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Ética, sociologia psicologia, educação, medicina i
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_ Copyright © by Debora Diniz,2007
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1 sem autorização prévia da editora. |"- 1
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Sumário
4 Produção editoriale diagramação: Pózm'cióz Rocha
1 Produção gráfica:iT/aiózgo B. Limói
4 Revisão: Am Term Mejióz Mzmboz e. Dida Berram
4 Arte de capa: Rózmoiz Nm/ómfo
41 Capa: Eqziipe editorial Editam Brasiliense
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1 Dados Internacionais de Catalogaçaona Publicaçao (CIP) 8
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Bibliografia. 1
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Deficiência, feminismoecuidado _. _. _. _ ....58
¬_o7-1558 4 _, _ cDD-562.1
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Conclusão.. . . . . . . _ . . . . . . . _ . . . _ . _. ...76
Índices para catálogo sistemático:
1. Deficiência : Problemas sociais 562.1
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na sentença biológicade fracasso por alguém não en- `\- padrões de normal e patológico.
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do normal da espécie humana foi uma criação discursiva do cego: alguém que não enxerga ou alguém a quem falta a Ê..
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cegueira só se manifesta em uma sociedade pouco sensível cse ~
que seria o corpo sem deficiência. Ao contrário do que se a diversidade de estilos de vida. 4-Ilià
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imagina, não há como descrever um corpo com deficiência Essa foi a revolução dos estudos sobre deficiência surgi-
como anormal. A anormalidade é um julgamento estético e, dos no Reino Unido e nos Estados Unidos nos anos 1970.
porl:anto_ um valor moral sobre os estilos de vida. Há quem ,.».¡-
considere que um corpo cego é algo trágico, mas há tam- res médicos, psicológicos e de reabilitação, a deficiencia
bern ql_.lem considere que essa é dma entre várias possibili-
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deficiência buscam cuidados médicos em diferentes mo- elue resenheee_eeerr>e_sem lesão, mas que também denUfl~
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estudos sobre deficiência, a linguagem referente ao tema r`§.`
biomedica, com poucos cièntisfásšoci11ai`š*diedicando-se ao
_ estava carregada de1vio1lê1ncia e de eufemismos discrimina- ff _. Í'
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somentecomo questão familiar ou individual.
sobre deficiência ao campo dos estudos culturais e de identi-
1% dade. Assim como os estudos sobre raça não mais adotam o :aii Â. sl
Notas
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conceitode “pessoa de cor”, mas “negro” ou “indígena”, os
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estudos sobre deficiencia assumiram a categoria deficiente _
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1 ~ BORGES, Jorge Luis. “La Ceguera”. ln: _ Siete No-
E é comoresultado da compreensão da deficiência como um ches. Madrid: Alianza Editorial, 1995.
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aoautoritarismoe, comumente, acruéis regimes. Proponho soas com diferentes lesoes físicas ou mentais, cuidando de-
a formação deum grupo de pessoas que leve ao Parlamen- las e lhes oferecendo educação. Em geral o objetivo dessas”
to as idéias das pessoas que, hoje, vivem nessasinstitui- instituições e centros era o de afastar as pessoas com lesões
_ çõese dasque potencialmenteir_ão_substitui-las. do convívio social ou o de normalizá-las para devolvê-las af'
:YAtenciosamente, PaulHunt_2 família ou asociedade_
_ _ ,_ A originalidade da Upias foi não somente ser uma enti-
Hunt nao imaginouque sua carta provocaria tantas rea-
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Oliver, também um sociólogo deficiente físico, foi um dos ¿-~›/ m@if°ti1_9meflfo, norla=1t<>z__@___U.%__9a=_1ât_t9i9:ês_99m_0zuma
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pelos deficientes e a transferia para a incapacidade social em
prever e incorporar a diversidade.
P Nesse sentido, Oliver, Abberley, Finkelstein e tantos ou-
Há Dei0bñë0'Õ_$MÊÍ!5ÍLš#ʧÕU|0S, áÍëÍ'_ÍÍÍd_e Centros onde essoas
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Upias foi, naverdade, a primeira organização política sobre uma reviravolta no debate biomédico: ao invés de internados
deficiencia a ser formada e gerenciada por deficientes. Insti- para tratamento ou reabilitação, os deficientes estavam en-
tuições antigas, como o Instituto Nacional para Cegos, talvez carcerados; a, e>gD@riën0iêda__d.eitm¢i§Bã0_ §Lfl1âSul'£ëQz0
a mais antiga do mundo, no Reino Unido, ou o Instituto de sua S_ l_e__s"e_s____n1_a__s_
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de crítica social foi que a Upias foi responsável por um feito tesao edeficiencia ea-r
histórico, pois redefiniu lesãoe deficiência em termos socio-
lógicos, G não mais estritamente biomédicos.-1 Quem é deficiente para o modelo social da deficiênc_ia§
Agramática da deficiénciafoirefeita após a emerg_ência_,e para rešÍlÕ'Õñ`d”é'í“”ag§§¿*¡5¿rg:gn{“äf”i`olpreciso enfrentaf a _ten_;
__ ~ ' ocom esao___
a de co- sao entre corpo e s0_C\9d§de- _§Ê_Ê_f_ã_H.Tš_§_ä?š__Í%_____õ.€õ8ñ-íëšíö-S
rn”ü“`ñiõ”ä*§õ“锚Ê*õrëÍ`ä`š*'è“i'íÍ?ë2aH comunidade imaginada por Hunt que limitaria a parti_§_]__Q§§_êQ.._§Q§!_Ê_.__QH__._
em sua carta. Nessa época, era comum que deficientes físicos pouièõšíšëñšvãšãdiversidade 0 que segreearIa__Q___§.eÍl9_te“*
fossem institucionalizados_ Havia intensa vigilância e a ter
vida deles, e os contatos com o ambiente externo eram não
apenas controlados como esparsos_ A Upias surgiu exata- corporais como grande parte da
mentedessa incomunicabilidade entre os deficientes, oque ‹
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se $e“@__Éʧ9ÊêÊQ_$1Ê_9'Í9_šÚ.lšÊ9Ê;.ʧ._$99Í@l$Ê? P9_\lÊlÊë.§--99---~~-
torna seuprocesso de formação ainda maisespetacular. E foi W
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sensíveis a diversidad_§3_,Q9lÍPOffi_- _ _ __ ._
também porcausa dadificuldade de comunicação queesse _/ _ O“g'“a'meme' a Umasempropunha umaiqvešlnlâiiiiza de ex-
processo foi tão lento: “algo que muitos não-deficientes espe- e deficiência amparada uma perspec i Fl
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da Upiasreraredefiniir a deficiência em
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libertaçao semelhante ao que o feminismo propiciou as mu-
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experiência de discriminação sofrida pelos deficientes? idaêõomo uma tragédia pessoal fruto da loteria da natureza,
Os objetivos da Upias eram: mas como um ato de discriminação permanentecontra um
grupo de pessoas com expressões corporais diversas.
