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CONTABILIDADE
CONTABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
procedimentos contábeis que atendam às exigências das normativas legais
ambientais, às necessidades, às expectativas e aos anseios da sociedade, de
modo a fortalecer as estratégias organizacionais.
Gestão
FAEL
Carta ao aluno | 5
3. Patrimônio ambiental | 43
4. Fatos ambientais | 63
5. EIA/RIMA | 83
Gabarito | 195
Referências | 213
Carta ao aluno
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1
Noções gerais de
meio ambiente
Introdução
Neste primeiro capítulo são apresentadas as definições
conceituais de meio ambiente e seus fundamentos introdutórios e
basilares, sob a perspectiva histórica, assim como as legislações e
implicações relacionadas.
Os conhecimentos destacados neste capítulo são impor-
tantes para desenvolver o entendimento do que é meio ambiente,
buscando-se o aprimoramento das habilidades e das ações relativas
à gestão dos recursos naturais.
Contabilidade Socioambiental
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Noções gerais de meio ambiente
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Contabilidade Socioambiental
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Noções gerais de meio ambiente
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Contabilidade Socioambiental
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Noções gerais de meio ambiente
somente levar em consideração os itens que foram alvo do dano, mas toda a
repercussão no equilíbrio ecológico.
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Contabilidade Socioambiental
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Noções gerais de meio ambiente
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Contabilidade Socioambiental
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Noções gerais de meio ambiente
atividades que não poluem o meio ambiente (sua preocupação é voltada para
o volume de recursos na natureza).
Princípio Definição
Ubiquidade O bem ambiental não se submete a qualquer fronteira,
seja ela espacial, territorial ou temporal.
Torna-se, então, difícil mensurar a real extensão de qualquer dano
ambiental e, assim, a reparação deve ser a mais ampla possível.
Cooperação Reconhece a necessidade de se estabelecer uma verdadeira
entre os povos política mundial de proteção e preservação do meio
ambiente, com regras menos preocupadas com a soberania
nacional e mais vinculadas às necessidades ambientais.
Desenvolvimento Preconiza que, para o progresso econômico e social, seja
Sustentável mais racional a utilização dos recursos ambientais, de forma a
satisfazer não apenas as necessidades das gerações presentes, mas
também das gerações futuras (solidariedade intergeracional).
Participação É dever de toda a sociedade defender e preservar
o meio ambiente. Por isso, deve ser assegurado à
coletividade o direito de participar ativamente da
tomada de decisões relativas à proteção ambiental.
Informação Justamente para possibilitar sua participação social,
deve ser assegurado aos indivíduos o acesso às
informações relativas à preservação ambiental.
Educação Deve ser promovida, em todos os níveis de ensino e também
de maneira informal, uma educação capaz de conscientizar a
população da necessidade de proteção do meio ambiente.
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Contabilidade Socioambiental
Princípio Definição
Poluidor- pagador Dado o caráter difuso e esgotável dos bens ambientais,
todos aqueles que sejam responsáveis pela utilização desses
bens em seu proveito (e em detrimento da sociedade)
devem arcar com esse deficit da coletividade.
Esse prejuízo ambiental, quando possível de ser suportado e
trouxer benefícios para a sociedade, deve ser internalizado
por aquele que usa do meio ambiente em seu proveito. Se,
entretanto, não houver a possibilidade dessa internalização,
o produto não pode ser fabricado ou consumido.
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Noções gerais de meio ambiente
Princípio Definição
Responsabilidade Visa reprimir os comportamentos contrários às normas
de proteção ambiental. Para tanto, podem ser aplicadas
concomitantemente sanções nas esferas penal, cível e
administrativa, sem que isso represente qualquer julgamento
repetitivo, já que cada qual possui objeto de tutela específico.
Contudo, por se tratar de instrumento de proteção do
meio ambiente, há certa unidade de fins entre as três
espécies de sanções: todas visam, em última instância, à
reparação do dano ambiental e à educação do infrator.
Fonte: Elaborado pelas autoras, com base em RODRIGUES, 2016, p. 232.
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Contabilidade Socioambiental
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Noções gerais de meio ambiente
Se há poluidor, é
porque houve
poluição.
Se houve poluição,
há dano ambiental
a ser reparado.
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Contabilidade Socioambiental
Conclusão
As discussões acerca da abordagem ambiental vêm crescendo conside-
ravelmente nos últimos anos. Os primeiros sinais de preocupação com os
efeitos devastadores do crescimento desordenado e cujos processos relegavam
questões ambientais apresentam uma ordem cronológica natural. Tratam-se
das históricas catástrofes ambientais que propulsaram as ações e discussões
acerca do tema, como: o acidente nuclear de Chernobyl, cujo material alta-
mente radioativo foi lançado no ambiente, em 1986, na Ucrânia; o grande
nevoeiro de Londres, em 1952, causado pela queima excessiva de carvão de
má qualidade, causando sérios problemas respiratórios e até mortes; e a con-
taminação da baía de Minamata, no Japão, desde 1930, causada pelo lança-
mento de dejetos contendo mercúrio por uma indústria local, fato que só foi
descoberto em 1956, quando alguns pacientes começaram a ter convulsões,
febre alta e acabaram morrendo, devido à contaminação.
A despeito das ações reparadoras relativas aos desastres supracitados,
como evacuação da população, operações de combate à poluição pelas
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Noções gerais de meio ambiente
[...]
O conceito de impacto ambiental pode ser buscado na ter-
minologia da palavra, a qual se origina do latim: impactu e
significa choque ou colisão de substâncias nos três estados
físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso), de radiações ou
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Contabilidade Socioambiental
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Noções gerais de meio ambiente
Atividades
1. O que é meio ambiente?
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Contabilidade Socioambiental
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2
Introdução à
contabilidade
ambiental
Introdução
O objetivo deste capítulo é proporcionar a compreensão dos
fundamentos essenciais da contabilidade ambiental, com base nos
principais conceitos relacionados à informação ambiental, entre eles,
passivo ambiental, ativo ambiental e fatos contábeis ambientais. Tais
conhecimentos são importantes para desenvolver o entendimento
prático da contabilidade ambiental, observando as diretrizes estabe-
lecidas pelas principais normas contábeis.
A proposta deste capítulo é viabilizar o entendimento dos
procedimentos elementares da contabilidade ambiental e os meca-
nismos de gestão ambiental empresarial, mais especificamente o sis-
tema de gestão ambiental (SGA) e a ISO 14001.
Contabilidade Socioambiental
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Introdução à contabilidade ambiental
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Contabilidade Socioambiental
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Introdução à contabilidade ambiental
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Contabilidade Socioambiental
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Introdução à contabilidade ambiental
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Contabilidade Socioambiental
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Introdução à contabilidade ambiental
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Contabilidade Socioambiental
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Introdução à contabilidade ambiental
como, por exemplo, a forma com que a empresa gerencia a destinação de seus
resíduos, monitora e analisa suas emissões atmosféricas, realiza o tratamento
de efluentes gerados e demais problemas relacionados à poluição ambiental.
Nessa perspectiva, as empresas são levadas a reexaminar seus processos produ-
tivos e investir em tecnologias menos poluentes ou, ainda, realizar processos
que reaproveitem recursos.
A questão ambiental deve consistir em uma preocupação não somente
da sociedade, mas do âmbito corporativo. Tal afirmação pode ser corroborada
pelo fato de as organizações, de um modo geral, buscarem a melhor gestão
de seus recursos mitigando eventuais impactos ambientais oriundos do seu
processo produtivo.
Ademais, existe uma tendência de inclusão da dimensão ecológica nos
negócios corporativos, visto que ela traz benefícios interessantes, como: redu-
ção de multas e penalidades por danos ambientais; possibilidade de expansão
mercadológica (crescente aumento de consumidores que preferem marcas e
produtos fabricados com base no comprometimento ambiental empresarial);
e preservação da imagem e reputação organizacional. Assim, padronizações
de normas são estabelecidas para efetiva implantação de um sistema de ges-
tão, como abordado a seguir.
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Contabilidade Socioambiental
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Introdução à contabilidade ambiental
Conclusão
Diante de um cenário globalizado cada vez mais exigente, as organizações
buscam estratégias para se diferenciar no mercado e consequentemente melho-
rar seus resultados. Considerando a preocupação com o equilíbrio ambien-
tal como um fator preponderante nesse cenário de negócios, a efetiva gestão
ambiental destaca-se como uma ferramenta essencial de interação e atendi-
mento às normativas legais pertinentes, às necessidades, às expectativas e aos
anseios da sociedade, fazendo parte das estratégias organizacionais.
