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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
Prof.º Dr.º WANDERSON SILVA

Prática: Corpo humano e balanço energético

SÃO LUÍS
2019
DANIELLE CRISTINE GOMES FRANCO

Relatório apresentado para obtenção


de parte da 1ª avaliação do curso de
Ciências Biológicas da Universidade
Federal do Maranhão na disciplina
de Fisiologia animal.

Profº Drº Wanderson Silva Pereira.

São Luís
2019
1. INTRODUÇÃO

Todos os seres vivos consomem uma quantidade de energia para


realizar suas funções vitais. Estas funções são bem variadas: a formação dos
próprios tecidos, a respiração, a digestão dos alimentos, o trabalho mecânico
para o deslocamento, etc.
O gasto energético é também conhecido como gasto calórico. É
a relação que compreende dois fatores: a ingestão calórica que precisamos
para viver e as calorias que consumimos através das diferentes atividades
diárias.
Para realizar as atividades cotidianas precisamos de energia, da qual
provem dos alimentos que consumimos todos os dias. Neste sentido, o
conceito gasto energético se baseia na soma de três fatores ou componentes:
o metabolismo basal, a atividade física realizada e a ação termogênica dos
alimentos.
O metabolismo basal é responsável pela manutenção das funções
fisiológicas em nosso organismo e depende de vários fatores: sexo, idade,
tipologia de cada pessoa, estado de saúde, fatores hormonais, predisposição
genética e fase de crescimento.
A atividade física (AF), aumenta os requerimentos energéticos dos
indivíduos, e ativa os sistemas metabólicos encaminhados a aumentar a
utilização dos nutrientes e o consumo de O2. Mediante respirômetros portáteis
é possível medir o consumo de oxigênio e, às vezes, a produção de CO2,
como exemplo, o Oxilog. No entanto, na maioria das vezes, estes valores são
estimados. A energia destinada à AF depende também da idade, do peso
corporal e do sexo. Também existem tabelas nas quais se destinam valores em
Kcal/Kg/h para diferentes atividades.
O consumo alimentar insuficiente em termos de energia e,
consequentemente, em termos de macro e micronutrientes, pode levar o
organismo a situações de estresse que prejudicam de forma importante o
desempenho da atividade física, como fadiga crônica, disfunções do sistema
endócrino, maior suscetibilidade a doenças infecciosas e baixa imunidade,
lesões musculoesqueléticas e articulares, perda de massa muscular e
osteopenia. Assim, para que o balanço energético negativo seja evitado é
necessário que se conheça o tipo de exercício praticado, a frequência de
treinamentos, duração e intensidade (VIEBIG; NACIF, 2016).

2. METODOLOGIA

• Foi realizado um levantamento e cálculo do aporte energético diário em


uma tabela preenchida com informações do consumo alimentar no
período entre terça e quinta, durante duas semanas, com as respectivas
ganhas com cada alimento
• Após o cálculo do ganho energético durante os seis dias de controle de
ingestão alimentar, foi feito uma lista das atividades realizadas bem
como os respectivos gasto de energia. Observando que mesmo em
repouso ou dormindo ainda há gasto de energia, é o gasto energético
basal (GEB ou GER),O gasto energético basal pode ser determinado
por calorimetria (determinação do consumo de O2 e produção de CO2
no período de 24 horas) ou calculado por equações, como a de Harris-
Benedict (2):

Gasto energético basal (GEB ou GER)

Para Homens: GEB = 66,5 + 13,7 x ( massa, kg ) + 5 x (altura, cm) – 6,8 x


( idade, anos)
Para Mulheres: GEB = 665 + 9,6 x (massa, kg ) + 1,7 x (altura, cm) – 4,7 x
( idade, anos)

E a partir do basto energético basal ou em repouso, pode-se calcular o


gasto em atividade física (GEAF) pela tabela:
• Foi calculado o saldo energético dentro deste período de seis dias
informando se houve ganho ou défice energético.
• Considerando esse período de seis dias como tempo padrão. Foi
determinado qual seria o saldo dentro de um mês, dentro de um semestre e
dentro de um ano.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Tabela de consumo alimentar

Dia 16 Quantidade Valor energético - kCal


Café da manhã Pão e café 366 kCal
Lanche X X
Almoço Sarrabulho,arroz,macarrão 457 kCal
Lanche Bolo e café 642 kCal
Jantar Frango com arroz 151 kCal
Ceia X X
Total 1.616 kCal

Dia 17 Quantidade Valor energético - kCal


Café da manhã Café, pão tipo 492 kCal
sanduiche
Lanche suco de goiaba 57 kCal
Almoço Peie assado, arroz, 278 kCal
feijão
Lanche Bolo e café 642 kCal
Jantar Torta de peixe e arroz 235 kCal
Ceia X X
Total 1.704 kCal

Dia 18 Quantidade Valor energético - kCal


Café da manhã Café, pão e banana 488 kCal
Lanche Suco 57 kCal
Almoço Frango cozido e arroz 229 kCal
Lanche Suco e biscoito de sal 153 kCal
(3)
Jantar Lasanha e Refrigerante 176 kCal
Ceia X X
Total 1.103 kCal