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1. Diferenciar natureza de sociedade pelo argumento de quea V Nesse sentido, um deficiente como Oliver diria: 'íminha
l o pres são não era resultadoda lesão,çwwm,
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-_. mas de ordenamentos so- I esao
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" est á em não poder andar. Minha
` deficiência está na
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Ôiãis_oxCÍU.€Í,e.“...Í.ʧ.; '-e3ã° era “mae×p'eSSã° da b¡0l09ld lllllflollla inacessibilidade dos õnibus”;9 Assim, as alternativas para
l.
isenta de sentido, ao passo que deficiencia era resultado da discri-rf' romper com o ciclo de segrogaçaofeopressãonnão deveriam
minação social. Ao retirar qualquer sentido pejorativo das lesões, 9 ' se”r*""bÚ§ÊaMÕã*§ rÊoÊ
alvo da Uplao ora. oo doliolooloa do ddlfad mlddflao
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ooo a roopoola ropapa
3 $°°¡?.ÊÍ.ê.d3 °blet¡V° ela dessenclallzaf 3 ' ~i e para a opressão estava na política e na sociologia, os
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› lesão,“denunciando as construções sociológicas que a descreviam teóricos do modelo social não recusavam os benefícios dos
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como desvantagem natural; avanços biomédicos para o tratamento do corpo com lesões.
2. Assumir a deficiência como uma questão sociológica, retirando- ° Ai éia era sim lesrnggte
. iralém da medicalizaçã o da lesão e
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resultado
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a do controle discursivo dos saberes biomédicos. Foi nessa disputa 4
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por autoridade discursiva que se estruturou o modelo social da defi- foêiiêalseflparação radical entre lesão e deficiência: a primeira
seria o objeto das ações biomédicas no corpo, ao passo que
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ciência em contraposição ao modelo médico. O modelo social definia
a deficiência não como uma desigualdade natural, mas como uma a segunda seria entendida como uma questão da ordem dos
opressão exercida sobre o corpo deficiente. Ou seja, o tema da de-
flolënolanâodovarla.dot-maldita.p¿<9.ll1€›i.Yd...d°S Sdbeles bl°l33š.d.looâz
Deficiente, pessoa dsficienš ou pessoa coioägefjêgengia?
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mas Plllldlpdlmollle do
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DEBORA D|N|z _ _ E f ff E _ f f f
O QUE É DEi=iciÊNciA
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outros agressivos, como “aleijado”, “débil-mental”, “retarda- brar que oobjetivo nao era transformaro vocabulário por
do”, “mongolóide”, “manco” e “coxo” foram .colocados na questões estéticas, mas politizá-lo retirando expressões que
mesa dediscussões. Exceto peloabandono dasexpressões não eSÍ¡VeSSem de F-=lC0fd0 00lTl H 9UÍlldda'Í9Õl¡Cd lí>f0lD0SÍa
mais claramente insultantes, ainda hoje não há consenso so- pelo modelo Social. l
bre quais os melhores termos descritivos. . Essa redescrição conceitual tinha um alvo: abalar a auto-
là Entre os seguidores da Upias e teóricos do modelo social i ridade ÚÍSCUYSÍV8 CÍOS Sabelee biomédicos e promover a au-
lí.
da deficiência, em eSDecial na linha britânica, élíiossível reco- `i0f¡Clold@ Cla eXD9l'¡êflC¡d V¡V¡da pelo 00l'l30 d9f¡C¡9l¬Í9 ll0 de'
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É nhecer a preferência por expressões que denotem a identi- bate acadêmico.” Foi assim que, mesmo diante das críticas
dade na deficiência, e por isso é maiscomum o uso do termo que os acusavam de estruturar o modelo social em torno de
il ii ==def¡C¡en›¡e›=_ Segundo Onver e Barnes; .za expressão pessoa ' uma única forma de deficiência, os primeiros teóricos acre-
com deficiência sugere que a deficiência é propriedade do ditaram poder agregar as diferentes comunidades de defici-
indivíduo e não da sociedade”, ao passo que " ” entes em torno de um projeto político único:
Éi
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II.
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a Todos os deficientes experimentam a deficiência como uma
Olivercritica duramente a expressaocomposta “pessoa restrição social, não importando se essas restrições ocor-
comdeficiência”, adotada pela tradição estadunidense, pois rem em conseqüência de ambientes inacessíveis, de no-
considera que: ções questionáveis de inteligência e competência social, da
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i' inabilidade da população em geral de utilizar a linguagem de
l.;i - *'9 ,li Essa visão liberal e humanista vai ao encontro da realidade sinais, da falta de material em braile ou das atitudes públi-
tal como ela é experimentada pelos deficientes, que sus- cas hostis das pessoas que não têm lesões visíveis.”
df tentam ser a deficiência parte essencial da constituição de Ii.
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\ suas identidades e não meramente um apêndice. Nesse Houve, de fato, um viés inicial no movimento social, pois li
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xi contexto, não faz sentido falar sobre pessoas e deficiência a Upias era formada apenas por deficientes físicos. No en- Í
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separadamente. E_r_nç,ç_on,$,qLi`encia,ç os deficientesodeman- tanto, o novo vocabulário tinha potencial para não desagre-
dam aceitação como são, isto é, como deficientes.”
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gar as comunidades de deficientes. A crítica inicial de que a
Upias era formada pela elite dos deficientes, istoé, homens
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2.2 _ _ .__, Ú ,DE,BOBADlNlZ_¢.,_ ,_ __ _. oQuEÉDr5i=iciÊNciA ç 23
jovenssaudáveis e com lesões fisicas,foi rapidamentereco- modelo médico, ainda hoje hegemõnico para as politicas dei
nhecidapelos precursores do movimentosocial. A estratégia bem-estar voltadas paraos deficientes, afirmava que a expe- ie 1-¬_..
*fa
eranãomais assentara experiênciada deficiência em ter- riência desegregação, desemprego ebaixa escolaridade, en- eíí
mos de lesões especificas, mas sair. à procura de termos tre tantas outras variações da opressão, era causada pela
políticos queagregassem o maiornúmero possível de defi- inabilidade do corpo lesado parao trabalho produtivo. _
cientes. A idéia foi mostrar que, a despeito da variedade de Se para o modelo médico o problemaestavana lesãoítl
°aç:¶¿,_.._ lesões, havia umfator que unia todos os deficientes: a expe- para o modelo social, a deficiência era oresultado doorde-Ê
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riência da opressão. . l namento político e econômico capitalista, que pressupunhaf
um tipo ideal de sujeito produtivo. Houve, portanto, uma in-
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ldeol gia dopressão pel deficiência Ê. ,,,, li .-rversão na lógica da causalidade da deficiência entre o mode-
J 5 ¿_ Vi rlo médico e o social: para o primeiro, a deficiência era resul-
,.sa-reef'
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A deficiênciaípassou a ser compreendida co%b uma ex-
periência de opressão compaitilhada por pessoas com dife;
fe"lee 'flleee de lesões- 0...Êi.Êíef¡2.. .§.Ê.9_El.¡.!Í!.ÊÊ..Ê.lâ..lIl.Ê2.§.'£@L.e.lZlr de
s, tado da lesão, ao passo que, para o segundo, ela decorria
rdos arranjos sociais opressivos às pessoas com lesão. Para
to mggelo médico, lesão levava às defi,çiêr3çi_a_f para o, nziodelo
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sões a experirnçeçntarem a deficiência.- ,
social e médico coinci- K...
