Você está na página 1de 27

Aut.: 06B268ES-A5558A24-6BA56203-C663050D Solicitante: 6699 Consulte em http://www.tjgo.jus.

br/sicad/ (D11) P

P O D E R J U D I C I A R I O
or
ESTADO DE GOIAS
PROCESSO: 292252-83.2015.8.09.0067 (201502922520)
NATUREZA: INDENIZACAO
Primeiro Autor: SOFIA BONIFACIO PEIXOTO
Primeiro Reqdo: ESTADO DE GOIAS
CLASSE PROC. : PROCESSO CIVEL E DO TRABALHO -
PROCESSO DE CONHECIMENTO -

PROCEDIMENTO DE CONHECIMENTO

- -- -----
----

CODG ASSUNTO
- ---

899 DIREITO CIVIL

--

SPG SPG7422L

- -
Aut.: 64A9FD8E-85B09B5D-B31379C6-47AD6AB7 Solicitante: 6699 Consulte em http://www.tjgo.jus.br/sicad/ (D11) P

P O D E R J U D I C I A R I O
ESTADO DE GOIAS
PROCESSO: 292252-83.2015.8.09.0067 (201502922520)
NATUREZA: INDENIZACAO
Primeiro Autor: SOFIA BONIFACIO PEIXOTO
Primeiro Reqdo: ESTADO DE GOIAS
CLASSE PROC. : PROCESSO CIVEL E DO TRABALHO -
PROCESSO DE CONHECIMENTO -

PROCEDIMENTO DE CONHECIMENTO

----- --- --- -------------

CODG ASSUNTO
--------

8843 DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO PARTES E -

PROCURADORES ASSISTENCIA JUDICIARIA GRATUITA


-

---- ---------

SPG SPG7422L
O

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOIATUBA, ESTADO DE
GOlÁS
"Hoje não temos mars opçao entre violência e não
violência. É somente a escolha entre não violência ou
não existência." (Martin Luther King)

SOFIA BONIFÁCIO PElXOTO, brasileiro, soiteiro, menor


impúbere, nascido em 06.07.2007, conforme certidão nascimento anexa, neste ato
devidamente representado por sua genitora Sra. YASMIM MIELE PElXOTO, brasileira, solteira,
maior, portadora do CPF 028.387.401-56 e da Cl 5.069.554 SDPC/GO, residente e domiciliada
na Rua Paranaíba, n° 451, Centro, Goiatuba GO, via de seu advogado, in fine, VEM com o
devido acato e respeito à presença de V. Exa., apresentar a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
em desfavor do ESTADO DE GOlÁS, na pessoa de seu procurador, situado na Praça Pedro
Ludovico Teixeira, n° 26, CEP 74.003-010, em Goiânia GO, tendo a alegar, para ao final
requerer, o que segue:

PRELIMINARMENTE Requer os benefícios da assistência judiciária gratuita, uma vez que


-

MENOR IMPÚBERE, sem qualquer tipo de renda e não possui condições financeiras para
arcar com as despesas do processo.

DOS FATOS

No dia 28.10.2012, o PAl do Requerente infante, em


urna "suposta" barreira policial, foi covardemente e brutalmente ASSASSINADO pela POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO DE GOlÁS;

Em face do ocorrido, no dia 05.11.2012, instaurou-s


inquérito policial de n° 117/2012;
policiais militares que participaram do t q
Os
resultou na morte do pai da Requerente foram: SILMAR SILVA GONÇALVES, DR L
ROCHA, EDSON SILVA DA CRUZ e ALUÍSIO FELIPE DOS SANTOS;
DO BOLETIM DE OCORRÊNCIA DE TRÂNSITO

Logo após o assassinato do pai do infante, foi acionada a


VIATURA, tendo sido lavrado NO ATO, o BOLETIM DE OCORRÊNCIA DE TRÂNSITO N° 4371580,
restando consignado no mesmo que:

"De acordo com vestígios: VE2 trafegava na


Rodovia GO 515, sentido Panamá/Goiatuba, quando na altura do
Km 16, chocou-se com o VE1, que estava transversalmente no leito
da via. Segundo o condutor do VE1, ele e os demais ocupantes do
VE1, estavam realizando um bloqueio policial na tentativa de obstar
um veículo de cor prata, que havia realizado disparos de arma de
fogo contra a viatura L-3164 (Sgt. Cruz e Sd Aloisio) na cidade de
Panamá, tomando destino a cidade de Goiatuba. Ainda segundo
relato do condutor do VE1, o condutor do VE2 ao aproximar-se do
bloqueio policial realizou novos disparos contra a VTR 02263(VE1)
alvejando o para-brisa do mesmo e ainda acelerou o veículo na
tentativa de furar o bloqueio policial, no momento em que se
chocou com a lateral traseira do VE1. O acidente ocasionou danos
materiais de pequena monta no VE1, grande monta no VE2,
ferimentos graves no passageiro do VE1, ferimentos fatais no
condutor do VE2. Esteve no local o Perito Policial o Sr. Petrônio
Alves da Silva, a VTR L-3164 (Sgt. Cruz e Sd. Aloísio). Foi encontrado
no interior do VE2, um revólver Rossi cal. 38, n° 236105 (04)
munições deflagradas, recolhido pelo perito. Após os
levantamentos de praxe, VE1 e VE2, foram guinchados e
apreendidos no pátio da DPMR, ficando a disposição da autoridade
policial competente, logo em seguida demos por encerrado este
BOAT.

BOLETIM DE OCORRÊNCIA MANOBRAS PERIGOSAS E TIROS NA VIATURA L-3164 (Sgt. Cruz e


Sd Aloisio) NA CIDADE DE PANAMÁ

O BOLETIM DE OCORRÊNCIA 43/12, emitido pela polícia


militar de Panamá, afirma:

"Por volta das 00:50, desta data 27/10/2012,


quando encontrávamos realizando uma patrulha na Rua Alvino
Marques, próximo à praça Maria Tereza, deparamos com um
condutor de um veículo de marca FORD FOCUS de cor prata, plac
NGM 3716 de Nerópolis GO promovendo várias
-

perigosa, ou seja CAVALO DE PAU, após o mesmo avistar a pres


manobrg
da viatura logo em seguida o mesmo efetuou um disparo d ar a
de fogo, contra a para brisa dianteiro da viatura, do lado e querÂ,,
e saiu correndo sentido a cidade de Goiatuba, fomos no encalço do
condutor deste veículo, pedimos apoio as viaturas de Goiatuba para
fazerem um cerco na entrada da cidade de Goiatuba, ao aproximar
do MOTEL EMOÇÕES o referido veículo havia colidido na viatura
0223 do GPT, composta com o CB Rocha, CB Gonçalves, SD Cleber, o
qual se encontrava no solo, com várias fraturas expostas. Logo em
seguida solicitei a presença do SAMU e do CPU urgente no local,
para prestar socorra as vítimas."

parêntese, apenas para dizer que, referido


Abre-se um
BO havia sido encerrado, conforme comprovam as assinaturas, entretanto, houve necessidade
de uma complementação, fazendo-se incluir no mesmo, posteriormente, a palavra
CONTINUAÇÃO, prosseguindo:
"Posteriormente, constatamos que o autor se
encontrava no interior do veículo alvejado e sem vida, segundo os
médicos do SAMU, no interior do referido foi encontrada a referida
arma de fogo REVOLVER DE MARCA ROSSI CALIBRE 38, com cinco
munições, quatro deflagradas e uma intacta, a arma foi recolhida
pelo perito Dr. Petrônio, juntamente com as munições.
Os veículos foram conduzidos para o pátio da
PRE de São Domingos e o SD Cleber foi conduzido para o hospital
municipal (SUS) de Goiatuba, e o autor foi conduzido pela funerária
FENIX, após a libração do Perito Dr. Petrônio..."
Abre-se novamente outro parêntese, apenas para dizer
que, referida emenda do BO, conforme se verifica pelas escritas, teria se encerrado naquele
momento, contudo, foi o mesmo, novamente emendado, seguindo-se:

"...Segundo o CB Rocha e o CB Gonçalves do GPT,


o Autor havia efetuado vários disparos de arma de fogo contra a
sua viatura, sendo revidado pelo sua guarnição. Todas as
providências foram tomadas pelo SR. 1° Tenente Soares, oficiais
deste batalhão.

