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Curso:

Engenharia Civil

Disciplinas:

Matemática Instrumental; Ética, Política e Sociedade; Química Geral e


Experimental; Probabilidade e Estatística; Cálculo Diferencial e Integral I;
Seminário Interdisciplinar II.

Alunos:

Fábio de Souza Zanati

Jamilo B. de Almeida

Marcos José Corrêa de Moraes

Maurício Oliveira de Brito

Ricardo Akio Kobayashi

Tutor a Distância: Carlos Alberto Machado

Tutor Presencial: Marcelo Celso Vieira

Cidade/Indaiatuba
2018
Sumário
1 Introdução .................................................................................................... 5
1.1 NiCd (Níquel-Cádmio) ..................................................................... 5
1.2 Ni-MH (Hidreto metálico de níquel) ................................................ 5
1.3 Li-Ion (Íon de lítio) ............................................................................ 5
1.4 LiPo (Polímero de lítio) .................................................................... 6
2 Componentes de uma bateria de lítio ........................................................ 7
2.1 Eletrodo Positivo / Catodo .............................................................. 7
2.2 Eletrodo Negativo / Ânodo .............................................................. 7
2.3 Separador ........................................................................................ 8
2.4 Eletrólito .......................................................................................... 8
2.5 Interfase Eletrolítica Sólida (SEI) ................................................... 8
3 Como funciona uma bateria de lítio ........................................................... 9
4 Família de baterias de íons de lítio ............................................................. 11
4.1 Óxido de Cobalto de lítio ................................................................. 11
4.2 Óxido de manganês de lítio ............................................................ 11
4.3 Óxido de níquel cobalto manganês de lítio ................................... 11
4.4 Fosfato de ferro de lítio ................................................................... 12
4.5 Titanato de lítio ................................................................................ 12
5 O futuro das baterias de íons de lítio .......................................................... 12
6 Vantagens e limitações das baterias de Li-íon .......................................... 13
7 Qual elemento químico poderia substituir o lítio? .................................... 14
8 Processos de extração do lítio ................................................................... 17
8.1 Mineralogia e geologia .................................................................... 18
8.2 Lavra ................................................................................................ 19
8.3 Beneficiamento ............................................................................... 21
9 Processos de extração do sódio ................................................................ 25
9.1 Eflorescências do sal nas regiões áridas ...................................... 27
9.2 Jazidas de sal gema ........................................................................ 27
9.3 Eletrólise do NaCl ............................................................................ 29
9.4 Eletrólise do NaCl fundido .............................................................. 30
9.5 Eletrólise do NaCl aquoso .............................................................. 31
10 O átomo ........................................................................................................ 32
11 Tabela Periódica .......................................................................................... 36
12 Propriedades periódicas ............................................................................ 38
12.1 Raio Atômico ................................................................................... 39
12.2 Eletronegatividade .......................................................................... 40
12.3 Energia ou potencial de Ionização ................................................. 42
12.4 Eletrosfera do átomo ...................................................................... 43
13 Estatística .................................................................................................... 46
13.1 Conclusões do experimento .......................................................... 51
14 A função, seu domínio e imagem ............................................................... 52
15 Conceito de Limite ....................................................................................... 54
16 Ética, política e sociedade .......................................................................... 56
16.1 Lei da exploração mineral .............................................................. 58
16.2 Medidas provisórias ....................................................................... 58
16.3 Direito ambiental ............................................................................. 60
16.3.1 Princípio da prevenção e princípio da precaução .......... 61
16.3.2 Princípio do poluidor-pagador e protetor-recebedor ...... 61
16.3.3 Princípio da responsabilidade .......................................... 61
16.3.4 Princípio da gestão democrática ...................................... 61
16.3.5 Princípio do limite .............................................................. 62
16.4 Legislação ambiental Brasileira ..................................................... 62
16.5 Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA ............................... 62
16.6 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 64
(IBAMA) ............................................................................................
16.7 Ministério do Meio Ambiente (MMA) .............................................. 64
16.8 Resumo de algumas das principais leis ........................................ 65
16.9 Leis ambientais e sua contribuição para o meio ambiente e para 67
a sociedade ......................................................................................
16.10 Leis ambientais Brasil versus Mundo ............................................ 68
16.11 Conclusões sobre o capítulo ética, política e sociedade ............. 71
17 Conclusão Final ........................................................................................... 72
18 Bibliografia .................................................................................................. 74
1 Introdução
Hoje em dia podemos contar com uma infinidade de aparelhos eletro-portáteis, e
muito dessa mobilidade se deve à tecnologia empregada na fabricação das baterias
recarregáveis nele utilizadas. As baterias recarregáveis de celulares podem ser
produzidas com diferentes elementos químicos, o que influencia diretamente no seu
peso, preço e desempenho. Atualmente, a maioria dos smartphones e tablets contam
com modelos fabricados com Lítio, mas tudo começou com as famosas baterias de
níquel, lançadas para celulares desde a década de 80. Podemos conferir alguns detalhes
sobre todos os tipos que marcaram a geração de dispositivos móveis até hoje!

1.1 NiCd (Níquel-Cádmio)

Apesar de não ser mais utilizada nos dispositivos modernos, a bateria de NiCd foi
muito popular na época de chegada dos aparelhos móveis – entre os anos 80 e 90. Ela
foi uma das primeiras tecnologias que permitia recarga de energia e, mesmo sendo
bastante limitada em comparação às tecnologias atuais, possuía
um desempenho satisfatório para a época. Hoje caíram em desuso por conta do efeito
memória – o ato de “viciar” – e são encontradas apenas em celulares muito antigos.[3]

1.2 Ni-MH (Hidreto metálico de níquel)

Outro tipo já obsoleto comercialmente é o de hidreto metálico de níquel. Muito


parecido com a bateria anterior, ele representou o salto evolutivo ao ser capaz de
armazenar mais energia por um período maior de tempo utilizando menos peso e
tamanho. Além disso, outra característica que podemos destacar é seu desempenho
melhor na resistência ao efeito memória. Também é dificilmente encontrada em
aparelhos, sendo exclusividade de dispositivos antigos.[3]

1.3 Li-Ion (íon de lítio)

Presente na maior parte dos aparelhos, principalmente os Android, as baterias de


íon de lítio são extremamente populares. Isso se deve ao fato do lítio ser um metal muito
leve, com grande potencial energético e compacto. Esse tipo também foi responsável
por eliminar os problemas do “vício”, sendo totalmente imune aos efeitos memória.

5
Sua principal diferença em relação à maior concorrente (LiPo) é o custo de
produção: baterias de Li-Ion são muito mais baratas para serem produzidas e ideal para
distribuição em larga escala. Soma-se a isso que a maioria dos aparelhos
da Samsung (principal fabricante Android) vêm com ela, aumentando, assim, a sua
parcela de participação no mercado.

As baterias de íon lítio, ou simplesmente Li-íon, levam esse nome porque o agente
responsável tanto pela redução quanto pela oxidação é o íon Lítio (Li+).[3]

Figura 1 – Bateria de Lítio para smartphone

Fonte: Internet – google image databank

1.4 LiPo (polímero de lítio)

Conhecida por estar presente nos dispositivos da Apple, esta bateria possui o
mesmo metal da Li-Ion como matéria-prima: lítio. Porém, sua principal diferença é ser
mais maleável e com maior densidade energética. Na prática, isso significa que baterias
de LiPo podem ser mais finas e, mesmo assim, manter a mesma qualidade de recarga
de uma de Li-Ion maior. Além dos produtos da Apple, o OnePlus One, um dos melhores
smartphones Android do mundo quando o assunto é bateria, também utiliza um modelo
de LiPo. [3]

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2 – Componentes de uma bateria de lítio
Sua típica célula cilíndrica 18650, que é o fator de forma comum usado pela
indústria para aplicações comerciais de laptops a veículos elétricos, tem uma voltagem
de circuito aberto de 3,7 volts. Dependendo do fabricante, pode fornecer cerca de 20
amperes com uma capacidade de 3000mAh ou mais. A bateria será composta de várias
células e, geralmente, incluirá um microchip protetor para evitar sobrecarga e descarga
abaixo da capacidade mínima, o que pode levar a superaquecimento, incêndios e
explosões. Vamos dar uma olhada mais de perto nos elementos internos de uma célula.

2.1 Eletrodo Positivo / Catodo


A chave para projetar um eletrodo positivo é escolher um material que tenha um
eletropotencial maior que 2,25V quando comparado com metais de lítio puro. Os
materiais catódicos no íon de lítio variam muito, mas geralmente são óxidos de metais
de transição de lítio em camadas, como o projeto de cátodo LiCoO2 que exploramos
anteriormente. Outros materiais incluem espinelas (isto é, LiMn2O4) e olivinas (isto é,
LiFePO4).[7]

2.2 Eletrodo Negativo / Ânodo


Em uma bateria de lítio ideal, você usaria metal de lítio puro como ânodo, porque
fornece a combinação ideal de baixo peso molecular e alta capacidade específica
possível para uma bateria. Existem dois problemas principais que impedem o lítio de ser
usado como ânodo em aplicações comerciais: segurança e reversibilidade. O lítio é
altamente reativo e propenso a falhas catastróficas do tipo pirotécnico. Também durante
a carga, o lítio não voltará ao seu estado metálico uniforme original, adotando uma
morfologia semelhante a uma agulha, conhecida como dendrito. A formação de dendritos
pode levar a separadores perfurados que podem levar a curtos.
Os pesquisadores da solução planejaram aproveitar as vantagens do lítio metálico
sem que todos os contras fossem intercalação de lítio - o processo de mergulhar íons de
lítio dentro do grafite de carbono ou algum outro material, para permitir o fácil movimento
dos íons de lítio de um eletrodo para outro. Outros mecanismos envolvem o uso de

7
materiais anódicos com lítio que tornam as reações reversíveis mais possíveis. Materiais
anódicos típicos incluem grafite, ligas à base de silício, estanho e titânio.[7]

2.3 Separador
O papel do separador é fornecer uma camada de isolamento elétrico entre os
eletrodos negativos e positivos, enquanto ainda permite que os íons viajem através dele
durante a carga e a descarga. Também deve ser quimicamente resistente à degradação
pelo eletrólito e outras espécies na célula e mecanicamente forte o suficiente para resistir
ao desgaste. Os separadores de iões de lítio comuns são geralmente de natureza
altamente porosa e consistem em folhas de polietileno (PE) ou polipropileno (PP).[7]

2.4 Eletrólito
O papel de um eletrólito em uma célula iônica de lítio é fornecer um meio através
do qual os íons de lítio possam fluir livremente entre o cátodo e o ânodo durante os ciclos
de carga e descarga. A ideia é escolher um meio que seja ao mesmo tempo um bom
condutor Li + e um isolador eletrônico. O eletrólito deve ser termicamente estável e
quimicamente compatível com os outros componentes da célula. Geralmente, sais de
lítio como LiClO4, LiBF4 ou LiPF6 suspensos em um solvente orgânico como carbonato
de dietila, carbonato de etileno ou carbonato de dimetila servem como eletrólito para
projetos convencionais de íons de lítio.[7]

2.5 Interfase Eletrolítica Sólida (SEI)


Um importante conceito de projeto para entender sobre as células de íons de lítio
é a interfase de eletrólito sólido (SEI) - um filme de passivação que se acumula na
interface entre o eletrodo e o eletrólito à medida que os íons Li + reagem com os produtos
de degradação do eletrólito. O filme se forma no eletrodo negativo durante a carga inicial
da célula. O SEI protege o eletrólito de mais decomposição durante as cargas
subseqüentes da célula. A perda dessa camada de passivação pode afetar
negativamente a vida útil do ciclo, o desempenho elétrico, a capacidade e a vida geral
de uma célula. Por outro lado, os fabricantes descobriram que podem melhorar o
desempenho da bateria ajustando o SEI.[7]

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3 Como funciona uma bateria de lítio?
As baterias de íons de lítio aproveitam o forte potencial de redução dos íons de
lítio para potencializar a reação redox central a todas as tecnologias de baterias - redução
no cátodo, oxidação no ânodo. Conectando os terminais positivo e negativo de uma
bateria através de um circuito, une as duas metades da reação redox, permitindo que o
dispositivo ligado ao circuito extraia energia do movimento de elétrons.
Embora existam muitos tipos diferentes de produtos químicos à base de lítio
usados na indústria atualmente, usaremos o óxido de lítio-cobalto (LiCoO2) - a química
que permitiu que as baterias de íon de lítio substituíssem as baterias de níquel-cádmio
até os anos 90 - para demonstrar a química básica por trás dessa tecnologia popular.
A reação completa para um cátodo de LiCoO2 e um anodo de grafite é a seguinte:
LiCoO2 + C ⇌ Li1-xCoO2 + LixC
Onde a reação direta representa o carregamento, e a reação inversa representa a
descarga. Isso pode ser dividido nas seguintes reações:
No eletrodo positivo, ocorre redução no cátodo durante a descarga (veja reação reversa).
LiCo3 + O2 ⇌ xLi + + Li1-xCo4 + xCo3 + 1-xO2 + e-
No eletrodo negativo, a oxidação no ânodo ocorre durante a descarga (veja reação
reversa).
C + xLi + + e- ⇌ LixC
Durante a descarga, os íons de lítio (Li +) se movem do eletrodo negativo (grafite) através
do eletrólito (sais de lítio suspensos em solução) e do separador para o eletrodo positivo
(LiCoO2). Ao mesmo tempo, os elétrons se movem do ânodo (grafite) para o cátodo
(LiCoO2), que são conectados através de um circuito externo. [7]
Quando a célula é descarregada, íons de lítio se movem do anodo para o catodo
passando pelo eletrólito. Isso descarrega elétrons no lado do anodo, alimentando a
carga, conforme ilustrado na Figura 2. [8]

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Figura 2 – Funcionamento de uma bateria de Lítio - descarga

Fonte: www.sta-eletronica.com.br

Se uma fonte de energia externa for aplicada, a célula é recarregada, este


processo é invertido e os íons de lítio passam de volta do catodo para o anodo, conforme
Figura 3.
Figura 3 – Funcionamento de uma bateria de Lítio - carga

Fonte: www.sta-eletronica.com.br

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4 Família de baterias de íons de lítio
O fascínio do lítio como material de eletrodo ideal para aplicações de baterias
levou a muitos tipos de baterias de íon de lítio. Aqui estão cinco das baterias
comercialmente disponíveis mais comuns no mercado.[7]

