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Guarapari
2023
ERIC GIOBINI MICAELA
Guarapari
2023
(Biblioteca do Campus Guarapari)
CDD: 621.3
Bibliotecário/a: Rosilene Supriano de Jesus Rosa nº CRB6-ES 627
ERIC GIOBINI MICAELA
COMISSÃO EXAMINADORA
Aos meus irmãos Bruno e Ana Carolina pela inspiração e ao meu sobrinho Lucas pelas
alegrias.
À minha namorada Aline pela dedicação e apoio, fundamental para que eu mantivesse
a força, apesar dos momentos de ausência.
A todos os meus professores que tiveram muita paciência, em especial o Dr. Alexandre
do Carmo que foi meu orientador e mentor, responsável por adquirir os dispositivos
utilizados neste trabalho e que cuja dedicação em levar pesquisa ao IFES contaminou
muitos alunos.
Aos meus amigos que iniciaram esta jornada acadêmica comigo, Ana, Wigner, Tarsis e
principalmente Mateus que sempre esteve disponível para as muitas duvidas que tive.
Aos meus amigos SD Naor e SD Carminati que foram fundamentais para a realização
dos experimentos.
Por fim, agradeço a todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a minha
jornada e meu crescimento pessoal e acadêmico. Muito obrigado!
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo explorar a aplicação da tecnologia LoRa (Long
Range) no contexto da segurança pública, com o intuito de aprimorar os mecanismos
de comunicação de emergência. Inicialmente, foram abordados conceitos teóricos
relacionados às redes de comunicação dos serviços de emergência, destacando-se as
limitações do padrão APCO-25, que utiliza rádio frequência. Entre essas limitações,
estão a ausência de recursos de GPS para localização tanto dos agentes públicos
quanto dos usuários, a cobertura fixa sem expansibilidade e a falta de integração
com o público em geral. Em seguida, foram exploradas diferentes tendências de
tecnologias de comunicação, como redes celulares, Wi-Fi, Bluetooth, NB-IoT, Sigfox,
ZigBee, WiMAX e LoRa. O objetivo era identificar o melhor padrão de rede para
operar em conjunto com a rede APCO-25, a fim de mitigar as limitações existentes.
Neste contexto, a tecnologia LoRa se destacou em diversos aspectos como longo
alcance, baixo consumo de energia, baixo custo, expansividade e aplicabilidade. Para
comprovar a viabilidade do uso da tecnologia LoRa, foi realizado um estudo de caso no
qual foi desenvolvido um botão do pânico para vítimas de violência doméstica e um
dispositivo para a localização em tempo real dos agentes públicos. Antes disso, diversos
experimentos foram conduzidos na rede LoRa implantada para avaliar a eficiência e
confiabilidade da rede LoRa. Os resultados desses experimentos reforçaram a escolha
da tecnologia LoRa para o estudo de caso proposto. Tanto o botão do pânico quanto o
localizador de agentes públicos, integrados com a tecnologia LoRa e suportados por
um aplicativo dedicado para dispositivos Android, demonstraram ser soluções eficientes
e confiáveis para aprimorar a eficácia dos agentes públicos em situações críticas de
emergência.
This work aims to explore the application of LoRa (Long Range) technology in the context
of public safety to enhance emergency communication mechanisms. Initially, theoretical
concepts related to emergency service communication networks were addressed,
highlighting the limitations of the APCO-25 standard, which utilizes radio frequency.
These limitations include the absence of GPS resources for the location of both public
agents and users, fixed coverage without scalability, and a lack of integration with
the general public. Subsequently, various trends in communication technologies were
explored, such as cellular networks, Wi-Fi, Bluetooth, NB-IoT, Sigfox, ZigBee, WiMAX,
and LoRa. The objective was to identify the best network standard to operate alongside
the APCO-25 network in order to mitigate the existing limitations. In this context,
LoRa technology stood out for its long-range transmission, low power consumption,
cost-effectiveness, scalability, and applicability. To demonstrate the viability of LoRa
technology, a case study was conducted, involving the development of a panic button for
victims of domestic violence and a real-time location device for public agents. Prior to
this, several experiments were conducted on the implemented LoRa network to evaluate
its efficiency and reliability. The results of these experiments reinforced the choice of
LoRa technology for the proposed case study. Both the panic button and the public
agent locator, integrated with LoRa technology and supported by a dedicated Android
application, proved to be efficient and reliable solutions to enhance the effectiveness of
public agents in critical emergency situations.
RF Rádio Frequência
FM Frequência Modulada
PTT Push-to-Talk.
BU Boletim Unificado
GHz Gigahertz
ms Milissegundo
mW Milíwatt
mA Miliampère
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 REDES DE COMUNICAÇÃO DOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA . 15
2.2 VISÃO GERAL DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO . 20
2.3 TECNOLOGIAS CELULARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4 WI-FI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.5 BLUETOOTH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.6 NB-IOT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.7 SIGFOX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.8 ZIGBEE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.9 WIMAX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.10 LORA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.1 IMPLEMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.2 ESTRUTURA FÍSICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.3 CÓDIGOS E APLICATIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4 EXPERIMENTOS E RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.1 ALCANCE SINAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.2 EXPANSIVIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.3 CONSUMO DE ENERGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5 ESTUDO DE CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.1 APLICATIVO ANDROID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.2 BOTÃO DO PANICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
5.3 LOCALIZAÇÃO EM TEMPO REAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
12
1 INTRODUÇÃO
Objetivos
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
Será utilizado pelas vítimas ou pessoas em situação de risco para que elas
possam acioná-lo em momentos críticos.
