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EMOÇÕES
POXORÉU/MT, 2018
– DEDICATÓRIA –
A Deus, a quem atribuo qualquer êxito que possa ter obtido na vida.
01 – Torixoréu, 8
02 – Sem preconceitos, 9
03 – A matemática da vida, 10
04 – Coco amigo, 13
05 – A atitude do pródigo, 14
06 – Deus te abençoe, 16
07 – Dias de férias, 18
08 – A coragem do simples, 19
09 – Josélia, 21
10 – O candieiro, 23
11 – Beleza interior, 24
12 – Esmeralda de Goiás, 25
13 – Em Poxoréu, 26
14 – Recado de Poxoréu, 27
15 – Você é, 29
16 – A partida, 30
17 – A Primavera, 31
18 – Eu e você, 32
19 – Exaltação a Poxoréu, 33
20 – A parte do poeta, 34
21 – Às “minhas” mães, 35
22 – Fumacéu, 36
23 – Missionário Isaías, 37
24 – A lei da poesia, 38
25 – O homem do hospital, 40
26 – O salto do Gaudêncio, 43
27 – Feliz natal, meu irmão!, 44
28 – O dia sempre será da mulher, 46
29 – Saudades do Pé da Serra, 47
30 – Planeta Vida, 48
31 – A última esperança, 49
32 – Desmatadores, 50
33 – Oração de um professor, 51
34 – Recado de rádio, 52
35 – Dia de Lourdes, 53
36 – A brincadeira do caracol, 55
37 – A verdade, 56
38 – Mãe, 57
39 – UMNT, 58
40 – A missão UMNT, 60
41 – Lagoa, Lagoa, onde estás?, 65
42 – O mundo do ABC, 67
43 – Pare, pense e siga, 68
44 – Terra gloriosa, 70
45 – Adeus, Poxoréo, 71
46 – De dia em dia, 73
47 – A vitória do amor, 74
48 – Uma foto feita por Deus, 76
49 – Obrigado, Papai do Céu, 78
50 – O filho distante de Poxoréu, 79
51 – Alfabetizando pela Bíblia, 81
52 – A morte do Areia, 82
53 – Primavera invernal, 83
54 – O céu de Poxoréu, 84
55 – Feliz aniversário, Vildacy, 86
56 – Ciúmes, 87
57 – Saudade, 88
58 – A vontade, 89
59 – Ressaca, 90
60 – Noite dividida, 91
61 – Esperança, 95
62 – Suspiros, 96
63 – O outro amor, 97
64 – O coreto, 98
65 – Cântico da esperança, 99
66 – Os gazeteiros, 100
67 – O sono da morte, 101
68 – Na beira do rio,103
69 – Anjo negro, 104
70 – Eternos namorados, 106
71 – Homenagem do céu, 107
72 – Presente de primavera, 109
73 – A verdade, 110
74 – A Gazeta do Estudante, 111
75 – Coração em cinzas, 113
76 – O telefonema, 114
77 – Separação, 115
78 – O horizonte da vida, 116
79 – Ensina-me, 118
80 – Oração de um alcoólatra, 119
81 – A corrida da vida, 121
82 – A geografia de Poxoréo, 123
83 – O amor do filho estranho, 124
84 – Coco moagem, 125
85 – Coco na cabeça, 126
86 – A escola pioneira, 127
87 – Cocos em destaque, 128
88 – O fim de Poxoréo, 129
89 – Canto e encanto, 131
90 – Outra vez papai, 132
91 – Flor dos 31 anos, 133
92 – Recomeço de luta, 135
93 – O professor, 136
94 – Uma amizade oculta, 137
95 – Cinquentenário de Poxoréu, 138
96 – Mãe Mariazinha, 139
97 – O filho do outono, 141
98 – A herança, 142
99 – Acróstico: Carlos Eduardo e Izangela, 143
100 – 13º. Recital do Sesc Ler, 144
101 – Emoções, 145
Biografia do autor, 147
– PREFÁCIO –
Eu nasci no Pé da Serra,
Pertinho de Pouso Alto.
Seja em paz, ou seja em guerra
No amor por ti não falto.
E se me sobrar um tempinho,
Correrei a te abraçar
Vou levar-te meu carinho
Povo amado do meu lar.
