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FACULDADE DE DIREITO
RIO DE JANEIRO
2018
BENJAMIN SOARES DE AZEVEDO NETO
RIO DE JANEIRO
DEZEMBRO DE 2018
BENJAMIN SOARES DE AZEVEDO NETO
BANCA EXAMINADORA
Orientador:
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Prof. Dr.
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Prof. Dr.
Dedico este trabalho à minha família, grande
incentivadora de nosso esforço.
Agradecimentos
This study aims to evidence perverse effects that may affect policyholders, in
the event of forced resolution of their insurer of choice in Brazil. The extrajudicial
liquidation process is an exceptional procedure, of administrative nature, applied to
insolvency cases in insurance market, as well financial market as a whole, instead of
regular bankruptcy procedures. Insurance supervisor, SUSEP commands the
procedure regarding insurers. Two negative situations affect policyholders in that
scenario. First one is the immediate cancellation of insurance contracts when
liquidation is determined, and policyholder is left unassisted in case a sinister occurs
before a new insurance is hired somewhere else. The second situation regards to
the payment priority legal rules in the liquidation process, which are the same rules
for bankruptcy. Workers and tax credits are paid before insurance credits, despite
these have specific assets tied to technical provisions. In both cases, current rules
do not comply with the protection of main legal values regarding insurance
regulation, exactly policyholder protection and public confidence on the insurance
market. Other markets, as banks and health plans, as well as foreign insurance
policyholders protection schemes suggest possible adjustments in the legislation that
may avoid or mitigate those negative effects. As a result, research eventually has
produced a list of possible remedies, that achieve the goal set. Implementation is not
easy. It requires legal changes, always hard to make. It demands also a composition
of opposite interest of insurers, larger and more reliable companies seeing their
competitive advantage diminishing. Finally, it´s necessary to fund the protection
schemes, in situations where the company under resolution doesn´t have the funds,
neither do public administration, nor insurers and policyholders wish to pay for that.
Despite all, these roadblocks can be overcome, by the combined use of suggested
remedies.
BR: Brasil.
PT: Português.
1 INTRODUÇÃO 24
5 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 58
5.1 RISCO MORAL 59
5.2 RISCO DE JUDICIALIZAÇÃO 60
6 CONCLUSÃO 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64
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1 INTRODUÇÃO
Para tal, foi trazida a base jurídica para cada situação prejudicial ao segurado,
de modo que fossem identificadas estratégias para eliminação dos problemas, com
a delimitação precisa de itens de normas que precisariam ser alteradas para melhor
atender o interesse do segurado de seguradora que venha a ser liquidada
extrajudicialmente.
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OECD. Policyholder Protection Schemes: Selected Considerations. Paris, 2013. Referência
completa na seção de Referências Bibliográficas.
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A OECD é conhecida também pela sigla OCDE correspondente à sua denominação em
português: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
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Decreto-Lei 73/66, com a redação dada pela Lei 10.190/01: “Art. 26. As sociedades
seguradoras não poderão requerer concordata e não estão sujeitas à falência, salvo, neste último
caso, se decretada a liquidação extrajudicial, o ativo não for suficiente para o pagamento de pelo
menos a metade dos credores quirografários, ou quando houver fundados indícios da ocorrência de
crime falimentar. ”
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Esta resolução é norma infra legal que dispõe sobre os Regimes Especiais de
Direção Fiscal e de Liquidação Extrajudicial e Ordinária aplicáveis às seguradoras,
sociedades de capitalização, entidades abertas de previdência complementar e
resseguradores locais.
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Este objetivo aqui perseguido tem relevante importância social, também para
preservação da confiança do público tanto no mercado de seguros em si, como
também confiança do público e do próprio mercado de seguro na atuação regulatória
e fiscalizatória estatal.
Isto foge ao sentido último do seguro que seria garantir que, mediante o
pagamento de um pequeno prêmio por cada segurado, pela junção destes
interesses, a seguradora dê cobertura à perda de segurado específico que venha a
ser aleatoriamente afetado por sinistro, evitando que esse segurado tenha perda
individual muitas vezes insuportável.
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O mercado bancário tem tido uma experiência positiva com o FGC criado
em 1995, que será abordada em mais detalhes em capítulo próprio. O
fundo hoje cobre depósitos dos correntistas de um banco ou
conglomerado que sofre intervenção até o limite individual de R$ 250.000,
além de estar capitalizado para operações de financiamentos que podem
facilitar o processamento da liquidação extrajudicial e transferências de
carteiras.
