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É sobre tradição, nesse caso, tradição viva de que se trata capitulo de Bá no livro Historia
Geral da África, volume I. O autor apresenta a importância da tradição oral africana e mostrar
seu valor moral para o povo deste continente. O autor mostra a relação que essa tradição tem
com o divino, sua relação de controle sobre as forças do mundo, a importância na educação e a
sua legitimidade frente ao pensamento ocidental.
De acordo com o autor, a palavra tem origem divina, segundo as tradições da Savana do
sul do Saara, antigo Bafur. A tradição Bambara Komo considera a palavra uma força oriunda
do criador de todas as coisas, do próprio ser supremo o qual chamam de Maa Ngala. O criador
criara o homem para ser seu interlocutor (Maa) e recebeu parte do poder divino, o dom da mente
e da palavra. Ensinou sobre cosmogonia, harmonia universal e a conservação da mesma. Maa
foi o responsável pela transmissão do conhecimento a sseus descendentes, da qual dera origem
à tradição oral. E é esse poder de criação que compele a fala a função de conservar e destruir,
sendo o grande agente ativo da tradição africana. Deste modo, de acordo com Bá, a
originalidade divina da oralidade cria uma relação entre o homem e a harmonia com o mundo
que o cerca, sendo, portanto, a mentira um crime à moral. Mentir significa matar-se civil,
religiosa e moralmente diante da sociedade.
Percebemos também o respeito por pela herança ancestral, de acordo com o autor, é
através dos “tradicionalistas” que se mantem a história, pois além de depositários de
informações tratam também de uma ciência em vida. São ferreiros, tecelões, caçadores e tantos
outros que, embora não sejam especialistas em algum ramo, são generalizadores cuidando da
vida em sua totalidade. Cabe aos “tradicionalistas”, através da oralidade o dever de ensinar seus
conhecimentos da ciência da vida e dos ofícios para crianças, jovens e adultos. Sem dúvidas o
Ocidente perdeu muitas riquezas culturais e ganhos intelectuais quando, ao invés de assimilar
a cultura africana, resolveu destruí-la. Segundo o autor:
Enfim, o autor conclui nos mostrando o quanto a modernidade é complexa para o povo
africano. Mundos e mentalidades conflitantes sobrepõem-se, interferindo uns nos outros. A
modernidade não compreende a complexidade africano ao passo que os africanos não se
aproximam da realidade moderna. Bá também salienta a busca da juventude culta
contemporânea ás tradições ancestrais na busca de resgatar valores fundamentais e reencontrar
suas raízes e sua própria identidade.