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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Samara Ruthielle da Silva

Monitoramento de Variáveis de uma Rede de


Sensores sem Fio LoRa no Campus I da
Universidade Federal da Paraı́ba

João Pessoa
2021
Samara Ruthielle da Silva

Monitoramento de Variáveis de uma Rede de Sensores sem


Fio LoRa no Campus I da Universidade Federal da Paraı́ba

Trabalho de Conclusão de Curso apresen-


tado à Universidade Federal da Paraı́ba como
exigência para a obtenção do tı́tulo de Bacha-
rel em Engenharia Elétrica.

Universidade Federal da Paraı́ba


Centro de Energias Alternativas e Renováveis
Curso de Graduação em Engenharia Elétrica

Orientador: Prof. Dr. Fabrı́cio Braga Soares de Carvalho

João Pessoa
2021
© Samara Ruthielle da Silva
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação

S586m Silva, Samara Ruthielle da.


Monitoramento de Variáveis de uma Rede de Sensores sem
Fio LoRa no Campus I da Universidade Federal da Paraíba
/ Samara Ruthielle da Silva. - João Pessoa, 2021.
46 f. : il.

Orientação: Fabrício Braga Soares de Carvalho.


TCC (Graduação) - UFPB/CEAR.

1. IoT. 2. LoRa. 3. Monitoramento. 4. Campus


Inteligente. I. Carvalho, Fabrício Braga Soares de. II.
Título.

UFPB/BSCT CDU 621.3(043.2)

Elaborado por ONEIDA DIAS DE PONTES - CRB-15/198


Samara Ruthielle da Silva

Monitoramento de Variáveis de uma Rede de Sensores sem


Fio LoRa no Campus I da Universidade Federal da Paraı́ba

Trabalho de Conclusão de Curso apresen-


tado à Universidade Federal da Paraı́ba como
exigência para a obtenção do tı́tulo de Bacha-
rel em Engenharia Elétrica.

Trabalho aprovado. João Pessoa, 16 de julho de 2021.

Prof. Dr. Fabrı́cio Braga Soares de


Carvalho
Orientador

Prof. Dr. Waslon Terllizzie Araújo


Lopes
Convidado 1

Prof. Dr. Rafael de Sousa Marinho


Convidado 2

João Pessoa
2021
Agradecimentos

Gostaria de começar agradecendo a Deus e a Maria Santı́ssima, por toda força,


discernimento e intercessão. Por me mostrar que tudo é possı́vel por mais difı́cil que possa
parecer. E por não desistirem de mim em nenhum momento. Obrigada pela conclusão
desse sonho.
Agradeço a meus pais que sempre lutaram para que eu pudesse garantir meus
estudos e ser a pessoa que estou me tornando, em especial Rejane Alves, a mulher guerreira
que é minha mãe. A Nala, minha filha de quatro patas pelo amor e companheirismo. A
toda minha famı́lia por serem quem são em meio ao caos.
Agradeço a meus grandes amigos e irmãos que a universidade me presenteou,
Samile Leite e Thiago Moura, que puderam tornar essa caminhada mais leve, superar as
dificuldades e que vou levar para sempre comigo. A Camila Gabi, amiga e irmã para todas
as horas. A Italo Nunes, Jéferson Mario, Ligiane Adriano e tantos outros que puderam
dividir essa experiência e se tornarem especiais, vocês foram essenciais na minha formação.
Agradeço a Mylena Diniz, Lucas Fernandes e Vı́tor José por toda contribuição e
auxı́lio para que este trabalho fosse realizado.
Um agradecimento especial ao professor e orientador Fabrı́cio Braga, por todo apoio,
disponibilidade e troca durante este trabalho, por confiar que eu conseguiria. Obrigada
aos professores Waslon Terllizzie e Rafael Marinho por aceitarem fazer parte da banca de
avaliação e ensinamentos ao longo do curso.
A todos o meu muito obrigada por fazerem parte dessa história.
Fracassar é a parte crucial do sucesso. Toda vez que você fracassa e se recupera, exercita
perseverança que é a chave da vida. Sua força está na habilidade de se recompor.
Michelle Obama
Resumo
Com o passar dos anos, a crescente evolução tecnológica mundial vem tornando cada vez
mais frequente e indispensável o uso de dispositivos tecnológicos no dia a dia. À medida
que novas tecnologias surgem, criam-se também necessidades. O conceito de Internet das
Coisas (Internet of Things - IoT) vem a ser qualquer conexão entre objetos fı́sicos com o
usuário e a internet, com o intuito de facilitar tarefas cotidianas, como medir, monitorar e
controlar equipamentos remotamente. Nesse contexto destaca-se a telemetria, que é o ato
de medir parâmetros remotamente por meio de dispositivos de comunicação sem fio, em
que se realiza uma coleta e armazenamento de dados. Entre os protocolos de comunicação
sem fio utilizados nos sistemas de monitoramento, o protocolo LoRa (Long Range), que
permite aplicações com grande alcance, baixa taxa de transmissão de dados e de baixa
potência, tem recebido cada vez mais atenção e destaque. Diante disso, este trabalho tem
como objetivo apresentar o desenvolvimento de uma rede de sensores sem fio, aplicado ao
monitoramento de variáveis, como temperatura e umidade do ar, usando o protocolo de
comunicação LoRa. Foi iniciada a montagem de uma rede LoRa para monitoramento de
diferentes parâmetros no Campus I da Universidade Federal da Paraı́ba, em João Pessoa,
cujos resultados deste trabalho vão colaborar para o estabelecimento do conceito de um
Campus Inteligente.

Palavras-chave: IoT, LoRa, Monitoramento, Campus Inteligente.


Abstract
Over the years, the growing global technological evolution has made the use of technological
devices more and more frequent and indispensable in everyday life. As new technologies
emerge, needs are also created. The concept of Internet of Things (Internet of Things -
IoT) is any connection between physical objects with the user and the internet, in order
to facilitate everyday tasks, such as measuring, monitoring and controlling equipment
remotely . In this context, telemetry stands out, which is the act of measuring parameters
remotely through wireless communication devices, in which data is collected and stored.
Among the wireless communication protocols used in monitoring systems, the LoRa (Long
Range) protocol, which allows applications with large range, low data transmission rate
and low power, has received increasing attention and Spotlight. Therefore, this work aims
to present the development of a wireless sensor network, applied to monitoring variables
such as air temperature and humidity, using the LoRa communication protocol. A LoRa
network was set up to monitor different parameters on Campus I of the Federal University
of Paraı́ba, in João Pessoa, whose results of this work will contribute to the establishment
of the concept of an Intelligent Campus.

Keywords: IoT, LoRa, Monitoring, Smart Campus.


