Você está na página 1de 34

2.

Parâmetros de
Qualidade de Água
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA

 Parâmetros Físicos

 Parâmetros Químicos

 Parâmetros Microbiológicos
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Físicos
COR

Coloração da água causada por sólidos dissolvidos


Origem natural: decomposição da M.O. e ferro e manganês
Origem antropogênica: resíduos industriais e esgotos
domésticos

Cor Aparente x Cor Verdadeira

Unidade: uH (Unidade Hazen)


A unidade de cor corresponde a 1 ppm de platina-cobalto
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Físicos
TURBIDEZ

Representa o grau de interferência à passagem da luz


através da amostra causada por sólidos em suspensão.

Unidade: uT (Unidade de Turbidez)


PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Físicos
SABOR E ODOR

O sabor é a interação entre o gosto (salgado, doce, azedo e


amargo) e o odor (sensação olfativa) associados à presença
de sólidos em suspensão e sólidos e gases dissolvidos.

TEMPERATURA

Intensidade de calor

Elevações da temperatura:

 Aumentam a tx das reações químicas e biológicas


 Diminuem a solubilidade dos gases
 Aumentam a tx de transferência de gases (geração de
odores)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Físicos
SÓLIDOS

Sólidos Suspensos
Voláteis
Sólidos Suspensos (SSV)
Totais
(SST) Sólidos Suspensos
Fixos
(SSF)
Sólidos Totais
(ST)
Sólidos Dissolvidos
Voláteis
Sólidos Dissolvidos (SDV)
Totais
(SDT) Sólidos Dissolvidos
Fixos
(SDF)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Físicos
SÓLIDOS DECANTÁVEIS

A análise de SD permite determinar o volume ocupado pelos


sólidos após sedimentação em cone Inhoff, por um
determinado intervalo de tempo.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
pH (Potencial Hidrogeniônico)

Representa a concentração de íons hidrogênio, H+, dando


uma indicação das condições de acidez, neutralidade e
basicidade da água.

 pH baixo: corrosividade e agressividade nas águas de


abastecimento
 pH elevado: possibilidade de incrustações nas águas de
abastecimento
 valores de pH afastados da neutralidade afetam a vida
aquática e os microorganismos responsáveis pelo tratamento
biológico dos esgotos
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DUREZA

Concentração de cátions multimetálicos em solução,


especialmente o cálcio e o magnésio (Ca2+ e Mg2+).

Dureza elevada provoca sabor desagradável e efeitos


laxativos, reduze a formação da espuma do sabão,
aumentando o seu consumo e provoca incrustações nas
tubulações e caldeiras.

 Menor que 50 mg/L CaCO3 Mole


 Entre 50 e 150 mg/L CaCO3 Dureza
moderada
 Entre 150 e 300 mg/L CaCO3 Dura
 Maior que 300 mg/L CaCO3 Muito dura
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
OG (ÓLEOS E GRAXAS)

Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem


mineral, vegetal ou animal. Estas substâncias geralmente são
hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros. São
raramente encontrados em águas naturais, normalmente
oriundos de despejos e resíduos industriais, esgotos
domésticos, efluentes de oficinas mecânicas, postos de
gasolina, estradas e vias públicas.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
OD (OXIGÊNIO DISSOLVIDO)

Quantidade de oxigênio presente em uma amostra de água,


expressa em mg/L.

Principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição


das águas por despejos orgânicos, sendo vital para os seres
aquáticos aeróbios.

Caso o OD de um curso d’água seja totalmente consumido,


tem-se as condições de anaerobiose, com geração de maus
odores.

É um parâmetro de controle operacional de ETEs.


PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
OD (OXIGÊNIO DISSOLVIDO)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
OD (OXIGÊNIO DISSOLVIDO)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DBO (DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO)

Medida indireta utilizada para quantificar a presença de


matéria orgânica biodegradável em uma amostra. Expressa a
quantidade de oxigênio utilizada por microrganismos
aeróbios para oxidar biologicamente a matéria orgânica. É
um Importante parâmetro de controle das atividades
poluidoras, sendo utilizado na avaliação de eficiência de
ETEs e na definição de padrões de lançamento.

A DBO é determinada em laboratório, observando-se o


consumo de OD nas amostras durante 5 dias, à temperatura
de 20 °C.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DBO (DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO)

Modelo de Theriault
DBOt = DBOu (1- 10-k1.t)
adota-se k1=0,10 d-1 (esgoto sanitário)

DBOu = 1,46 DBO5 (esgoto sanitário)


PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DBO (DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO)

Vantagens da DBO

 Indicação da fração biodegradável da amostra


 Indicação da taxa de degradação da amostra
 Indicação da taxa de consumo de oxigênio / tempo
 Determinação da quantidade de O2 para estabilização

Desvantagens da DBO

 Possibilidade de microrganismos não adaptados à amostra


 Inibição dos microrganismos por substâncias tóxicas
 Tempo de 5 dias para resultado
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DBO (DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
DQO (DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO)

Consumo de O2 ocorrido durante a oxidação química da


matéria orgânica, obtida através de um forte oxidante
(dicromato de potássio) em meio ácido.