4.1 Óxido de cobalto de Lítio


Já abordamos as baterias de LiCoO2 em profundidade neste artigo, porque
representa a química mais popular para eletrônicos portáteis, como celulares, laptops e
câmeras eletrônicas. O LiCoO2 deve seu sucesso à sua alta energia específica. Uma
vida útil curta, baixa estabilidade térmica e o preço do cobalto faz com que os fabricantes
mudem para projetos de catodo misturados.[7]

4.2 Óxido de manganês de lítio


As baterias de óxido de manganês de lítio (LiMn2O4) usam cátodos baseados em
MnO2. Em comparação com as baterias LiCoO2 padrão, as baterias LiMn2O4 são
menos tóxicas, custam menos e são mais seguras de usar, mas com capacidade
reduzida. Embora os projetos recarregáveis tenham sido explorados no passado, a
indústria atual normalmente usa essa química para células primárias (ciclo único) que
não são recarregáveis e devem ser descartadas após o uso. Durabilidade, alta
estabilidade térmica e longa vida útil tornam-nas ideais para ferramentas elétricas ou
dispositivos médicos.[7]

4.3 Óxido de níquel cobalto manganês de lítio


Às vezes, o todo é maior que a soma de suas partes, e as baterias de óxido de
cobalto-lítio-níquel-manganês (também conhecidas como baterias NCM) possuem maior
desempenho elétrico do que o LiCoO2. A NCM ganha força ao equilibrar os prós e
contras de seus materiais catódicos individuais. Um dos sistemas de íon de lítio mais
bem sucedidos do mercado, o NCM é amplamente utilizado em powertrains como
ferramentas elétricas e e-bikes.[7]

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4.4 Fosfato de ferro lítio
As baterias de fosfato de ferro-lítio (LiFePO4) alcançam uma longa vida útil e alta
taxa de corrente com boa estabilidade térmica com a ajuda de material de cátodo de
fosfato nanoestruturado. Apesar dessas melhorias, não é tão denso quanto as
tecnologias combinadas de cobalto e tem a maior taxa de autodescarga das outras
baterias nesta lista. Baterias LiFePO4 são populares como uma alternativa ao chumbo-
ácido como uma bateria de arranque de carro.[7]

4.5 Titanato de lítio


A substituição do ânodo de grafite por nanocristais de titanato de lítio aumenta
bastante a área da superfície do ânodo para cerca de 100 m2 por grama. O ânodo
nanoestruturado aumenta o número de elétrons que podem fluir através do circuito,
dando às células de titanato de lítio a capacidade de carregar e descarregar com
segurança a taxas superiores a 10 ° C (dez vezes a capacidade nominal). A
desvantagem de ter o ciclo de carga e descarga mais rápido das baterias de íon de lítio
é uma voltagem relativamente baixa de 2,4V por célula, células de titanato de lítio na
extremidade inferior do espectro de densidade de energia das baterias de lítio, mas ainda
superiores às químicas alternativas como níquel-cádmio. Apesar dessa desvantagem, o
desempenho elétrico geral, a alta confiabilidade, a estabilidade térmica e um ciclo de
vida extra-longo significam que a bateria ainda é usada em veículos elétricos. [7]

5 O futuro das baterias de íons de lítio


Há um grande esforço de empresas e governos em todo o mundo para buscar
novas pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de íons de lítio e outras baterias para
atender à crescente demanda por energia limpa e redução de emissões de carbono. As
fontes de energia inerentemente intermitentes, como a solar e a eólica, podem se
beneficiar enormemente da alta densidade de energia dos íons de lítio e do longo ciclo
de vida, o que já ajudou a tecnologia a conquistar o mercado de veículos elétricos.
Para atender a essa crescente demanda, os pesquisadores já começaram a empurrar
os limites do íon de lítio existente de maneiras novas e empolgantes. As células de
polímero de lítio (Li-Po) substituem os eletrólitos líquidos à base de sal de lítio perigosos

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por géis de polímero mais seguros e projetos de células semi-úmidas, para desempenho
elétrico comparável com maior segurança e menor peso. Conhecida por estar presente
nos dispositivos da Apple, esta bateria possui o mesmo metal da Li-Ion como matéria-
prima: lítio. Porém, sua principal diferença é ser mais maleável e com maior densidade
energética. Na prática, isso significa que baterias de LiPo podem ser mais finas e, mesmo
assim, manter a mesma qualidade de recarga de uma de Li-Ion maior. Além dos produtos
da Apple, o OnePlus One, um dos melhores smartphones Android do mundo quando o
assunto é bateria, também utiliza um modelo de LiPo.
O lítio de estado sólido é a mais nova tecnologia do bloco, prometendo melhorias
na densidade de energia, segurança, ciclo de vida e longevidade geral com a
estabilidade de um eletrólito sólido. É difícil prever qual tecnologia vencerá a corrida para
a solução definitiva de armazenamento de energia, mas o íon de lítio continuará
desempenhando um papel importante na economia de energia nos próximos anos. [7]

6 Vantagens e limitações das Baterias de Li-Ion


As principais vantagens das baterias de Li-Ion são:
- Densidade da energia elevada. Potencial para capacidades ainda maiores.
- Autodescarga relativamente baixa. A autodescarga é menor do que a metade da
autodescarga das baterias NiCd e NiMh.
- Manutenção Baixa. Nenhuma descarga periódica é necessária; sem memória.
- Células de Li-Ion causam menos dano quando descartadas do que as de chumbo-
ácido ou baterias à base de cádmio. Entre a família de Li-Ion, o manganês é o mais
amigável em termos de descarte.

As principais limitações das baterias de Li-Ion são:


- Requer circuito de proteção. O circuito da proteção limita a tensão e a corrente. A
bateria é segura se não sobrecarregada.
- Sujeita ao envelhecimento, mesmo se não estiver em uso. Armazenar a bateria em um
lugar fresco e a 40% do estado de carga reduz o efeito do envelhecimento.
- Corrente de descarga moderada para alguns tipos.

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- Sujeita aos regulamentos do transporte. O embarque de quantidades maiores de
baterias de Li-Ion pode estar sujeito ao controle regulador. Esta restrição não se aplica
ao carregamento pessoal de baterias.
- Cara de se fabricar. Melhores técnicas de fabricação e recolocação de metais raros
com alternativas de custo mais baixo, provavelmente reduzirão o preço.
- Tecnologia não inteiramente madura. As mudanças em combinações do metal e da
química afetam resultados de testes nas baterias, especialmente com alguns métodos
de testes rápidos.
- Necessitam cuidados, pois as baterias do Li-Ion têm uma alta densidade de energia.
- A alta temperatura resultante do abuso da célula pode causar dano físico.
- O eletrólito é altamente inflamável. A ruptura pode causar a abertura com chama. [8]

7 Qual Elemento Químico poderia substituir o Lítio?


O alto custo e a escassez de lítio estão impulsionando pesquisas para
desenvolver alternativas às baterias de lítio-íon, especialmente para atender às
necessidades futuras de armazenamento de energia. "Se todo mundo quiser começar a
usar baterias de íons de lítio para várias finalidades, não temos lítio suficiente no planeta
para sustentar isso, então temos que encontrar alternativas"
Como pode ser observado as baterias da família do Lítio são muito empregas e já existe
uma tecnologia muito avançada que a cada dia se apresenta com novas soluções para
redução dos custos de fabricação, melhoria na performance e redução em seu tamanho.
Mas a grande pergunta é: poderia outro elemento químico substituir o Lítio com similar
performance?
Considerando-se as razões pela qual o Lítio é largamente utilizado, podemos
fazer algumas comparações com outros elementos químicos e avaliar se seriam
exequíveis de serem utilizados.
O Lítio está posicionado na Tabela Periódica na coluna IA, sendo portanto
classificado como um Metal Alcalino, tendo portanto um elétron em sua última camada
eletrônica e apresentando o maior potencial de oxirredução entre os elementos químicos.
Se avaliarmos por esses aspectos, os metais que poderiam substituí-lo seriam o Sódio,
Potássio. O Rubídio, Césio e Frâncio também pertencem a essa família dos metais

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alcalinos, mas já são elementos com mais dificuldade de serem obtidos e com maior
custo de extração/purificação.
Quando avaliamos o potencial de oxi-redução vemos outros elementos que
também poderiam ser uma alternativa por apresentarem maiores cargas, seriam eles o
Potássio, Bário, Estrôncio e Cálcio. Lógico que haveria uma perda de propriedades
eletroquímicas que com certeza influirão na performance da nova bateria formada.

Tabela 1 - Potencial de Oxi-redução

Fonte: Internet – google image databank

Entre os elementos mencionados, a literatura mostra estudos e pesquisas mais


avançadas em baterias com o uso de Sódio e Magnésio. Ambos eletrólitos formados com
esses elementos apresentam uma vantagem quando comparados ao Lítio que é o fato
de não serem inflamáveis ou explosivos, o que aborda as diversas preocupações de
segurança associadas às baterias de íons de lítio. "No entanto, armazenam menos

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energia do que a massa equivalente de lítio e, portanto, pode ser uma boa solução se o
tamanho da bateria não for um fator para sua aplicação."
Outro aspecto muito importante é o custo de obtenção e disponibilidade ou
abundância do elemento químico. Entre eles, o Sódio é o mais abundante, o menos
custoso e mais fácil de ser obtido.
O magnésio apresenta outra vantagem: cada átomo de magnésio libera dois
elétrons durante a fase de descarga da bateria, comparado a um elétron para o lítio. Isso
lhe dá o potencial de fornecer quase o dobro da energia elétrica que é possível a partir
de uma célula de lítio. Além disso, o magnésio não produz dendritos na superfície do
metal durante a fase de carga da bateria. Os cristais de dendrite pontiagudos que
crescem em uma superfície de metal de lítio podem causar curto-circuito da bateria. A
falta de crescimento dendrítico deve tornar as baterias de magnésio mais fáceis de
manusear e mais seguras. Em aplicações com baterias, no entanto, o magnésio teve
alguns problemas. Sendo o maior deles que o magnésio reage com os eletrólitos de
carbonato convencionais para criar uma camada de passivação na superfície do metal
que atua como uma barreira e impede que os íons de magnésio atinjam o metal de
magnésio durante o carregamento.
A principal vantagem das baterias de íons de sódio é o potencial benefício
financeiro", O lítio é um elemento muito escasso no mundo. "O sódio é mais abundante
e pelo menos cem vezes mais barato que o lítio. Ele está liderando pesquisas no mundo
científico para melhorar as baterias de íons de sódio usando uma variedade de carbonos
personalizados e suas combinações com materiais de liga de sódio como estanho e
antimônio para potencialmente dobrar a capacidade dos ânodos, possibilitando ânodos
menores e reduzindo o tamanho e peso das baterias.
O desafio com materiais de liga de sódio é o grande efeito de expansão
volumétrica, uma vez que os íons de sódio formam uma ligação química de alta energia.
"Ele se expandirá em mais de 300% e depois encolherá quando a bateria for
descarregada quando o sódio for retirado". Esse grande grau de expansão e contração
fará com que o anodo falhe ao longo do tempo, por isso estamos trabalhando em
materiais alternativos respirando arquiteturas para mitigar a expansão.

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Por essa avaliação e pesquisa é importante saber que já existem estudos para a
substituição do Lítio, e dentre as alternativas o elemento mais indicado seria o Sódio,
principalmente pela redução dos custos e facilidade de obtenção, levando-se em conta
que muitos cientistas ainda farão pesquisas com o Magnésio e mesmo outros elementos.
A ciência é incansável. Desafios a serem solucionados e vencidos ainda existem, mas é
isso que move a ciência e tecnologia.

8 Processos de extração do lítio


O lítio foi descoberto em 1817 por Arfwedson, ao estudar o mineral petalita, não
conseguindo, no entanto isolar o metal, o que só viria a ser conseguido por Bunsen e
Matthiessen em 1855, usando a técnica de eletrólise do cloreto de lítio fundido. O Lítio
deriva da palavra grega pedra (lithos), pois, naquele tempo, acreditava-se que o lítio só
ocorria nas pedras. O lítio é um metal leve e o mais eletropositivo dos elementos
metálicos. Tem brilho prateado e é encontrado nas rochas magmáticas. O lítio não ocorre
livre na natureza e, mesmo combinado, está longe de ser abundante. Na crosta terrestre,
encontra-se bastante distribuído, sendo-lhe atribuída uma percentagem da ordem de
0,004%. Os compostos de lítio são obtidos nos minerais: espodumênio, lepidolita,
ambligonita ou petalita, que são aluminossilicatos de lítio (Figura 4). Atualmente, as
principais fontes de lítio são os evaporitos (salmouras com alto teor de lítio).
Figura 4 – Minerais onde se encontra o Lítio
Ambligonita ou Lepidolita Espodumênio
Petalita K(Li,Al3)(Si,Al)4O10(F,OH)2 LiAl(Si2O)6
LiAl(Si4O10)

Fonte: Internet – google image databank

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8.1 Mineralogia e Geologia
O lítio é um metal branco-prateado, pouco mais duro que o sódio, porém mais
macio que o chumbo. É o mais leve de todos os metais, com peso específico de 0,534
g/cm3 , ou seja, a metade da água. Como os outros metais alcalinos de seu grupo (sódio,
potássio, rubídio e césio), o lítio é quimicamente muito ativo e nunca ocorre como um
elemento puro na natureza. É encontrado na forma de um mineral ou como um sal
estável (Kunasz, 2006). A distribuição do lítio nas rochas ígneas é função do seu
tamanho, de sua carga e pela relação (MgO+FeO)/Li2O. Nos estágios iniciais da
cristalização do mágma, essa relação é muito grande e, conseqüentemente, o magnésio
e o ferro serão substituídos por minerais ferromagnesianos, em detrimento do lítio, que
será concentrado no magma residual.
O resultado deste processo é a concentração desse elemento químico nas rochas
e em pegmatitos silicatados. Os pegmatitos são rochas ígneas com granulometria grossa
formadas pela cristalização de líquidos pós-magmáticos. Os pegmatitos estão
associados, geneticamente, com seus vizinhos intrusivos. Mineralogicamente, os
pegmatitos graníticos contêm feldspato, quartzo e mica, como os componentes
principais, e uma variedade de elementos acessórios, como o lítio, o berílio, o tântalo, o
estanho e o césio, que podem ocorrer ou não em concentrações economicamente
significativas (Luz et al., 2003).
O lítio também é encontrado, em quantidades significativas, em águas associadas
às fontes geotermais na Islândia (Rejkavik), na Nova Zelândia (Waikarei), na Califórnia
(Imperial Valley) e no México (campo geotermal de Agua Prieta). Concentrações altas
de lítio (até 47 ppm Li) foram encontradas na fonte geotermal de El Tatio, localizada ao
norte do Salar de Atacama. O lítio também ocorre, em altas concentrações, nas
salmouras de lagos do deserto da Califórnia (Searles Lake), de Nevada (Clayton Valley)
e de Utah (Great Salt Lake). Também é encontrado em numerosas salmouras, no Chile
(Atacama, Pedernales e outros), na Bolívia (Salar de Uyuni), na Argentina (Salar del
Hombre Muerto, El Rincon), no Tibet (Lake Zabuye), onde foi descoberto o carbonato de
lítio natural, e na República Popular da China (Qinghai Basin) (Ide e Kunasz, 1989).
Minerais de Lítio Os minerais de lítio ocorrem na natureza, principalmente, em

18
pegmatitos graníticos, que são rochas ígneas de granulometria grossa compostas por
quartzo, feldspato e mica.
O espodumênio e os demais minerais de lítio ocorrem, geralmente, como um
mineral acessório nos pegmatitos. Embora o lítio ocorra em diferentes minerais, somente
o espodumênio, a lepidolita, a petalita, a ambligonita e a montebrasita são utilizados
como fontes comerciais de lítio. Atualmente, as principais fontes de lítio explotadas,
comercialmente, são o espodumênio e a petalita. Na Tabela 1, estão apresentados os
principais minerais de lítio, teor do óxido de lítio e algumas de suas características físicas.

