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IZAIAS RESPLANDES DE SOUSA

IZAIAS RESPLANDES DE SOUSA

EMOÇÕES

POXORÉU/MT, 2018
– DEDICATÓRIA –

A Deus, a quem atribuo qualquer êxito que possa ter obtido na vida.

Para Lourdes, a esmeralda mais preciosa que Goiás já produziu e


me deu por esposa. O melhor de minha vida começou quando eu te
conheci.

Aos meus filhos Fernando, Mariza e Ricardo Resplandes. O


nascimento de vocês tornou em realidade o meu sonho de ser pai e
me fez redefinir os meus objetivos como homem.

Aos meus netos Davi e Arthur. Vocês me resgataram do reino da


rabugice e me fez ver a vida com novos olhos.

Para minha mãe Maria Resplandes. A sua poesia de mãe não


poderia faltar no livro da minha vida.

Aos meus treze irmãos: Luiza, Lucimar, Luzia, Ediranir, Antônio,


Lueci, Argemiro, Waldomiro, Alci, Vildaci, Sandoval, Enivaldo e
Wanderley. Sem vocês eu não sei se saberia dizer o que é uma
família. Nós superamos todos os conflitos e chegamos até aqui.

Às famílias de minha vida: Sousa, Resplandes, Andrade, Gomes,


Carrijo, Rezende, Teodoro, Carvalho e todas as que se juntaram a
nós ao longo dos anos.

Aos meus confrades da UPE e do IHG de Poxoréu.

Aos meus professores e alunos.

Aos meus irmãos de fé.


SUMÁRIO

01 – Torixoréu, 8
02 – Sem preconceitos, 9
03 – A matemática da vida, 10
04 – Coco amigo, 13
05 – A atitude do pródigo, 14
06 – Deus te abençoe, 16
07 – Dias de férias, 18
08 – A coragem do simples, 19
09 – Josélia, 21
10 – O candieiro, 23
11 – Beleza interior, 24
12 – Esmeralda de Goiás, 25
13 – Em Poxoréu, 26
14 – Recado de Poxoréu, 27
15 – Você é, 29
16 – A partida, 30
17 – A Primavera, 31
18 – Eu e você, 32
19 – Exaltação a Poxoréu, 33
20 – A parte do poeta, 34
21 – Às “minhas” mães, 35
22 – Fumacéu, 36
23 – Missionário Isaías, 37
24 – A lei da poesia, 38
25 – O homem do hospital, 40
26 – O salto do Gaudêncio, 43
27 – Feliz natal, meu irmão!, 44
28 – O dia sempre será da mulher, 46
29 – Saudades do Pé da Serra, 47
30 – Planeta Vida, 48
31 – A última esperança, 49
32 – Desmatadores, 50
33 – Oração de um professor, 51
34 – Recado de rádio, 52
35 – Dia de Lourdes, 53
36 – A brincadeira do caracol, 55
37 – A verdade, 56
38 – Mãe, 57
39 – UMNT, 58
40 – A missão UMNT, 60
41 – Lagoa, Lagoa, onde estás?, 65
42 – O mundo do ABC, 67
43 – Pare, pense e siga, 68
44 – Terra gloriosa, 70
45 – Adeus, Poxoréo, 71
46 – De dia em dia, 73
47 – A vitória do amor, 74
48 – Uma foto feita por Deus, 76
49 – Obrigado, Papai do Céu, 78
50 – O filho distante de Poxoréu, 79
51 – Alfabetizando pela Bíblia, 81
52 – A morte do Areia, 82
53 – Primavera invernal, 83
54 – O céu de Poxoréu, 84
55 – Feliz aniversário, Vildacy, 86
56 – Ciúmes, 87
57 – Saudade, 88
58 – A vontade, 89
59 – Ressaca, 90
60 – Noite dividida, 91
61 – Esperança, 95
62 – Suspiros, 96
63 – O outro amor, 97
64 – O coreto, 98
65 – Cântico da esperança, 99
66 – Os gazeteiros, 100
67 – O sono da morte, 101
68 – Na beira do rio,103
69 – Anjo negro, 104
70 – Eternos namorados, 106
71 – Homenagem do céu, 107
72 – Presente de primavera, 109
73 – A verdade, 110
74 – A Gazeta do Estudante, 111
75 – Coração em cinzas, 113
76 – O telefonema, 114
77 – Separação, 115
78 – O horizonte da vida, 116
79 – Ensina-me, 118
80 – Oração de um alcoólatra, 119
81 – A corrida da vida, 121
82 – A geografia de Poxoréo, 123
83 – O amor do filho estranho, 124
84 – Coco moagem, 125
85 – Coco na cabeça, 126
86 – A escola pioneira, 127
87 – Cocos em destaque, 128
88 – O fim de Poxoréo, 129
89 – Canto e encanto, 131
90 – Outra vez papai, 132
91 – Flor dos 31 anos, 133
92 – Recomeço de luta, 135
93 – O professor, 136
94 – Uma amizade oculta, 137
95 – Cinquentenário de Poxoréu, 138
96 – Mãe Mariazinha, 139
97 – O filho do outono, 141
98 – A herança, 142
99 – Acróstico: Carlos Eduardo e Izangela, 143
100 – 13º. Recital do Sesc Ler, 144
101 – Emoções, 145
Biografia do autor, 147
– PREFÁCIO –

Eu fui gerado. Eu nasci. Eu cresci. Eu vivo. Eu respiro.


Eu escrevo. Eu gosto de escrever. Já escrevi muitos livros.
Publiquei uns poucos com papel e tinta, alguns nas plataformas
virtuais e muitos estão florescendo nos jardins da minha mente e
dos meus sonhos. Muitos escritores vivem de livros. Não me lembro
de ter vendido livros, mas eles também estão na base de todas as
fases de minha vida.
Este livro, em particular, não é mais um livro de
poesias. É um livro com as minhas emoções, as quais eu quero
compartilhar. Essas não são as primeiras e nem as últimas.
Enquanto houver seres vivos haverá emoções e haverá poesia.
As poesias são sentimentos inéditos que nunca se
repetem. Nem se fôssemos juntar todas as poesias, de todos os
poetas do mundo, nem assim teríamos poesias repetidas. Cada
poesia tem a sua própria emoção. É uma figurinha carimbada. Este
livro exterioriza um pouco das emoções que senti na vida e que
transpirei em cada um dos versos que escrevi em suas páginas.
As poesias deste livro não estão organizadas
conforme o tempo em que foram escritas. Nos meus primeiros
escritos eu costumava colocar a data da produção. Depois eu
abandonei essa prática porque cheguei a pensar que a poesia não
tem data. Ela é um escrito para a nossa necessidade, seja qual for
a hora ou o dia em que essa se manifestar. Quando a gente estiver
triste, haverá uma poesia que nos alegre o coração. Quando
estivermos melancólicos, haverá uma poesia que aplaque a nossa
saudade. Mas, apesar de pensar dessa forma, acho que as datas
são importantes para organizar o nosso pensamento. Elas ajudam
as pessoas a nos compreenderem melhor. Mas eu não apliquei as
datas de produção nessa obra.
As poesias deste livro poderiam estar organizadas por
assunto. Mas não estão. Elas estão organizadas de acordo com a
minha vida. Não estabeleci ordens de quaisquer espécies para
viver. Simplesmente fui vivendo, da mesma maneira que
simplesmente fui escrevendo. E então, aqui está um pouco de
minha vida e de meus escritos. Meu objetivo é apenas um: espero
que você leia e goste. E se servir para te ajudar em alguma coisa
de sua vida, não se acanhe de usar esse remédio. A poesia é tão
útil, mas tão útil, que pode curar todos os males de nossas vidas.
Boa leitura.
Poxoréu, MT, outubro de 2018.
Izaias Resplandes de Sousa
1 - Torixoréu

Meu Torixoréu pequeno


Tenho saudades de ti.
Eu não vi você crescendo.
Mas de ti não desisti.

É tão triste aqui morar


Longe de meu pessoal
Eu queria era sempre estar
Na doce terra natal.

Eu nasci no Pé da Serra,
Pertinho de Pouso Alto.
Seja em paz, ou seja em guerra
No amor por ti não falto.

E se me sobrar um tempinho,
Correrei a te abraçar
Vou levar-te meu carinho
Povo amado do meu lar.
2 - Sem preconceitos

O mundo não é branco,


Não é vermelho, amarelo,
Não é negro.
O mundo não é só dos homens,
Nem das mulheres, nem dos animais,
Ou dos humanos.
O mundo não é só ateu,
Nem apenas religioso;
Não é só dos sãos,
Ou dos doentes,
Nem dos perfeitos,
Ou dos imperfeitos.
O mundo não é uma igualdade!
O mundo é o lugar dos desiguais!
E, como tais.
Todos devem ser tratados.
Não seja branco, ou negro,
Mulher ou homem,
Gente ou animal,
Perfeito ou imperfeito.
Seja um desigual!
Assuma seus defeitos,
Seja um ser normal
E viva sem preconceitos!
Seja demais,
Sem preconceitos sociais!
3 - A Matemática da vida

Fim de mês é data boa


Que faz a nossa alegria.
Ao receber o salário
Do patrão da Companhia.

Mas também é de tristeza


Quando a gente volta a casa
Pois o bolso do empregado
No mercado tudo vaza.

Mal dá para a comida


Do puro arroz com feijão.
E sem um centavo no bolso
O mês vira solidão.

Não tem jeito de sair


À noite, em diversão.
Ninguém quer saber de gente
Com bolsos sem um tostão.

Nessa situação danada


Vi sem jeito de ficar
Eu tinha que mudar de vida
Antes dela se acabar.

Então pensei na escola


Que eu tinha deixado pra lá...
Será que depois de anos
Adiantaria eu voltar?

Pensei, pensei e fiz as contas:


Se eu fizesse o supletivo,
Talvez eu viesse aprender
A ser um cara mais vivo.

Se eu aprendesse matemática,
Somaria melhor minha conta,
Diminuiria um pouco meu gasto...
Talvez molhasse a garganta!

Foi essa avaliação o que me fez decidir


Voltar à escola, ao ponto em que desisti,
Dividir meu tempo ao trabalho
Na busca do que perdi.

E assim voltei estudar


Na primeira fase do EJA.
Sempre bastante cansado
Do pós dia de peleja.

Mas peguei firme com Deus


Que eu haveria de dar conta.
Estudei cada operação
Fiquei tal barata tonta.

O mundo girava em números...


Unidades, dezenas... Unidades de milhar;
Milhões de bilhões e trilhões;
Ninguém conseguia contar.

Então veio o dia de prova.


Oh, que terrível tensão!
Foi zero pra cá, zero pra lá,
Uma total reprovação.

Então o professor explicou


Que na Matemática é assim.
O que no começo se erra,
Se aprende tim-tim por tim-tim.

Então ele fez outra prova


Sob nova orientação
Passo a passo nos mostrando
Como refazer a lição.

Nas contas com os inteiros


E também os decimais:
Vírgula debaixo da vírgula
É assim nas “contas de mais”.

Quando eram as de vezes,


Contas de multiplicar.
As casas depois da vírgula,
Nessas, tinha de contar.
Nas de dividir, então...
É mais fácil de explicar.
Bastavam as decimais
Antes de tudo, igualar.

A prova foi um sucesso


Depois dessa explicação.
Não teve quem tirou zero
Foi total a aprovação

Então o mestre explicou


Que foi nossa decisão
Diante dos resultados
Que dos nos deu motivação.

Disse que nessa terra


Todo mundo nasce igual
E o que faz a diferença
É não querer ser tal qual.

Todos podem aprender


A somar... Multiplicar.
Só uma coisa é preciso:
Coragem pra começar.

E isso aqui tem de sobra...


Tutano melhor tá pra vir.
Então não pode haver Matemática
Que nos faça desistir!

Um mais um soma dois


Duas vezes dois somam quatro
Aprendendo mais Matemática
Terá mais feijão no prato.

Como filho dessa terra


Lutarei até o fim.
E as glórias que vêm dos céus
Serão também para mim.
4 - Coco Amigo

Coco amigo da folia


Batistão meu camarada,
Já chegou o nosso dia
De fazer a batucada.

E depois vamos beber,


Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê,
Evaporar-se com a fumaça.

Araújos e Barbosas,
Plantadores de coqueiros,
Dê os cocos aos “botequeiros”
Para enchê-los com “gasosa”.

E depois vamos beber,


Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê,
Evaporar-se com a fumaça.

Cadê o velho pandeiro,


Batistão querido amigo
Quero enroscar, meu parceiro
Com a morena no umbigo.

E depois vamos beber,


Com limão nossa cachaça,
Fazendo tê-rê-tê-tê,
Evaporar-se com a fumaça.
5 - A atitude do pródigo

Misericórdia, Senhor! Misericórdia!


“Pequei contra o céu, pequei contra ti”;
Falei mal dos irmãos, espalhei a discórdia,
Até do seu nome, zombei e esqueci.

Perdão, meu Pai! Perdão!


“Já não sou digno de ser chamado seu filho”.
Deixei sua luz perfeita, preferi a escuridão.
Meu rosto já está morto, já não tem mais o seu brilho.

Oh, Deus! Oh, Deus! Livra-me do submundo das dores


Dá-me uma nova chance de estar ao seu lado.
“Trate-me apenas como um dos seus trabalhadores”,
Mas não me deixe lá, sozinho e abandonado.

Sei que fui um tolo quando parti


Dos seus braços amorosos e desse lar paterno.
Não há lugar melhor do que aqui
A vida lá fora é um verdadeiro inferno.

Aqui, cada servo é chamado de seu amigo,


O Senhor lhes confia até o íntimo segredo,
Eles se sentam à mesa e ceiam contigo
Com toda confiança, sem receio e sem medo.

Sei que nada fiz para merecer o seu amor;


“Dissipei os seus bens, vivi dissolutamente”...
Mas eu não aguento mais viver com essa dor
Que me consome o coração e a mente.

Deixa-me ficar! Eu preciso de paz!


Não suporto mais esse tormento.
Pelo que fiz, eu sei, nada é demais,
Mas eu não aguento tanto sofrimento.

Quero ficar na paz desse seu recanto,


Viver para sempre nesse lar de amor
Quero adormecer ao som de seu acalanto
E encher minha vida de seu brilho e cor.

É bem verdade que nada disso mereço


Mesmo assim venho fazer-lhe esse pedido
Pelo qual, desde já, lhe agradeço
Se por sua graça puder ser atendido.
6 - Deus te abençoe!

Desde pequeno aprendi


Pedir bênção a minha mãe
Ao depois que o sol se põe!
No momento de dormir.

Na doce terra natal


Onde passei minha infância
Era de suma importância
Esse gesto maternal

Era um costume antigo


Passado de mãe p’ra filho,
Que não maculou seu brilho
E nem jamais foi esquecido.

Lá naquele meu sertão


Onde mamãe bendizia
Eu – menino –, não dormia
Se não recebesse a bênção.

Sem mamãe me proteger


Eu começava inventar
Bichos para me pegar
Mal se punha a escurecer.

Cada qual o mais terrível


Que se possa imaginar,
Difícil de retratar
De tanto que era horrível.

De manso então levantava


E no quarto de mamãe eu ia
Dizer-lhe que não dormia
Tal o medo que eu estava.

Ela então me acalentava


Entre os seus braços de amor
Libertando-me do horror
Dos bichos que eu criava.

Ao depois me conduzia
Outra vez de volta ao leito
E apertando-me ao seu peito
Um pedido a Deus fazia.

Para que me desse a bênção


E do mal me protegesse,
Que nada me acontecesse
Sob a guarda de sua mão.

E nesse embalo eu dormia


Só pensando em coisa boa
E que ainda hoje povoa
Meu desejo de um bom dia.

Por isso, mãe, peço que ecoe


Ao quatro cantos do mundo
Meu pedido mais profundo
Para que Deus a abençoe!
7 - Dias de férias

Quando chegam nossas férias,


A rotina da cama toma conta
Da turma toda lá de casa.
É a época em que se desconta
Os olhos de sono que se têm
Nas aulas que se nos vêm
Antes mesmo que o sol desponta.

Ninguém quer acordar cedo,


Nem tampouco madrugar.
Todos querem mais um pouco,
O bom sono aproveitar.
O sol, bem que insistente chama
Para que todos deixem a cama
E se ponham a levantar.

A cada manhã ele diz


Na hora de despertar:
Pessoal, já amanheceu,
Vamos, vamos aprumar.
Já despontei no horizonte
E da Mesa do grande monte,
Vê-se Poxoréu trabalhar.

Mas nada, ninguém se mexe.


Nas férias, a cama é boa,
É só deitar e rolar.
É tempo de estar à toa,
De ficar sem fazer nada,
Comer beiju com goiabada
E se banhar na Lagoa!