Em face do
ocorrido, foi instaurado o respectivo
INQUÉRITO POLICIAL, tendo sido interrogado no inquérito ALUÍSIO FELIPE DOS SANTOS que
assim contou a sua versão para o ocorrido, nos seguintes termos:

"Que estava no patrulhamento na cidade


de Panamá junto com o Sargento Cruz, quando visualizaram a
suposta vítima dando um cavalo de pau em alta velocidade
em frente ao destacamento da PM e da delegacia d
Panamó; (é impossível tanto desenvolver alta velocidade quando dar cava de
pau, no local indicado, tratando-se de um ruas estreita que mal dá para pas r doi
O

carros ao mesmo tempo) Que perguntado quantas pessoas estavam


no interior do veículo respondeu que não viu se o motorista
estava sozinho ou não; Que nesse momento viu quando o
Sargento Cruz se deitou sobre o interrogado perguntando que
"desgraça era aquilo"; Que não viu neste momento arma e
nem escutou tiro; Que cruz disse para o interrogado
acompanhar o veículo mas estava no sentido contrário teve
que manobrar e perdeu tempo; (veja Excelência nas fotos da reconstitui
do suposto tiro na viatura em Panamá e, pela própria declaração do policial que não é
possível dar cavalo de pau, naquela rua) Que o interrogado depois de ter
manobrado ouviu o Cruz dizer que o para-brisa havia sido
atingido por um tiro mas como estava focado no trânsito só
foi ver posteriormente; Que não viu mais o carro só voltou a
vê-lo em Goiatuba, porém chegou a ver suas lanternas
tmseiras ao longe; (diz que via apenas as lanternas do veículo) Que no
começo do acompanhamento o Sargento Cruz pediu apoio a
Goiatuba e relatou que era um Santana prata e que o veículo
poderia ser furtado, porém, não se lembs se Cruz avisou
Goiatuba a respeito do tiro; Que em nenhum momento se
comunicaram por rádio com o GPT que estava na entrada de
Goiatuba e sim somente com o COPOM; Que quando
chegaram no local a tragédia já havia ocorrido e chegamm a
pensar que o veículo havia furado o bloqueio e fugido e só
então lhe foi mostmdo o Ford Focus já acidentado em posição
para frente da viatura do GPT, nisso foi mostrado também o
Soldado Cleber ferido e a partir daí tanto o interrogado
quanto o Cruz foram tentando acionar o COPOM e o socorro
do SAMU; Que não chegou a ver a suposta vítima morta, pois
foi para o trânsito ajudar a controlar para evitar outro
acidente; Que relata que demommm de dois a três minutos
para chegarem ao local da batida; Que não sabe qual dos
policiais do GPT que atirou contra o carro da suposta vítima;
Que perguntado se algum policial no local "plantou" a arma
encontrada no interior do veículo da suposta vítima,
respondeu que não viu nada disso; Que perguntado se algum
policial militar simulou confronto para simular a morte da
vítima, respondeu que ninguém simulou nada."
Já, o interrogado no inquérito, EDSON SILVA DA CRUZ
contou a sua versão para o ocorrido, nos seguintes termos:

"Que no dia 28/10/2012 por volta das


00:30hs, na cidade de Panamá o interrogado e seu
companheiro Soldado Aloísio faziam patrulhamento quan
se depararam com o veículo FOCUS SEDAM cor parta d
cavalo de pau em frente a delegacia; (impossívet) Que quando se
aproximaram o interrogado notou que o passageiro do
veículo colocou uma arma para fora, apontou em direção a
quarnição e atirou atingindo a viatura no para brisa; Que
assim que o tiro foi disparado tal carro saiu em disparada em
direção à saída da cidade, ao mesmo tempo em que o
interrogado determinou ao Soldado Aloísio saísse em
perseguição, porém, Aloísio hesitou em demorou um pouco
para sair; Que chegaram a perder o carro de vista por algum
tempo devido a demora da reação de Aloísio e tornaram a
visualizar o carro próximo ao cemitério na saída pra
Goiatuba, ao mesmo tempo começaram o acompanhamento
do mesmo e avisou o COMPOM de Goiatuba pelo rádio e
solicitou que uma viatura daquela cidade fizesse um cerco na
entrada; Que no início imaginou que fosse um SANTANA
QUANTUM PRATA; que como o carro corria demais acabou
ficando para trás, mas lá na frente via as lanternas traseiras e
diante disso foi atualizando o COMPOM de Goiatuba da
possível posição do veículo que seguia na sua frente fugindo,
que conseguiu atualizar Goiatuba a da
respeito passagem do
veículo pela lagoa que fica entre as duas cidades, pelo
descanso dos romeiros e da aproximação do Motel na
entrada de Goiatuba; Que quando chegou no local dos fatos
inicialmente não viu o carro fugitivo e se deparou com o Cabo
Gonçalves apavorado dizendo que o Soldado Cleber estava
morrendo, que perguntou se o tal carro tinha fugido, que o
Cabo Gonçalves lhe mostrou que o carro estava mais a frente
da viatura do GPT, batido, a uma distância de
aproximadamente vinte metros na frente e a viatura do GPT
estava também batida e atravessada em cima da pista; Que
tornou a perguntar para o cabo Gonçalves sobre o fugitivo
este mostrou o Cabo Rocha socorrendo Cleber que se debatia
e gritava muito, Que o interrogado se encarregou de acionar
o COPOM para que este mandasse o socorro e também o CPU
ao local; Que depois de conseguir socorro novamente indagou
a respeito do fugitivo foi aquando apontaram para o carro
batido e disseram que o condutor estava lá; Que o
interrogado foi até o carro e viu que o mesmo estava com o
motor no chão em razão da batida e que o condutor estava
morto; Que nesse momento estava já acompanhado do
SAMU e osocorrista quem deu o diagnóstico; Que nesse
momento ainda estava em dúvida a respeito da característica
do carro e chegou a pensar que o fugitivo teria furado a
barreira e que outra pessoa havia colidido com a viat a,
porém o Cabo Gonçalves disse que por ali não havia p ssad
nenhum SANTANA e que foi aquele carro que havia tentado
furar o bloqueio, somente daí se deu conta que o tal carro
prata não era um Santana e sim um FOCUS SEDAM, que
durante o acompanhamento do veículo de Panamá a
Goiatuba o interrogado foi se comunicando por radio com o
COMPOM de Goiatuba, não se lembrando de ter falado com
rádio com a viatura do GPT sendo que a frequência utilizada
em Panamá e Goiatuba é a mesma; Que em nenhum
momento durante a perseguição avisou sobre o fato do
condutor do carro que fugiu estar armado, por outro lado,
avisou o COPOM de Goiatuba a respeito do tiro que a viatura
do Panamá bem como, da suspeita do veiculo em fuga ser
roubado, isso quando ainda estava em Panamá quando pediu
o bloqueio, sendo que durante o acompanhamento na pista
se limitou a avisar sobre a posição do carro que fugia; Que
não pode precisar o momento que o segundo ocupante saltou
do veículo, pois como já disse, ficou certo tempo sem a visão
do caro que fugia e qual tal ocupante pode ter saltado no
mato; Que perguntado em quanto tempo chegou ao local da
batida, calcula que levou de dez a quinze minutos; Que
perguntado se alguém na cena simulou confronto para
justificar a morte da suposta vítima, respondeu que não; Que
perguntado se alguém "plantou" alguma arma no veículo em
que estava suposta vítima, respondeu que não; Que
a
perguntado sabe
se qual dos membros da GPT que atirou
contra o veículo do fugitivo, respondeu que o Cabo Gonçalves
confirmou que atirou contra o carro, mas os demais acredita
que não; Que finalmente faz questão de salientar que tem
ciência que a suposta vítima é arruaceira e dada a bebida
alcoólica."

