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DIREITO ADMINISTRATIVO

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Princípio da Moralidade: Tal princípio vem expresso na Cons-
Bruno Tulim e Silva tituição Federal no caput do artigo 37, que trata especificamente da
moral administrativa, onde se refere à ideia de probidade e boa-fé.
Advogado – Graduado em Direito pelo Centro Universitário A partir da Constituição de 1988, a moralidade passou ao status
Eurípedes de Marília/SP, UNIVEM; com Curso de Atualização de principio constitucional, dessa maneira pode-se dizer que um ato
em Direito pelo Complexo Jurídico Damásio de Jesus. imoral é também um ato inconstitucional.
A falta da moral comum impõe, nos atos administrativos a pre-
sença coercitiva e obrigatória da moral administrativa, que se cons-
1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: titui de um conjunto de regras e normas de conduta impostas ao
PRINCÍPIOS BÁSICOS. administrador da coisa pública.
Assim o legislador constituinte utilizando-se dos conceitos da
Moral e dos Costumes uma fonte subsidiária do Direito positivo,
como forma de impor à Administração Pública, por meio de juízo de
valor, um comportamento obrigatoriamente ético e moral no exer-
PRINCÍPIOS BÁSICOS EXPRESSOS CONSTITUCIO- cício de suas atribuições administrativas, através do pressuposto da
NALMENTE moralidade.
A noção de moral administrativa não esta vinculada às con-
A Administração Pública é a atividade do Estado exercida pelos
vicções intimas e pessoais do agente público, mas sim a noção de
seus órgãos encarregados do desempenho das atribuições públicas,
atuação adequada e ética perante a coletividade, durante a gerência
em outras palavras é o conjunto de órgãos e funções instituídos e
da coisa pública.
necessários para a obtenção dos objetivos do governo.
A atividade administrativa, em qualquer dos poderes ou esferas,
Princípio da Publicidade: Por este principio constitucional, te-
obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, como impõe a norma fundamental do arti- mos que a administração tem o dever de oferecer transparência de
go 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, todos os atos que praticar, e de todas as informações que estejam
que assim dispõe em seu caput: “Art. 37. A administração pública armazenadas em seus bancos de dados referentes aos administrados.
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos pratica-
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, dos devem ser acessíveis aos cidadãos.
também, ao seguinte”. Por tal razão, os atos públicos devem ter divulgação oficial
Princípio da Legalidade: Este é o principal conceito para a con- como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei,
figuração do regime jurídico-administrativo, pois se justifica no sen- onde o sigilo deve ser mantido e preservado.
tido de que a Administração Pública só poderá ser exercida quando
estiver em conformidade com a Lei. Princípio da Eficiência: Por tal principio temos a imposição exi-
O administrador não pode agir, nem mesmo deixar de agir, se- gível à Administração Pública de manter ou ampliar a qualidade dos
não de acordo com o que dispõe a lei. Para que a administração serviços que presta ou põe a disposição dos administrados, evitando
possa atuar, não basta à inexistência de proibição legal, é necessária desperdícios e buscando a excelência na prestação dos serviços.
para tanto a existência de determinação ou autorização da atuação Tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa
administrativa na lei. Os particulares podem fazer tudo o que a lei prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais
não proíba, entretanto a Administração Pública só pode fazer aquilo econômica, melhorando o custo-benefício da atividade da adminis-
que a lei autorizar. tração pública.
Importante ainda esclarecer que a administração pública está O administrador deve procurar a solução que melhor atenda aos
obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não ape- interesses da coletividade, aproveitando ao máximo os recursos pú-
nas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos princípios blicos, evitando dessa forma desperdícios.
jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas editadas pela
própria administração pública. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
BLICA:
Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos que a Ad-
ministração Pública tem que manter uma posição de neutralidade Além dos Princípios expressos constitucionalmente que dire-
em relação aos seus administrados, não podendo prejudicar nem cionem a Administração Pública, a doutrina administrativa adota
mesmo privilegiar quem quer que seja. Dessa forma a Administra- diversos princípios implícitos que norteiam a Administração Pú-
ção pública deve servir a todos, sem distinção ou aversões pessoais blica, entretanto, nos preocupamos em elencar os principais, senão
ou partidárias, buscando sempre atender ao interesse público. vejamos:
Impede o princípio da impessoalidade que o ato administrativo
seja emanado com o objetivo de atender a interesses pessoais do Princípio da Supremacia do Interesse Público: Tal Princípio,
agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade exclusiva- muito embora não se encontre expresso no enunciado do texto cons-
mente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e impessoal. titucional é de suma importância para a atividade administrativa,
Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade tem es- tendo em vista que, em decorrência do regime democrático adotado
treita relação com o também principio constitucional da isonomia, pelo Brasil, bem como o seu sistema representativo, temos que toda
ou igualdade, sendo dessa forma vedada perseguições ou benesses a atuação do Poder Público seja consubstanciada pelo interesse pú-
pessoais. blico e coletivo.

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Assim, para que o Estado possa atingir a finalidade principal
que lhe foi imposta pelo ordenamento jurídico, qual seja, o interesse 2 PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER
público, é assegurado a administração pública uma série de prer- HIERÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR;
rogativas, não existente no direito privado, para que se alcance a PODER REGULAMENTAR; PODER DE
vontade comum da coletividade. POLÍCIA; USO E ABUSO DO PODER.
Assim, a supremacia do interesse público deve se sobressair
sobre os direitos particulares dos administrados, pois decorre des-
te princípio que, na hipótese de haver um conflito entre o interesse
público e os interesses de particulares, é evidente e lógico que a
vontade comum e o interesse coletivo deve prevalecer, respeitados DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
os princípios do devido processo legal, e do direito adquirido.
A Administração é dotada de poderes ou prerrogativas instru-
mentais que garantem o efetivo desempenho de suas atribuições que
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: Em decor-
lhe são legalmente definidas.
rência do princípio da indisponibilidade do interesse público são ve- Os poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas que
dados ao administrador da coisa pública qualquer ato que implique a Administração Pública possui para alcançar os fins almejados pelo
em renúncia a direitos da administração, ou que de maneira injusti- Estado, tais poderes são inerentes à Administração Pública para que
ficada e excessiva onerem a sociedade. esta possa proteger o interesse público. Encerram prerrogativas de
Dessa maneira, a administração pública deve ter sai ação con- autoridade, as quais, por isso mesmo, só podem ser exercidas nos
trolada pelo povo, por meios de mecanismos criados pelo Estado limites da lei.
para esta finalidade, visto que o interesse público não pode ser dis- Muito embora a expressão poder pareça apenas uma faculdade
ponível. de atuação da Administração Pública, o fato é que os poderes admi-
nistrativos envolvem não uma mera faculdade de agir, mas sim um
dever de atuar diante das situações apresentadas ao Poder Público.
Princípio da Autotutela: O direito Administrativo, diante de suas Trata-se, portanto, de um poder-dever, no sentido de que a Ad-
prerrogativas confere à Administração Pública o poder de corrigir de ministração Pública deve agir, na medida em que os poderes con-
oficio seus próprios atos, revogando os irregulares e inoportunos e feridos ao Estado são irrenunciáveis. Entende-se dessa maneira a
anulando os manifestamente ilegais, respeitado o direito adquirido noção de deveres administrativos oriundos da obrigação do Poder
e indenizando os prejudicados, cuja atuação tem a característica de Público em atuar, utilizando-se dos poderes e prerrogativas atribuí-
autocontrole de seus atos, verificando o mérito do ato administrativo dos mediante lei.
e ainda sua legalidade; O dever de agir está ligado à própria noção de prerrogativas
públicas garantidas ao Estado, que enseja, por consequência, outros
deveres: dever de eficiência, dever de probidade, dever de prestar
Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: A Administra- contas, dever de dar continuidade nos serviços públicos, entre ou-
ção deve agir com bom senso, de modo razoável e proporcional à tros.
situação fática que se apresenta.
A legislação proporciona ao Administrador Público margem de PODER HIERÁRQUICO
liberdade para atuar durante a execução da atividade administrativa,
O Poder Hierárquico é o poder de que dispõe o Executivo para
ficando limitado pelo Princípio da Razoabilidade e Proporcionali-
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e a atuação de seus
dade a arbitrariedade administrativa, sendo certo que a carência de
agentes, estabelecendo assim a relação de subordinação.
observância a tal Princípio configura em abuso de poder.
Importante esclarecer que hierarquia caracteriza-se pela exis-
tência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos,
sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Assim, podemos
Princípio da Continuidade: Os serviços públicos não podem verificar a presença da hierarquia entre órgãos e agentes na esfera in-
parar, devendo manter-se sempre em funcionamento, dentro das for- terna da Administração Direta do Poder Executivo, ou então hierar-
mas e períodos próprios de sua regular prestação, dada a importância quia entre órgãos e agentes internamente de uma fundação pública.
que a execução de tais serviços públicos representa a coletividade. Caracterizam-se pelo poder de comando de agentes administra-
Assim a prestação da atividade administrativa deve ser exe- tivos superiores sobre seus subordinados, contendo a prerrogativa
cutada de forma contínua, sendo certo que tal Princípio influencia de ordenar, fiscalizar, rever, delegar tarefas a seus subordinados.
fortemente a determinação e limitação legal imposta aos servidores É o poder que dispõe o Executivo para distribuir e organizar as
públicos a realização de greves, visto que os serviços públicos con- funções de seus agentes e órgãos, estabelecendo relação de subor-
siderados essenciais para a coletividade não poderá sofrer prejuízos dinação entre seus servidores, tal subordinação, vale destacar, é de
em razão de greves ou paralisações de seus agentes públicos. caráter interno, somente é aplicável dentro da própria Administração
Pública.
A hierarquia estabelece uma ordem de importância gerando for-
Princípio da Especialidade: Por tal principio aplica-se mais as ma às relações de coordenação e de subordinação entre os agentes
autarquias, não podem elas ter outra função, além daquelas para as públicos, adquirindo assim uma relação de subordinação escalonada
quais foram criadas. objetivando a ordem das atividades administrativas.

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Para a preservação do principio hierárquico é indispensável PODER DE POLÍCIA:
mencionar que o descumprimento de ordem de superior hierárquico
constitui-se em ato ilícito, passível de punição administrativa e pe- A partir da Constituição Federal e das leis em nosso ordena-
nal. Assim o servidor público subalterno deve estrita obediência às mento jurídico, foi conferido uma série de direitos aos cidadãos, que
ordens e demais instruções legais de seus superiores. por sua vez, tem o seu pleno exercício vinculado com o bem estar
social.
PODER DISCIPLINAR Assim, é por meio do Poder de Polícia que a Administração
limita o exercício dos direitos individuais e coletivos com o objetivo
O Poder Disciplinar é o poder de punir internamente não só as de assegurar a ordem pública, estabelecendo assim um nível aceitá-
infrações funcionais dos servidores, sendo indispensável à apuração vel de convivência social, esse poder também pode ser denominado
regular da falta, mas também as infrações de todas as pessoas sujei- de polícia administrativa.
tas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. É o poder deferido ao Estado, necessário ao estabelecimento
Decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre to- das medidas que a ordem, a saúde e a moralidade pública exigem.
dos aqueles que se vinculam à Administração. O principio norteador da aplicação do Poder de Polícia é a predomi-
O Poder Disciplinar não pode ser confundido ainda com o nância do interesse público sobre o interesse privado.
Poder Hierárquico, porém a ele está vinculado e é correlato. Pelo O Poder de Polícia resume-se na prerrogativa conferida a Ad-
descumprimento do poder hierárquico o subalterno pode ser punido ministração Pública para, na forma e nos limites legais, condiciona
administrativa ou judicialmente. ou restringe o uso de bens, exercício de direitos e a pratica de ativi-
É assim a aplicação do poder disciplinar, a faculdade do hie- dades privadas, com o objetivo de proteger os interesses gerais da
rarca de punir administrativamente o subalterno, dentro dos limites coletividade.
legais, dessa faculdade de punir verifica-se a existência, mesmo que Assim, é a atividade do Estado que consiste em limitar o exercí-
mínima, da discricionariedade administrativa, pois há análise de cio dos direitos individuais em benefício do interesse público.
conveniência e oportunidade. Mesmo sendo considerado como poder discricionário da Ad-
ministração, o Poder de Polícia é controlado e limitado pelo ordena-
Também não se confunde com o poder punitivo do Estado, que
mento jurídico que regulam a atuação da própria Administração, isto
é realizado através do Poder Judiciário e é aplicado com finalidade
porque o Estado deve sempre perseguir o interesse público, mas sem
social, visando à repressão de crimes e contravenções devidamente
que haja ofensa aos direitos individuais garantidos por lei.
tipificados nas leis penais.
Dessa forma, podemos concluir que o Poder de Polícia é um po-
O poder disciplinar é exercido como faculdade punitiva interna
der de vigilância, cujo objetivo maior é o bem-estar social, impedin-
da Administração Pública e por isso mesmo só abrange as infrações
do que os abusos dos direitos pessoais possam ameaçar os direitos e
relacionadas com o serviço público.
interesses gerais da coletividade.
Em se tratando de servidor público, as penalidades disciplinares Decorre, portanto do Poder de Polícia, a aplicação de sanções
vêm definidas dos respectivos Estatutos. para fazer cumprir suas determinações, fundamentadas na lei, e as-
Cumpre ressaltar que a atuação do Poder Disciplinar deve obe- sim, diversas são as sanções passiveis de aplicação, previstas nas
decer necessariamente aos princípios informativos e constitucionais mais variadas e esparsas leis administrativas, que podem ser aplica-
da Administração, entre eles o principio da legalidade e o principio das no âmbito da atividade de polícia administrativa.
da motivação, aos quais se anexa ao principio da ampla defesa, do
contraditório e do devido processo legal. Poder de Polícia Administrativa:
O Poder de Polícia Administrativa tem o objetivo principal da
PODER REGULAMENTAR manutenção da ordem pública em geral, atuando em situações em
que é possível a prevenção de possíveis cometimentos de infrações
O Poder Regulamentar é o poder inerente e privativo do Chefe legais, entretanto, poderá atuar tanto preventivamente como de for-
do Poder Executivo, indelegável a qualquer subordinado, trata-se do ma repressiva, porem, em ambos os casos, a atuação da Policia Ad-
poder atribuído ao chefe do Poder Executivo para editar atos, com o ministrativa tem a finalidade de evitar e impedir comportamentos
objetivo de dar fiel cumprimento ás leis. dos indivíduos que possam causar prejuízos para a sociedade.
Temos por regulamento como ato normativo, expedido através O Poder de Polícia Administrativa visa a proteção específica de
de decreto, com o fim de explicar o modo e a forma de execução da valores sociais, vedando a práticas de condutas que possam ameaçar
lei, ou prover situações não disciplinadas em lei, importante destacar a segurança pública, a ordem pública, a tranquilidade e bem estar
que o regulamento não tem a capacidade e a competência de inovar social, saúde e higiene coletiva, a moralidade pública, entre outras.
o direito previsto em lei, não cria obrigações, apenas explica e de- Importante esclarecer que o poder de polícia administrativa
talha o direito, e sobretudo, uniformiza procedimentos necessários incide sobre atividades e sobre bens, não diretamente sobre os ci-
para o cumprimento e execução da lei. dadãos, haja vista que não existem sanções aplicadas decorrentes
O regulamento, portanto, constitui-se em um conjunto de nor- do poder de polícia administrativa que impliquem em restrição ao
mas que orientam a execução de uma determinada matéria. direito de liberdade das pessoas como detenção e prisão.
Diante de tais conceitos podemos concluir que o regulamento é Assim, várias são as sanções decorrentes do poder de polícia
a explicitação da lei em forma de decreto executivo, não se inscre- administrativa, tais como: multa administrativa; demolição de cons-
vendo como tal os decretos autônomos, até porque não há em nosso truções irregulares; apreensão de mercadorias com entrada irregular
ordenamento jurídico o instituto dos regulamentos autônomo com no território nacional; interdição de estabelecimento comerciais que
força de lei, cuja competência de edição fica sob a responsabilidade estão em desacordo com a lei; embargos administrativos a obras,
do Chefe do Poder Executivo. entre outras.

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Poder de Polícia Judiciária: - Coercibilidade: Trata-se da imposição coercitiva das deci-
A Polícia Judiciária desenvolve e executa atividades de caráter sões adotadas pela Administração Pública, objetivando a garantia
repressivo e ostensivo, ou seja, possui o dever de reprimir atividades do cumprimento, mesmo que forçado, do ato emanado mediante o
infratoras a lei por meio da atuação policial em caráter criminal, com Poder de Polícia.
sua consequente captura daqueles que infringirem a lei penal. Cumpre esclarecer que todo ato de Polícia tem caráter impera-
Assim, a Polícia Judiciária atua em defesa dos preceitos esta- tivo e obrigatório, ou seja, temos a possibilidade de a administração
belecidos no Código Penal Brasileiro, com foco em sua atuação nas pública, de maneira unilateral, criar obrigações para os administra-
atividades consideradas crime pela lei penal, tendo características e dos, ou então impor-lhes restrições.
prerrogativas ostensivas, repressivas e investigativas. Dessa forma, não existe ato de polícia de cumprimento facul-
A atuação da Polícia Judiciária incide sobre as pessoas, sendo tativo pelo administrado, haja vista que todos os atos adotados com
exercido pelos órgãos especializados do Estado como a Polícia Ci- fundamento no Poder de Polícia admite a coerção estatal para fim
vil e a Polícia Militar, sendo certo que tais atividades repressoras de torná-lo efetivo, sendo certo que tal coerção independe de prévia
e ostensivas objetiva auxiliar o Poder Judiciário, em sua atividade autorização judicial.
jurisdicional, na aplicação da lei em casos concretos, fornecendo o
conjunto probatório suficiente para condenar ou absolver o cidadão
apresentado a Justiça Pública. - Discricionariedade: Os atos discricionários são aqueles
que a Administração Pública pode praticar com certa liberdade de
Diferenças entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciá- escolha e decisão, sempre dentro dos termos e limites legais, quanto
ria: ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e conve-
Diante dos conceitos e explicações acima formuladas, passa- niência administrativa.
mos a identificar as principais diferenças entre a atuação da policia Dessa maneira, na edição de um ato discricionário, a legislação
administrativa e a polícia judiciária. outorga ao agente público certa margem de liberdade de escolha,
A Polícia Administrativa é regida pelas normas do Direito Ad- diante da avaliação de oportunidade e conveniência da pratica do
ministrativo, sendo considerada infração administrativa a não ob- ato.
servância aos preceitos normativos constantes das normas e regula-
mentos administrativos, enquanto que a polícia judiciária é regula- Limites do Poder de Polícia:
mentada pelas normas do Direito Penal e Processual Penal.
A atividade de polícia administrativa é executada pelos órgãos Muito embora a Discricionariedade seja característica do ato
e agentes públicos escalonados e mantidos pela Administração Pú- emanado com fundamento no Poder de Polícia, a lei impõe alguns
blica, a polícia judiciária por sua vez tem suas atividades executa- limites quanto a competência, a forma e aos fins almejados pela Ad-
das privativamente por organizações especializadas no combate e ministração Pública, não sendo o Poder de Polícia um poder absolu-
repressão a pratica criminosa, ou seja, pela Polícia Civil e Polícia to, visto que encontra limitações legais.
Militar. Não podemos perder de vista que toda a atuação administrativa,
As penalidades no caso da polícia administrativa incidem ex- seja em que esfera for, deve obediência ao principio administrativo
clusivamente em produtos e serviços, enquanto as penalidades pre- constitucional da Legalidade, devidamente previsto no artigo 37 da
vistas para a atuação da polícia administrativa recaem sobre pessoas, Constituição Federal.
podendo em alguns casos ocorrer em face de apreensão de produtos, Assim, toda atuação administrativa pautada dentro dos limites
desde que sejam de origem criminosa. legais, seja quanto a competência do agente que executou a atividade
administrativa ou então a forma em que foi realizada, será conside-
Características do Poder de Polícia: rada um ato legal e legítimo, desde que atenda o interesse coletivo.
A doutrina administrativa majoritária considera as principais De outra forma, o ato administrativo que for praticado com ví-
características do Poder de Polícia: cios de competência, ilegalidades, ilegitimidades, ou ainda que con-
trariem o interesse público, será considerado um ato ilegal, praticado
- Autoexecutoriedade: Constitui prerrogativa aos atos emana- com abuso ou desvio de poder.
dos por força do poder de polícia a característica autoexecutória Os limites impostos à atuação do poder de polícia se destinam
imediatamente a partir de sua edição, isso ocorre porque as decisões a vedar qualquer manifestação administrativa revestida de arbitra-
administrativas trazem em si a força necessária para a sua auto exe- riedade e ilegalidade por parte do agente público, sendo certo que
cução. todo e qualquer ato administrativo poderá ser levado a analise de
Os atos autoexecutórios do Poder de Polícia são aqueles que legalidade pelo Poder Judiciário, que tem o poder jurisdicional de
podem ser materialmente implementados pela administração, de anular ato ilegal ou ilegítimo.
maneira direta, inclusive mediante o uso de força, caso seja neces-
sário, sem que a Administração Pública precise de uma autorização ABUSO DE PODER
judicial prévia.
A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se O exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas pelo ordena-
na natureza pública da atividade administrativa, em razão desta, mento jurídico à Administração Pública caracteriza de modo genéri-
atendendo o interesse público, assim, a faculdade de revestimento co, o denominado abuso de poder.
do ato administrativo pela característica da autoexecução de seus Dessa maneira, o abuso de poder ocorre diante de uma ilegiti-
próprios atos se manifesta principalmente pela supremacia do inte- midade, ou, diante de uma ilegalidade, cometida por agente público
resse coletivo sobre o particular. no exercício de suas funções administrativas, o que nos autoriza a

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concluir que o abuso de poder é uma conduta ilegal cometida pelo Segundo o jurista Hely Lopes de Meirelles, serviço público é:
agente público, e, portanto, toda atuação fundamentada em abuso de
poder é ilegal.
Importante destacar que é plenamente possível o abuso de po-
der assumir tanto a forma comissiva, quanto à omissiva, ou seja, o “Todo aquele prestado pela Administração ou por seus dele-
abuso tanto pode ocorrer devido a uma ação ilegal do agente públi- gados, sob normas e controle estatal, para satisfazer necessidades
co, quanto de uma omissão considerada ilegal. essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência
O abuso de poder pode ocorrer de duas maneiras, quais sejam: do Estado”.
excesso de poder ou desvio de poder.

- Excesso de Poder: Ocorre quando o agente público atua fora Para a Profª Maria Sylvia ZanellaDi Prieto, temos o entendi-
dos limites de sua competência, ou seja, o agente público não tinha mento de serviços públicos sob a ótica de dois elementos, ‘subjetivo’
a competência funcional prevista em lei para executar a atividade e ‘formal’, senão vejamos seu posicionamento:
administrativa.
“O elemento subjetivo, porque não mais se pode considerar
- Desvio de Poder: Ocorre quando a atuação do agente é pauta-
que as pessoas jurídicas públicas são as únicas que prestam servi-
da dentro dos seus limites de competência, mas contraria a finalida-
ços públicos; os particulares podem fazê-lo por delegação do poder
de administrativa que determinou ou autorizou a sua atuação.
público, e o elemento formal, uma vez que nem todo serviço público
é prestado sob regime jurídico exclusivamente público”.

3 SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO E


PRINCÍPIOS; DELEGAÇÃO: CONCESSÃO,
PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO. Assim, verifica-se que, nas mais variadas concepções jurídicas
acerca do conceito de “serviço público”, podemos facilmente defi-
nir os pontos em comum e aceitar, de maneira ampla que serviço
público é como o conjunto de todas as atividades exercidas pelo
CONCEITO: Estado ou delegados, sob o regime jurídico de direito público, ou
seja, a atividade jurisdicional, atividade de governo, atividade le-
Inicialmente, devemos elucidar que a Constituição Federal de gislativa, prestação de serviço público, colocados a disposição da
1988 não conceitua “serviço público”, e tampouco temos no ordena- coletividade.
mento jurídico pátrio, em leis esparsas, seu significado legal. De outra forma, estudando o conceito de “serviço público”,
Dessa maneira temos que ficou sob os cuidados da doutrina mas sob análise mais restritiva, temos que são todas as prestações de
administrativa elaborar seu significado, entretanto, não existe um utilidade ou comodidades materiais efetuadas diretamente e exclusi-
conceito doutrinário consensual de “serviço público”. vamente ao povo, seja pela administração pública ou pelos delega-
Nos ensinamentos do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, tários de serviço público, voltado sempre à satisfação dos interesses
temos o conceito de serviço público como: coletivos.
O objetivo da Administração Pública, no exercício de suas atri-
buições, é de garantir à coletividade a prestação dos serviços públi-
“Certas atividades (consistentes na prestação de utilidade ou cos de maneira tal que possa corresponder aos anseios da coletivida-
comodidade material) destinada a satisfazer a coletividade em ge- de, atingindo diretamente o interesse público, devendo o Poder Pú-
ral, são qualificadas como serviços públicos quando, em dado tem- blico disciplinar a aplicação dos recursos materiais (orçamentários),
po, o Estado reputa que não convém relegá-las simplesmente a livre visando a aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade
iniciativa; ou seja, que não é socialmente desejável fiquem tão só e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização e
assujeitadas à fiscalização e controles que exerce sobre a generali- otimização da prestação dos serviços públicos.
dade das atividades privadas.”

Celso Antônio Bandeira de Mello ainda complementa seu con- DELEGAÇÃO


ceito afirmando que:
Não se pode confundir a titularidade do serviço com a titulari-
“É toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade dade da prestação dos serviços públicos, sendo certo que tratam-se
material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruí- de realidades e significados totalmente distintos.
vel singularmente pelos administrados, que o Estado assume como O fato de o Poder Público ser titular de serviços públicos, ou
pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe seja, ser o sujeito que detém a responsabilidade de zelar pela sua
faça as vezes, sob um regime de Direito Público – portanto, consa- prestação, não significa que deva ser obrigatoriamente prestá-los por
grador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais - , si só de maneira exclusiva, sendo que na grande maioria das vezes,
instituído em favor dos interesses definidos como públicos no siste- estará a Administração pública obrigada a disciplinar e promover a
ma normativo”. prestação, bem como efetuar a fiscalização sobre a forma que esta
sendo executado o serviço público.

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Dessa maneira, tanto poderá a administração pública, por meios nistrativo, o contrato de concessão tem como objeto o bem público,
próprios prestar os serviços públicos, como poderá promover-lhes a a utilidade pública e ainda o interesse da coletividade, que se explica
prestação conferindo a entidades externas a administração seu cum- facilmente, pelo fato do destinatário da realização do serviço é jus-
primento e execução. tamente o cidadão.
Entidades externas podem ser assim entendidas como os par- Oportuno ainda esclarecer que nas concessões de serviço públi-
ticulares estranhos aos quadros da administração pública e ainda a co é admitida a subconcessão, desde que prevista em cláusula espe-
administração indireta. Dessa forma, poderá o Poder Público confe- cifica no contrato administrativo e no edital da abertura da licitação,
rir autorização, permissão ou concessão de serviços públicos, como vinculado, entretanto, a autorização do poder concedente, após a
formas de sua execução. ]
verificação do interesse público.
Concessão de serviços públicos: É a delegação de serviços pú-
É possível também ocorrer o instituto da concessão em obras
blicos feita pelo poder concedente mediante licitação na modalidade
públicas, através da privatização temporária de uso. Trata-se de um
concorrência à pessoa que demonstre capacidade para seu desempe-
nho, por sua conta e risco e por prazo determinado. contrato administrativo avençado entre o Poder Público e o conces-
Assim, é delegado ao vencedor da licitação na modalidade de sionário para a execução de uma obra pública, mediante remune-
concorrência pública a prestação de serviços públicos, que geral- ração posterior a ser paga pela exploração dos serviços ou então
mente ocorre no tocante a concessão da execução de serviços pú- utilidades proporcionadas pela própria execução da obra.
blicos. Como dito, a concessão deverá ser formalizada mediante con-
Importante esclarecer o conceito de Poder Concedente, assim trato, a título precário, precedido de procedimento licitatório (na
entendido como a União, o Estado, o DF ou Município, em cuja modalidade de concorrência), definindo o objeto, a área, o prazo
competência se encontre o serviço público, assim a titularidade con- da concessão, o modo de sua execução, a forma e as condições da
tinua sendo sua somente será transferida a execução dos serviços concessão da obra pública, para tanto, a empresa deve demonstrar o
públicos à concessionária. interesse na contratação com o poder concedente, comprovando sua
capacidade para o desempenho das obrigações assumidas da obra,
Nos ensinamentos do jurista Hely Lopes Meirelles, temos que: por sua conta e risco e por prazo determinado.
Ressalta-se que o contrato de concessão de obra pública, firma-
do por tempo determinado, não pode ser objeto de prorrogação, não
“Pela concessão, o poder concedente não transfere a proprie-
se situando a prerrogativa discricionária conferida ao Poder Público,
dade alguma ao concessionário, nem se despoja de qualquer direito
sendo que sua eventual prorrogação fere o princípio da isonomia en-
ou prerrogativa pública. Delega, apenas, a execução do serviço,
tre os licitantes, e participantes do certame licitatório de concessão.
nos limites e condições legais ou contratuais, sempre sujeita à regu-
lamentação e fiscalização do concedente.”

Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, conceituando o Permissão: É a delegação, a título precário, mediante licitação
instituto da concessão de serviço público, ensina que: da prestação de serviços públicos feita pelo poder concedente, a pes-
soa que demonstre capacidade de desempenho por sua conta e risco.
A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato
“É o instituto através do qual o Estado atribuiu o exercício de de adesão, e será contratado sempre em caráter precário, com prazo
um serviço público a alguém que aceita prestá-lo em nome próprio, determinado.
por sua conta em risco, nas condições fixadas e alteráveis unilate- Importante ressaltar que no instituto da permissão de serviços
ralmente pelo Poder Público, mas sob garantia contratual de um públicos admite-se a presença de pessoa física, além da pessoa jurí-
equilíbrio econômico-financeiro, remunerando-se pela própria ex- dica, sendo que a legislação que regula a matéria não inclui a possi-
ploração do serviço, em geral e basicamente mediante tarifas co- bilidade de contratação pela permissão de consórcios.
bradas diretamente dos usuários do serviço”. No instituto da Permissão, a Administração Pública possui a
prerrogativa de estabelecer de forma unilateral os requisitos e condi-
Neste sentido, verifica-se que a concessão é mecanismo de de-
ções impostas diante da execução de serviços públicos permitidos e
legação de direito público, pois, as suas cláusulas contratuais são
confiados ao particular, que durante o procedimento licitatório, com-
editadas pelo Poder Público, que poderá a qualquer tempo modificá-
-las de forma unilateral, tendo em vista que não há que se falar em provou possuir capacidade para seu desempenho.
igualdade entre as partes contratantes em atenção ao principio da Em virtude do caráter precário das permissões e de seu prazo
soberania do Estado. determinado, os permissionários não gozam de prerrogativas garan-
Entretanto, está presente, como em todo contrato, a bilateralida- tidas por lei aos concessionários de serviço público, devendo portan-
de, pois, ao aderir ao contrato de concessão, o concessionário inte- to, seguir as normas e orientações dos Poder Público.
gra a relação jurídica contratual, com declaração de vontade própria,
mas aceitando os termos e condições impostas pela Administração Autorização de serviços públicos: Coloca-se ao lado da con-
Pública. cessão e da permissão de serviços públicos, destina-se a serviços
O que ocorre com os contratos de concessão de serviços pú- muito simples, de alcance limitado, ou a trabalhos de emergência, e
blicos é que são vinculados ao processo licitatório, assim, as suas a hipóteses transitórias e especiais, podendo ainda ser utilizado para
cláusulas devem atender obrigatoriamente o que estiver estipulado as situações em que o serviço seja prestado a usuários específicos e
no edital de abertura da licitação. Por se tratar de um contrato admi- restritos.

Didatismo e Conhecimento 6
DIREITO ADMINISTRATIVO
Assim, temos que a autorização de serviços públicos é o ato DIREITO DO USUÁRIO:
administrativo discricionário por meio do qual é delegada a um par-
ticular, sempre em caráter precário, a prestação de serviços públicos
que não exija alto grau de complexidade e especialização técnica, Atuando como destinatário direto da prestação de serviços pú-
nem mesmo a comprovação do particular autorizado a execução dos blicos, os usuários participam da Administração Pública, com direi-
serviços, possuir grande aporte de capital financeiro. to a reclamação relativa à qualidade na prestação de serviço publico
Para a contratação por meio do instituto da autorização de servi- em geral, sendo assegurada a manutenção de serviços de atendimen-
ços públicos, não há licitação, para tanto, os serviços públicos auto- to ao usuário e avaliação constante e periódica, seja externa ou inter-
rizados estão sujeitos a modificação ou revogação de sua execução, na, da qualidade e efetividade dos serviços colocados à disposição
por meio de ato discricionário da delegação, cuja denominação é da coletividade.
termo de autorização. Todos os cidadãos têm direito a receber dos órgãos públicos
Isto ocorre em virtude da precariedade que reveste o ato admi- informações corretas de seus interesses particulares, ou então de
nistrativo que autorizou a delegação do serviço ao particular. Cum- interesse coletivo em geral. Na hipótese de desatendimento, o inte-
pre esclarecer que a autorização, mesmo sendo precária não possui ressado tem o direito de impetrar a medida conhecida como habeas
prazo determinado para seu encerramento, e em via de regra, não é data, visando assegurar o conhecimento das informações pedidas.
passível de indenização por decorrente de sua revogação. É ainda direito dos usuários de serviços públicos a faculdade de
Oportuno ainda ressaltar que a autorização do serviço público representação contra o exercício negligente, abusivo ou irregular de
não pode ser confundido com a autorização decorrente do ato de cargo, emprego ou função na Administração Pública, cobrando das
polícia administrativa outorgada no exercício do poder de polícia autoridades administrativas providencias para sanar tais irregulari-
conferido a Administração Pública, como condição para a prática de dades ou abusos.
atividades privadas pelos particulares, o que não se pode confundir
com a transferência, por delegação, da titularidade da execução e PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DOS SERVIÇOS PÚ-
prestação dos serviços públicos. BLICOS:
Autorização: poderá ocorrer em duas modalidades que são:
a) autorização de uso – ocorre quando um particular é autoriza-
do a utilizar bem público de forma especial, exemplo: a autorização A relevância e a prevalência do interesse coletivo sobre o inte-
de uso de uma rua para realização de uma quermesse. resse de particulares informam os princípios que orientam a disposi-
b) autorização de atos privados controlados – em que o parti- ção e organização do funcionamento dos serviços públicos. Impor-
cular não pode exercer certas atividades sem autorização do poder tante ressaltar que, a figura principal no serviço público não é seu
público, são atividades exercidas por particulares mas consideradas titular, nem mesmo o prestador dele, as sim o usuário dos serviços.
de interesse público. Além dos princípios gerais do Direito Administrativo, tanto
OBS: autorização é diferente de licença, termos semelhantes. A os princípios expressos na Constituição Federal, como também os
autorização é ato discricionário, enquanto a licença é vinculado. Na implícitos, presentes em toda a atividade administrativa, especifica-
licença o interessado tem direito de obtê-la, e pode exigi-la, desde mente na prestação dos serviços públicos, identifica-se a presença
que preencha certos requisitos, ex. licença para dirigir veículo. de mais quatros, que norteia e orienta a prestação dos serviços colo-
cados a disposição da coletividade, quais são: o Princípio da Conti-
nuidade do Serviço Público; Principio da Mutabilidade do Regime
DA REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE: Jurídico e o Princípio da Igualdade dos Usuários do Serviço Público,
e ainda o Princípio do Aperfeiçoamento.
Cumpre à Administração Pública o dever/poder de regulamen-
tação e o controle quando há ocorrência de concessão e permissão Princípio da Continuidade do Serviço Público: O serviço públi-
de executar os serviços públicos por particulares, visando a garantia co deve ser prestado de maneira continua, o que significa dizer que
da regularidade do atendimento aos seus objetivos, que envolvem não é passível de interrupção. Isto ocorre justamente pela própria
gestão de serviço público. importância de que o serviço público se reveste diante dos anseios
Ao poder concedente, ou seja, ao Poder Público, compete re- da coletividade.
gulamentar o serviço concedido por meio de lei e regulamentos, ou É o principio que orienta sobre a impossibilidade de paralisação,
do próprio contrato, estabelecendo direitos e deveres das partes con- ou interrupção dos serviços públicos, e o pleno direito dos adminis-
tratantes e dos usuários. Importante frisar que, a atividade privada, trados a que não seja suspenso ou interrompido, pois entende-se que
mesmo quando atuante no exercício do serviço público, objetiva o a continuidade dos serviços públicos é essencial a comunidade, não
lucro, daí surge a necessidade permanente de manter a fiscalização. podendo assim sofrer interrupções.
O controle e o poder de fiscalização serão exercidos pela pró- Diante de tal princípio temos o desdobramento de outros de
pria Administração, através do seu sistema de controle interno, ou suma importância para o “serviço público”, quais são: qualidade e
então será exercido, quando provocado, pelo Poder Judiciário e pelo regularidade, assim como com eficiência e oportunidade.
Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas.
Assim, sendo permanente o dever de controlar, tendo em vista Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico: É aquele que
o interesse coletivo, esse controle se efetiva não apenas pela Admi- reconhece para o Estado o poder de mudar de forma unilateral as
nistração Pública, mas também pelo usuário. regras que incidem sobre o serviço público, tendo como objetivo
As Agências Reguladoras, devidamente criadas por lei, vêm a adaptação às novas necessidades, visando o equilíbrio na relação
prestando importante serviço na tarefa de fiscalização das conces- contratual econômico-financeira, satisfazendo o interesse geral à
sões e permissões de serviço público. máxima eficácia.

