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FINANCEIRO
II
Juliana Ribeiro
Apostila de Direito Financeiro II 2
1 - ORÇAMENTO PÚBLICO
• PROPOSTA DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS: privativa e exclusiva do Poder Executivo (art. 165
da CF/88)
• Cumulatividade ao art. 84, XXIII da CF/88 – competência exclusiva ao Chefe do executivo para
elaborar e deflagar o procedimento relativo ao projeto de lei do orçamento, promovendo o seu
envio ao Congresso Nacional.
Natureza temporária/ Forma legislativa peculiar ? cabe ao Presidente da República remeter para
o Congresso Nacional em momentos oportunos.
2 - PLANO PLURIANUAL
• O Projeto de Lei do PPA define as prioridades do governo por um período de quatro anos e deve
ser enviado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto do
primeiro ano de seu mandato.
• CARACTERÍSITICAS
- necessidades ditadas pela política governamental:
Art. 165, § 1º ? “ Lei que instruir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital ? , e
outras delas decorrentes e, para as relativas aos programas de duração continuada ? ”.
- Investimentos
• DESPESAS DE CAPITAL - Inversões financeiras
- Transferências de capital
Investimentos
Dotações para o planejamento e execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de
imóveis considerados necessários à realização destas últimas, equipamentos e material
permanente e constituição ou aumento de capital;
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Inversões Financeiras
Aquisição de imóveis, bens de capital já em utilização, à aquisição de títulos representativos de
capital de empresas ou entidades de qualquer espécie ou empresas que visem a objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive bancários ou de seguros;
Transferências de Capital
Amortização da dívida pública
• O PPA estabelece a ligação entre as prioridades de longo prazo e a Lei Orçamentária Anual.
• CARACTERÍSTICAS
• O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve ser enviado pelo Poder Executivo ao
Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano. A LDO estabelece as metas e prioridades
para o exercício financeiro subseqüente.
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4 - ORÇAMENTO ANUAL
• CONCEITO – é aquele que abriga o orçamento fiscal referente aos três poderes, fundos, órgãos
e entidades da Administração direta e indireta.
“A lei orçamentária anual é aquela que abarca o orçamento fiscal (receita-despesa) referentes
aos três poderes da União, fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta,
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, além do orçamento da Seguridade Social”.
Art.165 § 5º CF.
• CARACTERÍSTICAS
- Interelacionam- se com o plano plurianual que estabelece metas e diretrizes para o período
superior a um ano;
- Os recursos destinados aos órgãos dos três poderes e do MP deverão ser entregues até o dia 20
de cada mês;
OBS:- Este repasse não é automático, pois depende não só da efetiva arrecadação da receita,
como também da existência do programa de despesas (princípio da programação de despesas).
Este programa poderá ser modificado. A data do repasse não pode ser modificada.
- Com base na LDO aprovada pelo Legislativo, a Secretaria de Orçamento Federal elabora a
proposta orçamentária para o ano seguinte, em conjunto com os Ministérios e as unidades
orçamentárias dos poderes Legislativo e Judiciário. Por determinação constitucional, o governo é
obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de
agosto de cada ano. Acompanha o projeto uma Mensagem do Presidente da República, na qual é
feito um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas.
- O governo define no Projeto de Lei Orçamentária Anual, as prioridades contidas no PPA e as
metas que deverão ser atingidas naquele ano. A Lei Orçamentária disciplina todas as ações do
governo federal. Nenhuma despesa pública pode ser executada fora do Orçamento, mas nem tudo
é feito pelo governo federal.
• A Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000 pelo Congresso Nacional introduziu novas
responsabilidades para o administrador público com relação aos orçamentos da União, dos
Estados e municípios, como limite de gastos com pessoal, proibição de criar despesas de duração
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continuada sem uma fonte segura de receitas, entre outros. A Lei introduziu a restrição
orçamentária na legislação brasileira e cria a disciplina fiscal para os três poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário.
• Iniciativa exclusiva do Poder Executivo (art. 165 da CF/88 e art. 84, XXIII), elaborando projeto
de Lei do orçamento. Isto ocorre em cada ente federativo (arts. 25, 29 e 32 da CF)
• Chefe do Executivo envia projeto para o parlamento, cumprindo fazê- lo no prazo de até quatro
meses antes do término do exercício financeiro (art. 35, § 2º do ADCT)
• O Congresso Nacional designa comissão de parlamentares, a qual fica incumbida de examinar o
projeto do orçamento anual, e demais leis orçamentárias, emitindo ao final um parecer.
• Procedimento legislativo apreciado em um só tempo pelas Duas Casas do Congresso.
• No Congresso, deputados e senadores discutem na Comissão Mista de Orçamentos e Planos a
proposta enviada pelo Executivo, fazem as modificações que julgam necessárias através das
emendas e votam o projeto. A Constituição determina que o Orçamento deve ser votado e
aprovado até o final de cada Legislatura.
• No âmbito federal a comissão é formada por deputados e senadores.
• Comissão também aprecia as emendas oferecidas pela Casa Legislativa – Observação: as
emendas não podem alterar substancialmente a proposta original. Tem limites que se limitam a
correção de erros ou omissões do projeto inicial.
• Após este tópico se submetem ao processo legislativo comum.
• Após a aprovação, segue para sanção e promulgação do Presidente da República. Respeitando o
prazo de 15 de dezembro de cada ano (art. 57 da CF/88 c/c art. 35, § 2º do ADCT).
PRINCÍPI0S ORÇAMENTÁRIOS
Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e controle do orçamento, que
estão definidos na Constituição, na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano Plurianual e
na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
• Princípio da Unidade
Cada esfera de governo deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única política
orçamentária e estruturado uniformemente. Assim, existe o orçamento da União, o de cada
Estado e o de cada Município.
• Princípio da Universalidade
A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituição
pública deve ficar fora do orçamento.
• Princípio da Anualidade
Estabelece um período limitado de tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa, ou
seja, o orçamento deve compreender o período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal.
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a partir de:
1 - Prazos aqui referidos à União. Para Estados, Distrito Federal e Municípios ver
respectiva Constituição ou Lei Orgânica.
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I –Requisitos:
a) Legalidade - requisitos necessários a verificação das despesas (autorizaç ão e limitações
legais).
- nada pode ser pago sem a previsão orçamentária, nem além dos créditos
orçamentários ou adicionais (art. 167, II, CF); sob pena de caracterização de crime de
responsabilidade (art. 85, VI, CF).
b) Legitimidade - fiscalização examina o mérito do ato praticado pelo agente público para
detectar possível desvio de finalidade. Exemplo: festas dadas pelos agentes públicos.
c) Economicidade - exame da despesa vista sob o enfoque custo- benefício, com a finalidade de
verificar se foi escolhido, pelo agente público responsável o menos oneroso possível, acolhendo a
melhor proposta.
e) Renúncia - renúncia de receitas só pode ocorrer nas hipóteses e nas condições da lei (isenção
e redução de alíquota).
II – Tipos de fiscalização:
A) COMPETÊNCIA
O Tribunal de Contas da União (TCU) tem suas competências previstas nos artigos 33, §
2o, 71 a 74 e 161, parágrafo único, da Constituição Federal. Além disso, em razão do exercício
das competências constitucionais, outras incumbências lhe foram atribuídas por lei. As
competências constitucionais e legais do TCU estão listadas no quadro adiante.
B) FUNCIONAMENTO
O TCU é órgão colegiado e suas deliberações são tomadas no Plenário ou em suas duas
Câmaras, podendo ocorrer, esporadicamente, decisões por despacho singular, nos casos previstos
no Regimento Interno.
O Plenário e as duas Câmaras reúne m-se de 17 de janeiro a 16 de dezembro, em sessões
ordinárias e, quando necessário, em extraordinárias, sempre com a presença de representante do
Ministério Público.
No desempenho de suas atribuições, o Tribunal recebe, periodicamente, uma parte da
documentação contábil e outros demonstrativos relativos à atuação das unidades sujeitas à sua
jurisdição, que são apreciados sob a forma de tomadas e prestações de contas. Estas contas são
analisadas sob os aspectos de legalidade, legitimidade, econo micidade, eficiência e eficácia, após
o que são julgadas regulares, regulares com ressalvas, irregulares ou iliquidáveis.
A primeira hipótese ocorre quando a prestação de contas expressa, de forma clara e
objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade
dos atos de gestão do responsável. As ressalvas, por sua vez, decorrem da existência de
impropriedades ou faltas de natureza formal de que não resultem danos ao erário. Já a
irregularidade das contas advém da omissão no dever de prestá-las; da prática de ato de gestão
ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial; de dano ao erário decorrente de ato de
gestão ilegítimo ou antieconômico; de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos
e de reincidência no descumprimento de determinações do Tribunal. Por fim, as contas serão
consideradas iliquidáveis quando caso fortuito ou força maior tornar materialmente impossível o
julgamento de mérito.
O controle exercido por meio de tomadas e prestações de contas, contudo, é um controle
a posteriori. Assim, o Tribunal realiza inspeções e auditorias, tanto de forma rotineira quanto em
c aráter específico e ocasional, com o intuito de obter maior eficiência e eficácia em sua atuação,
procedendo sempre de acordo com sistemáticas constantes de seus manuais internos.
Os trabalhos de inspeção e de auditoria não podem ser obstados de forma alguma.
Nenhum processo, documento ou informação pode ser sonegado sob qualquer pretexto, podendo
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o Tribunal até mesmo determinar cautelarmente o afastamento provisório de suas funções dos
dirigentes que criarem dificuldades ou retardarem os trabalhos.
À Corte e aos seus Ministros é facultado, ainda, realizar diligências com vistas ao
esclarecimento de dúvidas surgidas no decorrer de suas análises. Estas diligências são de
atendimento obrigatório no prazo fixado, geralmente de quinze dia s, e sujeitam o gestor que não
as observar à aplicação de multa.
O julgamento dos processos e a imposição de sanções não é feito arbitrariamente, sendo
conferido aos responsáveis o direito de ampla defesa, com todos os elementos a ela inerentes.
Assim, o Tribunal, diante de irregularidades detectadas em suas análises, determina, sempre, a
audiência prévia ou a citação dos interessados, que, não as atendendo, são julgados à revelia.
A função sancionadora do TCU configura- se na aplicaç ão aos responsáveis, em caso de
ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, das seguintes sanções, isolada ou
cumulativamente:
a condenação ao recolhimento do débito eventualmente apurado;
a aplicação ao agente público de multa proporcional ao valor de prejuízo causado ao erário, sendo
o montante do dano o limite máximo da penalidade;
a aplicação de multa ao responsável por contas julgadas irregulares, por ato irregular, ilegítimo ou
antieconômico, por não atendimento de diligência ou determinação do Tribunal, por obstrução ao
livre exercício de inspeções ou auditorias e por sonegação de processo, documento ou
informação;
o afastamento provisório de seu cargo, do dirigente responsável por cerceamentos a inspeções e
auditorias enquanto durarem os respectivos trabalhos;
a decretação, no curso de qualquer apuração de irregularidade, da indisponibilidade, por prazo
não superior a um ano, dos bens do responsável considerados bastantes para garantir o
ressarcimento do prejuízo;
a declaração de inabilitação, pelo período de cinco a oito anos, para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no âmbito da administração pública;
a declaração de inidoneidade do responsável por fraude em licitação para participar, por até cinco
anos, de certames licitatórios promovidos pela administração pública;
a determinação à Advocacia-Geral da União, ou ao dirigente de entidade jurisdicionada, de adoção
de providências para arresto dos bens de responsáveis julgados em débito.
Cumpre destacar, ainda, que as penalidades aplicadas pelo Tribunal de Contas não
excluem a aplicação de sanções penais e de outras sanções administrativas, estas últimas pelas
autoridades competentes. Ressalte- se, também, que a legislação eleitoral prevê a inelegibilidade,
por um período de cinco anos, dos responsáveis por contas irregulares.
TCE - SP
7 - CRÉDITO PÚBLICO
É a facilidade do ente público de realizar operações em dinheiro (captação ou entrega) com outras
pessoas de direito público ou privado.