8.2 Lavra
Lavra Minérios de lítio são lavrados por método a céu acerto ou por meio de lavra
subterrânea. Em Greenbushes, na Austrália Ocidental, a lavra do espodumênio é feita a
céu aberto com bancadas de até 7 m, sendo desmonte feito por meio de explosivo. A
capacidade de produção da lavra é de 7.000 t/mês de minério, com relação
estéril:minério de 2:1. Em Bikita, no Zimbábue, a lavra da petalita também é feita a céu
aberto. Em Manitoba, Canadá, a lavra do minério de lítio (espodumênio e da
montebrasita) é realizada pelo método subterrâneo “câmara e pilar”, utilizando-se
câmaras de 15 m de largura com área da seção reta dos pilares de 7,7 m2 . O volume
de minério lavrado é da ordem de 89%, sem diluição (Harben, 2002).
A extração e o processamento de salmouras ricas em lítio utilizam métodos mais
simples e mais baratos do que a lavra de minerais pegmatíticos, como o espodumênio e
a petalita. No Salar de Atacama (Figura 5), no Chile, as salmouras são bombeadas de
uma profundidade de 30 m, para as lagoas de evaporação na superfície (Figura 6).
O NaCl cristalizado (halita) é retirado das lagoas, e a salmoura remanescente,
enriquecida com potássio, lítio e boro, é bombeada para novas lagoas de evaporação,
onde são precipitados na forma de silvita. Após a remoção destes, a salmoura
remanescente contém 1% de Li e, depois de contínuas evaporações, é precipitada no
seu ponto de saturação, com 6% de Li (equivalente a 38% de LiCl), mais 1,8% de Mg e
0,8% de B. O produto cristalizado é purificado para retirada de Mg e B e depois
encaminhado à usina de carbonato de lítio. Na Figura 7, ilustra-se um diagrama em
blocos do processo de obtenção de carbonato de lítio à base de salmouras.

19
Figura 5 – Bombeamento de água para piscinas de evaporação

Fonte: www.techmundo.com.br [2]

Figura 6 – Lagoas ou Piscinas para evaporação

Fonte: www.techmundo.com.br [2]

20
Figura 7 – Diagrama em bloco do processo de obtenção
de carbonato de Lítio à base de salmoras

Fonte: Rochas e Minerais Industriais – CETEM/2008

8.3 Beneficiamento
As operações de beneficiamento dos minérios de lítio são muito dispendiosas, em
função do baixo teor do metal. Normalmente, após as etapas de britagem para redução
granulométrica, o minério é submetido às operações de concentração. A catação manual
(handsorting), a separação em meio denso (tambor ou dynawhirlpool) e a separação
magnética de alta intensidade são as operações mais utilizadas. A concentração por
flotação encontra-se em desuso, em decorrência da complexidade do circuito e das
novas fontes de lítio (salmouras). O diagrama em blocos da Figura 8, contém o circuito
de concentração de espodumênio da Sons of Gwalia, em Greenbushes, Austrália.

21
Figura 8 – Circuíto de concentração de espodumênio
da Sons of Gwalia.

Fonte: Rochas e Minerais Industriais CETEM 2008 2ª edição

Existem duas rotas principais para obtenção do carbonato e do hidróxido de lítio,


após a etapa de concentração mineral. A primeira rota é o processo ácido, no qual o
concentrado de espodumênio decrepitado é sulfatado com ácido sulfúrico e, depois de
lixiviado com água, sofre a precipitação do carbonato de lítio, após a reação com a
barrilha. A segunda rota é o processo alcalino, no qual o concentrado de espodumênio
é calcinado com cal hidratada e o clínquer formado é moído e lixiviado com água e, em
seguida, cristalizado sob forma de hidróxido de lítio monohidratdo (Almeida, 1973).
No Brasil, a produção industrial de compostos de lítio é obtida diretamente do
mineral espodumênio, que é um aluminossilicato (LiAlSi2O6) portador de lítio, com teor
de 1 a 1,5% de Li2O. A etapa inicial do processo para obtenção de carbonato e de
hidróxido de lítio consiste na concentração do espodumênio por meio denso ou catação
manual, obtendo-se um concentrado com teores de 5,5 a 7,5% em Li2O. O concentrado
de lítio requer uma etapa específica de tratamento térmico (decrepitação) em fornos

22
calcinadores rotativos a 1.000-1.100o C, para conversão do α-espodumênio em β-
espodumênio.
A seguir, a digestão do concentrado de espodumênio decrepitado (calcinado)
pode ser realizada com ácido ou álcali, e o produto final obtido será um carbonato ou um
hidróxido de lítio. No processo de digestão ácida, utiliza-se o ácido sulfúrico (98% p/p)
em excesso (30%) como agente lixiviante, à temperatura de 250o C, em fornos
sulfatadores. O sulfato de lítio formado é lixiviado com água, purificado e precipitado com
barrilha, para obtenção do carbonato de lítio. No diagrama em blocos da Figura 9, ilustra-
se o processo ácido de obtenção do carbonato de lítio.
Figura 9 – Processo ácido de obtenção
do Carbonato de lítio

Fonte: Rochas e Minerais Industriais CETEM 2008 2ª edição

No processo de digestão alcalina, o concentrado de espodumênio é misturado


com uma suspensão de cal hidratada. A mistura resultante alimenta um forno rotativo de
calcinação aquecido com chama direta. Ainda no forno, ocorre a evaporação da água e
a sinterização do material em forma de clínquer com 50 mm de diâmetro.

23
O espodumênio reage com a cal (CaO) formando um aluminato de lítio e um
silicato de cálcio. Durante a lixiviação, o excesso de cal se hidrolisa em hidróxido e, numa
reação posterior, o aluminato de lítio reage com o hidróxido de cálcio, formando um
hidróxido de lítio solúvel e um precipitado de aluminato de cálcio.
O hidróxido de lítio, depois de concentrado, é cristalizado sob a forma de hidróxido
de lítio monohidratado. No diagrama em blocos da Figura 10, consta a descrição do
processo alcalino de obtenção do hidróxido de lítio monohidratado (Almeida, 1973).
Figura 10 – Processo alcalino de obtenção
do hidróxido de lítio.

Fonte: Rochas e Minerais Industriais CETEM 2008 2ª edição

O hidróxido de lítio monohidratado tem maior uso direto como fonte de lítio e é o
principal produto oriundo da maioria dos concentrados. É utilizada, de forma intensiva,
na produção de graxas lubrificantes especiais, para assegurar maior viscosidade em
diferentes temperaturas. Na forma anidra, é um absorvente ideal para gás carbônico. O
carbonato de lítio é o segundo produto de lítio em consumo industrial. É usado
diretamente na indústria de vidro e cerâmica e na indústria de alumínio primário. [1]

24
9 Processos de extração do sódio
Natrium, nome latino, fazendo alusão ao natron (minério de carbonato de sódio,
hoje conhecido como trona) proveniente do vale de Natron, perto do Cairo e de
Alexandria, do qual há milhares de anos se extraía o carbonato, vindo daí o seu símbolo
químico: Na.

O nome sódio origina-se de soda cáustica, substância da qual ele foi obtido por
Humphry Davy em 1807, aos 28 anos de idade, ao fazer a eletrólise da soda cáustica
fundida [9]. O sódio é, basicamente, obtido, com pureza de 99,95%, pela eletrólise do
cloreto de sódio fundido. É um dos metais mais baratos e pode ser transportado em
tanques, cilindros ou latas metálicas bem fechadas em atmosfera de nitrogênio gasoso.
É um metal macio que, em contato com água, pode provocar uma reação explosiva:
reage exotermicamente com formação de hidróxido de sódio e liberação de hidrogênio,
que pode sofrer ignição por causa do calor liberado na reação.

As principais substâncias de sódio são o cloreto de sódio, ou sal de cozinha


(NaCI), o nitrato de sódio (NaN03), o carbonato de sódio (Na2C03), o hidrogenocarbonato
de sódio, ou bicarbonato de sódio (NaHC03), o hidróxido de sódio, ou soda cáustica
(NaOH), que apresenta propriedades corrosivas, e o sulfato de sódio (Na2S04).

O cloreto de sódio é solúvel em água e encontra-se em estado natural nas salinas


(Figura 11), onde é obtido por cristalização da água do mar. Sua purificação é feita por
recristalização.

O cloreto de sódio, usado como conservante e condimento na alimentação, é


ponto de partida de quase todas as demais substâncias de sódio. [10]

Figura 11 – Salina no Rio Grande do Norte

Fonte: www.coladaweb.com.br

25
O Cloreto de Sódio, mais popularmente conhecido simplesmente como “sal”, é
produzido através de um processo contínuo de evaporação da água do mar, que é
bombeada com aproximadamente 3,5% de sais totais dos quais ¾ são cloreto de sódio.
Para cada tonelada de sal produzida, utiliza-se aproximadamente 45m³ de água do mar
que foi inicialmente bombeada, que vai fluindo pelos diversos evaporadores e
paulatinamente aumentando sua concentração de cloreto de sódio. Ao atingir o último
evaporador, a salmoura já se encontra maturada e preparada para alimentar os grandes
cristalizadores onde, durante os meses de junho a janeiro de cada ano (no Brasil), o sal
é precipitado.
O sal é colhido mecanicamente ou manualmente, lavado com salmoura saturada
e empilhado nas áreas de estocagem, onde aguardará para ser distribuído e
comercializado, como pode ser observado na Figura 12.

Figura 12 – Processo de obtenção do sal do oceano

Fonte: www.deboni.he.com.br/tq/sal/obtencao

No início do processo, o sal é obtido através da exploração das águas do mar,


quando os rios, que são temporais, enchem-se e misturam-se com a água do mar. Deste
encontro ocorre o espraiamento, que então enche as várzeas, deixando nelas porções
de água retidas nos tanques “chocadores” ou “cristalizadores”.
Após alguns dias, acontece a evaporação através do sol e dos ventos, deixando
os solos cobertos por camadas da substância cristalina. A limpeza do sal consiste na
lavagem do sal bruto ainda na salina, muitas vezes acontecendo uma segunda lavagem

26
para garantir a qualidade do produto. Em seguida, o sal é depositado em uma centrífuga
onde é secado e preparado para a moagem.
O processo de refino constitui uma moagem mais sofisticada, já que o sal é
aquecido a 120 graus centígrados, em uma operação conhecida por “torragem”.
O que ocorre é uma recristalização fracionada, desta forma, a separação é feita segundo
uma ordem crescente do produto de solubilidade (kps); assim os primeiros materiais a
se cristalizarem (depositarem) são os calcários ou dolomitos, seguidos da gipsita ou
anidrita, após esta primeira etapa de cristalização, a água é escoada para um segundo
tanque, onde se deposita o sal gema e por último os sais de potássio e magnésio. Estes
últimos por serem bastante solúveis raramente são depositados. As soluções residuais
geralmente voltam ao mar ou são diluídas.
O processo apresentado anteriormente é equivalente para a obtenção do sal
sempre que este se apresentar dissolvido, isso inclui o sal dos lagos salgados (Grande
lago salgado Utha-USA, e Palmeira dos Índios-AL) e as salmouras subterrâneas.

9.1 Eflorescências do sal nas regiões áridas


As eflorescências dos solos desérticas têm sua origem nas águas freáticas
ascendentes, tal é o caso dos pântanos da Estepe dos Kirguises entre o Volga e os Urais,
e do grande deserto salgado do Iran.
9.2 Jazidas de sal Gema
A formação dos jazimentos está ligada a determinadas épocas e regiões. Desde
o período Cambriano, em todas as épocas há indício da formação de sal. É suposto
para a formação destes jazimentos (Figura 13), além de um clima árido, observa-se
existiu uma configuração tectônica favorável no ambiente onde houve a deposição.
O sal gema é extraído pelo método de lavra por solução e pelo método de lavra
subterrânea convencional.

