BOLETIM

PLANFAVI
Nº 48

outubro/dezembro
2018

SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA EM PLANTAS MEDICINAIS

Coordenação Geral: Ricardo Tabach
Colaboradores: Ana Cecília B. Carvalho (Anvisa),
Giuseppina Negri, Julino A. R. Soares Neto.
Edição: Joaquim Mauricio Duarte-Almeida (UFSJ)
Revisão: Edna Myiake Kato (USP)
Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas
Supervisão Geral: E. A. Carlini.
Departamento de Medicina Preventiva – Unifesp
www.cebrid.epm.br / planfavi-cebrid.webnode.com/
E-mail: cebrid.unifesp@gmail.com

Editorial
Atrofia vaginal e uso tópico de Isoflavonas derivadas
do Glycine max (L.) Merr
As mudanças observadas durante o período do
climatério ocorrem tanto pela diminuição dos estrogênios
e outros hormônios quanto pelos efeitos do próprio
envelhecimentoi. São comuns as queixas de sintomas
vasomotores, distúrbios do sono, alterações do humor, e
sintomas genitourinários (SGU). Os SGU afetam até
50% das mulheres nesse período, e podem ser crônicos
e progressivos sendo pouco provável sua melhora ao
longo da vida.
Os fitoestrogênios são substâncias químicas
derivadas de espécies vegetais que possuem estrutura
ou funcionamento semelhantes ao estradiol. O principal
fitoestrogênio utilizado como terapêutica para mulheres
no período do climatério são as isoflavonas, flavonoides
polifenóis encontrados naturalmente em plantas como
Glycine max e Trifolium pratense L.
As isoflavonas têm sido utilizadas topicamente
visando à prevenção e retardo do envelhecimento
cutâneo em mulheres após a menopausa. Porém, até o
presente, são escassos os estudos que analisaram os
efeitos das isoflavonas derivadas de G. max
administrados por via vaginal no epitélio vaginal, na
morfometria, no comportamento de receptores de
estrogênios, na flora vaginal e no endométrio.
Um estudo com mulheres após a menopausa foi
realizado comparando-se os efeitos das isoflavonas
derivadas do extrato seco do G. max, dos estrogênios
conjugados equinos e do placebo, por via vaginal, neste
epitélio e no endométrio. Como resultado, houve
melhora dos sintomas de atrofia vaginal com aumento
significante dos valores de maturação celular
semelhantes aos estrogênios conjugados, ambos
superiores ao grupo placebo. Após o tratamento nenhum
dos grupos apresentaram aumento de espessura
endometrial, nas concentrações séricas do hormônio
FSH e estradiol.
Outro estudo com o mesmo produto administrado
por via vaginal em mulheres após a menopausa
avaliando os sintomas de secura vaginal e dispareunia,
a morfologia do epitélio da vaginal e a expressão dos
receptores de estrogênio, tiveram como resultado a
melhora significante após tratamento no grupo tratado
em relação ao Grupo placebo da sintomatologia com
aumento da espessura do epitélio vaginal e da
porcentagem de células imunopositivas para receptores
de estrogênios1.
Em relação à microbiota vaginal a aplicação de
fitoestrogênios aparenta ser satisfatória pela
possibilidade de ação local com pouca interação
sistêmica e pela farmacodinâmica típica dos
fitomedicamentos. Realizou-se pesquisa dos efeitos das
isoflavonas derivadas de G. max na microbiota vaginal
de mulheres após a menopausa, sem sintomas
sistêmicos, com queixas exclusivas de atrofia vaginal,
em uso por noventa dias através da administração tópica
de gel com produto ativo comparado ao placebo. A
microbiota encontrada em ambos os Grupos foi
semelhante em T0, T30 e T90 dias, prevalecendo
espécies acidófilas Staphylococcus coagulase negativo,
Enterococcus sp, Escherichia coli e Bacillus sp, com
variação no grupo Isoflavonas. Quanto ao pH vaginal,
houve redução estatisticamente significante em T30 e
T90 no Grupo Isoflavonas, o que não ocorreu no Grupo
Placebo. Assim, a aplicação de isoflavonas por via
vaginal resultou em pH vaginal próximo ao das mulheres
na menacme, aumento de espécies acidófilas, incluindo
as potencialmente patogênicas – sem causar infecção –
e melhora da saúde urogenital.
Analisando-se, em estudo piloto, os efeitos das
isoflavonas derivadas do G. max por via vaginal na
promoção de neovascularização do epitélio vaginal, para
uso como alternativa de tratamento da síndrome
genitourinária de mulheres após a menopausa, foi
observado que o tratamento com G. max mostrou
aumento quantitativo expressivo da perfusão sanguínea
na parede vaginal, em relação ao placebo.