Ao voltar pro sacrifício


Das aulas de todo dia,
Então se recupera a forma
Que mamãe sempre pedia,
Até que chegue outra vez
As férias de mais de mês,
Noutro ciclo de alegria.
8 – A coragem do simples

Eu queria ter a coragem do simples


Para viver em uma casinha pequena,
Que desse pouco trabalho pra cuidar,
Para que tivesse como desfrutar de outros prazeres da vida,
Ao invés de passar o tempo todo tentando construir uma casa
grande,
Para receber pessoas que não vêm me visitar,
Mesmo porque eu nunca estou em casa para recebê-las,
E que só serve mesmo para atrair a poeira
E para dar muito trabalho pra zelar.

Gostaria de não complicar as coisas tanto


E de ficar satisfeito com o que Deus já me tem dado;
De poder parar de correr para um e outro lado
Atrás de novidades e de outros cursos da vida;
De dizer um basta que me faça perder o encanto,
E que me ajude a correr de modo mais compassado,
De tal sorte que eu o escute sempre que for tentado
A ultrapassar os limites estabelecidos em minha corrida

Queria ter mais tempo para ler.


De que adianta ter na biblioteca tantos livros
Se o meu tempo vai passar e eu nem saberei
O que aqueles livros tinham para me dizer?
Servem apenas para falar que tenho livros e atrair as traças.
Essas preciosidades não podem ser só para se ver
Elas têm direito de circular por entre os seres vivos
Para mostrar-lhes o que tem e que eu não busquei
Por haver a passado a vida conjugando o verbo ter
Deixando de ser, ocupado noutras graças.

Eu gosto de ouvir o cantar dos passarinhos,


Mas quase não tenho tempo de parar meus vens e vais
E voltar-lhes alguns momentos de meus sentidos
Em meu grande quintal arborizado,
Onde eles criam seus filhotes, fazem seus ninhos,
E realizam seus mais lindos recitais.
E então esses cantores morrem e seus cantos não são ouvidos
Porque eu, plateia, estava correndo atrás dos ventos,
E entre tantos contratempos, ocupado.
De que adiantam os quartos vazios,
O corre-corre e os tantos desvarios?
De que adiantam os livros de tantas histórias,
Tantas aventuras e glórias notórias?
De que adiantam as plantas, os quintais,
E os pássaros cantores que não têm iguais?
O que adianta ter cinquenta, oitenta, cem anos,
Se não se teve a coragem do simples vivenciando?

A vida não é uma multiplicação dos anos que são passados;


Não é uma luta para conseguir objetivos inconquistáveis;
Não é o aproveitamento do tempo em qualquer inutilidade!
Viver não é conquistar a imortalidade!
A vida é o tempo apreciado e os dias efetivamente desfrutados;
É a alegria e o prazer das companhias contáveis,
Sem importar de quanto seja a nossa idade.
Viver é o tempo que passamos em plena felicidade!
9 – Josélia

Josélia Porto de Bragança Alves Neves...


És soteropolitana de berço, goiana de formação,
E em amor, eis tu que nada deves
A Poxoréu, que amas de coração.

O dezoito de outubro trouxe fama ao Brasil.


Com Padre Manoel de Nóbrega, jesuíta de valor,
Pioneiro educador deste país varonil;
Também Benjamin Constant, militar reformador,
Co-fundador da República, guerreiro desses confins
E o pequeno Grande Othelo, cantor e compositor,
Que escreveu a “Praça Onze”, com Herivelto Martins,
Que fez filmes de sucesso e com arte interpretou
Que é vitrine do Brasil que ainda nele se espelha.
Mas entre o Fulano e o Beltrano e o Sicrano Povaréu
Também nascestes, Josélia!
Um presente da Bahia, em legado a Poxoréu.

No ano de seu nascimento,


O Esporte Clube Bahia, um time conquistador,
Primeiro campeão brasileiro, nos idos anos sessenta,
Sua glória coroou, campeão em Salvador.
E ainda no mesmo ano,
O Pau Elétrico, ancestral da guitarra,
A Adolfo Dodô Nascimento,
Que do braço de um cavaquinho
O instrumento inventara,
Dá-lhe a glória com carinho.

Dezoito de outubro, afinal


É dia mui concorrido
Pois é tanto personagem
Nesse dia nascido.
É dedicado ao estivador,
A Cernunnos – o celta, que da natureza é senhor;
Ao médico e ao pintor
E a São Lucas, o evangelista doutor.
Mas esse é também o dia
De cantar p’ra ti, Josélia
Uma alegre melodia
Em agradecimento a Deus
Por sua linda companhia.

Como a “Praça Onze”, de Herivelto e Othelo,


Um dia tu também hás de partir,
Ainda que seu passado seja tão belo
E mui grande seja o nosso sentir.
Mas então, amiga, esteja onde estiver,
Guarda contigo essa recordação
Que seu amigo da UPE, este confrade de fé.
Nesta data tão querida, lhe faz de todo coração.
Outras companhias, com certeza nós teremos
Mas teu passado, oh, Josélia de Bragança,
Para sempre cantaremos
Em tão ditosa lembrança.
10 – O candieiro

Viveu na roça menino


No sertão de Mato Grosso
Filho de Marcelino
Bom carreiro desde moço.

Era o candieiro Izaias


Que à frente dos bois de guias
Gritava com forte brado:
Vem cá Sombreiro! Vem cá Sobrado!

E pelo sertão afora, o carro-de-bois cantava


Sob o peso de sua carga, que lado a lado levava.
E o carreiro e o candieiro, de breve em breve embalava:
Vai Sombreiro! Vem cá Sobrado!

O carreiro Marcelino, cantarolando animado


Falava com os bois da guia,
Caminhando pelo lado
Vai Sombreiro! Vai Sobrado!

E no embalo da cantoria,
As juntas de bois puxavam
A riqueza do Brasil que então se produzia.
Vai Sombreiro! Vai Sobrado!

Também nos tempos de festa, o carreiro era chamado.


Enchia o carro de gente, que vinha de todo lado
E então, lá praquelas bandas, só se ouvia esse brado:
Vai Sombreiro! Vai Sobrado!
11 - Beleza interior

Mesmo sendo um cara feio


E com fama de durão
Não há razão pra receio:
Cara não é coração.

A beleza é um detalhe
Que tem pouca importância,
Não diz o que alguém vale
Não guarda a equidistância.

Ao olhar uma pessoa


Veja o seu interior
Isso te dirá se é boa
Seja que aparência for.

Se alguém te der a mão


Querendo te ajudar
Não lhe feche o coração
Convide-o para entrar.

Dê-lhe a coroa de louro


Mostrando-lhe que você
Possui um coração de ouro
E que sabe conviver.
12 - Esmeralda de Goiás

Minha senhora,
Esmeralda preciosa de Goiás,
Sonho de outrora,
O meu presente é você que sempre faz.
O meu amor é por você um sol brilhante
Que no eterno horizonte sempre sai
E aquece a vida, fazendo a luz continuar,
No seu eterno caminhar,
Gerando paz.
13 - Em Poxoréu

Em Poxoréu
Há vários recantos
Cheio de encantos...
Parece um céu.

Em Poxoréu
Há muitas flores.
Perfumados primores...
Cheiros do céu.

Em Poxoréu
Há muitas serras.
São lindas terras,
Bem perto do céu.

Em Poxoréu
Há diversos escritores
Que falam das cores
Que pintam o céu.
14 - Recado de Poxoréo

Ó filho que Poxoréo


No mundo estabeleceu...
Lembrai-vos deste torrão
Que te deu à luz um dia
E que nunca admitia
Deixá-lo entre outras mãos.

Tu foste daqui embora


Para voltar sem demora
E parece que esqueceu;
Não viu tua cidadezinha
Ser coroada a rainha
Do leste que floresceu!

Bem longe do seu lugar


Onde fostes estudar
Para adquirir formação...
Tu tornaste um doutor
Mas esfriou seu amor
Pelo distante rincão.

A sua terra, tão bairrista,


Não admite que exista
Um filho desnaturado...
Que depois de instruído
Para melhor ser ouvido
A tenha abandonado.

Mesmo daí, tão distante,


Poderás levar avante
O nome de Poxoréo!
Proclames a sua grandeza
Exaltes a sua beleza
Não deixe-o vagar ao léu!

Sua riqueza nunca é vista


Em qualquer lugar que exista
Do Norte ao Sul do Brasil!
São diamantes milionários,
Espalhados nos lendários
Garimpos para mais de mil!
Orgulhe-se de sua terra,
Sejas um peito que encerra
Poxoréo bem-aventurada!
Zelando por essa sorte,
Não permitas que na morte
Caia sua Pátria amada!

Que tu, a partir de agora,


Sejas diamante, lá fora
Na luta por Poxoréo...
Digas ao mundo que é brilhante
Na Capital do Diamante,
As bênçãos que vem do céu!
15 - Você é...

Você é...
O sol que me ilumina os caminhos da vida;
O raio de luz que me tira a dúvida e me traz a paz;
A energia que reaviva em mim a chama do amor;
O calor, que em nós gera amizade pura,
Que não morrerá com a idade.

Você é...
Tudo que dentro de mim continuará existindo:
Um sol que ilumina, uma luz que esclarece,
Um calor que gera paz!
E enquanto eu iluminar, esclarecer e semear a paz,
Você continuará, irmanada, como alma gêmea,
Existindo também,
Naqueles que eu gerar,
Pela luz, pelo calor e pela paz!
16 - A partida...

Vais partir?
Não podes mesmo ficar?
É realmente o que você quer?
Então vá, amigo!
Caminhe com fé e coragem!
A jornada é muito longa.
Deve preparar-te bem para percorrê-la.
Se puderes,
Escolhas o caminho das flores...
Das cores...
Dos odores.
Assim, por onde quer que fores,
Sua vida será mais alegre
E você mais feliz!
Que Deus te acompanhe!
17 - A Primavera

Já chegou a Primavera.
Trazendo flores para mim,
Perfumando a minha terra,
Enfeitando o meu jardim!

E o floral?
O floral floriu.
Floresceu o floral.
A natureza sorriu
Um sorriso natural

E o beija-flor?
O beija-flor está em festa,
Pulula de flor em flor
Buscando ver entre essas
A razão do seu amor.

E o floral?
O floral floriu.
Floresceu o floral.
A natureza sorriu
Um sorriso natural.
18 - Eu e Você

Que eu não seja omisso contra ti


E tenha a coragem de falar
A verdade que você precisa escutar
Para não perecer, para não cair;

Que você seja forte e valente


E enfrente o mal com altivez
Preferindo até morrer de vez
Que voltar a servi-lo novamente.

Que eu seja um servo fiel


E cumpra os mandamentos de amor
Ao meu próximo, seja ele quem for
E o conduza ao reino do céu.

Que você seja um vaso escolhido


Para receber as bênçãos que Deus
Preparou para os filhos Seus
Que em Jesus Cristo tenham crido.

Que nós estejamos sempre unidos


Nessa caminhada para o lar
Eu te apoiando, você a me ajudar
Para que jamais possamos ser vencidos.
19 - Exaltação a Poxoréo

Um grito alto, bem alto, eleva-se hoje ao céu


Pois na terra dos bororos, já existe Poxoréo.
Foi Antônio de Carvalho seu grande descobridor
E João Ayrenas Teixeira, o seu nobre fundador.

Salve, salve Poxoréo, Capital do Diamante,


Esplendor de Mato Grosso, nosso Estado tão pujante,
A terra que o garimpeiro oriundo do Nordeste,
Vira ser seu paraíso, tão sonhado no agreste.

O 26 de outubro, cantamos em tom maior,


E lembramos Júlio Müller, o augusto interventor.
Ele nos fez soberano, deu-nos a emancipação,
A ele também a glória, nesses versos de emoção.

Morro da Mesa, Lagoa e Bororo ou Pará,


São algumas das belezas deste tão lindo lugar
E a poxorense menina, de morena meiga cor,
É o postal que a cidade, lhe apresenta com amor.

“Minha doce Poxoréo!”, assim canta o artista,


Veio estrela lá do céu, uma estrela nunca vista.
Planejada assim por Deus, ela foi então fundada,
E, como berço Seu, natal, sempre assim será cantada.

Salve, salve Poxoréo, capital do diamante,


Esplendor de Mato Grosso, nosso Estado tão pujante,
A terra que o garimpeiro, oriundo do Nordeste,
Vira ser seu paraíso, tão sonhado no Agreste.
20 - A parte do poeta

O poeta escreveu uma parte de seu imaginário e me fez pensar.


Bendito sejas tu e a tua arte!
Você me deu a oportunidade do aparte.
A partir da tua idéia inspiradora, também me pus a partir.
Parti o todo que consome minhas conjecturas.
E retirei de lá essa pequena reflexão.
Esse aparte que partiu daquela parte...

Não partimos por partir.


Partimos no exercício da arte.
Queremos unir; não queremos dividir.
Partimos para acrescentar,
Para somar e multiplicar.
Partimos para fazer um todo,
Que se torne cada vez maior
Maior do que a soma de suas partes.
21 - Às “minhas” mães

Mães do meu Brasil


Brasil verde-amarelo,
Brasil cor de anil!
Se eu cantasse o belo
E se ele fosse um imenso jardim,
Certamente seríeis do meu canto,
As rosas, as flores e os jasmins
Que haveriam de me trazer o encanto!

Mães! Mães de homens;


Mãe de Jesus; Mãe Natureza!
Do meu canto que nada tomes
Senão o santo cálix da pureza!
Sejas cega, ó divina musa,
Ao amargor dos teus filhos cheios de pecado!
A eles, deixe que o Cristo conduza…
Por eles, basta apenas um crucificado!

Vivam, mães, vivam!


Vivam a vida que é tão minguada!
E se outros prazeres não te motivam,
Vivam a mulher que sois e
Sejam do homem seu desejo mais sagrado!

A vida, minha mãe querida…


É pequena demais para ficar de lado.
É preciso aproveitar cada bocado,
Para provar de tudo antes da partida!

Viva, mãe! Viva!


Viva para valer a pena!
A vida que Deus lhe deu
Não para ser jogada fora
Com as dores de cabeça por teus filhos.
Não! Foi para ser vivida,
Sem sacerdócio e sem vocação…
De fato e de verdade,
Com V maiúsculo…
Simplesmente vivida.
22 - Fumacéu

O Morro da Mesa...
O Morro da Mesa, em Poxoréu.
O Morro da Mesa, em Poxoréu está coberto de fumaça.
Morro sufocado pela fumaça.

Pinheiro... Pinheiro...
Pinheiro queima as folhas secas
Debaixo da árvore ainda verde;
Queima as folhas secas da árvore.

As folhas verdes secam...


Secam de calor.
O calor das folhas secas queimadas.
As folhas verdes secarão.

As cinzas se espalham.
O vento do inverno espalha as cinzas.
As cinzas das folhas secas queimadas.
Poxoréu some na fumaça cinzenta.

Queimadas!
O Morro da Mesa, as folhas secas, as folhas verdes.
Tudo foi queimado, secou, sumiu,
Virou fumaça no céu.

O céu da fumaça, a fumaça do céu,


Que triste “fumacéu”!
Em meu céu, seu céu, nosso céu...
É só fumaça, no céu de Poxoréu!
23 - Missionário Isaias!

Isaias...

Há muito tempo o Senhor está de olho em você.


Ele acompanha cada palpitar de seu coração.
Ele está atento ao seu deitar e ao seu amanhecer,
a cada espirro e a cada momento de sua respiração.

Meu caro...

Até os cabelos de sua cabeça estão contados.


Você não dá um passo sequer sem Sua observação.
Os fundamentos do mundo não tinham sido lançados
E Ele já tinha eleito você para cumprir essa missão.

Irmão...

É claro que você é importante para nós, da Igreja,


Mas acima disso, você é uma pessoa especial para Deus.
E em qualquer lugar desse mundo em que você esteja,
Pode ter certeza de que há ao seu redor um dos anjos Seus.

Felicidades!

Parabéns pela sua dedicação!


Que sua vida seja um manancial de alegria!
Que muitos sejam salvos em sua missão
E que no céu, como hoje, haja festa todo dia!

Feliz aniversário!
24 - A lei da poesia

Hoje é um dia...
Todo dia é dia.
Dia de dia e dia de poesia.
E eu gosto tanto do dia,
Quanto da poesia...
Mas exatamente neste dia,
Acho que não estou em um bom dia.
Não sei se estou triste
Nem se estou alegre.
Não sei se vou sorrir
Se vou chorar.
Só sei dizer que sinto muito em tudo o que vejo...

