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abandonado, mas a federação ampliou-se e passou a congregar grande

número de entidades de diferentes países, num programa que tem por


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA: finalidade facilitar a comunicação dos conhecimentos e a consulta de todos
1 Conceitos fundamentais de arquivologia. os dados e informações disponíveis. Em Varsóvia, em 1959, foi aprovado
2 Gerenciamento da informação e gestão de documentos. pelos membros da FID, reunidos em sua 25ª conferência geral, um plano
de longo prazo que previa a criação, em todo o mundo, de uma rede de
2.1 Diagnósticos.
informações técnicas e científicas a serviço de estudiosos e pesquisadores
2.2 Arquivo corrente e intermediário. de todos os países. Os trabalhos desenvolvidos pela Organização das
2.3 Classificação, arquivamento e ordenação de documentos. Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) têm os mes-
2.4 Avaliação de documentos mos objetivos da FID e são realizados em cooperação mútua com entida-
2.5 Arquivo permanente. des internacionais de biblioteconomia e bibliografia.
3. Tipologias documentais e suportes físicos. Em grande número de países foram organizados centros ou serviços
3.1 Microfilmagem. de documentação e realizados congressos para discussão e estudo de
3.2 Automação. problemas referentes aos trabalhos de documentação, inclusive as relações
3.3 Preservação, conservação e restauração de documentos. entre documentação e bibliografia, biblioteconomia, museologia e arquivo-
4 Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedi- logia. A documentação passou a ter assim um sentido mais amplo e a
ção de documentos. incluir todas as técnicas de análise da produção bibliográfica, produção e
controle de traduções, técnicas de controle da informação, mecanização de
5 Lei nº 12.527/2011 e
informações e reprodução fotográfica de documentos, trabalhos de referên-
Decreto nº 7.724/2012 (acesso a informações). cia em suas mais diversas formas e publicação e divulgação de informa-
ções. Estabeleceu-se assim uma íntima relação entre essas áreas e acen-
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ARQUIVOLOGIA. tuou-se a tendência da documentação para englobar atividades que antes
eram da competência de bibliotecas e bibliotecários.
ARQUIVO Paralelamente, e por força das iniciativas citadas, criou-se em diferen-
O imenso volume de informações gerado a partir do século XIX e am- tes países a profissão de documentarista (também denominada documenta-
pliado extraordinariamente no século XX seria de pouca utilidade se não lista), que se ocupa de reunir, classificar, catalogar, informar, editar e divul-
pudesse ser localizado para consulta por meio das técnicas da documenta- gar informações que, de certa maneira, complementam o trabalho dos
ção. bibliotecários, arquivistas, museólogos e restauradores. Como em diversos
pontos a biblioteconomia e a documentação se confundem, há polêmica
Conjunto de técnicas que têm por objetivo a elaboração, produção, sis- entre as duas categorias profissionais, mas a diferença fundamental entre
tematização, coleção, classificação, distribuição e utilização de documentos elas está no grau em que uma ou outra se debruça sobre os documentos
de qualquer natureza, a documentação permite que se organize o conheci- em busca de informações e no interesse que demonstram na disseminação
mento ao longo do tempo e o põe à disposição dos consulentes de forma dessas informações.
conveniente e prática. O campo da documentação se amplia ou restringe
de acordo com o conceito de documento. Para o belga Paul Otlet, autor do Enquanto no Reino Unido os documentaristas são chamados de técni-
primeiro tratado de documentação, documento é o manuscrito, livro, revista, cos de informação (information officers), nos Estados Unidos os bibliotecá-
jornal, estampa, partitura musical, selo, medalha, moeda, filme, disco, rios resistem à ideia da criação de uma profissão e de organismos que
objeto histórico ou artístico (quando devidamente tombado) e as espécies chamem a si a execução de tarefas que julgam caber-lhes de direito e de
animais e vegetais classificadas e catalogadas em parques zoobotânicos. fato, como parte fundamental das atribuições das bibliotecas, mormente
das especializadas. Durante algum tempo, os especialistas americanos
Com tal amplitude para o conceito de documento, a documentação se- tentaram adotar a palavra comunicação (communication) em lugar de
ria um conhecimento de caráter puramente especulativo, uma vez que é documentação, mas a criação de vários institutos de documentação e a
impossível, na prática, organizar domínio tão vasto. Assim, uma teoria geral circulação da palavra pelo mundo contribuíram para que fosse finalmente
da documentação se confundiria com a teoria geral da cultura. aceita em seu significado mais moderno.
O crescente volume da produção escrita, que se compõe de muitos mi- O Brasil pode ser considerado pioneiro nesse setor, fato comprovado
lhões de obras impressas desde a invenção da imprensa de caracteres pela data de criação de seus organismos de documentação e do reconhe-
móveis, obrigou ao estabelecimento de técnicas especiais para organização cimento profissional do documentarista, termo preferido na lei que classifica
e obtenção de informações e dados necessários a estudos, trabalhos de as carreiras e cargos do serviço público brasileiro. Manuel Cícero Peregrino
múltiplas ordens e pesquisas. Nas bibliotecas, museus, arquivos e centros da Silva, que dirigiu a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro entre 1900 e
de pesquisas e informações bibliográficas, foram instituídos processos e 1924, ao planejar a reforma do regulamento da instituição, em 1902, procu-
normas especiais para registro da documentação existente, controle e rou habilitá-la a promover a organização da produção bibliográfica brasileira
manuseio da produção bibliográfica e dos conhecimentos em geral. e para isso sugeriu a criação de um órgão a ela subordinado, para desen-
Os setores de atividades tecnológicas e de ciências exatas, as grandes volver o serviço de bibliografia e documentação. Tais medidas constam nos
empresas industriais e as entidades de pesquisa científica foram os primei- regulamentos aprovados pelos decretos de nº 8.835 de 11 de julho de 1911
ros a manifestar a necessidade de estabelecer serviços especializados, e nº 15.670, de 6 de setembro de 1922. A esse serviço de bibliografia e
com o objetivo de facilitar aos especialistas a obtenção de informações e documentação competiam funções comparáveis às que são desempenha-
dados mais atualizados referentes aos trabalhos e pesquisas em andamen- das pelos modernos centros de documentação.
to. Desde meados do século XIX, os serviços de referência bibliográfica das Em 1954, por proposta conjunta da Fundação Getúlio Vargas e do
bibliotecas especializadas, sobretudo as americanas, já haviam compreen- Conselho Nacional de Pesquisas, o governo brasileiro criou, com assistên-
dido a necessidade de um trabalho específico para facilitar a localização de cia técnica da UNESCO, o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documenta-
livros, artigos e documentos e também para prestar auxílio direto à busca ção (IBBD), subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisas e membro da
de dados e informações específicas de seus consulentes. FID, destinado a coordenar e desenvolver a informação científica e técnica
História no Brasil. O IBBD organizou o guia Bibliotecas especializadas brasileiras, o
A organização racional da informação e da documentação levou Paul Repertório dos cientistas brasileiros, o guia das Pesquisas em processo no
Otlet, em colaboração com Henri La Fontaine, a fundar, em Bruxelas, em Brasil, o Catálogo coletivo de publicações periódicas de ciência e tecnologia
1895, o Instituto Internacional de Bibliografia. Como primeira tarefa, a e o guia dos Periódicos brasileiros de cultura, além de bibliografias periódi-
instituição organizou um catálogo em fichas da produção bibliográfica cas, com a indexação de artigos de autores brasileiros e estrangeiros
mundial. Na ordenação temática das fichas, adotou-se o sistema de classi- publicados no Brasil nos campos das ciências puras e aplicadas, da tecno-
ficação decimal que, devidamente atualizado e aperfeiçoado, se transfor- logia e das ciências sociais.
mou no sistema de classificação decimal universal (CDU). Em 1931 o Sistemática da documentação
instituto passou a denominar-se Instituto Internacional de Documentação e, Os principais instrumentos da documentação são a classificação e a
em 1937, Federação Internacional de Documentação (FID). O primeiro normalização. Com a classificação, procura-se organizar a informação em
projeto de trabalho, de organização sistemática da bibliografia mundial, foi ordem temática e não apenas alfabética ou alfanumérica. A normalização
racionaliza os processos de produção, organização e difusão da informação policiais e de imigração, atuando também, em centros culturais e laborató-
contida nos documentos. Essa fase é ainda mais importante que a classifi- rios de conservação e restauração de documentos.
cação, uma vez que esta também deve ser normalizada. As três correntes
Os processos de normalização tiveram origem na indústria e consisti- De acordo com Rousseau e Couture (1998, p. 70), a Arquivística pode
am em fixar condições para execução de cálculos, projetos, obras, serviços ser abordada de três maneiras: uma maneira unicamente administrativa
ou instalações, bem como a elaboração das próprias normas e regulamen- (records management), cuja principal preocupação é ter em conta o valor
tos. A uniformidade dos processos proporcionou economia na utilização primário do documento; uma maneira tradicional, que põe a tônica
internacional dos produtos industriais. O sucesso da normalização no exclusivamente no valor secundário do documento; ou, por último, uma
campo da indústria fez com que a documentação a adotasse, com o objeti- maneira nova, integrada e englobante, que tem como objetivo ocupar-se
vo de tornar internacionalmente acessíveis os resultados do trabalho inte- simultaneamente do valor primário e do valor secundário do documento.
lectual de cada autor, uma vez que para obter a máxima disseminação da Os referenciais teóricos arquivísticos
informação científica o pesquisador deve apresentar os dados de forma que
a interpretação deles se faça sem dificuldade. Para que a informação se Segundo Faria (2006, p. 29), dentre os referenciais arquivísticos,
torne imediatamente acessível, a documentação estabelece normas para destacam-se os princípios fundamentais, os conceitos de fundo e
organização e difusão dos documentos. Todos os documentos devem ser documento de arquivo, o ciclo de vida dos documentos, os conceitos de
normalizados, isto é, produzidos e divulgados de acordo com as normas valor primário e valor secundário, o princípio do respect des fonds, as
internacionalmente aceitas. O progresso da ciência exige o mais amplo funções de classificação documental e avaliação documental e a definição
intercâmbio de informações e a normalização internacional tem o objetivo de instrumento de gestão arquivística.
de facilitar esse intercâmbio. Ciclo de vida dos documentos ou a Teoria das três idade
Se a documentação pouco ajudou à biblioteconomia, à arquivologia e à arquivos correntes, intermediários e permanentes
museologia na organização de documentos em bibliotecas, arquivos e Arquivo de primeira idade, corrente, ativo ou de momento: constituído
museus, muito contribuiu no campo da produção de documentos e na de documentos em curso ou consultados frequentemente, conservados nos
difusão das informações neles contidas. A bibliografia tradicional limita-se a escritórios ou nas repartições que os receberam e os produziram ou em
referenciar livros, que por seu atraso em relação a documentos de outra dependências próximas de fácil acesso . Por documentos em curso
natureza não são considerados pela documentação. Tampouco satisfazem entenda-se que, nesta fase, os documentos tramitam bastante de um setor
os documentalistas descrições puramente externas dos documentos. À para outro, ou seja, podem ser emprestados a outros setores para atingirem
documentação interessa, principalmente, a difusão das informações conti- a finalidade para a qual foram criados .
das em artigos de publicações periódicas, em comunicações a congressos, Arquivo de segunda idade, intermediário ou limbo: constituído de
em relatórios de pesquisas -- concluídas ou em andamento -- teses univer- documentos que deixaram de ser frequentemente consultados, mas cujos
sitárias, registros de patentes etc. órgãos que os receberam e os produziram podem ainda solicitá-los , para
Na conceituação moderna, portanto, documentação é, em sentido am- tratar de assuntos idênticos ou retomar um problema novamente focalizado.
plo, a produção, organização e difusão de documentos de qualquer nature- Não há necessidade de serem conservados próximos aos escritórios. A
za. Em sentido estrito, é a difusão das informações neles contidas. A orga- permanência dos documentos nesses arquivos é transitória. São por isso
nização de documentos cabe, conforme a natureza dos mesmos, às biblio- também chamados de limbo ou purgatório, sendo estes termos adotados na
tecas, arquivos, museus etc. A difusão de documentos é o objetivo especí- Grã-Bretanha para designar esta fase .
fico dos serviços ou centro de documentação. Arquivo de terceira idade, permanente, histórico ou de custódia:
Documentação, portanto, não se confunde com biblioteconomia, arqui- constituído de documentos que perderam todo valor de natureza
vologia ou museologia, nem centro de documentação com biblioteca, administrativa e que se conservam em razão de seu valor histórico ou
arquivo ou museu. Como os documentos bibliográficos estão nas bibliote- documental e que constituem os meios de conhecer o passado e sua
cas, alguns dos maiores serviços de documentação do mundo funcionam evolução . Estes são os arquivos propriamente ditos, pois ali os
dentro da estrutura de algumas dessas instituições. Outros, porém, são documentos são arquivados de forma definitva.
independentes. Estas fases são complementares, pois os documentos podem passar
Mecanização e automação de uma fase para outra, e para cada uma corresponde uma maneira
Livros, artigos, relatórios e comunicados, por exemplo, são chamados diferente de conservar e tratar os documentos e, consequentemente, uma
documentos primários. Documentos secundários são aqueles que se pro- organização adequada, ou seja, as unidades de acondicionamento (pastas,
duzem para difusão da informação contida nos primeiros: bibliografias catálogos etc.), adotadas na fase corrente serão substituídas por unidades
comentadas ou críticas, resumos, traduções, reproduções etc. Os estudos mais adequadas ao funcionamento da fase intermediária, que, por sua vez,
recapitulativos são os documentos terciários. adotara acondicionamento diferente da fase permanente .
Com o advento do processamento eletrônico de dados, após a Classificação segundo a valoração dos documentos
segunda guerra mundial, métodos mais eficientes começaram a ser Valor administrativo: ou primário, refere-se ao valor que o documento
experimentados pelos centros e serviços de documentação. Distinguem-se apresenta para o funcionamento da instituição. É o valor pelo qual o
três tipos de sistemas que, embora tenham atingido diferentes graus de documento foi criado (todo documento nasce com um objetivo
aperfeiçoamento, possuem características comuns: (1) fichas perfuradas e administrativo) e por isso está presente em todo documento quando de sua
selecionadas por processos eletrônicos ou eletromecânicos; (2) sistemas criação. É um valor temporário, perdendo seu valor administrativo quando
baseados em métodos fotográficos (geralmente microcópias), com seleção atingir todas as finalidades que se possam esperar do mesmo para o
fotoelétrica por meio de código; (3) sistemas baseados no registro funcionamento da instituição.
magnético (em fios, tambores ou núcleos). Com o avanço das técnicas de Valor histórico: ou secundário, refere-se à possibilidade de uso dos
informática, foram criados programas mais sofisticados para documentos para fins diferentes daqueles para os quais foram
armazenamento e recuperação de informações, que podem ser específicas originariamente criados, quando passa a ser considerado fonte de pesquisa
para cada assunto, principalmente no tocante às informações técnicas. A e informação para terceiros e para a própria administração. O documento,
informática tornou ilimitado o campo da documentação. após perder seu valor administrativo, pode ou não adquirir valor histórico, e
A Arquivologia resgata a memória do país, das instituições e da comu- uma vez tendo-o adquirido, este se torna definitivo não podendo jamais
nidade e dissemina a cultura, perpetuando a História. O arquivista planeja, serem eliminados.
projeta e administra a organização de arquivos, analisando, classificando, GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO E GESTÃO DE DOCU-
selecionando, restaurando e conservando documentos. Empregando mo-
dernas técnicas de microfilmagem, informática, preservação e restauração
MENTOS.
de documentos, o trabalho do arquivista é indispensável nas pesquisas
históricas, sendo, ele próprio, um pesquisador. Seu campo de trabalho são GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO
os arquivos (públicos, privados e pessoais), tais como: bancários, audiovi- Autores: José Marcelo A. P. Cestari, Sara Fichman Raskin e Maria Jo-
suais, cartográficos, cartorais, computacionais, contábeis, eclesiásticos, sé Resmer
empresariais, escolares, fotográficos, históricos, médicos, micrográficos,
GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO:

