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Livro Eletrônico

Aula 01

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ TRT 2ª Região (TJAA) - Pós-Edital

Professores: Equipe Túlio Lages, Tulio Lages

75165619249 - Juliane
Passo EstratŽgico Ð FCC/TRT 2
Direito Administrativo p/ TJAA
Analista Tœlio Lages

5 Organiza•‹o administrativa: administra•‹o


direta e indireta; centralizada e descentralizada;
autarquias, funda•›es, empresas pœblicas e
sociedades de economia mista. 6 îrg‹os
pœblicos: conceito, natureza e classifica•‹o.

Introdu•‹o ................................................................................1
An‡lise Estat’stica .....................................................................1
An‡lise das Quest›es ................................................................2
Orienta•›es de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar..............9
Question‡rio de Revis‹o...........................................................12
Anexo I Ð Lista de Quest›es ....................................................51
Refer•ncias Bibliogr‡ficas .......................................................54

Introdu•‹o

Ol‡!
Este relat—rio aborda o assunto Ò5 Organiza•‹o administrativa:
administra•‹o direta e indireta; centralizada e descentralizada;
autarquias, funda•›es, empresas pœblicas e sociedades de
economia mista. 6 îrg‹os pœblicos: conceito, natureza e
classifica•‹o.Ó
Com base na an‡lise estat’stica (t—pico a seguir), conclu’mos que o
assunto Ž de import‰ncia mŽdia.
Boa leitura!

An‡lise Estat’stica

% aproximado de cobran•a
Assunto em provas de TJAA realizadas
pela FCC desde 2012

Adm. Direta e Indireta. 5%


Tabela 1
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Com base na tabela acima, Ž poss’vel verificar que, no contexto das


provas da FCC para o cargo de TJAA, o assunto possui import‰ncia
mŽdia, j‡ que foi cobrado em 5% das assertivas.
...
ƒ importante destacar que os percentuais de cobran•a, para cada tema,
podem variar bastante. Sendo assim, adotaremos a seguinte
classifica•‹o quanto ˆ import‰ncia dos assuntos:

% de cobran•a Import‰ncia do assunto

AtŽ 4% Baixa

De 5% a 9% MŽdia

De 10% a 15% Alta

16% ou mais Muito Alta

An‡lise das Quest›es

1. (2017/TRE SP/TŽcnico Judici‡rio Ð Administrativo O controle


exercido pela Administra•‹o direta sobre a Administra•‹o indireta
denomina-se
(A) poder de tutela e permite a substitui•‹o de atos praticados pelos
entes que integram a Administra•‹o indireta que n‹o estejam
condizentes com o ordenamento jur’dico.
(B) poder de revis‹o dos atos, decorrente da an‡lise de mŽrito do
resultado, bem como em rela•‹o aos estatutos ou legisla•‹o que
criaram os entes que integram a Administra•‹o indireta.
(C) controle final’stico, pois a Administra•‹o direta constitui a inst‰ncia
final de aprecia•‹o, para fins de aprova•‹o ou homologa•‹o, dos atos e

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recursos praticados e interpostos no ‰mbito da Administra•‹o indireta.


(D) poder de tutela, que n‹o pressup›e hierarquia, mas apenas controle
final’stico, que analisa a ader•ncia da atua•‹o dos entes que integram a
Administra•‹o indireta aos atos ou leis que os constitu’ram.
(E) poder de autotutela, tendo em vista que a Administra•‹o indireta
integra a Administra•‹o direta e, como tal, compreende a revis‹o dos
atos praticados pelos entes que a comp›em quando n‹o guardarem
fundamento com o escopo institucional previsto em seus atos
constitutivos.

GABARITO: D
O enunciado trata da supervis‹o ministerial, ou tutela administrativa,
que Ž o controle final’stico, sem subordina•‹o, realizado pela
administra•‹o direta sobre a indireta, caracterizando um v’nculo que
tem por objetivos principais a verifica•‹o dos resultados alcan•ados
pelas entidades descentralizadas, a harmoniza•‹o de suas atividades
com a pol’tica e a programa•‹o do Governo, a efici•ncia de sua gest‹o
e a manuten•‹o de sua autonomia administrativa, operacional e
financeira.
As assertivas ÒaÓ e ÒbÓ est‹o erradas Ð na tutela n‹o Ž poss’vel a
substitui•‹o ou revis‹o dos atos praticados pela Administra•‹o Indireta,
atŽ porque n‹o h‡ rela•‹o de subordina•‹o entre esta e a
Administra•‹o Direta.
A assertiva ÒcÓ est‡ errada Ð a Administra•‹o direta n‹o constitui
inst‰ncia final de aprecia•‹o dos atos e recursos praticados e
interpostos no ‰mbito da Administra•‹o indireta, sendo descabido falar
em homologa•‹o ou aprova•‹o.
A assertiva ÒeÓ est‡ errada Ð a Administra•‹o indireta n‹o integra a
Administra•‹o direta. AlŽm disso, a autotutela n‹o se confunde com a
tutela: aquela Ž o poder da Administra•‹o de anular seus pr—prios atos,
quando eivados de v’cios, ou revog‡-los, por raz›es de oportunidade e
conveni•ncia.
2. (2015/TRF 3» Ð TŽcnico Judici‡rio Ð Administrativo). O Estado
de Minas Gerais, assim como os demais Estados-Membros e tambŽm os
Munic’pios, det•m compet•ncia legislativa pr—pria que n‹o decorre da
Uni‹o Federal, nem a ela se subordina, mas encontra seu fundamento
na pr—pria Constitui•‹o Federal. Trata-se da denominada
(A) descentraliza•‹o funcional.
(B) descentraliza•‹o administrativa.
(C) desconcentra•‹o.

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(D) descentraliza•‹o pol’tica.


(E) descentraliza•‹o por colabora•‹o.

GABARITO: D
A desconcentra•‹o Ž uma tŽcnica administrativa de distribui•‹o interna
de atribui•›es, na qual a entidade se desmembra em —rg‹os para
melhorar sua organiza•‹o estrutural com vistas a aprimorar o
desempenho.
J‡ a descentraliza•‹o Ž o desempenho indireto de tarefas incumbidas ao
Poder Pœblico, por intermŽdio de outras pessoas f’sicas ou jur’dicas,
sem rela•‹o de hierarquia ou subordina•‹o entre o Estado e a entidade
descentralizada.
A descentraliza•‹o pode ser pol’tica ou administrativa.
Na descentraliza•‹o pol’tica, h‡ cria•‹o de uma entidade pol’tica para o
exerc’cio de compet•ncias pr—prias. Ex: Estados e Munic’pios, que s‹o
entidades pol’ticas dotadas de compet•ncia legislativa pr—pria conferida
pela CF Ð esse Ž o caso da quest‹o.
Na descentraliza•‹o administrativa, o poder central transfere parcela de
suas atribui•›es a outra entidade Ð a chamada Òentidade
descentralizadaÓ.
A descentraliza•‹o administrativa pode ser classificada em tr•s
modalidades:
a) Descentraliza•‹o por servi•os, funcional, tŽcnica ou por outorga;
b) Descentraliza•‹o por colabora•‹o ou delega•‹o;
c) Descentraliza•‹o territorial ou geogr‡fica.
A descentraliza•‹o por servi•os se verifica quando uma entidade pol’tica
(Uni‹o, Estados, DF e Munic’pios), mediante lei (em sentido formal),
cria uma nova pessoa jur’dica (de direito pœblico ou privado) e a ela
atribui a titularidade e a execu•‹o de determinado servi•o pœblico, o
que lhe confere independ•ncia em rela•‹o ˆ pessoa que a criou (o que
n‹o impede o exerc’cio do controle de car‡ter final’stico por parte da
entidade descentralizadora, com o objetivo de garantir que a entidade
descentralizada n‹o se desvie dos fins para os quais foi institu’da. Tal
controle Ž chamado de ÒtutelaÓ.)
A descentraliza•‹o por servi•os Ž a que ocorre na cria•‹o das entidades
da administra•‹o indireta: autarquias, empresas pœblicas, sociedades
de economia mista, funda•›es pœblicas e cons—rcios pœblicos criados por

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entes federativos para a gest‹o associada de servi•os pœblicos.


Por sua vez, a descentraliza•‹o por colabora•‹o ocorre quando, por
meio de contrato ou ato unilateral - n‹o Ž necess‡ria a edi•‹o de lei
formal Ð o Estado transfere apenas a execu•‹o de determinado servi•o
pœblico a uma pessoa jur’dica de direito privado, previamente existente,
conservando o Poder Pœblico a titularidade do servi•o Ð o que lhe
possibilita exercitar um controle mais amplo e r’gido que na
descentraliza•‹o por servi•o, bem como dispor do servi•o de acordo
com o interesse pœblico, podendo alterar unilateralmente as condi•›es
de sua execu•‹o, aplicar san•›es ou retomar a execu•‹o do servi•o
antes do prazo estabelecido.
A descentraliza•‹o por colabora•‹o Ž a que ocorre nas concess›es,
permiss›es ou autoriza•›es de servi•os pœblicos.
Por œltimo, a descentraliza•‹o territorial ocorre quando uma entidade
local, geograficamente delimitada, dotada de personalidade jur’dica
pr—pria, de direito pœblico, possui capacidade administrativa genŽrica
(ou seja, n‹o regida pelo princ’pio da especialidade, como ocorre no
caso das entidades da Administra•‹o Indireta) para exercer a totalidade
ou a maior parte dos encargos pœblicos de interesse da coletividade Ð
fun•›es que normalmente s‹o exercidas pelos Munic’pios, como
distribui•‹o de ‡gua, luz, g‡s, poder de pol’cia, prote•‹o ˆ saœde,
educa•‹o.
A descentraliza•‹o territorial tambŽm compreende o exerc’cio da
capacidade legislativa, porŽm sem autonomia, porque subordinada ˆs
normas emanadas pelo poder central.
A descentraliza•‹o territorial Ž a que ocorre nos Estados unit‡rios, como
Fran•a e Portugal, constitu’dos por Departamentos, Regi›es, Comunas
etc. No Brasil, pode ocorrer atualmente na hip—tese de vir a ser criado
algum Territ—rio Federal, nos termos da CF, art. 18, ¤ 2¼:
¤ 2¼ Os Territ—rios Federais integram a Uni‹o, e sua cria•‹o,
transforma•‹o em Estado ou reintegra•‹o ao Estado de origem
ser‹o reguladas em lei complementar.

3. (2014/TJAP Ð TŽcnico Judici‡rio Ð Administrativo). As


autarquias, empresas pœblicas e sociedades de economia mista
s‹o entidades estatais. ƒ correto afirmar quanto a referidas
institui•›es que as
(A) autarquias e empresas pœblicas integram a Administra•‹o pœblica
direta, enquanto que as sociedades de economia mista, por possu’rem
personalidade de direito privado, integram a Administra•‹o pœblica
indireta.

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(B) empresas pœblicas det•m personalidade de direito pœblico e


integram a Administra•‹o pœblica indireta, as autarquias, da mesma
forma, det•m personalidade jur’dica de direito pœblico, mas integram a
administra•‹o pœblica direta.
(C) autarquias det•m personalidade jur’dica de direito pœblico,
enquanto as empresas pœblicas e sociedades de economia mista det•m
personalidade jur’dica de direito privado, integrando, todas elas, a
denominada Administra•‹o pœblica indireta.
(D) sociedades de economia mista prestadoras de servi•o pœblico
integram a Administra•‹o pœblica direta, enquanto as exploradoras de
atividade econ™mica integram a Administra•‹o pœblica indireta.
(E) autarquias, empresas pœblicas e sociedade de economia mista
det•m personalidade jur’dica de direito privado, raz‹o pela qual
integram a denominada Administra•‹o pœblica indireta.

GABARITO: C
As autarquias, as empresas pœblicas e as sociedades de economia mista
integram a Administra•‹o Indireta, sendo que a primeira possui
personalidade jur’dica de direito pœblico, enquanto que as œltimas, de
direito privado.
Vejamos outras quest›es recentes da FCC sobre o assunto que, embora
tenham sido cobradas em concursos para cargos diferentes, possuem o
mesmo n’vel de exig•ncia do nosso:

4. (2017/TRE SP/Analista Judici‡rio Ð Administrativo) A


Administra•‹o pœblica, quando se organiza de forma
descentralizada, contempla a cria•‹o de pessoas jur’dicas, com
compet•ncias pr—prias, que desempenham fun•›es
originariamente de atribui•‹o da Administra•‹o direta. Essas
pessoas jur’dicas,
(A) ter‹o natureza jur’dica de direito privado quando se tratar de
empresas estatais, mas seus bens est‹o sujeitos a regime jur’dico de
direito pœblico, o que tambŽm se aplica no que concerne aos poderes da
Administra•‹o, que desempenham integralmente, especialmente poder
de pol’cia.
(B) quando constitu’das sob a forma de autarquias, podem ter natureza
jur’dica de direito pœblico ou privado, podendo prestar servi•os pœblicos
com os mesmos poderes e prerrogativas que a Administra•‹o direta.
(C) podem ter natureza jur’dica de direito privado ou pœblico, mas n‹o
est‹o habilitadas a desempenhar os poderes t’picos da Administra•‹o
direta.

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(D) desempenham todos os poderes atribu’dos ˆ Administra•‹o direta,


ˆ exce•‹o do poder de pol’cia, em qualquer de suas vertentes, privativo
da Administra•‹o direta, por envolver limita•‹o de direitos individuais.
(E) quando constitu’das sob a forma de autarquias, possuem natureza
jur’dica de direito pœblico, podendo exercer poder de pol’cia na forma e
limites que lhe tiverem sido atribu’dos pela lei de cria•‹o.

GABARITO: E
Vejamos o teor do art. 5¼ do Decreto-Lei n¼ 200/1967, a respeito da
defini•‹o de autarquia, empresa pœblica, sociedade de economia mista e
funda•‹o pœblica:
Art. 5¼ Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o servi•o aut™nomo, criado por lei, com
personalidade jur’dica, patrim™nio e receita pr—prios, para
executar atividades t’picas da Administra•‹o Pœblica, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gest‹o
administrativa e financeira descentralizada.
II - Empresa Pœblica - a entidade dotada de personalidade
jur’dica de direito privado, com patrim™nio pr—prio e capital
exclusivo da Uni‹o, criado por lei para a explora•‹o de
atividade econ™mica que o Governo seja levado a exercer por
for•a de conting•ncia ou de conveni•ncia administrativa
podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em
direito.
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de
personalidade jur’dica de direito privado, criada por lei para a
explora•‹o de atividade econ™mica, sob a forma de sociedade
an™nima, cujas a•›es com direito a voto perten•am em sua
maioria ˆ Uni‹o ou a entidade da Administra•‹o Indireta.
IV - Funda•‹o Pœblica - a entidade dotada de personalidade
jur’dica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em
virtude de autoriza•‹o legislativa, para o desenvolvimento de
atividades que n‹o exijam execu•‹o por —rg‹os ou entidades
de direito pœblico, com autonomia administrativa, patrim™nio
pr—prio gerido pelos respectivos —rg‹os de dire•‹o, e
funcionamento custeado por recursos da Uni‹o e de outras
fontes.