O interrogado ANDRÉ LUlZ ROCHA contou a sua versão


para o ocorrido, nos seguintes termos:
"Que dia 28/10/2012 o interrogado
no
estava de serviço na cidade de Goiatuba e fazia parte da
guarnição do GPT na companhia do Cabo Gonçalves e
Soldado Cleber fazendo patrulhamento de rotina; Que
próximo de 01:00 h da madrugada foram acionados via
COPOM informando que um indivíduo estava fazendo
manobras arriscadas em um veículo na cidade do Panamá e
que o mesmo estaria armado e que o veículo, um Focus
Sedan, poderia ser que era roubado, porém no momento da
comunicação, não sabia ao certo que carro era e que inclus y
poderia ser um Santana e que só foi identificado a 6s
ocorrência, aí sim, descobriu ser um focus sedan; Que em
torno de no máximo cinco minutos após o acionamento, se
posicionaram na saída de Goiatuba para Panamá e postaram
a aviatura do GPT na sua mão de direção entre o
acostamento e a pista de rolagem, ou seja, meio fora e meio
dentro da pista e ali prepararam a barreira com o giroflex
ligado e cada policial com sua lanterna de mão, devidamente
abrigados atrás da viatura; Que rapidamente viu faróis vindo
ao longe em alta velocidade aproximando rápido; panamá
também informou via COPOM que a viatura de Panamá
estava vindo em perseguição, mas no momento em que se
aproximavam do local da barreira não chegaram a ver a
viatura de Panamá vindo atrás; Que o tal Ford Focus reduziu
a velocidade ao ver a viatura do GPT isso a aproximadamente
mil metros de distância da barreira e posteriormente acelerou
novamente e continuou a se aproximar; Que perguntado
sobre o momento da aproximação final do Ford Focus
conduzido pela suposta vítima respondeu que o condutor veio
com o carro com intenção de bater na viatura do GPT e mais
ou menos a uns sessenta metros de distância, não sabendo
precisar ao certo, a quarnição ouviu um disparo proveniente
do veículo em aproximação, no que todo mundo revidou
disparando contra o mesmo na intenção de pará-lo, porém, o
veiculo bateu na traseira da viatura atirando longe o Soldado
Cleber, que por sinal se feriu gravemente ficando 10 (dez) dias
na UTl; Que no momento da batida subiu muita poeira e o
interrogado ficou procurando pelos demais colegas para ver a
situação dos mesmos, foi ai que Cleber não respondeu e foi
encontrado caído desacordado, diante disso foi acionado o
COPOM de Goiatuba que por sua vez providenciou socorro do
SAMU; enquanto o socorro não vinha o interrogado e o
Soldado Gonçalves procuraram manter Cleber quieto, pois o
mesmo apesar de desacordado se debatia; Que poucos
minutos depois chegou viatura de Panamá que estava em
a
perseguição e nela estavam o Sargento Cruz e o Soldado
Aloísio, bem como, outros veículos particulares foram
parando; Que somente constatou a situação do Ford Focus e
de seu condutor após o socorro chegar e também das demais
viaturas de Goiatuba chegarem ao local; Salienta não ter
chegado perto do carro da suposta vítima pois se encarregou
em balizar o transito e além disso o SAMU já tinha verificado
que ele estava morto; que no dia sequinte soube através do
Sargento Cruz, que durante o atendimento da ocorrência em
Panamá, na qual a suposta vítima fazia manobras arriscada
a viatura de Cruz e Aloísio fora alvejada pela suposta vítim
Que na viatura do GPT também foi encontrado um disparo de
arma de fogo, mas não pode garantir que tal disparo não
tenha sido desferido pelo interrogado ou por seus
companheiros, até porque no momento da batida ainda
estavam atirando e com o impacto a viatura rodopiou;
Perguntado quem encontrou a arma de fogo tipo revolver
utilizado pela vítima respondeu que foi a perícia criminal que
compareceu ao local e achou a arma; Perguntado se alguns
dos policiais presentes teriam "plantado" arma de fogo no
interior do veículo da suposta vítima pam simular o
confronto, respondeu negativamente, com toda veemência,
que ninguém fez isso."

Interrogado, no inquérito, SILMAR SILVA GONÇALVES


contou a sua versão para o ocorrido, nos seguintes termos:

"Que serviço na equipe GPT


estava de
sendo que a guarnição era composta pelo interrogado pelo
Soldado Cleber e Cabo Rocha, sendo que foram acionados
pelo COPOM de Goiatuba, no que receberam determinação
para dar apoio a guamição de Panamá que vinha em
perseguição a um veículo Santana de cor prata que estaria
dando cavalos de pau em Panamá e deixou tal cidade em
direção a Goiatuba em alta velocidade, sendo que o COPOM
disse ainda que em para tomarem cuidado pois o veículo
poderia ser roubado e o condutor estar armado, pois não
sabiam quem em o indivíduo e se tmtava de uma carro
roubado ou não; Que partiram para a ocorrência e decidiram
sair um pouco da cidade pam ficar longe da área povoado e
por isso ligamm o giroflex, ingressaram na GO e pamram
nem frente ao Motel, pois tal estabelecimento tem refletores
que iluminam toda a pista; Que estacionou a viatum ao estilo
procedimento operacional padrão da Polícia Militar, ou seja,
com a tmseira da viatura para o lado do Motel e a frente
voltada para a pista de modo que a pista de rolagem de
quem vinha de Panamá para Goiatuba estava interditada
pela viatura restando a pista no sentido Goiatuba/Panamá
livre, sendo que o carro que vinha de Panamá tinha duas
opções para driblar nossa equipe ou passava por trás da
viatura aproveitando o pátio de brita da entmda do Motel ou
pela pista de rolamento pela contramão ou ainda poderia
entrar numa vicinal duzentos metros antes a esquerda da
viatum, Que o interrogado e os policiais ligaram o giroflex e
demais luzes da viatura desceram com lanternos portá is -

