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Técnicas Experimentais em Química - Normas e Procedimentos PDF
Técnicas Experimentais em Química - Normas e Procedimentos PDF
Normas e Procedimentos
Nilton Roberto Fiorotto
1ª Edição
www.editoraerica.com.br
1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bibliografia.
ISBN 978-85-365-0731-6
14-01019CDD-540.724
O Autor e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer fim legal.
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Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1º de janeiro de 2009.
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de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas nas próximas edições, bastando que seus proprietários conta-
tem os editores.
3
Sobre o autor
Nilton Roberto Fiorotto é Licenciado em Química e Física pela Universidade de São Paulo (USP).
Leciona Química Analítica Instrumental no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de
São Paulo (Senai-SP).
É parecerista Químico e Petroquímico do Conselho Estadual de Educação (CEE).
5
4.2 Aparelhagem em geral...................................................................................................................................48
4.2.1 Vidraria...................................................................................................................................................49
4.3 Aparelhagens de porcelana...........................................................................................................................51
4.3.1 Aparelhagens de sílica fundida............................................................................................................52
4.4 Aparelhagens de plástico...............................................................................................................................52
4.5 Aparelhagens de metal..................................................................................................................................52
4.6 Dessecadores e câmaras secas......................................................................................................................53
4.7 Aparelhagens para agitação..........................................................................................................................54
4.8 Aparelhagens para filtração..........................................................................................................................54
4.9 Materiais mais usados em laboratórios.......................................................................................................54
Agora é com você!................................................................................................................................................57
7
9.12 Almoxarifado...............................................................................................................................................89
9.13 Sinalização apropriada das áreas de maior risco.....................................................................................89
9.14 Alguns rótulos de riscos e painéis de segurança......................................................................................89
Agora é com você!................................................................................................................................................90
Bibliografia.............................................................................................................. 127
9
10 Técnicas Experimentais em Química: Normas e Procedimentos
Apresentação
O autor
11
12 Técnicas Experimentais em Química: Normas e Procedimentos
1
Normas de
Segurança
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá sobre alguns equipamentos básicos de laboratório e as manipu-
lações associadas às medidas químicas. A química analítica engloba desde os procedimentos químicos
simples por “via úmida” até métodos instrumentais elaborados.
13
O marco dessa revolução às normas de saúde e segurança do trabalho deu-se com a vinda das
NR-7 e 9, editadas em dezembro de 1994 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Assim,
essas normas passaram a ser o eixo central do prevencionismo no Brasil.
A partir da publicação da Portaria n. 393, de abril de 1996, também pelo MTE, desenca
deou-se um processo de modernização na implantação de programas para eliminação de riscos nos
ambientes de trabalhos.
Essa Portaria estabeleceu metodologia para elaboração de normas regulamentadoras e revi-
são das já existentes (chamada de NR zero) e consiste, basicamente, na adoção do Sistema Tripartite
Paritário (governo, trabalhadores e empregadores).
Sabemos que a prevenção de acidentes não se faz, sim-
plesmente, com a aplicação de normas, porém elas indicam o
A segurança em atividades desenvolvidas
caminho obrigatório e determinam limites de ação. Para que
em um laboratório químico é um assunto
alcancemos, em plenitude, os recursos existentes na legisla- tão importante quanto extenso. Alguns
ção, é necessário conhecer seus meandros e possibilidades e, itens elementares devem ser observados
com isso, eliminar, ao máximo, o risco no ambiente de traba- nesses trabalhos:
lho, conforme as considerações a seguir: 1) Os acidentes não acontecem, são
causados.
1) A todo o momento, qualquer pessoa pode interfe- 2) O seu primeiro acidente pode ser o
rir no processo de elaboração ou alteração de uma último.
norma regulamentadora e realizar ajustes em sua 3) Siga as normas de segurança esta-
aplicação por meio de acordos coletivos. belecidas.
4) Na dúvida, consulte os manuais e as
2) A NR zero, Portaria n. 393/96, estabelece a meto- Fichas de Informações de Segurança
dologia para elaboração e/ou revisão de NR e prevê de Produto Químico.
a publicação de um texto elaborado por um grupo
técnico, constituído, especialmente, para revisão ou
elaboração de um tema específico, para que todas as pessoas interessadas possam opinar
sobre o assunto. Após a análise de todas as propostas, que ficarão devidamente arquiva-
das na Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), o referido texto, conveniente-
mente alterado, é como uma Portaria aprovada.
3) Outro recurso disponível, para que se possa interferir na aplicação da NR em determi-
nadas atividades econômicas, é dado pela Portaria n. 865/95, em que se estabelecem cri-
térios de fiscalização de condições de trabalho constantes de convenções ou de acordos
coletivos de trabalho, permitindo que trabalhadores e empregadores alterem a aplicação
dos itens constantes na NR, desde que isso não implique aumento dos riscos nos ambien-
tes de trabalho. Cabe aos órgãos regionais do MTE receber esses acordos para fins, exclu-
sivamente, de depósitos, vedada a apreciação de méritos e dispensada a publicação no
Diário Oficial da União.
Em princípio, tudo o que não possa ser enquadrado dentro das definições e normas deve ser
registrado. Esse registro precisa ser analisado por pessoa ou comissão responsável, que o identificará
o mais detalhadamente possível. Dependendo da natureza, serão realizados estudos para normaliza-
ção ou, em caso de erros ou violações, ações de correção.
A causa primária de acidentes ou incidentes pode ser interna (associada ao trabalho do Depar-
tamento de Química) ou externa (associada a condições externas ao Departamento). Mesmo no caso
de causas externas, se estiverem envolvidos setores, instituições, pessoas etc., cuja relação seja de
interesse do Departamento, elas deverão ser analisadas pela comissão ou pelo responsável, que emi-
tirá parecer, buscando minimizar a ocorrência do fato. Inclui-se, nesse caso, a saúde do trabalhador
de forma ampla e, além das condições ocupacionais, clientes externos e ocultos (familiares, órgãos
governamentais de controle e fiscalização, entidades privadas, órgãos de comunicação etc.).
3) Use sempre avental limpo e justo, que deve ser branco, de algodão (o nylon, em caso de
acidente com fogo, gruda na pele), de mangas compridas e até os joelhos.
5) Use óculos de proteção, luvas apropriadas e máscaras sempre que as situações exigirem.
7) Lave as mãos com frequência durante o trabalho laboratorial, proteja feridas expostas e
evite o manuseio dos aparelhos elétricos com as mãos úmidas.
8) Não coma ou beba nada no laboratório, para evitar o perigo de contaminação com subs-
tâncias tóxicas.
Normas de Segurança 15
9) Não fume no laboratório, em razão do perigo de contaminação com substâncias tóxicas e
da presença de inúmeras substâncias inflamáveis.
10) Pesquise as propriedades físicas e a toxidez das substâncias que serão utilizadas antes de
iniciar o experimento.
11) Crie o hábito de ler, atentamente, o rótulo dos frascos antes de manusear qualquer subs-
tância, a fim de obter informações adicionais e tomar conhecimento dos riscos e cuidados
necessários na sua utilização.
13) Não deixe aberto o frasco das substâncias que estão sendo utilizadas no experimento.
14) Verifique o estado de conservação das tubulações de gás, instalações elétricas e de todo
material existente no laboratório, que deve passar por revisões periódicas.
15) Cuide da limpeza adequada do material utilizado, para não contaminar as substâncias
com impurezas que prejudicarão o resultado de futuras experiências.
16) Nunca manuseie ou deixe frascos com substâncias inflamáveis próximos à chama.
19) Ao testar o odor de uma substância, não coloque o frasco sob o nariz.
21) No aquecimento de um tubo de ensaio com qualquer substância, não dirija a extremidade
aberta na própria direção ou na direção lateral.
23) Não jogue nenhum material sólido dentro de pias. Observe sempre a maneira correta de
descartar as substâncias utilizadas ou obtidas em uma experiência.
24) Nunca pipete líquidos com a boca, utilizando para isso aparelhos apropriados, como pera
e macrocontrolador de pipetas (a única exceção é a água destilada).
25) Sempre que for necessária a diluição de um ácido concentrado, adicione-o, lentamente, à
água. Nunca faça o contrário.
Fique de olho!
Óculos de proteção ou de segurança, com proteções laterais, são obrigatórios em todos os laboratórios.
A preservação do nosso meio ambiente exige que minimizemos a produção de resíduos e que estes sejam descartados de
maneira responsável.
Normas de Segurança 17
»» Azul: ar-comprimido (fluido de proteção).
»» Bege: produtos explosivos.
»» Bordô: acetileno.
»» Branco: vapor.
»» Cinza: linhas de vácuo.
»» Cinza-azulado: amônia.
»» Cinza-claro: gás carbônico.
»» Laranja: ácidos.
»» Lilás: álcalis.
»» Marrom: solventes.
»» Preto: óleo combustível.
»» Roxo: fluido muito valioso.
»» Verde-claro: água potável (fluido seguro).
»» Verde-escuro: água industrial.
»» Vermelho: água de incêndio.
Fique de olho!
Para alertar, rapidamente, as pessoas sobre o perigo iminente que algumas substâncias repre-
sentam, nos laboratórios, nas indústrias e nas estradas (quando estão sendo transportadas), foram
criados seis símbolos de segurança referentes a seis classes de periculosidade.
Explosivas Classe I Substâncias e misturas que explodem em contato com chama, ou que são
ou instáveis sensíveis a choques e fricções (atrito). Exemplos: picratos (dos fogos de artifício),
azidas, trinitrotolueno (TNT).
Comburentes Classe II Substâncias e misturas que dão origem a reações fortemente exotérmicas quando
e/ou oxidantes em contato com outras substâncias. Exemplos: ácido nítrico fumegante, clorato de
potássio, perclorato de potássio.
