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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Este material foi extraído do livro “How to Grow an Adventist Church” de Russell Burrill. Todos
os direitos reservados ao autor do livro.
Organizador responsável: Otoniel L. Ferreira (D. Min.)
Capa: Thiago Silva
Revisão e editoração: Roberto da Silva Jr.
Tradução: Everaldo Carlos, Deise Arnas, L & P Caitano, Hebert Liessi, Roberto Jr.

ÍNDICE

Introdução ................................................................................................................................
..... 3
O Desafio
Inalcançado ................................................................................................................. 5
Criando a Cultura do
Evangelismo ............................................................................................ 12
Métodos Utilizados Pelas Igrejas em Crescimento ................................................................
19
Uma Breve Análise da Teoria do Crescimento de Igreja ......................................................
25
O Desenvolvimento Natural da Igreja ...................................................................................
34
Alcançando Amigos Para
Jesus ................................................................................................. 39
Os Visitantes da
Igreja ............................................................................................................... 52
Discipulado ..............................................................................................................................
. 60

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

INTRODUÇÃO

O coração de cada pastor e o desejo de cada membro de igreja deveria ser o de ver
sua igreja crescer e tornar-se o que Deus deseja que ela seja. Contudo, este desejo
geralmente se torna perdido na tentativa de cumprir a missão de Jesus. Em Mateus
28:18-20, Jesus nos ordenou para ir e fazer discípulos. No entanto, muitas vezes parece que
preferimos discutir sobre como deveríamos fazer discípulos ao invés de verdadeiramente ir
adiante e fazer o que Ele nos ordenou.

Através do curso do meu ministério, tenho visto incontáveis igrejas


desesperadamente divididas sobre a questão do seu crescimento. Discussões têm surgido a
respeito de qual é o melhor método para evangelizar. Nós acabamos contrapondo um
método com o outro, enquanto nos acomodamos e não fazemos nada. Quão satisfeito o
inimigo deve ficar.

Não é uma questão de crescimento numérico ou espiritual. A igreja precisa de


ambos. Não é uma questão de quem originou o método – se funciona e está em harmonia
com os padrões bíblicos, use-o. O que constantemente me deixa estupefato é que aqueles
que criticam o crescimento da igreja geralmente não estão fazendo nada. Eu seria o
primeiro a admitir que nossos métodos não são perfeitos, mas até que encontremos alguma
coisa melhor, não vamos jogar fora o que está funcionando para nós como adventistas.

Alguns, na tentativa de encontrar respostas, têm se aglomerado nas mais novas


conferências de crescimento de igreja oferecidas por algumas instituições não-adventistas.
Estas pessoas trazem então estes métodos e tentam implementá-los em sua pequena Igreja

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Adventista, apenas para ficarem desapontados. Nem todos os métodos utilizados pelas
outras igrejas são utilizáveis no cenário adventista. Existem algumas coisas exclusivas no
modo como os adventistas evangelizam que não funcionam para outros grupos, mas
funcionam para nós. Esta é a razão porque este livro é intitulado, Como Fazer Crescer
Uma Igreja Adventista. Muitos princípios do movimento de crescimento de igreja podem
ser facilmente acomodados no adventismo e ser úteis. Nós mencionaremos alguns deles
neste livro, mas existem algumas outras questões não abrangidas na literatura de
crescimento de igreja que são essenciais para o crescimento adventista. Precisamos
explorá-las também. Precisamos desenvolver uma mente perspicaz enquanto examinamos
a vasta quantidade de material que tem sido escrito sobre crescimento de igreja.

Seria muitíssimo útil para cada pessoa estar completamente imersa nos excelentes
conselhos dados por Ellen White para esta igreja. Os princípios de crescimento são todos
encontrados ali. Enquanto estudarmos literatura na área de crescimento de igreja,
encontraremos numerosas metodologias. Precisamos compará-los àqueles princípios
básicos dados a este movimento através do dom profético. Deste modo, aprenderemos o
que funcionará no contexto Adventista.

Neste livro, avaliaremos algumas informações básicas da literatura de crescimento


de igreja que é aplicável para nós, adventistas. O capítulo mais crucial deste livro é o
segundo, onde discutiremos a cultura do evangelismo. Este capítulo, acredito, vale o preço
do livro todo. Quando o que for discutido no capítulo dois for posto em ação, qualquer
metodologia funcionará.

Espero que você goste deste trabalho, mas, além disso, espero que você ponha-o em
prática imediatamente, especialmente o capítulo dois. É a minha oração que a paixão de
alcançar o perdido agarre uma vez mais as Igrejas Adventistas ao redor do mundo. Possam
nossas igrejas realmente ser “adventistas”. No meu entender, elas não podem ser, a menos
que estejam alcançando pessoas perdidas. Este é o coração da nossa missão, o coração do
adventismo. Que isto possa acontecer na sua igreja agora.

Russel Burrill,
Berrien Springs,
Michigan Abril, 2009

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O DESAFIO INALCANÇADO

O pastor Matt lutou por algum tempo contra a falta de crescimento na Igreja
Adventista do Sétimo Dia de Browning. Realizou encontros evangelísticos periodicamente,
e embora sempre houvesse batismos, a frequência parecia não variar. Estava ficando mais e
mais preocupado com o vasto número de pessoas inalcançadas na vizinhança da igreja e
com a falta de interesse apresentada pelos próprios membros.

Ele sentiu que era tempo de mudar. Sua própria vida tinha recentemente sido
desafiada pelas amizades que havia feito com pessoas sem-igreja na comunidade. Estava
preocupado com as atitudes destas pessoas com relação aos cristãos. Disseram-lhe que
podiam relacionar-se com ele porque era diferente – não como os outros cristãos. Quando
Matt pressionou-os para saber o que queriam dizer, seus hamigos finalmente admitiram
que realmente não conheciam nenhum cristão, mas de acordo com o que a mídia veiculava,
sabiam que não gostavam deles.

Se os sem-igreja faziam julgamentos sobre os cristãos baseados na mídia, Matt


sabia que os cristãos verdadeiros estavam com problemas. Sentiu o surgimento de um

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sermão em erupção no fundo de sua alma. No sábado seguinte pregou uma poderosa
mensagem sobre a necessidade de os adventistas fazerem contato e tornarem-se amigos
dos sem-igrejas na comunidade. Queria quebrar esta barreira de mal entendidos para que
este grupo descobrisse as coisas positivas sobre a cristandade genuína.

John é considerado um dos membros fiéis da Igreja Adventista do Sétimo Dia de


Browning, localizada em uma importante cidade Americana. Ele frequenta a igreja
semanalmente, é diácono e de vez em quando ensina em uma classe da Escola Sabatina de
adultos. Sua esposa, Sue, está envolvida com a Classe do Jardim da Infância e os dois
filhos são desbravadores ativos. Suas vidas giram em torno do trabalho, da escola e da
igreja.

Quando entraram no carro depois do culto, naquele sábado, John explodiu: “O que
o pastor Matt quis dizer com sermos amigos de pessoas sem-igreja? Por quê? Todo mundo
ao redor daqui vai para uma igreja em algum lugar. Talvez não sejam todos adventistas,
mas todos os nossos vizinhos vão para alguma igreja. Isto não é um campo missionário.
África, Índia, China – estes sim são campos missionários, mas aqui não”. Sue balançou a
cabeça concordando, mas no fundo estava se questionando se o Pastor Matt estava certo
sobre a comunidade deles.

Depois de um delicioso almoço de sábado, John e Sue colocaram um DVD bíblico


na TV para as crianças e foram até o quarto para o cochilo habitual de sábado à tarde.
Enquanto se deitavam, Sue trouxe novamente à tona o sermão do Pr. Matt. “Sabe John, eu
não tenho tanta certeza assim de que todos os nossos vizinhos vão para igreja. Talvez a
maioria seja sem-igreja, talvez haja mais pessoas do que imaginamos. Não seria trágico se
nossos vizinhos se perdessem porque nós fracassamos em testemunhar para eles?”

Foi difícil cochilar naquele sábado à tarde, enquanto continuavam a refletir no


sermão do Pr. Matt. Ponderando as implicações dos vizinhos que estavam perdidos,
começaram a se concentrar nas atitudes de cada um com relação à religião, bem como no
compromisso e na jornada espiritual deles. Eles teriam uma grande surpresa.

Os vizinhos da porta ao lado eram uma família mulçumana. Eles não sabiam o
nome dela, mas pensavam que o nome do marido era Mohammad. Certamente eram
diferentes. A esposa vestia-se cobrindo a cabeça e a família raramente interagia com os
vizinhos. Na verdade, John e sua família tinham um pouco de receio deles por causa de
suas raízes do Oriente Médio.

Do outro lado da rua estava Sally, Mike e sua família. John e Sue batiam papo com
esses vizinhos com bastante frequência. Tinham muito em comum já que ambos os casais
tinham garotos quase da mesma idade e as crianças brincavam juntas frequentemente.
Religião nunca foi tópico de discussão entre eles. Aparentemente esta família nunca ia à
igreja, pois aparavam a grama todos os domingos pela manhã. John mencionou a Bíblia
uma vez em uma conversa com Mike, que reagiu dizendo que realmente não gostava de
discutir a respeito de religião.

Os vizinhos da outra porta, Julie e Stan, eram bastante envolvidos com seus
trabalhos. De fato, Stan viajava bastante para seu patrão e Julie trabalhava na cidade por

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muitas horas e até tarde. Ambos geralmente chegavam em casa tarde da noite. Nos finais
de semana gostavam de se divertir e já haviam realizado algumas festas barulhentas aos
sábados a noite, no quintal dos fundos, o que evidentemente incluía muitas bebidas
alcoólicas. John e Sue sentiam que não tinham nada em comum com o estilo de vida de
Julie e Stan e basicamente os evitavam.

Os outros vizinhos do final da rua, Joe e Mary pareciam ser um casal simpático.
John e Sue já haviam interagido com eles algumas vezes e até mesmo os convidado uma
noite para jantar e jogar em sua casa. Mary e Sue eram colegas e tinham ido fazer compras
juntas algumas vezes. Joe e John pareciam gostar de falar sobre esportes. Uma vez a
conversa se voltou para religião e Joe e Mary deram indícios de que não frequentavam
nenhuma igreja, mas se consideravam cristãos. Eles acreditavam que adoravam a Deus da
sua própria maneira.

Havia então a casa da esquina. John e Sue não sabiam o que pensar sobre esta
família que era composta de dois homens e um garoto pequeno que possuía mais ou menos
seis anos de idade. Eles tinham advertido seus filhos para não chegar perto ou sequer entrar
na casa. Não permitiam que seus filhos brincassem com um menino que tinha dois pais.
Esta “família” definitivamente não ia para nenhuma igreja e seu estilo de vida assustava
John e Sue.

A outra família do beco sem saída veio da Índia. John e Sue de fato não os
conheciam. Esta família, de certa forma mantinha sua privacidade, no entanto, John e Sue
haviam ouvido de outras pessoas na vizinhança que estes vizinhos eram hindus. Este casal
mantinha uma bela casa e cumprimentavam John e Sue onde quer que os encontrassem,
mas por outro lado, não havia muita comunicação entre eles.

Também havia Barbara, a moradora ateia da vizinhança. Ela não queria nada com
religião e ridicularizava qualquer pessoa que fosse religiosa, incluindo John e Sue. Havia
crescido em uma igreja conservadora, com uma série de regras e tinha finalmente se
“libertado” das restrições de Deus. Na faculdade, esqueceu de suas raízes religiosas e
aceitou uma explicação evolucionista da vida, que não deixava espaço para Deus.

Enquanto John e Sue continuavam a pensar sobre cada pessoa da vizinhança,


ficavam chocados. Repentinamente se tornou claro para eles que eram os únicos ali que
participavam de uma igreja! Ponderaram isto por um tempo e lembraram-se de que haviam
conversado com um vizinho, que morava várias quadras abaixo, que havia mencionado,
certa vez, que frequentava uma igreja quase que regularmente. John e Sue não conseguiam
lembrar-se onde ele frequentava, mas pelos menos havia mais alguém por perto que ia para
igreja.

Poderia a sua rua ser um campo missionário? O pastor Matt estava certo, afinal de
contas? Era a América um campo missionário tanto quanto a África ou a Arábia Saudita? A
evidência era um pouco esmagadora naquela tarde – o fato era que 90% das pessoas da
vizinhança fazia parte do grupo dos “sem-igreja”. Assim que começaram a juntar os
resultados de sua discussão, perceberam que não somente seus vizinhos eram sem-igreja,
mas suas experiências eram vastamente diferentes.

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Seus estilos de vida variavam de ateus, hindus, muçulmanos, cristãos sem-igreja,


homossexuais e aqueles indiferentes à religião. Apenas outra família que vivia próximo a
eles, ia de fato à igreja. John e Sue começaram a se perguntar se isto era característico das
vizinhanças dos outros membros da igreja. Era sua vizinhança diferente? Se outros
membros da igreja tinham vizinhos semelhantes, então talvez o pastor estivesse correto:
viviam em um campo missionário. Se isto era verdade, John e Sue repentinamente se
deram conta de que precisavam fazer alguma coisa para espalhar a mensagem de Jesus a
seus vizinhos. Mas como? Cada família era diferente. Quais abordagens deveriam usar?

A complexidade do campo missionário Americano

Para a maioria dos adventistas Americanos, a descrição que você acabou de ler
pode parecer artificial. Mas não é. Estas são as novas demografias. Saia na sua vizinhança
e faça o que John e Sue fizeram. Descubra quantas pessoas realmente vão à igreja. Você
ficará surpreso ao descobrir que a vasta maioria delas não frequenta mais uma igreja
regularmente. As pessoas podem mencionar que são batistas, católicas ou metodistas, mas
isto não significa que vão à igreja.

Um pastor adventista vivendo no “Cinturão da Bíblia” – no sul dos Estados Unidos


– saiu na sua vizinhança e perguntou quem frequentava uma igreja regularmente. Ficou
surpreso ao descobrir que mais de 80% das pessoas não frequentava. E isto aconteceu no
“Cinturão da Bíblia”, a região Américana com o mais alto índices de cristãos do país. Bem-
vindo à América do século XXI.

Americanos sem-igreja

A vizinhança descrita no começo deste capítulo é o reflexo de muitas comunidades


do século XXI. Há diversidade na crença e estilo de vida, exemplificado por uma
comunidade composta de uma variedade de etnias e religiões. Contudo, com toda a
diversidade, poucos verdadeiramente praticam a fé que afirmam abraçar.

Quantas pessoas sem-igreja existem na América? No cenário acima sugerimos que


esta quantidade pode ser tão alta quanto 80% no Cinturão da Bíblia e obviamente muito
mais alta em qualquer outro lugar. Em meus estudos descobri que a população sem-igreja
é de fato algo entre 224 milhões e 251 milhões de 300 milhões de pessoas nos Estados
Unidos. Isso significa que algo em torno de 50 milhões de pessoas frequenta a igreja
regularmente. Estes números são baseados na soma dos membros de todas as igrejas
cristãs, subtraindo esse número da população geral, e então cortando a membresia ao meio,
baseado na hipótese de que somente metade dos membros da igreja sempre aparece.

Eu acredito que esta seja uma estimativa conservadora. Existem aproximadamente


324 mil igrejas nos Estados Unidos. A média de frequência, de acordo com George Barna é
algo em torno de 90 pessoas1 . Isto indicaria uma frequência semanal em torno de 29 ou 30
milhões. É claro que algumas pessoas não comparecem toda semana, mas frequentam
quase que regularmente, então uma membresia cristã ativa de 50 milhões é algo possível.

1 Barna, George. September 2, 2003. “Small churches struggle to grow because of the people they
attract.”(http://barna.org/FlexPage.aspx?Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=148

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Cabe ressaltar que 40% dos Americanos relatam que foram para igreja na última
semana2. Isto seria em torno de 123 milhões de pessoas, obviamente alguns se perderam
no caminho. Algumas pessoas evidentemente sentem que não há mal em mentir sobre o
fato de irem à igreja. Mesmo se todos os 123 milhões aparecessem, ainda existiriam 177
milhões que não foram. Não importa como você olhe para isto, hoje a vasta maioria de
pessoas nos Estados Unidos não mais frequenta igrejas cristãs.

Além disto, muitos daqueles que frequentam uma igreja não são cristãos3. Vão à
uma igreja regularmente mas sabem muito pouco sobre a fé que afirmam abraçar. Muitas
destas pessoas residem nos limites seguros da IASD local. Eles frequentam, mas não têm
uma experiência real, vital, com Jesus Cristo. Para estas pessoas, a igreja tem se tornado
um bom clube social. Podem ter sido criadas na igreja, e gostar da cultura, mas sua religião
não se traduz no relacionamento vibrante que Jesus quer na Sua igreja.

Como são os sem-igrejas?

Hoje não há uma classificação fácil para os sem-igrejas ou não-cristãos. Há uma


grande diversidade, como visto na vizinhança de John e Sue:

1. Os não-cristãos. Alguns que nós consideramos sem-igreja, não são tão sem-igreja
quanto os não-cristãos. Isso inclui os Mulçumanos, Hindus, Budistas, etc. que residem
em muitas das principais áreas metropolitanas da América. Estas pessoas têm a própria
religião, mas não é cristianismo. Alguns podem desejar adicionar à categoria de não-
cristãos, aqueles indivíduos que pertencem a uma seita herética do cristianismo, tais
como as Mórmons e Testemunhas de Jeová. Estas são igrejas que não aceitam
plenamente a divindade de Jesus e a autoridade das Escrituras. Os membros de todos
estes grupos seriam considerados com igreja, mas erroneamente. Eles certamente
precisam ser evangelizados.

2. Cristãos nominais. Um segundo grupo sem-igreja inclui os cristãos nominais. Eles


professam o cristianismo, mas raramente, ou sequer, frequentam a igreja. Muitas das
famílias da vizinhança de John e Sue pertenciam a esta categoria. Muitos deles foram
criados com uma afiliação religiosa, mas não a praticam, com exceção dos eventos
festivos. Se alguém perguntasse para as pessoas deste grupo se pertencem à alguma
igreja, eles provavelmente responderiam que sim e mencionariam que eram batistas,
metodistas, católicos, etc. Eles podem até não ser membros, mas este foi o modo com
que foram criados, então se consideram uma parte desta religião em particular.

3. Aqueles que estão insatisfeitos com a igreja institucional. Um terceiro grupo de


sem-igreja inclui aqueles que se tornaram insatisfeitos com a igreja institucional. Não
frequentam nenhuma igreja, preferindo adorar a Deus da sua própria maneira. Eles se
consideram muito espirituais e profundamente comprometidos com a fé cristã, mas
estão desiludidos por causa das armadilhas da igreja tradicional. Barna sugere que

2 Ibid

3 Barna January 29, 2002. “Américan faith is diverse, as shown among drive faith-based segments.”

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pelos menos 8% dos sem-igreja pertencem a esta categoria4. Os adventistas têm feito
um bom trabalho de alcance para este grupo. Eles respondem positivamente à
abordagem do evangelismo público utilizada pela maioria das nossas igrejas. Eles são
religiosos sem-igreja.

4. Os pós-modernos. Um quarto grupo sem-igreja contém o que alguns chamam de pós-


modernos. Eles não acreditam na verdade absoluta. O que para você é bom, pode não
ser verdade para mim. A verdade é relativa. Um grupo crescente de Americanos se
encaixa nesta categoria. A maioria deles não é agnóstica. Eles acreditam em Deus, mas
o seu Deus é uma mistura de várias ideologias aos quais foram expostos. Eles
sincronizaram as religiões do Ocidente e Oriente e criaram sua própria religião pessoal.
Estas pessoas vão respeitá-lo por causa de suas crenças, mas isto não significa que
estão interessados em seguir a sua verdade.

5. Os ateístas e agnósticos. Um quinto grupo é composto por sem-igrejas que não


professam nenhuma fé. Eles não acreditam em Deus – ou são agnósticos. Para eles, a fé
não tem parte em sua existência. Vivem a vida sem nenhuma alusão a Deus. Na
América, eles representam um percentual muito pequeno da população, mas mesmo
assim fazem parte do grupo dos sem-igreja.

6. A comunidade homossexual. Um sexto grupo sem-igreja é a comunidade


homossexual. Eles se sentem alienados do cristianismo, especialmente da ala
conservadora. Muitos deles foram de fato criados em lares cristãos conservadores, mas
quando a comunidade da fé reprovou seu estilo de vida, eles a abandonaram. Uns
poucos se unem com algumas das denominações liberais que abraçam o
homossexualismo como um estilo de vida favorável e em harmonia com os ideais
cristãos. Todavia, a grande maioria das pessoas desta comunidade é desligada das
igrejas conservadoras e consideram as pessoas que pertencem a elas como
preconceituosas e negligentes. Esta comunidade apresenta um grande desafio para as
igrejas tradicionais.

7. Os crentes da Nova-Era. Um sétimo grupo sem-igreja inclui aqueles inseridos na


ideologia da Nova Era. Sua religião é uma mistura de paganismo e cristianismo, sem
apologias oferecidas pela combinação das duas. Alguns neste grupo têm até mesmo se
enveredado para a adoração satânica e a bruxaria. O grupo da Nova Era é um dos que
cresce mais rápido na América hoje. Sua influência tem sido sentida em lugares de
poder, como Hollywood, onde filmes e programas de televisão têm sido atados à Nova
Era e às influências espiritualistas. O resultado é que a crença da Nova Era e o
espiritualismo são uma tendência atual.

O que é surpreendente é que muitos dos sem-igreja ainda possuem fortes


raízes no cristianismo. Isto é especialmente verdade nos grupos 2 e 3. E ambos são
grandes. São nestes grupos de sem-igreja que os adventistas têm sido capazes de penetrar.
Eles são mais abertos e suscetíveis às mensagens dos três anjos.

4 Ibid

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Entretanto, existem outras cinco classificações de sem-igreja que nós


identificamos. Como iremos alcançá-los? A mensagem salvadora de Jesus Cristo precisa
ser introduzida em todos esses grupos, mesmo nos mais difíceis. Nossos métodos
tradicionais continuarão a funcionar para os grupos 2 e 3, mas poucas pessoas dos outros
grupos irão alguma vez a um encontro de evangelismo público. Contudo, isto não significa
que o evangelismo público não os influenciará como parte de um processo para trazê-los a
Cristo.

A Igreja Adventista tem uma mensagem para todas as pessoas, incluindo os


grupos 1, 4, 5, 6 e 7. Nós precisamos começar a formular estratégias e planos para alcançar
todos os sete grupos dos sem-igreja. Porém, neste processo precisamos não abandonar o
que já estamos fazendo bem. Não podemos nos dar o luxo de negligenciar os grupos 2 e 3
em nome da procura por almas nos outros grupos. Igrejas diferentes serão capazes de se
concentrar em grupos diferentes. Uma Associação deveria montar estratégias para
assegurar que todos os grupos no seu território estão sendo alcançados. Muitos,
frequentemente, dividem o território pela geografia ou limites étnicos e então focalizam em
uma igreja que alcançaria a todos nesta demarcação. Não obstante, hoje precisamos nos
concentrar em plantar igrejas que não somente focalizem a etnicidade e a geografia, mas
também em um dos sete grupos sem-igreja.

8. Aqueles que frequentam ou pertencem a outras igrejas cristãs. Outro grupo que
não pode ser esquecido inclui as pessoas que pertencem e frequentam outras igrejas
cristãs. Barna demonstrou que mais ou menos 75% dos frequentadores regulares de
alguma denominação não são cristãos bíblicos (isto inclui a Igreja Adventista). Estas
pessoas certamente necessitam ser alcançadas por um cristianismo mais vibrante. Deus
também quer dividir a mensagem singular adventista com todos os que já são cristãos
vibrantes, mas cuja fé irá florescer com o acréscimo da nossa mensagem.

No passado, a vibrante comunidade cristã foi responsável pela maioria dos


conversos ao adventismo. Nossos críticos nos acusaram de “ladrões de ovelhas”. Todavia,
pesquisas têm revelado que os adventistas de hoje não estão fazendo um trabalho muito
bom em alcançar outros cristãos. Os pentecostais e as igrejas não-denominacionais
assumem a liderança em “roubar ovelhas”, enquanto os adventistas perderam o jeito5.

Talvez em reação aos nossos críticos, paramos de tentar alcançar cristãos de


outra fé. Em caso afirmativo, precisamos melhorar nesta área e começar mais uma vez,
sem timidez, chamá-los para a luz completa da verdade bíblica. Na realidade, a pesquisa de
Regele indicou que os adventistas são uma das melhores denominações em alcançar os
sem-igreja. Podemos louvar a Deus por isto, mas não podemos negligenciar nenhum
grupo, aos adventistas foi dada uma mensagem a todas as pessoas.

Pós Secularismo

Enquanto o secularismo continua a ser uma característica dominante da Europa e da


Austrália, a América entrou no período pós-secular. Isso não prenuncia um retorno para a

5 Regele, Mike. Death of the Church (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1995), chapters 13 and 14

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igreja. O período pós-secular é um período religioso, mas sem igreja institucional. Esta é
provavelmente a maior mudança no panorama da América do século XXI. Escrevendo no
final do século XX, Thomas Bandy descreveu a direção do secularismo no novo século.