27
Figura 13 – Mina Sal Gema em Loulé
Portugal

Fonte: www.geocaching.com

O método de lavra por solução, consiste na perfuração de poços tubulares com


sondas rotativas até a zona minerável. Através dessas perfurações tubulares
são levadas ao horizonte de interesse econômico duas a três linhas de tubos com
diâmetros compatíveis. No espaço anular, entre as tubulações e o revestimento do poço
é circulado óleo. Um dos tubos é utilizado para injeção da água doce e outro para a
extração da salmoura resultante da dissolução dos sais. O terceiro tubo para o controle
e medidas de fundo do poço. A salmoura obtida por esse processo deixa em
profundidade uma cavidade incipiente.
Como a tendência da água injetada é dissolver os sais na direção vertical, utiliza
se “solução controlada” para o aproveitamento do sal na direção horizontal, através de
fluido menos denso do que a água, por exemplo, o óleo. Esse fluido flutua na parte
superior de cada cavidade, envolvendo seu teto, evitando assim a dissolução dos sais
neste local. Dessa maneira, a cavidade, obrigatoriamente, cresce no sentido horizontal.
A cavidade deve ser sempre conservada cheia de salmoura, com o objetivo de proteger
o teto. Em razão da dissolução lenta dos sais, a produção de salmoura com concentração
operacional, exige que a taxa de circulação (injeção/extração) seja permanentemente
mantida sob controle. A grande dificuldade do sistema é fixar o diâmetro crítico da
cavidade, da qual depende a ecomicidade e a segurança do processo.
Embora não seja econômica, no Brasil, a exploração por métodos tradicionais
de mineração, há o método de lavra subterrânea convencional, que consiste em ser feito
através de câmaras e pilares. Cada um destes dois métodos (lavra por solução e lavra
subterrânea convencional), por sua vez, comporta múltiplas alternativas, às quais

28
dependem, entre outras, das seguintes variáveis: natureza dos minerais; profundidade;
disposição estrutural; e espessura das camadas e comportamento mecânico do minério
e de suas encaixantes, além das características hidrodinâmicas da seqüência salífera.
No método de lavra subterrânea convencional, através do sistema de câmaras e
pilares é necessário, primeiro, executar a abertura de pelo menos um poço, que consiste
numa escavação com o diâmetro de aproximadamente 7 m, e profundidade dependendo
da camada. Esse poço permitirá o acesso às camadas de interesse a lavra, dando
condições para que a partir dele fossem desenvolvidas galerias aproximadamente
horizontais, de onde seria extraído o minério com auxílio de equipamento mecânico. O
poço também daria condições para a movimentação do pessoal, equipamentos e
materiais, permitindo por outro lado o acesso à instalação dos com dutos de luz e força
e provavelmente refrigeração, além de transporte vertical até a superfície do minério
desmontado nas frentes de trabalho.
Na escavação do poço as condições hidrodinâmicas dos horizontes a serem
atravessados deverão exigir congelamento artificial e posterior revestimento. O
dimensionamento das câmaras e pilares, por outro lado, poderá sofrer a influência da
natureza das camadas imediatamente sotopostas ou superpostas em função
principalmente do comportamento mecânico das rochas. No ano de 1995, o sal-gema,
era extraído no Brasil, nos estados da Bahia e de Alagoas.
Na Polônia, há uma mina de sal, que é explorada desde o século XIII, estando
ainda em atividade, a Mina de Sal de Wieliczka, com mais de 300Km de níveis
superpostos de túneis e galerias, onde a abundância de sal era tanta que os mineiros
esculpiram no mineral, obras de arte com temas religiosos, como é o caso da foto ao
lado a Capela de Blessed Kinga. [11]

9.3 Eletrólise do NaCl.


A eletrólise é a passagem de uma corrente elétrica direta através de uma
substância iônica que é fundida ou dissolvida em um solvente adequado. Isso resulta em
reações químicas nos eletrodos e na separação de materiais. Dois métodos comumente
usados de eletrólise envolvem cloreto de sódio fundido e cloreto de sódio

29
aquoso. Porém, ambos os métodos não resultam nos mesmos produtos. Observe cada
um dos métodos para entender os diferentes processos.

9.4 Eletrolise do NaCl fundido

Se o cloreto de sódio é derretido (acima de 801 ° C), dois eletrodos são inseridos
no fundido, e uma corrente elétrica é passada através do sal fundido, então reações
químicas ocorrem nos eletrodos (Figura 14).

Figura 14 - Célula de eletrólise para cloreto de sódio fundido

Fonte: www.lumenlearning.com /introchem/chapter/electrolysis-of-sodium-chloride/

Uma célula de eletrólise comercial para a produção de sódio metálico e gás


cloro a partir de NaCl fundido. O sódio líquido flutua no topo do banho acima do cátodo
e é drenado para um tanque de armazenamento. Bolhas de gás cloro do derretimento
acima do ânodo.

Íons de sódio migram para o cátodo, onde os elétrons entram no material fundido e são
reduzidos a metal de sódio:

Na+ + e- → Na

Os íons cloretos migram para o outro lado, em direção ao ânodo. Eles entregam seus
elétrons ao anodo e são oxidados a cloro gasoso:

30
Cl- → ½ Cl2 + e-

A reação geral é a quebra do cloreto de sódio em seus elementos:

2NaCl → 2Na (s) + Cl2 (g)

Dessa forma além de obter-se o Na, o processo também produz o gás Cloro, que pode
ser comercializado para outras aplicações, pois esse processo sempre resultará na
obtenção desses dois elementos.

9.5 Eletrólise de NaCl Aquoso

Quando temos uma solução aquosa de cloreto de sódio, não será obtido o sódio,
como no processo anterior, mas esse processo será demonstrado para fins acadêmicos.
E não pode-se esquecer que temos que considerar a água na equação. Como a água
pode ser oxidada e reduzida, ela compete com os íons Na + e Cl - dissolvidos . Em vez
de produzir sódio, o hidrogênio é produzido. (Figura 15)
Figura 15 - Célula de eletrólise para cloreto de sódio aquoso

Fonte: www.lumenlearning.com /introchem/chapter/electrolysis-of-sodium-chloride/

A eletrólise do NaCl aquoso resulta em gás hidrogênio e cloreto. No ânodo (A), o


cloreto (Cl-) é oxidado em cloro. A membrana seletiva de íons (B) permite que o contra-
íon Na + flua livremente, mas impede que ânions tais como hidróxido (OH-) e cloreto se
difundam. No cátodo (C), a água é reduzida a hidróxido e gás hidrogênio. O processo

31
líquido é a eletrólise de uma solução aquosa de NaCl em produtos industrialmente
úteis, hidróxido de sódio (NaOH) e cloro gasoso.

A reação no catodo é:

H2O (l) + 2e- → H2 (g) + 2 OH-

A reação no ânodo é:

Cl- → ½ Cl (g) + 1 e-

A reação geral é a seguinte:

NaCl (aq) + H2O (l) →Na+ (aq) + OH- (aq) + H2 (g) + ½ Cl2 (g)

A redução de Na + (E ° = –2,7 v) é energeticamente mais difícil que a redução de água


(–1,23 v), portanto, em solução aquosa, esta última prevalecerá. [4]

10 O átomo
Os átomos são partículas infinitamente pequenas que constituem toda matéria no
universo. Ao longo do tempo, a ideia de como seria a estrutura atômica foi mudando de
acordo com as novas descobertas feitas pelos cientistas.
Um modelo é uma representação da realidade (não a própria realidade), assim,
os modelos atômicos são representações dos principais componentes do átomo e de
sua estrutura e explicam determinados comportamentos físicos e químicos da matéria.
Isso é feito porque ainda não é possível ao ser humano enxergar um átomo isolado nem
mesmo com ultramicroscópios.

Entre os modelos atômicos, o mais usado para o entendimento da estrutura do


átomo e suas propriedades é o de Rutherford-Bohr (Figura 16). Segundo esse modelo,
a estrutura do átomo é constituída de duas partes principais: o núcleo e a eletrosfera.

32
Figura 16 – Modelo atômico
Rutherford-Bohr

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

Núcleo: Constituindo-se como a parte central do átomo, ele é compacto, maciço


e muito denso, além de ser formado pelas partículas de maior massa, que são os prótons
e os nêutrons (Figura 17).
Figura 17 – Núcleo - Rutherford-Bohr

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

Prótons: são partículas de carga elétrica positiva (carga relativa = +1; carga em
coulomb (C) = +1,602 . 10-19) e a sua massa relativa é igual a 1.
Nêutrons: são partículas de massa igual à dos prótons (1), mas como o próprio
nome indica, eles são neutros, ou seja, não possuem carga elétrica.
O diâmetro do núcleo depende da quantidade de prótons e nêutrons que o átomo possui,
mas, em média, fica em torno de 10-14 m e 10-15 m.

33
O núcleo atômico concentra praticamente toda a massa do átomo, sendo uma parte
muito pequena mesmo: tanto o próton como o nêutron são cerca de 100 mil vezes
menores do que o próprio átomo inteiro!

Eletrosfera: É uma região onde os elétrons ficam girando ao redor do núcleo.


Apesar de ser uma região de volume muito maior que o do núcleo, ela é praticamente
vazia, pois cada elétron é 1836 vezes menor que 1 próton (ou que 1 nêutron). É por isso
que a massa do átomo concentra-se praticamente toda no núcleo. Os elétrons são
partículas de carga elétrica negativa (-1). (Figura 18)
Os elétrons giram ao redor do núcleo bilhões de vezes por milionésimo de segundo,
dando forma ao átomo e fazendo-o comportar-se como se fosse sólido.

Figura 18 – A eletrosfera

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

Resumidamente, a Tabela 3, pode diferenciar as três partículas subatômicas principais


que fazem parte da estrutura do átomo:

34
Tabela 2 - Massa e carga elétrica das três partículas

subatômicas principais – prótons, nêutrons e elétrons

Massa Carga elétrica


Párticula
relativa relativa
Próton 1 1
Núcleo
Neutron 1 0
Eletrosfera Elétron 1/1836 -1

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

Os átomos de todos os elementos químicos são compostos por essas três


partículas subatômicas. O que difere um elemento químico de outro é a quantidade em
que essas partículas aparecem, principalmente a quantidade de prótons no núcleo. Vem
daí a definição de:
Número Atômico (Z): quantidade de prótons que um átomo tem em seu núcleo.
Os elétrons estão distribuídos em camadas ao redor do núcleo (Figura 19) . Admite-se a
existência de 7 camadas eletrônicas, designados pelas letras maiúsculas: K,L,M,N,O,P
e Q.

Figura 19: Camadas da eletrosfera

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

À medida que as camadas se afastam do núcleo, aumenta a energia dos elétrons nelas
localizados.

As camadas da eletrosfera representam os níveis de energia da eletrosfera. Assim, as


camadas K,L,M,N,O, P e Q constituem os 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º níveis de energia,

35
respectivamente. E cada camada eletrônica admite um número máximo de elétrons
(Figura 20). [6]

Figura 20 – Distribuição de elétrons por camada

Número
Camada
máximo de
eletrônica
elétrons
K 2
L 8
M 18
N 32
O 32
P 18
Q 2

Fonte: equipe Eng.Civil. II Sem.

11 Tabela Periódica

A partir dessas informações, foi montada a Tabela periódica que organiza os


elementos químicos até então conhecidos em uma ordem crescente de número atômico
(Z – quantidade de prótons no núcleo do átomo), distribuídos em colunas e linhas que
são chamadas de períodos.

A atual possui filas horizontais e cada uma delas representa um período ou série.
A Tabela Periódica (Figura 21) possui sete períodos e, a depender do nível (série) em
que os elementos encontram-se, é revelada a quantidade de camadas eletrônicas.
Por exemplo, os elementos Oxigênio e o Flúor estão na segunda série e possuem duas
camadas eletrônicas, o Potássio e Cálcio estão no quarto período e possuem quatro
níveis eletrônicos (K,L,M,N) e assim por diante.

36
Figura 21 – Tabela Periódica – Linhas ou períodos

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

Ao contrário dos períodos, as Famílias da Tabela Periódica são distribuídas de


forma vertical, em 18 colunas (Figura 22). Os elementos químicos que estão localizados
na mesma coluna da Tabela Periódica são considerados da mesma família pois
possuem propriedades físicas e químicas semelhantes. Esse elementos fazem parte de
um mesmo grupo porque apresentam a mesma configuração de elétrons na última
camada (camada de valência).

A numeração das Famílias da Tabela Periódica se inicia no 1A (representado em


nossa tabela periódica com o número 1) e continua até o zero ou 8A (representado em
nossa tabela periódica pelo número 18). Existe também a Família B.

Figura 22 – Tabela Periódica – Colunas ou famílias

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

37
A numeração das Famílias da Tabela Periódica se inicia no 1A (representado em
nossa tabela periódica com o número 1) e continua até o zero ou 8A (representado em
nossa tabela periódica pelo número 18). Existe também a Família B.
A Tabela Periódica é divida em Metais, Não-Metais e Semi-Metais e suas famílias são:
▪ Família 1A (Grupo 1): Metais Alcalinos
▪ Família 2A (Grupo 2): Metais Alcalino-Terrosos
▪ Família B (Grupo 3 à 12): Metais de Transição
▪ Família 3A (Grupo 13): Família do Boro
▪ Família 4A (Grupo 14): Família do Carbono
▪ Família 5A (Grupo 15): Família do Nitrogênio
▪ Família 6A (Grupo 16): Calcogênios
▪ Família 7A (Grupo 17): Halogênios
▪ Família 0 ou 8A (Grupo 18): Gases Nobres

O primeiro grupo é conhecido como Metais alcalinos (com exceção do Hidrogénio


(H)) e a segunda família é a dos Metais Alcalino-Terrosos. O conjunto formado entre o
grupo 3 e o grupo 12 ou Família B denomina-se Metais de Transição. Depois desse
conjunto vem o grupo 13 que é conhecido por Família do Boro, seguido da Família do
Carbono (Grupo 14) e da Família do Nitrogênio (Grupo 15). O grupo 16 é conhecido
como Calcogênios, o grupo 17 como Halogênios e, por fim, o grupo 18 que compreende
os Gases Nobres. As duas últimas linhas da Tabela Periódica representam as Famílias
dos Lantanídeos e dos Actinídeos, como pode ser visto na nossa Tabela Periódica
Completa.[6]

12 Propriedades Periódicas

Observou-se que muitas propriedades químicas e físicas dos elementos e das


substâncias simples que eles formam variam periodicamente, ou seja, em intervalos
regulares em função do aumento (ou da diminuição) dos números atômicos. As
propriedades que se comportam dessa forma são chamadas de propriedades periódicas.

38
As principais propriedades periódicas químicas dos elementos são: raio atômico, energia
de ionização, eletronegatividade, eletropositividade e eletroafinidade. Já as físicas
são: pontos de fusão e ebulição, densidade e volume atômico.

