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Espectro Eletromagnético

O espectro eletromagnético é a distribuição da intensidade da radiação


eletromagnética em todo o seu intervalo, com relação ao seu comprimento de onda ou
frequência.

A radiação eletromagnética consiste:


 campo elétrico (E)
 campo magnético (M)
 define-se uma onda electromagnética como a oscilação dos campos E e M,
segundo um padrão harmónico de ondas.
O espectro electromagnético foi arbitrariamente dividido pelo homem
em intervalos de comprimentos de onda com base nos mecanismos físicos
geradores da energia electromagnética e nos mecanismos físicos de sua
detecção.
A nomenclatura de cada um dos intervalos foi feita em função do uso que o
homem encontrou para as suas aplicações.

Para os usuários da teledetecção é essencial saber os valores dos comprimentos de


onda desses intervalos, as denominações que recebem, e quais comprimentos de
ondas são possíveis de ser detectados por cada tipo de sensor.

Um dos intervalos ou faixas de comprimentos de onda que é mais familiar é a


faixa de luz visível da radiação solar, por ser aquela que o olho humano é
capaz de detectar.
Em 1766, ocorreu a primeira separação do intervalo espectral da luz visível por Isaac
Newton.
Isaac Newton, realizou uma experiência, onde atravessando a luz branca por um
prisma de vidro (dispersão) e emergindo do lado oposto do prisma em raios
de luz coloridos . Cada raio colorido tem o seu específico comprimento de onda. A
inclinação de cada raio, ao emergir da outra face do prisma, é devido à relação entre
o comprimento da onda e o índice de refracção do prisma (vidro).

Foi a partir dessa experiência que o homem propôs a divisão do espectro


electromagnético

A Tabela 3 apresenta a divisão que é a mais aceita na teledetecção.


Não são limites rigorosamente precisos, sendo comum encontrarmos na literatura
pequenas diferenças de limites dos intervalos espectrais.

A Tabela 4 apresenta em detalhe os limites de comprimentos de onda do espectro


das cores da região do visível.
Sabendo que a radiação electromagnética de cada comprimento de onda
interage de formas distintas e com intensidades diferentes com os objectos
terrestres, um dos parâmetros mais importantes para definir as características de
um sensor é o comprimento de onda da imagem que o sensor irá adquirir. As
imagens não são definidas num específico comprimento de onda, mas abrangendo
pequenos intervalos, chamados de bandas espectrais.
Em função da absorção da radiação electromagnética pela atmosfera, os
intervalos discriminados na Tabela 5 são aqueles a partir dos quais, realmente, se
podem obter imagens a partir de sensores instalados em aeronaves ou satélites.

Segue uma síntese das características mais importantes desses intervalos


espectrais:

Visível (0,45 - 0,76 μm) - É a região do espectro solar com a mais alta
intensidade de fluxo radiante e onde há a melhor janela atmosférica, bastante
transparente, deixando passar uma grande quantidade de radiação. Por isso,
é muito usada na teledetecção. É a região responsável pela interacção com os
minerais e que dá origem às suas cores e com os pigmentos da vegetação.
O problema dessa faixa espectral é o alto espalhamento da radiação solar incidente
pelos gases atmosféricos, que pode reduzir o contraste da reflectância dos alvos
terrestres. É chamada região visível, porque o olho humano é sensível a essa região
espectral.

Infravermelho próximo (0,76 - 1,2 μm) - Região do espectro solar onde a


atmosfera também é bastante transparente, mas ocorrem algumas bandas de
absorções, impedindo que todo o intervalo possa ser continuamente utilizado
pela teledetecção. É o intervalo onde ocorrem importantes interacções da
REM com os níveis de energia electrónica dos átomos, gerando feições
espectrais que são diagnósticas para identificar a natureza de vários tipos de
rochas, principalmente as de composição mineral com metais de transição
(Fe, Ni, Cr, Mn...).

