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Departamento de Geociências
Laboratório de Oceanografia Geológica
Programa de Recursos Humanos nº27 ANP/ MME/MCT
Estudos Ambientais nas Áreas de Atuação da
Indústria do Petróleo
Monografia de Graduação
Rio Grande
Novembro de 2001
Índice
1 – Agradecimentos .1
2 – Resumo .2
3 – Introdução .2
3.1 - O contexto deste trabalho .2
3.2 - O estuário da Lagoa dos Patos .3
3.3 - A poluição por petróleo .4
3.4 - Fontes da poluição por petróleo .4
3.5 - Efeitos ambientais da poluição por petróleo .5
4 – Objetivos .7
5 - Material e métodos .8
5.1 - Caracterização sedimentológica .8
5.1.1 - Banco de dados .8
5.1.2 - Região submareal .9
5.1.3 – Região intermareal .9
6 - Resultados e discussão .9
6.1 - Caracterização sedimentológica .9
6.1.1 - Sedimento em suspensão .9
6.1.2 - Região submareal .11
6.1.3 – Região intermareal .13
6.2 - Interação do petróleo com o sedimento .14
6.2.1 - O destino do petróleo derramado .14
6.2.2 - O petróleo e os sedimentos em suspensão .17
6.2.3 - O petróleo e os sedimentos subaquáticos .17
6.2.4 - O petróleo nas praias .19
6.2.5 - O petróleo em substratos consolidados .20
7 - Simulação de um derramamento de óleo .21
7.1 - Local do experimento .21
7.2 - Montagem do experimento .21
7.3 - Amostragem .22
7.4 - Detecção do óleo .23
7.5 - Resultados do experimento .23
8 - Proposta para ações remediadoras em caso de derramamento de petróleo no
Estuário da Lagoa dos Patos para os diferentes ambientes .24
9 - Conclusões .26
10 - Sugestões para próximos trabalhos .26
11 - Referências bibliográficas .28
I
Índice de anexos
II
“Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso
ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A
consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo
a fora. Lembraria os erros que foram cometidos para que
não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos
rumos. Deixaria para você se pudesse, o respeito àquilo que
é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do
trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um
segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a
força para encontrar a saída.”
(Mahatma Gandhi)
(Albert Einstein)
III
1 - Agradecimentos
1
2 - Resumo
3 - Introdução
2
Na FURG estão sendo desenvolvidos estudos paralelos nas mais diversas
áreas da oceanografia (física, meteorologia, química, biologia, geologia, etc.)
enfocando o Estuário da Lagoa dos Patos e a poluição por petróleo. Assim poderão
complementar-se, enriquecendo as informações e gerando uma caracterização
ambiental da área de estudo no que se refere à poluição por petróleo.
Esta monografia tem como função preencher, dentre os estudos
multidisciplinares, a caracterização sedimentológica do Estuário da Lagoa dos Patos e,
juntamente, descrever as possíveis interações entre petróleo e sedimento.
3
3.3 - A poluição por petróleo
4
Em 1995, os esgotos municipais e o run off urbano foram considerados como
responsáveis por 84% de toda a carga poluidora de hidrocarbonetos do petróleo para
a Baía de Guanabara.9
No Estuário da Lagoa dos Patos, diversos setores do complexo industrial-
portuário de Rio Grande podem ser apontados como fontes potenciais e efetivas de
óleos e graxas ao sistema aquático estuarino. Além da atividade portuária em si,
podem ser citadas como fontes antrópicas desses compostos: as indústrias de óleo
comestível; o transporte e estocagem de petróleo relacionados ao terminal da
Petrobrás; o refino de petróleo pela Ipiranga; as indústrias de pescado e os esgotos
cloacais, entre outras.18
Foi observada uma forte contaminação por óleos e graxas, principalmente nas
águas de superfície do Porto Novo e junto à desembocadura do estuário, como reflexo
direto de atividades ligadas à navegação como efluentes de embarcações, lavagens
de porões, abastecimento de navios e vazamentos. Efetivamente, próximo a essa
região, também são desenvolvidas outras atividades potencialmente impactantes,
como a do refino de petróleo, estocagem de petróleo do terminal portuário, o
processamento de pescado, os efluentes cloacais e pluviais, entre outras.19
Teores elevados em hidrocarbonetos encontrados nos sedimentos das
proximidades de alguns pontos de despejo cloacal-pluvial no estuário sugerem que as
atividades urbanas podem se constituir em uma fonte considerável em óleos e
graxas.18
5
redução da luminosidade); ambiental (altera pH, diminui o oxigênio dissolvido,
diminuição do alimento disponível); e tóxicas.13
A extensão do dano causado por um derrame deve ser avaliada considerando-
se tanto o volume e tipo de óleo derramado quanto as características da área afetada.
Pouco óleo introduzido em uma área sensível como um marisma pode causar maiores
danos do que uma grande quantidade sobre estruturas artificiais ou praias de alta
energia.
