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1º Almirante da Espanha e criador da Armada Espanhola, Don Ramón de Bonifaz y Camargo,

conquistador de Sevilha em 1248 junto com outros Camargos, todos fidalgos Cavaleiros de
Santiago e o Rei D. Fernando (veja matéria completa em link próprio, neste mesmo blogue).

Esta crônica é obra de prospecção, reflexão e divulgação. Não tem autoria


acadêmica, mas de pesquisador cidadão. Não tem aspirações científicas, mas
cívicas. E não pretende defender nenhuma tese sobre o magno problema dos fatores
da formação do Brasil, nem tampouco retratar a história integral do País. Mas
sim, espelhar e dar a conhecer melhor nossa terra e nossa gente e a razão de
nossos antepassados bandeirantes terem recebido com justificado orgulho o título
de RAÇA DE GIGANTES!

OS CAMARGOS DE SÃO PAULO

A genealogia Camargo já havia sido descrita primitivamente pelo patriarca dos genealogistas paulistanos,
Pedro Taques de Almeida Paes Leme no século XVIII, porém perderam-se dois terços dos seus valiosos
manuscritos intitulados Nobiliarquia Paulistana, antes que pudessem ser publicados. Perda irreparável para
a nossa cultura! A tardia publicação da obra representou apenas o terço restante que não mais inclui o título
Camargo. Foi Pedro Taques de Almeida Paes Leme um patriota paulistano que morreu pobre, como a
maioria daqueles que queiram dedicar-se de corpo e alma à verdadeira cultura neste país. (Sua biografia foi
meticulosamente composta pelo genial historiador Afonso de Escragnole Taunay e publicada como
preâmbulo da edição Melhoramentos da sua obra histórica "A Capitania de São Vicente").
Mais de século após, entretanto, entre 1901-1905, seu parente Luiz Gonzaga da Silva Leme retoma a sua faina
linhagista e lança a Genealogia Paulistana em nove volumes, contendo todos os títulos familiares, inclusive o
desaparecido Camargo, omitindo porém as suas imprescindíveis biografias, que o autor justificou ter-lhe sido
impossível de realizar, dado o grande vulto do conjunto da obra!

Dr. Francisco de Assis


Carvalho Franco

Trinta e poucos anos depois, para nossa felicidade, levanta-se outro grande erudito em favor desta
tradicional família paulistana de origem hispânica, para conferir vida plena às antes simples sequências
genealógicas da obra retro referida. Foi o sensível e abnegado Dr. Francisco de Assis Carvalho Franco,
Diretor Geral de Polícia de São Paulo à época, que em 1936* e 1937 publicou a monografia “Os Camargos de
São Paulo”. Todos nós Camargos paulistanos lhe seremos eternamente gratos. É dessa obra que
transcrevemos a maior parte deste capítulo, acrescentando, entretanto, outros dados de Silva Leme e
atualizações contemporâneas, fruto de colaborações de vários grupos espanhóis de discussão genealógica.

Em seu livro citado e outros artigos de revistas especializadas do passado (mais abaixo), ele cita inúmeros
castiços genealogistas ibéricos: Mateo Escágedo Salmon, Hita, Bartolomé Frias de Albornoz, Alfonso
Guerra de Sandoval, Diogo de Soto y Aguilar, Alventós, D. Gonçalo Inácio Baraona, Basanta de La Riva,
além do mundialmente famoso García Carrafa e outro brasileiro, o Padre Roque Luiz de Macedo Paes
Leme, autor da Genealogia Brasiliense, obra contendo inúmeros gráficos genealógicos.
Cavaleiro D. Alffonso García de Camargo, Alcaide de Burgos em 1335.

(*In Biblioteca IGB - Instituto Genealógico Brasileiro N.º 6 – 1936 - Salvador de


Moya - idem Os Camargos de S. Paulo - Ed. Spes - S. Paulo - 1937 - Carvalho
Franco).

O Mesmo Escudo do Cavaleiro D. Alfonso García de Camargo acima, Alcaide de Burgos em


1335.
Blasonando: "De ouro, com seis besantes de prata carregados de veiros azuis, ondeados,
postos dois, dois e dois; bordadura de goles com dez castelos de ouro". Esta heráldica
comprova a ibericidade ancestral da família Camargo e de outras famílias hispânicas
cristãs~velhas vindas ao planalto piratiningano compor a "Raça de Gigantes"*
paulistana, no período de governo espanhol - 1580-1640 DC.

Heráldica: Besantes ou arroéis: seis, postos em pares, são símbolos de origem oriental, adotados pelos
cavaleiros participantes das Cruzadas à Terra Santa; Veiros de Prata (ondeados, dentro dos besantes);
representam a pele de uma pequena raposa azul siberiana, indicando alta hierarquia e rivalizando-se com o
arminho real, que é um pequeno animal branco, de pelo finíssimo; sua cor prata tem significado heráldico de
pureza, integridade, obediência, firmeza, vigilância, eloquência; a cor azul dos veiros significa retidão, justiça,
virtude, mecenato à cultura. O Ouro do escudo tem significado heráldico de nobreza, magnanimidade,
luz, riqueza, poder, constância e sabedoria. A Bordadura vermelha ao redor do escudo significa proteção,
favor e recompensa; a sua cor vermelha representa a sua cota de armas manchada do sangue do inimigo na
batalha. Os Castelos representam grandeza e poder empregados de forma invencível na defesa dos aliados e
amigos, contra os seus inimigos. O castelo era também o antigo símbolo da cidade litorânea de Santander,
origem remota de todos os Camargo de Espanha. Quem leva a cor ouro em seu escudo tem o dever
permanente de defender os pobres e os príncipes; e pela cor Prata, está obrigado a defender as donzelas e
amparar os órfãos; e o vermelho, ou goles, também de socorrer os injustiçados. A missão dos antigos
cavaleiros de bem julgar e governar neste mundo era grandiosa e com profundo significado, como se pode
facilmente deduzir do que foi até aqui enunciado: nobreza é assunto altamente espiritual!

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A Chegada de Jusepe Ortiz de Camargo ao Brasil

Este Brasão Camargo, da Vila de Castrogeriz da Província de Burgos, é idêntico ao da Casa de Santillana Del
Mar, Santander, presente no escudo e arreios da montaria de Alfón de Camargo, abaixo, do Armorial
Eqüestre da Cavalaria de Santiago, atualmente arquivado na Biblioteca Catedralícia de Burgos. Este é,
portanto, o brasão do ramo paulista dos Camargo, pois seu patriarca Jusepe Ortiz de Camargo era
justamente nascido naquela localidade, do mesmo ramo burgalês dos García de Camargo. Aqui chegou em
1583 na Armada de D. Diego Flores de Valdés, ainda segundo Carvalho Franco. Cremos que veio mesmo
nessa data de 1583*, pois em 1587 já comparece às sessões registradas nas Actas da Câmara S. Paulo,
contrapondo-se ao prestigiado Antonio de Proença. Casado com Leonor Domingues (cremos que nesta
mesma data), filha do fidalgo português Domingos Luiz da Carvoeira, Cavaleiro da Ordem de Cristo (e
empreiteiro na obra da igreja matriz e fundador do Convento da Luz) não teve dificuldades em ser incluído
no rol dos camaristas como almotacel, já que era seu genro. Posteriormente, seus futuros filhos também
iriam ocupar todos os honrosos cargos daquela república aristocrática: Fernão de Camargo, O Tigre, José
Ortiz de Camargo, Marcelino de Camargo, Francisco de Camargo, Jerônimo de Camargo e Ignácio de
Camargo.

*Esta data de 1583 se contrapõe a outra cronologia de casamento de seus pais em


1571, levantada por Ida Altman, da Univ. da Califórnia, que transcrevemos
integralmente mais abaixo na "adenda", pois assim ele teria vindo só e com apenas
11 anos, e casado com 14 anos!? Nos parece inverossímil.
Alfón de Camargo (embaixo, à direita) Armorial Equestre da Cavalaria de Santiago, portando
o escudo de Santillana acima descrito.

Origem da Família Camargo em Burgos e Santander e seus diversos brasões, dos diversos
ramos, conforme coligiu Carvalho Franco:

Assim começa o antigo genealogista hispânico-cantábrico Escágedo Salmon: “O apelido Camargo é


originário da Cantábria e ligado à região montanhosa de Burgos, no Norte da Espanha. Seu solar
primitivo ficava na povoação de Camargo, situada no vale do mesmo nome, na província de Santander”. O
vocábulo Camargo, cuja etimologia verificamos significar literalmente “terreno plano junto ao mar, cortado
por um rio”, ou “planície costeira, cortada por um rio”, vem de um antigo dialeto pré-romano, com raízes no
cântabro e no celta, difundido também no litoral mediterrânico do Sul da França*, onde existe
outro lugar com a mesma topografia e mesmo nome com sufixo afrancesado no gênero feminino “Camargue”
(Camarga). Este fato confundiu muitos estudiosos brasileiros do passado, levados a crer que "todos os
Camargo da Espanha se originassem de remota origem francesa" (hipótese que expus em vários grupos
genealógicos espanhóis e que foi veemente refutada pelos participantes, unânimes em afirmar que o que
houve foi uma coincidência linguística da raiz ancestral céltico-cantábrica). Um camargo (acidente
geográfico) no Mar do Norte hispânico e outra camarga no litoral Sul da França, no Mar Mediterrânico,
teriam alguma comunicação geográfica!? Pouco provável. Esta discrepância reforça ainda mais nossa
afirmação, já que não se pode imaginar que um povo do calmo e cálido litoral mediterrânico fosse se
deslocar através do oceano (ou por terra, atravessando os Montes Pireneus) até o agitado e frígido Mar do
Norte espanhol!? Não enxergamos ali nenhuma proximidade ou plausibilidade!

*A planície costeira ou Camarga de França


A Camargue no Mar Mediterrâneo, Sul da França

A Camarga (em francês: Camargue; Camarga em occitano provençal segundo a norma


clássica; Camargo segundo a norma mistraliana) é uma região natural do Sul da França. Se
localiza a oeste da Provença e ao Sul da cidade de Arles. Administrativamente, pertence aos
departamentos de Bouches-du-Rhône e Gard.

A Camarga estende-se entre os dois braços principais do delta do rio Ródano (o "Petit-Rhône" e
o "Grand-Rhône") e a costa mediterrânica. A sua área total é de cerca de 750 km2, chegando a
leste à planície de Crau, a oeste até Aigues-Mortes e ao Norte até Beaucaire.

Este território, formado por areias e cascalho, encontra-se salpicado de lagoas. Atualmente, é
terreno fértil, graças à construção de diques e equipamentos de rega. Há viticultura, cultivo de
frutas e de arroz. A pecuária é abundante, com criação de cavalos e rezes bravas, os famosos
"touros da Camarga".

A Camarga é uma zona úmida de importância internacional, com a maior população de flamingo
da Europa. Estas aves emigram no inverno para o Sul, e muitas passam a estação fria em
Marrocos, em importantes zonas úmidas como a foz do rio Moulouya, o Mar Chica ou o Parque
Nacional de Souss-Massa. Está catalogada como grand site national da França.

Referências ARDAGH, J. e JONES, C. França: Uma Civilização Essencial. Volume 2.