As autarquias possuem personalidade jur’dica de direito pœblico, sendo


criadas por lei para desempenhar atividades t’picas do Estado, sem
finalidade lucrativa. Exercendo atividades t’picas do Estado, possuem a
prerrogativa de fazer uso do poder de pol’cia, para melhor
desempenhar suas atribui•›es.
A assertiva ÒaÓ est‡ errada Ð Os bens das estatais s‹o considerados
bens privados (n‹o gozam das prerrogativas inerentes aos bens
pœblicos Ð impenhorabilidade, imprescritibilidade, alienabilidade

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condicionada etc.).
Todavia, para a doutrina, especificamente no que diz respeito ˆs
estatais prestadoras de servi•os pœblicos, a parcela de seus bens que
estejam afetados diretamente ˆ presta•‹o dos servi•os, embora
permane•am sendo considerados bens privados, contam com algumas
prote•›es pr—prias dos bens pœblicos1.
A assertiva ÒbÓ est‡ errada Ð as autarquias somente podem ter
natureza jur’dica de direito pœblico.
As assertivas ÒcÓ e ÒdÓ est‹o erradas Ð nem todos os poderes t’picos da
Administra•‹o Direta podem ser exercidos por todos as entidades da
Administra•‹o Indireta. Por exemplo, a doutrina majorit‡ria entende
que n‹o Ž poss’vel a delega•‹o do poder de pol’cia a entidades da
Administra•‹o Indireta de direito privado. Por outro lado, o STJ entende
que as fases de consentimento e de fiscaliza•‹o (somente essas fases)
podem ser delegadas a entidades de direito privado integrantes da
Administra•‹o Pœblica2. Assim, o exerc’cio pleno do poder de pol’cia s—
seria permitido ˆs pessoas jur’dicas de direito pœblico Ð no caso da
Administra•‹o Indireta, ˆs autarquias e funda•›es pœblicas de direito
pœblico.
5. (2014/TRT 16»/ANALISTA JUDICIçRIO - çREA
ADMINISTRATIVA). Considere a seguinte assertiva:
A C‰mara dos Deputados classifica-se, quanto ˆ posi•‹o estatal,
como —rg‹o independente. Isto porque, dentre outras
caracter’sticas, n‹o possui qualquer subordina•‹o hier‡rquica
ou funcional, estando sujeita apenas a controle constitucional.
A assertiva em quest‹o est‡
(A) correta, pois trata-se de —rg‹o independente e aut™nomo,
express›es sin™nimas quanto ˆ classifica•‹o dos —rg‹os pœblicos.
(B) incorreta, pois n‹o se trata de —rg‹o independente e sim aut™nomo.
(C) correta, pois trata-se de —rg‹o independente, estando a
fundamenta•‹o tambŽm correta.
(D) incorreta, pois embora seja —rg‹o independente, ele est‡ sujeito ˆ
subordina•‹o hier‡rquica e funcional.
(E) incorreta, pois trata-se de —rg‹o aut™nomo e sujeito ˆ subordina•‹o
hier‡rquica e funcional.

1
Inclusive nesse sentido o STF j‡ decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e TelŽgrafos, por ser empresa
pœblica que presta servi•o pœblico, possuem impenhor‡veis os bens diretamente afetos ao servi•o pœblico
prestado (RE 220.906).
2
EDcl no REsp 817.534/MG, 2» T.

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GABARITO: C
Quanto ˆ posi•‹o estatal, os —rg‹os podem ser classificados da seguinte
maneira:
a) îrg‹os independentes: s‹o aqueles previstos diretamente na
Constitui•‹o Federal, representando os tr•s Poderes, nas esferas
federal, estadual e municipal, n‹o sendo subordinados hierarquicamente
a agentes pol’ticos. Exemplo: Presid•ncia da Repœblica, C‰mara dos
Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais tribunais, bem como
seus simŽtricos nas demais esferas da Federa•‹o. Incluem-se ainda o
MinistŽrio Pœblico da Uni‹o e o do Estado e os Tribunais de Contas da
Uni‹o, dos Estados e dos Munic’pios.
b) îrg‹os aut™nomos: s‹o aqueles que se situam na cœpula da
Administra•‹o, logo abaixo dos —rg‹os independentes, auxiliando-os
diretamente. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e
tŽcnica, mas n‹o independ•ncia. Caracterizam-se como —rg‹os
diretivos. Ex: os MinistŽrios, as Secretarias de Estado etc.
c) îrg‹os superiores: possuem atribui•›es de dire•‹o, controle e
decis‹o, mas sempre est‹o sujeitos ao controle hier‡rquico de uma
inst‰ncia mais alta. N‹o t•m nenhuma autonomia, seja administrativa
seja financeira. Exemplo: Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes.
d) îrg‹os subalternos: s‹o todos aqueles que exercem atribui•›es
de mera execu•‹o, com reduzido poder decis—rio, estando sempre
subordinados a v‡rios n’veis hier‡rquicos superiores. Exemplo: se•›es
de expediente, de pessoal, de material etc.

Orienta•›es de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar

1.! Os conceitos de —rg‹o e entidade, bem como a diferen•a entre


eles (levar em considera•‹o os conceitos doutrin‡rios, bem como o
previsto no art. 1¼, ¤ 2¼, incisos I e II da Lei 9.784/1999);
2.! A diferen•a entre entidade pol’tica e entidade administrativa;
3.! O conceito de centraliza•‹o das atividades incumbidas ao Poder
Pœblico;
4.! O conceito de descentraliza•‹o das atividades incumbidas ao
Poder Pœblico;
5.! A quem pode ser descentralizada a atividade administrativa;

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6.! Os tipos de descentraliza•‹o e suas caracter’sticas.


Especificamente com rela•‹o ˆ descentraliza•‹o territorial, levar em
considera•‹o a previs‹o constitucional dos Territ—rios Federais
estabelecido no art. 18, ¤ 2¼;
6.1 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ possuem
alguma base em direito constitucional: forma de cria•‹o dos
Territ—rios Federais (CF, art. 18, ¤ 3¼).
7.! As modalidades de descentraliza•‹o administrativa e suas
diferen•as;
8.! O conceito de desconcentra•‹o da atividade administrativa;
9.! Os tipos de desconcentra•‹o;
10.! As diferen•as entre a descentraliza•‹o e a desconcentra•‹o, bem
como os pontos em comum a tais processos;
11.! O conceito de Administra•‹o Direta, sua composi•‹o (inclusive
aquela estabelecida no art. 4¼, inciso I do Decreto Lei 200/1967) e sua
rela•‹o com o processo de centraliza•‹o, descentraliza•‹o e
desconcentra•‹o;
12.! O conceito de —rg‹os pœblicos e as teorias que buscam explicar as
rela•›es do Estado com seus agentes;
13.! îrg‹os pœblicos: forma de cria•‹o e extin•‹o (levar em
considera•‹o as previs›es da CF, arts. 61, ¤1¼, inciso II, al’nea ÒeÓ Ð
Poder Executivo; 96, inciso II, al’neas ÒcÓ e ÒdÓ Ð Poder Judici‡rio; 127,
¤2¼ - MinistŽrio Pœblico; 73, caput Ð Tribunal de Contas; e 51, inciso IV
e 52, inciso XIII Ð Poder Legislativo), a quest‹o de sua capacidade
processual e classifica•›es doutrin‡rias;
14.! O conceito de Administra•‹o Indireta, sua composi•‹o (levar em
considera•‹o o previsto no art. 4¼ do Decreto Lei 200/196714, bem
como o estabelecido no art. 6¼, inciso I e ¤ 1¼ da Lei 11.107/2005) e
sua rela•‹o com o processo de centraliza•‹o, descentraliza•‹o e
desconcentra•‹o; forma de institui•‹o das entidades (levar em
considera•‹o a necessidade de lei espec’fica prevista no inciso XIX do
art. 37 da CF, bem como a iniciativa de lei do Presidente da Repœblica
constitucionalmente prevista no art. 61, ¤1¼, inciso II, al’nea ÒeÓ, caso
as entidades sejam vinculadas ao Poder Executivo);
15.! O motivo por que a Administra•‹o Pœblica descentraliza suas
atividades;
16.! O conceito de supervis‹o ministerial e as caracter’sticas do
controle dela decorrente;

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17.! Autarquias: conceito (inclusive levar em considera•‹o o previsto


no art. 5¼ do Decreto-lei 200/67), natureza jur’dica, forma de cria•‹o
(levar em considera•‹o a necessidade de lei espec’fica prevista no inciso
XIX do art. 37 da CF) e extin•‹o, regime jur’dico e prerrogativas (n‹o
se esquecer de levar em considera•‹o o art. 183, caput, do C—digo de
Processo Civil e os arts. 100, caput e 150, art. 150, ¤2¼, da CF/88),
personalidade jur’dica, caracter’sticas de seu patrim™nio (inclusive levar
em considera•‹o o previsto no art. 98 do C—digo Civil), atividades que
desenvolve, formas em que podem ser classificadas (levar em
considera•‹o, inclusive, o entendimento do STF com rela•‹o ˆ Ordem
dos Advogados do Brasil - ADI 3.026/DF), o regime de suas
contrata•›es, regime de seu pessoal (observar o CF, art. 37, inciso II,
bem como levar em considera•‹o a suspens‹o da nova reda•‹o do art.
39, caput, da CF, por parte do STF Ð ADI 2135/DF), forma de nomea•‹o
e exonera•‹o de seus dirigentes (arts. 52, inciso III, al’nea ÒdÓ e 84,
inciso XXV da CF, bem como o entendimento proferido pelo STF sobre a
constitucionalidade das normas locais que subordinem a nomea•‹o de
dirigentes de autarquias ou funda•›es pœblicas ˆ prŽvia aprova•‹o da
Assembleia Legislativa Ð ADI 2.225/SC), o foro judicial competente para
as causas em que seja parte (observar a sœmula 97 do STJ, bem como
a sœmula vinculante 27);
18.! Funda•›es Pœblicas: conceito (tanto os doutrin‡rios, quanto o
estabelecido no art. 5¼, IV do Decreto-Lei 200/1967), sua diferen•a
para as funda•›es privadas, natureza jur’dica (n‹o deixar de observar o
entendimento do STF sobre a possiblidade da institui•‹o de funda•›es
pœblicas de direito pœblico Ð RE 101.126/RJ), forma de cria•‹o (levar
em considera•‹o o previsto no inciso XIX do art. 37 da CF) e extin•‹o,
regime jur’dico, prerrogativas (observar que, com rela•‹o ˆs de direito
pœblico, s‹o as mesmas das autarquias), personalidade jur’dica,
caracter’sticas de seu patrim™nio, atividades que desenvolve,
classifica•›es doutrin‡rias, o regime de seu pessoal (CF, art. 37, inciso
II. AlŽm disso, para as funda•›es pœblicas de direito pœblico, levar em
considera•‹o a suspens‹o da nova reda•‹o do art. 39, caput, da CF, por
parte do STF Ð ADI 2135/DF. Para as de direito privado, levar em
considera•‹o a diverg•ncia doutrin‡ria), o foro judicial competente para
as causas em que seja parte, as caracter’sticas do controle exercido
pelo MinistŽrio Pœblico.
19.! Empresas Pœblicas e Sociedades de Economia Mista: conceito;
diferen•as entre empresas pœblicas e sociedades de economia mista;
forma de cria•‹o (levar em considera•‹o o previsto no inciso XIX do art.
37 da CF) e extin•‹o; forma de cria•‹o de subsidi‡rias (levar em

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considera•‹o o previsto no inciso XX do art. 37 da CF, bem como o


entendimento do STF sobre a quest‹o da autoriza•‹o legislativa em
Òcada casoÓ - ADI 1.649/DF); regime jur’dico e prerrogativas;
personalidade jur’dica; caracter’sticas de seu patrim™nio e a quest‹o da
fal•ncia e execu•‹o, atividades que desenvolvem (n‹o esquecer dos
arts. 173, 175 e 177 da CF); classifica•›es doutrin‡rias; a figura do
estatuto (CF, art. 173, ¤ 1¼); forma jur’dica e composi•‹o do capital; o
foro judicial competente para as causas em que seja parte; o regime de
seu pessoal (CF, art. 37, inciso II); o entendimento do STF sobre a
possibilidade de o Poder Legislativo aprovar previamente o nome dos
dirigentes da estatais como condi•‹o para que o chefe do Executivo
possa nome‡-los (ADI 1642/MG); cabimento de mandado de seguran•a
contra ato dos dirigentes das estatais (sœmula 333 do STJ); foro judicial
competente para dirimir lit’gios em que seja parte uma empresa estatal
(CF, art. 109, inciso I; sœmulas STF 517 e 556).
20.1 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ possuem
alguma base em direito constitucional: remŽdio
constitucional mandado de seguran•a Ð objeto, autoridade
coatora, car‡ter residual (CF, art. 5¼, inciso LXIX).
20.! Conceito de ag•ncias executivas; vantagens da qualifica•‹o,
requisitos para sua obten•‹o e possibilidade de sua perda;
21.! Conceito de ag•ncias reguladores, sua autonomia (e a quest‹o da
teoria da captura), atividades desempenhadas, espŽcies, seu poder
normativo, instrumentos que conferem autonomia, fen™meno da
deslegaliza•‹o, possibilidade de reaprecia•‹o de suas decis›es pelo
ministŽrio supervisor, nomea•‹o de seus dirigentes, possibilidade de
celebra•‹o de contrato de gest‹o, possibilidade de qualifica•‹o como
ag•ncia executiva.
22.! Diferen•a entre ag•ncias executivas e ag•ncias reguladoras.

