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Nº 38
Jul/Ago 2011
ISSN 0100-1485
ENTREVISTA
Miguel Rosseto,
Diretor da PETROBRAS
Biocombustível
TECNOLOGIA
TECNOLOGIA DE
DE PINTURA
PINTURA
EXPERTS INDICAM
NOVOS HORIZONTES
Sumário
Conselho Editorial 26
Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO
Dra. Célia A. L. dos Santos – IPT Cursos
Dra. Denise Souza de Freitas – INT
Dr. Ladimir José de Carvalho – UFRJ
Eng. Laerce de Paula Nunes – IEC
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ 34
Simone Maciel – ABRACO
Dra. Zehbour Panossian – IPT Opinião
A ética nas empresas
Revisão Técnica
Dra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPT José Carlos Teixeira Moreira
Dra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPT
M.Sc. Anna Ramus Moreira – IPT
M.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPT
M.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT
Redação e Publicidade
Aporte Editorial Ltda.
Rua Emboaçava, 93
São Paulo – SP – 03124-010
Fone/Fax: (11) 2028-0900
aporte.editorial@uol.com.br Artigos Técnicos
Diretores
João Conte – Denise B. Ribeiro Conte 16 28
Editor
Camadas fosfatizadas: Avaliação por meio de ensaios
Alberto Sarmento Paz – Vogal Comunicações estudo da porosidade de imersão da resistência à corrosão
redacao@vogalcom.com.br Por Zehbour Panossian, em frestas dos aços
Repórteres Célia A. L. dos Santos, Antenor Ferreira AISI 316L e AISI F53
Henrique A. Dias e Carlos Sbarai Filho e Edwilson Leite Por Cristiane Vargas Pecequilo,
Projeto Gráfico/Edição Zehbour Panossian, Rafael Barreto de
Intacta Design – info@intactadesign.com 22 Matos, Neusvaldo Lira de Almeida e
Gráfica Otimização da proteção catódica Gutemberg de Souza Pimenta
Van Moorsel de sistema de refrigeração
de usina nuclear
Esta edição será distribuída em setembro de 2011. Por Simone L. D. C. Brasil, José Claudio F.
As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição da Telles, José Antonio F. Santiago
revista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ou e Lidinei Neri
parcial das matérias e imagens publicadas sem a prévia auto-
rização da editora responsável.
Reação em cadeia – Estamos vivendo uma crise de educação, sem precedentes e com consequências
drásticas para toda a sociedade. Falta educação de berço, na qual os pais são os responsáveis pela formação
dos filhos. Sem ela, ocorrerá uma reação em cadeia onde aquele que nada recebeu não terá condições de
transferir aos filhos os princípios básicos de cidadania. Precisamos resgatar a escola pública que já formou
inúmeros e relevantes homens públicos de bem.
Temos certeza de que estamos todos absolutamente conscientes da importância da formação daqueles
que serão responsáveis por levar o nosso país ao auge de seu destino. Que cada um faça a sua parte e que
contagie aquele que está a seu lado, numa batalha árdua, porém imprescindível para a formação das novas
gerações que terão enormes desafios pela frente. Tudo o que já foi feito, bem ou mal, possa servir-nos de
lição. Agora, compete a nós cuidar de cada amanhã, passo a passo, numa ação ininterrupta e exponencial.
Boa leitura!
Os editores
Miguel Rosseto
PETROBRAS, por meio tível desde maio de 2009, fazen- dem de US$ 600 milhões, a em-
da sua subsidiária PE- do parte da Diretoria desde presa manterá, nos próximos anos,
TROBRAS Biocombus- 2008. Acompanhe os principais participação de cerca de 25 % no
tível, investirá US$ 2,5 bilhões pontos da entrevista coletiva. mercado nacional, levando em
na ampliação da produção de consideração o crescimento orgâni-
etanol e biodiesel entre 2011 e Como será a participação da co da demanda de diesel e a vigên-
2015. Este volume faz parte do empresa no mercado nacional? cia do B5 (5 % de biodiesel adicio-
total de US$ 4,1 bilhões desti- Rosseto – A meta é chegar, com nado ao diesel).
nados ao negócio de biocom- nossos sócios, a um volume de 5,6
bustíveis, que prevê ainda US$ bilhões de litros em 2015 e 12% Qual o objetivo da aquisição de
1,3 bilhão para a logística do de participação no mercado na- 50 % da BSBIOS Energia Re-
etanol e US$ 300 milhões para cional. E, dessa forma, aumenta- novável?
pesquisas nesse segmento, entre mos em 30 % nosso planejamen- Rosseto – Com a recente aquisição
outros investimentos. O Plano to inicial de investimento em eta- de 50 % da BSBIOS, unidade de
de Negócios da PETROBRAS nol. Cerca de 70 % do volume de Passo Fundo, no Rio Grande do
prevê, ao todo, US$ 224,7 bi- investimentos em etanol será vol- Sul (Nota da Redação: As empresas
lhões de investimentos nos pró- tado à produção, com a constru- já tinham firmado parceria em
ximos cinco anos. Na área de ção de novas usinas, destilarias, 2009 para a produção de biodiesel
biocombustível, o aumento da aumento da capacidade de moa- em Marialva, no Paraná), a
produção de etanol terá priori- gem e renovação de canaviais. PETROBRAS Biocombustível pas-
dade. Será investido US$ 1,9 sou a contar com um parque pro-
bilhão, o que representa 76 % Quem são esses sócios? dutivo formado por cinco usinas e
do total destinado para produ- Rosseto – Os investimentos se capacidade para produzir cerca de
ção. O anúncio foi feito pelo darão, prioritariamente, a partir 700 milhões de litros de biodiesel
diretor da PETROBRAS Bio- das sociedades já firmadas com as por ano.