Didatismo e Conhecimento 7
DIREITO ADMINISTRATIVO
Em atenção ao Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico De acordo com os ensinamentos do jurista Celso Antônio
dos Serviços Públicos, temos a lição da Profª. Maria Sylvia Zanella Bandeira de Mello, ato administrativo pode ser conceituado como:
Di Prieto, que assim leciona: “declaração do Estado (ou de quem lhe faça às vezes – como, por
“Nem os servidores públicos, nem os usuários de serviço pú- exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de
blicos, nem os contratados pela Administração têm direito adqui- prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas
rido à manutenção de determinado regime jurídico; o estatuto dos complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a
funcionários pode ser alterado, os contratos também podem ser controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.
alterados ou mesmo reincididos unilateralmente para atender ao Segundo o conceito formulado por Hely Lopes Meirelles, te-
interesse público; o aumento das tarifas é feito unilateralmente pela mos que: “ato administrativo é toda manifestação unilateral de von-
Administração, sendo de aplicação imediata”. tade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir
e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si
Justamente por vincular-se o regime jurídico dos contratos ad- própria”.
ministrativos de concessão e permissão de serviços públicos aos Para Maria Sylvia Di Pietro, ato administrativo pode ser defini-
preceitos de Direito Público, com suas cláusulas exorbitantes, e do como: “a declaração do Estado ou de quem o represente, produz
ainda em presença da necessidade constante da adaptação dos ser- efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurí-
viços públicos ao interesse coletivo, torna-se necessária e razoável a dico de direito público e sujeita a controle pelo Judiciário”.
possibilidade de alteração, ou mudança do regime de execução dos Dessa forma, temos que é por meio do ato administrativo que a
serviços, objetivando adequar aos interesses coletivos. função administrativa se concretiza, sendo toda a exteriorização da
vontade do Estado, executada pelos agentes públicos, objetivando
alcançar o interesse coletivo.
Principio da igualdade dos usuários dos serviços públicos: Portanto, ato administrativo é a manifestação ou declaração da
Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei e desta Administração Pública, editada pelo Poder Público, através de seus
forma não podemos ser tratados de forma injusta e desigual, assim, agentes, no exercício concreto da função administrativa que exerce,
não se pode restringir o acesso aos benefícios dos serviços públicos ou de quem lhe faça às vezes, sob as regras de direito público, com
para os sujeitos que se encontrarem em igualdade de condições. a finalidade de preservar e alcançar os interesses da coletividade,
Diante de tal principio temos o desdobramento de dois aspectos passível de controle Jurisdicional.
da Igualdade dos Usuários de Serviços públicos:

- A Universalidade que significa dizer que o serviço público ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:
deve ser prestado em benefício de todos os sujeitos que se encon-
tram em equivalente situação.
Entende-se por atributos as qualidades ou características dos
atos administrativos, uma vez que requisitos dos atos administra-
- A Neutralidade, que significa dizer que é impossível dar qual-
tivos constituem condições de observância obrigatória para a sua
quer tipo de privilégios que forem incompatíveis com o princípio da
validade, os atributos podem ser entendidos como as características
isonomia. Logo são “impossíveis” vantagens individuais fundadas
dos atos administrativos.
em raça, sexo, credo religioso, time de futebol e etc. Os atributos dos atos administrativos citados pelos principais
autores são: presunção de legitimidade; imperatividade; autoexecu-
Princípio do Aperfeiçoamento: Temos o aperfeiçoamento como toriedade e tipicidade.
uma constante evolução da sociedade, dessa forma, e simplesmente
por isso, é que no serviço público ele se impõe como um direito do Presunção de Legitimidade: A presunção de legitimidade, ou
cidadão, assim, o aperfeiçoamento da prestação dos serviços públi- legalidade, é a única característica presente em todos os atos admi-
cos vincula-se à eficiência dos serviços a serem prestados. nistrativos.
Assim, uma vez praticado o ato administrativo, ele se presume
legítimo e, em princípio, apto para produzir os efeitos que lhe são
4 ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, inerentes, cabendo então ao administrado a prova de eventual vício
REQUISITOS E ATRIBUTOS; ANULAÇÃO, do ato, caso pretenda ver afastada a sua aplicação, dessa maneira
REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO; verificamos que o Estado, diante da presunção de legitimidade, não
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO. precisa comprovar a regularidade dos seus atos.
Dessa maneira, mesmo quando eivado de vícios, o ato adminis-
trativo, até sua futura revogação ou anulação, tem eficácia plena des-
de o momento de sua edição, produzindo regularmente seus efeitos,
podendo inclusive ser executado compulsoriamente.
CONCEITO:
Imperatividade: Pelo atributo da imperatividade do ato ad-
Atos administrativos são espécies do gênero “ato jurídico”, ou ministrativo, temos a possibilidade de a administração pública, de
seja, são manifestações humanas, voluntárias, unilaterais e destina- maneira unilateral, criar obrigações para os administrados, ou então
das diretamente à produção de efeitos no mundo jurídico. impor-lhes restrições.

Didatismo e Conhecimento 8
DIREITO ADMINISTRATIVO
Importante esclarecer que nem todos os atos administrativos Para os estudos sobre o requisito da competência do ato admi-
são revestidos de imperatividade, mas, da mesma forma que ocorre nistrativo, se mostra necessário e oportuno mencionar a existência
relativamente à presunção de legitimidade, os atos acobertados pela das figuras da avocação de competência e a delegação de compe-
imperatividade podem, em princípio, ser imediatamente impostos tência.
aos particulares a partir de sua edição. A avocação é o ato mediante o qual o superior hierárquico traz
para si o exercício temporário de certa competência atribuída por
Autoexecutoriedade: O ato administrativo possui força execu- lei a um subordinado, devendo ser medida excepcional e de caráter
tória imediatamente a partir de sua edição, isso ocorre porque as precário, sendo que a avocação não será possível quando se tratar de
decisões administrativas trazem em si a força necessária para a sua competência exclusiva do subordinado.
auto execução. A delegação, doutro modo é o ato mediante o qual o superior
A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se hierárquico delega para seu subordinado ou a outro órgão, compe-
na natureza pública da atividade administrativa, cujo principal obje- tência que lhe pertence, também tem a característica de ser tempo-
tivo é o atendimento ao interesse público. rário e revogável a qualquer momento, devendo seguir os limites
Assim, a faculdade de revestimento do ato administrativo pela previstos em lei,
característica da autoexecução de seus atos se manifesta principal- Nos casos em que houver avocação ou delegação de competên-
mente pela supremacia do interesse coletivo sobre o particular. cia não se verifica a transferência da titularidade da competência,
Os atos autoexecutórios são aqueles que podem ser material- apenas o seu exercício. Importante salientar que o ato de delegação
mente implementados pela administração, de maneira direta, inclu- ou avocação de competência é discricionário e revogável a qualquer
sive mediante o uso de força, caso seja necessário, sem que a Admi- momento.
nistração Pública precise de uma autorização judicial prévia. Quando o agente público ou órgão atua fora, ou além, de sua
esfera de competência, temos presente então uma das figuras de abu-
Tipicidade: Para a Profª. Maria Sylvia Di Pietro, a tipicidade so de poder, ou excesso de poder, que, nem sempre está obrigado à
é: “o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a anulação do ato, visto que o vício de competência admite convalida-
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir deter- ção, salvo quando se tratar de competência em razão da matéria ou
minados resultados”. de competência exclusiva.
Visando a segurança jurídica aos administrados, o atributo da
tipicidade garante que o ato administrativo deve corresponder a fi- Finalidade: Ao editar determinado ato administrativo, o Poder
guras previamente estabelecidas pelo ordenamento jurídico vigente. Público deve perseguir o interesse público. É o objetivo principal
que a Administração Pública pretende alcançar com a prática do ato
REQUISITOS E ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRA- administrativo.
TIVO: Dessa maneira a finalidade do ato deve ser sempre o interesse
da coletividade e a finalidade específica prevista em lei para aquele
A doutrina administrativa é pacifica em apontar cinco requisitos ato da administração.
básicos, ou elementos dos atos administrativos: competência, finali- Sendo requisito de validade do ato, é nulo qualquer ato pratica-
dade, forma, motivo e objeto. do visando exclusivamente o interesse privado, ou seja, o desaten-
Além dos requisitos elaborados pela doutrina administrativa, dimento a qualquer das finalidades do ato administrativo configura
aplicam-se aos atos administrativos os requisitos gerais de todos os vício insanável, com a obrigatória anulação do ato. O vício de fina-
atos jurídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito e forma lidade é denominado pela doutrina como desvio de poder, configu-
prescrita ou não proibida em lei. rando em uma das modalidades do abuso de poder.
Trata-se de requisitos fundamentais para a validade do ato ad- Forma: é o modo de exteriorização do ato administrativo. Todo
ministrativo, pois o ato que for editado ou praticado em desacordo ato administrativo, em principio, deve ser formal, e a forma exigida
com o que o ordenamento jurídico estabeleça para cada requisito, pela lei quase sempre é escrita, em atendimento inclusive ao princi-
será, via de regra, um ato nulo. pio constitucional de publicidade.
A forma, ou formalidade é o conjunto de exterioridades que
Competência: O requisito da Competência pode ser definido devem ser observadas para a regularidade do ato administrativo. As-
como o poder legal conferido ao agente público para o desempenho sim, temos que todo ato administrativo é formal, pelo que sua falta
regular e específico das atribuições de seu cargo. resulta, necessariamente, na inexistência do ato administrativo.
A competência é a condição primeira de validade do ato admi-
A forma do ato administrativo pode ser entendido em dois sen-
nistrativo, onde deve haver uma análise sobre a incidência ou não
tidos, no amplo e no estrito.
da capacidade específica e legalmente definida para a prática do ato.
Em sentido amplo, a forma do ato administrativo é o procedi-
Importante observar que a noção de competência do agente, na
mento previsto em lei para a prática regular do ato.
esfera do Direito Administrativo, alcança, além do agente, também
Seu sentido estrito refere-se ao conjunto de requisitos formais
o órgão do Estado que ele representa.
que devem constar no próprio ato administrativo, de acordo com
Dessa forma, conclui-se que competência é prerrogativa do Es-
suas formalidades próprias.
tado, exercitada por seus agentes, respeitada a hierarquia e distribui-
ção constitucional de atribuições.
A competência é um elemento, ou requisito, sempre vinculado, Motivo: É a causa imediata do ato administrativo, é a situação
ou seja, não há possibilidade de escolha na determinação da com- fática, ou jurídica, que determina ou possibilita a atuação adminis-
petência para a prática de um ato, tendo em vista que tal vinculação trativa, razão pela qual todo ato administrativo deve ser motivado,
decorre de lei. assim temos que o motivo é elemento integrante do ato.

Didatismo e Conhecimento 9
DIREITO ADMINISTRATIVO
O motivo do ato administrativo não se traduz apenas como um Atos administrativos externos são os que atingem os cidadãos
elemento, mas também como um pressuposto objetivo do ato em si, administrados de forma geral, criando direitos ou obrigações gerais
pois o motivo que deu origem ao Ato Administrativo tornou-se regra ou individuais, declarando situações jurídicas. Para esses atos é ne-
jurídico-administrativa obrigatória. cessário que haja a publicação em imprensa oficial, como condição
Diante da possibilidade legal de controle externo do ato admi- de vigência e eficácia do ato.
nistrativo (exercido pelo Poder Judiciário e Poder Legislativo) anali-
sando a legalidade e legitimidade dos atos, a doutrina administrativa
Atos Simples, Complexo e Composto: Ato administrativo sim-
formulou a teoria dos motivos determinantes, que vincula a reali-
ples é aquele que decorre de uma única manifestação de vontade, de
zação do ato administrativo com os motivos que o originaram, sendo
um único órgão, unipessoal ou mediante apreciação de colegiado.
certo que o ato deve ser praticado por agente competente e de acordo
com as determinações legais. Assim, o ato simples esta completo somente com essa manifestação,
não dependendo de outra, seja concomitante ou posterior, para que
A teoria dos motivos determinantes vincula a existência e a per- seja considerado perfeito, não dependendo ainda de manifestação de
tinência dos motivos (fáticos e legais) à efetiva realização do ato, outros órgãos ou autoridades para que possa produzir seus regulares
demonstrando os motivos que declarou como causa determinante a efeitos.
prática do ato.
Ato administrativo complexo é o que necessita, para sua forma-
Dessa maneira, caso seja comprovada a não ocorrência do mo- ção e validade, da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos,
tivo ou a situação declarada como determinante para a prática do ou autoridades, diferentes.
ato, ou então a inadequação entre a situação ocorrida e o motivo
descrito na lei, o ato será nulo. Ato administrativo composto é aquele cujo conteúdo resulta
de manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção
Não se pode confundir Motivo com Motivação, visto que Mo- de seus regulares efeitos dependem de outro ato que o aprove. A
tivação é a declaração expressa dos motivos que determinaram e atribuição desse outro ato é simplesmente instrumental, visando a
justificaram a prática do ato administrativos. autorizar a prática do ato principal, ou então conferir eficácia a este.
Ressalta-se que o ato acessório ou instrumental em nada altera o
conteúdo do ato principal.
Objeto: O objeto é o próprio conteúdo material do ato. O objeto
do ato administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio do
qual a administração manifesta sua vontade, ou simplesmente atesta Ato Válido, Ato Perfeito e Ato Eficaz: Ato válido é o que esta
situações preexistentes. em total conformidade com o ordenamento jurídico vigente, aten-
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, o objeto do dendo as exigências legais e regulamentares impostas para que se-
ato administrativo “é aquilo que o ato dispõe, isto é, o que o ato jam validamente editadas, não contendo qualquer vício ou defeito,
decide, enuncia, certifica, opina ou modifica na ordem jurídica” irregularidades ou ilegalidades.
Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria Ato administrativo perfeito é o qual esta pronto, acabado, que
alteração na esfera jurídica que o ato provoca, é o efeito jurídico já esgotou e concluiu o seu ciclo, foram exauridas todas as etapas
imediato que o ato editado produz. de formação, já esgotaram todas as fases necessárias para a sua pro-
dução.
Ato administrativo eficaz é aquele que já está disponível e apto
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: a produzir seus regulares efeitos, sendo capaz de atingir sua pleni-
tude e alcance.
Atos Gerais e Atos Individuais: Os atos administrativos gerais
caracterizam-se por não possuir destinatários diretos e determina-
dos, apresentam apenas situações normativas aplicáveis a todos os ESPÉCIES:
administrados e hipóteses fáticas que se enquadrem nos casos des-
critos de forma abstrata. Segundo a doutrina majoritaria administrativa, podemos agru-
Assim, é possível dizer que tais atos possuem como caracterís- par os atos administrativos em 5 cinco espécies:
tica a generalidade e abstração.
Os atos administrativos individuais são aqueles que possuem Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do
destinatário final certo e determinado, produzindo seus efeitos de Executivo visando ao cumprimento de uma lei. Podem apresentar-se
maneira direta e concreta e de forma individualizada, seja consti- com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que
tuindo ou declarando situações jurídico-administrativa particulares. regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de
O ato individual pode ter um único destinatário – ato singular – ou nomeação de um servidor).
então diversos destinatários, desde que determinados e identificados
São atos normativos: o decreto; o regimento; e a resolução.
– atos plúrimos.
Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcio-
namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Atos Internos e Atos Externos: Atos administrativos internos,
São ordinatórios os atos administrativos que disciplinam e regram o
são aqueles destinados a produzir efeito somente no âmbito da Ad-
funcionamento dos órgãos da Administração Pública e orientam os
ministração Publica, atingindo de forma direta e exclusiva seus ór-
gãos e agentes. rocedimentos adotados pelos agentes públicos.

Didatismo e Conhecimento 10
DIREITO ADMINISTRATIVO
De acordo com Hely Lopes de Meirelles: “são aqueles que só EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO:
atuam no âmbito interno das repartições e só alcançam os servido-
res hierarquizados à chefia que os expediu. Não obrigam aos parti- O ato administrativo vigente permanecerá produzindo seus
culares, nem aos funcionários subordinados a outras chefias.” efeitos no mundo jurídico até que algo capaz de alterar essa condi-
Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por ção ocorra.
chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos
particulares. Uma vez publicado e eivado de vícios, terá plena vigência e
São atos ordinatórios: as instruções; as circulares; os avisos; as deverá ser cumprido, em atendimento ao atributo da presunção de
portarias; as ordens de serviço; os ofícios e os despachos. legitimidade, até o momento em que ocorra formalmente a sua ex-
tinção, por meio da Anulação ou Revogação do Ato Administrativo.
Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante do
de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios em sua formação, ou
jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições então poderá ser declarada a falta de necessidade de sua validade.
impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Muito embora apresentem interesses de ambas as partes, exter- Neste sentido o Supremo Tribunal Federal (STF) editou a Sú-
nando a manifestação de vontades entre a administração e o admi- mula 473 que assim garante: A administração pode anular seus
nistrado, o ato administrativo negocial possui natureza unilateral, próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, por-
visto que são editados pela Administração Pública, sob as normas do que deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
direito público, assim, a vontade do destinatário não é relevante para conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
a formação do ato negocial, visto que necessita apenas de provoca- ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
ção, e depois a aceitação da vontade externada pelo Poder Público. Assim, o ato administrativo é considerado extinto quando ocor-
São atos negociais: a licença; autorização; permissão; aprova- rer as principais formas de extinção.
ção; admissão; homologação e a dispensa.

Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração Revogação: é modalidade de extinção de ato administrativo que
se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião ocorre por razões de oportunidade e conveniência da Administração
sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e Pública, atendido o interesse coletivo.
arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao
motivo e ao conteúdo. A Administração Pública pode revogar um ato quando entender
que, embora se trate de um ato válido, que atenda a todas as pres-
Segundo Hely Lopes de Meirelles temos que “aos atos enun- crições legais, não atende adequadamente ao interesse público no
ciativos embora não contenham uma norma de atuação, nem orde- caso concreto.
nem a atividade administrativa interna, nem estabeleçam uma rela- Assim, temos que a revogação é a retirada, do mundo jurídico,
ção negocial entre o Poder Público e o particular, enunciam, porém, de um ato válido, mas que, por motivos de oportunidade e conve-
uma situação existente, sem qualquer manifestação de vontade da
niência (discricionariedade administrativa), tornou-se inoportuno ou
Administração”.
inconveniente a sua manutenção.
Não há, no ato enunciativo, o estabelecimento de uma relação Importante esclarecer que a medida de revogação de ato ad-
jurídica, justamente por não conter uma manifestação de vontade do ministrativo é ato exclusivo e privativo da Administração Pública
Poder Público, mas sim enunciando um fato ja existente. que praticou o ato revogado. Assim, o Poder Judiciário em hipótese
São atos enunciativos: a certidão; o atestado e o parecer. alguma poderá revogar um ato administrativo editado pelo Poder
Executivo ou Poder Legislativo. Tal imposição decorre do Princípio
Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta da Autotutela do Estado em revogar seus próprios atos, de acordo
pela lei e aplicada pela Administração, visando a punir as infrações com sua vontade.
administrativas e condutas irregulares de servidores ou de
particulares perante a Administração. O ato revogatório não retroage para atingir efeitos passados do
Possuem o objetivo, de acordo com os ensinamentos de Hely ato revogado, apenas impedindo que este continue a surtir efeitos,
Lopes de Meirelles “de unir e reprimir as infrações administrativas assim, temos que a revogação do ato administrativo opera com o
ou a conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante efeito “ex nunc”, ou seja, os efeitos da revogação não retroagem,
a Administração”. passando a gerar seus regulares efeitos a partir do ato revogatório.
Pode-se concluir então que os atos punitivos podem ser exter-
nos, quando aplicados aos administrados; e internos, quando aplica-
dos aos servidores da própria administração. Anulação: ocorre quando um ato administrativo estiver eivado
São atos punitivos externos: multa; interdição de atividades; de vícios, relativos à legalidade ou legitimidade.
destruição de coisas; demolição administrativa; a cassação e o con- Assim que os vícios forem identificado pela própria Adminis-
fisco. tração Pública, esta poderá anulá-lo de ofício. É possivel ainda que
São atos punitivos internos: o afastamento preventivo de servi- algum cidadão identifique os vícios e ilegalidades do ato adminis-
dor investigado; advertencia; suspensão; demissão e a cassação de trativo e comunique a Administração Pública, que poderá anulá-lo.
aposentadoria.

Didatismo e Conhecimento 11
DIREITO ADMINISTRATIVO
A anulação do ato administrativo quando estiver com vícios ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS:
de ilegalidade ou ilegitimidade poderá ocorrer ainda por decisão
fundamentada do Poder Judiciário. Entretanto, o Poder Judiciário Os atos vinculados são os que a Administração Pública pratica
não poderá atuar de oficio, deverá aguardar a impetração de medi- sem qualquer margem de liberdade de decisão, tendo em vista que a
da judicial por qualquer interessado na anulação do ato. O controle lei previamente determinou a única medida possível de ser adotada
de legitimidade ou legalidade deverá ocorrer em sua forma, nunca sempre que se configure a situação objetiva descrita em lei.
em relação ao mérito do ato administrativo. Importante esclarecer Os atos discricionários são aqueles que a Administração Pública
que nem todo ato administrativo que estiver com vício de legalida- pode praticar com certa liberdade de escolha e decisão, sempre den-
de ou legitimidade deverá obrigatóriamente ser anulado, antes deve tro dos termos e limites legais, quanto ao seu conteúdo, seu modo de
ser verificado se tal vício é sanável ou insanável. Assim, quando se realização, sua oportunidade e conveniência administrativa.
verificar que trata-se de um vício insanável, a anulação do ato deve Dessa maneira, na edição de um ato vinculado a administração
ser obrigatória, entretanto, quando se tratar de um vício sanável, o Pública não dispõe de nenhuma margem de decisão, sendo que o
ato poder ser anulado ou convalidado, de acordo com a discriciona- comportamento a ser adotado pelo Administrador está regulamen-
riedade conferida à Administração Pública, que irá efetuar análise tado em lei, enquanto na edição de um ato discricionário, a legis-
de oportunidade e conveniência da manutenção dos efeitos do ato lação outorga ao agente público determinada margem de liberdade
administrativo. A anulação age retroativamente, ou seja, todos os de escolha, diante da avaliação de oportunidade e conveniência da
efeitos provocados pelo ato anulado também são nulos, daí surge pratica do ato.
o denominado efeito “ex tunc”, que significa dizer justamente que, Neste sentido, oportuno esclarecer a expressão “Mérito Admi-
com a anulação, os efeitos do ato retroage desde a sua origem. nistrativo”. O mérito do ato administrativo não é considerado re-
quisito para a formação do ato, mas tem implicações com o motivo
e o objeto do ato, e consequentemente, com as suas condições de
CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: validade e eficácia.
O mérito administrativo consubstancia-se, portanto, na valora-
ção dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Adminis-
Temos como regra geral que, os ato administrativos quando ei-
tração incumbida de sua prática quando autorizada a decidir sobre a
vados de vícios de legalidade ou legitimidade devem ser anulados.
conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar.
Entretanto, algumas hipóteses de vicios de legalidade dão origem a
O merecimento é aspecto pertinente apenas aos atos adminis-
atos administrativos meramente anuláveis, ou seja, atos que, a cri-
trativos praticados no exercício de competência discricionária. Nos
tério da Adminstração Pública poderão ser anulados ou então con-
atos vinculados não há que se falar em mérito, visto que toda a atua-
validados.
ção do Poder Executivo se resume no atendimento das imposições
Desta forma, convalidar um ato administrativo é corrigi-lo ou legais. Quanto ao mérito administrativo a Administração decide li-
regularizá-lo, desde que não acarretem lesão os interesse público vremente, e sem possibilidade de correção judicial, salvo quando
nem mesmo prejuízo a terceiro, assim, verificados as condições seu proceder caracterizar excesso ou desvio de poder.
acima, os atos que apresentarem defeitos sanáveis, ou passiveis de
correção, poderão ser convalidados pela Própria Administração Pú-
blica.
5 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:
Temos, portanto, que para a possibilidade de convalidação de ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA;
ato administrativo, é necessário atender as seguintes condições: CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA;
- O defeito seja sanável; AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS
PÚBLICAS E SOCIEDADES
- O ato convalidado não poderá acarretar lesão ao interesse pú- DE ECONOMIA MISTA.
blico;
- O ato convalidado não poderá acarretar prejuízos a terceiros.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:
Por defeitos sanáveis temos aqueles cujos vícios são relativos à
competência quanto à pessoa que editou o ato, desde que não se trate
de hipótese de competência exclusiva, e ainda quando ocorrer vício
quanto a forma, desde que a lei não considere a forma um elemento De acordo com os ensinamentos do jurista administrativo Hely
do ato essencial à validade do mesmo. Lopes Meirelles, organização da Administração Pública é “todo o
A convalidação pode incidir sobre atos vinculados e atos discri- aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços,
cionários, pois não se trata de controle de mérito, mas sim de legali- visando à satisfação das necessidades coletivas”. De maneira obje-
dade e legitimidade, relativos a vícios do ato administrativo sanável, tiva, temos que Organização da Administração Pública é toda a ati-
cuja análise recai sobre os elementos de competência e forma, pois, vidade concreta e imediata desenvolvida pelo Estado para o alcance
caso a analise fosse feita sobre os elementos de motivo ou objeto, o dos interesses públicos. De maneira subjetiva, podemos afirmar que
controle seria no mérito administrativo do ato. trata-se do conjunto de órgãos e de agentes públicos aos quais a lei
atribui o exercício da função administrativa do Estado.

Didatismo e Conhecimento 12
DIREITO ADMINISTRATIVO
CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CON- A organização da Administração Pública Federal está regula-
CENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO. mentada por meio do Decreto 200/67, que assim dispõe sobre a Ad-
ministração Direta:
O Estado exerce função administrativa por meio de órgãos,
pessoas jurídicas e seus respectivos agentes públicos, objetivando
DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE
atender o interesse coletivo. Para tanto, o Estado adota duas formas
principais para a organização e atuação administrativa: centraliza- FEVEREIRO DE 1967.
ção e descentralização.

Ocorre a centralização administrativa quando o Estado exerce Art. 4° A Administração Federal compreende:
suas funções diretamente, por meio de seus órgãos e agentes públi- I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços inte-
cos integrantes, assim, dizemos que a atividade administrativa do grados na estrutura administrativa da Presidência da República e
estado é centralizada quando é exercida pelo próprio Estado, ou seja, dos Ministérios.
pelo conjunto orgânico que lhe compõe.

Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o ADMINISTRAÇÃO INDIRETA


Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras
pessoas, e não pela sua administração direta. Assim, dizemos que a É o conjunto de pessoas jurídicas – desprovidas de autonomia
atividade administrativa do Estado é descentralizada quando é exer- política – que, vinculadas à Administração Direta, têm a competência
cida por pessoas distintas do Estado, sendo que há transferência de para o exercício, de maneira descentralizada, de atividades
competência para a execução do serviço público que lhe são perti- administrativas. São composta por entidades com personalidade
nentes para seus auxiliares. jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades de
Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias,
A descentralização é efetivada por meio de outorga quando o Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
estado cria, por meio de lei, uma entidade ou pessoa jurídica, e a ela A organização da Administração Pública Federal está regula-
lhe transfere determinado serviço público. mentada por meio do Decreto 200/67, que assim dispõe sobre a Ad-
ministração Indireta:
De outro modo, a descentralização é efetivada pó meio de dele-
gação quando a Administração Pública transfere, mediante contrato DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE
administrativo (concessão ou permissão de serviços públicos), ou
por meio de ato unilateral (autorização de serviços públicos), a exe- FEVEREIRO DE 1967.
cução do serviço.
Art. 4° A Administração Federal compreende:
A concentração, ou “concentração de competência”, ou ainda
...
“administração concentrada” é o sistema em que o superior hie-
rárquico mais elevado é o único e exclusivo órgão competente para II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes ca-
tomar decisões, ficando os seus subordinados restritos e limitados tegorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
às tarefas de preparação e execução das decisões do superior hie- a) Autarquias;
rárquico.
b) Empresas Públicas;
A desconcentração é o fenômeno, ou forma de organização
administrativa, de distribuição interna de competências. Diferente- c) Sociedades de Economia Mista.
mente da descentralização, que envolve sempre mais de uma pessoa d) fundações públicas. Parágrafo único. As entidades com-
jurídica de direito público, a desconcentração ocorre exclusiva- preendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério
mente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica. em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal ati-
Trata-se, a desconcentração, de mera técnica administrativa de vidade.
distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica.Ocorre
desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma
entidade da administração indireta distribui competências no âmbito Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
de sua própria estrutura com a finalidade de conferir mais agilidade I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com per-
e eficiência a prestação dos serviços sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira des-
ADMINISTRAÇÃO DIRETA centralizada.
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí-
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo
Estado (União, estados, municípios e Distrito Federal), aos quais da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica
foi atribuída competência para o exercício, de maneira centralizada, que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência ou
de atividades administrativas, é composta por órgãos ligados direta- de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das
mente ao poder central, seja na esfera federal, estadual ou municipal. formas admitidas em direito.

Didatismo e Conhecimento 13
DIREITO ADMINISTRATIVO
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de per- Sendo considerada como pessoa jurídica de direito privado,
sonalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a explo- cuja administração fica sob responsabilidade exclusivamente pelo
ração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, Poder Público, instituído por um ente estatal, com a finalidade defi-
cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União nida em lei específica e sendo de propriedade única do Estado.
ou a entidade da Administração Indireta. A finalidade pode ser de atividade econômica ou de prestação
de serviços públicos. Trata-se de pessoa jurídica que tem sua criação
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade autorizada por lei, como instrumento de ação do Estado, dotada de
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de personalidade de direito privado mas submetida a certas regras de-
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que corrente da finalidade pública, constituídas sob qualquer das formas
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, admitidas em direito, cujo capital seja formado por capital formado
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos unicamente e exclusivamente por recursos públicos de pessoa de
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recur- administração direta ou indireta. Pode ser Federal, municipal ou es-
sos da União e de outras fontes. tadual.
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a
regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à Sociedade de Economia Mista: É a entidade dotada de perso-
União, em caráter permanente. nalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração
de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Adminis- ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a
tração Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo. entidade da Administração Indireta.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adqui- Trata-se de uma sociedade na qual há colaboração entre o Esta-
rem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de do e particulares ambos reunindo e unificando recursos para a rea-
sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes lização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. A socie-
aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às dade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito privado e
fundações. não se beneficia de isenções fiscais ou de foro privilegiado. O Estado
poderá ter uma participação majoritária ou minoritária; entretanto,
mais da metade das ações com direito a voto devem pertencer ao
Assim, temos doutrinariamente: Estado. A sociedade de economia mista é do gênero de sociedade
anonima, e seus funcionários são regidos pela Consolidação das
Autarquias: É o serviço autônomo, criado por lei, com perso- Leis Trabalhistas – CLT.
nalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar ati-
vidades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descen- Fundação Pública: É a entidade dotada de personalidade jurídi-
tralizada. ca de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de au-
Trata-se de pessoa jurídica de direito público, o que significa torização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não
dizer que tem praticamente as mesmas prerrogativas e sujeições da exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
administração direta. O seu regime jurídico pouco se diferencia do autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respec-
estabelecido para os órgãos da Admininstração Direta, aparecendo, tivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da
perante terceiros, como a própria Administração Pública. Difere da União e de outras fontes.
União, Estados e Municípios (pessoas públicas políticas) por não As fundações públicas são organizações dotadas de
ter capacidade política, ou seja, o poder de criar o próprio direito, é personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criadas
pessoa pública administrativa, porque tem apenas o poder de auto- para um fim específico de interesse coletivo, como educação, cultura
-administração, nos limites estabelecidos em lei. e pesquisa, sempre merecedoras de um amparo legal. As fundações
públicas são autonomas admininstrativamente, patrimônio próprio,
Desta forma, temos que a autarquia é um tipo de administração
e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do poder
indireta e está diretamente relacionada à administração central, visto
público, mesmo que sob a forma de prestação de serviços.
que não pode legislar em relação a si, mas deve obedecer à legisla-
ção da administração à qual está subordinada.
É ainda importante destacar que as autarquias possuem bens e
receita próprios, assim, não se confundem com bens de propriedade 6 ÓRGÃOS PÚBLICOS: CONCEITO,
da Administração direta à qual estão vinculadas. Igualmente, são NATUREZA E CLASSIFICAÇÃO.
responsáveis por seus próprios atos, não envolvendo a Administração
central, exceto no exercício da responsabilidade subsidiária.

ÓRGÃOS PÚBLICOS:
Empresa Pública: Trata-se da entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu-
sivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econô- É uma unidade estatal com atribuição específica dentro da or-
mica que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência ganização do Estado. É composto por agentes públicos que dirigem
ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer e compõem o órgão, voltado para o cumprimento de uma atividade
das formas admitidas em direito. a ser desenvolvida pelo Estado.

Didatismo e Conhecimento 14
DIREITO ADMINISTRATIVO
Em outras palavras, os órgãos públicos são unidades integrantes QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL:
da estrutura administrativa de uma mesma pessoa jurídica nas quais
são agrupadas as competências a serem exercídas por meio de seus - Órgãos Singulares: são aqueles que decidem e atuam por meio
agentes públicos, ou seja, são simples conjutos de competência, sem de um único agente, o superior hierárquico. Os órgãos singulares
personalidade jurídica própria, resultados de uma técnica de organi- possuem vários agentes auxiliares, mas sua característica de singula-
zação administrativa conhecida como “desconcentração” ridade é expressa pelo desenvolvimento de sua função por um único
agente, em geral o titular
Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas não têm
- Órgãos Coletivos: são aqueles que decidem pela manifestação
personalidade jurídica, uma vez que são apenas parte de uma estru-
de vários membros, de forma conjunta e por maioria de votos, sem
tura maior, essa sim detentora de personalidade.
a prevalência da vontade de um chefe prebiamente determinado. A
Como parte da estrutura superior, o órgão público não tem von- vontade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatu-
tade própria, limitando-se a cumprir suas finalidadades dentro da tária.
competência funcional que lhes foi determinada decorrente da or-
ganização estatal.
Teoria do Órgão:

Classificação dos Órgãos Públicos:


Pela Teoria do Órgão, amplamente adotada por nossa doutrina
e jurisprudência administrativa, presume-se que a pessoa jurídica de
QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL: direito público manifesta suas vontades por meio dos seus órgãos,
que são partes integrantes da própria estrutura da Administração Pú-
- Órgãos independentes- São os definidos na Constituição e blica ou centros de competências criados para expressar a vontade
representativos dos Poderes do Estado. Não possuem qualquer su- do Estado, de tal modo que, quando os agentes que atuam nestes ór-
bordinação hierárquica e somente são controlados uns pelos outros. gãos manifestam sua vontade, considera-se que esta foi manifestada
Ex.: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, pelo próprio Estado.
Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes, Ministério Público e Tri- A Teoria do Órgão é muito utilizada para justificas a validade
bunais de Contas. dos atos praticados por agentes públicas, quando atuam no exercício
- Órgãos autônomos - São os subordinados diretamente à cúpula regular de suas atribuições, pois considera-se que o ato praticado
da Administração. Têm ampla autonomia administrativa, financeira pelo agente público é ato emanado do órgão ao qual atua e está vin-
e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de culado, assim, é considerado como ato administrativo.
planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades
que constituem sua área de competência. Seus dirigentes são, em Deve-se esclarecer que não é qualquer ato que será imputado à
geral, agentes políticos nomeados em comissão. São os Ministérios Administração Pública. É necessário que o ato revista-se, ao menos,
e Secretarias, bem como a AGU (Advocacia-Geral da União) e as de aparência de ato jurídico público legítimo e seja praticado por
Procuradorias dos Estados e Municípios. alguém que se deva presumir ser um agente público devidamente
- Órgãos superiores - Detêm poder de direção, controle, decisão investido no cargo. Fora desses casos, o ato não será considerado
e comando dos assuntos de sua competência específica. Represen- ato do Estado.
tam as primeiras divisões dos órgãos independentes e autônomos. Assim, para que possa haver a imputação, a pessoa que pratica
Ex.: Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos, Divisões, etc. o ato administrativo deve fazê-lo em uma situação tal que leve o
- Órgãos subalternos - São os que se destinam à execução dos administrado a presumir regular sua atuação.
trabalhos de rotina, cumprindo ordens superiores. Ex.: portarias, se-
ções de expediente, etc.

QUANTO À ESTRUTURA: 7 SERVIDORES PÚBLICOS: CARGO,


EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICOS.
- Órgãos Simples: são também conhecidos por unitários, ou
unos, são aqueles que possuem apenas um centro único de compe-
tência, sua característica fundamental é a ausência de outro órgão
em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho de suas funções
- Órgãos Compostos: São queles os quais detém estruturas com- CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS
postas por outros órgãos menores, seja com desempenho de função
principal seja de auxilio nas atividades, as funções são distribuídas
em vários centros de competência, sob a supervisão do órgão de
chefia, respeitadas as ordens hierárquicas. Considera-se “Agente Público” toda pessoa física que exerça,
mesmo que de maneira temporária e transitória, com ou sem remu-
- Órgãos Federais: São os órgãos ligados a administração públi- neração, mediante eleição, nomeação, designação, contratação ou
ca central localizada na esfera federal, a Caixa Econômica Federal qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
(CEF) é uma das empresas. emprego ou função pública.