A porção de aromáticos no petróleo (bem como de outros componentes) varia
extremamente, dependendo da região de origem. O petróleo das Américas é
constituído basicamente por parafinas, tendo características de óleo pesado, enquanto
no Leste Europeu o petróleo é quase 100% constituído por naftenos. Em Bornéu o
petróleo é bastante leve (e tóxico), com cerca de 40% de compostos aromáticos.17
Entre os hidrocarbonetos do petróleo, de um modo geral, a toxicidade dos
compostos mais pesados é maior. Entretanto, na água, os efeitos tóxicos serão
maiores com os componentes mais leves, como parafinas de C12 a C14 pelo fato de
serem mais solúveis.2
De modo geral pode-se definir que os óleos leves (refinados ou não) tem
principalmente o efeito químico sobre as comunidades biológicas, enquanto que óleos
pesados tem efeitos físicos sobre as mesmas.17
Derrames de óleo podem ter um sério impacto econômico nas atividades
costeiras e exploração dos recursos do mar. Quanto às atividades pesqueiras
comerciais, sabe-se que um derrame de petróleo pode contaminar equipamentos de
pesca e instalações de maricultura. As populações de peixes adultos raramente são
afetadas devido à grande mobilidade dos mesmos. A contaminação destas áreas leva
à insatisfação do público pela interferência nas atividades recreacionais, tais como
natação, pesca, mergulho e navegação. Algumas indústrias precisam de suprimento
de água do mar para suas operações normais e podem ser afetadas por estes
derrames. Estações geradoras de energia elétrica, em particular, são muitas vezes
localizadas perto da costa, principalmente para ter acesso à grandes quantidades de
água requeridas para o resfriamento de suas unidades. As rotinas das atividades dos
portos tais como balsas e serviços de comportas, também podem ser interrompidas,
principalmente se for derramado petróleo leve, gasolina ou outro material inflamável,
devido ao perigo de incêndio.12 e 29
Ambientes de baixa energia podem precisar de décadas para a recuperação.
Alguns ecossistemas, como por exemplo, os estuários, são vulneráveis pois podem
reter mais o óleo e porque muitas espécies, em diferentes estágios de vida podem ser
expostas. 12 e 29
6
Gundlach & Hayes, em 1978, criaram uma classificação para diferentes
ambientes costeiros atribuindo-os diferentes índices de sensibilidade a danos
causados por derramamento de óleo no mar. Estes ambientes e seus respectivos
índices de sensibilidade podem ser vistos na tabela a seguir:10
Índice de Tipo de costa Comentários
sensibilidade
1 Costões rochosos A reflexão de ondas mantém a maior parte do óleo "offshore".
expostos Não é necessário limpar
2 Plataformas erodidas As ondas lavam. A maior parte do óleo é removida por processos
por ação de ondas naturais em semanas.
3 Praias de areia fina O óleo não penetra no sedimento, facilitando a remoção
mecânica, se necessária. No entanto o óleo pode persistir por
vários meses.
4 Praias de areia grossa O óleo pode penetrar e/ou se enterrar rapidamente, dificultando a
limpeza. Sob condições de moderada a alta energia, o óleo pode
ser removido naturalmente dentro de meses.
5 Planícies de maré A maior parte do óleo não vai aderir ou penetrar em um terreno
expostas compactado como as planícies de maré o são.
6 Praias de cascalho e O óleo pode penetrar e se enterrar rapidamente. Sob condições
areia grossa de moderada a baixa energia o óleo pode persistir por anos.
7 Praias de cascalhos Idem anterior. A limpeza deve-se concentrar ao nível da maré
alta. Um pavimento sólido asfáltico pode se formar junto às
grandes concentrações de óleo.
8 Costões rochosos Áreas de reduzida ação de ondas. O óleo pode persistir por
abrigados muitos anos. A limpeza não é recomendada a menos que o
acúmulo do óleo seja muito grande.
9 Planícies de maré Áreas de grande atividade biológica e baixa energia de onda. O
abrigadas óleo pode persistir por anos. A limpeza não é recomendada a
menos que o acúmulo do óleo seja muito grande. Devem receber
prioridades de proteção através de barreiras e material
absorvente.
10 Marismas e São os ambientes aquáticos mais produtivos. Óleo pode persistir
manguezais por anos. Limpeza de marismas por queima ou corte somente em
casos extremos. Manguezais não devem ser alterados. Estes
ambientes são áreas de prioridade máxima de proteção.
4 - Objetivos
7
- Obter dados experimentais da interação do óleo com a coluna sedimentar,
com ênfase na sua penetração e persistência;
- Estabelecer considerações quanto a interação do petróleo com os diversos
tipos de sedimento;
- Relacionar os dados sedimentológicos obtidos para o Estuário da Lagoa dos
Patos com o potencial comportamento do petróleo em contato com os sedimentos no
caso da ocorrência de um derramamento na área de estudo.
5 - Material e métodos
8
petróleo em contato com o sedimento. Para isso, apenas as características texturais
são suficientes.
O banco de dados sedimentológicos, juntamente com os bancos de dados das
outras áreas, alimentará um Sistema de Informações Geográficas do Estuário da
Lagoa dos Patos, onde poderão ser inseridos dados novos à medida que forem
adquiridos. Assim as informações obtidas nos diversos projetos realizados na região
poderão ser armazenadas de forma organizada e sistemática.
