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REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS ‐ 412EE                      
 
 

 
 
  TEORIA
 

1 DEFININDO ESPELHOS PLANOS 

Podemos definir espelhos planos como toda superfície plana e polida, portanto, regular, capaz de refletir a luz 
nela incidente (Figura 1). 

Figura 1: Reflexão regular da luz num espelho plano 

   

Superfícies refletoras planas, mas com a superfície irregular, não podem ser consideradas espelhos planos, pois 
produzem o que chamamos de reflexão difusa da luz  (Figura 2). 

 
Figura 2: Reflexão difusa  
Fonte: http://saber.sapo.mz/w/thumb.php?f=Difracao.svg&w=250&r=1 
 

Assim,  para  conhecermos  em  detalhe  a  maneira  pela  qual  um  espelho  conjuga  suas  imagens,  precisamos 
conhecer as Leis da Reflexão  (Figura 3).. 

 
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2 LEIS DA REFLEXÃO 

A reflexão da luz é um fenômeno físico que consiste na mudança de direção dos raios de luz incidentes sobre 
uma  superfície  refletora,  exceção  feita  à  situação  na  qual  o  ângulo  de  incidência  seja  igual  a  90o,  em  que  a 
direção se mantém, mas apenas o sentido da propagação se altera. 

 
Figura 3: O fenômeno da reflexão da luz: (a) para casos em que o ângulo de incidência é diferente de 90o; (b) para casos no 
qual o ângulo de incidência é igual a 90o 

Em síntese, são duas as Leis da Reflexão da Luz  (Figura 4). 

1a Lei: O ângulo de incidência ( iˆ ) é igual ao ângulo de reflexão ( r̂ ). 

Figura 4: Primeira Lei da Reflexão: o ângulo de incidência  iˆ é igual ao ângulo de reflexão  r̂  

2a Lei: O Raio Incidente I, a normal à superfície refletora (N) e o raio refletido (R) estão no mesmo plano  (Figura 
5). 

Considere uma reta N, perpendicular à superfície refletora que denominaremos Normal à superfície. 

 
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Figura 5: Segunda Lei da Reflexão: o raio de luz incidente I, a normal à superfície N e o raio de luz refletido R estão no 
mesmo plano. 

3 CONSTRUÇÃO DE IMAGENS NOS ESPELHOS PLANOS 

Vamos estudar a construção de imagens conjugadas por um espelho plano a  partir de um  ponto considerado 


objeto. 

Consideremos, portanto, um ponto P, diante de um espelho plano E, como indica a figura 6 a seguir: 

 
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Figura 6: Ponto P diante de um espelho plano E. 

Se  admitirmos  raios  de  luz  incidentes  I  sobre  o  espelho  E,  passando  pelo  ponto  P,  temos  que  considerar  a 
existência de raios de luz refletidos R, de forma tal, que os ângulos de reflexão  r̂  serão iguais aos ângulos de 
incidência  iˆ  (1a Lei de Reflexão), como está indicado na figura 7 a seguir. 

 
Figura 7: Traçado de luz dos raios incidentes e refletidos 

Para determinarmos o  ponto imagem  P´, basta que façamos um prolongamento  dos raios de luz refletidos. A 


convergência desses pontos é P´. Observe a figura 8 a seguir: 

 
Figura 8: Determinação gráfica do ponto imagem P´ 
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Pode‐se perceber que a distância do ponto P ao espelho E é igual à distância do espelho E ao ponto imagem P´ 
(PE = EP´), ou seja, a imagem P´ é simétrica ao ponto P  (Figura 9). 

 
Figura 9: Simetria do ponto imagem P´ em relação ao ponto objeto P 

Além disso, como o ponto imagem P´é formado pelo prolongamento dos raios de luz, podemos dizer que ele é 
virtual  (Figura 10). 

4 ENANTIOMORFISMO 

Como vimos, as imagens conjugadas por espelhos planos são simétricas aos objetos, isto é, a distância de cada 
ponto do espelho ao objeto é igual à distância da imagem ao espelho, o que nos permite concluir que apesar de 
a imagem ter o mesmo tamanho do objeto, eles não são exatamente iguais. Na verdade, a imagem fica invertida 
em relação ao objeto. Esse fenômeno recebe o nome de enantiomorfismo. 