1 2 . 1 Ra i o a tômic o
O raio atômico se refere ao tamanho do átomo. Quanto maior o número de níveis,
maior será o tamanho do átomo. O átomo que possui o maior número de prótons exerce
maior atração sobre seus elétrons. Em outras palavras, raio atômico é a distância do
núcleo de um átomo à sua eletrosfera na camada mais externa. Porém, como o átomo
não é rígido, calcula-se o raio atômico médio pela metade da distância entre os centros
dos núcleos de dois átomos de mesmo elemento numa ligação química em estado sólido.
Para conseguir essa medida, usa-se a técnica de difração por raios X. Nela, esses raios
atravessam uma amostra de um material sólido de um único elemento químico (como
um pedaço de ferro, pois ele é sólido e é formado somente por átomos de ferro), e os
átomos ou íons que constituem esse material provocam um desvio na trajetória dos raios
X. Depois os raios X incidem sobre uma chapa fotográfica e registram a posição dos
núcleos dos átomos no material e a distância entre eles. Assim, basta dividir esse valor
por dois para obter o raio atômico (Figura 23) , que, em geral, é medido em nanômetros
(1 nanômetro é igual à bilionésima parte de um metro (10 -9 m)).
Figura 23 – Raio Atômico

Fonte: Imagem google databank


O raio atômico cresce de cima para baixo na família da tabela periódica,
acompanhando o número de camadas dos átomos de cada elemento e da direita para a
esquerda nos períodos da tabela periódica.(Figura 24)

39
Quanto maior o número atômico de um elemento no período, maiores são as
forças exercidas entre o núcleo e a eletrosfera, o que resulta num menor raio atômico.

Figura 24 – Comportamento Raio Atômico

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica
Como estamos trabalhando com os átomos de Lítio e Sódio, e ambos fazem parte da
família dos metais alcalinos, onde a variação no raio atômico é crescente de cima para
baixo, deduzimos que o raio atômico do Sódio é maior que a do Lítio, usando a teoria
acima e comprovando pela medida dos mesmos, conforme tabela 2.

Tabela 3 – Raio atômico dos elementos estudados


Elemento Lítio Sódio
Raio Atômico (pm*) 152 186
-12
(*pm-picometro - 10 metros)

Fonte: Equipe Eng. Civil – II Sem.

12.2 Eletronegatividade

A Eletronegatividade é a força de atração exercida sobre os elétrons de uma


ligação. Na tabela periódica a eletronegatividade aumenta de baixo para cima e da
esquerda para a direita (Figura 25). Essa propriedade tem relação com o raio atômico:
quanto menor o tamanho de um átomo, maior é a força de atração sobre os elétrons.
Não é possível calcular a eletronegatividade de um único átomo (isolado), pois a

40
eletronegatividade é a tendência que um átomo tem em receber elétrons em uma ligação
covalente. Portanto, é preciso das ligações químicas para medir essa propriedade.

Segundo a escala de Pauling*, a eletronegatividade cresce na família de baixo


para cima, junto com à diminuição do raio atômico e do aumento das interações do
núcleo com a eletrosfera e no período da esquerda pela direita, acompanhando o
aumento do número atômico. O elemento mais eletronegativo da tabela periódica é o
flúor.

(*A escala de Pauling é uma escala construída empiricamente e muito utilizada na


Química. Ela mede a atração que o átomo exerce sobre elétrons externos em ligações
covalentes, ou seja, sua eletronegatividade.)

Figura 25 – Comportamento da Eletronegatividade

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

Seguindo-se essa regra podemos deduzir que a eletronegatividade do Lítio é


maior que a do Sódio (Tabela 4). O Lítio por ter uma raio atômico menor tem uma maior
força de atração, daí resultando a maior eletronegatividade, comprovada pela medidas
obtidas abaixo.

41
Tabela 4 – Eletronegatividade
Elemento Lítio Sódio
Eletronegatividade (eV) 1 0,9
Fonte: Equipe Eng. Civil – II Sem.

12.3 Energia ou Potencial de Ionização


Os átomos no estado fundamental possuem a mesma quantidade de prótons
(cargas positivas) e de elétrons (cargas negativas), ou seja, são neutros. Mas na
formação das ligações iônicas, ocorre a extração de um ou mais elétrons da camada de
valência do átomo, que são transferidos para outro átomo, resultando na formação de
íons. O átomo que perdeu os elétrons transforma-se em um cátion (espécie carregada
positivamente).
Para “arrancar” esses elétrons do átomo isolado ou de um íon, é necessário
aplicar uma determinada quantidade de energia, que é chamada de energia de
ionização (porque houve a formação de íons) ou potencial de ionização. Assim, podemos
fazer a seguinte definição:
“Energia de ionização ou potencial de ionização é a energia aplicada para retirar
um elétron do átomo (ou do íon) isolado no estado gasoso.
“ X(g) → X+(g) + e- I = E(X+) - E(X)
Os valores das energias de ionização podem ser expressos em eletrovolts (eV),
mas de acordo com o SI (Sistema Internacional de Unidades), eles devem ser expressos
em kJ/mol.
Quando se retira o primeiro elétron de um átomo neutro, há a primeira energia de
ionização (I1). Já a energia necessária para retirar o segundo elétron desse cátion que
foi formado é chamada de segunda energia de ionização (I2) e assim por diante. A
primeira energia de ionização é sempre menor que a segunda energia de ionização e
assim sucessivamente. Isso acontece porque, no primeiro caso, o elétron está na
camada mais externa ao núcleo e, como está mais longe dos prótons, a atração entre
eles é menor, sendo mais fácil retirar o elétron.
Por exemplo, consideremos um átomo de cobre (Cu (g)) que possui quatro níveis de
energia no estado fundamental e um elétron no subnível mais externo (4s 1):

42
29Cu +785 kJ/mol → 29Cu+ + e-
29Cu + 1955 kJ/mol → 29Cu2+ + e-
Veja que a segunda energia de ionização foi maior do que a primeira. Isso nos
mostra que a energia de ionização é uma propriedade periódica, que varia conforme o
número atômico dos átomos dos elementos da Tabela Periódica. Podemos notar
também que essa propriedade segue um padrão de variação relacionado com o do raio
atômico, pois depende da distância que os elétrons estão do núcleo, ou seja, quanto
maior o raio atômico, menor a energia de ionização e vice-versa.
Isso quer dizer que os valores das energias de ionização dos elementos crescem
no sentido oposto ao crescimento do raio atômico, ou seja,aumenta de baixo para cima
e da esquerda para a direita. (Figura 26), e na Tabela 5 está expresso o Potencial de
ionização do Lítio e Sódio.
Figura 26 – Comportamento do Potencial ou
energia de ionização

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

Tabela 5 – Energia ou Potencial de Ionização


Elemento Lítio Sódio
Potencial de
520 496
Ionização (kJ/mol)
Fonte: Equipe Eng. Civil – II Sem.

12.4 Eletrosfera do Átomo


Com o advento de novas descobertas na área da mecânica quântica entre os séculos
XIX e XX, o modelo de Rutheford-Bohr, consolidado em 1913, o qual se aplicava muito
bem aos átomos com um só elétron, não foi capaz de explicar fenômenos envolvendo

43
átomos com mais elétrons, por isso surgiu a necessidade de aperfeiçoar o modelo,
segundo as observações experimentais, resultando no conceito de subníveis
atômicos ou subníveis de energia.

Nos experimentos com espectroscopia com a difração da luz emitida pela


transição eletrônica dos átomos, foi possível observar que havia uma raia de diferentes
comprimentos de onda emitidos, dentro de uma mesma estreita faixa, de um mesmo
nível de energia. Foi então que, em 1919, o físico inglês Arnold Sommerfeld (1868-1951)
buscou uma solução. Ele propôs que os elétrons deveriam assumir órbitas elíptcas
variadas dentro de um mesmo nível, com mesma energia, permitindo um "espectro de
raias" na emissão de luz. Cada órbita recebeu o nome de subnível e, cada qual, foi
identificado com uma letra: s, p, d ou f (letras relacionadas as palavras do inglês: sharp,
principal, diffuse e fundamental; visto a descrição do comportamento de cada orbital).

Em 1924, o físico inglês Edmund Clifton Stoner(1889-1973) chegou ao número


máximo de elétrons comportado por cada subnível:

s: 2 elétrons, p: 6 elétrons, d: 10 elétrons e f:14 elétrons.

Para conhecer a relação de energia de cada subnível, basta verificar o diagrama criado
por Linus Pauling a cerca da distribuição eletrônica de um átomo no estado fundamental
(Figura 27).

Figura 27 – Diagrama de Linus Pauling

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

44
Ordem Crescente de Energia:

1s < 2s < 2p < 3s < 3p < 4s < 3d < 4p < 5 s< 4d < 5p < 6s < 4f < 5d < 6p < 7s < 5f < 6d < 7p

Os subníveis também possuem representação espacial de acordo com a distribuição de


probabilidade dos elétrons, conforme Figura 28.

Figura 28 – Representação espacial dos elétrons

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br/quimica

Os subníveis representam apenas um modelamento correspondente aos ensaios


experimentais, pois se ajustam bem, mas não correspondem á realidade e, por isso, não
podem ser traduzidos como a distribuição real dos elétrons, que é muito mais complexa.

O Lítio apresenta número atômico 3, logo com 3 prótons em seu núcleo e 3


elétrons distribuídos em duas camadas eletrônicas, já o Sódio apresenta 11 prótons em
seu núcleo e 11 elétrons distribuídos em 3 camadas eletrônicas. A distribuição eletrônica,
de acordo com o diagrama de Linus Pauling, pode ser observada na Tabela 6. [6]

45
Tabela 6 – Distribuição eletrônica

Litio Sódio
2 1
Distribuição Eletrônica 1s – 2s 1s – 2s2 – 2p6 – 3s1
2

Camada K 2 elétrons 2 elétrons


Camada L 1 elétron 8 elétrons
Camada M -- 1 elétron
1 1
Subnível mais energético 2s 3s

Fonte: Equipe Eng. Civil II Sem.

13 Estatistica
Foi realizado um estudo estatístico para conhecer o comportamento do
carregamento de uma bateria de smartphone, e a partir desses resultados avaliar
equação que representa esse comportamento. O aparelho smartphone utilizado foi o
Motorola Moto G5 e as figuras a seguir identificam sua aparência (Figura 29), tipo de
bateria (Figura 30) e carregador (Figura 31).

Figura 29 – Celular Motorola Moto G5

Fonte: equipe Eng.Civil. II Sem.

46
Figura 30 – Bateria GK 40 (frente e verso)

Modelo: GK 40
Descrição: Bateria de Polímero de íons de Lítio de 3,8 V
2685/2800 mAh (min/typ)
10.2/10.6 Wh (min/typ) - 1lcp4/60/70

Frente Verso

Fonte: equipe Eng.Civil. II Sem.

Figura 31 – Carregador Motorola/Lenovo

Modelo: SSW28658R

Entrada: 100-240V – 50/60Hz - 0,5A


Saída: 5V = 2A

Fonte: equipe Eng.Civil. II Sem.

O carregador utilizado é o comum, não se tratando do carregador que usa a


tecnologia QuickCharge (Qualcomm) ou Turbo Charger (Motorola). Esses carregadores
foram criados para levar mais intensidade de corrente (“amperagem”) das tomadas até

47
os aparelhos, fazendo com que as baterias sejam reabastecidas com mais velocidade
do que aconteceria com um carregador normal. Ele é programado para tentar absorver
a maior quantidade de energia elétrica possível — independente de qual seja o
carregador utilizado, mas por razões de segurança existe uma limitação de carregadores
não certificados. Isso serve para evitar que a corrente elétrica seja transmitida com uma
intensidade maior do que a que seria segura para os aparelhos.( www.tecmundo.com.br)

Foi realizado o ensaio de carregamento da bateria, anotando-se a porcentagem


de capacidade total que a bateria alcança conforme o tempo “t” passa, em minutos,
completando até 100% de carga, que pode ser observado na Tabela 7.

Tabela 7– Tempo (min) x Carga da bateria (%)

Tempo Carga (% )
(min) medida

15 18,0
30 34,0
45 50,0
60 65,0
75 79,0
90 88,0
105 94,0
120 97,0
135 99,0
150 100,0

Fonte: Equipe Eng. Civil II Sem.

As variáveis envolvidas no processo são o tempo e a carga da bateria. À medida


que o tempo passa, com o fornecimento de corrente elétrica para a bateria do
Smartphone, a reação química de consumo ou descarga é revertida, proporcionando
então que a bateria acumule nova carga para ser posteriormente utilizada no aparelho
em questão. Esse processo poderá ser posteriormente avaliado matematicamente
através de um gráfico de dispersão, onde será possível identificar uma equação que
mostrará o comportamento de nova carga da bateria em função do tempo de carga.

48
Para estabelecer uma relação entre o tempo e o percentual da carga, foi criado o
gráfico de dispersão usando-se a planilha Excel, (Figura 32), feito com os valores obtidos
no experimento realizado. Pelo gráfico de dispersão observa-se que até
aproximadamente 80 minutos a carga ocorria de forma proporcional, com uma tendência
linear, mas a partir desse tempo, o gráfico começa a apresentar uma leve curva,
tendendo para 100% (capacidade máxima de carga), descaracterizando então uma
equação linear, e apresentando uma tendência logarítmica.

Isso ocorre porque à medida que o tempo passa e a carga é dada na bateria, está
ocorrendo uma reação química de reversão em relação à descarga.

No início, como a bateria está descarregada, a reação ocorre mais rapidamente,


e à medida que a bateria começa a acumular nova carga, a reação tem sua velocidade
reduzida pela cinética química, uma vez que o equilíbrio passa a tender para o lado da
reação de carga.

Figura 32 – Gráfico de dispersão - % carga da bateria

Fonte: equipe Eng.Civil. II Sem.

Para verificar qual é a função dada pelo gráfico de dispersão, pode-se utilizar um
recurso da planilha Excel, que é adicionar uma linha de tendência, logarítmica no caso
desse estudo, obtendo-se automaticamente a equação de carregamento da bateria
estudada. E também, pode ser obtido o Coeficiente de Determinação (r 2), que indica a
49
proporção de variação da variável independente que é explicada pela variável
dependente, ou seja, é uma ferramenta que avalia a qualidade do ajuste.

