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CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

LICENCIATURA

Disciplina: Licenciatura em Educação Física Tarefa: atividade do ciclo 3

Nome: RA: Turma:


Parecer do Tutor:

A educação básica no Brasil atual: desafios e perspectivas

Quadro Explicativo do Documentário: Pro dia nascer feliz, de João Jardim, 2004.
Observação: Este filme foi produzido entre abril de 2004 e outubro de 2005. Direção de João
Jardim.

Cenário Narrador Discurso/ Observações

1-1962 Narrador1 Questionando, a “juventude transviada”. E qual


o futuro, se não pela educação? Questões como
evasão escolar, qualidade na educação, e a
juventude que não estuda, e que vai para a
criminalidade.
Texto informativo 1: 44 anos depois (2006), 97% das crianças em idade escolar entram na escola.
Com o percorre dos anos, muitos acabam por abandonar os estudos. No entanto, 41% não chegam
a concluir a 8ª série. De acordo com a avaliação do MEC, a metade dos estudantes do ensino
fundamental não tem conseguem ler ou escrever de forma correta.
2-Região nordeste, Narrador 1: não ...1200 reais recebidos pela escola, e sua
cidade de Manari identificado. distribuição para pagar contas inclusive, 50,00
Pernambuco, Escola da prefeitura...
Estadual CEL. Souza
Neto.
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Professora Fabiana ...Frei Caneca condenado a morte porque queria


coisas boas para o seu povo. Isso é certo?...
Glécia 13 anos Banheiro: não tem pia, não tem encanamento,
descarga com balde; merenda: não são bons, os
alunos jogam fora, não prestam atenção (esta
fala é de uma aluna que segundo seu pai, gosta
de estudar).
Texto informativo 2: No Brasil existem 210 mil escola, e 13,7 mil não tem banheiro e 1,9 não tem
água.
Valéria Uma adolescente que gosta de ler Vinicius de
Moraes, Carlos Drummond de Andrade, etc...e
que escreve, narra e compõem o seu poema,
critico em relação a sua vida. As professoras não
consideram por pensarem que não foi por autoria
dela.
2b-ônibus quebrado que a Texto informativo 3: durante duas semanas de filmagens, Valéria foi à
prefeitura cede para os escola somente três vezes. Pois o ônibus estava quebrado.
alunos.
3- Escola Estadual de Dona Nenê: Diretora Sua fala é da avaliação e do baixo desempenho.
Inajá PE. da Escola Estadual Em paralelo uma recuperação somente três dias
de Inajá PE. para todos os professores que não tem como
rever as matérias.
4- Valéria Texto informativo 4: Valéria novamente, pegando ônibus até à escola
de Inajá onde faz o curso de quatro anos profissionalizante de
magistério. No entanto, ela percorre 31 km em ônibus, de pé.

5- Aula do curso de Professora de Fala da professora: será que á escola vai ser
magistério. Valéria. assim? Qual será que vai ser sua pratica docente
no futuro? De que lado você vai ficar do
sistema? Deixando como está?

Valéria O professor de química que não vai as aulas; que


manda um substituto. A professora de sociologia
que dava a mesma nota para toda sala, fossem
alunos que frequentavam as aulas ou os
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desistentes.

Professora de Dos que vem para namorar na escola. A escola


como ponto social de encontro no interior. Fala
Valéria
da professora que também se sente
desestimulada porque a escola é como uma
válvula de escape. Como um ponto de encontro
dos jovens. E a nova "praça". A narrativa, dos
professores desinteressados. Que não tem
substituto. Estudando a noite.

Valéria No futuro pensa em relações internacionais.


Algo que mexa com o público que ela gosta
demais em sua fala.

6- Região Sudeste Texto informativo 5: Duque de Caxias, a 15 km da Cidade do Rio de