• Aplicativo Android.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A radiocomunicação possui diversos padrões que já foram aplicados e outros que estão
em estudo. De acordo com Ludolf (2011), em vários países, segundo a Comissão
Federal de Comunicação (FCC), os padrões estão sendo estudados e testados, e
ainda não há um padrão dominante. Esses padrões diferem em suas características
técnicas, tipo de criptografia, regras normativas, tipologia da região e compatibilidade
com sistemas analógicos antigos. Cada instituição de segurança pública deve avaliar
qual padrão se adequa melhor à sua realidade (LUDOLF, 2011).
No contexto da segurança pública no Brasil, existem três padrões que fazem parte
do sistema de comunicação das forças de segurança: P25, TETRA e DMR TIER III,
sendo que o último é utilizado apenas no estado do Tocantins. A Figura 1 mostra os
padrões adotados pelas polícias militares em cada estado brasileiro. Também existe o
padrão TETRAPOL, que está sendo desenvolvido com base no padrão TETRA para
disponibilizar ainda mais recursos e serviços que possam ampliar o desempenho das
atividades dos órgãos de segurança pública (LUDOLF, 2011).
16
Padrão APCO-25
A comunicação via rádio na PMES é realizada por três dispositivos básicos: rádio
portátil (HT), rádio móvel e antena repetidora. O HT é o menor e mais simples desses
dispositivos. Ele é portátil, leve, alimentado por bateria e possui um alcance de
cobertura de até 5 km.
Existe a possibilidade de estabelecer uma ligação direta ponto a ponto entre dispositivos,
sem passar pela repetidora, mas isso é uma exceção usada apenas em casos
extremos, pois requer tempo para configuração. Todos os dispositivos, HT, rádio
móvel e repetidora, funcionam com o princípio básico de transmissão e recepção de
19
sinais.
De acordo com Rodrigues (2021): “cerca de 10,3% dos acessos a dados móveis
ocorrem através da tecnologia 2G, 11,4% através 3G e 77,9% ocorrem através do 4G”.
Por ser a mais acessada no cenário atual, a tecnologia 4G possuí a maior capilaridade,
por esse motivo será elencada neste trabalho.
Devido a sua alta taxa de transmissão de dados, em torno de 3,3 Gbps e baixa
latência, 60-98 milissegundos (RODRIGUES, 2021). Os dados de transmissão da
quarta geração de telefonia móvel são, em teoria, mais do que suficientes para atender
a demanda da PMES para o auxílio no envio de ocorrências e georreferenciamento
estático.
Apesar disso, é importante mencionar que a maioria da população brasileira tem acesso
à internet móvel, com cerca de 152 milhões de usuários de internet, representando 81%
da população acima de 10 anos (BUTCHER, 2021). Isso cria um ambiente propício
para o desenvolvimento de uma rede de comunicação integrada, na qual os usuários
teriam acesso direto ao DRO ou até mesmo às guarnições de campo mais próximas.
2.4 WI-FI
As redes Wi-Fi são Redes Locais Sem Fio (WLAN), que fazem parte de um conjunto de
especificações técnicas baseadas no padrão IEEE 802.11 (ALECRIM, 2022) e estão
presente em quase todos os ambientes urbanos como casas, escritórios e comércio.
Além de ser compatível com a grande maioria dos dispositivos que possuem conexão
de rede (ALECRIM, 2022).
Com o Wi-Fi, qualquer pessoa pode implementar redes sem fio para
interconectar computadores e outros dispositivos (como smartphones e
impressoras) que estejam próximos geograficamente, desde que cada
aparelho seja compatível com a tecnologia. Mais do que permitir que
dispositivos se comuniquem dentro de uma rede wireless, a tecnologia
Wi-Fi permite que os equipamentos conectados a ela tenham acesso à
internet. (ALECRIM, 2022).
aberto, chegando a transmitir sinal por apenas 30 metros. Além disso, cada viatura
possui sua própria rede Wi-Fi, o que impede a criação de uma topologia de malha que
ampliaria a área de cobertura.
Em resumo, as redes Wi-Fi podem ser uma opção viável para complementar as
comunicações em viaturas policiais, fornecendo conectividade à internet e permitindo
a transmissão de dados em alta velocidade. No entanto, o alcance limitado e
a necessidade de infraestrutura de rede adicional podem ser desafios a serem
considerados ao implementar essa solução.
24
2.5 BLUETOOTH
O padrão Bluetooth possui taxa de transferência que pode chegar em até 50 Mbps e
é dividido em três classes que se diferem pela potência e pelo alcance do sinal. De
acordo com Alecrim (2021):
Para que seja possível atender aos mais variados tipos de dispositivos,
o alcance máximo do Bluetooth foi dividido em três classes principais:
Classe 1: potência máxima de 100 mW (miliwatt), alcance de até 100
metros; Classe 2: potência máxima de 2,5 mW, alcance de até 10
metros; Classe 3: potência máxima de 1 mW, alcance de até 1 metro.