Quanto mais próximo da unidade o r² estiver, melhor é a qualidade do ajuste. O


seu valor fornece a proporção da variável Y explicada pela variável X através da função
ajustada.

A análise do gráfico (Figura 33) com a tendência logarítmica apresentou a


seguinte função para a % de carga em função do tempo e r2.:

Y= 0,3976 ln (x) – 0,9532

r2 = 0,9778

O valor do coeficiente de determinação (r2) informa se a função fornecida pelo


software Excel está bem ajustada. Nesse estudo r2 = 0,9778 = 97,78%.

Figura 33– Gráfico de Tempo x % Carga- tendência logaritmíca

Fonte: Equipe Eng. Civil II Sem.

50
A partir dos resultados encontrados no experimento foi feita uma análise e
interpretação entre os dados práticos e teóricos para verificação se os resultados foram
satisfatórios. Para tanto foi elaborado um quadro comparativo (Figura 34) com esses
resultados e o erro relativo para cada medida. [12]

Tabela 8 – Comparação Carga Real x Calculada

Tempo Carga (% ) Carga (% )


Erro relativo
(min) medida Calculada

15 0,18 0,12 31,4%


30 0,34 0,40 -17,4%
45 0,50 0,56 -12,1%
60 0,65 0,67 -3,8%
75 0,79 0,76 3,4%
90 0,88 0,84 5,0%
105 0,94 0,90 4,6%
120 0,97 0,95 2,0%
135 0,99 1,00 -0,7%
150 1,00 1,04 -3,9%

Fonte: Equipe Eng. Civil II Sem.

13.1 Conclusões do experimento

O coeficiente de determinação (r2) apresentou valor de 0,9778 ou 97,78%,


indicando que 97,78% da variação de y pode ser explicada pela relação entre x e y. O
restante, (2,22% da variação) não é explicado e é em razão de outros fatores ou a erro
da amostra. [12]

A proximidade dos resultados obtidos com a função gerada pelo Excel e o alto %
do coeficiente de determinação nos levaram a considerar o resultado do experimento
como muito satisfatório.

51
Observa-se que os maiores erros relativos ocorrem no momento em que o gráfico
apresenta uma tendência mais linear (até próximo dos 80 minutos), e a partir dai, o erro
relativo vai se reduzindo, o que mostra uma boa conformidade com a função gerada pelo
gráfico.

Outras possíveis causas de erro podem ser devido o tempo de vida da bateria,
variação da corrente elétrica no momento da carga, defeito ou mal funcionamento de
algum componente da bateria ou do carregador.

14 A função, seu domínio e Imagem


Uma relação estabelecida entre dois conjuntos A e B, onde exista uma associação
entre cada elemento de A com um único de B através de uma lei de formação é
considerada uma função. Observe o exemplo (Figura 34):

Figura 34 - Função

Fonte: Equipe Eng Civil II Sem.

O estudo das funções se apresenta em vários segmentos, de acordo com a


relação entre os conjuntos podemos obter inúmeras leis de formação. Dentre os estudos
das funções temos: função do 1º grau, função do 2º grau, função exponencial, função
modular, função trigonométrica, função logarítmica, função polinomial. Cada função
possui uma propriedade e é definida por leis generalizadas. As funções possuem
representações geométricas no plano cartesiano, as relações entre pares ordenados
(x,y) são de extrema importância no estudo dos gráficos de funções, pois a análise dos
gráficos demonstram de forma geral as soluções dos problemas propostos com o uso de
relações de dependência, especificadamente, as funções.

52
As funções possuem um conjunto denominado domínio e outro chamado de
imagem da função, no plano cartesiano o eixo x representa o domínio da função,
enquanto o eixo y representa os valores obtidos em função de x, constituindo a imagem
da função. (Figura 35).

Figura 35 – Domínio e Imagem

Fonte: Equipe Eng Civil II Sem.

Exemplo: Vamos analisar a função definida por: f : A → B, f(x) = x+1, sendo A =


{1,2} e B = {2,3,4}. Veja abaixo a Figura 36:

Figura 36 – Domínio e Imagem

Fonte: Equipe Eng Civil II Sem.

Explicando de uma forma simplificada as definições de domínio, contradomínio e


imagem, podemos dizer que:

• Domínio: de onde partem as flechas;


• Contradomínio: os elementos que as flechas podem acertar;
• Imagem: os elementos foram atingidos pelas flechas. [13]

53
Em linguagem formal, dizemos:

• Domínio: D(f) = A
• Contradomínio: CD(f) = B
• Imagem: Im(f) = {2, 3}

Domínio e Imagem da função da experiência com a carga da bateria de celular


Baseado no estudo das funções podemos representar o domínio e imagem da
função de nossa experiência com o carregador de celular conforme abaixo:

Domínio:

D(f)={ X € R* l 1 ≤ x ≤ 150 }

Imagem:

Im(f)= { Y € R l 0,01 ≤ y ≤ 1 }

Conhecendo-se a função da experiência, gerada à partir do gráfico de dispersão


com tendência logarítmica, é possível determinar em qualquer tempo (x), uma
determinda carga será obtida. Como exemplo, pode-se calcular qual o tempo
necessário para a bateria do smartphone atingir 50% de sua carga.

Como f(x) = 0,3976.ln(x) – 0,9532


Para y= 0,50 (50%)
0,5 = 0,3976.ln(x) – 0,9532

0,5 + 0,9532 = 0,3976.ln(x)

1,4532 = 0,3976.ln(x)
In(x) = 1,4532/0,3976
In(x) = 3,6549
x = 38,6636 Minutos
Ou seja, a bateria terá 50% de sua carga armazenada quando o tempo de
carregamento atingir aproximadamente 38,67 minutos.

54
15 Conceito de Limite
A palavra limite de acordo com o uso que lhe é dado ostenta vários significados.
Em termos gerais, por limite, se chama qualquer tipo de restrição, social, física, legal,
entre outras.
Também, com a palavra limite se designa o topo, o fim ou o grau máximo de uma
determinada questão.
Em matemática, o conceito de limite é usado para descrever o comportamento de
uma função à medida que o seu argumento se aproxima de um determinado valor, assim
como o comportamento de uma sequência de números reais, à medida que o índice (da
sequência) vai crescendo, i.e. tende para infinito. O limite de uma função possui grande
importância no cálculo diferencial e em outros ramos da análise matemática, definindo
derivadas e continuidade de funções.
Dizemos que uma função f(x) tem um limite A quando x → a (→: tende), isto é,
lim f(x) = A
x→ a
se, tendendo x para o seu limite, de qualquer maneira, sem atingir o valor a, o módulo
de f(x) – A se torna e permanece menor que qualquer valor positivo, predeterminado,
por menor que seja.
Os limites são usados no cálculo diferencial e em outros ramos da análise
matemática para definir derivadas e a continuidade de funções.
Se entramos um pouco no histórico do desenvolvimento do conceito de limite,
veremos que foram necessários quase 2.500 anos de história para que o conceito
de limite fosse estabelecido da forma como é hoje, desde os paradoxos de Zenão (cerca
de 450 a.C), passando pela Aritmetização da Análise com Weierstrass, no século XIX
quando, segundo Geraldo Ávila (2006), a definição de limite de Cauchy – correta, porém,
ainda eivada da noção espúria de movimento – é substituída pela definição puramente
numérica.
Dentre outros estudiosos, chegamos no século XVII surgem os trabalhos de
Isaac Newton (1642 – 1727) e Gottfried Wilhelm Leibniz (1646 – 1716) que são
considerados os inventores do Cálculo Diferencial e Integral.
Na matemática, a fórmula integral de Cauchy, nomeada em homenagem a
Augustin Louis Cauchy, é um teorema central na análise complexa. Ela pode ser

55
expressa pelo fato de que uma função holomorfa, definida sobre e dentro de uma curva
simples fechada C, é completamente determinada pelos seus valores na fronteira dessa
curva, no entanto, segundo Reis (2001), talvez a maior contribuição de Cauchy
não esteja no rigor da definição de limite, mas sim na concepção de infinitésimo
como uma variável dependente: “Diz-se que uma quantidade variável se torna
infinitamente pequena quando seu valor numérico decresce indefinidamente de modo
a convergir para o limite zero”.
Respondendo ao questionamento citado: "o que acontece com o percentual de
carga do celular se o valor do tempo for muito grande”, de acordo com os nossas
pesquisas, estudos e o uso que está sendo empregado a palavra Limite:
Concluímos que, por limitações físicas e químicas da bateria, o percentual de
carga aplicada ao celular tende a ficar estagnada, uma vez alcançado o limite admitido
de carga que é 100%, independentemente do tempo que a mesma seja exposta.
Essa conclusão baseia-se ainda na afirmação colhida junto ao site:
www.techtudo.com.br, “Os aparelhos deixam de receber energia quando chegam em
100% de carga”, ou seja atinja o seu limite físico.
Informado ainda pelos fabricantes de aparelhos celulares á exemplo Motorola,
onde a mesma informa:
“As baterias modernas permitem carga a qualquer momento sem qualquer dano
ou risco de vício. Elas foram projetadas para ter uma duração compatível com o ciclo de
vida de um smartphone.”

16 Ética, política e sociedade


A relação homem x meio ambiente se inicia desde o momento em que o homem
se beneficia de algum recurso natural para criar algo que torne a sua existência mais
prática, seja uma ferramenta ou um abrigo para pernoitar.

Durante séculos, o homem se beneficiou do meio ambiente sem se preocupar ou


imaginar que os recursos naturais são finitos, em épocas de baixa densidade
demográfica o impacto ambiental era quase que imperceptível pois a extração de
recursos era feita de forma manual e ainda não havia a industrialização de produtos.

56
A partir da Revolução Industrial (século XVIII) entre 1760 e algum momento entre
1820 e 1840 na Inglaterra que os processos de manufatura se transformaram de
métodos de produção artesanal para produção através de máquinas e alterando
dramaticamente a velocidade que o homem interfere no meio ambiente.

Ainda assim, a preocupação com o meio ambiente era um tema inexistente, foi
somente no século 19 que o homem começou a perceber que as suas ações
degradavam o ambiente em que vivia e novos pensamentos começaram a surgir.

Foi em Londres (1952) que ocorreu a primeira grande tragédia ambiental, também
chamado de Big Smoke onde mais de 12.000 mil pessoas morreram e deixou mais de
1000.000 mil doentes por conta da poluição do ar agravado por uma inversão térmica
causada por uma camada de ar frio que impossibilitou a dispersão da poluição. A tragédia
serviu de alerta as autoridades locais e mundiais sobre a necessidade de ter um olhar
crítico em relação aos impactos ambientais e a criação de leis com o objetivo de proteger
o meio ambiente.

Na atualidade, um dos maiores desafios da humanidade é o da problemática


ambiental. Os impactos causados pelo homem cada vez mais são objetos de atenção,
interesse e de cuidados, é necessário superar o reducionismo econômico das empresas
que geralmente focam em máximo lucro e mínimo custo, promover ações de
conscientização, criação e desenvolvimento de leis de proteção ao meio ambiente,
pesquisa científica, fiscalização para que as leis sejam cumpridas e punição para os
agentes causadores de degradação ambiental irresponsável.

A I Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada pela


Organização das Nações Unidas (ONU) em Estocolmo (Suécia) em 1972, difundiu a
temática ambiental e promoveu a criação de instrumentos institucionais e legais capazes
de prevenir e enfrentar os problemas ambientais. No Brasil os resultados de Estocolmo
se refletiram em 1988 quando da elaboração da Constituição Federal Brasileira onde
surge o Direito Ambiental que regulamenta a proteção e uso do meio ambiente
objetivando a sadia qualidade de vida.

57
16.1 Lei da exploração mineral (№ 7.805 de 18 de Julho de 1989.)

Lei que regulamenta a atividade garimpeira. A permissão da lavra é concedida


pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) a brasileiro ou corporativa de
garimpeiros autorizada a funcionar como empresa, devendo ser renovada a cada cinco
anos. Ë obrigatória a licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão
ambiental competente.

A lei determina que os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao


meio ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da autorização de exploração
dos minérios responsável pelos danos ambientais. A atividade garimpeira executada sem
permissão ou licenciamento é crime.

16.2 Medidas Provisórias

Em 26 de Julho de 2017, o governo federal publicou três medidas provisórias (MP)


que alteram a legislação sobre mineração no Brasil. São elas: MPs 789, 790 e 791. As
principais mudanças partem das MPs 789 e 791, que, inserem na Compensação
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) os custos com transporte e
criam a Agência Nacional de Mineração. Já a MP 790 atualizou conceitos do Código de
Mineração.

MP 789 (sancionada a lei 13.540/2017) determina que, respeitado o teto de 4%,


as alíquotas da CFEM incidirão sobre a receita bruta da venda, a receita calculada com
consumo e as exportações para empresas de países com “tributação favorecida”. Na
venda, a cobrança será feita após dedução dos tributos relacionados à comercialização
do mineral, conforme os respectivos regimes tributários.

Em relação ao consumo, as alíquotas considerarão o preço corrente do mineral


ou de um similar no mercado, seja o local, o regional, o nacional ou o internacional. Nas
exportações, será considerado como parâmetro o preço definido pela Receita Federal.

Nos casos de consumo e exportação, se não existir precificação definida, o texto


delimita que será usado como parâmetro o valor de referência definido pela entidade
reguladora da mineração.

58
Com a MP 789, a CFEM passou a ser progressiva, tomando como referência o
preço do minério de ferro, ou seja, quanto mais caro for o minério, mais alta será a
contribuição. (Tabela 9) [18]

Tabela 9 – Cotação Minérios

Minério de ferro

Cotação internacional em
Alíquota US$/tonelada
(Índice Platts Iron Ore Index - Iodex)
2,0% Preço < 60
2,5% 60 ≤ Preço < 70
3,0% 70 ≤ Preço < 80
3,5% 80 ≤ Preço < 100
4,0% Preço ≥ 100

Outros minerais
Alíquota Mineral
Ouro e diamante, quando extraídos
sob o regime de permissão de lavra
0,2% garimpeira, demais pedras
preciosas e pedras coradas
lapidáveis
Rochas, areias, cascalhos, saibros e
demais substâncias minerais
1,5%
quando destinadas para uso
imediato na construção civil.
Ouro e demais substâncias
2,0%
minerais, exceto minério de ferro.
Bauxita, manganês, diamante,
3,0%
nióbio, potássio e sal-gema.
Fonte:
MP 791: o governo criou a Agência Nacional de Mineração, que substituirá o
Departamento Nacional de Produção Mineral. A ANM será sediada no Distrito Federal e
terá unidades administrativas regionais.