individuais, se abrigamm atrás da viatum, visto qu nã


existia outro abrigo emquestão de segundos surgiram os
faróis, nesse momento, estava tentando comunicação via
rádio com a viatura de Panamá que por sua vez era ocupada
pelo Sargento Cruz e Soldado Aloísio, porém, nessa região é
possível escutar a comunicação da PM por várias cidades da
região como Goiatuba, Buriti, Joviânia, Vicentinópolis e tinha
muita interferência só consequiu ouvir a viatura de Panamá
informar que o persequido estava armado, sendo que
consequiu ouvir a palavra armado e depois dizendo as
palavras "é esse é esse da frente agora" pois acredita que a
viatura de Panamá viu o reflexo da viatura do GPT ao longe e
por isso tentava avisar qual seria o carro alvo; Que o veículo
que estava sendo perseguido avistou a viatura do interrogado
e a uns trezentos metros mais ou menos percebeu que o
veículo segurou a velocidade, momento em que imaginou que
ele poderia tentar entrar na estrada vicinal a esquerda ou
então parar o carro e pular no mato abandonando o veículo;
Que nesse momento o veiculo perseguido tornou a imprimir
velocidade, e foi tão rápido que o interrogado chegou a dizer
ao Soldado Cleber para pegar arma longa na viatura, mas
não deu tempo e inclusive o interrogado teve que largar o
microfone do rádio de uma vez para poder pegar sua arma
inclusive bateu seu dedo que está machucado até hoje; Que
foi tudo tão rápido que não conseguiram pegar as armas
longas dentro da viatura e inclusive antes de largar o rádio
chegou a gritar "ele não vai parar"; Que nesse momento de
correria informa que acredita que a suposta vítima
encontrava-se a mais ou menos cento e cinquenta metros de
onde estava e quando o carro estava bem próximo ouviu
disparos e viu "línqua de fogo" saindo de uma arma do lado
do motorista, sabendo dizer que foi mais de um tiro; que
ainda não sabe dizer se o tiro foi efetivamente na direção da
quarnição ou não; Que quando percebeu que efetivamente o
carro vinha em direção a guarnição e não usou as opções de
fuga, disparou somente com uma mão, pois não teve tempo
de empunhar com as duas pois uma das mãos estava
machucada; salientando ainda que não atirou diretamente
contra algum ponto do carro, ou seja, não teve tempo nem de
fazer mira; Que ouviu disparos feitos pelos colegas da
guarnição, mas não tem certeza que Cleber chegou a atirar;
Que o interrogado salienta que ainda antes da batida teve
tempo de fazer dois disparos, e que enquanto a viatura foi e
o veiculo passava ainda conseguiu fazer mais um disparo·
Que após a batida deu para perceber que o veículo er u
Ford Focus Sedan, cor parta e que o mesmo parou d lado
c
uns cem metros depois do local de impacto, que após a batida
o interrogado e seus colegas começaram a chamar uns pelos
outros foi quando percebeu que somente o Soldado Cleber
não respondeu e ouviu somente um ronco tipo um gemido e
viu Cleber fora da pista desacordado, mas se debatendo; Que
Cleber estava muito ferido, pés parcialmente separados e
bmços seriamente feridos; Que enquanto atendia Cleber
chegou a ver a suposta vítima dentro de seu carro mexendo
com a cabeça e depois parou, que em seguida conseguiu ligar
para o COPOM para pedir ajuda e em seguida a viatum de
Panamá chegou, sendo que foi tudo muito rápido; Que ao
mesmo tempo foram parando veículos de particulares que
passavam pela estrada, sendo que o interrogado e o Cabo
Rocha tentavam conter Cleber, que o Sargento Cruz ligou
pam o COPOM ou para o SAMU, visto que o interrogado tinha
tentado fazer isso mas devido a Cleber ficar se debatendo
acha que foi Cruz que efetivamente conseguiu chamar
socorro, que acha também que foi Cruz que ainda acionou o
oficial do dia; Que após a correria inicial e com a chegada do
SAMU dois atendentes ficaram com o Cleber e um terceiro foi
até o veículo e constatou que a suposta vítima estava morta,
depois disso logo deixaram o local a cargo dos outros policiais
militares, isso para evitar comoção de familiares da suposta
vítima; Que sabe informar que a suposta vítima em data a
arruaça e bebida alcóolica; Que perguntado se algum policial
militar da equipe modificou a cena do crime, respondeu que
isso não foi feito de forma alguma; Que perguntado do
disparo de fogo feito na viatura do GPT, respondeu que não
sabe precisar se isso foi resultado dos disparos feitos pela
suposta vítima ou mesmo resultado dos disparos efetuados
pela guarnição do GPT, visto que, como já disse acima, no
exato momento da batida ainda foram feitos disparos então
tal hipótese é plausível, que a respeito de disparo feito contm
a viatum de Panamá soube de tal situação no dia seguinte e
não sabe em qual momento Aconteceu pois, não mantivemm
muito contrato na hora devido a correria pam salvar Cleber;
Que perguntado se o interrogado e os demais policiais
simularam confronto pam simular a morte da suposta vítima,
respondeu que isso não foi feito com certeza, ainda porque
isso não seria possível, pois o interrogado e Rocha ficaram
ocupados em conter Cleber e logo em seguida chegomm o
particulares e a viatum do Panamá, isso no praz
minutos."
Assim é que, de acordo com a versão da POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO DE GOlÁS, o Pai do infante/Requerente, após dar um cavalo de pau e
atirar contra a viatura da Polícia Militar na cidadã de Panamá, empreendeu fuga a cidade de
Goiatuba e, deparando-se com um bloqueio policial na Rodovia, acelerou o seu veículo
contra a viatura que estava fazendo bloqueio da via, vindo em alta velocidade e atirando
contra os policiais, que revidaram atirando na direção do veículo do Pai do infante que veio
a óbito naquela evento;

Tudo estaria devidamente certo, se na fosse a FARSA


montada pela Polícia Militar do Estado de Goiás, plantando a arma no carro, simulando tiros
em viaturas, armando uma operação desastrosa, que culminou com a morte de um inocente..

DA APURAÇÃO DOS FATOS PELA POLÍCIA CIENTÍFICA ATÉ PRONÚNCIA

A família da VÍTIMA, não aceitou aquelas versões do


fato, afirmando, a todo momento, que o ente querido tinha sido vítima de assassinato e que,
os policiais militares, montaram uma farsa, para justificar aquela ação desastrosa.

O Ministério Público Estadual, ofertando denúncia


contra os policiais militares SILMAR SILVA GONÇALVES, ANDRÉ LUIZ ROCHA, EDSON SILVA
CRUZ e ALUÍSIO FELIPE DOS SANTOS, asseverou:

"Segundo se apurou, no dia, hora e local dos


fatos,os ora denunciados Silmar Gonçalves e André Luiz Rocha, na
companhia do também policial militar Cleber Gomes de Oliveira,
estavam realizando uma barreira policial na rodovia que liga esta
cidade ao município de panamá, ocasião em que a viatura que os
mesmos utilizaram para interditar a pista veio a ser abalroada pelo
veículo conduzido pela vítima que vinha no sentido
Panamá/Goiatuba, o qual, por estar em alta velocidade,
provavelmente não teria visto a viatura policial estacionada
naquele local, vindo com o impacto da colisão a arremessar o
policial Cieber Homes de Oliveira por vários metros de distâncias,
causando-lhe gravíssimos ferimentos.
Baixada a poeira ocasionada pelo acidente,
enquanto um dos dois denunciados citados no parágrafo anterior
dava assistência ao policial ferido, o outro teria ido verificar o
estado da vítima, ocasião em que, ao constatar que a mesma,
embora gravemente ferida e agonizando, ainda estava viva, em um
ato de incomensurável covardia, teria sacado a arma de fogo que
portava e efetuado disparo à média distância
com a mesma um
(entre 50 cm e 5 metros, conforme conclusão da perícia a fis. 10
sem que a mesma tivesse a menor condição de se esquiva
disparo efetuado, atingindo-a na região próxima ao se
/
esquerdo, disparo
instantaneamente.
este que se encarregou de mata-la
8
Instantes após a execução sumária da vítima,
chegaram ao local os ora denunciados Edson Silva da Cruz e Aluísio
Felipe dos Santos, os quais estavam perseguindo o veículo da vítima
desde o município de Panamá e logo se depararam com o
desespero dos outros dois denunciados, os quais, de um lado,
buscavam socorrer o policial ferido, e, de outro, estavam
preocupados em encontrar uma forma de não serem
responsabilizados pelo homicídio praticado contra a vítima, ocasião
em que todos, de comum acordo, resolveram inovar
artificiosamente a cena do crime, utilizando-se para tanto de uma
outra arma de fogo que estaria em poder dos mesmos, com o
intuito de simular uma suposta agressão a tiros por parte da vítima,
vindo primeiramente a efetuar com a mesma 1 (um) disparo contra
cada um dos vidros frontais (para-brisa) ds 2 (duas) viaturas que
estavam no local, tendo depois vindo a colocar tal arma no interior
do véidculo da vitima, de modo a dar amparo a uma suposta
conduta de legitima defesa que justificaria a perseguição como
também o disparo efetuado covardemente contra a vítima,
induzindo assim o juiz criminal a erro, de modo a favorece-lo em
eventual processo criminal que porventura viessem a safror.
No entato, conforme restou apurado pelas
inúmeras perícias realizadas nestes autos, seria fisicamente
impossível que o disparo efetuado contra a vitima, tivesse sido feito
na posição e no local que os policiais declararam, bem como,
também que não teria como, também segundo os princípios da
física, que a arma supostamente encontrada no carro da vítima
estivesse disposta na forma que foi encontrada, de tal maneira que
não restam dúvidas de que houve a prática de um crime de
homicídio qualificado em situação de concurso com um crime de
fraude processual, em face da alteração promovida pelso ora
denunciados no local do crime para tentarem se licrar da
responsabilidadecriminal."
O Delegado de Polícia, ao relatar o inquérito, assevera:
"As perícias indicam que Boni Jr (vítima) não poderia
ter realizado os disparos nas viaturas e que o revolver calibre 38 é
estranho à dinâmica do evento.
O laudo de interceptação policial n 945/12, afirma
a inclinação do tiro recebido pela blazer (descendente 12°) é dife e
daquele que seria possível a Boni Jr. (ligeiramente ascendente).
...
e
Ademais, segundo laudo de vistoria n. 1083/12, o
o
vidro do motorista (focus) estava fechado no momento da colisão, por
isso, seria impossível a Boni Jr. ter atirado contra a blazer"
Neste passo, Excelência, em razão da farsa montada
pela Polícia Militar do Estado de Goiás, para acobertar seu crime, foram os policiais em
questão indiciados, denunciados e, por fim pronunciados pela justiça.
Em suas razões de decidir pela PRONÚNCIA,
assevera o magistrado:
"Pois bem, no caso dos autos verifico que
restou indiscutível a materialidade dos delitos, comprovada
parcialmente através do laudo de local de interceptação
policial (fis. 80/88 e 89/99)...
...