2 - Sem preconceitos
Se eu aprendesse matemática,
Somaria melhor minha conta,
Diminuiria um pouco meu gasto...
Talvez molhasse a garganta!
Araújos e Barbosas,
Plantadores de coqueiros,
Dê os cocos aos “botequeiros”
Para enchê-los com “gasosa”.
Ao depois me conduzia
Outra vez de volta ao leito
E apertando-me ao seu peito
Um pedido a Deus fazia.
E no embalo da cantoria,
As juntas de bois puxavam
A riqueza do Brasil que então se produzia.
Vai Sombreiro! Vai Sobrado!
A beleza é um detalhe
Que tem pouca importância,
Não diz o que alguém vale
Não guarda a equidistância.
Minha senhora,
Esmeralda preciosa de Goiás,
Sonho de outrora,
O meu presente é você que sempre faz.
O meu amor é por você um sol brilhante
Que no eterno horizonte sempre sai
E aquece a vida, fazendo a luz continuar,
No seu eterno caminhar,
Gerando paz.
13 - Em Poxoréu
Em Poxoréu
Há vários recantos
Cheio de encantos...
Parece um céu.
Em Poxoréu
Há muitas flores.
Perfumados primores...
Cheiros do céu.
Em Poxoréu
Há muitas serras.
São lindas terras,
Bem perto do céu.
Em Poxoréu
Há diversos escritores
Que falam das cores
Que pintam o céu.
14 - Recado de Poxoréo
Você é...
O sol que me ilumina os caminhos da vida;
O raio de luz que me tira a dúvida e me traz a paz;
A energia que reaviva em mim a chama do amor;
O calor, que em nós gera amizade pura,
Que não morrerá com a idade.
Você é...
Tudo que dentro de mim continuará existindo:
Um sol que ilumina, uma luz que esclarece,
Um calor que gera paz!
E enquanto eu iluminar, esclarecer e semear a paz,
Você continuará, irmanada, como alma gêmea,
Existindo também,
Naqueles que eu gerar,
Pela luz, pelo calor e pela paz!
16 - A partida...
Vais partir?
Não podes mesmo ficar?
É realmente o que você quer?
Então vá, amigo!
Caminhe com fé e coragem!
A jornada é muito longa.
Deve preparar-te bem para percorrê-la.
Se puderes,
Escolhas o caminho das flores...
Das cores...
Dos odores.
Assim, por onde quer que fores,
Sua vida será mais alegre
E você mais feliz!
Que Deus te acompanhe!
17 - A Primavera
Já chegou a Primavera.
Trazendo flores para mim,
Perfumando a minha terra,
Enfeitando o meu jardim!
E o floral?
O floral floriu.
Floresceu o floral.
A natureza sorriu
Um sorriso natural
E o beija-flor?
O beija-flor está em festa,
Pulula de flor em flor
Buscando ver entre essas
A razão do seu amor.
E o floral?
O floral floriu.
Floresceu o floral.
A natureza sorriu
Um sorriso natural.
18 - Eu e Você
O Morro da Mesa...
O Morro da Mesa, em Poxoréu.
O Morro da Mesa, em Poxoréu está coberto de fumaça.
Morro sufocado pela fumaça.
Pinheiro... Pinheiro...
Pinheiro queima as folhas secas
Debaixo da árvore ainda verde;
Queima as folhas secas da árvore.
As cinzas se espalham.
O vento do inverno espalha as cinzas.
As cinzas das folhas secas queimadas.
Poxoréu some na fumaça cinzenta.
Queimadas!
O Morro da Mesa, as folhas secas, as folhas verdes.
Tudo foi queimado, secou, sumiu,
Virou fumaça no céu.
Isaias...
Meu caro...
Irmão...
Felicidades!
Feliz aniversário!
24 - A lei da poesia
Hoje é um dia...
Todo dia é dia.
Dia de dia e dia de poesia.
E eu gosto tanto do dia,
Quanto da poesia...
Mas exatamente neste dia,
Acho que não estou em um bom dia.
Não sei se estou triste
Nem se estou alegre.
Não sei se vou sorrir
Se vou chorar.
Só sei dizer que sinto muito em tudo o que vejo...
