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Património Cultural

Mariana Oliveira nº55487


2022/2023

1. O que é Património?
➢ É um conjunto de bens históricos herdados no passado – uma herança comum;
➢ É um conjunto de obras do homem nas quais uma comunidade reconheceu os seus
valores específicos e particulares e com as quais se identifica:
➢ Surge no século XX;
➢ Em Portugal, em 1910, como monumentos nacionais;
➢ Não pode haver nenhuma alteração;
➢ Valor de uso/utilização;
➢ Pode ser autenticado, mas ao longo do tempo surgem vários tipos de usos;
➢ Intenção de relembrar, de rememorar um episódio, um acontecimento;
➢ O património deve ser preservado:

Culto/veneração: memória de um passado


que merece ser preservado e lembrado,
estudado e divulgado.

2. Construção Histórica
➢ Alóis Riegel defendia que havia dois tipos de destruição: deliberada e negativa
 Destuição Deliberada
▫ Destruição Ideológica: quando a destruição de um monumento tem fins
ideológicos, por exemplo, a destruição por parte de protestantes de imagens de
santos;
▫ Destruição Lógica: destruição de espaços para dar lugar às necessidades de
um determinado contexto ou de um grupo de pessoas.
 Destruição Negativa
▫ Por exemplo, a arte destruída a I Guerra Mundial.
➢ Segundo Aloís qualquer intervenção de restauro deve de dar ao monumento a sua originalidade.
➢ Monumento
 Um monumento pode ter valor artístico, mas não pode ter valor de utilidade ou vice-
versa.
➢ Objeto
 Erwin Ponopshy
▫ Nível pré-iconográfico: olhar o objeto, saber o que é;
▫ Nível iconográfico: analisar o objeto;
▫ Nível iconológico: compreensão do objeto.
 Compreender:
▫ Os objetos da conservação e do restauro;
▫ Quando se conserva e se restaura;
▫ As teorias subjacentes a conservação e restauro

Património Objeto “Bem Cultural”


Pode ser “coisa” (tudo) É resultado da ação humana, Valores que se atribuem à
Pater/patris + monere = ou seja, um artefacto usado coisa com variadíssimos
património mais pelos arqueológos contextos

➢ Fontes – monumentos, móvel, imóvel, teses, DGPC, SIPA, arquivos das câmaras municipais;
➢ Fontes primárias e secundárias;
➢ Fonte oral: alguém que “conta”.

3. Antiguidade Pré-Clássica e Clássica


➢ Coleções particulares:
 expressando o poder de Roma,
 propaganda do Império Romano,
 expressam os gostos dos proprietários.
➢ Espaços museológicos;
➢ Admiração pela cultura grega;
➢ Império romano:
 Vastidão cultural;
 Medidas jurídicas;
 Destruição;
 Espoliação.
➢ Monumentos edificados
 Remuneração

Idade Média ➢ Igrejas;


➢ Reutilização;
➢ Perduração;
➢ Apropriação.

Renascimento ➢ Studioll – gabinetes de estudo;


➢ “Monumentos”
➢ “escavações em Roma”
➢ Non finito “inacabado)
➢ Intuitos políticos religiosos: papados, repúblicas, colecionismo, mercado
da arte
➢ As múmias do Antigo Egipto foram muito importantes para a idade
média - uso do pó das múmias para pinturas; gosto pelo antigo Egipto;
memória do antigo Egipto nunca desapareceu da Europa
➢ No terramoto de Lisboa, os conventos passaram, praticamente intactos;
➢ D. Manuel I (1469-1561):
 Reafirmou o seu poder na construção e reconstrução do
monumento
 Utilizou a arquitetura como propaganda em todo o país
➢ Estudo das grandes antiguidades:
 Normalmente eram os clérigos que estudavam
➢ Constituição de gabinetes de curiosidade (século XVI e XVII):
 Espaços de produção natural e produção artificial;
 Mobiliário de decoração e exposição
 Animais;
 Espaço de afirmação social de quem os detinha

Movimento da ➢ Martinho Lutero:


Reforma  À nobreza cristã da nação alemã 1520;
 À liberdade de um cristão;
 Excomunhão a 3 de janeiro de 1521
➢ Luteranismo
➢ Acelvirismo
➢ Contrarreforma

Movimento ➢ Destruíram tudo de iconografia;


Protestetante ➢ Muitos protestantes tiraram esculturas, estátuas, pinturas;
➢ Destruição da Igreja Católica;
➢ Abriu porta a um novo estudo.

