Alfa pagou a Rosana foi de R$6.357,66 (que corresponde a
R$7.000,00 – R$642,34). A contribuição a cargo da empresa é de R$1.400,00 (que
corresponde a 20% x R$7.000,00). A empresa Alfa é obrigada a recolher a
contribuição descontada de Rosana juntamente com a contribuição a seu cargo até
o dia 20/05/2019. Neste caso, o valor a ser recolhido pela empresa Alfa é de
R$2.042,34 (que corresponde a R$1.400,00 + R$642,34).
A empresa Delta Ltda. não é obrigada a efetuar nenhum desconto na remuneração
de Rosana, pois, no mês de abril de 2018, a segurada já contribuiu sobre o limite
máximo do salário de contribuição (R$5.839,45). Todavia, a empresa Delta é
obrigada a recolher a contribuição a seu cargo, no valor de R$200,00 (que
corresponde a 20% de R$1.000,00).
Exemplo:
Pedro, contribuinte individual, prestou serviço para a empresa Beta S.A. recebendo
uma remuneração de R$700,00. Este foi o único serviço prestado por Pedro durante
o mês de fevereiro de 2019. Neste caso, a empresa descontará da remuneração de
Pedro a quantia de R$77,00 (que corresponde a 11% x R$700,00), sendo obrigada a
recolher o valor descontado, juntamente com a contribuição a seu cargo, até o dia
20/03/2019. Pedro terá de recolher, por iniciativa própria, até o dia 15/03/2019, a
contribuição de R$59,60 (que corresponde a 20% de R$298,00) para complementar
sua contribuição mensal.
Exemplo 1:
Um contribuinte individual, durante o mês de março de 2019, prestou serviços a uma
missão diplomática, e recebeu pelo trabalho o valor de R$2.000,00. Sua
contribuição, incluindo a dedução permitida por lei, será de:
• Contribuição do segurado (sem dedução) = R$400,00 (que corresponde a 20% de
2.000,00).
• Contribuição da missão diplomática = R$400,00 (que corresponde a 20% de
2.000,00).
• Possibilidade de dedução = R$180,00 (que corresponde a 45% de 400,00).
• Limite de dedução = R$180,00 (que corresponde a 9% de 2.000,00).
• Contribuição do segurado = R$220,00 (que corresponde a R$400,00 – R$180,00).
Obs.: Neste caso, o salário de contribuição foi de R$2.000,00.
Exemplo 2:
Um contribuinte individual (um eletricista, por exemplo) prestou serviço a outro
contribuinte individual (um médico, por exemplo, em seu consultório particular) e
recebeu uma remuneração de R$10.000,00.
• Neste caso, o salário de contribuição do eletricista é R$5.839,45.
• Contribuição do segurado (sem dedução) = R$1.167,89 (que corresponde a 20%
de R$5.839,45).
• Contribuição patronal do médico (contribuinte individual equiparado a empresa) =
R$2.000,00 (que corresponde a 20% de 10.000,00).
• Dedução (sem aplicação do limite máximo) = R$900,00 (que corresponde a 45%
de 2.000,00).
• Limite máximo da dedução = R$525,55 (que corresponde a 9% x 5.839,45).
• Contribuição do segurado = R$642,34 (que corresponde a R$1.167,89 –
R$525,55).
Direito à
Aposentadoria
Situação Base de cálculo Alíquota
por tempo de
contribuição
Salário-de-contribuição,
respeitados os limites
Com direito Regra geral 20%
de R$998,00 a
R$5.839,45.20
Regra geral Um salário mínimo. 11%
Segurado facultativo
sem renda própria que
se dedique
exclusivamente ao
Sem direito
trabalho doméstico no Um salário mínimo. 5%
âmbito de sua
residência, desde que
pertencente a família de
baixa renda.
Exemplo:
No mês de abril de 2019, o resumo da folha de pagamento dos segurados que
prestaram serviço à empresa Alfa Industrial Ltda. foi o seguinte:
20
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
Nome do segurado Categoria previdenciária Remuneração
A empresa Alfa Industrial Ltda. recolherá aos cofres da Previdência Social, até o dia
20/05/2019, o valor de R$3.077,30. Ressalte-se que, neste valor, estão incluídas a parcela
da contribuição a cargo da empresa e a parcela que foi descontada dos segurados.