Lista de ilustrações

Figura 1 – Largura de Banda vs Alcance. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16


Figura 2 – Camadas de Operação do LoRa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 3 – Arquitetura da Rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 4 – Ecossistema LoRa e LoRaWAN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 5 – Arduino UNO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 6 – Módulo LoRa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 7 – Módulo GPS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 8 – Sensor DHT11. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 9 – Sensor MQ-8. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 10 – Módulo de Transmissão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 11 – Módulo de Recepção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 12 – Módulos de Teste. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 13 – Bloco KLM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 14 – Prédio novo CEAR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 15 – Pontos de Medição - Local 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 16 – RSSI vs Distância - Local 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 17 – SNR vs Distância - Local 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 18 – Pontos de Medição - Local 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 19 – RSSI vs Distância - Local 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 20 – SNR vs Distância - Local 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 21 – Pontos de Medição (Pavimento 4) - Local 3. . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 22 – Pontos de Medição - Local 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Lista de tabelas

Tabela 1 – Material Utilizado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23


Tabela 2 – Modelo dos Pacotes Recebidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Tabela 3 – Dados Experimentais - Local 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Tabela 4 – Dados Experimentais - Local 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Tabela 5 – Dados Experimentais - Local 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Lista de abreviaturas e siglas

UFPB Universidade Federal da Paraı́ba

LoRa Long Range (Longo Alcance)

LoRaWAN Long Rang Wide Area Network

LPWAN Low Power Wide Area Network

IoT Internet of Things (Internet das Coisas)

ISM Industrial Sientific and Medical (Industrial, Cientı́fica e Médica)

RSSF Rede de Sensores Sem Fio

CSS Chirp Spread Sprectrum

SF Fator de Espalhamento

RSSI Received signal strength indication

SNR Signal-to-Noise Ratio (Relação Sinal Ruı́do)

CEAR Centro de Energias Alternativas e Renováveis

OSI Open System Interconnection

MAC Media Acess Control (Controle de Acesso ao Meio)


Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1.1 Objetivos especı́ficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 LoRa® . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1.1 Camada MAC - Arquitetura de Rede LoRaWAN . . . . . . . . . . . . 17
2.1.2 Camada Fı́sica - Modulação LoRa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2 Rede de Sensores Sem Fio (RSSF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.3 Trabalhos Relacionados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

3 METODOLOGIA - DESCRIÇÃO DA PROPOSTA . . . . . . . . . . 23


3.1 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.1 Arduino UNO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.2 Módulo LoRa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.3 Módulo GPS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.4 Sensor de Temperatura e Umidade do Ar . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.1.5 Sensor de Gás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2 Módulo de Transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.3 Módulo de Recepção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4 Cenários de Análise Experimental da Rede LoRa . . . . . . . . . . . . 29

4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1 Local 1 - Bloco KLM Segundo Andar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2 Local 2 - Bloco KLM Térreo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.3 Local 3 - Prédio Novo CEAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

5 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
12

1 Introdução

A evolução tecnológica mundial vem tomando caminhos de enorme proporção nos


últimos anos. O número de usuários que acessam a internet no dia a dia, só tem aumentado.
A conectividade entre objetos fı́sicos, mais conhecida como Internet das Coisas, ou Internet
of Things (IoT), está em todo lugar.
Contudo, a ideia da conexão entre objetos com a internet não é atual, isto porque
em 1926 o inventor, fı́sico, engenheiro mecânico e engenheiro eletricista Nikolas Tesla, um
dos grandes nomes do século XX, fez previsões especı́ficas para o futuro da tecnologia. Em
entrevista concedida para a revista Colliers, em Janeiro de 1926, o visionário refere-se
à conectividade sem fio com perfeita descrição: (REVISTA COLLIERS, 1926), (PET
ELÉTRICA UFJF, 2019)

Quando o wireless for perfeitamente aplicado, toda a terra será con-


vertida em um enorme cérebro, o que de fato é, todas as coisas sendo
partı́culas de um todo real e rı́tmico. Seremos capazes de nos comuni-
carmos instantaneamente, independentemente da distância. Não apenas
isso, mas através da televisão e da telefonia, veremos e ouviremos uns aos
outros tão perfeitamente como se estivéssemos frente a frente, apesar das
distâncias intermediárias de milhares de quilômetros; e os instrumentos
através dos quais seremos capazes de fazer isso serão incrivelmente sim-
ples comparados com o nosso telefone atual. Um homem poderá carregar
um no bolso do colete (REVISTA COLLIERS, 1926).

Na época Tesla foi taxado como louco por descrever um mundo à sua frente; hoje
em dia, porém, é inegável sua contribuição para as tecnologias e sistemas da atualidade.
Somente em 1999 o termo Internet das Coisas (IoT) foi cunhado pelo pesquisador do MIT
Kevin Ashton, que em 2009 escreveu o artigo “Aquela coisa da internet das coisas” para o
RFID Journal. No artigo, Ashton expõe a necessidade das pessoas em conectar-se com
a internet como forma de otimizar o tempo cotidiano, capacitando computadores para
colher informações por si próprios (KEVIN ASHTON, 2009).
Nos dias atuais o conceito de IoT para cidades inteligentes vem sendo utilizado
cada vez com maior frequência, uma vez que a busca pela comunicação de dispositivos
capazes de realizar tarefas que facilitam o cotidiano tem crescido em grande proporção,
desde o desligamento de um alarme à automação da sua casa. Além disso, a IoT em suas
diversas aplicações possui estimativas no âmbito econômico global correspondente a mais
de U S$ 11 trilhões em 2025 (ROSE; ELDRIDGE; CHAPIN, 2015). Dado tamanho sucesso,
Capı́tulo 1. Introdução 13

a IoT vem recebendo grandes investimentos do setor privado, surgindo com propostas de
soluções mais eficazes para a população como um todo. O que por um lado é um avanço
inegável, por outro, os inúmeros dispositivos conectados à internet coletam, transmitem
e armazenam grandes quantidades de dados, muitos deles pessoais e privados. Assim, os
usuários devem estar em alerta para com sua preservação e vida particular (MAGRANI,
2018).
Dentro desse contexto, muitos padrões e protocolos de comunicação têm surgido
com o intuito de criar cidades inteligente e tornar o mundo cada vez mais automatizado.
Ou seja, com o auxı́lio de sensores e atuadores muitas variáveis e objetos fı́sicos podem ser
controlados remotamente. Um sistema contendo uma rede de sensores pode ser criado para
controlar a temperatura, umidade e luminosidade do ambiente, por exemplo. As formas
de integração dos dispositivos são diversas, entre elas o Wi-Fi e Bluetooth. Seguindo esse
raciocı́nio de comunicação sem fio, surge a tecnologia de rádio frequência LoRa (Long
Range), que ao contrário do Wi-Fi e Bluetooth, permite longo alcance a um baixo consumo
de potência. Desse modo, este trabalho tem foco nas redes de longo alcance e baixa potência,
que são chamadas de LPWAN (Low Power Wide Area Network ), mais especificamente na
tecnologia LoRa com a implementação de redes de sensores.

