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Universidade do Extremo Sul Catarinense

Engenharia de Segurança no Trabalho


Disciplina: Ruído e Vibração

PLANO DE CONTROLE AUDITIVO - PCA

Professor: Geraldo J. M. Martins


Alunos: João Henrique Caruso e Maicon Coelho Picolo

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01 – INTRODUÇÃO E OBJETIVO DO PCA

O principal objetivo de um PCA na indústria é proteção da saúde do


trabalhador, ou seja, prevenir que os trabalhadores expostos a níveis de ruído
perigosamente altos desenvolvam perda auditiva induzida pelo ruído
ocupacional (PAIR).
O PCA em questão é referente a um setor ou atividade existente em
uma empresa metalúrgica. O cenário do trabalho é setor de conformação de
chapas de aço onde trabalhem quatro trabalhadores e há no centro do pavilhão
uma máquina gerando ruído. Todos os trabalhadores entram e saem do setor
para fazer atividades em outro setor que não há ruído.

Neste cenário será determinado:


 Se há risco?
 Se há risco há insalubridade?
 Se há risco há a necessidade de EPCs? Quais?
 Se há risco há a necessidade de EPIs? Quais?
 O que mais poderia ser recomendado para melhorar as condições de
trabalho ligado ao risco ruído?

As ações do PCA deverão estar de acordo com as normas no Ministério


do Trabalho e Emprego:

 NR- 7 - Portaria n.° 19, de 9 de Abril de 1998: Instrui sobre os


parâmetros de monitorização da exposição ocupacional ao risco de
exposição a pressão sonora elevada.
 NR-9 - Norma Regulamentadora No. 9 da SSMTb (que disciplina sobre
as ações do PPRA): estabelece como condição fundamental no controle
dos processos de trabalho em que há produção de ruído, o
monitoramento regular das fontes de emissão e a adoção de
equipamentos de proteção coletiva - EPC, como enclausuramento ou
abafamento e de proteção individual - EPI, os denominados “protetores
auditivos”.

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 NHO-01 – Normas de Higiene Ocupacional da Fundacentro: avaliação
da Exposição Ocupacional ao ruído. O Decreto presidencial 4.882, de
18/11/03, assinado pelo presidente da República, que altera dispositivos
do Regulamento da Previdência Social, transforma em referência oficial
as Normas de Higiene Ocupacional, elaboradas e editadas pela
Fundacentro.
 Portaria n.º 48, de 25 de março de 2003 do Ministério do Trabalho
“Estabelece normas técnicas de ensaios aplicáveis aos Equipamentos
de Proteção Individual com o respectivo enquadramento no Anexo I da
NR 06.”

Referente a NR6- Vida útil:

Cabe ao empregador quanto ao EPI :


a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

Cabe ao empregado quanto ao EPI :


a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso;
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

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02 – CONTRATO DE PRETAÇÃO DE SERVIÇOS E A EMPRESA

CONTRATO N°: 0000001/2016


OBJETO DO CONTRATO: REALIZAR PROGRAMA DE CONTROLE
AUDITIVO DIAGNOSTICANDO A SITUAÇÃO ATUAL E PROPONDO
MELHORIAS PARA OS TRABALHADORES

EMPRESA CONTRATANTE: METALURGICA AÇO FORTE


CNPJ: 237623309.0001-23
CNAE: 283933444
GRAU DE RISCO: 02

EMPRESA CONTRATADA: TRABALHO SEGURO LTDA


CNPJ: 293733872.0001-36
DATA DA COLETA DOS DADOS: 01/08/2016
RESPOSÁVEL PELOS DADOS FORNECIDOS DA EMPRESA: GERALDO. J.
M. MARTINS

03 – ANTECIPAÇÃO E RECONHECIMENTO DOS RISCOS

Uma das etapas fundamentais no processo de elaboração de um PCA é


o levantamento e monitoramento ambiental. No caso em análise identificou-se
que determinada máquina é fonte geradora. O ruído médio medido no centro
do setor é de 84 dB(A) durante o período da manhã das 8:00 as 12:00 horas e
durante de 92 dB(A) durante o período da tarde das 13:00 as 17:00 horas.
Portanto o ambiente é sim produtor de ruídos.

Identificação dos Riscos Ruído


Fonte Geradora Prensa
Trajetória e Meios de Propagação Ar
Função dos Trabalhadores expostos Operadores da Prensa

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N° de Trabalhadores expostos 04
Danos a Saúde Perda Auditiva
Medidas de Controle EPC

04 – AVALIAÇÕES DOS RISCOS AMBIENTAIS

A avaliação do risco no caso do ruído é quantitativa, o que significa dizer


que deve ser realizada medição para determinar a possível existência de tal
risco. No que concerne à situação problema exposta, depois de realizada as
medições no setor da empresa, constatou-se o seguinte:

Trabalhadores Tempo de Exposição Potência do Ruído


04 (Grupo 01) 04 Horas (manhã) 84 dB(A)
04 (Grupo 01) 04 Horas (tarde) 92 dB(A)

Neste caso, como se trata de uma jornada de trabalho em que os


trabalhadores estão expostos a diferentes concentrações de ruído é necessário
fazer o cálculo da DOSE DIÁRIA DE RUÍDO conforme anexo I da NR 15
segundo os seguintes passos:

A – Achar o tempo máximo de exposição para as diferentes concentrações de


ruído que os trabalhadores estão expostos conforme tabela da NR 15.

