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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

ANDERSON PEREIRA DE BARROS


KAROLINE RAMOS GIMENES
KÁTIA TEIXEIRA DE OLIVEIRA
RAFAEL MORAES DA COSTA
VITOR HUGO OLIVEIRA FURLAN

AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL COM FOCO NA SEGURANÇA E


COMUNICAÇÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO COM UMA
PESSOA SEM DEFICIÊNCIA

São Paulo

2014
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

ANDERSON PEREIRA DE BARROS


KAROLINE RAMOS GIMENES
KÁTIA TEIXEIRA DE OLIVEIRA
RAFAEL MORAES DA COSTA
VITOR HUGO OLIVEIRA FURLAN

AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL COM FOCO NA SEGURANÇA E


COMUNICAÇÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO COM UMA
PESSOA SEM DEFICIÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Elétrica da Universidade
Anhembi Morumbi.

Orientador: Professor Edison Puig Maldonado

São Paulo

2014
RESUMO
Pessoas com deficiência auditiva muitas vezes necessitam de auxílio para
atender a porta de sua residência. Este trabalho visa desenvolver um protótipo de
sistema de dispositivos que atendam a esta necessidade. Terá como premissas o baixo
custo, a segurança e o conforto ao usuário. O protótipo será acionado pela campainha
funcionando como um comunicador que envia ao morador um sinal vibracional pelo
celular com a imagem da pessoa que se encontra na porta. Na residência serão
instalados sinalizadores luminosos nos cômodos. Será utilizada preferencialmente
tecnologia já existente no mercado para acionamento da abertura da porta via celular.
Serão avaliadas tecnologias de conversão voz/texto para facilitar a comunicação entre
visitante e morador.

Palavras-chaves: Comunicação; Deficiente auditivo; Segurança; Tecnologia Assistiva;


ABSTRACT
The needs of people with disabilities makes this work with the focus of reaching
and helping people with hearing impaired to communicate with a visitor at the door of
where deficiency reside. The study of Home Automation, microcontroller boards,
sensors, Arduíno boards, networking protocols basics of this paper to develop the
prototype.
The prototype works as a communicating that to be triggered by the doorbell
sends the resident a vibrational signal the smartphone with the image of the person who
is at the door. Still under study, there will be a sign to voice / text with some pre-defined
information to facilitate the information and / or communication between people more
easily. Through application to be developed, the resident may open the door for
activation via phone.

Keywords: Communication, hearing impaired; Arduíno; ZigBee; smartphone


ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1: DIAGRAMA DE BLOCOS DAS ETAPAS DA INSTRUMENTAÇÃO ........................................................................ 13
FIGURA 2: DEFINIÇÃO DAS CAMADAS IEEE 802.15.4 ............................................................................................ 17
FIGURA 3: ARQUITETURA TCP/IP ...................................................................................................................... 19
FIGURA 4: ILUSTRAÇÃO PADRÃO ZIGBEE .............................................................................................................. 21
FIGURA 5: CAMADAS DE PROTOCOLO DE REDE DO SISTEMA ZIGBEE ........................................................................... 22
FIGURA 6: ZIGBEE RFD/FFD ............................................................................................................................ 23
FIGURA 7: PAPÉIS DOS DISPOSITIVOS ZIGBEE NA REDE. ........................................................................................... 23
FIGURA 8: MODO DE TRANSMISSÃO.................................................................................................................... 25
FIGURA 9: TOPOLOGIA ESTRELA ......................................................................................................................... 25
FIGURA 10: TOPOLOGIA MALHA ........................................................................................................................ 26
FIGURA 11: TOPOLOGIA EM ÁRVORE ................................................................................................................... 27
FIGURA 12: CLASSE DE REDE SEM FIO DE BAIXO ALCANCE ........................................................................................ 29
FIGURA 13: DIAGRAMA DE UM SISTEMA COM SENSORES ........................................................................................ 31
FIGURA 14: DIAGRAMA DE UM SISTEMA COM MICROPROCESSADOR ......................................................................... 32
FIGURA 15: PLACA ARDUINO MODELO UNO ......................................................................................................... 35
FIGURA 16: PLACA ARDUINO MODELO MEGA....................................................................................................... 35
FIGURA 17: PLACA ARDUINO MODELO NANO ....................................................................................................... 36
FIGURA 18: PLACA ARDUINO MODELO BLUETOOTH ............................................................................................... 36
FIGURA 19: PLACA ARDUINO MODELO LILYPAD..................................................................................................... 37
FIGURA 20: ARQUITETURA DE SISTEMAS INTEGRADOS COM CONTROLE CENTRALIZADO ................................................. 38
FIGURA 21: BIBLIOTECA PARA RECONHECIMENTO DE VOZ........................................................................................ 39
FIGURA 22: PLACA EASY VR.............................................................................................................................. 40
FIGURA 23: GATEWAY PARA COMANDO INTEGRADO .............................................................................................. 44
FIGURA 24: BLOCO 1 DO PROTÓTIPO .................................................................................................................. 49
FIGURA 25: BLOCO 2 DO PROTÓTIPO .................................................................................................................. 50
FIGURA 26: BLOCO 3 DO PROTÓTIPO .................................................................................................................. 50
FIGURA 27: CELULAR DO DEFICIENTE................................................................................................................... 51
FIGURA 28: ALOCAÇÃO DOS BLOCOS NA PLANTA DE UMA CASA ................................................................................ 51
FIGURA 29: LIGAÇÃO DO BLOCOS ....................................................................................................................... 52
FIGURA 30: TOPOLOGIA ESTRELA APLICADA NA PLANTA .......................................................................................... 55
FIGURA 31: TOPOLOGIA MESH APLICADA NA PLANTA.............................................................................................. 55
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1: DIAGRAMA DE UNIDADES FUNDAMENTAIS DO SI .................................................................................... 12
TABELA 2: PROPRIEDADE DO PADRÃO IEEE 802.15.4 ........................................................................................... 20
TABELA 3: COMPARAÇÃO Z-WAVE X ZIGBEE X WIFI .............................................................................................. 28
TABELA 4: CARACTERÍSTICAS DOS PADRÕES ZIGBEE, BLUETOOTH E IEEE 802.11B ...................................................... 31
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9
1.1 OBJETIVO ..................................................................................................................... 10
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 10
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................................... 11
2. FUNDAMENTOS................................................................................................................... 11
2.1 INSTRUMENTAÇÃO ..................................................................................................... 11
2.2 COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA ...................................................................................... 14
2.2.1 Comunicação sem fio .......................................................................................... 15
2.2.2 Técnicas de modulação sem fio ........................................................................... 15
2.3 PADRÃO IEEE ............................................................................................................... 16
2.3.1 Camada física...................................................................................................... 17
2.3.2 Camada MAC ...................................................................................................... 17
2.3.3 Ethernet ............................................................................................................... 18
2.3.4 TCP/IP................................................................................................................. 18
2.3.5 Propriedades do IEEE 802.15.4.......................................................................... 19
2.4 PADRÃO ZIGBEE .......................................................................................................... 20
2.4.1 Origem do ZigBee ............................................................................................... 20
2.4.2 Definição do padrão ZigBee ............................................................................... 20
2.4.3 Camadas de rede do sistema ZigBee ................................................................... 21
2.4.4 Tipos de dispositivos ZigBee ............................................................................... 22
2.4.5 Papéis dos dispositivos ZigBee ........................................................................... 23
2.4.6 Modos de operação dos dispositivos ZigBee ...................................................... 24
2.4.7 Topologia da rede do sistema ZigBee ................................................................. 25
2.5 PADRÃO Z-WAVE ......................................................................................................... 27
2.6 CLASSES DE REDE DE COMUNICAÇÃO SEM FIO DE BAIXO ALCANCE .......................... 28
2.6.1 Wireless ............................................................................................................... 29
2.6.2 Bluetooth ............................................................................................................. 30
2.7 DISPOSITIVOS INTELIGENTES ...................................................................................... 31
2.7.1 Sensores............................................................................................................... 31
2.7.2 Microcontrolador ................................................................................................ 31
2.7.3 PIC ...................................................................................................................... 33
2.7.4 Arduino ................................................................................................................ 33
2.7.4.1 Placa Arduino .............................................................................................. 34
2.7.4.2 Uno, Duemilanove E Diecimila .................................................................... 34
2.7.4.3 Mega............................................................................................................ 35
2.7.4.4 Nano ............................................................................................................ 36
2.7.4.5 Bluetooth..................................................................................................... 36
2.7.4.6 Lilypad ......................................................................................................... 36
2.8 INTERFACES COM O USUÁRIO .................................................................................... 37
2.8.1 Câmeras .............................................................................................................. 38
2.8.2 Microfones........................................................................................................... 39
2.8.3 VEEAR Easy VR 2.0 ............................................................................................ 39
2.9 AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL......................................................................................... 40
2.9.1 Automação Residencial ....................................................................................... 40
2.9.2 Aplicação de Automação Residencial ................................................................. 42
2.10 TECNOLOGIA ASSISTIVA .............................................................................................. 45
2.10.1 Deficiente Auditivo .............................................................................................. 45
2.10.2 Definição legal de deficiente ............................................................................... 46
2.10.3 Tecnologias disponíveis para deficientes auditivos ............................................ 46
2.10.4 A domótica existente aplicada à deficientes........................................................ 47
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................................... 48
3.1 MATERIAIS ................................................................................................................... 48
3.2 MÉTODOS .................................................................................................................... 48
4 RESULTADOS ESPERADOS ................................................................................................... 56
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 57
APÊNDICE A – DIAGRAMA DE GANTT ......................................................................................... 60
9