Inflamáveis Classe III Nessa classe, estão inclusas: substâncias com ponto de inflamação inferior a 21 ºC;
substâncias que podem aquecer e inflamar-se ao ar em temperatura ambiente
(sem fornecimento externo de energia); substâncias e misturas sólidas que possam
inflamar-se facilmente por um breve contato com uma fonte de inflamação e que
continuam a queimar após o afastamento desta; substâncias e misturas gasosas
que sejam inflamáveis ao ar sob pressão normal; substâncias e misturas que, em
contato com a água ou o ar úmido, desenvolvam gases inflamáveis em quantida-
des perigosas. Exemplos: hidrocarbonetos, metais alcalinos, fósforo branco.
Irritantes Classe IV Substâncias e misturas que, por contato imediato, prolongado ou repetido com
ou nocivos a pele e as mucosas, possam provocar reação inflamatória, doenças ligeiras ou
efeitos de gravidade limitada sobre a pele, os olhos e os órgãos respiratórios.
Exemplos: iodo, clorofórmio.
Corrosivas Classe VI Substâncias e misturas que destroem o tecido vivo ou o equipamento quando
em contato com estes. Exemplos: fenol, dicromato de potássio, ácido sulfúrico
concentrado.
Radioativas Classe VII Substâncias ou misturas que emitem radiações que podem originar câncer ou
aumentar a sua frequência e também causar perturbações nos processos de
reprodução, incluindo esterilidade ou danos ao código genético que provoquem
mutações nos descendentes.
Normas de Segurança 19
cedor, informando os seus perigos, uso de forma correta, reconhecimento dos sintomas de superexposição,
consequências se as recomendações não forem seguidas e os procedimentos se tais acidentes ocorrerem.
No Brasil, é conhecida como ficha de informações de segurança de produto químico (FISPQ) e entrou
em vigor em janeiro de 2002, por meio da norma ABNT - NBR 14725.
Para saber mais sobre o histórico das definições das fichas de segurança de produtos químicos, acesse o link
<http://www.crq4.org.br/?p=informativo_mat.php&id=354> e leia o texto de Maria Silvia Martins de Souza intitulado
“Fichas de Informação de Segurança de Produto Químico”.
Endereço: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Fax: xxxxxxxx
E-mail: xxxxxxxxxxxx
»» Perigos mais importantes: o cloro gás é um irritante primário das vias respiratórias.
»» Efeitos do produto
»» Efeitos adversos à saúde humana: líquido e gás perigosos sob pressão. Em altas concentrações, pode causar pneumonia e mesmo
morte. Causa severa irritação das vias respiratórias. O líquido pode queimar a pele e os olhos.
»» Efeitos ambientais: polui os rios, a flora, o solo, o ar e prejudica a fauna. Produto altamente tóxico.
»» Perigos físicos e químicos: a velocidade de reação do cloro com a maioria dos metais aumenta rapidamente acima da temperatura
crítica do metal.
»» Perigos específicos: o cloro reage com os compostos orgânicos tanto ou mais que com os inorgânicos para formar derivados clorados e
cloreto de hidrogênio. Algumas reações podem ser explosivas, nas quais se incluem as com hidrocarbonetos. O cloro reage vigorosa-
mente com a amônia.
4. Principais sintomas
»» Inalação: forte irritação às membranas mucosas das vias respiratórias. Em altas concentrações, pode ocorrer morte por sufocação ou
pneumonia química.
6. Visão geral de emergências: afaste, se possível, o veículo para lugar sem trânsito; sinalize, evacue e isole a área; não jogue água no
vazamento.
»» Precauções pessoais
»» Prevenção da inalação e do contato com a pele, mucosas e olhos: usar botas, roupas e luvas impermeáveis, óculos de segurança
hermética para produtos químicos, proteção respiratória e roupa adequada.
»» Sistemas de alarme: avise imediatamente a companhia responsável, a Polícia Rodoviária, o Corpo de Bombeiros, os órgãos de
meio ambiente, a Defesa Civil e o Pró-Químico/Abiquim.
»» Disposição: caso seja possível absorver o produto, essa absorção deve ser feita com solução alcalina, soda cáustica (NaOH),
potassa cáustica (KOH), cal etc.
»» Prevenção de perigos secundários: deve-se, sempre, seguir os regulamentos federais, estaduais e locais.
Normas de Segurança 21
Fique de olho!
Além de reduzir os riscos de acidentes e intoxicação, é necessário estar atento à possibilidade de contaminações por
substâncias que possam interferir nos resultados analíticos. Uma maneira para evitar essas contaminações é manter ves-
tuário, bancadas e materiais rigorosamente limpos. Dentro dos limites do bom senso, ao se trabalhar no laboratório, deve-
-se considerar toda substância como potencialmente perigosa e evitar contatos diretos, seja por inalação, por ingestão ou
por contato com a pele.
Vamos recapitular?
Neste capítulo, você aprendeu que o laboratório é um dos principais locais de trabalho do quí-
mico. Existe certo risco associado ao trabalho em laboratórios de química de um modo geral, uma vez
que os indivíduos ficam mais frequentemente expostos a situações potencialmente perigosas.
Normas de Segurança 23
4) As substâncias devem ser manipuladas de forma adequada em locais que permitam
ao operador a segurança pessoal e do meio ambiente. Cite dois riscos químicos aos
cuidados com as seguintes substâncias:
a) substâncias tóxicas.
b) substâncias explosivas.
c) substâncias oxidantes.
d) substâncias irritantes.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que há uma série de fatores que podem prevenir ou evitar a propa-
gação do fogo e que, para que haja fogo, é necessária a associação de três elementos essenciais, denomi-
nada “triângulo do fogo”. Aprenderá também alguns métodos de combate ao fogo.
25
2.2 Triângulo do fogo
A intensidade de um incêndio é medida em função do calor produzido e depende de uma
série de fatores. Podemos extinguir um incêndio pela remoção de um dos três elementos que com-
põem o triângulo de fogo.
Como já mencionamos, três fatores são necessários para que se inicie ou haja fogo. São eles:
1) Combustível: elemento que alimenta o fogo e que serve como campo para sua propaga-
ção. Por exemplo, madeira etc.
2) Comburente: elemento ativador do fogo, dá vida às chamas. O comburente mais comum é
o oxigênio, encontrado na atmosfera na proporção de 21%.
3) Calor: elemento que dá início ao fogo. É ele que faz o fogo se propagar através do combustível.
O fósforo ilustra bem o processo. O fósforo contido na ponta do palito é o combustível, envol-
vido pelo oxigênio do ar. Quando o esfregamos na lixa da caixa, a fricção leva-o à sua temperatura
de combustão, surgindo o fogo.
Para que ocorra a combustão, é necessário que a proporção entre a quantidade de combustível
e a de comburente seja a ideal, dentro dos limites de inflamabilidade.
Os agentes extintores devem ser aplicados conforme a classe de incêndio, pois, em alguns
casos, sérias consequências poderão ocorrer quando empregados inadequadamente.
2) Areia: seca.
7) Líquidos umectantes.
A transmissão do calor é a causa principal da propagação de incêndios. Essa transmissão é feita através do ar, pela própria estru-
tura do corpo ou por líquidos e gases que estão nas proximidades do fogo.
A extinção de qualquer incêndio pode ser feita por abafamento ou resfriamento. Os agentes extintores mais empregados, atual-
mente, são a água, espuma química ou mecânica, dióxido de carbono e pó químico.
A água é o agente extintor de maior emprego; apaga o fogo por resfriamento. A espuma apaga, principalmente, por abafamento.
Existem dois tipos de espuma: a química, na qual a formação de espuma é obtida pela reação de substâncias químicas (NaHCO3
+ Al2(SO4)3) e a mecânica (mistura de água e ar).
O dióxido de carbono (CO2) forma uma camada gasosa em torno da substância incendiada, reduzindo, dessa maneira, a quanti-
dade de oxigênio que a envolve. Assim, é considerado excelente extintor de incêndios.
Os extintores devem ser inspecionados pelo menos uma vez por mês e recarregados quando apresentarem vazamentos ou depois
de serem usados.
Vamos recapitular?
Você aprendeu neste capítulo que há uma série de fatores que podem prevenir incêndios ou evitar
a propagação do fogo. Toda e qualquer situação perigosa que ocorra no laboratório deve ser, imediata-
mente, comunicada ao responsável.
De maneira nenhuma equipamentos de proteção contra incêndios devem ser usados para outros
fins. Esses equipamentos devem ser colocados em locais de fácil acesso e totalmente desimpedidos de
obstáculos. Todo o pessoal do laboratório deve saber como operá-los corretamente.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que o laboratório é a parte mais importante do estabelecimento de
ensino pelo tipo de trabalho que é desenvolvido e os riscos de acidentes causados por exposição a agen-
tes tóxicos e/ou corrosivos, queimaduras, lesões, incêndios e explosões, radiações ionizantes e agentes
biológicos patogênicos. Existe, portanto, a necessidade urgente de se estabelecer, no ambiente de ensino,
normas rígidas de segurança.
Aprenderá também que muitos riscos potenciais são associados à estocagem e ao manuseio de
materiais utilizados em laboratório.
31
3.2 Produtos tóxicos
São produtos que causam sérios problemas orgânicos, tanto por ingestão quanto por inalação
ou por absorção pela pele, podendo tornar-se fatais em alguns casos.
Produtos químicos têm a capacidade de reagir quando expostos a outros produtos químicos ou a certas condições físicas.
As propriedades reativas de produtos químicos desempenham um papel vital na produção de muitos outros que utiliza-
mos diariamente. Quando as reações químicas não são devidamente controladas, podem gerar gases tóxicos, incêndios
e explosões. Os perigos da reatividade química são abordados em normas específicas, estabelecendo um programa de
gestão abrangente que integra tecnologias, procedimentos e práticas de gestão.
Vamos recapitular?
Neste capítulo, você aprendeu que armazenagem e manuseio de produtos químicos de forma ina-
dequada podem ser a principal causa de acidentes de laboratório. As duas regras básicas são: armazenar
a menor quantidade de cada produto químico; e separar produtos químicos incompatíveis.
Para começar
Você aprenderá neste capítulo que o conhecimento das funções e do uso dos principais utensí-
lios e equipamentos de laboratório é essencial para sua segurança pessoal e para o emprego correto em
medições. Para o bom andamento dos trabalhos, serão apresentados os utensílios de uso mais comum
em laboratório, com uma descrição resumida das suas funções e utilidades.
