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A Revista Consensus traz em suas páginas códigos que remetem à conteúdos complementares. Acesse e confira.
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consensus | segundo trimestre 2017
consensus entrevista
Michele Caputo Neto fala das prioridades da
6 diretoria do CONASS, dos desafios do gestor da
saúde e de como o Conselho atua na busca pelo
aprimoramento do SUS
matéria de capa
Especialistas discutem a segurança no trânsito e os
institucional
22 Homenagem à Adib Jatene e comemoração dos 35
anos marcam a posse da diretoria do CONASS
saúde em foco
30 Reunidos em Pernambuco, secretários de saúde da
região Nordeste compartilham experiências que deram certo em
seus estados
opinião
32 Promoção da saúde: é preciso enfrentar a violência no
trânsito
38 curtas
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editorial
Boa Leitura!
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consensus | segundo trimestre 2017
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consensus entrevista
ENTREVISTA
Michele
Caputo Neto
Consensus Seu mandato como presidente damental para que se faça um bom trabalho,
coincide com o aniversário de 35 anos do para isso é imprescindível o apoio do gover-
CONASS. Qual a sua expectativa em face nante maior. Nos últimos 30 meses tivemos
do Conselho e quais as prioridades da atual 29 substituições. Sabemos que, em alguns
diretoria? estados, isso é mais frequente, mas nos preo-
Michele Caputo Neto Precisamos fortale- cupa que os secretários de Estado não tenham
cer cada vez mais o SUS e, para tanto, nosso o apoio político, técnico e financeiro de que
foco é qualificar a gestão estadual. Faremos precisam. O CONASS pode dar todo o apoio
isso a partir das prioridades definidas no Se- técnico, mas o apoio político temos de espe-
minário para Construção de Consensos em rar que cada governo o faça.
2015 e intensificando o intercâmbio entre os
atores do sistema de saúde. Nosso foco é no Consensus O subfinanciamento da saúde é
apoio técnico e no monitoramento da ges- uma realidade que desafia a gestão do SUS
tão, discutindo e buscando soluções para o há anos. Como o senhor pretende liderar a
que é importante para a da saúde no Brasil. atuação do CONASS no enfrentamento des-
O CONASS, pela sua relevância, precisa e sa dura realidade que castiga o sistema de
vai ter esse protagonismo. Quem teve como saúde brasileiro?
primeiro presidente o Dr. Adib Jatene tem de Michele Caputo Neto O CONASS é unâni-
honrar o cargo, assim como as memórias e a me em cobrar mais recursos para a saúde,
trajetória da instituição. principalmente do Ente Federal, que repassa
responsabilidades aos Entes Subnacionais e
Consensus Entre os atuais gestores estadu- retira-se gradativamente do financiamento.
ais, o senhor é o que está há mais tempo no Essa redução dos recursos para a saúde por
cargo. Como a sua experiência pode contri- parte da União é histórica e não faltam dados
buir na condução de um fórum tão diversi- para comprová-la. Em relação aos estados e
ficado, com diferentes realidades regionais municípios, sabemos que existem proble-
e posições partidárias? mas de gestão, contudo o desfinanciamen-
Michele Caputo Neto A experiência é impor- to agrava questões estruturantes do SUS e
tante, faz que a gente amadureça e seja mais retarda a qualificação da gestão. Portanto, é
solidário. Na saúde, não demora para o gestor compromisso do CONASS continuar lutan-
perceber que está no mesmo barco, e isso in- do pelo aumento do financiamento da saúde
Leia a nota do depende da região do país ou da posição polí- por parte da União e também pela qualifica-
CONASS sobre tica e partidária. Os problemas são semelhan- ção da gestão. Nesse aspecto, vale destacar a
a revisão da
Portaria tes e só vamos conseguir vencer os desafios importância da revisão da Portaria GM/MS
GM/MS n. 204 se nossas ações forem formuladas e definidas n. 204, simplificando as transferências para
goo.gl/GzAcbS
por consensos gerados após intensos debates. duas modalidades, permitindo mais autono-
Por isso, esse fórum é tão importante. Como mia ao gestor, fortalecendo o planejamento
presidente, busco a participação ativa e res- e facilitando a execução orçamentária de
peitosa de todos os gestores e a interlocução estados e municípios, com a participação e
com os demais atores do movimento da saú- sob o olhar atento do Controle Social, aten-
de. O que de fato me preocupa não é a diver- dendo, assim, a uma reivindicação antiga do
sidade ideológica e partidária dos governos, CONASS e do Conasems. O momento para
mas a rotatividade dos gestores estaduais da aprimorar o repasse financeiro é agora, e
saúde. A governabilidade, certamente, é fun- essa questão é extremamente relevante, por
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www.conass.org.br/consensus
isso CONASS e Conasems estão envolvidos rantia do direito, contudo tal premissa não
para que essa modernização prevaleça. O pode ser utilizada para a desconstrução do
alto grau de consenso que há entre os ges- SUS, para dar concretude a interesses escusos Conheça o
tores se justifica pela relevância da decisão e menos ainda para colocar a vida de pesso- Programa de
Qualificação
para o bem do SUS. Falo isso com tranquili- as em risco, na medida em que são levadas a da Vigilância
dade, pois sou gestor de um estado que tem consumir medicamentos sem registro nacio- em Saúde
no Paraná
um programa como o VigiaSUS que investiu nal, sem conclusão de pesquisa clínica, sem (VigiaSUS)
R$ 143 milhões na vigilância em saúde. evidência científica. goo.gl/D6xvca
em vários lugares e situações, têm mostrado Consensus Por falar em missão, pouco de-
a necessidade de fazermos mais e melhor. A pois de sua posse como presidente do CO-
qualificação é o que nos permite organizar o NASS, o senhor participou de uma oficina
serviço, por isso é importante investir para com toda a equipe do Conselho para o pla-
que os profissionais trabalhem com mais se- nejamento estratégico da instituição. O que
gurança e para obtermos mais eficiência. No o senhor achou da oficina e quais expectati-
Paraná, junto com a British Medical Journal vas da diretoria do CONASS com esta ação?