Arquivologia
Os usuários estão, cada vez mais, demandando tecnologias que tor- informação que excedam as melhores características de alguns provedores
nem suas informações mais úteis. de conteúdo que estão aparecendo na Internet.
As empresas devem atentar para quatro pontos importantes no desen- Um modelo comum na Internet é o "super site", que é um modelo de
volvimento de uma estratégia de gerenciamento de informações: criação e distribuição de conteúdo. Serviços de notícias digitais baseados
À luz da expansão e evolução do espaço eletrônico de trabalho, a em- no modelo "super site" estão direcionados aos leitores que procuram por
presa deve pensar no gerenciador como um novo provedor de serviço de cobertura compreensível de um mercado e buscam mais de uma fonte de
informação, que será um componente chave na filtragem de informação informação para satisfazer suas necessidades. Informação é apenas um
externa. dos componentes de um serviço de "super site".
À medida que os usuários finais evoluem de iniciantes para especialis- Ele oferece também recursos adicionais, análises, serviços e fóruns.
tas, eles demandam acessos mais produtivos para muitos tipos e fontes de Exemplos de serviços de "super sites" incluem a edição interativa do Wall
informações. Street Journal http://www.wsj.com e Boston.com http://www.boston.com.
O sucesso do gerenciamento de recursos de informação requer a im- As Melhores Práticas dos Gerenciadores de Conteúdo:
plementação de um processo de auditoria que examina e verifica a situação Os gerenciadores de conteúdo de sucesso irão incorporar as melhores
das informações da empresa com o propósito de análise. características e conceitos dos "super sites" da Internet dentro de seus
A provisão de recursos de informação requer o planejamento de um próprios serviços de conteúdo de informação da empresa, que incluem:
canal efetivo de informações que leva em consideração componentes como O suporte de push e pull para mercado.
preço, seleção de fornecedores e seleção de conteúdo. Links contextuais de acordo com a necessidade do cliente.
Gerenciador de Conteúdo como um Provedor de Serviços de Informa- Serviços que são fáceis de usar.
ção: Como o acesso à informação externa através do desktop se tornou um
A capacidade dos usuários de acessarem informações externas dire- componente integrador do espaço eletrônico de trabalho, os gerenciadores
tamente via Internet, criou uma necessidade urgente nas empresas para de conteúdo irão se transformar em provedores de serviço de informação, o
desenvolver novas e melhores competências no gerenciamento e serviços que requer a identificação, compreensão e ainda distribuição de todas as
de distribuição de informação. Tradicionalmente, são os centros de recur- necessidades e expectativas do usuário final. Os gerenciadores de conteú-
sos de informação (CRI) ou a biblioteca, os únicos posicionados dentro da do de sucesso irão implementar um processo de gerenciamento de serviço
empresa para se tornar o provedor de serviço de conteúdo e para interme- para se tornar um provedor focado no mercado indo de encontro a essas
diar os recursos internos e externos, tendo como alvo as expectativas e novas expectativas do usuário.
necessidades do usuário. Se uma empresa não tem um CRI, esse trabalho Satisfazendo os Usuários:
deve ser criado através de um contrato de consultoria, terceirização ou
contratando um gerenciador de conteúdo com experiência em Internet e Com push e desktop broadcasting (DTB) fazendo a página de frente de
informações empresariais. quase todos jornais e revistas de negócios, as empresas querem saber
quando usar um ou outro provedor para distribuir as informações externas.
Uma vez que essa função esteja definida, o próximo passo é a adoção Devido a esses novos serviços não suportarem totalmente as fontes de
de uma disciplina de gerenciamento de serviço que requer habilidades informação que os usuários finais requerem nem as características comu-
analíticas e técnicas orientadas para o negócio. Adotando esse processo, o mente desenvolvidas nos serviços de alta qualidade, nenhum fornecedor
gerenciador de conteúdo garantirá o mais alto nível de satisfação do usuá- está pronto para a distribuição de informação externa para as empresas. Na
rio e o grande retorno dos investimentos em recursos de informação para a maioria dos casos, as empresas devem contatar seus especialistas internos
empresa. em distribuição de informação, freqüentemente encontrados no CRI ou na
Fornecer um serviço de alto valor para os clientes é um trabalho difícil biblioteca e aumentar suas listas de fornecedores.
mas não impossível. Requer uma metodologia estruturada e é um processo Dado que esses serviços não estão prontos para o mercado, é certo
contínuo. É a função essencial para o gerenciador de conteúdo como um querer saber por que existe tanto barulho sobre empresas de DTB. A razão
provedor de serviço.(figura 1 a seguir) é que os serviços desses fornecedores podem ser úteis e grátis para os
usuários. Eles apelam para o mercado de massa e isso é típico com tecno-
logias emergentes. Os produtos iniciais são relativamente imaturos em
relação à tecnologia que serve ao mercado profissionalmente treinado.
Compare a primeira versão do Microsoft Word com o processador de
texto Wang. Em 1983, Wang antecipou o Word. Entretanto, o Word era uma
nova forma para se processar texto que apelou para os usuários sem
treinamento no uso de Wang. O Word era barato, se comparado ao Wang,
e disponível para se adquirir em lojas de computadores locais. O Word e
outros processadores de texto compatíveis com o PC, rapidamente supera-
ram o Wang. Se a tecnologia push, ou DTB, provar ser uma tecnologia de
massa, as empresas podem esperar rápidas inovações. Os fornecedores
tentarão manter seus nomes pela propaganda e melhorar continuamente
suas capacidades para se distanciarem da competição com os outros
fornecedores.
Processo de Gerência de Serviço: A evolução da distribuição de informação ainda não ocorreu. Em cada
fase da evolução das necessidades dos usuá-rios, a distribuição do conteú-
A chave para se fornecer serviço de valor é a adoção de um processo
do se torna mais adequada para suas necessidades. Quando esse ciclo
de gerenciamento de serviço. Esse processo é direcionado para o mercado
terminar, o conteúdo e sua distribuição irão girar em torno do usuário.
e continuamente avalia as necessidades do usuário, expande a distribuição
de informações e os serviços de acesso, alinhando os serviços com a Quando os usuários evoluírem de iniciantes para especialistas, eles i-
missão e objetivos da empresa. rão rapidamente demandar tecnologia para tornar suas informações mais
úteis. Eles irão precisar de capacidade para tomar decisões mais rápidas e
Gerenciamento de serviço não é uma avaliação. É um processo em-
eficazes. Decisões melhores vêm de um acesso mais produtivo a muitas
presarial que cria um serviço de qualidade e melhora a relação com o
fontes de informação. A eficácia envolve o conceito de "o que você quer,
cliente. À medida que o gerenciamento de conteúdo vai passando para o
quando você quer" via entrega em tempo de real, melhores ferramentas de
papel de provedor de serviço de informação, será necessário designar um
agregação e capacidades de filtragem e de recuperação.
gerente de relacionamento com o cliente em tempo integral. Este terá
responsabilidade direta no processo de gerenciamento do serviço. As empresas devem trabalhar com seus especialistas ou gerentes de
informação para construir bons serviços de distribuição. Os fornecedores
No ambiente de desenvolvimento eletrônico, o gerenciador de conteú-
devem entender as necessidades dos especialistas e atualizar suas tecno-
do será o facilitador que permitirá o acesso aos conteúdos externos neces-
logias tendo isso em mente. Como o DTB terá muitos usos na empresa,
sários. De fato, a equipe de gerenciamento de conteúdo irá se tornar um
além da distribuição de informações externas, as empresas devem estar
provedor de serviço de conteúdo para o usuário e irá criar recursos de
predispostas a trabalhar com o propósito de distribuição de seus fornecedo- Vantagens na sua utilização
res. Os novos agregadores que estão trabalhando para uma boa qualidade
de informação final, devem rapidamente escolher entre se aliar ou competir As empresas que investem pela solução Gestão Documental
com fornecedores de DTB, pois o mercado para informação empresarial se conseguem um retorno elevado pois reduzem a quantidade de documentos
desenvolve rapidamente. em papel, há um ganho na produtividade devido a uma uniformização dos
processos e facilitando a implementação de normas de qualidade.
A distribuição de informações via multimídia, vídeo ao vivo e outros fa-
tores são capacidades que os usuários querem quando se tornam mais As vantagens na sua utilização são as seguintes:
familiarizados com a informação e eles têm que usá-las cada vez mais para
realizar seus trabalhos. Redução do custo do número de cópias, aumento de produtividade na
procura, no re-encaminhamento de documentos e redução do espaço de
O Verdadeiro Poder de se Fiscalizar uma Informação Externa: arquivo;
O conhecimento de uma empresa consiste nos seus recursos internos
e seus acessos a informações externas (e.g., informações empresariais Gestão de Informação Integrada é conseguida a partir da consolidação
impressas e eletrônicas). O sucesso de um gerenciamento de recursos de transparente dos documentos eletrônicos (originados pela aplicações
informação requer a implementação de um processo de fiscalização de Office) e de documentos com origem em papel;
todos os recursos conhecidos. Uniformização de Processos de reencaminhamento, aprovação,
O controle de informações externas não é um procedimento de inventá- arquivo e eliminação dos documentos, mantendo o histórico de versões dos
rio. É um exame e verificação da situação da informação com o propósito documentos;
de se analisá-las. Essa análise é usada para compreender, avaliar e, mais
recentemente, para tomar decisões. Gerenciadores de informação que Digitalização dos documentos;
vêem o controle somente como um inventário irão falhar em capitalizar o Descentralização e libertação do espaço físico, isto é, os documentos e
valor potencial que pode ter o departamento responsável pela distribuição e processos estão sempre disponíveis, independente do local onde o
acesso de informações externas. utilizador aceda aplicação;
O controle de informações externas é um processo de 3 passos:
Com o auxilio de um browser a pesquisa da informação dos
Coleta dos dados. Qualidade, coleta de dados relevantes é essencial
documentos está facilitada e rápida;
para conduzir análises válidas
Revendo os dados. Esse passo produz informação focada na relevân- Formação de um Backup que permite a recuperação da informação em
cia, no fluxo, no uso e no valor das informações externas para a empresa; caso de incêndio ou inundação do seu arquivo físico;
Convertendo as informações em benefícios. A análise das informações, As soluções de Gestão Documental têm mecanismos de controlo de
derivada da coleção de dados, cria conhecimento sobre o uso e o valor de acessos e segurança protegendo os seus documentos de acessos não
informações externas. Esse conhecimento traz benefícios para a empresa. autorizados.
A fiscalização do conhecimento externo é uma ferramenta poderosa
para se obter benefícios que podem estar escondidos mas que têm um Casos de aplicação
valor incrível para a empresa. Isso inclui: A Gestão Documental quer seja eletrônica ou em arquivo de papel está
presente em todas as organizações.
A habilidade para conduzir negócios de valor com fornecedores de in-
As soluções de Gestão Documental aplicam-se a um conjunto
formações externas.
alargados de áreas funcionais:
Um processo de abordagem empresarial mais forte. Administrativa e Financeira (documentos financeiros)
Uma medida para demonstrar o valor das informações externas para Qualidade (normas, procedimentos, auditorias e fichas de não
gerenciamento. conformidade)
A fiscalização de informações externas é mais que um processo de in- Produção (desenho técnicos, normas e procedimentos operacionais e
ventário. É o exame do valor das informações externas, fluxo e uso. Ele cria controlo de produção)
o conhecimento necessário para acrescentar valores incríveis para a em- Jurídica (contratos, propostas, concursos públicos e cadernos de
presa. encargos)
Serviços a Cliente (informações, apoiam técnico e documentos de
Gestão documental Cliente)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Marketing (estudos de mercado, brochuras e especificações de
produtos)
A gestão documental ou gestão de documentos é um ramo do arquivo Desenvolvimento (memórias descritivas, pesquisa e desenvolvimento)
documental responsável pela administração de documentos nas fases Recursos Humanos (contratos de pessoal, fichas técnicas e
corrente e intermediária (primeira e segunda idade). regulamento)
Em termos informáticos, a Gestão Documental é uma solução de ARQUIVOLOGIA
arquivo, organização e consulta de documentos em formato eletrônico onde Considerada disciplina, técnica e arte, a arquivologia é uma ciência au-
existe toda a informação de natureza documental trocada entre os xiliar da história. Fonte de consulta para todos os fins, um arquivo organiza-
utilizadores da aplicação. Esta solução permite a colaboração numa do constitui valioso patrimônio e pode documentar o passado de uma
organização através da partilha de documentos, beneficia e facilita os nação.
processos de negócio de uma empresa.
Arquivologia é o conjunto de conhecimentos sobre a organização de
A Gestão Documental integrada com outras soluções, como por arquivos, tanto no que se refere ao recolhimento e conservação de docu-
exemplo, a digitalização, fax e email permitem gerir toda a informação não mentos, títulos e textos de valor permanente e elaboração dos respectivos
estruturada (documentos) importante da organização. instrumentos de pesquisa, como no que toca à eliminação de peças de
Num processo de gestão documental o seu inicio ocorre com a valor transitório e controle dos arquivos em formação. Inclui também as
recepção do documento em que este passa pela fase de desmaterialização, tarefas dos arquivistas. O termo arquivística pode, de modo geral, ser
ou seja, digitalização do documento geralmente em formato papel para um empregado como sinônimo de arquivologia.
formato eletrônico. Numa segunda fase os documentos em formato Os arquivos de determinada origem constituem um todo orgânico de-
eletrônico são submetidos a uma classificação, de seguida há uma nominado fundo, grupo, núcleo ou corpo de arquivos, no qual se incluem
definição dos vários estádios do ciclo de vida do documento ao longo da documentos escritos e iconográficos, como os audiovisuais, discos, fitas
sua existência, como por exemplo, a publicação, aprovação, distribuição, magnéticas e filmes. Começam também a ser objeto da arquivologia os
reencaminhamento e dês atualizado (destruído). Por último, este processo arquivos eletrônicos. Os arquivos econômicos, de empresas comerciais,
disponibiliza ao utilizador um método de localização eficaz semelhante a de bancárias, industriais, desde que se revistam de importância histórica,
um sistema de busca, por exemplo, o Google. como ocorre, em alguns casos, com papéis de famílias e pessoas ilustres,
interessam à arquivística.
A preocupação dos governos e autoridades em conservar determina- Assim, o arquivo de uma empresa, por exemplo, reflete sua atividade,
dos documentos em lugares seguros por motivos de ordem administrativa, seu porte e seus objetivos. Documentos de natureza diversa, colecionados
jurídica ou militar, remonta à antiguidade, sobretudo no que diz respeito a com outros objetivos, não devem misturar-se com o arquivo principal, já que
títulos de propriedade. Os eruditos do Renascimento foram os primeiros a o tratamento que a eles se deve dar é diferente. Uma empresa. imobiliária
ocupar-se dos arquivos como fonte da história, dando início aos estudos de de porte médio forçosamente terá um arquivo composto de documentos
diplomática, que levariam à moderna crítica histórica. A partir da revolução relativos à atividade que desenvolve. Haverá contratos de locação, de
francesa, os arquivos tornaram-se bem público, proclamando-se o direito do imóveis residenciais e comerciais; opções de venda de casas, apartamen-
povo de acesso aos documentos, cuja preservação foi oficialmente reco- tos, terrenos; cartas pedindo informações; contratos de compra e venda;
nhecida como de responsabilidade do Estado. certidões; traslados; anúncios em jornais; relatórios e vistorias e outros
documentos ligados ao setor. Um catálogo de livros de uma editora, por
Uma arquivística essencialmente voltada para os diplomas medievais exemplo, foge ao objetivo dessa empresa e, naturalmente, não deve fazer
surgiu no século XIX, principalmente após a criação da École des Chartes parte do arquivo principal. Tratando-se, porém, de uma empresa ligada à
(Escola das Cartas), que passaria a formar arquivistas paleógrafos altamen- área educacional, a abordagem seria outra, pois catálogo de livros é fun-
te qualificados. Em meados do mesmo século lançaram-se as bases da damental a sua própria sobrevivência, enquanto certidões, traslados, op-
arquivística moderna, com os princípios do respect des fonds (todos os ções de compra de terrenos e outros documentos próprios do ramo imobili-
documentos originais de uma autoridade administrativa, corporação ou ário seriam afastados do arquivo principal.
família devem ser mantidos em grupos, separados segundo a natureza das
instituições que os criaram); da proveniência (os documentos públicos IMPORTÂNCIA
devem ser agrupados de acordo com as unidades administrativas que os
originaram); do respeito à ordem original (o arranjo dado aos documentos A importância dos arquivos é tão evidente que a própria Constituição
pelos órgãos criadores deve ser mantido nos arquivos gerais ou de custódia Federal, em seus artigos 215 e 216, determina:
permanente); e da centralização (unidade e indivisibilidade dos arquivos “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cul-
públicos nacionais). turais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a
Uma série de fatos novos, diretamente relacionados com os progressos valorização e a difusão das manifestações culturais.
da civilização, marcam a arquivologia na segunda metade do século XX. § 1° O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, in-
São eles, entre outros: adoção de arquitetura moderna e funcional nos dígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo
prédios de arquivos; uso de microfilmagem de substituição; programas de civilizatório nacional.
história oral; restauração de documentos pelo emprego de máquinas e
material sintético; intervenção dos arquivistas na gestão de papéis adminis- § 2° A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta signi-
trativos e nos arquivos econômicos, pessoais e familiares; aparecimento de ficação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
depósitos intermediários de arquivos ou centros de pré-arquivamento; Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
tentativas de aplicar as conquistas da eletrônica ao trabalho arquivístico. material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores
O grande problema da arquivologia contemporânea é o volume de pa- de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos forma-
péis criados e acumulados pelas administrações e a necessária eliminação dores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
de documentos depois de avaliados. O arquivista desenvolve padrões de I — as formas de expressão;
avaliação, elabora planos de descarte, prepara tabelas e listas de material
repetitivo de descarte automático. As listas e tabelas de descarte especifi- II — os modos de criar, fazer e viver;
cam o período de retenção de documentos comuns à maioria dos serviços
III — as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
existentes, e tabelas especiais cogitam de cada administração em particu-
lar. O arquivista pode recorrer a especialistas para decidir quanto à destina- IV — as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
ção dos documentos. destinados às manifestações artístico-culturais;
O primeiro tratado moderno de arquivística, de autoria dos holandeses V — os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artís-
Samuel Muller, Johan Adriaan Feith e Robert Fruin, data de 1898 e intitula- tico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
se, em edição brasileira, Manual de arranjo e descrição de arquivos
(1960).©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. § 1° O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
CONCEITO vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautela-
mento e preservação.
Arquivos são conjuntos organizados de documentos, produzidos ou re-
cebidos e preservados por instituições públicas ou privadas, ou mesmo § 2° Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da do-
pessoas físicas, na constância e em decorrência de seus negócios, de suas cumentação governamental e as providências para franquear sua consulta
atividades específicas e no cumprimento de seus objetivos, qualquer que a quantos dela necessitem.
seja a informação ou a natureza do documento.
§ 3° A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento
Os arquivos, portanto, podem ser públicos ou privados. de bens e valores culturais.
1. Arquivos públicos: são conjuntos de documentos produzidos ou re- § 4° Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na
cebidos por órgãos governamentais, em nível federal, estadual ou munici- forma da lei.
pal, em decorrência de suas atividades administrativas, judiciárias ou
legislativas. Existem três espécies de arquivos públicos: correntes, tempo- § 5° Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de
rários e permanentes: reminiscências históricas dos antigos quilombos.”

• Correntes: conjuntos de documentos atuais, em curso, que são objeto No Brasil, o Arquivo Nacional, previsto na Constituição de 1824, foi cri-
de consultas e pesquisas frequentes. ado em 1836.

• Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes No passado, a preservação do patrimônio documental era encarada
que aguardam remoção para depósitos temporários. principalmente por seu valor histórico. Após a Segunda Guerra Mundial,
começaram a aparecer as primeiras preocupações com uma nova concep-
• Permanentes: são conjuntos de documentos de valor histórico, científi- ção arquivística, em que o documento perdia seu exclusivo enfoque históri-
co ou cultural que devem ser preservados indefinidamente. co. Surgiam outros aspectos relevantes, como a racionalização da informa-
ção, a eficiência administrativa e a finalidade prática na tomada de deci-
2. Arquivos privados: são conjuntos de documentos produzidos ou re-
sões.
cebidos por instituições não públicas, ou por pessoas físicas, devido a suas
atividades específicas. A difusão da informação de conteúdo técnico e científico, a nova men-
talidade que se introduz na administração pública, a necessidade de pes-
quisa constante e sistemática, objetivando particularmente a correta tomada O emprego de cartões ou fichas elimina a necessidade de cópias adi-
de decisão pela empresa privada, favoreceram o surgimento de um novo cionais dos documentos, porém exige anotações pormenorizadas para que
enfoque do arquivo, distante daquele critério eminentemente histórico. se possa fazer o acompanhamento. Como nas empresas de grande porte o
Como consequência, o conceito de arquivo ampliou-se de tal forma que sua número de cartões ou fichas é imenso, tal fato dificulta sobremaneira o
importância ultrapassou os limites que até há bem pouco tempo existiam. manuseio e, além disso, aumenta a possibilidade de falhas no acompa-
Atualmente, já não se conseguem restringir e delimitar o campo de atuação nhamento.
e a utilidade do arquivo. Sua importância e seu potencial de crescimento
são ilimitados. 2. Método alfabético: esse método também possibilita o uso de pastas
ou cartões. As pastas são colocadas em ordem alfabética. Nas margens
ORGANIZAÇÃO superiores das pastas, deverão constar: letra correspondente; números de
1 a 31, representando os dias do mês; e um indicador móvel que se deslo-
O arquivo precisa ser organizado de forma que proporcione condições ca na pasta, servindo para indicar o dia específico.
de segurança, precisão, simplicidade, flexibilidade e acesso:
Os documentos são postos nas pastas em ordem alfabética. Em cada
•Segurança: o arquivo deve apresentar condições mínimas de segu- pasta, os documentos são colocados em ordem cronológica e, à medida
rança, incluindo-se medidas de prevenção contra incêndio, extravio, roubo que os dias vão passando, os documentos são retirados e o indicador
e deterioração. Dependendo da natureza do arquivo, é importante cuidar do móvel vai-se deslocando até o fim, dia 31, retornando ao dia 1° no início de
sigilo, impedindo ou dificultando o livre acesso a documentos confidenciais. um novo mês.
•Precisão: o arquivo deve oferecer garantia de precisão na consulta a A possibilidade de uso de cartões ou fichas também existe, embora se-
documentos e assegurar a localização de qualquer documento arquivado, ja mais trabalhosa, pois exige a anotação de todos os pormenores do
ou de qualquer documento que tenha sido dele retirado. documento. Os cartões são colocados nas pastas alfabéticas respectivas,
•Simplicidade: o arquivo precisa ser simples e de fácil compreensão. As conforme o modelo descrito, e seu funcionamento também será o mesmo.
possibilidades de erros são reduzidas em arquivos simples e funcionais. O 3. Métodos modernos: surgiram com o próprio desenvolvimento das
número e a variedade de documentos não exigem necessariamente um empresas e da tecnologia, notadamente da informática. Existem, entretan-
arquivo complexo e de difícil entendimento. to, métodos que oferecem fichas já preparadas para os diversos controles,
•Flexibilidade: o arquivo deve acompanhar o desenvolvimento ou cres- como, por exemplo, de pessoal, de estoque, de contabilidade e outros.
cimento da empresa, ou órgão público, ajustando-se ao aumento do volume Alguns trazem equipamentos compactos em que as fichas ficam visíveis e
e à complexidade dos documentos a serem arquivados. As normas de os dados principais são lançados também na margem superior das fichas, à
classificação não devem ser muito rígidas, pois apenas dificultam a ativida- vista do manipulador, facilitando, assim, o manuseio e a consulta.
de de arquivamento. O computador trouxe consigo possibilidades ilimitadas que podem ser
•Acesso: o arquivo deve oferecer condições de consulta imediata, pro- adaptadas a qualquer empresa. As informações necessárias para o correto
porcionando pronta localização dos documentos. acompanhamento são fornecidas diariamente pelas impressoras, ou por
uma tela de terminal de microcomputador. A grande vantagem da utilização
A procura de documentos de todos os tipos aumentou muito nos últi- da informática, além da rapidez, é a redução da margem de erro.
mos anos, graças principalmente à necessidade cada vez maior de infor-
mações. O arquivo não se reduz apenas a guardar documentos; significa REFERÊNCIAS CRUZADAS
também uma fonte inesgotável de informações, que pretende atender a A expressão referências cruzadas é largamente usada pelas pessoas
todos e a todas as questões. que lidam com arquivos, enquanto entre os bibliotecários a palavra mais
empregada é remissão.
ARQUIVOS DE PROSSEGUIMENTO
A principal finalidade das referências cruzadas é a de informar a quem
for consultar o arquivo que determinado assunto ou nome está arquivado
Esses arquivos são muito importantes para a empresa, já que por meio em tal pasta. As referências cruzadas podem vir em pequenas fichas,
deles se podem acompanhar assuntos pendentes ou que aguardam provi- principalmente quando colocadas em índices. Quando, porém, guardadas
dências: cartas que esperam respostas; duplicatas a cobrar; faturas a nos próprios arquivos, devem estar escritas em folhas de papel e inseridas
pagar; apólices de seguro que devem ser renovadas; lembretes ou contro- nas respectivas pastas. Por exemplo, um fornecedor do Mappin provavel-
les para renovação de assinaturas de jornais ou revistas; contratos a serem mente terá uma pasta com esse nome no arquivo, apesar de a razão social
assinados; enfim, inúmeros assuntos que não devem ser simplesmente dessa loja de departamento ser “Casa Anglo Brasileira S:A.”. Recomenda-
arquivados e fatalmente esquecidos. O arquivo de prosseguimento possibi- se, nesse caso, que se escreva numa ficha ou folha de papel:
lita à secretária constante follow up.
É muito comum encontrar anotações como “Veja também”, indicando
Também conhecido como arquivo de andamento, ou de follow up, pre- que o assunto ou nome possui outras ligações importantes. Suponha-se
cisa ser organizado convenientemente e, para isso, existem métodos uma empresa que se dedica principalmente ao comércio exterior. E prová-
tradicionais, como o cronológico e o alfabético, e modernos, como o de vel que ela arquive os conhecimentos aéreos relativos à carga transportada
jogos de fichas prontas, o de equipamentos compactos, próprios para numa pasta de ‘Carga Aérea”. Entretanto, essas exportações são efetuadas
vários tipos de controle, ou os desenvolvidos pela informática. por uma companhia aérea, por exemplo, a VARIG. Nesse caso, recomen-
1. Método cronológico: em primeiro lugar, prepara-se um jogo de doze da-se que se abra uma pasta em nome de VARIG, em que poderão ser
guias com os nomes dos meses e depois um jogo de guias numeradas colocados, por exemplo, os horários dos vôos, inclusive dos vôos carguei-
de•1 a 31, representando os dias dos meses. Esse ultimo jogo deve ser ros, as cidades que ela serve, as conexões possíveis, as tarifas de carga
disposto apos a guia do mês em curso. À medida que os dias vão passan- aérea e outras informações pertinentes, e ainda uma observação: Veja
do, deve-se colocá-los nos mês seguinte. No caso de empresas com muito também Carga Aérea.
movimento de contas a receber e/ou a pagar, inclusive com prazos de 30, Igualmente no caso de siglas, deve-se fazer uma referência cruzada.
60 ou 90 dias, recomenda-se a utilização de três jogos de guias numera- Assim, pode-se abrir uma pasta para Cacex e fazer uma referência para
das, de modo que o acompanhamento seja trimestral e não mensal, ou, Carteira de Comércio Exterior, ou vice-versa. O importante é que a pasta
então, que se guardem os documentos em pastas separadas até o momen- fique com a forma mais conhecida e mais fácil. Por exemplo, talvez seja
to oportuno. preferível abrir uma pasta para “Instituto Nacional do Livro” e uma referên-
O método cronológico permite a utilização de pastas ou cartões. Ha- cia cruzada para “INL”, para não se fazer confusão com IML (Instituto
vendo opção pelo uso de pastas, será necessária uma cópia adicional de Médico Legal).
todos os documentos que exigem prosseguimento e que serão colocados De um lado, a referência cruzada é muito importante, pois ajuda e agili-
nas pastas por ordem alfabética dos nomes e, em seguida, arquivados za o funcionamento do arquivo, porém, de outro, deve-se tomar cuidado e
após as guias que correspondem às datas de acompanhamento. evitar o excesso de referências que acarretam volume muito grande de
papéis, congestionando, consequentemente, o arquivo.
TRANSFERÊNCIA • Transferências permanentes: são transferências realizadas em interva-
los irregulares, sem qualquer planejamento. Normalmente, acontecem
Há documentos que estão sujeitos ao fator tempo, isto é, há aqueles quando o acúmulo de papéis no arquivo ativo é tão grande que chega a
que têm valor de um ano; outros de dois, três, cinco ou mais anos; outros, atrapalhar o bom andamento do serviço. A transferência, então, irá a-
ainda, possuem valor permanente e nunca poderão ser destruídos. carretar grande perda de tempo, já que o arquivo inteiro terá de ser a-
Os documentos também podem ser analisados pela frequência de sua nalisado.
utilização: alguns são muito procurados, outros são consultados poucas • Transferências diárias: são as mais recomendáveis, porque mantêm
vezes, ou quase nunca, e ainda existem aqueles que, após a conclusão do em ordem os arquivos ativos. O trabalho poderá ser grandemente facili-
fato que os criou, não servirão para mais nada. tado se do documento já arquivado constar sua validade ou vencimen-
Com o passar do tempo, observa-se que os arquivos ficam sobrecarre- to, ou marcação indicando a data da transferência. Dessa forma, as
gados de papéis, dificultando o trabalho e, na maioria dos casos, a tendên- transferências podem ser feitas no mesmo instante em que se arquiva
cia é adquirir móveis novos, na tentativa de se resolver o problema de ou se consulta um documento qualquer.
espaço. Solução muito mais lógica, econômica e eficaz é a de eliminar ou Conservação e proteção de documentos
destruir o que não tem mais valor e transferir o que se encontra em desuso
ou desatualizado para local apropriado. Assim, transferência é a operação Determina-se o valor do documento levando em consideração todas as
que visa separar os documentos que ainda estão em uso, ou são bastante finalidades que possui e seu tempo de vigência, que muitas vezes se
consultados, daqueles que perderam sua utilidade prática, mas não seu subordina a imperativos da lei. Nesse sentido, pode-se organizar um qua-
valor. dro ou tabela de prazos de vigência para os diversos documentos, facilitan-
do sobremaneira o trabalho do arquivista. Os documentos são classificados
A transferência pretende: por seu valor em: permanentes - vitais, permanentes e temporários.
• liberar o arquivo de papéis sem utilidade prática atual; • Permanentes - vitais: são documentos que devem ser conservados
• manter espaço disponível e de fácil manuseio nos arquivos em uso ou indefinidamente, pois possuem importância vital para a empresa, isto é,
ativos; sem eles a empresa não tem condições de funcionar. Citam-se, entre
outros: contratos; escrituras; estatutos; livros de atas; livros de registros
• facilitar o trabalho de arquivar, localizar e consultar documentos nos de ações; cartas - patentes; fórmulas (químicas); procurações.
arquivos;
• Permanentes: são documentos que devem ser guardados indefinida-
• manter o arquivo em bom estado de conservação, aumentando sua mente, porém não têm importância vital. Como exemplo, podem-se re-
vida útil; e lacionar: rela tórios anuais; registros de empregados; livros e registros
• reduzir ou eliminar despesas desnecessárias com novos equipamen- contábeis; recibos de impostos e taxas; avaliações; e outros.
tos. • Temporários: são documentos que têm valor temporário de um, dois,
Portanto, as transferências de documentos devem ser cuidadosas e cri- cinco ou mais anos. Recomenda-se a confecção de um quadro ou ta-
teriosamente estudadas e planejadas, considerando as diferenças não bela, com anotação da vigência do documento que, naturalmente, se-
apenas quanto à frequência do uso ou da consulta, mas também quanto a guirá critérios determinados pela própria empresa. Assim, são temporá-
seu valor. rios: recibos; faturas; notas fiscais; contas a receber e a pagar; extratos
bancários; apólices de seguro; folhetos; correspondência; memorandos
Tipos de arquivo e outros.
No que se refere à frequência do uso ou consulta, existem três tipos de Os documentos considerados vitais para a empresa, além de serem
arquivos: arquivo ativo, arquivo inativo e arquivo morto. conservados indefinidamente, devem merecer cuidados especiais, notada-
mente de proteção contra incêndios, inundações, furtos, desabamentos e
Arquivo ativo: mantém arquivados os documentos e papéis de uso,
outros eventos. A perda ou destruição de tais documentos pode, em casos
consulta e referência constantes e atuais, ou que se encontram em fase de
extremos, significar até o fracasso total de uma empresa. Existem algumas
conclusão.
formas de proteger esses documentos:
Arquivo inativo: guarda documentos e papéis que oferecem menor fre- • Utilização de cofres a prova de fogo.
quência de uso, consulta ou referência.
• Preparação de cópias adicionais dos documentos e envio delas a
Arquivo morto: armazena documentos de frequência de uso, consulta
outros lugares para guarda, como cofres de bancos, cofres de filiais da
ou referência quase nulas. No entanto, não se deve considerar este arquivo
empresa, ou escritórios de advogados.
como um “depósito de lixo”, mesmo porque os documentos definidos como
inúteis ou imprestáveis devem ser destruídos. O arquivo morto precisa, • Microfilmagem de todos os documentos vitais e conservação dos
inclusive, ser organizado dentro das mesmas técnicas e regras que preva- microfilmes em local seguro.
lecem para o arquivo ativo, pois muitas vezes serão necessárias a imediata
localização e a consulta a papéis em desuso. A conservação e a proteção desses documentos devem ser acompa-
nhadas de um registro que especifique o modo, a data e o local para onde
Uma empresa que tenha, por exemplo, 50 anos de existência deverá foram encaminhados, de forma que possam ser localizados imediatamente.
manter em seu arquivo morto o registro de todos seus antigos empregados,
mesmo que entre eles existam alguns já aposentados ou falecidos. A CENTRALIZAÇÃO OU DESCENTRALIZAÇÃO?
destruição desses registros só será possível ou permitida no caso de se Trata-se de uma questão muito comum, principalmente nas grandes
proceder a uma completa microfilmagem. empresas. A centralização dos arquivos proporciona vantagens, mas
Destaque-se que se deve fazer anotação dos documentos transferidos existem desvantagens que naturalmente devem ser conhecidas antes de se
e, no caso de destruição, registro da data em que ocorreu a destruição e tomar uma decisão sobre o assunto. As principais vantagens da
referência ao conteúdo deles. centralização são as seguintes:

