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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA


DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

Interpretação Visual de Produtos de


Sensoriamento Remoto

Prof. Dr. Richarde Marques


IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO

IMAGEM

A imagem é composta por


pixels geograficamente
ordenados e adjacentes um
com os outros constituindo
de “n” pixels na direção X e
“n” pixels na direção Y.
IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO

IMAGEM: é uma representação, ou Um pixel tem propriedades espaciais


modelo, que representa as e espectrais. A propriedade espectral
informações dos objetos através define a intensidade da resposta
da reflectância espectral PIXEL espectral de uma célula em uma
(Picture Element). determinada banda espectral
IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO

IMAGEM EM TONS DE CINZA

Refere-se à capacidade do sistema sensor em detectar as


variações da radiância espectral recebida.

os valores da refletância estão associados a uma escala


de tons que variam de branco (Alta Refletância) ao preto
(Baixa Refletância).

O número de níveis de cinza está expresso em bits, ou


seja, expresso em função do número de dígitos binários
necessários para armazenar, em forma digital, o valor do
nível máximo de cinza.
IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO

IMAGEM EM TONS DE CINZA

Os tons irão variar do preto, para valores de refletância


igual a zero e branco para os valores máximos.

Como calcular a quantidade de níveis de cinza:


Níveis de Cinza = 2número de bits

Exemplo 1: TM/Landsat = 8 bits. TM/Landsat = 28


= 256 níveis de cinza.

Exemplo 2: AVHRR/NOAA = 10 bits. AVHRR/NOAA


= 210 = 1024 níveis de cinza.
IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO
Imagem Multiespectral

Uma imagem multiespectral é aquela formada por 2 ou mais


imagens de diferentes faixas espectrais (bandas).

Para formar uma imagem colorida é necessário 2 ou mais bandas


espectrais.

Com a superposição das bandas associadas as cores (vermelho,


azul e verde - RGB)
RESOLUÇÃO
ESPACIAL
SATÉLITES DE
OBSERVAÇÃO
DA TERRA
PROGRAMA LANDSAT

 Altitude : 705 km

 Órbita heliossincrônica

 Passagem no equador às 10:00


hs +/- 15 min

 Ciclo de repetição orbital de 15


dias

 6 bandas no visível (resolução


espacial = 30 m) e

Satélite Landsat 7 - ETM+  1 banda no termal (resolução


espacial = 120 m)
BANDA 1

Grande penetração em corpos d'água


Permite detalhar a turbidez da água
Permite detalhar o traçado de correntes em corpos d'águas costeiras
Apresenta sensibilidade a plumas de fumaça

Imagem gerada pelo INPE/DGI ‐ Rio de Janeiro, RJ, Brasil
BANDA 2

Grande sensibilidade à presença de sedimentos em suspensão


Tem boa penetração em copos d'água.
Boa para mapeamento de vegetação
Boa para mapeamento de áreas com atividades antrópicas

Imagem gerada pelo INPE/DGI ‐ Rio de Janeiro, RJ, Brasil
BANDA 3

Bom contraste entre a vegetação e solo exposto


Discrimina diversos tipos de vegetação. É a banda mais
utilizada para a delimitação das "manchas" urbanas e
traçado do sistema viário
É adequada também para mapeamentos de uso do solo

Imagem gerada pelo INPE/DGI ‐ Rio de Janeiro, RJ, Brasil
BANDA 4

Apresenta bom contraste entre solo e corpos d'água e áreas úmidas


Sensível à morfologia do terreno, sendo muito utilizada para
Mapeamentos de geologia e geomorfologia
Muito sensível à absorção da radiação eletromagnética pelos óxidos
de ferro e titânio, muito comuns nos solos tropicais intemperizados

Imagem gerada pelo INPE/DGI ‐ Rio de Janeiro, RJ, Brasil
BANDA 5
(infravermelho médio)

•Permite observar o teor de umidade nas plantas e


causados por falta de água
•Informações sobre a umidade do solo
•Detectar possíveis estresses na vegetação

Imagem gerada pelo INPE/DGI ‐ Rio de Janeiro, RJ, Brasil
BANDA 6
(infravermelho termal)

• Mapeamento de estresse térmico em plantas.