Tradução de Videlec, S. L. Madri. Edições Del Prado. 1997. p. 217. Wikipedia livre.
D. Juán de Camargo

Aproveito esta abordagem para desfazer outro notório equívoco de historiadores do passado, que não
possuíam as facilidades da Internet que hoje possuímos e que nos permitiu pesquisar em mais amplas e
variadas fontes. Disseram alguns, que os Camargo de São Paulo eram "de origem mourisca"... "oriundos de
Sevilha", da "moura Andaluzia", antigos boatos talvez provenientes dos mútuos xingamentos seiscentistas
durante a guerra civil entre Pires e Camargos (existe inclusive uma página na Internet acompanhando essa
suposta presunção "mourisca" desatualizada) e que o famoso Fernando de Camargo O Tigre, teria "pele
morena" (Ellis Jr.)... quanta fantasia! Nunca existiu nenhuma comprovação desse tipo físico naqueles
personagens coloniais, ao contrário, as iluminuras aqui apresentadas da Cavalaria da Ordem de Santiago (de
Burgos, região setentrional de onde vieram à Estremadura e de lá para a sulista Sevilha) apresentam uma
gente muito branca do Norte hispânico, antigo reduto Suevo dos louros e dólicos (ou godos) germânicos! No
caso específico de Jusepe, tronco paulistano, tanto ele quanto seus pais e avós eram da Vila de Castrogeriz, da
setentrional Província de Burgos na Cantábria. E possivelmente até mesmo o seu famoso bisavô, o Almirante
do Estreito de Magalhães Francisco Alfonso de Camargo (não "Affonso"), habitante da Estremadura, à
época.
Dona Isabel, A Católica - A Loura Rainha de Espanha
Rei D. Fernando e Rainha Isabel

Os Camargos burgaleses daquela época denotavam essa marcante genética ariana, talvez como fruto da
mescla com a antiga nobreza Goda germânica e somente vinham até a sulista Sevilha, para negociar ou viajar.
Ali também embarcavam nos seus navios às margens do Rio Guadalquivir, imigrando rumo às Américas.
Temos um translado* abaixo, de uma "cédula real", da Rainha Isabel da Espanha pertinente ao famoso 3º
navegador do Estreito de Magalhães e nosso 14º avô Almirante Francisco Alfonso de Camargo retro citado (e
não Alonso", como o chamam os chilenos) bisavô de Jusepe, autorizando-o a trazer da vizinha Viscaya para o
Rio Guadalquivir, em Sevilha, as quatro naus que seriam carregadas e despachadas rumo à sua infeliz
jornada ao Estreito de Magalhães em 1539. É mais provável que D. Francisco Alfonso viesse de Burgos para a
Estremadura, pois dessa região eram os seus ricos parentes financiadores da arriscada empreitada. À testa D.
Francisco de Camargo, titulado Conde da "Província de Nova Leão" da Patagônia e Estreito, recebidos em
herança por sua esposa, após o atentado coletivo sofrido pelo seu cunhado*, o donatário original, acusado de
fraude pelos seus convidados (decepcionados com aquele deserto gelado) que o mataram.

*Lopez de Gomara, cronista espanhol, resume a sombria aventura de Alcaçovas


em duas linhas tranquilas: "Não soube levar nem se valer da sua gente; e assim o
mataram a punhaladas, dez ou doze dos seus, no cabo de São Domingos, que fica
pouco antes de chegar ao Estreito de Magalhães." Mataram o fidalgo portugues,
cavaleiro contino e gentil-homem "da boca" do Imperador Carlos V, sob acusação
de que "prometera mais do que podia cumprir" e que a todos "enganara com uma
fantasiosa miragem". Demasiado foi, portanto, o seu castigo. Aparentado pelos
laços de casamento com este D. Simão de Alcaçovas e Sotomaior, D. Francisco de
Camargo, natural e residente em Placencia, com a influencia do bispo dessa
cidade, seu irmão D. Guterrez de Carvajal, teve como herança essas mesmas terras
do extremo austral gelado americano.

Seu sócio e financiador foi o seu próprio irmão, o famoso arquiteto e Bispo de Placência, Dom Guterrez de
Carvajal, todos naturais daquela região estremenha (linhagem descrita mais abaixo).

*Transcrição literal da Cédula Real de Dona Izabel, A Católica, Rainha de Espanha:

"Real Cédula de la reina ordenando al corregidor de Vizcaya que deje salir la


armada de Francisco de Camargo para Sevilla, donde se abastecerá para ir a la
conquista y población de la provincia del Estrecho en Indias, conforme ha
capitulado, no obstante la orden general de que no se hagan a la mar barcos sin
escolta, expidiéndose a petición del obispo de Plasencia*, hermano del
interesado".[c] 1538-05-03. Valladolid, Archivo de Índias, pela AER on-line.

*Bispo Guterrez de Carvajal, nas linhagens de Plasência. Esta esquadra de quatro


navios foi capitaneada pelo Almirante D. Francisco Alfonso de Camargo, desde a
setentrional Viscaya do país Basco até a sulista Sevilha. De Sevilha zarpou pelo rio
Guadalquivir até o cabo de San Lucar de Barramedas, de onde partiu
capitaneando duas delas para o perigoso e traiçoeiro mar do Estreito de
Magalhães, açoitado por gigantescas marés de até dez metros de altura! Somente a
sua nau capitânia atravessou até o Oceano Pacífico; duas naufragaram e a última
retornou ao porto de origem, após 2 anos vagando perdida pelos mares!).

Quanto ao seu bisneto e nosso tronco paulistano Jusepe Ortiz de Camargo, com certeza "veio de Castrogeriz,
Burgos", como afirmou ainda o nosso outro antigo genealogista Padre Roque Luiz de Macedo Paes Leme, em
sua "Nobiliarquia Brasiliense", um dos poucos privilegiados que tiveram acesso direto aos desaparecidos
originais manuscritos de Pedro Taques e deles extraiu essa naturalidade burgalesa de Jusepe "sem
demonstrar nenhuma sombra de dúvida", como frisa ainda o nosso gentil biógrafo Carvalho Franco, em
outro artigo* dedicado à esta família.

*In Revista de Estudos Genealógicos e Heráldicos nº 1, pg. 12 - As Origens dos


Camargos de São Paulo - (esta coleção completa também incorpora nosso banco
de dados disponibilizado para pesquisadores e autores interessados na aquisição -
com custos).

Continuando: “... dali a família Camargo expandiu os seus ramos desde o final do século XII para outras
localidades da Espanha, países europeus, e finalmente, por toda a América! Assim, os Camargo foram das
"primeiras linhagens fidalgas ibéricas” a firmar sua [marca] antecedendo o surgimento da própria ciência
heráldica, gerando assim grandes dignitários, tanto eclesiásticos quanto seculares! Afirmando a sua nobreza
e ancestralidade, encontram-se os seus brasões descritos em velhos códices nobiliárquicos e esculpidos em
vários monumentos, alguns dos quais remontando ao século XIV; mas são na realidade, muito mais antigos
(apresentamos mais abaixo um exemplar de 1227, data da retomada de Baeza, resgatado de biblioteca
particular, com os tradicionais cinco caldeiros negros da estremadura e oito aspas de ouro na bordadura,
estas substituindo os tradicionais castelos).
Brasão dos Camango, nada a ver!

Durante muito tempo foi comum também se confundir o brasão dos Camango, com o dos Camargo, um
escudo negro com três ouriços prateados, em triângulo: mas aquele definitivamente não é o brasão Camargo,
sendo que já tivemos aqui a oportunidade de apreciar os verdadeiros, com seus caldeiros negros ou besantes
de prata e continuaremos estudando os demais a seguir. Carvalho Franco cita ainda Escágedo Salmón, que
acrescenta outras modalidades observadas em vários manuscritos da Biblioteca Nacional de Madri, cada qual
conferindo-lhes armas com peças diferentes, mas recorrendo todas neste tríplice padrão: 1-arroéis veirados
(Burgos), 2-bocais de poços (Santander) e 3-caldeiros negros (Estremadura).
"

Este é o brasão mais ancestral que se conhece desta família, originário da cidade de Camargo,
no vale e planície costeira do mesmo nome, da província de Santander, no litoral Norte da
Espanha.

“Noutras variedades de armas, o também antigo autor Hita as descreve assim: “de ouro, com seis arruelas
de prata cheias de veiros azuis (ondeados); bordadura de vermelho com três castelos de ouro”. Outro autor,
Bartolomé Frias de Albornoz, cita do mesmo marquesado: “de ouro, com seis arruelas de prata cheias de
veiros azuis, bordadura de vermelho com doze estrelas de ouro”. Outro ainda, Alfonso Guerra de Sandoval
as desenha assim: “de ouro, com seis arruelas de azul e em cada uma, duas faixas de veiros de prata;
bordadura de vermelho, com castelos de ouro sem conta”. Outro ainda, Diego de Soto y Aguilar afirma ser
“um escudo de prata, com cinco bocais de poço de vermelho”.

Mas o mais famoso dos heraldistas, o internacional Arturo García Carrafa condensou todas as variantes da
seguinte forma tríplice retro referida: 1- O solar do Vale de Camargo usava: de Ouro com quatro bocais de
poço de negro e bordadura de vermelho com oito castelos de ouro. 2- O ramo da Estremadura usava: de ouro
com cinco caldeiros de negro postos em Sautor; bordadura de vermelho com oito castelos de ouro. 3- A casa
de Santillana Del Mar usava: de ouro, com seis arruelas ornada (recheada) de veiros (ondeados,
arredondados) de azul e prata; bordadura de goles (vermelho) carregada com dez castelos de ouro. No listel
do brasão de armas ancestral dos Camargo, de 30/11/1227 (Retomada de Baeza, no dia de Santo André), se lê
o lema: "Veritas Victrix" ou Verdade Vencedora - que é Jesus Cristo, não deixando nenhumas dúvidas quanto
às suas origens fidalgas e cristãs-velhas de longa data!

Alto-relevo em Ouro e Prata sobre painel de madeira, obra do talentoso heraldista alemão Herbert Göherer
radicado no Brasil nas décadas de sessenta e setenta e membro do antigo IGB de Salvador de Moya. Blasonando:
“De ouro com cinco caldeiros de negro postos em Sautor; bordadura de goles, carregada com oito aspas de
ouro”. Lema Latino do Listel: VERITAS VICTRIX ou Verdade Vencedora - Que é Cristo: "Eu Sou O Caminho, e
A Verdade, e A vida" João 14-6 - "Eu Venci o Mundo" João 16:33.

Acima: Este é um antigo Escudo de um cavaleiro Camargo, enobrecido pelas peças honrosas das “Aspas” ou
Cruz de Santander em forma de X na bordadura vermelha, comemorativa da retomada aos mouros da cidade
de Baeza, Espanha, em 30/11/1227, dia de Santo André, exclusiva dos trezentos campeões participantes
daquela batalha.

(Nota: O posicionamento dos caldeiros negros em sautor ou aspa (X), já antecipam


a antroponímia Santanderiana do mártir padroeiro na família Camargo. Os
caldeiros em sautor são também as mesmas armas conservadas no escudo dos
Camargos de Plasência, Estremadura. Talvez seja essa a forma original que
recebeu posteriormente o acréscimo das aspas na bordadura do escudo. O escudo
fica, portanto, duplamente estigmatizado pelo mesmo signo da cruz em X ou
Sautor - [Crux Decussata, Cruz de Borgonha], significando humildade, dor e
sofrimento. O caráter cristão-velho do cavaleiro acima fica ainda mais reforçado
pela cruz latina de ouro ostentada em seu pescoço.

*A nobreza cristã assumiu o conceito e o juramento de dez pontos da antiga


Cavalaria medieval, que se resumem nestes três: 1) Servir a Deus; 2) Servir à
pátria; 3) Servir aos mais fracos; (daí o termo [cavalheirismo], pouco em voga na
atual vulgaridade "democrática" da revolução "francesa", que emporcalhou o
Brasil.

A Retomada de Sevilha

Outro colaborador de grupo de genealogia espanhol nos escreveu: “De los Camargo diré que no se debe
olvidar a quien reconquistó Sevilla en 1248 que también era del linaje: Ramón Bonifaz y CAMARGO”. (A
mãe dele era Camargo).
(Veja artigo completo em nosso outro link dedicado D. Ramón de Bonifaz y Camargo
Libertador de Sevilha neste mesmo blogue).

Os Camargo de Plasência, Estremadura

Existe no claustro da catedral de Plasência, Cáceres, Estremadura, gravado na sepultura de D. Diego Ruiz de
Camargo, um escudo com cinco caldeiros e oito aspas (cruz em X de Santander) em lugar de castelos, armas
privativas dos cavaleiros que tomaram parte da retomada de Baeza em 31/11/1227, mais antigo, portanto.
(Mas acreditamos que o escudo Camargo seja ainda muito mais antigo, remontando ao período godo ou
anterior). Ele está também gravado no alto da porta do mosteiro de Santa Clara, na mesma cidade, figurando
como armas de D. Alffonso Ruiz de Camargo, fundador do dito mosteiro e irmão de D. Diego, que morreu em
1477.
Portal da Catedral de Santa Clara, na cidade de Plasência, Estremadura, Espanha, antigo
mosteiro fundado por D. Afonso Ruiz de Camargo, ostentando o antigo escudo com os cinco
caldeiros negros originais, acrescido de outro três em chefe, e mais dois na ponta do escudo,
totalizando dez mais oito aspas da retomada de Baeza em 1227. Esse acréscimo de + cinco
caldeiros talvez fosse um upgrade de novos ramos familiares de bandeirantes potentados,
pois cada caldeiro representa um Barão ou Marquês, capazes de abandeirar e alimentar
exércitos de defesa territorial. Eram chamados de "ricos-homens de pendão e caldeira" (o
pendão é aquela pequena flâmula emblemática na ponta da lança, significando autoridade de
abandeiramento - figura do cavaleiro D. Alfonso de Camargo no alto da página).
Os Camargos nas Américas

“Entre os Camargo existiram muitos guerreiros de renome e altos dignitários da administração real – mas
onde mais se destacaram foi na conquista do solo americano: Foi um Camargo companheiro de Alfonso
Álvares Piñeda, que perece na conquista de Panuco, no México; outro Camargo governador da Jamaica
que deixou uma história da Traxcala; outro acolá, alcaide da fortaleza de Vilcabamba resistindo aos Incas
rebeldes; outro companheiro de jornada de Cabeça de Vaca, que morre assassinado por Domingos
Martinez de Irala".