Novos estudos podem vir a ratificar que o uso
tópico de Isoflavonas derivadas de G. max pode ser uma
opção segura para o tratamento da síndrome
genitourinária em mulheres com hipoestrogenismo.
Esse editorial foi escrito, a convite, pela Profª Dra Sônia M.
Rolim Rosa Lima, Depto de Obstetrícia e Ginecologia,
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

1

1. Planta em Foco (canela-de-velho)
Miconia albicans (Sw.) Steudel (Melastomataceae)
Miconia albicans é uma
espécie arbustiva com até
2,5m de altura, nativa de
regiões tropicais e
temperadas da América
que ocorre na Amazônia,
Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica, Pampa e
Pantanal. Sua floração
ocorre nos períodos
chuvosos e seus frutos,
tipo bagas, são dispersos
por roedores e formigas.
Partes usadas: partes aéreas, em especial as folhas.
Usos populares – Como publicado no Boletim Planfavi
número 45, no item ‘reações adversas’, existe muita
publicidade sobre as atividades terapêuticas da canela-de-
velho, porém sem nenhum embasamento científico.
Fitoquímica
Flavonoides, quercetina, quercetina-3-O-glicosideo, rutina,
aos quais são atribuídas as atividades antioxidantes. Aos
triterpenóides, ácido ursólico, ácido maslínico, ácido
oleanólico, amirinas e sitosterol são atribuídas as
atividades anti-inflamatória e analgésica das folhas.
Farmacologia
Existem poucos estudos sobre o gênero Miconia. Foram
evidenciadas propriedades antimicrobiana, antitumoral,
anti-inflamatória, antimalárica, analgésica e antifúngica. A
avaliação do efeito analgésico foi realizado em
camundongos com extratos brutos das partes aéreas da
M. albicans obtidas com n-hexano, cloreto de metileno e
etanol. A administração oral dos extratos de n-hexano e
cloreto de metileno produziu atividade analgésica no teste
da inibição do número de contorções abdominais
("Writhings"). Entretanto, nenhum dos extratos produziu
efeito no teste das placas quentes, sugerindo que os
princípios ativos apresentam atividade analgésica
periférica. Em um estudo que avaliou a atividade anti-
inflamatória através do edema da pata induzido por
carragenina em ratos, foi observada uma redução no
número de lambidas das patas na segunda fase do teste
de formalina. A atividade anti-inflamatória foi atribuída aos
triterpenoides, ácido ursólico e ácido oleanólico, presentes
em altas concentrações na M. albicans. A atividade
antioxidante do extrato metanólico e butanólico das folhas
foi avaliada in vitro, usando a quercetina como substância
padrão e atribuída ao alto nível de fenóis totais
observados. Extratos da M. albicans apresentaram
atividade antimicrobiana contra Staphylococcus aureus, S.
saprophyticus, Proteus mirabilis, Escherichia coli,
Enterococcus faecalis, Shigella flexneri, Klebsiella
pneumoniae, Salmonella sp, Pseudomonas aeruginosa,
Streptococcus agalactiae and Candida albicans, a qual foi
avaliada pelo método de difusão em poço.
Reações adversas
Informações não encontradas nas literaturas consultadas
(ver outros estudos abaixo).
Referências
Boletim Planfavi – CEBRID - Nº 45, janeiro/março 2018,
www.cebrid.epm.br / planfavi-cebrid.webnode.com.
Celotto et al. 2003. Evaluation of the in vitro antimicrobial
activity of crude extracts of three Miconia species. Braz. J.
Microbiol. v. 34, p. 339-340.
Crevelin et al., 2006. Identification of biologically active
triterpenes and sterols present in hexane extracts from
Miconia species using high-resolution gas
chromatography. Biomed Chromatogr. v.20, p. 827-830.
de Cássia Lemos Lima et al. 2018. High-Resolution PTP1B
Inhibition Profiling Combined with HPLC-HRMS-SPE-NMR
for Identification of PTP1B Inhibitors from Miconia albicans.
Molecules, v. 23, p. 1755.
Pieroni et al. 2011. Antioxidant activity and total phenols from
the methanolic extract of Miconia albicans (Sw.) Triana
leaves. Molecules, v. 16, p. 9439-9450.
Vasconceloset al. 2003. Analgesic effects of crude extracts of
Miconia albicans (Melastomataceae).Boll Chim Farm. v.
