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Aula 03

Assistência Social (tópicos 1 a 16) p/ SEDEST-DF (Agente Social) Com


Videoaulas - Pós-Edital
Rubens Mauricio Corrêa

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Aula 03

Política Nacional de Alimentação e Nutrição


(PNAN).

Promoção da alimentação saudável nas escolas.

Conselho Nacional de1227027


Segurança Alimentar e
Nutricional (CONSEA).

Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e


Direito Humano à Alimentação Adequada.

Sistema Nacional de Segurança Alimentar e


Nutricional (SISAN).

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 3
2. Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) ..................................................... 4
2.1. Introdução .................................................................................................................................. 4
2.2. Diretrizes da PNAN ..................................................................................................................... 4
2.2.1. Organização da Atenção Nutricional ...................................................................................................................... 5
2.2.2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável .................................................................................................. 5
2.2.3. Vigilância Alimentar e Nutricional .......................................................................................................................... 5
2.2.4. Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição ........................................................................................................ 6

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2.2.5. Participação e Controle Social ................................................................................................................................ 6


2.2.6. Qualificação da Força de Trabalho ......................................................................................................................... 6
2.2.7. Controle e Regulação dos Alimentos ...................................................................................................................... 7
2.2.8. Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição ......................................................................... 8
2.2.9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional .................................................................... 8

2.3. Propósitos da PNAN ................................................................................................................. 10


2.4. Princípios da PNAN ................................................................................................................... 10
2.5. Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável ................................................ 11
2.6. Educação Alimentar e Nutricional ............................................................................................ 12
2.7. Guias Alimentares .................................................................................................................... 13
2.8. Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil .................................................................................. 14
2.9. Excesso de peso e obesidade .................................................................................................... 15
2.10. Estratégia intersetorial de prevenção e controle da obesidade ............................................ 16
2.11. Responsabilidades Institucionais ........................................................................................... 17
2.11.1. Responsabilidades do Ministério da Saúde ........................................................................................................ 18
2.11.2. Responsabilidades das Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal ................................................... 19
2.11.3. Responsabilidades das Secretarias Municipais de Saúde e do Distrito Federal ................................................. 19

3. Promoção da alimentação saudável nas escolas. ......................................................... 20


3.1. Introdução ................................................................................................................................ 20
3.2. A Escola como Espaço de Promoção da Alimentação Saudável .............................................. 21
4. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) ............................ 25
4.1. Introdução ................................................................................................................................ 25
4.2. Funcionamento do CONSEA ..................................................................................................... 26
4.2.1. O Plenário ............................................................................................................................................................. 26
4.2.2. Secretaria Geral .................................................................................................................................................... 27
4.2.3. Secretaria Executiva.............................................................................................................................................. 27
4.2.4. Mesa Diretiva........................................................................................................................................................ 27
4.2.5. Comissões Permanentes e Grupos de Trabalho ................................................................................................... 27
4.2.6. Comissão de Presidentes de Conselhos Estaduais e do Distrito Federal de Segurança Alimentar e Nutricional
(CPCE) ............................................................................................................................................................................. 28

4.3. Sobre o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito Federal CONSEA/DF .. 28


5. Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e Direito Humano à Alimentação Adequada 30
5.1. Evolução histórica do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional em âmbito
internacional e no Brasil (SAN) ........................................................................................................ 30

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5.2. A intersetorialidade da Segurança Alimentar e Nutricional .................................................... 35


5.3. O Direito Humano à Alimentação Adequada - DHAA .............................................................. 37
5.4. A perspectiva do Direito à Alimentação Adequada ................................................................. 39
5.5. A interligação e a convergência entre SAN, soberania alimentar e o DHAA ........................... 39
6. Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) .................................. 40
6.1. Conceito e introdução .............................................................................................................. 40
6.2. Segurança Alimentar e Nutricional .......................................................................................... 41
6.3. Exigibilidade do Direito Humano à Alimentação Adequada .................................................... 43
6.4. Soberania Alimentar................................................................................................................. 43
6.5. Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) ............................................ 43
6.6. Estrutura do SISAN ................................................................................................................... 44
7 . Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) ....................................... 45
8. Resumo da Aula ........................................................................................................... 50
9. Lista de Exercícios ........................................................................................................ 55
10. Considerações Finais da Aula ..................................................................................... 55

1. INTRODUÇÃO
Olá Pessoal! Sejam todos muito bem-vindos mais uma aula do nosso curso.
Nesta aula vamos estudar os seguintes assuntos:
• Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN);
• Promoção da alimentação saudável nas escolas;
• Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA);
• Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e Direito Humano à Alimentação Adequada;
• Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).

Que Deus os abençoe e consolide o aprendizado de hoje.

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2. POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (PNAN)

2.1. INTRODUÇÃO

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada no ano de 1999, integra os esforços
do Estado brasileiro, que por meio de um conjunto de políticas públicas propõe respeitar, proteger,
promover e prover os direitos humanos à saúde e à alimentação. A completar-se dez anos de
publicação da PNAN, deu-se início ao processo de atualização e aprimoramento das suas bases e
diretrizes, de forma a consolidar-se como uma referência para os novos desafios a serem
enfrentados no campo da alimentação e nutrição no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em sua nova edição, publicada em 2011, a PNAN apresenta como propósito a melhoria das
condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de
práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o
cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Para tanto está organizada em
diretrizes que abrangem o escopo da atenção nutricional no SUS com foco na vigilância, promoção,
prevenção e cuidado integral de agravos relacionados à alimentação e nutrição; atividades, essas,
integradas às demais ações de saúde nas redes de atenção, tendo a atenção básica como ordenadora
das ações.
A população brasileira, nas últimas décadas, experimentou grandes transformações sociais que
resultaram em mudanças no seu padrão de saúde e consumo alimentar. Essas transformações
acarretaram impacto na diminuição da pobreza e exclusão social e, consequentemente, da fome e
desnutrição. Por outro lado, observa-se aumento vertiginoso do excesso de peso em todas as
camadas da população, apontando para um novo cenário de problemas relacionados à alimentação
e nutrição.

2.2. DIRETRIZES DA PNAN

As diretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de ações para o alcance do seu propósito,
capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. Sendo
consolidadas em:
1. Organização da Atenção Nutricional;
2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável;
3. Vigilância Alimentar e Nutricional;
4. Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição;
5. Participação e Controle Social;
6. Qualificação da Força de Trabalho;
7. Controle e Regulação dos Alimentos;

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8. Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição;


9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional.

2.2.1. Organização da Atenção Nutricional

A atual situação alimentar e nutricional do País torna evidente a necessidade de uma melhor
organização dos serviços de saúde para atender às demandas geradas pelos agravos relacionados à
má alimentação, tanto em relação ao seu diagnóstico e tratamento quanto à sua prevenção e à
promoção da saúde. Incluem-se, ainda, as ações de vigilância para proporcionar a identificação de
seus determinantes e condicionantes, assim como das regiões e populações mais vulneráveis.

2.2.2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável

Entende-se por alimentação adequada e saudável a prática alimentar apropriada aos aspectos
biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente. Ou seja,
deve estar em acordo com as necessidades de cada fase do curso da vida e com as necessidades
alimentares especiais; referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia;
acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade; baseada em
práticas produtivas adequadas e sustentáveis com quantidades mínimas de contaminantes físicos,
químicos e biológicos.

2.2.3. Vigilância Alimentar e Nutricional

A avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus fatores determinantes


compõe a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN). Recomenda-se que nos serviços de saúde seja
realizada avaliação de consumo alimentar e antropometria de indivíduos de todas as fases da vida
(crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes) e que estas observações possam ser avaliadas
de forma integrada com informações provenientes de outras fontes de informação, como pesquisas,
inquéritos e outros Sistemas de Informações em Saúde (SIS) disponíveis no SUS.

Para exercer a Vigilância Alimentar e Nutricional ampliada é importante a adoção de diferentes


estratégias de vigilância epidemiológica, como inquéritos populacionais, chamadas nutricionais,
produção científica, com destaque para a VAN nos serviços de saúde. Estas estratégias juntas irão
produzir um conjunto de indicadores de saúde e nutrição que deverão orientar a formulação de
políticas públicas e também das ações locais de atenção nutricional.

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2.2.4. Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição

A PNAN, além de se constituir como uma referência política e normativa para a realização dos
direitos à alimentação e à saúde, representa uma estratégia que articula dois sistemas: o Sistema
Único de Saúde, seu lócus institucional, e o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN),
espaço de articulação e coordenação intersetorial.
Cabe aos gestores do SUS, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal, promover a
implementação da PNAN por meio da viabilização de parcerias e da articulação interinstitucional
necessária para fortalecer a convergência dela com os Planos de Saúde e de Segurança Alimentar e
Nutricional.

2.2.5. Participação e Controle Social

O SUS é marco da construção democrática e participativa das políticas públicas no Brasil. Sua
legislação definiu mecanismos para que a participação popular, fundamental para sua constituição,
faça parte do seu funcionamento por meio da prática do controle social nos Conselhos e
Conferências de Saúde nas três esferas de governo.

2.2.6. Qualificação da Força de Trabalho

A situação alimentar e nutricional da população brasileira e o Plano Nacional de Saúde, combinados


com o movimento em defesa da segurança alimentar e nutricional, fornecem indicações
importantes para a ordenação da formação dos trabalhadores do setor saúde que atuam na agenda
da alimentação e nutrição no SUS. Nesse contexto, torna-se imprescindível a qualificação dos
profissionais em consonância com as necessidades de saúde, alimentação e nutrição da população,
sendo estratégico considerar o processo de trabalho em saúde como eixo estruturante para a
organização da formação da força de trabalho.
Faz-se necessário desenvolver e fortalecer mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de
qualificação da força de trabalho para gestão e atenção nutricional, de valorização dos profissionais
de saúde, com o estímulo e viabilização da formação e da educação permanente, da garantia de
direitos trabalhistas e previdenciários, da qualificação dos vínculos de trabalho e da implantação de
carreiras que associem desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados aos
usuários.
A qualificação dos gestores e de todos os trabalhadores de saúde para implementação de políticas,
programas e ações de alimentação e nutrição voltados à atenção e vigilância alimentar e nutricional,
promoção da alimentação adequada e saudável e a segurança alimentar e nutricional representa
uma necessidade histórica e estratégica para o enfrentamento dos agravos e problemas decorrentes
do atual quadro alimentar e nutricional brasileiro.
A educação permanente em saúde revela-se a principal estratégia para qualificar as práticas de
cuidado, gestão e participação popular. Deve embasar-se num processo pedagógico que parte do
cotidiano do trabalho envolvendo práticas que possam ser definidas por múltiplos fatores

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(conhecimentos, valores, relações de poder, planejamento e organização do trabalho) e que


considerem elementos que façam sentido para os atores envolvidos.
As mudanças na gestão e na atenção ganham maior efetividade quando produzidas pela afirmação
da autonomia dos sujeitos envolvidos, que contratam entre si responsabilidades compartilhadas nos
processos de gerir e de cuidar.
Um dispositivo importante seria a constituição de estratégias de articulação dos gestores com as
instituições formadoras para desenvolvimento de projetos de formação em serviço, campos para
extensão e pesquisa na Rede de Atenção à Saúde do SUS que possibilitem o desenvolvimento de
práticas do cuidado relacionadas à alimentação e nutrição.
Os cursos de graduação e pós-graduação na área de saúde, em especial de Nutrição, devem
contemplar a formação de profissionais que atendam às necessidades sociais em alimentação e
nutrição e que estejam em sintonia com os princípios do SUS e da PNAN.
Os Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição (CECAN), localizados em instituições públicas
de ensino e pesquisa e credenciados pelo Ministério da Saúde para o apoio ao desenvolvimento de
estratégias que aperfeiçoem as ações da PNAN, são parceiros estratégicos para articular as
necessidades do SUS com a formação e qualificação dos profissionais de saúde para agenda de
Alimentação e Nutrição.

2.2.7. Controle e Regulação dos Alimentos

O planejamento das ações que garantam a inocuidade e a qualidade nutricional dos alimentos,
controlando e prevenindo riscos à saúde, se faz presente na agenda da promoção da alimentação
adequada e saudável e da proteção à saúde. A preocupação em ofertar o alimento saudável e com
garantia de qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica à população é o produto final de
uma cadeia de processos, desde a produção (incluindo a agricultura tradicional e familiar),
processamento, industrialização, comercialização, abastecimento até a distribuição, cuja
responsabilidade é partilhada com diferentes setores de governo e da sociedade.
A atual complexidade da cadeia produtiva de alimentos coloca a sociedade brasileira diante de novos
riscos à saúde, como a presença de agrotóxicos, aditivos, contaminantes, organimos geneticamente
modificados e a inadequação do perfil nutricional dos alimentos. O avanço da tecnologia contribui
para maior oferta e variedade de alimentos no mercado e alto grau de processamento dos alimentos
industrializados - cuja composição é afetada pelo uso excessivo de açúcar, sódio e gorduras, gerando
alimentos de elevada densidade energética. Essas novas formulações, aliadas ao aumento de
consumo de refeições fora do lar, exigem adequações na regulação de alimentos.
Nesse contexto, a segurança sanitária busca a proteção da saúde humana, considerando as
mudanças ocorridas na cadeia de produção até o consumo dos alimentos, nos padrões socioculturais
decorrentes da globalização e as adaptações ao modo de produção de alimentos em escala
internacional. Assim, o risco sanitário deve enfocar a abordagem integral de saúde e considerar,
além de si próprio, o risco nutricional decorrente desse cenário, ampliando a capacidade de o Estado
fazer uso dos instrumentos legais de controle necessários à proteção da saúde da população.

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A PNAN e o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária SNVS se convergem na finalidade de promover


e proteger a saúde da população na perspectiva do direito humano à alimentação, por meio da
normatização e do controle sanitário da produção, comercialização e distribuição de alimentos.