Embora seja uma tecnologia antiga, com origem em 1994, o Bluetooth está em
constante evolução. Ao longo dos anos, foram lançadas várias versões que
aprimoraram características como velocidade, distância e consumo de energia. Quando
dois ou mais dispositivos se comunicam por meio de uma conexão Bluetooth, eles
formam uma rede chamada de piconet. Nessa rede, um dispositivo assume o papel de
mestre (master), enquanto os outros se tornam escravos (slaves).
25
2.6 NB-IOT
NB-IoT é a abreviação de Narrowband Internet of Things, que pode ser traduzido para
Banda Estreita para Internet das Coisas, é uma tecnologia de rede que se comunica
via rádio frequência que faz parte de um grupo de tecnologias conhecidas por serem
redes de longas distâncias de baixas potências (LPWAN) (RODRIGUES, 2021). Seu
nome é dado pelo fato dela ser uma variante do padrão de redes de telefonia móvel,
26
Sua tecnologia é aberta e pode ser programada por todos que possuem
dispositivos licenciados ou ser distribuídos para qualquer pessoa que queira utilizá-
lo, inclusive podem ser ligados à módulos GPS para compartilhamento de dados de
georreferenciamento. Relacionado ao foco deste trabalho, a principal desvantagem da
tecnologia NB-IoT é a sua latência, de aproximadamente 10 segundos, o que pode
prejudicar um acompanhamento de localização em tempo real.
2.7 SIGFOX
A rede SigFox foi criada por uma empresa de mesmo nome, na França em 2010. Seu
objetivo era alavancar a IoT, conectando cada dispositivo em nuvem, criando uma rede
global de aparelhos. Atualmente a SigFox está presente em mais de 70 países, com
dezenas de milhares de dispositivos conectados, sendo a maior rede LoT do mundo
(SILVA, 2021). A rede SigFox faz parte do grupo de redes LPWAN, possuindo um longo
alcance de sinal e focando no mínimo consumo de energia como explica Silva (2021):
No Brasil, a rede Sigfox é operada pela subsidiária WND Brasil. O serviço de cobertura
funciona de forma semelhante a uma operadora de telefonia móvel, onde a rede é
transparente para os usuários, sem que eles tenham ações diretas em relação à
cobertura, falhas ou gestão de dispositivos e gateways (GARCIA; KLEINSCHMIDT,
2017).
A rede Sigfox utiliza diferentes faixas de frequência, que variam de 868 MHz a 920 MHz,
dependendo da região de implantação. O Quadro 2 mostra as faixas de frequência e a
potência de transmissão utilizadas em diversos países. A largura de banda utilizada é
de 192 kHz e a taxa de transmissão é de apenas 100 bps, podendo chegar a 0,6 kbps,
com pacotes de apenas 12 bytes de tamanho (SILVA, 2021).
Por ser uma rede pública, a Sigfox já possui infraestrutura implementada pela própria
empresa e por suas subsidiárias, como a WND Brasil. A Figura 4 mostra a cobertura
da rede Sigfox (em azul) na região da Grande Vitória. O alcance de cobertura varia de
acordo com as características de cada módulo utilizado, mas, em geral, pode atingir até
10 km em áreas urbanas e até 50 km em áreas rurais, mantendo um baixo consumo de
energia. Em relação à latência, a Sigfox possui um desempenho inferior, sendo mais
adequada para aplicações que não são sensíveis a esse fator (SILVA, 2021).
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Fonte: https://www.sigfox.com/en/coverage.
A Sigfox oferece pacotes de planos comerciais, cujos valores variam de acordo com o
plano escolhido e a quantidade de números contratados, podendo haver limitação
na quantidade de mensagens trocadas (GARCIA; KLEINSCHMIDT, 2017). Para
instituições de segurança pública, a contratação desses pacotes pode resultar em
um alto investimento por parte do Estado, assim como mencionado na seção sobre
tecnologias celulares.
2.8 ZIGBEE
O ZigBee é uma tecnologia de comunicação de rede sem fio que opera no padrão
IEEE 802.15.4. Foi desenvolvida pela ZigBee Alliance em 2004 e passou por várias
adaptações até chegar ao padrão atual, o ZigBee 3.0. Essa rede é conhecida por ser
de baixo custo e baixo consumo de energia, mas tem uma cobertura limitada, o que a
exclui das tecnologias LPWAN.
O padrão ZigBee opera em três faixas de frequência, cada uma com um número
específico de canais de comunicação. Conforme explicado por Andrighetto et al. (2008),
"A Camada Física suporta três bandas de frequências: 2,4 GHz com 16 canais, 915
MHz com 10 canais e 868 MHz com apenas 1 canal. Todas as três bandas utilizam
espalhamento espectral com sequência direta como técnica de transmissão". A taxa de
transferência varia de acordo com a banda de frequência. A Tabela 3 apresenta esses
valores.
2.9 WIMAX
2.10 LORA
A tecnologia LoRa (Long Range) é uma tecnologia de comunicação por rádio frequência
desenvolvida pela Cycleo e patenteada pela Semtech Corporation. Ela faz parte do
grupo de redes LPWAN e tem como objetivo fornecer conectividade de médio a longo
alcance com baixo consumo de energia (RODRIGUES, 2021).