1. INTRODUÇÃO

A Domótica, segundo Ramos é um termo utilizado para a automação residencial,


em ambiente de trabalho ou área comum, permite que funções e equipamentos sejam
controlados e integrados de forma inteligente com o objetivo de proporcionar maior
flexibilidade na execução das atividades rotineiras. Os dispositivos automatizados
podem ser controlados através de um sistema central ou de forma distribuída. Usuários
interagem com os sistemas através de interfaces em painéis instalados pelo imóvel ou
através de computadores, tablets e smartphones. Deste modo, possuem mais liberdade
para controlar funcionalidades, como economia de gás, água, tanto de forma individual
como em conjunto com o restante do sistema. Essas tecnologias apresentam benefícios a
serviço de pessoas com necessidades especiais. (RAMOS, 2012)
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
efetuada por meio do Censo Demográfico em 2010, aproximadamente 46 milhões de
brasileiros, equivalente a 24% da população, declarou possuir pelo menos uma das
deficiências investigadas e entre elas está a auditiva. (IBGE, 2010).
Independentemente do grau de surdez, pessoas com deficiência auditiva
possuem dificuldade ao atender a porta de sua residência quando a campainha é
acionada por um terceiro. Essa dificuldade geralmente é suprida com a presença de
outra pessoa que o auxilie nesse atendimento. (SUASSUNA, 2013)
Este projeto foca em tecnologias que auxiliem deficientes auditivos no processo
de comunicação com visitantes que chegam a sua residência ou local de trabalho, sem a
necessidade da assistência de outra pessoa. Serão revisados outros estudos e soluções de
mercado para esta tarefa específica, a maioria com finalidade de dar maior liberdade,
flexibilidade e segurança ao usuário. Destes, poucos são voltados à utilização de pessoas
com limitações inatas, resultantes de acidentes, de doenças ou do envelhecimento
natural. Assim, foi considerada a possibilidade de aproveitar tecnologias existentes e
integrá-las, criando novos equipamentos e sistemas para serem utilizados por pessoas
com necessidades especiais, tal como a deficiência auditiva.
10

1.1 OBJETIVO

Será realizado um estudo para implantação de um sistema de interfone


automatizado, o qual ao ser acionado pelo visitante provoca o acendimento de luzes de
cor específica em posições estratégicas em cada aposento da casa. Além disso, uma
notificação é enviada aos dispositivos de visualização, emitindo um sinal de vibração
em smartphone ou tablet, alertando o indivíduo portador da deficiência. Neste
dispositivo de visualização, o portador de deficiência receberá a imagem do visitante e a
partir da interface será iniciado a comunicação por voz e texto, evitando
constrangimentos e garantindo maior segurança e conforto.

1.2 JUSTIFICATIVA

As dificuldades cotidianas de pessoas com necessidades especiais são inúmeras,


seja na residência ou local de trabalho. Por exemplo, para aquelas com mobilidade
limitada ou com deficiências visuais/auditiva, há o desafio da correta identificação de
um visitante e até simplesmente abrir a porta. Este trabalho tem como objetivo
desenvolver protótipo de sistema que propicia melhor qualidade de vida às pessoas que
se encaixam nestas condições, fornecendo opções de automação que tornem estas ações
cotidianas mais fáceis de serem realizadas. Serão priorizadas soluções utilizáveis em
espaços e construções já existentes, com mínima modificação nas instalações, sendo
necessário apenas dois pontos de alimentação 127V. Terá foco no estudo aplicações de
soluções baseadas nos padrões de rede ZigBee ou Z-Wave, devido à já ampla adoção
destas pelo mercado, funcionamento baseado em tecnologia sem fios e de longo
alcance.
Existem trabalhos estudados que tratam do conceito de automação residencial
como um todo. Tais como: Fabrício Silva que define as tecnologias de comunicação
utilizadas pelos sistemas de automação residencial, (SILVA, 2006). Outro trabalho
define tecnologias para adaptação de uma casa para pessoas portadoras de deficiência
locomotora através da automação residencial (ROMERO, 2009).
11

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho está organizado em quatro capítulos onde estão distribuídas


abordagens feitas sobre os módulos que irão compor o projeto final, apresentando
também os resultados esperados para implementação do protótipo do Trabalho de
Conclusão de curso em questão.
Compõem o capítulo 1, o Objetivo e a Justificativa associados a esse projeto. No
capítulo 2, em 10 subcapítulos estão expostos os fundamentos teóricos dos sistemas e
subsistemas destrinchados de forma a apresentar a funcionalidade de cada parte do
projeto, sendo abordado desde a comunicação utilizada até o público alvo do produto
final.
No capítulo 3, Materiais e Métodos, são apresentadas as etapas do projeto, desde
diagramas até a montagem do protótipo. E para finalizar, no capítulo 4 estão expostos
os Resultados Esperados quanto ao desenvolvimento do projeto em relação à
interligação dos módulos e a aplicação da domótica para comodidade dos deficientes
auditivos.

2. FUNDAMENTOS

2.1 INSTRUMENTAÇÃO

A técnica de medir continua sendo a forma mais eficaz de fortalecer observações


científicas, porque hipóteses científicas precisam de meios práticos para validar ideias
levantadas sobre um determinado assunto. (RAMOS, 2012)
Atualmente a medição do tempo tem sido uma das técnicas mais precisas de
instrumentação. É possível utilizar como escala referencial os movimentos dos corpos
celestes fixos em suas órbitas pela lei da gravitação e a escala atômica baseada nas
frequências características nas transições quânticas.
A instrumentação é uma das técnicas mais usadas na sociedade moderna que,
mesmo sem perceber, utiliza seus benefícios nas rotinas diárias. A sua presença no dia a
dia das pessoas vai desde configurar a geladeira para uma certa temperatura até a
medição das rotações de uma turbina em uma hidroelétrica.
12

Grandezas, segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM), é a


propriedade de um fenômeno em um corpo ou substância que pode ser expresso
quantitativamente na forma de número e de uma referência. Esta pode ser divida em:
Grandezas de base ou grandezas químicas pertencem a um subconjunto
convencionado que não pode ser derivado de uma outra grandeza do mesmo
subconjunto. O Sistema Internacional é um exemplo claro de grandezas de base.
Grandezas derivadas ou grandezas biológicas são subconjuntos definidos em
função da grandeza de base.
Unidades de medida é um escalar real que, acompanhado de uma grandeza,
fornece uma comparação de magnitude entre grandezas do mesmo tipo. (RAMOS,
2012)
A tabela 1 mostra uma lista das mais importantes unidades internacionais.

Tabela 1: Diagrama de Unidades fundamentais do SI

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012

Sensores são corpos, dispositivos ou materiais que possuem a capacidade de


transformar diretamente uma grandeza física em outra. São exemplos sensores como
termostatos, pressostatos, sensores de nível, vazão, luminosidade, presença, entre
outros.
Transdutores são sistemas compostos de sensores, sistemas elétricos, eletrônicos
e mecânicos. Sua principal função é tornar possíveis as medições advindas dos sensores.
Instrumentos são sistemas mecânicos, eletrônicos ou eletromecânicos que têm a
função de retirar de um corpo, fenômeno ou substância a intensidade da grandeza
advinda de um sensor ou transdutor.
Os instrumentos podem ser classificados como analógicos, quando o método de
indicação do escalar da grandeza é contínua e geralmente indicado por ponteiros, e
13

digitais quando a representação numérica da variável é indicada através de números


finitos, binários, normalmente exibidos em display de sete segmentos.
Erro de medição é a diferença entre o valor considerado verdadeiro e o valor
medido. O erro depende do instrumento de medição usando, da técnica de medição
utilizada, dentre outros fenômenos.
Visão geral da instrumentação digital é a técnica que consiste em uma
sistemática ordem de etapas. Como pode ser visto na figura 1, existe o bloco do
transdutor, do condicionamento de sinal, do processamento de dados, do atuador e da
interface homem-máquina.

Figura 1: Diagrama de blocos das etapas da instrumentação

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012

A primeira dessas etapas tem como função extrair o sinal elétrico-analógico de


um transdutor/sensor. O condicionamento de sinal é necessário para adequar o sinal à
etapa de aquisição de dados. A conversão A/D, analógico-digital, é a etapa mais
importante, pois é o diferencial da instrumentação analógica, quando o sinal elétrico
analógico é convertido em código digital.
Na próxima etapa, o código digital é processado e/ou armazenado. A etapa
destinada à visualização de dados é representada pela interface homem-máquina. E por
último, dependendo do algoritmo do bloco de processamento de dados, o sistema pode
acionar algum mecanismo de correção, no caso representado pelo bloco atuador.
14

2.2 COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA

As instalações de comunicação por cabeamento vêm perdendo espaço para as


novas tecnologias com aplicação de sistemas de comunicação sem fio. Este avanço vem
pelo fator da necessidade de uma baixa infraestrutura para a instalação desses
dispositivos de comunicação sem fio, e garante maior segurança e flexibilidade do
sistema em comparação à comunicação por cabeamento. (RAMOS, 2012)
Há muitos investimentos em estudos para o desenvolvimento de novas técnicas
dessa comunicação sem fio, para garantir cada vez mais a segurança da transmissão de
dados, sem perdas por ruídos no seu receptor, e restrição de acesso indevido de
indivíduos não autorizados àquelas informações. (RAMOS, 2012)
A flexibilidade desses sistemas de comunicação sem fio está ligada à
infraestrutura que esse sistema requer para ser montado, oferecendo bastante liberdade
de alterações da sua estrutura após a instalação e também adicionar novos dispositivos.
A rede de comunicação eletrônica na área de automação se dá hoje em três
técnicas. As linhas de potência, que consistem no uso da rede elétrica, como meio físico
para a transmissão/recepção da informação, que é convertida em dados digitais para
trafegar na linha de potência junto com o sinal de potência, mas em diferentes
frequências. Sua desvantagem é o alto consumo de energia, as distorções, entre outros.
A segunda técnica é a comunicação por cabos, que ainda é muito utilizada na
indústria, com as suas instalações do meio físico feita através de cabos par trançado,
fibra óptica e outros. Oferecendo uma imunidade a ruídos, consequência disto tendo
uma maior segurança dos dados, mas o que impacta é a sua estrutura, pois uma vez
montada fica quase inviável o seu remanejamento, apresentando baixa flexibilidade.
E a terceira técnica, se dá pela comunicação por radiofrequência que vem
caminhando para um rumo promissor e já está em grande ascensão no mercado. Como
visto hoje em dia a indústria tem investido bastante na implementação desses sistemas
pelo sucesso mostrado nos sistemas de telefonia celular, que tem como atrativos a
disponibilização dos seus serviços em diversos lugares que não possuem ambientes
favoráveis à implantação por cabeamento, e ter um baixo custo quanto à sua estrutura
(RAMOS, 2012).
15

2.2.1 Comunicação sem fio

A comunicação eletrônica sem fio começou a ganhar destaque com Gugliemo


Marconi em 1897. Ele demonstrou capacidade da comunicação sem fio contínua entre
navios no canal inglês. (RAMOS, 2012).
Apesar dos créditos deste invento ser de Marconi, o padre gaúcho Roberto
Landell de Moura foi o pioneiro na comunicação eletrônica sem fio. Seus primeiros
inventos foram realizados entre 1893 e 1894, entre a Avenida Paulista e o Alto de
Santana, em São Paulo, com uma distância de oito quilômetros. Seus experimentos
prosseguiram com sucesso, sendo publicados, em 12 de Outubro de 1902, no jornal
New York Herald. Marconi só conseguiria prática semelhante anos depois. O fato de
Landell de Moura não ter sido reconhecido como inventor da comunicação eletrônica
sem fio é porque ele não pertencia, na época, à comunidade científica internacional,
sediada na Europa e nos Estados Unidos. (RAMOS 2012).
A partir disto começa a evolução, com a fabricação dos novos hardwares em
1970 que tinham uma maior confiabilidade, o processo de desenvolvimento das
tecnologias de comunicação sem fio, se espalhando pelo mundo e criando uma nova era
da comunicação eletrônica.
Essa rápida expansão da comunicação eletrônica sem fio era voltada ao
consumidor, surgindo então um problema na regulamentação do canal de frequência dos
dispositivos desenvolvidos, fazendo com que criassem técnicas de modulação, com o
objetivo de ter confiabilidade na transmissão de dados e no melhor desempenho da
utilização da banda de frequência.