Atualização de arquivo • Eficiência: devido à centralização, tende-se a manter um especialista


em arquivística, o que sem dúvida melhora a eficiência e a rapidez do
Existem três tipos de transferências de documentos ou papéis de um trabalho em todas suas etapas.
arquivo para outro: transferências periódicas, transferências permanentes e
transferências diárias: • Responsabilidade: o cuidado e a proteção de documentos melhora
muito, pois a responsabilidade se encontra nas mãos de um especialis-
• Transferências periódicas: as transferências são efetuadas em interva- ta.
los predeterminados, para os arquivos inativos ou mortos, dependendo
da frequência de uso.
• Economia: é grande a economia de equipamento; de pessoal; de desordenada, segundo critérios temáticos, numéricos ou cronológicos."
tempo gasto no arquivamento; na localização e na preparação de có- (Fonte: http://arquivologia.multiply.com/journal/item/14)
pias adicionais ou referências.
Schellenberg (1956, 1965) desenvolveu toda uma teoria de valor, pela
• Uniformidade: proporciona certa padronização ao sistema e métodos qual se tornou conhecido, de acordo com Cook (1997), como o pai da avali-
de arquivamento, o que não acontecerá se houver inúmeros arquivos ação arquivística. Essa teoria propõe dois tipos de valores aplicáveis ao
departamentais. contexto dos arquivos: valor primário e valor secundário.
• Concentração: os documentos são concentrados por assuntos, ofere- Os valores inerentes aos registros públicos modernos são de dois tipos:
cendo ao consulente visão global. Na descentralização, os mesmos valor primário para a gestão de criação e valor secundário para outras
assuntos tendem a ficar espalhados pelos diversos arquivos. instâncias e utilizadores. Os documentos públicos são gerados para realizar
as finalidades para as quais um organismo foi criado: administrativo, fiscal,
• Utilização: amplia o uso do equipamento e, consequentemente, alonga legal e operacional. Os documentos públicos são preservados em uma
sua vida útil. instituição arquivística definida, porque têm um valor que existirá por longo
Há algumas desvantagens na centralização, que precisam ser aponta- tempo, mesmo depois que cessam de ser do uso corrente e porque terão
das: valores importantes para outros usuários que não os atuais. (HSCHELLEN-
BERG, 1984, p.58)
• Consulta dificultada: necessidade de locomoção até o centro de
arquivos; tal fato não ocorre com a descentralização, em que o arquivo do Princípios Fundamentais da Avaliação Arquivística
departamento se encontra à mão. a) a função avaliação arquivística visa, essencialmente, à composição
• Acúmulo de pessoas: poderá acontecer o acúmulo de pessoas de um patrimônio documental;
no local onde estão colocados os arquivos, o que dificulta a consulta e b) seu mérito está no fato de permitir preparar material documental ne-
tumultua o trabalho do arquivista. cessário para a pesquisa histórica;
• Perda de tempo: muito tempo perdido na locomoção até o arqui- c) a avaliação é um processo de determinação de valor assegurado pelo
vo central e espera para poder iniciar a consulta, principalmente se houver arquivista. Este processo deve ser formal, sistemático e claramente definido;
muitas pessoas no local.
d) como conceito central relativo à função avaliação, o valor dos docu-
• Espaço: necessidade de mais espaço para incluir todos os ar- mentos deve ser claramente definido, justificável e, sobretudo, contemporâ-
quivos, além de mesas e cadeiras para as diversas consultas. neo à época ou ao período de sua criação. Neste sentido, Booms (1987, p.
• Dificuldade no sigilo: os arquivos ficam muito abertos à consulta 104) acrescenta: “ Construindo uma tabela conceitual histórica, que servirá
generalizada, dificultando a manutenção do sigilo, tão necessário à vida da de modelo à herança documental, os arquivistas não devem seguir os con-
empresa. ceitos de valor de acordo com a sua própria época, mas antes, de acordo
com o valor que governa a época na qual o material foi criado.";
• Dispersão: a pasta em que está classificado um documento, no
momento de uma consulta, pode estar com outro consulente, em outro e) os julgamentos do arquivista devem ser formulados a partir do con-
departamento. texto social. Este princípio, entretanto, supõe também que os documentos,
como tais, não tenham valor intrínseco. Este valor é atribuído após a avalia-
As soluções variam de empresa para empresa; o mais comum, entre- ção feita pelo arquivista. É importante salientar a esse respeito, porém, que
tanto, é a opção pelo sistema misto, ou seja, centralização parcial. Em o arquivista é chamado a ouvir a opinião de especialistas para deduzir os
princípio, os documentos vão para o arquivo central; entretanto; documen- valores dominantes que regem tais documentos. Consequentemente, esse
tos específicos que só interessam a certos departamentos ficam nos arqui- profissional deve ter uma visão global sobre o desenvolvimento social e as
vos desses departamentos. Assim, por exemplo, devem ser arquivados no diferentes mudanças ocorrentes na sociedade. Em outros termos, a missão
próprio departamento de vendas a relação de representantes ou clientes, de identificação do valor dos documentos de arquivos que o arquivista é
seus pedidos, reclamações, correspondência de modo geral. chamado a assegurar decorre, de acordo com Booms (1987), da realidade
Outro caminho a seguir é o que procura basicamente centralizar o con- social e dos valores contemporâneos ao documento. (Fon-
trole e não o arquivo. Um especialista organiza um arquivo central, onde te:http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/viewFile/7199/6646)
deverão ser guardados os documentos de interesse geral, inclusive aqueles
TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS.
que são vitais e/ou sigilosos, naturalmente tomando-se todas as precau-
ções. Em seguida, ele deverá planejar os diversos arquivos localizados nos MICROFILMAGEM.
vários departamentos. O conhecimento da empresa e de seu organograma AUTOMAÇÃO.
é fundamental nessa etapa. Seu trabalho, além da administração do arqui- PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DO-
vo central, pressupõe a classificação e a distribuição diária de documentos CUMENTOS.
aos diversos departamentos.
MICROFILMAGEM
Realmente, trata-se de um assunto de solução não muito fácil, já que
existem vantagens e desvantagens em todos os métodos. O importante é Observa-se na época atual excessivo aumento do número de docu-
que a empresa decida pelo que for mais adequado a suas condições, mentos. De um lado, devido à expansão da administração pública em todos
necessidades e objetivos a curto, médio e longo prazos. os setores e em todos os níveis: federal, estadual e municipal; de outro,
graças ao desenvolvimento das atividades empresariais e ao rápido avanço
Avaliação de Documentos da tecnologia, em todos os setores da economia.
O processo de avaliação de documentos de arquivo é feito através de É crescente a indagação de como e quando se deve proceder para re-
pré-requisitos estabelecidos, com análise e seleção de documentos, indi- duzir e racionalizar a produção de documentos e, por consequência, seu
cando com precisão o prazo de guarda nas fases corrente, intermediária e arquivamento e conservação. O microfilme surgiu como uma das principais
permanente, com identificação de seus valores primário e secundário, de- respostas a essa questão.
vendo ser executado por uma equipe técnica, composta por profissionais de
diversas áreas, como: arquivistas, historiadores, pesquisadores, profissio- O microfilme é um processo de reprodução fotográfica reduzida, che-
nais das unidades organizacionais as quais os documentos serão avaliados, gando a quase 95% do documento original. São várias as vantagens obti-
economistas e etc. das na microfilmagem de documentos que devem ser transferidos do
arquivo ativo para o inativo, já que dificilmente o microfilme será utilizado
"A avaliação consiste fundamentalmente em identificar valores e definir para arquivos ativos. As vantagens são:
prazos de guarda para os documentos de arquivo, independentemente de
seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico • Economia: os ganhos em espaço, peso e tamanho dos arquivos che-
ou qualquer outro. A avaliação deverá ser realizada no momento da produ- gam a mais de 80% em muitos casos.
ção, paralelamente ao trabalho de classificação, para evitar a acumulação
• Redução do volume: é muito grande a redução do volume de papéis e
documentos, o que proporciona economia de tempo e mão-de-obra.
• Segurança: os microfilmes protegem e conservam os documentos
vitais da empresa ou órgão público, dos riscos de eventos, como in-
cêndio, inundação ou furto, pois, além de representarem cópias adicio-
nais desses documentos, são facilmente guardados em cofres especi-
ais. -
• Durabilidade: o microfilme reveste-se de grande durabilidade, atingindo
até 150 anos.
• Reprodução: a microfilmagem oferece condições de reprodução ilimita-
da, além de fidelidade, exatidão perfeita dos documentos reproduzidos.
• Custo: embora e microfilme possa assustar pelo custo elevado, é
preciso levar em consideração a economia que proporciona com a re-
dução do espaço, de equipamento e de pessoal necessário para a ma-
nutenção de arquivos convencionais, especialmente nas grandes em-
presas.
Móvel “Securit” para arquivo horizontal de mapas, plantas, heliografias
• Consulta: a consulta a documentos é imediata e mais fácil, agilizando e mapotecas
em muito o serviço. Verifique-se, por exemplo, a microfilmagem de
cheques compensados. As vantagens do sistema são as seguintes:
As técnicas modernas de microfilmagem evoluíram muito nos últimos • a iluminação é direta;
anos; entretanto, a escolha do produtor dos microfilmes deve ser feita de
• as anotações podem ser efetuadas no mesmo local;
modo que garanta a qualidade e a durabilidade deles.
• as possibilidades de perda de documentos são bastante reduzi-
A decisão de utilizar a microfilmagem na empresa também pode ser
das.
auxiliada pela ocorrência de um ou mais dos seguintes fatos:
As desvantagens são:
• necessidade de entregar ou devolver às pessoas os originais dos
documentos; • ocupa muito espaço;
• necessidade de conservar os documentos por mais de cinco anos; • há necessidade de retirar todos os documentos para arquivar ou
retirar um documento;
• necessidade de conservar os documentos por tempo indeterminado ou
permanentemente; • a consulta é demorada;
• necessidade de proteger . os documentos dos riscos de incêndio, • a consulta exige o deslocamento de outros documentos.
inundação ou furto.
2.Vertical: os documentos permanecem no interior do móvel arquivador
Em princípio, a organização de um arquivo de microfilmes deve seguir em posição vertical. São dois os tipos nesse sistema:
o sistema e o método empregados nos arquivos de documentos; o arquivo
deve vir acompanhado de índices que facilitem a pronta localização, bem • Frontal. Os documentos são colocados uns atrás dos outros,
como deve existir na empresa aparelho próprio para a leitura dos microfil- com a frente voltada para o arquivista.
mes. • Lateral. Os documentos são colocados uns ao lado dos outros,
É muito importante, também, considerar o aspecto legal da microfilma- com a lateral voltada para o arquivista.
gem. A legislação brasileira determina a guarda de originais por tempo Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia e as exigências do
determinado ou mesmo indefinidamente. A reprodução de um microfilme no mercado, as pastas ficam suspensas nos arquivos verticais, por meio de
formato do documento exige, para sua validade, que seja autenticado em braços metálicos apoiados em suportes especiais.
cartório e à vista do documento original.
São vantagens do sistema:
Portanto, a microfilmagem não deve ser entendida apenas como subs-
tituidora de documentos originais. Antes de mais nada, é preciso encarar o • custo mais baixo;
microfilme como cópia adicional de documento cuja utilidade para a empre-
• fácil manuseio;
sa tenha sido estudada e comprovada.
• fácil conservação;
EQUIPAMENTOS
• fácil atualização do material arquivado;
Entende-se por equipamento o móvel utilizado para arquivamento. O
conhecimento dos sistemas de equipamento, de suas vantagens e desvan- • possibilidade de arquivar muitos documentos em pequeno espa-
tagens, irá facilitar em muito o serviço do arquivista. Denomina-se sistema ço;
de equipamento a maneira como os documentos são colocados no móvel
arquivador. São três os sistemas de equipamento: • consulta rápida e sem necessidade de deslocar outros documen-
tos.
1. Horizontal: os documentos ficam uns sobre os outros, em posição
horizontal dentro do móvel arquivador. E um sistema antigo, mas que ainda São desvantagens do sistema:
é utilizado em algumas repartições públicas, que amarram ou colocam os • necessidade de retirar o documento para fazer anotações;
documentos em pacotes. Também pertencem ao sistema horizontal as
mapotecas, muito utilizadas, e os fichários tipo kardex, Securit, muito co- • iluminação deficiente;
nhecidos e empregados com bastante sucesso em inúmeras empresas. • pouca visibilidade dos documentos no interior do arquivo.
3.Rotativo: os documentos são colocados de modo que possam girar
em torno de um eixo vertical ou horizontal. O sistema é muito empregado
em atividades que requerem grande quantidade de consultas e necessida-
de de informações rápidas.
Fichários
São caixas de diversos tamanhos que guardam fichas ou cartões, po- 5. Notações: são os dizeres, as inscrições registradas nas tiras de in-
dendo ser de madeira, de aço, de material plástico ou de acríLico. São serção e em seguida inseridas nas pastas ou guias.
largamente utilizados e servem a muitas finalidades: índices, informações,
endereços, relação de clientes, representantes, fornecedores e outras. É fato conhecido que um dos fatores para a excelência dos arquivos
reside na combinação harmoniosa e funcional dos sistemas e métodos de
O equipamento deve satisfazer às necessidades da empresa e dos classificação e arquivamento, e dos equipamentos e acessórios.
serviços a que se destina. Alguns requisitos são:
SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO
• adequação às necessidades do serviço;
A opinião de que os arquivos são simples depósitos de papéis ou do-
• obtenção de maior economia de espaço; cumentos velhos e inúteis, arquivados por mera tradição, apóia-se no fato
de que a maioria dos arquivos é mal organizada, mal administrada e, por-
• facilidade de acesso; tanto, dificulta a localização imediata das informações desejadas. Mera
• possibilidade de expansão; opinião, pois, em verdade, um arquivo moderno, bem estruturado, é um
centro atuante de informações, um instrumento de controle para a atividade
• resistência e durabilidade; administrativa, que auxilia na correta tomada de decisão.
• garantia de segurança e conservação de documentos; Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que se decida sobre o
• aparência e funcionalidade. sistema de arquivamento que melhor se ajuste a determinada empresa.

Há inúmeros tipos e modelos de equipamentos que podem ser utiliza- Sistema é um conjunto de princípios interligados, que orienta o que se
dos pelos três sistemas: horizontal, vertical e rotativo. A escolha de um dos deve fazer para atingir um fim específico. São três os sistemas de arquiva-
sistemas, assim como do equipamento propriamente dito, deve seguir os mento: direto, indireto e semi-indireto.
critérios apontados e outros que são considerados essenciais pela empresa • Direto: o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessida-
ou órgão público e que prevalecem numa boa administração. de de recorrer a um índice. Neste sistema, inclui-se, principalmente, o
1. Cadeado. método alfabético de arquivamento e suas variações.