De acordo com Rodrigues (2021): "A frequência utilizada pela tecnologia LoRa é
bastante diversificada, sendo que nos Estados Unidos é usada entre 902 e 928 MHz,
na Europa entre 863 MHz e 870 MHz, mas pode, também, operar em 433 MHz e 169
MHz".
A rede LoRa pode ser implementada utilizando o protocolo LoRaWAN, que padroniza
a arquitetura do sistema e os parâmetros de comunicação, ou pode usar um método
de comunicação próprio, dependendo da escolha do desenvolvedor. O protocolo
LoRaWAN é composto por um servidor de rede que controla o tráfego, um gateway
que cobre uma grande área e os módulos ou dispositivos finais de baixo consumo
31
Quanto ao alcance de sinal, a rede LoRa possui uma excelente cobertura, de acordo
com Rodrigues (2021) dispositivos de Classe A, rigorosos no tocante ao consumo
energético, conseguem alcançar uma distância de Uplink e Downlink de até 5 km.
gateways ou dispositivos de classe C alcançam de 15 a 45 km se instalados em torres.
Devido a sua topologia em estrela e em malha a cobertura da rede LoRa pode ser
expansível, se cada viatura tiver com um gateway e uma antena instalada ela se tornará
um ponto de acesso para os demais dispositivos, independente da classe. Em locais
onde o sinal possa ser ruim, a simples instalação de um módulo ou gateway fará com
que essa área de sombra seja eliminada.
A rede LoRa também conta com operadoras públicas, semelhante à SigFox. No Brasil,
a American Tower é a principal provedora desse serviço, com presença em 280 cidades
e mais de 23 mil torres (ATC, 2021). A decisão de usar uma rede pública ou criar uma
rede própria deve ser baseada em um estudo de viabilidade econômica.
33
3 DESENVOLVIMENTO
No capitulo anterior foram elencadas alguns dos mais promissores padrões redes de
comunicação de acordo com a literatura, o foco deste capítulo é determinar qual é o
padrão que melhor atende ao objetivo principal deste trabalho que é a de criar uma
rede auxiliar para a segurança pública. O padrão escolhido também deve cumprir com
os objetivos específicos traçados, sendo eles: a criação de um botão do pânico, criação
de um dispositivo de localização em tempo real para agentes da segurança pública e a
criação de um aplicativo para coordenar as ferramentas.
Para determinar qual o padrão mais apto para a criação dessa rede, será feita uma
comparação das características de cada um dos padrões apresentados, as qualidades
escolhidas para comparação devem ser fundamentais para que a rede auxiliar
proposta consiga mitigar os problemas enfrentados pelo atual meio de comunicação
da PMES, que são: área de sombra, localização em tempo real, comunicação via voz,
expansividade da cobertura, dispositivos de emergência para pessoas em situação de
risco e a integração com usuários.
1. Alcance sinal: O alcance do sinal da rede deve ser o mais amplo possível,
visando uma maior área de cobertura e redução de problemas de área de sombra.
Será levado em consideração não apenas a distância do sinal, mas também sua
capacidade de penetrar obstáculos e o alcance específico de cada dispositivo
(torre, gateway, módulos, end nodes).
5. Latência: Assim como a taxa de transmissão, a latência deve ser suficiente para
permitir uma comunicação por voz ou para a localização em tempo real.
Quadro 4. Em seguida, será criada uma segunda tabela na qual essas características
serão transformadas em pontos.
Padrão Características
Alcance Bit rate Latência Consumo Topologia Financeiro
Telefonia 30 km 3,3 Gbps 60 ms Médio Barra Alto
Wi-Fi 92 m 1,7 Gbps 3 ms Alto Malha Médio
Bluetooth 100 m 50 Mbps 100 ms Baixo Estrela Médio
NB-IoT 15 km 100 Kbps 10 s Baixo Estrela -
Sigfox 50 km 0,6 kbps - Baixo Malha Alto
ZigBee 100 m 250 Kbps - Baixo Estrela -
WiMAX 50 km 75 Mbps 100 ms Alto Malha Médio
LoRa 45 km 250 Kbps - Baixo Malha Baixo
Como estamos avaliando oito redes distintas (Telefonia móvel, Wi-Fi, Bluetooth, NB-
LoT, SigFox, ZigBee, WiMAX e LoRa), caso ocorra um empate entre padrões em uma
mesma característica, ambos receberão a mesma nota. No entanto, o próximo padrão
não receberá uma nota menor, mas sim a nota correspondente à sua posição. Por
exemplo, se três padrões empatam com nota 8, o próximo padrão receberá a nota 5,
mantendo a ordem de pontuação.
Padrão Características
Alcance Bit rate Latência Consumo Topologia Financeiro Total
Telefonia 5 8 7 4 1 1 26
Wi-Fi 1 7 8 1 8 5 30
Bluetooth 3 5 6 8 5 5 32
NB-IoT 4 2 4 8 5 5 28
Sigfox 8 1 5 8 8 1 31
ZigBee 3 4 4 8 5 4 28
WiMAX 8 6 6 1 8 5 34
LoRa 6 4 6 8 8 8 40
3.1 IMPLEMENTAÇÃO
neste estudo. Nela, estão ilustrados os três principais elementos que utilizam a rede
LoRa para se comunicar: Botão de emergência, guarnição de emergência e a torre
repetidora (gateway ).
Figura 6 – Rede proposta
Para a implementação deste trabalho, foram utilizados placas e módulos que serão
discutidos a seguir.
Heltec Lora
ESP32
LoRa
O chip SX1276 emite sinais de rádio em uma faixa de frequência que vai de 137MHz
a 1020MHz, possui potência máxima de transmissão de 20 dB e sensibilidade de
recebimento de sinal de até -135 dBm. O consumo de energia varia entre 50 mA e 130
mA, dependendo da potência de transmissão.
GPS
O módulo NEO-6M é um módulo GPS para desenvolvimento, que pode ser alimentado
com uma faixa de tensão de 3,3V a 5V (possui regulador integrado). Ele possui
quatro pinos: VCC, RX, TX e GND, que são utilizados para alimentação, emissão de
sinal, recepção de sinal e referência, respectivamente. O módulo possui uma antena
integrada para uma melhor localização e uma taxa de transmissão de dados de 9600
bps. A placa possui um indicador LED que é aceso quando há informações de latitude
e longitude disponíveis, com uma precisão de metros.
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Software
• VS Code: É uma IDE leve e versátil que foi utilizada neste projeto devido ao seu
layout intuitivo, que facilita a visualização e correção de códigos. Necessário para
a criação de bibliotecas de linguagem C.
O programa Heltec Receptor LoRa tem como objetivo informar ao usuário, por meio de
uma String via Bluetooth e exibindo no display OLED, que recebeu uma mensagem
em formato de String proveniente de qualquer dispositivo de rádio LoRa na frequência
de 915MHz. Se o programa receber uma mensagem, ele gera uma String contendo o
emissor da mensagem ("Heltec") junto com a sensibilidade do sinal.
O aplicativo Localizador LoRa foi desenvolvido usando a IDE Android Studio com o
auxílio dos SDKs do Firebase e do Google Maps. A tela inicial do aplicativo apresenta
um mapa aberto do Google Maps e exibe ao usuário uma lista de dispositivos Bluetooth
pareados para que a placa Heltec possa ser conectada ao aplicativo.
Após a conexão, o aplicativo aguarda receber Strings via Bluetooth. Sempre que a placa
Heltec recebe uma String de rádio LoRa de qualquer fonte, ela é retransmitida para o
aplicativo. Quando o aplicativo recebe essa String, ele verifica se ela está padronizada
com o cabeçalho "Heltec". Em caso afirmativo, o aplicativo obtém a localização por
meio do SDK do Google Maps, adiciona um marcador ao mapa da tela principal e envia
para o banco de dados do Firebase a mensagem do sinal, o RSSI (Received Signal
Strength Indicator) e as coordenadas de latitude e longitude.
4 EXPERIMENTOS E RESULTADOS
Para avaliar o alcance do sinal de rádio LoRa, foram realizados experimentos utilizando
uma placa Heltec LoRa em diferentes pontos da cidade. A placa foi configurada
para transmitir continuamente uma mensagem em formato de String, utilizando a
potência máxima de transmissão e uma frequência de transmissão de 8 segundos por
mensagem. A mensagem enviada continha o nome do dispositivo "Heltec" seguido de
uma abreviação do local de onde estava sendo emitido o sinal. Por exemplo, no caso
do IFES, o nome do dispositivo e a mensagem transmitida eram "Heltec-IF"
Para determinar o alcance do sinal, foi utilizado o programa Heltec Receptor LoRa, que
recebia o sinal do emissor e transmitia essa mensagem para o aplicativo Localizador
LoRa. O aplicativo fazia a marcação do local de recebimento ou a indicação de não
recebimento, caso nenhuma mensagem fosse recebida em um período de 25 segundos.
Em seguida, as informações de latitude, longitude, sensibilidade do sinal e nome do
emissor eram manipuladas e enviadas para um banco de dados do Firebase.
A Figura 10 apresenta uma foto de satélite, na escala 200 m, que mostra a circunscrição
do bairro Itapebussu de aproximadamente 1 km² e o ponto mais distante alcançado
pelo sinal LoRa.
Foi feito o mapeamento dos locais onde o sinal era recebido para analisar o alcance do
sinal. Para isso, foi necessário percorrer as ruas ao redor do emissor, abrangendo quase
todas as ruas do bairro Itapebussu e algumas ruas de outros bairros. O mapeamento foi
concluído quando ficou claro que não seria possível receber o sinal devido a obstáculos
acumulados e distância do emissor.
do LoRa, mas sim verificar sua viabilidade em áreas com essas características. É
importante ressaltar que o mapeamento foi realizado ao nível da rua, o que dificulta o
recebimento do sinal devido à menor altitude nessa região.
O Heltec Receptor LoRa registrou um total de 346 pontos de medição. Dentre esses
pontos, 207 indicaram a ausência de sinal ("Heltec-XX") durante o período de 25
segundos, enquanto 139 pontos indicaram a recepção do sinal LoRa. As sensibilidades
mínima e máxima registradas foram de -132 dBm e -108 dBm, respectivamente.