E a galera de baixo
Assistindo com atenção,
Aproveitando a onda
Fez uma nova ovação:
Ôôôôôô...baaaaaa...
De novo! De novo!
O Gaudêncio vai saltar,
Aproveeeita, meu povo!
Feliz Natal!
Que Jesus, a fonte do puro amor;
Sol nascente e sol poente;
Seu Senhor e Salvador
Seja sua meta final.
Aqui ou lá
Em qualquer lugar
Onde houver alguém
Estaremos nós também.
Senhor.
Tu me chamaste para ser e eu aceitei o seu desafio.
Sou um professor.
Tenho por missão servir ao meu próximo, ajudando-o a alcançar os
seus objetivos.
Sei que serei bem sucedido somente quando esses resultados
forem atingidos.
E creio que, quanto mais eu fizer pelo meu próximo...
Mais próximo estarei do fim de minha missão.
Isso, de certa forma me constrange.
Não duvido que o Paraíso me espere ao fim desta jornada.
Todavia, meu Senhor...
Sei que há tantos nesse mundo que ainda precisam de mim.
De forma que entre estar logo contigo para desfrutar das delícias de
seu amor e ficar aqui para ajudar mais um irmão, a fim de que ele
também possa chegar lá...
Me parece que esta é uma meta mais digna dessa minha opção de
amor.
Então, meu Senhor.
Nesse dia de professor...
Conceda-me a graça de ser outra vez professor.
Quero fazer de novo toda a minha jornada de amor.
Amém!
34 - Recado de Rádio
Jesus disse:
"Eu sou a verdade!"
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
" Verdadeiramente sereis livres"
A União Missionária
Neotestamentária –
UMNT...
É uma obra altaneira
Que de forma alvissareira,
Traz a luz até você.
Testemunhar à família,
Do continente e da ilha
Sobre a guerra que Jesus
Para livrar do perigo
O amigo ou inimigo
Começou ali na cruz.
Libertar e ser liberto,
Aos de longe e aos de perto,
Eis o norte da Missão.
Jerusalém e Judeia,
Que todos tenham ideia
De sua disposição.
Os mensageiros de amor
Hão de ir, seja onde for,
Lutar, vencer e buscar.
Pois essa missão encerra,
Uma luta em prol da terra
Que Jesus veio salvar.
E se o inferno deserto
Mostrar a morte de perto
Ao obreiro em ação.
Sabe-se que o Senhor
Lá do céu com muito amor
Há de dar libertação.
Conseguirão derrubar
Ou mesmo da fé minar
Os santos trabalhadores;
Pois o anjo do Senhor
Está sempre ao redor
Do missionário em labores
A Missão é de Jesus.
E é dele que vem sua luz.
Ele é o seu Senhor!
Seu companheiro leal,
Um amigo sem igual
O seu guia e protetor.
A União Neotestamentária
É uma Missão centenária
Que se baseia nos profetas
Para ensinar o povo,
Não querendo que novo
Prejudique suas metas.
ABCDEFG
HIJLMNP
OPQRST
S T U V X Z.
STUVXZ
OPQRST
ABCDEFG
S T U V X Z.
43 - Pare, pense e siga
Adeus, Poxoréo!
Poxoréu, 21/08/2018
47 - A vitória do amor
E então é isso, Poxoréu. Sou esse teu filho distante, que um dia
partiu,
Para encontrar-se com aquilo que seria o seu futuro e o seu
destino;
Para se fortalecer e te servir com mais força, coragem e
determinação.
Eu fui, mas eu sempre voltei, porque o meu coração daqui nunca
saiu.
Eu me tornei muito conhecido, mas jamais deixei de ser o seu
menino,
Que sempre te amou e sempre estará aqui, cantando, em tua
exaltação
51 - ALFABETIZANDO PELA BÍBLIA
Examinando a Bíblia
Eu espero encontrar
O perdão de meus pecados
E um céu onde morar.
52 - A morte do Areia
Vi senhoras de baianos,
Nossos garimpeiros pais,
Encher pipas, lavar roupas e panos
Em suas águas tão cristais.
Vi o multicor da vida
Cantado por bicudos e pardais
Que viviam na guarida
De seus capões marginais.
Em Poxoréu...