2.2.8. Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição

O desenvolvimento do conhecimento e o apoio à pesquisa, à inovação e à tecnologia, no campo da


alimentação e nutrição em saúde coletiva, possibilitam a geração de evidências e instrumentos
necessários para implementação da PNAN.
Com relação ao conhecimento da situação alimentar e nutricional, o Brasil conta, atualmente, com
os sistemas de informação de saúde e, em especial, o SISVAN, bem como pesquisas periódicas de
base populacional nacional e local.
Nesse aspecto, é importante que essas fontes de informação sejam mantidas e fortalecidas e que a
documentação do diagnóstico alimentar e nutricional da população brasileira seja realizada por
regiões, estados, grupos populacionais, etnias, raças/cores, gêneros, escolaridade, entre outros
recortes que permitam visualizar a determinação social do fenômeno.
É fundamental manter e fomentar investimentos em pesquisas de delineamento e avaliação de
novas intervenções e de avaliação de programas e ações propostos pela PNAN, para que os gestores
disponham de uma base sólida de evidências que apoiem o planejamento e a decisão para a atenção
nutricional no SUS. Deve-se, portanto, manter atualizada uma agenda de prioridades de pesquisas
em alimentação e nutrição de interesse nacional e regional, pautada na agenda nacional de
prioridades de pesquisa em saúde.
Desse modo, é importante a ampliação do apoio técnico, científico e financeiro às linhas de
investigação aliadas às demandas dos serviços de saúde, que desenvolvam metodologias e
instrumentos aplicados à gestão, execução, monitoramento e avaliação das ações relacionadas à
PNAN.
Para esse fim, os Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição (CECAN) constituem-se em uma
rede colaborativa interinstitucional de cooperação técnico-científica, que deve ser aprimorada e
fortalecida à medida que produzem evidências que contribuem para o fortalecimento da gestão e
atenção nutricional na Rede de Atenção à Saúde do SUS.

2.2.9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional

A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) consiste na realização do direito de todos ao acesso


regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o
acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base: práticas alimentares promotoras da
saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis.
Esse conceito congrega questões relativas à produção e disponibilidade de alimentos (suficiência,
estabilidade, autonomia e sustentabilidade) e à preocupação com a promoção da saúde,

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interligando os dois enfoques que nortearam a construção do conceito de SAN no Brasil: o


socioeconômico e o de saúde e nutrição.
A garantia de SAN para a população, assim como a garantia do direito à saúde, não depende
exclusivamente do setor saúde, mas este tem papel essencial no processo de articulação
intersetorial.
A intersetorialidade permite o estabelecimento de espaços compartilhados de decisões entre
instituições e diferentes setores do governo que atuam na produção da saúde e da SAN na
formulação, implementação e acompanhamento de políticas públicas que possam ter impacto
positivo sobre a saúde da população.
Assim, a PNAN deve interagir com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN)
e outras políticas de desenvolvimento econômico e social, ocupando papel importante na estratégia
de desenvolvimento das políticas de SAN, principalmente em aspectos relacionados ao diagnóstico
e vigilância da situação alimentar e nutricional e à promoção da alimentação adequada e saudável.

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2.3. PROPÓSITOS DA PNAN

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como propósito a melhoria das condições
de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas
alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado
integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição.

2.4. PRINCÍPIOS DA PNAN

A PNAN tem por pressupostos os direitos à Saúde e à Alimentação e é orientada pelos princípios
doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde (universalidade, integralidade, equidade,
descentralização, regionalização e hierarquização e participação popular), aos quais se somam os
princípios a seguir:
• A Alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde: a alimentação
expressa as relações sociais, valores e história do indivíduo e dos grupos populacionais e tem
implicações diretas na saúde e na qualidade de vida. A abordagem relacional da alimentação
e nutrição contribui para o conjunto de práticas ofertadas pelo setor saúde, na valorização do
ser humano, para além da condição biológica e o reconhecimento de sua centralidade no
processo de produção de saúde.

• O respeito à diversidade e à cultura alimentar: a alimentação brasileira, com suas


particularidades regionais, é a síntese do processo histórico de intercâmbio cultural, entre as
matrizes indígena, portuguesa e africana que se somam, por meio dos fluxos migratórios, às
influências de práticas e saberes alimentares de outros povos que compõem a diversidade
sócio-cultural brasileira. Reconhecer, respeitar, preservar, resgatar e difundir a riqueza
incomensurável de alimentos e práticas alimentares correspondem ao desenvolvimento de
ações com base no respeito à identidade e cultura alimentar da população.

• O fortalecimento da autonomia dos indivíduos: o fortalecimento ou ampliação dos graus de


autonomia para as escolhas e práticas alimentares implica, por um lado, um aumento da
capacidade de interpretação e análise do sujeito sobre si e sobre o mundo e, por outro, a
capacidade de fazer escolhas, governar e produzir a própria vida. Para tanto, é importante
que o indivíduo desenvolva a capacidade de lidar com as situações, a partir do conhecimento
dos determinantes dos problemas que o afetam, encarando-os com reflexão crítica. Diante
dos interesses e pressões do mercado comercial de alimentos, bem como das regras de
disciplinamento e prescrição de condutas dietéticas em nome da saúde, ter mais autonomia
significa conhecer as várias perspectivas, poder experimentar, decidir, reorientar, ampliar os
objetos de investimento relacionados ao comer e poder contar com pessoas nessas escolhas
e movimentos. Há uma linha tênue entre dano e prazer que deve ser continuamente
analisada, pois leva os profissionais de saúde, frequentemente, a se colocarem nos extremos
da omissão e do governo exacerbado dos outros. Para isso, deve-se investir em instrumentos

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e estratégias de comunicação e educação em saúde que apoiem os profissionais de saúde em


seu papel de socialização do conhecimento e da informação sobre alimentação e nutrição e
de apoio aos indivíduos e coletividades na decisão por práticas promotoras da saúde.

• A determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição:


o conhecimento das determinações socioeconômicas e culturais da alimentação e nutrição
dos indivíduos e coletividades contribui para a construção de formas de acesso a uma
alimentação adequada e saudável, colaborando com a mudança do modelo de produção e
consumo de alimentos que determinam o atual perfil epidemiológico. A busca pela
integralidade na atenção nutricional pressupõe a articulação entre setores sociais diversos e
se constitui em uma possibilidade de superação da fragmentação dos conhecimentos e das
estruturas sociais e institucionais, de modo a responder aos problemas de alimentação e
nutrição vivenciados pela população brasileira.

• A segurança alimentar e nutricional com soberania: a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)


é estabelecida no Brasil como a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente
a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que
respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente
sustentáveis. A Soberania Alimentar se refere ao direito dos povos de decidir seu próprio
sistema alimentar e de produzir alimentos saudáveis e culturalmente adequados, acessíveis,
de forma sustentável e ecológica, colocando aqueles que produzem, distribuem e consomem
alimentos no coração dos sistemas e políticas alimentares, acima das exigências de mercado.

2.5. PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL

A promoção da saúde consiste num conjunto de estratégias focadas na melhoria da qualidade de


vida dos indivíduos e coletividades. Pode se materializar por meio de políticas, estratégias, ações e
intervenções no meio com objetivo de atuar sobre os condicionantes e determinantes sociais de
saúde, de forma intersetorial e com participação popular, favorecendo escolhas saudáveis por parte
dos indivíduos e coletividades no território onde residem, estudam, trabalham, entre outros.
As ações de promoção da saúde são potencializadas por meio da articulação dos diferentes setores
da saúde, além da articulação com outros setores. Essas articulações promovem a efetividade e
sustentabilidade das ações ao longo do tempo, melhorando as condições de saúde das populações
e dos territórios .
A Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) tem por objetivo apoiar Estados e
municípios brasileiros no desenvolvimento da promoção e proteção à saúde da população,
possibilitando um pleno potencial de crescimento e desenvolvimento humano, com qualidade de
vida e cidadania. Além disso, reflete a preocupação com a prevenção e com o cuidado integral dos
agravos relacionados à alimentação e nutrição como a prevenção das carências nutricionais
específicas, desnutrição e contribui para a redução da prevalência do sobrepeso e obesidade e das

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doenças crônicas não transmissíveis, além de contemplar necessidades alimentares especiais tais
como doença falciforme, hipertensão, diabetes, câncer, doença celíaca, entre outras.
A PAAS corresponde a uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN),
insere-se como eixo estratégico da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), e tem como
enfoque prioritário a realização de um direito humano básico, que proporcione a realização de
práticas alimentares apropriadas dos pontos de vista biológico e sociocultural, bem como o uso
sustentável do meio ambiente.
Considerando-se que o alimento tem funções que transcendem ao suprimento das necessidades
biológicas, pois agrega significados culturais, comportamentais e afetivos singulares que não podem
ser desprezados, a garantia de uma alimentação adequada e saudável deve contemplar o resgate de
hábitos e práticas alimentares regionais que valorizem a produção e o consumo de alimentos locais
de baixo custo e elevado valor nutritivo, livre de contaminantes, bem como os padrões alimentares
mais variados em todos os ciclos de vida.
Diferentes estratégias têm sido pensadas no sentido de estimular a autonomia dos indivíduos para
a realização de escolhas e de favorecer a adoção de práticas alimentares (e de vida) saudáveis. Nesse
sentido, as ações de PAAS fundamentam-se nas dimensões de incentivo, apoio, proteção e
promoção da saúde e devem combinar iniciativas focadas em:
• Políticas públicas;
• Criação de ambientes favoráveis à saúde nos quais o indivíduo e comunidade possam exercer
o comportamento saudável;
• Reforço da ação comunitária;
• Desenvolvimento de habilidades pessoais por meio de processos participativos e
permanentes;
• Reorientação dos serviços na perspectiva da promoção da saúde.

2.6. EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL

A educação alimentar e nutricional (EAN) se configura como um campo de conhecimento e prática


contínua e permanente, intersetorial e multiprofissional, que utiliza diferentes abordagens
educacionais. São ações que envolvem indivíduos ao longo de todo o curso da vida, grupos
populacionais e comunidades, considerando as interações e significados que compõem o
comportamento alimentar.
Seu objetivo é contribuir para a realização do direito humano à alimentação adequada e garantia da
segurança alimentar e nutricional (SAN), a valorização da cultura alimentar, a sustentabilidade e a
geração de autonomia para que as pessoas, grupos e comunidades estejam empoderados para a
adoção de hábitos alimentares saudáveis e a melhoria da qualidade de vida. A EAN é entendida como
processo de diálogo entre profissionais de saúde e a população, visando a autonomia e ao
autocuidado.
Contemplada pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), a educação alimentar e
nutricional é compreendida também no âmbito da promoção da saúde no campo do

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desenvolvimento de habilidades pessoais por meio de processos participativos e permanentes,


configurando-se como um dos pilares da promoção da alimentação adequada e saudável (Diretriz 2
da PNAN).

2.7. GUIAS ALIMENTARES

Os guias alimentares são instrumentos que definem as diretrizes utilizadas na orientação de escolhas
alimentares saudáveis pela população. O Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em
2006, apresentou as primeiras diretrizes oficiais para a população brasileira. Diante das
transformações sociais vivenciadas pela sociedade brasileira, que impactaram sobre suas condições
de saúde e nutrição se fez necessária à revisão das recomendações.
O material ficou em consulta pública de fevereiro a maio de 2014, recebendo, 3.125 contribuições
de 436 indivíduos/instituições, permitindo seu amplo debate por diversos setores da sociedade e
orientando a construção do seu conteúdo.
O Guia Alimentar aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e
saudável para a população brasileira e, configurando-se como um instrumento de educação
alimentar e nutricional no SUS e também para outros setores.
A publicação apresenta um conjunto de informações, análises, recomendações e orientações sobre
escolha, combinação, preparo e consumo de alimentos que objetivam promover a saúde de pessoas,
famílias e comunidades e da sociedade brasileira como um todo. O Guia é para todas as pessoas,
individualmente e como membros de famílias e comunidades, assim como cidadãos.
Além de fornecer recomendações sobre escolha, preparo e consumo de alimentos, este Guia
considera os fatores do ambiente que favorecem ou dificultam a colocação em prática dessas
recomendações, indicando formas e caminhos para aproveitar vantagens e vencer obstáculos.
O Guia está estruturado em 05 capítulos:
• Capítulo 1: descreve os princípios que nortearam a elaboração do Guia. Esses princípios
justificam a necessidade de um olhar abrangente sobre a alimentação, para além de
nutrientes e alimentos; examinam a natureza das evidências sobre as quais o guia alimentar
foi construído; consideram o impacto socioeconômico, cultural e ambiental das formas de
produção e distribuição dos alimentos e o caráter dinâmico do sistema alimentar, dos padrões
de alimentação e dos problemas de saúde relacionados à alimentação; e, defendem o
compromisso que guias alimentares devem ter com a promoção da autonomia das pessoas e
com a defesa do direito humano à alimentação.

• Capítulo 2: enuncia quatro recomendações gerais para a construção de uma alimentação


saudável e que são consistentes com os princípios orientadores do Guia. Faça de alimentos in
natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de origem
vegetal, a base de sua alimentação. Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas
quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. Limite o uso de

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alimentos processados, consumindo-os, em pequenas quantidades, como ingredientes de


preparações culinárias ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou
minimamente processados. Evite alimentos ultraprocessados. A regra de ouro é Prefira
alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias ao invés de
alimentos ultraprocessados.

• Capítulo 3: traz orientações sobre como combinar alimentos na forma de refeições. Essas
orientações são consistentes com as recomendações gerais do capítulo 2 e se baseiam em
refeições consumidas por uma parcela substancial da população brasileira que ainda baseia
sua alimentação em alimentos in natura ou minimamente processados e nas preparações
culinárias feitas com esses alimentos.

• Capítulo 4: traz orientações sobre o ato de comer e a comensalidade, abordando as


circunstâncias tempo e foco, espaço e companhia que influenciam o aproveitamento dos
alimentos e o prazer proporcionado pela alimentação.

• Capítulo 5: examina fatores que podem ser obstáculos para a adesão das pessoas às
recomendações deste Guia informação, oferta, custo, habilidades culinárias, tempo e
publicidade e propõe para sua superação a combinação de ações no plano pessoal e familiar
e no plano do exercício da cidadania.

Uma sínte à à à àG à à à à à à D àP à à àá à
“ àEà à à à à à à à à à à à à
por capítulos, aprofundam os temas abordados e discutidos no Guia.
Entendendo as particulares da alimentação para menores de 2 anos de idade, o Ministério da Saúde
desenvolveu um guia específico para esse grupo, o Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 Anos.