6 - Resultados e discussão
9
em suspensão podem indicar problemas erosionais, para a qualidade da água e a sua
deposição implica em prejuízos para os canais, portos e produtividade biológica.
Considerado poluente por causa de seus efeitos detríticos sobre organismos, pode
conter compostos metálicos e orgânicos adsorvidos, que são poluentes.11
O alto nível de precipitação pluviométrica na região é responsável por um
transporte considerável de silte e argila de várias fontes da vasta bacia de drenagem
para o estuário. Devido à baixa declividade do corpo lagunar (1m/120km) e à reduzida
velocidade de fluxo ao longo da Lagoa, grande parte de sua carga de SES na coluna
d'água sofre deposição durante seu transporte.15 e 22
Pode-se considerar que a concentração e distribuição do SES na
desembocadura da laguna, bem como a circulação típica de estuário, estão
diretamente relacionadas ao aporte de água doce proveniente das bacias hidrológicas
Patos e Mirim e à entrada de água salgada. Estas condições estão por outro lado
muito ligadas às condições anemométricas locais de força, duração e direção
preferencial do vento.11
As concentrações dos SES no Estuário da Lagoa dos Patos possuem ampla
variação espacial, vertical e horizontalmente, como ao longo do tempo. Em geral
verifica-se um comportamento sazonal na hidrodinâmica do estuário, porém ele pode
mudar em apenas algumas horas, devido às condições meteorológicas.
Ventos do quadrante norte assim como os períodos de maior pluviosidade
(inverno e primavera) impõem ao estuário um regime de vazante, reduzindo a
salinidade da água, e por conseqüência, aumentando as concentrações de SES.
Condições opostas como períodos de baixo aporte de água continental (verão e
outono) e ventos do quadrante sul propiciam a entrada de água do mar no estuário e a
redução dos níveis de SES, principalmente na região mais próxima ao canal.
As concentrações médias de SES na superfície da coluna d'água foram
maiores na região norte do estuário, variando entre 5 e 300 mg/l, com 80 mg/l de
média. Ao sul a concentração média foi de 70 mg/l, variando entre 3 e 200 mg/l. 11
Áreas de maiores concentrações de SES podem ser identificadas sobre os
bancos e baixios, sendo causadas pela ressuspensão de material do fundo, devido à
ação de ondas, e nas regiões de máxima turbidez, que acompanham a cunha salina,
podendo chegar a concentrações próximas a 300 mg/l.
A distribuição lateral das concentrações de SES na região mais ao norte do
estuário é regida pelo aporte de água do Canal São Gonçalo e da Lagoa dos Patos.
As concentrações podem aumentar de leste para oeste ou em sentido oposto,
dependendo das vazões e concentrações de MS das massas d'água. Na saída do
canal de São Gonçalo ocasionalmente ocorre a formação de uma pluma de pequenas
10
dimensões, com tendência a dirigir-se para o norte quando ocorre a incidência de
ventos do quadrante sul. Ao sul do estuário, próximo à Ponta dos Pescadores também
ocorre intensa variação lateral nas concentrações de MS, principalmente devido a
ressuspensão do material do fundo pelas correntes de enchente nas partes rasas.
A entrada de água salgada, principalmente pelo fundo do estuário faz com que
ocorra a floculação e posterior deposição do sedimento em suspensão, fazendo com
que ocorra uma gradação vertical, com o aumento das concentrações de SES com o
aumento da profundidade. Porém em alguns casos podem ser encontradas situações
de considerável homogeneidade na coluna d'água ou até mesmo concentrações
inferiores mais próximas ao fundo. 11
11
areia síltica, areia, areia cascalhosa e cascalho arenoso. Muitos destes grupos
apresentaram freqüências bastante baixas como a argila arenosa e o cascalho
arenoso. A predominância foram das fácies arenosas (com exceção da areno-
cascalhosa) seguido da argila síltica.
No mapa do anexo 2 os grupos compostos de material mais fino foram
representados pelas cores mais quentes, enquanto as cores frias foram atribuídas aos
mais grosseiros.
Pode-se ver que os grupos mais finos (mistos, sílticos e argilosos) têm sua
distribuição bem marcada ao longo do canal de navegação, enquanto os grupos mais
grosseiros (arenosos) distribuíram-se pelas áreas mais rasas.
Os mapas de distribuição das proporções de cascalho, areia, silte, argila e finos
(silte + argila) seguem um padrão semelhante.
A distribuição de cascalho (anexo 3) apresentou suas maiores concentrações
no lado noroeste do estuário, próximo a Pelotas, provavelmente por se tratar da região
mais próxima da área fonte de sedimentos. Outras amostras demonstraram a
presença de cascalho, mas em menor quantidade, atribuindo-se a isso a presença de
cascalho biodetrítico (conchas).
As concentrações de areia (anexo 4) mostraram comportamentos inversos
daqueles visualizados para os mapas de silte, argila e finos (anexo 5, 6 e 7
respectivamente). As proporções destes últimos foram maiores nas áreas protegidas e
ao longo do canal de navegação.