Este ramo Ruiz de Camargo da Estremadura teria vindo de Bureba, outra vila da Província de Burgos, com
Gonçalo Ruiz de Camargo. Na mesma província permaneceu a raiz deste galho, com Francisco Ruiz de
Camargo morador de Roa, que no século XVI (1546) fazia constar a sentença de suas armas: “ de ouro, com
seis arruelas postas duas, duas e duas e formadas por duas faixas de veiros azuis e prata (ondeados);
bordadura de vermelho carregada com dez castelos de ouro, com redondel de azul no centro, postos três
em chefe, seis nos flancos e um em ponta”.
Camargos da Casa de Ágreda, Sória.

Esta é outra antiga linhagem de fidalgos e nobres titulados que nos oferece o antigo historiador dos solares
montanheses setentrionais da Ibéria espanhola, Mateo Escagedo Salmón, que cita em sua obra "Solares
Montañeses", a "Casa de Camargo em Ágreda, Sória, originária do Vale de Camargo", de autor original
mais antigo ainda, Alventós, em sua "História do Colégio Velho de São Bartolomé de Salamanca", pg. 106.
Ali está assinalada esta interessante linhagem de D. Juan de Camargo y Angulo:

N.o 1) Don Blasco de Camargo, o primeiro que se estabeleceu em Ágreda proveniente do Vale de Camargo
(Santander), c. c/ com Dona Catalina Aceves. Tiveram o filho:

N° 2) Don Juan Gutiérrez de Camargo c. c/ com Dona Maria de Barrionuevo, teve o filho:

N° 3) Don Blas Gutierrez de Camargo c. c/ com Dona Catalina Malo.

N° 4) Don Juan Gutiérrez de Camargo, c. c/ Dona Maria González Del Río, teve o filho:

N° 5) Don Juan Gutiérrez de Camargo, c. c/ Dona Catalina Malo (homónima?) teve o filho:

N° 6) Don Gil Gutiérrez de Camargo, c. c/ Dona Isabel de Fuente Mayor, teve:

N° 7) Don Jerónimo de Camargo, Ouvidor de Valadolid, c. c/ Dona Francisca Castejón, e teve o filho:
ascendência do colegial* D. Juán de Camargo y Ângulo (N° 10):

N° 8) Don Miguel de Camargo, Comendador da Ordem de Santiago, c. c/ Dona Juliana Pasquier, teve:

N° 9) Don José Antonio de Camargo y Pasquier, Conde de Vilarrea, Barão de Castejar, n. em Ágreda, c. c/
dona Maria Teresa Ângulo y Rada, n. em Cervera, teve o filho:

N° 10) Don Juan de Camargo y Angulo, colegial mor de S. Bartolomé de Salamanca, tendo ingressado em 10
de Fevereiro de 1685; Bispo de Pamplona, Comissário Geral da Cruzada, Supervisor-Geral da Inquisição,
Conselheiro de Estado; morreu em Madrid em 24 de Maio de 1733. Foi irmão de Dom José Agustín de
Camargo, Colegial mor de S. Bartolomé, Presidente da Chancelaria de Valadolid, dos Conselhos de Castela,
em quem teve continuidade esta interessante linhagem.
Garci de Camargo, Armorial da Cavalaria de Santiago acima, à esquerda, cabelos ruivos, seria
herança genética goda?

Ainda desta casa de Camargo em Ágreda, foram os Cavaleiros de Santiago Don Alonso de Camargo y
Castejón, que descendia também da casa de Castejón em Muriedas; Don Juan Miguel de Camargo y Castejón,
Don Luis de Camargo y González de Legarda, Don Isidoro de Camargo y de Guzmán de La Paz, colegial * mor
do Arcebispado de Salamanca, do Conselho de S.M.; Alcaide de Casa e Corte do Conselho Geral das Ordens.
Don José de Camargo Pasquier, Don Francisco de Camargo y Paz, do Conselho de S.M. em Castela e Índias,
Superintendente Geral da Justiça Militar em Flandres. Don Juan Bautista Vandehen, Comissário Geral de
Cavalaria no Estado de Flandres (hoje Bélgica). Da Ordem de Calatrava: Don Antonio Benedicto, Don
Francisco Cayetano e Don Ignacio Manuel Camargo y Benavides de Abalos y de Quessada.

*Um colegial era um estudante de quem se exigia, para ingressar num colégio, uma
demonstração de limpeza de sangue ou fidalguia, pelo quê tinham de creditar
extensa documentação genealógica demonstrativa de tal fidalguia, como a retro
apresentada. Estas documentações frequentemente ainda se conservam em
arquivos oficiais, em muitos casos.

Os Camargo da Espanha
"Os Camargo mais antigos são originários do Vale de Camargo, na Baía de Santander, Cantábria, mas
estavam estabelecidos em Burgos, Castrogeriz, Roa, Bureba desde pelo menos o século XIV, pois o Cavaleiro
Alffonso García de Camargo (figura do topo) já estava estabelecido em Burgos em 1335. No Armorial
Equestre da Confraria de Santiago de Burgos, um dos mais antigos e bem conservados do mundo, são
retratados sete cavaleiros Camargo com seus cavalos, arreios e escudos heráldicos".

Horto Del Rey - Residência de Nobres

Na primeira lista de cavaleiros, que viveram até 1340, constam vários Camargo, que viviam no
burgo ou "Cal", chamado "Horto del Rey", residência de nobres. São os seguintes: Pero García de Camargo*
prefeito; Alfón García, seu irmão; Ferrant García, filho de Ferrán García de Camargo; Iohan García, filho de
García Pérez de Camargo; Iohan Ruiz de Camargo; Pero García de Camargo, "el mozo"; Alffón García de
Camargo, "el mozo".

D. Juán de Camargo*, Cavaleiro de Santiago


(*note-se a provável influência Goda em Juán, pelos seus longos e louros cabelos
presos em "rabo-de-cavalo"; acima, à esquerda).

A nossa colega Emma investigadora da Espanha, nos informou: “A oligarquia urbana de Burgos foi
diferente** do resto da Espanha. Foi formada de mercadores ricos e altos burgueses, no mesmo estilo
holandês e Inglês (com quem mantinham estreito relacionamento de negócios). Essa oligarquia urbana
possuía terras fora da cidade e na lista constam vários Camargo”:

- Pedro Fernández de Camargo, propriedades em 1.396, 1.400 em Villalbilla.

- Juan García de Camargo, em Burgos e Cayuela em 1.402, e em Burgos em 1.426 e 1.431.

- Juan González de Camargo Proprietário em Arcos em 1.413

- Alfonso García de Camargo propriedades en Albillos em 1.478

- Juan de Camargo** proprietário em Atapuerca 1.512 “.

Colaboração da colega genealogista da Espanha Maria Emma Escobar Uribe.


(Muchas gracias, Emma, Diós le Bendiga!).

**O último da lista, Juán de Camargo, comparece como beneficiário no testamento do seu cunhado Francisco
de La Maça (encontrado num arquivo morto de Bruges, recentemente revelado), a qual reproduzimos abaixo,
numa constatação do alto nível de espiritualidade cristã desses nobres, o quê demonstra a superioridade da
nobreza sobre os políticos "democráticos" e ateus vulgares da atualidade. Que falta nos faz a nobreza! País
que se preza tem Deus, Rei, Nobreza!
Flandres, Bugres - Atual Bélgica

Resumo do Testamento de Francisco de la Maça natural de Caraza 1517-1560 em


Bruges, Flandres, atual Bélgica, genro de Juan de Camargo, último da relação
acima:

"En el nombre de la santísima Trinidad padre e hijo y espiritu santo, un solo Dios
verdadero.... yo Françisco dela Maça fijo lejitimo (diz que são os seus últimos
desejos testamentários)...(recomenda que seus parentes afins Camargo sejam
enterrados com a mesma honra da sua família na capela que mandou construir)
" ...ansi mismo quiero y mando que mi cuerpo y el de mi muger sean trasladados y
llevados y enterrados en la dicha capilla de la dicha yglesia que yo mando hazer y
lo que arriba digo del enterramiento de mis parientes quiero se entienda ansi
mesmo de los parientes de mi muger que sea en gloria ni mas ni menos y en el
mesmo grado de los mios... "

"... digo y quiero que despues de cumplido ste mi testamento y todo lo que nest se
contiene muy por entero sin faltar nada suceda en todos mis bienes y mayorazgo
(primogenitura, morgadio) ansi muebles como rrcazes abidos y por haber como
quiera que ami por derecho pertenecieran a mi hija legitima y de mi mujer que
mio Señor perdone Barbara de Camargo (sua falecida esposa) que se llama Juana
de la Maça (a filha) ala qual instituyo y ago heredera unibersal de mi mayorazgo
(morgadio) de las Casas dela Maça y Hontaño y de todos los demas mis bienes para
que los possea...

...asta que la dicha mi fija (filha) sea de competente hedad y si acontesiese quela
dicha señora mi madre muriere antes que la dicha mi hija tenga tal hedad digo y es
mi boluntad que la tenga y crie en su poder la señora mi hermana (em Cristo) y
cuñada Josina de Camargo...

...Antes de firmar el dicho testamento mando y quiero se den al Señor Maestre


Arnut mi tio treinta libras de gruesos y a la Señora Josina de Camargo mi cuñada y
hermana otras treinta libras de gruesos y a Luís de Camargo y a [Juan de
Camargo] mis hermano (em Cristo) y cuñados a cada uno beinte libras de
gruesos...”

(O testador Francisco de la Maça (ou Mazza) foi pai de Juana de la Maça que posteriormente se casou com...
Fulano Van Medereke. Francisco era c. c/ Bárbara de Camargo Van Den Baerze. Bárbara de Camargo era
filha de Juan de Camargo y Barbe van den Baerze, esta irmã de Arnoult Van Den Baerze (nascidos por volta
de 1475), ou "tío Arnoult" (como a ele se refere Francisco), o qual era Grão Mestre de uma determinada
Ordem Militar, homem então regionalmente afamado.

"Salas de Hidalgos" - Uma audiência de justificação de nobreza na Espanha.

"Na Real Executoria de Fidalguia (equivalente à Comissão de Justificação de Nobreza portuguesa) que obteve
Diego de Montoya (Camargo) em 31 de Maio de 1498 na Chancelaria da Cidade Real, e apresentada no
“ajuntamento“ ou câmara municipal de dita cidade em 14 de Julho de 1498...("existem duas cópias ou
translado dela, decoradas com pinturas maravilhosas, uma de 1565 muito desgastada e a outra (perfeita) de
1668, em poder de um particular da Espanha").

Nela se nomeiam a um Alonso de Camargo, Cavaleiro de Santiago e da Real Orden de La Banda, não sei
exatamente de onde procedia. Esse Senhor teria nascido no final de 1300, aproximadamente":

Pai de: Gonzalo de Camargo, Caballero de la Real Orden de la Banda, casado com Elvira González de Villegas.
Não sei de onde procediam.

Estes pais de: Alonso González de Camargo, Cavaleiro da Real Orden de la Espuela Dorada, casado com
Maria González de Ceballos. Já vivia na Cidade Real.

Pais de: Outro Alonso González de Camargo, Cavaleiro da Real Orden de la Banda, casado com Leonor de
Montoya. Vivia en Cidade Real.

Pai de: Diego de Montoya - (aqui seu filho perde o apelido Camargo) -, casado com Mencía González
Medrano.
Em sua justificação de fidalguia, diz uma das testemunhas que o avô de Diego de Montoya, Alonso Gonzalez
de Camargo, era chamado de "Cavaleiro" e que havia sido prefeito e aguazil na Cidade Real, onde tinham sua
casa e assento na "colação" de Santa Maria.