Question‡rio de Revis‹o

***Question‡rio - somente perguntas***


1)! Quem s‹o os sujeitos que desempenham a atividade
administrativa do Estado?
2)! Qual o conceito de ÒentidadeÓ?
3)! Qual o conceito de Ò—rg‹oÓ?
4)! Qual a diferen•a entre —rg‹o e entidade?
5)! Qual a diferen•a entre entidade pol’tica e entidade
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administrativa?
6)! O que Ž a centraliza•‹o da atividade administrativa?
7)! O que Ž a descentraliza•‹o da atividade administrativa?
Quais os tipos de descentraliza•‹o? Quais as suas
caracter’sticas?
8)! O que Ž a desconcentra•‹o da atividade administrativa?
9)! O que os processos de descentraliza•‹o e de
desconcentra•‹o possuem em comum?
10)! O que Ž o processo de centraliza•‹o e de concentra•‹o? O
que possuem em comum?
11)! Qual o conceito de Administra•‹o Direta?
12)! Qual a composi•‹o da Administra•‹o Direta?
13)! Quais s‹o as teorias que buscam explicar as rela•›es do
Estado com seus agentes? O que essas teorias preceituam?
Qual Ž a mais aceita atualmente?
14)! Como se d‡ a cria•‹o e a extin•‹o de —rg‹os da
Administra•‹o Direta?
15)! Os —rg‹os pœblicos possuem capacidade processual?
16)! Como podem ser classificados os —rg‹os pœblicos?
17)! Qual o conceito de Administra•‹o Indireta?
18)! Qual a composi•‹o da Administra•‹o Indireta?
19)! A Administra•‹o Indireta pode ocorrer apenas no Poder
Executivo?
20)! Qual a ideia subjacente ˆ descentraliza•‹o administrativa?
21)! O que caracteriza a supervis‹o ministerial sobre as
entidades da administra•‹o indireta?
22)! Quais s‹o os aspectos sobre os quais se distribui a
supervis‹o ministerial?
23)! Qual a diferen•a entre a tutela ordin‡ria e a extraordin‡ria?
24)! Quais os principais pontos em comum entre as entidades da
Administra•‹o Indireta?
25)! Quais as principais diferen•as entre as entidades da
Administra•‹o Indireta?
26)! Qual o conceito de autarquia?
27)! Como se d‡ a cria•‹o e a extin•‹o das autarquias?
28)! Quando ocorre o in’cio da personalidade jur’dica das

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autarquias?
29)! Qual a natureza jur’dica das atividades desempenhadas
pelas autarquias?
30)! A que regime jur’dico se submetem as autarquias?
31)! Quais as principais prerrogativas aplic‡veis ˆs autarquias?
32)! Como podem ser classificadas as autarquias?
33)! Qual o entendimento do STF com rela•‹o ˆ OAB? Ela integra
a administra•‹o indireta da Uni‹o?
34)! O que s‹o autarquias de regime especial?
35)! Qual a natureza jur’dica do patrim™nio das autarquias?
36)! O pessoal das autarquias sujeita ao regime estatut‡rio ou
ao contratual trabalhista?
37)! Como ocorre a nomea•‹o dos dirigentes das autarquias?
38)! Qual o foro competente para o processamento e julgamento
das causas que envolvem autarquias?
39)! Por que a doutrina costuma chamar os Territ—rios Federais
de Òautarquias territoriaisÓ?
40)! Qual o conceito de funda•‹o pœblica?
41)! Considere a seguinte assertiva: Òas funda•›es pœblicas, ao
contr‡rio das privadas, n‹o possuem finalidade lucrativaÓ.
Ela est‡ correta? Comente.
42)! Considere a seguinte assertiva: Òas funda•›es pœblicas s‹o
criadas pelo Estado, a partir de patrim™nio pœblico,
enquanto as privadas s‹o criadas por uma pessoa privada,
a partir de patrim™nio privadoÓ. Ela est‡ correta? Comente.
43)! ƒ poss’vel a institui•‹o, pelo poder pœblico, de funda•›es
pœblicas de direito pœblico? Explique.
44)! Qual diferen•a entre uma autarquia e uma funda•‹o
aut‡rquica?
45)! Como se d‡ a institui•‹o e a extin•‹o das funda•›es
pœblicas?
46)! Qual o regime jur’dico aplic‡vel ˆs funda•›es pœblicas?
47)! Qual a natureza dos bens do patrim™nio das funda•›es
pœblicas?
48)! Qual o regime de pessoal a que est‹o submetidas as
funda•›es pœblicas?
49)! Como se d‡ o controle do MinistŽrio Pœblico sobre as

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funda•›es pœblicas?
50)! Qual o foro judicial competente para dirimir lit’gios em que
seja parte uma funda•‹o pœblica?
51)! Qual o conceito de empresa pœblica?
52)! Qual o conceito de sociedade de economia mista?
53)! Como se d‡ a institui•‹o e a extin•‹o de empresas estatais?
54)! O que s‹o subsidi‡rias das empresas estatais?
55)! As subsidi‡rias fazem parte da Administra•‹o Pœblica?
56)! A cria•‹o de subsidi‡rias de entidades da administra•‹o
indireta depende de autoriza•‹o em lei? E a participa•‹o de
tais entidades em empresas privadas? A autoriza•‹o
precisa se dar em cada caso? Qual o entendimento do STF
sobre o assunto?
57)! Quais s‹o as atividades desenvolvidas pelas empresas
estatais?
58)! Qual o regime jur’dico a que est‹o submetidas as empresas
estatais? H‡ previs‹o de estatuto para disciplinar o
assunto?
59)! Qual a natureza do patrim™nio das empresas estatais?
60)! Qual a o regime de pessoal que est‹o submetidas as
empresas estatais?
61)! Explique a quest‹o da fal•ncia e da execu•‹o das empresas
estatais.
62)! Qual a forma jur’dica das empresas estatais?
63)! Como Ž a composi•‹o do capital das empresas estatais?
64)! Qual o foro judicial competente para dirimir lit’gios em que
seja parte uma empresa estatal?
65)! O que s‹o ag•ncias executivas?
66)! ƒ poss’vel a celebra•‹o do contrato de gest‹o previsto na
CF e —rg‹os da Administra•‹o Direta?
67)! O que s‹o ag•ncias reguladoras?
68)! Qual a natureza das atividades realizadas pelas ag•ncias
reguladoras?
69)! As decis›es das ag•ncias reguladoras podem ser
reapreciadas pelo ministŽrio supervisor?
70)! Quais as caracter’sticas do poder normativo das ag•ncias

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reguladoras?
71)! Qual o regime adotado para a dire•‹o das Ag•ncias
Reguladoras: por —rg‹os singulares ou colegiados?
72)! Qual a rela•‹o entre a autonomia conferida ˆs ag•ncias
reguladoras e a teoria da captura? Que instrumentos
procuram assegurar essa autonomia?
73)! Qual o procedimento de nomea•‹o dos dirigentes das
ag•ncias reguladoras?
74)! ƒ poss’vel a celebra•‹o de contrato de gest‹o entre uma
ag•ncia reguladora e o Poder Pœblico?
75)! As ag•ncias reguladoras se submetem aos controles judicial
ou legislativo?
76)! ƒ poss’vel a desqualifica•‹o de uma ag•ncia reguladora?

***Question‡rio: perguntas com respostas***


1)! Quem s‹o os sujeitos que desempenham a atividade
administrativa do Estado?
îrg‹os pœblicos, entidades pœblicas e agentes pœblicos.
2)! Qual o conceito de ÒentidadeÓ?
ÒUnidade de atua•‹o dotada de personalidade jur’dicaÓ, nos
termos do art. 1¼, ¤ 2¼, inciso II da Lei 9.784/1999.
Uma entidade Ž uma pessoa jur’dica, pœblica ou privada,
abrangendo tanto as entidades pol’ticas (que possuem autonomia
pol’tica - capacidade de legislar e se auto-organizar Ð ou seja, s‹o
as pessoas pol’ticas: Uni‹o, Estados, Distrito Federal e Munic’pios),
como as entidades administrativas (que n‹o possuem autonomia
pol’tica mas, somente, autonomia administrativa - ou seja, n‹o
podem legislar, limitando-se a executar as leis editadas pelas
pessoas pol’ticas. S‹o entidades administrativas: as autarquias, as
funda•›es pœblicas, as empresas pœblicas e as sociedades de
economia mista).
3)! Qual o conceito de Ò—rg‹oÓ?
ÒUnidade de atua•‹o integrante da estrutura da
Administra•‹o direta e da estrutura da Administra•‹o
indiretaÓ, nos termos do art. 1¼, ¤ 2¼, inciso I da Lei 9.784/1999.
O —rg‹o n‹o possui personalidade jur’dica pr—pria Ð Ž um
elemento despersonalizado. S‹o Òcentros de compet•nciaÓ

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constitu’dos na estrutura interna de determinada entidade pol’tica


ou administrativa (ex: MinistŽrios do Poder Executivo Federal,
Secretarias de Estado, departamentos ou se•›es de empresas
pœblicas etc.).
4)! Qual a diferen•a entre —rg‹o e entidade?
Basicamente, a entidade possui personalidade jur’dica pr—pria,
enquanto que o —rg‹o n‹o (Ž um elemento despersonalizado).
5)! Qual a diferen•a entre entidade pol’tica e entidade
administrativa?
Basicamente, a entidade pol’tica possui autonomia pol’tica
(capacidade de legislar, de inovar no direito, de se auto-organizar)
e autonomia administrativa (capacidade de gerir seus pr—prios
neg—cios), enquanto que a entidade administrativa possui somente
autonomia administrativa.
6)! O que Ž a centraliza•‹o da atividade administrativa?
Centraliza•‹o Ž o desempenho direto, por parte do Estado, das
tarefas a ele incumbidas, por intermŽdio de —rg‹os e agentes
administrativos que comp›em sua estrutura.
7)! O que Ž a descentraliza•‹o da atividade administrativa?
Quais os tipos de descentraliza•‹o? Quais as suas
caracter’sticas?
Descentraliza•‹o Ž o desempenho indireto de tarefas incumbidas
ao Poder Pœblico, por intermŽdio de outras pessoas f’sicas ou
jur’dicas, sem rela•‹o de hierarquia ou subordina•‹o entre o
Estado e a entidade descentralizada.
A descentraliza•‹o pode ser pol’tica ou administrativa.
Na descentraliza•‹o pol’tica, h‡ cria•‹o de uma entidade pol’tica
para o exerc’cio de compet•ncias pr—prias. Ex: Estados e
Munic’pios, que s‹o entidades pol’ticas dotadas de compet•ncia
legislativa pr—pria conferida pela CF.
Na descentraliza•‹o administrativa, o poder central transfere
parcela de suas atribui•›es a outra entidade Ð a chamada
Òentidade descentralizadaÓ.
A descentraliza•‹o administrativa pode ser classificada em tr•s
modalidades:
a)! Descentraliza•‹o por servi•os, funcional, tŽcnica ou por
outorga;

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b)! Descentraliza•‹o por colabora•‹o ou delega•‹o;


c)! Descentraliza•‹o territorial ou geogr‡fica.
A descentraliza•‹o por servi•os se verifica quando uma entidade
pol’tica (Uni‹o, Estados, DF e Munic’pios), mediante lei (em
sentido formal), cria uma nova pessoa jur’dica (de direito pœblico
ou privado) e a ela atribui a titularidade e a execu•‹o de
determinado servi•o pœblico, o que lhe confere independ•ncia em
rela•‹o ˆ pessoa que a criou (o que n‹o impede o exerc’cio do
controle de car‡ter final’stico por parte da entidade
descentralizadora, com o objetivo de garantir que a entidade
descentralizada n‹o se desvie dos fins para os quais foi institu’da.
Tal controle Ž chamado de ÒtutelaÓ.)
A lei de cria•‹o da entidade descentralizada pode efetivamente
cri‡-la ou simplesmente autorizar a sua cria•‹o e, como h‡
transfer•ncia da titularidade do servi•o, o ente descentralizador
perde a disponibilidade sobre tal servi•o, s— podendo retom‡-lo
mediante nova lei, raz‹o pela qual o prazo da outorga geralmente
Ž indeterminado.
Embora seja necess‡ria lei para a cria•‹o da entidade, a defini•‹o
de seu campo atua•‹o pode ser feita por meio de instrumentos
normativos infralegais.
A descentraliza•‹o por servi•os Ž a que ocorre na cria•‹o das
entidades da administra•‹o indireta: autarquias, empresas
pœblicas, sociedades de economia mista, funda•›es pœblicas e
cons—rcios pœblicos criados por entes federativos para a gest‹o
associada de servi•os pœblicos.
Por sua vez, a descentraliza•‹o por colabora•‹o ocorre quando,
por meio de contrato ou ato unilateral - n‹o Ž necess‡ria a edi•‹o
de lei formal Ð o Estado transfere apenas a execu•‹o de
determinado servi•o pœblico a uma pessoa jur’dica de direito
privado, previamente existente, conservando o Poder Pœblico a
titularidade do servi•o Ð o que lhe possibilita exercitar um controle
mais amplo e r’gido que na descentraliza•‹o por servi•o, bem
como dispor do servi•o de acordo com o interesse pœblico,
podendo alterar unilateralmente as condi•›es de sua execu•‹o,
aplicar san•›es ou retomar a execu•‹o do servi•o antes do prazo
estabelecido.
A descentraliza•‹o por colabora•‹o Ž a que ocorre nas concess›es,
permiss›es ou autoriza•›es de servi•os pœblicos.

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Por œltimo, a descentraliza•‹o territorial ocorre quando uma


entidade local, geograficamente delimitada, dotada de
personalidade jur’dica pr—pria, de direito pœblico, possui
capacidade administrativa genŽrica (ou seja, n‹o regida pelo
princ’pio da especialidade, como ocorre no caso das entidades da
Administra•‹o Indireta) para exercer a totalidade ou a maior parte
dos encargos pœblicos de interesse da coletividade Ð fun•›es que
normalmente s‹o exercidas pelos Munic’pios, como distribui•‹o de
‡gua, luz, g‡s, poder de pol’cia, prote•‹o ˆ saœde, educa•‹o.
A descentraliza•‹o territorial tambŽm compreende o exerc’cio da
capacidade legislativa, porŽm sem autonomia, porque subordinada
ˆs normas emanadas pelo poder4 central.
A descentraliza•‹o territorial Ž a que ocorre nos Estados unit‡rios,
como Fran•a e Portugal, constitu’dos por Departamentos, Regi›es,
Comunas etc. No Brasil, pode ocorrer atualmente na hip—tese de
vir a ser criado algum Territ—rio Federal, nos termos da CF, art.
18, ¤ 2¼:
¤ 2¼ Os Territ—rios Federais integram a Uni‹o, e sua cria•‹o,
transforma•‹o em Estado ou reintegra•‹o ao Estado de
origem ser‹o reguladas em lei complementar.

Aprofundando um pouco o assunto, insta lembrar que os


territ—rios, embora possuam personalidade jur’dica pr—pria, n‹o
s‹o dotados de autonomia pol’tica Ð n‹o s‹o entes federados, na
verdade eles integram a Uni‹o.
A despeito de atualmente n‹o existirem territ—rios no Brasil, Ž
perfeitamente poss’vel que sejam criados novos territ—rios, sendo
necess‡rio, para tanto, aprova•‹o da popula•‹o diretamente
interessada mediante plebiscito, e do Congresso Nacional,
mediante lei complementar, constante CF, art. 18, ¤ 3¼:
¤ 3¼ Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem
novos Estados ou Territ—rios Federais, mediante aprova•‹o
da popula•‹o diretamente interessada, atravŽs de plebiscito,
e do Congresso Nacional, por lei complementar.

8)! O que Ž a desconcentra•‹o da atividade administrativa?


ƒ uma tŽcnica administrativa de distribui•‹o interna de
atribui•›es, na qual a entidade (seja ela pol’tica ou administrativa)
se desmembra em —rg‹os para melhorar sua organiza•‹o
estrutural com vistas a aprimorar o desempenho. Ela pode se dar
em raz‹o da matŽria (ex: MinistŽrio da Saœde, da Educa•‹o etc.),
do grau ou da hierarquia (ex: ministŽrios, secretarias,

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superintend•ncias, delegacias etc.) ou pelo critŽrio territorial (ex:


Superintend•ncia da Receita Federal em S‹o Paulo, no Rio Grande
do Sul etc.).
A atividade administrativa continua sendo exercida pela mesma
pessoa jur’dica, j‡ que o —rg‹o resultante da desconcentra•‹o Ž
desprovido de personalidade jur’dica pr—pria (assim como qualquer
—rg‹o). AlŽm disso, esse —rg‹o resultante da desconcentra•‹o se
subordina aos —rg‹os de maior hierarquia na estrutura
organizacional. Por isso se diz que na desconcentra•‹o h‡ rela•‹o
de hierarquia entre os —rg‹os resultantes.
9)! O que os processos de descentraliza•‹o e de
desconcentra•‹o possuemb em comum?
Ambos possuem fisionomia ampliativa, pois importam na
reparti•‹o de atribui•›es.
10)! O que Ž o processo de centraliza•‹o e de concentra•‹o? O
que possuem em comum?
A centraliza•‹o ocorre quando o Estado retoma a execu•‹o direta
do servi•o, depois de ter transferido sua execu•‹o a outra pessoa.
Por sua vez, na concentra•‹o, dois ou mais —rg‹os internos s‹o
agrupados em apenas um, que passa a ter natureza de —rg‹o
concentrador.
Os processos de centraliza•‹o e de concentra•‹o possuem em
comum a fisionomia restritiva, pois importam na agrega•‹o de
atribui•›es no Estado.
11)! Qual o conceito de Administra•‹o Direta?
ƒ o conjunto de —rg‹os que integram as pessoas pol’ticas do
Estado (Uni‹o, Estados, DF e Munic’pios), aos quais foi atribu’da a
compet•ncia para o exerc’cio de atividades administrativas, de
forma centralizada (princ’pio da centraliza•‹o).
12)! Qual a composi•‹o da Administra•‹o Direta?
Nos termos do art. 4¼, inciso I do Decreto Lei 200/1967, a
Administra•‹o Direta Federal Ž composta pelos Òservi•os
integrados na estrutura administrativa da Presid•ncia da
Repœblica e dos MinistŽriosÓ.
Esse conceito legal leva em conta somente o Poder Executivo, mas
Ž importante destacar que comp›em, ainda, a Administra•‹o
Direta da Uni‹o os —rg‹os dos demais Poderes e do MinistŽrio
Pœblico pertencentes ˆ esfera federal.

