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no
1917
A N N O S O C I A L DE 1917 A 1918
P R E S ID E N T E HONORÁRIO
Desembargador Vicenle Simões Pereira de Lemos
P R E S ID E N T E
Coronel Pedro Soares de Araujo
V IC E -P R E S ID E N T E S
Desembargador João Dionysio Filgueira
2° Desembargador Luiz Tavares de Lyra
S E C R E T Á R IO S
i 1? Conego Estevam Josè Dantas
2Ç Dr. Nestor dos Santos Lima
S U P P L E N T E S DO 2? S E C R E T A R IO
Padre José de Calazans Pinheiro
- Dr. Thomaz Landim
ORADOR
Dr. Manoel Dantas
ADJUNCTO DO ORADOR
Dr. José Callistrato Carrilho de Vasconcellos
TH ESO U R EIR O
Desembargador Hemeterio Fernandes Raposo de Mello
COMMISSÂO DE FA Z E N D A E ORÇAM ENTO
Dr. Horacio Barreto de Paiva Cavalcanti
Coronel Manoel Lins Caldas
Professor Joaquim Lourival Soares da Camara
REDACÇÃO DA «REVISTA»
Dr. Manoel Dantas
Dr. Antonio Soares de Araujo
Dr. Nestor dos Santos Lima
DESEMBARGADO« FERREIRA CHAVES
Governador do Estado
IlrmeodRem do Instituto Historico a seu sscio fundador e benemerito
iOÀO v . JD £ UIRÁ^SA
0 CENTENÁRIO
DE MIGUELINI10
O povo do Rio Grande do Norte, por ini
ciativa do Instituto Ilisíorico, num formoso
movimento de civismo, prestou, no dia 12 de
junho deste anno, a mais justa e tocante das
homenagens do seu amôr e da sua veneração,
á memória, sempre augusta, do Padre Miguel
Joaquim de Almeida Castro, cognominado o
" F r e i Miguelinho", com a celebração do
centenário do seu martyrio a 12 de junho
de 18 17, quando foi sacrificado heroicamente,
como um dos principaes implicados na mallo-
grada Revolução Republicana, que, na capital
de Pernambtico, rebentára aos 6 de março
daquelle anno.
Interessando sympathicamente toda uma
população ordeira e patriota, a festa do Cen
tenário de Miguelinho associou desde o cida
dão modesto â mais graduada personalidade,
que é o Chefe do Estado, desde a mais tenra
creança escolar até as mais altas corporações
de lettras, de artes e de sciencias, a essa estu-
6
6 O E M A R Ç O DE 1917
Meus S e n h o re s:'
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D isse.»
I
10 DE JUNHO DE 1917
A G R A N D E R E G A T A DO C E N T E N Á R IO
i ° pareo : R I A C H U E L O .— Escola de
Aprendizes Marinheiros. Escaleres a 8 remos.
Saldanha, da Gama, galhardete encarnado,
versus Barroso, galhardete azul. Aprendizes,
sendo vencedor o Saldanha da Gama.
a? pareo : I N S T I T U T O H I S T O R I C O .—
Baleeira da Alfandega, flammula azul e bran
co, versus a da Capitania, flammula.encarna
da. Profissionaes. 6 reinos, ganhando a ba
leeira da Capitania.
3 V pareo : C L À R A D E C A S T R O .— Sport
Club do Natal. Canoas a 4 remos. Spott, flam
mula preta e vermelha. Guarnição : Lodonio
Noronha, A. Braga, J. Lucas Netto, Pom-
pilio Pinheiro e Oliverio Noronha. Versus Ja u -
tfyra, flammula vermelha, guarnição : Aracan
Toscano, Clodoáldo Caldas, Mario Gurgel,
Heraclio Soares e J. Mendes Junior, sahindo
victoriosa a canôa «Sport».
4° pareo : M I G U E L I N H O .—Centro Nau-
tico Potengy, Canôas a 4 remos. Guanabarinci,
guarnição de camisa preta e branca, em listas
verticaes e casquete preto : Getulio Soares,
Solon Aranha, Alfredo Guilherme, Alexandre
Bigois e João Cyrineu, versus G uiom ar: Guar
nição, de camisa branca com faixa horison-
tal preta e casquete branco, Frederico Braga,
Marcial Damasceno, João de Paiva, Cicero
Aranha e Julio Meira e Sá, sendo vencedora a
Guanabarina. .
f p a reo : A N D R É D E A L B U Q U E R
Q U E . — Sport Club do Natal. Canôas a 4 re
mos : Ja n d y ra , flammula vermelha. Guarni
ção : Cypriano Rocha, Antonio B. Costa,
Clodoáldo Baker, Thomaz Mendes e Isaac
Seabra, versus Sport, flammula preta e ver
melha. Guarnjçáo : José van der Linden, J.
Pirangy, ]. dos Santos, Manuel Lago e An--
tonio Miranda, ganhando a canoa Sport.