Infravermelho de ondas curtas (1,2 – 3,0 μm) - É a região espectral geológica,


porque é nesta faixa espectral onde os diferentes minerais com características
hidrotérmicas variáveis têm as suas feições de absorção diagnosticadas. Também é a
região onde os comprimentos de onda do intervalo 1,4 μm e em 1,9 μm são totalmente
absorvidos pelas moléculas de vapor de água da atmosfera, proibindo o uso da
teledetecção e, por consequência, de se determinar nos materiais terrestres a presença
de moléculas de água nas suas estruturas.

Infravermelho médio (3,0 - 5,0 μm) - Região onde o Sol e a Terra não emitem
quantidades suficientes de energia que possam ser detectadas pelos
sensores. Somente alvos com temperaturas elevadas, como vulcões e incêndios,
podem ser detectados, pois agem como fontes próprias de emissão de radiação. É uma
região espectral pouco usada na teledetecção, à excepção de sensores meteorológicos
ou atmosféricos.

Infravermelho térmico (5,0 – 1,0 mm) - É conhecido como a região térmica,


devido á radiação emitida pelos objectos terrestres em função das suas
temperaturas de superfícies. A melhor janela atmosférica nessa região espectral para
imageamento orbital é o intervalo de 8,0 μm a 14,0 μm, porque acima de 30 km, a
camada de ozono absorve toda a radiação além de 14 μm emitida pela Terra. Óptima
faixa espectral para detecção de quartzo de veios nas rochas.

Micro-ondas (3,0 - 100 cm) – Região de uso de sensores activos (radar), que
utilizam fontes artificiais para a geração da REM. Por causa do tamanho do
comprimento de onda, o radar tem a habilidade de operar em condições atmosféricas
adversas, com coberturas de nuvens ou chuvas, e pode operar tanto de dia como à
noite. Importante para a geologia estrutural e mapeamento geológico, porque a
interacção das micro-ondas com as rochas é controlada pelas texturas de relevo.
Actualmente, o intervalo útil para a teledetecção estende-se de 3,0 cm a 100 cm.

1.2.1. O Sol e a constante Solar

O sol é a fonte primária da energia utilizado em deteção remota passiva, que estuda
o seu fluxo radiante, modificado por dispersão, reflexão e absorção causadas pela
atmosfera e superfície terrestres.
A superfície aparente do sol designa-se por fotoesfera e tem um diâmetro de 1,3914
x 106 km.
Existem três formas de interacção que podem ter lugar, quando a energia incide (I) na
Terra. São elas a absorção (A), transmissão (T) e reflexão (R).
A absorção (A) ocorre quando a radiação (energia) é retida pelo objecto, enquanto que
a transmissão (T) consiste na passagem da radiação através do objecto. A reflexão (R)
ocorre quando a radiação que incide no objecto é “devolvida” pelo objecto, sendo
assim redireccionada.
O índice de Reflexão/Absorção depende da composição fisico-química do objeto.
Os processos de emissão, absorção, reflexão e transmissão ocorrem simultaneamente
e suas intensidades relativas caracterizam a matéria em investigação.
• Dependendo das características físicas e químicas da mesma, os quatro processos
ocorrem com intensidades diferentes em diferentes regiões do espectro

Subdivisões do espectro e janelas atmosféricas

As janelas atmosféricas são bandas espectrais com uma elevada transmitância


atmosférica, através das quais a radiação passa livremente do espaço para a Terra ou
viceversa.
A Fig.1.5 indica-nos a existência de quatro janelas importantes.

Sem contar com as bandas de absorção de água que estão à volta de 1,4 μm e 1,9 μm,
existe uma janela importante no campo óptico (visível), o que permite às radiações
de onda curta chegar à Terra.
A segunda janela está situada no IVM (3 – 6 μm), mas os campos de radiação da
Terra e do Sol nesta banda são muito fracos.
A terceira janela coincide exactamente com a banda IVT (8-14μm) o que permite a
saída da radiação terrestre para o espaço. Entre 14μm e 0,1cm, toda a radiação (se
existir), é bloqueada pela atmosfera.
A quarta janela pode ser encontrada no domínio dos microondas (0,1cm - 50cm) e é
explorada por observações de RADAR.

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