Movimento da ➢ Medievalismo;
Reforma e ➢ Religiosidade;
➢ “antiguidades nacionais”
Contrarrefor
 Estudo lapidar
ma ➢ Abertura ao público destes monumentos
 Outrora era apenas aberto às pessoas mais importantes;
 Caminho para o surgimento dos museus.
➢ Ellas Ashmaie deixou em testamento, todas as suas coleções e exige que
parte da biografia seja pública e que as coleções não biografias estejam
num museu.

Portugal ➢ D. João V, o Magnânimo (séc. XVIII)


 Grande mecenas das artes
▫ Financiou grandes obras cristãs, nomeadamente, do
Vaticano:
▫ Criação da academia real da história;
▫ Transferência das rivalidades entre nações para a cultura;
 Decreto de 1721:
▫ Qualquer pessoa em território português que tenha
alguma peça antiga, deve de comunicar a um entendido
da área e, assim, fazer transportar para a academia real da
história
➢ Carlos III de Espanha (séc. XVIII)
 Descobre as ruínas da pompeia
➢ Winckelmann
 Primeiro museu aberto ao público:
▫ Recuperação dos tesouros
▫ Ideia de que o museu protege os tesouros
▫ Museus:
− É um espaço de culto;
− Espaço dedicado á nação;
− Glorificação de Deus da divindade;
− O liberalismo multiplicou os museus, as escolas,
etc...
− 1798 - é fundado o primeiro museu da europa
(museu britânico, aberto ao público {homens e
mulheres). Recuperou-se, exibiu-se e projetou-se
tesouros encontrados
➢ Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal)
 Reconstruir a cidade de Lisboa pós-terramoto de 1755.
Recuperou o património perdido.
➢ Frei Manuel do Cenáculo
 Promoção da cultura e do património Eborense. Terá tido a
maior biblioteca privada do país, destruída pelas invasões
portuguesas;
 1805- criação de um museu arqueológico;
 Escavou as ruínas romanas de trais com a ajuda de D. Maria I;
 Descoberto de um teatro romano.
➢ Napoleão Bonaparte
 Fez-se representar como o imperador romano César;
 Ambição de fomentar a construção do sacro império romano;
 Desejo de ter o próprio império Romano;
 1798 - expedição ao Egipto.

4. Teorias de Restauro e Conservação


➢ Restauro Estilístico
 Eugene Viollet-le-Deu;
 Qualquer arquiteto que tem de restaurar deve de procurar os desenhos originais e, até
construir uma investigação arqueológica para o restauro do edifício:
▫ Deve de devolver a sua função original;
▫ Melhorar o projeto arquitetónico.
➢ Antigo Restauro
 John Rustin;
 Não contente com a evolução da industrialização, defende que devemos de olhar os
organismos do passado com a sua originalidade.
 Contra o Restauro:
▫ Devemos de deixar o monumento morrer – deixar com a sua originalidade
mesmo que leve à ruína - não mexer na história;
▫ Porém as ruínas devem de ser cuidadas para não desaparecer totalmente.
➢ Restauro Científico
 Teoria mais importante – com ela surgiu os primeiros documentais para o património
cultural;
 Camilo Boito;
 Não defendia o restauro estilístico;
 Respeita o valor histórico e artístico do monumento;
 Elege a conservação à consolidação do restauro;
 Defende o restauro percetível estilizando elementos decorativas;
 O restauro é a última hipótese;
 1882 - Itália: Carta Dei Restauri Degli Edifici Monumentali;
 1883 – Roma: IV Congresso
 1º Carta de Restauro:
▫ Carta de veneza;
▫ Consolidar – reparar – restaurar
▫ Matérias originais e novas;
▫ Restauro de elementos decorativos;
▫ Exposição de elementos primitivos;
▫ Datação das intervenções;
▫ Relatórios fotográficos
▫ Notoriedade
 Mais adotado na Europa;
 Com a distribuição da catedral de Reme durante os bombardeamentos da I Guerra
Mundial, percebeu-se que não poderia ser tão radical ao que se trata esta teoria. Voltou-
se, então, a defender e a praticar a teoria do restauro estilístico.
➢ Restauro Rigoroso
 Itália;
 Não melhora monumentos;
 Gustavo, Itália - exigia que o restauro fosse com materiais perto do monumento