• Estudos de propriedade termal dos solos, mapeamento da
evapotranspiração.
• Utilizada para estudos de ilhas de calor urbanas.
Imagem gerada pelo INPE/DGI ‐ Rio de Janeiro, RJ, Brasil
BANDA 7
(infravermelho médio)

• Apresenta sensibilidade à morfologia do terreno.


• Estudos nas áreas de geologia, solos e geomorfologia.
• Utilizada também para identificação de minerais.
• Detecção de umidade no solo e na vegetação.
Imagem gerada pelo INPE/DGI ‐ Rio de Janeiro, RJ, Brasil
COMBINAÇÃO DE BANDAS 3, 4, 5
(azul, verde, vermelho)

Combinação de
duas bandas no IR
possibilita uma
maior diferenciação
entre solo e água.

Tipos e condições
de vegetações
Áreas urbanas e
solos expostos
Água
Resolução e Bandas Espectrais
TM HRV AVHRR
Freqüência de  16 dias 26 dias 2 vezes no dia
aquisição de imagem

Resolução espectral 30 m 20 m (Banda 1 a 3) 1,1 km


120 m 1 m (Pan)

Resolução  8 bits 8 bits (Banda 1 a 3) 10 bits


radiométrica 6 bits (Pan)

Resolução espectral Banda 1 – 0,45‐0,52 Banda 1 – 0,50‐0,59 Banda 1 – 0,58‐0,68


bandas espectrais  Banda 2 – 0,52‐0,60 Banda 2 – 0,61‐0,68 Banda 2 – 0,725‐1,1
(micrômetros) Banda 3 – 0,63‐0,69 Banda 3 – 0,79‐0,89 Banda 3 – 3,55‐3,93
Banda 4 – 0,76‐ 0,90 Pan – 0,51‐0,73 Banda 4 – 10,30‐11,30
Banda 5 – 1,55‐1,75 Banda 5 – 11,50‐12,50
Banda 6 – 10,74‐12,5
Banda 7 – 2,08‐2,35
Satélite SPOT – Sensor HRV
Canal Faixa Espectral Principais aplicações

1 0,50‐0,59 Reflectância de vegetação verde sadia
Mapeamento de água

2 0,61‐0,68 Absorção de clorofila
Diferenciação de espécies vegetais
Diferenciação entre solo e vegetação
3 0,79‐0,89 Levantamento de fitomassa
Delineamento de corpos d’água

Pan 0,51‐0,73 Estudo de áreas urbanas


Satélite NOAA – Sensor AVHRR
Canal Faixa Espectral Principais aplicações

1 0,58‐0,68 Mapeamento diurno de nuvem, gelo e neve
Definição de feições de solo e cobertura vegetal

2 0,725‐1,1 Delineamento da superfície da água
Definição de condições de fusão de neve e gelo
Avaliação da vegetação e monitoramento meteorológico
3 3,55‐3,93 Mapeamento noturno e diurno de nuvens
Análise da temperatura (C) da superfície do mar
Detecção de pontos quentes (incêndios)
4 e 5 10,30‐ 11,30 Mapeamento noturno e diurno de nuvens
11,50‐12,50 Medição da superfície do mar, lagos e rios
Detecção de erupção vulcânica
Umidade do solo, atributos meteorológicos das nuvens  
Satélite LANDSAT – Sensor TM
Canal Faixa Espectral Principais aplicações

1 0,45 – 0,52 Mapeamento de águas costeiras


Diferenciação entre solo e vegetação
2 0,52 – 0,60 Reflectância de vegetação verde sadia

3 0,63 – 0,69 Absorção de clorofila


Diferenciação de espécies vegetais
4 0,76 – 0,90 Levantamento de biomassa
Delineamento de corpos d’água
5 1,55 – 1,75 Medidas de umidade de vegetação
Diferenciação entre nuvens e neve
6 10,4 – 12,5 Mapeamento de estresse térmico em plantas
Outros mapeamentos térmicos
7 2,08 – 2,35 Mapeamento hidrotermal
INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS

Interpretar fotografias ou imagens é identificar objetos nelas


representados e dar significados a cada um deles. O resultado da
interpretação de imagens é a produção de um mapa.
AS FASES DA INTERPRETAÇÃO

A interpretação de imagens divide-se em três fases distintas, a saber


a fotoleitura, a fotoanálise e a fotointerpretação.