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Nas esferas estadual, distrital e municipal, deve ser observado a


simetria com a esfera federal, lembrando, por outro lado, que nos
Munic’pios n‹o h‡ Poder Judici‡rio nem MinistŽrio Pœblico pr—prio.
13)! Quais s‹o as teorias que buscam explicar as rela•›es do
Estado com seus agentes? O que essas teorias preceituam?
Qual Ž a mais aceita atualmente?
Teoria do mandato, teoria da representa•‹o e teoria do —rg‹o.
Na teoria do mandato, entendeu-se que os agentes eram
mandat‡rios do Estado, mas a ideia n‹o vingou porque n‹o
explicava como o Estado poderia outorgar o mandato, j‡ que n‹o
possui vontade pr—pria.
c
Na teoria da representa•‹o, entendia-se que os agentes eram
representantes do Estado, sendo equiparados ˆ figura do tutor ou
curador das pessoas incapazes. A teoria foi criticada justamente
por equiparar o Estado ao incapaz que, ao contr‡rio daquele, n‹o
possui capacidade para designar representante para si mesmo,
bem como porque, da mesma forma que a teoria do mandato,
permitia ao mandat‡rio ou ao representante ultrapassar os
poderes da representa•‹o sem que o Estado respondesse por
esses atos perante terceiros prejudicados.
Na teoria do —rg‹o, que Ž a mais aceita atualmente, presume-se
que a pessoa jur’dica manifesta sua vontade por meio dos —rg‹os
que a comp›em. Estes, por sua vez, s‹o compostos de agentes.
Desse modo, quando os agentes agem, Ž como se o pr—prio
Estado o fizesse.
Nessa teoria, h‡ substitui•‹o da ideia de representa•‹o pela de
imputa•‹o, pois ao invŽs de considerar que o Estado outorga a
responsabilidade ao agente, passou-se a considerar que os atos
praticados por seus —rg‹os, por meio da manifesta•‹o de vontade
de seus agentes, s‹o imputados ao Estado.
14)! Como se d‡ a cria•‹o e a extin•‹o de —rg‹os da
Administra•‹o Direta?
Por meio de lei em sentido formal.
No ‰mbito do Poder Executivo, a iniciativa de lei cabe ao chefe
desse Poder, consoante CF, art. 61, ¤1¼, inciso II, al’nea ÒeÓ:
¤ 1¼ S‹o de iniciativa privativa do Presidente da Repœblica as
leis que:
(...)
e) cria•‹o e extin•‹o de MinistŽrios e —rg‹os da

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administra•‹o pœblica, observado o disposto no art. 84, VI;

No ‰mbito do Poder Judici‡rio, a iniciativa de lei cabe ao Supremo


Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de
Justi•a, conforme o caso, nos termos da CF, art. 96, inciso II,
al’neas ÒcÓ e ÒdÓ:
Art. 96. Compete privativamente:
(...)
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e
aos Tribunais de Justi•a propor ao Poder Legislativo
respectivo, observado o disposto no art. 169:
(...)
c) a cria•‹o ou extin•‹o
8 dos tribunais inferiores;
d) a altera•‹o da organiza•‹o e da divis‹o judici‡rias;

O MinistŽrio Pœblico possui a compet•ncia para dar in’cio ao


processo legislativo referente ˆ pr—pria organiza•‹o administrativa,
em raz‹o, respectivamente, do previsto na CF, art. 127, ¤2¼:
2¼ Ao MinistŽrio Pœblico Ž assegurada autonomia funcional e
administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169,
propor ao Poder Legislativo a cria•‹o e extin•‹o de seus
cargos e servi•os auxiliares, provendo-os por concurso
pœblico de provas ou de provas e t’tulos, a pol’tica
remunerat—ria e os planos de carreira; a lei dispor‡ sobre sua
organiza•‹o e funcionamento.Ó

O Tribunal de Contas tambŽm possui a compet•ncia para dar in’cio


ao processo legislativo referente a sua organiza•‹o administrativa,
em raz‹o do disposto na CF, art. 73, caput:
Art. 73. O Tribunal de Contas da Uni‹o, integrado por nove
Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro pr—prio de
pessoal e jurisdi•‹o em todo o territ—rio nacional, exercendo,
no que couber, as atribui•›es previstas no art. 96.

No ‰mbito do Poder Legislativo, o autor JosŽ dos Santos Carvalho


Filho entende que a cria•‹o e a extin•‹o de seus —rg‹os, bem
como as normas sobre sua organiza•‹o e funcionamento n‹o
dependem de lei, mas t‹o somente de atos administrativos
praticados pelas respectivas Casas (CF, art. 51, IV e art. 52, XIII).
Art. 51. Compete privativamente ˆ C‰mara dos Deputados:
(...)
IV Ð dispor sobre sua organiza•‹o, funcionamento, pol’cia,
cria•‹o, transforma•‹o ou extin•‹o dos cargos, empregos e
fun•›es de seus servi•os, e a iniciativa de lei para fixa•‹o da
respectiva remunera•‹o, observados os par‰metros
estabelecidos na lei de diretrizes or•ament‡rias;

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(...)
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
(...)
XIII - dispor sobre sua organiza•‹o, funcionamento, pol’cia,
cria•‹o, transforma•‹o ou extin•‹o dos cargos, empregos e
fun•›es de seus servi•os, e a iniciativa de lei para fixa•‹o da
respectiva remunera•‹o, observados os par‰metros
estabelecidos na lei de diretrizes or•ament‡rias;

Entretanto, para fins de prova, Ž recomend‡vel que seja adotado a


regra geral de que os —rg‹os pœblicos necessitam de lei para
serem criados. Somente se o examinador abordar de forma
expressa o caso especifico do Poder Legislativo, recomendamos ao
candidato que considere o9 entendimento de JosŽ dos Santos
Carvalho Filho.
15)! Os —rg‹os pœblicos possuem capacidade processual?
Em regra n‹o, porque n‹o possuem personalidade jur’dica Ð a
capacidade, em regra, Ž da pr—pria entidade a quem pertencem.
Exce•›es:
a) a jurisprud•ncia reconhece a capacidade processual de certos
—rg‹os pœblicos aut™nomos e independentes para a impetra•‹o de
mandado de seguran•a na defesa de suas prerrogativas e
compet•ncias (s— neste tipo de caso), quando violadas por ato de
outro —rg‹o.
b) o C—digo de Defesa do Consumidor, em seu artigo 82, inciso III,
disp›e que s‹o legitimados para promover a liquida•‹o e execu•‹o
de indeniza•‹o Òas entidades e —rg‹os da administra•‹o pœblica,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jur’dica,
especificamente destinados ˆ defesa dos interesses e direitos
protegidos por este C—digoÓ.
16)! Como podem ser classificados os —rg‹os pœblicos?
Quanto ˆ estrutura:
a)! îrg‹os simples ou unit‡rios: s‹o aqueles que n‹o possuem
subdivis›es em sua estrutura interna (n‹o h‡ outros —rg‹os abaixo
dele), desempenhando suas atribui•›es de forma concentrada.
b)! îrg‹os compostos: reœnem em sua estrutura diversos
—rg‹os menores, subordinados hierarquicamente, como resultado
da desconcentra•‹o.
CUIDADO! Os —rg‹os simples podem ser compostos por mais de

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um agente!
Quanto ˆ atua•‹o funcional:
a)! îrg‹os singulares ou unipessoais: s‹o aqueles cujas
decis›es dependem da atua•‹o isolada de um œnico agente, seu
chefe e representante. Ex: Presid•ncia da Repœblica, cujas
decis›es s‹o tomadas pelo Presidente.
b)! îrg‹os colegiados ou pluripessoais: s‹o aqueles cuja
atua•‹o e decis›es s‹o tomadas pela manifesta•‹o conjunta de
seus membros. Ex: Congresso Nacional, Supremo Tribunal
Federal.
CUIDADO! Os —rg‹os singulares podem ser compostos por mais de
uma agente, embora suas decis›es seja tomadas apenas por seu
chefe!
Quanto ˆ posi•‹o estatal
a)! îrg‹os independentes: s‹o aqueles previstos diretamente
na Constitui•‹o Federal, representando os tr•s Poderes, nas
esferas federal, estadual e municipal, n‹o sendo subordinados
hierarquicamente a agentes pol’ticos. Exemplo: Presid•ncia da
Repœblica, C‰mara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e
demais tribunais, bem como seus simŽtricos nas demais esferas
da Federa•‹o. Incluem-se ainda o MinistŽrio Pœblico da Uni‹o e o
do Estado e os Tribunais de Contas da Uni‹o, dos Estados e dos
Munic’pios.
b)! îrg‹os aut™nomos: s‹o aqueles que se situam na cœpula
da Administra•‹o, logo abaixo dos —rg‹os independentes,
auxiliando-os diretamente. Possuem ampla autonomia
administrativa, financeira e tŽcnica, mas n‹o independ•ncia.
Caracterizam-se como —rg‹os diretivos. Ex: os MinistŽrios, as
Secretarias de Estado etc.
c)! îrg‹os superiores: possuem atribui•›es de dire•‹o,
controle e decis‹o, mas sempre est‹o sujeitos ao controle
hier‡rquico de uma inst‰ncia mais alta. N‹o t•m nenhuma
autonomia, seja administrativa seja financeira. Exemplo:
Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes.
d)! îrg‹os subalternos: s‹o todos aqueles que exercem
atribui•›es de mera execu•‹o, com reduzido poder decis—rio,
estando sempre subordinados a v‡rios n’veis hier‡rquicos
superiores. Exemplo: se•›es de expediente, de pessoal, de

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material etc.
îrg‹os burocr‡ticos: aqueles que est‹o a cargo de uma s—
pessoa f’sica ou de v‡rias pessoas ordenadas numa estrutura
hier‡rquica vertical (ex: uma Diretoria, em que existe um diretor e
v‡rias pessoas a ele ligadas). Fazem contraponto aos —rg‹os
colegiados, que s‹o formados por v‡rias pessoas f’sicas ordenadas
horizontalmente, ou seja, em uma rela•‹o de coordena•‹o, e n‹o
de hierarquia.
îrg‹os ativos, consultivos ou de controle: possuem como
fun•‹o primordial, respectivamente, o desenvolvimento de uma
administra•‹o ativa, de uma atividade consultiva ou de controle
sobre outros —rg‹os.
17)! Qual o conceito de Administra•‹o Indireta?
Conjunto de pessoas jur’dicas (desprovidas de autonomia pol’tica)
que, vinculadas ˆ Administra•‹o Direta, t•m a compet•ncia
para o exerc’cio de atividades administrativas, de forma
descentralizada.
18)! Qual a composi•‹o da Administra•‹o Indireta?
De acordo com Hely Lopes Meireles, a administra•‹o indireta Ž
constitu’da dos servi•os atribu’dos a pessoas jur’dicas diversas da
Uni‹o, de direito pœblico ou de direito privado, vinculadas a um
—rg‹o da Administra•‹o Direta, mas administrativa e
financeiramente aut™nomas.
Nos termos do art. 4¼ do Decreto Lei 200/196714, a
Administra•‹o Indireta compreende as seguintes categorias de
entidades, todas dotadas de personalidade jur’dica pr—pria:
- Autarquias.
- Empresas Pœblicas.
- Sociedades de Economia Mista.
- Funda•›es Pœblicas.
A Administra•‹o Indireta contempla, ainda, os cons—rcios pœblicos
de direito pœblico, constitu’dos sob a forma de associa•›es
pœblicas, conforme art. 6¼, inciso I e ¤ 1¼ da Lei 11.107/2005:
Art. 6¼ O cons—rcio pœblico adquirir‡ personalidade jur’dica:
I Ð de direito pœblico, no caso de constituir associa•‹o
pœblica, mediante a vig•ncia das leis de ratifica•‹o do
protocolo de inten•›es;

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(...)
¤ 1¼ O cons—rcio pœblico com personalidade jur’dica de
direito pœblico integra a administra•‹o indireta de todos os
entes da Federa•‹o consorciados.

19)! A Administra•‹o Indireta pode ocorrer apenas no Poder


Executivo?
N‹o, embora seja mais comum entidades descentralizadas
vinculadas ao Poder Executivo, n‹o h‡ empecilho para que haja
entidades da administra•‹o indireta vinculadas a —rg‹os dos
demais poderes.
20)! Qual a ideia subjacente ˆ descentraliza•‹o administrativa?
Busca pela efici•ncia no desempenho das atividades estatais,
notadamente em raz‹o da autonomia administrativa, gerencial e
financeira, bem como da disponibilidade de pessoal especializado
com que contam as entidades da Administra•‹o Indireta.
21)! O que caracteriza a supervis‹o ministerial sobre as
entidades da administra•‹o indireta?
Supervis‹o ministerial, ou tutela administrativa, Ž o controle
final’stico, sem subordina•‹o, realizado pela administra•‹o direta
sobre a indireta, caracterizando um v’nculo que tem por objetivos
principais a verifica•‹o dos resultados alcan•ados pelas entidades
descentralizadas, a harmoniza•‹o de suas atividades com a
pol’tica e a programa•‹o do Governo, a efici•ncia de sua gest‹o e
a manuten•‹o de sua autonomia administrativa, operacional e
financeira.
22)! Quais s‹o os aspectos sobre os quais se distribui a
supervis‹o ministerial?
Controle pol’tico, pelo qual os dirigentes das entidades da
administra•‹o indireta s‹o escolhidos e nomeados pela autoridade
competente da administra•‹o direta, raz‹o por que exercem eles
fun•‹o de confian•a.
Controle institucional, que obriga a entidade a caminhar sempre
no sentido dos fins para os quais foi criada.
Controle administrativo, que permite a fiscaliza•‹o dos agentes e
das rotinas administrativas da entidade.
Controle financeiro, pelo qual s‹o fiscalizados os setores financeiro
e cont‡bil da entidade.
23)! Qual a diferen•a entre a tutela ordin‡ria e a extraordin‡ria?
A tutela ordin‡ria ocorre quando o controle sobre a entidade se d‡

