Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LICENCIATURA
Quadro Explicativo do Documentário: Pro dia nascer feliz, de João Jardim, 2004.
Observação: Este filme foi produzido entre abril de 2004 e outubro de 2005. Direção de João
Jardim.
5- Aula do curso de Professora de Fala da professora: será que á escola vai ser
magistério. Valéria. assim? Qual será que vai ser sua pratica docente
no futuro? De que lado você vai ficar do
sistema? Deixando como está?
desistentes.
15- Bairro Alto de Ciça: 16 anos A pressa do que você vai ser. Outro discurso.
Pinheiros São Paulo Autoestima. Todos tem condição. A vida vai
Colégio Santa Cruz. exigir muito de nós. A cobrança, mas também a
determinação.
Observações: Outra realidade de vida. Classe média alta. Os alunos já atentos às aulas.
Colégio Privado. As diferentes atitudes frente ao mundo, construída por
diferentes modos de vida, diferentes visões do mundo, mundo este que o
rodeia. No sertão de Pernambuco. Na periferia do Rio. Na periferia de
São
Paulo e em um bairro central de São Paulo.
Professora Antonieta Literatura, aula sobre o cortiço, a questão do
espaço.
16- Entrevista com Ciça:16 anos “Tenta ver um pouco mais, aquele menino que
algumas alunas: Ciça, vende bala no farol... tenta "imaginar" que tem
Mariana, Maísa um pouco de contato...”
Mariana: 16 anos “O olhar através da bolha... (falando da
realidade delas) - tem que sair dela e fazer
alguma coisa...”
Ciça “A bolha de alguns não é transparente, você não
enxerga nada através dela...”
Maísa: 16 anos “Nós vivemos em uma realidade privilegiada,
mas se conversarmos com uma pessoa que vive
fora dessa realidade você vai ver que ela é igual
a você e que essa diferença é uma ilusão que a
gente cria”.
Mariana “Não é uma opção de ser rico, de ser da elite
econômica brasileira, sempre foi assim, se foi
criada...”.
Observações: Existe uma noção de “privilégio”, na fala delas, em relação a outras
realidades. O hiato que separa esses mundos é mais do que territorial e
cultural... é estrutural, é histórico… Abismal.
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
LICENCIATURA
18- 6 meses antes... Thaís “Eu tenho medo de coisas totalmente complexas
e grandiosas, assim... medo da morte, medo do
que vai acontecer depois, começo a pensar nisso
e fico naquela "nóia" e tenho bilhões de
perguntas na minha cabeça e que ninguém vai
conseguir responder... haaaa... o que acontece
depois da vida, quem sou eu... pergunta sobre o
tempo, como que "tudo" começou...”.
Thaís “Eu conversei muito com as pessoas, começou a
dar esse problema (ansiedade, medo,
insegurança), comecei a falar com minha mãe,
diretor do colégio
chamou... e minhas amigas foram pessoas que
me ajudaram, mas ninguém deu as respostas que
eu queria...”. “O conflito, começou com a
questão da religião, minha mãe acredita e meu
pai não acredita... os pais como "modelos" a
serem seguidos, a crise por esse mundo não ser
do jeitinho "arrumado" que era antes dessa
descoberta. A preocupação do colégio com a
aluna que estava "triste", que as notas estavam
caindo e fui chamada para conversar. Tive uma
crise e foi falar com uma
professora de filosofia que é uma "gênia né..." A
identificação com alguém no mundo que sabe o
que eu estou sentindo”.
Observações: Teleologia, pertencimento e significado. Sentido do que é vida. Isso
destoa completamente de discursos que veremos mais a frente.
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
LICENCIATURA
19 - Alunos no corredor
brincando, no intervalo,
namorando, beijando…
no
Colégio Santa Cruz
20- Entrevista com Ciça Ciça “Ah as pessoas olham pra mim e falam - ah essa
e amigas menina só estuda; menos meninos se
interessaram por mim, esse negócio dos meninos
é uma coisa que me pegou ( eu to ate meio
emocionada ), eu tive namorado... eu achei que
eu era interessante, eu fiquei com um menino o
ano inteiro... será que eu estou estudando muito e
não valorizando as coisas...sei lá "não sendo
mulher"... e isso me pega como ser vista como
uma menina que "só estuda" e não é verdade eu
faço mil coisas, eu nado, eu faço yoga, ... tenho
minha vida... mas eu dedico bastante para o
estudo eu já tirei férias ontem...”.
Amiga “Confirmando que a ciça nesse ano estudou
demais... exagerou um pouco...”
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
LICENCIATURA
22- Os pais ausentes Jovem aluna A “Meus pais trabalham tanto que eles não têm
tempo de entender a gente eu e minha irmã. Eles
estão correndo por questão de dinheiro. acho que
ele não sabe quem eu sou. acho que 10% sabe...