(BMJ), oferecemos curso de capacitação com Michele Caputo Neto Essa oficina com todos
certificação internacional para profissionais os funcionários e colaboradores do CONASS
da APS e da atenção especializada, que podem nos mostrou novos caminhos, mas também
intercambiar a segunda opinião para a toma- reforçou que temos de priorizar algumas
da de decisão baseada em evidências. Tão im- ações. É muito importante que a gente se atu-
portante quanto ter boas unidades de saúde alize, até porque muitas questões vão sendo
da família e bons equipamentos é ter profis- incorporadas ao longo do tempo e novas prio-
sionais preparados. ridades vão surgindo. Mas muitas agendas,
O CONASS tem uma equipe técnica muito como a da judicialização, por exemplo, são
Confira a qualificada, que tem ido aos estados e pres- pautas permanentes. Nos momentos mais di-
matéria sobre
tado um grande apoio em diversas áreas. Do fíceis do país é que as pessoas mais precisam
o Planejamento
Estratégico do lado do gestor, isso demonstra a sua compe- da saúde. E o passo à frente do CONASS foi
CONASS na tência ao buscar o auxílio de um órgão que intensificar esse apoio aos estados, buscando
página 30
tem toda condição de dar esse apoio. Aliás, efetivar uma agenda de eficiência, organizan-
essa é a missão do CONASS. do e qualificando suas ações metodologica-
mente com o Planejamento Estratégico. Com
certeza, o Conselho vai estar mais preparado
O cidadão, no regime ao cumprir sua missão, observando sua visão
democrático, deve de futuro e valores, atualizados durante esta
oficina.
encontrar no judiciário
Consensus Como o senhor pretende traba-
a forma de obter a lhar o compartilhamento e a disseminação
garantia do direito, das experiências exitosas identificadas nos
estados?
contudo tal premissa não Michele Caputo Neto Todos os estados, até os
que se julgam mais fragilizados, seja do ponto
pode ser utilizada para a de vista socioeconômico ou estrutural, têm
desconstrução do SUS, competência, criatividade e capacidade de
inovar e de resolver problemas. Estou muito
para dar concretude a feliz nesse começo de mandato, dando conti-
interesses escusos e menos nuidade a algo que começou com o presiden-
te Gabbardo, abrindo espaço nas assembleias
ainda para colocar a vida do CONASS para que os estados apresentem
de pessoas em risco experiências bem-sucedidas. Começamos
com o Selo Bronze, Prata e Ouro, do Paraná,
que é uma forma de qualificar a APS; depois
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www.conass.org.br/consensus
Especialistas nacionais
e internacionais discutem
a segurança no trânsito e os
impactos nos sistemas de saúde
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consensus | segundo trimestre 2017
13
especial
Assista a íntegra
T ema da oitava edição do projeto CO-
NASS Debate, o Seminário Internacio-
nal Sobre Segurança no Trânsito, que ocor-
argentino naturalizado brasileiro, Julio Jaco-
bo, trouxe informações relevantes que mos-
tram que o número de mortes no trânsito tem
do CONASS reu nos dias 25 e 26 de abril, promoveu a aumentado no Brasil nos últimos anos e que
Debate
goo.gl/X6Zt3F discussão entre especialistas nacionais e in- uma das razões para isso é o aumento da frota
ternacionais, gestores e demais convidados, de veículos.
a fim de subsidiar os secretários estaduais Segundo dados mostrados por Jacobo, o
de saúde na formulação de um documento Sistema de Informação sobre Mortalidade do
com propostas de enfrentamento da violên- Ministério da Saúde (SIM/MS), registrou, em
cia no trânsito e suas consequências alar- 2012, 43 mil mortes e um número estimado de
mantes, em especial na saúde pública. Para 490 mil acidentes com vítimas que ocasiona-
Acesse os dados
tanto, foram apresentadas experiências de ram diversos tipos de lesões em 580 mil pes-
apresentados países como França, Canadá, Portugal, Es- soas. “Esses números mostram que a situação
pelo professor panha e Brasil, que detalharam as medidas
Julio Jacobo é séria e tende a piorar se as condições atuais
goo.gl/EWbXg1 adotadas em seus países para a promoção da
persistirem”, disse. Jacobo também chamou a
segurança no trânsito e redução da mortali-
atenção para o aumento de quase 1000% nos
dade e morbidade.
