Depois de se arrepender por passar os últimos três
Apesar dessas dificuldades o cozinheiro se sentia ansioso
anos como aventureiro, Delacroix voltou a trabalhar na mansão
do Sr.Hanrie, em Nimbarann, capital de Fortuna. De fato
nos últimos dois meses Delacroix apenas reafirmou que jamais
deveria ter abandonado a vida de mordomo.
No inicio, o ex-aventureiro achou que seria difícil ser
readmitido, mas uma superstição dizia que aceitar de volta um
bom serviçal arrependido trazia boa sorte. E realmente Delacroix
sentia-se com sorte: nada mais de masmorras sujas, noites mal
dormidas, fome, nem sacerdotes loucos tirando vidas inocentes
em nome de um deus obscuro e de nome impronunciável.
Como existiam muitos outros criados na mansão Hanrie,
era comum que alguns deles trocassem de atividade devido a um
mero capricho de seus senhores. Por isso, Delacroix não estranhou
quando deixou de ser o criado pessoal de Evangeline, filha do
Sr.Hanrie, para tornar-se o cozinheiro particular de uma hóspede
muito importante.
De maneira nenhuma esta decisão pareceu algo sem
sentido ou arbitrário. Durante os anos que passou como aventureiro,
Delacroix conheceu sabores dos pontos mais exóticos do Reinado
e esta experiência com gastronomia parecia ser exatamente o que
aquela hóspede desejava, pois o ultimo cozinheiro havia sido
removido do cargo exatamente por não conseguir satisfazê-la.
No primeiro dia, outro criado, um garoto jovem cujo
serviço era apenas fazer a comunicação entre a hospede e a cozinha,
informou que durante o jantar deveria ter carpaccio de troll
como entrada, e lombo de troll assado para o prato principal. Ela
ainda adicionou ao pedido um bardo capaz de contar as proezas
dos aventureiros que mataram aquela criatura.
Contratar os aventureiros e preparar o prato principal
foram tarefas fáceis. Em contrapartida, a entrada foi um verdadeiro
desafio, pois o carpaccio é um prato feito com carne crua, e para
não lutar contra a comida, o cozinheiro deveria ficar espetando
cada um dos pedaços de carne a cada meio minuto.
No dia seguinte a hóspede pediu pudim negro de pudim
negro. Esta era uma receita difícil, pois além de envolver extratos
retirados de uma criatura perigosa, exigia a leitura de livros de
receita um tanto confusos nos quais o autor não deixava claro
quando se referia ao pudim negro, criatura, ou ao pudim negro,
sobremesa.
O início do terceiro dia foi mais calmo, pois o garoto
estava de folga, apenas um bilhete deixado por debaixo da porta
instruía Delacroix a organizar alguns instrumentos de cozinha
para que outro cozinheiro preparasse o jantar.
Depois dos últimos trabalhos o ex-mordomo passou
até a gostar da nova função, sua carga de trabalho diminuiu, ele
conseguia aprender e manter contato com os heróis aventureiros
que tanto admirava e aos quais jamais se juntaria.
Três dias depois um novo prato desafiador foi pedido:
costeleta de inumano, nesse caso também era necessária a presença
de alguém capaz de contar a história a respeito da luta contra o
monstro.
De todos os pratos até então, este foi o mais difícil, pois
exigiu que Delacroix voltasse a atuar como aventureiro. Afinal,
inumanos eram mortos-vivos e ele deveria cuidar para que as costelas
fossem preservadas, além de escolher um espécime pouco
apodrecido e com bastante carne nas costelas.
pelo jantar, pois finalmente aquela pessoa com gostos tão exóticos
que tornavam-se verdadeiros desafios dignos de um chefe de cozinha
aventureiro.
Naquela noite, ao abrir a porta da sala de jantar Delacroix
finalmente viu a mulher a quem servia. Uma senhorita de pele
branca e cabelos castanhos cortados na altura dos ombros. A boca
dela era razoavelmente pequena, ao contrario do que se poderia
Mestre defensor
imaginar, e seus olhos castanhos registravam o ato de comer
como um todo: a posição dos talheres, a forma como a comida
era servida, o movimento dos vapores que carregavam o aroma
do prato principal e até como se comportavam as fibras da carne
ao serem cortadas.