2. Suporte regulável. • Indireto: o arquivo, neste caso, depende de um índice para ser
consultado. O sistema inclui, em especial, o método numérico de arquiva-
3. Índice alfabético. mento e suas variações.
4. Estrutura. • Semi-indireto: o arquivo pode ser consultado sem o auxílio de índi-
ces, mas com a utilização de tabelas em forma de cartão. Neste sistema,
5. Dispositivo antiimpacto.
encontra-se, por exemplo, o método automático, variedade do método
6. Pés antiderrapantes. alfanumérico.
ACESSÓRIOS A opção por um dos sistemas está intimamente ligada à empresa, a
seu campo de atividade, porte e objetivos de curto, médio ou longo prazos.
Acessórios são materiais que visam auxiliar o equipamento. A correta e O principal, antes de tudo, é compreender o verdadeiro potencial que o
eficiente utilização dos mesmos criará condições favoráveis para o anda- arquivo representa, considerando-se que é a memória viva da empresa.
mento do serviço.
Para ser eficaz, o sistema necessita de métodos que indiquem a ma-
A escolha acertada dos acessórios está diretamente ligada ao sistema neira de proceder, isto é, o que se deve fazer para alcançar o fim desejado.
e método de classificação e arquivamento empregados, assim como ao Os métodos de arquivamento serão analisados mais adiante.
conhecimento dos tipos e modelos existentes no mercado.
SISTEMA DE ARQUIVAMENTO EM ÓRGÃOS PÚBLICOS
Os principais acessórios são: pastas; guias; projeções; tiras de inser-
ção e notações. A administração de documentos oficiais pressupõe a existência de um
sistema de arquivamento. O conceito de sistema também é válido para os
1. Pastas: são pedaços de cartolina dobrada, que formam uma aresta órgãos da administração pública, e as três espécies, direto, indireto e semi-
comum chamada vinco. As pastas servem para agrupar e proteger os indireto, serão empregadas conforme os critérios estabelecidos previamen-
documentos comuns a um assunto e, normalmente, têm dimensões padro- te.
nizadas. Com relação ao vinco, as pastas podem ser normais ou sanfona-
das, para permitir o maior acúmulo de documentos; algumas possuem Nas instituições públicas, predomina um modelo de sistema de organi-
divisões internas. No que se refere à projeção, ela poderá ou não constar zação de arquivos em que o documento público é controlado desde sua
da pasta. As pastas suspensas, largamente usadas nos equipamentos produção. É conhecido como a “teoria das três idades”, concepção moder-
modernos, são semelhantes às convencionais, apenas com a particularida- na de arquivística, em que se distinguem três etapas quanto aos documen-
de de possuírem dois braços metálicos ou outro material que se apóia nos tos:
suportes laterais do arquivo.
• Corrente: os documentos circulam pelos canais decisórios, bus-
2. Guias: são pedaços de cartolinas do tamanho das pastas ou mesmo cando solução ou resposta. São os arquivos correntes.
menores, com uma saliência na parte superior, chamada projeção. As guias
• Temporária: os documentos apresentam interesse e são objeto de
servem para dividir as pastas ou documentos em grupos. As guias, quanto
consultas, embora os assuntos neles contidos já tenham sido solucionados
à projeção, podem ter, ou não, encaixes para as tiras de inserção. Nas
ou as respostas, obtidas. São os arquivos temporários.
guias, as projeções podem vir em posição central, em diferentes posições
ou, então, formando um jogo de, por exemplo, duas, três, quatro, cinco ou • Permanente: os documentos passam a ter valor cultural e científico.
mais posições. A diferença das posições possibilita ao arquivista ampla São os arquivos permanentes ou históricos.
visibilidade, o que facilita o arquivamento ou a localização de documentos.
A criação do arquivo temporário, por exemplo, segunda etapa do sis-
3.Projeções: são saliências colocadas na parte superior das pastas ou tema, foi um grande avanço e tomou-se peça fundamental dentro do siste-
das guias que recebem as anotações ou dizeres pertinentes. Servem para ma de arquivamento da administração pública. São inúmeras as vantagens
ajudar o arquivista a localizar os assuntos no arquivo. As projeções podem conseguidas: obtenção de mais espaços físicos pela retirada de documen-
ser de papelão, de material plástico ou de aço. Além disso, podem ser fixas tos dos arquivos correntes; redução ao essencial da quantidade de docu-
ou adaptáveis. Essas últimas não fazem parte das pastas ou das guias e mentos nos arquivos correntes; redução de pessoal e consequente econo-
podem ser colocadas posteriormente. mia de custos; controle de quantidade e da qualidade dos documentos;
melhor manutenção, uso e supervisão dos arquivos; e melhor critério de
4. Tiras de inserção: papeletas ou rótulos que, após receberem os dize-
preservação, controle e eliminação de documentos.
res ou inscrições correspondentes, deverão ser inseridas nas projeções das
pastas ou das guias. Servem para indicar a finalidade da pasta ou da guia.
Um sistema de arquivos moderno e bem organizado terá todas as con- escrivães do juízo registram o que se passa na audiência e que no fim
dições para oferecer subsídios a planos e decisões da administração públi- desta é assinado pelo juiz.
ca, seja mostrando as relações e planejamento do passado, seja evitando
duplicidade antieconômica de velhas iniciativas. De modo geral, significa o livro onde se registram, em ordem, os do-
cumentos apresentados numa repartição ou, então, os fatos e as decisões
Verifica-se, atualmente, enorme empenho dos órgãos do governo em ocorridos numa assembléia ou audiência. A principal função do protocolo é
desenvolver sistemas de informações altamente sofisticados, em que a autenticar a entrega de um documento, ou evidenciar a decisão ou o fato
informática assumiu posição de grande relevância. que deve ser registrado. Em linguagem diplomática, significa a própria
deliberação ou resolução que foi registrada na ata da reunião respectiva e
MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO que acarretou uma espécie de convenção entre os participantes da assem-
Modernamente, o arquivo de informações tornou-se uma atividade que bléia ou congresso.
pode ser realizada eletronicamente através de computadores. A tarefa da Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores encarrega-
secretária, neste caso, consiste em registrar as informações em programas dos do recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos
previa-mente estabelecidos. A empresa contrata um especialista em pro- em curso; denominação atribuída ao próprio número de registro dado ao
gramação (ou já dispõe dele em seu quadro de empregados), que deverá documento; Livro de registro de documentos recebidos e/ou expedidos.
preparar um programa segundo as necessidades da secretária. Enganam-
se os que acreditam que o uso do computador dispensa o estudo dos É de conhecimento comum o grande avanço que a humanidade teve
métodos tradicionais de classificação de informações. O programador nos últimos anos. Dentre tais avanços, incluem-se as áreas que vão desde
apenas executará um programa depois de ouvir a secretária sobre as reais a política até a tecnológica. Tais avanços contribuíram para o aumento da
necessidades do departamento. Assim sendo, ela deve conhecer os varia- produção de documentos. Cabe ressaltar que tal aumento teve sua impor-
dos métodos de classificação para propor soluções apropriadas. Acrescen- tância para a área da arquivística, no sentido de ter despertado nas pesso-
te-se que o estudo dos métodos aqui expostos permite a aquisição de as a importância dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por
técnicas de classificação e simplificação de tarefas. Deixar de aprendê-los é falta de conhecimento, a acumulação de massas documentais desnecessá-
prejudicial até mesmo para o domínio de um pensamento claro e bem rias foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabili-
estruturado. Além disso, a secretária manipula informações escritas (docu- zar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para tentar
mentos), internas e externas, que ela precisa arquivar. sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de um sistema
de protocolo.
Havendo um sistema de arquivamento já definido, a empresa ou órgão
público deverá decidir qual método de arquivamento irá empregar. O méto- Dentre os cinco setores distintos das atividades dos arquivos correntes
do estabelece o que é preciso fazer para alcançar o fim desejado pelo (Protocolo, Expedição, Arquivamento, Empréstimo e Consulta, Destinação)
sistema de arquivamento. vamos dar atenção especial ao Protocolo. É sabido que durante a sua
tramitação, os arquivos correntes podem exercer funções de protocolo
Um plano previamente estabelecido para a colocação e guarda de do- (recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição de docu-
cumentos facilita a pesquisa, a coleta de dados, a busca de informações e mentos), daí a denominação comum de alguns órgãos como Protocolo e
proporciona uma correta tomada de decisão. Arquivo. E é neste ponto que os problemas têm seu início. Geralmente, as
Os diversos métodos de arquivamento, que através dos anos foram pessoas que lidam com o recebimento de documentos não sabem, ou
desenvolvidos em todas as partes do mundo, podem ser utilizados tanto mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o documento
nas empresas como nos órgãos governamentais. Todos são bons e apre- cumpra a sua função na instituição. Para que este problema inicial seja
sentam vantagens e desvantagens. O importante é que a decisão quanto resolvido, a implantação de um sistema de base de dados, de preferência
ao método leve em consideração o tamanho, a estrutura organizacional e simples e descentralizado, permitindo que, tão logo cheguem às institui-
os objetivos da empresa ou do órgão público; as pessoas normalmente ções, os documentos fossem registrados, pelas devidas pessoas, no seu
envolvidas; os serviços prestados; as informações comumente solicitadas; próprio setor de trabalho seria uma ótima alternativa. Tal ação diminuiria o
e os tipos de documento que devem ser arquivados. montante de documentos que chegam as instituições, cumprem suas
funções, mas sequer tiveram sua tramitação ou destinação registrada.
São três os principais métodos de arquivamento: alfabético, numérico e
alfanumérico. Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental, afim de
que não se perca o controle, bem como surjam problemas que facilmente
Esses métodos, por sua vez, formam a base a partir da qual se criaram poderiam ser evitados (como o preenchimento do campo Assunto, de muita
vários outros. importância, mas que na maioria das vezes é feito de forma errônea).
Métodos de arquivamento: Dentre as recomendações de recebimento e registro (SENAC. D. N. Técni-
cas de arquivo e protocolo.
• Método alfabético:
Receber as correspondências, separando as de caráter oficial da de
—específico ou por assunto; caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus destinatários.
—geográfico; Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso, a fim de
cumprirem suas funções. Para que isto ocorra, devem ser distribuídos e
—mnemônico;
classificados da forma correta, ou seja, chegar ao seu destinatário Para
—variadex. isto, recomenda-se (SENAC. D. N. Técnicas de arquivo e protocolo.
• Método numérico: Separar as correspondências de caráter ostensivo das de caráter sigi-
loso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respectivos destinatá-
—simples; rios;
—dúplex. Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensivos por
• Método alfanumérico: meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes, se existirem;

—decimal; Classificar o documento de acordo com o método da instituição;, ca-


rimbando-o em seguida;
—automático;
Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao protocolo.
automático moderno.
Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segunda via
Protocolo da ficha ao documento;
É o registro das deliberações ou das atas de um congresso ou confe- Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os dados
rência diplomática. Por protocolo também se entende o livro em que os das fichas de protocolo;
Arquivar as fichas de protocolo. 1 - Conservação - é um conceito amplo e pode ser pensado como ter-
mo que abrange pelo menos três (3) ideias: preservação, proteção e manu-
A tramitação de um documento dentro de uma instituição depende dire- tenção.
tamente se as etapas anteriores foram feitas da forma correta. Se feitas,
fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, saber sua exata localização, seus Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é
dados principais, como data de entrada, setores por que já passou, enfim, defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológicos que os
acompanhar o desenrolar de suas funções dentro da instituição. Isso agiliza atacam.
as ações dentro da instituição, acelerando assim, processos que anterior-
mente encontravam dificuldades, como a não localização de documentos, O principal objetivo portanto da conservação é o de estender a vida útil
não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por exemplo. dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. Para isso é neces-
sário permanente fiscalização das condições ambientais, manuseio e
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter armazenamento.
seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou recolhimento. É nesta A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultural consistindo
etapa que a expedição de documentos torna-se importante, pois por meio na conservação desses patrimônios em seus estados atuais. Por isso,
dela, fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, podendo-se assim devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causadas pela umida-
decidir de uma forma mais confiável, o destino do documento. Dentre as de, por agentes químicos e por todos os tipos de pragas e de microorga-
recomendações com relação a expedição de documentos, destacam-se: nismo. A manutenção, a limpeza periódica é a base da prevenção.
Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e completan- 2 - Conservação Preventiva (Restauração) - tem por objetivo revitalizar
do dados; a concepção original, ou seja, a legibilidade do objeto. A restauração é uma
atividade que exige dos profissionais grande habilidade, paciência, amor à
Separar as cópias, expedindo o original; arte, pois nesta seção se praticam verdadeiras intervenções cirúrgicas com
Encaminhar as cópias ao Arquivo. os bens culturais, "a restauração é quase uma neurose da perfeição, em
que o mais ou menos não existe" como disse certa vez a restauradora
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem como re- Marilka Mendes.
gras, visto que cada instituição possui suas tipologias documentais, seus
métodos de classificação, enfim, surgem situações diversas. Servem ape- Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado, é preciso
nas como exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição. levantar a história, revelar a tecnologia empregada na fabricação ou a
técnica de impressão utilizada e traçar um plano de acondicionamento do
Após a discussão das vantagens de implantação de um sistema de objeto restaurado de modo que não volte a sofrer efeitos de deterioração do
protocolo, cabe avaliar as desvantagens do uso deste sistema, se feito de futuro.
forma errônea. Num primeiro momento, deve-se pensar num sistema
simples de inserção de dados, que venha a atender as necessidades da Como sabemos são poucos os técnicos ligados a esta área e leva anos
empresa. Contudo, é essencial que as pessoas que trabalham diretamente para formar um bom restaurador, por estes fatores podemos dizer que é
com o recebimento e registro de documentos, recebam um treinamento melhor: Conservar e preservar para não restaurar"
adequado, para que possam executar essa tarefa da forma correta, visto AGENTES EXTERIORES QUE DANIFICAM OS DOCUMENTOS
que, se feita da forma errada, todo o trâmite do documento pode ser com-
prometido. Deve-se esquecer a idéia de que basta inserir dados e números 1. FÍSICOS
num sistema, que todos os problemas serão resolvidos. A própria conscien-
tização dos funcionários, no sentido de que, se organizados e devidamente Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes no processo de
registrados, as tarefas que necessitam do uso de documentos se tornarão degradação dos materiais bibliográficos.
mais fáceis para todos que venham a executá-las., proporcionado assim um Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo que as condi-
melhor rendimento de todo o pessoal. Portanto, fica claro que o protocolo ções de conservação sejam boas. O papel fica com sua cor original altera-
pode ser uma saída para os problemas mais comuns de tramitação docu- da e se torna frágil e isto se chama envelhecimento natural.
mental, desde que utilizado da forma correta. Do contrário, a implantação
deste sistema pode ocasionar outros problemas, talvez de cunho ainda Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o papel que a de-
maior. ficiência de água

AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES 2. QUÍMICOS

O termo “gestão de documentos” ou “administração de documentos” é Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um índice de aci-
uma tradução do termo inglês “records management”. O primeiro é originá- dez elevado (pH 5 em média) e portanto uma permanência duvidosa.
rio da expressão franco-canadense gestion de documents e o segundo é Somemos ao elevado índice de acidez, o efeito das altas temperaturas
uma versão iberoamericana do conceito inglês. Entre essas duas variantes, predominante nos países tropicais e subtropicais e uma variação da umida-
o primeiro parece ser o mais difundido entre nós. de relativa, teremos um quadro bastante desfavorável na conservação de
documentos em papel. Dentre as causas de degradação do papel, pode-
O Dicionário de Terminologia Arquivística editado pelo Conselho Inter- mos citar as de origem intrínseca e as de origem extrínsecas.
nacional de Arquivos em 1984 define gestão de documentos como um
aspecto da administração geral relacionado com a busca de economia e Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos ácidos, ainda que
eficácia na produção, manutenção, uso e destinação final dos documentos. nas condições de conservação mais favoráveis. A poluição atmosférica é
uma das principais causas da degradação química.
O Dicionário de Terminologia Arquivística, publicado em São Paulo em
1990 e reeditado em 1996, conceitua gestão de documentos como um Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na documenta-
“conjunto de medidas e rotinas visando a racionalização e eficiência na ção. Foi e é usada para escrever em papéis, pergaminhos e materiais
criação, tramitação, classificação, uso primário e avaliação de arquivos”. similares, desde que o homem sentiu necessidade de registrar seu avanço
técnico e cultural, e é ainda indispensável para a criação de registros e para
No âmbito da legislação federal, “considera-se gestão de documentos o atividades relacionadas aos interesses de vida diária.
conjunto de procedimentos e operações referentes à sua produção, trami-
tação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, 3. BIOLÓGICOS
visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente” . Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves danos a arquivos e
CONCEITO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos. Os principais
insetos são:
Dentro de uma biblioteca, arquivo ou museu duas seções devem ser
enfocadas: a de conservação e a de restauração. Anobiídeos (brocas ou carunchos)
Thysanura (traça)
Blatta orientalis (barata)
Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte deles produzem mudanças fundamentais nos métodos de trabalho das pessoas que gera-
pigmentos que mancham o papel. vam a informação no momento desses desenvolvimentos e pelos séculos
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção contra os seguintes. Essas tecnologias também mudaram profundamente a socieda-
insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do total do documento. de em seu conjunto. Nós que vivemos sobre a terra nesse momento somos
testemunhas de desenvolvimentos que se desenrolam a uma velocidade
4. AMBIENTAIS impressionante.
Ventilação - é um outro fator a considerar como elemento que favorece Histórico recente
o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há pouca aeração.
Durante os anos de 1960 assiste-se à implantação de computadores
Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvolvimento dos a- nos governos e corporações mais importantes. Muito caros, esses apare-
gentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a presença de pó. lhos são sensíveis à temperatura e precisam ser instalados nos locais
5. HUMANOS talhados sob medida e com acesso controlado. Os computadores não são
muito “inteligentes”, mas o que interessa é que podem calcular com muita
O Homem, ao lado dos insetos e microrganismos é um outro inimigo rapidez. Somente hoje os computadores começam a ser capazes de tratar
dos livros e documentos, embora devêssemos imaginar que ele seria ser o de atividades mais “inteligentes”.
mais cuidadoso guardião dos mesmos.
Ao mesmo tempo, as organizações de menor tamanho buscam a má-
Gestão documental quina de escrever elétrica, que se espalha durante os anos de 1960 e 1970.
Por volta do fim dos anos de 1970 assiste-se à chegada de aparelhos
A gestão documental ou gestão de documentos é um ramo da
dedicados ao tratamento de textos. Ainda uma vez, os preços são tão
arquivística responsável pela administração de documentos nas fases
elevados que somente as organizações bastante importantes têm condi-
corrente e intermediária (primeira e segunda idade).
ções de usar essas máquinas. Ao mesmo tempo, as máquinas de escrever
Em termos informáticos, a Gestão Documental é uma solução de eletrônicas chegam ao mercado, mas sua utilização não se torna muito
arquivo, organização e consulta de documentos em formato eletrônico onde difundida em razão da chegada quase simultânea dos microcomputadores.
existe toda a informação de natureza documental trocada entre os
O aparecimento dos microcomputadores em 1980 muda radicalmente o
utilizadores da aplicação. Esta solução permite a colaboração numa
quadro tecnológico. O computador pessoal custa menos que um automóvel.
organização através da partilha de documentos, beneficia e facilita os
Hoje um computador custa muito menos que um carro e é capaz de execu-
processos de negócio de uma empresa. A Gestão Documental integrada
tar as importantes operações que os grandes computadores do tipo main-
com outras soluções, como por exemplo, a digitalização, fax e email
frame não realizavam nos anos de 1960 e 1970. O novo ambiente, que se
permitem gerir toda a informação não estruturada (documentos) importante
instala rapidamente, cria um problema de escala para os aparelhos admi-
da organização. Num processo de gestão documental o seu inicio é quando
nistrativos, que se vêem impossibilitados de seguir tantos desenvolvimen-
há a recepção do documento em que este passa pela fase de
tos.
desmaterialização, ou seja, digitalização do documento geralmente em
formato papel para um formato eletrônico. Numa segunda fase os Por exemplo, a política do NARA ( National Archives and Records Ad-
documentos em formato eletrônico são submetidos a uma classificação, de ministration, nos Estados Unidos) sobre os arquivos ordinolingues está tão
seguida há uma definição dos vários estádios do ciclo de vida do mal estabelecida (aproximadamente 25 anos após o começo da informati-
documento ao longo da sua existência, como por exemplo, a publicação, zação), que a chegada da microinformática nos obriga a interrogar sobre a
aprovação, distribuição, reencaminhamento e desactualizado (destruído). pertinência dessa política (Bergeron 1992,54).
Por último, este processo disponibiliza ao utilizador um método de
localização eficaz semelhante a um browser, por exemplo, o Google. Aliás, os exemplos de perdas de arquivos eletrônicos importantes se
multiplicam: os dados do recenseamento americano de 1960, a primeira
AUTOMAÇÃO mensagem de correio eletrônico em 1964, os dados sobre as florestas do
Brasil capturadas por satélite nos anos de 1970, os dados da NASA, e
O novo mundo dos arquivos – automação assim por diante. Os exemplos americanos são característicos da situação
.James M. Turner – U. de Montreal por toda parte do mundo.