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de amostra, porém a precisão não é importante. Esse tipo de pesagem é conhecido como pesagem
aproximada. Muitas balanças eletrônicas são próprias para as pesagens aproximadas.
»» Transparência perfeita, o que facilita a observação através das paredes dos recipientes.
»» Boa resistência química, sendo apenas corroído por ácido fluorídrico e bases concentradas.
4.2.1.1 Pipetas
Segundo as normas ISO 835/1 [1] e ISO 835/2 [2], existem hoje, no mercado de trabalho, pipe-
tas de tipos 1, 2 e 3, para o uso, em geral, dos laboratórios.
Essas pipetas podem ser graduadas ou volumétricas, possuir ou não um tempo especificado
para o descarte do líquido e ser de sopro ou não, dependendo da sua identificação e tipo.
As normas ISO 1769 [3] e ASTM E969-83 [4] também mencionam a codificação em faixas e
cores para cada tipo de pipeta, dependendo da sua faixa de escala e divisão. Isso quer dizer que cada
pipeta tem cor e quantidade de faixas específicas para o seu tipo.
A Tabela 4.1 nos mostra a codificação para pipetas volumétricas.
0,05 2 verdes
0,1 1 vermelha
1,5 0,01 2 vermelhas
2 0,01 2 brancas
0,02 1 preta
0,05 2 laranjas
0,1 1 verde
3 0,01 2 azuis
5 0,05 1 vermelha
0,1 1 azul
10 0,1 1 laranja
15 0,1 2 verdes
20 0,1 2 amarelas
25 0,1 1 branca
0,2 1 verde
50 0,1 2 laranjas
0,2 1 preta
100 0,2 1 vermelha
»» Pipetas do tipo 1: nesse tipo de pipeta, não é descartado todo o líquido, pois possui uma
marcação limite máxima que deve ser respeitada em seu descarte. Não é considerada uma
pipeta de sopro e se divide em duas classes (A e B), de acordo com as normas [1], [2],
NBR 12617 [5] e DIN 12696 [6].
»» Pipetas do tipo 2 (graduadas): nesse tipo de pipeta, é descartado todo o líquido, pois sua
fabricação é feita para uso integral de toda a área de graduação, que deve ser respeitada
em seu descarte. Ao descartar todo o líquido, a sobra que fica na pipeta não deve ser con-
siderada, porque é construída somente para a queda livre do líquido. Embora seja igual a
uma pipeta de sopro em seu corpo físico e em sua graduação, não pode ser considerada
uma pipeta de sopro, pois não apresenta a devida identificação que a norma recomenda e
também se divide em duas classes (A e B), cujas diferenças estudaremos mais adiante.
Tubo de ensaio: utilizado para efetuar reações Copo Becker: usado para aquecimento de
em pequena escala, como testes de reações. líquidos, reações de precipitação etc.
Erlenmayer: usado para precipitações e aque- Balão de fundo chato: usado para aquecimen-
cimento de líquidos. tos e armazenamento de líquidos.
Balão de fundo redondo: usado para aqueci- Balão de destilação: usado em destilações.
mento de líquidos e reações com desprendi- Possui saída lateral para a condensação de
mento de gases. valores.
Pipeta volumétrica: para medir volumes fixos Pipeta graduada ou cilíndrica: usada para
de líquidos. medir volumes variáveis de líquidos.
Frasco de reagente: usado para armazenar Bico de Bunsen: usado para aquecimentos em
soluções. laboratórios.
Cadinho de porcelana: usado para aquecimen- Triângulo de porcelana: usado para sustentar
tos a seco (calcinações) no bico de Bunsen ou cadinhos de porcelana em aquecimentos
Mufla. diretos no bico de Bunsen.
Funis de decantação: usados para separação Almofariz e Pistilo: usados para triturar e
de líquidos imiscíveis. pulverizar sólidos.
Cuba de vidro: usadas para banhos de gelo e Vidro de relógio: usado para cobrir Becker em
fins diversos. evaporações, pesagens e fins diversos.
Cápsula de porcelana: usada para evaporar Placa de Petri: usadas em microbiologia, para
líquidos em soluções. cultivo de bactérias.
Balão volumétrico: usado para preparar e Picnômetro: usado para determinar densidade
diluir soluções. de líquidos.
Suporte universal: usado para a sustentação Anel para funil: uni-se ao suporte universal
de peças. para sustentar o funil na filtração.
Termômetro: usado para medição de Vara de vidro: usado para montagens de apa-
temperaturas. relhos, interligações e outros fins.
Kipp: usado para a produção de gases, tais Tubo em “U”: usado, geralmente, em eletró-
como H2S, CO2 etc. lise.
Pinça de Hoffman: também usada para impe- Escovas de limpeza: usadas para a limpeza de
dir ou diminuir fluxos gasosos. tubos de ensaio e outros materiais.
Fique de olho!
A bureta com escala graduada rigorosa e torneira de precisão é utilizada para titulação de soluções e, também, para trans-
ferir volumes variáveis. Destinada exclusivamente à medição de volumes de líquidos. Essa vidraria não deve ser aquecida
para não perder a calibração.
Nas análises volumétricas, em que se utilizam proveta, pipeta e bureta, a medição exata de determinado volume implica
formação do menisco, isto é, da curva formada na superfície do líquido.
Vamos recapitular?
Neste capítulo, você aprendeu que um laboratório exige instalações adequadas e materiais pró-
prios para que os estudantes desenvolvam as atividades. Em função das necessidades de análises, os quí-
micos desenvolveram uma grande quantidade de equipamentos e apetrechos que são utilizados no dia a
dia de um laboratório químico.
No laboratório de Química, a maioria do material utilizado tradicionalmente é feito de vidro. O
vidro é um sólido amorfo de composição variável à base de sílica, relativamente barato, fácil de moldar e
com elevada resistência química. A vidraria de laboratório subdivide-se em dois tipos: o calibrado (utili-
zado para medições precisas de volume, portanto em análises quantitativas); e o não calibrado, utilizado
em sínteses, separações e identificações qualitativas.
1) Quando dois ou mais líquidos formam uma mistura heterogênea, dizemos que são
líquidos imiscíveis. Na separação de líquidos imiscíveis, a forma mais adequada é
utilizar:
a) balão de destilação e condensador.
b) balão de fundo redondo e proveta.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que no laboratório para separação de substâncias utilizamos vários
procedimentos analíticos. Dependendo do tipo de mistura e do tipo de separação, deve-se adotar a téc-
nica mais apropriada. A escolha do método apropriado depende do estado físico dos componentes da
mistura e algum conhecimento das propriedades dos constituintes dela.
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agitação. O componente de grânulos menores atravessa a malha e é recolhido. O de grâ-
nulos maiores fica preso sobre a peneira. Por exemplo, mistura de areia e pedregulhos.
»» Levigação: usada para separar misturas do tipo sólido-sólido, quando um dos componentes
(em forma de pó) é facilmente arrastado por um líquido enquanto outro componente mais
denso não é. Emprega-se uma corrente de água ou de outro líquido adequado para arrastar
o componente menos denso (pulverizado). Por exemplo, ouro e areias auríficas (em pó).
»» Flotação: usada para separar misturas do tipo sólido-sólido, geralmente em minérios pul-
verizados da respectiva ganga (impurezas). Adiciona-se óleo à mistura. O óleo adere à
superfície das partículas do minério, tornando-o impermeável à água. Em seguida, a mis-
tura é lançada na água e submetida a uma forte corrente de ar. O ar provoca a formação
de uma espuma que reúne as partículas do minério, que, assim, separa-se da ganga. Por
exemplo, sulfetos (em pó) da areia (ganga).
»» Ventilação: é utilizada quando os sólidos granulados que formam a mistura possuem densi
dades sensivelmente diferentes. Nesse caso, passa-se uma corrente de ar pela mistura. O sólido
menos denso é arrastado e separado do mais denso. Por exemplo, grãos de café e cascas.
»» Dissolução fracionada: usada para separar misturas do tipo sólido-sólido. Baseia-se na
diferença de solubilidade dos sólidos em determinado líquido (o líquido dissolve apenas
um dos sólidos que compõem a mistura). A dissolução fracionada deve ser seguida de
uma filtração para separar os componentes que não se dissolveram e de uma destilação
simples para separar os componentes que foram dissolvidos. Por exemplo, sal e areia. A
adição de água suficiente dissolverá todo o sal, e a areia, que não se dissolve, ficará deposi-
tada no fundo do recipiente.
»» Sedimentação fracionada: utilizada para separar misturas do tipo sólido-sólido cujos
componentes apresentam uma acentuada diferença de densidade. Adiciona-se à mistura
de sólidos um líquido de densidade intermediária. O sólido mais denso se deposita no
fundo do recipiente e o sólido menos denso flutua na superfície do líquido. Por exemplo,
areia e serragem.
»» Separação magnética: separa misturas do tipo sólido-sólido nas quais um dos componen-
tes tem propriedades magnéticas e é atraído por um ímã. Esse componente magnético é
atraído e separado dos demais. O eletroímã é utilizado para separar metais em uma usina
de compostagem e reciclagem. O lixo passa sob o eletroímã, o material orgânico segue
para a compostagem e os metais são atraídos pelo eletroímã. Em seguida, os metais são
levados para longe da ação do campo magnético por outra esteira e caem em uma saída
do separador.
»» Filtração comum: é utilizada para separar misturas de um líquido com um sólido não
dissolvido, quando as partículas do sólido são relativamente grandes e, assim, existe uma
diferença acentuada entre o tamanho delas e o tamanho dos poros do papel de filtro. O
líquido atravessa o papel de filtro (pregueado ou dobrado) apoiado sobre um funil de
vidro. O sólido fica retido no funil e o líquido é recolhido em um erlenmeyer. Por exem-
plo, água e areia.