O maior choque, entretanto, é que à beira do século XXI estamos vivendo em um


período pós-secular! A afirmação de Harvey Cox no prefácio do seu recente livro “Fire
from Heaven” (Addison Wesley) deveria cair na igreja como uma bomba. O autor do livro
de referência de 1965, The Secular City, que influenciou duas gerações de líderes da igreja,
a repensar a vida e a missão da igreja em face da implacável marcha do secularismo,
escreve 20 anos depois: “hoje é o secularismo e não a espiritualidade que pode se dirigir
para extinção” 6.

Uma das falsas suposições feitas sobre os sem-igreja de hoje é que eles são
seculares. Isto está absolutamente errado. Eles soam muito espirituais, mas não da maneira
tradicional do cristianismo. Na verdade, eles podem muito bem ser uma das gerações mais
espirituais. Isto deveria sugerir que Deus tem aberto uma porta de espiritualidade que
igrejas inteligentes usarão para abrir caminho para estas pessoas que estão definitivamente
procurando uma conexão espiritual.

Este tipo de pessoas não se interessará pela apresentação da verdade objetiva, mas
ao contrário, elas serão alcançadas ao descobrirem como esta verdade conduz a uma
experiência mais profunda com Deus. Não estão interessadas na verdade por causa dela
mesma, e sim, porque ela conduz para uma experiência prática com Deus. Elas desejam
alcançá-la e tocá-la. Por este motivo os pentecostais, com sua ênfase pesada na
experiência, têm sido tão bem sucedidos. Os adventistas, por outro lado, têm enfatizado a
verdade largamente afastada da experiência. Talvez, nossa igreja devesse se reposicionar
como o expoente da verdade que guia para a experiência. A religião bíblica mistura ambas
(a verdade e a experiência) – e assim devemos também proceder.

Resumo

O quadro da missão no século XXI na América do Norte não é tão claro quanto era
nos séculos XIX ou até mesmo XX. Nós agora vivemos em uma sociedade pós-igreja. A
maioria das pessoas não mais frequenta a igreja semanalmente. Muitos que não frequentam
são privados de privilégios. Neste livro desejamos examinar como uma igreja pode
alcançar e tocar estas várias classes de pessoas com o evangelho eterno. Nós
descobriremos alguns denominadores comuns que as igrejas precisarão abraçar, mas destes
denominadores comuns irão desenvolver-se diferentes estratégias para alcançar
multifacetadas populações com igreja e sem-igreja que residem na América do Norte.

6 Bandy, Thomas G. Kicking Habits (Nashville: Abingdon Press, 1997)

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

CRIANDO A CULTURA DE EVANGELISMO

A maioria das Igrejas Adventistas do século XXI da América do Norte encaram um


problema assustador. A despeito da evidência esmagadora de que a América do Norte é um
dos maiores campos missionários do planeta, a maioria das nossas igrejas vivem como se
não existissem crises. Muitas deixaram os anos passar sem nenhuma alma ganha, com
exceção dos filhos dos próprios membros que eram batizados e, desta forma, também
uniam-se à igreja como membros regulares. Em algumas de nossas igrejas, batismos são
tão raros que quando dois ou três são batizados os membros sentem acreditam que a chuva
serôdia caiu!

Lembro-me de uma igreja em que presidi uma série evangelística. Ao final tivemos
vários batismos. Quando tentamos encher o tanque batismal descobrimos que ele era a
caixa de depósito da igreja. Não somente isto, o encanamento para a água nunca havia sido
feito. E a igreja existia há mais de 20 anos. Evidentemente, não haviam batismos na igreja
por quase 25 anos.

Lamentavelmente, o que é considerado normal para a maioria das Igrejas


Adventistas norte-Americanas, é na verdade o ato de viver em direta desobediência à
Grande Comissão. Os adventistas alegam ser o povo de Deus guardadores dos
mandamentos, mas suprimimos a Grande Comissão destes mandamentos. No entanto, este
é um dos maiores e mais importantes mandamentos ordenados por nosso Senhor em Suas
palavras de despedida para os discípulos. Não podemos e não ousemos ser desobedientes
aqui. Falhar em observar este mandamento é resistir ao cumprimento do dever. Precisamos
ir adiante e fazer discípulos ou não somos uma verdadeira IASD.

A maioria dos pastores adventistas está bloqueada pela falta de interesse dos
membros de sua igreja em alcançar os perdidos. A igreja parece estar mais preocupada com
discussões sobre música e queijo do que alcançar os perdidos. Se a metade da energia que
tem sido gasta nas “guerras pela adoração” (discussões acaloradas sobre o que se pode ou
não fazer no culto) fossem gastas em alcançar o perdido, ficaríamos chocados com os

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

resultados na maioria das igrejas. Deve ser uma tristeza para Deus ver a igreja brigando
por questões minúsculas, quando tantas pessoas precisam ser alcançadas com o autêntico
Evangelho eterno de Jesus Cristo.

No entanto, esta não é uma situação impossível, pesquisas revelaram que existem
muitas IASDs vibrantes e crescentes no século XXI. Qual a diferença destas igrejas? Nos
últimos anos na minha aula de Crescimento de Igreja no Seminário, eu tenho designado
grupos de estudantes para selecionar uma Associação na América do Norte e escolher as
cinco igrejas desta Associação com o índice mais alto de batismos no ano anterior. Eles
têm então visitado estas igrejas e entrevistado o pastor e/ou o líder leigo para descobrir o
que estava acontecendo. Nós observamos este trabalho em dez a quinze Associações a cada
ano, o que representaria 50 a 75 igrejas. Através dos últimos três anos, isto representa de
150 a 200 igrejas.

Muitos estudos têm sido feitos sobre o crescimento das igrejas adventistas, mas o
que alguns pesquisadores falharam em fazer é distinguir entre crescimento por
transferência e crescimento por conversão. Você tem resultados diferentes quando exclui
igrejas que estão crescendo através de membros transferidos. Muitas de nossas igrejas de
crescimento rápido estão em áreas de alta população adventista e estão crescendo
primariamente porque membros estão se transferindo vindo de outros distritos e lugares.
Isto é bom, mas precisamos nos assegurar de não copiarmos essas igrejas que estão
crescendo através de transferências, e então esperar como resultado um legítimo
crescimento por conversão. É decisivo examinar igrejas crescendo primariamente através
da conversão.

Enquanto eu escuto e leio os relatórios dos meus alunos que fizeram os contatos,
poucos denominadores comuns começam a aparecer. Em primeiro lugar, não existe pílula
mágica que uma igreja pode engolir e irá capacitá-la para terminar o trabalho em seu
território. Crescimento de igreja é um trabalho duro e os membros precisam ser
comprometidos com isto. No entanto, o que eu percebi sobre as congregações que estão
crescendo por intermédio da conversão era que cada uma delas, tem de alguma forma,
criado uma cultura de evangelismo na igreja.

Na verdade, parece fazer pouca diferença quais metodologias foram utilizadas pelas
igrejas, com tanto que elas primeiramente tivessem criado esta cultura evangelística. Uma
vez que a cultura estivesse em seu devido lugar, então qualquer tentativa de aproximação
que fosse utilizada, obviamente, funcionava. Mais tarde, examinaremos algumas destas
metodologias mais comuns usadas por estas igrejas adventistas crescentes. Neste momento
precisamos perceber que não é alguma nova metodologia que é importante – é imperativo
o desenvolvimento de uma cultura de evangelismo. Uma vez que isto aconteça, qualquer
coisa funcionará.

O que é uma cultura de evangelismo

A cultura de evangelismo existe quando o ato de alcançar os perdidos permeia todo


o tecido da igreja local. Esta cultura ocorrerá quando uma igreja percebe que sua própria
identidade está envolvida no cumprimento da Grande Comissão. É sua própria identidade.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Uma igreja que tem uma cultura evangelística é claramente identificável. Quando alguém
fala para os membros de tal igreja, todos eles anunciam com a mesma urgência: a minha
igreja existe para alcançar os perdidos. É a paixão ardente que os consome.

Quando uma igreja tem esta cultura, o pensamento evangelístico se revela em cada
atividade da congregação. Não é só uma preocupação do Ministério Pessoal ou do
Departamento de Evangelismo. Alcançar os perdidos é assunto falado em cada comissão e
em cada ministério da igreja. Ministérios existem para capacitar a igreja a cumprir a
Grande Comissão. Em uma igreja que faz juz à tal cultura, o Clube de Desbravadores, a
ASA e a Escola Sabatina estarão todos igualmente preocupados se seu ministério
capacitará toda a igreja a cumprir a missão.

Numa igreja com tal cultura, a reunião mensal da comissão se concentrará em


alcançar o perdido. Isto será o primeiro item na pauta, e a maior parte do tempo será gasto
discutindo como a igreja pode ficar mais bem equipada para cumprir esta missão. É claro,
isto é o que o Manual da Igreja afirma ser a principal função da comissão da igreja, mas
uma igreja com a cultura de evangelismo, consegue verdadeiramente colocar isto em
prática.

Não somente a paixão pelo perdido capta a imaginação das necessidades


institucionais da igreja, mas também prende a atenção dos membros individuais. Eles
vivem pela causa de alcançar os perdidos. Podem ter uma ocupação diária, mas isto é a
ocupação secundária em suas vidas. Existem com a finalidade de alcançar o perdido. O seu
salário semanal capacita-os a manter suas famílias de modo que eles possam estar
envolvidos em sua real profissão – cumprir a missão de Deus. Esta é a paixão consumidora
de sua vida.
O que eu estou descrevendo pode soar hiperbólico para a maioria dos leitores.
Certamente não descreve minha igreja, você deve estar pensando. No entanto, é a realidade
da igreja do Novo Testamento. Eu compreendo que estou descrevendo o ideal, mas o mais
próximo que chegarmos desse ideal, mais rápido nossa igreja crescerá. Uma pesquisa
revela que as Igrejas Adventistas que começaram a abraçar esta cultura são as que estão
crescendo no século XXI. Se existe uma pílula mágica, aí está ela.

A realidade é que a maioria das nossas igrejas não está nem perto deste ideal. Este é
o motivo pelo qual tão poucas estão crescendo. É fácil jogar a culpa das dificuldades do
evangelismo, no materialismo da América do Norte e do mundo ocidental, mas a realidade
é que o problema real não está no mundo externo que não podemos controlar, mas com a
paixão interna que podemos controlar. Contudo, é bem mais fácil culpar o mundo sobre o
qual não temos poder do que perguntar a nós mesmo o que podemos fazer para cumprir o
mandado do Mestre.

Não obstante, alguns de vocês devem estar ao menos figurativamente, batendo seu
pé e dizendo: “verdade, verdade – mas como podemos criar este tipo de paixão em nossa
igreja?” E esta é a questão real que precisamos considerar. Desde que a maioria de nossas
igrejas não tem uma cultura de evangelismo, e este é o ponto mais básico para o
crescimento, então o que podemos fazer para criá-lo?

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Criando a cultura

No capítulo 1, o pastor Matt deu o primeiro passo, uma abordagem que a maioria
dos pastores usa: ele pregou um sermão. Este é sempre um bom primeiro passo, todavia
como veremos, é necessário muito mais. Perceba também que o sermão do pastor Matt
surgiu de uma paixão pelo perdido que começou a tomar conta do seu próprio coração. Ai
é onde o processo realmente começa: fundo no coração do líder da igreja.

Aonde um pastor desenvolve tal paixão? Somente através de Jesus. Esta é a razão
pela qual a falta de crescimento da igreja é um problema espiritual. Uma pessoa não pode
gastar tempo significante com o Mestre e não começar a sentir Sua paixão. Veja-o como o
Redentor crucificado, revelando uma paixão tão profunda pelo perdido que se dispôs a ir
para o Calvário e pagar o preço da separação de Deus, porque o perdido importava muito
para Ele. Uma pessoa não pode verdadeiramente gastar tempo contemplando o ministério
de Cristo sem desenvolver Sua paixão pelo perdido. Este é quem Jesus é. Ele é o Deus que
veio buscar o perdido. Esta era a paixão condutora de Sua vida. Tudo o que Ele fez foi pela
causa de alcançar o perdido. Pessoas perdidas são importantes para Jesus e são o centro de
Sua atenção.

Quando o líder local começa a desenvolver esta paixão pelo perdido, isto será
manifestado em tudo que acontece na igreja. Igrejas se tornam o reflexo de seus líderes. A
paixão do líder logo se tornará a paixão da igreja. Não pode haver uma congregação em
crescimento sem um líder que sinta essa paixão pelos perdidos.

Isto não significa que se não há crescimento na igreja, a igreja tem um líder sem
paixão pelo perdido. Esta paixão tem que estar no líder primeiro, mas precisa também se
traduzir para os membros da congregação. Através dos anos tenho observado pastores
apaixonados pela missão em salvar o perdido, mas a igreja não abraçou este mesmo desejo.
Isto pode se dever a inabilidade do pastor de transmitir este sentimento ou poderia ser uma
completa rejeição da paixão de Cristo por parte da igreja. Entretanto, o crescimento não
tomará lugar, contanto que a paixão pelo perdido consuma a vida do líder da igreja.

Como então o líder adquire esta paixão? Tenho sugerido gastar tempo
contemplando a vida e a morte de Jesus. É onde ela fundamentalmente deve começar. É
também importante para os líderes orar a Deus para dar-lhes a paixão de Cristo pelo
perdido. Orar por esta paixão trará a forte paixão de Jesus para o coração dos líderes da
igreja, então eles, assim como Jesus, começarão a chorar pelos perdidos na sua
comunidade.

“Se, ao se reunirem, eles não falassem a respeito das coisas em que vêem objeções,
mas como que cerrassem a boca com um freio, e buscassem o Senhor com fervente oração
para que repousasse sobre eles o Espírito Santo, a fim de que sintam responsabilidade para
com as almas pelas quais Cristo morreu, veriam dissipar-se as trevas, e penetrariam em sua
alma a luz e a esperança.” 7

7 WHITE, Ellen G. Fundamentals of Christian education (Nashville: Southern Publishing Association,1923),


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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Quando líderes oram por esta paixão, Jesus sempre responde. Então os líderes se
tornam consumidos pela necessidade de alcançar o perdido. Irá preocupá-los o fato de as
pessoas não estarem sendo ganhas para Cristo em seu território. Eles irão lamentar diante
de Deus pelos seus perdidos, implorando pelo Seu poder para criar um avanço para Ele.
Ellen White descreve como se parece essa paixão:

Por que não os crentes sentem uma profunda preocupação para aqueles que estão
fora de Cristo? Por que não dois ou três se reúnem a clamar a Deus para a salvação de
alguém especial, e depois ainda para outro? Deixe que os diferentes (isto é, os ainda não
batizados) se unam em trabalho como pescadores de homens. Deixe que eles busquem
reunir as almas da corrupção do mundo para a pureza de poupança do amor de Cristo.8

Apeguem-se os obreiros às promessas de Deus, dizendo: "Tu prometeste: 'Pedi, e


recebereis.' João 16:24. Eu preciso que esta alma se converta a Jesus Cristo". Solicitai
orações pelas almas por quem trabalhais; apresentai-as perante a igreja como objetos de
súplica. Será justamente o que a igreja necessita, para ter sua mente desviada de suas
pequenas e prediletas dificuldades: precisam sentir grande fardo e pessoal interesse por
uma alma que esteja prestes a perecer. Selecionai uma nova alma, e ainda outra, buscando
diariamente guia de Deus, em Suas mãos depondo tudo em fervente oração, e trabalhando
na sabedoria divina. Ao fazerdes isso, vereis que Deus dará o Espírito Santo para
convencer a alma, e o poder da verdade para convertê-la. 9

Uma vez que o líder tenha participado da paixão de Cristo pelo perdido, é hora de
pregar para a congregação sobre ele. Nossa pregação precisa extravasar nossa profunda
paixão, colocada em nossos corações por Cristo, que intensamente busca a salvação das
pessoas perdidas. Deste modo, não é simplesmente pregar sobre o perdido, mas fazê-lo
como uma reflexão da paixão de Jesus por este.

As congregações não irão imediatamente mudar de atitude após um sermão. Serão


necessários múltiplos sermões. A paixão pelo perdido se tornará realidade em todos os
sermões do líder, não somente quando este é o tópico específico. Quando a paixão de
Cristo se tornar nossa profunda paixão, nós, assim como Deus, não poderemos nos
controlar: teremos que ativamente ir adiante e alcançar o perdido.

Os membros raramente se lembram de um sermão específico, eles se lembram das


ilustrações, mas não dos detalhes. O que então pregar? O que será transmitido, e no final
das contas adotado pela igreja será a paixão que eles escutam o pregador proclamar semana
após semana. Podem não se lembrar dos detalhes, mas começarão a sentir a paixão.

Uma das maiores barreiras que os líderes da igreja encaram ao desenvolver esta
cultura de evangelismo, é uma dúvida irritante sobre algumas partes da mensagem
adventista. Ao longo dos anos tenho observado pastores com dúvidas e tenho percebido

8 White, Ellen G. Testimonies for the Church, vol 7 (Moutains View, CA: Pacific Press Publishing Association,
1948), 21

9 WHITE, Ellen G. Medicina e salvacao: tratado de obra medico-missionaria no evangelho. Tradução de Almir
A Fonseca. 3.ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008. Pág 244 e 245

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

que eles raramente apresentam paixão por alcançar pessoas. Por que querer trazer pessoas
para uma igreja que você não está seguro que esta é 100% certa? Algumas vezes, observei
um pastor que possuía tais dúvidas, mas que finalmente foram esclarecidas. Quase
instantaneamente, ele desenvolveu uma paixão profunda pelo perdido, e logo começou a
trazer pessoas para dentro da igreja. Há uma conexão definida entre a crença na mensagem
adventista e a paixão por alcançar pessoas com a mensagem de Deus para os últimos dias.

Deus chamou a IASD para a existência. É a igreja remanescente dEle. Apresentar


às pessoas esta mensagem dos últimos dias é uma questão de vida ou morte. A Igreja
Adventista não é somente mais uma denominação; é um movimento chamado por Deus
para preparar um povo para a vinda de Jesus. Se isto não descreve os seus sentimentos
sobre a Igreja Adventista, então talvez você precise sanar as suas dúvidas para então,
depois possuir esta paixão.

A paixão exposta

Agora que você absorveu a paixão de Cristo, e tem expressado isto em seus
sermões semana após semana, o que mais pode fazer para ver esta paixão absorvida pelo
resto da igreja? Sermões são básicos e, provavelmente, são a parte mais fácil do processo,
mas este sentimento precisa ser entrelaçada no tecido inteiro da igreja. Como alguém a
comunica a paixão na vida cotidiana da igreja?

Aqui estão várias sugestões práticas. Primeiro, se o líder tem paixão pelo perdido,
ele estará ativamente buscando o perdido. Por exemplo, se alguém prega sobre alcançar o
perdido, mas não está ativamente estendendo a mão para trazer as pessoas perdidas para
Jesus então, a igreja observará uma contradição entre a vida do líder e as palavras dele.
Quando tal disparidade existe, as palavras faladas no púlpito caírão em ouvidos surdos.

Precisa haver consistência entre o que o pastor prega e o que o ele vive. A vida
revela como a paixão é vivida. Os membros irão reter o que eles vêm o seu líder fazendo.
Se ele está trazendo vizinhos à igreja, os membros também trarão. Se está dando estudo
bíblico, a membresia fará a mesma coisa. A consistência neste caso é absoluta.

Segundo, conte histórias que ilustrem esta paixão pelo perdido. Não estou falando
de história que são ilustrações sermônicas, mas histórias contadas em toda a programação
da igreja. Elas podem ser contadas no momento missionário antes da adoração, ou em
encontros sociais. Igrejas estão sempre contando histórias. Assegure-se de que elas sejam
consistentes e coerentes com a paixão pelo perdido. Por exemplo, tempos atrás quando
pastorei uma igreja, nos cultos de oração, sempre fiz pedidos relacionados a este propósito.
Eu me assegurava de mencionar, sem citar nomes, as pessoas com quem estava estudando.
Contar aos membros histórias de pessoas interessadas na mensagem sempre ajuda a
transmitir a paixão pelo perdido como o ingrediente básico da igreja.

Terceiro, o líder transmite esta paixão em todos os seus contatos pessoais dentro da
igreja. Como o pastor visita famílias diferentes, a conversa deve sempre mover-se para a
paixão pelo perdido. Seja partilhando o nome de um conhecido que precisa de oração ou
utilizando algum outro caminho, o líder nunca deve permitir que uma visita acabe a menos
que algum tempo seja gasto comunicando esta paixão.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Quando este sentimento pelo perdido começa a se espalhar além do pastor para
muitos dos líderes leigos da igreja, esta paixão coletiva terá então um grande impacto na
igreja local. Por exemplo, quando se aproximar o tempo das reuniões da comissão de
nomeação, as pessoas serão selecionadas para os cargos da igreja porque estão
demonstrando em suas vidas a paixão pelo perdido. A igreja não colocará pessoas que não
estejam obedecendo à ordem desta Grande Comissão em cargos principais de liderança.
Obviamente, isto não pode ser feito até que a cultura do evangelismo tenha começado a se
apoderar da liderança da igreja.

Lamentavelmente, muitas igrejas selecionam líderes com base no dinheiro, poder e


influência. O que é sugerido aqui é um abandono total desta abordagem e uma aceitação da
paixão de Deus como o fator determinante. Em outras palavras, se você tiver dois líderes
igualmente qualificados, você escolheria aquele com a maior paixão pelo perdido. Isto não
pode ser legislado, é claro, mas é algo que ocorrerá ao passo que a paixão de Deus se
apodere da igreja.

Consistência em todos os aspectos da igreja é a próxima necessidade no momento


em que esta tome a paixão pelo perdido como seu foco. O orçamento da igreja local irá
agora refletir a prioridade de Deus pelo perdido. Irá agora designar fundos de modo que
reflita isto. A igreja não será possuída apenas para manter um simples imóvel, mas ao
contrário, se tornará apaixonada pela maneira como este mesmo imóvel pode ser usado
para auxiliar Jesus a alcançar o perdido.

Os resultados

Você pode imaginar uma igreja assim? Você pode pensar que esta é uma ideia
impraticável que nunca pode ser executada, mas a realidade é que algumas Igrejas
Adventistas estão começando a se tornar assim, e algumas estão experimentando
surpreendente crescimento. Em países em desenvolvimento a Igreja Adventista está
vivenciando uma taxa de 10% a 20% de crescimento anual, mas pelo menos uma grande
Igreja Adventista na América do Norte está vivenciando uma taxa de crescimento de
conversão anual de mais de 20%. A abundante taxa de crescimento do Terceiro Mundo
também pode acontecer na América do Norte, mas o coração da Igreja precisa pulsar com a
paixão de Deus.

Todas as igrejas em crescimento não são inicialmente consumidas pela paixão


divina. O crescimento ocorre tão logo uma igreja comece a mover-se para a cultura do
evangelismo. Um crescimento espetacular acontece quando esta paixão absorve toda a vida
da igreja.

Quanto mais eu estudo sobre crescimento de igreja, mais eu estou convencido de


que o que discutimos neste capítulo é o coração da questão. Podemos colocar “enfeites” e
estabelecer crescimento por um curto período, mas a menos que a paixão de Deus esteja lá,
este será esporádico e de curta duração. Estou convencido de que ao invés de recomendar
metodologias, precisamos ajudar nossas igrejas a desenvolver esta paixão pelo perdido.
Uma vez que isto esteja em vigor, qualquer metodologia funcionará, essa é a moral da
história. O sucesso ou fracasso no crescimento da igreja começa e termina aqui.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Autoridades no crescimento da igreja se referiram a isto no passado como uma


“consciência de crescimento de igreja”. E é exatamente isso. O que é uma consciência? A
consciência é um sentimento profundo que me diz o que é certo ou errado, nós não
nascemos com uma boa consciência. Nossa consciência precisa ser educada. Quando está
educada, sentimo-nos então culpados quando fazemos algo errado. Esta não é uma falsa
culpa, mas uma culpa genuína dada por Deus.

Antes de ser adventista, no período da adolescência, minhas duas comidas favoritas


eram costelas de porco e mariscos fritos. Nunca eram suficientes para mim. Minha
consciência nunca me incomodou quando eu as consumia com prazer. Agora, se eu apenas
tocasse em uma destas comidas, isto me aborreceria. Por quê? Minha consciência foi
educada, e se hoje eu comesse tal alimento prejudicial, a culpa seria enorme.

Nossas igrejas norte-americanas necessitam ter suas consciências educadas na


paixão de Deus. Quando isto acontecer, a consciência irá incomodar a igreja quando esta
não estiver crescendo. Se ninguém foi batizado no mês passado, o assunto virá à tona na
comissão da igreja e os membros dela se tornarão responsáveis. Quando a cultura de
evangelismo estiver em vigor, incomodará a liderança da igreja quando o crescimento não
estiver acontecendo, pois eles sabem que a igreja existe com o propósito de cumprir a
paixão de Deus pelo perdido.

A teologia de alcance e proclamação precisa ser profundamente enraizada no


espírito (psiquê) da igreja. Isto é o que nós somos. Nossa identidade própria como igreja
está toda moldada com esta insaciável paixão pelo perdido. Não podemos nos conter,
temos que buscar o perdido, porque Deus é assim, e nós somos o Seu povo e reflexo do
Seu caráter e paixão.

