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Ansiedade

(Daniel)

Todos nós já nos encontramos com esta questão existencial: Quem sou eu? Essa
dúvida leva a uma inquietude interior altamente valiosa, que conduz a algo mais
profundo e muitas vezes esquecido dentro de nós. Porém, a dúvida também gera o
medo, e ao invés de penetrar nas camadas da existência, muitos vivem uma vida
voltada compulsivamente para ter cada vez mais bens materiais ou formações
profissionais, namoradas, enfim, , aquele vazio interior tão temido e muitas vezes
oculto no inconsciente. Mas para alguns a inquietude se mantêm e outras questões
importantes também surgem, como: O que realmente me falta? O que realmente eu
desejo? Mas por que eu sinto tantas faltas/desejos mesmo tendo obtido tantas
conquistas? Ou por que eu dependo tanto de um elogio para me sentir bem? Por
que... Por que... Por que?...

(Renato)

Estamos vivendo um momento muito delicado em nossas vidas, pois, somos


constantemente submetidos a uma onda de informações que procuram, de certo
modo, descaracterizar a nossa existência. Essas noticias implicam na mudança de
nosso comportamento, de nossa forma de pensar e até mesmo na de agirmos.
Quando sentimos que não nos adequamos a esses comportamentos que nos são
impostos, surge em nós um vazio interior, às vezes uma tristeza e ainda, uma
espécie de ansiedade.
É característico do ser humano procurar a sua felicidade, entretanto, a
questão da felicidade passa por aspectos estritamente pessoais, os quais foram
alimentados pela família, pela mídia. Para muitos de nós, felicidade será termos luz
elétrica em casa, carro do ano, telefone celular, estar bem empregado, ter filhos
etc... além do que, a posse desses bens proporciona status social. Quando não
possuímos esses bens, começamos a sofrer, pois, este tipo de felicidade foge de
nossas mãos constantemente. A partir dessas preocupações, ficamos atormentados,
apresentamos um quadro de ansiedade, o qual poderá até comprometer nossa saúde
física e mental.
Isto tudo gira em torno de sempre procurarmos possuirmos em grande
quantidade e, em sermos diferentes daqueles que se encontram ao nosso lado. Este
sentimento prevalece ainda, pois sempre nos consideramos melhores que os outros.
Poderemos perceber que esses processos de ansiedade e de tormentos íntimos
também são favorecidos pela ação dos pais em relação aos filhos a partir do
tratamento emocional dado às crianças. Daí termos diversas crianças ansiosas, as
quais utilizam como estratégias a partir do seu inconsciente determinados
comportamentos para se defenderem, quais sejam, o de tornar-se hostil, submissa,
lamurienta e, ainda dominadora.
A partir desse contexto, tornamo-nos adultos que possuem uma sensibilidade
exagerada, passamos a ter um comportamento neurótico que vai exigir dos outros
uma grande dose de afeto e aprovação para resolver as nossas ansiedades e
tormentos íntimos.
Como exemplo, teremos a necessidade neurótica de um parceiro do qual
possamos depender, em outras palavras, tornamo-nos um parasita do outro, pois,
temos medo de sermos abandonados. Ainda desenvolvemos uma necessidade
neurótica de poder, de explorar os outros, de prestigio, e de admiração pessoal.
Muitas vezes, desejamos a todo custo conquistar a paz do coração, a qual
chamaríamos neste momento de imagem idealizada. Porém, estamos envolvidos
por tantos problemas pessoais, que se verificarmos mais detidamente,
observaremos que temos uma realidade adoecida.
Queremos nos sentir melhores, sem problemas pessoais, sem conflitos, sem
ansiedade, porém, não conseguimos, pois há um contra-senso entre aquilo que
desejamos e aquilo que somos em realidade.

( FELIPE )

Em verdade falta-nos um ideal. E , para quem não possui um ideal na vida,


resta o sentimento de perda, de solidão, de medo, de ansiedade etc...
Se conseguirmos trabalhar em nós a questão do apego, da posse e, ainda tornarmo-
nos criaturas mais compreensíveis consigo próprias, procurando perceber os seus
limites e, com isso programando a sua existência para que lhe favoreça momentos
de crescimento interior e, compreendendo que tudo na vida passa e o que subsiste
aos valores materiais são as conquistas verdadeiras do espírito, decerto, esses
momentos de apatia, de tristeza, de tormentos íntimos, e de ansiedade
desaparecerão paulatinamente.

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