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Olá tudo bem?

Seja bem-vindo ao canal mundo teológico, aqui vamos aprimorar nossas


ferramentas para esmiuçar a palavra de Deus, a Bíblia Sagrada.

Hoje vamos analisar sobre a introdução geral a bíblia, na verdade toda essa série será sobre a
introdução geral a bíblia, onde os conteúdos que serão abordados são: Revelação, Inspiração,
manuscritos antigo e novo testamento e a Canonização do Antigo e Novo Testamento,
lembrando que cada item mencionado se dividirá em vários tópicos, por isso que vamos
abranger o assunto em (QUANTAS VEZES) ao finalizar o nosso estudo serão mostradas as
referências bibliográficas dos assuntos estudados.

Revelação e Inspiração

A bíblia é um excelente livro, Gutemberg teve o privilégio de fazer a primeira


impressão do mundo, ou seja, transpor registros em forma de livro, e o primeiro livro a ser
impresso foi a bíblia por volta do século XIV. E nos Estados Unidos ela também foi a primeira
literatura a ser impressa sendo também a mais vendida nos EUA. A verdade que sabemos é
que a Bíblia tem influenciado o nosso mundo e pessoas que a recebem reconhecendo-a como
o Livro de Deus, ou a Palavra de Deus1.

É comum ouvir que a bíblia foi escrita por homens e isso é verdade, mas já ouvir
relatos de pessoas que não acreditam na bíblia por que focam apenas no homem e acabam
esquecendo a atuação divina, o que torna a bíblia um livro diferente dos demais e tão
especial? Com esse pensamento vamos analisar o conceito de Revelação e Inspiração, afinal o
que é Revelação e Inspiração? Para entender melhor vamos conceituar ambos os termos
diferenciando um do outro, primeiro revelação são os assuntos que surgiram na mente dos
profetas, quando afirmamos que Deus revelou aos profetas significa que Deus de alguma
maneira fez aparecer em sua mente o conceito, princípios, mensagem; que é diferente de
inspiração, depois que o profeta e apostolo receberam a revelação de Deus, ou seja, de
alguma forma que apareceu a mensagem em suas mentes ele agora passa a escrever,
inspiração é o momento em que eles colocam a revelação divina no papel, em outras palavras
revelação tem a ver com aquilo que Deus colocou na mente dos profetas e apóstolos e
inspiração é o momento em eles escrevem tudo aquilo que Deus colocou em suas mentes2.

Revelação geral e especial

A revelação como vimos anteriormente se subdivide em duas partes a revelação geral


e a especial, o que diferencia ambas? Vamos conceituar a revelação geral: Deus comunica
sobre si mesmo em toda a sua obra que criou isso envolve natureza, a história, a ciência
humana, a consciência humana e a religião Deus mostra os seus atributos divinos em toda sua
criação, por isso que é geral. Já a revelação especial, por sua vez é o conhecido sobre Deus que
é transmitido ao homem pelas escrituras. Então revelação geral mostra Deus revelando os
seus atributos em toda a sua criação por isso que é geral e a especial Deus se revela através da

1
Veja o livro Inspiração e Canonização da Bíblia de Laird Harris na p. 16
2
Veja o livro Compreendendo as Escrituras de George W. Reid na p. 50
sua palavra, a Bíblia por isso que é uma revelação especifica3. Entendemos resumidamente
sobre a revelação, agora vamos para parte sobre a inspiração

Ortodoxia, modernismo e neo-ortodoxia

A inspiração foi discutida em variadas épocas e por serem idealizadas em momentos


diferentes o conceito de inspiração também é afetado podendo até inferiorizar ou superiorizar
os registros bíblicos em determinada era sendo capaz até de nos atingir com os conceitos
formulados por eles. Primeiro vamos falar sobre a inspiração ortodoxa acreditam que a bíblia É
a palavra de Deus e por cerca de 18 séculos a visão ortodoxa predominou na história da igreja,
a ortodoxia acredita que Deus inspirou os profetas e apóstolos ditando palavra por palavra e
fez isso segundo a personalidade de autor bíblico.

No modernismo acredita que a bíblia CONTÉM a palavra de Deus, ou seja, certas


partes da bíblia realmente são divinas e expressam verdades, mas em outros momentos não
passa do conhecimento humano contendo erros.

No inicio do Século XX aconteceram várias reviravoltas no mundo e através delas na


Europa houve uma reforma na teologia, Soren Kierkegaard e muitos estudiosos deram origem
ao novo conceito de inspiração que é a neo-ortodoxa afirmando que a bíblia TORNA-SE a
palavra de Deus quando o ser humano tem um encontro pessoal com o Senhor, ou seja, os
registros que contém na bíblia são os relatos de encontros que o homem teve com Deus, a
bíblia deixa de ser uma revelação de Deus e passa a ser um mero registro dos encontros que o
homem tem com Deus, por isso que a bíblia não seria um registro inspirado, apesar de toda
imperfeição que contém os registros depois do momento em que homem testemunha o
encontro com Deus a bíblia torna-se a palavra Dele. Então resumidamente vimos que na visão
ortodoxa a bíblia é a palavra de Deus, no modernismo contém a palavra de Deus e no neo-
ortodoxa ela se torna a palavra através de um encontro pessoal com ele4.