2.2.2 Técnicas de modulação sem fio

A técnica de modulação é para adequar o sinal (mensagem) a ser transmitido por


um sistema eletrônico através de ondas eletromagnéticas pelo espaço físico. (RAMOS,
2012)
Há várias técnicas de modulação hoje em dia, as mais usuais são: AM, FM e
modulação digital.
A modulação por amplitude AM (Amplitude Modulation) utiliza a técnica de
transmissão de mensagens, variando a amplitude do sinal da portadora, como mostrado
pela equação 1. (RAMOS, 2012)
16

Equação 1: Equação de sinal AM

Fonte: Ramos, 2012

Onde m(t) é a mensagem, fc é a frequência portadora.


A modulação por frequência FM (Frequency Modulation) consiste na variação
de frequência para transmitir a mensagem para o canal, demonstrado pela equação 2.
(RAMOS, 2012)

Equação 2: Equação de sinal FM

Fonte: Ramos, 2012

Onde Ac é uma constante, fc é a frequência da portadora e m(v) é a mensagem a


ser transmitida.
A técnica de modulação digital é a mais utilizada nos modernos sistemas de
comunicação sem fio, pois possui vantagens como a imunidade a ruído, a possível
introdução de correção de erros, oferece recursos avançados de processamento e
armazenamento de dados, codificação da fonte, introdução de criptografia, e outras
aplicações.

2.3 PADRÃO IEEE

O IEEE (Institute for Electrical Eletronics Engineers) é uma associação de


profissionais técnicos que padronizam protocolos de comunicação, visando o
crescimento e a capacidade dessa comunicação. Sendo de forma transparente, para a
fácil integração com outros sistemas de comunicação. (RAMOS, 2012)
No padrão de comunicação da IEEE 802.15.4, são determinadas regras de
comunicação da camada física e da camada MAC (Media Access Control) para redes de
comunicação de baixa taxa de transmissão, e geralmente que possuem baixo consumo
de potência, assim como o protocolo LR-WPAN (Lower Rate Wireless Personal Area
Network).
Dois tipos de camadas que definem este padrão são representados na figura 2
abaixo.
17

Figura 2: Definição das camadas IEEE 802.15.4

Fonte: Ramos, 2010.

2.3.1 Camada física

A camada física define os tipos de hardware e seus comandos elétricos, seu


objetivo é a transmissão e recebimento de dados do meio externo para a camada de
controle e acesso ao meio. Há técnicas para a modulação e demodulação de sinal para o
canal, as principais funcionalidades são:
• Transmissão e recepção de dados digitais;
• Envio de dados para a camada MAC;
• Ativação e desativação do transceptor de rádio;
• Detecção de energia no canal à ser utilizado;
• Seleção deste canal;
• Analise da qualidade das conexões realizadas;
• Técnicas para acesso múltiplo ao canal;

2.3.2 Camada MAC

A camada de controle e acesso ao meio é a responsável pela parte da operação


que está aplicado o canal físico de comunicação, podendo ser descritas as seguintes
funcionalidades:
• Fornecimento de uma conexão confiável entre duas entidades MAC;
• Controle do mecanismo da técnica de acesso ao canal;
• Associação e desassociação de PAN;
• Sincronismo de Beacon;
• Geração de Beacon;
• Segurança de dispositivo;
18

2.3.3 Ethernet

Em meados da década de 60, foi desenvolvida na Universidade de Hawai uma


WAN (Wide Area Network) denominada ALOHA, que utilizava como técnica de
modulação ao meio o CSMA/CD. Pode-se dizer que este fato foi o marco do surgimento
do padrão Ethernet. Já nos anos 70, a junção de empresas formada pela Intel, Xerox e
DEC, criou o padrão Ethernet, o qual consta a camada física e camada de link a qual
possui os dados do modelo OSI. (JEFFERSON, 2010).
Com esta implementação específica possibilitou uma interconexão eficaz para os
equipamentos de comunicação e também um baixo custo para sua implantação. Esta
implementação específica da camada física e camada de link própria, se divide em
controle de acesso e controle de enlace. A camada de controle de acesso é responsável
por compartilhar o meio de transmissão comum aos usuários da rede, e a camada de
controle de enlace tem o papel de garantir a estabilidade da comunicação entre os
usuários.
A camada física é responsável pela transmissão/recepção da informação,
estabelecendo os critérios como: elétricos (tensão e impedâncias), mecânicos (tipos de
cabos, conectores, etc), funcionais (taxa de transferência, velocidade, delay, etc.).
Esta rede faz parte do principal desenvolvimento do processo de interligação de
dispositivos e computadores tanto residenciais quanto industriais. São consideradas as
principais aplicações do padrão IEEE 802.3, utilizam o protocolo CSMA/CD para
coordenação de acesso ao meio de transmissão. Seu endereçamento é feito numa
sequência de 6 bytes (48 bits) conhecido como endereço físico, MAC ou endereço da
Ethernet. Com a sua grande expansão da sua taxa de transmissão chega a 10 Mbps, no
qual, nestas taxas os dados utilizam a codificação Manchester, que obtém transições de
níveis em todos os bits, sendo uma codificação bifásica.

2.3.4 TCP/IP

A arquitetura deste protocolo foi desenvolvida pela DARPA (Defense Advanced


Research Projects Agency), o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol)
nada mais é que uma união de protocolos que permitem o compartilhamento de dados e
recurso em uma rede. Há outros protocolos integrados ao TCP/IP que possuem outras
funções em diferentes aplicações, sendo os mais importantes, o FTP (File Transfer
19

Protocol) que se baseia na transferência de arquivos, o TELNET (Network Terminal


Protocol) que permite o acesso do usuário em outro computador da rede, e o SMTP
(Eletronic Mail) onde é realizado o envio de mensagens para outros usuários.
(JEFFERSON,2010)
O Internet Protocol baseia-se em um serviço sem conexão, ele tem o papel de
fazer a transferência dos blocos de dados (datagramas) do usuário de origem ao usuário
de destino que são identificados por endereços IP. Possui também a função de
fragmentar e remontar os blocos de dados, para que seja mais fácil e ágil a transmissão
dos dados.
O TCP é orientado para a conexão, fornecendo um serviço de transferência de
dados confiável. Ele insere, envia/reenvia e ordena os blocos de dados, além de fazer a
integração dos processos de aplicação do protocolo da rede com a arquitetura da
internet.

Figura 3: Arquitetura TCP/IP

Fonte: Adaptado de Jefferson, 2010.

2.3.5 Propriedades do IEEE 802.15.4

Este padrão trabalha na banda de transmissão de frequência ISM (Industrial


Scientific Medical), que varia pelas frequências 868 MHz, 968 MHz e 2.4 GHz. Na
tabela 2, as principais descrições deste padrão. (RAMOS, 2012)
20

Tabela 2: Propriedade do padrão IEEE 802.15.4

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012

2.4 PADRÃO ZIGBEE

O padrão ZigBee, bem como o seu órgão regulador, possui as suas classes de
redes com sua potência de transmissão, alcance, taxa de comunicação de dados, suas
quantidades de tarefas que sua pilha de protocolo pode executar, os papéis que ele pode
assumir e seus estados de operação. As definições de camadas que este padrão possui
em particular tem uma grande relação com o padrão IEEE 802.15.4. (RAMOS, 2012)

2.4.1 Origem do ZigBee

Em 2002, grandes empresas do setor de eletrônicos decidiram padronizar um


sistema de comunicação eletrônica sem fio para o setor de automação. Elas se uniram e
decidiram tornar esse sistema compatível independente de qual empresa que iria
produzir o circuito. Essa união ocasionou a formação de uma sociedade conhecida como
a Alliance ZigBee. A Alliance ZigBee é responsável pela criação e manutenção de um
padrão de rede de comunicação sem fio denominado Padrão ZigBee, considerado livre
para sua aquisição, toda sua documentação e especificações estão disponíveis para o
público, mas para usar a marca ZigBee, o consumidor deve ser sócio da Alliance
ZigBee e pagar anualmente uma certa quantia. (RAMOS, 2012).

2.4.2 Definição do padrão ZigBee

Definido como uma convenção de comunicação de rede sem fio, a qual se utiliza
de uma pilha de protocolo particular com a qual é capaz de manter uma comunicação
com outros dispositivos do mesmo padrão, como mostrado na figura 4. Geralmente um
21

microcontrolador que obtém do protocolo padrão ZigBee, deve se comunicar com


outros microcontroladores pertencentes a uma mesma rede utilizando um transmissor de
rádio, para que o envio de dados seja sem fio numa determinada faixa de frequência do
padrão. (RAMOS, 2012)

Figura 4: Ilustração padrão ZigBee

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012.

2.3
Há diversas topologias que este padrão pode assumir, permitindo economia no
consumo de energia, Comparando com o Bluetooth que consome uma bateria em uma
semana, o ZigBee pode utilizar a mesma bateria durante um ano.
Embasado no perfil técnico, este padrão utiliza quatro camadas de redes, duas
camadas de nível mais alto foram desenvolvidas pelo protocolo ZigBee e as duas de
nível foi criada através da integração de dois tipos diferentes de protocolos, as duas
camadas de nível inferior vieram do protocolo IEEE 802.15.4.