2.8. ESTRATÉGIA AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL

A "Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar


Saudável no SUS - Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil", lançada em 2012, tem como objetivo
qualificar o processo de trabalho dos profissionais da atenção básica com o intuito de reforçar e
incentivar a promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável para crianças menores
de dois anos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Essa iniciativa é o resultado da integração de duas ações importantes do Ministério da Saúde: a Rede
Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional para a Alimentação Complementar Saudável (ENPACS), que
se uniram para formar essa nova estratégia, que tem como compromisso a formação de recursos
humanos na atenção básica.

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A base legal adotada para a formulação da estratégia são políticas e programas já existentes como
a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) , a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), a
Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) , a Política Nacional de Aleitamento Materno
(PNAM) e a Rede Cegonha .
A Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/DAB/SAS) e a Área Técnica de Saúde da
Criança e Aleitamento Materno (ATSCAM/DAPES/SAS), do Ministério da Saúde, em parceria com as
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, são os responsáveis pela formulação das ações da nova
estratégia, que visa colaborar com as iniciativas para a atenção integral da saúde das crianças.
Elas têm como princípio a educação permanente em saúde e como base a metodologia crítico-
reflexiva que é desenvolvida por meio de atividades teóricas e práticas, leituras e discussões de
texto, troca de experiência, dinâmicas de grupo, conhecimento da realidade local, sínteses e planos
de ação.

2.9. EXCESSO DE PESO E OBESIDADE

A obesidade é decorrente do acúmulo de gordura no organismo, que está associado a riscos para a
saúde, devido à sua relação com várias complicações metabólicas. Pode ser compreendida como um
agravo de caráter multifatorial, pois suas causas estão relacionadas a questões biológicas, históricas,
ecológicas, econômicas, sociais, culturais e políticas.
Trata-se simultaneamente de uma doença e de um dos fatores de risco mais importantes para outras
doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares e Diabetes mellitus.
A prevalência da obesidade vem aumentando entre adultos, tanto nos países desenvolvidos quanto
naqueles em desenvolvimento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pelo menos 1
bilhão de pessoas apresente excesso de peso, das quais, 300 milhões são obesos. Pesquisas apontam
aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil, atingindo os valores de
aproximadamente 49% e 15% da população, respectivamente. Houve, ao longo de 34 anos, um
aumento de sobrepeso de três vezes para homens e duas para mulheres.
A determinação multifatorial do sobrepeso e da obesidade está relacionada ao modo de vida das
populações modernas, que consomem cada vez mais alimentos processados, energeticamente
densos e ricos em açúcares, gorduras e sódio, com uma quantidade de calorias consumidas além da
necessidade individual. Esse desequilíbrio decorre, em parte, pelas mudanças do padrão alimentar
aliadas à reduzida atividade física, tanto no período laboral como no lazer.
Uma vez que as causas do sobrepeso e obesidade não são apenas individuais, mas também
ambientais e sociais, a prevenção e o tratamento desses agravos requerem medidas complexas, uma
atuação articulada entre os vários setores da sociedade que contribuam para que indivíduos e
coletividades possam adotar modos de vida saudáveis.
No âmbito do setor saúde, cabe ao SUS realizar a vigilância alimentar e nutricional, realizar ações de
promoção da saúde, como promoção da alimentação adequada e saudável e atividade física,

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garantir atenção integral à saúde dos indivíduos com sobrepeso e obesidade e atuar no controle e
regulação da qualidade dos alimentos.

2.10. ESTRATÉGIA INTERSETORIAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA OBESIDADE

A Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade norteia as ações do governo


brasileiro e tem por objetivo promover a reflexão e fomentar a implementação da Estratégia pelos
diversos setores que compõe a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar (CAISAN), tanto em
nível federal quanto estadual, ratificando a necessidade de elaboração de diretrizes para o
enfrentamento deste cenário epidemiológico, configurado como um problema social com
dimensões morais e repercussões na saúde e na qualidade de vida do indivíduo.
A Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade tem por objetivo orientar estados
e municípios na articulação de ações intersetoriais locais com o intuito de prevenir e controlar a
obesidade na população, sendo pautada em seis grandes eixos de ação:
• Disponibilidade e acesso a alimentos adequados e saudáveis;
• Ações de educação, comunicação e informação;
• Promoção de modos de vida saudáveis em ambientes específicos;
• Vigilância Alimentar e Nutricional;
• Atenção integral à saúde do indivíduo com sobrepeso/obesidade na rede de saúde; e
• Regulação e controle da qualidade e inocuidade de alimentos.

Durante os últimos anos, observou-se grande avanço na discussão do enfrentamento e prevenção


da obesidade no país, efetivando uma Estratégia que organizasse e estruturasse as diversas ações
muitas em vigor há bastante tempo de diversos setores da sociedade. A elaboração da Estratégia
busca articular ações que atuam sobre as causas sociais, ambientais, econômicas e políticas da
obesidade/sobrepeso, contribuindo para a superação da perspectiva fragmentada e setorial do
enfrentamento dessa situação.
No que concerne ao setor saúde, diversas ações são preconizadas no contexto da Estratégia, que
contribuem para a redução e manejo da obesidade, tais como:
• Programa Saúde na Escola (PSE);
• Programa Academia da Saúde;
• Discussão da regulação da publicidade, práticas de marketing e comercialização de alimentos,
especialmente voltado para o público infantil;
• Renovação de acordo com Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação ABIA para
redução e eliminação de gordura trans;
• Discussão sobre a redução de açúcar em alimentos processados;

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• Ações de promoção da alimentação adequada e saudável para crianças, por meio da divulgação
e utilização do Guia Alimentar para População Brasileira, do Guia Alimentar para Crianças
Menores de 2 anos e dos Alimentos Regionais Brasileiros;
• Discussão junto ao Ministério do Trabalho para atualização das Portarias que regulamentam o
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT);
• Renovação de Acordo de Cooperação entre o Ministério da Saúde e a Federação Nacional das
Escolas Particulares (FENEP) para promoção da alimentação saudável nas escolas, com enfoque
nas cantinas;
• Ações de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) para monitoramento de práticas alimentares
e estado nutricional da população.

Vale destacar que a elaboração de uma Estratégia, que agrega os diversos setores governamentais,
bem como representantes da sociedade civil, reafirma a importância da participação social na
formulação de políticas e iniciativas no qual o Estado assume o compromisso com a universalidade,
integralidade e equidade no acesso à alimentação adequada e saudável, preservação da autonomia
e respeito à dignidade das pessoas, transparência no uso de recursos públicos, compromisso social,
sustentabilidade e ética na relação entre público e privado.
No âmbito do setor saúde, cabe ao SUS realizar a vigilância alimentar e nutricional, realizar ações de
promoção da saúde, como promoção da alimentação adequada e saudável e atividade física,
garantir atenção integral à saúde dos indivíduos com sobrepeso e obesidade e atuar no controle e
regulação da qualidade dos alimentos.
O Programa Peso Saudável é uma iniciativa que visa prevenir o ganho de peso corporal entre os
colaboradores do Ministério da Saúde. O programa pretende, ainda, incentivar a adoção de uma
rotina de auto monitoramento do peso e estimular práticas alimentares mais saudáveis, bem como
tornar a atividade física parte da rotina do trabalhador.
Para facilitar a pesagem no ambiente de trabalho e obter uma medida de peso mais precisa, balanças
com capacidade de 150 kg e resolução de 100g, novas e calibradas, serão posicionadas em locais de
fácil acesso em todos os prédios do Ministério da Saúde.

2.11. RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS

Em observância aos princípios do SUS, os gestores de saúde nas três esferas, de forma articulada e
dando cumprimento às suas atribuições comuns e específicas, atuarão no sentido de viabilizar o
alcance do propósito desta Política Nacional de Alimentação e Nutrição.

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2.11.1. Responsabilidades do Ministério da Saúde

àE à à à à à à à à à à à à à à
da PNAN, considerando as questões prioritárias e as especificidades regionais de forma contínua e
articulada com o Plano Nacional de Saúde e instrumentos de planejamento e pactuação do SUS;
àP à àC àI àT à à à as e metas para
implementação de programas e ações de alimentação e nutrição na Rede de Atenção à Saúde,
mantidos os princípios e as diretrizes gerais da PNAN;
àG à à à à à à à à à à à à à à
alimentação e nutrição na Rede de Atenção à Saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios;
àá à à à à à de alimentação e nutrição para o setor saúde, de acordo
com a situação epidemiológica e nutricional e as especificidades regionais;
àP à à à à à à à à à à à à
monitoramento e avaliação de programas e ações de alimentação e nutrição na Rede de Atenção à
Saúde;
àá à à à à à à com as Secretarias Estaduais, Municipais e do
Distrito Federal de Saúde, para capacitação e a educação permanente dos profissionais de saúde
para a gestão, planejamento, execução, monitoramento e avaliação de programas e ações de
alimentação e nutrição no SUS;
àP à à à à à àD àF à à à à à à à
sistemas de informação dos programas de alimentação e nutrição e de outros sistemas de
informação em saúde que contenham indicadores de alimentação e nutrição;
àá à à à à à à àC àC à àá à àN à
fomentando o conhecimento e a construção de evidências no campo da alimentação e nutrição para
o SUS;
àá à à à à à à à àestratégicas no contexto desta Política,
mantendo atualizada uma agenda de prioridades de pesquisa em Alimentação e Nutrição para o
SUS;
àP à à à à à à à à à à à à
à implementação das diretrizes da PNAN e à articulação do SUS com SISAN;
àE à à à à à à à à à à à à m Alimentação e Nutrição
da Rede de Atenção à Saúde, com participação dos setores organizados da sociedade nas instâncias
colegiadas e de controle social, em especial, na Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição
(CIAN) do Conselho Nacional de Saúde e no Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional;
àV à à à à à à s, organizações governamentais e
não governamentais e com o setor privado, pautadas pelas necessidades da população e pelo
interesse público, avaliando os riscos para o bem comum, com autonomia e respeito aos preceitos
éticos, para a garantia dos direitos à saúde e à alimentação, com vistas à segurança alimentar e
nutricional do povo brasileiro.

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2.11.2. Responsabilidades das Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal

àI à àPNáN à à à à à à à à à à omovendo as
adequações necessárias, de acordo com o perfil epidemiológico e as especificidades regionais e
locais;
àP à àC são Intergestores Bipartite e nas Comissões Intergestores Regionais, prioridades,
objetivos, estratégias e metas para implementação de programas e ações de alimentação e nutrição
na Rede de Atenção à Saúde, mantidos os princípios e as diretrizes gerais da PNAN;
àE à à à à à à à àPNáN à à à à à à
as especificidades regionais de forma contínua e articulada com o Plano Estadual de Saúde e
instrumentos de planejamento e pactuação do SUS;
àD à ursos estaduais para compor o financiamento tripartite das ações de alimentação e
nutrição na Rede de Atenção à Saúde no âmbito estadual;
àP à à à à à à à à à à à à à à à
de gestão, planejamento, execução, monitoramento e avaliação de programas e ações de
alimentação e nutrição;
àD à à cos e estratégias organizacionais de capacitação e educação
permanente dos trabalhadores da saúde para a gestão, planejamento, execução, monitoramento e
avaliação de programas e ações de alimentação e nutrição no âmbito estadual, respeitando as
diversidades locais e consoantes à PNAN;
àP à à à à à à à à à à à à
à implementação das diretrizes da PNAN e à articulação do SUS com o SISAN na esfera estadual;
àV à à à cerias com organismos internacionais, organizações governamentais e
não governamentais e com o setor privado, pautadas pelas necessidades da população da região e
pelo interesse público, avaliando os riscos para o bem comum, com autonomia e respeito aos
preceitos éticos, para a garantia dos direitos à saúde e à alimentação, com vistas à segurança
alimentar e nutricional.

2.11.3. Responsabilidades das Secretarias Municipais de Saúde e do Distrito Federal


àI à àPNáN à à à à àterritório, respeitando suas diretrizes e promovendo as
adequações necessárias, de acordo com o perfil epidemiológico e as especificidades locais,
considerando critérios de risco e vulnerabilidade;
àE à à à à à à à à PNáNà à municípios, com definição de
prioridades, objetivos, estratégias e metas, de forma contínua e articulada com o Plano Municipal
de Saúde e o planejamento regional integrado, se for o caso, e com os instrumentos de
planejamento e pactuação do SUS;
àD recursos municipais para compor o financiamento tripartite das ações de alimentação e
nutrição na Rede de Atenção à Saúde;

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àP à à à os indicadores de alimentação e nutrição e alimentar os sistemas de


informação da saúde, de forma contínua, com dados produzidos no sistema local de saúde;
àD à à à à à à à à à à
permanente dos trabalhadores da saúde para a gestão, planejamento, execução, monitoramento e
avaliação de programas e ações de alimentação e nutrição na esfera municipal e/ou das regionais
de saúde; Fortalecer a participação e o controle social no planejamento, execução, monitoramento
e avaliação de programas e ações de alimentação e nutrição, no âmbito do Conselho Municipal de
Saúde e demais instâncias de controle social existentes no município;
àP à à à à à à à à àe interinstitucional necessária
à implementação das diretrizes da PNAN e a articulação do SUS com o SISAN na esfera municipal;
àV à à à à à à à à à à
não governamentais e com o setor privado, pautadas pelas necessidades da população dos
municípios e do Distrito Federal e pelo interesse público, avaliando os riscos para o bem comum,
com autonomia e respeito aos preceitos éticos, para a garantia dos direitos à saúde e à alimentação,
com vistas à segurança alimentar e nutricional.

3. PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS.

3.1. INTRODUÇÃO

Considerando a importância da escola como espaço de produção de saúde, auto-estima,


comportamentos e habilidades para a vida de seus alunos, funcionários e comunidade, ou seja, como
sendo o espaço propício à formação de hábitos alimentares saudáveis e à construção da cidadania,
o Ministério da Saúde e da Educação instituíram pela Portaria Interministerial nº 1.010 as diretrizes
para a promoção da Alimentação Saudável nas escolas de Educação Infantil, Fundamental e nível
Médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional.
Estas diretrizes apontam para a necessidade de ações intersetoriais e transdisciplinares,
fundamentadas a partir da articulação entre as políticas de educação e saúde, envolvendo ainda a
participação da sociedade civil, de modo a permitir a manifestação de suas capacidades, recursos e
responsabilidades que possibilitem a efetiva transformação do ambiente escolar como promotor de
saúde.
Assim, o êxito para a consecução das ações de promoção da alimentação saudável nas escolas
depende do compromisso de gestores, profissionais de saúde e de educação e da participação ativa
da comunidade escolar.
É nesse contexto que o Ministério da Saúde e da Educação apresentam o M àOperacional
Promoção da alimentação saudável nas àdestinado aos gestores, educadores e profissionais
da área de saúde e da educação, como instrumento para incentivar e fornecer subsídios para o
fortalecimento e planejamento das ações de promoção da alimentação saudável no ambiente

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escolar, considerando a história, as singularidades da realidade local e, sobretudo, a situação


alimentar e nutricional de cada comunidade.