1.1 Objetivos
O objetivo geral desse trabalho de conclusão de curso é estudar a tecnologia de
transmissão de dados sem fio LoRa (Long Range), que permite aplicações em redes LPWAN
(Low Power Wide Area Network) de grande alcance, baixa taxa de transmissão de dados e
de baixa potência, operando nas bandas de frequência não licenciadas ISM (Industrial,
Scientific and Medical).

1.1.1 Objetivos especı́ficos


Entre os objetivos especı́ficos deste trabalho, pode-se destacar: Um estudo sobre a
tecnologia sem fio LoRa, suas especificações e aplicações, para que a comunicação entre
os módulos de transmissão e recepção seja estabelecida; A elaboração de um sistema
para rede de sensores sem fio, consolidando o inı́cio do conceito de Campus Inteligente
na UFPB; Medir e armazenar os dados relacionados às suas respectivas variáveis, para
futuramente disponibilizá-los na internet, de modo que possam ser monitorados e avaliados
remotamente.
Capı́tulo 1. Introdução 14

1.2 Estrutura do trabalho


A estrutura deste trabalho está organizada da seguinte forma: no Capı́tulo 2 é
apresentada uma breve fundamentação teórica sobre a tecnologia LoRa, Rede de Sensores
e alguns trabalhos relacionados dispostos na literatura; no Capı́tulo 3 são abordados os
pontos da metodologia proposta para os testes experimentais; em seguida, o Capı́tulo 4
expõe os resultados obtidos neste trabalho e por fim são feitas as conclusões.
15

2 Fundamentação Teórica

Neste capı́tulo serão descritos os conceitos principais sobre a tecnologia Lora, como
também o protocolo de comunicação LoRaWAN e aplicações baseadas em sensores.

2.1 LoRa®
A transformação digital vem progredindo muito. Entre as tecnologias de rede
disponı́veis vale destacar as redes LPWAN (Low Power Wide Area Network ), que significa
tecnologias de área ampla e de baixa potência. Assim, dentre as tecnologias LPWAN
disponı́veis e que merece destaque tem-se a tecnologia LoRa (Long Range), baseada no
protocolo LoRaWAN (Long Range Wide Area Network ).
LoRa é um protocolo de comunicação sem fio por rádio frequência para redes de
grande alcance e baixa potência. Desenvolvida pela Semtech Corporation® e promovida
pela LoRa Alliance® , uma associação aberta e sem fins lucrativos de grandes companhias
pelo mundo, teve inı́cio em 2015, com a missão e objetivo de desenvolver e promover a
tecnologia LoRaWAN, padronizando seus sistemas (ALLIANCE, 2020).
O termo LoRa é muitas vezes usado sem distinção em relação ao termo LoRaWAN,
porém existe uma diferença entre eles. LoRa é o que podemos chamar de camada fı́sica;
LoRaWAN é o nome dado ao protocolo que define a arquitetura, ou seja, a camada de
rede. Dessa forma, o padrão LoRaWAN é responsável por cada detalhe do funcionamento,
qualidade do serviço, e aproveita as faixas de frequências não licenciadas na banda
Industrial, Cientı́fica e Médica (ISM). Assim, a Semtech produz os chips de rádio LoRa
enquanto a LoRa Alliance trabalha na padronização do sistema LoRaWAN (SEMTECH,
2021).
Atualmente tem-se as tecnologias geralmente usadas no cotidiano, como redes de
telefonia celulares e Wi-Fi, que exigem alta largura de banda ou potência e alto consumo de
energia. Em oposição, a tecnologia sem fio LoRa chama atenção dos usuários que buscam
otimização no consumo de energia juntamente à capacidade de atingir longas distâncias,
permitindo uma comunicação e análise de dados em tempo real. Os mais de 191 milhões
de dispositivos que fazem uso dessa tecnologia são empregados no desenvolvimento das
chamadas cidades inteligentes, em que casas, medidores e diversas logı́sticas inteligentes
são implantadas no mundo, a qual vem tendo um crescimento exponencial (SEMTECH,
2021). A Figura 1 exemplifica como a rede LoRa possui vantagens em relação aos seus
concorrentes.
Capı́tulo 2. Fundamentação Teórica 16

Figura 1 – Largura de Banda vs Alcance.

Alta

Largura de Banda

Baixa

Curto Alcance Longo


Fonte – Adaptado de (SEMTECH, 2021).

Segundo (AUGUSTIN et al., 2016), a tecnologia LoRa é composta por duas camadas
distintas de operação: a camada fı́sica, ou seja, a Modulação LoRa, e a camada MAC
(Media Acess Control ), ou camada de rede, o protocolo LoRaWAN. Na Figura 2, é possı́vel
observar com mais detalhes essa divisão.

Figura 2 – Camadas de Operação do LoRa.

Aplicação
Camada de Rede

LoRaWAN MAC
Opções MAC

Classe A Classe B Classe C


Camada Física

Modulação LoRa
Banda Regional ISM

Fonte – Adaptado de (SEMTECH, 2021).

Fazendo uma analogia ao Modelo OSI (Open System Interconnection Model), a


LoRa Alliance define que a Camada Fı́sica de sua estrutura engloba tanto a camada fı́sica
quanto a ligação de dados do modelo OSI. Enquanto sua Camada de Rede engloba as
cinco demais camadas do modelo (RODRIGUES, 2019).
Capı́tulo 2. Fundamentação Teórica 17

2.1.1 Camada MAC - Arquitetura de Rede LoRaWAN


A arquitetura de rede LoRaWAN representada pela Semtech é ilustrada pela
Figura 3. Apresenta topologia do tipo estrela, em que diversos dispositivos (nós ou
dispositivos sensores, ou End Devices) podem ser conectados a diversos Gateways, que são
responsáveis por gerenciar os dados a serem enviados a um servidor de rede, para então
serem direcionados para os servidores de aplicação e serviços IoT (SEMTECH, 2021).
A fim de enquadrar as mais diversas aplicações no protocolo LoRaWAN, tem-se
três classes de dispositivos (classes A, B e C), que são definidas de acordo com seu modo
de operação.

• Dispositivos finais bidirecionais (Classe A): Na classe A os dispositivos permitem


comunicações bidirecionais entre o dispositivo final e o servidor, onde só é possı́vel
receber dados do servidor após o dispositivo final ter feito a transmissão previamente,
garantindo um menor consumo de energia.

• Dispositivos bidirecionais com slots de recepção programados (Classe B): Na classe B


os dispositivos seguem o mesmo princı́pio da classe A, contudo abrem janelas extras
em horários programados, o que diminui a latência da informação, mas aumenta o
gasto de energia.