Outra testemunha disse que ele "tinha a vara da Justiça em dita cidade, que não sabia se fora a de prefeito ou
de aguazil, e que viera a ser o maiordomo de dita cidade, cujos ofícios (sabia essa testemunha), não os davam
às pessoas que não fossem fidalgas”.

Outra testemunha disse ainda que esse Alonso "se havia armado Cavaleiro somado à sua pré-existente
fidalguia, na guerra contra os mouros, onde andava a serviço do rei D. Juan de gloriosa memória, e que,
público e notório fora na dita cidade, que ademais de ser cavaleiro, fora também fidalgo". Expede-se o
certificado de nobreza.

************************************

Os Camargos de Plasência, Estremadura

Por Francisco de Assis Carvalho Franco, publicado da Revista Genealógica


Brasileira #7, 241 - 1943, do extinto IGB do Cel. Salvador de Moya, que Deus o
tenha.
BRASÃO CAMARGO, RAMO DA ESTREMADURA

Blasonando: “De ouro, com cinco caldeiros de negro postos em sautor; bordadura de
vermelho com oito castelos de ouro”.

Assim começa o erudito Dr. Carvalho Franco: "Em nosso trabalho sobre "Os Camargos de São Paulo",
editado pela Editora Spes, São Paulo, 1937, à página 11, escrevemos que nenhum tratado genealógico
espanhol, impresso, contém o título de Camargo. Os dados que obtivemos sobre D. Francisco de Camargo,
parente de D. Francisco Alfonso de Camargo, o navegante, de cuja família provinha Jusepe Ortiz de Camargo,
tronco desse apelido em S. Paulo, dissemos também que os havíamos obtido de um manuscrito do século
XVIII, intitulado “Camargos de Plasencia”, existente no arquivo catedralício daquela cidade, atribuído a D.
Gonçalo Inácio Baraona, que a nosso pedido foi copiado pelo saudoso reverendo Gabriel Lorente, antigo
professor do Colégio dos Marianos de Plasência."

"A repetir aqui o que já escrevemos, isto é, que Jusepe Ortiz de Camargo era natural de Castrogeriz, em
Castela Velha de onde procediam os ramos dos Camargos de Sevilha e de Plasência."
"Achamos extraordinário que nenhum genealogista espanhol cuidasse de escrever o título desta família,
bastante numerosa e ilustre naquele país. Carrafa, no seu "Dicionário de Apelidos", cita as provas de fidalguia
dos Camargos de Castrogeriz, Santillana, Roa, Ágreda, Pozal de Galinas e Plasência desenhando suas quatro
variedades de armas, que já reproduzimos no nosso livro citado. Basanta de La Riva, no seu "Catalogo de
Hijosdalgo", cita 21 cartas de fidalguia, concedidas a personalidades desse apelido (I, 203) e num apêndice,
enumera mais quatro (IV, 183 e 285) sendo que no nome de Francisco Ruiz de Camargo, morador em Roa,
filho de Francisco de Camargo e de Isabel de Tapia, diz que obteve carta de nobreza dada em Valhadolid, a 27
de novembro de 1546, com o escudo d'armas que aqui reproduzimos, armas que também pertenciam aos
Camargos de Castrogeriz, na província de Burgos de onde era natural, como já mencionamos, Jusepe Ortiz
de Camargo".

Brasão Camargo de Castrogeriz transferido aos Camargos Paulistanos


Cavaleiro da Ordem de Santiago de Burgos, D. Pedro García de Camargo, O Moço

"Na questão das armas dos Camargos, (continua ele) ficamos um tanto desnorteados, como também ali já
mencionamos. Reproduzimos na dita obra, uma gravura do livro dos Cavaleiros de Santiago, referente aos
séculos XIV e XV e existente na Câmara Municipal da cidade de Burgos (hoje arquivado na biblioteca da
catedral). Aqui damos outra, havida da mesma fonte e que diz respeito a Pedro Garcia de Camargo, o moço.
As armas apresentam o mesmo motivo das arruelas veiradas".

"No entanto, sobre a porta da igreja de Santa Clara, em Plasência - que como é sabido, fica na província de
Cáceres - vê-se esculpido o escudo de Afonso Ruiz de Camargo, que se afasta dos demais da mesma
procedência. Assim é que esmalta as armas dos Camargos da Estremadura (com acréscimo visível na foto, de
mais três caldeiros em chefe e mais dois na ponta do escudo, perfazendo um total de dez), com a diferença de
que em lugar de dez castelos de ouro na bordadura, apresenta oito aspas ou cruzes de Santo André.
Reproduzimos aqui essa gravura que fizemos tirar especialmente para nossa citada obra, onde se acha à
página 85, mas que por artes mágicas do compositor, saiu de cabeça para baixo".

(N. do A. - Nós endireitamos a imagem!).


Portal da Catedral de Santa Clara, na cidade de Plasência, Província de Cáceres, Região da
Estremadura na Espanha, mosteiro fundado por D. Afonso Ruiz de Camargo

A Nobilíssima e Impressionante Linhagem da Estremadura

"Vejamos agora o manuscrito de D. Gonzalo Baraona (dos arquivos locais) referente aos Camargos de
Plasência, no século XVI:
Castelo de las Rojas, La Bureba, província de Burgos, Castilla-Leon,
I. - Gonzalo Ruiz* de Camargo, (ou Rodriguez) que é o primeiro desse sobrenome de que se tem notícia
autêntica, foi natural de Bureba, na Castela Velha e viveu em tempo d'el-rei D. Afonso II e do rei D. Pedro e
morreu no ano de 1362. Casou com D. Maria López e teve:

*El apellido Ruiz se origina en la España medieval. Es un patronímico en toda


regla proveniente del nombre germánico Rodrigo (Hrōþ-rīks), cuyo significado es
"Aquel que es rico en gloria y dinero", como 'Loud+Rich' en inglés. Su grafía en la
España de la alta y media Edad Media fue Ruy o Rui, de donde viene "Ruiz" ("hijo
de" Ruy). (Pode outrossim, ter origem no apelido Rodriguez, originário de D.
Rodrigo Díaz de Bivar, El Cid Campeador).

II. - Juán Ruiz de Camargo que alcançou quatro reinados: o do rei ....... e do rei Henrique II e os de D.
João I e D. Henrique III. Serviu ao rei D. Henrique II na guerra que disputou contra Navarra, no ano de 1377
e ao rei D. João I e ao rei D. Henrique III nas que tiveram contra Portugal, nos anos de 1385 e 1397. Casou -se
com D.a Inêz Fernandez, filha de Sebastião Peres e teve:

III. - Juán Ruiz de Camargo (El Mozo). Serviu ao rei D. João II na tomada de Zahara quando, no
mesmo ano, o infante de Antequera intentou tomar a Setenil e depois, contra os reis de Aragão e de Navarra,
seus primos. Casou-se com d.a. Catharina Fernandez de Prado filha de Martin Fernandez e teve os dez
filhos seguintes:

IV. - Martin de Camargo.

V. - Gonzalo de Camargo, em cuja sucessão continua este ramo.


VI. - Afonso Ruiz de Camargo. Outorgou seu testamento em 27 de novembro de 1475, tendo feito um
codicilo a 17 de Fevereiro de 1477. Foi casado duas vezes: a primeira com D.a Sevilla López de Carvajal,
filha de Diogo Rodrigues de Carvajal, primo-irmão de Garcilopes de Carvajal, senhor de Torrejón, do
conselho d'el-rei D. João II; segunda vez casou-se com D.a Beatriz de Monroy, filha de Fernando de
Monroy, senhor de Monroy e de sua mulher D.a Mencia Gonçalves de Carvajal, sua primeira mulher. Afonso
Ruiz de Camargo não teve filhos desses dois casamentos. Fundou o mosteiro de Santa Clara de Plasência,
com monjas daquela Ordem e cujo patronato se conservou na casa dos Camargos.

VII- Juán Ruiz de Camargo. Foi mestre-escola da Santa Igreja de Salamanca. Faleceu com testamento
escrito com três codicilos em 24 de julho de 1477.

VIII. - Diego Ruiz de Camargo. Foi bacharel em direito e administrador do estudo em Salamanca.

IX. - Pedro de Camargo. Foi cônego em Salamanca.

X. - Fernando de Camargo.

XI. -Maria Ruiz de Camargo. Casou-se com Lopo Furtado de Mendonça.

XII. - Inêz Fernandez. Casou-se com Afonso Árias.

XIII. - Teresa Ruiz de Camargo.

Martin Ruiz de Camargo, primogênito do n.o III, serviu aos reis D. João II, D. Henrique IV e D.
Fernando, o Católico e casou-se com D.a Sarra de Carvajal, filha de Luiz de Trejo, senhor de Grimaldo e
de D.a Sevilla Lopes de Carvajal, sua segunda mulher, tendo falecido com testamento escrito a 13 de março
de 1480. Teve os dois filhos:

XIV. - Juán Ruiz de Camargo.

XV. - Martin Ruiz de Camargo, que fez seu testamento a 2 de agosto de 1527 e casou-se com D.ª
Mencia Rodrigues de Jerez, filha do protonatário D. Diogo de Jerez, deão de Plasência e não teve
geração. Fundou um morgado de todos seus bens, conjuntamente com todos os que tinha na Estremadura
Francisco de Vargas, com autorização deste, em 19 de março de 1523, doando-o a Francisco de Camargo,
filho terceiro do dito Francisco de Vargas e de sua mulher d.a Inês de Carvajal, que era sua sobrinha, filha da
sua prima-irmã dna. Catharina de Camargo e de Guterrez de Carvajal, seu marido, como adiante se verá.
Morreu a 2 de agosto de 1527 em Plasência e está enterrado no convento de Santa Clara.

(nº?) Gonzalo de Camargo, filho segundo do n.o III, casou-se com D. Mencia Gonçalves de Carvajal,
filha de Diogo Gonçalves de Carvajal e de Catharina Gonçalves D. Orleans, sua primeira mulher. Teve a filha:
XVI. - Catharina de Camargo, que casou-se com Guterrez de Carvajal, seu primo segundo, filho de
Garcilopez de Carvajal, senhor de Torrejón, do conselho d'eI-rei D. João II e de d.ª Beatriz Gonçalves de
Trejo, sua mulher. Foi Guterrez de Carvajal cavaleiro da Casa Real que corresponde agora ao que se
denomina “gentil-homem da boca”. Fundaram ele e sua mulher d.a Catharina em favor de seu filho
primogênito Gonzalo de Carvajal, um morgado (maiorazgo) a 2 de setembro de 1489, que é o morgado que
em Plasência se chama comumente “dos Carvajais de Santa Clara”, porque suas moradias são vizinhas do
mosteiro daquele mesmo nome. O casal teve os sete filhos seguintes:

XVII. - Gonzalo de Carvajal, primogênito e de quem adiante se tratará.

XVIII. - Francisco de Carvajal, abade de Husilos, fundador de dois mercados de trigo, um em Plasência e
outro em Malpartida, ambos com grande renome.

XIX.- Garcilopez de Carvajal. Foi arcedíago de Plasência.

XX. - Maria de Carvajal, apelidada a "seca". Casou-se com Gonzalo de Salazar e da sua geração se
tratará adiante,

XXI. - Beatriz de Carvajal, casou-se com Cristovan Pizarro e teve geração que se mencionará adiante.

XXII. - Inêz de Carvajal. Casou-se com D. Francisco de Vargas, cuja sucessão se continua e se antepõe às
de seu irmão e irmãs, porque nela se conservou a casa dos Camargos que é a razão de ser do presente título.