A média (anexo 8) é o melhor parâmetro para fornecer tamanho médio, pois é
tomada de um grupo ocorrente de diâmetro de grão e não somente de um ponto da
curva. Ela demonstrou claramente os padrões de distribuição já citados, demarcando
bem as regiões mais profundas.
Mediana (anexo 9) é o tamanho do grão no percentil 50 da curva, assim sendo,
é um parâmetro impreciso como medida de tamanho médio.4 Com distribuição
semelhante a da média, porém, não deixando tão evidente as regiões mais profundas,
talvez por ser um parâmetro de maior imprecisão.
O grau de seleção (anexo 10) é representado pelo desvio padrão da amostra
a partir de sua média. A amostra apresenta melhor seleção, isto é, apresenta menor
grau de dispersão de suas classes granulométricas, quanto menor for o valor
encontrado.
No mapa pode-se verificar a melhor seleção dos sedimentos encontrados em
regiões de maior dinâmica, enquanto as regiões mais profundas e abrigadas
apresentaram os sedimentos mais pobremente selecionados.
12
A curtose (anexo 11) é o grau de afilamento da curva de freqüência simples e
responde pela proporção existente entre a dispersão central e terminas da mesma. Ela
verifica a uniformidade do agente selecionador.4
Sua distribuição é mais complexa não seguindo tão evidentemente os padrões
anteriormente citados, porém, de forma geral, apresenta seus maiores valores (maior
agudez da curva) nas áreas de maior concentração de areia. As zonas mais
protegidas e de maiores profundidades apresentaram os menores valores, indicando a
tendência a polimodalidade dos sedimentos mais finos.
A assimetria (anexo 12) é a tendência da curva simples a deslocar-se para um
dos lados. Ela é dita positiva para o enriquecimento do ambiente em sedimentos finos
e negativa quando o enriquecimento é de grosseiros. Isso pode ser comprovado no
mapa, onde pode ser visto a grande predominância de assimetria positiva. Algumas
das poucas regiões de assimetria negativa podem ser relacionadas com as áreas de
maior concentração de cascalho.
13
presença de caranguejos cavadores podem acarretar importantes atividades de
bioperturbação nos sedimentos.6
Poucos foram os segmentos que apresentaram areia grossa. Estes se
limitaram à margem oeste do estuário, nas proximidades da cidade de Pelotas.
Provavelmente esta distribuição se deve à proximidade do embasamento cristalino e a
alta energia de ondas incidente.
Nos demais segmentos foi predominante a presença de areia fina a muito fina
com ampla distribuição em todas as alturas do estuário, alternando-se com os
segmentos já citados.
14
Figura 2: Destinos do petróleo no ambiente e seus diferentes tempos de
ocorrência. Fonte: SIVAMAR,23 traduzido de ITOPF.29
15
Sob incidência da luz solar, radicais de alguns compostos reagem com o
oxigênio quebrando moléculas maiores e transformando-as em compostos mais
solúveis na água do mar. Este processo se chama oxidação fotoquímica e pode
reduzir até 1% da mancha por dia. 23
A emulsificação do óleo derramado pode dificultar o processo de limpeza.
Quando ocorre a mistura de gotas de água no meio oleoso, este tem suas
características alteradas, mudando de cor (ficando amarelo, marrom ou laranja),
aumentando muito sua viscosidade, tornando sua densidade mais próxima à da água
do mar e dificultando a ação dos outros processos (evaporação, dissolução e
biodegradação), deixando o óleo com uma aparência semelhante a musse de
chocolate. 13 e 23
Uma vez no ambiente, o petróleo sofre a ação de bactérias, leveduras e fungos
filamentosos, atuando no papel principal da sua biodegradação.13 As bactérias
marinhas são os agentes mais importantes nos processos de degradação, sendo
capazes de degradar todos os componentes do petróleo, mas com diferentes
velocidades. Os hidrocarbonetos mais leves e de cadeias mais simples se degradam
mais rapidamente, enquanto os constituintes mais pesados e complexos resistem por
mais tempo, acabando por sedimentarem.13
Outros fatores influenciam os índices de biodegradação, os mais importantes
são a temperatura da água, a disponibilidade de nutrientes, as concentrações de
oxigênio e a salinidade. As maiores temperaturas e concentrações de nutrientes
aceleram a degradação do óleo. As condições anaeróbicas restringem a degradação
microbiana.10 e 13
Os níveis de salinidade ótimos ficam entre 25 e 35. Assim, a
degradação microbiana do petróleo é mais rápida em ambientes costeiros rasos, onde
uma abundante quantidade de nutrientes e substratos orgânicos favorecem a
proliferação de densas populações microbianas. Geralmente o óleo persiste por mais
tempo ao longo de praias de regiões de altas latitudes que nas de regiões de altas
temperaturas.