Introdução A situação hoje

Para bem se entender a problemática atual dos arquivos, é preciso Atualmente a capacidade dos computadores muda de modo radical e
compreender o século XX sob o ponto de vista da extraordinária rapidez da muito velozmente, abalando assim os fundamentos teóricos do arquivismo.
evolução tecnológica. É suficiente lembrar que diversos atores, cada um Nós transferimos para o ambiente informatizado as políticas desenvolvidas
tendo uma influência profunda sobre a sociedade humana, se instalaram no para os documentos sobre papel, mas a complexificação das tecnologias e
cenário tecnológico durante esse período: por exemplo, a eletricidade, o a influência dessas últimas sobre nossos métodos de trabalho foram de tal
rádio, o telefone, o automóvel, o cinema, a máquina de escrever, para ordem que essas políticas não são mais suficientes. O documento eletrôni-
nomear somente alguns. A partir da Segunda Guerra Mundial, assiste-se à co tornou-se um conjunto de relações ou de trechos de informação, poden-
chegada da fotocopiadora, a eletrônica, a televisão, os satélites, e sobretu- do residir em diferentes arquivos (Bergeron 1992, 53). Por exemplo, o
do os computadores. A partir da década de 1970, a telemática, ou seja, o relatório anual de uma companhia pode consistir em arquivos de texto,
computador conectado a outros computadores via linhas telefônicas, mudou cada um redigido por uma pessoa diferente, empregando um processador
profundamente as possibilidades de comunicação de documentos. Desde textual diferente num ambiente informático diverso. Pode-se encontrar na
1990, a Internet e a World Wide Web não cessam de nos espantar por relação das fotos e outros gráficos criados com outros sistemas operacio-
causa do desenvolvimento quase cotidiano de novas possibilidades de nais, assim como os quadros estatísticos criados com diferentes sistemas
interação no mundo da informação. operacionais, e ainda gráficos gerados por outros sistemas, tudo reunido
em um documento eletrônico colocado em página para a impressão sobre
Depois de muitos anos, a disciplina de arquivística conheceu desenvol- papel ainda por outro sistema operacional, e ainda com uma versão diversa
vimentos importantes no estabelecimento da teoria, nas técnicas de organi- para ser instalada no Web. O leitor recebe um simples documento em
zação e nos métodos de trabalho. Constata-se, entretanto, que apesar de papel, mas o arquivista responsável pelo documento eletrônico deve pensar
nossa disciplina ainda não estar estabilizada definitivamente, desde já é a organização para a armazenagem, a marcação e a preservação de todos
preciso rever seus fundamentos teóricos e estabelecer um novo paradigma esses arquivos, bem como a relação entre eles.
para a disciplina em função das novas tecnologias da informação.
Outro problema de capacidade: não se pode mais conservar a informa-
É útil observar nesse contexto que não há nada de novo. Pode-se ção apenas em formato linear. O hipertexto e as ligações hipertextuais e
constatar que são sempre as mudanças tecnológicas que determinam a hipermidiáticas, assim como as estruturas relacionais das bases de dados,
maneira de se realizar nosso trabalho de organização da informação. O acrescentam uma outra dimensão e complexificam mais o problema. Por
surgimento de novas e importantes tecnologias no campo da informação, outro lado, a chegada dos arquivos multimídia torna mais complexos do que
como nos casos do papel e da prensa de Gutenberg, causaram também nunca os arquivos eletrônicos (Bergeron 1992,53).
Outros fatores importantes que contribuem para as mudanças funda- gerir o fichário informático (por exemplo, as informações técnicas concer-
mentais nas teorias e nas práticas, quando se trabalha com os documentos nentes ao formato do fichário), etc.. Porém, é sobretudo a normalização dos
eletrônicos, são a dependência diante da mídia e dos aparelhos, a impossi- metadados que é de uma importância capital nesse contexto. Se se deseja
bilidade de entrevistar os aparelhos, a volatilidade da informação, sua permitir o acesso a muita informação via redes, tem-se todo o interesse em
segurança e sua integridade, e a proliferação de formatos proprietários, de normalizar práticas de descrição e de organização, senão o usuário será
sistemas de exploração, de sistemas operacionais, de versões desses obrigado a aprender a linguagem de cada novo sistema com o qual deseja
sistemas operacionais, bem como o preço do desenvolvimento de tudo trabalhar.
isso.
Muitas iniciativas nesse sentido foram empreendidas, por exemplo, as
Breve, no espaço de trinta anos, a natureza da matéria de que tratam Regras para a Descrição dos Documentos de Arquivos (RDDA, no Cana-
os arquivistas terá mudado radicalmente. Deve-se já distinguir o conceito dá), a Encoded Archival Description (EAD, nos Estados Unidos), a Standart
de suporte daquele de informação. Antes, como a informação estava sem- Generalized Markup Language (SGML, norma ISO 8879), e a Duplin Core,
pre integrada ao suporte, tratavam-se os dois ao mesmo tempo e pensa- a Wrawick Framework e seus sucessores (15 elementos de base para a
vam-se nos dois como sendo uma coisa só: um documento. Para adaptar a comunicação de documentos em rede). Resta ainda muito trabalho a fazer,
expressão de Negroponte (1995), antes tratavam-se dos átomos, hoje especialmente o aperfeiçoamento das normas e sua implantação universal
tratam-se dos bits. de forma independente dos sistemas operacionais e do material informáti-
co. O que nos permite ser otimistas é que, a longo prazo, seremos os
Questões atuais conservadores de documentos altamente estruturados e onde as informa-
Para os fins de nossa apresentação hoje, dividimos as questões em ções concernentes à estrutura e à organização desses documentos "via-
cinco categorias: os documentos e seus suportes, a interconectividade, a jem" através das redes com os documentos como parte integrante de tudo
normalização, a conversão e a preservação. Os documentos e seus supor- isso, não importando onde estão os diversos destinatários eletrônicos pelo
tes: A tendência para a numerização faz com que quase a totalidade dos mundo afora. Com a sistematização das práticas, passa-se de um mundo
arquivos seja já criado em formato informático. É claro, pode-se encontrar tecnológico caótico a um mundo ordenado.
exceções; entretanto, essa tendência é clara. Ora, o antigo papel pode Para chegar a um mundo no qual toda a informação está em formato
durar milhares de anos, mesmo em más condições. Pode-se maltratá-lo e eletrônico e acessível a quem possua um computador e uma ligação com
mesmo assim ler facilmente o texto que está relatado sobre o papel. Ao as redes, precisaria considerar a conversão maciça dos fichários já existen-
contrário, os suportes eletrônicos são muito instáveis, mesmo nas melhores tes, senão não se poderia consultar as informações mais recentes. Como
condições. A duração dos suportes eletrônicos é suficiente para muitas assinalava Clifford Lynch, este importante observador das atividades das
situações, é claro, mas pouca para a conservação a longo prazo dos arqui- grandes redes, se se confia nas informações disponíveis em linha, teremos
vos. O problema é tributário do fato de que nossa tendência é adotar, para a impressão de que a história da raça humana sobre a terra começou em
fins de gestão da informação, as tecnologias criadas para outros fins. 1970. Que fazer então com as informações acumuladas em nossos depósi-
Para conjugar-se ao problema da longevidade dos suportes, tem-se re- tos depois de séculos?
corrido ao repiquage. Periodicamente, copia-se o sinal eletrônico sobre um É preciso demonstrar se a conversão dos fichários existentes é desejá-
suporte novo a fim de assegurar sua sobrevida. Todavia, hoje, os desenvol- vel, se ela é necessária, se ela é possível. No momento, entretanto, há
vimentos tecnológicos estão de tal forma rápidos, que esta prática não é obstáculos importantes, especialmente as infra-estruturas atuais, o estado
mais suficiente. Agora a mudança que precisa ser vista é a "migração", ou das tecnologias e os custos necessários. Tomemos por exemplo o estado
seja, a prática não somente de copiar um documento eletrônico antigo dos numériseurs e os sistemas operacionais de reconhecimento ótico de
sobre um suporte novo, mas também de o converter a uma versão mais caracteres (ROC). O alvo desses últimos é permitir a conversão de docu-
recente do sistema operacional empregado para o conceber, ou ainda em mentos impressos sobre papel e fichários tratáveis por computador e isso a
um outro sistema operacional mais normalizado e capaz de o ler, a fim de custo abordável. Mas os melhores sistemas operacionais atuais não fazem
assegurar sua consultabilidade a longo prazo. prova de uma taxa de resultados além de 97% ou 98% (Linke 1997, 70).
A interconectividade, representada atualmente pela Internet e pelo Em princípio, isso pode parecer muito elevado, mas quando se considera
Word Wibe Web, acrescenta uma dimensão nova à problemática. Não que aquilo se traduz por cerca de trinta erros por folha A4 datilografada em
somente pode-se conectar dois computadores via rede telefônica, mas vê- espaço duplo, compreende-se facilmente que a intervenção humana é
se hoje redes inteiras de computadores interligadas em uma vasta super- necessária para efetuar a correção de cada página antes que a possamos
rede em escala mundial. Vê-se nesse contexto do desenvolvimento da considerar como consultável.
Infovia, numerosas vantagens para os depósitos dos arquivos: por exemplo, Por outro lado, seria necessário prever muitas vezes não apenas a
a visibilidade, a difusão ampla das fontes, a facilidade de consulta pelos conversão de textos em octetos, mas também uma restruturação dos
usuários, a possibilidade do teletrabalho para os arquivistas. Mas até onde dados. Por exemplo, um fichário de informação estocado sobre fichas de
deveria ir esta presença? Dever-se-ia contentar com informações gerais cartão tomará sem dúvida a forma de uma base de dados. É preciso não
num resumo das fontes, ou seria melhor colocar em linha os instrumentos somente prever os campos evidentes nas estruturas, mas também de
de pesquisa, os planos de classificação, os calendários de conservação, e outros para acomodar a informação analógica e aquela que pode ser a-
eventualmente o texto inteiro de documentos manuscritos? Dever-se-ia crescentada à mão sobre as fichas, senão há perda de informações.
fornecer o acesso via as redes às nossas bases de dados, aos documentos
eletrônicos, às imagens de documentos manuscritos? Consideremos igualmente o caso da dimensão dos fichários de ima-
gens de páginas, fichários onde o texto não é tratável por computadores,
Por outro lado, esse novo mundo nos apresenta um problema filosófi- mas que se pode ler sobre uma tela. A uma resolução de 400 pontos por
co: sobre a Infovia, há uma verdadeira distinção entre arquivos numéricos e polegada (ppp), se conta em torno de 85Ko/página. Porém, quando melho-
bibliotecas numéricas ( “ arquivos digitais” e “bibliotecas digitais”)? Se todos ra-se a resolução para 600 ppp, ele nos custa em espaço de estocagem
os textos são conservados em formato eletrônico, em que a cópia original é cerca de 500 Ko/página. Para atender a resolução do microfilme, precisaria
estocada num computador para consulta através das redes, ou seja, se um escanear a 1000 ppp. A título de exemplo desse problema à escala de um
documento de arquivo torna-se um fichário informático e se um livro torna- arquivo, nota-se que para contar o estado civil dos habitantes de Québec,
se também um fichário informático, podemos ainda distinguir as bibliotecas em torno de 18 milhões de certidões, ele custará 650 Go de espaço de
dos arquivos ( Preserving digital information 1996, 7)? Esse problema estocagem para registrar somente as imagens desses dados, que não
demonstra a que ponto as mudanças tecnológicas são profundas. estarão ainda em formato de fichários manipuláveis para uso, sem falar nos
Nesse complexo contexto , os metadados, essas camadas de dados trinta meses de trabalho para efetuar essa pesquisa (Lubkov 1997, 42).
adicionais que utilizamos para descrever e organizar os dados contidos nos Para disfarçar os problemas desses fichários de imagens que permitem
documentos eletrônicos, ganham muita importância. Há múltiplos tipos de ao usuário ver a colocação de um texto na página, mas que não o permite
metadados: para a apresentação do documento (por exemplo, os sinais de manipular os dados, desenvolve-se atualmente linguagens de descrição de
estilos, de caracteres itálicos), para exprimir suas relações com outros páginas. Isto acrescentou uma camada de metadados, permitindo afixar o
documentos (por exemplo, de linhas, de pontos), para exprimir a cataloga- texto com a sua colocação na página exigida, e substituirão, pode-se espe-
ção, a classificação, a indexação ( os pontos de acesso para o tema), para rar, esses sistemas operacionais intermitentes tal como o Acrobat d’Adobe,
que oferece uma colocação em página que exige muita memória informáti- A questão da “prisão ASCIL”, expressão de Mitchell Kapor para desig-
ca, mas que está sempre em forma de ficha não manipulável, como uma nar o problema das línguas não inglesas que lutam para ostentar suas
telecópia. marcas diacríticas no meio informático, é extremamente importante no
contexto das redes. A “consortium Unicode” trabalha há vários anos para
Os problemas associados à imagem fixa e em movimento são ainda desenvolver um código informático que dê conta de todas as línguas escri-
mais importantes. A questão mais notável associada a esse gênero de tas, mas esse código toma 16 bits de memória para cada caracter compa-
documentos é a dimensão dos fichários quando esses documentos são rado a 7 ou 8 para os dados codificados em ASCIL, e os produtores de
informatizados. Para a imagem fixa, não há mais problema com as simples sistemas operacionais não os adotam muito rapidamente. Todavia, com o
imagens em preto e branco, mas cada pixel que compõe a imagem tem desenvolvimento das soluções a baixo custo dos problemas de estocagem
necessidade de muito mais profundidade para exprimir as cores, e assim e de tratamento, este problema importante vai, sem dúvida, ser solucionado
mais memória informática. Para uma imagem em torno de 20 cm por 25 cm, num futuro não muito distante. Um passo importante: a “World Wide Web
é preciso mais ou menos 1Mo de memória. Para a imagem em movimento, Consortium” vem de anunciar (julho 1997) a publicação da primeira versão
sem compressão, necessita-se 40 Mo/imagens. A taxa de affichage do filme de trabalho da HTML 4, a qual adota como jogo de caracteres a “Unicode”.
é de 24 imagens/segundo, e do vídeo, 30 imagens/segundo. O custo em
memória para estocar um filme de 90 minutos é então de 960 Mo por Ao nível dos suportes físicos, o obstáculo principal é sua instabilidade.
segundo de filme, e então de 59,6 Go por minuto e de 3,5 To/hora, ou seja, É necessário encontrar soluções neste nível para evitar que estejamos
aproximadamente 5 To por 90 minutos de filme. eternamente condenados a substituir a intervalos relativamente curtos a
totalidade de arquivos que possuímos. No momento, não há nada além de
A título de exemplo do que estes algarismos representam em um caso tecnologias experimentais, mas é preciso crer que o problema será resolvi-
concreto, pode-se notar que o sistema “Cineon de Kodak”, um dos poucos do eventualmente. Passa-se sob silêncio os problemas de deterioração
sistemas disponíveis para a numeração da imagem em movimento, neces- química e biológica.
sitaria de 33 grossos cassetes para estocar este filme, ao custo de 13.000 $
US pela fita magnética somente! Além disto, o sistema necessitaria de 110 Ao nível do endocage, assinalemos os problemas de integridade e au-
horas para converter a imagem em movimento do formato analógico ao tenticidade dos dados. Os arquivistas precisam ter confiança de que os
formato numérico. Isto se traduz por mais de uma hora de tratamento por documentos informáticos dos quais eles têm a guarda não podem ser
minuto de filme. Não falamos ainda de custos de tratamento. E com tudo alterados, e que o documento que eles oferecem aos usuários por consulta
isso, seria necessário transplantar cassetes em dez ou vinte anos para é o mesmo que eles receberam por arquivo.
evitar a perda de todo esse trabalho!
Ao nível dos sistemas operacionais, tem-se a necessidade de desen-
Como os suportes numéricos não são confiáveis para a conservação a volver os sistemas melhor integrados às necessidades dos arquivistas e
longo prazo, enaltece-se às vezes a impressão sobre papéis do código dos usuários, tanto ao nível das linhas diretas entre os sistemas de gestão
informático codificado em algarismos 1 e 0, em razão das propriedades de e documentos quanto ao nível da interação pessoa-máquina. Visto desta
conservação a longo praz do papel. Mais tarde um sistema operacional de última perspectiva, os sistemas operacionais disponíveis atualmente são
reconhecimento ótico de caracteres lerá o código para reconstituir o fichário bastante penosos, não recorrem senão de maneira muito primitiva aos
informático. Para a imagem em movimento, esta prática não será nada aparelhos cognitivos dos usuários.
prática, pois um cálculo rápido nos dá os algarismos seguintes, baseados
sobre um sistema que permite a resolução comandada de 320 milhões de Como vimos, a conversão dos fichários permanece um problema im-
pixels por imagem: a 24 imagens/segundo, serão necessários aproximada- portante por várias razões. Podemos assinalar particularmente as dificulda-
mente 8 bilhões de pixels/segundo de filme 35mm. No ritmo de 6000 des de conversão de fichários de ordem técnica e aqueles de ordem eco-
bits/página (quando se datilografa com entrelinha simples, calcula-se 3000), nômica. Além disso, teríamos vantagem em considerar como inaceitável a
contaremos 5600 páginas (uma pilha de aproximadamente 5m) por cada prática atual de versar os dados nos sistemas de informação sem controle
segundo de filme, e portanto 180 m3 por minuto de filme, vale dizer, 16 km de qualidade, ao dizer que se fará correções mais tarde. Muito frequente-
de espaço para estocar nosso filme de 90 minutos! Decididamente, não se mente vimos que as condições econômicas não permitem essas correções.
poderá considerar a numeração das coleções de imagem em movimento As pessoas que administram os orçamentos têm a impressão de que os
antes de encontrar maneiras mais econômicas de estocar os fichários trabalhos estão completos, e são os usuários que sofrem a utilização des-
assim criados. ses dados não verificados e não corrigidos. Como é o caso em qualquer
ouro lugar, o controle de qualidade é importante no arquivamento de dados
Considerando a preservação e a conservação dos arquivos eletrônicos, eletrônicos.
podemos nos voltar um pouco para as conclusões do grupo de trabalho
sobre a preservação dos arquivos numéricos (Preserving digital information Terminando, analisaremos o problema considerável da pilha de fichá-
1996, 37). Este grupo de trabalho conclui que a responsabilidade primeira rios necessária para a estocagem de imagens em movimento quando estas
para a informação numérica permanece com os criadores, os fornecedores últimas são numerosas, os problemas arquivísticos associados à compre-
e, eventualmente, os proprietários. Além disso, o grupo enaltece a criação ensão de imagens para melhor estocá-las, o trabalho considerável requeri-
de uma infra-estrutura muito profunda (deep infrastructure) capaz de supor- do para efetuar os trabalhos de conversão, os custos implicados nesse
tar um sistema distribuído de dados. Na disposição de uma tal estrutura, processo, e o problema ao nível da infra-estrutura incapaz de tratar conve-
criar-se-á um processo de certificação de organizações capazes de estocar, nientemente esses enormes fichários.
de migrar e abastecer o acesso às coleções numéricas. Estas organizações Soluções a longo prazo Apesar dos numerosos e importantes proble-
certificadas teriam o direito legal de intervir pela salvaguarda de documen- mas associados atualmente aos arquivos automatizados, podemos ainda
tos depositados alhures, em caso de perigo de destruição, seja por uma assim esperar ver melhoras consideráveis a curto, médio e longo prazo. A
ameaça física à integridade dos documentos, seja por uma mudança de importância dos trabalhos em curso nos deixa crer que se verá o controle
políticas de conservação em outro lugar, devido à privatização de um dos dados desde sua criação até sua disposição eventual, seja por elimina-
arquivo, por exemplo. ção, seja por sua instituição como arquivos permanentes. Nossos métodos,
Obstáculos à automação nossos processos, nossas práticas, nossas normas serão estabilzadas
eventualmente. O turbilhão tecnológico no qual nos encontramos atualmen-
Nesta parte, resume-se brevemente alguns obstáculos atuais à auto- te dará lugar aos métodos normalizados, sobre os quais trabalhamos
mação dos arquivos. Em nível das infra-estruturas, a banda frequentada atualmente.
terá necessidade de ser acrescida consideravelmente antes que se possa
responder convenientemente às necessidades dos usuários cujo número No que concerne aos computadores, esses instrumentos de trabalho
não cessa de crescer. Devemos prever eventualmente o acesso universal à tão importantes à nossa vida, veremos bem eventualmente a chegada de
Internet e seus sucessores, como é o caso do correio à escala internacio- computadores melhor “educados” para responder a nossas necessidades.
nal, ou ainda do telefone. Lembremos que no momento somente uma Eles serão capazes de detectar um problema de funcionamento que expe-
ínfima parte da população global está em linha, e que mesmo nos países rimentamos, por exemplo, e intervir de maneira interativa para nos apontar
industrializados falamos apenas de dez ou quinze por cento da população. as soluções possíveis. Veremos disponíveis em linha de demonstrações
vídeo para nos mostrar como executar tal função, como executar tal tarefa,
efetuar tal manobra informática. Além disso, o desenvolvimento de tipos de
memória viva e morta que não se apagam automaticamente ou que não se DESPACHO – Decisão proferida pela autoridade administrativa em ca-
corrompem em função de uma falha de eletricidade nos permite assegurar so que lhe é submetido à apreciação; o despacho pode ser favorável ou
nossos temores psicológicos face a nossas relações com esses instrumen- desfavorável à pretensão solicitada pelo administrador, servidor público ou
tos que têm uma importância tão grande em nossas vidas. Veremos even- não.
tualmente a automatização de procedimentos de salvaguarda, de formação
de usuários, de migração de dados e de outras funções arquivistas. Final- DILIGÊNCIA – É o ato pelo qual um processo que, tendo deixado de
mente, com o tempo assistiremos sem dúvida ao desenvolvimento de atender as formalidades indispensáveis ou de cumprir alguma disposição
suportes informáticos tão inabaláveis quanto o velho papel. legal, é devolvido ao órgão que assim procedeu, a fim de corrigir ou sanar
as falhas apontadas.
Terminando, será bom lembrar que nós nos encontramos atualmente
no meio desse turbilhão tecnológico, que o papel que representamos neste DISTRIBUIÇÃO - É a remessa do processo às unidades que decidirão
momento é de uma grande importância histórica, pois é a presente geração sobre a matéria nele tratada.
de arquivistas que assegura a transição entre dois mundos tecnológicos DOCUMENTO - É toda informação registrada em um suporte material,
fundamentalmente diferentes um do outro. É na gestão dessa transição que suscetível de consulta, estudo, prova e pesquisa, pois comprova fatos,
nós podemos tirar vantagem de nossas atividades para os próximos anos. fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada
Tradução de Andréa Araújo do Vale, Carla da Silva Miguelote e Rejane época ou lugar.
Moreira.
De acordo com seus diversos elementos, formas e conteúdos, os do-
PROCEDIMENTOS GERAIS PARA UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE cumentos podem ser caracterizados segundo o gênero, a espécie e a
PROTOCOLO natureza, conforme descrito a seguir.
1. OBJETIVO a) Caracterização quanto ao gênero
Esta norma tem por objetivo equalizar os procedimentos gerais referen- Documentos textuais: São os documentos manuscritos, datilografados
tes à gestão de processos e correspondência, com a finalidade de criar ou impressos;
bases para a implantação de sistemas informatizados unificados no âmbito
Documentos cartográficos: São os documentos em formatos e dimen-
a que se destina.
sões variáveis, contendo representações geográficas arquitetônicas ou de
2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES engenharia. Ex.: mapas, plantas e perfis;
Para efeito desta norma, foram utilizados os seguintes conceitos e de- Documentos iconográficos: São documentos em suporte sintético, em
finições: papel emulsionado, contendo imagens estáticas. Ex.: fotografias (diapositi-
vos, ampliações e negativos fotográficos), desenhos e gravuras;
AUTUAÇÃO E/OU FORMAÇÃO DE PROCESSO - É o termo que ca-
racteriza a abertura do processo. Na formação do processo deverão ser Documentos filmográficos: São documentos em películas cinematográ-
observados os documentos cujo conteúdo esteja relacionado a ações e ficas e fitas magnéticas de imagem (tapes), conjugadas ou não a trilhas
operações contábeis financeiras, ou requeira análises, informações, despa- sonoras, com bitolas e dimensões variáveis, contendo imagens em movi-
chos e decisões de diversas unidades organizacionais de uma instituição. mento. Ex.: filmes e fitas vídeomagnéticas;
CORRESPONDÊNCIA - É toda espécie de comunicação escrita, que Documentos sonoros: São os documentos com dimensões e rotações
circula nos órgãos ou entidades, à exceção dos processos. variáveis, contendo registros fonográficos. Ex.: discos e fitas audiomagnéti-
cas;
Quanto à natureza: A correspondência classifica-se em interna e exter-
na, oficial e particular, recebida e expedida. Documentos micrográficos: São documentos em suporte fílmico resul-
tante da microrreprodução de imagens, mediante utilização de técnicas
a) Interna e externa específicas. Ex.: rolo, microficha, jaqueta e cartão-janela;
A correspondência interna é mantida entre as unidades do órgão ou Documentos informáticos: São os documentos produzidos, tratados e
entidade. armazenados em computador. Ex.: disco flexível (disquete), disco rígido
A correspondência externa é mantida entre os órgãos ou entidades da (Winshester) e disco óptico.
Administração Pública Federal. b) Caracterização quanto à espécie
b) Oficial e particular Atos normativos: Expedidos por autoridades administrativas, com a fi-
A correspondência oficial é a espécie formal de comunicação mantida nalidade de dispor e deliberar sobre matérias específicas. Ex.: medida
entre os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal ou destes provisória, decreto, estatuto, regimento, regulamento, resolução, portaria,
para outros órgãos públicos ou empresas privadas. instrução normativa, ordem de serviço, decisão, acórdão, despacho decisó-
rio, lei;
A correspondência particular é a espécie informal de comunicação utili-
zada entre autoridades ou servidores e instituições ou pessoas estranhas à Atos enunciativos: São os opinativos, que esclarecem os assuntos, vi-
Administração Pública Federal. sando a fundamentar uma solução. Ex.: parecer, relatório, voto, despacho
interlocutório;
c) Recebida e expedida
Atos de assentamento: São os configurados por registros, consubstan-
A correspondência recebida é aquela de origem interna ou externa re- ciando assentamento sobre fatos ou ocorrências. Ex.: apostila, ata, termo,
cebida pelo protocolo central ou setorial do órgão ou entidade. auto de infração;
A expedição é a remessa da correspondência interna ou externa no Atos comprobatórios: São os que comprovam assentamentos, decisões
âmbito da Administração Pública Federal. etc. Ex.: traslado, certidão, atestado, cópia autêntica ou idêntica;
DESAPENSAÇÃO - É a separação física de processos apensados. Atos de ajuste: São representados por acordos em que a Administra-
ção Pública Federal, Estadual ou Municipal - é parte. Ex: tratado, convênio,
DESENTRANHAMENTO DE PEÇAS - É a retirada de peças de um
contrato, termos (transação, ajuste etc.) e,
processo, que poderá ocorrer quando houver interesse da Administração ou
a pedido do interessado. Atos de correspondência: Objetivam a execução dos atos normativos,
em sentido amplo. Ex: aviso, ofício, carta, memorando, mensagem, edital,
DESMEMBRAMENTO – É a separação de parte da documentação de
intimação, exposição de motivos, notificação, telegrama, telex, telefax,
um ou mais processos para formação de novo processo; o desmembra-
alvará, circular.
mento de processo dependerá de autorização e instruções específicas do
órgão interessado. c) Caracterização quanto à natureza
Documentos Secretos: São os que requerem rigorosas medidas de se- Nome:
gurança e cujo teor ou característica possam ser do conhecimento de Cargo ou função:
servidores que, embora sem ligação íntima com seu estudo e manuseio, Unidade:
sejam autorizados a deles tomarem conhecimento em razão de sua res- Órgão:
ponsabilidade funcional; Endereço:
CEP:
Documentos Urgentes: São os documentos cuja tramitação requer Espécie: nº. /Ano:
maior celeridade que a rotineira. Ex.: Pedidos de informação oriundos do
Poder Executivo, do Poder Judiciário e das Casas do Congresso Nacional; Destinatário
mandados de segurança; licitações judiciais ou administrativas; pedidos de Pronome de tratamento
exoneração ou dispensa; demissão; auxílio - funeral; diárias para afasta- Nome:
mento da Instituição; folhas de pagamento; outros que, por conveniência da Cargo ou função:
Administração ou por força de lei, exijam tramitação preferencial. Unidade:
Documentos Ostensivos: São documentos cujo acesso é irrestrito; Órgão:
Endereço:
Documentos Reservados: São aqueles cujo assunto não deva ser do CEP:
conhecimento do público em geral.
O protocolo central receberá a correspondência e verificará se o desti-
RECEBIMENTO, REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO DE DOCUMENTOS natário ou a unidade pertencem ou não ao órgão ou entidade; em caso
Ao receber a correspondência e proceder à abertura do envelope, o negativo, devolverá a correspondência ao remetente, apondo o carimbo, e
protocolo setorial deverá observar: identificando o motivo da devolução.