• Dispositivos finais bidirecionais com slots de recepção máximos (classe C): A classe
C apresenta o maior consumo de energia e menor latência, isto porque os dispositivos
finais têm as janelas de recepção abertas quase todo tempo, fechando apenas durante
a transmissão.

2.1.2 Camada Fı́sica - Modulação LoRa


De acordo com a Semtech, a camada fı́sica é caracterizada pelas técnicas de
modulação. É baseado na técnica de espalhamento espectral, ou Espalhamento Espectral
Chirp (do inglês Chirp Spread Sprectrum - CSS), que permite um maior alcance, tornando
o sinal mais resistente a interferências.
O CSS é uma técnica de espalhamento espectral baseada em chirps, que são ondas
cuja frequência varia ao longo do tempo. Se acontece um aumento na frequência diz-se que
ocorreu um Up-Chirp, caso contrário Down-Chirp. Os chirps apresentam deslocamento
cı́clico, ou seja, ao chegar na frequência mais alta retorna-se para a mais baixa. Assim, as
informações são dadas por saltos de frequência.
A quantidade de espalhamento aplicado ao sinal é definida pelo Fator de Espalha-
mento (SF). A modulação LoRa contém seis fatores de espalhamento (SF7 a SF12), e
quanto maior o SF utilizado, maior o alcance e menor a interferência do sinal no receptor.
Capı́tulo 2. Fundamentação Teórica 18

Figura 3 – Arquitetura da Rede.

Sensores
LPWAN

Gateway

Wi-Fi/
Internet/
Celular

Servidor
de Rede

Servidor
de Aplicação

Serviços de IoT
na Nuvem
Fonte – Adaptado de (SEMTECH, 2021).
Capı́tulo 2. Fundamentação Teórica 19

2.2 Rede de Sensores Sem Fio (RSSF)


De acordo com (BRUSAMARELLO; BALBINOT, 2010), todo dispositivo chamado
de sensor é um conversor de energia. Não importando a variável a ser medida, sempre vai
existir uma transmissão de energia entre o sensor e o objeto medido, em que a energia
pode fluir nos dois sentidos. Assim, um sensor é um dispositivo capaz de responder a
algum estı́mulo e converter as respostas para outras grandezas. O componente responsável
por converter os sinais de uma grandeza para sinais de outra grandeza é o transdutor, e
ele faz parte dos sensores.
Já as RSSF correspondem a redes cujos dispositivos apresentam nós sensores
variados, capazes de monitorar fenômenos fı́sicos ou ambientais, posicionados a diferentes
distâncias e locais, muitas vezes de difı́cil acesso. A comunicação entre os nós sensores é
realizada por meio de uma rede ad hoc sem fio, onde os valores obtidos são transmitidos
de um nó a outro, até que todas as variáveis sejam transmitidas (TELECO, 2021).
As aplicações IoT que fazem uso de sensores e das redes sem fio LoRa são as
mais diversas e oferecem soluções eficientes para uma vasta área de negócios. A Figura 4
apresenta algumas das aplicações que formam o ecossistema constituı́do pelas tecnologias
LoRa e LoRaWAN, como: monitoramento de animais; monitoramento de vegetação;
monitoramento nas áreas de saúde; automação residencial; monitoramento de concentração
de gases; monitoramento de lixo; entre outros.
Capı́tulo 2. Fundamentação Teórica 20

Figura 4 – Ecossistema LoRa e LoRaWAN.

Fonte – (SEMTECH, 2021).

2.3 Trabalhos Relacionados


Há diversas aplicações citadas na literatura que abordam o uso de dispositivos
IoT para os mais variados fins. As tecnologias sem fio IoT são capazes de desempenhar
papel de grande importância na prevenção de emergências, como incêndios florestais, que
são uma das principais causas de desastres ambientais. (ALBUQUERQUE et al., 2020)
apresentou resultados de um sistema que contém em sua composição nós sensores para
medir temperatura, umidade e presença de gases inflamáveis no ambiente. Pelos resultados
colhidos nos testes foi possı́vel observar que os sensores captaram apenas informações
de ambientes mais próximos, o que dificulta o monitoramento em áreas densas. Para
um ambiente de vegetação, as transmissões atingiram em torno de 200 m com o uso da
tecnologia Wi-Fi e 500 m com a tecnologia LoRa. Isto comprovou que o alcance para
dispositivos baseados na tecnologia LoRa são de alcance superior. Contudo, não se chegou
ao esperado pelas especificações do LoRa. De toda forma, os autores pontuaram os testes
como satisfatórios, visto que a transmissão e recepção de dados foi desempenhada com
sucesso.
Capı́tulo 2. Fundamentação Teórica 21

Em (ARRUDA, 2019), um sistema para um ônibus inteligente equipado com


tecnologia LoRa e um aplicativo foram desenvolvidos, em que através desse aplicativo
os usuários recebem informações sobre o tempo do ônibus chegar até a parada em que o
usuário se encontra, como também a quantidade de passageiros presente naquele ônibus.
Segundo este estudo o alcance da rede LoRa pode chegar a um raio de até 10 km em meios
rurais, contudo interferências do meio urbano limitam esse alcance, como edificações, por
exemplo. Os experimentos foram realizados na Universidade Estadual de Maringá (UEM),
onde um dispositivo foi fixado e outro foi mantido em movimento para representar um
ônibus em deslocamento. Os resultados foram satisfatórios e mostraram um alcance de até
2000 m, apresentando interferências para maiores distâncias.
Outro projeto, em que são avaliados testes de alcance, foi desenvolvido e aplicado
no Lı́bano, no campus Saint Joseph University of Beirut. O intuito foi o de avaliar diversos
modelos de propagação de rádio por meio das redes LoRaWAN, avaliando o desempenho
com extensas medições em variados ambientes, internos e externos, em locais urbanos e
rurais, considerando variações de antena. Através dos resultados eles puderam concluir que
os modelos desenvolvidos são precisos e de fácil aplicação, uma vez que em áreas rurais o
alcance obtido foi de até 47 km, e em áreas urbanas e densas a cobertura foi de até 9 km
(CHALL; LAHOUD; HELOU, 2019).
A proposta apresentada por (MEDEIROS et al., 2021) mostra o desenvolvimento
de um banco de dados, visando colher informações de uma planta hidráulica a longas
distancias, com base na rede LoRa. O intuito dos testes visa otimizar o monitoramento
de distribuição de água. O sistema resultou em uma redução de custo de implantação e
facilidade em ajuste nas faixas de medições desejadas, apresentando uma precisão nas
medições realizadas. Observou-se também o efeito que o ruı́do, devido a interferências nos
locais de medição, gerou na propagação dos dados.
(RODRIGUES et al., 2021) desenvolveu um sistema de monitoramento e reconhe-
cimento facial usando LoRa, que apresenta funcionamento através da detecção de seres
humanos. Assim, a cada detecção uma imagem é salva e transmitida por meio do LoRa
para o ponto de coleta, em que são utilizados métodos de reconhecimento facial. Foram
realizados diversos testes para verificação do funcionamento do sistema, sendo um deles
realizado no Campus I da Universidade Federal da Paraı́ba – UFPB, na cidade de João
Pessoa. Por fim, os resultados levaram os autores a concluir que o sistema desenvolvido é
viável, uma vez que o objetivo do projeto foi alcançado.
Em trecho de notı́cia, (LAURSEN, 2019) fala sobre os métodos ineficientes utilizados
para monitoramento do gado no campo e o custo causado aos fazendeiros. Devido a
isso, a empresa holandesa Sodaq constrói etiquetas auriculares, recarregadas através da
energia solar e baseado na tecnologia de longo alcance LoRa. Isso permite aos fazendeiros
monitorar a localização e saúde do seu gado. As etiquetas funcionam a uma distância de
Capı́tulo 2. Fundamentação Teórica 22