A densidade do óleo intemperizado é aproxima-se à da água. Óleo cru pesado
possui maior densidade, portanto serão maiores as suas chances de sofrer
afundamento e sedimentação, até mesmo estando pouco degradado. Em geral,
entretanto, as alterações substanciais ocorrem antes da deposição dos produtos do
petróleo.13 e 23
16
6.2.2 - O petróleo e os sedimentos em suspensão
17
Zanardi (1996) encontrou relações diretas entre granulometria e concentrações
de hidrocarbonetos para o canal de São Sebastião. Como sedimentos mais finos
favorecem a retenção de matéria orgânica, a amostra com maiores frações de
silte+argila (94,6%) apresentou as maiores concentrações de hidrocarbonetos. Ao
mesmo tempo, baixas concentrações de hidrocarbonetos do petróleo foram
encontradas em sedimentos com mais de 80% de areia.29
Para Bícego (1988) esta correlação relação não foi muito clara, encontrando
altas concentrações em areias médias ou grossas e concentrações baixas em areias
finas. Isso mostra que outras variáveis podem interferir nas concentrações dos
hidrocarbonetos nos sedimentos, como, por exemplo, a proximidade da fonte de
poluição.2
Durante o Monitoramento Ambiental do Porto de Rio Grande, realizado pela
FURG durante o ano de 2000 verificou-se que a distribuição dos óleos e graxas nos
sedimentos do Porto de Rio Grande, assim como o COP e NOP, dependem das
condições hidrodinâmicas estuarinas, das características texturais dos sedimentos e
das características das fontes antrópicas locais de natureza cloacal, pluvial, industrial
e portuária. Os maiores valores durante o verão e primavera têm origem no maior
acúmulo desses compostos a partir de suas fontes, em razão da menor intensidade da
hidrodinâmica estuarina, enquanto que no inverno e primavera haveria menor acúmulo
nos sedimentos, devido aos processos de dispersão e diluição dos aportes causados
pelas condições hidrodinâmicas mais severas.18
Os sedimentos do Porto de Rio Grande apresentam, de modo geral, elevados
teores em óleos e graxas. O Porto Novo até o terminal de petróleo é o sítio portuário
mais contaminado por óleos e graxas, seguido pela região do Superporto depois do
terminal de Petróleo e, finalmente, pela região terminal do Superporto até o canal dos
molhes, mostrando uma tendência geral de diminuição dos valores nesta mesma
direção, sendo especialmente visível para os perfis efetuados antes do início das
dragagens. Esses resultados mostram que as principais fontes de óleos e graxas se
localizam no setor portuário entre o Porto Novo e o Terminal de Petróleo.18
A redução dos teores verificada nos sedimentos do setor médio e final do
Superporto (imediações da Ceval à Praticagem) traz indicativos de que os aportes são
reduzidos. Algumas atividades industriais desse sítio, como as indústrias de óleo de
soja, são reconhecidamente produtoras de óleos e graxas ao sistema aquático.18
Assim, é muito provável que a intensa hidrodinâmica desse canal promova uma forte
diluição e dispersão dos efluentes, tanto para jusante quanto para montante, limitando
a deposição e o enriquecimento local desses compostos nos sedimentos de fundo.18
18
Outra variável que exerce influência quanto às concentrações de óleos e
graxas nos sedimentos é a atividade de dragagem. Os menores teores de óleos e
graxas foram encontrados depois de ser iniciado os trabalhos de dragagem,
confirmando que tal atividade induziu a uma redução do nível de contaminação por
óleos e graxas dos canais portuários. 18
19
O grau de hidrodinamismo de um local pode determinar a permanência do óleo
nos sedimentos e é determinado pela quantidade, intensidade e força das ondas e
correntes que atuam no ambiente. Locais com elevado dinamismo tendem a dispersar
o óleo rápida e eficientemente, fazendo com que o impacto de um derrame de óleo
seja reduzido ou mesmo, não perceptível. Nestes ambientes, o óleo permanece por
poucos dias. Já nos ambientes abrigados da ação das ondas e correntes, o petróleo
tende a permanecer por muitos meses ou anos impedindo que a comunidade biológica
se recupere.17
O ciclo das praias arenosas, representado pela entrada e saída de areia em
diferentes épocas do ano, também é um fator importante no grau de impacto do
petróleo nestes ambientes. Em um derrame que aconteça numa fase acresciva da
praia (deposição de areia), o petróleo pode sofrer um processo de soterramento pelo
sedimento, dando, inclusive, a impressão que a praia está limpa. Quando coberto por
areia limpa, o óleo cru persiste por longos períodos de tempo em bandas especiais,
que gradualmente vão adquirindo uma consistência mais espessa. No entanto o
petróleo pode encontrar-se centímetros abaixo da superfície da areia, e tende a
recontaminar o ambiente com a chegada do ciclo destrutivo, onde ocorre a retirada de
grande quantidade de sedimento.