 
Figura 10: Enantiomorfismo 

 
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5 TRANSLAÇÃO DE UM ESPELHO PLANO 

Quando movemos um espelho, a imagem por ele conjugada também se movimenta.  

Considere um objeto P localizando a uma distância d1 de um espelho E, como indica a figura 11 a seguir. 

 
Figura 11: Objeto P distante d1 de um espelho E 

Como espelhos planos conjugam imagens simétricas em relação ao objeto, temos que a imagem P´ também se 
encontra a uma distância d1 do espelho  (Figura 12). 

 
Figura 12: Imagem P´ simétrica ao objeto P 

Se deslocarmos o espelho de uma certa distância a, então teremos, ver figura 13: 
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Figura 13: Translação do espelho plano 

Perceba que a distância X entre as duas posições sucessivas das imagens P´e P´´ pode ser expressa por: 

X = 2d 2 − 2d 1
[1] 
X = 2(d 2 − d 1 )

Observe a figura 13 e perceba que: 

d 2 − d1 = a  [2] 

Então: 

X = 2a 

Dessa forma, conclui‐se que o deslocamento da imagem é o dobro do deslocamento do espelho. 

6 ROTAÇÃO DE UM ESPELHO PLANO 

Se, DE ACORDO COM A FIGURA 14, ao invés de deslocar o espelho de uma distância a, nós o girarmos de um 
certo ângulo  α , podemos mostrar, de maneira análoga, que giramos a imagem de um ângulo  Δ = 2α . [3] 

 
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Figura 14: Rotação do espelho plano 
Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/e/reflexao4.jpg 
 

7 ASSOCIAÇÃO DE ESPELHOS PLANOS 

Quando  associamos  dois  espelhos  planos  de  forma  paralela,  um  em  relação  ao  outro,  ou  de  maneira  a 
formarem  ângulos  entre  si,  nós  podemos  multiplicar  o  número  de  imagens  conjugadas  de  um  determinado 
objeto. 

Assim, se consideramos dois espelhos planos E1 e E2 que formam entre si um ângulo  α , como está indicado na 
figura 15 a seguir, 

 
Figura 15: Associação de espelhos planos 

 
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o número n de imagens de P que essa associação pode conjugar é igual a: 

360
n= − 1 [4] 
α
Perceba que se  α for igual a 180o, então, temos, na prática, apenas um espelho e, portanto, n=1, ou seja, há a 
conjugação de uma única imagem. 

Para  α igual  a  zero,  temos  que  os  espelhos  estão  paralelos  e,  dessa  forma,  matematicamente  teríamos  uma 
impossibilidade. Entretanto, se pensarmos em um valor muito pequeno para  α m, então perceberemos que n 
seria igual a infinito, ou seja, infinitas imagens. Isso só seria possível se o sistema não absorvesse energia. 

Essa  expressão  só  é  válida  para  valores  de  α  que  sejam  submúltiplos  de  360o.  Caso  contrário,  o  número  de 
imagens não é inteiro. 

8 DEFININDO ESPELHOS ESFÉRICOS 

 
Para entendermos o que é um espelho esférico, considere uma esfera cuja superfície reflete a luz, conforme a 
figura 16, a seguir.  

Figura 16 ‐ Esfera refletora seccionada ao meio gerando espelhos esféricos. 
Fonte: cepa.if.usp.br/.../basico/cap05/cap5_01.php 

Dividindo essa esfera em duas partes, obtemos duas calotas esféricas. Cada uma delas apresenta uma superfície 
côncava e outra convexa. 
Assim, os espelhos esféricos podem ser classificados em côncavos e convexos, como indica a figura 17. 
 