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influência da primeira geração de teóricos do
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modelo social: “o capitalismo é quem se beneficia, pois os É diam: ambos concordavam que a lesão era um tema daalça-
deficientes cumprem uma função econômica como parte do da dos cuidados biomédicos. O desafio, era não apenas rever
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exército dereservae uma função ideológica mantendo-os na a lógica de causalidade proposta pelo modelo médico, mas
posição de inferioridade”.“* também introduzir uma nova divisão social do trabalho que J
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Esse foi o argumento considerado mais radical pelos teó- incorporasse a deficiência. Dessa forma, seria possível des-
ricos do modelo social, pois se acreditava, segundo Harlan bancar a autoridade daqueles que tradicionalmente adminis-
Hahn, que “deficiência é aquilo que a politica diz que seja”.le travam a deficiência, para então determinar as prioridades
isto é, diferentemente do modelo médico da deficiência, que das políticas públicas voltadas para os deficientes. Mas, para
estabelecia uma relação de causalidade entre lesão e defi- isso, era preciso deixar claro o quê o modelo social entendia
por opressao pela deficiencia.
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médico, o modelo social resistia à tese de que a experiência Abberley, assim como Oliver, tornou-se deficiente físico
da opressão era condição natural de um corpo com lesões. O por poliomielite, e já era professor de sociologia quando res-
1;
24 .. DEBORA D|NlZ _ _ o QUE É oEi=iciÊi\iciA 25
pondeu à carta de Hunt. Com Finkelstein, um sociólogo qual as pessoas com lesão vivem; e2_ ré preciso estender os
deficiente sul-africano exiladonoReino Unido, Abberley foi conceitos delesao e deficiencia a outros grupos sociais, como
um dos principais teóricos da teseda opressão pela defi- os idosos. A alta prevalência de artrite, especialmente entre
ciência. Antes de se uniraogrupo inicial da Upias, Abberley idosos, bem como suas conseqüências debilitantes consti-
considerava-se um “deficiente desucesso”, isto é, um defi- tuíam um caso paradigmático para o argumento deAbberley:
cienteque havia passado boa parte da vida sublimando a É
porum lado, mostrava-se que a lesão não era uma tragédia
deficiência.” Seus escritos foram uma referência obrigatória pessoal, mas resultado da organização social do trabalho; por
para osestudos sobre deficiência_Ainda hoje, oartigo “O outro, ampliava-se a compreensão do significado dalesão de
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Conceito de Opressãoe o Desenvolvimento da Teoria Social i Éj forma a torná-la .um fato ordinário na vida social.
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da Deficiência”,publicadoem 1987 na recém-criadarevista proposta de Abberley não era ingenua, pois nao ignorava:
l Dísabiiitj/,_ Handicap andSociety, é uma referência conceitual
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opressão deexploração; por outro, apresentar a lesão como Í .;~ ,
rentes em sociedades reais e contextos históricos específi-
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uma conseqüência perversa, porém previsível, do capitalis- cos, cuja natureza é determinada por uma interaçao com-
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mole A tese de Abberley, uma espécie de ironia ao modelo plexa de fatores materiaise não-materiais.”
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médico da deficiência, eraque a relação de causalidade deve- 4, ¡-_' _.
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riaser capitalisme-lesão-deficiência, e não lesão-deficiência- 1' -I
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segregação. Para comprovar seu argumento, Abberley fez uso 1: 1. _ i»
.cador das lesões, mas mostrar que aquilo que mais causava
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de uma série de estatísticas de saúde disponíveis sobre a
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década de 1980 no Reino Unido, em que diferentes formas de eficientes, isto é, o capitalismo. A
;.r'-:ri t artrite apareciam como a primeira causa de lesões: 31 % dos Com esse quadro, Abberley analisou a eficácia da analo-
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casos mais severos eram provocados por artrite.” fg-ígia entre a opressão sofrjda pelosdeficientes e a opressão
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De posse do argumento biomédico aceito na época de Ésofridapelas mulheres ou os negros. Muito embora estivesse
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que grande parte dos casos de artrite era motivada por des- convencido de que as situações de opressão eram seme-
gaste no trabalho, Abberley propôs um argumento bipartido, lhantes, Abberley argumentava que a rejeição à lesão era um
que deve ser entendido como fundamento do modelo social: fato tão difundido na maioria das sociedades industrializadas
'l_ nãose deve explicar o fenômeno da deficiência pela esfera que a separação entre natureza e sociedade não seria facil-
ir natural ou individual, mas pelo contexto socioeconômico no mente aceita nas negociações políticas* relativas aos defi-
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sentação de outras formas de deficiência, e não apenas a
lesão medular. Nesse processo del revisão da representação
“Há uma crença largamente difundida de que a lesão da deficiência, Abberley estavaciente de oqruanto o grupo
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representa “adesvantagem real e natural”, ou seja, a desvan-
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dos idosos facilitaria a guinada argumentativazta lesão é algoš
tagem provocada pela lesão é universal, absoluta e indepen- recorrente no ciclo da vida humana, e não algo inesperados,
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dente dos arranjos sociais.” Ciente dessa resistência ideoló-
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Aidéia nãoera banalizar a looesãoe,çg,çQ,,eç_fi,Ççl,Êj`§_,@_._D9f meio da
. Q gica em desnaturalizar alesão, a proposta de Abberley foi
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do capitalismo, em especialo ordenamentosocial em torno...-a”
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do, retirava-se a deficiência da esfera do inesperado e, con-
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do trabalho produtivo. O objetivo dessa volta à lesão era as- seqüentemente, reconheciam-seas demandas dos deficien-
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sumir que o corpo era um espaço de expressão da desigual- ~
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tes como demandas de justiça social.
dadeque precisava ser colocado no centro dosdebates so-
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ti ti O resultado desse percurso analítico foi a construção de
bre justiça social para os deficientes. _ .›.
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J uma teoria da deficiência comoopressão pautada em cinco
Para ateoria social ida lesao, o exemplo da artrite era
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paradigmático. Os que sofriam dessa doença eram pessoas conhecimento das desvantagens sociais, econõmicasfambien-A
'sd iš .
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.i produtivas, sem qualquer forma de lesão, mas que, após tais e psicológicas provocadas nas pessoas com lesões, bem
ox anos de sujeição ao trabalho mecânico, adquiriam» lesões e
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como a resistência a tais desvantagens;~3_ o reconhecimento
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ii experimentavam a- deficiência.- intencionalmente, Abberley de que a origem social da lesãoe as desvantagens sofridas
is. , incluiu na categoria de deficientes grupos tradicionalmente pelos deficientes são produtos históricos, e não resultado da
_nao considerados como tal, como é o caso dos idosos. A
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natureza; 4. oç[eÇ0l1l.le.oJn1e;ntodo valor,davidatdtostdeficientes,
desconstrução da simbologia hegemónica do deficiente, que mas iamsem aorii oa..aprodu.pao..s.s.9.sl..d.a.e.les.§..e.e...e 5-ee?-le'
tv .
i foiiniciada por Abberley, vem sendo uma tarefa contínua dos
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ç`ã`õTra umazperspectiva política capaz de garantir-justiça aos
defensores do modelo social. A aproximação da deficiência deficientes.” Essateoria de Abberley tanto respondia à pergun- H _ =fi%figh=&
¡ “=_;,z '=-.ns-=.|mi.=r i.:n'í2iflT\~1'="`¿"'°"r'
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ao envelhecimento foi um argumento estratégico adotado ta inicial que motivou a formação da Upias - por que os defi-
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pelos primeiros teóricos do modelo social e aprofundado cientes são excluídos da sociedade? - quanto lançava luzes
ilpelas gerações seguintes.” A sobre a maneira de romper esse processo de exclusaofe
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25 g to _ DEBQBAWDINIZ ¿ H QQUE É DEFICIÊNCIA __ _ ,i__, 29
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A entrada academica
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Um passo importante para a consolidação acadêmica dos
estudos sobre deficiência foio primeiro curso de graduação,
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lo social. O curso, intitulado “A PessoaDeficiente na Comuni-
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sity), n Uido O sucesso do curso entre
alunos co diiência deveu-se ao caráter democrático da
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Universidade Aberta, cujas aulas eram oferecidas a distância.