»» Filtração a vácuo: é utilizada para separar misturas de um líquido com um sólido não dis-
solvido, quando as partículas do sólido não são muito grandes e formam uma pasta “entu-
5.4 Titulação
É um método utilizado para determinar a concentração de soluções por meio da reação química
com uma solução de concentração conhecida. A solução de concentração desconhecida é colocada no
5.5 Extração
A separação de substâncias, por extração seletiva, de
um solvente para um segundo, imiscível com o primeiro,
é outro método que segue as linhas matemáticas gerais.
Em contraste com a cromatografia líquido-líquido, as
duas fases líquidas apresentam-se em forma maciça, e não
como camadas adsorvidas. Dois líquidos puros são, com
frequência, utilizados especialmente para a distribuição de
compostos covalentes, como solutos, de modo que a solu- Figura 5.5 - Conjunto
bilidade é apreciável em ambos os solventes. de bureta e erlenmayer.
Em outros casos, a presença de solutos adicionais em uma ou ambas as fases melhorará muito
a separação que se pode obter. A substância adicionada, geralmente, exerce seu efeito por meio de
equilíbrios competitivos. O pH de uma fase aquosa terá uma influência marcante na solubilidade
aparente de uma substância ácida ou básica. Daí a importância das soluções tamponadas. A for-
mação de complexos metálicos com solubilidade apreciável em líquidos não polares é igualmente
importante. O complexogênio pode constituir o solvente não aquoso, como no caso do líquido puro
acetilacetona, que extrairá alguns metais de transição da água em níveis adequados de pH, para for-
mar os acetilacetonatos complexos. O complexogênio pode ser um sólido, portanto usado com mais
vantagem em solução. Uma solução de ditizona em CHCl3 e CCl4 extrairá vários metais de transição
de água, onde o solvente não aquoso sozinho seria ineficiente. Para análises quantitativas, usam-se
extrações simples, repetidas tantas vezes quantas necessárias, para isolar a substância desejada da
amostra impura ou para remover constituintes interferentes. Assim, extrai-se, quantitativamente, o
urânio como trinitrato de tetrapropilamônio a partir de uma mistura complexa dos produtos de fis-
são. Pode-se extrair o cloreto férrico de uma solução ácida, mas vários outros cloretos também pas-
sarão para o éter. Entretanto, isso serve como um meio conveniente para remover a maior parte do
ferro de uma liga na preparação para a análise do alumínio.
O petróleo é hoje responsável por grande parte da energia que supre meios de transporte e indústrias. É matéria-prima
da indústria petroquímica. Como é possível um único material ter tão amplo aproveitamento? A resposta está na própria
composição, uma mistura de muitas substâncias diferentes, em sua grande maioria hidrocarbonetos. Para essa separa-
ção, o petróleo bruto é aquecido em torres de fracionamento, onde é destilado e são recolhidas as frações separadas em
diferentes intervalos de temperatura.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você aprendeu que um processo de separação é qualquer transferência de massa.
As separações são realizadas nas diferentes propriedades químicas ou físicas, tais como tamanho, forma,
massa, densidade ou afinidade química entre os componentes de uma mistura. A escolha do método
apropriado depende desses fatores.
1) Em nosso planeta, a maior parte da água encontra-se nos oceanos (água salgada) e é
imprópria para o consumo. Um processo para tornar a água do mar potável seria: “Pro-
mover a ___ por ___ ou osmose reversa e, em seguida, retificá-la, ___ sais ___ adequadas.”
Assinale a alternativa que permite preencher, na sequência, as lacunas de forma correta.
a) purificação - destilação - removendo - em proporções.
b) dessalinização - destilação - adicionando - em proporções.
c) dessalinização - destilação - removendo - por técnicas.
d) desinfecção - cloração - adicionando - em proporções.
e) clarificação - decantação - adicionando - em proporções.
2) O vinho, bebida alcoólica conhecida em todo o mundo, é uma mistura homogênea.
Para separar seus componentes, pode-se usar a:
a) filtração c) decantação
b) destilação d) centrifugação
3) No tratamento da água distribuída à população pela Sabesp, adiciona-se sulfato de
alumínio à água represada, com a qual este produto reage em meio alcalino forman-
do flóculos que vão se precipitando. Explique como os flóculos limpam a água de
impurezas e que processos de separação estão envolvidos.
4) Para se obter gasolina a partir do resíduo da destilação de petróleo deve-se empregar
um processo que permita a formação de moléculas maiores ou menores do que as
que constituem o resíduo? Que nome tem um processo desse tipo?
5) Pesquisar como é feita a separação do betume dos xistos betuminosos.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que, a fim de evitar erros sistemáticos, as vidrarias devem ser devi-
damente calibradas. A qualidade das medidas obtidas a partir dessas vidrarias depende muito do cui-
dado na calibração e na utilização de cada vidraria.
67
Outro agente desengordurante eficaz, de ação mais rápida do que a mistura de limpeza, é a
potassa alcoólica. Dissolva 100 g de hidróxido de potássio em 50 mL de água. Deixe esfriar e com-
plete até um litro com álcool metílico comercial. Essa mistura deve ser manipulada com cuidado.
6.2.2 Pipetas
Pese, previamente, o frasco onde irá recolher o líquido contido na pipeta para a calibração.
Encha a pipeta até um nível acima da marca com água destilada termicamente equilibrada. Deixe
escorrer o líquido até que o menisco fique, exatamente, na marca. Remova a gota que adere à ponta,
encostando-a na superfície da água contida em um béquer e retirando-o sem sacudir a pipeta.
Transfira o conteúdo da pipeta para um frasco seco, limpo e pesado (ou para um frasco de pesa-
gem), mantendo a ponta da pipeta em contato com o frasco (será necessário inclinar, ligeiramente,
a pipeta ou o frasco). Mantenha a posição da pipeta por 15 s após cessar o fluxo. Remova o frasco
receptor após esse tempo. Esse procedimento garante que não ficou líquido aderido à parte externa
da ponta da pipeta e que a gota que fica nessa ponta tem sempre o mesmo tamanho. Para determinar
o instante em que o fluxo cessa, observe o movimento da superfície da água logo abaixo da ponta
da pipeta. O escoamento se completa quando o menisco fica ligeiramente acima da extremidade
da ponta. Conte o tempo de 15 s para a drenagem a partir desse momento. Tampe o frasco recep-
tor, pese e anote o valor da temperatura da água. Faça, pelo menos, duas determinações. Calcule o
volume da pipeta com a ajuda da Tabela 6.1, de conversão de massa em volume, infra.
6.2.3 Buretas
Se for necessário calibrar uma bureta, é essencial certificar-se de que não existem vazamentos
e que o tempo de escoamento é satisfatório, antes de começar a calibração. Se a bureta passar por
esses dois testes, pode-se começar a calibração. Encha-a com água destilada equilibrada, termica-
10 1,0013 22 1,0033
12 1,0015 24 1,0037
14 1,0017 26 1,0044
16 1,0021 28 1,0047
18 1,0023 30 1,0053
20 1,0027
Fonte: Harris - Química analítica quantitativa.
Fique de olho!
Segurança exige que se pense antes no que vai se fazer. Nunca faça nada que pareça perigoso. Saiba como utilizar os
equipamentos de segurança, tais como óculos de proteção, capela, avental, luvas, chuveiro de emergência, lavador de
olhos e extintor de incêndio. Os produtos químicos devem ser estocados e utilizados de maneira a minimizar o contato
dos sólidos, dos líquidos e dos vapores com as pessoas. Procedimentos de descarte que sejam ambientalmente aceitáveis
deverão ser estabelecidos antes de utilizar qualquer produto químico. A vidraria volumétrica deve ser calibrada pesando-
-se a água contida ou transferida pelo instrumento. Em trabalhos mais cuidadosos, a concentração das soluções e os
volumes dos recipientes deverão ser corrigidos para as variações de temperatura.
Numa análise que exige precisão, nunca é seguro assumir que o volume contido em qualquer instrumento volumétrico é
exatamente a quantidade indicada pela marca de calibração. Em vez disso, a recalibração é, normalmente, realizada pela
pesagem da água contida no instrumento volumétrico. Essa massa é convertida para o volume, utilizando a Tabela 6.1-
conversão de massa em volume.
Calibração de Vidrarias 69
Vamos recapitular?
Neste capítulo, você aprendeu a finalidade de evitar erros sistemáticos nas medições de volumes.
Calibramos um balão volumétrico, uma pipeta e uma bureta. Esses instrumentos são, extensivamente,
utilizados em análises gravimétricas e titulométricas e, para reduzir os erros aleatórios inerentes à utili-
zação de tais instrumentos, o seu uso deve ser completamente compreendido.
Para começar
Neste capítulo, você vai aprender que um relatório técnico transmite informações técnicas de
forma clara e de fácil acesso. Este texto explica o formato comumente aceito e orientações sobre como
proceder para elaborar e refinar um relatório.
7.1 Relatórios
A palavra “relatório” tem, entre outras, a seguinte definição: “Narração ou descrição verbal ou
escrita, ordenada e, mais ou menos minuciosa, daquilo que se viu, ouviu ou observou”, segundo o
Dicionário Aurélio. Por exemplo, relatório de uma testemunha ou de um médico, relatório de um
serviço prestado, de um acidente, de uma análise química, física ou biológica, laudo técnico etc.
Os relatórios técnicos podem diferir em alguns aspectos, de acordo com sua finalidade. Podem
existir relatórios diários de análise, relatórios de conformidade ou não, de desenvolvimento de novos
produtos ou fornecedores, laudos técnicos sobre resultados de análises, relatórios de pesquisas como
monografias ou teses, entre outros.
De uma forma geral, podemos enumerar alguns procedimentos importantes para a elaboração
de qualquer tipo de relatório:
»» Anote os dados obtidos em qualquer ensaio ou pesquisa prática num caderno apropriado
(preferencialmente, com folhas quadriculadas, a fim de facilitar possíveis rascunhos gráfi-
cos). Não apague nada e coloque sempre seu nome, data e título do ensaio realizado.
71
»» Faça suas anotações bem limpas e com clareza. Organize tabelas sempre que conveniente.
Se possível, prepare a tabela antes de iniciar o ensaio.