142, n. 8, p.333-335.
Vasconceloset al., 2006. In vivo analgesic and anti-
inflammatory activities of ursolic acid and oleanoic acid
from Miconia albicans (Melastomataceae). Z. Naturforsch
C. v. 61, n.7-8, p. 477-482.
Outros estudos
Influência na mutagenicidade induzida pela
doxorrubicina
A doxorrubicina é um fármaco usado no tratamento de
vários tipos de tumores. Um estudo indicou que extratos de
Miconia, entre elas a M. albicans, podem ser úteis no
desenvolvimento de terapias que visam a prevenção de
danos relacionados com doxorrubicina ou outros
compostos que possuem o mesmo mecanismo de ação.
Serpeloni et al., 2011. Cytotoxic and mutagenic evaluation
of extracts from plant species of the Miconia genus and
their influence on doxorubicin-induced mutagenicity: An
in vitro analysis. Exp. Toxicol. Pathol. v.63, p. 499–
504.
Efeito nas doenças degenerativas e desordens
psiquiátricas.
O ácido ursólico encontrado na M. albicans é capaz de
modular o sistema monoaminérgico. Um efeito que poderia
estar envolvido na prevenção de disfunções do humor e
cognitivas, associadas a condições neurodegenerativas e
psiquiátricas, os quais foram avaliados em modelos
animais de distúrbios relacionados ao cérebro (doença de
Alzheimer, doença de Parkinson, depressão, lesão
cerebral traumática) e envelhecimento; e em estudos
clínicos com pacientes com câncer e para atrofia muscular.
Os efeitos protetores do ácido ursólico estão relacionados
à sua capacidade de prevenir danos oxidativos e
inflamação excessiva, mecanismos comuns associados a
múltiplos distúrbios cerebrais.
Ramos-Hryb et al. 2017. Therapeutic Potential of Ursolic
Acid to Manage Neurodegenerative and Psychiatric
Diseases. CNS Drugs. v.31, p.1029-1041.
2
 modo, é imprescindível ter cuidado com o uso de plantas
2. Reações adversas no Brasil medicinais e fitoterápicos durante a gravidez, de modo que
sejam evitados problemas tanto à nova vida que está
Fitoterápicos na gravidez sendo gerada, como também à materna.
O período da gravidez demanda muitos cuidados com a
saúde da mulher e do feto, mas poucos medicamentos Francis Brinker, N. D. 2001. Herbs contraindications &
podem ser realmente considerados seguros nesse Drug interactions. 3ª ed. Oregon.
período, incluindo os fitoterápicos. Entretanto, um estudo Rangel, M; Bragança, F.C.R. 2009. Representações de
realizado com 139 gestantes em tratamento ambulatorial gestantes sobre o uso de plantas medicinais. Rev.
em Niterói - Rio de Janeiro - identificou que mais da Bras. Pl. Med., v. 11, p. 100-109.
metade das gestantes (57%) faziam uso de espécies 3. Reações adversas no Exterior
vegetais para fins medicinais. A planta mais citada durante
as entrevistas foi a erva-cidreira, seguida pelo boldo, erva- Camomila e alergia
doce e camomila (Rangel e Bragança, 2009).
Apesar do valor do uso tradicional, também é preciso
A camomila (Matricaria chamomilla) é uma planta muito
considerar que os fitoterápicos podem modificar a função
utilizada na medicina popular por suas propriedades
normal do organismo e não devem ser usados durante a
antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória e ansiolítica,
gravidez, a não ser que os benefícios superem os riscos.
entre outras.
Em caso de iniciar o tratamento com fitoterápicos, ou
Contudo, tem havido relatos de asma e rinite provocados
qualquer outro medicamento, a gestante deve ser
pela inalação de pó de camomila.
estritamente acompanhada por um médico e outros
Uma mulher de 47 anos, responsável pela embalagem de
profissionais habilitados, considerando que a
chás numa ervanaria por 10 anos, apresentou episódios de
experimentação não orientada pode provocar o aborto ou
intensa rinorreia, espirros frequentes, obstrução nasal,
afetar a saúde do bebê em desenvolvimento, além de
coceira no nariz e nos olhos, além de eritema conjuntival,
causar problemas à mãe. Contrações uterinas ou outras
inchaço das pálpebras e lacrimejamento ao longo de 3
mudanças, como alterações na circulação uterina, podem
anos. Os sintomas desapareciam durante os fins de
alterar o processo natural da gravidez e causar danos ao
semana e feriados, sugerindo que se tratava de um quadro
feto. O crescimento rápido dos sistemas e órgãos do bebê
relacionado com a exposição ocupacional. Contudo, a
é especialmente vulnerável a agentes externos que podem
paciente apresentava tolerância à ingestão de chá, tanto
interferir na divisão celular, como também, influências
de camomila como também de hortelã.
hormonais anormais podem causar alterações
Os exames realizados mostraram que a função respiratória
permanentes no desenvolvimento.
estava normal e o teste para broncodilatação foi negativo.