é muito muito muito difícil minha mãe chegar e
me dar um abraço, sinto muita falta de carinho e
de abraço. eu super sou carente com minhas
amigas e meu namorado. eu sinto falta de um
exemplo em casa sabe. sinto falta dos dois se
corresponderem de terem uma ligação”.
23- Banheiro feminino de Jovem aluna B “Meu pai não fala comigo porque eu não gosto
algum colégio público da mulher do meu pai,atualmente eu não gosto
dela. Ele resolveu ficar com ela e não falar
comigo. Eu não gosto tenho raiva mas sinto
falta. Sinto falta do meu pai sabe, e difícil, todo
mundo fala de pai e eu não tenho. Como se eu
não tivesse pai”.
Jovem aluna C “Eu tenho 18 anos, não tenho pai... meu pai
nunca chegou para mim e disse filha eu te amo...
minha mãe sim falou... eu não peço muito...
queria colocar
ele no pau. não me deu assistência, mas depois
eu raciocinei, ele é pobre também, sustenta 5
filhos, então deixa para lá, eu vou seguir minha
vida”.
Tópico: “A violência...”
24- Escola Estadual Levi Professora Suzana “E muito comum o pai que bate na mãe, pai que
Carneiro Periferia de São é bandido, pai que morreu, eles (os alunos) estão
Paulo. vendo isso continuamente, então eles perpetuam
mesmo...de uns 4 ou 5 anos para cá tem ficado
pior. A escola é reflexo... (da sociedade em que
ela está inserida)...”
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
LICENCIATURA
25- Entrevista com várias Rita “Meu pai é mecânico. faz carreto, tenho 16
adolescentes anos. minha mãe faleceu quando tinha 15 anos;
eu gosto de passar lição na lousa...”
Observações: Garotos... rindo da brigas das meninas... Contexto de discussões e
brigas, picuinhas... por motivos fúteis e infantis. Brigas e Xingamentos.
Elas não tem noção do por quê se iniciou a briga. As fala confrontadas
não correspondem a realidade. Não há chance de ter uma reconciliação,
nem condições psicológicas para isso.
Texto informativo 8: Rita saiu da escola com medo das colegas. Engravidou e somente 2 anos
depois voltou a estudar. Hoje com 20 anos, cursa o segundo ano do ensino médio.
Rita “Tenho vontade de terminar meus estudos e
em formar em professor ou psicólogo... ou
então advogada”.
26 – Narração de uma Professora “O professor se sente agredido, desrespeitado,
professora eles (os alunos) falam...mas a gente só disse
isso... e isso é um palavrão, mas para eles é
normal... faz parte do cotidiano deles. A vida é
tão dura, tão sem graça, tão difícil que tanto
faz eles morrerem ... irem para "Febem", tanto
faz, "eles não tem o que perder"... tanto faz...”.
27- Em outra escola Jovem aluna D “Ela quis me barrar na festa, falou que eu era
penetra e depois a dona da casa queria me
expulsar... Pensei nela... tem que morrer
essa*...”
Entrevistador “E o que aconteceu 2a feira?”.
Outro Cenário, outro caso Aluno F “Chato na escola era a diretora, eu xinguei a
de discussão e violência diretora na frente da minha mãe, arranhava o
carro dela”. Outro caso de discussão...
Aluno G “Ai... chega na escola, faz tudo certinho
"compreta", faz alguns cursos mas chega na
hora do emprego... não tem. E ai? o que que
vai dar? pô voô mete as
cara...”.
Aluno F “Pô primeira vez foi na escola...sai da escola,
fui pra rua, ai... perdeu perdeu...” (narrando
que fez um assalto)...
Entrevistador Porque que é bom?
Aluno F “Por que é.... a gente se diverte com a cara da
vítima que está perdendo”.
Aluno H (?) “Já é um costume... vou robar o outro, vou
robar um ladrão...”.
Aluno G “Conforme estou estudando aqui a tarde,
ocupando meu tempo, não tinha nada para
fazer na escola, bora, vamo pra cidade para
poder roubar”.
Aluno F “Trabalhar na "boca" mesmo pra arrumar um
dinheiro”.
Observações Vários narradores, varias vozes... simulando um assalto em um
semáforo, justificando sua conduta...até os políticos “"robam"... mas
eles não são presos... são tudo corrupto... e não são presos... eles tão
colhendo o que eles prantaram... a criminalidade... duvido que eles vão
acabar com a criminalidade agora, a tendência é aumentar... 14, 18, 18...
(a idade das vozes sem rosto...)18,17, ...”
Textos finais Este filme foi produzido entre abril de 2004 e outubro de 2005. Em
julho de 2006, a Escola de Manari foi reformada. Hoje, a cidade tem
ensino médio. Valéria está terminando o curso normal.
Deivison Douglas, de Duque de Caxias foi reprovado no ano seguinte.
Atualmente serve o exército e estuda a noite.
Ciça do Colégio Santa Cruz, estuda Engenharia na USP