Decorre dele o empréstimo público
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A Constituição Federal possibilitou ao Estado efetuar operações de crédito em geral, sob as mais
diversas modalidades e, ao mesmo tempo, permitiu que a lei orçamentária anual de cada
entidade política previsse a contratação de operações de crédito por antecipação de receitas (§ 8º
do art. 165). E mais, para assegurar o exercício dessa faculdade excepcionou da proibição de
vincular as receitas de impostos a órgãos, fundos ou despesas permitindo, expressamente, a
prestação de garantia na contratação dessas operações de crédito (art. 167, IV da CF).
EMPRÉSTIMO PÚBLICO – ato pelo qual o Estado se beneficia de uma transferência de liquidez
com a obrigação de restituí- la, no futuro, normalmente com o pagamento de juros.
PROBLEMÁTICA DOUTRINÁRIA:
Doutrinadores de renome não consideram o empréstimo público como fonte de receita. Tomam-
no como simples “fluxo de caixa” pois não criam novos valores positivos para o patrimônio
público.
“A cada soma, que o ativo do Tesouro recebe, a título de empréstimo, corresponde um
lançamento, no passivo, contrabalanc eando- o” (Aliomar Baleeiro). Quando muito, podem ser
chamadas “receitas impropriamente ditas”.
A natureza jurídica dos empréstimos é muitos discutida. Há quem veja neles um contrato de
mútuo semelhante ao particular e que, portanto, deveria estar submetido às mesmas regras.
Outros enxergam aí um ato de soberania do Estado ou um contrato de direito público, com regras
especiais. A moralidade ou constitucionalidade da atuação do devedor dependerá sempre do caso
concreto.
EMPRÉSTIMO E RECEITA
Apesar de não ser receita pública, os Empréstimos públicos perderam o caráter de medida
extraordinária e ingressam no orçamento fiscal, juntamente com a previsão para o pagamento
dos juros e das amortizações, sem que se prejudique o princípio da Exclusividade.
Antecipação de Receita- São empréstimos de curto prazo que devem ser saldados com recursos
do próprio exercício financeiro.
FINALIDADE
c) perpétuos – sem previsão de restituição, por parte do Estado, do capital principal. Prevê
apenas o pagamento de juros ou rendas, indefinidamente.
c.1) remíveis – o Estado reserva- se o direito ou faculdade de reembolsar quando quiser. São
representados por TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA, negociáveis em bolsa (cotação variável).
c.2) irremíveis – não há previsão de reembolso (reembolso impossível).
OBS.: alguns autores não consideram empréstimos esta modalidade (perpétuos), mas sim
“rendas perpétuas”.
8 - DÍVIDA PÚBLICA
DÍVIDA PÚBLICA – é o resultado das operações de crédito em que o Poder Público figura como
tomador de dinheiro.
Abrange apenas os empréstimos captados no mercado financeiro interno ou externo, através
de contratos assinados com os bancos e instituições financeiras, ou do oferecimento de títulos ao
público em geral.
INTERNA EXTERNA
Satisfeita em moeda nacional. satisfeitas em ouro ou em moeda de confiança
internacional.
credores: sujeitos à soberania nacional. credores: cidadãos de outros países que se
organizam ou ganham apoio de seus governos
(pressão de um Estado sobre o outro).
CLASSIFICAÇÃO:
a) fundada – resultante dos empréstimos temporários a médio e a longo prazo e também dos
perpétuos.
“A dívida compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 meses, contraídos para
atender o desequilíbrio orçamentário ou a financiamentos de obras e serviços públicos” (art. 98 da
lei 4320/67).
A suspensão do pagamento de dívida fundada, pelo Estado ou pelos Municípios, por mais de dois
anos, pode dar causa à intervenção (da União ou dos Estados, conforme o caso) na unidade
devedora ( art. 34, inc. V, letra “a” e art. 35, inc. I, da CF). É ressalvado o motivo de força maior
(“fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir” – art. 1058 do C.C.).”
a1) consolidada - decorre da dívida fundada que provém dos empréstimos perpétuos (vide art.
52. Inciso VI, C.P.).
a) a atuação do SENADO:
- quaisquer operações externas de natureza financeira, dependem de autorização de Senado
(sendo o interesse da União, Estados, DF ou Municípios). (art. 52, inc. V);
- fixa limites globais para o montante da dívida consolidada da União, Estados, DF e Municípios.