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Finalmente a última fonte de ideias além das fontes citadas, foi a vivência
pessoal de seis anos do autor no acompanhamento de entidades em liquidação da
SUSEP, envolvendo contato direto com gestores, servidores e liquidantes envolvidos
na condução destas liquidações extrajudiciais, permitindo um ponto de vista de
privilegiada proximidade para contribuições adicionais.
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Página de Apresentação da SUSEP em seu site institucional, disponível em
http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/apresentacao, acesso em 07.12.2018
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APRESENTAÇÃO
MISSÃO
ATRIBUIÇÕES DA SUSEP
Importante destacar que no caso dos seguros é ainda mais crítica a proteção
pela própria natureza do contrato de seguros. Enquanto num banco, o risco a
garantir ao correntista é seu saldo, no seguro o segurado buscou garantir-se contra
um risco que normalmente não suportaria individualmente, como faltar o chefe de
família, haver roubo ou perda total do automóvel da família, ou incêndio do imóvel de
residência. O valor do prêmio pago é pequeno e acessível, mas o risco coberto é
muito maior, e é este o prejuízo do segurado se falha a cobertura securitária. A
seguradora consegue oferecer esta garantia operando com muitos clientes e
cobrando prêmios de cada segurado, com o que forma reservas capazes de atender
aos eventuais sinistros.
No mercado bancário foi criado em 1995 o FGC criado para cobertura aos
correntistas do sistema bancário nacional, constituído sob a forma de associação
civil, sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado.
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Para maior facilidade de referência neste trabalho foi adotada a sigla FGS para o proposto
Fundo de Garantia de Seguros
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Japão: (1%)
Portugal (0,15%)
Israel (1%)
Turquia (1% do segurador + 2% do segurado)
Itália (5%)
O fundo autônomo tem mais flexibilidade, pois tal como o FGC poderia atuar
adiantando recursos, negociando ativos, assumindo a carteira diretamente e depois
repassando-a para outra instituição a quem pode financiar, enfim uma dinâmica
integral de atuação. Pode também aliviar o supervisor assumindo as funções de
liquidação da massa em lugar do esquema usual de liquidante.
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As informações de percentuais de funding dos esquemas de proteção são as constantes nas
tabelas disponíveis ao final do paper da OECD (2013), não tendo sido possível, porém, obter desta
fonte maiores detalhes para confirmar o exato funcionamento do esquema. Esta seria uma extensão
do trabalho, de forma a pesquisar a grande variação observada em alguns países.
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Alemanha
Bélgica
Canadá
Espanha
UK
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No contexto deste trabalho foi sugerida esta denominação de período de graça ao prazo
excepcional proposto, de até 30 dias, de manutenção das coberturas securitárias após a liquidação
extrajudicial. Não confundir com a tolerância para cobertura de apólices com pagamento em atraso
por parte do segurado, que também pode ter esta denominação.
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por um período de até 30 dias. Isto evitaria que um segurado que venha a ter um
sinistro pouco após a liquidação extrajudicial tenha perda individual significativa,
suportando sozinho o sinistro, muitas vezes sem sequer ter tido notícia da liquidação
extrajudicial da sua seguradora.
Esta cobertura pode ser concedida diretamente pela liquidanda sem alteração
substancial no perfil seus de créditos securitários, pois o pagamento deste eventual
sinistro poderia ser fundeado com o exaurimento proporcional dos prêmios de toda a
carteira correspondentes ao período pelo qual se estendesse as coberturas. Prêmios
recebidos pela seguradora correspondentes a períodos futuros, não decorridos, são
créditos dos segurados, prevista sua restituição.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser
cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o
aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e
preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
5 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Nesta situação a percepção direta dos cidadãos pode passar a ser que vale a
pena correr o risco de aplicações e coberturas mais arriscadas por que ao final de
tudo, se ocorrer a quebra da instituição, mesmo assim estarão protegidos. Também
seus administradores se satisfazem com os recursos arrecadados, cientes de que o
negócio em si era inviável.
6 CONCLUSÃO
Foi com este espírito que foram produzidas as propostas aqui apresentadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<www2.susep.gov.br/bibliotecaweb/docOriginal.aspx?tipo=1&codigo=37002>.
Acesso em 18.09.2018.
CARLINI, Angélica (org.); SARAIVA NETO, Pery (org.). Aspectos Jurídicos dos
Contratos de Seguro. Ano VI. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2019.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese; Tradutor: Gilson Cesar Cardoso de Souza.
São Paulo: Perspectiva, 2008. 21ª ed.
FGC Fundo Garantidor de Crédito. Sobre o FGC / Quem somos. São Paulo, 2018.
Disponível em https://www.fgc.org.br/sobre-o-fgc/quem-somos> Acesso em:
15.10.2018.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª ed. São Paulo:
Editora Atlas, 2008.