Há no ar, para condenar,


Uma louca ânsia...
Não vejo tolerância, nem vontade para amar e perdoar.
Todos erramos algumas vezes...
Não faria muita diferença se às vezes fossem vezes vezes vezes...
Basta um vírus para contagiar e matar milhares...
Mas também basta apenas uma morte para perdoar e salvar
milhares de milhares.
Matar ou salvar?
Que atire a primeira pedra aquele que não matou, que perdoou...
Que mate, aquele que salvou,
Se acaso sua ânsia de morte,
Que sempre foi azara sem sorte,
Resolveu, de repente voltar.
Que mate, o que salvou da morte,
Quem de perdoar teve a sorte.
Essa é a lei do dia,
Que vai mostrar o rumo norte...
Artigo primeiro e artigo derradeiro:
Amar sempre, jamais condenar...
Parágrafo Único: Perdoar sempre e para sempre amar e amar.
Chega de mal!
Salve o dia!
Viva a poesia!
E ponto final.
Registre-se. Publique-se.
Cumpra-se a lei do dia!
Viva, viva, viva a poesia!
Vai, tristeza! Vem alegria!
Vai-se noite e venha-me o dia.
Viva o verso, o inverso e o reverso,
Que dia a dia proclama poesia!
25 - O homem do Hospital

Não é o que diz saber de tudo o que sofre um homem miserável,


Mas que não viveu da sua miséria, nem mesmo uma pífia amostra...
Que alardeia o sofrimento do que passa fome, estendendo a mão,
Enquanto se banqueteia, numa mesa cheia de toda espécie de
pão...
Não é o que blasfema o nome santo: que seria um pai inominável,
Que abandona o filho, que em profunda fé, aos seus pés se
prostra...

Não! Não é esse o ser que de verdadeiro homem, possa ser


chamado,
E que entre os pobres santos, que Deus amou, de maneira sem
igual,
Possa um dia encontrar-se no céu da vida eterna, abençoada e de
luz,
Que Jesus preparou, em um cálice de amargor, ao morrer numa
cruz,
Misturando a sua dor, com a dor do infeliz, nem da morte lembrado,
Condenado a uma sina: uma vida severina e a um destino infernal.

Não é aquele que ignora o olhar espichado de uns olhos


maltrapilhos,
Que iluminam o corpo andante, numa vestimenta quase
desnudante,
Que cobrem uns lábios tremulantes, em palavras de infinita
piedade,
Abençoando num Deus lhe pague, meio-pão há vários dias de
idade,
Que os fazem em claras, verdes, azuis ou negras cores de brilhos,
Imaginados pelo cego ser, como reflexos de sua beleza narcisante.

Não! Não é esse manequim, de cravos no peito e perfume de


jasmim,
Desfilando em seus autos caros, em feitos de profundo desrespeito,
Aos descalços pés sobre cambitos, feridos na terra queimada de
sol,
Que coloridos de sangue, em perfeita fusão, com o poente arrebol,
Cruzaram o mar de areia, em um sol de lua cheia, vendo que só
assim
Cheios de fé e andando mesmo sem veste, teriam o mundo
perfeito.
Não! Não é este animal, que se diz ser racional, o homem do
hospital.
Naquele ser perfeito, os olhos veem direito, tudo o que a gente for.
Ele sente nossa fome e a angústia lhe consome, numa forma sem
par,
E só consegue comer, se os olhos puderem ver o pão nos
alimentar.
Ele não ataca o santo; agradece-o mil vezes tanto, o socorro
paternal.
E até pelo meio-pão, de um duro coração, pede bênção ao
benfeitor.

Não! Esse ser que vê o ferido à beira da estrada e o deixa


abandonado,
Nada tem da imagem e semelhança, daquele homem, ali, do
hospital.
Ele deu os primeiros socorros lá, ao coitado, quando jazia
abandonado,
Quando fora atacado por causa de um mero pacote, a ele
encarregado,
De levar a uma pessoa, numa cidade vizinha, por conta de um
trocado,
E ainda pagou de seu bolso o transporte e também o tratamento do
mal.

Esse senhor bendito, que veio trazer um céu de humanidade à


gente
Que vivia distante do conforto, do atendimento e do socorro da
Capital,
Foi contemplado com uma santa missão de amor, pelo homem
sofredor,
Vivente no interior, na terra de Poxoréu, para ir até ali e operar sua
dor.
E ainda que fosse um só, em favor de tanta gente, gemente e
diferente,
Soube agir com presteza, com rigor e firmeza, em sua luta contra o
mal.

Não!! Esse homem do hospital, sempre foi feroz, na luta contra o


mal,
Sem querer ser conhecido, pelo bem oferecido àquele irmão tão
doente.
Ele teve vários nomes e políticas diferentes, mas sempre foi
beneficente
E autêntico filantropo, impedindo que a direita, o soubesse
prontamente,
De seus contatos com a esquerda, de posição tal, um tanto mais
radical,
Pois tudo o que visava, era o bem que se dava, em favor de sua
gente.
26 - O salto do Gaudêncio

Que salto deu o Gaudêncio,


Da ponte do Rio Coité.
Ele nem pestanejou
Pulou e caiu de pé.
Á água se levantou
Fez uma ola legal
E a turma toda gritou:
De novo! Sensacional!

A reprise veio em dupla,


Com Gaudêncio e Clara Lúcia:
Sessentas e mais sessentas,
Foi uma grande massúscia.
O rio quase ficou seco,
No local da aterrissagem,
Com água por todo lado
Modificando a paisagem.

E a galera de baixo
Assistindo com atenção,
Aproveitando a onda
Fez uma nova ovação:
Ôôôôôô...baaaaaa...
De novo! De novo!
O Gaudêncio vai saltar,
Aproveeeita, meu povo!

Aproveita que é maravilhoso!


A Ilha do Coité,
É um lugar muito gostoso,
Dá até pra ir a pé.
Se lá você quiser ir,
Passar um fim de semana.
Vale a pena conferir.
É um lugar muito bacana!
27 - Feliz Natal, meu irmão!

É Natal, meu irmão!


De Jesus, Filho de Deus
Vindo da parte do Pai,
Para dos pecados seus
Sofrer a condenação.

É Natal, meu irmão!


Daquele que tem por missão
Dar a vida por sua vida,
Ser caminho e inspiração
À justiça e retidão.

É Natal, meu irmão!


Do que vai ser sacrificado
Por amor à humanidade;
Que morrerá na cruz pregado
Para dar-te a salvação.

É Natal, meu irmão!


De um que não teme a morte,
Se por ela conceder
Ao homem que não tem sorte,
Luz e paz ao coração.

É Natal, meu irmão!


Dá esperança ao pecador,
Que recebe de Deus o Reino
No coração cheio de dor,
Como fonte de perdão.

É Natal, meu irmão!


Daquele que nos trará
Um tempo de muita paz;
Que buscará nos livrar
Pra sempre da perdição.

É Natal, meu irmão!


Na Ceia do Deus nascido;
Sacies tua fome e sede
No corpo de sangue oferecido,
No remédio do perdão.
É Natal, meu irmão!
Há um novo rumo à Vida.
Jesus é o Caminho do Pai,
Sua jornada protegida,
Sua ponte de salvação.

É Natal, meu irmão!


Tempo de paz e esperança;
Tempo de luz e fartura;
Tempo de acerto e bonança;
Tempo de vida e união.

Feliz Natal!
Que Jesus, a fonte do puro amor;
Sol nascente e sol poente;
Seu Senhor e Salvador
Seja sua meta final.

Feliz Natal, meu irmão!


Feliz Natal!
28 - O dia sempre será da mulher

O dia sempre será da mulher…


Que trabalha,
Que planeja,
Que constrói,
Que orienta,
Que governa,
Que faz do mundo um lugar melhor para se viver.

O dia sempre será da mulher…


Que ama,
Que gera filhos com responsabilidade,
Que educa,
Que ensina a viver.

O dia sempre será da mulher…


Que é sentimental,
Que escreve o verso e a prosa,
Que canta e encanta o mundo,
Que traz alegria ao dia a dia,
Que faz a magia da poesia!

O dia sempre será da mulher…


Com EME maiúsculo:
A mulher guerreira que deixa saudades
Que gera boas lembranças por onde passa,
Que não se perde no tempo e na idade
O dia sempre será da mulher
Da mulher de verdade!
29 - Saudades do Pé da Serra

É sempre bom voltar ao Pé da Serra,


Para rever alguém que te queira bem,
Ou matar a saudade que o peito encerra,
Ou mesmo fazer pamonhas, também.

Também gostaria de estar aí


Enchendo meus olhos nessas paisagens
Que outras iguais eu nunca vi
Mesmo nas mais distantes pairagens.

Mas em breve, quando aí for


Matar as saudades que tenho de ti,
Saberá que tenho um grande amor
Guardado em peito apenas para ti.
30 - Planeta Vida

Aqui ou lá
Em qualquer lugar
Onde houver alguém
Estaremos nós também.

Educando com amor


Nosso povo de valor
Preparando para vida
Nessa pátria tão querida.

Nosso mundo construir


Na razão desse sentir
Somando e multiplicando
Dia-a-dia transformando.
31 - A última esperança

Onde estás que os homens não te encontram?


Eles clamam por ti, pois são pobres
E se veem náufragos da miséria,
humilhados!
Esquecidos da fortuna,
Até da alegria e paz consigo mesmos,
vivem a fome:
Mina que lhes minam
Até a minguada ânsia de esperança
Que lhes restam, de terem cor e calor,
Em melhores dias contigo, ó Justiça!

Choram sobre o suor; regam a terra


Esperando os frutos que não lhes dás;
Esperando as folhas verdes
Brotarem do vermelho sangue
Que seus corações sofridos
Orvalham sobre a terra.

Onde estás, se é que existes


E não passes de utopia
Para desesperados mortos de fome?
Onde te encontras, que buscam e não te acham,
Se é que estais em algum lugar deste Universo infinito?

Dais lugar à incredulidade


E, à fé, destróis,
Se não voltares ao mundo
Para acabares com as desgraças que lhe acabam!
Sois a última esperança, ó Cristo,
Deste mundo sofrível que ainda acredita:
"Um dia haverá justiça!"
Volte, antes que seja tarde demais
Até para a esperança continuar existindo na Terra.
32 - Desmatadores

Bem aventurados os desmatadores.


Eles são os verdadeiros discípulos do amor...
"Eles lutam e defendem a vida",
Atuando contra os matadores.
Eles não matam,
Eles DESmatam!!!
33 - Oração de um Professor

Senhor.
Tu me chamaste para ser e eu aceitei o seu desafio.
Sou um professor.
Tenho por missão servir ao meu próximo, ajudando-o a alcançar os
seus objetivos.
Sei que serei bem sucedido somente quando esses resultados
forem atingidos.
E creio que, quanto mais eu fizer pelo meu próximo...
Mais próximo estarei do fim de minha missão.
Isso, de certa forma me constrange.
Não duvido que o Paraíso me espere ao fim desta jornada.
Todavia, meu Senhor...
Sei que há tantos nesse mundo que ainda precisam de mim.
De forma que entre estar logo contigo para desfrutar das delícias de
seu amor e ficar aqui para ajudar mais um irmão, a fim de que ele
também possa chegar lá...
Me parece que esta é uma meta mais digna dessa minha opção de
amor.
Então, meu Senhor.
Nesse dia de professor...
Conceda-me a graça de ser outra vez professor.
Quero fazer de novo toda a minha jornada de amor.
Amém!
34 - Recado de Rádio

Alô, alô Pé da Serra


Município de Torixoréu, MT.
Izaias Resplandes, filho dessa terra,
Avisa que não precisa alvoroço,
Que está bem e que agora no fim do mês
Voltará para casa outra vez.

Também avisa ao povo de seu avô


Que já não aguenta mais de saudade,
Que sente no peito uma grande dor
E que não quer mais ficar na cidade.
Que é na fazenda que quer morar
E com seu povo é que quer estar.

Pede a quem ouvir


O favor de comunicar
Que lugar bom como esse aí,
Nem aqui, nem em qualquer lugar.
Manda a todos um abraço de coração,
Com carinho, ternura e gratidão!
35 - Dia de Lourdes

Hoje é o teu dia, minha linda!


O dia em que você veio ao mundo
Trazendo alegrias para a família Andrade.
Papai Tião e mamãe Gasparina
Tinham como seu sonho mais profundo
Ter uma filha em sua mocidade.

E então, o sonho de seus pais se realizou


Com a chegada de sua primeira menina,
Morena clara, cabelos pretos, bela, um céu!
E que ao nascer, levou um tapinha e chorou,
Diante de todos que aguardavam a sua vinda
E que sorriram alegres pelo choro seu.

Porque não era um choro de tristeza.


Você chorava pela alegria de ter nascido,
De ter sido amavelmente desejada.
Você seria Maria de Lourdes, a lindeza
De papai e mamãe; o tesouro mais querido
Que a esmeralda goiana cobiçada!

E o tempo passou! E você, Lourdes, cresceu.


Tornou-se, entre todas, a mais linda mulher
Que eu já conheci neste mundo de Deus.
Foi por você que meu coração se rendeu
Desde que soube que você queria me ter
Como amado para os beijos seus.

O recado alvissareiro veio por Zezé,


De suas primas, com certeza, a mais chegada,
Minha amiga daqueles tempos de escola:
__ Tenho um recado, você quer saber o que é?
__ Claro! Desde que não seja uma “pegada”.
__ Eu tenho uma prima que está te dando bola!

__ O que? Sua prima gosta de mim? Qual prima?


Passei em breve revista, a sua família inteira
E não encontrei você, oh bela morena
Que um dia me poria a fazer rimas,
Por ser menina faceira e minha primeira
E única mulher, que para viver, valesse a pena!
E então nos conhecemos, namoramos,
Nos apaixonamos e nos casamos, enfim,
Depois de mil anos de namoro.
E tenho vivido ao seu lado, em todos esses anos
Como homem que na vida encontrou seu fim,
Pois minha riqueza e você, minha linda, meu tesouro!

Feliz aniversário! Parabéns por toda a sua vida!


Que Deus te dê saúde, paciência e tolerância
Para me aguentar como marido ao seu lado
De hoje e sempre, até o dia de nossa partida
Para o lugar que Ele preparou-nos desde a infância
Para vivermos sempre, eternos, juntos e irmanados.
36 - A brincadeira do caracol

Vovô está com saudade


De brincar com seu netinho.
O brincar não tem idade,
Só precisa de carinho!

E aí, meu garotinho:


Vamos brincar o caracol!
_ Vamos sim, vovozinho.
Mas, como é que se brinca o caracol?

Para brincar o caracol


Tem que saber fazer curva.
E ele é bom para os dias de sol
E também nos dias de chuva.

Primeiro faça o desenho circular


Das várias casas, do céu até a primeira,
Onde cada um, com empenho irá,
Pulando de pé em pé, a brincadeira.

Se você for ao céu e voltar


Sem pisar nas riscas em qualquer lugar,
Uma casa, como sua, poderá marcar
E nas outras vezes, nela descansar.

E assim, um por vez, todos vão pulando


Até as casas serem todas conquistadas.
E nessa brincadeira sairá ganhando
Aquele que tiver mais casas marcadas.
37 - A Verdade

Jesus disse:
"Eu sou a verdade!"
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
" Verdadeiramente sereis livres"

Devemos dizer a verdade,


Ser verdadeiros, de uma só palavra.
Que o nosso sim e não
Seja sim, sim! E não, não!

Gente morna é uma praga.


Parece uma coisa, mas é outra.
Não é o isso e nem o não isso.
Quem quer ser duas coisas ao mesmo tempo
Não é nem uma coisa e nem outra.
Não é nada.

Nós temos que dar valor ao que presta,


Àquilo que tem virtudes,
Ao que é bom.

Não sejamos uma mentira,


Sejamos verdadeiros.
Amemos Deus por inteiro,
De corpo, de alma e de mente.

Busquemos a liberdade de Jesus.


Se ele nos libertar de verdade,
De verdade seremos livres
E conheceremos de verdade,
A liberdade.

Que Deus nos ajude a encontrar


A verdade da liberdade!
38 - Mãe

Mãe, eu sei que somos todos imperfeitos.


Qual é o ser humano que não é?
Aceitamos que apenas Deus seja perfeito,
Por sua própria graça e direito.
Mas quando olho para ti, mãe querida,
A única coisa que vejo em ti, como defeito,
É o de me amar acima de meu direito.
Eu quisera poder retribuir a ti,
Amor, em igual medida ao que me destes,
Mas como poderia eu medir
Para poder repetir, a ti,
O amor imensurável que me dedicastes?
Diante de minha impotência
Em fazer o mínimo a que você tem direito,
Peço de te o máximo de clemência
Para perdoar, dentre todos,
Mais esse meu grande defeito.
E nessa hora de reflexão
Sobre direitos, malfeitos e perdão,
Peço a Deus que te abençoe...
Que eu não mais te magoe...
Que você me perdoe.
E o que mais eu peço agora,
Em uma oração jamais contida,
É que eu possa sempre te abraçar
Enquanto Deus a vida me dar,
Enquanto eu ter o direito à vida.
39 - UMNT

A União Missionária Neotestamentária - UMNT


É uma obra que, sem qualquer forma de acepção,
Seguindo a ordem de Jesus, Nosso Senhor,
Vai pregando o evangelho pelo mundo
Com devoção, dedicação e amor profundo,
Aqui, ali, alhures, a mim, a ele, a você...
Para qualquer pessoa que abrir seu coração,
Para receber as suas mensagens de amor.