Didatismo e Conhecimento 15
DIREITO ADMINISTRATIVO
Conforme se pode observar do conceito de Agente Público, seu - Agentes Delegados: são os particulares que recebem a atribui-
sentido é amplo, englobando todas as pessoas físicas que, de qual- ção de exercerem determinada atividade, obra ou serviço público,
quer modo e a qualquer título, exercem uma função pública, me- fazendo-o em nome próprio e por sua conta em risco, sob a fiscali-
diante remuneração ou gratuita, permanente ou temporária, política zação permanente do poder delegante.
ou administrativa, atuando em nome do Estado. Ressalta-se que não possuem caráter de servidores públicos,
Assim, temos que o Agente Público é a pessoa natural mediante nem mesmo atuam em nome da administração pública, são colabo-
o qual a Administração Pública se manifesta e atua, são competentes radores que se sujeitam, durante a prestação dos serviços públicos a
para exteriorizar as vontades do Estado, em razão de vínculos jurí- responsabilidade civil objetiva.
dicos existentes entre o Poder Público e o individuo que está exer- Como exemplo de Agentes Delegados temos: As Concessio-
cendo função pública. nárias e Permissionárias de serviços públicos, leiloeiros, tradutores
públicos, etc.
ESPÉCIES:
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA:
A doutrina identifica e classificam em categorias os integrantes
do gênero ‘Agente Público’, as seguintes espécies: - Cargos públicos: nos ensinamentos do professor e jurista Cel-
- Agentes Políticos: são os integrantes dos mais altos graus do so Antônio Bandeira de Mello, temos que cargos públicos: “São as
Poder Público, aos quais incumbe a elaboração das diretrizes de mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expres-
atuação do governo, e das funções de direção, orientação e fiscaliza- sadas por um agente , prevista em número certo, com denomina-
ção geral da atuação da Administração Pública. ções próprias, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito Público
São Agentes Políticos: os chefes do Poder Executivo, em suas e criadas por lei”.
diferentes esferas (Presidente da República, governadores e prefei- Importante esclarecer que aqueles que são titulares de cargos
tos), seus auxiliares imediatos (Ministros e secretários estaduais ou públicos são submetidos ao regime estatutário, são servidores públi-
municipais), bem como os membros do Poder Legislativo (senado- cos efetivos e/ou comissionados.
res, deputados e vereadores); - Empregos Públicos: para Celso Antônio Bandeira de Mello,
- Servidor Público: na definição do jurista Celso Antônio Ban- “São núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preen-
deira de Mello, temos que são servidores públicos: “Todos aque- chidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação
les que mantêm vínculo de trabalho profissional com as entidades trabalhista”.
governamentais, integrados em cargos ou empregos da União, Destaca-se que os ocupantes de empregos públicos são regidos
Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e ao regime contratual, obedecidos as regras da CLT, com natureza
fundações de Direito Público. Em suma: são os que entretêm com trabalhista.
o Estado e com as pessoas de Direito Público da Administração - Funções Públicas: são as funções de confiança e ainda as fun-
indireta relação de trabalho de natureza profissional e caráter não ções exercidas por agentes públicos contratado por tempo certo e de-
eventual”. terminado para atender interesse de caráter excepcional de interesse
Em outras palavras, podemos definir servidor público como público, não havendo a necessidade de abertura de concurso público
aqueles que gozam da titularidade de cargos públicos de provimento para tal contratação, dada sua urgência e excepcionalidade.
efetivou ou de provimento de cargo em comissão, são agentes admi-
nistrativos, de caráter estatutário.
- Empregados Públicos: são aqueles que mantém vínculo
funcional com a administração pública, ocupantes de empregos 8. CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO
públicos, sujeitando-se a regime jurídico contratual de trabalho, DA ADMINISTRAÇÃO: CONTROLE
regidos especificamente pelas regras e normas previstas na ADMINISTRATIVO; CONTROLE
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). JUDICIAL; CONTROLE LEGISLATIVO;
- Agentes Temporários: são os particulares contratados RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
pela Administração Pública com tempo de prestação de serviço
determinado, para atender necessidades temporárias de excepcional
interesse público, são ocupantes de função pública remunerada e
temporária, com contrato de trabalho regido pelas normas do Direito
Público, e não trabalhista (CLT), mas também não possui o caráter CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
estatutário. É uma forma especial de prestação de serviço público
temporário, urgente e excepcional. É através do exercício das funções administrativas, ou, pela
- Agentes Honoríficos: são os indivíduos requisitados ou de- expedição de atos administrativos que o Estado, no uso de suas
signados para colaborarem com o Poder Público (de maneira tran- prerrogativas em face do indivíduo, estabelece a formação de
sitória) para a prestação de serviços específicos, levado em conside- relações jurídico-administrativas entre a Administração Pública e o
ração sua condição cívica, de sua honorabilidade ou então pela sua Administrado.
notória capacidade profissional. Via de regra não são remunerados Com a edição dos atos administrativos pela Administração Pú-
e não possuem qualquer vinculo profissional com a Administração blica deve atender, alem da manifestação da vontade, do objeto e da
Pública. forma, ao motivo e ainda à finalidade, dentro de um contexto rígido
Como exemplos de Agentes Honoríficos temos: Jurados, Me- de legitimidade e de legalidade.
sários eleitorais, etc.

Didatismo e Conhecimento 16
DIREITO ADMINISTRATIVO
Ao divergir com qualquer um dos princípios constitucionais, Diante de uma situação desfavorável, de natureza subjetiva, ou
quais sejam: legalidade, moralidade, publicidade ou impessoalida- repleto de desobediência às formalidades legais, de natureza obje-
de, o administrador público ofende o próprio Estado, além de violar tiva, ao administrado prejudicado é assegurado o direito à interpo-
direitos diversos do administrado. Observa-se então que, quando sição de recurso através de petição dirigida à autoridade superior,
tais questões são levadas em juízo, em quase todas as ações são ajui- devidamente motivada, como forma de provocação da atuação do
zadas em face do administrador e não contra o Estado. controle interno da Administração.
Por controle entende-se a faculdade atribuída a um Poder para A representação tem o conceito voltado à exposição direciona-
exercer vigilância, garantida a faculdade de correção, sobre a condu- da à autoridade superior, é um recurso com natureza constitucional
ta de outro, dentro dos limites previstos constitucionalmente. que consiste na denuncia formal de irregularidades existentes em
Como é sabido, todo ato emanado da Administração Pública uma ato administrativo.
deve ser motivado, que justifica o próprio ato, e funciona como A reclamação nada mais é do que um pedido dirigido à auto-
meio de controle dos atos administrativos, seja ele vinculado ou dis- ridade hierárquica superior, em forma de protesto ou queixa, por
cricionário. meio do qual o autor da reclamação reivindica a reparação de ato
que reputar injusto.
CONTROLE ADMINISTRATIVO O pedido de reconsideração é dirigido à própria autoridade que
editou o ato, buscando nova deliberação.
O Controle Administrativo, ou também chamado de controle
interno, tem como finalidade principal obter a harmonia e a padroni- CONTROLE JUDICIAL
zação da ação administrativa, a eficácia dos serviços administrativos
e, bem assim, a retidão e a competência dos funcionários que guar- Controle judicial, pode ser assim entendido como sinônimo de
necem a administração. reexame ou revisão, ou seja, é a verificação, pelo Poder Judiciário,
A auto-revisão do ato administrativo fundamenta-se na hierar- quando provocado, da legalidade dos atos praticados pela Adminis-
quia que, como vínculo que subordina os demais órgãos administra- tração Pública, isto porque a jurisdição civil, contenciosa e voluntá-
tivos, graduando a autoridade de cada um, deriva o poder de vigilân- ria, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional.
cia e o poder de direção, bem como o poder de revisão, pelos quais Para que haja a ocorrência do controle jurisdicional, através da
se garante a completa unidade de direção ao sistema administrativo. propositura de uma ação, além da ilegalidade dos atos da Adminis-
Temos então que controle interno é aquele controle exercido tração, há que existir, por parte de quem aciona o Poder Judiciário,
pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, na legítimo interesse econômico ou moral e legitimidade, entendendo-
esfera da própria Administração, assim, qualquer controle efetivo -se por interesse a possibilidade de haver benefício ou prejuízo
realizado pelo Poder Executivo sobre os seus serviços ou agentes é como decorrência da ação da Administração e por legitimidade a
considerado interno, assim como o controle do Poder Legislativo ou conformidade com a lei.
do Poder Judiciário, por seus órgãos de Administração, sobre seus Assim, em razão da atuação administrativa, no decorrer da
agentes e também sobre os atos administrativos praticados. execução de seus fins, podem ocorrer conflitos de interesses entre
Assim, com o objetivo de serem observadas as normas fun- a Administração e o administrado que levem ao estabelecimento de
damentais, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co- incertezas e dúvidas a respeito da razão ou da justiça do ato pratica-
nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela deverão do, o que demanda a necessidade de eleição de um árbitro alheio e
dar ciência imediata ao Tribunal de Contas respectivo, sob pena de parcial à relação jurídica.
responsabilidade solidária, sendo considerado parte legitima para a O modelo de Estado de Direito impõe-se, de um lado a sujeição
prática dos atos de denuncia, qualquer cidadão, partido político, as- do Estado à ordem jurídica por ele mesmo estabelecida, decorrente
sociação ou sindicato. do princípio da legalidade, e, de outro lado, o controle jurídico dessa
sujeição, em busca da eliminação do árbitro.
Da Revisão “Ex-officio”: Desta feita, diante da presença de um conflito de interesses en-
A revisão “ex-officio” pode ser entendida de maneira geral tre a Administração e o administrado, ao Poder Judiciário, quando
como a revisão espontânea exercida pela Administração sobre seus provocado, compete à solução do litígio, tendo lugar o conhecido
próprios atos, que decorre em virtude da hierarquia e da autotutela. controle jurisdicional. O controle jurisdicional somente ocorre
Diante da verificação de que o ato administrativo não atende quando houver provocação da parte interessada em presença de um
aos requisitos prescritos em, ou em presença reconhecida da incon- fato concreto.
veniência ou da inoportunidade, a autoridade prolatora pode rever Todo direito é protegido por uma ação e a Constituição Federal
diretamente o ato ou ele pode ser revisto pelo agente de hierarquia assegura aos administrados o direito de petição ao Poder Judiciário
superior, independente de provocação de parte interessada. em defesa de direito ou contra ilegalidade ou ainda eventual abuso
de poder, conforme garante o artigo 5º, inciso XXXIV, da Consti-
Da Revisão Provocada: tuição Federal.
A revisão provocada, na instância administrativa, realiza-se O reexame da ação da Administração pelo Poder Judiciário li-
através de recurso, de pedido de reconsideração, de reclamação ou mita-se à verificação da legalidade do ato, isto porque à Administra-
de representação. ção e só a ela compete a análise da oportunidade e da conveniência
Tal recurso, além da tranquilidade psicológica que assegura ao da ação administrativa.
administrado ou servidor, visa corrigir os possíveis e eventuais erros Assim, só o direito e não o interesse do administrado poderá
do ato administrativo, inscrevendo-se como um direito potestativo ser objeto da ação revisória do Poder Judiciário. Não pode o Poder
do administrado, com natureza subjetiva, que ele pode usar sempre Judiciário adentrar no mérito do ato administrativo para indagar a
que julgar preterido um direito seu ou incorreto, em seu desfavor, oportunidade e a conveniência, mas tão somente a legitimidade, isto
um ato administrativo. é, a sua conformidade com a lei.

Didatismo e Conhecimento 17
DIREITO ADMINISTRATIVO
Quando o Poder Judiciário é provocado, chamado a se manifes- Dentro das atribuições de controle externo, o Congresso Nacio-
tar deve circunscrever o âmbito da sua real atuação ao caso sobre o nal é competente para realizar o julgamento das contas que o Presi-
qual tenha sido chamado ou provocado a atuar. dente da República deve apresentar anualmente, e ainda apreciar os
É sabido que a Administração Pública somente pode agir de atos sobre a execução dos planos de governo.
acordo com o que prescreve a lei, contudo, pode deixar, por motivada É de competência privativamente ao Senado Federal, no exer-
por flagrantes interesses públicos, de cumprir exatamente com a lei, cício do controle externo, nos termos do artigo 52 da Constituição
isto é, deixar de executá-la em um determinado momento, sem que Federal, processar e julgar o Presidente da República bem como o
isto implique em quebra de princípio da legalidade. Vice-Presidente nos crimes de responsabilidade, e os Ministros de
Apesar da disposição constitucional prevista no artigo 5º, inciso Estado nos crimes com a mesma natureza conexos com aqueles.
XXXV, que não exclui da apreciação do Poder Judiciário lesão ou Da mesma maneira, compete ao Senado Federal, o processa-
ameaça de direito, em presença da independência dos Poderes, regu- mento e consequente julgamento dos Ministros do Supremo Tribu-
larmente definida no artigo 2º, da Constituição Federal, são impostas nal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral
restrições legais à apreciação dos atos administrativos pelo Poder
da União nos crimes de responsabilidade.
Judiciário.
Ao Senado Federal incumbe a função de aprovar, previamente,
Há uma grande necessidade de subtrair a Administração a uma
mediante voto secreto, depois de realizada arguição pública a esco-
prevalência do Poder Judiciário, capaz de diminuí-la, ou até mes-
lha de magistrados (nos casos específicos normatizados pela Cons-
mo de anulá-la em suas atividades peculiares, se põem restrições à
apreciação jurisdicional dos atos administrativos, no que respeita à tituição Federal), escolha de Ministros para composição do Tribunal
extensão e consequências, para que assim se respeite a autonomia de Contas da União, previamente indicados pelo Presidente da Re-
constitucionalmente firmada entre os três Poderes. pública (um terço), escolha de Governado de Território, presidente e
É vedada ao Poder Judiciário a apreciação do ao administrativo diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República, escolha
quanto ao mérito, protegendo assim o poder discricionário que a (após arguição em seção secreta) dos chefes integrantes de missão
Administração Pública goza, ficando assim restrita essa análise diplomática de caráter permanente.
e apreciação somente quanto à sua conformidade com a lei, Deve ainda ser apreciado e autorizado pelo Senado Federal a
respeitando o principio da legalidade. realização de operações externas de natureza financeira, de interesse
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Mu-
CONTROLE LEGISLATIVO nicípios e estabelecer limites globais e condições para o montante da
dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O controle legislativo, integrante do sistema de controle exter- Além de dispor sobre limites e condições para a concessão de garan-
no, que muitos denominam parlamentar sem que vigore no país o tia da União em operação de crédito externo e interno.
regime parlamentarista, que é exercido sob os aspectos de correção Já a competência da Câmara dos Deputados, nos exatos ter-
e fiscalização, tendo em vista o interesse publico. mos do artigo 51, inciso I, da Constituição Federal, autorizar, pelo
O controle externo legislativo é desempenhado de forma direta voto de dois terços de seus membros, a instauração de processo
e indireta. Será direto quando exercido pelo Congresso Nacional, contra o Presidente da República e o Vice-Presidente da República,
em nível federal; pelas Assembleias Legislativas, nível estadual e assim como os Ministros de Estado.
distrital; e pelas Câmaras Municipais, em nível municipal. A Câmara dos Deputados, no exercício do controle externo, é
Será legislativo indireto o controle exercitado pelos Tribunais competente a tomada de contas do Presidente da República, quando
de Contas, que funcionam como órgãos auxiliares de Poder Legis- não apresentada ao Congresso Nacional, dentro do prazo de sessenta
lativo. dias após a abertura da sessão legislativa, nos termos do artigo 51,
Controle Legislativo Direto: Compete ao Congresso Nacional, inciso II da Constituição Federal.
ou seja, às duas Casas Legislativas Federais (Senado Federal e Câ-
O controle exercido pelas Câmaras Municipais, diante do Po-
mara dos Deputados), de acordo com o que dispõe o artigo 49, V, da
der Executivo Municipal vem definido nas Leis Orgânicas próprias
Constituição Federal, sustar os atos normativos do Poder Executivo
de cada Município.
que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
Controle Legislativo Indireto: Durante o Império brasileiro não
legislativa. Possui também como função, no exercício do controle
externo de acompanhamento da execução orçamentária, com pare- existiu no país nenhum Tribunal de Contas, embora em Portugal ti-
cer técnico de Comissão Mista (artigo 166, §1º, II da Constituição vesse existido as Casas de Contas que eram responsáveis pela arre-
Federal) e em atendimento a solicitação do Tribunal de Contas da cadação e fiscalização das receitas públicas, mas em nada pode ser
União, sustar ato do Poder Executivo que possa causar dano irrepa- comparado com as Cortes de Contas.
rável ou grave lesão à economia pública. Os primeiros esboços da ideia da formação de um Tribunal de
O Congresso Nacional, ou qualquer de suas comissões, pode- Contas surgiram com a observância da ineficiência dos parlamentos
rão convocar Ministro de Estado ou qualquer titular de órgãos di- na função da fiscalização dos bens e gastos públicos, quando do sur-
retamente subordinados à Presidência da República para, caso haja gimento das monarquias parlamentaristas.
necessidade, prestar de maneira pessoal, informações sobre assuntos Assim, verificou-se a necessidade de um Tribunal, auxiliando o
previamente determinado, podendo ser enquadrado como crime de exercício do Poder Legislativo de fiscalização e controle dos gastos
responsabilidade, a ausência a tal convocação, sem justificação ade- públicos. Assim, os Tribunais de Contas da União, dos Estados e de
quada. alguns Municípios, atuam como órgãos auxiliares do Poder Legis-
Compete ainda ao Congresso Nacional, para apuração dos fatos lativo, exercendo o controle externo, ou indireto, da Administração
controversos, instaurar Comissão de Inquérito, nos termos da Lei Pública, buscando em sua atuação a fiscalização da gestão financei-
1.579/52. ra, orçamentária e patrimonial do Estado.

Didatismo e Conhecimento 18
DIREITO ADMINISTRATIVO
O Tribunal de Contas da União é regularmente composto por RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREI-
nove ministros, devidamente sediado no Distrito Federal e possui TO BRASILEIRO:
jurisdição em todo território nacional e tem suas atividades regula-
mentadas pela Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.
É de competência do Presidente da República a nomeação, Temos pacificado o entendimento em nosso ordenamento jurí-
após aprovação pelo Senado Federal por votação secreta e após dico que um ato praticado por uma pessoa poderá gerar consequên-
arguição pública, de um terço dos membros do Tribunal de Contas cias a outrem, em três esferas distintas do Direito Brasileiro.
da União. O restante, ou seja, os outros dois terços são escolhidos Inicialmente, se o ato praticado pelo autor for tipificado em lei
pelo Congresso Nacional, obedecida a regulamentação definida pelo como crime ou contravenção, este responderá na esfera penal. Caso
Decreto Legislativo nº 6, de 22 de abril de 1993. o ato praticado caracterizar infração a normas administrativas, o au-
Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados tor do ato deverá responder na esfera administrativa, entretanto, se o
dentre brasileiros, com idade superior a 35 anos e inferior a 65 anos, ato ocasionar dano ao patrimônio de outrem ou sua moral, o autor da
que possuam idoneidade moral e reputação ilibada, com notórios pratica do ato deverá responder de acordo com as lei civis do nosso
conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou ordenamento jurídico.
administração pública, que tenha mais de dez anos de exercício de Assim, via de regra, as esferas do direito acima descritas são
função ou de efetiva atividade profissional que exija tais conheci- autônomas e independentes entre si, com ritos e procedimentos dife-
mentos, de acordo com o que dispõe o artigo 73, § 1º da Constitui- rentes para a apuração da responsabilidade e aplicação das sanções
ção Federal, seguido do artigo 71 da Lei nº 8.443/92. aplicáveis em cada caso e em cada esfera do Direito, entretanto,
No caso de ausência ou impedimentos legais os Ministros são poderá ocorrer a imputação de responsabilidade cumulativa, caso
substituídos, mediante convocação do Presidente do Tribunal, pelos o ato praticado pelo autor gere sua responsabilização nas diferentes
Auditores, observada a ordem de antiguidade no cargo, ou a maior esferas acima demonstradas.
idade, no caso de idêntica antiguidade.
O artigo 71 da Constituição Federal normatiza que o controle Evolução Histórica e fundamentos jurídicos:
externo, de competência do Congresso Nacional, será exercido com
auxilio do Tribunal de Contas da União. Ampliando o campo de
atuação do Tribunal de Contas da União, dentro dos limites constitu- Para chegarmos ao modelo de Responsabilidade do Estado
cionais, a Lei nº 8.443/92 estabelece, em seu artigo 1º, as limitações diante dos prejuízos causados a terceiros, passamos a discorrer ra-
de competência do mesmo Tribunal. pidamente sobre a evolução histórica deste instituto bem como seus
A composição dos Tribunais de Contas dos Estados vem de- fundamentos jurídicos.
finida nas Constituições e nas legislações complementares de cada
Estado. Para o regular desempenho de sua competência o Tribunal
de Contas receberá da Secretaria de Estado da Fazenda e das Pre- - 1ª Etapa: Irresponsabilidade do Estado - inicialmente tínha-
feituras Municipais, em cada exercício, o rol dos responsáveis por mos o entendimento majoritário em diversas escolas do Direito pelo
dinheiro, valores e bens públicos, e outros documentos ou informa- mundo que o Estado não tinha qualquer responsabilidade pelos seus
atos, ou seja, o Poder Público era isento de qualquer responsabilida-
ções que considerar necessários.
de perante terceiros, essa período ficou conhecido como “The King
Cumpre destacar que os pareceres emitidos pelo Tribunal de can do no wrong” ou “O Rei não erra nunca”.
Contas referentes às contas prestadas pelo Governador e pelos Pre-
feitos Municipais não têm poder vinculante, podendo ser aceitos ou
não pelo Poder Legislativo. - 2ª Etapa: Responsabilidade Subjetiva – A partir dessa fase, o
As contas que devem ser prestadas pelas Mesas da Câmara dos Poder Público passou a responder baseado no conceito de culpa, cul-
deputados, do Senado Federal, das Assembleias Legislativas, das pa anônima, quando o serviço que deveriam prestar ou não prestou,
Câmaras Municipais e ainda pelos Tribunais (Poder Judiciário Fe- ou ainda quando prestou de forma deficiente. A culpa não recaia em
deral e Estadual), eram julgadas pelos Tribunais de Contas da União alguém particular, bastava para tanto constatar que o serviço não foi
ou dos Estados, dependendo da esfera a qual pertence. efetuado, ou então feito com deficiência para a culpa recair sobre
Entretanto, a Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, o serviço e não sobre a pessoa. Este período ficou conhecido pela
estabelece, em seu artigo 56, que as contas prestadas pelos Chefes expressão “Culpa do Serviço”.
do Poder Executivo incluirão, além das contas próprias, as dos Pre-
sidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe
- 3ª Etapa: Responsabilidade Objetiva – O Poder Público pas-
do Ministério Público, as quais receberão parecer prévio, separada-
sa a responder com fundamento no nexo de causalidade, ou seja, a
mente, do respectivo Tribunal de Contas. relação de causa e efeito entre o fato ocorrido e as consequências
Assim, a nova legislação desvincula os Chefes dos outros Po- dela resultantes. O Estado responde sem a comprovação de dolo ou
deres das disposições normativas contida no artigo 71, inciso II, da culpa.
Constituição Federal.
Só com relação às contas dos Chefes do Executivo é que o pro- A teoria da responsabilidade objetiva surge com a Constituição
nunciamento do Tribunal de Contas constitui mero parecer prévio, Federal de 1946, substituindo a teoria subjetiva baseada na “Culpa
do Serviço”. O texto constitucional de 1946 estabelece a responsa-
sujeito à apreciação final do Poder Legislativo, antes do qual não
bilidade direta do Estado, exigindo culpa ou dolo do funcionário
há inelegibilidade. As contas de todos os demais responsáveis por
apenas para estabelecer o direito regressivo do Estado contra seu
dinheiro e bens públicos são julgadas pelo Tribunal de Contas e suas
agente.
decisões geram inelegibilidade.

Didatismo e Conhecimento 19
DIREITO ADMINISTRATIVO
DA REPARAÇÃO DO DANO Diante de tais esclarecimentos, temos que a responsabilidade
Denomina-se responsabilidade na esfera civil a obrigação im- civil do Estado, bem como de seus prestadores de serviço público
posta a uma pessoa de indenizar ou ressarcir os danos experimen- é objetiva, bastando para tanto a demonstração da relação de causa
tados por alguém. A responsabilidade pode ser contratual ou extra- e efeito entre o serviço público e o dano, para gerar a obrigação de
contratual. indenização.

Quando estamos diante da responsabilidade civil contratual, a Dessa maneira não se cogita a ideia de que, aquele que sofreu
mesma segue os princípios gerais dos contratos, entretanto, a res- danos, comprovar culpa ou dolo, quando figure no polo passivo, a
ponsabilidade civil extracontratual baseia-se na culpa do agente cau- administração pública, bastando para tanto a incidência do nexo de
sador do dano. causalidade. É dessa maneira que garante o artigo 37, § 6º da Cons-
tituição Federal, senão vejamos:
A responsabilidade civil patrimonial extracontratual decorre de
atos que causem lesão patrimonial, dano moral, ou ambos. Via de “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado,
regra, para a imputação de responsabilidade civil deve restar cabal- prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que seus
mente demonstrado não só a ocorrência do dano, mas também a re- agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direi-
lação entre um ato e o dano, ou seja, é necessária a comprovação de to de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
que o dano é resultado de um ato praticado por determinado agente, Neste sentido, estão enquadrados a Administração Pública em
este elo de ligação entre o ato, dano e o agente causado a doutrina ju- todas as suas vertentes, ou seja, toda a esfera administrativa está su-
rídica nomeou de nexo causal, sendo utilizado como parâmetro para jeita a responsabilidade objetiva pelos danos que causar a terceiros,
averiguar a culpa do agente que praticou o ato que resultou em dano. seja a Administração Direta, Indireta, Concessionárias e/ou Permis-
Assim, comprovado a ocorrência do nexo causal, o grau de sionárias de Serviços Públicos.
culpabilidade do agente que praticou o ato e a extensão do dano,
esgota-se a responsabilidade civil com a correspondente indeniza-
DO DIREITO DE REGRESSO:
ção pela lesão causada.
Temos então, diante da introdução explanada, que a essa moda-
lidade de responsabilidade civil, a qual exige a comprovação da cul- Cumpre ressaltar o direito que a Administração Pública tem de
pa do agente para sua caracterização, o caráter subjetivo, ou seja, a ingressar com ação judicial visando a apuração das responsabilida-
responsabilidade civil subjetiva leva em consideração a conduta do des de seus agente no cometimento do dano a terceiros, dai surge o
agente causador do dano, exigindo que ele tenha atuado com culpa, direito de regresso conferido ao Poder Público visando a verificação
para que ele possa ser responsabilizado e compelido ao pagamento de dolo ou culpa de seus agente e possível ressarcimento de valores.
de indenização correspondente a extensão do dano (patrimonial e/ Há dois aspectos peculiares que ensejam o direito de regresso
ou moral). da Administração Pública contra seu agente:
Entretanto, ao Poder Público não é aplicado este modelo de
responsabilidade civil subjetiva, visto que, de acordo com o ordena-
mento jurídico vigente, inclusive constitucional, e os posicionamen- - A Administração Pública para ingressar com ação regressiva
tos doutrinários majoritários, temos que a Administração Pública contra seu agente, deverá comprovar previamente já ter sido con-
possui o dever de indenizar aquele que for lesado por ação ou omis- denada a indenizar o particular lesado, haja vista que seus direito
são de seus agentes públicos (ou delegatário de serviço público), que regressivo é originário a partir de sentença final condenatória, sem
agindo nesta qualidade, praticou o ato gerador do dano. possibilidades de reversão recursal.
Assim, o particular lesado, deverá ajuizar ação diretamente
contra a Administração Pública, e não contra o agente público que - Ocorrência de dolo ou culpa do agente público na lesão ex-
praticou o ato lesivo, bastando ao particular comprovar em juízo a perimentada pelo particular, ou seja, é necessária a comprovação
relação de causa e consequência entre a atuação lesiva da Adminis- de que o agente agiu com dolo ou culpa para ser responsabilizado
tração Pública e o dano decorrente, bem como a valoração patrimo- (responsabilidade subjetiva do agente).
nial do dano.
Em linhas gerais, temos que a Administração Pública, ou de-
Isto ocorre porque, diferentemente da responsabilidade civil legatária de execução dos serviços públicos, cujo agente praticou o
subjetiva, a Administração pública responde perante os usuários dos ato lesivo, indeniza o particular independentemente de comprova-
serviços públicos de forma objetiva, bastando a demonstração do ção de dolo ou culpa do Poder Público, entretanto, o agente público
nexo causal e o dano para surgir a obrigação de indenizar, não sendo somente será condenado a ressarcir a Administração Pública regres-
necessária a demonstração de que houve culpa do agente público sivamente se houver a comprovação de dolo ou culpa de sua parte,
(ou delegatário de serviço público) na falha da execução de suas durante o exercício de suas funções públicas.
funções públicas, que originaram a lesão ao particular.
Para o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, o conceito de RESPONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO DO ES-
responsabilidade objetiva do Estado é “a obrigação de indenizar TADO:
que incumbe a alguém em razão de um procedimento licito ou ilí-
cito que produziu uma lesão na esfera juridicamente protegida de O Estado, por sua natureza jurídica, tem o poder-dever de agir
outrem. Para configurá-la basta, pois, a mera relação causal entre em todas as hipóteses de anseios sociais, ou seja, o Estado é movido
o comportamento e o dano”. pela busca ao interesse coletivo.

Didatismo e Conhecimento 20
DIREITO ADMINISTRATIVO
É neste aspecto que reside a responsabilidade do Estado por ato Para tal fenômeno a doutrina confere o instituto da Responsabi-
comissivo, quando há efetiva atuação estatal e tal atuação se torna, lidade Civil Subjetiva na modalidade culpa administrativa, devendo
em algum momento, lesiva ao direito de particulares. a pessoa que sofreu o dano comprovar que houve falta da prestação
Como mencionado, o Estado em sua busca ao atendimento aos dos serviços que deveriam ter sido prestados pelo Estado, provando
interesses coletivos detém o monopólio da força estatal, ditando sua ainda que essa omissão estatal foi a responsável direta pelo dano
presença perante a coletividade, possuindo o dever de intervir na sofrido.
esfera de direitos individuais dos administrados, praticando atos em Muito embora seja considerada pela doutrina, nos casos de
benefício de todos, os quais, em algum momento, podem acarretar omissão, responsabilidade subjetiva, não exige que haja compro-
em danos e prejuízos a indivíduos determinados. vação de culpa de um agente público específico e individualizado.
Tais condutas, ou atos administrativos praticados pela Admi- Temos dessa forma que trata-se de culpa administrativa ou culpa
nistração Pública na busca do atendimento ao interesse público, que anônima justamente para esclarecer que não há individualização de
eventualmente geram danos a terceiros, são chamados de conduta um agente determinado que tenha atuado culposamente, mas sim
comissiva legítima. para que seja necessário a apuração se houve de fato responsabilida-
É assim entendida como legítima, pois, a finalidade da atividade de estatal pela falta ou falha no serviço público.
administrativa que causou dano a determinado indivíduo, somente
foi praticado pela Administração Pública em virtude de necessidade REQUISITOS PARA DEMONSTRAÇÃO DA RESPON-
imperiosa em atender necessidades da coletividade. SABILIDADE DO ESTADO.
Durante a atividade estatal, temos ainda a atuação da adminis-
tração pública fundada em ato ilícito. Nestes casos a doutrina classi- Conforme estudado até o presente momento, temos que, via de
fica tal ato administrativo como conduta comissiva ilegítima. Muitas regra, a Responsabilidade do Estado em reparar os danos causados a
vezes o ato administrativo está revestido de ilegalidade ou ilegitimi- terceiros é na modalidade objetiva.
dade, o que poderá acarretar em danos aos terceiros. Dessa forma, temos que para o terceiro prejudicado possa plei-
Entretanto, o que temos no ordenamento jurídico brasileiro tear a reparação dos danos sofridos é necessário a demonstração do
é que tanto as condutas comissivas legítimas como as ilegítimas, dano e do nexo causal.
quando causarem prejuízos a terceiros, devem ser reparadas, pos- Para tanto, basta que exista o dano decorrente da atuação de
suindo o Estado a responsabilidade objetiva em indenizar e reparar
agente público, agindo nessa qualidade, e a relação de causalidade
os danos causados em virtude de sua ação administrativa, e por tal
entre a ação ou omissão do Estado e o resultado final (dano propria-
razão, não se torna necessário a demonstração de ação legítima ou
mente dito).
ilegítima do Estado para se apurar a responsabilidade estatal.
Assim, demonstrado os dois elementos fundamentais (dano +
nexo causal) significa dizer que não importa verificar e comprovar a
RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO DO ESTADO
culpa de determinado agente público, para que nasça a responsabili-
dade do Estado em reparar os danos causados.
A Constituição Federal de 1988 não traz em seu texto legal ne-
nhuma regra expressa relativa a responsabilidade civil do Estado por
omissão administrativa, ficando sob os cuidados da doutrina e da CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RES-
jurisprudência enfrentar o tema. PONSABILIDADE DO ESTADO.
No que tange a responsabilidade por omissão do Estado, o Pro-
fessor Celso Antônio Bandeira de Mello, em sua obra “Curso de Nos casos de responsabilidade objetiva, o Estado somente não
Direito Administrativo” assim entende sobre tal assunto: será responsabilizado por danos causados a terceiros quando faltar
“Se o Estado, devendo agir, por imposição legal, não agiu ou o a comprovação da relação de nexo de causalidade de sua atuação
fez deficientemente, comportando-se abaixo dos padrões legais que administrativa e o dano.
normalmente deveriam caracterizá-lo, responde por esta incúria, Nas palavras do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, te-
negligência ou deficiência, que traduzem um ilícito ensejador do mos no caso de responsabilidade objetiva que o Estado somente
dano não evitado quando, de direito, devia sê-lo”. exime-se: “apenas se não produziu a lesão que lhe é imputada ou
Diante de tal lição, temos que o Estado somente responde na se a situação de risco inculcada a ele inexistiu ou foi sem relevo
forma omissiva quando, ficar comprovado pelo terceiro lesado, que decisivo para a eclosão do dano. Fora daí responderá sempre. Em
o dano somente ocorreu em virtude de falta de serviço público ou suma: realizados os pressupostos da responsabilidade objetiva, não
serviço ineficiente. há evasão possível.
Entretanto, cumpre esclarecer que, quando se trata de responsa- Como verificado, temos que para a comprovação da responsa-
bilidade do Estado por omissão, admite prova excludente de respon- bilidade do Estado em reparar o dano reside na simples demonstra-
sabilidade estatal. Para tanto, o Estado pode eximir-se de responsa- ção do dano e do nexo de causalidade.
bilidade se provar que sua omissão foi escusável, ou seja, quando a Assim, temos que o nexo de causalidade é o fundamento prin-
Administração Pública adotou todas as medidas que lhe competia cipal (junto com o dano) para a imputação de responsabilidade ao
para evitar o dano, e mesmo assim o dano ocorreu. Estado em reparar os danos causados, sendo certo que tal responsa-
Em outras palavras, mesmo que a atuação administrativa tenha bilidade deixará de existir, ou então será atenuada quando a presta-
ocorrido em sua totalidade, objetivando a prevenção do dano a ter- ção do serviço público não for a causa do dano, ou na hipótese de
ceiros, não tenha sido suficiente para evitar a situação danosa, ou não ser a única causa.
então ficar comprovado que o dano ocorreu por culpa exclusiva da Dessa maneira são apontadas como causas da excludente ou
vítima, o Estado poderá ter sua responsabilidade excluída ou dimi- atenuante de responsabilidade a força maior e/ou a culpa exclusiva
nuída, dependendo de cada caso. da vítima.