Existem vários recantos
Todos cheios de encantos
Que até parece o céu.
Em Poxoréu...
A paisagem tem lindas flores
De perfumados primores
E cheiros que vêm do céu.
Em Poxoréu...
É de se ver muitas serras
Elevando suas terras
Para bem perto do céu.
Em Poxoréu...
Tem o Gaudêncio Amorim,
Contando tim-tim por tim-tim
A história desse céu.
Em Poxoréu...
Tem o Luís Carlos Ferreira,
Poeta com eira e beira
Um gigante de seu céu.
Em Poxoréu...
Tem o grande Joaquim Moreira
Um diamante de primeira
Entre as pedras de seu céu.
Em Poxoréu...
Tem o Kautuzum Coutinho
Poeta bom como o vinho
A ser bebido no céu.
Em Poxoréu...
Tem a professora Josélia
Mãe de bonecas, uma Amélia,
Mulher de verdade, que orgulha o seu céu.
Em Poxoréu...
Tem a Zenaide Farias
Dizendo ao Gonçalves Dias
Que ele não viu o seu céu.
Em Poxoréu...
Há gente que faz, há gente que vê,
Gente que trabalha como eu e você,
Gente que sonha, com a terra e com o céu.
Em Poxoréu...
Tem-se um lindo lugar
Tanto pra se ver, como também pra morar,
Enquanto se aguarda o dia do céu.
55 – Feliz aniversário, Vildacy!
Na noite alta,
Inquietante silêncio a cidade assalta.
Pelas calçadas,
Enquanto penso nas horas passadas
Ao lado dela,
Vou caminhando, voltando ao lar.
Não vale a pena,
Penso: noites...
Noites seguidas,
Idas e vindas na madrugada,
Pela estrada, a caminhar.
Não nos temos?
Por que devemos
Retardar a noite de amor?
Não há razão para
Noites divididas
Destruidoras de vidas.
Se nos amamos!
Por que privarmos então,
A voz do coração?
Não... Não vale a pena.
A vida para nós assim,
A sós, não é serena,
Não vale a pena!
Precisamos de amor,
De calor, de carinho.
Nosso tempo se vai.
Foi-se nossa infância.
A vida vai tomando-nos distância.
Foi-se o tempo de sonhar.
É tempo de amor e de amar.
És cela do mundo.
Prisão imunda.
Sua canção me traz o pranto.
Eu sei...
No mais profundo,
Inferno imundo,
Num segundo,
Irei,
Se me deixar levar pelo seu encanto.
És traiçoeira,
Mulher sem rumo,
Que lança a prumo
A sua teia.
És cela que abria
O mal da vida.
És sina sofrida,
Falsa, fingida.
Fujo de ti,
Mesmo que venhas, fazer em mim,
Doído,
O coração bater.
Prefiro ficar quieto
No leito ouvindo,
O sino que bate além
O aviso da morte:
Ou tarde chega,
Ou hoje vem!
Dez horas.
As luzes vêm,
Do espaço infindo
Me acordar.
O ouro-raio,
Do astro-rei me alerta:
A hora certa,
Que esperei,
Já vem desperta.
Ressonando...
Aperto o rosto
Imaginando
O seu desgosto
Em me encontrar
Na salda de estar:
Ressaqueado,
Amarelado...
Cara de sono...
A noite toda
A esperar.
Forço um sorriso
Se for preciso,
Imagino sorrindo.
Afinal, não quero
Que fiques zangada
Ou chateada.
Eu a amo e...
Uma noite de sono...
Que importa?
Ainda ressonando,
Levanto...
Abro a porta...
Coincidência,
Ou não,
Imaculada inocência,
Um beijo na testa,
Minha participação na festa
Que odiei com razão,
É tudo que me resta?
Não!
Tenho uma vida.
Mostrarei que não valia
Uma noite dividida
Com a cela nua e fria
Da boemia.
Com amor,
Trarei calor
Ao nosso lar.
Tenho certeza...
Ela verá mais beleza
E muito mais me amará
Quando descobrir
Que aqui,
Terá sempre seu lugar.
Aprendi que,
Perdão e amor,
Mesmo à pior dor,
É capaz de curar!