Em relação à autoria, embora haja a negativa


dos acusados, bem como nenhum se indicou como sendo o
responsável pelo disparo de arma de fogo que culminou com
a morte da vítima, os elementos de convicção recolhidos nos
autos, elaborados por inúmeros laudos periciais expõem a
atuação na execução do comportamento censurado, não
prosperando a tentativa de serem afastados do julgamento
perante o Tribunal Popular do Júri...
...

Dessa forma, o que se percebe é que os


requisitos exigidos para a prolação da decisão de pronúncia
exigidos pelo artigo 413 do Código de Processo Penal, a saber,
a prova da materialidade delitiva e a existência de indícios de
autoria, encontram-se devidamente comprovados"
...

Posto isso, com fundamento no artigo 413


do Código de Processo Penal, acolho o parecer ministerial e
PRONUNCIO SILMAR SILVA GONÇALVES, ANDRÉ LUIS ROCHA,
EDSON SILVA DA CRUZ e ALUÍSIO FEllPE DOS SANTOS, já
qualificados nos autos em epígrafe, por infração à disposição
legal inserta no art. 121, § 2°, inciso IV, c/c art. 347, § único,
ambos combinados na forma do art. 69 todos do Códi
Penal, para que submetam a julgamento pelo Tribun
Juri."
F
c
Desta forma e por tudo mais que consta, resta evidente
que o ESTADO DE GOlÁS, ASSASSINOU, via de sues prepostos, o PROVEDOR do
infante/Requerente, tirando-lhe não só o sustento, mas, principalmente o direito à companhia
do PAl;

A SEGURANÇA PÚBLICA COMO DEVER DO ESTADO AGRAVAMENTO -

É oportuno recordar a teoria contratualista de Thomas


Hobbes da formação do Estado para uma melhor visualização da segurança pública como um
de seus deveres precípuos. Ele fundamenta o surgimento do Estado como a única alternativa
para a pacificação do convívio social.

Segundo Thomas Hobbes o homem em estado de


natureza viveriaem constante luta com seus semelhantes (bellum omnium contra omnes). O
homem sendo por natureza mau seria o lobo de seu próprio semelhante (homo hominilupus).
Era, portanto, necessário transferir todos os poderes e direitos a um ente superior que a todos
sobrepujasse pela força e pelo medo como um terrível Leviatã.
Por isso, teriam os homens criado o Estado por meio de
um contrato social para que este, entre outros fins, refreasse a violência dos homens uns
contra os outros. Passava, pois, o Estado a deter a legitimação e o monopólio do uso da
violência,que deveria ser exercitada em benefício da própria ordem social. A teoria
hobbesiana findava por legitimar o poder absoluto dos reis.
Outros filósofos da escola clássica do direito natural e
adeptos do contratualismo coincidem no sentido de que todo poder fosse transferido do povo
ao Estado, que por meio dos representantes do povo, legitimamente, o exercitará em proveito
de todos. Nesse sentido, posicionam-se Locke e Jean-Jacques Rousseau propugnando pelos
ideais liberal e democrático.
O Estado que se forma apartir desses ideais é o liberal.
São as principais preocupações do Estado Liberal controlar o uso do poder, que é tripartido,
subordina-se a lei e visa garantir a segurança dos cidadãos contra ofensas a sua integridade
fisica, liberdade e propriedade.
É como denominou Lassale o "Estado guarda noturno".
A segurança pública é uma das suas principais atribuições. É garantida, internamente, pelo
aparato policial e, externamente, pelas forças armadas.
Nos modelos de Estado que se seguiram, desde os
autoritários de direita oude esquerda até as sociais-democracias, a segurança pública
continua a ser uma função essencial do Estado.

No Brasil a segurança pública desde o Brasil colônia é


atribuição e função essencial e irrenunciável do Estado. Fernando Aguillar expõe com clareza
significado e a abrangência das funções públicas, destacando como requisito fundamental
sua irrenunciabilidade: "As funções públicas nem sempre são desempenhadas exclusiva n
,
por mais essenciais que sejam aos olhos da generalidade das pessoas. O que de fato as n
públicas têm por característica fundamental é a irrenunciabilidade".
Ainda que particulares as desempenhem paralelamente,
cf
o Estado não pode deixar de as exercer. É certo, também, que, em sua competência
constitucional para regular certas funções estatais, o Estado pode vedar que particulares as
desempenhem. Porém, o que marca, fundamentalmente, as funções públicas em
contraposição aos demais serviços públicos em sentido amplo é a circunstância de não poder o
Estado furtar-se de desempenhá-las."
Merece relevo o tratamento dado à segurança na
Constituição Federal de 1988. Conforme se verifica no preâmbulo da Constituição o Estado
Democrático destina-se entre outros objetivos a resguardar a segurança. Segurança aqui
entendida na sua acepção ampla, significando tanto a segurança pública proteção contra
-

atentados à integridade física, moral e patrimonial dos particulares -, quanto a segurança


jurídica traduzida em diversos dispositivos constitucionais que garantem o pleno gozo das
garantias e direitos fundamentais.
A segurança é, também, condição para o exercício da
soberania do Estado e para a preservação da dignidade humana, visto que tanto interna como
externamente não poderá haver poder maior que o do Estado, bem como que, sem segurança,
o valor dignidade humana fica à mercê das investidas de delinqüentes e aproveitadores. A
segurança é, pois, condição para realização dos fundamentos do próprio Estado Democrático
de Direito nos termos do art. 1° da Constituição.

No caput do art. 5° da Constituição, que dispõe


especificamente dos direitos e garantias individuais e coletivas, surge novamente a
preocupação com o resguardo à segurança como direito fundamental tanto de brasileiros
como de estrangeiros residentes no País. Ou seja, a segurança é tida como garantia
constitucional que tem por fundamento a própriá condição de pessoa humana. Está, pois,
ihtimamente relacionada com outros princípios constitucionais do mais alto valor, tais como a
proteção à vida, à liberdade, à propriedade, à intimidade, à honra.
A segurança é alçada a cláusula pétrea de nosso
ordenamento jurídico por força do art. 60, parágrafo 4°, IV, que proíbe que os direitos e
garantias individuais sejam objeto de emenda constitucional.
O Se tomada aconcepção jusnaturalista do Direito, pouco
em voga e até mesmo abandonada por grande parte dos jusfilósofos contemporâneos, pode-
se afirmar que a segurança é um direito natural do homem, imanente a sua própria condição
humana. Radbruch após ter vivenciado o holocausto nazista, faz as seguintes afirmativas: "...
existem princípios jurídicos que são mais fortes do que qualquer lei, de modo que qualquer lei,
que os contradiga, carece totalmente de validez. Esses princípios são chamados de Direito
Natural, ou Direito Racional. Alguns deles acham-se, quanto a detalhes, ainda envoltos em
certas dúvidas mas o trabalho dos séculos conseguiu extrair deles um núcleo seguro e fixo,
-

cjue reuniu nas chamadas Declarações dos Direitos do Homem e do Cidadão, e o fez com um
consenso de tal modo universal que, com relação a muitos deles, só um ceticismo sistemático
poderá ainda levantar qualquer dúvida".
Finalmente, no art. 144 da Constituição, no Título V e
trata, Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, no capítulo Ill Da Se ra
-

Pública, reforça-se o dever do Estado de prestar segurança pública por meio os


diferentes órgãos.
A segurança pública visa, como se verifica no caput do
r
artigo, preservação
"a da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio". Os
incisos do artigo não deixam qualquer dúvida que a segurança pública é referida, neste caso,
com um sentido restrito de segurança policial.