Não apenas os olhos apreciavam a comida. O nariz dela
parecia capaz de sentir até mesmo o cheiro dos ossos, os ouvidos
além de apreciarem a história demonstravam-se capazes de ouvir
o som da água escorrendo pela carne quando essa era pressionada
pela faca, os movimentos de sua garganta demonstravam que até
mesmo a forma como o alimento descia por ela era apreciada.
Mas o que mais impressionava naquela donzela era seu
paladar. Ela não parecia apenas comer a carne, ela sentia o sabor
de tudo relacionado àquele prato, dos temperos até coisas que
acredita se não possuírem sabor como: a história das traições que
criaram aquele inumano. Ela era uma verdadeira gourmet.
Para aquela mulher, comer não era um ato de simples
sobrevivência, e sim a expressão máxima do prazer que alguém
poderia sentir. Mas essa característica que a tornava uma pessoa
fascinante também a tornava assustadora.
E o medo de Delacroix foi intensificado ainda mais
quando ele soube que no dia anterior o prato principal tinha sito
a carne temperada com o amor proibido de Evangeline e de um
rapaz desconhecido.
Depois do jantar, Delacroix teve uma noite de pesadelos,
seus dias como aventureiro eram capazes de alertá-lo a respeito
do final trágico que aguardava o seu patrão. Ao acordar ele entrou
em contato com um colega dos tempos de aventureiro e encomendou
o assassinato da hóspede. Porém ao voltar para a mansão ele descobriu
que ela havia partido para a casa de seus pais.
Naquela mesma noite Delacroix acordou preocupado,
seu travesseiro molhado de sangue e sua cabeça sem a orelha
esquerda. Em seu criado mudo uma carta onde podia se ler
claramente:
“Quando o prato principal estiver cozinhado pelo medo voltarei
para apreciá-lo. Por ora, esse petisco me basta.”
Melsephon Amnena Chandelle
Melsephon
Em Arton existem muitos nobres cruéis capazes de
realizar atrocidades inimagináveis pelos motivos mais fúteis
possíveis. Dentro deste grupo encontra-se Melsephon, uma nobre
cujas refeições são elaboradamente grotescas para o paladar
de uma pessoa comum.
Devido a posição social de Melsephon, não existem registros
oficiais a respeito de sua história antes dela se tornar duquesa.
Mas alguns aventureiros afirmam que ela é uma súcubos relativamente
nova e que teria vivido boa parte dos seus primeiros séculos de
longe dos prazeres da carne, o que explicaria seu apetite insaciável.
1
 Apesar de Melsephon possuir muitas características
semelhantes as de uma súcubo, ela possui traços muito particulares
que as vezes a diferem de outros lacharels. Melsephon parece não
ter a personalidade sedutora de uma súcubos, nem os hábitos
luxuriosos de suas iguais, mas demonstra um paladar exótico e
insaciável.
Uma das características mais inexplicáveis de Melsephon
é sua sinestesia, uma habilidade que a permite sentir o gosto dos
sentimentos e histórias dos ingredientes que compõem suas refeições.
Por conta desta habilidade, ela se preocupa muito com suas refeições.
Para Melsephon não basta comer um pão ou carne
qualquer, ela que comer o pão cujo trigo nasceu em um antigo
campo de batalha, enquanto a carne deve ser de alguma criatura que
passou por alguma situação extrema antes de morrer. Por isso,
Mestre defensor
Perícias & Talentos: Conhecimento (Geografia) +17,
Conhecimento (História) +17, Diplomacia +26, Enganação+30,
Iniciativa+17, Intimidação+22, Intuição+16, Obterinformação+22,
Oficio (cozinheiro) +21; Atraente, Usar Armaduras. (leves, medias e
pesadas), Usar Armas Simples, Usar Armas Marciais, Usar Escudos,
Fortitude Maior, Vonrade de Ferro, Reflexos Rápidos, Comandar,
Foco em arma (garras), Foco em Perícia (Enganação), Escudo
humano, Eviscerar, Acuidade com arma (garras), Foco em Perícia
(Ofício - cozinheiro), Vitalidade.