Ambientes de baixa energia contêm sedimentos finos com alto teor de matéria
orgânica e são freqüentemente anaeróbicos. Portanto são ambientes redutores onde
as taxas degradação microbiológica é bastante reduzida, a erosão quase não existe e
a atuação da maré tem uma contribuição muito pequena.8 Assim sendo, mesmo uma
pequena quantidade de óleo pode persistir nesses ambientes por décadas agravando
seus efeitos.2 e 13
20
Se tomarmos como exemplo os molhes da barra do Rio Grande, no caso de
um grande derramamento, o petróleo provavelmente não permaneceria por muito
tempo na superfície dos blocos de granito e dos tetrápodes. Porém existe o risco de
que parte deste óleo fique armazenado nos vãos destas estruturas, que também são
locais de difícil limpeza.
Já em estruturas mais abrigadas da incidência de ondas, o óleo pode
permanecer durante alguns anos aderido ao substrato10 afetando as comunidades ali
presentes.17
Para a realização do experimento foi escolhida a Ilha dos Cavalos por se tratar
de um ambiente pouco impactado, de acesso relativamente fácil e com características
típicas semelhantes à grande parte das margens do estuário. Assim os resultados do
experimento podem servir de base para estimativas à grande parte dos ambientes
estuarinos.
A Ilha dos Cavalos localiza-se à leste da Ilha da Pólvora, tendo ao norte a
Ponta da Marambaia (Ilha dos Marinheiros) e ao sul o Porto Velho de Rio Grande. O
experimento foi montado em sua margem voltada para sul, (Lat. S. 32º01,261’; Long.
W. 052º05,464’) (anexo 14), pois é uma margem mais protegida dos ventos
predominantes de nordeste e, por conseqüência, com menor hidrodinâmica.
21
suportando uma faixa de tecido do tipo organza para a contenção do petróleo. O
tecido permaneceu desde alguns centímetros acima da superfície da coluna d'água
até o fundo, para evitar a saída do óleo. Em cada quadrado foi acrescentado 1 litro de
petróleo, que permaneceu na superfície durante 3 horas e após isso foi retirado com o
próprio tecido.
O segundo ambiente escolhido foi uma pequena praia inserida entre vegetação
de marisma (Spartina alterniflora), onde, na faixa intermareal, foram feitos quatro
quadrados (#19 a #22) também de 1m2 marcados com taquaras de bambu em seus
extremos e em seus lados (anexo 16). Durante a baixa-mar foi acrescentado um litro e
meio de petróleo em cada um dos quadrados, diretamente sobre o sedimento exposto.
As taquaras de bambu das laterais permaneceram ali por algumas horas (até a
primeira preamar) para conter o óleo e permitir que ocorresse a sua penetração.
O número elevado de quadrados utilizados é justificado pois o mesmo
experimento foi utilizado também para estudos geoquímicos e estudos de impacto
sobre os organismos bentônicos.
Foram utilizadas áreas semelhantes, próximas a estas, como controle, para
verificar se no sedimento não haveria petróleo provindo de fontes não conhecidas ou
alguma outra substância que pudesse ser detectada pelo método.
O óleo inserido foi cedido pela Refinaria de petróleo Ipiranga S.A, sendo do tipo
petróleo cru pesado, sendo inserido no ambiente sem sofrer nenhum processo prévio
de intemperização.
Para a realização deste experimento (empreendimento 120.493) foi obtida a
autorização da FEPAM-RS através do documento nº 083/2001-DL.
7.3 - Amostragem
22
7.4 - Detecção do óleo
Não foi detectado óleo nos sedimentos da área rasa. O petróleo necessita de
algum tempo na superfície d’água para que seus hidrocarbonetos mais leves sejam
evaporados ou dissolvidos.17 Assim, não teve sua densidade aumentada o suficiente
para sedimentar. A fração mais solúvel do óleo não foi contida pelo tecido, podendo
ser vista durante as três primeiras horas do experimento como uma delgada camada
sendo deslocada sobre a superfície da água acompanhando a direção do vento.
As informações obtidas com os testemunhos na área contaminada da zona
intermareal estão na tabela abaixo:
Tempo\Quadrados #19 #20 #21 #22
0 (controle) ausente ausente - -
1 hora 0,2 - - -
3 horas - 0,6 0,3 0,3
24 horas 1,5** - - -
8 dias - 1,8* ausente ausente
14 dias - ausente 3* 1*
38 dias - ausente ausente 3,5*
114 dias - ausente 15** ausente
148 dias 23** ausente 3,2* 1,4*
Tabela 1: Profundidades máximas (em cm) que foi encontrado Petróleo nos
testemunhos dos quadrados da região intermareal.
Legenda: - Não foi obtida amostra
* Petróleo distribuído em gotículas
** Testemunho feito sobre uma perturbação existente no sedimento
propiciando a penetração do óleo.
23
Parâmetro\Quadrados #19 #20 #21 #22
Class. Shepard Areia Areia Areia Areia
Granulometria média Areia muito Areia muito Areia muito Areia fina
fina fina fina
% finos 6,502 2,2162 1,5769 1,1893
Tabela 2: Características do sedimento.
O óleo teve baixa penetração no sedimento, não ultrapassando 6 mm da
superfície do sedimento. Pode-se ver indícios de uma lenta decida do óleo dentro da
coluna sedimentar, mas isso foi interrompido após a coleta das três horas,
provavelmente devido a uma preamar que deve ter removido todo o óleo da superfície.