XXIII. – Francisca de Carvajal. Casou-se com Afonso Pizarro, indo a geração adiante.

Inêz de Carvajal, nº XXII acima, casou-se como se disse, com Francisco de Vargas, filho segundo de
Diogo de Vargas e de sua mulher d.a Maria de Medina. Foi o ministro de maior renome havido em Castela,
assim no tempo do rei Católico como no do seu neto o imperador Carlos V. Teve grandes cargos e ofícios.
Originou pelo seu talento o provérbio: "Averigue-o Vargas", que se costuma dizer nas ocasiões em que se
oferece dúvida sobre algum assunto. Foi do conselho real e contador mor do reino; exerceu o cargo de alcaide
de Trujillo e de Marbela e edificou a capela de seus pais em São Francisco de Madrid, a primeira do lado do
Evangelho, no ano de 1510. Começou aquela que chamam “do Bispo”, porque o bispo D. Guterrez, seu filho, a
terminou e dotou. Fundou dois morgados, instituindo um em seu filho primogênito Diogo de Vargas e o
outro em seu filho terceiro Francisco de Camargo. Nos últimos anos da sua vida serviu ao imperador Carlos
V, nas Comunidades que houve no império, ocasião em que escreveu o condestável Dom Iñigo Fernandez de
Velasco ao imperador, dando-lhe conta da sua lealdade e grandes qualidades com as seguintes palavras:
"Francisco de Vargas veio aqui ontem. Tendo-o comigo penso ter tudo e o que for meu será dele". Morreu
Francisco de Vargas no ano de 1524 e jaz na capela do Bispo, conjuntamente com sua mulher que já havia
falecido em 1518. O casal gerou os dez filhos seguintes:

XXIV. - Diogo de Vargas, primogênito.

XXV. - Guterrez de Carvajal, bispo de Plasência.


XXVI. - Francisco de Camargo.

XXVII. - Fernando de Camargo. Faleceu sem sucessão.

XXVIII. - Juán de Vargas, casou-se com D.a Inêz de Camargo, sua sobrinha, como adiante se verá.

XXIX. - Catharina de Vargas, dama da casa da rainha Católica, casou-se com D. Antônio de
Mendoza, vice-rei da Nova Espanha, em 1535 e depois do Peru, em 1550. Faleceu em Málaga em 1563, e
deste casamento se dará adiante notícia.

XXX.- Leonor de Vargas, casou-se com D. Carlos de Guevara, filho de Beltrão de Guevara, senhor de
Morata e de sua mulher D.a Ana de Guevara, senhora de Monteagudo e Zeutí. Faleceu D. Carlos em vida de
seu pai e não deixou sucessão.

XXXI. - Maria de Vargas, casou-se com D. Antonio de Monroy, seu primo segundo, filho de Fabiano
de Monroy, senhor de Monroy e de sua mulher D.a Francisca de la Peña y Saavedra. Não deixaram geração.

XXXII. - Mayoor de Vargas, casou-se com Pedro Gonçalves Gaitán. Sem sucessão.

XXXIII. - Francisca de Camargo, foi monja.

Francisco de Camargo, n.o XXVI acima, herdou o morgado que Francisco de Vargas seu pai e Martin Ruiz
de Camargo, n.o XV; seu tio e primo-irmão de sua avó materna D.a Catharina de Camargo, haviam fundado
para esse fim. Foi gentil-homem da boca do imperador Carlos V, ao qual serviu e acompanhou na Alemanha
e nas demais partes em que andou. Casou-se com d.a Maria de Sotomayor, viúva de Garcirodriguez de
Escobar, filha de Guterrez de Sotomayor e de sua primeira mulher D.a Maria de Campos. Francisco de
Camargo fez dois testamentos, um a 5 de abril de 1540 e o outro a 13 de setembro de 1546. Faleceu a 1 de
novembro de 1546, em Madrid e foi enterrado na igreja de São Francisco, na capela de seus avós. Teve os três
filhos: '

XXIV. - Francisco de Camargo, que sucedeu a casa de seu pai e faleceu a 7 de maio de 1549, solteiro.

XXXV. - Inêz de Camargo.

XXXVI. - Mariana de Sotomayor. Foi monja em Santa Catarina de Sena de Valladolid e de tão raras
virtudes e exemplos que se a encontra na história de São Domingos, parte 3.a, livro 3.°, capítulo 46, fls. 302,
col. 2, onde o impressor errou, chamando-a “Marina”.

Inêz de Camargo, n.º XXXV acima, sucedeu a casa por morte de seu irmão. Casou-se com Juán de
Vargas, seu tio, irmão do n.o XXVI e n.o XXVIII deste título e ambos compraram do rei Felipe II, no ano de
1559, as vilas de Oliva e Plasenzuela. Faleceu no ano de 1587, tendo escrito o seu testamento em 20 de abril
de 1581 e feito um codicilo a 23 de outubro de 1587, quando morreu. Foi Juán de Vargas ouvidor de
Valladolid e regente do supremo Conselho de Itália e nesse cargo foi por ordem de Felipe II a Flandres com o
duque de Alba, D. Fernando Álvarez de Toledo, para assistir-lhe no que se oferecesse e ali foi presidente das
confiscações dos rebeldes e serviu a Sua Majestade até o ano de 1574, em que voltou para a Espanha. Faleceu
em Oliva e foi sepultado na igreja de São Braz, daquela vila. Teve do seu casamento os quatro seguintes
filhos:

XXXVII. - Luiz de Camargo. Nasceu a 25 de Agosto de 1551. Não sucedeu a casa por morrer em vida de
sua mãe, a 15 de maio de 1577. Casou-se com D.a Maria de Lacerda, mulher que havia sido de Juán de
Vilalva, filha de Vasco Porcalo de Lacerda e de D.a Izabel de Moscoso. Sem sucessão.

XXXVIII. - Francisco de Camargo y Vargas. Nasceu a 13 de abril de 1553. Foi arcedíago de Sepúlveda
na Santa Igreja de Segovia, abade e senhor de Husilos, na Santa Igreja de Palencia e senhor da Oliva e
Plasenzuela, por morte de sua mãe. Faleceu no ano de 1595.

XXXIX. - Miguel de Vargas y Camargo, senhor de Oliva e Plasenzuela.

XL. - Juán de Vargas y Camargo. Nasceu a 21 de fevereiro de 1556. Morreu moço e foi enterrado no
Capítulo de São Paulo de Valladolid.

Miguel de Vargas y Camargo, n.o XXXIX acima, nasceu em Valladolid a 8 de maio de 1557, foi senhor de
Oliva e Plasenzuela, cuja casa herdou por morte de seu irmão Francisco. Foi comendador de Castileja de la
Cuesta, da Ordem de Santiago. Faleceu no ano de 1611 e casou-se duas vezes: a primeira com D.a Francisca
de Carvajal, filha de Juán de Vargas Carvajal e de sua mulher D.a Francisca de Carvajal, não havendo filhos
deste casamento. Segunda vez casou-se com D.a Alvira de Trejo, que morreu em Oliva a 11 de abril de
1631, filha de D. Luiz Bermudes de Trejo, senhor de Grimaldo e de sua mulher d.a Elvira de Carvajal. Teve
desse casamento a filha:

XLI. - Inêz de Camargo y Vargas, marquesa de Siete Iglesias e condessa de Oliva, filha única que foi
batizada em San Pedro de Plasência a 19 de julho de 1586.

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

Diogo de Vargas, n.o XXIV retro, outorgou seu testamento a 6 de outubro de 1542. Herdou o morgado
fundado por seu pai Francisco de Vargas, foi cavaleiro da Ordem de Santiago e casou-se com D.a Ana de
Cabrera, filha de João de Cabrera, conhecido pela alcunha de "Bastardo" e de sua primeira mulher, a
senhora de Morata. O casal teve o filho único:

XLII. - Fradique de Vargas, cavaleiro do hábito de Santiago e primeiro patrono da capela chamada do
Bispo em Madrid, construída por D. Guterres de Carvajal, bispo de Plasência, filho segundo do dito Francisco
de Vargas e irmão de Diogo de Vargas supra, em cuja linha se conservou o patronato da dita capela. Casou-se
Fradique de Vargas com D.a Antonia Manrique de Valencia, senhora de Vilatoquite, filha do marechal
D. Jorge de Manrique, senhor de Vilatoquite e de sua mulher D.a Leonor de Zuñiga. O casal gerou os
seguintes cinco filhos:

XLIII - N. de Vargas y Valencia, que faleceu moço.


XLIV. - Francisco de Vargas Manrique de Valencia. XLV. - Jorge Manrique.

XLVI - Diogo de Vargas, que morreu no Posto de capitão do forte de Tunis.

XLVII. - Guterrez de Vargas Manrique,

Francisco de Vargas Manrique de Valencia, n.o XLIV acima, senhor de Vilatoquite, foi cavaleiro da
Ordem de Alcântara e serviu nas galeras da Espanha. Achou-se no socorro de Malta com D. João de Cardona,
no ano de 1565 - e tão valorosamente combateu, que a Ordem de San Juán instituiu que todos os da sua
linhagem não pagassem jóia para nela ingressar. Também serviu na guerra de Granada, como capitão da
gente de Madrid. Casou-se três vezes: a primeira com D.a Maria de Gusmán, filha de D. Gonzalo Franco
de Gusmán, senhor de Prejamo e Villafuerte e Olmilhos e de sua segunda mulher D.a Marina de Porres, não
tendo filhos desse primeiro casamento. Segunda vez casou-se com D.a Beatriz de Gusmán, filha de D.
Juán de Bracamonte, senhor de Peñaranda e de sua mulher D.a Ana D'Ávila. Terceira: Vez casou-se com D.a
Francisca Chacón, filha de D. Francisco Chacón, senhor de Casarubios e de sua mulher D.a Aldonsa de
Ayala. Teve do segundo casamento o filho:

XLVII. - Fradique de Vargas Manrique de Valencia, que morreu menino. Do terceiro casamento teve
os seguintes quatro filhos:

XLIX. - Fradique de Vargas Manrique de Valencia, primeiro marquês de São Vicente, Senhor de
Vilatoquite.

L. - Vicente Chacón, que morreu moço.

LI. - Antonia Manrique; Casou-se com D. Pedro Fernandes de Vilaroel, senhor de Vilabindos.

LII. - Aldonsa de Ayala, monja em São Domingos o Real, em Madrid.

Guterrez de Carvajal, n.o XXV retro; foi abade de Santa Leocádia, na Santa Igreja de Toledo e abade
comendatário de São João de Corias, mosteiro da Ordem de São Bento no principado de Astúrias e bispo de
Plasência por regresso e renúncia do cardeal D. Bernardino de Carvajal, seu tio, tendo então a idade de
dezoito anos. Governou com muita justiça o seu bispado e para sua execução teve letrados muito bem pagos.
Dizia que no seu bispado o único clérigo ruim que se toleraria, seria ele mesmo. Acompanhou no ano de 1526
o corpo do rei Felipe I, quando por ordem do imperador D. Carlos, seu filho, foi trasladado de Santa Clara de
Tordesilhas para a capela real da Santa Igreja de Granada. Achou-se no concilio de Trento, no ano de 1552,
acompanhado de doutos letrados que ali levou e naquela cidade construiu umas ricas casas para que nelas se
hospedassem os bispos de Plasência cada vez que ali tivessem de ir. Construiu no ano de 1555, o colégio de
Santana da Companhia de Jesus em Plasência e no ano de 1556, reedificou a capela de Nossa Senhora e São
João de Latrão em Madrid que por esse motivo ficou com a denominação de capela do Bispo. No convento de
Nossa Senhora de Atocha mandou construir enormes dormitórios e o refeitório que é um dos maiores da
província. Foi, como escreveu o padre Pedro Rivadeneira, mais cavaleiro que Sacerdote. Construiu ainda as
igrejas de Casatejada, El Toril e Malpartida, onde ficaram esculpidas as suas armas. Morreu na sua vila de
Jaraicejo a 27 de abril de 1559 e seu corpo foi transportado para a capela de Nossa Senhora e São João de
Latrão de Madrid. Teve os dois filhos naturais seguintes:

LIII. - Francisco de Carvajal, que foi legitimado pelo rei e pelo papa, havido em N. de Mendoza, filha
de D. Cado de Mendoza, deão de Toledo e de Catharina de Robledo.

LIV. - Catharina de Carvajal.

Francisco de Carvajal, n.o LIII acima, herdou o morgado fundado por seu pai, em 9 de fevereiro de 1559, em
cuja parte entravam as sizas de Jaraicejo. Foi cavaleiro de prol, grande conhecedor da língua latina e o rei
Felipe II o contemplou com a corregedoria de Leão, cargo em que veio a falecer. Casou-se com D.a Maria
de Mendoza y Pacheco, filha de D. Juán Furtado de Mendoza, terceiro conde de Monteagudo e senhor de
Almazán e de sua mulher a condessa D.a Luiza Fajardo. Tiveram desse casamento os seis filhos seguintes:

LV. - Guterrez de Carvajal. Sucedeu ao pai no morgado. Casou-se com D.a Elvira de Monroy, senhora
de Latajeña, filha de Gonzalo de Monroy, senhor de Latajeña e de sua mulher Inêz de Carvajal. Não deixou
sucessão.