Como resultado a congregação desejará pagar qualquer preço necessário para obter
o crescimento. A igreja reconhece que ela não é um clube social para benefício dos
membros, mas uma agência de missão, envolvida no trabalho do Deus Redentor. Então,
não há preço tão alto que a ela não possa pagar. Tudo que faz gira em torno do processo de
alcançar o perdido. Os membros tomam isto como identidade própria; estão de fato
consumidos pela paixão de Deus pelo perdido.

Não será agora o momento de começar a suplicar a Deus para introduzir esta paixão
em seu próprio coração, bem como no coração da igreja? Se os adventistas realmente
acreditam que Deus chamou esta Igreja à existência para dar a mensagem final aos
habitantes do planeta Terra, então não temos escolha. Nossa identidade própria como igreja
está totalmente absorvida com o cumprimento das três mensagens angélicas. Não temos
escolha. Se nós somos o povo de Deus na última hora da terra, então precisamos ser
consumidos pela paixão divina. Precisamos tornar-nos uma igreja centrada na missão. A
cultura do evangelismo precisa permear cada fibra do nosso ser – ou não somos os
remanescentes finais de Deus.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

MÉTODOS COMUNS UTILIZADOS PELAS


IGREJAS EM CRESCIMENTO

Uma vez que a cultura evangelística foi estabelecida na igreja e a paixão de Deus
pelo perdido tornou-se o fogo consumidor de seus membros, então quase qualquer método
evangelístico irá funcionar. As igrejas em crescimento que estudamos têm algumas coisas
em comum. Elas usam metodologias diferentes - mesmo assim todas funcionam. A única
conclusão que podemos tirar é que não é a metodologia que funciona, é a paixão
consumidora da igreja que contribui para o sucesso no crescimento por conversão.

Não obstante, existem alguns elementos comuns que parecem haver na maioria das
igrejas em crescimento. Os dois métodos mais proeminentes que descobrimos são a
habilidade da igreja de galvanizar os leigos para o ministério com os perdidos – e o uso do
evangelismo público. Ainda assim, igrejas que não estão em crescimento também
utilizarão estas metodologias sem produzir crescimento significante. Qual é a diferença?
As igrejas em crescimento têm utilizado tais metodologias junto com a cultura de
evangelismo.

Utilização de Leigos

Muitas igrejas criaram um programa de ministério para leigos, mas ainda não
produzem um crescimento por conversão expressivo. No entanto, as igrejas que estão
alcançando pessoas perdidas, não somente despertaram os leigos para sua
responsabilidade, mas foram capazes de traduzir este despertar em trabalho real para a
salvação das pessoas perdidas. Em algumas das igrejas em crescimento encontramos até
80% de leigos envolvidos em algum ministério.

Aqui está o que acredito que esteja acontecendo. A cultura de evangelismo


operando na igreja resulta em membros tendo um maior prazer em dividir sua fé e estar
envolvidos. Em outras palavras, você não pode forçar os membros a se envolver no
ministério através da culpa. Entretanto, quando a paixão por alcançar o perdido está
presente, os membros querem estar envolvidos e treinados para o seu ministério.

Através dos anos, tenho observado muitos pastores que ficam animados com o
ministério leigo depois de lerem alguns dos meus livros, como por exemplo, “Revolution in
the church”. Eles então chamam seus membros para um evento de treinamento, mas muito
poucos sequer aparecem, e o pastor fica desencorajado. Aqui está o problema. A cultura de
evangelismo precisa primeira ser estabelecida. Uma vez que esta paixão pelo perdido se
torne a mentalidade da igreja, os membros pedirão para ser treinados para que possam ser
envolvidos. No nosso desejo de rapidamente mover a igreja adiante, algumas vezes
ignoramos o importante passo de criar a cultura. Se assim o fizer, você não será bem
sucedido. O envolvimento leigo precisa florescer de um renovado entendimento e
envolvimento com a missão da igreja.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Vários anos atrás, o Dr. Keneth Van Wyk observou o relacionamento entre a cultura
de evangelismo (mentalidade da missão) e o envolvimento leigo:

“A igreja é um centro de treinamento onde as pessoas de Deus são equipadas para


suas respectivas áreas de ministério e missão. Alimentar de fato vem como um
subproduto de equipar e envolver no ministério. Minha experiência em educação cristã
é que uma mentalidade de missão na igreja motiva pessoas para o treinamento e produz
espantosos resultados em crescimento espiritual pessoal bem como crescimento da
igreja”.

Enquanto os leigos são enviados para o ministério é importante que haja equilíbrio
nas suas atribuições. Você não quer todos eles nas linhas de frente. Você precisa das
“tropas da retaguarda”. Uma boa proporção seria de uma de cada cinco pessoas envolvidas
na igreja estarem envolvidas em alcançar os de fora. Em outras palavras, se você tivesse
100 leigos envolvidos nos ministérios, vinte deles estariam envolvidos no ministério de
alcançar os de fora, e os outros 80% envolvidos em assimilar os novos membros e manter
o maquinário da igreja em boa operação.

Nós não estamos interessados em somente obter números nos registros dos livros
da igreja – estamos interessados em almas preparadas para a volta de Jesus. Esta é a razão
pela qual é tão crucial ter um equilíbrio no envio de trabalhadores na igreja local. Manter
as pessoas na igreja é simplesmente tão importante quanto trazê-las em primeira instância.
No entanto, a realidade é que a maioria das igrejas está gastando pouco tempo para
alcançar o perdido e a maioria do seu tempo para alimentar-se. Então, o problema presente
é o oposto. Nós não estamos atualmente em perigo de dar demasiada ênfase no alcance ao
perdido. Nosso problema, na realidade é conseguir os vinte por cento envolvidos no
alcance ao perdido.

A questão básica a ser reconhecida é que uma vez que a igreja tenha alcançado a
cultura do evangelismo, parece que uma das primeiras coisas que precisa então acontecer é
o emprego dos leigos no ministério. Tentar colocar pessoas no ministério sem a cultura no
devido lugar, resultará na utilização de membros nos tipos errados de ministério. Não é
simplesmente colocar pessoas no ministério em harmonia com seus dons espirituais, mas
manter equilíbrio entre alimentar e alcançar o perdido. Uma igreja poderia concebidamente
ter 100% dos seus membros envolvidos no ministério e ainda assim não crescer. Isto
ocorreria se todos os membros fossem enviados para nutrir ministérios. O equilíbrio é
crucial para o sucesso.

Evangelismo Público

Como os estudantes de crescimento de igreja têm pesquisado igrejas com o maior


número de batismos, inevitavelmente voltarão e afirmarão que não há nada em comum
entre elas. De fato, alguns disseram que a única coisa em comum foi a realização de
reuniões. E isto é verdade. O evangelismo público está ainda desempenhando um papel
vital no crescimento da Igreja Adventista.

Isto não é verdade nas igrejas evangélicas em geral, mas é uma diferença clara no
adventismo. Este é o motivo pelo qual a Igreja Adventista não pode copiar completamente
as metodologias evangélicas. As técnicas não produzem os mesmos resultados no

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

adventismo. Parece que deve haver algum método para ensinar a nossa mensagem. E o
melhor formato que descobrimos foi o evangelismo público. Ele pode ser feito de várias
formas. Todas as igrejas não estão usando a mesma fórmula. Algumas usam as cinco
semanas tradicionais, série de pregações proféticas, enquanto outras usam uma abordagem
de seminários ou uma mensagem no sábado pela manhã. O ponto principal é que elas
compartilham de alguma forma, publicamente, a mensagem singular adventista.

Este achado se diferenciaria de outros estudos que têm sido feitos sobre o
crescimento da Igreja Adventista. No entanto, a maioria desses estudos não fez diferença
entre o crescimento por transferência e o crescimento por conversão. Se combiná-los, você
terá resultados diferentes. Naqueles estudos, foi mostrado que o evangelismo público não
desempenha um papel significante no crescimento de igreja. É preciso entender, no
entanto, o que foi avaliado. Se você incluir igrejas crescendo primariamente pelo
crescimento por transferência, o resultado irá ofuscar as igrejas em crescimento por
conversão, já que a maioria das Igrejas Adventistas em crescimento está crescendo através
do crescimento por transferência.

Quando alguém separa as igrejas crescendo primariamente por conversão, então


evangelismo público torna-se um ponto importante no crescimento da igreja. Eu examinei
pessoalmente muitas das igrejas que têm utilizado uma abordagem contemporânea na
adoração para alcançar os sem-igreja. Pelo menos esta é a intenção delas. No entanto,
quando eu examinei seu registro batismal, descobri muito poucos batismos de adultos.
Entretanto, a igreja está crescendo. Como? Primordialmente, pelo crescimento por
transferência.

As maiorias das igrejas contemporâneas de sucesso que tenho observado nasceram


em uma área onde existem grandes assentamentos ou instituições adventistas. Seu frescor e
estilo contemporâneo têm atraído muitos ex-adventistas e inativos, bem como algumas das
pessoas desprivilegiadas que frequentam outras igrejas. Inicialmente, essas igrejas crescem
rapidamente, mas em seguida têm a tendência de estagnar-se e declinar-se. Não se pode
construir uma igreja com desprivilegiados, ou irá por fim se autodestruir. É incrível
quantos desses líderes das Igrejas Adventistas que afluíram alguns anos atrás, já não mais
existem ou até mesmo deixaram a denominação.

Há lugar para estas igrejas, especialmente se puderem alcançar os ex-membros e


membros inativos e envolvê-los. Contudo, se eles não concentrarem suas forças em
alcançar pessoas novas, essas igrejas geralmente não durarão muito tempo. O lado trágico
é que muitos têm tentado copiar os estilos contemporâneos e supõem que podem alcançar
sucesso similar em suas comunidades. No entanto, a maioria das comunidades não tem
uma grande quantidade de ex-adventistas morando perto, e o modelo não funciona. O
único resultado real é que este modelo faz com que os adventistas existentes se revoltem
com este estilo de adoração. É preciso entender que a razão para o sucesso dessas igrejas é
que foram plantadas onde já existem muitos adventistas que podem ser atraídos para
juntar-se à nova igreja.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Com os evangélicos, o culto evangelístico é construído na ideia de que quando as


pessoas decidem ir à igreja, elas aparecerão em um domingo de manhã. Portanto, o culto
de domingo pela manhã é orientado para a recepção deles. Obviamente, isso não se traduz
para o adventismo. A maioria das pessoas não decide simplesmente ir à igreja em um
sábado de manhã com exceção das áreas de grande população adventista. Nessas
comunidades o culto evangelístico funcionará para nós, mas parece não funcionar
separadamente da comunidade adventista, a menos que alguma coisa a mais seja
adicionada a este plano.

Em contraste, poucas igrejas adventistas utilizam abordagens contemporâneas para


adoração, mas também são bem sucedidas em alcançar os sem-igreja. Estão batizando um
número significativo de pessoas e são algumas das melhores igrejas em crescimento no
adventismo. Também são fieis a nossa herança e doutrina adventista e não comprometem a
fé com objetivos de alcançar pessoas. Então a questão não é se a adoração contemporânea
é usada. Algumas igrejas que alcançam novas pessoas e algumas que alcançam ex-
adventistas estão usando a adoração contemporânea.

Qual é a diferença? As igrejas que estão alcançando novas pessoas realizam


evangelismo público em algum lugar dentro de sua programação, esta é a surpreendente
diferença entre aquelas igrejas que alcançam novas pessoas e aquelas que estão alcançando
os inativos. Acredito que se as igrejas que estão alcançando os inativos adicionassem o
evangelismo público em suas programações, poderiam alcançar os sem-igreja também da
sua comunidade. Na minha experiência e observação de mais de 40 anos e os estudos que
tenho feito se tornaram abundantemente claro que o evangelismo público precisa ser uma
parte vital da prescrição para o crescimento do converso bem-sucedido no adventismo.

Isto não significa que todo mundo precisa realizar um evangelismo de 5 semanas.
Existem muitas maneiras de se fazer evangelismo público. O que estamos sugerindo aqui,
é que, de alguma forma, a igreja precisa expor as pessoas a mensagem adventista singular e
publicamente convidá-las para tornarem-se membros. Com toda honestidade, preciso dizer
que tenho visto algumas igrejas experimentando o crescimento por conversão sem
evangelismo público, mas isto é extremamente raro. Por esta razão, recomendo fortemente
que qualquer igreja que esteja seriamente pensando em alcançar os perdidos inclua alguma
forma de evangelismo público em seu “mix de crescimento”.

Mix de crescimento

O que queremos dizer por “mix de crescimento”? O mix de crescimento inclui as


várias formas e métodos de evangelismo que uma igreja utiliza para alcançar pessoas para
Jesus. O que estou fortemente sugerindo aqui é que o evangelismo público na maioria dos
casos precisa ser parte deste mix para que ocorra um crescimento bem-sucedido da igreja.
As Igrejas Adventistas que estão crescendo reuniram um mix de crescimento bem-
sucedido que se encaixam em sua congregação e seu estilo de ministério.

Um mix de crescimento se assegura de que a igreja está semeando, cultivando e


colhendo. Este é outro fator que parece ser comum entre igrejas adventista em crescimento

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

através do crescimento por conversão. Elas planejaram processo de evangelismo que


envolve todos os três passos naturais.

Evangelismo não é um evento, é um processo! E as igrejas em crescimento


aprenderam isso. Muitas igrejas adventistas irão experimentar crescimento periódico
quando realizarem encontros evangelísticos. Mas infelizmente para elas, evangelismo é um
evento. Quando acaba, as pessoas podem voltar para a vida como de costume. A diferença
entre estas igrejas e aquelas que experimentam crescimento contínuo é que esses últimos
grupos de igreja enxergam o evangelismo como um processo, e o evangelismo público é
somente uma parte, a parte da colheita.

Igrejas em constante crescimento perceberam que evangelismo vai além de


reuniões públicas. Não se pode continuamente colher se não continuamente semear. O que
nós percebemos nos estudos que fizemos é que um encontro é raramente bem-sucedido se
não tiver ocorrido uma estratégia clara, bem pensada para preparar a comunidade para
estes encontros. A safra colhida é compatível e proporcional à semente semeada e
cultivada.

No entanto, nestas igrejas em constante crescimento não estão confinadas a um


simples encontro evangelístico. Algumas igrejas entrarão em processo de semeadura,
cultivo e colheita para um encontro – então param. Nas igrejas em crescimento essa é uma
ação contínua. Assim que as pessoas são colhidas o processo se repete. As últimas pessoas
ganhas são imediatamente postas a trabalhar pelos seus amigos e familiares, preparando-as
para o próximo evento de colheita. A igreja inteira está constantemente envolvida na
semeadura, cultivo e colheita. O processo de evangelismo é uma parte vital na vida igreja.

Poucas pessoas são ganhas para Cristo através de uma única exposição. Elas
precisam de múltiplas exposições ao evangelho. Esta é a razão pela qual é imperativo que a
igreja não põe todos os seus ovos em uma cesta. Elas precisam de múltiplas abordagens
para as muitas e variadas mentes que existem em sua comunidade. O processo de
evangelismo é ilustrado pelo seguinte diagrama:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Em uma escala de 1 a 10, o 1 representa uma pessoa que é extremamente negativa a
respeito da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ele é aquele que vê a placa da igreja, cospe e
anda do outro lado da rua. Em contraste, o 10 representa uma pessoa pronta para pular
dentro do batistério. Todo mundo está em algum lugar nesta escala em termos de
relacionamento com a igreja.

As pessoas que normalmente frequentam um encontro evangelístico adventista são


os números 8, 9 ou 10 na escala. Estão prontas para serem colhidas. Foram preparadas por
Deus ou através dos membros da igreja, usados por Deus. Elas tomam a decisão nos
encontros evangelísticos e são rapidamente batizadas na Igreja Adventista. Se uma pessoa
que é um nº 3 na escala acontece de aparecer no encontro evangelístico, normalmente não
retorna. Não era para ela. Isto é compreensivo quando alguém percebe que é um nº 3 na
escala. Eles provavelmente nunca deveriam ter sido convidados para o encontro. Não

25
Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

estavam preparados para a colheita. Lembre-se, evangelismo público é a parte da colheita


do processo. O 3 e 4 precisam de cultivo antes de expô-los ao evento de colheita.

Maria é um nº 3 na escala. Ela passou por um divórcio recentemente. Um amigo


adventista convidou-a para frequentar um grupo de apoio aos divorciados oferecido pela
igreja. Ela frequentou e se tornou grandemente agradecida pelo suporte da igreja. Está ela
pronta para ir a um evento evangelístico de colheita? Não. Ela apenas subiu na escala de
receptividade, do fator 3 agora talvez seja um 5. Geralmente, levará algumas semanas antes
que a pessoa suba para o nível 8, 9 e 10, onde deveriam ser convidadas para o evento de
colheita.

A maioria das pessoas está entre 1 a 7 na escala. Se a igreja não faz nada para que
as pessoas subam nesta escala em sua receptividade, mas se continuarem a fazer encontros
almejando os fatores 8, 9 e 10, em pouquíssimo tempo, o grupo de pessoas na categoria 8,
9 e 10 vai se esvair, e a reunião pública não será bem-sucedida. Esta é a razão pela qual é
tão crucial para igreja possuir o processo de compreensão de crescimento. Se a igreja
estiver continuamente ministrando para as pessoas no nível 1 a 7, vai haver um suprimento
constante de pessoas para o nível da colheita.

Algumas vezes, igrejas se tornam tão animadas em satisfazer as necessidades das


pessoas na escala 1 a 7 que gastam todo o tempo buscando ministrar para elas e nunca
realizam o evento de colheita. Estas igrejas não crescem. Uma vez que você negligenciar
alguma parte do processo, o crescimento irá parar. O crescimento é um processo, e se
negligenciar este conceito, não pode esperar ver novas pessoas continuamente se juntando
à igreja.

A mistura de crescimento encontrada em diferentes igrejas irá variar. Um tamanho


não cabe em todas as medidas. Cada igreja necessitará descobrir quais eventos são parte do
seu próprio processo. A coisa importante para lembrar é que todas as três partes do
processo estão em operação contínua. Em outras palavras, mantenha monitoramento no
que sua igreja deveria estar fazendo nas áreas de semeadura, cultivo e colheita. Se
negligenciar parte desse processo, o crescimento não ocorrerá.

Conclusão

Neste capítulo observamos duas metodologias que parecem ser comuns no


crescimento das Igrejas Adventistas. Estas igrejas têm estabelecido cultura de evangelismo
onde os leigos são utilizados em um ministério de significado, e segundo, têm um processo
de evangelismo em operação que inclui eventos de semeadura, cultivo e colheita. A
maioria delas está utilizando alguma forma de evangelismo público como seu evento de
colheita.

Este processo de evangelismo permeia o pensamento destas igrejas que estão em


crescimento em cada nível escalar. Quando o processo pensante controla a igreja, os
membros entendem que todo o ministério dela está envolvido em ganhar almas. Então, a
Escola Sabatina, o colégio da igreja, os desbravadores, as Dorcas (ASA) estão todos
contribuindo para o processo de ganhar pessoas para Jesus. Isto não é só teoria – torna-se
uma realidade viva para estas igrejas.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

UMA BREVE ANÁLISE DA TEORIA DO


CRESCIMENTO DE IGREJA

Donald McGravan, fundador do movimento de crescimento de igreja, enunciou 7


grandes componentes da teoria de crescimento de igreja. Estes 7 fatores devem ser
aplicados para que a igreja cresça, e eles ainda são válidos hoje. Eles estão descritos
abaixo:

1 - O pastor que é um possível idealizador e cuja liderança dinâmica tem sido usada
para catalisar a igreja inteira em ação para o crescimento. Os estudiosos de crescimento de
igreja primitiva rapidamente reconheceram o papel crítico que pastor desempenha no
crescimento. Eles corretamente observarão que a história do crescimento mudava quando o
pastor mudava. Uma igreja poderia estar crescendo, um novo pastor chegaria, e o

27
Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

crescimento pararia - ou vice-versa. A liderança do pastor e sua habilidade de ver as


possibilidades de crescimento e, a partir de então criar a visão para mover em direção ao
futuro, é absolutamente crítica para que o crescimento ocorra. A questão-chave é a criação
de uma mentalidade de missão ou cultura de evangelismo. Isso requer uma liderança
pastoral forte para ocorrer.

2 - Membros leigos bem mobilizados que descobriram, desenvolveram, e estão


usando todos os seus dons espirituais para o crescimento. Este componente principal nós já
havíamos comentado no capítulo anterior. O pastor não pode trabalhar sozinho. Ele ou ela
deve ser capaz de mobilizar leigos atrás da visão e capacitar o povo de Deus para utilizar
todos os dons espirituais que Ele colocou na igreja.

3 - Uma igreja suficientemente capaz de prover uma variedade de serviços que


atenda as necessidades e expectativas de seus membros. Os estudiosos de crescimento de
igreja não quiseram dizer que somente mega-igrejas poderiam ser adequadas nessas áreas.
De fato, durante os anos 70, quando esses componentes foram descobertos, as mega-igrejas
quase não existiam. McGravan simplesmente reconheceu que a igreja precisa ser grande
suficiente para realizar o que Deus chamou para ela fazer. Pode ser uma igreja de 50
membros ou bem como uma de 1.000 membros.

4 - Um equilíbrio estrutural apropriado de relacionamento dinâmico entre


celebração, congregação e pequenos grupos. A “Celebração” utilizada por estes estudiosos
de crescimento da igreja primitiva não era sobre a celebração da igreja como esta
desenvolvida no adventismo. Eles usaram a palavra celebração para mostrar como os
membros de uma igreja deveriam sentir que eles faziam parte de algo maior. Os adventistas
geralmente alcançam esse tipo de celebração nas Campais ou na Conferência Geral.
Algumas igrejas maiores também podem dar esta impressão para seus membros. A
“Congregação” refere-se a um grupo de mais ou menos 50 pessoas onde cada membro se
torna conhecido na igreja. O membro pode até saber o nome deles, mas ainda não formou
um relacionamento profundo com estas pessoas. As “Células” (PGs) são uma referência a
um grupo pequeno e íntimo de 10 a 12 pessoas, onde os membros se reúnem e
compartilham suas vidas em Cristo e constroem relacionamentos profundos. Para ser
saudável, uma igreja precisa prover esses três elementos. Os adventistas têm feito bom
trabalho em relação à celebração e a congregação. Nossa área mais fraca é em relação às
células ou pequenos grupos. Como resultado, muitos adventistas são pouco ligados com a
sua igreja e não têm um relacionamento sólido com o corpo da igreja.

5 - Uma membresia tirada basicamente de uma unidade homogênea. Esse


componente se tornou o princípio mais controverso na teoria de crescimento de igreja.
Mcgravan foi descritivo aqui e não prescritivo. Seus estudos revelaram que as maiorias das
congregações acabavam alcançado pessoas apenas pessoas que eram como eles. Como
resultado, grandes segmentos da colheita estavam sem ser ceifados. Por isto, era tão
necessário plantar novas igrejas homogêneas nestes grupos de pessoas inalcançadas.

6 - O uso de métodos evangelísticos que funcionem e focalizem-se em fazer


discípulos. A preocupação de McGravan era se aquelas igrejas tinham a tendência de
continuar fazendo a mesma coisa ano após ano, mesmo que os resultados não fossem bons.

28
Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Para ele, fazia sentido que uma igreja avaliasse o que estava fazendo no pano de fundo da
grande comissão. Os métodos eram bem-sucedidos? Igrejas não deveriam usar as
ferramentas evangelísticas somente porque sempre foram utilizadas daquela maneira.

É do conhecimento de todos que uma igreja adventista pode realizar uma série
evangelística com pouco ou nenhum resultado e facilmente concluir que esta metodologia
não mais funciona. Mesmo assim, como foi visto no capítulo anterior, a metodologia
claramente funciona em centenas de nossas igrejas. Então qual é o problema? Pode ter sido
que a igreja tenha conduzido as séries como um evento ao invés de uma parte do processo
evangelístico, ou talvez elas estejam realizando séries em lugar de estabelecer uma cultura
de evangelismo na igreja. Seria fácil concluir que elas deveriam parar de realizar séries
evangelísticas, convencidas que elas não funcionam mais, quando o problema não é a série
propriamente dita, mas sim a falta de uma abordagem holística para o evangelismo. É por
isso que uma clara e bem elaborada avaliação do que está acontecendo é tão importante. A
igreja não pode simplesmente olhar superficialmente para a metodologia apenas, mas
também examinar o porquê tal metodologia não está funcionando mais.

7 - Uma filosofia do ministério que tenha suas prioridades acomodadas na ordem bíblica.
De acordo com McGravan, a ordem bíblica ocorre quando a salvação do perdido é a
prioridade na igreja. Seja a grande comissão a maior preocupação da igreja – ou estaremos
seguindo filosofias religiosas ao invés do Salvador. Ao dar a ordem da grande comissão,
Jesus estabeleceu o ato de fazer discípulos como o carro-chefe da igreja. Se alguma igreja
coloca algo acima do fazer discípulos tem as suas prioridades baseada em uma ordem não-
bíblica.