aproximadamente 5 km. Segundo Jan Willem Smeenk, funcionário da empresa Sodaq, o


interessante a respeito da rede LoRa é que por ter um baixo custo de desenvolvimento,
pode-se implementar sua própria rede ou fazer uso de uma rede pública.
Em (CHOI et al., 2018), os autores descrevem sobre a necessidade de monitorar
energias renováveis remotamente, por apresentarem instabilidade nos sistemas que as
utilizam. Devido a isto, fez-se necessária a implementação de um sistema de monitoramento
de energias renováveis, fazendo uso de IoT em plataformas abertas, como LoRa, Arduino
e Raspberry Pi.
23

3 Metodologia - Descrição da Proposta

Este capı́tulo descreve a metodologia experimental desenvolvida neste trabalho.


Especificamente, será detalhado o estabelecimento de uma rede do tipo LoRa, permitindo a
comunicação entre dois dispositivos desta tecnologia. Em seguida, passa-se à implementação
experimental no Campus I da UFPB, na cidade de João Pessoa.
Dessa forma, foram implementados dois módulos, um módulo de transmissão e
outro de recepção, com o intuito de validar a comunicação entre os dispositivos e sensores
utilizados.

3.1 Material Utilizado


O material para implementar os módulos utilizado nas medições é apresentado na
Tabela 1.

Tabela 1 – Material Utilizado.

Descrição Quantidade
Arduino UNO R3 com Cabo USB 2
Módulo LoRa Ra-02 433 Mhz com Antena 2
Módulo GPS GY-NEO6MV2 com Antena 1
Sensor de Temperatura e Umidade DHT11 1
Sensor de Gás MQ-8 Hidrogênio 1
Protoboads e Jumpers -
Fonte – Autoria Própria.

3.1.1 Arduino UNO


O UNO faz parte da série de placas mais recente do Arduino. Em sua terceira
versão a placa do Arduino UNO R3 é baseada no microcontrolador ATMEL ATMEGA328,
apresenta programação por meio da comunicação serial do Software Arduino e faz uso da
linguagem de programação C. Possui alimentação pela porta USB ou externa, como fontes
ou baterias (ELETRONICA, 2021). Na Figura 5 é possı́vel observar algumas caracterı́sticas
importantes de seu hardware.
Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 24

Figura 5 – Arduino UNO.

Botão de Reset Entradas / Saídas Digitais

USB

Alimentação Externa Pinos de Alimentação Portas Analógicas

Fonte – Adaptado de (ALIEXPRESS, 2021).

3.1.2 Módulo LoRa


O módulo transceptor LoRa Ra-02 de 433 MHz, desenvolvido pela empresa Ai-
Thinker, é muito utilizado em projetos que têm como objetivo controlar variáveis atingindo
longas distâncias e baixo consumo de energia, como sistemas de telemetria, automação
industrial e residencial, entre outros. Pode-se alcançar até 10 km (com antena externa) em
campo aberto, podendo variar dependendo das interferências do local. Possui tensão de
operação de 3.3 V, faixa de RSSI em 127 dB, potência de saı́da em 20 dBm e sensibilidade
de recepção de -148 dBm (MSSELETRONICA, 2021). A Figura 6 ilustra o módulo LoRa
e sua pinagem.

3.1.3 Módulo GPS


O módulo GPS GY-NEO6MV2 Arduino é utilizado em projetos cujo objetivo
seja obter a localização de objetos controlados pelo módulo GPS e Arduino, podendo
enviar dados relacionados a latitude e longitude do sistema GPS, data, hora e velocidade.
O módulo contém antena de cerâmica para melhor sinal. É importante destacar que o
GY-GPS6MV2 apresenta interface serial de 3,3 V, não suportando 5 V (USINAINFO,
2021b). A Figura 7 detalha o respectivo módulo.
Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 25

Figura 6 – Módulo LoRa.

Módulo LoRa Pinagem do Módulo LoRa

Fonte – Adaptado de (AI-THINKER, 2020).

Figura 7 – Módulo GPS.

Módulo GPS + Antena

Fonte – Adaptado de (ALIBABA, 2021).


Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 26

3.1.4 Sensor de Temperatura e Umidade do Ar


O sensor de temperatura e umidade do ar DHT11 contém em sua composição
um medidor de umidade e um componente NTC para medir temperatura, de modo que
ambos estão conectados a um controlador de 8-bits. Apresenta alimentação de 3 a 5 V,
faixa de medição para umidade de 20 a 90 UR, faixa de medição para temperatura de 0
a 50° e um tempo de resposta menor que 5 segundos, de acordo com suas especificações
(FILIPEFLOP, 2013). A pinagem do DHT11 pode ser verificada na Figura 8.

Figura 8 – Sensor DHT11.

Sensor DHT11 Pinagem do DHT11

Fonte – Adaptado de (FILIPEFLOP, 2013).

3.1.5 Sensor de Gás


O sensor de gás MQ-8 é comumente usado em projetos elétricos e possui uma alta
sensibilidade para gás hidrogênio. A detecção de outros gases também é possı́vel, como
álcool e gás de cozinha, porém a sensibilidade apresentada é menor. Se usado em conjunto
com um Arduino, vários projetos podem ser desenvolvidos. Contém um circuito integrado
LM393, faixa de detecção de 100 a 10000 ppm, tensão de funcionamento 5 V, dimensões
32x20x22 cm e peso de 7 g, entre algumas de suas especificações (USINAINFO, 2021a). O
MQ-8 é apresentado na Figura 9.
Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 27

Figura 9 – Sensor MQ-8.

Sensor MQ-8

Fonte – Adaptado de (FILIPEFLOP, 2021).

