Você está na página 1de 42

INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO

AULA 1
SENSORIAMENTO REMOTO

Início do Sensoriamento Remoto  entre as décadas de 40 e 50

Marcos que auxiliaram na evolução da técnica e métodos do


Sensoriamento Remoto que utilizamos hoje:
Uso da fotointerpretação durante a II Guerra Mundial
Início da era espacial se iniciava
Pesquisas sobre o uso de escaneres, radiométros, dentre outros.
DEFINIÇÃO

O termo SENSORIAMENTO REMOTO: simpósios patrocinados pela Office of Naval Reserach


(ONR) em conjunto com o National Research Council, durante os anos de 1960 e inicio de
1970.

Definição mais recente, oficialmente adotada pela American Society for Photogrametry and
Remote Sensing (ASPRS)
“Sensoriamento Remoto (e Fotogrametria) é (são) a arte, ciência e tecnologia de obter
informação confiável sobre objetos físicos e o ambiente, por meio do processo de registro,
medição, e interpretação de imagens e representações digitais dos padrões de energia
derivados de sistemas de sensores sem contato físico¨ (Colwell, 1997)
COLETA DE DADOS: IN SITU X À DISTÂNCIA

Nas Ciências, as hipóteses são rejeitadas ou aceitas por meio de análises do objeto estudado
(objeto = elemento do meio ambiente)
Observações e coletas de dados dos elementos ali existentes.

Forma de coleta in situ


 “Indo a campo”
 Coleta os dados do objeto estando bem proximo a ele
 Problema: dados inconsistentes devido a erros durante a coleta, derivados a má calibração do
instrumento e, principalmente, ao erro humano (intrusão). A intrusão ocorre quando o cientista,
inadvertidamente, altera as características do objeto ou fenômeno estudado por falta de cuidados
durante a coleta.
COLETA DE DADOS: IN SITU X À DISTÂNCIA

Exemplo de erros da coleta in


situ:

Coleta de amostra não-


representativa: ocorre quando o
cientista interfere no alvo medido

Procedimento viesado: erro


sistemático, erro de calibragem
ou uso impróprio do aparelho
COLETA DE DADOS: IN SITU X À DISTÂNCIA

É possível coletar dados sobre um objeto ou área


geográfica a partir de um ponto distante privilegiado
 Processo não-intrusivo, coleta de dados de forma passiva,
ou seja, sem perturbar o alvo
 Eliminação do erro causado pelo contato ou proximidade do
alvo
 Desvantagem: equipamentos sujeitos a descalibragem
COLETA DE DADOS: IN SITU X À DISTÂNCIA

Quanto "distante" é "remoto"?


 Um sensor remoto pode estar in situ, à poucos centímetros
do alvo
 Entretanto, essa disciplina trata primordialmente do sensor
remoto acoplado à uma plataforma orbital (satélites) e,
secundariamente, suborbital (aeronaves), dando ênfase ao
estudo das paisagens terrestres em termos de regiões
geográficas abrangentes.
COMO FUNCIONA A COLETA DE DADOS NO SENSORIAMENTO
REMOTO?
INFORMAÇÃO SOBRE O ALVO

A medida da quantidade de energia eletromagnética


emitida ou refletida pelo alvo é usada como substituta da
propriedade real sob investigação.

Energia eletromagnética  Informação.


Essa conversão ocorre utilizando técnicas visuais e/ou
técnicas de processamento digital de imagens
INFORMAÇÃO SOBRE O ALVO

A Radiação Eletromagnética (REM)  canal de


comunicação muito eficiente e em alta velocidade entre o
sensor e o alvo.

Mudanças na quantidade ou propriedade da REM são


detectadas pelo sensor, e isso se torna uma valiosa fonte
de informação sobre as propriedades do alvo
REM

Radiação Eletromagnética: forma dinâmica de energia


manifestada pela interação com a matéria

Propagação da REM:
 Não necessita de um meio de propagação específico  permite uso de
sensores distantes da sup. terrestre
 Teoria ondulatória (J. Maxwell, 1864)  A aceleração de uma carga
elétrica provoca perturbações no campo elétrico e magnético, que se
propagam em forma de ondas
REM

Todos os objetos acima do zero absoluto (0K ou -


273ºC) emitem energia eletromagnética.

Sol: corpo negro a 5.770-6.000k, cuja energia eletromagnética


leva oito minutos para se deslocar pelos 150 milhões de
kilometros até chegar à Terra e produz um espectro contínuo de
radiação eletromagnética, variando desde comprimento de
ondas muito curtos com extrema alta frequência, até as ondas
de muito baixa frequência e grandes comprimentos de onda.
REM

Onda eletromagnética (modelo ondulatório) que se


desloca no espaço à velocidade da luz (300.00km/s
no vácuo)

Consiste em dois campos flutuantes (um elétrico e


outro magnético), ortogonais entre si e
perpendiculares à direção do movimento
REM

Propriedades da REM
Comprimento de
onda (λ)
Amplitude (A)
Frequência (ν)
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

A energia eletromagnética pode ser ordenada de


maneira contínua em função do seu comprimento de
onda. Essa forma de ordenação é denominada
Espectro Eletromagnético
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
Radiação ionizante Radiação não-ionizante