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nos estritos limites da lei. Logo, a tutela ordin‡ria depende de lei


para ser exercida.
Por sua vez, a tutela extraordin‡ria ocorre quando n‹o h‡
disposi•‹o legal para instrumentaliza•‹o do controle, sendo
poss’vel somente em circunst‰ncias excepcionais de descalabro
administrativo ou distor•›es de comportamento da autarquia, para
coibir desmandos sŽrios.
24)! Quais os principais pontos em comum entre as entidades da
Administra•‹o Indireta?
As autarquias, funda•›es pœblicas, empresas pœblicas e sociedades
de economia mista apresentam tr•s pontos em comum:
necessidade de lei espec’fica para serem criadas, personalidade
jur’dica pr—pria e patrim™nio pr—prio.
AlŽm disso, se submetem ao princ’pio da especializa•‹o (devem
ser institu’das para servir a uma finalidade espec’fica).
25)! Quais as principais diferen•as entre as entidades da
Administra•‹o Indireta?
Finalidade para as quais s‹o criadas: as autarquias s‹o
indicadas para o desempenho de atividades t’picas de Estado; as
funda•›es pœblicas, para o desempenho de atividades de utilidade
pœblica; e as empresas pœblicas e sociedades de economia mista,
para a explora•‹o de atividades econ™micas.
Natureza jur’dica das entidades: as autarquias s‹o pessoas
jur’dicas de direito pœblico; as empresas pœblicas e sociedades de
economia mista s‹o pessoas jur’dicas de direito privado; j‡ as
funda•›es podem ser tanto de direito pœblico quanto de direito
privado.
Cria•‹o e institui•‹o das entidades: nos termos do inciso XIX
do art. 37 da CF, a cria•‹o de autarquias (por serem pessoas de
direito pœblico) se d‡ mediante lei espec’fica, diferentemente do
que ocorre para as sociedades de economia mista e empresas
pœblicas (por serem pessoas de direito privado), que necessitam
de uma lei que autorize a sua institui•‹o, sen‹o vejamos:
XIX - somente por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia e
autorizada a institui•‹o de empresa pœblica, de sociedade de
economia mista e de funda•‹o, cabendo ˆ lei complementar,
neste œltimo caso, definir as ‡reas de sua atua•‹o;

Assim, enquanto que para as autarquias a lei espec’fica j‡ as


institui diretamente, para as sociedades de economia mista e
empresas pœblicas a lei espec’fica tem o papel de autorizar sua

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institui•‹o, devendo ainda outras provid•ncias serem tomadas


para a cria•‹o da personalidade jur’dica, notadamente o registro
no —rg‹o competente.
J‡ com rela•‹o ˆs funda•›es, se forem de direito pœblico, sua
cria•‹o e institui•‹o obedece ˆ mesma regra das autarquias (lei
espec’fica, somente); se forem de direito privado, ˆs mesmas
regras das sociedades de economia mista e empresas pœblicas (lei
espec’fica autorizadora + registro no —rg‹o competente).
Como na maioria das vezes as entidades a serem criadas
compor‹o a Administra•‹o Indireta do Poder Executivo, a lei
espec’fica de sua institui•‹o ou autoriza•‹o de sua institui•‹o ser‡
de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo, em raz‹o do
disposto na CF, art. 61, ¤1¼, inciso II, al’nea ÒeÓ:
¤ 1¼ S‹o de iniciativa privativa do Presidente da Repœblica as
leis que:
(...)
II - disponham sobre:
(...)
e) cria•‹o e extin•‹o de MinistŽrios e —rg‹os da
administra•‹o pœblica, observado o disposto no art. 84, VI;

Entretanto, se a entidade a ser criada ou extinta excepcionalmente


se vincular ao Poder Legislativo ou Judici‡rio, a iniciativa da lei
espec’fica ser‡ do respectivo chefe de Poder.
26)! Qual o conceito de autarquia?
Autarquia Ž pessoa jur’dica de direito pœblico, criada por lei,
com capacidade de autoadministra•‹o, para o desempenho de
servi•o pœblico descentralizado, mediante controle administrativo
exercido nos termos da lei (Di Pietro).
J‡ o Decreto-Lei 200/1967, em seu o art. 5¼, conceitua autarquia
nos seguintes termos:
I - Autarquia - o servi•o aut™nomo, criado por lei, com
personalidade jur’dica, patrim™nio e receita pr—prios, para
executar atividades t’picas da Administra•‹o Pœblica, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gest‹o
administrativa e financeira descentralizada.

27)! Como se d‡ a cria•‹o e a extin•‹o das autarquias?


A cria•‹o de autarquias depende apenas da edi•‹o de uma lei
espec’fica, consoante a CF, art. 37, inciso XIX:
XIX Ð somente por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia
e autorizada a institui•‹o de empresa pœblica, de sociedade

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de economia mista e de funda•‹o, cabendo ˆ lei


complementar, neste œltimo caso, definir as ‡reas de sua
atua•‹o;

A extin•‹o depende tambŽm apenas da edi•‹o de uma lei


espec’fica, em raz‹o do princ’pio da simetria das formas jur’dicas.
28)! Quando ocorre o in’cio da personalidade jur’dica das
autarquias?
A partir da entrada em vigor da lei espec’fica que cria a autarquia,
salvo se esta lei criar outras exig•ncias ou condi•›es. Assim, a
partir da entrada em vigor da lei espec’fica de cria•‹o, as
autarquias adquirem personalidade jur’dica pr—pria e tornam-se
capazes de contrair direitos e obriga•›es.
A lei de cria•‹o e extin•‹o das autarquias deve ser da iniciativa
privativa do chefe do Poder Executivo (CF, art. 61, ¤1¼, ÒeÓ).
Logicamente, se a entidade a ser criada ou extinta se vincular ao
Poder Legislativo ou Judici‡rio, a iniciativa da lei ser‡ do respectivo
chefe de Poder.
29)! Qual a natureza jur’dica das atividades desempenhadas
pelas autarquias?
Como regra, atividades pr—prias e t’picas de Estado, sem car‡ter
econ™mico.
30)! A que regime jur’dico se submetem as autarquias?
Ao regime jur’dico de direito pœblico, em raz‹o de possu’rem
personalidade de direito pœblico. As autarquias possuem as
prerrogativas e sujei•›es caracter’sticas do regime jur’dico-
administrativo, inerentes ˆs pessoas jur’dicas de direito pœblico de
natureza pol’tica (Uni‹o, Estados, DF e Munic’pios).
Em regra, os atos que praticam s‹o atos administrativos,
contando, portanto, com todos os seus atributos - presun•‹o de
legitimidade ou veracidade, imperatividade, exigibilidade ou
coercibilidade e autoexecutoriedade.
*regime de contrata•‹o
Ainda, as autarquias devem realizar licita•‹o pœblica para
realizarem suas contrata•›es, ressalvados os casos especificados
na legisla•‹o, consoante art. 37, inciso XXI da CF:
XXI - ressalvados os casos especificados na legisla•‹o, as
obras, servi•os, compras e aliena•›es ser‹o contratados
mediante processo de licita•‹o pœblica que assegure
igualdade de condi•›es a todos os concorrentes, com

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cl‡usulas que estabele•am obriga•›es de pagamento,


mantidas as condi•›es efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitir‡ as exig•ncias de qualifica•‹o
tŽcnica e econ™mica indispens‡veis ˆ garantia do
cumprimento das obriga•›es.

AlŽm disso, os contratos celebrados pelas autarquias tambŽm s‹o,


em regra, contratos administrativos (alguns poucos podem ser de
natureza eminentemente privada), sujeitos ao mesmo regime
jur’dico aplic‡vel aos contratos celebrados pelos —rg‹os da
administra•‹o direta.
31)! Quais as principais prerrogativas aplic‡veis ˆs autarquias?
a)! Prazos processuais em dobro, conforme art. 183, caput, do
C—digo de Processo Civil:
Art. 183. A Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal, os
Munic’pios e suas respectivas autarquias e funda•›es de
direito pœblico gozar‹o de prazo em dobro para todas as suas
manifesta•›es processuais, cuja contagem ter‡ in’cio a partir
da intima•‹o pessoal.

b)! Prescri•‹o quinquenal, pela qual as d’vidas e direitos em


favor de terceiros contra a autarquia prescrevem em cinco anos;
c)! Impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade de
seus bens;
d)! Regime de precat—rios para pagamento de d’vidas
decorrentes de condena•›es judiciais, conforme art. 100,
caput, da CF/88:
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Pœblicas
Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de
senten•a judici‡ria, far-se-‹o exclusivamente na ordem
cronol—gica de apresenta•‹o dos precat—rios e ˆ conta dos
crŽditos respectivos, proibida a designa•‹o de casos ou de
pessoas nas dota•›es or•ament‡rias e nos crŽditos adicionais
abertos para este fim

e)! Possibilidade de inscri•‹o de seus crŽditos em d’vida ativa e


a sua respectiva cobran•a por meio de execu•‹o fiscal (Lei
6.830/1980);
f)! Imunidade tribut‡ria sobre o patrim™nio, renda ou servi•os
vinculados a suas finalidades essenciais ou ˆs delas decorrentes,
consoante CF, art. 150, ¤2¼:
Art. 150. Sem preju’zo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, Ž vedado ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Munic’pios:
(...)

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VI - instituir impostos sobre:


a) patrim™nio, renda ou servi•os, uns dos outros;
(...)
¤ 2¼ A veda•‹o do inciso VI, "a", Ž extensiva ˆs autarquias e
ˆs funda•›es institu’das e mantidas pelo Poder Pœblico, no
que se refere ao patrim™nio, ˆ renda e aos servi•os,
vinculados a suas finalidades essenciais ou ˆs delas
decorrentes.

Pelo teor do dispositivo, esclarecemos que essa imunidade


tribut‡ria n‹o alcan•a os bens ou servi•os com destina•‹o diversa
das finalidades da autarquia, estando sujeitos, portanto, ˆ
incid•ncia de impostos;
g)! N‹o sujei•‹o ˆ fal•ncia, sendo o ente federado que a criou
subsidiariamente respons‡vel pela insolv•ncia da autarquia.
32)! Como podem ser classificadas as autarquias?
Quanto ˆ capacidade administrativa:
a) geogr‡fica ou territorial, que conta com capacidade
administrativa genŽrica (ex: Territ—rios Federais);
b) de servi•o ou institucional, que conta com capacidade
administrativa espec’fica, ou seja, limitada a determinado servi•o
que lhe Ž atribu’do por lei (ex: todas as demais autarquias).
Quanto ˆ estrutura:
a) fundacionais: corresponde ˆ figura da funda•‹o de direito
pœblico, ou seja, pessoa jur’dica dotada de patrim™nio vinculado a
um fim que ir‡ beneficiar pessoas indeterminadas, que n‹o a
integram como membros ou s—cios (exemplo: Hospital das
Cl’nicas, da Universidade de S‹o Paulo)
b) corporativas ou associativas: constitu’da por sujeitos unidos
(ainda que compulsoriamente) para a consecu•‹o de um fim de
interesse pœblico, mas que diz respeito aos pr—prios associados,
como ocorre com as entidades de fiscaliza•‹o do exerc’cio de
profiss›es regulamentadas (CREA, CFC, CONFEA etc.).
Quanto ao n’vel federativo: federais, estaduais, distritais e
municipais, conforme institu’das pela Uni‹o, pelos Estados, pelo
DF e pelos Munic’pios, respectivamente, n‹o sendo admiss’veis
autarquias interestaduais ou intermunicipais, ou seja, vinculadas
simultaneamente a mais de uma entidade pol’tica, em raz‹o de a
gest‹o associada de servi•os pœblicos dever ser promovida pela
celebra•‹o de conv•nios ou por meio de cons—rcios pœblicos, nos

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termos do art. 241 da CF:


Art. 241. A Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os
Munic’pios disciplinar‹o por meio de lei os cons—rcios
pœblicos e os conv•nios de coopera•‹o entre os entes
federados, autorizando a gest‹o associada de servi•os
pœblicos, bem como a transfer•ncia total ou parcial de
encargos, servi•os, pessoal e bens essenciais ˆ continuidade
dos servi•os transferidos.

33)! Qual o entendimento do STF com rela•‹o ˆ OAB? Ela integra


a administra•‹o indireta da Uni‹o?
O STF (ADI 3.026/DF) entende que a OAB Ž um servi•o
independente n‹o integrante da Administra•‹o Pœblica. Uma
entidade ’mpar, sui generis, que possui algumas caracter’sticas
t’picas de uma autarquia (personalidade jur’dica de direito pœblico,
desempenho de atividade t’pica de Estado - fiscaliza•‹o do
exerc’cio da advocacia, exercendo poder de pol’cia e poder
disciplinar) mas que n‹o se confunde com um conselho fiscalizador
de profiss‹o regulamentada.
34)! O que s‹o autarquias de regime especial?
S‹o autarquias dotadas de independ•ncia ainda maior que as
demais autarquias, em raz‹o de a lei ter-lhes conferido
prerrogativas espec’ficas e n‹o aplic‡veis ˆs autarquias em geral,
como, por exemplo, o mandato fixo e a estabilidade relativa de
seus dirigentes.
35)! Qual a natureza jur’dica do patrim™nio das autarquias?
S‹o bens pœblicos, de acordo com o art. 98 do C—digo Civil:
Art. 98. S‹o pœblicos os bens do dom’nio nacional
pertencentes ˆs pessoas jur’dicas de direito pœblico interno;
todos os outros s‹o particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem.

Por serem pœblicos, os bens das autarquias gozam das prote•›es


conferidas aos bens pœblicos em geral: impenhorabilidade,
imprescritibilidade, restri•›es ˆ aliena•‹o etc.
36)! O pessoal das autarquias sujeita ao regime estatut‡rio ou
ao contratual trabalhista?
O pessoal das autarquias se submete ao regime jur’dico œnico
aplic‡vel aos servidores da administra•‹o indireta, em raz‹o da
suspens‹o cautelar da efic‡cia do art. 39, caput, da CF, com
reda•‹o dada pela EC 19/98, por parte do STF (ADI 2135/DF), que
resultou no retorno da vig•ncia da reda•‹o original do dispositivo.

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37)! Como ocorre a nomea•‹o dos dirigentes das autarquias?


Os dirigentes das autarquias s‹o nomeados pelo chefe do Poder
Executivo, que detŽm tal compet•ncia por for•a do art. 84, inciso
XXV da CF, reproduzido a seguir:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica:
(...)
XXV - prover e extinguir os cargos pœblicos federais, na forma
da lei;

No caso de nomea•‹o para ocupa•‹o do cargo de Presidente ou


diretor do Banco Central do Brasil (lembrar que o BaCen Ž uma
autarquia), a CF exige prŽvia aprova•‹o do Senado Federal, por
voto secreto, ap—s argui•‹o pœblica (famosa ÒsabatinaÓ) do nome
escolhido pelo Presidente da Repœblica, conforme art. 52, inciso
III, al’nea ÒdÓ da CF:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
(...)
III - aprovar previamente, por voto secreto, ap—s argŸi•‹o
pœblica, a escolha de:
(...)
d) Presidente e diretores do banco central;
(...)
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

AlŽm disso, Ž poss’vel que a exig•ncia de aprova•‹o prŽvia do


futuro dirigente por parte do Senado decorra somente de lei, com
fundamento no art. 52, inciso III, al’nea ÒfÓ da CF, reproduzido
tambŽm acima. Isso ocorre, por exemplo, para a nomea•‹o dos
dirigentes das ag•ncias reguladoras.
No ‰mbito dos Estados, DF e Munic’pios, o STF j‡ pacificou o
entendimento, com fulcro no pr—prio art. 52, inciso III, al’nea ÒfÓ
da CF, de que n‹o padece de nenhum v’cio constitucional que
normas locais subordinem a nomea•‹o de dirigentes de autarquias
ou funda•›es pœblicas ˆ prŽvia aprova•‹o da Assembleia
Legislativa (ADI 2.225/SC).
38)! Qual o foro competente para o processamento e julgamento
das causas que envolvem autarquias?
No caso das autarquias federais, as causas judiciais devem ser
processadas e julgadas pela Justi•a Federal. No caso das estaduais
e municipais, na Justi•a Estadual.
Nos casos de lit’gios funcionais entre a autarquia e seu pessoal
regido pelo regime jur’dico œnico (servidores pœblicos), a causa
deve ser processada pela Justi•a Federal (se for autarquia federal)
ou pela Justi•a Estadual (se for autarquia estadual ou municipal).