A segurança pública é, pois, de um lado função


irrenunciável do estado e de outro direito e garantia fundamental dos cidadãos.

No caso em comento, aquele que deveria proporcionar


segurança PAl
ao do Infante/Requerente, foi o seu agressor, tirando-lhe a vida. Quando de
onde se espera a proteção vem a agressão, não há, sequer, poder de reação!

O PODER/DEVER DA POLÍCIA AGRAVAMENTO


-

compelida pelo ordenamento jurídico a agir


A Polícia é
com cautela e prudência ante a íntima proximidade das suas atribuições para com o direito
fundamental de liberdade da pessoa humana.

Deontologicamente, inobscurece que a Polícia, em suas


ações deve apreciar, com prudência, o direito do indivíduo, isto quer dizer que toda atividade
policial, por sua natureza, possui, em tese, o condão de tolher o direito à liberdade do
indivíduo. Esse direito fundamental é, de fato, princípio constitucional, compreendendo ele
uma das chaves mestras de todo o nosso sistema normativo. Exatamente por isso, precisa ele
ser visto como critério maior, mormente no campo penal. E se é pacífico que o próprio Estado-
juiz não pode olvidar de observar com a devida máxima cautela esse direito constitucional,
também o deve ser pela Autoridade Policial, pois não é fadado a esta cometer abusos
manifestos contra os direitos da pessoa humana, sob o argumento de que não lhe é conferido
pela norma competência para se levar a efeito, de acordo com o seu discernimento, a medida
niais adequada ao caso concreto.

As Autoridades Policiais, por suposto, constituem-se


agentes públicos com labor direto frente à liberdade do indivíduo. É da essência das suas
decisões, por isso, conterem elas inseparável discricionariedade, tudo sob pena de, agindo-se
de forma contrária, cometerem-se os maiores abusos possíveis, quais sejam, aqueles baseados
na letra fria da Lei, ausentes de qualquer interpretação mais acurada, separadas da lógica e do
bpm senso.
No caso concreto os policiais, em suas desastros
ações, ultrapassaram as raiais da civilidade humana, não só, desrespeitou direi
fundamentais do indivíduo, como fraudou processos no sentido de eximir-se da culpa, e
torna mais grave a agressão perpetrada contra o indivíduo e a própria sociedade.
FORÇA LETAL AGRAVAMENTO
-

Reduzir o crime violento e conter o crime organizado


representa grande e,
um às vezes, perigoso desafio para as forças policiais. Frequentemente,
no entanto, aoinvés de reduzir a violência, a polícia acaba por contribuir com ela através do
uso ilegal força letal.
de
Em quase todos os homicídios causados por policiais
durante expediente, policiais
os envolvidos reportaram que seus tiros teriam sido atos de
legítima defesa, alegando terem atirado somente em resposta a tiros de supostos criminosos.

Nas grandes cidades, esses casos são designados


genericamente como "resistência seguida de morte" ou como "autos de resistência". Dado
que os policiais destas cidades muitas vezes enfrentam uma ameaça real de violência por parte
de membros do crime organizado, é provável que muitas dessas "resistências seguidas de
morte" tenham sido resultado de fato do uso legítimo de força pela polícia. Muitos casos, no
entanto, claramente não foram.
Mas a aqui em nossa pacata cidade de
realidade
Goiatuba é diferente, não há aqui, facções criminosas, não há gangues, não há crime
organizado que coloquem em ameaça real de violência os policiais militares de Goiatuba, por
outro lado é grande o uso de força letal em nossa comuna;
O que foi
pior não foi o uso da força letal indevidamente
e, mas a tentativa tentar acobertar o ASSASSINATO DE UM CIDADÃO pela Polícia do Estado de
Goiás, através do cometimento de uma série de crimes, como FRAUDE PROCESSUAL;
Daí que o uso da força letal que possui o Estado, aliado à
sua capacidade modificação fática do evento, acaba por, ao invés de ser uma segurança
de
para o cidadão, passa a ser um perigo.

A RESPONSABILIDADE DO ESTADO E A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL

Na República Velha, em 1898, Rui Barbosa atribuiu a


responsabilidade do Estado por danos causados pela multidão ao jornal o "Comércio de São
Paulo", de propriedade de Eduardo da Silva Prado e dirigido por Afonso Arinos, em parecer nos
seguintes termos:
"Princípio corrente foi sempre o de que o poder
em cujas mãos se ache a autoridade policial responde pelo dano
cometido no seu território pelos ajuntamentos armados ou
desarmados. Por isso, já a legislação do período revolucionário, n
França, nos fins do século passado, estatuía para as comunas es a
obrigação, em vigor até hoje, além daquele país, em todos os ou
onde a polícia é municipal, inclusive a Inglaterra e os Estados U i .

Em São Paulo, é o Estado que exerce a polícia. A esta, logo, cu be


a responsabilidade pela culpa ativa ou passiva de seus agen s."

A responsabilidade do Estado com base na teoria do


risco integral foi defendida por Pedro Lessa e diversos acórdãos atribuíram o dever da União
indenizar os prejuízos
causados em empresas alemãs por distúrbios ocorridos durante a
Primeira Guerra Mundial em Manaus e Salvador.

Seabra Fagundes na obra "O Controle dos Atos


Administrativos pelo Poder Judiciário", cita acórdãos anteriores a Constituição de 1946, no
sentido da aplicação da responsabilidade objetiva ao Estado:

"Responde Estado pelos danos causados à


o
tipografia e oficinas de um órgão de imprensa, não importando
averiguar, no caso, se o ato lesivo do patrimônio particular foi
praticado por funcionários ou empregados públicos, no exercício de
suas atribuições, porque, na falta de medidas tendentes a prevenir a
alteração da ordem, a violação da propriedade, a descobrir e punir os
delinqüentes, o Estado é obrigado, pela culpa in vigilando, a
satisfazer o dano".

"A ação é procedente, diante da prova existente


nos autos, porque foi por falta de providências por parte da
autoridade policial de Santos, que a propriedade do autor foi
assaltada e saqueada pela multidão desarmada."

policial não tomou providências de


"A autoridade
natureza preventiva, e o CC, no art. 15, estatui que as pessoas
jurídicas direito público são civilmente responsáveis pelos atos de
de
seus representantes que causem dano a terceiros.
No caso, a autoridade dispunha de força e devia
impedir o dano.
Não ficou provado que foram empregados todos
os meios para evitar o ataque."

Os acórdãos mencionados demonstram o


reconhecimento pela jurisprudência do dever da polícia de resguardar a segurança contra
rnovimentos de massa e a presunção de culpa das autoridades a quem incumbia comprovar a
realização dos esforços necessários para evitar os danos ou a ocorrência de caso fortuito.
Constituição de 1946 consagrou a responsabili
A o
objetiva do Estado, merecendo destaque nesse sentido o acórdão da 2ª Turma do o
Recurso Extraordinário n° 17.352, relator o Min. Orozimbo Nonato, que deter in
c

c
indenização do Cotonifício Crespi por dano sofridos por ocasião do bombardeio de São Paulo
na Revolução de 1924:

"... insuficientes inadequados se mostram os


e
critérios civilísticos da culpa, já repulsados no livro famoso de Amaro
Cavalcanti e veementemente combatidos, neste Tribunal, por Pedro
Lessa.
A responsabilidade
do Estado deriva de outras
fontes: da eqüidade, das razões de alta política jurídica da alusão de
Maurice Hauriou, das idéias solidaristas, da distribuição, pelos
membros do consórcio civil, dos ônus e dos cômodos.