Seguramente, a efetiva avaliação e gestão patrimonial atrelada aos aspectos
ambientais empresariais evidencia a contabilidade ambiental como um meca-
nismo de transparência aos atores sociais, com foco específico no meio ambiente.
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Contabilidade Socioambiental
Contabilidade Ambiental
(SOUZA; RIBEIRO, 2004, p.56)
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Introdução à contabilidade ambiental
Atividades
1. “Ao mesmo tempo em que é indispensável preservar, é necessário pro-
duzir”. Esse é, aparentemente, um complexo paradoxo empresarial,
quanto à integração entre o aspecto econômico e o ambiental, o que
reflete na desafiadora missão de gerenciar as atividades produtivas
sem degradar ou trazer prejuízos ao meio ambiente. Ponderando tal
conjuntura, explique o que é gestão ambiental e quais responsabilida-
des são atribuídas às organizações empresariais nesse contexto.
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Contabilidade Socioambiental
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3
Patrimônio ambiental
Introdução
Este capítulo aborda a estruturação dos elementos patri-
moniais oriundos de eventos ambientais, proporcionando a com-
preensão da contabilização e do registro patrimonial com base nos
princípios contábeis.
Para melhor compreensão, são abordadas as principais
definições e apresentadas as operacionalizações da contabilidade
ambiental, considerando as atividades e os processos operacionais
da entidade, enfocando as contas patrimoniais e de resultados:
Ativo e Passivo Ambiental, Patrimônio Líquido, Custos, Despesas,
Perdas e Receitas Ambientais.
Contabilidade Socioambiental
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Patrimônio ambiental
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Contabilidade Socioambiental
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Patrimônio ambiental
Informações disponíveis:
Valor contábil das jazidas = R$ 100.000,00
Estimativa total de minérios da jazida = 200.000 t
Extração neste exercício = 20.000 t
Cálculo contábil de exaustão:
Relação da extração do ano – 20.000 t =10% de 200.000 t
Exaustão contábil = 10% sobre R$ 100.000,00 = R$ 10.000,00
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Contabilidade Socioambiental
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Patrimônio ambiental
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Contabilidade Socioambiental
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Patrimônio ambiental
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Contabilidade Socioambiental
contábil como um evento passado que cria uma obrigação presente para uma
entidade (legal ou não formalizada). Assim, a classificação contábil de reserva
ou provisão dependerá exclusivamente da ocorrência do fato gerador. Por
exemplo, se o fato gerador efetivamente ocorreu, a provisão deve ser lançada,
com reflexo no passivo. A contrapartida, por sua vez, consistirá na redução
do resultado do exercício. Na eventualidade de não ocorrer o fato gerador, a
reserva deve ser aplicada.
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Patrimônio ambiental
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Contabilidade Socioambiental
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Patrimônio ambiental
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Contabilidade Socioambiental
22 investigação e desenvolvimento;
22 desenvolvimento de tecnologias mais limpas;
22 auditoria.
As despesas estão correlacionadas com a preservação do meio ambiente,
bem como os ativos utilizados nas ações ambientais. Ademais, podem estar
ligadas com a verificação dos procedimentos ambientais, como é o caso das
auditorias ambientais.
De acordo com a NBC TE XXX (CFC, 2012), “as despesas devem ser
reconhecidas na medida em que haja consumo de recursos para suprir a rela-
ção da entidade com o meio ambiente e que seja de característica genérica e,
não, associada com nenhum produto ou processo específico”.
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Patrimônio ambiental
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Contabilidade Socioambiental
Exemplo 1
A companhia de grande porte Novo Amanhecer dispõe de um
arquivo físico, com um elevado acervo documental de aproximadamente
200 mil caixas. Anualmente, são geradas aproximadamente 25 mil caixas
de arquivo pelos setores administrativos da empresa e são incineradas 20
mil caixas, a partir do vencimento do período de vigência documental
perante os órgãos solicitantes e mediante pagamento à empresa autori-
zada para o processo de incineração. Um especialista da área ambiental
explicou à diretoria da companhia que as caixas poderiam ser destinadas à
reciclagem, mantendo a confidencialidade dos documentos, além do rece-
bimento monetário, e, consequentemente, evitando custos decorrentes dos
serviços de incineração. Com o procedimento de reciclagem adotado, a
empresa passou a receber os valores relativos aos pesos do valor comercial
do papel, não incorrendo em despesas de incineração e gerando receitas de
cunho ambiental.
Exemplo 2
Após um estudo de viabilidade local, a fábrica de perfumaria Novo
Mundo investiu em um sistema de placas para captação de energia solar.
Inicialmente, o valor do projeto era consideravelmente alto e o payback period
ocorreria apenas após cinco anos do investimento. O projeto foi implantado e,
após cinco anos, a empresa passou a receber o retorno sobre esse investimento,
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Patrimônio ambiental
Conclusão
Ao considerar as transformações advindas da globalização e das corres-
pondentes responsabilizações ambientais imputadas às entidades, as exigências
contábeis evidenciam o necessário aprimoramento do profissional de conta-
bilidade em relação aos registros das transações patrimoniais de forma clara e
precisa. Isso reflete em demonstrações contábeis legítimas e que efetivamente
retratam a realidade patrimonial organizacional e suas respectivas tratativas com
os eventos ambientais.
Decorre de tais argumentos que a classificação dos valores correspon-
dentes aos elementos patrimoniais, a correta utilização de provisões e as infor-
mações adicionais em notas explicativas são componentes essenciais para
estruturação das demonstrações financeiras, em alinhamento com a perspec-
tiva ambiental. Fica evidente que a natureza dos eventos determinará os deta-
lhamentos e tratamentos necessários; contudo, é premissa básica o domínio
da contabilidade ambiental para atendimento e controle dessa nova realidade
contábil empresarial.
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Contabilidade Socioambiental
Contabilidade ambiental
(RIBEIRO, 2005, p. 64-66)
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Patrimônio ambiental
Posição do Canadá
Atividades
1. Atualmente, as empresas, de modo geral, buscam ações que envolvem
a preservação ambiental e a respectiva redução dos impactos inerentes
ao seu processo produtivo, o que, por consequência, demanda recur-
sos financeiros e interfere no patrimônio organizacional. Nesse con-
texto, considerando a demonstração contábil Balanço Patrimonial,
diferencie passivo ambiental e ativo ambiental.
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Contabilidade Socioambiental
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4
Fatos ambientais
4.1.1 Permutativos
São aqueles fatos contábeis que modificam os valores do Ativo e do
Passivo, mas sem alterar o Patrimônio Líquido. Essa modificação de valores
pode ocorrer entre as contas, como entre as do Caixa e de Duplicatas a rece-
ber. Logo, ocorre uma permuta de valores entre duas contas patrimoniais.
Exemplo prático: a empresa MM possui alguns hectares de mata nativa e
no ano de 2017 o gerente entrou com um processo judicial solicitando a resti-
tuição de uma parte do IPTU, isso em virtude de um incentivo da prefeitura
para que as empresas mantenham sua área verde intacta. Assim, no dia 10 de
janeiro de 2017, o Balanço Patrimonial da MM apresentava a configuração
mostrada no Quadro 1 a seguir:
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Fatos ambientais
ATIVO PASSIVO
BENS 380.000 OBRIGAÇÕES 540.000
Caixa 400.000 Duplicatas a pagar 40.000
Estoque 160.000 Salários a pagar
Móveis e utensílios 60.000
Veículos 200.000
Imóveis PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DIREITO Capital inicial 800.000
Imposto Verde a restituir 240.000 Lucros acumulados 60.000
Total Ativo 1.440.000 Total Passivo 1.440.000
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Já no dia 10 de outubro de 2017, a prefeitura restituiu o valor de R$ 40.000.
Nesse momento, ocorreu a modificação apenas do Ativo, com o aumento do
valor do Caixa (entrou R$ 40.000) e a redução do valor do Direito a receber
(Imposto Verde a restituir).
Assim, observa-se no Quadro 2 a seguir que o valor do Patrimônio
Líquido não foi alterado:
Quadro 2 – Balanço Patrimonial da empresa MM em 10/10/2017.