Ide por todo o mundo e pregai a toda criatura!


Esse foi o comando que fez essa obra nascer.
Testemunhar à família, ao vizinho e ao amigo...
Em Jerusalém, na Judéia e até aos confins da Terra:
Eis os objetivos primeiros, que essa missão encerra,
E que fazem seus obreiros, com alma santa e pura,
Mensageiros de amor e de salvação, lutar e vencer,
A qualquer força que enfrentam como inimigo.

O missionário UMNT sabe que a Palavra não passará;


Que haverá sequidão, tristeza e fome durante a noite fria;
Que a dor e o sofrimento, a morte e o inferno do deserto,
Os touros de Basã e a súcia de malfeitores,
Os Cães de Satã com seus terríveis horrores...
Vão estar sempre ao derredor, procurando sua fé minar,
Mas também sabe que logo vem o dia, com refulgente alegria,
Mostrando-lhe, que o Senhor sempre estará mais perto!

Sim, missionário! Ele está sempre convosco, seja onde for:


Nas frentes de batalha, nos momentos de oração,
Longe dos seus patriotas e de sua família distante,
Em qualquer lugar que andar, seja na Terra, seja nos ar,
Você nunca estará sozinho... Ele sempre vai estar lá...
Ele é Jesus, os seus braços, a sua luz e o seu Senhor!
O companheiro mais leal que você tem em sua missão,
Aquele que te dará a força para prosseguir e ir avante.

A UMNT - União Missionária Neotestamentária,


É missão alicerçada nos apóstolos e profetas. Sua doutrina...
É o sal que traz o sabor do maná celestial e do pão multiplicado.
É uma luz que ilumina e um saber que esclarece;
É uma fé que vê distante e um amor que compadece.
É uma missão internacional do século XX; uma obra centenária;
Que em tempo e fora de tempo, prega a Palavra, exorta e ensina...
Mostrando a todos os homens, que o Reino de Deus é chegado.

Para Jesus seja a honra, o louvor e a glória,


Do trabalho abnegado do missionário UMNT,
Que com muita nobreza, coragem e ousadia,
Transpõe montes e rios, também mares e florestas,
Para realizar a missão e cumprir as suas metas.
E assim, de forma notória, reescrevendo a história
Do combate ao pecado, na força de Seu poder,
Abrir as portas dos céus, que só de longe se via!
40 - A missão UMNT

A União Missionária
Neotestamentária –
UMNT...
É uma obra altaneira
Que de forma alvissareira,
Traz a luz até você.

Sem qualquer acepção,


Com amor no coração
Imensamente profundo,
Segue a ordem de Jesus,
O Senhor que ali na cruz
Deu a vida pelo mundo.

O evangelho vai pregando


E ao mundo, abençoando.
Com grande dedicação:
Aqui, alhures, ali,
A qualquer que vir abrir
Por Jesus seu coração.

Vai a toda criatura,


Que quiser a alma pura
E do pecado livrar.
É essa a nobre missão,
Que em prol de um irmão,
Jesus disse: vá pregar!

Foi esse brado de amor


Vindo do Santo Senhor.
Que fez a Missão nascer.
E esse foi o comando,
Foi a ordem, foi o mando,
Que lhe fez obedecer.

Testemunhar à família,
Do continente e da ilha
Sobre a guerra que Jesus
Para livrar do perigo
O amigo ou inimigo
Começou ali na cruz.
Libertar e ser liberto,
Aos de longe e aos de perto,
Eis o norte da Missão.
Jerusalém e Judeia,
Que todos tenham ideia
De sua disposição.

Está declarada a guerra


Até os confins da Terra,
Contra o senhor do pecado.
A meta dessa Missão
É trazer a salvação
Para o homem libertado.

Com a alma santa e pura,


Ela quer a criatura
Se dobrando a Jesus.
Obtendo o perdão,
Recebendo a salvação
Do Senhor ali na cruz.

São objetivos primeiros,


De seus valentes obreiros,
Os que podem ouvir a voz.
Mas depois os estrangeiros
Serão também despenseiros
Pois não ficarão a sós.

Os mensageiros de amor
Hão de ir, seja onde for,
Lutar, vencer e buscar.
Pois essa missão encerra,
Uma luta em prol da terra
Que Jesus veio salvar.

Ao morrer ali na cruz


O Santo Senhor Jesus
Demonstrou tão grande amor.
O mesmo faz seu obreiro
Como um bom despenseiro
De Sua graça e favor.
O amado missionário
Que tiver como salário
A salvação de alguém.
Diz a Palavra de Deus
Que ainda nos tempos seus
Receberá cem, além do bem.

E a Palavra não passará,


Mesmo se tudo acabar
Em completa sequidão.
Pode haver tristeza e fome
E qualquer bicho de outro nome
Ou total desolação.

Se durante a noite fria


Vier a dura agonia,
Muita dor e sofrimento.
Logo ao raiar do dia
Há de vir a alegria,
Como um novo sentimento.

E se o inferno deserto
Mostrar a morte de perto
Ao obreiro em ação.
Sabe-se que o Senhor
Lá do céu com muito amor
Há de dar libertação.

Nem os touros de Basã,


Tampouco os cães de Satã
Ou a súcia de malfeitores
Que em derredor estão
Fazendo perseguição
Com seus terríveis horrores...

Conseguirão derrubar
Ou mesmo da fé minar
Os santos trabalhadores;
Pois o anjo do Senhor
Está sempre ao redor
Do missionário em labores

Todo homem da Missão


Guarda a fé no coração
Ao partir para o combate.
Pede a Deus que o proteja
Dos perigos da peleja
E que a vitória não lhe falte.

Ele é sabedor que Deus


Cuida bem dos filhos seus;
E até seus fios de cabelo
São por ele contados,
Um por um enumerados
E merecem seu desvelo.

Sim, querido missionário!


Não é seu imaginário:
Deus está sempre contigo;
Ali na batalha dura
O senhor é a sua cura
E te livra do perigo.

Quando longe de sua gente,


Entre um povo não temente
Ou numa pátria distante
Ao subir em oração
Deus te dá a proteção
E te faz um dominante.

Em qualquer lugar que andar,


Seja na Terra ou no ar,
Nunca estará sozinho!
Ele sempre vai estar lá...
Pronto para te livrar
Como a galinha ao seu pintinho.

A Missão é de Jesus.
E é dele que vem sua luz.
Ele é o seu Senhor!
Seu companheiro leal,
Um amigo sem igual
O seu guia e protetor.

A União Neotestamentária
É uma Missão centenária
Que se baseia nos profetas
Para ensinar o povo,
Não querendo que novo
Prejudique suas metas.

Segue os apóstolos na doutrina,


Com rigorosa disciplina,
E toda diligência e cuidado.
Prega, exorta e anima
A praticar aquilo que ensina
Sobre o Reino de Deus chegado.

Para Jesus toda a glória,


Em todo o tempo da história
De trabalho da Missão,
Para combater o pecado
E fazer libertado
Cada canto desse chão.
41 – Lagoa, Lagoa, onde estás?

Um dia o discurso acabará e os homens amarão a natureza, da


mesma forma com que ela, sem discurso, ama os homens.

Oh, Lagoa cristalina, doce e meiga musa minha!


Que saudades agora eu tenho; agora nesta hora,
De rever-te tão cristalina, tão pura e tão limpinha,
Como nos meus tempos de infância, naqueles tempos de outrora.
Quisera poder em tuas águas, como fazia antigamente,
Nadar, mergulhar, afogar minhas mágoas e sonhar amar
eternamente!
Quisera poder voltar ao fundo e pisar sobre as areias de teu álveo;
Brincar ali, com os peixinhos em seu mundo,
Um mundo lindo e fantástico, que também é Poxoréo!
Quisera ver as morenas… As morenas turistas
Que as tuas margens enfeitavam e as coloriam
E que, como diziam os meus amigos, os Batistas
(Batistinha e Batistão): “Eram colírio para as vistas que ardiam!”
Eu quisera rever-te agora, minha puríssima Lagoa
- A mesma menina que me banhou os pés e também os pés de
meus pais;
De novo queria te ver reproduzir o encanto da ave que voa
Na mesma arte imutável em que voavam suas ancestrais!
Queria ver de novo o poeta, em seus versos, alegre cantar
A saudade de voltar para casa quando distante estava,
Para chegar aqui e em tuas águas, Lagoa, poder banhar
Para sentir a vida, a força, o amor e o vigor que lhe faltava.
Lagoa, Lagoa! O que eles fizeram contigo?
Por que em vez de pureza, só vejo em ti poluição?
Se os poxorenses te amavam, por que tão triste castigo
Impuseram sobre ti, como se nenhum tivesse coração?
Minha amiga, triste amiga, ontem tão alegre…
Também estou magoado com este teu inferno
Que meus irmãos te deram, como se teus inimigos fosse e que tua
vida denigre.
Será que foi somente porque você não aceitava esse mundo
hodierno?
Foi maldade demais, amiga; essa sujeira toda você não merecia,
Mas os homens são assim mesmo: o bem, eles o pagam com o
mal!
Eles também mataram o Cristo de Deus, que os salvaria!
Perdoe-os, amiga! O homem que se diz homem, não passa de um
animal!
Jesus, morto por eles, os perdoou e com Deus hoje está sentado no
céu!
E lá, com Ele, para que Ele possa banhar seus cabelos santos,
Suas águas se assentarão para sempre, como o Senhor prometeu!
E ali tu terás os justos do Paraíso para apreciar teus encantos!
O céu não é para quem sofre e faz vingança; é para aliviar a dor
Daquele que sofreu, mas que perdoou porque amava e conhecia o
amor!
Não te pergunto mais: Lagoa, Lagoa, onde estás?
Nem tampouco onde estarás, porque agora eu sei
Que não era da Terra o teu reino.
Que a Terra era apenas o teu calvário e teu verdadeiro fadário
É o reino de Deus! É o reino de luz! É o reino de paz!
Poxoréu, MT, 22/04/1990, Dia da Terra.
42 - O mundo do ABC

Este mundo é uma criança,


Este mundo é um brinquedo…
Vamos cantar com esperança,
Sem de nada termos medo!

Somos calouros da TV,


Vamos cantar o Bê-A-Bá…
Nós queremos ver você
Também cantar e se alegrar.

ABCDEFG
HIJLMNP
OPQRST
S T U V X Z.

STUVXZ
OPQRST
ABCDEFG
S T U V X Z.
43 - Pare, pense e siga

As nossas vidas são longas jornadas.


Não dá para percorrê-las de um fôlego só.
Periodicamente, precisamos de várias paradas
Para comer, fortalecer, descansar e limpar o pó.

Reanimados, começamos outra vez


O percurso de mais um dia de labor,
Após a parada que necessária se fez,
Caminhando com muito mais ardor.

Nenhuma pessoa é um andarilho sem meta.


Todo dia a dia é uma rotina de trabalho.
Não importa se a direção é curva ou reta,
Se o resultado foi positivo ou se foi falho.

Cada passo que um de nós dá nessa vida


Produz o efeito borboleta pelo mundo.
Ainda que essa ação nem sempre seja sentida
De imediato, ao longe, seu efeito será profundo.

Essa é a razão das paradas serem importantes.


Pois nesse momento, fazendo nossa avaliação,
Replanejamos nossas ações de antes
Para aperfeiçoarmos a nossa direção.

Sempre que iniciarmos um dia de jornada


Devemos saber para onde estamos indo.
Se a nossa rota não estiver bem planejada
Podemos jamais chegar ao nosso destino.

Na verdade, de três coisas há exigência


Para atingirmos o nosso porto seguro.
O planejamento, a disciplina e a persistência
São as ferramentas que fazem o futuro.

Assim armados, poderemos seguir em frente,


Com a certeza de termos êxito na missão
E de que faremos o bem à nossa gente
Proporcionando-lhe uma boa contribuição.

Se cada um de nós seguir por essa mão,


É provável que seremos muito queridos.
Saberemos qual a nossa destinação
Onde haveremos de ser bem recebidos.

Nossas ações serão sempre aguardadas


Por aqueles aos quais as realizarmos,
Pois seguiremos as linhas bem traçadas
Nos dias de labor em que pararmos.

Pare, pense e siga, não ande na contramão.


A vida, quando seguida de qualquer jeito,
Não resulta de uma boa educação
E tudo que se fizer, será considerado mal feito.
44 - Terra gloriosa

Salve amada Poxoréo,


Terra de amor e de paz.
Salve o azul de teu céu,
Que o Deus vivo aqui nos traz!

Salve sempre, oh bela terra!


Os teus rios, as tuas matas
E os tesouros que encerram
Suas mil e uma catras!

Catras que mãos calosas


De homens fortes, amorenados,
Abriram entre tantas prosas
Nos monchões de teus cerrados.

Salve, terrinha! De baianos nordestinos,


Maranhenses e nortistas!
Terrinha que meus “mininos”
Pôs nos palcos como artistas!

Eu te amo, meu torrão!


Ter-te o berço é a glória
Que me enche o coração
Quando conto sua história!

Que Deus te conserve assim, sempre igual,


Sempre pura e imaculada;
Sempre viva e natural,
Sempre, sempre, idolatrada!

Salve, salve Poxoréu! Que Deus


Se brasileiro nasceu,
Por certo que foi teus céus
O berço que escolheu!
Poxoréo, MT, 03.10.87
45 - Adeus, Poxoréo!

Água escura que luziu diamante,


Aliviaste-me nos quatro anos calma,
O desespero que me invadia a alma,
Na loucura da cidade gigante.

És água viva, Poxoréo.


Deste-me de beber; saciaste-me. Mas agora,
Ao longe vagam meus olhos, ao léu,
Em um adeus sem palavras - triste hora!

Areia, Cruzeiro, Santas Maria e Terezinha,


Passam com a poeira que rouqueia.
A cidade que senti ser minha,
Vai ficando ao longe; foge-me das veias.
E pelo Morro da Mesa, iluminado, quando passo,
Os olhos levanto e falo em despedida,
Triste, apagada, numa força já sem vida,
Ao amigo que fora, por anos, o meu regaço.

Por que as velas, Morro da Mesa?


Parto tão somente. E tu, alta de glória,
Não deves lamentar, maculando sua beleza
Com tristeza velória.

Meus olhos - pedrinhas do Pará


De insólido apoio,
A correr para lá e para cá, no arroio,
 Sim, devem chorar!

Meu peito - Areia amofinado,


Almofada de picaretas, esquálido,
 Deve tudo sofrer e até ser,
Quiçá, mártir de um novo amanhecer!

Não chores e apagues estas velas.


Suas luzes me fazem mal.
Não morri, quero outras outras, não elas,
Tristes, mas alegres, de Carnaval!

E amanhã, no crepúsculo momento,


Voltaremos de novo,
Abastando contentamento
A sorrir com nosso povo…

Adeus, Poxoréo!

Poxoréo, MT, 21/08/84


46 - De dia em dia

É de dia, é de mês... Que se vai fazendo a vida ter sentido.


É de dia, é de mês... Que se vive um amor tão profundo, não
duvido.
Afinal... O tempo não passa quando a gente ama
E a gente tem certeza e nunca se engana,

Pois o amor é eterno e nunca tem fim.


E a gente vai, simplesmente vai, assim…
Passando dia, passando mês e ano
E cada vez mais, muito mais, muito mais se amando.

É de dia, é de mês… Que se conta a forma como nos amamos.


É de dia, é de mês… Que fazemos ser real tudo o que sonhamos.
Isso é viver… Estar ao lado da pessoa, a quem de verdade se ama,
Com a certeza do amor que nunca nos engana,

Pois a aliança que fizemos ao dizer o sim


Para estarmos juntos, lado a lado, até o fim
E viver felizes um dia de cada vez
Hoje fez mais um dia, completou mês.

Poxoréu, 21/08/2018
47 - A vitória do amor

O poeta/profeta viu entre os montes,


No vale do Armagedon,
A batalha final do bem contra o mal.
A preparação para o eterno reino da boa sorte
Sem ódio, miséria e sem morte,
O reino da vida que não tem igual
O reino que Deus preparou para os filhos seus.

Esse mundo jaz sob o maligno.


Está reservado para o fogo do juízo
Para o dia do triunfo do Rei dos Reis
Ao qual todo joelho terá de se dobrar.

A morte não cantará mais vitórias


Seu aguilhão destruído estará.
Os mortos...
Os mortos foram aqueles que não se submeteram
Ao Deus Jesus como o Grande Senhor.
E os vivos...
Aqueles que nele creram
Como seu bom e capaz Salvador.

Em Cristo somos mais que vencedores


Temos toda a força dos anjos ao nosso dispor.
Nele não há perdedores.
Ele é o Deus que nos amou sobremaneira
Que deu sua vida para nos salvar
E que a recuperou na força de seu poder
Porque tudo pode morrer e morto permanecer.
Só Deus pode vencer a morte
Porque Deus é amor
E o amor não pode morrer.