6? pareo : C E N T E N Á R I O .— Centro Nau-
tico Potengy. Canoas a 4 remos. Guiomar :
camisa branca e preta, de lista hojrisontal,cas
quete branco : Guarnição : Eicjer Gomes, An
tonio Damasceno, Euclides Soriano, João
Vieira e Bigois Filho, versus Guanabarina,
branco e preto, lista vertical, casquete preto :
Guarnição : Clodoveu Madureira, Jaym e Wan-
derley, Orlando Ubirajara, Olavo Wanderley
e Adaucto da Camara, vencendo a Guiomar.
DIA 11 DE JUNHO
O CAMPEONATO 00 FO O T-BALL
A C O N F E R E N C IA DO P A D R E D R . I g NACIO
de A l m e id a
O DIA DO C E N T E N A K IO
Da A Republica de 14 de junho :
«Foi um dia grandioso,o de ante-hontem,
um desses momentos que assignalam, com o
transcorrer de uma data, a posse de grandes
conquistas.
A còmmemoraç 3o do centenário de Mi
guelinho não ficou na consciência publica a
penas como a homenagem de um povo que
sabe cultuar o heroísmo. Teve uma outra sig
nificação que Henrique Castriciano accen-
tuou com rara felicidade e muita eloquência,
na sua magnifica oração ao pé do monumento,
foi a manifestação desse grande espirito de so
lidariedade que é a base das democracias bem
formadas,a provn de que o povo do Rio G ran
de do Norte sabe querer e, em cada impulso
de sua vontade, dá sempre um passo para a
frente.
Todas as nossas festas, os actos dos
. nossos governantes, a acção dos diversos fa-
ctores da nossa sociedade, tudo isto obedece
a um cunho pratico de quem já preparou o
terreno para nelle elevar o edificio da nossa
grandeza futura.
As associações scientificas e litterarias,
as escolas, o traçado das ruas, os edifícios, as
Jeis, a organização partidaria, a imprensa, as
repartições publicas, 0 trabalho nos campos, o
trato social, tudo isto, entre nós, vai obede
cendo a uma directriz de quem possue o senso
pratico das coisas e sente-se firme dentro da
esphera de acção da nossa actividade política,
social e economica.
De cada festa que se realiza, de cada
acto dos poderes públicos, de cada iniciativa
particular, alguma coisa fica que é encorpora-
da ao património commum da vida no Rio
Grande do Norte.
Ha em todas as coisas que praticamos o
desejo de progredir e de acertar.
A ’ commerr.oraçao civica de um homem
martyrisado ha cem annos, por amor á liber
dade, concorreram todas as classes, todos os
municípios, todas as associações, gentes de
longes terras que viéram comrriungar com-
nosco nesta ara bemdita onde se celebra o
culto da Patria, que é a base primordial da
grandeza de um povo.
Das festas de Miguelinho ficaram encor-
porados á cidade o monumento que aformo-
sea uma praça, construído com o material das
nossas pedras, o hymno que, na formosura
das suas estrophes e na harmonia da sua mu
sica arrebatadora, será para todo o sempre o
hymno do Rio Grande do Norte.
A esses proventos de ordem material ha
a accrescentar a inestimável parcella com que
concorreram para o nosso património moral o
governo e as associações, as escolas e as cor
porações, o povo em todas as suas classes..
O centenário de Miguelinho foi bem o
centenário do Rio Grande do Norte, porque,
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A S F E S T A S DO D IA
MISSA CA M PA L
O P R É S T IT O CÍVICO
17 de Dezembro de 1597
D is c u r s o p r o n u n c ia d o pelo
dr. H e n r iq u e C a s t r ic ia n o ao
SER INAUGURADO O MONUMENTO
EM HOMENAGEM AOS HEROES DA
87
REVOLUÇÃO DE 1 1 , NA P/<AÇA
A n d r è de A lb u q u er q u e .
Senhores !
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-----91----
D isc u r so p r o n u n c ia d o pelo
D r. M anoel D an tas, orador
O F F I C I A L NA SES S Ã O S O L E M N E DO
I n st it u t o H is t ó r ic o , r e a l iz a d a
A 12 DE JU N H O DE 19 17 , NO
T iie a t r o C arlo s G o m es.
. i
silencio que este guardava sobre todos os ar
tigos da accusaçâo,disse lhe,em plena sess 5o ;
— Padre, não cuide que somos alguns bár
baros e selvagens que somente respiramos
sangue e vingança. Fale ! diga alguma coisa
em sua defesa.
E continuando o silencio por parte de Mi
guelinho, o conde retrucou,como que insinuan
do-lhe logo a resposta :
— O padre não tem inimigos ? não seria
possivel que elles lhe falsificassem a firma e
com ellasubscrevessenvtodos ou parte dos pa
peis que estão presentes ?
Falou pela primeira vez o heroe riogran-
dense, exclama um chronista da epoca, para
responder ao conde :
— Não, senhor, não são contrafeitas ; as
minhas firmas nestes papeis são todas auten
ticas, e porsignal.em um delles o—o —de C a s
tro ficou metade per acabar, porque faltou
papel.