Vantagens da DQO

 2 horas para obtenção do resultado


 Determinação da quantidade de O2 para estabilização
 Não há interferência da nitrificação

Desvantagens da DQO

 São oxidadas a fração biodegradável e a fração inerte


 Não dá indicação da taxa de consumo de oxigênio / tempo
 Possibilidade de interferências por constituintes
inorgânicos
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
RELAÇÃO DQO / DBO

Pode variar de 1,7 a 2,4 para esgotos sanitários, sendo o


valor usual 2,0.

Para efluentes industriais esta relação pode variar


amplamente. Dependendo da magnitude da relação, pode-se
tirar conclusões sobre a biodegradabilidade dos despejos e
da adoção de processos biológicos ou físico-químicos.

NITROGÊNIO

O nitrogênio pode estar presente na água sob várias formas:


orgânico, amônia, nitrito, nitrato e molecular. Em excesso,
pode ocasionar eutrofização de corpos d’água.

São causas do aumento do nitrogênio na água: esgotos


domésticos e industriais, fertilizantes, excrementos de
animais.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
NITROGÊNIO

 Nitrogênio orgânico
 Amônia (NH4+)
 Nitrito (NO2-)
 Nitrato (NO3-)
 Nitrogênio molecular (N2)

Nitrificação:

Desnitrificação:
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Químicos
FÓSFORO

O fósforo aparece em águas naturais devido principalmente


às descargas de esgotos sanitários. Alguns efluentes
industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas,
conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios,
apresentam fósforo em quantidades excessivas, bem como
as águas drenadas em áreas agrícolas.

Processos aeróbios DBO:N:P 100:5:1


Processos anaeróbios DQO:N:P 350:7:1.

Os esgotos sanitários no Brasil apresentam de 6 a 10 mg/L


de fósforo.

Alguns efluentes industriais que não possuem nutrientes (N


e P) em suas composições necessitam de dosagem destes
elementos para possibilitar o tratamento biológico.
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Biológicos
ORGANISMOS PATOGÊNICOS

Dificuldades de detecção:

 Apenas parte da população apresenta doenças de


veiculação hídrica
 Possibilidade de reduzida ocorrência destes
microrganismos nas fezes das pessoas infectadas
 Grande diluição dos microrganismos no corpo receptor
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Biológicos
INDICADORES DE CONTAMINAÇÃO FECAL

 Grande quantidade nas fezes humanas


 Em grande número apenas no homem e em animais de
sangue quente
 Resistência similar à maioria das bactérias patogênicas
 Análises rápidas e baratas
PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Biológicos
COLIFORMES TERMOTOLERANTES

As bactérias do grupo coliforme são consideradas os


principais indicadores de contaminação fecal.

Todas as bactérias coliformes estão associadas com as fezes


de animais de sangue quente.

Indicador da possibilidade da existência de microorganismos


patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de
veiculação hídrica, tais como:

 Febre tifóide e paratifóide


 Desinteria bacilar
 Cólera.
CONCEITO DE CARGA

Carga = Concentração x Vazão

Carga (Kg/d) = Concentração (mg/L) x Vazão (m³/d)


1000

Q = 10 m³/d
DBO = 5.000 mg/L
Carga = 50 Kg/d

Q = 100 m³/d
DBO = 300 mg/L
Carga = 30 Kg/d
MISTURA

Quando são misturados volumes de água com


concentrações diferentes, a concentração final equivale a
uma média ponderada das concentrações originais, o
mesmo ocorrendo no caso de vazões. Assim, se um rio
com vazão QR e concentração CR recebe a entrada de um
afluente com vazão QA e com concentração CA. Admitindo
uma rápida e completa mistura das águas, a concentração
final é dada por:

QA CA QR CR

Q F CF QR  C R  Q A  C A
CF 
QR  Q A
PADRÕES DE QUALIDADE
Definições
CLASSIFICAÇÃO:

Qualificação das águas doces, salobras e salinas, com base


nos usos preponderantes.

ENQUADRAMENTO:

Estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser


alcançado ou mantido em um segmento de corpo d’água ao
longo do tempo.