O ponto mais distante alcançado pelo sinal estava a 1,08 quilômetros do emissor,
localizado fora do bairro Itapebussu, em um morro com 25 metros de altura em relação
ao nível do mar. Esse ponto isolado apresentou uma sensibilidade de -126 dBm,
indicando que o sinal tinha potencial para alcançar distâncias ainda maiores, mas foi
limitado pelas características da região. Esses resultados sugerem que se o sinal fosse
captado por receptores em alturas maiores, como prédios, o alcance seria ainda maior.
Foi realizado um segundo experimento para avaliar o alcance do sinal de rádio LoRa
em um ambiente diferente. Neste caso, o dispositivo emissor de sinal LoRa foi colocado
em uma mesa no quarto andar do prédio do Bloco B do IFES , Campus Guarapari. O
prédio está localizado a uma altura de 40 metros em relação ao nível do mar, e a região
ao redor do IFES possui uma mistura de características, incluindo um aeroporto, uma
zona rural e bairros densamente povoados com prédios, casas e terrenos irregulares.
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Esses bairros citados têm características bem distintas entre si, Praia do Morro é
basicamente plana, próximo ao nível do mar, mas densamente ocupada por prédios
altos; Adalberto e Boa Vista estão um pouco mais acima do nível do mar e possuem
terreno irregular e diversas casas; Muquiçaba possui grande variação de altura em
relação ao nível do mar e muitas edificações; Já Santa Rosa tem altura próxima ao
nível do mar, com casas/apartamentos de até quatro andares.
Foram realizadas medições nos bairros acessíveis, excluindo o aeroporto e a zona rural.
Foram registrados um total de 571 pontos no dispositivo Heltec Receptor LoRa. Dentre
esses pontos, 286 indicaram a ausência de sinal ("Heltec-XX"), enquanto 285 pontos
indicaram a recepção do sinal LoRa. As sensibilidades máxima e mínima registradas
foram de -106 dBm e -140 dBm, respectivamente.
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O ponto mais distante onde o sinal foi recebido estava a uma distância de 2 quilômetros,
no bairro Boa Vista, a uma altura de 31 metros em relação ao nível do mar. Nesse
ponto, a sensibilidade registrada foi de -136 dBm, mais uma vez demonstrando que o
ponto mais distante não é necessariamente aquele com pior sensibilidade.
4.2 EXPANSIVIDADE
Na Figura 14, pode ser observado a dinâmica do teste de expansividade. Existem dois
emissores, o Heltec-IF, que é o emissor original de sinal LoRa utilizado no experimento
de alcance do ponto 2, e o Heltec-CA, que é o repetidor de sinal. O Heltec-CA foi
colocado na janela do quinto andar de um prédio localizado entre os bairros Praia do
Morro e Boa Vista. De acordo com o GPS, esse ponto está a 31 metros acima do nível
do mar. A Figura 14 mostra que o ponto escolhido para o repetidor é uma área com
sinal instável, como indicado pela quantidade de pontos em vermelho. A distância entre
o repetidor e o emissor no IFES é de 1,66 km.
Foi realizada a captação dos sinais provenientes das duas fontes (emissor e repetidor)
percorrendo as ruas próximas aos bairros utilizando uma placa com o programa "Heltec
Receptor LoRa". Todos os dados recebidos foram registrados em um banco de dados.
No total, foram registrados 687 pontos no banco de dados, sendo 286 pontos
indicando ausência de sinal, 285 pontos de sinal provenientes do emissor e 116
pontos provenientes do repetidor. É importante destacar que a quantidade de pontos
recebidos é mais influenciada pela rota de percurso realizada do que pela capacidade
de alcance de cada emissor.
3. Configuração Botão Pânico 10: Esta configuração utiliza o botão de pânico, que
será detalhado nos capítulos subsequentes da dissertação, para medir o consumo
de energia. A placa Heltec LoRa é conectada a um módulo GPS e envia, via
Bluetooth e LoRa, a cada 10 segundos, uma string contendo a localização GPS
atual, o MAC e o nome do dispositivo.
Uma bateria foi inserida no banco de bateria e o experimento consistiu em medir o tempo
que a bateria leva para se esgotar, começando com a carga completa e terminando
quando o banco de bateria não apresenta mais nenhuma indicação de carga. O
experimento de consumo de bateria foi realizado para cada uma das configurações
mencionadas.
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O teste com o módulo LoRa ativo consumiu toda a bateria em 22 horas e 14 minutos,
um tempo muito próximo ao experimento anterior. Isso indica que, mesmo com o
rádio LoRa operando em sua capacidade máxima, na classe C, ele demonstrou ser
energeticamente eficiente.
para o funcionamento, sendo parte disso devido ao uso do módulo GPS, conforme
evidenciado no teste específico desse módulo. A maior parte do consumo se deve ao
uso do Bluetooth e do rádio LoRa como transmissor (sender ).
O programa instalado no emissor gera uma string com o cabeçalho "Heltec-IF"a cada 8
segundos e a envia utilizando a tecnologia LoRa para todos os dispositivos disponíveis.
Caso a mensagem seja recebida por um repetidor, é concatenada à string um outro
cabeçalho "Heltec-CA"para indicar que o sinal passou por um repetidor, e então essa
nova string é enviada novamente via tecnologia LoRa.
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5 ESTUDO DE CASO
Vizinhos, testemunhas e transeuntes que não estão passando pela situação de risco,
mas que presenciam o fato e realizam o chamado para o CIODES, são ótimas fontes
de informação para reunir mais pontos de localização.