Axiomas de Crescimento de Igreja

Além dos grandes componentes da teoria de crescimento de igreja, os primeiros


estudiosos de crescimento de igreja primitiva identificaram quatro axiomas que
encontraram ser verdade na busca do cumprimento da Grande Comissão nas igrejas locais.

1. O pastor deve querer que a igreja cresça e estar disposto a pagar o preço. Uma
vez mais, o crescimento de igreja parece estar sobre os ombros do pastor e o desejo dele ou
dela de pagar o preço para o crescimento. O preço inclui um trabalho árduo. Os pastores de
crescimento orientado trabalham constantemente por períodos mais longos de horas. Mas
não é apenas trabalhando por muitas horas, mas trabalhando inteligentemente. Estes
pastores motivaram todos os membros a cumprir com a grande comissão. Muitos pastores
não são fortemente motivados para ganhar mais almas. Eles têm tudo que podem fazer
somente para pastorear aqueles que já possuem. Então, começa com o custo que o pastor
esteja disposto a assumir para ter membros que ele não tem condições de pastorear. O
pastor deve estar disposto, portanto, a treinar anciãos e outros membros para fazer o
trabalho de cuidado pastoral.

2. Os membros devem querer que a igreja cresça e estar dispostos a pagar o preço.
Não apenas o pastor deve se comprometer com o crescimento, mas do mesmo modo a
congregação. Nos já vimos esse axioma nos capítulos anteriores. Algumas vezes pastores
estão dispostos a pagar o preço para o crescimento, mas os membros não estão. O preço

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

que os membros devem pagar é que eles talvez não mais conheçam todos os membros na
igreja, além disso, talvez percam alguns de seus cargos. Então há o problema de
superlotação e a necessidade de plantar uma nova igreja ou construir uma maior. Estão os
membros dispostos a pagar o preço do crescimento?

Em uma igreja que cuidei muitos anos atrás, nós estávamos crescendo rapidamente,
com cerca de 100 batismos por ano. Um dos meus anciãos veio até mim para expressar sua
preocupação. Ele disse: “Pastor, nós temos um problema em nossa igreja.” É claro que eu
estava ansioso para saber sobre o problema. Ele foi explicando dizendo que tínhamos
muitos novos membros! Isto parece ser chocante, mas isto é tudo o que a igreja é, mas eu
precisava ouví-lo falar. No passado, ele conhecia todos na igreja, agora haviam muitas
pessoas no Sábado na igreja que ele não conhecia. Além do mais, ele estava preocupado
que os membros antigos poderiam perder o controle da igreja. Estas são preocupações
legítimas que tem que ser cuidadas. Felizmente, fui capaz de ajudá-lo a ver que esta era
uma coisa positiva, mas muitas vezes os líderes da igreja não estão dispostos a pagar o
preço, e eles sabotarão o crescimento.

3. A igreja deve concordar que a meta do evangelismo é fazer discípulos. McGravan


definiu discípulo como o “passo inicial de trazer a Cristo”. Assim, este axioma foi feito
para transmitir que o evangelismo deveria tirar a nota máxima em trazer pessoas para
Cristo e não em desenvolvê-las em cristãos maduros. Enquanto eu concordaria com a
intenção de McGravan, não gostaria de limitar o discipulado simplesmente a vinda inicial
para Cristo. Nossa meta não é apenas trazer pessoas para a porta da igreja, mas ajudá-las a
se tornar discípulos de Jesus completamente devotados, prontos para encontrá-lo quando
ele vier.

4. A igreja não deve sofrer de doenças terminais. Obviamente, igrejas afetadas com
doenças terminais são incapazes de cumprir a Grande Comissão.

Doenças Terminais

McGavran definiu 8 enfermidades que afetam a igreja que ele considerou terminal.
Ele então lhes deu nomes que soavam como doenças. Na opinião do autor, algumas destas
não são tão sem esperanças como outras. No entanto, é verdade que se elas não são
tratadas, resultarão no falecimento da igreja.

1. Ethnikitis, ou doença da cidade-fantasma

Este termo com nome de doença é um problema em todos os tipos de igreja.


Também têm atingido muitas igrejas adventistas. Tome, por exemplo, a Primeira Igreja
Adventista no centro de uma metrópole. Por muitos anos ela tem levantado a bandeira da
igreja naquela área. Foi a igreja responsável para atribuições pastorais. Ser o pastor ali
significava ter prestígio. No entanto, nos últimos anos esta igreja está em declínio. Todas
as tentativas de reverter esta situação têm fracassado.

Aqui está o problema. Quando a primeira igreja iniciou, a vizinhança ao redor dela
era primariamente composta por pessoas brancas de classe média. Agora, 50 anos depois, a
vizinhança é grandemente composta por hispânicos de classe baixa. Enquanto os

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

hispânicos se mudaram para esta região, os brancos aos poucos foram para o subúrbio.
Novas igrejas foram implantadas lá e a membresia da primeira igreja começou a declinar.
Devido a lealdade, uns poucos membros continuaram indo para a primeira igreja cada
sábado, mas então rapidamente retornavam para suas casas no subúrbio pelo o resto da
semana. Eles não demonstravam nenhum interesse na comunidade ao redor da igreja.
Quando os membros tentavam trazer seus amigos do subúrbio para a igreja, estes
mencionavam que a igreja era muito longe. Preferiam uma igreja mais próxima de casa.
Quando os filhos destes membros cresceram, não tinham lealdade para com a primeira
igreja, então começaram a frequentar as igrejas do subúrbio.

O resultado deste cenário é uma igreja povoada por uma classe de pessoas, e
cercada por outro tipo de pessoas – e os dois grupos nunca interagem. A menos que a
primeira igreja encontre uma forma de ministrar para a comunidade hispana que está ao
redor, com a ideia de transferir a igreja para eles, então no fim das contas, ou a primeira
igreja venderá o prédio e se mudará para o subúrbio, ou finalmente concluirá que seu
ministério acabou e fechará as portas. Não há esperança de reviver uma igreja como esta,
sem estas mudanças. Por esta razão a Ethnikitis é uma doença séria, terminal, afetando
primariamente igrejas urbanas. Todas as igrejas irão eventualmente morrer, a menos que
transfiram sua igreja para os novos grupos étnicos.

2. Idade avançada

Enquanto Ethnikitis é uma doença que afeta primariamente igrejas urbanas, idade
avançada é uma doença semelhante que atinge as igrejas rurais. Muitas igrejas adventistas
se iniciaram na América rural. Na verdade, o Adventismo na América do Norte tem sido
primariamente um movimento rural. Muitas cidadezinhas e comunidades tinham uma
Igreja Adventista. Todavia, a migração para as cidades tem escoado muitos dos membros
destas igrejas. Não é apenas a igreja rural da América que está morrendo, as próprias
cidadezinhas estão morrendo. Algumas vezes o único edifício que resta na cidade é o da
igreja. Muitas destas igrejas continuam debatendo-se ano após ano. O número de
adoradores pode ser facilmente contado nos dedos da mão. Os membros são velhos, e é
óbvio que a morte está bem próxima para estas igrejas.

Já que as pessoas estão migrando para fora dessas cidades, e poucas estão indo
morar lá, a perspectiva de novos membros está rapidamente diminuindo. Não demorará
muito tempo e elas fecharão as portas. Há esperança para tais igrejas? Eu desejaria que
houvesse, mas McGravan identificou isto como uma doença terminal, e os últimos 40 anos
demonstraram que ele está correto. A menos que novas pessoas comecem a mudar-se para
essa comunidade, tal igreja não poderá crescer, e consequentemente morrerá.

3. Pessoas cegas

Esta doença é mais fácil de ser corrigida do que as duas enfermidades anteriores. É
o fracasso da igreja em observar as muitas diferenças culturais das pessoas que
circunvizinham a igreja. Elas supõem que quase todos da comunidade são semelhantes a
eles e que se alcançarem estas pessoas, estarão alcançando a comunidade. No entanto,

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

nenhuma comunidade americana no século XXI é monolítica. Existem numerosos grupos


de pessoas, até mesmo em um mesmo espaço cultural ou étnico.

Quando uma igreja fracassa em alcançar outros grupos em sua área e não faz
nenhum tipo de provisão para expandir além do grupo homogêneo que existe na igreja, o
autor afirma que a igreja irá finalmente morrer. Igrejas vivem e morrem em uma unidade
homogênea. Para que cresça, ela deve continuamente alcançar novos grupos homogêneos
de pessoas. Então essa enfermidade tem um remédio. A igreja pode se tornar ciente dessas
diferentes pessoas na sua comunidade e alcançá-las com metodologias que conectem com
estes novos grupos.

Alcançar novos grupos culturais pode causar severos problemas à igreja, se os


membros insistirem que sua expressão cultural de fé é a única forma de fazer as coisas.
Alcançar novos grupos significa dividir expressões culturais diferentes, especialmente na
área da adoração. Se uma igreja não puder fazer isso, ela morrerá.

4. Hiper cooperativismo

Esta é uma enfermidade que atinge mais comumente as igrejas não-adventistas do


que as adventistas, mas ainda assim pode ocorrer, então devemos dar uma olhada.
McGravan observou que algumas igrejas somente faziam evangelismo quando havia um
evento evangelístico em conjunto, no qual todas as denominações participavam, e elas não
cresciam. A igreja local tem que ser o centro no processo evangelístico.

Do mesmo modo, se o único encontro evangelístico que uma igreja se engaja é


aquele no qual todas as igrejas adventistas da cidade se unem para patrocinar, pouco
crescimento permanente ocorrerá na igreja. Isto não significa que ela não deve se engajar
em grandes reuniões em nível de cidade, com todas as igrejas adventistas se unindo. O
ponto aqui é que este não deve ser o único evangelismo feito.

Pastoreei uma igreja na área urbana. A Associação convidou um evangelista muito


proeminente para realizar uma série evangelística em um dos grandes auditórios da cidade
que tinha capacidade para 3.000 pessoas sentadas. Todas as igrejas iriam participar, mas
nenhuma igreja era patrocinadora desse evento. Não havia nenhum interesse para que
alguma igreja se tornasse proprietária do evento. O resultado foi que na primeira noite
abertura, apenas 400 pessoas estavam presentes. A população adventista da cidade era de
2.000 pessoas. Então as reuniões minguaram para 200 cada noite em um auditório que
tinha capacidade para 3.000. Poucos resultados positivos ocorreram. Se as igrejas
participantes decidissem que evangelismo público não funcionava por causa de sua
experiência com aquela reunião, e assim sendo, esta fosse a única vez que eles fizessem
evangelismo, então aquelas igrejas eventualmente iriam morrer. No entanto, na minha
igreja, 6 meses depois nos fizemos uma reunião com apenas a minha igreja participando,
batizamos 50 pessoas.

Esta enfermidade foi eliminada facilmente. Cada igreja deve desenvolver sua
própria estratégia evangelística. Conquanto eles possam algumas vezes unir forças com
outras igrejas locais, irão regularmente conduzir as próprias reuniões locais. Somente então
a igreja pode crescer.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

5. Koinonites

Esta doença é uma palavra tirada do grego, koinonia, significando comunhão.


Quando esta doença aflige a igreja, o foco é apenas o relacionamento interno. Em certo
sentido, a igreja tem se tornado um clube social onde os membros desfrutam a companhia
um do outro, mas não há nenhum tipo de preocupação em alcançar novas pessoas e trazê-
las para Jesus. Esta doença é muito proeminente em muitas igrejas adventistas.

Aqueles que cresceram em uma cultura adventista supõem o conhecimento da


cultura. Eles fracassam ao perceber que novas pessoas, ao unirem-se à igreja rapidamente,
descobrem que entrarão em uma cultura estrangeira. Se estes membros que já estão na
igreja não estenderem a mão para ajudar estas novas pessoas a se adaptarem às mudanças
culturais, elas rapidamente irão migrar pela porta dos fundos. Uma igreja que tem
problemas de assimilação de novos membros pode ser atingida por essa doença séria.

Os encontros evangelísticos em uma igreja acabaram em sábado à noite com um


batismo espetacular de mais de 30 novas almas para a igreja local. Por 5 semanas os
membros vinham noite após noite, dando apoio aos encontros. Eles se alegraram com essas
preciosas almas que aceitaram a mensagem, mas estavam exaustos e prontos para voltar a
sua vida normal. Então, no sábado seguinte, quando as novas pessoas vieram à igreja,
parecia bem diferente. Não houve nenhuma recepção no estacionamento. Quando os novos
membros entraram na sala de recepção, um recepcionista rapidamente deu-lhes um
boletim. Eles lutaram para encontrar uma classe de escola sabatina adequada. Eles estavam
acostumados com uma lição vibrante, música e sermões inspiradores na igreja. Mas, neste
sábado um homem levantou-se e leu um artigo, este foi o sermão! O que aconteceu? Eles
imaginaram que estavam na igreja errada, então não retornaram mais.

Seria fácil concluir que este problema se desenvolveu porque o evangelista não
ensinou suficientemente os membros da igreja. Ou poderia ter acontecido que os membros
falharam em alcançar e abraçar os novos na fé, trazendo-os para dentro da igreja ao ajudá-
los com ajuste para cultura da igreja local? Constantemente nós “os mergulhamos e os
deixamos”. Uma vez que estão batizados, os novos membros devem se virar por eles
próprios. Infelizmente, poucos sobrevivem.

Esta doença, enquanto problemática, tem solução e remédio. A igreja precisa se


mover para fora da zona de conforto, abraçar as novas pessoas, e ajudá-las a se sentirem
em casa. Esta igreja precisa ajudar os iniciantes a sentirem a maravilhosa koinonia que
existe no templo. Apenas se pudermos assimilar os novos conversos, a congregação poderá
verdadeiramente ser uma igreja que cresce.

6. Estrangulamento Sociológico

Isso soa como uma doença muito séria, e é. Ela reconhece que a capacidade da
igreja para crescer é limitada pelo espaço disponível para novas pessoas. Sempre que uma
igreja chega a 80% da sua capacidade de assentos, o seu espaço de estacionamento, ou as
suas instalações da Escola Sabatina, parará de crescer.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Eu era pastor de uma grande igreja com 500 membros no rol de membros. Nos 10
anos anteriores antes de minha chegada, a membresia oscilou entre 500-525. O santuário
tinha capacidade para 325 pessoas, mas a frequência no sábado era somente de 280. Eu
reconheci que eles estavam no fator de 80% e isto estava impedindo o seu crescimento.
Espaço disponível por si só não garante crescimento, mas a falta de espaço definitivamente
impede o crescimento. Simplesmente não há lugar para colocar novas pessoas. Os norte-
americanos gostam de ter espaço. Basta olhar em qualquer área de espera de aeroporto. Há
uma abundância de lugares disponíveis, mas as pessoas ficarão em pé ao invés de sentar-se
perto de um estranho.

Reconhecendo o problema, eu o trouxe para a comissão da igreja e ofereci três


soluções. Eles poderiam plantar uma nova igreja, construir uma nova igreja, ou fazer dois
cultos. A diretoria respondeu com uma quarta sugestão: nenhuma das opções acima. No
meu entusiasmo jovem, declarei que esta não era uma opção e pressionei-os para fazer dois
cultos. Em retrospecto, eu deveria ter permitido algum tempo para que eles pudessem
pensar sobre isto e se acostumar com a ideia, pois, durante os cinco anos que pastoreei
naquela local, eles ressentiram-se com o segundo culto. No entanto, você não pode discutir
com o sucesso. Muito rapidamente o nosso atendimento subiu até que tivéssemos
alcançado entre 450 e 500 presentes, onde estacionamos, porque, mais uma vez, o segundo
culto estava lotado. Quando saí da congregação, eles plantaram uma nova igreja com 50
pessoas indo para o novo local. Eles então sugeriram não mais necessitavam de um
segundo culto, mesmo apesar de ter uma frequência de 400 e um santuário com a
capacidade para 325 que estava lotado. Logo a frequência diminuiu novamente para 280, e
por vezes, desceu até 150. O fator de 80% é real.

Quando cheguei à minha próxima igreja, descobri que ela tinha uma capacidade
para 500, mas novamente, uma frequência de 280. Desta vez o espaço do santuário não
estava dificultando o crescimento, e sim, a área da escola sabatina para as crianças. A igreja
decidiu construir um anexo ao prédio para acomodar a situação. Para fazê-lo, tinham de
utilizar parte do estacionamento para o novo edifício. Em antecipação, adicionamos
primeiramente um estacionamento extra para substituir o que estávamos prestes a perder.
Surpreendentemente, o nosso frequência aumentou em 50 pessoas a cada sábado com
estacionamento adicional. Quando quebramos o solo para a nova adição e perdemos a
espaço de estacionamento, a frequência destas 50 pessoas caiu. É incrível quão exato é o
fator 80% nas igrejas adventistas. Nas igrejas de periferias a questão do estacionamento
não importa, porque não há expectativa de haver espaço com estacionamento para todos.
Além disso, alguns grupos étnicos irão tolerar sentarem-se juntos e mais próximos, então a
proporção pode subir para 90% da capacidade de assentos nessas igrejas.

Uma igreja, no entanto, não pode esperar até que atinja o fator de 80% antes de
fazer alguma coisa sobre o espaço disponível. Caso contrário, a curva de crescimento será
quebrada e a igreja vai perder o impulso. Uma vez que o ritmo de crescimento está
perdido, é muito difícil recuperá-lo. Portanto, uma igreja deve antecipar que em um ano
eles irão alcançar fator de 80% e fazer planos para fazer algo sobre isto enquanto abordam
a proporção máxima. Desta forma, podem manter seu crescimento movendo-se adiante. Há
três soluções para o fator 80%: construir uma nova igreja, plantar uma igreja, ou fazer

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

vários cultos. A escolha pertence à igreja, mas ela deve fazer uma destas escolhas ou
arriscará ser infiel à Grande Comissão.

7. Desenvolvimento Espiritual Preso

Esta é uma doença que afeta principalmente os novos adventistas. Há rápido


desenvolvimento espiritual ocorrendo com estas pessoas durante a maioria das reuniões
evangelísticas. No entanto, depois que são batizados, não há mais crescimento espiritual. É
como se já tivessem chegado e não houvesse outro nível para escalar. Esta doença atinge
muitas Igrejas Adventistas porque fracassam em prover suporte para o contínuo
desenvolvimento espiritual de suas novas pessoas. Uma vez batizada, supõem que cada
pessoa possa fazê-lo por conta própria. Este é um erro fatal. Se a igreja não ajuda as
pessoas a desenvolverem sua vida espiritual, em última análise, um grande segmento da
igreja será capturado pelo "Adventismo 101" (Adventismo básico) e fracassará em mover-
se para um compromisso espiritual mais profundo. Uma igreja sem compromisso espiritual
profundo é um Igreja rumo ao desastre. Portanto, esta é uma doença fatal.

8. Síndrome de São João

McGavran chamou esta doença de Síndrome de São João, em homenagem ao


Apóstolo João. No entanto, os adventistas conhecem melhor esta doença pelo termo
"Laodiceanismo". Ao passo que o “Desenvolvimento Espiritual Preso” é uma doença que
atinge principalmente os novos adventistas, o Laodiceanismo atinge membros antigos. Eles
são mornos. Deus os declara repugnantes aos Seus olhos. Esta doença, como sabemos, é
muito predominante na Igreja Adventista. Como Ellen White declara:

“A mensagem à igreja de Laodicéia, aplica-se especialmente ao povo de Deus hoje.


É uma mensagem para cristãos professos que tornaram-se tão parecidos com o mundo que
nenhuma diferença pode ser vista”.

Igrejas que são afligidas por esta doença estão cheias de pessoas que são
adventistas nominais ou culturais. Eles podem ter crescido adventistas e gostar da cultura e
do estilo de vida, mas não têm nenhum compromisso sério com o cumprimento da missão
de Cristo. Atravessam os movimentos da igreja, mas na experiência destes membros
laodiceanos falta uma vida espiritual vibrante.

Qual é o remédio para esta doença? O Espírito Santo. Só Ele pode trazer o
reavivamento necessário para renovar a igreja para encontrar suas amarras espirituais. A
presença de muitos cristãos novos também ajuda. Os novos adventistas estão geralmente
em chamas por Cristo. Se houver um número suficiente deles ao redor, os adventistas
antigos apanhados pelo laodiceanismo podem retomar o vento do poder do Espírito Santo.

Eu tinha 17 anos e tinha acabado de me associar a uma pequena Igreja Adventista


de 25 membros em uma cidade de 50.000 habitantes. A dez milhas de distância havia uma

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

cidade de 100.000 habitantes e não tínhamos nenhuma igreja ali. Eu estava animado com a
mensagem que havia acabado de aceitar, mas na igreja havia vários laodiceanos que,
evidentemente, ficaram perturbados com o meu entusiasmo. Eu nunca esquecerei um velho
santo querido que se aproximou e colocou os braços em volta de mim e disse: "Irmão, você
tem a experiência do primeiro amor. É só esperar e você vai perdê-la como o resto de
nós!". Se isso é o que acontece com novas pessoas, não é de se admirar que o
laodiceanismo é uma doença fatal para os adventistas.

Conclusão

As 8 doenças fatais foram apresentadas – e todas são predominantes na Igreja


Adventista do Sétimo dia norte-Americana moderna. Se a sua igreja foi atingida por uma
ou mais doenças que são curáveis, então faça alguma coisa a respeito disto. Nós não
podemos nos dar o luxo de ter igrejas persistentes no suporte da vida e recusando o
remédio que Deus oferece. McGravan mencionou que enquanto uma destas doenças
estiver afligindo a sua igreja, ela não crescerá.

Assim, parte do processo para lidar com criação a de uma igreja em crescimento é
remover os obstáculos do crescimento de modo que nada irá bloquear o seu progresso. Esta
é a essência do que o Desenvolvimento Natural da Igreja propôs. Remova os obstáculos e a
igreja crescerá por si mesma. Crie saúde, e a igreja crescerá. Esta é a razão pela qual o
Desenvolvimento de Igreja Natural é um retorno aos princípios enunciados por McGavran
nos primeiros dias do movimento de crescimento de igreja, antes que fosse sequestrado
pelo movimento das mega-igrejas. Este é o motivo pelo qual o Desenvolvimento Natural
da Igreja ressoa melhor com os adventistas do que ressoa com as informações vindas do
movimento destas mega-igrejas. Isto não significa que não podemos aprender alguma coisa
com elas, mas os princípios básicos do adventismo estão muito mais em harmonia com o
movimento de crescimento da igreja primitiva e o Desenvolvimento Natural da Igreja do
que com o movimento das mega-igrejas.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

O DESENVOLVIMENTO NATURAL DA IGREJA (DNI)

Um dos mais excitantes desenvolvimentos na igreja aconteceu nos últimos 10 anos,


os quais têm sido o conceito relatado sobre isso. Conhecendo o DNI, eu considero o livro
de CS (Christian Schwarz), ser um dos mais significantes na área de crescimento de igreja
nos últimos 25 anos. No capítulo 4, nós indicamos que o crescimento da igreja traz o
crescimento natural aos princípios da igreja primitiva. Estes princípios são mais
harmônicos com o pensamento adventista. Pois, esta pesquisa tem recebido muito cuidado
e amor no pensamento adventista.
Tenho referido o DNI em outros livros. No livro chamado “Waking the Dead”, eu
compartilho algumas pesquisas que nós descobrimos de muitas questões sobre a IASD na
América do norte. No livro “Creating Healthy Churces through Natural Church
Development”, compartilho o suporte da Bíblia e de Ellen White para cada um destes

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

princípios do DNI. Neste livro, desejo brevemente revisar as 8 qualidades e características,


e assim, noticiar alguns resultados e mostrar para a igreja sobre sua saúde através dos anos
A tese do DNI
O DNI opera com a premissa de que se a igreja está saudável, ela cresce
automaticamente. Mais que isso, se a igreja está saudável, estas podem procurar ter melhor
saúde e crescimento por elas mesmas. Este princípio é achado na natureza. Na natureza,
plantas e animais não crescem apenas porque querem crescer, se estes estão bem,
automaticamente haverá um crescimento. Um bom fruto vem através de uma boa raiz. Isso
é maravilhoso. Jesus usou muitas características da natureza para explicar e ensinar sobre o
reino de Deus (ler Mateus 6:28, 29).
Jesus não nos alertou para considerarmos a beleza dos lírios, mas como eles
crescem. Estes não trabalham sozinhos para crescer. Se estes estão saudáveis, crescerão
naturalmente. De novo, Jesus ilustra o crescimento do reino de Deus através do significado
destas passagens (ler Marcos 4:26-29).
Este princípio do DNI é achado através das Escrituras. Nós não compreendemos
como crescer, isto naturalmente ocorre. A semente é enterrada na terra, a chuva vem, o sol
a aquece e de repente a semente produz, isto é o crescimento da igreja. Nós plantamos a
semente e Deus a cuida para crescer. Como nós cultivamos o solo ao redor da planta, isto
vai amadurecendo de pouco a pouco até o período da colheita. Isso é um dos mais básicos
princípios do crescimento da igreja, e por esta razão, eu tomo estae capítulo completo
sobre este princípio.
Ellen White também afirma que Jesus usou do desenvolvimento natural da natureza
quando dialogou com as pessoas. No diálogo com os homens ele manifesta os mesmos
princípios que o mundo natural manifesta. A operação beneficente do desenvolvimento
natural não é seguida por um rápido crescimento. Deus trabalha regularmente, operando
para o crescimento. Satanás está constantemente procurando criar efeitos violenta e
rudemente. Mas Jesus acha acesso nas nossas mentes pelo caminho que é de mais próxima
associação. Ele coloca várias possibilidades para que estas violentas ações não ocorram, e
que o crescimento possa ser equilibrado (Ler Testemunhos para Ministros, p. 189-190).
Assim o princípio está na terra, como o DNI declara, a igreja deveria trabalhar para
sua saúde. Isto é como tornar-se saudável. Assim como nós estamos vendo, que este
conceito básico é apoiado por Ellen White.
A única saúde da igreja provê não só o conhecimento identificado por Schwarz, o
fato é que a organização providencia um instrumento único. Isso pode medir a saúde da
igreja nas 8 áreas. A igreja não é capaz de trabalhar se estiver fraca nestes pontos, ou se não
conhecem suas debilidades. Deve haver um bom diagnóstico do problema.
Aquilo sempre lhe dará uma boa prescrição. Antes que o DNI chegue, igrejas
poderiam somente pensar sobre os problemas que têm, ou até mesmo desejar fazer as
coisas corretamente, sem saber o que realmente é necessário. Agora nós estamos
conhecendo quais são os problemas. Podemos achar várias soluções que farão da igreja
capaz de crescer mais equilibradamente em qualidade. Qualidade sempre produz
quantidade.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