a) se está assinado pelo próprio remetente, por seu representante legal As unidades de protocolo central remeterão a correspondência lacrada,
ou procurador, caso em que deverá ser anexado o instrumento de procura- ao protocolo setorial da unidade à qual pertença o destinatário, controlando
ção; por meio de sistema próprio.

b) se está acompanhado dos respectivos anexos, se for o caso; d) Correspondência Expedida

c) se contém o comprovante de recebimento, e providenciar a respecti- O controle da expedição de correspondência caberá ao respectivo pro-
va devolução; tocolo setorial, responsável pela numeração, que deverá ser sequencial,
numérico-cronológica e iniciada a cada ano.
d) se a correspondência será autuada ou não;
O protocolo central do órgão ou da entidade manterá um controle da
A seguir, tratar o documento conforme os procedimentos descritos a- expedição de correspondência, a fim de informar aos usuários, sua locali-
baixo, destinados à correspondência ou processo, conforme o caso. zação, em tempo real.
Nenhuma correspondência poderá permanecer por mais de 24h (vinte
e quatro horas) nos protocolos, salvo aquelas recebidas às sextas-feiras,
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
véspera de feriados ou pontos facultativos.
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5 o,
4. PROCEDIMENTOS COM RELAÇÃO À CORRESPONDÊNCIA no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição
a) Toda correspondência oficial expedida deverá conter, para sua iden- Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga
tificação em sistema próprio, a espécie do documento e o órgão emissor, a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei
seguido da sigla da unidade, do número de ordem, destinatário, assunto e no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
da data da emissão.
A correspondência oficial expedida será encaminhada por intermédio A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
do protocolo central do órgão ou entidade, por meio dos serviços da empre- Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
sa de correios, ou utilizando-se de meios próprios para efetuar a entrega.
CAPÍTULO I
A correspondência oficial interna será encaminhada por intermédio do
protocolo setorial; DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observa-
Toda correspondência oficial expedida será acondicionada em envelo- dos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garan-
pe, contendo, no canto superior esquerdo, o nome, cargo, endereço do tir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II
destinatário, a espécie e número da correspondência, bem como nome e do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
endereço do remetente, a fim de, em caso de devolução, a empresa de Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
correios o localize, conforme modelo a seguir: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Po-
deres Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e
Ex.: Ressalta-se que o documento oficial faz referência ao cargo do
do Ministério Público;
destinatário e não à pessoa que o ocupa; portanto, quando um documento
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
oficial for encaminhado para um destinatário que não ocupe mais o cargo,
sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou
deverá ser aberto, para as providências cabíveis.
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
b) A correspondência particular não será expedida pelas unidades de Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às en-
protocolo central ou setorial do órgão ou entidade. tidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações
de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou medi-
A correspondência de caráter particular recebida pelas unidades de ante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios,
protocolo central ou setorial deverá ser encaminhada diretamente ao desti- acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.
natário. Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entida-
c) Correspondência Recebida e expedida des citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e
à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam
Correspondência Recebida legalmente obrigadas.
Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a asse-
A correspondência recebida será entregue no protocolo central de cada
gurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executa-
órgão ou entidade da Administração Pública Federal, para posterior distri-
dos em conformidade com os princípios básicos da administração pública e
buição.
com as seguintes diretrizes:
Remetente
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como cos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socieda-
exceção; de e do Estado.
II - divulgação de informações de interesse público, independente- § 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por
mente de solicitações; ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnolo- por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.
gia da informação; § 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato admi-
administração pública; nistrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
V - desenvolvimento do controle social da administração pública. § 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formu-
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se: lado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não fundamenta-
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utiliza- da, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32
dos para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer desta Lei.
meio, suporte ou formato; § 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o inte-
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que ressado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicân-
seja o suporte ou formato; cia para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à res- § 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o respon-
trição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segu- sável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez)
rança da sociedade e do Estado; dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural iden- Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, inde-
tificada ou identificável; pendentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à pro- âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou
dução, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, geral por eles produzidas ou custodiadas.
transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, § 1o Na divulgação das informações a que se refere o caput, deve-
avaliação, destinação ou controle da informação; rão constar, no mínimo:
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhe- I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços
cida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados; e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público;
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produ- II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos
zida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipa- financeiros;
mento ou sistema; III - registros das despesas;
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusi- IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusi-
ve quanto à origem, trânsito e destino; ve os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com celebrados;
o máximo de detalhamento possível, sem modificações. V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informa- projetos e obras de órgãos e entidades; e
ção, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. § 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entida-
CAPÍTULO II des públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede
Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas mundial de computadores (internet).
as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: § 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamen-
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a to, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
ela e sua divulgação; I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o aces-
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, au- so à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de
tenticidade e integridade; e fácil compreensão;
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, ob- II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos ele-
servada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restri- trônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto,
ção de acesso. de modo a facilitar a análise das informações;
Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em
entre outros, os direitos de obter: formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de aces- IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação
so, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a infor- da informação;
mação almejada; V - garantir a autenticidade e a integridade das informações dispo-
II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou níveis para acesso;
acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
públicos; VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comu-
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou enti- nicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora
dade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entida- do sítio; e
des, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entida- no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os
des, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, no 186, de 9 de julho de 2008.
utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e § 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habi-
VII - informação relativa: tantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos progra- refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de
mas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e
indicadores propostos; prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado median-
prestações de contas relativas a exercícios anteriores. te:
§ 1o O acesso à informação previsto no caput não compreende as I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e en-
informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científi- tidades do poder público, em local com condições apropriadas para:
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respecti- Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de
vas unidades; negativa de acesso, por certidão ou cópia.
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informa- Seção II
ções; e Dos Recursos
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à par- Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às
ticipação popular ou a outras formas de divulgação. razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra
CAPÍTULO III a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquica-
Seção I mente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifes-
Do Pedido de Acesso tar no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades
a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-
qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do reque- Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
rente e a especificação da informação requerida. I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for nega-
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a identifi- do;
cação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicita- II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcial-
ção. mente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar al- a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
ternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios desclassificação;
oficiais na internet. III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa esta-
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos de- belecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
terminantes da solicitação de informações de interesse público. IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimen-
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder tos previstos nesta Lei.
o acesso imediato à informação disponível. § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a
prazo não superior a 20 (vinte) dias: decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efe- § 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a Controla-
tuar a reprodução ou obter a certidão; doria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parci- providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.
al, do acesso pretendido; ou § 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de
conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o Informações, a que se refere o art. 35.
requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação
remessa de seu pedido de informação. de informação protocolado em órgão da administração pública federal,
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo
(dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o das competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
requerente. previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido
do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá ofere- às autoridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo
cer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou
que necessitar. a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Co-
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informa- mando.
ção total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre § 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto
a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreci- Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.
ação. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
§ 5o A informação armazenada em formato digital será fornecida proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de
nesse formato, caso haja anuência do requerente. documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes
§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbi-
formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso univer- tos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado
sal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual sobre o andamento de seu pedido.
se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimen- Art. 19. (VETADO).
to esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu § 1o (VETADO).
fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios § 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
para realizar por si mesmo tais procedimentos. marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministé-
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratui- rio Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, nega-
to, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou enti- rem acesso a informações de interesse público.
dade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusiva- Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784,
mente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo.
materiais utilizados. CAPÍTULO IV
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem Seção I
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei Disposições Gerais
no 7.115, de 29 de agosto de 1983. Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em do- tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
cumento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser Parágrafo único. As informações ou documentos que versem so-
oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o bre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por
original. agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o inte- objeto de restrição de acesso.
ressado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais
público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial
conservação do documento original. decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou
por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em ra-
poder público. zão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de trata-
Seção II mento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- e procedimentos de segurança das informações resultantes da aplicação
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações desta Lei.
cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: Seção IV
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação
do território nacional; Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da ad-
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as re- ministração pública federal é de competência:
lações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; a) Presidente da República;
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; b) Vice-Presidente da República;
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogati-
monetária do País; vas;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
das Forças Armadas; e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvol- exterior;
vimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos ti-
ou áreas de interesse estratégico nacional; tulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autorida- economia mista; e
des nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de inves- II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS
tigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de
repressão de infrações. hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei.
observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança § 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à
da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela
secreta ou reservada. autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior,
§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, vedada a subdelegação.
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua § 2o A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto
produção e são os seguintes: pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em
II - secreta: 15 (quinze) anos; e regulamento.
III - reservada: 5 (cinco) anos. § 3o A autoridade ou outro agente público que classificar informa-
§ 2o As informações que puderem colocar em risco a segurança ção como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35,
filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o no prazo previsto em regulamento.
término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reelei- Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo
ção. deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes
§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser es- elementos:
tabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de deter- I - assunto sobre o qual versa a informação;
minado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máxi- II - fundamento da classificação, observados os critérios estabele-
mo de classificação. cidos no art. 24;
§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias,
que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art.
acesso público. 24; e
§ 5o Para a classificação da informação em determinado grau de IV - identificação da autoridade que a classificou.
sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no
critério menos restritivo possível, considerados: mesmo grau de sigilo da informação classificada.
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela auto-
Estado; e ridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento,
seu termo final. com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, obser-
Seção III vado o disposto no art. 24.
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas § 1o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de in- peculiaridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou
formações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando agentes públicos.
a sua proteção. § 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exami-
§ 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classifi- nadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos
cada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamen- § 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o
to, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei. novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produ-
§ 2o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obri- ção.
gação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publica-
§ 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se- rá, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação
rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê- de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento:
la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últi-
autorizados. mos 12 (doze) meses;
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências neces- II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com
sárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as identificação para referência futura;
normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para trata-
mento de informações sigilosas.
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de in- § 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente
formação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações gené- público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o
ricas sobre os solicitantes. disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho
§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publica- de 1992.
ção prevista no caput para consulta pública em suas sedes. Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informa-
§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de infor- ções em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e
mações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes san-
fundamentos da classificação. ções:
Seção V I - advertência;
Das Informações Pessoais II - multa;
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de III - rescisão do vínculo com o poder público;
forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento
imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois)
§ 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati- anos; e
vas à intimidade, vida privada, honra e imagem: V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a ad-
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação ministração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria
de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de autoridade que aplicou a penalidade.
produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas § 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli-
se referirem; e cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas § 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente
se referirem. quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos
§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com
artigo será responsabilizado por seu uso indevido. base no inciso IV.
§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não será exigido § 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência
quando as informações forem necessárias: exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver físi- defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias
ca ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o da abertura de vista.
tratamento médico; Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou
interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais,
pessoa a que as informações se referirem; cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou
III - ao cumprimento de ordem judicial; culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
IV - à defesa de direitos humanos; ou Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física
V - à proteção do interesse público e geral preponderante. ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com
§ 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a
honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de submeta a tratamento indevido.
prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das CAPÍTULO VI
informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recupe- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
ração de fatos históricos de maior relevância. Art. 35. (VETADO).
§ 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamen- § 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
to de informação pessoal. ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o
CAPÍTULO V tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência
DAS RESPONSABILIDADES para:
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilida- I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultras-
de do agente público ou militar: secreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da infor-
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta mação;
Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencio- II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas,
nalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, disposto no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e
desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ul-
encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão trassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou
do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais
informação; do País, observado o prazo previsto no § 1o do art. 24.
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso § 2o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renova-
indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; ção.
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de ter- § 3o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1 o deverá
ceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informa- art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos.
ção sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e § 4o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concer- Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3o implicará a
nentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do desclassificação automática das informações.
Estado. § 5o Regulamento disporá sobre a composição, organização e
§ 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, obser-
devido processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas: vado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposi-
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, ções desta Lei.
transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles esta- Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de trata-
belecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção dos, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações
penal; ou constantes desses instrumentos.
II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institu-
1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apena- cional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credencia-
das, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. mento (NSC), que tem por objetivos:
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de se- “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal
gurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quan-
de informações sigilosas; e do houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade compe-
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aque- tente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou
las provenientes de países ou organizações internacionais com os quais a improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do
República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou exercício de cargo, emprego ou função pública.”
qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério
das Relações Exteriores e dos demais órgãos competentes. Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, orga- em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta
nização e funcionamento do NSC. Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art.
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de novem- 9o e na Seção II do Capítulo III.
bro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, cons- Art. 46. Revogam-se:
tante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e
caráter público. II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reava- Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a
liação das informações classificadas como ultrassecretas e secretas no data de sua publicação.
prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta
Lei. DECRETO Nº 7.724, DE 16 DE MAIO DE 2012
§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia- Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso
nesta Lei. II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição.
§ 2o No âmbito da administração pública federal, a reavaliação A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo
Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei. em vista o disposto na Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011,
§ 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto DECRETA:
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da legisla- CAPÍTULO I
ção precedente. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 4o As informações classificadas como secretas e ultras secretas Art. 1o Este Decreto regulamenta, no âmbito do Poder Executivo fe-
não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automati- deral, os procedimentos para a garantia do acesso à informação e para a
camente, de acesso público. classificação de informações sob restrição de acesso, observados grau e
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta prazo de sigilo, conforme o disposto na Lei no 12.527, de 18 de novembro de
Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da administração públi- 2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII
ca federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da
subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as Constituição.
seguintes atribuições: Art. 2o Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal asse-
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a in- gurarão, às pessoas naturais e jurídicas, o direito de acesso à informação,
formação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; que será proporcionado mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão, observados os
relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; princípios da administração pública e as diretrizes previstas na Lei no 12.527,
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao de 2011.
aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto Art. 3o Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
cumprimento do disposto nesta Lei; e I - informação - dados, processados ou não, que podem ser utiliza-
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumpri- dos para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer
mento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. meio, suporte ou formato;
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
tração pública federal responsável: II - dados processados - dados submetidos a qualquer operação ou
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo- tratamento por meio de processamento eletrônico ou por meio automatizado
mento à cultura da transparência na administração pública e conscientiza- com o emprego de tecnologia da informação;
ção do direito fundamental de acesso à informação;
III - documento - unidade de registro de informações, qualquer que
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao de-
seja o suporte ou formato;
senvolvimento de práticas relacionadas à transparência na administração
pública; IV - informação sigilosa - informação submetida temporariamente à
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da adminis- restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a
tração pública federal, concentrando e consolidando a publicação de infor- segurança da sociedade e do Estado, e aquelas abrangidas pelas demais
mações estatísticas relacionadas no art. 30; hipóteses legais de sigilo;
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório a-
nual com informações atinentes à implementação desta Lei. V - informação pessoal - informação relacionada à pessoa natural i-
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no dentificada ou identificável, relativa à intimidade, vida privada, honra e ima-
prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação. gem;
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro VI - tratamento da informação - conjunto de ações referentes à pro-
de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: dução, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte,
transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avalia-
“Art. 116. ção, destinação ou controle da informação;
...................................................................
VII - disponibilidade - qualidade da informação que pode ser conhe-
cida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de VIII - autenticidade - qualidade da informação que tenha sido produ-
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente zida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipa-
para apuração; mento ou sistema;
IX - integridade - qualidade da informação não modificada, inclusive
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990, passa a vigorar quanto à origem, trânsito e destino;
acrescido do seguinte art. 126-A:
X - primariedade - qualidade da informação coletada na fonte, com o II - programas, projetos, ações, obras e atividades, com indicação da
máximo de detalhamento possível, sem modificações; unidade responsável, principais metas e resultados e, quando existentes,
indicadores de resultado e impacto;
XI - informação atualizada - informação que reúne os dados mais re-
centes sobre o tema, de acordo com sua natureza, com os prazos previstos III - repasses ou transferências de recursos financeiros;
em normas específicas ou conforme a periodicidade estabelecida nos siste-
mas informatizados que a organizam; e IV - execução orçamentária e financeira detalhada;