Força o átomos a se
rearranjarem, Não tem “força” para modificar átomos,
provocando mutações pois suas frequências ondulatórias são
celulares mais baixas
Raios Gama e Raios Cósmicos
 Energia mais potente do espectro
 Altamente radioativo
Raios X
 Menos nocivos que os raios Gama
 Não conseguem passar por materiais
densos, tais como chumbo
Radiação Ultravioleta
 Absorvida pela Terra em grande
quantidade, principalmente o UVA,
havendo tb o UVB e UVC
Radiação Infra-vermelha
 Embora invisível, a radiação
infravermelha pode ser percebida por
suas propriedades de aquecimento
Região do espectro Comp. de onda
Infravermelho próximo (IVP) 0,8 – 3 μm
Infravermelho de ondas curtas
Infravermelho médio (IVM) 3 – 5 μm
Infravermelho termal (IVT) ou 5 – 300 μm
infravermelho longo
Infravermelho distante
Radiação Microondas
 Bluetooth, WiFi,
celulares, fornos de
microondas
Ondas de rádio curtas e longas
 São utilizadas para radiofusão
comercial, não comercial (AM, FM)
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

A maior parte dos sensores dos


satélites são de imageamento
multiespectral (de mais de uma
região do espectro eletromagnetico)

Em geral, abrangem: região do


visível e Infravermelho
(Infravermelho próximo,
Infravermelho de ondas curtas e
infravermelho termal)
REGIÃO ESPECTRAL DA LUZ VISÍVEL

A região do espectro visível são as radiações


eletromagnéticas que possuem comprimento
de onda entre 0,38μm e 0,70μm
REGIÃO ESPECTRAL DA LUZ VISÍVEL

Esse intervalo corresponde à única energia que pode ser


vista a olho nu
Região do espectro Comp. De onda
Violeta 0,38 a 0,45 µm
Anil (índigo) 0,45 a 0,48 µm
Azul 0,48 a 0,49 µm
Verde 0,49 a 0,58 µm
Amarelo 0,58 a 0,60 µm
Laranja 0,60 a 0,62 µm
Vermelho 0,62 a 0,70 µm
INTERAÇÃO ENERGIA-MATÉRIA
REVISÃO (AULA COMPLEMENTAR)
INTERAÇÃO DA ENERGIA COM OS ALVOS

Quando a REM atinge alvos, na atmosfera ou na superfície terrestre,


ela sofre

 REFRAÇÃO

 ESPALHAMENTO

 ABSORÇÃO

 REFLECTÂNCIA
REFRAÇÃO

Desvio da luz quando ela passa de um


meio a outro de densidade diferente

A refração da REM na atmosfera se dá


por esta ter que passar por camadas de
diferentes densidades da atmosfera, bem
como pelas partículas encontradas nela
ESPALHAMENTO

Diferente da refração, pois a direção do


espalhamento não é previsível

Porque o céu e azul? (espalhamento


molecular - menores comprimentos
de onda)

Porque o céu fica vermelho no pôr do


sol (espalhamento não-molecular -
comprimentos de onda maiores)

Porque as nuvens são brancas


(espalhamento não seletivo)
ABSORÇÃO

Todos comprimentos de onda são absorvidos pela matéria


suspensa (Bandas de absorção)

Sem luz refletida, nada é registrado pelos sensores

O contrário das bandas de absorção são as janelas


atmosféricas
REFLECTÂNICA

Radiação incidente e reflexão ficam no


mesmo plano incidente refletido

Os ângulos de incidência e reflexão são


aproximadamente iguais e medidos a
partir de um plano perpendicular à
superfície
Meio 1
Tipos de superfícies refletoras: especular
Meio 2
e difusa
REFLECTÂNCIA
Superfície especular: é essencialmente lisa, reflete a
imagem dos elementos
REFLECTÂNCIA
Superfície difusa: não produz uma imagem espelho,
superfície rugosa
REFLECTÂNCIA

Somente enxergamos os objetos, as cores, as pessoas e


outros elementos porque a energia eletromagnética
refletida sobre eles são influenciadas, distorcidas e
refletidas em diversos comprimentos de onda, inclusive na
faixa do visível.
REFLECTÂNCIA
REGISTRO DA REFLECTÂNCIA NAS IMAGENS

COMO A REFLECTÂNCIA DA ENERGIA INCIDENTE NO ALVO É


REGISTRADA NA IMAGEM?

COMO A IMAGEM É CONSTRUÍDA?


 Representação matricial constituída por linhas e colunas
 Cada célula formada do cruzamento de linhas e colunas
constitui um pixel
 A “cor” do pixel é definida pelas propriedades: matiz, saturação
e brilho
FORMAÇÃO DO RASTER

Elementos refletem em comprimento de ondas diferentes e em


intensidades diferentes

 A intensidade da energia refletida é registrada em forma de


brilho

 O comprimento de onda que está sendo registrado depende do


canal do espectro eletromagnético que o sensor está imageando
FORMAÇÃO DO RASTER

Atributo de brilho
do pixel
30 70 110 110 110

10 30 70 110 110

10 30 30 70 110

10 10 30 70 110
Landsat - Banda 3 Landsat - Banda 4 Landsat - Banda 5
BIBLIOGRAFIA

Apostila INPE,2002 – Capítulo 2: Satélites de Sensoriamento Remoto. Disponível on-


line em http://mtc-
m12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/sergio/2005/06.14.12.34/doc/CAP2_JCNEpiphanio.pdf

Download do ERDAS VIEWFINDER:


http://www.erdas.com/products/ERDASIMAGINE/ERDASViewFinder2.1/Downloads.aspx

Site EMBRAPA: http://www.embrapa.br/


 Brasil em relevo: http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/index.htm

Site INPE: http://www.inpe.br/

Você também pode gostar