Poxoréu, 04/07/83
61 – Esperança
Mais um dia...
Mais um olhar.
Ontem você nem existia,
Hoje me faz sonhar.
Amanhã, talvez,
Para renovar a esperança,
Eu a veja outra vez:
“Quem espera sempre alcança”!
E se você não passar,
Não será difícil pensar
Que ainda existe amanhã.
E, sem esperança vã,
Posso um dia te alcançar,
Para deixar de sonhar,
Vivendo para te abraçar,
Para te beijar,
Para te amar!
Assim é a vida:
Um presente por chegar
Antes de findar a lida,
Antes de tudo acabar.
Esperando em confiança,
Que após a agitação
Logo venha a bonança
E a paz ao coração.
Poxoréu, 19/02/1983
62 – Suspiros
Garota,
Como santa,
Você encanta.
Como ar,
Me faz voar
Como folha seca,
Nos sonhos a perambular.
Nem ao menos sei teu nome,
Mas um sentimento me consome,
Somente ao te ver passar.
Talvez eu não seja ninguém,
Mas não me é nada pensar,
Que após tanto sonhar,
Seja visto como alguém.
Não tenho pressa,
Sei esperar.
Pois algum dia,
Quem sabe...
Consiga ser teu par,
Possuir teu amor
E a liberdade para te amar!
Poxoréo, 18/02/1983
63 – O outro amor
Amar é a arte
Do bom viver;
É coisa boa
De se ter.
O ter o amor
É ter na vida,
Um sonho lindo
E imortal.
Amar é a esperança
Que tem o povo
Num mundo novo
Que nascerá.
E viva o povo
Que acredita
No que não há,
Mas que haverá.
Nascemos na luta,
Ao pé da serra.
Fizemos na terra
A nossa labuta.
Projeto imenso,
Turismo, folclore,
Cantores e artistas,
Chalés e turistas,
Na beira do rio.
Cantores e artistas,
Chalés e turistas,
Na beira do rio.
Ao som da viola,
Um canto dourado,
Por todos cantado,
Na beira do rio.
Um canto dourado,
Por todos cantado,
Na beira do rio.
Poxoréu, 25/11/1984
69 – Anjo negro
Eu vi descer do céu
Um anjo muito magricela,
Anjo do povo, povaréu,
De couro, osso e canela.
Eu vi do céu descer
Um anjinho diferente
Que mais parecia ser
Um filho de nossa gente.
Doentinho, o coitado,
Existia por milagre,
Lá no mundo endeusado
Dos gordos filhos de padre.
Eu vi mesmo, de verdade,
Um negrinho coroado
Com o manto da santidade,
Descer do mundo sagrado.
É bom saber
Que apesar de casados,
Não somos como os outros...
Ainda sabemos namorar,
Ou nos cantinhos escuros,
Ou no meio da multidão
Onde ninguém nos conhece.
É gostoso saber
Que você ainda gosta de me beijar.
Que ainda sonha em meus braços
E que nós dois, ainda somos bobinhos
Para viver os repetecos
Dos “eu te amo”, “eu te amo!”
É lindo...
Sentir que o nosso amor
É hoje muito mais forte que antes
E que ainda sentimos aquelas...
Aquelas vertigens nas pernas
Quando nossos lábios se unem
Num longo beijo de amor.
E melhor ainda...
Via-te desesperada,
Sem conseguir compreender
Porque aquelas jornada,
Eu precisava fazer!
Era outono.
A semente sublime,
Plantada com o coração,
Regada com lágrimas de amor,
Delicadamente brotou!
Chorava de felicidade.
Pela primeira vez emocionava de verdade.
Criança!
Um lindo fruto e amor,
Uma coroa e flor.
Presente de primavera,
Que o inverno roubou!
Poxoréo, 07/10/1982
73 – A verdade
Se falar, me matam.
Se pensar, me oprimem.
Se gritar, me crucificam.
Se calar, a opressão que de mim parte,
Levar-me-á ao suicídio.
Chamas-te Judas
E és falso e infiel;
Abres-te em sorrisos
Quando me vês;
Gritas meu nome, me aplaudes.
Sobre ti, me fazes reinar.
Mas és o Judas.