2.4.3 Camadas de rede do sistema ZigBee

A camada de rede é um simples modo de determinar tarefas e funções, visando a


facilidade de alteração do projeto, sendo responsável por uma determinada função na
arquitetura do projeto. As camadas paralelas se comunicam através de linguagens
predeterminadas em suas estruturas chamadas protocolos, por conta disso, quando
desejamos alterar/corrigir uma parte do protocolo, não necessita de modificar o projeto
inteiro e sim só na camada responsável, tendo assim uma grande vantagem. (RAMOS,
2012)
22

O ZigBee segue o padrão OSI-ISSO, neste padrão existem sete camadas, mas o
ZigBee possui apenas as camadas essenciais para que os módulos de comunicação
possuam as características de baixo custo, baixa taxa de transmissão, economia na
energia utilizada e baixa complexidade.

Figura 5: Camadas de protocolo de rede do sistema ZigBee

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012.

2.4.4 Tipos de dispositivos ZigBee

No padrão ZigBee podem ser observados dois tipos de dispositivos que


interagem entre si numa rede. O tipo de dispositivo está intimamente ligado à
quantidade de tarefas que uma pilha de instruções armazenada na memória do
microcontrolador pode executar. São eles o FFD (Fullfeature Device) e o RFD (Reduce
Feature Device). (RAMOS, 2012)
O FFD é um dispositivo que possui a pilha de instruções completa em sua
memória e característica de incorporar qualquer papel à rede descrita pelo padrão IEEE
802.15.4, e pode se comunicar com qualquer dispositivo na rede. É considerado
dispositivo “pai”, pois permite a entrada dos módulos na rede formada.
O dispositivo RFD possui um reduzido conjunto de instruções carregadas em sua
memória e está limitado a pequenas tarefas. Ele pode se comunicar apenas com o FFD e
é considerado dispositivo “filho”, pois precisa do dispositivo “pai” para poder entrar na
rede.
23

Figura 6: ZigBee RFD/FFD

2.4.5 Papéis dos dispositivos ZigBee

Outra qualidade do sistema de comunicação ZigBee é a atribuição que cada


dispositivo pode assumir na rede, tendo as seguintes funções:
Coordenador: é o responsável por formar a rede de trabalho, selecionando um
canal de comunicação e um endereço específico. Ele permite a seleção de acesso aos
roteadores e dispositivos finais que pretendem juntar-se à rede de trabalho
preestabelecida. Esse papel é exercido pelo dispositivo do tipo FFD.
Roteador: oferecer rota de caminhos alternativos para pacotes de dados, quando
um destino possui certas barreiras físicas ou troca de informações em andares
diferentes. Ele pode transmitir e receber dados.
Dispositivos finais: geralmente exercem tarefas reduzidas RFD, sendo seu papel
relacionado com o envio e recebimento de informações advindas de dispositivos FFD.

Figura 7: Papéis dos dispositivos ZigBee na rede.

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012.


24

2.4.6 Modos de operação dos dispositivos ZigBee

Estes modos de operação estão ligados diretamente ao consumo de potência


elétrica que os dispositivos podem dissipar em seus diferentes modos de trabalho. Os
modos que o padrão ZigBee propõe são os seguintes:
Modo inativo: é o momento em que o dispositivo está em processo de
verificação de dados válidos vindos da antena.
Modo de transmissão: quando o dispositivo recebe os dados seriais e está pronto
para empacotá-los, ele sai do modo inativo e tenta transmitir o dado para o destino
desejado. O endereço de destino do pacote de dados determina qual o módulo na rede
receberá o dado. Neste modo o dispositivo assegura-se de que o endereço do módulo
que receberá os dados e a rota dos dados são previamente conhecidos. Se todos os
requisitos forem satisfeitos, os dados serão transmitidos.
Modo de recepção: são coletados da antena do dispositivo os pacotes de dados
válido, cujo o formato pertence ao padrão ZigBee é recebido, o dado é transferido para
o buffer de transmissão serial.
Modo sono: é o modo de menor consumo de energia, chegando a
consumir alguns micro ampères. É a solução encontrada para que o ZigBee e seus
módulos gastem menos energia da classe de rede de curto alcance.
Modo de comando: para modificar ou ler parâmetros do módulo de
radiofrequência, ele deve ficar no módulo de comando. Ao entrar nesse modo, todos os
dados recebidos são interpretados como linha de comando.
Quando o dispositivo se prepara para enviar os dados, ele verifica se o endereço
de 16 bits é conhecido. Caso não, o dispositivo entra no estado de busca de endereço na
rede, se a rota não for conhecida, o mesmo dispositivo entra no estado de busca de rota
com a intenção de estabelecer uma rota de comunicação entre os módulos. Caso o
endereço de 16 bits não seja encontrado na rede ou se nenhuma rota for estabelecida o
dado será descartado.
Quando um dado é transmitido de um módulo para outro, uma mensagem de
confirmação é enviada pra o transmissor pela mesma rota em que trafegou o dado. A
função dessa mensagem é informar ao módulo transmissor que o dado foi recebido com
sucesso. Caso essa mensagem não chegue ao módulo transmissor, o dado será
retransmitido como verificado na figura 8. (RAMOS, 2012).
25

Figura 8: Modo de transmissão

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012.

2.4.7 Topologia da rede do sistema ZigBee

A topologia de uma rede ZigBee é gerenciada pela camada de rede, portanto,


deve possuir uma das duas topologias estabelecidas pelo padrão IEEE 802.15.4, sendo
topologia estrela ou peer-to-peer. (RAMOS, 2012)

Figura 9: Topologia estrela

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012.


26

Numa topologia estrela os dispositivos finais apenas se comunicam com o


coordenador, não havendo a possibilidade de dados serem retransmitidos pelos
roteadores, comparável ao sistema de comunicação mestre-escravo, ou seja, os finais
e/ou roteadores apenas se comunicam com os coordenadores.
Na topologia peer-to-peer cada módulo FFD ZigBee pode se comunicar com o
módulo FFD mais próximo, havendo assim, a possibilidade de roteamento de dados.
Nessa topologia, a rede é formada com os módulos exercendo todos os papéis
estabelecidos pelo padrão. Dependendo de como é organizada a inclusão de novos
membros da rede, a topologia peer-to-peer pode assumir duas subdivisões, sendo a
topologia de rede malha e topologia de rede em árvore. (RAMOS, 2012)

Figura 10: Topologia Malha

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012.

A topologia de rede malha pode ser diferenciada quando os novos membros FFD
podem se comunicar com os módulos FFD da rede que estão dentro do seu alcance de
radiação eletromagnética. O único impedimento para não haver comunicação com
outros dispositivos é a potência de radiação.
Na topologia em árvore os membros só podem crescer de forma metódica e
organizada. O nome dessa topologia é devido à forma como os novos dispositivos se
juntam à rede, pois os roteadores funcionam como galhos e os dispositivos finais como
folhas. Quando novos dispositivos são adicionados a rede eles precisam verificar o
módulo “pai” (FFD) disponível mais próximo que pode recebê-los, podendo assim
expandir a rede com novos dispositivos roteadores.
27

Na figura 11, note que um dispositivo final “A” pretende enviar um dado para o
dispositivo “B” e existe uma barreira física entre eles, os dados podem assumir uma rota
que viabilize a comunicação entre os dispositivos finais. (RAMOS, 2012)

Figura 11: Topologia em árvore

Fonte: Adaptado de Ramos, 2014.

2.5 PADRÃO Z-WAVE

É uma tecnologia de comunicação particular sem fio, que possui um pequeno


alcance e uma baixa taxa de transmissão dados, seu proprietário é a Zensys Inc. A sua
origem se deu quando a Zensys Inc. se uniu com mais de 100 empresas com o objetivo
de desenvolver este dispositivo para serviços de automação predial. (ZENSYS INC.)
Esta tecnologia vem originada da comunicação por rádio frequência sem a
utilização de fio, com o objetivo de controlar iluminação, aplicação em leituras de
medidores, aplicação em controle de refrigeração, aplicação em controle de acesso,
proteção contra incêndios, entre outros.
Esta tecnologia se relaciona muito com o ZigBee em termos de características,
por isso existe uma grande concorrência entre ambos no mercado de automação
residencial. Essas características são os baixos consumos de energia que possuem, o seu
tipo de roteamento similar a malha e o custo baixo. Porém o Z-Wave possui uma taxa
de transferência de dados menor que o ZigBee com 9600 bps, e está na banda
de frequência na faixa de 868/900 MHz.
28

Tabela 3: Comparação Z-wave x ZigBee x Wifi

Z-wave ZigBee Wifi


Padrão (MAC + PHY) Proprietário IEEE 802.15.4 IEEE 802.11
Taxa de Transferência 9600 bps 250 Kbps 11/54 Mbps
Frequência 868/900MHz 868/902MHz/2.4GHz 2.4GHz/5GHz
Modulação FSK DSSS DSSS/OFDM
Corrente na Transmissão — 30mA 400mA
Corrente em Standby — 3uA 20mA
Expectativa de vida da bateria 1000 dias 1000 dias 0,5 a 5 dias
Alcance (m) 100 10/30 100 30/100 30/100
Fonte: Adaptado de Ramos, 2014.

A modulação que o Z-wave utiliza é a FSK, Frequency Shift Keying. Cogitam


que esta tecnologia não sofre muitas interferências pois sua faixa de trabalho não é a de
2,4GHz como o Wi-Fi, e não é tão complexo, além de necessitar de baixa memória. A
sua desvantagem é na sua particularidade, com isso não há outras opções de
fornecedores (fabricante chip), não tendo a flexibilidade de ser um protocolo aberto para
qualquer outro fabricante perpetue com o mesmo padrão, já o ZigBee (IEEE 802.15.4)
tem essa liberdade para fornecimento do componente.