XII - documento preparatório - documento formal utilizado como fun- V - licitações realizadas e em andamento, com editais, anexos e re-
damento da tomada de decisão ou de ato administrativo, a exemplo de pare- sultados, além dos contratos firmados e notas de empenho emitidas;
ceres e notas técnicas. VI - remuneração e subsídio recebidos por ocupante de cargo, pos-
Art. 4o A busca e o fornecimento da informação são gratuitos, res- to, graduação, função e emprego público, incluindo auxílios, ajudas de
salvada a cobrança do valor referente ao custo dos serviços e dos materiais custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecuniárias, bem como proven-
utilizados, tais como reprodução de documentos, mídias digitais e postagem. tos de aposentadoria e pensões daqueles que estiverem na ativa, de ma-
Parágrafo único. Está isento de ressarcir os custos dos serviços e neira individualizada, conforme ato do Ministério do Planejamento, Orça-
dos materiais utilizados aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê- mento e Gestão;
lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei VII - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade; e
no 7.115, de 29 de agosto de 1983.
CAPÍTULO II VIII - contato da autoridade de monitoramento, designada nos termos
DA ABRANGÊNCIA do art. 40 da Lei no 12.527, de 2011, e telefone e correio eletrônico do Serviço
de Informações ao Cidadão - SIC.
Art. 5o Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da admi- § 4o As informações poderão ser disponibilizadas por meio de fer-
nistração direta, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públi- ramenta de redirecionamento de página na Internet, quando estiverem dispo-
cas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas níveis em outros sítios governamentais.
direta ou indiretamente pela União. § 5o No caso das empresas públicas, sociedades de economia mista e
§ 1o A divulgação de informações de empresas públicas, sociedade demais entidades controladas pela União que atuem em regime de concor-
de economia mista e demais entidades controladas pela União que atuem em rência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição, aplica-se o disposto
regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição, no § 1o do art. 5o.
estará submetida às normas pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários, § 6o O Banco Central do Brasil divulgará periodicamente informações
a fim de assegurar sua competitividade, governança corporativa e, quando relativas às operações de crédito praticadas pelas instituições financeiras,
houver, os interesses de acionistas minoritários. inclusive as taxas de juros mínima, máxima e média e as respectivas tarifas
bancárias.
§ 2o Não se sujeitam ao disposto neste Decreto as informações § 7o A divulgação das informações previstas no § 3o não exclui ou-
relativas à atividade empresarial de pessoas físicas ou jurídicas de direito tras hipóteses de publicação e divulgação de informações previstas na legis-
privado obtidas pelo Banco Central do Brasil, pelas agências reguladoras lação.
ou por outros órgãos ou entidades no exercício de atividade de controle, Art. 8o Os sítios na Internet dos órgãos e entidades deverão, em
regulação e supervisão da atividade econômica cuja divulgação possa cumprimento às normas estabelecidas pelo Ministério do Planejamento,
representar vantagem competitiva a outros agentes econômicos. Orçamento e Gestão, atender aos seguintes requisitos, entre outros:
Art. 6o O acesso à informação disciplinado neste Decreto não se a- I - conter formulário para pedido de acesso à informação;
plica:
II - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso
I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, bancá- à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil
rio, de operações e serviços no mercado de capitais, comercial, profissional, compreensão;
industrial e segredo de justiça; e
III - possibilitar gravação de relatórios em diversos formatos eletrôni-
II - às informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvi- cos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de
mento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança modo a facilitar a análise das informações;
da sociedade e do Estado, na forma do §1o do art. 7o da Lei no 12.527, de
2011. IV - possibilitar acesso automatizado por sistemas externos em for-
matos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
CAPÍTULO III
DA TRANSPARÊNCIA ATIVA V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da
Art. 7o É dever dos órgãos e entidades promover, independente de informação;
requerimento, a divulgação em seus sítios na Internet de informações de VI - garantir autenticidade e integridade das informações disponíveis
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, observado o para acesso;
disposto nos arts. 7o e 8o da Lei no 12.527, de 2011.
§ 1o Os órgãos e entidades deverão implementar em seus sítios na VII - indicar instruções que permitam ao requerente comunicar-se,
Internet seção específica para a divulgação das informações de que trata por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade; e
o caput. VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com defici-
§ 2o Serão disponibilizados nos sítios na Internet dos órgãos e enti- ência.
dades, conforme padrão estabelecido pela Secretaria de Comunicação Social CAPÍTULO IV
da Presidência da República: DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA
I - banner na página inicial, que dará acesso à seção específica de Seção I
que trata o § 1o; e Do Serviço de Informação ao Cidadão
Art. 9o Os órgãos e entidades deverão criar Serviço de Informações
II - barra de identidade do Governo federal, contendo ferramenta de ao Cidadão - SIC, com o objetivo de:
redirecionamento de página para o Portal Brasil e para o sítio principal sobre I - atender e orientar o público quanto ao acesso à informação;
a Lei no 12.527, de 2011.
§ 3o Deverão ser divulgadas, na seção específica de que trata o § II - informar sobre a tramitação de documentos nas unidades; e
1o, informações sobre: III - receber e registrar pedidos de acesso à informação.
Parágrafo único. Compete ao SIC:
I - estrutura organizacional, competências, legislação aplicável, prin-
cipais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das unidades, horá- I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que possível, o for-
rios de atendimento ao público; necimento imediato da informação;
II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico específico e comprometer sua regular tramitação, será adotada a medida prevista no
a entrega de número do protocolo, que conterá a data de apresentação do inciso II do § 1o.
pedido; e § 3o Quando a manipulação puder prejudicar a integridade da infor-
mação ou do documento, o órgão ou entidade deverá indicar data, local e
III - o encaminhamento do pedido recebido e registrado à unidade modo para consulta, ou disponibilizar cópia, com certificação de que confere
responsável pelo fornecimento da informação, quando couber. com o original.
Art. 10. O SIC será instalado em unidade física identificada, de fácil § 4o Na impossibilidade de obtenção de cópia de que trata o § 3o, o
acesso e aberta ao público. requerente poderá solicitar que, às suas expensas e sob supervisão de
§ 1o Nas unidades descentralizadas em que não houver SIC será servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em
oferecido serviço de recebimento e registro dos pedidos de acesso à informa- risco a integridade do documento original.
ção. Art. 16. O prazo para resposta do pedido poderá ser prorrogado por
§ 2o Se a unidade descentralizada não detiver a informação, o pedi- dez dias, mediante justificativa encaminhada ao requerente antes do término
do será encaminhado ao SIC do órgão ou entidade central, que comunicará do prazo inicial de vinte dias.
ao requerente o número do protocolo e a data de recebimento do pedido, a Art. 17. Caso a informação esteja disponível ao público em formato
partir da qual se inicia o prazo de resposta. impresso, eletrônico ou em outro meio de acesso universal, o órgão ou enti-
Seção II dade deverá orientar o requerente quanto ao local e modo para consultar,
Do Pedido de Acesso à Informação obter ou reproduzir a informação.
Art. 11. Qualquer pessoa, natural ou jurídica, poderá formular pedido Parágrafo único. Na hipótese do caput o órgão ou entidade desobri-
de acesso à informação. ga-se do fornecimento direto da informação, salvo se o requerente declarar
§ 1o O pedido será apresentado em formulário padrão, disponibiliza- não dispor de meios para consultar, obter ou reproduzir a informação.
do em meio eletrônico e físico, no sítio na Internet e no SIC dos órgãos e Art. 18. Quando o fornecimento da informação implicar reprodução
entidades. de documentos, o órgão ou entidade, observado o prazo de resposta ao
§ 2o O prazo de resposta será contado a partir da data de apresen- pedido, disponibilizará ao requerente Guia de Recolhimento da União - GRU
tação do pedido ao SIC. ou documento equivalente, para pagamento dos custos dos serviços e dos
§ 3o É facultado aos órgãos e entidades o recebimento de pedidos materiais utilizados.
de acesso à informação por qualquer outro meio legítimo, como contato Parágrafo único. A reprodução de documentos ocorrerá no prazo de
telefônico, correspondência eletrônica ou física, desde que atendidos os dez dias, contado da comprovação do pagamento pelo requerente ou da
requisitos do art. 12. entrega de declaração de pobreza por ele firmada, nos termos da Lei
§ 4o Na hipótese do § 3o, será enviada ao requerente comunicação no 7.115, de 1983, ressalvadas hipóteses justificadas em que, devido ao
com o número de protocolo e a data do recebimento do pedido pelo SIC, a volume ou ao estado dos documentos, a reprodução demande prazo superior.
partir da qual se inicia o prazo de resposta. Art. 19. Negado o pedido de acesso à informação, será enviada ao
Art. 12. O pedido de acesso à informação deverá conter: requerente, no prazo de resposta, comunicação com:
I - nome do requerente; I - razões da negativa de acesso e seu fundamento legal;
II - número de documento de identificação válido; II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da autoridade
III - especificação, de forma clara e precisa, da informação requerida; que o apreciará; e
e III - possibilidade de apresentação de pedido de desclassificação da
informação, quando for o caso, com indicação da autoridade classificadora
IV - endereço físico ou eletrônico do requerente, para recebimento de
que o apreciará.
comunicações ou da informação requerida.
Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: §1o As razões de negativa de acesso a informação classificada indi-
carão o fundamento legal da classificação, a autoridade que a classificou e o
I - genéricos; código de indexação do documento classificado.
II - desproporcionais ou desarrazoados; ou § 2o Os órgãos e entidades disponibilizarão formulário padrão para
apresentação de recurso e de pedido de desclassificação.
III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação ou con-
solidação de dados e informações, ou serviço de produção ou tratamento de Art. 20. O acesso a documento preparatório ou informação nele con-
dados que não seja de competência do órgão ou entidade. tida, utilizados como fundamento de tomada de decisão ou de ato administra-
Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, o órgão ou enti- tivo, será assegurado a partir da edição do ato ou decisão.
dade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o local onde se encontram as Parágrafo único. O Ministério da Fazenda e o Banco Central do Bra-
informações a partir das quais o requerente poderá realizar a interpretação, sil classificarão os documentos que embasarem decisões de política econô-
consolidação ou tratamento de dados. mica, tais como fiscal, tributária, monetária e regulatória.
Art. 14. São vedadas exigências relativas aos motivos do pedido de Seção IV
acesso à informação. Dos Recursos
Seção III Art. 21. No caso de negativa de acesso à informação ou de não
Do Procedimento de Acesso à Informação fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o requerente
Art. 15. Recebido o pedido e estando a informação disponível, o a- apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à
cesso será imediato. autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão, que deverá
§ 1o Caso não seja possível o acesso imediato, o órgão ou entidade apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da sua apresentação.
deverá, no prazo de até vinte dias: Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata o caput, poderá
o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência
I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico informado; da decisão, à autoridade máxima do órgão ou entidade, que deverá se
II - comunicar data, local e modo para realizar consulta à informação, manifestar em cinco dias contados do recebimento do recurso.
efetuar reprodução ou obter certidão relativa à informação; Art. 22. No caso de omissão de resposta ao pedido de acesso à
informação, o requerente poderá apresentar reclamação no prazo de dez
III - comunicar que não possui a informação ou que não tem conhe- dias à autoridade de monitoramento de que trata o art. 40 da Lei no 12.527,
cimento de sua existência; de 2011, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do
recebimento da reclamação.
IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade respon-
§ 1o O prazo para apresentar reclamação começará trinta dias a-
sável pela informação ou que a detenha; ou
pós a apresentação do pedido.
V - indicar as razões da negativa, total ou parcial, do acesso. § 2o A autoridade máxima do órgão ou entidade poderá designar
§ 2o Nas hipóteses em que o pedido de acesso demandar manuseio outra autoridade que lhe seja diretamente subordinada como responsável
de grande volume de documentos, ou a movimentação do documento puder pelo recebimento e apreciação da reclamação.
Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do a) Presidente da República;
art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requeren- b) Vice-Presidente da República;
te apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;
à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de d) Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica; e
cinco dias, contado do recebimento do recurso. e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no
§ 1o A Controladoria-Geral da União poderá determinar que o ór- exterior;
gão ou entidade preste esclarecimentos.
§ 2o Provido o recurso, a Controladoria-Geral da União fixará pra- II - no grau secreto, das autoridades referidas no inciso I do caput,
zo para o cumprimento da decisão pelo órgão ou entidade. dos titulares de autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
Art. 24. No caso de negativa de acesso à informação, ou às ra- economia mista; e
zões da negativa do acesso de que trata o caput do art. 21, desprovido o III - no grau reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II
recurso pela Controladoria-Geral da União, o requerente poderá apresentar, do caput e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia do
no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, recurso à Comissão Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível DAS 101.5 ou
Mista de Reavaliação de Informações, observados os procedimentos pre- superior, e seus equivalentes.
vistos no Capítulo VI. § 1o É vedada a delegação da competência de classificação nos
CAPÍTULO V graus de sigilo ultrassecreto ou secreto.
DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE SIGILO § 2o O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá delegar a
Seção I competência para classificação no grau reservado a agente público que
Da Classificação de Informações quanto ao Grau e Prazos de Sigilo exerça função de direção, comando ou chefia.
Art. 25. São passíveis de classificação as informações consideradas § 3o É vedada a subdelegação da competência de que trata o § 2o.
imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, cuja divulgação ou § 4o Os agentes públicos referidos no § 2o deverão dar ciência do
acesso irrestrito possam: ato de classificação à autoridade delegante, no prazo de noventa dias.
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do § 5o A classificação de informação no grau ultrassecreto pelas auto-
território nacional; ridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I do caput deverá ser ratifica-
da pelo Ministro de Estado, no prazo de trinta dias.
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as re- § 6o Enquanto não ratificada, a classificação de que trata o §
lações internacionais do País; o
5 considera-se válida, para todos os efeitos legais.
Seção II
III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas em caráter si- Dos Procedimentos para Classificação de Informação
giloso por outros Estados e organismos internacionais; Art. 31. A decisão que classificar a informação em qualquer grau de
IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; sigilo deverá ser formalizada no Termo de Classificação de Informação - TCI,
conforme modelo contido no Anexo, e conterá o seguinte:
V - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou
monetária do País; I - código de indexação de documento;

VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos II - grau de sigilo;


das Forças Armadas; III - categoria na qual se enquadra a informação;
VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvi- IV - tipo de documento;
mento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou
áreas de interesse estratégico nacional, observado o disposto no inciso II V - data da produção do documento;
do caput do art. 6o;
VI - indicação de dispositivo legal que fundamenta a classificação;
VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autorida-
des nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VII - razões da classificação, observados os critérios estabelecidos
no art. 27;
IX - comprometer atividades de inteligência, de investigação ou de
fiscalização em andamento, relacionadas com prevenção ou repressão de VIII - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias,
infrações. ou do evento que defina o seu termo final, observados os limites previstos no
Art. 26. A informação em poder dos órgãos e entidades, observado art. 28;
o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade IX - data da classificação; e
ou do Estado, poderá ser classificada no grau ultrassecreto, secreto ou reser-
vado. X - identificação da autoridade que classificou a informação.
Art. 27. Para a classificação da informação em grau de sigilo, deverá § 1o O TCI seguirá anexo à informação.
ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos § 2o As informações previstas no inciso VII do caput deverão ser
restritivo possível, considerados: mantidas no mesmo grau de sigilo que a informação classificada.
§ 3o A ratificação da classificação de que trata o § 5o do art. 30 de-
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Es- verá ser registrada no TCI.
tado; e Art. 32. A autoridade ou outro agente público que classificar informa-
II - o prazo máximo de classificação em grau de sigilo ou o evento ção no grau ultrassecreto ou secreto deverá encaminhar cópia do TCI à
que defina seu termo final. Comissão Mista de Reavaliação de Informações no prazo de trinta dias,
Art. 28. Os prazos máximos de classificação são os seguintes: contado da decisão de classificação ou de ratificação.
I - grau ultrassecreto: vinte e cinco anos; Art. 33. Na hipótese de documento que contenha informações clas-
II - grau secreto: quinze anos; e sificadas em diferentes graus de sigilo, será atribuído ao documento tratamen-
III - grau reservado: cinco anos. to do grau de sigilo mais elevado, ficando assegurado o acesso às partes não
Parágrafo único. Poderá ser estabelecida como termo final de restri- classificadas por meio de certidão, extrato ou cópia, com ocultação da parte
ção de acesso a ocorrência de determinado evento, observados os prazos sob sigilo.
máximos de classificação. Art. 34. Os órgãos e entidades poderão constituir Comissão Perma-
Art. 29. As informações que puderem colocar em risco a segurança nente de Avaliação de Documentos Sigilosos - CPADS, com as seguintes
do Presidente da República, Vice-Presidente e seus cônjuges e filhos serão atribuições:
classificadas no grau reservado e ficarão sob sigilo até o término do mandato I - opinar sobre a informação produzida no âmbito de sua atuação
em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. para fins de classificação em qualquer grau de sigilo;
Art. 30. A classificação de informação é de competência:
I - no grau ultrassecreto, das seguintes autoridades:
II - assessorar a autoridade classificadora ou a autoridade hierarqui- Parágrafo único. O requerente deverá apresentar razões que de-
camente superior quanto à desclassificação, reclassificação ou reavaliação de monstrem a existência de nexo entre as informações requeridas e o direito
informação classificada em qualquer grau de sigilo; que se pretende proteger.
Art. 43. O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classi-
III - propor o destino final das informações desclassificadas, indican- ficada em qualquer grau de sigilo ficarão restritos a pessoas que tenham
do os documentos para guarda permanente, observado o disposto na Lei necessidade de conhecê-la e que sejam credenciadas segundo as normas
no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e fixadas pelo Núcleo de Segurança e Credenciamento, instituído no âmbito do
IV - subsidiar a elaboração do rol anual de informações desclassifi- Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, sem preju-
cadas e documentos classificados em cada grau de sigilo, a ser disponibiliza- ízo das atribuições de agentes públicos autorizados por lei.
do na Internet. Art. 44. As autoridades do Poder Executivo federal adotarão as pro-
Seção III vidências necessárias para que o pessoal a elas subordinado conheça as
Da Desclassificação e Reavaliação da Informação Classificada em Grau de normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento
Sigilo de informações classificadas em qualquer grau de sigilo.
Art. 35. A classificação das informações será reavaliada pela autori- Parágrafo único. A pessoa natural ou entidade privada que, em ra-
dade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante zão de qualquer vínculo com o Poder Público, executar atividades de trata-
provocação ou de ofício, para desclassificação ou redução do prazo de sigilo. mento de informações classificadas, adotará as providências necessárias
Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no caput, além do para que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medi-
disposto no art. 27, deverá ser observado: das e procedimentos de segurança das informações.
Art. 45. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará
I - o prazo máximo de restrição de acesso à informação, previsto no anualmente, até o dia 1° de junho, em sítio na Internet:
art. 28;
I - rol das informações desclassificadas nos últimos doze meses;
II - o prazo máximo de quatro anos para revisão de ofício das infor-
mações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto, previsto no inciso I II - rol das informações classificadas em cada grau de sigilo, que de-
do caput do art. 47; verá conter:

III - a permanência das razões da classificação; a) código de indexação de documento;

IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes da divulgação ou b) categoria na qual se enquadra a informação;