O homem que trai;
O homem que vende
A honra e a moral
Pelo dinheiro vil;
A dignidade e a justiça,
Pela fama e pelo poder.
És medíocre.
Humilhas o mendigo,
Honras o rei...
Do gazeteiro, a coragem;
Do gazeteiro, a raça...
Para que a viva imagem,
Do gazeteiro, se faça!
Fale no Batistão,
Popular J. Barbosa;
Registre o Missião,
Artista a toda prova.
E se isso relatares,
Aos filhos dos filhos teus,
A eles, peço contares,
A história que tu lhes deu.
Poxoréu, 25/11/1984
75 – Coração em cinzas
Um coração em tormento,
Agoniza de tristeza e
Sofrimento.
Pequena e inocente,
Nossa luz se apagou.
Sobrou somente o vazio da saudade,
Como uma cama de vida ardente e inextinguível
De uma esperança, que não morreu,
Que não desapareceu,
Que ficou com a gente,
Na alma, no coração e na mente.
Tudo isso
Que parece ser tão belo,
Poderia sê-lo,
Se após a primavera,
O verão não viesse,
Secar e matar a flor,
Apagando sonhos
E trazendo a dor,
A melancolia e a saudade,
Na tristeza do adeus!
De quem eu falo,
Senão de uma jiovem,
De uma garota,
De uma mnina,
De alguém que teve,
Ainda nos seus
Dezesseis anos,
Que espedir-se da vida terrena?
Lucimar...
Lucimar Barbosa.
Na terra,
Fostes uma rosa entre espinhos!
Que no além, encontres,
Rosa que continuarás sendo,
Entre os anjos,
?Que não ferem,
Que consolam,
A paz de Deus!
Poxoréo, 28/08/1983
79 – Ensina-me
Senhor!
Eu quero humildemente suplicar-te:
Não me deixes vacilar em teus caminhos,
Mas guia meus passos por entre os espinhos.
Nos termos da jornada, quero gloriar-te!
Alô, Poxô!
Alô, alô, alô!
Alô, alô, alô!
Alô, alô, Poxô!
Alô, Poxô!
Alô, alô, alô!
Alô, alô, alô!
A moagem começou!
Poxoréo, 1984
85 – Coco na cabeça
Irmãos de sangue-mé,
Companheiros da parada,
Tem no coco sua fé
E no samba, sua amada.
Batistão-Coco é o rei
Dos cocos e das cocadas,
Que levam em frente a grei
Na avenida e nas paradas.
Quem ensina?
Esse, é um saber que me fascina!
Verdade... Gostaria de saber
Se com alguém... Eu possa aprender!
E a resposta surge, vem do além...
Piaget o diz: “ninguém ensina ninguém”!
Ora, se isso é fato,
Como se explica o ato
De termos um educador.
Um mestre, um professor?
Se ninguém ensina ninguém,
Quem afinal é esse alguém?
E o sábio te responde, minha menina.
Não é o professor que te ensina,
Ele é apenas o teu orientador,
Que com pitadas de carinho e amor
A vida te ajuda descobrir,
Para que você, sem errar, saiba aonde ir.
Poxoréo, 19/02/1990
94 – Uma amizade oculta
É o secreto relacionamento
De muito maior sentimento;
É o segredo, a sete chaves
Guardado. São ansiedades.
50 anos já se passaram
Desde o momento da emancipação
E novos povos aqui chegaram
Engrandecendo nosso torrão.
Júlio Muller,
Foi ele o interventor
Que em 26 de outubro
Poxoréo emancipou.
E a ele com nosso amor
Este canto de liberdade
Entoamos com ardor!
Era manhãzinha,
O sol há pouco no horizonte despontava.
Nove dias atrás
Havíamos chegado de Goiânia,
Trazendo no peito
O receio de eu, na viagem,
Nos embalos da trepidação,
As dores do parto aumentassem
E o nosso neném,
Filho tão amado,
Desejado e esperado,
Viesse a nascer.
Mas, graças a Deus,
Isso não aconteceu.
Nosso filhinho esperou pacientemente
Que ajeitássemos nossos destinos
Aqui em Poxoréo,
Nosso novo lar,
Seu berço natal,
Para só então reclamar
O seu direito de, ao sol,
Banhar-se com os raios da vida.