2.6 CLASSES DE REDE DE COMUNICAÇÃO SEM FIO DE


BAIXO ALCANCE

Para classificar em termos de distância de comunicação, há duas técnicas de


comunicação de baixo alcance bastante utilizadas no mercado: WLAN (Wireless Local
Area Network) e WPAN (Wireless Personal Area Network). (RAMOS, 2012)
A WLAN (IEEE 802.11) é uma classe de rede sem fio de curto alcance que
propõe a extensão, ou até mesmo a substituição, da rede de comunicação com fios
(LAN’s – Local Arquiteture Network). A WLAN pode ser integrada normalmente com
a LAN. Um exemplo comum disso, uma rede cabeada que pode ser encontrada na rede
Ethernet (IEEE 802.3) que pode ser expandida com uso de roteadores wireless,
formando assim uma rede cabeada integrada com uma rede sem fio.
O objetivo dos padrões utilizados pela WLAN é o aumento da taxa de
transmissão e de faixa do raio de alcance na cobertura. Esse padrão trabalha na
frequência de operação em torno de 2.4 GHz, assim como o padrão ZigBee e Bluetooth,
e possui uma taxa de transmissão de até 11Mbps.
29

Figura 12: Classe de rede sem fio de baixo alcance

Fonte: Ramos, 2012

As WPANs, relacionadas com as WLANs, foram projetadas com o objetivo de


substituir as redes de comunicação com fio, esta classe se dividi em HR-WPANs (High
Rate Wireless Personal Area Network), MR-WPANs (Medium Rate Wireless Personal
Network), LR-WPANs (Low Rate Personal Area Network). (RAMOS, 2012)
O HR-WPANs (IEEE 802.15.3) suporta uma taxa de transmissão de dados em
torno de 11 a 55 Mbps com um alcance de 30 a 100 metros, numa frequência de
trabalho de 2,4 GHz. A sua desvantagem é quanto a sua complexidade de aplicação e
seu alto custo.

2.6.1 Wireless

Este padrão é amplamente adotado no mercado de transmissão de dados


conhecido como Wireless (IEEE 802.11), que possibilita a interconexão de
computadores e dispositivos a uma taxa de 11 Mbps, tem tido uma grande tendência de
dominar grande parte dos sistemas que hoje são cabeados. (BOLZANI, 2004).
O Institute of Eletrctrical and Eletronics Engineers (IEEE) desenvolveu o projeto
IEEE 802.11 em 1990, mas ficou parado por sete anos, pois tinha um problema com a
baixa taxa de transferência adquirida naquela época que era por volta de dezenas de
kbps, com o passar dos anos o desenvolvimento das tecnologias proporcionaram uma
taxa mais alta parecida com a rede Ethernet, então começou a ser vista como uma
solução no ramo.
30

Empresas como IBM, CISCO e 3Com investiram em desenvolvimento de


equipamentos em base deste padrão, pois possui vantagens de ser aberto como
interoperabilidade, baixo custo, mercado acessível, garantias de projetos, entre outras.
O 802.11 está ligado à uma família de especificações da WLAN, que é
subdividida em:
• 802.11 – adota-se às wireless LAN’s, taxas de 1 ou 2 Mbps à uma frequência de
2,4 GHz, utiliza-se o método FHSS (Frequency Hopping Spread Spectrum) ou o
DSSS (Direct Sequence Spread Spectrum).
• 802.11a – uma rede wireless com taxas de até 54 Mbps e 5 GHz de frequência,
utiliza o método OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing).
Futuramente deve ser substituído pelo 802.11g
• 802.11b – é uma extensão do 802.11 e se compara a rede Ethernet, fornecendo
taxas de transmissão de até 11 Mbps, a uma frequência de 2.4 GHz, somente
utilizando o método DSSS.
• 802.11g – uma wireless LAN que pode oferecer taxas de até 20 Mbps, em 2.4
GHz.

2.6.2 Bluetooth

O padrão Bluetooth (MR-WPAN), atinge uma taxa de transmissão em torno de 1


a 3 Mbps, possui um raio de baixo alcance e consome muita energia em relação ao
ZigBee, mas tem muitas aplicações em substituir acessórios de computadores como
mouse, teclado, fones, etc.
Já o padrão ZigBee, possui baixa complexidade, menor custo e consomem a
menor energia de alimentação em relação aos dispositivos da classe WPAN, porém
possui uma baixa taxa de transmissão, levando sua aplicação mais para obter
informações de sensores.
Na tabela 4, verifica-se a relação entre os diferentes protocolos, associados com
sua taxa de transmissão e suas aplicações (RAMOS, 2012).
31

Tabela 4: Características dos padrões ZigBee, Bluetooth e IEEE 802.11b

Fonte: Adaptado de Ramos, 2012

2.7 DISPOSITIVOS INTELIGENTES

2.7.1 Sensores

No mercado de domótica existem n sensores sendo utilizados, podendo ser de


posição, velocidade, presença, carga, temperatura e outros, que se modificam conforme
o projeto e conforme a necessidade. De forma geral, define-se como sensores
equipamentos que possibilitam ao usuário por meio de um sistema controlar ou
monitorar o processo. Os sensores são classificados como transdutores, pois realizam a
conversão de grandezas físicas em grandezas elétricas, permitindo a alteração da
grandeza coletada pelo sensor para um valor que preencha ao requisito do projeto.

Figura 13: Diagrama de um Sistema com sensores

Fonte: Os autores, 2014

2.7.2 Microcontrolador

Ao se referir à automação, seja ela em automóveis, residência, produção e etc.,


foi verificada a presença de grande massa de sistemas inteligentes, tendo como centro
de seu sistema os microcontroladores e microprocessadores, a presença desses
32

processadores no cotidiano se denomina computação invasiva, ou seja, a computação


presente nos diversos equipamentos que nos cercam.
Quando refere-se à microcontrolador, há uma confusão no funcionamento de um
microprocessador e um microcontrolador, a seguir será apresentado previamente o
funcionamento de um microprocessador, a fim de destrinchar as diferenças entre os
mesmos.
A seguir, na figura 14 está ilustrado um sistema simples que utiliza
microprocessador como sendo o centro operacional, este sistema pode ser a base para
outros sistemas sendo implementados a partir do mesmo.

Figura 14: Diagrama de um Sistema com Microprocessador

Fonte: ZANCO, 2008

O bloco de memória ROM possui função de armazenar o programa de controle


(firmware) assegurando que toda vez que o sistema for ligado, o software estará pronto,
outra memória a ser utilizada é a RAM, que armazena variáveis do programa e os
resultados, o bloco de porta paralela serve como uma interface do microprocessador
para monitorar as entradas de sensores, explicados no capitulo 2.7.1 Sensores, onde
cada bit corresponde à entrada da informação de cada um destes sensores, também
possuindo a função de gerar saídas para acionamento de outras partes do sistema, sendo
um bit para acionar cada módulo.
O bloco de porta serial possui a função de controlar o tempo de acionamento da
saída gerada pela porta paralela, podendo mandar um comando para disparar algum
contador ou receber alguma informação externa, o bloco de conversor A/D também é
uma interface com sensores, porém este bloco transforma a informação analógica
recebida pelo sensor em informação digital facilitando a comparação em linguagem de
33

máquina (exemplo: binário) e o conversor D/A recebe informação em linguagem de


máquina e a transforma para forma analógica.

Assim para um sistema de controle simples, foram utilizados 7 circuitos


integrados, pensando na relação custo benefício foram desenvolvidos os
microcontroladores que possui algumas vantagens sobre o microprocessador, são estas
menor tamanho do controlador, menor consumo de energia redução de tempo de
trabalho no projeto, redução de custo do projeto, maior confiabilidade e facilidade de
manutenção, assim chegou-se a um único circuito integrado que já possui em sua
arquitetura interna todos os blocos apresentados na figura 14.
Existem tipos distintos de microcontroladores, que assim como os sensores,
variam de projeto para projeto, suprindo a necessidade do projetista.

2.7.3 PIC

O PIC pertence à família dos microcontroladores, possuindo duas ramificações


de operação periférica e comunicação de dados, sendo que a operação do PIC como
periférico se apresenta como uma interface homem/máquina, como por exemplo,
teclado matriz, display multiplexados, LCD, conversor e outros e quando opera em
comunicação de dados abrange comunicação serial síncrono, podendo ser comunicação
onboard ou a longa distância.

2.7.4 Arduino

O Arduino é uma placa pequena de microcontrolador que permite pessoas sem


conhecimento em programação faça pequenos projetos em microcontrolador de baixo
custo, o Arduino surgiu comercialmente pelas mãos de Massimk Banzi e David
Cuartielles em 2005, Ivrea uma cidade localizada na Itália, com o foco de ser um
recurso auxiliar dos estudantes, alguns anos depois inspirada em softwares livres, a
placa Arduino tornou-se a chamada placa open-source, que são programas gratuitos que
possuem código de fonte aberto, ou seja, qualquer usuário pode modifica-lo adaptando-
o para melhor atender sua necessidade. A partir daí, o número de placas distribuídas
pelo mundo, segundo Elias Brasiano (2004) passou de 1,5 milhões. Outro grande
diferencial da placa Arduino é que todos os processos de Arduino estão disponíveis
34

gratuitamente sob uma licença da CC (Creative Commons), que se trata de uma


organização sem fins lucrativos que permite o compartilhamento de obras, projetos e
etc. através de licenças jurídicas gratuitas. Dessa forma, através da CC o projetista pode
fazer limitações simples ao desenvolvedor que fazer uso de seu projeto, interligado a
marca Arduino, somente seu nome é patenteado, assim, tendo acesso fácil aos projetos
Arduino, hoje existem algumas placas alternativas como Seeduino, Freeduino e outras.
Em entrevista dada a revista Info Online da Abril, David Mellis, afirmou que a
maior vantagem que a placa Arduino pode dar aos seus consumidores é exatamente o
fato de se tratar de uma placa de software livre, pois assim os usuários tem a
possibilidade de dar seguimento a continuidade da placa. Foi essa liberdade do usuário
que deu origem as denominadas shields, que são placas acessórios compatíveis com o
Arduino, exemplos são shields USB Host, que permitem o controle de dispositivos
USBs, acionar motores elétricos e etc.

2.7.4.1 Placa Arduino

O Arduino hoje possui uma família composta por inúmeras placas, tendo em
comum o microcontrolador e a facilidade de interação, as mais usuais estão citadas a
seguir:

2.7.4.2 Uno, Duemilanove E Diecimila

Uno é a placa mais recente da família Arduino, e já possui versões, a relada


abaixo, na figura 15 é a Uno R3, o que a diferencia das demais é que apesar de todas as
demais terem um conector e um soquete USB, o chip USB da Uno é diferente, isso não
altera o modo como a placa é utilizada, apenas aumenta a velocidade de comunicação
com o computador. Com a fonte a 3,3V o Uno também pode fornecer uma corrente
maior e vem com o ATmega328, as anteriores vem com esse ou ATmega168 que possui
uma memória menor, que não comportaria um sketch de grande porte, que são
programações externas que a memória poderia não comportar.
35

Figura 15: Placa Arduino modelo Uno

Fonte: MCROBERTS, 2011

2.7.4.3 Mega

É a placa com melhor desempenho da série Arduino, possui um maior número


de portas, 54 pinos de entradas e saídas, e 128KB de memória flash para armazenar
sketches e dados fixos, em comparação com os 32 KB do modelo Uno. Porém, continua
compatível pino a pino com o modelo de placa mencionado a cima, a Uno, e com todos
os demais Shields. Outro diferencial desta placa é o microcontrolador que se trata de um
ATmega1280 que possui mais pinos de entrada e saída, este chip é do tipo de montagem
superficial, ou seja, ao contrário das demais placas esta não possui o chamado soquete,
sendo assim uma vez que o microcontrolador for danificado, a placa se torna inutilizada.