combustível, Miguel Rossetto, empresas Guarani, Nova Fron-
durante entrevista coletiva teira e Total Agroindústria Ca- Como estão os projetos Pará e
online que foi acompanhada navieira. O perfil deste plano é Belém?
pela reportagem da Revista mais voltado para a expansão de Rosseto – O projeto Pará prevê a
Corrosão & Proteção. plantas novas. Estamos concluin- implantação de usina naquele
Rosseto é formado em Ciên- do avaliações para ampliação de estado para atender a região Norte.
cias Sociais pela Universidade do investimentos, em Goiás, na usi- Já o projeto Belém, prevê a produ-
Vale dos Sinos. Trabalhou na Pe- na Nova Fronteira. ção de green diesel em Portugal,
troflex, no pólo petroquímico de em parceria com a empresa de
Triunfo (RS) entre 1984 a 2004. Como fica a questão do seg- energia portuguesa Galp. Os dois
Foi vice-governador do Rio mento de biodiesel e de supri- projetos somam investimentos de
Grande do Sul (1999-2002) e mento agrícola? R$ 884 milhões, geram atualmen-
ministro do Desenvolvimento Rosseto – Em relação ao segmento te 861 postos de trabalho e estão
Agrário (2003-2006). Está à fren- de biodiesel e de suprimento agríco- em fase de implantação da parte
te da PETROBRAS Biocombus- la, cujos investimentos são da or- agroindustrial.
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Quais as novidades na área de
pesquisa?
Rosseto – Na área de pesquisas
para biocombustíveis, o investi-
mento de US$ 300 milhões será
destinado a avanços no desenvolvi-
mento do etanol de segunda gera-
ção, o etanol celulósico, visando sua
produção em escala industrial.
Também receberão incrementos as
pesquisas para biocombustíveis de
aviação, e o aprimoramento dos
processos produtivos, com o objetivo
de assegurar a vanguarda em sus-
tentabilidade. Estamos em fase de
prospecção de tecnologia para pro-
duzirmos até 2015 o bioQAV
(querosene de aviação). Realizamos não há tecnologia dominada. segundo foi um movimento de en-
Eventos Envolvidos
32º Congresso Brasileiro de Corrosão
4th International Corrosion Meeting
18º Concurso de Fotografia de Corrosão e Degradação de Materiais
32º Exposição de Tecnologias para Prevenção e Controle da Corrosão
Acesse o site da ABRACO e siga as instruções para enviar seu resumo: www.abraco.org.br/intercorr2012
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• Conferências Plenárias nacionais e internacionais
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Informações
ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão
Tel.: +55 (21) 2516-1962 - Fax: +55 (21) 2233-2892
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Foto: WEG Tintas
Tecnologia de Pintura
Foto: Vinagre
Fernando de L. Fragata, da Ildo da Costa, da Expanjet Dauton Luis de F. Menezes, da
Eletrobrás-CEPEL Marinha do Brasil
Camadas fosfatizadas:
estudo da porosidade
Phosphated layers: a study of the porosity
Processo modificado
e f
b
a a
b b
Figura 4 – Voltamogramas cíclicos para os aços baixo Figura 5 – Voltamogramas cíclicos para os aços baixo
e alto carbono fosfatizados. Processo com acelerador e alto carbono fosfatizados. Processo modificado
orgânico (AO). (a) aço baixo carbono (BC). (b) aço (Mod). (a) aço baixo carbono (BC). (b) aço alto car-
alto carbono (AC) bono (AC)
Ei= -1,500 V/ECS Einv= -0,250 V/ECS Ei= -1,500 V/ECS Einv= -0,250 V/ECS
Ef= -1,500 V/ECS. v= 20 mV s-1. Célula plana; Ef= -1,500 V/ECS. v= 20 mV s-1. Célula plana;
área exposta: 1,0 cm2; meio: NaCl 0,85 mol.L-1 área exposta: 1,0 cm2; meio: NaCl 0,85 mol.L-1
JEOL JSM 5200. A tensão de Os valores de massa por P. A. A seguir foram secas com
aceleração usada foi de 15,0 kV unidade de área das camadas correntes de ar quente, armaze-
para a obtenção de imagens de fosfatizadas foram obtidos pelo nadas em dessecador até atingi-
elétrons secundários. Para as aná- método gravimétrico. As cha- rem a temperatura ambiente e,
lises de mapeamento de raios X, a pas fosfatizadas foram pesadas por fim, pesadas. O resultado fi-
tensão de aceleração utilizada foi em balança analítica e tiveram nal foi obtido pela diferença en-
de 10 kV. Esta diminuição da as suas dimensões determinadas tre a massa inicial (com fosfato)
tensão de aceleração teve como para posterior cálculo das áreas. e a massa final (sem fosfato) divi-
objetivo promover uma menor As camadas fosfatizadas foram dido pela área de cada chapa en-
penetração do feixe de elétrons removidas com solução forte- saiada.
na amostra, privilegiando, assim, mente alcalina (hidróxido de A porosidade das camadas
a análise das camadas fosfatiza- sódio a 50 % m/m). Após a fosfatizadas foi avaliada por meio
das, reduzindo a influência do remoção das camadas de fosfato, de técnicas eletroquímicas (san-
substrato na análise. O tempo as chapas foram lavadas com tos et alli, 2006) uma vez que as
das análises de mapeamento de grande quantidade de água desti- reações de transferência de carga
raios X foi de dez minutos. lada e, por último, com acetona ocorrem, somente, através dos
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poros presentes nas camadas fos- Figura 2, mostrou que, para os das pelos processos tradicional,
fatizadas. processos tradicional (Figura 2 com acelerador orgânico e mo-
A voltametria cíclica foi utili- b) e modificado (Figura 3 d), dificado, encontram-se apre-
zada para avaliar a porosidade o elemento fósforo (P) se con- sentados nas Figuras 3, 4 e 5,
das camadas de fosfato. Empre- centrou nas regiões em que respectivamente. As curvas vol-
gou-se um Potenciostato/Galva- houve o predomínio de cristais tamétricas foram realizadas
nostato E&G PAR modelo inclinados em relação ao subs- para a avaliação da porosidade
273A. Foram adotadas as trato. O substrato, por sua vez, das camadas estudadas.