3.2 Módulo de Transmissão


Este módulo é responsável pela transmissão das variáveis presentes no sistema,
sendo formado pela placa de prototipagem eletrônica Arduino UNO, LoRa, sensores de
temperatura e umidade do ar, sensor de gás e módulo de comunicação GPS. Este módulo
está ilustrado na Figura 10. Essa parte do sistema é responsável por transmitir os dados
enquanto posicionado em diferentes locais da UFPB, para verificação de funcionamento
dos componentes e alcance do LoRa. A alimentação do sistema é feita por meio de bateria
externa. Os dados transmitidos são enviados para o receptor fixado em ponto escolhido na
UFPB e as informações são armazenados em um banco de dados.

3.3 Módulo de Recepção


O módulo responsável por receber e armazenar os dados obtidos nos testes é
composto pela placa de prototipagem eletrônica Arduino UNO e pelo LoRa, conforme
ilustrado na Figura 11 . A alimentação deste módulo é feita pela saı́da USB conectada
a um notebook para que seja possı́vel rodar a programação em Python e armazenar os
dados coletados, que posteriormente serão tratados e avaliados.
Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 28

Figura 10 – Módulo de Transmissão.

1. Arduino UNO

2. Sensor de Temperatura e Umidade

3. Módulo GPS + Antena

4. Módulo LoRa + Antena


5. Sensor de Gás

Fonte – Autoria Própria.

Figura 11 – Módulo de Recepção.

1. Módulo LoRa + Antena

2. Arduino UNO

Fonte – Autoria Própria.


Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 29

3.4 Cenários de Análise Experimental da Rede LoRa


Para estabelecimento da rede LoRa no Campus I da UFPB, experimentos foram
realizados com os módulos implementados a fim de confirmar o funcionamento da tecnologia.
Os experimentos consistiram de medições práticas com alterações de cenário e altura, para
verificação e armazenamento das variáveis de temperatura e umidade do ar (por meio do
Sensor DHT11), presença de gases no ambiente (Sensor de Gás MQ-8), coordenadas de
localização (GY-GPS6MV2), indicação de potência do sinal recebido (do inglês Received
Signal Strength Indication – RSSI) e a relação sinal ruı́do (do inglês Signal-to-Noise
Ratio - SNR). Na Figura 12 está ilustrado o módulo de transmissão representado por
TX, alimentado por uma bateria externa, e o módulo de recepção representado por RX,
alimentado diretamente pela USB do notebook, ambos em ambiente de testes.

Figura 12 – Módulos de Teste.

TX + Bateria Externa RX + USB do Notebook


Fonte – Autoria própria.

Inicialmente alguns testes foram feitos em locais aleatórios para avaliar a funciona-
lidade dos módulos. Foi possı́vel concluir que o módulo GPS apresenta baixa sensibilidade,
ou seja, com a variação de alguns metros de distância o sistema do GPS interpretava como
ponto único, não sendo, portanto, viável para continuidade dos testes. Assim, passou-se
a armazenar a localização dos locais de medição através do GPS do telefone celular da
autora. Tendo definido os locais ideais para os testes as medições foram iniciadas, fixando
o receptor e variando a distância do transmissor com o intuito de verificar o alcance do
Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 30

sinal.
Três locais foram definidos para fixar o receptor e receber os dados dos testes. Dois
destes locais estão localizados no mesmo prédio, identificado como bloco KLM do Centro de
Tecnologia da UFPB, sendo o primeiro local no segundo andar, e o segundo local no térreo
do respectivo prédio. O intuito de manter o local e alterar a altura do módulo receptor foi
para verificar o quanto de interferência no sinal e alcance cada situação apresenta. Em
ambos os locais as medições foram feitas em ambientes de espaço livre, com e sem linha
de visada em relação ao transmissor. Os locais 1 e 2 podem ser visualizados na Figura 13.
O terceiro local escolhido foi um prédio de quatro pavimentos em construção, que será o
novo prédio do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) da UFPB, onde o
receptor foi fixado no lado direito do quarto pavimento, em ambiente de espaço livre, e o
transmissor deslocou-se entre as salas dos pavimentos abaixo. O mesmo procedimento foi
realizado também do lado esquerdo. Na Figura 14 pode-se observar a existência de salas
dos dois lados. A fim de verificar o alcance e como as paredes e pisos das salas interferem
no sinal recebido. A metodologia de medições realizada no local 3, está identificada na
Figura 14. Onde os pontos verdes representam em que local o transmissor se posicionou
para o envio de dados.
Como dito anteriormente os dados recebidos foram armazenados em um banco de
dados para ser possı́vel uma avaliação posterior. Os dados foram salvos em planilhas do
Microsoft Excel (.xlsx), permitindo assim formatar tabelas e plotar gráficos. Na Tabela 2
é possı́vel observar o formato dos pacotes recebidos, onde “nan” é a mensagem recebida
quando o DHT11 não consegue realizar as leituras de temperatura e umidade do ar, e ”no
gas detected”significa que nenhum gás foi detectado pelo sensor no ambiente medido.
Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 31

Figura 13 – Bloco KLM.

Local 1

Local 2

Vista do local 1 Vista do local 2


Fonte – Autoria própria.
Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta 32

Figura 14 – Prédio novo CEAR.

Local 3

Vista do local 3 Vista do térreo


Fonte – Autoria própria.
Tabela 2 – Modelo dos Pacotes Recebidos.

Pacote Umid ar Temp ar Gas Lat Lng Rssi Snr Data Hora
262 70,00 29,80 no gas detected -7.142455 -34.850444 -50 10,00 2021 6 15 14 55 27
263 69,00 30,20 no gas detected -7.142455 -34.850444 -76 10,00 2021 6 15 14 55 32
264 68,00 30,50 no gas detected -7.142455 -34.850444 -38 9,75 2021 6 15 14 55 37
265 67,00 30,70 no gas detected -7.142455 -34.850444 -38 9,75 2021 6 15 14 55 42
266 66,00 30,90 no gas detected -7.142455 -34.850444 -41 9,75 2021 6 15 14 55 48
267 65,00 30,90 no gas detected -7.142455 -34.850444 -40 9,75 2021 6 15 14 55 53
Capı́tulo 3. Metodologia - Descrição da Proposta

268 65,00 30,70 no gas detected -7.142455 -34.850444 -40 9,75 2021 6 15 14 55 58
269 nan nan no gas detected -7.142455 -34.850444 -41 9,25 2021 6 15 14 56 3
270 65,00 30,70 no gas detected -7.142455 -34.850444 -40 9,25 2021 6 15 14 56 9
271 66,00 30,70 no gas detected -7.142455 -34.850444 -40 10,00 2021 6 15 14 56 14
272 66,00 30,40 no gas detected -7.142455 -34.850444 -44 9,75 2021 6 15 14 56 19
273 nan nan no gas detected -7.142455 -34.850444 -44 9,50 2021 6 15 14 56 24
274 67,00 30,50 no gas detected -7.142455 -34.850444 -54 9,50 2021 6 15 14 56 30
275 67,00 30,50 no gas detected -7.142455 -34.850444 -66 9,75 2021 6 15 14 56 35
276 67,00 30,50 no gas detected -7.142455 -34.850444 -65 9,50 2021 6 15 14 56 40
Fonte – Autoria Própria.
33
34

4 Resultados

Neste capı́tulo são expostos os resultados obtidos nos testes experimentais descritos
no capı́tulo anterior, em cada local escolhido.