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Figura 17 – Espelhos esféricos: côncavo e convexo. 
Fonte: cepa.if.usp.br/.../basico/cap05/cap5_01.php 
 

Diferentemente das lentes esféricas, que são atravessadas pelos raios de luz incidentes, nos espelhos esféricos 
os raios de luz não os atravessam. Quando um feixe de raios de luz paralelos incide sobre um espelho, ocorre o 
fenômeno de reflexão. 
Se as condições de Gauss forem respeitadas, então todos os raios de luz incidentes no espelho esférico serão 
refletidos  por  ele  de  maneira  a  passarem  por  um  único  ponto  denominado  foco  do  espelho  (F).  A  distância 
desse ponto ao espelho é chamada de distância focal (f), e a distância entre o centro de curvatura do espelho (C) 
e  seu  vértice  (V)  é  chamada  de  raio  de  curvatura  do  espelho  (R).  No  caso  do  espelho  convexo,  é  o 
prolongamento do raio de luz incidente que passa pelo foco. 

Figura 18 – Características dos espelhos esféricos. 

É  possível  notar,  pela  figura  18,  que  no  espelho  côncavo,  os  raios  de  luz  tendem  a  convergir  para  o  foco  do 
espelho. Por isso dizemos que nos espelhos côncavos, o foco é real. 
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No  caso  dos  espelhos  convexos,  os  raios  de  luz  tendem  a  divergir,  contudo,  os  prolongamentos  dos  raios 
incidentes tendem para o foco. Por isso dizemos que nos espelhos convexos, o foco é virtual. 

9 RELAÇÃO ENTRE A DISTÂNCIA FOCAL E O RAIO DE CURVATURA DE UM ESPELHO ESFÉRICO 

Uma relação interessante e válida, tanto para os espelhos côncavos quanto para os espelhos convexos, é que a 
distância focal é a metade do raio de curvatura do espelho esférico. Observe a figura 19 a seguir, admitindo F 
como sendo o foco do espelho, C o centro de curvatura do espelho, V o vértice do espelho, R o raio de curvatura 
do  espelho,  I  o  ponto  de  incidência  da  luz  no  espelho,  θ i e θ r ,  os  ângulos  de  incidência  e  de  reflexão, 
respectivamente. 

Figura 19 ‐ Relação distância focal e raio de curvatura. 
 
Como  no  fenômeno  da  reflexão  o  ângulo  de  incidência  é  igual  ao  ângulo  de  reflexão,  podemos  considerar  o 
triângulo CFI isósceles, portanto,  FC = FI. 
Para cumprir as condições de nitidez de Gauss, o ângulo de abertura do espelho deve ser pequeno, em torno de 
10o, dessa forma,  FI  ≅  FV. 
Portanto, podemos concluir que: 
R
f =
2 [5] 
 
10 CONSTRUÇÃO DE IMAGENS EM ESPELHOS ESFÉRICOS 
 
Antes  de  discutirmos  o  processo  de  construção  das  imagens,  é  importante  conhecermos  as  propriedades  dos 
raios de luz incidentes nos espelhos esféricos. 
 
A primeira propriedade, nós já discutimos, pois diz respeito ao  fato de  que todo raio de luz incidente  em  um 
espelho esférico, ao refletir, passa pelo foco. 
Considere a figura 20 a seguir, onde C é o centro de curavtura do espelho, F é o foco do espelho e V o vértice do 
espelho. 
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Figura 20 – Raio de luz incidindo sobre o foco de espelhos esféricos. 
 
A segunda propriedade diz respeito ao fato de os raios de luz incidentes que passam pelo centro da curvatura 
(C) de uma lente esférica refletirem passando por si mesmos. 
 
 

 
Figura 21 – Raio de luz incidindo sobre o centro de curvatura de espelhos esféricos. 

A  terceira  propriedade  diz  respeito  ao  fato  de  os  raios  de  luz  incidentes,  que  passam  pelo  vértice  do  espelho 
esférico, refletirem com o mesmo ângulo no qual ocorreu a incidência. 
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Figura 22 – Raio de luz incidindo sobre o vértice de espelhos esféricos. 

As imagens fornecidas por um espelho esférico podem ser obtidas utilizando‐se dois dos três raios particulares. 
Obs.: trataremos aqui apenas de imagens formadas for objetos reais. 
 
10.1  Construção de imagens no espelho convexo 
 
Objeto extenso localizado na frente do espelho: imagem virtual, direita, menor. 