seguintes condições de ensaio: encontra-se representado pelas Verifica-se, nos voltamogra-
• condicionamento do eletrodo regiões brancas. mas cíclicos das camadas fosfati-
de trabalho (chapa fosfatizada): O mapeamento para o pro- zadas pelo processo tradicional,
-1,00 V/ECS por 300 s; cesso modificado mostrou que o que o chamado “pico de porosi-
• intervalo de potencial: elemento P, (Figura 2 f) se dis- dade” (região entre –0,8 V/ECS
de -1,50 V/ECS a tribuiu por toda a região analisa- e –0,6 V/ECS) definiu-se no
-0,25 V/ECS; da de maneira uniforme, dispos- quarto ciclo para ambos os subs-
• velocidade de varredura (v): to em agregados regulares que tratos, vide Figura 3. Este fato
20 mV.s-1; expuseram pouco o substrato denota que a porosidade das
• número de ciclos: nove; por completo, visto que há pe- camadas foi semelhante, po-
• célula eletroquímica de vidro quenas regiões completamente rém, as densidades de corrente
capaz de expor 1,0 cm2 de área brancas. para o processo tradicional so-
da chapa fosfatizada; O mapeamento de raios X bre aço baixo carbono, Figura
• contraeletrodo: tela de platina; evidenciou que o processo modi- 3 a, foram menores do que as
• eletrodo de referência: eletrodo ficado proporcionou a formação densidades de corrente sobre o
de calomelano saturado (ECS); de cristais pequenos e densamen- aço alto carbono, Figura 3 b,
• solução de NaCl 0,85 mol.L-1. te distribuídos. tanto para o primeiro quanto
Os valores de massa por uni- para o quarto ciclo. Esta densida-
Resultados dade de área das camadas fosfati- de de corrente menor sugere que
As microestruturas dos fosfa- zadas encontram-se apresentados o substrato se encontra mais pro-
tos estudados encontram-se na Tabela 1. Pode-se observar tegido pela camada fosfatizada.
apresentadas na Figura 1. Verifi- que a massa de fosfato por uni- Assim, considerou-se que a
ca-se que, para as três condições dade de área variou de 2,5 g.m2 camada de fosfato sobre o aço
estudadas, houve a formação de a 3,6 g.m2 para os três processos baixo carbono é ligeiramente
camadas fosfatizadas uniformes e estudados. Os valores inferiores menos porosa que a camada
homogêneas. Para o processo foram obtidos pelo processo mo- obtida sobre aço alto carbono
tradicional, os cristais obtidos dificado e os superiores pelo pro- para o processo tradicional.
sobre o aço alto carbono foram cesso tradicional sobre aço alto O comportamento dos volta-
maiores do que os obtidos sobre carbono. mogramas cíclicos para o proces-
o aço baixo carbono. Para o pro- A menor massa obtida pelo so com acelerador orgânico apre-
cesso com acelerador orgânico o processo modificado, Tabela 1, sentou o “pico de porosidade” no
tamanho dos cristais foi seme- pode indicar uma maior nuclea- terceiro ciclo para ambos os
lhante sobre ambos os substra- ção da camada para este sistema, substratos, Figura 4, com valo-
tos. O mesmo comportamento pois, quanto maior o número de res de densidade de corrente se-
pode ser observado para o pro- núcleos formados maior o nú- melhantes para ambos os aços
cesso modificado, sendo que, mero de cristais formados, me- estudados.
para este último, os cristais nores são os cristais e mais rapi- As densidades de corrente
foram os menores dentre os três damente a camada de fosfato se anódica para os voltamogramas
processos estudados. forma, com redução da massa cíclicos do processo modificado
A técnica de mapeamento por unidade de área (lorin, foram as mais baixas, Figura 5
de raios X por EDS foi utiliza- 1974, p. 130). Esta possibilida- Sobre o aço baixo carbono, o pri-
da com o objetivo de verificar de se mostra coerente visto que meiro ciclo alcançou valores infe-
qual das camadas se apresenta o mapeamento de raios X riores a 200 A.cm-2. No quarto
mais densamente formada. Fo- apontou a formação de cristais ciclo, as densidades elevaram-se
ram analisadas as superfícies fos- pequenos com pequena exposi- para cerca de 1500 A.cm-2, ou
fatizadas pelos três processos em ção do substrato. seja, 1,500 mA.cm-2 que são infe-
estudo sobre aço baixo carbono. Os voltamogramas cíclicos riores aos primeiros ciclos dos
O mapeamento de raios X, das camadas fosfatizadas obti- processos tradicional e modifica-
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do. Para o aço alto carbono, as Referências bibliográficas da Brasmetal Waelzholz S.A. Indústria e
densidades de corrente anódica BIESTEK, T.; WEBER, J. Conversion Comércio e membro do Conselho da
não ultrapassaram 700 A.cm-2, Coatings, cap. 3, p. 128-130, 1a Associação Brasileira de Metalurgia e
sendo que do segundo ao sexto edição, Portcullis Publishing, Redhill, Materiais.
ciclo as curvas se sobrepuseram United Kingston, 1976.