Para gerenciar todas as funcionalidades propostas neste trabalho, como a rede auxiliar,
o botão do pânico e a ferramenta de geolocalização, será desenvolvido um aplicativo
para dispositivos Android. O aplicativo será aberto ao público e permitirá a configuração
dessas ferramentas, além de criar possibilidades de integração entre os usuários e os
agentes de segurança. O objetivo é fornecer uma interface amigável para facilitar o uso
das funcionalidades propostas e promover uma comunicação eficiente e ágil entre os
usuários e as autoridades competentes.
A classe LoginUsuario.java, ilustrada na Figura 20a, permite que o usuário faça login
usando seu e-mail e senha. Se o usuário conseguir fazer o login com sucesso, ele é
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redirecionado de volta para a classe Principal.java. Caso o usuário não tenha um login,
ele é incentivado a se cadastrar, e então a classe CadastroUsuario.java é iniciada. O
layout dessa classe contém campos onde o usuário pode inserir seu nome, e-mail e
senha para registrar-se no sistema de banco de dados, como mostra a Figura 20b.
Após inserir os dados, eles são verificados e, caso não haja nenhuma pendência,
a classe PrimeiroPasso.java é iniciada. Essa classe possui um layout com outros
campos onde o usuário pode adicionar informações adicionais, como endereço e
número de documento, como mostrado na Figura 20c. Após a conclusão da inserção
desses dados, a classe PrimeiroPasso é finalizada e o usuário é redirecionado de
volta para a classe Principal.java. Nesse momento, o usuário já está logado, e a classe
Principal.java inicia as classes de conexão.
de outros usuários.
Caso o dispositivo seja desconectado do aplicativo por algum motivo externo, essa
classe acionará a classe de conexão para restabelecer a conexão. É na classe de
desenlace que os pedidos externos de ajuda são tratados. A string de 51 caracteres
proveniente da função iniciandoEmergency() de outros dispositivos é recebida e
analisada para verificar se se trata de uma emergência legítima.
A Figura 23 apresenta um diagrama que explica de forma bem resumida toda a lógica
de funcionamento do Aplicativo Pizza da Penha.
No dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a Lei nº 11.340, conhecida como Lei
Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir a violência doméstica contra a
mulher. Essa lei foi uma tentativa de reduzir os altos índices de violência contra a
mulher no Brasil, onde o país ocupa a 5ª posição no ranking mundial de homicídios
de mulheres, de acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Direitos Humanos (ACNUDH) (CARVALHO, 2017).
De acordo com pesquisa publicada por Garcia et al. (2013) "Logo após a criação dessa
lei, houve uma queda de 8,5% na taxa de homicídios contra a mulher, porém essa
tendencia de queda não se sustentou e os índices de violência contra a mulher voltaram
a aumentar".
Apesar desse cenário alarmante para as mulheres, existe uma grande resistência
em relação à denúncia. De acordo com CARVALHO (2017), 60% das mulheres
não denunciam após sofrerem a primeira agressão. Geralmente, as vítimas buscam
ajuda somente a partir da terceira agressão, e mesmo assim, 34% delas procuram
alternativas à denúncia formal, como buscar ajuda de amigos e igrejas, por medo
de seus agressores. Uma pesquisa realizada pelo Senado em 2016 apontou que a
dependência financeira e social, bem como a preocupação com os filhos, são fatores
que dificultam o combate à violência.
Dessa forma, muitas mulheres continuam convivendo com seus agressores, apesar do
risco. Essas vítimas têm suas opções de defesa reduzidas, uma vez que os agressores
costumam retirar ou impedir o acesso delas aos aparelhos celulares, dificultando ou
impossibilitando o pedido de socorro em situações de risco.
Esses dados reforçam que a lei, por si só, não é eficaz no combate à violência contra a
mulher, tornando-se extremamente importante a criação de ferramentas que possam
auxiliar nesse combate. O Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo foi pioneiro
na criação de um dispositivo eletrônico chamado botão do pânico, como forma de tentar
combater a violência doméstica. Esse botão pode ser usado tanto de forma preventiva,
quando há aproximação de algum possível agressor, quanto de forma corretiva, quando
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Para mitigar a problemática exposta acima, um dos objetivos específicos deste trabalho
é a criação de um dispositivo eletrônico de comunicação de emergência aberto ao
público em geral, destinado a qualquer pessoa que esteja ou acredite estar em situação
de vulnerabilidade, independentemente de já ter realizado qualquer tipo de denúncia.
O Botão de Pânico que recebe o sinal realiza a retransmissão via LoRa para outros
elementos, como torres e viaturas. Além disso, se o celular do proprietário do Botão de
Pânico estiver próximo ao dispositivo, ele receberá as informações do SOS por meio de
conexão Bluetooth e fará a transmissão desse sinal para a central CIODES por meio
de redes móveis.
A Torre, ao receber o sinal SOS, também realiza a retransmissão para outros Botões de
Pânico, viaturas policiais e outras torres repetidoras. Simultaneamente, envia o pedido
de socorro para a central CIODES por meio da internet.