Viva o Senhor Deus, o Criador!


Viva Jesus, o Salvador,
O Rei que vence o ódio e o rancor
Com o poder e a força do amor!
48 - Uma foto feita por Deus

Aqui se faz, aqui se paga, diz um ditado popular.


Não adianta correr, não adianta fugir, o seu dia vai chegar.
E eis que foi assim que esse dia chegou e por isso estou aqui,
Para contar em detalhes, tim tim por tim, sem nada ocultar,
Para quem quiser saber, pois fui testemunha ocular.
É coisa que ninguém me falou, mas que foi eu mesmo que vi.

E então, minha cara... É agora que a máscara vai cair


Pois há poucos dias, eu vi você em uma foto no Facebook.
E achei que eu não poderia deixar de mostrar essa imagem.
Tenho certeza de que minha mente também viu o que eu vi
E de que naquela foto tão reveladora não havia nenhum truque
Que me fizesse equivocar, pois não se tratava de montagem.

Digo que, de pronto, me apaixonei pela textura da maquiagem.


Pela beleza magnífica e incomparável das tonalidades!
Que talento e percepção extraordinária teve o artista!
Quanta genialidade ele colocou em sua imagem!
Se as cores eram lindas, o que dizer das sinuosidades?
Era um retrato perfeito, que me encantou à primeira vista.

Ao vê-lo, naveguei pelos setes mares do mundo,


Perdi o temor ao perigo das águas desconhecidas,
Percorri os infindáveis oceanos numa longa viagem.
Como Ícaro, alcei vôo para o espaço mais profundo,
Dei liberdade de expressão às minhas asas adormecidas
E vivi pelos desertos sob o encanto dessa imagem.

Eu também me apaixonei pelos belos óculos escolhidos,


Ainda mais lindos sob o reflexo brilhante de seus dentes,
Formando em volta de seus olhos a mais linda das molduras,
Acentuada por um azul refulgente emanado de seus vestidos.
Tornando ímpar a beleza plástica dos seus aros e lentes,
Somente comparada com aquela, das divinas criaturas.

Pois então, menina, que lindos ficaram os seus ângulos focados,


Nessa sua foto, que é muito mais do que um simples retrato,
Porquanto nela se vislumbra um sentimento que nos acalma,
Capturado pelas lentes de um fotógrafo cheio de predicados,
Por quem haverei de ter, um coração eternamente grato.
Sim! A Deus, que tal foto fez! Com espírito... Corpo... E alma!
A sua foto fala com a gente e nos conta muito de sua vida.
Ela nos mostra uma menina-moça de muita inteligência,
Que se sente introvertida, mas que de forma tão natural,
Ao se comunicar conosco, se revela totalmente extrovertida,
Expressando com liberdade, seu conhecimento e eloquência,
Ensinando-nos que a idade, não é um limite fundamental.

Eu sei que o fotógrafo é um artista, mas Deus é perfeito artista


E quando ele faz qualquer coisa, sempre a faz para ser a bola da
vez.
Foi assim que, para fazer a sua foto, como sendo de todas a mais
bela,
Antes de tudo, ele fez você com uma imagem, até então, nunca
vista,
Ele se fez de modelo para fazer você e, à sua imagem te fez.
E pelo fato de você ser única, hoje a sua foto é o foco de nossa
tela.

Parabéns por mais esse aniversário! Parabéns pelo seu dia!


Parabéns pela vida maravilhosa que você tem!
Parabéns pela família, papai, mamãe, irmão!
Parabéns pela igreja, amigos e companheiros de sua alegria!
O que vale a pena dizer dessa vida se resume em viver bem.
Então, até que o Céu chegue, viva a vida aqui, de todo o coração!
49 - Obrigado, Papai do Céu…

Obrigado por ser pai...


Obrigado por ser cumprimentado como pai...
Obrigado por ser papai de um pai...
Obrigado pelos meus filhos que me chamam de pai...
Obrigado pelos meus amigos que são pais...
Obrigado pelos familiares, que não sendo pais, cumprem a missão
de pai...
Obrigado por quem criou esse dia dos pais...
Obrigado por quem se lembrou que hoje é o dia dos pais…
Obrigado, Senhor Nosso Pai…
Obrigado por nos encher o coração de fé e nos fazer acreditar que
vale a pena ser pai.
Que a cada dia, Nosso Pai, aprendendo com o Senhor, nós
possamos ser melhores pais.
Feliz dia dos Pais…
A todos com quem convivo e que são pais…
Aos homens, às mulheres, aos filhos, aos que se fazem pais…
Feliz dia dos pais!
50 - O filho distante de Poxoréu

Olá, Poxoréu! Faz tempo que quero conversar com você.


Precisamos colocar os pingos nos is e voltar a nos entender.
Afinal, eu nasci aqui, embora tenha passado a vida distante.
E eu sei que você lamenta muito e até tenta compreender
Porque é que fui embora, te deixando e te fazendo sofrer...
E porque me envolvi com outras e delas me tornei amante.

Sabe, Poxoréu, eu percorri o mundo atrás de oportunidade.


Eu queria ser alguém de valor, com meu talento reconhecido.
Eu queria aparecer e ver meu nome inscrito no rol da fama.
E assim eu andei e viajei, vagando de cidade em cidade.
E conheci lugares lindos, aventurando pelo céu desconhecido.
Às vezes dormi em casas, noutras vezes a relva foi minha cama.

E enquanto eu vagava pelo mundo, eu sempre pensava em ti.


Lembrava dos morros, dos riachos, das cabeceiras e cachoeiras.
Via o Morro da Mesa, lindo naquela foto de nosso cartão postal,
Os domingos à beira da Lagoa, encantos que eu nunca esqueci.
Me imaginava nas Cachoeiras do Lucas, minhas delícias primeiras
E também nas nossas águas termais do Damasceno e do Buritizal.

Fui várias vezes na cidade de Brasília, a Capital Federal do Brasil.


Estive no Congresso Nacional, na Câmara e no Senado da
República.
E lá eu vi o teu político, ora como deputado, ora também Senador,
Elevando sua voz como filho varonil,
Destacada liderança mato-grossense, de nobre caráter e de fé
pública,
Honrando a sua bandeira e com uma voz altaneira, a lutar com
fervor.

No Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, famosa morena


capital,
Encontrei nosso cantor, destaque no rádio e na televisão brasileira,
O teu poeta cancioneiro, autor e compositor de “Minha Doce
Poxoréu”,
A música que os teus filhos cantam como se fosse o seu Hino
Oficial,
Membro da União Poxorense de Escritores, criação de gente
violeira,
Que tanto tem feito e lutado, em defesa da arte e da cultura deste
céu.

Em Cuiabá, Capital de nosso Estado, era como se em casa


estivesse,
Tantos os teus filhos que ali brilhavam, nas mais diversas
posições...
No Tribunal de Justiça, juízes e desembargadores
São pilares que te fazem ser notória e tua história engrandece.
E os demais, tantos são, decidiram se unir para em diversas
situações,
Assegurar que venham a ti o calor de suas lutas em defesa de suas
cores.

E então é isso, Poxoréu. Sou esse teu filho distante, que um dia
partiu,
Para encontrar-se com aquilo que seria o seu futuro e o seu
destino;
Para se fortalecer e te servir com mais força, coragem e
determinação.
Eu fui, mas eu sempre voltei, porque o meu coração daqui nunca
saiu.
Eu me tornei muito conhecido, mas jamais deixei de ser o seu
menino,
Que sempre te amou e sempre estará aqui, cantando, em tua
exaltação
51 - ALFABETIZANDO PELA BÍBLIA

Saber ler e escrever


Desejei desde criança
E se querer não é poder
Também não tira a esperança.

Esperei com paciência


A minha oportunidade
Que veio através de um curso
Ministrado em minha cidade

Alfabetizar pela Bíblia


Era o que o curso propunha.
E com as bênçãos de Deus
Aprendi mais que supunha.

Estudando pela Bíblia


Eu fui me alfabetizando.
E seguindo seus ensinos
Minha vida está mudando.

Estando longe do saber


Eu vivia na tristeza
Mas quando aprendi a ler
Vi que a vida é uma beleza

Examinando a Bíblia
Eu espero encontrar
O perdão de meus pecados
E um céu onde morar.
52 - A morte do Areia

Eu, um dia, te vi lindo!


Lindo rio de águas cristalinas
As doces imagens refletindo,
Das poxorenses moças meninas.

Vi senhoras de baianos,
Nossos garimpeiros pais,
Encher pipas, lavar roupas e panos
Em suas águas tão cristais.

Vi o multicor da vida
Cantado por bicudos e pardais
Que viviam na guarida
De seus capões marginais.

Vi tudo o que hoje vejo


Somente em versos e canções,
Retrato de velhos desejos
E de antigas aspirações.

Um nome: Areia! Também eu vejo.


Mas rio, basta olhar:
É apenas um desejo
Para o poeta sonhar
Poxoréo, 14/10/87
53 - Primavera Invernal

Está chegando a Primavera


Com flores pra cada lado.
O descansado verá Florinda,
A flor linda do bem-amado.

O estressado está do outro lado.


Com os nervos à flor da pele...
Com a visão das flores
Não será contemplado.

Não verá cores, não sentirá odores...


Sua Primavera trará os rigores
Dos invernos incolores
Tristes e sem amores.
54 - O céu de Poxoréu

Em Poxoréu...
Existem vários recantos
Todos cheios de encantos
Que até parece o céu.

Em Poxoréu...
A paisagem tem lindas flores
De perfumados primores
E cheiros que vêm do céu.

Em Poxoréu...
É de se ver muitas serras
Elevando suas terras
Para bem perto do céu.

Em Poxoréu...
Tem o Gaudêncio Amorim,
Contando tim-tim por tim-tim
A história desse céu.
Em Poxoréu...
Tem o Luís Carlos Ferreira,
Poeta com eira e beira
Um gigante de seu céu.

Em Poxoréu...
Tem o grande Joaquim Moreira
Um diamante de primeira
Entre as pedras de seu céu.

Em Poxoréu...
Tem o Kautuzum Coutinho
Poeta bom como o vinho
A ser bebido no céu.

Em Poxoréu...
Tem a professora Josélia
Mãe de bonecas, uma Amélia,
Mulher de verdade, que orgulha o seu céu.

Em Poxoréu...
Tem a Zenaide Farias
Dizendo ao Gonçalves Dias
Que ele não viu o seu céu.

Em Poxoréu...
Há gente que faz, há gente que vê,
Gente que trabalha como eu e você,
Gente que sonha, com a terra e com o céu.

Em Poxoréu...
Tem-se um lindo lugar
Tanto pra se ver, como também pra morar,
Enquanto se aguarda o dia do céu.
55 – Feliz aniversário, Vildacy!

Você pode ouvir meu choro por você?


Você percebe a dor que carrego na alma,
Por causa de você?
Você sabe que também quero morrer,
Para logo estar com você?
Você conhece a minha revolta contra o mundo
E a vida que tomaram de você?
Você entende que não me conformo
Com o modo como Deus chamou você?
– Sei que me entende,
Me conhece e me ouve.
E hoje. A lágrima de todo ano,
Com muita saudade de ti,
É meu presente de aniversário,
Meu maninho Vildacy.
Poxoréo, 28/07/1983
56 – Ciúmes

“Quem ela pensa que é?


Será que ela acha que é muito...
Muito... Muito boa?
Muito bonita?
Que cara mais descarada.
Ei, guria.
Está vendo onde você está pondo a mão?
Desconfia!
Vê-se se manca!
Arrff!
Que raiva!
A descarada continua.
Será que terei que trucida-la,
Esfolá-la viva para que desconfie?
Olhe bem para a sua cara, minha filha!
Você nunca se viu no espelho?
Já percebeu o tamanho da sua cara de pau?
Percebeu?
Não!
Eu não aguento mais!”
– Meu bem, vamos embora!
Goiânia, 1985
57 – Saudade

Ah! Que delícia de música!


Antiga, mas gostosa!
Ouvindo-a, da uma saudade...
Ah!
Que sabor celeste!
Esse compositor
Deve ser como eu,
Que gosto tanto...
Deve ser um apaixonado.
Dá até para sentir.
É tão real!
Coitado do Adão.
Sua Eva não sabia
Que ele era como nós
E que ele também gostava tanto...
Não sabia mesmo,
Faltava-lhe o “jeitinho”.
E ele ficou...
Como eu agora.
Só na saudade;
Só com sua Eva.
Como eu: só com você.
Sem provar o danado de bom.
– Que danado de bom, querido?
Ora, aquele pedacinho gostoso
De seu delicioso pudim!
Goiânia, 1985
58 – A vontade

Puxa, que bom que a gente


Se encontrou aqui neste barzinho!
Bom mesmo?!
Eu... Você... Essa musiquinha
Com o gostinho daquele pudim
Que você fez outro dia.
Que bom!
Hum! Divino! Da uma vontade...
– Vontade de que, benzão?
– Ah, meu bem. Você sabe de que.
Fico pensando...
Você não pensa também?
– Pensar em que, amor?
– Como? Ora...
Em eu, você, essa musiquinha...
E...
– E? E? E o que, meu bem?
– Ora e o que? Já disse, não disse?
Em eu... Você... Essa musiquinha...
E...
– E o que, querido? Ah, vai, diga logo.
Já estou ficando com vontade também!
– Está bem, está bem,
Não precisa ficar ansiosa!
Eu digo.
Eu fico pensando em
Eu... Você... Essa musiquinha
E um delicioso pedaço de pudim!
Em que mais você queria que eu pensasse?
Goiânia, 1985
59 – Ressaca

– Eei, que é que você tem?


– Nada não. Coisas da vida.
Que que há?
– Nada, sei lá...
É que te vi aí, todo caladão,
Murcho aí no seu canto,
E pensei que alguma coisa...
– Pois pensou mal.
Não aconteceu nada.
Eu estou de ressaca.
Só isso.
Você também não fica assim
Quando algum grilo ou,
Sei lá...
Alguma coisa...
Te enjoa?
– ...
– Pois é, é isso aí!
Eu estou enjoado.
Não vês? Já nem tenho vontade
De ir embora.
Pode ser hoje,
Amanhã, o ano que vem...
Tanto faz.
O que importa
É que a ressaca se foi!
Foi bater em outra porta.
Não foi na sua, foi?
– Pois é, não é?
Goiânia, 1985
60 – Noite dividida

Na noite alta,
Inquietante silêncio a cidade assalta.
Pelas calçadas,
Enquanto penso nas horas passadas
Ao lado dela,
Vou caminhando, voltando ao lar.
Não vale a pena,
Penso: noites...
Noites seguidas,
Idas e vindas na madrugada,
Pela estrada, a caminhar.
Não nos temos?
Por que devemos
Retardar a noite de amor?
Não há razão para
Noites divididas
Destruidoras de vidas.
Se nos amamos!
Por que privarmos então,
A voz do coração?
Não... Não vale a pena.
A vida para nós assim,
A sós, não é serena,
Não vale a pena!
Precisamos de amor,
De calor, de carinho.
Nosso tempo se vai.
Foi-se nossa infância.
A vida vai tomando-nos distância.
Foi-se o tempo de sonhar.
É tempo de amor e de amar.

É nossa primeira noite


Deixei de andar nas madrugadas
A divagar, penso.
Mas, as horas passam...
Ela continua com a lua,
A festejar a vida que ia,
De boemia,
Hoje findar.
Não vem.
Dividida,
Mais uma noite de vida,
A sonhar, Irei passar.
Maldita noite!
Sou-te eterno rival!

És cela do mundo.
Prisão imunda.
Sua canção me traz o pranto.
Eu sei...
No mais profundo,
Inferno imundo,
Num segundo,
Irei,
Se me deixar levar pelo seu encanto.
És traiçoeira,
Mulher sem rumo,
Que lança a prumo
A sua teia.
És cela que abria
O mal da vida.
És sina sofrida,
Falsa, fingida.
Fujo de ti,
Mesmo que venhas, fazer em mim,
Doído,
O coração bater.
Prefiro ficar quieto
No leito ouvindo,
O sino que bate além
O aviso da morte:
Ou tarde chega,
Ou hoje vem!

Dez horas.
As luzes vêm,
Do espaço infindo
Me acordar.
O ouro-raio,
Do astro-rei me alerta:
A hora certa,
Que esperei,
Já vem desperta.
Ressonando...
Aperto o rosto
Imaginando
O seu desgosto
Em me encontrar
Na salda de estar:
Ressaqueado,
Amarelado...
Cara de sono...
A noite toda
A esperar.
Forço um sorriso
Se for preciso,
Imagino sorrindo.
Afinal, não quero
Que fiques zangada
Ou chateada.
Eu a amo e...
Uma noite de sono...
Que importa?