Didatismo e Conhecimento 21
DIREITO ADMINISTRATIVO
A hipótese de ocorrência de força maior é o acontecimento im- Dai surge então a necessidade de regulamentar a prática licita-
previsível, não sendo imputável responsabilidade à Administração tória, atendendo disposição da Constituição Federal, mais precisa-
Pública quando não houver o nexo de causalidade entre o dano so- mente no artigo 37, inciso XXI, que assim dispõe:
frido e o comportamento da Administração Pública.
Entretanto tal regra não é absoluta e comporta exceção, ou seja, “Art. 37: XXI - ressalvados os casos especificados na legis-
mesmo que seja configurada a ocorrência de motivo de força maior, lação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
a Administração Pública poderá ser responsabilizada nos casos em mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
que, juntamente com o motivo de força maior ocorrer omissão do condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele-
Estado na prestação de serviços públicos. çam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
Como exemplo podemos citar os casos de enchente em decor- proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
rência de grande volume de chuvas. Caso se comprove que, muito cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garan-
embora o volume de chuva foi elevado, não houve o correto es- tia do cumprimento das obrigações”.
coamento da água nas galerias mantidas pela Administração, seja
pela falta de limpeza das galerias ou simplesmente falta de sistema Assim, visando à regulamentação do processo de escolha da
de drenagem (deficiência no serviço publicou) o Estado responderá melhor proposta (licitação) foi editada Lei 8.666/93, que traz a
pelos danos causados. normatização da atividade.
No tocante a culpa da vítima, é necessário observar se sua culpa
é exclusiva ou concorrente com a atuação estatal.
PRINCÍPIOS ORIENTADORES DAS LICITAÇÕES:
No caso comprovado de culpa exclusiva da vítima o Estado não
possui responsabilidade, pois não houve participação do Estado na
O artigo 3º da Lei 8.666/1993 enumera expressamente prin-
ocorrência do evento danoso; entretanto, se a culpa for concorrente,
cípios que devem ser observados pela administração pública na
temos possibilidade de causa atenuante da responsabilidade estatal,
atribuindo parte da responsabilidade à vítima e outra parte à Admi- realização de licitações. Alguns dos princípios expressos no refe-
nistração Pública. rido artigo tratam-se de princípios gerais, quais são: Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, que norteiam toda a atuação admi-
nistrativa, sem particularidades no tocante a licitações públicas.
Assim, visando conhecer na integra os princípios que regem
as Licitações Públicas temos o artigo 3º da Lei 8.666/93, que assim
LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMI- dispõe:
NISTRATIVOS: 8.1 LEI Nº 8.666/93:
CONCEITO. FINALIDADE, PRINCÍPIOS, “Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do
OBJETO, OBRIGATORIEDADE, DISPENSA, princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais
INEXIGIBILIDADE, MODALIDADES E vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
PROCEDIMENTOS. PREGÃO PRESENCIAL E nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-
ELETRÔNICO. 8.2 LEI Nº 10.520/2002. CARAC- formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoali-
TERÍSTICAS DO CONTRATO ADMINISTRA- dade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
TIVO. FORMALIZAÇÃO E. FISCALIZAÇÃO administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
DO CONTRATO. SANÇÃO ADMINISTRATIVA. julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” Grifo nosso.
EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO.
GARANTIA CONTRATUAL. Dessa forma destacamos alguns princípios constantes do re-
ferido artigo que ainda não foram objeto de estudo no presente
trabalho:

CONCEITO DE LICITAÇÕES PÚBLICAS: - Principio da Probidade Administrativa: Por tal principio te-
mos que o agente público no exercício regular de suas funções
Licitação é um procedimento administrativo, de ocorrência não pode violar, ao realizar procedimento licitatório, os princípios
obrigatória pelas entidades do governo para celebração de contrato gerais e constitucionais da administração pública, que são: morali-
administrativo, em que, atendida a igualdade entre os participan- dade, impessoalidade, enriquecimento ilícito e economicidade dos
tes, deve ser escolhida a melhor proposta dentre as apresentadas recursos públicos.
pelos interessados, e com elas travar determinadas relações de
conteúdo patrimonial, verificado o preenchimento dos requisitos - Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tal
mínimos e necessários ao bom cumprimento das obrigações que principio veda a Administração Pública o descumprimento das
forem assumidas perante a Administração Pública. normas e condições previamente estipuladas no edital, ao qual
Dessa maneira, a Licitação traz em seu bojo a ideia de disputa deve estar estritamente vinculado. O edital é a lei interna da licita-
igualitária entre os concorrentes, com a finalidade de selecionar a ção, vinculando os seus termos tanto aos licitantes como a admi-
proposta mais vantajosa aos interesses da Administração, visando nistração que o emitiu.
a celebração de um contrato administrativo, entre ela e o particu-
lar vencedor da concorrência, para a realização de obras, serviços, - Princípio do Julgamento Objetivo: É o que se baseia no cri-
concessões, permissões, alienações, compras ou locações. tério indicado no edital e nos termos específicos das propostas para
o seu julgamento. Em linhas gerais, não pode haver qualquer dis-

Didatismo e Conhecimento 22
DIREITO ADMINISTRATIVO
cricionariedade na apreciação das propostas pela administração, A etapa do julgamento, ou classificação, pode ser subdividida
julgando vencedora a que melhor atende aos enunciados do edital, em duas fases:
de maneira objetiva.
- Desclassificação: A desclassificação ocorre assim que a ad-
FASES DA LICITAÇÃO: ministração verifica a conformidade de cada proposta com os re-
quisitos do edital, especificações técnicas e compatibilidade com
São fases da licitação o edital, a habilitação, a classificação, os preços aplicáveis no mercado. Assim, as propostas que estive-
a homologação e a adjudicação. rem em desconformidade serão eliminadas, ou então, desclassifi-
cadas.
Edital: O edital é o instrumento por meio do qual a adminis-
tração torna pública a realização de licitação, sendo o meio utili- - Ordem de Classificação: as propostas já classificadas, ou
zado por todas as modalidade de licitação, exceto na modalidade seja, que estão de acordo com os critérios estabelecidos no edital,
convite. será estabelecida a ordem de classificação das propostas, de acor-
Além de ser o instrumento de divulgação do edital, é ainda do com o julgamento objetivo previsto em edital e da proposta que
a lei interna da licitação, pois nele devem estar previstas todas as melhor atenda aos interesses da coletividade.
regras que regerão o procedimento licitatório, e uma vez publi-
cadas devem ser seguidas, tanto pela administração quanto pelos Cumpre ao final esclarecer que, no caso de todos os licitantes
licitantes. forem inabilitados ou então todas as propostas desclassificadas, a
Assim, o edital deve descrever com detalhes o objeto a ser administração pública poderá fixar prazo de 08 (oito) dias aos li-
licitado, os documentos a serem trazidos no momento da habilita- citantes para a apresentação de nova documentação, ou então a
ção, o critério objetivo de julgamento das propostas, entre outras correção das propostas desclassificadas, objetivando sanar as irre-
normas que forem pertinentes. gularidades. No caso da modalidade de convite, o prazo reduz para
A publicação do edital deve observar um prazo mínimo de 03 (três) dias úteis.
antecedência para o recebimento das propostas ou então da rea-
lização da licitação, sendo que qualquer modificação que se faça Homologação: A homologação é a fase da licitação na qual
todos os seus atos e procedimentos são levados ao conhecimento e
necessário no edital exige a divulgação pela mesma forma que se
avaliação da autoridade que conduziu a licitação, para a confirma-
deu seu texto inicial e original, tornando a abrir o prazo antes esta-
ção ou não de todas as decisões tomadas. É a confirmação ou não
belecido para a apresentação das propostas, exceto quando a alte-
de todos os atos praticados no procedimento licitatório, conferindo
ração não afetar a formulação das propostas.
a validade do certame licitatório.
Nesta etapa é feito o controle de legalidade do procedimento
Habilitação: É a fase em que a Administração Pública pro-
licitatório, sendo que verificado irregularidades nas fases da lici-
cura averiguar as condições pessoais de cada licitante, efetuando
tação, a autoridade competente não homologará o procedimento,
análise com o objetivo de averiguar a documentação e requesitos
remetendo o processo a comissão de licitação, para a correção das
pessoais dos licitantes, tendo em vista futura contratação, e verifi- etapas com falhas, e a repetição dos atos com vícios.
cando ainda as condições que o licitante tem de cumprir o objeto
da futura contratação. Adjudicação: É a ultima fase que temos no procedimento da
A habilitação tem a finalidade de garantir que o licitante, fu- licitação, que nada mais é do que a entrega do objeto da licitação
turo vencedor do certame, tenha condições técnicas, financeiras ao vencedor.
e de idoneidade para cumprirem o objeto contratado por meio de A adjudicação é o ato pelo qual a administração pública atri-
licitação. bui ao vencedor da melhor proposta o objeto ora licitado, sendo
É possível a dispensa da fase de habilitação, em seu todo ou em que esta etapa tem a finalidade única de garantir ao vencedor que,
parte, nos casos da modalidade de convite, concurso, fornecimento quando a administração for celebrar o contrato referente ao objeto
de bens para pronta entrega e ainda leilão. licitado, assim o fará com o vencedor.
Cumpre ressaltar que, encerrada a fase de habilitação, o lici- Com a adjudicação há a efetiva liberação dos demais licitantes
tante aprovado para participar do certame não poderá mais desistir perdedores de cumprimento de suas propostas, e ao contrário, vin-
da proposta já apresentada, exceto quando houver motivo justo cula o vencedor a obrigatoriedade de manter os termos propostos.
decorrente de fato superveniente, desde que aceito pela comissão
da licitação. MODALIDADE DE LICITAÇÃO:

Classificação: É a fase em que o Poder Público analisa as pro- Modalidade de Licitação é forma específica de conduzir o
postas comerciais dos licitantes que já foram habilitados, e poste- procedimento licitatório, a partir de critérios pré definidos em lei.
riormente escolhe a melhor proposta que atendem aos interesses O valor estimado para a contratação é o principal fator de escolha
da administração. da modalidade a ser adotada pelo administrador público, exceto
Trata-se do julgamento das propostas apresentadas pelos li- quando se tratar de pregão, que não está limitado a valores.
citantes, que deverá sempre obediência aos critérios objetivos de Alem do leilão e do concurso, as demais modalidades de li-
julgamento constante no edital, sendo que a responsabilidade de citação admitidas são exclusivamente: Concorrência, Tomada de
efetuar o julgamento, via de regra, fica a cargo da comissão de Preços e Convite.
licitação.

Didatismo e Conhecimento 23
DIREITO ADMINISTRATIVO
Concorrência: De todas as modalidades de licitação existentes Concurso: É a modalidade de licitação entre quaisquer inte-
no ordenamento jurídico brasileiro, esta se revela a mais complexa, ressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
e uma das diferenças entre as demais modalidades é possuir a fase mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
da habilitação preliminar, logo após a abertura do procedimento. conforme critérios constantes do edital publicado na imprensa ofi-
Modalidade da qual podem participar quaisquer interessados cial com antecedência mínima de 45 dias.
que na fase de habilitação preliminar comprovem possuir os requi- Dessa forma, o que determina a necessidade de escolha da
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução do modalidade de licitação de Concurso, é a natureza do seu objeto, e
objeto da licitação. não o seu valor contratado.
Presta-se a contratação de obras, serviços e compras de pro-
dutos, independente do valor a ser contratado, além disso, é a mo- Leilão: É a modalidade de licitação, entre quaisquer interessa-
dalidade exigida por lei, com regra, para a compra de imóveis e dos, para a venda, a quem oferecer o maio lance, igual ou superior
para a alienação de imóveis públicos, para a concessão de direito ao valor da avaliação de bens móveis e imóveis.
real de uso, para licitações internacionais, para a celebração de
Pregão: A modalidade denominada Pregão está disciplinada
contrato administrativo de concessão de serviços públicos e para a
na Lei 10.520/2002. É a modalidade de licitação passível de utili-
contratação de parcerias públicos-privadas.
zação, por todos os entes federados, para aquisição de bens e ser-
viços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação.
Tomada de Preço: Modalidade realizada entre interessados
A disputa entre os licitantes concorrentes é feita por meio de
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições propostas e lances em seção pública, sendo que o determinante
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do para a escolha da modalidade Pregão é a natureza do objeto da
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. contratação, ou seja, a aquisição de bens e serviços comuns, e não
Na modalidade de tomada de preços, a fase da habilitação o valor do contrato administrativo.
corresponde ao próprio cadastramento exigido em lei, é prévia Assim, a Lei 10.520/02, define como bens e serviços comuns
a abertura do procedimento licitatório, e assim, objetivando dar “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
cumprimento ao princípio da competitividade entre os licitantes, objetivamente definidos por edital, por meio de especificações
os interessados em participar do certame não cadastrados previa- usuais no mercado”.
mente, tem a possibilidade de se inscreverem até o terceiro dia Ressalta-se que, de acordo com o que dispõe o Decreto
anterior à data do recebimento das propostas, desde que satisfaçam 5.450/2005, no âmbito da Administração Pública Federal, é obri-
as condições de qualificações exigidas. gatória a utilização da modalidade Pregão, de preferência pregão
Ressalta-se que a modalidade de tomada de preços será ado- eletrônico, nas licitações para a aquisição de bens e serviços co-
tada para a celebração de contratos relativos as obras, serviços e muns.
compras de produtos de menor vulto do que é exigido para partici- As modalidade de Licitação estão elencadas nos artigos 22 e
par da modalidade de concorrência. seguintes da Lei 8.666/1993.

Convite: Modalidade realizada entre interessados do ramo de DISPENSA DE LICITAÇÃO:


que trata o objeto da licitação, escolhidos e convidados em número
mínimo de três pela Administração. Podemos afirma de maneira genérica que, a dispensa de lici-
O convite é a modalidade de licitação mais simples, sendo que tação engloba hipóteses que, muito embora exista possibilidade ju-
a Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis rídica de competição, a lei autoriza a celebração direta do contrato
interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita me- ou mesmo determina a não realização do procedimento licitatório.
diante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do órgão Nos casos em que a lei autoriza a contratação sem a realização
ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação. de licitação, diz que ela é dispensável. Esclarece que nessas hipó-
teses, a competição é viável e possível, entretanto a lei autoriza a
Na modalidade de convite, com vistas ao princípio da com-
administração pública decidir sobre a sua ocorrência ou não, de
petitividade, é possível a participação de interessados que não te-
acordo com critérios de oportunidade e conveniência, dispensar a
nham sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo do
sua realização.
objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade licita-
Entretanto, em outras situações, ha própria lei, diretamente
dora. Esses interessados devem solicitar o convite com antecedên- dispensa compulsoriamente a realização da licitação. Nessas hi-
cia de até 24 horas da apresentação das propostas. póteses temos que a lei denominou licitação dispensada. Neste
Na modalidade de Convite, para que a contratação seja possí- caso não cabe a Administração Pública decidir sobre a realização
vel, são necessárias pelo menos três propostas válidas, isto é, que ou não da licitação. Não ocorrerá a licitação porque a própria lei
atendam a todas as exigências do ato convocatório. Não é sufi- garantiu que, mesmo sendo juridicamente possível a realização da
ciente a obtenção de três propostas, é preciso para tanto que as três licitação, fica dispensada.
sejam válidas. Caso isso não ocorra, a Administração deve repetir A Lei 8.666/93 traz o rol taxativo das situações em que a li-
o convite e convidar mais um interessado, no mínimo, enquan- citação é dispensável, mais precisamente nos termos do artigo 24
to existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações, da referida lei.
ressalvadas as hipóteses de limitação de mercado ou manifesto
desinteresse dos convidados, circunstâncias estas que devem ser
justifica das no processo de licitação.

Didatismo e Conhecimento 24
DIREITO ADMINISTRATIVO
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO: Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso Antônio
Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos administrativos:
Há inexigibilidade quando a licitação é juridicamente impos-
sível. A impossibilidade jurídica de realização de licitação decor- “É um tipo de avença travada entre a Administração e tercei-
re da inviabilização de competição, pelo motivo de não existir a ros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou do tipo do
pluralidade de potenciais proponentes, e assim inviável a disputa objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas
entre licitantes. assujeitam-se a cambiáveis imposições de interesse público, res-
A lei 8.666/93 dispõe sobre o rol taxativo das situações em salvado os interesses patrimoniais do contratante privado”.
que é juridicamente impossível a realização da licitação, consti-
tuindo então a inexigibilidade da licitação, devidamente elencado Em outras palavras, temos que contrato administrativo é a
no artigo 25 da referida lei. convenção firmada pela Administração Pública, agindo nesta qua-
lidade, com particulares ou então com outras entidades adminis-
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO: trativas mesmo, nos termos pactuados pela contratante (adminis-
tração pública), de acordo com o interesse coletivo, e sob a esfera
A anulação de um procedimento licitatório segue basicamente do direito público, ficando o particular contratado condicionado
as mesmas regras a anulação dos atos administrativos, com base a suportar as cláusulas impostas pela administração, em razão do
no princípio da autotutela, a administração anulará a licitação to- atendimento do interesse público.
das as vezes em que ficar constatada ou então demonstrada a ilega- Não se pode confundir contrato administrativo com contrato
lidade ou ilegitimidade durante o procedimento. da administração, visto que nos contratos da administração, temos
Da mesma forma, temos que o Poder Judiciário, este desde o ajuste firmando entre a administração pública e o particular, en-
que provocado, também possui competência para apurar a existên- tretanto, o poder público não figura utilizando-se de suas prerroga-
cia de ilegalidade ou ilegitimidade durante a realização da licita- tivas, sendo que tal avença é regida pelo direito privado.
ção, e respeitado o devido processo legal, bem como o contradi-
tório e a ampla defesa, anulará a licitação, quando comprovado a CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CONTRATOS AD-
existência de vício no certame licitatório. MINISTRATIVOS:
Quanto à revogação de licitação pública, temos que, do mes-
Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos a Adminis-
mo modo que se opera a revogação dos atos administrativos, a
tração Pública, fica autorizada a determinar alterações e modifica-
regra é que há a possibilidade de a administração pública, revogar
ções nas prestações devidas pelo particular contratado, em razão
seus atos discricionários, após análise da conveniência e oportuni-
das necessidades públicas, e ainda tem o poder de acompanhar e
dade da celebração ou não da contratação do objeto licitado. Quan-
fiscalizar sistematicamente a execução, podendo impor sanções
do a administração pública não tem mais interesse em contratar o
estipuladas previamente quando irregularidades a ensejarem e a
vencedor da licitação, poderá revogá-la. rescindir o contrato de forma unilateral, quando houver legitimo
Entretanto, para que seja possível revogar uma licitação, so- interesse público.
mente será possível em duas hipóteses: Em suma, temos que os contratos administrativos revelam-se
na seguinte dualidade: inicialmente, temos a Administração Públi-
- Por motivo de interesse público decorrente de comprovação ca podendo gozar de todas as suas prerrogativas e poderes indis-
da ocorrência de fato superveniente, desde que seja pertinente e pensáveis a proteção aos direitos e interesses públicos, e de outro
suficiente para justificar tal medida, por meio de motivação e fun- modo, temos que é de competência do particular conferir integral
damentação, e; garantia aos interesses privados que ditaram sua participação nos
estreitos limites contratuais.
- A critério da administração, quando o adjudicatário, tendo Assim, a doutrina administrativa identifica como principais
sido por ela convocado para assinar o termo de contrato ou aceitar características pertinentes aos contratos administrativos seu cará-
ou retirar o instrumento equivalente, recusa-se a fazê-lo ou então ter consensual, formais, onerosos, entre outros. Entretanto, mere-
não comparece. cem maiores esclarecimentos outras características, senão vejamos
a seguir.
Após a assinatura do contrato administrativo, não se pode
mais revogar a licitação, enquanto que a anulação da licitação po- Contrato de Adesão: Os contratos administrativos tem a ca-
derá ser feita mesmo depois da celebração do contrato entre a ad- racterística de serem típicos contratos de adesão, onde uma das
ministração e o licitante vencedor, visto que a nulidade da licitação partes (neste caso a Administração Pública) propõe as cláusulas e
resulta, consequentemente, na nulidade do contrato firmado dela a outra parte não pode propor alterações, supressões ou acréscimo,
decorrente. simplesmente aceita as suas condições e cláusulas ou não.

CONTRATO ADMINISTRATIVO - CONCEITO: Formalismo: Em regras gerais, todos os contratos adminis-


trativos devem ser formais e escritos, sendo que todo o contrato
Contrato, sejam eles de caráter público ou privado, é a con- deve mencionar obrigatoriamente os nomes das partes e seus re-
venção estabelecida entre duas ou mais pessoas, com as respec- presentantes legais, a finalidade do contrato, o ato administrativo
tivas manifestações de vontades, para constituir, regulamentar ou que autorizou a sua celebração, o número do processo de licitação,
extinguir entre as partes uma relação jurídica, sendo certo que para da possível dispensa ou inexigibilidade de licitação, a sujeição dos
a validade do contrato exige acordo de vontades, agente capaz, contratantes às normas específicas da Lei 8.666/93 e as cláusulas
objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em lei. contratuais.

Didatismo e Conhecimento 25
DIREITO ADMINISTRATIVO
Fiscalização: A execução do contrato deverá ser acompanha- EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO:
da e fiscalizada por um representante da Administração Pública
especialmente designado para tal fim, permitida a contratação de A extinção do contrato administrativo é o término do vínculo
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a de obrigações assumidas entre a administração pública e o parti-
essa atribuição. cular contratado. E extinção pode se dar em razão de da conclusão
O representante da Administração anotará em registro próprio do objete contratado, ou então do termino do prazo previsto para
todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, a vigência do contrato, ou ainda a ocorrência de anulação ou res-
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou cisão do contrato.
defeitos por ele observados.
As decisões e providências que ultrapassarem a competência - Anulação: A anulação de um contrato administrativo segue
do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tem- as regras análogas dos Atos Administrativos, ou seja, um contrato
po hábil para a adoção das medidas convenientes. administrativo deve ser anulado quando constatado ilegalidades
em sua celebração. A anulação de contrato administrativo pode ser
Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em regra, realizada pelo próprio Poder Público, de oficio ou quando provo-
contratos pessoais, e a execução dos termos contratados devem cado, ou então pelo Poder Judiciário, mediante prévia provocação
ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou jurídicas) que se obrigou e sempre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade.
diante o Poder Público. É imprescindível a pessoalidade nos con-
tratos administrativos, tendo em vista que há celebração após a - Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão de con-
realização de licitação em que se busca não apenas a proposta mais trato administrativo estão descritas no artigo 78, e seus incisos da
favorável a Administração Pública, mais também a selecionar a Lei 8.666/93.
pessoa (física ou jurídica) que ofereça as condições necessárias de Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral pela ad-
assegurar a execução do objeto contratado. ministração do contrato administrativo, e outras que ensejam resci-
são judicial ou rescisão consensual entre os contratantes, havendo
DAS CLÁUSULAS EXORBITANTES DOS CONTRA- ainda causas de rescisão decorrentes de interesse público superve-
TOS ADMINISTRATIVOS: niente e de força maior ou caso fortuito. Para tanto é necessário o
estudo das hipóteses previstas na Lei 8.666/93.
Os contratos administrativos possui características peculia-
SANÇÃO ADMINISTRATIVA:
res, diferenciando-os dos contratos privados, que é a existência de
cláusulas exorbitantes.
- Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na execu-
Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a administração pu-
ção do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma
blica prerrogativas especificas de direito público, são denominadas
prevista no instrumento convocatório ou no contrato. A aplicação
de “exorbitantes” porque as cláusulas extrapolam aquilo que seria
da multa administrativa não impede que a Administração Pública
admitido no direito privado.
promova a rescisão unilateral do contrato e ainda aplique demais
sanções.
- Exigência de Garantia: A exigência de que os licitantes e A multa, aplicada após regular processo administrativo, será
contratados prestem garantias, visa assegurar o adequado adim- descontada da garantia do respectivo contratado, e caso a multa for
plemento do contrato, ou na hipóteses de inexecução do objeto de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta
contratado, facilitar o ressarcimento dos prejuízos sofridos pela garantia em favor da Administração, responderá o contratado pela
Administração Pública. sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventual-
mente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso,
- Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade de alte- cobrada judicialmente.
ração unilateral do contrato efetuado entre a Administração e o
contratado deve sempre ter o objetivo de sua adequação às fina- - Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela inexecução
lidades do interesse coletivo, devem ainda respeitar os direitos total ou parcial do contrato a Administração poderá, sempre ga-
do administrado, principalmente o direito ao restabelecimento do rantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
equilíbrio econômico-financeiro originalmente estabelecido em
contrato. a) advertência;

- Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de aplicação b) multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
de sanções administrativas pelo Poder Público, quando verificada no contrato;
irregularidades do particular na execução do contrato , independe
de prévia manifestação do Poder Judiciário. c) suspensão temporária de participação em licitação e im-
pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe-
- Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A possibi- rior a 2 (dois) anos;
lidade de rescindir de maneira unilateral o contrato administrativo
se dá diante da supremacia jurídica da administração pública pe- d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
rante o particular, tendo em vista que o contrato administrativo foi a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos deter-
celebrado sob a esfera do direito público. minantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação pe-

Didatismo e Conhecimento 26
DIREITO ADMINISTRATIVO
rante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será con- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
cedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada
com base no inciso anterior. Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
DO REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO:
Seção I
A alteração do contrato administrativo se dará visando o rees- Dos Princípios
tabelecimento da que relação que as partes pactuaram inicialmente
entre encargos e remuneração, objetivando a manutenção do equi- Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e
líbrio da equação financeira inicial na hipótese de sobrevirem fatos contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive
supervenientes, imprevisíveis ou previsíveis de consequências in- de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Po-
calculáveis que possam retardar ou impedir a execução do contrato deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
em caso de força maior, caso fortuito, fato do príncipe que configu- Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além
ra uma alteração econômica extraordinária e extracontratual. dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autar-
Entretanto, para que seja possível a identificação de eventual
quias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades
desequilíbrio entre os valores pactuados no contrato administra-
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indire-
tivo e a realidade praticada no mercado privado, é importante o
tamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
acompanhamento e a gestão do contrato, bem como a fiscaliza-
ção sobre a boa execução das cláusulas e obrigações pactuadas.
Para tanto é conferida a Administração Pública as prerroga- Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
tivas e cláusulas exorbitantes, objetivando sempre a supremacia alienações, concessões, permissões e locações da Administração
do interesse coletivo sobre o interesse privado. Quando, durante Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamen-
a gestão e fiscalização do cumprimento do contrato administra- te precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta
tivo, a Administração Pública verificar descumprimento de cláu- Lei.
sula contratual, atrasos na execução dos serviços contratados, má Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato
execução de serviços, entre outras situações que possam lesar o todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
interesse público, o Poder Público poderá adotar as providencias Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
no sentido de punir a empresa contratada. formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
qual for a denominação utilizada.
GARANTIA CONTRATUAL:
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do
A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por cento) do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais
valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
pactuadas contratualmente. nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-
Entretanto, nos casos de obras, serviços e fornecimentos de formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoa-
grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos finan- lidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
ceiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnica- administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
mente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada
poderá ser elevado para até 10% (dez por cento) do valor do con- pela Lei nº 12.349, de 2010)
trato. § 1o É vedado aos agentes públicos:
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada mo- cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
netariamente. Nos casos de contratos que importem na entrega de
o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coo-
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário,
perativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer
A regulamentação dos Contratos Administrativos estão pre-
vistas na Lei Federal nº 8.666/93, já exposta na presente apostila outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
no tópico das Licitações Públicas, assim, é de suma importância a objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste arti-
leitura atenta do que dispõe os artigos 54 a 88 do referido diploma go e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação
legal. dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
Assim, conforme exigência do conteúdo programático cons- II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comer-
tante no edital de abertura do Concurso Público, segue a íntegra da cial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre em-
Lei Federal nº 8.666/93, que dispõe sobre a regulamentação das presas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moe-
licitações e dos contratos administrativos: da, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos
financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991.
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate,
institui normas para licitações e contratos da Administração Públi- será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
ca e dá outras providências. I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

Didatismo e Conhecimento 27
DIREITO ADMINISTRATIVO
II - produzidos no País; § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro,
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. recursos destinados a cada uma delas.
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis
ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos
das propostas, até a respectiva abertura. órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público
§ 4º (Vetado). subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabele-
§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser cido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desen-
estabelecido margem de preferência para produtos manufaturados volvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impe-
e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasilei- dir a realização dos trabalhos.
ras. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabele- caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qual-
quer esfera da Administração Pública.
cida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não
superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licita-
pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012)
ções terão como expressão monetária a moeda corrente nacional,
(Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, de 2012)
ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unida-
I - geração de emprego e renda; de da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e mu- fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação
nicipais; de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos,
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, sal-
País; vo quando presentes relevantes razões de interesse público e me-
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e diante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. publicada.
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais re- § 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores
sultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes
no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional preservem o valor.
àquela prevista no § 5o. § 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo paga-
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de mento será feito junto com o principal, correrá à conta das mes-
produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão mas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se
definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas referem.
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o § 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorren-
preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. tes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo
aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis,
prestação no País seja inferior: contados da apresentação da fatura.
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 Seção II
desta Lei, quando for o caso. Das Definições
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá
ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação
dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul.
ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada uti-
serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da
lidade de interesse para a Administração, tais como: demolição,
autoridade competente, exigir que o contratado promova, em fa-
conserto, instalação, montagem, operação, conservação, repara-
vor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou ção, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publici-
daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medi- dade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
das de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para forne-
condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, cimento de uma só vez ou parceladamente;
na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a ter-
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção ceiros;
e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo
comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Execu- valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite
tivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimen-
processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de to das obrigações assumidas por empresas em licitações e contra-
janeiro de 2001. tos;

Didatismo e Conhecimento 28
DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administra-
da Administração, pelos próprios meios; tiva pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Ad-
com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: ministração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União,
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execu- e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for
ção da obra ou do serviço por preço certo e total; definido nas respectivas leis;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a exe- XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instru-
cução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determi- mento contratual;
nadas; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de
c) (Vetado). contrato com a Administração Pública;
d) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos traba- XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada
lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; pela Administração com a função de receber, examinar e julgar
todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendi-
cadastramento de licitantes.
mento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufa-
obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabili-
turados, produzidos no território nacional de acordo com o proces-
dade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições so produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo
de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais Poder Executivo federal;
para sua utilização em condições de segurança estrutural e opera- XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas
cional e com as características adequadas às finalidades para que condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;
foi contratada; XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e su- estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e co-
ficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra municação cuja descontinuidade provoque dano significativo à ad-
ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, ministração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes
elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimi- requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,
nares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamen- confiabilidade, segurança e confidencialidade.
to do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de Seção III
execução, devendo conter os seguintes elementos: Das Obras e Serviços
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer
visão global da obra e identificar todos os seus elementos consti- Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a presta-
tutivos com clareza; ção de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particu-
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de- lar, à seguinte sequencia:
talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou I - projeto básico;
de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e II - projeto executivo;
de realização das obras e montagem; III - execução das obras e serviços.
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais § 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente prece-
e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações dida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos
que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto exe-
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; cutivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a
execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé-
Administração.
todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza-
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados
cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
quando:
execução; I - houver projeto básico aprovado pela autoridade compe-
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da tente e disponível para exame dos interessados em participar do
obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri- processo licitatório;
mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a
cada caso; composição de todos os seus custos unitários;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen- III - houver previsão de recursos orçamentários que assegu-
tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente rem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços
avaliados; a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessá- com o respectivo cronograma;
rios e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas
normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Cons-
- ABNT; tituição Federal, quando for o caso.
XI - Administração Pública - a administração direta e indire- § 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de
ta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua
abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e ex-
direito privado sob controle do poder público e das fundações por plorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação es-
ele instituídas ou mantidas; pecífica.

Didatismo e Conhecimento 29
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de for- projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos
necimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de
cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto bens e serviços a estes necessários.
básico ou executivo. § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens da comissão de licitação.
e serviços sem similaridade ou de marcas, características e espe-
cificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas se-
justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e guintes formas:
serviços for feito sob o regime de administração contratada, pre- I - execução direta;
visto e discriminado no ato convocatório. II - execução indireta, nos seguintes regimes:
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade a) empreitada por preço global;
dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes b) empreitada por preço unitário;
tenha dado causa. c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, d) tarefa;
para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização e) empreitada integral.
monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883,
cada período de aferição até a do respectivo pagamento, que será de 1994)
calculada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente
no ato convocatório. Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins te-
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pú- rão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto
blica os quantitativos das obras e preços unitários de determinada quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do
obra executada. local ou às exigências específicas do empreendimento.
§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber,
aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação. Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras
e serviços serão considerados principalmente os seguintes requi-
sitos:
Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-
I - segurança;
-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e
II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
considerados os prazos de sua execução.
III - economia na execução, conservação e operação;
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da exe-
IV - possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tec-
cução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente pre-
nologia e matérias-primas existentes no local para execução, con-
visão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência
servação e operação;
financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem pre-
em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. juízo da durabilidade da obra ou do serviço;
26 desta Lei. VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do
trabalho adequadas;
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da VII - impacto ambiental.
licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de
bens a eles necessários: Seção IV
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
jurídica;
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técni-
elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do cos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe-
5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, cutivos;
responsável técnico ou subcontratado; II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financei-
responsável pela licitação. ras ou tributárias;
§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da em- IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou
presa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviços;
serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrati-
de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a vas;
serviço da Administração interessada. VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contra- VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
tação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto execu- VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
tivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado § 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os
pela Administração. contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais espe-
§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto cializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a
neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou re-
comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do muneração.

Didatismo e Conhecimento 30
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no III - as condições de guarda e armazenamento que não permi-
que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. tam a deterioração do material.
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializa- § 8o O recebimento de material de valor superior ao limite
dos que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite,
procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dis- deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) mem-
pensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que bros.
os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços
objeto do contrato. Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de di-
vulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público,
Seção V à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou
Das Compras Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado,
seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte- e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as
rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação.
seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos ca-
quem lhe tiver dado causa. sos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24.

Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: Seção VI


I - atender ao princípio da padronização, que imponha compa- Das Alienações
tibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas,
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-
e garantia oferecidas; dinada à existência de interesse público devidamente justificado,
II - ser processadas através de sistema de registro de preços; será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento se- I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para
melhantes às do setor privado; órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio-
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá
para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economi- de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência,
cidade; dispensada esta nos seguintes casos:
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e a) dação em pagamento;
entidades da Administração Pública. b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en-
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
mercado. ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos cons-
para orientação da Administração, na imprensa oficial. tantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por d) investidura;
decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se- e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública,
guintes condições: de qualquer esfera de governo;
I - seleção feita mediante concorrência; f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
preços registrados; residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no
III - validade do registro não superior a um ano. âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Adminis- de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da ad-
tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando- ministração pública;
-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art.
relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa
preferência em igualdade de condições. e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja com-
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de pre- petência legal inclua-se tal atribuição;
ços, quando possível, deverá ser informatizado. h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos
com o preço vigente no mercado. e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas
§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda: de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indi- órgãos ou entidades da administração pública;
cação de marca; i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one-
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adqui- rosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde
ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimati- incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou
va será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização
quantitativas de estimação; fundiária, atendidos os requisitos legais;

Didatismo e Conhecimento 31
DIREITO ADMINISTRATIVO
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licita- § 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
ção, dispensada esta nos seguintes casos: I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de inte- remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar
resse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da ava-
socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alie- liação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento)
nação; do valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta lei;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida- II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta
des da Administração Pública; destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais cons-
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob- truídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde
servada a legislação específica; que considerados dispensáveis na fase de operação dessas uni-
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; dades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos concessão.
ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas fina- § 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento
lidades; constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumpri-
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente
quem deles dispõe. justificado;
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário ne-
deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, re- cessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula
verterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em
alienação pelo beneficiário. segundo grau em favor do doador.
§ 2o A Administração também poderá conceder título de pro- § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou global-
priedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, mente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso
quando o uso destinar-se: II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qual- § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
quer que seja a localização do imóvel;
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato
de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos
quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)
sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) mó-
dulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aqui-
exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares);
sição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pa-
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de
gamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente,
autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condi- observadas as seguintes regras:
cionamentos: I - avaliação dos bens alienáveis;
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de
2004; concorrência ou leilão.
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regi-
me legal e administrativo da destinação e da regularização fundiá- Capítulo II
ria de terras públicas; Da Licitação
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não
contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras pú- Seção I
blicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento Das Modalidades, Limites e Dispensa
ecológico-econômico; e
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a
notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, de-
pública ou interesse social. vidamente justificado.
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a ha-
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a bilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.
vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração median-
te atividades agropecuárias; Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das con-
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde corrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões,
que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser
licitação para áreas superiores a esse limite; publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação
da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e,
o limite previsto no inciso II deste parágrafo. ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008) com recursos federais ou garantidas por instituições federais;

Didatismo e Conhecimento 32
DIREITO ADMINISTRATIVO
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer in-
se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade teressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
Federal; conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa ofi-
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e tam- cial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
bém, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer in-
onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado teressados para a venda de bens móveis inservíveis para a admi-
ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o nistração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados,
vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem
ampliar a área de competição. oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais
interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado
informações sobre a licitação. para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não
realização do evento será: convidados nas últimas licitações.
I - quarenta e cinco dias para: § 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinte-
a) concurso; resse dos convidados, for impossível a obtenção do número míni-
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar mo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias
o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de re-
“melhor técnica” ou “técnica e preço”; petição do convite.
II - trinta dias para: § 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do a combinação das referidas neste artigo.
inciso anterior; § 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos
técnica” ou “técnica e preço”; previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não espe- com o objeto da licitação, nos termos do edital.
cificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão;
IV - cinco dias úteis para convite. Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os in-
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão con- cisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos
tados a partir da última publicação do edital resumido ou da expe- seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
dição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou I - para obras e serviços de engenharia:
do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);
mais tarde. b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela nhentos mil reais);
mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-
inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a nhentos mil reais);
alteração não afetar a formulação das propostas. II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
Art. 22. São modalidades de licitação: b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-
I - concorrência; quenta mil reais);
II - tomada de preços; c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-
III - convite; quenta mil reais).
IV - concurso; § 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administra-
V - leilão. ção serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, com- vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mer-
provem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no cado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de
edital para execução de seu objeto. escala.
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre in- § 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens,
teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou con-
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior junto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder
à data do recebimento das propostas, observada a necessária qua- licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a exe-
lificação. cução do objeto em licitação.
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qual-
ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e quer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou aliena-
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade adminis- ção de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas
trativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais,
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspon- admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo,
dente especialidade que manifestarem seu interesse com antece- a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadas-
dência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das pro- tro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver
postas. fornecedor do bem ou serviço no País.

Didatismo e Conhecimento 33
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração pode- tentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta
rá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos
§ 5o É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “toma- bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
da de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito públi-
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante- co interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão
mente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido
de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta
termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especiali- no mercado;
dade diversa daquela do executor da obra ou serviço. IX - quando houver possibilidade de comprometimento da se-
§ 6o As organizações industriais da Administração Federal gurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presiden-
direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites es- te da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
tabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi-
serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplica- mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi-
dos exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, des-
operacionais bélicos pertencentes à União. de que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não avaliação prévia;
haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cota- XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou for-
ção de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a necimento, em consequência de rescisão contratual, desde que
ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas
mínimo para preservar a economia de escala. as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos quanto ao preço, devidamente corrigido;
valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
número.
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
preço do dia;
Art. 24. É dispensável a licitação:
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida re-
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez
gimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen-
por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo
volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação
anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável re-
ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
putação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acor-
mente;
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por do internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional,
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo ante- quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas
rior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não para o Poder Público;
se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos
de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan- XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários
do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa padronizados de uso da administração, e de edições técnicas ofi-
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, ciais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in-
e somente para os bens necessários ao atendimento da situação tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem
que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi- nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamen-
tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da tos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor ori-
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos ginal desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade
contratos; for indispensável para a vigência da garantia;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abas-
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta- seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta
belecidas; duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestra-
para regular preços ou normalizar o abastecimento; mento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais compe- desta Lei:

Didatismo e Conhecimento 34
DIREITO ADMINISTRATIVO
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Ar- XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
madas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
quando houver necessidade de manter a padronização requerida observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terres- (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
tres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; XXXII - na contratação em que houver transferência de tec-
XX - na contratação de associação de portadores de deficiên- nologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde
cia física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, con-
órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação forme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por
de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção
contratado seja compatível com o praticado no mercado. tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusi- § 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste
vamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedi- artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e servi-
dos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições ços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia
de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim espe- mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas,
cífico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de ener- 12.715, de 2012)
gia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou § 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que in-
autorizado, segundo as normas da legislação específica; tegre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou so- deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem
ciedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de
para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o pra- nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
ticado no mercado.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de ser- Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade
de competição, em especial:
viços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
contrato de gestão.
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado forne-
Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência
cido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali-
de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explo-
zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação
ração de criação protegida.
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art.
Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de de publicidade e divulgação;
cooperação. III - para contratação de profissional de qualquer setor artís-
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercia- tico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa- § 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou
ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente
de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, orga-
de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis nização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos re-
com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzi- é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
dos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta do objeto do contrato.
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de § 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dis-
comissão especialmente designada pela autoridade máxima do ór- pensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidaria-
gão. mente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo
atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasilei- de outras sanções legais cabíveis.
ras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente
justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou execu- Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no
tante e ratificadas pelo Comandante da Força. inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento
ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de servi- previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser
ços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco)
Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. dias, como condição para a eficácia dos atos.

