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Treliça PDF
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Resumo
Neste trabalho são apresentadas análises teóricas e experimentais de treliças metálicas
espaciais, constituídas por barras de seção tubular com extremidades estampadas,
onde foram analisadas as situações construtivas usuais: treliça com nós típicos
(extremidade das barras estampadas, sobrepostas e unidas por um único parafuso),
com nós de aço (sistema de conexão formado por uma peça com aletas de aço
soldadas), e com sistema misto de conexão (emprego de nós típicos nas regiões menos
solicitadas e nós de aço nas restantes, respeitando imposições construtivas). Os
resultados experimentais foram obtidos em ensaios de quatro protótipos que simulavam
um trecho de treliça espacial, constituídos por uma malha quadrada sobre quadrada,
com 7,5x7,5x1,5 (m). A análise teórica dos protótipos foi feita admitindo-se os casos de
linearidade e também de não linearidade física e geométrica, levando-se em
consideração a variação de inércia das barras junto aos nós. Os resultados
encontrados permitiram avaliar e comparar o comportamento global e os estados
limites últimos dos diferentes sistemas de treliça espacial analisados.
1 INTRODUÇÃO
1
Mestre em Engenharia de Estruturas, Aluno de Doutorado na EESC-USP, maiola@sc.usp.br
2
Professor Doutor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, mamalite@sc.usp.br
a) MERO b) TRIODETIC
c) UNISTRUT d) NODUS
Figura 2 - Nó típico
Figura 3 - Nó de aço
45 EUROC/93 (f = 41,2)
y
40
AISI (f = 41,2)
(kN/cm 2)
35 y
30
AISI (f = 24,5)
y
25
cr
EXTREM. TIPO A
f
20 EXTREM. TIPO B
tensão crítica
EXTREM. TIPO C
15 EUROC/93
f = 24,5
y
10
λ = 100
λ = 60
λ = 140
0
0 50 100 150 200
índice de esbeltez (λ )
Figura 5 - Curvas de resistência à compressão e resultados experimentais
3 ANÁLISE EXPERIMENTAL
P o n to s d e ap licação d e fo rça
A p o io s
D C
B
1
PLA N TA
ELEVAÇÃO
Figura 6 – Esquema geral dos protótipos ensaiados
4 ANÁLISE TEÓRICA
• os nós de aço foram modelados com elementos de casca (fig. 11), com a
espessura das chapas na região da união barra-chapa avaliadas de maneira a
reproduzir a inércia correspondente à soma das inércias dos elementos
componentes, ou seja, chapa de nó mais extremidade estampada da barra.
5 RESULTADOS
A força última teórica dos protótipos foi estimada pela resistência das barras
comprimidas, admitindo-se uma análise linear sem a consideração da variação de
inércia das extremidades das barras. Na tabela 3 são apresentadas a máxima força
aplicada para os quatro protótipos ensaiados bem como as estimadas teoricamente.
A resistência à compressão destas barras foi determinada com base nas
normas NBR - 8800 (1986) “curva a”, AISI-LRFD (1991) e EUROCODE (1992) “curva
c”. O EUROCODE recomenda a curva c, quando da utilização nos cálculos do valor
da resistência ao escoamento da aço trabalhado a frio.
Para vinculação das barras, foram supostos apoios simples em ambas as
extremidades (K=1,0).
Na determinação da resistência à compressão foram adotados os valores de
resistência ao escoamento do aço obtidos nos ensaios de tração (tab. 2). Para o
módulo de elasticidade longitudinal adotou-se E=20500 kN/cm2.
Quanto aos resultados da análise teórica não linear dos protótipos observou-
se que estes foram próximos dos obtidos pela análise linear, como pode ser visto nos
gráficos da figura 12. Nestes gráficos destaca-se também a significativa diferença
apresentada nos deslocamentos verticais avaliados teoricamente com os acorridos
experimentalmente.
a) PROT 1 b) PROT 2
300 300
270 270
240 240
210 210
Força total (kN)
experimental
Força total (kN)
180 180
teórico não-linear
150 150
teórico linear
120 120
90 experimental 90
teórico não linear
60 60
teórico linear
30 30
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 10 20 30 40 50 60 70 80
δ (mm)
δ (mm)
c) PROT 3 d) PROT 4
Destaca-se que pelo fato da análise teórica não linear desenvolvida ter
procurado representar de maneira simples e viável de ser empregada na prática de
projetos o detalhe das extremidades das barras e suas conexões, efeitos importantes
como deslizamento das barras junto aos nós (perda de atrito) e a própria abertura do
nó (perda de contato), que são fatores de difícil simulação teórica não foram
considerados nesta análise. Outro fator colaborante para a proximidade dos
resultados da análise teórica linear e não linear foi o de terem sido analisados
pequenos protótipos, com elevada relação altura/vão (1:5), portanto tratando-se de
casos com grande influência da força cortante não levando a efeitos significativos da
não linearidade geométrica, entretanto, para casos freqüentes das treliças espaciais,
onde os vãos são relativamente elevados diante da altura, os efeitos desta não
linearidade podem ser significativos e devem ser analisados.