Figura 16: Placa Arduino modelo Mega

Fonte: MCROBERTS, 2011


36

2.7.4.4 Nano

Aconselhável para uso com matrizes de contato, conhecimento como


protoboards, dispensa soldas, por ser uma versão compacta, esta não aceita Shields.

Figura 17: Placa Arduino modelo Nano

Fonte: MCROBERTS, 2011

2.7.4.5 Bluetooth

Na sua composição já está o hardware e o Bluetooth, permitindo que ao invés do


uso da USB para programar a placa usa se o Bluetooth, pelo alto custo deste modelo da
linha Arduino, é mais comum encontrar placas Arduino Uno, com Shields de um
módulo Bluetooth.

Figura 18: Placa Arduino modelo Bluetooth

Fonte: MCROBERTS, 2011

2.7.4.6 Lilypad

Conhecida também como computação vestível é uma placa Arduino pequena e


de pouca espessura que pode ser costurada a uma vestimenta, para programa-la é
necessário o uso de um adaptador separado, pois não possui interface USB.
37

Figura 19: Placa Arduino modelo Lilypad

Fonte: MCROBERTS, 2011

2.8 INTERFACES COM O USUÁRIO

Os sistemas de automação residencial funcionam como meio de comunicação


entre o homem e sua residência, aumentando a interação e permitindo que ações e
decisões sejam tomadas à distância. Nas extremidades dos sistemas estão as interfaces:
centrais inteligentes microprocessadas, displays LCD, dispositivos móveis, pulsadores,
microfones, dispositivos reprodutores de som, etc. (FERREIRA, 2008).
O protótipo deste trabalho deverá utilizar algumas das interfaces citadas acima,
além de soluções que as integrem em um único dispositivo, como uma placa que
reconhece comandos de voz. As Centrais inteligentes microprocessadas permitem o
controle de qualquer ponto automatizado da casa, desde o sistema de iluminação até
controle de acesso e acionamento de eletroeletrônicos.
Segundo Angel, os sistemas de automação podem ser de três tipos:
• Sistemas autônomos: onde cada cômodo da residência possui uma central
microprocessada;
• Sistemas integrados com controle centralizado: apenas uma central
controla toda a casa, como na figura 20. Esses sistemas podem ser complementados
com controles remotos;
• Sistemas de automação complexos: automação completa da residência,
exigindo um alto nível de planejamento e tornando a residência autônoma. Controle por
diversas centrais.
38

Figura 20: Arquitetura de Sistemas Integrados com controle centralizado

Fonte: FERREIRA, 2008

A interface demonstrada na figura acima pode ser uma central microprocessada,


um dispositivo móvel, um display LCD, etc. É o ponto responsável por direcionar ou
solicitar ao controlador que envie o comando a um atuador, ou leia os sensores e mostre
ao usuário. Um sistema de automação que não está classificado como complexo, ou
seja, que não é autônomo, depende totalmente da interface para realizar as funções
desejadas.

2.8.1 Câmeras

Opção para controle de acesso e utilização de CFTV (Circuito Fechados de TV),


permite ao residente maior segurança para identificar seus visitantes e monitorar
diversos pontos da residência. Podem transmitir as imagens por meio de:
• Cabos - tem como ponto forte a confiabilidade e segurança, pois trata-se
de uma conexão física. A qualidade da imagem pode ser afetada se não for instalada de
forma correta, permitindo que ruídos afetem o sinal e diminuam sua funcionalidade;
• Wireless – possui alta capacidade de transmissão e menor sensibilidade a
ruídos, tendo como ponto fraco a distância limitada, a resistência à obstáculos e a baixa
segurança, pois é instalada em uma rede local, que pode ser invadida por pessoas mal-
intencionadas se não estiver protegida de forma correta.
39

2.8.2 Microfones

Geralmente utilizados na entrada da propriedade realizando a interface com a


pessoa que se encontra fora da residência com a pessoa dentro da residência, permitem
ao residente comunicação que através do comando de voz com o visitante, reconheça e
permita sua entrada. Além disso, na central microprocessada dentro da casa pode ter a
função de comando de voz.

2.8.3 VEEAR Easy VR 2.0

Integrando algumas das interfaces já citadas, a placa Easy VR pode ser utilizada
em um sistema de automação para auxiliar na comunicação entre residente e visitante.
Utilizando software fornecido pelo fabricante, é possível criar uma biblioteca de sons,
gravá-los na placa e reproduzi-los através do alto-falante. Através da configuração das
portas da placa via software, cada som pode acionar uma saída diferente, ou até mesmo
solicitar uma senha para acionar determinada saída. Esse acionamento é realizado pela
comparação da frequência do som gravado, com o som captado pelo microfone no
momento do comando e assim, a placa reconhece qual porta deve ser acionada. Sintetiza
sons gravados em sua memória via software através do alto-falante, tornando-se assim
um canal de duas vias na comunicação por voz.

Figura 21: Biblioteca para reconhecimento de voz

Fonte: Os autores, 2014


40

A placa Easy VR assim como o Zigbee pode ser utilizada como uma Shield, o
que possibilita sua integração com Arduino, desta forma está sendo avaliada a
possibilidade de uso da placa no protótipo deste trabalho, para intermediar a
comunicação do deficiente auditivo com o visitante não deficiente, convertendo
mensagens de texto para voz e de voz para texto.

Figura 22: Placa Easy VR

Fonte: VEEAR. Easy VR User Manual (2011)

2.9 AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

2.9.1 Automação Residencial

Há muito tempo o homem já vinha tentando simplificar os meios de produção,


para facilitar seu trabalho, com o intuito de ganhar tempo, e assim poupar esforços na
realização de suas atividades. Isso ficou evidente pelas primeiras invenções como a
roda, o moinho de vento, e mais tarde com o apoio da tração animal.
Com a Revolução Industrial, a ideia de automação se destacou na sociedade,
pois até então o que era trabalhado de forma artesanal e agrícola começou a se
desenvolver de forma mecanizada, o que deu origem as produções industriais. Desde
então foram surgindo dispositivos semiautomáticos que eram simples. Apenas no início
do século XX que surgiram equipamentos, e os sistemas se tornaram totalmente
automáticos, com o aumento da demanda por meio dos empreendedores e com o avanço
da tecnologia, foram surgindo cada vez mais inovações e os equipamentos se tornaram
cada vez mais sofisticados.
Após a chegada dos computadores o desenvolvimento de novas tecnologias
cresceu de forma exponencial, os servomotores e os controladores lógicos programáveis
41

passaram a integrar as tecnologias de automação. Os computadores são ainda hoje os


principais responsáveis pela evolução dos meios automatizados.
A modernização destes equipamentos deu início à um outro conceito, o de
automatizar sistemas residenciais, após o surgimento dos primeiros módulos
“inteligentes” no final da década de 70, nos Estados Unidos, cujos comandos eram
enviados pela própria rede elétrica da residência, no conceito de PLC (Power Line
Carrier). Estas soluções eram simples, o sistema não trabalhava de forma integrada,
suas funções basicamente eram de ligar ou desligar luzes ou algum equipamento por
meio de controles. (Muratori, Bó, 2013).
Nos países mais desenvolvidos, o cenário para as “casas inteligentes” tem se
desenvolvido e a cada ano se expandem, criando cada vez mais sistemas e integrando-
os. O que vem contribuindo para esse bom desempenho é a crescente popularização de
várias tecnologias que surgem e se aprimoram cada vez mais, tanto pelo aspecto
educativo dos consumidores, quanto pelos preços decrescentes.
A partir deste ponto Automação Residencial será tratada como Domótica que é o
termo mais adequado quando o tema de integração e automatização de sistemas é
citado.
Para Muratori e Bó uma definição bastante interessante e que agrega também a
ideia de integração de sistemas residenciais pode ser resumida pela seguinte frase: “É
um processo que, usando diferentes soluções e equipamentos, possibilita ao usuário
usufruir o máximo de qualidade de vida na sua habitação”.
Nos últimos anos a indústria, junto a profissionais especializados e associações
que são dedicados à automação residencial vem contribuindo e divulgando para a
expansão deste mercado com foco na consolidação deste cenário. O maior desafio foi e
continua sendo mostrar as vantagens que este meio traz à sociedade, tanto para os
usuários em particular quanto para uma abrangência maior. Dentre os benefícios dessa
tecnologia estão agregados maior flexibilidade na vida cotidiana do usuário, valorização
do imóvel e sustentabilidade – buscando economia de recursos naturais. Atualmente,
surgem novos fabricantes e inúmeros sistemas são criados. Dessa forma, o custo dos
equipamentos tem reduzido significativamente, o que torna viável o uso dessa
tecnologia em residências de menor porte. (Muratori, Bó, 2013).
Atividades manuais do dia-a-dia podem ser controladas e programadas de forma
eficiente para facilitar o cotidiano de uma residência, como, por exemplo, caminhos de
iluminação ao chegar a casa, o desligar de toda a iluminação ao dormir, o sistema de
42

irrigação do jardim sendo ligado automaticamente se não choveu no dia anterior, o


controle de temperatura da água do boiler para propiciar sempre um banho agradável,
etc. Desta forma, os moradores ganhariam um tempo extra que seria dedicado a estas
atividades rotineiras, este novo tempo livre possibilita a prática de novas atividades
pelos moradores, como por exemplo, atividades dedicadas ao lazer.
Novos sistemas de alarme e equipamentos de segurança nos proporcionam maior
confiabilidade e segurança, pois estes são capazes de se integrar com o sistema de
automação residencial.
A Domótica existe para dar mais conforto as pessoas, permitindo grande
flexibilidade na execução de atividades, assim o futuro para este segmento é promissor e
tende a crescer e se expandir nos próximos anos, os novos consumidores serão os
grandes responsáveis, pois o seu desenvolvimento e aceitação depende dessa nova
geração que já está acostumada com a tecnologia e não tem preconceito por já ter
nascido em meio a ela.