Empresas Alíquota
a) de call center; 3%
a) A Resolução do Senado nº 15, de 2017, deve ser interpretada nos exatos limites
da declaração de inconstitucionalidade decorrente do RE n.º 363.852/MG, não se
referindo a contribuição do empregador rural pessoa física reinstituída a partir da Lei
10.256, de 2001;
b) As contribuições previstas no art. 25, I e II, assim como a responsabilidade dos
adquirentes pela retenção, hipótese da sub-rogação prevista no art. 30, IV, da Lei
8.212, de 1991, são válidas desde a edição da Lei 10.256, de 2001, em
conformidade com a constitucionalidade declarada nos autos do RE n.º 718.874/RS.
E para que não fique nenhuma dúvida, o Supremo Tribunal Federal, em 23/05/2018,
no julgamento dos Embargo de Declaração relativo ao RE 718.874/RS, declarou que “a
Resolução do Senado Federal 15/2017 não se aplica a Lei nº 10.256/2001 e não produz
qualquer efeito em relação ao decidido no RE 718.874/RS”. Confira a ementa da referida
decisão do STF:
21
STF, RE 718874 ED / RS, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Julgamento em 23/05/2018,
publicado no DJe-191 em 12/09/2018.
Página 441 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.
Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT
Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT
V - Agroindústria
Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT
Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT
Alíquotas
Base de cálculo
Seguridade social RAT
Salário de contribuição do
3% -
empregado que lhe presta serviço.
[...]
O salário-família é devido ao empregado com salário de contribuição de até
R$1.364,43.22
Exemplo:
Anderlaine trabalha como empregada doméstica na residência de Kerolaine. No mês
de fevereiro de 2019, a remuneração mensal de Anderlaine foi de R$7.000,00.
Nesse caso, incidiram as seguintes contribuições previdenciárias:
22
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
movimento global de sorteio de números ou de quaisquer modalidades de símbolos (RPS,
art. 212, §2º).
De acordo com o art. 26 da Lei 8.212/91, constitui receita da Seguridade Social a
contribuição social sobre a receita de concursos de prognósticos a que se refere o inciso III
do caput do art. 195 da Constituição Federal. Ou seja, o produto da arrecadação desta
contribuição será destinado ao financiamento da Seguridade Social (Lei 8.212/91, art. 26, §
4º).
A base de cálculo da contribuição equivale à receita auferida nos concursos de
prognósticos, sorteios e loterias (Lei 8.212/91, art. 26, § 5º).
A alíquota da contribuição corresponde ao percentual vinculado à Seguridade Social
em cada modalidade lotérica, conforme previsto em lei (Lei 8.212/91, art. 26, § 6º).
Limites
Segurado Conceito de salário de contribuição
Mínimo Máximo
23
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
Mas no julgamento do REsp 1.230.957/RS, a egrégia Primeira Seção do STJ, na
sessão realizada no dia 26/02/2014, decidiu pela não incidência de contribuição
previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado. De acordo com o entendimento do STJ, se o
aviso-prévio é indenizado, no período que lhe corresponderia o empregado não presta
trabalho algum, nem fica à disposição do empregador. Para o STJ, as importâncias pagas a
título de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo à
disposição do empregador, não ensejam a incidência de contribuição previdenciária. Vale
frisar que o REsp 1.230.957/RS foi submetido à sistemática de julgamento dos recursos
repetitivos (CPC, art. 543-C), passando a ser considerado como paradigma a ser observado
pelas instâncias inferiores, quando se depararem com questão idêntica (CPC, art. 543-C, §
7º). Em prova de concurso, caso a questão mencione a jurisprudência, o candidato deve
posicionar-se a favor da incidência sobre o aviso-prévio trabalhado e da não incidência
sobre o aviso-prévio indenizado.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, por meio das Notas PGFN/CRJ
485/2016 e PGFN/CRJ 981/2017, incluiu o tema “contribuição previdenciária sobre o aviso
prévio indenizado” na lista de dispensa de contestar e recorrer. Assim, seguindo o disposto
no art. 19 da Lei 10.522/2002, fica a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN)
autorizada a não contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto,
na hipótese de a decisão versar sobre contribuição previdenciária sobre o aviso prévio
indenizado.