As 8 características de qualidade
Schwarz identifica 8 características de qualidade que deveriam estar presentes na
saúde da igreja. Estas características de qualidade são como 8 remédios naturais para a
saúde física dos ASD que frequentemente falam sobre isso. Agora nós temos estes
remédios para o crescimento da espiritualidade da igreja. A tese de Schwarz mostra que o
crescimento da igreja está impelido por estas características com uma pontuação muito
baixa. Assim, como a igreja trabalha em sua saúde, isto começará crescer. Schwarz
descobriu que quando os pontos da igreja são 15, está abaixo do normal num percentual de
50, isso sempre significa que há um processo de crescimento. Assim, a igreja necessitaria
de uma pontuação de 65 nas características para ter uma vitalidade boa e também saúde.
Poucas igrejas sempre terão sua pontuação talvez maior do que muitas características. De
fato, a sobrevivência da igreja deve vir através de uma pontuação maior em todas as igrejas
adventistas, e não poucas acima e as outras abaixo. Assim, todos nós estamos no caminho
do crescimento.
Habilitando a Liderança
A primeira qualidade da habilitação da liderança indica que a igreja utiliza sua
liderança para habilitar as pessoas. Os líderes não estão fazendo as coisas apenas para eles
mesmos, eles estão delegando e habilitando os membros da igreja a estar envolvidos nos
ministérios da igreja. Depois da habilitação vem o equipar. Assim, o líder habilitado estará
equipando os membros até que estes possam estar engajados no ministério que Cristo os
tem chamado.
Ministério baseado pelo Dom
A segunda característica de qualidade foca as pessoas no ministério. Não só tem
habilitado pela liderança, mas elas estão utilizando seus dons atualmente em cada área
específica. Não é suficiente conhecer o dom, cada um deve também ser motivado a usar
seu dom espiritual. Isso não é somente um ministério, mas é um ministério baseado pelos
dons espirituais.
Espiritualidade Apaixonada
Espiritualidade apaixonada produz cristãos contagiosos. Quando alguém tem um
relacionamento pessoal com Jesus, isso produz pessoas felizes, as quais desfrutam de um
relacionamento dinâmico com Ele. Eles alegremente mostrarão a alegria contagiante que
pertencem àqueles que seguem a Cristo. Seu cristianismo não é doentio, mas regozija-se
em todas as coisas, como Paulo sabiamente demonstrou na prisão de Filipos. A igreja se
completará de alegria. Cristianismo feliz é um cartão poderoso.
Estrutura efetiva
Estruturas efetivas ocorrem quando tabelas, comitês e estruturas da igreja são
produzidas para sustentar a missão da igreja. As igrejas com estruturas efetivas vinculam
todas organizações para cumprir sua missão. Elas não fazem as coisas que sempre têm
feito anteriormente, mas porque elas sabem que sua estrutura pode criar uma igreja capaz
de cumprir a missão.
Adoração Inspiradora

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Quem quer uma adoração desanimadora? Uma adoração inspiradora ocorre quando
o membro tem tido a experiência com Jesus durante a semana. Adoração inspiradora não é
sobre mudanças extravagantes na igreja. Adoração inspiradora é uma reflexão alegre do
interior dos adoradores, pois eles têm estado com Jesus toda a semana. Se a religião é
simplesmente uma vez por semana, então a adoração será monótona e estéril para o
Espírito de Deus. Mas quando os membros regozijam-se com uma adoração vibrante
durante a semana, não importando o estilo do serviço de adoração, este será inspirador.
Adoração inspiradora não é sobre um particular estilo de adoração. Ao invés disso, é sobre
uma autêntica adoração conectada com Deus.
Pequenos Grupos Holísticos
Pequenos grupos holísticos não se refere a uma igreja só tendo pequenos grupos.
Algumas igrejas têm estes grupos, mas eles não são holísticos. Um grupo holístico foca o
encontro das necessidades das pessoas, física, mental e espiritualmente. Esses grupos
tratam com o ser completo de cada membro, não somente na área cognitiva ou mental. Eles
estão localizados onde as pessoas podem falar sobre suas lutas pessoais numa atmosfera de
amor e confiança. Eles não estão lá para aparecer como uma roupa suja da vida, mas para
encontrarem pessoas que os confortem.
Evangelismo Orientado Pelas Necessidades
Evangelismo orientado pelas necessidades foca as necessidades das pessoas. Não
significa que eles devam vir à nossa verde relva, mas devemos procurá-los onde eles estão,
e quais são os seus pontos de necessidade. A citação clássica de Ellen White no Mistério da
Cura, diz que nós devemos examinar os batimentos cardíacos do Evangelismo Orientado
pelas Necessidades. Igrejas de qualidade são congregações evangelísticas. Elas são
apaixonadas em procurar o perdido e a prioridade da igreja é demonstrar nosso
compromisso.
Relacionamentos Amorosos
Esta é a última característica que coroa a grande joia do cristão. Jesus declara isso
definindo Seus discípulos. Relacionamentos amorosos não são uma opção da igreja. Isto
deve irradiar com amor e aceitação. Tão frequentemente a igreja tem sido rápida para
julgar e lenta para perdoar, e isto é uma oposição à mensagem de Jesus. Ele demonstrou e
ensinou que nós devemos perdoar e ser cuidadosos no julgar um ao outro. O mais alto
ganho da igreja no Relacionamento Amoroso é demonstrar o cristianismo da igreja no NT.
Os adventistas e as 8 características
Com uma visão geral das 8 características, indica-se que cada uma destas são
absolutamente essenciais para as igrejas que querem seriamente crescer. Nós não estamos
procurando pelo crescimento do perdido, mas nosso desejo do crescimento saudável que
produz pessoas que estão prontas para encontrar a Jesus em sua segunda vinda. Assim que,
se sua igreja deseja o crescimento, então considere os princípios do Desenvolvimento
Natural da Igreja (DNI) e comece sua jornada saudavelmente. Assim, esta maneira
experimentará melhor crescimento.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

O Instituto de Evangelismo da Divisão Norte Americana tem gravado os resultados


do DNI sobreviventes dos muitos anos da igreja na América do Norte. A partir desta
informação, tendências têm emergido. As duas características que as igrejas adventistas
estão mais focadas são o Evangelismo Orientado pelas Necessidades e a Espiritualidade
Apaixonada. A média destas duas áreas está muito próxima, e são duas áreas que a média
não passa de 50. Com certeza, muitas igrejas têm uma porcentagem maior de pontuação,
enquanto outras estão bem abaixo, mas nestas áreas estão altas.
As duas características que a igreja tem sua pior pontuação é na Adoração
Inspiradora e nos Pequenos Grupos Holísticos. Adoração Inspiradora está bem próxima à
média do total, abaixo da média dos Dons Baseados pelo Ministério, mas os Pequenos
Grupos Holísticos está consideravelmente bem abaixo. Em outras palavras, há uma grande
lacuna entre a pontuação da Adoração Inspiradora e dos Pequenos Grupos Holísticos. Estes
têm a média de somente 39, enquanto a Adoração Inspiradora e o Ministério Orientado
pelos Dons estão perto de alcançar 42. Em contraste, Espiritualidade Apaixonada e
Evangelismo Orientado pelas Necessidades estão na pontuação de 51, com algumas
frações de separação.
Crescimento e Saúde na Igreja Adventista
Igrejas Adventistas que têm boa saúde reportam um resultado bem maior no
crescimento anual do que aquelas que não têm. O DNI pede aos pastores para gravar nas
suas igrejas esta forma de sobrevivência. Isto significa que os resultados não estão
baseados na membresia, mas no atendimento do crescimento e na dependência de que cada
pastor reporta. Não há um caminho certo que pastores não estimam o atendimento
incorreto nesta direção. Estas variáveis dever ser conhecidas como um arquivo de análise.
Aqui estão os resultados. Nas igrejas adventistas a pontuação média do DNI é de 35
ou menos, e pastores tem reportado que a média do crescimento anual é de 9.34%. Isso é
uma pobre qualificação. Sobretudo, 20,5% das pontuação das igrejas adventistas está nesta
média.
A média de 73.4% das igrejas está caindo. Contudo, muitas igrejas têm pontuado
uma média de 65 numa escala, o que compromete somente 3,1% das Igrejas Adventistas, e
reportam uma média de 21,75% de crescimento.
Nós temos examinado os arquivos de algumas igrejas que têm feito duas das
características da DNI. Sobre estas igrejas, 65% têm atualmente aumentado seu percentual
para 9,6% na média, enquanto 35% das igrejas estão decrescendo. Obviamente, algumas
igrejas trabalham com sua saúde, enquanto outras somente querem sobreviver.
Neste exame, estas igrejas que tomam duas características, nós temos descoberto
que ambas estão crescendo. Por exemplo, no primeiro arquivo houve uma média de 137
adultos por igreja no atendimento. Qual é o maior marco que as igrejas reportam para seu
crescimento? Em adição, o atendimento anual cresce para as igrejas que crescem mais que
suas porcentagens.
Nós temos 31 igrejas que temos tomado como a terceira sobrevivência. Aqui, a
tendência começa a tornar-se mais noticiável. Nestes grupos de igrejas, 16,1% estão
declinando. Sua qualidade atualmente caiu por 10,1%, em média, enquanto o atendimento

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

também caiu para 10,3% e seus membros para 3%. Quando a qualidade cai, isso
definitivamente afeta o crescimento. No mesmo grupo, 22,6% das igrejas tomam a terceira
sobrevivência e consideram ser uma boa qualidade. Sua qualidade somente cai por meio
por cento.
Contudo, o crescimento mais espetacular foi visto em 61,5% dessas igrejas que
cresceram sua qualidade e não ficaram somente na sobrevivência. Sua média cresceu
13,1% em qualidade, enquanto, ao mesmo tempo, revelou 19,7% de visitantes e 15,2% de
crescimento nos membros. Uma vez de novo, esta informação é clara através do
relacionamento entre aperfeiçoar a qualidade e do crescimento da igreja. Algumas igrejas
já afirmam que seu crescimento foi por causa de terem uma boa saúde.
Enquanto o número atual pode ter algum exagero, a tendência total continua
silenciosamente. Igrejas que estão aperfeiçoando sua saúde crescem no número de
assistência na congregação. Isto deveria sugerir que o elemento-chave na criação do
crescimento de igreja deveria ser medido pela saúde da igreja no processo do DNI. Isto
permitirá a igreja trabalhar mais eficazmente. Se mais igrejas adventistas seguirem estes
métodos de saúde, elas crescerão muito.
O que queremos mostrar aqui não é somente o crescimento numérico, mas um
crescimento holístico. A vida da igreja deve se aperfeiçoar e, como consequência, seu
crescimento. Qualidade precede quantidade. O processo do DNI é uma excelente
ferramenta para ajudar a igreja atual a medir sua saúde e seu aperfeiçoamento da
qualidade. Quando isso existe, a igreja cresce naturalmente.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

ALCANÇANDO AMIGOS PARA JESUS

Nos capítulos anteriores exploramos a necessidade da igreja em praticar os


conceitos de Ellen White de saciar as necessidades sentidas. Somente em um ambiente
relacional temos o direito de nos dirigir a uma pessoa espiritualmente. A relação e o estilo
de evangelismo são especiais quando a igreja deseja seguir os conselhos de Ellen White.
Interessantemente, nas pesquisas que meus estudantes fizeram examinando as igrejas que
estão crescendo através de conversão, descobriram que muitas delas utilizaram o processo
de evangelismo por amizade como a chave principal deste processo.

A vida está diferente hoje de como ela foi antes de 1960. Nos anos 60 presenciaram
uma transformação na sociedade. Antes dos anos 60 a vida da família na América do Norte
era estável, com laços familiares fortes, e pouco se mudava de um local para outro. Poucas
pessoas saíam das cidades onde elas tinham nascido. Sentimentos relacionais eram
preenchidos pela família e pela comunidade.

Minha própria família é um exemplo de família que não se mudava. Por 300 anos
meus ancestrais viveram no nordeste de Massachusetts. Depois minha geração se mudou
de lá. Hoje, eu não conheço nem um de meus familiares que ainda moram lá. A
estabilidade de familiares morando no mesmo local desapareceu no século 21, na América
do Norte.

A década de 60 também testemunhou uma sociedade muito conflituosa. As pessoas


daquele tempo questionavam tudo – desde a falta de direitos civis até os costumes
fundamentais da sociedade. Mesmo na igreja, as diretrizes e os costumes da igreja foram
questionados por esta geração na década de 1960. Como resultado, o planeta mudou
muito, e nós agora vivemos em um mundo cultural diferente do que a sociedade antes
1960.

O que é uma nova sociedade cultural? Hoje, temos uma nova definição de família.
Em vez de uma família ser considerada como “pai, mãe, e filhos”; hoje ela pode ser: “mãe
e filhos”, “pai e filhos”, “mãe e mãe e filhos”, “pai e pai e filhos”, ou mesmo “avós e
filhos”. Até casamentos gays de casais que vivem juntos sem serem casados! Agora
vivemos em um mundo novo e estranho.

Antes dos anos 60, famílias geralmente ficavam juntas. O Divórcio era incomum.
Não quero dizer que o casamento era maravilhoso, mas o respeito pela instituição do

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

casamento impedia muitos divórcios. Hoje, as crianças são produtos de vários casamentos.
Muitas vezes, a custódia destas crianças exigem que elas sejam transferidas entre os pais,
às vezes sem considerar a saúde emocional da família. Como resultado, as crianças estão
amadurecendo sem um ambiente estável e isso traz consequências graves para o futuro da
sociedade.

O século XXI está emergindo como a sociedade urbanizada, em 1900 apenas 20%
dea América foi urbanizada, mas hoje o número é de quase 80%. Quanto mais próximas as
pessoas vivem juntas, menos elas se conhecem. Quando as pessoas viviam em
comunidades rurais, todos sabiam tudo a respeito de todos, mas em uma cidade, você tem
sorte se você sequer sabe o nome da pessoa do outro lado da parede. Assim, as pessoas têm
fome de relacionamento.

Acrescente a isto a mobilidade da nossa sofisticada sociedade do século XXI, e


logo perceba que a instabilidade se tornou a norma. Ninguém sequer se atreve a construir
relacionamentos profundos com as pessoas, por medo da perda quando se deslocarem
posteriormente. Consequentemente, muitas pessoas têm apenas relações superficiais. Às
vezes, se você conhece uma pessoa, ela rapidamente dirá que você é seu melhor amigo.
Esta falta de compromisso e a instabilidade de pessoas em relacionamentos criou um novo
tipo de sociedade – uma que desesperadamente necessidades de relacionamentos.

Necessidades relacionais que antes eram atendidas pela comunidade e pelos


parentes não estão mais sendo satisfeitas. Muitas pessoas não têm um apoio do grupo de
suporte, e eles estão sedentos de relacionamentos. Se alguma vez houve uma época, que a
igreja precisava entrar e preencher necessidades relacionais, é hoje. Antigamente não era
um assunto vital, mas no tempo presente a igreja é um dos únicos lugares existentes para as
pessoas se conectarem. As alternativas são o bar e os clubes noturnos – as imitações de
Satanás para a igreja. Agora é tempo de a igreja seguir os conselhos de Ellen White e
desenvolver um ministério de construir relacionamentos.

Um forma amigável de evangelismo sugere que a igreja deveria atender as


necessidades relacionais da pessoas; e essa é o primeiro passo para alcançá-las. Amizades
sólidas com pessoas não adventistas não é mais uma opção para os adventistas, mas sim
uma necessidade.

Evangelismo Oikos

A estratégia de evangelismo do Novo Testamento está em toda a história do início


da igreja. Houve alguns poucos grandes pregadores como Pedro e Paulo, mas o
crescimento fantástico da igreja primitiva foi através de testemunhos individuais dos
cristãos que falaram de Cristo para as pessoas que eles conheciam. Isso é chamado de
evangelismo “oikos”.

Oikos, uma palavra grega que quer dizer “casa/família”, é usada para descrever a
metodologia da igreja primitiva em levar a Cristo às pessoas que eles conheciam. E isso
não se referia somente àquelas da família deles, mas também as que eles tinham alguma

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

relação com cristãos existentes. Esse é o método mais comum para compartilhar a Cristo
que pode ser encontrado no Novo Testamento.

Vamos ver alguns exemplos de evangelismo Oikos no Novo Testamento. Em Atos


16, nós achamos a história de Paulo começando a igreja de Filipos. No Sábado, Paulo vai
para a margem do rio, onde ele conheceu Lídia e compartilhou as boas-novas de Jesus com
ela. Mas, Paulo não apenas batizou Lídia – batizou também toda a sua casa “oikos”. A
seguir, Paulo e Barnabé testemunharam a conversão miraculosa do carcereiro. Depois que
o carcereiro os convidou a para passar a noite na casa dele, na manhã seguinte Paulo
batizou não só o carcereiro, mas também o seu “oikos”.

Em Lucas 19, o médico conta a história da conversão de Zaqueu. Na mesma hora


que o coletor de impostos desceu da árvore, Jesus o informou que a salvação chegou no
“oikos” dele. Não somente Zaqueu foi convertido, mas a conversão entrou para o restante
do seu “oikos”. Se Zaqueu não tivesse vindo a Cristo, ele não teria sido uma testemunha
para sua família. Cada pessoa convertida traz com ela um “oikos” que agora pode ser
alcançado por causa de um novo convertido.

Outro exemplo poderoso é a história da cura de um endemoninhado. Aqui temos


um homem que ninguém conseguia dominar – um homem com a vida totalmente tomada
por demônios. No momento em que foi curado Jesus falou para ele retornar para seu oikos
para compartilhar as boas-novas que Ele havia feito. Se há alguém mais inapropriado para
pregar, era esse homem. Ele não havia pregado nenhum sermão dos lábios do Salvador,
mas ele foi comissionado para ir adiante no seu oikos.

Evangelismo do tipo oikos não é a única melhor maneira para alcançar pessoas
hoje, esta é a maneira que foi utilizada pela igreja primitiva. O que estamos fazendo talvez
seja algo diferente, mas esta é a maneira dada por Deus que tem como resultado o grande
crescimento da igreja primitiva. Isso ainda funciona hoje.

Eu estava sentado no meu escritório pastoral na igreja quando 2 estranhos entraram.


Eles tinham se convertido recentemente, se tornado adventistas e estavam preocupados
como as suas filhas, que moravam perto da igreja, poderiam ter um contato com a
mensagem adventista. Isto aconteceu no verão e a escola cristã de férias começaria em
breve. Eles gostariam de ver que seus netos fossem pelo menos convidados para participar
desta programação de verão. Eu concordei e disse que passaria os nomes para a líder do
departamento que os anotou e colocou em cima da geladeira e esqueceu do assunto.

Depois que a programação de férias havia terminado ela estava limpando a


geladeira e encontrou aquele nome. Ela se sentiu muito mal pelo que havia acontecido,
mas não ficou parada. Saiu e foi visitar aquela pessoa. Encontrou uma mulher bêbada
consumindo álcool. Seus filhos corriam desordenadamente por toda a vizinhança, enquanto
o filho de 17 anos estava morando em outra casa com a namorada.

Ao invés de se desencorajar com o que estava vendo a líder do departamento se


ofereceu para dar um curso bíblico para a ela. A filha concordou. Meses depois, a líder a

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

convidou para uma série de evangelismo, onde ela entregou o coração a Jesus e foi
batizada. Portanto, a história não acaba aí. Depois do seu batismo um vizinha veio visitá-la
e perguntou sobre sua mudança de vida e o que realmente tinha mudado. “Seus filhos eram
o terror da vizinhança, afirmou ela. Mas agora eles são diferentes. O que aconteceu?”.

Ela repartiu sua fé com a vizinha, que recebeu um curso bíblico, acabou se
batizando e finalmente o esposo dela se converteu também. As notícias se espalharam a
respeito das vidas transformadas e outros vizinhos foram batizados – e até mesmo o filho
dela que estava morando com a namorada foi batizado, e tudo isso aconteceu porque
alguém perdeu um convite para a escola cristã de férias! Isto é o oikos evangelista em seu
melhor.

Pesquisas apontam que 70% das pessoas que aceitam a mensagem da igreja assim o
fazem através de amigos ou familiares. Mesmo que a pesquisa mostre que está perto dos
60% os que foram convertidos para o adventismo. Esta, ainda é a maneira mais comum das
pessoas virem para Cristo e a Igreja. Isso é o que esta acontecendo, sem que a igreja tenha
que sair e procurar por pessoas que elas conhecem. O que aconteceria se fizéssemos isso
também de maneira bem ousada?

A Extensão da Congregação

Alguns anos atrás Win Arn sugeriu que o nome deste fenômeno fosse a “Extensão
da Congregação”. Ele descobriu que a igreja normal, regular, contém membros que se
relacionam com 6 a 9 não conversos. Descobri que fora dos centros Adventistas, este
número pode ser maior chegando a 10 ou 12 pessoas não convertidas que os membros
conhecem. Todos os amigos e familiares não conversos são chamados de Extensão da
Congregação. Esta pesquisa mostra que deste grupo saem a maior parte dos novos
convertidos da igreja. Já que sabemos quem são estas pessoas, faz muito sentido que
foquemos nosso ministério em alcançar este grupo de pessoas em nossa comunidade.

Se a igreja tivesse 100 membros, e cada um pudesse identificar 6 ou 8 amigos e


familiares não conversos, assim a extensão da congregação desta igreja seria de 600 a 800
pessoas. Então faria muito sentido focar a maior parte da atividade ministerial da igreja
com estas pessoas que já estão conectadas através de membros da igreja. Com este
conhecimento, a igreja então olharia para ela mesma como uma igreja de 700 a 900
pessoas e não como de 100 – adicionando assim os membros da extensão da congregação.
Claro que, não estamos sugerindo que eles sejam adicionados a lista dos membros da igreja
(ainda não, por agora!), mas somente em pensamento, planejando assim o ministério ao
redor desse novo conhecimento da congregação.

Imagine a igreja que está totalmente voltada para alcançar os amigos e familiares
de seu membros. Nesse tipo de igreja, os membros teriam identificado pessoalmente
muitas pessoas de suas famílias que ainda não conhecem a Jesus.

Tendo recebido toda esta informação, a igreja planejaria todas as atividades ao


redor das necessidades dos amigos e familiares ainda não conversos. Com eventos sendo

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

planejados em torno de amigos e familiares, os membros se sentirão bem convidando-os.


Sendo assim, todo evento da igreja é uma possibilidade de convidar a extensão da
congregação para participar deste evento.

Se a igreja está tendo um concerto musical, os membros convidariam não somente


outros adventistas, mas também membros da extensão da congregação (amigos e
familiares não conversos) para participar. Quando a igreja fizer um acampamento
convidarão todos os não conversos que gostam deste tipo de atividade. Se a igreja tiver um
evento social, eles também serão convidados. Não importa o tipo de evento, sempre os
teremos em nossas mentes durante o planejamento.

Em adição, pesquisas mostram que a pessoas da extensão da congregação,


frequentam uma grande parte das programações da igreja quando as mesmas são
satisfatórias para as necessidades deles. O que estamos querendo fazer é uma amizade
antes de repartimos a mensagem para ele. Uma vez que eles já se sentem parte de nós, já
com uma amizade, os ensinamentos e as mensagens será algo simples.

Imagine a alegria da igreja vendo os membros da extensão da congregação sendo


batizados e agora fazendo parte da igreja? Grande alegria invade toda a congregação e
aumenta ainda mais vendo que amigos e familiares estão se tornando parte da igreja de
Deus. Esta não é uma abordagem onde a igreja simplesmente convida seus amigos e
familiares – mas esta abordagem tem como fundamento planejar todas as atividades
pensando na extensão da congregação.

Imagine duas igrejas – uma que é consciente da extensão da congregação, e outra


está concentrada somente em seus membros. As duas jogam basquete no ginásio da igreja.
Uma tem uma regra que somente os membros podem participar dos jogos. A outra tem
uma regra que você só pode jogar se você trouxer um amigo ainda não convertido. Qual a
igreja esta focada nos membros da extensão da congregação? A resposta é óbvia.