Ainda ressonando,
Levanto...
Abro a porta...
Coincidência,
Ou não,
Imaculada inocência,
Um beijo na testa,
Minha participação na festa
Que odiei com razão,
É tudo que me resta?
Não!
Tenho uma vida.
Mostrarei que não valia
Uma noite dividida
Com a cela nua e fria
Da boemia.
Com amor,
Trarei calor
Ao nosso lar.
Tenho certeza...
Ela verá mais beleza
E muito mais me amará
Quando descobrir
Que aqui,
Terá sempre seu lugar.
Aprendi que,
Perdão e amor,
Mesmo à pior dor,
É capaz de curar!
Poxoréu, 04/07/83
61 – Esperança

Mais um dia...
Mais um olhar.
Ontem você nem existia,
Hoje me faz sonhar.
Amanhã, talvez,
Para renovar a esperança,
Eu a veja outra vez:
“Quem espera sempre alcança”!
E se você não passar,
Não será difícil pensar
Que ainda existe amanhã.
E, sem esperança vã,
Posso um dia te alcançar,
Para deixar de sonhar,
Vivendo para te abraçar,
Para te beijar,
Para te amar!
Assim é a vida:
Um presente por chegar
Antes de findar a lida,
Antes de tudo acabar.
Esperando em confiança,
Que após a agitação
Logo venha a bonança
E a paz ao coração.
Poxoréu, 19/02/1983
62 – Suspiros

Garota,
Como santa,
Você encanta.
Como ar,
Me faz voar
Como folha seca,
Nos sonhos a perambular.
Nem ao menos sei teu nome,
Mas um sentimento me consome,
Somente ao te ver passar.
Talvez eu não seja ninguém,
Mas não me é nada pensar,
Que após tanto sonhar,
Seja visto como alguém.
Não tenho pressa,
Sei esperar.
Pois algum dia,
Quem sabe...
Consiga ser teu par,
Possuir teu amor
E a liberdade para te amar!
Poxoréo, 18/02/1983
63 – O outro amor

Sem amor, não há vida,


Pois amar é ter vida;
É nascer para a vida;
É viver a vida!

Mas sofre-se tanto,


Quando se ama
E se canta,
Sem do amor, ter o canto.

Machuca, fere, dói...


O dar o puro amor
E ter outro, de outra cor,
Que somente destrói, destrói!

Mas essa... Também é vida!


De alma que ama; alma sofrida
Que permanece, que luta e não se cansa
De esperar o amor; de ter esperança!

Amar não é doar?


Não é viver?
Não é também sofrer?
Então? Então amar é muito mais:
É esperar!
Poxoréo, 26/06/84
64 – O coreto

Na praça principal de Poxoréo,


Um mero nome grita,
Do silencioso coreto, ao céu,
Às poucas nuvens que escutam a dita!

Liberdade! O nome fala,


Contra tudo que oprime.
Apenas isso diz e se cala,
Emudece, silencia, reprime.

Liberdade de voz, talvez diria;


Neste tempo em que até aos corações
De jovens amantes de poesia,
Se faz calar com severos sermões.

Liberdade de ação, de direito;


Direito de manifestar opiniões
Sobre os problemas sem jeito,
Mostrando então, soluções.

Mas nada responde ao manifesto


Do coreto vazio, que grita,
Sem palavras e sem gestos,
À plateia de bancos vazios
E às folhas que o vento agita.
Poxoréo, 30/10/84
65 – Cântico da esperança

Amar é a arte
Do bom viver;
É coisa boa
De se ter.

O ter o amor
É ter na vida,
Um sonho lindo
E imortal.

Eu quero viver sorrindo.


Eu quero crer no amor.
Eu quero ter o amor.
Eu quero viver a paz.

Amar é a esperança
Que tem o povo
Num mundo novo
Que nascerá.

E viva o povo
Que acredita
No que não há,
Mas que haverá.

Eu quero ter a fé.


Eu quero ter a vida.
Eu quero crer no amor.
Eu quero viver a paz.
Goiânia, 04/08/85
66 – Os gazeteiros

Nascemos na luta,
Ao pé da serra.
Fizemos na terra
A nossa labuta.

Por Poxoréo, nosso torrão,


Lançamos a pena,
De alma serena,
Clamando a razão.

O nosso grito, que encerra


Amor à “estrela” amada
“Caída do céu”, assim chamada,
Sobe alto: Vamos à guerra!

Ouça o mundo inteiro,


Desde a terra até o céu:
Lutando por Poxoréo,
Vive ainda o gazeteiro.
Poxoréo, 25/11/84
67 – O sono da morte

Acorda, homem, acorda!


Lá vem ele!
Lá vem ele!
O destino sem rumo
Que à vida incerta conduz,
Vem forte.
Como tirano que domina,
Quer impor a sua sina,
Nesta desgraçada vida,
Par torna-la mais sofrida
Que tua já, triste sorte.

Acorda, homem, acorda!


Lá vem ele!
Lá vem ele!
Enganando o pobre,
A verdade encobre,
Fazendo-lhe sonhar
Que a vida de dor,
Com o suor
A derramar,
Há de acabar.
Esquece o impostor,
Que ditador,
Sempre por baixo,
Como capacho,
Há de ficar.

Hã! Hã! Quem vem lá?


Quem vem lá?
É o colono? O garimpeiro?
O tropeiro? O boia-fria?
É o brasileiro, homem,
Que sem rumo ia,
Iludido na dor
Do ditador!

Acorda, homem, acorda!


Quem vem lá...
É o político que destrói
A verdade que constrói.
É o homem que não cansa
De consumir a esperança.
E que traz miséria
E dos outros faz pilhéria,
Fazendo nome
E renome,
Plantando desgraças a mais
No teu já tão minguado
Campo de fome!
Acorda, homem, acorda!
Poxoréo, 26/09/1983
68 – Na beira do rio

Sonhando tão longe,


Acordado pensando,
Crescidas crianças,
De muitas andanças,
Na beira do rio.
Crescidas crianças,
De muitas andanças,
Na beira do rio.

Projeto imenso,
Turismo, folclore,
Cantores e artistas,
Chalés e turistas,
Na beira do rio.
Cantores e artistas,
Chalés e turistas,
Na beira do rio.

Ao som da viola,
Um canto dourado,
Por todos cantado,
Na beira do rio.
Um canto dourado,
Por todos cantado,
Na beira do rio.
Poxoréu, 25/11/1984
69 – Anjo negro

Eu vi descer do céu
Um anjo muito magricela,
Anjo do povo, povaréu,
De couro, osso e canela.

Eu vi do céu descer
Um anjinho diferente
Que mais parecia ser
Um filho de nossa gente.

Doentinho, o coitado,
Existia por milagre,
Lá no mundo endeusado
Dos gordos filhos de padre.

Eu vi mesmo, de verdade,
Um negrinho coroado
Com o manto da santidade,
Descer do mundo sagrado.

Mas parecia tão difícil


Ser um anjo de verdade,
Pois negro, nunca tenho visto,
Nesta terra ser enquisto.

De negro, o que apenas sei


É que é bicho e que só presta
Para ser escravo de rei
E trouxa em dia de festa.

Como posso crer, então,


Que era mesmo um anjo santo
E não somente visão,
O pretinho de asa e manto?

Os padres tão estudados,


Entendidos nos Sagrados,
Dizem que os pobre-coitados
São pecado e mais pecado

E eu, meu Deus, quem eu sou?


Nem disso que saber devia, sequer sei.
Como é então que vou
Ir-me contra a Santa Sacristia?

Cruz, credo, desse pecado


Me livre o Santo Deus.
Ave Maria, nome santificado,
Tende piedade deste filho teu.

Não vi anjo, não vi nada...


Nem preto, moreno claro,
Azul, rosa ou branco.
Piedade, Mãe Santíssima,
Não vi nada... Nem pecador eu vi.
E santo! Que santo?
Poxoréo, 06/05/1985
70 – Eternos namorados

É bom saber
Que apesar de casados,
Não somos como os outros...
Ainda sabemos namorar,
Ou nos cantinhos escuros,
Ou no meio da multidão
Onde ninguém nos conhece.

É gostoso saber
Que você ainda gosta de me beijar.
Que ainda sonha em meus braços
E que nós dois, ainda somos bobinhos
Para viver os repetecos
Dos “eu te amo”, “eu te amo!”

É lindo...
Sentir que o nosso amor
É hoje muito mais forte que antes
E que ainda sentimos aquelas...
Aquelas vertigens nas pernas
Quando nossos lábios se unem
Num longo beijo de amor.
E melhor ainda...

É saber que sabemos


Dar um longo beijo
E que ainda não esquecemos
Como delirar em grandes emoções
Quando nos beijamos.

É bom saber, meu bem,


Que sempre teremos, renovado,
Um amor novo por descobrir.
E, sobretudo,
Um amor sempre novo para amar.
Goiânia, 23/03/1985
71 – Homenagem do céu

Mamãe, eu sou a voz do além!


Sou o filho que partiu
Para morar na eternidade
E cheio de saudade,
Venho prestar-lhe homenagem!

Eu sinto tê-la deixado


Sem ao menos despedir-0me,
Mas sendo por Deus chamado,
Logo tive que partir.
Doía-me o peito, mas tinha que ir.

Via-te desesperada,
Sem conseguir compreender
Porque aquelas jornada,
Eu precisava fazer!

E vendo você chorar,


Sem poder te consolar,
Sem poder te dar amor,
Sofri muito, foi tão grande minha dor!

Mas hoje, mamãe,


Nesta oportunidade de matar a saudade,
É grande a felicidade
De falar-te como outrora.
Recordar como você,
Cheia de satisfação,
Enchia-me de prazer
Me alegrando o coração.

Reservavas sempre o melhor para mim,


Buscando me agradar.
Sim, mamãe! Você sempre foi assim:
A melhor mãe do mundo!
E, como você, outra não mais haverá!

Por tudo isso, mamãe,


Quero te agradecer
E te dizer: De você, mamãe,
Nunca, nunca irei esquecer!
Obrigado, mamãe!
Quisera nascer de novo
Para voltar a ter
Uma mãe como você.
Poxoréo, 01/05/1983
72 – Presente de primavera

Era outono.
A semente sublime,
Plantada com o coração,
Regada com lágrimas de amor,
Delicadamente brotou!
Chorava de felicidade.
Pela primeira vez emocionava de verdade.

Mas o tempo, os dias, as horas,


Pareciam voar.
O ser ainda não cicatrizado,
Respirava felicidade,
Quando o vento frio do inverno veio,
Do trono tirar a coroa de amor.

Aquela flor de primavera,


Coroa de amor outono,
O inverno,
Ditador tirano,
Sem piedade assassinou.

Criança!
Um lindo fruto e amor,
Uma coroa e flor.
Presente de primavera,
Que o inverno roubou!
Poxoréo, 07/10/1982
73 – A verdade

Se falar, me matam.
Se pensar, me oprimem.
Se gritar, me crucificam.
Se calar, a opressão que de mim parte,
Levar-me-á ao suicídio.

Chamas-te Judas
E és falso e infiel;
Abres-te em sorrisos
Quando me vês;
Gritas meu nome, me aplaudes.
Sobre ti, me fazes reinar.

Mas és o Judas.
O homem que trai;
O homem que vende
A honra e a moral
Pelo dinheiro vil;
A dignidade e a justiça,
Pela fama e pelo poder.

És medíocre.
Humilhas o mendigo,
Honras o rei...

Pensas que és grande;


Que és o tal,
Mas de palhaço não passas.
És uma besta, filha do mal,
Aberração do diabo,
Geração do inferno.

És o Judas, que ao Mestre,


Faz na cruz,
Morrer crucificado!
Poxoréu, 1983
74 – A Gazeta do Estudante

Sem querer contar vitória,


Quero fazer-lhe um pedido;
Que faça à Gazeta memória,
Nunca a deixes esquecida!

Algum dia, teu filho irá querer,


Conhecer da “Terra/”, a história,
Também viver dela, a glória,
Orgulhar-se e envaidecer.

Terás então que contar,


De uma turma que existia,
Sem medo e sem covardia,
Para a verdade contar.

Para que também teu filho,


Venha contar ao teu neto,
E esse ao seu bisneto,
Do gazeteiro, o brilho!

Do gazeteiro, a coragem;
Do gazeteiro, a raça...
Para que a viva imagem,
Do gazeteiro, se faça!

Fale no Batistão,
Popular J. Barbosa;
Registre o Missião,
Artista a toda prova.

Bata palmas ao Maurício


E à Toninha, sua esposa.
Que no empenho do exercício,
Nunca fizeram escusa.

Do Enivaldo, faça apreço,


Com Damião, seu amigo,
Que nunca fizeram preço
À verdade e ao perigo.

Também, se acaso puder,


Viva sempre este autor,
Da Gazeta, o Redator,
Pronto ao que der e vier.

E se isso relatares,
Aos filhos dos filhos teus,
A eles, peço contares,
A história que tu lhes deu.
Poxoréu, 25/11/1984
75 – Coração em cinzas

Um coração em tormento,
Agoniza de tristeza e
Sofrimento.

É-lhe duro, ver


Aquilo porque lutou,
Esvair-se a mãos
Que não lutaram,
Que não se entregaram
À busca, com tanto ardor.

Mais que receber,


Quisera,
Ter o reconhecimento
Daqueles que foram
Os pares de sua abnegação.

Mas tudo lhe é negado,


Exceto o choro,
Em lágrimas que ardem,
Que queimam
E lhe faz, em chamas vivas,
Um coração em cinzas.
Poxoréu, 19/12/1983
76 – O telefonema

Parece que o dia


A todos igual seria,
Quando toca o telefone
E uma voz chama meu nome.

Docemente, ao chamado respondi,


Sem entender direito
A resposta que ouvi
E que fez tremer-me o peito.

Quem era, que comigo falar queria?


Dubitativo, perguntei.
Imaginando se seria
A pessoa que pensei.

E a saudade, que minha alma


Cortava, arrancando tiras,
No meu peito se revira
Agitando minha calma.

Por instinto, a voz baixei,


E, levemente, suavemente,
Seu nome pronunciei
Várias vezes, na voz e na mente.

Amor... Amor... Amor...


Que bom! Que bom que você ligou!
Sinto tanta ansiedade...
Tanta saudade!

Quando você vem? Quero te ver!


Te abraçar, beijar, te ter!
Vem logo! Há tanto te espero
Pois te amo e tanto te quero!

Ela falava eu eu... Ia falar-lhe


Mas a ligação... A ligação caiu
E a deusa... A deusa de meu altar...
Desapareceu... Foi-se... Sumiu?!
Poxoréo, 11/07/1984
77 - Separação

Naquele outono abril


Nosso filho nasceu,
Forte e belo, como uma flor,
Como um botão que floresceu.
Seus olhos, eram como o azul do céu;
Cantavam vivas à vida; alegravam-nos.

Éramos uma feliz família:


Um pai, uma mãe e um filho;
Uma família reunida.
Até aquele dia,
Quando uma tristeza atroz
Desabou em nossa casa feliz.
Nosso filho, nosso calor, nosso brilho,
Adoeceu e se foi de nós;
Nós o queríamos tanto,
Mas Deus também o quis.

Pequena e inocente,
Nossa luz se apagou.
Sobrou somente o vazio da saudade,
Como uma cama de vida ardente e inextinguível
De uma esperança, que não morreu,
Que não desapareceu,
Que ficou com a gente,
Na alma, no coração e na mente.

Esperança de um reencontro breve


No além-eterno de Deus,
De nós com o filho santo
Que na Terra,
Tanta vida nos deu.
E dele, do nosso filho
Que quase nem os pais conheceu,
Com eles, com nós e com Deus.
Goiânia, 26/04/1985
78 – O horizonte da vida

Parece ser tão belo,


Nascer, crescer e florir.
Desabrochar como a flor
Da Primavera
De cada ano,
Enfeitando e colorindo a vida,
Levando alguém a cantar,
Em versos,
Uma poesia de paixão,
Uma música
Que fala de carinho,
De amor e alegria.

Parece ser tão belo,


Lutar por alguém,
Sofrer,
Renunciar,
A tudo sacrificar,
Esperar e viver.
Viver com a esperança
De que o mundo-prisão
Se torne livre
Para o amor e para amar.

Tudo isso
Que parece ser tão belo,
Poderia sê-lo,
Se após a primavera,
O verão não viesse,
Secar e matar a flor,
Apagando sonhos
E trazendo a dor,
A melancolia e a saudade,
Na tristeza do adeus!

De quem eu falo,
Senão de uma jiovem,
De uma garota,
De uma mnina,
De alguém que teve,
Ainda nos seus
Dezesseis anos,
Que espedir-se da vida terrena?

Lucimar...
Lucimar Barbosa.
Na terra,
Fostes uma rosa entre espinhos!
Que no além, encontres,
Rosa que continuarás sendo,
Entre os anjos,
?Que não ferem,
Que consolam,
A paz de Deus!
Poxoréo, 28/08/1983
79 – Ensina-me

Senhor!
Eu quero humildemente suplicar-te:
Não me deixes vacilar em teus caminhos,
Mas guia meus passos por entre os espinhos.
Nos termos da jornada, quero gloriar-te!

