Você está na página 1de 108

MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

CAIO PAGANO INTERPRETA O


QUINTETO COM PIANO EM LÁ MAIOR, DE DVORÁK,
EO
QUARTETO OSESP APRESENTA
A ESTREIA MUNDIAL DA HOMENAGEM A KOECHLIN,
DE ANTONIO RIBEIRO

ISAAC KARABTCHEVSKY REGE GURRE-LIEDER,


DE SCHOENBERG, COM O
CORO DA OSESP,
O CORO ACADÊMICO DA OSESP,

O CORO DE CÂMARA
FRANZ LISZT DE WEIMAR,
MÚSICOS DO INSTITUTO BACCARELLI
E AS VOZES DE
ROBERT DEAN SMITH,
JENNIFER ROWLEY, CHRISTINE RICE,
LESTER LYNCH, ANTHONY DEAN GRIFFEY
E
ANDREAS SCHMIDT
MARIN ALSOP REGE AS QUATRO SINFONIAS DE BRAHMS
EDIÇÃO Nº 6, 2015
RAGNAR BOHLIN REGE OBRAS DE
ALBINONI, PERGOLESI E POULENC, COM O
CORO DA OSESP E AS VOZES DE
MARÍLIA VARGAS
E LUISA FRANCESCONI

QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?:


A SOPRANO
MANUELA FREUA INTERPRETA O
QUARTETO DE CORDAS Nº 2, COM O
QUARTETO OSESP, E PIERROT LUNAIRE, COM
ALUNOS DA ACADEMIA DE
MÚSICA DA OSESP,
SOB REGÊNCIA DE
EMMANUELE BALDINI
ANDRÉ DE RIDDER REGE O
CONCERTO PARA VIOLINO EM MI MENOR,
DE MENDELSSOHN, COM A SOLISTA
BAIBA SKRIDE
CRISTINA GÓMEZ GODOY INTERPRETA O
CONCERTO PARA OBOÉ,
SET-OUT
DE MOZART, SOB REGÊNCIA DE

MÚSICA NA CABEÇA:
LOUIS LANGRÉE
2015
JORGE DE ALMEIDA
E
ISAAC KARABTCHEVSKY
FALAM SOBRE ARNOLD SCHOENBERG

CARLOS PRAZERES REGE A ESTREIA MUNDIAL DE


SONHOS E MEMÓRIAS, DE SÉRGIO ASSAD, COM O SOLISTA
NATAN ALBUQUERQUE JR.
QUEM TEM MEDO DE SET SET
SCHOENBERG? 13 14 17, 19, 21 22

QUARTETO OSESP OSESP


CAIO PAGANO PIANO ISAAC KARABTCHEVSKY REGENTE
ROBERT DEAN SMITH TENOR
POR JORGE DE ALMEIDA 4 JENNIFER ROWLEY SOPRANO

ANTONIO RIBEIRO CHRISTINE RICE MEZZO-SOPRANO

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY LESTER LYNCH BARÍTONO

ANTONÍN DVORÁK ANTHONY DEAN GRIFFEY TENOR


ANDREAS SCHMIDT NARRAÇÃO

MÚSICOS DO INSTITUTO
SET BACCARELLI
18 32
CORO DE CÂMARA FRANZ
LISZT DE WEIMAR
CORO DA OSESP
QUARTETO OSESP CORO ACADÊMICO DA OSESP
MANUELA FREUA SOPRANO

ARNOLD SCHOENBERG
MAURICE RAVEL
ARNOLD SCHOENBERG
SET
20 40

SET ALUNOS DA ACADEMIA DE


24, 25, 26 46 MÚSICA DA OSESP
EMMANUELE BALDINI REGENTE

OSESP MANUELA FREUA SOPRANO

MARIN ALSOP REGENTE

ARNOLD SCHOENBERG
JOHANNES BRAHMS
OUT
OUT 1, 2, 3 52

15, 16, 17 58 OSESP


MARIN ALSOP REGENTE

OSESP
RAGNAR BOHLIN REGENTE

MARÍLIA VARGAS SOPRANO JOHANNES BRAHMS


LUISA FRANCESCONIMEZZO-SOPRANO
CORO DA OSESP
OUT
TOMASO ALBINONI
22, 23, 24 66
GIOVANNI BATTISTA PERGOLESI OSESP
FRANCIS POULENC ANDRÉ DE RIDDER REGENTE

BAIBA SKRIDE VIOLINO

OUT
25 74 TORU TAKEMITSU
FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY
DMITRI SHOSTAKOVICH
OSESP
CARLOS PRAZERES REGENTE

NATAN ALBUQUERQUE JR CORNE INGLÊS

OUT
FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY
29, 30, 31 82
SERGIO ASSAD OSESP
IGOR STRAVINSKY LOUIS LANGRÉE REGENTE

CRISTINA GÓMEZ GODOY OBOÉ

OLIVIER MESSIAEN
WOLFGANG AMADEUS MOZART
RICHARD STRAUSS

Desde 2012, a Revista Osesp tem ISSN, um selo


de reconhecimento intelectual e acadêmico. Isso
significa que os textos aqui publicados são dignos
de referência na área e podem ser indexados nos 1

sistemas nacionais e internacionais de pesquisa.


PAT R O CÍ N I O

EXEC U Ç ÃO
APOIO

R EALIZAÇ ÃO

V EÍ CU LO S

marketing@osesp.art.br
2
MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

CONCERTO
DIGITAL
OSESP
TRANSMISSÃO AO VIVO
PELA INTERNET
25 SET SEX 20H45

OSESP
MARIN ALSOP REGENTE

JOHANNES BRAHMS
Sinfonia nº 1 em Dó Menor, Op.68
Sinfonia nº 2 em Ré Maior, Op.73

concertodigital.osesp.art.br
tvuol.uol.com.br Programação sujeita a alterações.

3
O PRÓXIMO CONCERTO DE SCHOENBERG EM VIENA, CARICATURA

PUBLICADA NO JORNAL DIE ZEIT, EM 6 DE ABRIL DE 1913

4
JORGE
POR
DE ALMEIDA

E
u tenho. Há diversas razões para temer Schoenberg, e muitas
razões para admirá-lo. Talvez sejam as mesmas… Por isso é
preciso abrir os ouvidos para o que esse “medo” diz sobre nós,
sobre a sua música e sobre o século que já nos separa.
Um dos vários alunos de Schoenberg, o compositor Karl Linke
(1884-1939), certo dia levou ao mestre uma canção recém-composta,
extremamente complexa, da qual estava bastante orgulhoso. Quando
Schoenberg a leu, perguntou: “O senhor realmente imaginou a parti-
tura de modo tão complicado?”. Acreditando estar prestes a receber
um elogio, o lisonjeado Linke respondeu que sim. Mas Schoenberg
prosseguiu: “Quero dizer, sua primeira ideia melódica trazia clara-
mente, nela própria, tamanha complexidade na forma de acompa-
nhamento?”. Linke titubeou, sentindo que estava sendo posto à pro-
va. Após uma rápida análise, em que mostrou ao aluno que aquela
melodia não tinha necessidade de um acompanhamento tão “difícil”,
Schoenberg enunciou uma de suas máximas mais conhecidas: “A mú-
sica não deve enfeitar, mas sim ser verdadeira”.1
A verdade dá medo. Os vienenses contemporâneos de Schoenberg
sabiam bem o que isso significava. No decadente Império Austro-
-Húngaro, denunciar a falsa aparência de uma corte falida e hipócrita,
acalentada por bailes e banquetes suntuosos, era um ato de coragem.
A busca pela verdade estética trazia graves consequências políticas e
morais. Por isso, em meio ao atraso oficial e arrogante, os “modernis-
tas” irritavam muita gente, e suas obras nos assustam até hoje: o ar-
quiteto Adolf Loos (1870-1933) denunciava o ornamento como crime;
Gustav Klimt (1862-1918) pintava em dourado os beijos e escândalos
de Viena, e Egon Schiele (1890-1918) a verdadeira face do amor; Karl
Kraus (1874-1936) incendiava polêmicas com a “linguagem purificada”
de seu jornal Die Fackel [A Tocha]; Wittgenstein (1889-1951) revirava as
certezas da lógica; e Freud (1856-1939) valorizava os lapsos de verdade
contidos em sonhos, neuroses e atos falhos.

5
Disposto a criticar a mediocridade “embolorada” durante séculos, haviam se transformado numa se-
(termo muito usado na época) dos conservatórios gunda natureza (ou seja, algo historicamente cons-
vienenses, o autodidata Schoenberg, como seus truído, mas percebido e sentido de modo eviden-
contemporâneos modernistas, insistia numa “ver- te, como se fosse algo natural). Desde a Ars Nova, a
dade” a ser construída e expressada em cada fra- música havia se desenvolvido por meio da constante
se, cada pincelada, cada poema e cada compasso. busca de soluções para diferentes problemas com-
A “renovação” estética, porém, não deveria ser um posicionais, e cada obra hoje considerada “clássica”
fim em si mesmo, mas o resultado de um diálogo foi, em sua época, o resultado polêmico dessa busca
fecundo com a própria tradição. No caso da música, por uma “nova verdade”, que também se modificava
uma tradição em boa parte austríaca, desde os tem- com o tempo. Com a derrocada dos “estilos” gené-
pos de Haydn e Mozart. O professor Schoenberg ricos, que asseguravam aos compositores de antiga-
sempre lembrava a seus alunos como algumas obras mente pressupostos claros e compartilhados com o
de Beethoven haviam sido condenadas como “mons- público, agora cada obra tinha de construir e justifi-
truosas” e “ultrajantes” por seus contemporâneos. car sua própria lógica interna, sua Stimmigkeit (coe-
Mas “ser moderno” não era uma escolha, pois o rência, consistência). A diferença entre uma música
“novo” tinha se tornado uma necessidade desde que “falsa” e uma “verdadeira” residiria justamente no
o Romantismo, com seu ímpeto ao mesmo tempo modo como cada obra, até em seus menores deta-
nacional e individualista, havia atacado os ideais lhes, enfrentava os problemas impostos por toda a
classicistas, a ponto de colocar em questão a própria história da música, problemas que não eram apenas
existência de qualquer “estilo de época” obrigató- artísticos, pois refletiam e dialogavam com grandes
rio, capaz de enunciar regras e formas abstratas à questões da cultura europeia.
arte e aos artistas. Diante da descrença nas normas

M
e convenções a serem seguidas, a própria necessi- as quais eram esses problemas e por
dade de evitá-las criava um extenso cânone do que que eles precisavam ser enfrentados
já não se podia mais fazer, limitando a liberdade de sem medo? O heroico Beethoven já ha-
escolha, no momento em que esta se afirmava ple- via mostrado como as rupturas histó-
namente. Não é por acaso que os versos do poeta ricas da Revolução Francesa e da época napoleônica
Stefan George (1868-1933) se tornaram o mote de geraram contradições extremas, que, no caso da
toda uma geração, e também de Schoenberg e seus música, se revelavam numa série de dilemas: entre
alunos: “Höchste Strenge ist zugleich höchste Freiheit”, o expressão e construção, entre liberdade polifônica
maior rigor é, ao mesmo tempo, a maior liberdade. e rigor harmônico, entre música absoluta e música
Mas a liberdade também gera o medo. Durante a programática. Se o princípio fundamental da re-
Primeira Guerra, um oficial superior perguntou ao solução tonal é posto em questão, seja pela prática
soldado perfilado: “Então você é aquele composi- de constantes modulações, seja pelo cromatismo e
tor tão polêmico?”. Ao que Schoenberg respondeu: por novas progressões harmônicas daí resultantes, o
“Sim, alguém tinha de sê-lo, ninguém queria ser, destino está aberto, e a questão de como configurar
então eu tive de me dedicar a isso”. Para Schoen- o todo acaba se tornando um problema para quem
berg, a arte (Kunst, em alemão) não se ligava mais pretendia, no espírito romântico ou modernista,
a ser capaz (können), mas sim a ser necessário (müs- se libertar do apoio nas formas previamente dadas,
sen). Em seus ouvidos, ressoava ainda a advertência que previam uma determinação convencional de
das últimas obras de Beethoven: “Es muss sein!”. O polos de tensão e resolução tonal como arcabouço
rigor objetivo de tudo o que “tem de ser” era a úni- de toda estrutura e sentido.
ca maneira realmente livre de expressar a própria Como lembra Theodor W. Adorno (1903-69),
subjetividade. retomando as aulas que teve com Alban Berg (1885-
Isso não era nada fácil para Schoenberg e seus 1935), aluno de Schoenberg: “As formas do classi-
colegas. A música “precisava” romper com formas cismo, confrontadas seriamente com seus próprios
e procedimentos derivados do sistema tonal que, princípios, começam a estremecer; a progressão

6
AUTO-RETRATO, TELA DE ARNOLD SCHOENBERG

harmônica se inflama com os atritos que a constru- a variação dos componentes motívicos passavam a
ção formal lhe impõe, transformando-se numa cha- mediar o sentido da relação entre o todo e as par-
ma que finalmente sacrifica a segura estrutura da tes, por meio de um desenvolvimento contínuo,
sonata. Na própria casa, o fogo foi aceso; apenas em não mais restrito à seção intermediária da forma-
suas paredes é possível experimentar completamen- -sonata. O princípio da economia extrema garantia
te suas forças”.2 A apropriação da forma-sonata de- a objetividade, ao mesmo tempo em que assegura-
pois de Beethoven (em Schubert, Liszt, Schumann va a liberdade subjetiva. Num famoso e polêmico
e Chopin, por exemplo) traz as cinzas dessa contra- ensaio, intitulado “Música Nacional”, no qual se
dição entre o impulso anticlássico da expressão do considerava como o continuador de uma tradição
sujeito psicológico romântico e o uso de uma forma germânica iniciada com Bach, Schoenberg diz ter
herdada, como convenção, do passado clássico. aprendido de Brahms a “plasticidade na configura-
Isso era um problema para todo jovem composi- ção das formações: não economizar, não regatear
tor “moderno”, como Schoenberg. Ele notava que a quando a clareza exige mais espaço; levar cada fi-
forma-sonata, em Brahms, permanecia “rigorosa” e gura às suas últimas consequências; economia e, no
“coerente”, mesmo após a problemática derrocada entanto, riqueza”.
de seus pressupostos, graças a uma solução herdada Mas, diante do colapso do sistema tonal, Schoen-
do último Beethoven: a “variação em desenvolvi- berg também aprendia as lições de Wagner, um
mento” [entwickelnde Variation]. O desdobramento e compositor que havia abandonado a lógica interna

7
da “música absoluta” e buscado uma solução literal- dade expandida à emancipação da dissonância, e que
mente “espetacular”: garantir a unidade de suas lon- o levará posteriormente ao desenvolvimento, nos anos
gas óperas, pensadas como “obras de arte totais”, a 1920, da polêmica “técnica de composição com doze
partir de leitmotive (motivos condutores), nos quais sons”, conhecida como “dodecafonismo”.
a música acompanhava os textos e a ação dramática. Em 1912, Schoenberg publicou na revista expres-
De Wagner, Schoenberg teria aprendido “o modo sionista O Cavaleiro Azul, editada por Kandinsky, o
de manipular temas para propósitos expressivos e a artigo “A Relação Com o Texto”,5 no qual reconfi-
arte de formulá-los para que possam servir a estes gurava o sentido da contraposição entre Wagner e
propósitos”, e também a “possibilidade de pensar Brahms, tendo em vista também a nova oposição
temas e motivos como ornamentos complexos, para entre Mahler e Strauss. A música não deveria jamais
que possam ser usados contra as harmonias habi- abrir mão de sua autonomia para meramente “ilus-
tuais de um modo dissonante”.3 trar” os acontecimentos de um texto ou programa
O jovem Schoenberg “buscou” (“um artista deve externo. A necessidade musical deveria, ao contrá-
sempre buscar”, dizia ele a seus alunos) uma con- rio, incorporar a necessidade poética, desde que
ciliação entre essas duas soluções aparentemente essa configuração mútua se emancipasse das formas
contraditórias. Enquanto os discípulos de Wagner herdadas do sistema tonal. A harmonia entre texto
e de Brahms ainda se estapeavam durante os con- e música era reforçada, paradoxalmente, pelas dis-
certos, ele buscava uma “verdade própria”, que sonâncias harmônicas e pela primazia da livre ex-
dialeticamente superaria a mera oposição entre os pressão das vozes melódicas e de seus motivos, no
dois mestres românticos. Influenciado também por turbilhão criativo e rigoroso das variações em de-
Mahler e Strauss, uma nova dicotomia que pairava senvolvimento. Tendo em vista a “verdade” de cada
sobre sua geração, o jovem Schoenberg desenvolvia obra, a ocorrência ou não de dissonâncias só deveria
seu caminho. Como ressalta Theodor W. Adorno: ser justificada pelo todo da composição, e não pela
“Na verdade, sua música é dialética já em seu início mera intenção de romper com o tonalismo ou pela
no Romantismo tardio. Ela pensa Wagner e Brahms obediência a uma ordem enrijecida em “estilo”.
juntos, não no sentido de uma ‘síntese’, cuja vacui- Schoenberg recusava o termo “atonal” (seria uma
dade o jovem Schoenberg já percebia inteiramente, definição negativa, como chamar a natação de “a
mas no sentido de uma correção recíproca, verda- arte de não se afogar”, comentou certa vez) e prefe-
deiramente dialética”.4 Ao incorporar os problemas ria se referir a esse rompimento como uma “eman-
e ao aprender com as soluções dadas pelos composi- cipação da dissonância”, termo que, a seu ver, pos-
tores da “tradição germânica”, recuperando o passa- suía um caráter positivo, embora muitos achassem
do para abrir caminho ao futuro, Schoenberg pen- o contrário. Essa emancipação coroaria um longo
sava numa resposta ao conturbado presente da belle desenvolvimento da história da música em direção
époque vienense. Por isso podemos ver em Schoen- ao pleno reconhecimento da dissonância como ele-
berg um “revolucionário conservador”, no dizer de mento fundamental da organização das obras: “Não
Willi Reich. esqueçamos de que cheguei a isso gradualmente,
como resultado de um desenvolvimento que me
possibilitou estabelecer a lei da emancipação da dis-

E
ssa dialética pode ser ouvida nas quatro obras sonância, segundo a qual a compreensibilidade das
do jovem Schoenberg apresentadas este ano na dissonâncias é considerada tão importante quanto
temporada da Osesp: o sexteto Noite Transfigu- a compreensibilidade da consonância. As dissonân-
rada (1899), o Quarteto de Cordas nº 2 (1907-8), cias, portanto, não precisam ser uma adição picante
Gurre-Lieder (1900-11) e o ciclo Pierrot Lunaire (1912). a sons insípidos. Elas são consequências naturais e
Em todas essas obras, muito diferentes entre si e cada lógicas de um organismo. E esse organismo vive,
uma original a seu modo, acompanhamos as “buscas” em suas frases, ritmos, motivos e melodias, tão vi-
de Schoenberg, percorrendo um caminho que o levou talmente quanto antes”.6
do Romantismo tardio ao Expressionismo, da tonali-

8
O
sexteto de cordas Noite Transfigurada
[Verklärte Nacht], Op.4, foi composto
em 1899, mas só estreou em 1902. Con-
forme relata René Leibowitz (1913-72):
“Depois de submeter a partitura de Noite Transfigu-
rada a uma sociedade de concertos, Schoenberg viu
a execução da obra ser recusada sob pretexto de que
se encontraria nela um acorde invertido de nona, ‘o
que não existe’ (ao que Schoenberg acrescentou: ‘En-
tão, nada de execução também, já que não se pode
executar algo que não existe’)”.7 Inspirado nos famo-
sos sextetos de Brahms, a música também rompe, no
entanto, com a ideia de música absoluta, apoiando
sua construção formal num texto, como ocorria em
Wagner, mas agora no âmbito da música de câmara.
A inspiração é um poema de Richard Dehmel (1863-
-1920), do ciclo Weib und Welt [Mulher e Mundo], de
1896, evocando um diálogo noturno em que uma
mulher conta a seu amado que espera um filho de
outro homem. Os versos dessa confissão, que transfi-
gura o passeio noturno do casal, não são jamais can-
tados, mas cada estrofe do poema organiza entre suas
linhas o sentido do que está sendo composto. “Essa é
a razão pela qual”, comentaria Schoenberg anos de-
pois, “em minha Noite Transfigurada, a construção te-
mática é baseada, por um lado, no ‘modelo e sequên-
cia’ sobre uma harmonia progressiva, característica
wagneriana; e, por outro, no que eu chamei de téc-
nica brahmsiana da variação em desenvolvimento”.8

O
Quarteto de Cordas nº 2 em Fá Sustenido Me-
nor, Op.10, foi composto entre 1907 e
1908, e leva a dialética entre Brahms e
Wagner a uma nova etapa, já marcada-
mente schoenberguiana. A obra trazia uma novidade,
pois os dois últimos movimentos do quarteto de cor-
das, a forma mais clássica da música de câmara, in-
corporavam agora dois Lieder sobre poemas de Stefan
George: “Litanei” [Litania] e “Entrückung” [Arrebata-
mento]. O público presente à estreia reagiu, conforme
um testemunho, “com uma violência indescritível”,
contrapondo risos e assobios à voz da soprano, sem
apreciar o esforço contido na música para expressar
(citando trechos dos poemas) a “tristeza profunda que
sufoca” e a “língua sedenta que anseia pelo vinho”,
até o arrebatamento do movimento final, que canta e
sente “o ar de outros planetas”, enquanto o eu lírico se

9
“dissolve, rodopiando e tremendo, em sons”. Do pon-
to de vista formal, o princípio da variação em desen-
volvimento se expande na forma “tema e variações”,
que acompanha e sublinha musicalmente, como nos
leitmotive de Wagner, os versos de George, poeta que
havia traduzido Baudelaire ao alemão e que postulava
ele próprio uma “correspondência” entre a sonorida-
de das palavras e uma Stimmung [atmosfera] de seus
diversos sentidos. Harmonicamente, a obra ainda se
pauta pelo tonalismo expandido, mas a composição
se submete progressivamente ao encontro livre das
vozes, até que a polifonia, intensificada durante a
obra até sua quase superação no último movimento,
evoque justamente seu próprio “arrebatamento”. Há
também citações irônicas, como em Mahler. Quan-
do, na estreia, a célebre canção vienense “O du lieber
Augustin” ressoou no scherzo, alguém do público gri-
tou: “Agora tudo está perdido!”. De fato, era preciso
se perder para encontrar algo novo; e Schoenberg não
tinha medo disso.

M
as a perda da morada segura do tona-
lismo significava também um solitá-
rio desterro. Por isso Adorno comen-
ta que Schoenberg, no Pierrot Lunaire,
Op.21 (composto em 1912), cantava justamente “a
Heimatlosigkeit [perda da morada] de nossas almas”.
A expressão melancólica do dândi de Bérgamo, ar-
quétipo cômico da contemplação e do amor platôni-
co, ocorria aqui sob o signo da mais rigorosa cons-
trução, mesmo onde a necessidade assume ares de
improviso. A solidão torna-se, paradoxalmente, o
resultado do ideal da expressão imediata, do “grito”
expressionista contra os pais, contra toda a tradição.
Recuperando o espírito da commedia dell’arte, como
tantos outros artistas da época, o ciclo de “três ve-
zes sete poemas”, sobre uma obra do francês Albert
Giraud (1860-1929), contém em cada peça uma obra-
-prima em miniatura, explorando inúmeras soluções
para garantir a dialética entre expressão e constru-
ção, entre o potencial propriamente lírico — mas
também dramático e representativo — dos textos e
sua composição rigorosa na disposição de motivos e
temas musicais. Uma das novidades é a ruptura com
a própria entonação tradicional da voz cantada, com a
introdução do Sprechgesang, um “canto falado” deriva-
do do cabaré. O choque ao mesmo tempo distancia o

10
ouvinte da tradição lírica e o aproxima de um cotidia-
no prosaico, iluminado apenas pela pálida mancha da
lua sobre as dores de Pierrot, numa serenata grotesca
que antecipa, assim como os acordes selvagens da Sa-
gração da Primavera, de Stravinsky, o “fim dos tempos”
que se abateria sobre a Europa logo em seguida, com
a Grande Guerra. Adorno ressalta o quanto o grave
peso da história sufoca, em Schoenberg, essa música
aparentemente tão leve: “O âmbito do teor expressio-
nista é o do inconsciente: a exposição da angústia, do
medo, é um ponto central”.9

S
e as três primeiras obras revolucionaram a
música de câmara, Gurre-Lieder, [Canções de
Gurre] é monumental. Composta durante
mais de uma década, a obra só conseguiu es-
trear em 1913 e soou muito diversa em relação ao que
o próprio Schoenberg, já no início de sua fase “expres-
sionista”, tinha alcançado. Paradoxalmente, o público
de Viena, já acostumado à grandiosidade das obras de
Mahler e Strauss, a acolheu finalmente com aplausos,
levando o compositor a se perguntar se seria possí-
vel, enfim, a coexistência entre “verdade” e “sucesso”.
Gurre-Lieder é um misto de oratório profano, drama
musical, monólogo lírico e aventura sinfônica, baseado
no ciclo de baladas do escritor dinamarquês Jens Peter
Jacobsen (1847-85), publicado em 1869. O que carac-
teriza os poemas juvenis de Jacobsen é algo também
presente em seu romance de maturidade, Niels Lyhne
(já com bela tradução para o português):10 o enfren-
tamento entre o desespero da alienação e o ceticismo
religioso.
O ciclo retrata o amor do rei Valdemar por
sua amante Tove, assassinada de modo horren-
do pelo ciúme da rainha. O rei se recusa a en-
terrá-la e perambula com seu caixão num di-
álogo póstumo com a amante, representada
pelas vozes de tudo que o cerca na natureza.
Em Gurre-Lieder, o problema da construção de
um longo e variado todo orgânico, conseguido anos
antes pela Canção da Terra de Mahler, é solucionado
com o princípio da máxima economia, numa rigo-
rosa elaboração motívica que serve de fundamento
à extrema complexidade das diversas seções, sem
que os temas sirvam apenas para revestir persona-
gens e situações do texto. A música se expande pe-
las canções e pelos interlúdios, assumindo funções

11
SUGESTÕES DE LEITURA
narrativas ou enunciativas, num contraponto com
os sentimentos do rei e de sua amante. Harmonica-
Arnold Schoenberg
mente, Schoenberg utiliza acordes sobrepostos em
STYLE AND IDEA: SELECTED WRITINGS
camadas, citando frequentemente o famoso “acorde
UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 2010
de Tristão”, que traduz o anseio erótico e amoro-
so na ópera de Wagner. Mas, apesar de toda a sua
Arnold Schoenberg monumentalidade, a obra assume finalmente um
HARMONIA aspecto camerístico, no qual as vozes se articulam
EDITORA UNESP, 2011 liricamente em contínuas variações, agora lembran-
do Brahms.
Theodor W. Adorno
Como nota o musicólogo Carl Dahlhaus, tudo
está conectado com tamanha “invenção” que não se
FILOSOFIA DA NOVA MÚSICA
consegue mais perceber o que é variação do quê. A
EDITORA UNESP, NO PRELO
(TRADUÇÃO DE JORGE DE ALMEIDA) orquestra se desfaz num mundo de timbres e cores,
e as vozes do coro cedem espaço para um melodra-
Walter Frisch
ma, declamado pela voz do poeta no final, antes que
THE EARLY WORKS OF ARNOLD
a música vislumbre o sol de um possível novo ama-
SCHOENBERG 1893-1908 nhecer para os desafortunados amantes — mas não
UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 1997
para a música do finado Romantismo tardio.

iante dessas obras, é preciso ainda ter medo

D
Walter Frisch (org.)
de Schoenberg? Hoje em dia, infelizmen-
SCHOENBERG AND HIS WORLD
te, a resposta continua sendo “sim”. Mas é
PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 1999
justamente isso que deveria nos apavorar,
pois sua música exige do ouvinte uma concentração
Flo Menezes quase perdida, uma atenção plena aos detalhes e ao
APOTEOSE DE SCHOENBERG todo, uma sensibilidade ao mesmo tempo recata-
ATELIÊ, 2002 da e ardente. No prefácio ao Tratado de Harmonia,
publicado em 1911, Schoenberg lamenta: “Nosso
Sidney Molina
tempo busca muito. Mas encontrou, antes de tudo,
MAHLER EM SCHOENBERG: ANGÚSTIA DA
uma coisa: o conforto. Este avança, em toda a sua
INFLUÊNCIA NA SINFONIA DE CÂMARA N.1 amplitude, inclusive pelo mundo das ideias, nos
RONDÓ, 2003 tornando tão acomodados como jamais poderíamos
supor. […] O conforto, porém, ou rejeita a culpa
ou a eleva à virtude. Para aquele que enxerga mais
Jonathan Dunsby
além, isso significa o reconhecimento da culpa como
SCHOENBERG: PIERROT LUNAIRE
culpa. O pensador que, no entanto, busca, realiza o
CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1992
oposto. Mostra que existem problemas, e que estes
não estão resolvidos”.11 Cada obra de Schoenberg,
René Leibowitz esse mefistofélico “compositor dialético” que inspi-
SCHOENBERG rou o Doutor Fausto de Thomas Mann, busca sair do
PERSPECTIVA, 1981 conforto e buscar soluções para os novos problemas
da música e da cultura de sua época, negando de ma-
Carl E. Shorske
neira criativa o passado, para poder gerar o futuro.
E Schoenberg pensava muito no futuro, ou seja,
VIENA FIN-DE-SIÈCLE
também em nós. Por isso se dedicava tanto a ame-
COMPANHIA DAS LETRAS, 1988
drontar seus jovens alunos (grandes compositores

12
Alban Berg
como Alban Berg [1885-1935], Anton Webern
GLAUBE, HOFFNUNG UND LIEBE: SCHRIFTEN
[1883-1945] e Hanns Eisler [1898-1962]): “A tarefa do ZUR MUSIK
professor é, sem rodeios, sacudir de cima a baixo o RECLAM, 1981
aluno. Quando o tumulto originado se acalmar, pro-
vavelmente tudo se acomodará em seu devido lugar.
Willi Reich
Ou então, que isso nunca aconteça!”.12 Que essas pa-
ARNOLD SCHOENBERG ODER DER
lavras soem atuais, mais de um século depois, deve KONSERVATIVE REVOLUTIONÄR
ser motivo de medo. Reunindo nossa coragem, es- FRITZ MOLDEN, 1968
peremos que Schoenberg ainda possa nos abalar, re-
tirando-nos do conforto para que possamos perceber
toda a beleza de suas duras, mas sinceras, verdades INTERNET
musicais.
SCHOENBERG.AT

JORGE DE ALMEIDA é doutor em Filosofia e professor de Teoria


Literária e Literatura Comparada na Universidade de São Paulo.

NÃO PERCA AS PALESTRAS DE JORGE DE


ALMEIDA SOBRE SCHOENBERG NA SÉRIE
“MÚSICA NA CABEÇA”, DIAS 18, 19, 20 E 21
DE SETEMBRO, NA SALA SÃO PAULO. MAIS
INFORMAÇÕES NO SITE WWW.OSESP.ART.BR

1. Depoimento de Karl Linke, reproduzido em Reich, Willi, Arnold Schönberg


oder der konservative Revolutionär (Munique: DTV, 1974, pp. 35-36).
2. Adorno, Theodor W. “Schoenberg: Von Heute auf Morgen, Op.32 (I)”
(1930). In: Musikalische Schriften 5. Frankfurt: Suhrkamp, 1996, p. 388.
3. Schoenberg, Arnold. Style And Idea: Selected Writings. Berkeley:
University of California Press, 1984, pp. 169-174.
4. Adorno, op. cit., p. 389.
5. Schoenberg, op. cit., pp. 141-145.
6. Schoenberg, op. cit., p. 98.
7. Leibowitz, René. Schoenberg. São Paulo: Perspectiva, 1981, p. 46.
8. Schoenberg, op. cit., p. 80.
9. Adorno, Theodor W.. “Neunzehn Beiträge über neue Musik
(1942)”. In: Musikalische Schriften 5. Frankfurt: Suhrkamp, 1996, p. 60.
10. Niels Lyhne (Cosac Naify, 2000). Tradução de
Pedro Octávio Carneiro da Cunha.
11. Schoenberg, Arnold, Harmonia.
São Paulo: Editora Unesp, 1999, p. 32.
12. Schoenberg, op. cit., p. 33.

13
14
SET
13 DOM 16H QUARTETO OSESP

QUARTETO OSESP
CAIO PAGANO PIANO

ANTONIO RIBEIRO [1971]

Homenagem a Koechlin [ENCOMENDA OSESP. ESTREIA MUNDIAL]

- Cantilena
- Fuga Dupla
8 MIN

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY [1809-47]


MENDELSSOHN EM FOCO

Quarteto nº 1 em Mi Bemol Maior, Op.12 [1829]


- Adagio Non Troppo. Allegro Non Tardante
- Canzonetta: Allegretto
- Andante Espressivo
- Molto Allegro e Vivace
24 MIN

_____________________________________

ANTONÍN DVORÁK [1841-1904]


Quinteto Com Piano em Lá Maior, Op.81 [1887]
- Allegro ma Non Tanto
- Dumka: Andante Con Moto
- Scherzo (Furiant): Molto Vivace
- Finale: Allegro
37 MIN

15
O
ptei pelo título Homenagem a Koechlin por-
que a peça não possui as características que
se esperam de um quarteto de cordas tra-
dicional, geralmente pensado em diver-
sos movimentos, com formas e ambientes diferentes.
Quis homenagear o compositor francês Charles Koe-
chlin (1867-1950), um criador formidável e ainda pou-
co conhecido, apesar de ter sido assistente de Fauré,
amigo de Debussy, Ravel, Dukas e tantos outros, e
muito respeitado por todos.
Para além da admiração, tenho uma ligação com
Koechlin, pois ele foi professor de Camargo Guar-
nieri e, este, meu mestre. Guarnieri falava bastante
e com profundo respeito de Koechlin. Tentou até
mesmo trazê-lo ao Brasil para uma série de concer-
tos, projeto que nunca chegou a se concretizar.
O catálogo do mestre francês é caudaloso. Com-
pôs de tudo, de sinfonias a variadíssima música de
câmara. Sua escrita altamente refinada é marcada
por gostar da polifonia e por usá-la constantemen-
te. Pesquisou com afinco o universo modal em suas
múltiplas possibilidades e matizes e, para tanto,
abarcou o período medieval e o renascentista, além
da música tradicional francesa. E é aqui que conec-
to a obra de Koechlin com a minha Homenagem, pois
o quarteto que escrevi ecoa bem suas ideias.
Composta em dois movimentos — “Cantile-
na” e “Fuga Dupla” —, a peça possui densa textu-
ra polifônica. É pautada em vários momentos pelo
ambiente modal, evocando de forma sutil e difusa
algumas imagens sonoras do Brasil. Uso, na verda-
de, diversos procedimentos harmônicos: modalis-
mo cromático, tonalidade expandida, atonalidade
livre, acordes quartais, entre outros. Contudo, não
há experimentalismos. O que pretendi nesta obra
foi prestar um tributo sincero a um compositor do
passado, com seus maneirismos e idiossincrasias.
Para finalizar, creio ser interessante mencionar
que, em vários aspectos, Guarnieri também figu-
ra nas entrelinhas da Homenagem, pois muito da sua
música pode ser encontrada lá. É como se Koechlin,
Guarnieri e eu próprio estivéssemos plasmados
numa mesma obra, fruto de um DNA passado de
geração a geração.

ANTONIO RIBEIRO

16
S
chumann dedicou seus três quartetos de cor-
das compostos em 1842 a Felix Mendelssohn-
-Bartholdy. Provavelmente, o compositor
queria demonstrar a seu conterrâneo a admi-
ração que nutria por sua música de câmara. De fato, é
talvez nesse gênero que se encontre o melhor da pro-
dução de Mendelssohn, que exibe nas peças de câma-
ra uma intensidade emocional que muitas vezes falta a
suas obras maiores.
O Quarteto de Cordas nº 1 em Mi Bemol Maior foi
escrito em 1829, época em que Mendelssohn, com
20 anos de idade, já tinha produzido os três Quar-
tetos Com Piano, Op. 1, 2 e 3, o Sexteto Para Piano
e Cordas, o Octeto Para Cordas, o Concerto nº 1 Para
Piano e, mais importante que todas as obras an-
teriores, a abertura Sonho de Uma Noite de Verão,
escrita aos seus 18 anos, que já dava sua dimen-
são como compositor. Portanto, quando compôs o
Quarteto nº 1, Mendelssohn já possuía uma respei-
tável bagagem composicional.
De forma geral, a peça é mais lírica do que
o seu quarteto anterior, em Lá Menor — que,
apesar de composto dois anos antes, em 1827,
leva o nº 2. É possível sentir aqui a influência de
Beethoven, gigante que faria sombra a quase to-
dos os compositores alemães de gerações seguin-
tes. A introdução lenta do primeiro movimento,
“Adagio Non Troppo”, é semelhante à do Quarteto
nº 10 – “Harpa”, de Beethoven — aliás, escrito na
mesma tonalidade de Mi Bemol Maior. No entan-
to, o “Allegro Non Tardante” que se segue, em
forma-sonata, distancia-se do modelo do mestre.
No segundo movimento, Mendelssohn substitui
um provável scherzo por uma “Canzonetta”, que se
tornou popular para além do quarteto. O movi-
mento lento fica na terceira parte, com um breve
“Andante Espressivo” que leva sem pausa ao anima-
do “Molto Allegro e Vivace” do movimento final
— que, por sua vez, retoma material temático do
primeiro movimento.
No Quarteto nº 1, é possível observar certas ca-
racterísticas que podem ser estendidas a toda a
obra de Mendelssohn: seus dotes de melodista e
o domínio da escrita musical, que resultam numa
obra que prima pela perfeição e, ao mesmo tempo,
ANTONIO RIBEIRO pela emoção.

17
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

S
e Mendelssohn é um importante representan-
te da primeira fase do período romântico, com
MENDELSSOHN
STRING QUARTETS (VOL. 1)
o tcheco Antonín Dvorák já estamos no limiar
do século xx. Ainda no Romantismo, é ver-
Quarteto de Cordas da Nova Zelândia
dade, mas num período que se caracterizou, a partir
NAXOS, 2008
de meados do século xix, pelo surgimento das escolas
COMPLETE STRING QUARTETS (VOL. 1)
nacionais. E se Smetana (1824-84) foi uma espécie de
fundador da música nacionalista tcheca, Dvorák foi
Quarteto de Cordas de Leipzig
seu representante máximo. Sua produção compreen-
MDG, 2001
de nove sinfonias, poemas sinfônicos e concertos para
piano, violino e violoncelo, além de dezenas de peças
DVORÁK
orquestrais. No ramo da música de câmara, deixou
PIANO QUINTET IN A MAJOR
dez quartetos de cordas, trios e quartetos com piano,
Elias String Quartet
bem como quintetos e sextetos de cordas.
Jonathan Biss, piano
No início dos anos 1870, Dvorák escreveu um
ONYX, 2012
primeiro Quinteto Com Piano em Lá Maior, publicado
como Op.5. Insatisfeito com a obra, tentou revisá-
THE COMPLETE STRING QUINTETS;
THE PIANO QUINTET; -la em 1887, mas acabou compondo um novo quin-
THE STRING SEXTET (2 CDS)
teto na mesma tonalidade. O Quinteto Com Piano em
Octeto da Filarmônica de Berlim Lá Maior, Op.81 tornou-se um sucesso e uma obra-
Stephen Kovacevich, piano -prima central da música de câmara do Romantismo,
PHILIPS, 1999 ombreando com outras obras do gênero, como o
Quinteto Com Piano em Fá Menor de Brahms.
O Quinteto Op.81 de Dvorák é escrito nos tra-
dicionais quatro movimentos, e o “Allegro ma Non
Tanto” inicial parte de uma melodia ao violoncelo
acompanhada pelo piano que logo captura o ouvinte.
Aliás, se algo em comum pode ser apontado entre
Mendelssohn e Dvorák é o talento com melodias.
O segundo movimento intitula-se “Dumka” —
expressão recorrente nas peças de Dvorák, desig-
nando uma espécie de balada ou lamento ucraniano
que muitas vezes continha várias seções, com esta-
dos de espírito contrastantes. Segue-se um “Scher-
zo” que também leva um segundo título, “Furiant”,
referência a uma dança da Boêmia. O “Finale”, em-
polgante e com sua fuga contrapontística, encerra
em grande estilo essa obra magnífica, na qual se
percebe o melhor da música do Romantismo, com
ecos de Brahms, Schumann e, mais uma vez, Men-
delssohn.

CAMILA FRÉSCA é jornalista, doutora em Música pela


ECA-USP e autora de Uma Extraordinária Revelação de Arte:
Flausino Vale e o Violino Brasileiro (Annablume, 2010).

18
E
m 2015, Caio Pagano completa 75 anos. Ele
é um dos grandes músicos braslieiros de nos-
sa época e sua história com o piano começou
aos cinco anos. “Minha mãe era a inspiração”,
declarou recentemente. “Ela tocava piano, e eu fica-
va encostado no instrumento, sentindo as vibrações.
Lembro-me de pensar que era muito acolhedor e con-
fortável.” Pagano nasceu em São Paulo em 1940 e
foi aluno da Escola Magda Tagliaferro, na classe de
Lina Pires de Campos. Após vencer alguns prêmios
nacionais, uma bolsa de estudos o levou à Alemanha
e, posteriormente, a Portugal, onde venceu o Con-
curso Internacional Beethoven, em 1970. Aliás, Bee-
thoven é um dos compositores pelos quais Pagano tem
especial admiração.
Ao lado de Olivier Toni e Willy Corrêa de Oli-
veira, ajudou a criar o Departamento de Música
da USP, do qual foi professor de 1970 a 1984. Em
seguida, mudou-se para os Estados Unidos, onde,
desde 1986, é professor de piano na Universidade do
Estado do Arizona. Em 1997, recebeu o título de Re-
gents’ Professor, a mais alta honraria concedida por
universidades norte-americanas. Além da respeitada
carreira de professor, Caio Pagano é um prestigiado
pianista, que já esteve em quatro continentes para
mais de 900 apresentações como solista de orques-
tras, músico de câmara ou recitalista solo.
Além do repertório romântico e de Beethoven,
Caio Pagano é um artista ligado à música de seu
tempo e já estreou mais de 30 obras pelo mundo,
sendo a maior parte delas escrita e dedicada a ele,
incluindo vários concertos para piano e orquestra.
Pagano foi o primeiro pianista a interpretar as obras
completas de Schoenberg em várias capitais do mun-
do. Numa entrevista de 1977, ao ser perguntado so-
bre sua posição em relação à música contemporânea,
declarou: “Meu trabalho é fazer as pessoas não es-
quecerem que existe uma música viva, atuante, que
está sendo escrita agora”.

CAMILA FRÉSCA

19
SUGESTÕES DE LEITURA

R. Larry Todd
MENDELSSOHN: A LIFE IN MUSIC
OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2005

John Clapham
QUARTETO OSESP CAIO PAGANO PIANO
DVORÁK
Fundado em 2008, o Quarteto ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JULHO DE 2010
W. W. NORTON, 1979
Osesp reúne o spalla da Nascido em São Paulo, Caio
Orquestra, Emmanuele Pagano iniciou os estudos de
Kurt Honolka Baldini, o violinista Davi piano aos cinco anos e foi aluno
DVORÁK
Graton, o violista Peter Pas e o de Lina Pires de Campos,
HAUS, 2005 violoncelista Ilia Laporev. Tem Helena Costa, Conrad Hansen e
como uma de suas características Karl Engel. Atuou como solista
a reunião de músicos que se com as sinfônicas da Rádio e
INTERNET
formaram em escolas diferentes Televisão de Portugal, Nacional
— italiana, brasileira, norte- (Washington), de Baltimore e
FELIXMENDELSSOHN.COM
americana e russa. A soma da Flórida e trabalhou com os
DVORAK-SOCIETY.ORG
dessas tradições contribui para maestros Sergiu Comissiona,
enriquecer a identidade do Camargo Guarnieri, Howard
grupo. Desde sua fundação, o Griffiths, Eleazar de Carvalho
Quarteto Osesp tem sua própria e Morton Gould, entre muitos
série na Sala São Paulo, na qual outros. Estreou dezenas de
são apresentadas obras clássicas e obras como solista, sendo
propostas inovadoras e criativas. muitas delas dedicadas a ele,
Seu repertório é extremamente incluindo trabalhos de Camargo
vasto, incluindo obras que vão Guarnieri e Gilberto Mendes.
da época barroca até os jovens Atua também como professor
compositores contemporâneos. da Universidade do Estado de
Entre os que já se apresentaram Arizona desde 1986, onde recebeu
com o grupo estão artistas o título de Regents’ Professor.
como Ricardo Castro, Antonio
Meneses, Arnaldo Cohen,
David Aaron Carpenter,
Nicholas Angelich, Nathalie
Stutzmann, Jean-Efflam
Bavouzet e Osmo Vänskä.

20
21
17 QUI 20H30 CEDRO

19 SÁB 16H30
MOGNO

21 SEG 20H30
ARAUCÁRIA

22
ARNOLD SCHOENBERG E A SOPRANO MARYA FREUND, EM GURRE, NA DINAMARCA, EM 1923

OSESP ARNOLD SCHOENBERG [1874-1951]

ISAAC KARABTCHEVSKY REGENTE QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?

ROBERT DEAN SMITH TENOR Gurre-Lieder [CANÇÕES DE GURRE] [1900-11]


JENNIFER ROWLEY SOPRANO - Parte 1
- Parte 2
CHRISTINE RICE MEZZO-SOPRANO
LESTER LYNCH BARÍTONO _____________________________________
ANTHONY DEAN GRIFFEY TENOR
ANDREAS SCHMIDT NARRAÇÃO - Parte 3

MÚSICOS DO INSTITUTO BACCARELLI 130 MIN

CORO DE CÂMARA FRANZ LISZT DE WEIMAR


CORO DA OSESP
CORO ACADÊMICO DA OSESP
23
ENTREVISTA
COM O MAESTRO
ISAAC
KARABTCHEVSKY
Por que Gurre-Lieder no concerto que é parte das
comemorações de seus 80 anos?

Baseada em texto do poeta dinamarquês Jens


Peter Jacobsen, Gurre-Lieder é uma obra ímpar,
que faz antever o notável salto da tonalidade à sua
dissolução, algo que pode ser lido como metáfora
da transição de duas épocas distintas. O mundo
anterior à Primeira Grande Guerra dá lugar à per-
plexidade que permeia o início do século xx, uma
ruptura com o passado e um mergulho insondável
em novas tendências.
Nenhuma manifestação artística ficou imune à
força vital que emanava das primeiras décadas da-
quele século. Obras como a Sagração da Primavera,
de Stravinsky, cuja estreia foi em 1913 (como a de
Gurre-Lieder — uma em Paris, outra em Viena), si-
nalizam os novos tempos: são peças premonitórias
de uma incrível revolução. Sinto-me honrado por
ter sido presenteado pela Osesp com a oportunida-
de de reger uma peça dessa magnitude. Vale ainda
notar que a peça nunca foi apresentada no Brasil.

Quais são os desafios para interpretar Gurre-Lieder,


do ponto de vista do regente e da regência?

Estamos realizando a versão original, com uma or-


questra gigante, cinco cantores, um narrador e um
coro de quase 150 vozes. Aí reside a maior dificul-
dade: é como se estivéssemos colocando no palco o
mesmo efetivo da Sinfonia nº 8, de Gustav Mahler, a
chamada Sinfonia Dos Mil. A essa massa, contrapõem-
-se trechos essencialmente camerísticos — o grande
desafio é unificar o discurso musical, sem encobrir as
partes expressivas ditas e cantadas em pianíssimo.

24
ISAAC KARABTCHEVSKY REGE A OSESP EM 2014

25
Nessa peça, as influências de Wagner e Mahler
NÃO PERCA A PALESTRA DE ISAAC
são muito claras. Pode falar um pouco sobre a rela- KARABTCHEVSKY SOBRE GURRE-LIEDER NA
ção de Schoenberg com esses compositores? SÉRIE “MÚSICA NA CABEÇA”, DIA 17 DE
SETEMBRO, ÀS 20H, NA SALA SÃO PAULO.
É notória a admiração mútua de Mahler e
Schoenberg, ambos amparados pela magia sedutora
do gênio onipresente de Richard Wagner. Revelam-se,
mais do que tudo, os mergulhos profundos em planos
NÃO PERCA A PALESTRA DE JORGE DE ALMEIDA
psicológicos, como se deles emanasse a fonte primor- SOBRE GURRE-LIEDER NA SÉRIE “MÚSICA NA
dial da música. Não nos esqueçamos de que Freud era CABEÇA”, DIA 19 DE SETEMBRO, ÀS 15H30,
contemporâneo dos dois compositores: Mahler foi um NA SALA SÃO PAULO.
de seus pacientes, ainda que de forma casual.

Pode falar um pouco sobre esse Schoenberg “ro-


mântico”? Diria que ouvindo Gurre-Lieder seria possível
LEIA MAIS SOBRE GURRE-LIEDER NO ENSAIO
adivinhar o atonalismo e o dodecafonismo que viriam? “QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?”, DE
JORGE DE ALMEIDA, NA PÁGINA 14.
É preciso voltar um pouco no tempo para enten-
der o sentido do Romantismo em Gurre-Lieder. Penso
em obras como O Crepúsculo Dos Deuses e Parsifal, de
Wagner. Ou, voltando ainda mais, na Paixão Segundo
São Mateus, de Bach, que dispunha de uma orques-
tra dupla, coro ampliado, quatro vozes principais e
dez vozes secundárias. Nesse sentido, o Romantis-
mo está no gigantismo sinfônico-vocal, nos imensos
painéis que emolduram a narrativa, seja dos cantores
como dos solistas e do próprio narrador. Por vezes,
temos a impressão de estar ouvindo uma ópera de
Wagner, tamanha a proximidade. No decorrer da
obra, revela-se o jovem Schoenberg, dono absoluto
das ferramentas que norteavam a instrumentação e a
ousadia dos encadeamentos harmônicos. Em outros
trechos, era clara a evolução dessa linguagem em di-
reção à atonalidade e ao serialismo.

Em que medida o texto em que se baseia a peça


contribui para sua interpretação ou a fruição?

Como disse, a obra é composta por painéis. Cada


um deles revela um estado anímico específico, des-
crições e impressões, amalgamados num todo uni-
forme. Mas não é preciso conhecer o texto para
apreciar a obra. Quando há tanta qualidade musical,
como é o caso, todos podem intuir o talento e o po-
der criativo. Vamos ouvir Schoenberg com ouvidos
e coração!
ENTREVISTA A RICARDO TEPERMAN

26
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

SCHOENBERG
GURRE-LIEDER (2 CDS)

Orquestra Filarmônica de Berlim


Coro da Rádio de Berlim

ISAAC KARABTCHEVSKY REGENTE ROBERT DEAN SMITH TENOR Coro da Rádio de Leipzig
ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM FEVEREIRO DE 2015 PRIMEIRA VEZ COM A OSESP Coro Ernst Sennf
Em 2009, o jornal inglês The Nascido no Kansas (Estados Sir Simon Rattle, regente
Guardian indicou o maestro Isaac Unidos), Robert Dean Smith Karita Mattila, soprano
Karabtchevsky como um dos estudou com Margaret Thomas Moser, tenor
ícones vivos do Brasil. Nascido Thuenemann na Universidade Anne Sofie von Otter, mezzo-soprano
em São Paulo, estudou regência de Pittsburgh e com Daniel
Thomas Quasthoff, baixo-barítono
e composição na Alemanha, Ferro na Juilliard School of
Philip Langridge, tenor
sob orientação de Wolfgang Music (Nova York). Estreou no
EMI, 2002
Fortner, Pierre Boulez e Carl Festival de Bayreuth em 1997,
Ueter. Entre 1969 e 1994, tendo atuado nas óperas Os GURRE-LIEDER (2 CDS)
dirigiu a Orquestra Sinfônica Mestres Cantores de Nuremberg, nos
Orquestra Filarmônica de Viena
Brasileira e, entre 1995 e 2001, papéis-título de Tristão e Isolda e
Coro Arnold Schoenberg
foi diretor musical do Teatro Lohengrin, e como Sigmund em
La Fenice, em Veneza. Foi A Valquíria, todas de Wagner. Coro Filarmônico Eslovaco de Bratislava
também diretor artístico da Atuou nas óperas de Munique, Coro da Ópera de Viena
Orquestra Sinfônica de Porto Viena, Alemã de Berlim, Claudio Abbado, regente
Alegre, do Theatro Municipal no Teatro do Capitólio de Sharon Sweet, soprano
de São Paulo, da Orchestre Toulouse, no La Scala de Milão, Marjana Lipovsek, contralto
National des Pays de la Loire, no Covent Garden (Londres) e Siegfried Jerusalem, tenor
na França, e da Orquestra no Metropolitan (Nova York), Philip Langridge, tenor
Tonkünstler, em Viena. Recebeu e trabalhou com as orquestras
Hartmut Welker, barítono
a medalha do Mérito Cultural do Real do Concertgebouw,
Barbara Sukowa, narradora
governo austríaco e a comenda Filarmônica de Viena, da
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1995
Chevalier des Arts e des Lettres Filadélfia, da Rádio França,
do governo francês, além de Sinfônica de Londres e Sinfônica
condecorações de praticamente da Rádio de Stuttgart. Sua
todos os estados brasileiros. gravação Wagner Portrait (Arte
É diretor artístico e regente Nova, 2001) recebeu o Orfeu
titular da Petrobras Sinfônica, de Ouro da Academia do Disco
do Rio de Janeiro e, desde 2011, Lírico (França).
diretor artístico do Instituto
Baccarelli e da Sinfônica
Heliópolis. Participa do projeto
de gravação integral das Sinfonias
de Villa-Lobos com a Osesp,
já tendo registrado as sinfonias
números 3, 4, 6, 7, 10 e 12.

27
SUGESTÕES DE LEITURA

Charles Rosen
ARNOLD SCHOENBERG

UNIVERSITY OF CHICAGO PRESS, 1996

Arnold Schoenberg JENNIFER ROWLEY SOPRANO CHRISTINE RICE MEZZO-SOPRANO

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP PRIMEIRA VEZ COM A OSESP


STYLE AND IDEA: SELECTED WRITINGS
Nascida nos Estados Unidos, Nascida em Manchester, Ingla-
UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 2010
Jennifer Rowley estudou no terra, Christine Rice estudou
Conservatório de Música no Royal Northern College of
INTERNET
da Universidade Baldwin Music e iniciou sua carreira
Wallace, na Escola de Música musical na Ópera do Festival
SCHOENBERG.AT
da Universidade de Indiana e de Glyndebourne. Após atuar
no Instituto Superior de Arte na Ópera Nacional Inglesa, tor-
do Teatro Colón. Cantora nou-se cantora da Royal Opera
profissional desde 2003, House. Atuou como Penélope,
recebeu em 2011 o Richard em Il Ritorno d’Ulisse in Patria,
Tucker Career Grant e venceu a de Monteverdi, para a Ópera de
Competição da Fundação Licia Frankfurt; Diana, em La Calis-
Albanese-Puccini em 2012, entre to, de Cavalli, para a Ópera de
outros prêmios. Interpretou Gênova; Béatrice, em Béatrice et
Violetta Valéry, em La Traviata, Bénédict, de Berlioz, para a Ópe-
de Verdi, no Festival de Ópera ra Cômica de Paris; e nos pa-
de Savonlinna (Finlândia); péis-título de Carmen, de Bizet,
Orasia, em Orpheus, de para a Ópera Alemã de Berlim,
Telemann, na Ópera da Cidade e Ariodante e Rinaldo, de Händel,
de Nova York; e Leonora, em Il para a Ópera do Estado Bávaro.
Trovatore, de Verdi, na Ópera da Também já se apresentou no
Austrália Ocidental. Em 2014, Covent Garden, de Londres, e
fez sua primeira apresentação no no Teatro Real, de Madri, e tra-
Metropolitan de Nova York, balhou com os maestros Sir An-
como Musetta, em La Bohème, tonio Pappano, Sir Mark Elder,
de Puccini. Edward Gardner, Fabio Luisi, Sir
Andrew Davis e Yannick Nézet-
Séguin. Participou das estreias
de The Tempest, de Thomas Adès,
em 2004, e de The Minotaur, de
Harrison Birtwistle, em 2008.

28
LESTER LYNCH BARÍTONO ANTHONY DEAN GRIFFEY TENOR ANDREAS SCHMIDT NARRAÇÃO

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JULHO DE 2008 PRIMEIRA VEZ COM A OSESP

Nascido nos Estados Unidos, Nascido na Carolina do Norte Nascido em Düsseldorf, Ale-
Lester Lynch recebeu os prêmios (Estados Unidos), Anthony Dean manha, Andreas Schmidt
do Metropolitan Opera National Griffey estudou na Universidade de estudou com seu pai, Hart-
Council Auditions, da George Wingate, na Escola de Música de mut Schmidt, e também com
London Foundation, Sullivan Eastman (Rochester) e na Juilliard Ingeborg Reichelt e Dietrich
Awards e Richard Gaddes Award. School of Music (Nova York), Fischer-Dieskau. Sua estreia, em
Trabalhou com Sir Simon Rattle, Sir com Beverley Peck Johnson, e 1984, foi como Malatesta, em
Andrew Davis, Placido Domingo iniciou a carreira no programa Don Pasquale, de Donizetti, na
e Lawrence Foster, entre outros. para jovens artistas da Ópera do Ópera Alemã de Berlim, grupo
Atuou nos papéis de Crown, em Metropolitan. Interpretou diversas do qual então passou a fazer par-
Porgy And Bess, de Gershwin, nas vezes o papel-título de Peter Grimes, te. Como solista, atuou com Ru-
óperas de São Francisco, Lírica de de Britten, entre elas no Festival de dolf Jansen, Geoffrey Parsons,
Chicago, da Filadélfia, Nacional de Tanglewood, sob regência de Seiji Claudio Abbado, Daniel Baren-
Washington e da Cidade de Nova Ozawa, no Carnegie Hall, no Me- boim, Sir John Eliot Gardiner,
York; de Conde di Luna, em Il tropolitan e no Festival de Glynde- Jörg Demus e Roger Vignoles,
Trovatore, de Verdi, com as óperas de bourne. Atuou como solista com as e as orquestras Filarmônica de
Minnesota, Nashville e Kentucky; sinfônicas de Chicago, de Boston, Nova York, de Cleveland e as
e Giorgio Germont, em La Traviata, de Londres e da NHK (Tóquio), sinfônicas de Chicago e de Cin-
de Verdi, com a Grande Ópera as filarmônicas de Los Angeles, cinnati. Gravou os Lieder comple-
de Houston e a Ópera Lírica da de Nova York e de Berlim e a Or- tos de Brahms, pelo selo CPO,
Cidade de Kansas, entre outros. questra de Paris, além da própria com a soprano Juliane Banse e o
Osesp. Participou das gravações pianista Helmut Deutsch. É pro-
de Rise And Fall of The City of Maha- fessor da Escola Superior de Mú-
gonny, de Weill, com a Orquestra sica Carl Maria von Weber, em
da Ópera de Los Angeles regida Dresden, e da Escola Superior de
por James Conlon (EuroArts, Música e Teatro de Munique.
2007), que recebeu dois prêmios
Grammy.

29
CORO DE CÂMARA FRANZ LISZT CORO ACADÊMICO DA OSESP CORO DA OSESP
DE WEIMAR Criado em 2013 com o objetivo Ver pág. 92
Fundado por Walter Rein em de formar profissionalmente
1926, o Coro de Câmara Franz jovens cantores, o Coro
Liszt de Weimar é formado por Acadêmico da Osesp oferece
estudantes de canto e regência experiência de prática coral,
da Universidade de Música conhecimento de repertório
Franz Liszt, e conta também sinfônico para coro e orientação
com a participação de alunos em técnica vocal, prosódia e
da Universidade Bauhaus.O dicção. Os alunos vivenciam e
Coro participa regularmente participam do dia a dia de um MÚSICOS DO INSTITUTO BACCARELLI
como convidado em festivais coro profissional, realizando Instituição sem fins lucrativos,
e competições como as de apresentações junto ao Coro da o Instituto atende cerca de
Marktoberdorf, Graz, Belfort, Osesp, dentro de sua temporada 1300 crianças e jovens em
Fulda e Toulouse, já recebeu anual, além de concertos programas socioculturais, que
diversos prêmios e realizou organizados pela Coordenação oferecem formação musical
turnês em países como Itália, Pedagógica do Coro Acadêmico. e artística de excelência,
Ucrânia, Estados Unidos e O curso tem duração de 11 proporcionado desenvolvimento
Japão. Entre os regentes que já meses, podendo se estender por pessoal e oportunidade de
colaboraram com o grupo estão mais dois períodos de mesma profissionalização na música.
Kurt Masur, Fabio Luisi, Max duração. O Coro Acadêmico é Com sede em Heliópolis, o
Pommer e Helmuth Rilling. dirigido por Marcos Thadeu, Instituto Baccarelli oferece a
Desde 1997, é dirigido por que desde 2001 é também crianças e jovens da comunidade
Jürgen Puschbeck. responsável pela preparação uma estrutura de ponta,
vocal dos coros da Osesp. professores qualificados, aulas
em grupo e individuais - tanto
teóricas quanto práticas, além
de exercícios em conjunto nas
quatro orquestras, 27 corais
(entre coral e musicalização) e
quatro grupos de câmara.
A Orquestra Sinfônica
Heliópolis, principal grupo
da casa, é reconhecida
internacionalmente por sua
qualidade artística. Composta
por noventa músicos, ela leva o
nome de Heliópolis para todo o
Brasil, impactando positivamente
na identidade da comunidade e
na vida dos moradores.

30
MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

RECITAIS
OSESP
Prestigiados músicos apresentam recitais solo e programas
de câmara em formato original: cadeiras no palco
aproximam o público dos artistas, criando uma verdadeira
sala de câmara dentro da Sala São Paulo

SET NOV
20 DOM 16H 22 DOM 16H
ALUNOS DA ACADEMIA DA OSESP ARNALDO COHEN PIANO ARTISTA EM RESIDÊNCIA

EMMANUELE BALDINI REGENTE CLAUDE DEBUSSY


Images: Livro I
MANUELA FREUA SOPRANO ISAAC ALBÉNIZ
ARNOLD SCHOENBERG QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?
Iberia: Livro 1
Noite Transfigurada, Op.4 ALEXANDER SCRIABIN SCRIABIN100
Pierrot Lunaire, Op.21 Sonata nº 2 em Sol Sustenido Menor,
Op.19 - Sonata-Fantasia
FRANZ LISZT
Sonata em Si Menor

PROGRAMAÇÃO SUJEITA A ALTERAÇÕES


MAIS INFORMAÇÕES: OSESP.ART.BR

APOIO REALIZAÇÃO

31
18 SEX 21H QUARTETO OSESP

QUARTETO OSESP
MANUELA FREUA SOPRANO

MAURICE RAVEL [1875-1937]

Quarteto em Fá Maior [1902-3]

- Allegro Moderato. Très Doux [Muito Suave]


- Assez Vif. Très Rythmé [Bastante Vivo. Muito Ritmado]
- Très Lent [Muito Lento]
- Vif et Agité [Vivo e Agitado]
23 MIN

_____________________________________

ARNOLD SCHOENBERG [1874-1951]


QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?

Quarteto de Cordas nº 2 em Fá Sustenido Menor


Com Soprano, Op.10 [1907-8]

- Mässig [Moderado]
- Sehr rasch [Muito Vivo]
- Litanei. Langsam [Litania. Lento]
- Entrückung. Sehr langsam [Arrebatamento. Muito Lento]
32 MIN

32
QUATRO ÁRVORES, TELA DE EGON SCHIELE, 1917

33
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

O
Quarteto em Fá Maior, de Maurice Ravel,
faz parte da obra de juventude do compo-
RAVEL
sitor. Trata-se da primeira grande peça de
STRING QUARTET
Ravel, pois até então sua produção tinha se
Ad Libitum Quartet resumido a páginas curtas. Foi escrita entre dezembro
NAXOS, 2000
de 1902 e abril de 1903, período em que ele precisava
digerir a mais recente reprovação no prestigioso Prix de
STRING QUARTET
Rome.
Melos Quartett Única incursão que faria no gênero, o Quar-
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 2012 teto foi dedicado a Gabriel Fauré, que, no entan-
to, não demonstrou grande entusiasmo pela peça,
SCHOENBERG em particular por causa do quarto movimen-
STRING QUARTETS N OS 2 & 4 to, que julgou “curto, mal equilibrado e, fran-
Quarteto de Cordas de Leipzig camente, perdido”.1 Diante de tal avaliação, De-
Christiane Oelze, soprano bussy também seria consultado e declarou: “Em
MDG, 2000 nome dos deuses da música, e do meu, não toque
em nada do que você escreveu em seu Quarteto”.2
COMPLETE STRING QUARTETS E assim foi feito.
LaSalle Quartet O Quarteto Heyman estreou a obra em Paris,
Margaret Price, soprano num concerto organizado pela tradicional Société
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 2013 Nationale de Musique — que tinha por objetivo a
divulgação de obras de compositores contempo-
râneos franceses — na sala de concertos da Schola
Cantorum, em 5 de março de 1904. A recep-
ção foi controversa: o crítico Pierre Lalo escre-
veu no jornal Le Temps que, sob vários aspec-
tos, o Quarteto de Ravel era demasiadamente
próximo ao de Debussy. Já Jean Marnold afir-
mou no Mercure de France, em abril de 1904: “É
necessário guardar o nome de Maurice Ravel.
É o nome de um dos mestres de amanhã”.
Importante ressaltar que as obras de Ravel sempre
foram recebidas com receio pela Société Nationale
de Musique, sendo duramente atacadas por
Lalo, ardente defensor dos ideais da associação.
Essa realidade levou Ravel e uma nova geração de
compositores a abandonar a SNM e fundar, em 1909,
a Société Musicale Indépendante, igualmente voltada
para a divulgação da música contemporânea.
A unidade dos quatro movimentos que formam
o Quarteto é obtida por meio do uso cíclico dos te-
mas. Assim, o “Allegro Moderato”, estruturado na
forma-sonata, apresenta os dois temas que, em di-
versas disposições e transformações, estão presen-
tes no decorrer da obra. Fazendo uso do segundo
tema no surpreendente movimento que segue, Ravel
afirma toda sua genialidade, recriando, por meio do

34
uso magistral do pizzicato, um ambiente de leveza e
humor, contrastado por um reflexivo episódio cen-
tral. Possivelmente, Ravel quis realizar aqui uma
homenagem implícita a Debussy, que tanto admi-
rava. Basta observar que o segundo movimento do
Quarteto deste, composto dez anos antes, explora
igualmente o pizzicato, recria o mesmo ambiente e
traz praticamente a mesma indicação de andamento.
O terceiro movimento, grande momento reflexivo
da obra, traz elementos dos temas já apresentados. A
presença marcante da viola é ainda mais evidente.
O brilhante movimento final revisita mais uma
vez as ideias expostas inicialmente, apresentadas
aqui como uma espécie de moto-perpétuo, em ace-
lerando constante, sendo explorado ao máximo o
virtuosismo dos instrumentos. Nota-se ainda uma
significativa evolução dos timbres graves em di-
reção aos agudos. O especialista Marcel Marnat
descreve esse procedimento por meio de uma be-
líssima imagem: “Entendamos Ravel — e isso se
afirma definitivamente com o Quarteto — como
um artista para o qual as piores angústias inte-
gram-se numa sucessão de esforços em direção
a dias melhores”.3
[2014]

DANIELI LONGO BENEDETTI é pianista, professora no De-


partamento de Música da Unesp e autora de Obras de Guer-
ra: A Produção Musical Francesa Durante os Anos da Primeira
Guerra Mundial (Annablume/Fapesp, 2013).

1. Manuel, Roland. Ravel


(Paris: Mémoire du Livre, 2000), p. 54.
2. Ibidem.
3. Marnat, Marcel. Maurice Ravel
(Paris: Fayard, 1986), p.126.

35
SUGESTÕES DE LEITURA

A
rnold Schoenberg escreveu o Quarteto nº 2
entre 1907 e 1908, utilizando textos do poe-
Marcel Marnat
ta Stefan George e prevendo a participação
MAURICE RAVEL
FAYARD, 1995
de uma soprano. O caminho iniciado com
o sexteto Noite Transfigurada, de 1899, sombria inves-
tigação a respeito da relação amorosa, é agora levado
Roger Nichols
RAVEL
adiante: Schoenberg partia definitivamente em busca
YALE UNIVERSITY PRESS, 2011
do atonalismo.
Àquela altura, porém, o compositor ainda se via
Charles Rosen
preso entre uma nova forma de compor e a sensação
ARNOLD SCHOENBERG
de perda em relação ao que abandonava. Schoen-
UNIVERSITY OF CHICAGO PRESS, 1996
berg não se considerava um músico de vanguarda,
sabia que estava dando sequência a algo já iniciado.
Arnold Schoenberg
A força histórica que o levou para o atonalismo era,
STYLE AND IDEA: SELECTED WRITINGS
para ele, inevitável e incômoda: “Eu me senti como
UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 2010 se estivesse caindo num oceano de água fervendo”,1
escreveu. Ao mesmo tempo, não podem ser ignora-
dos nesse passo artístico elementos da sua própria
INTERNET biografia. Seu Quarteto nº  2 foi dedicado à esposa,
que o havia deixado para viver com o pintor Richard
MAURICE-RAVEL.NET Gerstl, e a vivência da desilusão parecia refletida nos
SCHOENBERG.AT novos rumos que sua música tomava.
Da mesma forma, é preciso lembrar que Schoen-
berg vivia num momento em que a arte, impulsiona-
da pelo desenvolvimento da psicanálise, começava a
revelar emoções cada vez mais intensas e angustian-
tes. Nascia o Expressionismo — e ele não parecia
caber mais dentro da harmonia tonal tradicional.
A nova arte necessitava de novos recursos. E tam-
bém nesse sentido é possível entender a chegada de
Schoenberg ao atonalismo.
“Sinto o ar de outros planetas”: essas palavras,
que abrem o quarto movimento, “Entrückung” [Ar-
rebatamento], mexeram com o compositor. Schoen-
berg criou um mundo de imagens de espera, distan-
ciamento e suspensão do sentimento erótico, em que
a música não é mais presa pela gravidade entre tons.
Precedido por dois movimentos com harmonia to-
nal expandida e um movimento tonal permeado por
grandes zonas atonais, com uma linha angustiante

1. Griffiths, Paul. Modern Music: a Concise History From


Debussy to Boulez. Londres: Thames & Hudson, 1978.

36
para a soprano, o quarto movimento é lento e, pela
primeira vez, atonal. A escrita vocal é solene e, no
fim, um grande epílogo culmina num gigantesco
acorde maior. Poderia soar como a resolução de to-
das as tensões musicais e existenciais da peça, mas
o feito de Schoenberg é fazer até mesmo o acorde
perfeito maior causar estranhamento.
A recepção do Quarteto testemunha o momento
de transformação artística, social e cultural do início
do século xx. O violinista Arnold Rosé, integran-
te do grupo responsável pela estreia, afirmou que
Schoenberg estava 20 anos à frente de seu tempo. E
a primeira apresentação, em dezembro de 1908, na
sala Bösendorfer, em Viena, foi um escândalo. Os
discípulos do compositor aplaudiam, enquanto o pú-
blico mais conservador gritava, gargalhava, exigia que
os músicos parassem de tocar. Ao final do concerto,
houve um embate físico no foyer do teatro. A polícia foi
chamada. A música, bem como as manifestações, pa-
reciam profanar o espaço sagrado da sala de concertos.

MANUELA FREUA é cantora.

NÃO PERCA A PALESTRA DE JORGE DE ALMEIDA


SOBRE O QUARTETO Nº 2 NA SÉRIE “MÚSICA
NA CABEÇA”, DIA 18 DE SETEMBRO, ÀS 20H,
NA SALA SÃO PAULO.

LEIA MAIS SOBRE O QUARTETO Nº 2 NO


ENSAIO “QUEM TEM MEDO DE
SCHOENBERG?”, DE JORGE DE ALMEIDA, NA
PÁGINA 14.

37
QUARTETO OSESP MANUELA FREUA SOPRANO

Ver pág. 20 ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM OUTUBRO DE 2011

Nascida em São Paulo, Manuela


Freua iniciou os estudos de
canto em 1987, com Maria
do Carmo Reis, e foi aluna de
Isabel Maresca. Estudou canto
lírico na Unesp e aperfeiçoou-
se na Academia Franz Liszt de
Budapeste. Em 2005, recebeu o
prêmio revelação no Concurso
Maria Callas, em São Paulo,
e foi premiada no Concurso
Bidu Sayão, em Belém. Como
solista, interpretou Yniold, em
Pelléas et Mélisande, de Debussy;
Ascagne, em Les Troyens, de
Berlioz; Musetta, em La Bohème,
de Puccini; e Maria, em Hänsel
und Gretel, de Humperdinck, em
palcos como o Theatro Municipal
de São Paulo, o Teatro Amazonas e
o Theatro São Pedro.

38
39
OS MÚSICOS RESPONSÁVEIS PELA ESTREIA DE PIERROT LUNAIRE, COM SCHOENBERG (TERCEIRO DA

ESQUERDA), NA CHORALION-SAAL, EM BERLIM, APÓS A PERFORMANCE EM 16 DE OUTUBRO DE 1912

40
20 DOM 16H RECITAIS OSESP

ALUNOS DA ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP


EMMANUELE BALDINI REGENTE
MANUELA FREUA SOPRANO

ARNOLD SCHOENBERG [1874-1951]


QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?

Noite Transfigurada, Op.4 [1899]


28 MIN

_____________________________________

Pierrot Lunaire, Op. 21 [Pierrô Lunar] [1912]


Parte I
- Bêbado de Lua
- Colombina
- O Dândi
- Lavadeira Lívida
- Valse de Chopin
- Madonna
- A Lua Doente
Parte II
- Noite
- Prece ao Pierrô
- Roubo
- Missa Vermelha
- Canção da Forca
- Decapitação
- As Cruzes
Parte III
- Nostalgia
- Atrocidade
- Paródia
- Borrão de Lua
- Serenata
- Regresso
- Ó, Velho Olor
34 MIN

LEIA SOBRE NOITE TRANSFIGURADA NO


ENSAIO “QUEM TEM MEDO DE
SCHOENBERG?”, DE JORGE DE ALMEIDA, NA
PÁGINA 14.

41
E
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS
ntre 1909 e 1913, Schoenberg começou a se
posicionar como artista de vanguarda, supe-
SCHOENBERG
VERKLÄRTE NACHT
rando as limitações de antigas escolas estéticas.
Em 1911, escreveu seu Tratado de Harmonia. E,
Quarteto de Cordas de Leipzig
um ano mais tarde, estreou Pierrot Lunaire, peça en-
MDG RECORDS, 1998
comendada pela atriz Albertine Zehme, especialista
VERKLÄRTE NACHT
em melodramas (texto recitado com acompanhamen-
to musical). Pierrot é um ciclo de canções baseado na
The Hollywood String Quartet
tradução livre de Otto Erich Hartleben para a poesia
Alvin Dinkin, viola
do autor simbolista belga Albert Giraud. Schoenberg
Kurt Reher, violoncelo já conhecia Hartleben — em 1901, havia trabalhado
TESTAMENT, 1994
num cabaré berlinense no qual ele atuava como dire-
tor musical. Esse universo de cabaré acabaria influen-
PIERROT LUNAIRE; HERZGEWÄCHSE;
ODE TO NAPOLEON ciando a criação do Pierrot, em especial no que diz res-
Ensemble InterContemporain peito à alternância entre o cantar e o recitar.
Christine Schäfer, soprano
A febre da commedia dell’arte, teatro de improviso
nascido na Itália no século xvi, gozava de popula-
Pierre Boulez, regente
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1998
ridade entre artistas e intelectuais do começo do
século xx. Ao gosto da época, o pierrô simplório
PIERROT LUNAIRE, OP.21
tornava-se um indivíduo complexo, romântico in-
Ensemble Avantgarde
curável, sofrendo pela amada colombina, amante
de seu rival arlequim. No prefácio à tradução de
Salome Kammer, soprano
Hartleben, o ensaísta Franz Blei o descrevia como
Hans Zender, regente
“um cínico lunático que usa um véu preto sobre seu
MDG, 1995
coração vermelho, o último neto da ironia român-
tica, um suplicante com a modéstia mais frágil”.1
O pierrô seria uma vítima dos demais persona-
gens, um sonhador sem lugar no mundo real — em
suma, a personificação do artista moderno. Usando
novas linguagens harmônicas, Schoenberg faria da
poesia de Giraud a história de um artista que se sa-
crifica pela sua arte.
O compositor escolheu 21 das 50 canções originais
de forma aleatória e só as organizaria depois de ter ter-
minado o trabalho de escrita, prevendo três partes de
sete poemas cada. Para um autor supersticioso e de-
votado à numerologia, não era mero acaso escrever 21
peças, em 1912, para seu Opus número 21.
Pierrot Lunaire é um passeio pelo universo psico-
lógico do personagem. Erotismo, desespero, mar-
tírio, fantasias, paranoias e punições dominam as
duas primeiras partes da obra. Na terceira, como
para fugir desse pesadelo criado por ele mesmo,
Schoenberg rende o personagem ao sentimentalis-
mo e à nostalgia. Como já acontecera na Noite Trans-
figurada, em que a lua ilumina — ou obscurece — o
passeio dos amantes pela floresta, aqui também ela

42
paira sobre os personagens, refletindo seus estados
de espírito, encantadora, embriagante, ameaçadora
e, finalmente, nostálgica, feita de lembranças.
De acordo com o caráter da história, também a
instrumentação utilizada por Schoenberg (piano,
violino, viola, clarinete, clarinete-baixo, flauta,
piccolo e violoncelo) vai se alterando. O compositor
oscila cuidadosamente entre ilustrações e comentá-
rios musicais para iluminar a atmosfera dos poemas;
com o instrumental, ilustra aquilo que a voz des-
creve. Apesar da proposta de Zehme, que queria o
texto declamado, Schoenberg preferiu combinar a
fala e o canto, criando o que chamou de Sprechge-
sang [canto falado]. Segundo instruções do próprio
compositor, a melodia na partitura (com algumas
poucas e sinalizadas exceções) não deve ser canta-
da: o intérprete tem a tarefa de transformar a linha
escrita numa fala melódica, levando em conta as al-
turas designadas, mas sem tomar liberdades com o
ritmo. Segundo o compositor, “o Sprechgesang deve
ficar entre a fala cantada e a fala realista; o intérpre-
te deve procurar uma fala que contribui para uma
forma musical, mas nunca reminiscente do cantar”.

MANUELA FREUA é cantora.

NÃO PERCA A PALESTRA DE JORGE DE ALMEIDA


SOBRE PIERROT LUNAIRE NA SÉRIE “MÚSICA
NA CABEÇA”, DIA 20 DE SETEMBRO, ÀS 15H,
NA SALA SÃO PAULO.

1. Fabio, Mike. “Portrait of The Artist as a Young


Clown: Narrative Structure And Purpose in Arnold
Schoenberg’s Pierrot Lunaire”. Disponível em: http://
alumni.media.mit.edu/~revrev/pierrot.pdf.

43
SUGESTÕES DE LEITURA

Arnold Schoenberg
STYLE AND IDEA: SELECTED WRITINGS
UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 2010

EMMANUELE BALDINI REGENTE


Arnold Schoenberg
HARMONIA
Spalla da Osesp desde 2005, ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP

EDITORA UNESP, 2011


Emmanuele Baldini foi aluno Criada em 2006, a Academia de
de Corrado Romano no Música da Osesp oferece edu-
Jonathan Dunsby
Conservatório de Genebra, cação teórica, instrumental e
SCHOENBERG: PIERROT LUNAIRE
estudou música de câmara com artística. O currículo é com-
CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1992
o Trio di Trieste e com Franco posto por aulas individuais de
Rossi, aperfeiçoando-se em Berlim instrumento, aulas e estágios
e Salzburgo com Ruggiero Ricci. em música de câmara e práti-
INTERNET Vencedor de vários concursos ca de orquestra e masterclasses
internacionais, deu início à com os solistas das temporadas
SCHOENBERG.AT carreira solo após ganhar o da Osesp, além de aulas teóricas
“Virtuosité” de Genebra. Tanto sensíveis às necessidades indi-
como solista como em recitais de viduais e à formação prévia de
violino e piano, apresentou-se em cada academista. Os alunos são
cidades europeias como Viena, acompanhados de perto por mú-
Munique, Berlim, Budapeste e sicos da Osesp, em sua maioria
Paris. Interpretou os principais chefes de naipe, e têm a possibi-
concertos do repertório para lidade de assistir a todos os en-
violino, acompanhado de saios e apresentações, vivencian-
orquestras como a Orquestra de do e participando do dia-a-dia
Câmara de Viena, a Sinfônica da de uma orquestra profissional.
Rádio de Berlim, a Orquestra da
Suiça Romanda e a Osesp. No
repertório camerístico, tocou ao
lado de Arnaldo Cohen, Jean-
-Philippe Collard e Antonio
Meneses, entre outros.
Emmanuele Baldini foi spalla
da Orquestra do Teatro Comunale
de Bolonha, da Orquestra de
Trieste e da Sinfônica da Galícia
e colaborou com a Orquestra do MANUELA FREUA SOPRANO

Teatro alla Scala, de Milão. Sua ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM OUTUBRO DE 2011

discografia inclui gravações para Ver p.138


os selos Agorá, Algol, Rivo Álto
e Phoenix, destacando-se as obras
completas para violino e piano
de Martucci, “um dos maiores
tributos a Martucci”, segundo a
revista Classic Voice. Desde 2008, é
também o primeiro violino
do Quarteto Osesp.

44
Promover a democratização da
cultura como um valor maior, capaz
de modificar a vida das pessoas.
,TUVZZVKPHHKPH[YHIHSOHTVZWHYHWYV[LNLY[\KVVX\L
®LZZLUJPHSWHYHZ\HMHT²SPH,HJ\S[\YH®\THKLSHZ7VYPZZV
HWVPHTVZVWYVQL[V+LZJ\IYHH6YX\LZ[YHKLZLU]VS]PKV
WLSH6:,:7X\LNHYHU[LVHJLZZVKLTPSOHYLZKL
IYHZPSLPYVZHH¼LZLK\JH[P]HZLT\ZPJHPZKLX\HSPKHKL

REALIZAÇÃO

45
24 QUI 21H JACARANDÁ

25 SEX 21H PEQUIÁ

26 SÁB 16H30 IPÊ

OSESP
MARIN ALSOP REGENTE

JOHANNES BRAHMS [1833-97]


Sinfonia nº 1 em Dó Menor, Op.68 [1854-76]
- Un Poco Sostenuto. Allegro
- Andante Sostenuto
- Un Poco Allegretto e Grazioso
- Adagio. Piu Andante. Allegro Non Troppo, ma Con Brio
45 MIN

_____________________________________

Sinfonia nº 2 em Ré Maior, Op.73 [1877]


- Allegro Non Troppo
- Adagio Non Troppo
- Allegretto Grazioso, Quasi Andantino
- Allegro Con Spirito
40 MIN

SALA SÃO PAULO, FOTO DE MAURO RESTIFFE, 2015

46
47
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

A
música de Brahms tem um lugar mui-
BRAHMS
to especial no meu coração. Aos 12
SINFONIA Nº 1; ABERTURA TRÁGICA
anos, participei de um acampamento
Orquestra Sinfônica do Estado de São de música. Indo para o dormitório pelo
Paulo
corredor, ouvi uma gravação vinda do quarto de
John Neschling, regente
alguém e fiquei pasma. Sentei no chão para ouvir
BISCOITO FINO, 2008
e fui tomada pela emoção, a ponto de começar a
chorar. Foi a primeira vez que me lembro de ter
SYMPHONY Nº 1; TRAGIC OVERTURE;
sido tocada por uma obra musical e de ter enten-
ACADEMIC FESTIVAL OVERTURE
dido o poder transformador da música. A peça era
Orquestra Filarmônica de Londres
o Sexteto de Cordas em Si Bemol Maior de
Marin Alsop, regente Brahms, que logo estava adorando tocar, e que
NAXOS, 2005 ainda me comove profundamente.
Minha reação visceral ao Sexteto de Brahms se
SYMPHONY Nº 2; HUNGARIAN DANCES estendeu a toda sua música, principalmente suas
Orquestra Filarmônica de Londres quatro sinfonias mágicas. Para mim, são quatro
Marin Alsop, regente planetas no mesmo universo — cada uma com sua
atmosfera e sua topografia únicas, mas ligadas
NAXOS, 2005
num nível fundamental.
Que realização fantástica, especialmente
THE COMPLETE SYMPHONIES; HAYDN
VARIATIONS; PIANO CONCERTO N° 2 IN
considerando a enorme luta que Brahms precisou
B-FLAT (4 CDS) enfrentar para escrever a primeira delas. Ten-
Orquestra Filarmônica de Viena tou muitas vezes, mas só quando todos tinham
Wilhelm Furtwängler, regente virtualmente desistido de acreditar que um dia
MUSIC & ARTS, 1999 escreveria uma sinfonia foi que surgiu sua monu-
mental Sinfonia n° 1. Quando a peça estreou,
ele já tinha 43 anos!
Reger todas as quatro sinfonias de Brahms é
um verdadeiro privilégio e uma experiência real-
mente especial. Espero que nossos ouvintes possam
ser transportados para aquele corredor em que me
apaixonei por Brahms pela primeira vez.

MARIN ALSOP. Tradução de Rogério Galindo.

S
chumann caracterizou as primeiras sonatas
para piano de Brahms como “sinfonias veladas”
e incentivou o amigo a escrever para grupos
maiores. Mas se passariam 23 anos até que
Brahms brindasse o mundo com sua Sinfonia nº 1. Já
em 1854, o compositor havia reagido à sugestão de
Schumann orquestrando o primeiro movimento de
uma sonata para dois pianos, que logo se tornou o mo-
vimento de abertura de seu Concerto n° 1 Para Piano.

48
Uma nova tentativa veio logo a seguir, quando volta do tema da trompa é o clímax de recapitulação,
Brahms experimentou transformar sua Serenata nº 1 e a volta do coral garante a euforia do final. O regente
numa sinfonia — mas avaliou que era uma respos- Hans von Bülow chamou essa sinfonia de “Décima”,
ta inadequada à tradição sinfônica beethoveniana o que foi muitas vezes visto como um aval a Brahms
que tanto valorizava. No verão de 1862, o primei- como herdeiro de Beethoven.
ro movimento de uma sinfonia em Dó Menor estava

A
pronto para ser mostrado aos amigos, ainda sem a Sinfonia nº 2 foi escrita menos de um ano de-
introdução lenta que seria acrescida à versão final da pois da Primeira. Como em outros casos de
obra, concluída 14 anos depois. obras que vieram aos pares, o envolvimento
No início dos anos 1870, Brahms disse ao regente criativo com um gênero específico tinha re-
Hermann Levi: “Nunca vou escrever uma sinfonia! sultado em ideias demais para uma única peça, levan-
Você não tem ideia de como é ouvir sempre os pas- do o compositor a produzir obras contrastantes que,
sos daquele gigante Beethoven marchando atrás”. apesar disso, têm ligações sutis entre si. Comparada
O impulso final veio de Wagner, que, tendo afir- à monumentalidade dramática da Primeira, a Segunda
mado que os verdadeiros sucessores da sinfonia be- prioriza o lirismo e a alegria — Brahms a chamava
ethoveniana eram seus próprios dramas musicais, de “sinfonia feliz”. Isso dito, o material pré-temático
abriu seu teatro em Bayreuth em agosto de 1876. de abertura, um tema de quatro notas nos violoncelos
Talvez Brahms tenha se sentido no dever de mos- que fornece o ponto de partida para vários temas na
trar que a tradição beethoveniana ainda era capaz obra, é essencialmente uma simplificação da abertura
de suportar originalidade e profundidade no gênero do tema beethoveniano no finale da Primeira.
sinfônico. Finalmente, em 4 de novembro de 1876, Brahms provocava os amigos que ainda não ti-
a Sinfonia nº 1 teve sua estreia, em Karlsruhe, com nham ouvido sua nova sinfonia dizendo que era es-
regência de Otto Dessoff. pecialmente lúgubre, mas de fato achava que a obra
Brahms aproveitou a ideia do início pré-temático também tinha um lado mais sombrio. Chegou a
que Beethoven usou na Nona e a adaptou nas linhas afirmar que as entradas de trombone no primeiro
cromáticas divergentes que soam sobre os terríveis movimento refletiam sua própria melancolia. No
toques de tímpano que abrem sua Sinfonia nº 1. Tam- movimento lento, os quatro instrumentos graves de
bém usou esse material pré-temático em todos os metal realçam a suntuosa melodia de abertura. Para
movimentos como uma força de ligação, com uma o terceiro movimento, Brahms inverte e estende
evocação especialmente forte no início do finale. esse tema num gracioso minueto, que depois trans-
A peça também renova as formas beethovenianas forma em diferentes seções mais rápidas, trazendo à
dos movimentos, especificamente a forma-sonata do tona novos tipos de danças — um galope, que inclui
primeiro e do último movimentos, e a forma terná- material semelhante ao de uma marcha, e uma valsa
ria para os movimentos internos. Isso se dá de uma rápida. Cada seção do finale começa de maneira dis-
maneira que levaria seus primeiros críticos a sugerir creta, com a elaboração do motivo que serve como
que a obra tinha um “programa secreto”. Embora não tema; na exposição, isso leva a uma variante enérgi-
fosse o caso, a observação aponta para a natureza evo- ca e jovial e a um segundo tema arrebatador, com o
cativa dos temas e dos tratamentos de Brahms. motivo novamente invertido. Na coda, um arroubo
O último movimento, por exemplo, começa com de glória nos trombones e nos trompetes traz um
contrastes extremos: uma sombria evocação do ma- desfecho apaziguador. A estreia ocorreu em Viena,
terial pré-temático combinada com uma amostra em 30 de dezembro de 1877, com regência de Hans
do tema principal do “Allegro”, levando ao tema da Richter.
trompa e ao coral solene que se segue. O tema prin-
cipal do “Allegro” indubitavelmente ecoa a melodia da ROBERT PASCALL é professor honorário de filologia da música
“Ode à Alegria”, de Beethoven, com Brahms nova- na Universidade de Cambridge e autor de Brahms: Biographi-
mente evocando e reinterpretando o predecessor. A cal, Documentary And Analytical Studies (Cambridge University
costura de todos esses elementos díspares é notável: a Press, 2008). Tradução de Rogério Galindo.

49
SUGESTÕES DE LEITURA

Michael Musgrave (org.)


THE CAMBRIDGE COMPANION TO BRAHMS

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1999

Walter Frisch e Kevin C. Karnes (orgs.) MARIN ALSOP


BRAHMS AND HIS WORLD DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR

PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 2009 Regente titular da Osesp


desde 2012, a nova-iorquina
Malcolm MacDonald
Marin Alsop foi a primeira
mulher a ser premiada com
BRAHMS
o Koussevitzky Conducting
ZAHAR, 1993
Prize do Tanglewood Music
Center, onde foi aluna de
Robert Pascall Leonard Bernstein. Formada
BRAHMS: BIOGRAPHICAL, DOCUMENTARY pela Universidade de Yale, é
AND ANALYTICAL STUDIES
diretora musical da Sinfônica de
CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2008
Baltimore desde 2007. Lidera
atividades educacionais que
INTERNET
atingem mais de 60 mil alunos:
em 2008, lançou o OrchKids,
JOHANNESBRAHMS.ORG programa destinado a prover
educação musical, instrumentos
e orientação aos jovens menos
favorecidos da cidade. Como
regente convidada, apresenta-se
regularmente com a Filarmônica
de Nova York, a Orquestra da
Filadélfia, a Sinfônica de
Londres e a Filarmônica de Los
Angeles, entre outras. Em 2003,
foi a primeira artista a receber,
no mesmo ano, o Conductor’s
Award, da Royal Philharmonic
Society, e o título de Artista do
Ano, da revista Gramophone.
Em 2005, foi a primeira regente
a receber a prestigiosa bolsa
da Fundação MacArthur e,
em 2013, a primeira a reger a
“Last Night of The Proms” do
festival londrino promovido
pela BBC. No início de 2014,
foi escolhida pela rede CNN
como uma das sete mulheres
de mais destaque no mundo
no ano anterior.

50
MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

POPULAR
CONCERTOS A PREÇO

A AS !
R
PA ANÇA S
CR I
TURO
B 0
OU B 11H -16 H 3
0 S Á 1 1 H 3 0
1 O M - 1 6 H
D
11 EG 11H
12 S TCHUK OZ E NARRAHÇIDÃAO REGE
NTE
REGE
NTE
V S
E R POLIS NHOTTO ERUO YO
N T
WAG A CALCA OSESP |
AN DA
ADRI NFANTIL
I EV
CORO KOFI O
G EI PR , O p.67 FANT
IL
S E R L o b o C ORO IN
eo RI PARA
Pedro MEHMA O AMPLIADA
RÉ RSÃ
AND B ic hos [VE NDA OSESP] EHM
ARI]
d os E M
Festa CO M É
A. EN NDR
UESTR O S S DE A
EO RQ R S J O
DIVE
N
E S p i m [ARRA
R m
AUTO s de Parti
õ e
Canç
la
ou pe s,
bilheteria estudante
n a ara ato
venda gressos p ntação no
ress os à o s in p re se
s. Ing esconto n ediante a 7 anos.
raçõe d :
ita a alte . 50% de a de 60, m sugerida
ação suje 03.1212 d e acim e m ínima
am 40 ida Idad
Progr ápido ssoas com entação.
sso R s
Ingre tados e pe da apre
en dia
apos pra e no
m
da co

REALIZAÇÃO
REALIZAÇÃO

51
52
OUT
1 QUI 21H CEDRO

2 SEX 21H ARAUCÁRIA

3 SÁB 16H30 MOGNO

OSESP
MARIN ALSOP REGENTE

JOHANNES BRAHMS [1833-97]

Sinfonia nº 3 em Fá Maior, Op.90 [1883]

- Allegro Con Brio


- Andante
- Poco Allegretto
- Allegro
33 MIN

_____________________________________

Sinfonia nº 4 em Mi Menor, Op.98 [1884-5]

- Allegro Non Troppo


- Andante Moderato
- Allegro Giocoso
- Allegro Energico e Passionato
39 MIN

SALA SÃO PAULO, FOTO DE MAURO RESTIFFE, 2015

53
A
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS
ousada abertura de acordes e o primeiro
tema dançante da Sinfonia nº 3, de Brahms,
BRAHMS
foram relacionados a várias referências: a
SINFONIA Nº 3; ABERTURA DO FESTIVAL
ACADÊMICO
passagens das Sinfonias nº 1 e nº 3 de Schu-
mann, ao incontestável patriotismo de Brahms e ao
Orquestra Sinfônica do Estado de São
Paulo motivo Fá-Lá-Fá (F-A-F, que em alemão abrevia a
John Neschling, regente
expressão frei aber froh — livre, mas feliz) —, o que
BISCOITO FINO, 2009
é uma completa invenção do biógrafo Max Kalbeck.
O único comentário do próprio Brahms a respeito
SINFONIA Nº 3; VARIAÇÕES SOBRE
foi sobre o fato ter se baseado numa cantiga popular
UM TEMA DE HAYDN de Berchtesgaden, cidade no extremo sul da Baviera.
Orquestra Filarmônica de Londres Como costumava dizer o maestro Wilhelm Furtwän-
Marin Alsop, regente
gler, Brahms era sempre popular, independente do
que estivesse compondo.
NAXOS, 2007
O motivo coral da abertura tem um papel mais
importante nessa Sinfonia do que na Primeira (neste
SINFONIA Nº 4; DANÇAS HÚNGARAS
caso, como naquele, uma melodia de tipo coral com-
Orquestra Filarmônica de Londres posta pelo próprio Brahms). O tema retorna no mo-
Marin Alsop, regente vimento lento, no início do finale, agora numa versão
NAXOS, 2007 para metais e também na coda, transfigurado.
Os comentaristas logo encontraram interpreta-
THE COMPLETE SYMPHONIES (2 CDS)
ções programáticas, com Clara Schumann descre-
Orquestra Filarmônica de Berlim
vendo a sinfonia inteira como “cheia da magia se-
creta da vida da floresta”, e Joseph Joachim ouvindo
Herbert von Karajan, regente
a história de Hero e Leandro no finale. A Sinfonia
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1987
estreou em 2 de dezembro de 1883, em Viena, com
regência de Hans Richter, que apelidou a obra de
4 SYMPHONIEN (4 CDS) Eroica de Brahms. A peça teve grande sucesso, e a
Orquestra Filarmônica de Berlim reação curiosa do compositor foi pensar se deveria
Claudio Abbado, regente cancelar as próximas apresentações.
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1992

A
Sinfonia nº 4 surgiu pouco depois da Terceira.
Brahms escreveu o primeiro e o segundo
movimentos no verão de 1884, e o quarto
e o terceiro movimentos (nessa ordem) no
verão de 1885. Aos amigos, anunciou a obra com sua
costumeira mistura de ironia, humor e autodepre-
ciação. A Hans von Bülow, por exemplo, escreveu:
“Temo que a obra tenha o sabor do clima daqui —
onde as cerejas nunca ficam doces o suficiente para
comer”. Ao que parece, ele estava realmente tímido
em relação à sua “sinfonia triste” (como a chamava),
pensando se deveria apresentá-la ou não. Ensaios
bem-sucedidos em Meiningen fizeram com que se de-
cidisse, e ele próprio regeu a estreia no mesmo local
em 25 de outubro de 1885.

54
Cerca de três anos antes, Brahms havia pergun-
tado a amigos o que pensavam sobre um movimento
sinfônico escrito sobre o tema da chacona da Cantata
nº 150 de J. S. Bach. Embora a Sinfonia nº 3 ainda não
estivesse concluída, Brahms já estava tomando uma
decisão fundamental em relação ao finale da Quarta.
Ele conhecia bem essa forma essencialmente bar-
roca, tendo feito um arranjo da Chacona Para Violino
Solo de Bach para a mão esquerda no piano. Para a
Sinfonia, deu ao tema da cantata de Bach um novo
ritmo, tornou-o melódico e acrescentou cromatis-
mos. O finale tem 32 variações (contando o tema
como primeira), e Brahms deu forma à série com
uma parte intermediária contrastante (a assombrosa
melodia solo na flauta e as serenas variações maio-
res que se seguem) e com variações subsequentes de
desenvolvimento e recapitulação, evocando assim
tanto a forma ternária quanto a forma-sonata.
Essa evidente mistura de arcaico e contempo-
râneo também caracteriza os outros movimen-
tos, em que dispositivos barrocos de sequên-
cia, cânone e fuga abundam em ambientes de
forma-sonata. Desse modo, Bach e Beethoven — os
“deuses principais” da juventude de Brahms, como
testemunhou sua amiga Louise Japha — encontram
aqui sua melhor síntese. A renovação criativa de
Brahms resulta de uma compreensão profunda do
passado e segue sendo até hoje uma inspiração para
todos os criadores.

ROBERT PASCALL é professor honorário de filologia da música


na Universidade de Cambridge e autor de Brahms: Biographi-
cal, Documentary And Analytical Studies (Cambridge University
Press, 2008). Tradução de Rogério Galindo.

55
SUGESTÕES DE LEITURA

Michael Musgrave (org.)


THE CAMBRIDGE COMPANION TO BRAHMS

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1999

Walter Frisch e Kevin C. Karnes (orgs.) MARIN ALSOP


BRAHMS AND HIS WORLD DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR

PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 2009 Ver página 50.

Malcolm MacDonald
BRAHMS

ZAHAR, 1993

Robert Pascall
BRAHMS: BIOGRAPHICAL, DOCUMENTARY
AND ANALYTICAL STUDIES
CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2008

INTERNET

JOHANNESBRAHMS.ORG

56
Compartilhar conhecimento
é o que sabemos fazer melhor
A Deloitte é referência em consultoria e auditoria no Brasil e no
mundo, resultado do talento em encontrar as melhores soluções de
negócio para seus clientes e de seu compromisso com a sociedade.

Por isso, incentivamos o desenvolvimento da cultura nacional por meio


da música. Deloitte, patrocinadora da Orquestra Sinfônica do Estado
de São Paulo.

www.deloitte.com.br

©2015 Deloitte Touche Tohmatsu Limited. Todos os direitos reservados.

REALIZAÇÃO

57
58
15 QUI 21H PAU-BRASIL

16 SEX 21H SAPUCAIA

17 SÁB 16H30 JEQUITIBÁ

OSESP
RAGNAR BOHLIN REGENTE
MARÍLIA VARGAS SOPRANO
LUISA FRANCESCONI MEZZO-SOPRANO
CORO DA OSESP

TOMASO ALBINONI [1671-1751]

Adágio em Sol Menor [1958]

8 MIN

GIOVANNI BATTISTA PERGOLESI [1710-36]

Stabat Mater [1736]

- Stabat Mater Dolorosa


- Aria: Cujus Animam Gementem
- O Quam Tristis et Afflicta
- Aria: Quae Moerebat et Dolebat
- Qui Est Homo
- Aria: Vidit Suum Dulcem Natum
- Aria: Eja, Mater, Fons Amoris
- Fac ut Ardeat Cor Meum
- Sancta Mater, Istud Agas
- Aria: Fac ut Portem Christi Mortem
- Inflammatus et Accensus
- Quando Corpus Morietur
56 MIN

_____________________________________

FRANCIS POULENC [1899-1963]

Gloria [1959-60]

- Gloria
- Laudamuste
- Dominus Deus
- Domine Fili Unigemite
- Domine Deus, Agnus Dei
- Qui Sedes ad Dexteram Patris
PIETÀ, DE GIOVANNI BELLINI, C. 1505
25 MIN

59
O
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS
uso reiterado de excertos musicais em
trilhas de filmes ou de propagandas de
ALBINONI televisão cria uma espécie de invólucro
ADAGIO FOR STRINGS AND ORGAN
que dificulta o contato direto com a
IN G MINOR
obra. De tanto ouvirmos, é como se perdêssemos a
Orquestra Filarmônica de Berlim
capacidade de ouvir. Esse é o caso do Adágio em Sol
Herbert von Karajan, regente Menor, de Tomaso Albinoni, trilha de clássicos como
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1996 O Processo (1962), de Orson Welles, O Enigma de Kas-
par Hauser (1974), de Werner Herzog, e até Flashdan-
PERGOLESI ce (1983), de Adrian Lyne. O caráter melancólico da
STABAT MATER — A TRIBUTE TO PERGOLESI peça contribui para que seja usada quase sempre em
Orquestra da Academia cenas de funerais ou despedidas trágicas.
Nacional de Santa Cecília Apesar de creditado (até no título) ao composi-
Sir Antonio Pappano, regente tor barroco italiano, muitos teóricos questionam a
Anna Netrebko, soprano pertinência da atribuição. A peça foi registrada em
Marianna Pizzolato, contralto
1958, pelo musicólogo Remo Giazotto (1910-98),
autor de uma biografia de Albinoni. Pouco depois
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 2011
da Segunda Guerra Mundial, Giazotto afirmou ter
recebido da Biblioteca Estadual da Saxônia, em
STABAT MATER
Dresden, um manuscrito encontrado entre as ruí-
Concerto Italiano nas do prédio. Seria um fragmento de uma sonata
Rinaldo Alessandrini, regente composta por Albinoni nos idos de 1708. Ainda se-
Gemma Bertagnolli, soprano gundo Giazotto, o manuscrito trazia apenas uma
Sara Mingardo, contralto linha de baixo, que ele completara escrevendo
NAÏVE, 2007
para órgão e cordas.
O fato de que o musicólogo nunca tenha mos-
trado publicamente o tal fragmento deu munição
POULENC
a seus desafetos. A diatribe coloca em xeque ques-
GLORIA
tões complexas, como, por exemplo, os limites
Orquestra Real do Concertgebouw da noção de autoria. Isso dito, os críticos hesitam
Mariss Jansons, regente em enfrentar algo que é tão ou mais interessante:
Luba Orgonásová, soprano o surpreendente nível de disseminação do Adágio
RCO LIVE, 2006 na indústria cultural. Ouvi-lo em concerto é lidar
com tudo isso e é também colocar-se à disposição
da música.

RICARDO TEPERMAN é editor da Revista Osesp e doutoran-


do no Departamento de Antropologia Social da FFLCH-USP.

60
O
s avanços atuais da musicologia e da his- entre árias, encontrando-se em duetos, que pon-
toriografia tornam evidente que o perío- tuam magnificamente o salmo com momentos de
do entre 1600 a 1750 — comumente ba- clímax e fechamentos de cenas.
tizado de Barroco — é, na verdade, uma Johann Sebastian Bach fez uma adaptação do
complexa sucessão de estilos, gostos e descobertas. A Stabat para o seu salmo Tilge, Höchster, meine Sünden
música “barroca” é múltipla e mutável, dependendo BWV 1083. Há melhor prova da contundente qua-
do país e da década que tomamos como exemplo. É lidade da obra?
provável que nenhum outro período da história da Desde sua criação, o Stabat Mater nunca deixou
música nos ofereça tantos contrastes de abordagens de ser executado; sua carpintaria musical e seu ar-
estilísticas e performáticas. Cento e cinquenta anos tesanato tornaram-se referências de composição.
parece mesmo um período insustentável para um só Toda a música ibero-americana setecentista sofreu
estilo musical. Caberia usar termos como “Protobar- uma fortíssima influência dos clichês musicais con-
roco”, “Barroco francês”, “Barroco luterano”, “Bar- tidos no estilo napolitano do Stabat — e nossa músi-
roco italiano”, “Barroco tardio”, “Estilo Galante” e ca colonial brasileira está aí para comprovar.
“Pré-Clássico”, não como subdivisões de um longuís-
simo período, mas sim como momentos artísticos
bem definidos, com identidades muito claras e idios- LUIS OTAVIO SANTOS, doutor em Música pela Unicamp, é
sincráticas. violinista barroco e regente. Atualmente, é diretor artístico do
O italiano Giovanni Battista Pergolesi mor- Festival de Música Antiga de Juiz de Fora e spalla das orques-
reu aos 26 anos e foi autor de obras-chave, peças tras belgas La Petite Bande e Ricercar Consort.
que ultrapassaram as fronteiras de tempo e espaço
para servir de guias e desencadeadoras de profun-
das transformações. Um bom exemplo disso é sua
ópera La Serva Padrona, pivô do que ficaria conheci-
do como a querelle des bouffons [querela dos bufões],
uma polêmica sobre o ideal operístico que transfor-
maria o mundo musical francês.
Composto em 1736, o Stabat Mater também se
tornou um paradigma de estilo e forma. Quintes-
sência do Barroco napolitano, a obra resume todo
um mundo musical. Nela encontramos ao mesmo
tempo o pietismo católico setecentista e o bel canto
profano da Ópera de Nápoles. Também está pre-
sente o antigo estilo italiano alla Arcangelo Corelli,
com o diálogo imitativo das vozes superiores (vio-
linos) sobre um baixo contínuo rico em conduções
harmônicas. Assim como o estilo galante e operís-
tico — que antecipa o Classicismo, ao concentrar
toda energia criativa nas linhas superiores (quer di-
zer, na melodia), com um consciente e proposital
empobrecimento do acompanhamento.
Toda a obra se constrói magnificamente como
um espetáculo musical, uma ópera sacra — aqui
contextualizando o efeito operístico dentro do
moteto sacro. Afinal, o oratório pode ser enten-
dido como uma ópera “disfarçada” pela igreja ca-
tólica barroca. Soprano e contralto se alternam

61
O
Gloria de Francis Poulenc reflete um falta de treinamento acadêmico, mas não há dúvida
inesperado interesse religioso do compo- de que a compensou com uma imaginação muito
sitor, que, até o fim da década de 1930, fértil, testemunhada pelas suas centenas de obras.
era reconhecido como um expoente da Por outro lado, pode ter sido justamente o de-
vanguarda francesa pela irreverência de suas obras. sinteresse pelo espírito acadêmico que lhe tenha
Poulenc incorporava desde o estilo das canções bur- facilitado a assimilação de tantas influências dispa-
lescas de vaudeville até o canto gregoriano, passando ratadas. Por isso mesmo, a música religiosa de Pou-
pelo modernismo de Prokofiev e Stravinsky. lenc jamais poderia ser solene, grave e aborrecida.
No início de sua carreira, foi associado ao cha- Sua adesão a um tonalismo neoclássico é largamente
mado Grupo dos Seis, do qual participaram Arthur compensada por uma invenção melódica formidável
Honegger e Darius Milhaud. O grupo foi mais uma e por uma impulsão caleidoscópica, capaz de man-
invenção jornalística do que uma associação de fato, ter o interesse para além da aparente simplicidade
mas deve-se reconhecer que, pelo menos na música de sua linguagem.
dos três mencionados, há aspectos estilísticos em
comum. Entre eles, o traçado anguloso das melo- [2009]
dias e ritmos — que pode ser interpretado como
uma representação musical dos princípios da pintu-
ra cubista — e uma predileção pelo inusitado, que RODOLFO COELHO DE SOUZA é compositor, doutor em
reflete a influência do Surrealismo de Cocteau na composição pela Universidade de Texas em Austin e professor
arte francesa do período. livre-docente do Departamento de Música da FFCLRP da Univer-
A música religiosa surgiu na obra de Poulenc sidade de São Paulo.
após a morte de um amigo íntimo, em 1936, e re-
sultou numa sucessão de obras vocais magníficas,
começando com as Litanias à Virgem Negra, de 1936,
passando pela Missa em Sol Maior, de 1937, e culmi-
nando na ópera Diálogo Das Carmelitas, de 1957, e
no Gloria, de 1959.
Mas a religiosidade de Poulenc não exclui uma
boa dose do bom humor, que caracteriza seu es-
tilo. A retórica do Gloria comporta uma estranha
mistura de espiritualidade e superficialidade, que
Poulenc justificava como o equivalente musical dos
afrescos de Benozzo Gozzoli, em que anjinhos po-
sam em atitudes irreverentes e mostram a língua.
O contraste entre a triunfante fanfarra de abertura
e a melodia no “Laudamus te”, quase vulgar devido
ao ritmo sincopado, evidencia a importância da fu-
são de materiais ecléticos e aparentemente incom-
patíveis na formação do estilo de Poulenc. Outro
elemento central é o caráter pastoral dos movimen-
tos lentos, nos quais fica evidente sua habilidade de
ressignificar a linguagem tonal por meio de mudan-
ças harmônicas inesperadas, assimetrias rítmicas e
exploração de registros instrumentais extremos.
O ecletismo de Poulenc tem sido justificado
como uma consequência de sua formação autodi-
data. Talvez ele tenha se ressentido inicialmente da

62
RAGNAR BOHLIN REGENTE MARÍLIA VARGAS SOPRANO LUISA FRANCESCONI MEZZO-SOPRANO
ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM AGOSTO DE 2015 ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM SETEMBRO DE ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM OUTUBRO DE 2012

Nascido na Suécia, Ragnar 2009 Nascida em Brasília, Luisa


Bohlin estudou regência com Nascida no Paraná, Marília Francesconi estudou na Escola
Jorma Panula e Eric Ericson, Vargas formou-se em canto de Música de Brasília e com Rita
piano com Peter Feuchtwanger, barroco na Schola Cantorum Patanè, em Milão. Em 2004,
em Londres, graças a uma bolsa Basiliensis e em Lied e oratório participou da primeira audição
do British Council, e canto com na classe de Christoph italiana do poema sinfônico
Nicolai Gedda. Formou-se na Prégardien no Conservatório Floresta do Amazonas, de Villa-
Academia Real de Música de de Zurique, ambos na Suíça. Lobos, com a Orquestra da
Estocolmo, onde obteve o título Foi premiada no Concurso Academia Nacional de Santa
de mestre em órgão e regência e, Internacional de Canto Bidu Cecília, em Roma. Em 2014,
mais tarde, tornou-se professor. Sayão e no Concurso Brasileiro estreou o papel-título de Carmen,
Desde 2007, é regente titular de Canto Maria Callas e foi de Bizet, no Theatro Municipal
do Coro da Sinfônica de São bolsista das fundações suíças do Rio de Janeiro e no Theatro
Francisco, com o qual recebeu Friedl Wald e Margarethe Municipal de São Paulo. Também
três prêmios Grammy. Em 2014, Meyer e também da Funarte, atuou nos papéis de Rosina, em
regeu a primeira apresentação para um aperfeiçoamento na O Barbeiro de Sevilha, de Rossini,
do seu próprio coro de França. Já se apresentou com Cherubino, em As Bodas de Fígaro,
câmara, o Cappella SF. Trabalha a Orquestra de Câmara de de Mozart, Dorabella, em Così
regularmente com o Coro da Zurique, a Orchestra of the Age Fan Tutte, de Mozart, e Dido, em
Rádio Sueca, como em sua turnê of Enlightenment, a Petrobras Dido e Eneias, de Purcell, entre
de 2010 pelos Estados Unidos. Sinfônica e a Filarmônica de outros. Participou como solista
Em junho do mesmo ano, fez Minas Gerais, além da própria nas gravações da Sinfonia nº 9,
sua estreia no Carnegie Hall, Osesp. Trabalhou com maestros de Beethoven, com a Osesp, sob
regendo Um Réquiem Alemão, de como Howard Griffiths, Jordi regência de Roberto Minczuk
Brahms. Bohlin foi professor Savall, Wagner Polistchuk, Luis (Biscoito Fino, 2005), e do
visitante na Universidade de Otavio Santos, Cláudio Cruz, Réquiem Hebraico, de Zeisl, com
Indiana e, em 2013, foi premiado Emmanuele Baldini e Roberto a Osesp, sob regência de John
pela Câmara Sueco-Americana Minczuk. Idealizadora da Mostra Neschling (Bis, 2009).
de Comércio. de Música Antiga de Curitiba,
da qual foi diretora artística em
2011, a soprano gravou com
o grupo La Capella Reial de
Catalunya, sob direção de Jordi
Savall, o Misteri d’Elx (Alia Vox,
2004) e, com o Le Parlement
de Musique, L'Orfeo, de
Monteverdi, no papel de Ninfa
(BBC/Opus Arte, 2002).

63
SUGESTÕES DE LEITURA

Michael Talbot
TOMASO ALBINONI: THE VENETIAN
COMPOSER AND HIS WORLD
OXFORD UNIVERSITY PRESS, 1994

Robert Donington CORO DA OSESP


BAROQUE MUSIC: STYLE AND Ver página 31.
PERFORMANCE: A HANDBOOK
W. W. NORTON, 1982

Wilfrid Mellers
FRANCIS POULENC
OXFORD UNIVERSITY PRESS, 1995

INTERNET

POULENC.FR

64
POR ONDE A
MÚSICA PASSA,
ABRE CAMINHOS.

A CCR está há 16 anos trazendo inovação


e modernidade para a infraestrutura brasileira
e para o desenvolvimento cultural do Brasil,
apoiando, por meio do Instituto CCR, projetos
como o da Osesp, que há 60 anos valoriza
e desenvolve a nossa música. É assim que
o Instituto CCR abre caminhos.

Saiba mais em:


www.institutoccr.com.br

REALIZAÇÃO

65
MERCADO DE RUA EM LEIPZIG, C. 1850

66
22 QUI 21H JACARANDÁ

23 SEX 21H PEQUIÁ

24 SÁB 16H30 IPÊ

OSESP
ANDRÉ DE RIDDER REGENTE
BAIBA SKRIDE VIOLINO

TORU TAKEMITSU [1930-96] COMPOSITOR TRANSVERSAL

Spirit Garden [Jardim dos Espíritos] [1994]

15 MIN

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY [1809-47]


MENDELSSOHN EM FOCO

Concerto Para Violino em Mi Menor, Op.64 [1838-44]

- Allegro Molto Appassionato


- Andante
- Allegreto Non Troppo — Allegro Molto Vivace
26 MIN

_____________________________________

DMITRI SHOSTAKOVICH [1906-75]

Sinfonia nº 1 em Fá Menor, Op.10 [1924-25]

- Allegretto. Allegro Non Troppo


- Allegro
- Lento
- Finale: Allegro Molto
28 MIN

67
E
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS
m Spirit Garden [Jardim dos Espíritos], encomendada
pelo Festival Internacional de Música de Hida Furuka-
TAKEMITSU
A FLOCK DESCENDS INTO THE PENTAGONAL
wa, Takemitsu utiliza como imagem o sagrado presente
GARDEN; SPIRIT GARDEN; DREAMTIME nos festivais tradicionais da cidade que sedia o evento.
Orquestra Sinfônica de Bournemouth A partir de uma série de doze tons, ele forma três tríades au-
Marin Alsop, regente mentadas1, cada uma com uma nota adicional. Seja pela série
NAXOS, 2006 ou pela textura que essas tríades criam, a peça evoca dife-
rentes vistas do mesmo jardim, no que Takemitsu chamou
MENDELSSOHN de “ilusão de ótica”: a cada ângulo, o objeto se transforma.
VIOLIN CONCERTO No passeio que a peça faz, cada momento descreve um desses
Orquestra Filarmônica Tcheca ângulos.
Josef Suk, violino
A música como descrição de cenários é uma constante no
repertório de Takemitsu, que, no entanto, negava compor
Karel Ancerl, regente
música programática. Sobre Spirit Garden, o compositor disse
SUPRAPHON, 2002
que não almejava meramente a descrição de um jardim, mas
dar sequência ao seu “experimento e à sua contínua investi-
SHOSTAKOVICH
gação de cor orquestral e melodia”.
SYMPHONY Nº 1; SYMPHONY Nº 7

Orquestra Sinfônica de Chicago


Leonard Bernstein, regente LUIZ FUKUSHIRO é mestre em Educação pela Universidade de São
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1989
Paulo e revisor da Revista Osesp.

SYMPHONIES Nº S 1 & 15

Orquestra do Teatro Mariinsky


Valery Gergiev, regente LEIA MAIS SOBRE TAKEMITSU NO NÚMERO ESPECIAL
DA REVISTA OSESP, DISTRIBUÍDO GRATUITAMENTE NA
MARIINSKY, 2009
SALA SÃO PAULO

F
elix Mendelssohn-Bartholdy está entre os criadores da
ideia de uma tradição musical essencialmente alemã, tal
como ainda hoje a entendemos: de Bach, cuja proemi-
nência o próprio Mendelssohn revelou ao mundo entre
1827 e 1829, a Brahms, seu “sucessor” (segundo declara Eduard
Marxsen em 1847), passando por Haydn, Mozart, Beethoven
e Schumann. Compositor dotado de um personalíssimo senso
melódico, capaz de dominar com inata elegância todos os as-
pectos da linguagem musical, Mendelssohn foi também pianis-
ta, organista, violinista e regente, além de criador e diretor de
um renomado conservatório em Leipzig, que ele transformou
em capital da tradição clássica.
Mendelssohn foi também um verdadeiro polímata. O
valor artístico de seus desenhos e paisagens em aquarela foi
reconhecido por Richard Wagner, que, como se sabe, não
se inscreve entre os admiradores incondicionais de sua obra
musical. Poliglota e versado em línguas clássicas, Mendels-

1. Acordes formados pela superposição de duas terças maiores.

68
SUGESTÕES DE LEITURA
sohn foi amigo próximo e discípulo do grande historiador
da Antiguidade, Johann Gustav Droysen (1808-84), e ainda
Peter Burt
foi prosador admirável, rivalizando com Berlioz e Schumann THE MUSIC OF TORU TAKEMITSU
em argúcia crítica, em especial em sua vasta correspondên- CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2011
cia com grandes personalidades da cultura alemã. Como seu
pai, o banqueiro Abraham, converteu-se ao protestantismo R. Larry Todd
(acrescentando ao nome judaico Mendelssohn o protestan- MENDELSSOHN: A LIFE IN MUSIC
te Bartholdy). O compositor foi ainda estudioso de teologia OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2005
e adaptou os libretos de seus oratórios Paulus e Elias. Tam-
bém foi assíduo ouvinte dos sermões berlinenses do teólogo Elizabeth Wilson
e filósofo Friedrich Schleiermacher (1768-1834), com quem SHOSTAKOVICH: A LIFE REMEMBERED
compartilhava o entusiasmo por Platão e o mesmo gênero de PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 2006
sentimento religioso romântico.
O fenômeno Mendelssohn só pode ser entendido de fato
Lauro Machado Coelho
se devidamente situado numa das mais felizes constelações SHOSTAKÓVITCH: VIDA, MÚSICA, TEMPO
da cultura alemã da primeira metade do século xix. [...] PERSPECTIVA, 2006
Basta dizer que, em 1821, ele foi levado a Weimar por seu
professor de composição, Carl Friedrich Zelter (1758-1832),
e foi apresentado a Goethe. Entabulou-se então uma sin- INTERNET
gular amizade entre o menino de doze anos e o olímpico
patriarca de 72, que o reteve um mês em sua casa, cativado FELIXMENDELSSOHN.COM
por seu gênio e sua precocidade intelectual. CHOSTAKOVITCH.ORG
Concebido desde 1838 para o amigo de infância de Men- SHOSTAKOVICH.ORG

delssohn, Ferdinand David (1810-73), nomeado spalla da Or-


questra do Gewandhaus de Leipzig pelo compositor, que se
tornara seu regente em 1835, o Concerto Para Violino em Mi Me-
nor teve sua estreia apenas em 1845. Ao lado de Sonho de Uma
Noite de Verão, é talvez a mais conhecida das peças orquestrais
de Mendelssohn e um dos mais universalmente aclamados
concertos de violino do século xix, ao lado dos de Beetho-
ven, Brahms e Tchaikovsky.
Anos a fio, o primeiro tema do primeiro movimento —
um angustiante lamento — “não dava paz” ao compositor,
conforme escreveu ao amigo. Introduzido pelas madeiras, o
segundo tema, em Sol Maior, traz um senso de serenidade
que dialoga com o primeiro tema até o final. A pureza e
o vibrante lirismo da linha melódica do “Andante” perma-
necem inigualados por qualquer outro compositor de seu
tempo e talvez pelo próprio Mendelssohn. A seção central
de sua forma ternária tinge-se de acentos mais dramáticos,
sem ainda perder a delicadeza e a elegância supremas do
compositor. O terceiro movimento, por fim, traz de volta
o frescor e a luminosidade juvenis da abertura Sonho de Uma
Noite de Verão.
[2011]

LUIZ MARQUES é professor do Departamento de História da Unicamp


e coordenador do Mare – Museu de Arte Para a Pesquisa e Educação.

69
A
surpreendente Sinfonia nº 1 em Fá Menor A peça é dividida em quatro movimentos, sen-
foi escrita por Dmitri Shostakovich aos 19 do que os dois últimos devem ser tocados sem in-
anos, como trabalho de graduação no Con- terrupção. Logo no início do primeiro movimen-
servatório de Leningrado. A ideia para a to, ouve-se um dueto entre trompete e fagote. O
peça havia surgido em 1923 e levou dois anos para ser segundo tema, tocado na flauta, é uma valsa, e a
realizada. Depois da morte de seu pai, em 1922, o estrutura do movimento segue os padrões clássi-
jovem compositor tinha que procurar os meios para cos da forma-sonata.
sobreviver e sustentar sua mãe. Começou a traba- No segundo movimento, o piano se faz bastante
lhar como pianista, acompanhando seções de cinema presente como instrumento de orquestra. Ao final,
mudo, emprego exaustivo que ocupava quase todo seu Shostakovich surpreende ao mudar o tom da Sinfonia.
tempo, não lhe dando possibilidade de compor. Subitamente, passamos da sátira para a tragédia.
Apenas em outubro de 1924 conseguiu acabar o O “Lento” é bastante sombrio, com um solo de
que viria a ser o segundo movimento. Não por aca- oboé que se transfere para o violoncelo. Há uma
so, um crítico sugeriu que o movimento pode ser passagem das cordas que antecipa a Oitava Sinfonia.
definido como “vida e cinema”. É como se a par- Um ataque sombrio do tambor emenda o terceiro
te do piano acompanhasse, à maneira do cinema com o quarto movimento, em que há grande al-
mudo, os dois temas principais — um mais lírico e teração de andamentos. A percussão se faz muito
feminino, outro mais vigoroso e masculino. presente e a peça culmina com figuras de fanfarra
Em dezembro, Shostakovich compôs o primeiro nos metais.
movimento e entre janeiro e fevereiro de 1925 aca- Apesar de toda a tragédia dos dois últimos movi-
bou o terceiro, mas teve que interromper o traba- mentos, o próprio compositor escreveu numa carta
lho mais uma vez. Durante uma viagem a Moscou, para o seu amigo pianista Lev Oborin: “Seria mais
mostrou a Sinfonia aos seus amigos músicos, que a adequado chamar esta obra de Sinfonia Grotesca”. E
receberam com um entusiasmo ímpar — para to- ainda podemos citar Marina Sabinina, destacada es-
dos ficou claro que se tratava de uma criação muito tudiosa russa da música de Shostakovich: “A Sinfonia
ousada e madura. Animado com os elogios, Shos- nº 1 representa a ruptura com a temática elevada e
takovich terminou o quarto e último movimento poética, característica da criação sinfônica clássica
em junho de 1925. e romântica”.
Em 12 de maio de 1926, o regente Nikolai Malko
apresentou pela primeira vez a Sinfonia — um triun-
fo imediato. Ao final do “Allegro Non Troppo”, o ELENA VÁSSINA é professora de literatura e cultura russa na
público explodiu em aplausos, e o maestro teve que Universidade de São Paulo (USP).
bisar o movimento. Muitos ouvintes nem podiam
acreditar em seus olhos quando, no fim do concer-
to, um jovem tímido de 19 anos subiu ao palco para
receber os aplausos. A figura contrastava com a so-
lidez madura e o magnífico estilo da composição.
Na mesma noite, o maestro Malko escreveu numa
carta a um amigo: “Tenho a sensação de que abri
uma nova página na história da música sinfônica e
descobri um novo grande compositor".
A Sinfonia nº 1 consagrou-se imediatamente na
URSS e em outros países. Já em 1927, foi execu-
tada pelo maestro Bruno Walter em Berlim, logo
depois por Leopold Stokowski, em Filadélfia, e,
em 1931, por Arturo Toscanini em Nova York.

70
MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

TUCA VIEIRA

UMA VISÃO HISTÓRICA,


ARQUITETÔNICA E TECNOLÓGICA
DA SALA SÃO PAULO EM 50 MINUTOS.

DIAS E HORÁRIOS
Segunda a sexta: 13h00 e 16h30
Sábado: 13h30
Domingo: em dias de Concerto Matinal às 13h00,
em dias de Concerto de Câmara da Osesp às 14h00
STEPHAN SCHMELING

Feriados: sob consulta

VALOR
Segunda a sexta: R$5,00
Sábado e domingo: gratuito
Para estrangeiros ou grupos acima de 8 pessoas,
é necessário agendamento.

Horários e valor sujeitos a alterações.


STEPHAN SCHMELING

TUCA VIEIRA

Mais informações pelo telefone 11 3367.9573


ou pelo e-mail visita@osesp.art.br
www.salasaopaulo.art.br

REALIZAÇÃO

71
ANDRÉ DE RIDDER REGENTE BAIBA SKRIDE VIOLINO

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP PRIMEIRA VEZ COM A OSESP

Nascido na Alemanha, André de Nascida em Riga, na Letônia,


Ridder estudou com Leopold Ha- Baiba Skride iniciou seus estudos
ger, na Academia de Música de em sua cidade natal e, em 1995,
Viena, e com Sir Colin Davis, em aos 14 anos, mudou-se para Ros-
Londres. Foi jovem regente asso- tock, Alemanha, para estudar no
ciado na Orquestra Sinfônica de Conservatório de Música e Tea-
Bournemouth e, em 2005 e 2006, tro com Petru Munteanu. Em
regente assistente na Orquestra 2001, ficou em primeiro lugar
Hallé. Atualmente, é o regente no Concurso Rainha Elisabeth.
principal da Sinfonia Viva, do Apresentou-se como solista com
Reino Unido. Além de atuar com a Orquestra de Paris, as filarmô-
orquestras como Philharmonia, nicas de Berlim, de Londres e
Sinfônica da BBC, Britten Sin- Real de Estocolmo, e as sinfôni-
fonia, de Trondheim e da Rádio cas de Boston, da Rádio Bávara,
de Baden-Baden e Friburgo, e se de Sidney e da NHK, e trabalhou
apresentar na Ópera Nacional In- com maestros como Christoph
glesa, no Teatro Real de Madri, Eschenbach, Paavo Järvi, Neeme
no Teatro da Basileia e no Festi- Järvi, Andris Nelsons e Yannick
val de Salzburgo, colaborou com Nézet-Séguin. Em 2012, gra-
artistas como a banda Gorillaz, o vou os concertos para violino de
músico de jazz Uri Caine e o can- Martin e Stravinsky, com a Or-
tor e compositor Damon Albarn, questra Nacional da BBC do País
que compôs a música das peças de Gales, regida por Thierry Fis-
Monkey: Journey to The West e Dr. cher; e, em 2014, os concertos de
Dee, regidas por de Ridder. Szymanowski, com a Orquestra
Filarmônica de Oslo, regida por
Vasily Petrenko (selo Orfeo).

72
Qual o som
do compromisso
com a música?

O Credit Suisse também ouve atentamente, quando se trata de música clássica.


É por isso que somos, com muito orgulho, patrocinadores da OSESP.

credit-suisse.com/sponsoring

REALIZAÇÃO

73
MARIPOSAS, OBRA DE CHIARA BANFI, 2005

74
25 DOM 16H ORQUESTRA DE CÂMARA DA OSESP

OSESP
CARLOS PRAZERES REGENTE
NATAN ALBUQUERQUE JR. CORNE INGLÊS

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY [1809-47]

MENDELSSOHN EM FOCO

Sinfonia Para Cordas nº 12 em Sol Menor [1823]

- Grave. Allegro
- Andante
- Allegro Molto
20 MIN

SÉRGIO ASSAD [1952]

Sonhos e Memórias [2014] [ENCOMENDA OSESP. ESTREIA MUNDIAL]

7 MIN

IGOR STRAVINSKY [1882-1971]

Danças Concertantes [1942]


- Marche. Introduction [Marcha. Introdução]
- Pas d'Action
- Thème Varié [Tema Variado]
- Pas de Deux
- Marche. Conclusion [Marcha. Conclusão]
19 MIN

75
H E
á prodígios e prodígios. Aos 12 anos, Felix m Filosofia da Nova Música, Theodor W. Adorno
Mendelssohn-Bartholdy já havia escrito duas colocou frente a frente os maiores represen-
óperas, uma sonata para violino, um bom pu- tantes da modernidade na área da composição
nhado de canções e mais umas tantas dezenas — Igor Stravinsky e Arnold Schoenberg. Na
de peças para piano e órgão. Pouco depois, daria início às leitura do filósofo, um e outro representam princí-
suas primeiras composições para orquestra, sob a orien- pios inconciliáveis: Stravinsky seria expoente de uma
tação do professor Carl Friedrich Zelter. Ao completar história de decadência, enquanto Schoenberg é visto
14 anos, havia incrementado seu catálogo de criações como herdeiro e realizador da linha evolutiva que re-
com nada menos que 12 sinfonias para cordas e começa- monta a Beethoven e ao idealismo alemão. [...]
va a demonstrar sua própria voz como compositor. Mas Adorno soube notar os aspectos fascinan-
Esse conjunto de peças permite um notável mer- tes de Stravinsky e perceber seu papel especial na
gulho no processo de desenvolvimento do jovem evolução musical. De forma totalmente diferente
Mendelssohn. Apesar de terem sido compostas como da escola de Schoenberg (da qual Adorno estava
simples exercícios de contraponto e escrita orques- mais próximo), manifesta-se nele, por exemplo, a
tral, a qualidade das peças fez com que ganhassem tensão polarizada entre o elementar e o artificial.
lugar cativo no repertório das orquestras de cordas. No contexto da modernidade, “elementar” remete
A Sinfonia nº 12 em Sol Menor marca um ponto de à busca pelo novo, pelo não desgastado, a motivação
inflexão na carreira do compositor, que se sentiria de deixar o passado para trás. Já “artificial” seria
apto a enfrentar desafios mais ambiciosos. O pri- um trabalho irônico ou nostálgico com materiais
meiro movimento se inicia em andamento grave, e tradicionais e sua transformação ao mesmo tempo
delicadamente se torna um allegro. O movimento conservadora e renovadora. Por outro lado, até o
intermediário é o mais lírico, com belas melodias e processo de experimentalismo radical, assim como
um aproveitamento inteligente do encadeamento de a invocação racional do método dodecafônico, con-
acordes no ciclo de quintas. “Allegro Molto”, o mais tém algo de artificialidade.
longo dos três movimentos, é cheio de vida, evo- Nada na música parece ser tão elementar quan-
cando o espírito da música de Vivaldi e de outros to a sua associação à motricidade e à dança, e é
mestres barrocos. Para estruturar sua obra, Men- desse potencial energético que se nutre a música
delssohn aproveita os recursos imitativos da fuga, de Stravinsky em todas as suas facetas. O idioma
forma típica também do Barroco. É comovente de Schoenberg, centro-europeu-vienense, mesmo
pensar que a Sinfonia nº 12 foi escrita por um meni- em suas configurações mais excessivas (por exem-
no de 14 anos. Mas sua beleza se sustenta para além plo, na “Dança em Torno do Bezerro de Ouro”,
do registro do “fenômeno”. da ópera Moisés e Aarão), nunca foi além de uma
felicidade de valsa idealizada e típica. Os ritmos
de Stravinsky, por sua vez, da Sagração da Primavera
RICARDO TEPERMAN é editor da Revista Osesp e doutorando até o Neoclassicismo de sua fase posterior, criam
no Departamento de Antropologia Social da FFLCH-USP. um pandemônio do dançante. Talvez “apoteose da
dança” (uma etiqueta aplicada por Wagner à Sinfo-
nia nº 7, de Beethoven) seja a fórmula mais breve
e mais acurada para uma caracterização geral da
música de Stravinsky. [...]
O que continuou sendo um incômodo foi a apa-
rente indiferença de Stravinsky em relação ao ma-
terial musical e sua tendência de utilizar e exaurir
modelos antigos, ou seja, dito de modo superficial:
praticar a renovação generalizada em vez da in-
venção. Poderíamos evocar isso como um impulso
“híbrido”. Numa acepção diversa da palavra, Stra-

76
vinsky também agia de forma “híbrida”, ao avaliar produtiva das descobertas de Schoenberg, que se
sua própria música como sendo em grande parte tornam, para ele, um material com valor de uso
livre de emoções, numa essencialidade sem qual- comum, manuseável como todo o resto (o que
quer relação com algo extramusical, que, portanto, Adorno não havia previsto).
não seria acessível a nenhuma interpretação nem a Associadas à fase neoclássica de Stravinsky, as
qualquer comentário que ultrapassasse o aspecto Danças Concertantes foram compostas e estreadas em
composicional-técnico. 1942, em Los Angeles. No primeiro e no último
Pode ser que nessas ideias apenas se articulassem movimentos, duas pequenas marchas funcionam
a ideologia antirromântica e neo-objetiva do inci- como portais emoldurantes para a obra. Os três
piente século xx, tão comum nos círculos artísti- movimentos do meio são facilmente identificáveis
cos. A objetividade de Stravinsky mantém intocada como solos de dança, bem no sentido da tradição
a capacidade transformadora que aparentemente clássica do balé de São Petersburgo, à qual Stra-
leva o caminho da criação a um zigue-zague es- vinsky esteve ligado durante toda a vida. A dança
tonteante. Mas essa confusão se dissipa quando se enquanto veículo musical: para Stravinsky, nenhu-
reconhece o procedimento híbrido de Stravinsky ma perspectiva “extramusical”.
como seu princípio criativo básico.
O escritor francês Michel Butor observou que
Stravinsky modulava entre uma cor exótica e ou- HANS-KLAUS JUNGHEINRICH é crítico de música e autor de
tra, entre um colorido histórico e outro, da mesma Der Musikroman: ein anderer Blick auf die Symphonie (Residenz,
forma que um movimento clássico de sonata pode 1998), entre outros livros. Tradução de Claudia Dornbusch.
transitar de uma tonalidade para outra. Uma desco-
berta muito eficaz: em Stravinsky já se pode divisar
os fundamentos de uma forma de escrita “poliesti-
lística”, que muito mais tarde viria a ser de central
NÃO PERCA O ENCONTRO COM O
importância para compositores como Bernd Alois COMPOSITOR SÉRGIO ASSAD NA SÉRIE
Zimmermann e Alfred Schnittke. “MÚSICA NA CABEÇA”, DIA 25 DE OUTUBRO,
O musicólogo Leo Schrade lançou o termo ÀS 15H, NA SALA SÃO PAULO.
“paródia” no debate, entendendo-o não na acep-
ção estrita de tratamento desfigurante de mo-
delos encontrados, mas sim no sentido de um
debruçar-se exaustivo e criativo sobre o material
sonoro de diversas origens. Com isso, constata,
Stravinsky não teme o contato com o trivial ou
com o ordinário, tampouco com aquilo que está
historicamente distante.
Nesse sentido, Stravinsky permaneceu fiel a
seus princípios em todos os seus períodos — desde
a adaptação inicial e a hibridização da tonalidade
“russa”, passando pelo Neoclassicismo (seguindo
a moda e criando moda) dos anos intermediá-
rios, até as aproximações tardias à dodecafonia e
ao serialismo. Essa última fase, evidentemente,
não foi uma mera virada para o lado da linha se-
guida por Schoenberg. Foi, antes, o gesto de uma
superioridade aristocrática consciente da relativi-
dade de todo o progresso material. Dessa forma,
Stravinsky arranjou algo como uma historicização

77
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

MENDELSSOHN
THE COMPLETE STRING SYMPHONIES (4 CDS)

Sinfonieta de Amsterdã
Lev Markiz, regente
BIS, 2008

STRAVINSKY
CHAMBER WORKS & RARITIES (2 CDS)

Sinfonieta de Montreal
Charles Dutoit, regente
DECCA, 2003

PULCINELLA; DANSES CONCERTANTES

Sinfonieta de Bournemouth
Stefan Sanderling, regente
NAXOS, 1996

78
A
peça Sonhos e Memórias foi imagina-
da como uma espécie de ode ao sonho.
Existem várias interpretações sobre o
significado dos sonhos, e as menções
ao tema remontam às civilizações mais antigas. A
relação de cada um com os próprios sonhos varia:
algumas pessoas se lembram mais que outras do
que sonham.
O sono divide-se em dois tipos distintos: NREM
(non-rapid eye movement) e REM (rapid eye movement).
Na fase REM, a atividade onírica é imensa e pode
ligar eventos do cotidiano com fortes impulsos emo-
cionais. Esse encontro do dia a dia com as emoções
psíquicas pode resultar em imagens absurdamente
surrealistas ou plenamente coerentes, dando espaço
a interpretações diversas.
Atraído pelo assunto, escrevi Sonhos e Memórias.
Traduzir sonhos em sons é um exercício de pura
imaginação, tanto da parte do compositor como da
parte do ouvinte. De modo mais imediato, podemos
relacionar sons espaçados, embalados por uma dinâ-
mica suave, a uma atmosfera onírica. Entretanto, os
sonhos podem também ser agitados e ansiosos. Ao
escrever Sonhos e Memórias, levei essa multiplicidade
de associações em consideração.
A peça começa introduzindo um mero fragmento
melódico em busca de um tema. Quando finalmente
materializado na seção A, o tema é um leitmotiv apre-
sentado pela primeira vez pelo corne inglês. Esse leit-
motiv será então submetido a várias transformações
de caráter emocional, que aparecem numa sequência
em que cada acontecimento carrega o embrião do
próximo. Chegamos então à seção B, que representa
um mergulho no sono profundo. Nessa fase, a ex-
ploração do leitmotiv é completamente dominada pelo
corne inglês, até a recapitulação da seção A, reapre-
sentada com ligeiras modificações, simbolizando a
memória do sonho.

SERGIO ASSAD

79
SUGESTÕES DE LEITURA

R. Larry Todd
MENDELSSOHN: A LIFE IN MUSIC
OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2005

Vera Stravinsky e Robert Craft


CARLOS PRAZERES REGENTE NATAN ALBUQUERQUE JR. CORNE INGLÊS
STRAVINSKY IN PICTURES AND
DOCUMENTS PRIMEIRA VEZ COM A OSESP ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JULHO DE 2000
SIMON & SCHUSTER, 1978 Nascido no Rio de Janeiro, Carlos Membro da Osesp desde 1993,
Prazeres graduou-se em oboé pela Natan Albuquerque Jr.
Igor Stravinsky e Robert Craft UniRio, foi bolsista da Fundação começou a estudar oboé
CONVERSAS COM IGOR STRAVINSKY Vitae na Academia da Orquestra na Escola Municipal de
PERSPECTIVA, 1984 Filarmônica de Berlim/Fundação Música de São Paulo em
Karajan e estudou regência com 1986, com o professor
Isaac Karabtchevsky. Como Benito Sanchez. Participou
INTERNET
oboísta, tocou como solista de festivais de música, como
com as orquestras Barroca de os de Tatuí, Itu, Londrina,
FELIXMENDELSSOHN.COM
Berlim, Petrobras Sinfônica, Brasília, Internacional da
ASSADBROTHERS.COM
Sinfônica Brasileira e do Theatro Paraíba (a convite do
FONDATION-IGOR-STRAVINSKY.ORG
Municipal do Rio de Janeiro. maestro Eleazar de
Regente assistente da Orquestra Carvalho) e de Campos do
Petrobras Sinfônica desde 2005, Jordão (de 1985 a 1989).
atua também como regente Em 1992, foi premiado
titular da Orquestra Sinfônica da com bolsa de estudos pela
Bahia desde 2011. Como maestro Universidade do Arizona,
convidado, regeu as orquestras onde recebeu orientação de
Nacional do País do Loire Anne Leek. Foi integrante
(França), Internacional do Festival da Orquestra Experimental
de Riva del Garda (Itália) e Jovem de Repertório, da Banda
das Américas, as filarmônicas Sinfônica do Estado de
de Buenos Aires, Montevidéu e São Paulo e da Orquestra
Bogotá, e as sinfônicas de Porto Sinfônica de Santo André.
Alegre e da Universidade de São Em 2000, foi solista da
Paulo, entre outras. Osesp na obra The World´s
Ransoming, de James MacMillan,
na Sala São Paulo e no
encerramento do 31º Festival
de Inverno de Campos
do Jordão.

80
Inovar para fazer
sua vida melhor.

Esse é o nosso
espetáculo.

Temporada
2015 I OSESP

REALIZAÇÃO

81
ESTAÇÃO JULIO PRESTES, FOTO DE TUCA VIERA, 2010

82
29 QUI 21H CARNAÚBA

30 SEX 21H PAINEIRA

31 SÁB 16H30 IMBUIA

OSESP
LOUIS LANGRÉE REGENTE
CRISTINA GÓMEZ GODOY OBOÉ

OLIVIER MESSIAEN [1908-92]

Un Sourire [UM SORRISO] [1989]

10 MIN

WOLFGANG AMADEUS MOZART [1756-91]

Concerto Para Oboé em Dó Maior, KV 314 [1777]

- Allegro Aperto
- Adagio Non Troppo
- Rondo: Allegretto
21 MIN

_____________________________________

OLIVIER MESSIAEN [1908-92]

Les Offrandes Oubliées [As Oferendas Esquecidas] [1930]

- A Cruz: Muito Lento (Doloroso, Profundamente Triste)


- O Pecado: Vivo (Feroz, Desesperado, Arfante)
- A Eucaristia: Extremamente Lento (Com Grande Piedade e Grande Amor)
21 MIN

RICHARD STRAUSS [1864-1949] STRAUSS ESSENCIAL

Morte e Transfiguração, Op.24 [1888-9]

23 MIN

83
O
nome do compositor francês Olivier de composição, estavam alunos que se tornariam
Messiaen tem sido frequentemente grandes nomes, como Pierre Boulez, Karlheinz
citado em discussões sobre a sineste- Stockhausen, Iánnis Xenákis, Tristan Murail e o
sia, um fenômeno neurológico em que brasileiro Almeida Prado. Abordava todos os es-
o cérebro produz sensações de natureza distinta a tilos com seus alunos, mas não impunha o seu. Já
partir de um único estímulo. Messiaen afirmava na sua escrita, utilizou uma linguagem musical
não possuir a sinestesia fisiológica, a exemplo de que não se conectava com o que veio antes, nem
seu amigo, o pintor suíço Charles Blanc-Gatti, que teria seguidores: Messiaen é como uma ilha na
tinha um desvio dos nervos óptico e auditivo. Mas história da música.
assegurava que, para ele, sempre houve relação en- Além do rico colorido tímbrico, outra carac-
tre cores e sons. terística marcante da sua música é uma rítmica
O fascínio por esses dois estímulos o acompa- própria, que nos transporta para uma tempora-
nhava desde cedo. Messiaen visitava com frequên- lidade mística, distinta da que vivemos. Utiliza,
cia catedrais medievais francesas, para admirar entre outros, ritmos não retrogradáveis — isto é,
os vitrais multicoloridos, e admirava a perfeição ritmos que permanecerão idênticos se seus valores
dos sons da natureza. Sua vivência como organis- forem escritos de trás para frente — e superpo-
ta (aos 22 anos, assumiu o posto de organista ti- sição de andamentos distintos, o que ele explica-
tular da igreja Sainte-Trinité, em Paris) também va com a imagem de pássaros ao amanhecer, que
alimentou esse interesse, graças à prática de um cantam simultaneamente, cada um no seu tempo.
instrumento com grandes possibilidades sonoras.

L
A ideia de sinestesia é uma boa porta de entrada es Offrandes Oubliées [As Oferendas Esquecidas,
para a música de Messiaen. Embora de linguagem 1930] e Un Sourire [Um Sorriso, 1989] são de pe-
complexa e inovadora em diversos elementos (me- ríodos opostos. A primeira, obra de juventude,
lodia, ritmo, forma, timbre, harmonia), sua obra inaugura suas muitas contribuições para o reper-
nos cativa com uma sonoridade inusitada e uma tório orquestral. A segunda foi a última encomenda
carga expressiva de grande impacto, perceptível já que Messiaen recebeu, para as celebrações do bicente-
numa primeira audição. nário da morte de Mozart. Em ambas, podemos per-
A linguagem musical de Messiaen, ao mesmo ceber a orquestração multicolorida, baseada na ideia
tempo intelectualizada e intensamente poética, de que um mesmo acorde ganha novo significado
reflete traços da sua personalidade: imaginação, quando tocado por instrumentos diversos. A escrita
sensibilidade, disciplina, rigor e independência. de Messiaen apoia-se nas cordas e, para efeitos de tim-
Músico de talento precoce e formação sólida, in- bre, explora os instrumentos de sopro, especialmente
gressou aos 11 anos no Conservatório de Paris, os metais, e instrumentos de percussão, que segundo
onde estudou piano, composição e órgão. Era um ele produziam sons semelhantes aos ruídos da natu-
intelectual criterioso, e seus estudos incluíam mú- reza. As duas obras se estruturam em sequências de
sica da Índia e da Indonésia, além de canto gre- seções definidas por contrastes extremos de sonorida-
goriano, literatura e teatro de Shakespeare. Foi de, dinâmica e tempo.
um dos primeiros a pesquisar sobre o canto dos A primeira das três partes de As Oferendas Esque-
pássaros, o que teve grande influência na sua mú- cidas, “A Cruz”, que traz um lamento triste e dolo-
sica. Outra característica marcante era sua fervo- roso das cordas pontuado pelas madeiras, retrata
rosa religiosidade, tema constante em sua música. o sacrifício de Jesus. Em “O Pecado”, a orquestra
Messiaen buscava transportar o louvor religioso incorpora os naipes da percussão e dos metais,
para a sala de concerto. num movimento em velocidade frenética, com
Seu pensamento independente transparece na seguidos gestos musicais em crescendo represen-
sua atitude como professor, como compositor e tando uma corrida tumultuada para o abismo. Por
como ser humano. Lecionou no Conservatório de fim, em “A Eucaristia”, frases longas, serenas e
Paris por 38 anos, a partir de 1941. Em suas classes suaves são como que cantadas pelas cordas.

84
A
GRAVAÇÕES RECOMENDADAS
encomenda de Um Sorriso veio de Marek Ja-
nowski, diretor da Orquestra Filarmônica
da Radio France, e foi aceita com entusias- MESSIAEN
POÈMES POUR MI; LES OFFRANDES OUBLIÉES;
mo, já que Mozart era o compositor prefe-
UN SOURIRE
rido de Messiaen. O francês admirava o fato de que
Orquestra Nacional de Lyon
Mozart, mesmo passando por privações materiais,
perda de filhos ou problemas de saúde, manteve, se- Jun Märkl, regente

gundo dizem, a capacidade de sempre sorrir (daí o tí- NAXOS, 2009

tulo da composição).
Sua intenção foi escrever uma obra de dimen- CONCERT À QUATRE; LES OFFRANDES OUBLIÉES;
UN SOURIRE; LE TOMBEAU RESPLENDISSANT
sões moderadas, bem no espírito mozartiano. Os
gestos musicais são simples, e, para maior leveza, a Orquestra da Ópera da Bastilha
orquestração usa um naipe de metais reduzido, dis- Myung-Whun Chung, regente
pensa os contrabaixos e inclui o piccolo. Um Sorriso DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1995

se estrutura na alternância de uma melodia doce,


tocada pelas cordas e colorida pelas madeiras, com MOZART
o canto alegre de um pássaro, apresentado por xi- WIND CONCERTOS (2 CDS)
lofone e sopros. Orquestra de Cleveland
John Mack, oboé
Christoph von Dohnányi, regente

INGRID BARANCOSKI é professora de piano, história da músi- DECCA, 2000

ca e educação musical do Instituto Villa-Lobos da UniRio.


STRAUSS
METAMORPHOSEN; TOD UND VERKLÄRUNG

Orquestra Filarmônica de Berlim


Herbert von Karajan, regente
DEUTSCHE GRAMMOPHON, 2004

85
W
olfgang Amadeus Mozart não foi um compositor que
poderíamos chamar de “intelectual”. Em suas cartas,
encontramos várias referências sobre a música e sobre
sua própria obra, mas sempre de maneira superficial.
Sua cultura geral era rudimentar: não demonstrava nenhum interesse
por literatura, filosofia ou pelas questões políticas de seu tempo. Mes-
mo sua cultura musical é cheia de lacunas: só iria descobrir as fugas de
Bach em 1782 [já com 26 anos].
No entanto, ele próprio se surpreendia com seus dotes musicais
e acreditava ser possuído por uma força criativa que ultrapassava
sua compreensão. Haydn, Wagner e Goethe, entre outros, deixa-
ram seu testemunho sobre essa manifestação do gênio mozartiano.
Fatos célebres documentam sua capacidade de imaginação e memó-
ria musicais infalíveis, que exerceram um papel fundamental no seu
trabalho de composição. Mozart era capaz de memorizar estruturas
musicais complexas e reescrevê-las mais tarde. Em Roma, em 1770,
ouviu o célebre Miserere, de Allegri, a nove vozes em dois coros. Fez
algumas anotações e depois a reescreveu com exatidão. [...]
Em 1920, foram encontradas as partes separadas do Concerto Para
Oboé em Dó Maior no Mozarteum de Salzburgo. Escrito entre abril
e setembro de 1777 para o oboísta Giuseppe Ferlendis, o concerto
estava desaparecido. Constatou-se em seguida que era idêntico ao
Concerto Para Flauta em Ré Maior, de fevereiro de 1778, excetuando-se
a tonalidade e o instrumento solista. O compositor sabia tirar pro-
veito de sua memória excepcional: Mozart transpôs o concerto para
se livrar de uma encomenda do flautista Ferdinand De Jean.
Em três movimentos, o Concerto Para Oboé requer uma pequena
formação orquestral com dois oboés, duas trompas e o quinteto de
cordas. Na entrada do solista, nota-se a influência do estilo galante
francês. O movimento traz uma melodia de alegria luminosa e uma
textura orquestral transparente.
O “Adagio Non Troppo” que se segue é um daqueles momentos um
pouco mais austeros da poesia musical mozartiana, em que cada nota é um
ponto de reflexão, numa melodia extremamente ornamentada.
O movimento final é um rondó pouco regular, em que predomina
um único tema, tipo ópera-bufa, em ligeiras variações pitorescas. Esse
tema é muito similar à ária “Welche Wonne, welche Lust” [Que Felicida-
de, Que Prazer], cantada por Blonde na ópera O Rapto do Serralho.

[2001]

EDUARDO GUIMARÃES ÁLVARES (1959-2013) foi compositor e professor de


composição. Algumas de suas principais obras são Três Canções Para Barítono
e Clarinete Sobre Poemas de Guimarães Rosa e A Lua do Meio-Dia (Encomenda
Osesp, 2013).

86
P
ouco antes de morrer aos 85 anos, Richard Strauss disse à sua nora
que não tinha medo da morte: ela seria exatamente como havia
composto em Morte e Transfiguração. Poucos meses antes, Strauss
tinha lido o poema “Im Abendrot” [Ao Pôr do Sol], de Joseph von
Eichendorff. Quando chegou aos versos “Como estamos cansados de va-
gar — será isso a morte?”, pegou o lápis e anotou o magnífico tema de
Morte e Transfiguração, escrito quase 60 anos antes. Pouco depois, como
que resumindo o trabalho de sua vida, incluiu-o nas páginas finais do
ciclo de von Eichendorff, hoje conhecido como Quatro Últimas Canções.
Na sua ópera O Cavaleiro da Rosa, a personagem da Marechala
diz: “Ter medo do tempo é inútil, pois Deus, atencioso com to-
dos os seus filhos, em sua sabedoria o criou”. Como a Marechala,
Strauss sempre ouviu o relógio andar, e não conseguia evitar pen-
sar na morte. Dizia que desde muito jovem tinha desejado compor
uma música que acompanhasse as horas de agonia de um homem
que tivesse tentado alcançar “os mais altos ideais” e, ao morrer,
visse sua vida passar diante dele.
Em 1888-9, sem um único fio de cabelo branco e com mais 60
anos de vida e de música à sua frente, Strauss escreveu de maneira
convincente sobre os últimos dias de vida de um homem. É a visão
de um jovem sobre a morte e uma visão romântica da velhice, que
mal resvala nas assustadoras verdades da doença e da falta de es-
perança. Mesmo assim, a obra aparentemente satisfazia o próprio
Strauss ao fim de sua vida.
Compositor de ópera nato, Strauss começa Morte e Transfiguração
de maneira sombria e incerta, como uma cena no leito de morte em
que se ouvem apenas os sons das vacilantes batidas do coração do
doente. Uma passagem frenética retrata a luta com a morte e, ao
final, abre espaço para o tema central da obra, um impressionante
motivo de seis notas, caracterizado por um salto de oitava que re-
presenta os ideais do artista.
Tem início, então, um penetrante fluxo de memórias, primeiro re-
visitando a infância, depois a juventude, maravilhosamente evocada
pela arrogância autoconfiante das trompas, chegando a romances tão
apaixonados que, só de lembrá-los, fazem o coração palpitar (o que é
representado pelos metais graves e pelos tímpanos).
O herói aproveita as lembranças antes de um momento final de
luta. A própria morte chega acompanhada por uma batida solene do
gongo. A transfiguração é como um dos grandes finales de ópera do
próprio Strauss, unindo os principais temas da obra, por meio de uma
série de clímax tocantes, em música de radiante beleza.

PHILLIP HUSCHER é o responsável pelas notas de programa da Orquestra Sin-


fônica de Chicago. Tradução de Rogério Galindo. © 2011 Orquestra Sinfônica de
Chicago. Reimpresso sob permissão.

87
SUGESTÕES DE LEITURA

Peter Hill e Nigel Simeone


MESSIAEN

YALE UNIVERSITY PRESS, 2005

Olivier Messiaen LOUIS LANGRÉE REGENTE CRISTINA GÓMEZ GODOY OBOÉ

TECHNIQUE DE MON LANGAGE MUSICAL ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM SETEMBRO DE 2014 ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JULHO DE 2013

ALPHONSE LEDUC, 1944 Nascido na França, Louis Langrée Nascida na Espanha, Cristina
estudou no Conservatório Gómez Godoy iniciou
Alfred Einstein
de Estrasburgo e iniciou sua seus estudos de oboé nos
carreira como assistente na conservatórios de Jaen e de
MOZART: HIS CHARACTER, HIS WORK
Ópera Nacional de Lyon, entre Sevilha. Estudou na Academia
OXFORD UNIVERSITY PRESS, 1969
1983 e 1986. Foi diretor musical de Estudos Orquestrais da
da Orquestra da Picardia, da Fundação Barenboim-Said, com
Charles Youmans (org.) Ópera Nacional de Lyon e Gregor Witt, e na Universidade
THE CAMBRIDGE COMPANION da Orquestra Filarmônica de de Rostock (Alemanha). Com 11
TO RICHARD STRAUSS
Liège. Atualmente, é diretor anos, entrou para a Orquestra
CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2010
musical da Orquestra Sinfônica Jovem da Andaluzia, integrou
de Cincinnati e do Festival a orquestra Jovem Nacional
INTERNET
Mostly Mozart, do Lincoln de Espanha e foi convidada
Center (Nova York), e regente por Daniel Barenboim para a
OLIVIERMESSIAEN.ORG principal da Camerata Salzburg. Orquestra West-Eastern Divan.
MOZARTPROJECT.ORG Já regeu orquestras como a Em 2012, tornou-se solista de
RICHARDSTRAUSS.AT da Suíça Romanda, de Santa corne inglês da Staatskapelle
RICHARD-STRAUSS-SOCIETY.CO.UK Cecília (Roma) e a Orchestra of de Berlim, sendo desde 2013 a
the Age of Enlightenment, e as oboísta principal do conjunto.
filarmônicas de Viena, Londres e Como solista, atuou com as
Tóquio, além da própria Osesp. orquestras Sinfônica da Rádio
Apresentou-se em locais como Bávara, de Câmara de Munique
o La Scala (Milão), o Covent e do Festival de Campos
Garden (Londres), a Ópera de do Jordão, entre outras, e
Dresden, o Grande Teatro de trabalhou com maestros como
Gênova, o Teatro de Champs- Sir Simon Rattle, Riccardo
Élysées (Paris) e a Ópera dos Muti, Zubin Mehta, Alan
Países Baixos (Amsterdã). Gilbert, Daniel Harding,
Andris Nelsons e Gustavo
Dudamel.

88
Todos juntos em
perfeita harmonia
Paixão, dedicação e arte tornam o mundo um lugar melhor
para se viver.

O Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil S/A, membro do


grupo MUFG, tem orgulho de apoiar a OSESP.

Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil S/A


Membro do MUFG, um grupo financeiro global
www.br.bk.mufg.jp

Ouvidoria
DDG: 0800 770 4060 REALIZAÇÃO
Email: ouvidoria@br.mufg.jp
©2015 Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc. Todos os 89
direitos reservados. A logomarca e o nome MUFG são
marcas de serviço do Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc.
ORQUESTRA SINFÔNICA
DO ESTADO DE SÃO PAULO

Desde seu primeiro concerto,


em 1954, a Orquestra Sinfônica
do Estado de São Paulo — Osesp
— construiu uma trajetória de
grande sucesso, tornando-se a
instituição que é hoje.
Reconhecida internacionalmente
por sua excelência, a Orquestra é editora de partituras Criadores de Arthur Nestrovski como
parte indissociável da cultura do Brasil e a Academia de Música. diretor artístico e do maestro
paulista e brasileira, promovendo As temporadas se destacam pela francês Yan Pascal Tortelier
transformações culturais e sociais diversificação de repertório, e como regente titular. Em fevereiro
profundas. Nos primeiros anos, uma parceria com o selo sueco de 2011, o Conselho da Fundação
foi dirigida pelo maestro Souza Bis e com a gravadora carioca Osesp anuncia a norte-americana
Lima e pelo italiano Bruno Biscoito Fino garante a difusão da Marin Alsop como nova regente
Roccella, mais tarde sucedidos por música brasileira de concerto. A titular da Orquestra por um
Eleazar de Carvalho (1912-96), criação da Fundação Osesp, em período inicial de cinco anos, a
que por 24 anos dirigiu a 2005, representa um marco na partir de 2012. Também a partir de
Orquestra e desenvolveu intensa história da Orquestra. Com o 2012, Celso Antunes assume o posto
atividade. Nos últimos anos sob presidente Fernando Henrique de regente associado da Orquestra.
seu comando, o grupo passou por Cardoso à frente do Conselho de Neste mesmo ano, em sequência a
um período de privações. Antes Administração, a Fundação concertos no festival BBC Proms,
de seu falecimento, porém, coloca em prática novos padrões de Londres, e no Concertgebouw de
Eleazar deixou um projeto de de gestão, que se tornaram Amsterdã, a Osesp é apontada pela
reformulação da Osesp. Com o referência no meio cultural crítica estrangeira (The Guardian e
empenho do governador Mário brasileiro. Além das turnês BBC Radio 3, entre outros) como
Covas, foi realizada a escolha do pela América Latina uma das orquestras de ponta no
maestro que conduziria essa nova (2000, 2005, 2007), Estados circuito internacional. Lança
fase na história da Orquestra. Em Unidos (2002, 2006, 2008), também seus primeiros discos pelo
1997, o maestro John Neschling Europa (2003, 2007, 2010, 2012, selo Naxos, com o projeto de
assume a direção artística da 2013) e Brasil (2004, 2008, 2011), gravação da integral das Sinfonias de
Osesp e, com o maestro Roberto o grupo mantém desde 2008 o Prokofiev, regidas por Marin Alsop,
Minczuk como diretor artístico projeto Osesp Itinerante, pelo e da integral das Sinfonias de
adjunto, redefine e amplia as interior do estado de São Paulo, Villa-Lobos, regidas por Isaac
propostas deixadas por Eleazar. realizando concertos, oficinas e Karabtchevsky. Em 2013,
Em pouco tempo, a Osesp abre cursos de apreciação musical para Marin Alsop é nomeada diretora
concursos no Brasil e no exterior, mais de 70 mil pessoas. Indicada musical da Osesp, e a orquestra
eleva os salários e melhora as em 2008 pela revista Gramophone realiza nova turnê europeia,
condições de trabalho de seus como uma das três orquestras apresentando-se pela primeira vez
músicos. A Sala São Paulo é emergentes no mundo às quais se — e com grande sucesso — na
inaugurada em 1999, e, nos anos deve prestar atenção e mais Salle Pleyel, em Paris, no Royal
seguintes, são criados os Coros recentemente (2012) tema de Festival Hall, em Londres, e na
Sinfônico, de Câmara, Juvenil destaque em publicações como Philharmonie, em Berlim. Em
e Infantil, o Centro de o jornal The Times e a mesma 2014, celebrando os 60 anos de
Documentação Musical, os Gramophone, a Osesp iniciou a sua criação, a Osesp fez uma turnê
Programas Educacionais, a temporada 2010 com a nomeação por cinco capitais brasileiras.

90
ORQUESTRA SINFÔNICA
DO ESTADO DE SÃO PAULO ACADEMIA DA OSESP
DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR VIOLINOS
MARIN ALSOP SUELEN BOER
REGENTE ASSOCIADO NATHAN OLIVEIRA
CELSO ANTUNES
DIRETOR ARTÍSTICO VIOLA
ARTHUR NESTROVSKI ABNER MONILA BRASIL
DIRETOR EXECUTIVO
MARCELO LOPES VIOLONCELO
MATHEUS MELLO
VIOLINOS HARPA RAFAEL DE CABOCLO
EMMANUELE BALDINI SPALLA LIUBA KLEVTSOVA
DAVI GRATON SPALLA*** CONTRABAIXO
BÉLA HORVATH SPALLA* FLAUTAS RAFAEL FIGUEREDO
YURIY RAKEVICH SPALLA*** CLAUDIA NASCIMENTO THIAGO PAGANELLI
LEV VEKSLER*** FABÍOLA ALVES PICCOLO
ADRIAN PETRUTIU JOSÉ ANANIAS SOUZA LOPES OBOÉ
SÁVIO ARAÚJO ÉRICO MARQUES
IGOR SARUDIANSKY
PÚBLIO DA SILVA
MATTHEW THORPE
OBOÉS
ALEXEY CHASHNIKOV
ARCÁDIO MINCZUK CLARINETE
ANDERSON FARINELLI
JOEL GISIGER PATRICK VIGLIONI
ANDREAS UHLEMANN
NATAN ALBUQUERQUE JR. CORNE INGLÊS
CAMILA YASUDA PETER APPS FLAUTA
CAROLINA KLIEMANN RICARDO BARBOSA JÚLIA DONLEY
CÉSAR A. MIRANDA
CRISTIAN SANDU CLARINETES PERCUSSÃO
DÉBORAH WANDERLEY DOS SANTOS OVANIR BUOSI CARLOS FERREIRA
ELENA KLEMENTIEVA SÉRGIO BURGANI
ELINA SURIS TUBA
NIVALDO ORSI CLARONE
FLORIAN CRISTEA DANIEL ROSAS GABRIEL DÍAZ ARAYA
GHEORGHE VOICU GIULIANO ROSAS
TROMPA
INNA MELTSER
FAGOTES JESSICA VICENTE
IRINA KODIN
KATIA SPÁSSOVA ALEXANDRE SILVÉRIO
LEANDRO DIAS JOSÉ ARION LIÑAREZ TROMPETES
ROGER BRITO
MARCELO SOARES ROMEU RABELO CONTRAFAGOTE
PAULO PASCHOAL FILIPE DE CASTRO
TROMBONES
RODOLFO LOTA FRANCISCO FORMIGA
SILAS FALCÃO
SORAYA LANDIM HÉLIO GÓES
TROMPAS
SUNG-EUN CHO
SVETLANA TERESHKOVA
LUIZ GARCIA FAGOTE
ANDRÉ GONÇALVES
TATIANA VINOGRADOVA ANGE BAZZANI
JOSÉ COSTA FILHO
MARCIO AUGUSTO KIM* NIKOLAY GENOV
VIOLAS LUCIANO PEREIRA DO AMARAL
HORÁCIO SCHAEFER SAMUEL HAMZEM
EDUARDO MINCZUK
MARIA ANGÉLICA CAMERON
PETER PAS
TROMPETES
ANDRÉS LEPAGE
FERNANDO DISSENHA
DAVID MARQUES SILVA
GILBERTO SIQUEIRA
ÉDERSON FERNANDES
ANTONIO CARLOS LOPES JR. ***
GALINA RAKHIMOVA
MARCELO MATOS
OLGA VASSILEVICH
SARAH PIRES TROMBONES
SIMEON GRINBERG DARCIO GIANELLI
VLADIMIR KLEMENTIEV WAGNER POLISTCHUK
ALEN BISCEVIC* ALEX TARTAGLIA
FERNANDO CHIPOLETTI
VIOLONCELOS
TROMBONE BAIXO
ILIA LAPOREV
HELOISA MEIRELLES DARRIN COLEMAN MILLING
RODRIGO ANDRADE SILVEIRA TUBA
ADRIANA HOLTZ LUIZ RICARDO SERRALHEIRO*
BRÁULIO MARQUES LIMA
TÍMPANOS
DOUGLAS KIER
JIN JOO DOH ELIZABETH DEL GRANDE
MARIA LUÍSA CAMERON RICARDO BOLOGNA
MARIALBI TRISOLIO PERCUSSÃO
REGINA VASCONCELLOS RICARDO RIGHINI 1ª PERCUSSÃO
WILSON SAMPAIO ALFREDO LIMA
ARMANDO YAMADA
CONTRABAIXOS EDUARDO GIANESELLA
ANA VALÉRIA POLES RUBÉN ZÚÑIGA
PEDRO GADELHA
MARCO DELESTRE TECLADOS
MAX EBERT FILHO OLGA KOPYLOVA
ALEXANDRE ROSA
ALMIR AMARANTE
CLÁUDIO TOREZAN GERÊNCIA
JEFFERSON COLLACICO JOEL GALMACCI GERENTE (*) MÚSICO CONVIDADO
LUCAS AMORIM ESPOSITO XISTO ALVES PINTO INSPETOR (**) MÚSICO LICENCIADO
NEY VASCONCELOS LAURA PADOVAN PASSOS (***) CARGO INTERINO

OS NOMES ESTÃO RELACIONADOS


EM ORDEM ALFABÉTICA, POR CATEGORIA.
INFORMAÇÕES SUJEITAS A ALTERAÇÕES

91
CORO DA OSESP
A combinação de um grupo de períodos musicais, com ênfase Estado de São Paulo em 1994,
cantores de sólida formação nos séculos xx e xxi e nas passou a se chamar Coro da
musical com a condução de uma criações de compositores Osesp em 2001. Em 2009, o
das principais regentes brasileiras brasileiros, como Almeida Prado, Coro da Osesp lançou seu
faz do Coro da Orquestra Aylton Escobar, Gilberto primeiro disco, Canções do Brasil,
Sinfônica do Estado de São Paulo Mendes, Francisco Mignone, que inclui obras de Osvaldo
uma referência em música vocal Liduino Pitombeira, João Lacerda, Francisco Mignone,
no Brasil. Nas apresentações Guilherme Ripper e Villa-Lobos. Camargo Guarnieri, Marlos
junto à Osesp, em grandes obras À frente do grupo, Naomi Nobre e Villa-Lobos, entre
do repertório coral-sinfônico, ou Munakata tem regido também outros compositores brasileiros.
em concertos a cappella na Sala obras consagradas, que integram Em 2013, lançou gravação de
São Paulo e pelo interior do o cânone da música ocidental. obras de Aylton Escobar
estado, o grupo aborda diferentes Criado como Coro Sinfônico do (Selo Osesp Digital).

92
CONVERSAS QUE MUDARAM O MUNDO DELES.
E AGORA VÃO MUDAR O SEU.

TODO
DOMINGO
NAS BANCAS

COLECIONE

Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento.


ASSINANTE FOLHA:
Aristóteles, Karl Marx, Descartes, Nietzsche, Voltaire NA COMPRA DA COLEÇÃO COMPLETA,
e os maiores pensadores da humanidade. Os livros GANHE 4 LIVROS E O FRETE*.
trazem questionamentos, raciocínios e reflexões que
Ligue (11) 3224 3090 (Grande São Paulo)
ajudam a entender seu mundo. São 28 volumes, com uma
importante obra na íntegra de cada autor. Colecione. ou 0800 775 8080 (outras localidades).
www.folha.com.br/nomesdopensamento 93
93

*Preço e frete válidos para os Estados de SP, RJ, MG e PR. Para outras localidades, consulte www.folha.com.br/nomesdopensamento. Confira as datas de entrega no site.
SARDENBERG
RD
AR
T SAR DENBERG
E BER G

ATE
V GIKOVATE E
E A
DO GABEIRA
D EBOLII

PASCOVICCI
OV CCI

VA
JULIO
LIO

A EIR
E ÉO
R XEXÉO

UCIO
O ABRUCIO

G KOV

T N
E TO DIMENSTEIN
ALBERTO
E TO

SIQUEIRA
RA
Q IRA

ABRUCI
RUCI
HES
SANCHESS

COVI

ENSTEI
STEI
GAB
EX
XEX

JU

TE
HE
A CHE

AND
MORANDD

GODOY
OD Y
ULBACH
DA STULBACH H
ACH
BER

GI

É GODO
ODO
SIQUE
IQUE
EDUARDO
UARDO
DO
TRIGUEIRO
G IRO

ABR
BE

NS
DIMENS
VA PASC
ASC
CARLOS
RLOS

CKII
LUCKI
A O JABOR

RAL
CIDRAL
LO

FLAVIO
LAVIO
SAN

R UR
ARTUR

FERNANDO
NANDO
S ULB
N MOR
S AL
I

UAR

UC
O GE LUC
L
TRIGUE
GUE

SI

G
IDR
P
CAR

A DO
FERNANDO
ART
RT
R S

NAN

FLA
ID
M
CARLOS
OS
A LOS

DEVA

JOSÉ
ETHEVALDO
VALDO
ST
ANDRÉ
NDRÉ

ED

DEV

JORGE

JOS
RÉ TRI

O AC
CAROLINA
O NA

FERNAN
NAN
PE E
EL PESCE

GILBERTO
ARNALDO

E
AND

L
DAN

FABÍOLA
CAR

FER
RNALD

JOR

J
CARLOS
ARLOS

THEVA
CAROLI
ROLI
AN

ÍOL

GILBER
BER
FE
ANDRÉ
NDRÉ

OL

V
EV

FER
C

B
AND

ARN

AR
CAR
CAR

FAB
ETH
BEL

GIL
AR

FA
ET
E
Para
Parra os
os jornalistas
jornalistas da
da , ttocar
ocar notícia
notícia é co
como
omo
o fazer
fazer u
uma
ma ssinfonia.
infonia.
DINA
AVO MEDINAA
A KFOURI
OURI
RII

ER
GEHRINGER

KENNEDY
ENNEDY
RTELLA
LLA
O CORTELLA

CHES
G ABRANCHES S
AVES
CHAVES S
REIRA
PEREIRARA

ÃO
IA LEITÃO
R

RANCHE
CHE
MEDIN

R NGE

AVE
KFOU

L ITÃ
ARA LUQUETT
QUET

E MOSÉ
É
MOSÉ
A
A RA
O MARRA

J NG
LTON JUNG

E
EREI
C RTE

ENN
L CAR
ALENCAR

LUQU
UQU
ME

A A
ATALLA

OV TCH
E MAIEROVITCH
HALFELD
FE D
MAR

LE

ABRAN
RAN
JU

EN
ETRIA CH
EHRI
Q

HR

TC
TALL

PE
HALFEL
FEL

NONATO
TO
ER O NONATO
C

LU

CO

RVAL P
JUCA

EANN K
MÍRIAM
Z GUSTAVO

MÍLTON

IANE
VIVIANE
LEN

PETRIA

EROVI
AX GE
JUC

MERVAL

NONA

AB

VIVIAN
C AT

ROSEANN
LE

IO
MARIO

R HAL
MARA

RGIO
O SERGIO
MAR

MAX

PET
MÍL

M IER
MAR
N YA

SERGIO
RGIO
CIO
MARCIO

VIV
MER

E
MA
KENNEDY

SER

A RO
MAURO

MA
ROS
NNED

ROBERTO
SE

SER
ER
MAR

RO
BERT
MAU

SE
E
MA
LUIZ

ARIO
IO
MARIO

MA

ER
LTER
WÁLTER
LUI
KEN

M
MAR
L

ROB
K

WÁL

R
A CBN
CBN nãonão
o toca
toca música.
músicaa.
ƒ•ƒ‡“—‹’‡†‡Ÿ…‘”ƒ•±ƒϐ‹ƒ†À••‹ƒǤ
 ƒ•ƒ‡‡“—‹’‡†
†‡ŸŸ…‘”ƒ•±±ƒƒϐ‹ƒ†À••‹ƒǤ
Oss ccomentaristas
O omentaristas são
são virtuoses
virtuoses dada palavra daa informação
palavra e d informação jjornalística.
ornalística.

CORO DA OSESP CORO ACADÊMICO DA OSESP


REGENTE HONORÁRIA REGENTE
NAOMI MUNAK ATA M ARCOS THADEU
TENORES
SOPRANOS
ANDERSON LUIZ DE SOUSA
ANNA CAROLINA MOURA
CARLOS EDUARDO DO NASCIMENTO
ELIANE CHAGAS ANDRÉ MATOS RABELLO
CLAYBER GUIMARÃES
ÉRIKA MUNIZ BRUNO ARRABAL SPOSITO FERREIRA
ERNANI MATHIAS ROSA
FLÁVIA KELE DE SOUSA DANIELA BASTOS LAMIM OLIVEIRA
FÁBIO VIANNA PERES
JAMILE EVARISTO DAVID DOS SANTOS MEDRADO
JABEZ LIMA
JI SOOK CHANG EMILY DE OLIVEIRA ALVES
JOCELYN MAROCCOLO
MARINA PEREIRA FÚLVIO MAGALHÃES LIMA DE SOUZA
LUIZ EDUARDO GUIMARÃES
MAYNARA ARANA CUIN ISAQUE PEREIRA DE OLIVEIRA
M ÁRCIO SOARES BASSOUS MONITOR
NATÁLIA ÁUREA IVY CRISTINA SZOT
ODORICO RAMOS
REGIANE M ARTINEZ MONITORA LUIS FIDELIS DE OLIVEIRA JUNIOR
PAULO CERQUEIRA
ROXANA KOSTKA LUIZA BIONDI DE SOUZA
RÚBEN ARAÚJO
VIVIANA CASAGRANDI MARIA MARQUES MEDEIROS RODRIGUES DA SILVA
BAIXOS / BARÍTONOS MICAEL JONATHAS COUTINHO OLIVEIRA
CONTRALTOS / MEZZOS
ALDO DUARTE MIQUEIAS BRAGA PEREIRA
ANA GANZERT
ERICK SOUZA NAE KOHATSU MATAKAS
CELY KOZUKI
FERNANDO COUTINHO RAMOS RODRIGO ANDRADE MAIA PRADO
CLARISSA CABRAL
FLAVIO BORGES TAMARA ALVARENGA CAETANO
CRISTIANE MINCZUK
FRANCISCO MEIRA TATIANE REIS DA SILVA
FABIANA PORTAS
ISRAEL MASCARENHAS THAIS AZEVEDO CAMPOS
LÉA L ACERDA MONITORA
JOÃO VITOR LADEIRA VANESSA CRISTINA TEIXEIRA DOS SANTOS
MARIA ANGÉLICA LEUTWILER
LAERCIO RESENDE
MARIA RAQUEL GABOARDI
MOISÉS TÉSSALO
MARIANA VALENÇA
PAULO FAVARO
MÔNICA WEBER BRONZATI
SABAH TEIXEIR A MONITOR PIANISTA CORREPETIDORA
PATRÍCIA NACLE
CAMILA OLIVEIRA
SILVANA ROMANI PREPARADOR VOCAL
SOLANGE FERREIRA MARCOS THADEU
VESNA BANKOVIC
PIANISTA CORREPETIDOR
FERNANDO TOMIMURA

GERÊNCIA
CL AUDIA DOS ANJOS GERENTE
SEZINANDO GABRIEL DE O. NETO INSPETOR
OS NOMES ESTÃO RELACIONADOS
EM ORDEM ALFABÉTICA, POR CATEGORIA.
INFORMAÇÕES SUJEITAS A ALTERAÇÕES

94
MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

CRIE
SUA
SÉRIE2O15
FAÇA A OSESP DO SEU JEITO

VOCÊ AINDA PODE ADQUIRIR UMA


SÉRIE PERSONALIZADA COM OS
CONCERTOS DE SUA PREFERÊNCIA
.
GARANTA SEU JÁ O SEU LUGAR.

Veja nossa programação no site


e crie sua série
OSESP.ART.BR/CRIESUASERIE
ou ligue 4003.1212

REALIZAÇÃO

95
CORO INFANTIL DA OSESP MARIANE ELOAR SILVA CAMARGO DAVI MARIANO FERREIRA DA SILVA
MARINA CELANI GUEDES ELISABETH PRIMO RIOS
REGENTE
MARINA GARCIA CUSTÓDIO ENZO ROCHA MAGRI
TERUO YOSHIDA
MINA CHYNN KU ALBUQUERQUE ESTHER CAROLAYNE SILVA FURQUIM
MONIQUE PEREIRA MOLINA FERNANDA MOREIRA DE CARVALHO ARANTES
ALLICE SOUZA DINIZ
MURILLO BOMFIM NASCIMENTO FERNANDA MOURA DA SILVA
ANA CAROLINA DA COSTA OLIVEIRA
PAULA CAETANO LEITE FLÁVIO TIMAR RODRIGUES
ANA CLARA MOREIRA DA SILVA
PAULA SANTANA SCHIMIT GABRIELA NASCIMENTO BARBOSA
ANA LUIZA ROSA NAVES
PRISCILA CARDOSO TEIXEIRA GIOVANNA MARIA SILVA CANDIDA
ANDRÉ LUIZ CARDOSO AZEVEDO
RAFAELLA MARTINS SILVA GRAZIELA STEFANO VYUNAS
BRUNA CARVALHO CECCI
REBECCA SANTOS DE SOUZA HELENA DE OLIVEIRA CONTRERA TORO
CAMILA ARAÚJO FONSECA
RENATA GARCIA CUSTÓDIO HELLEN CRISTINA SOUZA SABINO
CAUÃ MORYA SANTOS
SARA HELEN DA SILVA HENRIQUE SILVA PEDROSO
CAYENNE CASTRO AGUIAR
SOFIA MAGON WEBER IZABELA VIEIRA MARCIANO
CLOE PERRUT DE GODOI
SOFIA MARTINS RIBEIRO COELHO DE MAGALHÃES JENNIFER ANNE SANTANA DA SILVA
DAVID MEYER
SOFIA SPASSOVA COSTA JESSICA CÂNCIO DE OLIVEIRA
ENZO TOLEDO ANDREUCCETTI
SUEWELLYN ABREU VICENTINI JOSEPH CRISTO
FERNANDA FERNANDES QUINTANILHA
TANIA GUEDES GERMANO JULIANA CALASANS DOS SANTOS
FLÁVIA MOREIRA DE CARVALHO ARANTES
THAYNÁ FERNANDA SILVA BORGES LEONARDO OLIVEIRA DE LIMA
FRANCISCO KRINDGES GERALDINI
VITORIA COSTA DE SOUSA LYGIA POLIA SANTIAGO SAMPAIO
GABRIELA KAZAKEVICIUS
YOHANA ROCHA GRANATTA MARCOS NATÃ DAMASCENO FERREIRA
GIOVANNA MELLO CAMARGO
YSA PAULA DA COSTA OLIVEIRA MARGOT LOHN KULLOCK
GUSTAVO BARRAVIERA RODRIGUES
MARIA CLARA PERRUT DE GODOI
HELENA CAPELOSSI PIANISTA CORREPETIDORA NAARA DOS SANTOS AMARAL
INGRID SANTOS CLE CHERUN DANA RADU NATHALIA GRILLO DOMINGOS
IRENE CHAPUIS FONSECA
RAQUEL BEZERRA
IRINA ALFONSO FREDERICO
RENATO FRITZ HOEFLER
IZABELA AMOROSO CAVALCANTE
SAMUEL CESAR MATHEUS
JULIA CORRÊA OLIVEIRA
CORO JUVENIL DA OSESP SOPHIA ALFONSO FREDERICO
JULIA PIRES DE BRITTO COSTA
STEPHANIE DE FÁTIMA DA SILVA VIANNA
JULIA RIBEIRO MONTIN REGENTE THIAGO CONSTANTINO
JULLIA FISCHBORN ARDANUY PAULO CELSO MOUR A VICTÓRIA ANDREZZA PRADO PEREZ
LETÍCIA ARAÚJO FONSECA
VICTORIA BEATRIZ SOUZA NIZA
LETÍCIA SAITO KOJIMA
YASMIN MARIA AMIRATO
LOHANNA SOUZA SANTOS DE LIMA ALINE THAIS MORAES DURÁN
LORENA BATISTA REGO ANA CAROLINA BERGAMASCHI FARIAS
LUCAS SHOJI BEATRIZ DE OLIVEIRA CONTRERA TORO
LUCIANA GUEDES GERMANO BIANCA CARVALHO DE ALMEIDA PIANISTA
LUÍSA RIBEIRO DE OLIVEIRA GUENA BIANCA FERREIRA DE SOUZA DANA RADU
LUIZ ROBERTO QUINTEROS DOS SANTOS CARINA BISPO MIRANDA
LUIZA PIRES DE BRITTO COSTA CARLOS HENRIQUE BUENO DA COSTA
MARIA EDUARDA LAGONEGRO BRAGANHOLO CATARINA AKEMI LOPES KAWAKANI
MARIA FERNANDA DE AVILA VIANA DANIEL MARIANO FERREIRA DA SILVA

E X T
96
N
FUNDAÇÃO OSESP
PRESIDENTE DE HONRA
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DIRETORIA ARTÍSTICA MARKETING


PRESIDENTE ARTHUR NESTROVSKI DIRETOR ARTÍSTICO CARLOS HAR ASAWA DIRETOR
FÁBIO COLLETTI BARBOSA ISABELA PULFER ASSESSORA ASSINATURAS
VICE-PRESIDENTE DANNYELLE UEDA ASSISTENTE RAFAEL SANTOS
ANTONIO CARLOS QUINTELLA PLANEJAMENTO ARTÍSTICO MARIA LUIZA DA SILVA
CONSELHEIROS ENEIDA MONACO COORDENADORA THAIS OLIVEIRA DE SOUSA
ALBERTO GOLDMAN FLÁVIO MOREIRA LUCAS MARQUES DA SILVA*
HEITOR MARTINS EVENTOS E CAPTAÇÃO PESSOA FÍSICA
HELIO MATTAR MAUREN STIEVEN
JOSÉ CARLOS DIAS FESTIVAL INTERNACIONAL GABRIELLE A. DE OLIVEIRA COELHO
LILIA MORITZ SCHWARCZ DE INVERNO DE CAMPOS DO JORDÃO BRUNA COSTA DE OLIVEIRA*
MANOEL CORRÊA DO LAGO FÁBIO ZANON COORDENADOR ARTÍSTICO-PEDAGÓGICO THAMIRIS FRANCO MEDEIROS*
PAULO CEZAR ARAGÃO RELACIONAMENTO PATROCINADORES E PARCEIROS
PEDRO PARENTE NATÁLIA LIMA
SÁVIO ARAÚJO JURÍDICO JULIANA MARTINS VASSOLER DE BRITTO
DANIELLA ALBINO BEZERRA GERENTE MATHEUS RIBEIRO *
CONSELHO DE ORIENTAÇÃO VINICIUS CARLOS SANTOS
PEDRO MOREIRA SALLES VINICIUS KOPTCHINSKI ALVES BARRETO
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO COMUNICAÇÃO
CELSO LAFER
M ARCELE LUCON GHEL ARDI GERENTE
HORACIO LAFER PIVA CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO MUSICAL DESIGN
JOSÉ ERMÍRIO DE MORAES NETO E EDITORA CRIADORES DO BRASIL BERNARD WILLIAM CARVALHO BATISTA
ANTONIO CARLOS NEVES PINTO COORDENADOR MICHEL JORGE DE ALBUQUERQUE ABOU ASSALI*
CONSELHO FISCAL HERON MARTINS SILVA IMPRENSA
JÂNIO GOMES
CÉSAR AUGUSTO PETENÁ ALEXANDRE AUGUSTO ROXO FELIX
MANOEL BIZARRIA GUILHERME NETO
FELIPE FERNANDES SILVA FERNANDO FREITAS*
MIGUEL SAMPOL POU
GUILHERME DA SILVA TRIGINELLI MÍDIAS DIGITAIS
LEONARDO DA SILVA ANDRADE FABIANA GHANTOUS
CONSELHO CONSULTIVO RAFAEL RIBEIRO DA CUNHA NATÁLIA KIKUCHI
ANTONIO CARLOS CARVALHO DE CAMPOS DANIELE FIERI SILVA LAURA BING*
ANTONIO CARLOS VALENTE DA SILVA THIAGO RIBEIRO FRANCISCO * PUBLICIDADE / PUBLICAÇÕES E IMPRESSOS
ANTONIO PRATA MARINA TARATETA FRANCO DE OLIVEIRA ANA PAULA SILVA MONTEIRO
AUGUSTO LUIS RODRIGUES SEVERINA MARIA TEIXEIRA GIOVANNA CAMPELO
DENISE FRAGA
DRAUZIO VARELLA
EDUARDO GIANNETTI ATIVIDADES EDUCACIONAIS CONTROLADORIA
EDUARDO PIRAGIBE GRAEFF ROGÉRIO ZAGHI COORDENADOR CRISTINA M. P. DE M ATOS CONTROLLER
EUGÊNIO BUCCI ACADEMIA ALLINE FORMIGONI ROSSI
FÁBIO MAGALHÃES CAMILA ALESSANDRA RODRIGUES DA SILVA JERONYMO R. ROMÃO
FRANCISCO VIDAL LUNA DANA MIHAELA RADU PIANISTA CORREPETIDORA RAFAEL HENRIQUE DE SOUZA ALEIXO
GUSTAVO ROXO FONSECA EDUCAÇÃO MUSICAL
HELOISA FISCHER HELENA CRISTINA HOFFMANN
JAC LEIRNER DANIELA DE CAMARGO SILVA CONTABILIDADE
JAYME GARFINKEL SIMONE BELOTTI
JOÃO GUILHERME RIPPER IM ACUL ADA C. S. OLIVEIR A GERENTE
NAGELA GARDENE SILVA NOGUEIRA
JOSÉ HENRIQUE REIS LOBO LEONARDO QUEIROZ
CORO INFANTIL
JOSÉ PASTORE VALÉRIA DE ALMEIDA CASSEMIRO
TERUO YOSHIDA REGENTE
JOSÉ ROBERTO WHITAKER PENTEADO LUIS FILIPE RIBEIRO*
CORO JUNENIL
LORENZO MAMMÌ PAULO CELSO MOURA REGENTE
LUIZ SCHWARCZ BRENA FERREIRA BUENO
MONICA WALDVOGEL FINANCEIRO
CORO ACADÊMICO
NELSON RUSSO FERREIRA  FABIANO CASSANELLI DA SILVA GERENTE
MARCOS THADEU REGENTE
PERSIO ARIDA VERA LUCIA DOS SANTOS SOUZA
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
PHILLIP YANG AILTON GABRIEL DE LIMA JR
RENATA LIPIA LIMA
RAUL CUTAIT JANDUI APRIGIO MEDEIROS FILHO
THAIS DUQUE RIBEIRO *
RICARDO LEAL THAYNARA DA SILVA*
VICTOR LEITE DE OLIVEIRA*
RICARDO OHTAKE
SÉRGIO ADORNO
SÉRGIO GUSMÃO SUCHODOLSKI
STEFANO BRIDELLI
TATYANA FREITAS
THILO MANNHARDT
VITOR HALLACK
WILLIAM VEALE
ZÉLIA DUNCAN

DIRETORIA EXECUTIVA
MARCELO LOPES DIRETOR EXECUTIVO
FAUSTO A. MARCUCCI ARRUDA SUPERINTENDENTE
ASSISTENTES
JULIANA DIAS FRANÇA
CAROLINA BORGES FERREIRA

(*) ESTAGIÁRIOS
(**) APRENDIZES
(****) TEMPORÁRIO

97
DIVISÃO ADMINISTRATIVA DIVISÃO OPERACIONAL DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES
GIACOMO CHIARELL A GERENTE ANALIA VERÔNICA BELLI GERENTE
MÔNICA CÁSSIA FERREIR A GERENTE
CAROLINA BENKO SGAI DEPARTAMENTO PRODUÇÃO — OSESP
REGIANE SAMPAIO BEZERRA
SANDRA APARECIDA DIAS ALESSANDRA CIMINO FABIANE DE OLIVEIRA ARAUJO
STHEPHANI SANTIAGO AMERICO ANA NELY BARBOSA DE LEMOS GUILHERME VIEIRA
RAFAEL LOURENCO PATRICIO LUCAS GOMES MARINHO MARTINS VINICIUS GOY DE ARO
KAIKE APARECIDO MENDES COUTO ** RODRIGO MALUF RAMOS DA SILVA LARISSA BALEEIRO DA SILVA
RECEPÇÃO FELIPE UBALDO MILANI CRISTIANO GESUALDO
ALEX DE ALMEIDA ALQUIMIM DEPARTAMENTO TÉCNICO
CONTROLADOR DE ACESSO
EUNICE DE FALCO ASSIS K ARINA FONTANA DEL PAPA GERENTE
ADAILSON DE ANDRADE
CATIANE ARAUJO DE MELO ERIK KLAUS LIMA GOMIDES INDICADORES
MICHELLY CAVALCANTE DE MOURA ANGELA DA SILVA SARDINHA MARIANA DE ALMEIDA NEVES
SERVIÇO DE COPA CARLOS EDUARDO SOARES DA SILVA MARIA JOCELMA A. R. NISHIUCHI
NATHALIA DE OLIVEIRA PEREIRA**** ELIEZIO FERREIRA DE ARAUJO ANDERSON BENI
ROSILENE DE JESUS SOARES BIANCA PEREIRA DOS SANTOS DANIELA DOS SANTOS DA CONCEIÇÃO
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
ILUMINAÇÃO
FABRÍCIO DE FREITAS SILVA
MARIA TERESA ORTONA FERREIRA EDIVALDO JOSÉ DA SILVA ALUANE LOPES RODRIGUES*
MANUTENÇÃO E OBRAS
GABRIEL BARONE RAMOS ANDRESSA DA CONCEIÇÃO SANTOS*
MURILO SOBRAL COELHO SOM
BRENDA DOMINGUES SCHNEIDER*
JOSÉ AUGUSTO SÃO PEDRO RODRIGO BATISTA FERREIRA BRUNO MAURÍCIO DE OLIVEIRA SILVA*
MARCIEL BATISTA SANTOS FERNANDO DIONISIO VIEIRA DA SILVA CAMILA MOURA GONZAGA DOS SANTOS*
OSVALDO DE SOUZA BRITTO CASSIO MOISES DA SILVA*
ANDRE VITOR DE ANDRADE
ZENIVALDO DE JESUS ELINE SOUZA DO CARMO *
RENATO FARIA FIRMINO
FELIPE DE CASTRO LEITE LAPA GIOVANNI PEREIRA DOS SANTOS*
MONTAGEM
GUILHERME FERNANDES DA SILVA* GUILHERME CUNHA MULLER
DENILSON CARDOSO ARAUJO
LUIS HENRIQUE SANTOS DE SOUZA* HELOISE TIEME SILVA*
EDGAR PAULO DA CONCEIÇÃO
RECURSOS HUMANOS
EDIVALDO JOSE DA SILVA JAIR DE ARAUJO SILVA*
LEONARDO DUTR A DI PIA ZZ A GERENTE 
EMERSON DE SOUZA JESSICA NAYANNE DOS SANTOS*
MARLENE APARECIDA DE ALMEIDA SIMÃO JULIANA LIMA VASQUES*
GERSON DA SILVA
THAMIRIS LANE DA SILVA KLARYSSA KEISE FRANCISCO *
HUMBERTO ALVES CAROLINO
CAMILA SANTANA DE ARAUJO LAILA FERNANDA SANTOS AMARAL*
JOSÉ CARLOS FERREIRA
INFORMÁTICA LARISSA ARAUJO DOS SANTOS*
JÚLIO CESAR BARRETO DE SOUZA
MARCELO LEONARDO DE BARROS MARINA GONÇALVES SILVA*
NIZINHO DEIVID ZOPELARO
GEOVANNI SILVA FERREIRA NATHALIA DE BARROS SOUZA*
RODRIGO STEVANIN
GUSTAVO TADEU CANOA MORGADO PEDRO BUSTAMANTE G. VELLOSO BRANDÃO *
LUIZ HENRIQUE JOSE DA SILVA* REGINALDO DOS SANTOS DE ALMEIDA*
GUILHERME PEREIRA DE FREITAS** BEATRIZ DE OLIVEIRA**
COMPRAS E SUPRIMENTOS CATARINE CRUZ BRITO **
DEISE PEREIRA PINTO DAVI SILVA SANCHES**
JEFERSON ROCHA DE LIMA
MARIA DE FÁTIMA RIBEIRO DE SOUSA
ROSELI FERNANDES
ALMOXARIFADO
WILSON RODRIGUES DE BARROS
ARQUIVO
EDUARDO DE CARVALHO (*) ESTAGIÁRIOS
ISABEL DE CÁSSIA CREMA GONÇALVES (**) APRENDIZES
SAYONARA SOUZA DOS SANTOS (****) TEMPORÁRIO
GABRIEL JUSTINO DE SOUZA*

AFINE SEUS SENTIDOS.


TIVOLI SÃO PAULO - MOFARREJ
Tivoli São Paulo - Mofarrej: Hotel Oficial da Temporada OSESP 2015 ALAMEDA SANTOS, 1437 | CERQUEIRA CÉSAR
SÃO PAULO | SP | BRASIL

F: 55 11 3146 5900
98 E: reservas.htsp@tivolihotels.com
PRAIA DO FORTE | SÃO PAULO | LISBOA | ALGARVE | COIMBRA | SINTRA www.tivolihotels.com
Sinal Verde
para a CULTURA A Localiza apoia a OSESP e
diversos outros projetos culturais
com o Programa Sinal Verde para
e para você se emocionar com a a Cultura. Uma iniciativa que já
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. viabilizou milhares de eventos,
levando entretenimento e arte
a todos os cantos do país.

É a Localiza abrindo portas para


a cultura e dando sinal verde
para você se divertir.

Reservas 24h:
0800 979 2000
www.localiza.com

99
MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

APOIE SUA
ORQUESTRA
Há boas razões para ser um Associado Osesp

C nce
Co
vva
c rt
rtos di
agass ao ano para1
didátic
icos para
r pro
r m
r fe
fess
97 mil crianças e jovens e 1124
tiplilicado
d re
res da
d ap
a re
r ci
ciação
ç mus
Aperfeiçoamento de jovens músicos de elevado potencial para
ingresso no mercado profissional
u ic

Visitas educativas à Sala São Paulo para mais de 100 mil pessoas.
i al;l

A partir de R$ 400 de contribuição anual,


part
rticipar de
d atividades exclusivas na Os
l vo
O es
v ccê
esp, en

2 para
s.
r
ASSOCIADOS OSESP
TÊM ENTRADA FRANCA
NO MAM, MIS E PINACOTECA

3
zir 100% de sua contribuição até o limite de 6% do PROGRAMA SUA ORQUESTRA
a devido. No
N sitite da
d Os
O es
esp vo
v cê
c ppoded sim
i ula
l r val
v lore
res www.osesp.art.br/suaorquestra
a melhor usufruir desse incentivo fiscal.
suaorquestra@osesp.art.br
11 3367 9580

/osesp /osesp /videososesp /osesp

100
PROGRAMA SUA ORQUESTRA MARIA ALEXANDRA KOWALSKI MOTTA JOSE ROBERTO DE ALMEIDA MELLO
MARIA ELISA FUDABA CURCIO PEREIRA JOSÉ RUBENS PIRANI
MARIA LUIZA PIGINI SANTIAGO PEREIRA LEONARDO ARRUDA DO AMARAL ANDRADE
AGR ADECEMOS A TODOS QUE MARINA DE ALMEIDA AOKI LILIA BLIMA SCHRAIBER
CONTRIBUEM COM O NOSSO PROGR A M A MAURICIO GOMES ZAMBONI LUCI BANKS LEITE
DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PAR A OS MÉRCIA LUCIA DE MELO NEVES CHADE LUIS ROBERTO SILVESTRINI
PROGR A M AS EDUCACIONAIS DA OSESP MIGUEL PARENTE DIAS LUIZ CESÁRIO DE OLIVEIRA
NELI APARECIDA DE FARIA LUIZ DIEDERICHSEN VILLARES
PATRONO / ACIMA DE R$15.001,00 NELSON MERCHED DAHER FILHO MARCELO JUNQUEIRA ANGULO
ALVARO FURTADO NELSON PEREIRA DOS REIS MARCO TULLIO BOTTINO
ANDRE RODRIGUES CANO ORLANDO CESAR DE OLIVEIRA BARRETTO MARCOS PAULO DE JESUS
ANTONIO QUINTELLA OSNI APARECIDO SANCHEZ MARCOS VINICIUS ALBERTINI
FABIO COLLETTI BARBOSA OSWALDO HENRIQUE SILVEIRA MARCUS TOMAZ DE AQUINO
HEITOR MARTINS PAULO APARECIDO DOS SANTOS MARIA CECILIA SENISE MARTINELLI
PAULO BILEZIKJIAN PAULO ROBERTO PORTO CASTRO MARIA HELENA LEONEL GANDOLFO
1 ANÔNIMO PEDRO HERZ MARIA JOSEFA SUÁREZ CRUZ
PETER GREINER MARINA PEREIRA BITTAR
PRESTO / DE R$8.001,00 A R$15.000,00 PLINIO TADEU CRISTOFOLETTI JUNIOR MIGUEL LOTITO NETTO
ANDRÉ CAMINADA PROVVIDENZA BERTONCINI MIGUEL SAMPOL POU
ANDREW THOMAS CAMPBELL RAPHAEL PEREIRA CRIZANTHO MIRIAM DE SOUZA KELLER
HELIO MATTAR RAQUEL SZTERLING NELKEN NATANIEL PICADO ALVARES
J. ROBERTO WHITAKER PENTEADO REGINA LÚCIA ELIA GOMES NELSON DE OLIVEIRA BRANCO
JOSÉ CARLOS DIAS RICARDO PAULINO MARQUES PASCHOAL PAULO BARRETTA
LILIA MORITZ SCHWARCZ RITA DE CASSIA BARRADAS BARATA PATRICK CHRISTIAN POLAK
MARCELO KAYATH RODRIGO HUNG SOO PICANCO CHOI PAULO EMÍLIO PINTO
MAURICIO CASTANHO TANCREDI RODRIGO RIBEIRO NOVAES PEDRO SPYRIDION YANNOULIS
SAMI TEBECHRANI RAFAEL GOLOMBEK
VIVACE CON BRIO / DE R$4.001,00 A R$8.000,00 SANTO BOCCALINI JUNIOR RENATO YOSHIO MURATA
ADRIANO ZAN SARAH VALENTE BATTISTELLA RENÉ HENRIQUE GÖTZ LICHT
ALBERTO CAZAUX SATOSHI YOKOTA ROBERT A. WALL
ALBERTO DOMINGOS FILHO SERGIO PAULO RIGONATTI ROBERTO LOPES DONKE
ALFONSO HUMBERTO CELIA SILVA SERGIO RACHMAN ROSA RANGEL
ALFREDO JOSÉ MANSUR SIDNEI FORTUNA SALVATOR LICCO HAIM
ALMIR FERREIRA DE SOUSA SILVIO CHEBABI TEIXEIRA DE VASCONCELOS SELMA MARIA SCHINCARIOLI
ANA BEATRIZ LORCH ROTH STEFANO BRIDELLI SERGIO OMAR SILVEIRA
ANA DE OURO PRETO CORRÊA DO LAGO STEPHAN WOLYNEC SILVIA CINTRA FRANCO
ANITA LEONI SUELI DA SILVA MOREIRA TARCÍSIO SARAIVA RABELO JR.
ANTONIO AILTON CASEIRO SUZETE GARCIA DE MOURA WALTER JACOB CURI
ANTONIO DE JESUS MENDES TOMASZ KOWALTOWSKI WANDER AZEVEDO
ANTONIO ROBERTO LUMINATI VALDIR RODRIGUES DE SOUZA WILTON QUEIROZ DE ARAUJO
ARNALDO MALHEIROS VANIA CURI YAZBEK 13 ANÔNIMOS
AYR RIBEIRO DE CARVALHO JUNIOR VERA DA CONCEIÇÃO FERNANDES HACHICH
CARLOS ALBERTO WANDERLEY JUNIOR VERA LUCIA PERES PESSÔA ALLEGRO / DE R$1.001,00 A R$2.000,00
CARLOS EDUARDO A. M. DE ANDRADE VITÓRIO LUIS KEMP ADEMAR PEREIRA GOMES
CARLOS EDUARDO MORI PEYSER WALDEMAR COELHO HACHICH ADHEMAR MARTINHO DOS SANTOS
CARLOS MACRUZ FILHO WASHINGTON KATO ADRIANA RAVANELLI RIBEIRO GILLIOTTI
CARLOS ROBERTO APPOLONI YOJI OGAWA ALBINO DE BORTOLI
CARMEM LUIZA GONZALEZ DA FONSECA ZILMA SOUZA CAVADAS ALCEU LANDI
CHISLEINE FÁTIMA DE ABREU ZOROASTRO CERVINI ANDRADE ALEXANDRE JOSE MARKO
CLÁUDIO CÂMARA 21 ANÔNIMOS ALEXANDRE SHINOBE
DEBORAH NEALE ALZIRA MARIA ASSUMPÇÃO
DORIS CATHARINE CORNELIE KNATZ KOWALTOWSKI VIVACE / DE R$2.001,00 A R$4.000,00 ANDRÉ LUIZ DE MEDEIROS M. DE BARROS
EDILSON DE MORAES REGO FILHO ABNER OLIVA ANDRE XAVIER FORSTER
EDUARDO WENSE DIAS ALAIN CLEMENT LESSER LEVY ANTONIO CAPOZZI
ELIANA AYAKO HIRATA ANTUNES DE OLIVEIRA ALESSANDRA MIRAMONTES LIMA ANTONIO CLARET MACIEL SANTOS
ELISEU MARTINS ALEXANDRE LEAO FERREIRA ANTONIO DIMAS
ELZA MARIA ROCHA PADUA ALIDA MARIA FLEURY BELLANDI ARTUR HENRIQUE DE TOLEDO DAMASCENO
EMILIO EUGÊNIO AULER NETO ANTONIO MARCOS VIEIRA SANTOS BARBARA HELENA KLEINHAPPEL MATEUS
ERWIN NOGUEIRA DE ANDRADE ANTONIO SALATINO CARLO CELSO LENCIONI ZANETTI
EURICO RIBEIRO DE MENDONÇA CARLOS ALBERTO MATTOSO CISCATO CÁSSIO BICUDO DREYFUSS
FERNANDO BAUMEIER CARLOS EDUARDO CIANFLONE CÉLIA MARISA PRENDES
FERNANDO MATTOSO LEMOS CARMEN SILVIA DE MELO CÉLIO CORRÊA DE ALMEIDA FILHO
GUILHERME CAOBIANCO MARQUES CIBELE RIVA RUMEL CHUNG RAN HAN
GUSTAVO ANDRADE CLODOALDO APARECIDO ANNIBAL CLARICE BERCHT
HEDYWALDO HANNA DANIEL DA SILVA ROSA CRISTIANE VIEIRA DOS SANTOS BARROS
HELGA VERENA LEONI MAFFEI DEBORA ARNS WANG DANIEL BLEECKER PARKE
HORACIO LAFER PIVA DIANA VIDAL DANUSA STUDART LUSTOSA CABRAL
ILMA TERESINHA ARNS WANG DIDIO KOZLOWSKI DAUMER MARTINS DE ALMEIDA
ISRAEL VAINBOIM EDITH RANZINI DÉCIO PEREIRA COUTINHO
IVAN CUNHA NASCIMENTO EDNA DE LURDES SISCARI CAMPOS DIONE MARIA PAZZETTO ARES
JAIME PINSKY ELAYNE RODRIGUES DE MATOS EDSON DEZAN
JAIRO OKRET ELIANA R. M. ZLOCHEVSKY EDUARDO ALGRANTI
JAYME VOLICH ERICK FIGUEIREDO RODRIGUES EDUARDO VILLAÇA PINTO
JOÃO CAETANO ALVARES ERIKA ROBERTA DA SILVA ELIEZER SCHUINDT DA SILVA
JOONG HYUN SHIN ETSUKO IKEDA DE CARVALHO ELISABETH BRAIT
JOSÉ CARLOS BAPTISTA DO NASCIMENTO FÁTIMA PORTELLA RIBAS MARTINS ELLEN SIMONE DE AQUINO OLIVEIRA PAIVA
JOSÉ CARLOS ROSSINI IGLÉZIAS FLAVIA HELENA PIUMA SILVEIRA ELOISA THOMÉ MILANI
JOSÉ ROBERTO BENETI FRANCISCO SCIAROTTA NETO ELVIS HENRIQUE SANTOS ANDRADE
JUDITH MIREILLE BEHAR FREDERICO MACIEL MOREIRA EMA ELIANA TARICCO DE FIORI
JULIO CESAR DA COSTA GASTÃO JOSE GOULART DE AZEVEDO FÁBIO BATISTA BLESSA
LAURA PALADINO DE LIMA GERALDO GOMES SERRA FELICIANO LUMINI
LAYDE HILDA MACHADO SIQUEIRA GONZALO VECINA NETO FERNANDA DE MIRANDA MARTINHO
LEA FALLEIROS MENDES HAMILTON BOKALEFF DE OLIVEIRA JUNIOR FERNANDO CÉSAR NARDUZZO
LEONARDO KENJI RIBEIRO KITAJIMA HELDER OLIVEIRA DE CASTRO FERNANDO JOSÉ DE NOBREGA
LIVIO DE VIVO HELIO ELKIS FERNANDO MOREIRA DE ANDRADE
LUIS EDMUNDO PINTO DA FONSECA JEANETTE AZAR FILIPPE VASCONCELLOS DE FREITAS GUIMARÃES
LUÍS MARCELLO GALLO JOSE ANTONIO MEDINA MALHADO FRANCISCO SEGNINI JR
LUIZ ABLAS JOSÉ CARLOS GONSALES FRIEDRICH THEODOR SIMON
LUIZ DO NASCIMENTO PEREIRA JUNIOR JOSE CERCHI FUSARI GIOCONDA DA CONCEIÇÃO SILVA
LUIZ FRANCO BRANDÃO JOSE DE PAULA MONTEIRO NETO GIZELDA MARIA BASSI SIQUEIRA
LUIZ GONZAGA MARINHO BRANDÃO JOSÉ ESTRELLA GLORIA MARIA DE ALMEIDA SOUZA TEDRUS
MARCEL PONS JOSE GUILHERME VARTANIAN HELIO JULIO MARCHI
MARCIO AUGUSTO CEVA JOSÉ LUIZ DE ARAUJO CANOSA MIGUEZ HERMAN BRIAN ELIAS MOURA
MARCIO MARCH GARCIA JOSÉ LUIZ GOUVEIA RODRIGUES IDEVAL BERNARDO DE OLIVEIRA
MARCOS GOMES AMORIM JOSE MARIA CARDOSO DE ASSIS ILAN AVRICHIR

101
IRENE ABRAMOVICH YVAN LEONARDO BARBOSA LIMA MARCELO ANCONA LOPEZ
IRENE DE ARAUJO MACHADO ZOÉ MARSIGLIO MARCELO HIDEKI TERASHIMA
ISIS CRISTINA BARCHI 39 ANÔNIMOS MARCELO PENTEADO COELHO
ITIRO SHIRAKAWA MARCELO SOARES RODRIGUES
IVONE SOUZA CASTELLAR ALLEGRETTO / DE R$400,00 A R$1.000,00 MARCIA DENISE FRANCISCO SCHNEIDER
IVONETE MARTINEZ ABRAHÃO SALITURE NETO MARCIA MIYUKI UCHIMA
JOÃO CLÁUDIO LOUREIRO ALESSANDRO CONTESSA MÁRCIA REGINA PADILHA
JOÃO LAZARO DA SILVA ALEXANDRE CONTI MARRA MARCIO BACCAN
JOAQUIM VIEIRA DE CAMPOS NETO ALEXANDRE SILVESTRE MARCIO CORREA E CASTRO PEÇANHA
JOSE ADAUTO RIBEIRO ANA CAROLINA ALBERO BELISÁRIO MARIA APARECIDA DA SILVA
JOSE BILEZIKJIAN ANATOLY TYMOSZCZENKO MARIA CHRISTINA CARVALHAL
JOSE HERNANI ARRYM FILHO ANDREE SOLAL RIBEIRO MARIA HERMÍNIA TAVARES DE ALMEIDA
JOSÉ NELSON FREITAS FARIAS ANNA LAURA OLIVA MARIA LUCIA MARTORANO DE ROSA
JOSÉ ROBERTO FORNAZZA ANTONIO CARLOS MANFREDINI MARIA LUCIA TOKUE ITO
JOSÉ SUDÁ PIRES ANTONIO CARLOS REBELLO DA SILVA MARIA THEREZA LEITE DE BARROS JUNDI
JULIO MILKO AVA NICOLE DRANOFF BORGER MARIA VIRGINIA GRAZIOLA
JUNIA BORGES BOTELHO BELA FELDMAN MARINA PEREIRA ROJAS BOCCALANDRO
KARL HEINZ KIENITZ CARLOS ALBERTO PINTO DE QUEIROZ MÁRIO NELSON LEMES
LAURO SOTTO CARLOS EDUARDO MANSUELLI FORNERETO MASATAKE HASEYAMA
LÉA ELISA SILINGOWSCHI CALIL CARLOS EDUARDO SEO MAYSA CERQUEIRA MARIN AUDI
LEONARDO STELZER ROSSI CARLOS INÁCIO DE PAULA MEIRE CRISTINA SAYURI MORISHIGUE
LIRIA KAORI INOUE CARMEN GOMES TEIXEIRA MICHELE SOPHIA LOEB CHAZAN
LUCIANO GONZALES RAMOS CELIA TERUMI SANDA MONICA MARIA GOMES FERREIRA
LUIZ CARLOS DE CASTRO VASCONCELLOS CELINEA VIEIRA PONS MÔNICA MAZZINI PERROTTA
LUIZ FERNANDO SOARES BRANDÃO CESARE TUBERTINI NANCY ZAMBELLI
MARCIO DE SOUZA MACHADO CID BANKS LOUREIRO NAPOLEON GOH MIZUSAWA
MARCUS VINICIUS LOBREGAT CIRILO LEMES DE CASTRO NICK DAGAN
MARIA CECILIA ROSSI CLAUDIA SERRANO DE AZEVEDO OLAVO AZEVEDO GODOY CASTANHO
MARIA ELISA DIAS DE ANDRADE FURTADO CLAUDIONOR SPINELLI OZIRIS DE ALMEIDA COSTA
MARIA EMÍLIA PACHECO CLOVIS LEGNARE PASCHOAL MILANI NETTO
MARIA EVANGELINA RAMOS DA SILVA CRISTINA MARIA MIRA PATRÍCIA LUCIANE DE CARVALHO
MARIA INEZ CEZAR DE ANDRADE DAN ANDREI PAULO SERGIO JOÃO
MARIA KADUNC DANIEL DE ALMEIDA OKINO PERCIVAL HONÓRIO DE OLIVEIRA
MARIA LUIZA MARCILIO DANIELA DA SILVA GOMES REBECA LÉA BERGER
MARIA OLGA SOARES DA CUNHA DÁRCIO KITAKAWA REGINA VALÉRIA DOS SANTOS MAILART
MARIA SONIA DA SILVA DEBORÁ ESPASIANI RICARDO BONANTE SCHIESARO
MARIA TERESA ROLIM ROSA DEMILSON BELLEZI GUILHEM RICARDO SAMPAIO DE ARAUJO
MARILDA SACRAMENTO CAVALLO DOUGLAS CASTRO DOS REIS RICARDO VACARO
MARINA JAROUCHE AUN DULCIDIVA PACCAGNELLA RICARDO VASCONCELOS BOTELHO
MARJORIE DE OLIVEIRA ZANCHETTA EDITH LUCIA MIKLOS VOGEL ROBERT DE MORAES JARDIM AWERIANOW
MAURICIO YASUDA EDMUNDO LUCIO GIORDANO ROBERTO LASMAN
MAURO FISBERG EDUARDO GERMANO DA SILVA ROBERTO LUIS AVIGNI
MAURO NEMIROVSKY DE SIQUEIRA EDUARDO MUFAREJ ROGÉRIO MAÇAN DE OLIVERA
MESSIAS MACIEL DO PRADO EDUARDO PIZA PEREIRA GOMES ROSANA TAVARES
MICHAEL HARADOM EDVALDO DE SOUZA SANTOS ROSELY VICCIOLI LOURENCO
MOZART ANTONIO DE CAMPOS EFRAIN CRISTIAN ZUNIGA SAAVEDRA SELMA S. CERNEA
NADIR DA GLORIA HAGUIARA CERVELLINI ELENICE SALLES KRAEMER SOLANGE RIGONATTI
NELSON ANDRADE ELIAS AUDI JÚNIOR SUELI YOKOMIZO
NELSON DE ALMEIDA GONÇALVES ELIZABETH DE NORONHA ANDRADE SUSANA AMALIA HUGHES SUPERVIELLE
NELSON VIEIRA BARREIRA ELY CAETANO XAVIER JUNIOR TEREZINHA APARECIDA SÁVIO
NEUSA MARIA DE SOUZA EMILY JANAINA GUSHIKEN OLIVEIRA VALÉRIA DOS SANTOS GABRIEL
NILTON DIVINO D'ADDIO ERIKA DANTAS KACHY VANESSA TEL
OSCAR WINDMÜLLER ESMERIA ROVAI VERA PAPINI DE SOUZA MOREIRA RIBEIRO DA COSTA
OTAVIO DE SOUZA RAMOS EVANDRO BUCCINI WALDEMAR TARDELLI FILHO
OTÁVIO ROBERTI MACEDO FAUSTO MORABITO WALLACE CHAMON ALVES DE SIQUEIRA
PATRÍCIA GAMA FERNANDO ANTONIO FOLLADOR WILMA PARTITI FERREIRA
PATRICIA RADINO ROUSE FERNANDO ANTONIO RIVETTI SUELOTTO ZELITA CALDEIRA FERREIRA GUEDES
PAULO MENEZES FIGUEIREDO FERNANDO HERBELLA 43 ANÔNIMOS
PAULO ROBERTO SABALAUSKAS FERNANDO LUIS LEITE CARREIRO
PEDRO MORALES NETO FLAVIA PRADA
PEDRO RIBEIRO AZEVEDO FLÁVIO EDUARDO PAHL ATUALIZADO EM 17/08/2015
PEDRO SÉRGIO SASSIOTO FLÁVIO SENERINE BERTAGGIA
RAFAEL D´ANDREA GILBERTO LABONIA
REGINA HELENA DA SILVA GINA MARIA MANFREDINI OLIVEIRA
REINALDO MORANO FILHO HÉLIO JORGE GONÇALVES DE CARVALHO
RENATA KUTSCHAT HENRY ARIMA
RENATA SIMON HILDA MARIA FRANCISCA DE PAULA
RENATO ATILIO JORGE ILMA ADELINA CAUDURO PONTE
RICARDO GASPAR MULLER ILVIA MARIA BERTI CONTESSA
ROBERTO MORETTI BUENO IRAPUA TEIXEIRA
RODRIGO ELIAS MOREIRA ÍRIS GARDINO
ROGÉRIO VALADARES BRANDÃO JANOS BELA KOVESI
ROLAND KOBERLE JEAN FERNANDO PINHEIRO MIRANDA
ROSELI RITA MARINHEIRO JEFFERSON LIMA MATIAS OLIVEIRA
RUY BIANCHI SARTORETTO JOÃO PEDRO RODRIGUES
SANDRA SOUZA PINTO JOHN WHITTLESEA
SELMA ANTONIO JOSE ANTONIO DE ANDRADE
SÍLVIA REGINA FRANCESCHINI JOSÉ FRANCISCO KERR SARAIVA
SILVIO ALEIXO JOSÉ LUIZ CARUSO RONCA
SILVIO ANTONIO DA SILVA JOSE LUIZ DOS SANTOS
SILVIO LUIZ PARTITI FERREIRA JOSE QUINTO JR.
SONIA MARGARIDA CSORDAS JÚLIO CÉSAR FERREIRA DA SILVA
SONIA MARIA LEITE KARLA REGINA SILVA
SONIA MARIA SCHINCARIOLI KOICHI MIZUTA
SONIA PONZIO DE REZENDE LAFAYETTE DE MORAES
THEREZINHA PRADO DE ANDRADE GOMES LARRY G. LUDWIG
THOMAZ WOOD JUNIOR LEILA TERESINHA SIMÕES RENSI
URBANO ALENCAR MACHADO LEONARDO TEIXEIRA
VALÉRIA GADIOLI LILIAN ROCHA DE ABREU SODRÉ CARVALHO
VICENTE PAIVA CORREIA LIMA LUCAS DE LIMA NETO
VILMA PEREIRA RIVERO VELLA LÚCIA MACHADO MONTEIRO
VIVIANA SAPHIR DE PICCIOTTO LUIS MARCIO BARBOSA
WALTER RIBEIRO TERRA LUIZ CARLOS C. MONTEIRO DE BARROS
WILIAM BASSITT LUIZ EDUARDO CIRNE CORREA
WILMAR DIAS DA SILVA LYDIA SUEKO YOKOYAMA KITAKAWA

102
INFORMAÇÕES ÚTEIS

PRECISO ME PREPARAR QUANDO APLAUDIR? COMO DEVO ESTAR VESTIDO?


PARA OS CONCERTOS? É tradição na música clássica É fundamental que você se sinta
Não é necessário conhecimento aplaudir apenas no final confortável em sua vinda à Sala
prévio para assistir e apreciar das obras. Preste atenção, pois São Paulo. Entretanto, assim como
a música apresentada pela Osesp. muitas peças têm vários movimentos, não usamos roupas sociais na praia,
Entretanto, conhecer a história com pausas entre eles. Se preferir, é costume evitar bermudas ou
dos compositores e as circunstâncias aguarde e observe o que faz a maioria. chinelos numa sala de concertos.
das composições traz novos
elementos à escuta. Com início CHEGANDO ATRASADO E NA HORA DA TOSSE?
uma hora antes dos concertos da No início do concerto ou após o Não queremos que você se sinta
série sinfônica, aulas de cerca intervalo, as portas da sala de desconfortável durante as
de 45 minutos de duração concerto serão fechadas logo apresentações. Como prevenção,
abordam aspectos diversos depois do terceiro sinal. Se lhe colocamos à disposição balas (já
das obras do programa a ser for permitido entrar entre duas sem papel), que podem ser
apresentado pela Osesp na obras, siga as instruções de nossos encontradas nas mesas do hall
mesma data. Para participar, indicadores e ocupe rápida e da Sala. Lembre-se que um lenço
basta apresentar o ingresso avulso silenciosamente o primeiro lugar pode ser muito útil para abafar
ou de assinatura para o respectivo vago que encontrar. Precisando a tosse.
concerto. Nas Revistas você sair, faça-o discretamente,
também encontra comentários ciente de que não será CRIANÇAS
de musicólogos e especialistas possível retornar. As crianças são sempre bem-
em linguagem acessível. -vindas aos concertos, e trazê-las
IMPORTANTE é a melhor forma de aproximá-las
SOMENTE MÚSICA Pensando em seu conforto, além de um repertório pouco tocado
Diferentemente de outros gêneros da implantação das três saídas para nas rádios e raramente explorado
musicais, a música de concerto facilitar o fluxo de veículos após pelas escolas. Aos sete anos,
valoriza detalhes e sons muito os concertos, outra melhoria foi as crianças já apresentam uma
suaves; assim, o silêncio por parte aplicada ao nosso estacionamento: capacidade de concentração
da plateia é muito importante. agora você retira o comprovante mais desenvolvida, por isso
Telefones celulares e outros (ticket) na entrada e efetua recomendamos trazê-las a partir
aparelhos eletrônicos devem o pagamento em um dos caixas, dessa idade. Aconselhamos a
permanecer desligados, ou em localizados no 1o subsolo (ao lado da escolha de programas específicos
modo silencioso, durante os bilheteria) e no hall principal da Sala e que não ultrapassem os 60
concertos. Além do som, São Paulo. A forma de pagamento minutos de duração.
também a luz desses aparelhos também melhorou; além de cartão
pode incomodar. de crédito e débito, você pode SALA SÃO PAULO
utilizar o sistema Sem Parar/Via Fácil. Alvará de Funcionamento
FUMAR, COMER E BEBER Lembre-se: o ticket pode ser pago nº2015/17606-00, válido até
Fumar em ambientes fechados a qualquer hora, desde sua entrada 24/07/2016.
é proibido por lei; lembre-se até o final da apresentação. Antecipe- Certificado de Acessibilidade
também de que não é permitido se. Não espere o final do concerto: nº2014/17296-00.
comer ou beber no interior da pague assim que entrar ou durante Auto de Vistoria nº 172322
sala de concertos. o intervalo. Dessa forma, você evita válido até 13/03/2017.
filas, otimiza seu tempo e aproveita
até o último acorde.

103
REVISTA OSESP
AGOSTO 2015

O CONTEÚDO DAS NOTAS


DE PROGRAMA É DE RESPONSABILIDADE
DE SEUS RESPECTIVOS AUTORES

ISSN 2238-0299

EDIÇÃO FINALIZADA EM
20 DE AGOSTO DE 2015

EDITOR
RICARDO TEPERMAN

COORDENAÇÃO EDITORAL
ANA PAULA MONTEIRO

PREPARAÇÃO DE TEXTO
FLÁVIO CINTRA DO AMARAL

REVISÃO
LUIZ FUKUSHIRO

PROJETO GRÁFICO
FUNDAÇÃO OSESP

DIAGRAMAÇÃO
BERNARD WILLIAN CARVALHO BATISTA

CRÉDITOS
O PRÓXIMO CONCERTO DE SCHOENBERG EM VIENA © GETTY IMAGES
AUTORRETRATO SCHOENBERG © BELMONT MUSIC PUBLISHERS/AUTVIS, BRASIL, 2015
SCHOENBERG © ARNOLD SCHOENBERG CENTER - WIEN
PRAÇA PRINCESA IZABEL © ARTHUR NESTROVSKI
ANTONIO RIBEIRO © FERNANDO BINDER
QUARTETO OSESP © DIVULGAÇÃO
CAIO PAGANO © DIVULGAÇÃO
SCHOENBERG E MARYA FREUND © ARNOLD SCHOENBERG CENTER - WIEN
ISAAC KARABTCHEVSKY REGE OSESP © NATALIA KIKUCHI
ISAAC KARABTCHEVSKY © BRUNO VEIGA
ROBERT DEAN SMITH © PHOTOPULSE
JENNIFER ROWLEY © DIVULGAÇÃO
CHRISTINE RICE © PATRICIA TAYLOR
LESTER LYNCH © DIVULGAÇÃO
ANTHONY DEAN GRIFFEY © DIVULGAÇÃO
ANDREAS SCHMIDT © DIVULGAÇÃO
CORO DE CÂMARA FRANZ LISZT DE WIMAR © MAIK SCHUCK
CORO ACADÊMICO DA OSESP © ALESSANDRA FRATUS
CORO DA OSESP © ANA FUCCIA
QUATRO ÁRVORES SCHIELE © DOMÍNIO PÚBLICO
MANUELA FREUA © DIVULGAÇÃO
MÚSICOS PIERRO LUNAIR © ARNOLD SCHOENBERG CENTER - WIEN
EMMANUELE BALDINI © MARCO ALBERTI
ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP © RODRIGO ROSENTHAL
SALA SÃO PAULO © MAURO RESTIFFE
MARIN ALSOP © KYM THOMSON
SALA SÃO PAULO © MAURO RESTIFFE
RAGNAR BOHLIN © ROY MANZANARES
MARILIA VARGAS © ANDREA PACCINE
LUISA FRANCESCONI © LINCOLN IFF
MERCADO DE RUA © GETTY IMAGES
ANDRÉ DE RIDDER © DIVULGAÇÃO
BAIBA SKRIDE © MARCO BORGGREVE
MARIPOSA © CHIARA BANFI
SERGIO ASSAD © DIVULGAÇÃO
CARLOS PRAZERES © DIVULGAÇÃOANDREIA RUSSI
NATAN ALBUQUERQUE © ALESSANDRA FRATUS
ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES © TUCCA VIEIRA
LOUIS LANGRÉE © B. EALOVEGA
CRISTINA GÓMEZ GODOY © DOROTHEE FALKE
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO © ALESSANDRA FRATUS
CORO DA OSESP © RODRIGO ROSENTHAL

A REVISTA OSESP ENVIDOU TODOS OS ESFORÇOS PARA LICENCIAR


AS IMAGENS E TEXTOS CONTIDOS NESTA EDIÇÃO. TEREMOS PRAZER
EM CREDITAR OS PROPRIETÁRIOS DE DIREITOS QUE PORVENTURA
NÃO TENHAM SIDO LOCALIZADOS.

SALA SÃO PAULO


FUNDAÇÃO OSESP
PRAÇA JÚLIO PRESTES, 16
T 11 3367.9500

LOCAÇÃO DE ESPAÇOS NA SALA SÃO PAULO


EVENTOS@OSESP.ART.BR

ANÚNCIOS NA REVISTA OSESP


MARKETING@OSESP.ART.BR | 11 3367.9556

104
AR
TE
NA Cada número da Revista Osesp traz na
capa uma obra de artista brasileiro

CA
contemporâneo, do acervo da Pinacoteca
do Estado de São Paulo.

Os trabalhos foram selecionados pela

PA curadora--chefe da Pinacoteca, Valéria Piccoli,


juntamente com o diretor artístico da Osesp.

TATIANA BLASS
São Paulo, SP, 1979
Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Teatro Para Aviões e Navios, 2009 Doação do Banco Espírito Santo S/A, por intermédio
Acrílica sobre tela da Associação Pinacoteca Arte e Cultura - APAC, 2015
150 x 221 cm Crédito fotográfico: Isabella Matheus

TATIANA BLASS (São Paulo, SP, 1979)


Graduada em Artes Plásticas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp),
Tatiana Blass produz em diferentes técnicas, como pintura, escultura, vídeo e
instalação. Desde 1998, exibe seus trabalhos em salões, mostras em ateliês e
exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Em 1999, participou
do 27º Salão de Arte Contemporânea de Santo André e, no ano seguinte, da
mostra Jovem Gravura Brasileira, realizada na Fundação Joze Ciuha, em Liu-
bliana, Eslovênia. Participou também da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010.
No ano seguinte, ganhou o prêmio Pipa e, como parte da premiação, parti-
cipou de uma residência artística em Gasworks, em Londres. Recentemente,
realizou as exposições individuais Interview, na Johannes Vogt Gallery, em
Nova York, e Electrical Room, no Museu de Arte Contemporânea de Denver.
OSESP.ART.BR

APOIO CULTURAL

REALIZAÇÃO

Você também pode gostar