1. Fotoleitura: consiste essencialmente na identificação de feições


ou objetos sobre as imagens fotográficas, quando a feição é muito
evidente, a fotoleitura já passa dar o significado do objeto,
resumindo o processo de fotointerpretação.
AS FASES DA INTERPRETAÇÃO

2. Fotoanálise: consiste no estudo das relações entre as imagens,


associando e ordenando as partes dessas, ou seja comparando
feições e agrupando regiões similares, conhecidas como zonas
homólogas. Zonas homólogas são portanto as áreas
delimitadas sobre as imagens fotográficas, constituídas pela
repetição dos elementos de textura que possuem propriedades
semelhantes e mesma estrutura.
AS FASES DA INTERPRETAÇÃO

3. Fotointerpretação: é o processo que utiliza o raciocínio lógico


dedutivo e indutivo para compreender os princípios e os
processos que criaram as feições e objetos identificados. Por
exemplo, drenagem radial indica a presença de domo estrutural.
Interpretação Visual de Produtos de
Sensoriamento Remoto

Os critérios usados na identificação e determinação de um


objeto são:
1. Forma: geometria do objeto;
2. Tamanho: critério que varia conforme a escala da fotografia
aérea ou a resolução espacial da imagem;
3. Tonalidade: quantidade de energia (normalmente a luz solar)
refletida por um objeto. Obedecendo o princípio da reflectância,
um objeto que absorve a energia incidente aparece nas
imagens em tons escuros. O contrário acontece com um objeto
que reflete a energia que aparece em tons claros;
4. Localização do objeto na paisagem;
5. Textura: lisa ou rugosa, homogênea ou
Elementos de Interpretação de Imagens

Tonalidade: variação dos tons de cinza é utilizado pra interpretar os


objetos. Quanto mais luz ou energia refletir, mais a sua representação
na imagem vai tender ao branco, e quanto menos energia, mais a sua
representação vai tender ao preto.
Elementos de Interpretação de Imagens

Cor: formada pela combinação de duas ou mais imagens de bandas


espectrais, usando o processo aditivo de combinação das cores primárias:
Vermelho, Verde e Azul - RGB.
Elementos de Interpretação de Imagens

Textura: refere-se ao aspecto liso (uniforme) ou rugoso dos objetos numa


imagem. Ela contém informações quanto às variações de tons de
cinza/cor de uma imagem. Esse elemento é importante na identificação de
unidades de relevo. A textura lisa significa relevo plano, enquanto a rugosa
significa relevo acidentado.
Elementos de Interpretação de Imagens

Textura
Elementos de Interpretação de Imagens

Forma: é um dos elementos


mais importantes, que
alguns objetos só podem ser
identificados apenas com
base nesse elemento.
Elementos de Interpretação de Imagens

Forma:
Elementos de Interpretação de Imagens

Padrão: pode ajudar na


identificação, uma vez
que, se refere ao arranjo
espacial de objetos.
Nesse elemento,
podemos associar
padrões espaciais de
unidades de relevo,
plantações, habitações,
indicadores de nível
sócio-econômico.

Forma irregular, resultante de uma ausência


de estrutura ou organização. Área de favela
em Belo Horizonte.
Elementos de Interpretação de Imagens

Sombra: em imagens bidimensionais, esse elemento serve pra


dimensionar a altura de objetos.