(art. 52, inc. VI);
- fixa limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União,
Estados, DF, Municípios, autarquias e outras entidades controladas pelo Poder Publico Federal
(art. 52, Inc. VII);
- Restrição às garantias concedidas pela União (art. 52, inc. VIII) e dívida mobiliária dos Estados,
DF e Municípios (inc. IX).
b) os limites da lei
- a dívida pública, a concessão de garantias pelas entidades públicas a emissão e resgate de
títulos da dívida pública dependem de lei complementar (art. 163, inc. II, III e IV);
- é vedada a concessão de empréstimo pelo Banco Central ao Tesouro Nacional ou qualquer órgão
ou entidade que não seja instituição financeira (art. 164, parágrafo 1º);
EMISSÃO
A emissão dos títulos da dívida pública está totalmente vinculada ao princípio da legalidade.
(art. 163, III e IV, CF).
EXTINÇÃO
• Amortização - Pode ser feita por compra de títulos no mercado, por sorteio ou diretamente
junto ao credor.
• Confusão - ente público recebe títulos de sua dívida por herança ou os adquire no mercado de
capitais;
• Repúdio - O Estado não reconhece a dívida quando assumida mediante atos de corrupção ou
regimes políticos não consolidados.
BANCO CENTRAL
O Banco Central tem papel relevante no contexto da Lei de Responsabilidade Fiscal. Logo no Art.
7º é definida a integração do resultado do Banco Central, apurado após a constituição ou reversão
das reservas como receita do Tesouro Nacional. O resultado negativo constituirá obrigação do
Tesouro para com o Banco, consignado em dotação específica no orçamento. O impacto e o custo
fiscal das suas operações deve ser demonstrado trimestralmente evidenciando o cumprimento da
LDO. Noventa dias após o encerramento do semestre também apresentará perante as Comissões
temáticas respectivas no Congresso, além dos balanços, a avaliação do cumprimento das metas
das políticas monetária, creditícia e cambial (Art. 9, § 5º). Na definição da dívida pública
mobiliária inclui- se na representação dos títulos emitidos pela União, do próprio Banco Central, e
os da dívida dos Estados e Municípios (Art. 29). O Art. 39 define as operações com o Banco
Central. Elas estão sujeitas às vedações de operações de crédito entre um ente da Federação e
outro, por via de fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente e outras entidades da
administração direta e indireta, mesmo sob a forma de renovação, refinanciamento ou
postergação (Art. 35). Acrescenta- se a estas as vedações à compra de títulos da dívida na data da
colocação no mercado, exceto pelo refinanciamento do estoque de Letras, Série Especial,
existente na carteira das instituições financeiras. Estão vedadas ainda as permutas, mesmo que
temporárias, de título da dívida de ente da Federação e a concessão de garantia (Art. 39). Os
títulos da Carteira do Banco Central não podem ser adquiridos pelo Tesouro Nacional, ainda que
com cláusula de reversão, exceto para redução da dívida mobiliária. O Banco Central estará
proibido de emitir títulos da dívida pública dois anos após a publicação da LRF (Art. 34).
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• Emissão de moeda:
O BC tem o monopólio de emissão de moeda, bem como de câmbio. (não se incluem no conceito
de moeda os títulos de crédito ainda que emitidos pelo Governo, nem os depósitos e reservas
bancárias).
O art. 164 §2º autoriza o BC a comprar e vender títulos do Tesouro nacioanl, com o objetivo de
regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
As disponibilidades de caixa da União devem ser depositadas no BC, enquanto as dos Estados,
Municípios e outros órgãos ou entidades do Poder Público, devem OBRIGATORIAMENTE ser
depositadas em instituição financeira oficial.
VEDAÇÕES
Ver exceções Art. 35 § 1º e 2º entre um ente da Federação e instituição financeira, mas não para
financiar despesas correntes ou refinanciar dívidas. Permite- se a compra de títulos da União.
Retardar publicações;
É o título emitido sobre qualquer empréstimo contraído por uma pessoa jurídica de
direito público, interna ou externa. Quando emitidos por uma entidade de direito
público interno, federal estadual ou municipal, eles podem ser, apólices da dívida
pública, letras ou obrigações do tesouro, bilhetes de loteria oficial, etc.