PADRÕES DE LANÇAMENTOS DE EFLUENTES:

Limites ou condições de indicadores específicos e teores


máximos de elementos ou substâncias potencialmente
prejudiciais, exigidos para atender aos níveis de qualidade.
PADRÕES DE QUALIDADE
Definições

- embasados por um suporte legal

- devem ser cumpridos, por força


de legislação

-são função do uso previsto


p/ a água

Padrões de interesse da Engenharia Ambiental:


 Padrões de lançamento no corpo receptor
 Padrões de qualidade do corpo receptor
 Padrões de potabilidade e Conforme o uso a que
 Padrões de balneabilidade se destina a água
Parâmetro Unidade Padrão para Corpo d`'Agua Padrão de

CONAMA 357
Classe Lançamento
1 2 3 4
Cor uH 30 75 75 - -
Turbidez uT 40 100 100 - -
Sabor e odor - VA VA VA - -
Temperatura o - - - - 40
C
Material flutuante - VA VA VA VA ausentes
Óleos e graxas mg/L VA VA VA * 20 e 50
Corantes artificiais - VA VA VA - -
pH - 6,0 A 9,0 6,0 A 9,0 6,0 A 9,0 6,0 A 9,0 5,0 A 9,0
DBO5 mg/l 3 5 10 - *
DQO mg/l - - - - *
OD mg/l >=6 >=5 >=4 >=2 -
Mat. Sedimentáveis mL/L - - - - 1
Coliformes totais org/100ml 1000 50000 200000 - -
Coliformes fecais org/100ml 200 1000 4000 - -
Alumínio mgA/l 0,1 0,1 0,1 - -
Amônia livre mgNH3/l 0,02 0,02 - - -
Amônia total mgN/l - - 1 - 5
Arsênio mgAs/l 0,05 0,05 0,05 - 0,5
Bário mgBa/l 1 1 1 - 5
Cianetos mgCN/l 0,01 0,01 0,2 - 0,2
Chumbo mgPb/l 0,03 0,03 0,05 - 0,5
Cloretos mgCl/l 250 250 250 - -
Cloro residual mgCl/l 0,01 0,01 - - -
Cobalto mgCo/l 0,2 0,2 0,2 - -
Estanho mgSn/l 2 2 2 - 4
Ferro solúvel mgFe/l 0,3 0,3 5 - 15
Fluoretos mgF/l 1,4 1,4 1,4 - 10
Fosfato total mgP/l 0,025 0,025 0,025 - -
Mercúrio mgHg/l 0,0002 0,0002 0,002 - 0,01
Níquel mgNi/l 0,025 0,025 0,025 - 2
Nitrato mgN/l 10 10 10 - -
Nitrito mgN/l 1 1 1 - -
Prata mgAg/l 0,01 0,01 0,05 - 0,1
Sólidos dissolvidos mg/l 500 500 500 - -
totais
Sulfatos mgSo4/l 250 250 250 - -
PADRÃO DE LANÇAMENTO DE EFLUENTES

No Estado de São Paulo o controle é realizado utilizando-se


a DBO como parâmetro. É exigida a redução de DBO em 80%
ou concentração máxima de 60mg/L.

No Estado de Minas Gerais o controle é realizado de duas


formas. Por concentração de DBO e DQO, sendo os limites de
60 e 90 mg/L, respectivamente ou por eficiência de redução
da carga orgânica de 85% e 90% para DBO e DQO,
respectivamente.

No Estado do Rio de Janeiro a exigência de controle se dá de


forma escalonada. A eficiência de remoção de DBO é
determinada em função da carga orgânica bruta, conforme a
tabela abaixo:
AUTODEPURAÇÃO
 Diluição
 Sedimentação
 Estabilização bioquímica
AUTODEPURAÇÃO
 Diluição
 Sedimentação
 Estabilização bioquímica
AUTODEPURAÇÃO

MODELO DE STREETER-PHELPS

Dt 
k1
k2  k1
Lo. e  e 
 k1 .t  k 2 .t
 Do.e 
 k 2 .t

Dt = Déficit de OD, em relação à ODsat,  t (mg/L)


k1 = Coeficiente de desoxigenação (d-1)
k2 = Coeficiente de reaeração (d-1)
Lo = DBO da mistura (mg/L)
Do = Déficit inicial de OD da mistura (mg/L)
t = Tempo (d)
AUTODEPURAÇÃO

Estudo de Autodepuração

8,00

7,00
OD (Esgoto Bruto)

6,00
OD (ETE 30%)

5,00
OD (ETE 60%)
OD (mg/L)

4,00 OD (ETE 85%)

3,00 Cs

2,00 OD Mín. (Classe 2)

1,00

0,00
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000
Distância (m)

Você também pode gostar