De acordo com as mencionadas Notas da PGFN, o entendimento firmado pelo STJ
no julgamento do REsp 1.230.957/RS não abrange o reflexo do aviso prévio indenizado no
13º salário (gratificação natalina), por possuir natureza remuneratória (isto é, não tem cunho
indenizatório).
A Receita Federal também passou a adotar a posição do STJ, no sentido da não
incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado (Instrução
Normativa RFB Nº 925/2009, art. 7º). Contudo, a Receita Federal entende que o valor do
13º salário correspondente ao aviso prévio indenizado continua sofrendo a incidência de
contribuição previdenciária (Instrução Normativa RFB Nº 925/2009, art. 7º, parágrafo único).
Em seus mais recentes julgados, o STJ também tem entendido que incide
contribuição previdenciária sobre o auxílio-alimentação pago em pecúnia e com
habitualidade. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:
Assim, para a empresa fornecer alimentação aos seus empregados e não sofrer a
incidência de contribuição previdenciária sobre tal valor, ela poderá manter serviço próprio
de refeição ou de distribuição de alimentos, inclusive os não preparados (cesta de
alimentos), bem como firmar convênios com entidades que forneçam ou prestem serviços
de alimentação coletiva.
O art. 36 da Lei 4.870/65 foi revogado pela Lei 12.865/2013. Assim, embora este
item ainda conste da relação de parcelas não integrantes do salário de contribuição (Lei
8.212/91, art. 28, § 9º, “o”), trata-se de uma parcela que deixou de existir.
De acordo com o disposto no O revogado art. 36 da Lei 4.870/65, determinava que
os produtores de cana, açúcar e álcool são eram obrigados a aplicar, em benefício dos
trabalhadores industriais e agrícolas das usinas, destilarias e fornecedores, em serviços de
assistência médica, hospitalar, farmacêutica e social, importância correspondente no
mínimo, às seguintes percentagens: (a) de 1% sobre preço oficial de saco de açúcar de 60
quilos, de qualquer tipo; (b) de 1% sobre preço oficial da tonelada de cana entregue, a
qualquer título, às usinas, destilarias, anexas ou autônomas, pelos fornecedores ou
lavradores da referida matéria; (c) de 1% sobre preço oficial do litro de álcool, de qualquer
tipo, produzido nas destilarias. Esses valores não compõem integravam a base de cálculo
das contribuições previdenciárias.
XXV. o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativas a
programa de Previdência Complementar Privada, aberta ou fechada, desde que
disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes.
24
STJ, AgInt no REsp 1719071/CE, Rel. Min. GURGEL DE FARIA, 1ª Turma, julgado em 18/09/2018,
publicado no DJe de 22/10/2018.
empregados ou terceiros vinculados à sua atividade econômica em razão de desempenho
superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades (CLT, art. 457, § 22).
Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de
bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de
desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades (CLT,
art. 457, § 4º).
Abono é um complemento de salário, um bônus geralmente de caráter temporário,
um valor a mais que é concedido ao empregado.
Não incide contribuição previdenciária sobre os prêmios e os abonos (Lei 8.212/91,
art. 28, § 9º, “z”).
2 Folha de pagamento
De acordo com o disposto no caput do art. 74 da Lei 9.430/96, “o sujeito passivo que
apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou
contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de
ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer
tributos e contribuições administrados por aquele Órgão”.
Acontece que o parágrafo único do art. 26 da Lei 11.457/2007 determina que o
disposto no art. 74 da Lei 9.430/96 não se aplica às contribuições sociais previdenciárias.
Fica, portanto, evidente que a legislação em vigor não permite a compensação de
contribuições previdenciárias com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil.