O primeiro curso de pós-graduação foi promovido pela Uni-
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versidade de Kent, também no Reino Unido, onde se registrou
pela primeira vez a expressão “estudos sobre deficiência”
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SOCÍÔIOQOS QUÊ S99UIifim 8 proposta de Finkelstein. Aquele Novas perspectivas analíticas sobre adeficiência, em
era um momento de estruturaçao academica dos estudos so- especial abordagens fenomenológicas do corpo e da lesão,
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bre deficiência, e os escritos eram esparsos e pouco aces- passarama preencher as páginas do periódico, muito embo-
1
síveis. O que havia era uma extensa e vivida troca de idéias ra ele ainda se mantivesse como um espaço de debates
eitife es participantesda Upias, maseraprecisodocumentar sobreomodelo social.SegundoBarnes:
tais ideias para que se estruturasse o modelo social e para I
que maior número de pessoas se aproximasse do campo. O objetivo da revista era estimular as teorias sociais sobre
Um dado essencial para o iníoioda estruturação acadê- a deficiência, baseadas nas experiências dos deficientes
i,cssWdüo_s_estudos sobre defi para contrapor-seàs tendências tradicionais que individua-
lizavam e patologizavama deficiênciafi I
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o debate internacional sobre o modelo social, tendosido sobre deficiência, tornando-se referênciabbrigatória ao debate.
traduzido para vários idiomas. Um dado que -demonstra a efervescência do campo é 'a
A necessidade de criação defóruns alternativos para o . i. .
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utilizados pela comunidade de autores e pesquisadores do '
tenham sido mantidos, em especiala teseda opressao, a DPI U
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modeloisocialf Além da revista, em 1996, criou-sea primeira substituiu a expressão “deficiência” pela de “handlcap”, 'talvez
editoraespecializada em estudos sobre deficiência, a Disa- como result-ado da influencia -dos documentos sobre defi-
bili'tyPress, no Centro de Estudos sobre Deficiência da Uni- I
ciência divulgados pela Organização Mundial de Saúde (oivis)
I-èversidadede
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der a deficiência como opressão ganhou força na década de
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sões mais correntes internacionalmente, em ,espíecial QOS
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1980. Se, por um lado, essa foi uma idéia consensual entre
I
1
Estados Unidos e no -Canada, do que lesao en deticien-
fIII
os teóricos da primeira geração domodelo social, o mesmo cía”.i° Além disso, por não se referir apenasas lesoes fisicasi
não pode ser dito das definições propostas pela Upias. No a .expressão “deficiência mental” era mais adequada que
iiiI campo dos movimentos sociais, o vocabulário da Upias foi “lesão mental”, por isso a substituição de “lesaof por defi-
I
-I
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revisto e modificado pela entidade internacional criada para ciência”. Em linhas gerais, o que a DPI proposfifoi ufft _alUSIe
agregar as entidades nacionais de deficientes, a Internacio- terminológico com o intuito desfacilitar a açao politica da
nal de Deficientes (DPI). A meta da DPI era agregar outras for- ¡..I \ __.z-~'3.*›
Upias: lesão (Upias) e deficiência (DPI) descreviam o corpo,
mas de lesões que não apeieias as fisicas, tal como inicial-
(1. .
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I. I
ao passo que deficiência (U pias) e handicap (DPI) apontavam
mente havia sido proposto pela Upias. E ' A I para o fenômeno sociológico da opressao e da segregaçao.
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Mas o ponto crítico da proposta terminológica da DPI, se- -Í
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tema prioritário para os idealizadores da Upias, de forma que
demandasdo modelo social.” Esse modelo amparava-se em fit) anevazieiiniçâe ziezieiieiêiieia Ie, çeeiaiaeia eIIii‹ia<ieIIe:
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iiI II '.'. ';"
I. *_ Í z _/ I _ _ `
normalidadehumana, pois,caso contrário, o projeto político
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H É ¿iI Deficiência: desvantagem ou restrição de atividade provo-
da teoria social da lesão proposta por Abberley iria por água P -'!. .
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Ou seja, a definição foi duplamente revisada após a pro-
Para o modelo social, normalidade era um tema de crítica
WI-:iw=z -¿_-q.¡_=¿ _ _ _$L_L
ei posta da DPI: por um lado, retirou-se a referência às lesoes
constante, pois a ideologia da normalização foi, durante um Aa.
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Í I fisicas; por outro, não se definiu quais lesões poderiam Sei
longe período, o fundamento das ações biomédicas de inter-
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. socialmente consideradas deficiencia. _ _ _
vençao no individuo com lesões. _. ‹".“
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3.
,If O objetivo dessa ausencia de adietivaçao das lesoes era
O tema do relativismo era uma questão de fundo para o -f Í
recusar o modelo médico que as classificava estabelecendo
modelo social. Devido a escassez de etnografias e estudos
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O categorias (fisica, mental,sensorial, psicológica etc.) e gtada-
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históricos sobre a vida de deficientes em outras culturas e ções de intensidade (Ieve,moderada, grave), o que subdividia
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I, os deficientes em grupos, de acordo com as especialidades
I para comprovar a tese de que nem sempre os deficientes sz*
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I biomédicas de tratamento e cuidado. Oliver e Zarb Gerry
1
1:
foram oprimidos,excluidos ou considerados anormais.” Da- ^ 1;- ffl i consideravam que o modelo médico teria sido o fesponsavel
^ .fire
dos que atestassem etnográfica e historicamente que a se- I¬ ..- «S3 `
-. prá,
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por essa divisão artificialda Comunidade de deficientes,_se-
gregação social dos deficientes não era um fenômeno abso- paração esta que, após ter sido incorporada pelas politicas
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_ oouEÉDEPiciÊi\iciA _ se
558-- z .Peeee-eiviz , _
S°°¡š`=i¡5z Íía0Sf0ímou-seem uma “tática deliberada” de des- 6 - Nãohá tradução adequada para handicap: as traduções I
m°I°II¡Za9ä°= VISIO QU9 Sügariaque as diferenças de lesões I mais comurissão lesão (impairment), deficiência (disabilily)
levariam a umacompetição por recursos entre os deficientes: e desvantagem.
7 - THE ExEcuTivE Eoitoiis. Editorial. Disability, Handicap & So- "
O Estado oferece _ benefícios de impostos aos cegos mas I ciety,v. 2, n.1, 1987-
nao a outros deficientes; benefícios detransporte àqueles I 8 - Um dos livros mais importantes publicados pela editora ,
que não podem andar, mas não para aqueles que podem. foi o organizado por Len Barton e Michael Oliver, em
m atjores
' beneficios
' ' financeiros
' -' - para_ aqueles
_ que sofreram, comemoração aos dez anos de existência da revista
aci entes no trabalho do que para aqueles com lesões con- I. Disability & Society, em 1996.0 livro reuniu artigos
gênitas. Isto não é sem intenções, mas uma tática delibera- inéditos e republicou os de maior impacto nos primeiros A
da que o Estado desenvolveu para lidar com outros grupos #,,I-f¡ dez anos do periódico (BAi=iToN, Len; oi_ivEi=I, Michael. qt
e a qual pode serresumida na regra 'dividir para governar' "16 ' Disability Studies: past,present and future. Leeds: The
.. ¡_'
¡.