LVI. - Juán de Carvajal, foi monge da Ordem de São Bento.

LVII. - Francisco de Carvajal, que faleceu menino.

LVIII. - Afonso de Carvajal.

LIX. - Luiza de Carvajal. Nasceu em Jaraicejo a 2 de janeiro de 1566. Foi senhora de grandes virtudes que
passou-se para a Inglaterra onde fundou o convento de Lovaina. Faleceu em Londres a 2 de fevereiro de 1614.
Seu corpo repousa no real convento da Encarnação de Madrid.

LX. - Leonor de Vargas, monja em Santa Maria a Real, em Trujillo.

Afonso de Carvajal, n.o LVIII acima, herdou a casa e morgado de seu irmão Guterres. Foi cavaleiro da
Ordem de Santiago e corregedor de São Clemente. Morreu em Valladolid em 1614. Casou-se com d.a
Beatriz de Sotomayor, filha de Jusepe del Castillo, morador em Madrid e de sua mulher D.a Mariana de
Sotomayor. Teve os três filhos seguintes:

LXI. - Francisco de Carvajal.

LXII. - Ana Maria de Mendonça, que se casou em Guadalajara com D. Bernardino de Pie de Concha
y Zuñiga, filho de Afonso de Pie de Concha e de D.a Isabel de Zuñiga, sua mulher.

LXIII. - Luiza de Carvajal, que casou-se com D. José de Olivares y Figueroa.


Catarina de Vargas, n.º XXIX retro, foi dama da rainha Católica D.a Isabel. Casou-se com D. Antônio de
Mendoza, filho de lñigo Lopes de Mendoza, primeiro marquês de Mondéjar e de sua mulher a marquesa D.a
Francisca Pacheco. Foi Dom Antônio comendador de Socuéllamos na Ordem de Santiago e vice-rei da Nova
Espanha e depois do Peru. O casal teve os três filhos seguintes:

LXIV. - Iñigo de Mendoza, comendador de Socuéllamos na Ordem de Santiago. Faleceu de um


arcabusaço recebido no assalto de São Quintino. Não se casou.

LXV. - Francisco de Mendoza, que foi general das galeras de Elpenha e governador das minas de
Guadalcanal. Casou-se com sua prima-irmã Catarina Mendoza, filha de Bernardino de Mendoza, general
do mar e de sua mulher D.a Elvira Carrillo de Córdoba. Não deixou sucessão.

LXVI. - Francisca de Mendoza. Casou-se esta com Afonso Fernandes de Córdoba y Velasco, seu
primo-segundo, filho do conde de Alcaudete, senhor de Montemayor e de sua mulher a condessa D.ª Leonor
Pacheco. Nasceu em Tafalla, quando leu pai era vice-rei de Navarra, a 27 de agosto de 1512. Foi comendador
de Vilanueva de la Fuente da Ordem D. Santiago, governador de Orán e vice-rei de Navarra, posto em que
faleceu na cidade de Estela a 27 de fevereiro de 1565. Tiveram do seu casamento os nove filhos seguintes:

LXVII. - Martin.

LXVIII - Antônio.

LXIX. – Afonso (?) Fernandez de Córdoba y Velasco; terceiro conde de Alcaudete, senhor de
Montemayor, que faleceu solteiro com dezenove anos de idade.

LXX. - Francisco Fernandez de Córdoba y Velasco, quarto conde de Alcaudete, Senhor de


Montemayor.

LXXI. - Diogo de Córdoba.

LXXII. – Afonso (?) de Córdoba, faleceu menino.

LXXIII. - Leonor de Córdoba y Pacheco, que se casou com D. Francisco de Rojas, primeiro Conde
de Mora, senhor de Lãyos e Castañar e de sua mulher D.- Marina de Guevara. Não deixou sucessão.

LXXIV. Catharina de Córdoba, faleceu solteira.

LXXV. - Elvira de Cordoba. Casou com D. Diogo de Aguayo y Godoy, senhor de Vilaverde, filho de D.
Rodrigo de Aguayo, quarto senhor de Vilaverde e de D.ª Maria Muniz de Godoy, sua mulher. Não teve
geração.
Francisco Fernandez de Córdoba y Velasco, n.o LXX acima, foi comendador de Socuéllamos na
Ordem de Santiago e governador de Orán, gentil-homem da câmara d'el-rei D. Felipe IV, aio e mordomo
maior do infante D. Carlos e do Conselho do Estado e de Guerra. Casou-se com D.a Ana Pimentel, terceira
marquesa de Viana, filha de D. Pedro Pimentel, segundo marquês de Viana e de sua mulher D.ª Maria de
Manrique. Teve os dois seguintes filhos:

LXXVI. - Antonia de Córdoba y Velasco.

LXXVII. - Francisca de Mendoza, monja em Santa Catarina de Sena de Valladolid.

Diogo de Cordoba, n.º LXXI acima, foi cavaleiro de Calatrava e casou-se com D.ª Inêz de Alagón,
mulher que havia sido de D. Álvaro de Cordoba, filha de Artal de Alagón, terceiro conde de Sástago,
senhor de Piña, e de sua mulher D.a Luiza Fernandez de Heredía. Tiveram desse casamento os dois filhos:

LXXVIII. – Afonso (?) de Córdoba, cavaleiro da Ordem de Calatrava e que faleceu solteiro.

LXXIX. - Francisca de Cordoba.

Gonzalo de Carvajal, primogênito de Guterrez de Carvajal e Dª Catarina de Camargo, n.o XVII retro,
herdou o morgado fundado por seus pais, vulgarmente chamado “dos Carvajais de Santa Clara”. Casou-
se com D.a Guiomar da Silva, filha de D. Pedro da Silva, morador e regedor de Ciudad Rodrigo e de sua
primeira mulher D.a Mayor Maldonado. Teve os dois filhos:

LXXX. - Guterrez de Carvajal.

LXXXI. - Francisco de Carvajal, em cuja sucessão se prolongou a casa. Guterrez de Carvajal, n.o LXXX
acima, sucedeu a seu pai e casou-se em Cáceres com D.ª Beatriz de Saavedra, tendo os dois filhos:

LXXXII. - Gonzalo de Carvajal.

LXXXIII. - Francisco de Carvajal, (outro?) abade e senhor de Husillos.

Francisco de Carvajal, n.o LXXXI acima, foi morador em Ciudad Rodrigo e casou-se com D.ª Elena da
Fonseca. Teve a filha:

LXXXIV. - Juana da Silva Carvajal.

Maria de Carvajal, alcunhada “A Seca”, nº XX retro, casou-se com Gonzalo de Salazar e faleceu a 11 de
Novembro de 1549, deixando a filha única:
LXXXV.- Leonor de Salazar, que se casou com seu primo-segundo, Francisco de Carvajal, senhor de
Torrejón, filho de Garcilopes de Carvajal, senhor de Torrejón e de sua mulher Francisca de Valderrábano y
D'ávila. Faleceu no último de abril de 1525 e teve os quatro filhos seguintes:

LXXXVI. - Garcilopes de Carvajal.

LXXXVII. - Bernardino de Carvajal, arcedíago de Plasência, abade e senhor

de Husillos.

LXXXVIII. - Beatriz de Carvajal, que se casou com D. Sancho de Paredes.

LXXXIX. - Maria de Carvajal, monja em Barco de Ávila.

Garcilopes de Carvajal, n.o LXXXVI acima, senhor de Torrejón, foi cavaleiro da Ordem de Santiago.
Casou-se com D.a Catharina de Manrique, filha de Garci Fernandez Manrique, terceiro conde de Osorno
e da condessa D.a Maria de Luna, sua mulher. Teve os três filhos seguintes:

XC. - Francisco de Carvajal.

XCI. - Maria de Carvajal, em cuja sucessão se conservou a casa de Torrejón.

XCII. - Petronilla Manrique, que se casou com D. Cristovan de Vilalva, filho de João de Vilalva e de
sua primeira mulher D.a Leonor Chaves. Sem sucessão.

Francisco de Carvajal, nº XC acima, foi primeiro conde de Torrejón, por mercê de Felipe II e comendador
de Puertollano e Almodóvar, na Ordem de Calatrava. Exerceu os cargos de corregedor de Granada, de
Toledo, duas vezes e assistente de Sevilha. Casou-se com D.a Francisca de Mendoza, filha de D. Juán
Furtado de Mendoza, terceiro conde de Monteagudo, senhor de Almazán e de sua mulher D.a Luiza
Fajardo. Teve o filho único:

XCIII. - Garcilopez de Carvajal, que faleceu em vida de seu pai. Casou-se com D.a Catharina de
Carvajal, sua prima-irmã, senhora do morgado dos Carvajais de Santa Clara, filha de D. Gonzalo de Carvajal
e de sua mulher D.a Maria de Carvajal.

Beatriz de Carvajal, n.º LXXXVIII acima, casou-se com D. Sancho de Paredes, cavaleiro do hábito de
Santiago, filho do coronel Diogo Garcia de Paredes e de D.ª Maria de Sotomayor, sua mulher. Teve o casal os
quatro seguintes filhos:

XCIV. - Luis de Paredes.

XCV. - Fernando de Paredes.


XCVI. - Maria de Paredes, que se casou com Gonçalo de Tapia, senhor de Plasenzuela.

XCVII. - Leonor de Paredes, que casou-se com D. Rodrigo de Orellana.

Luiz de Paredes Corajo, no XCIV acima, casou-se com D.a Francisca de Orellana, filha de João de
Orellana de Chaves e de D.a Teresa de Menezes, sua mulher. Teve os dois filhos seguintes:

XCVIII. - Beatriz de Paredes.

XCIX. - Antonia de Menezes, que casou-se com D. Pedro Calderón Altamirano.

Maria de Paredes, nº XCVI acima, casou-se como se disse com Gonçalo de Tapia, senhor de
Plasenzuela, filho de Bernardino de Tapia e de sua mulher D.ª Angela de Sotomayor. Teve os seguintes filhos,
em número de dez:

C. - Estevam de Tapia.

CI. - Bernardino de Tapia; que morreu antes de consumar seu casamento com Maria de Tapia, sua
sobrinha.

CII. - Luiz de Tapia Paredes y Corajo, cuja sucessão se dará adiante,

CIII. -Angela de Sotomayor, que casou-se com D. Pedro de Loyasa, senhor de Marta.

CIV. - Bernardino de Tapia, quintogenito.

CV - Sancho de Tapia.

CVI. - Beatriz de Tapia.

CVII. – Mezia de Tapia.

CVIII –Maria de Tapia

CIX. – Joana de Paredes


(Lembraremos aqui que destes Tapias, que se uniram com seus parentes Camargos do ramo de Roa, formou-
se certamente o elo entre os Camargos de Plasência e os de Castrogeriz, de onde era natural (o tronco
paulistano) Jusepe Ortiz de Camargo, pois as armas dos Camargos de Roa, unidos aos Tapias, acreditamos
terem sido idênticas às armas dos Camargos de Castrogeriz, visto ambas as vilas ficarem na província de
Burgos).

Leonor de Paredes e Sotomayior, n.o XCVII acima, casou-se como dissemos com Dom Rodrigo de
Orellana, seu tio, primo-irmão de seu pai D. Sancho de Pares, filho de Pedro Suarez de Toledo e de sua
segunda mulher D.a Juanna de Aragón. Deixou os três filhos seguintes:

CX. - Pedro Afonso (?) de Orellana, senhor de Orellana La Vieja.

CXI. - Sancho de Paredes.

CXII.- Francisco de Meneses.

*Beatriz de Carvajal, filha de Guterrez de Carvajal, cavaleiro da Casa Real e de D.a Catharina de Camargo,
sua mulher, n.o XXI retro, casou-se com D. Cristovan Pizarro, seu sobrinho, senhor da casa de Alcollarin,
filho de seu primo segundo Diogo de Pizarro e de sua mulher D.a N. Quijada. Teve os dois filhos:

CXIII. - Diogo Pizarro.

CXIV. - Izabel de Carvajal, que casou-se com Pedro Suarez de Toledo.

Diogo Pizarrro, nº CXIII acima, casou-se com sua prima-segunda, Beatriz de Monroy, filha de D.
Fabián de Monroy, senhor de Monroy e de sua mulher D.a Francisca de La Peña y Saavedra. Teve o filho
único:

CXV. - Cristovan Pizarro, que herdou a casa de Alcollarin e casou-se com Dª Anna de Aragón, filha do
coronel Álvaro Pizarro, comumente conhecido por "Comendador Pizarro", por haver sido cavaleiro da Ordem
de Santiago e de sua mulher D.a Maria de Aragón, duquesa que havia sido de Amalfi. Teve os dois filhos:

CXVI. - Álvaro Pizarro.

CXVII. - Diogo Pizarro, que se casou com D.a N. Pizarro, filha de Juán Pizarro, o Gordo e de sua
mulher D.a Juana Hinojosa.