Sombreamento ao
longo de uma área
urbana, indicando uma
acentuada
verticalização
Técnicas de interpretação visual de
imagens
Técnicas de interpretação visual de
imagens
Técnicas de interpretação visual de
imagens
Interpretação Visual de Produtos de
Sensoriamento Remoto

Algumas questões desse procedimento:


1. Quais são as principais categorias de objetos presentes na paisagem?
(chamamos de categorias de objetos aqueles classificados em grandes
unidades temáticas).
2. Dos objetos presentes na paisagem, quais são os mais significativos para
o estudo?
3. Qual é a localização e a distribuição desses objetos?
4. Os objetos identificados possuem tonalidades e texturas distintas?
5. A organização dos objetos observados denota estruturas diferentes?
6. Quais seriam os elementos explicativos para a localização das estruturas
espaciais identificadas?
7. Qual legenda representa as estruturas espaciais identificadas?
8. Quais seriam os mecanismos explicativos de tais estruturas espaciais?
Comportamento Espectral dos Alvos

Água

Comportamento espectral de massas d’água com alta e


baixa biomassa fitoplanctônica.

• + fitoplâncton

• - fitoplâncton
Comportamento Espectral dos Alvos

Água

Comportamento espectral de massas d’água com alta


(gráfico superior) e baixa concentração de partículas em
suspensão.

+ concentração partículas

- concentração partículas
Comportamento Espectral dos Alvos

Solos

• A reflectância espectral dos solos é função de várias


características importantes, incluindo:
– A textura do solo (% de areia, silte e argila);
– Umidade do solo (ex: seco, úmido, saturado);
– Conteúdo de matéria orgânica;
– Conteúdo de óxidos de ferro;
– Salinidade do solo;
– Rugosidade superficial.
Comportamento Espectral dos Alvos

Solos

(1) – Alto teor de matéria orgânica e estrutura argilosa


(textura fina).
Comportamento Espectral dos Alvos

Solos

(2) – Baixo teor de matéria orgânica e médio teor de óxido


de ferro.
Comportamento Espectral dos Alvos

Solos

(3) – Baixo teor de matéria orgânica e alto teor de óxido de


ferro.
Comportamento Espectral dos Alvos

Solos

(4) – Alto teor de matéria orgânica e solo arenoso (textura


grosseira).
Comportamento Espectral dos Alvos

Solos

5) – Alto teor de óxido de ferro e textura argilosa.


Comportamento Espectral dos Alvos

Vegetação

FATORES QUE INFLUENCIAM A RESPOSTA ESPECTRAL DOS DOSSÉIS.

Fonte de REM SENSOR ORBITAL

FATORES
ATMOSFÉRICOS

PIXEL

FATORES TOPOGRÁFICOS
FATORES
DA CULTURA
SOMBRAS
SUBSTRATOS
CULTURAIS
Comportamento Espectral dos Alvos

Vegetação

Função complexa de:


• Propriedades do dossel
• Propriedades do substrato
• Propriedades das folhas verdes
Comportamento Espectral dos Alvos

Vegetação

90 TM1 TM2 TM3 TM4


Influência do conteúdo de clorofila; da
Reflectância (%)

80 forma, área e número de folhas e da


Grama estrutura geral (celulose), nas
70
propriedades espectrais de plantas.
60 Embora exibam propriedades similares
no espectro visível, as plantas podem
50 Arbusto ser facilmente distinguidas pela sua
reflectância no infravermelho próximo
40 (NIR).
30 Pinheiro
20

10 Pinus
0
0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
VISÍVEL NIR
Comprimento de Onda (m)
Comportamento Espectral dos Alvos

Vegetação

Mesma vegetação e diferentes estágio fonológicos

Vegetação
verde
Vegetação
seca

Vegetação
Muito seca
CURVA PADRÃO
ASSINATURA ESPECTRAL DA FOLHA

• visível (B, G e R), a pequena reflectância


(maior absortância) é produzida por pigmentos da
folha (clorofila, xantofila e carotenos)

•Infravermelho Próximo (IR), a maior reflectância


resulta da interação da radiação com a estrutura
celular da folha.

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