Sobrenome de origem toponímica, tomado da propriedade da família. Vila de Portugal.
Do nome visigótico de homem Moura (Antenor Nascentes, II, 208). Procede esta família de Pedro Rodrigues que no ano de 1107, no tempo de D. Afonso Henriques, 1.º rei de Portugal, ganhou aos mouros a vila de Moura, que ficou sendo o solar desta família e donde tirou o sobrenome. Uniram-se aos Rolins que por isso usam o brasão de armas da família Moura. Seu neto Vasco Martins Serrão de Moura foi o 1.º senhor de Moura, por mercê de sua parenta a rainha D. Beatriz de Gusmão [-1300], espôsa, em 1253, de D. Afonso III, rei de Portugal, em 1248 (Anuário Genealógico Latino, I, 69). Brasil: Em Pernambuco, entre as mais antigas, a de Frutuoso de Moura, n. em Pernambuco, que deixou geração, a partir de 1586, com Antônia Docenha (?), nat. de Pernambuco. Ainda em Pernambuco, ver no próximo item D. Felipe de Moura. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Antônio de Moura [c.1656, Castelo de Vide, Alentejo - 1697, RJ]. Capitão. Provedor da Fazenda Real [1687]. Deixou geração do seu cas. no Rio, em 1683, com Bárbara Barreto [c.1659, RJ - 1737, RJ] (Rheingantz, II, 634). Ainda, no Rio de Janeiro: os Moura da Fonseca e Moura Varela (séc. XVII). Rheingantz registra mais 16 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Gaspar Rodrigues de Moura, morador em S. Vicente. Entre 1568 e 1570, esteve morando no Rio de Janeiro. Com geração em S. Vicente (AM, Piratininga, 123). Ainda, em São Paulo, há uma numerosa família com este sobrenome, originária das ilhas portuguesas, procedente de Gaspar Garcia de Moura, natural da Ilha de Santa Maria, que deixou geração do seu cas., por volta de 1704, com Ana da Glória, natural da mesma Ilha de Santa Maria. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - a neta, Ana Maria da Conceição [c.1735-], de quem descende a maioria destes Mouras, de São Paulo, por seu cas., em 1758, em Taubaté, SP, com o Capitão-Mor João Francisco Vieira [c.1733 - 1778, Taubaté, SP], filho de Mateus Vieira da Cunha; II - o bisneto, coronel João Francisco Vieira de Moura [c.1762-], filho do anterior. Deixou geração do seu cas., c.1787, com Maria Francisca do Espírito Santo, filha do capitão Diogo Ferreira da Silva e Francisca da Cunha e Souza; III - o terceiro neto, padre Lourenço Justino de Moura [c.1788-1840], filho do anterior; IV - o terceiro neto, Dr. Francisco Honorato de Moura [c.1795-], irmão do anterior. Primeiro paulista formado em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Deputado Provincial. Presidente da Câmara Municipal de Taubaté. Delegado de Polícia de Taubaté. Oficial da Ordem da Rosa [1842]. Com geração do seu cas., em 1843, em São Paulo, SP, com Maria Claudina de Almeida [c. 1800 - 1883, São Paulo, SP]; V - o terceiro neto, Joaquim Francisco de Moura [c.1798-], irmão do anterior. Com geração do seu cas., Ana Rosa das Chagas, filha do coronel Miguel Francisco das Chagas; VI - o terceiro neto, José Olegário de Moura [c.1803-], irmão do anterior. Com geração do seu cas., em 1835, em Pindamnhangaba, com Zeerina Marcondes de Moura; VII - o terceiro neto, Capitão Bento Vieira de Moura [08.12.1805, Taubaté, SP -], irmão do anterior. Soldado da Guarda de Honra do Imperador D. Pedro I, tendo assistido, no Ipiranga, o grito da Independência. Pertenceu mais tarde à Guarda do Imperador e foi reformado como tenente da 1.ª Companhia do 1.º Esquadrão [18.10.1829]. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Com geração dos seus dois casamentos; VIII - o quarto neto, Dr. José Olegário de Almeida Moura [c.1845-], filho do item IV. Bacharel em Direito. Major do Exército. Auditor de Guerra; IX - o quarto neto, Dr. Fernando de Almeida Moura [c.1847-], irmão do anterior. Bacharel em Direito; X - o quarto neto, Dr. Ernesto de Moura [c.1850-], irmão do anterior. Bacharel em Direito. Lente na Faculdade de Direito de São Paulo; XI - o quarto neto, Dr. José Augusto de Oliveira Moura [c.1841, Taubaté, SP -], filho do item V. Bacharel em Direito, pela Faculdade de São Paulo [1864]. Fazendeiro de Café no Município de Caçapava. Juiz Municipal de Caçapava [1886]. Com geração do seu cas. com Henriqueta Moreira da Costa; XII - o quarto neto, José Vitoriano de Oliveira Moura [c.1843-], irmão do anteriro. Tenente Reformado do Exército. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Cavaleiro da Ordem da Rosa. Medalha da Campanha do Paraguai. Com geracão do seu cas. com Maria Brasileira Freire, natural de Rzende, RJ; XIII - a quarta neta, Maria Gertrudes de Moura [c.1845-],irmã do anterior. Matriarca dos Moura Andrade (v.s.), de São Paulo; XIV - o quarto neto, José Francisco de Moura, irmão da anterior. Presidente da Câmara Municipal de Taubaté. Prefeito de Taubaté. Com geração do seu cas. com Escolástica Henriqueta de Moura; XV - a quinta neta, Maria Angélica de Moura Andrade, filha do item XIII. Matriarca da família Rizzini (v.s.), de São Paulo. Família de influentes políticos mineiros estabelecida na Zona da Mata [Minas Gerais], que vai descrita no verbete Moura Bastos. Família originária do Cantão de Fribourg, Suíça, estabelecida na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, para onde passou Joseph Moura [c.1798, Dampierre -], contratado na qualidade de colono para trabalhar na nova Colônia do Morro Queimado, Município de Nova Friburgo, RJ. Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Domingos de Moura, que deixou geração com Bárbara Fernandes, cuja filha, Ana de Moura [c.1652, RJ - ?], é registrada como «índia» (Rheingantz, II, 635). Em Pernambuco e Bahia, entre as principais famílias daquelas regiões, a de D. Felippe de Moura, que passou a Pernambuco, em 1556, no tempo em que governava sua tia Brites de Albuquerque, viúva do Donatário Duarte Coelho. Portanto, também era sobrinho do famoso «Adão Pernambucano», Jerônimo de Albuquerque, patriarca desta família no norte do Brasil. Homem de prol, de fidalga linhagem da parte dos Mouras, de Portugal, sobrinho da governadora e de Jerônimo de Albuquerque, teve posses e posições [Afonso Costa - Genealogia Baiana, Catálogo de Jaboatão, n. 191]. Deixou numerosa geração, de seus dois casamentos: 1.º, em PE, com sua prima, Isabel de Albuquerque, filha do mesmo Jerônimo de Albuquerque e da «índia Muira-Ubi» Maria do Espírito Santo Arcoverde; e a 2.º, em PE, com Genebra de Albuquerque, filha de Felipe Cavalcanti, patriarca da família Cavalcanti (v.s.), de Pernambuco, e de Catarina de Albuquerque, também filha da mesma «índia Muira-Ubi» Maria do Espírito Santo Arcoverde. Entre os seus mais ilustres descendentes, está o poderoso marquês de Pombal, Sebastião de Carvalho e Mello, portanto, em sua ancestralidade, estão ameríndios do Brasil. Ainda, entre os descendentes de Felipe de Moura, registram-se: I - o filho, D. Francisco de Moura, também notável, com serviços na Flandres e na Índia, ocupando altos postos. Veio em socorro da Bahia, tomada pelos holandeses e foi aí capitão-mor e governador. Muitas distinções lhe concedera o rei. Viveu solteiro e não teve descendentes [Afonso Costa - Genealogia Baiana, Catálogo de Jaboatão, n. 191]; II - o filho, D. Antonio de Moura, que cheou a ser governador de Cabo Verde; III - o filho, D. Jerônimo de Moura, que esteve em serviço na Índia; IV - o filho D. Paulo de Moura, de quem descende o citado marquês de Pombal. Depois de viúvo fêz-se religioso franciscano, passando a ser fr. Paulo de S. Catarina, a quem se confiaram várias missões, em Portugal e no Brasil [Afonso Costa - Genealogia Baiana, Catálogo de Jaboatão, n. 192]; V - a filha, Isabel de Moura, matriarca da família Ribeiro de Lacerda (v.s.), da Bahia, por seu casamento; VI - a filha, Mécia de Moura, matriarca da família Dias da Fonseca (v.s.), por seu casamento; VII - o neto, Pedro de Moura Pereira [1608-], fidalgo cavaleiro da Casa Real; VIII - o neto, Felipe de Moura Rolim, Fidalgo da Casa Real, que em 1624 veio em companhia de seu tio D. Francisco de Moura à Bahia, para combater contra os holandeses; IX - o neto, Manuel de Moura Rolim, capitão de infantaria na Bahia. Fidalgo da Casa Real; e X - o bisneto, Antonio de Moura Rolim [1658 - 1708, BA], Fidalgo da Casa Real. Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Francisco de Moura, que deixou geração, por volta de 1655, com Juliana da Costa, «preta forra», por onde corre o sobrenome (Rheingantz, II, 453). Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 10.12.1673, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Paula de Moura, solteira, natural de Lisboa, onde morava, acusada «por feitiçaria e presunção de ter pacto com o demônio». Filha de Fernão de Moura, escrivão das Sete Casas. Linha de Degredo e Cristão Novo [com pacto com o demônio]: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 29.10.1656, a condenação de um (1) ano de degredo para o Brasil, de José de Jesus maria, que anteriormente se chamava José de Mouyra, cristão-novo, solteiro, filho de Manuel de Oliveira, «tratante», natural de Montemor o Novo, residente em Lisboa, por fingir revelação «e haver prezunção de ter pacto com o demônio. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic.I, 135). Nobreza Titular: Joaquim Augusto de Moura, foi agraciado, por Decreto de 17.05.1878, com o título de barão de Vila Velna. Heráldica: I - um escudo em campo vermelho, sete castelos de prata, abertos de negro, postos 1, 2, 1, 2 e 1. Timbre: um castelo do escudo; II - Antonio de Moura Borges: um escudo em campo vermelho, seis castelos de prata, abertos e iluminados de azul. Timbre: um castelo do escudo (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 43).