2.9.2 Aplicação de Automação Residencial

Ao optar por automatizar uma parte da residência, pode-se decidir entre três
sistemas de disposição de elementos distintos, cada um com diferentes segmentos. São
eles:
• Sistemas Stand-alone, são circuitos independentes que não necessitam interligar
a outros circuitos para que operem as funções que foram projetadas.
• Sistemas Complexos, são sistemas que ainda estão em desenvolvimento, são
apresentados em amostras por serem inovadores e mais elaborados, como ainda
não foram aprovados precisam de um tempo para ser testados e aceitos.
• Sistemas integrados são as relações de interoperabilidade entre um ou mais
sistemas existentes, ou seja, esses sistemas podem interagir com vários outros
sistemas no mesmo meio. O qual será escopo desse trabalho por já haverem
equipamentos homologados e que já estão no mercado podendo ser adaptados,
ou modificados para desenvolvimento de novos protótipos, como por exemplo, o
sistema de dispositivos que integrados irão compor o protótipo foco deste
trabalho.
Para que o usuário possa controlar totalmente sua residência, é importante que
todos os sistemas nela instalados possam ser “integrados”, ou seja, é necessário que
43

esses sistemas que vamos utilizar comuniquem-se por meio de um sistema centralizado
ou distribuído, e que seja possível unificar a plataforma de controle. Assim, será
possível utilizar diferentes tipos de interfaces para comandar diferentes sistemas
residências. (Muratori, Bó, 2013)
Com o avanço da tecnologia, a Engenharia Elétrica é a disciplina que não trata
mais apenas de definir circuitos de tomadas e iluminação na área de Edificações. Cabe a
ela dentro do projeto de instalações elétricas, cuidar - além da proteção dos circuitos -
dos projetos de telecomunicações, projetos de segurança e de entretenimento doméstico.
Como por exemplo:
• Automação da instalação elétrica (complementos ao projeto elétrico);
• Telecomunicações (dados/ voz/ imagem);
• Segurança eletrônica;
• Áudio e vídeo;
• Climatização;
• Utilidades (bombas, irrigação, aquecimento de água e outros).
Conclui-se que, com o avanço das tecnologias foi possível fazer a integração de
diversos projetos. Como diz Muratori e Bó, trata-se de consolidar e compatibilizar em
um único formato os projetos das diversas disciplinas, observando parâmetros de
máximo desempenho.
Para possibilitar a integração dos sistemas é realizado o uso de uma
controladora, que permitirá que diversos sistemas possam comunicar-se entre si e
fluírem de acordo com a necessidade de operação atribuída.
Estes equipamentos que permitem esta comunicação e integração entre vários
protocolos são denominados Gateways. Para gerenciar as informações recebidas pelos
gateways devem-se especificar quais softwares serão utilizados e suas finalidades.
44

Figura 23: Gateway para comando integrado

Fonte: MURATÓRI, 2013

Para potencializar o uso de diferentes tecnologias por meio de uma única


plataforma de controle, é comum a especificação de gateways que recebem sinais
oriundos de diferentes protocolos e meios de comunicação e “traduzem” esses sinais
para que sejam entendidos pelos aplicativos visualizados pelo usuário. (Muratori, Bó,
2013)
Moradores que pretendem construir ou ampliar suas casas ou apartamentos
podem optar por um meio alternativo de projeto para automatização de suas residências,
conhecido como pré-automação.
Por Muratori e Bó, esse conceito implica em traçar um projeto de infraestrutura
que pode ser utilizada ou alterada a qualquer momento, casos esses moradores não
queiram automatizar completamente suas residências, por conta de restrições financeiras
ou quaisquer outros motivos, mas prevendo complementar a infraestrutura no futuro.
Assim, essa residência receberá uma instalação universal a princípio.
As vantagens ao obter da implantação do projeto de pré-automação pode ser
resumido como:
• Reutilização do mesmo espaço utilizado pelo cabeamento e quadros existentes
da residência, onde será previsto a ampliação dos sistemas de automação;
• Facilidade de manuseio, modificação e inclusão de novos equipamentos, sem
necessidade de intervenção na fiação ou eletrodutos existentes;
• Aproveitamento da mesma infraestrutura.
45

Ao avaliar alguns benefícios que a automação pode nos proporcionar, pois


automação residencial vai além de status social, como citado anteriormente, pois
praticidade e conforto são pontos fortes dessa tecnologia, mas não são únicos. Outros
fatores como segurança tem se desenvolvido bastante nesse meio, pois quanto maior a
segurança em que se vive, maior conforto e tranquilidade se obtêm, e acompanhando a
eles economia de energia e de recursos é sempre bem visto pela sociedade,
principalmente na época em que a sustentabilidade é um dos temas mais discutidos e
que se visa alcançar da atualidade. Todas essas características convergem para um
objetivo, que não é o fator mais importante, mas um que é bem visto, sendo ele a
valorização do imóvel na implantação de um sistema de automação residencial. Outro
fator importante é a escolha do tipo de sistemas a ser instalado. Esse processo envolve
diversos fatores como o estágio atual do andamento da obra, o capital que se pretende
investir e, finalmente, a adoção de uma tecnologia adequada a essa instalação.
(Muratori, Bó, 2013)

2.10 TECNOLOGIA ASSISTIVA

2.10.1 Deficiente Auditivo

O censo demográfico realizado em 2010 mostra que o Brasil possui 45,6 milhões
de pessoas, ou seja, um quarto da população com algum tipo de deficiência. Entre essas
deficiências estão a visual, a auditiva, a motora e a mental ou intelectual. Dentre estas,
9.717.318 (nove milhões, setecentos e dezessete mil trezentos e dezoito) pessoas
possuem algum tipo de deficiência auditiva. Esta pesquisa separou os deficientes em
três categorias: aqueles que não conseguem ouvir de modo algum, aqueles que ouvem
com muita dificuldade, aqueles que ouvem com alguma dificuldade. Analisando o censo
demográfico 2010 na cidade de São Paulo, 90.424 (noventa mil, quatrocentos e vinte
quatro) pessoas não conseguem de modo algum ouvir, 345.630 (trezentos e quarenta e
cinco mil, seiscentos e trinta) pessoas ouvem com grande dificuldade e 1.457.305 (um
milhão, quatrocentos e cinquenta e sete mil, trezentos e cinco) pessoas ouvem com
alguma dificuldade. (IBGE, 2010).
46

2.10.2 Definição legal de deficiente

O Decreto nº 3298 de 20 de dezembro de 1999 regulamenta a Lei 7853/89 e define


deficiente como:

I - deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,


fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro
do padrão considerado normal para o ser humano;

II - deficiência permanente – aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período


de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere,
apesar de novos tratamentos;

III - incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social,


com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a
pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao
seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.

Deficiência auditiva: perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras,


variando de graus e níveis na forma seguinte:
a) de 25 a 40 decibéis (dB) – surdez leve,
b) de 41 a 55 dB – surdez moderada,
c) de 56 a 70 dB – surdez acentuada,
d) de 71 a 90 dB – surdez severa,
e) acima de 91 dB – surdez profunda,
f) surdez total (anacusia)

A deficiência auditiva é definida pela perda parcial ou total, nos dois ouvidos (bilateral),
de 41 decibés (dB) ou mais, aferida por por audiograma nas frequências de 500 Hz,
1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz (Decreto nº 5.296/04, art. 5º, §1º, I, “b”, c/c Decreto nº
5.298/99, art. 4º, II).

2.10.3 Tecnologias disponíveis para deficientes auditivos


47

Hearning Loop é um aro de indução magnética é um aparelho instalado em


ambientes com muito ruído, ele funciona como um amplificador que seu sinal de saída é
ligado a um cabo instalado no estabelecimento. Esse campo magnético gerado no
perímetro consegue reproduzir o sinal auditivo sem ruído, assim sendo, a pessoa que
possui a prótese com chaveamento na posição “T” a bobina do dispositivo permite a
transmissão direta do som ao aparelho sem ruído, como reverberação, eco,
distanciamento e etc. (HEARINGLOOP, ORG).
Despertador vibracional foi desenvolvido para deficientes auditivos no qual o
dispositivo possui um sistema vibracional que pode ser colocado embaixo do
travesseiro. Emite sons entre 95 à 113 decibéis, para aqueles deficientes que conseguem
ouvir nesta faixa. E alguns dos despertadores no mercado possuem led que permite
aumento da intensidade e pode ser programado junto ao sistema de vibração;
Interfone para deficiente auditivo foi desenvolvido por cincos alunos da escola
técnica Electra no qual criaram um circuito eletrônico que ao ser acionado (pelo botão
da campanha) emite um sinal de radiofrequência (TX) pelo ar e receptor (RX)
transporte este sinal em um sistema vibracall e led’s sinalizadores. O sistema
vibracional é acoplado ao deficiente através de pulseiras, colares. Os LED’s foram
utilizados para sinalização para o visitante identificar se há uma pessoa na casa.
Existem vários tipos de aparelhos e implantes auditivos, a diversidade refere-se
ao tipo do grau de surdez que o deficiente possui. Como exemplo o implante coclear,
também conhecido como biônico, que fornece impulsos elétricos para nervo auditivo.
(IMPLANTECOCLEAR, LTDA.)

2.10.4 A domótica existente aplicada à deficientes

Para pessoas com necessidades especiais ou com dificuldades de locomoção,


atividades cotidianas dentro de uma residência podem ser muito difíceis. A automação
residencial viabiliza uma infinidade de interfaces para efetuar o controle de
equipamentos domésticos como, por exemplo, a utilização de comandos por voz.
Sensores de presença podem acender automaticamente lâmpadas, enquanto sensores de
proximidade podem abrir automaticamente portas para um cadeirante. Qualquer
pulsador da residência ou até mesmo, um sensor de queda (acelerômetro), poderá
enviar uma mensagem de emergência para os familiares desse morador. (Muratori, Bó,
2013)
48

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

Para a elaboração física do protótipo está prevista a utilização de dois pontos


distintos de alimentação 127V, uma câmera wireless, um sensor de movimento, uma
fonte de alimentação (contínua) de 5V, um botão pulsador, um relé de acionamento,
dois ZigBee’s coordenadores, um ZigBee dispositivo final, um Arduino Mega, uma
fonte de alimentação (contínua) de 12V, um Arduino Uno, uma fonte de alimentação
(contínua) de 3,3V, um LED e aplicativo que será instalado no celular do deficiente.