Didatismo e Conhecimento 35
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limi-
ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que tar-se-á a:
couber, com os seguintes elementos: I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade
justifique a dispensa, quando for o caso; pertinente e compatível em características, quantidades e prazos
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do apare-
III - justificativa do preço. lhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a rea-
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos lização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada
quais os bens serão alocados. um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos
trabalhos;
Seção II III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que rece-
Da Habilitação beu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimen-
to de todas as informações e das condições locais para o cumpri-
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos inte- mento das obrigações objeto da licitação;
ressados, exclusivamente, documentação relativa a: IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei espe-
I - habilitação jurídica; cial, quando for o caso.
II - qualificação técnica; § 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do “caput”
III - qualificação econômico-financeira; deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços,
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito
nº 12.440, de 2011) público ou privado, devidamente registrados nas entidades profis-
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da sionais competentes, limitadas as exigências a:
Constituição Federal. I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante
de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entre-
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, con- ga da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamen-
forme o caso, consistirá em: te reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de
I - cédula de identidade; responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de carac-
II - registro comercial, no caso de empresa individual; terísticas semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, de- de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, ve-
vidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, dadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
eleição de seus administradores; a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
acompanhada de prova de diretoria em exercício; § 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor sig-
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou so- nificativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no
ciedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou instrumento convocatório.
autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, § 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através
quando a atividade assim o exigir. de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de com-
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e traba- § 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação
lhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados forne-
12.440, de 2011) cidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou § 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de
no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que ini-
ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, bam a participação na licitação.
pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto § 6o As exigências mínimas relativas a instalações de cantei-
contratual; ros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, con-
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Esta- siderados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação,
dual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equi- serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da
valente, na forma da lei; declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis,
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando § 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
por lei. II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a § 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto,
Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos
nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. (In- sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será
cluído pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

Didatismo e Conhecimento 36
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser
aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema re- apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenti-
levância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou cada por cartório competente ou por servidor da administração ou
que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços publicação em órgão da imprensa oficial.
públicos essenciais. § 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite,
comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.
inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço § 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1o
objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31,
de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado
administração. de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a decla-
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) rar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
da habilitação.
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substi-
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-
tuída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública,
-financeira limitar-se-á a:
desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obe-
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que diência ao disposto nesta Lei.
comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua § 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País,
substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às
atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equi-
(três) meses da data de apresentação da proposta; valentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Bra-
distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimo- sil com poderes expressos para receber citação e responder admi-
nial, expedida no domicílio da pessoa física; nistrativa ou judicialmente.
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo,
“caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes
valor estimado do objeto da contratação. a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução
capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos gráfica da documentação fornecida.
que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a § 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no § 2o
exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisi-
rentabilidade ou lucratividade. ção de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o produto de
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na financiamento concedido por organismo financeiro internacional
execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de coopera-
convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de pa- ção, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a
trimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde
art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualifi- que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do
cação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços
ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. realizada por unidades administrativas com sede no exterior.
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que
se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de em-
cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação
presas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na for-
I - comprovação do compromisso público ou particular de
ma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices
constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
oficiais.
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que de-
assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade verá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas
operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta no edital;
em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31
rotação. desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada con-
será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices con- sorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o so-
tábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo matório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua res-
administrativo da licitação que tenha dado início ao certame lici- pectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o
tatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores
adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para
cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) empresas assim definidas em lei;

Didatismo e Conhecimento 37
DIREITO ADMINISTRATIVO
IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro
mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente; administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos pra- IV - original das propostas e dos documentos que as instruí-
ticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de exe- rem;
cução do contrato. V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a li- VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação,
derança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado dispensa ou inexigibilidade;
o disposto no inciso II deste artigo. VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua ho-
§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da mologação;
celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e
nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo. respectivas manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quan-
Seção III do for o caso, fundamentado circunstanciadamente;
Dos Registros Cadastrais X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme
o caso;
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Ad- XI - outros comprovantes de publicações;
ministração Pública que realizem frequentemente licitações man- XII - demais documentos relativos à licitação.
terão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regu- Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como
lamentar, válidos por, no máximo, um ano. as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previa-
§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e mente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Admi-
deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando- nistração.
-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anual-
mente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chama- Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou
mento público para a atualização dos registros existentes e para o para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for supe-
ingresso de novos interessados. rior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea
“c” desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamen-
§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de
te, com uma audiência pública concedida pela autoridade respon-
registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administra-
sável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data
ção Pública.
prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedên-
cia mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização des-
meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso
te, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos neces-
e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos
sários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se lici-
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo- tações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização
-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações su-
a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos cons- cessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital
tantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei. subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre término do contrato resultante da licitação antecedente.
que atualizarem o registro.
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações as- Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem
sumidas será anotada no respectivo registro cadastral. em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a
modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento
cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exi- da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
gências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
cadastral. I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada
Seção IV dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execu-
Do Procedimento e Julgamento ção do contrato e para entrega do objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a aber- IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto
tura de processo administrativo, devidamente autuado, protoco- básico;
lado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação V - se há projeto executivo disponível na data da publicação
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adqui-
serão juntados oportunamente: rido;
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; VI - condições para participação na licitação, em conformi-
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma dade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das
do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite; propostas;

Didatismo e Conhecimento 38
DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâ- II - a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do
metros objetivos; inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de co- entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento,
municação à distância em que serão fornecidos elementos, infor- desde que não superior a quinze dias.
mações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para
atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e
objeto; condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas § 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de
brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais; licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto-
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a
conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e veda- abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração
dos a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem
variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.
nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o
do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habili-
setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou tação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas
do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimple- em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de lei-
mento de cada parcela; lão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) em que tal comunicação não terá efeito de recurso.
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não
para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em
previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas; julgado da decisão a ela pertinente.
XIV - condições de pagamento, prevendo: § 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direi-
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a to de participar das fases subsequentes.
partir da data final do período de adimplemento de cada parcela;
b) cronograma de desembolso máximo por período, em con- Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital
formidade com a disponibilidade de recursos financeiros; deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.
desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até § 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço
a data do efetivo pagamento; em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante bra-
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais sileiro.
atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos; § 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente
e) exigência de seguros, quando for o caso; contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento.
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação. § 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo § 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apre-
no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou sentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames
resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados. conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, § 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aqui-
desenhos, especificações e outros complementos; sição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doa-
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e pre- ção oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou or-
ços unitários; ganismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de
e o licitante vencedor; acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais apro-
IV - as especificações complementares e as normas de execu- vados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedi-
ção pertinentes à licitação. mentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá
adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que
realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação,
como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja e que também não conflitem com o princípio do julgamento obje-
vinculada a emissão de documento de cobrança. tivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente
aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para superior.
apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: § 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no
I - o disposto no inciso XI deste artigo; mesmo local de destino.

Didatismo e Conhecimento 39
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às pro-
dos seguintes procedimentos: postas que incluam mão de obra estrangeira ou importações de
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à qualquer natureza.
habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes ina- Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a
bilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em
havido recurso ou após sua denegação; conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concor- estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores ex-
rentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição clusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição
de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julga- pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
mento dos recursos interpostos; § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação,
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os exceto na modalidade concurso:
requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta
no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor
os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especifica-
ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se ções do edital ou convite e ofertar o menor preço;
a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis; II - a de melhor técnica;
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os III - a de técnica e preço.
critérios de avaliação constantes do edital; IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homolo- bens ou concessão de direito real de uso.
gação e adjudicação do objeto da licitação. § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após
§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação
habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual
previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, as- todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro pro-
sinada pelos licitantes presentes e pela Comissão. cesso.
§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos
§ 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os lici-
licitantes presentes e pela Comissão.
tantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qual-
crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate,
quer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a es-
exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior.
clarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a in-
§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a ad-
clusão posterior de documento ou informação que deveria constar
ministração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23
originariamente da proposta.
de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que
couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação
§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (inci- “técnica e preço”, permitido o emprego de outro tipo de licitação
sos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá- nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não
fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. previstos neste artigo.
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de pro- § 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas
posta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade
aceito pela Comissão. demandada na licitação.

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e
consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de nature-
os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos za predominantemente intelectual, em especial na elaboração de
por esta Lei. projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração
fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos,
indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior.
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não § 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o se-
prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos guinte procedimento claramente explicitado no instrumento con-
subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada vocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se
nas ofertas dos demais licitantes. propõe a pagar:
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas
unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita en-
com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos tão a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os
respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com
tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a clareza e objetividade no instrumento convocatório e que consi-
materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os derem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade
quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,

Didatismo e Conhecimento 40
DIREITO ADMINISTRATIVO
tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, § 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo
e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações
sua execução; de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor
à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingi- dos seguintes valores:
do a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório a) média aritmética dos valores das propostas superiores a
e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela administração, ou
classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e b) valor orçado pela administração.
respectivos preços unitários e tendo como referência o limite re- § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior
presentado pela proposta de menor preço entre os licitantes que cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento)
obtiveram a valorização mínima; do menor valor a que se referem as alíneas “a” e “b”, será exigida,
III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, den-
idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponen- tre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença
tes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor da corres-
a contratação; pondente proposta.
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos lici- § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas
tantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obti- as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar
verem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica. aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de
§ 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adi- nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas
cionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedi- referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução
mento claramente explicitado no instrumento convocatório: deste prazo para três dias úteis.
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de pre-
ços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instru- Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do proce-
mento convocatório; dimento somente poderá revogar a licitação por razões de interes-
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com se público decorrente de fato superveniente devidamente compro-
a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
convocatório. mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ile-
artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante galidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no
justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração parágrafo único do art. 59 desta Lei.
promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contra-
bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto to, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofistica- § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica as-
da e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reco- segurado o contraditório e a ampla defesa.
nhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir § 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e
durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser ado- Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com
tadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios preterição da ordem de classificação das propostas ou com tercei-
objetivamente fixados no ato convocatório. ros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão
quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de,
preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles
junto com o edital, todos os elementos e informações necessários servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos
para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
com total e completo conhecimento do objeto da licitação. § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcio-
nalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exi-
Art. 48. Serão desclassificadas: guidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor
I - as propostas que não atendam às exigências do ato convo- formalmente designado pela autoridade competente.
catório da licitação; § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada
ou com preços manifestamente inexequíveis, assim considerados por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços
aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através ou aquisição de equipamentos.
de documentação que comprove que os custos dos insumos são § 3o Os membros das Comissões de licitação responderão so-
coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtivi- lidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se
dade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, con- posição individual divergente estiver devidamente fundamentada
dições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada
licitação. a decisão.

Didatismo e Conhecimento 41
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de -base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de
seus membros para a mesma comissão no período subsequente. atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga-
§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma ções e a do efetivo pagamento;
comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão,
reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores pú- de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme
blicos ou não. o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei da classificação funcional programática e da categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execu-
deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos inte-
ção, quando exigidas;
ressados no local indicado no edital.
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida-
§ 1o O regulamento deverá indicar: des cabíveis e os valores das multas;
I - a qualificação exigida dos participantes; VIII - os casos de rescisão;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso
III - as condições de realização do concurso e os prêmios a de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
serem concedidos. X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para
§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a conversão, quando for o caso;
Administração a executá-lo quando julgar conveniente. XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dis-
pensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especial-
servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma mente aos casos omissos;
da legislação pertinente. XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por
Administração para fixação do preço mínimo de arrematação. ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual exigidas na licitação.
estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediata- § 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública
com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no
mente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento
estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare
do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena
competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer
de perder em favor da Administração o valor já recolhido. questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista § 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de conta-
poderá ser feito em até vinte e quatro horas. bilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, prin- fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as caracte-
cipalmente no município em que se realizará. rísticas e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no
4.320, de 17 de março de 1964.
Capítulo III
DOS CONTRATOS Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e
desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exi-
Seção I gida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
Disposições Preliminares compras.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda-
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei lidades de garantia:
regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito públi- I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, deven-
co, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral do estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro
dos contratos e as disposições de direito privado. em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado
pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econô-
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão
micos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que de-
II - seguro-garantia;
finam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em III - fiança bancária.
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se § 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excede-
vinculam. rá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilida- nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo
de de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou 3o deste artigo.
e da respectiva proposta. § 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
volvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros considerá-
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que veis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
estabeleçam: autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo
I - o objeto e seus elementos característicos; anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do con-
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; trato.

Didatismo e Conhecimento 42
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou res- I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
tituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atuali- finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra-
zada monetariamente. tado;
§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no
pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao inciso I do art. 79 desta Lei;
valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou par-
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará cial do ajuste;
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente
quanto aos relativos: bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me- contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi-
tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro- nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó-
gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha tese de rescisão do contrato administrativo.
sido previsto no ato convocatório;
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
II - à prestação de serviços a serem executados de forma con-
contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia
tínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces-
concordância do contratado.
sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas eco-
vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) nômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas mantenha o equilíbrio contratual.
de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até
48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrati-
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e vo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele,
XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já pro-
(cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (In- duzidos.
cluído pela Lei nº 12.349, de 2010) Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-
-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devi- -se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
damente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; Seção II
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra- Da Formalização dos Contratos
nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
ções de execução do contrato; Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico
ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no con- relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por ins-
trato, nos limites permitidos por esta Lei; trumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de no processo que lhe deu origem.
terceiro reconhecido pela Administração em documento contem- Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato ver-
porâneo à sua ocorrência; bal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Adminis-
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
tração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte,
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea
diretamente, impedimento ou retardamento na execução do con-
“a” desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
trato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por es-
crito e previamente autorizada pela autoridade competente para Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e
celebrar o contrato. os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indetermi- lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
nado. inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e me- às cláusulas contratuais.
diante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de
inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condi-
meses. ção indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Admi-
nistração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura,
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos ins- para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja
tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26
prerrogativa de: desta Lei.

Didatismo e Conhecimento 43
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos nos limites permitidos por esta Lei;
hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, au- II - por acordo das partes:
torização de compra ou ordem de execução de serviço. a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou b) quando necessária a modificação do regime de execução
ato convocatório da licitação. da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
§ 2o Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “au- de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
torização de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros originários;
instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
desta Lei. por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o va-
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e lor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com
demais normas gerais, no que couber: relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja serviço;
regido, predominantemente, por norma de direito privado; d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
II - aos contratos em que a Administração for parte como mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-
usuária de serviço público. tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
§ 4o É dispensável o “termo de contrato” e facultada a subs- objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
tituição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde- cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
pendentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega previsíveis, porém de consequências incalculáveis, retardadores
imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de
obrigações futuras, inclusive assistência técnica. força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
econômica extraordinária e extracontratual.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi-
ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas
termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qual-
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
quer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa-
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de refor-
gamento dos emolumentos devidos.
ma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta
por cento) para os seus acréscimos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessa-
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limi-
do para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento
tes estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previs-
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os con-
tas no art. 81 desta Lei. tratantes.
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços
por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu trans- unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante
curso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Adminis- acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no §
tração. 1o deste artigo.
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos
equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os lici- trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos
tantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corri-
igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro clas- gidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente
sificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente § 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados
da cominação prevista no art. 81 desta Lei. ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais,
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das pro- quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de com-
postas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes li- provada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão
berados dos compromissos assumidos. destes para mais ou para menos, conforme o caso.
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente
Seção III os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer,
Da Alteração dos Contratos por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7o (VETADO)
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera- § 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: te de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, com-
I - unilateralmente pela Administração: pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições

Didatismo e Conhecimento 44
DIREITO ADMINISTRATIVO
de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, I - em se tratando de obras e serviços:
não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamen-
simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. to e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas
partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contra-
Seção IV tado;
Da Execução dos Contratos b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela
autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par- pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria
tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, ob-
respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução to- servado o disposto no art. 69 desta Lei;
tal ou parcial. II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e conformidade do material com a especificação;
fiscalizada por um representante da Administração especialmente b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quanti-
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e dade do material e consequente aceitação.
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. § 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto,
§ 1o O representante da Administração anotará em registro o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos de-
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do con- mais, mediante recibo.
trato, determinando o que for necessário à regularização das faltas § 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a res-
ou defeitos observados. ponsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço,
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a compe- nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro
tência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. § 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo
não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excep-
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela cionais, devidamente justificados e previstos no edital.
Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na § 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação
execução do contrato. a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou
procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realiza-
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, dos, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o anteriores à exaustão dos mesmos.
objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor-
reções resultantes da execução ou de materiais empregados. Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos
seguintes casos:
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados di- I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
retamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa II - serviços profissionais;
ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de apare-
interessado. lhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcio-
namento e produtividade.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis- Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será
tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução feito mediante recibo.
do contrato.
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encar- Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital,
gos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do obje-
o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras to do contrato correm por conta do contratado.
e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra,
contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.
do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho
de 1991. Seção V
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí- Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em ou regulamento.
cada caso, pela Administração.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

Didatismo e Conhecimento 45
DIREITO ADMINISTRATIVO
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especifica- Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
ções, projetos ou prazos; I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração,
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especi- nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
ficações, projetos e prazos; II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração processo da licitação, desde que haja conveniência para a Admi-
a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou nistração;
do fornecimento, nos prazos estipulados; III - judicial, nos termos da legislação;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou forne- § 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser prece-
cimento; dida de autorização escrita e fundamentada da autoridade compe-
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem tente.
justa causa e prévia comunicação à Administração; § 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a
XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa-
este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que hou-
ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou
ver sofrido, tendo ainda direito a:
parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas I - devolução de garantia;
no edital e no contrato; II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data
VII - o desatendimento das determinações regulares da autori- da rescisão;
dade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim III - pagamento do custo da desmobilização.
como as de seus superiores; § 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, ano- § 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
tadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei; § 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do con-
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente
civil; por igual tempo.
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior
estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções pre-
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo vistas nesta Lei:
conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autorida- I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
de da esfera administrativa a que está subordinado o contratante em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato; II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos,
material e pessoal empregados na execução do contrato, necessá-
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, ser-
rios à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
viços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da
contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela de-
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Ad- vidos;
ministração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou dos prejuízos causados à Administração.
guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo § 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste
prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indeniza- artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuida-
ções pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobiliza- de à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
ções e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, § 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do
nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de de-
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; terminadas atividades de serviços essenciais.
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos de- § 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser pre-
vidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne- cedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente,
cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna § 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior per-
ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspen- mite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no
inciso I deste artigo.
são do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada
a situação;
Capítulo IV
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDI-
local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, CIAL
nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais
especificadas no projeto; Seção I
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regu- Disposições Gerais
larmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formal- Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o
mente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditó- contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do
rio e a ampla defesa. prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumpri-
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, mento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
sem prejuízo das sanções penais cabíveis. legalmente estabelecidas.

Didatismo e Conhecimento 46
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos li- II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
citantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não no contrato;
aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo pri- III - suspensão temporária de participação em licitação e im-
meiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço. pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe-
rior a 2 (dois) anos;
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os ob- Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi-
jetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante
regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
criminal que seu ato ensejar. sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmen- no inciso anterior.
te tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, § 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
mandato eletivo. diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente de-
vidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, § 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo
aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remunera- poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a
ção, cargo, função ou emprego público. defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de
§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, 5 (cinco) dias úteis.
quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, § 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de com-
assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e so- petência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual
ciedades de economia mista, as demais entidades sob controle, di- ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado
reto ou indireto, do Poder Público. no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de
vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de
§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os
sua aplicação. (Vide art. 109 inciso III)
autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo
em comissão ou de função de confiança em órgão da Adminis-
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo
tração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profis-
mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou
sionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:
indiretamente pelo Poder Público.
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por
meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objeti-
licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito vos da licitação;
Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer Administração em virtude de atos ilícitos praticados.
outras entidades sob seu controle direto ou indireto.
Seção III
Seção II Dos Crimes e das Penas
Das Sanções Administrativas
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses pre-
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeita- vistas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à
rá o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento dispensa ou à inexigibilidade:
convocatório ou no contrato. Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Admi- Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo
nistração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,
sanções previstas nesta Lei. beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar
§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, contrato com o Poder Público.
será descontada da garantia do respectivo contratado.
§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento
diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vanta-
devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada gem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
judicialmente. Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Admi- Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
nistração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou
as seguintes sanções: à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo
I - advertência; Poder Judiciário:

Didatismo e Conhecimento 47
DIREITO ADMINISTRATIVO
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. § 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser
inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modifi- cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou
cação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do inexigibilidade de licitação.
adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o § 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o
Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da lici- caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.
tação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar
fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, Seção IV
observado o disposto no art. 121 desta Lei: Do Processo e do Procedimento Judicial
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, ten- Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pú-
do comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalida- blica incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.
de, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das
modificações ou prorrogações contratuais. Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos
desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as cir-
ato de procedimento licitatório: cunstâncias em que se deu a ocorrência.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará
a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em proce- duas testemunhas.
dimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-
-lo: Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhece-
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. rem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de
Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de contro-
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de vio- le interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos cri-
lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de mes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias
qualquer tipo: e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
pena correspondente à violência.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pú-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou
blica, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que
desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.
couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo
instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou
contrato dela decorrente: de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da
I - elevando arbitrariamente os preços; data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsi- testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indi-
ficada ou deteriorada; car as demais provas que pretenda produzir.
III - entregando uma mercadoria por outra;
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da merca- Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e
doria fornecida; praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada
a proposta ou a execução do contrato: parte para alegações finais.
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir
ou profissional declarado inidôneo: a sentença.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de
inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração. 5 (cinco) dias.

Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscri- Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais
ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que
indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de
do inscrito: Processo Penal e a Lei de Execução Penal.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Capítulo V
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada
em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vanta- Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação
gem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. desta Lei cabem:

Didatismo e Conhecimento 48
DIREITO ADMINISTRATIVO
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intima- Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial
ção do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos di-
a) habilitação ou inabilitação do licitante; reitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e
b) julgamento das propostas; elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção,
c) anulação ou revogação da licitação; desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, e aplicação da obra.
sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de
desta Lei; uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a en-
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária tidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização
ou de multa; e pagamento.
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intima- § 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual,
ção da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contra- nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebra-
to, de que não caiba recurso hierárquico; dos por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorciados.
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Es-
§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da
tado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na
licitação e da execução do contrato.
hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis
da intimação do ato.
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e
§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”,
“b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos à advertência demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal
e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando
na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas “a” os órgãos interessados da Administração responsáveis pela de-
e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi monstração da legalidade e regularidade da despesa e execução,
adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle
aos interessados e lavrada em ata. interno nela previsto.
§ 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste § 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica
artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes
motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação
recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos. desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitan- § 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema
tes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis. de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil ime-
§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermé- diatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de
dio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entida-
decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, des da Administração interessada à adoção de medidas corretivas
fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a de- pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.
cisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado
do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade. Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-
§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de -qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sem-
reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo pre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da
estejam com vista franqueada ao interessado. qualificação técnica dos interessados.
§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de § 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita
“carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no pará- mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela ime-
grafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. diatamente superior.
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta
Capítulo VI
Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
procedimento e à analise da documentação.
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei,
excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e consi- Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas
derar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na
disposto em contrário. execução das licitações, no âmbito de sua competência, observa-
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos das as disposições desta Lei.
neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade. Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após
aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar imprensa oficial.
ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o
autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administra- Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber,
ção possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres
concurso ou no ajuste para sua elaboração. celebrados por órgãos e entidades da Administração.

Didatismo e Conhecimento 49
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados
ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprova- pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de
ção de competente plano de trabalho proposto pela organização Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três
interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes infor- esferas administrativas.
mações:
I - identificação do objeto a ser executado; Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as
II - metas a serem atingidas; entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas
III - etapas ou fases de execução; sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
V - cronograma de desembolso; Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fun-
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim dações públicas e demais entidades controladas direta ou indire-
da conclusão das etapas ou fases programadas; tamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenha- editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando
ria, comprovação de que os recursos próprios para complementar sujeitas às disposições desta Lei.
a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo,
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autori-
descentralizador. dade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na impren-
ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Munici- sa oficial.
pal respectiva.
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita con- Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anual-
formidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos mente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar
a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das no Diário Oficial da União, observando como limite superior a va-
impropriedades ocorrentes: riação geral dos preços do mercado, no período.
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular
aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legisla- Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações ins-
ção aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização tauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência,
local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descen- ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art.
tralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no “caput” do
controle interno da Administração Pública; art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem crono-
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos lógica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias con-
recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou tados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações re-
fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamen- lativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666,
tais de Administração Pública nas contratações e demais atos prati- de 21 de junho de 1993.
cados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimô-
com relação a outras cláusulas conveniais básicas; nio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-
III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneado- -lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os
ras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por inte- relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela
grantes do respectivo sistema de controle interno. União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam
§ 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que
obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de institui- couber.
ção financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior
a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á pro-
operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, cedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Bra-
quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores sileiro de Aeronáutica.
que um mês.
§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas,
anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades
e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamenta-
constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de ção específica.
contas do ajuste.
§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para per-
convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, missão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei
inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações finan- que não conflitem com a legislação específica sobre o assunto.
ceiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do
dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de
sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do serviços com execução prévia de obras em que não foram previs-
responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão tos desembolso por parte da Administração Pública concedente.
ou entidade titular dos recursos.

Didatismo e Conhecimento 50
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara,
vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desne-
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especial- cessárias, limitem a competição;
mente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das
2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis
Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como
de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por força do disposto no o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da lici-
art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994) tação, dos bens ou serviços a serem licitados; e
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e 105o do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respec-
da República. tiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebi-
ITAMAR FRANCO mento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua
classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do
LEI FEDERAL Nº 10.520/2002 – PREGÃO certame ao licitante vencedor.
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por
servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração,
Objetivando atender ao conteúdo exigido pelo edital de
preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou
abertura do concurso público, segue a íntegra da Lei Federal nº
entidade promotora do evento.
10.520/2002 que institui a modalidade de licitação denominada § 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro
PREGÃO, nos casos de aquisição de bens e serviços comuns, nos e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por
exatos termos previstos no edital: militares
LEI No 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002. Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convoca-
ção dos interessados e observará as seguintes regras:
Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Mu- I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de
nicípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Fede- publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado
ral, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamen-
bens e serviços comuns, e dá outras providências. te, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal
de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- art. 2º;
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a
indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser a íntegra do edital;
adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma
esta Lei. do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para e a minuta do contrato, quando for o caso;
os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à
e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma
meio de especificações usuais no mercado. da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado
Art. 2º (VETADO) a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização úteis;
VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão
de recursos de tecnologia da informação, nos termos de
pública para recebimento das propostas, devendo o interessado,
regulamentação específica.
ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da
existência dos necessários poderes para formulação de propostas e
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;
bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes,
e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamen-
recursos de tecnologia da informação. te os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo
§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua
organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas
e com a participação plural de corretoras que operem sistemas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;
eletrônicos unificados de pregões. VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo
e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a pro-
I - a autoridade competente justificará a necessidade de con- clamação do vencedor;
tratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilita- IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições
ção, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadim- definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores pro-
plemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos postas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e
prazos para fornecimento; sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

Didatismo e Conhecimento 51
DIREITO ADMINISTRATIVO
X - para julgamento e classificação das propostas, será adota- III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes
do o critério de menor preço, observados os prazos máximos para a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua
fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecno-
desempenho e qualidade definidos no edital; logia da informação, quando for o caso.
XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar,
quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivada- Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta)
mente a respeito da sua aceitabilidade; dias, se outro não estiver fixado no edital.
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas,
o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os docu- Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua
mentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor pro- proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar
documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamen-
posta, para verificação do atendimento das condições fixadas no
to da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou
edital;
fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitan- ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com
te está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguri- a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descre-
dade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, denciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornece-
e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a dores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo
comprovação de que atende às exigências do edital quanto à ha- de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital
bilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira; e no contrato e das demais cominações legais.
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documen-
tos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes
Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes man- de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo,
tidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de contro-
demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes; le, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edi-
tal, o licitante será declarado vencedor; Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas sub-
seqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na
Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.
e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edi-
tal, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns,
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pre- no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
goeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que nicípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços pre-
seja obtido preço melhor; visto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá ma- adotar a modalidade de pregão, conforme regulamento específico.
nifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando
lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a
razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intima- vigorar acrescida do seguinte artigo:
dos para apresentar contra-razões em igual número de dias, que “Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes nicípios poderão adotar, nas licitações de registro de preços des-
assegurada vista imediata dos autos; tinadas à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação ape- modalidade do pregão, inclusive por meio eletrônico, observando-
nas dos atos insuscetíveis de aproveitamento; -se o seguinte:
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante I - são considerados bens e serviços comuns da área da saúde,
importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sis-
objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor; tema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especi-
ficações usuais do mercado.
adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;
II - quando o quantitativo total estimado para a contratação ou
XXII - homologada a licitação pela autoridade competente,
fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, ad-
o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo mitir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem neces-
definido em edital; e sários para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de a ordem de classificação, desde que os referidos licitantes aceitem
validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o praticar o mesmo preço da proposta vencedora.
disposto no inciso XVI. III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no in-
ciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços
Art. 5º É vedada a exigência de: diferentes da proposta vencedora, desde que se trate de objetos
I - garantia de proposta; de qualidade ou desempenho superior, devidamente justificada e
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior
participação no certame; e ao limite máximo admitido.”

Didatismo e Conhecimento 52
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
casos previstos em lei.
Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º
da República. Título II
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e
Substituição

LEI N.º 8.112/90 (REGIME JURÍDICO Capítulo I


DOS SERVIDORES. PÚBLICOS CIVIS DA Do Provimento
UNIÃO): DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINA-
RES; DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMO- Seção I
ÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO. Disposições Gerais
DOS DIREITOS E VANTAGENS: DO VENCI-
MENTO E DA REMUNERAÇÃO; DAS VANTA-
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo
GENS; DAS FÉRIAS; DAS LICENÇAS; DOS
público:
AFASTAMENTOS; DO DIREITO DE PETIÇÃO.
DO REGIME DISCIPLINAR: DOS DEVERES E I - a nacionalidade brasileira;
PROIBIÇÕES; DA ACUMULAÇÃO; DAS RES- II - o gozo dos direitos políticos;
PONSABILIDADES; DAS PENALIDADES. III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
LEI FEDERAL Nº 8.112/90 outros requisitos estabelecidos em lei.
Para os estudos acerca do Regime Jurídico dos Servidores § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direi-
Públicos Civis da União, cumprindo exigência do conteúdo pro- to de se inscrever em concurso público para provimento de cargo
gramático, é de suma importância à leitura atenta do que dispõe a cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
Lei Federal nº 8.112/90, que dispõe sobre provimento, vacância,
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
redistribuição e substituição, direitos e vantagens, regime disci-
cento) das vagas oferecidas no concurso.
plinar, responsabilidade civil, criminal e administrativa dos ser-
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e
vidores públicos civis da União, das Autarquias e das Fundações
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
Públicas Federais, cuja íntegra do texto legal segue.
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 procedimentos desta Lei.

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante
da União, das autarquias e das fundações públicas federais. ato da autoridade competente de cada Poder.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 8o São formas de provimento de cargo público:
Título I I - nomeação;
Capítulo Único II - promoção;
Das Disposições Preliminares III -(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores V - readaptação;
Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime VI - reversão;
especial, e das fundações públicas federais. VII - aproveitamento;
VIII - reintegração;
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmen- IX - recondução.
te investida em cargo público.
Seção II
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e respon- Da Nomeação
sabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser
cometidas a um servidor. Art. 9o A nomeação far-se-á:
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra-
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
sileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimen-
provimento efetivo ou de carreira;
to pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para car-
ou em comissão.
gos de confiança vagos.

Didatismo e Conhecimento 53
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for jul-
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, in- gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
terinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri-
buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. cargo público ou da função de confiança.
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não
classificação e o prazo de sua validade. entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de- disposto no art. 18.
senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão § 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde
estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
na Administração Pública Federal e seus regulamentos. § 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá
com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o
Seção III servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
Do Concurso Público legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po-
dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do
e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a exercício serão registrados no assentamento individual do servi-
inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, dor.
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresen-
isenção nele expressamente previstas. tará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assen-
tamento individual.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos,
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que
§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de
realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário
publicação do ato que promover o servidor.
Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não
em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido
expirado.
ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no má-
ximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a
Seção IV
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluí-
Da Posse e do Exercício
do nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, nova sede.
no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi- § 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou
lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será conta-
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados do a partir do término do impedimento.
os atos de ofício previstos em lei. § 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da pu- no caput.
blicação do ato de provimento.
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publica- Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada
ção do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res-
V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e
alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
contado do término do impedimento. diárias, respectivamente.
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica. § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado
nomeação. o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de interesse da Administração.
bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de traba-
ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. lho estabelecida em leis especiais.
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo. Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car-
go de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe- período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão
ção médica oficial. e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do car-

Didatismo e Conhecimento 54
DIREITO ADMINISTRATIVO
go, observados os seguinte fatores: (Vide artigo 41 da Constitui- Seção VII
ção Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional Da Readaptação
19/98, que estabelece estabilidade após 03 (três) anos de efetivo
exercício aos servidores nomeados para provimento efetivo em Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
virtude de concurso público) atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
I - assiduidade; tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
II - disciplina; inspeção médica.
III - capacidade de iniciativa; § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando
IV - produtividade; será aposentado.
V- responsabilidade. § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro- afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e
batório, será submetida à homologação da autoridade competente equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de car-
go vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até
a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão
a ocorrência de vaga.
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a
lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo
Seção VIII
da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I
Da Reversão
a V do caput deste artigo.
§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exo- Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposen-
nerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa- tado:
do, observado o disposto no parágrafo único do art. 29. I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub-
§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer quais- sistentes os motivos da aposentadoria; ou
quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, II - no interesse da administração, desde que:
chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e so- a) tenha solicitado a reversão;
mente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão c) estável quando na atividade;
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à
6, 5 e 4, ou equivalentes. solicitação;
§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser e) haja cargo vago.
concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultan-
incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar te de sua transformação.
de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para § 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será con-
outro cargo na Administração Pública Federal. siderado para concessão da aposentadoria.
§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o
os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrên-
na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado cia de vaga
a partir do término do impedimento. § 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da ad-
ministração perceberá, em substituição aos proventos da aposen-
Seção V tadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive
Da Estabilidade com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente
à aposentadoria.
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os pro-
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empos-
ventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo
sado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no
menos cinco anos no cargo.
serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo
(Vide artigo 41 da Constituição Federal com redação alterada
pela Emenda Constitucional 19/98, que estabelece estabilidade Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
após 03 (três) anos de efetivo exercício aos servidores nomeados 4.9.2001)
para provimento efetivo em virtude de concurso público).
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple-
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de tado 70 (setenta) anos de idade.
sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-
tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. Seção IX
Da Reintegração
Seção VI
Da Transferência Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável
no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão ad-
ministrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

Didatismo e Conhecimento 55
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de
em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. função de confiança dar-se-á:
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante I - a juízo da autoridade competente;
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou II - a pedido do próprio servidor.
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção X Capítulo III


Da Recondução Da Remoção e da Redistribuição

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo Seção I


anteriormente ocupado e decorrerá de: Da Remoção
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante. Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de
o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. sede.
30. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se
por modalidades de remoção:
Seção XI I - de ofício, no interesse da Administração;
Da Disponibilidade e do Aproveitamento II - a pedido, a critério da Administração;
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade interesse da Administração:
far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui- a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi-
ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determi- no interesse da Administração;
nará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou
vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração dependente que viva às suas expensas e conste do seu assenta-
Pública Federal. mento funcional, condicionada à comprovação por junta médica
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o oficial;
servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob respon- c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em
sabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi- que o número de interessados for superior ao número de vagas, de
nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em
outro órgão ou entidade. que aqueles estejam lotados.

Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada Seção II


a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo Da Redistribuição
legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provi-
Capítulo II mento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes-
Da Vacância soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia
apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: preceitos:
I - exoneração; I - interesse da administração;
II - demissão; II - equivalência de vencimentos;
III - promoção; III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e comple-
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) xidade das atividades;
VI - readaptação; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
VII - aposentadoria; profissional;
VIII - posse em outro cargo inacumulável; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finali-
IX - falecimento. dades institucionais do órgão ou entidade.
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu-
servidor, ou de ofício. sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: entidade.
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; § 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará median-
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em te ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e enti-
exercício no prazo estabelecido. dades da Administração Pública Federal envolvidos.