Álvaro Pizarro, n. CXVI, acima, senhor da casa de Alcollarin, casou-se com sua prima terceira e quarta D.a
Maria de Carvajal, mulher que havia sido de D. Gonzalo de Carvajal, senhor do morgado dos Carvajais de
Santa Clara, filha de Garci Lopes de Carvajal, senhor de Torrejón e de sua mulher D.a Catharina de
Manrique. Teve os cinco filhos seguintes:
CXVIII. - Cristovan Pizarro Manrique, que casou-se com N. de Orellana, irmã de seu cunhado Juán
de Orellana de Torres, filhos todos de Pedro de Orellana, senhor de Orellana La Nueva e de sua mulher d.a
Maria Caño. Não teve geração.

CXIX. - Diogo Pizarro.

CXX. - Garci Pizarro.

CXXI. - ]erônimo Pizarro y Carvajal.

CXXII. - Leonor Manrique, que casou-se com Juán de Orellatta de Torres. Diogo Pizzarro de
Carvajal, n.o CXIX acima, senhor da casa de Alcollarín casou-se com D.a Francisca de Orellana, sua prima-
segunda, filha de Álvaro de Hinojosa e de D.a Beatriz de Paredes. Teve os quatro filhos seguintes:

CXXIII. - Álvaro Pizarro de Carvajal, terceiro conde de Torrejón, senhor da casa de Alcollarin e mestre
de campo do terço da nobreza da Estremadura nas guerras passadas de Portugal. Não casou, mas teve o filho
natural Placido de Carvajal, que foi capitão de cavalos nas guerras de França.

CXXIV - Beatriz de Carvajal, quarta condessa de Torrejón. Casou-se com Feliz Neto da Silva, cavaleiro
do hábito de Alcântara. Não deixou sucessão.

CXXV- Maria de Carvajal, faleceu solteira.

CXXVI. - Antonia de Carvajal, quinta condessa de Torrejón.

Garci Pizarro de Carvajal, nº CXX acima, casou-se em Toledo com D.a Maria de Carvajal, filha de
Diogo de Escobedo Rivadeneirra e de sua mulher D.a Luiza de Carvajal. Teve os dois filhos:

CXXVII. - Álvaro Pizarro y Carvajal, cavaleiro da Ordem de Calatrava.

CXXVIII. – Afonso (?) de Carvajal, monge dominicano.

Jerônimo Pizarro de Carvajal, n.º CXXI acima, casou-se com D.a Isabel de Vilalobos, filha do Dr.
Vilalobos de la Oliva e de D.a Juana Vilalobos sua mulher. Este Dr. Vilalobos foi grande advogado e seu
apelido de origem era Gonçalvez Barrado, chamando-se ele João Gonçalves Barrado, filho de Diogo
Gonçalvez Barrado e de sua mulher Izabel Rica, naturais da vila de La Oliva. Consta isto de uns livros de
veladores da paróquia de São Martin da cidade de Plasência, segundo constatei. Começaram a chama-lo
Vilalobos por estar casado com a dita D.a Juana Vilalobos. Teve o casal Jerônimo Pizarro e D.ª Isabel
Vilalobos os quatro filhos seguintes:

CXXIX. - Cristovan Manrique.


CXXX. - Francisco de Carvajal Manrique.

CXXXI. - Juana Manrique.

CXXXII. - Antonia Manrique.

*Leonor Manrique, n.o CXXII acima, casou-se como se disse com Juán de Orellana de Torres, senhor
de Orellana a Nova, filho de Pedro de Orellana, senhor de Orellana la Nueva e de D.a Maria Caño, sua
mulher. Teve o filho único:

CXXXIII. - Pedro de Orellana, cavaleiro da Ordem de Santiago.

*Isabel de Carvajal, n.o CXIV retro, casou-se como se disse com Pedro Suarez de Toledo, filho
segundo de Rodrigo de Orellana, senhor de Orellana la Vieja, e de sua mulher D.a Tereza de Menezes. Teve a
filha única:

CXXXIV. - Marianna de Toledo, que casou-se com Diogo García de Chaves, filho de D. Pedro Mesía
de Chaves e de D.ª Maria de Sotomayor, sua mulher. Teve o filho único:

CXXXV. - Pedro Mesía de Chaves, que casou-se com D.a Catharina de Cárdenas, sua parente, filha
de nJuá de Chaves Sotomayor e sua mulher D.a Isabel Cárdenas. Teve o casal o filho único:

CXXXVI. - Pedro Mesía y Chaves.

Francisca de Carvajal, última filha de Guterrez de Carvajal e de dona Catharina de Camargo, n º XXIII
retro, casou-se com Afonso Pizarro e teve dois filhos:

CXXXVII – Garci Lopes de Carvajal, frade.

CXXXVIII – Afonso Pizarro, idem".

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ADENDA

Emigrants and Society Extremadura and America in the Sixteenth Century


By Ida Altman

UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS Berkeley · Los Angeles · Oxford © 1989 The Regents of the
University of California.

(Com revisão, adições, correções, comentários e lay-out do autor deste blogue).

Migrações e imigrações da Família Camargo quinhentista em Espanha

"Uma das famílias mercantes mais bem sucedidas na Sevilha do Século XVI foi a Família Camargo (oriunda
de Plasência, e anteriormente, de Castela) tendo ela enviado seus filhos para as Américas e a diversos cargos
civis daquela cidade andaluza e da região estremenha. O ultimo verdadeiro mercador da família foi Luís de
Camargo que morreu em 1551, que é por coincidência um dos Camargos mais antigos (de quem se têm
amplos dados) até hoje. Luís tinha laços comerciais e de forte amizade (eram parentes, veja-se acima) com a
família Pizarro e seus financiadores. Tendo conduzido negócios em 1535 com Inés Rodríguez de
Aguillar, irmã do famoso conquistador Hernán Pizarro, e em 153(?) com Gonzalo Pizarro (quem
matou ou mandaria matar o Almirante Francisco Alfonso de Camargo no Peru em 1546), financiando a sua
expedição de conquista ao Peru".

"Com exceção de Diego de Camargo e Juan de Camargo que trabalharam no comércio de seu pai Luís de
Camargo, enquanto vivo, os outros filhos não seguiram os seus passos. Juan se tornou Tesoureiro e depois
Regidor* de Trujillo (Estremadura). (Francisco) Alfonso de Camargo se tornou marinheiro, o segundo (sic,
3º) a navegar o Estreito de Magalhães (em 1539) e em 1536 (sic, 1540) chegou a Santa Marta no Peru. Muito
tempo depois, em 1586 (1583, Armada do General-Almirante D. Diego Flores de Valdés), seu neto (sic,
bisneto) Jusepe (Ortiz) de Camargo imigraria a São Paulo, no Brasil.

*Obs.: O fato de Juán de Camargo ter obtido dois cargos de tão alta relevância
naquela importante cidade estremenha, vem sinalizar esta sua mais provável
origem, e não Sevilha, para a qual seu pai Luis ou emigrara, ou se deslocara e onde
mantinha comércio, porque lá era o entreposto aduaneiro, comercial e
administrativo entre o Novo Mundo e o Reino - nada saía ou entrava da Espanha
que não fosse por Sevilha, o reduto natural de um grosso comerciante. Os
Camargo jamais foram "de Sevilha", apenas estavam estacionados "em Sevilha",
sua origem próxima era a Estremadura e a remota Castela, de um ramo derivado
da burgalesa Roa. Esta história está descrita acima.

Álvaro de Camargo, neto (ou bisneto, mais provável) de Luís de Camargo imigrou de Trujillo na Estremadura
para a Nova Espanha (México) nas Américas. Seu primo Juan de Camargo emigrou para o Peru em 1592 com
25 anos de idade.

Geração Nº 1

1. LUIS1 DE CAMARGO (O Velho) faleceu em 1551. Casou-se com BEATRIZ ALVAREZ.

Os Filhos são:

2. i. FRANCISCO ALFONSO2 DE CAMARGO, † 1546 (O Almirante do Estreito de Magalhães, 3º a


atingir o Oceano Pacífico e 1º a costear o litoral Sul do Chile, na "Baía do Carneiro" - o nome se deriva do fato
deste almirante ter recebido de presente um carneiro doado por um "patagón" nativo).

ii. LUIS DE CAMARGO (O Moço).

3. iii. DIEGO DE CAMARGO.

iv. JUAN DE CAMARGO, † c. 1550.


4. v. ALVARO DE CAMARGO.

vi. LEONOR ALVAREZ, c. c/ Vicente Henríquez.

vii. MAYOOR ALVAREZ, c. c/ Alonso Henríquez.

Geração Nº 2

2. FRANCISCO ALFONSO2 DE CAMARGO (LUIS1), o Almirante faleceu em 1546, assassinado no Peru,


após inúmeras refregas contra os apaniguados do rebelado Gonçalo Pizzarro, em rebeldia contra o rei de
Espanha, de quem os Camargos eram nobres defensores.

Biografia:

A fim de explorar o estreito aberto por Fernando de Magalhães, português,


organizou uma expedição junto ao bispo de Placência composta de três (sic,
quatro) naus. A expedição partiu de Sevilha em agosto de 1539. No dia 20 de
Janeiro (de 1540) chegou ao Estreito de Magalhães, a travessia se provando difícil
e perigosa com a perda de uma (sic, duas) das naus. Acredita-se que a tripulação
(de uma das duas) da embarcação naufragada conseguiu chegar à terra firme, mas
os relatos não são muito confiáveis. Alfonso de Camargo chegou as costas de
Arequipa transformando-se no segundo (sic, terceiro, o segundo foi outro
espanhol) navegador a conquistar o Estreito de Magalhães.

O filho de FRANCISCO ALFONSO DE CAMARGO foi:

5. i. LUIZ DÍAZ3 DE CAMARGO, n. 1520, Sevilla, Espanha.

3. DIEGO2 DE CAMARGO (LUIS1) pai de

i. ALVARO3 DE CAMARGO (sobrinho de outro abaixo). Em 1577 Navegou para Nova Espanha

4. ALVARO2 DE CAMARGO (LUIS1) Casou-se com JUANA GONZÁLEZ DE ORELLANA, filha de


MARCOS DE ORELLANA e ISABEL ALVAREZ, pais de:

i. JUAN3 DE CAMARGO, n. 1567. Navegou ao Peru em 1592

Geração Nº 3

5. LUIZ DÍAZ3 DE CAMARGO (FRANCISCO ALFONSO2, LUIS1) nasceu em 1520 em Sevilla, Espanha.
Casou-se com BEATRIZ DE LA PEÑA 1545, pais de:

6. i. FRANCISCO4 DE CAMARGO, n. 1546, Castrojeriz, Castella, Espanha.

Geração Nº 4

6. FRANCISCO4 DE CAMARGO (LUIZ DÍAZ3, FRANCISCO ALFONSO2, LUIS¹) nasceu em 1546 em


Castrojeriz, Castella, Espanha. Casou-se com GABRIELA ORTIZ 1571*. Ela nasceu em 1550 em
Castrojeriz, Castella, Espanha. Tiveram o filho:

*(Esta data de 1571 precisa ser conferida, porquanto seu filho Jusepe chegou ao
Brasil em 1583, na armada de Valdés, e teria então apenas 10 ou 11 anos de idade, e
se casado logo após com apenas 14 anos de idade, pois em 1587 já comparece nas
Actas SP como almotacel. Cronologia inverossímel).

7. i. JUSEPE5 (ORTIZ) DE CAMARGO, n. 1586(sic, data inverossímel, porquanto chegou ao Brasil em


1583), Castella, Espanha; † 1619, São Paulo SP Brasil, enterrado no Mosteiro do Carmo (antigo).