Assim, a compensação somente poderá ser efetuada com parcelas de contribuição
da mesma espécie (RPS, art. 251, §2º). Ou seja, o crédito do sujeito passivo relativo às
contribuições previdenciárias só pode ser compensado com débitos de contribuições
previdenciárias. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:
De acordo com o § 1º do art. 26-A da Lei 11.457/2007, não poderão ser objeto da
compensação de que trata o inciso I do caput deste artigo:
25
STJ, REsp 1243162/PR, Rel. Min. Castro Meira, DJe 28/03/2012.
a) relativo a período de apuração anterior à utilização do eSocial para apuração de
tributos com crédito concernente às contribuições sociais previdenciárias; e
b) com crédito das contribuições sociais previdenciárias relativo a período de
apuração anterior à utilização do eSocial para apuração das referidas contribuições.
3.1 Decadência
81 – Não incide o prazo decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91,
nos casos de indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação às
questões não apreciadas pela Administração no ato da concessão.
26
STJ, AgRg no REsp 1308683 / RS, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe 19/12/2012.
De acordo com o art. 79 da Lei 8.213/91, “não se aplica o disposto no art. 103 desta
Lei ao pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei”. Assim, o prazo de
decadência ora comentado não corre contra pensionista menor, incapaz ou ausente.
De acordo com o art. 103 da Lei 8.213/91, o prazo de decadência do direito ou da
ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento,
cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não
concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado:
27
FORTES, Simone Barbisan e PAUSEN. Direito da Seguridade Social. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2005, pp. 252/253.
EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO
ART. 103 DA LEI 8.212/1991 AOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTERIORMENTE
À MP 1.523-9/1997. TERMO INICIAL: DATA DE SUA ENTRADA EM VIGOR
(28/6/1997).
1. A Seção de Direito Público do STJ definiu que o prazo de decadência para a
revisão de RMI, em relação aos benefícios concedidos anteriormente à Medida
Provisória 1.5239/1997, tem como termo inicial a data de sua entrada em vigor, isto
é, 28.6.1997.
2. Hipótese em que a ação de conhecimento foi ajuizada em 9/10/2008. Decadência
configurada.
3. Essa orientação foi consolidada pela Primeira Seção do STJ, no julgamento do
REsp 1.309.529/PR, de minha relatoria, em sessão realizada no dia 28.11.2012,
mediante a utilização da sistemática dos recursos repetitivos, prevista no art. 543-C
do Código de Processo Civil, incluído pela Lei 11.672/2008.
4. Agravo Regimental não provido.28
A entidade que atue em mais de uma área deverá requerer a certificação e sua
renovação no Ministério responsável pela área de atuação preponderante da entidade.
Considera-se área de atuação preponderante aquela definida como atividade econômica
principal no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do Ministério da Fazenda
Economia.
28
STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1309252 / PR, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe
19/12/2012.
29
A partir de 1º/01/2019, esse valor é de R$60.281,11 (Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019).
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior
àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento
de suas execuções fiscais.
Por infração a qualquer dispositivo das Leis 8.212/91, 8.213/91 e 10.666/2003, para
a qual não haja penalidade expressamente cominada, fica o responsável sujeito a multa
variável de R$2.411,28 a R$241.126,88, conforme a gravidade da infração (RPS, art. 283).31
[...]
30
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
31
Os valores das multas previstas neste capítulo foram atualizados, a partir de 1º/01/2019, pela
Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
32
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
Página 668 – Alterar o verde.
ATENÇÃO: alterar as notas de rodapé.
[...]
33
Valores atualizados, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
34
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
35
Valor atualizado, a partir de 1º/01/2019, pela Portaria Mecon nº 9, de 15/01/2019.
reais) R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais);36
Das decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários caberá recurso
para o Conselho de Recursos do Seguro da Previdência Social (CRSS CRPS).
É de 30 dias o prazo para interposição de recursos, contados da ciência da decisão
(RPS, art. 305, §1º). A partir da data da interposição do recurso, inicia-se a contagem do
prazo de 30 dias para o INSS oferecer contrarrazões.