»» Anote tudo o que foi feito, inclusive erros ocorridos e resultados inesperados (essas infor-
mações poderão ser úteis), além das condições de execução do ensaio, tais como tempera-
tura ambiente, pressão, umidade, condições adversas etc.
»» Anote, organizadamente, possíveis cálculos realizados de maneira que possam ser perfei-
tamente compreensíveis no momento de elaborar o relatório.
7.2 Roteiro
O relatório deverá conter, de uma maneira geral:
»» Título do experimento.
»» Introdução: aqui, deve-se escrever um texto que tenha os fundamentos teóricos principais.
»» Materiais; procedimentos; cálculos, questões, tabelas, desenhos, esquemas, ilustrações,
riscos, precauções, segurança, bibliografia.
Antes de iniciar o seu relatório, responda às seguintes questões:
b) Quais são os objetivos para esse experimento? Escreva um texto que responda a duas perguntas:
1. O que está fazendo? Medindo algo? Analisando algo? Testando algo?
2. Por que está fazendo? O que quer saber ou ver?
c) Qual o propósito geral desse experimento? O que você fará no experimento? O que,
supostamente, você aprende executando o experimento?
e) Qual o raciocínio utilizado para chegar a sua hipótese? Explique, utilizando a estratégia e
o conceito científico, qual o caminho percorrido para você obter sua hipótese.
É claro que um relatório pode conter mais informações, dependendo do tipo de experimento
e de sua finalidade. Podem ser incluídos, por exemplo, cálculos efetuados, tabelas de comparação de
resultados, gráficos analíticos, custos comparativos, toxicidade de produtos utilizados etc.
Um relatório para apresentação de teses deve ser muito mais completo, indicando campos de
pesquisas, formulação de problemas, estudos exploratórios, coleta, análise e interpretação de dados etc.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que, no planejamento de experimentos, muitos fatores afetam os
resultados obtidos. É uma técnica muito utilizada, na indústria, a combinação de testes estatísticos com
redução de custos.
73
uma técnica de extrema importância para a indústria, pois seu emprego permite resultados mais confiá-
veis, economizando tempo e dinheiro, parâmetros fundamentais em tempos de concorrência acirrada.
No entanto, deve ficar claro que essa ferramenta não substitui o conhecimento técnico do
especialista sobre o assunto, nem se trata de uma “receita de bolo” de como realizar um planeja-
mento. O domínio do problema é de fundamental importância.
Planejamento de Experimentos 75
caráter orgânico pronunciado (Por exemplo, o íon tetrafenilarsônico - (C6H5)4AS+) são
solúveis em solventes orgânicos e podem ser usados para extração de soluções aquosas. A
extração com solvente, juntamente com ácidos e bases apropriados, também pode ser usada
para separar compostos orgânicos uns dos outros antes da quantificação.
»» Troca de íons: resinas de troca iônica insolúveis contêm ânions ou cátions que podem ser
trocados com íons das soluções com que estão em contato. Podem ser usadas para remo-
ver impurezas de soluções ou para enriquecer soluções nas espécies de interesse. O uso da
troca iônica no aumento da concentração de íons em solução antes da quantificação com
métodos pouco sensíveis é, particularmente, importante.
»» Cromatografia: o termo cromatografia inclui muitas técnicas de separação em que pro-
dutos químicos percorrem colunas ou superfícies impelidas por líquidos ou gases, sendo
separadas em função de suas características moleculares. Os processos cromatográficos
podem, hoje, ser aplicados a, praticamente, qualquer material orgânico ou inorgânico.
Uma exceção é a dos polímeros muito insolúveis. Os processos cromatográficos têm
muita importância na obtenção de dados quantitativos em análises. Aplicações típicas
incluem análises de drogas para fins forenses e análise de alimentos.
Quando trabalhamos com tratamentos de dados, as melhores soluções são a pesquisa bibliográfica e a pesquisa na internet
quanto aos conteúdos desejados. Muitos disponibilizam material para estudo da estatística. Entre eles, temos:
http://www.cultura.ufpa.br/dicas/ms/exc-uti.htm
http://www.statsoftinc.com/textbook/stathome.html.
Planejamento de Experimentos 77
ruído de fundo na espectroscopia de absorção atômica e a resposta ruim dos detectores de
cromatografia e de espectroscopia. Os erros na análise clássica incluem a solubilização de
precipitados e a decomposição ou volatilização por ignição de precipitados na gravime-
tria. Podem ocorrer erros na titulometria se houver diferenças entre o ponto final da titu-
lação observado e o ponto de equivalência estequiométrica da reação. Um dos erros mais
frequentes diz respeito aos “efeitos de matriz”, isto é, quando a composição da amostra
a ser analisada e a das soluções-padrão usadas para fazer a curva de calibração são dife-
rentes. É particularmente importante, na análise de traços, usar solventes de alto grau de
pureza e, principalmente, livres de traços do analito cuja concentração será determinada.
»» Erros aleatórios (indeterminados): manifestam-se, na forma de pequenas variações, nas
medidas de uma amostra feitas em sucessão pelo mesmo analista, com todas as precau-
ções necessárias e em condições de análise, praticamente, idênticas. São produzidos por
fatores sobre os quais o analista não tem controle e, em geral, não podem ser evitados.
A palavra “erro” tem dois significados ligeiramente diferentes: a) erro refere-se à diferença entre um valor medido e o
valor “verdadeiro” ou conhecido; b) erro, geralmente, denota a incerteza associada a uma medida ou experimento.
Artigo
COLEMAN, D. E.; MONTEGOMERY, D. C. A systematic approach to planning for a designed industrial experiment.
Technometrics, v. 5, n. 1, 1993.
Livros
BOX, G. E. P.; HUNTER, W. G.; HUNTER, J. S. Statistics for experimenters. New York: John Wiley, 1978. (Disponível na
biblioteca IP)
WERKEMA, M. C. C.; AGUIAR, S. Planejamento e análise de experimentos: como identificar as principais variáveis
influentes em um processo. Belo Horizonte: UFMG, 1996. (Disponível na biblioteca da EESC - USP).
WERKEMA, M. C. C.; AGUIAR, S. Otimização estatística de processo: como determinar a condição de operação de um
processo que leva ao alcance de uma meta de melhoria. Belo Horizonte: Fundação Cristiano Ottoni, 1996. (Disponível na
biblioteca da EESC - USP).
Planejamento de Experimentos 79
Vamos recapitular?
Neste capítulo, você aprendeu que um experimento bem planejado e bem executado permite
determinar, simultaneamente, os efeitos de muitos fatores que podem afetar os resultados de quaisquer
experiências.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que nos laboratórios o centro das atenções não é o professor, mas
o experimento. Por isso, as mesas, cadeiras e bancadas são combinadas com o trabalho a ser realizado,
podendo ser em grupo ou individual. Dessa maneira, trabalha-se com uma proposta didática diferente,
em que a interação professor-aluno e entre os próprios alunos é estimulada.
Um laboratório exige instalações adequadas e materiais próprios para que os usuários desenvol-
vam as atividades a contento. Devemos observar vários aspectos para que esse ambiente possa funcionar
de modo seguro.
81
»» Permitir uma avaliação de todos os riscos de saúde e segurança e antecipar as medidas de
proteção que possam ser adicionadas ao projeto.
»» Otimizar as condições de trabalho do pessoal nas diversas unidades organizacionais.
»» Racionalizar os fluxos de fabricação ou de tramitação de processo.
»» Racionalizar a disposição física dos postos de trabalho, aproveitando todo espaço útil disponível.
»» Minimizar a movimentação de pessoas, produtos, materiais e documentos da ambiência
organizacional.
9.3.2 Janelas
A claridade e o arejamento do ambiente de trabalho são fundamentais. As janelas devem ter
tamanho suficiente para entrada de luz natural e possuir sistema de arejamento suficiente. Para auxi-
9.3.3 Portas
O laboratório deve ter no mínimo duas portas, ambas de fácil abertura para o lado de fora, com
uma pequena janela de vidro transparente na parte superior delas. As fechaduras devem estar em per-
feito estado de funcionamento. Para evitar tropeções, o piso junto às portas não deve ter desnível.
9.3.4 Paredes
Em princípio, as paredes devem ter cor clara, revestidas com material de fácil limpeza, como
azulejo, numa altura mínima de 2 m.
9.3.5 Pisos
O piso deve ser construído com material antiderrapante, resistente à corrosão por agentes quí-
micos e de fácil limpeza. Dentro desse padrão, o piso pode ser de cerâmica, pedra, placa de plástico
ou de borracha ou ainda de madeira tratada. Não deve haver desníveis, que poderiam provocar que-
das ou outros acidentes.
9.3.6 Bancadas
As bancadas podem ser de dois tipos:
a) Centrais: destinadas às análises, onde podem ser instaladas duas pias, uma em cada extre-
midade do balcão, pontos de energia elétrica (110 e 220 V), água e gás.
b) Laterais: encostadas na parede para colocar instrumentos de precisão, balanças, peagâme-
tros, estufa etc. Também devem conter pontos de energia e água.
Com relação aos materiais utilizados para as bancadas, os mais comuns são constituídos de
madeira, alvenaria ou aço inoxidável, sendo este último preferido por apresentar vantagens, como
durabilidade, segurança, facilidade de limpeza e resistência ao fogo. Além disso, é anticorrosivo. Porém,
tanto a bancada de madeira como a de alvenaria podem proporcionar vantagem sobre o de aço inoxi-
dável, pois podem proteger vidrarias contra choques, desde que o tampo esteja revestido de laminado
(fórmica). Assim, para evitar a quebra de vidraria pelo choque, independentemente do tipo de ban-
cada, uma das alternativas é forrar o tampo com tapete de borracha resistente à ação de ácidos e álcalis.
A escolha do material está diretamente relacionada ao tipo de trabalho a ser desenvolvido.
A disposição das bancadas deve ser feita de tal forma que a luz incida nelas lateralmente, não
provocando ofuscamento à vista, ou sombra.
A área de circulação entre as bancadas deve ser suficientemente grande para permitir tráfego
ou abandono de área no caso de acidentes.