Calou-se e recusou outra resposta.
Foi proferida então contra elle a senten
ça de morte, que tem a data de 1 1 de junho de
1 8 r 7. ,
Miguelinho ouviu, em profundo silencio,
ler a sentença cruel e, sem o menor signal de
impaciência, encaminhou-se para o terrível
oratorio.
Sendo, pela manhã de 12 de junho, elle e
José de Mendonça, intimados da rejeição dos
embargos, José Luiz exclamou indignado :
—Juizes malvados ! cegos e vis instru
mentos da tyrania ! eu vos emprazo para os
-1 1 5 —
-----H G -----
imsm
Préstito na rua Frei Miguelinho. Carro triumphal e Grupo Escolar ‘‘Frei Miguelinho’'.
-----117-----
IN V O C A Ç Ã O
1 2 — Junho— 19 17 .
IMMORTAL!
( N o monumento a M ig u elin h o )
Padre, tu que surgiste aureolado da Luz
Que o futuro desvenda o passado redime...
E, entre rubros clarões, a tualma conduz
— A bemdita visão do teu bcmdito crime...
Padre, tú que aprendeste os mysterios da Cruz,
— Fonte augusta do Amor redivivo e sublime—
E, entre psalmos triumphaes, disseste ao teu Jesus :
«A bemdita visão do teu bemdito crime».
Padre, tú que affrontaste os peloiros da sorte,
Sem curvares o joelho ás leis do despotismo,
Na vida foste heróe e foste heróe na morte.
Morreste sem morrer, e altivo e sobranceiro,
No zimborio da Fé, na torre do Civismo,
Legaste um nobre exemplo ao povo B rasileiro!
E z e q u ie l W an d erley.
REPRESENTAÇÕES
NOTAS A V U L S A S
NA E S C O LA N O K M A L
A POSSE DO C E N T R O CÍVICO E R EI M IG U E L IN H O
O A S P EC T O DA C ID AD E
CINEMA CAMPAL
C E N T E N Á R IO D E M IG U E L JN H O
12 DE JUNHO I917
P R O G R A M MA
F I L M S S E N S A C IO N A E S ! •
i ProjecçAo
T Y P O G R A P H IA D E UM D IÁ R IO
M O DERNO
Natural.
2, 3, 4. 5 e 6 Projecções
DURANTE O CO M BATE
Monumental Drama Heroico
7 ProjecçAo
D O IS C Ã E S E M UM O SSO
Cômica
8, 9, 10 e i i Projecções
O H O M E M D E O R E L H A M U T IL A D A
Drama de Aventuras.
12 ProjecçAo
O C A C H O R R O E O M O SQ U IT O
Cômica.
13, 14, 15, 16 e 17 Projecções
O F IL H O DO IN IM IG O
Drama commovente.
-----128----
i8 Projecções
M A N O B R A S D E E X E R C ÍC IO
Executadas pelo 2 Batalhão de Caçaça-
dores antes da partida para 0 T H E A T R O DA
' GU ERRA.
19, 20, 21 e 22 Projecções
E F F E IT O S D E L U Z
Uma Licção aos maridos infiéis. A iro
nia da Malicia feminina triumpha.
Bello Drama Colorido.
23 Projecção
H O T EL E L E C T R IC O
Disparate cinematographico.
24, 25, 26 e 27 Projecções
O S D O IS P E Q U E N O S H E R O E S
Soberbo Drama de Assumpto Empolgante.
28 Projecção
C A R L IT O E I Z A B E L D E P A S S E IO
Hilarilante scena cômica.
MENSAGENS E TELEGRAMMAS
Cordiaes saudações.
T avares de L v r a .
o i QSecretario Perpetuo,
D r . Bernardino Jo s é de Sousa.
AS F E S T A S NOS MUNICÍPIOS
Presidente da Intendência.
S e n t e n ç a c o n d e m n a t o r y de M ig u e l in h o e
seus c o m p a n h e i r o s d e s u p p l i c i o
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Saudações.
O i ° Secretario,
#
-154 -----------
Jo a q u i m F e r r e i r a C h a
ves— P. S oares de A raujo—
C onego E stevam D a n t a s —
N e sto r L i m a .
/
Préstito na Rua Junqueira Ayrr
1 5 7
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----------- 162 —
\
----------- 183 -----------
f
— 1 8 G ---------
«Valorosos lusitanos
A victoria por vòs chama,
A trombeta já da fama
Vosso nome vai cantar.
A lipio B andeira .
capitão de artilheria.
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215
II
III
O Centenário de Miguelinho—Kedacçâo.......................... 5
a) Resoluções e preparativos .................................. 8
b) 6 Março de 19 17 ...................... .............. . .......... ix
c) No Instituto Historico........ ........ < ..................... 65
d) 10 de junho de 19 17 .................. ......................... 67
e) Dia i i de junho.....................................................", 71
índice...................... 225
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Monumento............................................................................... 84-85