A igreja não é um clube exclusivo apenas para membros. Alguém sugeriu que ela é
um barco de pesca e não um cruzeiro luxuoso. Barcos pesqueiros às vezes podem ser sujos.
Os peixes são pegos, jogados a bordo, no chão, onde seus estômagos são cortados, com um
cheiro que não é dos melhores. Em um cruzeiro luxuoso, o chão é impecável, e tudo muito
organizado. Se você trouxesse sua vara de pescar para um cruzeiro luxuoso e começasse a
pescar e jogasse um peixe no chão do navio, você seria repreendido antes que este peixe
caísse no chão. Eles não querem o chão todo sujo de peixe fresco. Que tipo de igreja você
frequenta? Eu espero que seja uma igreja do tipo barco de pesca e não um cruzeiro
luxuoso.

Quando a igreja pratica o método de evangelismo de Cristo, como mostra Ellen


White, ela será realmente um barco de pesca, os membros misturados com os não
conversos, fazendo amizade com eles, e ganhando o direito de repartir o evangelho. Igrejas
que focam na extensão da congregação regularmente encorajam seus membros para fazer
amizades com pessoas não convertidas.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Construindo este tipo de amizade consiste em fazer coisas juntas: comendo juntos,
jogando esportes juntos, etc. Se um membro da igreja descobre que um não converso gosta
de pescar, ele vai pescar com seu amigo, mesmo que ele não goste de pescar. Ele vai
porque o foco dele é construir uma grande amizade com esta pessoa. Talvez ajude se você
chamar um membro da igreja que goste de pescar para participar da pescaria. Assim o não
converso fará amizade com outra pessoa da igreja.

Assim deve ser feito em qualquer evento. Talvez jogar golfe ou ir ao shopping ou
algum outro evento que o não converso goste. Assim um membro da igreja irá com ele ou
ela. Claro que os membros não irão a lugares onde comprometerão sua fé, mas existem
atividades onde as famílias e indivíduos podem se divertir independente de seus status
religiosos. Participar de atividades deste tipo apenas abrem portas para repartir.

Finalmente, aparece uma necessidade na vida de um não converso. Talvez uma


indesejada doença, ou um acidente de carro os coloque em uma cama de hospital. Em
momentos de crise eles chamam um amigo, que terá uma excelente oportunidade de
ministrar durante um tempo de necessidade. Em tempos como estes pessoas são mais
abertas para receber verdades espirituais. Portanto, já existe uma ligação de amizade o
membro deve pedir permissão para repartir. Um exemplo, se a pessoa em crise reclama que
sua vida está vazia. O membro da igreja responde e compartilha aquela experiência onde
por uma vez, ela se sentiu da mesma maneira em sua vida, mas que cristo deu um
verdadeiro sentido em sua vida. Então, ela pergunta: “você gostaria que eu lhe contasse o
que aconteceu em minha vida e o que mudou?”. Com uma resposta positiva, o membro da
igreja começa a repartir sua fé trabalhando na apresentação que poderia finalmente
finalizar com o amigo entregando sua vida para Jesus.

Essa maneira de repartir é feita em um contexto de relacionamento. É um amigo


contando ao outro o precioso amigo que eles encontraram em Jesus. Isto nunca deve se
forçado, mas o convite tem que ser repartido no momento certo na vida da pessoa. Neste
momento, não se reparte doutrinas distintas da fé adventista. Isso pode acontecer depois.
Não conversos precisam conhecer a Jesus. Uma vez que já O conheceram, com certeza
vão querer frequentar a igreja com seus amigos, e terão tempo suficiente para aprender as
doutrinas.

Todo o nosso foco no evangelismo de amigos está em construir laços de amizades


com os não conversos. Esta união fica ainda mais forte se, no decorrer do percurso e antes
que a crise chegue, o membro já tenha convidado o amigo para muitas atividades da igreja.
Frequência a qualquer destes eventos pode conduzir o membro a repartir, mesmo sem uma
crise. Por isso, convidar pessoas para eventos e construir laços de amizade é a chave do
evangelismo da amizade.

Alguns pensaram que eles estavam fazendo evangelismo através da amizade


simplesmente por repartir sem dizer palavras aos seus amigos. Eles, sem intensão, tentam
compartilhar, mas simplesmente repartem usando a vida deles como testemunha. Isso não é
evangelismo através da amizade. Evangelismo da amizade é definitivamente uma

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

estratégia de construir laços de amizades com não conversos e convidá-los para os eventos
da igreja para ganharmos o direito de compartilhar Jesus no momento apropriado.

Uma precaução: amizade não é uma isca para agarrar nossos amigos para a religião.
Nós construímos relacionamentos com pessoas não conversas porque isso foi o que Jesus
fez. Como resultado destes relacionamentos, pessoas vêm a Cristo, mas se elas não O
aceitarem, nós não desfazemos a amizade. Tais amizades devem ser verdadeiras e não
simplesmente uma maneira de levá-las para dentro da igreja. Mas, quando cristãos
constroem laços de amizades, as pessoas realmente aceitam a Cristo e a igreja.

Igrejas que utilizam o método da amizade para se aproximar das pessoas até o
evangelismo, farão atividades constantes para que os membros da igreja possam convidar
seus amigos constantemente para este fim. O evangelismo através da amizade também terá
reuniões públicas constantemente onde os membros também poderão convidar seus amigos
e familiares. Em nossa pesquisa, igrejas que exclusivamente usaram o evangelismo através
da amizade, sem adicionar o evangelismo público, raramente tiveram sucesso. Assim como
em outros tipos de evangelismo, o evento de colher é que traz junto e cria uma grande
colheita.

Tipo de novos conversos que permanecem

Alguns anos atrás um pesquisa muito interessante, realizada por Flavil Yeakley,
mostrou a diferença entre pessoas que deixaram a igreja e aqueles que não se tornaram
membros, mas conheceram a mensagem. Ele estudou 240 pessoas em cada categoria e
desenvolveu o que chamou de categoria dos recém-convertidos que ficam. Esta pesquisa
não foi feita recentemente, mas mesmo assim é de grande valor, e o autor tem visto isso
acontecer com o passar dos anos.

Yeakley enunciou 7 pontos que descreve o recém convertidos que ficam.

1. Recém-convertidos têm muitas exposições com a igreja

A exposição seria o contato que esta pessoa tem com a igreja. Isto pode ser um amigo
da igreja que é mais chegado a eles, uma classe bíblica de férias, um estudo bíblico, uma
série evangelística, um seminário, etc. Quanto maior o contato que esta pessoa tem, maior
será a chance desta pessoa permanecer na igreja. Ele descobriu também que os convertidos
tiveram uma média de 8,6 contatos, enquanto os que saíram tiveram 2,2 contatos e os que
não se converteram tiveram menos de 2 contatos. Isso sugere fortemente o que falamos no
início deste livro. Evangelismo é um processo. Por isso, é muito importante obtermos
muitos contatos.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

A escala abaixo e na próxima página mostra o que tem sido usado para demostrar que o
evangelismo é um processo que se inicia antes da conversão e continua depois:

-8 Sabe que existe um ser supremo, mas não tem conhecimento algum sobre a mensagem

-7 Primeiro contato com a mensagem

-6 Sabe algum fundamento do evangelho

-5 Agarra alguma aplicação da mensagem

-4 Tem uma atitude positiva sobre a mensagem

-3 Reconhece que tem um problema

-2 O ato da decisão

-1 Fé em Deus e Arrependimento

UMA NOVA CRIATURA

+ 1 Teste pós-decisão

+ 2 Parte do corpo da igreja

+ 3 Conceito e crescimento

+ 4 Comunhão com Deus

+ 5 Mordomia

+ 6 Reprodução

+ 7 Internamente (os dons do espírito)

+ 8 Não internamente (testemunhar, ação social, etc.)

2 . Os novos convertidos vêm a sua conversão como não-manipuladora

Como os novos convertidos compreendem seu processo de conversão, é indicativo


se eles vão ficar na igreja ou sair. Yeakley sugeriu 3 pontos de vista pelos quais as igrejas
tentam transmitir o evangelho a pessoas novas. O primeiro é chamado o Modelo de
Informações de Transmissão. Este ponto de vista de oferecer o evangelho opera no
pressuposto de que este é primeiramente informativo. Se a informação correta é
transmitida, então as pessoas vão tomar uma decisão. Por exemplo, um membro da igreja
ouve uma exposição poderosamente clara sobre o Sábado do sétimo dia. Ele sai da reunião
e declara que, se o amigo apenas tivesse escutado aquela exposição, ele sabe que este
amigo teria aceitado a verdade porque esta foi muito esclarecedora.

No entanto, a maioria das pessoas não tem nenhum problema com a clareza do
sábado, o problema está mais com o que os amigos e familiares podem pensar, ou talvez
com o emprego. Assim, não importa quantas informações se dá, as decisões ainda não vão

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

ocorrer. A pesquisa descobriu que 75% das pessoas que se aproximaram desta maneira vão
dizer “Não”. Então, você precisa passar por um monte de pessoas para obter alguns
convertidos.

Como adventistas, temos tido a tendência de uso excessivo dessa abordagem.


Iremos até nos referir em aceitar a “mensagem” ou quanto tempo você esteve na
“verdade”. Nós adventistas temos muita informação, e isto é necessário no testemunho do
evangelho, mas o evangelho é compartilhado mais do que apenas informações. Então
precisamos explorar outros métodos do que uma mera abordagem cognitiva de
compartilhar com nossos amigos, na esperança de trazê-los para Cristo e para a igreja.

O segundo modelo de transmissão do evangelho é chamado de “Monólogo


Manipulativo”. Este ponto de vista vê o processo como um tanto manipulado. As táticas de
alta pressão de venda estão no coração deste método empregado para compartilhar o
evangelho. Uma vez trabalhei com um evangelista que utilizou esta abordagem. Lembro-
me de um dia sentado em uma casa com ele e ele disse ao casal que se eles não se
decidirem ser batizados naquele momento, estariam perdidos eternamente. Isso é pressão
alta e desnecessária por verdadeiros discípulos de Jesus. Jesus nunca colocou grande
pressão sobre ninguém.

Será que funciona? Pergunte a qualquer bom vendedor. É por isso que ele é
especializado em vendas, mas o evangelho não é para venda. Você não precisa usar alta
pressão para ganhar pessoas para Jesus. A pesquisa revelou, no entanto, que 81% das
pessoas que foram abordadas com forte pressão dizem “Sim”. É por isso que é tão tentador
usar este método. Ele obtém resultados. Todavia, a pesquisa também descobriu que um ano
mais tarde, 85% dos 81% que disseram “Sim”, já terão deixado a igreja. Portanto, esta
abordagem produz principalmente desistências.

A terceira abordagem é a amizade ou abordagem relacional, chamado de “Modelo


de Diálogo Não-Manipulativo”. Essa visão reconhece que não há duas pessoas que verão
as coisas exatamente da mesma maneira. Isso não significa que a pessoa não vai tentar
influenciar o outro, mas essa maneira de partilhar é sempre feita no contexto de um
relacionamento. Essa é a abordagem que sugerimos neste capítulo.

Os resultados da utilização deste modelo são espetaculares, 99% dos que se


aproximaram em um modelo de amizade acabarão dizendo “Sim”, e um ano depois, 96%
deles ainda estarão ativos. A evidência é tremenda de uma abordagem de amizade no
evangelismo. E mesmo quando usamos o estudo tradicional da Bíblia ou reunião pública,
tem de ser combinada com uma abordagem de amizade se for para produzir verdadeiros
discípulos de Jesus.

Outro dado interessante da pesquisa de Yeakley é que em igrejas com um


crescimento elevado, o pastor via o evangelismo como Diálogo Não-Manipulativo. Mas
quando o pastor via o evangelismo como Monólogo Manipulativo, o resultado era o
crescimento médio. E quando o pastor via o evangelismo como Informações de
Transmissão, o resultado era de baixo crescimento.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

A pesquisa ainda analisou a forma como os membros da igreja viam o evangelismo.


Quando eles viam o evangelismo como informações de transmissão, isso produziu não
conversos. Da mesma forma, quando vivenciavam o método Manipulativo Monólogo, isso
produziu desistências, mas quando viram o evangelismo como Diálogo Não-Manipulativo,
isso produziu convertidos.

Uma análise mais aprofundada olhou para a forma como a pessoa considerava o
seu persuasor. Os não conversos viram o persuasor como um professor, os desistentes
como um vendedor, mas os convertidos, por uma larga margem, viu a persuasor como um
amigo. Tudo isso sugere claramente que as igrejas que querem seriamente manter as
pessoas precisam estar empregando o modelo de diálogo Não-Manipulativo.

3 . Os novos convertidos que ficaram, recentemente experimentaram um alto grau de


mudança em sua situação de vida.

Quanto mais mudanças uma pessoa está experimentando na vida, mais aberta e
receptiva ela está para uma nova orientação de vida. Assim, a conversão é mais apta a
ocorrer como resultado de numerosas alterações. Claro que, mudanças na vida não vão
trazer conversão. Muitas pessoas convertidas que enfrentam mudanças acabam deixando a
igreja. Mudanças fornecem abertura para novas ideias que não existiam sem elas.

Há certos momentos do ciclo de vida, em que a mudança ocorre mais. O período


mais aberto e receptivo no ciclo do adulto é entre 18 e 30 anos de idade. Este é o período
em que uma pessoa se casa, tem filhos, experimenta mudanças de status financeiro,
consegue um emprego, etc. A maioria das pessoas se convertem durante estes anos. Quanto
mais velhos ficam, menos receptivos eles são para aceitar Jesus. Cada período seguinte é
menos aberto e receptivo.

O segundo mais aberto e receptivo período é entre 45 e 50 anos, quando os filhos


saem de casa ou quando ocorrer a crise da meia-idade. O terceiro período é quando se
aposenta, em torno dos 65 anos. Muitas vezes os aposentados mudam para uma nova área,
criando uma abertura. O período final é com a morte de um cônjuge. Novamente, isto não
significa que a conversão ocorrerá neste momento, mas isso é quando é mais provável de
ocorrer. De fato, quanto maior a quantidade de alteração, maior a probabilidade de que
uma nova orientação para a vida vai ocorrer.

Deixe-me ilustrar com a minha própria história de conversão. Fui criado como um
membro devoto da Igreja Batista (Batista Americana). Meu pai foi do tipo “nasceu batista,
vai morrer batista”. Logo no início da minha vida, já tinha decidido tornar-me um pastor.
Aos 13 anos, já estava ensinando as crianças mais jovens na Escola Dominical. Eu não
sabia nada sobre os adventistas do sétimo dia. A Igreja Adventista na minha cidade em
Massachusetts tinha 25 membros e estava do lado oposto de onde morava, então não tinha
contato.

Quando tinha 14 anos, já possuía o meu próprio itinerário para entregar jornal. Por
incrível que pareça, eu tinha três famílias adventistas na minha rota. E eles eram meus

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

piores clientes! Sexta-feira era noite de receber, e eles nunca pagavam e eu tinha que
receber deles em outro momento, e era frustrante. Eu não entendia suas convicções.

Era uma noite de sexta-feira, 09 de março: a neve e o gelo ainda estavam nas
estradas e ruas da cidade da Nova Inglaterra. Eu estava uma casa distante de um lar
adventista. O sol estava se pondo a oeste. Sabia que se eu quisesse ser pago naquela noite,
precisava me apressar para chegar ao lar adventista. Após a coleta, corri para o lar
adventista, mas acabei escorregando em um pedaço de gelo, cai e quebrei a perna em dois
lugares e tudo por causa desses adventistas loucos!

Naquele tempo, você era colocado na cama por três meses à espera da perna curar –
era muito frustrante para um adolescente ativo. Já que estava confinado à cama nas manhãs
de domingo, era incapaz de ir à igreja. Então fiz a próxima melhor coisa: liguei o rádio e
ouvi alguns programas religiosos. Um programa interessante começou com: “Servos de
Deus a Trombeta Tocai”. O orador, H.M.S. Richards, abriu a Bíblia e a trouxe a vida. Em
seguida, o programa ofereceu um curso bíblico. Pensei que isso seria uma maneira
excelente para me preparar para ser um pregador batista, então escrevi para a Voz da
Profecia e comecei a fazer o curso bíblico, sem perceber em que estava me metendo.

Quando chegou na lição sobre o sábado, comecei a ver a conexão com o povo na
minha rota de jornal, mas nesse momento eu já estava viciado. Escrevi para a Voz da
Profecia com muitas perguntas, e eles sempre tiraram tempo para responder biblicamente
as perguntas de um rapaz de 14 anos de idade. Mais tarde, naquele verão, o pastor
adventista veio me visitar, e eu comecei a frequentar a igreja sozinho.

No entanto, meu pai Batista não queria seu filho envolvido com esta religião
obscura. Então ele levou a família de Massachusetts para Flórida para longe dos
adventistas, sem perceber que havia mais adventistas na lá do que em Massachusetts.

Quando chegamos, eu havia convencido minha mãe um pouco sobre o sábado,


então ela começou a me acompanhar à igreja no sábado, mas meu pai era contra. Depois de
3 semanas frequentando a igreja, ele nos proibiu de ir. Já que apenas ele poderia dirigir,
assim terminou a nossa experiência de sábado na Flórida. Ele tentou desesperadamente
encontrar uma igreja batista onde nós ficaríamos felizes, mas em vão e sem sucesso. Todas
as igrejas batistas – eram dos Batistas do Sul e eles eram muito diferentes da igreja batista
americana que participamos em Massachusetts.

Depois de 6 meses e 3 mudanças na Flórida, mudamos de volta para Massachusetts,


na esperança de que iríamos nos se sentir em casa de volta na igreja batista. Tão logo que
chegamos descobrimos, que o pastor, a quem meu pai amava e respeitava, teve um caso
com alguém na igreja e foi demitido. Isso devastou meu pai e partir de então, ele nos
permitiu ir à Igreja Adventista a cada sábado. Nós já não frequentávamos a igreja batista,
mas a minha mãe, irmão, e eu assistíamos na pequena Igreja Adventista no sábado,
enquanto meu pai ia à biblioteca para encontrar munição que pudesse usar contra nós.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Devagar sua oposição foi diminuindo. Talvez o que ele estava lendo na biblioteca
foi lentamente levando-o para dentro da igreja. No primeiro sábado em janeiro de 1958,
meu pai saiu do banheiro, vestido com seu terno e anunciou que ele estava indo para
descobrir mais sobre os adventistas. Ele nunca perdeu outro sábado. Ele nasceu batista,
mas morreu um evangelista adventista.

Como minha história indica, muita mudança estava ocorrendo na minha vida de
jovem adolescente, além das habituais mudanças no corpo de um adolescente. Essa enorme
quantidade de mudanças nos fez, como família, que estivéssemos abertos para aceitar a
Igreja Adventista. Talvez se eu nunca tivesse quebrado a perna e fosse confinado à cama,
não teria escutado o programa da Voz da Profecia e não estaria escrevendo esse livro hoje.
Mudanças na vida é um fator muito forte na abertura das pessoas.

4 . Os novos convertidos que ficaram desenvolveram um relacionamento com os


membros da igreja antes da conversão

É incrível como muitos dos problemas de retenção de membros está em


desenvolver relacionamentos com as pessoas. A pesquisa indicou que conversos tinham
construído relacionamentos com membros da igreja, e não apenas depois de conversão,
mas também antes da conversão. As pessoas raramente se juntam a uma igreja onde eles
não conhecem as pessoas. Isto significa que a retenção de um membro começa com o
primeiro contato que uma pessoa tem com a igreja.

Não se pode esperar que uma pessoa tome a decisão de juntar-se à igreja. É preciso
começar a construir relacionamentos a partir do momento do primeiro contato. Isto
significa que mesmo em nossas reuniões públicas, tempo deve ser gasto para que os
relacionamentos aconteçam. Em minhas reuniões, nós utilizamos o sistema de hospedeiros
do banco, e nós temos um tempo após a reunião. Isso permite que as pessoas fiquem em
volta e se socializem depois de uma reunião e, assim, iniciem o processo de construção de
relacionamentos.

5. Novo convertidos tem amizades na igreja

Este ponto está intimamente relacionado com o ponto anterior. A diferença é que
não só as pessoas precisam de relacionamentos e amizades antes de entrar na igreja, eles
também precisam disso depois que se unir a ela. Na verdade, a pesquisa de Yeakley
revelou que os novos convertidos precisavam ter pelo menos 7 amigos na igreja durante os
primeiros 6 meses com os membros. Raramente, ou nunca, as pessoas que desenvolvem
este número de relacionamentos saem da igreja. Na verdade, a pesquisa chegou a sugerir
que este foi o fator mais forte para manter novos membros.

Como podemos desenvolver 7 amizades na igreja em 6 meses? Isso não vai


acontecer se a única exposição é o culto do sábado de manhã! Um amigo é definido como
alguém que tem contato além do sábado de manhã. Isso exige que o novo convertido
precisa estar envolvido em algum pequeno grupo. Pequenos grupos são a chave para a

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

retenção. Raramente, ou nunca, a igreja perde uma pessoa que se envolve em um pequeno
grupo.

No entanto, pequenos grupos continuam a ser difíceis de vender para muitas


congregações adventistas. Membros que já construíram bons relacionamentos na igreja não
vêem a necessidade. Meu apelo é para lembrar que novas pessoas precisam mais do que
estes antigos membros. No entanto, também acredito que antigos membros seriam mais
fortes se estivessem envolvidos em um pequeno grupo. Eu não quero ser redundante com o
que tenho escrito em outros livros, então eu gostaria de encaminhar o leitor para o meu
livro que explica a necessidade absoluta de um ministério de pequenos grupos. O
envolvimento em pequenos grupos não é opcional, é obrigatório para qualquer igreja que
está preocupada em manter novos membros.

6 . Os novos convertidos que ficaram se encaixam na igreja

Não só os novos convertidos que ficaram tiveram relações construídas na igreja,


mas a pesquisa do Yeakley também revelou que as pessoas da igreja foram semelhantes a
eles em idade e status socioeconômico. Alguém pode objetar que todas as pessoas são
iguais. Isso é verdade, mas pessoas ainda são mais aptas a participar de uma igreja, se as
que já estão lá são mais parecidas com elas mesmas.

Na pesquisa, Yeakley descobriu que quanto mais próximo em idade e status


socioeconômico a igreja era para a comunidade, mais rápido ela foi capaz de crescer. A
suposição é que quando as pessoas se uniram à igreja, eles se sentiram em casa. Unir-se a
uma igreja onde eles não se encaixam, provavelmente não irão permanecer por muito
tempo.

Quanto ao diferencial da idade, descobriu-se que as igrejas que crescem são as


igrejas com apenas 2,9 anos diferentes da média da comunidade. Igrejas estáveis tiveram
uma disparidade de 7,7 anos em relação à comunidade. E igrejas que estão declinando
tiveram um diferencial de 11,9 anos. Por isso, uma igreja de idosos não pode atrair os
jovens para ela. A diferença de idade é muito grande. Então, o que você pode fazer? Você
não pode mudar as idades dos seus membros. A única solução é esperar que alguém da
mesma idade em sua igreja, possa fazer amizade com o novo membro. Se a igreja não tem
ninguém que possa fazê-lo, o novo membro provavelmente não vai ficar. Na verdade, se há
uma outra Igreja Adventista perto, onde a pessoa se encaixaria melhor, seria melhor sugerir
que ela frequentasse lá. É claro que você está pensando: nós precisamos que a pessoas
jovens também. Lembre-se, não é que as suas necessidades que contam, mas é a retenção
da nova pessoa para o reino de Deus.

Uma segunda área apontada foi a diferença sócio-econômica. A escala sócio-


econômica tem 9 partes: classe baixa, baixa média, baixa alta, média baixa, média, média
alta, alta baixa, alta média e alta. A pesquisa apontou que as igrejas que crescem são meia
classe acima da comunidade. As pessoas querem sentir que estão subindo de classe social,

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

quando participam de uma igreja. Igrejas estáveis estão meia classe abaixo da comunidade,
enquanto que igrejas em declínio estão em média duas classes acima ou abaixo da
comunidade.

O que isso revela é que quando as pessoas que participam de uma igreja, gostam de
estar perto de pessoas que têm interesses semelhantes, fora da religião. Para unir e
construir relacionamentos, é essencial que a igreja seja capaz de se relacionar com todos os
grupos de pessoas. Mais uma vez, nós não podemos mudar quem somos, mas podemos
estar cientes da necessidade de ajudar as pessoas que se juntam a nós e são diferentes
nessas áreas. Se levarmos a sério sobre como manter os novos convertidos na igreja,
devemos estar cientes de que alguns precisam de atenção especial.

7. Recém-convertidos têm se integrado em um grupo, papel, ou tarefas.

O problema final que envolve a necessidade dos novos conversos é o de formar


amizades. Eles precisam estar envolvidos em algum grupo, ter algum papel ou tarefa na
igreja, e isso precisa acontecer nos primeiros 6 meses sendo membros. Você não deve
colocá-los como diáconos-chefe, mas certamente deve envolvê-los em alguma atividade.
Até que estas pessoas não contribuam parte do seu tempo para a igreja, esta igreja não
pertencerá a eles. Uma vez que eles se doarem, as coisas mudam. Eles não falam mais a
respeito da “sua igreja” - agora se torna “minha igreja”.