Figura 23 – Formação de imagens em espelhos esféricos convexos. 
 
Observe que as características da imagem A’B’ para o espelho convexo não dependem da posição do objeto AB 
sobre o eixo principal. 
 
10.2  Construção de imagens no espelho côncavo 
 
Objeto extenso à esquerda do ponto C (Objeto além do centro): imagem real, invertida, menor. 
 

Figura 24 – Formação de imagens em espelhos esféricos côncavos com o objeto à esquerda do centro de curvatura do 
espelho.  

Objeto extenso sobre C (Objeto colocado no centro de curvatura do espelho): imagem real, invertida, igual. 

 
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Figura25– Formação de imagens em espelhos esféricos côncavos com o objeto sobre o centro de curvatura do espelho.  

Objeto  extenso  entre  C  e  F  (Objeto  colocado  entre  o  centro  de  curvatura  e  o  foco):  imagem  real,  invertida, 
maior. 

Figura 26 – Formação de imagens em espelhos esféricos côncavos com o objeto colocado entre o centro de curvatura do 
espelho e seu foco. 

Objeto extenso sobre F (Objeto colocado no foco do espelho): imagem imprópria, também dita no infinito. 

Figura 27 – Formação de imagens em espelhos esféricos côncavos com o objeto colocado sobre foco do espelho.  
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Objeto extenso entre F e V(Objeto colocado entre o foco e o vértice): imagem virtual, direita, maior. 

Figura 28 – Formação de imagens em espelhos esféricos côncavos com o objeto colocado à direita do foco do espelho. 

Observe que: 

• as características da imagem A’B’ para o espelho côncavo dependem da posição do objeto AB sobre o 
eixo principal.  
• a imagem do ponto B está sobre o eixo principal.  
• para qualquer tipo de espelho, uma imagem real será sempre invertida, enquanto uma imagem virtual 
será sempre direita. 

11  EQUAÇÃO DE GAUSS 

Para estudarmos as características das imagens conjugadas por espelhos esféricos, Gauss deduziu uma equação 
semelhante a que utilizou para estudar as lentes esféricas. A seguir, apresentamos a dedução de Gauss. 

Figura 29 – Imagem conjugada por um espelho esférico côncavo. 
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Podemos observar que o triângulo ADC é semlehante ao triângulo A´D´C e que o triângulo A´D´F é semelhante 
ao triângulo BFV, portanto: 
 
A´D´ D´C 2 f − p´
= =
AD DC p−2f
A´D´ D´F p´− f
= =
AD FV f
2 f − p´ p´− f
=
p−2f f
2 f 2 − p´ f = pp´− pf − 2 p´ f + 2 f 2
pp´= 2 p´ f − p´ f + pf
pp´= p´ f + pf (dividindo por pp´ f )
1 1 1
= +
f p p´  

11.1 Equação de Aumento Linear (A) 
 

Figura 30 – Ampliação da imagem por um espelho esférico côncavo. 
 
 
Observe que os triângulos  ADV e   BEV são semelhantes, portanto, podemos escrever: 
 
 
 
BE BV  
=  
AD DV  
− i p´  
=
o p  
i − p´  
A= =    [6] 
o p  
 
 
Conclusão: 
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Se A for maior que zero, ou seja, positivo, então i e o têm o mesmo sinal, portanto a imagem é direita. 
 
Se A for menor que zero, ou seja, negativo, i e o têm sinais contrários, portanto a imagem é invertida. 

Em resumo ao estudo dos espelhos esféricos, podemos afirmar que, considerando sempre o objeto real ( p > 0 ), 
nestas equações temos:  

Espelho côncavo          f     >   0    
Espelho convexo          f    <    0 
Imagem real                 p'   >    0 
Imagem virtual             p'  <    0 
Imagem direita            i     >    0 
Imagem invertida        i    <    0 

Autor

Marco Aurélio Alvarenga Monteiro. Doutor em Educação para a Ciência pela UNESP- BAURU. Pós-
Doutorado em Ensino de Física pelo Instituto de Física da USP. Professor do Comando da Aeronáutica e
Diretor Científico da Revista de Educação e Tecnologia Aplicadas à Aeronáutica.

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