--z Disability Press, 1997).
Dai em diante, o modelo social apresenta uma enorme i 9 - DPI. Disabled Peopleis international: Proceedings of the
resistencia a toda e qualquer forma de divisão das comuni- First World Congress. Singapore: Disabled Peopleis ln-
dades de deficientes com base nos tipos das lesões ternational, 1982”, p. 105. A DPI utilizava handicap com o
sentido de desvantagem.
Notas 10 - Op. cit.
11 - i×ioFIDEi×iFELTi\/I, Lennait. The importance of a Disability/Han-
1 - BAt=ifoN, Len; oLivER, Michael: Introduction:-the birth of disa- iiiii II
dicap Distinction. The Journal of Medicine and Philosophy,
DIIIIY studies. ln: ___. Disability Studies: past, present n. 22, 1997.
and future. Leeds: The Disability Press, 1997. BARNES, 12 - ouviâti, Michael; BAi=ii×iEs, Colin. Disabled People and Social
ceiiI~I_ Dieabiiiiy studies: newor net ee new diieeiienee Policy: from exclusion to inclusion. London: Longman, 1998.
Disability & Society, v. 14, n. 4,1999. 13 - Obra de referência sobre cultura e deficiência é ii×IesTAD,
- eAR'roi\i, Len; oi_ivEi=i, Michael,op. cit. Benedicte; wiivrii, Susan Reynolds. Disability and Culture.
- eAFii\iEs, Colin, op. cit. Berkeley: University of California Press, 1995.
- Op. cit., p. 580. 14 - Obrade referência sobre a história da deficiência é
O1-Ië~C¡DI\D - THE ExEcuTivE Eoitoris. Editorial. Disability, Handicap & ¡'_ stiI<Ei=i, Henri-Jacques. A History of Disability. Michigan:
Society, v. 8, n. 2, pp. 109-110, 1993. *I
ii
The University of Michigan Press, 1997.
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apenasunificar aterminologia internacional em torno dele- força, tornando-se tema da agenda de discussões entre os
sõese deficiências, mas principalmente permitir uma padro- teóricosdo motfélo social durante quase uma d_écada.'Havia
nizaçaopara fins comparativose de políticas de saúde, foi _ um esforço conjunto entre militantes eacadêmicos do zmo-
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inaugurada a tripartiçao conceitual lesao-deficiência-handi- delo social para comprovar asdebilidades do vocabulário
Cap, que, durantevinte anos, desafiou a perspectivado mo-
delo social. _
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proposto pela civis. O consultor quecoordenouostrabalhos
da icioH foi o médicoPhilip Wood, da Universidade deMan-
l
Segundoa icioH, lesão, deficiência e handicap deveriam _ chester. A tarefa que Wood recebeu da oivis foi a de transpor
ser
_ entendidos
_ H' como: A i _ ___ ___i ___ `_/Q _ _ a lógica classificatória da cio para o campo das lesoes ede-
-
\lM_ al., _, _ là
ficiências, deforma a incluir as conseqüências de doenças
- _
1. Lesão: é qualquerperd ou anormalidade psicológica, _ 'R'
crônicase debilitantesf O fato de Wood ser britânico era um
fisiologicaou anatômica de estrutura ou função; dado políticoadicional ao debate,pois o modelo social era
2. Deficiência: équalquerrestrição ou faltaresultante de uma . ni.
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' i emergente no meio acadêmico de todo o país?
lesão na habilidade de executar uma atividade da maneira ou _ °
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idéia de doença, categorizada pela cio. O vocabulário pro- líticas públicas para a deficiência; e 2_dada a força política ii l
i
posto pela oivis representava um retrocesso para as conquis- da civis internacionalmente, o modelo social corria o risco de ll
li
tas do modelo social: a deficiência seria resultado deuma ser um debate ultrapassado. _ Ê «zm-z» l
tes_A icioH representouum revigoramento do modelo médico Teve início uma fase de grande crescimento intelectual
no debate sobre deficiência para o modelo social da deficiência. As publicaçoes procu» l fi
O sistema classificatório da icioii rapidamenteganhou z ravam demonstrar a fragilidade da icioi-i para o enfrentamen~› _ _ _.
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to da questão política da deficiência. Segundo Oliver 9 Bar- O enfoque biomédico desconsiderava a hipótese inversa, isto
nes, seriabossível resumira cincopontos as críticas dos é, a possibilidadêde os contextos oprimirem as pessoas com
teóricos do modelo socialà icioi-if lesões e as segregarem socialmente. Ou seja, o modelo social
Qwa relativo à representatividade do do- resistia à tese de que a lesão levaria necessariamente a expe-
cunto. O documento foi produzido por pessoas que não
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9 O quarto ponto dizia respeitoã intervenção no corpo defi-
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ciente. A icioH era uma expansão da cio, .isto é, um registro
§_,,zi tava uma fronteira ética importante. Omodelo social marcou
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l A |c|DHfoi um documentoque medicalizoua deficiência nômicos. Argumentou-se queo conceito de handicap resga-
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em grande partedos países com medicina avançada.8E_a_r__a taria o que se chãmou de “componenteextrínseco” dadefi-
do ciência, ou seja, suas variáveis nãobiomédicas. A tese do
Sã *a“U*“ñ¶íäói`e;,r;.;9.s_E.stad.os-.U.aid0Sz Os
qyjeiiemfóüiíãuegvinham sendQW_l_Me,_,,ntamente implemen- «T
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“componente extrínseco” da deficiência esteve reservada a
um apêndicepouquissimo explorado no modelo tripartido da
vinte-anos segts mdT¿iv§u”T;g;Êeção da revisão domfldocu- A l
lolol-i, a tal ponto que alguns autores consideraram o compo-
i fmento, coma publicação da Classificação internacional de
'I
nente um conceito sem significado teórico para as propostas
à A Funcionalidade, Deficiência e Saúde (c||=), foram de acirrados
'l
classificatóriasdo documento.” A
debates e, diferentemente do que se previa na Introdução da i
Em termos ideológicos, devolviam-se as conseqüências da
lolol-i, nãosó o conceito de handicapfoi considerado inade- iv.: 2,1;
ff-';zzé.›
z lesão ao indivíduo, pois a experiência de handicap era resul-
quado,como tambémo de Iesãoe deficiência? ' tado das lesões, e não das barreiras sociais ou do capitalismo,
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termos biomédicos, isto é, com base em estatísticas de nor- inversão causal perigosa, uma vez que se supunha que as l
malidade e em curvas de variação sobre os padrões corporais, pessoas eram mais maleáveis que os contextos. O argumento
l
acreditava-se que a controvérsia em torno dos conceitos de de que os contextos causariam lesões e deficiências, como
lesão e deficiência seria menor, o que de fato não ocorreu. A havia sido proposto por Abberley ao analisar as estatísticas
demanda dos movimentos sociais de deficiência era por des- inglesas das causas da artrite, foi largamente ignorado. A
crever as lesõescomo uma variável neutra da diversidade l
l apenas classificava a diversidade corporal como conseqüência A revisao da lc|DH teve início na década de 1990 e foi en- l
de doenças ou anormalidades, como também considerava que l cerrada em 2001, com a divulgação da Classificação Interna- l
as desvantagens eram causadas pela incapacidade do ilt cional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde (c|F).“ O pro-
indivíduo com lesões de se adaptar à vida social. cesso de revisão contou com a participaçãode diversas enti-
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Para a olvls, lesão era uma condição necessária à deficiên- d ades acadêmicas e de movimentos sociais de deficientes
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Além disso, a revisao foi tema de seminários em diversos pai-
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proposto pelo modelo social e fundamentava a deficiência í
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ses, onde se. discutiram versões parciais do documento. As l
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em termos estritamente biológicos: era a natureza quem de- L análises do impacto politico, sanitário e ético da cn= estão
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48 o _ DEBOFiADiNiz ç H oQuEÉDEFiciÊNciA 49
va entre os documentos: passç,,u.zse.de..defici.ë.H.oia comocon-A >~" se
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TJ?.ii-zw, i Condição de saúde: é um conceito guarda-chuva para doen-
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Corpo: refere-se ao organismo humano como um todo; _
Mçasoude suas conseqüências, talcomoproposto pelaicioii. O Deficiência: caracteriza-se pelo resultado de um relaciona-
principal objetivo daciF foi instituir um novo vocabulário, capaz ámento complexo entre ascondições desaúde de um in-
siri
de correlacionar os três dominios desaúde em igualdade de \
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dainteração entre o individuo e os fatorescontextuais;
categoria exige certo treino. Para que seja possível Comparar a .._.~;z.1:¿› ‹. .Í"
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`.:,ii,š', Estruturas corporais: são aspartes anatômicas do corpo. O
Bem-estar: é um termo geral que abrange todos os domínios ff. - iz
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São fatores externosao indivíduo e podem ter influências
te ajustadoas habilidades dos indivíduos; negativas ou positivas sobre ele;
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Fatores contextuais; representam avida do indivíduo. lncluem Houve um esforço por redescrever a icioi-i em termosso-
doiscomponentes: fatores ambientaise fatores pessoais; ciológicos,por isso aênfase em avaliar as atividades e par-
FãÍ0respessoais: não são classificados pela cii=. Podem in- ,tticipações dos indivíduos em diferentes domínios da vida.”