PACTO DE REICH

 Proteção de Instituições, críticas e científicas e monumentos;


 A defesa dos bens culturais, importa, mais do que a defesa militar e a proteção da cultura é
prioritário;
 1949 – quarto período de sessões da conferência geral da UNESCO;
 Iniciar regulamento do direito internacional na área do património.
INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS E ORGANISMOS DEPENDENTES

 Sociedade das Nações pós I Guerra Mundial – Genebra;


 Comissão Internacional cooperação intelectual – Carta de Atenas (1931)
 Oficina Internacional de Museus;
 Instituto de cooperação intelectual.
OBJETIVO DE LEGISLAÇÃO

 Castelo de Elvas, (1906)


 Sé de Braga, Lisboa e Évora (1907)
 Mosteiro da Batalha, alcobaça, e Belém, (1907)
 Basílicas de Mafra e Estrela em Lisboa entre outro, (1907)
 Castelo de Guimarães (1908)
 1910 - grupo religioso da arqueologia.
CARTA DE VENEZA

 Contribuiu para o desenvolvimento de um movimento internacional, que se materializou


em documentos nacionais do ICOM e da UNESCO e na criação de um centro Internacional
para o Estudo da Preservação e Restauro dos Bens Culturais;
 É essencial que os princípios básicos da preservação e o restauro dos antigos edifícios
assentem num acordo de âmbito internacional, a partir do qual cada país se responsabilize pela
sua aplicação no quadro das suas próprias culturas e tradições;
 Elabora no II Congresso Internacional dos Arquitetos e Técnicos em Monumentos.
CARTA DE ATENAS

 1931
 Recomenda o respeito pela obra histórica e artística do passado sem banir o estilo de nenhuma
obra;
 Recomenda que se mantenha a ocupação dos monumentos que se assegure a continuidade da
sua vida consagrando os conteúdos de utilização que respeitem o seu carácter histórico e
artístico

INSTRUMENTOS DE VALORIZAÇÃO DOS BENS CULTURAIS

 O inventário geral do património cultural;


 Os instrumentos de gestão territorial;
 Os parques arqueológicos
 Os programas e projetos de apoio à musealização, exposição e depósito temporário de bens;
 Os programas de apoio às formas de utilização originária, tradicional e natural de bens;
 Programas e projetos, nomeadamente, a visita pública e coleções visitáveis
 Programas e projetos de divulgação, sensibilização e animação

5. Classificação do Património Imóvel


➢ Entende-se por classificação o ato final do procedimento administrativo mediante o qual se
determina que certo bem possui um inestimável valor cultural;
➢ Os bens imóveis pertencentes a particular só podem ser classificados como de interesse
nacional quando a sua degradação ou o seu extravio constituíam perda irreparável para o
património cultural
➢ Dos bens imóveis pertencentes a particular só são possíveis de classificação como de interesse
público os que sejam elevados apreço e cuja exportação definitiva do território nacional possa
construir grave para o património cultural
➢ só é possível a classificação de bens móveis de interesse municipal com o consentimento dos
respetivos proprietários.
➢ Monumento nacional – que se considere que tem interesse público;
Interesse Público - não é suficiente relevante para ser nacional;