ATIVO PASSIVO
BENS 380.000 OBRIGAÇÕES 540.000
Caixa 440.000 Duplicatas a pagar 40.000
Estoque 160.000 Salários a pagar
Móveis e utensílios 60.000
Veículos 200.000
Imóveis PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DIREITO Capital inicial 800.000
Imposto Verde a restituir 200.000 Lucros acumulados 60.000
Total Ativo 1.440.000 Total Passivo 1.440.000
Fonte: Elaborado pelas autoras.
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Contabilidade Socioambiental
4.1.2 Modificativos
Os fatos contábeis modificativos são aqueles que modificam o Patrimônio
Líquido da empresa, conforme o exemplo prático nos Quadros 3 e 4:
Quadro 3 – Balanço Patrimonial da empresa MM no dia 10/01/2017.
ATIVO PASSIVO
BENS 380.000 OBRIGAÇÕES 540.000
Caixa 440.000 Duplicatas a pagar 40.000
Estoque 160.000 Salários a pagar
Móveis e utensílios 60.000
Veículos 200.000
Imóveis PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DIREITO Capital inicial 800.000
Imposto Verde a restituir 200.000 Lucros acumulados 60.000
Total Ativo 1.440.000 Total Passivo 1.440.000
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quadro 4 – Balanço Patrimonial da empresa MM no dia 10/10/2017, ao
pagar uma multa ambiental de R$ 1.000,00.
ATIVO PASSIVO
BENS 380.000 OBRIGAÇÕES 540.000
Caixa 339.000 Duplicatas a pagar 40.000
Estoque 160.000 Salários a pagar
Móveis e utensílios 60.000
Veículos 200.000
Imóveis PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DIREITO Capital inicial 800.000
Imposto Verde a restituir 200.000 Lucros acumulados 59.000
Total Ativo 1.439.000 Total Passivo 1.439.000
Fonte: Elaborado pelas autoras.
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Fatos ambientais
4.1.3 Mistos
Quando os fatos contábeis são mistos, quer dizer que eles são, ao mesmo
tempo, modificativos e permutativos. Logo, modificam o Patrimônio Líquido
e as contas que podem ser alteradas entre o Passivo e Ativo – ou, ainda, entre si.
Exemplificando: a empresa MM recebeu uma multa de um órgão fisca-
lizador ambiental que deveria ser paga até o dia 15 de agosto de 2017. Mas,
por algum motivo, ela não foi liquidada.
Quadro 5 – Balanço Patrimonial da empresa MM do dia 15/08/2017.
ATIVO PASSIVO
BENS 380.000 OBRIGAÇÕES 540.000
Caixa 440.000 Duplicatas a pagar 40.000
Estoque 160.000 Salários a pagar
Móveis e utensílios 60.000
Veículos 200.000
Imóveis PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DIREITO Capital inicial 800.000
Imposto Verde a restituir 200.000 Lucros acumulados 60.000
Total Ativo 1.440.000 Total Passivo 1.440.000
Fonte: Elaborado pelas autoras.
No dia 15 de setembro de 2017, a empresa pagou a multa ambien-
tal, todavia com 10% de juros, ou seja, o montante a ser pago ficou em
R$ 11.000, sendo R$ 1.000 de acréscimo devido ao atraso no pagamento.
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Contabilidade Socioambiental
ATIVO PASSIVO
BENS 380.000 OBRIGAÇÕES 530.000
Caixa 429.000 Duplicatas a pagar 40.000
Estoque 160.000 Salários a pagar
Móveis e utensílios 60.000
Veículos 200.000
Imóveis PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DIREITO Capital inicial 800.000
Imposto Verde a restituir 200.000 Lucros acumulados 59.000
Total Ativo 1.429.000 Total Passivo 1.429.000
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Verifica-se que ocorreu a diminuição do Patrimônio Líquido, do Passivo
e também do Ativo, representando a categoria de fato contábil misto.
Apresentar as demonstrações contábeis de maneira transparente e clara,
considerando todas as interferências patrimoniais cotidianas (que afetam o
patrimônio e o meio ambiente) às partes interessadas, configura-se como
a evidenciação dos fatos contábeis ambientais. De acordo com Tinoco e
Kraemer (2011, p. 256), essa evidenciação consiste em “divulgar informações
do desempenho econômico, financeiro, social e ambiental das entidades aos
parceiros sociais, aos stakeholders, considerando que os demonstrativos finan-
ceiros e outras formas de evidenciação não devem ser enganosos”.
Por outro lado, cumpre destacar que a contabilização e a evidenciação
dos fatos contábeis ambientais exigem a análise cuidadosa de cada situação,
uma vez que a mensuração de tais fatos pode ocorrer futuramente, em longo
prazo, e com característica possível, provável ou até mesmo remota.
De forma a exemplificar tal dificuldade, imagine uma situação em que
a empresa de operações portuárias LXZ foi arrolada judicialmente por um
passivo ambiental relativo à contaminação marítima de óleo decorrente
de vazamento do guindaste. Contudo, a empresa dispõe de evidências de
sua conduta preventiva de mitigação de riscos ambientais, treinamento dos
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Fatos ambientais
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Contabilidade Socioambiental
PLANO DE CONTAS
1. ATIVO
1. 1 Ativo Circulante
1.1.1 Disponível
1.1.1.01 Caixa
1.1.1.02 Banco Conta Movimento
1.1.2 Clientes
1.1.2.01 Clientes Ambientais
1.1.2.02 Subvenções Ambientais a Receber
1.1.2.03 Créditos por Serviços de Assessoria Ambiental
1.1.3 Outros Créditos
1.1.3.01 Investimentos Temporários
1.1.4 Estoques
1.1.4.01 Matérias-primas
1.1.4.02 Produtos em Processo
1.1.4.03 Produtos Acabados
1.1.4.04 Produtos Reciclados e Subprodutos
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Fatos ambientais
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Contabilidade Socioambiental
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Fatos ambientais
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Fatos ambientais
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Contabilidade Socioambiental
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Fatos ambientais
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Contabilidade Socioambiental
Conclusão
À medida que os fatos ambientais e os compromissos contábeis ocorrem,
o contador é designado a proceder com os lançamentos contábeis ambientais
com base nas diretrizes e normas contábeis vigentes. Fica evidente que, por
não se tratar de lançamentos de características comuns entre todas as empre-
sas, há peculiaridades específicas de cada atividade, objeto social, potencial
poluidor e dos próprios fatos que ocorrem (respeitando, obviamente, o
código de taxonomia destinada à conta agregadora).
A atenção aos registros contábeis configura um fator primordial na
demonstração real do patrimônio. Na perspectiva ambiental, tal cuidado deve
ser maior, uma vez que, dependendo da magnitude da circunstância ocorrida
– ao desconsiderar, por exemplo, provisões de longo prazo, como ações judi-
ciais ambientais – ela pode impactar consideravelmente os resultados finan-
ceiros da entidade caso a sentença resulte como procedente, proporcionando
eventuais surpresas e incertezas às partes interessadas pela ausência do plane-
jamento financeiro, além de gerar descrédito ao mercado.
Por outro lado, o real conhecimento acerca da estrutura do plano de
contas, o coerente registro dos fatos contábeis ambientais e o planejamento
das provisões ambientais levam à seguridade das informações contábeis e à
credibilidade dos resultados organizacionais.
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Fatos ambientais
[...]
Evidenciar significa “tornar evidente, mostrar com clareza,
comprovar” (AURÉLIO, 1999), ou seja, evidenciação con-
siste em tornar claro algo que não ofereça dúvida. Portanto,
evidenciação contábil refere-se às informações que a empresa
torna disponível através das demonstrações e relatórios contá-
beis. Tinoco e Kraemer (2004, p. 256) explicam que o obje-
tivo da evidenciação contábil seria: “o de divulgar informações
do desempenho econômico, financeiro, social e ambiental
das entidades aos parceiros sociais, os stakeholders, conside-
rando que os demonstrativos financeiros e outras formas de
evidenciação não devem ser enganosos”.
Essa evidenciação contábil, para Hendriksen e Van Breda (1999,
p. 512), acaba sendo interpretada de maneira restrita pelos con-
tadores ao afirmarem que “os contadores tendem a utilizar essa
palavra num sentido ligeiramente mais restrito, tratando da veicu-
lação de informação financeira a respeito de uma empresa dentro
de um relatório financeiro, geralmente o relatório anual”.