E nós, seus pais,
Lourdes e eu,
Não lhe negamos esse direito.
Foi assim que,
No primeiro dia do outono,
21 de março de 1986,
Assistido pelo médico amigo
Dr. Nivaldo Francisco Pereira,
Brotou na superfície
Deste Planeta Terra
A sementinha do amor primaveril.
Fernando Resplandes,
Nosso lindo fruto do outono,
Em Poxoréu chegou!
98 - A herança
A herança de um povo
Que nasceu ao pé do morro
Diluviano; que cresceu no garimpo
Sempre novo e a cada dia...
Sabe, filho...
Foram tantos os anos
Esperando você chegar.
Cheguei mesmo a pensar que você não viria
E que eu, ficaria sozinho,
Esperando você para sempre.
Quantas vezes, nas madrugadas,
Acordei, quando sonhava contigo.
Levantava e trabalhava...
Perdia o sono;
Custava a adormecer de novo.
Ficava ali, sentado à beira da cama,
Os pés no cimento gelado,
Nem sentindo,
Pensando e formando.
Foi assim que você nasceu.
Nessas longs madrugadas sem sono,
Concebi-te, dei-te o fôlego.
Não sei se fui bacana contigo,
Se fui um bom pai para você.
Às vezes, agora que te tenho comigo,
Acho que não fui não.
Acho que não agi legal com você...
Dei-te um fôlego tão sofrido.
Poderia ter te dado
Somente a felicidade, a alegria e a paz.
Não era necessário dar-te a saudade,
A solidão, a tristeza e a mágoa,
A doença e a morte;
Mas eu tos dei.
Sabe por que te dei esse fôlego?
A minha razão para ter sido assim
É que não te fiz somente para mim,
Eu te fiz para o mundo.
E ele, é até mais que isso.
Quando te concebi
Queria que você fosse
A minha voz ao mundo.
Para isso você precisava ser igual a ele.
Não sei se você me entende.
Talvez não, talvez entenda.
Não sei.
Mas de uma coisa eu tenho certeza, filho.
Valeu!
Valeu a pena tê-lo do jeito que você é,
Porque mesmo encarnando
Todo o mal do mundo,
Você é bom.
Você é a esperança.
A esperança de um mundo melhor
Para que esse velho,
Como a fênix, quem sabe, um dia
Renasça de suas cinzas.
Sim, valeu/Sei que, em você,
Serei ouvido,
Serei honrado.
Porque, por onde andares,
Não serei eu,
Nem será você.
Seremos nós, eu e você,
A falar ao mundo
Uma nova mensagem de esperança.
Você, pelo muito que tem de mim,
Eu, pelo mais que tenho de você.
Onde você estiver lá estarei eu,
E onde eu estiver,
Sei que você também estará.
Nunca mais serei sozinho
E nem você estará desacompanhado.
Estaremos, eu e você,
Sempre juntos,
Sempre... Sempre...
Você falando por mim, ao mundo;
Eu falando ao mundo, por você,
Porque você é o meu filho amado,
O meu-filho-esperança,
O sangue do meu sangue,
Eu, enfim, em puras e verdadeiras
EMOÇÕES!
– BIOGRAFIA DO AUTOR –
Izaias Resplandes de Sousa. Escritor mato-
grossense, nasceu no dia 25 de maio de 1958, em Torixoréu, MT.
Filho de Marcelino Argemiro de Sousa e Maria Resplandes de
Sousa. É casado com dona Maria de Lourdes Resplandes, com a
qual possui três filhos: Fernando, Mariza e Ricardo Resplandes. É
avô de Davi e Arthur.
Funcionário público estadual em Poxoréu, MT.
Também foi funcionário deste Município no período de 1983 a 2004,
onde exerceu as funções de Secretário Municipal nos governos
Lindberg Ribeiro Nunes Rocha (1983-1988), Herculano Muniz de
Melo Filho (1989-1992), Walterly Ribeiro da Silva (1993-1996) e
Lindberg Ribeiro Nunes Rocha (1997-2000), tendo ocupado as
seguintes pastas: Secretaria de Administração, Chefia de Gabinete
do Prefeito, Secretaria de Educação e Assessoria de Planejamento
e Coordenação Geral. Atuou em diversos Conselhos Municipais. Foi
Diretor da Escola Estadual de 1º e 2º graus Profª Juracy Macedo
(1992-1995), tendo lecionado também nas seguintes escolas locais:
Poxoréo, Cel. Júlio Muller, Otaniba da Silva Ribeiro e Pe. César
Albisetti. Atualmente é professor na Escola Profª. Juracy Macêdo,
em Poxoréu, MT. É advogado, com militância principal na cidade de
Poxoréu, MT.