Interesse Municipal

6. Zona de Proteção
➢ Uma zona de proteção configura um perímetro em volta de um bem cultural imóvel, dentro do
qual não podem ser realizadas obras sem autorização administrativa
➢ Os bens imóveis em vias de classificação beneficiam automaticamente de uma zona geral de
proteção
➢ Os bens imóveis em vias de classificação podem beneficiar de uma zona especial de proteção
provisória
➢ Os bens imóveis classificados beneficiam de uma zona de proteção especial de proteção
➢ A zona de proteção tem 50 metros contados dos limites externos do bem imóvel e vigora a
partir da data da decisão de abertura do procedimento de classificação
➢ Zona especial de proteção provisória: é fixada quando a zona geral de proteção se revele
insuficiente ou desadequada para a proteção e valorização do bem imóvel
➢ Zona de proteção: área estabelecida em redor de um imóvel classificado nos termos do artigo
15º da Lei nº 107/2001. Funciona como uma
➢ Artigo 15º da lei nº 107/2001:
 Estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património
cultural;
 Principais:
▫ Estabelece bases da política e regime da proteção, democratização da cultura;
▫ Exercida pelo Estado, pelas R.A., autarquias locais, gestão pública, igreja,
fundações e outras entidades privadas.
➢ A Zona Especial de Proteção tem a extensão e impõe as restrições adequadas em função da
proteção e valorização do bem imóvel classificado. Esta assegura o enquadramento paisagístico
do bem imóvel e as perspetivas da sua contemplação, devendo abranger os espaços verdes,
nomeadamente jardins ou parques de interesse histórico, que sejam relevantes para a defesa do
contexto do bem imóvel classificado;
➢ Os bens imóveis classificados nos termos do art. 15º da Lei nº 107/2001 e os imóveis em vias
de classificação, os conjuntos classificados e os sítios arqueológicos beneficiam de uma zona
especial de proteção, que é estabelecida pela entidade detentora da gestão e administração do
património cultural com o acordo das autarquias locais. A definição do seu perímetro
acompanha as curvas de nível do terreno, ou é estabelecida a partir de elementos referenciais
na paisagem;
➢ Este procedimento estratégico tem o intuito de gerir e garantir a qualidade das construções a
erigir na adjacência de um edifício classificado, minimizando as consequências sobre o mesmo;
➢ De acordo com a UNESCO, o património está organizado em duas características:
▫ património cultural: monumento, conjunto de edifícios ou sítio de valor histórico,
estético, arqueológico, científico, etnológico e antropológico;
▫ património natural: algo da característica física, biológica, geológica, habitats de
espécie animais ou vegetais em risco de áreas de grande valor do ponto de vista
científico e estético ou do ponto de vista de conservação.
7. Enquadramento Geral
➢ Garantir a independência nacional e criar políticas, económicas, sociais e culturais que a
promovem;
➢ Proteger e valorizar o património cultural do povo português, defender o ambiente e a natureza,
preservar os recursos naturais e assegurar com correto ordenamento do território.
8. Tipos de Património
➢ Património Arqueológico
 Locais onde foram exercidas quaisquer atividades humanas, às estruturas abandonadas
e aos vestígios de toda a espécie, à superfície, no subsolo ou submersas, bem como a
todos os objetos culturais móveis que lhe estejam associados.
 São considerados elementos do património cultural arqueológico todos os vestígios,
bens e outros indícios da existência do homem no passado.
