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Introdução
Certo é que seu conteúdo semântico não é de difícil conhecimento. Muito pelo
contrário, é que sua própria nomenclatura não deixa margem para dúvidas, de qual é sua
finalidade, a de individualizar a pena.
De qualquer forma, vale destacar que é terra firme entre a doutrina brasileira
que do princípio da individualização pena decorrem três obrigações estatais, uma de
natureza legislativa e duas judiciárias. Veja-se:
2. Ariel é condenado por roubo simples (art. 157, caput, CP), sua conduta, em síntese, foi,
portando um simulacro de arma de fogo, abordar a vítima, encostar o brinquedo na
cabeça dela, ameaçá-la de morte, subtrair os bens e antes de evadir desfere um soco no
rosto da ofendida.
Muito embora George e Ariel incorrem no mesmo marco penal, roubo simples
(art. 157, caput, CP), é indiscutível que não se trata de casos semelhantes. Afinal, Ariel
valeu-se de modus operandi com diversos elementos autorizadores de uma pena acima
do mínimo legal, tanto é que atua lançando mão de simulacro de arma de fogo, artefato
que impõe temor a boa parcela da população devido a ignorância sobre armas de fogo.
Visando estabelecer terra firme no âmbito desse dever, o artigo 489 do Código
de Processo Civil, aplicável analogicamente ao Processo Penal diante do art. 3º do CPP,
é dedicado a descrever os elementos de uma sentença, sendo, inclusive, em muitas
oportunidades prolixo. Afinal, impõe expressamente deveres que são inerentes a
prestação jurisdicional devida pelo Estado.
Ocorre que, não raras vezes, a dosimetria da pena é feita de forma automática
utilizando os conceitos jurídicos de forma errónea ou justificando escolhas com base em
termos indeterminados. Infelizmente, não é uma ou duas sentenças que repetem os
elementos da culpabilidade, enquanto conceito analítico do delito, sem verificar níveis de
reprovabilidade, intensidade do dolo ou outras circunstâncias de relevância penal, dentre
outros equívocos categoriais e dogmáticos – como a fixação do regime inicial de
cumprimento de pena seguindo exclusivamente critérios aritméticos.
Por fim, vale levantar a seguinte ressalva, não se defende que o magistrado
elabore um tratado das penas criminais em cada sentença que prolatar, mas, sim, que
valore as provas conforme critérios racionais. Afinal, nunca é demais repetir que, é a
dogmática penal que afasta o intuicionismo e improviso casuístico, sendo que a
previsibilidade das decisões judiciais configura fator fundamental para a segurança
jurídica.
3. Dogmática Penal e individualização da pena
Com efeito, de tudo isso decorre que a pena pressupõe – como condição de
legitimidade e critério norteador -, no mínimo, a lesão ou ameaça ao bem jurídico
penalmente tutelado.
Nesse contexto, a pena exerce valiosa contribuição aos fins do Direito Penal, o
que foi reconhecido pelo legislador, que, na reforma de 1984 no artigo 59 do Código
Penal, adotou a teoria da união para justificar e fundamentar a imposição da reprimenda.
Roxin ensina que: