Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ebó[2] (do iorubá ẹbọ, oferta ou oferenda[3]) é uma oferenda das religiões afro-brasileiras
dedicada a algum orixá, podendo ou não envolver o sacrifício animal.
"Ebó" é derivado do termo iorubá egbó, que significa "raiz".[4] O ebó nada mais é do que uma
limpeza espiritual contendo vários tipos de comida ritual. Como alguns dizem, é uma limpeza da
aura de uma pessoa, de uma casa, de um local de comércio. Transfere-se, para os alimentos, a
energia maléfica que está na pessoa ou no local, com a ajuda de Exu e dos orixás.
Não adianta só oferecer as comidas, o segredo está nas cantigas e na receita: algumas podem ser
conhecidas mas a maioria faz parte do segredo do candomblé. Pode-se fazer ebó para abrir os
caminhos para emprego, ebó de saúde, ebó de prosperidade, o que varia é a receita. Existem
vários tipos de ebós, mas sempre será feito de acordo com a determinação do jogo de búzios
merindilogun.
No jogo de búzios, define-se a qual orixá será oferecido o ebó, sendo que cada um leva seus
ingredientes especiais, tais como: a canjica de Oxalá, a batata-doce de Oxumarê ou o inhame de
Ogum. Há, ainda, aqueles ebós para afastar espíritos desencarnados que ainda atrapalham a
vida de alguns, chamado de "ebó de egum", e outros para curar traumas e ajudar no
esquecimento e superação de experiências ruins. O "ebó de susto" é para prevenir problemas no
futuro.
Não são em todos eles que ocorre a sangria de animais, pois há os chamados ebós brancos ou
secos, nos quais não é permitido qualquer sacrifício e os animais utilizados, geralmente neste
caso os frangos e galos, são soltos na natureza com vida.
Após o ritual do ebó, as folhas sagradas são usadas de forma ordenada nos banhos litúrgicos,
podendo ser necessário o uso de água sagrada. Existe uma rígida cartilha a ser seguida para que
se tenha resultados e o sacrifício seja aceito. As proibições denominadas ewo são, por exemplo:
a não ingestão de qualquer tipo de carne vermelha nem tampouco frutas vermelhas ou ácidas
(incluindo seus sucos); a abstinência principalmente de práticas sexuais como também de beijos
e abraços; a ida a velórios, hospitais, cemitérios ou mesmo a passagem sob arames farpados ou
escadas; e a bebida alcoólica é um verdadeiro tabu.
O ritual é largamente praticado em diversas casas e centros religiosos de candomblé.
O Ebo Eutu, o sacrifício expiatório, é o mais significante de todos para pacificar a ira dos deuses
ou compensar por mal feitos.[5]
Despacho
Comida ritual
Comida ritual são alimentos específicos ofertados a cada orixá, e cujo preparo requer o uso de
ritual.[7]
Comidas rituais
Abará
Abalá
Abadô
Aberém
Abóbora de caboclo
Acaçá
Acarajé
Ado
Ajebo
Amalá
Amió
Angu
Arroz de hausa
Axoxô
Bobó
Carurú
Deburu ou doburu
Dibô
Ebô
Ebôya
Efó
Erã peterê
Ekuru
Farofa
Fubá
Furá
Imbé
Ipeté
Ixé
Jacuba
Jurema
Lelê
Mukunza
Ori
Omolocum
Vatapá
Xinxim
Referências
Baba Ifa Karade (1994). The Handbook Yoruba Religious Concepts. Weiser Books. p. 95. ISBN
978-1-60925-627-2.
Dr Bolaji Bateye; Professor Ezra Chitando; Dr Afe Adogame (2013). African Traditions in the
Study of Religion, Diaspora and Gendered Societies. Ashgate Publishing, Ltd. p. 120. ISBN 978-1-
4724-0429-9.
Caloca Fernandes, Sylvia Monteiro (2001). Viagem gastronômica através do Brasil. [S.l.]: Senac.
255 páginas. ISBN: 9788573591507
Bibliografia
"Oferendas Preferidas dos Orixás", de Batista D'Obaluayê. Editora Império da Cultura, 7ª edição,
1998, brochura, 111 págs. ISBN 8590024660
"Oferendas para Exu e Pombogira", de Batista D'Obaluayê. Editora Império da Cultura. 6ª edição,
2005, brochura, 117 págs. ISBN 8586896233
"Oferendas nos Encantos de Odus", de Batista D'Obaluayê. Editora Império da Cultura. 3ª edição,
2000, brochura, 140 págs. ISBN 8590024695
"Comidas de Santo e Oferendas", de Jose Ribeiro. Editora ECO, 5a. edição, 1973, brochura, 123
págs. ISBN 8573290269
Ícone de esboço Este artigo sobre religião é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia
expandindo-o.