acidentes e mortes com motociclistas em um
O presidente do CONASS, Michele Ca-
período de aproximadamente 10 anos.
puto Neto, enfatizou que a temática esco-
A respeito das medidas de enfrentamento
lhida foi muito discutida pelos secretários
do problema, ele afirmou que apenas as me-
estaduais de saúde e que, apesar de todos
os esforços, as mortes no trânsito não dimi-
nuem e trazem impactos contundentes na
saúde do povo brasileiro. “Essa é uma ver-
dadeira guerra que precisa ser enfrentada
de forma transversal, seja ouvindo experiên-
cias de outros países, seja promovendo ações
vetoriais na área da saúde e junto ao poder
legislativo”, observou.
O assessor para assuntos internacio-
nais do CONASS, Fernando Cupertino, res-
saltou: “Vivemos uma epidemia silenciosa
que a mídia e a sociedade não se dão conta,
daí a importância de se discutir esse assun-
to”, disse.
Dados alarmantes
Autor do estudo “Mapa da Violência
2013: Acidentes de Trânsito e Motocicleta”, o
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www.conass.org.br/consensus
Julio Jacobo,
autor do
estudo “Mapa
da Violência
2013: Acidentes
de Trânsito e
Motocicleta
didas punitivas não são suficientes para dar trânsito está no centro da agenda de vários
conta da situação. “É fundamental que se in- ministérios e parceiros envolvidos no enfren-
vista em educação de maneira contínua. Nos tamento dessa questão”, argumentou. Confira aqui
anos em que houve campanhas de educação Dados apresentados pelo professor mos- os dados
apresentados
ostensivas e ininterruptas, houve redução traram que, no Quebec, a partir de 1973 co- pelo professor
significativa nos índices de acidente. Hoje meçaram a ser implantadas diversas medidas Ethiene Blais
não temos mais campanhas de conscientiza- que possibilitaram a diminuição drástica no goo.gl/ht9fy6
ção e vemos apenas a responsabilização dos número de óbitos, passando de 2 mil mortes
usuários”, enfatizou. E observou ainda que a em 1973, para pouco mais de 400 em 2013, ou
maior parte das medidas anunciadas no Pla- seja, cerca de 80% de redução de mortes em
no Nacional de Segurança no Trânsito para 40 anos. Entre as medidas, estão a implanta-
a Década 2011-2020, formulado pelo Gover- ção de leis que estipularam a obrigatoriedade
no Federal, até hoje não saiu do papel, como, do cinto de segurança, a instituição do Códi-
por exemplo, o Observatório Nacional do go de Segurança Rodoviária, o uso do bafô-
Trânsito e o Sistema Integrado de Informa- metro, que permitiu considerar contraven-
ções de Trânsito. tores os condutores que dirigiam sob efeito
Já o professor de Criminologia da Univer- de álcool, a diminuição da velocidade nas
sidade de Montreal Ethienne Blais enfatizou vias e o uso de punições mais severas para os
o papel da governança e da política de segu- contraventores.
rança rodoviária na melhoria das estatísticas. O professor concluiu enfatizando papel
“Primeiro identificamos os problemas, depois fundamental para o sucesso das medidas im-
os tratamos, mas sempre contando com a par- plementadas: “Sem vontade política e o en-
ticipação da governança, a partir de parcerias volvimento dos diversos setores nas políticas
que podem ser criadas”, disse. Ele também de segurança no trânsito, nenhuma medida é
chamou a atenção para a importância de aná- capaz de trazer resultados positivos”, alertou.
lises mais precisas para evidenciar questões Em Portugal, a coordenadora do Progra-
que têm causado mais problemas. Blais disse ma Nacional de Prevenção de Acidentes do
ainda que não pode haver economia de recur- Ministério da Saúde, Gregória Paixão von
sos para melhorar o trânsito. “A segurança no Amann, apresentou o contexto dos aciden-
Fotos: CONASS 15
especial
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especial
No Brasil
No segundo dia do seminário, o secretá-
rio de Estado da Saúde de Pernambuco, Iran
que para reduzir as mortes é imprescindível
Participantes Costa, apresentou a experiência do estado no
lidar com questões como álcool e drogas, san-
contribuem combate à morbimortalidade dos acidentes
com o debate ções legais e aumento das blitze para que os
de trânsito. Os acidentes terrestres, princi-
motoristas compreendam que o consumo de
palmente com motos, são o maior problema
álcool e drogas antes de dirigir pode levá-los
de saúde pública em Pernambuco, conforme
à punição.
destaca o secretário. “Em 2014, os acidentes
Acesse aqui a
Em 2003, de acordo com dados mostra- com motos custaram R$ 1,197 bilhão aos es-
apresentação dos por Francisco Javier, a taxa de mortes tado. Em 2015, esse número foi de mais de R$
de Iran Costa por acidentes de trânsito na Espanha era de
goo.gl/DS44kD 900 milhões”, alertou. As motos são responsá-
128 por milhão de habitantes, o que levou à veis por 75% dos acidentes e 50% dos óbitos
adoção de algumas estratégias para a promo- no estado.