O ultimo elemento que pode ser alcançado pelo emissor é a viatura policial. Ao receber
o sinal de SOS, a viatura retransmite esse sinal via rádio LoRa, assim como os demais
elementos. Já a guarnição ao perceber o pedido de ajuda, pode tomar medidas
imediatas para atender ao usuário em risco. Caso a viatura possua conexão de internet
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Dessa forma, o botão de pânico desenvolvido oferece uma solução acessível e pronta
para uso, permitindo que qualquer pessoa possa adquiri-lo e utilizar em casos de
emergência, contribuindo para a segurança e proteção dos indivíduos em situações de
vulnerabilidade.
Ao abrir o aplicativo a conexão entre ele e o Botão do Pânico é feita de forma automática,
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a Figura 25b mostra que o usuário já possui cadastro naquele Botão do Panico, mas
devido ao fato do controlador ESP32 perder as informações assim que é desligado, há
a necessidade de configurar a placa cada vez que ela for ligada.
No caso de uma emergência ser detectada, ou seja, quando um pacote de rádio LoRa
é recebido pelo dispositivo, a função waitingEmergency() assume o papel de manipular
os dados recebidos. Ela envia uma sequência de caracteres de 51 caracteres, através
da conexão Bluetooth, contendo informações cruciais. Essas informações incluem o
apelido do dispositivo que solicitou a emergência, o MAC do Bluetooth desse dispositivo
e a localização geográfica em latitude e longitude, com uma precisão de até 7 casas
decimais, correspondente a aproximadamente 11 centímetros em relação à localização
real.
Após o envio das informações para o aplicativo móvel através da conexão Bluetooth, a
função waitingEmergency() também é responsável por retransmitir essas informações,
integralmente, por meio do protocolo LoRa para outros dispositivos configurados na
mesma frequência de rádio LoRa. Esse procedimento visa disseminar as informações
de emergência para outros dispositivos próximos que também estão preparados para
receber esses dados.
Caso o sinal LoRa alcance uma torre ou viatura, esses elementos irão retransmiti-lo e
enviar os dados em formato de string por meio do padrão de telefonia móvel para o
banco de dados, atuando como um gateway.
O sinal LoRa também poderá alcançar um outro dispositivo botão do pânico que irá
enviar essa string de 51 caracteres via Bluetooth para o aplicativo "Pizza da Penha"que
reenviará via conexão de telefonia móvel para o banco de dados.
O banco de dados pode ser acessado por qualquer agente público autorizado, mas
é necessário manipular os dados de forma a garantir a privacidade e integridade das
informações ao serem acessadas pela equipe de civis do CIODES.
Para isso, foi desenvolvido um site em formato HTML, oferecendo uma interface simples
e intuitiva para que qualquer pessoa possa acessar as informações permitidas do banco
de dados. O banco de dados é integrado ao HTML utilizando SDKs fornecidos pelo
Firebase. O CIODES pode acessar esse HTML por meio de qualquer conexão de
internet.
não tinham certeza absoluta da localização dos policiais em perseguição, uma vez que
eles não possuíam um sistema de localização pessoal ou nos veículos.
Para mitigar o problema mencionado acima, outro objetivo específico deste trabalho é
a criação de um dispositivo de localização em tempo real a ser utilizado pelos agentes
de segurança pública, seguindo o modelo do botão do pânico e utilizando a mesma
rede proposta.
A Figura 30 mostra o momento exato em que o sinal de apoio foi recebido pelo aplicativo
de localização em tempo real. As viaturas estavam a uma distância, em linha reta, de
aproximadamente 3,6 km, evidenciando que o alcance do sinal LoRa está relacionado
às caracteristicas do ambiente.
Com esse experimento, foi possível confirmar a eficiência e eficácia da tecnologia LoRa
aplicada à localização em tempo real de agentes públicos. Tanto a comunicação direta
entre as viaturas quanto o uso de repetidores mostraram-se eficientes na transmissão
de sinais. É importante ressaltar que, na maioria dos acionamentos de apoio, é possível
ao menos informar o bairro em que a emergência está ocorrendo, o que facilita ainda
mais o processo de localização por parte das equipes de apoio.
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6 CONCLUSÃO
O Botão do Pânico, constituído com a tecnologia LoRa, oferece uma solução eficiente
e confiável para o envio de notificações de emergência. Quando acionado, o dispositivo
Botão do Pânico envia um sinal de alerta contendo informações vitais para outros
dispositivos semelhantes que poderão tanto expandir esse alerta quanto processar e
apresentar os dados ao usuário através do aplicativo Pizza da Penha.
A integração com o aplicativo Android Pizza da Penha proporciona uma resposta rápida
e eficiente em emergências. O aplicativo recebe as notificações de emergência, exibe
alertas visuais e sonoros para chamar a atenção do usuário e fornece informações
essenciais sobre o incidente. Além disso, ele utiliza a tecnologia LoRa para obter a
localização em tempo real do dispositivo de emergência, permitindo um suporte mais
efetivo.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, F.; SILVA, D. Policiais militares são mortos a tiros em emboscada no es.
2012. Disponível em: <https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2022/10/16/
policiais-militares-sao-mortos-a-tiros-em-emboscada-no-es.ghtml>. Acesso em: 25
out. 2022.
OLUAP. Como funciona um transmissor de rádio frequência. 2011. Disponível em: <http:
//www.oluapmot.com.br/noticias/como-funciona-um-transmissor-de-radio-frequencia/
>. Acesso em: 25 out. 2022.