Colégio Estadual Janeiro. A boca de fumo fica a poucos metros do colégio. Ensino
Guadalajara noturno. Salas meio vazias.
Uanderson … fala confusa, ironia… gíria,… (ininteligível)
7- Alunos dispensados Funcionária da escola dispensa alunos do 2º ano pela falta do professor.
8 - Em uma sala cheia Discussão entre um aluno e professora de história. Sala com conversa,
professora tentando explicar a aula dificuldade. Dispersão e falta de
interesse.
Deivison Douglas 16 “zoação”...
anos
9- Conselho de Classe Professora Maria Diretora da Escola falando de Deivison: Falta de
(sobre Deivison) Helena respeito. Nesse cenário a reprovação de Deivison
realmente pode ser caótica para a vida dele.
Mesmo
ele não tendo aprendido nada.
Deivison Douglas 16 Zoando, que disse que já sabia que ia passar. Já
anos segurou arma, já usou drogas. Jovem
adolescente que encontra entre no limiar de uma
situação de
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vulnerabilidade entre o crime e a escola. A


dificuldade do bairro em que mora. Que não tem
nada. A escola é o lugar onde algo pode
acontecer.
Edlane - Núcleo de Falando de Deivison: que o que segura Deivison
Cultura da Escola é a convivência na escola. Na banda. Se ele tiver
acompanhamento, o mínimo isso vai fazer
diferença.
10- Festa no Colégio Makeba Núcleo de Cultura da Escola, resgate e
valorização da cultura negra. Música-"maracatu"
(?) Participação de Deivison.
Deivison Na sua fala tem vontade de ser militar "coronel",
tem que pensar alto.
11 - São Paulo Narrador sem nome Piratiningua é a periferia da periferia. É difícil
Itaquaquecetuba – 50 km você propor "vamos num cinema, vamos em um
de São Paulo teatro"... porque não tem dinheiro.
Escola Estadual Parque
Piratininga II
Professora Celsa Conduzindo um debate sobre o romantismo, a
sala participando. A questão do sexo.
12- Cenário da escola A escola, pública, tem jornais para os alunos lerem. Tem uma fonte
com cascata. Locais para sentar e conversar, como uma sala de estar.
Tem plantas.
Professora Fátima a sua fala a boa colocação do ENEM e alunos na
(diretora da Escola) faculdade.
Ronaldo 16 anos Questionando a melhoria do estudo. A questão
da matéria de inglês. Verbo “to be” que ninguém
sabe. Sempre acontece falta de professores.
Carol (aluna) Mais uma vez a turma vai ser dispensada porque
o professor não veio.
Professora Fátima Sobre a falta dos professores. A legislação é
(diretora da Escola) permissiva, deixando que os professores faltem
sem que haja problemas na carreira.
Professora Celsa Quando falta e porque não dá. A carga é mais
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que um ser humano pode suportar. As condições


de trabalho dos professores também são
complicadas. Vai ao psiquiatra uma vez ao mês,
é muito psicológico, é muito desgastante
emocionalmente. Se você se envolve com os
problemas deles. As vezes você e mal recebido
você é visto como o inimigo. Existe um abismo
entre professor e aluno,
professor e diretor. As vezes você entra na sala
de aula e o cara manda você tomar naquele
lugar, é complicado lidar com essa situação. O
professor na sociedade é um profissional
importante. Mas quando você abandona esse
profissional. Ele tende a deixar para lá, o
professor perdeu a dignidade. O estado deixa
tudo muito jogado, cada vez mais você vai
deixando com o espírito cada vez mais pobre,
maquiam-se muito as coisas. Não vou dar nota
vermelha por quê? Porque eu vou ter que fazer
um documento falando porque eu dei a nota
vermelha para o indivíduo. Então para não ter
esse trabalho... Passe logo o infeliz.
Professora Suzana Ai fora as coisas são muito mais interessantes. O
professor está bem preparado (questão colocada
pelos produtores do documentário), o professor
não está preparado para ser agredido,
desrespeitado, diariamente. É isso que
desmotiva, ele sai desanimado. Aí sim a aula
dele fica ruim.
Ronaldo Jovem quer ser padre e estudar filosofia. Ele
(novamente) acha que ele pode ajudar mais a realidade que
ele vive sendo padre. Tem noção que falam por
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trás dele uma série de coisas.


13- Reunião do fanzine da Professora Celsa Conduzindo a reunião.
escola
Keila 16 anos Escreve um poema sobre isso indignada sobre a
fala da mãe que tem preconceito contra
homossexualidade. Sobre gostar de mulheres,
que não é doente. Apenas desprezada por todos
por ser a minoria. abre a discussão com a
questão de beijo entre mulheres.
Professora Celsa A professora instiga a participação perguntando
o que ela quis dizer com isso. "homem, homem,
mulher, mulher e ai?" joga a pergunta para o
grupo.
Daiane (aluna) Admite ter preconceito. Passou mais de sete
anos da vida dentro da Igreja.
Kleber (aluno) “Normal”.