Como vimos na escala Engel mostrada no início deste capítulo, existem muitos
eventos acontecendo antes de uma pessoa se juntar à igreja, mas existem várias etapas que
ocorrem depois da conversão, se a pessoa realmente mudando para ser um amado discípulo
de Cristo Jesus. Gastamos muito dinheiro colocando pessoas dentro da igreja. Certamente
é válido fazer isto, desde que tenhamos a certeza de que eles desenvolveram uma relação
de amizade dentro da igreja e assim permaneçam na igreja.

Resumo

Neste capítulo mostrou todo o conceito de evangelismo da amizade como


ferramenta de plantio e cultivo. O leitor deve lembrar que isso sozinho não dará uma
grande colheita, isso tem que ser combinado com algum evento de colheita. Quando a
igreja planta, cultiva, a colheita acontece, a igreja floresce e cresce.

Todas as evidências sugerem a grande necessidade de desenvolver relacionamentos


com pessoas não só para trazê-las para Cristo, mas para mantê-las na igreja depois que elas
se uniram. No próximo capítulo, nós vamos explorar maneiras de ajudar visitantes a
sentirem-se mais em casa quando eles estão na igreja. Como membros comprometidos em
evangelizar amigos, o resultado será muitos visitantes nas nossas igrejas. Como nós
podemos fazê-los se sentirem confortáveis?

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

OS VISITANTES DA IGREJA

As igrejas que estão chegando à sua vizinhança com o envolvimento da


comunidade e o evangelismo da amizade, irão descobrir um fluxo constante de visitantes
que comparecem à igreja sábado após sábado. Aqui estão pessoas que não são estranhas à
igreja – elas realmente tiveram tempo para assistir a um dos nossos cultos de adoração. Às
vezes, são novos crentes que vieram nos avaliar, outras vezes, são novas pessoas que
acabaram de se mudar para a comunidade e estão visitando a Igreja Adventista local.

Às vezes, supomos que, em virtude de alguns que se mudaram para a área já serem
adventistas, que estes não precisam de atenção especial, como um novo convertido tem.
No entanto, a Igreja Adventista perde um monte de gente quando estes se deslocam para
uma nova comunidade. Eles não se adaptam à nova igreja. As pessoas não são as mesmas
da antiga igreja. Logo, eles podem em breve entrar em um estado inativo e, em seguida,
sair pela porta dos fundos. Cada Igreja Adventista deve estar atenta aos visitantes, sejam
eles adventistas ou não. Cada visitante deve ser calorosamente recebido e se sentir em
casa.

Como viajo muito, visito diferentes igrejas com frequência. Às vezes, parece que
estou visitando uma Igreja Adventista diferente quase toda semana. A maioria das igrejas

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

que frequento me reconhecem, porque estou indo lá para pregar, então eles me dão atenção
como visitante. Isso não conta. No entanto, quando visito uma igreja que eu não conheço,
tenho uma melhor percepção de como a igreja trata os visitantes. Deixe-me ilustrar duas
histórias verdadeiras que aconteceram comigo:

Eu tinha um compromisso em uma cidade grande em um domingo. Voei para lá na


sexta-feira para evitar a viagem de sábado e planejava assistir o culto em uma das igrejas
metropolitanas no sábado pela manhã. Meu avião estava atrasado e cheguei a apenas
alguns minutos antes do sábado, bem a tempo para chegar ao hotel perto do aeroporto.
Enquanto refletia em que igreja gostaria de ir na manhã seguinte, abri a lista telefônica e
verifiquei o rol de igrejas adventistas. Havia várias possibilidades. Decidi visitar uma que
muitos tinham me dito que havia se tornado uma congregação muito vibrante .

Como não tinha feito nenhum preparativo para o almoço, estava esperançoso de
que a igreja ofereceria uma refeição, onde eu poderia almoçar. Decidi ir mais cedo, de
modo que se não houvesse confraternização mencionada no boletim, ainda haveria tempo
para ir para outra igreja e tentar a minha sorte lá.

Quando cheguei a esta igreja vibrante, era evidente que isto ia ser uma experiência
emocionante. Mesmo chegando cedo, já havia muitas pessoas lá. A igreja tinha em torno de
300 assentos, e pelo tempo, já estava cheia. Enquanto caminhava para o hall de entrada,
Fui calorosamente recebido pela anfitriã e que cumprimentava a todos com um “sejam
bem-vindos”. Fui para o santuário e me sentei, abri o boletim, e fiquei aliviado ao
descobrir que eles tinham planejado uma confraternização para este sábado.

O serviço começou com uma adoração inovadora. Olhei ao redor e vi as pessoas


excitadas na congregação. Você pode ver a felicidade em Jesus em seus rostos. Esta, na
verdade, era uma congregação energizante, vibrante. O sermão foi excelente, a música era
viva. O povo cantou com todo o seu coração. Foi uma experiência feliz.

Mas, daí, o trabalho terminou. Apesar do boletim mencionar a refeição, nada foi
dito publicamente . Eu queria ir, mas desejava ser convidado pessoalmente. Ao visitar
igrejas, gosto de agir como se eu fosse um estranho que não entende o protocolo, para que
possa descobrir o que a igreja realmente é. No entanto, ninguém se aproximou de mim para
me convidar. Fiz o meu caminho para o hall de entrada, onde as pessoas felizes estavam
curtindo um ao outro em grupos diferentes. Assim, fiz o meu caminho entre os grupos e
ninguém parecia mesmo notar que eu estava ali.

Voltei para o santuário e sai em outra porta, onde outros grupos estavam
desfrutando da comunhão de cada um, mas a mesma indiferença também me foi
manifestada. Não desanimei, interrompi um deles e perguntei onde era o banheiro. Uma
pessoa se virou e apontou para o corredor, mas sequer disse uma única palavra. Claro,
ninguém fala com você no banheiro.

Quando saí do banheiro, o aroma da refeição encheu as minhas narinas, então fiz o
meu caminho pelo corredor e fiquei fora da sala de comunhão, bem na frente da porta. Eu

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

estava diretamente no caminho de qualquer um que quisesse entrar, na esperança de que


eles iriam me convidar para entrar. Pessoa após pessoa veio até a porta, disse: "Desculpe-
me", abriu a porta e entrou, mas ninguém falou comigo.

Finalmente, abri a porta e entrei, A sala estava quase cheia. As pessoas estavam
sentadas em torno de mesas redondas, obviamente desfrutando de companhia de cada um.
Fiquei lá por 5 minutos, na esperança de ser convidado a me sentar em uma daquelas
mesas, mas em vez disso fui totalmente ignorado. Finalmente, eu notei uma mesa onde
ninguém estava sentado, então fui até lá e me sentei sozinho. Como as pessoas
continuaram a chegar, a sala encheu. Finalmente, todos os assentos das outras mesas foram
tomados, e outro casal entrou, olhou ao redor, notou os lugares vazios na minha mesa,
aproximou-se e perguntou se os assentos estavam ocupados. Eu sorri e disse: “Não”,
esperando que eles se sentassem. Em vez disso, eles disseram “Obrigado” e pegaram as
cadeiras e as levaram para outra mesa .

Logo, nós fomos convidados para pegar a comida. Eu estava na fila, peguei a
comida, fiz meu caminho de volta para a minha mesa solitária e estava desfrutando de uma
boa refeição. Em seguida, outro casal se aproximou de mim e perguntou, de novo, se as
cadeiras estavam ocupadas. Eu esperava que fossem movê-las para outro lugar, mas eles se
sentaram. Quando começamos a conversar, descobri que eles também eram visitantes.

Você pode pensar que estou exagerando. Não estou! Isso realmente aconteceu
comigo em uma igreja que aparentemente parecia ser muito vibrante. No entanto, na
realidade, a vibração foi apenas superficial. Mesmo que tenha gostado do culto, nunca iria
visitar esta igreja novamente se voltasse àquela mesma área metropolitana. Eles certamente
não eram amigáveis com os visitantes. No entanto, se você perguntar aos membros, eles
iriam seguramente dizer que são extremamente simpáticos. E eles eram simpáticos: para si
mesmos! A igreja não pode ser o juiz de quão amigável ela é, só o visitante pode dizer se
isto é verdade.

Outra vez, o cenário era o mesmo. Apenas a cidade era diferente. Fui à procura de
uma igreja e decidi visitar uma pequena. No entanto, não fui capaz de localizá-la. Apesar
de ter sido listada nas Páginas Amarelas, não havia nenhum sinal ou qualquer indicação de
uma igreja naquela área. Mesmo depois de perguntar a população local, era incapaz de
encontrar alguém que ainda tinha ouvido falar da igreja. Talvez eles se reunissem em uma
casa ou um prédio alugado, não sei! Então, finalmente, encontrei uma outra igreja, uma
grande na cidade, e entrei, esperando a refeição do dia. Eu não iria me decepcionar, uma
confraternização foi claramente mencionada no boletim.

Quando chegou a hora de nos dividirmos em classes da Escola Sabatina,


ansiosamente permaneci sentado para ver o que iria acontecer. Rapidamente, alguém veio e
me convidou para sua classe. Tivemos uma vibrante e excitante discussão da lição. Após a
classe, rapidamente voltei para o meu banco isolado, onde podia ver o que estava
acontecendo. Assim que me sentei, várias pessoas da classe vieram e sentaram-se nas

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

proximidades e, novamente, me acolheram. Fiquei me perguntando se eles iriam anunciar a


refeição da confraternização e convidar os visitantes. Eles fizeram!

Claro que eu esperava um convite pessoal. Após o culto, fui para a parte de trás da
igreja. Fui convidado várias vezes para pegar a refeição nesta congregação de 300
membros. Tentei ir para fora da porta da frente para colocar a bíblia no carro antes de pegar
a comida, mas dificilmente me deixariam sair, mesmo prometendo voltar para o almoço.
Realmente me senti bem-vindo.

Finalmente cheguei ao salão da confraternização com todas as mesas redondas. Fui


calorosamente recebido. Continuei sentado em uma das mesas vazias. Estava lá apenas um
minuto, quando um homem de uma mesa próxima veio e sentou-se comigo. Ele, então,
passou todo o tempo comendo comigo e se familiarizando. Somente no final do encontro
que percebi que ele havia deixado sua família na outra mesa.

Qual igreja você acha que eu iria me juntar se tivesse que escolher entre as duas? A
primeira teve um culto mais vibrante, mas não importa o quão chato o sermão pode ser (e
não foi), eu ainda escolheria a segunda igreja por causa da simpatia e cordialidade da
congregação.

Foi isso tudo planejado? Eu não sei. No entanto, tendo trabalhado tantos anos com
as igrejas, sei que essas coisas não acontecem por acaso. Acredito que alguém estava no
comando na confraternização que atentou para os visitantes e foi sentar-se com eles. Essas
coisas não acontecem sem que alguém estivesse no comando. Simpatia ao visitante nunca
é acaso - é sempre planejado.

PORQUE VISITANTES RETORNAM A UMA IGREJA

Vários anos atrás, Robert Bast realizou uma pesquisa que indicou por que os
visitantes retornam à igreja. As razões foram dadas em ordem decrescente de importância,
mas a primeira foi muito clara. A cordialidade e simpatia das congregações são a razão
primária para que as pessoas voltem a uma determinada igreja. Portanto, uma igreja que é
séria no que tange a acompanhar os seus visitantes, vai ter certeza de que os planos são
feitos para dar uma atenção especial a eles. Às vezes, as igrejas pensam que porque elas
são simpáticas “pela frente”, que isto pode substituir o carinho verdadeiro nos corredores.
Não pode.

Os visitantes não querem ser “mais superiores”. Eles não anseiam a atenção do
público. Mas desejam desfrutar a atenção pessoal dos membros. É isto que constitui uma
igreja amigável. Recepcionistas oficiais não contam. Existem dois momentos no sábado
pela manhã, quando os visitantes tendem a se sentir estranhos. Esses momentos são quando
eles entram na igreja - e quando a parte formal do serviço é longa. O segundo momento é o
mais negligenciado. Isto é, quando os membros se reúnem em seus grupos, e os visitantes
serpenteiam seu caminho entre os grupos quando saem da igreja, para nunca mais voltar.

O primeiro problema é resolvido por bons recepcionistas estacionados em todas as


entradas da igreja. Como vou a muitas igrejas, é incrível notar como muitas não têm

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

recepcionistas. Em alguns lugares, entro e os boletins são apenas colocados em uma mesa
para que as pessoas peguem - não há contato humano. Eu devo ter assistido inúmeras
igrejas onde sequer recebi um aperto de mão, embora tenha participado tanto da Escola
Sabatina quanto no culto divino.

No entanto, a maioria das igrejas não dão uma saudação. O ideal, é claro, que os
recepcionistas sejam pessoas que tratem bem, que tenham um sorriso e um aperto de mão
firme. Às vezes, a primeira coisa que o recepcionista diz após a saudação é pedir para
assinar o livro de visitas. Aí vai uma pessoa sem-igreja, que, com medo, acaba de entrar
em uma igreja adventista pela primeira vez. E dentro de um minuto, o visitante é
convidado a assinar alguma coisa. Isto pode ser muito assustador. Queremos fazer o bem,
mas a assinatura de um livro de visitas não é muito amigável para um visitante. Está tudo
certo em obter o seu nome e endereço, mas isto é melhor se for feito um pouco mais tarde,
em vez de ser logo na entrada.

Sugiro que durante o período de anúncio, o pastor ou ancião pudesse falar aos
visitantes que os recepcionistas ou diáconos estarão no corredor com um pacote de
materiais sobre a igreja. Se é um visitante, eles devem se sentir livres para sair e pegar um
exemplar destes materiais também. Neste pacote pode ter um cartão de registro de
endereço que pode encorajá-los a preenchê-lo. Você pode não conseguir muitos nomes,
mas os visitantes estão mais aptos a retornar. É estranho, trabalhamos tão duro para
conseguir os nomes dos visitantes quando entram, mas poucas igrejas nunca fazem nada
com estes nomes. Assine seu nome em uma reunião evangelística, e vamos ser rápidos em
bater à sua porta, mas se assinar o nome em um livro de visitas da igreja, nada vai
acontecer. O visitante simplesmente não sabe que o livro de visitas raramente é consultado.

Idealmente, a medida que as pessoas entram, são calorosamente recebidas e pegam


um boletim. Então, alguém na recepção só de perceber que são visitantes se aproxima e os
cumprimenta, se oferece para mostrar-lhes onde é a Escola Sabatina das crianças, convida-
os à classe dos adultos e senta-se com eles na igreja. Este cenário não acontece. É apenas
uma previsão. As igrejas que crescem colocam essas pessoas como recepcionistas
voluntárias na entrada para receber os visitantes. Parece que simplesmente acontece, mas é
tudo planejado.

O outro momento que é muito difícil para os visitantes é no final do culto. Como as
pessoas se misturam com os seus amigos e se engajam em conversas animadas, o visitante
se sente fora do lugar, já que ninguém está falando com ele. Uma boa estratégia seria ter
vários recepcionistas (não oficiais), que vão para o hall de entrada durante a música de
encerramento (o número exato vai depender do tamanho da congregação). Seu trabalho
seria observar os visitantes e engajá-los na conversa. No entanto, eles também devem ser
instruídos a assistir aos membros e não engajar-se em conversas. O trabalho dessas pessoas
é o de ter a certeza de que ninguém sai da igreja sem se sentir que eles têm amigos na
igreja.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

A segunda razão mais importante para que os visitantes retornem é o caráter do


culto de adoração. Na minha primeira história, o serviço estava cheio de alegria e emoção.
A igreja foi bem neste teste, mas falhou no teste mais importante que era o da simpatia. O
que queremos dizer com o caráter do culto de adoração? É o serviço cheio de alegria? A
atmosfera não deve parecer como o de um funeral.

A graça deve ser não só ouvida no sermão, deve ser experimentada pelas pessoas
que a procuraram. Além disso, os participantes na adoração devem refletir a etnia, o
gênero, e as idades da congregação. Aqueles que frequentam devem rapidamente perceber
que esta igreja é um lugar onde eles estão incluídos. Se todos os participantes na
plataforma são homens brancos velhos, um sinal errado está sendo enviado para os demais
de outras raças ou etnias - apenas homens brancos e velhos não pode fazer nada por esta
igreja.

A terceira área de preocupação é que a igreja é vista como um lugar familiar. Isto é
especialmente verdade para os casais jovens, que estão à procura de uma igreja, onde não
só os seus filhos podem se envolver, mas onde existe um programa adulto dinâmico que se
adapta às suas necessidades. Há outra oferta além daquela entregue no sábado de manhã? A
igreja funciona apenas um dia pela manhã ou semanalmente – é um tipo de igreja que
trabalha só no sábado pela manhã, ou existem atividades regulares além deste horário?

O edifício da igreja e sua condição é outra área de preocupação. Primeiro de tudo, é


a igreja visível? Se as pessoas não conseguem encontrá-la, eles nunca vão visitá-la. Como
a igreja da minha segunda história, eu não fui capaz de encontrá-la, e será que conseguiria
achá-la mesmo no tempo da angústia! Assim, você deve ter certeza de que a sua igreja tem
um bom letreiro na frente. Veja se ela está listada nas Páginas Amarelas e se seu site é
atualizado. Certifique-se de que os sinais direcionais apropriados tenham sido instalados de
modo que, se a igreja não está em uma rua principal, possa ser facilmente encontrada.

A igreja é acessível? Você sabe como entrar no edifício? Será que as pessoas com
deficiência entram facilmente? Você ficaria surpreso com o quão difícil é entrar em
algumas igrejas. Eu estava falando em uma igreja em uma manhã de sábado. Quando
cheguei, vários carros estavam no estacionamento. Fiz o meu caminho para a porta da
frente, mas estava trancada. Conhecendo as pessoas estavam lá dentro, eu bati. Uma voz de
dentro disse para ir para o lado. Quando entrei, achei que eles tinham trancado a porta. Os
membros não sabia usar essa porta, mas eu era um visitante, e não havia indicações de fora
para nos avisar.

Uma igreja tinha duas entradas para o edifício. A entrada original na frente, onde o
principal salão era localizado e uma entrada de trás perto do estacionamento, que dá em um
hall de entrada menor. Membros iriam entrar pelos fundos, atravessar o pequeno hall de
entrada, ir ao ar livre e seguir para o saguão principal na frente. Havia também uma porta
neste pequeno salão, que sai na frente do santuário, mas era geralmente fechada, e os
membros não sabiam entrar por ali quando o começa, por isso, davam uma grande volta até
o saguão principal .

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Os visitantes, é claro, não sabem disso. Eles veriam as pessoas que entram pela
porta de trás e perceberiam que era o caminho a percorrer. No entanto, quando eles
entraram , não havia recepcionistas. Todos os membros conheciam o aviso de saudação no
saguão principal na frente, mas não havia sinais dizendo às pessoas para ir lá fora para
chegar ao saguão principal. Esta não é a maneira de receber os visitantes.

Qual é a condição da propriedade da igreja? Está em boa forma? Está sendo


preservada? Lembro-me de uma igreja que teve um grande buraco no tapete no meio do
corredor central. Quando os diáconos vieram até o altar, eles cuidadosamente caminharam
ao redor do buraco para não tropeçar. Quando perguntei quanto tempo o buraco estava ali,
descobri que já existia há três anos ou mais. Os membros simplesmente não vêem a
necessidade de substituir o tapete por algo que cubrisse definitivamente o corredor central!

Finalmente, a imagem da igreja na comunidade é um fator que se deve saber se os


visitantes estão participando dela. A igreja pode melhorar a sua imagem por meio de
atividades de serviço comunitário. Quando os membros e o pastor pertencem a vários
grupos da comunidade, eles constroem relacionamentos que resultam em pessoas da
comunidade que visitam a sua igreja.

ACOMPANHAMENTO DOS VISITANTES

Depois que o visitante sai, o que a igreja deve fazer? A maioria delas não fazem
nada e só esperam que o visitante volte. Igrejas que se preocupam com os visitantes
costumam visitar ou ligar para eles dentro de 48 horas. (Recomenda-se fortemente que esta
visita seja feita primeiro através de um breve contato por telefone e não pessoalmente).
Esta é apenas uma breve conversa para deixar o visitante saber que a igreja apreciou a sua
presença e perguntar se há alguma coisa mais que ela pode fazer para ajudá-lo. O objetivo
da visita é apenas para se familiarizar e incentivar o visitante a voltar uma segunda vez.
Não se deve tentar evangelizar nesta visita, se o visitante não é adventista .

Se o visitante retorna, uma segunda visita deve ser feita, de preferência por leigos
de idade similar. Um casal de idosos ir visitar uma família jovem não seria a jogada ideal,
já que na esperança de um relacionamento que pode se formar, mesmo nesta fase inicial do
seu envolvimento na igreja, isto não seria viável. Durante esta visita, o leigo deve
incentivar o recém-chegado a se envolver em algumas das atividades da igreja. Se eles
cantam, convidá-los a juntar-se ao coro. Se eles têm filhos, levá-los para os Desbravadores.
Se estão interessados em um pequeno grupo, sugerir um onde eles poderiam rapidamente
se envolver. O propósito aqui é buscar o companheirismo deles. Se eles não são
adventistas, pode-se, neste momento, sugerir estudos bíblicos. Mais uma vez, o objetivo é
confraternizá-los e mantê-los próximos .

Lembre-se de que as pessoas precisam de uma ligação relacional antes que elas
sintam que são parte de uma igreja. Isto é verdade se o povo ainda não é crente, ou se eles

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

são adventistas oriundos de transferência. Precisamos ir além da ideia de que a única coisa
importante em juntar-se a igreja é saber as doutrinas. A igreja primitiva do Novo
Testamento era poderosa, não apenas porque os seus membros tinham visto o Cristo
ressuscitado, mas também porque a Escritura declara que sua comunhão era profunda.
Diariamente, eles partiam o pão juntos, oravam juntos, estudavam a Bíblia juntos, e
cantavam juntos. A ênfase estava na comunhão .

Minha esposa e eu tínhamos acabado de nos mudar para Berrien Springs, Michigan,
para começar o nosso trabalho lá. Chegamos em 23 de dezembro. O Natal nesse ano foi em
uma sexta-feira. Fomos para a igreja no campus da Pioneer Memorial Church. Fomos
convidados a assinar um cartão de visitantes, e nós o fizemos. Sábado à tarde estávamos
sentados em nossa nova casa, com caixas em todos os lugares, quando bateram à porta.
Quando abrimos, encontramos um casal da igreja, vindo para nos receber para a
comunidade.

Enquanto conversávamos, descobri que eles não sabiam que éramos novos
professores chegando a Andrews. Pensaram que poderíamos ser alunos, mas eles nos
visitaram de qualquer maneira, porque isso era importante, mesmo que fosse um fim de
semana de Natal. Isso nos impressionou profundamente. Hoje somos membros da Igreja
Memorial Pioneer. Meu pensamento inicial em se mudar para Berrien Springs foi para
participar de uma pequena igreja, mas a simpatia manifestada para nós na chegada fez toda
a diferença.

Será que isso aconteceu? Não, obviamente, foi planejado. Lembre-se, simpatia e
cordialidade devem ser trabalhados. Isso nunca acontece por conta própria. Com um
planejamento cuidadoso e uma estratégia bem pensada, sua igreja pode ter um excelente
programa no lugar de modo que os visitantes não sejam negligenciados, mas feito para se
sentir uma parte real da comunidade de fé. Por que não compartilhar este capítulo com a
comissão de recepção e ver se algumas das ideias estratégicas sugeridas podem ser
implementadas em sua igreja? Elas só poderiam resultar em mais visitantes presentes.

COISAS MANTIDAS EM COMUM POR IGREJAS PARA ATRAIR VISITANTES

No livro de Robert Bast, ele também enumera 5 questões realizadas em comum por
igrejas que são boas para atrair visitantes. Uma rápida olhada neles vai concluir este
capítulo .

Essas igrejas acima de tudo devem ter uma identidade positiva e uma boa auto-
imagem. Igrejas que estão atraindo os visitantes se sentem bem consigo mesmas. Eles
estão orgulhosos de sua igreja. Quando os membros têm vergonha de como a igreja parece,
ou é desconfortável com o que acontece no sábado pela manhã, ou fica com medo de que a
coisa errada vai ser dita na frente, eles não vão convidar seus amigos para vir à igreja com
eles. No entanto, os membros que estão animados a respeito do que está acontecendo em

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

sua igreja estarão constantemente trazendo seus amigos e vizinhos para experimentar a
alegria que estão desfrutando.

A segunda área é a da harmonia congregacional. As igrejas que estão lutando


raramente irão atrair ou manter os visitantes. O conflito não precisa nem ser visível.
Quando uma igreja está em conflito, você pode sentí-la na atmosfera. Assim, resolver o
conflito e voltar a compartilhar as boas-novas de Jesus é primordial.

A terceira área é a do entusiasmo pastoral. O pastor faz um sermão interessante, ou


ele é tão seco que os membros estão caindo no sono durante a mensagem? Raramente as
pessoas decidem participar de uma igreja por causa do pastor, mas muitas vezes eles vão
escolher um artista, mas a entrega e o conteúdo da mensagem deve ser tal que alimente as
almas daqueles que frequentam .