▫ Cuja preservação e estudo permitam traçar história da humanidade e a sua
relação com o ambiente;
▫ Cuja principal fonte de informação é constituída por escavações e ainda outros
métodos de pesquisa relacionados com o homem e o ambiente que o rodeia.
➢ Património Industrial
 Nos anos 20 começou-se a falar do património industrial
▫ Com a II guerra mundial desenvolveu-se diversos programas de
desenvolvimento económico e reconstrução;
▫ destruição de várias fábricas;
▫ década do plano marshall.
 Compreende os vestígios da cultura industrial com valor histórico, tecnológico, social,
arquitetónico ou científico
 Edifícios, máquinas, oficinas, fábrica, minas e locais de processamento e de refinação,
entrepostos e armazéns, centros de produção, transmissão e utilização de energia, meios
de transportes e todas as estruturas, infra-estruturas, locais de desenvolvimento de
atividades sociais como habitações (bairros industriais), locais de culto, de educação ou
clínicas industriais
▫ Exemplos:
▪ São João da Madeira
▪ Fábrica dos Tecidos de Seda
▪ Palácio na Fiação de Fafe
 Os objetos são os produtos, que também são património industrial móvel, tal como
máquinas, produtos, etc
 Imaterial: memórias, relatos de trabalhadores
➢ Arqueologia Industrial
 método interdisciplinar que estuda todos os vestígios, materiais e imateriais, os
documentos, os artefactos, as estruturas, as implantações humanas, as paisagens
naturais e urbanas criadas para ou por processo industriais. A arqueologia industrial
utiliza os métodos de investigação mais adequados para aumentar a compreensão do
passado e do presente industrial;
➢ Património Móvel Integrado
 Exemplos:
▫ Azulejos na Estação de São Bento (Porto)
▫ Mosteiro da Batalha (Estátua de D. João e Filipa de Lencastre)
 Este tipo de património está presente em igrejas, esculturas, pinturas, altares barrocos,
alfaias religiosas
➢ Património Móvel
 todas as estruturas criadas e implantadas pelo homem detectadas de valor de
testemunho histórico, artístico e técnico. Podem deter uma finalidade imediata,
relacionada com a vida material do homem;
 compreende monumentos, conjuntos arquitetónicos e sítios construídos, abrangendo
edifícios e estruturas urbanas e/ou rurais;
 Objetos móveis e elementos decorativas que fazem parte da zona de proteção d. ao
longo de tempo tem ganhado uma particularidade - o património escuro/sombrio
➢ Património Arquitetónico
 todos os edifícios isolados, vilas, aldeias, áreas da cidade que apresentem um interesse
histórico ou cultural;
 conjuntos das estruturas físicas às quais as pessoas atribuem valor histórico,
arquitetónico, simbólico e científico
➢ Património Imaterial
 Tradições ou expressões, conhecimentos, competências, representações que as
comunidades, pessoas, grupos reconhecem como património cultural
 transmitido de gerações para gerações
 Língua
 tradições
 artes do espetáculo
 práticas sociais, rituais e atos festivos
 conhecimentos e usos relacionados com a natureza e o universo
 técnicas artesanais tradicionais.
➢ Património Paisagístico
 área geográfica que apresenta um interesse relevante ao ponto de vista da paisagem
quer seja natural ou transformada pelo homem
➢ Património Urbano
 conjuntos de paisagens, aglomerados, edifícios, objetos e saberes que apresentam um
interesse relevante do ponto de vista da história e do desenvolvimento das cidades;
 Património monumental de excecional valor cultural;
 elementos patrimoniais não excecionais, mas presentes de uma forma coerente e
relativamente abundante;
 forma urbana, espaços abertos, infraestruturas urbanas.