3.2. A ESCOLA COMO ESPAÇO DE PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

O conceito ampliado de saúde e a necessidade de criar políticas públicas para promovê-la a partir
do imperativo da participação social são fundamentos para a construção e consolidação do Sistema
Único de Saúde (SUS) e da Política Nacional de Saúde, que reconhecem a impossibilidade do setor
sanitário de responder sozinho à transformação dos determinantes e condicionantes da saúde.
Assim, promover saúde é promover qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde
relacionados aos seus determinantes e condicionantes, compreendendo que, para tal, é
fundamental ampliar a autonomia das pessoas e das coletividades no cuidado integral à saúde,
minimizando ou extinguindo as desigualdades de toda e qualquer ordem.
A promoção da alimentação saudável considera o peso multiplicado das doenças, entendendo que
as políticas e os programas brasileiros de alimentação e nutrição precisam orientar práticas que
promovam a saúde e previnam as doenças relacionadas à alimentação, tais como a desnutrição e as
deficiências por micronutrientes (anemia ferropriva, hipovitaminose A e distúrbios por carência de
iodo), que ainda permanecem sendo desafios da Saúde Pública em nosso país, e as doenças crônicas
não-transmissíveis - DCNT (diabetes, obesidade, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e
câncer), que vêm aumentando vertiginosamente e de forma cada vez mais precoce, processo
caracterizado como transição nutricional.
Esse cenário está associado às mudanças econômicas, sociais e demográficas ocorridas nas últimas
décadas decorrentes da crescente modernização e urbanização que provocaram alterações no estilo
de vida da população e, em particular, dos hábitos alimentares.

Sabe-se que o predomínio da dieta ocidental (caracterizada pelo consumo de alimentos


altamente calóricos, ricos em açúcar, gordura saturada e gordura trans e com
quantidades reduzidas de carboidratos complexos e fibras) está associado ao aumento da
obesidade e conseqüente aumento das DCNT (MONTEIRO, 2000).

Aliado à mudança do padrão alimentar da população, ocorreu a redução da prática de atividades


físicas, em função das modificações dos padrões de trabalho e lazer da população.
A prevenção e controle dessas doenças e seus fatores de risco é fundamental para conter o
crescimento epidêmico e as conseqüências na qualidade de vida da população. Além disso, as DCNT
estão entre as doenças que mais demandam ações, procedimentos e serviços de saúde, onerando
em aproximadamente 70% do total de custos do SUS, excluídos os custos indiretos (BRASIL, 2005b).

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O problema também vem acometendo a população infantil, de forma que, atualmente,


corresponde ao problema nutricional mais comum nesta fase do curso da vida nos países
desenvolvidos (GARCIA et al, 2004), assumindo também grande proporção no Brasil
(DAVANÇO; TADDEI; GAGLIONE, 2004).

A obesidade infantil é mais preocupante que a adulta, pois cerca de 50% de crianças que
são obesas aos seis meses de idade e 80% das crianças obesas aos cinco anos de idade
permanecerão com esta condição (TROIANO, 1995; GOTMARKER, 1987 apud ABRANTES;
LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002).
==12b913==

Além disso, sabe-se que, quanto mais intenso e precoce é seu aparecimento, maior o risco
de persistência no adulto, sendo mais graves as co-morbidades a ela relacionadas
(MAGALHÃES; AZEVEDO; MENDONÇA, 2003).

Sendo assim, os hábitos alimentares assumem importante papel, porque são


estabelecidos durante a infância, consolidados na adolescência e estão diretamente
relacionados ao risco do desenvolvimento dessas doenças crônicas na vida adulta
(CAROLI; LAGRAVINESE, 2002).

O número crescente e alarmante dos casos de DCNT ensejou a aprovação da Estratégia Global para
Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, proposta pela OMS durante a 57ª
Assembléia Mundial de Saúde em 2004.

Um dos pontos abordados neste documento foi a necessidade de fomentar mudanças


sócio-ambientais, em nível coletivo, para favorecer as escolhas saudáveis no nível
individual, contribuindo para a reversão deste quadro alarmante (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, 2004).

A responsabilidade compartilhada entre sociedade, setor produtivo e setor público é o caminho para
a construção de modos de vida que tenham como objetivo central a promoção da saúde e a
prevenção das doenças.
Desse modo, é necessário construir estratégias intersetoriais de proteção à saúde e à vida,
estimulando e desencadeando ações que favoreçam o compromisso da sociedade de tornar as
escolhas saudáveis mais acessíveis a todos.

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As diretrizes alimentares nacionais estabelecidas pelo Ministério da Saúde no Guia Alimentar para a
População Brasileira apresentam abordagem multifocal e integrada e constituem instrumento
adequado e culturalmente referenciado para a promoção de práticas alimentares saudáveis ao longo
do curso da vida, trazendo recomendações para a ação do governo, do setor produtivo, dos
profissionais de saúde e das famílias (BRASIL, 2006a).
A construção de ambientes favoráveis às escolhas adequadas dos alimentos e refeições é elemento-
chave para o alcance da alimentação saudável para todos.
A escola configura-se como espaço privilegiado para ações de promoção da alimentação saudável,
em virtude de seu potencial para produzir impacto sobre a saúde, auto-estima, comportamentos e
desenvolvimento de habilidades para a vida de todos os membros da comunidade escolar: alunos,
professores, pais, merendeiros, responsáveis pelo fornecimento de refeições e/ou lanches e
funcionários.

Exerce grande influência na formação de crianças e adolescentes e constitui, portanto,


espaço de grande relevância para a promoção da saúde, principalmente na constituição
do conhecimento do cidadão crítico, estimulando a autonomia, ao exercício dos direitos
e deveres, às habilidades com opção por atitudes mais saudáveis e ao controle das suas
condições de saúde e qualidade de vida (BRASIL; ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE
SAÚDE, 2006c).

Além disso, está comprovado que programas de promoção da saúde na escola favorecem
a ampliação de conhecimentos para as famílias e comunidades, melhoria da situação de
saúde das populações, prevenção de hábitos negativos à saúde, redução dos índices de
absenteísmo escolar e do professorado, conhecimento de utilização dos serviços de
saúde e estímulo aos educadores para o trabalho (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE,
1997; ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 1997).

Em função de sua ampla abrangência, escolas podem fazer mais do que outras instituições para a
formação de atitudes mais saudáveis do viver hoje e no futuro.
A escola não pode ser vista apenas como um sistema eficiente para produzir educação, mas como
uma comunidade humana que se preocupa com a saúde de todos os seus membros e com aquelas
pessoas que se relacionam com a comunidade escolar.

A escola saudável precisa, portanto, ser entendida como um espaço vital gerador de
autonomia, participação, crítica e criatividade, dado ao escolar para que tenha a
possibilidade de desenvolver suas potencialidades físicas e intelectuais (SECRETARIA
DISTRITAL DA SAÚDE DE SANTA FÉ DE BOGOTÁ, 1997 apud PELICIONI; TORRES, 1999).

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Considerando o ambiente escolar (e não apenas a alimentação) como indutor de práticas


alimentares saudáveis e a avaliação de seu impacto a partir da análise de seus efeitos em curto,
médio e longo prazo, a promoção da alimentação saudável na escola trabalha com os seguintes
eixos:
àAções de Educação Alimentar e Nutricional, com respeito à alimentação regional;
àO estímulo à produção de hortas escolares, a partir da realização de atividades com os alunos e o
uso dos alimentos produzidos na alimentação escolar;
àO estímulo à implantação das boas práticas de manipulação nos serviços que ofertam alimentação
escolar;
à A restrição ao comércio de alimentos e preparações com altos teores de gordura saturada,
gorduras trans, açúcar livre e sal e incentivo ao consumo de frutas, verduras e legumes; e
àO monitoramento da situação nutricional dos escolares.
Com o propósito de favorecer a adesão da comunidade escolar e facilitar a implementação de
estratégias, os eixos apresentados acima foram traduzidos nos D à Passos para a Promoção da
Alimentação Saudável nas escolas Saudável nas àSaudável nas escolas consistindo em um
conjunto de estratégias a ser trabalhadas de maneira complementar e permitindo a formulação de
ações ou atividades de acordo com a realidade de cada local.

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4. CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL


(CONSEA)

4.1. INTRODUÇÃO

OBSERVAÇÃO: Houve várias alterações no CONSEA, decorrentes de revogação de


diversos artigos da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LEI Nº 11.346, DE
15 DE SETEMBRO DE 2006), decorrente da MEDIDA PROVISÓRIA Nº 870, DE 1º DE
JANEIRO DE 2019. Contudo, na data da publicação do edital, as regras abaixo estavam
vigentes e poderão ser cobradas em sua prova, salvo disposição expressa em contrário
no edital.

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) é um órgão de assessoramento


imediato à Presidência da República, que integra o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Sisan).
O Consea é composto por dois terços de representantes da sociedade civil e um terço de
representantes governamentais.
A presidência é exercida por um(uma) representante da sociedade civil, indicado(a) entre os seus
membros e designado(a) pela Presidência da República.
O Consea é um espaço institucional para o controle social e participação da sociedade na
formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional,
com vistas a promover a realização progressiva do Direito Humano à Alimentação Adequada, em
regime de colaboração com as demais instâncias do Sisan.
Recriado em 2003, o Conselho tem caráter consultivo. Compete ao Consea, dentre outras
atribuições, propor à Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) as
diretrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional com
base nas deliberações das Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional.
O Consea é um espaço de articulação entre governo e sociedade civil e um órgão de assessoramento
imediato à Presidência da República.
No âmbito do Consea, são feitos os debates e as reflexões que podem incidir sobre a formulação de
políticas públicas no campo da segurança alimentar e nutricional e no monitoramento das violações
do direito humano à alimentação adequada.
Segundo a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), temos:
Art. 11 (...)
§ 2º O Consea será composto a partir dos seguintes critérios:

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à 1/3 (um terço) de representantes governamentais constituído pelos ministros de Estado e


secretários especiais responsáveis pelas pastas afetas à consecução da segurança alimentar e
nutricional;
à2/3 (dois terços) de representantes da sociedade civil escolhidos a partir de critérios de indicação
aprovados na Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; e
àobservadores, incluindo-se representantes dos conselhos de âmbito federal afins, de organismos
internacionais e do Ministério Público Federal.
§ 3º O Consea será presidido por um de seus integrantes, representante da sociedade civil, indicado
pelo plenário do colegiado, na forma do regulamento, e designado pelo Presidente da República.
§ 4º A atuação dos conselheiros, efetivos e suplentes, no Consea, será considerada serviço de
relevante interesse público e não remunerada.

4.2. FUNCIONAMENTO DO CONSEA

O Consea tem a seguinte organização:


a) Plenário, composto pelos 60 membros, sendo 40 da sociedade civil (dois terços) e 20 do governo
(um terço);
b) Secretaria Geral;
c) Secretaria Executiva;
d) Mesa Diretiva;
e) Comissões Permanentes e Grupos de Trabalho;
f) Comissão de Presidentes de Conselhos Estaduais e do Distrito Federal de Segurança Alimentar
e Nutricional.

4.2.1. O Plenário

Segundo o Regimento Interno, o Consea deve realizar seis reuniões plenárias ordinárias por ano. Os
temas tratados em cada reunião plenária são debatidos previamente pelas instâncias (comissões
permanentes ou grupos de trabalho), que elaboram propostas a serem submetidas à apreciação do
plenário. O Consea busca adotar decisões consensuais, mas, caso seja necessário, as mesmas podem
ser tomadas mediante votações de seus membros. Após aprovação em plenário, as propostas são
encaminhadas à Presidência da República, à Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e
Nutricional (Caisan) e órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário por meio dos seguintes
instrumentos de comunicação:
1. Recomendações: são documentos sucintos com considerações e proposições específicas que se
destinam a um determinado órgão público.

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2. Exposições de Motivos: são documentos analíticos que discorrem sobre temas abrangentes e
apresentam proposições que se destinam à Presidência da República.
3. Resoluções: tratam de assuntos internos ao Consea (ex.: criação de Grupos de Trabalho, criação
de comissão de transição etc.).

4.2.2. Secretaria Geral


A Secretaria Geral do Consea é exercida pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Agrário
(MDSA), que também preside à Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional
(Caisan). Compete à Secretaria Geral, dentre outras atribuições, acompanhar a análise e o
encaminhamento das propostas e recomendações aprovadas pelo Consea para a Câmara
Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan).

4.2.3. Secretaria Executiva


A Secretaria Executiva do Consea localiza-se na Presidência da República. Composta por servidores
públicos e servidoras públicas, a Secretaria Executiva tem o papel de dar suporte técnico e
administrativo para o devido funcionamento do Conselho. Cabe também à Secretaria Executiva a
gestão orçamentária do Consea e a organização das Conferências Nacionais de Segurança Alimentar
e Nutricional. Para isso, organiza-se em três equipes: assessoria técnica, comunicação e
administrativa.

4.2.4. Mesa Diretiva


A Mesa Diretiva é instância colegiada com o papel de contribuir com a gestão da Presidência do
Consea na construção da agenda do Conselho, dentre outras atribuições. É composta pelo(a)
presidente(a) do Conselho, coordenadores(as) das Comissões Permanentes, coordenador da
Comissão de Presidentes dos Conseas Estaduais (CPCE), representante do(a) Secretário(a) Geral do
Consea, além dos(as) Secretários(as)-Executivo(a) do Consea e da Caisan. Reúne-se previamente às
reuniões plenárias.