Várias plantas já têm seus efeitos sobre a gravidez
O teste de punção cutânea (reação alérgica) foi positivo
conhecidos, seja por meio de estudos observacionais ou
para o pólen de camomila, hortelã, funcho, chá verde e
por experimentação animal, incluindo plantas que têm sido
também para algumas espécies de artemisia, arruda e
utilizadas há anos para tratar alterações na fertilidade.
azevém. O teste de picada, realizado com os extratos
Essas plantas podem causar riscos por seus efeitos
manipulados pela paciente no ambiente de trabalho, foi
emenagogos (por exemplo, Ocimum basilicum),
positivo para a camomila, hortelã e funcho, com a paciente
abortifacientes (como Aloe sp.), estimulante uterino (como
reagindo com hidrorreia, acessos de espirros e redução de
a Cimicifuga racemosa) ou ocitócico (por exemplo,
60% no pico do fluxo inspiratório nasal. Os níveis de IgE
Cannabis sativa), podendo causar problemas como a
detectados no soro revelaram que foram detectados
expulsão do feto prematuramente, ou descolamento da
alergênicos nos 3 extratos analisados.
placenta, podendo causar hemorragia uterina e possível
A digestão da camomila em um fluido com composição
morte materna. Há ainda plantas com efeito hormonal
semelhante ao suco gástrico impediu a detecção dos
(como Vitex agnus-castus), mutagênico e genotóxico
compostos alergênicos, resultado este que explica porque
(como a Rhamnus purshiana), além de teratogênico (como
a paciente tolerava a ingestão de chá de camomila, não
o Pilocarpus jaborandi). Uma lista ampliada, de espécies e
apresentando nenhuma reação significativa nessas
suas atividades na gravidez, pode ser obtida na literatura
ocasiões.
específica (Francis Brinker, 2001).
O caso relatado neste artigo foi o primeiro a descrever uma
Ocorre risco ainda maior quando se tenta utilizar
rinoconjuntivite alérgica ocupacional induzida por flores
fitoterápicos para interromper a gravidez. Um estudo
secas de camomila numa paciente que tolerava a ingestão
abrangendo 57 casos sobre eventos adversos causados
de chá desta planta.
por tentativas de aborto usando infusões vegetais no
primeiro trimestre da gravidez mostrou que todos os casos
Benito et al. 2014.Occupational allergic rhinoconjunctivitis
foram sintomáticos, sendo o mais comum sangramento
induced by Matricaria chamomilla with tolerance of
vaginal e sintomas digestivos, juntamente à
chamomile tea. J Investig Allergol Clin Immunol., v.
hepatotoxicidade, nefrotoxicidade e mudanças
24, n. 5, p. 369-70.
hematológicas. Em três casos ocorreu aborto como parte
de um envenenamento multissistêmico. Duas
histerectomias e duas mortes também ocorreram. Deste

3
 4. Curiosidades
Ervas dos gatos contra os insetos
A Organização Mundial da Saúde estima que
mais de 200 milhões de casos de malária resultaram em
milhares de mortos na África em 2017. A resistência dos
mosquitos aos inseticidas disponíveis, utilizados para
pulverizar dormitórios, como forma de reduzir a incidência
de picadas, elevou o número de casos da doença. A
preocupação dos órgãos de saúde cresceu com a
detecção de outro vetor para a doença. Nessa direção,
pesquisadores vêm avaliando o uso de repelentes tópicos
para reduzir as picadas por mosquitos. Na linha de
prevenção da doença, óleos essenciais (OEs) têm sido
avaliados quanto à sua eficácia como repelentes. Um dos
OEs que se destacou foi o da erva-dos-gatos (Nepeta
cataria L. – Lamiaceae), planta herbácea nativa da
Eurásia, comum em diversas partes do mundo e, usada
em produtos comerciais para gatos domésticos adultos,
devido à ação estimulante, normalmente relacionada à
sensação de prazer nesses animais. Os principais
componentes desse OE a que se atribuem as atividades
biológicas são as nepetolactonas e derivados de
cariofileno, cuja proporção depende de quimiotipos,
práticas agrícolas, época de coleta, entre outros. Na
medicina popular, cita–se o uso de preparações caseiras
de N. cataria como carminativo, calmante e auxiliar no
tratamento de distúrbios digestivos, mas faltam estudos
que apoiem efeitos terapêuticos em humanos, bem como
não se conhece a toxicidade. Os mecanismos de ação
deste OE como repelente e a influência no
desenvolvimento das larvas não estão estabelecidos,
mas sugere-se atividade neurotóxica inespecífica.