CENTRO CENTRO
URBANO HISTÓRICO

Espaço de malha urbana onde Nível político, financeiro e


começou a cidade, onde se económico.
situam os principais edifícios.

Porém, tal como Évora, o centro histórico e o centro urbano ficam juntos.
Já em Lisboa é ao contrário.

Monumento
➢ é um objeto construído com valor histórico, e tem a função de fazer recordar preservar a
memória de um determinado acontecimento (segundo Françoise Choay)

Conjunto
➢ engloba mais do que uma peça ou monumento, como por exemplo o Cromeleque dos
Almendres e o Menir dos Almendres foram classificados como um conjunto. Acho que para
poder ser classificado como um conjunto, a classificação deve ser igual para ambos

Sítio
➢ uma região onde vários objetos/monumentos com valor histórico se encontram. Não sei se é ou
não correto dizer que há ruas consideradas "sítios". Por exemplo, Mértola, uma vez que é uma
cidade museu com muita história

RESUMO DO “CONVENTO DE FARO”


Convento da Nossa Senhora da Assunção/Museu Municipal de Faro - Monumento Nacional
✓ É um edifício de características renascentistas, com uma igreja manuelina com cúpula barroca, e
entrada lateral através de um pórtico do renascimento.
✓ Com especial destaque para o claustro em estilo Coimbrão, de dois pisos, com contrafortes salientes,
arcadas de volta inteira no piso térreo e arquitrave no piso superior e para a decoração animalista das
gárgulas.
✓ Em 1519, a Rainha D. Leonor, manda edificar na cidade de Faro, no local onde funcionou durante
séculos a próspera judiaria de Faro, um convento destinado às freiras Capuchas de Santa Clara. As
obras iniciadas por D. Leonor são prosseguidas por D. Catarina que para isso contrata o arquiteto
Afonso Pires.
✓ Em 1550 dá-se por concluída a construção do convento de N.ª Sr.ª da Assunção ou Convento das
Freiras.
✓ O ataque dos Ingleses em 1596 causa grandes danos no edifício, o terramoto de 1755 faz ruir a igreja
e parte dos dormitórios.
✓ No século XIX o convento é abandonado, indo as freiras para a cidade de Tavira. Nos finais desse
século é comprado por particulares instalando-se no seu interior uma fábrica de cortiça.
✓ Em 1948 é classificado como Monumento Nacional, sendo restaurado na década de sessenta.
✓ Desde 1973 o edifício alberga o Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique.

Classificação Monumento Nacional


Encomenda Rainha D. Leonor
Autores Afonso Pires, arquiteto (portal da igreja e claustro); Diogo
Pires, mestre-de-obras da Rainha D. Catarina na cidade de Faro
(janelão da capela-mor)
Data de construção/reconstrução/outras Séc. XVI, XVIII, XIX e XX
intervenções
Tipologia Arquitetura religiosa, renascentista, maneirista. Conjunto
arquitetónico composto por claustro, dependências, igreja e
cerca. Claustro com quatro alas para o qual abrem várias
dependências de plantas quadrangular/retangular com dois
registos, igreja de planta longitudinal, nave única coberta de
abóbada de canhão; capela-mor quadrangular coberta por
cúpula com coros-alto e baixo e entrada lateral
Particularidades O Claustro é um dos exemplares mais expressivos do 1º
Renascimento no Algarve. Com contrafortes salientes
rematados por gárgulas zoomórficas a separar os arcos
semicirculares no piso térreo e as arquitraves no piso superior.
As alas do piso térreo são cobertas por abóbadas de cruzaria. O
Portal principal da igreja apresenta pilastras coríntias lavradas
sobre plintos, a cornija é encimada pelo brasão com a insígnia
da fundadora

RESUMO DA “CARTA/CONFERÊNCIA DE PORTO SANTO”

✓ Por ocasião da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, e a convite do Ministério da


Cultura, o Plano Nacional das Artes apresentou hoje a “Carta de Porto Santo”, um documento
orientador, com princípios e recomendações que promovam uma cidadania cultural plena.
✓ Esta “carta” — cujo nome decorre do local onde foi apresentada, a ilha do Porto Santo, na Madeira —
resulta de um processo participativo, a decorrer desde o início de março, recolhendo os contributos de
encontros com representantes dos Estados-Membros da UE e de redes e organizações artísticas e
culturais não governamentais europeias. É, portanto, um documento em que quer o conteúdo quer o
processo formal de construção concretizam o princípio da democracia cultural Da democratização à
democracia cultura
✓ A apresentação do documento encerra a Conferência do Porto Santo, cujos trabalhos decorreram entre
27 e 28 de abril. Intitulada “Da Democratização à Democracia Cultural: Repensar instituições e
práticas”, a iniciativa foi uma ocasião para debater o significado, hoje, de “democracia cultural”, e para
transformar a periferia insular num centro de reflexão e de irradiação de políticas culturais para a
Europa.
✓ Num momento em que o setor cultural, os artistas e as instituições continuam afetados pelas
consequências da pandemia, a Conferência do Porto Santo pretende:
o promover uma visão cultural que valorize o pluralismo, o conhecimento dos públicos, a
inclusão, a participação, a coesão social e a cidadania, pensando estrategicamente sobre o papel
da intersecção das políticas de cultura e educação
o encorajar o desenvolvimento das instituições culturais em territórios educativos e das
instituições educativas em polos culturais
o refletir sobre o modo como as instituições culturais e os seus processos contribuem (ou não)
para uma sociedade mais democrática e livre; como promovem o acesso à fruição e à produção
cultural
o desenvolver um quadro conceptual e recomendações práticas dirigidas aos vários setores de
atuação (governos, instituições e sociedade civil) para orientar práticas culturais mais
inclusivas e plurais, valorizando a diversidade cultural e a produção de comunidades tantas
vezes marginalizadas
o debater criticamente as possibilidades e os desafios da relação entre as artes, o património e os
meios digitais
o publicar um documento-chave, a "Carta de Porto Santo", que estabeleça princípios orientadores
e recomendações que promovam a democracia no coração das instituições culturais e permitam
uma maior participação e emancipação dos cidadãos
✓ A conferência, em formato híbrido (presencial e digital), contou com a presença de responsáveis
políticos nacionais e europeus, das áreas da cultura e da educação; com dois dos filósofos mais
influentes do nosso tempo, Jacques Rancière e Chantal Mouffe; com a especialista na relação entre as
artes e a educação, Maria Acaso; com personalidades de referência na reflexão sobre as instituições
culturais pós-colonialistas e inclusivas, Wayne Modest e Maria Lind; com oradores reconhecidos pela
experiência na relação entre as artes, o património e os territórios digitais; com a apresentação e
reflexão sobre a prática "artivista" da artista cubana Tania Bruguera; além de vários projetos artísticos
que ajudaram a pensar a relação entre a arte e a comunidade.