ção da segurança no trânsito. Uma delas foi Entre as ações desenvolvidas em Per-
a instituição do Plano de Medidas Especiais nambuco para o enfrentamento do problema,
de Segurança Rodoviária, com objetivos es- Costa destacou a criação, em 2005, do Comitê
tratégicos e indicadores de monitoramento de Prevenção aos Acidentes de Moto, com a
e resultados e com a participação do governo participação de nove secretarias de Estado,
e da sociedade. Também foram implementa- além de várias entidades da sociedade, como
dos controladores automáticos de velocidade, médicos, profissionais de saúde e a Confede-
aumento da vigilância e aumento das penali- ração Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O
dades e sanções. comitê realiza reuniões mensais para debater
Sobre a questão do álcool e das drogas, estratégias visando à diminuição dos aciden-
Villalba apresentou dados que mostraram tes de trânsito.
que 40% dos condutores envolvidos em aci- Outro destaque são as Unidades Sen-
dentes fatais tinham a presença de drogas tinela de Informação sobre Acidentes de
ilegais ou taxas de álcool no sangue, o que Transporte Terrestre (USIATT) que, inicial-
permitiu, em 2014, uma alteração na lei a fim mente, atuavam nas Upas 24 horas e nos 10
de proibir o uso de álcool ou substâncias ilí- principais hospitais públicos. Hoje, as sen-
citas antes da condução. Outra medida foi pe- tinelas estão em 14 hospitais de trauma e
nalizar com o dobro de multas os motoristas em dois hospitais privados, com o objetivo
18 Fotos: CONASS
www.conass.org.br/consensus
de levantar dados como casos fatais, locais, relação ao número de mortes diárias no
horários e motivos dos acidentes. “Sem esse trânsito no país: “Todos os dias cai um avião
diagnóstico não é possível avançarmos no em nossas cabeças e muitas vezes não con-
enfrentamento da violência no trânsito, por seguimos modificar a legislação, que preva-
isso ele deve anteceder qualquer ação”, afir- lentemente é federal. Em minha opinião, a
ma Iran Costa, acrescentando que, a cada 3 legislação envolvendo motocicletas tem de
meses, as análises e os resultados são apre- ser dura. O Brasil vai ter a maior taxa de mu-
sentados ao governador. tilados do mundo em pouco tempo. Aqui em
O Sistema de Informação sobre Aciden- Pernambuco, essa taxa é de 3 mil mutilados/
tes de Transporte Terrestre (Sinatt) e a Lei ano”, alertou.
Seca também integram as ações desenvol- Já o policial rodoviário federal Jerry Acesse aqui a
apresentação
vidas em Pernambuco para a segurança no Adriane Dias defendeu a ação do legislador de Jerry Adriane
trânsito. No estado, 40% das avaliações das na promoção do trânsito seguro e explicou goo.gl/fah4AF
19
especial
que possibilita que temas específicos sejam tivo para as questões de trânsito no Brasil
Jerry Adriane delegados para estados e municípios.
Dias, Policial
também precisam ser aprimoradas, segundo
Rodoviário Por outro lado, segundo Adriane, nem Adriane. “Apesar de termos o Denatran e o
Federal, e sempre a União tem a compreensão necessá- Contran, precisamos de uma gestão mais
Antonio
Carlos Nardi, ria das necessidades dos estados e municípios ampla que envolva não somente a regula-
secretário tendo em vista suas realidades locais. “Muitas mentação, mas também a gestão financeira,
executivo do
Ministério da vezes uma legislação geral não contempla. e por isso o estabelecimento de metas é fun-
Saúde Como vimos aqui, o Nordeste enfrenta um damental”. Em relação ao planejamento das
grave problema em relação às motos, já em
ações de segurança no trânsito, destacou que
outras regiões os problemas podem ser dis-
dados e informações são imprescindíveis.
tintos, mas a preservação da vida é comum a
“Não temos segurança de que as informa-
todos, por isso, a necessidade de coordenação,
integração e compreensão de que o trânsito ções de que dispomos são precisas. E existem
não é apenas uma questão de lei, mas tam- inúmeras dificuldades como, por exemplo, a
bém de responsabilidade em relação à vida integração da informação da saúde e do ope-
das pessoas”, refletiu, alertando que a quanti- racional de trânsito. Sem planejamento, não
dade de modificações no Código de Trânsito temos como avaliar posteriormente se aqui-
Brasileiro gera instabilidade jurídica. lo que se pretendia foi alcançado, se a meto-
A gestão do trânsito assim como a neces- dologia utilizada foi acertada, se ouvimos
sidade de planejamento do processo legisla- todas as partes interessadas” concluiu.