Estima-se que os motivos da baixa penetração foram a baixa permeabilidade do
sedimento (como areia muito fina, moderadamente selecionada) e lençol freático raso.
A partir de completadas as primeiras 24 horas, o óleo, quando encontrado,
estava inserido na forma de gotículas dentro de perturbações dos sedimentos, como
rizosferas de Spartina alterniflora (a maioria) e tubos de organismos.
Pode-se concluir que, apesar de baixa permeabilidade, o ambiente utilizado no
experimento possui trapeadores em potencial a derramamentos de petróleo, as
bioturbações, tanto as rizosferas de Spartina alterniflora como galerias de organismos
bentônicos, como poliquetas, caranguejos e tanaidáceos que habitam esta região.22
Ao longo dos 5 meses de experimento o petróleo permaneceu “encapsulado”
na coluna sedimentar. Como neste ambiente os sedimentos apresentam valores de Eh
bastante baixos (média entre as saídas de -87,5 mV a 5 cm de profundidade),
provavelmente ele apresentará alta persistência devido ao fato de que as taxas de
biodegradação apresentam-se baixas neste tipo de ambiente.
24
adicional à comunidade biológica, sendo muitas vezes mais prejudicial que o próprio
óleo.10 e 12
Na ocorrência de um derramamento, a primeira ação deve ser no sentido de
impedi-lo que atinja as margens do estuário. Para isso devem ser utilizados
equipamentos que façam a contenção e retirada do óleo.
A limpeza natural, sem nenhuma intervenção, às vezes é a melhor estratégia
quando a mancha de óleo pode dirigir-se para alto mar e/ou quando a mancha
permanece no mar e não ameaça as margens,13 porém isso dificilmente ocorrerá em
casos de derramamentos no interior do estuário.
O uso de dispersantes químicos e solventes não é indicado pois podem ter
efeitos nocivos adicionais à vida estuarina e marinha. 13
Para os substratos rochosos e outras estruturas artificiais que forem
atingidos pelo óleo não se recomenda a utilização de métodos como o jateamento com
alta ou baixa pressão e jateamento de areia pois são altamente impactantes à
comunidade. Alguns métodos podem ser indicados, como lavagem com água corrente,
recolhimento manual, bombeamento à vácuo, absorventes e limpeza manual, porém
são métodos caros, que consomem tempo, podem danificar a comunidade e
geralmente não se obtém sucesso total, pois é comum que permaneçam resquícios
13
entre o substrato. Assim, para substratos consolidados mais expostos à ação de
ondas a limpeza não se faz necessária pois a dinâmica do ambiente realiza a limpeza
natural. Só se aconselha a remoção do óleo artificialmente em ambientes protegidos
10
da ação de ondas, quando o volume de óleo acumulado for muito grande.
A limpeza física pode ajudar, retirando-se a areia contaminada da praia. Deve-
se ter o cuidado de se remover a mínima quantidade de areia necessária para a
limpeza pois, a remoção de uma quantidade excessiva pode gerar sérios problemas,
além de propiciar a erosão da praia, gera uma maior quantidade de resíduos para o
posterior tratamento ou descarte.13
Em praias de areia fina e muito fina este processo é mais fácil, porém em
sedimentos mais grossos (areia média e grossa) este processo é dificultado. Nestes
ambientes o óleo pode penetrar profundamente, fazendo com que sua completa
remoção resulte em outros problemas à praia, que podem durar por muito tempo.
Felizmente, os processos de alta energia removem o óleo da face da praia em um
curto período de tempo, entre semanas a meses. Contudo, é necessária a retirada
(manualmente ou com máquinas) dos sedimentos contaminados na faixa acima da
região de ação de ondas.13
25
As marismas devem ser os primeiros habitats a serem protegidos na
ocorrência de um derramamento no estuário. Porém se uma marisma for severamente
castigada pode ser sugerido que se queime ou corte a mesma, mas isso somente
como último recurso pois traria total destruição ao marisma e a toda comunidade
bentônica da área. Jateamento de baixa pressão também é indicado como um método
de referência, mas exige a presença de um grande número de pessoas e maquinaria
pesada sobre a marisma, trazendo impactos adicionais. Na maioria dos casos,
particularmente onde a ação da maré e/ou o as taxas de crescimento sazonal da
vegetação são altos, os processos naturais podem realizar a limpeza da marisma.13
9 - Conclusões
26
sedimentos, resultado das atividades de organismos cavadores e do crescimento de
vegetação de marismas.
27
11 - Referências bibliográficas
6 - Capítoli, R.R.; Bemvenuti, C.E. & Gianuca, N.M. 1978. Estudos de ecologia
bentônica na região estuarial da Lagoa dos Patos. As comunidades bentônicas.
Atlântica (Rio Grande 3:5-22.
10 - Gundlach, E.R. & Hayes, M.O. 1978. Vulnerability of Cosatal Environments to Oil
Spill Impacts. University of South Carolina.
28
11 - Hartmann, C. 1989. Distribuição do material em suspensão e circulação das
águas na desembocadura da Laguna dos Patos, RS, Brasil. Rio Grande, RS. 131p.