De acordo com o texto, a ANM deverá implementar orientações, diretrizes e


políticas delimitadas pelo Código de Mineração (Decreto-Lei 227/1967). A agência será

59
dirigida por uma diretoria colegiada. Esse grupo terá cinco integrantes: um diretor-geral
e quatro diretores.

Todos os seus diretores deverão ser brasileiros e ocuparão o cargo por indicação
do presidente da República. Para integrarem a diretoria da ANM, os proponentes
deverão ter, no mínimo, 10 anos de experiência profissional no setor público ou privado
de mineração e exercido cargo de chefia.

Também serão considerados para os postos profissionais com quatro anos de


experiência em cargos de direção ou de chefia superior, comissão ou função de
confiança e docente ou pesquisador. Não poderão ocupar a direção da agência ministros
e secretários, de Estado ou municipais; dirigente de partido político, titular de mandato
no Poder Legislativo, mesmo que esteja licenciado do cargo; pessoas que atuaram em
partido político ou sindicato nos últimos seis meses; além de pessoa que participe, direta
ou indireta, em empresa ou entidade que atue no setor de mineração.

MP 790: atualizou o Código de Mineração Brasileiro mas não foi transformado em


lei, perdendo assim sua eficácia em 28 de Novembro de 2017.

16.3 Direito ambiental

O Direito Ambiental Brasileiro está intimamente ligado com o desenvolvimento


econômico e social e não foi criado visando apenas proteger e preservar o meio ambiente
pois em momento algum tem a intenção de frear o desenvolvimento sócio econômico,
na verdade ele visa compatibilizar o desenvolvimento econômico e a preservação do
meio ambiente, gerando também o desenvolvimento social. O Direito Ambiental tem
atuado como um dos instrumentos de gestão ambiental empresarial participando na
orientação e sustentação jurídica das atividades desses setores e na construção de uma
relação harmônica entre homem e meio ambiente.

Ele promove vantagens socioeconômicas a setores que incentivam e agem em prol


do meio ambiente ao mesmo tempo que pune severamente aqueles que agem de forma
irresponsável.

60
O Direito Ambiental Brasileiro é caracterizado por princípios fundamentais tais como,
Princípio da Prevenção, Princípio da Precaução, Princípio Poluidor-Pagador, Princípio
da Responsabilidade, Princípio da Gestão Democrática e Princípio do Limite. [19], [20]

16.3.1 Princípio da Prevenção e Princípio da Precaução.


Podemos dizer que o princípio em questão é dividido em 2 abordagens, o da
prevenção e precaução.

Princípio da Prevenção: impõe medidas acautelatórias e procedimentos que visam


impedir danos ao meio ambiente para atividades onde os riscos são conhecidos e
previsíveis com o objetivo de eliminar ou minimizar os impactos ao meio ambiente.

Princípio da Precaução: embora o objetivo final seja o mesmo do Princípio da


Prevenção, o Princípio da Precaução age através de hipóteses visando

16.3.2 Princípio do Poluidor-Pagador e Protetor-Recebedor.


Estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve suportar seus custos, sem que
essa cobrança resulte na imposição de taxas abusivas, de maneira que nem Poder
Público nem Terceiros sofram com tais custos. Em outro extremo temos o princípio
protetor-recebedor que beneficia economicamente o agente público ou privado que atua
em defesa do meio ambiente.

16.3.3 Princípio da Responsabilidade.


Muito parecido com o Princípio do Poluidor-Pagador, o Princípio da Responsabilidade
faz com que os responsáveis pela degradação ao meio ambiente sejam obrigados a
arcar com a responsabilidade e custos da reparação ou da compensação, além do
infrator ficar sujeito a sanções penais e administrativas independente da obrigação de
reparar os danos causados.

16.3.4 Princípio da Gestão Democrática


Este princípio não diz respeito somente ao meio ambiente mas sim, a tudo o que for
de interesse público, no âmbito do meio ambiente, assegura ao cidadão o direito à
informação e a participação na elaboração das políticas públicas ambientais.

61
16.3.5 Princípio do Limite.
Voltado para a Administração Pública, tem como dever fixar parâmetros mínimos para
emissões de partículas, ruídos, sons, destinação final de resíduos sólidos, hospitalares
e líquidos, dentre outros, promovendo sempre o desenvolvimento sustentável.[20]

16.4 Legislação ambiental Brasileira

A Legislação Ambiental Brasileira é um emaranhado de leis que compreendem


normas que tem como objetivo a proteção e preservação ambiental e qualquer seleção
dessas normas depende da área de atuação e interesse do profissional.

As leis ambientais no Brasil tem início no período Vargas mais precisamente no


ano de 1934, quando se instituíram os: Código de Florestas, o Código de Águas e o
Código de Minas, todos com objetivos de administrar o acesso e uso dos recursos
naturais.

A partir de 1973 houve uma formação gradual de um sistema de agências


ambientais que se institucionalizou progressivamente através da criação da Secretaria
Especial de Meio Ambiente (SEMA), em 1989 foi criado o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em 1992 a criação do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), em 2001 da Agência Nacional de Águas (ANA) e em 2007 do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). [15]

16.5 Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA)

A primeira instituição federal que posteriormente deu origem ao IBAMA e


Ministério do Meio Ambiente (MMA), ela teve como sua maior criação o Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e tem por finalidade formular e executar as
políticas de meio ambiente, de recursos hídricos, florestal, cartográfica, agrária-fundiária,
de controle da erosão e de saneamento ambiental.

O campo de atuação da SEMA compreende as seguintes atividades:

- Estabelecer as diretrizes para ação governamental nas áreas de meio ambiente, de


recursos hídricos, florestal, cartográfica, agrária-fundiária, de controle da erosão e de
saneamento ambiental;
62
- Promover, coordenar e executar a educação ambiental;

- Promover a regularização fundiária e o reordenamento territorial, de forma a garantir a


proteção dos recursos naturais e a manutenção da biodiversidade, contemplada sempre
a função social da terra;

- Estabelecer programas, em conjunto com o órgão responsável da União, para


implantação de projetos de assentamentos de agricultores sem-terra no Estado, no
âmbito federal através do Plano Nacional de Reforma Agrária - PNRA e no âmbito
estadual através do Plano Especial de Colonização;

- Participar, em conjunto com os órgãos competentes das diferentes esferas de governo,


da elaboração e execução do Plano Especial de Colonização e, do Plano Nacional de
Reforma Agrária;

- Promover, normatizar, coordenar e executar a cartografia do Estado, realizar atividades


na área de sensoriamento remoto, bem como manter o acervo de seus produtos;

- Executar e fazer executar todos os atos necessários à proteção, conservação e


recuperação do meio ambiente;

- Promover a execução, a coordenação, o controle, a atualização e a divulgação do


Sistema de Informações Ambientais;

- Promover a realização de estudos ambientais de caráter multi e interdisciplinar, de


forma integrada;

- Promover o desenvolvimento de métodos e padrões de avaliação da qualidade


ambiental;

- Promover o planejamento, a execução e o controle de projetos especiais e obras


relativas ao meio ambiente;

- Coordenar a proposição e a elaboração de políticas, normas, estratégias, programas e


projetos relacionados à gestão de resíduos sólidos, recursos hídricos e atmosféricos,

63
biodiversidade e florestas, contribuindo para com a definição e implementação da política
ambiental do Estado. [15]

16.6 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis (IBAMA): O Ibama coloca-se hoje como uma instituição de excelência para
o cumprimento de seus objetivos institucionais relativos ao licenciamento ambiental, ao
controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à
fiscalização, monitoramento e controle ambiental. Tem como missão proteger o meio
ambiente, garantir a qualidade ambiental e assegurar a sustentabilidade no uso dos
recursos naturais, executando as ações de competência federal.

Suas principais atribuições são:

- exercer o poder de polícia ambiental;

- executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições


federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à
autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização, monitoramento e controle
ambiental, observadas as diretrizes emanadas do Ministério do Meio Ambiente; e

- executar as ações supletivas de competência da União, de conformidade com a


legislação ambiental vigente. [15]

16.7 Ministério do Meio Ambiente (MMA): Criado em 1993, foi transformado em


Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal. Dois anos depois, em Ministério do
Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, adotando, posteriormente,
o nome de Ministério do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente. Finalmente,
em1999, retornou à denominação de Ministério do Meio Ambiente. É responsável,
basicamente, pela política nacional do meio ambiente e tem como missão promover a
adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do
meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços
ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na
implementação de políticas públicas, em todos os níveis e instâncias de governo e
sociedade. [15]

64
16.8 Resumo de algumas das principais leis.

1- Lei da Ação Civil Pública (7.347/1985): Trata da ação civil pública de


responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, consumidor, patrimônio
artístico, turístico e paisagístico.
2- Lei dos Agrotóxicos (7.802/1989): Lei que regulamenta a pesquisa e
fabricação dos agrotóxicos até a comercialização e descarte da embalagem.
3- Lei da Área de Proteção Ambiental (6.902/1981): A lei que criou as
“Estações Ecológicas” (áreas representativas de ecossistemas brasileiros) onde
90% delas devem permanecer intocadas e 10% são destinadas para fins
científicos. Foi criado também as “Áreas de Proteção Ambiental” ou APAS que
são áreas que podem conter propriedades privadas e onde o poder público limita
as atividades econômicas para fins de proteção ambiental.
4- Lei das Atividades Nucleares (6.453/1977): Trata da responsabilidade civil
e criminal por danos e atos relacionados com as atividades nucleares e determina
que a instituição tem responsabilidade civil independente da existência de culpa.
5- Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998): Reordena a legislação ambiental
em relação a infrações e punições.
6- Lei da Engenharia Genética (8.974/1995): Lei que estabelece normas para
engenharia genética, desde o cultivo, manipulação e transporte de organismos
modificados até a sua comercialização, consumo e liberação no meio ambiente.
7- Lei da Exploração Mineral (7.805/1989): lei que regulamente as atividades
de mineração, onde a empresa fica obrigada a possuir a licença prévia. Durante
os trabalhos de pesquisa ou lavra, a empresa fica sujeita a suspensão das
operações caso hajam danos ao meio ambiente.
8- Lei da Fauna Silvestre (5.197/1967): Lei que classifica como crime o uso,
perseguição, coleta, comercialização, entre outras atividades relacionadas a
animais silvestres.
9- Lei das Florestas (4.771/1965): Tem como objetivo, a proteção de florestas
nativas e define como áreas de preservação permanente uma determinada faixa
nas margens dos rios.

65
10- Lei do Gerenciamento Costeiro (7.661/1988): Define as diretrizes para criar
o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro onde é definido o que é zona
costeira como espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra, incluindo
os recursos naturais e abrangendo uma área marítima e outra terrestre. Permite
a cada estado e município costeiros instituírem seus próprios planos de
gerenciamento costeiro desde que prevaleçam as normas mais restritivas.
11- Lei da criação do IBAMA (7.735/1989): Criação do IBAMA incorporando
posteriormente a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências federais na
área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao IBAMA compete executar
a PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente) atuando para conservar, fiscalizar,
controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais.
12- Lei do Parcelamento do Solo Urbano (6.766/1979): Estabelece regras para
loteamentos urbanos, proibindo-os em áreas de preservação, áreas onde a
poluição represente perigo a saúde e terrenos alagadiços.
13- Lei da Política Agrícola (8.171/1991): Define que o poder público deve
disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora
14- Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (6.938/1981): A lei ambiental
mais importante que define que o poluidor é obrigado a indenizar os danos
ambientais que causar independente da culpa.
15- Lei de Recursos Hídricos (9.433/1997): Institui a PNRH (Política Nacional
de Recursos Hídricos) e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a
água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos
múltiplos.
16- Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição (6.803/1980):
Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões
ambientais para a instalação e licenciamento das indústrias, exigindo o estudo de
impacto ambiental.
17- Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (12.305/10): Lei que procura
organizar a forma com que o país lida com o lixo e exigir dos setores públicos e
privados transparência no gerenciamento de seus resíduos. [15], [16], [17]

66
16.9 LEIS AMBIENTAIS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE E
PARA A SOCIEDADE

Nos dias atuais a “Preservação do Meio Ambiente” é um tema muito discutido nas
empresas e até mesmo dentro de nossa casa.

Nas últimas décadas, a crescente pressão social, política e econômica, advindas


do fortalecimento do debate ambiental obrigou as empresas a terem uma conduta
ambiental mais responsável. No início dos anos 70 a questão ambiental era tratada com
relevância apenas por grupos ecologistas mas um grande desinteresse por parte da
sociedade.

A partir da década de 80, os grupos ambientalistas passaram a assumir um papel


mais ativo e direto no direcionamento das estratégias ambientais empresariais e na
década de 90 surge o ambientalismo empresarial com o conceito criado pelo World
Business Council of Sustainable Development, e tem como meta o equilíbrio entre os
fatores econômicos, ambientais e sociais, que balizam a sustentabilidade corporativa,
influenciando todas as organizações constituintes de uma cadeia produtiva.

O marco histórico do ambientalismo corporativo foi a Conferência das Nações


Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (RIO 92).

Muitos fatores também contribuem para a preservação do meio ambiente tais


como, propagandas institucionais federais, temáticas de preservação na programação
televisiva, educação e conscientização a partir do ensino infantil e fundamental, selos de
excelência para empresas que adotam uma postura responsável bem como punições
severas a empresas irresponsáveis.

No mundo corporativo abre-se um vasto campo de oportunidades de novos


negócios, dentre eles citamos os chamados, negócios “verdes”, onde é necessário para
a empresa que tem a pretensão de fazer parte deste grupo se adeque as normas e
exigências, observamos também que um novo tipo de consumidor surgiu, esse novo
consumidor que tende a dar preferência para produtos e serviços de empresas que
tenham essa postura ambientalmente responsável. [17]

67
Atualmente, muitas empresas promovem e executam ações ambientais em favor
da sua imagem perante ao consumidor, mesmo que o seu “produto” final não seja
exatamente originário de algum recurso natural, como no caso das instituições
financeiras.