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Se o lit’gio for entre a autarquia e seu pessoal regido pelo regime


trabalhista (empregados pœblicos), ser‡ processado e julgado pela
Justi•a do Trabalho (seja autarquia federal, estadual ou
municipal).
No caso em que a parte seja servidor pœblico estatut‡rio egresso
do regime trabalhista por conta da institui•‹o do regime jur’dico
œnico, a Justi•a do Trabalho ser‡ competente para processar e
julgar reclama•‹o relativa a vantagens trabalhistas anteriores ˆ
institui•‹o daquele regime, em raz‹o do previsto na sœmula 97 do
STJ:
Compete ˆ Justi•a do Trabalho processar e julgar reclama•‹o
de servidor pœblico relativamente a vantagens trabalhistas
anteriores ˆ institui•‹o do regime jur’dico œnico.

Por fim, nos casos em que a Anatel n‹o seja litisconsorte passiva
necess‡ria, assistente, nem opoente, compete ˆ Justi•a estadual
julgar causas entre consumidor e concession‡ria de servi•o
pœblico de telefonia (sœmula vinculante 27).
39)! Por que a doutrina costuma chamar os Territ—rios Federais
de Òautarquias territoriaisÓ?
Porque os Territ—rios Federais possuem personalidade jur’dica de
direito pœblico, assim como as autarquias.
PorŽm, os Territ—rios diferem das autarquias porque estas
possuem capacidade administrativa espec’fica, isto Ž, recebem da
lei compet•ncia para atuar numa ‡rea determinada
(princ’pio da especialidade); j‡ os Territ—rios possuem
capacidade administrativa genŽrica, ou seja, podem atuar em
diversas ‡reas para atender ˆs v‡rias necessidades da
coletividade.
40)! Qual o conceito de funda•‹o pœblica?
O art. 5¼, IV do Decreto-Lei 200/1967 conceitua funda•‹o pœblica
da seguinte forma:
Funda•‹o Pœblica - a entidade dotada de personalidade
jur’dica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em
virtude de autoriza•‹o legislativa, para o desenvolvimento de
atividades que n‹o exijam execu•‹o por —rg‹os ou entidades
de direito pœblico, com autonomia administrativa, patrim™nio
pr—prio gerido pelos respectivos —rg‹os de dire•‹o, e
funcionamento custeado por recursos da Uni‹o e de outras
fontes.

Para Maria Sylvia Di Pietro, funda•‹o institu’da pelo poder pœblico


Ž o Òpatrim™nio, total ou parcialmente pœblico, dotado de

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personalidade jur’dica, de direito pœblico ou privado, e destinado,


por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social,
com capacidade de autoadministra•‹o e mediante controle da
Administra•‹o Pœblica, nos termos da lei3Ó.
41)! Considere a seguinte assertiva: Òas funda•›es pœblicas, ao
contr‡rio das privadas, n‹o possuem finalidade lucrativaÓ.
Ela est‡ correta? Comente.
N‹o, ambas possuem certo objetivo social, sem finalidade
lucrativa.
42)! Considere a seguinte assertiva: Òas funda•›es pœblicas s‹o
criadas pelo Estado, a partir de patrim™nio pœblico,
enquanto as privadas s‹o criadas por uma pessoa privada,
a partir de patrim™nio privadoÓ. Ela est‡ correta? Comente.
Est‡ perfeita.
43)! ƒ poss’vel a institui•‹o, pelo poder pœblico, de funda•›es
pœblicas de direito pœblico? Explique.
Sim, consoante doutrina majorit‡ria e entendimento do STF (RE
101.126/RJ), embora essa possibilidade n‹o esteja expressa no
texto constitucional.
As funda•›es pœblicas de direito pœblico s‹o consideradas uma
modalidade de autarquia e por isso s‹o tambŽm denominadas de
Òfunda•›es aut‡rquicasÓ ou Òautarquias fundacionaisÓ.
44)! Qual diferen•a entre uma autarquia e uma funda•‹o
aut‡rquica?
A autarquia Ž um servi•o pœblico personificado, enquanto que a
funda•‹o aut‡rquica Ž um patrim™nio personalizado, destinado a
uma finalidade espec’fica, de interesse social.
45)! Como se d‡ a institui•‹o e a extin•‹o das funda•›es
pœblicas?
Funda•›es pœblicas de direito pœblico: institui•‹o mediante lei
espec’fica, iniciando sua personalidade com a entrada em vigor
dessa lei; extin•‹o tambŽm mediante lei.
Funda•›es pœblicas de direito privado: autorizada sua institui•‹o
por meio de lei, sendo necess‡rio ainda o registro do ato
constitutivo para a aquisi•‹o de personalidade jur’dica; extin•‹o
mediante autoriza•‹o legal.

3
Di Pietro, 2016, p. 542.

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46)! Qual o regime jur’dico aplic‡vel ˆs funda•›es pœblicas?


Funda•›es pœblicas de direito pœblico: regime jur’dico-
administrativo (o mesmo aplic‡vel ˆs autarquias). Prerrogativas e
caracter’sticas que merecem destaque:
¥! Prazo especial para contestar e recorrer;
¥! Duplo grau obrigat—rio de jurisdi•‹o;
¥! Regime de precat—rios para pagamento de d’vidas
decorrentes de condena•‹o judicial (CF, art. 100);
¥! Imunidade tribut‡ria rec’proca (CF, art. 150, inciso VI, al’nea
ÒaÓ e ¤ 2¼);
¥! Praticam atos administrativos;
¥! Celebram contratos administrativos, precedidos de licita•‹o.
Funda•›es pœblicas de direito privado: regime jur’dico h’brido, se
sujeitando em parte a normas de direito privado e, em outras, a
normas de direito pœblico. Prerrogativas e caracter’sticas que
merecem destaque:
¥! N‹o possuem prazo especial para contestar e recorrer;
¥! Suas lides n‹o est‹o sujeitas ao duplo grau obrigat—rio de
jurisdi•‹o;
¥! N‹o est‹o submetidos ao regime de precat—rios para
pagamento de d’vidas decorrentes de condena•‹o judicial
previsto na CF, art. 100;
¥! Contam, tambŽm, com a imunidade tribut‡ria rec’proca (CF,
art. 150, inciso VI, al’nea ÒaÓ e ¤ 2¼).
¥! Praticam, em regra, atos de direito privado;
¥! Celebram, tambŽm, contratos administrativos, precedidos de
licita•‹o.
47)! Qual a natureza dos bens do patrim™nio das funda•›es
pœblicas?
Funda•›es pœblicas de direito pœblico: bens pœblicos (contam,
portanto, com as prerrogativas a eles inerentes).
Funda•›es pœblicas de direito privado: bens privados. Entretanto,
os bens dessas entidades, quando empregados diretamente na
presta•‹o de servi•os pœblicos, podem se sujeitar a regras de
direito pœblico (ou seja, possuir prerrogativas dos bens pœblicos,
de forma equiparada).

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48)! Qual o regime de pessoal a que est‹o submetidas as


funda•›es pœblicas?
Funda•›es pœblicas de direito pœblico: regime jur’dico œnico, em
raz‹o da suspens‹o cautelar da nova reda•‹o do caput do art. 39
da CF.
Funda•›es pœblicas de direito privado: diverg•ncia doutrin‡ria Ð
parte entende que deve ser aplicado o regime trabalhista comum
(CLT), parte entende que deve ser aplicado o regime jur’dico
œnico. ƒ consenso, por outro lado, que as disposi•›es
constitucionais sobre pessoal da Administra•‹o Pœblica se aplicam
a essas entidades.
49)! Como se d‡ o controle do MinistŽrio Pœblico sobre as
funda•›es pœblicas?
Embora o c—digo civil imponha ao MinistŽrio Pœblico que vele 4
pelas funda•›es (privadas), h‡ diverg•ncia doutrin‡ria quanto a
necessidade do velamento das funda•›es pœblicas pelo parquet,
uma vez que o controle final’stico j‡ seria realizado via supervis‹o
ministerial.
Por sua vez, o STF j‡ proferiu entendimento no sentido de que o
MinistŽrio Pœblico Federal deve realizar o velamento das funda•›es
federais de direito pœblico (ADI 2.794). Nessa l—gica, cabe ao
MinistŽrio Pœblico o controle de todas as funda•›es, sejam
privadas ou pœblicas (tanto de direito pœblico, quanto de direito
privada), sendo competente para velar pelas funda•›es estaduais
e municipais o MP do estado-membro em que se encontrem, pelas
funda•›es distritais ou MPDFT e, pelas funda•›es federais
(independentemente da localiza•‹o), o MPF.
50)! Qual o foro judicial competente para dirimir lit’gios em que
seja parte uma funda•‹o pœblica?
Funda•›es pœblicas de direito pœblico: se for federal Ð Justi•a
Federal; se for estadual ou municipal Ð Justi•a Estadual (RE
215.741/SE).
Funda•›es pœblicas de direito privado: a doutrina entende que
sempre deve ser a Justi•a Estadual. J‡ a jurisprud•ncia entende
que as federais t•m foro na Justi•a Federal (STJ, CC 37.681/SC e
CC 16.397/RJ).
51)! Qual o conceito de empresa pœblica?
Pessoa jur’dica de direito privado, integrante da Administra•‹o
Indireta, criada por autoriza•‹o legal, sob qualquer forma jur’dica

4
Velar = realizar controle final’stico
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adequada a sua natureza, com a finalidade de executar atividades


de car‡ter econ™mico ou, em algumas situa•›es, servi•os
pœblicos5.
52)! Qual o conceito de sociedade de economia mista?
Pessoa jur’dica de direito privado, integrante da Administra•‹o
Indireta, criada por autoriza•‹o legal, sob a forma de sociedade
an™nima, com controle acion‡rio pertencente ao Poder Pœblico,
com a finalidade de executar atividades de car‡ter econ™mico ou,
em algumas situa•›es, servi•os pœblicos6.
53)! Como se d‡ a institui•‹o e a extin•‹o de empresas estatais?
A institui•‹o das estatais se d‡ por meio de autoriza•‹o legal e
posterior registro de comŽrcio. Do mesmo modo, a extin•‹o das
estatais depende de lei autorizadora.
54)! O que s‹o subsidi‡rias das empresas estatais?
Subsidi‡rias s‹o empresas controladas pelas estatais. Possuem
personalidade jur’dica pr—pria e sua cria•‹o depende tambŽm de
autoriza•‹o legislativa, conforme art. 37, inciso XX da CF:
XX - depende de autoriza•‹o legislativa, em cada caso, a
cria•‹o de subsidi‡rias das entidades mencionadas no inciso
anterior, assim como a participa•‹o de qualquer delas em
empresa privada;
Na verdade, em raz‹o da reda•‹o do dispositivo acima, tambŽm Ž
poss’vel que haja subsidi‡rias de autarquias e funda•›es (e n‹o
somente de empresas estatais).
55)! As subsidi‡rias fazem parte da Administra•‹o Pœblica?
N‹o (entendimento doutrin‡rio).
56)! A cria•‹o de subsidi‡rias de entidades da administra•‹o
indireta depende de autoriza•‹o em lei? E a participa•‹o de
tais entidades em empresas privadas? A autoriza•‹o
precisa se dar em cada caso? Qual o entendimento do STF
sobre o assunto?
Tanto a cria•‹o de subsidi‡rias, quanto a participa•‹o em
empresas privadas necessitam de autoriza•‹o legislativa,
conforme o inciso XX do art. 37 da CF:
XX - depende de autoriza•‹o legislativa, em cada caso, a
cria•‹o de subsidi‡rias das entidades mencionadas no inciso
anterior, assim como a participa•‹o de qualquer delas em
empresa privada;

Apesar do dispositivo falar em autoriza•‹o legislativa Òem cada

5
Carvalho Filho, 2016, p. 525.
6
Idem, ibidem.

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casoÓ, o STF j‡ proferiu entendimento de que ÒŽ dispens‡vel a


autoriza•‹o legislativa para a cria•‹o de empresas
subsidi‡rias, desde que haja previs‹o para esse fim na
pr—pria lei que instituiu a empresa de economia mista
matriz, tendo em vista que a lei criadora Ž a pr—pria medida
autorizadoraÓ (ADI 1.649/DF. No mesmo sentido, ADI 1.491
MC).
Ou seja, de acordo com o Supremo, a pr—pria lei instituidora da
entidade prim‡ria pode autorizar a cria•‹o de subsidi‡rias (no
plural mesmo) com a previs‹o do seu objeto de atua•‹o, n‹o
sendo necess‡ria uma autoriza•‹o legal espec’fica para cada
subsidi‡ria a ser criada.
==4bc89==

57)! Quais s‹o as atividades desenvolvidas pelas empresas


estatais?
Predominantemente, explora•‹o de atividades econ™micas. Nada
obstante, podem tambŽm prestar servi•os pœblicos.
A explora•‹o de atividade econ™mica por parte do Estado est‡
autorizada constitucionalmente nos seguintes termos:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constitui•‹o, a
explora•‹o direta de atividade econ™mica pelo Estado s— ser‡
permitida quando necess‡ria aos imperativos da seguran•a
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
Com base no dispositivo, verificamos que o Estado s— pode
explorar diretamente atividade econ™mica em algumas situa•›es
espec’ficas e excepcionais: quando estiver prevista na pr—pria CF,
quando for necess‡ria aos imperativos da seguran•a nacional ou a
relevante interesse coletivo.
Como caso de previs‹o constitucional de explora•‹o de atividade
econ™mica por parte do Estado, h‡ o ¤ 1¼ do art. 177 que autoriza
a Uni‹o a contratar com empresas estatais (alŽm das empresas
privadas) a realiza•‹o de algumas atividades sujeitas ao regime
constitucional de monop—lio, nos termos a seguir:
Art. 177. Constituem monop—lio da Uni‹o:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petr—leo e g‡s natural e
outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refina•‹o do petr—leo nacional ou estrangeiro;
III - a importa•‹o e exporta•‹o dos produtos e derivados
b‡sicos resultantes das atividades previstas nos incisos
anteriores;
IV - o transporte mar’timo do petr—leo bruto de origem
nacional ou de derivados b‡sicos de petr—leo produzidos no
Pa’s, bem assim o transporte, por meio de conduto, de
petr—leo bruto, seus derivados e g‡s natural de qualquer
origem;