Dia 23 Quantidade Valor energético - kCal


Café da manhã Pão e café 366 kCal
Lanche abacatada 160 kCal
Almoço Frango assado, arroz, 250 kCal
feijão
Lanche Bolo de pote 371 kCal
Jantar Subway 15 cm 315 kCal
Ceia X X
Total 1.462 kCal

Dia 24 Quantidade Valor energético - kCal


Café da manhã Pão e café 366 kCal
Lanche X X
Almoço Frango, arroz, salada 185 kCal
Lanche café 140 kCal
Jantar Frango e arroz 165 kCal
Ceia Mingau de aveia 327 kCal
Total 1.183 kCal

Dia 25 Quantidade Valor energético - kCal


Café da manhã Nescau e pão 370 kCal
Lanche X X
Almoço Galeto e salada 184 kCal
Lanche Guaraná da Amazônia 224 kCal
Jantar Nescau e torrada 457 kCal
Ceia X X
Total 1.235 kCal

= Média do consumo alimentar nos 6 dias= 1.383 Kcal


3.2 Tabela de gasto energético

DIA ATIVIDADES
16 Repouso e muito leve

17 Repouso e muito leve

18 Repouso e muito leve

23 Repouso e muito leve

24 Repouso e muito leve

25 Repouso e muito leve

= Média do gasto energético total (GET): 1.194 kCal

O Saldo energético (SE) foi a subtração entre a média do consumo alimentar e


o gasto energético nos 6 dias de coleta de informações, tendo como resultado:

SE=1.383 kCal – 1.194 kCal

SE= 189 kCal

Saldo de um mês Saldo de um semestre Saldo de um ano

189 x 5 = 945 kCal 945 x 6 = 5.670 kCal 5.670 x 2 = 11.340 kCal

Com base nos resultados calculados observa-se que houve um ganho


energético, pois o consumo alimentar é maior que o gasto energético. Também
foi realizada a comparação caso tal resultado fosse o padrão para 1 mês, 1
semestre e 1 ano, obtendo um acúmulo de 11.340 Kcal por ano, resultando em
ganhos de 1 quilo e algumas gramas nesse ano se não for alterada a
alimentação e prática de atividades físicas.
Uma dieta saudável e a prática da atividade física são fundamentais
para manter ou reduzir o peso corporal. O peso corporal (massa corporal) é
mantido e modificado em função do equilíbrio energético entre o consumo e o
gasto energético. A atividade física é importante porque utiliza as calorias
extras que geralmente seriam armazenadas como gorduras. Qualquer
atividade física contribui para o gasto energético. É fundamental incluir
atividades agradáveis, utilitárias e fáceis de executar. Para que ocorra a perda
de 0,5 Kg de gorduras, deve haver um débito calórico de aproximadamente de
3.500 calorias. O autor recomenda três a cinco vezes por semana e duas
sessões semanais de fortalecimento a alongamento muscular, 20 a 40 minutos
por dia de atividade aeróbica, com intensidade moderada a vigorosa (50 a 85%
da capacidade máxima individual), é importante que a intensidade inicial seja
leve a moderada, evitando riscos ortopédicos, indivíduos com dificuldade de
sustentação corporal devem recorrer às atividades aquáticas. Em um programa
de controle de peso necessita ser aplicado de tal forma que permita a
progressão gradual do gasto energético de baixo (150-200 Kcal/dia para níveis
mais altos 300-500 kcal/dia). Para que se consiga um efeito significante no
equilíbrio energético a atividade física deve gerar um gasto extra de energia
aproximadamente 190-240 Kcal por dia, que equivale a caminhar 3,2 a 4,8 Km,
de uma só vez ou várias vezes por dia. É importante fazer um exame médico
preliminar, respeitar o princípio da individualidade e proteger-se
adequadamente contra lesões articulares e musculares. Pesquisas mostram
que o apoio familiar e de amigos é fundamental. O acesso deve ser fácil aos
locais da prática. É fundamental recorrer-se ao tratamento comportamental, ou
seja, identificação de padrão comportamental de alimentação, através de um
diário, com registros detalhados de como comeu, com quem de que modo,
sentimentos e grau de fome, a fim de corrigir e modificar os maus hábitos.
Pode-se recorrer a psicoterapia e o uso de drogas para diminuir a sensação de
fome (NAHÁS, 2001).
REFERÊNCIAS

GIBNEY, M.J.; VORSTER, H.H.; KOK, F. Introdução à nutrição humana, Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2005 317p.

NAHÁS, M.V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e


sugestões para um estilo de vida mais ativo. Londrina : Midiograf, 2001.

SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia Animal: adaptação e meio ambiente. 5.ed.


São Paulo: Santos Editora, 2013.

TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS/ Nepa-Unicamp-


Vesão II- 2ª edição - Campinas ,SP,2006. 113p

TACO/NEPA UNICAMP Disponível em: www.unicamp.br/nepa/taco acessado


em 3/03/2008.

TIRAPEGUI, J. Nutrição: fundamentos e aspectos Atuais. Capitulo 7.Ed. São


Paulo :Atheneu 2000 285p.

VIEBIG, R. F.; NACIF, M. Nutrição aplicada à atividade física e ao esporte. In:


Silva, S. M. C. S.; Mura, J. D. P. Tratado de alimentação, nutrição e
dietoterapia. 3ª edição. Payá Eireli. 2016.

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