Keila Depressão? Queria chegar em casa almoçar até


na cama e dormir. A solução para tudo seria
morrer. Mas a professora Celsa falou que a
ultima coisa que eu estivesse sentindo quando
morresse seria para sempre. Dai a solução não é
morrer. (Autoestima baixa). Insegura.
Depressiva? Adolescência. “Para
escrever eu tenho que estar triste. Eu não sei
porque. Com raiva de alguma coisa. Tem
vergonha de seus poemas. Será que vai fazer
alguém chorar se forem lidos?”
Texto informativo 6: No final de 2004, Keila terminou o 3º ano do Ensino Médio. Atualmente
trabalha dobrando calças para uma fábrica.
14- Um ano Keila Agora não consegue mais criticar. Falta alguma
coisa. Ela gostava da escola. O contato a
depois...
conversa. Hoje em dia é do trabalho para a casa.
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15- Bairro Alto de Ciça: 16 anos A pressa do que você vai ser. Outro discurso.
Pinheiros São Paulo Autoestima. Todos tem condição. A vida vai
Colégio Santa Cruz. exigir muito de nós. A cobrança, mas também a
determinação.
Observações: Outra realidade de vida. Classe média alta. Os alunos já atentos às aulas.
Colégio Privado. As diferentes atitudes frente ao mundo, construída por
diferentes modos de vida, diferentes visões do mundo, mundo este que o
rodeia. No sertão de Pernambuco. Na periferia do Rio. Na periferia de
São
Paulo e em um bairro central de São Paulo.
Professora Antonieta Literatura, aula sobre o cortiço, a questão do
espaço.
16- Entrevista com Ciça:16 anos “Tenta ver um pouco mais, aquele menino que
algumas alunas: Ciça, vende bala no farol... tenta "imaginar" que tem
Mariana, Maísa um pouco de contato...”
Mariana: 16 anos “O olhar através da bolha... (falando da
realidade delas) - tem que sair dela e fazer
alguma coisa...”
Ciça “A bolha de alguns não é transparente, você não
enxerga nada através dela...”
Maísa: 16 anos “Nós vivemos em uma realidade privilegiada,
mas se conversarmos com uma pessoa que vive
fora dessa realidade você vai ver que ela é igual
a você e que essa diferença é uma ilusão que a
gente cria”.
Mariana “Não é uma opção de ser rico, de ser da elite
econômica brasileira, sempre foi assim, se foi
criada...”.
Observações: Existe uma noção de “privilégio”, na fala delas, em relação a outras
realidades. O hiato que separa esses mundos é mais do que territorial e
cultural... é estrutural, é histórico… Abismal.
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Ciça “Eu queria ir fazer um trabalho voluntário, mas