cluir gênero, raça, idade e outras condições. Como edu- -,_
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Funçõescorporais: são as funções fisiológicas e psicoló-
-5. .-:
Participação: é o envolvimento nas situaçõesde vida. Um in- i A ciF baseia-se na integração desses dois modelos opostos
dicador possível de avaliação da participação é o desem- [social e médico]. No intuito de recuperara integração das
penho; várias perspectivas de funcionamento, a abordagem “biopsi-
Restrições de participação: são problemas que um indivíduo cossocial” é utilizada. Nesse sentido, a ciF almeja atingir uma
pode experimentar no envolvimento em situações de vi- síntese, afim de propiciar uma visão coerente de diferentes
da. A presença de uma restrição de participação é deter- perspectivas da saúde, a partir das perspectivas biológica,
minada comparando-se a participação de um individuo _I.
individual e social.”
com o que se espera de um indivíduo sem deficiência em
determinadacultura ou sociedade. O desafio da cii= era, portanto, vencer a expectativa de
que seria um documento apenas sobre lesões ou deficiên-
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Huntington. A mesma situação aplica-sea alguém que seja 0 modelo social na cii=
HW POSIÍIVO, porem assintomatico. O Anexo 5 da cii=é dedicado ao tema da deficiência.
E POSSA/el ainda imaginar uma pessoa com lesões elimi-
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i ma pessoa er ro lem .J
(oPi) pela participação ativa no processo de revisão. A ne-
É limitações de atividades A _, mag sem las" de aparentes.
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gde 0êDãCIdade ou lesoes. if fi; Em resposta ã critica feita correntemente pelos teóricos
¡ p oas que sofrem discriminaçao por várias doenças, š ,fi
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classificação de funcionamentos e deficiência”. Por issoo
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ficientes. Por isso foi definitivamentedescartado na cii= O ' Vi ambientais quanto das condições de saúde ou “das lesões -
conceito de deficiência, por sua vez, foi abandonado como I
deve ser transformadoem agendas internacionais de pes-
um componente pessoal, tendo-se transformado em uma ca- quisa, a fim de se ter uma avaliação dos avanços da ciF_ _
tegoria guarda-chuva para indicar os aspectos negativos de
restriçõesdecapacidades, desempenhos e participação_2° Notas
Segundo os termos da ciF:
1 - viioi=iLo HEALTH oReANizATioN_ international Classification of
Resta, no entanto, a difícil questão de qual seria a melhor lmpairments, Disabilities, and Handicaps (iciDH). Geneva,
maneira de se referir aos individuos que experimentam al- 1980. A tradução corrente foi Classificação internacional
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gum nivel de limitação funcional ou restrição. A ciF usa o 'l
de Deficiências, incapacidades e Limitações. A lingua por-
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termo 'deficiência' para expressar um fenômeno multidi- ~,ii
i tuguesa não é considerada um dos idiomas oficiais da
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mensional resultante da interação entre aspessoas e seus fi
oivis, portanto as traduções foram feitas por centros aca-
ambientesfisicos e sociais.”
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dêmicos nacionais que, apesar de referências para o tema
da deficiência, são centros biomédicos de pesquisa e en-
Nesse sentido, a ciF aproximou-se da proposta do mode- sino, ou seja, distantes do debate sociologico e politico.
lo social de qualificar a deficiência como uma experiência de 5*
2 - woi=iLo HEALTH oi=ieAi\iizATioN_ international Ciassification of
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segregação e opressão,enfatizando o resultado negativo da â
lmpairments, Disabilities, and Handicaps (iciDH)_ Geneva,
interaçao entre o corpo com lesões e a sociedade. *`
¬1
5
1980.
Dessa tentativa de aproximação dos modelos médico e ›} - Op. cit., pp. 27-29.
social, afim de construir um sistema classificatório mais sen- É J -Op.cit_,p_12_ .
sivel a experiência da deficiência como opressão, restou um ,›.
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duplo desafio.” O primeiroe o de convencer diferentes comu- _..- ._ .
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7-A idéia deque a experiência docorp odef`icie` nte favorecia `* A Commenton the iciDH 2. Disability and Society, v. 15,
a compreensão do fenômeno sociológico da opressão é ' ii Í
n. 7, PP. 1073-1077,i2000. A 0
1
. ..z;:.«.‹
z.
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J
.Disability Rights and Wrongs. London: Reutledge,
E
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bodyingdisability theory. London: Continuum, 2002. ii.
Íi»\à
ii-
A,c 2ooô.pp.54-sr. l
8 - wiLLiAivis, Gareth. Theorizing Disability. ln: ALBi=iEcHT, Gary tr
_. fr..
Ai .,_z¡. .1¬ ~-fg
í'=1-1.
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15-iiviHiE,Rob. DemystifyingDisability: areviewof the lnter-
L.; sEEi_iviAi×i, Katherine D.; eunv, Michael. Handbook of ,,;,‹-1-`¬›...
¡j;.,.~i W \
Í nl.
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national Classificatlon of Functioning, Disability and
Disâbiiigzsiudies. London: sage, 2001. pp. 123-143. A,
, ri.-_,5`Cí
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~.i_A
1 L".
vfÍ.'*Í"¿:'f7', . . ir '
Health. Sociology of Health & lllness, v. 26, n. 3,pp.287-
9 - woi=‹LD HEALTH oHeANizATioN. International Classification of i*|=,._ ~g_i'!=n zia=n-1.-'r *`1=-n4*¬:
là
.¿.¬.-,ãr-f'§' 16 - aos
WHo.2004.