(na Figura 5 b locou-se, apenas, KISS, K.; COLL-PALAGOS, M. Edwilson Leite
o sexto ciclo). Corrosion, 43, 1, 8, 1987. Mestrado Profissional pelo Instituto de
Os ciclos voltamétricos indi- KWIATKOWSKI, L. Surf. Eng., 20, 4, Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
caram, com clareza, que o pro- 292, 2004. Paulo – IPT e graduação pela Faculdade
cesso modificado produziu ca- LOSCH, A.; SCHULTZE, J. W. Appl. de Engenharia Industrial. Atua há mais
madas fosfatizadas menos poro- Surf. Sci., 52, 29, 1991. de 20 anos na área de gestão da produção.
sas e, portanto, com maior pro- LOSCH, A.; SCHULTZE, J. W. J. É Supervisor de Produção da Brasmetal
babilidade de proteção do subs- Electroanal. Chem., 359, 39, 1993. Waelzholz S.A. Indústria e Comércio
trato por efeito barreira. NAIR, U. B.; SUBBAIYAN, M. Trans.
Inst. Metal Finish., 71, 2, 68, 1993. Contato com os autores:
Conclusões PONTE, H. A.; MAUL, A. M.; ALVA- zep@ipt.br / clsantos@ipt.br
O presente trabalho permitiu RENGA, E. A. Mat. Res, 5, 4, 439, fax: (11) 3767-4036
concluir que: 2002.
• do ponto de vista da técnica RAUSCH, W. The Phosphating of
de análise – a voltametria cí- Metals. Finishing Publications Ltd.,
clica mostrou-se útil para o London, 1990.
estudo da porosidade de ca- SANKARA NARAYANAN, T. S. N.
madas fosfatizadas, sobretu- Rev. Adv. Mater. Sci., 9,130, 2005.
do, por não depender exclusi- ZURILLA, R. W.; HOSPADARUK, V.
vamente da observação visual. SAE Technical Paper Series no
Ela permitiu observar o nú- 780187, 762, 1978.
mero de ciclos e, a partir daí,
determinar a porosidade das
camadas fosfatizadas. Por ser
uma técnica eletroquímica Zehbour Panossian
bastante conhecida e propici- Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
ar ensaios de curta duração, a Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
voltametria cíclica mostra-se Proteção – LCP. Doutora em Ciências
uma boa alternativa para a (Fisico-Química) pela USP.
avaliação da porosidade de ca- Responsável pelo LCP.
madas fosfatizadas;
• do ponto de vista do processo Célia A. L. dos Santos
de fosfatização – as camadas Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
obtidas pelo processo modifi- Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
cado mostraram-se as menos Proteção – LCP. Doutora em Química
porosas, sobre ambos os aços (Fisico-Química) pela USP.
estudados, devido à maior Pesquisadora do LCP.
nucleação dos cristais de fos-
fato (comprovada pela menor Antenor Ferreira Filho
massa de fosfato por unidade Graduado em Engenharia Metalurgica
de área). Esta característica pela Faculdade de Engenharia
pode favorecer a proteção do Industrial – FEI (1981), pós-graduação
substrato pelo efeito de bar- em Engenharia de Produção pela
reira. Faculdade de Engenharia Industrial –
FEI (1984), Mestrado em Engenharia
Agradecimentos Metalúrgica e Materiais pela Escola
Os autores agradecem à Bras- Politécnica da Universidade de São Paulo
metal Waelzholz e à FAPESP – (2000) e Doutorado em Engenharia
Fundação de Apoio à Pesquisa Metalúrgica e Materiais pela Escola
do Estado de São Paulo (proces- Politécnica da Universidade de São Paulo
so N° 04/08042-5). (2005). Atualmente é diretor industrial
corrente (anodos). Pontos nodais ram avaliados numericamente. O ção da demanda de corrente pe-
internos e/ou no contorno foram número de anodos, 2 no trecho las caixas dos condensadores e
adotados para otimizar o posi- vertical e 6 no horizontal, foi pelas tubulações.
cionamento dos eletrodos de determinado numericamente Embora tenham sido calcula-
referência3,4. após diversas tentativas e corres- dos valores de, aproximadamen-
Para as tubulações e as caixas ponde à distribuição otimizada te, -1,2 VAg/AgCl junto aos anodos,
internas do condensador foram de corrente no circuito de admis- na prática são utilizados isolantes
adotados elementos triangulares são. As Figuras 7 e 8 ilustram gra- em torno dos anodos que evitam
constantes. Como condições de ficamente as equipotenciais nos a elevada polarização catódica da
contorno para os anodos foram trechos vertical e horizontal das superfície metálica. Sendo assim,
admitidos valores de corrente tubulações. A distribuição de os potenciais extremamente ne-
impressa e nas superfícies metáli- potenciais no condensador é vis- gativos encontrados nas simula-
cas foram adotadas as respectivas ta na Figura 9. Nestes gráficos as ções para as regiões próximas aos
curvas de polarização catódica cotas estão em centímetros, per- anodos, são de fato evitados na
considerando a eficiência do mitindo a definição dos locais de prática.
revestimento orgânico emprega- anodos e eletrodos de referência. Cabe ressaltar que, nestas si-
do (no caso das superfícies de Foram admitidas correntes mulações, a eficiência de revesti-
aço-carbono). iguais em todos os anodos, tendo mento considerada foi de 80 % e
O condensador e as tubula- em vista que a variação destes va- que, maiores eficiências do reves-
ções de admissão e de descarga lores tornaria impossível a avalia- timento levam à distribuição de
foram modelados através de ele- ção, devido às inúmeras possibi- potencial mais uniforme. Sendo
mentos triangulares. A Figura 4 lidades a serem implementadas. assim, os resultados apresentados
apresenta a modelagem típica No circuito de entrada foi consi- simulam uma condição bastante
empregada para o condensador e derada corrente de 3,8 A em cada desfavorável, sendo a favor da se-
a tubulação de admissão. um dos doze anodos considera- gurança em relação à quantidade
dos. No circuito de descarga, o de anodos considerada.
Resultados das Simulações valor de corrente em cada anodo Como indicado nas figuras,
Neste trabalho são apresenta- individualmente foi de 4 A, sen- há diversos locais onde os poten-
dos apenas os resultados das do considerados oito anodos no ciais máximos se aproximam de -
simulações do sistema de admis- total. A menor quantidade de 700 mVAg/AgCl (350 mVZn).
são, tendo em vista o mesmo anodos no circuito de descarga é Sendo este valor admitido como
método de análise ter sido usado função da menor tubulação no limite para a proteção da estrutu-
no circuito de descarga. trecho horizontal. Na prática, ra, estes são os locais ideais para
As Figuras 5 e 6 apresentam contudo, as distribuições de cor- instalação de eletrodos de refe-
os trechos das tubulações que fo- rente serão diferenciadas em fun- rência. A viabilidade técnica de
instalação dos eletrodos pode ser
um fator decisivo na escolha dos
locais sugeridos. Conforme visto
na Figura 9, é desejável a instala-
ção de, no mínimo, um eletrodo
próximo à visita do condensador
(vista na Figura 1a). Nos trechos
verticais e horizontais, sugere-se
a instalação dos eletrodos de refe-
Figura 5 – Trecho vertical da Figura 6 – Trecho horizontal da rência nos locais onde foram
tubulação de admissão tubulação de admissão encontrados valores de poten-
24 C & P • Julho/Agosto • 2011
Figura 7 – Distribuição de Figura 8 – Distribuição de potencial no trecho horizontal da tubulação
potencial no trecho vertical
da tubulação cos de equipotenciais. 4. Telles, J. C. F., Brasil, S. L. D. C.,
Tendo em vista a alta concen- Baptista, W, Assessing Internal
tração de titânio e a complexida- Cathodic Protection for Seawater
de da geometria das caixas dos Collection Pipelines at Oil Platforms.
condensadores, são necessários Materials Performance, v.43, p.20 -
quatro anodos para melhor dis- 24, 2004.
tribuição da proteção.
Cumpre enfatizar que os po-
tenciais de superproteção obser-
vados nas regiões próximas aos
anodos não são esperados na prá- Simone L. D. C. Brasil
tica, desde que seja aplicado iso- D.Sc., Escola de Química / Universidade
lamento no entorno dos anodos. Federal do Rio de Janeiro
Os eletrodos de referência de-
vem ser posicionados nas regiões José Claudio F. Telles
Figura 9 – Distribuição de onde o potencial limite é verifica- Ph. D., COPPE/Universidade Federal do
potencial no condensador do, sendo recomendada a presen- Rio de Janeiro
ça de, ao menos, um eletrodo nas
ciais mais desfavoráveis à prote- caixas dos condensadores. José Antonio F. Santiago
ção catódica. Os retificadores devem ser D. Sc., COPPE / Universidade Federal do
Na Tabela 1 apresentam-se os distribuídos de forma a permi- Rio de Janeiro
valores de potenciais máximos e tir o fornecimento de corrente
mínimos observados nas paredes de maneira diferenciada entre Lidinei Neri
de titânio das caixas de entrada e as caixas dos condensadores e Engº de Sistemas e Componentes Elétricos,
saída do condensador. Para me- tubulações. ELETRONUCLEAR
lhor compreensão dos valores,
estes são indicados com referên- Referências bibliográficas Contato: simone@eq.ufrj.br
cia ao eletrodo de prata/cloreto 1. Análise de Sistema de Proteção Cató-
de prata, considerado neste estu- dica em Condensador de Angra 2, L.
do, e em relação ao eletrodo de R. Miranda, relatório Coppetec
zinco, usado na prática nessa ins- PEMM-5336, março 2004.
talação. 2. Norma ISO 15589-2 – Petroleum
and natural gas industries – Cathodic
Conclusões Protection of pipeline transportation
Foi observada a necessidade systems – Part 2 – offshore pipelines,
da instalação de um maior nú- 2004
mero de anodos tanto no circui- 3. Brasil, S. L. D. C., Telles, J. C. F.,
to de admissão quanto no de Santiago, J. A. F., Marques, L. B. S.,
descarga em relação ao aplicado Gervasio, J. P. K., Castinheiras Jr,W.
na prática, objetivando distribui- G., Internal Cathodic Protection of
ção de corrente mais homogê- Formation Water Pipelines, Materials
nea. Os locais sugeridos para os Performance – NACE, v.49, p.32 -
anodos são observados nos gráfi- 38, 2010.
Pintura Industrial
Inspetor de Pintura Industrial N1 / RJ 88 8 a 195 12 a 235 17 a 285 21/11 a 2/125
Inspetor de Pintura Industrial N1 / RJ 1 88 25/9 a 3/12
Inspetor de Pintura Industrial N1 / BA 88 5 a 16
Inspetor de Pintura Industrial N1 / SP 88 22/8 a 3/95 28/11 a 10/12
Inspetor de Pintura Industrial N2 40 7 a 12
Pintor e Encarregado de Pint. Industrial 40 5a9
Inspetor de Pintura – Módulo de Doc. 40
Curso Intensivo – Inspetor N1 40 12 a 16
Básico de Pintura Industrial (BA) 16 29 e 30
Corrosão
Corrosão 2 24
Corrosão e Inibidores 2 24
Tratamento d’água 24
Corrosão: Fund., Monit. e Controle 24 23 a 25
Corrosão em Concreto 16
Proteção Catódica
Básico de Proteção Catódica / SP 24
Revest., Pint. Industrial e Prot. Catódica 2 24
Insp. e Manut. de Sistemas de Proteção 32
Catódica em Dutos Terrestres 2
Básico Prot. Catódica de Dutos Terrestres 16
Formação em Proteção Catódica: 80
Inspeção e Manutenção
Proteção Catódica em Plataformas, 24
Equipamentos e Dutos Submarinos 2
Revestimento Anticorrosivo
Fundamentos de Resistência à Corrosão 16
Básico de Revestimentos Anticorrosivos 24
Orgânicos de Dutos Terrestres
Revest. Metálicos Resistentes à Corr. 2 24
Fita Teflon®
Dispositivo 1
Espaçador
Dispositivo 2
a b c
Figura 1 – Ilustração esquemática da montagem dos dispositivos formadores de frestas com o espaçador (a).
Corpo-de-prova do aço inoxidável AISI 316L montado com o conjunto parafuso/porca/arruelas em aço inoxidá-
vel AISI 316, utilizado para fixar os dispositivos formadores de frestas em cada lado do corpo de prova (b) e (c).
28 C & P • Julho/Agosto • 2011
TABELA 1 – RESUMO DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS DE SIMPLES IMERSÃO NA CONDIÇÃO AERADA,
COM AGITAÇÃO, A 30 °C
Material Superfície Região de frestas
Jateados: foi observada corrosão Lixados: foi observada corrosão
Para os dois tipos de de intensidade moderada. de intensidade moderada.
AISI 316L acabamento superficial, Nota da quantidade: 0,83 Frestas atacadas: 1,33
não foi observada Intensidade de ataque: 4 Intensidade de ataque: 5
nenhuma alteração na Média: 2,42 Média: 3,17
superfície fora das frestas. Jateados: sem sinais Lixados: sem sinais de
O material permaneceu de ataque nas frestas. ataque nas frestas.
AISI F53 passivo. Nota da quantidade: 0 Nota da quantidade: 0
Intensidade de ataque: 0 Intensidade de ataque: 0
Média: 0 Média: 0
fresta deve ser grande o sufi- das com o auxílio de dispositi- foram envolvidos com fita Te-
ciente para permitir o acesso do vos, ou seja, discos com diâme- flon® (ver Figuras 1 (b) e 1 (c)).
meio corrosivo, mas também, tro de 25 mm, com sulcos e O material usado para a confec-
suficientemente pequena para “plateaus” (superfícies planas) ção dos dispositivos formadores
prevenir o transporte de maté- alternados, onde cada plateau, de frestas e dos espaçadores foi o
ria entre o anólito e o católito, em contato com a superfície do acrílico.
funcionando como célula oclu- corpo-de-prova, determinou Com o objetivo de verificar
sa. Segundo Shreir3, as abertu- um possível local para a inicia- a influência das condições da
ras típicas de frestas são da or- ção da corrosão em frestas. superfície das ligas metálicas
dem de 0,025 mm a 0,1 mm. Com o objetivo de uniformizar ensaiadas na resistência à corro-
as dimensões das frestas na são em frestas, foram adotados
Materiais e Métodos superfície dos corpos de prova, dois tipos de acabamento su-
Ensaios de simples imersão foi aplicado um valor de torque perficial: jateamento com mi-
em laboratório simulando a pré-estabelecido (8,5 N.m) ao croesfera de vidro e lixamento
corrosão externa de dutos conjunto parafuso/porca/arrue- com lixa grana 120. Realizado
offshore las (em aço inoxidável AISI o jateamento ou o lixamento,
Os ensaios de simples imer- 316), utilizado para fixar os dis- foi feita a lavagem dos corpos
são com borbulhamento de ar positivos em cada lado do de prova com detergente neu-
atmosférico (condição aerada) corpo-de-prova. A Figura 1 (a) tro até eliminação de toda a su-
foram baseados na norma apresenta uma ilustração esque- jidade superficial, com enxágue
ASTM G 784. Para a execução mática da montagem dos dis- em água corrente e depois em
de tais ensaios foram usados três positivos formadores de frestas água destilada. Por fim, os cor-
corpos de prova com dimensões com o espaçador, utilizado para pos de prova foram lavados
100 mm x 70 mm x 4 mm isolar eletricamente os parafu- com etanol comercial e secos
para cada liga metálica. sos dos corpos de prova. com ar quente.
Em todos os corpos de A fim de melhorar este isola- A água do mar sintética uti-
prova, as frestas foram forma- mento elétrico, os parafusos lizada foi preparada de acordo
Figura 4 – Detalhe da região de alguns corpos de prova onde os dispositivos formadores de frestas estiveram
instalados, após ensaio de campo e limpeza em solução de ácido nítrico 20 %
SP), por um período de 150 Resultados prova das duas ligas metálicas
dias para cada tipo de acabamen- Ensaios de simples imersão da água do mar, foi observada a
to superficial dos corpos de em laboratório aderência de grande quantidade
prova. Na Tabela 1 são apresenta- de cracas e outros animais mari-
dos resumos dos resultados dos nhos sobre a superfície dos
Metodologia utilizada na ensaios de imersão em água do mesmos, para os dois acaba-
avaliação dos resultados mar sintética com borbulha- mentos superficiais.