4.2.5. Comissões Permanentes e Grupos de Trabalho


As Comissões Permanentes são instâncias internas ao Consea, organizadas por temas relacionados
à segurança alimentar e nutricional e/ou grupos populacionais específicos tais como povos indígenas
e povos e comunidades tradicionais. As comissões permanentes reúnem-se previamente às reuniões
plenárias do Consea. Cabe às comissões encaminhar discussões e elaborar propostas a serem
submetidas à aprovação do Plenário.
Caso haja necessidade de aprofundamento de um tema específico, são criados pelas Comissões
Permanentes ou pela Mesa Diretiva os Grupos de Trabalho com duração, objetivos e resultados
predefinidos.

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4.2.6. Comissão de Presidentes de Conselhos Estaduais e do Distrito Federal de Segurança


Alimentar e Nutricional (CPCE)
A CPCE é uma comissão instituída no âmbito do Consea como um mecanismo permanente de
articulação entre o Consea Nacional e os Conseas Estaduais e do Distrito Federal. É composta por
Presidentes(as) dos Conselhos Estaduais e do Distrito Federal. Reúnem-se, em geral, previamente às
reuniões plenárias do Consea.

4.3. SOBRE O CONSELHO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DO DISTRITO FEDERAL


CONSEA/DF

O CONSEA-DF, é o órgão colegiado de caráter permanente de assessoramento imediato ao


Governador do Distrito Federal que tem como finalidades aquelas dispostas no decreto 38 048 de
2017 , com vistas apoiar a implementação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
no Distrito Federal e à garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada.
O Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN DF, foi instituído pela Lei nº 4085/2008,
alterada pela Lei nº 4.725/2011visa, de acordo com os termos da Lei, que atribui ao Poder Público o
dever de respeitar, proteger, prover, informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito
humano à alimentação adequada, garantindo os mecanismos para sua exigibilidade.
Integram o SISAN do DF a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional/CSAN, a Câmara
Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional/CAISAN/DF, o Conselho de Segurança Alimentar
e Nutricional do Distrito Federal CONSEA/DF e as instituições privadas que manifestem interesse
na adesão ao SISAN/DF.
O CONSEA DF tem a composição de dois terços de representantes da sociedade civil organizada e
um terço de representantes governamentais, em consonância com as orientações emanadas do art.
6º da Lei nº 4.085, de 10 de janeiro de 2008, dada a redação conferida pela Lei nº 4.725, de 28 de
dezembro 2011:
São competências e atribuições do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito Federa
de acordo com o Regimento Interno publicado por meio da Reolução nº 1 de 03 de agosto de 2018:
• propor ao Governador a convocação da Conferência Distrital de Segurança Alimentar e
Nutricional do Distrito Federal, que deverá realizar-se a cada quatro anos;
• definir os parâmetros de composição, organização e funcionamento da Conferência;
• propor à Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito Federal
CAISAN-DF, com base nas deliberações da Conferência Distrital de Segurança Alimentar e
Nutricional, as diretrizes e prioridades da Política e do Plano de Segurança Alimentar e
Nutricional do Distrito Federal, incluindo-se os requisitos orçamentários para sua consecução;
• articular, acompanhar e monitorar, em regime de colaboração com a CAISAN DF e os demais
integrantes do SISAN, a implementação e a convergência das ações inerentes à Política e ao
Plano de Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito Federal;

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• definir, em colaboração com a CAISAN-DF, critérios e procedimentos de adesão de entidades


ao SISAN no Distrito Federal, com adequação às normas emanadas da esfera federal, quando
necessário;
• instituir mecanismos permanentes de articulação com órgãos e entidades congêneres de
segurança alimentar e nutricional no âmbito do Distrito Federal, da União e de outras
Unidades Federativas, com a finalidade de promover o diálogo e a convergência das ações
que integram o SISAN;
• mobilizar, apoiar e monitorar as entidades da sociedade civil na discussão e na
implementação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito Federal;
• estimular a ampliação e o aperfeiçoamento dos mecanismos de participação e controle social
nas ações integrantes da Política e do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito
Federal;
• zelar pela realização do Direito Humano à Alimentação Adequada DHAA e pela sua garantia,
resguardando a adoção de seus princípios na elaboração e execução de políticas públicas de
SAN e conexas, com ênfase na sustentabilidade, preservação do patrimônio genético e
respeito à cultura alimentar;
• manter a articulação permanente com outros conselhos correlatos à Política e ao Plano de
Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito Federal- PDSAN;
• manter articulação com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e seguir
as orientações dele emanadas sobre o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional, no que couber ao Distrito Federal;
• propor campanhas informativas e educativas, visando sensibilizar a opinião pública sobre
Segurança Alimentar e Nutricional e Direito Humano à Alimentação Adequada de forma
emancipadora, informacional e crítica;
• recepcionar as denúncias de violações ao Direito Humano à Alimentação Adequada,
individuais ou coletivas, emitindo pareceres e recomendações aos órgãos competentes, sem
prejuízos das prerrogativas dos órgãos de ouvidoria do Distrito Federal;
• instituir Comissões Temáticas e grupos de trabalhos;
• elaborar e aprovar o seu regimento interno;
• sugerir e apresentar, a cada ano, proposta orçamentária para o CONSEA DF, submetendo à
apreciação e aprovação do órgão ao qual o Conselho está vinculado;
• indicar, entre seus conselheiros, a Presidência e os membros componentes das Comissões
Temáticas;
• adotar os procedimentos necessários para a posse dos seus membros;
• propor aos poderes constituídos modificações nos programas atinentes à Política de
Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito Federal, com vistas ao seu melhor desempenho
e ao aperfeiçoamento do SISAN no âmbito do Distrito Federal;

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• propor intercâmbios com entidades públicas e privadas, organizações nacionais ou


internacionais, visando ao atendimento dos objetivos da Política de Segurança Alimentar e
Nutricional no Distrito Federal e à consolidação do SISAN-DF;
• dar publicidade e divulgar seus trabalhos e decisões;
• praticar outros atos e atividades compatíveis com suas finalidades e competências legais.

Para o cumprimento de suas atribuições, o CONSEA/DF manterá permanente articulação com a


Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional do Distrito Federal CAISAN/DF.

5. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SAN) E DIREITO HUMANO À


ALIMENTAÇÃO ADEQUADA

5.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM


ÂMBITO INTERNACIONAL E NO BRASIL (SAN)

O conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é um conceito em permanente construção.


A questão alimentar e nutricional está relacionada com diferentes interesses e diversos aspectos
sociais, culturais, políticos e econômicos, razão pela qual sua concepção ainda é assunto debatido
por variados segmentos da sociedade, no Brasil e no mundo.
Além disso, o conceito evolui à medida que avança a história da humanidade e alteram-se a
organização social e as relações de poder em uma sociedade.
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o termo segurança alimentar passou a ser utilizado
na Europa. Nessa época, o seu conceito tinha estreita ligação com o de segurança nacional e com a
capacidade de cada país produzir sua própria alimentação, de forma a não ficar vulnerável a
possíveis embargos, cercos ou boicotes devido a razões políticas ou militares.
No entanto, o conceito ganha força a partir da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e, em especial,
a partir da constituição da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945. Nessa época, nos recém-
criados organismos internacionais, já se podia observar a tensão política entre aqueles que
entendiam o acesso ao alimento de qualidade como um direito humano (Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura FAO , por exemplo) e aqueles que compreendiam que a
segurança alimentar seria garantida por mecanismos de mercado (Instituições de Bretton Woods2 ,
tais como o Fundo Monetário Internacional FMI e o Banco Mundial, entre outros).
Após a Segunda Guerra, a segurança alimentar foi tratada, de forma hegemônica, como uma questão
de insuficiente disponibilidade de alimentos.
A partir dessa compreensão, foram instituídas iniciativas de promoção de assistência alimentar que
utilizavam, em geral, os excedentes de produção dos países ricos.

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Havia o entendimento de que a insegurança alimentar decorria, principalmente, da produção


insuficiente de alimentos nos países pobres.
Nesse contexto, foi lançada uma experiência para aumentar a produtividade de alguns alimentos: a
chamada Revolução Verde.
Essa experiência tem como fundamento o uso de sementes de alto rendimento, fertilizantes,
pesticidas, irrigação e mecanização. Tudo isso associado ao uso de novas variedades genéticas,
fortemente dependentes de insumos químicos.
A Índia foi o palco das primeiras experiências, com um aumento da produção de alimentos, embora
sem nenhum impacto real sobre a redução da fome no país.
Mais tarde, seriam identificadas as terríveis consequências ambientais, econômicas e sociais dessa
estratégia, tais como: redução da biodiversidade, menor resistência a pragas, êxodo rural e
contaminação do solo e dos alimentos com agrotóxicos.
O fato é que, desde o final da Segunda Guerra Mundial, o aumento da produção de alimentos do
planeta cresceu muito além do aumento da própria população mundial. Entretanto, a elevação da
oferta de comida resultante da Revolução Verde não foi acompanhada pelo declínio da fome
mundial como se prometia.
De fato, a fome que persiste e assola diversas regiões do planeta é determinada pela falta de acesso
à terra para produção ou pela insuficiência de renda para comprar alimentos ou seja, é o resultado
da injustiça social vigente e não da falta de produção de alimentos.

Atualmente, dados da FAO informam que aproximadamente 870 milhões de pessoas


sofrem de fome crônica no mundo. Isso significa que uma em cada oito pessoas não tem
acesso à alimentação saudável e adequada no seu dia a dia (Food and Agriculture
Organization of the United Nations, 2012).

Mesmo considerando o aumento da produção de alimentos, diversos fatos comprovam que a


Revolução Verde é insustentável a longo prazo. Erosão e compactação do solo, poluição, redução
dos recursos hídricos (a agricultura é responsável por 70% do consumo humano de água), perda de
matéria orgânica do solo, inundação e salinização de terras irrigadas, exploração excessiva dos
recursos pesqueiros e poluição dos mares têm contribuído para a desaceleração da taxa de
crescimento da produção alimentar.
No início da década de 1970, a crise mundial de produção de alimentos levou a Conferência Mundial
de Alimentação de 1974 a identificar que a garantia da segurança alimentar teria que passar por
uma política de armazenamento estratégico e de oferta de alimentos, associada à proposta de
aumento da produção de alimentos. Ou seja, não era suficiente apenas produzir alimentos, era
preciso também garantir a regularidade do abastecimento.
O enfoque, na época, ainda estava preponderantemente no produto, e não no ser humano, ficando
a dimensão do direito humano em segundo plano. Foi nesse contexto que a Revolução Verde
intensificou-se, inclusive no Brasil, com um enorme impulso da produção de soja.

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A estratégia aumentou a produção de alimentos, mas, paradoxalmente, fez crescer o número de


famintos e de excluídos, pois o aumento da produção não implicou aumento da garantia de acesso
aos alimentos.
Vale ressaltar que, a partir dos anos 1980, os ganhos contínuos de produtividade na agricultura
continuaram gerando excedentes de produção e aumento de estoques, resultando na queda dos
preços dos alimentos.
Os excedentes alimentares foram colocado no mercado sob a forma de alimentos industrializados,
sem que houvesse a eliminação da fome.
Nessa década se reconhece que uma das principais causas da insegurança alimentar da população
era a falta de garantia de acesso físico e econômico aos alimentos, em decorrência da pobreza e da
falta de acesso aos recursos necessários, principalmente acesso à renda e à terra/território.
Assim, o conceito de segurança alimentar passou a ser relacionado com a garantia do acesso físico
e econômico de todas as pessoas a quantidades suficientes de alimentos de forma permanente.
No final da década de 1980 e início da década de 1990, o conceito de segurança alimentar passou a
incorporar também as noções de acesso a alimentos seguros (não contaminados biológica ou
quimicamente) e de qualidade (nutricional, biológica, sanitária e tecnológica), produzidos de forma
sustentável, equilibrada e culturalmente aceitável.
Essa visão foi consolidada nas declarações da Conferência Internacional de Nutrição, realizada em
Roma, em 1992, pela FAO e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Agrega-se definitivamente o aspecto nutricional e sanitário ao conceito, que passa a ser


denominado Segurança Alimentar e Nutricional (VALENTE, 2002).

A partir do início da década de 1990, consolida-se um forte movimento em direção à reafirmação do


Direito Humano à Alimentação Adequada, conforme previsto na Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948) e no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais PIDESC
(1966), temas que serão abordados no próximo módulo.
Um passo importante para isso foi a realização da Conferência Internacional de Direitos Humanos,
realizada em Viena, em 1993, que reafirmou a indivisibilidade dos direitos humanos.
Também a Cúpula Mundial da Alimentação, organizada pela FAO e realizada em Roma, em 1996,
associou definitivamente o papel fundamental do Direito Humano à Alimentação Adequada à
garantia da Segurança Alimentar e Nutricional.
A partir de então, de forma progressiva, a SAN começa a ser entendida como uma possível estratégia
para garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada a todos.
A evolução conceitual ocorre tanto em âmbito internacional quanto nacional e caracteriza-se como
um processo contínuo que acompanha as diferentes necessidades de cada povo e de cada época.
No Brasil, o conceito de SAN vem sendo debatido há pelo menos 20 anos.
O entendimento de segurança alimentar como sendo a garantia, a todos, de condições de acesso a
alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem

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comprometer o acesso a outras necessidades básicas, com base em práticas alimentares que
possibilitem a saudável reprodução do organismo humano, contribuindo, assim, para uma existência
digna (Doc. Final da I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição, 1986) foi proposto em 1986,
na I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição, e posteriormente consolidado na I Conferência
Nacional de Segurança Alimentar, em 1994.
É importante perceber que esse entendimento articula duas dimensões bem definidas: a alimentar
e a nutricional.
A primeira se refere aos processos de disponibilidade (produção, comercialização e acesso ao
alimento) e a segunda diz respeito mais diretamente à escolha, ao preparo, ao consumo alimentar
e sua relação com a saúde e com a utilização biológica do alimento.
É importante ressaltar, no entanto, que o termo Segurança Alimentar e Nutricional somente passou
a ser divulgado com mais força no Brasil após o processo preparatório para a Cúpula Mundial de
Alimentação, de 1996, e com a criação do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional
(FBSAN)3 , em 1998.
Recentemente, outras dimensões vêm sendo associadas ao termo. Considera-se que os países são
soberanos para garantir a Segurança Alimentar e Nutricional de seus povos (soberania alimentar),
devendo respeitar as múltiplas características culturais manifestadas no ato de se alimentar.
O conceito de soberania alimentar defende que cada nação tem o direito de definir políticas que
garantam a Segurança Alimentar e Nutricional de seus povos, incluindo aí o direito à preservação de
práticas de produção e práticas alimentares tradicionais.
Além disso, há o reconhecimento de que tal processo deve ocorrer em bases sustentáveis, do ponto
de vista ambiental, econômico e social. As dimensões anteriormente citadas foram incorporadas por
ocasião da II Conferência Nacional de SAN, realizada em Olinda-PE, em março de 2004. Atualmente,
o Brasil adota o seguinte conceito de SAN:

A Segurança Alimentar e Nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso


regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem
comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas
alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (Artigo 3º, Lei 11.346/2006 -
LOSAN).