T1 = 09 horas e T2 = 03 horas

B – Fazer o cálculo conforme a seguinte fórmula: DD=C1/T1+C2/T2 onde C


indica os tempos que os trabalhadores ficam expostos, T o tempo de máxima
exposição para aquela determinada concentração de ruído e DD é a dose
diária de exposição.

DD=04/09+04/03, logo DD=1,77

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Uma vez estabelecido à dose diária de exposição podemos constatar
que há risco efetivo para os trabalhadores. Nesse caso recomendamos as
seguintes medidas preventivas para eliminação do risco:

A – Proteção Coletiva:

Ordem de Medidas O que fazer?


Prioridade
Troca da máquina fonte do ruído
Medidas que eliminem por uma que emita no máximo 84
01
ou reduzam o ruído dB(A), ficando dentro da faixa
permitida
Medidas que previnam Isolar acusticamente a máquina
02 a liberação do ruído no para que o ruído seja reduzido
ambiente aos trabalhadores
Troca da máquina ou conserto da
Medidas que reduzam mesma para que o nível de ruído
03
os níveis de ruído seja reduzido até concentrações
não prejudiciais à saúde.

Caso nenhuma das medidas de Proteção Coletiva possam ser


implantadas passamos para as medidas Administrativas ou de Organização.

Neste caso a primeira alternativa seria realizar um revezamento e


colocar mais 12 trabalhadores na atividade de forma que todos se revezem no
serviço da seguinte maneira:

Grupo Período DD
Os 04 trabalhadores No período da manhã
originais (Grupo 01) (8:00h a 09:00h) DD=01/09+01/03
Outros 04 trabalhadores No período da manhã DD = 0,44
(Grupo 02) (9:00h a 10:00h)

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Outros 04 trabalhadores No período da manhã
(Grupo 03) (10:00h a 11:00h)
Outros 04 Trabalhadores No período da manhã
(Grupo 04) (11:00h a 12:00h)
Os 04 Trabalhadores No período da tarde
originais (Grupo 01) (13:00h a 14:00h)
Outros 04 Trabalhadores No período da tarde
(Grupo 02) (14:00h a 15:00h)
Outros 04 Trabalhadores No período da tarde
(Grupo 03) (15:00h a 16:00h)
Outros 04 Trabalhadores No período da tarde
(Grupo 04) (16:00h a 17:00h)

A segunda alternativa seria realizar um revezamento e colocar apenas


mais quatro trabalhadores na atividade da seguinte maneira:

Grupo Período DD
Os 04 trabalhadores No período da manhã
originais (Grupo 01) (8:00h a 12:00h) DD=05/09+01,17/03
Outros 04 trabalhadores No período da tarde DD=0,95
(Grupo 01) (13:00h as 14:10h)
Outros 04 trabalhadores No período da tarde DD=02,83/03
(Grupo 02) (14:10h as 17:00h) DD=0,94

Como no aludido caso existem outros trabalhadores mencionados, esta


simples medida administrativa ou de organização bastaria para controlar a
exposição dos trabalhadores a níveis de ruído nocivos à saúde conforme
legislação vigente tendo em vista que a concentração de 0,44 é inferior à
concentração de nível de ação (0,5 ou 50%) e também inferior à
concentração de tolerância (1,0 ou 100%).

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A segunda alternativa manteria o ruído em um nível aceitável, mas seria
necessário à utilização de Equipamentos de Proteção Individual (Protetores
Auriculares para todos os quatro trabalhadores expostos).

Por último, caso não fosse possível por diversos motivos alocar mais
trabalhadores para o setor para efetuar o mencionado revezamento, o
processo deveria ser extinto.

05 – CONTROLE

Após a implantação das medidas é necessário o controle para a


verificação da efetividade das mesmas. No caso em análise vamos presumir
que foram adotadas as medidas administrativas ou de organização
demonstradas acima com o revezamento de trabalhadores referente a segunda
alternativa. Neste caso seriam implantadas as seguintes medidas de controle:

A – Monitoramento dos níveis de ruído emitidos pela fonte geradora para ver
se não houve aumento de concentração.
B – Realização de audiometrias periódicas e monitoramento médico para ver
se os trabalhadores não estão sendo afetados pelos níveis de ruído aos quais
estão sendo expostos.

06 – REGISTRO E DIVULGAÇÃO DOS DADOS

Deverá ser mantido pelo empregador ou instituição um registro de


dados, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administrativo
do desenvolvimento do PCA. Os dados devem ser guardados por no mínimo
20 anos e devem estar disponíveis na empresa para os trabalhadores
interessados, seus representantes ou para as autoridades competentes.

07 – CONCLUSÃO

Na análise realizada pode-se concluir que existe risco para os


trabalhadores assim como a obrigação de pagamento de insalubridade em

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grau médio (Nível de exposição é de 1,77 sendo DD maior ou igual a 100%).
Entretanto, caso seja realizada as medidas administrativas ou de organização
do trabalho propostas neste PCA os níveis de exposição cairiam para no
máximo 0,95 sendo uma DD inferior a 100% (Limite de tolerância), porém
superior a 50% (Nível de ação).

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