E elas
confluem, no caso, para o reconhecimento
da procedência da ação, valendo realçar que a tendência da doutrina
e da jurisprudência é para relegar, no caso, os critérios de Direito Civil
sobre culpa e reconhecer a responsabilidade do Estado pelos atos de
guerra."
Em 1958, o Supremo Tribunal Federal acolhe
expressamente a responsabilidade do Estado base no funcionamento administrativo
com
deficiente, ou seja, na falta do serviço por mau aparelhamento do serviço policial. Merece
destaque o voto do Min. Mário Guimarães que assim se posicionou: "O povo paga impostos
para que a polícia garanta a propriedade e não é possível deixar de assegurar essa garantia por
falta de aparelhamento;

O Min. Ribeiro da Costa no referido acórdão reconheceu


o direito à segurança dos cidadãos, cuja falha só não se tornaria indenizável em caso de força
maior:
"Só tenho admitido a isenção do Estado em
indenizar nos casos em que fique provada a força maior; fora daí,
concedo a indenização, porque o Estado é obrigado a garantir a
propriedade privada."
A ementa da decisão da Turma, confirmada também
pleno Plenário, ficou desta forma registrada:
"Se, por negligência das autoridades ou mau
aparelhamento do serviço policial, não tomou a polícia as
providências necessárias para evitar que a multidão amotinad
causasse danos à propriedade privada, respondendo o Estado pe
prejuízos que o Estado não soube ou não quis impedir."
O Min. Orozimbo Nonato, mantendo a decisão eco ri
nos embargos, sustentou que o seguinte:
cV
provada ausência de negligência ou
"... não ficou
que não ocorria o mau aparelhamento, e seria mister que o Estado
provasse essa ausência de culpa ou provasse não lhe ter sido possível
debelar o movimento..."

Assim, o Supremo Tribunal Federal aderiu a teoria


francesa da responsabilidade do Estado pela faute du service, firmando sua jurisprudência
segundo os seguintes princípios, que se aplicam também à falta de segurança pública:
"a) quando o Estado causa algum dano, por ação
ou omissão, deve o mesmo ser reparado, independentemente da
prova da culpa;
b) a relação de causalidade decorre do simples
fato de ter corrido o dano ou sido ensejada ou facilitada a sua
ocorrência em virtude de ação ou de inércia dos poderes públicos;
c) a pessoa jurídica de direito público só se
exonera da responsabilidade comprovando a força maior, não
bastando a prova de simples ausência de culpa dos seus funcionários,
como entendia a jurisprudência anterior;
d) ao autor da ação cabe provar os fatos e não a
culpa, que se presume pela simples razão de os fatos evidenciarem,
no caso, o funcionamento deficiente ou a ausência de funcionamento
adequado do serviço público."
Por outro lado, quando fica devidamente comprovado
que Estado agiu ilicitamente por culpa, como no caso de quando presidiários evadidos
o
causam danos a terceiros, o Estado deverá indenizar porque falhou no seu dever de vigilância
de elemento perigoso que encontrava sob sua guarda, baseando-se tal responsabilidade na
falta do serviço.
A falta do serviço público ocorre quer quando não
funciona, quando funciona mal ou funciona atrasado, independentemente de qualquer
apreciação da culpa do funcionário, podendo se dar até mesmo sem o seu concurso ou apesar
do se concurso. Significa dizer que a responsabilidade da administração não decorre de um
fato do serviço (como se este fora uma coisa) mas de uma falta do serviço (como se esse fora
uma pessoa). Deste modo, ainda que a morte do motorista de táxi tenha sido causada por
terceiro, o Estado responde civilmente pelo ato ilícito em razão de falha no sistema
penitenciário e de segurança pública que, com se descurar do dever de vigilância e controle,
deu causa a que o preso praticasse o homicídio.

Na raiz de todo caso, que envolve a culpa administrativ ,


está o ato do homema quem se atribui o dano, o que empenhará a responsabilidade d
da
agente ou administração através do ato do próprio funcionário. No mínimo, respond á
Estado por haver escolhido mal aquele que deveria representá-lo (culpa in eligendo o
Cretella Jr. Tratado de Direito Administrativo, vol. Vill. 1° ed. Forense. Rio de Jan ro: .

pág. 284).

.
.

Ainda que investido da função de preservar a segurança


e manter a ordem social, o policial portando arma de fogo, natural instrumento perigoso, seja
por entrega ou autorização do Estado, não está autorizado ao manuseio disparatado ou
imprudente da mesma; de sua má utilização, resultando danos para os particulares, resulta
para o ente público a obrigação de indenizar (Said Cahali, Yussef. Responsabilidade civil do
Estado. Malheiros Editores Ltda. São Paulo: 1996, p. 520).

Para a responsabilização do Estado por ato de seu


agente, não importa o fato deste se encontrar fora de sua jornada de trabalho, ou, no exercício
de suas funções, bastando que, por ocasião da prática do ilícito, tenha este se investido da
qualidade de servidor estatai. Pelo simples fato de a arma utilizada para a ação criminosa ser
de propriedade estatal, que lhe confiou o porte, mesmo fora da jornada de trabalho, assumiu
o ente público o risco integral pelos eventuais danos que viessem a ser provocados por seu
agente.
Recorde-se que por meio da Emenda Constitucional n°
19, de 4 de junho de 1998, foi incluído o princípio da eficiência no rol dos que orientam a
atividade administrativa. Em virtude disso, a administração pública deverá exercer suas
atividades, também, com eficiência. Ou seja, não basta prestar os serviços públicos, é
necessário que esta prestação seja de boa qualidade e atenda às necessidades da população a
que se destina.

Infelizmente, a segurança pública prestada pelo Estado,


hoje, não atende as reais necessidades da população seja por falta de investimentos materiais
ou por deficiências na formação e treinamento de agentes públicos melhor qualificados. Há
um clamor em toda sociedade pedindo mais segurança e repressão a violência. Tais fatos são
públicos e notórios e dispensam maiores comentários e comprovações, basta abrir a página
policial de qualquer jornal de cidade de grande ou médio porte, ou simplesmente falar com as
pessoas nas ruas. A segurança prestada pelo Estado não alcança padrões aceitáveis de
eficiência.

Portanto, verifica-se que quando o Estado presta uma


segurança pública qualidade, quando o Estado presta uma INSEGURANÇA PÚBLICA,
de má ou
como ocorreu no caso presente, onde um INOCENTE FOi, COVARDEMENTE E BRUTALMENTE,
ASSASSINADO PELO ESTADO DE GOlÁS, via de seus servidores militares, resta presente a
responsabilidade objetiva do estado pelo dano causado ao Autor;
DO DANO MATERIAL

O pai do infante/Requerente, era músico profissio al,


inclusive naquela virada daquele fatídico ano, FARIA SHOW JUNTO COM GABRIEL GA E
.CRISTIANO ARAÚJO, no CLUBE JAÓ em Goiânia;
Com várias músicas lançadas no mercado, c
gravado e, Shows
com agendados, carreira promissória, teve seus sonhos inter o
com s
pela ação da polícia militar do estado de Goiás;
5.000,00 (cinco reais),
mil mas com
Naquele momento, possuía uma renda mensal de R$
expectativa de muito em breve, estourar nas paradas
8
musicais do Sertanejo Universitário, dado às suas músicas e a carreira que estava decolando;
Neste particular, em face de tratar-se de
pensionamento por morte de pai e mantenedor, a jurisprudência vem entendendo que
referido valor deve corresponder à 2/3 dos rendimentos do finado pai e, que, deverá ser
paga até que o infante/Requerente venha completar 25 anos de idade;
Mutati mutandis, O parágrafo único do artigo 950 do
CÓDIGO CIVIL, estabelece que o valor do dano material, nestes casos, poderá ser requerido
para pagamento em uma só parcela;
Assim é sendo devida a indenização até que o
infante/Requerente complete 25 anos, e considerando a idade da Reclamante no dia
28.10.2012 (03 anos e 03 meses), tem-se que entre estes dois eventos, teria sido decorrido 21
anos e 09 meses, correspondentes à 261 meses, daí que o valor da indenização corresponderá
a 261 vezes o valor mensal do dano material, que considerado 2/3 dos rendimentos do pai do
Requerente R$ 5.000,00, chegaríamos ao valor de 261 x 3.333,3333 = R$ 870.000,00
(oitocentos e setenta mil reais)
DANO MORAL

Suficientes os elementos para presumir a existência do


dano moral. A morte, de forma violenta, e prematura do Pai do Autor, deixando-no órfão com
tenra idade, gera, absolutamente, a presunção de dor a que corresponde à indenização por
dano moral. Pessoas ligadas por vínculo de sangue tem presunção juris tantum quanto ao
dano moral. Negar esta presunção seria o mesmo que negar aos homens a condição de
humanos. Se assim fosse, nem mesmo aos animais poderiam ser comparados, visto que estes
amam e protegem seus filhotes.