A quarta área é o ministério da igreja na comunidade. Quão ativa é a igreja na


comunidade? Nós já discutimos o envolvimento da comunidade nesta apostila, mas
mencionamos aqui simplesmente para dar ênfase na sua importância.

O componente final que as igrejas precisam fazer para atrair visitantes em comum é
realizar atividades em pequenos grupos. Mais uma vez, temos falado bastante sobre este
assunto. Isto é realmente crítico para os recém-chegados. O pequeno grupo proporciona-
lhes a oportunidade de se familiarizar. Raramente um visitante constrói relacionamentos
simplesmente por ir à igreja no sábado pela manhã. Pequenos grupos dão o tempo para a
edificação do diálogo relacional cara-a-cara.

RESUMO

As igrejas que estão crescendo, as congregações adventistas vibrantes do século


XXI não irão apenas chegar através do evangelismo da amizade, mas vão ver muitos dos
contatos feitos na comunidade se desenvolver através de pessoas que visitam a igreja.
Depois de participar uma ou duas vezes, eles não são mais convidados ou visitantes - eles
se tornarão frequentadores regulares e não deverão ser encaminhados a uma igreja por 6
meses, mas muitos ainda os chamam de visitantes apenas porque seus nomes ainda não
foram adicionados aos papéis. Igrejas devem se concentrar na inclusão ao invés de
exclusividade. Quando os visitantes aparecerem devem ser tratados nesta concepção de
crescimento de igrejas adventistas vibrantes. Como resultado, os visitantes de primeira e
segunda vez emergirão rapidamente como frequentadores regulares, e, finalmente, estes
frequentadores regulares serão transformados em novos adventistas dinâmicos.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

DISCIPULADO

Você acabou de realizar uma série evangelística na sua igreja, durante nos quais 30
preciosas almas foram batizadas e se integraram a igreja. A igreja toda está demonstrando
alegria por essas novas pessoas. Vibrante, esta é apenas uma das formas para descrever o
que a igreja esta vivenciando nesse período de alegria. Agora as reuniões acabaram. As
pessoas na igreja estão cansadas. Elas estão prontas para retomar a vida no curso normal
em sua igreja. No entanto, lembre-se que a normalidade, para muitas igrejas, é
desobediência a Jesus.

Apenas porque as pessoas são batizadas não significa que o seu trabalho acabou. O
fato é que ele apenas começou. A comissão de Jesus não era apenas para ir em frente e
conseguir batismos, mas ao invés disso fazer discípulos (Mateus 28:19). Discipulado na
verdade inicia-se antes das pessoas serem batizada, mas há muito trabalho para fazer
depois que elas são batizadas. Nestes capítulos nos desejamos direcionar os problemas dos
discipulados que ocorrem primariamente depois que algumas pessoas são batizadas.
Meu livro, "Discípulo Radicais para Igrejas Revolucionarias" dá uma olhada
aprofundada nas questões de discipulado. Parece haver aqui algumas possíveis
redundâncias neste trabalho, eu gostaria brevemente compartilhar alguns conceitos, e
adicionar novas ideias que eu tenho aprendido desde então. Para informações detalhadas, o
leitor pode verificar o livro.

Qualquer plano de discipulado deve ser construído baseado no modelo de


discipulado de Jesus. Ele foi quem ordenou seus seguidores para irem ao mundo fazerem
discípulos. Quando examinamos os evangelhos, descobrimos aquelas cinco passagens e
buscamos desenvolver nosso modelo de discipulado por meio da definição que Jesus
estabeleceu.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Um discípulo não está acima do mestre dele, nem um servo acima do seu senhor.
Não é suficiente para o discípulo que ele seja como seu mestre, e o servo como seu senhor.
Se eles

Nesta passagem Jesus não está declarando que um discípulo não pode ser maior que
seu mestre no sistema hierárquico, mas, ao contrário, está declarando que os discípulos
experimentarão o mesmo tratamento que Jesus recebeu. Se o inimigo estava irado com
Jesus ele também estará irado com os seguidores de Jesus. Desde o inicio do cristianismo
os cristão tem passado por muitas perseguições e zombarias. Isto não será diferente hoje.
Parte de sermos seguidores de Cristo é esperar hostilidade.

Cristo não chamou seus seguidores para uma vida fácil. Através da história, o
cristianismo genuíno tem experimentado repetidas vezes tempos de perseguição e
zombaria. Deus nunca tem prometido o evangelho da prosperidade. Tal evangelho é
totalmente forasteiro do primeiro século de Jesus. Ainda que os cristãos não estejam
também sendo desenvolvidos para a perseguição, estão sendo convidados para viver nela.

Se a dificuldade é parte do paradigma cristão, então quando nós os discípulos,


devemos ajudá-los a desenvolver a maturidade da fé que será capaz de ficar firme quando a
zombaria e perseguição vierem contra os que confessam ser seguidores de Jesus. Igrejas
não podem sair de pessoas no “Cristianismo 101” ou mesmo no “Adventismo 101”.
Discipular, nesta definição, significa ajudar pessoas a desenvolver a maturidade da fé. O
que você está fazendo na sua igreja para ajudar os novos adventistas a desenvolverem a
maturidade da fé?

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e
irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E
qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo...
Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu
discípulo” Lucas 14:26,27 e 33 ACF

O chamado do Mestre sobrepõe todas as coisas em nossas vidas. Jesus usa a


palavra odiar aqui como uma hipérbole oriental que significa “amar menos”. A essência da
definição do discipulado é que o discípulo é aquele que tem Jesus como prioridade da vida.
Nada deve interferir ou vir entre o crente e Deus. Este é o grande compromisso.

O chamado para o discipulado não é só uma parte do coração e sim um


compromisso radical único na vida para Jesus. Nenhuma pessoa ou coisa deve estar no
caminho entre esse compromisso radical com Cristo. Algumas vezes hoje nós queremos
minimizar as qualificações para se tornar mais fácil para as pessoas virem. Jesus nunca fez
isso. Ele levantou os padrões bem altos. Nada menos que um compromisso total. Foi à
base de entrada para o cristianismo.

Hoje algumas vezes confundimos que levantamos padrões com questões de estilo
de vida, mas os padrões de Jesus vão muito mais além do que as coisas pequenas desta
terra. Jesus está examinando os corações. Ele está buscando encontrar pessoas que vivem
um compromisso radical com ele em todas as áreas da vida não apenas externo. Jesus está
mais interessado no que ocorre no coração do que está acontecendo na vida de cada um.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Ninguém pode ser discípulo de Jesus apenas obedecendo a pequenas regras


impostas pela igreja. No entanto ele se torna um discípulo quando ele permite Jesus tomar
todo absoluto controle em cada área da vida de cada um. Nada é isento das ordens da cruz.
Esse compromisso é muito mais forte do que o compromisso do estilo de vida do que
podemos fazer. Em fato, muitas pessoas que se preocupam com as regras externas, não
podem nem sequer a altura do compromisso ordenado por Jesus. O custo do discipulado é
interno não externo. É claro, quem tem um compromisso interno sempre haverá evidência
na vida de cada um, mas nós nunca podemos confundir os dois. É sempre possível ter
compromisso externo, mas não interno. Portanto, ninguém pode ter compromisso interno
sem uma evidencia externa. João 8:31.

Esta terceira passagem define o ponto principal do coração do discipulado – o


relacionamento vivo com o ressurreto Senhor. Não é suficiente apenas saber os
ensinamentos básicos de Jesus – este deve também conhecê-lo. A verdade das escrituras
não é apenas para o reconhecimento cognitivo, mas cada conhecimento deve direcionar
para um relacionamento vivo com Cristo. No entanto, parte do processo do discipulado é
para ajudar pessoas aprenderem como estudar a bíblia e orar para que eles possam
desenvolver um relacionamento dinâmico.

Impressionantemente, as maiorias das igrejas assumem que o novo converso sabe


como fazer isto. Isto tem sido verdade em geração passadas, quando as maiorias das
pessoas se integraram na IASD que vieram de outras denominações, mas hoje a maioria
das pessoas que vem são sem religião. Eles nada sabem de como orar ou estudar a bíblia
para fortalecimento espiritual.

Infelizmente, muitos adventistas por si mesmo não passam tempo de qualidade


diariamente com Deus. Muitos nem levam a bíblia para a igreja. Nós providenciamos a
eles bíblias do púlpito, para que eles não tragam suas bíblias. Quando nós colocamos o
texto na tela, para que eles não precisem estar procurando. O resultado é que muitos
adventistas são iletrados hoje.

Jesus indica que um discípulo é alguém que tem se aprofundado da palavra de


Deus. A pessoa conhece Deus, comunicando com Ele através da oração e estudo da bíblia,
e essa comunicação resulta em uma dinâmica, relacionamento vivo com Jesus. O que está
você fazendo em sua igreja para que os novos conversos estejam aprendendo a estudar a
bíblia melhor? O que você está fazendo para ajudá-los a terem um relacionamento real na
vida deles?

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” João
13:35.

Jesus é claro. O amor é o coração evidente do discipulado. Para descobrir quem


são as pessoas reais de Deus, Jesus declara que nós precisamos encontrar pessoas que
amem uns aos outros. Como isso contraria o que nós falamos aos novos conversos: “você
deve encontrar a mensagem perfeita, mas observe as pessoas”. Não olhe para as pessoas.
Mantenha seus olhos em Jesus.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

É difícil discutir com esses argumentos, de certo que teologicamente eles estejam
totalmente errados e se opõe o que Jesus disse aqui. Jesus declara que nós devemos olhar
para as pessoas e encontrar que os discípulos dele são conhecidos pelo quanto eles amam e
não apenas pela aparência. Talvez esse seja o tempo de nós pararmos e de desculparmos
nossa falta de amor em baixo do guarda chuva “de nós termos a verdade”. Se nós temos a
verdade, nós iremos amar. O amor descrito aqui é o ágape amor sem interesse mostrado
por Jesus quando deu a vida por nós. Esse mesmo amor será encontrado entre os
seguidores de Jesus – ou eles não serão seus discípulos. Palavras fortes, mas elas não são
minhas, elas pertencem a Jesus.

Eu acabei de receber um cartão de natal de uma pessoa que recentemente assistiu


em uma série de evangelismo. Eles não foram batizados no encontro, mas tem sido sempre
atendidos. Isto foi o que a esposa escreveu para mim:

Nós acabamos de enviar uma carta, dissolvendo nosso status de membro na igreja
que frequentávamos. Nós estaremos felizes congregando em uma igreja Adventista do
Sétimo Dia em breve. O amor que temos experimentado é o que Jesus deseja que todos
seus recebam e dêem. Nós visitamos uma igreja Adventista do Sétimo Dia nas montanhas e
experimentamos o mesmo amor. A palavra de Deus é viva em nossa igreja. Nós estamos
contentes por fazermos parte desta família.

Ela está correta. Não foi a verdade que levou ela ao adventismo. Foi o amor que ela
experimentou na família de Deus. O que você está fazendo para manifestar o amor em sua
igreja, o que você está fazendo para inserir os novos conversos para que também
desenvolvam este amor?

“Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.”
João 15:8

Os discípulos de Jesus produzirão frutos. Quais frutos os discípulos produzem?


Mais discípulos. No contexto desta passagem, Jesus está chamando a atenção, mostrando
claramente a função de seus discípulos como reprodutores. Aquele que não reproduz não é
um discípulo de Jesus. Veja o contexto dessa passagem.

“Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja
completo.” João 15:11

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome
pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” João 15:16

A alegria de Jesus, a alegria do apostolo Paulo estavam em ver almas no reino de


Deus.10 Por isso Jesus terminou na cruz e Paulo terminou perseguido. Claramente o
contexto aqui é que o fruto é a criação do novo discípulo. Um discípulo faz outro
discípulo.

10 Hebreus 12:2 e Tessalonessenses 2:19

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Mal está uma pessoa convertida, nasce dentro dela o desejo de tornar conhecido a
outros que precioso amigo encontrou em Jesus. A salvadora e santificadora verdade não lhe
pode ficar fechada no coração.11

“todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário.” 12

Nosso trabalho não estará completo enquanto o novo convertido não passar a
alcançar outras pessoas para Jesus. O ciclo de reprodução é parte do processo do
discipulado. Note que Jesus indica que a produção de fruto não é ocasional, mais “muito
fruto” e que o “o fruto será constante”. A vida dos discípulos de Jesus é uma constante
frutificação para o reino de Deus. O que você esta fazendo em sua igreja pra produzir
novos conversos e desenvolver um estilo de vida evangelístico que desenvolva novos
discípulos.

Criando Modelo de Discipulado Adventista

A igreja adventista hoje necessita desenvolver uma estratégia holística de


discipulado. Nós fazemos uma boa aquisição de pessoas como membros e prendemo-las
nos bancos. O discipulado como nós temos visto é o de agregar 28 verdades cognitivas e
então sentá-los em um banco pelo resto de suas vidas. Isto é um mandamento radicalmente
contrário a vida radical de Jesus, pois Ele definiu a forma de discipulado como um plano
de desenvolvimento de Sua igreja.

Nesta seção eu desejo repartir alguns pensamentos em quatro áreas básicas. A igreja
deve focar o fazer discípulo através da definição de Jesus. Como sua igreja procura
desenvolver o plano de discipulado, Seria sábio construir isto ao redor das áreas que
sugerimos. Deve haver outras áreas que precisam de atenção, mais, certamente essas são as
bases que consideramos para desenvolver um plano.

1. Levando pessoas para o rol de membros

Essa área a igreja já conhece e tem desenvolvido. Na maioria das igrejas não tem
muito trabalho para ser feito. Nós fazemos um excelente trabalho para alcançar pessoas
inicialmente, mais, nos fracassamos no depois, e isso cria um problema para nós. Nós
levamos as pessoas ao rol de membros, mais primeiramente precisamos levá-las a aceitar
Jesus como Senhor e Salvador. Ninguém pode torna-se membro da igreja sem entregar a
vida a Jesus. A pessoa deve se comprometer a fazer de Jesus o Senhor de suas vidas e deve
haver algumas evidencias que o senhorio de Jesus se iniciou na vida dele. Guardar o
sábado, devolver o dizimo, e boas praticas de saúde certamente serão evidencias que a
pessoa fez de Jesus o Senhor de sua vida, não somente por palavras, mas também por
obras. Mais além de aguardamos que a pessoa, como adventista que veio a igreja,
compreenda as 28 doutrinas fundamentais da igreja.

11 EGW. Desejado de Todas a Nações. Página 141

12 White, Ellen G. A Ciência do Bom Viver, Pág. 142.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Essas seriam as questões básicas que são abordadas no processo de se tornar um


Adventista. A maior parte dos evangelistas faz um excelente trabalho aqui. Das quatro
áreas que estamos lidando, esta primeira etapa é a desenvolvida na IASD, no entanto,
talvez seja necessário aprimorar a habilidade um pouco, especialmente na área de conectar
as questões de estilo de vida para um relacionamento com Jesus como Senhor de sua vida.

2. Tornando-se uma pessoa espiritualmente madura em Cristo

Todos os nossos problemas com relação ao discipulado, em minha opinião essa é


área com maior necessidade. Pessoas podem ter até capacidade cognitiva, mas isso não
promove crescimento espiritual. Uma pessoa espiritual tem uma dinâmica que é viver um
relacionamento com o Cristo ressuscitado.

O relacionamento só é desenvolvido quando as pessoas gastam tempo com Jesus.


Qual método sua igreja tem desenvolvido para ensinar pessoas a estudar a bíblia e orar?
Esta disciplina essencial é totalmente negligenciada por muitas igrejas adventistas. Nós
batizamos pessoas que crêem na mensagem, mas nós falhamos em ensiná-las a estudar
individualmente.

Talvez porque em épocas passadas as maiorias das pessoas se uniram através de


outra caminhada cristã, e nós assumimos que a oração e estudo da palavra não ajudam a
crescer espiritualmente. Essas pessoas primariamente têm se unido a nós através de um
contexto muito eclesiástico atual, Essa educação tem se tornado uma necessidade absoluta.
Mais do que admoestar devemos orar e estudar. Eles iriam ouvir nossas iniciando a leitura
de gênesis e perdendo-se no meio do caminho em êxodo. Quais classes a igrejas têm
oferecido para ajudar pessoas a orar e a buscar a Deus como amigo? Há classes de como
estudar a bíblia? Eu não estou falando apenas de estudo bíblico, mas ensinando a usar a
concordância e como aplicar a bíblia para o crescimento espiritual. Quando nós apenas
admoestamos, mas não providenciamos uma instrução passo a passo, a maioria das
pessoas desistem e acabam se unindo ao resto dos iletrados bíblicos. Eles podem até vir à
escola sabatina semanalmente e dá suas opiniões, assim como eles vêm os outros fazendo,
ao invés de compartilhar suas experiências bíblicas que obtiveram durante o estudo pessoal
da bíblia. Tristemente, hoje em muitas Escolas Sabatinas Adventista, os membros apenas
compartilham sua falta de conhecimento bíblico.

Tornando-se uma pessoa espiritual, também significa aprender como amar, como
cuidar, com amor ágape de Jesus. Essa é uma parte que especialmente caracteriza o
discípulo, de acordo com a definição de Jesus. Amor e cuidado vem naturalmente de um
estudo pessoal da bíblia e oração. Comunhão com Deus e com sua palavra sempre produz
o fruto do Espirito na vida de pessoas transformadas.

Contudo, não é suficiente saber sobre o amor. Esse deve também ser capaz de
demonstrar o amor. Isso é porque o envolvimento no pequeno grupo é essencial como parte
do processo de discipulado. Existem, pessoas que aprendem como manifestar o amor de
Jesus, porque eles verão isso na ação dos seus semelhantes aos lideres do pequeno grupo.
Esses pequenos grupos não podem ser cognitivo apenas - eles devem também ser
relacionáveis. Conhecimento deve ser colocado em ação, ou será sem valor. Talvez isso é

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

porque nós descobrindo que raramente, se não todos, perderemos os novos membros que
participam no pequeno grupo.

O pequeno grupo relacional prover um lugar onde pessoas possam crescer em suas
vidas espirituais com suporte daqueles amigos de jornada espiritual. Aqui eles podem
compartilhar cada situação de sua vida em Jesus. Aqui é um lugar verdadeiro para
manifestar o cumprimento de todas as passagens que o Novo Testamento descreve acerca
do cuidado dos membros com os outros.

Maravilhosamente, em respeito com que Ellen White descreveu sobre os pequenos


grupos e a demonstração da vitalidade que acontecem nas Igrejas Adventistas, que
praticam os pequenos grupos holísticos, muitos Adventistas estão resistindo os pequenos
grupos. Eles estão fazendo em seu próprio detrimento. Ninguém pode convidar novas
pessoas para participar de um grupo, e se não faz parte deste grupo. Sendo assim os
pequenos grupos holísticos permanece a pior característica desenvolvida nas igrejas
adventistas que utilizem o Desenvolvimento Natural da Igreja como um sistema saudável
da igreja. Ao desenvolver o plano do discipulado para sua igreja, considere como você
pode conseguir o maior número de membros envolvidos no pequeno grupo em sua igreja.
Como você pode ter certeza que os novos membros estão participando dos pequenos
grupos? Se você é serio acerca do discipulado, sua igreja não falhará nessa negligenciada
área.

3. Levando pessoas no ministério

Pessoas que são discípulos estarão envolvidas no ministério. Eu tenho escrito muito
a respeito da grande necessidade de todos os membros serem um ministro. Eu não tenho
intenção de repetir tudo aqui. Eu só lembrei para indicar, uma vez de novo, a absoluta
necessidade de envolver as pessoas no ministério, logo que se tornarem membros, e, em
alguns casos, antes de seu nome ser incluso no rol de membros igreja.

Assim que uma pessoa entra pra igreja Também deve entrar no processo do
discipulado. Alguém deve ajudá-lo a descobrir os seus dons e seu lugar no ministério do
corpo de Cristo. O melhor lugar para isto é nos pequenos grupos holísticos. Quando a
descoberta de dom espiritual ocorre fora de um pequeno grupo, as pessoas raramente
utilizam o seu dom, mas quando descobri como parte da expectativa de envolvimento do
grupo, eles geralmente acabam em um dom baseado em ministério.

Há uma diferença entre conhecer um dom espiritual e envolvimento efetivo no


ministério, em harmonia com o dom. No Processo de Desenvolvimento Natural da Igreja,
descobrimos que o problema no Adventismo geralmente não é o sistema de descobrir um
dom, mas ao invés, é real implantação em um ministério em harmonia com o dom. De
alguma forma tudo se rompe entre a descoberta de um dom e o tempo leva para esse
colocar em prática no ministério. O que sua igreja está fazendo para ajudar os novos
membros e existentes a se envolverem em um ministério que está em harmonia com os
seus dons?

O envolvimento no ministério dos dons não é uma opção para os cristãos. A Bíblia
é clara que todos nós somos sacerdotes de Cristo, e como sacerdotes de Cristo, temos um

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

ministério. A questão não é se eu quero me envolver, mas em qual eu vou me envolver. A


única questão é qual ministério o membro será envolvido. Falhar nisso é desobedecer a
Jesus. Isto é intolerável para cristãos adventistas.

4. Tornando-se uma pessoa em missionário

O último estágio de cada um no processo de discipulado é a reprodução do


processo. Novamente, o envolvimento em compartilhar a fé não é opcional. O que
necessitamos aqui não é apenas simplesmente admoestar novas pessoas para partilhar a fé,
mas fazer do testemunho o seu estilo de vida.

Muitas pessoas saem de suas famílias para o Adventismo. Eles ouvem acerca da
marca da besta e vão rapidamente partilhar com seus avôs católicos. Ficam espantados
porque seus familiares são tão difíceis de serem alcançados. Você pode, rapidamente,
ajudar uma pessoa a ver que diferença esta nova fé pode fazer no seu modo de vida, em
lugar, de dar-lhes informações mais avançadas doutrinariamente. Isto ajudará no processo
de aprendizagem.

Outra área de instrução é ajudar o novo converso a identificar entre os seus


familiares os que estão mais abertos à fé e mostrar-lhes como apresentar Jesus de uma
maneira mais atrativa. Ajudar os novos conversos a partilhar a bela verdade de Cristo aos
seus colegas de trabalho requer treinamento e conselho.

A pessoa discipulada aprenderá a ajudar a outros discípulos. Nosso problema


constante é que existem membros que nunca foram discipulados, mas apenas trazidos para
a membresia. Em vez disto, este falso ciclo tem que ser mudado para que as pessoas
possam se tornar verdadeiros discípulos de Jesus.

Estas quatro áreas são essenciais para um programa operacional de discipulado na


igreja local. Examine sua estrutura e seus planos. Está você constantemente conduzindo
pessoas para as quatro áreas ou está apenas fazendo membros de igreja? Não inicie se você
não estiver habilitado para implantar as quatro áreas. Desenvolver uma área bem e depois
então começar a trabalhar a outra.

Obviamente, para mover para o discipulado em vez de para a membresia significa


que você precisa envolver mais membros em ministérios. Não tente jogar todo o trabalho
dos que estão prontamente, envolvidos no ministério ou você irá desgastá-los. Utilize
novas pessoas e no processo eles irão se tornarão discípulos.

O alvo final é levar as pessoas a serem discípulos em todas as quatro áreas. Se isto
acontecer, sua igreja irá voar para Deus e cumprirá, verdadeiramente, a grande comissão
para ir avante e fazer discípulos de todas as nações.

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Como Fazer Crescer Uma Igreja Adventista

Epílogo

Fazer Crescer Igrejas Adventistas e fazer discípulos é o cumprimento da missão de


Jesus. Neste livro há uma lista de alguns princípios simples que, quando seguidos, resultará
em crescimento espontâneo de igrejas adventistas em toda parte. Alguns podem ter
preferido que eu tivesse dado um plano mais detalhado. Ainda, eu descobri através dos
anos que quando as igrejas trabalharem com os detalhes por conta própria, eles comprem o
processo mais efetivamente, e os resultados são transformacionais. É por isso que eu
prefiro ficar com os princípios que se aplicam de forma ampla para todas as igrejas.

Você leu esta apostila, e agora é hora de parar de ler e entrar em ação. Sente-se com
o conselho da igreja e discuta o que você aprendeu. Talvez você ainda vá querer
compartilhar cópias deste livro com os membros da igreja. O próximo passo é passar da
discussão para criação de planos de ação, que vai colocar em prática os princípios
enunciados neste livro, de modo que sua igreja pudesse viver à altura das expectativas de
Cristo para o Seu povo.

Lembre-se, é a vontade de Deus que a igreja cresça. Ele não nos chamou para o
fracasso, mas para o sucesso. É Seu desejo que todas as pessoas cheguem ao conhecimento
de Deus. Essa é a sua paixão para entrar em um relacionamento com toda a humanidade.
Ele poderia ter escolhido os anjos para levar adiante este trabalho, mas,
surpreendentemente, Ele lhe confiou à igreja - os membros do Seu corpo. Devemos parar
de viver em pecado e se tornar o povo obediente de Deus, indo e cumprindo a grande
comissão. Então, vá, em Seu nome, fazei discípulos - agora.

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