Geração Nº 5
7. JUSEPE5 ORTIZ DE CAMARGO (FRANCISCO4, LUIZ DÍAZ3, FRANCISCO ALFONSO2, LUIS1)
nasceu em 1586 (sic, mais provável 1572, seus pais se casaram em 1571); chegou ao Brasil (em 1583, 1ª
referência das Atas da Câmara SP em 1586) em Castela, Espanha e faleceu em 1619 em São Paulo SP Brasil.
Casou-se com LEONOR DOMINGUES LUÍZ. Ela faleceu em 1630 em São Paulo SP Brasil.

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Biografia de JUSEPE ORTIZ DE CAMARGO:

GPSL: “A família Camargo paulistana teve princípio em Jusepe Ortiz de Camargo, natural de Castela,
que veio a S. Paulo na última parte do século 16.º, f.º de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, naturais
de Castrogeriz, Província de Burgos, Castela, n. p. de Luiz Díaz de Camargo e de Beatriz de La Peña. Em S.
Paulo casou Jusepe de Camargo com Leonor Domingues, falecida com testamento em 1630 na mesma vila,
no estado de viúva de seu marido, f.ª de Domingos Luiz – o Carvoeiro (de Santa Marinha da Carvoeira) –
cavaleiro fidalgo da Ordem de Cristo, e de Anna Camacho. Foi Jusepe de Camargo concunhado de Amador
Bueno da Ribeira (O Aclamado Rei de São Paulo), que foi casado com Bernarda Luiz, também f.ª do dito
Domingos Luiz, como se vê neste V. 1.º pág. 81. Esta família (bem como a descendência de Amador Bueno, e
outras descritas em Tit. Carvoeiros) participa do sangue de João Ramalho, que foi casado com Izabel Dias
(Bartira, M'bicy) f.ª do cacique Tibiriçá, como se vê na pág. 48 deste V. 1.º. Foi Jusepe de Camargo pessoa de
autoridade e respeito em S. Paulo, onde ocupou o cargo de juiz ordinário em 1611; e seus descendentes,
conservando o prestígio de seu progenitor, disputaram por muitos anos as rédeas do governo, tendo como
competidora a não menos nobre e poderosa família Pires.

Segundo as investigações feitas pelo Dr. Ricardo Gumbleton Daunt, que se ligou por seu casamento a
esta família Camargo, era ela “oriunda de Sevilha” e descendente do célebre navegante espanhol Afonso (sic,
Francisco Alfonso) de Camargo, que em 1539 empreendeu ir ao Peru pelo Estreito de Magalhães; após
terríveis peripécias e perdas consideráveis, Alfonso de Camargo chegou a ganhar o porto de Arequipa com as
suas três (sic, uma única, a capitânia) naus. (Ensaio Biográfico do Dr. Ricardo pelo Dr. Estevam Leão
Bourroul).

Genealogia Paulistana – Silva Leme – Tit. Camargo

Como citado anteriormente, Silva Leme nos forneceu os seguintes dados sobre a ascendência do tronco da
FAMÍLIA CAMARGO - JUSEPE DE CAMARGO, como assinava na maioria das vezes, chegou à Vila de São
Paulo no último quartel do Século XVI (provável 1583, quando assinou ata como almotacelem 1587), filho de
Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, ambos naturais da Espanha, região Castelhana, cidade de
Castrojeriz, ao lado de Burgos. Foi ele neto, pelo lado paterno, de Luís Díaz de Camargo e de Beatriz de La
Peña (Bisneto do Alm. Francisco Alfonso de Camargo; Trineto de Luís de Camargo, comerciante de Sevilha).

Na Vila de São Paulo, Jusepe de Camargo, casou-se com Leonor Domingues (Luiz da Carvoeira), filha de
Domingos Luiz da Carvoeira, “O Carvoeiro" de alcunha (de Sta. Maria da Carvoeira), e Anna Camacho.

Sobre este último casal é necessário registrar que eram pessoas voltadas para as práticas piedosas e muito
apegadas a lides da igreja, tendo sido os fundadores de uma capela, cujo orago era Nossa Senhora da Luz,
que, com o passar dos anos, deu origem ao atual Convento da Luz.

(Igrejas de S. Paulo, de Leonardo Arroyo, pág. 3 – 1. Livro do Tombo da Sé, pág.


15, arquivo da Cúria metropolitana ).

Jusepe de Camargo era concunhado de Amador Bueno da Ribeira (O Aclamado “Rei de São Paulo”), porque
este ultimo também era casado com outra filha de Domingos Luiz, Bernarda Luiz. Essas duas famílias
participaram do sangue (do pré-colonizador) JOÃO RAMALHO, ascendente de Anna Camacho. Este
lendário cacique (morubixaba) foi o braço direito do Pde. ANCHIETA, sem cujos préstimos, sua missão teria
sido mais difícil (ou impossível, no cerco da vila em 1562).
Através das atas da câmara dos vereadores da Vila de São Paulo, foi possível traçar um perfil da
personalidade de Jusepe Ortiz de Camargo. Foi ele um político hábil, espírito aguerrido, ardoroso defensor
da utilização do braço indígena em (parceria) benefício dos colonos como de seus parceiros nativos.
Demonstrou possuir um caráter intransigente. Aliás, me parece, que este traço tem acompanhado seus
descendentes de linha direta há quase quatro séculos.

Tudo nos leva a crer que Jusepe de Camargo foi sempre um homem cujas atividades desenvolveram-se mais
dentro do âmbito citadino do que propriamente nas lidas do sertão. Esta hipótese se nos configura provável
devido ao seu nome não constar como participante de qualquer das primeiras entradas encetadas pelo
capitão-mor Jerônimo Leitão, com a finalidade de "reduzir" (domesticar) os Índios Carijós.

Por volta de 1594, a Vila de São Paulo foi assediada por índios refratários à catequese e de acordo com as
primeiras atas da câmara, Jusepe de Camargo teve participação ativa, comparecendo como uma das
principais figuras na organização da defesa da Vila de São Paulo, que na época era constituída do colégio dos
Jesuítas e umas poucas casas de colonos, sem falar em algumas propriedades rurais mais afastadas.

Em 1592 (ou antes, em 1587) foi eleito Almotacel, e figura nessa mesma época em um protesto dirigido ao
Capitão-Mor sobre questões de localização de domicílio, contrapondo-se ao prestigioso Antônio da Proença.

Em 1595 ganha a eleição para Juiz Ordinário. Por volta de 1598 temos notícias que Jusepe de Camargo
residia nos arrabaldes (da vila) de São Paulo, sendo vizinho de Diogo Fernandes.

Dentro do quadro político da época, temos informações de que ao findar o século XVI liderou a organização
de grupos, cuja finalidade era a mineração do ouro e da prata, empreendimento este que era suportado
financeiramente pelo chefe da casa dos Souza Prado sem, contudo, precisar ir ao sertão.

No alvorecer do século XVII, em 1602, precisamente, foi eleito vereador, tendo seu mandato sido renovado
no ano seguinte. Por volta desta mesma época foi membro destacado de uma junta eleita por determinação
do Provedor da Fazenda Real, Luiz D’Almada Montarroio, com a responsabilidade de classificar e registrar os
índios apresados no sertão pela entrada de Nicolau Barreto.

É de se notar que o prestígio de Jusepe de Camargo era tão grande quanto ao das figuras mais importantes
daquele tempo, tais como Fernando Dias Paes e Antônio de Proença e outros.

Jusepe de Camargo, como já foi dito, era pessoa muito bem relacionada no cenário político da época, do que
é exemplo uma passagem na qual figura como personalidade central. Trata-se de uma ata da Câmara datada
de 22 de agosto de 1603, na qual consta que o procurador do conselho, João De Sant‘Anna, se lastima diante
dos demais membros, por julgar que Jusepe de Camargo havia abusado da sua boa fé, ao agir de modo
parcial, com intuito de servir a um seu amigo particular, o então Capitão-Mor Diogo Lopes de Castro.

A 17 de março de 1607, temos outra notícia de Jusepe de Camargo. Foi ele nomeado por provisão do
governador-geral Diogo Botelho ao cargo de Juiz de Órfãos da Vila de São Paulo. Em 1612 é eleito novamente
Juiz Ordinário.

Jusepe de Camargo foi um dos destacados cabeças do (1º) movimento encetado para expulsar os Jesuítas, em
consequência de questões relativas ao servilismo Indígena.

Para ter-se uma idéia mais ampla do que foi este movimento, suas razões e repercussões, tracem um esboço
do que realmente sucedeu: D. Francisco de Souza, quando governador-geral das capitanias do Sul,
preocupou-se mais com descobertas de Filões Auríferos, não se interessando muito pelas demais
necessidades que envolviam a governança. Foi ele muito chegado às ordens religiosas e influenciado pelos
últimos, refreou quanto lhe foi possível as investidas domesticadoras dos colonos. Após o seu
desaparecimento, seu filho D. Luís de Souza Henriques, movido já por outros interesses, afrouxou aquele
controle.

Por essa época, tanto em São Paulo quanto em outras regiões do Brasil que possuíam núcleos de colonização,
existia certo descontentamento por parte dos colonos devido ao usufruto parcial dos Jesuítas da mão-de-obra
indígena. Pois os Jesuítas acobertados pelos objetivos catequistas, (conspiração de inspiração estrangeira)
aos poucos, estavam com o monopólio dos índios sobre seu controle.

Pois bem, onde não há gozo equitativo de direitos, existe a insatisfação. O referido fato foi, aos poucos,
impregnando o ânimo dos colonos, que reagiram contra aquele monopólio injusto no tocante à utilização de
direitos sobre os índios.

Para abrandar tais tensões, a metrópole sancionou a lei de 10 de setembro de 1611, criando para o governo
civil das aldeias um Capitão para manter a ordem e organizar o uso do braço indígena, o que de certa forma
revogava em parte a proibição das entradas de redução indígena.

Tal afrouxamento foi o suficiente para que os Paulistas recrudescessem de tal forma em suas investidas às
reduções Jesuíticas de Guaíra e Tape que não tardou uma reclamação enérgica do Governador do Paraguai.

Os jesuítas a seu turno não queriam abrir mão do antigo privilégio, coisa que, de certa forma, irritava os
colonos, acirrando-lhes os ânimos e levando-os a constantes desentendimentos.

A 10 de julho de 1612, conforme consta em Ata da câmara da Vila de São Paulo, os vereadores reuniram-se
com os homens de destaque do governo e do meio social, sob a Presidência de Jusepe de Camargo o qual
expôs o fato de que, muito embora D. Luiz de Souza houvesse permitido em parte a utilização do braço
indígena pelos colonos, os Jesuítas a isso se contrapunham, induzindo os indígenas a se rebelarem em
zombarias contra o poder dos Capitães (Subversão).

Cerca de sessenta e oito potentados da capitania assentaram que tal estado de coisas deveria ser mudado.
Providências enérgicas acreditam, devem ter sido tomadas, pois após esta reunião durante um lapso de vinte
anos não ocorreu intromissão por parte dos jesuítas nesta questão indígena. A essa época Jusepe de Camargo
atingia o seu apogeu na Capitania e em 1613 na ata inicial do novo mandato, encontra-se assentado que os
oficiais se ajuntaram nas pousadas do vereador mais velho, Gonçalo Madeira, por estar alí a caixa do
conselho e determinaram que servisse de Almotacel Estevam Gomes Cabral, "por ser casado de pouco com a
filha de Jusepe de Camargo que é pessoa da governança da terra e ele ser contente se desse à vara ao dito
genro”.

Neste mesmo ano de 1613, Jusepe de Camargo figurou como procurador de seu sogro, Domingos Luiz, “O
Carvoeiro” no inventário de Domingos Luiz, “O MOÇO”.

Pela maneira com que se conduziu neste processo, conforme cópia de um fragmento que anexamos a este
trabalho, denunciando a sonegação de bens aos menores netos de Domingos Luiz, “O Carvoeiro” concluímos
daí que Jusepe de Camargo devia ser pessoa letrada e possuidora do conhecimento das normas jurídicas
vigentes naquela época.

A partir de 1613 Jusepe de Camargo não mais tomou parte ativa na política de São Paulo.

Segundo informações do Cônego Roque Luís (de Macedo Leme, genealogista), ele veio a falecer em 1619, e
sua mulher Leonor Domingues a 11 de novembro de 1630, ficando do casal, segundo Silva Leme, com base
em documentos do arquivo do Estado de São Paulo, cartório de órfãos e da cúria metropolitana, oito filhos.
Posteriormente, Carvalho Franco descobriu, ao pesquisar nos arquivos da cúria, um nono filho (IGNÁCIO).
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