Embora falte comprovação da eficácia e segurança de
uso do OE de N. cataria como repelente tópico de insetos
nos seres humanos, estudos mostram ação promissora
no controle de infestação de mosquitos no gado.
Patience et al. 2018. Sustainable manufacture of insect
repellents derived from Nepeta cataria. Scientific
Reports, v. 8, artigo nº 2235. Disponivel em:
https://www.nature.com/articles/s41598-017-18141-z.
As plantas conseguem se comunicar?
Num mundo mais globalizado, é de se pensar que o reino
vegetal também possui alguma forma de comunicação.
Existe uma via rápida para transmissão de dados,
colocando uma população em contato com outra em
grandes distâncias. Pode parecer uma descrição da nossa
internet, mas trata-se de outra rede constituída de fungos
que por meio de seus micélios que permitem a
“comunicação” entre as plantas. Como na nossa internet,
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BOLETIM PLANFAVI
SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DE PLANTAS MEDICINAIS
DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
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essa conexão pode trazer benefícios ou malefícios para os
usuários. Uma planta pode receber nutrientes e pode estar
usando esta “rede” para se manter ativa e nutrida. Essa
troca foi evidenciada pela ecologista canadense Suzzane
Simard entre as espécies de bétula papirífera, de abeto de
Douglas (conífera) e de cedro vermelho cultivados no
interior de uma floresta. Estas plantas também podem
“espiar” outras no sentido de se prevenir contra o ataque
de uma possível praga e assim aumentar sua resistência.
Essa tática foi observada por pesquisadores chineses em
tomateiros contaminados por fungos. Mas, assim como em
nossa rede, ocorrem os crimes cibernéticos. Há plantas
que utilizam a rede para poder subtrair átomos de carbono
na rede de grandes árvores, por exemplo, algumas
espécies de orquídeas. Árvores, como as acácias, por
exemplo, podem utilizar seus “anti-vírus” injetando toxinas
nas redes para evitar esse tipo de roubo. Por enquanto,
ainda não foram detectadas as tão nocivas “Fake News”.
Fleming, N. 2014. Hidden under your feet is an information
superhighway that allows plants to communicate and
help each other out. It’s made of fungi. BBC Earth.
Disponível em http://www.bbc.com/earth/story/20141111-
plants-have-a-hidden-internet
5. Errata - Moringa
No Boletim Planfavi 47 – Seção Planta em Foco – Outros
Estudos – citamos de forma incorreta que o extrato de
folhas de Moringa oleífera controlou os níveis de glicose e
a pressão arterial.
Contudo, a conclusão do artigo colocado como referência
é: “Moringa oleifera leaf had no effect on glycemic control
and no adverse effects...” (Taweerutchana et al. 2017)
Agradecemos ao Dr Fabio Carmona por ter detectado e
nos avisado deste erro, permitindo aqui a sua correção.
A título de informação, os dados a respeito da possível
ação desta planta no controle da glicemia são bastante
contraditórios, pois alguns trabalhos (citados abaixo),
embora preliminares e que ainda precisam ser confirmados
em estudos posteriores, mostram uma potencial atividade
anti-hiperglicemiante da Moringa oleifera.
Referências:
Taweerutchana et al. 2017. Effect of Moringa oleifera Leaf
Capsules on Glycemic Control in Therapy-Naive Type 2
Diabetes Patients: A Randomized Placebo Controlled
Study. ECAM. 2017, ID 6581390.
Khan et al. 2017. Hypoglycemic Potential of Aqueous
Extract of Moringa oleifera Leaf and In Vivo GC-MS
Metabolomics. Front Pharmacol.. v. 8, p.577.
Azad et al. 2017. Anti-hyperglycaemic activity of Moringa
oleifera is partly mediated by carbohydrase inhibition
and glucose-fibre binding. Biosci Rep. 37(3). pii:
BSR20170059.
Rua Marselhesa – 557
São Paulo – SP
Telefone: 11- 5081-2120
http://www.cebrid.com.br
http://www.facebook.com/planfavi
http://planfavi-cebrid.webnode.com/