Para esses autores, as demonstrações financeiras representam
apenas um componente de um sistema de divulgação muito
mais amplo. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC),
através do item 1.4 da Resolução 774, de 16 de dezembro de
1994, comenta que a contabilidade tem por objetivo:
[...] prover os usuários com informações sobre aspectos
de naturezas econômicas, financeira e física do patrimônio
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Contabilidade Socioambiental
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Fatos ambientais
Atividades
1. Toda empresa deve estruturar de forma contabilmente adequada seu
plano de contas. Tal afirmativa remete à responsabilidade da estru-
turação de um coerente plano de contas para cada entidade. Nesse
contexto, apresente a definição de plano de contas e aponte sua impor-
tância na contabilidade.
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Contabilidade Socioambiental
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EIA/RIMA
Introdução
A proposta deste capítulo é proporcionar a compreen-
são dos aspectos relativos aos estudos ambientais exigidos para os
empreendimentos com potencial de geração de impactos ao meio
ambiente. Os estudos abordados consistem no Estudo Prévio de
Impacto Ambiental (EIA) e no Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA). Especificamente, discorre-se acerca dos requisitos legais,
do conteúdo necessário a essas análises, da responsabilidade por sua
elaboração e das dinâmicas envolvidas nesse processo.
Contabilidade Socioambiental
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EIA/RIMA
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Contabilidade Socioambiental
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EIA/RIMA
De acordo com essa mesma resolução, no seu artigo 3º, parágrafo único,
compete ao Ibama a obrigação de verificar a destruição do ambiente, estabe-
lecendo quais os estudos que devem ser feitos para obtenção, por parte do
empreendimento, do licenciamento ambiental.
O artigo 11 e o parágrafo único da Resolução n. 237/97 prevê que “os
estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por
profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor”, bem
como que “o empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos
previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apre-
sentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais”. Logo, esse
estudo de impacto deve ser realizado por profissional que seja devidamente
qualificado, podendo este ser responsabilizado legalmente. Dentre esses pro-
fissionais, podemos citar: engenheiros ambientais, agrônomos, biólogos e
outros de áreas afins.
Desse modo, verifica-se que o EIA tem seu objetivo pautado na preser-
vação e na precaução. Somente após os resultados do estudo, o Estado pode
ou não autorizar o início da construção de um empreendimento. De acordo
com Antonovz (2014), o EIA está pautado no princípio da precaução (con-
forme abordado no Capítulo 1, refere-se à ideia de prevenção).
Assim, o EIA é um relatório baseado em muitas informações técnicas, de
difícil compreensão para a sociedade em geral. Por isso, existe outro importante
documento que o acompanha, o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente,
também conhecido como RIMA. Esse documento consiste em uma versão do
EIA, com uma linguagem facilitada e objetiva para a compreensão de todos
(na seção 5.2, o RIMA será abordado com mais profundidade).
No momento da realização desses dois diagnósticos (documentos),
verificam-se os danos ambientais e também possíveis maneiras de diminuir
os impactos ou, ainda, compensar os problemas que sejam decorrentes do
empreendimento, visando diminuir ao máximo quaisquer desses danos.
– 87 –
Contabilidade Socioambiental
– 88 –
EIA/RIMA
– 89 –
Contabilidade Socioambiental
– 90 –
EIA/RIMA
– 91 –
Contabilidade Socioambiental
– 92 –
EIA/RIMA
– 93 –
Contabilidade Socioambiental
Quanto às sanções penais, elas serão regidas pelo artigo 60 da Lei n. 9.605/98:
Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qual-
quer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços
potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regula-
mentares pertinentes:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente. (BRASIL, 1998)
– 94 –
EIA/RIMA
– 95 –
Contabilidade Socioambiental
Conclusão
A construção de um empreendimento e o respectivo início das ativida-
des de determinado segmento estão submetidos aos desdobramentos e às exi-
gências relativas aos eventuais impactos socioambientais que sejam capazes de
gerar. Empreendimentos com potencial poluidor são, obrigatoriamente, sub-
metidos à elaboração do EIA/RIMA, em consonância com as normas especí-
ficas do tema: Política Nacional do Meio Ambiente, Constituição Federal e
Resoluções Conama n. 001/86 e n. 237/97.
O EIA e o RIMA representam a preocupação com a preservação
ambiental em relação à expansão das atividades empresariais e seus respecti-
vos potenciais de poluição, como prerrogativa básica das etapas de licencia-
mento ambiental nos órgãos competentes.
Obviamente, não é função dos órgãos ambientais promover a inter-
rupção das atividades econômicas empresariais ou impedir sua expansão,
mas sim analisar a viabilidade ambiental do empreendimento e as even-
tuais proposições de medidas mitigadoras, a eliminação das alterações
negativas do meio ambiente e os benefícios socioambientais resultantes
do projeto.
Seguramente, de modo metafórico, é possível asseverar que as implica-
ções de um posicionamento sustentável se iniciam no planejamento de um
empreendimento, com se fosse um embrião, e a responsabilidade ambiental
perdura durante toda a existência organizacional, assim como o ciclo de
uma vida inteira.
– 96 –
EIA/RIMA
[...]
A Resolução Conama 01/86, art. 2º, lista alguns casos de
atividades ou empreendimentos sujeitos ao EIA e ao RIMA.
Entretanto, cabe ao órgão ambiental competente identificar as
atividades e os empreendimentos para os quais há a necessi-
dade da elaboração deste estudo e a emissão do EIA/RIMA.
O EIA também deve atender às seguintes exigências contidas
na lei de Política Nacional do Meio Ambiente:
1. Observar todas as alternativas tecnológicas e de locali-
zação do projeto, levando em conta a hipótese da não
execução do projeto.
2. Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas
fases de implantação e operação das atividades.
3. Definir os limites da área geográfica a ser afetada pelos
impactos (área de influência do projeto), considerando
principalmente a “bacia hidrográfica” na qual se localiza;
– 97 –
Contabilidade Socioambiental
– 98 –
EIA/RIMA
Atividades
1. A Resolução Conama n. 237/97 estabelece que os estudos ambientais
“são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais rela-
cionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma ativi-
dade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise
da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto
de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico
ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada
e análise preliminar de risco” (BRASIL, 1997). Nesse sentido, expli-
que a finalidade do Estudo Prévio de Impacto ambiental.
– 99 –
Contabilidade Socioambiental
– 100 –
6
Balanço Social
Introdução
Neste capítulo abordaremos as principais demonstrações
que proporcionam informações relativas aos resultados empresa-
riais sob os aspectos econômico, financeiro, social e ambiental, com
foco específico na importância e aplicabilidade da divulgação da
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e do Balanço Social
como mecanismos impulsionadores da transparência informacional.
Contabilidade Socioambiental
– 102 –
Balanço Social
– 103 –
Contabilidade Socioambiental
Primeira etapa
22 Receita bruta com vendas e os ganhos de capital.
22 Insumos que a empresa adquiriu de terceiros.
22 A diferença entre o primeiro e o segundo grupo consiste no valor
adicionado bruto. Na sequência, devem ser descontadas a depre-
ciação, a amortização e a exaustão – e, assim, é possível chegar ao
valor adicionado líquido.
– 104 –
Balanço Social
Segunda etapa
22 Nessa etapa, a empresa demonstrará como foi distribuída a
riqueza: valores com pessoal, impostos, pagamento a terceiros,
lucros retidos e distribuídos aos acionistas, entre outras informa-
ções relacionadas.