dos ensaios de imersão em mento de ar atmosférico, tendo Já a Figura 4 apresenta em
laboratório e de campo sido destacadas em azul as notas detalhe, a região onde os dispo-
Para a avaliação final com- atribuídas segundo a metodolo- sitivos formadores de frestas
parativa, foi adotado como res- gia de avaliação dos resultados estiveram instalados nos corpos
posta o exame visual detalhado adotada. de prova (já limpos em ácido
da região de frestas, com indi- A Figura 2 apresenta em de- nítrico), após o término dos en-
cação do número de frestas talhe, a região onde os disposi- saios de campo na condição de
com corrosão em relação ao tivos formadores de frestas esti- imersão total.
número total de frestas, consi- veram instalados em alguns dos
derando as duas faces dos cor- corpos de prova dos aços inoxi- Discussão
pos de prova e a intensidade do dáveis AISI 316L e superdúplex Os ensaios de imersão, tan-
ataque das frestas. Para maior AISI F53 (já limpos em ácido to em laboratório como em
facilidade, foram atribuídas nítrico), respectivamente, após campo, mostraram que o aço
notas de desempenho quanto à o término dos ensaios de sim- inoxidável AISI 316L é suscep-
corrosão em frestas, seguindo o ples imersão. tível à corrosão em frestas à
seguinte critério: temperatura ambiente, sendo
• quantidade de frestas corroídas: Ensaios de campo esta susceptibilidade fortemen-
foi calculada a porcentagem de (Flutuante Isabel) te dependente do acabamento
frestas corroídas em relação ao Na Tabela 2, são apresenta- superficial, isto porque os cor-
número total de frestas, sendo dos resumos dos resultados dos pos de prova jateados quase
o valor encontrado normaliza- ensaios de campo na condição sempre apresentaram corrosão
do para 10; de imersão total em água do mais intensa nas frestas do que
• intensidade de ataque nas fres- mar natural, tendo sido desta- os lixados. Quanto ao aço ino-
tas: foram atribuídas notas de 0 cadas em azul as notas atribuí- xidável superdúplex AISI F53,
a 10 para a intensidade de ata- das segundo a metodologia de os ensaios de imersão em labo-
que nas frestas, sendo a nota avaliação dos resultados adotada. ratório mostraram que este
zero ausência de ataque e a A Figura 3 apresenta o material não é susceptível à cor-
nota 10 ataque severo das fres- aspecto visual dos aços inoxidá- rosão em frestas. Porém, nos
tas com perfuração; veis AISI 316L e superdúplex ensaios de campo, esta liga me-
• nota de desempenho quanto à AISI F53 imediatamente após a tálica mostrou-se susceptível à
corrosão em frestas: foi conside- retirada dos corpos de prova da corrosão em frestas, sendo esta
rada a média aritmética das no- água do mar natural e após a susceptibilidade função do tipo
tas atribuídas para a quantida- limpeza com ácido nítrico. Vale e da qualidade do acabamento
de de frestas corroídas e a in- destacar que, imediatamente superficial, já que para os cor-
tensidade de ataque nas frestas. após a retirada dos corpos de pos de prova lixados, a mesma
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não apresentou corrosão em ceptíveis à corrosão em frestas Assistente de Pesquisa do Laboratório de
frestas, enquanto para os jatea- do que as superfícies jateadas. Corrosão e Proteção do Instituto de Pesquisas
dos sim. Ainda, os resultados mostraram Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. –
Assim, os resultados mos- que a liga AISI 316L é muito IPT (e–mail: vargas@ipt.br)
tram que a susceptibilidade mais susceptível à corrosão em
relativa depende das condições frestas do que a liga AISI F53. Rafael Barreto de Matos
de ensaio, já que o aço AISI Técnico metalurgista, Técnico de
F53 não se mostrou susceptível Referências Bibliográficas Programação e Controle de Manutenção do
nos ensaios em laboratório, mas 1. BETTS, A. J.; BOULTON, L. H. BureauVeritas Brasil (e-mail: rafaelbm.-
mostrou-se susceptível nos Crevice corrosion: review of mecha- bureau_veritas@petrobras.com.br)
ensaios de campo, na condição nisms, modelling and mitigation.
jateada. British Corrosion Journal, v. 28, n. 4, Neusvaldo Lira de Almeida
O fato dos ensaios de campo p. 279-295, 1993. Mestre em Engenharia, Pesquisador do
serem mais agressivos se deve, 2. PANOSSIAN, Z. Corrosão e proteção Laboratório de Corrosão e Proteção do
provavelmente, ao maior tempo contra corrosão em equipamentos e Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado
de duração (150 dias contra 90 estruturas metálicas. 1. ed. São Paulo: de São Paulo S.A. – IPT (e–mail: neus-
dias dos ensaios em laboratório) Instituto de Pesquisas Tecnológicas, val@ipt.br)
e à presença de cracas e outros 1993. 2 v. v.1, cap. 6. 280 p.
animais marinhos aderidos à 3. SHREIR, L. L. Corrosion. 2. ed. Gutemberg de Souza Pimenta
superfície dos corpos de prova e London: Newnes-Butterworths, Mestre em Engenharia Metalúrgica,
sobre os dispositivos formadores 1977. 2 v. v 1: metal/environment Consultor Técnico Sênior do CEN-
de frestas. reactions. p. 1:143-1:148. PES/PETROBRAS. Responsável pela
Quanto à influência do aca- 4. ASTM - AMERICAN SOCIETY implantação da Rede de Materiais e
bamento superficial, a mesma é FOR TESTING AND MATE- Corrosão (projeto PETROBRAS e ANP
citada na literatura. Oldfield6, RIALS. 2001 (Reapproved 2007). (Agência Nacional de Petróleo)) em univer-
estudando o mecanismo de cor- G 78: Standard Guide for Crevice sidades e institutos de pesquisas no Brasil
rosão em frestas em aços inoxi- Corrosion Testing of Iron-Base and e-mail: gutembergsp@petrobras.com.br
dáveis em água do mar, verifi- Nickel-Base Stainless Alloys in
cou a grande influência da ru- Seawater and Other Chloride-
gosidade superficial e do pré- Containing Aqueous Environments.