Esse entendimento foi afirmado na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN),
aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República em 15 de setembro
de 2006. A LOSAN trouxe um importante avanço ao considerar a promoção e garantia do DHAA
como objetivo e meta da Política de SAN.
No conceito de SAN, consideram-se dois elementos distintos e complementares.

A dimensão alimentar refere-se à produção e disponibilidade de alimentos, que devem ser:

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à Suficientes e adequadas para atender a demanda da população, em termos de quantidade e


qualidade;
àEstáveis e continuadas para garantir a oferta permanente, neutralizando as flutuações sazonais;
àAutônomas para que se alcance a autossuficiência nacional nos alimentos básicos;
à Equitativas para garantir o acesso universal às necessidades nutricionais adequadas, haja vista
manter ou recuperar a saúde nas etapas do curso da vida e nos diferentes grupos da população;
àSustentável do ponto de vista agroecológico, social, econômico e cultural, com vistas a assegurar
a SAN das próximas gerações.

A dimensão nutricional incorpora as relações entre o ser humano e o alimento, implicando em:
àDisponibilidade de alimentos saudáveis;
àPreparo dos alimentos com técnicas que preservem o seu valor nutricional e sanitário;
àConsumo alimentar adequado e saudável para cada fase do ciclo da vida;
àCondições de promoção da saúde, da higiene e de uma vida saudável para melhorar e garantir a
adequada utilização biológica dos alimentos consumidos;
à Condições de promoção de cuidados com a própria saúde, com a saúde da família e da
comunidade;
àDireito à saúde, com o acesso aos serviços de saúde garantido de forma oportuna e resolutiva;
à Prevenção e controle dos determinantes que interferem na saúde e nutrição, tais como as
condições psicossociais, econômicas, culturais e ambientais;
àBoas oportunidades para o desenvolvimento pessoal e social no local em que se vive e se trabalha.

A segurança alimentar é um importante mecanismo para a garantia da segurança nutricional, mas


não é capaz de dar conta por si só de toda sua dimensão.

Observação: A evolução do conceito de SAN, no Brasil e no mundo, aproxima-se, cada


vez mais, da abordagem de Direito Humano à Alimentação Adequada - DHAA. Para que
uma Política de SAN seja coerente com a abordagem de direitos humanos, deve
incorporar princípios e ações essenciais para a garantia da promoção da realização do
DHAA, bem como os mecanismos para a exigibilidade deste direito. Nas próximas aulas
será estudada, com maior detalhamento, a relação entre SAN e DHAA.

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5.2. A INTERSETORIALIDADE DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Considerando as diferentes dimensões da Segurança Alimentar e Nutricional, as iniciativas e políticas


para sua garantia devem conter ações que contemplem tanto o componente alimentar
(disponibilidade, produção comercialização e acesso aos alimentos) como o componente nutricional
(relacionado às práticas alimentares e utilização biológica dos alimentos).
Para tanto, é necessária a mobilização de diferentes setores da sociedade (tais como agricultura,
abastecimento, educação, saúde, desenvolvimento e assistência social, trabalho) para a promoção
da Segurança Alimentar e Nutricional.
Os fatores que determinam a alimentação e os hábitos alimentares são muitos e de diferentes
naturezas (econômica, psicossocial, ética, política, cultural).
Escolhemos o que comemos de acordo com nosso gosto individual; com a cultura em que estamos
inseridos; com a qualidade e o preço dos alimentos; com quem compartilhamos nossas refeições
(em grupo, em família ou sozinhos); com o tempo que temos disponível; com convicções éticas e
políticas (como, por exemplo, algumas pessoas vegetarianas defensoras dos animais e do meio
ambiente), entre outros aspectos.
Cada um desses fatores pode promover a segurança alimentar e nutricional, ou dificultar o seu
alcance, para determinada população.
Por exemplo, se o preço dos alimentos (ou de grupos de alimentos) aumenta muito e a renda da
população não acompanha o aumento, possivelmente, as famílias, principalmente as de baixa renda,
diminuirão a quantidade e/ou a qualidade dos alimentos adquiridos. No caso dessas famílias, que
usam parte significativa de seu orçamento para compra de alimentos, tais variações de preços
podem gerar insegurança alimentar entre seus membros. De maneira semelhante, se os alimentos
ricos em açúcar, gordura e sal forem muito mais baratos e acessíveis do que alimentos integrais,
frutas e verduras, a tendência é que seu consumo cresça, provocando o aumento do excesso de peso
e de doenças a ele associadas.
Tal situação pode agravar-se se a diferença de preço for acompanhada por propaganda e publicidade
excessivas de alimentos industrializados, se as opções de alimentação saudável fora de casa forem
escassas e se as pessoas não tiverem tempo suficiente para se alimentar de maneira adequada.
Todos esses fatores podem ser observados em nossa realidade, o que, somado ao sedentarismo de
parcela expressiva da população, explica, em grande parte, o aumento do excesso de peso e das
doenças crônicas no Brasil, consideradas face da insegurança alimentar.
Esses exemplos demonstram que nossa alimentação é multideterminada e que, portanto, as ações
e políticas para promover uma alimentação adequada e saudável a todos, que inclua as dimensões
e princípios da Segurança Alimentar e Nutricional, devem incidir sobre diversas áreas e setores da
sociedade.
Vamos, agora, considerar outros fatores que influenciam o consumo alimentar. Por exemplo, o que
determina o preço dos alimentos? Podemos pensar em muitos determinantes, desde a economia e
o mercado internacional até as alterações climáticas, custos de produção e processamento. Para
simplificar, utilizaremos como exemplo o preço de frutas e hortaliças e consideraremos apenas seu

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custo de produção, transporte e comercialização. Pensando nesses aspectos, temos como fatores
influenciadores as condições dos agricultores para produção, as distâncias percorridas e a
quantidade de àpor que os alimentos devem passar até chegarem às prateleiras de
mercados, feiras e hortifrútis. Quanto maiores o custo para sua produção, a distância percorrida e o
número de pessoas que o comercializa até o consumidor final, maior será o preço do alimento. Assim
como maior será, também, o desperdício, a perda da qualidade e a poluição gerada no processo.
Dessa forma, ações e políticas de incentivo à produção de frutas e hortaliças regionais em áreas
urbanas, periurbanas, ou em áreas rurais perto das cidades podem melhorar o preço e a qualidade
desses alimentos, de modo a incentivar o maior consumo por parte da população local.
Estratégias nesse sentido podem ainda reduzir o desperdício de alimentos e a poluição causados
pelo transporte em longas distâncias.
Combinadas às políticas de compra pública de alimentos em que o Estado os adquire direto dos
produtores para utilização em escolas, hospitais, creches, abrigos e asilos , tais estratégias podem
promover, também, condições dignas de trabalho e de vida no meio rural, além de aumentar o
consumo de frutas e hortaliças pelo público atendido.
Ainda como forma de incentivo ao consumo de frutas e hortaliças, podemos pensar em programas
e campanhas com esse fim, além de ações de educação alimentar e nutricional em diversas
instituições públicas, bem como ações de regulamentação da publicidade excessiva de alimentos
industrializados.
Tal conjunto de iniciativas integradas desde o incentivo à produção até o consumo desses
alimentos poderia promover não apenas uma alimentação mais saudável, como processos de
produção e comercialização de alimentos mais justos social e economicamente, mais sustentáveis e
com maior valorização da cultura e dos alimentos locais.
Este é apenas um exemplo de como as ações em Segurança Alimentar e Nutricional são amplas e
devem contemplar diversos setores (agricultura, abastecimento, saúde, educação, desenvolvimento
e assistência social, entre outros) de forma articulada. A essa característica chamamos
intersetorialidade.

Observação: A Segurança Alimentar e Nutricional é uma temática e um objetivo


essencialmente intersetorial. Isso significa dizer que cada setor ligado a ela deve
desenvolver ações para sua promoção. Significa, também, que esses diferentes setores
devem trabalhar de maneira interligada e articulada para potencializar suas ações. Além
disso, é importante que algumas políticas estratégicas sejam construídas e geridas por
vários setores em conjunto.

Vamos imaginar a seguinte situação: se a Secretaria de Agricultura de determinado município


desenvolve um programa de incentivo à agricultura urbana e periurbana, sem pactuação entre os
diversos setores que possam garantir: orçamento para a produção e apoio aos agricultores, áreas de
plantio, ferramentas e insumos, equipamentos para escoamento da produção (como feiras e

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mercados populares), compra pública direta do produtor e incentivo ao maior consumo desses
alimentos, o programa pode ser menos efetivo, tanto na promoção de melhores condições de vida
às famílias produtoras, como na promoção de uma alimentação mais adequada e saudável à
população de maneira geral. Assim, ainda que não seja um princípio de simples execução, a
intersetorialidade deve ser um objetivo conjunto de diversos setores, tanto do governo como da
sociedade civil, e um valor de fundamental importância para o êxito de políticas de Segurança
Alimentar e Nutricional.

5.3. O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA - DHAA

O Direito Humano à Alimentação Adequada - DHAA é indispensável para a sobrevivência. As normas


internacionais reconhecem o direito de todos à alimentação adequada e o direito fundamental de
toda pessoa a estar livre da fome como pré-requisitos para a realização de outros direitos humanos.
No Brasil, desde 2010, este direito está assegurado entre os direitos sociais da Constituição Federal,
com a aprovação da Emenda Constitucional nº 64, de 2010. Entretanto, o direito à alimentação
adequada e o direito de estar livre da fome estão distantes da realidade de muitas pessoas em todo
o mundo.
A incorporação do conceito de Direito Humano à Alimentação Adequada e de Segurança Alimentar
e Nutricional nas várias estratégias de desenvolvimento social é um caminho eficaz para reverter
essa situação.
A expressão D à Humano à Alimentação á à tem origem no Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC). Em 2002, o Relator Especial da ONU para o direito
à alimentação definiu o Direito Humano à Alimentação Adequada da seguinte forma:

O direito à alimentação adequada é um direito humano inerente a todas as pessoas de


ter acesso regular, permanente e irrestrito, quer diretamente ou por meio de aquisições
financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade adequadas e
suficientes, correspondentes às tradições culturais do seu povo e que garantam uma vida
livre do medo, digna e plena nas dimensões física e mental, individual e coletiva.

Essa definição incorpora todos os elementos segundo o qual o direito à alimentação adequada se
realiza quando todo homem, mulher e criança, sozinho ou em comunidade, tem acesso físico e
econômico, ininterruptamente, a uma alimentação adequada ou aos meios necessários para sua
obtenção.

Conforme os tratados internacionais de direitos humanos, existem duas dimensões indivisíveis do


DHAA:
O direito de estar livre da fome e da má nutrição; e
O direito à alimentação adequada.

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O DHAA começa pela luta contra a fome, mas, caso se limite a isso, esse direito não estará sendo
plenamente realizado. Os seres humanos necessitam de muito mais do que atender suas
necessidades de energia ou de ter uma alimentação nutricionalmente equilibrada. Na realidade,
o DHAA não deve e não pode ser interpretado em um sentido estrito ou restritivo, ou seja, que
o condiciona ou o considera como àmínimas de energia ou
A alimentação para o ser humano deve ser entendida como processo de transformação da natureza
em gente saudável e cidadã.
Assim, o DHAA diz respeito a todas as pessoas, de todas as sociedades, e não apenas àquelas que
não têm acesso aos alimentos. O termo à envolve diversos aspectos, como mostra a
Figura 1 abaixo, e a promoção e plena realização do DHAA envolve elementos de justiça social e
econômica.
As formas como cada um desses fatores são atendidos, no entanto, depende da realidade específica
de cada grupo ou povo.
Por exemplo, a plena realização do DHAA para uma comunidade indígena não é igual à dos
moradores de uma cidade.As comunidades indígenas necessitam de terra para plantar, coletar e
caçar. Os moradores de um bairro necessitam de trabalho, renda e acesso à água.As pessoas
portadoras de necessidades alimentares especiais carecem de acesso e informação sobre os
alimentos adequados para sua necessidade. Aqueles que têm recursos para comprar seus alimentos
precisam de informação adequada para fazerem escolhas saudáveis e seguras (por exemplo, rótulos
confiáveis e de fácil compreensão).
Ou seja, ainda que todos esses grupos tenham características em comum, em determinadas ocasiões
requerem ações específicas para garantir seu direito (LEÃO; RECINE, 2011) alguns conceitos-chave
para a realização do Direto Humano à Alimentação Adequada devem ser compreendidos. São eles:
a disponibilidade, a adequação, o acesso (físico e econômico) e a estabilidade de alimentos.

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5.4. A PERSPECTIVA DO DIREITO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA

Os problemas relacionados com a privação de alimentos devem ser abordados sob a perspectiva do
Direito Humano à Alimentação Adequada. Isso significa que as estratégias de segurança alimentar e
nutricional e as de redução da fome e da pobreza devem incorporar vários princípios de direitos
humanos:
Dignidade humana. Esse princípio exige que todas as pessoas sejam tratadas com respeito e
dignidade. Políticas públicas baseadas em direitos humanos reconhecem o indivíduo não
como mero objeto de uma política, mas sim como titular de direitos humanos, que pode
reivindicá-los;
Prestação de Contas (ou responsabilização). Uma abordagem baseada em direitos humanos
reconhece a fixação de metas e processos transparentes para promover o desenvolvimento
e a redução da pobreza. Os Estados são responsáveis por suas ações perante os indivíduos e
delas devem prestar contas;
Apoderamento. Os indivíduos, por sua vez, precisam apoderar-se das informações e
instrumentos de direitos humanos para que possam reivindicar do Estado ações corretivas e
compensações pelas violações de seus direitos.