Em Em
milhares milhares
DESCRIÇÃO
de reais de reais
20X1 20X0
1 Receitas
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2 Outras receitas
1.3 Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4 Provisão para créditos de liquidação
duvidosa – reversão/constituição
2 Insumos adquiridos de terceiros (inclui os valores
dos impostos: ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1 Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2 materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3 Perda/recuperação de valores ativos
2.4 Outras (especificar)
– 105 –
Contabilidade Socioambiental
Em Em
milhares milhares
DESCRIÇÃO
de reais de reais
20X1 20X0
3 Valor adicionado bruto (1-2)
4 Depreciação, amortização e exaustão
5 Valor adicionado líquido produzido pela entidade (3-4)
6 Valor adicionado recebido em transferência
6.1 Resultado de equivalência patrimonial
6.2 Receitas financeiras
6.3 Outras
7 Valor adicionado total a distribuir (5 + 6)
8 Distribuição do valor adicionado1
Fonte: Comitê De Pronunciamentos Contábeis Pronunciamento Técnico –
CPC 091
– 106 –
Balanço Social
– 107 –
Contabilidade Socioambiental
– 108 –
Balanço Social
– 110 –
Balanço Social
– 111 –
Contabilidade Socioambiental
PARTICIPAÇÃO
POR SEXO3
– 112 –
Balanço Social
PERCENTUAL DE OCUPANTES DE
CARGOS DE CHEFIA
FAIXAS
ETÁRIAS4
Faixa de idade Docentes Administrativos Total
De 18 a 35 anos 231 696 927
De 36 a 60 anos 947 622 1.569
Acima de 60 anos 83 21 104
Total 1.261 1.339 2.600
TEMPO DE SERVIÇO
NA INSTITUIÇÃO
– 113 –
Contabilidade Socioambiental
2011/02
2012/01
2012/02
2013/01
2013/02
2014/01
2014/02
2015/01
2015/02
2016/01
2016/02
Indicador
Total de
temas 51 16 19 16 17 17 16 17 8 7 14 8
oferecidos
Total de 113 98 156 141 158 107 113 210 153 188 225 176
oficinas
Docentes 1.256 1.215 1.195 1.211 1.237 1.237 1.246 1.270 1.285 1.344 1.305 1.336
da Univali
Docentes 779 725 872 887 920 937 920 1.058 1.080 1.118 1.160 1.160
participantes
Índice de
participação 62,0 59,6 72,9 73,2 74,3 75,7 73,8 83,3 84,0 83,2 88,8 86,8
(%)
– 114 –
Balanço Social
– 115 –
Contabilidade Socioambiental
– 116 –
Balanço Social
– 117 –
Contabilidade Socioambiental
2016 2015
Univer Fun Univer Fun
Hospital Hospital
sidade dação sidade dação
(–) Devoluções subvenções – (70) (70) – (151) (151)
(–) Outras deduções – (191) (191) – (149) (149)
Receita Operacional Líquida 11.849 358.044 369.533 11.340 277.401 288.741
Despesas operacionais
Gastos com pessoal e encargos (2.020) (32.946) (34.966) (1.740) (28.481) (30.221)
Despesas administrativas (1.008) (27.220) (28.228) (709) (17.337) (18.046)
Impostos e taxas – (2) (2) – 5 5
(3.028) (60.168) (63.196) (2.449) (45.813) (48.262)
– 118 –
Balanço Social
– 119 –
Contabilidade Socioambiental
Conclusão
A pressão dos stakeholders está relacionada com a prática de gestão das
empresas e os reflexos desse cenário nos relatórios econômicos, sociais e
ambientais. A crescente apreensão empresarial quanto aos impactos ambien-
tais, atrelada à preocupação de manter a transparência informacional por
meio de publicação de relatórios, proporciona ao público a disposição de
informações inerentes ao mundo corporativo e seu respectivo posiciona-
mento socioambiental.
– 120 –
Balanço Social
Relatórios no Brasil
(GRI BRASIL, 2017)
[...]
Atualmente, o Brasil encontra-se em terceiro lugar no mundo
em número de empresas que publicam relatórios de sustenta-
bilidade. Em 2010, mais de 160 relatórios brasileiros baseados
na estrutura da GRI foram registrados na Lista de Relatórios
dessa instituição.
– 121 –
Contabilidade Socioambiental
– 122 –
Balanço Social
Atividades
1. O valor total da produção de bens e serviços de determinado período,
menos o custo dos recursos adquiridos de terceiros, necessários a essa
produção, bem como a forma pela qual este está sendo distribuído
entre os diferentes grupos sociais que interagem com atividades da
empresa, são claramente expressos na Demonstração do Valor Adi-
cionado (DVA). No contexto prático contábil, explique como essas
informações devem ser estruturadas na DVA.
– 123 –
7
Auditoria ambiental
Introdução
Neste capítulo, o objetivo é proporcionar o conhecimento
das normas que tutelam o meio ambiente no território brasileiro,
bem como analisar as normas que padronizam o sistema de Gestão
Ambiental, com destaque para a ISO 14001. Além disso, será
desenvolvido o entendimento sobre a gestão de resíduos, anali-
sando as dicotomias entre a proteção do meio ambiental e o “pro-
gresso a todo custo”.
Contabilidade Socioambiental
– 126 –
Auditoria ambiental
– 127 –
Contabilidade Socioambiental
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas” (BRASIL, 1981). Logo, é observado nesse dispositivo que o
legislador é quem tutela todas as formas de vida.
Em suma, com o advento dessa lei, todos os componentes bióticos e
abióticos inseridos no meio ambiente passaram a ser totalmente amparados
por essa legislação. Todavia, essa nova fase de proteção ao meio ambiente
deve-se a alguns fatores. Entre eles, destacam-se:
22 Conforme o artigo 3º, I, as formas de vidas devem ser tuteladas, logo,
verifica-se um novo conceito ético em relação ao meio ambiente.
22 O ser humano passa a fazer parte do meio ambiente, ou seja, está
inserido nele.
22 O meio ambiente é um objeto autônomo, de modo que os com-
ponentes ambientais devem ser tutelados independentemente dos
benefícios econômicos que podem trazer ao ser humano.
22 Estabeleceram-se conceitos que servem de parâmetros para as
demais legislações, nos âmbitos da política ambiental nacional,
estadual ou municipal.
22 Estabeleceu-se uma política ambiental, com diretrizes, objetivos,
com a finalidade específica de proteção ambiental.
Outro dispositivo importante, concebido pelo Poder Legislativo, con-
sistiu na Constituição Federal de 1988, a qual trouxe a ideia do Direito
Ambiental como um ramo autônomo da ciência jurídica, haja vista o artigo
225 da Carta Magna, que traz: “Todos têm direito ao meio ambiente eco-
logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL,
1988a). Essa legislação eleva o Direito Ambiental a uma tutela constitucio-
nal, visto que traz em seu corpo expressamente a proteção ao meio ambiente,
principalmente quando o legislador constitucional reserva a este um capítulo
inteiro da Carta Magna.
Conforme dispõe o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2008b), as
legislações que tutelam o meio ambiente são, entre outras:
– 128 –
Auditoria ambiental
– 129 –
Contabilidade Socioambiental
– 130 –
Auditoria ambiental
Planejar
Suporte e
A Melhoria Liderança operação D
Avaliação
de
desempenho
Resultados
pretendidos do sistema
de gestão ambiental
– 131 –
Contabilidade Socioambiental
– 132 –
Auditoria ambiental
– 133 –
Contabilidade Socioambiental
– 134 –
Auditoria ambiental
– 135 –
Contabilidade Socioambiental
– 136 –
Auditoria ambiental
– 137 –
Contabilidade Socioambiental
de que esse ambiente deve refletir o mínimo de impactos possíveis. Logo, todas
as atividades oriundas do progresso, como é o caso da produção e comercia-
lização de produtos ou bens, devem ser direcionadas à preservação do meio
natural, visando à sua disponibilidade inclusive para as gerações futuras.
Diante desse contexto, as empresas estruturam seus processos imple-
mentando ações específicas, como é o caso da reciclagem de materiais, do
reaproveitamento dos resíduos ou, ainda, da utilização de tecnologias “lim-
pas”, que não agridem o meio ambiente. Verifica-se, assim, que a proteção ao
meio ambiente modifica toda a estrutura organizacional, visto que intervém
inclusive no planejamento estratégico institucional.
Em suma, as responsabilidades em relação aos danos ambientais estão
modificando o formato do processo produtivo. Novos procedimentos envol-
vem a implantação da gestão da qualidade ambiental e da gestão de custos
da qualidade ambiental, pois esses dois mecanismos trazem informações que
embasam as tomadas de decisão da alta direção das empresas, a fim de que
desempenhem suas atividades com o menor impacto ambiental possível.
Em compensação, as empresas que não se estruturarem de modo a evitar a
geração de impactos negativos no meio ambiente podem não se manter ativas,
pois os consumidores, atualmente, cobram delas uma nova postura ambiental.
Assim, as organizações mercantis são pressionadas de várias formas
para utilizarem o meio ambiente adequadamente, destacando-se o ativismo
ambiental de grupos que têm como meta a reivindicação dos cuidados com
o meio natural. Os cidadãos mais informados sobre as consequências de um
meio ambiente desequilibrado impõem sua vontade principalmente quando
se negam a consumir um produto proveniente de um processo produtivo
que gera impacto ambiental. Além disso, muitas vezes, para garantir um
parceiro de negócio, é necessário que os processos da empresa estejam em
conformidade com as boas práticas ambientais, visto que os investidores
analisam os custos dispendidos com o meio ambiente, como é o caso das
multas, bem como todos os passivos ambientais e o histórico de degradação
da organização.
Verifica-se, portanto, que existem várias forças que pressionam as
empresas a modificar suas posturas, e, concomitantemente, proteger o meio
ambiente, em vez de realizarem atos para a obtenção do progresso a qualquer
– 138 –
Auditoria ambiental
Conclusão
A conscientização acerca da responsabilização ambiental sobre ações e
atividades com potencial poluidor é evidente nos últimos anos. Intervenções
legislativas e as pressões dos stakeholders parecem configurar os principais
canais impulsionadores das modificações do pensamento e posicionamento
ambiental das entidades.
Se de um lado essa força ganha relevante interferência e adentra as novas
configurações do planejamento empresarial, por outro, influi consideravel-
mente em custos concernentes aos programas ambientais, sistemas de gestão
ambiental, certificações, auditorias e outras ações relativas. Sobretudo, não
se figura como uma missão de fácil continuidade, uma vez que a entidade
deve reservar capital específico para manter sua capacidade de mitigar os
impactos ambientais e investir em constantes alternativas sustentáveis e ino-
vações relacionadas.
Para manutenção e regularidade das atividades da empresa, é requisito
básico e obrigatório o cumprimento das imposições legais quanto à mitigação
de impactos socioambientais. Desse modo, é possível asseverar que os retornos
gerados por tal comprometimento também podem ser vislumbrados como
consequências positivas ao desenvolvimento e à expansão organizacional.
– 139 –
Contabilidade Socioambiental
– 140 –
Auditoria ambiental
– 141 –
Contabilidade Socioambiental
Atividades
1. Cite e explique algumas legislações que tutelam o meio ambiente
no Brasil.
– 142 –
8
Responsabilidade
ambiental
Introdução
Já há algum tempo as organizações vêm tomando consciência
da necessidade e dos benefícios proporcionados por um compor-
tamento socialmente responsável. Atualmente, não é mais possível
analisar o desempenho de uma empresa sem verificar seu compor-
tamento com relação à sociedade e ao meio ambiente em que está
inserida. Evidenciando a importância dessa temática, este capítulo
aborda especificamente a responsabilidade socioambiental, pro-
porcionando o entendimento da evolução histórica, os conceitos e
princípios da ISO 26000:2010 (Diretrizes sobre Responsabilidade
Social) e sua relação com as concepções sustentáveis.
Contabilidade Socioambiental
– 144 –
Responsabilidade ambiental
– 145 –
Contabilidade Socioambiental
Responsabilidade
discricionária
Responsabilidade
ética
Responsabilidade
legal
Responsabilidade
econômica
– 146 –
Responsabilidade ambiental
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Contabilidade Socioambiental
– 148 –
Responsabilidade ambiental
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Contabilidade Socioambiental
– 150 –
Responsabilidade ambiental
– 151 –
Contabilidade Socioambiental
– 152 –
Responsabilidade ambiental
– 153 –
Contabilidade Socioambiental
Social
Exemplo
22 Otimização das relações entre
Ecoeficiência
consumo, geração de bens e
serviços e efeitos ambientais
– 154 –
Responsabilidade ambiental
que podem cobrir de forma integral ou parcial os custos incorridos com tais inves-
timentos, além de proporcionar vantagem competitiva.
Por sua vez, Vellani (2011) explica que, além de reduzir o risco rela-
tivo ao negócio, os ganhos econômico-financeiros podem ser obtidos com a
manutenção das ações socioambientais. O mesmo autor ainda assegura que
“[...] certamente, gerentes conscientes ecologicamente terão maiores possibi-
lidades de encontrar soluções lucrativas para os problemas ambientais do que
outros sem conhecimento ambiental” (VELLANI, 2011, p. 5).
Ao compreendermos a responsabilidade socioambiental como um pilar
da sustentabilidade, podemos constatar que ela consiste na gestão baseada em
mecanismos de transparência de informações para a sociedade, por meio de
práticas pautadas na ética social e ambiental. Sobretudo, a gestão sob a ótica
de responsabilidade socioambiental se estabelece por metas empresariais com
finalidades específicas de desenvolvimento sustentável, na qual a prioridade
não consiste apenas na lucratividade, mas na manutenção e preservação do
meio ambiente ecologicamente equilibrado, atentando-se à continuidade das
gerações futuras.
Na visão de De Benedicto, Rodrigues e Penido (2008), a estruturação da res-
ponsabilidade socioambiental deve passar por três importantes estágios, a saber:
1. Maximização dos lucros – a administração da empresa deve
concentrar-se no uso eficiente dos recursos para produzir bens
ou serviços desejados pelos consumidores de modo a vendê-los
a preços que estes estivessem dispostos a pagar, visando assim
maximizar lucros no curto prazo.
2. Equilíbrio de interesses – o objetivo era maximizar os lucros à longo
prazo, equilibrando assim os interesses dos acionistas, funcionários,
consumidores, comunidade.
3. Administração socioeconômica – o objetivo aqui deixa de ser
apenas o lucro em si, mas também a busca concreta da melho-
ria da qualidade de vida ou do bem-estar da sociedade. (DE
BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008, p. 8)
– 155 –
Contabilidade Socioambiental
– 156 –
Responsabilidade ambiental
– 157 –
Contabilidade Socioambiental
por prerrogativa básica a ligação entre ambas as partes no que tange à interferên-
cia dos stakeholders no desempenho organizacional e seus respectivos objetivos,
com foco específico nos esclarecimentos estratégicos e políticos direcionados à
melhoria do atendimento aos stakeholders independente de associações positivas
ou não com desempenho corporativo.
Já a teoria descritiva, também denominada como empírica, conduz às
pesquisas que consistem em descrever as características e os posicionamentos
organizacionais em relação aos seus stakeholders. Por fim, mas não menos
importante, a teoria normativa é estabelecida na investigação da função orga-
nizacional quanto à moral ou o direcionamento filosófico que orienta a admi-
nistração e operação das empresas.
A partir dessas discussões teóricas, Borba (2005) alega que as pesquisas
vêm se voltando consideravelmente à perspectiva instrumental da teoria dos
stakeholders proposta por Donaldson e Preston (1995), em função da necessi-
dade de investigações e inquietações a respeito do desempenho socioambien-
tal das organizações e seu respectivo desempenho financeiro. Tal afirmativa
pode ser corroborada pelo volume de estudos recentes desenvolvidos na área
da sustentabilidade.
Conclusão
A adoção de um posicionamento socioambiental pelas organizações,
com a redução de seus insumos e de seus impactos ambientais, pode promo-
ver uma gestão ambiental eficiente e sustentável, bem como criar valor para
as partes interessadas (stakeholders) (HARRINGTON; KNIGHT, 2001).
Nesse contexto, o desempenho socioambiental promove um melhor relacio-
namento com os stakeholders, sustentado pela confiança mútua e cooperação
entre a empresa e suas partes interessadas, viabilizando maior vantagem com-
petitiva em relação à concorrência (JONES, 1995).
Contudo, o tema tem sido muito discutido nas mais variadas esferas,
de modo que a responsabilidade social corporativa é um assunto considera-
velmente debatido no meio acadêmico e empresarial, pois ainda suscita mui-
tas questões a serem esclarecidas, além de lacunas do conhecimento a serem
preenchidas, como é o caso da delimitação da dimensão da responsabilidade
social corporativa no âmbito dos negócios. Logo, este capítulo não encerra
– 158 –
Responsabilidade ambiental
O conceito de responsabilidade
socioambiental empresarial
(ORELLANO; QUIOTA, 2011, p. 472-473)
– 159 –
Contabilidade Socioambiental
– 160 –
Responsabilidade ambiental
Atividades
1. Na estruturação histórica da RSC, Archie Carrol apresenta-se como
um autor seminal na área. Qual modelo de RSC Carrol criou? Expli-
que as quatro premissas estabelecidas em sua pirâmide.
– 161 –
9
Aspectos econômicos
e sociais sobre
exploração ambiental
Introdução
Este capítulo proporciona a compreensão acerca dos
aspectos econômicos e sociais da exploração dos recursos naturais,
apresentando os instrumentos econômicos e financeiros para con-
servação ambiental no Brasil. Além disso, revela a correlação entre
a economia e a dimensão dos direitos fundamentais e a vinculação
jurídica do meio ambiente aos sistemas econômicos.