Quanto dinheiro seria suficiente para apagar a dor de


perda de um pai. Assim, Excelência, por mais que nos esforcemos, não há valor em pecúnia
que vá abrandar a dor dessa mãe.
Em fim, o Estado de Goiás ao descumprir normas de
segurança, retirou a vida do Pai do Autor, privando-a de todo o convívio que teria com o
mesmo, causando-lhe grandes sofrimentos imateriais, cujos quais, se amenizarão com o
tempo, mas jamais se extirparão.
Neste passo, resta evidente que o Requerente, sofre
dano moral decorrente da morte prematura de seu PAI, cabendo ao Estado de Goiás, reparar
este dano;

O prudente arbítrio judicial na fixação do dano moral


leva em conta a gravidade da perda as condições econômicas do autor, mas principalmente
forma como foi assassinado o pai do Autor, causando clamor público em nossa comuna. P a
tanto, deve valer-se o magistrado dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
modo que, a indenização não seja tão ínfima que não vá provocar no ofensor nenhu al
estar, de modo a leva-lo a exigir de seus agentes comportamento que assegurem a v o
governados, nem tão alta que vá provocar o enriquecimento da parte, mas que s rvir
consolo, não para exterminar a dor da perda de um ente querido, mas vá proporcionar ao
ofendido, não uma satisfação, mas um alento, mesmo que pequeno, diante do dano que
sofreu.
O fato é GRAVISSIMO e coloca em risco toda sociedade
Goiana, não sendo este um caso isolado, não sendo ele o primeiro e, bem que poderia ser o
último, mas não o é;
Enquanto o Estado de Goiás, não buscar ações
tendentes a evitar situações da espécie, inocentes continuaram sendo mortos por policiais em
nossas cidades e, já que o Estado não houve o clamor das ruas pela busca de mais segurança e
de que a Polícia não seja tão violenta, talvez escute os tribunais, para lhe aplicarem pesadas
condenações, com fito único de compelir o Estado à adoção de medidas de segurança que
venha evitar incidentes da espécie no futuro.
Com efeito, o PAl do Autor, que possuía como "arma",
unicamente, um violão e sua voz de cantor, foi perseguido, julgado e condenado à morte
pelos policiais militares do Estado de Goiás, que de forma covarde, sem dó nem piedade,
assassinaram o mesmo, quicá, por mero prazer!
Não bastasse, tal situação, ainda DISSE À TODA A
SOCIEDADE GOIANA, que o PAl do Autor, ESTAVA ARMADO E ATIRANDO CONTRA OS
POLÍCIA, por isso, foram obrigados a atirar contra ele.
Provou-se que tal afirmação FOI UMA FARSA,
MONTADA PELOS PRÓPRIOS EXECUTORES, provou-se que o pai do Autor não estava armado,
não disparou nenhum tiro contra a polícia, provou-se que foi tudo uma armação da própria
polícia ou do próprio Estado de Goiás;
Assim, Excelência, levando-se em consideração a forma
como foi morto o Pai do Autor, levando-se em consideração a tentativa da FRAUDE
PROCESSUAL por parte do executores do homicídio, levando-se em consideração que o Autor
restou privado eternamente do convívio de seu Genitor, em face do ato GRAVfSSIMO de
ilicitude cometido pelos Policiais Militares, deve o Estado de Goiás, ser condenado a pagar ao
Autor/infante, indenização pelos danos morais por ele experimentados, no valor
correspondente à 1.000 (um mil) salários mínimos, vigentes à época do evento danoso,
devidamente corrigido, desde aquela data até o efetivo pagamento com juros de 1% ao mês,
mais correção monetária pelo INPC;

DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Situações extremas exigem medidas extremas.


O autor era sustentado porseu GENITOR, morto pela
Polícia Militar, cujo processo criminal, já culminou com a PRONÚNCIA dos policiais ne
atacaram contra a vida do pai do Autor;

Naquele processo a materialidade delitiva e a a a


¢stá evidenciada, assim como, também, por prova pericial, está evidenciada a ten
parte dos policiais que atacaram contra a vida do pai do Autor, de tentar fraudar p o
criminal, alterando as condições físicas do local do fato;
Portanto existe prova inequívoca de que Policiais
Militares assassinaram, covardemente, o Pai do Autor, bem como, é fato que a
responsabilidade do Estado pelos atos dos Policiais Militares, É OBJETIVA;
Sendo o Autor um INFANTE, com apenas xxx anos de
idade, obviamente que dependia financeiramente do seu pai, morto pela polícia;

As necessidades pessoais do Autor não podem ser


diferidas para o futuro, ele necessita de recursos financeiros para atender suas necessidades,
de forma imediata, agora, já, neste momento.

A chegada tardia de tais recursos financeiros, poderão


causar danos de grande monta ao infante/Autor, podendo prejudica-lo tanto em sua formação
física, quando educacional e psicológica;
Assim é que, nos termos do artigo 273 do CÓDIGO DE
PROCESSO CÍVIL, deve ser antecipado os efeitos da tutela principal, para o fim de FIXAR
PENSIONAMENTO PROVISÓRIO, por parte do Estado de Goiás, ao menor, uma vez que, acaso
venhamos aguardar o trânsito em julgado da sentença, para dar início ao pagamento de tal
verba, primeiro, o Autor já terá sucumbido às suas necessidades, segundo, as verbas
vencidas, converter-se-ão em precatórios, e sabe-se lá quando serão pagas;
Assim presentes os pressupostos processuais do
deferimento da antecipação de tutela, uma vez que há prova inequívoca, a verossimilhança é
óbvia, o retardo na prestação jurisdicional, provocará danos irreparáveis ao infante/Autor,
deve a mesma ser deferida, in limine litis, para determinar ao Estado de Goiás, que pague
pensão mensal provisória ao Autor, no valor correspondente à 4,23 salários mínimos,
correspondente à 2,3 dos rendimentos do pai do infante.
DO PEDIDO

Assim exposto, REQUER Seja deferida LIMINARMENTE,


INITIO LITIS, a ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, para determinar ao Estado de Goiás, que pague ao
Autor PENSÃO MENSAL PROVISÓRIA, no valor correspondente à 4,23 salários mínimos;

Requer ainda, seja o Requerido citado, para querendo,


apresentar resposta no prazo legal e acompanhar o feito até final decisão, quando se pede e
espera, seja a pretensão julgada procedente TORNANDO DEFITIVA A LIMINAR DEFERIDA, e
condenando-se o Estado de Goiás a indenizar o Autor pelos danos materiais por ele
experimentados consistentes no pagamento de pensão mensal no valor correspondente a 4,23
salários mínimos, desde a data do evento danoso (28.10.2012) até que o Autor complete 25
anos de idade, condenando o Estado a efetuar o pagamento de tal verba, de forma indenizada,
na forma do artigo 950 do CC, abatendo-se os valores, porventura pagos na forma da liminar
deferida; condenando-se ainda o Estado de Goiás a pagar ao Autor os danos morais, por el a
experimentados, no valor 1.000 (um mil) salários mínimos, vigentes a época do evento, tu
devidamente corrigido desde a data do evento até efetivo pagamento a juros de 12% ao o
mais correção monetária pelo INPC, condenando ainda o Estado de Goiás, no pagame c a
custas processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados por V. Exa.;
Termos em que,protestando pela produção de todos os
meios de prova em direito admitidas, especialmente provas documentais, testemunhais e
outras que se fizerem necessárias e,

Dando-se à causa o valor de R$ 1.568.000,00

Pede defe ento,


Goiat b , /2015
/
Síl io Ar tes .e
/liveira
AB/GO 16.2

Você também pode gostar