tratamento (mecânico ou ele- Pennsylvania. 8 p.
troquímico) na resistência à ini- 5. ASTM - AMERICAN SOCIETY
ciação da corrosão em frestas. FOR TESTING AND MATE-
Este autor observou que uma RIALS. 1998 (Reapproved 2008).
superfície decapada em ácido é D 1141: Standard Practice for the
mais resistente do que superfí- Preparation of Substitute Ocean
cies lixadas. Comparações entre Water. Pennsylvania. 3 p.
superfícies lixadas e jateadas 6. OLDFIELD, J. W. Crevice corrosion
não foram encontradas na lite- of stainless steels in seawater. Avesta
ratura, no entanto, pode-se di- Corrosion Managment, ACOM
zer que superfícies jateadas são Report n° 1-1988, Avesta AB,
mais susceptíveis à corrosão em Avesta, Sweden, 1988.
frestas por serem mais rugosas.
Conclusões
Os resultados obtidos nos Zehbour Panossian
ensaios de imersão de laborató- Doutora em Ciências (Físico-Química),
rio e de campo mostraram que Professora convidada da Escola Politécnica
as ligas AISI 316L e AISI F53 da Universidade de São Paulo e responsável
são susceptíveis à corrosão em pelo Laboratório de Corrosão e Proteção do
frestas, sendo a susceptibilidade Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado
relativa altamente dependente de São Paulo S.A. – IPT (e–mail:
do tipo de ensaio e do acaba- zep@ipt.br)
mento superficial dos corpos de
prova. As superfícies lixadas são Cristiane Vargas Pecequilo
consideravelmente menos sus- Mestre em Engenharia Metalúrgica,
mpresas são pessoas reuni- tre seus interesses, os resultados finais ficam tolhidos pelos conflitos
das em torno de uma pro- decorrentes daqueles mesmos interesses.
posta que as mobilizam Equilíbrio é uma boa forma de se entender a questão ética. Não
num determinado momento de confundir com a moral. Essa não é relativa; diz da dimensão do ser
suas vidas. O CNPJ é apenas um humano em qualquer cultura. Nesse sentido, cuidar da ética nas em-
arranjo jurídico para lhes confe- presas não se trata de ser bom ou mau, mas sim de puro business. Ser
rir uma certa identidade no cam- ético é assegurar resultados superiores e admiráveis.
po físico. O que mais infecta a ética na empresa, tirando-lhe a força, é a falta
Tudo se passa numa empresa de consistência da alta administração na sua conduta diante dos desa-
como se fosse uma comunidade fios cotidianos. Inconsistência entre o que é dito é o que é feito, posi-
de interesses, ou seja, uma rela- ções dúbias frente às questões de direito de seus colaboradores, clien-
ção temporal entre seres. As pes- tes, fornecedores, acionistas, governo e a comunidade em que atua.
soas são levadas a serem seus co- Atitudes evasivas, quando de necessidades sociais inquestionáveis,
laboradores movidas por múlti- dão o tiro de misericórdia na percepção de todos quanto à ética da
plos motivos pessoais, na expec- organização.
tativa de que assim fazendo estão Como a ética não é algo que se obtenha a partir de cursos, tours
a caminho do que imaginam ser tecnológicos ou benchmarking, só nos resta zelar, a cada passo, pelo
a sua realização. binômio realização e conduta de todas as pessoas que fazem o seu
Acontece que viver entre ou- futuro, a começar pelos seus colaboradores. Até porque ninguém dá o
tros, encontrar o seu espaço, po- que não tem.
der fazer o que deve ser feito re- Assegurar que a realização e a conduta sejam os predicados mais
quer fazer parte e aprimorar con- notáveis da organização pelo testemunho em qualquer circunstância do
textos onde a colaboração e a so- dia a dia. Zelar pela ética significa não permitir que gestos, decisões e
lidariedade sejam um valor. sobretudo procedimentos administrativos corrompam os princípios
Nada numa empresa consegue humanos da segurança, da autoestima e da justiça para com as pessoas.
acontecer de fato que não seja É fundamental dar musculatura à empresa para que ela se defenda
através de um trabalho em equi- da tentação de sair do mais certo para o mais prático. Reforçar o em-
pe. Ações solitárias, ao sabor de penho da empresa pelo verdadeiro ao invés do “no nosso mercado to-
motivação individual, são sempre do mundo faz assim”. Abandonar o apressado e de qualquer jeito para
pontuais, de alto custo, de efeito o mais veloz e caprichado.
passageiro e de resultado pálido. O Valor de uma empresa no foco dos seus clientes é uma percep-
As companhias mais atentas ção; o preço, no foco dos seus clientes é sempre uma questão psicoló-
sabem disso e não medem esfor- gica. Os resultados, mesmo quando positivos, têm a sua avaliação
ços para que seus colaboradores sujeita a questões psicológicas de quem os analisam.
se encontrem num ambiente que Uma organização inteligente navega confortavelmente em dimen-
promova a concertação, ou seja, sões psicológicas e emocionais, por isso conquista resultados surpreen-
a possibilidade de que todos atu- dentes. Por isso, a ética é o maior ativo psicológico desses empreendi-
em como numa orquestra movi- mentos de sucesso.
da pela ética do prazer. Desse
modo, quando se juntam pesso-
as que buscam a sua realização José Carlos Teixeira Moreira
através de tarefas que se somam, Presidente da JCTM Marketing Industrial e da Escola de Marketing Industrial
se não houver um equilíbrio en- Contato: jctm@marketingindustrial.com.br