20 Foto: CONASS
OS NÚMEROS ALARMANTES DO TRÂNSITO www.conass.org.br/consensus
Mortes prematuras
43,7 mil mortes por acidentes de trânsito em 2014
Maioria dos óbitos na faixa etária entre 20 e 39 anos
Biblioteca Digital
Todas as publicações do CONASS estão disponíveis
para download em formato PDF e eBook (ePub),
para smartphones, tablets e computadores.
www.conass.org.br/biblioteca
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twitter.com/conassoficial slideshare.net/conass
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institucional
Homenagem a
Adib Jatene e
comemoração dos
35 anos marcam a
posse da diretoria do
CONASS 2017/2018
TATIANA ROSA
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consensus | segundo trimestre 2017
Apoio de parceiros
O presidente do CONASS, Michele Caputo
Neto, recebeu o apoio dos parceiros da gestão
tripartite. O ministro de Estado da Saúde, Ricar-
do Barros, exaltou o apoio do CONASS nas deci-
maduro, respeitoso e respeitado – deve-se ao sões da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
seu grupo de colaboradores e consultores. “Temos avançado, temos quebrado paradigmas
Entre as suas prioridades de gestão, afir- e vamos fazer a diferença. Pode ter certeza que
Assista a matéria
especial do Canal mou que dará continuidade ao apoio técnico vamos enquadrar a gestão da saúde, porque isso
Saúde sobre a é fundamental para podermos avançar”.
posse da diretoria às secretarias estaduais de saúde, ao fortaleci-
do CONASS Barros disse contar com o fórum tripar-
mento da troca de experiências, à promoção
goo.gl/KYFzdX tite que, segundo afirmou, tem assumido
de uma agenda de eficiência e inovação no responsabilidades e cobrado resultados, mas
SUS, à planificação das ações para qualificar ainda assim precisa avançar mais. Ele agrade-
a Atenção Primária à Saúde e à construção de ceu pela parceria e pela coragem e disposição
uma agenda tripartite. de mudar. “Todos querem que o SUS melhore,
26 Fotos: CONASS e Matheus Oliveira/ Agência Saúde
www.conass.org.br/consensus
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www.conass.org.br/consensus
Assista ao documentário em
www.conass.org.br/adibjatene
29
institucional
Planejamento
Estratégico do
CONASS
Por uma melhor gestão da saúde no Brasil
ADRIANE CRUZ
Confira o Mapa
Estratégico do
O CONASS promoveu, nos dias 16 e 17 de
maio, em Brasília, uma oficina de traba-
lho com toda sua equipe para realizar o Plane-
coletadas e organizadas as informações, é ge-
rado um mapa estratégico, a fim de facilitar
visualmente o entendimento da estratégia da
CONASS na jamento Estratégico do Conselho. Utilizando organização”, explica.
página 33
a metodologia Balanced Scorecard (BSC), cujo “O Planejamento Estratégico do CONASS
objetivo é criar indicadores quantificáveis e não se constrói a cada gestão, pois muitas
qualificáveis de desempenho organizacional, agendas são permanentes, contudo, inegavel-
fez-se a revisão da missão, da visão de futuro mente, cada nova conjuntura exige revisões
e dos valores da instituição e, com base nessas como essa. Realizar esta oficina é fundamen-
informações, foram definidos os resultados tal para que a gente planeje nossas ações e
que o CONASS busca para seus “clientes”, as consigamos atender as demandas do SUS”,
secretarias estaduais de saúde (SES). “É im- destacou o presidente do CONASS, Michele
portante que as informações sejam coletadas Caputo Neto. Ele também ressaltou que a ro-
e organizadas por todos e não apenas pela tina e as crises na saúde muitas vezes levam
diretoria”, ressalta a consultora Maria Emi os gestores a “enxugar gelo”, sendo impres-
Shimazaki. Ela explica que, para definir os re- cindível conhecer os desafios e saber onde
sultados almejados, organiza-se a gestão para centrar esforços para alcançar os objetivos.
dar conta dos processos da instituição, que são O vice-presidente do CONASS na Re-
compostos por programas, projetos e ações, gião Norte, secretário do Pará, Vitor Manuel,
ou seja, toda parte operacional e financeira. também participou dos dois dias da oficina.
“O processo, a gestão e o financeiro têm de es- Segundo ele, toda a equipe tem de pensar no
tar totalmente de acordo com a missão, a visão Planejamento Estratégico sob o ponto de vis-
de futuro e os valores do CONASS. Depois de ta da questão metodológica e das ferramen-
30
consensus | segundo trimestre 2017
tas que trazem nova visão de como planejar, preciso traçar os planos estadual e plurianu-
executar e avaliar as ações institucionais. “O al, além da Lei de Diretrizes Orçamentárias
mais difícil não é estar aqui, mas a prática (LDO), da Lei Orçamentária Anual (LOA) e
diária a ser vivenciada, ou então não haverá do relatório de gestão. E argumenta que cau-
desdobramentos e resultados no que estamos sa estranheza o fato de muitas instituições
apostando”, destacou. não terem esses documentos organizados
Maria Emi Shimazaki reforçou que o e de as pessoas não os conhecerem. “Além
mais importante do planejamento é o pen- disso, um instrumento não fala com o outro,
sar estrategicamente. “É preciso ter visão do muitas vezes nem com o próprio relatório de
futuro para tomar decisões no presente. O gestão. Então, porque tantos instrumentos já
Planejamento Estratégico deve fazer parte que não os aplico? É preciso que eles sejam
do dia a dia da organização e rotina e, a cada utilizados no dia a dia da organização e faci-
decisão, devemos nos perguntar: isso faz litem a gestão. Temos de transformá-los em
parte da nossa missão e da nossa visão? Essa instrumentos mais amigáveis e mais efica-
decisão tem a ver com os valores que que- zes e eficientes para a gestão”, concluiu.