Na educação percebemos uma grande ênfase no ensinamento direcionado para


a preservação do meio ambiente e os riscos e consequências de uma conduta ambiental
irresponsável. Hoje, crianças a partir de 4 anos já possuem algum tipo de consciência
ambiental, uma vez que já cobram dos pais uma postura correta em relação ao uso
correto da água, separação do lixo, entre outros.

Concluímos que com o passar dos anos a consciência ecológica se difunde cada
vez mais na sociedade através de vários instrumentos e ferramentas e que o futuro
reservado para as próximas gerações será mais limpo.[17]

16.10 LEIS AMBIENTAIS BRASIL X MUNDO

O Brasil possui uma das mais modernas e mais rigorosas leis ambientais em
comparação ao resto dos países, com multas que podem chegar a exorbitante cifra de
R$ 50.000.000,00 e engloba tanto pessoas físicas como jurídicas.

Hoje temos uma legislação consolidada e que trata de forma abrangente os


assuntos ambientais reservando à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos
municípios a tarefa de proteger o meio ambiente e de controlar a poluição. O Brasil é um
dos únicos países do mundo a possuir uma política direcionada a resíduos sólidos.

Em 2017, Joana Chiavari, pesquisadora do Núcleo de Avaliação de Políticas


Climáticas da PUC-Rio realizou um estudo comparando as diferenças entre as leis
ambientais brasileiras e mais 6 países, na questão sobre produção agrícola.[21]

Como ponto de partida, ela analisou os dois principais instrumentos que colocam
restrições ao uso da terra, que são as APP (Áreas de Preservação Permanente) e a
reserva legal. Com isso, ela tentou identificar o que significava estar em conformidade
com a legislação nesses países.

68
No caso das APP, ela conta que a comparação foi mais fácil, já que todos
possuíam alguma regra relacionada ao assunto. Ela identificou que, no Brasil, essa área
varia entre 5 a 500m. Nos outros países estudados, essa regra, que pode ser de nível
federal ou estadual, varia. A província de Quebec, no Canadá, por exemplo, é uma das
mais restritivas, com 10 a 15m. Nos Estados Unidos, a média é de 15m a 25m, sendo
que essa metragem é voluntária. Na França e na Alemanha, a legislação exige 5m.
Portanto, o Brasil tem um grande destaque neste fator.

A respeito da vegetação, o estudo também identificou que o Brasil é mais rígido


no que tange à vegetação nativa. Apenas na Alemanha há uma regra semelhante, mas
a recomendação é para o uso dessa vegetação "na medida do possível". Em outros
países, gramíneas e arbustos podem ser utilizados.

Nas reservas legais, ela verificou que os outros países utilizam outros
instrumentos para atingir o objetivo de conservação da biodiversidade e que o Brasil se
destaca por ser o único que exige que todas as propriedades reservem um percentual
para a reserva.

Essas regras mais rigorosas no Brasil não significam apenas mais custo, como
salienta a pesquisadora. Este fator, segundo Chiavari, pode ter um valor muito maior
para os produtores em negociações internacionais, já que a produção brasileira vem com
esse componente ambiental importante.

Neste sentido, Chiavari ressalta que o estudo serve para compreender como uma
legislação rigorosa consegue se destacar e ser um instrumento fundamental para a
abertura de novos mercados e retirar barreiras ao comércio brasileiro. Para isso, a
consolidação do Código Florestal, portanto, seria extremamente necessária. [21]

Resíduos Sólidos - No campo dos resíduos sólidos o Brasil está muito longe de
ser uma país que trata os seus resíduos de forma responsável apesar de possuir uma
política específica para este fim, conforme estudos realizados, a grande maioria dos
resíduos coletados ainda tem como destino final, lixões (resíduos depositados a céu
aberto), aterros controlados (resíduos são cobertos com uma camada de terra) e
69
aterros sanitários (local que recebe impermeabilização no piso e depois os resíduos
são cobertos com uma camada de terra).[15]

A situação ideal seria que todo o lixo produzido fosse 100% reciclado, entretanto
não é uma tarefa fácil e barata de se alcançar.

Países considerados de primeiro mundo tais como: Alemanha, Japão, Suécia e


Estados Unidos, estão muito a frente nessa questão e tratam os seus resíduos de
responsável e cientes que esse é um problema de todos. (Tabela 10)

Tabela 10 – Reciclagem de resíduos

População Resíduos Resíduos


Urbana Urbanos Reciclados
País
Milhões Ton/dia %

Brasil 154,4 213 mil 13


Alemanha 60,5 127 mil 63
Japão 84,3 144 mil 80
Suécia 7,6 12,3 mil 50
Fonte: www.mma.gov.br

Poluição (Emissão de Gases) – De acordo com um relatório divulgado pela


Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda hoje (2018) ainda morrem 7 milhões de
pessoas por ano no mundo decorrente da poluição do ar, sendo que a maioria dessas
mortes ocorrem em países pobres que não possuem uma legislação voltada a proteção
do meio ambiente. [15], [16], [17]

Conforme a Tabela 11 abaixo observamos que o Brasil ocupa a 7º posição entre


os países mais poluentes. Analisando a tabela constatamos que o Brasil
proporcionalmente ao que produz (PIB) emite muito mais poluentes no ar em
comparação com países que realmente se preocupam com a preservação do meio
ambiente.

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Tabela 11 – Ranking de países poluidores

PAÍSES MAIS POLUIDORES

Emissões
Ranking País População PIB (US$)
(% / total)
1 China 1,378 bilhão 14,9 trilhões 25,36
2 EUA 325 milhões 18,6 trilhões 14,4
3 União Européia 515 milhões 17,7 trilhões 10,16
4 Índia 1,324 bilhão 2,2 trilhões 6,96
5 Rússia 144 milhões 1,2 trilhões 5,36
6 Japão 127 milhões 4,9 trilhões 3,11
7 Brasil 207 milhões 1,8 trilhões 2,34

Fonte:www.ibge.gov.br/estatísticas

16.11 Conclusão sobre o capítulo ética, politica e sociedade

O grupo através de pesquisas realizadas, o Brasil ainda está muito atrasado em


relação aos países que realmente se preocupam com o meio ambiente. Apesar de
possuirmos uma das melhores e mais rigorosas leis voltadas ao meio ambiente, a falta
de fiscalização e punição em conjunto com a ganância do setor empresarial e interesses
políticos faz com que essas leis não sejam cumpridas.

Há falta de campanhas realmente completas e profundas com o objetivo de


conscientizar, esclarecer e ensinar as novas e velhas gerações a terem uma postura
responsável em relação ao meio ambiente.

Recentemente, em 2015, assistimos o escândalo da montadora Volkswagen que


implementou um software que fraudava os testes de emissão de poluentes, vimos
também a tragédia de Mariana com o rompimento da barragem executada pela Samarco,
este, que é considerado o maior desastre socioambiental do Brasil e até hoje
(outubro/2018) pouco foi feito para indenizar e reparar as vítimas e o meio ambiente, há
muitas pessoas que sequer são reconhecidas como atingidas... tudo isso por conta de
uma burocracia lenta e criminosa, e cheio de interesses e valores envolvidos.

A fiscalização brasileira referente a crimes ambientais é pífia e na maioria das


vezes, somente as empresas grandes estão no “foco” dos agentes fiscalizadores, sendo
que muitos deles ainda se corrompem para obter benefício próprio.

71
Concluímos que o mundo como um todo, ainda engatinha na questão ambiental,
com o aumento da população e consumo mundial, cada vez o homem extrai mais e mais
recursos naturais do meio ambiente e a maior parte desses recursos não são
recolocados. A reciclagem também ainda muito pouco praticada e o lixo se amontoa em
aterros, a céu aberto, rios e mares.

As consequências serão sérias em um futuro próximo e infelizmente será uma


conta que todos vamos pagar.

17 CONCLUSÃO FINAL
Nesta seção você fará a ligação entre os objetivos e os resultados alcançados,
fazendo uma discussão dos resultados, dos métodos de medida utilizados, tendo em
vista o objetivo do trabalho. De um modo geral, a conclusão deve ser redigida de tal
modo que a ideia central do relatório se revele e se fixe claramente ao leitor.

O objetivo desse trabalho foi buscar alternativas para a empresa TKW Baterias,
fabricante de baterias para smartphones e avaliar oportunidades tecnológicas nesse
mercado extremamente competitivo.
Foram pesquisados os atuais modelos de bateria utilizadas bem como
alternativas para substituição dos componentes das baterias com o objetivo de
proporcionar maior competitividade tanto tecnológica quanto financeira.
As pesquisas identificaram que as baterias mais utilizadas atualmente são
fabricadas com o metal Lítio. Existem além da Íon-Lítio, o Níquel Híbrido,, Lítio
Polímero e Níquel Cádmio. A última tecnologia é conferida a bateria tipo Lítio Polímero,
a quel é mais leve e mais segura contra eventuais explosões. Algumas das razões pela
qual o Lítio é utilizado são por ser o metal mais leve da tabela periódica,e um dos com
maior facilidade e tendência a doar elétrons.
Em função de sua posição na tabela periódica, por ter apenas um elétron na
última camada e seu potencial de oxi-redução, avaliamos com alternativas para
substitui-lo os elementos presentes nas colunas 1 A e 2 A ta tabela periódica, ou seja
os metais alcalinos e alcalinos terrosos respectivamente. Como finalistas em nossa

72
avaliação ficaram o Sódio e o Magnésio. E o eleito para substituir o Lítio foi o Sódio,
aliado além das características mencionadas anteriormente, o fato de ser um material
mais abundante na natureza, de maior facilidade de extração, apresentar um custo que
chega a ser até cem vezes mais barato que o Lítio e sobretudo porque a literatura
científica já mostra vários estudos feitos avaliando-se o Sódio na fabricação de baterias
celulares.
A partir do estudo estatístico da carga de um smartphone, foi possível avaliar o
comportamento da carga acumulada da bateria versus o tempo de carga, o que nos deu
oportunidade de usar o software Excel e aplicando o gráfico de dispersão com a linha de
tendência logarítmica, obtendo a função tempo x carga, assim como o coeficiente de
determinação, r2, que apresentou valor de 0,9778 ou 97,78%, indicando que 97,78% da
variação de y pode ser explicada pela relação entre x e y. O restante, (2,22% da
variação) não é explicado e é em razão de outros fatores ou a erro da amostra. [12]

Com os fundamentos da matemática instrumental foi possível identificar o conjunto


domínio e Imagem dessa função, assim como determinar qual tempo necessário para
carga de uma determinada porcentagem pré-estabelecida.

Avaliamos as questões referentes ao limite de carga que é 100%, pois a bateria


não processa um carga superior ao que as reações químicas reversas envolvidas
poderiam resultar. Logo, o tempo de carga está limitado à capacidade de
armazenamento da bateria, e uma vez alcançado essa carga, por mais tempo que se
adicione corrente elétrica na bateria, não haverá um acréscimo em sua carga.

Avaliamos as leis que regem a proteção ao meio ambiente, e identificamos que o


Brasil tem uma das melhores comparados com outros países, mas temos uma
fiscalização fraca que permite e incentiva aos fabricantes a burlar e não seguir a
legislação vigente, cujo principal objetivo é preservar o meio ambiente e proteger o
homem de suas próprias ações. Temos um exemplo recente do acidente de Mariana,
onde toneladas de lixo tóxico poluíram toda uma imensa região, com danos quase que
irreparáveis, e até agora os culpados gozam de plena liberdade, com multas
consideradas pequenas quando comparadas ao estrago que causaram.

73
Para a TKW Baterias fica a sugestão que sigam investindo na atual tecnologia de
baterias para smartphones, como o Lítio-Polímero (que nada mais é que uma bateria de
Íon-Litio ou Lítio-íon) e buscando atualizar-se no mercado mantendo contato e talvez
participando com patrocinadores junto a faculdades e institutos de pesquisa na busca
por alternativas ao Lítio, como por exemplo o Sódio, como mencionado ao longo desse
trabalho.

Sob o ponto de vista do meio ambiente, que procurem montar programas de


recuperação de baterias usadas, com orientação aos usuários de smartphones e
celulares para façam o descarte adequado e se possível que trabalhem junto a grandes
companhias de consumo, como supermercados, shoppings centers, lojas de vendas de
celulares com a criação de pontos para descarte de baterias usadas, incumbindo-se
posteriormente do descarte apropriado.

74
18 Bibliografia

[ 1] Almeida Braga, P.F. e Alves Sampaio, J (2008) Rochas e Minerais Industriais –


CETEM/2008, 2ª Edição, Cap. 26, pg. 585 – 594
[ 2] Karasinski, L. (2013) - www.tecmundo.com.br – Como são produzidas as baterias de
Lítio?
[ 3] www.psafe.com (2015) Conheça os tipos de baterias usadas em smartphones
Android.
[ 4] www.lumenlearning.com /introchem/chapter/electrolysis-of-sodium-chloride/
[ 5] www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/pilhas-baterias-litio.htm
[ 6] www.brasilescola.uol.com.br/química/estrutura-Atomo.htm
[ 7] www.altenergy.org/renewables/lithium_ion_batteries.html
[ 8] www.sta-eletronica.com.br
[ 9] Peixoto, E.M.A. - Química Nova Escola, O Elemento Químico (Nov/99)
[10] www.coladaweb.com/quimica/elementos-quimicos/sodio
[11] www.deboni.he.com.br/tq/sal/obtencao
[12] Ribeiro, T.C.S.C. – (2015) Probabilidade e Estatística - Livro Único
[13] Ribeiro, A.G. "O que é função?"; Brasil Escola. brasilescola.uol.com.br/o-que-
e/matematica/o-que-e-função
[14] www.techtudo.com.br
[15] www.mma.gov.br
[16] www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/multidominio/meio-ambiente.html
[17] Revista Internacional Interdisciplinar Interthesis vol. 10 n2: Danielly Ferreira Silva,
Gustavo Ferreira da Costa Lima. Empresas e Meio Ambiente: Contribuições da
Legislação Ambiental
[18] Conjur: Brenno Grillo: Extração Atualizada: Governo muda Lei de Mineração e cria
agência reguladora para o setor. 26/07/2017.
[19] www.stf.jus.br: Direito Ambiental
[20] Jusbrasil: Diego Augusto Bayer. Princípios Norteadores do Direito Ambiental.
[21] www.noticiasagricolas.com.br/videos/codigo-florestal - entrevista com Joana
Chiavari

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