Drenar energia: um personagem que beije Melsephon,
sofre um nível negativo e um efeito de sugestão (CD 21), que
faz com que peça outro beijo ( o que gera outro nível negativo e
outro efeito de sugestão, e assim por diante).
Um personagem bem sucedido no teste de resistência
pode encerrar esse ciclo, entretanto Melsephon pode tentar beijar

muitas vezes, Melsephon manipula monstros e pessoas para criar um personagem mesmo contra sua vontade sendo bem sucedida
situações que “temperem” seus pratos. em um teste de agarrar.
Evocar (M) - inativa: Melsephon nunca aprendeu a
Assim, alguns incidentes que não estão diretamente rela-
usar essa habilidade, todos os carvarels sob o seu comando foram
cionados podem acabar sendo ligados a ela. como por exemplo:
conquistados durante sua vida.
Melsephon indica a um ogro uma casa onde ele pode se esconder
Magias (M): 1º – detectar o bem; 2º – alterar-se; 3º – sugestão;
se, bastamdo matar a família que mora no lugar. meses depois o
4º – enfeitiçar monstro. PM 26. CD: 18 + nível da magia
único sobrevivente da família retorna como aventureiros e entrega
Equipamentos: Melsephon viveu muito tempo como
o cadáver da criatura para sua contratante, a própria Melsephon
Nobre, por isso possui uma fortuna considerável, além de meios
que vai poder experimentar o sentimento de vingança que ficou
para manipular pessoas ricas ou com muito dinheiro, por isso
na carne do monstro. considere que ela pode possuir qualquer equipamento, alguns
Como Melsephon raramente está diretamente envolvida inclusive um pouco acima do seu nível.
nos incidentes que cria é difícil para grupos de aventureiros Diariamente Melsephon consulta uma bola de cristal capaz de
desconfiarem, mas pessoas mais perspicazes já conseguiram desfiar conjurar a magia Augurio uma vez por dia, ela sempre pergunta
algumas dessas redes de intrigas, porém não existe nenhuma noticia “hoje ainda é seguro continuar morando nessa casa”, esse habito
de que Melsephon efetivamente tenha sido morta... simples já a salvou inúmeras vezes das mãos de aventureiros.
SASCHA BORGES LUCAS
Personalidade: Melsephon é uma nobre cruel que gosta
de impor respeito através do medo, assim como seus semelhantes,
ela não possui o habito de executar tais ações, preferindo ordenar
aos seus servos o façam.
Estratégias: dificilmente Melsephon vai entrar em
combate direto, ela prefere abandonar um grande plano a arriscar
sua vida.
Normalmente, quando entra em combate, Melsephon
prefere ambientes fechados e estreitos pelos quais ela pode espalhar
seus servos e tornar o uso de magias de área um pouco inconve-
niente.
Uso em campanha: Melsephom pode ser inserida de
várias maneiras em ma campanha. Ela pode ser um adversário
difícil que usa uma teia de mentiras para levar os aventureiros à
desgraça. Outra opção é colocá-la como adversário menor, cujo
objetivo é apenas gastar os recursos de grupos de aventureiros
medianos.
Em aventuras para grupos de baixo nível ela e seus carvarels
podem ser colocados como chefes em uma masmorra ou castelo,
e caso o grupo (ou um personagem) fique inconsciente durante a
batalha você pode simplesmente admitir que ele não era saboroso
o suficiente...
Melsephon Amnena Chandelle: Súcubo (espírito 6) /
Nobre 6, CM; ND13, Média, Deslocamento 9m 15m voo; PV
84; CA 28 (6 nível +3 Des +9 autoconfiança); Ataques corpo-
a-corp: garras +14 (1d6+7), agarrar+11; Habilidades especiais:
Autoconfiança (+1), Comandar, Contatos +20, Frivolidade
(Identificar magia), Herança, Língua de prata, Muitos talentos,
Orgulho 2/dia e Riqueza; Fort+10, Ref+11, Von+11, imunidade
(ácido, venenos), Redução de Dano 10/bondosa, Resistência 10
Fogo, 10 (frio); For 12, Des 16, Com 14, Int16, Sab 15, Car 27.

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