remos praticar na nossa instituição? Se as
respostas forem sim, vale a pena fazê-las, se Aprovado pela assembleia
forem não, é preciso rever e desenhar algu-
ma estratégia. O planejamento deverá acom- O mapa estratégico e todo o processo do
panhar o trabalho ao longo do tempo até que planejamento foi apresentado aos secretários
missão, visão e valores estejam incorporados na assembleia do mês de junho. Conforme
na rotina e não seja apenas um banner na pa- explicou o coordenador técnico do CONASS,
rede”, argumentou. René Santos, um dos pontos centrais que nor-
Por meio do BSC, metodologia adotada tearam o Planejamento Estratégico foi o Semi-
pelo CONASS, é possível combinar o planeja- nário de Construção de Consensos, realizado
mento com indicadores e acompanhá-los ao em 2015, e que resultou no posicionamento
longo do tempo. Maria Emi exemplifica que, técnico e político dos secretários estaduais
na administração pública, por força de lei é de saúde para o período de suas gestões, de
Equipe do
CONASS
trabalha no
Planejamento
Estratégico do
Conselho
Foto: CONASS 31
institucional
2015 a 2018. “Além das prioridades definidas processos com avaliação de risco, custo-efeti-
no seminário, trabalhamos também o olhar vidade e eficiência na execução”, explicou.
da instituição para o futuro e o resultado está A valorização e qualificação dos cola-
demonstrado tanto no processo de planeja- boradores do CONASS, técnicos e adminis-
mento descrito quanto no mapa estratégico trativos, no intuito de fortalecer a estrutura
apresentado hoje aos senhores”, disse. da instituição e para dar conta dos projetos,
René Santos também destacou que se- também está prevista no planejamento, as-
rão desenvolvidos projetos de tecnologia da sim como o aprimoramento das relações in-
informação, a fim de agilizar o trabalho do terinstitucionais do Conselho, ampliando
CONASS junto às SES e também para propor o seu papel de interlocutor, inclusive com a
soluções nessa área. Para fazer frente aos pro- academia. René Santos concluiu ressaltando
gramas e projetos do CONASS, foram defi- que o planejamento aumentará a eficiência
nidas ações de gestão e na área financeira e, da execução orçamentária e financeira do
para tanto, será elaborado um programa de CONASS com base em objetivos estratégicos.
desenvolvimento institucional que adeque “Cada projeto terá o desenho de toda sua sis-
o CONASS às novas formas de gestão e rece- temática, que vai desde os riscos de sua im-
bimento de recursos, de acordo com a Lei n. plantação até indicadores específicos, com
8.080, que reconhece o CONASS como ins- painel de bordo e de acompanhamento para
tituição que pode receber recursos federais. que cada um tenha indicadores de resultado,
“Vamos trabalhar uma nova formulação que permitindo que, na medida em que forem
dê ao CONASS agilidade e ampliação de recur- implementados, possamos ter uma avaliação
sos financeiros, além da modernização geren- qualiquantitativa do projeto a partir de resul-
cial, buscando fortalecer a gerência dos nossos tados específicos”.
32 Foto: CONASS
Missão
É missão do CONASS articular, representar e apoiar as Secretarias Estaduais de Saúde, no âmbito do SUS, promover
a disseminação da informação, produção, difusão do conhecimento, inovação e incentivo à troca de experiências.
Ser reconhecido como principal referência técnica e política do conjunto das Secretarias Estaduais de Saúde e por sua
Visão
capacidade de inovação nas políticas públicas perante as instâncias do sistema de saúde e a sociedade.
Valores
Planificação da Controle
Atenção à Saúde das Endemias
Programas / Projetos
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO
Estruturação
Governança Regional das e Organização
PROGRAMA DE PRODUÇÃO E
Redes de Atenção à Saúde da Assistência
DISSEMINAÇÃO TÉCNICO CIENTÍFICA
Farmacêutica
Economia da Saúde
Soluções de
Reestruturação Gerencial das Gestão Tecnologias Troca de
Secretarias Estaduais de Saúde Hospitalar da Informação Experiências
Adequar modelo
DESENVOLVIMENTO modernização política de valorização relações intra e
INSTITUCIONAL de gestão
gerencial de colaboradores interinstitucionais
Aprimorar a eficiência na execução orçamentária e financeira com base nos objetivos estratégicos.