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V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento,


a industrializa•‹o e o comŽrcio de minŽrios e minerais
nucleares e seus derivados, com exce•‹o dos radiois—topos
cuja produ•‹o, comercializa•‹o e utiliza•‹o poder‹o ser
autorizadas sob regime de permiss‹o, conforme as al’neas b e
c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constitui•‹o
Federal.
¤ 1¼ A Uni‹o poder‡ contratar com empresas estatais ou
privadas a realiza•‹o das atividades previstas nos incisos I a
IV deste artigo observadas as condi•›es estabelecidas em lei.
Por outro lado, a possibilidade de o Estado prestar servi•o pœblico
segundo princ’pios norteadores da atividade empresarial, visando
ao lucro, est‡ prevista constitucionalmente nos seguintes termos:
Art. 175. Incumbe ao Poder Pœblico, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concess‹o ou permiss‹o,
sempre atravŽs de licita•‹o, a presta•‹o de servi•os pœblicos.
Nessa œltima hip—tese, o Estado pode tambŽm delegar a
presta•‹o, por meio de concess‹o ou permiss‹o, sempre por meio
de licita•‹o.
Destacamos que somente podem ser prestados por estatais os
servi•os pœblicos pass’veis de delega•‹o para a iniciativa privada,
ou seja, devem ser exclu’dos aqueles servi•os pœblicos pr—prios de
Estado, que envolvam poder de impŽrio ou poder de pol’cia, como
seguran•a pœblica, justi•a e defesa da soberania nacional.
58)! Qual o regime jur’dico que est‹o submetidas as empresas
estatais? H‡ previs‹o de estatuto para disciplinar o
assunto?
As estatais possuem personalidade jur’dica de direito privado e
regime jur’dico h’brido.
Caso sejam exploradoras de atividade econ™mica, se submetem
precipuamente ao regime jur’dico de direito privado e pr—prio das
empresas privadas. Isso se d‡ porque o Estado, ao agir na
condi•‹o de empres‡rio, n‹o pode obter vantagens em detrimento
das empresas da iniciativa privada, para que n‹o haja um
desequil’brio no mercado em que atuam. Isso pode ser confirmado
pela regra contida no art. 173, ¤ 1¼, inciso II da CF:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constitui•‹o, a
explora•‹o direta de atividade econ™mica pelo Estado s— ser‡
permitida quando necess‡ria aos imperativos da seguran•a
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
¤ 1¼ A lei estabelecer‡ o estatuto jur’dico da empresa pœblica,
da sociedade de economia mista e de suas subsidi‡rias que
explorem atividade econ™mica de produ•‹o ou
comercializa•‹o de bens ou de presta•‹o de servi•os,
dispondo sobre:
I - sua fun•‹o social e formas de fiscaliza•‹o pelo Estado e

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pela sociedade;
II - a sujei•‹o ao regime jur’dico pr—prio das empresas
privadas, inclusive quanto aos direitos e obriga•›es civis,
comerciais, trabalhistas e tribut‡rios;
III - licita•‹o e contrata•‹o de obras, servi•os, compras e
aliena•›es, observados os princ’pios da administra•‹o
pœblica;
IV - a constitui•‹o e o funcionamento dos conselhos de
administra•‹o e fiscal, com a participa•‹o de acionistas
minorit‡rios;
V - os mandatos, a avalia•‹o de desempenho e a
responsabilidade dos administradores.
Apesar de tais previs›es, essas estatais tambŽm se sujeitam, em
menor escala, a algumas normas de direito pœblico, como as
seguintes regras constitucionais: necessidade de autoriza•‹o legal
para sua institui•‹o (art. 37, inciso XIX); sujei•‹o ao controle do
Tribunal de Contas (art. 71) e do Poder Legislativo (art. 49, inciso
X); exig•ncia de concurso pœblico para admiss‹o de seus
empregados (art. 37, inciso II) etc.
Por outro lado, caso sejam prestadoras de servi•o pœblico, as
estatais s‹o regidas predominantemente pelo direito pœblico
(regime jur’dico administrativo), em raz‹o da titularidade do
servi•o ser do Estado (ou seja, aqui n‹o h‡ livre iniciativa). Em
menor grau, essas estatais se sujeitam ao direito privado, atŽ
porque os servi•os pœblicos desempenhados pelas estatais s‹o
considerados uma espŽcie de atividade de natureza econ™mica.
ƒ importante notar que a CF prev•, em seu art. 173, ¤ 1¼, a
edi•‹o de um estatuto jur’dico das estatais (e suas subsidi‡rias)
que explorem atividade econ™mica. Esse estatuto foi recentemente
institu’do pela Lei 13.303/2016, que Òdisp›e sobre o estatuto
jur’dico da empresa pœblica, da sociedade de economia mista e de
suas subsidi‡rias, abrangendo toda e qualquer empresa pœblica e
sociedade de economia mista da Uni‹o, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Munic’pios que explore atividade econ™mica de
produ•‹o ou comercializa•‹o de bens ou de presta•‹o de servi•os,
ainda que a atividade econ™mica esteja sujeita ao regime de
monop—lio da Uni‹o ou seja de presta•‹o de servi•os pœblicosÓ
(art. 1¼).
Logo, Ž importante destacar que o estatuto previsto na Lei
13.303/2016 abrange tanto as estatais que explorem atividade
econ™mica, quanto as que prestem servi•o pœblico.
59)! Qual a natureza do patrim™nio das empresas estatais?
Os bens das estatais s‹o considerados bens privados (n‹o gozam
das prerrogativas inerentes aos bens pœblicos Ð

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impenhorabilidade, imprescritibilidade, alienabilidade condicionada


etc.).
Para a doutrina, especificamente no que diz respeito ˆs estatais
prestadoras de servi•os pœblicos, a parcela de seus bens que
estejam afetados diretamente ˆ presta•‹o dos servi•os, embora
permane•am sendo considerados bens privados, contam com
algumas prote•›es pr—prias dos bens pœblicos7.
60)! Qual a o regime de pessoal que est‹o submetidas as
empresas estatais?
Regime trabalhista comum (celetista, regido pela CLT), de
emprego pœblico, com v’nculo de natureza contratual, sem
previs‹o de estabilidade, embora seja necess‡ria a devida
motiva•‹o para eventuais atos de demiss‹o.
O ingresso nos quadros das estatais deve, todavia, deve se dar
por meio de concurso pœblico, em raz‹o de disposi•‹o expressa na
CF, art. 37, inciso II:
II - a investidura em cargo ou emprego pœblico depende de
aprova•‹o prŽvia em concurso pœblico de provas ou de provas
e t’tulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomea•›es para cargo em comiss‹o declarado em lei de livre
nomea•‹o e exonera•‹o;
Com rela•‹o aos dirigentes das estatais, quando n‹o oriundos do
quadro de pessoal da pr—pria entidade, n‹o s‹o classificados como
empregados pœblicos celetistas (a eles n‹o se aplicam as regras da
CLT) e tampouco ocupam cargos em comiss‹o no sentido previsto
no dispositivo supra Ð a rela•‹o dos dirigentes com a estatal Ž
regida pelo Direito Comercial.
ƒ importante mencionar que n‹o cabe ao Poder Legislativo aprovar
previamente o nome dos dirigentes das estatais como condi•‹o
para que o chefe do Executivo possa nome‡-los 8 - embora isso
seja leg’timo para a nomea•‹o de dirigentes de autarquias e
funda•›es.
Por œltimo, destacamos que Ž cab’vel mandado de seguran•a
contra ato dos dirigentes de estatais quando praticados na
qualidade de autoridade pœblica (como nas licita•›es e concursos
pœblicos), mas Ž incab’vel nos atos de mera gest‹o econ™mica.
Sobre o tema, Ž importante conhecer a sœmula 333 do STJ:
Cabe mandado de seguran•a contra ato praticado em licita•‹o

7
Inclusive nesse sentido o STF j‡ decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e TelŽgrafos, por ser empresa
pœblica que presta servi•o pœblico, possuem impenhor‡veis os bens diretamente afetos ao servi•o pœblico
prestado (RE 220.906).
8
ADI 1.642/MG.

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promovida por sociedade de economia mista ou empresa


pœblica.
Aprofundando um pouco a matŽria, lembramos que o
mandado de seguran•a Ž um remŽdio constitucional destinado ˆ
prote•‹o de direito l’quido e certo, n‹o amparado por habeas
corpus ou habeas datas, por meio da impugna•‹o de ato ilegal ou
abusivo praticado por autoridade pœblica ou agente de pessoa
jur’dica no exerc’cio de atribui•›es do Poder Pœblico, consoante
CF, art. 5¼, inciso LXIX:
LXIX - conceder-se-‡ mandado de seguran•a para proteger
direito l’quido e certo, n‹o amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o respons‡vel pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pœblica ou agente de pessoa jur’dica
no exerc’cio de atribui•›es do Poder Pœblico;
61)! Explique a quest‹o da fal•ncia e da execu•‹o das empresas
estatais.
O art. 2¼, inciso I da lei 11.101/2005 (que trata da fal•ncia e da
recupera•‹o judicial) expressamente exclui as estatais
(independentemente de seu campo de atribui•‹o) do processo
falimentar regido por tal diploma.
62)! Qual a forma jur’dica das empresas estatais?
Empresas pœblicas: qualquer configura•‹o admitida no direito.
Sociedades de Economia Mista: necessariamente sociedade
an™nima.
63)! Como Ž a composi•‹o do capital das empresas estatais?
Empresas pœblicas: capital totalmente pœblico, mesmo que de
entes federativos ou pessoas administrativas diferentes.
Sociedades de Economia Mista: capital pœblico e privado, de forma
conjugada. A maioria do capital votante (a•›es com direito a voto)
deve ser necessariamente pœblico, o que confere ˆ pessoa pol’tica
ou administrativa o poder de controlar a sociedade de economia
mista.
64)! Qual o foro judicial competente para dirimir lit’gios em que
seja parte uma empresa estatal?
Empresa pœblica federal: Justi•a Federal (CF, art. 109, inciso I);
Sociedade de economia mista federal: Justi•a Estadual 9 . Se a
Uni‹o intervier na causa como assistente ou opoente, o foro passa
a ser a Justi•a Federal10.

9
Sœmula STF 556: Ôƒ competente a Justi•a Comum para julgar as causas em que Ž parte sociedade de
economia mistaÓ.
10
Sœmula STF 517: ÒAs sociedades de economia mista s— t•m foro na Justi•a Federal, quando a Uni‹o
intervŽm como assistente ou opoenteÓ.

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Estatal estadual ou municipal: Justi•a Estadual;


A•›es judiciais sobre rela•›es trabalhistas envolvendo empregados
de estatais (de qualquer esfera governamental): Justi•a do
Trabalho.
65)! O que s‹o ag•ncias executivas?
ÒAg•ncia ExecutivaÓ Ž uma qualifica•‹o conferida pelo Poder
Pœblico a autarquias ou funda•›es pœblicas que firmem o contrato
de gest‹o previsto no art. 37, ¤ 8¼ da CF e possuam um plano
estratŽgico de reestrutura•‹o e de desenvolvimento institucional
em andamento consoante inciso I do art. 51 da Lei 9.649/1998.
Assim, uma ag•ncia executiva n‹o Ž uma nova entidade
administrativa.
Nos termos da CF, com a celebra•‹o do contrato de gest‹o, essas
entidades assumem o compromisso de cumprir determinadas
metas de desempenho e, por outro lado, possuem sua autonomia
gerencial, or•ament‡ria e financeira ampliada. Vejamos o teor do
dispositivo constitucional:
¤ 8¼ A autonomia gerencial, or•ament‡ria e financeira dos
—rg‹os e entidades da administra•‹o direta e indireta poder‡
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder pœblico, que tenha por objeto a
fixa•‹o de metas de desempenho para o —rg‹o ou entidade,
cabendo ˆ lei dispor sobre:
I - o prazo de dura•‹o do contrato;
II - os controles e critŽrios de avalia•‹o de desempenho,
direitos, obriga•›es e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remunera•‹o do pessoal.

Vejamos agora como a Lei 9.649/1998 regula o assunto:


Art. 51. O Poder Executivo poder‡ qualificar como Ag•ncia
Executiva a autarquia ou funda•‹o que tenha cumprido os
seguintes requisitos:
I - ter um plano estratŽgico de reestrutura•‹o e de
desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gest‹o com o respectivo
MinistŽrio supervisor.
¤ 1¼ A qualifica•‹o como Ag•ncia Executiva ser‡ feita em ato
do Presidente da Repœblica.
¤ 2¼ O Poder Executivo editar‡ medidas de organiza•‹o
administrativa espec’ficas para as Ag•ncias Executivas,
visando assegurar a sua autonomia de gest‹o, bem como a
disponibilidade de recursos or•ament‡rios e financeiros para
o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos

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de Gest‹o.
Art. 52. Os planos estratŽgicos de reestrutura•‹o e de
desenvolvimento institucional definir‹o diretrizes, pol’ticas e
medidas voltadas para a racionaliza•‹o de estruturas e do
quadro de servidores, a revis‹o dos processos de trabalho, o
desenvolvimento dos recursos humanos e o fortalecimento da
identidade institucional da Ag•ncia Executiva.
¤ 1¼ Os Contratos de Gest‹o das Ag•ncias Executivas ser‹o
celebrados com periodicidade m’nima de um ano e
estabelecer‹o os objetivos, metas e respectivos indicadores
de desempenho da entidade, bem como os recursos
necess‡rios e os critŽrios e instrumentos para a avalia•‹o do
seu cumprimento.
¤ 2¼ O Poder Executivo definir‡ os critŽrios e procedimentos
para a elabora•‹o e o acompanhamento dos Contratos de
Gest‹o e dos programas estratŽgicos de reestrutura•‹o e de
desenvolvimento institucional das Ag•ncias Executivas.

Destacamos que a qualifica•‹o como Òag•ncia executivaÓ Ž uma


faculdade (e n‹o uma obriga•‹o) do Poder Pœblico e Ž realizada
mediante ato do Presidente da Repœblica; o contrato de gest‹o Ž
firmado com o MinistŽrio Supervisor da autarquia ou funda•‹o
pœblica e possuir‡ periodicidade m’nima de um ano.
Por fim, vale apontar que as ag•ncias executivas podem ser
contratadas por licita•‹o dispens‡vel quando o valor estimado do
contrato seja de atŽ 20% do valor m‡ximo admitido para a
utiliza•‹o da modalidade convite, ou seja, o dobro do aplic‡vel
normalmente (10%), consoante art. 24, ¤ 1¼ da Lei 8.666/93:
Art. 23. As modalidades de licita•‹o a que se referem os
incisos I a III do artigo anterior ser‹o determinadas em
fun•‹o dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado
da contrata•‹o:
I - para obras e servi•os de engenharia:
a) convite - atŽ R$ 150.000,00 (cento e cinqŸenta mil reais);
(...)
II - para compras e servi•os n‹o referidos no inciso anterior:
a)! convite - atŽ R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
(...)
Art. 24. ƒ dispens‡vel a licita•‹o:
(...)
I - para obras e servi•os de engenharia de valor atŽ 10% (dez
por cento) do limite previsto na al’nea "a", do inciso I do
artigo anterior, desde que n‹o se refiram a parcelas de uma
mesma obra ou servi•o ou ainda para obras e servi•os da
mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas

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conjunta e concomitantemente;
II - para outros servi•os e compras de valor atŽ 10% (dez por
cento) do limite previsto na al’nea "a", do inciso II do artigo
anterior e para aliena•›es, nos casos previstos nesta Lei,
desde que n‹o se refiram a parcelas de um mesmo servi•o,
compra ou aliena•‹o de maior vulto que possa ser realizada
de uma s— vez;
(...)
¤ 1¼ Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
deste artigo ser‹o 20% (vinte por cento) para compras, obras
e servi•os contratados por cons—rcios pœblicos, sociedade de
economia mista, empresa pœblica e por autarquia ou funda•‹o
qualificadas, na forma da lei, como Ag•ncias Executivas.