Resolução da Assembleia da República n.º 5/91 Convenção para a Salvaguarda do


Património Arquitetónico da Europa
➢ Os Estados membros do Conselho da Europa, signatários da presente Convenção:
 Considerando que o objectivo do Conselho da Europa é realizar uma união mais estreita entre
os seus membros, nomeadamente a fim de salvaguardar e promover os ideais e princípios que
constituem o seu património comum;
 Reconhecendo que o património arquitectónico constitui uma expressão insubstituível da
riqueza e da diversidade do património cultural da Europa, um testemunho inestimável do
nosso passado e um bem comum a todos os europeus;
 Tendo em conta a Convenção Cultural Europeia, assinada em Paris em 19 de Dezembro de
1954, e nomeadamente o seu artigo 1.º;
 Tendo em conta a Carta Europeia do Património Arquitectónico, adoptada pelo Comité de
Ministros do Conselho da Europa em 26 de Setembro de 1975, e a Resolução (76) 28, adoptada
em 14 de Abril de 1976, relativa à adaptação dos sistemas legislativos e regulamentares
nacionais às exigências da conservação integrada do património arquitectónico;
 Tendo em conta a Recomendação n.º 880 (1979) da Assembleia Parlamentar do Conselho da
Europa, relativa à conservação do património arquitectónico;
 Tendo em conta a Recomendação n.º R (80) 16 do Comité de Ministros aos Estados membros
sobre a formação especializada de arquitectos, urbanistas, engenheiros civis e paisagistas,
assim como a Recomendação n.º R (81) 13 do Comité de Ministros, adoptada no dia 1 de Julho
de 1981, sobre as acções a empreender em benefício de certas profissões, ameaçadas de
desaparecimento, no âmbito da atividade artesanal;
 Recordando que é necessário transmitir um sistema de referências culturais às gerações futuras,
melhorar a qualidade de vida urbana e rural e incentivar, ao mesmo tempo, o desenvolvimento
económico, social e cultural dos Estados e das regiões;
 Afirmando que é necessário concluir acordos sobre as orientações essenciais de uma política
comum, que garanta a salvaguarda e o engrandecimento do património arquitectónico;

Definição do património arquitectónico - Artigo 1.º


➢ Para os fins da presente Convenção, a expressão “património arquitectónico” é considerada como
integrando os seguintes bens imóveis:
 Os monumentos: todas as construções particularmente notáveis pelo seu interesse histórico,
arqueológico, artístico, científico, social ou técnico, incluindo as instalações ou os elementos
decorativos que fazem parte integrante de tais construções;
 Os conjuntos arquitectónicos: agrupamentos homogéneos de construções urbanas ou rurais,
notáveis pelo seu interesse histórico, arqueológico, artístico, científico, social ou técnico, e
suficientemente coerentes para serem objecto de uma delimitação topográfica;
 Os sítios: obras combinadas do homem e da natureza, parcialmente construídas e constituindo
espaços suficientemente característicos e homogéneos para serem objecto de uma delimitação
topográfica, notáveis pelo seu interesse histórico, arqueológico, artístico, científico, social ou
técnico.

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