meu, eu vou ter que deixar de ir para a minha
aula de natação, vou ter que deixar de fazer meu
trabalho... é super complicado, é triste...
(concorda com mariana). eu tenho minha vida
para tocar também”.
Maísa “Essa ideia de ajudar já entra como uma ideia de
superioridade, é implícito né...” (falando de
forma crítica do próprio discurso delas).
Ciça “Essa mentalidade capitalista esta incrustada,
violento né...”.
Mariana “É muito romântico a gente falar que é igual, eu
tenho o que comer “eles” não tem... não sei se a
gente é igual, mas estamos submetidos a dois
mundos muito diferentes...”.
Maísa “Na verdade é o mesmo mundo... e esse é o
problema... com certeza”.
17- Discussão sobre Thaís: 15 anos. “Eu fiquei em 3 matérias, estudei e mais aulas
recuperação particulares, eu fui falar com a direção porque
tem muitos alunos em recuperação e eles
falaram: "é normal", então... eles querem mesmo
dar uma assustada, dar uma apertada. Com a
possibilidade de bombar eu queria um apoio
mais forte da minha família, e eu to conseguindo,
e com professor particular também com esse
negócio de estudo”.
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18- 6 meses antes... Thaís “Eu tenho medo de coisas totalmente complexas
e grandiosas, assim... medo da morte, medo do
que vai acontecer depois, começo a pensar nisso
e fico naquela "nóia" e tenho bilhões de
perguntas na minha cabeça e que ninguém vai
conseguir responder... haaaa... o que acontece
depois da vida, quem sou eu... pergunta sobre o
tempo, como que "tudo" começou...”.
Thaís “Eu conversei muito com as pessoas, começou a
dar esse problema (ansiedade, medo,
insegurança), comecei a falar com minha mãe,
diretor do colégio
chamou... e minhas amigas foram pessoas que
me ajudaram, mas ninguém deu as respostas que
eu queria...”. “O conflito, começou com a
questão da religião, minha mãe acredita e meu
pai não acredita... os pais como "modelos" a
serem seguidos, a crise por esse mundo não ser
do jeitinho "arrumado" que era antes dessa
descoberta. A preocupação do colégio com a
aluna que estava "triste", que as notas estavam
caindo e fui chamada para conversar. Tive uma
crise e foi falar com uma
professora de filosofia que é uma "gênia né..." A
identificação com alguém no mundo que sabe o
que eu estou sentindo”.
Observações: Teleologia, pertencimento e significado. Sentido do que é vida. Isso
destoa completamente de discursos que veremos mais a frente.
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19 - Alunos no corredor
brincando, no intervalo,
namorando, beijando…
no
Colégio Santa Cruz
20- Entrevista com Ciça Ciça “Ah as pessoas olham pra mim e falam - ah essa
e amigas menina só estuda; menos meninos se
interessaram por mim, esse negócio dos meninos
é uma coisa que me pegou ( eu to ate meio
emocionada ), eu tive namorado... eu achei que
eu era interessante, eu fiquei com um menino o
ano inteiro... será que eu estou estudando muito e
não valorizando as coisas...sei lá "não sendo
mulher"... e isso me pega como ser vista como
uma menina que "só estuda" e não é verdade eu
faço mil coisas, eu nado, eu faço yoga, ... tenho
minha vida... mas eu dedico bastante para o
estudo eu já tirei férias ontem...”.
Amiga “Confirmando que a ciça nesse ano estudou
demais... exagerou um pouco...”
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Ciça “Agora tem um colégio de uma rede grande que


está ligando para casa, quer que eu estude lá.. e
saia meu nominho no cartaz se eu passar na
faculdade... minha mãe ja estava colocando na
olimpiada de física, queria que eu trocasse de
colégio, quero ficar aqui, isso (estudar) não é
tudo na vida, ... (uma fala de liberdade)... a
pressão (de estudar) é minha.
Eu me exijo bastante, tenho uma disciplina.
Meus pais falam "chega", não precisa
estudar...pra tudo eu me cobro uma disciplina,
para estudar, para o esporte... eu me cobro do
processo e acho que dai que vem minha
exigẽncia... do processo. Eu não tenho muita
certeza ainda, estou entre engenharia e
medicina, mas acho que eu vou para
engenharia”.
21- Thais ao telefone Um sorriso no rosto. “Passei em tudo, irado né,
com o pai. precisando comemorar...Irado né, to no colégio,
beijo...”
Texto informativo 7: O colégio (Santa Cruz), não autoriza a filmagem do conselho de classe.
Thaís “ha.. falou parabéns, que a gente precisava sair
hoje para comemorar... tomar umas, ha
precisava disso depois de 2 semanas fazendo
prova, aliviar a tensão...”.
Tópico: “Os pais ausentes...”
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22- Os pais ausentes Jovem aluna A “Meus pais trabalham tanto que eles não têm
tempo de entender a gente eu e minha irmã. Eles
estão correndo por questão de dinheiro. acho que
ele não sabe quem eu sou. acho que 10% sabe...
é muito muito muito difícil minha mãe chegar e
me dar um abraço, sinto muita falta de carinho e
de abraço. eu super sou carente com minhas
amigas e meu namorado. eu sinto falta de um
exemplo em casa sabe. sinto falta dos dois se
corresponderem de terem uma ligação”.
23- Banheiro feminino de Jovem aluna B “Meu pai não fala comigo porque eu não gosto
algum colégio público da mulher do meu pai,atualmente eu não gosto
dela. Ele resolveu ficar com ela e não falar
comigo. Eu não gosto tenho raiva mas sinto
falta. Sinto falta do meu pai sabe, e difícil, todo
mundo fala de pai e eu não tenho. Como se eu
não tivesse pai”.
Jovem aluna C “Eu tenho 18 anos, não tenho pai... meu pai
nunca chegou para mim e disse filha eu te amo...
minha mãe sim falou... eu não peço muito...
queria colocar
ele no pau. não me deu assistência, mas depois
eu raciocinei, ele é pobre também, sustenta 5
filhos, então deixa para lá, eu vou seguir minha
vida”.
Tópico: “A violência...”