4.1 Local 1 - Bloco KLM Segundo Andar


Como é descrito na metodologia aplicada, o receptor foi fixado no segundo andar
do prédio KLM localizado na UFPB, e o transmissor foi posicionado em diferentes pontos
nas redondezas. A Figura 15 ilustra os pontos de medições realizados.

Figura 15 – Pontos de Medição - Local 1.

Pino AZUL Receptor - RX


Pinos AMARELO com Sinal
Pinos VERMELHO sem Sinal

Local 1 - Bloco KLM


*Segundo Andar

Fonte – Adaptado de (GOOGLE, 2021).

Depois de analisados todos os pacotes e variáveis armazenados no banco de dados


do excel, foi adicionada uma coluna para as correspondentes distâncias do receptor em
relação ao transmissor. A Tabela 3 mostra os dados correspondentes a todos os pontos
desta sequência de testes; os mesmos dados foram usados no Matlab© para plotagem dos
gráficos.
Capı́tulo 4. Resultados 35

Tabela 3 – Dados Experimentais - Local 1.

Umid Temp Lat Lng RSSI SNR Dist


81,00 28,10 -7.142553 -34.850544 -86 9,75 15,68
81,00 28,10 -7.142492 -34.850220 -91 9,50 50,4
81,00 28,20 -7.142339 -34.849906 -97 7,25 89,95
79,00 28,80 -7.142085 -34.849493 -106 -6,50 141,31
79,00 29,00 -7.141820 -34.849136 -106 -7,75 191,52
79,00 28,80 -7.141644 -34.849053 -105 -6,50 208,79
81,00 28,80 -7.141519 -34.849060 -96 -7,25 216,3
81,00 28,40 -7.141674 -34.849418 -95 -0,25 173,12
82,00 28,10 -7.141558 -34.849202 -95 -3,75 200,47
83,00 27,60 -7.141240 -34.849273 -97 -9,50 218,28
82,00 27,80 -7.141795 -34.849453 -97 -5,75 163,79
83,00 27,80 -7.141751 -34.849853 -93 0,50 132,59
82,00 27,90 -7.141851 -34.850134 -96 -4,00 81,34
84,00 28,00 -7.141927 -34.850488 -96 -4,00 80,05
84,00 28,00 -7.141929 -34.850713 -94 -1,50 79,85
81,00 28,40 -7.142391 -34.850611 -79 9,50 30,82
86,00 27,20 -7.142745 -34.850527 -80 8,75 16,44
88,00 27,20 -7.143874 -34.849882 -90 -9,75 157,94
89,00 27,00 -7.143738 -34.849681 -88 -2,00 160,02
89,00 27,10 -7.143332 -34.849958 -90 -3,25 108,4
89,00 27,00 -7.142959 -34.849798 -89 -0,25 101,49
88,00 27,20 -7.142666 -34.849869 -84 5,75 88,38
88,00 27,20 -7.142369 -34.850054 -69 10,00 73,21
87,00 27,20 -7.142462 -34.850632 -59 10,00 24,22
Fonte – Autoria Própria.

De acordo com a Tabela 3 é possı́vel analisar o funcionamento dos componentes


do sistema apresentado. O sensor DHT11 desempenhou seu papel conforme esperado,
sendo possı́vel observar as variações de umidade e temperatura de acordo com o ambiente
medido. Nos pontos onde havia vegetação próxima, por exemplo, a umidade aumentava
e a temperatura diminuı́a. Os itens de indicação de potência do sinal recebido (RSSI) e
a relação sinal ruı́do (SNR) foram analisados em relação à distância do transmissor ao
receptor e podem ser visualizados nas Figuras 16 e 17. Pode-se verificar o decaimento das
respectivas variáveis em relação à distância, em que a maior distância para a qual o sinal
foi recebido foi de 218,28 m, conforme apresentado na Tabela 3.
Capı́tulo 4. Resultados 36

Figura 16 – RSSI vs Distância - Local 1.

RSSI vs Distância
-50

-60

-70
RSSI (dBm)

-80

-90

-100

-110
0 50 100 150 200 250
Distância (m)

Fonte – Autoria Própria.

Figura 17 – SNR vs Distância - Local 1.

Relação Sinal-Ruído (SNR) vs Distância


15

10

5
SNR (dBm)

-5

-10

-15
0 50 100 150 200 250
Distância (m)

Fonte – Autoria Própria.

4.2 Local 2 - Bloco KLM Térreo


O segundo local utilizado para os testes, conforme dito anteriormente, está localizado
também no bloco KLM do Centro de Tecnologia da UFPB, porém o receptor foi fixado no
térreo. O mesmo procedimento experimental do local 1 foi refeito. A Figura 18 ilustra os
Capı́tulo 4. Resultados 37

pontos de medições realizados e a Tabela 4 apresenta os dados correspondentes.

Figura 18 – Pontos de Medição - Local 2.

Pino AZUL Receptor - RX


Pinos AMARELO com Sinal
Pinos VERMELHO sem Sinal

Local 2 - Bloco KLM


*Térreo
Fonte – Adaptado de (GOOGLE, 2021).

Tabela 4 – Dados Experimentais - Local 2.

Umid Temp Lat Lng RSSI SNR Dist


81,00 27,30 -7.142373 -34.850478 -80 -2,25 33,42
84,00 26,80 -7.142769 -34.850455 -85 -4,00 33,82
89,00 25,70 -7.143032 -34.849793 -85 -6,75 106,33
89,00 26,00 -7.142829 -34.850191 -84 1,75 56,87
89,00 26,00 -7.142524 -34.849850 -85 -1,00 90,16
88,00 25,90 -7.142216 -34.850202 -87 -6,75 88,28
88,00 25,80 -7.142626 -34.850503 -77 6,50 25,47
89,00 26,00 -7.142449 -34.850439 -83 -4,00 53,91
89,00 26,00 -7.142393 -34.850000 -85 -5,50 79,04
88,00 25,70 -7.142194 -34.849872 -88 -3,25 103,59
91,00 25,20 -7.142140 -34.850864 -86 -5,00 63,52
89,00 25,30 -7.142310 -34.850662 -82 2,00 37,28
90,00 25,20 -7.142471 -34.850720 -53 9,75 19,51
Fonte – Autoria Própria.

O principal ponto a ser analisado nos resultados do local 2 é o alcance do sinal. O


fato de o receptor estar localizado no mesmo nı́vel de altura do transmissor afetou bastante
na transmissão, uma vez que as interferências (edificações e árvores) estavam diretamente
entre os módulos. O alcance máximo foi de 106,33 m, menos da metade em relação ao local
Capı́tulo 4. Resultados 38

1. Nas Figuras 19 e 20 estão ilustradas as análises de RSSI e SNR em relação à distância e


verifica-se nesta situação que o RSSI já é alto para distâncias pequenas.