Op. cit., p. 20.
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1980. A ciF foi traduzida no Brasil como Classificação ln- ››› ._.._
ag.. .-¿‹¿_¡_1,'.Lr_
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17-Op.cit.,p.19. ._ _ _ _
ternacional de Funcionalidade, lncapacidae e Saúde. Por
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._”~ 3 ¿._. .
considerar que, no marco do modelosocial, que atuou Disability Rights and Wrongs. London: Routledge, 2006.
diretamente na revisão do documento, a melhor tradução .QL
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i'
pp. 29-53- A ”
para disabilíty é deficiência, adotei como titulo Classifica- ›¡.
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cap Distinction. The Journal of Medicine and Philosophy, ê
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ximação argumentativa que facilitava a tarefa de dessen-
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valor ético para a vida humana, e o principal impeditivo da in- l
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consistente? As premissas do modelo social da deficiência a independência era a organização . social capitalista. rf,
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otomdhomens, em sua maioria portadores de lesão medular _ ¬ i
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seriauma pessoatão potencialmente produtivacomo o não- _ _
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para o desenvolvimentode suas capacidades. lffr_.f;'lv.1'~*."~'
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nário e estrategicamenteesquecido pelos teóricos do modelo
paradoxo que acompanhava as premissas do modelo social. Q
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social, sobre o papel das cuidadoras dos deficientes. Também
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Por um lado, criticava-se o capitalismo e a .tipificação do su- foram as feministas que pas_sa¿ar¿naSSfala[SiloS§'fcor os tem o-A
ieito produtivo como não-deficiente; mas, por outro, a luta
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política era porretirar as barreiras e permitir a participação feiiemeflle..D_äQ_:.Çl_efiQient.es”,
insistindo na ampliaçao do con-
ceito de deficiência para condições como o envelhecimento ou
dos deficientes no mercado de trabalho. Ou seja, a aposta as doenças crônicas? Diferentemente dos teóricos do modelo
era na inclusão, e não na crítica profunda a alguns dos pres- social .muitas feministas nãohesitaramem por lado a lado a
supostos morais da organização sociale torno do trabalho
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A crítica feminista , W Por fim, foram as feministas que mostraram que, pdSaS[Sa,_,
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As teóricas feministas trouxeram à tona temas esqueci- J
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1. a critica ao principio da igualdade pela independência;
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2. a emergência do corpo com lesões; e A A .A ÍÍ`ÍL'-'.Í,z*;*Í›-
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3. a discussão sobre o cuidado. _ A› .\›‹.5'.\.;.
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“para a independência ou capacidadepara o trabalho, não im- V i'rf ¡;ã;2í
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criticar o silêncio dos teóricos do modelo social sobre o cor- _"'-:n*z_Ç‹"*n_TIç“44;'›_H\U=,'!. ___fl
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considerou e queo feminismo considerou prioritário. O prin-
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isto, nós sempre soubemos que a vida de vocês não a vale
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cipio de que a independenciaseria umametaialcançável por
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perigosa para a §§meGilç¿açlj;çaLçmaç_%d_amüdueficie cia, um receio
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tido em ordináriopelaideologia da normalização, se viu do- `“* t
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um grupo de feministas introduziua idéia daigualdade pela
mesticado pela ideoiogiaque supõe a possibilidade total de 7*
interdependênciaàcomo um principiomais adequado ã re-
controle do corpo.” O deficiente produtivo seria aquele que V fla _ V'-='zV' ,17'
'Vfm=ra;.:V;+Và.-.v ,V_ flexão sobre questões de justiça para a deficiência.2°
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controlaria seu próprio corpo e, portanto, seria capaz de {V.i&z -12'?-‹,t;§t{z TV
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2+
queocorpo com lesões ficou confinado às narrativasbiomé- V*
“Todos somos filhos de uma mãe” -essa foi a provocação
dicas, sendo ainda um objeto de controle disciplinar médico. ä
de Eva Kittay, filósofa e cuidadora de uma filha com paralisia
Para osV sociólogos Bill Hughes e Kevin Paterson: L
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cerebral grave, perante a defesa política da independência
^r~ como um valor central do modelo socialda deficiência. Kittay
ri.
Há umaforte convergência entre a biomedicina e o modelo desejava introduzir dois novos argumentos sobre justiçano
socialda deficiência no que se refere ao corpo. Ambos o "hi
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debate sobre a deficiência:
tratam como se fossepré-social, inerte, um objeto fisico, W i
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palpável e separado do self.” É 1. o cuidado era um princípio ético fundamental às organi- F
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asoberania do modelo médico no controle do corpo com * .¬íl;= if
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dade. Sua proposta de justiça era a “crítica da igualdade
ficiente como, principalmente, a falsa suposição de que pela dependência”, ou seja, a idéiade que as relações de
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ocodos os deficientes almejariam a independência ou mesmo › :ir
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pessoas são dependentes em diferentes momentos da vida, . ›..a¡.,,
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expressa na interdependência, pois “todos somos filhos de
seja na infância, na velhiceou na experiência de doenças, uma mãe”.22 São os vínculos de dependência que estruturam
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as relações humanas, visto que a dependênciaé algo ines- “dinamite ideológica”, pois “serve apenas para posicionar os
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deficientes como pessoas que não cuidam de si e como
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dependentes e os membros da família como aqueles que
deficientes experimentariam a independência foi a bandeira cuidam e dão o apoio necessário”.”4 Nesse trecho, Oliver to-
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primeira geração de teóricos do modelo social.
cientesfoi incómodo para aprimeira geração de teóricos do Mas não foram as feministas deficientes que introduziram
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a discussão sobre o cuidado nas humanidades.A novidade
requerido pelas cuidadoras dosdeficientes. 'ãliiir' 105
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das teóricas feministas foi a releitura dos pressupostos do
O desafio das teóricas do cuidado foiduplo. Por um lado, movimento social da deficiência, em especial os ideais do
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o cuidado substituiriao projeto de independência. Aos olhos › -,'1¿›z.:Ê1-'z
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dos teóricos do modelo social, havia uma ameaça politica na
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defesa do cuidado como garantia de justiça: a de devolver N»
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2 - sHAkEsi=>EAnE, Tom; The Family of Social Approaches e Criti-
deficientes.” A proposta feminista do cuidado diz respeito a
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relações assimétricas extremas, como é o caso da atenção
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4 - Jenny Morris foi uma das teóricas britânicas presentes
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O cuidado e a interdependência são princípios que estru- Jenny. Able Lives: women's experience of paralysis_
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turam a vida social_ Ainda hoje, são considerados valores fe- London: The Women's Press, 1989. ivioRi=iis, Jenny. Pride
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mininos e, portanto, confinados à esfera doméstica. O prin- -Against Prejudlce: transforming attitudes to disability.
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cipal desafio das teóricas feministas é o de demonstrar a London: The Women”s Press, 1991 _ ivioaais, Jenny. Inde-
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V_»;}Ví.f n _¬,¿1-V:$*Ê;
um dos autores que propuseram a transposição de
sistemas teóricos de gênero, em especial as dicotomias
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§` PS ` W ¿¿.›
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estruturalistas de natureza e cultura, para os estudos
dependência; e Í Ê.-'zfgff
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sobre deficiência (ver especialmente o artigo de
3. o impacto dadependência sobre nossas obrigações morais. vanguarda originalmente publicado em 1994: sHAkEsPEA-
1.