24- Escola Estadual Levi Professora Suzana “E muito comum o pai que bate na mãe, pai que
Carneiro Periferia de São é bandido, pai que morreu, eles (os alunos) estão
Paulo. vendo isso continuamente, então eles perpetuam
mesmo...de uns 4 ou 5 anos para cá tem ficado
pior. A escola é reflexo... (da sociedade em que
ela está inserida)...”
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25- Entrevista com várias Rita “Meu pai é mecânico. faz carreto, tenho 16
adolescentes anos. minha mãe faleceu quando tinha 15 anos;
eu gosto de passar lição na lousa...”
Observações: Garotos... rindo da brigas das meninas... Contexto de discussões e
brigas, picuinhas... por motivos fúteis e infantis. Brigas e Xingamentos.
Elas não tem noção do por quê se iniciou a briga. As fala confrontadas
não correspondem a realidade. Não há chance de ter uma reconciliação,
nem condições psicológicas para isso.
Texto informativo 8: Rita saiu da escola com medo das colegas. Engravidou e somente 2 anos
depois voltou a estudar. Hoje com 20 anos, cursa o segundo ano do ensino médio.
Rita “Tenho vontade de terminar meus estudos e
em formar em professor ou psicólogo... ou
então advogada”.
26 – Narração de uma Professora “O professor se sente agredido, desrespeitado,
professora eles (os alunos) falam...mas a gente só disse
isso... e isso é um palavrão, mas para eles é
normal... faz parte do cotidiano deles. A vida é
tão dura, tão sem graça, tão difícil que tanto
faz eles morrerem ... irem para "Febem", tanto
faz, "eles não tem o que perder"... tanto faz...”.
27- Em outra escola Jovem aluna D “Ela quis me barrar na festa, falou que eu era
penetra e depois a dona da casa queria me
expulsar... Pensei nela... tem que morrer
essa*...”
Entrevistador “E o que aconteceu 2a feira?”.

Jovem aluna D “Eu esperei ela, encontrei ela no corredor e foi


daquele jeito... deixei ela no chão estirada”.
Aluno E, falando de D “Chegou pelo lado, puxo o cabelo dela e deu a
primeira facada, ai ela caiu... ela levantou e
tomou outra... mas correu e conseguiu chegar
na sala da direção”.
Jovem aluna D “Eu pensei q ela ia morrer mas não morreu.
Não dá nada matar se você e de "menor"... "3
anos, passa rápido".
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Outro Cenário, outro caso Aluno F “Chato na escola era a diretora, eu xinguei a
de discussão e violência diretora na frente da minha mãe, arranhava o
carro dela”. Outro caso de discussão...
Aluno G “Ai... chega na escola, faz tudo certinho
"compreta", faz alguns cursos mas chega na
hora do emprego... não tem. E ai? o que que
vai dar? pô voô mete as
cara...”.
Aluno F “Pô primeira vez foi na escola...sai da escola,
fui pra rua, ai... perdeu perdeu...” (narrando
que fez um assalto)...
Entrevistador Porque que é bom?
Aluno F “Por que é.... a gente se diverte com a cara da
vítima que está perdendo”.
Aluno H (?) “Já é um costume... vou robar o outro, vou
robar um ladrão...”.
Aluno G “Conforme estou estudando aqui a tarde,
ocupando meu tempo, não tinha nada para
fazer na escola, bora, vamo pra cidade para
poder roubar”.
Aluno F “Trabalhar na "boca" mesmo pra arrumar um
dinheiro”.
Observações Vários narradores, varias vozes... simulando um assalto em um
semáforo, justificando sua conduta...até os políticos “"robam"... mas
eles não são presos... são tudo corrupto... e não são presos... eles tão
colhendo o que eles prantaram... a criminalidade... duvido que eles vão
acabar com a criminalidade agora, a tendência é aumentar... 14, 18, 18...
(a idade das vozes sem rosto...)18,17, ...”
Textos finais Este filme foi produzido entre abril de 2004 e outubro de 2005. Em
julho de 2006, a Escola de Manari foi reformada. Hoje, a cidade tem
ensino médio. Valéria está terminando o curso normal.
Deivison Douglas, de Duque de Caxias foi reprovado no ano seguinte.
Atualmente serve o exército e estuda a noite.
Ciça do Colégio Santa Cruz, estuda Engenharia na USP

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