Dá-me o teu amor!


Ensina-me a mar todos que me odeiam,
Julgando o meu viver;
Os que procuram com astúcia levar-me a perecer.
Aos degraus do abismo, não desejo retornar.

Vivo eu, Senhor, entre os mais constantes perigos,


Na luta contra meus inimigos,
Sem o auxílio daqueles que me criaram!
Mas, trago em meu sangue, o germe da peleja;
Na mão, uma espada,
A espada que meus pais, outrora,
Desejaram ter, nas guerras que enfrentaram.
Essa espada é você, Senhor!

Graças te dou, oh Deus! Aleluia!


Goiânia, 1982
80 – Oração de um alcoólatra

Atenção! Um minuto de atenção, por favor!


Sou um alcoólatra perigoso.
Quando bebo perco a razão.
Costumo dizer que domino a bebida,
Mas não é verdade.
Sou um grande mentiroso.
Na verdade sou um fraco que não aguenta um gole.

Por favor! Por favor!


Se você é um homem de verdade
E não um animal como eu,
Me ajude a ser homem, também.
Não me ofereça bebida;
Não me dê bebida alcoólica.
E não me venda qualquer bebida que não seja água.
Brigue comigo, me bata se for o caso
(Não vou ficar chateado);
Me mande embora do seu bar.
Me trate mal, mas por favor,
Não me deixe beber o primeiro gole.
Ajude-me a esquecer do último que bebi.
Eu tenho família, esposa e filhos...
Eu tive alguns amigos que falharam comigo.
Me convidaram para beber...
Eu recusei dizendo que estava largando a pinga
E eles insistiram em que eu tomasse...
Me disseram que o que eu não podia era abusar!
Era só beber controlado!
Ora, meu conhecido, se eu soubesse beber controlado,
Eu nunca ficaria bêbado,
Eu nunca teria razão para me humilhar
E vir te pedir o que peço agora.
Eu sou um fraco, caro conhecido... Um fraco!
Eu não tenho forças para parar no primeiro gole.
Às vezes, depois do primeiro gole na sua frente,
Falso envergonhado, e não querendo beber outro e mais outro,
Me retiro de sua presença e vou para outro bar,
Onde também bebo o primeiro gole.
Apenas o primeiro gole.
E é de primeiro em primeiro gole e de bar em bar,
Que eu estou perdendo a razão, o sentido e a vida.
E quando eu perder esses valores
Então só me restará a morte.
E eu não quero apenas a morte.
Eu quero viver, ser feliz, ter amigos...
É por isso que te peço:
Se você é homem de verdade,
Me ajude a ser homem, também.
E um dia eu vou poder te agradecer
E te considerar meu amigo,
Meu pai, meu filho e meu irmão.
Mas, até esse dia chegar,
Não sou seu amigo, não importa quem você seja.
Você também não é meu amigo.
Somos apenas conhecidos!
Apenas conhecidos, nada mais que isso.
É assim que eu quero ser tratado
Até que me torne um homem de verdade
E tenha condições de honrar a sua amizade
Com vontade própria, autoestima e sobriedade.
E com sua caridade e benignidade,
Esse tempo não está longe,
A partir do momento eu que tive a coragem
De fazer essa oração, não a Deus, mas a você.
Meu conhecido, ajude-me. Preciso de você!
81 – A corrida da vida

Ele corre para lá e para cá...


Ele faz isso, aquilo e aquilo outro...
Nunca para nem para descansar.
Às vezes ele faz sucesso...
Adquire fama, fica importante
E, com medo do retrocesso
Nunca para, vai sempre adiante.
Ele se cansa, adoece.
E nem isso lhe faz barreira.
Ele perde a mulher
Que lhe deu o herdeiro.
E aí ele pena em parar,
Em diminuir a marcha para o seu fim,
Mas seus pés não param de andar...
Não aprenderam a parar assim.
E também... A cabeça diz não!
Não deve parar agora.
À marcha cadente da razão
Deves seguir sem demora.
Não há lugar para a emoção
Na reta da fama e do sucesso.
Aquele que ouve o coração
Só pode conhecer o retrocesso.
E ele, nesse instante de incerteza
E de abalo em sua fé
Se pergunta com tristeza:
E meu filho? E minha mulher?
E a razão, mestra-guia de sua meta
Se impõe mais uma vez: eu governo
A sua carreira em linha reta
Para que você seja eterno!
E ele, fraqueja, cede, cai...
Sua vontade tombou ao seu desejo
E de novo, correndo, ele vai
Sem família e sem seu beijo.
Agora, correndo solitário,
Só com a fama, o poder e riqueza,
Certo que em seu fadário
Entrou para sempre a tristeza...
A tristeza eterna da partida
Sem volta para a vida
Daquela família querida
Que na curva da vida
Ficou para sempre esquecida.
E o pior de tudo: lá na frente
A bandeira vermelha lhe avisa
Ao corpo, à alma e à mente
Que correr não mais precisa...
´?e o fim de sua sorte.
Esse é o último sinal...
Enfim, a vitória da morte,
E a sepultura imortal...
O prêmio da reta final.
82 – A geografia de Poxoréo

– Daquelas bandas de lá...


Sempre surge o sol nascente.
E a cada manhã mais brilhante,
Sobre a Capital do Diamante,
Faz um arco ao ocidente
E vai pousar em Cuiabá.

– Poxoréo está no leste.


Foi isto que me dissestes.
Da Capital do Diamante, com o sudeste, bem me dissestes:
Poxoréo está no leste!

– Mas olhando ao céu azul


Deste gigante colosso,
Vejo que é este o céu,
Que ilumina a Poxoréo
Do querido Mato Grosso,
Com seu Cruzeiro do Sul.

– Poxoréu está no sul.


Foi isto o que me dissestes.
Do Estado, sem o sudeste, bem me dissestes:
Poxoréu está no sul!

– Ochente, cabra da peste:


É no sul ou é no leste?
Onde fica seu torrão?
Não será que este rincão,
Fique mesmo é no Nordeste,
Lá para as bandas do Agreste?

– É... Deveras! Bem o dissestes!


Se saí do Agreste, para o sudeste
De Mato Grosso, no Centro-Oeste,
Bem me dissestes: Poxoréo está no Sudeste!
Poxoréo, 13/09/1994
83 – O amor do filho estranho

A minha voz hoje se levanta,


Se avoluma, se agiganta.
De meus lábios, mais que um beijo,
Brota um canto de desejo
Que se agita e sobe ao céu,
De amor por Poxoréo!

De nascer aqui, não tive a glória,


Mas meu amor, contará a história,
Não conheceu o fim
Desde que aqui vim
E bebi, em Poxoréo, sem mistura,
Das nascentes de água pura.

Não conheci aqui, o meu amor,


Mas a Goianinha, minha flor,
Eu a trouxe para cá.
Não a passeio, mas para ficar,
Para também se apaixonar
Por esta terra sem par.

Nasceram aqui os meus filhos


E daqui começaram os trilhos
Que os conduzirão na vida
Até o fim da corrida,
Quando, só então, rumo ao céu,
Deixaremos essa terra; deixaremos Poxoréo!

E enquanto esse dia não chega,


A minha alma se aconchega
Entre esse povo-irmão
De bondoso coração
Que um dia nos recebeu
E que seu amor nos deu.

Mas, não somente aqui ficaremos.


Nosso dia a dia, enquanto vivermos,
Será regado de muito amor
E aquecido de imenso calor
Àqueles que embaixo desse céu
Também amam Poxoréo.
84 – Coco moagem

Alô, Poxô!
Alô, alô, alô!
Alô, alô, alô!
Alô, alô, Poxô!

Está chegando a turma


Do canudim nos cocos,
Está chegando a turma
Do quentão Bloco dos Cocos!

Todo coco é parlamentar.


Carrega grande cocagem
Pra falar e pra turrar
Uma moá-moá-moagem!

Chegou, chegou, chegou,


Chegou o coco amigo,
Trazendo alegria e um show
De paz e de sorriso!

Alô, Poxô!
Alô, alô, alô!
Alô, alô, alô!
A moagem começou!
Poxoréo, 1984
85 – Coco na cabeça

Bebendo cachaça boa,


Novamente este ano,
Ficaremos mês atoa
Só sambando e coqueano!

Não venha com molecagem,


Nem tampouco pilantragem,
Só aceitamos a moagem
Que garante nossa imagem

Com o bloco democrático,


Todos bebem sem receio,
Sabendo que o simpático
Grupo racha a conta ao meio.

Serrotes não são aceitos,


Filões só noutros grupos,
São esses nossos rejeitos
Rezam assim os estatutos.

E, se te parecer que não


Transmitimos alegria,
Entendas que nosso irmão
Serdes, então, não podia.

Deixe-nos com nossa farra


De canudo entre os cocos;
Entre em outra algazarra
E vença o Bloco dos Cocos.

Os cocos que alegres cantam


Por estranho que a ti pareça:
Quatro anos já se somam,
Bloco dos Cocos na cabeça!
Poxoréo, 1984
86 – A escola pioneira

É a Estrela D’Alva a primeira


Escola de Poxoréo,
A formar suas fileiras;
A desfilar nestes céus!

Alegrando norte e sul


Dirigida com doçura;
Sai a Banda do Raul
E de Mestre Luiz Tremura.

Para os cocos, a Estrela


É a mãe do coração.
Esperamos sempre vê-la
Guiando nosso sambão.

Neste quarto ano, agora


Dos cocos na avenida
Vai às d’alvas de outrora,
Nossa homenagem aguerrida.

Que coquenses e dalvenses,


Acima do Morro da Mesa
Exaltem os poxorenses,
De Poxoréo, mãe-princesa!
Poxoréo, 1984
87 – Cocos em destaque

Irmãos de sangue-mé,
Companheiros da parada,
Tem no coco sua fé
E no samba, sua amada.

Batistão-Coco é o rei
Dos cocos e das cocadas,
Que levam em frente a grei
Na avenida e nas paradas.

Napu, Bisa e Rosalvus,


Fazem forte a liderança
Nos batuques e nos tragos
Inspirando confiança.

Pardal, Missião e Xura,


Pira, Kempp e Copinho...
Dos males eles têm a cura
Quando chupam no coquinho.

Já três vezes campeão,


São estes os bravos cocos,
Que fazem neste rincão,
Um sambão igual a poucos!

Bebendo sua cachaça


Entre o rufar dos tambores
Cantam, gritam, fazem graça,
Com as cocadas, seus amores!

De ano em ano se vão


Em Poxoréo, pelas ruas,
Mostrando um novo sambão
E aprontando outras das suas.
Poxoréo, 1984
88 – O fim de Poxoréo

As cortinas do futuro se abrem


E eu vejo em perspectivas
Horizontes que se vão e se vêm
Com formas abstratas e indefinidas.
E eu me pergunto por quê?
Por que toda essa obscuridade
A me impedir de ver
Com mais clareza a futura realidade?
Eu sou humano! Sou curioso por natureza!
Eu quero ver além dos horizontes,
Sem as névoas da incerteza
E sem os obstáculos dos montes...
Eu quero saber se estamos certos
Nos rumos que escolhemos seguir.
E quero saber se estamos mais pertos
Daquele progresso que esperamos vir.
Eu quero ver as indústrias e as fábricas,
Os ônibus elétricos, o turismo desenvolvido...
O movimento dos homens e o funcionar das máquinas
E não esse retrato obscurecido.
Eu não entendo essa visão futura
Onde aparece uma cidade parada,
Como se portadora de um mal sem cura,
Sem esperança, inerte no tempo, como água estagnada.
E novamente me pergunto: por que
Só os fantasmas da desilusão,
Do desencanto e do abandono se entrevê
Nos claros da névoas dessa visão?
Se íamos tão bem, de sucesso em sucesso...
Já próximos do topo do céu...
Onde ficou nosso progresso?
Por que tudo vai de déu em déu?
Para onde foram teus filhos?
Que lhes fizestes para te abandonarem?
E tuas glórias, teus encantos, teus brilhos...
Por que foi que se empanaram?
Será que teus filhos brigaram tanto assim
Ao ponto de destruírem o que mais amavam...
Quantas vezes eu os vi perto de mim,
Puxa-sacos que não mais acabavam!
Era Poxoréo aqui, ali, Poxoréo além!
E eu ficando tão embevecido entre tanto amor
Comecei a puxar o saco também
E dizia: Sou Poxoréo, seja onde for!
E agora, nessa visão... O que vejo no futuro?
Os restos de uma fogueira apagada?
É Poxoréo... Tu virastes um monturo...
Do nosso orgulho, do nosso bairrismo, do nosso nada.
Tudo acabou! Para nós e para você.
Se ao invés de nossas brigas políticas
Tivéssemos procurado nos entender,
Sem aquelas ignorâncias tão raquíticas,
Sem aquelas desuniões e sem aquela rabugice
Que tomaram conta de nossa mente,
Mas, com mais inteligência e menos burrice...
O seu futuro seria diferente.
E ao invés desse montão de nada
Jogado ao abandono final
Serias uma cidade amada
Tão brilhante quanto o cristal!
Poxoréo, 28/10/1990
89 – Canto e encanto

Uma baixinha de encanto


Faz o refrão do meu canto
Soar mais longe no infinito
Transformando-o em um grito...
Um grito de amor
Cheio de ternura e calor.
É Lourdinha, a mulher
Que sabe o que quer,
Que, se me escolheu errado,
Hoje carrega o fardo
De ser amada a mil
Por este garotão varonil.
É Lourdinha, a gatinha
Que o destino quis que fosse minha
Sempre amada criatura
Uma eterna doçura,
Meu acalanto,
O encanto do meu canto!
Poxoréo, 20/02/1990
90 – Outra vez papai

Se homem ou mulher vai ser


Eu não sei, mas vou saber.
Mas que é uma luz
Que no ventre reluz
Toda a força do meu amor
Com total resplendor,
Isso eu sei que é
E nisso está minha fé!
Se filho ou filha eu vou ter
De Lourdinha, meu bem-querer,
Isso eu não sei dizer.
Só sei que é gostoso para valer
E é por isso que alegre
Em meu humilde casebre,
Eu digo e canto feliz, meu povo:
Eu vou ser papai de novo!
Poxoréo, 20/02/1990
91 – Flor dos 31 anos

Se dissesse que não sonhara, mentir-te-ia


Porque, de verdade, sonhei,
Como todo pai, aos 31, certamente sonharia.
E, esse sonho, como amei!
Eu, no outonal da vida,
Pai pela vez primeira, aos vinte e sete,
Vejo de novo parida, bem parida
A madre primaveril de minha consorte.
E, em pleno outono, meu sonho se desabrocha...
Uma flor que enfeita o lar:
Mariza, uma linda cabrocha,
Retrato de Lourdinha, a me encantar!

Segundo os cálculos de Lourdinha,


Só no mês de abril, nossa filhinha
Iria nascer.
Mas, nossa filha Mariza,
Que herdou de mim o “iza”,
Teve outro querer:
Se em março nasceu seu irmão,
Ele, que da rosa era apenas um botão,
Por que ela, que era dos meus 31 anos, a flor,
Que dos pais tinha a força do amor,
Iria esperar abril para nascer?
Nascer também em março, era esse seu querer!

E assim foi cumprida sua vontade...


Não adiantou nada a Drª Berenice
Dar remédios à Lourdinha para retardar o nascimento.
Dia 25 de março, domingo à tarde,
Veio à luz, toda charme e meiguice,
De parto normal, cheia de sentimento,
Mariza Resplandes – o nome que ganhou do pai
Antes mesmo de nascer!
E agora, pela vida afora,
Nessa década de noventa que se vai,
E que, com gala a veio receber,
Crescerá, até que chegue sua hora...

Hora de gerar o milagre da vida!


E de coroar a velhice de seus pais
Com a corujice maior dos avós!
E enquanto esse dia Deus não bendiga,
Será de seus pais, a filhinha mais e mais
Certeza de que “a sós”,
Lourdinha, Fernando e eu, não ficaremos...
Conosco, essa flor de meus 31 anos,
Mariza Resplandes, que todos amamos,
Ao nosso lado sempre estará.
E em nosso lar, nós sempre teremos,
Uma razão a mais para a vida amar!
Poxoréo, 07/04/1990
92 – Recomeço de luta

Hoje é o primeiro dia


De um novo tempo que inicia.
Juntos estaremos
E tentaremos
Descortinar o futuro que adiante
Vislumbramos... Já no horizonte.
A jornada será árdua e dura
Mas a vitória, como água pura,
Nos reanimará
E nos despertará
Para vivermos o amanhã com raça,
Cheios de esperança, alegria e graça.
Por isso, minha gente,
Cabeça erguida e vamos em frente
Com um astral redobrado,
Com espírito aberto e animado
Para chegar lá numa boa
Cada um de nós, com sua coroa!
Poxoréo, 19/02/1990
93 – O professor

Quem ensina?
Esse, é um saber que me fascina!
Verdade... Gostaria de saber
Se com alguém... Eu possa aprender!
E a resposta surge, vem do além...
Piaget o diz: “ninguém ensina ninguém”!
Ora, se isso é fato,
Como se explica o ato
De termos um educador.
Um mestre, um professor?
Se ninguém ensina ninguém,
Quem afinal é esse alguém?
E o sábio te responde, minha menina.
Não é o professor que te ensina,
Ele é apenas o teu orientador,
Que com pitadas de carinho e amor
A vida te ajuda descobrir,
Para que você, sem errar, saiba aonde ir.
Poxoréo, 19/02/1990
94 – Uma amizade oculta

O oculto tem o sabor do mistério


E a cor do desconhecido;
E, a amizade,
Tem o gosto da verdade.