66)! ƒ poss’vel a celebra•‹o do contrato de gest‹o previsto na


CF e —rg‹os da Administra•‹o Direta?
Sim, conforme reda•‹o do art. 37, ¤ 8¼da CF (dispositivo j‡
transcrito na resposta ˆ pergunta 65).
67)! O que s‹o ag•ncias reguladoras?
S‹o autarquias altamente especializadas que exercem fun•›es
de regula•‹o, controle e fiscaliza•‹o de atividades
econ™micas ou da presta•‹o de servi•os pœblicos delegados
a pessoas privadas.
Embora n‹o seja obrigat—rio, geralmente adotam o formato de
autarquia em regime especial, o que lhes confere maior autonomia
se comparadas ˆs demais autarquias.
Por serem autarquias, pertencem ˆ Adm. Indireta.
68)! Qual a natureza das atividades realizadas pelas ag•ncias
reguladoras?
Exercem fun•‹o t’pica de Estado, de natureza administrativa,
notadamente a regula•‹o (interven•‹o indireta) e o exerc’cio do
poder de pol’cia.
69)! As decis›es das ag•ncias reguladoras podem ser
reapreciadas pelo ministŽrio supervisor?
Excepcionalmente, sim, para a aprecia•‹o da legalidade da
decis‹o, ou quando a ag•ncia se distanciar da pol’tica de Governo
ou, ainda, quando se referir a atividade-meio da entidade Ð Ž o
chamado Òrecurso hier‡rquico impr—prioÓ.
70)! Quais as caracter’sticas do poder normativo das ag•ncias
reguladoras?
Os regulamentos de natureza estritamente tŽcnica expedidos pelas
ag•ncias reguladoras s‹o conhecidos como regulamentos

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delegados ou autorizados, porque podem complementar a lei, n‹o


se limitando apenas a dar fiel execu•‹o a ela. Mesmo assim, esses
regulamentos dependem de prŽvia autoriza•‹o legal para sua
edi•‹o, bem como n‹o podem criar obriga•›es novas, sem que
haja previs‹o em lei.
Essa possibilidade de se transferir do Poder Legislativo, mediante
autoriza•‹o legislativa, a fun•‹o normativa de determinadas
matŽrias espec’ficas para as ag•ncias reguladoras (ou outra sede
normativa), consiste no instituto da deslegaliza•‹o.
71)! Qual o regime adotado para a dire•‹o das Ag•ncias
Reguladoras: por —rg‹os singulares ou colegiados?
Em regime colegiado, conforme art. 4¼ da Lei 9.986/2000:
Art. 4¼ As Ag•ncias ser‹o dirigidas em regime de colegiado,
por um Conselho Diretor ou Diretoria composta por
Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente
ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente.

72)! Qual a rela•‹o entre a autonomia conferida ˆs ag•ncias


reguladoras e a teoria da captura? Que instrumentos
procuram assegurar essa autonomia?
Um dos objetivos da autonomia conferida ˆs ag•ncias reguladoras
Ž diminuir o risco de captura da ag•ncia pelo governo instituidor
ou pelos entes regulados, o que poderia comprometer a
independ•ncia da ag•ncia.
Alguns instrumentos para evitar o risco de captura:
a) estabelecimento de quarentena dos ex-dirigentes das ag•ncias
reguladora;
b) proibi•‹o da ocupa•‹o de cargo nos —rg‹os diretivos da ag•ncia
reguladora por parte de dirigente de empresa do setor regulado;
c) mandato fixo dos dirigentes da ag•ncia, s— havendo sua perda
no caso de renœncia, condena•‹o judicial transitada em julgado,
processo administrativo disciplinar ou em outros casos previstos
na lei de cria•‹o da ag•ncia.
Vejamos como esses instrumentos est‹o previstos na Lei
9.986/2000:
Art. 6¼ O mandato dos Conselheiros e dos Diretores ter‡ o
prazo fixado na lei de cria•‹o de cada Ag•ncia.
Par‡grafo œnico. Em caso de vac‰ncia no curso do mandato,
este ser‡ completado por sucessor investido na forma
prevista no art. 5¼.
Art. 7¼ A lei de cria•‹o de cada Ag•ncia dispor‡ sobre a forma
da n‹o-coincid•ncia de mandato.

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Art. 8¼ O ex-dirigente fica impedido para o exerc’cio de


atividades ou de prestar qualquer servi•o no setor regulado
pela respectiva ag•ncia, por um per’odo de quatro meses,
contados da exonera•‹o ou do tŽrmino do seu mandato.
¤ 1¼ Inclui-se no per’odo a que se refere o caput eventuais
per’odos de fŽrias n‹o gozadas.
¤ 2¼ Durante o impedimento, o ex-dirigente ficar‡ vinculado
ˆ ag•ncia, fazendo jus a remunera•‹o compensat—ria
equivalente ˆ do cargo de dire•‹o que exerceu e aos
benef’cios a ele inerentes.
¤ 3¼ Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente
exonerado a pedido, se este j‡ tiver cumprido pelo menos
seis meses do seu mandato.
¤ 4¼ Incorre na pr‡tica de crime de advocacia administrativa,
sujeitando-se ˆs penas da lei, o ex-dirigente que violar o
impedimento previsto neste artigo, sem preju’zo das demais
san•›es cab’veis, administrativas e civis.
¤ 5¼ Na hip—tese de o ex-dirigente ser servidor pœblico,
poder‡ ele optar pela aplica•‹o do disposto no ¤ 2¼, ou pelo
retorno ao desempenho das fun•›es de seu cargo efetivo ou
emprego pœblico, desde que n‹o haja conflito de interesse.
Art. 9¼ Os Conselheiros e os Diretores somente perder‹o o
mandato em caso de renœncia, de condena•‹o judicial
transitada em julgado ou de processo administrativo
disciplinar.
Par‡grafo œnico. A lei de cria•‹o da Ag•ncia poder‡ prever
outras condi•›es para a perda do mandato.

73)! Qual o procedimento de nomea•‹o dos dirigentes das


ag•ncias reguladoras?
O Presidente da Repœblica realiza a nomea•‹o do dirigente ap—s
este ter sido sabatinado pelo Senado Federal, conforme art. 5¼,
caput, da Lei 9.986/2000:
Art. 5¼ O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-
Presidente (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor
ou da Diretoria (CD II) ser‹o brasileiros, de reputa•‹o
ilibada, forma•‹o universit‡ria e elevado conceito no campo
de especialidade dos cargos para os quais ser‹o nomeados,
devendo ser escolhidos pelo Presidente da Repœblica e por ele
nomeados, ap—s aprova•‹o pelo Senado Federal, nos termos
da al’nea f do inciso III do art. 52 da Constitui•‹o

ƒ de se notar tambŽm que foram estabelecidos alguns requisitos


para a ocupa•‹o do cargo de dirigente: nacionalidade brasileira,
reputa•‹o ilibada, forma•‹o universit‡ria e elevado conceito no
campo de especialidade do cargo para o qual ser‡ nomeado.
AlŽm disso, Ž importante destacar que a exig•ncia de aprova•‹o

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pelo Senado Federal guarda conson‰ncia com a previs‹o


constitucional que confere compet•ncia privativa a essa Casa
Legislativa para aprovar o nome indicado pelo Presidente da
Repœblica, mediante voto secreto e ap—s ter sido realizada uma
argui•‹o pœblica. Isso tudo conforme a CF, art. 52, inciso III,
al’nea ÒfÓ:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
(...)
III - aprovar previamente, por voto secreto, ap—s argŸi•‹o
pœblica, a escolha de:
(...)
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

Aprofundando um pouco o tema, por fim, destacamos, que o


dispositivo constitucional supra abre margem para que outras leis
estabele•am a necessidade de prŽvia aprova•‹o do Senado
Federal para a escolha de titulares para a ocupa•‹o de outros
cargos.
74)! ƒ poss’vel a celebra•‹o de contrato de gest‹o entre uma
ag•ncia reguladora e o Poder Pœblico?
Sim. Nessa situa•‹o, a autonomia gerencial, or•ament‡ria e
financeira ser‡ ampliada, sendo estabelecidas as metas de
desempenho e aplic‡veis as disposi•›es previstas no art. 37, ¤ 8¼
da CF (dispositivo j‡ transcrito na resposta ˆ pergunta 65).
Inclusive, a ag•ncia reguladora pode ser qualificada como
ag•ncia executiva, caso preencha os requisitos legais.
75)! As ag•ncias reguladoras se submetem aos controles judicial
ou legislativo?
Sim, como em regra se sujeitam as demais entidades da
Administra•‹o Pœblica.
76)! ƒ poss’vel a desqualifica•‹o de uma ag•ncia reguladora?
N‹o, ao contr‡rio das ag•ncias executivas, que podem perder a
qualifica•‹o. ÒAg•ncia reguladoraÓ n‹o Ž uma qualifica•‹o formal,
portanto n‹o Ž existe a figura de desqualifica•‹o de ag•ncia
reguladora.

...
Grande abra•o e bons estudos!

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ÒS— olhe para tr‡s para ver qu‹o longe voc• chegou.Ó

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ANEXO I Ð LISTA DE QUESTÍES

1. (2017/TRE SP/TŽcnico Judici‡rio Ð Administrativo O controle


exercido pela Administra•‹o direta sobre a Administra•‹o indireta
denomina-se
(A) poder de tutela e permite a substitui•‹o de atos praticados pelos
entes que integram a Administra•‹o indireta que n‹o estejam
condizentes com o ordenamento jur’dico.
(B) poder de revis‹o dos atos, decorrente da an‡lise de mŽrito do
resultado, bem como em rela•‹o aos estatutos ou legisla•‹o que
criaram os entes que integram a Administra•‹o indireta.
(C) controle final’stico, pois a Administra•‹o direta constitui a inst‰ncia
final de aprecia•‹o, para fins de aprova•‹o ou homologa•‹o, dos atos e
recursos praticados e interpostos no ‰mbito da Administra•‹o indireta.
(D) poder de tutela, que n‹o pressup›e hierarquia, mas apenas controle
final’stico, que analisa a ader•ncia da atua•‹o dos entes que integram a
Administra•‹o indireta aos atos ou leis que os constitu’ram.
(E) poder de autotutela, tendo em vista que a Administra•‹o indireta
integra a Administra•‹o direta e, como tal, compreende a revis‹o dos
atos praticados pelos entes que a comp›em quando n‹o guardarem
fundamento com o escopo institucional previsto em seus atos
constitutivos.
2. (2015/TRF 3» Ð TŽcnico Judici‡rio Ð Administrativo). O Estado
de Minas Gerais, assim como os demais Estados-Membros e tambŽm os
Munic’pios, det•m compet•ncia legislativa pr—pria que n‹o decorre da
Uni‹o Federal, nem a ela se subordina, mas encontra seu fundamento
na pr—pria Constitui•‹o Federal. Trata-se da denominada
(A) descentraliza•‹o funcional.
(B) descentraliza•‹o administrativa.
(C) desconcentra•‹o.
(D) descentraliza•‹o pol’tica.
(E) descentraliza•‹o por colabora•‹o.
3. (2014/TJAP Ð TŽcnico Judici‡rio Ð Administrativo). As
autarquias, empresas pœblicas e sociedades de economia mista
s‹o entidades estatais. ƒ correto afirmar quanto a referidas
institui•›es que as
(A) autarquias e empresas pœblicas integram a Administra•‹o pœblica
direta, enquanto que as sociedades de economia mista, por possu’rem
personalidade de direito privado, integram a Administra•‹o pœblica

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indireta.
(B) empresas pœblicas det•m personalidade de direito pœblico e
integram a Administra•‹o pœblica indireta, as autarquias, da mesma
forma, det•m personalidade jur’dica de direito pœblico, mas integram a
administra•‹o pœblica direta.
(C) autarquias det•m personalidade jur’dica de direito pœblico,
enquanto as empresas pœblicas e sociedades de economia mista det•m
personalidade jur’dica de direito privado, integrando, todas elas, a
denominada Administra•‹o pœblica indireta.
(D) sociedades de economia mista prestadoras de servi•o pœblico
integram a Administra•‹o pœblica direta, enquanto as exploradoras de
atividade econ™mica integram a Administra•‹o pœblica indireta.
(E) autarquias, empresas pœblicas e sociedade de economia mista
det•m personalidade jur’dica de direito privado, raz‹o pela qual
integram a denominada Administra•‹o pœblica indireta.
4. (2017/TRE SP/Analista Judici‡rio Ð Administrativo) A
Administra•‹o pœblica, quando se organiza de forma
descentralizada, contempla a cria•‹o de pessoas jur’dicas, com
compet•ncias pr—prias, que desempenham fun•›es
originariamente de atribui•‹o da Administra•‹o direta. Essas
pessoas jur’dicas,
(A) ter‹o natureza jur’dica de direito privado quando se tratar de
empresas estatais, mas seus bens est‹o sujeitos a regime jur’dico de
direito pœblico, o que tambŽm se aplica no que concerne aos poderes da
Administra•‹o, que desempenham integralmente, especialmente poder
de pol’cia.
(B) quando constitu’das sob a forma de autarquias, podem ter natureza
jur’dica de direito pœblico ou privado, podendo prestar servi•os pœblicos
com os mesmos poderes e prerrogativas que a Administra•‹o direta.
(C) podem ter natureza jur’dica de direito privado ou pœblico, mas n‹o
est‹o habilitadas a desempenhar os poderes t’picos da Administra•‹o
direta.
(D) desempenham todos os poderes atribu’dos ˆ Administra•‹o direta,
ˆ exce•‹o do poder de pol’cia, em qualquer de suas vertentes, privativo
da Administra•‹o direta, por envolver limita•‹o de direitos individuais.
(E) quando constitu’das sob a forma de autarquias, possuem natureza
jur’dica de direito pœblico, podendo exercer poder de pol’cia na forma e
limites que lhe tiverem sido atribu’dos pela lei de cria•‹o.
5. (2014/TRT 16»/ANALISTA JUDICIçRIO - çREA
ADMINISTRATIVA). Considere a seguinte assertiva:
A C‰mara dos Deputados classifica-se, quanto ˆ posi•‹o estatal,
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como —rg‹o independente. Isto porque, dentre outras


caracter’sticas, n‹o possui qualquer subordina•‹o hier‡rquica
ou funcional, estando sujeita apenas a controle constitucional.
A assertiva em quest‹o est‡
(A) correta, pois trata-se de —rg‹o independente e aut™nomo,
express›es sin™nimas quanto ˆ classifica•‹o dos —rg‹os pœblicos.
(B) incorreta, pois n‹o se trata de —rg‹o independente e sim aut™nomo.
(C) correta, pois trata-se de —rg‹o independente, estando a
fundamenta•‹o tambŽm correta.
(D) incorreta, pois embora seja —rg‹o independente, ele est‡ sujeito ˆ
subordina•‹o hier‡rquica e funcional.
(E) incorreta, pois trata-se de —rg‹o aut™nomo e sujeito ˆ subordina•‹o
hier‡rquica e funcional.

GABARITO QUESTÍES OBJETIVAS


1.D 2.D 3.C
4.C 5.C

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Refer•ncias Bibliogr‡ficas

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constitui•‹o e o Supremo.


5. ed. Bras’lia: STF, Secretaria de Documenta•‹o, 2016.
CAROLINA, N‡dia. VALE, Ricardo. Direito Constitucional p/ AFRFB Ð
2017. EstratŽgia Concursos.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. rev., atual.
e ampl. S‹o Paulo: Saraiva, 2016.
MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 21. ed. S‹o Paulo: Atlas,
2007.
PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional
descomplicado. 16. ed. rev., atual. e ampl. Ð Rio de Janeiro: Forense;
S‹o Paulo: MƒTODO, 2017.

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