9.3.8 Armários
Para escolha de armários, deve-se levar em conta a natureza química das substâncias que serão
armazenadas. As substâncias tóxicas ou explosivas devem ser guardadas num armário, de preferên-
cia, feito de aço inoxidável, com chave, e esta deverá estar em poder do responsável pelo laboratório.
Como regra geral, o armário deve ter prateleiras ajustáveis e portas com vidro transparente
para facilitar a localização de substâncias químicas.
Para o armazenamento de reagentes químicos sólidos em frascos de vidro, a escolha deve
recair em armários que apresentem prateleiras, para que o risco de quebra dos reagentes seja o
mínimo possível.
Para líquidos voláteis, ácidos e alcalinos, os armários precisam ser construídos com materiais
resistentes à corrosão e ao fogo.
A porta do armário, além de uma relação de substâncias constituintes, apresentará rótulos com
símbolos que indicam riscos e painéis de segurança.
É recomendado que os armários com substâncias fiquem em sala de preparação.
Ácido sulfúrico Cloratos, percloratos, permanganato de potássio e sais de lítio, sódio etc.
Ácido nítrico Ácidos cianídrico, acético e crômico, anilinas, óxidos de cromo VI, sulfeto de hidrogênio, líquidos e gases inflamáveis.
Ácido perclórico Anidrido acético, alcoóis, bismuto e suas ligas, papel, madeira.
Amônia anidra Mercúrio, cloro, hipoclorito de cálcio, iodo, bromo, ácido fluorídrico.
Cianetos Ácidos.
Cloratos e percloratos Sais de amônio, ácidos, metais em pó, matérias orgânicas particuladas, combustíveis.
Líquidos inflamáveis Ácido nítrico, nitrato de amônio, óxido de cromo VI, peróxidos, flúor, cloro, bromo, hidrogênio.
Metais alcalinos Água, halogenetos de alcanos, halogênios, tetracloreto de carbono, anidrido carbônico.
Nitrato de amônio Ácidos metálicos, líquidos inflamáveis, cloretos, enxofre, compostos orgânicos em pó.
Óxido de cromo VI Ácido acético, glicerina, benzina de petróleo, líquidos inflamáveis, naflateno.
Alcoóis, anilina, cobre, cromo, ferro, líquidos inflamáveis, sais metálicos, compostos orgânicos em pó,
Peróxido de hidrogênio
nitrometano, metais em pó.
Peróxido de sódio Ácido acético, anidrido acético, benzaldeído, etanol, metanol, etilenoglicol, acetatos de metila e etila, furfural.
9.6 Exaustão
As capelas são o melhor exemplo desses equipamentos. Há diversos tipos de capelas de labora-
tório, dependendo do trabalho a que se destinam.
9.12 Almoxarifado
»» Boas condições de uso.
»» Equipamento de segurança para casos de acidentes.
GÁS GÁS
EXPLOSIVO
INFLAMÁVEL TÓXICO
LÍQUIDO GÁS
INFLAMÁVEL OXIDANTE TÓXICO
Neste capítulo, você aprendeu que o objetivo principal no projeto de laboratório é fornecer um
ambiente seguro, acessível para o pessoal de laboratório realizar seu trabalho. Um objetivo secundário é
permitir a flexibilidade para o uso de pesquisa segura. Laboratórios no ensino técnico de Química exi-
gem projetos específicos. Portanto, saúde, segurança e riscos devem ser antecipados e cuidadosamente
avaliados para que as medidas de proteção possam ser adicionadas ao projeto sempre que possível.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá como organizar um laboratório, seguindo recomendações de práticas
prudentes dentro dele. Práticas prudentes tratam da segurança geral de laboratórios e muitos tipos de ris-
cos químicos, organizadas de uma forma conveniente e rápida durante a operação de um laboratório.
91
mamente importante para o seu uso e armazenamento de forma adequada e segura. De modo geral,
podemos citar alguns procedimentos adequados:
»» A aquisição de reagentes químicos deve ser em pequenas quantidades, suficientes para
usar durante seis meses ou, no máximo, 1 ano. Não fazer estoque.
»» Todos os frascos com reagentes químicos devem possuir rótulo, identificando: nome do
regente, propriedades físicas e químicas, procedência, pureza, data de validade. Os rótu-
los, por ação de produtos químicos corrosivos, costumam sofrer deterioração. Para sua
conservação, recomenda-se passar um pouco de parafina derretida sobre eles ou recobri-
-los com fita adesiva transparente resistente.
»» Quando abertos os frascos, não se deve esquecer de colocar a data. Os reagentes abertos
não devem ser estocados por mais de seis meses.
»» Todo e qualquer material sem rótulo ou com identificação ilegível ou fora de validade
deve ser descartado adequadamente e nunca jogado em terrenos baldios, rios, lixeiras ou
pias, tampouco ser enterrado.
»» As substâncias devem ser separadas de acordo com a semelhança de propriedades químicas e
é apropriado fazer uma lista na qual constem todos os reagentes disponíveis no laboratório.
»» As soluções prontas não devem ser guardadas por um longo período. Algumas podem
alterar-se com a temperatura ambiente ou são fotossensíveis.
»» Para armazenar produtos corrosivos, como ácidos, as prateleiras dos armários devem ser
resistentes à corrosão. Pode-se utilizar uma bandeja de plástico para deter possíveis vaza-
mentos de líquidos corrosivos.
»» Evite colocar líquidos tóxicos, corrosivos ou explosivos em prateleiras altas, ou seja, em
altura que ultrapasse um metro. Deve-se também tomar cuidado com prateleiras de con-
creto, pois elas podem provocar a quebra do frasco de vidro pelo choque.
»» As substâncias tóxicas, explosivas, instáveis deverão ser guardadas em armário separado,
numa sala fora da área de trabalho, como a sala de preparação. Os ácidos e álcalis preci-
sam estar armazenados em lugar fresco, longe de umidade, especialmente o hidróxido de
sódio, que é deliquescente.
Mercúrio, presente nos termômetros utilizados, praticamente, em todos os laboratórios, merece comentário à parte.
Ocorre que, com grande facilidade, pode-se quebrar o bulbo dos termômetros, gerando vapores de mercúrio no interior de
uma estufa ou até mesmo no ambiente do laboratório. Portanto, recomenda-se ter indicadores elétricos de temperaturas
em equipamentos do tipo fornos, estufas e incubadoras.
Em caso de derramamento de mercúrio, deve-se providenciar ventilação exaustiva da sala, usar EPIs (máscara adequada,
óculos de proteção e luvas), remover o mercúrio fazendo amálgama com limalha ou fio de cobre, colocá-lo em um frasco
com água para evitar evaporação e encaminhá-lo para empresas que o reciclam.
a) Reciclagem no laboratório.
c) Aterro sanitário.
10.5.2.5 Solventes
Os laboratórios que trabalham com solventes orgânicos, tais como ésteres, álcoois, aldeídos e
hidrocarbonetos leves, devem armazenar esses líquidos em recipientes apropriados com dispositivo do
tipo corta-fogo, e podem ser destinados à reciclagem em empresas que executam esse tipo de trabalho.
Fique de olho!
O que deve ser sempre lembrado é que: “A segurança depende de cada um”.
É importante que você se habitue a trabalhar com segurança, fazendo com que ela faça parte integrante de seu trabalho.
Toda tarefa a ser executada deve ser cuidadosamente programada, pois nenhum trabalho é tão importante e urgente que
não mereça ser planejado e efetuado com segurança.
É responsabilidade de cada um zelar pela própria segurança e das pessoas com quem trabalha.
Grande parte dos produtos químicos são considerados tóxicos. Para uma avaliação adequada do risco envolvido na mani-
pulação de um produto químico, devem ser conhecidas as relações entre toxicidade, frequência de manipulação e con-
centração durante a exposição.
As substâncias tóxicas podem entrar no corpo por inalação, ingestão, absorção através da pele ou pela combinação
desses caminhos. Alguns compostos químicos se decompõem e geram material tóxico quando submetidos ao calor, à
umidade ou à presença de outros produtos químicos. As informações concernentes à toxidez ou risco potencial de toxidez
podem ser obtidas do fornecedor do produto, da literatura. Tais informações são importantes para que se determine o tipo
de EPI apropriado contra a exposição e o tratamento médico adequado a ser adotado no caso de exposição.
A quantidade de produtos tóxicos estocada deve ser mantida no mínimo necessário. Grandes quantidades de material
tóxico devem ser estocadas, se possível, fora dos prédios onde circulem pessoas.
X323
Produtos Químicos
Número ONU
A letra X deve ser colocada quando for expressamente proibido o uso de água no produto.
N. Significado N. Significado
0 0 Ausência de risco
1 1 Explosivo
4 Sólido inflamável 4
»» Número de risco: os números que indicam o tipo e a intensidade do risco são formados por dois ou três algarismos.
A importância do risco é registrada da esquerda para a direita. Os algarismos que compõem os números de risco
têm o significado demonstrado na Tabela 10.2:
5 Toxicidade
6 Radioatividade
7 Corrosividade
Obs. 1: A letra X antes dos algarismos significa que o produto reage perigosamente com água.
Obs. 2: A repetição de um número indica, em geral, aumento da intensidade daquele risco específico.
Obs. 3: Quando o risco associado a um produto puder ser adequadamente indicado por um único número, este será seguido por 0 (zero).
Obs. 4: As combinações de números a seguir tem significado especial: 22, 323, 333, 362, X362, 382, X382, 423, 44, 462, 482, 539,
e 90 (ver relação na Figura 10.1).