A inspiração do Antigo testamento

Não tem como falar da inspiração do antigo testamento sem mencionar os profetas. O
profeta é um homem que Deus utiliza para ser o seu porta voz, esse individuo é escolhidos por
Deus e obviamente alguém que seja devoto a Ele, em Deuteronômio 18:22 diz que as profecias
são cumpridas deixando bem claro que aqueles que se dizem profetas nada se cumpre eles
não vem da parte de Deus, não são verdadeiros, pois o profeta fala e acontece por que nada
vem de si mesmo e sim de Deus, o profeta vai transmitir as orientações do Senhor. Sabemos
que algumas declarações geralmente eram proferidas oralmente, mas vamos tratar da
transmissão escrita e esses registros eram consideradas como declarações do próprio Deus.

Todos autores do Antigo Testamento são considerados como profetas quer seja por
título ou função, mas todos possuíam o dom da profecia. O interessante é o que a própria

3
Veja o artigo no site Doutrinas Bíblicas do Pr Luciano R. Peterlevtz
4
Veja o livro Introdução Bíblica de Norman Geisler; Willian Nix na p. 15
bíblia fala de si mesma em 2 Tm 3:16 veremos o assunto mais afrente sobre o cânon, então
quando Paulo escreve que toda a escrita é inspirada por Deus ele não estar mencionando o
Novo Testamento e sim o qual já havia se formado que é para nós o Antigo Testamento e para
os Judeus Tanak.

Jesus em Mt 5:17 diz que veio cumprir a Lei e os Profetas, Lei e Profetas são termos
utilizados para identificar os escritos do Antigo Testamento. A lei que Cristo fala equivale aos
cinco livros que Moisés escreveu e hoje reconhecemos como o Pentateuco: Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio. Aqueles que são reconhecidos como profetas são os
restantes dos livros do Antigo Testamento. Concluímos que a inspiração do antigo testamento
foi formada por profetas escolhidos de Deus e eles transmitiram os acontecimentos e as
orientações de Deus5 em forma de escrita originalmente em Hebraico, Aramaico e demais
línguas semitas6.

Cânon do Antigo Testamento

Cânon é um termo que vem do grego que significa, vara de medir ou régua, deixando
claro que existe um padrão que mede a um objeto, atribuindo aos nossos dias quando
pegamos uma régua e medimos algo sabemos que aquela medida é um padrão, ou seja, pode
pegar outra régua e medindo o mesmo objeto perceberemos que sairá a mesma medida,
então chegaremos a conclusão de que todos estarão reconhecendo a medida do nosso objeto.
Essa foi uma forma ilustrar, mas foi o mesmo que aconteceu com o Antigo Testamento o
padrão era que os livros fossem escrito por homens de Deus e que essas escrituras tem uma
origem divina e assim cabia a comunidade Judaica a reconhecer que realmente traziam
escritos divinos e descartar aqueles que a comunidade Judaica não consideravam como livros
inspirados por Deus7 e o concílio que houve na cidade chamada Jamnia foi justamente para
concluir quais livros entrariam no Cânon que compunham a seção Escritos e adicionar ou não
textos em alguns livro como por exemplo o de Daniel no final do I século D.C.

O Novo testamento não foi reconhecido como canônico depois que os apóstolos
escreveram, eles passaram pelos mesmos processos tendo a necessidade de serem
reconhecidos por aqueles que foram seguidores dos apóstolos, mas encontramos relatos de
outras pessoas que reconheceu os evangelhos e cartas como canônicos e também achamos
pessoas que contradiz como por exemplo Marcião ele rejeitou todo o Antigo Testamento,
aceitou como inspirado o evangelho de Lucas em uma versão totalmente editada e mais a
edição sobre as cartas de Paulo, tirando as pastorais; por outro lado Eusébio reconhece como
canônico os quatro evangelhos, Atos, 14 cartas paulinas, 1 Pedro, 1 João e Apocalipse. Teve o
concilio de Laodicéia, Cartago onde Agostinho esteve presente reconheceram os 27 livros que
compõem o Novo Testamento de Hoje. A igreja etíope vai ao extremo, reconhecem todos
esses 27 livros que compõem o nosso Novo Testamento e ainda acrescentam 8 manuscritos.
Concluindo que a igreja quase de modo universal reconheceu os 27 livros como inspirador por
Deus. Concluímos que a Canonização é o reconhecimento das escrituras tanto antigo quanto o
Novo Testamento, o reconhecimento do Antigo Testamento foi a comunidade aceitando como

5
Veja o livro Introdução Bíblica de Norman Geisler; Willian Nix na p. 26
6
Veja o livro Merece Confiança o Antigo Testamento de Archer Gleason p. 10
7
Veja o Livro Compreendendo as Escrituras de George W. Reid na p. 91
canônico Lei, Profetas e concluindo em Jamnia no final do I século, já do Novo Testamento a
Igreja reconhece quase que universalmente os 27 livros8.

8
Veja o Livro Introdução ao Novo Testamento de D.A Carson; Douglas Moo; Leon Morris na p. 547

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