3.2 MÉTODOS

A elaboração do protótipo está dividida em três blocos. No primeiro bloco, que


será instalado na entrada da casa, sendo parte dele visível ao visitante, há uma placa
Arduino Mega que possui um microcontrolador de 54 pinos I/O. Este modelo de
Arduino está sendo previsto, pois, proporciona um maior número de portas I/O,
possibilitando a interligação dos módulos no bloco 1. Neste microcontrolador estará
ligado através do módulo de placa ethernet já existente em sua composição, uma câmera
Wireless que transmite sua imagem de forma independente do tráfego de dados do
bloco 1, sendo acionada pela Microcontrolador quando o botão pulsador também
interligado a este for acionado pelo visitante. Então, a imagem capturada pela câmera
será enviada diretamente para o bloco 2, que irá rotear a imagem para o celular do
deficiente.
Para confirmação da presença do visitante perante a porta, estará
estrategicamente instalado um sensor de movimento que também estará interligado ao
Microcontrolador, de forma que, se constatada a presença de um visitante perante à
porta, o Microcontrolador envia um comando à câmera, que altera o status de stand by
para ativa, aguardando que o botão pulsador seja pressionado para iniciar o processo de
identificação. Através da programação no Microcontrolador, uma rotina temporizada
controlará a verificação do estado do sensor. Se constatada a ausência do visitante frente
à porta, o processo será abortado, levando o sistema novamente a stand by.
49

Através do ZigBee coordenador, o Microcontrolador poderá acionar o relé que


abrirá a porta para o visitante. Ligado ao Microcontrolador também estará a placa Easy
VR, que permitirá ao deficiente fazer uma pergunta em forma de texto. Esta pergunta
será convertida em voz pela placa e reproduzida pelo alto-falante ligado à mesma,
então, o visitante poderá responder ao questionamento por meio de voz, através do
microfone ligado à placa Easy VR e sua voz será convertida em texto pela placa e
enviado novamente ao deficiente.

Figura 24: Bloco 1 do protótipo

Fonte: Os autores, 2014

O bloco dois estará localizado na parte interna da casa, e neste haverá uma placa
Arduino do tipo Uno, composta por um Microcontrolador de 14 pinos I/O, suficiente
para atender as necessidades deste bloco. Neste Microcontrolador será ligado um
roteador, que será responsável em receber as imagens diretamente da câmera e rotear as
informações, como, as imagens da câmera e as mensagens convertidas pela placa Easy
VR para o celular do deficiente. Ligado também ao Microcontrolador estará um ZigBee
coordenador que será responsável por receber as informações do ZigBee Coordenador
localizado no Bloco 1 e enviar as informações para o ZigBee dispositivo final que
acionará o LED localizado no bloco 3.
50

Figura 25: Bloco 2 do protótipo

Fonte: Os autores, 2014

O bloco três será replicado por todos os cômodos da casa, sendo variável de
acordo com a casa do deficiente. Neste protótipo, será desenvolvido um Bloco 3 para
exemplificação de seu funcionamento, sendo que, este bloco será composto por um
ZigBee dispositivo final, que ao receber a informação do ZigBee Coordenador do bloco
2, acionará o LED alertando ao deficiente que existe uma mensagem em seu celular
referente ao visitante que está na porta.

Figura 26: Bloco 3 do protótipo

Fonte: Os autores, 2014

Como ponto final está o aplicativo instalado no celular do deficiente, que


permitirá a este receber as informações do Roteador e interagir por meio dos blocos já
citados com o visitante permitindo ou não, a abertura da porta.
51

Figura 27: Celular do deficiente

Fonte: Os autores, 2014

Abaixo, está um exemplo de aplicação em uma residência com a alocação dos


respectivos blocos. Ressaltando que, para esta propriedade seria necessário sete blocos 3
alocados em cada cômodo, porém, conforme já mencionado anteriormente, para
aplicação prática do protótipo será desenvolvido apenas um bloco 3.

Figura 28: Alocação dos blocos na planta de uma casa

Fonte: Os autores, 2014

Abaixo está ilustrada a ligação quanto à comunicação dos blocos, onde o bloco 1
se comunica a partir das técnicas de modulação por espalhamento espectral de
sequência direta DSSS, pela aplicação do XBee e a OFDM (Orthogonal Frequecy
Division Multiplexing) ou multiplexação ortogonal por divisão de frequência, que é
uma técnica mais eficiente que a DSSS, com o bloco 2. Este envia informações via
Wireless através do Roteador para o celular do deficiente e para o bloco 3, utilizando a
técnica DSSS mencionada acima.
52

Figura 29: Ligação do Blocos

Fonte: Os autores, 2014

A seguir, está um fluxograma que exemplifica duas situações, uma onde o


deficiente reconhece o visitante e outra em que o deficiente não reconhece o visitante e
interage com ele, por meio dos blocos já mencionados acima. No fluxograma consta o
trajeto de dados para identificação do visitante, sem considerar o bloco 3 como sinal
paralelo para alertar os deficientes.
A partir do fluxograma, nota-se que as variáveis do processo são o botão
pulsador acionado pelo visitante, as mensagens enviadas pelo visitante ou pelo
deficiente e o sensor. O processo será disparado assim que o botão pulsador for
acionado, enviando um sinal para o Microcontrolador, que acionará a câmera e em
paralelo enviará o sinal para o ZigBee Coordenador do Bloco 1, que enviará o sinal para
o Coordenador do Bloco 2, este acionará todos os ZigBee dispositivos terminais do
Bloco 3, acionando assim os LEDs no interior dos cômodos da casa. Este trajeto de
sinais para acionamento dos LEDs possui um tipo de Malha flexível, que depende do
tamanho da residência do morador.
INICIO

53
Visitante,
‘ Deficiente,
Sensor.

Sensor de
movimento
acionado?
Não

Sim

Liga Câmera Wireless

Dispara temporizador

Botão
Envia mensagem para Sim Pulsador Não
microcontrolador Pressionado?

Dispara
Câmera wireless.

Envia mensagem para


Microcontrolador Bloco2

Microcontrolador
envia mensagem para
Roteador

Roteador roteia
mensagem para o
celular do deficiente

“Mensagem”
(texto)

Sim Deficiente Não


identifica
visita?

Deficiente envia sinal


para o roteador.
Deficiente envia
mensagem de texto
para o roteador.
Roteador roteia sinal
para o
microcontrolador
Roteador roteia
mensagem de texto
para microcontrolador
Microcontrolador
envia sinal para o
ZigBee Coordenador
Microcontrolador
envia mensagem de
texto para o ZigBee
ZigBee Coordenador (Bloco Coordenador (Bloco
2) envia sinal para ZigBee 2)
Coordenador (Bloco 1)
ZigBee Coordenador
(Bloco 2) envia mensagem
ZigBee Coordenador (Bloco 1) de texto para ZigBee
envia sinal para Rele de Coordenador (Bloco 1)
acionamento da fechadura

c d
a b
b 54

ZigBee Coordenador
(Bloco 1) envia mensagem
de texto para Arduino
a

Arduino envia
mensagem de texto para c d
Fechadura abre placa Easy VR

Easy VR converte
mensagem de texto
em sinal analógico
(voz)

Sinal analógico (voz)


é enviado para alto-
falante.

Alto-falante reproduz
Sinal analógico (voz)
para o visitante

“Mensagem”
(voz)

Sim Sensor identifica: Não


visita ainda está
na porta?

Sim Visitante se Não


identificou?

Visitante responde em
voz ao sinal analógico
(voz) enviado pelo
deficiente, no microfone

Microfone envia sinal


analógico (voz) para
placa Easy VR

Placa Easy VR converte


sinal analógico (voz) em
mensagem.

Placa Arduíno envia


mensagem para ZigBee
Coordenador (Bloco 1)

FIM
55

A seguir está exemplificado as topologias estrela e mesh que são as mais usuais
em sistemas que utilizam comunicação por ZigBee, sendo empregadas como exemplo
de aplicação na planta já mencionada na figura 26. Na figura 30 na topologia tipo
estrela, há um coordenador no bloco 2, que envia os sinais para todos os demais
ZigBee’s dispositivos finais dos blocos 3.

Figura 30: Topologia estrela aplicada na planta

Fonte: Os autores, 2014

Na figura 31 está exemplificado uma aplicação da topologia do tipo mesh, para


casos onde existem interferências ou barreiras físicas do sinal se utiliza um ZigBee
configurado como roteador para oferecer novas possiveis rotas para a comunicação do
ZigBee controlador do bloco 2 para todos os ZigBee’s dispositivos finais dos blocos 3.

Figura 31: Topologia mesh aplicada na planta

Fonte: Os autores, 2014


56

4 RESULTADOS ESPERADOS

Dentro das expectativas esperadas encontram-se a correta comunicação entre os


dispositivos que irão compor o sistema, pulsador, sensores, microcontroladores, e padrões
de rede que serão escolhidos. A integração entre eles deverá ocorrer por parte de uma
controladora ou gateway.
É esperado que o pulsador ao ser acionado envie um sinal que será transmitido via
wireless, para a controladora que irá gerenciar todos os comandos necessários para que a
comunicação entre residente e visitante possa iniciar, a controladora deverá ativar
sinalizadores em pontos estratégicos da residência, ativar a câmera que irá capturar uma
imagem do visitante, e enviá-lo ao dispositivo móvel, alertando-o com um sinal de
vibração.
O residente deverá receber a mensagem, e logo após solicitar a identificação do
visitante. Se o residente permitir, será possível a abertura do portão através de um
aplicativo do sistema enviando um comando. Caso o visitante seja um estranho, está em
estudo implementar um sistema que permite o início de um diálogo através de
mensagem de texto do dispositivo móvel, que será convertida pelo sistema e sairá pelo
interfone em forma de áudio. Logo após concluir esta etapa, o visitante poderá
responder por voz e a mensagem capturada será transmitida e convertida pelo sistema,
chegando em formato de texto no dispositivo móvel para a compreensão do deficiente
auditivo. Para implementação desse sistema poderão ser usados placas de conversão
voz-texto ou até mesmo funções de aplicativos existentes.
O foco deste equipamento será auxiliar uma pessoa com deficiência auditiva, à
identificar um visitante sem a necessidade de sair de sua residência. Podendo ser
utilizado também por pessoas sem deficiência como um acessório a mais para a
residência. Contribuindo em ambos os casos para a segurança dos moradores.
57

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APÊNDICE A – DIAGRAMA DE GANTT

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