Graduado em Pedagogia pela UFMT (1998).
Especialista em Gerência de Cidades pela FAAP/SP (2000). Em
2003, graduou-se também em Matemática pela UFMT. Em 2004,
concluiu uma especialização em Matemática e Estatística pela
UFLA/MG. Em junho de 2009, bacharelou-se em Direito, pela
UNICEN/UNIC, de Primavera do Leste, MT.
Sua produção literária começou a ser publicada em
1982, pelo Jornal Correio de Poxoréo. Datam daquele ano as
crônicas “A guerra da paz” e “Senhor, zela por nós!”. Ainda em 1982
escreveu diversos artigos publicados no jornal estudantil “A Seiva”,
que circulava na Escola Pe. César Albisetti. Foi o Redator desse
jornal. Em 1983 fundou o Jornal “A Gazeta do Estudante”. Seu
trabalho nesse jornal estudantil abriu as portas para o ingresso na
equipe do jornal “Correio de Poxoréo”, fundado em 1939, do qual foi
o redator nos anos de 1983 e 1984, escrevendo, além das notícias,
numerosos artigos, crônicas e poesias, dentre os quais, “O
horizonte da vida” (poema), “União e participação” (redação
premiada em 1º lugar em um concurso municipal), “Águas
históricas” (artigo), “Educar é desabrochar, não politicar” (artigo),
“Pará, um paraíso escondido” (artigo) e “O sono da morte” (poesia).
Em 1985 escreveu “Folclore de Goiás” (monografia). Em 1987,
escreveu em coautoria com Gaudêncio Amorim e Kautuzum
Coutinho, o livro “Saudades e Melancolias”.
Em 1988, idealizou e participou da fundação da UPE –
União Poxorense de Escritores, da qual fui o 1º presidente. Sob a
bandeira upenina, escreveu vários trabalhos literários que foram
publicados na Revista “A Upenina” e no Jornal “O Upenino”. Em
2004 escreveu junto com mais onze upeninos o livro intitulado
“Antologia Poética: síntese da poesia upenina”. Além disso, os
jornais “A Gazeta do Grilo” (fundado pelo escritor Kautuzum
Coutinho), “A Tribuna” (Rondonópolis, MT), “A Gazeta” (Cuiabá,
MT) e “O Noticiário Evangélico” (Campo Grande, MS), “A Folha”
(Primavera do Leste, MT), “O Correio” (Primavera do Leste, MT), “A
Crônica” (Paranatinga, MT) e “O Diário” (Primavera do Leste, MT),
periodicamente têm publicado seus trabalhos literários.
Em 17 de agosto de 1987, organizou e fundou a
ASSEMP (Sindicato dos Servidores Municipais de Poxoréo), da
qual fui também o seu primeiro presidente. É um dos líderes da
Igreja Evangélica Neotestamentária de Poxoréu, fundada nessa
cidade durante os anos trinta, pelo missionário John Rees.
Em 2015 participou da fundação do Instituto Histórico
e Geográfico de Poxoréu (IHGP), tornando-se o primeiro Orador
oficial da entidade.
Em 2017 voltou a ocupar a direção da UPE, tornando-
se o seu 30º Presidente. Nessa gestão foi o responsável pela
implantação da Rádio Upenina de Poxoréu e pelo lançamento das
Revistas “A Upenina” nº 6 (outubro de 2017) e nº 7 (março de
2018). Foi ainda nesse período que iniciou a consolidação das
publicações no formato digital, por acreditar que o futuro da escrita
está reservado para a mídia eletrônica. Na gestão upenina do
Presidente Edinaldo Pereira continuou como editor da revista
eletrônica A UPENINA, lançando a edição de nº 8 em outubro de
2018.
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