Didatismo e Conhecimento 56
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou enti- Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
dade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou título de remuneração, importância superior à soma dos valores
entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no
em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por
e 31. membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribu-
§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em nal Federal.
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as van-
central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou tagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
entidade, até seu adequado aproveitamento.
Art. 43.. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98)
Capítulo IV
Da Substituição Art. 44. O servidor perderá:
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de dire- justificado;
ção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos,
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omis- ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art.
são, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de ho-
entidade. rário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida
§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, pela chefia imediata.
sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um
deles durante o respectivo período. Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-
§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá
nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, su- haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros,
a critério da administração e com reposição de custos, na forma
periores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de
definida em regulamento.
efetiva substituição, que excederem o referido período.
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares
até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servi-
de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.
dor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo
máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do inte-
Título III
ressado.
Dos Direitos e Vantagens § 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao cor-
respondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão.
Capítulo I § 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês
Do Vencimento e da Remuneração anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita ime-
diatamente, em uma única parcela.
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício § 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cum-
de cargo público, com valor fixado em lei. primento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008) venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a
data da reposição.
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-
cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido,
§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou cargo exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas-
em comissão será paga na forma prevista no art. 62. sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.
§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto
entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acor- implicará sua inscrição em dívida ativa.
do com o estabelecido no § 1o do art. 93.
§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão
de caráter permanente, é irredutível. objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres-
§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de tação de alimentos resultante de decisão judicial.
atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre ser-
vidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter indi- Capítulo II
vidual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. Das Vantagens
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salá-
rio mínimo. Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor
as seguintes vantagens:

Didatismo e Conhecimento 57
DIREITO ADMINISTRATIVO
I - indenizações; Subseção II
II - gratificações; Das Diárias
III - adicionais.
§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em cará-
provento para qualquer efeito. ter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci- ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a inde-
mento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. nizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimen-
tação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem § 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo
acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés- devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite
cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun- fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as
damento. despesas extraordinárias cobertas por diárias.
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exi-
Seção I gência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
Das Indenizações § 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar
dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou mi-
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
crorregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente
I - ajuda de custo;
instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países
II - diárias;
III - transporte. limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e
IV - (Vide Medida Provisória nº 301 de 2006) servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per-
IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre
as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos
I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede,
serão estabelecidos em regulamento. por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no
prazo de 5 (cinco) dias.
Subseção I Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
Da Ajuda de Custo prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter Subseção III
exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter Da Indenização de Transporte
permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qual-
quer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor
também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo-
§ 1o Correm por conta da administração as despesas de trans- ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições
porte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, ba- próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.
gagem e bens pessoais.
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são asse- Subseção IV
gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, Do Auxílio-Moradia
dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel
do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empre-
exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.
sa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se pelo servidor.
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se aten-
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo didos os seguintes requisitos:
servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu- I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo ser-
dança de domicílio. vidor;
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel
93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando ca- funcional;
bível. III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou
tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou pro-
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo mitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o
quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra- cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de cons-
zo de 30 (trinta) dias. trução, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;

Didatismo e Conhecimento 58
DIREITO ADMINISTRATIVO
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba Subseção I
auxílio-moradia; Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para Chefia e Assessoramento
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-
-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou fun- em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo
ção de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em seu exercício.
relação ao local de residência ou domicílio do servidor; Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9o.
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nomi-
inferior a sessenta dias dentro desse período; e nalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de
lotação ou nomeação para cargo efetivo. provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o
(Vide Medida Provisória nº 341, de 2006).
da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo
o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comis-
são relacionado no inciso V. somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos ser-
vidores públicos federais.
Art. 60-C. O auxílio-moradia não será concedido por prazo
superior a 8 (oito) anos dentro de cada período de 12 (doze) anos. Subseção II
Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 8 (oito) anos den- Da Gratificação Natalina
tro de cada período de 12 (doze) anos, o pagamento somente será
retomado se observados, além do disposto no caput deste artigo, Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
os requisitos do caput do art. 60-B desta Lei, não se aplicando, no avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem-
caso, o parágrafo único do citado art. 60-B. bro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a será considerada como mês integral.
25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, fun-
ção comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de
§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vin- dezembro de cada ano.
te e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. Parágrafo único. (VETADO).
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou
função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata-
os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a
oitocentos reais). remuneração do mês da exoneração.
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cál-
imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, culo de qualquer vantagem pecuniária.
o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.
Subseção III
Seção II
Do Adicional por Tempo de Serviço
Das Gratificações e Adicionais

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Art. 67.- (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gra- 2001
tificações e adicionais:
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Ativi-
assessoramento; dades Penosas
II - gratificação natalina;
III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em
4.9.2001) locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tó-
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigo- xicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional
sas ou penosas; sobre o vencimento do cargo efetivo.
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; § 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e
VI - adicional noturno; de periculosidade deverá optar por um deles.
VII - adicional de férias; § 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. causa a sua concessão.

Didatismo e Conhecimento 59
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servido- Subseção VIII
res em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta- Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais é devida ao servidor que, em caráter eventual:
previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol-
e em serviço não penoso e não perigoso. vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da
administração pública federal;
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa-
de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situa- mes orais, para análise curricular, para correção de provas discur-
ções estabelecidas em legislação específica. sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento
de recursos intentados por candidatos;
III - participar da logística de preparação e de realização de
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servi-
concurso público envolvendo atividades de planejamento, coor-
dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas
denação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando
condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites
tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições
fixados em regulamento.
permanentes;
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas
Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle atividades.
permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra- § 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de
passem o nível máximo previsto na legislação própria. que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo se- seguintes parâmetros:
rão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses. I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas
a natureza e a complexidade da atividade exercida;
Subseção V II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120
Do Adicional por Serviço Extraordinário (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex-
cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrés- pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autori-
cimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de zar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;
trabalho. III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para da administração pública federal:
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratan-
máximo de 2 (duas) horas por jornada. do de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando
Subseção VI de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.
Do Adicional Noturno § 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somen-
te será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste ar-
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreen- tigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que
o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga
dido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do
horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na
dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
forma do § 4o do art. 98 desta Lei.
cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se
e trinta segundos.
incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efei-
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o to e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer
acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da
prevista no art. 73. aposentadoria e das pensões.
Subseção VII Capítulo III
Do Adicional de Férias Das Férias

Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servi- Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem
dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces-
terço) da remuneração do período das férias. sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de di- específica.
reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a § 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigi-
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de dos 12 (doze) meses de exercício.
que trata este artigo. § 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

Didatismo e Conhecimento 60
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde Seção II
que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
pública.
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do
até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando- padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas
-se o disposto no § 1o deste artigo. expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante com-
§ 1° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) provação por perícia médica oficial.
§ 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1o A licença somente será deferida se a assistência direta
§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, do servidor for indispensável e não puder ser prestada simulta-
perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver neamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de
direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44.
efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. § 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações,
§ 4o A indenização será calculada com base na remuneração poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
do mês em que for publicado o ato exoneratório. condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adi-
remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
cional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição Federal
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu-
quando da utilização do primeiro período.
neração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com partir da data do deferimento da primeira licença concedida. (In-
Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecu- cluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
tivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em § 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não re-
qualquer hipótese a acumulação. muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no §
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por mo- II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para
júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço de- Seção III
clarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
Parágrafo único. O restante do período interrompido será go-
zado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acom-
panhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro pon-
Capítulo IV to do território nacional, para o exterior ou para o exercício de
Das Licenças mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remune-
Seção I ração.
Disposições Gerais § 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou compa-
nheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
I - por motivo de doença em pessoa da família; nicípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde
que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.
III - para o serviço militar;
IV - para atividade política;
Seção IV
V - para capacitação;
Da Licença para o Serviço Militar
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista. Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem concedida licença, na forma e condições previstas na legislação
como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame específica.
por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá
Lei. até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício
§ 2o (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) do cargo.
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o
período da licença prevista no inciso I deste artigo. Seção V
Da Licença para Atividade Política
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do
término de outra da mesma espécie será considerada como pror- Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração,
rogação. durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

Didatismo e Conhecimento 61
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde Capítulo V
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, Dos Afastamentos
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Seção I
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade
§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do
Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
Seção VI I - para exercício de cargo em comissão ou função de con-
Da Licença para Capacitação fiança;
II - em casos previstos em leis específicas.
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor § 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou en-
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do tidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o
para participar de curso de capacitação profissional. ônus para o cedente nos demais casos.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput § 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou
não são acumuláveis. sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas,
Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do
Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em
Art. 90. (VETADO). comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despe-
sas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.
Seção VII § 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares Oficial da União.
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da Repúbli-
Art. 91. A critério da Administração poderão ser concedidas ca, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro
ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em es- órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro pró-
tágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo.
prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. § 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servi-
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qual- dor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.
quer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. § 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de so-
ciedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Na-
Seção VIII cional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e
§§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re- condicionado a autorização específica do Ministério do Planeja-
muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe- mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de car-
deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre- go em comissão ou função gratificada.
sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, § 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar ser- órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá de-
viços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso terminar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, inde-
VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e pendentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º
observados os seguintes limites: e 2º deste artigo.
I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor;
II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois ser- Seção II
vidores; Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
III - para entidades com mais de 30.000 associados, três ser-
vidores. Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se
§ 1o Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para as seguintes disposições:
cargos de direção ou representação nas referidas entidades, desde I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará
que cadastradas no Ministério da Administração Federal e Refor- afastado do cargo;
ma do Estado. II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
§ 2° A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez. III - investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta-
gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

Didatismo e Conhecimento 62
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não
para a seguridade social como se em exercício estivesse. tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista não ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data
poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di- da solicitação de afastamento.
versa daquela onde exerce o mandato. § 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos
nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício
Seção III de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior afastamento concedido.
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estu- aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência pre-
do ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, visto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na
Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supre- forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos
mo Tribunal Federal. gastos com seu aperfeiçoamento.
§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a mis- § 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justifi-
cou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no §
são ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida
5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de
nova ausência.
caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.
§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação
será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse par-
no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto
ticular antes de decorrido período igual ao do afastamento, res- nos §§ 1o a 6o deste artigo.
salvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu
afastamento. Capítulo VI
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da Das Concessões
carreira diplomática.
§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se
que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do do serviço:
servidor, serão disciplinadas em regulamento. I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar- a) casamento;
-se-á com perda total da remuneração. b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
Seção IV
Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Gra- Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudan-
duação Stricto Sensu no País te, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar
e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, § 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a com-
e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com pensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, res-
o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar- peitada a duração semanal do trabalho.
-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, § 2o Também será concedido horário especial ao servidor por-
para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em tador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta
instituição de ensino superior no País. médica oficial, independentemente de compensação de horário.
§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, § 3o As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao
servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de de-
em conformidade com a legislação vigente, os programas de capa-
ficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de
citação e os critérios para participação em programas de pós-gra-
horário na forma do inciso II do art. 44.
duação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à
avaliados por um comitê constituído para este fim.
compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 01 (um)
§ 2o Os afastamentos para realização de programas de mestra- ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e
do e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares II do caput do art. 76-A desta Lei.
de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos
3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, in- Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse
cluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado da administração é assegurada, na localidade da nova residência
por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licen- ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere,
ça capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos em qualquer época, independentemente de vaga.
anteriores à data da solicitação de afastamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônju-
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós- ge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam
-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com
cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos autorização judicial.

Didatismo e Conhecimento 63
DIREITO ADMINISTRATIVO
Capítulo VII V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Pre-
Do Tempo de Serviço vidência Social;
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que
público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas. exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art.
102.
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será conta-
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen- do apenas para nova aposentadoria.
tos e sessenta e cinco dias. § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Forças Armadas em operações de guerra.
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal
virtude de: e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia
I - férias; mista e empresa pública.
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis- Capítulo VIII
trito Federal; Do Direito de Petição
III - exercício de cargo ou função de governo ou administra-
ção, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
Presidente da República; Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
IV - participação em programa de treinamento regularmente
instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe-
conforme dispuser o regulamento; tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, muni- estiver imediatamente subordinado o requerente.
cipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por mereci-
mento;
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não poden-
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afas-
do ser renovado.
tamento, conforme dispuser o regulamento;
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsidera-
VIII - licença:
ção de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público
prestado à União, em cargo de provimento efetivo; Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe-
efeito de promoção por merecimento; rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva-
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; mente, em escala ascendente, às demais autoridades.
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; § 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade
f) por convocação para o serviço militar; a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
X - participação em competição desportiva nacional ou con- Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconside-
vocação para integrar representação desportiva nacional, no País ração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação
ou no exterior, conforme disposto em lei específica; ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº
XI - afastamento para servir em organismo internacional de 12.300, de 2010)
que o Brasil participe ou com o qual coopere.
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensi-
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e vo, a juízo da autoridade competente.
disponibilidade: Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recon-
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municí- sideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
pios e Distrito Federal; ato impugnado.
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família
do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em Art. 110. O direito de requerer prescreve:
período de 12 (doze) meses. I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa-
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o; ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele- patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quan-
no serviço público federal; do outro prazo for fixado em lei.

Didatismo e Conhecimento 64
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data Capítulo II
da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interes- Das Proibições
sado, quando o ato não for publicado.
Art. 117. Ao servidor é proibido:
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca- I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
bíveis, interrompem a prescrição. autorização do chefe imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser qualquer documento ou objeto da repartição;
relevada pela administração. III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documen-
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada to e processo ou execução de serviço;
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
procurador por ele constituído. da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua res-
tempo, quando eivados de ilegalidade. ponsabilidade ou de seu subordinado;
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos associação profissional ou sindical, ou a partido político;
neste Capítulo, salvo motivo de força maior. VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau
Título IV civil;
Do Regime Disciplinar IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou-
trem, em detrimento da dignidade da função pública;
Capítulo I X - participar de gerência ou administração de sociedade pri-
Dos Deveres vada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, ex-
ceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
Art. 116. São deveres do servidor: XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários
II - ser leal às instituições a que servir; ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
III - observar as normas legais e regulamentares; companheiro;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de
mente ilegais; qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
V - atender com presteza: XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran-
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, geiro;
ressalvadas as protegidas por sigilo; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito XV - proceder de forma desidiosa;
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. serviços ou atividades particulares;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
dade competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527, com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
de 2011) XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando so-
VII - zelar pela economia do material e a conservação do pa- licitado.
trimônio público; Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
IX - manter conduta compatível com a moralidade adminis- I - participação nos conselhos de administração e fiscal de
trativa; empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-
X - ser assíduo e pontual ao serviço; mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
XI - tratar com urbanidade as pessoas; constituída para prestar serviços a seus membros; e
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po- II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
der. forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será de interesses.
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su-
perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre- Capítulo III
sentando ampla defesa. Da Acumulação

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é


vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

Didatismo e Conhecimento 65
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
Estados, dos Territórios e dos Municípios. autoridade competente para apuração de informação concernente à
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona- prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ain-
da à comprovação da compatibilidade de horários. da que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de ven- pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011)
cimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remu- Capítulo V
nerações forem acumuláveis na atividade. Das Penalidades
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em Art. 127. São penalidades disciplinares:
comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o, I - advertência;
nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação
II - suspensão;
coletiva.
III - demissão;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remu-
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
neração devida pela participação em conselhos de administração
e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, V - destituição de cargo em comissão;
suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou VI - destituição de função comissionada.
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha par-
ticipação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a
legislação específica. natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu- atenuantes e os antecedentes funcionais.
mular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencio-
de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos nará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de ho-
rário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autori- Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos
dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e
XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, re-
Capítulo IV gulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de
Das Responsabilidades penalidade mais grave.

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativa- Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência
mente pelo exercício irregular de suas atribuições. das faltas punidas com advertência e de violação das demais proi-
bições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demis-
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou são, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o ser-
ou a terceiros. vidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspe-
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário ção médica determinada pela autoridade competente, cessando os
somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalida-
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
de de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
(cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, fi-
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança re- cando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
cebida.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e con- seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco)
travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou-
ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou efeitos retroativos.
função.
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão I - crime contra a administração pública;
cumular-se, sendo independentes entre si. II - abandono de cargo;
III - inassiduidade habitual;
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será IV - improbidade administrativa;
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do V - incontinência pública e conduta escandalosa, na reparti-
fato ou sua autoria. ção;

Didatismo e Conhecimento 66
DIREITO ADMINISTRATIVO
VI - insubordinação grave em serviço; § 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, sal- artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente,
vo em legítima defesa própria ou de outrem; as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
cargo; do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na- a demissão.
cional;
XI - corrupção; Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pú- não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração
blicas; sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este arti-
go, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de destituição de cargo em comissão.
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere
o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime- Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indis-
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro- ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da
cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, ação penal cabível.
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas se-
guintes fases: Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o
missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultanea- ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo
mente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto prazo de 5 (cinco) anos.
da apuração; Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público fede-
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e ral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão
relatório; por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
III - julgamento.
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos
do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingres-
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-
so, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico.
viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato
durante o período de doze meses.
que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as
informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promo-
verá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, obser- refere o art. 133, observando-se especialmente que:
vado o disposto nos arts. 163 e 164. I - a indicação da materialidade dar-se-á:
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con- a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa
clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior
que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude a trinta dias;
da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias
e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou su-
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro- perior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze
cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, meses;
quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará re-
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará
automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior
aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de apo- a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para
sentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou julgamento.
funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em
que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo dis- I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas
ciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, conta- do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
dos da data de publicação do ato que constituir a comissão, admiti- -Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de
da a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respec-
o exigirem. tivo Poder, órgão, ou entidade;

Didatismo e Conhecimento 67
DIREITO ADMINISTRATIVO
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata- III - instauração de processo disciplinar.
mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não
tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual perío-
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos do, a critério da autoridade superior.
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta)
tratar de destituição de cargo em comissão. dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instaura-
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: ção de processo disciplinar.
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-
são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de Capítulo II
cargo em comissão; Do Afastamento Preventivo
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau-
fato se tornou conhecido.
radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen-
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
às infrações disciplinares capituladas também como crime. to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo prejuízo da remuneração.
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por
por autoridade competente. igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a concluído o processo.
correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
Capítulo III
Título V Do Processo Disciplinar
Do Processo Administrativo Disciplinar
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado
Capítulo I a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no
Disposições Gerais exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribui-
ções do cargo em que se encontre investido.
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse- composta de três servidores estáveis designados pela autoridade
gurada ao acusado ampla defesa. competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará,
§ 1o- (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
§ 2o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade
§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da autori- igual ou superior ao do indiciado.
dade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de órgão § 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo
ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularida- seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus mem-
de, mediante competência específica para tal finalidade, delegada bros.
em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da Repúbli- § 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de
ca, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribu-
inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consan-
nais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do
guíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências
para o julgamento que se seguir à apuração.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com indepen-
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de dência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucida-
apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do ção do fato ou exigido pelo interesse da administração.
denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten- Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões
ticidade. terão caráter reservado.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evi-
dente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquiva- Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
da, por falta de objeto. fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: missão;
I - arquivamento do processo; II - inquérito administrativo, que compreende instrução, de-
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de fesa e relatório;
até 30 (trinta) dias; III - julgamento.

Didatismo e Conhecimento 68
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não § 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvi-
excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato do separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações
que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. eles.
§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo in- § 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório,
tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interfe-
ponto, até a entrega do relatório final. rir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-
§ 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que -las, por intermédio do presidente da comissão.
deverão detalhar as deliberações adotadas.
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
Seção I acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
Do Inquérito submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
menos um médico psiquiatra.
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será proces-
do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utili- sado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a ex-
zação dos meios e recursos admitidos em direito. pedição do laudo pericial.

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disci- Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
plinar, como peça informativa da instrução. indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputa-
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância dos e das respectivas provas.
concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a au- § 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo pre-
toridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério sidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de
Público, independentemente da imediata instauração do processo 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
disciplinar. § 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e
de 20 (vinte) dias.
§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a toma-
diligências reputadas indispensáveis.
da de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabí-
§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia
veis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessá-
da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em
rio, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação
termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a
dos fatos.
assinatura de (2) duas testemunhas.
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
quesitos, quando se tratar de prova pericial. Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabi-
§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos con- do, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e
siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
interesse para o esclarecimento dos fatos. conhecido, para apresentar defesa.
§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com- Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa
provação do fato independer de conhecimento especial de perito. será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.

Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun- citado, não apresentar defesa no prazo legal.
da via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. § 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a ex- e devolverá o prazo para a defesa.
pedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da § 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora
repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados do processo designará um servidor como defensor dativo, que de-
para inquirição. verá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou
ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório
§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente. minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e men-
§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se in- cionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.
firmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. § 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou
à responsabilidade do servidor.
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão § 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi- indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem
mentos previstos nos arts. 157 e 158. como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

Didatismo e Conhecimento 69
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-
será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de
julgamento. missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Seção II Seção III


Do Julgamento Da Revisão do Processo
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimen-
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
to do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori-
dade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
competente, que decidirá em igual prazo. inadequação da penalidade aplicada.
§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, § 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do
pena mais grave. processo.
§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de § 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão
aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autori- será requerida pelo respectivo curador.
dades de que trata o inciso I do art. 141.
§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a au- Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao
toridade instauradora do processo determinará o seu arquivamen- requerente.
to, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos,
quando contrário às provas dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as ainda não apreciados no processo originário.
provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente,
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido
responsabilidade. ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar
a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autori- onde se originou o processo disciplinar.
dade que determinou a instauração do processo ou outra de hierar- Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente
quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149.
no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração
de novo processo. Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
do processo. hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que
§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
arrolar.
trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma do Capítulo
IV do Título IV.
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade conclusão dos trabalhos.
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi-
duais do servidor. Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, processo disciplinar.
o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para
instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição. Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe-
nalidade, nos termos do art. 141.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte)
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a
após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, aca-
autoridade julgadora poderá determinar diligências.
so aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o pará-
grafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem
se for o caso. efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos
do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão,
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: que será convertida em exoneração.
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado agravamento de penalidade.
ou indiciado;

Didatismo e Conhecimento 70
DIREITO ADMINISTRATIVO
Título VI II - quanto ao dependente:
Da Seguridade Social do Servidor a) pensão vitalícia e temporária;
b) auxílio-funeral;
Capítulo I c) auxílio-reclusão;
Disposições Gerais d) assistência à saúde.
§ 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os
servidor e sua família. servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, § 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,
simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na admi- dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido,
nistração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito sem prejuízo da ação penal cabível.
aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da
assistência à saúde. Capítulo II
§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem Dos Benefícios
direito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial
internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual Seção I
coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no Da Aposentadoria
exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Se-
guridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Cons-
ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do tituição)
mencionado regime de previdência. I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e
Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento proporcionais nos demais casos;
mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total tos proporcionais ao tempo de serviço;
do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computan- III - voluntariamente:
do-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
§ 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até o (trinta) se mulher, com proventos integrais;
segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma-
servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e gistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com pro-
execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de ventos integrais;
vencimento. c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos
aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e com- 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo
preende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguin- de serviço.
tes finalidades: § 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incu-
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, in- ráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa,
validez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira
reclusão; posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante,
III - assistência à saúde. espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avança-
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos dos do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunode-
e condições definidos em regulamento, observadas as disposições ficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na
desta Lei. medicina especializada.
§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas insa-
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do ser- lubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71,
vidor compreendem: a aposentadoria de que trata o inciso III, “a” e “c”, observará o
I - quanto ao servidor: disposto em lei específica.
a) aposentadoria; § 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à jun-
b) auxílio-natalidade; ta médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a
c) salário-família; incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a im-
d) licença para tratamento de saúde; possibilidade de se aplicar o disposto no art. 24.
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
f) licença por acidente em serviço; Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e de-
g) assistência à saúde; clarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço
satisfatórias; ativo.

Didatismo e Conhecimento 71
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
a partir da data da publicação do respectivo ato. público, quando a parturiente não for servidora.
§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e Seção III
quatro) meses. Do Salário-Família
§ 2o Expirado o período de licença e não estando em condi-
ções de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao
aposentado. inativo, por dependente econômico.
§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da licen- Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos
ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como para efeito de percepção do salário-família:
de prorrogação da licença. I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados
§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão consi- até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e
deradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
da invalidez ou doenças correlacionadas. II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autoriza-
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença para ção judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do
tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser con- inativo;
vocado a qualquer momento, para avaliação das condições que en- III - a mãe e o pai sem economia própria.
sejaram o afastamento ou a aposentadoria.
Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com ob- o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho
servância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na mesma data e ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da apo-
proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores sentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
em atividade.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer be- Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e vi-
nefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores verem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando
em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. dos dependentes.
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
ao tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias es-
pecificadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo,
considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a
provento integral, calculado com base no fundamento legal de Previdência Social.
concessão da aposentadoria.
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração,
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o proven- não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.
to não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
Seção IV
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação na- prejuízo da remuneração a que fizer jus.
talina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao
respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será con-
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa- cedida com base em perícia oficial.
do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos § 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada
termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos encontrar internado.
de serviço efetivo. § 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde
se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor,
Seção II e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art.
Do Auxílio-Natalidade 230, será aceito atestado passado por médico particular.
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente produzirá
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos
de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci- do órgão ou entidade.
mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. § 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias
§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afasta-
50% (cinquenta por cento), por nascituro. mento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial.

Didatismo e Conhecimento 72
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata o Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi-
previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hi- dor no exercício do cargo;
póteses em que abranger o campo de atuação da odontologia. II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
-versa.
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15
(quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perí- Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de
cia oficial, na forma definida em regulamento. tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada,
à conta de recursos públicos.
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médi-
ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões ca oficial constitui medida de exceção e somente será admissível
produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qual- quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pú-
quer das doenças especificadas no art. 186, § 1o. blica.

Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgâni- Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
cas ou funcionais será submetido a inspeção médica. dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos pe- Seção VII
riódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. Da Pensão

Seção V Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus


Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paterni- a uma pensão mensal de valor correspondente ao da respectiva
dade remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado o
limite estabelecido no art. 42.
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
(cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vi-
§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês talícias e temporárias.
de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. § 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanen-
§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a tes, que somente se extinguem ou revertem com a morte de seus
partir do parto. beneficiários.
§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even- § 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotas que
to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação de
reassumirá o exercício. invalidez ou maioridade do beneficiário.
§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado. Art. 217. São beneficiários das pensões:
I - vitalícia:
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá a) o cônjuge;
direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos. b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada,
com percepção de pensão alimentícia;
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis c) o companheiro ou companheira designado que comprove
meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra- união estável como entidade familiar;
balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do
períodos de meia hora. servidor;
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial portadora de deficiência, que vivam sob a dependência econômica
de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) do servidor;
dias de licença remunerada. II - temporária:
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou,
criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este se inválidos, enquanto durar a invalidez;
artigo será de 30 (trinta) dias. b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de
idade;
Seção VI c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, en-
Da Licença por Acidente em Serviço quanto durar a invalidez, que comprovem dependência econômica
do servidor;
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servi- d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do
dor acidentado em serviço. servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto durar
a invalidez.
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou men- § 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que
tal sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediata- tratam as alíneas “a” e “c” do inciso I deste artigo exclui desse
mente, com as atribuições do cargo exercido. direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “d” e “e”.

Didatismo e Conhecimento 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiários de I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou
que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso II deste artigo exclui des- para os titulares da pensão temporária, se não houver pensionista
se direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “c” e “d”. remanescente da pensão vitalícia;
II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta
Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titular da destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.
pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários da pensão tem-
porária. Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na
§ 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão vitalí- mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos
cia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os benefi- dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art.
ciários habilitados. 189.
§ 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária,
metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção
sendo a outra metade rateada em partes iguais, entre os titulares da cumulativa de mais de duas pensões.
pensão temporária.
§ 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o Seção VIII
valor integral da pensão será rateado, em partes iguais, entre os Do Auxílio-Funeral
que se habilitarem.
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor fa-
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, lecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês
prescrevendo tão somente as prestações exigíveis há mais de 5 da remuneração ou provento.
(cinco) anos. § 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova poste- pago somente em razão do cargo de maior remuneração.
rior ou habilitação tardia que implique exclusão de beneficiário ou § 2o (VETADO).
redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for § 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) ho-
oferecida. ras, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família
que houver custeado o funeral.
Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela
prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do servidor. Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será inde-
nizado, observado o disposto no artigo anterior.
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presu-
mida do servidor, nos seguintes casos: Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe- do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de trans-
tente; porte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou
II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou fundação pública.
acidente não caracterizado como em serviço;
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo Seção IX
ou em missão de segurança. Do Auxílio-Reclusão
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em
vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclu-
de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, são, nos seguintes valores:
hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado. I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo
de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: competente, enquanto perdurar a prisão;
I - o seu falecimento; II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtu-
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a de de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determi-
concessão da pensão ao cônjuge; ne a perda de cargo.
III - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário § 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor
inválido; terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.
IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada, § 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia
aos 21 (vinte e um) anos de idade; imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; que condicional.
VI - a renúncia expressa.
Parágrafo único. A critério da Administração, o beneficiário Capítulo III
de pensão temporária motivada por invalidez poderá ser convoca- Da Assistência à Saúde
do a qualquer momento para avaliação das condições que enseja-
ram a concessão do benefício. Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo,
e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odon-
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a tológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o
respectiva cota reverterá: implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da

Didatismo e Conhecimento 74
DIREITO ADMINISTRATIVO
saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, direta- Título VIII
mente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor,
ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, Capítulo Único
mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, Das Disposições Gerais
ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos
ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte
em regulamento. e oito de outubro.
§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida
perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe-
junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcio-
celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendi- nais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:
mento do sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos
declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos
Seguro Social - INSS. operacionais;
§ 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, con-
do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a decoração e elogio.
contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que cons-
tituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias
nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do ven-
de suas habilitações e de que não estejam respondendo a processo
disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão. cimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o
§ 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a prazo vencido em dia em que não haja expediente.
União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a:
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser- Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-
viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer
ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem
grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas eximir-se do cumprimento de seus deveres.
patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente ce-
lebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos
autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo que da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os
os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de auto- a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substi-
gestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo tuto processual;
de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o
também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de final do mandato, exceto se a pedido;
2006; c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas
21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de em assembleia geral da categoria.
assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do d) (Vetado).
órgão regulador; e) (Vetado).
III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendi-
do pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do
de assistência à saúde.
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e
constem do seu assentamento individual.
Capítulo IV
Do Custeio Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99)
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município
Título VII onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercí-
cio, em caráter permanente.
Capítulo Único
Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Título IX
Público
Capítulo Único
Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) Das Disposições Transitórias e Finais
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos

Didatismo e Conhecimento 75
DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os
em regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos per-
1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Pú- centuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União
blicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, conforme regulamento próprio.
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto
os contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfa-
ser prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação. zer, dentro de 01 (um) ano, as condições necessárias para a apo-
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no re- sentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto
gime instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de
data de sua publicação. outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele
§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não in- dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional)
tegrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm
exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou en-
tidades na forma da lei. Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subsequen-
por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam ex- te.
tintas na data da vigência desta Lei.
§ 4o (VETADO). Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de
§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários 1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais
da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber. disposições em contrário.
§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilida-
de no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independência e
brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo 102o da República.
órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos FERNANDO COLLOR
de carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos.
§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste arti-
go, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Consti- PROCESSO ADMINISTRATIVO
tucionais Transitórias, poderão, no interesse da Administração e (LEI 9.784/99): DAS DISPOSIÇÕES
conforme critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados GERAIS; DOS DIREITOS E DEVERES
mediante indenização de um mês de remuneração por ano de efe- DOS ADMINISTRADOS.
tivo exercício no serviço público federal.
§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na
declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações
isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista
no parágrafo anterior. Para os estudos acerca das Disposições Gerais, dos Direitos e
§ 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto Deveres dos Administrados litigante em processo administrativo
no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando consi- no âmbito da Administração Pública Federal, é imprescindível a
derados desnecessários. leitura atenta do que dispõe a Lei 9.784/1999, sobre as disposições
gerais, os direitos e os deveres dos administrados.
Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos
aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999
anuênio.
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei Pública Federal.
nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada
em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
a 90. gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 246. (VETADO). CAPÍTULO I


DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, ha-
verá ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo
período de contribuição por parte dos servidores celetistas abran- administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indire-
gidos pelo art. 243. ta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados
e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos
desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho
do servidor. de função administrativa.

Didatismo e Conhecimento 76
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: III - formular alegações e apresentar documentos antes da
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad- decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão com-
ministração direta e da estrutura da Administração indireta; petente;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
jurídica; quando obrigatória a representação, por força de lei.
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder
de decisão. CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segu- sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
rança jurídica, interesse público e eficiência. I - expor os fatos conforme a verdade;
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão obser- II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
vados, entre outros, os critérios de: III - não agir de modo temerário;
I - atuação conforme a lei e o Direito; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo-
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia rar para o esclarecimento dos fatos.
total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em
lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada
a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
9 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
(LEI Nº 8.429/1992).
boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri- INTRODUÇÃO A LEI 8.429/1992
gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita-
A Improbidade Administrativa é caracterizada, genéricamente,
mente necessárias ao atendimento do interesse público;
pela violação aos princípios da moralidade, impessoalidade e econo-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que de-
micidade e enriquecimento ilícito cometido por agente público, em
terminarem a decisão;
seu conceito mais amplo, no exercício de suas funções administrati-
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos
vas, ou em decorrencia dela, conforme previsto por lei.
direitos dos administrados;
A Lei Federal n° 8.429/92 trata dos atos de improbidade prati-
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-
cadas por qualquer agente público, bem como estabelece as sanções
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi-
e dever indenizar e/ou restituir o patrimonio público.
nistrados; As disposições desta lei alcançam todas as pessoas qualificadas
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de como agentes públicos, seja na administração direta, indireta e fun-
alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, dacional, mesmo que transitoriamente, remuneradas ou não. Atin-
nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de gem de forma direta ainda as empresas incorporadas ao patrimônio
litígio; público e as entidades para criação ou custeio onde o erário público
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva- haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da
das as previstas em lei; receita anual.
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem São abrangidos ainda, na referida lei, aqueles que, mesmo não
prejuízo da atuação dos interessados; sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, ve- ou indiretamente. Neste sentido, são equiparados a agentes públi-
dada aplicação retroativa de nova interpretação. cos, ficando sujeitos às sanções previstas na Lei de Improbidade
Administrativa, os responsáveis e funcionários de pessoas jurídicas
CAPÍTULO II de direito privado que recebam verbas públicas e promovam o seu
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS desvio, apropriação, ou uso em desconformidade com as finalidades
para as quais se deu o repasse.
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad- As penalidades envolvem ressarcimento do dano, multa, perda
ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: do que foi obtido ilicitamente, perda da função pública, suspensão
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que dos direitos políticos, que podem ser de 3 a 10 anos, conforme a hi-
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de pótese e o caso concreto, e ainda proibição de contratar com o poder
suas obrigações; público por período definido na lei.
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos
em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, ob- A Lei 8429/92 estabelece três espécies de atos de improbidade:
ter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões - os atos que importam enriquecimento ilícito, devidamente
proferidas; previsto no artigo 9º;

Didatismo e Conhecimento 77
DIREITO ADMINISTRATIVO
- os atos que causam lesão ao patrimônio público, previsto no Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são
artigo 10, e; obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalida-
- os atos que atentam contra os princípios da Administração Pú- de, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos
blica com previsão legal no artigo11. que lhe são afetos.
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
Importante salientar que a responsabilidade pode ser apurada omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o in-
cumulativamente, ou seja, o agente do ato de improbidade poderá tegral ressarcimento do dano.
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente pú-
ser enquadrado e penalizado tanto na lei de Improbidade Adminis-
blico ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu
trativa, como também criminalmente, respondendo por suas condu- patrimônio.
tas tipificadas no Código Penal, ai sim, se condenado, poderá sofrer Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô-
penas restritivas de liberdade. nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
A Lei além de prevêr punições de caráter penal ou criminal, administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério
dispõe ainda sobre as penas de natureza civil e política, ou seja, in- Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
cluem a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput
multas, reparação do dano e ressarcimento de valores. deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarci-
Dessa forma, para os estudos acerca das sanções aplicáveis aos mento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do en-
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de riquecimento ilícito.
mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-
indireta ou fundacional, suas hipóteses de improbidade administra- blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta
tiva e penalidades, é imprescindível a leitura atenta do que dispõe a lei até o limite do valor da herança.
Lei 8.429/1992, que a seguir segue:
CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
LEI Nº 8.429 DE 2 DE JUNHO DE 1992
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos SEÇÃO I
casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, em- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE
prego ou função na administração pública direta, indireta ou funda- IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
cional.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con- Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimo-
nial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, em-
CAPÍTULO I prego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imó-
vel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a tí-
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente
tulo de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem te-
público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou
nha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
trito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para faci-
ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o litar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. superior ao valor de mercado;
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio mercado;
o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou
a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou
dos cofres públicos.
terceiros contratados por essas entidades;
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou fun- quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
ção nas entidades mencionadas no artigo anterior. VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade,
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual- peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens
quer forma direta ou indireta. fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

Didatismo e Conhecimento 78
DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do gular;
agente público; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con- queça ilicitamente;
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de
decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empre-
ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; gados ou terceiros contratados por essas entidades.
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por ob-
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara- jeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada
ção a que esteja obrigado; sem observar as formalidades previstas na lei;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem su-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- ficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; dades previstas na lei.
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. SEÇÃO III
1° desta lei. DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE
SEÇÃO II ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE PÚBLICA
CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, lega-
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou lidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou
desta lei, e notadamente: diverso daquele previsto, na regra de competência;
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora- II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- das atribuições e que deva permanecer em segredo;
tidades mencionadas no art. 1º desta lei; IV - negar publicidade aos atos oficiais;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- V - frustrar a licitude de concurso público;
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou
à espécie; econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des-
personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, CAPÍTULO III
rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades DAS PENAS
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e admi-
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de nistrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade
preço inferior ao de mercado; do fato:
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos
ou serviço por preço superior ao de mercado; ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando
VI - realizar operação financeira sem observância das normas houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser- acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es- ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
pécie; indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
indevidamente; II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se con-
das em lei ou regulamento; correr esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder

Didatismo e Conhecimento 79
DIREITO ADMINISTRATIVO
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratan-
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica do de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; disciplinares.
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor procedimento administrativo para apurar a prática de ato de impro-
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com bidade.
o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou cre- Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conse-
ditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa lho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. acompanhar o procedimento administrativo.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a co-
levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito missão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do ór-
patrimonial obtido pelo agente. gão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro
dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou
CAPÍTULO IV causado dano ao patrimônio público.
DA DECLARAÇÃO DE BENS § 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o
disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condi- § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o
cionados à apresentação de declaração dos bens e valores que com- exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras
põem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
pessoal competente. internacionais.
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta
dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro
patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de
ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a que trata o caput.
dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações
e utensílios de uso doméstico. necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data público.
em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, § 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministé-
emprego ou função. rio Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de
determinado, ou que a prestar falsa. nulidade.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da § 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para
declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma cau-
Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda sa de pedir ou o mesmo objeto.
e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, § 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que
para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo. contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade
ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação
CAPÍTULO V de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo
JUDICIAL Civil.
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade admi- e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação
nistrativa competente para que seja instaurada investigação destina- por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justifica-
da a apurar a prática de ato de improbidade. ções, dentro do prazo de quinze dias.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e § 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias,
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
conhecimento. inadequação da via eleita.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, § 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar
em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades contestação.
estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. instrumento.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento
servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 do mérito.