Contabilidade Socioambiental
– 164 –
Aspectos econômicos e sociais sobre exploração ambiental
– 165 –
Contabilidade Socioambiental
2 Em relação à definição conceitual dos direitos de terceira geração, Azevedo (2005, p. 47)
afirma que “a terceira geração pode ser entendida como os Direitos de Solidariedade, onde
figuram os direitos à paz, ao desenvolvimento, à autodeterminação dos povos e ao meio am-
biente ecologicamente equilibrado”.
– 166 –
Aspectos econômicos e sociais sobre exploração ambiental
– 167 –
Contabilidade Socioambiental
– 168 –
Aspectos econômicos e sociais sobre exploração ambiental
– 169 –
Contabilidade Socioambiental
– 170 –
Aspectos econômicos e sociais sobre exploração ambiental
– 171 –
Contabilidade Socioambiental
Conclusão
A aplicação de instrumentos econômicos e sociais como mecanismos de
mitigação da degradação ambiental é considerada uma das grandes estraté-
gias sustentáveis nos últimos anos com relação ao tema. Nessa perspectiva, as
políticas ambientais têm papel essencial de articulação das dimensões socioe-
conômicas, tendo por objetivo o desenvolvimento sustentável.
Sob a vertente econômica, tais mecanismos voltam-se especificamente
à aplicação de tributos, como taxas, impostos e demais encargos relativos às
atividades consideradas potencialmente poluidoras. Além disso, programas de
incentivo que promovem benefícios socioeconômicos e/ou ambientais voltados
à preservação dos recursos naturais também acarretam resultados positivos.
Já em se tratando do aspecto social, medidas de compensação por servi-
ços ambientais podem também resultar em melhores condições de vida para
a população cercada de patrimônios naturais.
Assim, novos mecanismos devem corresponder à ascensão dos mercados,
direcionando compensações ambientais à comunidade local ou global, além
de instrumentos econômicos efetivos que estimulem e orientem os principais
agentes envolvidos. Obviamente, os desafios futuros não podem ser descon-
siderados e critérios socioambientais devem ser exigidos como uma forma de
alinhamento entre pressões sociais, aumento populacional, atividades comer-
ciais empresariais e o compromisso com a sustentabilidade.
– 172 –
Aspectos econômicos e sociais sobre exploração ambiental
– 173 –
Contabilidade Socioambiental
Atividades
1. Existem alguns mecanismos que favorecem os agentes envolvidos no
mercado, com a perspectiva de preservação ambiental. Cite alguns
desses mecanismos.
– 174 –
Aspectos econômicos e sociais sobre exploração ambiental
– 175 –
10
Aspectos tributários
ambientais
Ano Ocorrências
1984 Primeira publicação de Balanço Social no Brasil – pela empresa Nitrofértil.
1986 Lançamento do Balanço Social no mercado de capitais, patrocinado
pelo Comitê de Divulgação do Mercado de Capitais (Codimec).
1991 Primeira publicação da Demonstração do Valor Adicionado – pela empresa Telebras.
1993 A extinta Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e o
Banespa publicam sua Demonstração do Valor Adicionado do setor bancário.
– 178 –
Aspectos tributários ambientais
Ano Ocorrências
1996 Uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
(Ibase) busca evidenciar o Balanço Social e propõe um modelo, o qual
foi gradativamente adotado pelas empresas. Com o tempo, tal modelo
foi aprimorado a fim de melhorar a demonstração das ações sociais.
O Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon, atual Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil) aprova a Norma de Auditoria Ambiental NPA
n. 11, a qual determina a correlação entre a contabilidade e o meio ambiente
e a participação dos esforços para defesa e proteção contra poluição e
agressões à vida humana e à natureza. O estabelecimento desse documento
pode ser considerado como um marco da contabilidade ambiental no Brasil,
visto que recomendava que as demonstrações contábeis e os relatórios da
administração refletissem o posicionamento ecológico organizacional, mediante
o cumprimento rigoroso das metas ambientais, além das econômicas.
1997 O Projeto de Lei n. 3.116 e as discussões da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) apresentam proposições de obrigatoriedade de
publicação do Balanço Social. Contudo, o projeto foi arquivado e a discussão
não chegou a um consenso, visto que o tema era muito polêmico.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base em RIBEIRO, 2006.
Fica evidente que a implementação da obrigatoriedade da publicação do
Balanço Social não é uma ideia recente. Propostas de instituir projetos e leis já
são discutidas há mais de duas décadas e ainda continuam, nos dias de hoje,
como um assunto em aberto.
Embora não haja obrigatoriedade, atualmente a esfera empresarial, em
especial as organizações de capital aberto, têm divulgado o Balanço Social
juntamente com suas demonstrações contábeis com o intuito de eviden-
ciar seu posicionamento e suas ações relativos aos aspectos socioambientais
(RIBEIRO, 2006).
No ano de 2004, foi aprovada a Norma Brasileira de Contabilidade
Técnica n. 15 (NBC T15) pelo Conselho Federal de Contabilidade, que esta-
beleceu parâmetros para a divulgação das informações de natureza social e
ambiental (a geração e a distribuição de riqueza, os recursos humanos, a inte-
ração da entidade com o ambiente externo e com o meio ambiente) de forma
complementar às demonstrações contábeis (CFC, 2004).
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Contabilidade Socioambiental
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Aspectos tributários ambientais
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Contabilidade Socioambiental
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Aspectos tributários ambientais
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Contabilidade Socioambiental
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Aspectos tributários ambientais
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Contabilidade Socioambiental
nenhum tipo de tributo que tenha como fato gerador a degradação do meio
ambiente ou, ainda, o uso dos elementos ambientais.
Nesse sentido, a legislação estipula o tributo de forma indireta, ou seja,
por meio da concessão de incentivos fiscais, para estimular o contribuinte
a preservar o meio ambiente. Verifica-se, também, que o Estado exerce seu
Poder de Polícia para induzir os contribuintes a manter o ambiente sadio.
O tributo ambiental no Brasil tem como finalidade a intervenção na
situação financeira do cidadão e, nessa condição, estimula ou desestimula
os consumidores. Por esse motivo, muitas vezes o tributo é considerado um
elemento importante na preservação do meio ambiente ecologicamente equi-
librado. Todavia, essa tributação só pode operar em conformidade com a
Constituição em sua função extrafiscal.
É importante lembrar que a tributação extrafiscal tem por objetivo con-
duzir as pessoas jurídicas e físicas, por meio dos incentivos fiscais, a agirem
em conformidade com o artigo 3º, I, da Carta Magna, para que assim criem
“uma sociedade livre, justa e solidária”.
Outro aspecto importante é que o meio ambiente deve ser protegido
inclusive pelos agentes econômicos. Assim, as legislações tributárias tam-
bém se configuram como mecanismo de preservação. Entretanto, é impor-
tante ponderar a utilização do sistema tributário como forma de preservação
ambiental, visto que, ao se estipular uma carga tributária muito elevada, res-
tringe-se a liberdade dos indivíduos.
Desse modo, observa-se que os tributos não são apenas um instrumento
estatal de arrecadação, mas mecanismos de políticas públicas, pois interferem
no cotidiano da sociedade, estimulando ou desestimulando o consumo e,
consequentemente, a produção de bens e serviços.
Nesse contexto, de acordo com Ávila (2013), o chamado princípio da sele-
tividade é aplicado ao sistema tributário brasileiro especificamente nos tributos
indiretos, como é o caso do IPI e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS), embutidos nos valores cobrados do consumidor final pelos
produtos. Esse princípio se refere à ideia de que os produtos ditos essenciais
para a sobrevivência do indivíduo na sociedade devem ter alíquotas mais bai-
xas que os demais, para que as pessoas possam consumir os itens necessários e,
em contrapartida, diminuir o consumo de artigos supérfluos.
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Aspectos tributários ambientais
Ainda conforme Ávila (2013), vários são os impostos utilizados com a fina-
lidade de manter os bens ambientais preservados. Entre eles, destacam-se o IPVA
– como exemplificado anteriormente – e ainda o Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU), com diminuição de alíquota conforme a preservação ambien-
tal. O IPTU introduz incentivos fiscais aos municípios que colaborem em sua
propriedade imobiliária com a preservação da natureza (o IPTU Ambiental
Preservacionista) ou gera encargos fiscais àqueles que agem no sentido oposto
(o IPTU Ambiental Repressivo, ou o IPTU Ambiental Progressivo no tempo).