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RE, Tom. Cultural Representation of Disabled People:
O objetivo final deve ser o de reconhecer as relações de _...-,zsàff 'ii
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dustbins for disavowal? ln: BARTON, Len;oi.ivEi=i, Michael.
dependência e cuidado como questões de justiçasocial assar
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para deficientes e não-deficientes. _ *_
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Disability Press, 1997. pp. 217-236).
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5 - O uso do gênero feminino para descrever as teóricas fe-
V Notas ff* ministas dasegunda geração do modelo social deve-se
ao fato de que a vasta maioria delas era mulher, bem
1 - Lii\iToi\i, Simi. Claiming Disability: knowledge and identity. como o uso do feminino para o conceito de cuidadoras.
New York: New York University Press, 1998. ' '-= /!_
6 - THOMAS, Carol. Defining Disalibity: the social model. ln:
, .'.\.'.'\ IP. _-\
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artigo Huai-iizs, Bill; PATEi=isoi\i, Keven_ The Social Model of
disability. Buckingham: Open University, 1999. pp-13-32. ' 'V V _'
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V_ _r': 1fVí;¿í¿;.¿.¿,f,zrz~
Disabilityand the Disappearing Body: towards a socio-
7 - WENDELL, Susan_The RejectedBody: feminist philosophical _ ¿:
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delicado para os primeiros teóricos do modelo social _ .,_iV__.z:__-ív¿šz':c‹_-á'-I
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12 - i<n-rAv, Eva. Love's Labor: essays on women, equality,
por causa do Vriscode estigmatização da deficiência anddependency.NewYork:Routledge,1999.
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V* pela proximidade como corpodoente_No campoda 13 - Simi Linton mostra que esses eram temas daesfera
sociologia médica, recomenda-sea leitura do trabalho privada dos precursores do modelo social(i_iNToN, Simi.
do sociólogo estadunidense deficiente ln/ingZola: zoi.A, _
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New YorkUniversity Press, 1998).
disability. Philadelphia: Temple University Press, 1982. Â.L -.;.:¡“<.~›'¿v-›
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14 - A recuperação feminista do corpo coincidiu com a
9 - si-iAkEsPEAi=iE, Tom; eii_i_Esi=>iE-sELL, Kath; oAviEs, Dominic. _» ___V¿,¿¿«¿¿¡“,V¿u¿.__q~'›~¿¡; _
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expansão dos estudos sócioantropológicos sobre o te-
The Sexual Politicsof Disability. London: Cassell, 1996. _
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ma nos anos 1990, muito embora a sociologia do corpo
Ascri, Adrienne. Critical Race Theory1 Feminism i and Di- se mantenha distante dos estudos sobre deficiência.
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Paul Abberley defendia a importância de umasociologia
tity. ln: siviiTH, Bonnie; HuTcHisoN, Beth. Gendering Disa- ao
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1*
da lesão, muito embora sua preocupação fosse a de de-
1
bility. NewBrunswick: Rutgers University Press, 2001. ”'* .a monstrar o caráter socialmente construído da idéia de
pp. 9-44. GAFMND, Thomson.lntegrating Disability1 il
í
,z- lesão. ABBERLEY, Paul. The Concept of Oppression and
Transforming Feminist Theory. ln: siviiTH, Bonnie; “Ii
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Fiutgers University Press, 2001. pp. 73-106. 15 - Mortais, Jenny. lmpairment and Disability:constructing
10 - Esse compromisso com aspremissas domodelo social an ethics of care that promotes human rights. Hypathia,
nao e exclusivo das criticas feministas, mas da nova ge- v. 16, n. 4, Fall 2001, p. 8.
ração de teóricos sobre adeficiência_ Um exemplo é o 16 - WENDELL, Susan. The Rejected Body: feminist philoso-
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1
› phical reflections on disability. New.York: Fioutledge, papel de dependentes (sin/Ens, Anita. Formal Justice. ln:
1996, p. i85.A iniciativa de descrever os corposdefi- siLvERs, Ariita; WASSERMAN, David; MAHOWALD, Mary. Disa-
V cientescomo corposordináriosfoidiscutidapor: oL|vEi=i, bility, Difference, Discrimination: perspectives on justice
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17. ~wENDEL|_, Susan. The Fiejected Body: feminist philo- por outro lado, contra-argumenta que a ética do cuidar
sophical reflections on disability. New York: Fioutledge, ignora a experiência das mulheres deficientes, tornando-
tt A 1996 _ pg . ,
as invisíveis (Monnis, Jenny. lmpairmentand Disability:
18 -HUGHES, Bill; PATERSON, Keven. The Social Model of constructing an ethics of care that promotes human
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logy ofimpairment.Disability & Society, v. 12, n. 3, 1997, ` zø 25- KHTAY, Eva. Op. cit. . 1
4 ~ ~ .
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fraternos às pessoas deficientes. Borges falava de si mesmo pontexto de silêncio, o queo modelo social promoveu foi a
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quando ditou A cegueira, e não de todos cegos. É um compreensão da deficiência comouma expressão da diversi-
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fenômeno recente compreender a deficiência como um es- :__
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dade humana, um argumento poderoso para desconstruir
tilo de vida particular. Mas, diferentemente de outros modos . `^;~'>¡
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uma das formas mais brutais de opressão já instituídas- o
de vida, a deficiência reclamao “direito de estar no mundo”.* °â‹
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desprezo pelo corpo deficiente. _
E o maior desafio para a concretização desse direito é o fato 1'
Mas ainda conhecemos pouco sobre a diversidade de es- ¬. -._-
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lifórnia quando escreveu que: A A f*
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desvio do normal. No entanto, mesmo depois de quase trinta
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os não-deficientes seaproximem de um estilo de vida .
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se anunciam solfro signo da pluralidade e dadiversidade de
desconhecido. A verdade é que ai deficiência é mais do que s
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estilos de vida. É nesse novo marco teóricoe político que o
um enigma:é um desconhecido erroneamente descrito co-
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mo anormal, monstruoso ou trágico, mas que fará parte da “Íz«i:zi,%z
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Notas
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1 - Ffvwcis, Leslie Pickering;siLvERs, Anita. Achieving the
mentospcial que oprimeo corpo deficiente? zzÍ~>oaff iii'
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Essaredescrição da deficiência provocará uma revolução ÉW; -1 N.. .qi
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~ estudos sobre deficiência será o de não permitir que se per- bled in the law of the torts. 54 California Law Review.
. ca a força conceitual e política da categoria “deficiência”.i W a41.19ôô,p.91a.
Afirmarquea deficiência é um estilo de vida não significa
E
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3 - Op. cit, p. 842.
igualá-la em termos políticos a outros estilos de vida dispo- 4 - ALBRECHT, Gary L.: SEELMAN, Katherine D.; Bunv, Michael.
,níveis Há algo de particular no modo de vida da deficiência, i z
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que é o corpo com lesão. '
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,_feministas, fica impossível esquecer que o corpo não é sim-
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) plesmente as fronteiras físicas de nossos pensamentos. E
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do. Os deficientes provocam o espanto pelo corpo, a surpre- 6 - iwsoainos, Marcelo; Diniz, Debora. Envelhecimento e Defi-
sa atávica que no passado fascinou os freai‹-shows.BAtual- _- -:_ _ .._.›
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