Financeira
REUNIDOS EM PERNAMBUCO,
SECRETÁRIOS DE SAÚDE
DA REGIÃO NORDESTE
COMPARTILHAM
EXPERIÊNCIAS QUE DERAM
CERTO EM SEUS ESTADOS
ADRIANE CRUZ
*Com informações da Assessoria de Comunicação da SES/PE
Secretários
de saúde da
região Nordeste
reunidos
em Recife,
Pernambuco,
apresentam as
experiências
que deram
certo em seus
estados
nanciamento mais justo e adequado para a crianças. Fábio Vilas Boas, secretário de Saú-
saúde no Brasil”, destacou. de da Bahia, apresentou os consórcios de saú-
de no estado, e o gestor do Ceará, Henrique
Experiências bem-sucedidas Jorge Javi de Souza, falou sobre o programa
geral de ações e serviços de saúde, atuando
O secretário de saúde de Pernambuco,
como câmara de compensação entre os mu-
Iran Costa, apresentou programas de desta-
nicípios cearenses. Já o secretário de Saúde do
que no estado, como o Comitê de Prevenção
Rio Grande do Norte, George Antunes de Oli-
aos Acidentes de Moto e o Programa Sanar
veira, relatou a experiência de reestruturação
de combate às doenças negligenciadas, além do Fundo Estadual de Saúde, que conta com o
do modelo híbrido de gestão das unidades de apoio do CONASS.
saúde. O secretário alagoano, Carlos Chris- Segundo Caputo Neto, os secretários de
tian Reis Teixeira, mostrou a experiência do saúde do Nordeste deram um exemplo para o
Hospital do Coraçãozinho, unidade inaugu- resto do país. “Temos nossas peculiaridades,
rada em 2016, voltada exclusivamente para os mas também muitos problemas em comum
casos cardiopediátricos. A secretária de saúde e muitas coisas boas acontecendo em todos
da Paraíba, Cláudia Luciana Veras, também os cantos do país. Essas experiências preci-
destacou a assistência cardiológica às crian- sam ser compartilhadas e conhecidas, por-
ças com a Caravana do Coração e relatou a que, olhando e aprendendo com elas, a gente
assistência às crianças com microcefalia pro- avança”, ressaltou.
vocada pelo Zika Vírus. O próximo encontro dos secretários de
A Síndrome Congênita do Zika foi tema saúde do Nordeste está agendado para setem-
da apresentação do secretário piauiense, Flo- bro, em Fortaleza, no Ceará. O objetivo é que
rentino Neto, que descreveu a implantação e as reuniões ocorram a cada trimestre, em ca-
descentralização das ações de assistência às pitais diferentes.
Foto: Miva Filho / SES-PE 35
opinião
Promoção da saúde:
é preciso enfrentar a
violência no trânsito
FERNANDO P. CUPERTINO DE BARROS
Médico, com mestrado e doutorado em Saúde Coletiva. Professor da cadeira
de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.
Presidente do CONASS (2000-2003) e seu assessor técnico para Ciência e
Tecnologia e Relações Internacionais
de civil, assim como o entrosamento entre o Década das Nações Unidas para a Segurança
Programa Nacional de Prevenção de Aciden- no Trânsito, é o de chegar a menos de 2.000
tes com o Programa Nacional para a Saúde mortes nas estradas em 2020. Para isso, enor-
Mental, o que tem contribuído para a defini- me diversidade de atores nacionais está im-
ção das estratégias de promoção da seguran- plicada na segurança no tráfego: o Estado,
ça, de prevenção e de controle do consumo de as associações de vítimas e de usuários, os
álcool e substâncias psicotrópicas que inter- fabricantes de veículos, as seguradoras, os fa-
ferem nos riscos do trânsito rodoviário. bricantes de equipamentos para o trânsito e
O palestrante Ethienne Blais, professor de para veículos, os administradores de estradas
Criminologia da Universidade de Montréal e e as empresas, entre outros.
integrante da equipe do Instituto Nacional de O último dos palestrantes nacionais, o Sr.
Saúde Pública do Québec, destacou que a pro- Francisco Javier Villalba Carrasquilla, Chefe
víncia do Québec (Canadá) conseguiu reduzir da Unidade de Ordenação Normativa da Di-
drasticamente o número de óbitos no trân- reção Geral de Tráfego da Espanha, descreveu
sito, que passou de 2.209 a 392, entre 1973 e a trajetória da segurança do trânsito naquele
2013, a despeito do número de veículos haver país, enfocando, sobretudo, o período de 2004
triplicado no mesmo período. Tal resultado a 2009 e detalhando o que se tem feito e o que
não decorreria apenas da introdução de medi- se tem a fazer entre 2010 a 2020. Ao tomar-
das eficazes, mas, sobretudo, de uma vontade -se como referência o ano de 2003, a Espanha
política de priorizar cada vez mais a seguran- tinha uma taxa de 128 mortes por milhão de
ça nos transportes. Segundo ele, a introdução habitantes, enquanto a média da União Eu-
de medidas efetivas não se faz sem que a polí- ropeia era de 103 mortes por milhão de habi-
tica de segurança no trânsito esteja alicerçada tantes. Com esses dados, a Espanha ocupava
por uma parceria sólida entre diversos setores o 19º lugar entre os 27 países membros da
que reconhecem a necessidade de se colocar a União Europeia, o que motivou a adoção de
questão da segurança no trânsito em um pata- medidas efetivas para promover a seguran-
mar superior ao dos imperativos econômicos. ça no trânsito. No primeiro foram realiza-