Admitir ou não o recurso é prerrogativa do CRSS CRPS, sendo vedado a qualquer
órgão do INSS recusar o seu recebimento ou sustar-lhe o andamento, exceto quando
reconhecido o direito pleiteado, antes da subida dos autos CRSS CRPS.
36
Valor estabelecido pela Portaria MF 3, de 3 de janeiro de 2008 nº 63, de 9 de fevereiro de 2017.
2. Um servidor federal ocupante de cargo efetivo, com remuneração
mensal de R$10.000,00, que tenha ingressado no serviço público até a
data da instituição da FUNPRESP, e que a ela tenha aderido, contribuirá
para o RPPS da União com 11% de R$5.839,45.
3. Um servidor federal ocupante de cargo efetivo, com remuneração
mensal de R$10.000,00, que tenha ingressado no serviço público depois
da data da instituição da FUNPRESP, contribuirá para o RPPS da União
com 11% de R$5.839,45, independentemente de ter aderido ou não à
FUNPRESP.
De acordo com o art. 1º da Lei Complementar 51/1985, na redação dada pela Lei
Complementar 144/2014, o servidor público policial será aposentado:
I – (Revogado pela Lei Complementar nº 152, de 2015) compulsoriamente, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 65 (sessenta e cinco) anos
de idade, qualquer que seja a natureza dos serviços prestados;
II – voluntariamente, com proventos integrais, independentemente da idade:
a) após 30 (trinta) anos de contribuição, desde que conte, pelo menos, 20 (vinte)
anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial, se homem;
b) após 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que conte, pelo menos, 15
(quinze) anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial, se mulher.
O Supremo Tribunal Federal entende que o art. 1º da Lei Complementar 51/85 foi
recepcionada pela atual Constituição. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:
Exemplo 1:
Maria, servidora aposentada pelo RPPS, recebe proventos no valor de R$10.000,00.
Caso venha a falecer, a pensão por morte que Maria deixará para o conjunto de
seus dependentes será calculada da seguinte forma: 5.839,45 + 70% x (10.000,00 –
5.839,45) = 8.751,83.
37
STF, MI 2518 AgR / DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe-089 de 13/05/2011.
STF, MI 6515 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 20/06/2018, publicado no
38
DJe-262 em 06/12/2018.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios, desde que instituam Regime
de Previdência Complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo
efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
RPPS, o mesmo limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS (CF, art. 40, §14).
Dessa forma, o RPPS garantirá o pagamento do benefício até o teto do RGPS, e o eventual
complemento será pago pela pelo Regime Previdência Complementar Pública.
Contudo, o teto do RGPS será aplicado ao RPPS somente em relação ao servidor
que ingressar no serviço público após a data da criação da do correspondente Regime de
Previdência Complementar Pública. Quanto ao servidor ingresso até a data da publicação
do ato de instituição da do Regime de Previdência Complementar Pública, estas regras o
referido teto somente serão aplicadas será aplicado mediante sua prévia e expressa opção
O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem (LOAS, art. 21).
A cessação do pagamento do benefício ocorrerá nas seguintes situações:
I. superação das condições que lhe deram origem;
II. morte do beneficiário;
III. morte presumida do beneficiário, declarada em juízo;
IV. ausência declarada do beneficiário, na forma do art. 22 do Código
Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
39
STJ, AgRg no Ag 1418168/SP, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 28/09/2011.
40
De acordo com o inciso V do § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 105/2001 "não constitui
violação do dever de sigilo a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos
interessados.
V. falta de comparecimento do beneficiário portador de deficiência ao exame
médico-pericial, por ocasião de revisão de benefício;
VI. falta de apresentação pelo idoso ou pela pessoa portadora de deficiência da
declaração de composição do grupo e renda familiar, por ocasião de revisão de
benefício.
O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua concessão ou
utilização.
577 – É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento mais antigo
apresentado, desde que amparado em convincente prova testemunhal colhida sob o
contraditório.
612 – O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS), no prazo de sua
validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus efeitos à data
em que demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei complementar
para a fruição da imunidade.
622 – A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a
constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo
para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo
concedido pela Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional
para a cobrança judicial.
[...]