13 - Kennish, M.J.. Pratical handbook of estuarine and marine pollution. CRC Press -
Marine Science Series, New York, 1997.
29
23 - SIVAMAR - Sistema de Vigilância Marítima - www.sivamar.org.br
27 - Wetzel, L.B., 1995, Contaminação por resíduos sólidos e piche: uma perspectiva
da Praia do Cassino, Município de Rio Grande, RS. FURG. Monografia de Graduação.
30 – NCR (National Research Council). Oil in the sea: inputs, fates and effects.
Washington, DC. National Academy of Sciences. 1985, 601p.
30
15
10
-5
RIO GRANDE
-10
BRASIL DO SUL
-15
-20
-25
-30
-35
-40
-45
-50
-90 -85 -80 -75 -70 -65 -60 -55 -50 -45 -40
6500000
Ponta da
Feitoria N
6490000
Lagoa dos
Patos
Pelotas
Estuário da Ponta dos
Lagoa dos Patos Lençóis
6480000
6470000
Ilha da
Torotama
6460000
Ilha dos
Marinheiros São José
do Norte
Oceano
6450000
Atlântico
6440000
0 5 10 Km
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
Argila síltica
6480000
Argila arenosa
Silte argiloso
6470000
Ilha da
Torotama
Silte
Silte arenoso
Ilha dos
Marinheiros São José
6460000
do Norte
Mista
Areia argilosa
Oceano
Atlântico
6450000
Areia síltica
Areia
6440000
0 5 10 Km
Cascalho arenoso
360000 370000 380000 390000 400000 410000 420000 430000
Coordenadas UTM
6500000
Ponta da
Feitoria
N
Lagoa dos
Patos
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
6470000
Ilha da
Torotama
Ilha dos
Marinheiros São José
6460000
do Norte
40%
Oceano
Atlântico 20%
6450000
10%
6440000
0 5 10 Km
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
6470000
Ilha da
Torotama
80%
Ilha dos
Marinheiros São José
6460000
do Norte
60%
de
an
Gr
o
Ri
Oceano
orto
Atlântico 40%
6450000
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do
a
6440000
ai
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6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
6470000
Ilha da
Torotama
Ilha dos
Marinheiros São José
6460000
do Norte
60%
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6440000
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6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
6470000
Ilha da
Torotama
Ilha dos
Marinheiros São José
6460000
do Norte
60%
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Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
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Torotama
Ilha dos
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do Norte
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6450000
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6440000
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
Silte muito fino
6470000
Ilha da
Torotama phi 8
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Silte médio
Ilha dos phi 6
Marinheiros São José
6460000
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Oceano
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Atlântico phi 3
6450000
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6440000
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0 5 10 Km
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360000 370000 380000 390000 400000 410000 420000 430000
Coordenadas UTM
6500000
Ponta da
Feitoria
N
Lagoa dos
Patos
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
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6470000
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Marinheiros São José
6460000
do Norte Silte grosso
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6450000
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360000 370000 380000 390000 400000 410000 420000 430000
Coordenadas UTM
6500000
Ponta da
Feitoria
N
Lagoa dos
Patos
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
Extremamente pobremente
6470000
Ilha da
Torotama selecionada
4
Muito pobremente
selecionada
2
Ilha dos
Marinheiros São José
6460000
do Norte Pobremente selecionada
Moderadamente
selecionada
Oceano 0.71
Atlântico
6450000
Moderadamente bem
selecionada
0.5
Bem selecionada
6440000
0 5 10 Km Muito bem selecionada
0
360000 370000 380000 390000 400000 410000 420000 430000
Coordenadas UTM
6500000
Ponta da
Feitoria
N
Lagoa dos
Patos
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
6470000
Ilha da Extremamente
Torotama leptocúrtica
3
Muito leptocúrtica
Ilha dos
Marinheiros São José 1.5
6460000
do Norte
Leptocúrtica
1.11
Oceano
Mesocúrtica
Atlântico
6450000
0.9
Platicúrtica
6440000
Muito platicúrtica
0 5 10 Km
0
360000 370000 380000 390000 400000 410000 420000 430000
Coordenadas UTM
6500000
Ponta da
Feitoria
N
Lagoa dos
Patos
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
6470000
Ilha da Assimetria muito
Torotama
positiva
0.3
6460000
do Norte
0.1
Aproximadamente
simétrica
Oceano
Atlântico -0.1
6450000
Assimetria negativa
6440000
Assimetria muito
0 5 10 Km negativa
-1
360000 370000 380000 390000 400000 410000 420000 430000
Coordenadas UTM
6500000
Ponta da
Feitoria
N
Lagoa dos
Patos
6490000
Pelotas
Ponta dos
Lençóis
6480000
6470000
Ilha da
Torotama
6460000
do Norte estruturas artificiais
Vegetação de marisma
ou restinga (areia fina
a muito fina)
Oceano
Atlântico Segmento com
6450000
granulometria variável
(areia fina a grossa)
Areia fina a
muito fina
6440000
Rio Grande
Esquema do experimento.
Esquema do experimento.