A perspectiva do Direito Humano à Alimentação Adequada está centrada em:


Não discriminação. O Direito Humano à Alimentação Adequada deve ser garantido sem
discriminação de origem cultural, econômica ou social, etnia, gênero, idioma, religião, opção
política ou de outra natureza. Isso, porém, não afasta a necessidade de que sejam realizadas
ações afirmativas e enfoques prioritários para grupos vulneráveis;
Participação. Esse princípio destaca a necessidade de que as pessoas definam as ações
necessárias ao seu bem-estar e participem, de forma ativa e informada, do planejamento, da
concepção, do monitoramento e da avaliação de programas e políticas públicas. A
participação plena requer transparência. Ela à as pessoas e é outra forma de
reconhecimento de sua dignidade.

5.5. A INTERLIGAÇÃO E A CONVERGÊNCIA ENTRE SAN, SOBERANIA ALIMENTAR E O DHAA

A Segurança Alimentar e Nutricional - SAN consiste na realização do direito de todos ao acesso


regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o
acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de
saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis (Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional. Art. 3º).

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A Soberania Alimentar está estreitamente relacionada às relações econômicas e ao comércio


internacional, que precisam ser reguladas pelos Estados, sob pena de desequilibrarem a produção e
o abastecimento interno de cada país.

Os resultados da desregulação dos sistemas alimentares não só acarretam a destruição


dos sistemas nacionais e locais, como também padronizam hábitos alimentares e tornam
as populações de diversas regiões dependentes de alimentos que não lhes são
culturalmente adequados (CONTI, 2009, p. 30).

Assim, é possível perceber a relação de interdependência e inter-relação entre os conceitos de


DHAA, SAN e Soberania Alimentar e a impossibilidade de tratá-los de forma isolada. É por meio da
política de SAN, articulada a outros programas e políticas públicas correlatas, que o Estado deve
respeitar, proteger, promover e prover o Direito Humano à Alimentação Adequada.
quando falamos em Segurança Alimentar e Nutricional, nos referimos à forma como uma sociedade
organizada por meio de políticas públicas, da responsabilidade do Estado e da sociedade em geral
pode e deve garantir o DHAA a todos(as) os(as) cidadãos(dãs) . O exercício do DHAA permite o
alcance, de forma digna, do estado de segurança alimentar e nutricional e da liberdade para exercer
outros direitos fundamentais.

Observação: A garantia da Segurança Alimentar e Nutricional para todos é um dever do


Estado e responsabilidade da sociedade.

6. SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SISAN)

6.1. CONCEITO E INTRODUÇÃO

Os compromissos assumidos pelo Governo Federal desde 2003, ao objetivar o combate à fome e à
miséria no país, trilharam a construção da agenda da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)
enquanto uma política de Estado, num amplo processo intersetorial e com participação da sociedade
civil, definindo os marcos legais e institucionais dessa agenda como a criação do Sistema Nacional
de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN); a recriação do Conselho Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (CONSEA); a instalação da Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e
Nutricional (CAISAN); e a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(PLANSAN 2012/2015).

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O SISAN foi instituído em 2006 pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional com o
objetivo de assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Desde a sua criação,
avanços legais e institucionais têm garantido a sua construção como estrutura responsável pela
implementação e gestão participativa da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional em
âmbito federal, estadual e municipal. Esta construção se dá de forma paulatina, num trabalho
contínuo de dedicação, articulação e priorização política dos setores envolvidos.
O SISAN está cada vez mais forte. As suas instâncias interagem e funcionam plenamente na esfera
Nacional (CAISAN, CONSEA e Conferências de Segurança Alimentar e Nutricional).
Todas as Unidades Federativas possuem CAISAN, CONSEA, fizeram a adesão ao SISAN e realizam
suas conferências. Parte delas já elaborou seus Planos Estaduais de Segurança Alimentar e
Nutricional e as outras estão em diferentes fases de elaboração

6.2. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Todas as pessoas têm direito a uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade
suficiente e de modo permanente.
A alimentação adequada e saudável deve ser baseada em práticas alimentares promotoras da saúde,
sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Deve também ser produzida de forma
sustentável, garantindo a proteção ao meio ambiente, a justiça social e o direito à terra e ao
território.
Esse é um direito de todas as pessoas residentes no Brasil, nascidas ou não aqui, respeitando-se as
dimensões socioculturais e regionais, a agrobiodiversidade, a ancestralidade negra e indígena, a
africanidade e as tradições de todos os povos e comunidades tradicionais e todas as identidades e
culturas alimentares, as quais são patrimônio imaterial da nação brasileira.
Nos termos da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional Losan, temos que:
Art. 3º A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e
permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde que respeitem a
diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
Art. 4º A segurança alimentar e nutricional abrange:
I a ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da produção, em especial da agricultura
tradicional e familiar, do processamento, da industrialização, da comercialização, incluindo-se os acordos
internacionais, do abastecimento e da distribuição dos alimentos, incluindo-se a água, bem como da geração
de emprego e da redistribuição da renda;
II a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos;
III a promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população, incluindo-se grupos populacionais
específicos e populações em situação de vulnerabilidade social;

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IV a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, bem como seu
aproveitamento, estimulando práticas alimentares e estilos de vida saudáveis que respeitem a diversidade
étnica e racial e cultural da população;
V a produção de conhecimento e o acesso à informação; e
VI a implementação de políticas públicas e estratégias sustentáveis e participativas de produção,
comercialização e consumo de alimentos, respeitando-se as múltiplas características culturais do País.

O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) realiza-se quando todo homem, mulher, criança,
jovem e idoso têm acesso garantido e ininterrupto à alimentação adequada e suficiente, por meios
próprios e sustentáveis.
O DHAA está intrinsecamente ligado ao direito à vida, na medida em que a alimentação constitui-se
em condição fundamental para a sobrevivência do ser humano. O Direito Humano à Alimentação
Adequada é parte dos direitos fundamentais da humanidade, que foram definidos por um pacto
mundial, do qual o Brasil é signatário.
Esses direitos referem-se a um conjunto de condições necessárias e essenciais para que todos os
seres humanos, de forma igualitária e sem nenhum tipo de discriminação, existam, desenvolvam
suas capacidades e participem plenamente e dignamente da vida em sociedade.
O direito à alimentação é um direito assegurado pela Emenda Constitucional nº 64, aprovada em 4
de fevereiro de 2010, que inseriu no art. 6º a àcomo um direito social.
A aprovação dessa Emenda Constitucional é uma conquista da sociedade civil que participa do
Consea. Juntos, diversos atores sociais e organizações mobilizaram-se numa expressiva campanha
social pela sua aprovação, o que reforçou as possibilidades para que qualquer pessoa privada desse
direito essencial possa exigir do Estado medidas que corrijam esta violação. Com isso, o Estado
Brasileiro tem a obrigação de prover, promover e proteger o direito humano à alimentação
adequada e saudável.

Nos termos da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional Losan, temos que:
Art. 2º A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana
e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar
as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da
população.
§ 1º A adoção dessas políticas e ações deverá levar em conta as dimensões ambientais, culturais, econômicas,
regionais e sociais.
(...)

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6.3. EXIGIBILIDADE DO DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA

Ninguém pode privar qualquer pessoa dos seus direitos, que são universais, indivisíveis,
interdependentes e inter-relacionados. Sempre que se define um direito humano, estabelece-se um
titular de direitos e um portador de obrigações.
A exigibilidade é a possibilidade de reclamar e exigir a realização de um direito humano junto ao
Estado.
No conceito de exigibilidade está incluído, além do direito de reclamar, o direito de obter uma
resposta e uma ação do poder público, para a garantia efetiva do direito, em tempo oportuno.
A Losan regula as obrigações do Estado Brasileiro e prevê a adoção de mecanismos de exigibilidade,
conforme disposto no parágrafo 2ª do artigo 2º.
Art. 2. (...)
§ 2º É dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover, informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a
realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para sua
exigibilidade.

6.4. SOBERANIA ALIMENTAR

Cada país tem o direito de definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção,
distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à alimentação para toda população,
respeitando as múltiplas características culturais dos povos, a diversidade dos modos de produção
de alimentos da agricultura familiar e camponesa, pesqueiros, povos indígenas, povos e
comunidades tradicionais, nos quais a mulher desempenha um papel protagonista.
A soberania alimentar favorece a soberania econômica, política e cultural dos povos. É o direito dos
povos de decidir sobre os seus próprios sistemas alimentares, pautado por alimentos saudáveis
produzidos de forma sustentável e com respeito à agrobiodiversidade e ao ser humano.
Nos termos da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional Losan, temos que:
Art. 5º A consecução do direito humano à alimentação adequada e da segurança alimentar e nutricional requer
o respeito à soberania, que confere aos países a primazia de suas decisões sobre a produção e o consumo de
alimentos.

6.5. SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SISAN)

A Losan criou um sistema público para assegurar o DHAA. O Sisan é o sistema público que assegura
a todas as pessoas que vivem em território nacional estarem livres da fome e terem direito a comida
de verdade, por meio da gestão intersetorial das políticas públicas.
Nos termos da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional Losan, temos que:

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Art. 1º Esta Lei estabelece as definições, princípios, diretrizes, objetivos e composição do Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional Sisan, por meio do qual o poder público, com a participação da sociedade
civil organizada, formulará e implementará políticas, planos, programas e ações com vistas a assegurar o direito
humano à alimentação adequada.

6.6. ESTRUTURA DO SISAN

Integram o SISAN:
àA Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN), que aprova as diretrizes e
prioridades para a Política e o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional;
àO Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), órgão de assessoramento
imediato à Presidência da República;
àA Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) integrada por ministros
de Estado e secretários Especiais responsáveis pelas pastas relacionadas à promoção da segurança
alimentar e nutricional;
à Os órgãos e entidades de segurança alimentar e nutricional da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios; e
àAs instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, que manifestem interesse na adesão e que
respeitem os critérios, princípios e diretrizes do Sisan.
Nos termos da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional Losan, temos que:
Art. 8º O SISAN reger-se-á pelos seguintes princípios:
I universalidade e eqüidade no acesso à alimentação adequada, sem qualquer espécie de discriminação;
II preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas;
III participação social na formulação, execução, acompanhamento, monitoramento e controle das políticas e
dos planos de segurança alimentar e nutricional em todas as esferas de governo; e
IV transparência dos programas, das ações e dos recursos públicos e privados e dos critérios para sua
concessão.
Art. 9º O SISAN tem como base as seguintes diretrizes:
I promoção da intersetorialidade das políticas, programas e ações governamentais e não-governamentais;
II descentralização das ações e articulação, em regime de colaboração, entre as esferas de governo;
III monitoramento da situação alimentar e nutricional, visando a subsidiar o ciclo de gestão das políticas para
a área nas diferentes esferas de governo;
IV conjugação de medidas diretas e imediatas de garantia de acesso à alimentação adequada, com ações que
ampliem a capacidade de subsistência autônoma da população;
V articulação entre orçamento e gestão; e
VI estímulo ao desenvolvimento de pesquisas e à capacitação de recursos humanos.

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7 . LEI ORGÂNICA DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (LOSAN)


LEI Nº 11.346, DE 15 DE SETEMBRO DE 2006.

Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e


Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o
direito humano à alimentação adequada e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o Esta Lei estabelece as definições, princípios, diretrizes, objetivos e composição do Sistema
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN, por meio do qual o poder público, com a
participação da sociedade civil organizada, formulará e implementará políticas, planos, programas
e ações com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada.
Art. 2o A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da
pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal,
devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e
garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
§ 1o A adoção dessas políticas e ações deverá levar em conta as dimensões ambientais, culturais,
econômicas, regionais e sociais.
§ 2o É dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover, informar, monitorar, fiscalizar
e avaliar a realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os
mecanismos para sua exigibilidade.
Art. 3o A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso
regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o
acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de
saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis.
Art. 4o A segurança alimentar e nutricional abrange:
I – a ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da produção, em especial da
agricultura tradicional e familiar, do processamento, da industrialização, da comercialização,
incluindo-se os acordos internacionais, do abastecimento e da distribuição dos alimentos, incluindo-
se a água, bem como da geração de emprego e da redistribuição da renda;
II – a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos;
III – a promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população, incluindo-se grupos
populacionais específicos e populações em situação de vulnerabilidade social;
IV – a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, bem como
seu aproveitamento, estimulando práticas alimentares e estilos de vida saudáveis que respeitem a
diversidade étnica e racial e cultural da população;
V – a produção de conhecimento e o acesso à informação; e
VI – a implementação de políticas públicas e estratégias sustentáveis e participativas de produção,
comercialização e consumo de alimentos, respeitando-se as múltiplas características culturais do
País.

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Art. 5o A consecução do direito humano à alimentação adequada e da segurança alimentar e


nutricional requer o respeito à soberania, que confere aos países a primazia de suas decisões sobre
a produção e o consumo de alimentos.
Art. 6o O Estado brasileiro deve empenhar-se na promoção de cooperação técnica com países
estrangeiros, contribuindo assim para a realização do direito humano à alimentação adequada no
plano internacional.
CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Art. 7o A consecução do direito humano à alimentação adequada e da segurança alimentar e
nutricional da população far-se-á por meio do SISAN, integrado por um conjunto de órgãos e
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e pelas instituições privadas,
com ou sem fins lucrativos, afetas à segurança alimentar e nutricional e que manifestem interesse
em integrar o Sistema, respeitada a legislação aplicável.
§ 1o A participação no SISAN de que trata este artigo deverá obedecer aos princípios e diretrizes
do Sistema e será definida a partir de critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional – CONSEA e pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e
Nutricional, a ser criada em ato do Poder Executivo Federal.
§ 2o Os órgãos responsáveis pela definição dos critérios de que trata o § 1o deste artigo poderão
estabelecer requisitos distintos e específicos para os setores público e privado.
§ 3o Os órgãos e entidades públicos ou privados que integram o SISAN o farão em caráter
interdependente, assegurada a autonomia dos seus processos decisórios.
§ 4o O dever do poder público não exclui a responsabilidade das entidades da sociedade civil
integrantes do SISAN.
Art. 8o O SISAN reger-se-á pelos seguintes princípios:
I – universalidade e eqüidade no acesso à alimentação adequada, sem qualquer espécie de
discriminação;
II – preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas;
III – participação social na formulação, execução, acompanhamento, monitoramento e controle das
políticas e dos planos de segurança alimentar e nutricional em todas as esferas de governo; e
IV – transparência dos programas, das ações e dos recursos públicos e privados e dos critérios para
sua concessão.
Art. 9o O SISAN tem como base as seguintes diretrizes:
I – promoção da intersetorialidade das políticas, programas e ações governamentais e não-
governamentais;
II – descentralização das ações e articulação, em regime de colaboração, entre as esferas de
governo;
III – monitoramento da situação alimentar e nutricional, visando a subsidiar o ciclo de gestão das
políticas para a área nas diferentes esferas de governo;
IV – conjugação de medidas diretas e imediatas de garantia de acesso à alimentação adequada,
com ações que ampliem a capacidade de subsistência autônoma da população;
V – articulação entre orçamento e gestão; e
VI – estímulo ao desenvolvimento de pesquisas e à capacitação de recursos humanos.
Art. 10. O SISAN tem por objetivos formular e implementar políticas e planos de segurança
alimentar e nutricional, estimular a integração dos esforços entre governo e sociedade civil, bem
como promover o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação da segurança alimentar e
nutricional do País.

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Art. 11. Integram o SISAN:


I – a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, instância responsável pela
indicação ao CONSEA das diretrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional de Segurança
Alimentar, bem como pela avaliação do SISAN;
II – Revogado.
III – a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, integrada por Ministros de
Estado e Secretários Especiais responsáveis pelas pastas afetas à consecução da segurança
alimentar e nutricional, com as seguintes atribuições, dentre outras:
a) elaborar, a partir das diretrizes emanadas do CONSEA, a Política e o Plano Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional, indicando diretrizes, metas, fontes de recursos e instrumentos de
acompanhamento, monitoramento e avaliação de sua implementação;
b) coordenar a execução da Política e do Plano;
c) articular as políticas e planos de suas congêneres estaduais e do Distrito Federal;
IV – os órgãos e entidades de segurança alimentar e nutricional da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios; e
V – as instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, que manifestem interesse na adesão e que
respeitem os critérios, princípios e diretrizes do SISAN.
§ 1o A Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional será precedida de conferências
estaduais, distrital e municipais, que deverão ser convocadas e organizadas pelos órgãos e
entidades congêneres nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, nas quais serão escolhidos
os delegados à Conferência Nacional.
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 12. Ficam mantidas as atuais designações dos membros do CONSEA com seus respectivos
mandatos.
Parágrafo único. O CONSEA deverá, no prazo do mandato de seus atuais membros, definir a
realização da próxima Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, a composição
dos delegados, bem como os procedimentos para sua indicação, conforme o disposto no § 2o do
art. 11 desta Lei.

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PAUSA PARA ANOTAÇÕES

Vamos dar uma parada. Você se deparou com diversas informações


importantes. Anote tudo o que você acha que pode te causar problemas.
Certamente você fará bom uso de suas anotações. Pronto, agora é com
você. Mãos à obra.

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“Todo esforço sempre é recompensado!”

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8. RESUMO DA AULA

Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)

As diretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de ações para o alcance do seu propósito,
capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. Sendo
consolidadas em:
o Organização da Atenção Nutricional;
o Promoção da Alimentação Adequada e Saudável;
o Vigilância Alimentar e Nutricional;
o Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição;
o Participação e Controle Social;
o Qualificação da Força de Trabalho;
o Controle e Regulação dos Alimentos;
o Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição;
o Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional.

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como propósito a melhoria das
condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção
de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a
prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição.

o A PNAN tem por pressupostos os direitos à Saúde e à Alimentação e é orientada pelos


princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde (universalidade,
integralidade, equidade, descentralização, regionalização e hierarquização e
participação popular), aos quais se somam os princípios a seguir:
o A Alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde;
o O respeito à diversidade e à cultura alimentar;
o O fortalecimento da autonomia dos indivíduos;
o A determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e
nutrição;
o A segurança alimentar e nutricional com soberania.

A promoção da saúde consiste num conjunto de estratégias focadas na melhoria da qualidade


de vida dos indivíduos e coletividades. Pode se materializar por meio de políticas, estratégias,
ações e intervenções no meio com objetivo de atuar sobre os condicionantes e determinantes
sociais de saúde, de forma intersetorial e com participação popular, favorecendo escolhas
saudáveis por parte dos indivíduos e coletividades no território onde residem, estudam,
trabalham, entre outros.

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Diferentes estratégias têm sido pensadas no sentido de estimular a autonomia dos indivíduos
para a realização de escolhas e de favorecer a adoção de práticas alimentares (e de vida)
saudáveis. Nesse sentido, as ações de PAAS fundamentam-se nas dimensões de incentivo,
apoio, proteção e promoção da saúde e devem combinar iniciativas focadas em:
o Políticas públicas;
o Criação de ambientes favoráveis à saúde nos quais o indivíduo e comunidade possam
exercer o comportamento saudável;
o Reforço da ação comunitária;
o Desenvolvimento de habilidades pessoais por meio de processos participativos e
permanentes;
o Reorientação dos serviços na perspectiva da promoção da saúde.

Promoção da alimentação saudável nas escolas

A escola configura-se como espaço privilegiado para ações de promoção da alimentação


saudável, em virtude de seu potencial para produzir impacto sobre a saúde, auto-estima,
comportamentos e desenvolvimento de habilidades para a vida de todos os membros da
comunidade escolar: alunos, professores, pais, merendeiros, responsáveis pelo fornecimento
de refeições e/ou lanches e funcionários.
A promoção de alimentação saudável na escola exerce grande influência na formação de
crianças e adolescentes e constitui, portanto, espaço de grande relevância para a promoção
da saúde, principalmente na constituição do conhecimento do cidadão crítico, estimulando a
autonomia, ao exercício dos direitos e deveres, às habilidades com opção por atitudes mais
saudáveis e ao controle das suas condições de saúde e qualidade de vida.
Está comprovado que programas de promoção da saúde na escola favorecem a ampliação de
conhecimentos para as famílias e comunidades, melhoria da situação de saúde das
populações, prevenção de hábitos negativos à saúde, redução dos índices de absenteísmo
escolar e do professorado, conhecimento de utilização dos serviços de saúde e estímulo aos
educadores para o trabalho.
A escola saudável precisa, portanto, ser entendida como um espaço vital gerador de
autonomia, participação, crítica e criatividade, dado ao escolar para que tenha a possibilidade
de desenvolver suas potencialidades físicas e intelectuais.
Considerando o ambiente escolar (e não apenas a alimentação) como indutor de práticas
alimentares saudáveis e a avaliação de seu impacto a partir da análise de seus efeitos em
curto, médio e longo prazo, a promoção da alimentação saudável na escola trabalha com os
seguintes eixos:
o Ações de Educação Alimentar e Nutricional, com respeito à alimentação regional;
o O estímulo à produção de hortas escolares, a partir da realização de atividades com os
alunos e o uso dos alimentos produzidos na alimentação escolar;
o O estímulo à implantação das boas práticas de manipulação nos serviços que ofertam
alimentação escolar;

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o A restrição ao comércio de alimentos e preparações com altos teores de gordura


saturada, gorduras trans, açúcar livre e sal e incentivo ao consumo de frutas, verduras
e legumes; e
o O monitoramento da situação nutricional dos escolares.

Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA)

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) é um órgão de


assessoramento imediato à Presidência da República, que integra o Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan).
O Consea é composto por dois terços de representantes da sociedade civil e um terço de
representantes governamentais.
A presidência é exercida por um(uma) representante da sociedade civil, indicado(a) entre os
seus membros e designado(a) pela Presidência da República.
O Consea é um espaço institucional para o controle social e participação da sociedade na
formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e
nutricional, com vistas a promover a realização progressiva do Direito Humano à Alimentação
Adequada, em regime de colaboração com as demais instâncias do Sisan.
Recriado em 2003, o Conselho tem caráter consultivo. Compete ao Consea, dentre outras
atribuições, propor à Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan)
as diretrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional com base nas deliberações das Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e
Nutricional.
O Consea é um espaço de articulação entre governo e sociedade civil e um órgão de
assessoramento imediato à Presidência da República.
No âmbito do Consea, são feitos os debates e as reflexões que podem incidir sobre a
formulação de políticas públicas no campo da segurança alimentar e nutricional e no
monitoramento das violações do direito humano à alimentação adequada.

Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e Direito Humano à Alimentação Adequada

O conceito de Segurança Alimentar e Nutricional é um conceito em construção e vem


acompanhando a história da sociedade brasileira e mundial. Hoje, o conceito de SAN adotado
em nosso país é: àSegurança Alimentar e Nutricional consiste na realização do direito de
todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente,
sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas
alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, cultural, econômica e socialmente àAs políticas de SAN devem ser
intersetoriais, o que significa que devem perpassar diversos setores de maneira articulada e
pactuada.

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A Soberania Alimentar é àdireito dos povos de definir suas próprias políticas e estratégias
sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à
alimentação para toda a àIncluem-se neste conceito: a priorização da produção
agrícola local para alimentação da população e o acesso dos campesinos a terra, água,
sementes e crédito para produção; a autonomia dos campesinos para produção de alimentos
e dos consumidores para escolherem o que consumir; a preservação da agrobiodiversidade e
da cultura alimentar dos diversos povos. O modelo agroecológico de produção baseia-se no
desenvolvimento da agricultura sustentável, sem insumos químicos, pautada nos saberes e
métodos tradicionais de manejo e gestão ambientais produzidos ao longo de muitas
gerações.
O Direito Humano à Alimentação Adequada tem duas dimensões: o direito de estar livre da
fome e o direito à alimentação adequada. A realização das duas dimensões é de crucial
importância para a fruição de todos os direitos humanos.
Os principais conceitos empregados na definição de Direito Humano à Alimentação Adequada
são: disponibilidade de alimentos, adequação, acessibilidade e estabilidade do fornecimento.
Segundo a definição do Direito Humano à Alimentação Adequada, indivíduos e gerações
futuras devem ter acesso físico e econômico, ininterruptamente, à alimentação adequada.
A promoção do DHAA demanda a realização de ações específicas para diferentes grupos e
passa pela promoção da reforma agrária, da agricultura familiar, de políticas de
abastecimento, de incentivo às práticas agroecológicas, de vigilância sanitária dos alimentos,
de abastecimento de água e saneamento básico, de alimentação escolar, do atendimento
pré-natal de qualidade, da não discriminação de povos, etnia e gênero, entre outros.
Uma abordagem de SAN e de redução da pobreza baseada em direitos está centrada em
vários princípios dos direitos humanos: dignidade humana, prestação de contas,
apoderamento, não discriminação e participação.
É por meio da Política de SAN e da soberania alimentar, articulada a outros programas e
políticas públicas, que o Estado deve respeitar, proteger, promover e prover o DHAA.
Portanto, a Segurança Alimentar e Nutricional refere-se à forma como uma sociedade
organizada, por meio de políticas públicas, pode e deve garantir o DHAA a todos os cidadãos.
O Direito Humano à Alimentação Adequada fundamenta e complementa o conceito e os
programas de Segurança Alimentar e Nutricional com os aspectos jurídicos e os princípios dos
direitos humanos.
A perspectiva dos direitos humanos define claramente que o respeito, a proteção, a
promoção e o provimento dos direitos de todos os habitantes do território nacional é uma
obrigação do Estado. Assim, é obrigação do Estado garantir que os programas públicos sejam
vistos como forma de cumprimento de obrigações e de garantias de direitos, tanto pelos
gestores e servidores públicos como pelos titulares de direitos.

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Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN)

O SISAN foi instituído em 2006 pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional com o
objetivo de assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Desde a sua
criação, avanços legais e institucionais têm garantido a sua construção como estrutura
responsável pela implementação e gestão participativa da Política Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional em âmbito federal, estadual e municipal. Esta construção se dá de
forma paulatina, num trabalho contínuo de dedicação, articulação e priorização política dos
setores envolvidos.

Todas as pessoas têm direito a uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em


quantidade suficiente e de modo permanente. A alimentação adequada e saudável deve ser
baseada em práticas alimentares promotoras da saúde, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais. Deve também ser produzida de forma sustentável, garantindo a
proteção ao meio ambiente, a justiça social e o direito à terra e ao território. Esse é um direito
de todas as pessoas residentes no Brasil, nascidas ou não aqui, respeitando-se as dimensões
socioculturais e regionais, a agrobiodiversidade, a ancestralidade negra e indígena, a
africanidade e as tradições de todos os povos e comunidades tradicionais e todas as
identidades e culturas alimentares, as quais são patrimônio imaterial da nação brasileira.

O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) realiza-se quando todo homem, mulher,
criança, jovem e idoso têm acesso garantido e ininterrupto à alimentação adequada e
suficiente, por meios próprios e sustentáveis.
O DHAA está intrinsecamente ligado ao direito à vida, na medida em que a alimentação
constitui-se em condição fundamental para a sobrevivência do ser humano. O Direito
Humano à Alimentação Adequada é parte dos direitos fundamentais da humanidade, que
foram definidos por um pacto mundial, do qual o Brasil é signatário.
Esses direitos referem-se a um conjunto de condições necessárias e essenciais para que todos
os seres humanos, de forma igualitária e sem nenhum tipo de discriminação, existam,
desenvolvam suas capacidades e participem plenamente e dignamente da vida em sociedade.

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9. LISTA DE EXERCÍCIOS

Os exercícios serão disponibilizados em uma aula extra,


contemplando todos os temas estudados.

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS DA AULA


Muito bem! Finalizamos mais uma etapa rumo a sua aprovação. Na aula de hoje
estudamos os seguintes assuntos:
• Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN);
• Promoção da alimentação saudável nas escolas;
• Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA);
• Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e Direito Humano à Alimentação Adequada;
• Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).

Em breve será disponibilizada uma lista de questões comentadas de provas anteriores, para treino
e retenção de conteúdo. Outrossim, além das questões que serão disponibilizadas em nosso material
extra, recomendo que utilizem a plataforma do TecConcursos (www.tecconcursos.com.br) para
complementar seus estudos por meio da resolução de questões de todas as matérias, podendo
filtrar as questões por disciplina, por banca, por ano, por assunto, etc.

Um grande abraço e que Deus te abençoe. Até a próxima aula!

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