É o secreto relacionamento
De muito maior sentimento;
É o segredo, a sete chaves
Guardado. São ansiedades.

Sem o outro conhecer


Ficamos tentando ver
Através das transparências
Das palavras em reticências.

O amigo oculto não é inibido


Tem o gosto do proibido
Só faz imaginar o que sente
Como se fosse um sentimento da gente.

Esse amigo nada mais é


Que uma prova de fé
E de esperança no “nós”
Quando passar os “após”.

E eu creio nisso, amiguinha


Tenho você como sempre minha,
Aquela amiga do peito
A dona do meu respeito.

A relação sem maldade


De uma pura amizade
Que nasceu desconhecida
E que crescerá pela vida.

Crescerá como coisa boa,


Não vulgar, uma coisa atoa.
Nossa amizade será como uma canção,
Sempre falando de coração para coração!
95 – Cinquentenário de Poxoréo

50 anos já se passaram
Desde o momento da emancipação
E novos povos aqui chegaram
Engrandecendo nosso torrão.

U’a nova era está começando


Um novo tempo para nós nasceu
O Poxoréo que tanto amamos
É um colosso que floresceu.

A corruptela dos garimpeiros


Em 38, do outubro mês
Para orgulho dos pioneiros
Cidade livre então se fez.

Júlio Muller,
Foi ele o interventor
Que em 26 de outubro
Poxoréo emancipou.
E a ele com nosso amor
Este canto de liberdade
Entoamos com ardor!

Poxoréo, nosso rincão,


Não parou... Cresceu avante!
E hoje, nosso torrão
É a Capital do Diamante!

Reconhecida em toda parte


De Mato Grosso e do Brasil;
Com muito brilho, engenho e arte,
És Poxoréo, entre outras mil!
Poxoréo, 17/06/1988
96 – Mãe Mariazinha

Mãe, mamãe, mamãezinha...


São nomes doces de pronunciar.
Mas nunca houve, nem nunca haverá
Nome mais doce que o de mãe Mariazinha!

Foi mãe Mariazinha que me gerou;


Que me trouxe das trevas para a luz;
Que me fez conhecer o reino que reluz!
Foi mãe Mariazinha, a mãe que sempre me amou!

E neste dia dedicado a todas as mães do mundo,


Eu não poderia deixar de homenagear a minha
– Minha querida e amada mãe Mariazinha –
E dar-lhe uma mostra de meu eterno amor profundo!

Pensei muito sobre a data e me surgiu vários assuntos


Que me servissem para lhe dar a homenagem...
Um presente caro, uma festa de arromba ou mesmo um viagem...
Mas achei que o melhor presente, era eu e mamãe juntos!

Não se isso, apenas, irá agradá-la,


Mas nesse domingo, ao seu lado, não estarei ausente.
Com meus filhos, seus netinhos, me farei presente
E juntos estaremos para dizer “como é bom amá-la”.

Como amante sempre e eterno da poesia


Segui meu coração e rabisquei essas poucas linhas
Com a certeza de que as emoções aqui, são todas minhas...
São para mãe Mariazinha! E outro, sei que melhor não faria!

Minha poesia não tem métrica e é falha a rima


Minha poesia, mãe Mariazinha, tem apenas sentimento!
Ponho no papel, para você, somente o que sinto por dentro,
Porque de outra maneira, meu coração não me ensina.

Quero neste dia todo seu, Mariazinha mãe querida,


Dizer-te que hoje e sempre és o meu bem-querer.
Quero dizer-te que vivo, porque és a razão de meu viver!
E enquanto estiver contigo, eu terei um razão para a vida.

Quero que sejas hoje, de todas as mães, a mais feliz;


Que Deus te conceda o direito de ver tataranetas
E que sejam cumpridas todas as tuas metas
E que muitas vezes possamos fazer nesse dia um novo bis!

Feliz dia das mães, minha doce mãezinha!


Feliz hoje e em todos os dias deste ano e ano que vem;
Que para tua eternidade feliz, os anjos digam amém,
Porque é sempre feliz que te quero ver, minha mãe Mariazinha!
Poxoréo, 13/05/1990
97 – O filho do outono

Era manhãzinha,
O sol há pouco no horizonte despontava.
Nove dias atrás
Havíamos chegado de Goiânia,
Trazendo no peito
O receio de eu, na viagem,
Nos embalos da trepidação,
As dores do parto aumentassem
E o nosso neném,
Filho tão amado,
Desejado e esperado,
Viesse a nascer.
Mas, graças a Deus,
Isso não aconteceu.
Nosso filhinho esperou pacientemente
Que ajeitássemos nossos destinos
Aqui em Poxoréo,
Nosso novo lar,
Seu berço natal,
Para só então reclamar
O seu direito de, ao sol,
Banhar-se com os raios da vida.
E nós, seus pais,
Lourdes e eu,
Não lhe negamos esse direito.
Foi assim que,
No primeiro dia do outono,
21 de março de 1986,
Assistido pelo médico amigo
Dr. Nivaldo Francisco Pereira,
Brotou na superfície
Deste Planeta Terra
A sementinha do amor primaveril.
Fernando Resplandes,
Nosso lindo fruto do outono,
Em Poxoréu chegou!
98 - A herança

Aquela senhora falante


De longa idade,
Cabelos ainda negros
É a vida que não morre.

É a vida que continua


Nascendo a cada dia;
É a vida que passa
À memória do homem.

A herança de um povo
Que nasceu ao pé do morro
Diluviano; que cresceu no garimpo
Sempre novo e a cada dia...

Vejo sempre a vida


Nas longas idades de cabelos negros
Nas prosas alegres
Dos nossos bisavôs.

A cada dia que passa


Vejo a vida diferente
Ora no sorriso da criança,
Ora no velho sorridente.

Ora no zunir da abelha,


Ora no piar da coruja.
Sempre, sempre uma centelha
Diferente, sobrepuja.

A vida eu renova sempre


Que sempre começa
Que nunca finda
É de fato vida, vida e vida!
Poxoréo, 25/11/1984
99 - Acróstico: Carlos Eduardo e Izangela

Cada momento da nossa existência é realmente único.


A nossa vida é construída no dia a dia e não se repete.
Rimos, choramos, cantamos, brigamos e muito mais.
Lutamos de todas as formas para repetir as coisas boas
Observando tim-tim por tim-tim, detalhe por detalhe
Sobre como são feitas, mas não conseguimos refazer.

E assim vamos vivendo a vida especial de cada dia,


Deixando que Deus nos surpreenda em cada manhã,
Unindo-nos, umbilicalmente com Ele, em cada criação,
Apreciando o benefício de cada uma das tantas obras
Realizadas por Ele, em sua materialização no mundo,
Desfrutando a oportunidade de vivermos com Ele
O maior relacionamento de amor que alguém possa ter.

E essa maravilha é a vida que Deus preparou para nós

Irmos levando no prosseguimento de nossa jornada,


Ziguezagueando por todos os quatro cantos do mundo
A caminho da razão primeira de nossa existência aqui:
Navegar pelos sete mares que cobrem esse planeta,
Governar e exercer o domínio em tudo e sobre todos,
Ensinar a todas as nações e povos do mundo inteiro,
Lições de vida, experiências e saberes adquiridos,
A respeito de como ser feliz segundo o amor de Deus.

Se assim fizermos, nossa vida será bela, com certeza.


E seremos felizes por toda a vida que Deus nos deu.

Conquistaremos a simpatia e o respeito das pessoas,


Avançaremos em direção ao infinito desconhecido,
Seguiremos em paz com cada um de nossos pares,
Alcançaremos os objetivos de nossa linda existência,
Realizaremos nossos sonhos e projetos mais íntimos,
Amaremos a muitos e seremos amados por tantos,
Mil vezes mais do que possamos crer em nossa fé.
Poxoréu, 25/05/2017
100 – 13º. Recital de Poesias SESC LER

Gosto de escrever poesias


Sou um sentimental.
A poesia me alegra os dias
É um bem sem igual.

Mas, mais que escrever


Gosto mesmo é de ouvir
Porque assim posso saber
Se expressei o meu sentir.

Não é fácil uma poesia declamar.


Quantas vezes da danada eu esqueci
Mas bastou eu me acalmar
É aí eu consegui.

Como escritor de Poxoréu


Agradeço ao SESC-LER
Que me faz sentir no céu
Ouvindo o que escrevi pra você.

A poesia que cada um declamou


Foi um mimo em nosso coração.
Cada verso que se pronunciou
Foi a parte mais linda de uma canção.

Obrigado a cada um de vocês


Que aqui vieram nos encantar
Ano que vem voltaremos outra vez
Para esta festa que é de amar.
101 – Emoções

Sabe, filho...
Foram tantos os anos
Esperando você chegar.
Cheguei mesmo a pensar que você não viria
E que eu, ficaria sozinho,
Esperando você para sempre.
Quantas vezes, nas madrugadas,
Acordei, quando sonhava contigo.
Levantava e trabalhava...
Perdia o sono;
Custava a adormecer de novo.
Ficava ali, sentado à beira da cama,
Os pés no cimento gelado,
Nem sentindo,
Pensando e formando.
Foi assim que você nasceu.
Nessas longs madrugadas sem sono,
Concebi-te, dei-te o fôlego.
Não sei se fui bacana contigo,
Se fui um bom pai para você.
Às vezes, agora que te tenho comigo,
Acho que não fui não.
Acho que não agi legal com você...
Dei-te um fôlego tão sofrido.
Poderia ter te dado
Somente a felicidade, a alegria e a paz.
Não era necessário dar-te a saudade,
A solidão, a tristeza e a mágoa,
A doença e a morte;
Mas eu tos dei.
Sabe por que te dei esse fôlego?
A minha razão para ter sido assim
É que não te fiz somente para mim,
Eu te fiz para o mundo.
E ele, é até mais que isso.
Quando te concebi
Queria que você fosse
A minha voz ao mundo.
Para isso você precisava ser igual a ele.
Não sei se você me entende.
Talvez não, talvez entenda.
Não sei.
Mas de uma coisa eu tenho certeza, filho.
Valeu!
Valeu a pena tê-lo do jeito que você é,
Porque mesmo encarnando
Todo o mal do mundo,
Você é bom.
Você é a esperança.
A esperança de um mundo melhor
Para que esse velho,
Como a fênix, quem sabe, um dia
Renasça de suas cinzas.
Sim, valeu/Sei que, em você,
Serei ouvido,
Serei honrado.
Porque, por onde andares,
Não serei eu,
Nem será você.
Seremos nós, eu e você,
A falar ao mundo
Uma nova mensagem de esperança.
Você, pelo muito que tem de mim,
Eu, pelo mais que tenho de você.
Onde você estiver lá estarei eu,
E onde eu estiver,
Sei que você também estará.
Nunca mais serei sozinho
E nem você estará desacompanhado.
Estaremos, eu e você,
Sempre juntos,
Sempre... Sempre...
Você falando por mim, ao mundo;
Eu falando ao mundo, por você,
Porque você é o meu filho amado,
O meu-filho-esperança,
O sangue do meu sangue,
Eu, enfim, em puras e verdadeiras
EMOÇÕES!
– BIOGRAFIA DO AUTOR –
Izaias Resplandes de Sousa. Escritor mato-
grossense, nasceu no dia 25 de maio de 1958, em Torixoréu, MT.
Filho de Marcelino Argemiro de Sousa e Maria Resplandes de
Sousa. É casado com dona Maria de Lourdes Resplandes, com a
qual possui três filhos: Fernando, Mariza e Ricardo Resplandes. É
avô de Davi e Arthur.
Funcionário público estadual em Poxoréu, MT.
Também foi funcionário deste Município no período de 1983 a 2004,
onde exerceu as funções de Secretário Municipal nos governos
Lindberg Ribeiro Nunes Rocha (1983-1988), Herculano Muniz de
Melo Filho (1989-1992), Walterly Ribeiro da Silva (1993-1996) e
Lindberg Ribeiro Nunes Rocha (1997-2000), tendo ocupado as
seguintes pastas: Secretaria de Administração, Chefia de Gabinete
do Prefeito, Secretaria de Educação e Assessoria de Planejamento
e Coordenação Geral. Atuou em diversos Conselhos Municipais. Foi
Diretor da Escola Estadual de 1º e 2º graus Profª Juracy Macedo
(1992-1995), tendo lecionado também nas seguintes escolas locais:
Poxoréo, Cel. Júlio Muller, Otaniba da Silva Ribeiro e Pe. César
Albisetti. Atualmente é professor na Escola Profª. Juracy Macêdo,
em Poxoréu, MT. É advogado, com militância principal na cidade de
Poxoréu, MT.
Graduado em Pedagogia pela UFMT (1998).
Especialista em Gerência de Cidades pela FAAP/SP (2000). Em
2003, graduou-se também em Matemática pela UFMT. Em 2004,
concluiu uma especialização em Matemática e Estatística pela
UFLA/MG. Em junho de 2009, bacharelou-se em Direito, pela
UNICEN/UNIC, de Primavera do Leste, MT.
Sua produção literária começou a ser publicada em
1982, pelo Jornal Correio de Poxoréo. Datam daquele ano as
crônicas “A guerra da paz” e “Senhor, zela por nós!”. Ainda em 1982
escreveu diversos artigos publicados no jornal estudantil “A Seiva”,
que circulava na Escola Pe. César Albisetti. Foi o Redator desse
jornal. Em 1983 fundou o Jornal “A Gazeta do Estudante”. Seu
trabalho nesse jornal estudantil abriu as portas para o ingresso na
equipe do jornal “Correio de Poxoréo”, fundado em 1939, do qual foi
o redator nos anos de 1983 e 1984, escrevendo, além das notícias,
numerosos artigos, crônicas e poesias, dentre os quais, “O
horizonte da vida” (poema), “União e participação” (redação
premiada em 1º lugar em um concurso municipal), “Águas
históricas” (artigo), “Educar é desabrochar, não politicar” (artigo),
“Pará, um paraíso escondido” (artigo) e “O sono da morte” (poesia).
Em 1985 escreveu “Folclore de Goiás” (monografia). Em 1987,
escreveu em coautoria com Gaudêncio Amorim e Kautuzum
Coutinho, o livro “Saudades e Melancolias”.
Em 1988, idealizou e participou da fundação da UPE –
União Poxorense de Escritores, da qual fui o 1º presidente. Sob a
bandeira upenina, escreveu vários trabalhos literários que foram
publicados na Revista “A Upenina” e no Jornal “O Upenino”. Em
2004 escreveu junto com mais onze upeninos o livro intitulado
“Antologia Poética: síntese da poesia upenina”. Além disso, os
jornais “A Gazeta do Grilo” (fundado pelo escritor Kautuzum
Coutinho), “A Tribuna” (Rondonópolis, MT), “A Gazeta” (Cuiabá,
MT) e “O Noticiário Evangélico” (Campo Grande, MS), “A Folha”
(Primavera do Leste, MT), “O Correio” (Primavera do Leste, MT), “A
Crônica” (Paranatinga, MT) e “O Diário” (Primavera do Leste, MT),
periodicamente têm publicado seus trabalhos literários.
Em 17 de agosto de 1987, organizou e fundou a
ASSEMP (Sindicato dos Servidores Municipais de Poxoréo), da
qual fui também o seu primeiro presidente. É um dos líderes da
Igreja Evangélica Neotestamentária de Poxoréu, fundada nessa
cidade durante os anos trinta, pelo missionário John Rees.
Em 2015 participou da fundação do Instituto Histórico
e Geográfico de Poxoréu (IHGP), tornando-se o primeiro Orador
oficial da entidade.
Em 2017 voltou a ocupar a direção da UPE, tornando-
se o seu 30º Presidente. Nessa gestão foi o responsável pela
implantação da Rádio Upenina de Poxoréu e pelo lançamento das
Revistas “A Upenina” nº 6 (outubro de 2017) e nº 7 (março de
2018). Foi ainda nesse período que iniciou a consolidação das
publicações no formato digital, por acreditar que o futuro da escrita
está reservado para a mídia eletrônica. Na gestão upenina do
Presidente Edinaldo Pereira continuou como editor da revista
eletrônica A UPENINA, lançando a edição de nº 8 em outubro de
2018.

*****
– CONTATO –

RESPLAND@GMAIL.COM

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