Todavia, é o ICMS que se sobressai na função ambiental, com a confi-
guração do ICMS Ecológico. Esse tipo de ICMS é um mecanismo tributário
voltado para o repasse de recursos financeiros (redistribuição do imposto) aos
municípios que atendem aos critérios ambientais previstos nas leis estaduais –
por exemplo: com unidades de conservação ambiental em seu território.
O estado pioneiro na implementação do ICMS Ecológico foi o Paraná, por
meio da Lei Complementar n. 59/91 (PARANÁ, 1991), tornando-se modelo
para a multiplicação do imposto nos demais estados brasileiros. No exemplo
paranaense, o sistema de funcionamento do ICMS Ecológico está baseado em
dois importantes critérios: as áreas protegidas e os mananciais de abastecimento,
sendo que o repasse de recursos ocorre da seguinte forma:
Do total do ICMS arrecadado pelo Estado do Paraná, 5% é destinado
para os municípios, proporcionalmente às unidades em função do
tamanho, importância, grau de investimento na área, manancial de
captação e outros fatores.
Estes 5% são destinados aos municípios da seguinte forma:
• 50% para municípios que tenham em seu território Mananciais
de Abastecimento, cuja água se destina ao abastecimento da
população de outro município;
• 50% para municípios que tenham integrado em seu território
Unidades de Conservação, Áreas de Terras Indígenas, Reservas
Particulares do Patrimônio Natural, Faxinais, Reservas Florestais
Legais. (IAP, 2017)
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Contabilidade Socioambiental
bem ecológico pague por esse uso, além de serem empregadas na fiscalização
e no monitoramento das atividades mercantis que possam lesionar o meio
ambiente. Logo, por meio das taxas, o Estado repassa os custos de preservação
e recuperação do meio ambiente aos contribuintes.
A Lei n. 10.165, de 27 de dezembro de 2000, pode ser considerada um
exemplo da utilização da taxa no âmbito ambiental, visto que institui como
fato gerador o Poder de Polícia exercido quando o Ibama fiscaliza as ativida-
des que podem gerar dano ambiental ou que se utilizam de recursos do meio
ambiente (BRASIL, 2000).
Outro tipo de tributo que é utilizado como mecanismo de prevenção ou
reparação a danos ambientais é a contribuição de melhoria. Esse imposto
tem como fato gerador a valorização dos imóveis particulares. Logo, quando
o Estado faz uma obra que valoriza um imóvel, esse custo pode ser cobrado
do indivíduo dono do imóvel. Dessa forma, quando uma obra estatal tiver
como objetivo a preservação do meio ambiente e implicar no aumento do
valor do imóvel dos vizinhos, o Estado poderá, por meio de contribuição de
melhoria, cobrar o custo da obra dos que são donos dos imóveis valorizados.
Assim, por meio da cobrança da contribuição de melhoria, o Estado tem
o ressarcimento dos custos com a preservação ou a recuperação ambiental, mas
somente nos casos em que ocorrem valorização do imóvel do contribuinte.
Pode-se entender, portanto, que muitas vezes os poluidores podem deixar de
causar danos, visto que serão responsáveis pelo pagamento desses custos.
Em suma, verifica-se que os tributos podem ser um mecanismo de
defesa ambiental, a fim de que a exploração econômica seja feita de forma
sustentável. Desse modo, o Estado deve atuar não só na economia, mas
também na manutenção do direito a um meio ambiente equilibrado para
toda a sociedade.
Conclusão
A contabilidade ambiental brasileira está em constante evolução. Por
se tratar de um tema relativamente novo, em termos de normativas especí-
ficas, é perceptível a estruturação de procedimentos contábeis voltados ao
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Aspectos tributários ambientais
[...]
A tributação ambiental pode ser conceituada como “o emprego
de instrumentos tributários para orientar o comportamento dos
contribuintes a protesto do meio ambiente, bem como para
gerar recursos necessários à prestação de serviços públicos de
natureza ambiental” (COSTA, 1998, p. 297).
Conforme Modé, a tributação ambiental diferencia-se do
caráter sancionatório por “não se aplicar a atividades ilícitas. A
tributação ambiental aplica-se tão somente a atividades lícitas,
assim consideradas pelo legislador porque necessárias, em que
pese o impacto causado ao meio ambiente” (2003, p. 123).
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Contabilidade Socioambiental
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Aspectos tributários ambientais
Atividades
1. O que estabelece a NPA n. 11? Por que a emissão desse documento
pode ser considerada um marco na história da contabilidade ambien-
tal brasileira?
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Contabilidade Socioambiental
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Gabarito
Contabilidade socioambiental
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Gabarito
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Contabilidade socioambiental
4. Sim, existe total relação entre a ISO 14001 e o sistema de gestão ambien-
tal (SGA). A ISO 14001 especifica os requisitos para a implementação
de um sistema de gestão ambiental, o qual possibilite às organizações as
doutrinas concretas que têm probabilidade de relacionarem-se a outros
requisitos de gestão, com o objetivo de auxiliar no alcance das metas am-
bientais e econômicas. A norma habilita uma organização a especificar e
avaliar a concretização de processos para definir uma política ambiental
e os objetivos a atingir com suas conformidades. O principal intuito é
estimular a proteção ambiental e a prevenção da poluição, equilibrando-a
com as urgências socioeconômicas.
3. Patrimônio ambiental
1. Ativo ambiental é o recurso controlado pela entidade, cujos benefí-
cios futuros esperados estejam diretamente associados com a proteção
do meio ambiente ou com a recuperação daquele já degradado. In-
cluem-se, também, as áreas nativas mantidas para conservação.
Já o passivo ambiental compõe as obrigações para com terceiros, re-
sultantes de impactos causados ao meio ambiente. Pode se constituir
na obrigação de recuperação de áreas degradadas, indenização de ter-
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Gabarito
4. Fatos ambientais
1. Considerado como um dos mais importantes instrumentos para o
planejamento contábil, o plano de contas consiste em um conjunto
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Contabilidade socioambiental
5. EIA/RIMA
1. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental tem como finalidade distin-
guir e identificar os impactos maléficos ou benéficos que determinado
empreendimento pode causar ao meio ambiente. Outro objetivo des-
se estudo refere-se à exigência estatal para obtenção de autorização às
atividades mercantis, desde a sua implementação.
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Gabarito
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Contabilidade socioambiental
6. Balanço Social
1. Na prática, as informações que devem ser consideradas na construção
de uma DVA são divididas em duas etapas:
Primeira etapa
Segunda etapa
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Gabarito
3. As especificações são:
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Contabilidade socioambiental
7. Auditoria ambiental
1.
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Gabarito
2.
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Contabilidade socioambiental
22 A norma ISO 14001 é a única dentro da série 14000 que tem como
objetivo a certificação do Sistema de Gestão Ambiental, bem como
prevê a ocorrência da auditoria, sob seus requisitos obrigatórios.
22 A norma ISO 14004 tem como finalidade apresentar algumas
orientações para que a empresa implemente os requisitos da
ISO 14001.
22 A norma ISO 19011, que substituiu as normas ISO 14010,
14011 e 14012, tem como objetivo determinar os procedimentos
e os requisitos que os auditores devem seguir para realizar as audi-
torias do Sistema de Gerenciamento Ambiental.
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Gabarito
4.
8. Responsabilidade ambiental
1. Archie Carroll (1979) – autor que é referência para pesquisas científicas
até os dias atuais, no que tange à responsabilidade social corporativa, com
uma abordagem esclarecedora –, apresenta a RSC estruturada sob quatro
responsabilidades, que consistem em expectativas da sociedade em relação
às organizações em determinado período. Elas são detalhadas a seguir:
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Contabilidade socioambiental
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Gabarito
3.
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Contabilidade socioambiental
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Gabarito
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Referências
Referências
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Contabilidade Socioambiental
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Referências
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Referências
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Referências
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Referências
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Referências
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Referências
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Contabilidade Socioambiental
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Referências
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Contabilidade Socioambiental
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Referências
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Janaína Gabrielle Moreira Campos da Cunha Amarante
CONTABILIDADE
CONTABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
procedimentos contábeis que atendam às exigências das normativas legais
ambientais, às necessidades, às expectativas e aos anseios da sociedade, de
modo a fortalecer as estratégias organizacionais.
Gestão