Didatismo e Conhecimento 80
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e
processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, 104° da República.
do Código de Processo Penal.
FERNANDO COLLOR
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de repara-
ção de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente deter- Bibliografia
minará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em
favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito admi-
nistrativo descomplicado. 19. Ed. São Paulo: Método, 2011.
CAPÍTULO VI BRAZ, Petrônio; Tratado de direito municipal – volume 1. 3ª
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS ed. Leme/SP: Mundo Jurídico, 2009.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 22.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade ed. São Paulo: Atlas. 2009.
contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo. 32. ed. São
denúncia o sabe inocente. Paulo: Malheiros, 2006.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito adminis-
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- trativo. 29. Ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à
imagem que houver provocado. EXERCÍCIOS COMENTADOS

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos 01. (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área Ad-
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- ministrativaParte superior do formulário) “Um dos princípios
denatória. da Administração Pública exige que a atividade administrativa seja
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa com- exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. A função
petente poderá determinar o afastamento do agente público do exer- administrativa já não se contenta em ser desempenhada apenas com
legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e
cício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus
quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
membros” (Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasilei-
ro).
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
O conceito refere-se ao princípio da
quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120,
A) impessoalidade.
de 2009).
B) eficiência.
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle C) legalidade.
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. D) moralidade.
E) publicidade.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Minis-
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa Comentário: A alternativa “B” está correta.
ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no
art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou pro- Diante do enunciado podemos destacar algumas expressões que
cedimento administrativo. nos ajudarão a resolver o problema proposto, quais sejam: “ativi-
CAPÍTULO VII dade administrativa exercida com presteza, perfeição e rendimento
DA PRESCRIÇÃO funcional” e ainda “exigindo resultados positivos para o serviço
público e satisfatório...”
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previs- Pois bem, estamos diante das características do Princípio da
tas nesta lei podem ser propostas: Eficiência, que em seu conceito temos a imposição exigível à Admi-
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de nistração Pública de manter ou ampliar a qualidade dos serviços que
cargo em comissão ou de função de confiança; presta ou põe a disposição dos administrados, evitando desperdícios
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para e buscando a excelência na prestação dos serviços.
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço públi- Pelo Princípio da Eficiência, a Administração Pública tem o
co, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. objetivo principal de atingir as metas, buscando boa prestação de
serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais econômica,
CAPÍTULO VIII melhorando o custo-benefício da atividade da administração públi-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS ca, devendo ser prestada com perfeição e satisfação dos usuários.

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 02. (PONTUA - 2011 - TRE-SC - Analista Judiciário - Área
Judiciária) Parte superior do formulário
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de Os Princípios básicos da Administração Pública e do Direito
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em Administrativo constituem regras de observância permanente e
contrário. obrigatória ao Administrador. Podemos afirmar:

Didatismo e Conhecimento 81
DIREITO ADMINISTRATIVO
I. É dever do Administrador Público atuar segundo a lei, proibi- D) O princípio da eficiência foi inserido positivamente na
da sua atuação contra-legem e extralegem – princípio da legalidade Constituição Federal via emenda constitucional.
ou legalidade estrita. E) O STF reiteradamente tem proclamado o dever de sub-
II. A Administração Pública está obrigada a policiar, em rela- missão da Administração Pública ao princípio da moralidade. Como
ção ao mérito e à legalidade, os atos administrativos que pratica, em exemplo, cita-se o julgado em que o Pretório Excelso entendeu pela
atendimento ao princípio da autotutela. vedação ao nepotismo na Administração, não se exigindo edição de
III. A Administração Pública direta e indireta dos Poderes da lei formal a esse respeito, por decorrer diretamente de princípios
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá constitucionais estabelecidos, sobretudo o da moralidade da Admi-
apenas aos princípios de observância obrigatória: legalidade, impes- nistração.
soalidade, moral idade, publicidade e eficiência.
IV. Segundo o princípio da finalidade, o administrador público Comentário: A alternativa “B” deve ser marcada como incor-
não pode praticar nenhum ato que se desvie da finalidade de satisfa- reta.
zer o interesse público em detrimento de interesses privados.
Sempre com atenção ao que exige o enunciado da questão,
Está(ão) CORRETO(S): diante das alternativas apresentadas, o elaborador da questão exige
que seja marcada a alternativa incorreta.
A) Apenas o item I. A alternativa “b” está errada, pois o artigo 37 “caput” da Cons-
B) Apenas o item III. tituição Federal nos apresenta os Princípios Básicos da Adminis-
C) Apenas os itens I, II e III. tração Pública, sendo considerados princípios explícitos na Cons-
D) Apenas os itens I, II e IV. tituição Federal, e isso não significa que serão os únicos exigidos
durante a atividade administrativa.
Comentário: A alternativa “D” está correta. A atividade administrativa deve ser sempre pautada pelos prin-
cípios básicos constantes expressamente no “caput” do artigo 37 da
Conforme podemos verificar, somente a afirmativa III está in- Constituição Federal, e ainda deve obediência aos demais princípios
correta, pois, não existe o Princípio Administrativo da “moral ida- decorrentes deste, como exemplo:
de” como sugestiona o elaborador da questão, e, em uma tentativa
de ludibriar o candidato menos atento, inseriu juntamente com os - Princípio da Supremacia do Interesse Público: Tal Princípio,
demais princípios administrativos básicos e obrigatórios na ativida-
muito embora não se encontre expresso no enunciado do texto cons-
de administrativa, tal invenção, tentando confundir com o principio
titucional é de suma importância para a atividade administrativa,
da moralidade.
tendo em vista que, em decorrência do regime democrático adotado
O correto é que são os princípios básicos da Administração Pú-
pelo Brasil, bem como o seu sistema representativo, temos que toda
blica: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Efi-
a atuação do Poder Público seja consubstanciada pelo interesse pú-
ciência.
blico e coletivo.
03. (IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico - Direito e
Legislação) Parte superior do formulário - Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: Em de-
Prescreve o caput do artigo 37 da Constituição Federal que a corrência do princípio da indisponibilidade do interesse público são
Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos poderes da vedados ao administrador da coisa pública qualquer ato que impli-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá que em renúncia a direitos da administração, ou que de maneira in-
aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- justificada e excessiva onerem a sociedade.
de e eficiência. A respeito dos princípios da Administração Pública,
assinale a alternativa incorreta. - Princípio da Autotutela: A Administração Pública pode cor-
A) O princípio da legalidade significa estar a Administração rigir de oficio seus próprios atos, revogando os irregulares e ino-
Pública, em toda a sua atividade, adstrita aos mandamentos da lei, portunos e anulando os manifestamente ilegais, respeitado o direito
deles não podendo se afastar, sob pena de invalidade do ato. Assim, adquirido e indenizando os prejudicados, cuja atuação tem a carac-
se a lei nada dispuser, não poderá a Administração agir, salvo em terística de autocontrole de seus atos, verificando o mérito do ato
situações excepcionais. Ainda que se trate de ato discricionário, há administrativo e ainda sua legalidade; entre outros mais existentes
de se observar o referido princípio. na prática da atividade administrativa.
B) Segundo a doutrina majoritária e decisão hodierna do STF,
o rol de princípios previstos no artigo 37, caput, do texto consti- 04. (INSTITUTO CIDADES - 2011 - DPE-AM - Defensor
tucional é taxativo, ou seja, a Administração Pública, em razão da Público) Parte superior do formulário
legalidade e taxatividade não poderá nortear-se por outros princípios Afirma-se, a respeito do princípio da eficiência da Administra-
que não os previamente estabelecidos no referido dispositivo. ção Pública, que ele foi inserido na atual Constituição Federal com
C) A Constituição Federal de 1988 no artigo 37, § 1º, dispõe o intuito de:
sobre a forma de como deve ser feita a publicidade dos atos estatais A) estabelecer um modelo gerencial de Administração
estabelecendo que a publicidade dos atos, programas, obras, servi- B) fazer prevalecer o modelo burocrático de Administração
ços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, C) valorizar a organização hierárquica.
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar no- D) fazer prevalecer a valorização da rigidez da forma.
mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de E) restringir a participação popular de gestão.
autoridades ou servidores públicos.

Didatismo e Conhecimento 82
DIREITO ADMINISTRATIVO
Comentário: A alternativa “A” está correta. A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LV , assim ga-
rante:
A intenção do legislador constitucional de inserir o Princípio da
Eficiência dentre os demais princípios básicos da Administração Pú- LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
blica, expressos na Constituição Federal em seu artigo 37 “caput”, aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
foi justamente de implantar um modelo de gerencia dos recursos defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
públicos, tornando a atividade administrativa mais eficiente, mais
célere, mais econômica, com melhor gestão do dinheiro público, Assim, nos termo da Constituição Federal, para que o agente
fazendo prevalecer a forma mais simples e eficaz da execução dos público possa ser punido por eventual cometimento de infração ad-
serviços públicos, estabelecendo de fato um modelo gerencial de ministrativa, antes de ser aplicada as penalidades previstas em lei,
Administração Pública. deve respeitar o devido processo legal, a ampla defesa e o contradi-
tório, assegurado todo os meios recursais.
05. (COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - Assistente de Admi-
nistração) Parte superior do formulário 07. (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado) É
Acerca dos princípios do Direito Administrativo, assinale a op- correto afirmar que o poder de polícia, conferindo a possibilidade
ção correta. de o Estado limitar o exercício da liberdade ou das faculdades de
A) O princípio da eficiência preconiza que a atividade admi- proprietário, em prol do interesse público,
nistrativa deve ser exercida com presteza, qualidade e rendimento a) gera a possibilidade de cobrança de preço público.
funcional. b) se instrumentaliza sempre, e apenas, por meio de alvará
B) O princípio da publicidade impõe a presença do nome do de autorização.
gestor público nos atos e obras do Poder Público. c) para atingir os seus objetivos maiores, afasta a razoabilida-
C) O princípio da autotutela é relacionado ao controle que a de, em prol da predominância do interesse público.
administração pública exerce sobre seus próprios atos, por meio do d) deve ser exercido nos limites da lei, gerando a possibilida-
qual ela anula os atos ilegais, inconvenientes e inoportunos. de de cobrança de taxa.
D) O princípio da segurança jurídica possibilita, nos proces- Comentário: A alternativa “d” está correta.
sos administrativos, a aplicação retroativa por parte da Administra-
ção Pública de nova interpretação. Em que pese à prerrogativa do Poder Público atuar nos termos
E) O princípio da moralidade administrativa é extraído dos do Poder de Polícia, o mesmo deve sempre obediência ao que dis-
critérios pessoais do administrador público.
põe a lei, com observância obrigatória ao que estabelece o Princípio
Comentário: A alternativa “A” está correta.
Constitucional da Legalidade.
Dessa maneira, toda atuação administrativa deve estar pautada
Dentre as alternativas apresentadas na questão, a que está per-
nos termos e limites legais.
feitamente de acordo com o real significado é a alternativa “A”, pois
Ademais, em pleno gozo das atribuições e prerrogativas admi-
estamos diante dos atributos conferidos ao Princípio da Eficiência,
nistrativas, conferidas por meio do Poder de Polícia, a Administra-
que preza pela imposição exigível à Administração Pública de man-
ção Pública pode limitar o exercício de direitos dos particulares, em
ter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta ou põe a dispo-
sição dos administrados, evitando desperdícios e buscando a exce- benefício da coletividade e atendendo o interesse público, inclusive
lência na prestação dos serviços, além da execução dos serviços pú- recaindo sobre o direito de propriedade, e uma das maneiras de exer-
blicos com presteza, qualidade e rendimento funcional satisfatório. citar tal poder administrativo, é a imposição de taxas bem como sua
Pelo Princípio da Eficiência, a Administração Pública tem o cobrança.
objetivo principal de atingir as metas, buscando boa prestação de
serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais econômica, 08. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Área Adminis-
melhorando o custo-benefício da atividade da administração públi- trativa) Exemplifica adequadamente o exercício de poder discipli-
ca, devendo ser prestada com perfeição e satisfação dos usuários. nar por agente da administração a
a) interdição de restaurante por razão de saúde pública.
06. (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) No b) prisão de criminoso efetuada por policial, mediante o de-
que concerne à administração pública, julgue os itens a seguir. vido mandado judicial.
Mesmo estando no exercício do poder disciplinar, a autoridade c) aplicação de penalidade administrativa a servidor público
competente não pode impor penalidade administrativa ao agente pú- que descumpre seus deveres funcionais.
blico sem o devido processo administrativo. d) aplicação de multa de trânsito.
( ) Certo e) emissão de ordem a ser cumprida pelos agentes subordi-
( ) Errado nados.

Comentário: A afirmação está correta. Comentário: A alternativa “c” está correta.

A imposição de penalidade administrativa a agente público O Poder Disciplinar é o poder de punir internamente não só as
sempre deve ser precedida de competente processo administrativo, infrações funcionais dos servidores, sendo indispensável à apuração
não podendo a Administração Pública revestir-se do Poder Discipli- regular da falta, mas também as infrações de todas as pessoas sujei-
nar, que lhe é inerente, para aplicar punição sem a observância de tas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.
tal procedimento.

Didatismo e Conhecimento 83
DIREITO ADMINISTRATIVO
O poder disciplinar é exercido como faculdade punitiva interna d) O poder disciplinar da administração pública autoriza-lhe
da Administração Pública e por isso mesmo só abrange as infrações a apurar infrações e a aplicar penalidades aos servidores públicos e
relacionadas com o serviço público. demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, assim como aos
Cumpre ressaltar que a atuação do Poder Disciplinar deve obe- invasores de terras públicas.
decer necessariamente aos princípios informativos e constitucionais e) A aplicação de pena disciplinar tem, para o superior hie-
da Administração, entre eles o principio da legalidade e o principio rárquico, o caráter de um poder-dever, uma vez que a condescendên-
da motivação, aos quais se anexa ao principio da ampla defesa, do cia na punição é considerada crime contra a administração pública.
contraditório e do devido processo legal.
Comentário: A alternativa “e” está correta.
09. (FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Tra-
Muito embora a expressão poder administrativo pareça apenas
balho - Tipo 1) A respeito dos poderes da Administração, é correto uma faculdade de atuação da Administração Pública, o fato é que
afirmar que o poder os poderes administrativos envolvem não uma mera faculdade de
a) de polícia constitui atividade da administração pública agir, mas sim um dever de atuar diante das situações apresentadas
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regu- ao Poder Público.
le a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse públi- Trata-se, portanto, de um poder-dever, no sentido de que a Ad-
co concernente, entre outros, à segurança e à tranquilidade pública. ministração Pública deve agir, na medida em que os poderes con-
b) hierárquico fundamenta a avocação, pela Administração feridos ao Estado são irrenunciáveis. Entende-se dessa maneira a
direta, de matérias inseridas na competência das autarquias a ela noção de deveres administrativos oriundos da obrigação do Poder
vinculadas. Público em atuar, utilizando-se dos poderes e prerrogativas atribuí-
c) regulamentar autoriza a edição, pelo Chefe do Executi- dos mediante lei.
vo, de normas complementares à lei, admitindo-se o regulamento Dessa maneira, o superior hierárquico, que possui poderes de
autônomo para matéria de organização administrativa, incluindo a fiscalização e de aplicação de penas administrativas, quando se de-
para com uma situação em que lhe é exigido atuação nos limites
criação de órgãos e de cargos públicos.
legais, o mesmo possui o poder-dever de atuar, sob pena de cometi-
d) de polícia é exercido pelo Poder Executivo, por intermé- mento de crime, visto que não atuou nos limites de suas atribuições,
dio da autoridade competente, mediante a edição de normas gerais deixando de praticar ato que lhe competia em virtude do cargo pú-
criando obrigações para toda a coletividade, disciplinadoras de ati- blico que ocupa.
vidades individuais, concernentes, entre outros, à segurança, à higie-
ne, à ordem e aos costumes. 11. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judi-
e) hierárquico, também denominado disciplinar, correspon- ciário - Área Administrativa) O serviço público não é passível de
de ao poder conferido aos agentes públicos para emitir ordens a seus interrupção ou suspensão afetando o direito de seus usuários, pela
subordinados e aplicar as sanções disciplinares não expressamente própria importância que ele se apresenta, devendo ser colocado à
previstas em lei. disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim como
com eficiência e oportunidade. Trata-se do princípio fundamental
Comentário: A alternativa “a” está correta. dos serviços públicos denominado
a) impessoalidade.
b) mutabilidade.
Pelo Poder de Polícia, temos que se trata do poder deferido ao
c) continuidade.
Estado, necessário ao estabelecimento das medidas que a ordem, a d) igualdade.
saúde e a moralidade pública exigem. O principio norteador da apli- e) universalidade.
cação do Poder de Polícia é a predominância do interesse público
sobre o interesse privado. Comentário: A alternativa “c” está correta.
O Poder de Polícia resume-se na prerrogativa conferida a Ad-
ministração Pública para, na forma e nos limites legais, condiciona O serviço público deve ser prestado de maneira continua, o que
ou restringe o uso de bens, exercício de direitos e a pratica de ativi- significa dizer que não é passível de interrupção. Isto ocorre justa-
dades privadas, com o objetivo de proteger os interesses gerais da mente pela própria importância de que o serviço público se reveste
coletividade, devendo garantir a segurança e a tranquilidade pública. diante dos anseios da coletividade.
É o principio que orienta sobre a impossibilidade de
10. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Ju- paralisação, ou interrupção dos serviços públicos, e o pleno direito
diciária) Assinale a opção correta com relação aos poderes hierár- dos administrados a que não seja suspenso ou interrompido, pois
entende-se que a continuidade dos serviços públicos é essencial a
quico e disciplinar e suas manifestações.
comunidade, não podendo assim sofrer interrupções.
a) As delegações administrativas emanam do poder hierár-
quico, não podendo, por isso, ser recusadas pelo subordinado, que 12. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Direito
pode, contudo, subdelegá-las livremente a seu próprio subordinado. - Área Judiciária – específicos) No que se refere aos serviços pú-
b) Toda punição disciplinar por delito funcional acarreta con- blicos, julgue os itens a seguir.
denação criminal. Os serviços públicos devem ser prestados ao usuário com a ob-
c) No âmbito do Poder Legislativo, o poder hierárquico ma- servância do requisito da generalidade, o que significa dizer que,
nifesta-se mediante a distribuição de competências entre a Câmara satisfeitas as condições para sua obtenção, eles devem ser oferecidos
dos Deputados e o Senado Federal. sem qualquer discriminação a quem os solicite.

Didatismo e Conhecimento 84
DIREITO ADMINISTRATIVO
( ) Certo d) Trata-se de ato unilateral, discricionário, porém não pre-
( ) Errado cário, pelo qual o Poder Público delega a execução de um serviço
público, para que o particular o execute predominantemente em be-
Comentário: A afirmação está correta. nefício do Poder Público.
e) Trata-se de ato que depende de licitação, pois há viabili-
Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei e dade de competição.
desta forma não podemos ser tratados de forma injusta e desigual,
assim, não se pode restringir o acesso aos benefícios dos serviços Comentário: A alternativa “a” está correta.
públicos para os sujeitos que se encontrarem em igualdade de con-
dições. A autorização de serviços públicos é o ato administrativo dis-
Diante de tal principio temos o desdobramento de dois aspectos cricionário por meio do qual é delegada a um particular, sempre em
da Igualdade dos Usuários de Serviços públicos: caráter precário, a prestação de serviços públicos que não exija alto
- A Universalidade que significa dizer que o serviço público grau de complexidade e especialização técnica, nem mesmo a com-
provação do particular autorizado a execução dos serviços, possuir
deve ser prestado em benefício de todos os sujeitos que se encon-
grande aporte de capital financeiro.
tram em equivalente situação.
Cumpre esclarecer que a autorização, mesmo sendo precária
- A Neutralidade, que significa dizer que é impossível dar qual-
não possui prazo determinado para seu encerramento, entretanto,
quer tipo de privilégios que forem incompatíveis com o princípio da
dado seu caráter eminentemente precário poderá ser revogado a
isonomia. Logo são “impossíveis” vantagens individuais fundadas qualquer tempo, de acordo com motivos de interesse público, sem
em raça, sexo, credo religioso,time de futebol e etc. que dessa revogação decorra a necessidade de indenização.
13. (CESPE - 2010 - ANEEL - Técnico Administrativo - 15. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judi-
Área 1) Julgue os próximos itens, a respeito do serviço público e do ciário - Execução de Mandados) O Jurista José dos Santos Carva-
contrato administrativo. lho Filho apresenta o seguinte conceito para um dos princípios dos
Os serviços prestados por pessoas jurídicas em regime de con- serviços públicos: Significa de um lado, que os serviços públicos
cessão ou permissão, ainda que para satisfazer as necessidades cole- devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale dizer,
tivas, não são considerados serviços públicos, já que não são presta- deve beneficiar o maior número de indivíduos. Mas é preciso dar
dos diretamente pelo Estado. relevo também ao outro sentido, que é o de serem eles prestados,
( ) Certo sem discriminação entre os beneficiários, quando tenham estes as
( ) Errado mesmas condições técnicas e jurídicas para a fruição. Trata-se do
Comentário: A afirmação esta errada. princípio da
a) modicidade.
O fato de o Poder Público ser titular de serviços públicos, ou b) continuidade.
seja, ser o sujeito que detém a responsabilidade de zelar pela sua c) eficiência.
prestação, não significa que deva ser obrigatoriamente prestá-los por d) generalidade.
si só de maneira exclusiva, sendo que na grande maioria das vezes, e) atualidade.
estará a Administração Pública obrigada a disciplinar e promover a
prestação, bem como efetuar a fiscalização sobre a forma que esta Comentário: A alternativa “d” está correta.
sendo executado o serviço público.
Dessa maneira, tanto poderá a administração pública, por meios Decorrente do Princípio da Generalidade, temos que a Admi-
próprios prestar os serviços públicos, como poderá promover-lhes nistração Pública não pode restringir o acesso aos benefícios dos
a prestação conferindo a entidades externas a administração seu serviços públicos para os sujeitos que se encontrarem em igualdade
de condições.
cumprimento e execução, sendo considerada também como serviço
Os serviços públicos devem ser prestados de maneira ampla,
público quando a sua execução é realizada por terceiros, não sendo
capaz de atender toda a generalidade dos beneficiários e usuários do
obrigatória para a classificação dos serviços públicos que sua reali-
serviço colocados a disposição da coletividade, não sendo cabível
zação e execução seja efetuada pelo Poder Público.
discriminações entre os beneficiários.
14. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judi- 16. (ISAE - 2011 - AL-AM - Analista – Controle) - Com re-
ciário - Execução de Mandados) No que se refere à autorização de lação à estrutura da Administração Pública, analise as afirmativas a
serviço público, é correto afirmar: seguir:
a) Trata-se de ato precário, podendo, portanto, ser revogado I. Pertencem à Administração Pública indireta as seguintes
a qualquer momento, por motivo de interesse público. entidades: sociedades de economia mista, empresas públicas, autar-
b) Trata-se de ato unilateral, sempre vinculado, pelo qual o quias e fundações públicas.
Poder Público delega a execução de um serviço público de sua titu- II. As entidades paraestatais compõem a Administração Pú-
laridade, para que o particular o execute predominantemente em seu blica direta.
próprio benefício. III. As entidades que compõem a Administração Pública indi-
c) O serviço é executado em nome do autorizatário, por sua reta possuem personalidade jurídica própria.
conta e risco, sem fiscalização do Poder Público.

Didatismo e Conhecimento 85
DIREITO ADMINISTRATIVO
Assinale: O seu regime jurídico pouco se diferencia do estabelecido para
a) se somente a afirmativa I estiver correta. os órgãos da Admininstração Direta, aparecendo, perante terceiros,
b) se somente a afirmativa II estiver correta. como a própria Administração Pública, entretanto, difere da União,
c) se somente a afirmativa III estiver correta. dos Estados e dos Municípios (pessoas públicas políticas) por não
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. ter capacidade política, ou seja, o poder de criar o próprio direito, é
e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. pessoa pública administrativa, porque tem apenas o poder de auto-
-administração, nos limites estabelecidos em lei, com objetivo de
Comentário: A alternativa “e” corresponde as afirmativas cor- auxiliar a atividade administrativa desenvolvida pela Administração
retas. Direta.

Somente a afirmativa II não está de acordo com o que dispõe a 18. (IESES - 2011 - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e
Lei e a Doutrina Administrativa, visto que, as entidades paraestatais de Registros) - De acordo com o Decreto-lei nº 200, de 25.2.1967,
não compõem a Administração Direta, visto que trata-se de uma for- que dispôs sobre a organização da administração federal e estabe-
ma de descentralização da atividade administrativa. leceu diretrizes para a reforma administrativa, a entidade dotada de
Embora não exista consenso na doutrina administrativa sobre personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e
Entidades Paraestatais, adotamos o entendimento de que se enqua- capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de ati-
dram no conceito exclusivamente pessoas privadas, sem fins lucra- vidade econômica que o governo seja levado a exercer por força de
tivos, que exercem atividades de interesse coletivo, mas não exclu- contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-
sivas da Administração Pública, recebendo para tanto, contrapartida -se de qualquer das formas admitidas em direito, corresponde a:
do poder público para seu regular funcionamento a) fundação pública
As entidades paraestatais pertencem ao chamado “terceiro se- b) empresa pública
tor”, que podem ser definidos com aquele composto por entidades c) sociedade de economia mista
privadas da sociedade civil organizada, que atuam na prestação de d) autarquia
serviços públicos de relevante interesse social, por iniciativa exclu-
sivamente privada, sem fins lucrativos, porém incentivadas pelo Comentário: A alternativa “b” está correta.
Estado. As Empresas Públicas são entidades dotadas de personalidade
17. (IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico - Direito e jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu-
Legislação) - Considerando os conceitos dos entes que compõem a sivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econô-
administração indireta, assinale a alternativa correta. mica que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência
a) Autarquia é uma pessoa jurídica de direito público, criada ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer
por lei específica, para auxiliar a Administração Pública a executar das formas admitidas em direito.
atividades típicas. Nos termos do artigo 5º inciso II do Decreto 200/67, temos a
b) Fundação Pública é uma pessoa jurídica de direito privado, seguinte disposição acerca das empresas públicas:
criada por decreto do Presidente da República, constituindo a perso-
nificação jurídica de um patrimônio, para executar atividades típicas Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
da Administração. II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí-
c) Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito público, dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo
criadas por decreto do Presidente da República, destinadas à presta- da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica
ção de serviços industriais ou atividades econômicas em que o Esta- que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência ou
do tenha interesse próprio. de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das
d) Sociedade de Economia Mista é uma pessoa jurídica de di- formas admitidas em direito.
reito público, autorizada para a exploração de atividade econômica,
sob a forma de sociedade anônima, cujo capital pertence em sua 19. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e
maioria ao poder público. de Registros - Critério Remoção) Sobre a administração indireta,
e) Serviços Sociais Autônomos são pessoas jurídicas de direito é correto afirmar que:
público, para prestar serviços de interesse social ou de utilidade pú- a) as sociedades de economia mista e as fundações públicas, por
blica, não podendo arrecadar contribuições para fiscais. serem pessoas jurídicas de direito privado, não precisam respeitar o
princípio da publicidade.
Comentário: A alternativa “a” está correta. b) as causas cíveis em que é parte a sociedade de economia
mista são de competência da Justiça Federal.
A Autarquia é a forma de realização de serviço autônomo, de- c) autarquia é pessoa jurídica de direito público, criada por lei,
vidamente criada por criado por lei específica, com personalidade com capacidade de autoadministração, para o desempenho de servi-
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades ço público descentralizado, mediante controle administrativo exer-
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor cido nos limites da lei.
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. d) a fundação, por desempenhar atividade no âmbito social, não
Trata-se de pessoa jurídica dedireito público, ou seja, possui está sujeita ao controle administrativo ou tutela por parte da admi-
praticamente as mesmas prerrogativas e sujeições da administração nistração direta, sendo, por isso, dotada de autoadministração.
direta.
Comentário: A alternativa “c” está correta.

Didatismo e Conhecimento 86
DIREITO ADMINISTRATIVO
Para melhor compreensão sobre Autarquia , é de suma impor- desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos
tância verificar o conceito formulado nos termos do artigo 5º, inciso ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, pa-
I, do Decreto 200/67, que dispõe sobre a organização administrativa trimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e fun-
da Administração Federal, senão vejamos o texto legal: cionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
As fundações públicas são organizações dotadas de
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: personalidade jurídica de direito público ou de direito privado,
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com per- sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse
sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar coletivo, como educação, cultura e pesquisa, sempre merecedoras
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para de um amparo legal. As fundações públicas são autonomas
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira des- admininstrativamente, patrimônio próprio, e funcionamento
centralizada. custeado, principalmente, por recursos do poder público, mesmo
que sob a forma de prestação de serviços.
Desta forma, temos que a autarquia é um tipo de administração
indireta e está diretamente relacionada à administração central, visto 22. (CESPE - 2012 - ANATEL - Analista Administrativo)
que não pode legislar em relação a si, mas deve obedecer à legisla- Com relação aos atos administrativos, julgue os itens seguintes.
ção da administração à qual está subordinada, sendo possivel sofrer Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos
controle administrativo de seu exercício, nos limites e termos da lei. de validade de um ato administrativo.
É ainda importante destacar que as autarquias possuem bens e ( ) Certo
receita próprios, assim, não se confundem com bens de propriedade ( ) Errado
da Administração direta à qual estão vinculadas, além de sua
capacidade de autoadministração. Igualmente, são responsáveis por Comentário: A afirmação está correta.
seus próprios atos, não envolvendo a Administração central, exceto A doutrina administrativa é pacifica em apontar cinco requisitos
no exercício da responsabilidade subsidiária. básicos, ou elementos dos atos administrativos: competência, finali-
dade, forma, motivo e objeto.
20. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Ju- Além, naturalmente, dos requisitos gerais de todos os atos ju-
diciário - Área Judiciária) - NÃO é característica da sociedade de rídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito e forma prescrita
economia mista: ou não proibida em lei.
a) criação autorizada por lei. Trata-se de requisitos fundamentais para a validade do ato ad-
b) personalidade jurídica de direito privado. ministrativo, pois o atos que forem editados ou praticados em de-
c) derrogação parcial do regime de direito privado por normas sacordo com o que a lei estabeleça para cada requisito, será, via de
de direito público. regra, um ato nulo.
d) estruturação sob qualquer forma societária admitida em di-
reito. 23. (CESPE - 2012 - ANATEL - Analista Administrativo)
e) desempenho de atividade econômica. Com relação aos atos administrativos, julgue os itens seguintes.
A anulação de ato administrativo será aplicada ao ato que, mes-
Comentário: A alternativa “d” está correta, e não corresponde a mo válido, legítimo, perfeito, venha a se tornar inconveniente, ino-
característica das sociedade de economia mista. portuno ou desnecessário.
( ) Certo
As Sociedades de Economia Mista são as entidades dotadas ( ) Errado
de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
exploração de atividade econômica, não admitindo qualquer forma Comentário: A afirmação está errada.
societária, mas sim sob a forma de sociedade anônima, cujas ações
com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade Anulação ocorre quando um ato administrativo estiver eivado
da Administração Indireta. de vícios, relativos a legalidade ou legitimidade, assim não se trata
de um ato válido, legitimo ou perfeito.
21. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscópico – Especí- Pode a Administração anulá-lo de ofício ou por provocação de
ficos) - Julgue os itens a seguir, acerca da classificação dos órgãos terceiro, ou então pode o judiciário anulá-lo também, entretanto não
da administração pública. pode agir de oficio, deve aguardar provovação.
As fundações públicas são entidades integrantes da administra- Seu controle de legitimidade ou legalidade deverá ocorrer em
ção direta, e suas respectivas áreas de atuação devem enquadrar-se sua forma, nunca em relação ao mérito do ato administrativo, ou
nas áreas previstas em lei ordinária. seja, o controle exercido sobre o ato não ocorrerá em sua convenien-
( ) Certo cia ou oportunidade.
( ) Errado Um vício de legalidade ou legitimidade pode ser sanável ou
insanável. Assim, quando se verificar que trata-se de um vício insa-
Comentário: A afirmação está errada. nável, a anulação do ato deve ser obrigatória, entretanto, quando se
tratar de um vício sanável, o ato poder ser anulado ou convalidado,
Fundação Pública é a entidade pertencente da Administração de acordo com a discricionariedade imposta à Administração Pú-
Indireta, dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem blica, que irá efetuar um juizo de oportunidade e conveniência da
fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o manutenção dos efeitos do ato administrativo.

Didatismo e Conhecimento 87
DIREITO ADMINISTRATIVO
24. (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área Ad- 26. (Advogado Nossa Caixa Desenvolvimento – FCC 2011).
ministrativa) Analise o seguinte atributo do ato administrativo: Dentre outros, são exemplos de atos administrativos insuscetíveis
O atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a de revogação:
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir deter- (A) licença para exercer profissão regulamentada em lei; certi-
minados resultados. Para cada finalidade que a Administração pre- dão administrativa de dados funcionais de servidor público.
tende alcançar existe um ato definido em lei. (Maria Sylvia Zanello (B) ato de concessão de aposentadoria, mesmo que ainda não
Di Pietro, Direito Administrativo) preenchido o lapso temporal para a fruição do benefício; ato de adju-
dicação na licitação quando já celebrado o respectivo contrato.
Trata-se da (C) edital de licitação na modalidade tomada de preços; atesta-
do médico emitido por servidor público médico do trabalho.
a) Presunção de Legitimidade. (D) ato que declara a inexigibilidade de licitação; autorização
b) Tipicidade. para uso de bem público.
c) Imperatividade. (E) autorização para porte de arma; ato que defere férias a ser-
d) Autoexecutoriedade.
vidor, ainda que este não tenha gozado de tais férias.
e) Presunção de Veracidade.
Comentário: A alternativa “A” está correta.
Comentário: A alternativa “b” está correta.
Entende-se por atributos dos atos administrativos as qualidades A revogação de ato administrativo ocorre no momento em que
ou características dos atos administrativos, uma vez que requisitos um ato (válido, legítimo e perfeito) emanado pela Administração
dos atos administrativos constituem condições que devem obrigato- Pública torna-se inconveniente e inoportuno ao interesse público.
riamente ser observadas para a sua validade, os atributos podem ser O ato administrativo não possuía qualquer vício ou ilegalidade,
entendidos como as características dos atos administrativos. simplesmente não atende mais aos pressupostos de conveniência e
Visando a segurança jurídica aos administrados, o atributo da oportunidade.
tipicidade garante que o ato administrativo deve corresponder a fi- Entretanto, tal poder de revogar os próprios atos conferidos à
guras previamente estabelecidas pelo ordenamento jurídico vigente. Administração Pública não é ilimitado, assim alguns atos adminis-
trativos não podem ser revogados, ou seja, atos irrevogáveis, quais
25. (FCC - 2012 - TCE-AM - Analista de Controle Externo - sejam:
Auditoria de Obras Públicas) O ato administrativo vinculado • os atos consumados, que já exauriram seus efeitos;
a) pode ser objeto de controle judicial, quanto aos aspectos • os atos vinculados, pois nesse o administrador não tem es-
de legalidade, conveniência e oportunidade. colha na prática do ato;
b) pode ser revogado pela Administração, por razões de con- • os atos que geram direitos adquiridos;
veniência e oportunidade, ressalvados os direitos adquiridos e asse- • os atos que integram um procedimento administrativo;
gurada a apreciação judicial. • os meros atos administrativos (certidões, pareceres, ates-
c) possui todos os elementos definidos em lei e pode ser ob- tados, licença, etc.).
jeto de controle de legalidade pelo Judiciário e pela própria Admi-
nistração. Diante das considerações acima expostas, voltamos a resolução
d) possui objeto, competência e finalidade definidos em lei, da questão em análise, a alternativa (A) está correta, tendo em vista
cabendo à Administração a avaliação dos aspectos de conveniência que licença para exercer profissão regulamentada em lei dessa for-
e oportunidade para sua edição. ma, o ato de emitir licença para exercício de atividade profissional
e) pode ser objeto de controle pelo Poder Judiciário em rela- se trata de mero ato administrativo, que é irrevogável, além do mais
ção aos elementos definidos em lei, constituindo prerrogativa exclu-
o ato administrativo gerou direito adquirido ao cidadão, que no caso
siva da Administração a sua revogação por razões de conveniência
em tela foi adquirido pela lei que regulamentou o exercício da pro-
e oportunidade.
fissão, dessa forma não podendo ser revogado. A outra situação da
Comentário: A alternativa “c” está correta. alternativa é certidão administrativa de dados funcionais de servi-
dor público, tal ato administrativo também é irrevogável, tendo em
Os atos vinculados são os que a Administração Pública pratica vista que a emissão de certidão pela Administração Pública se trata
sem qualquer margem de liberdade de decisão, tendo em vista que a de mero ato administrativo.
lei previamente determinou a única medida possível de ser adotada
sempre que se configure a situação objetiva descrita em lei. 27. (FCC - 2011 - TRE-TO - Analista Judiciário - Área Ju-
Dessa maneira, na edição de um ato vinculado a administração diciária) Os órgãos públicos
Pública não dispõe de nenhuma margem de decisão, sendo que o a) confundem-se com as pessoas físicas, porque congregam
comportamento a ser adotado pelo Administrador está regulamen- funções que estas vão exercer.
tado em lei. b) são singulares quando constituídos por um único centro de
É certo que nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluído atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções
da apreciação judicial, nos termos do artigo 5º, inciso XXXV, que integradas em órgãos maiores.
assim garante: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciá- c) não são parte integrante da estrutura da Administração
rio lesão ou ameaça a direito” Pública.
Assim, temos que o ato administrativo vinculado pode sofre d) não têm personalidade jurídica própria.
controle de legalidade, tanto pela Administração Pública, como pelo e) são compostos quando constituídos por vários agentes,
Poder Judiciário, que analisarão eventuais vícios de legalidade. sendo exemplo, o Tribunal de Impostos e Taxas.