acesso irrestrito da informação; e c) indicação de dispositivo legal que fundamenta a classificação; e
V - a peculiaridade das informações produzidas no exterior por auto- d) data da produção, data da classificação e prazo da classificação;
ridades ou agentes públicos.
Art. 36. O pedido de desclassificação ou de reavaliação da classifi- III - relatório estatístico com a quantidade de pedidos de acesso à in-
cação poderá ser apresentado aos órgãos e entidades independente de formação recebidos, atendidos e indeferidos; e
existir prévio pedido de acesso à informação.
Parágrafo único. O pedido de que trata o caput será endereçado à IV - informações estatísticas agregadas dos requerentes.
autoridade classificadora, que decidirá no prazo de trinta dias. Parágrafo único. Os órgãos e entidades deverão manter em meio fí-
Art. 37. Negado o pedido de desclassificação ou de reavaliação pela sico as informações previstas no caput, para consulta pública em suas sedes.
autoridade classificadora, o requerente poderá apresentar recurso no prazo CAPÍTULO VI
de dez dias, contado da ciência da negativa, ao Ministro de Estado ou à DA COMISSÃO MISTA DE REAVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES CLASSIFI-
autoridade com as mesmas prerrogativas, que decidirá no prazo de trinta dias. CADAS
§ 1o Nos casos em que a autoridade classificadora esteja vinculada Art. 46. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações, instituída
a autarquia, fundação, empresa pública ou sociedade de economia mista, o nos termos do § 1o do art. 35 da Lei no 12.527, de 2011, será integrada pelos
recurso seráapresentado ao dirigente máximo da entidade. titulares dos seguintes órgãos:
§ 2o No caso das Forças Armadas, o recurso será apresentado pri-
meiramente perante o respectivo Comandante, e, em caso de negativa, ao I - Casa Civil da Presidência da República, que a presidirá;
Ministro de Estado da Defesa. II - Ministério da Justiça;
§ 3o No caso de informações produzidas por autoridades ou agentes III - Ministério das Relações Exteriores;
públicos no exterior, o requerimento de desclassificação e reavaliação será IV - Ministério da Defesa;
apreciado pela autoridade hierarquicamente superior que estiver em território V - Ministério da Fazenda;
brasileiro. VI - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
§ 4o Desprovido o recurso de que tratam o caput e os §§1o a 3o, po- VII - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República;
derá o requerente apresentar recurso à Comissão Mista de Reavaliação de VIII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Repú-
Informações, no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão. blica;
Art. 38. A decisão da desclassificação, reclassificação ou redução do IX - Advocacia-Geral da União; e
prazo de sigilo de informações classificadas deverá constar das capas dos X - Controladoria Geral da União.
processos, se houver, e de campo apropriado no TCI. Parágrafo único. Cada integrante indicará suplente a ser designado
Seção IV por ato do Presidente da Comissão.
Disposições Gerais Art. 47. Compete à Comissão Mista de Reavaliação de Informações:
Art. 39. As informações classificadas no grau ultrassecreto ou secre- I - rever, de ofício ou mediante provocação, a classificação de infor-
to serão definitivamente preservadas, nos termos da Lei no 8.159, de 1991, mação no grau ultrassecreto ou secreto ou sua reavaliação, no máximo a
observados os procedimentos de restrição de acesso enquanto vigorar o cada quatro anos;
prazo da classificação.
Art. 40. As informações classificadas como documentos de guarda II - requisitar da autoridade que classificar informação no grau ultras-
permanente que forem objeto de desclassificação serão encaminhadas ao secreto ou secreto esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral, da infor-
Arquivo Nacional, ao arquivo permanente do órgão público, da entidade mação, quando as informações constantes do TCI não forem suficientes para
pública ou da instituição de caráter público, para fins de organização, preser- a revisão da classificação;
vação e acesso.
III - decidir recursos apresentados contra decisão proferida:
Art. 41. As informações sobre condutas que impliquem violação dos
direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades a) pela Controladoria-Geral da União, em grau recursal, a pedido de
públicas não poderão ser objeto de classificação em qualquer grau de sigilo acesso à informação ou às razões da negativa de acesso à informação; ou
nem ter seu acesso negado.
Art. 42. Não poderá ser negado acesso às informações necessárias
à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
b) pelo Ministro de Estado ou autoridade com a mesma prerrogativa, I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física
em grau recursal, a pedido de desclassificação ou reavaliação de informação ou legalmente incapaz, e para utilização exclusivamente para o tratamento
classificada; médico;
IV - prorrogar por uma única vez, e por período determinado não su- II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente in-
perior a vinte e cinco anos, o prazo de sigilo de informação classificada no teresse público ou geral, previstos em lei, vedada a identificação da pessoa a
grau ultrassecreto, enquanto seu acesso ou divulgação puder ocasionar que a informação se referir;
ameaça externa à soberania nacional, à integridade do território nacional ou
grave risco às relações internacionais do País, limitado ao máximo de cin- III - ao cumprimento de decisão judicial;
quenta anos o prazo total da classificação; e IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; ou
V - estabelecer orientações normativas de caráter geral a fim de su- V - à proteção do interesse público geral e preponderante.
prir eventuais lacunas na aplicação da Lei no 12.527, de 2011. Art. 58. A restrição de acesso a informações pessoais de que trata o
Parágrafo único. A não deliberação sobre a revisão de ofício no pra- art. 55 não poderá ser invocada:
zo previsto no inciso I do caput implicará a desclassificação automática das
informações. I - com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularida-
Art. 48. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações se reuni- des, conduzido pelo Poder Público, em que o titular das informações for parte
rá, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que ou interessado; ou
convocada por seu Presidente. II - quando as informações pessoais não classificadas estiverem con-
Parágrafo único. As reuniões serão realizadas com a presença de tidas em conjuntos de documentos necessários à recuperação de fatos
no mínimo seis integrantes. históricos de maior relevância.
Art. 49. Os requerimentos de prorrogação do prazo de classificação Art. 59. O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá, de ofício
de informação no grau ultrassecreto, a que se refere o inciso IV do caput do ou mediante provocação, reconhecer a incidência da hipótese do inciso II
art. 47, deverão ser encaminhados à Comissão Mista de Reavaliação de do caput do art. 58, de forma fundamentada, sobre documentos que tenha
Informações em até um ano antes do vencimento do termo final de restrição produzido ou acumulado, e que estejam sob sua guarda.
de acesso. § 1o Para subsidiar a decisão de reconhecimento de que trata
Parágrafo único. O requerimento de prorrogação do prazo de sigilo o caput, o órgão ou entidade poderá solicitar a universidades, instituições de
de informação classificada no grau ultrassecreto deverá ser apreciado, impre- pesquisa ou outras entidades com notória experiência em pesquisa historio-
terivelmente, em até três sessões subsequentes à data de sua autuação, gráfica a emissão de parecer sobre a questão.
ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais delibera- § 2o A decisão de reconhecimento de que trata o caput será prece-
ções da Comissão. dida de publicação de extrato da informação, com descrição resumida do
Art. 50. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações deverá assunto, origem e período do conjunto de documentos a serem considerados
apreciar os recursos previstos no inciso III do caput do art. 47, impreterivel- de acesso irrestrito, com antecedência de no mínimo trinta dias.
mente, até a terceira reunião ordinária subsequente à data de sua autuação. § 3o Após a decisão de reconhecimento de que trata o § 2o, os do-
Art. 51. A revisão de ofício da informação classificada no grau ul- cumentos serão considerados de acesso irrestrito ao público.
trassecreto ou secreto será apreciada em até três sessões anteriores à data § 4o Na hipótese de documentos de elevado valor histórico destina-
de sua desclassificação automática. dos à guarda permanente, caberá ao dirigente máximo do Arquivo Nacional,
Art. 52. As deliberações da Comissão Mista de Reavaliação de In- ou à autoridade responsável pelo arquivo do órgão ou entidade pública que os
formações serão tomadas: receber, decidir, após seu recolhimento, sobre o reconhecimento, observado
I - por maioria absoluta, quando envolverem as competências previs- o procedimento previsto neste artigo.
tas nos incisos I e IV do caput do art.47; e Art. 60. O pedido de acesso a informações pessoais observará os
procedimentos previstos no Capítulo IV e estará condicionado à comprovação
II - por maioria simples dos votos, nos demais casos. da identidade do requerente.
Parágrafo único. A Casa Civil da Presidência da República poderá Parágrafo único. O pedido de acesso a informações pessoais por
exercer, além do voto ordinário, o voto de qualidade para desempate. terceiros deverá ainda estar acompanhado de:
Art. 53. A Casa Civil da Presidência da República exercerá as fun-
ções de Secretaria-Executiva da Comissão Mista de Reavaliação de Informa- I - comprovação do consentimento expresso de que trata o inciso II
ções, cujas competências serão definidas em regimento interno. do caput do art. 55, por meio de procuração;
Art. 54. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações aprovará, II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58;
por maioria absoluta, regimento interno que disporá sobre sua organização e
funcionamento. III - demonstração do interesse pela recuperação de fatos históricos
Parágrafo único. O regimento interno deverá ser publicado no Diário de maior relevância, observados os procedimentos previstos no art. 59; ou
Oficial da União no prazo de noventa dias após a instalação da Comissão.
IV - demonstração da necessidade do acesso à informação requeri-
CAPÍTULO VII
da para a defesa dos direitos humanos ou para a proteção do interesse
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
público e geral preponderante.
Art. 55. As informações pessoais relativas à intimidade, vida privada,
Art. 61. O acesso à informação pessoal por terceiros será condicio-
honra e imagem detidas pelos órgãos e entidades:
nado à assinatura de um termo de responsabilidade, que disporá sobre a
I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente autorizados e finalidade e a destinação que fundamentaram sua autorização, sobre as
a pessoa a que se referirem, independentemente de classificação de sigilo, obrigações a que se submeterá o requerente.
pelo prazo máximo de cem anos a contar da data de sua produção; e § 1o A utilização de informação pessoal por terceiros vincula-se à fi-
nalidade e à destinação que fundamentaram a autorização do acesso, vedada
II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros autorizados sua utilização de maneira diversa.
por previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que se referirem. § 2o Aquele que obtiver acesso às informações pessoais de tercei-
Parágrafo único. Caso o titular das informações pessoais esteja mor- ros será responsabilizado por seu uso indevido, na forma da lei.
to ou ausente, os direitos de que trata este artigo assistem ao cônjuge ou Art. 62. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de novembro
companheiro, aos descendentes ou ascendentes, conforme o disposto de 1997, em relação à informação de pessoa, natural ou jurídica, constante
no parágrafo único do art. 20 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e de registro ou banco de dados de órgãos ou entidades governamentais ou de
na Lei no 9.278, de 10 de maio de 1996. caráter público.
Art. 56. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de CAPÍTULO VIII
forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS
das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. Art. 63. As entidades privadas sem fins lucrativos que receberem re-
Art. 57. O consentimento referido no inciso II do caput do art. 55 não cursos públicos para realização de ações de interesse público deverão dar
será exigido quando o acesso à informação pessoal for necessário: publicidade às seguintes informações:
I - cópia do estatuto social atualizado da entidade; IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento
de contratar com a administração pública por prazo não superior a dois anos;
II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade; e e
III - cópia integral dos convênios, contratos, termos de parcerias, a- V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a admi-
cordos, ajustes ou instrumentos congêneres realizados com o Poder Executi- nistração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a autoridade
vo federal, respectivos aditivos, e relatórios finais de prestação de contas, na que aplicou a penalidade.
forma da legislação aplicável. § 1o A sanção de multa poderá ser aplicada juntamente com as san-
§ 1o As informações de que trata o caput serão divulgadas em sítio ções previstas nos incisos I, III e IV do caput.
na Internet da entidade privada e em quadro de avisos de amplo acesso § 2o A multa prevista no inciso II do caput será aplicada sem prejuí-
público em sua sede. zo da reparação pelos danos e não poderá ser:
§ 2o A divulgação em sítio na Internet referida no §1o poderá ser
dispensada, por decisão do órgão ou entidade pública, e mediante expressa I - inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) nem superior a R$ 200.000,00
justificação da entidade, nos casos de entidades privadas sem fins lucrativos (duzentos mil reais), no caso de pessoa natural; ou
que não disponham de meios para realizá-la.
§ 3o As informações de que trata o caput deverão ser publicadas a II - inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) nem superior a R$
partir da celebração do convênio, contrato, termo de parceria, acordo, ajuste 600.000,00 (seiscentos mil reais), no caso de entidade privada.
ou instrumento congênere, serão atualizadas periodicamente e ficarão dispo- § 3o A reabilitação referida no inciso V do caput será autorizada so-
níveis até cento e oitenta dias após a entrega da prestação de contas final. mente quando a pessoa natural ou entidade privada efetivar o ressarcimento
Art. 64. Os pedidos de informação referentes aos convênios, contra- ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e depois de decorrido o prazo
tos, termos de parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres previs- da sanção aplicada com base no inciso IV do caput.
tos no art. 63 deverão ser apresentados diretamente aos órgãos e entidades § 4o A aplicação da sanção prevista no inciso V do caput é de com-
responsáveis pelo repasse de recursos. petência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública.
CAPÍTULO IX § 5o O prazo para apresentação de defesa nas hipóteses previstas
DAS RESPONSABILIDADES neste artigo é de dez dias, contado da ciência do ato.
Art. 65. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade CAPÍTULO X
do agente público ou militar: DO MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI
Seção I
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos deste De- Da Autoridade de Monitoramento
creto, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencional- Art. 67. O dirigente máximo de cada órgão ou entidade designará
mente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; autoridade que lhe seja diretamente subordinada para exercer as seguintes
atribuições:
II - utilizar indevidamente, subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alte-
rar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à infor-
guarda, a que tenha acesso ou sobre que tenha conhecimento em razão do mação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei no 12.527, de
exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; 2011;
III - agir com dolo ou má-fé na análise dos pedidos de acesso à in- II - avaliar e monitorar a implementação do disposto neste Decreto e
formação; apresentar ao dirigente máximo de cada órgão ou entidade relatório anual
sobre o seu cumprimento, encaminhando-o à Controladoria-Geral da União;
IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permitir acesso inde-
vido a informação classificada em grau de sigilo ou a informação pessoal; III - recomendar medidas para aperfeiçoar as normas e procedimen-
tos necessários à implementação deste Decreto;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de tercei-
ro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; IV - orientar as unidades no que se refere ao cumprimento deste De-
creto; e
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação
classificada em grau de sigilo para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo V - manifestar-se sobre reclamação apresentada contra omissão de
de terceiros; e autoridade competente, observado o disposto no art. 22.
Seção II
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernen- Das Competências Relativas ao Monitoramento
tes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Esta- Art. 68. Compete à Controladoria-Geral da União, observadas as
do. competências dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas
§ 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do de- neste Decreto:
vido processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas:
I - definir o formulário padrão, disponibilizado em meio físico e eletrô-
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, nico, que estará à disposição no sítio na Internet e no SIC dos órgãos e
transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabe- entidades, de acordo com o § 1o do art. 11;
lecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal;
ou II - promover campanha de abrangência nacional de fomento à cultu-
ra da transparência na administração pública e conscientização sobre o direito
II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de fundamental de acesso à informação;
1990, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com
suspensão, segundo os critérios estabelecidos na referida lei. III - promover o treinamento dos agentes públicos e, no que couber,
§ 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente a capacitação das entidades privadas sem fins lucrativos, no que se refere ao
público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na administração
disposto nas Leis no 1.079, de 10 de abril de 1950, e no 8.429, de 2 de junho pública;
de 1992. IV - monitorar a implementação da Lei no 12.527, de 2011, concen-
Art. 66. A pessoa natural ou entidade privada que detiver informa- trando e consolidando a publicação de informações estatísticas relacionadas
ções em virtude de vínculo de qualquer natureza com o Poder Público e no art. 45;
praticar conduta prevista no art. 65, estará sujeita às seguintes sanções:
V - preparar relatório anual com informações referentes à implemen-
I - advertência; tação da Lei no 12.527, de 2011, a ser encaminhado ao Congresso Nacional;
II - multa; VI - monitorar a aplicação deste Decreto, especialmente o cumpri-
mento dos prazos e procedimentos; e
III - rescisão do vínculo com o Poder Público;
VII - definir, em conjunto com a Casa Civil da Presidência da Repú- rência para os assuntos secundários são rotinas correspondentes às
blica, diretrizes e procedimentos complementares necessários à implementa- operações de:
ção da Lei no12.527, de 2011. a) prescrição;
Art. 69. Compete à Controladoria-Geral da União e ao Ministério do b) notação;
Planejamento, Orçamento e Gestão, observadas as competências dos de- c) avaliação;
mais órgãos e entidades e as previsões específicas neste Decreto, por meio d) classificação;
de ato conjunto: e) restauração.
I - estabelecer procedimentos, regras e padrões de divulgação de in- 03. Muitas instituições produzem e acumulam documentos de maneira
formações ao público, fixando prazo máximo para atualização; e indiscriminada, ou seja, sem critérios técnicos ou científicos, incorren-
II - detalhar os procedimentos necessários à busca, estruturação e do em problemas de difícil solução para os arquivistas. Assim, garantir
prestação de informações no âmbito do SIC. condições de conservação da documentação de valor permanente;
Art. 70. Compete ao Gabinete de Segurança Institucional da Presi- aumentar o índice de recuperação da informação; conquistar espaço
dência da República, observadas as competências dos demais órgãos e físico e reduzir o peso ao essencial da massa documental dos arqui-
entidades e as previsões específicas neste Decreto: vos são objetivos da:
a) descrição;
I - estabelecer regras de indexação relacionadas à classificação de b) indexação;
informação; c) avaliação;
II - expedir atos complementares e estabelecer procedimentos rela- d) disseminação;
tivos ao credenciamento de segurança de pessoas, órgãos e entidades e) codificação.
públicos ou privados, para o tratamento de informações classificadas; e
04. Em qualquer arquivo, é importante estabelecer critérios que visam a
III - promover, por meio do Núcleo de Credenciamento de Seguran- otimizar sua administração de maneira coerente e eficaz. Com o obje-
ça, o credenciamento de segurança de pessoas, órgãos e entidades públicos tivo de fornecer as bases para um entendimento entre a própria insti-
ou privados, para o tratamento de informações classificadas. tuição e os funcionários do arquivo permanente sobre o que deve ser
CAPÍTULO XI feito com os documentos da instituição a que dizem respeito, visando
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS não apenas a eliminação, mas principalmente, assegurar a preserva-
Art. 71. Os órgãos e entidades adequarão suas políticas de gestão ção de certos documentos, cobrindo todos os documentos: os que ca-
da informação, promovendo os ajustes necessários aos processos de regis- reçam de valor, como também os que possuem valor. Para atender às
tro, processamento, trâmite e arquivamento de documentos e informações. necessidades da instituição e do arquivo, a sua cobertura deve ser to-
Art. 72. Os órgãos e entidades deverão reavaliar as informações tal. Essa noção remete à interpretação do plano de:
classificadas no grau ultrassecreto e secreto no prazo máximo de dois anos, a) descarte;
contado do termo inicial de vigência da Lei no 12.527, de 2011. b) destinação;
§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação c) levantamento;
prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos neste d) organização;
Decreto. e) triagem.
§ 2o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
no caput, será mantida a classificação da informação, observados os prazos e 05. Os procedimentos intelectuais e físicos e os resultados da análise e
disposições da legislação precedente. organização de documentos de acordo com os princípios arquivísticos
§ 3o As informações classificadas no grau ultrassecreto e secreto denominam-se:
não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automatica- a) arranjo;
mente, desclassificadas. b) levantamento;
Art. 73. A publicação anual de que trata o art. 45 terá inicio em junho c) triagem;
de 2013. d) depuração;
Art. 74. O tratamento de informação classificada resultante de trata- e) acondicionamento.
dos, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações
desses instrumentos. 06. A chamada unidade mínima de documentação possui o caráter da
Art. 75. Aplica-se subsidiariamente a Lei no 9.784, de 29 de janeiro indivisibilidade, segundo Bellotto (2004), que pode ser traduzida por
de 1999, aos procedimentos previstos neste Decreto. um “conjunto de documentos de tipologias diferentes, cuja reunião op-
Art. 76. Este Decreto entra em vigor em 16 de maio de 2012. tativa é útil para documentar um fato, evento, assunto etc”. Essa é a
Brasília, 16 de maio de 2012; 191º da Independência e 124º da Re- definição de:
pública. a) carta;
b) ofício;
c) memorando;
PROVA SIMULADA d) dossiê;
e) resolução.
01. Os princípios arquivísticos adquirem universalização a partir do seu 07. Alguns paradigmas da área arquivística permanecem ao longo dos
emprego e referência. No entendimento de alguns autores como Shel- anos, pois, mesmo refutados em princípio, são corroborados mais a-
lenberg, Paes e Bellotto, agregar documentos por fundos, isto é, reu- diante, garantindo consistência da área. Nessa perspectiva, “a relação
nir todos os títulos (documentos) provenientes de um corpo, de um es- entre a individualidade do documento e o conjunto no qual ele se situa
tabelecimento, de uma família ou de um indivíduo, e dispor segundo geneticamente” é um axioma arquivístico que se traduz como:
uma determinada ordem os diferentes fundos é da essência do princí- a) integralidade;
pio da: b) viabilidade;
a) Proveniência; c) organicidade;
b) Territorialidade; d) simultaneidade;
c) Naturalidade; e) funcionalidade.
d) Temporalidade;
e) Informalidade. 08. O arquivo da universidade está sendo mantido sob condições adver-
sas e alguns fatores como: luz, temperatura e umidade relativa do ar,
02. Receber o documento, ler o documento identificando o assunto princi- agentes externos ao documento que são os mais responsáveis pela:
pal e o(s) assunto(s) secundário(s) de acordo com o seu conteúdo, lo- a) racionalização;
calizar o código, utilizando o índice, quando necessário, anotar o có- b) prevenção;
digo na primeira folha do documento e preencher a(s) folha(s) de refe-
c) conservação; a) CONAR;
d) restauração; b) SINAR;
e) deterioração. c) ARCAR;
d) UNESCO;
09. O pesquisador do arquivo precisa acessar, para uma investigação e) AAB.
acadêmica, alguns documentos classificados como sigilosos, referen-
tes à segurança da sociedade e do Estado. O arquivista deve informar 16. Os documentos relativos às atividades-meio serão analisados, avalia-
que esses documentos são restritos por um prazo máximo de: dos e selecionados pelas Comissões Permanentes de Avaliação de
a) 20 anos, a contar da data de seu arquivamento; Documentos dos órgãos e das entidades geradoras dos arquivos da
b) 30 anos, a contar da data de sua produção; administração pública, obedecendo aos prazos estabelecidos pela:
c) 40 anos, a contar da data de sua movimentação; a) tabela de equivalência e transferência expedida pelo SINAR;
d) 50 anos, a contar da data de sua organização; b) tabela de enquadramento e definição expedida pelo SIDAR;
e) 60 anos, a contar da data de sua destinação. c) tabela de prescrição e decadência expedida pelo DENARQ;
d) tabela de avaliação e extinção expedida pelo ABARQ;
10. A competência do arquivista no desenvolvimento das atividades de e) tabela de temporalidade e destinação expedida pelo CONARQ.
descrição é fundamental para uma perfeita recuperação das informa-
ções. Assim, se um fundo como um todo estiver sendo descrito, deve- 17. A natureza dos documentos a serem arquivados e a estrutura da
rá ser representado numa só descrição; se é necessária a descrição entidade é que determina o:
de suas partes, estas podem ser descritas em separado. A soma total a) conjunto de classificações;
de todas as descrições obtidas, ligadas numa hierarquia, representa o b) método de arquivamento;
fundo e as partes para as quais foram elaboradas as descrições. Tal c) sistema de notações;
técnica é denominada descrição: d) descarte de projeções;
a) multinível; e) instrumento de pesquisa.
b) relevante;
c) contextualizada; 18. Constituídos de documentos em curso como plano de partida ou
d) identificável; prosseguimento de planos para fins de controle ou tomada de deci-
e) estrutural. sões das administrações são os arquivos:
a) correntes;
11. Nome, termo, palavra-chave, expressão ou código que pode ser b) intermediários;
usado para pesquisar, identificar ou localizar uma descrição arquivísti- c) permanentes;
ca é conhecido como: d) sigilosos;
a) item de série; e) secretos.
b) parte de arranjo;
c) ponto de acesso; 19. De acordo com as regras de alfabetação, os sobrenomes que expri-
d) classe de referência; mem grau de parentesco NÃO são considerados na:
e) área de relevância. a) precedência classificatória;
b) movimentação alfanumérica;
12. A Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística estabelece c) ordenação alfabética;
algumas regras gerais, sendo organizadas em sete áreas de informa- d) tabela de codificação;
ção descritiva. Dentre elas destaca-se a de registrar o código do país, e) remissiva alfabética.
de acordo com a última versão da ISO3166; o código do detentor, de
acordo com a norma nacional de código de detentor e um específico 20. Para organização de uma massa documental constituída especifica-
código de referência local ou número de controle. Esses são os prin- mente de processos, o arquivista deve utilizar o método:
cipais elementos de descrição constitutivos do código de referência da a) enciclopédico;
área de: b) numérico;
a) proveniência; c) dicionário;
b) relacionamento; d) unitermo;
c) determinação; e) geográfico.
d) destinação;
e) identificação. 21. Assegurar a preservação dos documentos que não mais são utiliza-
dos pela administração e que devem ser mantidos, visando a um pro-
13. “Documento elaborado por meio de um computador, sendo seu autor cesso de triagem que estabelecerá a eliminação ou o arquivamento
identificável por meio de um código, chave e outros procedimentos definitivo é a função principal do arquivo:
técnicos e conservados, na maioria, em memórias eletrônicas de a) onomástico;
massa”, é o documento: b) permanente;
a) sistemático; c) especializado;
b) mutável; d) intermediário;
c) sonoro; e) estratégico.
d) imagnético;
e) eletrônico. 22. Estabelecer os prazos de vida do documento dentro da instituição, de
acordo com os valores informativos e probatórios, é atividade da co-
14. A legislação determina que “ficará sujeito à responsabilidade penal, missão de:
civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que a) avaliação de documentos;
desfigurar ou destruir documentos de valor...”: b) incineração de documentos;
a) permanente; c) restauração de documentos;
b) especializado; d) movimentação de documentos;
c) intermediário; e) preservação de documentos.
d) terciário;
e) corrente. 23. Antes de eliminar documentos inservíveis para a instituição, o técnico
de arquivo deve recorrer ao instrumento de destinação aprovado pela
15. “Implementar a política nacional de arquivos públicos e privados, autoridade competente, que é a tabela de:
visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de ar- a) operacionalidade;
quivo” é finalidade do: b) caducidade;
c) organicidade;
d) temporalidade;
e) originalidade. 32. A fase da operação de arquivamento, em que é feito o arranjo dos
documentos, de acordo com a codificação dada aos mesmos, deno-
24. O controle de temperatura, de umidade relativa e de poluentes, por mina-se:
meio de instrumentos, com o objetivo de criar uma atmosfera favorá- a) classificação
vel à conservação dos documentos, denomina-se: b) automação
a) monitoração; c) ordenação
b) climatização; d) inspeção
c) esterilização;
d) fumigação; 33. O conjunto de princípios (análise, arranjo, descrição, avaliação, trans-
e) refrigeração. ferência e recolhimento dos documentos) e técnicas a serem obser-
vadas na constituição, organização, desenvolvimento e utilização dos
25. O técnico de arquivo necessita auxiliar o arquivista na elaboração de arquivos, denomina-se:
uma publicação, descrevendo detalhadamente os documentos previ- a) arquivoconomia
amente selecionados, visando a incluí-los num instrumento, utilizando b) arquivonomia
critérios temáticos, cronológicos, onomásticos etc. O instrumento que c) arquivologia
deve ser elaborado é o: d) arquivística
a) índice;
b) repertório; 34. O processo de análise da documentação de arquivos, visando estabe-
c) guia; lecer a sua destinação, de acordo com seus valores probatórios e in-
d) inventário; formativos denomina-se:
e) topográfico. a) arranjo
b) avaliação
26. A palavra ou o grupo de palavras retiradas diretamente de um ou mais c) descrição
documentos, para indicar seu conteúdo e facilitar sua recuperação d) classificação
denomina-se:
a) palavra-cópia; 35. O método de seleção que permite determinar o grau de representati-
b) palavra-guia; vidade de um conjunto documental, segundo critério geográfico, alfa-
c) palavra-chave; bético, numérico e / ou cronológico chama-se:
d) palavra-índice; a) suporte
e) palavra-item. b) avaliação
c) destinação
27. O art. 4º da Lei 8.159 menciona que todos têm direito a receber dos d) amostragem
órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interes-
se coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos que serão 36. A Transferência de documentos dos arquivos intermediários para os
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas arquivos permanentes é chamada de:
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança do: a) triagem
a) Arquivo e do Congresso; b) seleção
b) Homem e da Comunidade; c) descarte
c) Público e da Vida; d) recolhimento
d) Governo e da Política;
e) Estado e da Sociedade. 37. O instrumento de pesquisa elaborado seguindo um critério temático,
cronológico, onomástico ou geográfico, incluindo, todos os documen-
28. São inalienáveis e imprescritíveis os documentos de valor: tos pertencentes a um ou mais fundos, descritos de forma sumária ou
a) primário; pormenorizada chama-se:
b) permanente; a) catálogo
c) especial; b) índice
d) intermediário; c) lista
e) corrente. d) guia

29. O órgão vinculado ao Arquivo Nacional que define a política nacional 38. Nos arquivos, a guarda e conservação dos documentos visando à sua
de arquivos é o: utilização são características da:
a) SINARQ; a) criação
b) ABARQ; b) função
c) REBARQ; c) finalidade
d) COLMARQ; d) localização
e) CONARQ. e) importância

30. Quanto ao gênero, os microfilmes são documentos classificados 39. A centralização dos arquivos correntes não é apenas a reunião da
como: documentação em único local, como também a concentração de todas
a) cartográficos as atividades de controle de documentos. O órgão encarregado dessa
b) iconográficos centralização é o protocolo que concentra as seguintes atividades:
c) audiovisuais a) arquivo, controle, análise e eliminação
d) textuais b) expedição, controle, retenção e expurgo
c) avaliação, levantamento, movimentação e descarte
31. Ao usar o Método Numérico Simples, os correspondentes eventuais d) recebimento, registro, distribuição e movimentação
terão a sua documentação arquivada em pastas, que constituirão uma e) planejamento, análise, implantação e acompanhamento
série à parte, chamadas de:
a) especiais
b) reservadas 40. O método cronológico é adotado em quase todas as repartições
c) miscelâneas públicas. Numera-se o documento depois de autuado, colocando-o
d) confidenciais
numa capa de cartolina. Além do número, são transcritas outras in-
formações. Esse documento denomina-se:
a) catálogo
b) protocolo
c) inventário
d) repertório
e) processo

41. Reunir, conservar, arranjar, descrever e facilitar a consulta dos docu-


mentos oficiais, visando a torná-los úteis para fins administrativos,
pesquisas históricas é função do arquivo:
a) corrente
b) especial
c) permanente
d) intermediário
e) especializado

42. A passagem dos documentos da 2ª para a 3ª idade do arquivo, cha-


ma-se:
a) conservação
b) recolhimento
c) referência
d) transferência
e) encaminhamento

43. É obra destinada à orientação dos usuários no conhecimento e na


utilização dos fundos que integram o acervo de um arquivo. É o ins-
trumento de pesquisa mais genérico, pois se propõe a informar a tota-
lidade dos fundos existentes no arquivo. Este instrumento é identifica-
do como:
a) guia
b) índice
c) catálogo
d) repertório
e) topográfico

44. O método de seleção que permite determinar o grau de representati-


vidade de um conjunto documental, segundo critério geográfico, alfa-
bético, numérico ou cronológico é o processo de:
a) arquivamento
b) amostragem
c) destinação
d) retenção
e) seriação

45. Os documentos de arquivos podem assumir, basicamente, dois tipos


de valores que de acordo com os seus conteúdos, podem ser:
a) ativo e passivo
b) probatório e fiscal
c) eventual e jurídico
d) transitório e definitivo
e) administrativo e histórico

GABARITO:
01 A 11 C 21 D 31 C 41 C
2 D 12 E 22 A 32 C 42 B
3 C 13 E 23 D 33 D 43 A
4 B 14 A 24 B 34 B 44 B
5 A 15 B 25 B 35 D 45 E
6 D 16 E 26 C 36 D
7 C 17 B 27 E 37 A
8 E 18 A 28 B 38 B
9 B 19 C 29 E 39 D
10 A 20 B 30 C 40 E
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