O professor Jean-Pascal Assailly, pesqui- das reformas do código penal, reformas nos
sador do Instituto Francês das Ciências e Tec- procedimentos de sanções administrativas,
nologias dos Transportes, Terra e Redes (IFST- a implantação de radares fixos, a elaboração
TAR), ligado ao Ministério do Meio ambiente, de um plano de segurança viária e o reforço
Energia e Mar e ao Ministério do Ensino Su- das ações de fiscalização; já no segundo, foi
perior e da Pesquisa da França, trouxe a expe- elaborada uma estratégia de segurança viária
riência de seu país. Em 2015 (últimos dados para o decênio, a proposta de uma reforma na
disponíveis), houve na França 3.461 mortos legislação sobre álcool e drogas, segurança vi-
nas estradas (77 a mais que em 2014); 70.802 ária em empresas, entre outras. É importante
feridos (73.049 em 2014) e 26.595 feridos hos- ressaltar que foram definidos com clareza os
pitalizados (26.635 em 2014). Ressaltou que a indicadores que se pretende alcançar ao final
ação de segurança no trânsito repousa sobre do período, como, por exemplo, a redução de
o tripé que reúne o comportamento, as infra- 25% do número de motoristas de 18 a 24 anos
estruturas e o veículo. O objetivo do governo, mortos ou feridos graves nos finais de semana
alinhado àqueles da União Europeia e os da e a redução de 50% do percentual de veículos
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opinião
que superam o limite de velocidade em mais já chegavam a 27%. Isso significa que houve
de 20 km/h. aumento de aproximadamente 18,2 milhões
O Secretário de Estado da Saúde de Per- de motocicletas entre 2004 e 2016, ou seja,
nambuco, Dr. José Iran Costa, apresentou os incremento de 255,2%. Destacou o Programa
trabalhos realizados pelo Comitê Estadual de Vida no Trânsito, criado em 2010, que se volta
Prevenção aos Acidentes de Moto, instituído à vigilância e à prevenção de lesões e mortes
pelo Governo de Pernambuco em 2005 e que no trânsito, além da promoção da saúde, e
se constitui em uma política intersetorial de que foi instituído em resposta aos desafios da
combate à grave situação da mortalidade no ONU para a Década de Ações pela Segurança
trânsito, especialmente àquela que se rela- no Trânsito 2011-2020. Quanto aos resultados
ciona ao uso da motocicleta. Citou os dados já obtidos, informou que, de 2010 a 2015, hou-
oficiais que indicam que a região Nordeste ve redução de 24% no número de óbitos nos
do Brasil é a que detém os maiores índices de municípios que executam o Programa Vida
mortes por acidentes que envolvem a moto- no Trânsito (todas as capitais do país e mais
cicleta (40,1%) e que Pernambuco, especifi- os municípios de Campinas/SP, Guarulhos/
camente, teve 74,2% do total de vítimas de SP, Foz do Iguaçu/PR e São José dos Pinhais/
acidentes em que estavam envolvidos pas- PR). Além disso, o programa promoveu me-
sageiros ou condutores de motocicletas no lhor qualificação da informação ao reduzir
ano de 2016. Discorreu sobre o plano de ação os acidentes não especificados em 47%. Por
estabelecido, com metas bem identificadas último, mencionou ainda outras iniciativas
e ações a cargo de cada um dos organismos do Governo Federal que têm se mostrado
integrantes do Comitê. Ao final apontou os importantes na superação da insegurança
resultados obtidos, chamando atenção para no trânsito: a Semana Nacional de Trânsito;
a necessidade de se reforçarem ações sobre o Dia Mundial sem Carro; a iniciativa Maio
mudanças necessárias na legislação; sobre Amarelo; as campanhas publicitárias por oca-
o combate à falta de equipamentos de segu- sião dos feriados do carnaval; a assinatura do
rança; sobre o problema de que a motocicle- Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes
ta tenha apenas um único ocupante; sobre de Trânsito, entre outros.
a necessidade da intensificação na punição O bacharel Jerry A. Dias, assessor parla-
por alcoolemia ao volante e no combate aos mentar do Deputado Federal Hugo Leal, pre-
transportes irregulares. sidente da Comissão Parlamentar em Defesa
O Secretário-Executivo do Ministério da do Trânsito Seguro, discorreu sobre ação do
Saúde do Brasil, Dr. Antônio Carlos Nardi, legislador na defesa e promoção do trânsito
ressaltou que, no Brasil, graças aos incentivos seguro, apresentando a legislação brasileira
fiscais, à facilitação do crédito financeiro aos pertinente e apontando caminhos necessá-
consumidores e às dificuldades ainda encon- rios, do ponto de vista normativo, para a su-
tradas com o transporte público nas cidades, peração das lacunas e dificuldades atuais.
o número de veículos continua a aumentar
de forma vertiginosa. Há preocupação es- 3. Conclusões
pecial com a frota de motocicletas que, em Para além das questões ligadas ao mundo
2004, representavam 18,15% do total de veí- normativo, às ações de fiscalização, às medi-
culos automotores, mas que, ao final de 2016, das repressivas e punitivas, todas necessárias
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Revista do Conselho Nacional de Secretários de Saúde
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anos