20 Gás inerte
22 Gás refrigerado
23 Gás inflamável
26 Gás tóxico
323 Líquido inflamável, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis
X323 Líquido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo gases inflamáveis (*)
X338 Líquido muito inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água (*)
362 Líquido inflamável, tóxico, que reage com água, desprendendo gases Inflamáveis
X362 Líquido inflamável, tóxico, que reage perigosamente com água, desprendendo gases inflamáveis (*)
382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage com água, desprendendo gases Inflamáveis
X382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água, desprendendo gases inflamáveis(*)
X423 Sólido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo gases Inflamáveis
446 Sólido inflamável, tóxico, que a uma temperatura elevada se encontra em estado Fundido
Classe 2
Subclasse 2.1
Subclasse 2.2
Subclasse 2.3
Gases Inflamáveis
Gases tóxicos
Subclasse 4.1
Subclasse 4.2
Subclasse 4.3
Sólidos inflamáveis
Subclasse 5.1
Subclasse 5.2
Substâncias oxidantes
Peróxidos orgânicos
CLASSE 6 TOXICIDADE
Subclasse 6.1
Subclasse 6.2
Substâncias infectantes
CLASSE 8 - CORROSIVOS
10.12.1 Ácidos
São os materiais corrosivos líquidos ou sólidos que causam destruição da pele humana no local
de contato, dentro de determinado período de tempo.
10.12.2 Bases
Podem causar irritação severa ou queimaduras nos olhos, na pele, no trato gastrointestinal e
no sistema respiratório. Risco de graves lesões oculares.
10.12.3 Solventes
A exposição pode causar irritação do nariz, da garganta, dos pulmões e do trato respiratório.
Outros efeitos podem incluir dores de cabeça, tonturas, perda de equilíbrio e coordenação, coma e
insuficiência respiratória.
10.12.3.2 Benzeno
»» Inalação: ação narcótica levando até à morte.
»» Lesões na medula óssea, órgão produtor do sangue.
»» Anemia (glóbulos vermelhos), leucopenia (plaquetas ou trombócitos).
»» Anemia plasmática, leucemia e outros tipos de câncer.
»» Por contato, bolhas, dermatites secas com rachaduras.
10.12.4.1 Mercúrio
Produto químico utilizado na fabricação de termômetros e barômetros, na extração de ouro
e também por dentistas. O envenenamento por mercúrio produz sabor metálico. Esse produto quí-
mico provoca o inchaço nas glândulas salivares, podendo ocasionar queda dos dentes e úlceras na
boca e nas gengivas. Trata-se de um produto de poder acumulativo, alojando-se nos rins, no fígado,
no baço e no esqueleto (ossos). Os sintomas provocados pelo mercúrio são náuseas, vômitos, diar-
reia, dores abdominais, tremores, convulsão, espasmos musculares, transtorno da conduta, nervo-
sismo, irritabilidade, ansiedade e depressão.
10.12.4.2 Chumbo
É usado na fabricação de baterias, tubulações, metal de imprensa, munições, pesticidas e inse-
ticidas. Alguns de seus compostos são carcinogênicos importantes. Penetra no organismo por ina-
lação e ingestão e provoca lesões renais e hepáticas. Os principais sintomas são demência, fadiga,
cólicas intestinais, cefaleia, visão dupla, transtorno da conduta, anemia, degeneração dos rins e do
fígado e depressão do SNC. Seus compostos orgânicos provocam lesões cerebrais graves, alterações
mentais, ansiedade, delírio e morte.
10.12.4.3 Cianetos
Devem ser mantidos em locais ventilados, frescos, isentos de umidade e longe de calor. Os sais
de cianeto são absorvidos pela pele. O contato repetido pode provocar erupções e vesiculações que
se infectam facilmente, sendo ponto de partida para outras infecções.
Vamos recapitular?
Neste capítulo, você aprendeu que há quatro princípios fundamentais a todas as práticas aqui dis-
cutidas, as quais devem ser observadas antes de iniciar o trabalho como parte da cultura de segurança
dentro do laboratório:
1. Planeje com antecedência o experimento.
2. Evite que produtos químicos entrem em contato com a pele.
3. Não subestime os perigos ou riscos.
4. Esteja preparado para acidentes.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que normalização é o processo de estabelecer e aplicar normas
a fim de abordar, ordenadamente, uma atividade específica para o benefício e com a participação de
todos os interessados, bem como de promover a otimização da economia, levando em consideração as
condições funcionais e as exigências de segurança.
11.1 Importância
A competitividade, cada vez mais acirrada, somada às exigências crescentes dos mercados glo-
balizados e das necessidades da sociedade, requer a adoção de novos métodos de gerenciamento da
produção e da gestão tecnológica nas empresas que dependem da capacidade de incorporação de
novas tecnologias de produtos e de processos, especialmente na atividade produtiva. Esse contexto
cria a necessidade do uso da normalização pelas empresas, de forma a representar, efetivamente, um
instrumento de administração e de gerenciamento da produção nos processos industriais.
A normalização é a base para a garantia de qualidade. Consiste em organizar a cooperação efe-
tiva entre as diferentes áreas da economia nacional de modo a:
»» proteger a saúde e a segurança humana;
»» buscar constantemente melhores índices de produtividade;
»» conservar as fontes de recursos naturais;
»» minimizar o desperdício;
105
»» ajudar na transferência de tecnologia;
»» facilitar o comércio nacional e internacional.
Normalização 107
»» utilização adequada de recursos;
»» disciplina da produção;
»» uniformidade do trabalho;
»» registro do conhecimento tecnológico;
»» melhora do nível de capacitação do pessoal;
»» controle dos produtos e processos;
»» segurança do pessoal e dos equipamentos;
»» racionalização do uso do tempo.
Benefícios quantitativos: são os que podem ser medidos:
»» redução do consumo e do desperdício;
»» especificação e uniformização de matérias-primas;
»» padronização de componentes e equipamentos;
»» redução de variedades de produtos;
»» procedimentos para cálculos e projetos;
»» aumento da produtividade;
»» melhoria da qualidade de produtos e serviços;
»» forma de comunicação entre pessoas e empresas.
Normalização 109
11.8 Normalização no Brasil
A estrutura do sistema brasileiro de normalização tem os seguintes órgãos:
»» Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO):
órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus-
trial (SINMETRO), ao qual compete formular, ordenar e supervisionar a Política Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. É um conselho de nível ministerial,
presidido pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, integrado
por diversos ministérios e três representantes da sociedade: Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) e Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas (ABNT).
»» Comitê Nacional de Normalização (CNN): órgão assessor do CONMETRO, com com-
posição paritária entre órgãos de governo e privados, tem por objetivo planejar e avaliar a
atividade de normalização técnica no Brasil.
»» Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO):
órgão executivo do SINMETRO, com a atribuição de exercer a Secretaria Executiva do
CONMETRO e do CNN, e foro de compatibilização dos interesses governamentais. Com
relação à normalização, exerce, ainda, o papel de articulador, no setor governamental,
para a emissão de Regulamentos Técnicos.
»» Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): entidade privada, sem fins lucrativos,
é reconhecida pelo Estado brasileiro como o Fórum Nacional de Normalização, o que sig-
nifica que as normas elaboradas por ela - as NBR - são, formalmente, reconhecidas como
as Normas Brasileiras. À ABNT cabe, como principal atribuição, coordenar, orientar e
supervisionar o processo de elaboração de Normas Brasileiras. Trata-se de uma associa-
ção tecnológica, privada e sem fins lucrativos, da qual podem ser associadas pessoas ou
empresas interessadas em participar do processo de normalização brasileiro. Foi criada
em 1940 e tem os seguintes objetivos estatutários:
gestão do processo de elaboração de normas técnicas;
adoção e difusão de normas;
incentivo ao movimento de normalização do País;
representação do Brasil junto às entidades internacionais e regionais de normalização
voluntária;
intercâmbio com as organizações similares;
emissão de pareceres concernentes à normalização;
certificação da conformidade a normas de produtos, processos, serviços ou sistemas de
gestão.
A ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization (ISO), da
Comissão Panamericana de Normas Técnicas (COPANT) e da Associação Mercosul de Normaliza-
ção (AMN), membro da Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC), que é o organismo internacio-
nal de normalização para a área eletroeletrônica, e representante do Brasil nesses organismos.
Normalização 111
MB - para Normas de método de ensaio
NB - para Normas de procedimento
PB - para Normas de padronização
SB - para Normas de simbologia
Essas normas, ao serem registradas no INMETRO, recebiam a sigla NBR. Por exemplo,
a norma que padroniza as dimensões de parafusos com cabeça cilíndrica e sextavado interno era
registrada na ABNT como PB-165 e, no INMETRO, era registrada como NBR 10112.
As Normas Brasileiras são desenvolvidas e utilizadas voluntariamente. Tornam-se obrigatórias somente quando explicita-
das em um instrumento do Poder Público (lei, decreto, portaria etc.) ou quando citadas em contratos. Entretanto, mesmo
não sendo obrigatórias, são sistematicamente adotadas em questões judiciais, por conta do Inciso VIII do Art. 39 do
Código de Defesa do Consumidor.
O trabalho de desenvolvimento da Norma Brasileira começa quando sua necessidade é identificada. Uma Comissão de
Estudos com representantes das partes interessadas (produtor, consumidor e neutro) elabora o projeto de norma, que,
após discussão e aprovação por consenso, é submetido à analise da sociedade pelo processo de Consulta Pública. As
sugestões ou objeções técnicas apresentadas, nesse período, são analisadas e consideradas pela Comissão de Estudos
antes do projeto de norma ser considerado aprovado para publicação como Norma Brasileira pela ABNT.
Em média, é de 24 meses. Depende de alguns fatores, tais como: urgência da necessidade, complexidade do assunto, disponi-
bilidade dos componentes da Comissão de Estudo, responsável pela elaboração e apuração da consulta pública do projeto.
Normalização 113
Amplie seus conhecimentos
O que é ISO?
É a federação mundial dos organismos de normalização. Conta com 148 países-membros. Foi fundada em 1947. O Brasil é
um dos membros fundadores. A ABNT é representante oficial da ISO no Brasil. Em sua história, a ISO já publicou normas
internacionais e documentos normativos.
A certificação é obrigatória?
A certificação pode ser voluntária ou obrigatória. Certificação obrigatória (compulsória) é aquela regulamentada por lei ou
portaria de um órgão regulamentador, como o INMETRO. A compulsoriedade dá prioridade às questões de saúde, segu-
rança e meio ambiente, assim como aos produtos listados nas regulamentações, que apenas podem ser comercializados
com a certificação. A certificação voluntária é aquela que não possui qualquer regulamentação de órgão oficial. Podemos
destacar as certificações de sistemas de gestão da qualidade (ABNT NBR ISO 9000 = gestão ambiental; ABNT NBR ISO
14000) e de diversos produtos.