Didatismo e Conhecimento 88
DIREITO ADMINISTRATIVO
Comentário: A alternativa “d” está correta. Os Órgãos Públicos são unidades estatais com atribuições espe-
cíficas dentro da organização da Administração Pública.
Em outras palavras, os órgãos públicos são unidades integrantes É composto por agentes públicos que dirigem e compõem
da estrutura administrativa de uma mesma pessoa jurídica nas quais o órgão, voltado para o cumprimento de uma atividade a ser
são agrupadas as competências a serem exercídas por meio de seus desenvolvida pelo Estado.
agentes públicos, ou seja, são simples conjutos de competência, sem Em outras palavras, os órgãos públicos são unidades integrantes
personalidade jurídica própria, resultados de uma técnica de organi- da estrutura administrativa de uma mesma pessoa jurídica nas quais
zação administrativa conhecida como “desconcentração” são agrupadas as competências a serem exercídas por meio de seus
Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas não têm agentes públicos, ou seja, são simples conjutos de competência, sem
personalidade jurísica, uma vez que são apenas parte de uma estru- personalidade jurídica própria, resultados de uma técnica de organi-
tura maior, essa sim detentora de personalidade. zação administrativa conhecida como “desconcentração”
Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas são
28. (Cespe - 2010 - Abin - Oficial Técnico de Inteligência - despersonalizados, uma vez que são apenas parte de uma estrutura
Área de Direito) No que concerne à administração pública, julgue maior, essa sim detentora de personalidade.
os itens a seguir. Como parte da estrutura superior, o órgão público não tem von-
Embora, em regra, os órgãos públicos não tenham personalida- tade própria, limitando-se a cumprir suas finalidadades dentro da
de jurídica, a alguns órgãos é conferida a denominada capacidade competência funcional que lhes foi determinada decorrente da or-
processual, estando eles autorizados por lei a defender em juízo, em ganização estatal.
nome próprio, determinados interesses ou prerrogativas.
( ) Certo 30. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área
( ) Errado Administrativa) A respeito dos agentes públicos e dos poderes ad-
ministrativos, julgue os itens que se seguem.
Comentário: A afirmação está correta. Cargos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanen-
tes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-
Muito embora os órgãos públicos não tenham personalidade -los sob relação trabalhista.
jurídica própria, haja vista que são apenas unidades de competência ( ) Certo
integrante da estrutura administrativa ao qual está vinculado, é con- ( ) Errado
ferida há alguns órgãos públicos, em caráter excepcional, a capaci-
dade e autonomia processual, objetivando defender seus objetivos Comentário: A afirmativa está errada.
em juízo, também conhecida como capacidade postulatória.
Importante esclarecer que tal capacidade postulatória é atribuí- Nos ensinamentos do professor e jurista Celso Antônio Ban-
da a determinados órgãos públicos para resolverem judicialmente deira de Mello, temos que cargos públicos “são as mais simples e
certos tipos de litígio. indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um
Entretanto, esta capacidade processual somente é aceita em re- agente , prevista em número certo, com denominações próprias,
lação aos órgãos mais elevados do Poder Público, de status consti- retribuídas por pessoas jurídicas de Direito Público e criadas por
tucional, atuando na defesa de suas prerrogativas e esferas de com- lei”.
petência. Ademais, importante esclarecer que aqueles que são titulares
A regra geral, para os conflitos entre órgãos comuns da Admi- de cargos públicos, foram previamente aprovados em concurso de
nistração Pública deve ser solucionado internamente e ser processa- prova ou provas e títulos, (dispensada no caso de cargo em comis-
do pelos órgãos a que são subordinados na escala hierárquica. são com livre nomeação e exoneração), são submetidos ao regime
estatutário, sendo considerados servidores públicos efetivos ou co-
29. (FCC - 2010 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário missionados, não havendo possibilidade jurídica de contratação de
- Área Judiciária) Inseridos na estrutura do Estado, os órgãos pú- cargos públicos por meio do regime trabalhista.
blicos
a) são centros de competência que congregam atribuições 31. (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Sobre a
exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de Responsabilidade Civil do Estado é CORRETO afirmar, EXCE-
expressar a vontade do Estado. TO:
b) representam juridicamente a pessoa jurídica que integram, a) As pessoas jurídicas de direito público respondem pelos
mas não possuem capacidade processual. danos que seus agentes, no exercício de suas funções, causarem a
c) são dotados de personalidade jurídica própria, razão pela terceiros.
qual mantêm relações funcionais entre si e com terceiros. b) Cabível ao Estado ajuizar ação de regresso em face do agente
d) compostos são unidades de ação constituídas por um só causador do dano, desde que tenha agido dolosamente, mostrando-
centro de competência, que exerce funções auxiliares diversificadas. -se inviável à pretensão se a conduta foi meramente culposa.
e) autônomos são os originários da Constituição e c) O princípio da repartição dos encargos também constitui fun-
representativos dos três Poderes do Estado, que se subordinam damento da responsabilidade objetiva do Estado.
hierarquicamente. d) As pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviços
delegados serão responsáveis pelos atos seus ou de seus prepostos,
Comentário: A alternativa “a” está correta. desde que haja vínculo jurídico de direito público entre o Estado e
o delegatário.

Didatismo e Conhecimento 89
DIREITO ADMINISTRATIVO
Comentário: A alternativa “b” deve ser marcada. d) Uma mesma conduta do servidor público pode configurar
ilícito administrativo e ilícito penal, mas o processo administrativo
Para que o Agente Público possa responder pelo dano a partir disciplinar somente se inicia após a conclusão do processo crime,
do Instituto do Direito de Regresso basta a apuração das responsa- caso tenha restado comprovada a autoria.
bilidades de seu agente no cometimento do dano a terceiros, verifi- e) A caracterização do ilícito administrativo prescinde da com-
cando a ocorrência de dolo ou de culpa para ensejar ação regressiva provação da tipicidade do ilícito penal, porque o fato punível na es-
objetivando o ressarcimento dos valores. fera administrativa pode não constituir crime.

32. (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área Ad- Comentário: A alternativa “e” está correta.
ministrativa) José, preso provisório, atualmente detido em uma Conforme afirma o enunciado do exercício, é correta a afirma-
Cadeia Pública na cidade de Recife mata a golpes de arma branca ção de que o Agente Público, no exercício de suas atribuições, pode-
um de seus oito companheiros de cela. Neste caso, o Estado de Per- rá ser responsabilizado nas esferas cíveis, penais e administrativas.
nambuco, em ação civil indenizatória movida pela viúva do falecido Entretanto, apesar da possibilidade de ser responsabilizados nas
detento, três esferas do direito, não há relação de subordinação entre as de-
a) será responsabilizado com fundamento na responsabilidade cisões e os procedimentos a ser adotados na apuração das infrações,
subjetiva do Estado. ou seja, as decisões proferidas nas diferentes esferas do direito são
b) será responsabilizado apenas se houver comprovação da autônomas entre si.
omissão dolosa dos agentes carcerários. Assim, é plenamente possível o agente público ser considerado
c) não será responsabilizado, uma vez que o dano foi causado responsável por uma infração administrativa, mesmo a infração não
por pessoa física que não faz parte dos quadros funcionais do Esta- sendo considerada como ilícito penal, ou civil.
do.
d) não será responsabilizado, na medida em que inexiste prova 34. (CESPE - 2011 - TJ-PB - Juiz) Acerca da responsabilidade
do nexo de causalidade entre a ação estatal e o evento danoso. civil do Estado, assinale a opção correta.
e) será responsabilizado, independentemente da comprovação a) Em face da prolação de sentença penal com equívoco do juiz,
de sua culpa, com base na responsabilidade objetiva do Estado. o ordenamento jurídico não permite a reparação dos eventuais pre-
juízos em ação contra o Estado, mas tão somente contra o próprio
Comentário: A alternativa “e” está correta: magistrado.
b) A teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado deve ser
A Administração Pública possui o dever de indenizar aquele aplicada de modo absoluto, não sendo admitida hipótese de exclu-
que for lesado por ação ou omissão de seus agentes públicos (ou de- são nem de abrandamento.
legatário de serviço público), que agindo nesta qualidade, praticou c) Mediante expressa determinação legal, o Estado poderá res-
o ato gerador do dano. ponder civilmente por danos causados a terceiros, ainda que sua
Assim, o particular lesado, deverá ajuizar ação diretamente atuação tenha ocorrido de modo regular e conforme com o direito.
contra a Administração Pública, e não contra o agente público que d) Segundo o STF, os atos jurisdicionais típicos no âmbito cível
praticou o ato lesivo, bastando ao particular comprovar em juízo a ensejam a responsabilidade objetiva do Estado.
relação de causa e consequência entre a atuação lesiva da Adminis- e) Na hipótese de conduta omissiva do Estado, incide a respon-
tração Pública e o dano decorrente, bem como a valoração patrimo- sabilidade objetiva, bastando a comprovação do nexo causal entre a
nial do dano. omissão e o prejuízo causado ao particular.
Dessa maneira, no caso hipotético apresentado pelo exercício,
o Estado tem o dever de garantir a segurança de seus detentos, uma Comentário: A alternativa “c” está correta.
vez que cerceou o seu direito de ir e vir, deverá garantir a sua inte-
gridade física, sendo certo que houve falha na prestação dos serviços A Administração pública responde perante os usuários dos ser-
públicos, devendo o Estado, a partir da responsabilidade objetiva, viços públicos de forma objetiva, bastando a demonstração do nexo
responder por eventual ação civil indenizatória. causal e o dano para surgir a obrigação de indenizar, não sendo ne-
cessária a demonstração de que houve culpa do agente público (ou
33. (FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador) A responsabilização delegatário de serviço público) na falha da execução de suas funções
do servidor público pode se dar no âmbito civil, penal e adminis- públicas, que originaram a lesão ao particular.
trativo. Em relação a referida responsabilização, é correto afirmar: Para o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, o conceito de
a) O ilícito administrativo é dotado da mesma tipicidade do ilí- responsabilidade objetiva do Estado é “a obrigação de indenizar
cito penal, uma vez que demanda expressa previsão legal da conduta que incumbe a alguém em razão de um procedimento licito ou ilí-
punível para sua caracterização. cito que produziu uma lesão na esfera juridicamente protegida de
b) A caracterização do ilícito penal demanda a comprovação outrem. Para configurá-la basta, pois, a mera relação causal entre
da existência de dolo ou culpa, enquanto na esfera civil se admite a o comportamento e o dano”.
responsabilização objetiva do servidor. Diante de tais esclarecimentos, temos que a responsabilidade
c) A caracterização do ilícito civil prescinde da comprovação do civil do Estado, bem como de seus prestadores de serviço público
nexo de causalidade entre a ação ou omissão do servidor e o dano é objetiva, bastando para tanto a demonstração da relação de causa
verificado. e efeito entre o serviço público e o dano, para gerar a obrigação de
indenização.

Didatismo e Conhecimento 90
DIREITO ADMINISTRATIVO
35. (MPE-SP - 2012 - MPE-SP - Promotor de Justiça) - As 37. (CESPE - 2011 - FUB - Secretário Executivo – Específi-
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestado- cos) Acerca de direito administrativo, julgue os itens subsecutivos.
ras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, O controle interno da administração pública é realizado pelo
nessa qualidade, causarem a terceiros, Poder Judiciário, com o apoio do Poder Legislativo; o controle ex-
a) assegurado o direito de regresso contra o responsável nos terno está a cargo da Controladoria Geral da República.
casos de dolo. ( ) Certo
b) salvo comprovação de ausência de dolo ou culpa do respon- ( ) Errado
sável. Comentário: A afirmação está errada.
c) assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa. O controle interno da Administração Pública é denominado
d) salvo comprovação de ausência de dolo do responsável. Controle Administrativo, tem como finalidade principal obter a
e) salvo comprovação de culpa da vítima. harmonia e a padronização da ação administrativa, a eficácia dos
Comentário: A Alternativa “c” está correta. serviços administrativos e, bem assim, a retidão e a competência dos
funcionários que guarnecem a administração.
A alternativa está de acordo com o que estabelece os preceitos A auto-revisão do ato administrativo fundamenta-se na hierar-
constitucionais acerca do tema, pois de acordo com o que dispõe o quia que, como vínculo que subordina os demais órgãos administra-
artigo 37, § 6º da Constituição Federal, senão vejamos: tivos, graduando a autoridade de cada um, deriva o poder de vigilân-
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, cia e o poder de direção, bem como o poder de revisão, pelos quais
prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que seus se garante a completa unidade de direção ao sistema administrativo.
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direi- Temos então que controle interno é aquele controle exercido
to de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.” pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, na
esfera da própria Administração, assim, qualquer controle efetivo
Neste sentido, estão enquadrados a Administração Pública em realizado pelo Poder Executivo sobre os seus serviços ou agentes é
todas as suas vertentes, ou seja, toda a esfera administrativa está su- considerado interno, assim como o controle do Poder Legislativo ou
jeita a responsabilidade objetiva pelos danos que causar a terceiros, do Poder Judiciário, por seus órgãos de Administração, sobre seus
seja a Administração Direta, Indireta, Concessionárias e/ou Permis- agentes e também sobre os atos administrativos praticados.
sionárias de Serviços Públicos, resguardado o direito que a Admi- Assim, com o objetivo de serem observadas as normas fun-
nistração Pública possui de ingressar com ação judicial contra seus damentais, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co-
agentes, objetivando apurar infrações na prestação de serviço e ser nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela deverão
ressarcida dos valores indenizatório pagos ao terceiro prejudicado. dar ciência imediata ao Tribunal de Contas respectivo, sob pena de
responsabilidade solidária, sendo considerado parte legitima para a
36. (CESPE - 2012 - ANAC - Técnico Administrativo) - Jul- prática dos atos de denuncia, qualquer cidadão, partido político, as-
gue os itens que se seguem, a respeito do controle e responsabiliza- sociação ou sindicato.
ção da administração. De outra forma, o Controle Externo da Administração Pública
O Judiciário pode adentrar o mérito do ato administrativo dis- fica sob a responsabilidade dos Poderes Judiciários e Legislativos,
cricionário para examinar a ausência ou falsidade dos motivos que cujo controle ocorre de fora para dentro da Administração Pública.
ensejaram a sua edição:
( ) Certo 38. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário - Área
( ) Errado Administrativa – Específicos) No que concerne ao controle da ad-
ministração pública, julgue os itens a seguir.
Comentário: A afirmação está correta. O recurso interposto fora do prazo não será conhecido, o que
não impede que a administração reveja, de ofício, o ato ilegal.
Diante da possibilidade do Poder Judiciário efetuar controle de ( ) Certo
legalidade do ato administrativo a regra é que somente o direito e ( ) Errado
não o interesse do administrado poderá ser objeto da ação revisória
do Poder Judiciário, ou seja, não pode o Poder Judiciário adentrar no Comentário: A afirmação está correta.
mérito do ato administrativo para indagar a oportunidade e a conve-
niência, mas tão somente a legitimidade, isto é, a sua conformidade A revisão “ex-officio” pode ser entendida de maneira geral
com a lei. como a revisão espontânea exercida pela Administração sobre seus
Entretanto, constitui requisito necessário para a validade do ato próprios atos, que decorre em virtude da hierarquia e da autotutela.
administrativo a sua motivação, sendo certo que o ato imotivado, Diante da verificação de que o ato administrativo não atende
ou motivado de maneira falsa, esta em desacordo com os preceitos aos requisitos prescritos em, ou em presença reconhecida da incon-
legais no tocante a formação do ato administrativo. veniência ou da inoportunidade, a autoridade prolatora pode rever
Assim, o Poder Judiciário, objetivando realizar controle de le- diretamente o ato ou ele pode ser revisto pelo agente de hierarquia
galidade do ato administrativo analisar o mérito do ato para verificar superior, independente de provocação de parte interessada.
a legalidade dos motivos, bem como sua ausência, ou então eventual Independentemente do momento em foi interposto o recurso, a
falsidade dos motivos que determinaram a realização do ato admi- Administração Pública, por meio de sua prerrogativa de Autotutela,
nistrativo. tem o poder de rever seus atos ilegais, de ofício, sem necessitar de
provocação ou meios recursais.

Didatismo e Conhecimento 91
DIREITO ADMINISTRATIVO
39. (FCC - 2010 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Ju- 41. (CESPE - 2012 - TJ-AC - Juiz) À luz da Lei n.º 8.429/1992,
diciário - Execução de Mandados) O controle legislativo dos atos que trata da improbidade administrativa, assinale a opção correta.
do Poder Executivo, em matéria contábil, financeira e orçamentária, a) A instauração de processo judicial por ato de improbidade
é exercido pelo Poder Legislativo obsta a instauração de processo administrativo para apurar fato de
a) por meio de seus auditores. idêntico teor enquanto aquele não for concluído.
b) com autorização do Poder Judiciário. b) Constitui ato de improbidade administrativa que causa
c) com auxílio do Tribunal de Contas. lesão ao erário qualquer ação ou omissão que enseje perda patrimo-
d) com auxílio do Ministério Público. nial, desvio ou dilapidação dos bens e haveres públicos, mas apenas
e) por meio de comissões parlamentares de inquérito. se configurado o dolo do agente.
c) Os atos de improbidade que importem enriquecimento ilí-
Comentário: A alternativa “c” está correta. cito, que causem lesão ao erário ou que atentem contra os princípios
O controle legislativo, integrante do sistema de controle exter- da administração pública causam a perda ou a suspensão dos direitos
no, que muitos denominam parlamentar sem que vigore no país o políticos, por período que varia de cinco a dez anos.
regime parlamentarista, que é exercido sob os aspectos de correção d) Entre as medidas de natureza cautelar que, previstas nessa
e fiscalização, tendo em vista o interesse publico. lei, só podem ser decretadas judicialmente incluem-se a indisponibi-
O controle externo legislativo é desempenhado de forma direta lidade dos bens, o bloqueio de contas bancárias e o afastamento do
e indireta. Será direto quando exercido pelo Congresso Nacional, agente do exercício do cargo, emprego ou função.
em nível federal; pelas Assembleias Legislativas, nível estadual e e) Tanto a perda da função pública quanto a suspensão dos
distrital; e pelas Câmaras Municipais, em nível municipal. direitos políticos pela prática de ato de improbidade só se efetivam
Será legislativo indireto o controle exercitado pelos Tribunais com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
de Contas, que funcionam como órgãos auxiliares de Poder Legis-
lativo. Comentário: A alternativa “e” está correta.
Os primeiros esboços da ideia da formação de um Tribunal de
Contas surgiram com a observância da ineficiência dos parlamentos Nos termos da Lei 8.429/92, mais precisamente em seu arti-
na função da fiscalização dos bens e gastos públicos, quando do sur- go 20, no Capítulo que trata das Disposições Penais, verificamos
gimento das monarquias parlamentaristas. a regra para que a sentença condenatória inicia seus efeitos contra
o condenado por improbidade administrativa, senão vejamos o que
Assim, verificou-se a necessidade de um Tribunal, auxiliando o
dispõe o artigo mencionado.
exercício do Poder Legislativo de fiscalização e controle dos gastos
públicos. Assim, os Tribunais de Contas da União, dos Estados e de
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
alguns Municípios, atuam como órgãos auxiliares do Poder Legis-
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con-
lativo, exercendo o controle externo, ou indireto, da Administração
denatória.
Pública, buscando em sua atuação a fiscalização da gestão financei-
ra, orçamentária e patrimonial do Estado. Para melhor compreensão, é necessário entender o significado
da expressão jurídica “trânsito em julgado da sentença”, que nada
40. (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal) Jul- mais é do que uma expressão utilizada para indicar que uma decisão
gue os itens que se seguem, relativos aos contratos administrativos. ou sentença judicial é terminativa, ou seja, as partes não podem mais
Apesar de a decisão executória da administração pública dis- recorrer da decisão, seja porque já se esgotou todos os recurso possí-
pensar a intervenção prévia do Poder Judiciário, não há impedimen- veis, seja porque o prazo para a interposição do recurso já transcor-
to para que ocorra o controle judicial após a realização do ato. reu em sua totalidade. A partir do transito em julgado da sentença a
( ) Certo obrigação se torna irrecorrível, certa e definitiva.
( ) Errado Assim, nos termos da lei de improbidade administrativa, para
que haja a efetiva perda da função pública e a suspensão dos direitos
Comentário: A afirmação está correta. políticos é necessário aguardar o trânsito em julgado da sentença
que condenou o acusado.
Controle judicial, pode ser assim entendido como sinônimo de
reexame ou revisão, ou seja, é a verificação, pelo Poder Judiciário, 42. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Com
quando provocado, da legalidade dos atos praticados pela Adminis- base nos dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º
tração Pública, isto porque a jurisdição civil, contenciosa e voluntá- 8.429/1992), julgue os itens subsecutivos.
ria, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional. Apenas o Ministério Público (MP) poderá representar à autori-
Todo direito é protegido por uma ação e a Constituição Federal dade administrativa competente para que seja instaurada investiga-
assegura aos administrados o direito de petição ao Poder Judiciário ção devida para apurar a prática de ato de improbidade.
em defesa de direito ou contra ilegalidade ou ainda eventual abuso ( ) Certo
de poder, conforme garante o artigo 5º, inciso XXXIV, da Consti- ( ) Errado
tuição Federal.
O reexame da ação da Administração pelo Poder Judiciário li- Comentário: A afirmativa está ERRADA, pois para que possa
mita-se à verificação da legalidade do ato, isto porque à Administra- ser iniciada uma investigação objetivando apurar a prática de ato de
ção e só a ela compete a análise da oportunidade e da conveniência improbidade não é necessário aguardar a manifestação ou provoca-
da ação administrativa, tal reexame ocorre mesmo quando decisão ção do representante do Ministério Público, haja vista que é lícito a
executória da Administração Pública já tenha sido adotada, se hou- qualquer pessoa realizar tal manifestação, conforme se verifica nos
ver indícios de ilegalidade, e desde que provocado por terceiros. termos do artigo 14 da lei 8.429/1992, senão vejamos o texto legal.

Didatismo e Conhecimento 92
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
administrativa competente para que seja instaurada investigação creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pes-
destinada a apurar a prática de ato de improbidade. (grifo nosso). soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Dessa maneira, não cabe apenas ao Ministério Público repre- EXERCÍCIOS


sentar a autoridade administrativa competente para que seja instau-
rada investigação por cometimento de ato de improbidade, sendo 01. (FCC - 2012 – PGM - Joao Pessoa-PB - Procurador
que nos termos da lei, qualquer pessoa poderá fazê-la. Municipal) A característica que diferencia o procedimento do
pregão (Lei no 10.520/02) de todos os demais procedimentos
43. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Com licitatórios previstos na Lei no 8.666/93 (Lei de Licitações) é
base nos dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º a) o uso de lances para definição do vencedor do certame.
8.429/1992), julgue os itens subsecutivos. b) a realização da fase de habilitação em momento posterior
O responsável por cometer ato de improbidade sofrerá a sanção à fase de julgamento.
de suspensão dos direitos políticos, pena esta aplicável a todas as c) a possibilidade de substituição da apresentação de docu-
hipóteses de cometimento de ato de improbidade. mentos de habilitação pela comprovação de registro em cadastro
( ) Certo de fornecedores mantido pela Administração.
( ) Errado d) a condução do procedimento por autoridade designada
pela Administração, ao invés de comissão de licitação.
Comentário: A afirmativa está correta. e) o uso do critério de menor preço para julgamento das
propostas.
A Lei 8.429/1992, em seu artigo 9º (Dos Atos de Improbida-
de Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito), artigo 10 02. (CESPE - 2012 - TJ-RO - Analista Judiciário -
(Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Administração) De acordo com a Lei de Licitações e Contratos,
Erário) e artigo 11(Dos Atos de Improbidade Administrativa que a modalidade de licitação ocorrida entre interessados devidamente
Atentam Contra os Princípios da Administração Pública), dispõem cadastrados ou que atendam a todas as condições exigidas para
de situações e atos que, quando praticados, seu agente incorre em cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
improbidade administrativa. propostas, observada a necessária qualificação, denomina-se
Pois bem, ainda nos termos da referida legislação, verificamos a) leilão.
no Capítulo III, que trata exclusivamente das penas, que para todos b) concorrência.
os atos que ensejam em improbidade administrativa, independente c) tomada de preços.
de das sanções penais, civis ou administrativas, os agentes terão seus d) concurso.
direitos políticos suspenso, conforme se pode verificar da análise do e) convite.
artigo 12 da Lei de Improbidade Administrativa:
03. (CESGRANRIO - 2012 - Chesf - Profissional de
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e admi- Nível Superior - Administração) A Lei no 8.666/1993 trata dos
nistrativas previstas na legislação específica, está o responsável aspectos relacionados ao processo de licitação e aos contratos da
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que po- administração pública.
dem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a Nessa lei, existe a previsão de situações em que a licitação é
gravidade do fato: inexigível, como em
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos a) aquisição de bens ou de serviços nos termos de acor-
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando do internacional específico, aprovado pelo Congresso Nacional,
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas
oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor para o Poder Público.
do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Pú- b) contratação de profissional de qualquer setor artístico,
blico ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, dire- diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consa-
ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da grado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; c) situação em que a União tiver de intervir no domínio
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, per- econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento.
da dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se d) situação em que não acudirem interessados à licitação
concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuí-
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil zo para a Administração, mantidas, nesse caso, todas as condições
de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o preestabelecidas.
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi- e) casos de guerra ou de grave perturbação da ordem.
tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; 04. (CESGRANRIO - 2012 - LIQUIGAS - Profissional Jú-
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se nior - Direito) De acordo com a Lei no 8.666/1993, no procedi-
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de mento licitatório, vários atos administrativos são encadeados em
três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o va- sequência lógica visando à seleção da proposta mais vantajosa
lor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar para a Administração Pública.

Didatismo e Conhecimento 93
DIREITO ADMINISTRATIVO
Nesse contexto, o ato administrativo por meio do qual se II. o preço e as condições de pagamento.
atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação denomina-se III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
a) homologação classificação funcional programática e da categoria econômica.
b) encampação IV. a obrigação do contratado de manter, durante toda a exe-
c) convalidação cução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele
d) adjudicação assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigi-
e) ratificação das na licitação.
V. os casos de rescisão.
05. (FCC - 2012 - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário -
Execução de Mandados) A modalidade licitatória pregão a) Todas as assertivas estão corretas.
a) aplica-se para aquisição de bens e serviços comuns, po- b) Apenas as assertivas I, II, IV e V estão corretas.
dendo ser adotada também para as compras efetuadas pelo sistema c) Apenas as assertivas I, II e V estão corretas.
de registro de preços. d) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
b) aplica-se para a aquisição e alienação de bens de natu- e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
reza comum, afastada a sua aplicação nas compras efetuadas pelo
sistema de registro de preços. 09. (Advogado Nossa Caixa Desenvolvimento – FCC
c) não se aplica às compras efetuadas pelo sistema de regis- 2011). A empresa X, após sagrar-se vencedora de procedimento
tro de preços, salvo para aquisição de bens de natureza especial. licitatório, celebrou contrato administrativo com o Poder Público
d) aplica-se para contratação de serviços e obras de natu- para o fornecimento de determinado produto. Após a celebração
reza comum e aquisição de bens, salvo se adotado o sistema de do contrato, adveio uma greve de trabalhadores que paralisou,
registro de preços. indefinidamente, a fabricação do produto, impedindo a execução
e) não se aplica à contratação de serviços de engenharia e contratual. Conforme previsto na Lei de Licitações e Contratos
contratação de obras, salvo às de pouca complexidade técnica. Administrativos (Lei no 8666/93), o fato narrado
(A) constitui evento absolutamente previsível, que não traz
06. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Contabilidade) qualquer consequência ao mencionado contrato administrativo.
(B) caracteriza hipótese de fato da Administração, que não é
Configura hipótese de dispensa de licitação, nos temos da Lei no
causa impeditiva da execução contratual, mas apenas criadora de
8.666/93, a:
maior dificuldade.
a) contratação de serviços técnicos de natureza singular,
(C) constitui motivo para a rescisão do contrato administrativo.
com profissionais ou empresas de notória especialização.
(D) caracteriza hipótese de fato do príncipe, sendo necessária
b) contratação realizada por Instituição Científica e Tecno-
a revisão contratual.
lógica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tec-
(E) constitui motivo para o reajustamento contratual.
nologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração
de criação protegida. 10. (Analista de Controle Área Jurídica TCE/PR – FCC
c) contratação de profissional de qualquer setor artístico, 2011). Em contratos administrativos regidos pela Lei no 8.666/93,
diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consa- (A) a alteração qualitativa ou quantitativa do seu objeto, não
grado pela crítica especializada ou pela opinião pública. é admitida em face do princípio da vinculação ao instrumento
d) compra de material bélico, ou de uso pessoal, ou admi- convocatório.
nistrativo, pelas Forças Armadas, quando houver necessidade de (B) admitem-se acréscimos quantitativos, no limite de 25% do
manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico valor inicial atualizado do contrato, podendo chegar a 50% no caso
dos meios navais, aéreos e terrestres. de reforma de edifício ou equipamento.
e) contratação de remanescente de obra, serviço ou forne- (C) a supressão de obras, serviços ou compras contratados,
cimento, em consequência de rescisão contratual, desde que aten- não é admitida exceto com a expressa concordância do contratado.
dida a ordem de classificação da licitação anterior, respeitado o (D) a alteração qualitativa, não é admitida mas apenas a
preço então oferecido pelo novo contratado. quantitativa, para acréscimos ou supressões do objeto contratado,
até o limite de 50% do valor inicial atualizado do contrato.
07. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário (E) a alteração qualitativa é admitida, quando houver
da Receita Federal) Não configura princípio norteador do modificação do projeto ou das especificações, vedadas alterações
procedimento licitatório quantitativas.
a) vinculação ao instrumento convocatório.
b) julgamento objetivo. 11. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Área
c) probidade administrativa. Judiciária) A Lei no 9.784/99 traz um rol de direitos do
d) igualdade de condições a todos os concorrentes. administrado, perante a Administração, sem prejuízo de outros que
e) dispensa e inexigibilidade. lhe sejam assegurados. Sobre esse assunto, considere as seguintes
afirmações:
08. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário I. Contar com a inércia da Administração, que só pode agir,
da Receita Federal) Conforme determina a Lei n. 8.666, de 21 na condução do processo, mediante provocação dos interessados.
de junho de 1993, são cláusulas necessárias em todo contrato II. Ter ciência da tramitação dos processos administrativos em
administrativo: que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos e retirá-los
I. o objeto e seus elementos característicos. para consulta fora da repartição.

Didatismo e Conhecimento 94
DIREITO ADMINISTRATIVO
III. Fazer-se assistir, por advogado, salvo quando 15. (PONTUA - 2011 - TRE-SC - Técnico Judiciário - Área
expressamente renunciar a esse direito. Administrativa) São formas de provimento de cargo público:
NÃO consta daquele rol o que se afirma em I. A posse.
a) I e II, apenas. II. Nomeação.
b) II e III, apenas. III. Reversão.
c) I e III, apenas. IV. Preenchimento dos requisitos básicos para investidura.
d) I, apenas.
e) I, II e III. Está(ão) CORRETO(S):
A) Apenas o item III.
12. (NUCEPE - 2012 - PM-PI - Agente de Polícia – Cabo) B) Apenas o item II.
A lei 9.784/99 que regula os processos administrativos prevê que C) Apenas os itens I e IV
a competência é: D) Apenas os itens II e III.
a) irrenunciável e nunca pode ser delegada nem sofrer avo-
cação; 16. (FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador) A responsabilização
b) irrenunciável, mas pode, em certos casos, ser delegada e, do servidor público pode se dar no âmbito civil, penal e
excepcionalmente, sofrer avocação temporária; administrativo. Em relação a referida responsabilização, é correto
c) renunciável apenas nas hipóteses de delegação e de avo- afirmar:
cação, para as quais é dispensada qualquer justificação; A) O ilícito administrativo é dotado da mesma tipicidade do
d) renunciável apenas nos casos de livre delegação, pois a ilícito penal, uma vez que demanda expressa previsão legal da con-
avocação não implica renúncia por ser originária de hierarquia su- duta punível para sua caracterização
perior; B) A caracterização do ilícito penal demanda a comprova-
e) renunciável, seja nos casos de livre delegação, seja nos ção da existência de dolo ou culpa, enquanto na esfera civil se
de avocação, seja nos de substituição de um órgão por outro. admite a responsabilização objetiva do servidor.
C) A caracterização do ilícito civil prescinde da comprova-
13. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico ção do nexo de causalidade entre a ação ou omissão do servidor e
Judiciário - Área Administrativa) Segundo a Lei no 9.784/1999, o dano verificado.
que regula o processo administrativo no âmbito da Administração D) Uma mesma conduta do servidor público pode configu-
Pública Federal, é direito dos administrados: rar ilícito administrativo e ilícito penal, mas o processo adminis-
a) não agir de modo temerário. trativo disciplinar somente se inicia após a conclusão do processo
b) prestar as informações que lhe forem solicitadas e cola- crime, caso tenha restado comprovada a autoria.
borar para o esclarecimento dos fatos. E) A caracterização do ilícito administrativo prescinde da
c) expor os fatos conforme a verdade. comprovação da tipicidade do ilícito penal, porque o fato punível
d) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé. na esfera administrativa pode não constituir crime.
e) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
quando obrigatória a representação, por força de lei. 17. (PONTUA – 2011 – TER/SC – Técnico Judiciário
– Área Administrativa) Ao entrar em exercício, o servidor
14. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Análise nomeado para o cargo de provimento efetivo ficará sujeito a
de Sistemas) Considere as seguintes assertivas a respeito da Ajuda estágio probatório, por período designado na lei, durante o qual sua
de Custo e das Diárias: aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho
I. À família do servidor que falecer na nova sede são do cargo, observados os seguintes fatores:
assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de I. Assiduidade.
origem, dentro do prazo de um ano, contado do óbito. II. Responsabilidade.
II. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do III. Investimento em formação profissionalizante.
servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo IV. Disciplina.
exceder a importância correspondente a seis meses.
III. Nos casos em que o deslocamento da sede constituir Está(ão) INCORRETO(S):
exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
IV. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, A) Apenas o item II.
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no B) Apenas o item III.
prazo de cinco dias. C) Apenas os itens I e IV.
De acordo com a Lei nº 8.112/90, está correto o que consta D) Apenas os itens II e III
APENAS em
A) II e IV. 18. (PONTUA - 2011 - TRE-SC - Técnico Judiciário - Área
B) I, II e III. Administrativa) Ao servidor em estágio probatório poderão ser
C) I, III e IV. concedidas as licenças e os afastamentos, abaixo relacionados:
D) I e IV. I. Licença por motivo de doença em pessoa da família.
E) II e III. II. Licença para serviço militar.
III. Licença para desempenho de mandato classista.

Didatismo e Conhecimento 95
DIREITO ADMINISTRATIVO
IV. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou 22. (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário - Programação)
companheiro. É requisito básico para investidura nos cargos públicos em geral:
a) nacionalidade brasileira ou estrangeira.
Está INCORRETO: b) nível de escolaridade mínimo igual ou equivalente a en-
A) Apenas o item II sino universitário.
B) Apenas o item IV. c) idade mínima de vinte e um anos.
C) Apenas o item I. d) aptidão física e mental.
D) Apenas o item III. e) aprovação em concurso público de provas e títulos.

19. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista 23. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista
Judiciário - Área Judiciária) A licença por motivo de doença em Judiciário - Estatística) Maria, servidora pública estável,
pessoa da família, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida retornará ao cargo anteriormente ocupado tendo em vista sua
a cada período de doze meses, dentre outras, na seguinte condição, inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo. José,
por até também servidor público estável, retornará ao cargo anteriormente
A) 120 dias, consecutivos ou não, sem remuneração ocupado, em razão de reintegração do anterior ocupante. Nos
B) 100 dias, consecutivos ou não, sem remuneração termos da Lei no 8.112/1990, o retorno de tais servidores denomina-
C) 120 dias, consecutivos, mantida a remuneração do ser- se, respectivamente,
vidor. a) recondução e aproveitamento.
D) 60 dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do b) recondução e recondução.
servidor. c) reversão e recondução.
E) 90 dias, consecutivos, mantida a remuneração do servi- d) reintegração e recondução.
dor. e) readaptação e reintegração.

20. (PONTUA - 2011 - TRE-SC - Técnico Judiciário - Área GABARITO


Administrativa) O servidor público:
I. Poderá ausentar-se do serviço, sem qualquer prejuízo, 01 B
por um dia, para doação de sangue, por dois dias, para se alistar
como eleitor e por oito dias consecutivos em razão de casamento, 02 C
falecimento de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, 03 B
filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. 04 D
II. Será concedido horário especial ao servidor estudante,
quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e 05 A
o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo, independente 06 B
de compensação de horário. 07 E
III. Será concedido horário especial ao servidor portador de
08 A
deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica
oficial, independente de compensação de horário. 09 C
IV. Estudante que mudar de sede no interesse da administração 10 B
é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima,
11 E
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época,
independente de vaga. 12 B
13 E
Está INCORRETO 14 C
A) Apenas o item II.
B) Apenas o item III. 15 D
C) Apenas o item IV. 16 E
D) Apenas o item I. 17 B
21. (NCE-UFRJ - 2010 - UFRJ - Técnico de Contabilidade) 18 D
Sobre os ditames disciplinares previstos na Lei 8112/90, quando 19 D
um servidor apresenta quadro de inassiduidade habitual, as 20 A
penalidades previstas na legislação estatutária determinam a
21 C
aplicação de:
A) advertência; 22 D
B) disponibilidade 23 B
C) demissão;
D) suspensão de até 15 dias;
E) suspensão de até 30 dias.

Didatismo e Conhecimento 96
DIREITO ADMINISTRATIVO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 97
DIREITO ADMINISTRATIVO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 98
DIREITO ADMINISTRATIVO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 99
DIREITO ADMINISTRATIVO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 100


DIREITO ADMINISTRATIVO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 101


DIREITO ADMINISTRATIVO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 102

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