Figura 19 – RSSI vs Distância - Local 2.

RSSI vs Distância
-50

-55

-60

-65
RSSI (dBm)

-70

-75

-80

-85

-90
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distância (m)

Fonte – Autoria Própria.

Figura 20 – SNR vs Distância - Local 2.

Relação Sinal-Ruído (SNR) vs Distância


15

10

5
SNR (dBm)

-5

-10

-15
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distância (m)

Fonte – Autoria Própria.


Capı́tulo 4. Resultados 39

4.3 Local 3 - Prédio Novo CEAR


A metodologia utilizada nos testes experimentais realizados no local 3 foi detalhada
no capı́tulo anterior e está representada pela Figura 14 em vista lateral do prédio. Para
melhor entendimento dos pontos medidos, a Figura 21 mostra uma visão superior do
quarto pavimento, onde o mesmo procedimento foi realizado nos pavimentos 3, 2, 1 e térreo,
nesta sequência. Deste modo, a Figura 22 ilustra a planta baixa dos demais pavimentos
e os pontos medidos nos mesmos, nos quais pino verde representa sinal enviado e pino
vermelho módulo sem sinal.
A primeira medição foi realizada no mesmo ponto em que o receptor foi fixado,
para servir como referência para os pontos seguintes, e está representado pelo pino azul na
Figura 21. Os dados experimentais obtidos no local estão disponı́veis na Tabela 5, na qual
é possı́vel observar os pontos onde a comunicação dos módulos foi estabelecida.
O ponto a ser analisado neste local está relacionado à quantidade de paredes e
pisos e o quanto estas obstruções interferem na comunicação entre transmissor e receptor.
De acordo com a Tabela 5 o maior alcance do sinal, sem visada direta, foi observado
do quarto pavimento ao térreo com aproximadamente 49 m de distância. Se analisada
uma perspectiva com visada direta e sem nenhuma obstrução pelo caminho, todo quarto
pavimento captou sinal, atingindo cerca de 64 m até o receptor.
Diante disso, interferências produzidas pela estrutura são fatores a serem considera-
dos nestes testes. O quanto de interferência o sinal sofre é um fator difı́cil de prever, uma
vez que existe uma variação na quantidade de obstáculos entre o transmissor e o receptor.
Na Tabela 5 encontra-se uma aproximação em relação às distâncias entre os módulos,
visto que as plantas originais não estavam acessı́veis à autora e não foi possı́vel avaliar
adequadamente.
Capı́tulo 4. Resultados 40

Figura 21 – Pontos de Medição (Pavimento 4) - Local 3.

LAYOUT 4º PAVIMENTO
20.70

11
37. 64.15

30.81

60.72

Fonte – Autoria Própria.

Figura 22 – Pontos de Medição - Local 3.

LAYOUT 1º PAVIMENTO
LAYOUT 3º PAVIMENTO

LAYOUT TÉRREO
LAYOUT 2º PAVIMENTO

Fonte – Autoria Própria.


Capı́tulo 4. Resultados 41

Tabela 5 – Dados Experimentais - Local 3.

Pavimt Umid Temp Rssi Snr Dist


P4 87,00 27,00 -41 9,75 0,00
P4 87,00 26,40 -97 4,75 30,81
P4 88,00 26,10 -104 -6,25 60,72
P4 88,00 26,20 -111 -9,00 64,15
P4 87,00 26,20 -98 7,75 37,11
P4 87,00 26,30 -67 10,75 20,70
P3 84,00 26,40 -54 10,00 3,00
P3 85,00 26,50 -85 -4,75 33,81
P3 no signal no signal no signal no signal 63,72
P3 no signal no signal no signal no signal 67,15
P3 81,00 27,50 -86 -7,50 40,11
P3 83,00 27,40 -77 7,25 23,70
P2 82,00 26,90 -64 10,25 6,00
P2 83,00 27,20 -85 -6,50 36,81
P2 no signal no signal no signal no signal 66,72
P2 no signal no signal no signal no signal 70,15
P2 81,00 27,70 -87 -6,75 43,11
P2 80,00 27,80 -78 6,25 26,70
P1 82,00 27,30 -73 8,75 9,00
P1 81,00 27,50 -87 -5,25 39,81
P1 no signal no signal no signal no signal 69,72
P1 no signal no signal no signal no signal 73,15
P1 78,00 28,10 -86 -6,50 46,11
P1 79,00 27,80 -83 2,50 29,70
Térreo 84,00 26,90 -74 9,50 12,00
Térreo 86,00 26,60 -101 -6,25 42,81
Térreo no signal no signal no signal no signal 72,72
Térreo no signal no signal no signal no signal 76,15
Térreo 83,00 27,00 -85 -6,75 49,11
Térreo 84,00 26,80 -94 7,50 32,70
Fonte – Autoria Própria.
42

5 Conclusões

Este trabalho de conclusão de curso apresentou um estudo e implementação de um


sistema usando a tecnologia de transmissão de radiofrequência LoRa, em que os módulos
implementados foram testados no Campus I da Universidade Federal da Paraı́ba em três
locais distintos. De acordo com os resultados obtidos, o sistema mostrou-se funcional e
viável para a metodologia proposta. Apesar de interferências causadas pela vegetação local
de algumas áreas de teste experimental dificultarem o processo, o objetivo proposto foi
atingido.
É válido mencionar a vasta carga de conhecimento adquirido ao longo do curso
de Engenharia Elétrica, que foi de extrema importância para conclusão deste trabalho.
Destacam-se as disciplinas obrigatórias da grade curricular e ênfase de Eletrônica, como
Comunicação Digital, que despertou o interesse da autora no tema desenvolvido neste
trabalho.
A autora sugere, para melhores resultados de possı́veis projetos futuros, o aumento
da altura do local onde o receptor será fixado. Como também realizar medições em todo o
Campus, a fim de analisar quais locais melhor se enquadra nos objetivos propostos; do
mesmo modo, a utilização de mais módulos LoRa para um obter um maior raio de cobertura.
Atrelado a isso, medições em diferentes condições ambientais podem ser analisadas (dia,
noite, com sol, com chuva, etc).
A partir das contribuições deste trabalho, almeja-se colaborar com a implantação
do conceito de Campus Inteligente. A intenção é o estabelecimento de uma rede de
monitoramento de diferentes parâmetros no Campus I da UFPB, na cidade de João Pessoa,
de modo a acompanhar diferentes variáveis e parâmetros (umidade do ar, temperatura,
umidade do solo, dentre outras possibilidades) e estabelecer o conceito de monitoramento
inteligente.
43

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