Vamos recapitular?
Neste capítulo, você aprendeu que normas são documentos, publicações que estabelecem especi-
ficações e procedimentos destinados a garantir a confiabilidade dos materiais, produtos, métodos e/ou
serviços que as pessoas utilizam todos os dias. São importantes, formam as bases fundamentais para o
desenvolvimento de produtos consistentes que possam ser compreendidos e adotados. Isso simplifica
o desenvolvimento de produto e acelera a sua chegada ao mercado.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que uma norma técnica é um “documento estabelecido por con-
senso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras,
diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de
ordenação em um dado contexto”. Essa é a definição internacional de norma.
Deve-se realçar, aqui, o aspecto de ser estabelecida por consenso entre os interessados, o que pres-
supõe compromisso de interesse mútuo, e aprovada por um organismo reconhecido, que deve atuar
seguindo os princípios da normalização e é o responsável pelo processo e por assegurar o consenso.
115
O cumprimento é voluntário e as normas devem ser baseadas em resultados consolidados
da ciência, da tecnologia e de experiências acumuladas, visando à otimização de benefícios para as
empresas e para a comunidade.
A função básica das normas é, pois, estabelecer “o que fazer” e “como fazê-lo”.
As normas técnicas são aplicadas em todos os setores industriais e seus segmentos:
»» de produtos acabados de largo consumo.
»» nos setores de serviços e na agricultura.
O uso de normas oferece a devida segurança, tanto para o fabricante quanto para o consumi-
dor, bem como a melhoria do funcionamento do mercado por meio de linguagem precisa e comum,
com o objetivo de melhorar a comunicação entre cliente e fornecedor.
O que se está exigindo, pela adoção voluntária de uma norma, por um fornecedor, são prescri-
ções de:
»» simbologia;
»» terminologia;
»» métodos de ensaio;
»» procedimentos;
»» tamanhos;
»» cor;
»» padronização;
»» embalagens;
»» entre outros.
O Sistema Brasileiro prevê a elaboração de normas técnicas em dois foros distintos, coordena-
dos pela ABNT:
»» Comitês especializados: órgãos responsáveis pela coordenação e planejamento das ativi-
dades de normalização em uma área ou setor específico. Dentro do seu campo de atuação,
é responsável, ainda, pela integração da ABNT no sistema de normalização internacional.
»» Organismos de Normalização Setorial (ONS): organismo público, privado ou misto, sem fins
lucrativos, que tem atividade reconhecida no campo da normalização em um dado domínio
setorial. É credenciado pela ABNT, segundo critérios aprovados pelo CONMETRO.
12.2.1 Procedimento
As normas de procedimento orientam a maneira correta de:
»» empregar materiais e produtos;
»» executar cálculos e projetos;
»» instalar máquinas e equipamentos;
»» realizar o controle dos produtos.
A NBR 6875, por exemplo, fixa as condições exigíveis e os procedimentos de inspeção para fios
de cobre de secção retangular. Outro exemplo é o da norma NBR 8567, que fixa as condições para a
execução de cálculos e dimensionamento do feixe de molas, utilizados nas suspensões de veículos
rodoviários.
12.2.2 Especificação
As normas relativas à especificação fixam padrões mínimos de qualidade para os produtos.
A norma NBR 10105, por exemplo, indica as condições ou especificações exigidas para a fabri-
cação de fresas de topo, com haste cilíndrica para rasgos. De acordo com essa norma, veja o que sig-
nifica a especificação A 25 K AR:
»» A: diz que se trata de uma fresa do grupo A, ou seja, uma fresa de haste cilíndrica lisa,
para rasgos.
»» 25: indica que esse tipo de fresa deve possuir 25 mm de diâmetro na parte cortante.
»» K: informa que é uma fresa para uso geral.
»» AR: especifica que a fresa é fabricada com material do tipo aço rápido.
A norma NBR 7000 constitui outro exemplo de norma de especificação. Essa norma especifica
as propriedades mecânicas dos produtos de alumínios e suas ligas, feitos por extrusão.
12.2.3 Padronização
As normas de padronização fixam formas, dimensões Extrusão é a passagem forçada de um
e tipos de produtos, como porcas, parafusos, rebites, pinos metal ou de um plástico por um orifício,
e engrenagens, que são utilizados, com muita frequência, na para se conseguir uma forma alongada
construção de máquinas, equipamentos e dispositivos mecâ- ou filamentosa.
nicos. Com a padronização, evita-se a fabricação de produ-
tos com variedades desnecessárias tanto de formas quanto de
dimensões.
12.2.4 Terminologia
As normas sobre terminologia definem, com precisão, os termos técnicos aplicados a mate-
riais, máquinas, peças e outros artigos.
A norma NBR 6176, por exemplo, define os termos empregados para identificação das par-
tes das brocas helicoidais. Já a norma NBR 6215 define a terminologia empregada para os produtos
siderúrgicos; consultando essa norma, encontramos definições para produtos como chapa, bloco, fio,
placa, aço, ferro fundido e outros.
12.2.5 Simbologia
As normas de simbologia estabelecem convenções gráficas para conceitos, grandezas, sistemas
ou parte de sistemas etc., com a finalidade de representar esquemas de montagem, circuitos, compo-
nentes de circuitos, fluxogramas.
A norma NBR 6646, por exemplo, estabelece os símbolos que devem ser aplicados na identi-
ficação dos perfis do aço; o significado de cada símbolo encontra-se na própria norma. E a norma
NBR 5266 é muito importante, pois define os símbolos gráficos de pilhas, acumuladores e baterias
utilizados na representação de diagramas de circuitos elétricos em desenhos técnicos.
Os códigos facilitam a comunicação entre fabricantes e consumidores. Sem códigos normali-
zados, cada fabricante deveria escrever extensos manuais para informar as características dos equi-
pamentos, projetos, desenhos, diagramas, circuitos, esquemas etc.
12.2.6 Classificação
As normas de classificação têm, por finalidade, ordenar, distribuir ou subdividir conceitos ou
objetos, bem como critérios a serem adotados.
A norma NBR 8643, por exemplo, classifica os produtos siderúrgicos de aço. Segundo os crité-
rios fixados, os produtos siderúrgicos do aço classificam-se da seguinte maneira:
»» Quanto ao estágio de fabricação:
a) brutos;
b) semiacabados;
c) acabados.
»» Quanto aos processos de fabricação:
a) lingotado;
b) moldado;
c) deformado plasticamente.
Exemplos
Normas de
Empresa Empresas
Fique de olho!
Podemos não estar cientes delas, mas utilizamos as normas todos os dias, em todos os aspectos da nossa vida cotidiana,
em alimentação, saúde, transporte, construções.
As normas de centenas de anos eram os pesos e as medidas. Sabe-se, também, que a estrada de ferro de bitola-padrão
é derivada das ranhuras produzidas pelas rodas de carros e carroças romanas. Esse espaçamento entre rodas, chamado
bitola, proporciona um conforto a mais para os passageiros se as rodas forem equipadas para tais ranhuras.
Você aprendeu que as normas técnicas referem-se, em geral, à classificação, especificação, método
de ensaio, procedimento, padronização, simbologia e terminologia, proporcionando uma série de vanta-
gens, que vão desde a eliminação de barreiras comerciais à segurança do usuário.
Para começar
Neste capítulo, você aprenderá que regulamentos técnicos são essenciais para disciplinar a entrada
de produtos no mercado, especialmente aqueles que podem colocar em risco a segurança dos consumi-
dores ou que prejudicam o meio ambiente.
123
Por vezes, um regulamento técnico, além de estabelecer as regras e requisitos técnicos para um
produto, processo ou serviço, também pode estabelecer procedimentos para a avaliação da confor-
midade ao regulamento, inclusive a certificação compulsória.
Podem ser adotados pelos diversos órgãos nos níveis federal, estadual ou municipal, de acordo
com as suas competências específicas, estabelecidas legalmente. Por razões de tradição, nem sem-
pre são chamados de regulamentos técnicos, como é o caso das normas regulamentadoras (NR) do
Ministério do Trabalho.
Todos os Estados emitem esses regulamentos. Assim, quando se pretender exportar um pro-
duto para determinado mercado, é imprescindível conhecer se o produto ou serviço a ser exportado
está sujeito a um regulamento técnico naquele país em particular.
Tais regulamentos têm um grande potencial de se constituírem em barreiras técnicas ao
comércio. O TBT/OMC estabelece uma série de princípios, com o objetivo de eliminar entraves des-
necessários ao comércio, em particular as barreiras técnicas, que são aquelas relacionadas com nor-
mas, regulamentos técnicos e procedimentos de avaliação da conformidade que podem dificultar o
acesso de produtos aos mercados.
Um dos pontos essenciais do Acordo é o entendimento de que as normas internacionais (que
são aquelas elaboradas pelos organismos internacionais de normalização) constituem a referência
para o comércio internacional. Estipula que, sempre que possível, os governos devem adotar regu-
lamentos técnicos baseados nas normas internacionais. Considera ainda que os regulamentos que
seguem normas internacionais não se constituem em barreiras técnicas.
Sempre que um governo decidir adotar um regulamento técnico que não siga uma norma
internacional, deve notificar, formalmente, os demais membros da OMC, com antecedência mínima
de 60 dias, apresentando uma justificativa. Os demais membros podem solicitar esclarecimentos e
apresentar comentários e sugestões ao regulamento proposto.
Os regulamentos técnicos devem, na medida do possível, basearem-se em padrões internacionais, de modo que, em prin-
cípio, o mesmo produto poderá ter acesso a vários mercados.
Vamos recapitular?
Legislação 125
Agora é com você!
Pesquisar como é feito um regulamento técnico que inclua códigos de conduta dentro
de um laboratório químico.
ABNT. NBR 14725-4: informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 4: Ficha de
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