Da análise experimental dos quatro protótipos de treliça espacial observou-se
dois modos de ruína:
PROT 1
PROT 2
PROT 3
PROT 4
180
150
120
Força total (kN)
PROT 1
PROT 2
90
teórico linear (PROT 1)
teórico linear (PROT 2)
60
30
0 20 40 60 80 100
δ (mm)
270
PROT 1
240 PROT 3
210 PROT 4
180 teórico linear
Força total (kN)
150
120
90
60
30
0 20 40 60 80 100
δ (mm)
Figura 16 - Deslocamento vertical do nó central(PROT 1, PROT 3 e PROT 4)
240
meio da barra
extremidade da barra
210
teórico linear
180
Força total (kN)
150
120
90
60
30
270
240
210
180
Força total (kN)
150
120
90
s.g. 33
60 s.g. 34
s.g. 35
30 s.g. 36
teórico linear
0
6 CONCLUSÕES
As treliças metálicas espaciais têm sido cada vez mais empregadas nas
coberturas de grandes áreas, apresentando características que fazem desta opção
uma solução viável economicamente e esteticamente satisfatória. São leves,
geometricamente harmônicas, apresentam grande uniformidade de barras e nós, e
necessitam de um número reduzido de apoios nas duas direções (comportamento
global de placa).
Construtivamente existem no mercado vários sistemas, em aço e alumínio.
Em geral empregam-se barras de seção tubular circular, conectadas entre si a
dispositivos denominados "nós". Do ponto de vista econômico, os nós representam
uma parcela significativa do custo destas estruturas, podendo inviabilizar o emprego
de um determinado sistema. Várias empresas e pesquisadores de vários países vêm
procurando desenvolver novos sistemas que sejam bem sucedidos em relação a
custo e eficiência estrutural.
No Brasil são adotados sistemas simples, abordados neste trabalho, onde
empregam-se barras de seção tubular circular com extremidades estampadas e
conectadas entre si por um único parafuso (denominado usualmente por "nó típico"),
ou conectadas a dispositivos constituídos por aletas de aço soldadas, onde cada aleta
conecta uma barra (denominado "nó de aço"). O primeiro sistema apresenta
excentricidades significativas, enquanto o segundo, teoricamente, não apresenta
excentricidades.
Na prática de projetos, tem-se observado que o modelo teórico empregado é
o de treliça ideal, ou seja, barras sem variação de inércia e nós perfeitamente
articulados sem excentricidades, procedendo-se à análise linear. Em seguida, o
dimensionamento é feito admitindo-se também as barras sem variação de inércia e
perfeitamente articuladas nas extremidades. Entretanto, vários pesquisadores
chamam a atenção para a necessidade de se analisar tais estruturas considerando
seu comportamento não linear, principalmente a não linearidade geométrica.
Ensaios em barras isoladas, realizados no Laboratório de Estruturas da
EESC-USP, mostraram que a variação de inércia nas extremidades pode conduzir à
uma redução significativa da resistência à compressão da barra, tomando como
referência o cálculo admitindo-se barras com inércia constante. Tal efeito é mais
pronunciado nas barras com pequena esbeltez, o que na prática é usual nas
diagonais de apoio e nas barras mais solicitadas do banzo comprimido, portanto,
recomenda-se nesses casos não desprezar os efeitos da variação da inércia.
Além da variação de inércia, outros fatores podem influenciar de maneira
significativa a resistência das treliças espaciais, como por exemplo: imperfeições
geométricas iniciais, excentricidades nos nós, flexibilidade dos sistemas de conexão,
e para o caso dos nós típicos, o deslizamento das barras proveniente da perda do
atrito nas conexões.
A análise teórica não linear desenvolvida neste trabalho procurou representar
de maneira simples e viável de ser empregada na prática de projetos, o detalhe das
extremidades das barras e suas conexões. Como foram analisados pequenos
protótipos, os resultados desta análise não foram significativamente diferentes dos
obtidos pela análise linear, tendo em vista que as deformações e os deslocamentos
teóricos foram relativamente pequenos. Entretanto, é extremamente difícil considerar
numa análise teórica fatores relevantes como os deslizamentos e a abertura dos nós
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Agradecimentos